FOTO DE PINK WAINER POR JOÃO WAINER. FOTOMONTAGEM FRANCISCO UCHA.
ESPECIAL
TODAS AS FOTOS DE SAMUEL WAINER PUBLICADAS NESTA EDIÇÃO FAZEM PARTE DO ACERVO DA FAMÍLIA.
Em depoimento exclusivo, a artista plástica Pinky Wainer relembra episódios da infância e sua relação com o pai. POR MARCOS STEFANO E FRANCISCO UCHA
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á exatos 60 anos circulava pela primeira vez o jornal Última Hora. Para uns, uma publicação revolucionária. Para outros, um inimigo a ser combatido. De uma forma ou de outra, o jornal mexeu com a imprensa brasileira. Seja com inovações na diagramação, seja com a valorização dos jornalistas, pagando salários mais dignos e que tiraram a profissão da condição de eterno “bico”. Ou, ainda, redefinindo a expressão
“popular”, já que era um veículo que dialogava com o povo, mas com criatividade e textos bem escritos, sem precisar de apelação para atrair os leitores. Tão provocativa quanto a principal de suas obras era a vida de seu artífice. Muito além da polêmica sobre o local de seu nascimento, falar de Samuel Wainer é como fazer uma crônica do jornalismo brasileiro moderno e de sua relação com o poder, já que ele foi não
somente uma testemunha privilegiada da História, mas também se transformou num de seus protagonistas. Assim, nada melhor do que recordar e descobrir quem foi o homem e o jornalista que recebeu alcunhas como “O Bessarabiano” e “O Profeta”, no momento em que completaria 100 anos. Bem, até isso é polêmico. “Ele tinha duas datas de nascimento: 19 de dezembro de 1910 e 12 de janeiro de 1912”, explica a artista plástica Débora “Pinky” Wainer. Jornal da ABI 368 Julho de 2011
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