A ERA DE OURO DA M ARVEL COMICS COMEÇA COM Q UARTETO F ANTÁSTICO , HULK , HOMEM -A RANHA , X-MEN : OS SUPER HERÓIS PASSARIAM A VIVER PROBLEMAS COMUNS AOS SIMPLES MORTAIS ENQUANTO COMBATEM OS MAIS INCRÍVEIS VILÕES .
A CAPA DA PRIMEIRA EDIÇÃO DA REVISTA F ERDINANDO , DA R IO G RÁFICA , FOI DESENHADA POR G UTEMBERG , QUE NA ÉPOCA FAZIA PARTE DA EQUIPE DE DESENHISTAS DA EDITORA . A ABRIL COMEÇOU A PUBLICAR HISTÓRIAS DO Z É C ARIOCA PRODUZIDAS NO B RASIL .
X A revista Zé Carioca surge quinzenalmente nas bancas, revezando as edições com o Pato D onald Donald onald, começando no número 471! Na verdade era um “truque” que facilitava a distribuição montada pela Editora Abril e o recolhimento do encalhe das revistas pelos jornaleiros. Os números ímpares eram de Zé Carioca e os pares continuavam sendo as edições do Pato Donald. A Abril começa a produzir aventuras do papagaio com artistas locais. X Depois de ter suas histórias publicadas na revista Mindinho, o coelho Pernalonga ganha um título próprio a partir de abril, na mesma Ebal.
X Também em abril, a Ebal lança a revista trimestral Edição Monumental Monumental, em formato maior que o das revistas convencionais. A primeira edição traz a quadrinização do romance Gabriela, Cravo e Canela Canela, de Jorge Amado, que apoiou totalmente a adaptação. O texto foi de Fernando Albagli e os desenhos de Ramón Llampayas. erdinando (Li’l Abner), a X FFerdinando genial criação de Al Capp, ganha uma revista pela RGE, que ero também lança Recruta ZZero ero. X Stan Lee e Jack Kirby lançam a primeira revista em quadrinhos
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Jornal da ABI 362 Janeiro de 2011
que inaugura a gloriosa “Era Marvel”: Fantastic FFour our (Quarteto Fantástico) introduz os problemas pessoais e existenciais no gênero super-heróis. X A Hanna-Barbera lança mais duas séries de animação na tv: The YYogi ogi Bear Show (Zé Colméia) e Top Cat (Manda Chuva). Litchenstein, um dos X Roy Litchenstein pais da pop-art, começa a usar elementos de quadrinhos em suas obras. A primeira tentativa é canibalizar Mickey Mouse, o que é rechaçado pela Disney, que ameaça meter um processo nele. Ele passa então a fazer ampliações de quadrinhos mais “genéricos”, como os das revistas no gênero romântico e guerra, publicados pela DC Comics, principalmente os desenhados por Irv Novick. X As principais editoras brasileiras – Ebal, Rio Gráfica, O Cruzeiro e Abril – se unem e criam uma versão tupiniquim do Comics Code norte-americano, imitando o selo e algumas regras e o rebatizam de Código de Ética Ética, passando a estampá-lo nas capas de suas revistas. O objetivo era basicamente o mesmo de seu similar norteamericano: atrapalhar a concorrência (no caso, as editoras paulistas que publicavam o gênero terror) e aplacar a ira de alguns religiosos e educadores, que moviam campanha contra os quadrinhos, dando a entender algo como “os nossos quadrinhos são limpinhos”.
1962 X O então Governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, ajuda o desenhista José Geraldo a montar a Cooperativa Editora
economicamente, mas também pelo conturbado clima político que estava se formando no Brasil na época. de Trabalho de Porto AlegreCetpa, voltada para a publicação de genuínos heróis nacionais como o gaúcho Aba Larga Larga, de Getulio Delphin, e Sepé Sepé, de Flavio Colin. O projeto previa uma inteira linha de revistas em quadrinhos, mas a editora não consegue emplacar, não só
X A Ebal lança mais duas revistas em formato cheque: a infantil Minha Revistinha e a de faroeste O Juvenil Mensal Mensal, esta para concorrer diretamente com o Juvenil a tradicional O Glob Globo Mensal Mensal, da Rio Gráfica, que já passava do número 250.
Jorge Amado e os quadrinhos Num depoimento publicado na primeira Edição Monumental, Jorge Amado escreveu um grande elogio ao trabalho de Adolfo Aizen à frente de sua Editora BrasilAmérica e se disse plenamente satisfeito com as adaptações para os quadrinhos de seus romances. Segundo o escritor, “elas só têm feito aumentar o público dos meus livros”. Reconheceu, porém, um dos graves problemas que os quadrinhos ainda enfrentavam à época: “Há muita genORGE A MADO E SUA FAMÍLIA EM FOTO te que tem preconceitos con- JPUBLICADA NA PRIMEIRA EDIÇÃO MONUMENTAL: E tra as histórias em quadri- LOGIO VEEMENTE AOS QUADRINHOS DA EBAL. nhos e algumas aconselharam-me a não permitir tal adaptação. Mas eu gosto de concluir por mim mesmo, à base da experiência.” E continuou, defendendo sua posição: “O leitor da adaptação em quadrinhos, se gosta do livro, termina por ir buscá-lo para uma leitura na íntegra. Tenho provas disso. Da mesma maneira que as adaptações cinematográfica, teatral, radiofônica ou para tv, a adaptação em quadrinhos é uma forma de popularizar o livro, de aumentar seu círculo de leitores, de ampliar sua repercussão. E concluiu fazendo um elogio à Ebal: “O trabalho que Adolfo Aizen, à frente da Brasil-América, vem realizando é admirável e merecedor de todos os elogios. Eu, de minha parte, quero deixar aqui o meu louvor à grande realização que é sua editora. Editora amada pelas crianças, que mais pode desejar um homem cuja vida foi toda voltada para os meninos brasileiros?”
X A RGE, por sua vez, lança Jim das Selvas Selvas, Pafúncio afúncio, Zezé & Cia e mais uma revista de faroeste: Xerife Magazine Magazine. No ano seguinte seria a vez de B ang B ang Magazine engordar o cardápio de publicações sobre o Oeste bravio, gênero que era sucesso de vendas na época. X Em parceria com Steve Ditko, Stan Lee acerta em cheio com a criação de O Homem-Aranha (Spider-man), que traz a história de um adolescente que ganha poderes extraordinários mas continua a enfrentar os problemas comuns de um rapaz de sua idade. Nesse mesmo ano, Stan Lee e Jack Kirby criam um outro ícone da editora: O Incrível Hulk Hulk, um anti-herói que combina elementos de Frankenstein e Dr Jekyll e Mr Hyde. X Com o sucesso de Os Flintstones, a Hanna-Barbera volta os olhos para o futuro e lança Os Jetsons Jetsons. X Depois de fracassar em várias tentativas de lançar revistas para concorrer com a Mad Mad, Harvey Kurtzman cria Little Annie Fanny para a revista Playb oy . Playbo X Sergio Aragonés vende seus primeiros cartuns para a revista Mad Mad. Ele logo começa a publicar as famosas “marginais do Mad” (ao lado e abaixo), minúsculos cartuns que enfeitam até hoje os cantos das páginas. Esse espaço era preenchido com frases e os editores acharam ótima a idéia de substituí-las por cartuns, pois estavam ficando sem imaginação para novas frases. Depois de Al Jaffee (criador da famosa