› GRANDE PLANO Desidério Silva, Presidente da Região de Turismo do Algarve
«A nossa oferta turística é boa em todo o ano» Com uma contribuição para o PIB de 4,6%, o Algarve continuou a ser, em 2017, a região que mais contribuiu em receitas turísticas para o Produto Interno Bruto (PIB), que no mesmo ano em Portugal atingiu os 7%. Em entrevista à PAÍS €CONÓMICO, Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve congratulou-se com a grande contribuição do Algarve para o crescimento do turismo português e lembrou mais uma vez o bom trabalho que a RTA está a fazer na promoção do turismo algarvio, desdobrando-se para que o turismo nesta região do país seja sustentável em qualquer época do ano. «A nossa oferta turística é boa em todo o ano e a contribuição do Algarve para o PIB português deve-se muito às medidas que a Região de Turismo do Algarve implementou para potenciar a sua oferta turística na chamada época baixa, entre Outubro e Maio», sublinhou Desidério Silva, que nesta entrevista manifestou uma vez mais a sua oposição às ações de prospeção de petróleo que têm decorrido ao largo de Aljezur, a 46 quilómetros da costa e, que em seu entender, «afectam gravemente o futuro do turismo da Região do Algarve», e reconhece que a transportadora aérea TAP ao funcionar somente com voos de Lisboa para Faro não está a criar as frequências com a assiduidade que a RTA entende que devia ter, e que com esta atitude não está a reconhecer também a importância estratégica da Região do Algarve, que quase contribui
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com metade das receita do turismo nacional. TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELA RTA
Presidente da Região de Turismo do Algarve sempre defendeu que era necessário criar uma oferta diferenciadora que potenciasse o turismo do Algarve na chamada época baixa, entre Outubro e Maio. Essas medidas foram postas em marcha e o turismo do Algarve, talvez em consequência dessas mesmas medidas, registou em 2017 um dos seus melhores anos. Em 2017 as receitas do turismo em todo o espaço geográfico português ultrapassaram os 15 mil milhões de euros e o Algarve contribuiu grandemente para esse crescimento. «Quase 40 por cento dessas receitas provenientes do turismo vieram do Algarve, região que em termos turísticos contribuiu em 2017 com 4,6 por cento para o Produto Interno Bruto – PIB», chamou a atenção Desidério Silva, considerando “precioso” este contributo.
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«Este crescimento vivido pelo turismo do Algarve tem muito a ver com as medidas que a Região de Turismo do Algarve desenvolveu para rentabilizar a chamada época baixa, que ocorre entre Outubro e Maio. As taxas de ocupação nessa época foram claramente muito positivas, porque essa evolução ocorrida na época baixa foi reforçada e contabilizada em termos de número de dormidas e em termos daquilo que foi o número de passageiros que entraram no Aeroporto de Faro e, portanto, esses números são factuais, constam nas estatísticas e vêm consolidar a Região do Algarve, que há cinco anos atrás tinha uma taxa de ocupação de 50 por cento e que em 2017 chegou aos 77 por cento. Tudo isso são fatores que vêm criar riqueza e onde obviamente os valores do turismo ao nível da Região do Algarve são muito fortes e contribuiram decididamen-
te para o reforço das receitas do turismo em Portugal», referiu Desidério Silva. Entretanto, o Presidente da Região de Turismo do Algarve diz que os primeiros indicadores deste ano em relação ao turismo «sublinham que existem preocupações em relação ao futuro, ou seja, que 2018 seguirá um pouco dentro daquilo que foram os registos de 2017, mas que há alguns sinais para os quais devemos estar atentos e que têm a ver com o mercado inglês e o Brexit, o mercado alemão e outros mercados que estão aqui a fazer alguns desvios para países que durante quatro ou cinco anos tiveram turisticamente alguns problemas. Como tal, é preciso reforçar claramente a nossa posição junto desses mercados e das companhias aéreas desses operadores que enviam turistas para o Algarve», salientou o Presidente da RTA, para a este
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