Tribuna do Norte - 07/06/2013

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Natal • Rio Grande do Norte Sexta-feira, 07 de junho de 2013

economia

Brasil recebe classificação negativa « AMBIENTE PARA INVESTIMENTOS » Agência revê classificação de risco do Brasil de estável para negativa, motivada por PIB fraco e gastos elevados do governo. Classificação é como um selo para investidores

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rasília (AE) - Cinco anos após ser elevado à categoria de grau de investimento pelas agências de classificação de risco, o Brasil recebeu um duro golpe ontem. Motivos: baixo crescimento e gastos do governo. Primeira a promover o País, em abril de 2008, a Standard & Poor’s (S&P) também foi a primeira a reduzir a perspectiva positiva das condições macroeconômicas brasileiras, antes “estável”, para “negativa”. É o primeiro passo na direção do rebaixamento da nota de crédito do País, algo que pode ocorrer ao longo dos próximos dois anos, segundo a S&P. A nota dada pelas agências de rating funciona como um selo de qualidade para o investidor estrangeiro aplicar os seus recursos no País. O movimento da S&P acontece poucos dias depois de

o governo mudar a tributação sobre o capital externo para trazer mais recursos para o Brasil. A decisão da S&P foi sustentada, segundo comunicado oficial da agência de rating, pelo baixo ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos, aliado a uma política de expansão do gasto público. De acordo com o comunicado assinado por Sebastian Briozzo, analista de crédito da S&P, essa dinâmica recente do País resulta em “sinais ambíguos” do governo federal, que reduzem a confiança do investidor estrangeiro.

Pessimismo O mercado reagiu à notícia com pessimismo e um sinal de alerta quanto aos rumos da política econômica brasileira. Ao mesmo tempo, analistas destacaram nesta noi-

te que o movimento iniciado pela S&P confirma, de certa forma, a percepção dos investidores diante da falta de dinamismo da atividade econômica brasileira. A agência não deixou passar despercebido o último resultado do PIB trimestral, divulgado na semana passada. De acordo com dados oficiais, a economia cresceu apenas 0,6% entre o quarto trimestre de 2012 e os primeiros três meses de 2013. A agência destacou o fraco resultado do consumo das famílias neste período - um avanço de apenas 0,1%. Até então, o PIB brasileiro vinha sendo sustentado justamente pela demanda das famílias. A S&P citou, também, o desempenho modesto das exportações e o investimento declinante do setor privado, apesar das enormes necessidades de melhorias logísticas no País.

Negócios: Colmeia anuncia novos investimentos no RN ADRIANO ABREU

A construtora Colmeia, que aportou no Rio Grande do Norte há 18 anos, lançou ontem o empreendimento Sports Garden – um clube residencial de alto padrão com um Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 120 milhões, e anunciou os planos de estrear este ano no Minha Casa, Minha Vida com um empreendimento em São Gonçalo do Amarante. A construtora promete investir cerca de R$ 30 milhões no novo projeto e replicar o modelo nos outros estados onde atua, caso a iniciativa seja exitosa. Os planos foram apresentados pelo novo presidente da empresa, Otacílio Valente (de terno na foto).

« AGRICULTURA »

Dilma lança plano safra direcionado ao Nordeste

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rasília (AE) - Depois de vários medidas anunciadas em cerimônias no Palácio do Planalto para proteger os agricultores, a presidente Dilma Rousseff preferiu lançar o plano safra do semiárido no Nordeste. É nessa região que a inflação de alimentos subiu mais do que em outras capitais, nos últimos 12 meses, e ameaça corromper a popularidade de Dilma. Os dados sobre inflação analisados pelo Planalto têm base estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos últimos 12 meses. A presidente disse que o Plano Safra de Agricultura Familiar 2013/2014 tem R$ 21 bilhões disponíveis, um crescimento de 17% em relação ao anterior. Há dez anos, segundo ela, o programa tinha verba de R$ 400 milhões. Dilma garantiu que não faltarão recursos para a agricultura familiar. “Se vocês forem capazes de gastar R$ 21 bilhões, o governo federal colocará mais”, disse. Dilma afirmou que os juros do programa, entre 1,5% e 3,5%, são compatíveis com a capacidade e importância do setor. Ela lembrou que essas taxas são negativas, pois são inferiores à inflação. "Temos consciência de que o plano não pode ter apenas ações de crédito”, disse ela.


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