Tribuna do Norte - 04/05/2014

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FUNDADOR: ALUÍZIO ALVES - 1921 - 2006 EXEMPLAR DO ASSINANTE

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» ACORDO PARA REDUZIR SAL NOS ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS NÃO É EFICIENTE • PÁGINA 11

Ano 64 • Número 035 • Domingo, 04 de maio de 2014 ANA BRANCO

Economia

Clube

Comércio, serviço e turismo em debate

Vantagens para assinantes da TN

Caderno especial traz análise dos setores que são a base da economia potiguar, debatidos no seminário Motores do Desenvolvimento do RN. « ESPECIAL 1 A 24 »

Caderno mostra todas as vantagens que os assinantes da TN terão durante o mês de maio. Shows, teatros, cinema e descontos.« CLUBE 1 A 8 »

CONEXÃO EM CENA Novela que estreia amanhã às 19h, ‘Geração Brasil’ traz Humberto Carrão e Chandelly Braz, namorados na vida real, como um casal de gênios da computação. « REVISTA 6 A 8 »

ADRIANO ABREU

EXEMPLAR DO ASSINANTE

Estado perde 316 médicos concursados em 4 anos A Secretaria Estadual de Saúde vai chegar em dezembro próximo com 316 médicos a menos em seu quadro efetivo. Essa é a quantidade de exonerações e aposentadorias de profissionais desde janeiro de 2011. O número de especialistas supriria quase o efetivo médico que hoje trabalha no Hospital Walfredo Gurgel (352 profissionais). Sesap afirma que ponto eletrônico provocou mais pedidos de demissão. Médicos declaram que saem por falta de estrutura. « NATAL 1 E 2 »

« TERRENO » Diretoria do Aeroclube tenta impedir reintegração

TRAUMA FAZ UM CAMPEÃO

PÚBLICO NOS ESTÁDIOS CRESCE 57% NO ESTADUAL

Após escapar com vida de afogamento, Antônio Matias supera trauma e se transforma num campeão de natação. « ESPORTES 6 »

« ESPORTES 1 »

Direção do Aero ingressou com recurso no TJRN pedindo revogação da decisão liminar que determina reintegração do imóvel pelo Estado em 90 dias. PGE tem até quinta-feira para manifestar posição. « NATAL 7 »

174

97

45

médicos pediram exoneração de seus cargos entre janeiro de 2011 até hoje

profissionais vão atingir o tempo de serviço e pedir aposentadoria ainda em 2014

sindicâncias estão em curso na Sesap e devem culminar com exonerações dos profissionais

MARCELO BENTO

José Herval Sampaio Jr

“Há insegurança quanto as eleições” Juiz Eleitoral de Mossoró detalha como está sendo o processo das eleições suplementares de hoje. « PÁGINA 3 »

« VANDALISMO » Decoração para a Copa é alvo de pichações em Natal As bandeirolas dispostas na avenida Engº Roberto Freire foram pichadas durante a madrugada de ontem. Nas bandeiras do Brasil, Estados Unidos e Japão foram escritas frases de repúdio ao mundial. « PÁGINA 8 »

DIVULGAÇÃO

FALTAM 39 DIAS Marco Ferraz

“Natal precisa investir em promoção” JOANA LIMA

Presidente da Braztoa diz que País ainda não tem condições de receber grande número de turistas. « ECONOMIA 5 »

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« CRÉDITO » Portabilidade entra em vigor, mas gera dúvidas nos bancos O consumidor que fez um financiamento ou empréstimo pessoal poderá migrar a dívida para uma instituição financeira que ofereça juros menores. As regras ainda não estão claras. « ECONOMIA 1 E 3 »

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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

Jornal de WM WODEN MADRUGA [ woden@terra.com.br ]

Dos papéis do tempo

V

olto às gavetas desarrumadas no rasto do tempo que se foi, agora anotado em recortes de jornais, cartas, bilhetes, cartões, telegramas (tempo em que se telegrafava), fotografias, convites. Numa pasta tem o poeta Dailor Varela contando de São Paulo o nascimento da filha Maíra e, preso por um clipe, um cartão postal que o Marechal Porpa postou em Helsinque, na Finlândia polar. Bilhete de Nei Leandro de Castro, do Rio. Mais adiante descubro um bilhete de Paulo Balá e uns recortes do Jornal do Commercio de Recife, enviados por Nilo Pereira. Tem ainda Protásio de Melo encaminhando carta de um assessor da Embaixada dos Estados Unidos tratando do Museu da Guerra, que o governador Geraldo Melo quis criar no Rio Grande do Norte. Vou relendo devagarinho, como se degustasse um vinho do Porto numa tarde fria. Começo pela carta de Dailor, que não tem data, mas acredito que é coisa do final dos anos 70 começo dos 80, o poeta morando pelos arredores de São José dos Campos, confins de São Paulo: “Woden amigo: Ser pai é “desdobrar fibra por fibra o coração dos filhos”. Aos 34 anos, repórter da loucura cotidiana, eis que sou pai de Maíra. Mando até uma foto – a nova imagem do pai-repórter. O nascimento de Maíra, índia nascida na terra de aviões, foi a coisa mais importante que me aconteceu, no repente da vida. Estou com uma saudade danada de Natal, principalmente agora com este sol de março dando aqui na Serra da Mantiqueira. Mas a saudade fica num porre de vinho chileno. Afinal estamos na Semana Santa. Haja vinho no sangue do dia a dia. Por aqui tudo mairamente lindo. E por aí? A Tavares de Lira continua desaguando no Potengi? Soube que o Bar do Ovídio fechou. Pra desgraça dos poetas e comendadores da vida, como o meu tio Arlindo Varela. Mas outros botecos virão. E a política? Por aqui me per-

guntam muito: quem é Aluízio Alves? E eu respondo que pra conhecer Aluízio é preciso antes de mais nada conhecer as Quintas Profundas, como diria o poeta e pró-reitor Sanderson. É muito difícil explicar a “Campanha da Esperança”. Mais difícil é explicar a esperança, 16 anos depois que engavetaram a dita cuja e jogaram a chave fora. O povo continua procurando a chave. A esperança é a última que morre, diria Antídio Azevedo. Por isso eu respondo que: Aluízio será o próximo governador do RGN. Quem viver verá. Mas deixemos a política de lado. Como vai a velha TN de guerra? Fale pro Emanoel (Caderno A) que eu não esqueci dele. Quando puder vou mandar algumas colaborações. É que agora, pai, me dedico a arte de misturar mamadeiras e escrever poemas madrugadas a fora. Estou com alguns poemas novos. Um abração amigo, Dailor”

opinião

O centenário de Carlos Lacerda AGNELO ALVES Jornalista

O

centenário de nascimento de Carlos Lacerda me faz remeteraotempoemquetiveoprivilégio de privar de sua intimidade pessoal e profissional como jornalista e líder político, admirando-o nas múltiplas qualidades e entendendo – como extensão – até o seu temperamentoimpulsivo,fazendoo parecer isento do sentimento de amizadeparasemantercoerenteno que acreditava como idealista, como político. Carlos Lacerda foi um gênio musculoso na propulsão de sua crença. Igualmente um crente nas pessoas que recebia como correligionários. Uma máquina de escrever que não resistia muito tempo à força que era também forte nos dedos de suas mãos quando escrevia. Inúmeras vezes, ao término de um artigo mais violento, recorria “ao departamento do bom senso”. Era assim, que, quando precisava, tratava meu irmão, Aluízio Alves, seu redator-chefe na “Tribuna da Imprensa”. Aluízio lia o artigo. Fosse o caso, substituíaumapalavramaisocreou umafrasemaisdura.Chegava,algumas vezes, a reescrever o artigo de Lacerda por inteiro. Outras vezes,

Brum

remetia-o para José Sarney, pedindo que escrevesse outro na mesma linha, porém menos violento. Aluízio,superocupado,tinhaemSarney um amigo confiável. Quantos presidentes da República Lacerda derrubou apenas como jornalista? Getúlio Vargas, duas vezes. A primeira, entrevistando o paraibano Américo de Almeida, quebrando a dura censura na imprensa e pregando o fim do Estado Novo e pregando a eleição para presidente da República. A outra, já restabelecida a democracia, culminou com o atentado contra a sua vida e o suicídio de Getúlio. Derrubou, também, Jânio Quadros e João Goulart. E aí terminou vítima do golpe de Estado que pregou. Os militares, cansados de rasgar a Constituição, mas sempre mantendo o poder nas mãos do civis, assumiram, eles próprios, implantando a ditadura mais cruel e que durou 21 anos. Não tenho como afirmar que Carlos Lacerda foi o idealizador, sequer o construtor da escalada dos golpes militares que se sucederam neste país, a partir da primeira derrubada de Getúlio com a derrocada do “Estado Novo” em 1945, através da surpreendente e corajosa entrevista que fez com José Américo de Almeida. Mas não há nenhuma dú-

O gênio. O derrubador de presidente da República. – A convivência. A intimidade. – A vítima do que, afinal, construiu” vida que atuou com genialidade na formataçãodoEstadodeDireitoque empolgou este país com o antigetulismo na sua origem. Uma empolgação que dominou o Brasil até o tiro no próprio coração que tirou a vida de Getúlio e o projetou para a história, com Lacerda sendo projetado como líder anti-Vargas. O suicídio de Getúlio mudou a história política brasileira. Lacerda continuou empolgando a Nação, como jornalista e líder de oposição, nos quadrantes do Brasil inteiro. Todos queriam saber o que Carlos Lacerda pensava e pregava. Mas a sombra de Getúlio era muito forte. Os historiadores ainda não reportaram –

Cartas

[ www.rabiscosdobrum.zip.net ]

Policiamento Enquanto a PM se preocupa na apreensão de Carteira de Habilitação, os bandidos estão fazendo a festa. Na apreensão de bandidos a PM já demonstrou que não tem competência, pois os bandidos estão em festa há anos.

As noticias de Porpino O cartão postal do Marechal Porpa foi postado em Helsink, no dia 18/01/07 e foi recebido dezoito dias depois em Lagoa dos Velhos, para onde ele enviou. Está endereçado (veja a doidice de Porpino) assim: “Ilustríssimo Senhor Woden Coutinho Madruga (favor entregar no açougue... no dia da feira...) Praça Getúlio Vargas, S/N, cidade 59.000.000 – Lagoa dos Velhos – Rio Grande do Norte – Brasil”. Lagoa de Velhos não tem praça nenhuma com o nome de Getúlio Vargas (mas na lógica de Porpino toda cidade brasileira que se preza tem que ter uma praça com o nome do Gegê. O cartão foi me entregue em São Paulo do Potengi, vinte quilômetros distante de Lagoa de Velhos, aonde eu ia todos os domingos por conta da feira que agora é no sábado.

O cartão postal usado por Porpino mostra Che Guevara fotografado em seis ângulos diferentes (quatro com o charuto na boca) pelo fotógrafo suíço René Burry (Che Guevara, 1963. Photograph by René Burri). Este René fotografava personalidades pelo mundo afora, tipo Fidel Castro, Picasso, Kennedy. Veja o que Porpino escreveu: “Queridos amigos: Woden, Alex, Ticiano, Sanderson e Peixoto. O René Burri traduziu bem o momento do “nosso Che”. Estou cuidando do caminho de volta a Natal, querida e muito especial! O Brasil foi noticia hoje aqui: retiraram do “Buraco do metrô de S.P. o motorista soterrado”... E Ronaldinho alugou consultório para a dentista em Madri... para consertar seus dentes de coelho... Abraço geral do ex-marechal Porpa.”

De Nei para Marize O bilhete de Nei Leandro foi escrito no dia 31 de agosto de 1989, no Bar Douradinho, Rio de Janeiro. Estava com Luís Carlos Magalhães. Os dois tinham estado na Academia Brasileira de Letras numa solenidade na qual se homenageou a poeta Marize Castro, como editora do jornal O Galo, da Fundação José Augusto: “Woden: Estamos vindo de uma consagração. Vi e ouvi quando a poeta Marize Castro subiu ao pódio, com um Galo debaixo do braço, e recebeu dez minutos de palmas. Dez minutos cronometrados por Luís Carlos Guimarães, que não

me deixa mentir. Mas o mais incrível viria depois: Sily de Carvalho (Ministra da Educação e Cultura) tomou a nossa poeta nos braços e estreitou a nossa grande editora num abraço terno e comovido. Marize, numa generosidade, nos apresentou à Ministra. Lula se apaixonou à primeira vista. Eu me apaixonei logo em seguida. Tiramos uma foto que deverei receber segundafeira. Abra espaços na sua coluna para esta foto histórica. Agora estamos comemorando no Douradinho. Marize cheia de troféus. Eu e Lua – não espalhe – cheios de ternura e tesão.”

De Paulo Balá O bilhete de Paulo Balá é de 9 de fevereiro de 1995: “Voltei ontem do chão molhado do Seridó onde fui com o francês Henir, sua esposa Zélia e Mne Ginete, parisiense. Almoço em Gargalheiras: comida simples, sadia, sobrando. Depois visita ao Museu, o sítio Pinturas – a terra de Jagunço – ponto de dormida e, está bem visto, dos comes e bebes. Chovia de correr os duros, depois os córregos, depois os riachos esbarrando nos açudes. Esta, a notícia. Um abraço do seu criado, Paulo Balá”

Empresa Jornalística Tribuna do Norte Av. Tavares de Lira, 101 - Ribeira - Natal/RN CEP: 59010-200 Fone: (PABX) 4006-6100 Fax: (0xx84) 4006-6124 Endereço eletrônico: www.tribunadonorte.com.br

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pelo menos que eu saiba – a época, a efervescência, o clima, enfim, vivido pelo país. Lembro Carlos Lacerda, o pregador. A sua palavra. A sua intimidade sem promiscuidade. Poucos tãopróximos.Osquefaziama“TribunadaImprensa”,atravésdaqual a sua palavra era transmitida a todos os brasileiros, os que dele discordavam e os que com ele concordavam. Foi eleito governador da Guanabara,hojeEstadodoRio.Antes dele e depois dele, nenhum foi, sequer, igual. Uma obra administrativaqueperduramuitoalém.Na política, foi além da esquerda e da direita. Em frente. Foi um privilégio tê-lo conhecidoeconvividopessoaleprofissionalmente,emboraporcurtoperíodo,masqueficouindelévelemmim pela admiração com direito a discordar, episodicamente, em meio a um tudo que o fez um ídolo. Agora um mito. A história do Brasil um diaoreportarácomreconhecimento e justiça. Humildemente, neste pedacinho de nada, faço o registro do centenáriodenascimentodeCarlosLacerda, a quem rendo minha saudade pela sua genialidade e coragem política. FicoimaginandoafaltadeCarlos Lacerda no Brasil de hoje.

eudespnascimento@ig.com.br

Vacinação

Faça-se a luz! LUCIANO RAMOS Procurador-Geral do Ministério Público de Contas do RN.

Minha vida é andar por esse país, pra ver se um dia descanso feliz. Guardando as recordações das terras por onde passei, andando pelos sertões, e dos amigos que lá deixei. Mar e terra, Inverno e verão. Mostre o sorriso. Mostre a alegria, mas eu mesmo não! (A vida do viajante, Luiz Gonzaga.)

O

s saltos revolucionários da humanidade, atualmente, tendem a multiplicar-se em uma velocidade jamais vista. Do início da exploração dos metais à revolução industrial, milhares de anos arrastaram-se lentamente, até que o desenvolvimento tecnológico acelerou-se e, em menos de meio século, concebemos as revoluções das comunicações, da informática e dos transportes. Mas,aparentemente,insistimos em não distribuir equanimemente estas conquistas, seja por incompetência, por mera indiferença, ou qualquer outro motivo nada nobre. E assim freamos potenciais, desacelerando esta linha de crescimento, sobretudo quando se trata de estendê-la a localidades relativamente distantes dos grandes centros. Infelizmente, esta parece ser a realidade de algumas cidades do interior do Rio Grande do Norte. Ou melhor, é o usual nas políticas públicas que deveriam levar-lhes bens essenciais à vida em sociedade, tão básicos e comezinhos coClassificados Redação Fax Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal ASSINATURA Mensal (à vista) Trimestral Semestral (à vista) Anual (à vista)

4006-6161 4006-6113 4006-6124 4006-6100 4006-6111 4006-6111 R$ 56,00 R$ 168,00 R$ 336,00 R$672,00

mo regular fornecimento de água e luz, sem nem falar de sinal de celular e banda larga. E assim, como se isto fosse normal, o mundo se comunica por satélite lá fora, enquanto muitos de nós sequer sabem se haverá luz na escola para ensinar nossas crianças, nem água para as necessidades mais elementares. Não importa se a lei nº 8.987/95 determina que a prestação do serviço público há de ser universal, adequada (sem interrupções inexplicáveis no fornecimento e de forma compatível com a tecnologia), com tarifas equilibradas, além de premida pelo princípio da continuidade do serviço público. Não se fornece regularmente e pronto. Atira-se uma explicação técnica qualquer, como se o Poder Público e o concessionário do serviço público não tivessem a obrigação de planejar e executar soluções para estes problemas. Banalizamos as prestações de serviçopúblicointermitentes,como seencontrassemumaexplicaçãonatural como a dos nossos rios que definham na seca, sertão a dentro. Porém, até mesmo a informaçãodestainfelizocorrência,quebeiraaausência,nemsemprechegaaos que estão um pouco mais distantes deste cotidiano angustiante, pois asnotíciaseaspessoastambémnão circulamcomodeveriam,igualmentedesprovidosdeumtransportepúblico intermunicipal bem planejado, capaz de fomentar as inter-relações sociais e econômicas. Eassimaconteceucomesteque

PREÇO DO EXEMPLAR Rio Grande do Norte 3ª a Sábado Domingo Outro Estado 3ª a Sábado Domingo

ora escreve algumas reflexões. Só quando desloquei-me até lá, convidadoquefui,vi-meconfrontadopelo corriqueiro na cidade de Paraú/RN e municípios da região. Ao lado dos encantos culturais e naturais, colhi relatos locais de interrupçãoquasediáriadefornecimentodeenergia,completandocomum abastecimento de água ainda pior do que lemos nos jornais. Esta é uma realidade indignamente instalada, mas cujo detalhamento caracteriza-se por não chegar espontaneamente e com precisãoemdeterminadasinstânciasdecisórias – isto quando elas não preferem solenemente ignorá-las -, sobretudo nas imediações de Lagoa Nova, na nossa capital potiguar. EnquantoIsraelplantahádécadas literalmente no meio do deserto, temos dificuldades até para fornecer energia elétrica com regularidadeparaodesenvolvimentoeconômicoehumanodenossasregiões. E ainda terceirizamos a explicação paraesteabsurdo,retirando-adaincompetência do Poder Público parafornecer-nosinfraestrutura-que éumadesuasobrigaçõesessenciais -, e imputamos a causa a entidades intangíveis como o tempo, o clima, São Pedro ou qualquer outro, desde que não tenha um protocolo ondepossamosrepresentarcontraeste estado de coisas insustentável. Mas como não é da nossa natureza potiguar aceitar passivamente tais inapetências, haveremos de indagar à ANEEL, à ARSEP, à COSERN e à CAERN o que elas estão a fazer, enquanto o inverno não vem. FILIADO AO

R$ 2,00 R$ 3,00

FILIADO AO INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

R$ 3,00 R$ 4,00

REPRESENTANTE NACIONAL – Pereira de Souza & Cia Ltda: Rio de Janeiro : (O21)2544-3070 – São Paulo: (011) 3259-6111

FILIADO À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS

Quero falar sobre a campanha da vacina. No Posto de Saúde São João, na Romualdo Galvão, não houve vacinação porque os funcionários estão em greve. Muitas pessoas com crianças e idosos não conseguiram tomar a vacina, apesar de haver uma enfermeira no local, que se recusou a aplicá-las. No Hospital da Polícia, a pessoa encarregada da aplicação da vacina também não foi trabalhar hoje. Em resumo, a saúde em Natal está entregue às baratas. glicia.linden@gmail.com

Viaduto do Baldo Se havia a possibilidade de um arranjo provisório, por que o Ministério Público resolveu tomar a extrema medida de fechar o trânsito nas av. Rio Branco e Deodoro por baixo do viaduto do Baldo? Se o trânsito da cidade já estava um caos, com essa medida tornou-se um inferno. Eu, que não entendo nada de engenharia, achava desde o início do imbróglio, que o escoramento do carcomido viaduto daria condições de se prosseguir com os serviços de manutenção e reparos sem a necessidade de fechamento do trânsito. O que a promotoria do meio ambiente deveria ter feito, há muito tempo, era obrigar a Prefeitura tocar para a frente os serviços que permaneceram parados por muito tempo. Aliás, só montaram o canteiro de obras, e nada mais foi feito. É isso aí gente, para todo problema existe uma solução razoável, é só fazer funcionar o bom senso. albertosbezerril@uol.com.br Cartas para esta coluna deverão ter no máximo 40 linhas para cada leitor e endereçadas para a seção Coluna do Leitor - Fone: 4006-6100 FAX: 4006-61224 - Redação/Tribuna do Norte. Email - tribuna@digizap.com.br

REDE CABUGI DE COMUNICAÇÃO TRIBUNA DO NORTE 4006-6100 Rádio Globo/Cabugi (AM) Natal 4006-6180 104 (FM) Parnamirim 3272-3737 Rádio Difusora de Mossoró (AM) 3316-3181/2181/3317-6167 Rádio Cabugi do Seridó (AM) J. do Seridó 3472-2759 Rádio Baixa Verde (AM)J. Câmara 3262-2498 Pereira de Souza(SP) 11/3259-6111 Pereira de Souza(RJ) 21/2544-3070


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

política

Notas & Comentários

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»ENTREVISTA » JOSÉ HERVAL SAMPAIO JÚNIOR JUIZ DA 33ª ZONA ELEITORAL DE MOSSORÓ

[ colunanotas@tribunadonorte.com.br ]

CARLOS COSTA

SARA VASCONCELOS repórter

Obstrução A semana deve começar, na Câmara Municipal, com a discussão do polêmico requerimento que, se for aprovado, trava a pauta de votação em plenário. O requerimento estabelece que só podem ser apreciados as principais propostas que estão com prazo para entrar em regime de urgência se antes foram votadas as matérias que tratam das reivindicações dos servidores que estão em greve.

Discussão Entre os projetos que não podem ser apreciados, se o requerimento for aprovado no início da semana, estão a reforma administrativa e o aumento salarial dos cargos comissionados. Mas há tentativa de amenizar essa imposição. O vereador Júlio Protásio — líder

da bancada de apoio do prefeito — apresentou uma emenda para tirar a reforma administrativa desta lista. A oposição não quer acatar a sugestão. E insiste no requerimento original. As sessões prometem ser barulhentas na discussão do requerimento.

“Getúlio” Em cartaz o filme “Getúlio”, que tem Tony Ramos como protagonista, narra os últimos 19 dias da vida do ex-presidente da República Getúlio Vargas, em agosto de 1954. Assistir a este filme é um programa indispensável para quem se interessa pelos episódios históricos que têm implicações nos dias atuais e por personagens fundamentais pa-

ra a formação política do País. Getúlio Vargas governou o Brasil por vinte anos. “O roteiro acompanha passo a passo a caminhada do presidente que saía da vida para entrar na história. Em torno do pivô da trama, movimentam-se coadjuvantes com densidade de protagonista”, resumiu o jornalista Augusto Nunes.

Processo Os deputados estaduais que integram a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa vão se reunir na próxima terça-feira. Na ocasião, poderão tratar, pela primeira vez, do pedido de impeachment contra a governadora Rosalba

Ciarlini que foi apresentado pelo Movimento Articulado de Combate à Corrupção (Marcco). A tramitação do pedido deverá começar com a escolha do relator. Depois, a comissão vai avaliar se o documento está dentro das normas processuais.

Tramitação O deputado Hermano Morais lembra que nesta

fase na Comissão de Constituição e Justiça não é analisado apenas o mérito de um pedido de impeachment, mas apenas o aspecto formal, ou seja se está de acordo com as regras do regimento interno e as normas de processo.

Eleição Os eleitores de Mossoró vão escolher hoje a quem caberá concluir o mandato que começou a ser exercido em 2013 por Cláudia Regina na Prefeitura de Mossoró. Eleita em 2012, ela foi cassada, com a acusação de abuso do poder político durante o pleito. Cinco candidato es-

tão na diputa (veja, nesta página, na abertura da entrevista com o juiz eleitoral Herval Sampaio). Também no município de Francisco Dantas haverá eleição suplementar, mas neste caso, com candidato único. A TRIBUNA ONLINE fará a cobertura da eleição.

ções do Anhembi. Dilma destacou também a postura do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pouco antes fez um discurso defendendo a candidatura dela. “Foi o compromisso com o povo brasileiro que nos uniu, esse compromisso não se quebra”, afirmou a presidenta dirigindo-se ao seu antecessor.

Dificuldade Durante discurso em evento que formalizou a candidatura à reeleição da presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na sexta-feira, 2, que as eleições não serão fáceis para a candidata e garantiu que estará ao seu lado duran-

te a campanha. “Não teremos uma campanha fácil, não vai ser moleza”, disse. Lula reconheceu ainda o árduo trabalho no Estado de São Paulo, governado por tucanos há 20 anos. “ Aqui em São Paulo sempre foi um Estado complicado para nós”, disse.

Oposição O senador e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, defendeu na sexta-feira em palestra no Fórum Empresarial de Comandatuba (BA) uma proposta polêmica, que é objeto de críticas por parlamentares ligados ao PT e à esquerda, como o PSOL: o fim da maioridade penal para crimes hediondos. Bastante aplaudido por uma plateia

Qual a estrutura prevista para a primeira eleição suplementar em Mossoró, neste domingo?

Estamos tranquilos com relação a essa parte mais administrativa, de logística. O carregamento das urnas foi feito esta semana no Centro Operacional da Justiça Eleitoral, o COJE. Serão usadas pouco mais de 500 urnas eletrônicas, contando com as contingenciais chega a 600 urnas, que seguem para Mossoró na sextafeira (passada). Todas estão com as mídias inseridas, que contam com informações de cinco candidatos, exceto a prefeita afastada Cláudia Regina, que não está na disputa. Já encerramos a fase de candidaturas e estamos na fase de propaganda eleitoral. As eleições acontecem em meio a uma insegurança jurídica?

Reeleição A presidenta Dilma Rousseff agradeceu a confiança do PT durante a formalização de sua candidatura à reeleição na noite de sexta-feira, 2, em São Paulo. “Recebo a missão honrosa e desafiadora que é ser précandidata do PT à Presidência”, disse, durante a abertura oficial do 14º Encontro Nacional do partido, no Centro de Conven-

N

este domingo, 141 mil eleitores irão as urnas em Mossoró participar da primeira eleição suplementar, que já usará o sistema de biometria. O juiz da 33ª Zona Eleitoral de Mossoró, José Herval Sampaio Júnior, acredita que não haverá problemas com a novidade do uso da tecnologia, mas reforçou a equipe de fiscalização e segurança. Alvo de duras críticas e acusado de ser “ditador da eleição”, Sampaio afirma que o que havia em Mossoró é uma “ditadura da ilegalidade” que está sendo combatida. “Nós vimos diversas ilegalidades e estamos aplicando a lei. Se há algo errado o Judiciário vai cruzar os braços? Se não é para aplicar a lei, então é melhor fechar a Justiça”, rebate o magistrado. Embora enfatize que não tramita na Justiça pedidos de adiamento ou cancelamento da eleição, o juiz admite que a insegurança jurídica que ronda o pleito abre a possibilidade. “Essa insegurança jurídica é ruim para a Justiça Eleitoral também. Há insegurança até mesmo quanto as eleições, que podem ser suspensas”, afirmou. Confira a entrevista.

composta basicamente por mais de 300 empresários, o tucano citou o correligionário, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), um dos nomes cotados para integrar sua chapa na condição de vice, também presente ao evento na Bahia, destacando sua Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para reduzir a maioridade penal para crimes hediondos.

Não podemos negar que é um momento diferente da Justiça Eleitoral de Mossoró. Desde o fato de ser a primeira eleição suplementar da cidade, quanto por essa insegurança jurídica em relação aos registros de candidaturas que o TSE não definiu ainda. O que podemos e estamos fazendo é trabalhar, mas é inegável que essa insegurança jurídica é ruim para a Justiça Eleitoral também. É problema generalizado, desde a população que fica sem saber o que fazer, entender como é a real situação, até a Justiça que poderá ter mudanças após o julgamento do TSE. Mas precisamos conviver com ela (a insegurança jurídica). O TSE ainda não definiu sobre o registro de candidatura das duas candidatas, Larissa Rosado e de Cláudia Regina (que desistiu de concorrer), e isso poderá ter implicações. E são as duas com registro indeferido, com a diferença que Larissa pode fazer campanha, uma vez que ela deu causa a nulidade das eleição. Há insegurança até mesmo quanto as eleições, que podem ser suspensas. Há algum pedido, ação tramitando na Justiça no sentido de sustar o pleito?

Não. Por ora, não há nenhum ação nesse sentido. Mas sempre há o risco. É possível, não podemos negar. A prefeita afastada Cláudia Regina, o vice-prefeito e a coligação poderiam requerer essa suspensão. Mas não há qualquer ação nesse sentido. O mérito da ação não foi julgado ainda, no caso da elegibilidade e candidatura de Cláudia Regina e de Larissa Rosado. O que pode ocorrer?

Se a situação permanecer como está, sem uma decisão do TSE que reverta o cenário e seja favorável a deputada Larissa Ro-

Juiz eleitoral afirma que há insegurança jurídica « ELEIÇÃO » Herval Sampaio destaca que houve um

combate à “ditadura da ilegalidade” e afirma que as críticas contra a Justiça Eleitoral não se sustentam

Nós vimos diversas ilegalidades e estamos aplicando a lei. Se há algo errado o Judiciário vai cruzar os braços?” MARCELO BENTO

Estamos tranquilos com relação a essa parte mais administrativa, de logística”

A eleição de Mossoró Os números e os candidatos Data: 4 de maio Diplomação: 31 de maio Eleitores: 141 mil Urnas eletrônicas: 500 Mesários: 1.964 Supervisores de votação: 113 Zonas Eleitorais: 2 (33ª e 34ª ZE)

CANDIDATOS Larissa Rosado (PSB) Francisco José da Silveira Júnior (PSD) Gutemberg Henrique Dias (PcdoB) Josué Moreira (PSDC) Raimundo Nonato (Psol)

sado, em ela vencendo nas urnas, não poderá tomar posse. Os votos dela serão considerados inválidos e assumirá, automaticamente, o candidato que estiver em segundo lugar em número de votos. Não há a possibilidade, nesse caso, de anulação do pleito. Não se aplica aqui a história do 50% dos votos válidos mais 1 voto para anular a eleição, porque os votos dados a Larissa serão invalidados, caso o TSE confirme a inelegibilidade da candidata. Vamos apurar os votos válidos. Só anula a eleição por uma decisão do TSE. Como o senhor analisa essa judicialização do pleito?

Tenho sido bastante criticado, por meio de redes sociais e na comunidade, sendo acusado de bancar a “estrela do Judiciário Mossoroense”. Mas é uma questão simples, como eu tenho dito sempre: se a soberania popular é absoluta, e não existe direito absoluto até onde sabemos, se deve sempre ser aceito o voto que a população deu a candidatos em qualquer das circunstâncias, então, o mais coerente e lógico é que os senadores, os legisladores, acabam com as leis eleitorais e, de quebra, ponham fim à Justiça Eleitoral, porque dessa forma, não tem sentido o nosso trabalho, a ação da Justiça perde ser significado. Se não precisa de leis e da ação da Justiça Eleitoral e o que deve ser considerado apenas a vontade do povo que acabem, ponham fim. O senhor tem sido alvo de críticas por ter rejeitado o registro de candidaturas e cassado os direitos tanto de...

Para essas pessoas que têm falado que há uma ditadura do Judiciário, com essa judicialização, com todo o respeito, eu digo que o que havia e foi confirmado era a existência de uma ditadura da ilegalidade. É isto não podemos admitir e estamos combatendo. Nós vimos diversas ilegalidades e estamos aplicando a lei. Se há algo errado, o Judiciário vai cruzar os Braços? Se não é para aplicar a lei, então é melhor fechar a Justiça? As críticas não se sustentam. Como será o trabalho de fiscalização? É a mesma usada nas eleições municipais de 2012 ou foi requisitado reforço?

Para esta eleição teremos o reforço da Polícia Federal, que está com um plantão 24 horas,

devidamente instituído e atuando desde a terça-feira, para combater os crimes eleitorais. Estamos trabalhando em sintonia com o Ministério Público e a estrutura da Justiça Eleitoral, que são de 15 fiscais. Teve também um incremento de outros 8 fiscais do TRE, vindos de Natal. A Polícia Federal está com um delegado especial e 30 agentes só para apurar os crimes eleitorais praticados nesta última semana e no dia do pleito, além de uma linha específica para denúncias, pelo número telefone 3323-8311, atendendo 24 horas. A Justiça Eleitoral também vai dispor de uma linha, (3315-7370), que vai funcionar para denúncias. Esse reforço reflete uma precaução maior por parte da justiça Eleitoral, visto que a campanha foi bastante conturbada, com várias incertezas?

A estrutura está reforçada porque, como só há eleições em Mossoró, ao contrário de 2012 quando ocorria em todos os municípios, é possível contar com outras equipes. Tanto reforço da Justiça Eleitoral, como também da PF, que em 2012 só atuou no dia e em escolta de juízes praticamente, não tinha esse trabalho durante os dias que antecede o pleito, com o acompanhamento e atuação 24 horas dos crimes eleitorais. Mas, claro, eu estou me prevenindo, porque esta eleição é uma situação delicada, por óbvio. É a primeira eleição suplementar da cidade e cassei os representantes dos dois lados tradicionais da política local, tanto o candidato de um lado quanto do outro estão inelegíveis. Então, estamos nos antecipando para evitar problemas e garantir a tranquilidade do pleito, para que seja observada a lisura e possíveis atos que configurem crime sejam reprimidos, inclusive com a garantia da nossa proteção pessoal. Será a 1ª vez do uso do sistema de biometria. Quais as expectativas?

O cadastramento da biometria encerrou desde o dia 6 de abril e foi mais que positivo, temos mais de 88% dos eleitores com a revisão, quando o TSE estabelece como meta 80%. Não há grandes mudanças que gerem dificuldades, ao contrário, deverá ser um pleito mais tranquilo, ágil. Não deve ter grandes surpresas.


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política

CVM deve abrir investigação sobre compra de refinaria « PASADENA » Comissão de Valores

Mobiliários pode retomar apurações sobre gastos da Petrobras nos Estados Unidos

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Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado financeiro, pode retomar a investigação sobre a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras e até aprofundar a análise sobre a responsabilidade do conselho de administração da estatal no episódio. O regulador investigou o negócio a partir da denúncia de um acionista e chegou a preparar uma acusação contra o então diretor da Área Internacional da estatal, Nestor Cerveró, mas o processo não foi arquivado em fevereiro, porque prescreveu. A CVM tem cinco anos para agir, a contar dos fatos passíveis de punição administrativa e, por isso, a Procuradoria Federal que atua junto ao órgão pediu o arquivamento. Por lei, a CVM pode impor aos infratores de normas do mercado penas que vão de advertência a inabilitação para o exercício de cargo de administrador (diretor) ou conselheiro de companhia aberta. Também pode aplicar multa de até R$ 500 mil, 50% do valor da operação irregular ou três vezes o montante da vantagem obtida ou perda evitada. O principal motivo para reabrir o processo é a eventual configuração de crime. A conclusão pode sair das investigações da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público Federal, ou até mesmo do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que a oposição tenta criar. Caso as investigações culminem em processo criminal, a CVM passaria a adotar os prazos para prescri-

ção previstos na lei penal - superiores aos cinco anos previstos nas normas do órgão regulador. A xerife do mercado de capitais segue acompanhando os desdobramentos do caso, apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Após a manifestação explícita dos conselheiros no sentido de que não receberam as informações completas para aprovar o negócio, a autarquia pode até ter elementos para aprofundar sua apuração. No entanto, qualquer esforço será em vão enquanto houver a barreira da prescrição. No processo arquivado, a CVM mirou Cerveró e não concluiu pela responsabilização do conselho. Realizada ao longo de 2013, a investigação se deteve principalmente nas negociações conduzidas por Cerveró no fim de 2007 pela outra metade do ativo, pertencente à belga Astra Oil. A origem da apuração foi a carta de intenções para a compra da segunda metade de Pasadena, assinada por Cerveró e datada de 5 de dezembro de 2007. No processo, os técnicos da CVM destacam que “causou estranheza” o fato de os conselheiros não terem tido acesso a todos os acordos. Segundo o processo, Cerveró se valeu de uma única análise financeira, da Muse Stancil, realizada “em menos de uma semana”, para fazer a proposta à Astra na carta de 2007. Ao agir sozinho em nome da Petrobras, Cerveró teria desrespeitado o estatuto. Além disso, faltou com sua função ao basear a proposta em uma avaliação financeira frágil.

Justiça manda ex-diretor retornar à custódia da PF A Justiça Federal determinou o retorno para a custódia da Polícia Federal em Curitiba do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, alvo da Operação Lava Jato por envolvimento com organização criminosa liderada pelo doleiro Alberto Youssef. Costa foi preso dia 20 de março, três dias depois da deflagração da Lava Jato. O executivo é acusado de lavagem de dinheiro arrecadado por meio de crimes contra a administração pública, corrupção e peculato.

Ele já é réu em duas ações penais. O ex-diretor da Petrobras ocupava uma cela na custódia da PF em Curitiba. Sob regime de prisão preventiva, foi transferido na semana passada para a penitenciária do Estado do Paraná. Na última quarta feira, 30 de abril, a Secretaria de Administração Penitenciária do Paraná pediu à Justiça a transferência de Costa de volta para a PF. A Secretaria alegou que não tinha como garantir a segurança do ex-diretor da Petrobras.

Assinatura de parceria foi ‘técnica’, diz Padilha O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo paulista, afirmou que “tudo o que está sendo revelado” sobre o Labogen impediria a assinatura de qualquer tipo de contrato com o laboratório. Em Ribeirão Preto, onde visitou a feira Agrishow, uma das maiores do interior paulista, Padilha declarou que o termo de compromisso para uma possível Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Labogen, assinado por ele como testemunha em dezembro de 2013, foi recebido pela pasta após uma “profunda avaliação técnica”. Segundo o ex-ministro, o termo de compromisso foi elabora-

do pelo laboratório da Marinha, mas passaria ainda por “uma série de filtros de avaliação” antes da assinatura de um possível contrato com o Labogen. O ex-ministro assinou o termo como testemunha, segundo revelou ontem o jornal O Globo. Além do Labogen, a indústria farmacêutica EMS e o Laboratório Farmacêutico da Marinha participaram do compromisso para fabricação do medicamento citrato de sildenafila. A assinatura do documento ocorreu mesmo após alertas dos técnicos do ministério de que o Labogen não possuía todos os documentos necessários para produção da substância.

DIVULGAÇÃO

Com os gastos bilionários na refinaria da Pasadena, órgão regulador do mercado financeiro, pode retomar a investigação sobre a compra da refinaria e aprofundar a análise sobre a responsabilidade do conselho de administração da estatal no episódio


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política

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»ENTREVISTA » FERNANDO FERRO DEPUTADO FEDERAL PELO PT DE PERNAMBUCO

Ex-líder do PT critica articulação do governo Dilma Rousseff « POLÍTICA ECONÔMICA » Deputado nega que

a inflação esteja descontrolada e afirma que os preços estão atrelados ao alto consumo

ZECA RIBEIRO

POR EDUARDO MILITÃO Do Congresso em Foco

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x-líder do PT na Câmara, o deputado Fernando Ferro (PT-PE) acredita que a má articulação política do governo de Dilma fez piorarem os índices econômicos da nova gestão petista. A inflação nos últimos 12 meses bateu em 6,15%, enquanto o crescimento do PIB (soma das riquezas produzidas) foi de 2,3% no ano passado. Na era Lula, o PIB crescia a taxas que chegavam a 5%, 6% e 7%, enquanto a variação dos preços ficou, na maioria dos anos, entre 3% e 5%. Em entrevista ao Congresso em Foco, Fernando Fero nega que a inflação esteja descontrolada e diz que parte da subida dos preços está atrelada ao alto consumo e a problemas econômicos internacionais. Mas aponta que a “baixa qualidade” do diálogo dentro da base aliada no governo Dilma também contribuiu para esse e outros percalços na economia brasileira. “O governo do presidente Lula teve um comportamento político diferenciado, que nós, de certa maneira, perdemos”, disse o exlíder do PT. “Foi de menor qualidade do que no governo Lula. Tanto que nós ultimamente tivemos que mudar ministros para retomar a iniciativa no campo da articulação. E isso tem consequências na economia.” Ferro lembrou que os índices econômicos do passado não devem voltar por causa da conjuntura econômica. “Aquele período do governo Lula não está acontecendo. Tivemos outros indicadores, em outro contexto econômico e mundial, diferentes desses. Não está uma situação fácil”, disse. Veja os principais trechos da entrevista com o deputado Fernando Ferro:

Não há como ser oposição sem ser direita? O PSB é direita?

O discurso do Eduardo Campos se aproximou muito do do Aécio. Não só o contato físico e a sequencia de reuniões, mas, me parece, uma tabelinha funcionando aí. Estão municiando-se mutuamente. Ele está construindo um discurso conservador, ao falar que o Estado está gastando muito, que tem que fazer um ajuste fiscal. O que ele quer dizer com isso? Vai ter que cortar o Bolsa Família, o Luz pra Todos, os investimentos sociais? Será que não está falando de funcionalismo?

Está falando de despesas do governo, que o governo gasta mal, gasta muito. Isso se assemelha ao que Aécio tem falado. É preciso sinalizar para o empresariado com esse discurso de austeridade econômica e fiscal. No fundo, nega as conquistas sociais do nosso governo. O PSB é de direita ou esquerda?

Eles estão fazendo oposição pela direita. O que pode ser feito para diminuir a inflação?

Isso é questão sazonal [temporária, comum em determinadas épocas que se repetem]. Não tem como. É uma crise mundial climática, de escassez de alimentos. Aumentou o poder aquisitivo da população brasileira. O povo está comendo mais. A produção que se tinha para alguns anos atrás… Evidente que gera essa pressão de preços e pressão inflacionário. De fato, mas é uma questão sazonal, não é uma questão estrutural. O cidadão vai comprar um pacote de arroz por R$ 14: isso não tira voto?

Claro. Cria um clima que está sendo aproveitado… A oposição está querendo criar um clima de que se perdeu o controle da inflação. Isso não é verdade. Estamos enfrentando um contexto conjuntural, de pressão inflacionária que

tem a ver… O Brasil não é uma ilha. Tem uma crise mundial aí. Enquanto estamos convivendo com uma inflação de 6%, por aí afora a situação é muito pior. Temos em todo mundo o aumento do desemprego, os indicadores sociais pioram. Aqui é ao contrário. Então o governo não precisa fazer nada com a inflação?

Precisa. Tem que tomar providência porque você não pode relaxar nisso. Ficam reclamando porque a gente não aumentou o preço da gasolina. Você imagina se a gente faz isso? Combinado com essa situação, você pode criar uma onde de aumento ainda maior. Além de segurar o preço da gasolina, o que mais precisa ser feito?

Acho que o governo tem uma contribuição com o aumento do investimento para colocar a economia. O governo vai fazer. Vai vir uma nova fase de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento pra abrir mais oportunidades na economia. Isso vai fazer parte de uma sequência que tem tido de mobilização da economia. Você não pode desconsiderar que recentemente foi vista a imagem do Brasil para investimento como boa. Tanto que aumentou o número de investimentos. Diferente do discurso da negação, estão vindo investidores para o Brasil. O senhor diz que a inflação é sazonal. Até quando vai essa inflação?

Não sei. Nós vamos ter um período agora de nova safra. Vamos depender disso. Como foi um ano de regime de chuva complicado, é possível que vamos ter que conviver com essa pressão inflacionária e com esses aumentos ainda por um tempo, mas eu acredito que está sob controle. Por que temos crescimento de PIB baixo e inflação alta?

Não é nossa virtude crescimento de PIB. Somos o terceiro PIB, depois de China e Coreia. E os outros países que não cresceram? Temos que comparar com isso. Brasil não é uma ilha. É um país que está dentro do contexto de uma crise internacional. Mas com PIB baixo, a inflação não tinha que ser menor?

Não necessariamente. Uma pressão de aumento de demanda em algumas áreas, para uma população que melhorou o poder aquisitivo. Essa população que teve acesso a bens vai pressionar. Temos que conviver com isso aí. De fato, aquele período do governo Lula não está acontecendo. Tivemos outros indicadores, em outro contexto econômico e mundial, diferentes desses. Isso é o que inspira um cuidado e monitoramento. Por isso tivemos que apelar para uma política de elevação de juros. A situação… não está uma situação fácil. Mas o governo Lula não teve também méritos próprios? Ou ele pegou carona em uma maré? Não tem o que se fazer? Somos vítimas da conjuntura tanto para melhorar como para piorar?

Eu acho que o governo do presidente Lula teve um comportamento político diferenciado, que nós, de certa maneira, perdemos. Até no diálogo com algumas áreas. Isso aí, realmente, a nossa articulação política foi, eu diria, de menor qualidade do que no governo Lula. Não há como não reconhecer. Tanto que nós ultimamente tivemos que mudar ministros para retomar a iniciativa no campo da articulação política. E isso tem consequências na economia. Há reclamação de setores que perderam a capacidade de dialogar com algumas áreas. Houve de fato dificuldades aqui na Câmara. Nossa agenda aqui na Câmara foi afetada inclusive com a alteração da nossa base de sustentação aqui que modificou.


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Deslizamento de terra mata 350 « AFEGANISTÃO » Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 350 pessoas morreram e até 2 mil podem estar desaparecidas. Deslizamento ocorreu sexta-feira (02)

SHARIF SHAYEQ/AGF

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quipes de resgate e centenas de voluntários correm contra o tempo para tentar socorrer moradores de vilas no nordeste do Afeganistão atingidas por um deslizamento de terra. O número de mortos varia, enquanto as autoridades tentam obter informações mais precisas. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 350 pessoas morreram e até 2 mil podem estar desaparecidas. Já segundo o vice-diretor da Autoridade de Gestão de Desastres Naturais do Afeganistão, Mohammad Aslam Seyas, são 225 mortos confirmados até o início da tarde de ontem (03). De acordo com ele, os moradores da região acreditam que o número de vítimas é maior, mas com base em experiências anteriores, a estimativa atual é mais realista. “As operações de busca e resgate estão muito lentas, em função do temor de novos deslizamentos”, comenta. De acordo com o diretor do Departamento de Desastres Naturais da província de Badakshan, Abdullah Homayun Dehgan, o incidente desta sextafeira ocorreu em duas etapas. Um primeiro deslizamento de terra encobriu algumas casas da vila de Hobo Barak, e quando as pessoas vieram ajudar, um deslizamento maior atingiu a região e soterrou ainda mais moradias. O total de casas atingidas é de

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica instaurou processo administrativo para apurar a formação de cartel na venda de combustíveis em Natal. O processo vai apurar supostas práticas de limitação da concorrência de mercado, como acerto de preços entre donos de 19 postos de combustíveis da cidade. O cartel seria liderado pelo Sindipostos, responsável por sugerir reajuste de preços a serem praticados pelos postos de combustíveis, além de fazer lobby na CMN para barrar o projeto de lei que liberava a venda de combustíveis em supermercados. O procedimento ainda notifica a Petrobrás Distribuidora e sete pessoas físicas para prestar depoimento.

Idosa morre em acidente no Tirol

O incidente ocorreu em duas etapas: o primeiro encobriu algumas casas, e quando as pessoas vieram ajudar, ocorreu o segundo ainda maior

NÚMERO

350 é o número de mortos divulgado pela ONU. Outras 2 mil estão desaparecidas

quase 120. “Eu não acho que um ser humano que ficou enterrado por mais de 12 horas debaixo de toda aquela lama possa estar vivo”, comentou. As autoridades estão distribuindo água e alimento para as pessoas que ficaram desabrigadas em função do deslizamento.

notoriedade ao participar de diversos programas de televisão

DIVULGAÇÃO

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Um funeral está planejado para este sábado e o local deve ser designado como uma vala coletiva, segundo o porta-voz da ONU Ari Gaitanis. Além da guerra e dos atentados terroristas que afetam o Afeganistão há quase três décadas, o país é palco de diversos de-

vidente Benedicta Finazza, mais conhecida como Mãe Dinah, morreu na última sexta-feira (2), aos 83 anos, em São Paulo. A família da sensitiva informou ao que a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. Mãe Dinah deu entrada no Hospital da Luz, na Vila Mariana, no último dia 30 com infecção intestinal. A infecção evoluiu rapidamente e a vidente morreu em decorrência disso. O velório começou ontem às 8h deste sábado e seria realizado até as 15h, no Cemitério da Paz, no bairro do Morumbi, na zona oeste da cidade. Em seguida, aconteceria o sepultamento.

Italiano é morto a tiros na zona Sul de Natal Polícia investiga disputa comercial entre a vítima e um outro italiano

O

Mãe Dinah morreu em São Paulo, por falência múltipla dos órgãos

na última quinta (1º): em 1994, Dinah previu que Senna teria um ótimo ano; no entanto, ele morreu ainda no início do campeonato de F1, sem vitórias. Em seu site, a vidente ainda afirmava ter previsto outros fatos marcantes, como as mortes de Elis Regina e Clara Nu-

sastres naturais, como deslizamentos e avalanches. Em 2012 um deslizamento causado por terremoto deixou 71 mortos. As autoridades nunca conseguiram recuperar todos os corpos e acabaram declarando o local como uma vala coletiva. Fonte: Associated Press.

« VIOLÊNCIA »

« VIDENTE » Na década de 1990, a vidente Mãe Dinah ganhou

Na década de 90, Mãe Dinah ganhou notoriedade ao participar de diversos programas de TV. Uma das previsões mais famosas da vidente foi a morte da banda Mamonas Assassinas, em 1996. Entre as previsões que não se concretizaram, a mais famosa diz respeito ao piloto Ayrton Senna, cuja morte completou 20 anos

CADE vai investigar possível cartel

« TRÂNSITO »

Mãe Dinah morre aos 83 anos

História

« COMBUSTÍVEL »

nes, o namoro de Xuxa com Senna, a derrota do Brasil na Copa de 1990 e o tsunami no Japão em 2011. Em 2013, a vidente protagonizou alguns comerciais da nova MTV, nos quais ironizava suas próprias previsões e falava do futuro da emissora.

italiano Enzo Albanese, de 42 anos, foi morto a tiros na noite de sexta-feira (2). Segundo informações da Polícia Militar, a morte aconteceu por volta das 19h45, na rua Francisco Pignatário, Capim Macio. Albanese era um dos diretores da comissão técnica do time Alecrim Rugby. De acordo com o coronel Alarico, comandante do patrulhamento na Região Metropolitana, um homem com capacete desceu de um Corolla de cor clara, efetuou os disparos e fugiu.

Morte

Segundo o delegado de plantão da Zona Sul, Carlos Queiroz, foram efetuados seis disparos contra a vítima. Enzo Albanese era técnico em eletrônica. Nascido em Milão, na Itália, era um dos diretores da seleção de Rugby do Alecrim. Foi casado durante seis anos

com uma natalense, com quem teve uma filha.

Esposa

Aex-esposadoitalianoeumdos jogadoresdotimequemoravacom

De acordo com os depoimentos, havia uma disputa por terreno entre a vítima e o outro italiano” CARLOS QUEIROZ Delegado

Enzo já prestaram depoimentos à Polícia. Os relatos apontam para uma disputa comercial entre Enzo Albaneseeoutroitaliano.“Deacordocomosdepoimentos,haviauma disputa por terreno entre a vítima e o outro italiano. Uma pessoa ouvida disse que Enzo movia vários processos contra esse possível suspeito”, cometou Carlos Queiroz. As investigacoes estao sendo conduzidas pela 10ª DP.

Uma idosa de 61 anos, identificada como Maria José Amarante, morreu em um acidente de trânsito em Natal, na madrugada de ontem. Dois veículos, uma Mitsubishi Pajero e um Fiat Prêmio, colidiram no cruzamento das avenidas Bernardo Vieira e Salgado Filho. Maria estava em um dos veículos. O genro da vítima, que conduzia o Fiat, foi identificado como Marcos Francisco da Silva. Ele foi encaminhado ao Hospital Walfredo Gurgel com fratura no braço. O condutor da Pajero, Gustavo Leite Antunes, não ficou ferido. Segundo policiais da Delegacia de Plantão da Zona Sul, ele estava visivelmente alcoolizado e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Antunes foi detido e será indiciado por lesão corporal e homicídio doloso.

« JOÃO CÂMARA » Marido mata mulher a pauladas Maria Vanúbia de Andrade, de 24 anos, foi morta a pauladas pelo marido, Francisco do Nascimento Barbosa, de 31 anos. A morte, registrada ontem no município de João Câmara, foi motivada por uma junção de ciúmes e bebida alcóolica, segundo a PM. De acordo com o sargento Carlos Antônio Segundo, comandante da 2ª Companhia Independente de João Câmara, o agricultor já tinha histórico de violência doméstica. “Ontem, a família estava bebendo em casa quando começaram o ciúmes. Ambos estavam embriagados”, conta. Após matar a esposa, Barbosa ainda feriu a genitália da vítima a facadas. Segundo a PM, o agricultor também estava sob efeito de entorpecentes. O acusado foi encaminhado à companhia da Polícia Militar.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

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Gaudêncio Torquato [ gaudenciotorquato@tribunadonorte.com.br ]

Pedrinho, bernardo e o espírito do nosso tempo O pequeno MC Pedrinho está bombando nas redes sociais com Dom Dom Dom, música que faz referência a sexo oral. (MCs são designados os cantores de funk, os “mestres de cerimônias”, responsáveis pela condução e ritmo da festa). O sucesso desse menino de 11 anos deriva não apenas do fato de enveredar pelo gênero que anima bailes das galeras jovens das periferias, mas pelo inusitado feito de fazer ecoar, com seu timbre fino de voz, uma letra cujo fim do refrão é impublicável. A dissonância que se poderia enxergar entre a idade do artista e a carga de significados do funk pesadão parece proposital para chocar ouvidos menos acostumados às nuances da linguagem desse gênero. Pedro Maia faz sucesso. Há dias, outro menino, também de 11 anos, Bernardo Boldrini, foi assassinado pela madrasta, com uma injeção letal no braço esquerdo. Sobre o corpo depositado numa cova, foi jogada soda cáustica para acelerar o processo de decomposição. Os garotos, da mesma idade, de origens e classes sociais distintas – Pedrinho, filho de uma doméstica, Bernardo, filho de médico – traduzem o espírito do tempo em nossos trópicos.

Chama atenção o fato de o garoto ter pedido o apoio do MP para ser acolhido por outra família. Não foi atendido. Tudo isso entra na arena da banalização da maldade” O embalo do primeiro se deve às redes sociais, que lhe proporcionaram mais de um milhão de acessos no You Tube, canal aberto às invenções, ações espetaculares, performances curiosas, movimentos escatológicos e assemelhados de tantos quantos intencionam sair de casulos para adentrar os vãos do Estado-Espetáculo. Seu funk, na esteira da modalidade que a ginga carioca recriou nos morros para enaltecer comandos de gangues, drogas e armas, não lembra em nada o swing que James Brown adotou, nos idos de 60, para tornar o estilo dançante. Mas o caráter desse ciclo não tão heróico que estamos vivendo faz do menino Pedrinho uma celebridade, tirandoo dos arredores da Vila Maria, onde mora, para ganhar os aplausos e a boa grana do show business. O saracoteio do funqueiro mirim nas ondas da música erótica, letras sem sentido e batidas rápidas, por uns considerada lixo eletrônico de apologia ao crime, se encaixa na “maré do niilismo”, que Ortega Y Gasset já vislumbrava em meados da terceira década do século XX. Parafraseando o apocalíptico pensador espanhol, para quem “sem um novo poder espiritual” será inevitável uma catástrofe, esse tipo de manifestação cultural corrobora a sensação de que o “imoralismo avança” puxando uma legião de pregadores da extrema vulgaridade. Sementes do declínio moral espalham-se nas searas dos costumes, na esteira do embrutecimento da vida cotidiana, simbolizado por formas de comportamento anti-social, como uso de drogas, criminalidade, violência. Os valores tradicionais fenecem. Os conflitos se expandem. Encolhe-se o “capital social”, conceito que, na visão do cientista político Samuel Huntington, é a equação da confiança e do respeito, dos direitos e do convívio harmonioso entre grupos. Tal leitura, que se aplica aos mais diferentes Estados democráticos, ganha ênfase por aqui em função do poder corrosivo que, nos últimos tempos, devasta a paisagem institucional. A política escancara uma torrente de escândalos. A gestão pública perde eficácia. A dinâmica social puxa contingentes de baixo para morar nos andares de cima da pirâmide, mas deixa para trás valores tradicionais que formam a argamassa da Cidadania, como solidariedade, respeito aos velhos e crianças, lealdade, amor ao trabalho, culto à família, verdade, honestidade, senso do dever. Muitas leis entram no lixo todos os dias. Dribles e firulas dão curvas na estrada da or-

dem. A educação não prima em valorizar critérios que poderiam ajudar os jovens a preservar o corpo moral. No deserto dos valores, o nivelamento cultural tende a se dar por baixo. Os comportamentos obedecem à liturgia da mimese. Imitam-se gostos, adereços, gestos, danças, roupas de atores e atrizes de novelas. Há propensão para um “fazer extravagante”, forma de chamar a atenção, algo como trejeitos e esgares que dão medo ao próprio Drácula. No diapasão da arte musical, as variações melódicas ganham a escala de uma “nota só”. A frase gritada (ou urrada?) é melhor que o texto cantado. A estética capilar, esquisita e policromática, abriga logotipos de cabelos espetados com cola, indicação de desejo de exibir um “diferencial de imagem”. Esse palco leva as galeras à catarse. O histerismo anima as festas. Por isso mesmo, Pedrinho está bombando. Sob os cuidados de um empresário que comanda seus passos. Afinal, $$$$$ é o que interessa. O menino irá longe? A mãe quer ver o rebento coberto de aplausos e de cofrinho cheio. Mas garante não gostar (?) que ele cante o refrão pornográfico em sua frente. Já o Ministério Público lembra que ele pode cantar o que quiser, sob endosso de uma especialista em sexualidade, para quem “meninos na idade do Pedrinho já falam de sexo entre si”. E assim rola o show business. Bernardo Boldrini, o outro menino, era problemático. É o que se dizia dele. O pai não lhe dava atenção. A mãe biológica, segundo a Polícia, se matou em 2010. A madrasta, diz-se, estaria cobiçando a herança. Enganou o enteado levando-o para fazer uma consulta com uma “mãe de santo”. A linguagem do ritual é de arrepiar. Santo, benzer, rezar. Palavras que expressam Hosana nas alturas para salvar o menino. Que desfaçatez. Armava-se a trama do assassinato. Chama a atenção o fato de o garoto ter pedido o apoio do MP para ser acolhido por outra família. Não foi atendido. Tudo isso entra na arena da banalização da maldade, reforçada por ações(inações) de órgãos de defesa da sociedade, governantes e representantes. Como se explicam, por exemplo, os 3 mil casos de pessoas enterradas como indigentes em São Paulo, apesar de portarem documentos de identidade? Como se explica o despacho de levas de haitianos para São Paulo e outras cidades, sob decisão unilateral do governo do Acre? Onde estão os entes governativos? O espírito do nosso tempo é de trevas!

Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato

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Bombeiros treinam voluntários para a Copa « PREPARAÇÃO » Uma capacitação para cerca de 400 pessoas

cadastradas pela UFRN começou neste sábado e termina hoje (04) FOTOS: JOANA LIMA

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s voluntários na Copa do Mundo recebem treinamento do Corpo de Bombeiros Militar do RN durante este final de semana. Uma capacitação para cerca de 400 pessoas cadastradas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) começou neste sábado, 3, e termina na manhã de hoje. O treinamento presencial dos voluntários nas cidadessedes da Copa de 2014 ocorre motivado pelo projeto “Desenvolvimento de Processos Inovadores para Formulação de Políticas Públicas de Voluntariado em Megaeventos” desenvolvido pela UnB, em parceria com o Ministério do Esporte. Universidades públicas federais e o Corpo de Bombeiros das 11 unidades da federação e do Distrito Federal estão empenhadas na realização destas ações. Durante a capacitação, os voluntários terão aulas de atendimento pré-hospitalar, controle de pânico e Combate a Incêndios. O treinamento ocorre no setor de Aulas III, do Campus da UFRN, com duração de 4h de aula para cada turma, com ensino teórico e prático. Foram duas turmas capacitadas no sábado, e uma terceira turma na manhã deste domingo. Segundo tenente Ananias Targino, coordenador local do curso, cada aula abrange quatro oficinas simulando possíveis ocorrências na Arena das Dunas. Na parte prática, os alunos receberão capacitação para uso de desfibriladores, extintores de incêndio, hidrante de parede. “Nosso objetivo é preparar o cidadão comum para lidar com uma situação de emergência. Saber como agir de imedia-

Capacitação está ocorrendo nas 12 cidades-sedes da Copa. Em Natal, treinamento ocorre na UFRN

sentir preparada para lidar com o inesperado”, comenta.

Nosso objetivo é preparar o cidadão comum para lidar com uma situação de emergência” TENENTE ANANIAS TARGINO Coordenador do curso em Natal

to”, disse o tenente. Ana Maíra da Costa, 57, voluntária, aprovou a proposta do curso e ressalta a necessidade do conhecimento básico de uma brigada de incêndio não somente para os dias do evento, mas para sua vida. “Para um evento desse porte, posso me

Bombeiros na Copa

No período da Copa o Corpo de Bombeiros contará com um efetivo diário de 311 militares e ativará postos de salvamentos avançados (PAS) em áreas estratégicas, do chamado cinturão turístico, como a Br 101 e Via Costeira. Serão mantidas equipes de prontidão dentro e fora do estádio, além das FanFests. Os bombeiros do RN contarão ainda com o reforço de militares da Força Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça (MJ), e do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), um total de 100 homens. Eles serão locados para as ações de prevenção e salvamento aquático, o que permitirá a cobertura de até 140 quilômetros de orla marítima, por meio da ativação

de 22 postos de Guarda Vida (hoje existem 4 postos). Além disso, seis bombeiros militares do estado do Pará darão apoio para ações de Química, Biológica, Radiológica, Nuclear e Explosiva (QBRNE), relacionados a possíveis ataques terroristas. Segundo o tenente Cristiano Couceiro, a corporação também está mantendo contato com a empresa responsável por fornecer a equipe para a brigada de incêndio para dentro do estádio Arena das Dunas. “Teremos homens dentro dos estádios, mas eles não estarão lidando diretamente com o público, apenas entrarão quando for algo que ultrapasse a capacidade dos profissionais lá de dentro, da brigada de incêndio. Estamos em contato com a empresa contratada pela Fifa para certificar que os profissionais da brigada estão devidamente qualificados”, afirma.

Trânsito tranquilo no Baldo « MOBILIDADE » Após a liberação das vias sob o viaduto, as linhas do transporte coletivo também retornaram ao itinerário normal

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ranquilidade no fluxo de carros nas avenidas desinterditadas, Deodoro da Fonseca e Rio Branco. Na manhã de ontem, somente a sinalização e os blocos de concreto na calçada rememoravam ao bloqueio de tráfego que durou pouco mais de uma semana. Comerciantes e transeuntes declaram estar aliviados com a interdição e fim dos transtornos. Segundo o Coronel Sebastião Saraiva, diretor de Fiscalização de Trânsito da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), desde a desobstrução efetuada na noite de ontem, por volta das 18h30, o trânsito flui tranquilo. Os transportes coletivos também retornaram ao itinerário normal e as paradas foram reativadas. Para Cecílio Ricardo Franco, 17, o caminho de ida e volta para os cursos que ele faz em Cidade Alta vão ter menos estresse agora. O estudante mora em Parnamirim, e estava evitando pegar um ônibus que seguisse pelo Baldo. “Perdia de trinta a quarenta minutos no trânsito. Para evitar o Baldo eu tinha que pegar duas conduções”, disse. Artur Moura, é proprietário do restaurante Jardim Seridó, na esquina da Rua Ernani da Silveira com a Deodoro da Fonseca. Apesar de novo no local, está há quase duas semanas, ele disse que havia dificuldade para os clientes estacionarem.

O fluxo de veículos interrompido foi retomado graças a um acordo firmado entre a PGM e PM

“Vamos ver nesta próxima semana, esperamos que o movimento melhore mais”, disse. No entanto, alguns transtornos desta semana de bloqueio ainda são vistos. Na avenida Governador Rafael Fernandes, uma das vias usadas para desvio do fluxo, o trabalho executado pela Semob para alrgar a via quebrou parte da calçada do imóvel do eletricista Nizário do Nascimento, 83. Segundo Francinea Souza, 48, atendente do estabelecimento ao lado do imóvel, o car-

ro de Nizário está preso na garagem desde o dia que foi realizado o serviço. Ela não soube dizer quais as medidas que ele planeja para reverter a situação. Nizário não se encontrava em casa.

Acordo

Ofluxo de veículos interrompido foi retomado graças a um acordo firmado entre a Procuradoria Geral do Município e o Ministério Público Estadual – autor da ação que resultou da in-

terdição. O trânsito estava interrompido desde o dia 23 de abril, por força de uma decisão da juíza Francimar Dias Araújo Silva, da 2° Vara da Fazenda Pública de Natal. O documento foi homologado pela mesma magistrada no final da tarde desta última sextafeira, 02. Caso não cumpra os acordos afirmados – de dar continuidade às obras com finalização no prazo de um mês -, o município será multado em R$ 10 mil por dia.


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geral FOTOS: MAGNUS NASCIMENTO

Parte da decoração colocada na av. Roberto Freire está pichada

Prefeitura está revendo parte da decoração após críticas

Sinalização turística também foi alvo de vandalismo

« VANDALISMO »

Decoração para a Copa é alvo de pichações Nas bandeirolas foram pichadas frases de repúdio ao mundial, como “Fora Copa”

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decoração das ruas de Natal para a Copa do Mundo amanheceu o sábado em meio a nova polêmica. As bandeirolas dos países, dispostas nos principais corredores da cidade, como na avenida Engenheiro Roberto Freire, foram pichadas durante a madrugada. Nas bandeiras do Brasil, Estados Unidos e Japão foram pichadas frases de repúdio ao mundial, como “Não Copa”. Este é o terceiro achaque público à decoração organizada pela Prefeitura de Natal. Ao final de março, após começar a instalar os enfeites para o mundial na avenida Hermes da Fonseca, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) voltou atrás e resolveu trocar os enfeites já instalados. Na época, a assessoria de imprensa do órgão, os adereços que foram colocados na fase de teste no canteiro central da avenida foram considerados pequenos em relação ao tamanho das árvores. O segundo aconteceu durante o último final de semana. No sábado (25), um “pórtico” foi instalado próximo à

arvore da cidade, na BR-101, zona sul, e virou alvo de contestação por parte dos potiguares nas redes sociais. A estrutura, desenhada pelo artista plástico Fernando Moura, trazia o nome da cidade em meio à bolas verde e amarelas e passou menos de um dia instalado. No domingo, a Semsur determinou a retirada do pórtico, a um custo de R$ 11 mil. A estrutura foi construída pela empresa Servlight, que arcaria com os custos da retirada. No total, o custo do “pacote” de decoração municipal é de R$ 1,6 milhões, e inclui pórticos, vitrais, projetores de luz verde e amarela além das bolas de ferro com bandeiras dos países que estão sendo instaladas nas principais ruas da capital.

Novas ideias

Após a repercussão negativa, a Prefeitura de Natal afirmou que iria consultar artistas plásticos e publicitários para refazer a decoração para a Copa do Mundo. O novo pórtico de entrada da cidade, por exemplo, terá de passar pelo crivo da Fifa para ser instalado. A Prefeitura ainda continua o trabalho de decoração da cidade até o dia 30 de maio. O objetivo é de que pelo menos 30 pontos recebam iluminação e enfeites relacionados ao mundial. JOANA LIMA

Criticada arte de painel na BR-101 foi retirada pela Prefeitura


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Rio antecipa operação da Copa « SEGURANÇA » Aumento da criminalidade leva governador a reforçar policiamento nas ruas, antecipando o esquema que estava sendo montado para o mundial da Fifa, em junho io (AE) - Para combater o aumento dos índices de criminalidade no Rio, dois mil policiais militares terão uma folga semanal suspensa para reforçarem o patrulhamento das ruas a partir de segunda-feira. A medida, anunciada pelo secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, seria implementada para a Copa do Mundo

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Bope manterá incursões nas comunidades Rio (AE) - Na quinta-feira, a Polícia Civil prendeu Eduardo Herculano da Silva, o Avião, maior fornecedor de cocaína das favelas controladas pelo Comando Vermelho. Na noite do mesmo dia, houve confronto entre traficantes e policiais militares da UPP da Rocinha, na zona sul do Rio. Fernando dos Santos, de 24 anos, que seria olheiro do tráfico (pessoa que avisa sobre a chegada de policiais ou traficantes de facções rivais nos morros) morreu Jonas Elias da Costa Silva, de 20 anos, foi preso, apontado como um dos envolvidos no ataque à UPP da Rocinha, em fevereiro. Um homem não identificado ficou gravemente ferida após ser atingido no tórax. Ele foi levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul, e não há informações sobre seu estado de saúde. O governador Pezão reafirmou que mesmo com os confrontos, não haverá mudanças no processo de pacificação. “Não muda nada. Vamos continuar com o Bope (Batalhão de Operações Especiais e o (Batalhão de) Choque indo nas comunidades. Cada vez que (alguém) atirar, for pego depredando, colocando fogo em patrimônio público ou privado, vamos pedir imediatamente para ir para presídios federais. Não tem acordo, nada vai nos intimidar nessa política”, acrescentou Pezão. “(Os ataques são) sabotagem feita pelo tráfico de drogas. Os policiais estão sendo atacados covardemente pelas costas. (A favela) é um terreno dificílimo de patrulhar, eles são o verdadeiro tiro ao alvo”. O secretário voltou a defender a reforma penal. “Esse problema da violência não é apenas do carioca. Precisamos de uma reforma penal (e rever) tudo que impacta na questão de segurança pública. Chegamos a ter reincidência de 50% (no Rio)”. Segundo Beltrame, dos 26 mil presos em 2013, 22 mil foram postos em liberdade. “Se olhar o histórico do auto de resistência, vinha em uma queda de 33%. Não dá para avaliar em cima de dois meses. Olhem o histórico que eu acho que o saldo é muito positivo”.

« POLÍCIA » Olheiro do tráfico é morto na Rocinha Rio (AE) - O homem que morreu durante confronto entre policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha e traficantes que permanecem no morro desde a noite de quinta-feira foi identificado como Fernando dos Santos, de 24 anos. Ele seria olheiro do tráfico, que é a pessoa que observa a movimentação nos arredores dos pontos do tráfico e avisa sobre a chegada de policiais. O confronto ocorreu no mesmo dia em que o governador anunciou a transferência para presídios federais de criminosos envolvidos em ataques às UPPs.

e foi antecipada. Ontem, o Instituto de Segurança Pública divulgou dados para o primeiro trimestre do ano, que apontam para o recrudescimento da violência, com aumento dos casos de homicídio, autos de resistência, roubos e furtos. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) voltou a afirmar que pedirá a transferência

para presídios federais de todos os envolvidos em ataques às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). “Tiramos a segunda folga e traremos eles de volta para o serviço, só que com um diferencial muito grande que é pagando o Regime Adicional de Serviços (RAS - sistema de horas extras). Praticamente todo o efetivo será colocado nas manchas criminais

para diminuir as incidências”, afirmou Beltrame em visita a favela Baixa do Sapateiro, no Complexo da Maré, zona norte do Rio. Os dados do ISP mostram que as mortes em confronto com a polícia tiveram salto de 59% - passaram de 96 para 153 casos. Os homicídios dolosos (aqueles em que houve intenção de matar) cresceram 22%. Foram registrados 1.197

casos entre janeiro e março de 2013 e 1.459 no mesmo período deste ano. Os registros de crimes contra o patrimônio também tiveram aumento. Roubos de veículo subiram 50,7% (de 6.111 para 9.209). Roubos de carga passaram de 856 episódios para 1.388 (aumento de 62,1%). Roubos de estabelecimentos comerciais cresceram 54,7%, de 1.475

ocorrências para 2.282. Os chamados roubos de rua (a transeunte, roubo de celular e em transporte coletivo) tiveram aumento de 46,2% - passaram de 16 196 para 23.675. O que teve crescimento maior, em números absolutos, foi a modalidade roubo a transeunte - 20.152 pessoas foram assaltadas nas ruas entre janeiro e março deste ano.


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Cláudio Humberto [ch@claudiohumberto.com.br - www.claudiohumberto.com.br]

Cartilha de guerra Criminosos que se intitulam “revolucionários black blocs”, distribuem cartilha com táticas de guerrilha para membros da facção. A estratégia inclui assaltos, emboscadas, execuções, uso de coquetéis molotov e até explosão do Senado, segundo exemplar obtido pela coluna. Barricadas e placas como “fogo na PM” aparecem no material. Para os policiais descobertos infiltrados, o grupo é taxativo: morte.

geral

Comissão admite convocar Aldo para falar sobre a Copa « SENADO » Presidente do colegiado considera descabida alegação de falta de tempo na agenda para atender ao convite feito em fevereiro EMANUEL AMARAL

Ele é o responsável pela vida de Genoino” Rui Falcão, presidente do PT, sobre o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF

Títulos

Intolerância

Na cartilha, os black bloc se definem como “revolucionários”. Para o bando, o nome adotado deve ser “grupo de intimidade”.

Entre os deveres dos black blocs, o material impõe o “revide não-pacífico” às forças policiais do Estado. Ou seja, bala na polícia.

Granadas

Lista Negra

O guia ensina como fabricar explosivos, alguns deles podendo chegar a 2.000 ºC. Tem de tudo, até bomba a partir de um desodorante.

Os “justiceiros” divulgam uma lista com alguns dos inimigos que devem ser “combatidos da forma como merecem”: Polícia, Exército e Políticos.

Sindicalistas grampeados Fontes da Federação Nacional dos Policiais Federais garantem que ao menos 30 celulares de sindicalistas são monitorados pelo governo Dilma. A entidade atribui ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça)

atuação nos bastidores, com auxílio do Ministério Público Federal, para enquadrar os policiais na mesma legislação usada para prender o vereador Marco Prisco, líder grevista na Polícia Militar da Bahia.

Sem distinção

Estilo Obama

Dirigentes da federação da Polícia Federal reclamam que virou rotina a troca de chips de celulares visados, inclusive de familiares próximos.

Só na federação, uma central telefônica (PABX) chegou a estragar por conta do superaquecimento causado pelo monitoramento do governo.

Sabotagem

Quem paga

O vereador e sindicalista Marco Prisco está preso na Papuda, e responde por crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.

Enquanto deputados gastam a torto e a direito, funcionários da Câmara reclamam que até o cafezinho sofre racionamento nos anexos da Casa.

Despreparo Experiente na arte da política, o ex-senador Heráclito Fortes (PSB-PI) observa que se o PT não estava preparado para o poder, após a vitória de Lula em 2002, hoje não parece estar preparado para deixá-lo.

O alvo Antes contrário à aliança com PSDB em Mato Grosso do Sul, o PT agora estimula o senador petista Delcídio Amaral a disputar o governo com o tu-

cano Reinaldo Azambuja como seu candidato ao Senado, com o objetivo de fragilizar o palanque de Aécio Neves no Estado.

Base aliada

Puro fisiologismo

Em reunião privada antes do Encontro Nacional do PT, na sexta (2), o presidente Rui Falcão contabilizou o apoio de nove partidos à reeleição de Dilma, sem incluir o PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto.

Rui Falcão disse a um grupo de dirigentes regionais do PT que os deputados do PR pediram o “Volta, Lula” porque querem substituir César Borges pelo senador Antônio Rodrigues (SP) nos Transportes.

Reativando as bases O vice Michel Temer combinou com presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), de fazer um périplo em maio nos Es-

tados para acertar coligações e acalmar rebeldes que querem desembarcar da aliança com Dilma.

Fim de festa Foram mixurucas a formatura do Instituto Rio Branco e a condecoração da Ordem do Rio Branco, quarta (30), no Itamaraty: a maioria dos agraciados

recebeu o convite no mesmo dia, e em protesto ou porque não deu tempo, não apareceu. E a vaia a Dilma, prevista, não rolou.

Liberado O Tribunal Superior Eleitoral publicou acórdão permitindo que as 40 sessões de 30 segundos do PMDB nacional, em rádio e TV, sejam usadas pelos diretórios estaduais, neste domingo.

Síndrome de Macunaíma Síntese no Twitter da fala de Dilma na TV: “Falar em Bolsa Família no Dia do Trabalho é igual a cantar parabéns em velório.”

Aldo Rebelo alega compromissos oficiais com a realização do mundial para adiar ida ao Senado

rasília - A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) vai cobrar do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, posição final sobre sua vinda ao colegiado para atender convite aprovado em fevereiro. O atraso na marcação da audiência foi abordado pelo presidente da CE, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), ao fim da reunião de terça-feira (29). Não está descartada a hipótese de aprovação de convocação, que torna a presença obrigatória, caso se prolongue a ausência de manifestação sobre a data. “Não consigo entender que desde fevereiro o ministro não tenha encontrado uma hora e meia para vir aqui”, comentou Cyro, após dizer que o ministro alega estar sempre em viagem para adiar a vinda. Aldo foi convidado para falar sobre os planos e ações da pasta para o ano, inclusive as medidas relacionadas à realização da Copa do Mundo. Os ministros da Educação, José Henrique Paim, e da Cultura, Marta Suplicy, foram igualmente convidados e já compareceram. Cyro observou que a presença de Aldo é muito importante, especialmente diante dos atrasos na preparação do país para a Copa do Mundo. “O Brasil está na marca do pênalti, literalmente’, observou Cyro, sa-

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lientando que a comissão está sendo impedida de debater as dificuldades e, assim, poder colaborar com eventuais soluções. Questionado ao fim da reunião sobre se considera estabelecer prazo para receber uma resposta do ministro sobre a data da audiência, Cyro confirmou que vai esperar uma definição até o fim da primeira quinzena de maio. Não havendo solução, ele disse que logo em seguida tomará as providências necessárias para assegurar o comparecimento. Durante o debate a vice-presidente da CE, senadora Ana Amélia (PP-RS), reforçou a importância da presença do ministro o quanto antes, inclusive por conta do “afunilamento” ainda maior da agenda ministerial a partir de agora. Sem dar nome, ela chegou a citar o caso ocorrido este ano com outro ministro do governo, convocado a comparecer à comissão depois de adiar seguidamente sua presença em audiência por ela mesma proposta. “Melhor uma audiência que uma convocação, especialmente por se tratar de uma pessoa [Aldo] que queremos muito bem e que admiramos muito, que foi um deputado com grandes qualidades. Eu prefiro dar uma última chance antes de convocar’, salientou a vice.

Filiado ao PCdoB, mesmo partido do ministro, o senador Inácio Arruda (CE) disse estar seguro de que a convocação será desnecessária. Ele disse que Aldo é uma pessoa “simples e de fácil acesso” e como prova disso registrou que, somente na Câmara dos Deputados, o ministro havia comparecido três vezes na semana anterior. Em tom de gracejo, Cyro questionou se o ministro tem “alguma coisa contra o Senado” ou se seria um caso de “paixão pela Câmara”. Cyro também aproveitou a reunião para manifestar, em nome de todos os colegas de comissão, solidariedade e apoio a Daniel Alves, que integra a equipe de futebol do Barcelona, na Espanha. Também jogador da Seleção Brasileira, ele vítima de manifestação racista no campo do Villarreal, durante partida do Campeonato Espanhol disputada no domingo passado. “O racismo é um problema mundial e precisa ser combatido com rigor. O Brasil é composto por brancos, negros, pardos, índios, orientais, enfim, por uma grande diversidade étnica. E, exatamente por esse motivo, temos a responsabilidade de dar o bom exemplo, combatendo a discriminação racial dentro e fora dos campos”, afirmou.

« PASADENA »

CVM retomará investigação sobre compra de refinaria io (AE) - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado financeiro, pode retomar a investigação sobre a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras e até aprofundar a análise sobre a responsabilidade do conselho de administração da estatal no episódio. O regulador investigou o negócio a partir da denúncia de um acionista e chegou a preparar uma acusação contra o então diretor da Área Internacional da estatal, Nestor Cerveró, mas o processo não foi arquivado em fevereiro, porque prescreveu. A CVM tem cinco anos para agir, a contar dos fatos passíveis de punição administrativa e, por isso, a Procuradoria Federal que atua junto ao órgão pediu o arquivamento. Por lei, a CVM pode impor aos infratores de normas do mercado penas que vão de advertência a inabilitação para o exercício de cargo de administrador (diretor) ou conselheiro de companhia aberta. Também pode aplicar multa de até R$ 500 mil, 50% do valor da operação irregular ou três vezes o montante da vantagem obtida ou perda evitada. O principal motivo para reabrir o processo é a eventual configuração de crime. A conclusão pode sair das investigações da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público Federal, ou até mesmo do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que a oposição tenta criar. Caso as investigações culminem em processo criminal, a CVM passaria a adotar os prazos para prescrição previstos na lei penal - superiores aos cinco anos previstos nas normas do órgão regulador. A xerife do mercado de capitais segue acompanhando os desdobramentos do caso, apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Após a manifestação explícita dos conselheiros no sentido de que não receberam as informações completas para aprovar o negócio, a autarquia pode até ter elementos para aprofundar sua apuração. No entanto, qualquer esforço será em vão enquanto houver a barreira da prescrição. No processo arquivado, a CVM mirou Cerveró e não concluiu pela responsabilização do conselho. Realizada ao longo de 2013, a investigação se deteve principalmente nas negociações conduzidas por Cerveró no fim de 2007 pela outra metade do ativo, pertencente à belga Astra Oil.

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» ENTREVISTA » ANA PAULA BORTOLETTO NUTRICIONISTA

ALEX RÉGIS

‘Acordo voluntário para redução de sal não é eficiente’ « ALIMENTOS » Para pesquisadora, não basta ter meta mais rigorosa, mas obrigar a indústria a cumprir porção mínima de sal nos produtos processados acordo voluntário para reduzir a quantidade de sódio dos produtos industrializados, realizado entre o Ministério da Saúde e associações que representam as empresas da indústria alimentícia no Brasil, “não parece ser eficiente para ter um impacto na saúde, que é o grande objetivo do contrato”, avalia a Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - Idec, responsável pela pesquisa que analisou a rotulagem de 95 produtos a partir de nove categorias alimentícias. De acordo com Ana Paula, as metas para redução gradativa da quantidade de sódio nos produtos foram estipuladas não segundo a média de sódio encontrada em cada categoria alimentícia, mas em relação aos índices mais elevados de sódio encontrados em cada categoria. Esse cálculo, acentua, possibilitou “um favorecimento para indústria porque, primeiro, o acordo é voluntário, então as empresas podem ou não aderir a ele e, segundo, porque o estabelecimento das metas, tal como foi feito, fez com que grande parte dos produtos já estivesse adequada ao acordo”. E acrescenta: “A proposta de reduzir o consumo do sódio não significa a implicação direta na redução do sódio dos produtos”. Na entrevista a seguir, concedida por telefone à IHU OnLine, ela assinala que a “definição das metas não é muito clara”, porque o Idec não teve acesso aos estudos para identificar quais produtos foram analisados e em que dados o Ministério da Saúde se baseou para estipulá-las. “A maioria desses produtos, mesmo com a estipulação das metas, permanece com altas quantidades de sódio”, informa. E dispara: “Os acordos voluntários não parecem trazer os benefícios em relação à redução de sódio para melhorar a saúde da população brasileira. (...) Não basta ter apenas uma meta mais rigorosa, mas é preciso uma normativa para que as empresas sejam obrigadas a cumprir uma quantidade mínima de sódio nos alimentos”. Alimentação e nutrição é o tema do XV Simpósio Internacional IHU “Alimento e Nutrição no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, de 05 a 08 de maio de 2014. Confira a entrevista.

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QUEM Ana Paula Bortoletto é mestre e doutora em Nutrição em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP; pesquisadora em alimentos do Ipea e do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens)

Por ser um acordo voluntário, como a indústria recebeu essa proposta?

Não basta ter apenas uma meta mais rigorosa, mas é preciso uma normativa para que as empresas sejam obrigadas a cumprir uma quantidade mínima de sódio nos alimentos”

Em que consiste o acordo firmado entre a indústria alimentícia e o Ministério da Saúde com o objetivo de diminuir gradativamente o uso de sódio nos produtos?

Esse acordo é voluntário e realizado entre o Ministério da Saúde e várias associações que representam os setores da indústria de alimento no Brasil. Ele tem o objetivo de estabelecer metas de redução do sódio para as diversas categorias de alimentos processados. O primeiro acordo foi aprovado em 2010 e, desde então, o Ministério da Saúde vem publicando metas para categorias de alimentos diferentes. A intensão do acordo é reduzir o consumo de sódio da

população brasileira e faz parte de uma estratégia de redução de sódio que não inclui apenas esses acordos, mas outras ações do Ministério da Saúde, como campanhas de educação da população, a questão da rotulagem nos produtos e outras ações que fazem parte dessa estratégia. No Brasil e no resto do mundo, o excessivo consumo de sódio é um problema e está associado ao surgimento de doenças cardiovasculares e hipertensão. Hoje, o Brasil tem uma epidemia dessas doenças, e como o consumo de sódio é um dos fatores de risco, é necessário diminuí-lo para enfrentá-la.

Se reduzirmos apenas um pouco o valor do sódio dos alimentos, não terá impacto significativo nos casos de hipertensão dos brasileiros”

A indústria alega que já estava reduzindo, gradativamente, a quantidade de sódio dos produtos. De todo modo, da maneira como as metas foram estabelecidas, houve um favorecimento para a indústria, porque, primeiro, o acordo é voluntário, então as empresas podem ou não aderir a ele e, segundo, porque o estabelecimento das metas, tal como foi feito, fez com que grande parte dos produtos já estivesse adequada ao acordo. A proposta de reduzir o consumo do sódio não significa a implicação direta na redução do sódio dos produtos. Qual a quantidade de sódio estipulada pela meta do acordo?

Para cada uma das nove categorias, há uma meta estipulada. Esse cálculo foi feito a partir de uma análise do mercado, com amostragem de várias categorias, para mostrar qual é a média de sódio presente nos produtos. Por exemplo, no caso do macarrão instantâneo, foram analisadas algumas marcas e verificou-se que a média do mercado era um valor “x”, o valor mais alto era “a” e o mais baixo era “b”. Dessa maneira, é possível identificar a variabilidade do teor de sódio dos produtos. Entretanto, a meta da quantidade de sódio foi estabelecida de acordo com os valores mais altos presentes nos produtos disponíveis no mercado, porque a intenção é de que somente os produtos com valores mais altos tenham as taxas de sódio reduzidas. Assim, a definição das metas não é muito clara, porque não tivemos acesso aos estudos para saber quais foram os produtos analisados e quais são os dados que basearam a elaboração das metas, e isso é um problema. O acordo foi pactuado diretamente com as indústrias e o Ministério da Saúde e, portanto, as metas apenas irão servir para que os valores mais altos de sódio dos produtos sejam reduzidos. É possível saber qual é a variabilidade de sódio dos alimentos?

Temos algumas informações divulgadas pela Anvisa desde 2010, mas ela não avaliou todas as categorias de alimentos, e a amostragem desses alimentos é muito pequena. Mas tenho um exemplo para ilustrar: em 29 marcas de batatas fritas analisadas, os teores de sódio variavam

de um mínimo de 126 miligramas até 716 miligramas a cada 100 gramas. A meta estabelecida para 2012, a partir desses dados, é de 650 miligramas, ou seja, está bem próximo do valor máximo encontrado no relatório da Anvisa. Para 2016, a redução é para 529 miligramas. Diante disso, esse acordo não nos parece eficiente para ter um impacto na saúde, que é o grande objetivo do contrato. Se reduzirmos apenas um pouco o valor do sódio dos alimentos, não terá um impacto significativo nos casos de hipertensão no país. Na última pesquisa realizada pelo Idec, analisamos as categorias estabelecidas no final de 2013 e buscamos avaliar os rótulos de 95 produtos, que são os embutidos, como mortadelas, salsichas, presuntos, hambúrguer, empanados, queijo mozzarella e sopa pronta. Desses produtos, a maior parte deles já possui um valor de sódio considerado alto pela avaliação que fizemos pelo Semáforo Nutricional. As linguiças têm em média mais de mil miligramas de sódio a cada 100 gramas, a salsicha tem 899 miligramas de sódio por 100 gramas, as sopas instantâneas tiveram 328 miligramas. Segundo o parâmetro do Semáforo Nutricional — que é uma proposta de avaliação dos valores dos nutrientes de acordo com a quantidade —, acima de 600 miligramas de sódio por 100 gramas é considerado um valor alto de sódio, e a rotulagem dos produtos tem a cor vermelha para identificar. A maioria desses produtos, mesmo com a estipulação das metas, permanece com altas quantidades de sódio. Qual é a quantidade de sódio recomendada para ser ingerida diariamente e, em média, quanto os brasileiros consomem?

A pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, realizada pelo IBGE, mostra qual é o consumo de sódio no Brasil. O consumo recomendado pela Organização Mundial da Saúde – OMS é de 2 mil miligramas por dia, ou seja, dois gramas. Mas o brasileiro consome aproximadamente cinco gramas de sódio, mais que o dobro do recomendado.

Por que pizzas semiprontas, lasanhas congeladas e salames foram retirados do acordo para reduzir a quantidade de sódio?

Segundo investigamos com o Ministério da Saúde, alegouse que as lasanhas e as pizzas já terão uma redução indireta do sódio por conta da redução do teor de sódio dos ingredientes, como é o caso do queijo. Essa justificativa não é suficiente, porque lasanhas e pizzas prontas têm uma quantidade de sódio muito alta e a redução da quantidade de sódio do queijo não irá resolver o problema do alto teor de sódio nesses produtos. No caso do salame, uma das empresas alegou uma dificuldade tecnológica para reduzir o sódio, porque ele tem função não só de dar sabor aos alimentos, mas de conservá-los por mais tempo. Não temos como garantir se, de fato, é essa a razão. Pode comentar sobre a pesquisa realizada pelo Idec, a qual analisou o rótulo de 95 produtos de nove categorias?

O Idec fez essa pesquisa para verificar como os produtos que fazem parte deste último acordo voluntário estão em relação ao sódio. Nas avaliações anteriores, verificamos que muitos dos produtos já estavam dentro das metas para a redução. Os produtos analisados recentemente fazem parte do acordo de 2013, que têm meta de redução da quantidade de sódio para 2015 e 2017. As categorias são queijo mozzarella, linguiça, salsicha, hambúrguer, empanados, mortadela, presuntos, requeijão e sopas instantâneas individuais. Dessas categorias, a maioria está dentro das metas estipuladas. No caso da salsicha, das oito analisadas, todas estão dentro das metas e não precisaram se adequar aos acordos. No caso dos hambúrgueres e empanados, dos oito analisados, seis já estão dentro das metas estabelecidas. No caso do requeijão, analisamos 24 marcas, das quais 16 estão dentro das metas para 2015 e 14 para as metas de 2017. Ou seja, somente uma pequena parcela de produtos precisará reduzir as quantidades de sódio. Uma categoria que terá uma redução mais significativa será a mortadela, já

que nenhum dos produtos avaliados está de acordo com as metas, e também o queijo mozzarella, porque metade dos avaliados também precisa reduzir a quantidade de sódio. Observamos, com a pesquisa, que essas são categorias de produtos que possuem uma quantidade de sódio alta e que a grande maioria está dentro da meta, ou seja, os acordos voluntários não parecem trazer os benefícios em relação à redução de sódio para melhorar a saúde da população brasileira. A meta estipulada pelo acordo é equivocada?

A maneira de calcular a meta tem problemas. A questão é que, se estipularem uma meta mais rigorosa e o acordo continuar sendo voluntário, a empresa poderá não querer aderir a ele e não haverá punição. Não basta ter apenas uma meta mais rigorosa, é preciso uma normativa para que as empresas sejam obrigadas a cumprir uma quantidade mínima de sódio nos alimentos. Existem alguns estudos na Argentina que mostram a redução gradativa do valor de sódio do pão de padaria e a população nem percebeu, porque se usa tanto sódio que nosso paladar nem percebe a redução. Até 20% da redução do valor do sódio é imperceptível ao paladar. Seria importante ter uma meta rigorosa em relação a essa questão, porque aí todas as empresas teriam de se adequar. Não temos a informação de quais empresas participam do acordo e quais não. As associações dizem que representam a maior parte do mercado, mas não temos essa informação para saber se as empresas que se comprometeram estão cumprindo o acordo. Esse processo de construção do acordo deveria ser melhorado. Qual seria a meta ideal para diminuir a quantidade de sódio dos produtos?

Seria necessário reduzir 20% do valor médio do mercado. Essa é uma sugestão razoável. A redução vai depender da categoria dos alimentos, porque, de acordo com a característica de cada produto, alguns permitem uma redução maior da quantidade de sódio e, outros, menor.


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Espanha busca túmulo de Cervantes « LITERATURA » Equipe começou o trabalho exploratório na última segunda-feira e as conclusões finais devem ser anunciadas até o final do ano. Escritor, que teve vida conturbada, morreu pobre em 1616 JORGE SAINZ Associated Press

adri (AE) - O grande escritor espanhol Miguel de Cervantes foi um soldado de pouca sorte. Morreu pobre em Madri, com o corpo perfurado por balas. O local de sepultamento foi uma pequena igreja de convento do tamanho semelhante ao do hall de entrada de uma casa comum. Pouco se ouviu falar do autor do século 16 até a redescoberta de um romance que traz um personagem excêntrico chamado Dom

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Textos dão pista sobre anatomia do escritor A investigação usará como referência retratos do autor e suas próprias histórias, em que ele relata que, pouco antes de morrer, tinha apenas seis dentes. Mas as marcas mais evidentes serão as feridas de batalha que Cervantes carregava no corpo. Em 1571, o escritor foi ferido na batalha de Lepanto, que opôs as forças turcas otomanas à Santa Liga do Mediterrâneo, liderada pela Espanha. A bordo do navio La Marquesa, Cervantes foi atingido com três tiros de mosquete, dois no peito e um na mão. Ele passou vários meses em um hospital, na Sicília, mas conseguiu se recuperar. Apesar de textos históricos, muitas vezes, falarem do “maneta de Lepanto”, médicos nunca amputaram o braço do autor. No entanto, ele perdeu completamente o seu uso. Se os ossos forem encontrados, serão devolvidos para a igreja. “Ele voltará a ser enterrado lá, mas com uma placa para lembrar o nome dele e quem ele é”, disse Prado.

CRONOLOGIA Principais momentos da vida de Cervantes 1566 Foi morar em Madri junto com a família. 1569 Transferiu-se para Roma, após ter ferido um homem num incidente em Madri. 1571 Participou na Batalha de Lepanto (contra os turcos). Foi ferido durante um combate e ficou com a mão esquerda inutilizada. 1575 e 1580 Ficou num cativeiro em Argel (Argélia), após ter sido capturado por piratas. 1581 Foi morar na cidade de Lisboa, onde escreveu peças de teatro. 1583 Casou-se com Catalina de Palacios Salazar. 1587 Nomeado comissário real da Armada espanhola. 1593 Publicou o romance La casa de los celos. 1597 Foi preso na cidade de Sevilha. 1605 Publicou a primeira parte de Dom Quixote. 1613 Entrou para a Ordem Terceira de São Francisco. 1615 Publicou a segunda parte de Dom Quixote.

Quixote, que o resgatou do esquecimento. Até então, ninguém conseguia nem lembrar onde estava o túmulo do autor. Quatro séculos depois, a Espanha tem a intenção de oferecer justiça a esse grande homem. Uma equipe que procurará os restos mortais de Cervantes começou o trabalho exploratório na última segunda-feira e as conclusões finais devem ser anunciadas até o final do ano. O custo estimado da operação é de 100 mil euros. Uma operação de busca contará com três fases e acontecerá

em cerca de 200 metros quadrados no Convento das Trinitárias Descalças, no histórico Barrio de las Letras de Madri, também conhecido como o Bairro Literário. Quando Cervantes se mudou para a capital da Espanha, em 1606, ele já havia publicado o romance que mudaria a literatura espanhola: “As aventuras do Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha”. Embora o livro tenha obtido algum sucesso na época, ele não o tornou famoso e o autor foi mais conhecido na Espanha como um soldado de má sorte.

Cervantes havia sido ferido em combate e passou anos de cativeiro em Argel. Ele havia sido capturado por piratas turcos que embarcaram no navio em que ele estava voltando para a Espanha, depois de enfrentar uma guerra contra o Império Otomano. A ordem trinitária negociou sua libertação e ajudou a pagar um resgate que arruinou a família de Cervantes. Cervantes foi obrigado a viver como um mensageiro para o convento com o objetivo de agradecer por sua libertação. Ele morava em um bairro de ruas es-

treitas, casas pequenas e tabernas cheias de artistas e prostitutas, onde o vinho fluía e tapas eram servidos. Outros autores da idade de ouro literária da Espanha, como Francisco de Quevedo, Lope de Vega e Luis de Góngora, ignoravam o autor. Cervantes foi enterrado em 1616, após viver 68 anos. Algum tempo mais tarde, a capela foi ampliada para as atuais proporções, apesar de ainda modestas. De acordo com Fernando Prado, o historiador no comando do projeto, apenas cinco pessoas, incluindo uma criança e Cervantes,

estão enterrados no local. “Sabemos que ele está enterrado lá”, disse Prado. “A história nos ensina que as igrejas nunca jogam ossos fora. Elas podem colocá-los sob telhados e abóbadas, se necessário, mas ninguém se atreve a jogálos em um ossuário comum”. A primeira fase consistirá na exploração com uso de radar. A escavação começará se forem detectados ossos. “Vamos ver claramente se há um terreno alterado que nos dará pistas”, disse o operador de radar Luis Avial. O relatório da Avial estará pronto em um mês.


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EUA e Europa são reféns da Rússia « CIÊNCIA » Em meio à crise ucraniana, mexer na cooperação espacial com a Roscosmos parece fora de questão. Acabar parceria, colocaria em risco programas europeu e americano e significaria fim da ISS DIRK LORENZEN Deutsche Welle

erlim - Atualmente, a Estação Espacial Internacional (ISS) tem seis tripulantes: três russos, um japonês e dois americanos. Todos chegaram ao espaço a bordo da nave russa Soyuz, que foi lançada de uma base, também russa, no Cazaquistão. Atualmente, essa é a única opção de se chegar à ISS. Desde que, há três anos, os Estados Unidos aposentaram seus ônibus espaciais, somente aeronaves russas percorrem o

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trajeto de 400 quilômetros entre a terra e a ISS. E, essa situação deve permanecer inalterada até 2017, quando a Nasa (a agência espacial americana) terá novamente uma nave para enviar astronautas ao espaço. Em meio à crise na Ucrânia, mexer na parceria espacial parece fora de questão nos EUA. O fim da cooperação com a Rússia significaria o fim da ISS. Astronautas, sejam europeus ou americanos, não chegariam ao espaço. E os russos perderiam o apoio financeiro e técnico, por exemplo, na comunicação e fornecimento

de material, que vem dos EUA. Na ISS, os parceiros internacionais estão todos no mesmo barco: a complexidade do módulo é grande demais para iniciativas nacionais. “Nossos astronautas continuam treinando na Cidade das Estrelas, perto de Moscou, e viajando com a Soyuz. A cooperação espacial ainda é muito boa”, afirma Charles Bolden, diretor da Nasa. A agência espacial dos Estados Unidos paga cerca de 70 milhões de dólares por voo para cada astronauta na Souyz – e cada vez que o dinheiro é enviado a

Moscou é necessária uma autorização do Congresso americano. Na última vez em que foi questionado no Capitólio, Bolden disse que os voos para a estação espacial não são simplesmente operações de rotina, mas sim indispensáveis para futuras missões no espaço. No espaço, a Nasa testa novos materiais para voos à Lua e a Marte, e os astronautas passam por testes médicos. “É um absurdo afirmar que nós poderíamos realizar missões nas profundezas do espaço, ao invés de voar para a ISS. Se nós não conseguimos

chegar próximo à órbita terrestre, não haverá mais programas espaciais”, diz o diretor da agência. Em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decretou que o país participaria do projeto da ISS por pelo menos mais dez anos, buscando reforçar a parceria Rússia, Europa, Japão e Canadá o máximo possível. Apesar de, além da estação espacial, não haver nenhum outro projeto de cooperação no espaço entre Rússia e Estados Unidos, os americanos dependem da tecnologia russa, inclusive para o lançamento de satélites.

O foguete de lançamento Atlas 5, dos EUA, opera com um mecanismo de propulsão russo. Ironicamente muitos satélites de reconhecimento do Ministério da Defesa americano também só podem ser lançados com um foguete de tecnologia russa. Não há outros foguetes de lançamento disponíveis na quantidade necessária, e um mecanismo de propulsão não pode ser substituído facilmente. Um boicote imediato da Rússia interromperia brevemente todos os lançamentos de Atlas 5 realizado na Flórida.

Agência busca apoio russo para pousar em Marte Berlim (DW) - Caso os EUA reduzam drasticamente a cooperação com a Rússia, a Europa não vai poder preencher essa lacuna. A nave de abastecimento não tripulada da Agência Espacial Europeia (ESA), o Veículo de Transferência Automatizado (ATV), voará somente mais uma vez até a Estação Espacial Internacional e não será mais construída. Além disso, a Europa nunca desenvolveu naves espaciais tripuladas. Embora o foguete Ariane seja confiável, ele não transporta pessoas para o espaço. Devido aos custos, há décadas a política espacial europeia bloqueia o desenvolvimento de naves espaciais tripuladas. No final de maio, o geofísico alemão Alexander Gerst deve ser enviado ao espaço por seis meses. Atualmente ele está na Rússia, treinando para sua viagem à ISS com um lançador russo. Em novembro, ele será substituído pela italiana Samantha Cristoforetti. A Agência Espacial Europeia depende da Rússia para enviar seus astronautas ao espaço, além de cooperar mais intensivamente com a Roscosmos (a agência espacial russa) do que com a Nasa. Agora, a ESA pretende, com o apoio russo, pousar em Marte e procurar sinais de vida com um laboratório de pesquisa automático. A China é a única alternativa para enviar astronautas ao espaço. Apesar de possuir naves tripuladas, o país não é parceiro na ISS. Para muitos na Europa e nos Estados Unidos, depender de tecnologia chinesa no futuro, ao invés de russa, seria ainda pior. Os astronautas estão tranquilos. Nacionalidades não têm importância em missões internacionais: no espaço todos têm que confiar uns nos outros. O astronauta Reid Wiseman, que viajará com Gerst e o russo Maxim Surajev, elogia a hospitalidade e o treinamento profissional da Rússia. “Quando começarmos, voarão três amigos ao espaço”, afirma o americano. Em março, três astronautas – um americano e dois russos – retornaram à Terra depois de quase seis meses na Estação Espacial Internacional. Durante o tempo que passaram na estação espacial, os astronautas realizaram 35 atividades – entre elas uma caminhada histórica no espaço com a tocha das Olimpíadas de Inverno de Sochi, em 9 de novembro. Três outros astronautas permanecem a bordo da estação – o comandante japonês Koichi Wakata, o americano Rick Mastracchio e o russo Mikhail Tyurin. Outros países como o Japão e a China também participam dos programa de exploração do espaço, mas eles tem outros mecanismos de pesquisas.


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SANDERSON NEGREIROS [ ESCRITOR]

O que fica da vida e repente, o esquecimento da lembrança. Que é do destino, brancamente anônimo; de milhares de pessoas que se consomem no diaa-dia, sem horizonte, sem reconhecimento, sem grandeza de espécie nenhuma? Alguém, que vive muito além de nós todos, deve ter aperfeiçoado as leis da Justiça. E, assim, anotará esses nomes de que nunca se ouviu falar, ignorados de seu valor subjacente, que se desencontram na perspectiva do primei-

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ro sofrimento. Esses nomes deverão ser lembrados quando esse pobre planeta, e tão rico, passar a fazer parte de outro sistema solar. Ou entrar no buraco negro. Nunca acreditei em Livro de Ouro. Este, contudo, deverá existir somente nas mãos desse Alguém, que nos criou para alguma coisa; e força é descobrir a razão dessa destinação. Quantas centenas de costureiras se dobram sobre a diurna sobrevivência para ajudar o

marido, que percebe pouco mais do salário mínimo; e avançam na noite, vigilantes e exaustivas, querendo domar o próprio destino como se doma a fera inviolável com um tiro fatal. Quantas mães de família, com cinco, dez filhos, não se desintegram em átomos de amor, na persuasão da maternidade, incluindo, no seu repertório de dons, o determinismo de sofrerem todas as horas, com incrível paciência de santas indescobertas!

Freiras que visualizam o próprio instinto de mulheres em hábitos pesados, só para cumprir o compromisso assumido com seu Deus – e desenham, no ar dos hospitais, o gesto intacto da bondade com que esse mesmo Deus criou o primeiro dia da criação, e empolgou-se com a beleza das flores, dos mares e das cores. Freiras que gesticulam com os olhos a oferta de toda uma vida para que o moribundo, no leito doente, não sucumba às pri-

mícias da morte presente ou prematura. Nas grandes cidades, pais que saem de casa de madrugada para ir buscar o pão nosso de cada dia – às vezes o célebre pão que o diabo amaçou – para saciar a fome da família inteira; e tem de voltar, noite alta, pendidos ao sono e ao cansaço calados, sabedores de cumprirem um rito de vida que não tem graça, nem recompensa, nem satisfação menor ou maior. Penso nos que foram derrotados, humilhados, porque não tiveram força nem coragem para assumir o heroísmo. Penso no personagem de que fala o poeta Fernando Pessoa, que dizia: “Todos são príncipes na Vi-

MARCELO NAVARRO [ DES. FEDERAL ]

NELSON PATRIOTA [ ESCRITOR ]

Notícia sobre um escritor desaparecido

O Papa contra Hitler sta semana, o mundo assistiu a um acontecimento extraordinário. Mais que isso, inédito: o dia dos quatro papas. Dois sendo canonizados — João XXIII e João Paulo II —, mais dois, vivos, praticamente concelebrando essa canonização — Bento XVI e Francisco. Mas esse acontecimento histórico não deveria ofuscar dois outros papas recentes, que, assim como os quatro citados, ajudaram a dar à Igreja a face que ela tem hoje: Pio XII e Paulo VI. Sobre Giovanni Battista Montini, Paulo VI, talvez fale depois. Mas para remarcar sua importância basta de logo dizer que, se João XXIII ousou convocar o Concílio Vaticano II, ele teve a competência de concluílo. E não há quem discorde de que, quase sempre, terminar — e terminar bem — é quase sempre mais fácil que começar. E foi essa díade — ousadia para inaugurar o concílio e capacidade de finalizá-lo a contento — o que simbolizaram seus dois sucessores, escolhendo para seu nome papal, pela primeira vez na história, um nome composto: João Paulo. Hoje, é preciso dizer algo sobre Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli, Pio XII, um dos maiores pontífices da Igreja, e, no entanto, poucas décadas depois de encerrado seu grande pontificado, um papa caluniado, e que não goza, mesmo entre os católicos, de um bom conceito, apesar de tanto bem que fez. Pio XII está, injustamente, carregando a pecha de ser O Papa de Hitler, por causa de um livro com esse nome (“Hitler’s Pope”), escrito pelo jornalista inglês John Cornwell em 1999, e que, por seu título bombástico — e aí funciona a velha lógica de que “avião no ar não gera notícia” e “notícia não é quando o cachorro morde o homem, mas quando o homem morde o cachorro” —, foi um bestseller tanto lá fora como aqui. No livro, ele diz basicamente que o papa, que havia sido núncio apostólico na Alemanha, silenciou diante do horror nazista. Não fora a primeira agressão do tipo. Em 1963 tinha saído uma peça teatral do alemão Rolf Hochhuth, O Vigário (“Der Stellvertreter”), que praticamente dizia que Pio XII era nazista. O ataque era tão infundado — e foi devidamente rebatido por reportagens e livros publicados à época — que não chegou a encontrar eco na opinião pública. Hitler detestava Pacelli: chegou a planejar sequestrá-lo e matá-lo. Mais de uma vez! Isso é fato histórico. Basta pesquisar. Mas O Papa de Hitler, infelizmente teve muito sucesso. E quase ninguém, fora alguns católicos militantes, lembrou declarações de judeus eminentes como Golda Meir e Albert Einstein em favor de Pacelli e da Igreja sob seu comando. Ademais, Pio XII foi sucedido por um papa muito mais simpático e popular — João XXIII —, e a maior parte da Igreja pós-conciliar, naturalmente, buscou dar um passo à frente daquela pré-conciliar. Que Pio XII encarnava. Diversos livros foram escritos buscando desmanchar essa pecha. Nenhum foi um sucesso editorial. Desconheço se algum foi traduzido aqui no Brasil. Destaco entre eles “The Myth of Hitler’s Pope” (O Mito do Papa de Hitler), escrito por um rabino judeu, David G. Dalin, e “The Pope’s Jews” (O Papa dos Judeus), que mostram, com documentos, a verdade. Fontes isentas admitem que nenhuma instituição religiosa no mundo lutou tanto contra o nazismo e salvou tantos judeus como a Igreja de Pio XII. O rabinato de Roma agradeceu a ele, que salvou centenas de vezes mais gente que homens igualmente admiráveis como Oskar Schindler. Há fontes judaicas, como o historiador Pinchas Lapide, que falam em cerca de 800.000 almas. Uma ONG internacional pelo diálogo inter-religioso, a Pave the Way Foundation, lançou uma obra definitiva, compilada pelo judeu Gary Krupp: “Pope Pius XII and the World War II – The Documented Truth” (O Papa Pio XII e a II Guerra Mundial – A Verdade Documentada), que mostra que aquele pontífice foi o que os judeus chamam “um Justo entre as Nações”. O processo de beatificação de Pio XII foi iniciado por Paulo VI, ao final do próprio Concílio Vaticano II. Bento XVI o considerou venerável (um passo antes de ser declarado beato). Mas não importa se a Igreja o fará bem-aventurado ou até santo. Isso só Deus sabe. O que importa é que se acabe com essa mistificação de que ele teria sido O Papa de Hitler. Pio XII — goste-se ou não dele, mas por outros motivos, critique-se, por isto ou aquilo, sua vida e seu pontificado — jamais foi nazista nem omisso. Ele foi, isso sim, O Papa contra Hitler.

da”. Ninguém levou nunca pancada na cara, nem perdeu em coisa alguma. Olho em torno, e chego à conclusão de que somente eu fui tudo isso, dizia o poeta português. Os outros são todos vitoriosos na vida. A esse personagem, tão encontradiço, o reino dos céus abrirá suas portas. O mundo está cheio dessa legião anônima, anti-vitoriosa, inerme, como massa compacta e achatada. Precisando de um grande romancista que a eleve à altura de um reconhecimento inesquecível, pois ela é o laboratório elementar em que a humanidade incrementa e fabrica suas únicas e verdadeiras conquistas humanas.

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ias atrás recebi um e-mail de um escritor cearense até então desconhecido para mim. Seu nome, Nilto Maciel. Seu objetivo, mandar-me um livro seu, gesto que interpretei como uma forma natural de comunicação entre escritores e ao que acedi de pronto. Com efeito, no começo da semana passada chegou-me seu “Sôbolas Manhãs” (Porto Alegre: Editora Bestiário, 2014). No pequeno bilhete que acompanhava o livro, seu autor escreveu, a linhas tantas: “Tenho certeza de ter escrito um livro de boas ideias ou, pelo menos, com o melhor dos intuitos: o de divulgar os escritores brasileiros avessos ao ‘jornalismo de resultado’, à crítica tendenciosa e aos vendedores de pedras falsas”. Há, nessas poucas linhas, dois ou três princípios pelos quais um escritor pode viver. E morrer, em consequência. O objetivo do livro é claro: nominar escritores que veem na literatura um fim em si mesmo. Contrário, portanto, a tudo que venha de encontro a esse projeto (o “jornalismo de resultado”), o que supõe um rol de escritores dos mais variados matizes, mas comungando dos males referidos acima. Apesar de “programático”, “Sôbolas Manhãs” é um livro múltiplo, abrangendo gêneros imprecisos como os que matizam a crônica, o comentário, artigo e o ensaio curto embora, rigoroso, divididos em quatro seções mais ou menos distintas. Ao final do volume, é possível saber-se, entre outras coisas, que o autor é cearense da Serra de Baturité, que na adolescência quis ser revolucionário como Vladimir Ylitch Ulianov, que cursou direito, que dirigiu revistas literárias (“O saco”) etc. É possível saber-se o essencial: que Nilto Maciel publicou vasta obra, entre contos, romances, poesia, ensaio e crônica. Neste último gênero, três títulos felizes: “Menos vivi do que fiei palavras”, “Como me tornei imortal” e “Quintal dos dias”. Além disso, alguns dos seus livros receberam prêmios, e que tem contos e poemas traduzidos no estrangeiro. Tudo isso aprendi assim, à medida que folheava “Sôbolas manhãs”, e lembrando dos muros invisíveis que separam escritores de uma mesma região. Pude constatar que às vezes se trata de muros intransponíveis. No caso do escritor Nilto Maciel o foi. Ocorre que seu conterrâneo Carlos Trigueiro remeteu-me esta semana um e-mail que recebera de W.R. Solha dando conta da morte de Nilto Maciel em circunstâncias (até aquela data) cercadas de mistérios e enigmas. Por trás dessa obscuridade – em geral provisória, se a perícia tiver sorte – é possível se discernir um rosto e algumas ideias. Por exemplo, é possível perceber que há temas recorrentes ao longo de suas páginas, como a tentativa de explicar o impulso escritório. Aliás, um de seus textos tem justamente esse título: “Por que escrevemos?”, no qual diz Nilto Maciel: “Escrevemos para depois de nós; nunca para antes nem para o nosso tempo (o hoje, o agora). Por isso, queremos registrar tudo no papel, em livro. E, assim, chegamos à conclusão de que escrevemos porque queremos nos perpetuar e não porque queremos ganhar dinheiro, fama, homenagens, admiração”. Em “Literatura de violência e literatura de baixo nível”, ele é mais incisivo: “[...] Não escrevo de acordo com a moda. Também não escrevo como os antigos [...] Quero ser eu mesmo, embora reconheça influências. Não desse ou daquele escritor, mas de um modo, de um estilo [...] Como não sou só, minhas memórias são também as dos outros. Até dos que fazem ‘literatura mediana’ e ‘literatura ruim’. Portanto, todos são necessários, como na natureza do verme ao leão”. “Sôbolas manhãs”, com seu eco camoniano incontornável, repõe em discussão muitos temas que marcam a literatura nordestina dos nossos dias, sem avançar soluções fáceis, antes propondo uma cultura de si que encontra correspondência na própria divergência que a alimenta. Em suma, um livro de boas ideias, como quis seu autor.

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CLÁUDIO EMERENCIANO [ PROFESSOR DA UFRN]

Sempre além conhecimento da condição humana é ilias trevas. Assim a ascensão da humanidade se asmitado. As fragilidades e limites temporais socia à luz e a decadência à escuridão. Sempre. não inibem sua evolução e ascensão menHá atividades que conduzem o homem à intetal e espiritual. Questiona-mentos, dúvidas e a busriorização. Suscitam uma espécie de terapia, que ca de saber tornam o homem ser liberto, criativo, aciona os mecanismos de uso da mente. Porque, incontrolável e sequioso do desconhecido. A curiocontraditoriamente, o homem, muitas vezes, perdesidade - disse certa vez Marco Pólo (redescobriu se no embalo de impulsos emocionais. Renuno Oriente, especialmente a China, gerando cia à sua capacidade de avaliar fatos e coiimpactos e perplexidades) - elimina ou sas num sentido verdadeiramente huinibe o medo. A curiosidade, a busca mano. A emoção, desse modo, tanto incessante de novos rumos, a conceppode ser expressão de humanidade, ção de conceitos inovadores em todos de sentimento fraterno, cristão, os ramos da ciência e a própria sede quanto pode constituir-se em meio de viver encaminham o homem ao inde sonegação dos caracteres mais lefinito. Essa seria uma visão parcial da gítimos da condição humana. Esse questão. A busca do infinito é uma deconflito, aliás, já está exuberantemencorrência natural da identidade do hote explorado. Em todos os ramos da mem com Deus. Somos frágeis em tociência, na literatura, quer na ficção, dos os sentidos. Mas, surpreendente- A busca do infinito é quer na poesia. Robert Louis Stevenuma decorrência mente, trazemos dentro de nós um unison, escritor norte-americano, em "O natural da verso de sentimentos, aspirações, somédico e o monstro" ("Dr. Jeckill and identidade do nhos, idéias, alegrias, tristezas, desenMr. Hyde") devassa esse embate sem homem com Deus. cantos, energias, esperanças, que se refim, no qual o homem confronta o Somos frágeis em novam e convertem a condição humabem e o mal, a bondade e a perversitodos os sentidos. na numa criação irrefreável. Exibindo dade, a beleza e a feiúra interior, a aleMas, o imprevisível e o inovador. O homem, gria e a tristeza, a solidariedade e o nesse sentido, é infatigável. Quando surpreendentemente egoísmo, a humildade e a vaidade. se pensa que ele termina, cessa de lu- , trazemos dentro de Mas a vida essencialmente não é manós um universo de tar ou procurar, surpreende. Como Sanniqueísta. De modo algum. A opção sentimentos, são, cego, no cativeiro, readquirindo pelo Ser mobiliza em cada um a espiaspirações, sonhos, pela fé as forças pa-ra de novo lutar e ritualidade. A fé é um caminho. É a idéias, alegrias, vencer. Eis por que os homens invavertente através da qual o homem astristezas, riavelmente retornam ao curso natural cende sem fim. Rumo a Deus. desencantos, de sua vocação como ser criado e criaCoisas e circunstâncias identifidor. A perenidade dos seus atos revela energias, esperanças, cam pessoas. Es-sa identificação deque se renovam e sua substância e sentido. Seus elos encorre da intimidade ou da participaconvertem a tre si realimentam seu percurso na Hisção de determinada pessoa numa aticondição humana tória. Eis notável reflexão de Gore Vividade. Exemplo: o mundo da ribalta, numa criação dal em ”Criação”. o teatro, jamais se dissociará da vinEste tema, vasto e complexo, é o es- irrefreável. Exibindo culação com William Shakespeare. o imprevisível e o tuário de todos os questionamentos e Outros gênios também são referênde todas as especulações. Goethe, gênio inovador. O homem, cias para estilos, concepções, ideais e nesse sentido, é no conteúdo e na forma, dizia que, enmaneiras de viver. Romain Rolland infatigável. Quando quanto a condição humana existir e se (Nobel da literatura) afirmou que a vise pensa que ele manifestar no universo, suas divagações da, com sua pluralidade de acontecitermina, cessa de se concentrarão em questões que o dementos, desperta no homem um verlutar ou procurar, safiam por toda a vertente dos tempos, dadeiro universo de sentimentos, de surpreende. ou seja, sua origem, seu existir e seu fuemoções, de surpreendentes reações turo. Assim se identificaram dois gênios psicológicas, condicionando a direção atemporais: Sócrates e Goethe. dos pensamentos de cada um. É nesPercorrer a História e desvendar seus mistésa avaliação que se pode sentir e detectar a presenrios é imergir na vida sem preconceitos. Ampliar ça de Deus, o sopro de Deus em cada ser humano. os fachos de luz na consciência universal. DespertáPela criatividade. Pelos sentimentos. Pela notável la. Cultivá-la. Estimulá-la. Regá-la co-mo quem culmultiplicidade de sonhos que o ser humano produz, tiva uma roseira. Entender que as rosas não se adabriga, acalenta e renova ao longo da vida. Apesar miram, apenas, por sua beleza. O aroma inebriande tudo, com todas as fragilidades e contradições, te e a cor emergem do seu conteúdo. A alma humao homem possui dentro de si essa espécie de mina não se define apenas por manifestações exteniatura do universo. É mercador disposto a camriores. Por atos que dão conformação às formalibiar e ampliar suas relações, fonte ilimitada de sendades muitas vezes hipócritas e inautênticas. A versações, que, por sua vez, estabelecem a ponte entre dadeira alma humana está dentro de cada um. Desa privacidade interior do seu ser e o mundo real, obtina-se a ser morada do próprio Deus. Os orientais jetivo, visível e concreto. Essa ligação revela que nadizem que o nirvana é uma elevação espiritual, nasda somos sozinhos. Dependemos uns dos outros. cida no interior de cada um. O homem planta, cria, Criamos em função dos laços com a própria vida. fecunda, amplia e renova dentro de si o paraíso ou Além do horizonte.

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Plano de busca entra em nova fase « AVIAÇÃO » Autoridades da Austrália, China e Malásia definirão próximos passos da procura pela aeronave sumida há quase dois meses. Relatório revela que houve demora na confirmação do sumiço ARQUIVO/TN

erlim (DW) - Autoridades da Austrália vão se reunir ainda nesta semana com representantes do governo da Malásia e da China para definir os rumos da busca pelo avião da Malaysia Airlines desaparecido no Sudeste asiático há quase dois meses. O encontro em Camberra foi anunciado pelo chefe australiano das investigações, Angus Houston, um dia após o governo da Malásia divulgar um relatório preliminar sobre o desaparecimento do avião. “Este encontro será muito importante, porque vai formalizar o caminho que devemos seguir, garantindo que as buscas continuem com a urgência necessária”, afirmou Houston durante uma rápida passagem pela Malásia. “Os três países estão totalmente comprometidos a encontrar o avião, e estou confiante de que, com uma busca efetiva, o encontraremos”. Com 239 pessoas a bordo, a maioria delas de origem chinesa, o avião que fazia o voo MH370 desapareceu dos radares no dia 8 de março passado. Ainda não há evidências confirmando se o Boeing 777 caiu no mar. A intensiva busca aérea por destroços na superfície marinha foi concluída oficialmente nesta quarta-feira, por não ter encontrado nenhuma pista do suposto acidente. Autoridades australianas afirmam que agora o foco das buscas será o fundo do mar. Um sofisticado dispositivo sonar da Marinha dos Estados Unidos será usado para escanear grandes áreas abaixo da água. Cerca de 60 mil metros quadrados de área submarina serão analisados, o que deverá levar até oito meses e custar mais de 55 milhões de dólares. Houston considera que o Oceano Índico é o local correto para concentrar as buscas, embora, até agora, nenhuma pista tenha sido encontrada. Datado de 9 de abril, o relatório de cinco páginas divulgado nesta quinta-feira pelas autoridades malaias revela que o sumiço da aeronave só foi percebido 17 minutos após não haver mais registro dela nos radares, quando voava próximo à fronteira entre os espaços aéreos da Malásia e do Vietnã. O documento

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Familiares de parentes de passageiros do voo 370 da Malaysa Airlines fazem protestos e pedem respostas à empresa aérea e às equipes responsáveis pelas buscas

detalha ainda a rota que o avião provavelmente seguiu quando desviou do caminho inicial. O avião sumiu dos radares na Malásia à 1h21 do dia 8 de março, e os controladores de voo vietnamitas começaram a contatar Kuala Lumpur à 1h38, após não conseguirem estabelecer contato oral com os pilotos e o avião não aparecer mais nos radares. O relatório destaca ainda que não há exigência de monitorar em tempo real o trajeto de aviões comerciais e que as incertezas com relação à última posição do MH370 e complicou a missão de localizá-lo. Uma busca oficial e uma operação de resgate só foram acionadas quatro horas mais tarde, às 5h30. O levantamento, enviado à Organização Civil Internacional, recomenda que autoridades de aviação internacionais examinem os possíveis benefícios à segurança caso padrões de monitoramento de aeronaves sejam estabelecidos.

Os três países estão totalmente comprometidos a encontrar o avião, e estou confiante de que, com uma busca efetiva, o encontraremos" ANGUS HOUSTON coordenador das investigações

Superbactérias resistentes põem médicos em alerta « MEDICINA » Estudo mostra que grande parte da população mundial tem bactérias no organismo que não são eliminadas com medicamento erlim (DW) - O número de pacientes infectados por bactérias multirresistentes cresceu nos últimos anos no Hospital Universitário de Genebra. A constatação é do o infectologista alemão Benedikt Huttner, que trabalha no local. Para essas pessoas, diz ele, praticamente nenhum antibiótico mais faz efeito. “As bactérias extremamente resistentes que encontramos aqui atingem pacientes que podem ter passado uns dias na UTI em algum país estrangeiro – por exemplo, que tiveram um acidente de carro na Índia ou no Egito – e depois foram removidos para cá”, diz Huttner. E não é uma exclusividade da Suíça. A resistência a antibióticos vem crescendo em todo o mundo e representa uma séria ameaça à saúde pública – segundo alerta o primeiro relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema. O vice-diretor-geral da organização, Keiji Fukuda, lembra que as consequências podem ser fatais. “Hospitais de várias regiões do mundo vêm reportando infecções difíceis, ou mesmo impossíveis, de ser tra-

B

tadas”, conta Fukuda. Há tempos um levantamento sobre a amplitude da resistência a antibióticos era aguardado pela comunidade científica. Além de ter sido elogiada por médicos que trabalham em hospitais bem equipados em países de excelência em saúde, como Huttner, a iniciativa também foi bem recebida por organizações internacionais como a Médicos Sem Fronteiras (MSF). Segundo Jennifer Cohn, da campanha por medicamentos da ONG, foi um alívio ver que o tema finalmente passou a ser abordado na OMS. “Este é um problema recorrente em nossas ações em várias partes do mundo”, afirma Cohn. “Na Nigéria, ele atinge crianças subnutridas. Na Jordânia, vemos que ocorre em pacientes com ferimentos. Para qualquer lugar que olhemos, vemos diferentes tipos de bactérias que são resistentes a antibióticos.” A OMS compilou dados coletados em 114 países relativos a sete tipos de bactérias mais disseminados no mundo e que podem causar uma série de doenças. O resultado é alarmante: boa

parte da população global tem no organismo alguma cepa resistente a antibióticos. “O número exato pode variar de região para região, mas de maneira geral o quadro é bem uniforme”, comenta Fukuda. “A capacidade do tratamento de infecções mais graves está sendo reduzida em todas as partes do planeta.” Recentemente, o periódico científico The New England Journal of Medicine publicou que uma nova superbactéria foi identificada pela primeira vez no mundo em um paciente do Hospital das Clínicas, em São Paulo. O caso foi registrado em 2012. O homem de 35 anos, que acabou morrendo, apresentou uma cepa da bactéria conhecida como “Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina” (Sarm) – que não responde à vancomicina, um dos antibióticos mais comuns e baratos, nem à meticilina, que pertence ao grupo das penicilinas. A descoberta preocupa porque o microorganismo não é restrito ao ambiente hospitalar, podendo infectar pessoas saudáveis.

Parentes de passageiros formam grupo para acompanhar processo Especialistas em tragédias aéreas não têm dúvidas. Eles dizem que o caso do desaparecimento do avião da Malaysia Airline deverá demorar mais do que o normal. Isso porque passados dois meses ainda não há uma pista confiável para centrar os esforços de busca dos restos da aeronave. No mês passado, a empresa adotou uma medida para apressar as indenizações, manobra criticada por familiares das vítimas. É o caso de Sara Bacj, uma americana cujo parceiro, Philip Wood, estava a bordo do avião. Ela enviou um email para a imprensa no nome das “Famílias Unidas do MH370” falando sobre a possibilidade de o governo emitir certidões de óbito e definir compensações antes de o avião

ser encontrado. “Estamos em desespero e em choque”, a disse ela na ocasião. A mensagem também critica a Malásia por não procurar um parecer científico independente sobre a análise técnica que levou as buscas para a área definida atualmente. Conduzida pela companhia de satélite Inmarsat e pelo time internacional, a análise concluiu que o avião estava fora de seu curso e que teria caído no oceano, perto da cidade de Perth, na Austrália. A declaração das famílias veio no momento em que um submarino não tripulado se aproximava do final de sua busca na área em que oficiais acreditam ser a zona mais provável para a queda do Boeing 777.

Australianos que coordenam o esforço de buscas multinacional disseram nesta segundafeira que o equipamento já percorreu cerca de dois terços da área de onde se acreditava que estaria a caixa-preta do avião, de acordo com sinais detectados anteriormente. “Nós, as famílias do MH370, acreditamos que, até que haja prova conclusiva de que o avião caiu, [o governo malaio] não têm direito de tentar encerrar o caso com atestados de óbito e compensações financeiras”, disseram os familiares. “Não esperamos que encontrem o avião inteiro, ou ainda que saibam tudo sobre essa situação surreal, mas esperamos pelo menos um pouco de evidência concreta”, acrescentaram.


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

geral EMILIO MORENATI

Números fracos da economia geram instabilidade « UCRÂNIA » Enquanto estrangeiros se voltam para os conflitos no interior do país, moradores de Kiev concentram atenções no noticiário econômico ão Paulo (AE) - Enquanto a atenção da mídia internacional está voltada para a possibilidade de um conflito na Ucrânia envolvendo tropas da Rússia, moradores de Kiev se concentram principalmente no noticiário econômico. O clima de instabilidade política que emergiu na cidade há alguns meses com as manifestações populares é mais ameno hoje, se comparado com outras regiões do leste do país, por exemplo. Mas o fraco desempenho da economia e a falta de perspectivas no mercado de trabalho se transformaram em grandes preocupações na capital. Um dos principais problemas é a desvalorização da moeda nacional, a grívnia. Em janeiro, o dólar era cotado a 8 grívnias e este mês chegou a 11 grívnias, segundo dados do Banco Central do país. A desvalorização tem reflexos, entre outras coisas, nos salários. Viktoriia Mikhailovna trabalha como editora e tradutora em uma emissora de televisão e recebe um salário de 8 000 grívnias. Tal valor em janeiro correspondia a US$

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1.000, mas hoje equivale a pouco mais de US$ 700. “Estou há dois meses sem receber, eles (empregadores) nos dizem que não têm dinheiro”, relata. As dificuldades financeiras têm gerado demissões e provocado uma sensação de insegurança. Para o fotojornalista Nikiforov Eugene, que participou da cobertura dos protestos na Praça da Independência, “a revolução afetou negativamente o bem estar dos ucranianos comuns”. Muitos de seus amigos têm considerado deixar a capital por conta das demissões e da dificuldade de encontrar trabalho. A taxa de desemprego no país em fevereiro era de 7,5% segundo o Banco Mundial. O comércio também tem sido obrigado a se adaptar às novas condições. Lojas no centro de Kiev, local que há alguns meses foi cenário de batalha entre policiais e manifestantes, fecharam as portas e deixaram a região, não tanto pelo temor da violência, mas pelo alto preço dos aluguéis e pelo varejo fortemente prejudicado. Apesar dos desafios do mer-

cado, a possibilidade de uma renovação política tem feito com que muitos ucranianos permaneçam na capital, especialmente os jovens. Para Eugene, a expectativa de uma maior participação popular na política e da eleição de representantes mais honestos cria esperança de que a economia e o bem-estar da população possam ser recuperados em breve. Como Eugene, muitos jovens de Kiev passaram a ter um envolvimento inédito na vida política. É o caso de Alina Zinkovskaya, que durante os protestos temia sair na rua por medo da violência e hoje trabalha na plataforma de um dos candidatos à presidência. “Somos uma grande nação e acreditamos em nosso futuro, apesar dos últimos eventos”, diz. A visão otimista, porém, não é unânime. Ucranianos mais engajados com questões ideológicas avaliam o atual momento com cautela e indicam a necessidade de haver uma preparação para um cenário mais difícil. Esse preparo inclui, muitas vezes, a participação no exército.

Dificuldades financeiras que provocam demissões e atrasam salários inquietam os jovens

Secretário pede aumento de gastos Nova York (AE) - Diante da atual posição política da Rússia em relação à Europa, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, pediu que países-membros incrementem os gastos militares na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em um discurso na sexta-feira, Hagel disse que seus homólogos na Europa concordam que os orçamentos de defesa devem aumentar. “Temos de ver renovados os compromissos financeiros de todos os membros da aliança”, disse Hagel. O assunto não é novo. Dois antecessores de Hage, Robert

Gates e Leon Panetta, fizeram diversos discursos lamentando os cortes profundos nos gastos militares pelos aliados europeus. Mas a declaração de Hagel ocorre em um momento em que as posturas dos países europeus estão mudando por conta da anexação da Crimeia pela Rússia e da aglomeração de tropas de Moscou na fronteira com a Ucrânia. Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da Holanda, Frans Timmermans, disse que o apetite para mais cortes nos gastos militares no seu país tinha evaporado e que poderá aumentar os

custos com defesa. O chanceler holandês disse ainda que a Europa tinha cometido um erro, desviando seu foco sobre os desafios estratégicos de defesa após o fim da Guerra Fria, o mesmo tom utilizado por Hagel. “Nos últimos anos, um dos maiores obstáculos ao investimento na Otan tem sido a sensação de que o fim da Guerra Fria marcou o início do fim da História e um fim da insegurança pelo menos na Europa”, disse o secretário de defesa dos EUA. “As ações da Rússia na Ucrânia podem quebrar esse mito e inaugurar novas realidades.


TELEFONES ÚTEIS

DÓLAR COMERCIAL

EURO TURISMO

Receita: 3220-2200 Procon Estadual: 3232-6869 Procon Municipal: 3232-9050 DRT RN: 3220-2000

Compra: R$ 2,2190 Venda: R$ 2,2210

Compra: R$ 3,0270 Venda: R$ 3,2330

DÓLAR TURISMO

LIBRA ESTERLINA

Compra: R$ 2,2000 Venda: R$ 2,3300

Compra: R$ 3,7427 Venda: R$ 3,7440

MARCO FERRAZ, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS OPERADORAS DE TURISMO, APONTA DEFICIÊNCIAS E SOLUÇÕES PARA O SETOR • Página 5

TN ONLINE Caern inicia convocações do concurso público de 2014 e planeja novo certame. blog.tribunadonorte.com.br/tnconcursos

economia

Editora: Renata Moura [renatamoura@tribunadonorte.com.br]

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 04 de maio de 2014 ANA SILVA

“Portabilidade de crédito” entra em vigor, mas há dúvidas « BANCOS » Consumidor poderá migrar financiamento para banco com juros menores. Há regras, porém, que ainda não estão claras NADJARA MARTINS repórter

uem fez financiamento vai ter uma alternativa para economizar durante o período de quitação da dívida. A partir de amanhã (5) começa a valer a regulamentação do Banco Central sobre a portabilidade de crédito. O consumidor que fez um financiamento (consignado, veicular, imobiliário etc) ou empréstimo pessoal poderá migrar a dívida para uma instituição financeira que ofereça juros menores. A medida também passa a valer para quem usou o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para financiamento imobiliário. Entretanto, especialistas alertam: nem sempre mudar de banco é a melhor escolha para quem deseja poupar. A lei da portabilidade de crédito foi instituída em 2006 mas, desde então, a movimentação no mercado foi tímida. O Banco Central fechou 2013 com pouco mais de 40 mil processos para portabilidade de crédito a nível nacional – no total, R$ 69,5 milhões foram portados entre bancos. Somente em dezembro do ano passado foi publicada a regulamentação da lei, estabelecendo os prazos para que os bancos façam a portabilidade e o sistema eletrônico para a transferência das informações do cliente. As informações do consumidor vão ser geridas pela Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) do Banco Central. Agora, o consumidor que deseja fazer a migração terá apenas que comparecer à instituição para a qual planeja mudar – munido dos dados pessoais, do número e das informações do contrato atual – e solicitar a portabilidade. Caso o novo banco aceite, ele é o responsável por informar à instituição de origem sobre a transferência. Esta terá um prazo de até cinco dias úteis para fornecer todos os dados cadastrais, bem como o Custo Efetivo Total (CET) e o saldo devedor para a instituição recebedora. Neste período, a credora original pode tentar cobrir a oferta

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NÚMERO

2006 foi o ano em que a Lei da Portabilidade de Crédito foi instituída, mas regulamentação só saiu em dezembro de 2013.

– se não aceita pelo cliente, ela é obrigada a acatar a portabilidade. De acordo com a nova resolução, o ônus da transação bancária fica totalmente a cargo das instituições financeiras. O banco recebedor ficará responsável por quitar o financiamento com a credora original. Ao mudar de banco, o cliente também deve ficar atento: nenhuma taxa pode ser cobrada. Também não é permitida alteração no número de parcelas da dívida nem no valor do saldo devedor.

Competitividade De acordo com Anselmo Pereira Araújo Netto, chefe do departamento de normas do sistema financeiro do Banco Central, a regulamentação estimula a competitividade entre bancos e diminui a taxa de juros no mercado, beneficiando o consumidor. “A regra da portabilidade dá mais opção ao consumidor. Mesmo que a portabilidade não ocorra, o cliente passa a receber ofertas melhores, principalmente porque o banco originário vai tentar cobrir a oferta do recebedor”, explica Araújo Netto. “Para os bancos a medida traz uma melhor racionalidade, ajuda a mantê-lo competitivo no mercado”, acrescentou. Mas nem tudo são flores para os bancos. De acordo com o superintendente da Caixa Econômica Federal no RN, Roberto Linhares, há questões que ainda estão em aberto, relacionadas principalmente aos financiamentos subsidiados pelo Governo Federal, como as operações com recursos do FGTS. PÁGINA 3 Regras geram dúvidas nos bancos

Consumidor poderá fazer portabilidade de financiamentos de imóveis com recursos do FGTS, a partir desta segunda-feira (5)


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economia

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

Negócios &Finanças

« ARTIGOS »

Uma lição de investimento

LUIZ ANTÔNIO FELIPE [ laf@tribunadonorte.com.br]

FELIPE MAIA Deputado Federal /Democratas/RN

Reforma será difícil om um rombo cada vez crescente, apesar do alto nível de emprego com carteira assinada, dificilmente a Previdência Social fará uma reforma capaz de eliminar ou reduzir o fator previdenciário, que tanto prejudicar os trabalhadores. Cálculos do BNDES projetam que as despesas com aposentadorias pesam cada vez mais somando 3,8% do PIB. Os gastos da Previdência subiram 140% desde a estabilização econômica, na primeira metade dos anos 1990. O principal motivo do aumento é a política de reajustes do salário mínimo, vinculado pela Constituição aos reajustes da Previdência. Em ano eleitoral o ambiente é propicio para o debate de propostas dos candidatos das reformas.

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Despesas Foi de R$ 235,3 bilhões o gasto do governo no primeiro trimestre do ano, a maior alta nos três anos do governo Dilma, cerca de 8% sobre igual período de 2013. É uma prova, em números incontestáveis, do aumento das despesas correntes provocando o descontrole das contas públicas. Empresários de vários segmentos da economia potiguar, à espera de financiamentos na Caixa e no Banco do Nordeste, reclamam da demora da liberação. Nos bastidores fala-se que estão segurando os recursos para aumentar o superávit fiscal.

Aluguel

Crédito

Quando Natal foi escolhida sede da Copa do Mundo despertou o interesse de moradores da cidade em lucrar com o aluguel de imóveis próximo às praias e Arena das Dunas. A pouco mais de um mês para o início dos jogos, os proprietários de casas e apartamentos perceberam que a ideia obterem ganhos excepcionais seus imóveis caiu por terra. O desbloqueio da Fifa ajudou na ocupação da rede hoteleira e na redução dos preços dos aluguéis.

Empresas do setor de turismo nas cidades-sede da Copa terão condições especiais em diversas linhas de crédito da Caixa Econômica. O banco vai disponibilizar R$ 1 bilhão para as micros e pequenas empresas, que possuem faturamento anual de até R$ 15 milhões. Linhas de investimento com carência de até seis meses e linha de capital de giro com carência de 3 meses estarão disponíveis para empresas do segmento.

Sucessão Convocada a eleição da Federação do Comércio do RN, diretoria, conselhos e delegados. Será no dia 16 próximo, das 9 às 17 horas, na sede da entidade, em Natal.

Carência de pessoal As administrações direta e indireta dos municípios brasileiros empregavam, em 2013, cerca de 6,36 milhões de servidores, o equivalente a 3% da população do País (cerca de 202,5 milhões

de pessoas), segundo o IBGGE. Desse total, 6,03 milhões (94,9%) estavam vinculados à administração direta, enquanto 325,54 mil (5,1%) exerciam atividades na administração indireta.

Presente É um valor elevado, o de R$ 150,00, que o natalense pretende gastar com o presente para o Dia das Mães. Um “ticket” considerável na comparação com outras capitais do Nordeste. No passado e, não fez muito tempo, esse valor não passava dos R$ 100,00. O termômetro da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) aponta que 47% das indústrias considerou como muito bom ou bom o desempenho das vendas internas do mês anterior (março). Em abril, 50% dos associados qualificaram como regular, enquanto 42% classificaram como bom. Para maio a perspectiva de vendas são um pouco melhores onde 50% das empresas consideram as vendas boas e muito boas e 48% regulares.

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A maior feira do setor supermer cadista mundial, a Feira APAS 2014 - 30º Congresso e Feira de Negócios em Supermercados terá o tema “Confiança Fundamentos do time campeão”. Promovido pela (APAS) Associação Paulista de Supermercados, a feira começa amanhã e visa promover a integração entre consumidor, indústria, fornecedor e órgãos governamentais, com o objetivo de criar um valor estratégico e competitivo para garantir o sucesso dos negócios. Uma grande comitiva do RN estará participando da feira.

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As inscrições para o Programa de Estágio da Petrobras, para a alunos do ensino superior e médio no RN, serão encerradas quartafeira, dia 7. Através do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), estão sendo oferecidas 44 vagas distribuídas entre Natal (22), Mossoró (20) e Guamaré (2 vagas). Os interessados devem procurar as sedes do IEL das 8h às 11h e das 14h às 17h. Para participar da seleção, o candidato deve ser maior de 16 anos, residir na cidade que oferece a vaga e estar cadastrado no IEL. Edital na página www.rn.iel.org.br.

Construção A Controladoria Regional da União vai contratar uma empresa de engenharia para construir uma nova sede no Rio Grande do Norte. Será pelo regime de empreitada por preço global.

Mais lojas A Lojas Riachuelo inaugura mais duas lojas no interior de São Paulo, uma em Piracicaba e outra em Pindamonhangaba. E, no dia 30, a Riachuelo inaugurou outra loja em São Paulo, no Shopping Pátio Pinda. Com 1.750 m² (área construída), o ambiente vai disponibilizar um mix completo de produtos que acompanham sempre as últimas tendências da moda.

Intercâmbio A agência Sunline Turismo, que representa a EF (Education First), maior escola de intercâmbio do mundo, reduz as tarifas na temporada de verão 2014.1. Os destinos são: São Francisco, Miami, Nova York, Eastbourne, Londres e a novidade: a Cidade do Cabo. Ao total são quatro semanas de aula, com 26 aulas semanais. O valor do investimento oscila entre 2.290 e 2.985 dólares, sendo exclusivo para alunos entre 18 a 24 anos.

á cerca de duas semanas integrei uma comitiva de parlamentares rumo à China, entre eles estava o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, atendendo a um convite do Parlamento chinês. Fui bastante motivado pela curiosidade em ver de perto as estratégias adotadas por esse país - que, assim como o Brasil, integra o Brics - para impulsionar sua economia. Logo de princípio, visitamos alguns projetos de mobilidade urbana e estivemos na sede da empresa China Railway Construction, uma das maiores empresas de logística do mundo que atua na construção de ferrovias, rodovias e pontes. Lá pude constatar que a plataforma de investimentos é ampla e levada a sério. Tanto que apesar de ser a segunda nação mais populosa do mundo, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, mobilidade urbana não é um gargalo como no Brasil. Por aqui, esse ainda é um grande desafio e motivo constante de preocupação. Transporte público, estradas, calçadas transitáveis e com acessibilidade estão muito distantes do ideal e atrasam a rotina do país. O Brasil, assim como a China, Rússia, Índia e África do Sul, faz parte do Brics - grupo de cooperação econômica que reúne os chamados mercados emer-

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gentes, países que apresentam índices econômicos crescentes e capazes de ultrapassar grandes potências mundiais. Ao se observar os números dessas nações, é possível entender por que o banco inglês Goldman Sachs reuniu essas economias e criou a denominação Brics, em 2001. De acordo com a revista britânicaThe Economist, esses cinco países foram responsáveis por 55% do crescimento global nos últimos três anos. Um cenário realmente de encher os olhos. No entanto, o Brasil vem seguindo na lanterna do grupo e amarga índices pífios de desenvolvimento nos últimos anos. Mesmo entre altos e baixos, desde 2001 a China registra crescimento acima de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A economia brasileira, em 2013, avançou apenas 2,3%. A China hoje alcançou o status de segunda maior economia do mundo, atrás somente dos Estados Unidos – e há especialistas que apostam que ainda este ano a economia chinesa vai ultrapassar a norte-americana. Já o Brasil caminha no sentido inverso. Desperdiçou a onda global favorável e não se preparou para criar um modelo econômico que garantisse o crescimento sustentável do país. A principal falha do governo brasileiro foi não promover investimentos em infraestrutura. O Brasil, no início do governo do PT,

A China decidiu investir em setores que alavancam o desenvolvimento, como em estradas, ferrovias, portos e aeroportos, viabilizando o escoamento da produção” priorizou estimular o poder de compra da população. Um modelo atraente à primeira vista, mas que se mostrou frágil. E agora, anos depois, tanto empresas quanto famílias estão endividadas, limitando o crescimento futuro - sem contar que o poder de compra do brasileiro vem diminuindo desde o início do governo Dilma Rousseff, basta ir ao supermercado para perceber. Já a China decidiu investir em setores que alavancam o desenvolvimento, como em estradas, ferrovias, portos e aeroportos, viabilizando o escoamento da produção tanto para consumo interno quanto para exportação. Diferente da China, em que pude ver de perto investimento em infraestrutura, o governo federal apresentou, em 2011, o PAC

Mobilidade Urbana prometendo entregar 261 obras para facilitar o funcionamento de diversas cidades brasileiras a um custo de R$ 143 bilhões. Hoje, três anos depois, menos de 20% dos projetos estão em obras e somente sete ficaram prontos. Não dá para o governo brincar de investir. No Brasil faltam ações estruturantes que ampliem a infraestrutura logística e melhorem a competitividade comercial do país. Outro ponto importante das relações sino-brasileiras é a parceria comercial dos dois países. A China é hoje o principal vendedor e comprador de produtos do Brasil. O intercâmbio comercial ultrapassa os US$ 80 bilhões. Dados oficiais mostram que as exportações para solo chinês chegaram a US$ 46 bilhões no ano passado e as importações somaram US$ 37,3 bilhões. A China é um país estratégico com o qual o Brasil precisa estabelecer diálogo positivo e propositivo, permitindo e estimulando a cooperação comercial. Certamente que a China enfrenta uma série de desafios, principalmente em relação ao abastecimento de sua grande população e ao fornecimento de energia para indústrias e residências. Mas a experiência chinesa constitui um modelo de gestão que merece ser analisado de perto. Afinal, o investimento se mostra como a força de sustentação do crescimento econômico.

Sete dicas para ser feliz empreendendo SEMIO TIMENI SEGUNDO Business Coach

uitos sonham com a possibilidade de ter o próprio negócio, motivados pelas mais diferentes razões, como liberdade, dinheiro, realizar algo, influenciar a vida de muitos... A verdade é que empreender não é garantia de tudo isso, mas sim, é uma maneira de encarar a vida que pode trazer muita satisfação pessoal e profissional – felicidade, enfim. Contudo, não sabendo dosar, o empreendedor pode não alcançar a plenitude buscada. Afinal, com uma empresa, vem as responsabilidades – como muitas profissões, por sinal! Desta forma, a questão é: como ser feliz empreendendo? Não existe, logicamente, manual da felicidade, como uma “receita de bolo”, para ser feliz como empreendedor. Por outro lado, algumas ações, feitas de maneira consciente e sistemática, podem ajudar na busca do empreendedor em alcançar a realização através da sua empre-

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sa. Vamos a elas! 1) Dê significância a sua empresa! O que quero dizer? É dar a importância, a relevância em trabalhar todo dia na sua empresa e vê-la crescer. A epistemologia, ramo da Filosofia, explica significância como o valor atribuído pelo sujeito – você! – a algo. Olhe para sua empresa e responda: por que vale a pena empreender? Porque você quer fazer isto? 2) Equilíbrio. Dosar as questões da empresa com a vida privada, a família e os amigos; saber cuidar do corpo e da mente tanto quanto cuida do caixa e do estoque; procurar balancear as demandas sem nunca se acomodar. Como já ensinava Einstein, “viver é como andar de bicicleta: é preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio”. 3) E por falar em caixa, conheça os números! Lembre-se que dinheiro é bicho arrisco, difícil de prender e fácil de fugir. Passa por uma disciplina financeira o sucesso do negócio – e assim a felicidade do empreende-

Não existe uma “receita de bolo”, para ser feliz como empreendedor. Por outro lado, algumas ações, feitas de maneira consciente e sistemática, podem ajudar na busca da realização” dor. E, nunca é demais lembrar, sem misturar as finanças pessoais com a da empresa. 4) Momentos de crise fazem parte de qualquer empresa. Não conheço nenhuma empresa que só vive bonanças. Lembrar-se disto ajuda a não baixar a cabeça e sempre persistir diante das adversidades. Nem sempre faz sol, mas acima dele, lembre-se: o céu continua azul. As nuvens sempre passam. Como já dizia

Walter Burke, “sucesso é uma questão de não desistir. Fracasso é uma questão de não desistir cedo demais”. 5) Perfeição é para idiotas. Dedique-se sempre, de corpo inteiro, mas sem nunca esquecer que você é humano e assim falível. Perfeccionismo não é sadio e só prejudica. E falhar faz parte da vida de qualquer um, inclusive dos empreendedores de sucesso – todos caíram muito, mas souberam levantar e continuar a caminhar. 6) Desapegue-se. Do cargo, da empresa, das vaidades de ser o dono. Cerque-se de pessoas com brilho nos olhos, ensine-as, lidere-as, aprenda a acreditar nelas. Ninguém vence sozinho. 7) E, nunca é demais lembrar, dinheiro é meio, nunca é fim. Ou seja, ele proporciona muitas coisas boas, mas nunca deve ser sua meta de vida. Edmund Burke, filósofo irlandês, já ensinava: “se controlarmos a nossa riqueza, seremos ricos e livres; se a nossa riqueza nos controlar, seremos na verdade pobres”. Pense nisso. Bom trabalho. Sucesso!

Financiamento da iluminação pública ALCIMAR DE ALMEIDA SILVA Advogado, Economista e Consultor Fiscal e Tributária Municipal

iluminação de bens públicos de uso comum, como ruas, avenidas, estradas e outras vias é serviço público de interesse local de competência municipal, como disposto no art. 30, inciso V da Constituição Federal, cuja despesa assume expressões nem sempre desprezíveis. Outra não foi a razão pela qual a Emenda Constitucional n.º 39, de 19 de dezembro de 2002, introduziu o art. 149-A no corpo constitucional, autorizando os Municípios e o Distrito Federal a instituir contribuição destinada ao custeio do serviço de iluminação pública, livrandoos assim de pesadelo que os atormentava desde a declaração de inconstitucionalidade da Taxa de Iluminação Pública. Isto porque, embora cumprido um dos requisitos previstos no inciso II, do art. 145 da Constituição Federal para a instituição de taxa pela utilização efetiva ou potencial de servi-

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ços públicos, que era o da especificidade, não havia o cumprimento do outro, o da divisibilidade. Pois enquanto aquele se resume na vinculação dos valores arrecadados, este implica na quantificação do que cada contribuinte consome do serviço, para que lhe seja cobrado o valor correspondente, o que, em verdade, é impossível para os serviços públicos puros em geral, que são utilizados ou consumidos por todos simultaneamente e têm a característica da não-rivalidade, ou seja, todos podem consumir sem reduzir a possibilidade de outros consumirem. Mas a Emenda Constitucional n.º 39 criou uma nova espécie tributária denominada contribuição também sujeita à observância dos princípios da legalidade e da anterioridade de exercício financeiro e de 90 dias da publicação da lei, como previsto no art. 150, incisos I e III da Constituição Federal, como estão as taxas. Difere destas porém por exigir apenas o requisito da especificidade, que vem

a ser a vinculação na aplicação dos recursos arrecadados nos serviços para os quais foi instituída e arrecadada, que no caso é o custeio do serviço de iluminação pública. Por sua vez, o requisito da divisibilidade não é requisito desta espécie, contentando-se apenas com o primeiro, como pode ser constatado nas diversas contribuições tributárias sociais e econômicas. Por isso é que não devem ser adicionadas à contribuição de iluminação pública exigências ou requisitos que não constam da Emenda Constitucional n.º 39/2002, nem transferida para ela a exigência de divisibilidade dos serviços públicos utilizados que há em relação às taxas, pois para a sua instituição são exigidas apenas a vinculação dos recursos arrecadados para o custeio do serviço de iluminação pública; a instituição através de lei; e a cobrança somente no exercício financeiro seguinte e após 90 dias da publicação da lei que a criou. Bem assim, tendo caráter geral o seu custo por contribuinte é pouco expressivo, embora

possa e deva ser progressivo em função do volume de consumo (e não do valor), dando cumprimento ao princípio da capacidade contributiva. Assim não há porque os Municípios se omitirem na instituição e cobrança desta contribuição cujos valores arrecadados vão lhes proporcionar condições de prestação de um eficiente serviço de iluminação pública. Esta, por sua vez, vai oferecer não apenas embelezamento às cidades e mesmo às comunidades rurais, assim como conforto aos seus habitantes, constituindo-se já em fator preventivo da violência, podendo mesmo ser relacionado entre os serviços públicos de competência municipal que contribuem também para a melhoria da segurança pública. Para tanto é indispensável que as populações sejam esclarecidas em audiências públicas, publicações através dos mais diversos meios de comunicação quanto à importância desta contribuição que individualmente pouco afeta a economia popular.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

economia

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Regras geram dúvidas nos bancos « PORTABILIDADE » A principal dúvida diz respeito à portabilidade do crédito com recursos do FGTS, modalidade que é regida por regulamentações, como subsídio do financiamento ou da taxa de juros pelo Governo Federal RAYANE MAINARA

portabilidade de crédito entre instituições financeiras – que começa a valer a partir desta segunda-feira (5) – ainda causa estranheza e dúvida nos bancos. A principal delas diz respeito à portabilidade do crédito imobiliário com recursos do FGTS – modalidade que é regida por uma série de regulamentações, como subsídio do financiamento ou da taxa de juros pelo Governo Federal. “Já existe um sistema eletrônico para portabilidade, mas como é nova a questão do crédito, precisamos de detalhes, principalmente com relação às operações subsidiadas. Não sabemos como os subsídios vão ser transferidos para o novo banco”, ressaltou o superintendente da Caixa Econômica no RN, Roberto Linhares. As normas para transferência dos recursos do fundo de garantia só foram publicadas no dia 19 da abril – quatro meses depois da regulamentação da portabilidade de crédito, publicada pelo Banco Central. Responsável pelo gerenciamento dos recursos do FGTS, coube à Caixa Econômica Federal acatar a mudança. Entretanto, a própria instituição encontra percalços para compreender como se dará a transferência. Operações com o FGTS possuem os juros subsidiados. As taxas vão de 4,5% a 7,58%. “Faltam alguns detalhes. Por exemplo: como fica a questão da ga-

EMANUEL AMARAL

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BATE-PAPO Janduir Nóbrega coordenador do curso de gestão financeira da Universidade Potiguar (UnP)

O que podemos esperar da portabilidade?

Linhares: dúvida sobre como os subsídios serão transferidos

Jean Michel: minúcias podem atrasar o tempo da portabilidade

rantia. Na hora em que esse imóvel for transferido para outro banco, fica a dúvida com relação à garantia do bem, se ela vai vir junto. É preciso saber se vai estar tudo regular com relação a esse imóvel no cartório. Ainda há muita dúvida”, comenta o superintendente da Caixa Econômica no RN, Roberto Linhares. Ele ainda ressalta que nem todas as operações que envolvem o FGTS estão digitalizadas, o que dificultaria o envio eletrônico das informações do cliente no prazo estabelecido pela medida. Mesmo com as dúvidas, ele afirma que há possibilidade de

chel, também ressalta que a regulamentação publicada pelo Banco Central não focou em minúcias, que podem atrasar o tempo para a realização da portabilidade no dia-a-dia. “Nós esperamos mais empecilhos fora do banco, como o tempo para o cartório publicar as documentações, como a averbação do novo contrato. Além disso, não podemos adquirir o débito sem fazer a avaliação do imóvel, e no interior isso é muito difícil. Não temos avalistas em todos os municípios e há um tempo para fazer o deslocamento do nosso pessoal”, analisou.

começar a portabilidade do FGTS ainda amanhã. “O cliente que quiser vir a partir do dia cinco pode vir, nós estaremos prontos. Mas nós acreditamos que a demanda inicial não deva ser tão grande, até pela falta de conhecimento das pessoas sobre o assunto”, reconhece. Linhares não teme a competitividade de outros bancos. “Nós temos as menores taxas do mercado. Teremos mais gente querendo fazer a portabilidade para cá.”

Empecilhos O gerente de mercado regional do Banco do Brasil, Jean MiEMANUEL AMARAL

Michel aposta no aumento da competitividade entre os bancos – uma corrida em busca da captação do cliente a partir da melhor taxa de juros – o que deve acontecer entre todas as modalidades de crédito, exceto o imobiliário. “Outras operações podem ser mais interessantes para os bancos privados, que ganham mais ao utilizar a caderneta de poupança. Temos uma série de lacunas jurídicas quanto ao imobiliário, e talvez a busca por ele não comece tão rápido”, avaliou. Uma coisa, porém, é certa. “Todos os bancos vão tentar reter o cliente.” EMANUEL AMARAL

A inclusão da portabilidade tem o viés de estímulo à concorrência entre bancos. Se acontecer, porque o que está posto no mercado, hoje, não é isso. Principalmente no mercado local. O Bradesco trabalha com a taxa mais alta, de 8,9%, e a Caixa com a menor, com no máximo 8,66%. Se outros bancos resolverem entrar na briga, eles poderão propiciar uma redução dos juros, quem oferecer o melhor pacote é que vai ganhar. Mas vai ser difícil ganhar da Caixa. Ela ainda tem muita gordura para queimar. Qual o benefício para os bancos?

Os bancos têm benefício a médio e longo prazo. É um novo caminho para a captação de mercado. A quantidade de portabilidade é que vai dizer se a carteira dos bancos vai ser forte ou não. Vamos ter uma procura grande?

Ainda é cedo para dizer, mas o consumidor brasileiro é diferente. A portabilidade de telefonia e plano de saúde, por exemplo, não renderam tanto quanto o mercado esperava. Que cuidados são necessários antes da fazer portabilidade?

É importante entender o que o banco está oferecendo, qual é a credibilidade do banco e do agente financeiro. É preciso analisar com o olhar bem apurado, se o que vou gastar agora vai me beneficiar com o tempo. Outra coisa interessante é que essa formatação pode ser apenas uma forma de zerar o estoque do setor imobiliário, já que a portabilidade não abrange os imóveis em construção. É possível fazer valer essa medida no dia cinco? Os bancos falam de uma série de dúvidas...

Dia cinco é possível fazer valer. Provavelmente o processo operacional vai ser mais lento do que a tomada de decisões do Banco Central. O que vamos ter é uma enxurrada de pessoas procurando os bancos para saber como funciona. Luís Dias, do Secovi: imobiliárias esperam aumento nas construções financiadas pelos bancos

Novidade com expectativa e cautela Nem mesmo o mercado imobiliário espera tanto do início da portabilidade do crédito imobiliário. “De antemão essa portabilidade é vista com bons olhos, mas na prática isso não acontece muito bem. A portabilidade com recursos SBPE (caderneta de poupança) já havia sido liberada, mas não houve uma mudança significativa. Pouca gente procurou fazer a mudança”, analisou Luís Dias, diretor de comunicação do Sindicato de Habitação do RN (Secovi). Apesar de não envolvidas na portabilidade do crédito, as imobiliárias estão de olho na movimentação. Com a regulamentação da mudança, o setor espera um aumento nas construções financiadas pelos bancos, principalmente os públicos que trabalham com recursos do FGTS, como Caixa Econômica e Banco do Brasil. “Do ano passado para cá o Banco do Brasil está mais atuante, investindo mais na construção de unidades. Então, na prática, é muito bom para o mercado imobiliário”, ressalta. Ele também acredita que, com o tempo, os bancos privados vão passar a disputar o interesse pelo FGTS. Dias explica o porquê de a regulamentação ter especificidades

O cliente precisa avaliar as despesas cartoriais e se o banco vai cobrar taxa pelos serviços”. DÉCIO STURBA da Associação dos Mutuários

quanto ao crédito imobiliário. Uma delas é que a portabilidade não abrange o financiamento de imóveis em construção. “Se um cliente fizer a portabilidade durante a construção e não pagar, isso compromete a finalização do empreendimento”, afirmou.

Cautela Porém, mesmo que os bancos apresentem as menores taxas possíveis, é preciso estar atento antes de decidir fazer a transferência. A recomendação é de Décio Sturba, presidente da Associação Nacional de Mutuários no RN. “Os juros são hoje o maior gargalo do sistema financeiro de habitação. Dependendo do financiamento eles chegam a 12%. Mas o cliente precisa ava-

liar as despesas cartoriais e se o banco vai cobrar alguma taxa pelos serviços”, sublinha. Sturba recomenda que, antes de tomar qualquer decisão, o consumidor esteja com a tabela do financiamento e saldo devedor em mãos – tanto a do banco original quanto do recebedor. Assim é possível comparar se será embutido algum custo a mais, como o aumento do número de parcelas ou a capitalização dos juros, que fará com que o valor da dívida aumente. “A gente sabe que não se pode cobrar, mas é provável que tentem, então é bom ficar atento”, salienta. De acordo com o presidente, nem sempre a portabilidade é o ideal: se a taxa de juros do novo banco e os juros muito altos, vale a pena negociar com o banco originário por condições melhores. Para o presidente da associação de mutuários, um ponto negativo do sistema de portabilidade é que o consumidor não pode solicitar um novo sistema de amortização da dívida. “Se o cliente fez o financiamento com a tabela PRICE há dez anos, ela já deixou de ser utilizada porque deixa resíduos no saldo devedor, mas vai continuar no financiamento do novo banco. O ideal é que o financiamento dos imóveis seja feito pela tabela SACRE”, recomenda.

Janduir Nóbrega: consumidor deve analisar benefícios


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economia

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

Abrindo a porteira LUIZ ANTÔNIO FELIPE [ laf@tribunadonorte.com.br]

Expofruit 2014 será lançada Os detalhes da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit) serão apresentados no próximo dia 7 (quarta-feira), às 19 horas, no auditório do Sebrae-Mossoró. A feira, que este ano terá como tema “Venha conhecer o precioso sabor da nossa região”, será realizada de 24 a 26 de setembro, no Expocenter da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), em Mossoró. A 17ª edição do evento trará algumas novidades, como a homenagem a um país importador de frutas brasileiras. Os Estados Unidos, com mercado importador em crescimento e considerado essencial para os fruticultores, é o escolhido. Outra novidade é a parceria firmada com o Rally do Melão, nos dias 6 e 7 de junho.

Preço do leite ao produtor sobe 6% em abril, diz Cepea « ENTRESSAFRA » O resultado foi decorrente da menor produção leiteira em março, na esteira do início da entressafra. Valor é a média no país JÚNIOR SANTOS

Expozebu Começa em Uberaba/MG, a 80ª edição da maior feira pecuária da raça zebuína do mundo, a Expozebu 2014. A ExpoZebu 80 anos vai até o próximo sábado, 10 de maio, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. Os leilões da exposição até a noite da quinta-feira (1º), somavam um faturamento de R$ 2,514 milhões, com a venda de 201 lotes e média por lote de R$ 12.509,77.

Mercado (I) As empresas gigantes da produção de banana perdem espaço na exportação da fruta. A FAO, agência da ONU para Agricultura e Alimentação, divulgou uma análise sobre as mudanças que vêm ocorrendo

no comércio global de bananas. Segundo a FAO, as multinacionais continuam tendo uma grande importância na exportação da fruta, mas houve “queda dramática” desse envolvimento nas últimas três décadas.

Mercado (II)

O preço líquido, sem frete e impostos, teve média de R$ 0,9995/litro, 6,11% maior que o de março

A análise afirma que as três grandes produtoras, Chiquita, Dole e Del Monte, controlavam 65% do mercado na década de 1980. Mas no ano passado, as empresas foram responsáveis por apenas 36% das exportações. Em 2013, as cinco maiores companhias tinham 44% do

mercado contra 70% em 2002. A banana não está em alta apenas nas redes sociais (episódios dentro dos estádios). Até março, o preço da fruta subiu 13,55% em São Paulo em 12 meses, segundo a Fipe/USP. O aumento acumulado equivale ao dobro da inflação oficial.

Seridó De 16 a 18 de maio acontecerá em Caicó a Exposição Agropecuária do Seridó, com leilão e Exposição Nacional da Raça Boer.

Vacinação começa A vacinação contra febre aftosa começou na última nesta quinta-feira (1º) e vai até 31 de maio, com previsão de imunizar 166 milhões de bovinos e bubalinos de 21 estados brasileiros. A campanha é fundamental para manter as zonas

livres com vacinação e prevenir a reintrodução da doença no território nacional. O produtor deve apresentar a relação dos animais vacinados e a nota fiscal da vacina nos escritórios do serviço veterinário oficial.

Pecnordeste Por conta da Copa do Mundo e das eleições, foi antecipado para 6, 7 e 8 de maio (próximos dias), o Pecnordeste, uma grande feira agropecuária do Ceará, no Centro de Eventos, em Fortaleza.

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A Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB) empossou na última sexta-feira, em Uberaba/MG, a nova diretoria para o período de 2014 a 2016. O ex-presidente Antônio Pitangui de Salvo passou o cargo a Adriano Varela Galvão. Do RN estão na nova diretoria três criadores, o 3º vice-presidente, Camillo Collier Neto, o diretor Técnico, Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo Filho e o suplente do Conselho Fiscal, Rodrigo Diniz de Melo.

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A agricultura empresarial financia R$ 117 bilhões, valor disponibilizado em nove meses, sendo 39,5% superior ao do mesmo período da safra 2012/13. Desse volume, R$ 84,49 bilhões foram destinados às modalidades de custeio e comercialização e R$ 32,56 bilhões para as de investimento. Entre as operações de custeio, destaque para o Programa de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), que liberou R$ 7,87 bilhões dos R$ 8,05 bilhões disponíveis.

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A safra da cana-deaçúcar está começando no Centro-Sul do país e a colheita deve ser menor este ano. Os dados são do primeiro levantamento divulgado pela Unica, a União da Indústria de Canade-Açúcar. A projeção indica que a colheita de cana deve somar 580 milhões de toneladas de cana, volume 2,8% menor em comparação com o total registrado no ano passado.

Tecnologia O presidente da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba, Manoel Antônio de Almeida Duré, visitou a Emparn Caicó, acompanhado do Chefe da Estação da EMEPA, de Pendências-PB, o Eng. Agrônomo, Leonardo Medeiros. Fora recebidos pelos Gerentes da Emparn de Cruzeta e Caicó. A Emepa está reconstituindo o seu plantel de bovinos Pardo Suíços, e para tanto está supervisionando alguns animais originários de seu antigo plantel. Em Caicó tem 5 animais machos a serem reintegrados. Em Cruzeta 01 fêmea. Também visitou o Sistema de Produção de Aves Caipiras e adquiriu alguns animais para criação e avaliação do desempenho.

Carnes As importações de carne bovina pela China devem crescer até 20%, ao ano, até 2018, dada à crescente demanda e às limitações do país para produção local, em movimento que deve favorecer Brasil e Estados Unidos, os maiores produtores da commodity, apontou a consultoria Rabobank em relatório. A China também passará a liderar a importação de milho em 2020, diz a USDA (ministério da agricultura dos Estados Unidos). Os chineses já estão importando milho do Brasil, depois que passaram a rejeitar milho transgênico dos Estados Unidos.

ão Paulo (AE) - O preço do leite ao produtor em abril subiu 6,16% na comparação com março e atingiu R$ 1,0838/litro, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O valor representa a média no País e considera preço bruto, acrescido de frete e impostos. “Esse foi o segundo mês consecutivo de valorização, resultado da menor produção leiteira em março, em decorrência do início da entressafra”, afirma o Cepea em relatório divulgado nesta semana. O preço líquido, sem frete e impostos, teve média de R$ 0,9995/litro, valor 6,11% maior que o do mês passado e 7,77% superior ao de março/13, em termos reais (deflacionado pelo IPCA de março/14). As médias são ponderadas pelo volume captado nos Estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do

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Sul, Santa Catarina e São Paulo em março. Com a menor produção, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) recuou 3,85% de fevereiro para março. “Mesmo com a ocorrência de chuvas em parte do Centro-Sul, estas não foram suficientes para recuperar áreas de pasto afetadas anteriormente pela seca. Além disso, desde março, as pastagens do CentroOeste e Sudeste estão menos produtivas e as vacas em lactação são secas, para que possam se preparar para a próxima parição.” Como o Sul do País tem a entressafra adiantada quando comparado às demais regiões, os Estados da região registraram queda maior na captação de leite em março.

Tendência Para os próximos meses, laticínios e cooperativas sinaliza-

ram ao Cepea estabilidade de preços. Agentes afirmam que o mercado consumidor não absorveu os preços em altos patamares dos derivados. “Tal cenário pode limitar novas altas nos preços pagos ao produtor, mesmo com a menor oferta de matéria-prima.” Dentre as empresas consultadas, 43,2%, que detém 59% do leite amostrado, esperam manutenção dos valores para os pagamentos de maio. Outros 38,6%, que representam 21,5% do volume amostrado, têm expectativa de alta, enquanto os 18,2% restantes acreditam em queda. As cotações dos derivados também subiram em abril. Na média mensal do atacado do Estado de São Paulo até o dia 29 de abril, o leite UHT e o queijo mussarela se valorizaram 3,30% e 1,97% em relação a março, com média de R$ 2,18/litro e R$ 12,32/kg, respectivamente.

« PRODUTOS »

Agricultura intensifica fiscalização durante a Copa rasília - Para evitar a entrada de doenças e pragas no país e garantir a qualidade e inocuidade dos produtos brasileiros exportados e importados, a Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai intensificar a fiscalização do trânsito internacional de passageiros durante a Copa do Mundo de 2014. Com o objetivo de estabelecer os procedimentos para a importação de produtos de origem animal e vegetal, de procedência estrangeira para utilização ou consumo durante a Copa, o Ministério publicou a Instrução Normativa N° 12/2013. “Os produtos com entrada proibida no país serão apreendidos e devolvidos ao exterior ou destruídos, conforme a situação”, afirma o coordenador geral do Vigiagro, Marcos Valadão. Segundo Valadão, a fiscalização contará com o apoio de mais de 90 servidores do Mapa, além de fiscais federais agropecuários e agentes de atividade agropecuária e administrativos, lotados nas Superintendências Federais de Agricultura (SFA). O apoio terá início com cinco dias de antecedência ao evento e será realizado até o dia 13 de julho em 12 cidades brasileiras onde acontecerão os jogos. Os aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro receberão maior equipe do Ministério que vai atuar em período integral para maior agilidade na liberação dos passageiros internacionais. Além do remanejamento de servidores, o Mapa vai ter lugar na sala de comando e controle, onde estarão reunidas todas as autoridades aeroportuárias com o objetivo de rápida resposta a eventuais entraves na liberação de cargas importadas e de passageiros oriundos no exterior. A norma e as demais legislações específicas para a Copa do Mundo de 2014 estão disponibilizadas no site do Ministério (www.agricultura.gov.br).

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« CENTRO-SUL »

Moagem de cana-deaçúcar sobe 71% no ano ão Paulo (ABr) - As usinas da região Centro-Sul processaram 16,41 milhões de toneladas de cana-de-açúcar neste ano, até o último dia 16, de acordo com balanço da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), divulgado esta semana. O volume é 71,45% superior ao processamento registrado no mesmo período da safra anterior. As moagens começaram, basicamente, em março, mas o grosso do processamento se deu já neste mês, quando foram moídas 12,57 milhões de toneladas, equivalentes a 76,6% do total. A moagem na primeira quinzena de abril aumentou 62,52% em relação ao mesmo período de 2013. Até 16 de abril, 153 usinas haviam começado a moagem, ante 155 unidades em operação na safra anterior. “Esse número de usinas ligeiramente inferior ao observado em 2013 foi compensado pelo clima mais seco, verificado neste ano. Portanto, não impactou o volume de cana processada no período”, explicou o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues. Do total processado, 66,72% foi destinado à produção de etanol e 33,28% à fabricação de açúcar.

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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

economia

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»ENTREVISTA » MARCO FERRAZ

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS OPERADORAS DE TURISMO (BRAZTOA)

“O Brasil ainda não está preparado para um grande volume de turistas” « TURISMO » Marco Ferraz, da Braztoa, aponta deficiências em promoção turística e infraestrutura no Brasil. Também refuta a ideia de que o turismo doméstico é mais caro do que o internacional para os viajantes FOTOS:DIVULGAÇÃO

VINÍCIUS MENNA

cado. O que fez Natal perder essa posição e o que fazer para retomá-la?

Repórter

gregando operadoras que correspondem a 90% dos pacotes turísticos do país, a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) lançou no final de abril um anuário com dados sobre o mercado turístico que colocam o Nordeste em destaque, sendo o responsável por 68% do faturamento com viagens domésticas do país. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o presidente da Braztoa, Marco Ferraz, explica o que foi observado com o diagnóstico, fala sobre os desafios para o crescimento do setor também no turismo internacional e comenta sobre a atratividade da capital potiguar.

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A Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) lançou o anuário com dados sobre o mercado turístico. As operadoras associadas à entidade representam 90% dos pacotes turísticos do país. Em linhas gerais, qual o diagnóstico do mercado com esse anuário?

Na média dos últimos três anos, 70% de tudo que a gente vende é para dentro do Brasil. Como a gente vende para cerca de 6 milhões passageiros, 4 milhões e 200 mil passageiros são para o turismo doméstico, o que é a grande maioria. Então, o volume dos operadores é interno. E qual o nosso diagnóstico? Todo mundo costuma colocar na mídia que o turismo interno é mais caro, mas ele não é mais caro. Embora 30% seja para o turismo internacional, ele corresponde por 50% do faturamento, enquanto que os 70% do turismo doméstico correspondem aos outros 50%, ou seja, o ticket médio do turismo doméstico é menor. Então, essa é uma resposta ao mercado dizendo que doméstico não é mais caro que internacional.

Temos dificuldades em questões de infraestrutura, tanto aeroportuária como de estradas sem sinalização, faltam motoristas bilíngues, toda a parte de atendimento, como cardápios em duas línguas”

O Nordeste apresentou bom desempenho em 2013 no turismo entre brasileiros, conforme o anuário. Como está o RN nesse contexto?

Nós não temos detalhes específicos sobre o Rio Grande do Norte porque os operadores não informam, mas eu diria que 40% do total de turistas da região vão para a Bahia, isso pela quantidade de destinos que o estado tem. Os outros 60% estão divididos entre os outros estados. Isso é o mais detalhado que eu posso chegar a informar. Como está o turismo internacional, considerando a região Nordeste?

A Braztoa tem 27 operadores que fazem receptivos, mas a gente não tem essa diferenciação entre quem foi recebido de fora, quem viajou para fora e o brasileiro viajando dentro do país. A gente não conseguiu esse detalhe também. Mas se você analisar de forma generalizada, o Brasil recebe 6 milhões de viagens vindo de fora e são 9 milhões de viagens indo para fora. A gente tem um número ainda muito reduzido, contando que desses 6 milhões que vem para o Brasil, muitos são repetentes, de turismo corporativo, ou seja, o turismo de lazer ainda é uma atividade pequena, se comparado com

Em Natal, a questão agora é de evolução e promoção também. A Secretaria de Turismo (do RN) precisa ter mais verba para promover o destino, seja participando de feiras, fazendo anúncios e fechando parcerias”

tacionamento para avião, mais espaço para os passageiros em saguão e área de embarque. Tem também a decentralização do sudeste, com muitas companhias aéreas voando para o nordeste. Tem a TAP, a American voando para Salvador, a Delta para Brasília, quer dizer, as companhias entenderam que descentralizando seria a melhor opção e fizeram isso de maneira muito correta.

o corporativo. Então eu diria que a gente tem muito para crescer.

Estamos em ano de Copa, mas ainda temos problemas com relação ao turismo internacional. Quais os gargalos do Brasil para trazer mais turistas para cá?

QUEM

Vou falar um pouco de cada coisa. Nossa promoção do Brasil ainda é fraca. A Embratur é o órgão incumbido de fazer isso e passou muito tempo sem um escritório fora. Esse ano já tem isso. Tem uma verba alocada, mas que não é substancial, então o que vai ser feito não vai surtir tanto efeito, mas já é um início. Em termos de promoção, temos que participar mais de feiras, fazer anúncio, fechar parcerias com operadores lá de fora, com operadores daqui e isso ainda é muito pouco usado. Depois, tem as ligações internacionais da aviação. A gente está crescendo, mas não cresce tão rápido quanto a gente imaginava. Temos dificuldades em questões de infraestrutura, tanto aeroportuária como de estradas sem sinalização, faltam motoristas bilíngues, toda a parte de atendimento, como cardápios em duas línguas, ou seja, o Brasil ainda não está preparado para um grande volume de turistas vindo para cá. A hotelaria tem crescido, melhorado bastante. O Nordeste tem hoje uma infraestrutura hoteleira boa. Mas também tem a questão de o câmbio não estar tão favorável para os estrangeiros e essa é uma situação que influencia também. Então, se pegarmos um pouco de cada coisa, a gente vai cuidando desses pontos e o turismo internacional vai melhorando. E o que fazer para expandir isso?

A gente depende dos governos, de participações em feiras,

Marco Ferraz iniciou no ramo de Turismo em 1984, como guia de turismo em Orlando, evoluindo para supervisor e coordenador de fretamentos da Monark Turismo, empresa familiar que hoje opera 10 mil passageiros em 1 mês.

CARREIRA Se formou piloto comercial de avião e helicóptero, trabalhou com agricultura e pecuária por 15 anos, empreendeu no ramo de tecnologia, marketing e telefonia e, hoje, além de se manter na Monark Turismo, preside a Braztoa, papel que assumiu em 2011.

FORMAÇÃO É graduado em Administração de Empresas.

de promoção internacional. A Copa deve ajudar por causa da visibilidade. Sem dúvida, isso vai ter um ganho para o Brasil. A gente espera que ela não seja negativa, com a possibilidade de protestos e manifestações ou ainda problemas de infraestrutura. Mas vendo pelo lado positivo, acho que a gente tem muito a ganhar, teremos mais turistas e devemos ter um crescimento entre 5% e 10% no ano. Temos uma infraestrutura melhorando, os cinco maiores aeroportos sendo privatizados, mais espaço de es-

Em outubro de 2013, o presidente da CVC, Luis Eduardo Falco, disse que “Natal já não cabe no bolso”, referindo-se ao custos que seriam elevados para as operadoras. O que pesa mais nessa conta? São passagens, hospedagens? E como está Natal como destino turístico? É uma cidade atrativa para setor?

Ela é atrativa sim, acho que o que aconteceu no ano passado, com a situação de prejuízo das companhias aéreas, elas tiveram que tomar uma decisão de diminuir a oferta e o Nordeste acabou sofrendo um pouco mais. As companhias vendem passagens mais baratas para quem faz turismo de lazer. O ticket médio para destinos comerciais, de negócios, é mais caro. Como as companhias tinham que decidir onde iam aumentar a oferta, elas acabaram tirando oferta de destinos menos comerciais, como Natal, Fortaleza, João Pessoa e Maceió. Com esse aumento do preço e a diminuição da oferta, Natal acabou fincando um pouco mais cara. Mas eu acho que o potencial é enorme. Esse ano inclusive já estão falando em uma maior oferta principalmente para os destinos turísticos e Natal vai sentir isso durante o passar dos meses, com mais brasileiros indo. A cadeia hoteleira é boa, é suficiente, atende bem para o público de família, terceira idade, de casais. Tem boas pousadas também, então acho que Natal está muito bem posicionada. A questão agora é de evolução e promoção também. O Estado do Rio Grande do Norte tem a sua Secretaria de Turismo e ela precisa ter mais verba para justamente fazer o seu trabalho que é promover o destino, seja participando de feiras, fazendo anúncios e fechando parcerias. Natal já foi destino para voos charters, mas perdeu esse mer-

É uma questão que não é exclusiva de Natal. Os voos charters perderam relevância a partir do momento em que as companhias aéreas dividiram o avião em diversos preços. Os cinco menores preços das companhias aéreas são mais baratos do que um charter. Elas acabam dividindo um avião em preços. Por exemplo, o preço mais barato que uma passagem São Paulo – Natal – São Paulo custa seria de R$ 300 e, o mais caro, R$ 1.800. Eles querem chegar numa média de R$ 1 mil pelo avião, dependendo do assento, da antecedência da compra e de vários aspectos que elas põe num algorítimo. Só que quando eu vou fretar um avião, essa mesma companhia vai me cobrar R$ 800 o assento. Aí eu tenho que vender a R$ 900, só que eu tenho um preço no mercado de R$ 300, R$ 400. Acaba perdendo a relevância. Isso vai mudar no dia que estiver faltando oferta. Quando estiver faltando assento, as companhias vão sumir com esses preços baixos, de R$ 300, R$ 400 e R$ 500, principalmente em datas festivas, feriados, fim de ano. Aí o fretamento volta a ter força. A gente não vê mais fretamento nem para Orlando, Miami, Caribe ou Natal, Fortaleza Recife porque as companhias aéreas tem disponibilidade a preços mais baixos. Esse é o principal motivo para não vermos mais fretamentos. É provável que essa realidade dos fretamentos volte a acontecer?

Com certeza. A classe A e B com 40 milhões de pessoas e uma classe C com 100 milhões, entrando com poder de compra maior, podendo financiar em 10 vezes, num contexto de taxa de emprego bem alta e todo mundo tendo 30 dias de férias por ano... se essas pessoas estiverem com dinheiro sobrando no orçamento, elas viajam. E o Brasil é o primeiro destino. O consórcio Inframérica – que vai operar o novo aeroporto do RN a partir de maio fez pedidos reiterados ao Governo do Estado para uma redução no ICMS do querosene de aviação. Qual a sua análise sobre a medida e como ela beneficia operadoras?

O tempo de viagem a Natal é de 3h50. Por esse mesmo tempo de voo, dá para chegar de São Paulo a Santiago, só que esse voo par Santiago não paga ICMS porque existe uma lei que dá incentivo para voo internacional, então o ICMS de 25% aqui em São Paulo não é pago. E para ir para Natal, que tem o mesmo tempo de voo, paga esses 25%. A partir do momento que tiver uma unificação do ICMS no Brasil ou incentivo aí em Natal, o voo vai custar menos. E aí tem uma redução de preço na média. Isso favorece todo mundo. A ponta da linha é o cliente final. É uma medida muito válida e a gente briga por isso. Entregamos em parceria com Abear e Abav no mês passado um documento ao Ministério do Turismo, pedindo a redução do ICMS e até uma padronização entre os estados porque se não, a companhia aérea acaba sendo uma cargueira de combustível.


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economia

Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

Projeto e realidade de uma refinaria « HISTÓRIA DO PETRÓLEO » Reportagem mostra potencial do RN, necessidades de refino, a disputa travada no Nordeste por uma refinaria da Petrobras e os investimentos realizados para ampliação do polo potiguar ANA SILVA

Pernambuco vence disputa por unidade

TOMISLAV R. FEMENICK especial para a TRIBUNA DO NORTE

m geologia, bacia é uma depressão ou conjunto de terras ligeiramente inclinadas e, geralmente, é um bom indicativo de existência de petróleo. A Bacia Potiguar situa-se no extremo leste da Margem Equatorial Brasileira, limita-se ao oeste com a Bacia do Ceará e ao oeste com a Bacia de Pernambuco-Paraíba. Possui uma área de 119.030 mil quilômetros quadrados – 33.200 de superfície e 86.100 submersos –, sendo que sua isóbata (linha imaginária que une todos os pontos de igual profundidade no relevo submarino) é de 3.000 quilômetros. Sua superfície é dividida em três subáreas, a saber: o grupo Areia Branca, constituído pelas formações Pendência e Alagamar; o grupo Apodi, integrado pelas formações Assú, Quebradas e Jandaíra, e o grupo Agulha, com as formações Ubarana, Guamaré e Tibau. Geograficamente, a Bacia Potiguar corresponde à plataforma continental da Nigéria, no litoral africano, de onde se separou há aproximadamente 200 milhões de anos. Na plataforma nigeriana já foram descobertas grandes reservas de petróleo leve e com baixo teor de enxofre. Essas jazidas petrolíferas se situam a grande profundidade – cerca de quatro quilômetros abaixo do nível do mar – e foram formadas ao longo da “rachadura”, resultante do processo que de ruptura que separou a atual América do Sul da África. Essa descoberta evidencia uma analogia entre as ocorrências de óleo na costa do nordeste brasileiro e no litoral oeste africano. O petróleo começou a ser explorado na Bacia Potiguar em Ubarana, em 1973; em Mossoró, em 1979, e no Canto do Amaro, em 1985. Segundo dados da Agencia Nacional de Petróleo, nela já foram descobertos “70 campos de óleo e gás, sendo 6 no mar e 64 em terra. Recente perfuração na porção terrestre constatou uma acumulação de óleo, indicando que a bacia ainda oferece boas oportunidades. A Bacia Potiguar, com uma produção diária de 110 mil boe, é atualmente a segunda região produtora do país” (www.anp.gov.br/brnd/round5/ round5/potiguar.asp - Acesso em 28.04.2014).

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Refinaria Potiguar Clara Camarão: segundo a Petrobras, a unidade “produz diesel, nafta, querosene de aviação e gasolina” DIVULGAÇÃO

SAIBA MAIS Esta reportagem é parte de uma série que o historiador Tomislav R. Femenick escreveu e que a TRIBUNA DO NORTE está publicando desde o dia 20 de abril. No primeiro texto, o historiador detalhou as origens dos estudos e da exploração de petróleo no Rio Grande do Norte. Também abordou os desafios existentes no início da atividade. No domingo seguinte, ele falou sobre os altos e baixos da indústria do petróleo potiguar. Abordou, entre outros pontos, o declínio da produção de petróleo, a repercussão disso no mercado, e as perspectivas trazidas com recente descoberta em águas profundas.

Vingt-un Rosado e Tomislav examinaram planilhas da refinaria

O lado nobre Na forma como é encontrado na natureza, o petróleo é um composto de hidrocarbonetos, com pequenas quantidades de nitrogênio, enxofre, oxigênio e outros elementos. O seu uso comercial dá-se com a transformação dessa mistura em combus-

Refinaria Clara Camarão torna o RN autossuficiente O potencial de produção da Bacia Potiguar sempre evidenciou a necessidade de uma unidade de processamento do óleo e do gás extraídos na região, porém só em 1983 foi criado o polo industrial petrolífero, em Guamaré. Seria o embrião de uma grande refinaria. Dois anos depois foi construída a primeira unidade de processamento de gás e, em anos posteriores, o terminal de armazenamento e transferência, a estação de tratamento de óleo e estação de tratamento de efluentes. Em 1999 entrou em operação a planta de produção de diesel. No começo deste século, teve início a operação da segunda unidade de diesel e da instalação da segunda unidade de processamento de gás. Em 2005 entrou em operação a unidade produtora de querosene de aviação e, em caráter experimental, o setor de biodiesel. No ano seguinte começou a funcionar a terceira unidade de processamento de gás. Em novembro de 2009, foi

assinado o Termo de Compromisso entre o Governo do Rio Grande do Norte e a Petrobras, para dar início às obras da Refinaria Potiguar Clara Camarão, com vistas a ampliar capacidade instalada e implantar uma unidade de produção de gasolina. Foram aplicados 215 milhões de dólares na ampliação das instalações do polo, que resultou na “criação” da Refinaria que, a partir de 2010, passou a produzir gasolina e nafta petroquímica. Segundo a Petrobras, a Clara Camarão “produz diesel, nafta, querosene de aviação e gasolina, o que tornou o RN o único estado do país autossuficiente na produção de derivados do petróleo”.A Unidade de Guamaré tem capacidade de processar 37.800 barris/dia (6.000 m3) e compreende duas unidades de destilação atmosféricas (diesel e querosene para aviação), uma unidade de tratamento cáustico regenerativo e uma unidade de produção de gasolina.

tíveis, lubrificantes, solventes e muitos outros produtos. Esse é o lado nobre da indústria petroleira. O refino do petróleo bruto e o craqueamento de alguns de seus componentes, produtos e/ou subprodutos exigem parques industriais complexos de maior ou menor porte, as Refi-

narias de Petróleo. Nas refinarias é que se efetua a transformação do petróleo bruto em nafta, gasolina, querosene, óleo combustível, óleos lubrificante, gás liquefeito, base asfáltica, parafina, enxofre, coque, benzina e outros derivados. As refinarias de petróleo ge-

ralmente são grandes e complexas plantas industriais que usam tecnologia de ponta, cujas instalações de processamento podem ser consideradas como parques químico-industriais. Para alimentar o seu funcionamento contínuo, essas unidades exigem um parque (tancagem) com depósito de matéria-prima (petróleo), que por sua vez deve ser abastecido por oleodutos ou por navios tanques. Internamente, extensas redes de tubulação levam insumos entre as unidades de processamento, formadas por grades torres metálicas. Por sua vez, os produtos acabados exigem grandes tanques para guarda temporária. Em síntese, elas são a representação física da era das grandes indústrias. Para economizar custos de transporte e de construção de oleodutos, as refinarias são preferencialmente instaladas perto das fontes de fornecimento de petróleo, sua matéria-prima básica, bem como em regiões que disponham de vias navegáveis (costas marítimas e margens de grandes rios) para escoamento de sua produção e que possuam fonte de energia para operar a usina.

Capacidade potiguar será ampliada Em julho do ano passado, a Petrobrás recebeu a autorização da Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e BiocombustíveisANP para ampliar a capacidade de tratamento cáustico regenerativo do querosene de aviação, de 430 m³/dia para 600 m³/dia, na Refinaria Potiguar Clara Camarão, permissão essa que tem validade enquanto o projeto seguir o cronograma apresentado pela estatal à agência. A previsão é que as obras estejam concluídas no fim de 2014. Como decorrência da existência da Refinaria Clara Camarão, a Petrobras e sua controlada Transpetro, têm na região 556 quilômetros de oleodutos e 542 quilômetros de gasoduto. Embora todos esses números e fatos sejam relevantes eles não são satisfatórios se levado em conta o fato de que o Rio Grande do Norte é o maior produtor de petróleo em terra do país e, ainda, um dos maiores produtores de gás natural. No contexto geral da indústria petrolífera, a Refinaria Potiguar Clara Camarão é

NÚMEROS

600 m³/dia é para quanto será ampliada a capacidade de tratamento cáustico regenerativo do querosene de aviação.

430 m³/dia é a capacidade atual de tratamento cáustico regenerativo do querosene de aviação, na Refinaria Clara Camarão.

apenas uma unidade de pequena escala, uma minirrefinaria. Uma simples comparação com o projeto da Abreu e Lima mostra o quanto a realidade nos é desvantajosa: enquanto a Clara Camarão processa 37.800 barris/dia (6.000 m3), a refinaria pernambucana irá refinar 230.000 barris/dia (36.600 m3), produzindo 3.600 m3/dia de nafta petroquímica, 1.600 m3/dia

de gás liquefeito de petróleo, 26.000 m3/dia de diesel, 6.200 toneladas/dia de coque, 1.800 toneladas/dia de gasóleo e o H-Bio, óleo diesel que utiliza na sua composição óleos vegetais de mamona, girassol, soja, dendê etc. Segundo informações da Petrobras, para atingir essa meta a Refinaria Abreu e Lima contará com duas unidades de destilação atmosférica, duas unidades de coqueamento retardado (processo para obtenção de coque, combustível para metalurgia e indústria de cerâmica), duas unidades hidrotratamento de diesel, duas unidades hidrotratamento de nafta, duas unidades de geração de hidrogênio e duas unidades de abatimento de emissões. Atualmente a unidade de Guamaré ocupa a 11ª posição no ranque nacional de produção, numa relação de doze refinarias de petróleo no Brasil. *Tomislav R. Femenick é historiador, membro da diretoria do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

A alta taxa de produtividade da Bacia Potiguar deu respaldo para um bom combate: a construção de uma refinaria da Petrobras no Rio Grande do Norte, luta que envolveu o mundo político, acadêmico e empresarial do Estado. A lógica era uma só. Aqui estava a fonte da matéria prima principal, o próprio petróleo, e aqui existiam condição para se obter um dos insumos primordiais para fazer funcionar a refinaria, o gás natural liquefeito. Do ponto de vista de logística, partia-se do princípio de que transportar o petróleo para outro local – onde o óleo passaria pelos processos de refinado e craqueamento para obtenção de gasolina, metano, querosene, óleo diesel etc. – sairia muito mais caro do que simplesmente transportar os produtos acabados para o mercado consumidor, quase todo ele localizado na região Nordeste do país. O mesmo aconteceria com outros produtos e subprodutos, tais como asfalto, parafina, enxofre etc., conforme fosse a configuração da refinaria. Em um dos seus estudos, datado das décadas de 1970/1980, o prof. Vingt-un Rosado elaborou planilhas de custos que comprovavam essas afirmativas. Esse trabalho contou com a participação de professores do Centro de Estudos Avançados da ESAM, hoje UFERSA-Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Além do mais já havia os estudos para a criação do complexo industrial de Guamaré, mesmo que projetado para funcionar em escala reduzida. Partindo dessa lógica técnica, nada mais acertado do que a indicação de que aqui no Rio Grande do Norte é que fosse construída a grande planta de refino do Nordeste. Entretanto, Ceará e de Pernambuco também entraram na disputa pela refinaria. O impasse estava criado até que, em 2005, dois personagens entraram na contenda. Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente do Brasil, queria levar a refinaria para o seu Estado natal; Hugo Chaves, então presidente da Venezuela, prometia se associar à Petrobras na construção de uma usina de refino petrolífero, desde que localizada na terra natal do general José Inácio de Abreu e Lima, pernambucano que participou da luta de Simon Bolívar pela independência das colônias espanholas na América. Um fato passou quase despercebido: nas confabulações dos dois presidentes, o projeto da refinaria de Abreu e Lima teria que ser direcionado ao refino do óleo pesado, característico do produto venezuelano. E lá se foi para Pernambuco a refinaria que, pela lógica técnica e econômica, deveria ser erguida no Rio Grande do Norte. Por sua vez, o Ceará já tinha ganhado a Refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste-LUBNOR, com capacidade de processar 6.000 barris de petróleo por dia e que produz asfalto, lubrificantes naftênicos (usados em transformadores, refrigerantes, solventes, fluidos de corte etc.), gás natural, óleo combustível para navios, gás de cozinha e óleo amaciante de fibras. A LUBNOR é uma planta de pequeno porte que, há oito anos, teve sua ampliação anunciada pela Petrobras. A obra não foi iniciada.


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Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 04 de maio de 2014

Sesap perde 316 médicos efetivos « SAÚDE » De janeiro de 2011 a dezembro deste ano, a Secretaria Estadual de Saúde terá perdido 316 médicos. A maioria dos profissionais pediu exoneração dos cargos e os demais se aposentaram ROBERTO LUCENA repórter

secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) vai perder, até o fim deste ano, 316 médicos. Esta quantidade é suficiente para atender a demanda dos hospitais Tarcísio Maia, em Mossoró, e Santa Catarina, na zona Norte de Natal. O montante também é quase o necessário para operacionalizar o maior hospital de urgência e emergência do Estado, o Walfredo Gurgel – que necessita de 352 médicos –, e corresponde a mais de 17% do efetivo atual na Sesap. O déficit na secretaria é de 578 profissionais. A perda é sinalizada pela Coordenação de Recursos Humanos (CRH) do órgão. Até dezembro, pelo menos 45 profissionais serão exonerados e outros 97 vão atingir o tempo de serviço e poderão pedir aposentadoria. Atualmente, 1.800 médicos compõem o quadro de pessoal na Sesap. Entre janeiro de 2011 e março passado, 174 profissionais foram exonerados a pedido ou através de ofício, ou seja, foram demitidos. A debandada da classe médica atinge principalmente áreas sensíveis como a ortopedia e anestesiologia. Além de dificultar o atendimento à população, a fuga de profissionais eleva os gastos públicos. O valor dos contratos com cooperativas aumentou 92% no intervalo de quatro anos. A Sesap já chegou a contar com 2.100 médicos no seu quadro. No entanto, nos últimos três anos, a secretaria assistiu a maior fuga desses profissionais que se intensificou na atual administração comandada pelo médico Luiz Roberto Fonseca. Desde que assumiu a pasta – há pouco mais de um ano –, o secretário implantou medidas consideradas “antipáticas” por boa parte da classe médica. “Podem ser antipáticas, mas são necessárias para arrumar a casa”, disse o titular da CRH, Carlos Roberto Pinto Lopes. Entre as regras estabelecidas pela atual gestão, estão a suspensão da chamada “folha de plantões indenizatórios” e a implantação do ponto eletrônico. Com a primeira medida, de acordo com Carlos Roberto, a Sesap conseguiu enxugar a folha de pagamento. “Para se ter ideia, em 2009, esses plantões indenizatórios chegaram a gerar uma despesa de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos. Fizemos uma auditoria, cancelamos os plantões

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As medidas são impostas unilateralmente. Não há discussão com a classe médica” GUTEMBERG GURGEL médico

eventuais e esse pagamento extra não existe mais”, contou. Já o controle de frequência através do ponto eletrônico obrigou os profissionais médicos a cumprirem a carga horária contratada junto à Sesap. À época do debate, representantes dos profissionais chegaram a exigir uma complementação salarial para aceitar a implantação do controle mais rígido. O reajuste não foi concedido e quem não estava satisfeito com a situação, pediu para sair. Por outro lado, os médicos alegam que a fuga do serviço público não ocorre apenas por questões relacionadas à melhoria salarial e flexibilização da carga horária. O abandono acontece, segundo eles, devido às péssimas condições de trabalho oferecidas pela Sesap. Foi por esse motivo que, no dia 17 de abril, o cirurgião vascular Gutemberg Gurgel entregou o pedido de exoneração. Em uma carta enviada aos colegas, o médico afirma que, após 23 anos “dedicados a causa da cirurgia vascular no Rio Grande do Norte”, chegou a hora de parar. “No momento, não temos mais apoio de nada dos gestores. Cobranças descabidas e falta de tudo”, escreveu. Em entrevista à reportagem da TRIBUNA DO NORTE, Gutemberg afirmou ainda que a Sesap vive sob regime de ditadura. “As medidas são impostas unilateralmente. Não há discussão com a classe médica”, contou. Sobre as condições de trabalho, o cirurgião disse que a falta de material é recorrente. “Por diversas vezes tive que parar as cirurgias para providenciar um fio que estava faltando. A falta de insumo é constante. Decidi sair pois não aguentava mais fazer uma medicina de faz de conta”, contou.

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PÁGINA 2 Há déficit de médicos em várias especialidades ROBERTO LUCENA

Carlos Roberto Pinto Lopes, Recursos Humanos da Sesap


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

Clínicos lideram lista de exonerações « SAÚDE » Clínicos gerais, anestesiologistas e ortopedistas são os especialistas que mais pediram exonerações dos quadros da Secretaria Estadual de Saúde, nos últimos três anos

ADRIANO ABREU

Sesap possui hoje 14.400 servidores distribuídos em diversas categorias. Um levantamento feito pela CRH aponta que, entre janeiro de 2011 e março de 2014, ocorreram 407 exonerações. Deste total, 174 correspondem a médicos, ou seja, 42% do total. É o maior percentual entre as categorias que compõem o quadro de pessoal da Sesap. Há um outro dado alarmante. Os médicos que pedem exoneração da secretaria são especialistas em áreas críticas nos hospitais públicos. Em pouco mais de três anos, os clínicos gerais lideram a lista dos exonerados. Foram 34 baixas. Em seguida, aparecem os anestesiologistas (16 pedidos de exoneração) e, na sequência, os ortopedista. Catorze profissionais dessa especialidade abandonaram o serviço público nos últimos anos. De acordo com a titular da Coordenadoria de Hospitais e Unidades de Referência (Cohur) da Sesap, Camila Costa, a saída dos profissionais obriga o redistribuição dos médicos e elaboração de aditivos nos contratos com as cooperativas. “Infelizmente ocorre essa perda de pessoal em áreas críticas como a ortopedia, por exemplo. Nos obriga a fazer redistribuição de pessoal e serviço. Para não deixar o paciente sem o médico, precisa contratar com as cooperativas”, coloca. Além das exonerações já efetivadas, existem 45 sindicâncias em curso que apuram irregularidades relacionadas a médicos. Carlos Roberto Pinto Lopes afirma que tais procedimentos serão convertidos em exonerações. “Os processos estão parados atualmente, mas todos os documentos apresentados comprovam que há irregularidades. Há casos de abandono de trabalho e outros onde o médico recebe sem comparecer”, diz. Somando as exonerações já realizadas mais os casos em análise, até o fim deste ano, o número de exonerações de médicos vai atingir o mínimo de 316 profissionais. Soma-se ainda, outros 97 médicos que vão atingir o tempo

Gastos com cooperativas aumentam no RN

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Além das exonerações já efetivadas, existem hoje 45 sindicâncias em curso que apuram irregularidades relacionadas a médicos

O QUE Médicos dos quadros efetivos da Secretaria Estadual de Saúde pedem exoneração

QUANDO Dados mostram que desde janeiro de 2011, 174 desses profissionais foram exonerados

de serviço e podem pedir aposentadoria. Sendo assim, nos próximos sete meses, o total de médicos que vão deixar a Sesap soma o quantitativo de 237 profissionais. Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern), Jeancarlo Cavalcanti, dois fatores explicam a evasão do serviço público: baixa remuneração e falta de condições de trabalho. “São os dois problemas principais. O salário não é atrativo e as condições são precárias”, avalia. Recentemente, houve apro-

vação de reajuste salarial para a classe médica, mas, segundo Jeancarlo, a manobra não é suficiente para atrair novos médicos, especialmente os especialistas. “É verdade que o aumento trouxe um alívio, mas ainda há exigências por parte dos médicos. Se ocorrer o concurso, os médicos sem especialização vão procurar o ingresso no serviço público, mas os médicos especialistas vão continuar de fora”, coloca. A falta de profissionais especialistas atinge o atendimento em hospitais de grande porte como o Walfredo Gurgel. Não raro surgem denúncias da falta de profissionais para cobrir a escala de plantão. Médicos com especialidade em cirurgia vasculares, ortopedia e neurocirurgia são cada vez mais escassos dentro da Sesap. Para dar resposta à demanda, a Sesap realiza novos contratos com as cooperativas e, no caso das cirurgias ortopédicas, realiza mutirões através de convênios com hospitais particulares. No ano passado, foram mais de 200 cirurgias desse tipo que culminou com o esvaziamento do corredor de politraumatismo do Walfredo Gurgel.

Estado tem déficit de 516 médicos A CRH da Sesap está concluindo um levantamento do déficit de servidores em todas as categorias profissionais e em todas as unidades da secretaria. O relatório apresenta uma previsão de pedidos de aposentadoria para este ano, visando a possibilidade de novas convocações até o mês de julho, prazo que se encerra a validade do concurso público realizado em 2010. Sabe-se que, atualmente, a Sesap necessita de pelo menos 516 médicos para compor o quadro de pessoal. O documento aponta que um total de 707 servidores irão completar o tempo de serviço e poderão pedir aposentadoria. Destes, 97 são médicos, mais de 300 são Auxiliares em Saúde, profis-

sionais que atuam como copeiros, cozinheiros, auxiliares administrativos e auxiliares de enfermagem, que representam mais de 70% deste montante. Além das novas convocações a Sesap já está trabalhando na realização de um novo concurso público, visando preencher os cargos vagos por pedidos de exoneração. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 04/05/2000), somente as vacâncias decorrentes de aposentadorias e óbitos podem gerar novas convocações. Ou seja, pedidos de exoneração e afastamentos não permitem a convocação de aprovados, mesmo em concursos públicos que ainda estejam dentro

do prazo de validade. O Governo do Estado convocou, desde 2012, um total de 1.017 servidores para a Sesap, o que representou um aumento de 6,8% da força de trabalho da Saúde. Com 14.400 servidores, a folha de pagamento da Sesap gira em torno de R$ 50 milhões. Nos últimos meses, houve enxugamento da folha. De acordo com a CRH, em dezembro de 2012, a folha custou R$ 59 milhões ao erário. Um ano depois, a mesma rubrica foi fechada em R$ 53 milhões. “Essa economia é resultado das sindicâncias e medidas que visam a obediência das cargas horárias de fato contratadas”, disse Carlos Roberto Lopes.

Sesap convoca médicos cedidos a outros órgãos

‘Mais Médicos’ não atingirá meta de atendimento O programa criado pelo Governo Federal para suprir a necessidade de profissionais da área da saúde, o “Mais Médicos”, não vai atingir a meta esperada pela Sesap. Apesar de o Ministério da Saúde confirmar que a meta de distribuição de médicos foi atingida com o envio de 197 profissionais, a rede de atenção básica e Programa Saúde da Família (PSF) não atingiram os resultados esperados. A expectativa inicial era a de que o Mais Médicos possibilitasse a criação de 1.612 equipes de PSF no Estado. No entanto, até

o momento, existem 960 grupos em atividade e, até o fim deste ano, o número não deve passar das 1.183 equipes. Ou seja, da meta inicial, o Estado conseguiu atingir 59%. De acordo com dados da Sesap, antes do programa iniciar – em setembro do ano passado – o Estado tinha pouco mais de 70% da área coberta pela assistência básica. Em janeiro deste ano, a taxa de cobertura estava em 81%. Ainda segundo a Sesap, as metas de cobertura de assistência básica e formação de equipes de PSF não foram atingidas

porque apenas o envio de médicos não resolve a questão. Para criar equipes de PSF, as prefeituras precisam contratar outros profissionais: enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde em equipes básicas; dentistas, assistentes sociais e psicólogos em grupos mais elaborados. Para isso, é necessário recursos financeiros e decisão política que priorize a saúde. Quando o Mais Médicos foi anunciado, em julho do ano passado, 101, dos 167 municípios potiguares, realizaram o cadastro

A saída de profissionais médicos da Sesap combinada com a abertura de novos serviços obriga a Sesap a contratar médicos ligados às cooperativas. A alternativa acaba saindo caro. Somente em 2013, a Sesap desembolsou quase R$ 18,5 milhões para pagar apenas três cooperativas. Nos últimos anos, o aumento no montante entregue aos médicos terceirizados foi de 168%. Não há dados oficiais, mas sabe-se que boa parte dos profissionais egressos do Estado ingressou nas cooperativas médicas. Atualmente, a Sesap tem contratos assinados com nove cooperativas e a Clínica Neurológica do Rio Grande do Norte (Clineuro) que, apesar de não ser cooperativa, atua com características parecidas. Juntas, a Clineuro, Cooperativa Médica (Coopmed/RN) e Cooperativa de Anestesiologistas (Coopanest/RN) somaram o maior montante de recursos destinado à terceirização na Sesap ano passado: R$ 18.417.946,66. Somente os contratos da Coopmed/RN, entre os anos de 2010 e 2013, sofreram ágio de 278%. São mais de mil profissionais que atuam em várias especialidades nos diversos hospitais do Estado. Os contratos da Coopanest/RN tiveram aumento de 193% e a Clineuro elevou os custos em 72%. Ainda não há confirmação com relação a um novo concurso público na Sesap, mas a direção da secretaria acredita que – diferente do que ocorre atualmente – os médicos irão se interessas pelo serviço público. A Sesap aposta na lei aprovada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), em abril, que reajustou o vencimento básico da remuneração dos cargos de provimento efetivo de médico e dentista com especialidade em cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial. “Em 2012, o médio com 40 horas ganhava R$ 2.470,00. Em abril, o salário básico é de R$ 5.309,92. Acreditamos que essa mudança vai garantir que o médico queira ficar no Estado”, disse Carlos Roberto Pinto.

junto ao MS solicitando o envio de profissionais. A demanda apresentada inicialmente foi de 286 médicos. Com novos cálculos e redimensionamento da demanda, a meta foi fixada em 219 médicos. Até o momento, foram realizados quatro ciclos do programa e, de acordo com os dados apresentados pela coordenação da Sesap, existem, em atividade, 162 médicos em 92 municípios. Os dados não levam em conta os profissionais do 4º ciclo, pois o mesmo foi encerrado há menos de quinze dias e as informações não foram confirmadas.

Se ocorrer o concurso, os médicos sem especialização vão procurar o ingresso no serviço público, mas os médicos especialistas vão continuar de fora” JEANCARLO CAVALCANTI presidente do Cremern

A Sesap está convocando os quase 30 médicos ligados ao órgão, mas que estão cedidos a outras instituições. A convocação é a resposta à uma recomendação conjunta do Ministério Público do Estado (MPE) e Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN) publicada em janeiro passado orientando a Sesap sobre a concessão de licenças. Há médicos do Estado trabalhando, por exemplo, em nove prefeituras, ALRN, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) e no próprio TCE/RN. Para expedir a recomendação, os órgãos consideraram, entre outros pontos, o notório déficit de recursos humanos pelo qual vem passando a Sesap nos últimos anos, notadamente quanto à força de trabalho médica. Apesar da recomendação não jogar luz sobre os médicos que estão servindo em outros órgãos, a gestão da Sesap decidiu convocar os profissionais. Até o momento, seis médicos que estavam cedidos à Liga Contra o Câncer, retornaram aos seus locais de origem. Os demais profissionais estão sendo convocados gradativamente.


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

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Onda de justiceiros no RN preocupa « JUSTIÇAMENTO » Pelo menos oito pessoas morreram, neste ano, no RN, vítimas de cidadãos que resolveram fazer justiça com as próprias mãos. Dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Coedhuci-RN EMANUEL AMARAL

IGOR JÁCOME repórter

osé, Valter, Salatiel, Arlindo, Alsair, outros três não identificados. Pelo menos oito pessoas morreram, neste ano, no Rio Grande do Norte, vítimas de cidadãos comuns que resolveram fazer justiça com as próprias mãos. Os dados são de levantamento feito por representantes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania (COEDHUCI-RN). O último ato de linchamento, em que o suspeito de um crime foi espancado e morto por populares, ocorreu no final de semana passado, em Natal. Raramente os agressores são presos. A Polícia Civil encontra dificuldades em investigar os casos, principalmente pela falta ou

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silêncio das testemunhas. Especialistas são unânimes e apontam a ausência do Estado como principal causa dessa prática. A maioria das pessoas que passaram da condição de suspeitos a vítimas são homens, pardos ou negros, com idade média de 34 anos. Entre as ocorrências registradas, apenas uma mulher foi vítima de assassinato com características de justiçamento. “Temos que ressaltar que existe o justiçamento coletivo, em que várias pessoas espancam o suspeito até a morte e outros que é um contra um. Às vezes a população não bate, mas assiste, apóia, não revela quem foi o suspeito, e dessa forma também está cometendo um crime”, explica o especialista em Segurança Pública, Ivenio Hermes, que é consultor da OAB/Mossoró e faz parte do Fórum Brasileiro de Segurança. De

acordo com o banco de dados atualizado por ele, junto com Marcos Dionício, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, foram cinco justiçamentos coletivos no RN, contra três ocorridos da outra forma. Eles chegam aos casos a partir de notícias divulgadas pela, imprensa, além de conversa com policiais, familiares e população em geral. O primeiro registro de 2014 ocorreu em fevereiro, no município de Mossoró. A vítima de linchamento não foi identificada até hoje e também não pôde ser sepultada porque o Itep de Mossoró não teria condição de recolher material genético para futuros exames de DNA – ação necessária para o sepultamento de indigentes. Para o consultor Ivenio Hermes, os casos são reflexo de uma sociedade sem a presença do Estado no combate aos crimes. “A

violência é algo humano. A nossa tendência é sermos violentos, mas somos contidos pelas leis, pelas normas sociais, e acabamos nos tornando pacíficos, buscando a paz. Mas o que está faltando é a presença do Estado, que gera impunidade. O cidadão vê os crimes acontecendo ao seu redor sem solução e isso gera medo, ódio. Quando ele tem a oportunidade, desconta tudo isso naquele suspeito que foi pego”, argumenta. Para ele, isso acontece devido à falta de policiamento ostensivo e principalmente investigação. “Passa desde a valorização do policial, até os equipamentos e as condições adequadas de trabalho”, comenta. Como exemplo da situação pela qual passa o estado, ele afirma que a Polícia Militar não tem reforço de efetivo há cinco anos. As nomeações que ocorrem, segundo ele, são para

Ivenio Hermes: justiçamento é reflexo da ausência do Estado

substituição, de mortos, exonerados ou aposentados. Além dos casos envolvendo mortes, há vários outras histórias de linchamentos, neste ano. Em um deles, um pedreiro, em Parnamirim, foi espancado porque vestia uma camisa azul – mesma cor usada pelo homem que havia praticado um crime. Ele foi preso por seguranças de uma empresa particular e sofreu várias pancadas na cabeça. De acordo com Ivenio, o homem ainda carrega sequelas. Perdeu parte da memória e só sabe o primeiro nome. Já Wancleir Barbosa Bezerra, 23, foi espancado na zona Norte de Natal, no dia 21 de fevereiro, após tentar roubar uma farmácia. Preso, depois de ter sido amarrado e espancado, ele contou à TN que estava arrependido e não sabia o que faria, caso fosse ele a vítima de um assalto.

ANA SILVA

Polícia admite dificuldades para investigar casos O delegado geral da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, Adson Kepler confirma as dificuldades para investigar os casos de justiçamento. Para ele, o principal problema está na falta de contribuição por parte da população. “Esses casos de linchamento com morte, geralmente têm vários autores e as pessoas não querem falar, ou porque participaram ou apoiam”, coloca. Mesmo assim, ele afirma que as delegacias devem investigar os casos, e é exigido rigor, inclusive com busca de imagens de câmeras de celular ou de monitoramento que ajudem na identificação dos suspeitos. Porém praticamente todas as investigações estão paradas. O quadro só deve ser revertido, de acordo com ele, quando for reestruturada a Delegacia de Homicídios (Dehom) do Estado. “Nossa prioridade são as investigações de homicídios e nós já temos o planejamento de novas nomeações. Vamos colocar mais delegados e os crimes violentos letais intencionais, onde estão incluídos esses justiçamentos, vão ser investigados de forma melhor”, disse. “Em um mês de investigações, já sentiremos a redução de casos”, coloca. O Estado registra maiores índices de homicídios em 2014, em relação ao mesmo período de 2013. De acordo com Ivenio Hermes e Marcos Dionísio, já foram 574 até o dia 30 de abril, chegando a marca de 4,7 mortes diárias nos limites potiguares. Em 2013, até a mesma data, foram registrados 536 mortes. Mossoró se mantém o município campeão de tentativas de homicídio neste ano, de acordo com os pesquisadores, com 82 casos. Para se ter uma diferença em relação ás outras cidades, Macaíba, que fica em segundo lugar, chegou à marca dos 29. Natal é a terceira cidade colocada neste ranking, com 14. O aumento da criminalidade, a ausência do Estado e mesmo a ampla divulgação da violência pelos programas policiais nas mídias de massa como a televisão são as principais influências apontadas pelo professor do Departamento de Psicologia da UFRN, Herculano Campos para o surgimento de novos casos de justiçamentos. Para ele, esses fatores não fazem aumentar, necessariamente, o número de crimes, mas incentivar o retorno da prática que já existiu no passado brasileiro e acontece até hoje, principalmente naqueles lugares cuja presença do Estado é fraca. “Não é necessariamente um retrocesso, mas um quadro reincidente”, coloca o professor.

Cronologia Às vezes, a população não bate, mas assiste, apoia, não revela quem foi o suspeito, e dessa forma também está cometendo um crime” IVENIO HERMES especialista em Segurança Pública

Episódios registrados no Rio Grande do Norte

01/02 - O primeiro caso aconteceu na noite do sábado dia 1º de fevereiro.Um homem até hoje não identificado foi espancado por moradores no bairro Abolição III,em Mossoró, após assaltar uma mulher e tentar fugir de bicicleta.Ele foi espancado e chegou a ser socorrido para o Hospital Tarcísio Maia,mas não teria resistido. 17/02 – Mulher até hoje não identificada foi morta a tiros em Parnamirim.De acordo com os pesquisadores,ela era moradora de rua e algumas pessoas suspeitavam de pequenos furtos que seriam praticados por ela na região. 05/03 - Valter de Oliveira Lima, 31 anos,conhecido como “Garapa”, teve a cabeça esmagada a pedradas,em Touros,no litoral norte potiguar, no dia 5 de março.Ele era suspeito de pequenos crimes na cidade e acredita-se que tenha sido tirado de dentro de casa e executado.A polícia prendeu um suspeito do crime, de 19 anos.

Esse é um problema que está associado à Justiça fraca e Estado fraco.” HERCULANO CAMPOS Para psicólogo, “justiça com as próprias mãos” é um recado claro da sociedade sobre a insegurança

professor do Departamento de Psicologia da UFRN

17/03 - Salatiel Félix da Silva,52 anos,foi morto por espancamento no bairro Santa Tereza,em Parnamirim.Não há detalhes sobre o caso. 22/03 – Um homem identificado como José César do Nascimento,de 36 anos, morreu após ser agredido fisicamente por outras pessoas em Goianinha.Ele chegou a ser socorrido a um hospital,mas não resistiu à gravidade dos ferimentos.

ADRIANO ABREU

29/03 - Arlindo Pereira da Costa, 30 anos,foi morto a pauladas dentro de um ginásio em construção em Alexandria,no Alto Oeste potiguar.Duas pessoas foram presas à época.

BATE-PAPO Herculano Campos professor do Departamento de Psicologia da UFRN

É possível saber o motivo do afloramento desse fenômeno?

Ele está associado ao descrédito do Estado para tomar medidas de contenção da violência e uma necessidade da população de alguma forma tocar nessa questão. Reflete no fato da população dar um recado sobre a insegurança. Se isso é certo ou errado, isso é uma outra discussão. Mas trata-se de um recado claro. E temos a questão da impunidade, que se mostra incompetente para tomar decisões a esse respeito, e refletindo isso na impunidade, do pequeno ao grande transgressor. Por outro lado, a população quer atacar a questão da

violência e impunidade. A forma como faz isso é a que está à mão, a primeira alternativa. Ou seja, triste daquele que for pego. Recentemente teve um que foi linchado até a morte. Se ninguém faz, a população toma isso em mãos. Quanto mais isso é divulgado, causa maior incentivo?

Os programas policiais vendem uma ideia que tem um apelo comercial muito grande, mas do ponto de vista do esclarecimento das razões que levam as pessoas a agirem desse jeito, é quase nulo. Não há contribuição. O que tem é uma potencialização da violên-

cia porque eles estimulam que a população faça isso. Além de ser um equívoco é um desserviço. Isso é um problema brasileiro ou no mundo inteiro?

É um problema que não é só do Brasil e está associado à Justiça fraca e Estado fraco. Onde a estrutura de segurança está fragilizada, isso aparece. No Brasil esse quadro é reincidente. A gente tem um contexto de cada vez mais urbanização, complexidade das cidades, onde as demandas inclusive pela segurança aumentam. E se as pessoas não vêm as demandas atendidas, tomam medidas como essa.

29/03 – Alsair da Silva Luiz, negro,34 anos,foi morto em Felipe Camarão,Natal.Não há informações sobre o caso. 26/04 – um homem ainda não identificado foi espancado até a morte no bairro Nordeste,em Natal,na noite de sábado (26). Ele teria roubado o celular de uma mulher em uma parada de ônibus.Perseguido por populares,ele chegou a correr, mas se enganchou em uma cerca,onde foi executado.A polícia não tem pistas dos agressores.


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Poder Judiciário

« ARTIGO »

Minhas livrarias em Londres (I)

ANELLY MEDEIROS [anellymedeiros@hotmail.com ]

MARCELO ALVES DIAS DE SOUZA

Adoção mais difícil

procurador regional da República

Um projeto de lei, de autoria do senador Antônio Carlos Valadares, poderá tornar ainda mais desgastante as adoções no Brasil. O projeto altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para que os processos de adoção só iniciem depois de esgotadas todas as tentativas de reinserção das crianças nas famílias biológicas. Segundo o Jornal O Globo, “atualmente, mais de 34 mil crianças e adolescentes estão em abrigos do país, com algum tipo de empecilho para ganhar um novo lar. E o tempo médio entre o recebimento de uma habilitação por um candidato a pai adotivo e a chegada da criança supera os três anos no Brasil”. Uma lástima.

TRF5 determinou a volta da locomotiva A decisão foi tomada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5. A locomotiva de Catita nº 03, que tem grande valor histórico, especialmente para os potiguares, tendo sido utilizada no transporte do ex-presidente da República Washington Luiz, voltará para o Rio Grande do Norte. O MPF ajuizou essa ação civil pública, em 2010. Hoje, a locomotiva está nas dependências do extinto Museu do Trem

do Recife, na antiga sede da Rede Ferroviária, localizada em Recife (PE). A empresa Aço Norte S/A que comprou os bens da antiga Rede Ferroviária já concordou, em acordo extrajudicial, entregá-la aos interessados. A sentença foi, dentre outras determinações, no sentido de reconhecer a importância histórica da Locomotiva Catita nº 03 e seu reboque para o Estado do Rio Grande de Norte.

Corredor da morte Um dado alarmante foi publicado na última terça-feira pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences. O estudo do Centro de Informações sobre a Pena de Morte calcula que de cada 25 presos, um é provavelmente inocente. De acordo com o site Consultor Jurídico, os pesquisadores afirmam que apenas 1,6% dos presos sentenciados à pena de morte são efetivamente libertados. Porém, a maioria dos

inocentes no corredor da morte tem sua pena convertida para prisão perpétua e, quando eles são incluídos nas estatísticas, o percentual sobe para 4,1%. De 1953 para cá, quase 8,5 mil réus foram sentenciados à pena de morte nos Estados Unidos e 138 liberados. Mais de 60% dos réus inocentes tiveram a pena convertida em prisão perpétua e foram esquecidos. Imagine se tivesse pena de morte por aqui.

DIVULGAÇÃO

Período da Copa O desembargador José Rêgo Júnior, do TRT-RN regulamentou o horário de funcionamento do Completo Judiciário que abriga o edifício-sede do tribunal e o fórum que reúne as onze Varas do Trabalho de Natal. A presidência decretou ponto facultativo nos órgãos judiciários e administrativos sediados no Complexo Judiciário Ministro Francisco Fausto, localizado em Natal, nos dias dos jogos na Arena das Dunas. Nos dias de jogos da Seleção Brasileira de Futebol, o expediente do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região e o atendimento ao público será das 7h às 14h.

PM capota viatura e é condenado Policial militar terá que pagar quase R$ 30 mil pelos danos morais por ter causado danos a uma viatura policial. A questão é que o militar não estava de serviço no dia do acidente. O Estado informou à Justiça que o PM resolvia assuntos pessoais, quando o veículo colidiu no canteiro central da pista. O magistrado também entendeu que o policial contrariou as regras do Código de Trânsito Brasileiro, já que no momento do

acidente, o PM dirigia a viatura com velocidade aproximada de 80 km/h a 100 km/h, conduta imprudente, devido às condições do tempo. O militar argumentou, sem sucesso, que a “eventual utilização indevida da viatura policial somente poderia ensejar a aplicação de sanções de ordem administrativo-disciplinar, jamais podendo levar à conclusão sobre sua responsabilidade pela ocorrência do acidente”. Ainda cabe recurso.

viver TERÇA A SÁBADO NA TRIBUNA DO NORTE

eria exagero dizer que se trata de um turismo popular, mas é fato que, ultimamente, tem-se visto, sobretudo na Europa, um interesse cada vez maior da “indústria” do turismo para com a literatura. Chamemos de “turismo literário”, na falta de uma expressão mais justa, esse tipo de entretenimento. Não falo da literatura de viagem, à moda de Goethe (17491832) ou Stendhal (1783-1842), algo correlato e interessantíssimo, que, às vezes, modestamente, faço aqui, se é que não estou fazendo agora. Falo de um turismo cultural - com roteiros, guias, livros etc. -, voltado, especificamente, para aqueles que amam ou têm interesse na literatura. Eu mesmo já citei, aqui, inúmeros livros do gênero: “Literaty Paris: A Guide” (de Jessica Powel, publicado pela The Little Bookroom, 2006), “Writers in Paris: Literary Lives in the City of Light” (de David Burke, publicado pela Counterpoint, 2008) e “À luz de Paris: guia turístico e literário da capital francesa” (de João Correia, publicado pela LEYA, 2012). São apenas alguns exemplos, escolhidos porque estavam na prateleira mais próxima quando decidi escrever este riscado. Como esses, sobre Paris, Londres, Roma e outras paragens menos votadas, conheço dezenas. De minha parte, voltando de Londres esta semana, vou dar, nessa onda do “turismo literário”, algumas dicas para aqueles que, pensando em viajar ao

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Reino Unido, adoram livros. Escreverei, em três ou quatro crônicas, sobre “minhas livrarias em Londres” (e outras coisitas mais, porque “turistar” apenas em livrarias “ninguém merece”). Para dar uma sistemática à coisa, vou restringir minhas “sugestões” a duas ou três regiões de Londres, exatamente as que mais conheço. Outrora curioso da obra Ludwig Wittgenstein (1889-1951), mesmo sem saber até hoje se entendi algo da filosofia do cidadão, sou seguidor do lema: “sobre o que não se pode falar, melhor calar”. Começo pelo bairro que por último morei em Londres: Bloomsbury (estação de metrô Russell Square ou, um pouco mais ao sul, estação Holborn), bairro fantástico, imediatamente ao norte do badalado Covent Garden, facilmente percorrível a pé, onde ficam, entre outras coisas, o Museu Britânico e a estrutura central da Universidade de Londres. Tradicionalmente ligado à intelectualidade, ali se reunia, por exemplo, na primeira metade do século XX, o “Grupo de Bloomsbury”, com Virginia Woolf (18821941), E. M. Forster (18791970), Lytton Strachey (18801932) e John Maynard Keynes (1883-1946), entre outros, escritores/pensadores cujos trabalhos muito influenciaram a literatura, a crítica literária e de arte, a filosofia e a economia ocidentais até os nossos dias. Algumas livrarias de Bloomsbury, aliás, eu até já mencionei aqui. Por exemplo, a “London Review of Books”, que fica a uma quadra do Museu

Britânico (no número 14 da Bury Place). Charmosíssima, pequenina, composta de um pavimento térreo e de um subsolo, com um café que recomendo experimentar. Visita ao museu e um expresso na charmosa livraria. Quer algo melhor? Aqui já falei também sobre a “The Book Warehouse”, que fica número 120 da Southampton Row, a duas ou três quadras do flat onde morei por quase um ano. Convenientemente, fica aberta até às 22 horas, o que é raro no comércio londrino. Pequenina, com apenas um pavimento térreo, vende livros novos a preços promocionais (mas não é um sebo). Para quem gosta de economizar como eu, é uma maravilha. Sempre se acha algo. Ou se acha muito, como dessa última vez, o que causou um sobrepeso nas nossas malas, apenas resolvido com a ajuda do serviço postal do Reino Unido, o “Royal Mail”, que é eficiente, mas dolorosamente caro.

E não para por aí: à semelhança da “The Book Warehouse” (que é uma cadeia com várias lojas espalhadas pelo Reino Unido, faltou dizer), tem-se, ainda no mesmo bairro, bem em frente à Biblioteca Britânica, várias outras pequenas livrarias vendendo livros novos a preços especiais (por 2 ou 3 libras muitas vezes). Não recordo os seus nomes, mas são facílimas de encontrar na altura do número 96 da Euston Road, onde fica a famosa biblioteca (que, por óbvio, deve ser também turisticamente visitada). E por falar na British Library, não esqueçamos sua lojinha, melhor definida, como eu disse aqui na crônica da semana passada (vide “O futuro da biblioteca”), como uma livraria que vende livros sobre livros. O “turista literário”, se procura por títulos como “1000 Years of English Literature”, “A Book Addict’s Treasury”, “Libraries within the Library”, “Books as History”, “Form and Meaning in the History of Books” e por aí vai, ali os encontra, como diria o nosso Castro Alves (18471871), “à mão cheia”. Mas não só de pequenas livrarias e lojinhas vive o bairro Bloomsbury. Tem-se a colossal livraria Waterstones (que serve aos professores e estudantes da Universidade de Londres) e os sebos, que são muitos, grandes e pequenos. Isso sem falar nas livrarias jurídicas, mais ao sul de Bloomsbury, nas cercanias das estações de metrô de Holborn e Chancery Lane. Mas isso é assunto para a nossa próxima conversa.


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Um gesto que ajuda a salvar vidas « ALEITAMENTO MATERNO » Sesap promove de 12 a 19 de maio a Semana Estadual de Doação de Leite Humano e alerta que aleitamento é uma das melhores estratégias para diminuir a morbidade materna e infantil ANA SILVA

ara conscientizar a população sobre a importância desse gesto que salva tantas vidas, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da Coordenação Estadual de Aleitamento Materno, promove de 12 a 19 de maio, em todo o estado, a Semana Estadual de Doação de Leite Humano. A coordenadora estadual de Aleitamento Materno, Evanúzia Dantas, explica que o principal objetivo da semana é fazer uma sensibilização maior junto à comunidade sobre a importância do aleitamento como uma das melhores estratégias para se diminuir a morbidade materna e infantil. O evento que está em sua segunda edição no Rio Grande do Norte, além de comemorar o Dia Mundial de Doação de Leite Materno (19), é um momento para intensificar as ações de divulgação da temática e também promover os Bancos de Leite Humano (BLH) do Estado junto à comunidade e profissionais de saúde. “Muitas mães não conseguem ou não podem amamentar seus filhos, e outras têm excesso de leite materno, em ambos os casos elas podem recorrer aos BLH, tanto para conhecer as técnicas de amamentação, quanto para doação aos recém-nascidos prematuros ou de baixo peso que ainda não estão em condição de sugar no peito, e que têm de passar um período de tempo maior no hospital”, destacou Evanúzia Dantas. Durante a semana, os BLH e a Sesap realizam uma vasta

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MITOS E VERDADES Algumas mães não têm leite É um mito, pois toda mulher, após o nascimento da criança, produz leite por meio da sucção da criança. Quanto mais o bebê sugar, mais leite será produzido. Para auxiliar, a mãe deve tomar muita água e aumentar a frequência das mamadas. É preciso fazer uma preparação prévia da mama durante a gestação - também é mito. Massagear os mamilos, esfregar com bucha vegetal, passar cremes ou pomadas não vão influenciar na amamentação. No máximo, a gestante pode tomar banho de sol ou de luz (de 40v) para auxiliar na produção de melanina.

Mães podem recorrer aos Bancos de Leite Humano para conhecer técnicas de amamentação e saber condições para doação de leite

QUEM Evanúzia Dantas, coordenadora estadual de Aleitamento Materno da Sesap/RN

O QUE Explica que Semana vai intensificar as ações de divulgação do aleitamento e promover os Bancos de Leite Humano (BLH) do Estado junto à comunidade e profissionais de saúde

programação voltada para o incentivo à doação de leite humano. A abertura acontece no próximo dia 10, com a Caminhada da Mãe Potiguar. O evento, que é uma parceria da Sesap com o Corpo de Bombeiros do Estado, este ano bateu recorde de inscritos: 2 mil pessoas participarão de uma programação esportiva, cultural e de lazer, com ações educativas para prevenção de doenças e incentivo ao aleitamento materno. A concentração será às 7h, no Quartel do Comando Geral da Corporação, na Avenida Prudente de Morais, 2410, Barro Vermelho, em Natal. E para o encerramento da semana, a Sesap está organizando

para o dia 19 o I Encontro de Aleitamento Materno do Estado. Voltado aos profissionais de saúde e militantes do aleitamento materno, o evento será realizado no auditório da Assembleia Legislativa, na Rua Ulisses Caldas, s/n Cidade Alta, Natal. As inscrições são gratuitas, limitadas e estão sendo feitas através do email aleitamentomaterno@rn.gov.br. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o leite materno ainda é a principal fonte de nutrientes para os bebês com até seis meses de vida. O RN conta atualmente com seis Bancos de Leite Humano distribuídos entre os municípios de Natal (03), Mossoró (01), Parnami-

rim (01) e Caicó (01). Em média, esses bancos alimentam por mês mais de 880 bebês, além de fazerem o atendimento individual e visita domiciliar às mães doadoras. Para ser uma doadora, a interessada deve entrar em contato com o Banco de Leite Humano mais próximo de sua casa. SERVIÇO Maternidade Januário Cicco – Natal – 0800.721.0078 Hospital Cel. Pedro Germano (Hospital da Polícia) – Natal – 3232-3669 Hospital Santa Catarina – Natal – 3232-7728 Prédio ao lado da Apamim – Mossoró – 3315-3478 Hospital do Seridó – Caicó – 3421-2018 Maternidade Divino Amor – Parnamirim – 3272-4367

Os bebês precisam mamar em um peito só por vez Verdade, já que o leite materno tem três fases. A primeira (logo no começo da mamada) tem mais imunobiológicos e água. Na segunda, o leite é rico em eletrólitos, vitaminas e sais minerais. Na terceira fase é que estão as gorduras e os carboidratos. Por isso é importante que o bebê mame em um peito só por vez, para que consiga ingerir o leite mais calórico, que vem no final da mamada. Quando o bebê expressar o desejo de mamar novamente, a mãe pode dar a outra mama. Nesse intervalo, o organismo produz leite nas duas mamas, e é esse leite que sobra que deve ser doado, senão empedra e a mãe sente muita dor.


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natal « ARTE »

Cinema gratuito em Parnamirim e Guamaré Projeto da Petrobras exibe, gratuitamente, filmes nas cidades de Parnamirim e Guamaré Cinema Petrobras em Movimento edição 2014 realiza duas sessões nesta segunda-feira (05/5), na Associação de Surdos de Parnamirim (ASP), em Parnamirim (RN). O filme “Colegas”, de Marcelo Galvão será exibido às 14h e às 16h. Já em Guamaré, o circuito realiza quatro sessões na terça-feira (06/5) na Escola Municipal Profº. Antônio Theodorico. O filme “Brichos2- A Floresta é Nossa”, de Paulo Munhoz, será exibido às 7h30, às 9h30, às 13h30 e às 15h30. O Cinema Petrobras em Movimento é considerado o maior circuito de exibição não comercial da América Latina. Nesta edição serão exibidos três filmes relacionados ao universo infantojuvenil e à história do Brasil. “Colegas”, de Marcelo Galvão, apresenta três amigos portadores de síndrome de Down que partem em uma aventura em busca dos próprios sonhos; “Brichos2- A Floresta é Nossa”, de Paulo Munhoz, mostra a luta pela fictícia Brainforest; “Uma história de Amor e Fúria”, de Luiz Bolognesi, é uma animação para adultos que conta a história do Brasil desde as batalhas dos tupinambás até a guerra mundial pela água, no futuro.

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As exibições serão realizadas em escolas da rede pública de ensino e sedes de projetos sociais, além de casas de saúde, campos de futebol e onde for possível montar uma tela e fazer o cinema chegar até a população. É importante ressaltar que 70% das sessões do circuito são realizadas em escolas e que estes temas irão proporcionar aos professores a oportunidade de realizar, junto aos alunos, uma gama de atividades pedagógicas com o objetivo de desenvolver capacidades importantes para a formação de cidadãos conscientes. A previsão é que sejam visitados, até o final do ano, 152 municípios em 25 unidades da federação. De acordo com os organizadores do projeto, a expectativa é alcançar 70 mil espectadores, em cerca de 720 sessões. Este ano, através de uma parceria com o Ministério da Saúde, o Cinema Petrobras em Movimento vai atuar também como divulgador de informação sobre saúde pública. Por ser um projeto itinerante, que percorre todo o território nacional, ele vai difundir informações sobre a “Prevenção da Dengue”, uma das doenças que mais tem impacto atualmente na saúde pública no Brasil. O Ministério da Saúde disponibilizou cartazes, banners e vinhetas (DVD) que serão exibidas no inicio de cada sessão.


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Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 04 de maio de 2014

Aeroclube recorre contra reintegração « IMÓVEL EM DISPUTA » Direção do Aero ingressou com recurso no TJRN pedindo revogação da decisão liminar que determina reintegração do imóvel pelo Estado em 90 dias. PGE tem até quinta-feira para manifestar posição direção do Aeroclube do Rio Grande do Norte recorreu ao Tribunal de Justiça numa tentativa de revogação da decisão liminar de primeira instância, que determinou, no prazo de 90 dias, a reintegração de posse do imóvel por parte do Estado. O relator dos autos, o desembargador Virgílio Macedo Júnior deu um prazo de dez dias, a expirar na próxima quinta-feira (8), para que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) se manifeste a respeito do agravo de instrumento impetrado pelo advogado Nilson Nelber Siqueira Chaves em favor do Aeroclube em 15 de abril. Além do recurso ao TJ, o advogado Nilson Siqueira Chaves informou, ainda, que conforme a praxe, já ofereceu contestação na 3ª Vara da Fazenda Pública de Natal sobre a liminar, para então o juiz Geraldo Antonio da Mota, que também deu um prazo de dez dias para o pronunciamento da PGE, proferir sentença de mérito nos autos do processo 080159578.2014.8.20.0001, o qual começou a tramitar na instancia inferior em 19 de fevereiro deste ano. O presidente do Aeroclube, Fábio Macedo, estranha que essa ação de reintegração de posse tenha ocorrido no começo do ano, principalmente depois que a área questionada de 3,3 hectares foi colocada dentro do Fundo Garantidor para a Copa do Mundo da FIFA: “Não tenho muita dúvida, porque o Estado ajuizou uma ação com tanta energia e agressividade, tem de ter uma situação que tem de ser resolvido rápido, é a impressão que está passando para toda a sociedade, que querem entregar o Aeroclube”. Fábio Macedo diz que antes disso já existia uma discussão jurídica nos Tribunais Superiores em Recife (PE) e Brasília (DF), que não tem decisão definitiva sobre o registro imobiliário do Aeroclube, que, segundo o advogado Nelber Chaves, já foi objeto de sentença proferida nos anos 90 em favor do Aeroclube. “A nossa discussão é em cima do fato que temos uma área que pertence ao Aeroclube dese 1928 e em 1951 houve uma doação de algo que já era nosso”, continuou Fábio Macedo. Para Macedo, a tutela antecipada que tramita na primeira instância e está sendo questionada em nível de Tribunal de Justiça “está deixando a gente em pânico”, porque o Aeroclube tem, hoje, cerca de 1.500 associados e pelo menos 200 pessoas participam de cursos práticos de aviação, como os de comissário de bordo, mecânico de avião e pilotagem. Macedo disse que apesar de ser uma pessoa de direito priva-

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do, o Aeroclube nunca deixou de fazer parceria com o poder público, inclusive o Estado, como é o caso das programações esportivas de 2014, que incluem os Jerninhos e os Jogos Paraolímpicos: “Nossa vocação é fazer isso, o Aero é nossa última praça para o esporte amador, como é que vamos fechar as portas para a cidade e para o Estado”. Ele lamenta, ainda, que o Estado tenha usado da justificativa de um ato da Ditadura Militar, para reivindicar a posse da área, “quando hoje está em discussão a revogação da validade de resoluções tomadas na época da Ditadura Militar”. Fábio Macedo disse que “é surpreendente um governo democraticamente eleito, use de um instrumento e de uma lei absolutamente arbitrária e não cuida do que já tem, é estranho”. Em carta dirigida à TRIBUNA DO NORTE, outro dirigente do Aeroclube, Eider Mendes Neto, questiona um artigo do procurador estadual Francisco de Sales Matos, publicado na edição de domingo (27) deste jornal, onde diz que o Aeroclube “não só vetou ao Estado a utilização dos equipamentos, como de quebra alugou parte dos equipamentos para a Fundação José Augusto”. “E o mais grave”, afirmava Sales no artigo, “em 2010 o Aeroclube sob o argumento de que o Estado dispusera o imóvel para o Fundo Garantidor, aforou na Justiça Federal um pedido de desarquivamento daquele processo original que concedera a propriedade do imóvel ao Estado”. Eider Mendes Neto disse, em sua carta, que o Estado nunca litigou contra o Aero, em todas as ações judiciais que tramitaram na Justiça Federal em face da União. “Portanto, não há o que falar em decisão judicial transitada em julgado contra o Aeroclube, por um único motivo, o direito atualmente discutido nunca foi apreciado pela Justiça competente”, disse ele. Segundo Mendes Neto, o Aero Clube não pretende se furtar à discussão, “mas não há motivo justo para deixar o imóvel de forma tão abrupta, sem que seja travada e finalizada a análise judicial” sobre a posse do imóvel. Ele disse também ser inverídica a informação de que foi cobrada à FJA um aluguel para uso das dependências do Aeroclube, “vez que o espaço foi cedido de forma gratuita”. “Quanto aos abastados servidores do Estado que jogavam futebol, sem qualquer contraprestação, foram convidados a se associar ao Aero, para colaborar com o projeto “Semeando o futuro”, que abriga 500 crianças, porém rejeitaram o convite”, declarou Mendes Neto. MAGNUS NASCIMENTO

Fábio Macedo considera estranha ação de reintegração de posse


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

União pede R$ 7 mi de devolução no RN

« ACIDENTES DE TRABALHO » AGU ajuíza ações regressivas desde 2008. No RN, a expectativa de ressarcimento seria suficiente para pagar os auxílios doenças dos últimos três meses, algo em torno de R$ 6,6 milhões

DAÍSA ALVES

repórter

BATE-PAPO

ara reparar os cofres públicos com gastos de responsabilidade de empresas negligentes, a AdvocaciaGeral da União (AGU) ajuíza ações regressivas acidentárias, sistematicamente, desde 2008. Somente no Rio Grande do Norte, há uma expectativa de ressarcimento de mais de R$ 7 milhões, o que seria suficiente para pagar todos os auxílios doenças ingressados no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) nos últimos três meses, que gira em torno de R$ 6,6 milhões. As ações regressivas são instrumentos processuais pelos quais o INSS, por meio da AGU, representados pela Procuradoria Federal, requer a reparação de benefícios por acidentes de trabalho (auxílios doença, auxílios acidente, aposentadoria por invalidez, pensões por morte). O custo deste tipo de benefício previdenciário para o Brasil gira em torno de R$ 8 bilhões por ano. Nesta última segunda-feira, 28, a AGU ajuizou a maior quantidade de ações em referência ao Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho. Foram 353 novos processos, com expectativa de ressarcimento de quase R$ 115 milhões. A Procuradoria Federal no Estado do RN, desde 2008, já ingressou, e foi julgada procedentes em primeira instância, 58 ações regressivas. No Brasil, o volume de ações já ajuizadas, mais de 3 mil, visa a recuperação de algo em torno de R$ 700 milhões. Para o procurador federal Filipo Amorim o intuito das ações objetivam o estímulo para diminuição nos acidentes. “Com estas ações visamos uma melhoria na política pública de segurança e saúde do trabalhador”, frisa. Para Ileana Neiva, procuradora regional do Trabalho, as ações tem importância porque “na hora que se tem a penalização as pessoas passam a cuidar mais”, diz. Somente nestes últimos dois anos, no RN, mais de 14 mil foram acidentados no seu ambiente de trabalho. “Os acidentes de trabalho têm ocorrido por uma negligencia das empresas em adotar as normas de saúde e segurança, por isso o INSS tem adotado estas medidas”, explica. Com dados da Instituição previdenciária, cedidos pela procuradoria federal, somente com os benefícios auxílio-doença por acidente de trabalho, nos últimos seis anos, foram gastos R$ 88.7 milhões, para mais de 14 mil beneficiários. Calculando os benefícios concedidos somente em 2014 – auxílio-doença/acidente, aposentadoria e pensão – foi gasto mais de R$ 18 milhões

Filipo Amorim

P

procurador-chefe da Procuradoria Federal no Rio Grande do Norte

MPT defende responsabilização do empregador O que a Procuradoria objetiva com as ações regressivas acidentárias?

A gente sabe que para cada acidente do trabalho existe uma repercussão no âmbito previdenciário. Diante disso, a AGU pensou em ajuizar ações regressivas para responsabilizar o empregador que não cumpre as normas de segurança e de saúde do trabalho. Qual a argumentação legal para a ação?

Se o empregador não ofereceu os equipamentos, não cuidou para que o ambiente estivesse seguro, não fiscalizou a utilização dos equipamentos que ele porventura fornece; ele não deve ser responsabilizado? Isso não é omissão culposa? Então a tese jurídica é essa, sempre que se verificar que um acidente de trabalho aconteceu por culpa ou dolo do empregador, ele deve ser responsabilizado pelo beneficio previdenciário que o INSS paga ao empregado. O que é esperado como resultado das ações?

em pagamentos. No RN, as categorias que se destacam com a maior quantidade de ocorrência de acidentes são da construção civil, confecções e o setor de saúde. Os acidentes se dividem por tipos: típico, trajeto e doença de trabalho. A área têxtil está a frente com o registro de 1572 acidentes em 2011, e 840 em 2012 (dados mais recentes obtidos). Ileana Neiva explica que nestes setores falta atenção em três medidas: organização de trabalho, medidas de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual. Por vezes, relata Neiva, as empresas não disponibilizam a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), descaracterizando o acidente, podendo ser enquadrado apenas como doença. “Segundo os números do INSS, parece ter reduzido o número de vítimas no estado, de 2011 para 2012, sendo que vale observar que aumentou

o número de acidentes de trabalho sem emissão de CAT”, diz. Para ela, pode haver uma subnotificação dos casos. “As empresas não querem expor sua responsabilidade no acidente”, justifica. A exemplo do que aconteceu com Wellintong de Lima, 34. Ele é pintor de automóveis, e trabalha em uma montadora de carros há sete anos. No início de dezembro ele escorregou, por causa do material da pintura que deixa o chão escorregadio, e machucou a perna. A empresa não o entregou a CAT e ele foi qualificado para o benefício auxílio-doença. Ele procurou pela empresa, que negou dar a CAT. O Sindicato que disponibilizou o documento para ele. “Eles me negaram e estão ameaçando demissão quando retornar para o trabalho”, disse. Com papéis nas mãos, e a perna imobilizada, ele procura converter o benefício e garantir sua estabilidade financeira.

Profissionais de saúde são obrigados a notificar casos De acordo com portaria 104, de 25 de Janeiro de 2011, os profissionais de saúde são obrigados a notificar a causa acidentária pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan). Em um caso de surto alimentar ocorrido nas obras do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, as fichas do Sinan, preenchidas pela Unidade de Pronto-atendimento de Macaíba, serviram de base para assinatura de um Termo de Ajusta-

mento de Conduta que obrigou o Consórcio Engeport a melhorar a higiene no preparo dos alimentos, e a doar R$ 70 mil à UPA de Macaíba. Para Geolípia Jacinto, coordenadora adjunta do Fórum Estadual de Proteção ao Meio Ambiente de Trabalho (FEPMAT), os números são ínfimos diante da real situação. “Isso dificulta uma melhor avaliação e fiscalização de como está o ambiente do trabalho do Estado”, diz.

Trabalhamos com um viés duplo, um é o ressarcitório, para repor aos cofres da união os gastos que ela em tese não deveria ter tido. E um outro aspecto, mais importante, aspecto pedagógico, de modo a estimular que esse empregador que sofreu a ação, e vai ter ressarcir o valor, passe a ter um maior cuidado no ambiente de trabalho. Quais são os procedimentos para ação regressiva?

É um procedimento complexo. Temos parcerias com outros órgãos que nos comunicam quando acontece algum acidente. Com base na informação, abrimos o Procedimento de Investigação Prévia (PIP), onde procuramos identificar a ocorrência do acidente de trabalho, o dano, a culpabilidade e o nexo de causalidade entre o dano e a conduta culposa. Caso positivo para culpabilidade do empregador, então entramos com a ação na Justiça. Então, nem todas os acidentes de trabalho podem gerar uma ação regressiva. Desde quando existem estas ações?

Desde 2008 que a AGU vem de forma sistemática ingressando com essas ações. Antes também entrava, mas não de forma sistemática e coordenada. É algo relativamente recente. Ainda não esta surtindo o efeito que se espera, que é a de diminuir as ocorrências. Mas, provavelmente na incidência que as empresas que forem condenadas, isso tende a diminuir.


Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

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POR ANNA RUTH DANTAS

« GUILHERME LOBO » FOTOS: DIVULGAÇÃO

“Eu me sinto muito bem na arte” uando cheguei para entrevistar o ator paulistano Ghilherme Lobo, que estrela o filme “Hoje eu quero voltar sozinho” a primeira surpresa foi me deparar com um jovem, de apenas 19 anos. E mais surpreendente ainda foi contemplar o amadurecimento desse jovem, que fala com segurança sobre temas delicados. Ghilherme vem de uma família de artistas, seus pais e sua irmã tem trabalho na música e na representação, e ele já começa a dar passos sólidos para também conquistar seu espaço. No novo filme, que traz como uma continuidade do curta “Eu não quero voltar sozinho”, Ghilherme está percorrendo muitos Estados do país para lançar o filme. A repercussão do longa já alcança outros países. Nesse trabalho, Ghilherme interpreta um deficiente visual. “E eu nunca tinha me colocado no lugar de uma pessoa cega. Isso me trouxe um aprendizado e uma vontade de mostrar isso para as pessoas, de mostrar que as pessoas precisam de ajuda e, ao mesmo tempo, elas querem independência”, afirma o ator. Guilherme Lobo é ator, cantor e dançarino, atua na companhia Cisne Negro. Mas já se coloca um desafio para a carreira: quer se dedicar mais ao cinema. Sabe das dificuldades do cinema nacional, mas, nem por isso, desestimula-se com o foco definido. O convidado de hoje do 3 por 4 é um jovem artista na idade, um cidadão preocupado com as questões comum à sociedade, um homem que demonstra muita segurança nos seus objetivos, na sua visão de ver o mundo, uma pessoa que encanta pelo carisma e simplicidade. Com vocês, Ghilherme Lobo:

Q

Sinto falta do teatro que há quatro anos que não faço um espetáculo musical de grande porte. Da televisão, eu sinto curiosidade”

Você fez o primeiro filme “Eu não quero voltar sozinho”, em 2010. Agora faz uma espécie de continuidade. O que você resgatou do curta para esse novo trabalho e o que você deixou lá?

Deixar lá quase nada. Mas acho que o que ficou lá foi um pouquinho da inocência do Léo (o personagem interpretado por ele que é deficiente visual). Ele cresceu, passaram-se três anos na vida e um ano e meio na história. Ele não poderia ser mais aquela criança fofinha, delicadinha. Agora ele está mais: quero voltar sozinho, quero minha independência, mostra o dedo do meio para o personagem que mexe com ele. Ele (o personagem Léo, que é deficiente visual) está mais determinado sobre o que ele quer. E eu pude recuperar. Isso foi muito interessante. Foi muito difícil no curta (o primeiro filme) e no longa. E nele (no longa metragem) foi ainda mais difícil porque é um formato maior. Mas eu gosto de falar que no curta o processo foi de criação do personagem, no longa o processo foi de desenvolvimento do personagem. No curta foi tudo muito rápido. A gente teve duas semanas para ensaiar, fazer pequeno laboratório que fez para aprender braile. Foi tudo muito rápido, a gente criou e fez. No longa a gente teve tempo de desenvolver essas personagens. Até o roteiro permitia isso porque trazia mais personagens com pai, mãe, avó, os amigos da sala.

Você é muito jovem (apenas 19 anos) e já está conquistando seu espaço?

É uma honra. Venho de uma família de artistas. Todo apoio que sempre precisei sempre tive de forma muito natural. Sempre tive esse apoio muito presente. Ter oportunidade de estar em uma produção que nem é tão grande, mas com um filme muito significativo no cinema nacional e internacional porque está ganhando um espaço muito legal é uma honra muito grande e traz orgulho para essa família de artistas. Você quer voltar sozinho (o nome do filme lançado é Hoje eu quero voltar sozinho)?

Essa pergunta tem muitas respostas. É possível ser interpretada de muitas formas. Então sim e não. Você quer voltar sozinho em que aspecto e não quer voltar sozinho de que?

Aí você me pegou. Boa pergunta. Eu não quero voltar sozinho no sentido de que eu busco muito trazer debates importantes e mudanças que o mundo está precisando. Fazendo es-

sa metáfora, por exemplo, eu vim para Natal e eu não quero voltar sozinho buscando as mudanças. Quero que as pessoas busquem essas mudanças juntos. Não estou nem falando de paz mundial, nem coisas tão grandes. Estou falando de coisas simples, como não jogar lixo na rua, bom dia, a educação, respeitar a opinião do outro. Essas coisas pequenas já fariam uma diferença muito grande. Eu não quero voltar sozinho com essa ideia. Ao mesmo tempo eu quero voltar sozinho com meu espaço, minha liberdade. Não libertinagem, mas minha liberdade de poder exercer minha arte.

Você sofreu com esse personagem, com as limitações do deficiente visual?

Quando estou no palco dançando balé, a sensação que tenho é que não haveria lugar no mundo onde me sentiria mais à vontade”

Eu não sofri. Não chamaria a sensação de sofrer. Acho que foi um esclarecimento de você se colocar no lugar do outro, o que a gente muito não faz. Uma das coisas que a gente poderia fazer mais era se colocar no lugar do outro. E eu nunca tinha me colocado no lugar de uma pessoa cega. Isso me trouxe um aprendizado e uma vontade de mostrar isso para as pessoas, de mostrar que as pessoas precisam de ajuda e, ao mesmo tempo, elas querem independência. Você não pode impor ajuda, mas você também não deve negar se a pessoa precisa. O sofrimento que me trouxe talvez seria não

pelo fato da pessoa ser cega, mas como as pessoas lidam com ela pelo fato dela ser cega. Até porque eles mesmos, os deficientes, não só os visuais, não são coitadinhos. Eles são diferentes. Mas não são coitadinhos. As vezes a gente acaba tratando como coitadinho e aí talvez o sofrimento por esse lado, da gente não entender a coisa como acontece. Você precisa se dividir entre as artes, atuar, dançar?

Isso é o que gosto muito. Não vejo como uma divisão. É tudo uma coisa como que complementa uma a outra. Eu já fiz só balé clássico com a companhia Cisne Negro, o espetáculo Quebra Nozes, que atuei como quarto solista. Foi muito legal porque o balé não tem fala, não tem canto, é só a interpretação do rosto e do corpo. Já fiz teatro musical, que é a dança junto com a interpretação junto com o canto e a interpretação. Já fiz jingle para publicidade, que é só o canto. E agora fiz o filme, que não tinha nada de dança, era só interpretação, sem canto. Eu não vejo como coisas separadas, dá para ser tudo junto. É possível elas se encontrarem e se completarem. O que você projeta para sua carreira?

Eu gostei muito de cinema. Já fiz um pouco de teatro. Gostei muito de teatro. E eu queria dar uma direcionada para cinema. É uma área difícil de você manter uma constância de trabalho, mas eu vou tentar, correr atrás. A televisão faz falta?

Não sei porque eu nunca fiz. Então tenho curiosidade de fazer. Não tenho como dizer que sinto saudade porque é uma coisa que nunca fiz e a gente não tem como ter saudade de algo que nunca teve. É somente a curiosidade. Eu tenho curiosidade, tenho vontade, mas eu sinto falta de todas as artes. Estou meio parado com o balé por conta de toda essa agenda de lançamento, viagem. Sinto falta do teatro que faz quatro anos que não faço um espetáculo musical de grande porte. Da televisão eu

sinto curiosidade. Você demonstra um foco no cinema, esse seria seu desafio pelos percalços que ainda tem o cinema nacional? É um desafio que você coloca agora para você mesmo?

Acho que sim. O cinema está crescendo, mas está longe de ser uma indústria que se sustenta sozinho. É um desafio para mim conquistar o meu espaço no mundo do cinema nacional e também um desafio para o cinema nacional de virar uma indústria independente que consiga se sustentar sozinha. Onde você se sente mais à vontade?

Eu me sinto mais a vontade onde estou. Quando estou no palco dançando balé a sensação que tenho é que não haveria lugar no mundo onde me sentiria mais a vontade. A sensação que eu tenho quando estava no set fazendo o filme é que não haveria outro lugar para me sentir mais a vontade do que aquele. Eu cresci na arte, meu pai é músico, minha mãe é cantora e musicista. Minha irmã mais velha é cantora e atriz. Se eu não estava no espetáculo estava nos ensaios. Aprendi a me sentir a vontade na arte, independente de qual seja. Eu, realmente, não tenho como responder onde me sinto a vontade. Eu me sinto mais a vontade na arte. Eu estando na arte, estou tranqüilo.

QUEM O ator paulistano Guilherme Lobo começou sua carreira artística aos sete anos de idade em “A Bela e a Fera - O Musical da Broadway” (2002/2003). Influenciado pela família artística (sua mãe e sua irmã cantam e atuam), ele tomou gosto pelos palcos e, desde então, participou dos musicais “Peter Pan Todos Podemos Voar” (2007), “Teatro do Castelo Rá-Tim-Bum” (2008) e “A Noviça Rebelde - O Musical da Broadway” (2009). Incentivado por bailarinos e bailarinas de sua primeira peça, entrou para aulas de ballet clássico e, desde 2005, faz parte do corpo de baile da Cisne Negro Cia. De Dança. Em 2010, Ghilherme teve sua primeira experiência no cinema. Estreou logo como protagonista, no curtametragem “Eu Não Quero Voltar Sozinho”, do diretor Daniel Ribeiro.

Em quem você se espelha?

Têm artistas que admiro muito por características. O Wagner Moura é um ator que eu acho extremamente versátil. Não tem um trabalho dele que eu diga ficou ruim. Tem a Denise Siqueira que é uma bailarina. Em termos de técnica é a melhor bailarina. Tive a honra de dançar com ela no Cisne Negro e ela é de uma humildade, simplicidade. Ela é muito boa. Gabriel o Pensador é um escritor, compositor, poeta. Cresci escutando ele. O cara vem de família rica, tem dinheiro e você vê em mais diferentes áreas da cidade, sem preconceito algum. Ele vem de família rica e direciona a vida dele para o esclarecimento político das pessoas.

E BATE VOLTA O que você não quer perder - a minha determinação. Estou muito determinado. Desde os sete anos, quando comecei a trabalhar com arte, as pessoas perguntavam o que eu queria ser e eu dizia, quero ser artista. O importante é ter foco. Se você não sabe para onde quer ir, qualquer lugar serve. A mente é um terreno fértil, se você não planta nada, vai dar praga.


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

“Peço a quantos têm responsabilidades políticas que não se esqueçam de duas coisas: a dignidade humana e o bem comum.”

« ELIANA LIMA » elianalima@tribunadonorte.com.br

Do Papa Francisco, no Twitter FOTOS JOAONETOFOTOS.COM

Valores Todos os dias ouvimos novas histórias sobre adolescentes assassinados no Rio Grande do Norte. A grande maioria motivada por acertos de contas que envolvem drogas. No feriado do trabalhador, mais uma morte se somou. A coluna soube pormenores da história, em conversa com uma amiga da mãe do jovem de 16 anos executado quando abria o portão de casa para entrar, no distrito de Santo Antônio, em São Gonçalo do Amarante.

Descompassados Desde os 10 anos de idade o rapaz era usuário de crack. De filho adotivo querido, virou um suplício, desde então. Batia na mãe que o adotou para saciar o vício. Ela foi obrigada a vender dois imóveis que o marido deixou e entregar o dinheiro ao filho. Também a lhe dar a economia na poupança. Depois de tanto sofrimento, o filho morreu na porta de sua casa, crivado de balas. Apesar do sofrimento, ficou o sentimento de mãe, saudade, portanto. E traumas. E gritante dificuldade financeira. E tristeza profunda mistura à revolta.

Tristeza Em outra ocasião, acerto de contas ceifou a vida de vários adolescentes de uma vez só. Os traficantes desconbriram onde estavam escondidos e chegaram destruindo, sem chances para defesa. Como numa arapuca. Um implorou para não morrer. Sem sucesso. De uma única casa, morreram quatro irmãos. Até hoje a mãe vive a saudade e a dor de quem perde filhos amados, apesar dos problemas. Vive sob o controle emocional à base de medicamentos. Assim como ela, vivem outras duas mães de vítimas que morreram na “leva”.

Sentimentos A situação da violência urbana ficou tão crítica, que a cada notícia da morte de adolescente por acerto de contas se ouve certa vibração da sociedade. Como um alívio. Na linha da velha história de que bandido bom é bandido morto. Mas, na verdade, os reais bandidos continuam vivos. Foram-se muitas vítimas.

Errêneos Vítimas da má gestão. Das malversações. Da falta de políticas públicas. De promessas de campanhas não cumpridas. Aquelas promessas que entra eleição e sai eleição e nunca se cumprem. O combate às drogas e a assistência a viciados entraram na lista de promessas de candidatos nas mais diversas eleições. Povo crédulo, vitórias. Mas, promessas esquecidas. E a ladainha é recorrente, para se tentar justificar a falha. Retrovisor para culpar antecessores, retóricas de falta de recursos e da impossibilidade de se viabilizar. Corre. Segue.

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Como dantes

1 - MAIS

E assim continua a estrada dos sofismas. E assim o povo continua nos percalços do sofrimento. E assim continua a falta de educação, gerando ignorância. E assim.

Do rico baú do fotógrafo João Neto, mais uma volta ao passado, as belas Teresa Josefina Barreto e Mildrid Dore

2 – UM DOMINGO Em tempo

Os casadóns Nia Torquato e Hermann Hackradt

Ignorância também dos ditos mais esclarecidos, que se satisfazem com a “eliminação” de jovens que deveriam estar nas escolas e ter um futuro profissional que gere emprego, renda e desenvolvimento para o país.

3 - DE Casadóns Tânia Salustino e Cleto Barreto

4 - TÚNEL Amigas belas: Bebel Tinoco e Júlia Arruda

Salamaleque 5 - TEMPO

Poligamia no Quênia agora é lei. O presidente Uhuru Kenyatta sancionou esta semana o projeto de lei aprovado pelo parlamento que permite o direito civil do homem ter várias esposas. A votação teve acalorado debate, pois permite que os homens se casem com mulheres adicionais sem consultar suas primeiras esposas.

Mãe e filha: Olga e Marina Leiros

escola de inglês patrocinadora oficial da Copa 2014, Luciana Cavalcante credita a baixa proficiência ao próprio nível de educação do país. “É uma questão cultural. Para chegarmos a um bom nível no estudo e na fala da língua inglesa, precisamos melhorar a educação no país, como um todo. Ora, se não conseguimos aprender a nossa própria língua direito, que é o português, imagina o inglês”.

Limpeza A Urbana inicia nesta segunda-feira a instalação de lixeiras na orla marítima da capital dos magos-sujismundos. Serão cerca de 280 lixeiras. A orla também receberá lixeiras portáteis conhecidas como “Lutocar”, para a areia, com recolhimento no final do dia. Mesmo sistema utilizado na orla do Rio de Janeiro.

Urbana Equipamentos já foram instalados nos bairros da Cidade Alta, Alecrim, Cidade da Esperança, Planalto e em toda a extensão da Avenida Roberto Freire. Nos próximos dois anos, a estimativa é de 1.500 instaladas. Lixeiras que foram compradas por cerca de R$ 300 mil.

Pois bem Que a prefeitura não esqueça do lado principal: educação. Ou seja: ensinar ao povo mal acostumado a colocar o lixo no lixo. E preservação.

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Sabores rias no governo estadual. Foram investidos mais de R$ 1,2 milhão. O acumulado de janeiro a abril deste ano soma R$ 3.354.093,05. Em 2013, o mês de abil consumiu pouco mais de R$ 1,377 milhão, acumulando no mesmo período mais de 2,668 milhões. Em 2012, o cenário foi o seguinte: 1,369 em abril; 2,729 o acumulado. Em 2011, início do Governo Rosa(do), os números foram inferiores: pouco mais de 978 mil em abril, e mais de 1,616 no acumulado de janeiro a abril.

Bzzzz... O amor proibido faz ponte aérea. Com saídas da capital dos magos-ardentes. E.

Luta Terminado o mês de abril, lupas sobre a concessão de diá-

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Arte na prisão Reclusa do Complexo Penal

João Chaves desde 2011, a africana Garba Salamatou se inspira no imaginário popular de Câmara Cascudo para produzir bonecos, livros de pano, miniaturas e dedoches. Com um português arrastado, a senhora descobriu a confecção dos produtos no confinamento da ala feminina e vem se dedicando à atividade.

Que vai à rua Atualmente no sistema semiaberto, Garba e outras participantes do projeto “O imaginário de Câmara Cascudo: Lendas do folclore brasileiro” conferiram o resultado do trabalho na última terça-feira, durante o lançamento oficial dos produtos confeccionados, no Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, que marcou o início da co-

mercialização. Uma iniciativa do Sebrae-RN, por meio dos projetos de Responsabilidade Social e Negócios e de Economia Criativa.

Situação Contagem regressiva para a Copa do Mundo e o resultado de pesquisa da Education First, realizada em 60 países em torno do nível de proficiência em língua inglesa, apontou o Brasil em 38ª lugar nos níveis entre proficiência “baixa” e “muito baixa”. Na frente dos brasileiros estão os argentinos, colombianos, chineses, indianos, costariquenhos, entre outros povos com nível de educação similar ao do brasileiro.

Please Diretora da Wise Up Natal,

Domingo de Feijão Tropeiro do mineiro Cláudio Roberto de Jesus, no Porão das Artes, Mercado de Petrópolis, a partir do meio-dia. Sabor da amostra “Cozinhando para Amigos”, quando um amigo é convidado para elaborar o seu prato predileto para demais amigos e público em geral, com a opção de mais de 11 mil músicas em vinil.

« COLMEIA » à Domingo de parabéns para Regina Costa, jornalista Camila Pimentel (Brasília), José Roberto Alves, Kléber Rego, Pedro Ratts, Sérgio Melo, Wendell Lopes, Cláudio Varella da Fonseca. à Segunda-feira de felicidades para Márilia Siqueira, Edna Câmara, Madalena Jácome, Mílvia Galvão.


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« GEORGE AZEVEDO » georgeazevedo@digizap.com.br

Gran Circo O casal Saul Mota e Camilla Nogueira reuniu a criançada na noite de 26 de abril para comemorar o primeiro aninho do filho Davi com festa das boas no Fantastic Buffet em torno da temática: Gran Circo. Tudo registrado pelo Trafegando.com

Saul paparicando o filho Davi

Adriano Pinto com a filha Maria Clara

Palhaços e malabaristas recebendo os amiguinhos da Davi

Roberta Rosado com os filhos Bernardo Neto e Gigi

Família reunida: Zairo, Tânia, Zaira e Ivete Bolão

Davi fazendo “Carão” para os padrinhos Elton Nogueira e Anara Canuto

Bira Nogueira e Jeane Carlos: avôs maternos

Pedro Enrico chegou do Pará com a esposa Mirian Oliveira e a filha Rebeka

Davi brincando com Tio Gegê

Keyla Oliveira e o herdeirinho

Neuza Lins com a filha Lara Luíza

Clézimo Azevedo e a mui amada Ana Marfisa Lira

Saul e Camilla, só alegria, com o filho Davi

Cleziano Azevedo e Ana Lissa Rêgo fazendo a festa com Rafinha

Bolo lindo by Georgiana Dantas

Caio Azevedo e Glidiane com o filho Gabriel


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natal DIVULGAÇÃO

NELSON MATTOS FILHO avoante1@gmail.com

screver um diário de bordo pode até ser tarefa das mais simples quando o autor e o leitor é a mesma pessoa, mas quando se pretende que ele seja lido por outros, ai o bicho pega. Muitas vezes queremos descrever lugares e situações vividas, com o intuito de fazer com que os pretensos leitores caminhem e vivenciem nas palavras escritas a mesma sensação que sentimos. Isso acontece também, e muito, nas fotografias e filmagens, onde muitas vezes as sessões se transformam em um grande enfado, para não dizer mico. É difícil descrever lugares e passar adiante os bons momentos vividos. Cada pessoa tem uma emoção diferente e as visões são infinitas. Tudo depende do estado de espírito, da companhia, do humor, do tempo, da comida, da sede e de inúmeros fatores que fazem de cada momento um momento único. Diário de bordo deveria ser escrito por várias pessoas, não o mesmo diário, mas vários, pois somente assim teríamos um retrato mais apurado do que foi a viagem. No Avoante sempre incentivo os tripulantes a escrever sobre a viagem ou passeio que fazemos, mas quase sempre a ideia não rende uma linha sequer. Em três oportunidades a ideia rendeu frutos e foi sensacional. Uma delas foi a visão de Lucia sobre uma travessia e deu para sentir o outro lado de uma mesma história. Na verdade nem foi o outro lado e sim, o mesmo lado visto do bordo contrario. Encerrei a página desse Diá-

E

REGISTRO DE UM MOMENTO rio na semana passada instigando e intrigando o pensamento sobre o que é verdade ou que é mentira nas crônicas de por Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral. Gosto de me ater nessas intrigancias querendo saber algum viés que ficou esquecido nos anais da história. Vaz de Caminha leu, releu e tornou a ler sua famosa carta ao Rei, para os comandantes e assessores da esquadra e, diante de uma pla-

teia tão atenta, deve ter gasto várias folhas de rascunho até chegar ao ponto final. Pronto, eis a verdade sobre a terra altaneira que acabamos de descobrir! Altaneira? Sim, desde o comecinho. Mas o que danado quero eu falando de coisas passadas e do sentimento das pessoas? Nem bagagem tenho para isso e os livros de história há muito contam o mesmo conto.Equantoaossentimentos?Bem, vou tentar sair do imprensado.

Na semana passada recebemos a bordo do Avoante o casal potiguar Chiquinho e Lucienne, para uma semana de navegadas pela Baía de Todos os Santos. Alias, já fazia tempo que eles prometiam vir, mas os rumos da vida traçavam rotas contrarias. Escolhi um roteiro que valorizasse o tempo estendido de sete dias que eles dispunham, para isso tracei rotas pela Ilha de Bom Jesus, Madre de Deus, Loreto, Salinas da Margarida, Itaparica, Ilha da Cal

e Fonte do Tororó. Todos dotados de belezas naturais de encantar. Pernoitamos inicialmente ancorado numa abrigadíssima mini baía conhecida por uns como portinho de Bom Jesus e para outros, saco do Suarez. O lugar é dotado de uma magia de arrepiar e cercado por ilhotas de sonhos. O pôr do sol é uma verdadeira pintura e festejado por revoadas de pássaros, entre eles uma enigmática garça vermelha, que os mais afoitos juram

que é flamingo. Vez por outra, o que não aconteceu dessa vez, belos saveiros cruzam a ancoragem trazendo mais charme ao lugar. À noite o silêncio é quebrado apenas pelo salto dos peixes e pelo uivo do vento que atiça a folhagem do manguezal em volta. A sensação de que estamos em um mundo totalmente alheio ao nosso planeta deixa no ar um forte cheiro de mistério. Como pode existir um lugar assim a pouco mais de 10 milhas de uma grande metrópole e a poucas centenas de metros de um grande porto petrolífero, o Porto de Madre de Deus. Isso são segredos que apenas as águas podem decifrar. Diante do ocaso do Sol e das cores indecifráveis que coloriram o portinho da Ilha de Bom Jesus, Lucienne pediu a Chiquinho para bater uma foto e ele respondeu: Cienne, não tem como registrar essa imagem para repassar aos outros. Ninguém nunca vai entender o que está acontecendo aqui se não estiver vivendo isso. A foto foi tirada, mas concordo apenas em parte com Chiquinho, pois aquele foi um momento único em que todos os elementos contribuíram para a perfeição e momentos assim precisam ser vividos para aflorar as emoções. Porém, imagens transpiram e transbordam em sonhos e muitas vezes se transformam em poesias, contos, crônicas e desejos. Essa página foi escrita apenas com minhas impressões e emoções. Não a li para ninguém, como fez o escrivão mor da esquadra do descobrimento, mas bem que merecia outras versões.


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Motores

DO DESENVOLVIMENTO DO RN

ENTREVISTA COM MINISTRO GUILHERME AFFIF DOMINGOS • PÁGINA 7 EMPRESÁRIA LUÍZA TRAJANO APOSTA NO EMPREENDEDORISMO • PÁGINA 15

Comércio, Serviços e Turismo

AS BASES DA ECONOMIA POTIGUAR

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O comércio do RN deve manter a ascensão em 2014 • PÁGINA 6

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O turismo encontra oportunidade na Copa e no novo aeroporto • PÁGINAS 17 E 18

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Formação de mão de obra é o grande desafio do setor de Serviços • PÁGINAS 21 E 22


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especial

Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

EDITORIAL

COMÉRCIO, TURISMO E SERVIÇOS

» SEMINÁRIO A empresária Luíza Trajano foi uma das palestrantes do 20º Seminário do Projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, que reuniu empresários, gestores, especialistas e um grande público, no último dia 28 de abril. PÁGINA 3

Qualificar para crescer

Novo aeroporto e Copa vão impulsionar setor de Turismo O setor do Turismo no RN está em crise desde 2010 e deposita grande expectativa na exposição do Estado durante a Copa/2014 e inauguração do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante. PÁGINAS 17 e 18

Nos últimos dez anos, o comércio potiguar registrou um crescimento médio anual de 6,91%, segundo dados do IBGE. A expectativa é, também, de bons resultados em 2014. Somente no primeiro mês deste ano, a atividade cresceu 6,1%, se comparado ao mesmo período de 2013. Em 2011 – último dado divulgado pelo IBGE – o PIB do RN ficou na casa dos R$ 36,1 bilhões, dos quais R$ 22,7 bilhões foram gerados pela atividade comercial. Se considerarmos a junção do setor com o dos serviços, esses segmentos somam 40,56% da geração de riquezas do nosso Estado. Para discutir os rumos do Comércio, Serviços e Turismo no RN a TRIBUNA DO NORTE realizou na última segunda-feira (28 de abril) o seminário: Os Desafios dos Pilares da Economia Potiguar. Os bons resultados desses setores e as dificuldades que cercam as atividades foram debatidas no projeto “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte” que chegou a sua 20ª edição. O projeto é uma parceria entre a TRIBUNA DO NORTE, RG Salamanca Capital Investments, Sistema Fiern, Sistema Fecomércio e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Nos últimos oito anos, debateu assuntos como ideias sustentáveis para a indústria, pesca e carcinicultura, indústria, educação, novo aeroporto do RN, copa do mundo. O projeto foi criado para apresentar uma série especial de suplementos e seminários, levando à sociedade informação de qualidade sobre o presente e o futuro do Estado. “Motores do Desenvolvimento” já é muito mais do que um marco na história do jornalismo potiguar. É uma fonte de informações e de conhecimentos indispensáveis aos leitores da TRIBUNA DO NORTE e uma oportunidade ímpar de se pensar o Rio Grande do Norte.

Comércio de rua resiste à falta de infraestrutura Comerciantes do bairro Alecrim são responsáveis pela arrecadação de 40% do ICMS do Estado. Área aguarda projeto de reurbanização para continuar crescendo. Cidade Alta e Afonso Pena superam falta de estrutura para se manterem fortes. PÁGINAS 9 e 10

» SERVIÇOS O número de pessoas formadas para o setor turístico do Estado tem crescido 40% ao ano. A previsão é de que, em 2014, sejam formadas 9.603 pessoas no Rio Grande do Norte. PÁGINAS 20 e 21

CAPA Vitória Dantas (Tráfego Models)

EXPEDIENTE Diretor de Redação: Carlos Peixoto

Gerente Comercial: Eliane Rocha

Gerente de Marketing: Ricélia Santiago

Edição: Cledivânia Pereira

Textos: Fotos: Nadjara Martins, Vinícius Menna, Roberto Lucena Alex Régis/Arquivo TN

Projeto gráfico e diagramação: Carlos Bezerra

Infografia: Camila Cahú

Revisão: Graziela Grilo


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

O seminário do último dia 28 contou com a participação do ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Affif, e Luíza Trajano, proprietária do Magazine Luíza, além de políticos e empresários

Os desafios da economia potiguar entram em debate O evento, que marcou os 65 anos da Fecomércio do Estado, debateu temas como a formalização de micro e pequenas empresas, a Copa do Mundo e o início das operações do novo aeroporto economia do RN voltou ao debate nesta semana. A 20ª edição do seminário Motores do Desenvolvimento alçou os pilares da economia estadual – comércio, serviços e turismo – ao debate entre os entes públicos e empresarias. O evento, que marcou a comemoração aos 65 anos da Federação de Bens, Comércio e Serviços (Fecomercio) do Estado, debateu temas como a formalização de micro e pequenas empresas, a Copa do Mundo e o início das operações do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante. O evento reuniu palestrantes como a empresária Luíza Trajano, proprietária da rede varejista Magazine Luíza, que apresentou as perspectivas do

A

varejo brasileiro. Durante a palestra, ela reiterou a importância do nordeste como mercado e a intenção de voltar a investir no RN. O presidente do Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio, Alexandre Sampaio, o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Affif e o CEO do Consórcio Inframérica, Alysson Barros Paolinelli. Durante o evento, autoridades foram à tribuna exaltar a importância das três atividades para a economia do Rio Grande do Norte. A governadora Rosalba Ciarlini fez um balanço das últimas ações do Governo do Estado voltadas para a produção industrial. Ela destacou o programa Pró-Sertão, iniciado no ano passado, que deve credenciar novas facções têxteis em to-

do o estado. “O Estado não está parado. As coisas estão acontecendo e outras ações vão acontecer”, disse. Rosalba também citou a união da iniciativa privada e do Estado para construção do aeroporto Governador Aluízio Alves, que começa a operar no dia 22 de maio. “O Estado do RN não está empancado. O aeroporto, que agora vai começar, se arrastava há 14 anos. Com a união da classe empresarial com a política, foi possível bater o martelo e trazer o projeto para o RN”, explicou. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, enalteceu a importância do varejo e do turismo para a economia do Rio Grande do Norte. Tratando do crescimento do comércio varejista, Henrique parabenizou o trabalho dos

empresários do setor, que conseguiram crescimento de 6% em janeiro, em comparação com o ano passado. O presidente da Câmara também destacou a importância da Copa como uma oportunidade para o crescimento do turismo do RN. “Com a Copa, temos que gerar impacto positivo no turismo a médio e longo prazo. Há um preconceito com o setor, mas duvido que se encontre uma atividade que tenha um alcance tão rápido quanto o turismo, que gera renda, empregos e autoestima imediatos. Setor público e privado têm que se unir para fazer da bandeira do turismo um dos segmentos mais importantes de nossa economia”, disse Henrique Alves. O ministro da previdência social, Garibaldi Alves Filho,

exaltou a importância do Motores do Desenvolvimento como uma forma de unir setores público e privado em prol do desenvolvimento do RN. “É no Motores que vemos o setor público e privado de mãos dadas para alavancar o Estado”, disse. Já o presidente do sistema Fecomércio, Marcelo Queiroz, dedicou parte do discuso à crítica do sistema tributário brasileiro que, segundo ele, é extremamente burocrático e toma 108 dias de produtividade dos empresários. “Na época da colônia, a Inconfidência Mineira ocorreu devido à cobrança da derrama, o chamado quinto, que era o repasse de 20% do que era produzido à Coroa Portuguesa. Imagine o que seria hoje, já que pagamos quase dois quintos em tributos?”, questionou.

Também discursaram o presidente da Cosern, José Roberto Bezerra de Medeiros, e a vicereitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Maria de Fátima Ximenes. A vice-reitora elogiou a pauta de debates do Motores. “A pauta deste seminário é estimulante: o novo aeroporto da grande natal, o comércio e serviços como foco das micro e pequenas empresas. Podemos discutir as decisões que vão nortear o estado”, afiançou. O seminários Motores do Desenvolvimento é uma realização da Tribuna do Norte, Fecomércio, Sistema Fiern, UFRN e RG Salamanca Investiments, e conta com apoio da Cosern, Assembleia Legislativa do RN, Prefeitura do Natal, Governo do Estado, Governo Federal e Banco do Brasil.

ROSALBA CIARLINI

HENRIQUE EDUARDO

GARIBALDI FILHO

MARCELO QUEIROZ

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

MINISTRO DA PREVIDÊNCIA

PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO

MARIA DE FÁTIMA FREIRE DE MELO XIMENES

AMARO SALES

GOVERNADORA DO RN

“Essa é uma discussão fundamental, porque comércio, serviços e turismo são grandes geradores de emprego e renda para o nosso Estado. Então é muito bom que analisemos os setores para que a gente possa ter medidas e ações que possam fazer mais pelo RN.”

“Essa edição do Motores é de suma importância, já que trata de atividades básicas do Rio Grande do Norte, que precisam da parceira do Estado para fazer o que já vem fazendo com sacrifício, com muito esforço e com muito mérito. Essa é mais uma etapa do conhecimento para garantir o desenvolvimento do Estado.”

“O Motores tem uma preocupação de ter um projeto para o Estado de médio e longo prazo, porque nós precisamos planejar o crescimento. O planejamento é uma confluência de entendimentos de setores interessados, com uma visão mais ampla.”

“O Motores já é um projeto vitorioso que chega a sua 20ª edição discutindo os problemas que dizem respeito ao desenvolvimento do nosso Estado. É uma oportunidade de ouvir autoridades e empresários e assim tratar as dificuldades do dia a dia do nosso setor.”

VICE-REITORA DA UFRN

“Essa edição vem trazer um momento importante para o Estado, abordando questões como o novo aeroporto, o varejo, o turismo, pontos que estão em evidência e que poderão trazer para o Estado um despertar.”

“Esse evento veio, ao longo dos anos, como uma forma de reunir as discussões da universidade com os entes públicos e os empresários. Enquanto instituição, a UFRN tem trabalhado para que o comércio, os serviços e o turismo recebam sempre pessoal qualificado, ajudando ao desenvolvimento social e econômico do Estado.”

PRESIDENTE DA FIERN


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

Comércio potiguar está na base do desenvolvimento Nos últimos 10 anos, o ritmo de crescimento médio anual do comércio potiguar foi de 6,91%. Expectativa é de crescimento para 2014 ma curva ascendente representa o crescimento do setor de comércio e serviços do Rio Grande do Norte ao longo dos últimos dez anos. O ritmo de crescimento anual foi de 6,91%, segundo IBGE. O setor, que vem aquecido devido ao aumento de renda e do poder de compra da população, redução da pobreza, expansão do crédito e redução das taxas de juros, manterá a ascensão em 2014. Somente no primeiro mês deste ano, a atividade cresceu 6,1% se comparado ao mesmo período de 2013. Em 2011 – último dado divulgado pelo IBGE – o PIB do RN ficou na casa dos R$ 36,1 bilhões, dosquaisR$22,7bilhõesforamgeradospelaatividadecomercial.ParaopresidentedaFederaçãodeComércio, Bens e Serviços (Fecomercio) do RN, Marcelo Queiroz, a pujante atividade comercial é fortalecida com a interligação ao setor debenseserviços.“Entendoqueissodecorredofatodenossasempresascomerciaisserem,emsuagrande maioria, micro e pequenos empreendimentos.Seconsiderarmos a junção do comércio e dos serviços, esses segmentos somam 40,56% da geração de riquezas do nossoestado.Ameuver,umdosfatores que poderiam ensejar uma maiorparticipaçãodocomércioestá no incentivo ao ingresso de novas empresas no mercado”, analisa o presidente. De acordo com Itamar Manso, diretor da Associação Comercial e Empresarial do RN (ACRM), 97% das empresas do estado são MEIS – Microempreendedores Individuais. O MEI foi regularizado pelo GovernoFederalem2010,erepresenta todo comerciante que detém umfaturamentoanualdeatéR$60 mil. Apesar de os MEIs terem uma capacidade pequena de contratação – segundo a lei, podem ter até dois funcionários – eles permitem o ingresso de novos empreendimentos no mercado que, ao se fortalecerem,conseguemabriroleque da geração de empregos. “Infelizmenteainformalidadeaindaémuito forte no nosso comércio. Geralmente o indivíduo vai galgando espaço pelo esforço, pela experiência e raramente pela capacitação. Mas o esforço do Sebrae para trabalhar a regularização dos comér-

U

HISTÓRIA DA FECOMÉRCIO

10 de janeiro de 1949 A Federação do Comércio Varejista do RN (atual Fecomércio/RN) é fundada, com sede no Sindicato do Comércio Varejista. O objetivo era representar a classe patronal do comércio potiguar.

1º de abril de 1949 Primeira reunião da diretoria da Associação: instituição do CNPJ, Carta Sindical e o reconhecimento do Ministério do Trabalho. A reunião acontece na primeira sede provisória, na Avenida Duque de Caxias, 158, Ribeira (atual Iphan/RN)

28 de março de 1949 A federação é reconhecida como Associação Sindical pelo Ministério dos Negócios do Trabalho, Indústria e Comércio, filiada à Confederação Nacional do Comércio.

DADOS DO COMÉRCIO RN Ritmo de vendas

3,6% foi a média de crescimento registrado no país no varejo ampliado.

Setores que mais cresceram no Brasil e no RN em 2013 (em volume de vendas)

Crescimento do comércio varejista restrito no NE em 2013 RN PB PI MA PE AL SE BA CE

8,8% 8,4% 5,9% 5,3% 5,1% 5,1% 2,0% 1,8% 0,1%

à

à à

à à

Crescimento do comércio varejista ampliado no RN*

8,8%

foi o crescimento do comércio ampliado no Rio Grande do Norte em 2013 – o maior registrado no Nordeste e o segundo maior do país.

6,91%

é a média de crescimento anual do comércio no RN*. *Calculado com base no valor adicionado bruto da

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014**

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos: 10,1% Eletrodomésticos: 8,6% Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação: 6,9% Materiais de construção: 6,9% Combustíveis e lubrificantes: 6,3%

72,6%

é a representação do setor terciário (comércio, serviços e administração pública) no Produto Interno Bruto do RN.

23,2% 13,5% 12,8% 9,3% 4,3% 9,9% 5,5% 7,6% 8,8% 10,1%

40,56 %

é a representação do comércio e dos serviços. Sozinho, o comércio representa 13,5% do PIB estadual.

*Não há dados computados para o Estado em anos anteriores a 2005. **Dados de fevereiro de 2014.

R$ 22,7 bi

Crescimento do comércio varejista ampliado no Brasil

10,3%

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014**

foi a receita bruta do comércio no PIB do RN no mesmo ano.

foi o crescimento dos serviços no RN em fevereiro de 2014.

3,1% : 6,4% 13,6% 9,9% 6,8% 12,2% 6,6% 8,0% 3,6% 3,5%

17.253

novos empregos gerados em fevereiro.

16.322

demissões no mesmo mês.

atividade.

**Dados de janeiro de 2014

cios é importante. “Antes, as pessoas que não se preparavam ou não sabiam fazer nada viravam comerciantes. Hoje não é mais assim.” “A qualificação é uma necessidade grande, mas 98% do emprego direto aqui no Estado é micro e pequenaempresa.Acapacidadedos micro empreendimentos é pequena. É importante que a empresa se

renoveecresça.OSebraeeoPronatec são importantes, o Senac, mas ainda temos uma carência muito grande em todo o comércio”, comenta o presidente da associação. A falta de qualificação ainda é um gargalo na geração de emprego erendapelosetorcomercial.Segundo dados do Caged, do Ministério do Trabalho, o setor de Comércio e

Serviçosabriu11.660novosempregosnoestadoem2011.Em2012,esse número caiu para 11.621 empregos e, no ano passado, 9.966 vagas. Para o presidente da Fecomercio/RN, essa queda não representa uma “desaceleração” do setor. “Temos que ver a questão com olhos muito mais positivos. Mantemos, podemos dizer, um ritmo quase li-

neardeaberturadeempregos.Além disso,segundodadosdoIBGE,odesemprego no RN está na casa dos 4,5%,ouseja,muitopróximodoque os economistas costumam chamar de ‘pleno emprego’, que é aquela situaçãonaqualaspessoasquerealmente estão procurando emprego esãoqualificadasparaisso,estãotodas empregadas”, afiançou.

“Custo Brasil” acende sinal vermelho Entretanto, a política econômica adotada pelo Governo Federal também preocupa os especialistas. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, em março, o economista da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, apontou que as altas taxas de juros, a falta de uma política de câmbio estável e a saturação no modelo de consumo das famílias atuarão como freio no comércio brasileiro em 2014. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista no RN, George Ramalho, o que preocupa o varejo nacional e potiguar é o “Custo Brasil”. Em março, as gi-

gantes do varejo brasileiro, em conjunto com o Instituto do Desenvolvimento Varejista (IDV) divulgaram a “Carta do Guarujá”: um documento aberto em que contestam a alta carga tributária, previdenciária e trabalhista que pesa sobre as varejistas. Ramalho afirma que o custo das empresas varejistas com a tributação pode chegar a 45% do valor do produto. “Temos um aumento anual que chega a quase 10% ao ano. É o custo com aluguel, emprego... se eu crescer menos do que esses 8,8%, eu já estou perdendo. Além disso, temos o custo de segurança como um novo imposto: quase 1% do valor

do produto”, aponta o presidente. Ele ainda cita outros componentes na equação do Custo Brasil, como o aumento da taxa Selic, a indexação dos preços dos produtos e a rigorosidade da legislação trabalhista. De acordo com George Ramalho, a segurança preocupa, principalmente, a manutenção dos pequenos comércios no Rio Grande do Norte – representados, em maior parte, pelo comércio de rua no estado. “A segurança é o principal fator que pode comprometer o desenvolvimento dos centros comerciais. É por causa dela que o comércio de rua vem perdendo espaço para os

George Ramalho destaca preocupação com o “Custo Brasil”

shoppings”, comenta. Ele cita o exemplo da região do Plano Palumbo, em Natal. “A Afonso Pena, por exemplo, que tem uma

grande participação no varejo de vestuário, só representa 10% das vendas do setor, enquanto que os shoppings ficam com 75%”, cita.

Abril de 1949 É fundado o Serviço Social do Comércio (Sesc/RN), instituição voltada para promoção de qualidade de vida e cidadania para os filiados.

Vendas aumentaram 8,8% em 2013 Apesar da diminuição na geração de emprego, o volume de vendas registrado no comércio do estado tem aumentado anualmente. O estado fechou 2013 com um aumento de 8,8% no volume de vendas – o maior percentual registrado no nordeste – e iniciou o ano da Copa do Mundo também em ritmo acelerado. De acordo com a última Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), o comércio potiguar teve aumento de 10,1% no volume de vendas em fevereiro deste ano se comparado ao mesmo período do ano passado. Para a Fecomercio, o aquecimento é proporcionado pela retomada dos investimentos do Estadoeminfraestrutura–notoriamente as obras de mobilidade urbana. SegundoaFederação,foraminvestidos R$500 milhões em obras somente no ano passado. “Isso aquece a economia e cria um círculo virtuoso nos segmentos de Comércio e Serviços. Além disso, claro que também contamos com algumas medidasdoGovernoFederal,como o Minha Casa Melhor, que injetou recursos no setor de móveis e eletrodomésticos, além da redução do IPI para alguns segmentos”, elenca Marcelo Queiroz. Na esteira do comércio, o setor de serviços promete ter a maior expansão durante o ano de 2014. O estado registrou, pela primeira vez nos últimos cinco anos, saldo positivo na geração de empregos, com 961 vagas abertas. De acordo com a Pesquisa Mensal dos Serviços, o setor de serviços cresceu 10,3% em fevereiro se comparado com o mesmo período de 2013. Três atividades se destacaram no início do ano: o Ensino, com 688 vagas abertas, devido ao início do ano letivo e a profusão de concursos públicos; a Corretagem de Imóveis, com 561 novos empregos e Hospedagem e Alojamentos, com 363 carteiras assinadas. Para o economista chefe do IBGE no RN, Aldemir Freire, não há dúvidas que a economia do estado continuará sendo pautada pelo setor terciário neste ano. “Embora seja cedo, é possível dizer que o comércio varejista no RN vai continuar a crescer”, aponta Freire. Mas não é por causa da Copa do Mundo. “É a continuidade de uma tendência dada: ampliação dos empregos formais, que no RN começou bem neste ano; a expansão da renda; a inadimplência continua que continua baixa... Se vai ser esse número (de crescimento) é outra discussão. Teremos um impacto ainda no mercado de veículos, que vai continuar andando de lado, mas outros setores, como de combustíveis, deve crescer. Andar meio de lado que ele vai continuar vendendo o mesmo que no ano passado: 73 mil veículos”, comentou o economista.


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

« ENTREVISTA: GUILHERME AFFIF DOMINGOS » «

urante o seminário “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Affif Domingos, não se limitou a comentar aspectos ligados às micro e pequenas empresas. O gestor aproveitou a ocasião para falar sobre uma das principais atividades econômicas do Estado: o turismo. Para o ministro, é fundamental a criação de outros atrativos e equipar a cidade com infra-estrutura adequada. “O turismo permite aumento do emprego, com baixo nível de investimentos e abre oportunidades para pequenos negócios e para micro e pequenas empresas. Chama a atenção, contudo, que o ‘sol’ continua a ser um atrativo bastante importante para o turismo, mas não é mais suficiente para atender seus desejos e necessidades, que exigem outras opções de lazer, comodidade e qualidade do atendimento e dos serviços em geral”, disse. Affif citou ainda a importância da qualificação da mão de obra. “A qualificação da mão de obra talvez seja o maior diferencial que uma região possuidora de atrativos naturais possa investir, envolvendo desde a educação básica, ao treinamento constante, visando não apenas capacitar o empresário e o trabalhador, para dar um atendimento diferenciado ao consumidor de bens e serviços, como criar em toda comunidade uma cultura de considerar o turista como uma visita importante, que contribui para o desenvolvimento local”. Confira o restante da entrevista com o ministro:

D

Qual a posição da micro e pequena empresa na criação de novas vagas de emprego no Rio Grande do Norte?

Hoje, a micro e pequena empresa é o polo gerador de emprego, principalmente em cima do comércio, serviços e turismo. O crescimento do Rio Grande do Norte está calcado nesses fatores.

MINISTRO DA SECRETARIA DA MICRO E PEQUENA EMPRESA »

“A micro e pequena empresa é o polo gerador de emprego” Ministro afirma que comércio, serviço e turismo são os principais setores de geração de emprego e renda do país Quais fatores favorecem o bom desempenho das pequenas empresas na criação de empregos?

As pequenas empregas são fruto de uma iniciativa criadora. É o microempresário quem identifica as oportunidades. Não é o governo. É o microempresário com seu tino de empreendedor, faro de realizar, vai alargando as fronteiras, vai aumentando os horizontes. Isso atrai outras pessoas e dar oportunidade de trabalho. A grande força geradora de emprego no Brasil, hoje, é a micro e pequena empresa. 80% dos novos empregos gerados estão nesses dois tipos de empresas. Mas isso fica restrito ao comércio e serviços? Como fica a distribuição da criação desses empregos?

No Nordeste, isso está concentrado no comércio e serviços. Até porque houve uma melhoria considerável no poder aquisitivo da população do Nordeste, nos últimos anos. Isso se refletiu na capacidade de consumo e isso gerou uma maior oferta de serviços. Apesar de alguns estudos indicarem que 97% dos estabelecimentos formais do Brasil são micro e pequenas empresas, a taxa de sobrevivência dos empreendimentos não chega a cinco anos. Quais são os principais problemas enfrentados pelo pequeno empresários para se manter no mercado?

A taxa de sobrevivência delas não chega a cinco anos porque nós temos um sistema tributário perverso: quando o mi-

croempreendedor começa a crescer,o tributo pesa, pois o nosso sistema é progressivo em termo da cobrança de impostos. A empresa no Brasil é como caranguejo, tende a crescer de lado e não para cima. Esse é um ponto que temos que fazer: revisão os conceitos de tabela e também do processo de qualificação da empresa e dos gestores para garantir o processo de manutenção do empreendimento. Não somos muito competitivos por causa da burocracia excessiva e da falta de acesso ao crédito. Durante sua palestra no seminário “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, o senhor falou que o Brasil precisa aprender a explorar o turismo e não o turista. Como seria isso?

É exatamente você organizar e não viver oportunisticamente de oportunidades. De repente, vamos ter um evento e eu penso em explorar o turista. Não. Você tem que ter um plano para explorar o turismo. Aqui no Brasil, um dos bons exemplos é a cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. A comunidade daquela cidade se organizou, criou uma agência de desenvolvimento próprio dos empreendedores associada à prefeitura e faz uma programação de inverno, que é natural, mas fora do inverno pensou-se como a cidade poderia sobreviver.

ta do Natal – que é no verão – reconhecida em todo país. Esse evento garante um ótimo fluxo de turistas. E aí, estamos falando de exploração do turismo e não exploração do turista. Lá, os preços são módicos, estão ao alcance das pessoas. Eles têm boa infra-estrutura, qualidade nos serviços. Todos os destinos turísticos do Brasil deveriam seguir essa visão. Que tipo de infraestrutura uma cidade turística como Natal deve ofertar para receber bem os turistas e assim ter uma política de exploração adequada do turismo?

Natal passa por esse problema. A cidade não é completamente saneada e, na praia de Ponta Negra – a principal praia urbana e cartão postal da cidade – encontramos problemas relacionados a esgotos a céu aberto...

Pois é. Isso é um problema sério. E é um problema que atinge a população local, primeiramente, e os turistas que aqui chegam. Você acaba prejudicando a imagem das belezas naturais e o turista vai embora com uma péssima impressão da cidade. Estamos às vésperas da Copa do

QUEM É Guilherme Affif Domingos é administrador de empresas, empresário e filiado ao PSD. É o atual vice-governador de São Paulo e ministro-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República. Presidiu por duas vezes a Associação Comercial de São Paulo e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Também presidiu o Sebrae, na gestão 19901994. Foi um dos arquitetos do sistema Simples de tributação e criador do projeto “Feirão de Impostos”

Mundo. A estimativa é de que cerca de 600 mil turistas visitem o país, entre os meses de junho e julho. O senhor acredita que, até lá, será possível mudar essa cultura de explorar o turista para explorar o turismo?

Um dos pontos principais para a manutenção do turismo é o saneamento básico. O saneamento é fundamental para manter a beleza das praias e não fazer com que o turista que venha para cá volte com algum tipo de lembrança não agradável.

E o que foi feito?

Hoje, Gramado tem uma fes-

Hoje, a micro e pequena empresa é o polo gerador de emprego, principalmente em cima do comércio, serviços e turismo”

Ì

Não quero antecipar nada. Vamos deixar acontecer para depois ficar os exemplos daquilo que foi bom e daquilo que foi ruim. Não quero antecipar nada, nem de bom, nem de ruim.

O Brasil acabou ficando caro para quem quer fazer turismo. Temos que ficar de olho para manter os nossos preços e custos atraentes para os turistas”

Qual a análise que o senhor faz dos números do turismo no país? Aqui, no Rio Grande do Norte, houve uma retração nos últimos anos, mas a tendência é de melhoria com o advento da Copa.

O turismo no Brasil sofreu uma forte concorrência, com relação aos custos, frente a outros destinos no exterior. O Brasil acabou ficando caro para quem quer fazer turismo. Temos que ficar de olho para manter os nossos preços e custos atraentes para os turistas.


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

Comércio de rua impulsiona a expansão econômica do RN Comerciantes do bairro Alecrim são responsáveis pela arrecadação de 40% do ICMS do Estado. Área aguarda projeto de reurbanização para continuar crescendo s nossos comércios populares precisam ser mais bem tratados.” A recomendação é do gerente de orientação empresarial do Sebrae/RN, Edwin Aldrin Januário. Mesmo com a chegada de grandes redes varejistas e da abertura e expansão dos shoppings, a maior parte do crescimento do comércio do RN registrado nos últimos 10 anos se deve à expansão do comércio de rua, que está nas mãos dos micro e pequenos empreendimentos – e representam 97% dos negócios potiguares. Não há um levantamento específico que indique o número total de estabelecimentos nos principais centros comerciais do Estado e da capital potiguar, como Alecrim e Cidade Alta. Entretanto, de acordo com a Associação de Empresários do Bairro do Alecrim (AEBA), o bairro contribui, segundo levantamento feito em 2009, com 40% da arrecadação de Imposto Sobre Comércio e Serviços (ICMS) do governo estadual. Mais de seis mil empresas estão alocadas no bairro, que completou 100 anos de existência em 2011 – isso sem contar os cerca de dois mil ambulantes que também comercializam por lá. Cerca de 35 mil comerciários formais trabalham no bairro, que recebe uma visitação diária de 150 mil pessoas por dia. “O Alecrim apresenta uma porcentagem interessante para o comércio do Estado. É uma área grande, com muita gente circulando, principalmente das classes C e D. É um comércio que hoje é meio esquecido, mas de suma importância em termos de geração de emprego e tributos”, comenta o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do RN, George Ramalho. Apesar de ser apenas o quarto bairro de Natal, em ordem cronológica, o Alecrim sempre demonstrou o tino comercial. Criado em 23 de outubro de 1911, com o desmembramento da Cidade Alta, possui hoje a maior feira livre da capital potiguar – a feira do Alecrim, que teve início em 1920, concentra-

“O

Cerca de 35 mil comerciários formais trabalham no bairro Alecrim, que recebe uma visitação diária de 150 mil pessoas por dia

Ì O QUE Comércio de rua no bairro Alecrim

QUANTO É responsável por 40% da arrecadação de ICMS no Estado

da na Avenida Presidente Quaresma (avenida 1). Em 1936, passou a funcionar aos sábados, tradição que se mantém até hoje. “Segundo Câmara Cascudo, a feira partiu de uma pequena exposição de produtos promovida por José Francisco dos Santos e José Estevam de Andrade, na esquina da Presidente Quaresma com a Coronel Estevam”, diz o livro Memória do Comércio do Rio Grande do Norte, publicado pelo Sistema Fecomer-

cio do RN em 2007. Foi a feira que trouxe para o bairro a característica de congregar todos os tipos de produtos.

Concorrência

“Acho que o nosso diferencial é ter uma grande oferta e a concorrência leal. Já existe um ditado que diz: se não encontrar em nenhum lugar, vá procurar no Alecrim”, cita o presidente da AEBA, Francisco Denerval Sá. O mesmo ditado foi reformulado pela cantora Nara Sá, no documentário potiguar “Cais do Sertão”: “Se não encontrar no Google, vá procurar no Alecrim”, disse a cantora no filme, lançado no ano do centenário do bairro, em 2011. O comerciante Francisco Denerval, proprietário da Casas Sarmento (Casa das Malas) – segundo estabelecimento comercial mais antigo do bairro, fundada pelo seu pai na década de 1950 — relata que “o maior problema do Alecrim é o desgoverno”. Desorganização que, segundo ele, é vista todos os dias pelos que trafegam no quadrilátero do bairro: trânsito congestionado, calçadas disputadas entre ambulantes e pedestres, falta de estacionamento, falta de segurança...

O Alecrim apresenta uma porcentagem interessante para o comércio do Estado. É uma área grande, com muita gente circulando” GEORGE RAMALHO presidente do Sindicato do Comércio Varejista do RN

O que tá faltando ao Alecrim é organização” FRANCISCO LUIZ BATISTA gerente de loja no Alecrim

Insegurança é um dos principais problemas A insegurança é uma reclamação constante de quem vive o dia a dia do bairro do Alecrim. Não só causada pela violência, mas pelos riscos estruturais, como acidentes de trânsito e incêndios. O gerente da loja Machete Calçados, Francisco Luiz Batista, o seu Dedé, vê os problemas se avolumarem há 27 anos. “O que tá faltando ao Alecrim é organização. Todo mundo tem medo de tirar o camelô da rua, mas eles não são o problema. Cada um tem seu lugar. Mas construir um camelódromo e não manter é a mesma coisa de ada. O camelódromo é uma caixa de pólvora”, avalia o gerente da loja, que fica bem em frente ao camelódromo. “Nunca teve uma manutenção e é cheio de calçados e confecções.” De acordo com Dedé, o comércio anda fraco: a Manchete registrou uma queda de 15% nas vendas de começo de ano com relação ao mesmo período de 2013. Já quem trabalha dentro da estrutura – construído na década de 1970, durante o governo de

José Agripino, com capacidade para 480 camelôs – não reclama tanto assim da estrutura, mas da falta de segurança que toma conta de todo o bairro. “Eu estava sentada aqui na banquinha, às três da tarde, quando um cara veio, mostrou a arma e levou o dinheiro”, conta a camelô Jane Cardoso, que mantém um ponto de revenda de confecções no camelódromo há 30 anos. Segundo ela, a partir das 16h a maior parte do camelódromo fecha as portas. Quando cai a noite, falta iluminação nas ruas. Mas nem assim ela reclama muito. “Cheguei no Alecrim com nove anos. Casei, separei, trabalhei no Alecrim. Aqui a gente prospera, é povão mesmo.”, resume. Para o comerciante Francisco Araújo, que há 18 anos trabalha como vendedor em uma loja de variedades, hoje há uma convivência pacífica entre camelôs e comerciantes. “Eles até nos ajudam a atrair os clientes. Acho que tem que investir no que é certo, na segurança do bairro”, pontua.

Bairro tem projeto de reurbanização Nenhum desses fatores, porém, conseguiu afastar a Funerária São Francisco do bairro, no qual mantém sua sede desde 1948. Passaram por pelo menos três pontos comerciais até definirem a sua sede, localizada na avenida Presidente Bandeira (avenida dois). Na época, Natal ainda experimentava um forte crescimento populacional, impulsionado pela vizinha Parnamirim, e a falta de oferta de serviços funerários desenvolveu o instinto empreendedor do jovem Aurino Vila. Nascia a Funerária São Francisco, na avenida Coronel Estevam, 1317 – hoje o Grupo Vila, dono dos cemitérios Morada da Paz e Parque da Passagem. Aos 67 anos, Magno Vila – um dos três irmãos que hoje gerenciam

o grupo Vila – guarda no escritório certidões de óbitos de gente conhecida, algumas à mão outras à máquina de datilografar. “Manter a nossa sede no Alecrim foi uma decisão para tentar valorizar o nosso bairro. Chega eleição, passa eleição e não vêm sequer um homem público aqui. Eu só saio daqui para o cemitério”, sentencia Vila. O grupo também investiu na construção de um hotel no bairro – o Hotel Buriti –, mas decidiu manter a tradição dos negócios. “Descobrimos que o que a gente sabe mesmo é enterrar gente.” Tanto Magno Vila quanto o presidente da AEBA, Francisco Denerval, criticam a demora na implementação do projeto de re-

vitalização do Alecrim. Confeccionado em conjunto pelo Sebare e a associação de empresários, o projeto prevê construção de um prédio para realocação dos camelôs, revitalização e arborização das ruas, construção de espaços de convivência , como um teatro na Praça do Relógio. O custo inicial é de R$20 milhões. De acordo com a secretária adjunta de Serviços Urbanos, Fátima Lima, o projeto de revitalização do bairro do Alecrim já foi analisado pelo prefeito da cidade e deve mesmo sair no ano que vem. Neste mês, a Semsur inicia um cadastramento de ambulantes do bairro para futura realocação, aos moldes do que foi feito no comércio de rua da Cidade Alta.

Projeto de reurbanização do bairro Alecrim está prometido para sair do papel em 2015


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

Grandes lojas apostam no potencial da Cidade Alta Insegurança e falta de estacionamento são problemas apontados por comerciantes da Cidade Alta. Mas o investimento de grandes empresas no bairro mostram potencial da área desaceleração do comércio de rua também é sentida da Cidade Alta, embora de forma mais leve. O bairro, que já teve forte vocação comercial, hoje concentra as grandes lojas varejistas, como C&A, Marisa, Riachuelo, Renner e Rio Center. Os pequenos comerciantes reclamam que o movimento do começo do ano foi fraco. “De uns dois anos para cá a concorrência cresceu. Mas comércio é assim, tem mês que vendemos muito, tem mês que vem pouco. No carnaval foi muito parado, mas acho que a Copa do Mundo vai ajudar. Já começamos a renovar o estoque, todo verde e amarelo”, diz a operadora de caixa Neuma dos Santos, que trabalha em uma loja de bijuterias há sete anos.

A

Crescimento

Outros comerciantes, porém, sentiram uma melhora. “Tivemos um aumento de 70% nas vendas de 2012 para 2013. Acho que o diferencial da cidade é que o público é bem diferente: o cliente é mais selecionado. O problema é falta de estacionamento”, avalia a supervisora de profissionais Elaine Magalhães, que trabalha em uma loja de cosméticos há sete anos. A Prefeitura de Natal realizou o cadastramento de 172 ambulantes no começo do ano passado, por meio de um censo feito pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. De acordo com a secretária-adjunta, Fátima Lima, cerca de 120 ambulantes serão contemplados com boxes e sombreiros, distribuídos em um calçadão construído pela Prefeitura na rua João Pessoa. “Depois do censo também distribuímos coletes para identificação dos ambulantes”, relatou a adjunta da pasta. Para ela, a retirada de ambulantes das ruas ajudará a dar um novo aspecto ao bairro.

Prefeitura do Natal realizou o cadastramento de 172 ambulantes, no começo do ano passado. Objetivo é organizar o comércio informal nas ruas da Cidade Alta

Rio Center: 70 anos investindo no bairro “O Centro não perdeu força, tanto que outras lojas chegaram. No Rio de Janeiro, por exemplo, o comércio continuou na Rio Branco, mesmo com a chegada dos shoppings; centro é centro, não adianta, a não ser que resolva todo mundo sair de uma vez. Com toda dificuldade nos mantemos aqui. O que falta é incentivo da prefeitura: não existe garagem, não tem iluminação e segurança”, aponta o empresário Flávio Alcides, 67 anos, proprietário das lojas Rio Center. A Rio Center não é apenas uma tradição no Centro da Cidade. Ela carrega parte da história do comércio em Natal. De acordo com o livro “Memória do Co-

mércio no Rio Grande do Norte” (Fecomercio, 2007), ela é uma das lojas mais antigas do comercio natalense – quiçá a mais antiga, uma vez que a loja de ferragens Galvão Mesquita, fundada em 1932, fechou em 2013. A “Casa Rio” foi fundada pelo empresário paraibano Alcides Araújo em 1937, e começou a funcionar na rua Ulysses Caldas, número 196. “Aos sete anos papai saiu do interior com o avô, que era mascate, para Natal e montaram uma lojinha de taipa em frente de casa. Vendiam brilhantina. Aos 17, papai resolveu pegar um ponto na Cidade Alta e trabalhar com tecidos. Foi a primeira loja a focar nos estrangeiros. Nossa loja

tinha “Spoken English” logo na entrada, durante a segunda guerra”, conta Flávio Alcides. Aos 10 anos, Flávio começou a trabalhar na loja. Na mesma época, o pai, que já possuía três unidades no centro, resolveu investir em confecções. “A concorrência começava a ficar mais difícil, e papai não tinha ainda tanta estrutura. Resolvemos investir em um novo mercado”, comentou. Em 1978, abriram a mais conhecida loja de confecções da rede, na rua João Pessoa, onde permanecem até hoje. “Foi a primeira loja a distribuir as roupas em araras. Até então, quem chegava para comprar roupa encontrava tudo encaixotado”, con-

ta o empresário. Também foram a primeira loja do ramo a investir em cartões de crédito. De lá para a expansão foi um pulo. Hoje o grupo mantém três lojas: uma no Natal Shopping, a do Centro e a da Prudente de Morais. Para Alcides, o segredo para se manter há 70 anos no mercado foi nunca ter abdicado do centro da cidade. “É preciso crescer, sim, não dá para ficar marcando o mesmo passo. Mas a loja do centro é onde tenho uma das clientelas mais fiéis. Até mesmo o nosso principal concorrente diz que o seu maior faturamento é no centro da cidade. O comércio de rua vai existir sempre.”

Lojas investem com ‘charme’ do comércio de rua É preciso crescer. Não dá para ficar marcando o passo. Mas a loja do centro é onde tenho uma das clientelas mais fiéis” FLÁVIO ALCIDES proprietário das lojas Rio Center

A Afonso Pena é um shopping ao ar livre. As pessoas que circulam, têm o poder aquisitivo alto” MARCÍLIO PESSOA vendedor

O comércio de rua da capital potiguar, porém, não se concentra apenas nos bairros mais populares, como Cidade Alta e Alecrim. Em meados da década de 1970, Natal ganhou uma “Oscar Freire” – rua famosa de São Paulo por reunir lojas das principais grifes nacionais e internacionais. A Afonso Pena, principal rua que corta o Tirol, reúne lojistas que lutam para manter os serviços, apesar da insegurança e da falta de estrutura que vêm ameaçando o Plano Palumbo.

Tirol e Petrópolis

Bairros como Tirol e Petrópolis, que concentram um comércio mais voltado para o varejo têxtil, decoração e lojas com público A e B, enfrentam os mesmos gargalos. O último caso de violência aconteceu no domin-

go passado (27), em uma padaria de Petrópolis. O assalto culminou na morte do policial civil lfran André Tavares de Araújo.

Fechamento

Segundo alguns comerciantes do Tirol, cerca de 20 lojas do bairro foram fechadas na rua Afonso Pena, nos últimos dois anos. “A Afonso Pena é um shopping ao ar livre, as pessoas que circulam têm o poder aquisitivo alto. Mas hoje as pessoas têm medo de parar”, comenta o vendedor Marcílio Pessoa de Oliveira, funcionário da padaria Cantinho Sertanejo há 15 anos. Ele viu o movimento despencar em 50%. O estacionamento é o principal problema da Afonso Pena, na visão da empresária Zauleide Queiroz, proprietária da rede

Sorvetes Finos. Ela mantém uma loja no bairro há seis anos. “Muita gente gosta daqui porque pode estacionar em frente a loja, não é cheio como um shopping. Em compensação, o cliente só encosta se tiver segurança”, aponta. Segundo ela, a loja só se mantém no bairro porque encontrou outros meios de render. “Fiz disso aqui uma loja-escola, porque se dependêssemos só do consumidor final já teríamos fechado.”

Fidelidade

Mesmo assim, tem gente que não pretende sair do comércio na área. É o caso de Giomar Ferreira, empresária mossoroense que mantém a loja mais antiga da rua, a Giomar Modas, instalada há 25 anos. “Éramos a Oscar Freire de Natal, mas fechou tudo. Tive que me manter aqui na marra. Des-

de 2013 temos passado a maior crise de todos os tempos. Por não ter onde estacionar, nossos clientes estão indo para os shoppings”, comenta Giomar. A loja registrou queda no faturamento de 70% do ano passado para cá. Mas acrescenta: “Só saio daqui se for para casa.”

Reorganização

Para George Ramalho, presidente do Sindicato do Comércio Varejista do RN, há um risco de o comércio de rua minguar – principalmente os de centros comerciais mais restritos, como no Plano Palumbo – se não houver uma política pública de reorganização as áreas. “É por causa da falta de segurança que o comércio de rua vai perdendo espaço para os shoppings. Só a melhoria na segurança pode mudar isso.”

BATE-PAPO Marcelo Bandiera coordenador do Centro de Empreendedorismo (Empreende) da Universidade Potiguar (UnP)

“A dificuldade é competir com grandes empresas” Por que o microempreendedorismo é uma marca tão forte no mercado potiguar?

Noventa e sete por cento das empresas brasileiras são pequenas ou médias, seja na indústria no comércio ou nos serviços. Por natureza, isso é normal. É convergente à economia nacional. Essa característica nacional tem um porquê?

É mais fácil montar uma pequena empresa, principalmente se for no comércio. As barreiras de entrada são mínimas. Mas a mortalidade também é alta. A dificuldade hoje é competir com grandes empresas. O próprio tamanho é uma falha. Outro fator é a informalidade. Os centros comerciais de Natal possuem muitos ambulantes e informais. O que deve ser feito?

A formalização garante o acesso à direitos. A chegada do Micro e Pequeno Empreendedor (MEI) veio ajudar ainda mais. Sem o Sebrae, a microempresa não viveria, e elas são o grande motor do desenvolvimento. É claro que é uma obrigação de qualquer empreendedor ser formal, mas o que falta é que alguém explique a eles a importância disso. A burocracia é muito grande, mas o governo tem avançado quanto a isso.


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No RN, área construída de shoppings cresceu 50% Nos últimos cinco anos, o setor de shoppings cresceu 50,95%, no RN, de acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers. O Estado conta, atualmente, com sete praças comerciais crescimento do comércio potiguar também é representado pela expansão dos shoppings centers. Somente nos últimos cinco anos, o setor cresceu 50,95% no Rio Grande do Norte, de acordo com a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce). O estado conta, atualmente, com sete praças comerciais: seis em Natal e uma em Mossoró. O desenvolvimento do setor não foi causado pelo surgimento de novos shoppings, mas pela expansão da área bruta locável e a chegada de novas marcas nos centros. “Os shoppings geralmente têm um crescimento maior do que o comércio normal. Concentramos lojas e praça de alimentação, além da segurança que oferecemos. Somos mais estruturados”, analisa Antonio Barandas, superintendente do Norte Shopping, único centro de compras localizado na Zona Norte da capital potiguar. Construído em meados de 2007, o Norte Shopping têm como lojas âncoras o hipermercado Carrefour e as varejistas Insinuante, Marisa e C&A. Entretanto, a maior expansão da praça foi registrada no ano passado, com a chegada da rede de cinemas Cinépolis – um investimento de R$ 50 milhões que marcou a mudança de administração do shopping. Em 2012, o shopping teve 70% da participação societária assumida pelo grupo paulista Partage.

O

Público-alvo

De acordo com Barandas, a mudança foi uma forma de melhorar o atendimento à classe C, público-alvo do shopping, aumentando a capacidade de oferecer novos serviços. “Agora temos uma prestação maior de serviços. A nossa escolha se deu por um perfil de público de quase 400 mil pessoas que não eram atendidas. Nosso papel é fidelizar esse novo público”, comentou Barandas.

Hoje, o Rio Grande do Norte possui sete shopping centers. Uma oitava loja está anunciada para ser construída e entrar em funcionamento em 2017, em Parnamirim

A ordem é diversificar mix de lojas Quando imaginamos o Midway lá na frente, vemos a transferência dos estacionamentos para áreas circunvizinhas, ligadas por pontes, e o estacionamento atual transformado em área locável” FLÁVIO ROCHA presidente das Lojas Riachuelo

Fluxo de pessoas

Somente no primeiro trimestre deste ano, o shopping registrou um fluxo de 2,1 milhões de pessoas. O mês de março registrou um aumento de 24,5% no número de vendas se relacionado ao mês anterior. O Norte Shopping conta com um 36 mil m² da ABL, um mix formado por 105 lojas, e planeja novas expansões em 2015. Neste ano, o investimento de R$ 2 milhões por parte da administração será direcionado para mudanças na sinalização, iluminação e mudanças na mídia do shopping. “Ano passado já fizemos um investimento em redecoração, mas estamos trabalhando em um projeto de ampliação para 2015. Vamos melhorar o que já temos construído”, acrescenta Antonio Barandas. Atualmente 1.300 pessoas estão empregadas no shopping.

A nossa escolha se deu por um perfil de público de quase 400 mil pessoas que não eram atendidas” ANTÔNIO BARANDAS superintendente do Norte Shopping

De acordo com o Anuário 2013 da Prefeitura de Natal, os bairros da zona sul da cidade ainda concentram a maior parte da renda. Enquanto a renda máxima dos bairros da zona norte chega a 1,3 salários mínimos, a da zona sul pode chegaraaté4saláriosmínimos.Talvez por isso o lado sul do Rio Potengi concentre os cinco maiores shoppings da cidade. Para a superintendente do Praia Shopping, Maria Paula Rabelo Paes, independentemente da classe social, a expansão dos shoppings centers – local ou nacionalmente – foi embasada pela expansão do crédito e do consumo nos últimos dez anos. “A verdade é que, independente da classe, as pessoas hoje sabem como consumir, e os shoppings estão preparados para receber esta demanda. A classe C é um foco no Brasil todo, porque é educado e sabe como comprar com inteligência. A diferença é que as outras classes ainda concentram a maior parte da renda”, explica. O Praia Shopping, de propriedade do Grupo Capuche, recebe um fluxo diário de 20 mil pessoas. Somente nos primeiros dois meses de 2014, as vendas cresceram 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. Construído em 1997, a praça foi mudando de perfil ao longo dos anos. O perfil , antes focado no turista, foi redirecionado. “Nós éramos tidos como um shopping do turista e nos transformamos em um shopping de vizinhança para a zona sul. Nosso foco é para o potiguar em geral, mas o fluxo maior é de clientes da classe B”, analisa a administradora recifense, à frente do Praia Shopping

há nove anos. Para este ano, o shopping não planeja em novas expansões, mas trabalhar eventos e serviços que atraiam a população, principalmente durante a Copa do Mundo. Nosso foco é treinar lojistas para a copa, trabalhar o atendimento, criar um mapa de localização para os turistas e realizar 17 shows durante os jogos em Natal”, comentou Maria Paula. O investimento para este ano é de R$ 2 milhões.

Expansão

Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, em 26 de abril, o presidente das lojas Riachuelo e da Midway Financeira, Flávio Rocha, admitiu a possibilidade de novas expansões da praça comercial nos próximos anos, mas não definiu uma data. O Midway é, atualmente, o maior shopping da capital, com cerca de 80 mil m² de área bruta locável (ABL). Para contrabalancear os investimentos em expansão de outros shoppings, como a feita pelo Natal Shopping em 2012, o Midway investiu na abertura de novas marcas, como a europeia Zara, McDonalds e uma unidade da varejista Magazine Luiza. “Daqui para frente, o projeto de expansão do Midway será uma operação complexa e de longo prazo. Quando imaginamos o Midway lá na frente vemos a transferência dos estacionamentos para áreas circunvizinhas, ligadas por pontes, e o atual estacionamento se transformando em área bruta locável, pois a missão do Midway é sempre trazer o melhor do mundo varejista para o shopping”, comentou o empresário, na época. A última grande expansão da pra-

ça aconteceu em 2009, na abertura do terceiro piso. Já o Natal Shopping é administrado pelo grupo BR Malls desde 2007. A última expansão da praça aconteceu em 2012, com acréscimo de 54,7% de área bruta locável – um aumento de 9,5 mil m² acrescentados em lojas e vagas de estacionamento. “O Natal Shopping, ao longo dos seus 21 anos de existência, construiu com a cidade um forte elo emocional devido ao fato de ter sido o pioneiro, proporcionando uma mudança de hábito e de consumo entre a população. Pretendemos seguir investindo na qualificação do mix de lojas com marcas nacionais e internacionais, comojáestamosfazendo”,afirmou o superintendente do Natal Shopping, Paulo César Corrêa. Segundo a administração do shopping, desde a reforma os lojistas registraram um acréscimo de 13% nas vendas, e um aumento de 50% no número de empregos ofertados pela praça comercial. “O investimento realizado na revitalização e fortalecimento do ativo contribuiu para o crescimento significativo dos índices gerais do shopping, como fluxo, vendas, SSS (vendas nas mesmas lojas)... Seguindo esta tendência, o ano de 2014 é de otimismo”, comentou Corrêa, sem revelar os números do crescimento. Na análise do superintendente, o mercado potiguar é promissor. “Consideramos que o mercado de shoppings potiguar está em crescimento, é um mercado promissor que apresenta boas oportunidades para atrair novas marcas e serviços.”

NOVO SHOPPING De olho na expansão do mercado potiguar,grupos nacionais manifestam interesse em investir em novos shoppings.É o caso do grupo 5R,do mesmo grupo da incorporadora Rossi.Em conjunto com a Capuche,inaugura o shopping “Praça das Dunas”,em 2017.O projeto da nova praça – que será instalado na BR 101, próximo à entrada para Nova Parnamirim – ainda está em análise da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb). O investimento total será de R$300 milhões.O shopping será construído em um terreno de 68.250 m² e vai contar com uma área bruta locável (ABL) de 42.345 m².A previsão é que o shopping tenha 208 lojas,além de um novo complexo de cinema.A previsão do grupo 5R é gerar 2,5 mil vagas durante a construção do projeto e quatro mil após a abertura do empreendimento.A reportagem tentou contato com algum representante do grupo Capuche para comentar o empreendimento,mas foi informada que os representantes não teriam disponibilidade para conversar até o fechamento desta edição. Expansão do setor 2010 Nº shoppings RN: 6 Nº shoppings Natal: 5 ABL Total: 105.161 m² 2014 Nº shoppings RN: 7 Nº shoppings Natal: 6 ABL Total: 158.740 m²


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

Micro e pequenas ditam o crescimento do comércio Pilares da economia, os micro e pequenos negócios representam 97% das empresas do Brasil, dos quais, 107 mil estão no RN. O Estado também tem 54 mil microempreendedores alões de beleza, comércio de alimentos, papelarias, lojas de doces, lojas de cosméticos... de acordo com as entidades do comércio, são os pequenos empreendimentos que ditam o ritmo de crescimento do setor de comércioeserviçosnoRioGrandedoNorte. A contribuição é vista nos números: segundo dados divulgados pela Receita Federal, o RN arrecadou R$ 40,1 milhões no primeiro trimestre deste ano em Imposto sobre Comercialização e Serviços (ICMS) e Imposto Sobre Serviços (ISS) por meio do Simples Nacional – sistema de tributação das pequenas empresas. No mesmo período do ano passado, a arrecadação foi de R$ 35,5 milhões. Pilares da economia nacional, osmicroepequenosnegóciosrepresentam 97% das empresas abertas no Brasil. Para o professor Marcelo Bandiera, coordenador do Centro de Empreendedorismo da Universidade Potiguar (UnP), a exemplo do país, o RN tem uma clara vocação comercial. “É mais fácil montar uma pequena empresa, é muito mais fácil, hoje em dia, fazer um pequeno comércio. Indústria, comércio e serviços possuem a participaçãodaspequenasempresas.Omercadotemespaçoparatodomundo”, afirmou o professor. A facilidade para abrir um novonegócio,porém,foiumaconquista recente. Em 2008, o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) iniciou o pleito para a implantação de um sistema que facilitasse a formalização do microempreendedor. Dois anos depois nascia o Microempreendedor Individual(MEI),regulamentadopela lei complementar 128/2008. O projeto engloba a diminuição dos tributos para comércios que faturem até R$ 60 mil por ano. Além disso, a contribuição previdenciária também é reduzida, e garante a aposentadoriadopequenoempreendedor. Desde2010,3,5milhõesdepessoas deixaram a informalidade no Brasil. No mesmo período, o Sebrae/RNformalizou43milpessoas. Hoje, o RN conta com 107 mil empresas e 54,3 mil microempreendedores individuais. Para o gerente de orientação empresarial da unidade regional, Edwin Januário, a informalidade é uma escolha. “Ser informal hoje é meramente uma opção. Antes o que era difícil e complicado, agora é simples e barato. De imposto, o Microempreendedor Individual paga apenas R$ 1, se for comércio ou indústria. O que eles pagam de valor maior é a previdência social (INSS), que não chega a R$40. Para se formalizar não há custo nenhum, nem precisa de contador”, explica o gerente. Sair da informalidade foi uma escolha da família de Rayane Gomes.Há14anosafamíliamantinha umabodegainformalnobairroIgapó. Em novembro de 2013, depois de fazer um curso de atendimento ao cliente no Sebrae/RN, Rayane resolveu levar a proposta da formalização para a família. Cinco meses depoiselesdavamopontapéemum novo negócio: uma confeitaria na CidadedaEsperança,zonaOestede Natal.Naformalização,Rayanenão gastounemtempo.“Fuilácommeu pai e alguns documentos. De manhã mesmo resolvemos”, conta.

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O Microempreendedor Individual (MEI), regulamentado pela Lei Complementar 128/2008, engloba a diminuição dos tributos para comércios que faturem até R$ 60 mil por ano

Perda com informalidade chega a 30% da arrecadação DadosdaSecretariaEstadualde Tributação mostram que pelo menos 30% da arrecadação do ICMS é perdida por causa da sonegação fiscal, causada tanto pelo comércio ilegalquantopelainformalidadedo pequenoempreendedor.Emboraa parte mais visível da informalidade sejam os conhecidos camelôs – espalhadospelosprincipaiscentros comerciais,comoCidadeAltaeAlecrim – o problema geralmente vai além disso. “Muitas vezes o empreendimento se formaliza, mas continua atuando na informalidade, ao não emitir nota fiscal. É o já conhecido“comnotaousemnota?”, comentaosecretárioestadualdetributação, José Airton da Silva. Para coibir a prática, a secretaria tem investidoemfiscalizaçõesostensivas. Já a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos iniciou, em 2013, o cadastramento dos camelôs da cidade. Ano passado foram cadastrados os comerciantes informais da Cidade Alta. No censo, foram identificados 172 ambulantes, dos quais 120 foram realocados para áreas específicas do centro, desocupando as calçadas e vias públicas. Em maio, os ambulantes – que já atuam com coletes de identificação da secretaria – ganham pequenos estandesnascalçadas,equipadascom luzes led e guarda sol. “Também começaremos o censo do Alecrim em maio”, informa a secretária adjunta da pasta, Fátima Lima. A fiscalização da secretaria nas ruas é feita apenas do meio-dia às 16h, e tem apenas caráter normativo. “Nós notificamos e orientamos. Só pretendemos fazer fiscalizações ostensivas depois dos censos”, acrescenta.

Garantia de crescimento

Para o presidente da Federação do Comércio, Bens e Serviços do RN, Marcelo Queiroz, o microem-

preedor que deseja se formalizar ainda enfrenta uma barreira: a burocracia. De acordo com estudo feito pela ONU, o Brasil é o país em que o empreendedor perde mais tempo com questões de ordem burocrática: 108 dias inteiros por ano. “Nãohácomomanteracompetitividadedasempresasemumpaís onde chegamos a gastar 2600 horas com burocracia. Além disso, vivemos num ambiente de insanidadetributáriaefiscalqueobrigaocontribuintebrasileiroatrabalharmais de quatro meses por ano somente para pagar tributos”, diz Queiroz. Umestudofeitopelafederaçãomostra que a carga tributária brasileira chegou a 36,42% em 2013, a maior registrada desde o governo de José Sarney, quando chegou a 22,39%. A cobrança de tributos às empresas é feita de acordo com o rendimento. Micro e pequenas empresas, com rendimento anual de até R$ 3,6 milhões, se enquadram dentro da lei do Simples Nacional, em que há uma redução e simplificação na quantidade de tributos devidos ao Governo. À medida que asempresascrescem,porém,acontinuidade dentro do sistema vai ficando mais complexa. Para o presidente da Fecomercio, o país precisa repensar a sua legislação tributária e tirar a reforma do papel. O início dessa mudança deve entrar na pauta de discussões do Congresso Nacional ainda neste mês. A atualização da Lei do Micro e Pequeno Empreendedor vai aumentar o teto de faturamento das empresas de R$3,6 milhões para R$4,32 milhões, fazendo com que um espectro maior de pequenos empresários tenha mais facilidade em contribuir. “As reformas constitucionais, tão debatidas e cobradas, precisam sair do papel”, finaliza Queiróz.

Empreendedorismo no RN

107.868

empresas potiguares estão cadastradas no Simples Nacional (microempreendedores individuais e empresas de pequeno porte).

54.324

é o número de microempreendores individuais no Rio Grande do Norte. Desses, 19.005 estão em Natal 4.703 estão em Parnamirim 4.684 estão em Mossoró 1.640 estão em Caicó Fonte: Sinei/Sinac/Receita Federal

41.554

empresas foram abertas no comércio potiguar, entre 2009 e 2014.

5.856

foi o número de empresas extintas nos últimos cinco anos. Fonte: Jucern/Governo do Estado

Arrecadação das micro e pequenas empresas potiguares pelo Simples Nacional 2010 2011 2012 2013 2014* - janeiro - fevereiro - março

R$ 88,8 milhões R$ 104,2 milhões R$ 117,7 milhões R$ 143,7 milhões R$ 40,1 milhões R$ 15,6 milhões R$ 12,7 milhões R$ 11,8 milhões

*Considera os três primeiros meses do ano. ** Dados consolidados até 19/04/2014. ***Considerando arrecadação de ICMS e ISS.

O Simples Nacional é o sistema simplificado de arrecadação de tributos. Engloba empresas com receita bruta anual de R$ 3,6 milhões. O ICMS é destinado aos cofres estaduais. Já o ISS é direcionado para a conta dos municípios.

Empreendedores formalizados pelo Sebrae, na Semana do Microempreendedor Individual: 2012 1.226 formalizações 4.620 atendimentos 2013 419 formalizações 5.586 atendimentos 2014 546 formalizações 6.049 atendimentos Fonte: Sebrae/RN

“Eu gosto de expandir e de crescer” Geandro Lopes da Silva, de 28 anos, trabalha desde que se entende por gente. Ainda pequeno, ajudava a mãe a vender carvão e cortar lenha para fazendas. Aos 17 anos, tinha apenas o ensino fundamental completo. O emprego como forneiro em uma padaria, porém, transformaria a mentalidade do rapaz que hoje comanda a Dom Geandro Dolci, empresa especializada no fornecimento de doces e salgados finos para os maiores restaurantes de Natal. O caminho até lá foi longo. Trabalhou de forneiro, na doceria de padaria, fez curso de qualificação Senac e desde então não parou mais. Em 2011, abandonou a promissora carreira em uma gigante do setor de alimentos e engatou o próprio negócio. Começou a produção com liquidificador e batedeira domésticos e até pedia dinheiro antecipado aos clientes para produzir. Após um ano de informalidade, virou Microempreendedor Individuail (MEI). “A formalização veio pela necessidade. Precisava de nota, CNPJ para poder crescer. Quem trabalha informalmente não consegue nada. Nem financiamento, nem organização”, conta. A pequena fábrica de doces, que funciona no Jardim Lola, em São Gonçalo do Amarante, já conta com 100 clientes regulares. Há dois meses, Geandro deu entrada no processo para se tornar microempresa (ME) para comportar o aumento do quadro de funcionários e o crescimento da renda. Para ele, a dificuldade para a pequena empresa é a tributação, mas que é apenas um obstáculo a ser enfrentado pelo crescimento que ele ainda busca. “A gente não deve ser realizadonunca.Queméempreendedor de verdade está sempre procurando problemas.”


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

« ENTREVISTA: LUÍZA HELENA TRAJANO » « EMPRESÁRIA E DIRETORA DO MAGAZINE LUÍZA »

“O desafio é sempre continuar crescendo, mas sem perder o DNA” Presidente da rede Magazine Luíza – com mais de 800 lojas espalhadas pelo Brasil – é otimista com a economia do país e disse que aposta muito no potencial do comércio no Nordeste uíza passou a ser o rosto do copo meio cheio.” O elogio do empresário e presidente das lojas Riachuelo, Flávio Rocha, é direcionado à empresária e comandante da maior rede varejista do país, Luíza Helena Trajano, à frente do Magazine Luíza. De fato, após contestar veementemente – em um programa de tevê nacional – as projeções negativas para o varejo brasileiro, Luíza Trajano passou a ser o rosto do setor. Um rosto sorridente, porém firme, como ela mesmo se definiu durante a palestra “Varejo: um gigante e seus desafios”, na 20ª edição do Motores do Desenvolvimento. “Eu não fui preparada para a entrevista, nem tinha percebido a repercussão. Só quando saí que meu filho falou da repercussão na internet. Em casa, minha filha disse que não enfrentei o jornalista. Fui muito feminina, porém firme”, acrescentou. A firmeza – assim como o tino empreendedor – de Luíza Helena foram herdados da tia Luíza Trajano que, em meados da década de 1950, em Franca, interior de São Paulo, deu início à loja de móveis e eletrodomésticos A Cristaleira. Ao lado do marido, Pelegrino José Donato, a primeira Luíza promoveu um concurso de rádio para escolha do novo nome de A Cristaleira: Magazine Luíza. Para a Luíza da segunda geração, que era filha e sobrinha única, o trabalho na rede começou aos 12 anos. À frente do Magazine, Luíza Helena foi responsável pela expansão da rede, que nos últimos anos adquiriu 13 redes de lojas – incluindo a Lojas Maia, rede nordestina de varejo que marcava presença no comércio do Rio Grande do Norte. “O desafio é sempre continuar crescendo, mas sem perder o DNA”, comentou. Durante a palestra no Motores, a empresária detalhou os novos investimentos no RN, incluindo a modernização das 12 lojas do grupo no Estado. Em entrevista à TRIBUNA, ela também analisa o momento atual do varejo brasileiro. Confira:

Mas impulsionado pelo quê?

“L

Acho que pela Copa do Mundo. As vendas de televisão... as pessoas querem investir nesse tipo de produto. Como você imagina o crescimento do Brasil nos próximos anos?

É indispensável ter gente aliada e comprometida. Acho que se a gente não tiver um planejamento estratégico e uma força de todas as entidades políticas e empresarias, vai ser uma judiação com o brasileiro. Nós temos um potencial enorme para crescer, mas é preciso ter união. Nós temos que nos unir para criar um plano estratégico e que a cada ano a gente possa construir o Brasil que os nossos netos merecem. Não é que eu seja otimista, sou uma pessoa que vai vendo os movimentos. Como um varejista voltado para as classes populares deve se posicionar?

Sendo bem simples. É vivendo, pesquisando. Eu nunca vou sair de Paraisópolis (comunidade de São Paulo), que tem 8 mil microempreendedores. Eu não tenho o direito de ser metida. Aqui no nordeste, tem que ter programa pronto-entrega, por exemplo. As pessoas compram e já querem sair com a televisão de baixo do braço. Temos que analisar a realidade da cada local. A gente tem que estar com o cliente.

A gente sempre viu o Nordeste com um bom mercado. O Nordeste vive, economicamente, o que o Sudeste viveu há 20 anos em questão de consumo”

O que embasou a decisão de investir nas Lojas Maia?

A gente sempre viu o Nordeste com um bom mercado. O Nordeste vive, economicamente, o que o sudeste viveu há 20 anos em questão de consumo. As pes-

Vocês pensam em abrir novas lojas?

Sim. Eu até conversei com a governadora Rosalba Ciarlini e ela ficou de me indicar algumas cidades do interior que têm potencial. A gente pretende aumentar o número de lojas no nordeste e principalmente no Rio Grande do Norte, que ainda tem poucas lojas da rede. Também queremos abrir em alguns bairros. Vocês sempre tiveram essa estratégia de investir no interior?

Sim, até porque a gente vem do interior do Brasil, de Franca, em São Paulo, e carregamos isso conosco.

Por que vocês decidiram continuar investindo no mercado potiguar?

Nós compramos as lojas Maia, vai fazer quatro anos agora, e nós fomos mudando a marca por onda. Como Natal ainda tinha poucas lojas, nós resolvemos abrir mais uma e fazer a reinauguração (que aconteceu na última terça-feira). Estamos reformando, modernizando as lojas, colocando ar-condicionado, mudando a fachada. Tivemos uma reunião com a equipe daqui, formada por quase 300 pessoas.

soas daqui querem pegar a televisão e levar na hora... então são milhares de brasileiros que entraram na economia, e nós ficamos muito felizes com isso, de ver o desenvolvimento do Nordeste.

A política econômica do Governo Federal, com as altas taxas de juros e um câmbio instável, afetou o varejo?

É preciso construir, ainda, 24 milhões de Minha Casa Minha Vida para ter um nível satisfatório de igualdade social no Brasil. Então, é um mercado muito grande para o consumo”

Isso era uma previsão e nem sempre o que os economistas prevêem acontece. Não foi o que aconteceu. Fala-se muito que, nos últimos anos, a classe C brasileira “foi às compras”. É possível que esse mercado mude. Como o Magazine se prepara para essa possível mudança?

A classe C não foi muito às compras. Somente 27% dos nordestinos possuem máquina de la-

var. Geral, no Brasil, é 54%. Para você ver o potencial. É preciso construir, ainda, 24 milhões de Minha Casa Minha Vida para ter um nível satisfatório de igualdade social no Brasil. Então é um mercado muito grande para o consumo. O que deve ser feito pelo Governo Federal, ou até mesmo estadual, para manter esse crescimento do varejo?

Acho que a economia atravessou uma crise mundial e isso afetou o varejo. Acho que só unindo todas as correntes que poderemos aproveitar essa década de crescimento. Mas existe alguma política específica? Já tivemos algumas, como a redução do IPI sobre eletrodomésticos, a criação do Minha Casa Melhor...

Sim, ajudou bastante. Toda redução de imposto ajuda a aumentar a arrecadação e melhora a economia. O Custo Brasil é muito alto. O que é o Custo Brasil e como ele afeta o varejo?

É a política tributária, os juros são altos. O próprio governo sabe disso. Quando o Custo Brasil diminui melhora muito a condição do varejo. Estamos divulgando agora a Carta do Guarujá (carta feita durante o Forum Nacional do Varejo). Vocês pleiteiam alguma política específica?

O que nós pleiteamos é que a gente está junto para ajudar a

Ì QUEM É Integrando a lista dos 60 empresários mais poderosos do Brasil, Luíza Trajano é a condutora da rede varejista Magazine Luíza, com mais de 800 lojas espalhadas pelo país (a maior delas em Natal), considerada uma das maiores do varejo

Qual a sua mensagem para os empresários que veem investimento em colaboradores como simples custo?

Ele vai ficar para trás. Só duas coisas vão fazer a diferença para um cliente: atendimento e inovação. De quem depende o bom atendimento? Do funcionário. As empresas tem que ajudar na capacitação. Elas têm a obrigação de ajudar a educação do Brasil. Você vê a gentileza no povo brasileiro, nós somos bons em atendimento. Como a senhora avalia a condução da economia brasileira?

melhorar o Brasil. Não é hora de reclamar, o IDV está junto. Nós nunca pedimos nada. Estamos junto para ver o que é melhor para o Brasil e automaticamente para o setor. A gente está junto para montar projetos que ajudem a desenvolver o país. A perspectiva do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) era que o setor crescesse cerca de 8% em 2014. É um baixo ou um alto crescimento?

Eu não posso falar pelo nordeste, mas o varejo teve mesmo um bom crescimento no primeiro trimestre, de cerca de 8% a 9%. Acho que a expectativa para o ano é exatamente esta. E o varejo cresce acima do PIB nos últimos dez anos, é um motor da economia muito grande. A gente não sabe exatamente como vai ser o ano, mas o primeiro trimestre foi muito bom.

Quando a gente entra para ajudar, vemos que não é fácil gerir o Brasil. Acho que a presidente Dilma é muito séria, ninguém pode falar nada dela. Acho que a economia cresceu muito, mas nós tivemos uma crise global, que agora começa a passar. Acho que o mais importante é redirecionar o que ela errou, mas sei que ela tem muito boa intenção. Temos é que trabalhar a competitividade e retomar o crescimento do PIB. Quem tira o seu sono? O pequeno empreendedor ou o grande varejista?

Eu tenho um respeito pelo pequeno empresário e o grande eu quero saber o que eles estão fazendo de bom. Nenhum deles me tira o sono. Na nossa empresa, ninguém pode falar mal de concorrente. Tenho um grande respeito pelos dois, mas eu mudo a visão de concorrência para de uma oportunidade de aprendizado.


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A perda de voos comerciais é uma das causas apontadas para a queda na quantidade de visitantes: em 2010, 59.447 turistas desembarcaram pela via aérea em Natal. Em 2012, o número caiu para 39.688

pesar das expectativas da cadeia turística com a Copa do Mundo, em junho, o setor começou o ano do mundial ainda mal das pernas. A ocupação de leitos no primeiro trimestre de 2014 representou apenas 61% da ocupação registrada no mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do RN (ABIH). Como o turismo ainda segue em marcha lenta, representantes do setor apontam que a movimentação e a recuperação do setor – que vem em crise desde 2011 – vai ficar para o pós-copa. Tudo depende da imagem provocada pelo mundial. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), serão geradas 1,3 mil vagas no turismo no RN, principalmente no setor de hospedagem e alimentação. “Nós vamos ter a Copa, o que vai trazer pessoas de todas as partes do mundo; não só turistas, mas jornalistas e empresários. Isso vai desenvolver uma demanda muito grande em hotéis, restaurantes e toda a cadeia de comércio e serviços. Esses empregos gerados no setor turístico serão multiplicados nos outros setores”, defende o presidente da Federação de Comércio, Bens e Serviços do RN, Marcelo Queiroz. Ainda de acordo com o presidente, a atividade começou o ano com uma recuperação nos índices de geração de emprego. “Serviços foi um dos motores da geração de novos empregos no começo do ano. O setor de hospedagem e alimentação registrou o terceiro melhor saldo de Serviços, com 353 carteiras de trabalho assinadas, de acordo com o Caged, do Ministério do Trabalho”, citou o presidente. Mas a desaceleração do setor turístico não vem de agora. No início deste ano a Match – empresa responsável por cuidar das reservas para a Fifa – devolveu 50% dos 10 mil leitos reser-

A

Turismo aguarda bom legado no pós-Copa O setor do turismo no RN está em crise desde 2010 e deposita grande expectativa na exposição do Estado durante a Copa/2014. Natal deve receber 10% dos turistas que visitarão o país durante o campeonato

vados para os jogos na capital potiguar. Além disso, segundo o Anuário Estatístico do Ministério do Turismo, a movimentação de turistas pelo aeroporto Augusto Severo vem em queda nos últimos quatro anos. Em

2010, 59.447 turistas desembarcaram pela via aérea em Natal, contra 39.688 passageiros transportados em 2012. A diminuição gradativa do número de voos para a capital potiguar é apontada por Habib

Chalita, presidente regional da ABIH, como um dos principais fatores para a desaceleração do setor. O Rio Grande do Norte perdeu 5.085 voos entre 2011 e 2013, segundo o anuário estatístico de tráfego aéreo 2013 do

Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). “Essa crise do turismo vem desde 2010, quando o setor começou a ser deixado de lado. Este é o único estado do mundo que trata o turismo como indús-

tria secundária”, critica Chalita. De acordo com ele, há uma cadeia de fatores que contribuem para a desaceleração. “Antes tínhamos o grande problema para desenvolvimento de uma política de estado para o turismo. Depois, começaram outros problemas: pouco ou quase nada de divulgação do destino Rio Grande do Norte para o turista popular. Nós fazemos a divulgação, mas para a iniciativa privada. Também não existe um plano para interiorização do turismo.” De acordo com ele, a falta de uma política de incentivo para captação de voos só veio a agravar o quadro do turismo regional. “Política para captação de voos não é apenas conceder a redução do ICMS sobre o querosene de aviação. É chegar para uma companhia aérea e dizer: vem cá, me venda que o que vier vago eu lhe pago. Não existe esse diálogo. Talvez isso mude com a nova secretária que assumiu”, analisou o presidente regional da ABIH. Para Chalita, apesar de o Rio Grande do Norte ainda fazer parte do Programa para Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (Prodetur), que é desenvolvido pelo Banco do Nordeste, o Estado não enviou nenhum projeto para o programa, que financia, principalmente, projetos voltado para a infraestrutura da economia turística. A secretária estadual de Turismo, Gina Robinson, estava viajando e não pôde conversar com a reportagem até o final desta edição. Informou, porém, por meio de assessoria de imprensa, que existem 12 projetos em andamento voltados para a recuperação da atividade turística. Dois deles estão voltados para a infraestrutura, como as obras de esgotamento sanitário nas praias de Pirangi, Cotovelo e Pium. Além disso, há investimentos de R$100 milhões por meio do RN Sustentável para a projetos de interiorização do turismo, como a construção do teleférico de Martins.


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

Hotéis estão com segunda maior ocupação para a Copa Entre as doze cidades-sedes da Copa/2014, Natal tem até agora a segunda maior venda de leitos para o período do campeonato. Cerca de 81% de ocupação já está garantida Mesmo com o atual panorama do setor, algumas entidades relacionadas ao turismo vêem na Copa do Mundo a possibilidade de retomada do crescimento. Não uma retomada temporária, mas posterior ao mundial e que depende, principalmente, da impressão que será causada no turista que visitar o RN. A boa notícia para os empresários foi dada no início desta semana. De acordo com o Fórum de Operadores Hoteleiros, Natal é a segunda cidade-sede com maior número de leitos já vendidos para o mundial: cerca de 81% da rede hoteleira já está ocupada para o período de jogos. A capital potiguar perde apenas para o Rio de Janeiro em termos de ocupação. Em Natal, 15% dos 6.092 leitos ainda estão vagos, e apenas 4% bloqueados. Para Sandro Pacheco, presidente da Emprotur, a “crise” do turismo foi causada por uma estratégia das companhias aéreas. “Aumentaremos em 48% a malha aérea durante a Copa, com os 274 novos voos que foram criados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para o mundial. A diminuição dos números de assentos foi uma estratégia das companhias aéreas. A rentabilidade dos voos foi diminuindo em todo o Brasil. O problema de tributação do ICMS é nacional. O Brasil é um dos poucos do mundo que cobra imposto sobre logística”, comentou Sandro Pacheco. Para ele, estados vizinhos já adotaram estratégias mais inteligentes. “No Ceará, eles subiram o ICMS para 30% e dão um subsídio para os voos. Eles diminuem para 12% se as companhias aéreas colocarem um voo internacional”, acrescentou. Para o presidente regional da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel), Max Fonseca, a Copa trará benefícios não só na geração temporária de empregos – principalmente no setor alimentício – mas ajudará na formação de uma imagem do destino Natal no exterior. A estimativa do Ministério do Turismo é que a capital potiguar rece-

Em torno de 81% da rede hoteleira de Natal já está ocupada para o período de jogos da Copa. A capital potiguar perde apenas para o Rio de Janeiro em termos de ocupação

be cerca de 10% da visitação nacional esperada, que é de 600 mil turistas estrangeiros. “O principal agora é aproveitar essa vitrine da Copa, que Natal nunca teve antes. Depende de nós darmos o nosso show. É saber se organizar e a partir daí multiplicar esse impacto”, comentou o presidente. De acordo com ele, o setor de alimentação sofreu um impacto grande com a redução no número de turistas. Somente em 2013, ao setor registrou um encolhimento de 20%. Já no início do ano, período de férias e alta visitação turística, alguns estabelecimentos chegaram a registrar 50% de redução no faturamento. “Sem o turismo, Natal não tem uma atividade que a sustente”, asseverou. Max Fonseca também alerta para o fato de que nem todo o

setor turístico está preparado para receber bem o turista. De acordo com ele, os programas para qualificação na segunda língua, como o Pronatec Copa, não atingiram todo o setor. Somente 70 dos 400 empreendimentos filiados à associação possuem funcionários fluentes na segunda-língua. “Os cursos preparatórios ainda foram insuficientes, mesmo com o Pronatec. Pelo menos no volume que a gente queria. Tem muitas casas que estão contratando tradutores, estudantes, que tenham a segunda língua que atuam como um tradutor. Os treinamentos foram insuficientes. O que não quer dizer que a gente vá ter deficiência no atendimento, muitas casas já estão preparadas e outras bancaram do próprio bolso”, acrescentou.

BATE-PAPO

O principal agora é aproveitar essa vitrine da Copa, que Natal nunca teve antes. Depende de nós darmos o nosso show” MAX FONSECA presidente regional da Associação de Bares e Restaurantes

Habib Chalita

Turismo potiguar “ficou para trás” Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, no dia 24 de abril, o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação e presidente do Conselho de Turismo da CNC, Alexandre Sampaio, destacou que o modelo do turismo potiguar “ficou para trás” se comparado com os estados vizinhos, como Pernambuco e Ceará. “O RN ficou para trás em termos de organização e modernização do turismo. Não é que Natal tenha despencado no turismo, ela só diminuiu a ocupação. Eu respeito e entendo as peculiaridades da rede hoteleira potiguar, mas nessa parte eu discordo. Claro que existe uma certa diminuição, em grande parte causada pela péssima grade aérea, com a perda de voos”, disparou o presidente.

Além da malha aérea enfraquecida, a falta de divulgação engrossou o caldo. “Outro ponto são os problemas da Via Costeira e as discussões com as entidades ambientais. Acredito que a legislação traz uma certa insegurança para os empreendedores. E, claro, a concorrência dos outros estados também passou a ser mais forte e competente. Recife e Maceió, que trabalham com um turismo parecido, têm muito forte a divulgação, o que trouxe essa concorrência para Natal. É uma conjuntura, mas nada que não possa ser revertido”, apontou. O secretário municipal de turismo, Fernando Bezerril, ameniza as críticas. Para ele, a ocupação hoteleira está em franca recuperação, o que ficou mais claro no último feriadão de pás-

coa. “Natal viveu, pela primeira vez, um mês de novembro e dezembro com 100% de ocupação. Esse período de redução na ocupação, de 80%, é uma boa ocupação. Pipa registrou 100% de ocupação. Mesmo com a devolução dos leitos da Fifa, não é exatamente esse chororô. Eu até agradeço, porque isso fez com que o empresário conseguisse atrair mais turistas”, salientou. De acordo com o secretário, alguns projetos estão sendo desenvolvidos para a retomada do turismo no pós-copa, como a retomada da implantação da Marina da Redinha, a construção de um Mirante e Heliporto no Farol de Mãe Luíza, retomada do Hotel da BRA, na Via Costeira, e reurbanização da Orla da Redinha.

ABIH/RN

“Precisamos interiorizar o turismo no Rio Grande do Norte” Mesmo com a devolução dos leitos da Fifa, não é exatamente esse chororô. Eu até agradeço, porque isso fez com que o empresário conseguisse atrair mais turistas” FERNANDO BEZERRIL secretário municipal de Turismo

A política de redução do ICMS é a única forma de atrair voos para o RN?

consórcio gestor do novo aeroporto.

O ICMS tem que ser trabalhado paralelamente com a divulgação. Por exemplo: conceder a redução, mas perguntar o que as companhias poderiam dar de retorno para o Estado. Não é isenção, é redução. Para que possamos ser competitivos pelo menos no Nordeste.

O tipo de turismo que é feito no RN, principalmente de sol e mar, está cansando o turista?

Essa falta de competitividade ameaça o novo equipamento do Estado, que é o Aeroporto Internacional Aluízio Alves?

Essa redução vai sair, um dia. Nós só esperamos calma do

Não. Esse tipo de turismo é feito em qualquer lugar do nordeste. O problema é que nós temos um setor que tem tudo para se desenvolver. Nós não temos um turismo de interiorização, de gastronomia. O turista internacional se interessa pela cultura, pela gastronomia do RN. É por isso que ele deixa mais dinheiro quando visita. Mas não existe uma rota turística que o leve para lá.


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« ENTREVISTA: ALYSSON PAOLINELLI » « CEO DO CONSÓRCIO INFRAMÉRICA »

‘Seremos uma cidade aeroportuária’ Novo aeroporto do RN terá um centro de transporte de cargas com capacidade de 10 mil toneladas. Ojetivo do Consórcio Inframérica é atrair indústrias e fomentar exportações primeiro voo para o Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, já tem data e hora marcada: 22 de maio, às 8h30. A previsão é que um voo decole do Augusto Severo e aterrisse no novo terminal. Entretanto, o equipamento também ajudará aeconomia do Rio Grande do Norte a alçar voo. Pelo menos é essa a expectativa do Consórcio Inframérica, construtor e gestor do novo terminal pelos próximos 28 anos. Durante a 20ª edição do seminário Motores do Desenvolvimento, realizado nesta semana, o CEO do consórcio, Alysson Paolinelli, deixou clara a intenção de transformar o aeroporto, projetado como porte médio, em um aeroporto industrial, com forte participação no transporte de cargas. Na palestra “O novo aeroporto da Grande Natal, seus planos e desafios”, Paolinelli detalhou os investimentos atuais no terminal. Até o final do ano, o investimento do consórcio deve chegar a R$500 milhões, principalmente na realização de obras no entorno. De acordo com o CEO do Inframérica, várias empresas já manifestaram interesse em se instalar ao redor do aeroporto – novos negócios voltados tanto para a prestação de serviços quanto indústrias interessadas na facilidade do transporte de cargas. “As empresas que se instalarem vão poder contar com um aeroporto de transporte, um centro logístico e uma zona de processamento de exportação (ZPE de Macaíba) de cargas”, salientou. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, Alysson Paolinelli detalha as perspectivas do consórcio com o início das operações e o que falta para que, enfim, o aeroporto saia do papel.

te de cargas para 10 mil toneladas. Assim podemos fomentar exportações pelo aeroporto; fazer com que industrias de tecnologia se aloquem naquela região. Com isso, vamos transformar o que você chama de cidade em cidade indústria.

O

O aeroporto começa a funcionar no dia 22 ou ainda há perspectiva de que essa data mude?

No dia 22 o aeroporto entra totalmente em operação. Nós temos muita coisa a ser feita. No dia 30 de abril, entregaremos todo o sistema de tecnologia para que as companhias conectem os seus sistemas ao sistema de informática do aeroporto. As companhias têm 15 dias, a partir do dia 1º de maio, para fazerem a transição e, no dia 19 de maio, a Anac vem fazer a homologação. Existe um plano de transição que se inicia na noite anterior do dia 22, no Augusto Severo, se estende durante a noite, e a primeira decolagem acontece na manhã do dia 22, às oito e meia da manhã. Existe todo um plano criado pela Aeronáutica desde outubro passado. Mas tudo isso vai ser comunicado e detalhado na hora certa. A partir do dia cinco de maio nós começamos um plano de comunicação para avisar a população das mudanças. Existe todo um trabalho que será feito pelas companhias aéreas e agências de viagens. Na última reunião, o ministro (da aviação, Moreira Franco) mostrou preocupação, e por isso todos montaremos esse plano de comunicação.

Que tipos de indústrias vocês estão trazendo?

Com o aeroporto próximo à ZPE, o transporte fica muito mais simples para as exportadoras de insumos. Temos um grupo de negócios, de tecnologia e energia, que podem ser muito oportunos para o Rio Grande do Norte. Mas esse é um trabalho difícil de convencimento. Para atrair, eu tenho que ter muitos voos, muitas aeronaves para transporte de cargas e tornar o aeroporto atrativo. O aeroporto passou por uma análise da Anac, entre os dias 14 e 16 de abril. O que foi analisado?

Foram analisados 660 pontos e nós tivemos seis pequenos ajustes, mas que não afetam a operação. A Anac fez a análise do lado ar: pista, pintura, iluminação, processos de segurança. A Anac já inspecionou e nós estamos aguardando o documento, o que deve acontecer até o dia 19 de maio. Essa inspeção não existe mais. O que acontece é o dia 19 de maio é a homologação das companhias aéreas.

A construção do terminal de passageiros está finalizada?

tura, já tem uma nova data para acontecer?

Estamos em 99%, fazendo apenas os acabamentos da pintura e aguardando a transição dos sistemas. Esses sistemas são de processamento de bagagem, de checkins e os painéis de informação do passageiro. Todos esses sistemas têm que estar conectados entre si. O Inframérica já fez a sua parte. O que precisa ser feito é as companhias se conectarem ao meu sistema.

Sim, mas eu não tenho certeza. Deve acontecer entre os dias 18 e 19 de maio.

Ainda há a possibilidade de que os dois aeroportos (Augusto Severo e Aluízio Alves) funcionem durante a Copa?

Não para a aviação civil. A partir do primeiro voo do Aluízio Alves, aviões comerciais não poderão mais pousar no Augusto Severo. A Aeronáutica estabeleceu um cronograma em que o Augusto Severo e o Aluízio Alves entram como aeroportos alternados para outros aeroportos do nordeste, como Recife e Fortaleza. Eles funcionam como uma alternativa para receber os aviões caso alguma coisa aconteça e o aeroporto não possa receber o voo original. No caso da Copa, o Augusto Severo deverá funcionar para a aviação executiva. O que falta para as companhias aéreas?

As companhias vão ter 15 dias, a partir do dia 1º, para fazer a transição de sistemas. E o simulado para a Copa, que a Anac iria realizar antes da aber-

Já existem acordos para que novas companhias venham para o novo aeroporto?

Essas negociações já estão sendo conduzidas há vários meses. Mas para que isso aconteça precisamos seguir alguns ciclos, como aumentar o número de voos domésticos aqui no Estado. Para isso, contamos com o apoio do Governo do Estado para conseguir a redução do ICMS cobrado sobre o querosene de aviação, para assim conseguir atrair novos voos domésticos. Com uma boa malha doméstica, as companhias internacionais podem se interessar porque, aí sim, terão como despachar os seus passageiros para qualquer parte do país. Assim, tornaremos Natal uma alternativa fácil e rápida para o deslocamento por conexões. Existem aí cerca de cinco milhões de passageiros que se deslocam do norte-nordeste para São Paulo e Rio, e nós acreditamos que boa parte poderia vir para Natal e daqui fazer a saída. O senhor falou durante a palestra que o aeroporto está pronto, mas que as obras continuam. Por quê?

O aeroporto é novo, ele precisa de muitos serviços a sua volta. A partir da entrada em operação, nós temos a ideia para construção de um hotel, de postos de

combustível e diversas estruturas de atendimento para operação logística. A chegada de indústrias... isso tudo são oportunidades que estão surgindo com alguns empresários que têm interesse em transformar o aeroporto em uma cidade aeroportuária. Só que isso não vai acontecer até o dia 22 de maio, nem durante a Copa, mas durante os próximos dois ou três anos. O aeroporto vai continuar em obras, ele não vai estar 100% entregue e paramos por aqui. O aeroporto precisa estar em obras para que ele possa gerar vida e se movimentar. Com a proximidade do aeroporto à Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Macaíba, desenvolveu-se a teoria de que o ASGA poderia se tornar um centro de processamento de carga. Isso é possível?

Nossa estratégia é colocar no aeroporto de SGA dentro do contexto do que está sendo desenvolvido em volta – não só inserindo-o em São Gonçalo do Amarante, mas na economia de todo o estado. Estamos em negociações para atrair indústrias para a ZPE de Macaíba; outras estão interessadas em construir seus centros logísticos ao lado do aeroporto. Quando falamos em indústria, vemos a potencialidade do nosso centro de carga. Custo, oportunidade de receita e transporte de carga são os três princípios que as companhias analisam antes de iniciar uma nova rota. Estamos finalizando o centro de transpor-

Ì QUEM É Alysson Barros Paolinelli É CEO do Consórcio Inframérica nos aeroportos Juscelino Kubitschek, em Brasília, e Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante. Formado em engenharia eletrônica, seguiu carreira na área de logística, acumulando experiência ao passar pelas empresas All Logística, Parmalat e MRS Logística

Os acessos são um gargalo? É verdade que o Consórcio pagou para que uma empresa terminasse de construir a parte do Governo?

Ainda não são um gargalo. A gente vem acompanhando de perto e o Governo do Estado faz um esforço para que seja entregue. Temos uma previsão de que o acesso norte seja entregue até o dia 10 de maio. E o que nós fizemos foi um acordo com a construtora, que também era responsável por construir algumas vias dentro do aeroporto. O que nós fizemos foi liberar os recursos para construtora, pedimos que ela focasse no acesso que o restante nós daríamos conta. Porque sem acesso não teríamos como funcionar. A iluminação foi concluída?

Até onde sabemos, os buracos na pista já foram feitos pela prefeitura de São Gonçalo do Amarante, faltam apenas os postos. Mas sabemos que, até o início das operações, tudo estará concluído.

O aeroporto é novo, ele precisa de muitos serviços a sua volta. A partir da entrada em operação, nós temos a ideia para construção de um hotel, de postos de combustível e diversas estruturas de atendimento para operação logística”

O senhor falou que é necessário alinhar o masterplan do aeroporto com o de São Gonçalo do Amarante. Como isso está sendo conduzido?

Eu não posso construir um aeroporto para o turismo, se São Gonçalo pensa em fazer um aeroporto indústria. Nós temos uma parceria muito boa com a prefeitura para construir um único caminho para o aeroporto. O município está prevendo uma mudança no plano diretor para atrair o empresariado. Essa parceria entre o público e o privado é o fundamental.


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

Qualificação e oportunidade andam de mãos dadas O número de pessoas formadas para o setor turístico do Estado tem crescido 40% ao ano. A previsão é de que, em 2014, sejam formadas 9.603 pessoas no Rio Grande do Norte

Em 2013, 5.677 pessoas foram qualificadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio Grande do Norte (Senac/RN) para atuar na área de hospedagem e alimentação

á em casa era o pointe. Eu fazia a comida e todo mundo se reunia para comer. O pessoal me falava que era uma oportunidade, que eu deveria me capacitar. Mas eu não tinha muita visão. Hoje, eu sei que a qualificação é importante”, comenta a aprendiz de cozinheira Natalia Raline dos Santos, de 29 anos. Nascida em João Câmara, Natália veio para Natal há cinco anos, empurrada pela falta de espaço no mercado de trabalho. No final do ano passado, após muita insistência da família, resolveu deixar o avental de casa. “Vi que a Copa ia trazer muita oportunidade e era preciso ter uma base de tudo. Por isso me inscrevi no curso de auxiliar de cozinha”, acrescenta. Ao finalizar o curso técnico, a dona de casa ingressou imediatamente do curso de chefe de cozinha e se prepara para iniciar a temporada de estágios. Natália é apenas uma das 5.677 pessoas qualificadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio Grande do Norte (Senac/RN) para atuar na área de hospedagem e alimentação – atividades do setor turístico que mais geram emprego. De acordo com estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Copa do Mundo vai gerar cerca de 48 mil empregos no Brasil, dos quais 1,3 mil estará no RN. Seguindo uma tendência nacional, 30% dessas vagas devem ficar na hotelaria e alimentação, de acordo com a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação

“L

(FHBA). Dados do Caged, do Ministério do Trabalho, mostram que 353 carteiras foram assinadas no setor somente entre janeiro e fevereiro de 2014. De acordo com o diretor regional do Senac/RN, Helder Cavalcanti, o número de pessoas formadas para o setor turístico do Estado tem crescido 40% ao ano. Para se ter uma idéia, em 2012 foram formadas 3.200 pessoas pelo Hotel Escola Barreira Roxa – unidade do Senac voltada para capacitação do setor turístico. Já no ano passado, o número de formados subiu para 5.767. A previsão é de que, em 2014, sejam formadas 9.603 pessoas. A procura por qualificação, para Cavalcanti, foi intensificada pelos programas que dão acesso gratuito ao ensino técnico: o Pronatec – programa federal que custeia alimentação e transporte para que o aluno busque qualificação técnica – e o Programa Senac de Gratuidade (PSG). Das 44 mil vagas oferecidas pelo Senac/RN em 2013, 31 mil eram gratuitas. Pelo Pronatec Turismo, aplicado pelo Senac, foram formadas 801 pessoas em 2011. Esse número pulou para 4.060 em 2013. Marta Paolinelli, de 29 anos, sofria de depressão antes de entrar no curso de guia de turismo do Senac. Segundo ela, a falta de oportunidade para se qualificar – e a consequente dificuldade de encontrar vagas no mercado do trabalho – a levaram a uma depressão profunda e à obesidade. Ela chegou a pesar

120 quilos, hoje pesa 90 quilos. “Eu nunca havia tido oportunidade de me qualificar, foi o Senac que me deu essa chance. Perdi peso só para poder me dedicar ao novo curso, que exigia de mim pró-atividade. Eu acho que, hoje em dia, só não faz um curso de capacitação porque não quer”, conta a guia de turismo recém-formada. Marta Paolinelli já engatou o segundo curso, de Promoção de Eventos, enquanto começa a carreira de guia freelancer. “A Copa é a época de agarrar a oportunidade e fazer meu nome, porque o melhor do turismo vai vir no pós-copa”, acrescentou. Segundo o diretor regional do Senac/RN, o mercado potiguar tem capacidade para absorver esses profissionais. “Na verdade, a demanda por gente qualificada é ainda maior. Nós fazemos um monitoramento do mercado. Não temos isso estratificado ainda, mas o diálogo com a classe empresarial ajuda a entender as necessidades da cadeia”, explica Helder Cavalcanti. O diretor regional ainda acrescenta que a força do setor de comércio e dos serviços, característicos da economia potiguar, também embasam a procura por qualificação. “O mercado não busca mais mão de obra sem qualificação. Um exemplo da demanda é o curso de idiomas do Senac que, além de ser bastante procurado por todas as profissões, é muito visado pela gradativa recuperação do turismo”, diz Helder Cavalcanti.

Vi que a Copa ia trazer muita oportunidade e era preciso ter uma base de tudo. Por isso me inscrevi no curso de auxiliar de cozinha” NATÁLIA RALINE DOS SANTOS aprendiz de cozinha

Na verdade, a demanda por gente qualificada é ainda maior. Nós fazemos um monitoramento do mercado” HELDER CAVALCANTI diretor regional do Senac/RN


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

Formado em Gastronomia por uma universidade particular, Rogério dos Santos, sentia falta da formação prática – principalmente porque seu foco é montar o próprio empreendimento. Faz cursos no Senac

Segunda língua ainda é gargalo Até fevereiro deste ano, apenas 70, dos 490 bares e restaurantes da capital potiguar, possuíam funcionários completamente treinados para receber turistas e acordo com o Anuário Brasileiro de Alimentação Fora do Lar/2013, o RN possui 2.510 restaurantes. Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes registra apenas 490 unidades na capital potiguar. Uma preocupação do setor, entretanto, é a preparação da segunda língua. Até fevereiro deste ano, apenas 70 dos bares e restaurantes da capital potiguar possuíam funcionários completamente treinados para receber turistas. “Os cursos preparatórios ainda foram insuficientes, mesmo com o Pronatec. Insuficientes para o volume que a gente queria. Há casas que estão contratando tradutores, estudantes, que tenham a segunda língua. Os treinamentos também foram insuficientes. O que não quer dizer que a gente vá ter deficiência no atendimento, muitas casas já estão preparadas e outras bancaram do próprio bolso a qualificação dos profissionais”, explicou o presidente da Abrasel/RN, Max Fonseca. De acordo com Fonseca, a falta de qualificação na segunda língua também não excluirá pessoas do mercado durante a Copa. Isso porque o turismo é uma cadeia abrangente – principalmente no setor de alimentação – e conhecido por ser uma porta de entrada para o mercado de trabalho. “O Only Pizza e o Fogo e Chama já estão chamando gente para treinamento, por exemplo. O setor de bares e restaurantes é tradicionalmente conhecido como uma porta de entrada do mercado de trabalho. Conseguimos pessoas ainda não qualificadas que vão ganhando experiência e espaço dentro das empresas. Alguns restaurantes já possuem um setor de treinamento responsável por isso, até porque temos as renovações anuais do quadro”, acrescentou. Rogério dos Santos, de 29

Novo aeroporto abre mercado para qualificação

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Helder Cavalcanti explica que Senac/RN vai passar a ser excelência na formação hoteleira

Os cursos preparatórios ainda foram insuficientes, mesmo com o Pronatec. Insuficientes para o volume que a gente queria” MAX FONSECA presidente da Abrasel/RN

anos, já atuava como cozinheiro há dois anos em um restaurante de cozinha japonesa quando resolveu investir novamente em qualificação. Formado em Gastronomia por uma universidade particular, ele sentia falta da

formação prática – principalmente porque seu foco é montar o próprio empreendimento. “Eu já tinha formação sobre gestão do empreendimento. Precisava da prática. No curso do Senac todos os dias nós estamos na cozinha. No final das aulas, ainda fazemos a degustação para saber no que é preciso melhorar”, esclareceu. O curso de cozinheiro é de quatro horas diárias, todos os dias da semana. Ao contrário do senso comum – continua Rodrigo Santos – não foi difícil conciliar a continuidade na formação com o serviço. “Hoje os empresários querem pessoas que estejam qualificadas, por isso são mais flexíveis. Antes era preciso apenas saber cozinhar, agora é preciso ter técnica”, avalia Santos, que pretende investir ainda em uma temporada de estágio em São Paulo antes de investir no próprio negócio. “A cozinha es-

tá sempre inovando e deve se expandir em Natal com a Copa.” Para atender a crescente demanda de profissionais do setor turístico, o Senac resolveu reformar o hotel escola Barreira Roxa. A previsão é que a obra seja entregue em 2015, transformando o hotel-escola em um centro de treinamento de excelência para o setor. O custo total da obra é de R$21 milhões “Tínhamos uma demanda reprimida na procura de cursos para a área, a nossa necessidade de expansão e uma determinação nacional. Há um projeto em conjunto para que o RN passe a ser excelência na formação hoteleira e de turismo”, disse Helder Cavalcanti. Entre os novos cursos que serão criados estão o de bartender flair, gerenciamento de bares e restaurantes, pratos flambados em rechaur e somelier, recreamento e hotelaria hospitalar.

As oportunidades de qualificação não giram apenas em torno da Copa do Mundo. A chegada do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante – que tem data de inauguração prevista para 22 de maio – levou as instituições de ensino profissionalizante e técnico a investir em novos cursos para atender a demanda do município – não só no setor de línguas, mas também na prestação de serviços aeroportuários. O Instituto Federal do Rio Grande do Norte, com sede no município, já formou mais de 400 pessoas para atuar no segmento aeroportuário, de acordo com o coordenador de extensão da unidade, Fernando Freire. Desde a instalação do IFRN no município, já foram oferecidos cursos de agentes de aeroporto, agentes de limpeza de aeronaves e a previsão é que sejam abertos também cursos para auxiliares de rampa e agentes de comissaria. Além disso, a instituição também dispõe de cursos técnicos em informática e logística. “O Ministério da Educação fez um mapa da demanda seguindo as necessidades apresentadas pela secretaria de assistência social do município. É com base nessa demanda que abrimos novas vagas. É uma união de esforços entre a nossa possibilidade de oferta e o atendimento às demandas da comunidade”, explicou o coordenador adjunto do Pronatec no IFRN, professor Carlos André de Oliveira. Para o primeiro semestre de 2014, o IFRN vai oferecer 1.145 vagas pelo Pronatec. Para o campus de São Gonçalo, 110 matrículas já foram confirmadas. “O foco dos nossos cursos é tecnoló-

gico e logístico, justamente para dar suporte a essa nova realidade socioeconômica que São Gonçalo está vivendo”, afiançou Fernando Freire. O Senac/RN também planeja investir em novos cursos para o município. “O mercado de São Gonçalo está passando por uma reestruturação. Nos últimos dois anos, fizemos um Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) muito forte dentro do município, totalmente voltado para a prestação de serviços. Estamos com um projeto para construção de uma unidade na cidade, até 2016, para trabalhar todas as tendências de mercado do município. Hoje, temos uma unidade na zona norte que faz o atendimento na região”, comentou Helder Cavalcanti, diretor regional do Senac. De acordo com o diretor, o foco será no oferecimento de cursos voltados para gestão, logística e informática. “Com o novo aeroporto, temos a chegada de empresas e a procura pelo processo de logística e informática. Estamos também buscando junto à Infraero a autorização para ministrar cursos do segmento aeroportuário. Queremos trabalhar a parte comercial, desde o atendimento ao transporte de cargas até a gestão e o trabalho no aeroporto”, adiantou. O Consórcio Inframérica, construtor e gestor do novo terminal pelos próximos 28 anos, afirmou que investirá R$ 1,6 milhões no oferecimento de cursos de capacitação em conjunto com a Prefeitura de São Gonçalo do Amarante. O planejamento sobre os novos cursos, porém, ainda não foi fechado.


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Comércio, Serviços e Turismo: OS DESAFIOS DOS PILARES DA ECONOMIA POTIGUAR

« ENTREVISTA: ALEXANDRE SAMPAIO »

« PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO (FBHA) E DO CONSELHO DE TURISMO »

“A questão é: como a imagem do Brasil vai sair da Copa?” Sampaio fala sobre os desafios que a hotelaria e o turismo deverão enfrentar no Mundial de Futebol e também para garantir negócios no pós-Copa presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e do Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio, foi o último a assumir a tribuna da vigésima edição do Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Na ocasião, Sampaio dissertou – entre outros pontos – sobre o fato de o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) não ter aprovado uma medida que regulamentaria contratos de curto prazo, específicos para trabalhos durante o período da Copa do Mundo. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, Sampaio fez um balanço sobre o ano que passou, falou sobre os desafios que a hotelaria e o turismo deverão enfrentar no Mundial e também para garantir negócios para o Pós-Copa, além de abordar questões como as críticas de sobrepreço das tarifas hoteleiras. Ele também tratou sobre a questão da isenção do ICMS do querosene de aviação como forma de trazer mais voos para Natal, comentou a questão da devolução dos leitos pela Match, agência ligada a Fifa, e abordou a baixa venda de passagens no período da Copa para Natal.

O

geiros para o Brasil. Então acho que foi um ano razoável. Quanto o setor cresceu em 2013?

Esse é um número cabalístico porque a hotelaria nunca abre seus faturamentos. Mas tirando pelas empresas que fornecem os dados das entidades co-rimãs, como o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil [FOHB], que reúne as redes, se projetarmos ou fizermos uma ilação desses dados para a hotelaria independente, logicamente que você tem variáveis, mas podemos dizer que o setor cresceu em termos de faturamento pelo menos

Ou seja, daria para dizer que esses valores estão bem inseridos no cenário da economia nacional?

É. Na verdade, nós tivemos um crescimento de faturamento igual ao do processo inflacionário, então nós ficamos estáveis. E em termos de oferta de leitos, esse mercado respondeu aos estímulos propiciados principalmente nas 12 cidades-sede, com financiamentos federais ou mesmo dos fundos regionais, que propiciaram alguma oferta de crescimento hoteleiro fora dos eixos principais. Em ano de Copa do Mundo, quais são os desafios para a hotelaria?

Se nós tivermos essa imagem intacta, nós já teremos um legado, uma vitória fantástica com a Copa do Mundo”

Qual o balanço do ano de 2013 no turismo e na hotelaria?

O ano de 2013, eu diria que foi de preparação, de transformação. Na verdade, a crise nos atingiu, não nos índices de emprego – esses estavam ascendentes – mas no sentido de uma certa retração na parte de negócios. Dado que o Brasil, praticamente em todas as cidades-sede tem um componente de turismo de negócio, seja no centro-oeste com o agronegócio, ou no nordeste com algum tipo de evento ou atividade econômica que é desenvolvida, e ainda no sul e sudeste, que tem a característica mais forte de business, podemos dizer que de maneira geral a hotelaria sofreu um pouco. Entretanto, o lazer crescente com o mercado doméstico compensou um pouco esse processo. A Copa do Mundo trouxe investimentos para o nosso setor, com inúmeros hotéis abrindo nas capitais. Então nós achamos que foi uma ano positivo. Para o turismo, houve um crescimento, apesar de todos percalços com o orçamento ainda pífio do Ministério do Turismo, nós podemos dizer que o setor avançou, os processos de consolidação de oferta turística para o Brasil, a partir com a visibilidade que ganhamos com a obtenção da Copa do Mundo e das Olimpíadas trouxe mais turistas estran-

de 6% a 8%. Em termos de oferta de quartos, o setor deve ter crescido pelo menos um 6%.

O mercado paralelo que poderia vir a ocupar os hotéis a preço normal, caiu violentamente. Então os hotéis estão tendo que readequar esses valores com preços mais competitivos”

É preciso levar em conta dois pontos. A primeira coisa: como vai ser a Copa. Esse é um grande desafio porque o grande legado de tudo isso, independente das questões de mobilidade urbana, dos investimentos públicos que foram feitos e como vamos poder usar os estádios futuramente para eventos culturais ou em processos que mobilizem a captação de eventos para as cidades, mas a grande questão é: como a imagem do Brasil vai sair desse evento? Mesmo com manifestações de rua, mas se nós tivermos um processo tranquilo, democrático, em que essas manifestações não atrapalhem a movimentação dos turistas, principalmente os estrangeiros, nós vamos ter a imagem de bastante benefício e as pessoas vão desejar voltar. E aquelas que estão assistindo a Copa de longe, pela televisão, com alto nível de transmissão, vão passar a ter o desejo de vir conhecer o Brasil. Se nós tivermos essa imagem intacta, nós já teremos um legado, uma vitória fantástica com a Copa do Mundo. Acho que a hotelaria vai prestar um bom serviço, está preparada, o Sistema S tem atuado na formação de mão-de-obra, o Pronatec dentro das empresas tem propiciado a reciclagem do pessoal dos hotéis, então eu diria que teremos uma Copa muito boa. Os preços já diminuíram, então há condições de acomodar todos os brasileiros e estrangeiros nesse período. Nessa questão dos preços, existiram muitas críticas em relação a uma precificação que estaria sendo supostamente exagerada por parte dos hotéis. O senhor concorda que houve sobrepreço?

Na verdade, acho que a Embratur [Instituto Brasileiro de Turismo] – junto com a Senacon [Secretaria Nacional do Consumidor], mas a Senacon no papel dela porque é um órgão de defesa do consumidor – exage-

rou. Na verdade, não houve um problema de preços, tanto é que estamos com os preços em baixa em todas as 12 cidades. A Match, que é agência oficial da Fifa, fez um bloqueio linear de 30 dias. Estava previsto nas cláusulas contratuais a devolução de quartos à medida que os sorteios fossem feitos e os intervalos entre os jogos fossem definidos. Então, o que está acontecendo: claro que você tem etnias que estarão mais presentes e que muitas estão indo conhecer o Rio, independente de onde sua seleção jogue, m as existem também deslocamentos para cidades que não são nem sedes, mas que vão ter visitações. E os preços das cidadessede obedeceram um patamar que foi balizado pelos valores da Fifa, que são altos, com 30% a 40% de over, que é o comissionamento da empresa, é padrão. Mas se está barato ou caro, isso não importa, esse é um preço que a Match sabe como comercializar e já vende pacotes no mundo inteiro para essas Copas há anos, ela sabe com fazer. Tanto é que ela declarou que o Brasil foi o país que mais vendeu pacotes turísticos, estourando todas as metas e previsões. A Embratur, por uma questão política, exacerbou esse debate, dizendo que os preços estavam altos para brasileiros, o que é uma arrebatada bobagem, porque os preços voltaram a cair a partir de uma definição de adequação dos valores e da demanda e são preços internacionais, preços de padrão Fifa, então isso foi uma bobagem. Essa diminuição nos preços também estaria relacionada a uma devolução muito perto da Copa pela Match?

Na verdade, os hotéis sabiam que os contratos permitiam a devolução em datas muito incisivas, muito apertadas. O que há que se notar é o seguinte: ninguém está fazendo negócio durante a Copa do Mundo, as convenções sumiram e o próprio tu-

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biam da exiguidade dessas datas. Paciência. É assim mesmo.

QUEM

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou números mostrando que apenas 22,6% dos assentos previstos para Natal no período da Copa foram efetivamente vendidos até a terceira semana de abril. Como isso impacta a hotelaria? Esses números destoam das previsões para o setor?

Alexandre Sampaio é diretor do Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), preside a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), que congrega 65 sindicatos patronais do Brasil que juntos representam mais de 850 mil empresas filiadas do setor. Preside também a Câmara Empresarial de Turismo da CNC, órgão que reúne as 22 maiores entidades associativas de turismo nacional. É contador por formação e empresário do ramo hoteleiro no Rio de Janeiro. Possui o Copa Sul Hotel, em Copacabana, e o Lagos Copa Hotel, em Macaé. Também milita na área imobiliária, tendo uma incorporadora de galpões industriais e ainda uma imobiliária que atua na administração de imóveis próprios e de terceiros. Fundou seu primeiro hotel em 1977 e trabalha em atividade associativa patronal desde os anos 1990

rista brasileiro não está viajando muito durante a Copa. O que está acontecendo é que o mercado paralelo que poderia vir a ocupar os hotéis a preço normal caiu violentamente, então os hotéis estão tendo que readequar esses valores com preços mais competitivos, mais em conta, para não ficarem aquém do mercado que normalmente eles atenderiam também. Eu diria que os prazos eram conhecidos. Os empresários sa-

Na verdade, isso tem a ver com a questão da demanda. A Abear [Associação Brasileira das Empresas Aéreas] e as companhias mensuram a oferta a partir da demanda estratificada. É claro que você tem jogos importantes aqui, como Estados Unidos e Gana – que devem trazer um contingente significativos de norte-americanos para cá – mas o fato é que, por terem poucos jogos nas cidades fora do eixo sul-sudeste e dos grandes equipamentos, esse processo se deu dentro do estabelecimento de uma razoabilidade. A questão é que, mais do que isso, é preciso trabalhar essa situação junto ao empresariado e ao governo e também às autoridades estaduais de turismo para melhorar a grade de oferta aérea para Natal. Esperamos que o gestor do novo aeroporto ajude porque nós precisamos melhorar substancialmente a oferta de voos para Natal porque esses voos são em horários muito ruins e isso precisa ser alterado. Há um pedido reiterado do setor e também do Consórcio Inframérica, que está construindo e vai operar o Aeroporto Governador Aluízio Alves, para que seja concedida isenção do ICMS do Querosene de Aviação (QAV)...

O ICMS é uma questão importante, fundamental para ser trabalhada, mas que precisa ser construída em parceria. Não adianta reduzir o ICMS do Querosene de Aviação se a companhia aérea também não se comprometer a botar um tráfego decente. Acho que tem que ser um jogo dual.


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Editor: Itamar Ciríaco itamar@tribunadonorte.com.br

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Média de público aumenta 57% « CAMPEONATO ESTADUAL » Números divulgados pela Federação Norte-Riograndense de Futebol levam em

consideração o número de torcedores que compareceram aos estádios em 2013 e demonstram reação em 2014

H

á 26 anos o torcedor do Rio Grande do Norte não lotava o estádio em uma final de Campeonato Potiguar como fez na última quarta-feira, para a partida entre América x Globo, a festa gigantesca acabou sendo dos torcedores alvirrubros, que literalmente invadiram a Arena das Dunas. Foram 19.449 pessoas se fizeram presentes ao novo palco do futebol do RN. O último comparecimento em massa havia sido registrado em 1988, ainda no Machadão, quando a decisão envolvendo os dois maiores rivais do estado, ABC e América, colocaram dentro do estádio 28.585 torcedores, em uma partida, que a exemplo desse ano, também acabou 0 x 0. Os números e informações foram divulgados pela Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF) baseadas em pesquisas de Marcos Trindade. Para o presidente da FNF, José Vanildo, o futebol do Estado vive um singular em sua história quase centenária. “A Arena das Dunas é uma nova e

JÚNIOR SANTOS

A FNF revelou que a presença do público nos estádios, em 2014, cresceu consideravelmente em relação à temporada passada no RN

grande parceira do futebol potiguar. Agora, pela primeira vez, tivemos uma final sendo disputada em uma estádio padrão Fi-

fa, de Copa do Mundo. Batendo recorde de público na final, com 57% de aumento de público geral na competição. O Campeona-

to Potiguar mostrou toda sua força e que está em franco crescimento”, destacou Vanildo. A competição da atual tem-

porada terminou na última quarta-feira (30), na Arena das Dunas, quando o América foi campeão em cima do Globo, e o sal-

do foi considerado altamente positivo pela Federação de Futebol. A estimativa é que houve um relativo aumento de público comparecendo aos estádios, ainda com base nas pesquisas de Trindade, o departamento técnico da entidade aponta um crescimento de 57% em relação ao a temporada de 2013. José Vanildo ressalta que a nova tabela proposta e as ações da FNF foram fundamentais para o sucesso da competição. “Como o calendário foi apertado, com muitas competições e em razão da Copa do Mundo, realizamos um campeonato com duas fases. O torcedor gostou desse formato e abraçou o Estadual de uma forma bastante positiva”, destaca o dirigente. O público pagante total do Campeonato nos 86 jogos disputados foi de 129.229 torcedores, com média de 1.503 pagantes por jogo. De acordo com dados de Marcos Trindade, a média final da temporada de 2013 foi de 953 pagantes, o que demonstra o crescimento de 57,71%, mesmo com a TV transmitindo.


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HISTÓRIA DAS COPAS

Guinada

Copas se tornam grandes geradoras de receitas com patrocínios e TV MARIANA LAJOLO COLABOAÇÃO PARA A FOLHA

TIAGO RIBAS DE SÃO PAULO

S

e já havia encantado com o espetáculo em campo em anos anteriores, a Copa do Mundo fortaleceu um novo status a partir de 1978: o de gran-

de negócio. Sob o comando do brasileiro João Havelange, a Fifa acumulou mais filiados do que a ONU (Organizações das Nações Unidas). Cresceram o número de espectadores, de times ávidos a fazer parte do espetáculo e de bilhões nos bolsos de cartolas e patrocinadores.

Em 1982, o Mundial iniciou seu inchaço e chegou a 24 equipes. Pela primeira vez teve dois países muçulmanos, Argélia e Kwait --mais de uma centena tentou obter vaga. O futebol também se tornou atrativo para quem não estava nas sedes das Copas. Os direitos de transmissão de TV de 1982

foram negociados por US$ 82 milhões. Oito anos depois, o montante já era de US$ 57 milhões, e não parou de crescer. Se fora de campo o futebol brilhava como negócio, dentro dele o show dos grandes astros cedia espaço à eficiência. Em 1982, a brilhante seleção de Telê, Zico, Falcão e Só-

crates sucumbiu antes de chegar à fase final. Quatro anos mais tarde, Maradona brilhou no México, mas carregou a Argentina praticamente sozinho diante da retranca e dos pontapés dos rivais. O atacante precisou até da ajuda da "mão de Deus" para bater a Inglaterra nas quartas de final.

A Copa de 1990 foi o ápice dessa nova forma de jogar futebol, com mais pragmatismo e menos show. O Mundial tem até hoje a pior média de gols da história . A taça foi erguida pelo alemão Lottar Matheus, que se gabava de ser obcecado pela eficiência. Do outro lado, derrotado, estava o genial Maradona.

Zico, Falcão e Toninho Cerezo eram algumas das estrelas do Brasil na Copa de 1982

1 A Copa do Mundo FIFA de 1970 foi a nona edição da Copa do Mundo FIFA de Futebol, que ocorreu de 31 de maio até 21 de junho. O evento foi sediado no México, tendo partidas realizadas nas cidades de Guadalajara, León, Cidade do México, Puebla, Toluca.

2 Dezesseis seleções nacionais foram qualificadas para participar desta edição do campeonato, sendo 9 delas europeias (União Soviética, Bélgica, Itália, Suécia, Inglaterra, Romênia, Tchecoslováquia, Alemanha Ocidental e Bulgária), 5 americanas (México, El Salvador, Uruguai, Brasil e Peru), 1 asiática (Israel) e 1 africana (Marrocos).

3 Nas semifinais desta Copa, ocorreu o chamado jogo do século, disputado entre as equipes da Alemanha Ocidental e da Itália. A partida permanecia 1 a 0 para a Itália até os 90 minutos, quando Karl-Heinz Schnellinger empatou a partida e levou a decisão para a prorrogação. Nessa prorrogação, ambas as seleções protagonizaram uma sucessão de viradas de placar até que a Itália firmou a vitória em 4 a 3.


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JUKA RI U KFO

1 A grande revelação desta copa foi a Seleção Holandesa, que, sob a batuta de Rinus Michels, voltou à copa após 36 anos de ausência, desde a sua segunda participação, em 1938, na França, utilizando como bases o AFC Ajax, campeão mundial interclubes em 1972, e o Feyenoord, campeão mundial interclubes em 1970.

2 A seleção era conhecida como "Laranja Mecânica" e "Carrossel Holandês", devido à tática de Michels de alternar os jogadores em suas posições. O destaque dessa equipe era Johan Cruijff, que atuava bem tanto na defesa, quanto no meio-campo ou no ataque.

1 Argentinos e brasileiros duelaram numa verdadeira batalha, mas o jogo ficou no 0 a 0. Mas este empate seria fatal para o Brasil. Na última rodada, a equipe venceu tranquilamente a Polônia por 3 a 1. Com este resultado, restava à Argentina vencer o Peru por 4 gols de diferença.

2 A Argentina goleou o Peru, que abriu mão do direito de jogar, e levou suspeitíssimos 6 a 0. Uma curiosidade: o goleiro peruano, Ramón Quiroga, era argentino de nascimento, e falhou em vários gols. Esse episódio ficou conhecido como o maior escândalo da história das Copas.

Mãos sujas A Copa de 1978 marca o fim de uma era e o começo de outra. O romantismo deu lugar aos negócios. Até 1974, quando João Havelange destronou o inglês Stanley Rous na Fifa, a entidade tinha uma posição eurocentrista que o brasileiro dinamitou ao fazer de Pelé seu cabo eleitoral na África e ganhar a eleição, apesar de, mais tarde, ter tentado diminuir o papel do Rei do futebol. Imperial, embora subserviente aos governos -democráticos, ditatoriais, à esquerda ou à direita-- em nome de ser apolítico, fez política da maneira mais amoral possível, a ponto de virar amigo da ditadura argentina, que hospedou a Copa de 1978. Não se negue a Havelange a visão negocial que tornou a Fifa uma grande empresa transnacional. A exemplo do que fizera sob a ditadura brasileira com a justificativa de integrar o país pelo futebol --fez o Brasileiro com 20 times em 1971 e com o dobro dois anos depois--, Havelange pegou a Copa com 16 seleções em 1978 e a deixou, após 20 anos, com 32. Seu maior pecado foi ter feito do grande negócio do futebol, já na aldeia global que a TV alcançava via satélite, a fortuna de poucos. Principalmente de seus sócios da Adidas e da ISL, os irmãos Dassler, que originalmente fizeram fortuna ao calçar as tropas nazistas, às quais eram partidariamente filiados, na Segunda Guerra Mundial. A ISL, como se sabe, foi a gigante do marketing esportivo que Havelange protegia da concorrência e que acabou responsável por seu fim inglório, obrigado a se demitir tanto da Fifa quanto do Comitê Olímpico Internacional para não ser expulso, acusado de corrupção documentada. Tudo porque o futebol, que ele vislumbrara como um dos maiores negócios da indústria do entretenimento no fim do século 20, virou algo tão enorme que o engolfou --sem que ele pudesse controlar o processo como sempre fizera, autoritariamente. Perto dos cem anos, provavelmente Havelange será visto pela posteridade como um empreendedor, mesmo que com métodos deploráveis. Fato é que existe uma Fifa antes dele e outra depois. Se melhor ou pior, dependerá sempre do ponto de vista, romântico ou pragmático. É indiscutível que por suas mãos o capitalismo chegou plenamente à Fifa. Mãos sujas, o que parece ser inevitável no mundo do esporte.


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esporte

Flamengo recebe o Palmeiras « BRASILEIRO - SÉRIE A » Jejum de vitórias vem preocupando o elenco rubro-negro, que volta a campo

hoje, às 16 horas, para enfrentar o Palmeiras. Clube paulista deve apresentar novidades no setor ofensivo

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inda sem vencer no Campeonato Brasileiro, o Flamengo tenta acabar com o jejum hoje, 16h, contra o Palmeiras, no Maracanã. Os rubronegros querem sair das últimas posições e podem colocar em campo uma escalação mais ofensiva, com um trio de atacantes. Já os paulistas, buscam a reabilitação após serem derrotados pelo Fluminense na rodada passada e terão que conviver com a ausência de Alan Kardec, que deixou o clube. No Flamengo, o técnico Jayme de Almeida não poderá contar com Elano, Gabriel, Léo, Chicão e Hernane, machucados, além de Léo Moura, suspenso. Para piorar, o meia Everton é dúvida, pois ainda sente dores na coxa direita. O treinador trabalhou durante a semana com Luiz Antônio improvisado na lateral. Já no meio, Lucas Mugni é o provável substituto de Everton. A grande novidade para esta partida será a mudança do esquema tático. Jayme de Almeida escalou um trio de atacantes durante os trabalhos. Paulinho

CARLOS MORAES

FICHA TÉCNICA FLAMENGO PALMEIRAS Felipe, Luiz Antonio, Wallace, Samir e André Santos; Víctor Cáceres, Márcio Araújo e Everton (Lucas Mugni); Paulinho, Alecsandro e Nixon Técnico Jayme de Almeida

Fernando Prass; Wendel, Lúcio, Tiago Alves e Juninho; Marcelo Oliveira e Wesley; Marquinhos Gabriel, Valdivia e Leandro; Henrique Técnico: Gilson Kleina

Local: Maracanã Horário: 16h Árbitro: Paulo Godoy Bezerra (SC) Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Cristhian Passos Sorence (GO)

e Alecsandro ganharam a companhia de Nixon, que vem se destacando nos treinamentos e têm entrado bem no time quando acionado. Mesmo com o pensamento de colocar o Flamengo no ataque, o comandante rubro-negro não esqueceu a parte defensiva e alertou sobre a importância da marcação, principalmente sobre o chileno Valdívia. “O Val-

dívia é o principal jogador de armação do Palmeiras. Ele é perigoso, pois tem um excelente passe, faz o jogo fluir para os lados, sabe lançar. Então, não podemos deixar um jogador desse nível atue solto”, disse. O Palmeiras terá mais um teste de sobrevida sem o seu artilheiro. Na semana em que Paulo Nobre discutiu publicamente com o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, pela saída de Alan Kardec, Gilson Kleina tentou encontrar uma forma de jogo que não se baseasse na movimentação e na técnica de seu antigo titular. Na rodada passada, quando o acerto do atacante com o rival ainda era apenas iminente, o Verdão teve três volantes em campo, só Leandro como atacante, alternando-se como referência na frente com Valdivia, e foi facilmente dominado pelo Fluminense, que venceu por 1 a no Pacaembu. Ainda com Bruno César como desfalque por lesão na coxa direita, o técnico deve retomar o 4-2-3-1 que levou o time à semifinal do Paulista.

Botafogo visita o embalado Bahia, em busca dos 3 pontos

Pedro Neto [ pedron@natal.digi.com.br ]

Programa Esporte em Debates Programa Esporte em Debates neste final de semana terá como convidados Tibúrcio Batista resentando o América e Fernando Vasconcelos representando o ABC. O programa ira ao ar neste sábado das 13h30 às 15h00 e no domingo das 06h00 às 7h30. Papo bom e tranquilo com os dois torcedores. Histórias dos clássicos serão contadas. Momento Atual dos dois clubes. E, a expectativa deles para essa partida. O programa promete.

Chove chuva... E continua a reclamação dos torcedores que frequentam o estádio Arena das Dunas quando se fala em chuva dentro do estádio. Para um estádio padrão FIFA o Arena das Dunas tem deixado a desejar. Os torcedores que está nas arquibancadas, assim como toda a imprensa que fica na parte de cima, tomam banho de chuva em dias de jogos. Erro no projeto arquitetônico? Não sei responder. Agora, com certeza

alguma coisa precisará ser feita para mudar o atual quadro. É inadmissível que uma obra que custou mais de 1 bilhão de reais não proteja os torcedores que pagam tão cara pelo ingresso. Só não acredito que algo seja feito antes da Copa do Mundo. Até porque o tempo é exíguo para isso. Mas, e será que depois da Copa do Mundo os envolvidos no projeto terão interesse em acertar o que está errado? Mistério...

Escolha dos melhores Amanhã à noite a equipe esportiva da Rádio Globo estará escolhendo os melhores do Campeonato Estadual. Como não poderia ser diferente o programa gera uma grande expectativa nos torcedores do RN. Quem será escolhido como melhor goleiro? E, o melhor volante? Quem será o melhor técnico? Qual o dirigente do ano? Com certeza as respostas serão dadas amanhã a partir das 20h00 nos estúdios da Rádio Globo.

Melhorando a cada ano O Campeonato Estadual terminou na última quarta-feira. Mas, não podemos nos esquecer de parabenizar o presidente da FNF José Vanildo pelo grande trabalho realizado. Aliás, a cada ano o presidente tem inovado, buscando novas alternativas para fazer um campeonato ainda melhor. Com a construção da Arena das Dunas e da equipe do Globo da

cidade de Ceará Mirim o número de torcedores subiu 36% do ano passado para este ano, segundo Alan Oliveira que é responsável pelo marketing e pela captação de novos parceiros junto a FNF. Fazer um campeonato cada vez mais enxuto e com patrocinadores fortes. Isso é tudo que quer o presidente da FNF José Vanildo para os anos seguintes.

Semana de Copa do Brasil Após o clássico de ontem ABC e América focam essa semana na Copa do Brasil. O ABC enfrentará o Atlético GO. Já o América jogará contra o Náutico. Sem dúvida dois adversários bem mais fortes do que os enfrentados na fase anterior pelos nossos dois representantes. Para os que não lembram o alvinegro enfrentou a Desportiva ES. Já o clube rubro enfrentou o Boa Vista do RJ. Apesar das dificuldades acredito que tanto ABC como América tem possibilidades de chegar ainda mais longe na competição. Até porque as duas direções reforçaram seus elencos visando à série B e a própria Copa do Brasil.

Jayme de Almeida decidiu reforçar o ataque em busca de conquistar o primeiro resultado positivo

Fez feio

Ainda buscando a afirmação no Campeonato Brasileiro, além da primeira vitória na competição, o Botafogo, que vem de empate por 2 a 2 com o Internacional, visita o Bahia hoje, às 16h, na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), pela terceira rodada. O Glorioso, que soma apenas um ponto e figura na zona de rebaixamento, encara um adversário embalado pelas vitórias de 2 a 0 sobre o Figueirense, pela rodada passada, e sobre o Villa NovaMG, que rendeu a classificação para a segunda fase da Copa do Brasil. No Brasileirão o campeão baiano soma três pontos. Vagner Mancini, técnico do Botafogo, alertou seus jogadores sobre a boa fase do adversário e o recado parece ter sido bem assimilado, pelo menos no discurso dos atletas. “O Bahia vem fazendo uma grande temporada. Foi campeão baiano, ganhou fora de casa na rodada passada e se classificou com autoridade na Copa do Brasil. Isso mostra que teremos pela frente um adversário qualificado e que vai nos criar problemas, ainda mais jogando em casa. Mas trabalhamos muito para conseguirmos um grande resultado”, disse o zagueiro Dória. Se espera dificuldades, o Botafogo enxerga neste jogo a possibilidade de pegar embalo no Campeonato Brasileiro.

“Na minha opinião, o Botafogo tem condições de terminar essa primeira fase do Campeonato Brasileiro, que vai parar para a Copa do Mundo, brigando na zona de classificação para a Libertadores. O grupo está disposto a encontrar seu melhor futebol, e vamos trabalhar muito para isso. Acredito que uma vitória fora de casa contra o Bahia possa devolver a confiança que precisamos para embalar de vez na competição. Ao longo desta semana, trabalhamos apenas pensando em encontrar um jeito de ganhar longe do Rio de Janeiro”, afirmou o goleiro Jéfferson.

FICHA TÉCNICA BAHIA BOTAFOGO Marcelo Lomba, Railan,Demerson, Titi e Guilherme Santos; Uelliton, Fahel, Lincoln e Anderson Talisca; Maxi Biancucchi e Rhayner Técnico: Marquinhos Santos

Jéfferson, Edilson, Bolívar (Dankler), Dória e Junior Cesar; Mario Bolatti, Gabriel, Daniel e Lodeiro; Pablo Zeballos e Emerson Sheik Técnico: Vagner Mancini

Local: Arena Fonte Nova Horário: 16h Árbitro: Raphael Claus (SP) Assistentes: Jose Javel Silveira (RS) e Alexandre Kleiniche (RS)

FÁBIO CASTRO

E a equipe do potiguar M fez feio na segunda fase da Copa do Brasil. Depois de eliminar a portuguesa na primeira fase da competição em São Paulo a equipe mossoroense acabou desclassificada pelo desconhecido Santa Rita AL. Primeiro perdeu em Alagoas por 2 x 0. E, na última quintafeira acabou goleada por 5 x 2 dentro dos seus domínios. Agora é fechar as portas e só reabrir em 2015.

Iguais na tabela, Inter e Sport se enfrentam O Estádio Beira-Rio recebe hoje, às 16h, um confronto entre duas equipes começaram bem o Brasileirão 2014. Internacional e Sport estão empatados em tudo após as duas primeiras rodadas do campeonato: ambos têm 4 pontos em 2 jogos, uma vitória, um empate, não perderam, marcaram três gols e sofreram dois. A temporada de ambos também guarda algumas semelhanças. Campeão gaúcho, o Inter se impôs com autoridade sobre o rival Grêmio na decisão. Já o Sport conquistou o título pernambucano batendo os rivais Santa Cruz e Náutico e de quebra levou para a Ilha do Retiro a Copa do Nordeste. Na Copa do Brasil, ambos se classificaram para a segunda fase sem a necessidade do jogo de volta. Apesar do bom começo de ano, o Internacional precisa dar uma resposta a duas decepções recentes. No domingo passado, a equipe vencia o Botafogo por 2 a 0 no Maracanã, cedeu o empate e quase tomou a virada. Diante do Cuiabá, quinta, pela segunda fase da Copa do Brasil, não passou de um 1 a 1 na Arena Pantanal, partida a qual perdia até os 40 minutos da etapa complementar. “São lições. Tivemos uma no domingo, no jogo contra o Botafogo, e hoje mais outra. Agora é trabalhar e procurar atuar bem melhor”, analisou o zagueiro Paulão, após a partida no Mato Grosso. “Tivemos uma noite infeliz, o time todo jogou abaixo. Ficamos devendo para a torcida, que veio nos prestigiar”, completou o centroavante Rafael Moura, autor do gol que salvou o time de sua primeira derrota na temporada.

FICHA TÉCNICA INTERNACIONAL SPORT Dida; Gilberto, Paulão, Juan e Fabrício; Willians, Aránguiz, Alex, D’Alessandro e Alan Patrick; Rafael Moura Técnico: Abel Braga

Magrão, Patric, Durval, Ferron e Nenê; Rithely, Rodrigo Mancha, Renan Oliveira e Aílton; Ananias e Neto Baiano Técnico: Eduardo Baptista

Local: Estádio Beira-Rio Horário: 18h30 Árbitro: Pablo dos Santos Alves (ES) Assistentes: Fabiano da Silva Ramires (ES) e Vanderson Zanotti (ES)

Jefferson é otimista e acredita no potencial do time do Botafogo


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

esportes

Apito Final EVERALDO LOPES e_lopes@tribunadonorte.com.br

Os militares da federação Não há, até hoje, uma explicação convincente, da presença de tantos militares na presidência da primitiva Liga Esportiva Natalense, posteriormente Liga dos Desportos Terrestres do R. G. do Norte, sofrente mais tarde outra alteração para Federação Norte-riograndense de Desportos, abolindo o “Terrestre” finalmente transformada em Federação Norte-rio-grandense de Desportos, ao abolir o patrocínio das modalidades de Remo, Atletismo e Tênis de Mesa. Foram 10 oficiais militares, alguns do Exército, outros da Marinha, somente um da Polícia Militar. Inegavelmente, o mais dedicado, inteligente, realmente desportista, dizem, foi o cel. Antônio Afonso Monteiro Chaves, praticamente um dos fundadores, que fundou a Liga e ainda concorreu para que doasse ao futebol um texto enxuto, condizente com a época, quando não havia intercâmbio da federação (na época ainda Liga) com a antiga CBD.

Os militares (2) A curiosidade na sucessão de militares à frente do futebol do RN, é que, enquanto uns eram eleitos e, mais cedo do que se esperava, entregava o cargo, outros permaneceram todo o período previsto nos estatutos, como também eles próprios praticavam esporte, principalmente atletismo e natação. Porém, a figura mais atraente –

quer pelo prestígio, quer pelos atos rígidos que adotava na Federação, foi o capitão do Exército, Porfírio da Paz. Tão atuante era Porfírio que, ao retornar a São Paulo, meteu-se na política partidária e foi eleito vicegovernador de São Paulo, chegando a assumir suas funções nas ausências do governador eleito.

Os militares (3) Outra particularidade no capitão Porfírio da Paz foi a coincidência do seu mandato com o início da 2ª Guerra Mundial, quando até os jogos noturnos foram suspensos devido o receio de bombardeios do chamado grupo do Eixo, formado principalmente por Itália e Alemanha, com seus terríveis bombardeiros e os temíveis caças alemães. Porfírio

era tido como homem de poucas palavras, extremamente sério, segundo diziam os antigos colegas que cobriam o futebol do RN naquele período ainda de muita pobreza e desorganização. Basta dizer que os contatos com a antiga CBD, eram via Correios e Telégrafos, demorando vários dias até chegarem Natal as portarias e atos da antiga CBD.

Civis e Militares Não é que a federação tinha somente militares. Eles se revezavam, mesmo porque eram acima de tudo, desportistas, e Natal era pobre nesse tipo de atividade. Entre milicos e homens ligados à ABC, América, Alecrim, Centro Náutico e Sport havia nomes interessados. Os desportis-

tas/militares e civis no longo período da Liga dos Desportos, FND e FNF, foram estes os principais nomes na presidência da entidade, a maior parte de civis, e alguns militares, já ligados ao povo natalense. Depois de Domilson, nunca mais um militar passou pela FNF.

Civis (2) Cel. Monteiro Chaves militar), Porfirio da Paz, Edgar de Albuquerque Maia (mil), Roberto Soares (mil), Fernando Correia Leitão (norte-riograndense, capitão do exército), Carlos Bezerra (mil), Maurílio Augusto, o piauiense muito estimado pelos natalense, João José Pinheiro Veiga (natalense por adoção, capitão do

Exército), Cícero Almeida (major do exército. um dos presidentes mais operosos, e estimados e Domilson Damázio (PM/RN), teve mandato dos mais elogiados. Nunca mais um militar passou pela federação. O recorde negativo na FND ficou com o cel. Natalense, Aluízio Moura: passou 48 horas. Depois, renunciou.

O estranho “béque” Pois é, quando a gente vê a cada dia palavras novas no linguajar do futebol, substituindo a velha nomenclatura como half, ponta direita, comando do ataque centromédio, of-site, vi ontem no portal <futebolinterior) a manchetinha informando que a Portuguesa vai contratar um BÉQUE Luciano Castán, que era titular do São Bernardo/SP. Pior: antigamente, dizia-se que o jogador era “foul-back” GALERIA Na sede da FNF, quando era instalada no antigo “JL”

a sala da presidência mantinha as fotos dos presidentes que passaram apela entidade, os militares, todos devidamente fardados. Confesso que não se a FNF, hoje, mantém essa galeria com fotos. Nota: um dos militares eleitos tem a foto no comentário de abertura da coluna.

« CARTÃO AMARELO »

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Timão está otimista para encarar a Chapecoense « BRASILEIRO SÉRIE A » Com quatro pontos conquistados, mas vindo de vitórias sobre Fla e Nacional, Corinthians quer manter boa sequência

MAURO HORITA/AGIF

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hapecó (Gazeta Press) - Invicto no Brasileiro, o Corinthians enfrentará um time que ainda não venceu na competição , hoje, a partir das 18h30. O objetivo da equipe dirigida por Mano Menezes é superar a Chapecoense na Arena Condá para seguir no topo da tabela de classificação. Com 4 pontos ganhos, consequência do empate sem gols com o Atlético-MG e da vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, o Corinthians só somou menos do que o Fluminense (6) até então. A Chapecoense, com 1 e à beira da zona de rebaixamento, ficou na igualdade por 0 a 0 com o Coritiba e perdeu por 2 a 1 para o Sport nas primeiras rodadas. Para aproveitar a instabilidade do adversário, Mano conta com a confiança adquirida também por causa da vitória por 3 a 0 sobre o modesto Nacional, que fez o Corinthians avançar à terceira fase da Copa do Brasil. “A nossa equipe cresceu de produção. A partir do momento em que os jogadores compreenderam o trabalho e se doaram mais, tudo melhorou”, disse o meia Jadson. Mano espera ainda mais doação de seus atletas. Afinal, o técnico reclamou de desgaste físico por causa da semana que teve viagens para o Norte e o Sul

Com o elenco em remodelação, Mano Menezes trabalha para implantar um novo sistema de jogo

do País. Em Manaus, por exemplo, poupou o lateral esquerdo Fábio Santos, o volante Guilherme e o atacante Romarinho – os dois últimos foram utilizados no decorrer da partida. Contra a Chapecoense, o trio deverá estar de volta à equipe titular. Na Chapecoense, o técnico Gilmar Dal Pozzo deixou a participação do lateral direito Ednei, que se queixava de dores no tornozelo, como dúvida. Na esquerda, Rodrigo Biro e Neuton disputam posição. Já Fabinho Alves estará de volta ao ataque, formando parceria com Leandro, após melhorar da contusão.

FICHA TÉCNICA CHAPECOENSE-SC CORINTHIANS-SP Danilo; Ednei, André Paulino, Rafael Lima e Neuton (Rodrigo Biro); Wanderson, Diones, Ricardo e Régis; Leandro e Bergson Fabinho Alves.Técnico: Gilmar Dal Pozzo

Cássio; Fagner, Cleber, Gil e Fábio Santos; Ralf, Guilherme, Petros e Jadson; Romarinho e Guerrero Técnico: Mano Menezes

Local: Arena Condá, em Chapecó (SC) Data: 4 de maio de 2014, domingo Horário: 18h30 (de Brasília) Árbitro: Wagner Reway (MT) Assistentes: Fábio Rodrigo Rubinho e Joadir Leite Pimenta (ambos do MT)

Missão no Galo é vencer o desânimo Belo Horizonte (Gazeta Press) - Eliminado da Libertadores, o Atlético-MG tenta juntar forças para a disputa do Brasileiro. Sem muito tempo para lamentar, o Galo já volta a campo no próximo domingo, às 18h30, no Independência, para enfrentar o Goiás. Os atleticanos ainda não venceram na competição nacional, por isso, outro resultado se não um triufo será considerado um desastre. Na primeira rodada, o Galo empatou contra o Corinthians, em Uberlândia e depois perdeu para o Grêmio, em Porto Alegre. Se quiser voltar para a Libertadores em 2015, o Atlético-MG precisa focar no título Brasileiro ou ao menos no G4. O técnico Levir Culpi avalia que só com o apoio da torcida, o clube vai conseguir se recuperar da eliminação precoce.

FICHA TÉCNICA ATLÉTICO-MG GOIÁS Victor; Alex Silva, Leonardo Silva, Otamendi e Emerson ; Pierre, Leandro Donizete, Marion e Ronaldinho; Fernandinho e Jô Técnico: Levir Culpi

Renan; Vítor, Jackson, Pedrão e Lima; Amaral, David, Thiago Mendes e João Paulo; Tiago Real e Araújo Técnico: Ricardo Drubscky

Local: Estádio Independência (MG) Horário: 18h30 Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ) Assistentes: Rodrigo Henrique Corrêa (RJ) e Diogo Carvalho Silva (RJ)

“Domingo, todo mundo aqui torcendo, essa é a melhor maneira de recuperar o time. Se a gente não correr a torcida vai cobrar e se a gente correr a torci-

da vai aplaudir. É dessa forma que vamos melhorar a nossa capacidade de produzir dentro de campo”, disse Levir Culpi, que reclama da falta de tempo para armar a equipe alvinegra. “Alguém chegou a falar que agora eu teria tempo para treinar, mas não dá, porque jogamos na quinta-feira, e domingo tem outro jogo. Mudar o estilo de jogo do time é um processo demorado, mas mesmo precisado dos resultados vamos avaliar a situação física dos atletas para decidir a formação contra o Goiás”, declarou. O treinador alvinegro já declarou que para jogar no Atlético-MG daqui para frente os atletas terão que ter números favoráveis, o que pode pesar na decisão de mudar a equipe neste domingo. Um dos candidatos a sair é Diego Tardelli, em má fase.

Sem pontos, mas cheio de de esperanças Criciúma (SC) - Únicas equipes que ainda não pontuaram neste Campeonato Brasileiro, Criciúma e Figueirense tiveram uma semana de mudanças, pois trocaram seus respectivos treinadores antes do clássico deste domingo, às 16 horas, no estádio Heriberto Hulse. O primeiro rival a mudar o comando foi o Criciúma, que anunciou a demissão de Caio Júnior na terça-feira, motivada pelas duas derrotas na Série A. O substituto é Wagner Lopes, que chegou com a missão de conquistar um resultado positivo já neste clássico. “Sou muito disciplinador e exijo bastante. As pessoas que vestem a camisa do Criciúma têm de dar a vida pelo clube. Trabalhamos com muita transparência e espero contar com o apoio de todos da cidade”, afirmou. O treinador alterou o rumo da equipe em poucos dias, pois barrou Escudero, que era utilizado por Caio Júnior, e escalou Gualberto na zaga. A outra substituição é a entrada do lateral esquerdo Cortez na vaga de Giovanni, lesionado. Já o Figueirense definiu a saída de Vinícius Eutrópio e anunciou a contratação de Guto Ferreira. O clube também não tem mais o volante Marcos Assunção, que rescindiu o contrato depois da demissão do treinador. O novo comandante aproveitou os poucos dias de trabalho para promover ajustes na equipe.


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esportes

Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

SUPERANDO

BARREIRAS FELIPE GURGEL

repórter de Esportes

O

Antônio Matias é treinado pelo experiente Gladson Soares

Falta de patrocínio atrapalha no rendimento Assim como diversos atletas amadores do Rio Grande do Norte, Antônio Matias vem encontrando dificuldades em conseguir patrocínio para bancar suas viagens e manter sua comissão, que treina com ele. Por mais que pese todo apoio que ele recebe do colégio em que estuda, que disponibiliza a piscina de 25 metros, o treinador e seu auxiliar, outros pontos precisam estar presentes na carreira de um atleta para que ele seja bem sucedido. Seja do material esportivo, passando por fisioterapia, alimentação e, principalmente, verbas para participar das principais competições nacionais, sob pena do Rio Grande do Norte perder o promissor talento, para outros estados. “É complicado se manter sem patrocínio. Às vezes temos problemas para viajar, em conseguir as passagens. Na última competição que ele participou, teve que ir sozinho e isso acaba prejudicando o desempenho do atleta. Nessa competição que vai acontecer em Recife, como é perto, vamos de carro. Mas, vai ter uma etapa do brasileiro em Santa Catarina, no final do ano, que não sei como iremos, já que não po-

demos comprar a passagem de forma antecipada, porque a data da prova pode mudar, e não temos patrocínio para isso”, desabafou o técnico Gladson Soares. Outra necessidade do atleta diz respeito ao material esportivo que precisa ser usado para um melhor desempenho de Antônio Matias nas piscinas. O alto custo atrapalha. “Só para se ter uma ideia, uma bermuda dessas de natação, custa em torno de R$ 800 e serve apenas para três, quatro provas, no máximo. Por isso que necessitamos dos patrocínios. Caso contrário, os clubes do Sul e Sudeste, com maior estrutura, acabam levando os nossos atletas”, finalizou Soares.

É complicado se manter sem patrocínio. Temos problemas para conseguir viajar” GLADSON SOARES técnico

susto de um afogamento poderia causar danos irreparáveis na vida de uma criança. Mas, o que aconteceu com o jovem Antônio Matias Neto, de 13 anos, foi completamente diferente. Quando ele tinha seis anos de idade, estava brincando com os amigos, em um balneário na cidade de São José de Mipibu, quando escorregou e passou alguns momentos de tensão embaixo d´água. Quando seu pai, Amauri Matias de Barros percebeu o que estava acontecendo, correu em direção ao local e conseguiu chegar a tempo no local e salvar a vida do filho. Quando a situação se normalizou, Matias tomou uma atitude que poucos pais tomariam: colocou o filho novamente dentro do balneário e começou a ensinar Antônio a nadar. “Não poderia deixar meu filho com trauma de tomar banha de piscina, praia, rio, qualquer coisa que fosse. Por isso, perguntei a ele, depois do susto, se estava tudo bem. Quando ele respondeu que sim, fomos para a água e foi ali que ele começou a dar as suas primeiras braçadas”, recorda. E, naquele momento, começa a história de um dos mais promissores atletas de natação do Rio Grande do Norte, com grandes chances de se tornar um nome conhecido no Brasil. Mas, para isso se tornar realidade, muita coisa teve que acontecer até Antônio Matias chegar ao topo dos 50 metros livres, na sua categoria, que é a Infantil. O seu pai teve que se desdobrar para conseguir uma piscina para que o filho pudesse treinar em São José de Mipibu. Depois de conseguir, ainda teve que fazer com que o filho escolhesse entre nadar ou ser jogador de futebol pelo América, time do coração.

“Meu filho era um bom zagueiro, estilo Edson Rocha e tinha futuro. Os dirigentes do América me ligaram, queriam que ele fosse para lá, mas, o futuro dele estava mesmo nas piscinas. Sem pressão nenhuma, ele escolheu ser nadador. E, como um bom pai, apoiei e apóio até hoje as decisões dele”, afirma Barros. O nadador explica o motivo de ter escolhido as piscinas em detrimento aos gramados. “Quando vi a possibilidade de ganhar muito mais medalhas nadando do que jogando futebol, não pensei muito e escolhi as piscinas”, relembra. E os números são impressionantes: mesmo com a pouca idade, já são mais de 100 medalhas conquistadas, sendo 64 de ouro e muitas marcas expressivas. Ele é, hoje em dia, o nadador mais rápido do Brasil nos 50 metros livres, no Infantil, com o tempo de 26´´33. No final desse mês ele vai colocar seu talento a prova, quando vai disputar o Campeonato Brasileiro Regional Norte e Nordeste de Natação, em Recife/PB e vai poder saber em que estágio está na natação brasileira, já que o tempo que ele conquistou, não foi em competições nacionais e sim em disputas locais. “Não me preocupo muito com essa marca. Só penso em entrar na piscina e fazer o meu melhor. Sempre penso na medalha de ouro e, por isso me dedico ao máximo”, afirma Antônio. E essa determinação é apontada como fundamental para o sucesso, de acordo com seu treinador, Gladson Soares, que tem um grande conhecimento na natação, já que é irmão do nadador paralímpico Gledson Soares, que disputou cinco Paralimpíadas, quatro mundiais e quatro Parapanamericano.

FOTOS: JOANA LIMA

Inseparáveis, pai e filho lutam para alcançar o reconhecimento

Além dos recordes, promessa se destaca nos estudos Mesmo com toda atenção ao esporte, o jovem Antônio Matias não descuida dos estudos. Cursando o oitavo ano no colégio Contemporâneo, ele não é destaque apenas dentro das piscinas. Na sala de aula, ele chama atenção pelo bom desempenho nas notas. A média geral dele é acima de oito, o que o coloca como um dos melhores alunos da classe. E a dedicação é tanta que, depois de ser entrevistado, deixou o local de treino e correu para voltar aos estudos, já que estava no período de aula e deixou a classe apenas para conceder a entrevista. “Nunca tive problemas com meu filho por causa dos estudos. Muito pelo contrário, ele sempre me deu orgulho e nunca trabalho. As médias dele sempre são altas e agora, a geral, está acima dos oito pontos. Então, não tenho que me preocupar com isso. Não preciso ficar mandando ele estudar, porque ele é responsável e sabe o que tem que fazer”, revela o pai Amauri Matias. Mas o futuro pode mudar essa relação com a escola. Assim como todos os outros atletas,

chega um momento em que ele vai ter que escolher entre continuar os estudos ou apenas se dedicar aos treinamentos e a vida de nadador. E Amauri Matias já está se acostumando com a decisão que o filho possa a vir tomar num futuro não tão distante assim. “Sei que pode chegar o momento que ele vai ter que escolher entre se tornar um atleta profissional ou se dedicar aos estudos. E vou apoiar a decisão que ele tomar. Por enquanto, vou acompanhando o crescimento dele nas piscinas, nas competições e torcendo para que ele tenha sucesso no que escolher no futuro”, afirma.

Nunca tive problemas com meu filho por causa dos estudos. Muito pelo contrário” AMAURI MATIAS pai


revista da

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‘Papo de polícia’ é uma das atrações realizadas pela produtora do AfroReggae « PÁGINAS 9 E 10 »

24 HORAS Jack Bauer está de volta « PÁGINA 10 »

A REVISTA DA TV É UM SUPLEMENTO DA TRIBUNA DO NORTE. NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 04 de maio de 2014

Conexão em cena Novela que estreia amanhã às 19h, ‘Geração Brasil’ traz Humberto Carrão e Chandelly Braz, namorados na vida real, como um casal de gênios da computação « PÁGINAS 6 A 8 »


Antes de voltar ao ar em “Amor & sexo”, na Globo, Leo Jaime gravou participação em duas séries do Multishow. Será um barbeiro em um dos episódios de “Por isso eu sou vingativa”, com Camila Morgado, e aparecerá como ele mesmo em “Alucinadas”.

Homenagem José Wilker José Wilker, que morreu no início de abril, será homenageado no Circuito Inffinito de Festivais, que acontece a partir do dia 8, em Londres. O ator participou das mostras por anos, como presidente do júri, representante de filme, curador e convidado especial.

Perto do fim Mais uma participação foi confirmada na última temporada de “A grande família”: George Sauma, que já gravou como Paulão (Evandro Mesquita) jovem, voltará em um episódio. A cena se passará em 1994, num baile.

Primórdios das novelas Dalton Vigh, longe da TV desde “Salve Jorge”, fará a peça “Caros ouvintes”, com Rodrigo Lopez (de “Sangue bom”) e Natallia Rodrigues, de “A segunda vez”, no Multishow. O espetáculo é sobre a transição da radionovela para a telenovela.

Aos pés da Torre Apresentadora do “Esporte espetacular”, Glenda Koslowsky está na Europa gravando reportagens sobre a Copa do Mundo. Na passagem por Paris, ela fez uma foto para o álbum de viagem com o produtor Marcelo Prata. ARQUIVO PESSOAL

com Florença Mazza e Ana Luíza Santiago, Clara Passi e Rafaela Santos kogut@globo.com.br

Dose dupla no Multishow

patrícia kogut

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revista da

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

10 Para “Ayrton Senna do Brasil”, série do “Esporte espetacular”, com direção de Ernesto Rodrigues. A produção mostra a vida do piloto, a construção do ídolo, tudo pontuado por depoimentos de fãs e atletas, além de imagens de suas corridas. Um trabalho de pesquisa incrível. Impossível não se emocionar.

Repertório variado ARQUIVO PESSOAL/ CAMILLA MAIA

“C

lair de Lune”, de Debussy, é a grande inspiração de Ana Paula Araújo para as aulas diárias de piano. Depois de se apresentar no Projeto Aquarius, ano passado, e revelar uma faceta que o público do “Bom Dia Brasil” desconhecia, a jornalista voltou a se dedicar ao instrumento. Tudo para não fazer feio em dois recitais que acontecerão em São Paulo, em setembro, em que se apresentará ao lado do maestro João Carlos Martins. Acompanhada da orquestra, ela tocará na Sala São Paulo e no Teatro Bradesco. - Comecei aos 7 anos incentivada pela minha mãe e sempre fui apaixonada por essa música. Uso a canção para estudar. Era meio preguiçosa quando adolescente e parei de tocar durante um bom tempo, mas agora estou ensaiando enlouquecidamente - conta Ana, que na foto acima aparece com um instrumento de brinquedo, com 4 anos. Todos os dias, ela chega às 5h20m nos estúdios da Globo, no Jardim Botânico, para entrar no ar às 7h30m. Sai às 11h, vai à academia e corre para o apartamento, no Leblon, e descansa até 14h30m. Depois, vai para o piano,

onde fica até a filha, Melissa, chegar do colégio. Ana usa um instrumento sem cauda (de armário) que ganhou dos pais quando tinha 15 anos. - Também estou ensaiando “Noturno”, de Chopin, e Mozart e Bach - conta ela, que se formou aos 18 anos pelo Conservatório Estadual de Música de Juiz de Fora e se diz “eclética”. - Adoro rock pesado bem alto quando estou estressada. FERNANDO PEREIRA

Miele renova com a Globo Miele acaba de renovar seu contrato, até outubro, com a Globo. O ator estará em “Geração Brasil”, a primeira novela de sua carreira, como o magnata Parker, pai da personagem de Cláudia Abreu, Pamela.

Celulári Pomo da discórdia

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Para as presenças recorrentes de alguns artistas nos programas de auditório. Exemplos recentes: Anitta no Faustão e na Sabrina; Corona (do hit “This is the rhythm of the night”) foi ao “The noite” e está no reality de “Hora do Faro”; e Léo Santana, que deu entrevista a Danilo Gentili e participa do programa da Eliana. É um rodízio. Nem parece que as atrações estão estreando.

Considera que não tem talento para música (“só levo jeito”) e acredita que a carreira na área não teria ido para frente, pois sua vocação é o jornalismo. Há sete meses à frente do “Bom Dia Brasil”, se diz “realizada”. - O ‘RJTV’ (que apresentou por quatro anos) e o ‘Bom Dia’ têm temas pesados e espaço para o improviso. A participação é ativa, não basta ler.

Relação cai no marasmo e leva casal ao divã

Depois de viverem um casal de lésbicas em “Torre de Babel” (1998), Silvia Pfeifer e Christiane Torloni voltarão a contracenar na novela de Daniel Ortiz para as 19h (ainda sem título). Suas personagens serão duas amigas que desde jovens disputam o mesmo homem (Edson Celulari).

Vanessa Giácomo será casada com Rafael Infante, do Porta dos Fundos, em “Divã 2” (título provisório), nova produção da franquia “Divã”. No filme, eles serão pais de Benjamin (David Oliveira) e estarão em crise no casamento.

Com o aval da mulher

Após estreia em casa, baiano se lança na Lapa Érico Brás, o Jurandir de “Tapas & beijos”, está investindo pesado na carreira de cantor. Depois de uma temporada em Salvador cantando Vinicius de Moraes, o baiano estreia seu show na Lapa, tendo Carlinhos de Jesus como padrinho. O ator cogita lançar um CD.

Suzy Rêgo, que trabalhou com o diretor Rogério Gomes em “Amor eterno amor”, estará em “Falso brilhante”. Ela será mulher de José Mayer na novela. O personagem dele manterá uma relação homossexual com o seu conhecimento.


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GÊ VELOSO/ DIVULGAÇÃO

« EM FOCO »

Ator à espera de mais emoção NILTON CARAUTA nilton.carauta@oglobo.com.br

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om a voz rouca, por conta de um resfriado, Ronny Kriwat desculpa-se com o repórter, enquanto fala das críticas recebidas pelo manejo da flauta na novela “Em família”, instrumento do músico Laerte (Gabriel Braga Nunes) e do filho dele Leto, vivido por ele, na trama de Manoel Carlos. - Quem critica é flautista profissional, não o público em geral. Eu e o Gabriel fizemos um mês e meio de aulas, sabemos apenas o básico. As pessoas têm que entender que na hora de gravar são muitas coisas envolvidas, como, por exemplo, a emoção. E, às vezes, esquecemos de mexer as mãos entrega. A emoção cênica, maior preocupação do ator, ficou nítida logo nos primeiros capítulos no encontro entre pai e filho, sequência que Ronny considera seu grande momento na história do horário nobre até agora. - É claro que a gente espera que o personagem cresça. Acredito na possibilidade de a Shirley (Vivianne Pasmanter) jogá-lo para

Luiza (Bruna Marquezine) para separá-la do Laerte. Mas tive boas oportunidades no início, como na cena do banho de mar que uniu o avô, o pai e o filho. Aos 27 anos, Ronny estreou na TV em “Cama de gato” e já teve papéis em “Malhação” (2010) e “Avenida Brasil” (2012). Mas o trabalho atual trouxe uma repercussão nunca sentida antes. - Escuto muita cantada por causa da minha semelhança física com o Gabriel. Elas falam: “Se não vai o pai, vai o filho” ou coisas do tipo: “Se não souber tocar, posso ser sua professora” - diverte-se ele, que no carnaval conta ter sido “atacado” por dezenas de fãs ao sair de um trio elétrico na Bahia. Natural de São Paulo e fã de esportes ao ar livre, Ronny demonstra estar adaptado ao Rio. Corintiano roxo, lamenta a falta de tempo livre para jogar futebol com os amigos. Nas horas vagas gosta de andar de skate, ir à praia e à academia para malhar. - Sou magro desde pequeno, mas o falso magro, que não tem peito e ainda tenho uns pneuzinhos. Entrei na academia porque fazia uma peça em que ficava sem camisa e precisava estar em forma. A partir daí, comecei a levar a serio explica o ator.

Escuto muita cantada por causa da minha semelhança física com o Gabriel Braga Nunes”


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FOTOS: DIVULGAÇÃO

« SERIADO »

A volta do anti-herói Depois de ser cancelada, ‘24 horas’ volta em uma inédita nona temporada e estreia na Fox nesta terça, um dia após chegar aos EUA

MICHELE MIRANDA michele.miranda@oglobo.com.br

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uitas explosões - só no primeiro episódio serão 12 -, tiros, perseguições e um Jack Bauer (Kiefer Sutherland) gritando “Damn it” (geralmente legendada como “maldição”) do jeitinho que os fãs gostam. A série “24 horas” está de volta. Apesar de a oitava temporada, exibida em 2010, ter sido anunciada como a última, os roteiristas deixaram o final aberto, com Bauer se despedindodesuafielescudeira,ChloeO’Brian (Mary Lynn Rajskub), para se esconder em algum canto do mundo. Agora, a possibilidade de o anti-herói americano mais querido da TV reaparecer se concretizou. Com estreia marcada para terça-feira na Fox, às 22h30, um dia depois de chegar aos Estados Unidos, “24 horas: Viva um novo dia” é a nona e última (será?) temporada. Especulou-sequeodesfechoseriaemforma de longa-metragem. Os fãs pediram, os produtores “sentiram saudade” e não foi preciso insistir para ter Sutherland (que recebe US$ 40 milhões por temporada) de volta como o agente que cria suas próprias regras para defender seu país do terrorismo. Depois de ter Los Angeles, Nova York e Washington como cenário, a série foi gravada em Londres. O roteiro é inspirado em Edward Snowden, extécnicodaCIAquevazoudocumentosdenunciando a espionagem do governo americano apaísesaliados.“OquelevouJackBaueraLondres?Eleficouescondidoporquatroanos.Por que decidiu reaparecer?”, comenta Sutherland, em vídeo sobre os bastidores da produção divulgado pela Fox: “O que me trouxe de

volta foi um telefonema de Howard Gordon (roteirista). Ele tinha uma ideia e fiquei animado. Serão 12 episódios em vez dos 24, mas é o mesmo programa: um dia horrível na vida de Bauer. Se hoje as séries são importantes e viciantes, ‘24 horas’ foi um dos modelos que ajudou a popularizar o formato” A estreia da atração, em novembro de 2001, chamou a atenção de um público ainda impactado pelos atentados de 11 de setembro. A possibilidade de ter um herói que pudesse combater o terrorismo e evitar centenas de mortes cativou espectadores pelo mundo, que consideravam Bauer uma versãorepaginadadeMacGyver(exibidanoBrasil como “Profissão: Perigo” nos anos 1980). - A construção de “24 horas” tem temas atuais, nunca vi erros históricos. É preciso ter em mente que é uma série reacionária. Bauer é um criminoso - analisa Francisco Carlos da Silva, professor de História da UFRJ. - Havia um clima paranoico, mas real, por causa do terrorismo. E surge o herói clássico da era Bush, marcada pela política do olho por olho, sem prestar contas ao Parlamento sobre a guerra. Isso está totalmente fora de esquadro com Barack Obama, que retirou tropas do Iraque e do Afeganistão. O que me pergunto é se a nova temporada vai ter tanto impacto, já que está fora de seu contexto original do clima de insegurança. As atitudes criminosas de Bauer serão julgadas agora. Logo no começo ele será tratado como psicopata, traidor e vira suspeito de ameaçar o presidente, cujo cargo está ocupado por James Heller (William Devane), pai de sua namorada Audrey Raines (Kim Raver). Ela, aliás,

Com a palavra, Chloe O’Brian Jack Bauer pode sobreviver sem Chloe? Por que você acha que sua personagem cresceu tanto no programa? Amo essa pergunta. Claro que não! Quer dizer, espero que não. Foi um acidente que Chloe tenha se tornado um personagem tão grande na história. É maravilhoso ver o quanto os dois cresceram juntos ao longo dos tempos, porque é uma parceria inesperada, além da amizade. Como fica a relação de Chloe com Bauer nesta temporada? Jack Bauer e eu não estamos bem um com o outro. O público não vê mais aquela cumplicidade, os olhos nos olhos. Não quero dar spoilers, mas quando ele me encontrar, vamos ter umas opiniões muito diferentes e não vamos estar na melhor fase da nossa amizade. É um momento de tanta tristeza e raiva que acabo falando muitas coisas ruins para Jack. Desde que “24 Horas” estreou, em 2001, as séries se transformaram, seja na maneira como o público assiste aos programas até em relação aos spoilers. Como você analisa essas mudanças? Agora existem muitos seriados que têm essa aura viciante, são ágeis e provocam euforia. Quando “24 Horas” foi lançada, foi uma das primeiras séries a criar essa relação com o espectador. Li o roteiro da nova temporada e acredito que a atração ainda tem o mesmo fôlego de quando foi lançada. Como Chloe será vista nesta temporada? Chloe está muito diferente, obscura,profunda por causa de uma tragédia que acontece em sua vida pessoal. Ela acredita que virou um alvo do governo por conta de informações a que teve acesso. Agora ela é antigovernista e trabalha para um grupo que divulga informações secretas do governo. Ela não está no melhor momento de sua vida. O quanto a série vai mudar com a redução dos 24 episódios, como de costume, para apenas 12? Em princípio, achei que seria esquisito, mas não sentimos nenhuma diferença ao assistir ao que já gravamos. Está passando muito rápido, o que é triste, porque estamos quase acabando de gravar. Mas acho que o público vai querer mais tempo.

está casada com o personagem que será o maior inimigo de Bauer: Mark Boudreau (Tate Donovan), chefe da segurança da Casa Branca. A fim de salvar o “homem mais poderoso do mundo livre”, Bauer procura sua fiel escudeira desde os tempos de UCT (Unidade Contra Terrorismo, uma espécie de CIA), Chloe O’Brian, que está trabalhando com um grupo de hackers, com objetivo de divulgar informações secretas. Com 48 prêmios, incluindo Globo de Ouro e Emmy, o programa é pioneiro por sua edição ágil e por ter sido um dos responsáveis pelo boom de novas séries. Foi depois dele que pipocaram fenômenos de diferentes gêneros, como “Lost” (de 2004 a 2010) e “Dexter” (de 2006 a 2013), por exemplo. - “24 horas” gerou uma onda de coragem para se investir em séries opina Marçal Aquino, um dos roteiristas de “O caçador”, no ar atualmente nas noites de sexta na Globo: - O cinema mostrou milhares de vezes a salvação dos Estados Unidos de ataques terroristas, tiros e explosões, mas a maneira como os roteiristas de “24 horas” adaptaram essa história para a TV é que faz tanto sucesso. É uma edição muito rápida e um roteiro instigante. No Brasil, por exemplo, o público de TV era acostumado com o tempo de narrativa da novela, e se interessou por essa velocidade. Companheiro de trabalho de Aquino na série brasileira, que tem Cauã Reymond como o ex-policial André, transformado em caçador de recompensas após ser preso injustamente, Fernando Bonassi virou fã do tom surpreendente do programa americano. - Em “24 Horas”, o tempo se tornou protagonista, o que foi inovador. É curioso pensar que um protagonista violento, ambíguo, que tolera e estimula a tortura se torne popular. Ele segue paixões e instintos, fazendo com que o espectador se identifique, mesmo com atitudes contrárias aos códigos morais. O que me conquistou foi a ousadia do roteiro, que mata o presidente, traz um vice mau-caráter e primeira-dama perversa. Queria saber como eles resolveriam essas questões. Em contrapartida ao clima de tensão, uma curiosidade voltou a ser levantada pelos fãs na internet: “Jack Bauer nunca vai ao banheiro?”. Na Comic-Con de 2008, Sutherland esclareceu que gravou uma cena de nove segundos, em que Bauer lavava as mãos com “cara de felicidade”, mas que foi cortada. Será desta vez?


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«MALHAÇÃO» Globo 17:30

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« NOVELAS »

«MEU PEDACINHO DE CHÃO» «GERAÇÃO BRASIL» Globo 18:00

Globo 20:00

«EM FAMÍLIA» Globo 21:00

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«CHIQUITITAS»

«PECADO MORTAL»

SBT 20:30

RECORD 22:10

SEGUNGA-FEIRA Ben promete para Anita que o namoro deles será para sempre. Sofia confessa para Sidney que o ama. Bruna grava Serguei pedindo que ela, Drica e Amanda parem de filmá-lo para que Flaviana o esqueça e seja feliz. Vera desmascara Caetano. Num clima tenso, Ben pede para conversar com Sofia.

Renato comunica a Pedro e a Ferdinando que dará início às obras do pronto-socorro na Vila. Serelepe fica comovido ao ouvir de Juliana que ele poderá frequentar suas aulas. Padre Santo comunica a Milita e a Viramundo que não fará o casamento dos dois sem o consentimento de Giácomo.

Jonas Marra se enfurece quando os acionistas de sua empresa pedem que ele seja substituído. Herval e Rita ficam animados com o computador montado por Davi. Davi vê Manuela dançando e fica encantado. Jonas anuncia que lançará um concurso no Brasil para encontrar seu sucessor.

Luiza diz a Helena que está apaixonada por Laerte. Virgílio apoia Luiza. Ele se chateia ao ver Helena remexendo nas coisas do passado e a chama de amarga. Selma fala mal de Helena e Luiza para Chica. Silvia telefona para Clara e diz que acharam um possível doador para Cadu.

No hospital, José Ricardo pede perdão a Mili Francis assume para Clarita que está apaixonado por ela e que é o autor dos bilhetes. Samuca aparece sonâmbulo. JP canta para Mili. Junior tenta ajudar um garoto que também é mantido refém e com trabalho escravo mas é impedido pelos capangas.

Patrícia e Carlão fazem amor e quase são descobertos por Dorotéia. Carlão consegue distraí-la e Patrícia foge, sem ser notada. Xampú decide fechar acordo com Dorotéia e comprar morro dos Vêneto. Picasso fica contrariado ao desconfiar que Patrícia tenha encontrado Carlão.

Zelão confessa a Rodapé e à mãe que sente vergonha de frequentar a escola. Mãe Benta desconversa quando Zelão lhe pergunta sobre a identidade dos pais de Serelepe. Gina percebe que Ferdinando e Juliana escondem algo e questiona o que eles pensam em comprar na cidade das Antas.

Davi recebe resposta positiva para o seu projeto. Jack se recusa a falar sobre problemas da família. Jonas mostra carta que recebeu para Brian. Megan chama Alex para participar do brinde em família. Jonas é atacado por um drone. Manuela admira foto de Davi. Jonas recebe ameaça.

Cadu se interna para dar início aos procedimentos para o transplante. Laerte quer ir ao hospital com Luiza, mas ela pede que ele não vá para não constranger Helena. Marina larga tudo no estúdio para encontrar Clara no hospital. André diz a Bárbara que não quer magoá-la.

Valentina vai a um escritório de advocacia falar sobre o falso testamento, mas é atropelada e vai para o hospital. Francis convida Clarita para ir ao cinema. Carmen recebe a notícia de que Junior está desaparecido. A vilã se preocupa apenas com Miguel e decide ser cautelosa.

Picasso se exalta e diz para Patrícia que sente um medo enorme de perdê-la. Carlão descobre que o morro está sendo invadido por Xampú e pede ajuda dos irmãos. Carlão pede para que Dorotéia se esconda em alçapão pois tem medo que algo aconteça com ela.

Zelão sente ciúmes ao saber que Juliana foi à cidade com Ferdinando. Juliana sugere que Gina use o vestido novo na missa de domingo. Epaminondas é rude com Amância, que decide deixar a casa dele. Epaminondas resolve ir à missa para garantir que Pituca não fique perto de Serelepe.

Megan é levada para um hospital, e paparazzi fotografam o acidente. Davi, Herval e Rita comemoram a aceitação dos investidores. Jonas fica tenso ao saber que Alex está escrevendo um livro com os segredos de sua família. Arruda flagra Manuela mexendo em seu computador.

Felipe anuncia para a família que a cirurgia de Cadu foi um sucesso. Juliana diz a Guiomar que não vai ao hospital ficar com a família para não prejudicar sua gravidez. Jairo compra uma camisa do Flamengo para seu bebê. Cadu tem alta e vai para casa.

Carol conta a Chico que demorou para perceber que Fernando é especial. As Chiquititas tentam capturar as quatro Anas para reverter a multiplicação feita com o invento de Samuca. O casal que está com Gabriela acha um cartaz de busca com a foto dela e ligam para a mansão.

A emissora não enviou o capítulo.

Zelão não aceita o dinheiro que Epaminondas lhe oferece como sendo o valor correto pelos serviços prestados e desafia o patrão. Juliana fica indignada com a atitude de Epaminondas e diz a Ferdinando que não entra mais na casa do coronel, nem para dar aulas a Pituca.

Manuela repreende Fred por ter mentido para ela. Jonas afirma a Pamela que não reatará com sua família do Brasil. Sílvio se preocupa com a mesada que recebe do irmão. Davi ouve a voz de Manuela como Maya e fica fascinado. Manuela não consegue contar para Igor a verdade sobre Fred.

Juliana chega com Jairo à casa de Cadu e Clara e há um constrangimento na família. Luiza vai à festa de Leto com Laerte e Shirley os provoca. Claudia rasga a própria blusa e faz um escândalo no avião, acusando Ricardo de tê-la assediado.

JP convida Mili para uma festa na piscina de sua casa e Mosca fica enciumado. Carmen vai à casa do casal que está com Gabriela e fica feliz ao constatar que ela não recuperou a memória. As meninas aguardam JP na piscina, e ele chega com a namorada, Renata.

A emissora não enviou o capítulo.

Giácomo fica assustado quando Zelão diz que é capaz de matar Epaminondas se ele não pagar o que lhe deve. Ferdinando procura Epaminondas para avisar que não o deixará prejudicar Zelão e sua mãe. Catarina avisa a Amância e Rosinha que vai sair de casa levando Pituca.

Os alunos da faculdade fazem uma manifestação contra o professor Solano, e Davi e Matias comemoram. A família Marra chega ao Brasil. Ernesto arma um encontro com Jonas. A família Marra dá uma coletiva ao chegar no hotel. Gláucia invade a coletiva, e Jonas tenta conter a irritação.

Selma diz a Laerte que jamais aceitará Luiza como nora. Dulce incentiva André a dar uma chance para Bárbara. Luiza diz a Laerte que não quer aturar as provocações de Shirley. Marina desabafa com Gisele sobre sua situação com Clara.

Renata provoca levemente Mili, que fica chateada com a situação. Samuca cria um novo invento. Usando as dicas de fuga de Miguel escondidas no cativeiro, Junior e Neco fogem. Carmen diz a Gabriela que ela viajará para Paris no dia seguinte para estudar artes plásticas.

A emissora não enviou o capítulo.

Sem ser visto, Serelepe esvazia os pneus do carro, para que Pituca não viaje com a mãe. Giácomo indica Mãe Benta como enfermeira do pronto-socorro de Renato, mas o médico não crê que ela seja capacitada.

Megan pede para voltar com Dorothy para a Califórnia. Marisa se insinua para Vander. Dante seduz Rita. Manuela afirma a Igor que sua vida mudará depois da Tecnow. Jonas não percebe quando um drone pousa na varanda de sua suíte.

André fica incomodado ao ver Luiza e Laerte juntos. Helena se irrita ao falar com Virgílio sobre o namoro de Luiza e Laerte. Selma tem mais um de seus esquecimentos, deixando Chica preocupada.

TERÇA-FEIRA Sofia e Ben terminam. Vera exige que Caetano se entregue à polícia e ele revela que terá um filho com Zelândia. Micaela e Bruna enviam a declaração de Serguei para Flaviana. Isaac se surpreende quando Martin conta sobre sua doença. QUARTA-FEIRA Isaac ofende Martin, que cancela o jantar, apoiado por Micaela. Sofia e Anita marcam uma reunião de família para esclarecer a situação do triângulo amoroso com Ben. Serguei decide ir para Nova York encontrar Flaviana. Micaela sai de casa e pede para morar com Martin. QUINTA-FEIRA Martin acolhe Micaela. Anita incentiva Sofia a procurar escolas nos Estados Unidos. Flaviana faz surpresa e volta para o Brasil. Abelardo sofre pela falta de Bernardete. Caetano visita Anita e Sofia, e Ronaldo desaprova. Hernandez recebe uma carta misteriosa de Antônio. SEXTA-FEIRA Flaviana conta que voltou para ficar com Serguei. Caetano conversa com seu advogado sobre a possibilidade de se entregar à polícia. Abelardo e Bernardete se reconciliam. Anita descobre um desenho de Antônio em sua mochila, com a descrição do acidente da cabana. SÁBADO Não há exibição.

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« CAPA »

Sintonia fina Os namorados Humberto Carrão e Chandelly Braz falam do casal que farão em ‘Geração Brasil’, a nova novela das 19h NATALIA CASTRO natalia.castro@oglobo.com.br

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oi difícil conter a curiosidade, explícita através de olhares aguçados e perguntas. Ao chegar para serem fotografados para a capa desta edição da Revista da TV, em um laboratório de computação, montado em uma garagem no Jardim Botânico, no Rio, Humberto Carrão e Chandelly Braz demonstraram interesse em saber mais sobre as placas, fontes, drones, impressoras 3D e outras parafernálias high tech do lugar. Em “Geração Brasil”, trama das 19h que estreia amanhã, na Globo, os atores vivem Davi e Manu, duas feras quando o assunto é tecnologia. Namorados na vida real, eles também se envolverão em um romance na ficção. E aprovaram o local em que posaram para as fotos. - Essa oficina tem muito a ver com meu personagem porque ele mora numa garagem como essa. Numa das primeiras cenas, monta um minicomputador para estimular as crianças a programar - compara o ator. Chandelly foi além e logo se citou o início da trajetória do magnata Steve Jobs (1955- 2011), fundador da Apple: Estudei sobre o assunto e parece que foi assim que ele começou, numa garagem onde o pai fazia serviços de manutenção. E como ele, muitos gênios tiveram o mesmo começo. Com a intenção de mostrar como a tecnologia interfere nas re-

lações humanas contemporâneas, a nova história escrita por Izabel de Oliveira e Filipe Miguez, mesmos autores do sucesso “Cheias de charme” (2012), traz Humberto e Chandelly em papéis centrais. Eles se conheceram quando atuaram no folhetim anterior da dupla e agora terão muitas cenas em comum. - Vai ser uma experiência nova, mas muito tranquila. Somos namorados, mas profissionais. Eu o admiro como ator e ele me admira como atriz. Não tem isso de o clima pesar, de misturar as coisas. Já trabalhei com outros namorados e foi tudo certo - conta Chandelly, de 29 anos, seis a mais que Humberto. O ator garante que ainda não parou para pensar sobre a nova parceria ficcional. E que o fato de estarem juntos nunca pesou na decisão de aceitarem os papéis: Fomos felizes em “Cheias de charme”, cada um com sua história. E agora, dois anos depois, a galera voltou a se encontrar. Nós dois estamos felizes em estar entre tanta gente bacana, que se conhece. A intimidade pode ser muito útil no trabalho. Somos namorados, mas, no estúdio, a disposição é a mesma. O namoro da dupla é no estilo low profile. Embora reconheça que se tornou mais conhecida do grande público nos últimos anos, Chandelly afirma que leva sua rotina normalmente, procurando “não estar no foco das coisas”. - Sou tranquila e reservada.

ANA BRANCO

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1. JUNTOS. Humberto e Chandelly começaram a namorar nos bastidores de “Cheias de charme” 2. ENERGIA. Manu, a personagem de Chandelly, é uma engenheira de computação que gosta de dançar e foge do estereótipo nerd 3. ESPERTO. Huberto interpreta Davi, gênio da computação que sonha compartilhar seus conhecimentos com outros jovens

Pessoa física, normal, anônima na maioria das vezes. Humberto está na TV há mais tempo, quando a gente sai, somos mais visados, mas tem que aprender a lidar e não sofrer com o assédio - ensina a atriz. Na trama, Davi é considerado o gênio da ONG Plugar e sonha transmitir seus conhecimentos sobre programação de computadores a crianças e outros jovens. Ele se encanta por Manu à primeira vista e se esbarra com ela no evento Recife Digital sem imaginar que a moça é conhecidíssima pelo avatar Maya, uma “lenda entre os aficionados por games”. Engenheira de computação, ela tem como grande objetivo entrar para as empresas Marra Brasil. O romance da ficção entre os dois só acontece mais para frente. Nos primeiros capítulos, Manu está enrolada com Domênico (Joaquim Lopes), programador de um centro cultural em São Francisco. A Califórnia, aliás, será um cenário importante na trama, por abrigar o Vale do Silício, região que concentra grande número de empresas de tecnologia do mundo inteiro. E é para onde, inicialmente, Manu vai acompanhar a banda do irmão, Igor (Samuel Vieira). O envolvimento mais aprofundado com Davi começa quando os dois participam juntos do concurso Geração Brasil, promovido pelo visionário da tecnologia Jonas Marra (Murilo Benício), que decide escolher um novo talento para a sua empresa. A patricinha Megan (Isabelle Drummond), filha do milionário, também será um empecilho para Manu. - Ficamos 11 dias em Recife gravando, depois ainda fomos para São Francisco e gravamos muita coisa no Rio. Está tudo completo até o capítulo 12. Mas quando a novela estrear, não tem jeito, ritmo frenético para todos, de segunda a sábado - explica. As gravações em Recife tiveram um significado especial para Chandelly. Mineira de São Domingos do Prata, ela se mudou para Ipojuca, a 60 quilômetros da capital pernambucana, aos 7 meses. E foi lá que ficou até 14 anos, quando se mudou para Recife, de onde saiu para dar prosseguimento à carreira no Rio, em 2008. - Vi a família bem menos que gostaria (risos), mas foi bonito gravar lá. Tenho vontade de voltar a Recife para trabalhar, seja no cinema ou no teatro.

TV GLOBO/JOÃO COTTA

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TV GLOBO/JOÃO COTTA

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Porque foi onde comecei, porque é onde meus amigos estão, porque gosto do que a cidade produz... - enumera. No Rio, por ora, a carreira vai bem, obrigada. Após a primeira aparição no seriado “Clandestinos - O sonho começou”, em 2010, Chandelly fez sucesso como a periguete Brunessa em “Cheias de charme” e, em seguida, engatou o papel da fogosa Marcina em “Saramandaia” (2013), com direito a cenas quentes ao lado do ator Sergio Guizé. - É incrível o rumo que as coisas estão tomando. Quando um ator estreia na TV, o personagem bomba e as pessoas gostam, bate aquele pensamento: “Ai, meu Deus, preciso mostrar agora que sei fazer uma coisa diferente”. Porque senão começam a chamar você para as mesmos papéis e o ator gosta de variar - diz ela. Humberto, que começou na TV aos 10 anos na novelinha infantil “Bambuluá”, protagonizada por Angélica, e já teve duas passagens por “Malhação” (nas temporadas de 2004 e de 2009), vem em dinâmica semelhante à da namorada. Depois de “Cheias de charme”, foi o vilão Fabinho, em “Sangue bom” (2013).

Mas, apesar da boa safra de trabalhos, o ator explica que pretende desfocar da TV daqui a pouco, para “respirar novos ares”. - Estou louco para parar um pouco. Não para tirar férias, mas para realizar outros trabalhos. Vou dirigir um curta no fim do ano, quero fazer teatro, cinema. Quero continuar nas novelas, mas preciso de um tempinho, para ter disponibilidade e disposição. É importante para mim como ator - argumenta. Em suas pesquisas para o personagem, Humberto diz ter bebido na fonte do programa “Navegador”, da GloboNews. - Os autores têm um olhar antenado e apurado. E, com certeza, estão rodeado de consultores que pensam bem o país, como o Hermano Vianna e o Ronaldo Lemos - diz ele, citando os apresentadores da atração, que traz ainda Alê Youssef e José Marcelo Zacchi. - Não sei se é a hora dos geeks, mas é o momento de se discutir tecnologia. Já Chandelly torce para que sua personagem rompa com o velho estereótipo do nerd propagado pelos filmes. Em cena, Manu dançará maracatu, ritmo típico de Pernambuco: a personagem curte música e arte. - Os autores quiseram tirar esse clichê de que uma programadora é necessariamente uma nerdzinha, que fica atrás do computador com seus óculos enormes. E, na verdade, a Manu não é tão atípica assim. Hoje em dia, os programadores não são isso, ou talvez nunca tenham sido, mas é a imagem que criou-se sobre eles - explica. A novela ainda nem estreou, mas a atriz também já faz planos para voltar aos palcos. Integrante da Probástica Cia de Teatro, ela pode estrear uma peça ainda durante a exibição de “Geração Brasil”. - Amo TV, mas no teatro, a gente escolhe o que quer fazer. Queremos participar do Viradão Cultural em São Paulo e da Cena Contemporânea, em Brasília - torce Chandelly. Quando começou no teatro, ainda em Recife, ela não pensava em seguir a carreira televisiva. Mas, hoje sabe que o essencial é “manter o pé no chão”. - A carreira é uma luta, tenho noção do que se passa e o glamour não me toca. Ao mesmo tempo, não conseguiria seguir uma rotina, a instabilidade também tem o seu fascínio.

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Plugados na tela Autores de “Geração Brasil”, Filipe Miguez e Izabel de Oliveira definem sua trama, que estreia amanhã, às 19h, na Globo, como uma “novela pop”. - “Cheias de charme” era pop nacional e essa é pop internacional - brinca Filipe, citando a história anterior criada pela dupla e exibida em 2012. Depois da bem-sucedida “Cheias de charme”, que marcou a estreia da dupla como autores titulares, “Geração Brasil” chega cercada de expectativas. Apesar de apostarem numa estética semelhante e em um grande elenco em comum, os dois se preocuparam em criar histórias bem diferentes para a segunda novela. Com o foco na tecnologia, “Geração Brasil” tem como protagonista principal o visionário Jonas Marra (Murilo Benício). Após abandonar o Brasil e os problemas com a mãe, Gláucia (Renata Sorrah), ele se muda para os Estados Unidos, a fim de investir em projetos de computação. É na Califórnia que encontra o sucesso: faz fortuna e se torna um dos homens mais ricos do mundo. A rotina da família Marra muda quando Jonas decide retornar ao Brasil para lançar as últimas novidades de sua empresa e procurar um novo talento. A corrida para ter uma chance profissional ao lado dele é grande: jovens como Davi (Humberto Carrão), Manuela (Chandelly Braz) e Ernesto (Felipe Abib) são os candidatos naturais. Embora Jonas tenha uma pegada dramática, sua vida é pincelada pelo humor: seu melhor amigo é o guru exótico Brian Benson (Lázaro Ramos), filho de Dorothy Benson (Luiz Miranda). Sua mulher, Pamela Parker (Cláudia Abreu) e sua filha, Megan (Isabelle Drummond) são celebridades fascinadas pelos flashes dos paparazzi. E sua mãe, Gláucia (Renata Sorrah) é uma mulher sexy e falida, moradora do bairro da Taquara, no Rio, que vive da mesada do filho. O drama da história recai, inicialmente, sobre Manu. Logo no primeiro capítulo, a menina descobre as picaretagens do pai, Frederico (Luiz Carlos Vasconcellos) e perde a viagem que ele prometera a ela para os Estados Unidos. Se em “Cheias de charme”, as personagens nordestinas eram carregadas nas tintas, como Chayenne (Claudia Abreu) e Socorro (Titina Medeiros), aqui a região é retratado de forma mais realista. A ideia é mostrar um Recife atual. - Trazemos o Nordeste de classe média, que estuda, batalha e produz uma cultura incrível. A cidade na novela será moderna e antenada - comenta Izabel.

TV GLOBO/PAULO BELOTE

ANA BRANCO

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Quem é quem.


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FOTOS DE TV GLOBO/DIVULGAÇÃO

Jonas Marra Murilo Benício Brasileiro, fez fortuna nos Estados Unidos ao lançar um computador de baixo custo e fácil manuseio. Casado com Pamela (Cláudia Abreu), volta com a família ao Brasil.

Pamela Parker Cláudia Abreu Filha de uma brasileira com Jack Parker (Carlos Miele), magnata do audiovisual, fez sucesso na adolescência ao protagonizar uma série. É mãe de Megan (Isabelle Drummond).

Megan Lily Isabelle Drummond Estilosa e exibida como Pamela, gosta de ser celebridade e se envolve com o jornalista Alex Reis (Fiuk). Acusa os pais de acabarem com sua vida social ao voltar ao Brasil

Jack Parker Carlos Miele Viúvo de uma atriz brasileira, é pai de Pamela e sogro de Jonas. Magnata da indústria audiovisual, é dono da Parker Television e segundo maior acionista da Marra International

Shin-Soo Rodrigo Pandolfo Correspondente coreano da TV Parker, é um colunista televisivo e eletrônico, especializado em fofocas de celebridades. Mantém um visual esdrúxulo, e é um grande romântico.

Silvio Pacheco Luiz Henrique Nogueira Vendedor de uma loja de eletrodomésticos, é casado com Marisa (Titina Medeiros), e pai de Danilo (Miguel Roncato) e Danusa (Valentina Bandeira). Vive sob as asas da mãe.

Marisa Titina Medeiros Mulher de Silvio e mãe de Danilo e Danusa, trabalha como depiladora na Taquara. Sexy e autoconfiante, mantém o marido satisfeito na cama, para que ele não perceba suas escapadelas.

Brian Benson Lázaro Ramos Filho de Dorothy (Luiz Miranda), é guru pop e mentor filosófico dos tecnocratas do Vale do Silício. É o melhor amigo do casal Marra e autor de um best-seller de autoajuda.

Dorothy Benson Luiz Miranda Madrinha de Pamela, ajudou a criar a atriz após a morte de sua mãe. Feminina e discreta, é sinônimo de elegância e não gosta da mudança da família Marra para o Brasil.

Glaucia Beatriz Renata Sorrah Mãe de Silvio (Luiz Henrique Nogueira) e Jonas, se acha a gostosona da Taquara e vive da mesada do filho bemsucedido. Ao saber da volta de Jonas ao Brasil, tenta uma aproximação.

Verônica Monteiro Taís Araújo Viúva, forte e determinada, é mãe de Vicente (Max Lima). Jornalista formada, ficou marcada por participar de uma propaganda da loja popular de Barata (Leandro Hassum).

Vicente Monteiro Max Lima Aos 14 anos, é fera no meio digital, principalmente nos games elaborados pela Marra. Dá consultoria à mãe quando ela precisa entrevistar o magnata Jonas Marra.

Ernesto Avelar Felipe Abib Criador do Ouriço, site de compras coletivas, vê na chega de Jonas Marra ao Brasil sua chance de crescer. É filho de Elias (Marcelo Airoldi) e Susana (Monica Torres).

Herval Domingues Ricardo Tozzi Idealizador da ONG Plugar, foi ele quem introduziu Davi no mundo tecnológico. Apesar de abominar as grandes corporações, guarda segredos com Pamela Parker.

NATALIA CASTRO natalia.castro@oglobo.com.br

A

ssim que terminou de gravar “As canalhas”, no Rio, Marília Gabriela ligou para um amigo. E o convidou para jantar e tomar uma taça de vinho. Ela conta que tem por costume se apossar da personalidade das mulheres que interpreta. E que, depois de passar dias imersa no universo da personagem, uma mãe envolvida em uma relação doentia com o filho, precisava voltar a se sentir “socialmente ativa, bonita e bem resolvida”. - Eu preciso me sentir confortável no espaço daquela pessoa, então acabo me transformando nela. Acho que é o requisito básico para um ator. Durante o processo de composição, estava em um hotel de frente para a praia, mas fiz questão de não sair do quarto - explica Marília. Na história dirigida por Vicen-

FABIO SEIXO

« GNT »

Um ponto em comum A jornalista Marília Gabriela volta a exercitar seu lado atriz na série ‘As canalhas’ e comenta personagem: ‘Me identifico com ela na solidão’ te Amorim, que vai ao ar amanhã, às 22h30, no GNT, ela é Celina, viúva que vive para satisfazer as vontades do filho único, Lucas (Pedro Nercessian). A situação se torna drástica quando o rapaz começa a namorar Sandra (Virginia Cavendish), professora mais velha, e vai morar com ela, deixando a mãe sozinha e agoniada. À frente do “Marília Gabriela entrevista”, no GNT, e do “De frente com Gabi”, no SBT, a jornalista

acha “um tesão fingir ser outra pessoa” e diz que atuar é um “belo exercício de sanidade”. - Colocar para fora algumas das pessoas que carregamos em nós mesmos é uma rara oportunidade. E no exercício de cada uma das personalidades, você é capaz de se humanizar num nível de tolerância e compaixão. PÁGINA 9

A apresentadora não é uma pessoa coletiva”.

Tesão. Para Marília, fingir outras vidas faz bem para a sanidade mental. Ao contrário da personagem, ela convive muito bem com a solidão


revista da

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

FOTOS DE FABIO SEIXO

E

mbora reconheça as neuroses de Celina, Marília afirma que conseguiu se identificar com ela em um ponto: na solidão. Não que seja motivo de reclamação. Pelo contrário. A apresentadora não é uma pessoa “coletiva”. E é sozinha que costuma viajar, ir ao cinema e visitar exposições. Sem traumas ou vergonhas. - É mesmo uma opção, não sofro. Acho que existe um pudor das pessoas em me encarar sozinha. Claro que tenho amigos com quem falo ao telefone, troco mensagens, saio para jantar, eventualmente namoro. Mas eu vejo muitas séries, leio livros... A partir das 18h, a casa é só minha. E uso a solidão para pensar criativamente. Pensar não faz mal a ninguém - ensina Marília, solteira desde o último outubro. - Parei porque quis. Neste momento estou melhor sozinha. Não estou à caça, estou muito ocupada com uma peça que vou estrear no meio do ano. E foi atuando que Marília aprendeu ainda mais a ouvir, hábito indispensável em sua função como entrevistadora. Curiosa desde pequena, afirma que desenvolveu o dom num grau que considera “precioso”, tanto para o lado entrevistadora quanto para a sua porção atriz. - Você tem que ouvir o público e a plateia, e a personagem também. Porque quando você a entende e compreende, perdoa

ou não. E, quando entrevisto, já sei quando alguém está mentindo ou tentando escapar da pergunta. Os entrevistados exercem nela fascínio semelhante aos tipos ficcionais que interpreta. O interesse pode ser despertado por algo que viu ou leu. Ou, simplesmente, por curiosidade. - Tenho essa vontade de saber quem somos, de onde viemos, para onde vamos. Me identifico com o aqui, repudio o ali - explica, afirmando que fica indignada quando nota comentários preconceituosos como, por exemplo, quando entrevistou os MC Gui e Guime, ícones do funk ostentação: - Sempre que entrevisto pessoas de sucesso e populares, vem gente dizer que baixei o nível. São pessoas ignorando a cena pop contemporânea. Estamos diante de valores que têm que ser considerados, levados a sério. Tenho interesse genuíno, respeito e curiosidade. Nós, essencialmente, não somos diferentes. Quando entrevisto pessoas, estou buscando a minha própria identidade. Essa busca resultou em, pelo menos, uma compreensão maior dela mesma. Marília reconhece que já teve sua fase agressiva e mal humorada, mas que, com a maturidade, aprendeu que rir é, de fato, um ótimo remédio. - Eu e meus filhos (Teodoro e Christiano Cochrane) rimos o tempo todo. Amo homens que riem

SET. A jornalista em cena como Celina, viúva obcecada pelo filho, Lucas, vivido por Pedro Nercessian Instrução. Atenta, ela ouve as sugestões do diretor Vicente Amorim, à frente da segunda temporada do seriadoa

de mim, um dos meus melhores amigos é o Jô Soares e fico sempre pedindo para ele me contar histórias divertidas. Cinco minutos é o tempo máximo que me dou de mau humor - garante. Uma das coisas que a deixam irritada é a bagunça. Por já ser um “ser humano caótico”, Marília revela que precisa estar em um ambiente organizado. - Quando desorganiza, vou ficando aflita - confessa. No pouco tempo livre que tem, não faz questão de ir para a cozinha. Prepara novos pratos não é um de seus talentos, diz. Mas Marília já jogou tênis, fez aulas de piano - costuma alternar períodos de dedicação e abandono ao instrumento - e de canto (ela lançou um CD, “Perdida de amor”, em

2002). Ultimamente, tem estado obcecada com as palavras cruzadas. Uma atrás da outra, compulsivamente, como se eu tivesse que expurgar algo. Começo e não paro - diverte-se. Durante cinco anos, ela também manteve diários, quase como uma terapia: ao reclamar com seu analista de que sua vida estava um tédio, ele recomendou que ela escrevesse. - Comecei a fazer para me certificar de as coisas estavam acontecendo. Mas em janeiro de 2013 viajei com um namorado para a Europa, fiquei com preguiça de escrever e parei. Ainda mantenho um caderno com ideias que surgem na cabeça para o livro que estou montando. Um livro de memórias esparsas, com ideias sobre ser, sobreviver. SIMONE MARINHO

« CRIAÇÃO »

Trabalhos em série Envolvida com a estreia da nova temporada do ‘Papo de polícia’, a produtora do AfroReggae anuncia seus próximos projetos para a TV NATÁLIA BOERE natalia.boere@oglobo.com.br

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coordenador do Grupo Cultural AfroReggae, José Júnior, comandava uma gravação quando a equipe da Revista da TV chegou à sede da produtora carioca, na Lapa. Era o episódio “00”, feito especialmente para a internet, e um apertivo do que será exibido na quarta temporada de “Papo de polícia”, estreia de amanhã, às 23h, no Multishow. A cena ilustra bem o atual volume de trabalho do grupo. - Produzimos conteúdo todos os dias. Temos demanda interna, o nosso site, fora os programas. O que me dá mais prazer é ver que estamos cada vez mais envolvido na criação de diversos proje-

tos - destaca Júnior, em referência ao braço audiovisual do AfroReggae, que hoje tem uma equipe de 14 pessoas, entre produtores, roteiristas, editores, câmeras e diretores. São vários os projetos. E vão além do reality que, desta vez, mostra o trabalho dos agentes federais MarcioBouzaseRafaelSaraiva,doNúcleoEspecialdePolíciaMarítima,natríplicefronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Asegundatemporadadasériedocumental “Paixão bandida”, sobre homens que cuidam da casa e da família enquanto as mulheres estão na cadeia, está no ar no GNT (quartas-feiras, às 21h). PÁGINA 10

Duas produções engatilhadas para o Multishow, ainda sem previsão de estreia

Parceria. José Júnior na ilha de edição com Thiago Conceição, um dos diretores de “Papo de polícia”


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

FOTOS: SIMONE MARINHO

COLUNA DO

Clube do assinante Promoções e descontos renovados a cada domingo DIVULGAÇÃO

Na Lapa. A sede do AfroReggae foi construída com a verba levantada por uma temporada de “Conexões urbanas”

Você tem 50% de desconto* para o show de Benito Di Paula? O assinante da Tribuna tem. O cantor e compositor Benito Di Paola volta à Natal no próximo sábado, 10 de maio, no Teatro Riachuelo. O show traz canções inesquecíveis de autoria do próprio Benito, como “Preciso Encontrar Você”, “Eu Gosto Dela”, e “Você Vai Ser de Alguém”, além de sucessos de compositores consagrados como Chico Buarque, Roberto Carlos e Vinicius de Moraes. Com mais de 40 anos de carreira, o cantor garante que está em plena forma, e se apresenta tocando piano ao lado de uma banda afiadíssima. O show ainda promete algumas surpresas, dentre elas a participação de filho de Benito, Rodrigo Veloso, tocando e cantando com o pai.

50%

*Assinante da Tribuna tem desconto de 50% na compra de até dois ingressos (valor inteiro), de acordo com a disponibilidade de lugares. É obrigatória a apresentação da carteira do Clube do Assinante

■As promoções publicadas na Coluna do Clube do Assinante são exclusivas para assinantes da TRIBUNA DO NORTE, PESSOAS FÍSICAS. ■Desconto não acumulativo. ■ Para ter direito à promoção, o assinante deverá apresentar a carteira do Clube e a Identidade no ato da compra. ■Contatos para credenciamento: Depto. de Marketing. Tel. 4006-6100, R. 6262. ■e- mail.mkttn@tribunadonorte.com.br; clube@tribunadonorte.com.br

Em campo. Os agentes de polícia federal Marcio Bouzas (à esquerda) e Rafael Saraiva, protagonistas de “Papo de polícia”

No dia 28, estreia no mesmo canal a série documental “Órfãos da violência”, sobre pessoas que perderam seus pais para o crime. Já em 27 de julho, a sétima temporada do “Conexões urbanas”, no Multishow. É graças ao “Conexões”, aliás, que o núcleo de vídeo da ONG nasceu. Júnior conta que, em 2008, recebeu um convite do produtor Augusto Casé para comandar uma atração televisiva que funcionasse com um diálogo entre o morro e o asfalto. - Disse que não tinha interesse, porque já fazia muita coisa ao mesmo tempo no AfroReggae. Ele me convenceu com a condição de que o nome do programa fosse esse, o mesmo de um projeto social nosso. Chamei o (roteirista) Rafael Dragaud como parceiro e ele sugeriu que montássemos uma produtora - conta Júnior, emendando que o grupo conseguiu construir a sede na Lapa com a verba levantada com uma temporada do programa. - Depois disso, não paramos mais. Ele comenta outras duas produções engatilhadas para o Multishow, ainda sem previsão de estreia: O “Zona neutra”, um programa de auditório gravado num anfiteatro no Morro

do Cantagalo, em Copacabana, no qual debaterá temas variados, como o universo LGBT ou as torcidas organizadas. E “O Caminho de Abraão”. - Neste último, farei o percurso não pacificado do personagem bíblico do Irã ao Egito, passando por Iraque, Turquia, Síria, Jordânia, Israel e Palestina. Serão aproximadamente 40 dias de caminhada - diz Júnior, em referência ao trajeto do pastor de cabras que atravessou territórios hoje divididos pelo ódio para dar início ao povo judaico, segundo a Bíblia. Júnior lista ainda três séries de ficção previstas pela produtora: “Sem pai, nem mãe”, baseada na história real de vítimas de armas de fogo, “O preço”, também inspirada em fatos reais , mas em policiais que acabaram com os sequestros no Rio, e “Mediadores”, sobre a experiência do grupo com a mediação de conflitos. - Tudo o que a gente faz é relacionado ao nosso universo: polícia, bandido, favela, projeto social, juntar inimigo... E quando falamos sobre violência, temos propriedade. Um dos meus câmeras, César Diórgenes, foi traficante. Se entregou à Justiça pelas mãos do AfroReggae e, quando saiu, demos emprego para ele. Outra história de sucesso é a de Jefferson Oliveira, contratado pelo grupo como editor e alçado ao posto de diretor em “Papo de polícia”. - Esse mercado é injusto. Não tenho padrinhos e moro no complexo do Alemão até hoje. Provavelmente, não teria chance de dirigir um programa em outra produtora - reflete Jefferson.


seriais

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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

« HERÓIS IMPERFEITOS »

Mais - Mais

“Os Simpsons” chegam neste domingo ao episódio 550. Em seus 25 anos de história, a série animada homenageou de um jeito torto muitas outras, que começaram, acabaram, ou ainda estão no ar. Relembre as paródias de outros seriados de TV.

Liv Brandão, Marina Cohenseriaais@oglobo.com.br

SOBE “Um drink no inferno”, série baseada no filme de Robert Rodriguez, é uma belezinha.

DESCE O +Globosat anunciou a estreia de “Being Erica” e cancelou a exibição às vésperas de ir ao ar.

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1. “Homeland”. Para marcar o início

Enfim, um novo padrão de beleza O padrão estético plastificado perpetuado por Hollywood e pelas revistas de moda parece finalmente estar cansando a beleza dos telespectadores. Espertos e sempre ligados no que agrada à audiência, os produtores de TV trataram de incluir a famosa diversidade nos elencos de seus seriados. Algumas rugas, cabelos desgrenhados e corpos flácidos já são vistos em vários programas que, hoje, fazem um sucesso estrondoso. Amada por meninas mundo afora, Hannah Horvath, protagonista de “Girls”, não tem pudor de exibir seus pneus, suas celulites e seus seios não “siliconados”. Já o grande herói de “Game of Thrones”, Tyrion Lannister, é um anão. Até mesmo o galã Matthew McConaughey, famoso por atuar em comédias românticas no cinema, só conseguiu o destaque merecido na TV quando se “enfeiou” para interpretar o detetive Rust Cohle em “True detective”.

de sua 25ª temporada, o desenho parodiou a série dramática. Como? Essa foi fácil: virou “Homerland”. Quando o patriarca da família começa a agir estranhamente, Lisa contrata um agente do FBI para investigar o que Homer anda aprontando.

2. “Doctor Who”. Várias foram as referências à série mais longa da história, em muito episódios. Na décima temporada, o doutor de Tom Baker, um dos mais populares entre os fãs, é representado à imagem e semelhança.

3. “Twilight zone”. A série foi a mais parodiada nestes 25 anos de “Os Simpsons”. É só dar uma olhada nos clássicos episódios de Halloween, batizados de “Treehouse of horror”.

4. “Glee”. Na 22ª temporada, o

E quem diria que a maior gata da websérie “House of cards” - ganhadora de um Emmy em 2013 - seria uma mulher de 48 anos? Em cena como a ambiciosa Claire Underwood, Robin Wright arranca suspiros dos marmanjos. Tendo sido provocada apenas pela

busca da audiência ou por um surto de lucidez, o fato é que uma reviravolta nos padrões de beleza da TV começa a acontecer. E essa mudança tem potencial para salvar milhões de adolescentes que, atrás de um corpo irreal, sofrem e adoecem.

criador do desenho convidou Lea Michele, Amber Riley e o saudoso Cory Monteith para interpretar crianças do acampamento de verão de Lisa. E é claro que tudo acabou em cantoria.

5. “Twin peaks”. Um sonho louco do chefe de polícia Wiggum acabou lembrando muitos momentos-chave da trama criada por David Lynch.


Isabelle Lindote isabelle.lindote@oglobo.com.br

o que vem por aí

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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

CENA VIRTUAL DEU NA TV E FEZ SUCESSO NA INTERNET VEJA OS VÍDEOS EM oglobo.com.br/revistadatv

Look salva-vidas

Caio Castro perdeu uma aposta que fez com o colega Felipe Tito e saltou de maiô no quadro “Saltibum”, do “Caldeirão”, no último sábado. Arrancou suspiros da plateia feminina...

Versão mais adulta

O

s ternos bem cortados agora fazem parte do figurino de Rafael Cortez (foto). Aos 37 anos, o apresentador do “Me leva contigo”, programa de namoro que estreia sexta na Record (às 22h15), diz que exibirá a sua versão mais madura: - Meu diretor, Wanderley Villa Nova, pediu que eu aprendesse a falar mais devagar, com outra inflexão. Falava muito rápido no “CQC”. E, no “Got talent Brasil”, eu impostava mais a voz. Fiz um trabalho de conversação com a fonoaudióloga da Record. Quando vi no vídeo uma prova da edição do programa, senti que era um adulto que estava falando, não um garotão. A cada episódio da atração, 30 mulheres avaliarão possíveis candidatos a namorados. Cortez conta que, quando recebeu o convite da emissora, encarou a missão como um desafio de não repetir uma fórmula tão explorada na TV brasileira: - É uma adaptação de um projeto popular feita por um humorista. Então, a linguagem será de humor. No meu programa, caberão piadas, brincadeiras. Não terei a obrigação emotiva de promover um casamento, por exemplo.

A falta que ele faz

Para evitar cãibra

Daniel Alves deu um tapa na cara da sociedade ao comer a banana lançada por um torcedor no jogo do Barcelona contra o Villarreal. Pelo Twitter, ele justificou o bem-humorado ato.

FOTOS DE DIVULGAÇÃO

A série documental “Ayrton Senna do Brasil”, que o “Esporte espetacular” (Globo, 9h30) vinha exibindo em homenagem ao ídolo da Fórmula 1, chega ao fim hoje. No último episódio, Emerson Fittipaldi fala sobre momentos com o colega. Senna morreu em um acidente no Grande Prêmio de Ímola, na Itália, há 20 anos.

Intrépida trupe O desmemoriado elefante Gajah e a tamanduá vegetariana Duda voltam hoje à tela com novas aventuras na segunda temporada de “Tromba trem” (TV Brasil, 13h15).

Música urbana

Irmãos gêmeos?

O jurado Simon Cowell se surpreendeu com a semelhança de um candidato do Britain’s Got Talent com... ele mesmo. Separados no berço...

O eterno Legião Urbana Dado Villa-Lobos estreia hoje no comando de “Estúdio do Dado” (BIS, 19h). No programa, o guitarrista recebe artistas como Wagner Moura, Caetano Veloso e Arnaldo Antunes para cantar e falar sobre música.

Já ouviu falar? Estreia de hoje do Canal Brasil, “Outro futebol” (21h30) conta a história de minúsculos times de futebol espalhados pelo Brasil. Clubes como o Penedense, de Alagoas, e o Manicoré, do Amazonas.


FACEBOOK

Já assistiu ao novo filme do Homem Aranha? Confira o trailer de “A ameça de Eletro”. www.facebook.com/tribunarn

ASTROLOGIA

SOCIAL

PÁGINA 6

PÁGINAS 4 A 7

Cláudia Hollander prevê que Sol e Plutão restauram nossas forças neste domingo.

Tudo sobre a sociedade natalense nas colunas de Hilneth Correia, Liege Barbalho e Jota Oliveira.

SILHUETA AJUSTADA E DECOTES PODEROSOS RENOVAM LOOKS SOFISTICADOS DO INVERNO • PÁGINA 8

PAULO COELHO

Confira na coluna de hoje um trecho de uma conversa entre os pintores Matisse e Renoir. PÁGINA 2

tnfamília

Editor: Isaac Ribeiro - tnfamilia@tribunadonorte.com.br

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 04 de maio de 2014 ALEX REGIS

Catarata:

Novidades e novo perfil

ISAAC RIBEIRO Repórter

A

té bem pouco tempo, os principais afetados pela catarata tinham um perfil bem definido; pessoas na faixa dos 60 anos, geralmente inativas pelo avançar da idade. A idade dos portadores continua na mesma faixa; o que mudou foi a atitude deles. Eles tornaram-se mais ativos para atividades refinadas, que exigem mais da visão, principalmente o uso da internet em computadores, tablets ou smartphones. Esse comportamento tem feito com que eles percebam o problema mais cedo. A catarata é uma doença ocular que torna o cristalino do olho opaco, atrapalhando a entrada de luz, diminuindo a visão, causan-

Estilo de vida e uso de internet em computadores, tablets e smartphones por pessoas na faixa dos 60 anos, têm contribuído para a detecção do problema mais cedo. Novas tecnologias incluem lentes intraoculares e aparelhos de precisão, como um dispositivo criado na UFRN do pequenas distorções visuais e levando até mesmo a cegueira. “Os avós da gente com cinquenta anos eram pessoas no fundo de uma rede. Aos sessenta anos eram pessoas idosas. Mesmo em termo de atividade. Eram pessoas que se entregavam. Hoje não é assim. Hoje para se ter uma pessoa idosa, inativa, tem que estar com noventa, cem anos”, comenta o oftalmologista Francisco Irochima, que desenvolveu um dispositivo no Instituto Metrópole Digital, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para auxi-

liar na marcação exata do ângulo em que as lentes usadas para substituir o cristalino opaco são introduzidas no olho, garantindo mais precisão e eficácia no procedimento, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Outra mudança de perfil do paciente de catarata, registrado inclusive pela Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares, é um maior número de jovens e crianças com o problema. Para reverter essa situação, quanto mais cedo o problema for detectado, mais fácil será combatido

Ì O QUE Outra mudança de perfil do paciente de catarata, registrado inclusive pela Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares, é um maior número de jovens e crianças com o problema.

e tratado. Daí a necessidade de checapes periódicos.

Incidência

Existem hoje, no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas com catarata. E as perspectivas não são muito animadoras. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 550 mil pessoas por ano são diagnosticados com a doença no País, causando impacto na autoestima, nas condições socioeconômicas e nos relacionamentos interpessoais desses portadores. A catarata interfere no traba-

lho, pois está relacionada com a perda de força laboral e ao aumento de acidentes e encargos para as empresas. Entre os fatores de risco para a formação da catarata estão diabetes, inflamação no olho, trauma, histórico familiar, uso de corticóides via oral a longo prazo, exposição à radiação, fumo, exposição excessiva a raios ultravioletas.

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Tecnologia


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

tn família « PAULO COELHO »

O bosque de cedros

E

m 1939, o diplomata japonês Chiune Sugihara, que ocupava um posto na Lituânia durante uma das épocas mais terríveis da humanidade, salvou milhares de judeus poloneses da ameaça nazista, concedendo-lhes vistos de saída. Seu ato de heroísmo, desafiando seu próprio governo ao longo de muitos anos, foi uma obscura nota de rodapé na história da guerra. Até que, os sobreviventes salvos por Sugihara começaram a despertar do silêncio, e resolveram a contar sua história. Logo sua coragem e grandeza estavam sendo celebradas, chamando a atenção dos meios de comunicação, e inspirando alguns autores a escrever livros que descreviam como o “Schindler japonês”. Enquanto isso, o governo israelense vinha reunindo os nomes dos salvadores, para recompensá-los pelos seus esforços. Uma das formas que o estado judeu tentava reconhecer sua dívida para com esses heróis consistia em plantar árvores em sua

homenagem. Quando a bravura de Sugihara foi revelada, as autoridades israelenses planejaram,como era de costume, plantar um bosque de cerejeiras – árvore tradicional do Japão - em sua memória. De repente, numa decisão incomum, a ordem foi revogada. Eles decidiram que, em comparação com a bravura de Sugihara, cerejeiras eram um símbolo insuficiente. Optaram, por um bosque de cedros, concluindo que o cedro era mais vigoroso e tinha conotações mais sagradas, por sido usado no Primeiro Templo. Depois das árvores já plantadas, as autoridades descobriram, que “Sugihara” em japonês significa....bosque de cedros.

Em Buda e na Virgem Maria

O monge vietnamita Thich Nhat Hanh é um dos mais respeitados mestres de budismo no Ocidente. Numa viagem ao Sri lanka, encontrou seis

“Um dia quando o contemplava pintando em seu ateliê, Matisse perguntou: -Auguste, porque continua a pintar, com tanto sofrimento? Renoir respondeu simplesmente: - A dor passa, a beleza permanece.”

crianças descalças. “Não eram crianças de favela, e sim do campo; olhando-as, vi que formavam parte da natureza ao redor”. Ele estava sozinho na praia, e todos correramemsuadireção.ComoThichNhatHanh não falava o idioma, limitou-se a abraçá-las, e foi retribuído. Em dado momento, porém, lembrou-se de uma antiga prece budista: “Refugio-me no Buda”. Começou a cantá-la, e quatro das crianças fizeram o mesmo, batendo palmas, e reconhecendo um texto que talvez seus pais lhes tivesse ensinado. Thich Nhat Hanh então fez sinal as duas crianças que permaneciam caladas. Elas sorriram, juntaram as palmas das mãos, e disseram em páli: “Refugio-me na Virgem Maria”. O som da prece era o mesmo. Naquela praia, naquela tarde, Thich Nhat Hanh diz que encontrou uma harmonia e serenidade que raramente experimentara. Thich Nhat Hanh (“Vivendo Buda, Viven-

do Cristo, Ed. Rocco):

A dor passa

Embora Henri Matisse fosse 28 anos mais jovemqueAugusteRenoir,osdoisgrandespintores eram muito amigos e saíam sempre juntos. Quando Renoir ficou confinado em casa, na ultima década de sua vida, Matisse o visitavadiariamente.Quaseparalíticoemfunçãoda artrite e apesar dos incômodos da doença, Renoir continuou a pintar. Um dia quando o contemplava pintando em seu ateliê, e gemendo de dor a cada pincelada, Matisse perguntou: -Auguste, porque continua a pintar, com tanto sofrimento? Renoir respondeu simplesmente: - A dor passa, a beleza permanece. Até os últimos dias, Renoir levou a tinta as telas. Um de seus quadros mais famosos, As banhistas, foi terminado dois dias antes de sua morte, 14 anos depois que ele foi atingido pela enfermidade.

(MÉDICO E PROFESSOR DA UFRN - BOUCINHAS_JC@HOTMAIL.COM)

(PSICÓLOGA)

« JORGE BOUCINHAS »

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Desenvolvimento emocional

Escondidos, mas agindo

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s pesquisas dos cientistas que estudam o funcionamento da mente deixaram bem patente que ela funciona basicamente em duas instâncias: uma delas é consciente, clara e evidente; a outra é inconsciente, poderse-ia dizer misteriosa e profunda. A primeira responde por aquilo que o eu está a ver, sentir e escutar, enquanto a segunda cuida do que o nosso cérebro registra sem que o consciente se dê conta. O psicólogo Phillip Merikle, da Waterloo University, de Ontário, Canadá, é um dos mais importantes investigadores atuais desse “outro eu”. Refere que se costuma achar que mente e consciência são sinônimos, que se acha estar sempre a par de tudo o que faz parte do universo quotidiano, mas ao investigar o inconsciente constata-se quanta coisa escapa ao conhecimento consciente. E quanto mais a ciência desvenda os mecanismos do cérebro humano, mais são descobertas novas formas de percepção. Trata-se de formas de abaixo do limiar consciente que só agora começam a ser melhor entendidas - e isto nada tem a ver com a Parapsicologia. Durante a bastante tempo a palavra “inconsciente” esteve associada a Sigmund Freud. Ele construiu a Psicanálise explicando o comportamento humano a partir da influência do inconsciente sobre sentimentos e ações. Então não se dispunha de instrumental científico capaz de validar suas idéias mas nas últimas décadas o tema passou a ser revisto, sob outros ângulos, pelos pesquisadores. Os novos estudos giram em torno de existirem diversos meios inconscientes de perceber a realidade e de como funcionam. A Psicologia Cognitiva afirma que a primeira idéia é vera, mas a descoberta do “como” promete desafiar os cientistas por ainda bom tempo. O fenômeno mais estudado tem sido a percepção subliminar. Foram acumuladas evidências de que a mente é capaz de captar e gravar certas informações que, muito débeis, não são perceptíveis de forma cônscia. É o caso dos chamados “estímulos de curta duração” (imagens ou sons emitidos em intervalos entre 1 e 100 milésimos de segundo). Há trinta anos atrás, acreditava-se que o cérebro fosse incapaz de captá-los, mas agora se sabe que não só os apreende, como eles influenciam-no de jeito surpreendente. Em interessantes trabalhos, psicólogos americanos projetaram figuras geométricas para grupos de voluntários. Num deles foram escolhidos 8 octágonos de formato irregular. Cada um foi projetado numa tela durante 1 milissegundo. Ora,

nenhum ser humano é capaz de apreender uma imagem num tão curto lapso de tempo e, por isso, os voluntários não conseguiram descrever o octágono que tinha sido projetado. A surpresa veio quando se pediu aos voluntários que escolhessem, em meio a um grupo grande de octágonos, aqueles de que mais gostavam. Eles preferiram as figuras que haviam sido projetadas subliminarmente. As outras experiências revelaram, também, que percepções abaixo do limiar da consciência não apenas existem mas são capazes de afetar o julgamento e os gostos. A psicóloga Jenny Moix, da Universidad Autónoma de Barcelona, Espanha, argumentou que tal ocorre porque todo julgamento afetivo é determinado, em maior ou menor medida, por processos inconscientes, e noutra experiência mostrou que a mente, na hora de decidir se uma pessoa agrada ou não, é mais suscetível de responder a influências inconscientes do que a fatores captados de modo consciente, como sorrisos, roupas ou cheiros. Igual foi a conclusão advinda de uma recente pesquisa do psicólogo Robert Zajonc, da Michigan University, EUA. Ele escolheu dois grupos de voluntários para ser submetidos a testes de percepção subliminar. Frente a uma série de ideogramas chineses projetados numa tela, eles deveriam responder quais representavam idéias alegres e quais expressavam tristeza (claro que nenhum dos participantes conhecia a língua). Num dos grupos, os ideogramas eram acompanhados de rosto alegre ou triste, exibido durante 4 milésimos de segundo e, portanto, impossível de ser percebido. Noutro grupo, os rostos eram projetados durante 1 segundo, o suficiente para poder enxergá-los bem. Curiosamente, a presença do rosto na tela condicionou melhor a avaliação dos ideogramas no grupo em que a percepção tinha sido subliminar do que no outro, que pôde ver e analisar as figuras de maneira consciente. Estas descobertas levaram até ao uso de projeções de propaganda em forma subliminar. Muitas pessoas foram influenciadas por tal meio nos Estados Unidos, seja por projeções rápidas durante emissões de TV seja durante a audição de músicas, tendo o fato levado, um bom número de anos atrás, a que o próprio governo americano proibisse formalmente tal tipo de veiculação pública de informações, tal seu poder. O assunto é de tão palpitante que merece mais algumas considerações. Elas terão lugar no próximo Artigo. Até lá!

O

bebê logo cedo passa a aprender através da própria emoção. Quando se irrita e depois se acalma, está entrando em contato com sentimentos opostos. Quando o bebê tem adultos, emocionalmente disponíveis a lhe atender, isso favorece um desenvolvimento emocional satisfatório. Quando ele está irritado, gritando, chorando... e a mãe consegue se mostrar tranqüila e acalmá-lo, ele começa a compreender que é possível sair de um estado de agitação para um estado de calmaria. Se esse procedimento do adultoforfreqüente,essacriança,provavelmentequandoadulta,vaitermaiorfacilidadedeconseguirsemanter tranqüila num momento de irritação. Quando a criança, num momento de agressividade, é aceita, compreendida, amparada e orientada ela tem maiores chances de saber lidar com sentimentos como: raiva, medo, frustração, ansiedade... Olimitedeveserestabelecidodesdecedo,paraque faça parte da relação. Os adultos devem adotar uma postura única frente às crianças, isso facilita a compreensão do seu limite e do outro. Alguns comportamentos, do tipo: agressividade, birra, anorexia, dificuldade escolar... devem ser encarados como sintomas. As crianças nem sempre se dão conta de que estão fazendo determinada coisa, elas sabem que estão se comportando dessa forma e que estão incomodando algumas pessoas, mas não conseguem fazer diferente, afinal está conseguindo que as atenções se voltem para ela. A atenção do outro, dá a criança a sensação de estarpróxima,vinculada,ligadaatravésdafala,doolhar, do grito... Às vezes as crianças fazem uso de determinados comportamentos como uma forma de protestar contra algo que a incomoda, mas que ela não sabe expres-

« ROSANA BRAGA »

sar através da palavra ou fazer uso de um comportamento mais aceitável. Quando se deparam com tais comportamentos, alguns adultos passam a buscar explicações para justificá-los e acabam se distanciando mais ainda da possibilidade de ajudar a criança. Os pais precisam compreender que muito daquiloqueosfilhosserão,estásendoconstruídoagoraeque eles são fundamentais para torná-los mais saudáveis emocionalmente. Assim como existe a preocupação de vacinar os filhos e manter certos cuidados para que não contraiam doenças, deve haver também posturas e cuidados para que evitem as dificuldades emocionais. É relevante chegar à fase adulta com dentes saudáveis, ossos e músculos fortes, pele bem tratada, ter um bom funcionamento dos órgãos... E a emoção ??? Qual será a capacidade de lidar com o outro e com consigomesmo?Ecomoencararáassituaçõesdefrustração? E o impulso para buscar os próprios sonhos e não desistir quando surgir algum obstáculo? E determinação, a segurança...? É claro que os pais não são os únicos responsáveis pela formação pessoa dos filhos, há dentro das suas histórias determinados episódios que fazem parte da vida e que nem sempre podem ser evitados. Além do mais os pais também, nem sempre sabem que estão fazendo algo inadequado e que trará conseqüências desfavoráveis à saúde emocional dos seus queridos filhos. Portanto não precisam se sentir culpados, quando algo não sair bem. O importante é que tenham o olhar focado para o entendimento do quanto podem fazer para que seus filhotes se tornem adultos melhores. E assim será possível reparar as inadequações da relação, sem culpa, sem medo...

( CONSULTORA DE RELACIONAMENTO E COMUNICAÇÃO )

Você expõe seu amor nas redes sociais?

N

a era da tecnologia é difícil imaginar quem não esteja conectado pelo menos em algum momento do dia. Desta forma, pessoas se encontram, se conhecem e se relacionam em partes por culpa do destino, em partes por coincidência. Com a ajuda da internet, há também aqueles que voltam a se cruzar, dando uma nova chance a relações que não deram certo no passado. Amores nas pontas dos dedos, sem fronteiras e possíveis em qualquer lugar, basta expandir a mente e se permitir. O mais interessante nesse mundo virtual, embora muitos apostem que não, é ser exatamente quem somos. De um jeito ou de outro, direta ou indiretamente, por meio de verdades ou de mentiras, sendo autêntico ou fake. O fato é que a virtualidade é o reflexo inexorável da realidade e isso fica muito claro, mais cedo ou mais tarde, revelando dores e alegrias, beleza e feiura. Doa a

quem doer. Por isso vale a reflexão: o quanto é saudável (e interessante) se expor nas redes sociais? Qual seria a medida certa? Cito estes questionamentos porque algumas pessoas parecem se perder entre o mundo virtual e o real. Mais do que viver de fato, elas vivem de imagem e assim inventam uma vida de flashes, de sentimentos digitalizados, de palavras frias. Ainda mais quando se trata de amor. “Fulano está num relacionamento sério”. Dias depois: “fulano se casou com a Sicrana”. E mais alguns dias lá estão: frases feitas para demonstrar frustrações, desilusões e arrependimentos. Sem contar quando, dias mais tarde, o Fulano e a Sicrana reatam, mas nessa altura do campeonato, já revelaram pequenos pedaços da relação que jamais deveriam aparecer online simplesmente porque não cabe, porque não é dali. É particu-

“Não estou insinuando que nada deva ser contado nas redes sociais e nem compartilhar felicidades, conquistas e momentos que realmente valem a pena serem impressos na eternidade virtual. Estou sugerindo que haja cautela e discernimento para que o que seja mostrado na web, não impacte a vida real diretamente”

lar, íntimo, da ordem do profundo e não do banal. Não estou insinuando que nada deva ser contado nas redes sociais e nem compartilhar felicidades, conquistas e momentos que realmente valem a pena serem impressos na eternidade virtual. Estou sugerindo que haja cautela e discernimento para que o que seja mostrado na web, não impacte a vida real diretamente, muitas vezes de forma negativa. Depois de nada adianta protestar contra a inveja, a bisbilhotice, a fofoca ou o olho gordo, afinal quem se coloca na vitrine do mundo está aceitando as condições da exposição. Quais são as suas condições? Faça as suas e assuma as consequências, mas lembre-se do sábio dito popular que nos alerta “tudo o que é demais, faz mal”. Publicações sobre seu relacionamento todos os dias podem indicar que está fal-

tando tempo no mundo real para vocês dois. Por outro lado, brigas públicas em forma de indiretas podem indicar que vocês não estão conseguindo conversar frente a frente. E pode apostar isso mais atrapalha do que ajuda a resolver as coisas. Aqui cabe bem outro dito: “roupa suja se lava em casa”. Por isso, recolha os excessos que ficaram espalhados pelo caminho e junte-se ao seu amor para sentir mais de perto o que é particular. Seu relacionamento não precisa de aprovação do mundo virtual para prosperar no real. Viva cada sentimento de coração e guarde o que importa do lado de dentro, porque é aí que está o amor de fato. Afinal, tudo que o amor precisa é verdade. * Rosana Braga é consultora de relacionamento e comunicação do ParPerfeito, palestrante, jornalista e escritora.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

tnfamília

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FOTOS: ALEX RÉGIS

Tecnologia melhora a visão

Novos equipamentos e lentes especiais têm auxiliado na cirurgia de catarata e eliminado patologias

urante o XII Congresso Internacional de Cirurgia Refrativa e Catarata, realizado mês passado no Rio de Janeiro, foram apresentadas as novidades para o setor, entre equipamentos e procedimentos cirúrgicos. Entre elas, as lentes intraoculares, que possibilitam corrigir o foco para perto ou longe, o astigmatismo e até mesmo a presbiopia, a famosa “vista cansada”. Outra novidade apresentada é o laser de femtossegundo para a cirurgia de catarata. Usado inicialmente em cirurgias de correção de grau, o equipamento possibilita mais precisão nas incisões, além de contribuir na soltura e retirada do núcleo cristalino opaco — melhora a previsibilidade do grau residual e torna o procedimento mais seguro, com menor perda de células endoteliais da córnea. Esse tipo de laser pode ser aplicado na maioria dos casos de catarata, porém é ainda melhor para aqueles que buscam independência dos óculos de grau após o procedimento. “Antigamente você operava, colocava uma lente dentro do olho do paciente, tirava o cristalino e coloca uma lente. Só que ela não corrigia astigmatismo. O paciente ia continuar usando óculos depois. Se você tivesse dois graus de miopia, não tinha problema. Mas se tem astigmatismo que o problema de grande parte da população. Então surgiram as lentes tóricas, que são intraoculares que corrigem astigma-

tismo”, comenta o oftalmologista Francisco Irochima.

D

Criação de dispositivo

Mas não é qualquer cirurgião que consegue colocar essas lentes exatamente na posição necessária para sanar o problema. Segundo Irochima é necessário ser preciso. Para agilizar esse problema e baratear custos, Francisco Irochima e sua equipe desenvolveram um dispositivo, espécie de marcador, capaz de garantir a precisão para o procedimento. Desenvolvido na start up, na Ciência Ilustrada, no Inoca Metrópole, UFRN, no Instituto Metrópole Digital, o marcador deve estar à disposição para os oftalmologista de todo o Brasil até o final do ano ou início do ano que vem. “Vamos supor que você tem um astigmatismo e quando eu faço os cálculos pra colocar a lente no seu olho para zerar o seu grau, ele me diz que eu tenho que colocá-la a 45 graus. E como eu vou marcar no seu olho isso? É aí que entra o marcador. Atá então era no olhômetro. Você olhava para o paciente e tentava achar o meridiano”, relata o oftalmologista. Ele conta ainda haver hoje em dia aparelhos criados pelas indústrias para tal marcação, baseada nos vasos da conjuntiva, no relevo da íris, porém muito caros, numa média de quarenta mil dólares. O dispositivo potiguar, feito de plástico e acoplado a um smartphone consegue fazer a mesma marcação.

BATE-PAPO

Tecnologia mudou perfil do paciente Fale um pouco sobre o novo perfil dos portadores de catarata.

O que a gente vem observando cada vez mais é que qualidade de vida do pessoal da terceira idade vem melhorando a cada dia e a expectativa de vida também. Então, isso torna essas pessoas mais ativas e que realizam atividades cada vez mais refinadas. E isso exige cada vez mais ter uma boa visão. Então o perfil do paciente que procura cirurgia de catarata cada vez mais está tendo uma exigência maior, justamente por isso, por utilizar mais internet, tablets, smartphones. Eles estão percebendo mais precocemente que a visão está um pouco comprometida devido a presença da catarata.; E isso está fazendo com que ele busque os consultórios oftalmológicos de uma maneira mais precoce do que observado em décadas passadas. O uso de computador, tablets, cada vez mais cedo tem feito o número de doenças oculares?

Não. Existem trabalhos já realizados que demonstram que — isso depende da faixa etária — crianças muito jovens, ou seja, até dois anos não é indicado o uso de tablets e smartphones até devido o desenvolvimento neurológico dela. Isso são trabalhos científicos que demonstram. Mas que induzam catarata não tem relação nenhuma com isso. Hoje o que se observa muito nos consultórios são as reclamações de olhos seco, justamente pelo uso excessivo de computador associado a ar-condicionado e, pós trabalho, ainda tablet e smartphone. Então isso ajuda com que a evaporação da lágrima seja mais intensificada, porque você não pisca, então não umedece o olho, e aí a queixa principal é olho seco. O que há de novidade hoje no tratamento da catarata?

Cada vez mais o que se objetiva com a cirurgia de catarata é que no pós-operatório o paciente não fique usando óculos. Então, as lentes que vieram nessa

Ele estão percebendo mais precocemente que a visão está um pouco comprometida devido à presença da catarata”

muito pequena você consegue fazer a cirurgia do paciente, fragmentar o cristalino, cortar a cápsula com o uso do laser. Isso diminui os efeitos adversos do ultrassom e a recuperação do paciente, menor inflamação no pós-operatório.

Francisco Irochima oftalmologista

E sobre o dispositivo que está sendo desenvolvido na UFRN?

última década para tentar resolver esse problema foram as lentes chamadas “para presbiopia”, que são as lentes que sugerem depois da cirurgia a pessoa não ficar com óculos nem pra longe nem pra perto. E as lentes tóricas, que são as lentes que corrigem astigmatismos Isso é uma

Como a gente falou dessas lentes tóricas, para você implantar uma dessas no olho de um paciente, você precisa ter uma precisão de onde vai colocar essa lente. E essa precisão tem que ser bem exata. A gente desenvolveu na Start up, na Ciência Ilustrada, lá no Inoca Metrópole, na UFRN, no Instituto Metrópole Digital, um aparelho que faz a

evolução patente nesses dias. E, ultimamente, o que a gente observa de uma evolução bastante significativa é um aparelho a laser, que antigamente o povo achava que a cirurgia de catarata era a laser e não era. Era ultrassom. Agora existe a cirurgia da catarata a laser com incisão

marcação precisa do posicionamento dessa lente garantindo que no pós-operatório o que a lente se presta a resolver, resolva de forma satisfatória. Ou seja, através desse aparelho eu consigo marcar no olho do paciente, de forma bastante precisa, mesmo alterando o posicionamento, eu consigo marcar e ter a certeza que a lente vai ser colocada no local correto. Ele auxilia no procedimento cirúrgico?

Auxilia no procedimento cirúrgico, auxiliando o médico a colocar a lente de forma precisa, onde é recomendado para o paciente não ter um grau no pósoperatório. E qual a perspectiva de entrar em uso?

Bem, esse aparelho está em negociação com uma empresa nacional e, depois de validado por Inmetro, Anatel, tem algumas exigências e outras agências de regulamentação, depois disso está disponível para todo médico. Claro que existe teste de validação, mas isso eu creio que daqui para o final do ano ou no início do próximo ano já esteja à disposição.


Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

Os que gostam da vida sacrificada se sentem humilhados, diminuídos, quando não estão sendo muito solicitados e não se sentem indispensáveis. É curioso pensar que a vaidade humana se expressa de múltiplas maneiras: a pessoa chama a atenção pela riqueza e também pelo desprendimento. Uma pessoa pode se sentir elevada por sua privilegiada condição material ao passo que outra tenderá a se vangloriar de seu desapego ao bens. No Eclesiastes se lê: “vaidade das vaidades; tudo é vaidade”; e penso que convém acrescentar que a renúncia radical a ela também é vaidade! Não há como nos livrarmos totalmente da vaidade, esse impulso erótico que pede destaque e nos afasta do bom senso e também da temperança. Dizem que a virtude está no meio; mas creio que esse ponto intermediário entre ócio e sobrecarga, luxo e desapego, é dos menos frequentados! (Flávio Gikovate)

Parabéns!

Abraços de parabéns para os aniversariantes de hoje: Kleber Torquato Rêgo, o superintendente desta TN, José Roberto Alves Cavalcante, Fabiana Téssia Maciel da Silva, Ana Carolina Maranhão, Luciana Marinho e Silva, publicitário Pedro Ratts, Rosinha Ferreira de Souza e Marisa Alves. Nesta segunda, dia 05, vivas antecipados para Marília Siqueira, Edna Câmara, banqueteira Mílvia Galvão, Arionildo Maia e Tuta Veloso.

A

visão é o sentido que nos fornece informações sobre a posição do corpo e seus segmentos em relação ao ambiente. Considerada a via de informação sensorial de maior importância para a postura, por informar a posição da cabeça e do corpo, oferecendo desta maneira uma referência da verticalidade.

F.B

Garden

BLOGJOTAOLIVEIRA

O The Chelsea Flower Show é um dos eventos mais importantes de botânica na Grã-Bretanha e, em 2014, vai ganhar um integrante fashion: a Gucci. A marca vai participar da exposição pela primeira vez, criando seu próprio jardim.

Vivas para o casal Cleide/Pedro Ratts. Ele rasgando folhinha hoje

Nos salões do Chaplin Recepções, Ivanóide Maia/Yasha BLOGJOTAOLIVEIRA

Sabor de Dez! MAGALI MEDEIROS /Advogada Por toda uma vida fui aluna da Escola Doméstica de Natal, portanto, a arte da culinária me era comum dentro das salas de aula, fazendo parte do meu cotidiano. Como sou uma pessoa que gosta muito de receber os amigos, às vezes atrevo-me a fazer alguns pratos, o meu preferido de todos, o mais elogiado e cuja preparação tenho mais habilidade e prazer é o RISOTO DE CAMARÃO COM AÇAFRÃO, não comumente ensinado à época da Escola, sendo este um prato que me fora ensinado pela minha mãe, que é uma mestre em se tratando de cozinha. O risoto faz o maior sucesso entre amigos, e é maravilhoso para um jantar acompanhado de um bom vinho! Para fazer o risoto, é simples; os ingredientes necessários são: 800 g de camarões médios, suco de um limão, 2 xícaras de arroz tipo arbório, 1 litro de água, 1 tablete de caldo de camarão ou de legumes, 2 dentes de alho picados, ½ cebola média branca picada, 3 colheres de sopa de manteiga, 1 taça de vinho branco (vinho de mesa comum), 1 xícara de queijo parmesão, pimenta do reino a gosto, açafrão a gosto, azeite de oliva extra virgem. Para o preparo propriamente dito, lave os camarões em água corrente e deixe de molho numa bacia com água e o suco de 1

jotaoliveira@tribunadonorte.com.br

Carpe Diem!

tn família

Jota Oliveira

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limão; escorra a água, corte as cabeças e leve os camarões para uma frigideira grande; cozinhe rapidamente por uns 10 minutos, até que fiquem rosados, mexendo de vez em quando; retire os camarões do fogo e deixe esfriar um pouco; só então retire a casca do camarão. A partir disso, tempere os camarões com um pouco de sal e pimenta do reino; deixe os camarões marinando por uns minutos, depois leve-os à frigideira novamente para fritar com um pouco de azeite de oliva junto com dois dentes de alho picados, e reserve. Em outra panela, coloque a cebola picada e a manteiga, acrescente o arroz cru (é necessário lembrar que este arroz não precisa ser lavado, saindo direto do pacote para a panela); mexa para incorporar os ingredientes e fritar bem o arroz. Acrescente o caldo de camarão ou legumes pouco a pouco, dissolvido em um litro de água fervente, mexendo sem parar, até que

todo o caldo seja incorporado e o arroz fique “al dente”. Antes de colocar a última porção de caldo, junte o açafrão; experimente seu risoto antes de colocar o sal e, se necessário, o acrescente quando estiver ainda no preparo. Acrescente a última porção do caldo, juntamente com o vinho, e mexa até que todo o líquido se incorpore ao risoto, no momento em que o arroz estiver quase pronto, apague o fogo e adicione o queijo parmesão ralado na hora. Mexa bem até que tudo se misture e fique bem cremoso. Adicione, por fim, os camarões e continue a mexer. Para finalizar o risoto, coloque a manteiga, mexa bem até que o brilho se intensifique. Descanse por um minuto com a panela tampada e sirva imediatamente. Reserve alguns camarões para ornamentar o prato, e sirva com um fio de azeite, espero que gostem. Enjoy!

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ALINI BRITO - FISIOTERAPEUTA E EDUCADORA FÍSICA • DÚVIDAS NO SITE WWW.ITCVERTEBRAL.COM.BR

"Problemas de visão e dor nas costas"

O controle postural

O controle postural tem como objetivo alinhar ativamente a cabeça e o tronco em relação à linha de gravidade. Para isso, é levado em consideração o ambiente visual, as informações internas e externas. As condições do corpo, como a sensibilidade a determinadas alterações no ambiente, a boa saúde de músculos, ossos e articulações, bem como a percepção corporal são fundamentais para a manutenção de uma postura.

Deficiência visual e lesões da coluna vertebral

A partir do momento que o sistema visual apresenta algum tipo de deficiência, seja por alterações na retina, córnea, cristalino ou musculatura dos olhos, as demais estruturas corporais se adaptam para manter uma visualização adequada de objetos e meio ambiente. O organismo procura manter a horizontalidade do olhar,

Colorida E a turma LGBT está em festa, neste domingo. O motivo é a 18ª Parada Gay de São Paulo, que esse ano foi antecipada por causa da Copa. Com o tema “País vencedor é país sem homolesbotransfobia: Chega de Mortes! Criminalização Já!”, 14 trios vão percorrer a Av. Paulista.

los.

A visão e o indivíduo

Por isso, ver não é uma função independente, ela está profundamente integrada ao desenvolvimento do indivíduo, compreendendo sua postura, coordenação e personalidade. Claramente os distúrbios ou a ausência da visão influenciam na postura, sendo que, sem as informações do ambiente, o indivíduo apresenta dificuldade de se ajustar, sofrendo alterações na cabeça, coluna vertebral e membros.

Problemas de visão x dores de cabeça

Visão e postura

Para visualizar um determinado objeto a retina recebe informações visuais através de células fotossensíveis capazes de reconhecer cores e movimentos e transformar as impressões causadas pela luz em impulsos eletroquímicos. Adequações conforme distância, claridade e nitidez, podem exigir não somente movimentos oculares, como também a inclinação da cabeça e tronco. Tal movimento, se não coordenado com o sistema vestibular, pode até mesmo levar a um desequilíbrio e possíveis quedas.

Em noite festiva, a simpatia do casal Themis/Rodrigo Oliveira

para tanto, busca adaptações para beneficiar uma visualização eficaz. Como adaptação, a cabeça pode ser projetada para frente, com consequente aumento da lordose cervical, cifose torácica e lordose lombar. Não bastando tais alterações na coluna vertebral, os membros e demais articulações estão sujeitos a compensações após o prolongamento dessas adaptações. Devido esse fato, inúmeras lesões podem ser geradas, prin-

Uma armação torta pode provocar inúmeros danos de postura e dores no pescoço ou nos ombros.”

cipalmente as hérnias cervicais, devido a compressão aumentada nos discos dessa região.

O uso de óculos

A fim de corrigir as insuficiências visuais, usamos óculos capazes de compensar as deformações oculares. As lentes dos óculos auxiliam os olhos a focalizar a imagem sobre a retina e auxiliam a melhor visualização, com clareza e precisão. Dessa forma, compensações não são mais necessárias. O ol-

har se mantendo horizontal e o campo visual limpo e claro mantém a visão em equilíbrio com o corpo e ambiente, que deve também ser adaptado para minimizar o efeito das compensações corporais. Lembrando que as armações dos óculos devem também ser cuidadosamente ajustadas. Uma armação torta pode provocar inúmeros danos de postura e dores no pescoço ou nos ombros, os quais muitas vezes a pessoa não atribui o problema aos ócu-

Milhões de pessoas sofrem de dores de cabeça. Nenhuma doença é tão comum. O que muitas pessoas não sabem é que um novo par de óculos pode ajudar. Pressão maçante atrás dos olhos, pulsações fortes nas têmporas ou leves batidas no alto da cabeça – dificilmente há alguém que não tenha sofrido de dores de cabeça. Muitas pessoas apenas tomam um comprimido, enquanto outras esperam até a dor passar sozinha. Muitas pessoas que sofrem poderiam ser ajudadas se elas fossem a um oftalmologista para fazer um exame de vista. É como se o seu cérebro ficasse solto e batesse contra o crânio sempre que você se move. Assim é como as pessoas que sofrem de dores de cabeça muitas vezes descrevem seus sintomas. Milhões de pessoas em todo o mundo – mulheres, homens e crianças – sofrem regularmente de entorpecimento, pressão dolorosa, ou dores penetrantes que afetam sua concentração no trabalho e na escola. Encontrar uma solução significa melhorar sua qualidade de vida. E isso é frequentemente mais fácil do que a maioria das pessoas pensa, porque uma deficiência visual é muitas vezes a causa das dores de cabeça. Mais informacoes no www.itcvertebral.com.br


Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

tn família Solidária

Party

A partir das 7h30, com saída e chegada no IFRN, na Hermes da Fonseca acontece a “Pedalada Solidária”, em prol do Varela Santiago. Para participar basta comprar a camisa da campanha do Varela “Nessa Copa Marque um Gol na sua Consciência”.

No visual da beira-mar da Via Costeira de Natal, o Capital Inicial apresenta o show “Lual do Capital” no Imirá, dia 17 de maio. Uskaravelho faz o show de abertura. Feel Strings, Efusion e Jovick completam as atrações da noite, promovida pela Viva Promoções.

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Clics dos melhores momentos da festa Budha Bar Dubai pilotada pelo coleguinha Toinho Silveira, em vivas pela sua idade nova e 38 anos de colunismo social. Os flashes são de Canindé Soares, Helis Verônica, D’Lucca e Bobflash

“Minhas lembranças de Leminski” chega às livrarias do país « LITERATURA » Autor divide Leminski em pop, com

uma estratégia de divulgação pessoal calcada na poesia acessível e o intelectual, e o contido em sua prosa POR JOTABÊ MEDEIROS Agência Estado

S

ão Paulo - Utilizando-se às vezes de artifícios da obra mais experimental do poeta Paulo Leminski, Catatau (1975), e estabelecendo um paralelo entre a própria história de vida e a de Leminski (além de recorrer a uma espécie de recurso “mediúnico”), o escritor Domingos Pellegrini gestou um livro que, embora não deixe de ser uma biografia, vai além do gênero. É como se fosse uma transbiografia. Minhas Lembranças de Leminski chega às livrarias 25 anos após a morte de Leminski, num momento em que a obra do artista atinge impressionante celebridade - 200 mil visitantes viram a mostra Múltiplo Leminski, em Curitiba; a exposição Ocupações Paulo Leminski do Itaú Cultural (2009), com curadoria de Ademir Assunção, foi um dos destaques culturais daquele ano; e o volume Toda Poesia (Companhia das Letras) chegou a bater best-sellers importados, como 50 Tons de Cinza. Nos anos 1980, havia um grafite famoso no muro da Universidade Federal do Paraná: “Pau no Leminski!”. A inscrição é bastante atual hoje: o livro de Pellegrini chega num cenário em que um cruel paradoxo se desenha: apesar de toda a badalação,

para se escrever sobre Leminski, um libertário, os autores encontram um paredão de censura prévia, exercida pela família. Pellegrini (de Londrina, cidade cujos cidadãos natos costumavam ser chamados de Pés Vermelhos) desfrutou da amizade de Leminski (de Curitiba, de origem polonesa, ou polaco), a partir do início dos anos 1970. Morou com ele em São Paulo, durante investida de Leminski para conquistar o mundo pop, tempo em que tomavam quatro garrafas de vodca dupla e depois o poeta mascava bala de hortelã, “por via das dúvidas”. Além do senso de humor, a iconoclastia militante, a profunda erudição sem vaidade e as aparentes contradições bem resolvidas, o próprio processo de produção poético de Leminski é analisado pelo amigo, que confessa não partilhar de certos gostos do autor - como, por exemplo, a admiração pelo concretismo. Pellegrini divide Leminski em dois: um pop, com uma estratégia de divulgação pessoal calcada na poesia acessível e numa mitologia pessoal, e o intelectual, contido especialmente em sua obra em prosa, como os Ensaios Crípticos e o Catatau. A saga alcoólica de Leminski, o Polaco, aparece com grande impacto no livro de Pellegrini, o Pé Vermelho.

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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

tn família LIEGEBARBALHO.COM

Livro

As famílias de Maurício Marques dos Santos, Maria Nazaré Silva dos Santos (in memoriam), Valdemir Wanderley de Barros (in memoriam) e Maria de Fátima da Silva Barros, estarão unidas com o matrimônio dos filhos, Millena e Iure. Os noivos subirão o altar da Matriz Nossa Senhora da Apresentação, às 19h do dia 24 deste mês. Após a cerimônia, os nubentes receberão os cumprimentos no Centro de Convenções.

Celebrando

O colunista social Toinho Silveira está todo feliz com o sucesso da comemoração do seu aniversário. A ocasião foi de dupla celebração já que o aniversariante também brindou 26 anos de comunicação. A sessão de vivas aconteceu no Versailles Cidade Jardim, e exibiu uma sofisticada decoração toda voltada para ambientação do Budda Bar Dubai, espaço localizado na cidade de maior potencial econômico dos Emirados Árabes. Problema de saúde impediu esta colunista de ir abraçar o anfitrião.

Comunicação

A Universidade Federal do RN lançou na última semana seu centro de apoio à imprensa, numa parceria com o Governo do Estado, Prefeitura de Natal, FIERN e SEBRAE. Conhecido como Presspoint, o local é uma ação extensionista voluntária projetado para funcionar como espaço alternativo de apoio à imprensa brasileira e estrangeira em terras potiguares, durante o período dos jogos da Copa do Mundo. O Presspoint está localizado no complexo de Comunicação da UFRN.

As cunhadas Luzi e Candinha Bezerra

Toinho Silveira com o casal Sami e Sandra Elali, em noite de celebração

Paulo César e Cláudia Galindo foram abraçar Toinho Silveira

Ministro Affif Domingos com o presidente da Fecomercio Marcelo Queiroz durante evento da instituição na capital potiguar

FILANTROPIA O Hospital Infantil Varela Santiago

esteve três vezes em Natal com produção do querido Jorge Elali, a atriz Ingrid Guimarães retorna à nossa cidade com espetáculo inédito. Ela sobe hoje, às 19h, ao palco Teatro Riachuelo. A peça é dirigida por João Fonseca. “Razões para ser bonita” aborda a importância das “embalagens” no mundo contemporâneo, falando sobre o excesso de julgamentos que fazemos dos indivíduos à nossa volta.

segue com a campanha “Nesta Copa, Marque um Gol na sua Consciência”. Através da venda de camisetas, a unidade de saúde pretende angariar fundos para adquirir um tomógrafo, que custa aproximadamente R$ 700.000,00. O aparelho ajuda no diagnóstico de doenças, na avaliação de sua gravidade como também no auxílio do tratamento. Cantores, jornalistas, blogueiros e políticos já abraçaram a causa. Para participar basta acessar o site www.hospitalvarealsantiago.org.br.

»ELAS&ELAS »

Fátima e Lígia Carreras

Agora o Sol e Plutão estão em harmonia com seu Sol natal e fazem com que você esteja com a corda toda. Você pode concentrar-se nos assuntos pessoais e em tudo o que exija capacidade de afirmação. DICA: suas iniciativas no sentido de abrir novos caminhos e expandir-se serão especialmente bem sucedidas.

Gêmeos 21/05 a 20/06 No decorrer destas dias o Sol e Plutão aliam-se e anunciam uma fase ótima para você dedicar-se aos estudos e atividades intelectuais de um modo geral. Sua capacidade de aprendizado está em alta e você pode ampliar seus conhecimentos. DICA: Saturno aconselha você a só pensar positivamente, para atrair coisas boas.

Câncer 21/06 a 21/07 Plutão vibra positivamente para o signo oposto ao seu, por isso possibilita que você se relacione de modo muito mais harmonioso com todos a sua volta, principalmente com quem ama. Sua capacidade de entender e aceitar os outros está em alta. DICA: Júpiter lhe torna uma pessoa muito mais ambiciosa e batalhadora.

Leão 22/07 a 22/08 Como o Sol e Plutão magnetizam sua casa do serviço, estes dias prometem ser muitíssimo propícios para você concentrarse nas questões práticas e organizar-se melhor. Você tende a dar a devida atenção aos detalhes das coisas e pode sair-se bem em tudo o que exija eficiência. DICA: seja flexível com todos.

Virgem 23/08 a 22/09 O ótimo aspecto que une o Sol a Plutão lhe concede uma dose extra de bom gosto, ajuda você a dar um trato no visual e a renovar-se. Os cuidados que você dedicar à imagem estão favorecidos. DICA: esses astros também dão a maior força aos assuntos do coração e fazem com que você esteja mais ardente e sentimental.

Adriana Trindade brindando aniversário

TEATRO Depois do sucesso de “Cócegas“, que

Ana Cláudia Souza

Ainda falando na Copa do Mundo, a Taça já desembarcou no Brasil. Após uma viagem por outros 89 países, o troféu fez um pit stop no Rio de Janeiro, para exibição no Estádio Maracanã. De acordo com a programação, a Taça poderá ser vista na Cidade do Sol no dia 22 deste mês, no Norte Shopping. A federação esclarece que apenas jogadores que foram campeões e chefes de Estado podem tocá-la.

Libra 23/09 a 22/10 O fato de os astros estarem em harmonia anuncia um excelente fim-de-semana para você curtir os amigos e estar com sua turma. Você tende a mostrar-se uma pessoa muito mais aberta, generosa e expansiva e pode inclusive fazer novas e interessantes amizades. DICA: o astral no amor é de grande camaradagem.

Escorpião 23/10 21/11 O ótimo aspecto que o Sol forma com seu planeta Plutão anuncia dias bastante divertidos e movimentados, propícios aos passeios e viagens, de preferência na companhia de quem você gosta. Os amores vão de vento popa, portanto aproveite! DICA: seus dons criativos estão mais marcantes do que nunca.

Sagitário 22/11 a 21/12 Plutão e o Sol aliam-se no sentido de fortalecer sua fé e fazem com que durante esta fase suas imagens mentais se realizem mais facilmente. Você tende a analisar as coisas de modo abrangente e de vê-las como um todo. DICA: ficar a sós com quem você mais gosta contribui para aproximar ainda mais vocês.

LIEGEBARBALHO.COM

Márcia Marinho

As Integrantes da Associação de Ex-alunas da Escola Doméstica estarão reunidas amanhã para celebrarem a Páscoa do Centenário. O encontro acontecerá na sede da Escola a partir das 16h30. A programação contará com missa, celebrada pelo cônego José Mário, e também com apresentações do Coral Noilde Ramalho e do Grupo de Dança Margarida Cabral, numa homenagem especial às duas ex-diretoras. Na sequência será servido um chá. Também com cunho filantrópico, a organização do encontro sugere que cada uma das participantes leve um ovo de páscoa. A arrecadação será entregue às crianças da Casa do Bem.

Arte

A Companhia Caravana Tapioca finaliza hoje sua turnê no RN com o espetáculo “O Circo Lampezão e Maria Botina“. O espetáculo faz parte de um projeto contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz. Com entrada franca, a peça já passou pelas cidades de Serra Negra do Norte, Caicó, Parnamirim e logo mais às 15h, será exibida no Parque das Dunas. O enredo é inspirado nos cantos, causos e contos do cangaço, mesclando as técnicas circenses a uma dramaturgia inteligente, épica e atual.

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★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ✩ ESTREIA

SOL E PLUTÃO RESTAURAM NOSSAS FORÇAS Agora é exato o excelente contato que o Sol, em Touro, forma com Plutão, que transita por Capricórnio. Esse aspecto facilita bastante as mudanças e processos de reciclagem e faz com que nossas forças regenerativas se manifestem com toda sua plenitude. Esse contato nos permite restaurar nossas energias físicas e psíquicas. Podemos nos renovar sob todos os pontos de vista, sacudir a poeira e dar a volta por cima de velhos traumas do passado. A palavra de ordem durante esta fase é ‘regeneração’. Em harmonia, o Sol e Plutão nos transmitem um dose extra de energia, acentuam nossa alegria de viver e anunciam dias particularmente gratificantes e propícios às questões concretas. Esses astros nos tornam mais objetivos, favorecem as atividades práticas e fazem com que estar em público seja particularmente agradável e estimulante. Eles nos inclinam a atitudes bem mais realistas e construtivas.

Touro 21/04 a 20/05

TAÇA

Páscoa

CLÁUDIA HOLLANDER

Graças ao Sol e Plutão estes dias são excelentes para você concentrar-se nas questões práticas, atuar no sentido de cuidar dos detalhes das coisas e colocar tudo seu em dia. Aproveite para dedicar-se a todas as questões para as quais em geral não tem muito tempo. DICA: não se envolva em aventuras desgastantes.

JOVINHO

Adote Arte & Doe Amor está em cartaz na livraria Nobel da Salgado Filho. Composta por trabalhos de 12 artistas potiguares, que doaram suas obras para o evento cujo objetivo é levantar recursos para ajudar animais abandonados, doentes e em situação de risco. Ammer Jacome, Carlos Sérgio Borges, Clarissa Torres, Aboio Coletivo, Gustavo Rocha, Hilana Ubarana, integram a lista de nomes.

«HORÓSCOPO » Áries 21/03 a 20/04

Lauro Bezerra com o jornalista Márcio Cézar

JOVINHO

A exposição

liegebarbalho@tribunadonorte.com.br

Matrimônio

Lauro brinda com o irmão Fernando Bezerra

Liege Barbalho

Com sessão de autógrafos super prestigiada, o médico, escritor e ex-deputado Lauro Bezerra, lançou na livraria Saraiva do Midway Mall, seu quarto livro intitulado de “ Sic Transit”. Ocasião marcada por encontros e reencontros de amigos muito especiais. A obra, que tem prefácio assinado por Manoel de Britto e apresentação de Álvaro Barreto, o autor faz um passeio a sua infância em Santa Cruz, ressalta os tempos do seminário e da faculdade cursada no Recife, e ainda destaca o período vivido na Assembleia Legislativa do RN, quando exerceu o mandato de deputado até chegar aos dias atuais. Casado com Luzi, é pai de João Bianor, Solange e Suzana, é avó de João Felipe, Fernanda, Rafaela, Luiz Eduardo e Sofia.

Capricórnio 22/12 a 20/01 Durante estes dias Plutão harmoniza-se com o Sol, por isso ativa sua mente e lhe ajuda a aprender através da observação daquilo que se passa a seu redor. DICA: o contato tenso da Lua com Marte aconselha você a não competir exatamente com quem mais gosta e a aliar-se aos outros em torno de metas comuns.

Aquário 21/01 a 19/02 As boas vibrações que Plutão envia ao signo anterior ao seu aconselham você a desacelerar o ritmo e dar maior atenção a suas necessidades íntimas. Esse planeta aumenta o poder da sua fé, por isso suas mentalizações tendem a concretizar-se mais facilmente. DICA: junto com Plutão, o Sol favorece as transações com imóveis.

Peixes 20/02 a 20/03 O contato positivo de Plutão com o astro-rei Sol reforça ainda mais seu espírito prático e lhe dá condições de analisar as coisas de forma bastante racional. Esses planetas tornam o dia ótimo para você colocar tudo seu em ordem. DICA: tenha tato e evite que os amigos deem palpites demais em sua vida afetiva.

★ ★ ★ CAPITÃO AMÉRICA 2 – O SOLDADO INVERNAL (12 anos, dublado e legendado) Moviecom 1. Sessões (leg) 14h30, 17h15 e 20h / Moviecom 3. Sessões (dub) 16h20 e 21h / Cinemark 7. Sessões (dub) 11h20 (sex, sáb e dom), 14h20, 17h40, 20h40 e 23h30 (sáb) / Cinépolis 2 Natal Shop. Sessão (leg) (3D) 13h, 19h e 22h / Cinépolis 4 Norte Shop. Sessões (3D) (dub) 14h45 e 17h30 / Cinépolis 5 Norte Shop. Sessão (leg) 21h30 Após vencer a batalha ao lado d’Os Vingadores, Steve Rogers, o Capitão América, vive tranquilo tentando se ajustar ao mundo moderno. Mas quando um colega da S.H.I.E.L.D. é atacado, ele se vê preso em uma rede de intrigas que coloca o mundo em risco. Unindo forças com a Viúva Negra, Capitão América luta para expor a conspiração. Quando a dimensão da trama maligna é revelada, os heróis pedem ajuda a um novo aliado, o Falcão. Contudo, eles logo se vêem enfrentando um inimigo inesperado — O Soldado Invernal. Direção: Anthony Russo e Joe Russo ★ ★ COPA DE ELITE (14 anos, nacional) Moviecom 2. Sessões 14h25 e 19h15 / Cinemark 3. Sessão 18h50 / Cinépolis 5 Norte Shop. Sessão 18h40 Prestes a sediar a Copa do Mundo, o Brasil vê

nas telonas uma série de paródias dos filmes nacionais mais importantes dos últimos tempos. Direção: Vitor Brandt ★ ★ DIVERGENTE (14 anos, dublado e legendado) Moviecom 2. Sessões (dub) 16h30 e 21h20 / Cinemark 4. Sessões (leg) 13h30, 16h30, 19h20 e 22h20 / Cinépolis 3 Natal Shop. Sessões (leg) 16h45 e 22h15 / Cinépolis 6 Norte Shop. Sessão (dub) 20h55 Em um futuro distópico, uma jovem luta para se libertar de uma sociedade dividida em facções determinadas por características genéticas. Direção: Neil Burger ★ ★ INATIVIDADE PARANORMAL 2 (14 anos, dublado e legendado) Moviecom 3. Sessões (dub) 14h20 e 19h Sátira de filmes de terror, com paródias das produções que simulam gravações reais e amadoras. Depois de perder a namorada em um acidente de carro, Malcolm (Marlon Wayans) conhece e se apaixona por Megan, mãe solteira de dois filhos. Enquanto se muda para uma nova casa com a família, ele descobre que eventos paranormais bizarros cercam as crianças e a propriedade. Para complicar as coisas, sua ex-namorada está de volta do mundo dos mortos. Direção: Michael Tiddes


Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

tn família

» O SIM DE MARGÔ & JÚLIO »

PALUMBO EM ESTADO DE SÍTIO Gente estamos ilhados em casa. Está difícil de ir as farmácias, salões de beleza, academias, bares, parar nos sinais e agora padarias. A nossa posição geográfica é complicada: estamos cercados por Mãe Luíza, Brasília Teimosa, Rocas, Paço da Pátria e a Ponte de Todos a ligar o bairro com a Zona Norte. Os delitos e assassinatos acontecem e a fuga é rapidíssima. Felizmente precisou de mais uma vítima da Polícia para tirar de circulação mais um grupo de jovens delinquentes. Jovens com perfil de família estruturada, com emprego...Roubam e matam para ostentar mais!!! Viva os programas de tvs e mídias sociais que incentivam o consumo. E aí Governadora, sr. Secretário vamos ficar enjaulados para não sermos a próxima vítima??? Quem vai pagar a conta dos impostos que os comerciantes e empresários pagam e o governo arrecada...

Uma sobrinha querida, Margarida Melo Santos, filha de Roberto José Nelson dos Santos (Beto) e Rosa Melo Santos, teve a celebração do seu casamento pelo Padre Inácio (sempre brilhante, com uma homilia jovem e carismática) em cerimônia religiosa, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da

Apresentação. O noivo, JULIO, filho de Júlio Fernandes Maia Neto-Maria de Fátima de Miranda Maia. Foi uma cerimônia linda, marcada pela emoção dos noivos e da família. Após a cerimônia religiosa, uma recepção nos salões do Versailles. Uma noite linda, com o griffo do Versailles, comandada

COMEÇANDO A SEMANA!!!

pessoalmente pelo casal Ronaldo-Marília Melo. Excelente... A noite foi perfeita com os noivos circulando e agradecendo as presenças, mas também aproveitando a festa. Margô estava linda num vestido de Valéria Gurgel. Vocês podem conferir os muitos clic’s no nosso portal nahorah.net

Promovida pela pastoral da Igreja Santa Terezinha, acontecerá nesta segunda-feira, às 15h, nos salões da AABB. Senhas na Secretaria da Igreja.

PROFISSIONAL

HONDA FIT

Com lançamento 2015 faz a festa da Honda/Motoesta nos seus 15 anos. Na próxima terça festa dupla com os 15 anos doGrupo.

hilnethcorreia@tribunadonorte.com.br

Abraçar e festejar (hoje) Kleber Torquato Rêgo, José Roberto Alves Cavalcante, Josy Medeiros, Ana Carolina Maranhão, Luciana Marinho e Silva, Pedro Ratts...SEGUNDA: um beijo especial para Mílvia Galvão Melo ; Marília Siqueira, Edna Câmara...TERÇA : nossa queridinha Adriana Trindade de Oliveira; Kátia Campos, Ramon Marinho Vasconcelos, Ana Emília Galvão, Isabela Ramalho Azevedo, Marcos Nepomuceno...QUARTA : Flávia Santa Rosa Barbalho.

Hilneth Correia

PARABÉNS PARA VOCÊS

1- As ex-alunas da Escola Doméstica se reunirão nesta segunda, às 16h30, na Escola Doméstica para celebrarem a Páscoa do Centenário da ED. Na programação, que se insere nas comemorações pelos 100 anos da Escola, haverá missa, celebrada pelo padre José Mário, e apresentações do Coral Noilde Ramalho e do Grupo de Dança Margarida Cabral. Os ovos de páscoa serão entregues às crianças da Casa do Bem.

2- FESTA DAS MÃES

O Natal Convention Bureau promoverá nesta terça, no Versailles Recepções, um evento em comemoração ao Dia do Profissional de Eventos com palestra da consultora internacional na área de Eventos e Comunicação empresarial, Tânia Trevisan...* O lançamento da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada.

CONVITE DE MILLENA

Discreto, elegante o convite para o casamento de Millena e Iure, assinado pelos pais Maurício Marques dos SantosMaria Nazaré Silva dos Santos (In memoriam); Valdemir Wanderley de Barros (In memoriam)-Maria de Fátima da Silva Barros. A cerimônia religiosa será na nossa Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, seguida de recepção no Centro de Convenções, no próximo dia 24, às 19hs.

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» BUDHA & PELE » O colega Toinho Silveira comemorou mais um ano de vida e 38 de jornalismo em grande estilo. Uma sexta, que nos fez ir a “Buddha Bar Dubai”, no Versailles Recepções. Parabéns ao querido Clodoaldo que jogou o ouro nos Budas com muita elegância. Transformou num autêntico Budha Bar. Uma noite com buffês de nomes estrelados da cidade, deliciosos... LANÇAMENTO “QUE PELE” - Muitos tops da terrinha prestigiaram o lançamento do livro de Graça Silveira na última quarta-feira, na Saraiva. Graça já havia lançado o livro no último dia 15 no Rio, em noite concorrida na Livraria Argumento, no Leblon. Confiram outros clics no nosso nahorah.net

EXPOFRUIT

Acontecerá nesta quarta, às 19h, no auditório do SEBRAE, em Mossoró. A 17ª edição da feira, que este ano tem como tema “Venha conhecer o precioso sabor da nossa região”, em setembro, no expocenter/UFERSA, em Mossoró.

MISSA DE JANE

TOINHO RECEBE EM DUBAI- VERSAILLES

Será nesta segundafeira na Capela do Colégio Maria Auxiliadora, às 19h a missa de 7º Dia de Jane Fernandes Madruga.

ANALICE FERREIRA

A “Galega” reúne amigos e a família para comemorar aniversário. Um domingo de “Béééééééé´”. Show!

QUE PELE... GRAÇA SILVEIRA recebe em noite de autógrafos

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“O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” DIVULGAÇÃO

★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ✩ ESTREIA

l O ESPETACULAR HOMEM ARANHA 2: A AMEAÇA DE ELETRO (12 anos, dublado e legendado) Moviecom 4. Sessões (dub) 14h20, 17h15 e 20h10 / Moviecom 6. Sessões (3D) (dub) 12h55 (qui, sáb e dom), 15h45 e 18h40 / Moviecom 6. Sessão (3D) (leg) 21h35 / Cinemark 1. Sessões (dub) 12h50, 15h50 e 19h / Cinemark 1. Sessão (leg) 22h10 / Cinemark 2. Sessões (3D) (leg) 11h50 (exceto seg, ter e qua), 14h50, 18h, 21h10 e 0h15 (sáb) / Cinemark 6. Sessões (3D) (dub) 10h50 (exceto seg, ter e qua), 13h50, 16h50, 20h e 23h (sáb) / Cinépolis 1 Natal Shop. Sessões (3D) (leg) 13h15, 16h15, 19h20 e 22h30 / Cinépolis 5 Natal Shop. Sessões (3D) (leg) 12h45, 15h40, 18h45 e 21h50 / Cinépolis 6 Natal Shop. Sessões (dub) 12h (qui, sex, sáb e dom) e 18h / Cinépolis 6 Natal Shop. Sessão (leg) 15h / Cinépolis 1 Norte Shop. Sessões (3D) (dub) 14h30, 17h45 e 21h / Cinépolis 2 Norte Shop. Sessões (3D) (dub) 15h30 e 18h35 / Cinépolis 2 Norte Shop. Sessão (leg) 21h45 / Cinépolis 3 Norte Shop. Sessões (dub) 13h30 e 16h45 / Cinépolis 3 Norte Shop. Sessão (leg) 19h45 Peter Parker (Andrew Garfield) tem novos desafios pela frente: enfrentar os traumas e dramas do seu passado, lidar com a volta do seu amigo Harry Osborn e manter o perigoso romance com Gwen (Emma Stone). Nesse meio tempo ainda terá de lutar contra dois novos antagonista, os vilões Rino e Electro. Direção: Marc Webb

★★★ RIO 2 (Livre, dublado) Moviecom 5. Sessões 14h50, 17h e 19h10 / Cinemark 3. Sessões 11h40 (exceto seg, ter e qua), 14h e 16h20 / Cinépolis 3 Natal Shop. Sessões 14h15 e 19h45 / Cinépolis 4 Natal Shop. Sessão 17h / Cinépolis 5 Norte Shop. Sessões 14h, 16h30 e 19h / Cinépolis 6 Norte Shop. Sessão 13h45 e 16h18 Blu, Jade e seus três filhos estão vivendo a perfeita vida doméstica no Rio de Janeiro. Quando Jade decide que as crianças precisam aprender a viver como pássaros livres, ela leva toda a família em uma aventura pela Amazônia. Enquanto Blu tenta se adaptar com os novos vizinhos, ele se preocupa com a possibilidade de perder Jade e as crianças para o mundo selvagem. Direção: Carlos Saldanha

Shop. Sessão (3D) (dub) 20h30 Adaptação da história bíblica sobre a Arca de Noé. Em um mundo devastado pelos pecados humanos, Noé (Russell Crowe) recebe uma missão divina: construir uma arca para salvar homens e animais do dilúvio que se aproxima. Direção: Darren Aronofsky

★★★ HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO (12 anos, nacional) Moviecom 5. Sessão 21h25 / Cinemark 5. Sessão 19h30 (seg e ter) A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda totalmente com a chegada de um novo aluno na escola. Ao mesmo tempo em que precisa lidar com os ciúmes da amiga Giovanna, ele tenta entender os sentimentos despertados pelo recém-chegado. Direção: Daniel Ribeiro

★★★ SOS MULHERES AO MAR (12 anos, nacional) Cinemark 5. Sessões 15h10 e 19h30 (exceto seg e ter) Adriana (Giovanna Antonelli) não está em um bom momento: ela não consegue uma editora para publicar seus livros e ganha a vida legendando filmes pornôs. Para piorar, seu marido pede o divórcio. Em meio à fossa da separação, ela descobre que o ex fará um cruzeiro ao lado da nova namorada. Incentivada pela irmã, decidem embarcar no mesmo cruzeiro no intuito de reconquistá-lo. A empregada, que tenta ajudar a patroa a todo custo, também embarca na aventura. Direção: Cris D’amato

★★★ NOÉ (14 anos, dublado e legendado) Moviecom 7. Sessões (dub) 15h, 17h50 e 20h40 / Cinemark 3. Sessões (3D) (leg) 21h e 23h50 (sáb) / Cinépolis 2 Natal Shop. Sessão (3D) (leg) 16h / Cinépolis 4 Norte

l GETÚLIO (12 anos, nacional) Cinemark 5. Sessões 13h, 17h20 e 21h50 / Cinépolis 4 Natal Shop. Sessões 13h45, 20h e 22h40 Retratados os momentos finais da crise que levou à morte do então presidente Getúlio Vargas (Tony Ramos), nos 19 dias que antecedem o 24 de agosto de 1954. Direção: João Jardim

Peter Parker (Andrew Garfield) adora ser o Homem-Aranha, por mais que ser o herói aracnídeo o coloque em situações bem complicadas, especialmente com sua namorada Gwen Stacy (Emma Stone) e sua tia May (Sally Field). Apesar disto, ele equilibra suas várias facetas da forma que pode. No momento, Peter está mais preocupado é com o fantasma da promessa feita ao pai de Gwen, de que se afastaria dela para protegê-la. Ao mesmo tempo ele precisa lidar com o retorno de um velho amigo, Harry Osborn (Dane DeHaan), e o surgimento de um vilão poderoso: Electro (Jamie Foxx). A Sony gastou US$ 210,1 milhões em Nova York para produzir “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”, maior filme já produzido no estado norte-

americano, de acordo com relatório feito pela MPAA (Motion Pictures Association of America) e divulgado pela revista Variety. De acordo com o relatório, o filme, que estreia no Brasil nesta quinta (1º), pagou US$ 44 milhões em

salários a residentes de Nova York, US$ 4,5 milhões em impostos estaduais e US$ 150 milhões em gastos gerais, assim como US$ 1,9 milhões em alimentação, US$ 4 milhões em locações e US$ 5,7 milhões em hotéis.


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tnfamília

Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 04 de maio de 2014

y x e S Lady Vestido Caos para Yolla Village usado com casaco Rosana Bernardes para Tereza Tinôco e acessórios Sol Bijoux

rno, ados deste inve ic st fi so s ok lo os renovam os ecotes poderos d e licações de a ad st u aj a les e algumas ap Silhuet tu , ôs ic tr s, n ti rocados, ce volta a ser as rendas, os b verno, e o preto nessa linha vale in É s. d ee tw as peles ou os “aquecer” vale se com bordô, ra Pa o. lh ri b em contraponto ou ” al ot “t ta os rop am força te, seja numa p acessórios ganh Os . al essencial na noi im an as com estamp os e até mesmo d ja an os com grande ar al a, es turqu rados e pratead ou d s ai et m ecem em que um oturna” e apar rdade, sabemos nessa pegada “n ve a d em b A s. os e corrente er mais edrarias, acrílic e querem parec u variedade de p q os d a d ri fe ns é a cor pre lá suas vantage m te o” h n ti re “p rasar! xy. É vestir e ar se s ai m es er lh ém das mu magros e tamb

Saia Renata Campos e blusa Cheroy para Yolla Village usado com cinto GIG. colar Rosana Bernardes para Tereza Tinôco, bolsa Sol Bijoux e sandália Jorge Bischoff

Vestido Corporeum e sandália Cavage para Tereza Tinôco usados com colar Sol Bijoux Ficha Técnica Fotógrafo: Alex Costa; Direção de moda: George Azevedo; Styling: Equipe Glam; Beleza: Anilson Knight (Lirêda Coiffeur); Modelo: Deise Benicio (Tráfego Models); Agradecimentos: Gabriel Terceiro e Antiquário Raridades.

Vestido Estrela Viva usado com acessórios e bolsa Sol Bijoux e sandália Cavage para Tereza Tinôco

Vestido Bain Douche usado com acessórios Sol Bijoux e sandália Jorge Bischoff

NEWS:::::::::::: ** O RN pode ganhar duas novas lojas da Riachuelo. A novidade foi divulgada pelo vice-presidente do Grupo Guararapes, Flávio Rocha, em entrevista para esta TN. A previsão é que elas sejam instaladas no Natal Norte Shopping e no shopping Praças das Dunas, novo shopping de Parnamirim. ** A modelo potiguar Fernanda Tavares posou junto com o seu marido, o ator Murilo Rosa, para a campanha da coleção OutunoInverno 2014 da marca Malwee Liberta. As fotos foram feitas em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, com o tema “Com você, eu me sinto em casa”. Juntos há sete anos, o casal protagonizou momentos de romance e cumplicidade durante o ensaio. As fotos ficaram lindas! ** Em dúvida no que dá para a mamãe no dia dela? Uma boa é o vale compras que a grife Mercatto está disponibilizando para suas

clientes, os valores variam de R$60,00 R$100,00 e R$150,00. Vale lembrar que a loja lançou recentemente a sua coleção de outono-inverno 2014 para os natalenses. Passa lá e confira tudo! ** Outra boa dica para os Dia das Mães é se jogar na promoção da Schalk. É o seguinte, a cada R$ 100 em compras você concorre a um super jantar acompanhado por ela. Gostou? Então passa já nas lojas do Praia Shopping, Hiper Bompreço, João Câmara, São José de Mipibu e São Carlos em São Paulo. ** Hoje e amanhã, 05, o Hair Stylist Sérgio G, responsável por cuidar das madeixas de famosas como Tânia Khalill, Gianne Albertoni, Fernanda Lima e Renata Ceribelli no badalado Studio W Iguatemi-SP, estará por terras potiguares pra ministrar um workshop para a equipe do salão M Hair. O salão que fica localizado na Afonso Pena pretende fazer com

que nas próximas visitas de Sérgio a cidade ele já comece a atender as natalenses. Vale aguardar! ** E rolou burburinho fashion na última terça-feira, 29, em São Paulo. Por lá, a marca John John lançou o seu inverno 2014 em um badaladíssimo coquetel na flagship da grife nos Jardins. O ponto alto do evento foi à presença vip a cantora Avril Lavigne. Arrasou! ** Após ser eleita como a mulher mais bonita do mundo pela revista “People” a queniana, Lupita Nyong’o foi o nome anunciado no line up de apresentadores do Fashion Awards, a premiação está marcado para acontecer no dia 02 de junho, em Nova York. Lupita será a responsável por entregar a estatueta ao melhor estilista de moda feminina, na disputa que será travada entre Alexander Wang, Joseph Altuzarra e Marc Jacobs. Palpites sobre o vencedor?


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PARTE INTEGRANTE DO JORNAL TRIBUNA DO NORTE - NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE - LINHA DIRETA DO ASSINANTE NATAL: 4006-6100 - R - 6261

Natal • Rio Grande do Norte Domingo • 04 de maio de 2014

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BENITO DI PAULA CELEBRA 40 ANOS: ASSINANTE TN TEM 50% DE DESCONTO EM ATÉ DOIS INGRESSOS

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MALÉVOLA: ASSINANTE TN PODE GANHAR INGRESSOS PARA O FILME

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INFORMAÇÃO E LAZER PARA O ASSINANTE


������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 2 TRIBUNA DO NORTE • Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 04 de maio de 2014

teatro DIVULGAĂ‡ĂƒO

Nada mais que aparĂŞncias A

da imagemâ€?, diz a atriz Ingrid GuimarĂŁes em entrevista ao CLUBE DO ASSINANTE. Na peça ela ĂŠ Steph, que fica sabendo que o namorado Greg comentou com um amigo que acha o rosto dela “apenas comumâ€?. Ela fica transtornada e termina a relação. Confira o bate-papo: É uma peça mais para rir ou para pensar?

É uma peça pra rir e pensar porque o humor ĂŠ a melhor maneira de se falar de coisas sĂŠrias. A aparĂŞncia fĂ­sica tambĂŠm ĂŠ tĂŁo importante no teatro quanto na televisĂŁo?

O teatro ĂŠ muito mais generoso em relação a isto, vocĂŞ pode ser o que quiser independente do que ĂŠ de verdade. No teatro, o talento e disponibilidade fĂ­sica se sobrepĂľem Ă beleza. A adaptação recebeu algum “temperoâ€? brasileiro? Se sim, qual?

Foi difícil por um lado porque a diferença social aqui Ê grande,

omente assinante da Tribuna tem direito a um clube de vantagens! Neste mĂŞs de maio, alĂŠm de todas as promoçþes culturais, o CLUBE DO ASSINANTE TRIBUNA DO NORTE traz para vocĂŞ uma parceria imperdĂ­vel: assinante TN pode aderir Ă NET e usufruir de benefĂ­cios EXCLUSIVOS. SĂŁo canais especiais, mais de 4 mil tĂ­tulos de filmes, jogos das sĂŠries A e B do BrasileirĂŁo, campeonatos estaduais, alĂŠm do dobro da velocidade da internet. Mas corra que tudo isso ĂŠ por tempo limitado! Assinando a Tribuna, alĂŠm de ter o melhor conteĂşdo jornalĂ­stico do Estado no conforto da sua casa ou trabalho, vocĂŞ pode ganhar ingressos para o Moviecom e Cinemark, pagar meia em vĂĄrios shows e espetĂĄculos teatrais no Teatro Riachuelo e Teatro Alberto MaranhĂŁo, ter descontos variados em mais de setenta estabelecimentos comerciais, tais como academias, floriculturas, cursos de idioma e lanchonetes, participar de sessĂľes exclusivas de cinema, entre outros benefĂ­cios. Ligue 4006-6111, assine agora e saiba mais sobre essas e outras vantagens que sĂł o jornal lĂ­der em circulação no Rio Grande do Norte oferece para vocĂŞ. É simples, rĂĄpido e fĂĄcil. TRIBUNA DO NORTE – O melhor jornal, para o melhor leitor.

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ComĂŠdia “RazĂľes para ser bonitaâ€? discute relaçþes e padrĂľes de beleza. Assinantes da TN tĂŞm 50% de desconto em atĂŠ 2 ingressos inda hĂĄ muita gente que costuma julgar o livro pela capa. O espetĂĄculo “RazĂľes para ser bonitaâ€?, que encerra sua pequena temporada em Natal neste domingo, Ă s 19h, no Teatro Riachuelo, discute a questĂŁo de forma crĂ­tica e bem humorada. A obra escrita pelo americano Neil LaBute jĂĄ foi sucesso da Broadway e tem a versĂŁo brasileira dirigida pelo premiado JoĂŁo Fonseca. Assinantes da TRIBUNA DO NORTE tĂŞm 50% de desconto em atĂŠ dois ingressos (valor inteiro). A peça discute a importância que a “embalagemâ€? ocupa no mundo contemporâneo, o excesso de julgamento em relação Ă s pessoas, e o quanto padrĂľes de beleza vigentes influenciam em decisĂľes pessoais. A trama traz os atores Ingrid GuimarĂŁes, Marcelo Faria, Alina Fanju e Gustavo Machado vivendo dois casais Ă s voltas com sofrimentos e angĂşstias gerados por questĂľes de aparĂŞncia. “A humanidade estĂĄ escrava

Ă” PALAVRA DO EDITOR

Marcelo Farias e Ingrid GuimarĂŁes sĂŁo um casal em crise

e lĂĄ eles eram operĂĄrios de uma fĂĄbrica que tinham carro, apartamento e jantavam fora todos os dias. Por outro lado nĂłs copiamos os valores americanos, entĂŁo esta questĂŁo da beleza e vaidade se encaixam perfeitamente nos padrĂľes brasileiros!

a beleza. A peça tem uma visão critica sobre isto atÊ porque fala sobre relacionamentos e atÊ que ponto estå obsessão influencia na nossa vida pessoal. Tudo isto com muito humor, Ê claro.

- A mulher ainda ĂŠ a maior “vĂ­timaâ€? desse sistema que cobra a aparĂŞncia impecĂĄvel? A peça discute isso?

Gostar de si mesmo Ê fundamental. É aí que a gente descobre nossa beleza e as coisas que realmente importam nesta vida.

Não só as mulheres, mas a humanidade estå escrava da imagem. Em tempos de Facebook e Instagram as pessoas se veem o tempo todo e as ofertas são cada vez maiores. E o pior: começa cada vez mais cedo entre os jovens. Se gasta muito tempo pensando e consumindo

- Por fim: beleza ĂŠ mesmo fundamental?

Serviço: Razþes Para Ser Bonita. Domingo, às 19h, no Teatro Riachuelo. Preços: R$70 (balcão), R$80 (frisa), R$90 (plateia), R$110 (camarotes). Assinantes da TRIBUNA DO NORTE têm 50% de desconto em atÊ dois ingressos no valor inteiro.

Os descontos oferecidos pelas empresas associadas e anunciadas são vålidos durante o mês de maio de 2014. A cada mês ocorrem alteraçþes na listagem. No caso de assinaturas feitas por empresas, uma pessoa deverå ser nomeada como titular do cartão. Os descontos oferecidos não serão cumulativos.

Gerente de Marketing : RicÊlia Santiago Editor : Carlos Peixoto Repórter: Tådzio França Atendimento aos assinantes: Halicene Dantas, Alexsandra Borges e Cibelle Ribeiro End.: Av. Duque de Caxias, 106, Ribeira CEP: 59010-200. Fone: 4006-6100 R-6261-6262 E-mail: clube@tribunadonorte.com.br Fax: 4006-6120 www.tribunadonorte.com.br/clube.php


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show DIVULGAĂ‡ĂƒO

A volta do samba joia

B

enito di Paula tirou o samba do terreiro e o levou para dar um passeio no salĂŁo da boate. Com piano, voz e romantismo, ele voltarĂĄ a Natal no prĂłximo dia 10 de maio para um show no Teatro Riachuelo, Ă s 21h. O maior ‘crooner’ do batuque farĂĄ uma apresentação que vai passar a limpo os seus mais de 40 anos de estrada. O show faz parte do projeto Palco Brasil. Integrantes do CLUBE DO ASSINANTE tĂŞm 50% de desconto em atĂŠ dois ingressos. O cantor e compositor nascido em Nova Friburgo (RJ), criou um estilo que acabou sendo batizado de “samba jĂłiaâ€?. Foi ao piano – sua marca registrada –

Benito di Paula volta a Natal no dia 10 de maio, no Teatro Riachuelo, para passar a limpo seus mais de 40 anos de estrada. Assinantes da TN tĂŞm 50% de desconto em atĂŠ dois ingressos que Benito criou um tipo de samba novo, que permitia acordes jazzĂ­sticos e românticos, mais para o salĂŁo do que para o terreiro. Benito foi crooner de banda baile, por isso seu estilo diferenciado de interpretar samba, afinal, ele cantava de tudo – do rock ao bolero. O batuque fino agradou e virou uma das marcas registradas dos anos 70.

O repertĂłrio do show enfatiza os clĂĄssicos, como “Charlie Brownâ€?, “Retalhos de cetimâ€?, “Sanfona brancaâ€?, “Mulher brasileiraâ€?, “ViolĂŁo nĂŁo se empresta a ninguĂŠmâ€?, “Pagode da ciganaâ€?, “Como dizia o mestreâ€?, “Do jeito que a vida querâ€?, “Bandeira do sambaâ€?, “VocĂŞ vai ficar na saudadeâ€?, “Proteção Ă s borboletasâ€?, “Se nĂŁo for amorâ€?, “Maria

baiana Mariaâ€?, “Sanfona brancaâ€?, entre outros. Benito serĂĄ acompanhado pelo irmĂŁo Ney Veloso (guitarra e cavaquinho), Kauan Veloso (cavaquinho), Edu (contrabaixo), Paulo CĂŠsar (bateria), e Luiz Carlos, Dino e Arrepiado no controle da percussĂŁo. O show tambĂŠm promete algumas surpresas, dentre elas, a participação do filho de Benito, Rodrigo Veloso, tocando e cantando com o pai. Nos Ăşltimos anos Benito tem se dedicado a compor melodias inĂŠditas para seu novo CD e DVD, com formação acĂşstica. O seu primeiro DVD de carreira foi lançado em 2009 – apĂłs dez anos sem gravar -, em show gravado no Viva Rio. O mĂşsico foi acompanhado de uma super banda e, alĂŠm do DVD, lançou tambĂŠm um CD com quatro composiçþes inĂŠditas. O primeiro disco, “Benito Di Paulaâ€?, de 1971, foi censurado

por trazer a mĂşsica “Apesar de VocĂŞâ€? de Chico Buarque. Seu segundo LP, “Elaâ€? tambĂŠm nĂŁo trouxe grande ĂŞxito. Mas estourou nas paradas de sucesso com o terceiro, “Um Novo Sambaâ€?, onde jĂĄ aparecia na capa com sua longa barba e cabelos, inĂşmeras correntes, brincos, pulseiras, etc. O grande sucesso desse disco foi a mĂşsica “Retalhos de Cetimâ€?. Serviço: Benito di Paula e banda. Dia 10/05, Ă s 21h, no Teatro Riachuelo. Preços: R$140 (plateia A e camarotes) e R$120 (plateia B, frisa e balcĂŁo). Assinantes TN tĂŞm 50% de desconto em atĂŠ dois ingressos (valor inteiro). Mais informaçþes pelo 3620-5262/8837-1553.


rie ria na com do s A tra tem od br e B z v i an be dad o d da o B ta ne e ve ras gen fĂ­c e la lo ile s c ios zer cid irĂŁ om e : xc As ad o, o e n UFC can lusi sina o p , e ais vo nte rim int de s co eir ern cin m a o m et em N ĂŞs com a, et.

RaniÊre Castro gerencia as diversas operaçþes realizadas pela NET

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o du mod ao n lo na as id ra icaç ngo nd pala ade d m ĂŁo do o c vr e ric e. A arti e la tem ada as q tec m a N go ze p v ue no re erc Mo ET, s de r es o. E ez m for log si pr ad vil em p tĂŁ q a am ia sĂŁ bili esen o – com pr rim o en uan is Ă­n se sĂŁo e o f da ta hĂĄ t m sa eir vo do ti or d A echa es o m doi ais do a n lvid com mas tro in d qu ai s a d gr ec os u te a o e o or n e 2 up es , v p le ra fe s “c os 0 o sid ire onĂ­v sob tiv re se om em a Am ac cl e el re id cem rvi b N nos e ço oâ€? a d ad NA usiv ndo val a (m t s a d e e tu d e al e v D a u em u de iço q O N s pa ma ou ita) o alm e tel pos – to e ev n . A u O ra sĂŠ ro in ta nt iNE olog ma e pa RT as rie d . A for l c e. on zi T ia io ss E. sin e NE m to ario foi HD ria d ou d “Tr ant van T e ação de , pi e as o ‘ ata es ta st d to A Re resp one tam TV luxo -se da gen ĂĄ of istr tel cur on ira bĂŠ s de ’ Ă de TR s e eab ev so sĂĄ â€?, m h ne um IB xa al isĂŁ s H ve ex 3 oj ce s Une com ha o u l p pl D e t ss er n . C pa do ĂŠ o m el ica , da ĂŞm ida m ante om nh pe pri ano o tr Eri qu tec m as v s T ex ado la nc s. ein ka al t e aio an R cl p am El a N ipa A (U : C tag IBU usiv ela ET l s ie nd e B FC an en N id In , t eg am me çã e 4 ), C ), C al T s es A D ade tern n o, m la an el pe O p et b ĂŠ nm pa al, N incl il tĂ­ ro V al P ecin cia NO ara e t p ga e ui tu Ă­d F e, is n R o ele te rim se t Te ndo los eo C (f Can est TE, s as forn eir c le 3 de Gr ut a e m al si et os on fon D) fi ĂĄt eb l C ĂŞ gu (v m s e , u lm is ol om s d elo es um L m e (c - S b e cid es) ir igh po s Ă om ĂŠr aad , m - t (a nt dis m ies e d ais du ssi o a po ais ob up ra na dic sira gr nte nte io da ad o s - 1 ed s Ăł Âş m eI 3 ĂŞs n-

V ex an pa cl tag ra us en i m va s C ai s da Tecnol o sĂŠ Parce Tribu ogia,

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Serviço


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da ), m - t ( on d m ie de a d as to isp a s do is u ur sin ad os is br pg an an ici iad ra te te oa - de os sĂł 1Âş de 3 m In ĂŞs ).

1

Cinema

Canal Telecine e Claro Vídeo oferecem mais de quatro mil títulos entre HD e 3D, abrangendo filmes, documentårios, biografias, lançamentos, clåssicos, desenhos animados, etc.

2

Futebol

NET ĂŠ a Ăşnica operadora que, pelo valor de uma sĂŠrie do brasileirĂŁo, oferece as sĂŠries A e B, alĂŠm dos quatro campeonatos principais estaduais, atravĂŠs do Canal PFC

3

FOTOS: MAYANE MAINARA

Luta

Canal Combate ĂŠ para os adeptos da UFC, dispondo de um catĂĄlogo de 14 mil tĂ­tulos em que o assinante pode ver e rever diversas lutas jĂĄ ocorridas, em vĂĄrios segmentos

Futebol, UFC e 7ÂŞ Arte Os canais de esporte e cinema sĂŁo os mais requisitados pelos assinantes, segundo Erika. “De abril em diante, sĂł se fala em futebol graças ao campeonato brasileiro. Somos a Ăşnica operadora que, pelo valor de uma sĂŠrie do brasileirĂŁo, oferta ainda as sĂŠries A e B, alĂŠm de quatro campeonatos estaduaisâ€?, explica. A “febreâ€? UFC tambĂŠm ganha as telas atravĂŠs do Mais Combate, que alĂŠm de tudo possui todas as lutas gravadas para o assinante ver ou rever a hora que quiser. A Claro VĂ­deo tem mais de quatro mil tĂ­tulos em sua aba, abrangendo tĂ­tulos HD e 3D em filmes, documentĂĄrios, biografias, lançamentos, clĂĄssicos, desenhos animados, etc. É possĂ­vel assistir a hora que quiser, pausar, retroceder, avançar, etc. Erika destaca o ‘Now’, um serviço de vĂ­deos sob demanda que oferece muita coisa em primeira mĂŁo. “O cliente pode optar por filmes de 1,99 a R$15, dispĂ´r deles por 48 horas, ver, rever, e nĂŁo consumir sua banda larga. AlĂŠm do mais, o nĂşmero de tĂ­tulos ĂŠ muito superior aos dos serviços de cinema na Internetâ€?, explica. Ela tambĂŠm ressalta a questĂŁo da segurança, jĂĄ que tudo pode ser visto sem sair de casa. A facilidade e os benefĂ­cios oferecidos pela TV fechada sĂŁo inigualĂĄveis. “O brasileiro estĂĄ fascinado pela tecnologia, e quer sempre mais. Quando ele compra um aparelho de televisĂŁo de ponta, ele quer o melhor que a tecnologia da ĂĄrea pode oferecer. A TV aberta nĂŁo ĂŠ mais suficiente para esse tipo de consumidor. O serviço que oferecemos representa o futuro do serviços de televisĂŁo, em que tudo se junta em prol da comodidadeâ€?, afirma. Serviço: NET. Rua JundiaĂ­, 383, Tirol. Informe-se mais sobre as vantagens exclusivas oferecidas para o assinante da TRIBUNA pelo telefone 4005-2122.


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cinema O nascimento de uma vilĂŁ

FOTOS: DIVULGAĂ‡ĂƒO

1

A rainha MalĂŠvola, uma das vilĂŁs mais icĂ´nicas das fĂĄbulas europĂŠias e do Walt Disney

Walt Disney reconta a histĂłria da rainha MalĂŠvola, na pele da atriz Angelina Jolie. Assinantes da TN podem ganhar atĂŠ um par de convites para assistir ao filme

T

odo mundo conhece a malvada personagem que atormentava Aurora, a Bela Adormecida. Mas o que havia antes de o coração dessa mulher ter endurecido e se tornado tĂŁo mau? Quais as suas motivaçþes, qual a sua histĂłria? A Walt Disney, pela primeira vez, coloca a vilĂŁ como personagem principal em “MalĂŠvolaâ€?, que estreou es-

sa semana nos cinemas. A direção ĂŠ de Robert Stromberg. Assinantes da TRIBUNA DO NORTE podem ganhar convites para o filme. Fique atento aos anĂşncios diĂĄrios no jornal e saiba como garantir o seu! “MalĂŠvolaâ€? ĂŠ a histĂłria de A Bela Adormecida contada sob o ponto de vista da vilĂŁ. Angelina Jolie interpreta a bruxa, que no começo ĂŠ mostrada como uma “bela e ingĂŞnua jovem com atordoantes asas negrasâ€?. Ela leva uma vida idĂ­lica, crescendo em um pacĂ­fico reino no meio da floresta. MalĂŠvola era uma bela jovem, um ser humilde, pronto para ajudar os demais. AtĂŠ o dia em que um exĂŠrcito invasor de humanos ameaça a harmonia da regiĂŁo e tudo muda. MalĂŠvola se impĂľe como a mais feroz protetora de seu reino, mas acaba sendo vĂ­tima de uma impiedosa traição. Esse fato começa a transformar seu coração, outrora repleto de pureza,

em pedra. Determinada a se vingar, MalĂŠvola enfrenta uma batalha ĂŠpica contra Henry, o rei dos humanos e, como consequĂŞncia, amaldiçoa sua filha recĂŠm nascida, Aurora. Conforme a menina cresce, MalĂŠvola percebe que Aurora ĂŠ a peça essencial para estabelecer a paz no reino – e atĂŠ mesmo para a sua verdadeira felicidade. Elle Fanning faz a jovem Aurora. Juno Temple, Imelda Staunton e Lesley Manville vivem as trĂŞs fadas que defendem a princesa. Sharlto Copley (de “Distrito 9â€?), Miranda Richardson (“Harry Potterâ€?), Kenneth Cranham e Sam Riley tambĂŠm estĂŁo no elenco. Brenton Thwaites, ator australiano que estrelou a nova versĂŁo de “Lagoa Azulâ€?, vive Phillip, o prĂ­ncipe encantado. Vivienne Jolie-Pitt, a filha de quatro anos de Jolie com Brad Pitt, tambĂŠm faz uma pequena participação no longa metragem. O diretor streante Robert Stromberg ĂŠ mais conhecido por seu trabalho como designer de produção em filmes como “Avatarâ€?, e“Alice no PaĂ­s das Maravilhas. MalĂŠvola foi uma criação da Disney apresentada pela 1ÂŞvez no filme “A Bela Adormecidaâ€?, que em 1959 jĂĄ era a adaptação de uma fĂĄbula europeia contada hĂĄ mais de 400 anos. Ao longo dos sĂŠculos a histĂłria sempre ressurgia. A origem da personagemn tambĂŠm variava conforme a versĂŁo. MalĂŠvola, a mulher de asas negras, ĂŠ uma personagem tĂŁo fascinante quanto a princesa.

2

Antes de se tornar perversa, MalĂŠvola ĂŠ mostrada como uma “bela e ingĂŞnua jovem de atordoantes asas negrasâ€?

3

A invasão do bucólico reino de MalÊvola, seguida de uma traição, transformam o coração da rainha e guerreira

4

Juno Temple, Imelda Stauntone e Lesley Manville vivem as trĂŞs fadas que protegem a princesa Aurora de MalĂŠvola


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������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 8 TRIBUNA DO NORTE • Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 04 de maio de 2014

DIVULGAĂ‡ĂƒO

show Revivendo os anos 80

Capital Inicial ap resenta o show “Sa em luau pop na Arena do ImirĂĄ. turnoâ€? Assinantes tĂŞm 50% de de sconto em atĂŠ d ois ingressos em parece que a

N

Dinho Ouro Preto farĂĄ show que mistura hits antigos e novos, com a pegada original do punk de BrasĂ­lia

banda Ca- pĂľ e o Capital com pital Inicial tem Fl 32 anos de (b aixo), FĂŞ Lemos ĂĄvio Lemos estrada. SĂŁo os ve (b te ateria), Yves ra no s do rock nacional Passarell (guita dos anos 80 co rr a) . HĂĄ tambĂŠm m maior alcance en participaçþes do tre diferentes ge s m Ăşs ic os de apoio - Robledo Si raçþes de ouvint lva (teclado e vi es. FĂŁs de todas olĂľes) e as ĂŠpocas deverĂŁo se encontrar no Fabiano Carelli (guitarra e viol ĂŁo). prĂłximo show do O Capital Inicia gr l surgiu a partir na festa Luau do upo em Natal, de dissidĂŞnci as do Aborto ElĂŠ Capital, dia 17 de trico, maio, na arena uma das primei do ImirĂĄ, Via C ras bandas punk os teira. A noitada de BrasĂ­lia. Dinho terĂĄ ainda a band a 1983, e com entrou na banda em Uskaravelho, e o amigo Renato os eletrĂ´nicos Fe Russo el compĂ´s “M Strings, Efusion Ăşsica urbanaâ€?, pr e Jovick. Assinan im eiro tes da TN tĂŞm 50 % de desconto em hit do grupo. Se mudaram para SĂŁ atĂŠ dois ingresso o Paulo em 85 e no s no valor inteir seguinte lançaram o. o primeiro O Capital Inicial disco, sendo elog apresentarĂĄ na iado peocasiĂŁo o show lo rock “limpo, vi “Saturnoâ€? que, go ro so , da nçante, se gundo a prĂłpria e sobretudo com banda, ĂŠ o mais vi petenteâ€?. sApĂłs vĂĄrios suce ceral de sua long ssos, Dinho sai a carreira. em carreira solo em A apresentação 19 93. Durante terĂĄ um os pr Ăłximos cinco an repertĂłrio que un os a banda prae as ticamen te desaparece da diversas fases mĂ­dia do vando mui tos a acreditar qu , legrupo. TrarĂĄ su ces- nha acab e ela tiado. Em 1998, o sos mais antigo su ce s co sso de uma coletânea de mo “Indepen hits faz com que dĂŞ nc ia â€?, a banda volte Ă form “FĂĄtimaâ€?, “Prim ação original. Em eiros errosâ€?, “MĂşsica urbana 20 01 em pl acaram o hit “N â€?, “Provaâ€?, “O pa atashaâ€? s- e uma nova sageiroâ€?, â€œĂ€ sua gera maneiraâ€?, “Fogoâ€? , ra o grupo oi ção de fĂŁs surge pa“NĂŁo olhe pra tr ĂĄsâ€?, “Portas fech tentista. No dia 10 de a- dezembro dasâ€?, e cançþes de 2012 lançaram mais novas, com um noo vo ĂĄlbum, “O bem, o mal e o “Sat indiferenteâ€?, “Noi - uma sonori urnoâ€?. O disco tem tes em brancoâ€?, dade bem crua do “Poucas horasâ€?, “O ’n roll e re rockCristo Redentorâ€? torna Ă s origens , entre outras. so no ras do grupo no inĂ­c O vocalista Din io da dĂŠcada de 80 ho Ouro Preto explicou qual ĂŠ o . clim carreira da band a do show e da a: “O que nortei a Serviço: nossa trajetĂłria ĂŠ busca o entusi as- Luau da Capital. Dia 17 de mo que senti ao mai ver pela primei ra do ImirĂĄ, Via Costeira. Preços o, na arena vez o Aborto E : R$ lĂŠtrico, encont rar ta), R$160 (ĂĄrea VIP), R$240 (bac 80 (pisaquilo que nos ksta fez gostar de ro ck, Vendas na Viva Promoçþes (Shoppi ge). que nos fez serm ng Cios fĂŁs de bandas dade Jardim) e So l Bijoux (Midway de rockâ€?, afirmou o ). Assin antes da TN tĂŞm cantor, que com 50% de descon atĂŠ dois ingresso s

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