Tribuna do Norte - 13/04/2014

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EXEMPLAR DO ASSINANTE

FUNDADOR: ALUÍZIO ALVES - 1921 - 2006

Ano 64 • Número 018 • Domingo, 13 de abril de 2014

União contra a violência nos partos

O ESTILO CHIQUE PARA A MODA FEMININA NA EXPOMINAS

NOVO DRAMA DAS 21H ESTÁ SENDO ESCRITO A SEIS MÃOS

Médicos e pacientes se unem em um movimento de conscientização que vem crescendo na obstetrícia: a não adoção de procedimentos que contrariem a vontade das mães na hora dos bebês nascerem. « TN FAMÍLIA 1 E 3 »

« FAMÍLIA 8 »

MARCO CIVIL DA INTERNET TEM NOVA AUDIÊNCIA NO SENADO « PÁGINA 10 »

»

» TÉCNICO DO AMÉRICA DIZ SER A APOSTA PESSOAL DO PRESIDENTE • ESPORTES 3

« RTV 6 A 8 »

Vulneráveis, escolas públicas tentam driblar a violência « EDUCAÇÃO » Em meio à violência urbana, escolas da rede pública de ensino na capital estão virando alvos

natal Missas e procissão no Domingo de Ramos

fáceis. Na semana passada, um professor, em um estabelecimento da zona Sul, foi assaltado dentro da sala de aula, diante dos alunos. Relatos sobre ameaças e o medo dos traficantes são comuns. Sem proteção policial, alguns estabelecimentos se esforçam para envolver alunos e a comunidade adjacente em projetos esportivos e culturais, extracurriculares, criando uma rede de autoproteção contra a insegurança. « NATAL 1 A 3 » RAYANE MAINARA

EXEMPLAR DO ASSINANTE

A programação da Semana Santa começa na Catedral Metropolitana de Natal, com missas às 7h e 11h. À noite, às 18h30, tem a “procissão dos ramos”. « NATAL 5 »

« PROTESTOS » Projeto vai criminalizar excessos em manifestações

TRAGÉDIAS OCULTAS NO COTIDIANO

entrevista Ministro do TCU prevê “vergonha na Copa” O presidente do Tribunal de Contas da União, João Augusto Nardes, é direto nas críticas, incisivo nas análises. Para ele, “vamos passar vergonha na Copa”. « NATAL 9 »

Enquanto o Congresso discute o projeto que regulamenta as manifestações e criminaliza os excessos, pesquisa mostra a conta dos protestos nas capitais. Em Natal, a estimativa é de R$ 12 milhões. « PÁGINAS 3 E 4 »

atletismo Último dia de inscrição para a corrida de rua

« CAMARÕES » Promotor quer rever licenças administrativas a microcriadores

As inscrições para a 39ª Corrida Tiradentes terminam neste domingo. A prova é considerada a mais tradicional de Natal e a 2ª mais antiga do RN. « ESPORTES 5 »

colunistas Woden Madruga

O MPE publicou recomendação ao Idema para suspender autorização aos microcriadores de camarão, através de atos administrativos. A dispensa de licenças é uma medida do Conema. « ECONOMIA 5 »

Lembrança de Sandoval Wanderley na redação do jornal A União. « PÁGINA 2 »

Gaudêncio Torquato

O recado de Lula é direto: o Governo precisa partir para a ofensiva. « PÁGINA 7 »

« CARIOCA » Flamengo e Vasco lutam pelo título no Maracanã

FALTAM 60 DIAS

Com deficiências estruturais, falta de equipamentos e pessoal limitado, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher cumpre a rotina de coibir abusos, protegendo vítimas da violência familiar. Nas histórias das ocorrências, nem sempre o agressor é um homem, mas todos os casos são trágicos. « NATAL 7 E 8 »

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Abatido pela eliminação na Libertadores, o Flamengo tenta se recuperar hoje contra o Vasco. Clássico no Maracanã começa às 16h e vale o título do Campeonato Carioca de 2014. « ESPORTE 4 »

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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2013

opinião

Jornal de WM WODEN MADRUGA [ woden@terra.com.br ]

Lembrando Sandoval Wanderley

A

brindo e fechando gavetas do velho birô, encostado num canto da sala esquecida, dou de cara com um envelopão já com acentuadas marcas do tempo e, num cartão preso por um clipe enferrujando, anotado o ano de 1972. Cartas, bilhetes, cartões, promissórias pagas, avisos de cobranças e outros papéis. Entre as cartas, encontro uma do jornalista e escritor paraibano, Osias Gomes, também advogado, desembargador e professor da Faculdade de Direito da Paraíba. Fala sobre Sandoval Wanderley, o teatrólogo, o jornalista e o político norte-rio-grandense, nascido em Assu. Os dois foram companheiros de redação no jornal “A União”, de João Pessoa, nos atribulados anos trinta, quando Sandoval exilou-se em terras paraibanas. Apesar da diferença de idades, uns quarenta anos, fui amigo de Sandoval. Fomos amigos e companheiros por décadas. Numa trilha que começa nos papos de redação de jornal, incluindo esta TRIBUNA DO NORTE, na qual assinou uma coluna sobre teatro, e prossegue nos papos do Grande de Ponto, do Tabuleiro da Baiana e por outros cantos da Ribeira, principalmente nas rodas teatrais do tempo em que este batedor de notícias também subia no palco, tentando ser ator, levado por Meira Pires. Mas a minha primeira lembrança de Sandoval foi numa redação de jornal, exatamente na primeira vez que eu entrei numa redação, menino de nove anos, levado pelo meu pai para conhecer o novo jornal fundado por Café Filho. Foi no ano de 1945, primeiros tempos da redemocratização. Ficava num casarão da avenida Rio Branco, mais ou menos em frente ao antigo quartel do 21 BC, do Exército, onde começou a intentona comunista de 1935. Mas isso é outra história. No casarão da Rio Branco, que anos depois abrigaria o Ginásio Natal, do professor Severino Silva, e ho-

je, num outro prédio, funciona uma agência do Bradesco, além do jornal de Café Filho (O Jornal), funcionava também a sede do seu partido, o PSP (Partido Social Progressista). Café era candidato a deputado federal. O jornal ia puxar a sua campanha. Dirigiam a redação dois temperamentos fortes: Sandoval Wanderley e Abelardo Calafange, médico pediatra, jornalista(compassagempor jornais do Rio de Janeiro), deputado estadual e federal. O jornal era todo composto em tipos de caixa (letra por letra) e impresso no muque de dois operários dando movimento a máquina plana. Tome suor, sangue e lágrimas. E gritos. O menino viu, ouviu e nunca mais esqueceu. Não imaginaria que nove anos depois estaria metido noutra redação, mais moderna do que aquela, e que seria companheiro e amigo do “velho” jornalista, ativista político, ator e dramaturgo,semprevestidodepaletóegravata, chapéu de feltro da cabeça cobrindo os cabelos pretos, retintos, que ele cuidava de pintar todas as semanas. Sandoval morreu em 10 de julho de 1972. Ia completar 79 anos.

Cenários de confusão AGNELO ALVES jornalista

O

cenário nacional está confuso, diria mesmo, em crise, gerando desconfiança quase generalizada com os organismos especializados internacionais divulgando números, no mínimo, preocupantes, com prognósticos que vão da expectativa dos investidores ao exacerbamento da oposição que, se não tem o dever de colaborar, tem, entretanto, intransferivelmente, que apontar propostas como alternativas para resolução. Talvez, esteja aí a razão pela qual a queda nos índices de aprovação do governo da presidente Dilma nas pesquisas do IBOPE e DATAFOLHA não tenha resultado em favor dos candidatos da oposição, respectivamente, Aécio Neves do PSDB e Eduardo Campos, do PSB e do seu braço ideológico e radical denominado Rede, representado pela senhora Marina Silva, presos praticamente ao chão, sem andar nem correr e muito menos alçar voo. Que a inflação está no limite da meta estabelecida pelo pró-

Brum

prio governo, todos nós, contribuintes, estamos vendo nos índices divulgados pelos organismos especializados, com consequências inevitáveis para nos nossos bolsos. Mas daí estarmos a caminho para uma tragédia ou mesmo um descontrole, a diferença e a distância são grandes. É preciso, entretanto, o PT dar marcha lenta aos acontecimentos, porque o governo paga caro, com risco de perder as próximas eleições presidenciais. Prefiro enveredar para a tese que venho defendendo há muito tempo neste canto de página. O Brasil está vivenciando o que pode ter o nome democrático mais diverso. Todos nomes, entretanto, pela via eleitoral, para os que estão no poder e os que militam na oposição, ambos com legitimidade das urnas, indispensavelmente. A CPI da Petrobras terá perdido a vez no Congresso Nacional. Usando uma linguagem bem popular, bem a gosto do filósofo Vulgo da Silva, a aeronave feita para voar, atolou no lamaçal escorregadio com o sabão lançado pelos que estão no poder. Ético o recurso usado pelo governo e o PT? Legal? Legíti-

A economia não vai bem. É catastrófica. – A CPI atolou. A decisão está no Supremo. – A Copa está chegando com o padrão FIFA que falta para a saúde e a educação. Quanto à segurança, está chegando”

cês perderam esteve ligado à Paraíba no rumoroso ano de 1930, como bem lembrou o jornal no necrológio. E não foi uma ligação superficial. Chegou aqui encamboado com Café Filho e ambos exilados pelo governador Juvenal Lamartine em virtudedesuaatuaçãopolítica.Aqui trabalhou comigo n’A União, redator desta folha ao lado de Matias Freire, Sinésio Guimarães, Otacílio de Albuquerque, Dustan Miranda, Alfeu Domingues, Antenor Navarro e alguns outros. Escrevia notas e comentários acerca de fatos mais importantes da campanha. E que bem fazia! Uma das maiores alegrias da minha vida tive-a quando, falando a João Pessoa, consegui incluir o seu nome na folha de pagamento dos redatores avulsos, com os minguados vencimentos de duzentos e poucos réis. Estranhei muito quando depois Café Filho, galgando a Presidência da República, não levou Sandoval para ocupar na metrópole do país qualquer lugar de destaque, que ele saberia honrar como ninguém mais. O retrato que o brilhante matutino pintou de Sandoval me pareceu fiel. Na sua humildade, no trato lhano que tinha para com os companheiros. Na capacidade mental. A dor que o Rio Grande do Norte sentiu com a perda do grande jornalista e homem de teatro fica repartidacomaParaíbaecomalguns dos remanescentes do passado aqui fincados, pelos motivos que deixei expressos; Abraços cordiais. Osias Gomes”

Poesia “Meu amigo, nesta idade / Não deve haver ilusão; / Vivemos só de saudades... / A mais fagueira opção” . Esta quadra faz parte do livro inédito “Alinhavos sem linha”, de Salviano Gurgel. Está datada de 15/10/84, logo abaixo do poema “Vagando...”. Salviano, que era comerciante e fazendeiro, apaixonado por política (um dos fundadores do Partido Popular, do dr. José Augusto Bezerra de Medeiros, cuja ata foi escrita pelo menino Aluízio Alves) e pelo ABC, andava por aí na marcha dos 83 anos: “Oitenta e três anos. Foram vividos/ Numa linha regularmente boa. / Recuso-me falar dos tempos idos, / Para ouvir hinos que minha alma entoa.”

Empresa Jornalística Tribuna do Norte Av. Tavares de Lira, 101 - Ribeira - Natal/RN CEP: 59010-200 Fone: (PABX) 4006-6100 Fax: (0xx84) 4006-6124 Endereço eletrônico: www.tribunadonorte.com.br

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Cenário Estadual

mo? Caberá ao Supremo Tribunal Federal, como legítimo e confiável guardião da lei, decidir. Vamos aguardar.

Está caminhando bem a sucessão estadual. As dúvidas estão sendo dissipadas com uma rapidez incrível. Inesperada tanta rapidez.

Copa do Mundo

CPI X-Tudo

E a Copa do Mundo? A Copa do Mundo é uma faca de dois gumes afiadíssimos. Foi projetada para, coincidindo a sua realização com as eleições gerais, ajudar os que estão no poder nele permanecerem, com o Brasil ganhando o título de campeão. Só que a FIFA pintou e bordou e

A CPI do Senado vai fazer investigação até de laboratório. Mas quem melhor definiu a CPI foi Vulgo da Silva: CPI X-Tudo. Uma sátira perfeita com o popular sanduíche, pão, tomate, alface, pimentão, queijo, manteiga, salsicha, bacon, frango, presunto...

Cartas

[ www.rabiscosdobrum.zip.net ]

Aeroclube Muito interessante este posicionamento, que analisa o problema, não pelo ponto de vista ético, muito menos jurídico, mas sobre o impacto urbanístico que a nossa cidade corre, caso o Aeroclube do RN caia nas mãos de construtoras. Concordo plenamente. Quem tiver alguma dúvida, vá na Av. Hermes da Fonseca, em frente ao Aeroclube, a partir das 17 horas. Isto porque ainda não foi entregue o complexo de prédios onde se situava o antigo Hotel Tirol.

A carta Eis a carta de Osias Gomes: “João Pessoa, 16 de julho, 1972. Presado confrade W.M.: Na “Tribuna do Norte” de 11 do corrente acho sua nota a respeito da morte de Sandoval Wanderley, e ela me comove até às lágrimas. Eis que ele também se foi. Quando a gente envelhece, não raro tem a impressão de que é aquele peão deixado em pé no boliche, enquanto os demais são derrubados pela bola implacável sacudida com mão forte. Nessa vida vamos perdendo de um em um os amigos mais aconchegados, estejam ou não perto de nós no espaço geográfico. Sandoval Wanderley era para mim um amigo verdadeiro na sua discrição e até no silêncio que guardava para comigo, desde que, em 1930, se recolhera à cidade de Natal, após a temporada gasta aqui em João Pessoa, numa espécie de vilegiatura política, ao lado de Café Filho e a serviço da ideologia liberal. Nunca visitei, entretanto, o arejado burgo das ribas do Potengy que não o procurasse para um saudoso abraço de reencontro. Era uma devoção essa procura, e que se completava com o aflitivo rebusque de Câmara Cascudo e João Medeiros Filho, além da escalada fluvial até a Redinha, de bote ou de lancha-ônibus, a fim de retemperar o espírito com a paisagem marinha. Os lugares para mim sempre tiveram o seu encanto nas personalidades que abrigam. Em Campina Grande era Hortêncio Ribeiro. Em Recife é Mauro Mota. O jornalista e teatrólogo que vo-

cobra o seu padrão de “Rainha”, caríssimo. E as manifestações estão nas ruas cobrando o mesmo padrão para a saúde, a educação e a segurança. E o governo não tem como atender. Para a segurança está chegando equipamento e muito dinheiro. Ainda bem. Mas e para a saúde e a educação? Aí a confusão aumenta com manifestantes nas ruas, complicando ainda mais o cenário nacional. E se o Brasil não for campeão? Saiam da frente! Mas futebol é jogo e tudo pode acontecer.

presidente@aeroclubern.com.br

Trânsito

São José de Anchieta DOM EDVALDO G. AMARAL arcebispo emérito de Maceió

“Q

uanto à língua, eu estou nela um tanto adiante, ainda que é muito pouco para o que soubera, se me não ocupara em ensinar gramática. Todavia tenho toda a maneira dela por arte” – escrevia Padre Anchieta aos seus irmãos jesuítas de Coimbra em 1555. No ano seguinte, o Pe. Manoel da Nóbrega voltava para a Bahia e já levava consigo A Arte da Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil, escrita por Anchieta, e impressa em Coimbra em 1595. Foi ele o primeiro missionário do Brasil a falar a língua dos nativos. Já o Pe. Nóbrega, vindo para o Brasil em 1549, achava que a língua dos indígenas era incapaz de exprimir os conceitos necessários para a evangelização. Escrevia para a Europa: “São eles tão brutos que têm mui poucos vocábulos para lhes poder bem declarar nossa fé.” Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, dia de S. José – daí seu nome - em Laguna, nas ilhas Canárias, possessão espanhola. Quando estudava filosofia em Coimbra, entrou na Companhia de Jesus, sendo aparentado com o fundador dos jesuítas, Inácio de Loiola. Veio para o Brasil, ainda seminarista, em 1553. Ensinou latim na escola de Piratininga, fundada por ele e Classificados Redação Fax Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal ASSINATURA Mensal (à vista) Trimestral Semestral (à vista) Anual (à vista)

4006-6161 4006-6113 4006-6124 4006-6100 4006-6111 4006-6111 R$ 56,00 R$ 168,00 R$ 336,00 R$672,00

No dia 24, na igreja chamada do Gesú, em Roma, o papa Francisco celebrará solene liturgia de ação de graças pela canonização do Apóstolo do Brasil"

Pe. Nóbrega no dia 25 de janeiro de 1554, festa da conversão de São Paulo, data considerada como a da fundação da cidade de S. Paulo. Com o mesmo Nóbrega, ficou refém em Iperoig para conseguir a pacificação entre índios e portugueses. Conta-se que, prisioneiro dos índios, enquanto Nóbrega voltava a Piratininga para negociar com os portugueses, ao cair da noite, os caciques levaram suas filhas para que escolhesse alguma para dormir com ele. Foi nesta ocasião que escreveu em latim, nas areias da praia, em agradecimento a N. Senhora, seu “Poema à Virgem”, que ele memorizava cada dia, para passá-lo depois para o pa-

PREÇO DO EXEMPLAR Rio Grande do Norte 3ª a Sábado Domingo Outro Estado 3ª a Sábado Domingo

pel em São Vicente. Foi ordenado sacerdote na Bahia em l566. Foi provincial das casas da Companhia de Jesus em São Vicente, S. Paulo e Espírito Santo. Deixou vários escritos em língua tupi, português, castelhano e latim. Na província do Espírito Santo, fundou a vila de Iriritiba (hoje, Anchieta) onde morreu aos 63 anos, em 9 de junho de 1507. O processo de canonização começou em 1617 e só em 22 de junho de 1980, o Papa João Paulo II o declarou bem-aventurado. Finalmente, o Papa jesuíta Francisco fez a chamada canonização equivalente, por um decreto, assinado no dia 3 de abril deste ano, em audiência privada com o Cardeal Amato, que lhe apresentou formalmente o processo de canonização para receber a aprovação papal. No próximo 24 de abril, na igreja chamada do Gesú em Roma, dedicada a S. Inácio de Loiola, o Papa Francisco celebrará solene liturgia de ação de graças pela canonização do Apóstolo do Brasil, para a qual já estão convidados todos os bispos brasileiros. Concluo com esses versos de seu maravilhoso Poema à Virgem: “Que o Espírito de amor com seu fogo celeste / caldeou e, pura assim, toda ouro te fizeste! / Cresceu-me a reta fé desde a mais tenra idade, / por dádiva do Filho e maternal bondade!” FILIADO AO

R$ 2,00 R$ 3,00

FILIADO AO INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

R$ 3,00 R$ 4,00

REPRESENTANTE NACIONAL – Pereira de Souza & Cia Ltda: Rio de Janeiro : (O21)2544-3070 – São Paulo: (011) 3259-6111

FILIADO À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS

Na av. Bernardo Vieira, na lateral do IFRN havia um retorno. Ele foi fechado, devido aos constantes acidentes e aos problemas de congestionamento, que estava causando. Mas agora há uma abertura que dá para passar carros, onde muitos andam cortando caminho para fazer o retorno. Ontem, um ia batendo em meu carro, tentando entrar de vez. E é porque bem ali perto, no cruzamento com a Salgado Filho, ficam amarelinhos organizando o trânsito. Ah um carro velho para jogar em cima de miseráveis como esse. antonioni.rocha@gmail.com

Violência O Brasil tem 3% da população mundial, mas 11% dos homicídios que ocorrem no mundo são no Brasil luiteske@gmail.com

Reis Magos Lamentável, um empresário que já desembolsou recursos na aquisição do edifício e quer investir mais, modernizar, criar empregos, etc. etc., mesmo assim encontra muita dificuldades burocráticas. Desse jeito Natal se distancia cada vez mais da iniciativa privada e continuará na ilusão de que o governo faça alguma coisa pela cidade, pois o mesmo já comprovou a sua incapacidade de investimentos em todas as áreas. j-dsilva@hotmail.com

REDE CABUGI DE COMUNICAÇÃO TRIBUNA DO NORTE 4006-6100 Rádio Globo/Cabugi (AM) Natal 4006-6180 104 (FM) Parnamirim 3272-3737 Rádio Difusora de Mossoró (AM) 3316-3181/2181/3317-6167 Rádio Cabugi do Seridó (AM) J. do Seridó 3472-2759 Rádio Baixa Verde (AM)J. Câmara 3262-2498 Pereira de Souza(SP) 11/3259-6111 Pereira de Souza(RJ) 21/2544-3070


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

política

Notas & Comentários

Projeto define regras para as manifestações

Reivindicações

« LEGISLATIVO » Governo e Congresso articulam votação da proposta que

[ colunanotas@tribunadonorte.com.br ]

Os prefeitos do Rio Grande do Norte pretendem unir esforços para insistir aos deputados e senadores que apoiem a votação das propostas de emenda constitucional que aumentam os recursos destinados pelo Governo Federal ao Fundo de Participação dos Municípios. São duas PECs, uma em tramitação na Câmara e outra no Senado. O presidente da Federação dos Municípios do RN, Benes Leocádio, tem alertado que algumas prefeituras do Rio Grande do Norte ficam com saldo zero nos repasses do FPM, porque as transferências não são suficientes para cobrir os débitos.

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vai regulamentar o controle dos protestos para evitar distúrbio na Copa

MAGNUS NASCIMENTO

Defesa A prefeita de Mossoró, Cláudia Regina, terá que apresentar a defesa nesta segunda-feira, contra o risco de ter o registro de candidatura negado. Ela foi notificada na úl-

tima sexta-feira. Cláudia Regina pode ser impedida de concorrer, uma vez que foi a cassação dela que provocou a convocação do pleito extraordinário.

Decisão A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deverá decidir apenas depois da Páscoa os pedidos da oposição e da situação sobre a instalação da CPI da Petrobras. Rosa Weber

deu um prazo de 48 horas para que, se quiser, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), preste as informações que considerar pertinentes. O prazo termina no início da semana.

Manifestantes ocuparam as ruas e autoridades querem evitar que cenas se repitam na Copa do Mundo, em junho

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Candidatura O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmou que ainda é “cobrado pelas pessoas nas ruas” para ser candidato ainda este ano. “Não estava fascinado pela possibilidade de deixar o Supremo para ser candidato”, disse a repórteres da Agência Estado. Apesar disso, ele não descartou a chance de uma futura candidatura. “Deus dirá”, comentou. O prazo para saída de cargos públicos para quem quer disputar as eleições este ano já venceu. Barbosa demonstrou também ter se cansado de falar sobre o fim do julgamento do caso do mensalão. Quando perguntado sobre o tema, limitou-se a pedir, ainda que educadamente, para “mudar a fita”.

Segurança O ministro da Defesa, Celso Amorim, informou à Câmara dos Deputados que a atuação das Forças Armadas na Copa do Mundo, em junho, dependerá da solicitação dos governadores dos Estados que sediarão as competições. Se não forem convocados, os militares atuarão apenas na defesa do espaço aéreo e na prevenção de ataques terroristas, ciber-

néticos ou por armas químicas. “Qualquer coisa, além disso, vai depender de eventuais solicitações por parte dos governadores. As Forças Armadas não tomam a iniciativa de atuar dessas outras maneiras, além da função primordial que é a defesa”, explicou o ministro, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.

Seridó O lançamento do edital do Projeto RN Sustentável na regional do Seridó está programado para esta segunda-feira (14), a partir das 9h30, no Centro Cultural Adjuto Dias, em Caicó.

m resposta a violência que pegou carona na onda de protestos realizados país afora, a partir de junho do ano passado, Governo e Congresso querem agilidade para aprovar um pacote de projetos com regras para as manifestações. A pretensão é de, até a Copa do Mundo, a lei que regulamenta as manifestações de rua já esteja em vigor. Um acordo foi firmado, em reunião realizada esta semana, entre os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDBRN) e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O projeto de lei do Senado, número 508/2013, que tipifica como crime atos de vandalismo com acréscimo de rigor aos praticados durante as mobilizações, está pronto para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A proposta é do senador Pedro Taques (PDT-MT), um substitutivo ao de autoria do senador Armando Monteiro (PTB-PE). O PL estabelece alterações pontuais ao Código Penal brasileiro, “uma vez que não há uma lei de emergência no país, segundo o senador. Taques argumenta que os recentes abusos criminosos cometidos contra o patrimônio público e privado merecem reprimenda severa do direito penal. “Temos observado o aumento do receio dos cidadãos em participarem das manifestações sociais legítimas em razão tanto dos atos de vandalismo como da repressão policial”, defendeu o senador. Já o ministro Eduardo Car-

Regulamentação Limites para evitar descontrole O quê? Projeto de Lei do Senado 508/2013 tipifica como crime de vandalismo a promoção de atos coletivos de destruição, dano ou incêndio em imóveis públicos ou particulares, equipamentos urbanos, instalações de meios de transporte de passageiros, veículos e monumetos. Vandalismo é crime Lei visa disciplinar a realização das manifestações de rua e impedir durante o período da Copa do Mundo.

PONTOS DA LEI DOS PROTESTOS: à Pena de 4 a 12 anos de reclusão e multa por participar de atos de destruição, danos ou incêndio de patrimônio público ou privado; à Aumenta-se a pena pela metade se cometer lesões a terceiros durantes as manifestações; à Configura como crime o porte de armas brancas ou de fogo em atos

doso destacou que não haverá repressão às manifestações, mas a necessidade de uma legislação que criminaliza os abusos, tanto da parte dos manifestantes como das autoridades policiais. “Queremos garantir a liberdade de manifestações, mas nós não que-

remos abusos”, disse. A pena para o crime de dano ao patrimônio (hoje de 6 meses a 1 ano), caso aprovada, será ampliada para de 2 a 4 anos de reclusão em regime fechado. Os casos de depredação de patrimônio poderão ser investigados pe-

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As manifestações têm implicações financeiras

Proposta integra política de segurança JOSÉ CRUZ

ficado será realizada neste domingo (13) a partir das 13h, em Natal e Mossoró. Os portões serão abertos às 12h. A OAB/RN recebeu 1.845 inscrições, sendo 348 em Mossoró e 1.497 em Natal.

Pagamento aprovada desde março/2010. A ação beneficia cerca de 90 trabalhadores e o pagamento foi feito em folha suplementar na última quinta-feira (10). Das 11 ações impetradas pelo Sinai, cobrando a implantação e o pagamento dos Planos de Carreiras das categorias, até o momento três já foram beneficiadas: Idiarn, Jucern e Ceasa.

à A utilização de máscara, capacete ou qualquer outro utensílio ou expediente destinado a dificultar a identificação durantes as manifestações também passa a ser punido com mais rigor.

Fonte: Gabinete senador Pedro Taques

Avaliação A prova objetiva (1ª fase) do Exame de Ordem Uni-

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Indireta do RN ganhou na Justiça a ação que cobra o pagamento dos 70% do Plano de Carreira dos trabalhadores do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuaria do RN-Idiarn. O Plano de Carreira da categoria corresponde ao redimensionamento das tabelas salariais dos técnicos, conforme Lei 436/2010,

de vandalismo; Aumento do rigor da pena se a o crime de vandalismo é cometido em manifestações pacífica ou se usar artefato de guerra; à

los policiais sem a necessidade de reclamação oficial por parte de quem sofreu o dano. O relator defende ainda punições mais rigorosas para os crimes de lesão corporal. A qualificação do homicídio doloso se cometido em protestos públicos também será agravado. A pena poderá passar para 12 a 30 anos. Hoje a lei estabelece de 6 a 20 anos de reclusão. O aumento da pena da lesão corporal praticada nas manifestações policial tenha amparo para apurar os casos e qualificar o homicídio praticado durante mobilizações de rua. O uso de máscaras que se tornou um símbolo da resistência e afirmação dos chamados Black Blocs também passaria a ser passível de penas mais duras. Pela proposta, ao ser abordado pelo policial, o manifestante que estiver usando máscara será obrigado a se identificar, sob a pena de ser enquadrado no crime de desobediência. Este é um dos pontos não consensuais que poderá arrastar o debate e levar a aprovação para o segundo semestre. A proibição do uso do objeto é inconstitucional. Outro ponto divergente entre os congressista se refere as sanções propostas para casos de abuso policial durante as concentrações pública. Para dar celeridade, Governo e Congresso deverão trara os pontos que não causam divergência para que sejam acordados e os demais entrarão na pauta de discussão.

José Eduardo Cardozo minimiza consequências do atraso

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, minimizou o atraso do governo em avançar na elaboração de uma proposta de projeto de lei regulamentando as manifestações antes da Copa do Mundo da Fifa - o que tem sido apresentado desde o ano passado como parte da política de segurança pública necessária para a realização dos jogos. “É o que eu quero (projeto antes da Copa), o que eu gostaria”, disse nesta terça-feira,08, afirmando que o projeto “visa garantir a liberdade de manifestação e inibir abusos contra os direitos do cidadão”. Cardozo já conversou com os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros, para que seja realizada uma reunião com líderes partidários das duas Casas do

Congresso para “integrar ideias” do que pode ser o projeto de lei. Segundo o ministro, existem cerca de 10 projetos sobre o tema somente na Câmara e outro número semelhante no Senado. O Palácio do Planalto pretende intensificar as conversas com a base aliada no Congresso para “construir uma coisa que possa ser de acordo comum” entre as diferentes correntes de parlamentares, que entre outras posições demonstraram interesse em tipificar abusos em manifestações como atos terroristas. Cardozo também afirmou que existe um “excelente plano de segurança pública” em fase de “ajuste final” para Copa, mas não detalhou quais eram os pontos fortes e as mudanças em andamento na proposta.


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

política

Prejuízo em Natal é de R$ 11 milhões « DANOS » Em dez cidades do país, onde o aumento das tarifas de ônibus foram suspensos ou revogados em

decorrência das manifestações, o prejuízo é de R$ 500 milhões, segundo levantamento da Urban Systems

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nquanto o Congresso debate a nova legislação e se apressa para aprovar a Lei dos Protestos antes do Mundial, empresas de ônibus e o poder público contabilizam os custos para manter o serviço de transporte público. Em dez cidades do país, onde o aumento das tarifas de ônibus foram suspensos ou revogados no ano passado, o prejuízo é de R$ 500 milhões, segundo levantamento da Urban Systems, entidade especializada

em análise de dados. Só em Natal, deixou de ser cobrado na catraca R$ 11,6 milhões, segundo a pesquisa. Na ponta do lápis, a conta pode ser bem mais alta se computados os prejuízos causados por ações de vândalos infiltrados nas mobilizações. A depredação de imóveis públicos, bancos e comércio, que pegaram carona na onda de manifestações, levou o comércio a fechar as portas. EPITÁCIO PESSOA

Veículos de emissoras de televisão foram destruídos

Emissoras de TV e comércio foram vítimas de vandalismo Emissoras de TV também foram vítimas de pessoas infiltradas no movimento. Carros foram queimados e equipamentos roubados. O presidente da InterTV Cabugi, Agnelo Alves Neto, estima em R$ 40 mil o prejuízo do carro usado para a transmissão ao vivo. “Não tivemos como recuperar”, disse. O diretor se disse favorável a proposta que tramita no Congresso. “Somos contra os atos de vandalismo, concordo com o projeto. Não podemos sacrificar o patrimônio seja ele público ou privado”, afirmou. O superintendente da Band Natal, Augusto lamentou não apenas o episódio local que culminou com a destruição de um veículo e roubo de equipamento. “A violência levou a morte do cinegrafista carioca”, afirmou. Ele preferiu não comentar o projeto de lei, por não conhecer o teor. As marcas de vandalismo são

vistas ainda por onde passaram as manifestações. Em placas de sinalização, pontos de ônibus, muros e prédios públicos e privados foram alvos de pichações. O superintendente do DNIT, Walter Fernandes, informou que o Departamento não teve prejuízos financeiros com danos materiais. A Prefeitura não teve como levantar dados solicitados à Semob, pela reportagem. O Shopping Midway Mall, ponto de referência para a concentração dos atos públicos, foi alvo de vândalos e teve vidraças e portas quebradas. A direção do Shopping, por meio de assessoria de imprensa, informou que não comenta sobre gastos e investimentos por questões de segurança e reforçou ser instituição “democrática” e que toma “medidas preventivas de segurança, com vistas à manutenção da tranquilidade e o bem estar no ambiente interno do Shopping”.

SEM REAJUSTE Os 20 centavos resultaram em 500 milhões de reais em prejuízos. Veja quanto deixou de ser cobrado na catraca com a revogação de reajuste em dez cidades do país: São Paulo: R$ 228 milhões Rio de Janeiro: R$ 129 Curitiba: R$ 69,1 milhões Campinas: R$ 62,7 milhões Belo Horizonte: R$ 58,5 milhões Recife: R$ 58,3 milhões Porto Alegre: R$ 29,7 milhões Manaus: R$ 29,8 milhões Natal: R$ 11,6 milhões Campo Grande: R$ 5,6 milhões Cuiabá: R$ 7,8 (*) Valor no período de jul/13 e fev/14, totalizando 242 dias, considerando o reajuste e a média de passageiros/dia, em cada cidade. Como a conta é paga: Desoneração de impostos Tributos estaduais e municipais foram reduzidos para empresas de ônibus em alguns Estados.

Subsídios - os subsídios pagos às empresas de transporte coletivo cresceram em algumas cidades. Redução margem de lucro Empresas reduziram os lucros, onde não houve intervenção do poder público para bancar o prejuízo. Quem pagou o quê: Prefeituras R$ 269 milhões; Empresas de ônibus R$ 186 milhões; Estados R$ 23 milhões. NATAL Seis empresas exploram o serviço de transporte público em Natal, em regime de concessão. Reajuste tarifária: R$ 0,20 Pagantes equivalentes por dia** no período: 240.154,53 Período: 242 dias de jul/13 a fev/14 Valor total ‘prejuízo’ no período: R$ 11.623.479,41 (**) Referência/base de cálculos dos dados de pagantes de jan/12 a dez/12 Fonte: Urban Systems/ pesquisa Revista Exame/

De acordo com o estudo da Urban Systems, os cerca de meio bilhão de reais correspondem a diferença das passagens não cobrada, devido a revogação do reajuste anunciado pela prefeitura, multiplicado pelo número de usuários de ônibus por dia, entre o período de 1º de julho de 2013 até 28 de fevereiro de 2014 - 242 dias. O cálculo considera ainda o aumento dos subsídios repassados pelas prefeituras as operadoras do

sistema de transporte coletivo, a desoneração de tributos estaduais e municipais (ISS, ICMS). E, em algumas cidades, as empresas assumiram sozinhas o custo.

Patrimônio

O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojista (CDL/Natal), Augusto Vaz, estima que para cada dia de comércio fechado há uma queda de 4% no faturamento mensal. “Amargamos mui-

tos prejuízos pela impossibilidade de vender. As pessoas tinham medo de sair para comprar e os comerciantes de terem o patrimônio arrasado”, afirma. A CDL orientou os lojistas a cerrarem as portas em um dia e duas tardes, durante as mobilizações ocorridas no ano passado. Outros fechamentos pontuais ocorreram em alguns bairros e estabelecimentos específicos. “Somado a isto, temos investimentos feitos em tapumes,

proteção de fachadas e contratação de segurança armada, o prejuízo é bem maior”, disse. Vaz ressalta que a CDL é a favor das manifestações pacíficas e do direito da sociedade ir às ruas, mas é necessário conter a destruição e violência. “A lei dos protestos, enquanto ferramenta para combater o vandalismo é não apenas válida como necessária. O que não pode é termos repressão das manifestações”, ressaltou.


Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

política MAGNUS NASCIMENTO

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Previdência chega a São Gonçalo « SEGURIDADE SOCIAL » Ministro Garibaldi Filho inaugura agência da cidade na segunda.

Com isso, o Rio Grande do Norte passa a contar com 38 unidades para atender o segurado

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Garibaldi Filho, ministro da Previdência Social

s quase 100 mil habitantes de São Gonçalo do Amarante (RN) passarão a contar com atendimento previdenciário na sede do município a partir da terça-feira (15). Na segunda-feira (14), o ministro Garibaldi Alves Filho inaugura a Agência da Previdência Social (APS) da cidade. Até então, quem precisava tratar de questões relacionadas à aposentadoria, auxílio-doença e pensão - entre outros assuntos previdenciários tinha que se deslocar 15 quilôme-

tros até a APS Natal Norte. Incluindo São Gonçalo do Amarante, o Rio Grande do Norte passa a contar com 38 agências da Previdência Social em seu território. De 2011 para cá, foram entregues 17 unidades: 13 em municípios que não contavam com agências (Touros, Baraúna, Nova Cruz, Extremoz, Monte Alegre, Canguaretama, Caraúbas, Macaíba, Jucurutu, Parelhas, São José de Mipibu, São Miguel e São Gonçalo do Amarante) e cinco para substituir prédios

existentes (Mossoró, Angicos, Apodi, Patu e Alexandria).

Municípios

“Estamos tomando as últimas providências para inaugurar também a unidade de São Paulo do Potengi. Além dela, estamos construindo novas agências em Ceará-Mirim, Goianinha, Nísia Floresta, Santo Antonio e Martins. Em Mossoró estamos instalando um centro de documentação previdenciária e reformando a sede da Gerência-

Executiva do INSS”, enumerou o ministro Garibaldi Alves Filho. A APS de São Gonçalo do Amarante faz parte do Plano de Expansão da Rede de Atendimento (PEX), que prevê a construção de 720 agências em municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes e que ainda não dispõe de unidade própria para oferecer atendimento previdenciário. A unidade vai oferecer diariamente todos os serviços previdenciários, com exceção da perícia médica, que será realizada

conforme escala a ser definida pela demanda de atendimento. A nova estrutura conta com três guichês para orientação e informação, uma sala para a realização de perícia médica e outra para serviço social. O público será atendido das 7h às 13h, na Rua Vereador Ailton Mendes, Quadra 22, Loteamento Samburá. A unidade será responsável pela manutenção de 9.467 benefícios mensais, injetando mais de R$ 6,7 milhões na economia do município. JÚNIOR SANTOS

Ministros dos tribunais superiores acumulam processos

Estudo aponta dificuldades dos tribunais superiores Um dos principais gargalos hoje dos tribunais superiores - os milhares de habeas corpus impetrados anualmente - poderia ser resolvido se os juízes de primeira e segunda instâncias aplicassem em suas decisões a jurisprudência já pacificada no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido do Ministério da Justiça, mostra que as decisões do Tribunal de Justiça de São Paulo são as mais contestadas por meio dos habeas corpus no STJ. Do total de processos que chegam ao Superior Tribunal de Justiça, 43,8% atacam decisões dos juízes paulistas. O segundo colocado é o TJ de Minas Gerais, com 9,4% de participação. A pesquisa mostra que, de 2008 a 2012, aproximadamente 197 mil habeas corpus chegaram ao STF e STJ. E a taxa de concessão dos pedidos é, de acordo com o levantamento, um dos motivos que encoraja advogados e defensores públicos a recorrer ao STJ e ao STF. No STJ, para onde os advogados recorrem das decisões dos tribunais de Justiça, 27,86% dos pedidos são deferidos. No Supremo, após o filtro feito pelo STJ, o porcentual de sucesso é de 8,27%. “A elevada taxa de sucesso das impetrações no STJ deve ser interpretada como uma alta taxa de reversão das decisões dos tribunais de 2ª instância. Considerando que os temas tratados nos HCs e RHCs (Recursos em Habeas Corpus) perante os tribunais superiores não são novidades - já tendo sido objeto de diversas decisões - a inferência que se pode fazer é no sentido de uma divergência entre as decisões dos tribunais de 2ª instância e as do STF e STJ”, concluem os pesquisadores. Além da taxa de concessão dos habeas corpus, a pesquisa ainda identificou a concentração das disputa em torno de assuntos tratados em inúmeros casos pelos tribunais superiores. Para alguns temas, a taxa de concessão dos habeas corpus chega a 62%, mostrando que os tribunais de justiça não seguem a jurisprudência do STF e do STJ. “O caso da combinação ‘roubo’ mais ‘erro na fixação do regime inicial de cumprimento da pena’ obteve uma taxa média de

sucesso da ordem de 62% dos casos. Trata-se de uma taxa de concessão de HCs e RHCs extremamente alta, considerando que a matéria já fora apreciada tanto na 1ª como na 2ª instâncias”, afirmam os pesquisadores. Em outros temas, a taxa de concessão dos habeas corpus é igualmente elevada. Quando analisadas decisões envolvendo crimes de roubo e a contestação da pena imposta pelos juízes de 1ª e 2ª instâncias, a taxa chega a 49%. Os habeas corpus contra a fixação do regime inicial de pena para condenados por furto são concedidos em 47% dos casos. Por causa disso, conforme os pesquisadores, a tentativa dos ministros do Supremo e do STJ de restringir o uso de HCs por advogados não produziria o mesmo efeito que a aprovação, por exemplo, de novas súmulas vinculantes. Essas súmulas compeliriam os juízes de primeira e segunda instâncias a seguir a jurisprudência pacífica dos tribunais superiores, evitando novos recursos. “Quaisquer restrições que se façam à utilização do HC não serão capazes de atacar o verdadeiro problema do crescimento dessas ações, apenas de mascará-lo”, afirmam os pesquisadores.

Alvo

Além de ser alvo de 43,8% dos HCs no STJ, os casos provenientes de São Paulo atacam especialmente condenações por roubo (29%), tráfico de drogas (25,5%), homicídio qualificado (8,5%) e furto (6,68%). Mais da metade desses HCs envolvem cinco temas específicos, como progressão de regime (16,74%), prisão cautelar sem a devida fundamentação (15,82%), erro na fixação de regime inicial de cumprimento de pena (9,72%), erro na dosimetria (6,15%) e excesso de prazo na prisão cautelar (5,87%). De acordo com o estudo, uma das possíveis explicações para o alto número de processos provenientes de SP é a criação da Defensoria Pública do estado, em 2006. “A implantação e crescimento do serviço de assistência jurídica gratuita no Estado mais populoso da federação alcançou, como era de se esperar, uma grande massa de pessoas que não dispunha de meios para acionar o Poder Judiciário”, argumentam os pesquisadores.


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

geral

Polícia apreende 99 kg de maconha « RODA » Em uma das operações de rotina no Posto da PRF de São José de Mipibu, policiais

encontraram várias malas de viagem em posse de duas mulheres, contendo drogas e armas ALEX RÉGIS

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rês operações realizadas pelas polícias militar, civil e rodoviária federal resultaram na apreensão de drogas, armas e também em prisões neste fim de semana. Na maior das apreensões, policiais rodoviários federais localizaram três malas contendo 99 quilos de maconha em uma fiscalização de rotina realizada na sextafeira no Posto da PRF de São José de Mipibu, por volta das 22h. Já a ação da PM ocorreu no sábado, no Passo da Pátria, em Natal. Houve ainda uma apreensão feita pela Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc), na sexta-feira, no bairro da Redinha, Zona Norte da capital. Na apreensão realizada em São José de Mipibu, a equipe da PRF que estava de serviço abordou um táxi vindo de Natal com duas passageiras que iam para Recife. Durante a fiscalização, as passageiras pareceram nervosas, o que chamou a atenção dos policiais. Com a revista do veículo, três malas foram encontradas, uma no banco traseiro e duas no porta malas do táxi. As passageiras informaram aos policiais que tinham vindo de Recife para visitar uma amiga em Natal e que estavam retornando para casa. Não souberem dizer o nome da amiga, disseram apenas que a conheciam pelo apelido de “Matutinha”. Também não souberam informar o bairro em que a amiga morava. Em seguida, os policiais questionaram o porquê de tanta bagagem, se elas tinham vindo apenas visitar uma amiga. Foi a partir daí que as mulheres, identificadas como Renata Virgínia Mendes, de 35 anos e Natália Tereza da Silva, 21 anos, ambas de Recife, admitiram que estavam transportando maconha. Elas contaram que haviam

Armas, drogas e dinheiro foram apreendidos em três operações envolvendo as polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal

sido contratadas por uma pessoa em Recife para fazer o transporte da droga e que receberiam o valor de R$ 1.500,00, cada uma. Elas relataram ainda que um homem em um carro modelo Fiat Uno branco tinha ido buscálas na rodoviária de Natal. Depois, elas teriam pego a encomenda, sendo deixadas no mesmo local, onde partiram no táxi com destino a capital pernambucana.

PM

Em operação realizada na manhã do sábado, a Polícia Militar prendeu um homem por porte ilegal de arma de fogo e apreendeu cocaína e crack em casas localizadas no Passo da Pá-

tria. Em uma das casas, a PM encontrou R$ 7.636 que seriam provenientes da venda de drogas. A operação foi realizada por cerca de 70 policiais do BP Choque, Bope e 1º Batalhão. A chegada ao Passo da Pátria ocorreu às 6h20. De acordo com o tenente Thales, do BP Choque, sabendo de informações a respeito do tráfico de drogas na área, a PM solicitou através do Ministério Público Estadual que fossem expedidos mandados de busca e apreensão pela Justiça. Na ação, Erivonaldo Paulino de Sena, de 29 anos, conhecido como “Poti”, tentou fugir do cerco da Polícia. “Ele tentou se evadir do local com a pistola na

cintura”, relatou o tenente Thales. Além da pistola 380, R$ 7.636 foram encontrados na casa de Poti. Em outra casa havia quatro volumes de cocaína, pedras de crack, celulares e outra pistola 380.

Denarc

Três homens e uma mulher foram presos em flagrante em uma ação da equipe da Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc), na sexta-feira, no bairro da Redinha, Zona Norte da capital. Com o grupo, a polícia apreendeu cocaína, três balanças de precisão e R$ 985. Os presos foram identificados como Diego Marcos Alba-

no, 26, vulgo “Batata”, Rodrigo Alexandre Silva de Freitas, 33, Paulo Henrique Bonfim Pinto, 22, e Wellen Jéssica da Silva, de 18 anos. As prisões aconteceram após denúncia anônima sobre uma entrega de drogas que ocorreria nas proximidades do Aquário Natal, na Redinha Nova. A equipe da Denarc foi ao local e encontrou três dos acusados no conjunto Jardim das Flores, já com pacotes de cocaína. Em seguida, os policiais seguiram até a casa da companheira de Diego Marcos, Wellen Jéssica, onde mais cocaína foi localizada dentro da bolsa dela. Todos foram presos e conduzidos a Denarc.

Na zona Norte, homem é morto a tiros Um homem identificado como Francisco Ramos do Nascimento, de 34 anos, foi morto a tiros por volta das 2h30 deste sábado na porta de casa, na Avenida Boa Sorte, bairro Jardim Progresso, na Zona Norte de Natal. De acordo com informações da Delegacia de Plantão da Zona Norte, a vítima teria envolvimento com venda de drogas. Conforme a Polícia, Francisco teria saído para a rua após ter ouvido uma pedra batendo no telhado da residência, o que seria sinal de que algum usuário de droga estaria interessado em comprar o produto. Ao sair, a vítima se deparou com dois homens em uma moto que dispararam em sua direção. A arma utilizada no crime era de calibre 38.

Indícios

Na casa, estavam com Francisco seus três filhos, a namorada e ainda o filho dela, uma criança ainda de colo. Ainda de acordo com informações da Polícia, ele já tinha sido acusado de assalto. Apesar da acusação que pesa sobre ele de venda de droga, apenas uma pedra de crack foi encontrada no local e estava na mão da vítima quando foi encontrada pelos policias da Plantão Zona Norte. A Polícia Militar encontrou ainda uma cápsula não deflagrada na cena do crime, além de uma espingarda artesanal que estava dentro da casa da vítima.

Papa nomeia britânica para chefiar Obama diz que direito ao Academia das Ciências Sociais voto está sendo ameaçado « CARGO» Socióloga Margaret Archer Scotford vai administar o cargo mais alto de uma mulher no papado de Francisco

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idade do Vaticano - O papa Francisco nomeou uma socióloga britânica para administrar a Pontifícia Academia das Ciências Sociais, marcando a nomeação para o cargo mais alto de uma mulher em seu papado. O Vaticano anunciou neste sábado que Margaret Archer Scotford conduzirá academia que

« ELEIÇÕES » Presidente dos EUA disse que direito ao voto está sob a pior ameaça dos republicanos desde a aprovação da lei de 1965

EVA N VUCCI

produz pesquisas para ajudar a estabelecer a política da igreja. Entre as prioridades, Francisco deseja dar às mulheres um papel maior na tomada de decisões na igreja. Archer, de 71 anos, substitui outra mulher, nomeada por João Paulo II, Mary Ann Gledon, uma professora de direito da Universidade de Harvard e

ex-embaixadora dos EUA junto à Santa Sé. Archer é diretora do centro de ontologia social na Ecole Polytechnique Federale de Lausanne, na Suíça. Ela passou a maior parte de sua carreira na Universidade de Warwick, no Reino Unido, e foi nomeada para a Pontifícia Academia em 1994. Fonte: Associated Press.

O presidente tem culpado os republicanos por esforços para conter o acesso às urnas

N

ova York - O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que os direitos ao voto estão sob a pior ameaça vinda dos republicanos desde a aprovação da lei histórica de 1965 que marcou a expansão dos direitos para milhões de afrodescendentes norte-americanos e outras minorias. “A verdade gritante e simples é esta: o direito de voto está ameaçada hoje de uma forma que não ocorria desde que o Ato de Direito Eleitoral tornou-se lei quase cinco décadas atrás”, disse Obama a uma multidão de cerca de 1.600 pessoas em uma conferência de direitos civis em Nova York. O presidente prometeu que não deixará os ataques contra os direitos eleitorais passarem em

branco, mas ele não ofereceu detalhes sobre ações específicas que a administração planeja tomar. No ano passado, sete Estados aprovaram restrições eleitorais, que vão desde a redução nos períodos de voto até requisitos de identificação, de acordo com o Centro Brennan para a Justiça na Escola de Direito da Universidade de Nova York. A Estado da Carolina do Norte, por exemplo, adotou uma exigência de identificação com foto, eliminou inscrições no dia da eleição e reduziu o número de dias de votação antecipada. O total 34 Estados aprovou leis que exigem que os eleitores mostrem alguma forma de identificação nas urnas. O presidente tem culpado os republicanos por esforços para conter o acesso às urnas. Obama

disse que as medidas “não têm sido lideradas por ambos os partidos. Foram lideradas pelo Partido Republicano”. Zombando dos republicanos, ele perguntou: “Que tipo de plataforma política é essa? Por que vocês fazem disso uma parte da agenda, impedindo as pessoas de votar?” Os republicanos têm argumentado que os requisitos de identificação e outros controles de voto são medidas razoáveis destinadas a proteger o processo de votação, para não suprimir a participação de eleitores. Democratas dizem que os requisitos de identificação com fotos afetam principalmente minorias ou eleitores de baixa renda que não podem dirigir e, portanto, podem não ter uma identificação oficial do governo. Fonte: Associated Press.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

geral

Gaudêncio Torquato [ gaudenciotorquato@tribunadonorte.com.br ]

O ponderável e o imponderável na política

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recado de Lula foi direto: o governo precisa partir para a ofensiva, rebater as denúncias e defender “com unhas e dentes” a Petrobras. Como assim? Como será possível defender a estatal quando pairam sobre ela contundentes denúncias de transações mal feitas, teias de corrupção e escândalos, sob a inexorável constatação de que ela vale, hoje, cerca de R$ 175 bilhões, menos da metade dos R$ 380 bilhões estimados em 2010, quando o preço do petróleo subiu aos picos e o pré-sal vitaminava a euforia do PT? Luiz Inácio, como se diz no vulgo, quer fazer do limão uma limonada. A sugestão dará certo? Pelo menos é a mais criativa. Como se sabe, ante uma situação embaraçosa, ao ator político resta escolher entre duas estratégias: a de negociação e a de confronto. O bombardeio sobre a Petrobras começou há tempos. A tentativa de encontrar respostas satisfatórias para a aquisição da refinaria de Pasadena tem sido ineficaz, porque o caso ganhou novos contornos com revelações envolvendo ex-funcionários, parlamentares, partidos e lobistas. O ex-presidente deve ter chegado à conclusão de que a linha de confronto é a mais indicada.

E a onda do Volta Lula? É razoável? Na escala da probabilidade, está no último degrau. Só em última instância o ex-presidente toparia a parada” Na ciência política, campo que ele domina por instinto, a estratégia de enfrentamento de conflitos é inserida no capítulo das redundâncias, que estuda os caminhos possíveis para alcançar um objetivo. Conversa mole e desculpa esfarrapada não levam a lugar nenhum, deve ter pensado Luiz Inácio. Daí a ideia de desembainhar o facão. Casos clássicos de redundância são os que se conhecem por “nó górdio” e “ovo de Colombo”. O oráculo prognosticara que o guerreiro que conseguisse desatar o nó que atava o jugo à lança do carro de Górdio, rei da Frígia, dominaria a Ásia. Muitos tentaram. Alexandre Magno, a quem também foi posto o desafio, tinha duas opções: desfazer o nó, corda a corda, ou cortá-lo com a espada. Foi o que fez. Colombo não ficou horas tentando equilibrar o ovo em posição vertical. Com uma batida na extremidade mais larga, pumba, o ovo fixouse sobre a mesa. Alexandre e Cristovão exibiram a capacidade de antever possibilidades, quando a maioria das pessoas só enxerga restrições. Outra versão que se pode fazer da visão de Lula é a de que a campanha eleitoral, mesmo não sendo ele candidato, será desenvolvida sob seu condão. Assume de vez o comando geral. Afinal, trata-se de consolidar o projeto de poder do PT. Cochilos, desvios de comportamento por parte de petistas, borrascas na economia, inflação na área de alimentos, arruaças na Copa, apagão de energia ou até falta d’água nas torneiras, a par de erros de estratégia, ameaçam o empreendimento petista. E quem sabe manejar melhor os pauzinhos da política e das eleições? Ele, Lula, o último dos moicanos, quer dizer, o perfil que ainda exibe acentuados tons de carisma. No fundo, o que o manda-chuva começa a fazer é dar as coordenadas para a administração de fatores ponderáveis que poderão influenciar o pleito. O território da ponderabilidade é vasto. Abriga tudo o que é provável de ocorrer, numa escala que abriga situações com forte, com média ou tênue previsibilidade. Vejam-se as obras da Copa. Algumas estão fora do cronograma e podem gerar embaraços. Pode haver apagões? É pouco provável, mas não impossível. Haverá manifestações nas cercanias de estádios? Também é possível, tendo em vista a radiografia que estampa crescente participação de grupos de pressão com interesse em aproveitar o clima eleitoral para propagar demandas. A inflação poderá enervar os consumidores da cesta básica e contribuir para a desestabiliza-

ção eleitoral? Se subir muito, certamente. Não é a toa que Lula pede ação de Dilma para melhorar a economia. Ele sabe que o bolso (as bolsas) supre a barriga das massas, e um troco a menos diminuirá a cota de pão sobre a mesa. Administrar a pauta das demandas, garantir a harmonia dos habitantes da pirâmide social, principalmente os conjuntos que ascenderam ao pavimento da classe média baixa (40 milhões de pessoas), conter o touro inflacionário, eis o quebra-cabeças de Lula e sua pupila. E a onda do Volta Lula? É razoável? Na escala da probabilidade, está no último degrau. Só em última instância o ex-presidente toparia a parada. Como exemplo, o descontrole da inflação. A economia é a locomotiva que puxa os carros do trem da política. Saindo dos trilhos, provoca um desastre. Com a força do carisma e do gogó (que não pode estar desafinado), Luiz Inácio se esforçará para fazer chegar o trem à estação. Não será fácil apertar todos os parafusos da engrenagem. Resta aduzir que há na política um fator incontrolável, que não pede licença para entrar no saguão eleitoral e mudar o mapa dos votos. Ele poderia também puxar Lula para a candidatura. É o imponderável. Pode ocorrer a qualquer momento em qualquer lugar. Acidentes ou incidentes graves, eventos de grande impacto, borrascas inesperadas se escondem na caixa das coisas imponderáveis. Vejam o caso do jegue no Piauí. Eleições de 1986. Comício de encerramento de Freitas Neto, do antigo PFL. Praça do Marquês. Desde a manhã os carros de som convidavam o povo para o monumental show de Elba Ramalho. 18 horas, praça lotada. A massa urra: “queremos Elba, queremos Elba”. Os caminhões com os equipamentos de som só chegaram em cima da hora do comício. Começa a cair um toró. Pipocos e faíscas. Os cabos, em curto circuito, queimaram. Comício sem som? Elba mostrou o contrato: “sem som, não canto”. Sob insistente apelo do candidato, propôs a cantar uma música. Arrumaram um banjo para acompanhá-la. Nem mesmo começara a cantar, passou a vociferar: “imbecis, ignorantes, não façam isso”. No meio da multidão, a cena constrangedora: a galera abria a boca de um jumento e derramava nela uma garrafa de cachaça. Sob apupos, acabava-se o comício. O candidato perdeu a campanha por menos de 2%. O caso foi contado de boca a boca. O imponderável: um jumento embriagado em Teresina.

Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato

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É a morte decretada pelo gatilho do revólver, diz mãe « DIREITOS HUMANOS » Cresce movimento pelo fim do registro de homicídios como autos de resistência e fixação de regras para a investigação de crimes

BRUNO JENZ

HELENA MARTINS Ag Brasil

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ntre 2000 e 2012, cinco pessoas morreram no Brasil, por dia, em situações de confronto com as polícias Civil e Militar. Apenas em 2012, 1.890 brasileiros morreram nessas condições. Os dados fazem parte de um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, feito em 2013. Nos Estados Unidos, em 2012, foram registradas 410 mortes semelhantes, segundo dados do Criminal Justice Information Services Division do FBI (Federal Bureau of Investigation), disponibilizados na publicação do fórum. O estudo mostra que a taxa de letalidade da ação policial no Brasil é maior do que a de países como o México, a Venezuela e a África do Sul. A maior parte das investigações dessas mortes acaba sendo arquivada, sob a alegação de que foram motivadas por resistência à ação policial. Em 2006, mis de 400 jovens foram mortos, durante o mês de maio, em São Paulo, em ataques atribuídos a confrontos entre membros da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e policiais. Em 2011, Juan Moraes, de 11 anos, morreu após ser atingido por uma bala disparada por um policial militar, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Comum a todos esses diferentes casos, a explicação oficial das mortes: autos de resistência. A expressão é usada nos casos em que um civil é morto por agentes do Estado. A prática é amparada no Código de Processo Penal, de 1941. Os policiais também sofrem com essa situação. A taxa de mortalidade de um policial no Brasil é três vezes maior que a de um cidadão comum, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O fim do registro de homicídios como autos de resistência é o objeto do Projeto de Lei (PL) 4.471/12, que fixa regras para a investigação de crimes que envolvem agentes do Estado, como policiais. O projeto chegou a entrar na pauta de votação nesta semana. Movimentos sociais e secretarias do governo federal manifestaram-se a favor da proposta. No entanto, devido à pressão de setores que se opõem à medida, a proposta acabou sendo retirada.

Mudanças no Código

De autoria dos deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Fábio Trad (PMDB-MS), Delegado Protógenes (PCdoB-SP) e Miro Teixeira (PROS-RJ), o texto do PL propõe mudanças substanciais no Código de Processo Penal. De acordo com a proposta, em casos de morte violenta, será obrigatório “exame interno, documentação fotográfica e coleta de vestígios encontrados durante o exame necroscópico”. O PL estabelece regras para a realização de exames de corpo de delito e recomenda que o exame interno seja realizado “nos casos de morte violenta ocorrida em ações com envolvimento de agentes do Estado” e que a cena do crime seja preservada e periciada.

Projeto de Lei propõe revisão do Código Penal para proteger cidadão de violência policial

Para ex-PM, atuação é legítima O fim do registro de homicídios como autos de resistência e a fixação de regras para a investigação de crimesqueenvolvemagentesdoEstado encontram resistência. Excapitão das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e vereador de São Paulo, Conte Lopes, discorda das críticas à atuação policial. “O policial que está fardado, de serviço, está agindo em legítima defesa, mas ninguém quer entender que, a priori, ele está agindo em legítima defesa. Você tem que proteger a pessoa de bem e se proteger, obviamente. Em um entrevero entre policiais e bandidos, tudo pode acontecer”, completa. Questionado sobre o índice de jovens negros mortos pelas polícias, Conte diz que os policiais têm respondido a processos por anos e defende que todas as acusações devem ter prova, “sendo negro, branco ou japonês, tudo tem que ser julgado”. Lopes, que escreveu o livro Matar ou Morrer em resposta ao Rota 66, do jornalista Caco Barcellos, em que o atual vereador foi apontado como “um dos maiores matadores da Polícia Militar de São Paulo”, defende a fixação de leis mais duras contra pessoas que praticam crimes. Para ele, a falta desse tipo de regra gerariatemornapopulação,alémdofortalecimento do crime organizado. “No meu tempo, o povo tinha segurança. Hoje os bandidos tomaram conta, matam policiais e ninguém tem segurança. Nós estamos morrendo na frente da nossa família”, destaca. A Agência também procurou entrevistar o comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Rio de Janeiro, para comentar as propostas de alteração e os significados dessas mudanças na formaçãodosagentesdasegurançapública. A assessoria de imprensa da Polícia Militar do Rio de Janeiro, contudo, informou que não havia porta-voz disponível para tratar do assunto. Temido pela atuação firme e, por vezes, truculenta, o Bope tem um grito de guerra em que diz: “O interrogatório é muito fácil de fazer; pega o favelado e dá porrada até doer. O interrogatório é muito fácil de acabar; pega o favelado e dá porrada até matar. Bandido favelado não se varre com vassoura; se varre com granada, com fuzil, metralhadora”. As mudanças no Código

NÚMEROS

1.890 brasileiros morreram em 2012, em situação de confrontos com polícias Civil e Militar.

410 foi o número de mortes no mesmo ano, nos Estados Unidos, em situações semelhantes.

5 pessoas morreram, por dia, entre 2000 e 2012, nessas condições de confrontos.

de Processo Penal são o objeto do Projeto de Lei (PL) 4.471/12, que fixa regras para a investigação de crimesqueenvolvemagentesdoEstado, como policiais.

Cultura de paz

O procurador federal dos direitos do cidadão, Aurélio Rios, defende que o fim da violência policial é fundamental para garantir a segurança para toda a sociedade: “Nós vamos criando uma espiral de violência da qual não teremos mais de onde sair. Se queremos uma cultura de paz, temos que pacificar primeiramente a atuação da polícia e organizá-ladentrodoslimitesdalei, inclusive para protegermos os própriospoliciais”.Oprocuradorexplica que, apesar de não ser estabelecido em lei, o auto de resistência começou como um procedimento informal e, aos poucos, foi introjetado em manuais das polícias, tornando-se prática comum. “Demonstrou-se, com o passar do tempo, que essa prática escondia um modelo que privilegiava a impunidade de maus policiais que, sob a proteçãodoautoderesistência,praticavam assassinatos e, sobretudo, execução sumária”, destaca Rios. Para reverter essa situação, em 2012 o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, elaborou uma resolução que recomenda o fim do uso das expressões “auto de resistência” e “re-

sistência seguida de morte”. “O registro do evento deve ser como de homicídio decorrente de intervenção policial e, no curso da investigação, deve-se verificar se houve ou não resistência que possa fundamentar excludente de antijuridicidade”, cita o texto, que diz que o corpo da vítima não poderá ser removido do local do episódio. A resolução do CDDPH também pede a realização de perícias técnicas no local dos fatos e em todos os armamentos, veículos e maquinários, envolvidos em ação policial, além de outros mecanismos de investigação, como convocação de testemunhas, a realização de diligências e a instauração de processos administrativos. A norma fixa ainda que, até que os fatos sejam esclarecidos e apurados, os policiais envolvidos devem ser afastados e não participem de processo de promoçãopormerecimentoouporbravura, uma forma de desestimular práticas semelhantes. Em janeiro do ano passado, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo seguiu os parâmetros da resolução do CDDPH e editou uma resolução determinando a mudança dos termos usados no registro da ocorrência, a fim de que os casos sejam realmente investigados. O texto também normatizou o atendimentoàsvítimasdeconfrontoscom a polícia. De acordo com o documento, elas devem ser socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Alguns dias após a edição do texto da resolução, a Polícia Civil do Rio de Janeiro também passou a adotar procedimentos semelhantes. Para o procurador, outras medidas também podem ser tomadas para dar fim à sensação de impunidade, como valorizar o trabalho de investigação;garantiraindependênciadosperitos,paraquetenhamcondiçõestécnicasepolíticasdefazeras análises;enãopermitirqueasinvestigações sejam submetidas ao mesmo comando dos policiais que atuam em ações de repressão nas ruas. Aurélio Rios alerta, entretanto, que mudançasculturaisdevemsercombatidasalongoprazo.“Pormaisviolenta que seja a ação do chamado bandido,apolícianãoestáautorizada a agir como tal. Uma pessoa que foi pega roubando em flagrante tem que ser detida, investigada”, diz.

autos &motores

TODAS AS SEXTAS NA TRIBUNA DO NORTE


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

geral

Placas começam a ser instaladas « COPA » A 60 dias para o início do mundial, ainda são poucas as sinalizações turísticas com informações em outros idiomas. O investimento total, assegurado pelo Ministério do Turismo, é de R$ 3,8 milhões MAGNUS NASCIMENTO

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60 dias para o início da Copa do Mundo de 2014 e com R$ 3,8 milhões assegurados pelo Ministério do Turismo, desde a gestão passada, a sinalização turística começa a ser instalada na capital potiguar. Ainda são poucas, mas as primeiras placas, contendo informações em inglês e espanhol - além de português - já podem ser vista nas proximidades do Gancho de Igapó e no percurso que orienta para o Aeroporto Internacional Governador Aluísio Alves, em São Gonçalo do Amarante. Além dos dados de orientação e pictogramas (símbolos) em padrão internacional, as placas trazem a logo da Fifa e propaganda da Copa do Mundo. A TRIBUNA DO NORTE percorreu alguns dos principais corredores, como a avenida Engenheiro Roberto Freire, Via Costeira e orla urbana e a BR-101, além do entorno da Arena das Dunas e não encontrou novas placas instaladas. Um pregão eletrônico para o fornecimento de placas de sinalização de destino nos arredores da nova arena esportiva da cidade, a Arena das Dunas e o Fan Fest, que vai ocorrer na Praia do Forte, foi realizado no dia 24 de março. A Semob, por meio da assessoria de imprensa, não soube informar sobre o resultado do

MODELOS AS PLACAS TURÍSTICAS TERÃO TRÊS MODELOS 1. Placa indicativa de orientação turística e de destino; 2. Placa indicativa de atrativos turísticos e orientação de serviços auxiliares (aeroportos etc); 3. Placas indicativas de sentido e direção.

Placa trilíngue já foi instalada no Gancho de Igapó. Estão previstas sinalizações e painéis eletrônicos de mensagens variadas

processo. Duas empresas venceram a licitação realizada pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), anteriormente, e estão encarregadas da instalação. A mineira Sitran, de Belo Horizonte (MG), vai instalar dez painéis eletrônicos de mensagem variadas (PMVs), a custo de R$ 3,2 milhões,

que informarão a quem trafega por Natal como se encontra o trânsito, além de outras informações úteis sobre a cidade. E outras 145 placas turísticas, com informações e direções em três modelos, ao custo de R$ 551 mil, serão fornecidas pela empresa potiguar Apoio. As duas empresas terão um prazo de 30 dias pa-

ra instalação dos equipamentos. O atraso segundo a Secretaria turde, se deu em virtude da reformulação do projeto inicial que não contemplava informações em mais de um idioma. O projeto foi submetido e aprovado pelo Ministério do Turismo, na gestão passada, e prioriza a sinalização turística permanente, com 100 pla-

cas e dez painéis de mensagens variáveis (PMV), nos principais corredores da cidade. A gestão anterior havia decidido por contemplar apenas a língua nacional, devido aos custos que seriam onerados em mais R$ 1,5 milhão e pela parte operacional. Um aditivo permitiu a inclusão de informações

bilíngues. A TRIBUNA tentou sem sucesso, durante toda a manhã deste sábado, contato com titular e adjunto de mobilidade urbana de Natal, Elequicina dos Santos e Walter Pedro, para detalhar o cronograma de implantação. A assessoria de imprensa da Semob sequer informou se a sinalização será permanente ou retirada após o Mundial. Pelo padrão da sinalização complementar definido pela Resolução 407, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) de 12 de junho de 2012, as placas bilíngues vão ficar nas ruas até o final da Copa do Mundo de 2014.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

geral

Emissões de gases estufa dobram em apenas um década « DOCUMENTO » Ambientalistas discutem medidas para conter aquecimento global e fazem apelo aos países ricos e às nações em desenvolvimento

ANDREI NETTO AGÊNCIA ESTADO

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erlim - As emissões de dióxido de carbono (CO2) e dos demais gases de efeito estufa na atmosfera dobraram na primeira década do século 21 em relação aos últimos 30 anos do século 20. A revelação consta do relatório que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas deve apresentar amanhã em Berlim. As negociações entre cientistas e delegados nacionais, porém, são lentas: até a noite de ontem, após cinco dias de trabalho, apenas 50% do documento havia sido revisado. O relatório diz respeito às estratégias de controle e redução dos efeitos das mudanças climáticas geradas pela intervenção humana. Segundo o rascunho que ainda hoje será discutido pelos cientistas, “as tendências atuais de emissões de gases de efeito estufa estão no topo dos níveis

projetados para a próxima década”. O IPCC adverte ainda que o crescimento médio das emissões, de 2,2% ao ano na primeira década do século 21, foi superior ao 1,3% registrado entre 1970 e 2010. No biênio 2010 e 2011, o nível chegou a 3%, conforme o jornal britânico The Guardian. Outro dado alarmante é que as emissões não pararam de crescer mesmo com a crise financeira internacional, que desacelerou o ritmo da atividade econômica mundial. Para cumprir o objetivo de limitar o aumento médio da temperatura da Terra a 2°C até 2100, países desenvolvidos, como os Estados Unidos, seriam obrigados a cortar até 2030 pela metade suas emissões de gases de efeito estufa em relação a 2010. Países emergentes, como China, Índia e Brasil, também precisam participar de esforços semelhantes - a despeito de terem contribuído menos para as emissões de CO2 desde o início da revolução industrial.

O rascunho do documento tende a desapontar investidores e líderes políticos que aguardam um balanço financeiro do custo das medidas de mitigação do aquecimento global. De acordo com dados obtidos pela agência Reuters, o texto afirma que uma dura redução das emissões de gases de efeito estufa implicaria perda “de consumo” avaliada entre 1% e 4% até 2030, de 2% a 6% até 2050, e de 2% a 12% até 2100, se comparado a nenhuma ação. “Estes custos não consideram os benefícios da mitigação, incluindo a redução dos impactos climáticos”, ressalta o texto. Os cientistas indicam, portanto, que haverá perda econômica, mas não detalham os dados, nem explicam o que consideram “consumo”. “Nós vamos oferecer mais análise econômica desta vez, mas não vamos colocar isso como o único impacto”, afirmou à agência o coordenador do IPCC, o indiano Rajendra Pachauri. ALEX RÉGIS

Poluição provocada pela frota de carros é apontada como uma problema difícil de resolver

SP paralisa projeto de frota ecológica São Paulo (AE) - Problemas técnicos e financeiros paralisaram o programa Ecofrota da Prefeitura de São Paulo. A proposta era substituir a matriz energética dos ônibus municipais, retirando o diesel comum para dar lugar a fontes mais limpas. Dúvidas por parte dos engenheiros da São Paulo Transporte (SPTrans), no entanto, suspenderam a compra de tecnologias que permitiriam a mudança. Além disso, o repasse de verbas para subsidiar esses combustíveis também está suspenso. Por causa da Lei de Mudanças Climáticas de São Paulo, aprovada em 2009, a cidade tem de usar uma fonte de energia renovável em 100% de sua frota de ônibus até 2018. A Ecofrota deveria descobrir a melhor maneira de fazer isso, tanto do ponto de vista técnico (o desempenho dos ônibus não poderia piorar) quanto econômico (a solução escolhida teria de caber no bolso da SPTrans, que já precisa de R$ 6 bilhões por ano para fazer a frota rodar). Mas isso não ocorreu até agora, uma vez que nenhum dos objetivos foi alcançado. A exceção é a frota elétrica, de trólebus, que

liga alguns bairros ao centro, mas cuja expansão dependeria de ampliação da rede de alimentação aérea. A SPTrans, no entanto, afirma que vai encontrar a solução dentro do prazo determinado na lei. Uma das concessionárias de ônibus da zona leste da cidade havia saído na frente, já em 2011, passando a usar ônibus com biodiesel. Ela chegou a ter 1.200 ônibus rodando com esse combustível. Mas teve de conviver com problemas como corrosão de motores e perdas de desempenho. Ainda no primeiro semestre do ano passado, a empresa deixou de usar o combustível nas ruas. O biodiesel é usado em uma proporção de 20% a cada litro de diesel comum abastecido no ônibus, com custo 18% mais alto do que o combustível comum. A compra era subsidiada pela Prefeitura - assim como as demais alternativas que são estudadas. Neste ano, a empresa tentou voltar a usar a fonte alternativa. Mas aí foi a vez de a Prefeitura não pagar o valor extra. “Temos dúvidas do ponto de vista técnico se essa alternativa é a que melhor se adapta às exi-

gências da legislação”, diz o diretor econômico-financeiro da SPTrans, Adalto Farias. “Neste momento, a questão financeira é quase que uma das últimas. Nosso pessoal de engenharia não tem claro se o B20 é a solução para o que preconiza a lei de mudanças climáticas”, continua. “Entre os que atendem integralmente à lei, temos o combustível elétrico e o Amyris (diesel de cana). Mas o Amyris tem dois problemas. O litro custa R$ 7 e a indústria, hoje, não tem capacidade para atender às demandas”, completa. O diretor afirma que a SPTrans deve primeiro definir uma matriz para fazer os investimentos no setor. “Com o biodiesel, gastávamos R$ 2 milhões por mês. Se fosse atender a frota inteira, seria R$ 350 milhões. É preciso definir a matriz antes de fazer esse gasto.” Mas não há prazo para resolver o problema. O médico Paulo Saldiva, do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, diz que 40% da poluição da cidade vem do diesel. “Os gastos feitos na redução das emissões se revertem em economia na área da saúde.”

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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

Cláudio Humberto [ ch@claudiohumberto.com.br - www.claudiohumberto.com.br]

Briga pela Funasa O vice-presidente da República, Michel Temer, encaminhou ao ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) o nome do diretor de Saúde Ambiental da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) Henrique de Carvalho Pires, para a presidência da pasta, ligada ao Ministério da Saúde. A indicação é alvo de nova crise com a bancada do PMDB da Câmara, chefiada pelo líder Eduardo Cunha (RJ), que já refutou a indicação de Temer.

A CPI é inevitável” Senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) ainda confiando nas investigações

Encrencado

Sem prestígio

Desafeto do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), Henrique Pires é acusado na bancada de usar a Funasa para “cooptar prefeitos”.

O vice Michel Temer está fazendo maratona de reuniões com diretórios estaduais do PMDB na tentativa de conter a rebelião da bancada.

Briga interna

Tem para todos

Em crise com o governo Dilma, deputados do PMDB garantem que vão “partir pra cima” de Michel Temer depois do feriadão da Semana Santa.

Empreiteiras, doações e “laranjas” são apenas o começo do caminho do escândalo da Petrobras. E o fim não será com os fundos de pensão.

Consulado em Nova York Funcionário contratado há 24 anos no consulado-geral em Nova York, o motorista brasileiro João Luiz Navega, 53, foi dispensando sem direitos trabalhistas por urinar escondido num copo, atrás do carro, após

trabalhar de 8h da manhã às 14h20 para a cônsul Ana Cabral Petersen. Com dor na uretra, foi impedido pelo porteiro do prédio de usar o banheiro. Teve que assinar a dispensa na rua, em 14 de março.

Humilhação Sem poder abandonar o carro por falta de vagas,

sob muita neve, Navega disfarçou com o casaco, mas não pôde se livrar do copo.

Que loucura O sindicato dos servidores locais (Aflex) vai acio-

nar o consulado, que alegou “conduta inapropriada” do motorista, acusado de “louco”.

Sempre à mão Conhecido pelos políticos que visitam Nova York, Navega já recebeu carta elogiosa do senador José Sarney pelos “excelentes serviços”.

Ponto de tensão A briga eleitoral em Minas pode virar alvo de desentendimento entre Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva, que quer

ignorar acordo com Aécio Neves (PSDB) e lançar ambientalista Apolo Heringer ao governo.

Tendência Ministros do Supremo Tribunal Federal acham que a tendência do plenário é derrubar medida do ministro Joaquim Barbosa que paralisou a análi-

se do pedido de trabalho externo para José Dirceu. Ele é o único que tem direito ao benefício, mas Barbosa “sentou em cima” do pedido.

Agora vai Uma retroescavadeira junto aos tapumes parece o primeiro sinal de obra da nova sede da UNE no Rio, prometida

há dois anos. A velha e silenciada entidade já embolsou R$ 50 milhões do erário.

Disputa petistaCom a renúncia do encrencado André Vargas (PT-PR) à vice-presidência da Câmara, os deputados Arlindo Chinaglia (SP), Marco Maia (RS) e José Guimarães (CE) estão em campanha para o cargo.

É bom lembrar Relatada pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), a MP 627, que limita multas a planos de saúde e está enxertada com mais de vinte outros “contrabandos”, ainda precisa ser votada pelo plenário do Senado antes de ir para sanção (ou veto) da presidenta Dilma. Made in China Presidente do Solidariedade, Paulo Pereira (SP), vai expor manequim no Salão Verde da Câmara com camiseta do Brasil, boné, vuvuzela... E segurando a placa: “A Copa é no Brasil, mas empregos são na China”. Nada como ano eleitoral Depois das transferências obrigatórias para estados e municípios e também a grana para o SUS, o Bolsa Família é o programa que mais recebeu verbas federais: até fevereiro já foram R$ 2,1 bilhões. Nada nuclear Curiosamente, o programa do governo federal que recebeu a menor quantidade de verbas é a “Política Nuclear”, responsável por R$ 1.041 dos quase R$ 60 bilhões distribuídos até fevereiro. Torcida Em pleno ano eleitoral, a oposição sonha com o momen-

to, ainda improvável, em que Youssef possa rimar com Rousseff.

geral

Senado realiza audiência conjunta sobre marco civil « INTERNET » Debate sobre projeto que estabelece princípios, garantias,

direitos e deveres terá participação de usuários e de empresas do setor

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rasília – Três comissões do Senado promovem na próxima terça-feira (15) a segunda audiência pública conjunta sobre o projeto de lei da Câmara que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, o chamado marco civil da internet. Os debates serão conduzidos pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Aprovado pela Câmara no fim de março, após três anos de intensos debates e muitas pressões, o texto define direitos e deveres de usuários e provedores de serviços de conexão e aplicativos na internet. Como tramita em regime de urgência, passará a trancar a pauta se não for votado no Plenário até o dia 12 de maio. A proposta já recebeu 41 emendas, tendo uma delas sido retirada. Para a audiência foram convidados, entre outros, Eduardo Moreira, diretor do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal; José Francisco Lima, conselheiro da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert); Marcel Leonardi, diretor do Google do Brasil; e Re-

GUSTAVO LIMA

Internautas pressiona parlamentares para aprovar projeto

nato Cruz, colunista do jornal O Estado de São Paulo. Na primeira audiência conjunta sobre o tema, representantes do governo e da sociedade civil defenderam o texto que veio da Câmara. Os convidados pedem a aprovação rápida da proposta, para que possa ser convertida em lei até a realização do NETmundial – Encontro Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da Internet, que acontece em São Paulo nos dias 23 e 24 de abril. Já os relatores nas comissões querem discutir e aprimorar o texto. O projeto será relatado pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB)

na CCJ, Zezé Perrella (PDT-MG) na CCT e Luiz Henrique (PMDB/SC) na CMA. Apesar de elogiarem o trabalho do relator da matéria da Câmara, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), eles afirmaram que cabem adequações. Presente ao debate, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) disse ser “lícito e correto” que o Senado faça ajustes no texto, mas argumentou que o objetivo do marco civil é estabelecer diretrizes sobre o uso da internet e não esgotar o tema. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou que consultará os líderes partidários para marcar a data de vo-

tação da proposta e designou o senador Ricardo Ferraço (PMDBES) como relator em Plenário. Na quinta-feira, representantes de 30 entidades que acompanham a tramitação da proposta, acompanhados do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e do deputado Alessandro Molon, foram recebidos por Renan Calheiros e pediram rapidez na votação do projeto. No primeiro debate no Senado, os especialistas apontaram como um dos pilares do marco civil (PLC 21/2014) o artigo 9º, que assegura tratamento isonômico na oferta de quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo. Sem essa garantia, dizem, poderá ocorrer na internet situação verificada na TV por assinatura, onde há diferentes categorias de usuários, conforme o valor do serviço contratado. Além da neutralidade de rede, os especialistas apontaram como principais pontos do projeto as garantias de privacidade dos usuários e a liberdade de expressão na internet. A audiência pública conjunta de terça-feira, que tem caráter interativo, será realizada às 14h na sala 3 da Ala Senador Alexandre Costa. Os interessados poderão participar enviando perguntas e sugestões pelo portal E-Cidadania e pelo Alô Senado.

BATE-PAPO Sérgio Amadeu - Doutor em Ciência Política e autor do livro Software Livre

“Estamos prestes a ter uma vitória colossal” O atual texto da Lei está mais próximo da proposta construída coletivamente desde 2009 ou mais próximo aos interesses corporativos?

Ele ficou mais próximo da proposta da Sociedade Civil, apesar de ter tido várias idas e vindas. Quero lembrar, inclusive, que eu me opus a uma das redações dele, referentes ao segundo parágrafo no artigo 15, que inaugurava no Brasil a remoção de conteúdos com ordem judicial a pedido da Rede Globo e da indústria do copyright. Foi feito um acordo e eles retiraram isso; nós conseguimos vencer. Há alguns problemas

que advêm do fato de o relator ter incorporado alguns textos vindos de bancadas conservadoras, que do contrário não votariam no projeto. Então, o projeto da sociedade civil era bem mais avançado, mas eu considero uma vitória descomunal o fato de o projeto ter passado por um Congresso Nacional tão conservador como o nosso. É uma vitória, então?

Nós estamos prestes a ter uma vitória colossal no mundo. Queria deixar isso claro. Em todo o planeta, nós estamos vivenciando leis para criminalizar,

bloquear e controlar a Internet. No Brasil, o Marco Civil vem para fazer com que a Internet continue livre e aberta. Vários jornalistas me perguntavam: “Mas o que muda na vida do cidadão com a aprovação do Marco Civil?” Eu falava: “Olha, não muda nada! A Internet continuará livre, coisa que não vai acontecer se a gente não aprovar rapidamente o Marco Civil”. Por quê?

Porque as operadoras de telefonia já articulam uma série de ações para gradativamente ir transformando a internet em uma grande rede de TV a cabo. É possível apontar alguma brecha na legislação que per-

mita interpretações no sentido de impactar a neutralidade da rede e mesmo a privacidade?

Sim, existe. Por exemplo: as operadoras de telefonia fizeram um ‘cavalo de batalha’ e conseguiram incluir no artigo 3º um princípio – o da liberdade de modelo de negócios, desde que respeitando os demais princípios da lei –, e ele nos dará neutralidade. Mas por que eles fizeram questão de colocar essa redação? Exatamente para poder brigar depois no Judiciário. Sabendo que eles podem perder, e sem a aprovação do Marco Civil, eles querem continuar a disputa, continuar a guerra, e a guerra vai virar jurídica, com a interpretação do que for aprovado no Marco Civil.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

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»ENTREVISTA » AMIR KHAIR ECONOMISTA

A taxa Selic é o veneno da economia”

FOTOS: DIVULGAÇÃO

é elevada. O problema não é o nível da dívida, portanto. O problema é a taxa de juros que onera essa dívida. No mundo todo, essa taxa é muito baixa. No Japão ela é quase zero. Nos Estados Unidos também é baixíssima. Aqui não, ela é muito alta. Então o que mata não é o tamanho da dívida, mas a taxa de juros, que faz com que essa dívida tenda a crescer sempre. Apesar de todo o esforço do setor público em pagar, ele não consegue. Essa dívida está sempre aumentando, por causa da taxa de juros que está completamente fora de lugar há muitos e muitos anos.

« CONJUNTURA » Mestre em finanças públicas

analisa política de juros altos para conter inflação e a sangria que isso representa para o Brasil

É possível diferenciar a política econômica da gestão Dilma daquela implementada por Lula da Silva e Fernando Henrique ?

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ual seria a Selic ideal no Brasil? Para o economista Amir Khair, uma taxa aceitável estaria próxima dos índices de inflação, o que no caso atual, representaria algo na casa de 5% a 6%. No entanto, a Selic atual é de 11%. Isso “é ministrar um veneno em dose maior. Eu considero a taxa Selic como um veneno da economia”, afirma o mestre em finanças públicas. “Com isso, você atrai dólares do exterior, que vêm para cá, captam dinheiro a custo praticamente zero e aplicam em taxa Selic. Um lucro fantástico! Saem do país 10 bilhões de dólares em rendimento destas aplicações especulativas por ano”, continua ele. “Ao atrair dólares para cá, você faz com que o real fique forte, porque tem muita oferta de dólar. E, ao fazer isso, você acaba fazendo com que o câmbio no Brasil fique completamente fora de lugar. Isso faz com que se tenha um rombo importante nas contas externas, que no ano passado chegou a 82 bilhões de dólares”, completa. Nesta entrevista, concedida por telefone à IHU On-Line, Khair demonstra que esta situação provoca, entre outras consequências, a fragilidade das empresas nacionais que pretendem buscar espaço no comércio exterior. Pois, sem preços competitivos, o setor industrial não teria condições de concorrer com os produtos do exterior, ainda que seja beneficiado com desonerações de tributos ou com os empréstimos concedidos pelas agências estatais de fomento. “Quando você tem no país taxas de juros elevadas, você pune toda a sociedade, à exceção de quem? Dos grandes grupos privados que, tendo saldos disponíveis nas suas operações, aplicam nos títulos do governo e obtêm um lucro forte com isso; e dos bancos, que obtêm recursos a custo praticamente zero e aplicam em títulos do governo também, sem risco nenhum, ganhando lucros fantásticos”, adverte. Ele lembra que não ocorre o mesmo com os consumidores e com as micro, pequenas e médias empresas, pois estes não têm acesso ao BNDES e, por isso, são obrigados a contratar empréstimos com os altos juros cobrados pelos bancos — no caso da população, estes juros chegaram a 93% ao ano em janeiro de 2014 para compras com prazo de pagamento de um ano. Confira a entrevista.

A dívida pública é em si um problema (um indicativo de má ges-

Ì QUEM Amir Khair é mestre em Finanças Públicas pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, de São Paulo. Foi secretário municipal de Finanças na gestão da prefeita Luiza Erundina na capital paulista (19891992). É consultor nas áreas fiscal, orçamentária e tributária

tão) ou constitui uma necessidade para a viabilização de investimentos?

A dívida pública ajuda, claro, o investimento, porque ela é feita quando as receitas provenientes dos tributos não são suficientes para bancar todas as despesas necessárias ao setor público e mais alguns investimentos, quando um dirigente ou um governante quer ampliar a ação do governo para além desses recursos tributários. Mas o governo tem limites para contratar dívida, ele opera dentro dos limites estabelecidos pelo Senado Federal. O governo pode ampliar a sua ação, mas sempre respeitando os limites estabelecidos por resolução do Senado. Então é possível governar sem contrair dívidas no atual modelo político-econômico...

As altas taxas de juros cobradas no Brasil são o principal freio da economia nacional, pois oneram toda a sociedade, à exceção dos bancos e dos grandes grupos de capital privado”

É possível. A maior parte das prefeituras do país, até prefeituras grandes, não contrai dívidas, não tem dívidas. Pelo contrário, tem até crédito, do ponto de vista do balanço financeiro — elas têm mais aplicações financeiras do que passivos de dívidas. Essa é a tendência na situação das prefeituras do país, coisa pouco divulgada. Com relação aos estados, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais têm dívidas pesadas em relação às suas próprias receitas públicas. Os outros estados, com exceção talvez de Alagoas, têm um limite muito abaixo do estabelecido pelo Senado, de que as dívidas contratadas não podem exceder valores correspondentes a dois anos de arrecadação. Então esta questão da dívida praticamente não fere nenhum desses estados, salvo aqueles quatro mencionados. O que nos mostra que, no setor público, é possível avançar sem a contratação de dívidas fortes. A exceção se encontra no governo federal. Embora a Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleça um limite para a dívida, até hoje isso nunca foi votado no Congresso Nacional por pressão do próprio Poder Executivo, desde a época de Fernando Henrique Cardoso, passando por Luiz Inácio Lula da Silva e agora pela presidente Dilma Rousseff. É um dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal que não foi regulamentado. Com isso, o governo federal foi ampliando a sua dívida. E essa dívida é muito pesada, porque ela tem uma taxa de juros, arbitrada pelo próprio governo federal, que é extrema-

mente elevada. Consequentemente, esta taxa de juros acaba catapultando a dívida, colocando-a em patamares cada vez maiores, e essa questão não é enfrentada pelo governo, nem na época do Lula, nem na época do Fernando Henrique — que, aliás, foi muito pior, porque as taxas eram muito mais elevadas — , nem pelo governo Dilma. Como avalia a meta de obtenção de superávit primário para o pagamento dos juros da dívida?

A questão do superávit primário é uma questão falsa, é uma questão enganosa para o debate fiscal do país. Falsa porque ela esconde a realidade fiscal, que é muito concentrada na verdadeira causa do déficit fiscal do país, que são as taxas de juros. O Brasil é um país que sempre comprometeu mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) com juros. No mundo inteiro isso gira, no máximo, em 2% — a média de comprometimento com juros é inferior, ficando em 1% do PIB. Ou seja, o Brasil joga fora 5% do seu PIB por decisões do próprio governo de manter elevada a taxa Selic. Essa questão é importante e mostra que a discussão em cima do superávit primário é uma discussão enganosa pelo fato de não considerar o chamado resultado nominal, este sim é o termômetro das finanças públicas por ser o resultado de todas as receitas e todas as despesas. O resultado primário não leva em conta os juros. É como se não existissem juros como despesa. Você tem sempre um déficit nominal, pois os juros superam o resultado primário, que são as receitas menos as despesas, fora a questão dos juros. Tem sempre uma conta de juros da ordem de 5% do PIB — este ano podendo chegar a 6% do PIB. Isso gera um déficit fiscal muito grande. Em 2013, a inflação oficial atingiu 5,9%. Para conter este avanço, o Copom promoveu o aumento da taxa Selic. Esta estratégia ainda é uma opção viável para conter a inflação?

Considero que é ministrar um veneno em dose maior. Eu considero a Selic como um veneno da economia. Se fosse qualquer país do mundo, ela estaria da ordem da inflação. Ou seja, por volta de 5%, 6%. Aqui ela é bem acima. Com isso, você atrai dólares do exterior, que vêm para cá, captam dinheiro a custo praticamente zero e aplicam em

taxa Selic. Aqui está rendendo 10,5%, e é capaz de ir para 11% agora [como de fato ocorreria em reunião do Copom realizada no início de abril]. Um lucro fantástico! Saem do país 10 bilhões de dólares em rendimento destas aplicações especulativas por ano. Uma média histórica que vem se repetindo. Com isso, ao atrair dólares para cá, você faz com que o real fique forte, porque tem muita oferta de dólar. E, ao fazer isso, você acaba fazendo com que o câmbio no Brasil fique completamente fora de lugar. Isso faz com que se tenha um rombo importante nas contas externas, que no ano passado chegou a 82 bilhões de dólares. O Brasil está completamente fora no câmbio. Há uma impossibilidade de as empresas sediadas no país concorrerem com os produtos no exterior. Ou seja, você condena o setor industrial do país ao colapso. É cada vez mais uma situação complicada. E não se resolve isso com desonerações, com empréstimos a essas empresas etc. Está afastada a possibilidade, até agora, de se ter a taxa Selic no nível internacional, que é aquele que reconhece que é possível controlar a inflação em algumas situações, e que não é possível controlá-la em outras. Não é o caminho artificializar o câmbio, mantendo essa situação que é desastrosa e que abre o rombo das contas internas, que faz com que as reservas internacionais tenham um custo de carregamento extremamente elevado. Assim, você prejudica a indústria e não cresce. Essa solução de usar a Selic para combater a inflação tem funcionado para segurar o país, para criar um rombo nas contas internas e nas contas externas. É um remédio que mata o paciente. Qual é o valor estimado atual para a dívida pública brasileira?

A dívida é olhada pelo governo como dívida líquida, ou seja, a dívida bruta abatida das reservas internacionais, fundamentalmente. Ela está em torno de 34% do PIB, que é um nível razoável. Agora, a dívida bruta, que é a dívida que o país tem sem considerar estes abatimentos, gira em torno de 60% do PIB. Não é um nível elevado, está dentro do limite definido pelo Tratado de Maastricht, que estabeleceu as regulamentações fiscais na União Europeia, principalmente para a zona do euro. Você tem uma dívida bruta que não

A grande inflexão política ocorreu na área social, fundamentalmente. Foi no governo Lula, quando, por meio de aumentos do salário mínimo bem superiores à inflação, do Bolsa Família e de outros programas de renda, houve uma transferência de recursos bastante forte para a base da pirâmide social. Com isso, a classe média aumentou na ordem de 40 milhões de pessoas. Isso gerou um consumo forte para o país e crescimento econômico. Isso é o que distingue o governo Lula do governo Fernando Henrique e anteriores, que não fizeram programas expressivos e de significado em termos de bombar recursos para a base da pirâmide. O governo Fernando Henrique apostou no grande capital internacional entrando no país e comprando as estatais, com isso gerando crescimento. Entretanto, o crescimento gerado foi uma vergonha, da ordem de 2% ao ano, um crescimento fraquíssimo. A inflação continuou elevada, o resultado fiscal do governo Fernando Henrique nos oito anos foi de 1,5% de superávit primário e um déficit fiscal superior a 6% do PIB. Foi um fracasso total. Nas contas externas, o país quase faliu duas vezes: em 1999 e em 2002. O governo Dilma, por sua vez, ampliou os programas de transferência de renda e outros programas, como o Brasil sem Miséria, o Minha Casa, Minha Vida. Ou seja, ela tentou ampliar a área social com sucesso, e nisso há reconhecimento público. Com relação à política econômica, entretanto, as diferenças são pequenas. A única coisa que vale a pena sublinhar é que o fio condutor da política econômica, seja no governo Fernando Henrique, seja no governo Lula, seja no governo Dilma é apoiado no controle da inflação, através da Selic elevada. Só que, no governo Fernando Henrique, a média da Selic foi da ordem de 25% ao ano. Há alguns ex-presidentes do Banco Central, que hoje são comemorados como ótimos presidentes, que, para mim, foram verdadeiros coveiros do país, como Armínio Fraga, Gustavo Franco e Gustavo Loyola. No governo Lula, com Henrique Meirelles na presidência do Banco Central, houve uma redução desse nível, mas a Selic ainda permaneceu muito elevada. Dilma inovaria se conseguisse manter a Selic baixa, como quando chegou ao patamar de 7,25% O que esperar para o futuro?

Seria bom que o governo acordasse e botasse o motor em funcionamento. A economia está praticamente andando de lado, crescendo 2% ao ano, mesmo nível de 1980 até 2002, e que é um nível muito insuficiente. Eu espero que a presidente acorde para a necessidade de mudanças na política econômica, que deixem de submeter o país a taxas de juros exorbitantes, seja da Selic ou seja simplesmente a demandada pelo setor financeiro para a sociedade.


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

quadrantes SANDERSON NEGREIROS [ ESCRITOR]

Padre Monte

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nome todo, singelo com sabor de um verso que saúda a santidade humana, era Luiz Gonzaga do Monte. Foi gênio para definição comovida de Cascudo; um pássaro que riscasse sempre o céu de imagens inesquecíveis, para Edgard Barbosa; um sábio, mas também um santo, capaz de saber toda ciência disponível na sua época, desde a Teoria da Relatividade de Einstein até todas as lições profundas que a Medicina oferecia então, como comprova seu livro “Fundamentos Biológicos da Castidade”. Resolvia todas as equações matemáticas a ele apresentadas, com sutilezas de esteta, era um descobri-

dor, que chegou a classificar a xelita e outros minerais importantes do Rio Grande do Norte. Discorria como um exímio astrônomo sobre nebulosas, conhecendo e falando quase quinze idiomas, além de ter sido poeta, escrevendo, com facilidade incomum, versos latinos, a mais difícil forma de poesia – e, para coroar, um orador extraordinário, ao gesticular através de mãos, longas e finas, que esboçavam no espaço vôos de um pássaro prisioneiro do canto – e era como se libertasse esse canto. No mais, humilde e bondosíssimo, a orientar almas e corações com a virtualidade do pastor que perdeu algumas ovelhas, mas por uma de-

las, deixa-se morrer de amor. Tudo isso – e muito mais – conseguiu até aos 39 anos de idade, quando uma tuberculose o abateu de maneira imprópria – não se morre tão cedo sendo-se tão grande. Pequeno, magrinho, fisicamente parecido com seu irmão, Dom Nivaldo, irmão caçula, herdeiro de tantas virtudes espirituais e de inteligência, que consagraram o irmão mais velho. Padre Monte morreu numa manhã de fevereiro de 1944, no sanatório que, nos anos 40, ficava nos últimos limites da cidade. Foi tudo isso, sem nunca ter saído de Natal, sem cursar nenhum mestrado ou doutorado, nem ter

sequer frequentado qualquer universidade. Tudo aprendeu aqui, sozinho, autodidata, porque já sabia todo o conhecimento possível de sua época, pois era condutor – é o que se pode explicar – de toda essa sabedoria impregnada, ínsita no subconsciente. O estudo apenas aflorou as pedras preciosas que jaziam de verdadeira certeza científica e humanista, no chão plano e pleno, sem ser preciso cavar subterrâneos para descobrir as fulgurações escondidas nos veios de terra, sempre misteriosa. Dadivas inesperadas de um talento extremamente superior. Ao sentir a aproximação da Morte, entregou o relógio ao en-

tão jovem Aluísio Alves, que lhe assistiu também os últimos momentos; e pediu que todos se afastassem da janela, pois ele queria ver a totalidade da manhã luminosa e natalense, através das lentes de seus profundos olhos terrenos, capazes de fixar estrelas, ou classificar, em mínimos detalhes, todos os fenômenos que habitassem a natureza planetária. Queria luz, mais luz, o grito goetheano de quem naturalmente descendia da família espiritual dos eleitos dos deuses. Professor de matemática do Ateneu Norte-rio-grandense, ensinava qualquer outra disciplina – desde a ciência especulativa e pura e até à ciência aplicada; sabia de antemão esclarecer dúvidas filosóficas ou teológicas com a precisão de um escolástico da Idade Média, discípulo que era S. Tomás de Aquino; ou aventar teorias ao

ANDREIA CLARA GALVÃO [ PSICOLOGA ]

NELSON PATRIOTA [ ESCRITOR ]

“Salvados” e o cânone mínimo potiguar

O amor e suas curas

E

sses dias saiu numa revista de circulação nacional uma reportagem que se intitulava: O amor pode ter cura. A reportagem aborda a proposta de cientistas de Oxford para o uso de remédios que acabem com osentimentodoamor quandoeletrouxermaissofrimento do que alegria. Uma pílula para controlar o incontrolável que nos ronda na paixão, quando ela nos levar para lugares inóspitos, sofridos. A pesquisa fala que o amor é resultado de reações químicas. Assim, a manipulação dessas substancias naturais do cérebro pela via de remédios seria uma possibilidade de regulação desse afeto que pode causar mal ao ser humano. Acontece que a vida psíquica é, toda ela, resultado de reações químicas cujo órgão regulador é o cérebro. A bem da verdade, então, não há gratidão, felicidade, saudade, êxtase, serenidade, raiva, revolta, ou outro sentimento qualquer sem que hajam reações químicas consequentes. Mas também ocorre ser importante lembrar que existe, para o homem, aquilo que os humanistas costumam chamar de vida anímica, vida psíquica, historia de vida ou percurso existencial. E aqui, já sou eu trazendo esse lembrete fundamental, para conversar com você, leitor. Há um atrelamento inevitável entre a emoção como leitura do mundo, como fruto da experiência psico-sensorio-motora de cada pessoa e as reações químicas que estas experiências provocarão em seu cérebro. O contrario nesta sequencia também pode acontecer. As substancias químicas manipuladas pelos medicamentos, podem alterar o ritmo das percepções, das emoções, do humor e das respostas de alguém ao mundo. Isso é fantástico do ponto de vista de psicopatologias que podem ser muito destrutivas ao ser humano. Mas o que pensar quando tal controle estende-se a ponto de ameaçaraespontaneidadedaalmahumana?Háumaimportânciafundantenasubjetividadedossentimentosque não deverá jamais ser esquecida. Convém lembrar o obvio: Há uma diferença básica entre nós humanos e as cobaias, que foram os bichinhos monagâmicos usados na referida pesquisa. É que o ser humano não apenas vive a sua vida. Ele faz sua historia, consciente ou inconscientemente, ele pode escolher seus caminhos vida afora. O homem tem a oportunidade de se relançar-se na vida, a cada experiência vivida. É por isso mesmo que ele pode mudar, transformar-se, estar de um modo diferente em sua própria vida. Salvo em casos psicopatológicos, o amor precisa ser sentido naquilo que ele tem de mais profundamente humano. Inclusive com seus arrebatamentos todos! Se quisermos normatizar tudo, estandartizar, padronizar os sentimentos, que será do ser humano? Sem encontrar-se com suas forças e fragilidades, seus excessos e também a escassez de seus sentimentos, suas tristezasealegrias,suasincoerênciaseimpaciênciasquemargem de liberdade restará ao homem para aprender, para se transformar, para reinventa-se? Já imaginou Dom Quixote livre de seu amor infinito, ou de sua obsessão por Dulcineia? E a menina do Mandacaru, de Luís Gonzaga que só queria, só pensava em namorar, e até adoentada de amor ficou, sem comer, nem estudar? Provavelmente seriam usuários da pílula antiamor, anti-paixão! E oqueseriadetodososescritosdeSantaTerezaD’Avila, a santa do êxtase, ressaltando que “ Só o amor dá valor a todas as coisas. E o mais necessário é que seja grande o bastante para que nenhuma coisa o estorve. “ Oo ainda o que seria dos apaixonados por uma causa, que deixam de lado muitos aspectos de sua vida para irem na direção indicada pelo amor que sentem? Que seria da irmã Dulce, que empenhada em sua causa pelos frágeis , já nem ligava se os sapatos que usava faziam parte do mesmo par? E Aleijadinho que ao invés de repousar em sua doença, amarrava suas ferramentas aos pulsos doentes e seguia esculpindo incansavelmente? E se pensássemos que eram obsessivos precisando de controles químicos? Que seria da vida sem as intensidades e o colorido das paixões? E como aprender e evoluir sem as dores e alegrais dos amores e das experiências vividas? Ao invés do remédio anti-amor talvez melhor seja a vacina ou o remédio proposto pela poeta Adélia Prado. Veja lá, leitor. O amor me fere é debaixo do braço/ de um vão entre as costelas/Atinge meu coração é por esta via inclinada/Eu ponho o amor no pilão com cinza e grão de roxo e soco/ Macero ele,/faço dele cataplasma e ponho sobre a ferida.” Não lhe parece infinitamente mais interessante?

largo de um Einstein – sem se exaltar, sem ferir, com a paciência que sabe perdoar, ou com o silêncio de quem reservava as madrugadas para muito rezar na capela do velho Seminário de São Pedro, onde morou até morrer, ainda tão jovem. Nesse intermeio, quem lhe chegasse com um texto de hebraico ou grego antigo, ele o traduzia como se estivesse lendo em português corrente. Esse homem, santo e sábio, condutor de almas, ascético como São João da Cruz, passava o dia inteiro exercendo a sobrevivência como professor. À noite, estudava e rezava. Dormia naturalmente raras e poucas horas. Alimentava-se muito pouco e mal. A tuberculose rondou-lhe em cerco felino e o colheu, como se abate, com relâmpago poderoso, as grandes árvores na noite úmida e escura da floresta.

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CLÁUDIO EMERENCIANO [ PROFESSOR DA UFRN]

Encontros da vida

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adrugada. A cidade dorme. Abro a janela do. As de Gotardo projetam seus sentimentos no do meu mundo e contemplo minhas raíinfinito. O mesmo aconteceu com Ferreira Itajuzes sentimentais. Ingressei anos atrás na bá e Otoniel Menezes. Laura e Petrarca, Beatriz e chamada terceira idade. Transpus há algum temDante, Julieta e Romeu, assumiram nesses poetas po o “rubicão” dos sessenta anos. O silencio da civersões locais dos seus dramas e tragédias. dade é cúmplice na tentativa de reencontrar afeiHá um contraponto afetivo e nosções, sonhos, esperanças, alegrias, tristezas e tálgico. Subitamente me sinto arrebatado e motivações do seu universo humano. A reconduzido ao passado. Natal dos anos cidade sofreu, desde minha infância, quarenta e cinquenta. Cidade da mifantástica, inesperada e imprevisível nha infância. A Avenida Rio Branco, transformação. Metamorfose igual ao centro e coração da cidade, era um desabrochar de uma rosa. As pétalas largo e extenso corredor onde se alse abriram e revelam outro ser. Seternavam, predominantemente, camelhante também à transfiguração sas em estilo “belle époque” e as de uma moça. Ontem menina, amanhã grandes lojas da cidade. Suas amplas mulher. Inquieta-me a dúvida sobre a calçadas eram assombreadas por maneira de ser dos seus habitantes. abundantes “ficus de bejamim”. Suas Tempo entre minha infância e, agora, cercanias, onde ainda hoje se incluem O silêncio da cidade esse “novo mundo”. o “Grande Ponto”, as avenidas João As ventanias, bruscas e fortes, so- é cúmplice na tenta- Pessoa e Ulisses Caldas, as Praças tiva de reencontrar bretudo na imensidão da noite, romJoão Maria, Sete de Setembro e Anpem a calmaria do sono da cidade. Os afeições, sonhos, es- dré de Albuquerque, formavam, naperanças, alegrias, morros que a adornam parecem dequele tempo, um conjunto harmotristezas e moticlamar, aos primeiros clarões da aunioso, bucólico e saudosista. Subvações do seu unirora, a poesia da natureza. Ostentam sistia um climax evocativo do pósverso humano. A sua indumentária verdejante e alberguerra. As pessoas viviam descongam pássaros, que cantam sua reno- cidade sofreu, desde traidamente. A placidez do cotidiavada saudação ao novo dia. É uma es- minha infância, fan- no era contagiante. Laços provinciapécie de sinfonia pastoral, que, infe- tástica, inesperada e nos coexistiam com as inovações traimprevisível translizmente, é despercebida por maioria zidas pela Guerra nos hábitos e cosformação. Metamor- tumes. Germinava latente, desde os da população. fose igual ao Há conceitos sedimentados sécutempos épicos da aviação, uma vocalos e séculos atrás. Alguns emergiram desabrochar de uma ção cosmopolita. rosa. As pétalas se da aurora dos tempos. Homero, na Bares, restaurantes, casas de abriram e revelam Ilíada e na Odisséia, decantou o espílanche e sorveterias, confeitarias, o outro ser. Semerito libertário de povos que habitavam célebre “Natal Clube”, os cinemas lhante também à margens de mares e oceanos. Seu mais Rex e Rio Grande, a Praça Pio X, transfiguração de notável personagem, Ulisses, possuía ainda exibem, em minha memória, uma moça. Ontem os atributos da coragem e da ousadia as marcas de uma época em que o menina, amanhã ante o desconhecido por vir de uma ilregional incorporava espontaneaha, Ítaca. A provinciana Natal dos anos mulher. Inquieta-me mente o universal. Sem rendição a dúvida sobre a vinte, trinta e quarenta, cenário das nem mácula. Os bondes circulavam maneira de ser dos emulações e confrontos entre xarruas em quase toda cidade. Seus passaseus habitantes. (moradores da Cidade Alta) e cangugeiros, sem a pressa dos dias de hoTempo entre minha leiros (habitantes da Ribeira e das Roje, deixavam entrar em seus corainfância e, agora, cas), está consagrada nas “Actas Diurções a beleza singela da cidade que esse “novo mundo” nas” de Cascudo. Essas crônicas subliamavam. Êxtase num pomar. Esmam hábitos, costumes e sonhos de plendor de vida e sentimentos. O uma cidade voltada para o mar. Cidaritmo da vida na cidade não conhede livre, aberta, imbuída de um espícia o estresse nem a ansiedade. rito talássico, como sempre dizia e reOs homens capturam sentimenpetia o saudoso Odilon Ribeiro Coutinho. Espítos, sonhos e experiências do passado para legitirito e circunstâncias genialmente captados por mar seu presente. A alma da cidade hoje é o que Newton Navarro. ela foi no passado. É intemporal, como disse João Somos universais. Temos sonhos estendidos e do Rio em “A Alma encantadora das Ruas”. São debruçados sobre o mundo. Sentimos, sofremos vivências. Como as que ganharam perenidade em ou desfrutamos alegrias e tristezas. O amor à mu“Cabra das Rocas” de Homero Homem. Em todas lher amada, à terra e aos seus encantamentos. Eis as manhãs, o sol despontando e o dia nascendo, a o tema exclusivo dos nossos poetas. Reporto-me cidade vive, unindo passado e presente... ao meu tio-avô, Gotardo Neto, cujos poemas susLi, recentemente, belíssima crônica de Rubem piraram a amargura do amor perdido, a desilusão Braga. Decantando o viver no Rio de Janeiro. da paixão desfeita, a perda, mas não o esquecimenChamando-o de “paraíso terrestre”. O meu paraíto, da musa de sua vida e dos seus sonhos. As carso é Natal. Sempre viva na ternura dos que verdatas de Heloísa eternizaram seu amor por Abelardeiramente a amam e liricamente a possuem.

ó num sentido muito subjetivo, intimamente ligado à psicologia do autor, é que se poderia entender o porquê de sua denominação. De fato, “salvados” dá ideia de algo remanescente, secundário, portanto, ao contrário do que efetivamente revelam ser os diversos ensaios que compõem esse “Salvados: livros e autores norte-riograndenses” (Offset, 2014, 3. ed.), recém-chegado às livrarias. Polígrafo de gêneros tão variados como o conto e a crítica literária, o ensaio e a epistolografia, a memória e a crônica circunstancial ou de viagem, Manoel Onofre Jr. é também um exemplo da verdadeencerradanaliteratura,namedidaemque, ao refazer constantemente sua própria obra, vive o paradoxo de reescrevê-la infinitamente, como ensina a ética escritória de Jorge Luis Borges. A leitura de “Salvados” recoloca em discussão, já em seu capítulo inicial, intitulado: “Em busca do cânone potiguar”, um tema sobre o qual a escassa atividadecríticaprovincianapoucoousafalar:adefinição de um cânone mínimo das nossas letras, questão que se faz urgente diante da complexidade que essa literatura apresenta contemporaneamente,quandoenveredapelosmaisdiversosgêneros com resultados quase sempre louváveis. Preliminarmente, o autor seleciona alguns nomes não controversos (ou quase) dentre poetas e ficcionistas, cronistas e críticos – para fincar as bases de seu cânone. A lista é ampla, sobretudo nos três primeiros gêneros, na qual se sobressaem os nomes de Augusto Severo Neto, Berilo Wanderley, Luís Carlos Guimarães, Deífilo Gurgel, Myriam Coeli, Zila Mamede etc. A abrangência do estudo, porém, extrapola os limites da literatura “adulta” para incluir a ficção infanto-juvenil e seus criadores. A primazia estabelecida por Onofre Jr. nesseempreendimentocrítico,hámuitomaturado,faz vistas grossas ao princípio da territorialidade em benefício, em benefício da obra engajada com a cor local. Infenso a qualquer titubeio, o crítico não hesita em lançar o nome de Nísia Floresta à cesta de refugos, pela simples e sã razão que suas raízes potiguares são de todo ignoradas na vasta obra que publicou. Por razões idênticas encontra-se ausente de sua lista o nome do mossoroense João Almino e do macaibense Renard Perez. Por outro lado, o cearense Francisco Sobreira, que deu à literatura norte-rio-grandense uma premiada novela policial – “Palavras manchadas de sangue” (FJA, 1991) – se enquadra perfeitamente ao contexto de autor potiguar. O mesmo vale para o paraibano Eulício Farias de Lacerda, mestre do conto e do romance. O cânone mínimo perseguido em “Salvados” se desdobra no capítulo seguinte (“Uns Autores”) em ensaios temáticos ilustrativos, como, por exemplo, “Nosso Primeiro Poeta”, “Santa Auta”, “Itajubá: retrato três por quatro”, entre outros. Trata-se de ensaios curtos mas densos e que se beneficiam de atualização bibliográfica. A rigor, todos os demais ensaios, invariavelmente breves, compõem um quadro referencial de nomes elegíveis ao cânone onofriano e que, dada a relevância e a constância de seu trabalho em prol das letras potiguares, deve ser confrontado em qualquer tentativa dessa natureza. Sentimo-nosespecialmentegratificadosnonosso modesto labor crítico, que fazemos a cada domingo nesta TN, pelo reconhecimento que obtivemos em alguns tópicos discutidos no capítulo inicial de “Salvados”. Mais ainda, pelo estudo pontual sobre nosso livro “Uns Potiguares” (Sarau das Letras,2012),consignadonocapítulo“Valoresnossos”. Vale lembrar que esse texto foi escrito como prefácio, a exemplo de outros textos que integram “Salvados”. A inclusão do mencionado prefácio em “Salvados”évistapornósnãocomoelogiogracioso?oque seria incompatível com o savoir-faire do autor, não obstante suas palavras generosas dirigidas ao nosso trabalho ?, sim como exortação e estímulo. E isso não é pouco, partindo de um autor que, em vista do seu esforço exemplar em prol das nossas letras, não hesitamos em chamar de mestre.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

geral

Aplicativos abrem portas para ataques de vírus

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« TECNOLOGIA » Pesquisadores dos Estados Unidos encontraram

pelo menos 14 aplicativos que deixaram smartphones vulneráveis CLARISSA NEHER DEUTSCHE WELLE

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erlim - Ações inocentes entre os usuários de smartphones como procurar acessos gratuitos de internet sem fio, enviar mensagem, escutar arquivos MP3, ver vídeos em MP4 ou ainda escanear códigos de barra em 2D podem ser porta de entrada para vírus. Uma equipe de cientistas da Universidade de Syracuse, em Nova York, identificou pelo menos cinco aplicativos em uso pelo mundo desenvolvidos especialmente para causar esse mal. “Imagine a pessoa estar no aeroporto e quer encontrar um acesso à internet sem fio gratuito. O

telefone vai procurar e mostrar os pontos de acesso. Isso poderia ser um meio fácil para hackers instalarem vírus no smartphone. Uma vez no controle, eles podem se multiplicar e enviar cópias para seus amigos através de mensagens, arquivos de multimídia e outros meios”, revela Kevin Du, coordenador da pesquisa. A equipe de Kevin Du descobriu que esses vírus podem invadir os smartphones por meio de aplicativos projetados com uma linguagem ou código computacional específico, o HTML5. Além de roubar informações pessoais dos proprietários do aparelho, os vírus podem se espalhar para outros aparelhos através da lista de contatos do infectado.

“Esses ataques visam um tipo cada vez mais popular de aplicativo, os criados em HTML5. Tradicionalmente, os aplicativos são desenvolvidos usando plataformas de tecnologias nativas, como Java para Androids e o Object C para o iOS. Entretanto, o HTML5 não utiliza essas plataformas, mas sim JavaScript que é suportado universalmente por todas as plataformas”, detalha Du. Isso faz com que a tecnologia HTML5 seja vulnerável a ataques. Se um aplicativo é desenvolvido com essa linguagem, o aparelho fica propenso a ser invadido por vírus. Até o momento, a equipe já identificou 14 aplicativos desen-

volvidos em HTML5 que são vulneráveis a ataques. Eles estão disponíveis para Android, iOS e Blackberry. Os pesquisadores decidiram não divulgar o nome dos aplicativos, mas entraram em contato com os criadores para informar o problema e deram um tempo para eles consertarem o erro. Atualmente, os pesquisadores estão desenvolvendo métodos para auxiliar usuários e criadores a detectar e prever esses ataques. “Estima-se que, até 2016, mais da metade dos aplicativos para smartphones será desenvolvida com tecnologia HTML5. Este é apenas um desastre previsto para acontecer”, completa Du.

Equipes usam robôs submarinos para localizar avião no mar

« AVIAÇÃO »

Busca por avião consome milhões de dólares ao dia Governos evitam informar custos de buscas por Boeing da Malaysia Airlines LEON DROUIN-KEITH,

MAGNUS NASCIMENTO

Associated Press

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Aplicativos com a tecnologia HTML5 são vulneráveis a ataques em celulares Balckberry e os que usam sistemas Android e IOS

Novo aplicativo identifica viciados Berlim (DW) - Menthal, um aplicativo que identifica o vício em smartphones, está entre os mais baixados na Alemanha. Ele analisa o uso do telefone celular, além de indicar como e quanto tempo o usuário gasta mexendo no aparelho. O programa, desenvolvido inicialmente para uma pesquisa sobre o uso desses aparelhos, já tem mais de 100 mil downloads. “Para quem quer fazer uma dieta digital, nós oferecemos a balança. Assim, medimos o que a pessoas faz e a frequência com que ela toca no telefone”, conta Alexander Markowetz, criador do aplicativo e professor de ciência da computação na Universidade de Bonn. Com Menthal, é possível descobrir se o uso do aparelho é moderado ou não – e se chega a um nível que possa ser considerado

um vício. O aplicativo foi desenvolvido no âmbito de um projeto de pesquisa que analisa o uso de telefones celulares, e dá aos pesquisadores informações exatas sobre esse comportamento. Embora o vício em smartphones seja evidente atualmente, essa ideia não existia há alguns anos. “Nós chamávamos de comportamento estranho, nós não tínhamos um nome para isso, ou seja, olhar constantemente o Facebook, as notícias, o Whatsapp e jogar jogos online”, afirma o pesquisador. No fim das contas, o smartphone pode ser como uma máquina caça-níquel, compara Markowetz. Uma pequena ação – como ativar o telefone – é como puxar a alavanca. Ela desperta o desejo de checar se há algum novo email, ou notícias, e se elas são boas

ou ruins. De vez em quando há algo positivo que funciona como uma recompensa, aumentando a vontade de mexer no aparelho novamente, alerta o pesquisador. Durante seis semanas, pesquisadores da Universidade de Bonn estudaram o comportamento de 50 usuários de smartphones com a ajuda do Menthal. Os resultados chocaram o coordenador do projeto, o psicólogo Christian Montag. “Dois aspectos foram realmente surpreendentes. Primeiro, as pessoas ativam seus telefones 80 vezes por dia, ou seja, estão online ou pensando em estar online. A outra surpresa é que as características clássicas de um celular, como telefonar e mandar mensagens, correspondem a apenas uma parte muito pequena do uso diário do aparelho”, revela Montag.

Do tempo total de uso, 15% eram dedicados ao whatsapp, 13% são destinados a jogos e outros 9% ao Facebook. O estudo também mostrou que os homens passam mais tempo jogando, as mulheres nas redes sociais. Em Bonn, assim como nos outros países ocidentais, é fácil perceber sobre o que Montag está falando. A cena de duas jovens, na faixa etária dos 20 anos, que aparentemente conversam e, simultaneamente, digitam alguma coisa nos seus telefones faz parte do cotidiano de muitas cidades. No caso das jovens de Bonn, Julia afirma que gosta de mostrar para a colega Lisa as mensagens e fotografias que recebe de outros amigos. Depois, “nós ficamos conversamos sobre as mensagens”, acrescenta.

angcoc (AE) - Uma questão que a maioria dos governos envolvidos na busca pela aeronave da Malaysia Airlines não se preocupa em responder é: Quando custam as buscas, que já estão ocorrendo há mais de um mês? Somente a conta dos Estados Unidos fica em torno de milhões de dólares, e outros países, como a China, disponibilizaram mais navios e aviões do que os norte-americanos. A Austrália está gastando mais de meio milhão de dólares por dia em somente uma das embarcações que enviou para o Oceano Índico. Mas governos e especialistas militares afirmam que é difícil elaborar uma estimativa total para a busca em andamento, especialmente porque muitos dos custos já seriam desembolsados normalmente com a manutenção da capacidade efetiva de busca e salvamento. “Se eu listasse quantos aviões e navios estão envolvidos, eu poderia chegar a um número bem grande, mas sem muito significado, porque temos de pagar pelas embarcações e aeronaves, pilotos e marinheiros de qualquer forma, e eles estão lá fazendo algo que é um bom treinamento e contribui para a nossa reputação internacional”, afirmou Mark Thomson, analista sênior de economia da defesa do Australian Strategic Policy Institute, financiado pelo governo. Mais de duas dúzias de países chegaram a desempenhar algum papel na procura, sob supervisão da Malásia. Desde que a busca mudou para áreas remotas do Oceano Índico, vários países deslocaram aviões e navios, incluindo China, Austrália, Malásia, Estados Unidos, Reino Unido, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul. A Malásia tem se negado repetidamente a responder as questões sobre o custo da busca. “Ninguém, nem o governo, nem

algum de nossos parceiros, conversou sobre dólares e centavos. Tudo se resume à tentativa de encontrar a aeronave”, disse o ministro da Defesa, Hishammuddin Hussein, durante uma entrevista coletiva no mês passado. O departamento norte-americano de Defesa alocou US$ 4 milhões para ajudar na busca pelo avião desaparecido. Entre os dias 8 e 24 de março, foram gastos US$ 3,2 milhões, declarou o porta-voz coronel Steve Warren. Na semana anterior, já haviam sido gastos US$ 148 mil. O Pentágono alocou outros US$ 3,6 milhões para cobrir o custo de um localizador de sons (pinger locator), usado para detectar sinais da caixa-preta de aviões embaixo d’água, além de um veículo submarino autônomo, que pode procurar por destroços abaixo do nível do mar. O departamento de Defesa da Austrália disse que o gasto direto proveniente do uso do navio HMAS Success nas buscas gira em torno de US$ 550 mil por dia, e outro barco, o HMAS Toowomba, custa cerca de US$ 380 mil diariamente. No entanto, não há apenas custos diretos, como gasolina, manutenção e salários da tripulação, mas gastos indiretos, como administrativos gerais, custos de construção e depreciação de ativos de aeronaves. Dessa forma, é difícil afirmar o total exato. Vários navios e aviões da China também estão envolvidos na busca, mas o ministério das Relações Exteriores do país não respondeu às questões sobre a despesa com as buscas. Geoff Davies, porta-voz da força de Defesa da Nova Zelândia, afirmou que muitos dos custos do país serão cobertos pelo orçamento atual para operações de busca e resgate, apesar de provavelmente existirem gastos extras por causa da natureza extraordinária da busca. O ministério da Defesa do Japão disse que não pode fornecer uma estimativa de gastos porque a busca ainda está em andamento. O custo da operação de busca deve ficar em 880 milhões de ienes (US$ 8,8 milhões), orçados pela Agência de Cooperação Internacional do Japão para ajuda de emergência.


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

geral

Aedes transgênico é liberado para combate à dengue « EPIDEMIA » Testes de campo, feitos em Juazeiro

do Norte, com mosquitos modificados geneticamente em laboratório apresentaram resultados positivos DIVULGAÇÃO

S

ão Paulo (AE) - A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou na semana passada pedido de liberação comercial de mosquitos transgênicos contra a dengue, desenvolvidos por uma empresa britânica, chamada Oxitec. Os mosquitos são geneticamente modificados para serem estéreis, de modo que, ao copularem com as fêmeas de Aedes aegypti na natureza, eles acabam por interromper a reprodução da espécie. Testes realizados desde 2011 em dois bairros de Juazeiro, na Bahia, reduziram em até 90% o número de insetos transmissores da dengue nessas localidades. A decisão da CTNBio, por 16 votos a 1, atesta que os mosquitos transgênicos são seguros, tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente, autorizando a empresa a buscar o registro comercial para colocálos no mercado - o que poderá levar um tempo indeterminado para acontecer. A Oxitec já tem uma fábrica pronta para entrar em operação em Campinas, com capacidade para produzir 2 milhões de mosquitos transgênicos por semana, além de uma parceria com a empresa brasileira Moscamed, com sede em Juazeiro, que produziu os mosquitos para os testes de campo na Bahia. “Estamos muito satisfeitos com a aprovação”, disse ao Estado o diretor global de negócios da Oxitec, Glen Slade. “Vencemos essa etapa fundamental, mas é só o início de um grande trabalho”, completou ele, ressaltando que não está claro em qual ministério a empresa deverá solicitar o registro comercial do mosquito. Por ser o primeiro produto desse tipo apro-

Oxitec pode produzir até 2 milhões de mosquitos por semana

Ì O QUE Experiência pioneira no combate à dengue, os mosquitos modificados geneticamente em laboratório morrem antes de chegar à fase adulta

vado no País - e no mundo -, não há um trâmite estabelecido. O mais provável é que o processo passe pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Seja como for, a aprovação pela CTNBio significa que devemos continuar a investir no Brasil”, disse Slade. O objetivo da empresa é ter várias fábricas de mosquitos espalhadas pelo País, para atender a demandas localizadas com mais eficiência. Os mosquitos são frágeis e não podem viajar longas distâncias, por isso é importante que as fábricas estejam próximas das cidades que eventualmente serão atendidas pelo serviço. Os mosquitos transgênicos da Oxitec têm um gene a mais inserido em seu DNA que faz com

que seus descendentes morram antes de chegar à fase adulta, ainda no estágio de larva. Apenas mosquitos machos são produzidos, pois são apenas as fêmeas que picam as pessoas e transmitem a dengue. Dessa forma, evita-se acrescentar mais mosquitos com potencial para transmitir a doença no ambiente. A estratégia consiste em liberar grandes quantidades desses mosquitos transgênicos na “natureza” (áreas urbanas), em número muito maior do que o de machos selvagens, de forma que os transgênicos estéreis tenham uma probabilidade muito maior de copular com as fêmeas daquela população. “Os resultados são muito promissores e mostram que a tecnologia funciona para reduzir a população de mosquitos”, diz a pesquisadora Margareth Capurro, da Universidade de São Paulo, que coordenou os estudos de campo na Bahia. Com a redução do número de mosquitos, a expectativa é que o risco de transmissão da dengue também caia. Um novo experimento, de maior escala, está em andamento em Jacobina (BA) para testar essa hipótese.


TELEFONES ÚTEIS

Receita: 3220-2200 Procon Estadual: 3232-6869 Procon Municipal: 3232-9050 DRT RN: 3220-2000

DÓLAR COMERCIAL

Compra: R$ 2,2180 Venda: R$ 2,2200

DÓLAR TURISMO

Compra: R$ 2,2170 Venda: R$ 2,3270

EURO TURISMO

Compra: R$ 2,9930 Venda: R$ 3,2200

LIBRA ESTERLINA

Compra: R$ 3,7157 Venda: R$ 3,7178

ORÍGENES MONTE, DA ASSOCIAÇÃO DE CRIADORES DE CAMARÃO DO RN, AFIRMA QUE HÁ ENTRAVES AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL • Página 3

TN ONLINE

IFRN abre concurso para cargos técnicoadministrativos. blog.tribunadonorte.com.br/tnconcursos

economia

Editora: Renata Moura [renatamoura@tribunadonorte.com.br]

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 13 de abril de 2014

Big Mac, iPhone e as roupas da Zara mais caros do mundo

EMANUEL AMARAL

« BRASIL » Impostos e burocracia turbinam preços

no Brasil, segundo analistas. No caso da marca Zara, valores são 21,5% maiores, em média, que nos EUA

S

ão Paulo (AE) - O excesso de impostos e de burocracia colocou o Brasil, de novo, na liderança de um ranking que compara o preço de produtos aqui e lá fora. Depois do índice ‘Big Mac’ e, mais recentemente, dos índices ‘iPhone’ e ‘Play Station’, agora foram as roupas da varejista espanhola Zara que levaram o País para a lista dos mais caros do mundo. Pesquisa feita por analistas do banco BTG Pactual em 22 dos 87 países em que a grife está presente revela que o Brasil é o lugar onde os produtos da marca são os mais caros, em dólares. Em média, os preços da Zara no Brasil são 21,5% superiores aos das lojas americanas da marca, usadas como base de comparação. O relatório, assinado por Fabio Monteiro e Thiago Andrade, levou em conta 14 itens diferentes vendidos na Zara, de blazers a sapatos. Por exemplo: um vestido que nos EUA custa US$ 79 e na Espanha, onde fica a matriz da rede, ele é vendido por US$ 55,1, está nas araras das lojas brasileiras por US$ 171,6. Na Suíça, segunda colocada do ranking, o cliente pagaria US$ 90,4. Considerando-se a paridade por poder de compra, para descontar a influência cambial, o Brasil parece ainda mais caro, embora deixe de ser o líder do ranking, perdendo apenas para a Polônia. Neste caso, os produtos aqui são 49,4% mais caros que os dos EUA Na lojas polonesas, o índice é de 54,2%. “Ainda assim, fica claro que vestuário no Brasil é muito mais caro do que no resto do mundo”, afirmam Monteiro e Andrade. Em nota, a Zara explicou que

IMPOSTO DE RENDA

Pergunte

ao

leão O contribuinte é obrigado a coloca a esposa ou companheira como dependente? Resposta: O contribuinte não é obrigado a colocar o(a) companheiro(a) ou cônjuge como dependente em sua declaração de ajuste anual. É optativo. Ele pode, se assim desejar. Vale ressaltar que a colocação de um dependente na declaração do contribuinte titular tende a reduzir a base de cálculo do imposto de renda e, consequentemente, reduzir o imposto devido. Mas se o dependente possuir rendimentos (tributáveis ou isentos), eles devem ser também informados na declaração do contribuinte titular. Vale também frisar, ainda, que só poderá ser dependente na declaração o(a) companheiro(a) com quem o contribuinte titular viva a mais de 05 anos ou com quem tenha filho.

As perguntas desta coluna são respondidas por auditores da Delegacia da Receita Federal em Natal.Envie suas dúvidas com nome,e-mail e telefone para irpf@tribunadonorte.com.br

NÚMEROS

US$ 171,6 É quanto custa no Brasil um vestido que é vendido por US$ 79 nos EUA e por US$ 55,1 na Espanha, matriz da Zara

22 Países em que há lojas da Zara foram analisados na pesquisa em que o Brasil aparece como campeão em preços altos

Hoje o produto têxtil que chega ao Brasil tem uma taxa de importação que beira os 35% ” JOSÉ LUIZ CUNHA Da Associação de Varejo Têxtil

“estabelece seus preços de maneira independente para cada mercado, mantendo sempre o mesmo posicionamento comercial baseado na ofertas das últimas tendências da moda, em produtos de qualidade e em preços atrativos”. Segundo a varejista, essa política leva em conta as características de cada mercado, seus níveis de preço e custos.

Concorrência

O preço a que as roupas são

vendidas no Brasil voltou à tona no mês passado com a barulhenta estreia da rede americana Forever 21 em São Paulo e no Rio. Com preços baixos, a varejista atraiu milhares de clientes, que fizeram filas de até três horas para entrar na loja. O levantamento do BTG aproveitou essa discussão para identificar o custo do ambiente de negócios no Brasil. Segundo os analistas, entre as principais dificuldades do mercado brasileiro estão os pesados impostos de importação, a diferença climática em relação ao hemisfério norte e os entraves para se produzir no País. “Hoje o produto têxtil que chega ao Brasil tem uma taxa de importação que beira os 35%. Há todos os impostos que vêm em cascata, que incidem sobre o valor aduaneiro e acabam elevando o preço do produto”, afirma o presidente da Associação Brasileira do Varejo Têxtil , José Luiz Cunha. A pesquisa não surpreendeu empresários do varejo. “A carga tributária já ficou até em segundo plano, pela complexidade da regulamentação do nosso mercado e até pelo custo de se pagar impostos no Brasil”, diz Flávio Rocha, presidente da Riachuelo. Na avaliação do banco, a entrada de varejistas estrangeiras exigirá uma reação das empresas brasileiras, mas há tempo para isso. Os analistas consideram que é longo o período de aprendizado de redes internacionais no Brasil, como mostra o exemplo da Zara. “O número de lojas sendo abertas por Forever 21, GAP, Topshop e outras ainda é pequeno e elas estão concentradas em grandes cidades”, comentaram os analistas.

Loja da Zara: Rede afirma que política leva em conta os níveis de preço e custos de cada mercado


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

economia

Negócios &Finanças

« ARTIGOS »

Dignidade ao microempreendedor individual

LUIZ ANTÔNIO FELIPE [ laf@tribunadonorte.com.br]

FRANCISCO DE SALES MATOS Advogado, prof. da UFRN

Nordeste em debate Na próxima terça-feira (15), a revista Exame promove em Salvador, o Fórum Nordeste com o tema: “Os próximos desafios: como reduzir a desigualdade e aumentar a produtividade”. Do RN vão participar a governadora Rosalba Ciarlini, ao lado dos governadores da Bahia, Jaques Wagner, da Paraíba, Ricardo Coutinho e de Alagoas, Teotônio Vilela Filho. O empresário Flávio Rocha (Riachuelo), participa do último debate ao lado de mais dois empresários nordestinos. São temas variados, passando pela infraestrutura, mão de obra qualificada, bolsa família e desafios diversos e, a educação. No Painel dos Governadores o tema será “As estratégias adotadas pelos Estados da região Nordeste para reduzir a desigualdade e aumentar a produtividade”.

EDUCAÇÃO Um dos grandes problemas do Brasil e, especialmente do Nordeste, é a educação. Ontem, a ONG “Todos Pela Educação”, revelou que 52% dos professores do ensino médio não têm formação adequada, na disciplina em que dá aulas. Em física, 80,8% dos docentes não são formados na área Os dados foram compilados do Censo Escolar 2013. O Nordeste é a região em que faltam mais professores licenciados nas áreas específicas das disciplinas - 66% não são formados na área que atua.

Fraude (I)

Fraude (II)

As grandes empresas de pesca de Santa Catarina, um pólo pesqueiro e beneficiador de pescado, estão envolvidas em uma fraude. A Polícia Federal, em Itajaí, em parceria com o Ministério da Agricultura, descobriu várias irregularidades, na “Operação Poseidon”. Constatou, por exemplo, substituições de espécies na venda ao consumidor, peixe mais barato vendido como peixe de primeira.

As empresas pesqueiras de Santa Catarina fazem pressão e lobby político, para suspender a pesca do atum, no pólo pesqueiro potiguar. Em Brasília, os empresários potiguares sofrem uma pressão de todo o tipo. O consumidor potiguar, a partir de agora, deve ficar atento ao peixe processado em Santa Catarina. Além dessa fraude, algumas espécies vendidas estão na lista de extinção.

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nfim, a pequena produção começa a ter seu status reconhecido. Olvidados até bem pouco tempo pelas políticas públicas os micros e os pequenos empresários eram no máximo nada depois de ninguém. Sobreviviam à custa de teimosia, fantasia e astúcia, e de quebra castigados pela espada tributária e pela quase intransponível burocracia do Estado. Hostilizados, a tendência era a clandestinidade o que se apresentava péssimo para a imagem do País, internamente e até internacionalmente, uma vez que dessa realidade social nefasta exsurgia um caldo de cultura que contaminava o sistema produtivo com o vírus da sonegação recorrente, para não falar de outras mazelas. Nos idos de 1994, por exemplo, diziam (atribuía-se ao IPEA) que circulava fora do alcance do braço tributário do Estado algo em torno de duzentos bilhões de reais, gerados no âmago da informalidade. O grave disto tudo é que desde 1988 o pequeno e o micro produtores ganharam tratamento constitucional favorável e diferenciado no âmbito dos poderes constituídos, federal, mu-

Mario Veiga, o Brasil teria de cortar 8%, do consumo de energia para conseguir atravessar o período seco - que vai de maio a outubro - sem problemas. A consultoria reviu mais uma vez o risco de racionamento, agora para 48%, com base nas previsões semanais do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Encolhimento da economia O Brasil poderá perder o posto de 7ª maior economia do mundo para a Índia em 2018, se as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial se confirmarem. As estimativas do FMI foram compiladas pelo economista-chefe da consultoria Austin Rating, que chegou a esta conclusão. De acordo com o

FMI, em quatro anos, o Produto Interno Bruto (PIB) da Índia deverá atingir US$ 2,8 trilhões, enquanto o brasileiro será de US$ 2,7 trilhões. O Brasil está perdendo o que os economistas costumam chamar de “janela de oportunidade”, para avançar ainda mais. Teremos mais dois anos fracos pela frente, 2014 e 2015.

CRESCIMENTO De acordo com os dados do FMI, a Índia é o país que mais deverá subir posições no ranking das dez maiores economias do mundo até 2019. O país deverá passar da 10ª posição em 2014 para a 7ª em 2018, superando além do Brasil, as economias da Itália e da Rússia. O estudo de cabotagem será apresentado aos empresários do RN no próximo dia 15, terçafeira. O presidente da Codern e vicepresidente da Fiern, Pedro Terceiro de Melo, disse que o estudo de cabotagem que está sendo elaborado por meio de uma parceria entre a Codern, Fiern e a Fecomércio vai mostrar um levantamento de cargas do RN.

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Desde segundafeira está sendo realizada a segunda edição do Feirão Limpa Nome Online, serviço da Serasa Experian que oferece ao consumidor a possibilidade de negociar suas pendências financeiras diretamente com os credores. Até o dia 17 de abril, qualquer pessoa poderá acessar o site e negociar suas dívidas diretamente com os credores, em condições especiais de pagamento.

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Como aula prática, os alunos da UFRN realizam mutirão para Declaração do Imposto de Renda. A empresa Júnior do Curso de Ciências Contábeis do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) promove, até o dia 30 de abril, ação de extensão com o objetivo de auxiliar a população nas Declarações de Imposto de Renda – Pessoa Física/2014, do tipo simples.

ESTÁGIO Estão abertas as inscrições do processo seletivo para

estágio de nível superior na área de Informática, para a Procuradoria da República no estado (PR/RN). A inscrição é gratuita e poderá ser realizada até a próxima terça-feira, das 13h às 17h, na sede da PR/RN (Deodoro da Fonseca, 743, Tirol).

PÁSCOA O salmão chileno registra crescimento de 72% no mercado brasileiro nos últimos dois anos. Segundo maior produtor do mundo, o Chile fechou 2013 com recorde de US$ 485 milhões em vendas no Brasil. O peixe é o terceiro item mais exportado do país e grande parte desta produção tem como destino o Brasil, seu terceiro maior mercado importador. PROMOÇÃO O Midway Mall completa nove anos no próximo

dia 27. Com suas quase 300 lojas, e consolidado como um dos principais centros de lazer da região Nordeste, o maior shopping do Estado festeja seu aniversário, com o sorteio de três carros importados zero quilômetro, objetos de desejo de grande parte da população: dois Jeep Compass e um Dodge Journey. A promoção vai até 15 de junho, dia do sorteio.

cido como informal, se tornasse um empreendedor formal. No caso em debate, porém, a lei citada instituiu “o Microempreendedor individual – MEI”, e o definiu como sendo a pessoa que trabalha por conta própria e opta pela legalização como pequeno empresário. Ele (ela) tem a oportunidade de regularizar a sua empresa, de forma simplificada e sem custo de abertura, conseguindo, assim a cidadania empresarial.” É o que ensina Cartilha Publicitária do SEBRAE. A propósito foi junto ao SEBRAE onde obtive as informações mais aprofundadas sobre o MEI. Pude constatar que para ser um MEI é necessário faturar até R$ 60.000,00 por ano, sendo proporcional aos meses de abertura, não ter mais de um estabelecimento, nem participação em outra empresa como sócio ou titular, e ter apenas um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. Bom, mas o fato mais alentador é que aquele status quo, onde era comum o microempreendedor pedir favor a algum empresário legalmente constituído para emitir por si nota fiscal, para vender os seus produtos ou serviços, inclusive para o próprio Estado (latu sensu), já se vai dissipando.

Para exemplificar, um certo empreendedor individual fornecedor de quentinhas, por não ser formalizado, utilizava-se dos préstimos de um empresário “barriga de aluguel”, obrigadose a pagar-lhe, todavia, R$ 300,00 somente pela Nota Fiscal que expedia. O fato é que em se formalizando como MEI, aquele empreendedor despendeu apenas o valor correspondente a 5% de um salário mínimo, mais R$ 1,00 (um real) a título de ICMS. E a partir daí passou a economizar o aluguel da barriga e melhorar o seu negócio. Mas o lado bom dessa nova realidade são as políticas públicas que começam a desabrocharem-se em favor do microempreendedor. A presidente Dilma Rousseff no seu programa de rádio “café com a presidenta” lançou o programa “Crescer”, para beneficiar com crédito subsidiado, cerca de 3,5 milhões de pessoas. Segundo a Presidente a taxa de juro do programa será de 8% ao ano. Enfim, para aqueles que exercem comércio ou indústria em geral e serviços de natureza não intelectual, sem regulamentação legal, a dignidade começa a chegar. Alvíssaras à pequena produção e parabéns ao microempreendedor individual - MEI.

Tudo vale nada se não houver controle TOMISLAV R. FEMENICK Contador e mestre em economia

ECONOMIZAR Nas contas da consultoria PSR, do especialista

nicipal, estadual (artigos 146, III, “d”, 170, IX e 179 da Constituição Federal), mas somente no ano de 2006 é que obtiveram algo mais palpável, com o advento Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006, alterada para adequações supervenientes. O fato é que nos últimos anos a dinâmica da economia catapultada em grande parte pela pequena produção, ditou para o parlamento brasileiro e para os governos em geral que os micros e pequenos empreendedores deste País são agentes ativos do processo produtivo, e não marginais dele, portanto tão dignos de inclusão quanto os grandes produtores para os quais historicamente se voltaram as políticas públicas. Mas, o fato é que as conquistas não pararam por aí. Ultimamente uma categoria de microempreendedor não contemplada adequadamente no sistema institucional veio a sê-lo, mediante a Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008. Trata-se daquele empreendedor que tem uma atividade produtiva, mas pelo fato de trabalhar sozinho não conseguia se organizar legalmente para competir no mercado. Então a lei evidenciada criou condições especiais para que o trabalhador, aquele que trabalhava por conta própria, conhe-

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ual o objetivo e quais os instrumentos primordiais do Orçamento Empresarial? O objetivo, claro, é consolidar os lucros da empresa. As ferramentas vitais para a sua elaboração são as funções planejamento, custos, receitas e controle. Vamos estuda essas funções separadamente. O planejamento é a ferramenta utilizada para organizar e gerir os passos da empresa no presente, com objetivo de atingir melhores resultados no futuro, servindo de base para auxiliar o processo de tomada de decisão. Para realização de um bom planejamento, se faz necessário que a organização tenha pleno conhecimento e controle de sua estrutura interna e possa mensurar de forma realista as condições do ambiente de mercado onde ela está inserida. Com o objetivo de uma melhor compreensão do processo de planejamento, alguns questionamentos básicos devem ser delineados, de forma lógica: O que se deseja alcançar? Como será feito? Qual o custo do que será feito? Quando

será feito? Por quem será feito? Se a função orçamento tem como objetivo principal relacionar os dados contábeis ao desenvolvimento organizacional, auxiliando o processo de tomada de decisão, a projeção e o controle dos custos compreende a parte maior de gestão empresarial, focada no controle financeiro. Neste aspecto está a importância da contabilidade de custos, que levanta, analisa e interpreta os custos de produção, da manutenção dos estoques e da operação geral da empresa, como linha auxiliar de gestão, no processo de tomada de decisões e de planejamento. A supervisão dos custos deve assumir função de controladoria, baseando seus passos em valores monetários. Do outro lado temos as receitas, a entrada de recursos oriundos da venda de produtos e/ou serviços. O levantamento de previsão de receitas como projeção orçamentária é ponto importante no processo de elaboração do planejamento administrativo. Ela é que auxilia a tomada de decisão no momento em que se questiona a utilização de capital próprio ou de terceiros na execução das atividades. Orientado pelo nível estimado das

O objetivo do controle orçamentário é evidenciar as variações, identificar os desvios pontuais, as tendências de desvios ou mesmo erros do projeto orçamentário” vendas, o projeto orçamentário faz a previsão das receitas considerando estimativas sobre quais os produtos vendidos pela empresa, qual o volume das vendas e em que data se dará o recebimento dos valores respectivos. Esta é uma das fases mais difíceis do processo, pois exige que se antevejam as vendas futuras tendo apenas informações do presente. A forma mais usada é se subdividir as vendas, agrupando em um mesmo segmento produtos iguais ou semelhantes e segregando produtos diferentes. Porém isso não é sufi-

ciente. Sempre há que se recorrer à análise do histórico recente e à análise das tendências das vendas da sociedade e do mercado comprador dos seus produtos. Tudo isso se perderá sem um bom controle, isto é, sem que se verifique o comportamento dos custos e das receitas reais comparados com as projeções, numa completa tomada de consciência da situação, com o objetivo de gerar condições para ordenar e coordenar as atividades em segurança, sem surpresas, evitando erros na execução de planejamentos futuros. Este monitoramento impõe uma vigilância sistemática do comportamento das receitas e despesas da empresa. Como a projeção orçamentária não é uma ciência exata, mas sim uma técnica de previsão futura, que trabalha com elementos e fatores carregados de imprevisibilidade, sempre haverá divergências entre os números e valores previstos e os resultados alcançados. O objetivo do controle orçamentário é evidenciar as variações, identificar os desvios pontuais, as tendências de desvios ou mesmo erros do projeto orçamentário.

Preços administrados e subsídio ALCIMAR DE ALMEIDA SILVA Advogado, Economista, Consultor Fiscal e Tributário

O

Estado Brasileiro, assim como outros, tanto presta serviços públicos como explora atividades econômicas de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, no primeiro como no segundo caso fazendo-o diretamente ou sob regime de concessão ou permissão. Em conseqüência, há bens e serviços cujos preços são administrados pelo governo federal, estadual ou municipal, conforme a competência, dentre os quais se destacam os de combustíveis, de energia elétrica, de transportes, de telecomunicações, de água e esgoto. Sendo assim, na formação dos preços o governo pode participar através de benefícios fiscais de redução ou de isenção dos tributos incidentes sobre aqueles bens e serviços, bem como de subsídios, tendo por finalidade mantê-los módicos ou acessíveis aos consumidores. Os subsídios em geral são criados como uma tentativa de evitar inflação e proteger os cidadãos contra o impacto doloroso

de aumentos dos preços no mercado. Mas, no caso de energia, eles são caros, consomem os orçamentos governamentais, impedem investimentos em educação ou infraestrutura e terminam por beneficiar os mais ricos. Organismos internacionais consideram política fadada ao fracasso, embora muitos países continuem a praticá-la, estimando-se em 1,9 trilhão de dólares o favorecimento governamental em todo o mundo ao consumo de combustíveis, energia elétrica, gás natural e carvão. Embora concentrados mais no Oriente Médio, Ásia, Europa Central e países da exUnião Soviética, os Estados Unidos figuram como maior provedor de subsídios no mundo desenvolvido. No Brasil, a Petrobras é obrigada a comprar gasolina no exterior e vendê-la no mercado interno com um desconto de 15 por cento, prejuízo que dificulta a estatal a ampliar novas descobertas. Ao mesmo tempo, torna mais difícil aos produtores brasileiros de etanol competirem no mercado, bastando dizer que os investimentos em produção adicional de etanol vêm caindo desde o seu

pico em 2008. Ocorre que, se os subsídios concedidos para evitar reajustes nos preços dos combustíveis e da energia elétrica, beneficiam os consumidores no momento, em futuro talvez não muito distante vão ser cobrados em reajustes maiores. Sem falar na implicação negativa nas finanças públicas e na economia como um todo, pois os gastos atuais em subsídios poderão chegar a 63 bilhões de reais, conforme cálculo do Centro Brasileiro de Infraestrutura. Para fazer face a estes subsídios serão desembolsados, direta ou indiretamente, pela Petrobras, o montante de 42 bilhões de reais, objetivando cobrir a diferença entre o preço dos combustíveis praticados no exterior e os praticados no Brasil; ao Tesouro Nacional caberá desembolso no montante de 13 bilhões de reais, para cobrir parte do prejuízo das distribuidoras de energia; enquanto a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – formada pelas distribuidoras – deverá levantar no setor bancário o montante de 8 bilhões de reais. Estes recursos objetivam ajudar as distribuidoras, com o compro-

misso de que as tarifas de energia serão reajustadas a partir de 2015 para pagar os empréstimos. Enfim, os gastos para evitar o encarecimento dos combustíveis e da energia elétrica quase equivalem os da assistência social, incluído o Bolsa Família. Sem falar que lá atrás o governo federal já havia concedido isenção da CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico na importação e comercialização de combustíveis, o que frustrou não apenas a arrecadação da União. Pois os Estados e Municípios fazem jus a percentuais do seu produto, destinando-se ao financiamento de implantação e manutenção de rodovias. Bem assim, para atender o objetivo de redução das tarifas de energia elétrica, desde o final de 2012 o setor elétrico vem sofrendo uma série de alterações legais e regulatórias. Entre outras medidas, foi antecipada a renovação dos prazos de concessões vincendas a partir de 2015, condicionada à diminuição de tarifas, assim como reduzidos encargos setoriais, o que gerou diversos questionamentos judiciais. Afinal, quem vai pagar o subsídio?


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

economia

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Promotoria exige licenças ambientais « CARCINICULTURA » Ministério Público recomenda revogação de resoluções que, de acordo com o órgão,

permitem a dispensa do licenciamento ambiental para os microempreendimentos de carcinicultura no RN ALDAIR DANTAS

VINÍCIUS MENNA Repórter

ma recomendação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPE/RN) pediu nesta semana a revogação de parte de duas resoluções que, de acordo com o órgão, permitem a dispensa do licenciamento ambiental para os microempreendimentos de carcinicultura no estado. Contudo, a Associação Norte-Riograndense dos Criadores de Camarão (ANCC) diz desconhecer qualquer resolução que dispense o setor da exigência e afirma que o que há, na verdade, são dificuldades à regularização dos criadores. Resultado: dos cerca de 300 microcarcinicultores do RN, 93% não possuem licenciamento. A estimativa é do presidente da ANCC, Orígenes Monte.

U

Recomendação

O promotor Márcio Luiz Diógenes recomendou ao secretário de Estado de Recursos Hídricos que revogue as resoluções 002/2011 e 004/2006, do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Conema), na parte em que dispensa o licenciamento ambiental para este tipo de empreendimentos de carcinicultura, cuja área é de até 5 hectares. O MP/RN também recomenda que o diretor-geral do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) suspenda imediatamente a emissão de qualquer ato administrativo de dispensa de licença ambiental para os microempreendimentos de carcinicultura. Além disso, o Ministério Público Estadual recomenda “rever todos os casos de microcarcinicultores com dispensa de licença ambiental formalizada, a fim de que seja realizado o licenciamento em conformidade com as exigências legais, podendo, segundo permite a lei, seguir a via do licenciamento simplificado, observando-se termos de referências e prazos razoáveis para regularização”. As providências fazem parte de recomendação expedida pelo 12º Promotor de Justiça de Natal, Márcio Luiz Diógenes, publicadas no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira, resultado do inquérito civil nº 06.2013.000018-7. Conforme o MP, o inquérito constatou que o Idema vem dispensando o licenciamento ambiental de microempreendedores de carcinicultura sob a justificativa de que se encontra amparado na Resolução nº

Estimativa é de produção estagnada A expectativa do setor de carcinicultura é de que a produção em 2014 permaneça na casa das 20 mil toneladas de camarão, mesma que foi atingida em 2013. Segundo o presidente da Associação Norte-Riograndense dos Criadores de Camarão (ANCC), Orígenes Monte, a razão para a estagnação dos números da produção é reflexo da dificuldade na obtenção das licenças ambientais. Para Monte, apesar do ano ser propício para o consumo do camarão no Brasil, até mesmo devido à Copa do Mundo e do aquecimento do mercado interno, é provável que a produção permaneça na marca em que está porque o setor não consegue investir. “Nós estamos tendo dificuldade de manter a produção porque temos dificuldade de renovar as licenças. Sem a formalização, o produtor não consegue um finan-

Área de criação de camarão: De acordo com Associação do setor, 35% dos criadores possuem licenças ambientais. O índice para os microempreendedores cai para 7%

Associação critica ‘burocracia e falta de aparelhamento’

A carcinicultura no RN Licenças ambientais e números do setor Divisão do setor:

7% Grandes

25% Médios

46% Micros

460

Produção 2013 2014*

é a quantidade de carcinicultores do RN

* expectativa

1000

35%

famílias vivem da carcinicultura como microeempreendedores, aproximadamente

dos carcinicultores do RN, de forma global, possuem licença ambiental

21% Pequenos

*Exportações 2014 (Jan/Fev) Outros camarões, que não inteiros, congelados

7%

US$ 347.616

dos microcarcinicultores do RN possuem licença ambiental

malizada por meio de ato administrativo, “pode configurar o crime de conceder permissão ou autorização em desacordo com as normas ambientais ou, a depender de cada caso, o de deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental, delitos estes previstos nos arts. 67 e 68 da Lei nº 9.605, de 12.2.1998”. De acordo com o texto da recomendação, Conema e Idema têm 15 dias para informar à Promotoria de Justiça as diligências

40.800 Kg

Outros camarões inteiros, congelados

US$ 166.746

*O camarão saiu da pauta de exportações do RN em 2012 e só voltou em agosto do ano seguinte.

02/2011 do Conema, tendo inserido as alterações na Resolução nº 04/2006 do Conselho. O promotor recomendou aos órgãos ambientais fiscalizarem os estuários e demais regiões onde se exploram a atividade de carcinicultura, a fim de que sejam exigidas as licenças dos microcarcinicultores. Segundo a recomendação, a continuidade da dispensa de licenciamento para atividades de microcarcinicultura, sendo for-

20 mil toneladas 20 mil toneladas

24.000 Kg Fontes: ANCC / MDIC

encaminhadas ou as providências que pretendem adotar em relação ao cumprimento dos termos da recomendação. Procurado, o Idema informou ainda não foi notificado da recomendação e que somente na segunda-feira se pronunciaria sobre o assunto. A reportagem também procurou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), através de sua assessoria, mas não obteve êxito. ALEX REGIS

Nós estamos tendo dificuldade de manter a produção porque temos dificuldade de renovar as licenças”

Ao todo, existem no Rio Grande do Norte cerca de 300 microempreendedores de camarão. Cerca de 280 deles – 93% – não possuem licença ambiental para atuar no estado, de acordo com a Associação Norte-Riograndense dos Criadores de Camarão (ANCC). Entre as dificuldades apontadas pelo setor na obtenção do licenciamento, estão o excesso de burocracia, o rigor da legislação brasileira, considerado excessivo, além da falta de aparelhamento do órgão fiscalizador, o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (Idema), que acaba não conseguindo dar vazão à quantidade de pedidos de licença em trâmite. A falta do licenciamento ambiental traz prejuízos para esses produtores, diz o presidente da Associação Norte-RioGrandense de Criadores de Camarão (ANCC), Orígenes Monte. “Se você não tem licenciamento, você não consegue chegar à formalização, então você não consegue um financiamento e consequentemente não consegue crescer”, afirma. Na opinião de Orígenes Monte, não existe no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Conema), uma resolução que permita a dispensa do licenciamento ambiental, mas sim uma tentativa de simplicar o processo. “O órgão ambiental vem trabalhando numa simplificação do licenciamento ambiental para o microeemprendedor”, disse.

Críticas

O presidente da ANCC avalia ainda que, em qualquer ativi-

ORÍGENES MONTE

dade que tenha algum impacto no meio ambiente, há a necessidade de passar por um “processo penoso” e “extremamente burocrático”. “Nós temos uma legislação que é a mais rigorosa do mundo e temos também um órgão ambiental autoritário e arbitrário. Juntando a isso a questão do desaparelhamento, nós acabamos tendo dificuldade de desenvolver a atividade como um todo”, analisa. Origenes Monte acrescenta que o licenciamento ambiental não se configura em um problema para o grande produtor, já que estes dispõe de recursos para contratar uma assessoria que cuide desse processo e garanta o atendimento de toda a demanda que o órgão ambiental exige. Por outro lado, no caso do micro e pequeno empreendedor da carcinicultura, a contratação de uma assessoria não é algo viável. “São cerca de três ou quatro famílias trabalhando em cada empreendimento desse, pessoas que não tem condições de estar pagando uma assessoria”, argumentou Orígenes Monte. Na opinião do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, a recomendação do Ministério Público não deve causar impacto aos produtores. “Acho que não vai gerar um prejuízo porque os produtores já vem sofrendo com esse tipo de ação há tempo. O pequeno e o micro produtor já não tem acesso a licenciamento, às linhas de financiamento, então ele já trabalha sem estar preocupado com isso”, explica. ADRIANO ABREU

Presidente da ANCC

ciamento para investir em novas áreas, então não se consegue crescer”, diz o presidente da Associação Norte-Riograndense dos Criadores de Camarão (ANCC). Com relação a exportação do camarão, que foi retomada no ano passado e continua em 2014, Orígenes avalia que é provável que não haja um crescimento tão grande. “Além de não termos como investir mais para crescer, tem o fato de que o consumo interno está muito forte, apesar da exportação hoje estar muito viabilizada”, explicou.

Produção no RN deve ser mantida em 20 mil toneladas em 2014

Orígenes Monte, da ANCC: “Processo é penoso e burocrático”


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

economia

Abrindo a porteira

Mesmo com seca, projeção é de safra recorde no Brasil

LUIZ ANTÔNIO FELIPE [ laf@tribunadonorte.com.br]

Inchaço das cidades A acelerada diminuição da população rural global coloca a FAO, o braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação, em estado de alerta sobre as consequências desse movimento na produção agrícola. “A população urbana está agora superando a população rural e essa diferença vai subir quase como uma flecha nos próximos anos, e estamos atentos principalmente ao que se passa na China”, afirma Boubaker Ben-Belhassen, diretor-adjunto da divisão de comércio a FAO. Milhões de chineses continuam a deixar o campo em busca de melhores condições de trabalho e vida nas cidades. Alguns analistas projetam em 600 milhões o numero de asiáticos que incharão as cidades nos próximos anos.

CONSUMO Para atender as necessidades básicas da população de 1,3 bilhão de pessoas, o governo chinês divulgou seu Programa de Desenvolvimento da Alimentação e Nutrição para o período 20142020. O programa estabelece que cada chinês deverá consumir, anual e minimamente, os seguintes volumes: 135 quilos de grãos, 12 quilos de óleo vegetal, 13 quilos de soja e de feijão, 29 quilos de carne, 16 quilos de ovos, 26 quilos de leite, 18 quilos de peixes e frutos do mar, 140 quilos de vegetais e 60 quilos de frutas.

Ameaça

Recorde

Os meteorologistas estão preocupados com a formação do fenômeno El Niño. As águas do oceano Pacífico está começando a esquentar. Uma agência dos Estados Unidos confirmou que a formação é preocupante e pode se consolidar entre o final de maio e início de junho. Enquanto isso, as chuvas continuam caindo no Nordeste.

As exportações do agronegócio do País alcançam US$ 7,97 bilhões em março, um valor que representa um incremento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2013. As importações alcançaram US$ 1,42 bilhão, decréscimo de 7%. O superávit da balança comercial do agronegócio foi de US$ 6,55 bi.

MILHO A Conab garante que nenhum produtor cadastrado no

Programa de Vendas em Balcão foi excluído da Operação Especial, que desde maio de 2012, oferece milho em condições especiais para criadores atingidos pela seca na região atendida pela Sudene. Até 30 de junho, os 272 mil cadastrados no Programa de Vendas em Balcão na área da Sudene poderão adquirir até 3 mil quilos de milho/mês, ao preço de R$ 18,12 a saca.

Ensino agrícola A Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) comemora 65 anos de fundação. A unidade acadêmica especializada em Ciências Agrárias da UFRN, foi fundada em 4 de abril de 1949, pelo dr. Enock de Amorim Garcia. No inicio das atividades contava

com 05 professores e 20 alunos. Passados 65 anos, a instituição chega ao patamar de 101 docentes efetivos, 65 técnicos administrativos efetivos, 120 servidores terceirizados e aproximadamente 29 mil alunos em todos os níveis de ensino.

RAÇÃO Criadores da região do Seridó pedem à Conab uma fis-

calização mais rigorosa na listagem dos beneficiários do programa de milho do governo. Vários desses criadores já teriam vendido ou todo ou grande parte do rebanho e, mesmo assim, continuam adquirindo o milho com preço subsidiado. As vinte e seis maiores empresas de lácteos do país acabam de criar a associação Viva Lácteos. O objetivo da entidade é desenvolver políticas para aumentar a competitividade do setor, elevar a produtividade, ampliar as exportações do segmento e estimular o consumo de leite e derivados no mercado doméstico, conforme comunicado.

1

2

Estão abertas na Emater-RN as inscrições para credenciamento no novo convênio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, na modalidade leite. As empresas de laticínios interessadas em participar da seleção podem obter informações através do Edital número 001/2014, publicado no Diário Oficial do Estado e disponível do endereço eletrônico WWW.emater.rn.gov.br

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Os produtores de coco verde na Bahia, maior produtor do País, comemoram a recuperação do setor. O fruto está saindo por R$ 0,80, um bom negócio. Depois da seca dos últimos anos, os produtores de coco da Bahia estão animados com as vendas do fruto. Nem a chegada do outono atrapalhou os negócios e eles esperam um novo impulso na atividade com a aproximação da Copa do Mundo.

CANA A Usina Unaçúcar, localizada em Água Preta, Zona da Mata Sul de Pernambuco, acaba de fechar as portas. Por safra, ela moía 350 mil toneladas de cana. Com o fechamento da usina, cerca de dois mil funcionários perderão o emprego. A informação é da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco. Mais de cinco usinas fecharam nos últimos cinco anos em Pernambuco.

BIOTECNOLOGIA O IAC (Instituto Agronômico de Campinas/SP, inaugura em Ribeirão Preto, uma biofábrica de cana-de-açúcar capaz de produzir 4 milhões de mudas por ano. As principais características de uma biofábrica de cana é a produção em escala de variedades com alta qualidade fitossanitária e genética de forma rápida ao setor. Durante o evento, também foi entregue o Núcleo de Produção de Mudas Pré-brotadas (MPB), com capacidade para produzir, em média, 300 mil mudas por ano. ORGÂNICOS Com um total estimado de 1,5 milhão de hectares,

englobando as atividades de agricultura e pecuária, com predomínio de pequenos produtores rurais, a produção orgânica nacional apresenta tendência de crescimento continuado nos próximos anos. O Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, do Ministério da Agricultura e Pecuária, lista até o momento 7.959 agricultores orgânicos individuais certificados.

« GRÃOS » A Conab prevê safra 1,1% maior do que a de 2013, de 190,6

milhões de toneladas. Já o IBGE projeta crescimento de 0,7% no período DIVULGAÇÃO

R

io e São Paulo (AE) - Estimativas de safra divulgadas na quinta-feira, 10, seguem apontando recorde de produção de grãos em 2014, a despeito da estiagem que castigou plantações. Mas a margem deve ser pequena. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê safra 1,1% maior do que a de 2013, de 190,6 milhões de toneladas. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta colheita de 189,4 milhões de toneladas, 0,7% a mais do que no ano passado. Apesar dos números aproximados, os levantamentos foram em direções distintas, em função da diferença do período de coleta. Na Conab, a revisão, de abril, adicionou 1,9 milhão de tonelada à projeção anterior. Já no caso do IBGE, a previsão, referente a março, apontou redução de 900 mil toneladas. “Isso mostra que se tinha expectativa pessimista, mas pelo visto a estiagem afetou muito pouco as safras de milho, soja e feijão”, avaliou a economista Amaryllis Romano, analista setorial e sócia da Tendências Consultoria. De fato, a Conab ressaltou, em comunicado, que o resultado maior se deu “graças à recuperação das lavouras de soja e de milho segunda safra, que tiveram dados positivos, com menos influência das intempéries climáticas ocorridas nas regiões produtoras”. O gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, Mauro Andreazzi, afirmou

O resultado maior se deu “graças à recuperação das lavouras de soja e de milho segunda safra”

que problemas de clima afetaram o levantamento de março, mas os produtores da região Sudeste, mais afetados, já relatam melhores condições de produção. Mesmo assim, o crescimento da safra não acompanha a expansão da área plantada. Um dos motivos é a substituição de milho por soja, que tem rendimento menor. O outro é o clima. “Nossa área de grãos é 5,3% maior do que em 2013. A produção de grãos não está neste patamar por fatores climáticos”, analisou Andreazzi. Amaryllis advertiu ainda que os números não são definitivos. “Há problema com excesso de chuvas em algumas regiões que estão colhendo”, citou a economista, em referência à situação do Mato Grosso, maior pro-

dutor de grãos do País.

Revisão

No levantamento do IBGE, foram revisados para baixo os volumes previstos para soja (-1,9% em relação à estimativa de fevereiro), milho 1ª safra (-4,5%), café arábica (-5,1%), feijão 1ª safra (-3,3%) e 2ª safra (-7,7%) e mandioca (-3,1%), devido à seca. No caso de feijão e mandioca, houve também alteração por queda de rendimento. “Este verão foi atípico, com muito calor e pouca umidade”, disse Andreazzi. “Isso prejudicou. Janeiro e fevereiro são meses cruciais. Sem boas condições climáticas, há queda no rendimento”, explicou. Apesar disso, todas devem supe-

Conab vai comprar milho para o RN « PECUÁRIA » O Estado deve receber 8,7 mil toneladas a partir de maio. O volume faz parte de uma leva maior destinada à área da Sudene

B

rasília - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realiza, no dia 23 deste mês, operação de compra com remoção simultânea de 60 mil toneladas de milho para abastecimento de criadores de pequeno porte de aves, suínos, bovinos, caprinos e ovinos da região da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O produto deve começar a chegar aos municípios atingidos pela estiagem no dia 6 de maio. Na operação de compra com

remoção simultânea, quem vende o milho para a Conab deve fazer a entrega do produto ensacado diretamente nos locais indicados e dentro dos prazos definidos pela Companhia. Para o Rio Grande do Norte são previstas 8,7 mil toneladas de milho. O produto será distribuído para os municípios de Açú, Caicó, Currais Novos, João Câmara, Mossoró, Natal (Caiapós e Jerônimo Câmara) e Umarizal. O grão será vendido a R$ 18,12 a saca de 60 kg, dentro do

limite de 3 toneladas por mês para cada adquirente. O enquadramento do beneficiário no programa tem como base o plantel de cada produtor, registrado no Sistema de Cadastro Técnico do Programa de Vendas em Balcão. A ação faz parte da Operação Especial do Programa de Vendas em Balcão, autorizada pela Portaria Interministerial nº 601, de junho de 2012, e prorrogada até 30 de junho de 2014 pela Portaria Interministerial nº 223, de 20 de março deste ano.

rar o volume de 2013, à exceção de café arábica e milho 1ª safra. A Conab, por sua vez, divulgou incrementos nas previsões para soja (+0,7% em abril contra março), milho 2ª safra (+0,4%) e feijão 2ª safra (+10,3%). A soja deve somar 86,082 milhões de toneladas. A garantia de uma safra recorde, no entanto, parece estar nas culturas que ainda estão na fase de plantio. A expectativa para o trigo, que começa a ser semeado, é boa para este ano. Tanto IBGE e Conab esperam colheita de 6,7 milhões de toneladas de trigo em 2014 (pelo menos 1 milhão e mais do que no ano passado) “É uma surpresa positiva”, disse Amaryllis.

DISTRIBUIÇÃO DO MILHO O que irá para cada Estado: CE: 13,5 mil toneladas PI: 9,6 mil toneladas RN: 8,7 mil toneladas PE: 7,3 mil toneladas PB: 7,2 mil toneladas BA: 6,1 mil toneladas AL: 3,3 mil toneladas ES: 1,5 mil toneladas MA: mil toneladas MG: mil toneladas SE: 800 toneladas Municípios contemplados - RN Assu, Caicó, Currais Novos, João Câmara, Mossoró, Natal (Caiapós e Jerônimo Câmara) e Umarizal. Fonte: Conab


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

economia

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»ENTREVISTA » TOMAZ SALUSTINO SOARES DIRETOR INDUSTRIAL E ADMINISTRATIVO DA MINERAÇÃO TOMAZ SALUSTINO

“Não consideramos o cenário positivo para a mineração” « NEGÓCIOS » Executivo e neto do fundador da Mineração Tomaz Salustino fala sobre o salto da empresa em 2013, mas afirma que para o setor, de forma geral, momento não é bom

FOTOS:JÚNIOR SANTOS

VINÍCIUS MENNA Repórter

mineradora Tomaz Salustino conseguiu aumentar seu lucro líquido de 2012 para 2013 em quase três vezes, saindo da casa dos R$ 2,2 milhões para R$ 4,3 milhões. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o diretor industrial e comercial da companhia, Tomaz Salustino Soares, explica como esse resultado foi possível. Na entrevista, ele comenta ainda sobre o cenário da mineração do Rio Grande do Norte, que aponta como negativo, e trata ainda de questões como o código da mineração e a possibilidade de recuo nos investimentos do setor no país no ciclo 2014-2018. Mesmo ciente das dificuldades que poderão vir pela frente, Tomaz Salustino garante: os investimentos na companhia não vão diminuir em 2014. “Pretendemos investir na melhoria da nossa Usina de beneficiamento com o intuito de melhorar sempre a recuperação de teores”, afirmou.

A

O que provocou o crescimento do saldo de lucros/prejuízos acumulados de R$ 2,2 milhões, em 2012, para R$ 4,3 milhões, em 2013? Quais fatores também contribuíram para quase triplicar o lucro líquido da Tomaz Salustino, que em 2012 foi R$ 1,3 milhões e em 2013 atingiu R$ 3,2 milhões?

Nossa empresa vem ao longo do tempo implantando modernidade em sua administração com reorganização dos setores administrativos colocado em pauta pelo nosso ex-diretor Rogerio Barreto Drummond e aplicação e melhoria das atividades produtivas cujo objetivo foi alcançado no ano de 2013. Outro fator importante foi a venda de imóveis que há algum tempo não faziam parte do objetivo da empresa. Mas a que se deve esse bom momento?

O bom momento deveu-se as altas cotações do Tungstênio no mercado internacional bem como a variação cambial havida no ano. Esperamos que em 2014 haja continuidade desses fatores para que tenhamos novo sucesso. Os impostos incidentes sobre o faturamento em 2013 caíram em mais da metade. A que isso se deve? A Tomaz Salustino possui algum tipo de isenção fiscal?

A incidência de ICMS é somente sobre a venda de scheelita para o mercado interno e temos isenção pelo Proadi desde 2008. Quando há exportação a alíquota é zero. A isenção chega até a 70% do imposto devido. O balanço mostra que os custos de produção e/ou serviços aumentaram, embora o custo dos produtos vendidos tenha caído. Por que isso ocorreu?

Com o avanço da mina e continuidade da extração os custos tendem a aumentar devido a pesquisa interna e demais procedimentos. Como a alíquota é zero para exportação e o preço internacional esteve bem melhor o custo do produto vendido caiu. Quanto a Tomaz Salustino produz? É apenas scheelita?

Em torno de 15 toneladas ao mês de concentrado de scheelita. Para onde a mineradora vende a

Ì QUEM Tomaz Salustino Soares tem 64 anos. Nascido em Currais Novos, é pai de quatro filhos. É neto do fundador da mina, o desembargador Tomaz Salustino. Formação É graduado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e tem especialização em Engenharia Econômica, pela Universidade Católica do Recife, e em Engenharia de Segurança do Trabalho, pela Universidade Potiguar (UnP). Carreira Trabalhou na salineira Cirne Cia Industrial do RN, em Macau, e foi diretor da pernambucana Wolfram Metais durante seis anos. De 1983 a 1989 e 1994 a 2002, foi gerente da Tomaz Salustino. Depois, voltou a Wolfram para dirigir a companhia de 1990 a 1993, mas voltou depois para a Tomaz Salustino, como diretor industrial, onde atua até o momento. A Companhia A Mina foi descoberta em 1943 pelo morador da fazenda Brejuí, José Dias. A scheelita foi extraída sob forma de garimpo por mais de 2 mil pessoas e a mecanização da mina foi iniciada na década de 1950, com a instalação da primeira usina de beneficiamento do minério. Entre 1946 e 1957 foram construídas todas as obras civis da Mina Brejuí, que empregou 900 funcionários e impulsionou a economia das cidades do Seridó gerando riqueza e grande progresso para a região. A Mineração Tomaz Salustino foi constituída como empresa em 1955 e produziu cerca de 28 milhões de quilos de scheelita, de 1943 a 2013.

produção?

De 50% a 70% ficam no mercado nacional e o restante vai para exportação. A scheelita é vendida para as metalúrgicas de São Paulo e também é exportada para os Estados Unidos, China e Inglaterra. Por onde a empresa escoa a produção?

Com relação ao mercado interno, é feito o destino rodoviário para São Paulo e a exportação sai pelo Porto de Natal, Suape - em Pernambuco - e Pecém, no Ceará. A possibilidade de criação de um porto, localizado em Porto do Mangue, com a vocação para o transporte de cargas provenientes da mineração, pode beneficiar a empresa e a mineração do RN de que forma?

Esse sonho dos Potiguares é sempre bem vindo e esperado e beneficiaria principalmente as empresas de alta produção. Apesar de ser de grande valia, não temos grandes problemas de escoamento. Como está o cenário para a mineração no Estado? É positivo?

Não consideramos positivo. É uma reclamação geral principalmente dos pequenos produtores. Os maiores sempre estão a exigir melhor apoio governamental, pois os Secretários de Estado nunca são ligados a área e tratam do assunto num segundo plano sempre com esperança no governo federal no que toca ao escoamento de seus produtos pela falta de recursos locais.

fazer poderá haver transtornos e interferência internacional. De acordo com relatório do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), com base em informações passadas pelas mineradoras, os investimentos em mineração no Brasil devem recuar no ciclo 20142018. Essa análise estaria sendo puxada por uma queda no preço do minério de ferro e por aumento dos custos de produção. Como o senhor vê essa questão?

Esses fatores de recuo são influenciados pelo mercado internacional, pois países grandes consumidores reclamam do preço das commodities há muito tempo e o aumento do custo é inerente do setor de mineração.

ção a anos anteriores. Como o crescimento ou a crise depende sempre de fatores externos, ficamos nessa expectativa para 2014.

Os maiores sempre estão a exigir melhor apoio governamental, pois os Secretários de Estado nunca são ligados a área e tratam do assunto num segundo plano”

As possíveis mudanças com o código da mineração são temidas pelos empresários do setor, já que preveem aumento da alíquota do principal tributo pago pelas mineradoras, a CFEM, além de tornar mais rigorosa a concessão das áreas onde se encontram os minérios. Qual a análise que o senhor faz a respeito desse assunto?

A produção da Tomaz Salustino é voltada para a scheelita. Nesse caso, ainda com base no relatório do Ibram, o senhor vê um cenário negativo para este produto, a scheelita, assim como no caso do ferro? Qual o cenário hoje e para 2018?

Em caso de confirmação dessas previsões, teremos um ano negro para a mineração como um todo, difícil em tudo, tanto para enfrentar como para dar sequência. Que gargalos o setor de mineração enfrenta hoje e como eles podem ser superados?

Então o cenário é positivo?

Positivo para o nosso segmento se se mantiver esse bom momento.

É preciso um aprofundamento na matéria com mudanças paulatinas e se adaptando a realidade, pois do jeito que querem

O senhor diria que o setor deverá crescer em que ritmo este ano?

O que está favorecendo o preço do tungstênio nesse momento? Quanto esse preço subiu em 2013, na comparação com 2012 e qual é a projeção para 2014?

As altas cotações no mercado mundial aplicadas ao tungstênio fizeram com que chegássemos a esse bom momento. A variação chegou a beirar os 20% em rela-

Em que vai investir?

Economistas apontam um ano difícil para o Brasil este ano. Juros e inflação em alta estão entre os problemas. Como o senhor analisa o ambiente de negócios para as empresas nesse contexto? É um ano difícil?

Produzimos somente scheelita e por se tratar de uma substancia rara na natureza é uma exceção a regra mineral, pois suas normas são estabelecidas por um pequeno grupo de produtores e grandes consumidores e o preço ditado pelo mercado europeu e, hoje, com a influência da China – maior produtor e maior consumidor mundial.

Ficando no que está já é de bom tamanho, mas esperamos pouco crescimento acima do que ocorreu ultimamente.

Pretendemos investir na melhoria da nossa Usina de beneficiamento com o intuito de melhorar sempre a recuperação de teores. Deveremos investir quantia em torno de R$ 400 mil, valor um pouco acima do que investimos nesse setor em 2013. Moinho de barras, transportadores de correia, jig, mesas concentradoras, bombas de polpa e todos os acessórios pertinentes ao projeto.

Qual é a perspectiva para 2014?

No nosso entendimento permanecerá como está.

Quais são os planos de investimento para empresa para este ano? Quanto pretende investir? Esse valor é maior ou menor que no ano passado?

Gargalos são sempre ligados as políticas públicas defasadas, exigências injustificadas, órgãos fiscalizadores sem a estrutura e, para resolver, somente eliminando-os”

Quando estamos atravessando bons momentos a dificuldades são sempre superadas e esse gargalos são sempre ligados as políticas públicas defasadas, exigências por demais injustificadas, órgãos fiscalizadores sem a mínima estrutura e, para resolver, somente eliminando-os. O senhor diz que a maior parte da scheelita fica no Brasil e segue para metalúrgicas em São Paulo. Como está esse mercado consumidor? Está aquecido, retraído ou estabilizado?

Realmente essa é a média histórica de todos esses 70 anos. Nesse início de ano podemos afirmar que o mercado interno está retraído, o que é justificado pela pouca procura do produto.


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

economia Medidas para favorecer o “ambiente” estão na gaveta « GOVERNO » Treze medidas da agenda do

Governo Federal poderiam tornar mais favorável o ambiente de negócios no Brasil

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rasília (AE) - O governo tem na gaveta 13 medidas da agenda microeconômica que, se forem efetivamente tiradas do papel nos oito meses restantes de gestão Dilma Rousseff, podem tornar mais favorável o ambiente de negócios no Brasil. Entre elas, está o aperfeiçoamento das regras do crédito consignado privado, para garantir maior acesso dos trabalhadores com carteira assinada a essa modalidade de financiamento, em especial funcionários de pequenas empresas. A medida em estudo dará mais garantia de que a consignação em folha será respeitada quando o empregador alterar o banco no qual realiza o pagamento dos salários. Isso, hoje, ainda é um problema para o crescimento mais significativo dessa modalidade de crédito no setor privado Outro problema é a falta de garantia de que o pagamento das parcelas será efetivamente descontado do salário dos trabalhadores antes de outros compro-

missos da conta corrente do devedor no dia do depósito. Estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda elenca as medidas microeconômicas adotadas desde o início de 2011, e aquelas que ainda não entraram em vigor. Das 49 medidas listadas pela SPE, restam ainda 13 para serem efetivadas até dezembro. “A agenda microeconômica avançou nos últimos anos, mas seu efeito na economia não é imediato, nunca é. As consequências são sentidas aos poucos, conforme os negócios em diferentes setores, como financeiro, imobiliário e industrial”, disse Márcio Holland, da SPE. Outra medida importante ainda a ser implementada é o novo marco regulatório para oferta de ações de empresas de menor porte na BM&FBovespa. Hoje, o acesso ao mercado de capitais de empresas pequenas, chamadas no jargão de mercado de “small caps”, ainda é restrito no Brasil.


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Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 13 de abril de 2014

Insegurança faz escola « REDE PÚBLICA » Assaltos dentro de salas de aula, ameaças, presença de traficantes... a violência ronda

as escolas públicas de Natal, que estão longe de conseguir traquilidade necessária para o bom aprendizado IGOR JÁCOME repórter

...viu a realidade de unidades que contam com segurança 24h, mas, ainda assim, não escapam dos arrombadores. E outras, onde há apenas um porteiro para cuidar de dois portões. Em contrapartida, projetos simples, que são mantidos com pouco ou nenhum recurso, são exemplos de combate à violência. Ideias ainda pouco divulgadas e reproduzidas, que transformam a mentalidade dos jovens e tentam mudar, aos poucos, as comunidades ao redor. LEIA MAIS NAS PÁGINAS 2 E 3 JÚNIOR SANTOS

Insegurança é sensação comum para quem está na rede pública


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

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Como é na maioria...

des. “Aqui não se compra mais ventiladores, porque é colocando e eles [arrombadores] tirando”, diz a diretora pedagógica Maria Queiroz, da Escola Estadual Padre Monte, nas Rocas. Dois arrombamentos aconteceram neste ano. Os professores formaram uma comissão que vai solicitar segurança armada para a escola junto à Seec.

Drogas

Escolas públicas da rede estadual em Natal não possuem estrutura de segurança devida. Alunos, professores e funcionários relatam que o medo da violência faz parte da rotina

A

rmas, drogas, assaltos, e até homicídios. Os relatos são comuns e tornaram-se banais diante de tanta violência. Incrustada à sociedade, a criminalidade invadiu as escolas e causa medo a alunos, gestores e professores. “Nunca vi ninguém vender, mas a gente encontra o pessoal fumando por aqui”. O comentário é de um adolescente de 16 anos, aluno do 7º ano da Escola Estadual Floriano Cavalcanti, no conjunto Mirassol, durante o intervalo das aulas da manhã. Entre os colegas, a história se repete. Funcionários da unidade entram periodicamente

Ronda Escolar: elogiada, mas sem estrutura Criada há quatros anos pela Polícia Militar, a Ronda Escolar é elogiada pelas escolas. Os policiais visitam as instalações e os terrenos, estudam áreas que podem ser usadas para prática de atos ilegais, conversam com diretores e professores. Apesar disso, a companhia enfrenta a falta de estrutura. Desde a fundação, o efetivo aumentou, mas o número de viaturas caiu. Materiais básicos são cedidos, muitas vezes, pela própria Secretaria Estadual de Educação, para evitar que o serviço seja interrompido. O diretor Jeferson da Costa Macedo, da Escola Estadual Edgar Barbosa, conta que a escola é visitada quinzenalmente pelos policiais. “A presença deles acaba intimidando quem queira praticar algo ilícito”, explica. Os gestores contam com o número direto dos policiais da área onde é localizada a escola. A diretora do Floca também elogia o trabalho. De acordo com ela, as brigas de gangs, que causam pavor na porta das unidades de ensinos anos atrás praticamente acabaram. Apesar disso, o trabalho ainda está longe da expectativa lançada em 2010. São seis viaturas para cobrir todas as escolas da capital. As visitas acabam ocorrendo quinzenalmente ou num espaço de tempo maior. De acordo com a escola Jean Mermoz, no Bom Pastor, lá a polícia aparece apenas quando é chamada. O serviço também não alcançou todas as cidades onde ocorre o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd). Atualmente, apenas Natal, Parnamirim e Currais Novos têm policiais da ronda. A pretensão é de que o serviço se expanda para Caicó, porém a estrutura é pequena. “O policial vai até a escola, conversa com os gestores; não é apenas uma patrulha ao redor do prédio. São avaliados os pontos que podem ser usados para atos ilícitos e isso é repassado para a escola. Há uma aproximação entre a polícia e a comunidade escolar e uma confiança”, diz o comandante major Arthur Emílio.

Números: Natal 6 viaturas 70 policiais Parnamirim 2 viaturas 12 policiais Currais Novos 1 viatura 10 policiais A Ronda funciona de segunda a sexta-feira e aos sábados, quando há grandes eventos escolares.

nos banheiros para intimidar o suposto consumo de entorpecentes. Mas esse não é o único problema. No início deste mês, um professor foi assaltado dentro de uma sala de aula de lotada, no período noturno. “A segurança praticamente não existe. Até o ano passado, tínhamos a Guarda Patrimonial, que era boa, impunha respeito, autoridade. Agora, temos apenas porteiros desarmados, não são vigilantes”, afirma a diretora da escola, Soraia Cristina Marrocos. O acesso de pessoas alheias ao ambiente escolar é facilitado nos horários de entrada e saída dos alu-

nos. “É um controle muito difícil de ser feito. Tanto que o assaltante que entrou aqui, entrou junto com os alunosdoEJA[EducaçãodeJovens e Adultos, à noite]. A sala estava cheia, mas ele só levou o celular e a carteira do professor”, lembra. No ano passado, o Ministério Público recomendou que o Governo do Estado dispensasse os 700 policiais da reserva que trabalhavam na Guarda Patrimonial. Parte deles eram cedidos ao Floca.

Reféns

Autoridade máxima dentro da sala de aula, os professores

tornaram-se reféns do medo. Roseane Pereira, que ministra a disciplina de Ciências, já teve o carro arrombado no estacionamento da escola onde trabalhava. Uma carteira dela foi dentro da sala de aula, tirada da sua bolsa. “Tenho muito medo. Principalmente quando venho dar aulas à noite ou fazer reposição aos sábados. Aliás, o assalto foi no período noturno, mas poderia ter sido em qualquer horário”, destaca. Quando não entra pelos portões dos colégios, o violência pula os muros. Os casos de arrombamentos são frequentes nas unida-

Na unidade, os professores também já tiveram que lidar com o consumo de drogas. A direção solicitou que um aluno deixasse a escola depois que levou uma arma de fogo à aula. “Temos casos que não é para estarem na escola. Mas suportamos. Tentamos transformálos. Este é o papel cidadão da escola”, comenta a gestora. Ainda assim, os professores se consideram respeitados pelos alunos. “Nós conversamos com eles, conhecemos a realidade deles e, por isso, nos respeitam”, afirma o diretor administrativo Carlos Antônio. “A escola acaba refletindo o que acontece na sociedade. Nosso trabalho é tentar reverter isso”, coloca o vice-diretor da Escola Estadual Jean Marmoz, no Bairro Bom Pastor, Antônio Lisboa Costa. Na ins-

tituição, uma das maiores preocupações é quanto ao patrimônio. A escola conta apenas com um porteiro por turno, para cuidar de dois portões. Não há vigilância e seguranças à noite, por exemplo. Do lado de fora, grupos de jovens esperam os estudantes que estão dentro da escola. O porteiro afirma que não sabe o que esperam. “Quando a ronda passa, manda eles saírem daí, mas basta ir embora, que voltam”, conta um funcionário, que prefere não ser identificado.

Sem segurança

Na Escola Edgar Barbosa, a equipe de reportagem só foi abordada ao entrar na sala da direção, alguns minutos depois que chegou à unidade. Os portões estavam abertos, e outras pessoas circulam entre os alunos no estacionamento. Os estudantes lembram de brigasentreganguesrivais,quejáocorreram ao redor da unidade. A direção afirma desconhecer o uso de drogas,masmantémuma“desconfiança”. Apesar de possuir segurança armada durante a noite e 24h nos finais de semana, a escola já foi arrombada neste ano. Levaram bomba d’água, materiais do laboratório de Química e caixas de som.

ADRIANO ABREU

JEAN MERMOZ

Ì

Um porteiro para dois portões. Apesar de contar com vários projetos, a Escola Estadual Jean Mermoz não tem segurança contra invasões. Alunos relatam brigas e não há visitas constantes da Ronda Escolar. “Eles vêm quando a gente liga”, diz o vice-diretor da instituição, Antônio Lisboa Fernandes

MORTES EM 2013 O Rio Grande do Norte registrou pelo menos cinco crimes como homicídio ou tentativa de assassinato, durante o ano passado. Os casos ocorreram dentro ou nos arredores das unidades, e envolveram alunos e até professores

07 de outubro Andressa Caroline Fontes, 16 anos, foi morta dentro da Escola Municipal 4 de Outubro, em José da Penha, município da região Oeste, a 415 quilômetros de Natal. O suspeito, José Marcos Alves, de 33 anos, cometeu suicídio após o crime.

20 de agosto

JOÃO MARIA ALVES

FLOCA Um professor foi assaltado dentro da escola na última semana. A professora Roseane Pereira afirma que tem medo de trabalhar. Ela já teve carro arrombado e carteira furtada dentro da sala de aula. Direção afirma que violência diminuiu, mas teme pelo patrimônio e pelos alunos. Desde o fim da Guarda Patrimonial, não há segurança na escola.

Estudante Yuran Clisma da Costa dos Santos, 14 anos, foi alvejado com três disparos de arma de fogo quando chegava para a aula na Escola Estadual Professor Josino Macedo, no conjunto Panatis, zona Norte de Natal. O adolescente foi socorrido, mas faleceu devido ao tiro que sofreu no tórax. Yuran era do 6º ano B matutino. O suspeito, um homem sem camisa, atirou várias vezes e fugiu de bicicleta

16 de agosto Uma estudante de 15 anos sacou uma arma de fogo e ameaçou a professora de matemática Norma Suely, de 51 anos. O caso ocorreu na Escola Estadual Belém Câmara, em bairro de Cidade da Esperança. A aluna foi impedida de atirar por um guarda patrimonial. Ela acabou disparando acidentalmente contra o próprio pé, durante a confusão. À Polícia Civil, a aluna disse que estava arrependida do que fez

12 de junho JOÃO MARIA ALVES

EDGAR BARBOSA Na escola Edgar Barbosa, porteiro só na entrada para os corredores de aula. A reportagem entrou no prédio, sem ser questionada por ninguém, até chegar à direção. Pessoas alheias à comunidade escolar ficam no estacionamento, com portões abertos, entre os alunos. Apesar de segurança eletrônica e armada, a unidade já foi vítima de arrombamento este ano. No ginásio, pichações são os sinais de depredação. O diretor suspeita do consumo de drogas

Ytaelson Costa da Paz, 17 anos, foi morto a tiros na porta da Escola Estadual Auta de Souza, em Macaíba, onde estudava. Um adolescente de 14 anos que frequentava a mesma sala dele, admitiu a autoria do crime à polícia. A motivação seria uma briga que havia acontecido entre os dois, cerca de seis meses antes.

21 de maio o estudante Josimar Arruda de Souza, 20 anos, foi morto dentro da sala de aula da Escola Estadual Professora Josélia de Souza Silva, no município de Porto do Mangue, a 235 quilômetros de Natal. Ele foi esfaqueado por um adolescente de 16 anos e morreu em uma unidade de saúde. O suspeito foi apreendido. A motivação teria sido uma rixa.


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m trabalho “de formiguinha” que vem dando certo. Para o professor de Taekwondo Jânio Jales, se o esporte mudar a mentalidade de dois a cada dez alunos seus, a atividade terá valido a pena. Junto a empresas e ONGs (Organizações não governamentais), a Escola Estadual Jean Mermoz descobriu nas atividades extracurriculares, como o esporte, a música, a leitura e inclusão digital, uma forma de afastar os alunos da violência e integrar a sociedade, como forma de autoproteção da comunidade escolar. “O bairro do Bom Pastor é uma área de risco, com alto índice de homicídios e drogas. Nós tiramos eles do ócio. Quando estão com a mente ocupada, evitam os pensamentos maus”, avalia o vice-diretor da escola, Antônio Costa. No Judô, Ronildo Esterferson da Silva, de 12 anos, conta que já presenciou muita briga dentro entre colegas, mas estão todos aprendendo a ter mais disciplina. “A gente passa a ser mais educado, respeitar a autoridade e as outras pessoas”, coloca. Com 40 alunos matriculados no esporte, o professor Rodrigo Campelo destaca as regras que eles devem seguir para se manter nos treinos. “Se praticar violência, sai. Se consumir drogas, também. A gente ensina o respeito, a disciplina e a ajuda ao próximo”, pontua. As atividades tornam-se tão atrativas, que os alunos não querem deixar a escola. “Ela chora para vir. Não quer perder uma aula. Acho que é melhor assim”, conta a babá Cristina Silva, tia da aluna Tifanny, de oito anos. Além do programa Mais Educação, do Governo Federal,

U

…como deveria ser em todas! Escolas encontram nas atividades extracurriculares - esporte, música, leitura e inclusão digital - uma forma de afastar os alunos da violência ADRIANO ABREU

CAPOEIRA A capoeira está mudando a realidade de jovens que aprendem, nos fundamentos do esporte, a respeitar o mestre e os companheiros. André Felipe, 16, faz o 1º ano do Ensino Médio e afirma que já deu problemas aos professores. Hoje, se considera outra pessoa. Ele é um dos 400 jovens que estão inseridos no programa RN Vida – uma parceria do Governo com vários órgãos e instituições

as parcerias com empresas e uma ONG ampliaram para 330 o número de alunos envolvidos com as atividades. Em alguns dos esportes, jovens, pais e interessados, de toda a comunidade, podem participar de treinos voltados especificamente para eles. Apesar disso, os professores destacam as dificuldades enfrentadas pela falta de apoio de algumas famílias – fato que a escola tem se esforçado para mudar.

“Muitos aprendem uma coisa aqui, e tem o conhecimento desconstruído em casa, com os pais”, lamenta o professor Jânio, citado no início da reportagem.

Padre Monte

Nas Rocas, alunos e exalunos se voluntariaram para dar aula de balé, violão e outras artes na Escola Padre Monte. É o caso de Jonh Viana, de 20 anos, que hoje está na Escola Municipal de Ballet de Natal e já parti-

cipou de festivais no eixo Rio/São Paulo. A escola também conta com atividades do Mais Educação, mas ampliou o leque de opções por conta própria. “Temos alunos que saíram daqui e estão se destacando”, conta o diretor administrativo. Porém os cursos estão parados temporariamente e só devem ser retomados no fim deste mês.

RN Vida

Um projeto que não conta

com qualquer recurso no orçamento pode dar certo? Um tempo de cooperação assinado entre Estado, UFRN, Ministério Público, Sesc, Fecomércio, além dos Poderes Legislativo de Judiciário resolveu dois problemas de uma única vez. Desde outubro, o projeto RN Vida mantém 400 crianças envolvidas em atividades de esporte e cultura, voltadas para o combate às drogas e à violência. E também revitalizou o espaço do Caic de Lagoa

parte do programa. Ainda de acordo com ele, o contato também aproxima a polícia da comunidade escolar. O curso desenvolvido no Estado é referência no Brasil. O Rio Grande do Norte é o único centro de treinamento do Norte e Nordeste para instrutores que trabalharão na área da prevenção às drogas. O Brasil conta com oito destes, no total. No entanto, falta estrutura. Não há espaço, por exemplo, para o funcionamento deste centro, de acordo com os policiais. O ato de formatura do primeiro semestre deste ano vai ser uma parada cívico-militar no Centro Administrativo, no dia 31 de maio. Na ocasião, as crianças apresentaram trabalhos desenvolvidos durante o curso e assistirão a um desfile das companhias militares. O programa trabalha com a prevenção e não no combate direto ao consumo de drogas. Os policiais são selecionados de acordo com o perfil para a função e passam por um curso de formação.

BATE-PAPO Eduardo Colin coordenador das diretorias regionais de Educação

“Não temos os números de violência” O que foi feito após a saída da Guarda Patrimonial?

A Secretaria contratou porteiros, que são terceirizados. Mas não podemos aumentar tanto o número. A própria imprensa já divulgou o grande número de trabalhadores terceirizados do Estado.

Quem brigar ou chegar perto das drogas não pode participar das aulas de judô da Escola Jean Mermoz. A unidade conta com parcerias de ONGs e empresas para desenvolver atividades esportivas, culturais e inclusão digital ADRIANO ABREU

505

220

455

188

732

na Grande Natal e Mossoró

unidades contam com segurança eletrônica (todas em Natal e Mossoró)

Nós não temos os números, mas são poucos os casos que chegam até a secretaria. Apenas os casos mais graves. O diretor chega aqui com o Boletim de Ocorrência e nós procuramos a Polícia Militar, principalmente a Ronda Escolar para dar um reforço.

90

seguranças armados

Porteiros terceirizados

Como ocorre o combate preventivo?

Porteiros do quadro

vigias

à Porteiros controlam entrada e saída de alunos nos horários de aulas

Vigias trabalham no horário em que não há aulas à

As unidades localizadas em áreas de risco têm segurança armada à noite e nos finais de semana. Outras têm segurança eletrônica, mas somente em Natal e Mossoró, porque no interior é difícil ter empresas dessa área, as pessoas zelam bastante pela escola e não há tanta violência. A Seec sabe quantos casos de violência acontecem dentro das escolas?

Segurança nas escolas

escolas da rede estadual em todo o RN

Como é feita a segurança atualmente?

JUDÔ

Rede Pública

640

Nova, que estava abandonado havia anos. Segundo a coordenadora pedagógica do projeto, Carminha Soares, pelo 26 escolas, localizadas no entorno, são beneficiadas. Os professores são da rede estadual de Educação, bem como da UFRN e de outros parceiros. Não há gasto sequer com a manutenção do gramado, que é cortado por dependentes químicos em tratamento terapêutico. O Centro Integrado de Esporte e Cultura oferece aulas gratuitas de futsal, vólei, atletismo, natação, jiu-jitsu, capoeira, judô, dança, violão e flauta para estudantes das escolas públicas, entre o 6º e o 9º período. O esporte está mudando o rumo de jovens como André Felipe Barbosa, de 16 anos. Ele entrou nas aulas de capoeira há duas semanas e também pratica natação. As tardes de quatro dias da semana são passadas no Caic sob supervisão de responsáveis e professores, para tranquilidade dos pais. Ele revela que já foi suspenso da escola por causa de brigas, mas está mudando o comportamento. “A gente passa a respeitar o mestre e as demais pessoas”, avalia. “Nós temos alunos que já sofreram violência, meninas que foram estupradas, mas aqui eles se sentem respeitados. E isso causa uma transformação”, considera a coordenadora. O professor de Educação Física, André Lima, que dá aulas de vôlei, ainda afirma que pessoas da própria comunidade passam a incentivar o trabalho. O RN Vida também conta com um espaço de leitura, que recebe doações de livros.

ADRIANO ABREU

Proerd é referência no combate às drogas no RN O Programa Educacional de Resistencia às Drogas (Proerd) tem 12 anos e números expressivos. São 250 mil alunos e pais de escolas públicas e privadas atendidos em 52 municípios potiguares. Atualmente, o programa está sediado no Caic, junto com o RN Vida e conta com 125 policiais, que atendem 160 escolas no primeiro semestre deste ano. Cerca de 8 mil crianças são formadas a cada seis meses. A finalidade é diminuir combater a sedução das drogas, antes delas se tornarem um perigo. O principal alvo são os estudantes do 5º e do 7º ano do Ensino Fundamental. “Há estudos que revelam que o grande referencial da criança é o pai. Depois, passa a ser o professor, mas depois de certa idade são os amigos e a identidade de grupo. É nessa fase em que é mais fácil de ser seduzido a experimentar a usar uma droga, para ser aceito pelo grupo. Então agente aplica uma ‘vacina’, antes deles chegarem a essa fase”, explica o tenente Willame Brandão Araújo, oficial que faz

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TAEKWONDO Lutas como o Taekwondo são uma atração para as crianças. Mas para o professor Jânio Jales, é preciso conscientizar a família sobre a importância do esporte e da cultura. As aulas são abertas também à comunidade onde a escola Jean Mermoz está inserida

Nós trabalhamos em parceria com o Proerd e a Ronda Escolar, da Polícia Militar. Também temos o Núcleo de Educação Para a Paz, que vai até a escola para conversar com os alunos, como em um caso recente em uma escola de Mossoró. O prédio recém-reformado foi depredado pelos próprios alunos. O Núcleo foi lá para mostrar que aquele patrimônio é deles.


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Poder Judiciário

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O primeiro café

ANELLY MEDEIROS [ anellymedeiros@hotmail.com ]

MARCELO ALVES DIAS DE SOUZA

Instauração de inquéritos

O

s delegados federais enviarão proposta à Presidência da República, à direção da PF, ao Ministério da Justiça e ao Congresso para mudar a forma como hoje são instaurados os inquéritos. A ideia é que o delegado tenha autonomia para instaurar ou não um inquérito, mesmo que a denúncia tenha sido encaminhada pelo Ministério Público ou por um cidadão. Segundo o presidente da ADPF, Marcos Leôncio Ribeiro. “Hoje o delegado não pode ter juízo de valor se instaura ou não um inquérito. Qualquer notícia-crime já vira investigação, o que faz a Polícia perder tempo”. A categoria também defende a nomeação de um delegado-geral da PF através de votação e lista tríplice, a autonomia da instituição para apresentar proposta orçamentária ao Executivo e a criação de norma para delegados acionarem diretamente a Justiça em alguns casos, sem depender do Ministério Público. ADRIANO ABREU

Potiguar na lista para vaga de Calmon

Procurador Regional da República

A

minha ideia para o artigo desta semana era, continuando na toada de tratar dos “Founding Fathers” dos Estados Unidos da América, escrever sobre Benjamin Franklin (1706-1790), por muitos chamado de “o primeiro americano”, o que denota tanto o seu vanguardismo como a sua proeminência no movimento que levou à criação daquele imenso país. Figura de proa do iluminismo americano, Franklin foi, conta a história, o perfeito polímata: político, diplomata, filósofo, jurista, ativista, escritor, editor, cientista e inventor, entre muitas outras coisas. Um riquíssimo material que daria, se tivesse alguma sorte, mais de um artigo. Todavia, não calculei bem as coisas. Acabei viajando para a França, onde estou agorinha mesmo, em período de estudos, restando a sequência de artigos sobre a fundação dos Estados Unidos um pouco fora do meu contexto atual. Mudando de ares, devo mudar de temática, acredito. Ir do “novo” para o “velho mundo”. Mas farei isso suavemente, usando, para que ninguém fique magoado, o próprio Benjamin Franklin como mote para chegar a Paris. Para quem não sabe, Franklin - além de “Founding Father” dos Estados Unidos da América, inventor dos óculos bifocais e um dos “pais” da eletricidade (cuja figura segurando uma pipa com uma chave de metal em meio a uma tempestade de raios estará consagrada no imaginário popular) -, foi também

um diplomata de muito sucesso, representando, por muitos anos, de 1776 a 1785, o governo do seu país na França. De fato, prestamos (tenho uma cúmplice que serve também de testemunha), logo na nossa primeira parada em Paris, uma homenagem ao “primeiro americano”. Fomos, para uma refeição suave e um bom café (um dos objetivos mais lúdicos da nossa viagem), ao “(Le) Procope”, famosíssimo restaurante/café que fica no número 13 da “Rue de l’Ancienne-Comédie”, em SaintGermain-de-Prés, perto de onde, outrora, fervilhava o teatro da Comédie-Française (que hoje está situado adjacente ao Palais Royal, na Place Colette 1, muito próximo do Louvre). Benjamin Franklin, a história registra, foi um habitué do velho “(Le) Procope”. “Le Procope” tem uma história riquíssima. Foi fundado em 1686 pelo siciliano Francesco Procopio dei Coltelli (1651-1727) como o primeiro “café-glacier” de Paris. Em grande parte pela proximidade com o teatro da Comédie-Française (sem tirar, claro, o mérito do seu bom café), ganhou o apreço da sociedade e da intelectualidade parisiense (para não dizer mundial). Virou moda entre entre ocupados e desocupados (a meu ver, dois públicos bem distintos dos cafés). O século XVIII “foi o período áureo do Café Procope”, como lembra Colin Jones em “Paris: uma biografia da cidade”. Vários filósofos iluministas, intelectuais e escritores - Voltaire, Rousseau, Mercier, Beaumarchais, Diderot, d’Alambert e por aí vai - eram “habitués” do local. Li num livro

Para quem não sabe, Franklin - além de “Founding Father” dos Estados Unidos da América, inventor dos óculos bifocais e um dos “pais” da eletricidade - foi também um diplomata” que possuo, “Litearary Paris: A Guide”, de Jessica Powell, que a famosa “Encyclopédie”, dos citados Diderot e d’Alambert, foi “gerada” no “Procope” (acredito piamente ser verdade). Voltaire, talvez o seu cliente mais fiel, tem, até hoje, sua mesa habitual reservada para qualquer eventualidade. No período pré-revolucionário, Danton, Marat, Robespierre e Desmoulins e vários outros destacados membros a turminha “sans-culotte” (que era do barulho) andaram “tocando o

terror” naquelas mesas. E o nosso Benjamin Franklin, à época apenas de passagem pela França, teria revisado ali - acredito que cuidadosamente - o texto da Constituição dos Estados Unidos da América. O século XIX foi ainda de grande movimento para “Le Procope”. Intelectuais como Victor Hugo, Honoré de Balzac, Alfred de Musset, George Sand e, mais tarde, Paul Verlaine e Oscar Wilde, entre muitos outros grandes da intelligentsia francesa e europeia como um todo, baixavam por lá. O século XX, entretanto, assistiu ao declínio do “Procope”, chegando ele a ser fechado por certo período. Ressurge remodelado, em 1988, como restaurante/café, cheio de tesouros refletindo sua história (manuscritos, fotos muito antigas, velhos mapas etc.), entre eles um busto de Benjamin Franklin, o “primeiro americano”, do qual logo nos aproximamos. É verdade que hoje o “(Le) Procope” acha-se muito modificado se comparado com o tempo de Ben Franklin. É um restaurante/café que atende, sobretudo, ao turismo internacional. Mas adoramos a experiência. Estava a três minutos de caminhada do nosso pequenino hotel em Saint-Germain-de-Prés (o melhor bairro para se hospedar em Paris, estou cada vez mais certo disso). A comida é boa. O café é excelente. Os preços são justos. E foi assim que batemos um papo no “primeiro café” de Paris com o “primeiro americano” tomando os nossos “primeiros expressos”. Só achei o cidadão muito calado...

O desembargador potiguar Luiz Alberto Gurgel de Faria, do TRF da 5ª Região, poderá ser o novo ministro do Superior Tribunal de Justiça. Ele faz parte da lista tríplice destinada ao preenchimento da vaga aberta com a aposentadoria da ministra Eliana Calmon. Luiz Alberto recebeu a mesma quantidade de votos que o magistrado Reynaldo Soares da Fonseca, mas devido à idade Reynaldo acabou encabeçando a lista que será encaminhada à presidente Dilma Rousseff.

Multas de processos criminais A 2ª Vara da Justiça Federal do Rio Grande do Norte lançou um programa para escolher as instituições que receberão os recursos acumulados com o cumprimento de pena ou medida alternativa. Nos últimos 18 meses, foram arrecadados R$ 100 mil com a execução de penas e multas.

Para concorrer basta estar cadastrado na Seção Judiciária como entidade apta a receber presos para ressocialização e ter recebido, nos últimos 12 meses, pelo menos um prestador de serviço à comunidade encaminhado pela JFRN. Atualmente, há 36 entidades no cadastro.

Bloqueio negado O bloqueio preterido pelos procuradores de Justiça aposentados era para garantir o pagamento da Parcela Única de Equivalência – PAE. O juiz Airton Pinheiro se baseou de que tal pretensão, quando cobradas através de ação judicial têm que respeitar a previsão do artigo 100 da Constituição Federal. O magistrado argumentou que não veio incluída na redação dos artigos 95 e

128, § 5º, ambos da Constituição Federal, que magistrados e representantes do Ministério Público têm como “garantia” o tratamento de exceção, quanto à aplicação do artigo 100 da Constituição Federal. Com essa decisão, o juiz revogou a tutela antecipada antes deferida pelo juiz titular da 4ª Vara da Fazenda Publica de Natal e negou os pedidos de bloqueio.

Varas Cíveis em novo endereço A mudança de endereço das Varas Cíveis Não Especializadas de Parnamirim, em outubro do ano passado, ainda está confundindo advogados e usuários que continuam se dirigindo ao antigo prédio. A juíza Tatiana Lobo Maia, titular da 2ª Vara Cível de Parnamirim, informa que as Varas funcionam na Avenida João XXIII, 704, bairro de Santos Reis.

tn família

TODOS OS DOMINGOS NA TRIBUNA DO NORTE


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Páscoa: celebrações começam hoje « IGREJA » A programação da Semana Santa tem início hoje na Catedral Metropolitana de Natal. Comércio,

bancos e repartições públicas já divulgaram alteração no horário de funcionamento, incluindo feriado do dia 21 ADRIANO ABREU

programação da Semana Santa, na Catedral MetropolitanadeNatal,teminíciohoje, 13, com a celebração de Ramos. Pela manhã, haverá missa às 7 e às 11 horas. À noite, às 18h30, acontecerá a procissão de ramos, saindo da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação (antiga Catedral) para a Catedral Metropolitana, culminando com a missa, presidida pelo arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha. Na quinta-feira, 17, às 8 horas, Dom Jaime presidirá a missa do Crisma, também chamada de Missa dos Santos Óleos. A celebração deverá contar com a participação de todo o clero da Arquidiocese. Às 19 horas, será celebrada a missa do lava-pés. Na sexta-feira, às 15 horas, haverá celebração da Paixão e Morte deCristo,seguidadeprocissãocom a imagem do Senhor morto, pelas ruas adjacentes à Catedral. Durante todo o sábado, a Catedral permanecerá fechada, só reabrindo às 20 horas, para a vigília pascal. No domingo da ressurreição, 20 de abril, serão celebradas missas às 7h, às 11h e às 19 horas. A programação das demais paróquias da capital, durante a Semana Santa, pode ser conferida no site da Arquidiocese de Natal. Antecedendo as celebrações da Semana Santa, já ocorreu a Procissão do Encontro. Em Natal, é realizada há cerca de 200 anos, organizada pela Irmandade do Bom Jesus dos Passos e do Santíssimo Sacramento, da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, na Cidade Alta. Neste ano, a procissão ocorreu sexta-feira, 11.

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Feriado Em razão do feriado da Semana Santa da próxima sextafeira, dia 18, o Governo do Estado e a Prefeitura de Natal decretaram ponto facultativo nas repartições públicas, nesta quintafeira, 17. O ponto facultativo vale para órgãos da administração direta e indireta. Já a Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal) anunciou que o comércio da cidade irá

Antecedendo as celebrações da Semana Santa, em Natal já ocorreu a Procissão do Encontro na última sexta-feira (11) - na Ribeira e Cidade Alta EMANUEL AMARAL

Feriados Semana Santa e Tiradentes FUNCIONALISMO PÚBLICO Quinta-feira, dia 17 Ponto facultativo na Prefeitura e Governo do Estado Sexta-feira, dia 18 Paixão de Cristo – Feriado Nacional – sem expediente

Dom Jaime celebra missa hoje, após procissão de Ramos

funcionar de forma diferenciada na sexta-feira. As grandes magazines e redes de supermercados divulgarão o horário de funcionamento nesta segunda-feira (14). Nos shoppings centers, os horários também vão variar nos feriados nacionais. No Midway Mall, a praça de alimentação ficará aberta das 11h às 22h e as lojas a partir das 12h até às 21h. No Natal Shopping, a praça de alimentação vai ficar disponível para o público entre 11h e 22h e as lojas e quiosques só abrirão a partir das 12h e vão até às 21h. Quem também vai abrir as lojasàs15hefecharàs21hserãooNor-

te Shopping e o Praia Shopping. O primeiro abrirá sua praça de alimentação entre 11h e 22h; o segundo, igualmente. Por fim, o shopping Cidade Jardim abrirá sua praça de alimentação,nasexta-feiraesegunda, a partir das 11h até a meia noite. As lojas e quiosques abrirão às 15h e serão fechadas às 21h. Os bancos funcionam até às 16h da quinta-feira e só reabrem na terça-feira, dia 22, em horário normal. Na parte religiosa da Semana Santa, a Arquidiocese de Natal divulgou que 30 paróquias espalhadas pela cidade realizam celebrações litúrgicas.

SHOPPING Natal Shopping e Midway Sexta-feira Alimentação e lazer de 11h às 22h, demais lojas: 12h às 21h Sábado Funcionamento normal 10h às 22h

Segunda-feira, dia 21 Tirantes – Feriado Nacional – sem expediente

Domingo Alimentação e lazer de 11h às 22h, demais lojas: 12h às 21h.

BANCOS Fecham às 16h da quinta-feira e só reabrem na terça-feira, dia 22

Segunda-feira Alimentação e lazer de 11h às 22h, demais lojas: 12h às 21h.

COMÉRCIO Alecrim e Centro Vai funcionar em horário diferenciado, a ser informado amanhã (14)

TRANSPORTE URBANO Tarifa social – passagem no valor de R$ 1,10 vigente na sextafeira e segunda-feira

Norte Shopping e Praia Shopping Sexta (18) e segunda (21) Lojas estarão abertas entres 15h e fechar às 21h e praças de alimentação entre 11h e 22h. Cidade Jardim Sexta (18) e segunda (21) Abrirá sua praça de alimentação, na sexta-feira e segunda, a partir das 11h até a meia noite. As lojas e quiosques abrirão às 15h e serão fechadas às 21h.

PROGRAMAÇÃO RELIGIOSA Catedral Metropolitana Domingo de Ramos – hoje Missas às 7h e 11h Procissão saindo da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação (antiga Catedral) para a Catedral Metropolitana, culminando com a missa, presidida pelo arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha – 18h30 Quinta-feira Missa dos Santos Óleos – 8h Missa do Lava-pés – 19h Sexta-feira Celebração da Paixão e Morte de Cristo – 15h Procissão com a imagem do Senhor morto pelas ruas adjacentes à Catedral logo em seguida Sábado Vigília Pascal – 20h Domingo Missas às 7h, 11h e 19h


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

natal Alunos da UFRN fazem mutirão para Declaração de Imposto « CONTABILIDADE » Alunos da UFRN estão

auxiliando a população nas declarações do IRPF. O serviço é gratuito e já está disponível

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Empresa Júnior do Curso de Ciências Contábeis do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) promove, até o dia 30 de abril, ação de extensão com o objetivo de auxiliar a população nas Declarações de Imposto de Renda – Pessoa Física/2014, do tipo simples. O auxílio é aberto a todo cidadão declarante, devendo o contribuinte doar 2kg de alimentos não perecíveis, no horário das 8h30 às 11h e das 14h às 17h30 de segunda a sextafeira, na sala 2 de Contábeis (1º andar do CCSA). Este ano, o projeto envolve cerca de 90 alunos do curso escalados nos horários da manhã e da tarde. Segundo o coordenador da ação de extensão Josué Lins, a atividade tem o objetivo de treinar os alunos para o mercado de trabalho. “Associamos, assim, o que é ensinado em sala de aula com a prática e ainda devolvemos à sociedade um pouco do que ela investe aqui”, explica Lins.

Os alunos que atuarão no processo participaram de palestras sobre Imposto de Renda e treinamento teóricoprático do sistema da Receita Federal para que estejam aptos a ajudarem a população. A novidade deste ano é a integração de um grupo de alunos que fará análise da “malha fina”. O grupo é responsável por auxiliar as pessoas que forem alertadas sobre problemas durante o preenchimento da declaração, ajudando a corrigir erros junto à Receita Federal. Neste caso, o contribuinte deve doar produtos de limpeza, fraudas geriátricas, entre outros, dependendo de cada situação. O projeto é realizado desde 2006, e, no ano passado, foram feitas em torno de 700 declarações, arrecadando mais de 520 kg de alimentos que foram distribuídos aos abrigos Juvino Barreto, Lar da Vovozinha, Lar do Ancião Evangélico e Lar Espírita Alvorada Nova (LEAN).


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PRESIDENTE DO TCU, JOÃO AUGUSTO NARDES, DIZ QUE BRASIL VAI PASSAR VERGONHA NA COPA • PÁGINA 9

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natal

Editora: Cledivânia Pereira [ cledivania@tribunadonorte.com.br ] Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 13 de abril de 2014 RAYANE MAINARA

Rotina de dor, medo, dúvidas e coragem Daísa Alves Repórter

A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE presenciou as histórias de mulheres agredidas e que recorrem à Delegacia da Mulher em busca de ajuda para sair do pesadelo que as cerca

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Conheça histórias de mulheres agredidas


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

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altava meia hora para o início de expediente, às 8h, e já haviam mulheres na porta da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), da Ribeira. A primeira a chegar, às 6h30, se antecipou por medo de que o agressor a visse indo à delegacia. Há duas semanas Luíza decidiu denunciar o sobrinho, do qual recebeu uma pedrada no rosto. Nesse dia, ela comparecia a unidade para prestar depoimento após boletim de ocorrência. O nome de Luíza é fictício, como os das outras mulheres com suas histórias narradas nesta reportagem. Nesse dia, na Deam Sul, a demanda era de pessoas agendadas para depoimentos: vítimas, acusados ou testemunhas. Já a sala para registro de Boletim de Ocorrência, fez o primeiro atendimento por volta das 11h. Uma quinta-feira, é mais calmo. Segundo os policiais, na segunda e terça-feira as queixas são mais frequentes, pois no final de semana a delegacia fica fechada.

Atendimento

Um dos primeiros a recepcionar as mulheres é o agente João Maria Silva. Seus onze anos de experiência na delegacia moldaram sua maneira de observar o papel da polícia em defesa social. “Esta delegacia é diferenciada. As pessoas não vem relatar só perda material. É algo íntimo. Às vezes, é a última saída delas”, diz. No seu birô, uma coleção de lágrimas, como as de Márcia (54) que tomou coragem para ir até a delegacia, mas não o suficiente para prestar queixa. “A senhora quer que eu coloque uma investigação criminal? A decisão está nas mãos da senhora”. Ela não quis prestar queixa, mas, se porventura uma testemunha o fizesse, vale da mesma maneira, desde 2012. Para retirada de queixa, também houve mudanças. Há dois anos, não é possível mais desafazer um b.o. de violência doméstica. Apenas em alguns casos, perante o juiz.

natal

Dor da fragilidade A rotina nas delegacias especializadas de atendimento à mulher é cercada por relatos que mostram a dor das que sofrem agressão e, muitas vezes, não encontram forças para denunciar

tigação, Cláudia Cristiane, lamenta não estar em campo, e em vez disso, fazendo o chamado trabalho de cartório. Na mesa, quinze inquéritos para dar encaminhamentos.

Investigação boletins de ocorrência

2012 8.136

2013* 3.319

ameaças

2014** 344

estupro

2012 3.833

homicídios

2013 1.720

2014 216

2012 27

lesão corporal

2013 14

2014 14

Órgãos da defesa da mulher

1986 é o ano de inauguração da primeira Delegacia da Mulher do Estado, localizada na Ribeira

2012 61

2013 61

2014 9

2012 2.185

2013 913

2014 116

* (Dados de Janeiro a Junho - Greve impediu tabulação dos dados gerais) ** (Dados de Janeiro a Março)

2005 criação da Coordenadoria de Defesa de Direitos da Mulher e das Minorias

2007 criação do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher

O trabalho de investigação deveria se direcionar aos homicídios, estupro e diligências para descoberta do paradeiro dos suspeitos. A equipe de investigação, colhe também a demanda de notificações das vítimas e acusados. Na Deam Sul, em 2012, foram 19 casos de estupro e 1 de homicidio, e no geral, 121 inquéritos abertos; em 2013, no registro de janeiro a junho, foram 18 casos de estupro e 2 de homicídios, e no geral 376 inquéritos. Neste três primeiros meses, já estão registrados 205 inquéritos, e 695 B.O.’s. “A situação é precária, o atendimento estrutural é muito deficitário. Temos perdido policiais nestes último dois anos”, diz a delegada titular da Deam Natal Sul, Karen Lopes. Dez agentes foram extraídos da unidade, por aposentadoria ou requalificação, sem reposição de efetivo à unidade. Para o serviço, estão sem viatura; as duas estão quebradas, uma ficou encostada e segunda está no conserto.

Prazos

Segundo a delegada, não há como cumprir os prazos estabelecidos em lei. Uma medida protetiva, que deveria sair em 48h, demora de quinze a vinte dias, entre B.O., encaminhamento ao juizado e deferimento. De acordo com Cícero José vitoriano, diretor substituto da Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher em Natal, em média, seis medidas protetivas são expedidas por dia. “O raro são as condenações, tem muita prescrição. Tem mais de duzentas caixas, com inquéritos prescritos”, contabiliza. Ele relata dificuldade com a pequena equipe de cinco servidores e grande demanda. Enquanto isso, tramita já na mesa do Governo do Estado, segundo Erlândia Passos, coordenadora do Codimm, uma minuta que pede o afunilamento dos atendimentos pelas Delegacias Especializada de Atendimento à Mulher. No caso, apenas crimes de gênero, violência doméstica e estupro. Para ela, a lei em defesa das mulheres está mais credibilizada, o que transparece nas estatíticas com aumento de queixas. No caso dos homicídios, ela acredita que os crimes urbanos colaboram para os altos números.

Dificuldades

O abrir e fechar da porta da delegacia está tão dificultoso quanto os serviços policiais. O trinco emperra se você dobralo de imediato. É preciso segurar, empurrar para a direita e levantar a porta com jeito. Aos roídos, a vidraça emoldurada de alumínio se abre. A desenvoltura e habilidade faz parte do diaa-dia da Deam Sul. Contando com um efetivo de duas delegadas, três escrivães e oito agentes policiais eles atendem as zonas Sul, Leste e Oeste de Natal. Segundo dados do censo do IBGE em 2010, estas três regiões somam 267.841 mil mulheres. Boa vontade e dedicação é o combustível da equipe para o dia que começa com uma pilha de boletins de ocorrência, inquéritos e processos. A chefe de inves-

SOS MULHER E IDOSO (RN) 0800-281-2336 SOS MULHER NACIONAL 180 RAYANE MAINARA

à A tristeza e decepção vem do sangue de Luíza (46), o sobrinho atingiu com pauladas e pedra sua tia, há uma semana. “Vieram atrás dele, eu disse que aquele não era o endereço dele e mandei procurarem a casa dele”. O sobrinho soube do ocorrido, e veio tirar satisfações. “Eu nem imaginava que ele tava com maldade (sic)”. Primeiro o rapaz jogou um capacete nela, depois lançou mão de uma vara de madeira. Quando Luíza correu para chamar a polícia, o sobrinho pulou o muro e atingiu seu rosto com pedras. “Eu vou na delegacia, porque se ele me matar, todo mundo sabe quem é”. Desde esse dia, ela não dorme mais em casa.

à Oito anos de relacionamento que terminou em separação, levou o marido de Conceição (32) a agir de maneira que a surpreendeu. No oitavo dia separados, o ex-marido ligou ordenando que eles voltassem a se relacionar. Ela não aceitou, ele ameaçou ela de morte. “Foi uma surpresa para mim, ele nunca foi violento”. Na tarde em que Conceição soube que o exmarido estava na casa dela, evitou retornar a residência. Já pela noite, chegou, com seus dois filhos, e viu a cena que a fez denunciá-lo. Todas as suas roupas estavam rasgadas e espalhadas pelo quarto. “Fiquei com medo do que ele podia fazer depois comigo”.

à Casada há vinte e dois anos, Márcia (54) silencia seu sofrimento todos os dias. Só foi até a delegacia por convencimento da filha. E, mesmo assim, não quis prestar queixa contra o marido. Na última semana, numa viagem de ônibus, o marido deu um soco em sua cintura e outro no rosto. Há seis meses, ela tinha decidido sair de casa e passou a morar só, mas ficou compadecida pela morte de sua sogra, e voltou porque ele estava “mais frágil”. Não houve mudança. Diariamente ela houve insultos, que chegam a virar agressões físicas. “Eu vim só para saber dos meus direitos. Não posso denunciar ele enquanto moramos na mesma casa”.

à Uma “briga besta” causou espanto em Fernanda (18). Ela foi à praia sem avisar ao namorado, que é seu primo, e na volta foi recepcionada por puxões no cabelo e pancadas na cabeça. Um namoro de cinco meses. Eles são vizinhos. No outro dia, após a agressão, ela foi prestar queixa na delegacia. Mas, devido a complicações de saúde na vida do rapaz, a família pediu à Fernanda que ela retirasse a queixa. Nesse dia ela estava com a papelada em mãos, pronta para fazer a retirada, e descobriu que não é possível legalmente. “Apesar do que ele fez, ele gosta de mim. Vai pedir perdão, mas eu não quero mais ele, fiquei traumatizada”.

à Lúcia (50) desistiu de sua vida no Rio de Janeiro ao conhecer o atual marido. No momento em que foi entrevistada, ela havia acabado de receber ameaça de uma nova agressão. “Eu pensei em denunciar desde a primeira vez, mas achei que não fosse se repetir”. Na semana retrasada, ele atingiu sua cabeça com cinco socos... foi a terceira vez. A primeira, foi um tapa no rosto, mas a mão foi ficando mais pesada. Depois de prestar queixa, ela voltou para casa, e não pensava em se separar. “Mas isso não vai prejudicar muito ele não, né? (sic)”, questionou ao prestar queixa. (Por medo, Lúcia não quis ser fotografada)

à Joana (80) foi socorrida, no dia da entrevista, por um agente comunitário do seu bairro. Sua filha, que mora na mesma casa, estava com um “pedaço de pau” para bater nela. O último ataque aconteceu em novembro do ano passado. Há dezesseis anos Joana sofre agressões da filha, que já até tentou afogá-la num tanque da casa. “Ela só não me mata, porque minha neta me defende”. Elas moram na mesma casa. A filha teima em não sair, e ameaçou, inclusive, jogar pedras se a mãe chamasse a polícia. Um boletim de ocorrência e pedido de medida protetiva, são as soluções paliativas para o momento.


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POR ANNA RUTH DANTAS

« JOÃO AUGUSTO RIBEIRO NARDES » FOTOS: JOÃO MARIA ALVES

Vamos passar vergonha durante Copa do Mundo” O

presidente do Tribuna de Contas da União, ministro João Augusto Nardes, é direto nas críticas, incisivo nas análises. Ele defende o uso do critério de “Ficha Limpa” para nomeação de conselheiros das Cortes de Contas. O posicionamento corrobora com a ação realizada na semana passada pelo TCU que, publicamente, disse não nomear o senador Gim Argello para o cargo de ministro no órgão, já que o parlamentar respondia a seis processos e já foi condenado em um. Para Augusto Nardes, o TCU ofereceu um exemplo para todos os tribunais de contas. “Se a pessoa tem uma ficha suja não pode entrar no tribunal de contas do Estado ou da União. Isso é importante como um marco para o Brasil. E esperamos que esse nosso gesto sirva de exemplo para o país”, analisou o ministro, que esteve em Natal participando do evento “Diálogo Público”, promovido pelo próprio TCU. Quando o assunto é Copa do Mundo o presidente do TCU destaca que pela ação preventiva da Corte foram economizados R$ 700 milhões em recursos públicos, mas já constata que “o Brasil vai passar vergonha na Copa”. A declaração é uma referência a análise de que o país está pecando na falta de organização e planejamento. Para o presidente do Tribunal é preciso dar um basta no chamado “jeitinho brasileiro”. O presidente do Tribunal de Contas da União quebra o perfil, muito comum aos conselheiros, de pessoas mais contidas nas análises e que tentam não desagradar aos órgãos públicos. Em se tratando de João Augusto Nardes as avaliações são apuradas e as análises diretas, sem entrelinhas. Acompanhe o 3 por 4:

nessa eleição ocorra uma discussão para mudança do pacto federativo e se descentralize mais os recursos para os municípios. Saúde, educação são gargalos para as gestões. Faltam recursos para essas áreas ou falta competência para gerir esses milhões?

O Brasil precisa de um novo pacto federativo. Já era para ter ocorrido há muito tempo. Lamento que isso não tenha sido feito”

Nessa ótica, enquanto se vê essa aplicação, há notícia de prefeitura e governos sendo condenados por desvio de dinheiro, falha na prestação de contas...

É comum a reclamação dos prefeitos sobre a falta de recursos, que creditam a falta de dinheiro os serviços precários. O senhor concorda?

É necessário um novo pacto federativo. Tem boa parte dos municípios no Brasil, especialmente no Nordeste, que o Bolsa Família é o que alimenta boa parte dos municípios. Por falta de alternativas de arrecadação, por falta de melhor distribuição de recursos da União para os municípios. Aliás, a União é a grande concentradora dos recursos federais e como conseqüência os municípios ficam marginalizados nesse processo. O Fundo de Participação dos Municípios não é suficiente para as prefeituras e o Fundo de Participação dos Estados também não é suficiente. E, portanto, os encargos dos municípios são muito maiores que os encargos que a nação tem como um todo. O cidadão vive no município e reclama para o prefeito. E o prefeito só recebe encargos da União, mas não recebe recursos necessários. O Brasil precisa de um novo pacto federativo. Já era para ter ocorrido há muito tempo. Lamento que isso não tenha sido feito. Esperamos que

Mesmo dos recursos disponíveis para educação, ano passado só 32% foi investido porque não se teve capacidade de entregar mais para educação no Brasil como um todo em relação aos investimentos da União. Em relação a saúde também fica nesse patamar de 33%. Tem dinheiro, mas não chega a ponta por incapacidade do Estado e quando eu falo Estado é Município, Estado e União, mas especialmente da União pela burocracia e dificuldades de se entregar ao cidadão. Isso demonstra falta de governança. Falta de capacidade, tendo recuso, de se entregar para o cidadão, tanto em relação a educação, como saúde. É necessário um pacto. simplicar a forma de liberar os recursos, facilitar os processos para que cheguem até a ponta. Recursos existem no Brasil, mas não tem chegado até a ponta por esse entrave que é a burocracia e aos projetos que não são bem feitos, e ainda pela falta de disciplina, pela falta de planejamento. Tudo isso (o fato de que os investimentos não chegam ao cidadão) é decorrente de uma cultura do Estado brasileiro em que você acha que vai conseguir o recurso sem cumprir toda aquela determinação. Precisa também rever as burocracias que são existentes para que o Brasil possa se estabelecer em situação melhor junto à população.

Com certeza vamos passar vergonha na Copa pela estrutura ineficiente que temos em alguns Estados”

Eu sou da tese que no município o recurso ainda é mais bem aplicado do que a União concentrando porque o povo está mais perto (do município). O boi se engorda com o olho do dono. O dono é o povo, o povo está mais perto do município do que da União. Eles moram no município. O que precisa desenvolver é uma cidadania. Por isso que a base da cidadania é melhorar a educação. E na educação evoluindo o cidadão poderá controlar melhor os recursos. O Brasil é um país rico, mas não sabe aplicar de forma adequada os recursos. É aceitável a transposição do São Francisco demorar quase dez anos? Isso ocorreu na União porque não temos padrão de governança. Muda um prefeito tem padrão de governança para continuar com o padrão de governança? Ou vem toda uma turma de cargos de confiança novos? Isso é o que falo da falta de governança no Brasil, em nível de município, Estado e União. Muitas vezes os interesses coletivos são deixados de lado em troca de interesse de grupo político. É necessário nova consciência no Brasil.

A percepção da população é que os tribunais de contas multam, condenam, mas a execução não ocorre de forma célere. O senhor tem essa mesma percepção?

Quem faz a cobrança do TCU é a Advocacia Geral da União e já melhorou muito porque estamos em cima para ser cobrado. Nos últimos cinco anos fizemos uma economia de R$ 102 bilhões. Agora para Copa foram R$ 700 milhões, ou seja, trabalhando preventivamente. O TCU tem feito um grande trabalho a nível nacional. Mas não adianta fazer a nível nacional e não ocorrer a mesma coisa em nível de Estados e Municípios. Por isso essa aliança com o Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte, como também estamos fazendo com todos os Estados brasileiros. Estamos viajando por todo Brasil, é uma caravana que fazemos na busca de uma cidadania maior, de uma dignidade melhor para o cidadão brasileiro. O Tribunal de Contas da União fez um marco no caso envolvendo a negativa para o senador Gim Argello não assumir vaga no TCU (o Tribunal disse que não nomearia o senador porque ele responde a seis processos e já foi condenado em um)?

Esse foi um exemplo que os conselheiros e tribunais de contas dos Estados têm que se impor para nós termos gente qualificada e que tenha um posicionamento ético, extremamente linear para que possa ser um bom exemplo para o Tribunal de Contas do Estado ou Tribunal de Contas da União. Essa decisão minha no plenário do Tribunal de Contas da União de ler uma nota em meu nome e em nome dos ministro dizendo que não daríamos posse (a Gim Argello) porque ele não estaria cumprindo aquilo que a Constituição estabelece é um

marco e uma demonstração de que o país amadureceu. Acho que o Senado e a Câmara têm que avaliar muito bem os nomes. Se a pessoa tem uma ficha suja não pode entrar no tribunal de contas do Estado ou da União. Isso é importante como um marco para o Brasil. E esperamos que esse nosso gesto sirva de exemplo para o país. O que a Copa já está deixando de lição para o senhor?

A Copa já está deixando a desorganização, falta de planejamento, que o jeitinho brasileiro não serve como exemplo para o país, que a improvisação leva a desvios, que a falta de planejamento leva a corrupção, que a falta de governança leva a gente a passar vergonha e com certeza vamos passar vergonha na Copa pela estrutura ineficiente que temos em alguns Estados. Talves aqui no Rio Grande do Norte não tenhamos isso porque ainda somos capazes de superar toda nossa indisciplina pela capacidade de ser hospitaleiro, de receber bem as pessoas por sermos um país miscigenado, multifacetado de culturas. Mas, com certeza, a Copa é um exemplo de quanto precisamos evoluir como Estado. Nós hoje vivemos um mundo globalizado, competitivo, se você não se preparar e não avançar e continuar lento você vai ser um país lento e os mais velozes estão nos passando. Hoje temos uma situação boa, mas não podemos dizer que é uma posição ideal no contexto mundial de sermos a sétima economia. Já poderíamos ser a quarta ou quinta economia do munco. A China em pouco tempo e trago o exemplo da China, de uma posição muito inferior e hoje passou para a segunda potência econômica. Ela conseguiu estabelecer uma boa governança.

Ì QUEM O presidente do Tribunal de Contas da União, João Augusto Ribeiro Nardes, é formado em Administração de Empresas. Natural do Rio Grande do Sul, o ministro foi deputado estadual e deputado federal. Em 2005 renunciou ao cargo de deputado federal pelo PP para assumir o cargo de ministro do TCU.

E Ì BATE VOLTA Governança - O Brasil precisa do pacto pela governança para poder se transformar em um líder, se não será sempre um país do futuro. Chega do Brasil pensar no futuro. Temos que chacoalhar, balançar as estruturas do Brasil, especialmente no contexto de um novo pacto federativo para mudar essa cultura de deixar para depois e fazer a improvisação da indisciplina. O Brasil precisa de disciplina, precisa receber em Natal o turista com excelência e ele ser tratado como um fidalgo para poder divulgar para mais dez pessoas virem para cá. Termos estrutura da área de turismo para ser exemplo para o país. A infraestrutura turística do Brasil como um todo ainda deixa muito a desejar.


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

natal “O real está precisando urgentemente de um exame de DNA”

« ELIANA LIMA » elianalima@tribunadonorte.com.br

Do inesquecível Zózimo Barrozo do Amaral FOTOS JOAONETOFOTOS.COM

Entrelaçados

Vira e mexe, somam-se reclamações à burocracia e às exigências sem dar oportunidade para o contraditório na Secretaria do Patrimônio da União. Das muitas broncas, um leitor diz que é necessário “bolsa rivotril” para alcançar todos os trâmites quando se necessita de algo na SUP. E discorre sobre o seu périplo no órgão, contado nas notas abaixo.

Exercício de...

Diz o leitor, uma autoridade estadual: “Você precisa da cópia de seu processo administrativo já arquivado da Secretaria do Patrimônio da União. Você vai lá, apenas das 8h às 14h, preenche um formulário com vários dados (nome, endereço, CPF, justificativa pro seu pedido - o processo está em seu nome! etc). E se você não puder ir, a procuração que fizer tem que ter firma Reconhecida nos pobres cartórios”.

...Paciência

Segue: “Depois, vai pagar as cópias (no caso R$ 16) no banco, via Darf. No caixa eletrônico não dá certo, aí você tem que ir pra fila do caixa humano. Em seguida você volta lá (corra, até às 14h), entrega o comprovante. O “processo de pedido de cópia” tem cinco dias para ser analisado! Ele sai do protocolo, vai para um setor X para “análise”, depois é enviado para o Superintendente da SPU para nova “análise”, e depois para o setor Y para as cópias serem feitas. E, finalmente, ele volta para o protocolo. Não precisa de julgamentos. Os fatos falam por si. Preciso é de ‘bolsa-rivotril’”.

Legado da Copa

Enquanto os hotéis na capital-sede dos gols mundiais começam a encarar a lotação que não se confirmará durante a Copa, proprietários de apartamentos, flats, etc e mais seguem na linha do se dando bem. Como a maioria dos torcedores do campeonato é daqueles que fazem economias para marcar presença nos pomposos estádios – agora arenas -, dinheiro contado para gastar. A solução é juntar grupos e alugar imóveis.

Leitos residenciais

De olho no filão que se apresenta, famílias, ou quem mora sozinho, aproveitam para faturar um extra alugando cômodos de suas residências. O que chamam de intercâmbio. Os hotéis podem não conseguir a ocupação esperada, mas quem tem um pedaço de teto para alugar, fatura certa.

Estômago

Também começa a surgir uma modalidade para satisfazer a fome do torcedor fora da rigorosa área de restrição co-

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mercial no entorno da Arena das Dunas. Como horário de jogo não é momento de refeição, e após as partidas bate àquela fominha, apostam que fora da área será mais lucrativo, a contar que quem paga alto para ter um espaço na área exclusiva cobrará bem mais caro que do lado de fora. Assim, dribles serão feitos, com o famoso jeitinho brasileiro, para vender delicinhas em espaço público, que não seja tomado pela Fifa. Entendeu?

1 - PORTARETRATOS

Mais em conta

Carolina e Sílvio Procópio

Outra opção são os campings. Tanto que operadoras de turismo já atentaram para o filão e lançaram pacotes. Como a BWT Operadora de Turismo, que está vendendo hospedagem no Fan Village, instalado em clubes das cidades de Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba, com garantias de bom “conforto aliado a baixo custo”. Estrutura de banheiros, campo de futebol, espaço para churrasco, transmissão dos jogos, segurança 24h e “fácil acesso a transportes públicos e privados”.

Facilidades

Para diária que inclui barraca que acomoda uma ou duas pessoas, estrutura de entretenimento, transporte, segurança e gastronomia, cobra-se US$ 80 em Porto Alegre e Curitiba, e US$ 100 no Rio de Janeiro. O café da manhã é opcional. O da capital gaúcha conta com quadras de tênis, piscina, restaurante e playground.

Devastador

É muito mais grave do que se imagina a situação da Fundac. Sequências de desmandos para ajustar. A Fundação é pensada como um órgão para prevenção de delinquências por menores, mas, na verdade nua e crua, tem a função específica de manter o menor infrator apreendido, com qualidade, elementar, o que não vinha ocorrendo. E ainda não, dian-

Na área de eventos da Arena das Dunas, Adriana e Glauber Gentil ao som dos shows da Viva Promoções

2 – DE

Clarissa e Tiago Campelo Freire

3 – UM DIA

Gabriela Calazans e Carlos Chalita

4 - DE

5 - DOMINGO

Danielle e George Marques

4 te das dificuldades encontradas.

Pela vida

Titular da 3ª vara do DF, o juiz Federal Bruno Apolinário permitiu a uma mãe importar medicamento com princípio ativo do canabidiol, uma das substâncias derivadas da maconhaa, que não tem venda permitida no Brasil. A mãe importava ilegalmente para tratar crises convulsivas da filha de 5 anos. O magistrado considerou a melhora da menina com o tratamento alternativo e com o aval dos médicos. Então, proibiu a Anvisa de impedir a importação. Mas, destaca que a decisão só vale para o caso específico.

Sininhos

E o amor se consolidou. Muitos tilintares com o tinto de rótulos selecionados. Jantares

ta da Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus, que acontece de 17 a 20 de abril na Casa de Retiro, em Parnamirim. Reunirá padres e leigos dos diversos movimentos e comunidades da Arquidiocese de Natal. A inscrição - R$ 60 - inclui hospedagem e alimentação durante a temporada.

5 em mesas bem postas. Tudo como manda o figurino. Música para dançar, elementar. Talqual os bons tempos de dantes. Corpos colados, declarações sussuradas. E assim o amor segue cheio de emoções no Plano Palumbo...

Muxoxo

Enquanto isso, o galante enamorado enche de inspiração suas poesias de decepção, entre goles e outros, seja de vinho, de cerveja, ou de uísque. Sempre finalizados com licores da amargura...

D’além mar

Uma boa turma afivela as malas para atravessar o Atlântico em mais uma temporada do Voo do Sabonete – lisos e cheirosos. Promete pura animação com a presença de Getúlio Soares. O destino é Portugal, com direito a um dia rumo a São Tia-

go de Compostela, na Espanha.

Tinindo de limpo

A empresária Suze Alves trouxe para Natal a franquia Vip House Mais, especializada em higienização de ambientes, com eliminação de ácaros, fungos e bactérias, principalmente tapetes, sofás, colchões, etc e mais. O processo utiliza apenas água, com a Rainbow, máquina certificada pela Associação Americana de Alergia e Asma (AAFA).

Trilhas

Chega hoje na capitalpotengi o Rally RN 1500, que soma valiosos pontos para o Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country para motocicletas.

Preces

Estão abertas as inscrições para o Retiro de Semana San-

« COLMEIA » à Domingo de parabéns para Regina Guedes, Regina Passos, fotógrafo Canindé Soares, jornalista Vanilson Julião, Marcelo Porto Filho, Ivanaldo Bezerra. à Segunda-feira de felicidade para Humberto Azevedo, Arturo Arruda, José Bezerra Marinho, jornalista Aldemar de Almeida, Raul Oliveira, Marcelo Maciel Gomes Netto. à Dia 18, a construtora Hazbun apresenta no Teatro Riachuelo, às 21h, o grupo Roupa Nova, com o show Cruzeiro Roupa Nova – O Show. à A Go! Temakeria Natal lançou o serviço de delivery. à Em Natal e Mossoró, hoje tem prova objetiva (1ª fase) do Exame da Ordem Unificado, a partir das 13h, com portões abertos às 12h.


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« GEORGE AZEVEDO » georgeazevedo@digizap.com.br

Fashion Rio

Depois de conferir as coleções para a temporada de verão 2015 apresentadas no SPFW e Minas Trend Preview, a nossa equipe Glam afivelou as malas e partiu rumo a Cidade Maravilhosa para marcar presença na 25ª edição do Fashion Rio, que também apresentou ás apostas do Verão 2015. O evento aconteceu entre os dias 8 e 11 de abril, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro tendo como tema “Rio, resort tropical, patrimônio mundial, paisagem cultural”. No line up, rolou a estréia da grife Osklen Praia, empreitada da marca de Oskar Metsavaht no seguimento de beachwear. Além é claro, de atores globais e um “super” lançamento organizado pela FIFA onde foi apresentado os uniformes que os voluntários usarão durante a Copa do Mundo. Confira o nosso registro! FOTOS: GEORGIANO AZEVEDO, GEORGE AZEVEDO, AGENCIA FOTOSITE E CEDIDA

Reynaldo Gianecchini com Giovanna Antonelli e Tainá Müller na passarela da TNG

Victor Dzenk, só alegria, com Alessandra Maestrini e Valesca Popozuda

Valeksa Popozuda em momento “Beijinho no Ombro” no Fashion Rio usando look Victor Dzenk

Paulo Borges durante evento da FIFA no Fashion Rio

Anderson Silva na passarela da Auslander

Dividindo a cena com Georgiano Azevedo e Giovana Frasson, o todo poderoso da Vogue

Bia, Branca, Cafu, Fernanda Lima, Laís Ribeiro e Belletti com os uniformes que serão usados pelos voluntários durante a Copa do Mundo Mossoroenses no Fashion Rio. Luis Henrique, Renata Praxedes, Georgiano Azevedo, Luiz Rodrigues e Karen Praxedes

A mossoroense Luana Praxedes foi alvo do programa Glitz

Thor Batista com a namorada Paola Leça circulando no Fashion Rio

Momento Bapho na passarela da TNG. Plim, plim!!!

Claudinha Pinto com o esposo Junior Farias conferindo desfile Osklen

Meninos em momento “pool party” no verão Osklen

Manifesto do protesto de modelos negros exigindo mais participação no evento carioca

ArteModa Potiguar

O palco do Teatro Riachuelo serviu de cenário para a edição 2014 do ArteModa Potiguar na última quinta-feira, 10. O evento contou na passarela com a participação de 10 estilistas que expuseram suas peças inspirados no tema “DNA Brasil - Verão 2014. O que você entende ser o DNA Brasileiro”. Entre os novos estilistas, dois queridinhos de Glam o styling Yago e o fotógrafo Andrey Lourenço brilharam e muito por lá. Quem comandou o som durante o “Fashion Show” foi o cantor Rodrigo Lacaz e Edson Cordeiro que surpreendeu a todos com a sua performance. E olha só, de acordo com o diretor executivo do evento, Kyann Kartz, anunciou que já tem uma nova edição sendo planejada. Aguardem! FOTOS: ELIAS MEDEIROS, DAVID TAVARES E CEDIDA

Edson Cordeiro soltando o vozeirão em sua performance durante o Fashion Show

Cast Tráfego Models em ação. Na foto, Luan Péricles, André Quintiliano e Jeff Dala Possa Kelly Fonseca e a moda Mercatto

No backstage, Yago fazendo pose com a sua criação

Andrey Lourenço e a sua coleção Ouro Negro

Arthur Freire e a moda TNG


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

natal DIVULGAÇÃO

NELSON MATTOS FILHO

A COPA E A PONTE

avoante1@gmail.com

N

ada como colocar o rosto no vento e escutar os sussurros que chegam como uma grande algazarra festejando o infortúnio que vem no rastro das grandes decisões equivocadas dos homens. Somos mesmo uma raça orgulhosa e cheia de vaidade tola quando temos a nosso favor a caneta da decisão. Mais vaidosos ficamos quando somos convidados para aplaudir em primeira mão as benesses que algum poderoso de plantão arma para nos iludir. Sempre falamos mal dos famosos dribles governamentais apelidados de pão e circo, mas basta um afago qualquer que escancaramos a cara em um largo sorriso de aprovação, enquanto brindamos a cada copo servido com o líquido dos melhores rótulos. Somos bons nisso e aposto uma boa dose de cachaça Rainha se alguém me provar que nunca enveredou nessa seara. Com a chuva caindo lá fora e o Avoante ancorado a muitas milhas de distância, numa breve férias de outono, passo horas do meu ócio voluntário a futucar notícias pela internet e me espanto a cada segundo com a ligeireza do mundo digital. É tudo num piscar de olhos e quem quiser que se meta a besta de tentar por um cabresto na fera. Se um esquimó pula a cerca e entra numa fria lá no fim do mundo, no segundo seguinte um piauiense, de um Piauí mais quen-

te, fica sabendo da fofoca gelada. Eita mundinho que ficou pequeno! Mas com tanta ligeireza e com tanta informação rodando o mundo e se cruzando nas vias imaginárias da informática, ainda me abestalho com algumas notícias estampadas nas capas dos jornais como se fosse a maior das novidades do mundo. Tem mais novidade não homem de Deus, o que falta é uma boa investigação jornalista para se chegar aos fatos sem paixão ou ideologia.

Em uma dessas minhas navegadas pelas páginas da web me deparei com a história de um belo transatlântico mexicano que pretendia ancorar em Natal para desembarcar torcedores desejosos em assistir a Copa do Mundo. Pretendia, pois a altura da Ponte Newton Navarro não permite. Alias, não permite e todo mundo que flutua nas águas governamentais e turísticas já estão cansados de saber que não permite. Só não entendi o porquê do espanto!

Certa vez fui taxado de opositor e reacionário por dizer que a Ponte estava sendo construída em local errado. Para não perder a alegria apenas sorri e deixei o assunto morrer em cima da mesa. Novamente fui rebatido quando falei que a Ponte não estava concluída e não entendia o porquê da Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte liberar a navegação sob ela. Dessa vez foi um Deus nos acuda e meu interlocutor ainda me fez duas perguntas instigantes: “Não

está pronta?” “E aqueles carros passando ali em cima é miragem?”. Como gosto de cutucar o cão com vara curta emendei: Não está pronta e ainda limitou o acesso ao Porto. Pronto, fechou o tempo! Bem, a Copa do Mundo já está dando seus dribles pelas arenas construídas Brasil afora, mesmo sem a bola estar rolando, e a cada dia vamos assistindo o festival de faltas e penalidades máximas se esparramando pelos gramados dos noticiários. Se são fatos verí-

dicos ou simples imaginação da mente fértil de opositores eu não sei, mas que tem muito lance merecendo um tira teima isso tem. O lance do navio mexicano em Natal não vai precisar de tira teima, pois acho que não aparecerá nenhuma viva alma, nem mesmo os deuses da FIFA, para autorizar o teste. Os mexicanos vão rumar direto para a capital pernambucana e depois de dançar frevo e maracatu, os chapelões pegaram um buzão pelas estradas da vida. Mas o problema maior da Ponte de Todos não é sua altura, já que no Brasil nunca se ligou mesmo para a altura das pontes e isso vem dos tempos do Império. Quem tiver seus vasos flutuantes que se lixe. O problema são as defensas de proteção dos pilares, que até hoje ninguém se interessou em resolver. Acho que nem o capeta queria estar na pele de um Capitão dos Portos se por um descuido qualquer um navio triscar na estrutura das pilastras. Numa hora dessas vai ser tanta frase começando com “eu não sabia de nada” e tantos “vamos averiguar” que no final vai sobrar mesmo para quem tiver a infelicidade de estar passando no momento de um acidente. No mês de Março uma balsa carregada de óleo de dendê se chocou com um pilar de uma ponte no estado do Pará e tudo veio abaixo. E olhem que por lá a FIFA não apita nada. Eh, até a bola da Copa receber o primeiro ponta pé, muita água ainda vai passar por baixo da ponte.


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7h - Esportes em Debates 16h - Flamengo x Vasco da Gama - Carioca

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OLIVEIRA CANINDÉ REVELA QUE É APOSTA PESSOAL DO PRESIDENTE • PÁGINA 3

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esportes

Editor: Itamar Ciríaco itamar@tribunadonorte.com.br

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 13 de abril de 2014

RN 1500 define os seus campeões « RALLY » Prova que reúne os principais pilotos do País tem hoje a sua última etapa com trecho

de 242Km entre Currais Novos e Natal. A expecativa é que os líderes cheguem à capital por volta das 14h DONI CASTILHO

Os trechos de dunas foram, mais uma vez, destaque na prova

O

Rally RN 1500 tem hoje sua última etapa. Os pilotos largam às 8h de Currais Novos para percorrer um total de 242 Km até Natal. No caminho será disputada a última especial com cerca de 100Km. A chegada na capital potiguar está marcada para as 14h e as 17h os vencedores das categorias serão divulgados pela organização do evento. A prova reuniu alguns dos melhores pilotos e navegadores nas categorias Motos, Quadriciclos, UTVs e Carros. Foram cerca de mil quilômetros de percurso pelas estradas e trilhas do Rio Grande do Norte, divididos em quatro etapas, com quase 500 km de especiais (trechos cronometrados). A competição teve cerca de 100 inscritos e vale pontos para o Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country Velocidade da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM). A primeira etapa, foi disputada entre Natal e Guamaré com 241 km no total do dia, sendo o trecho especial de 116 km. A história do Rally RN 1500 começou em 1994. De lá para cá, o evento se tornou uma das referências no segmento, exigindo habilidade de pilotos e navegadores para superar os desafios propostos pela variedade de terrenos ao longo do percurso. Areia, sertão, pedras, dunas, praias e serras fazem parte de um dos mais competitivos roteiros do calendário. Em cada dia, os participantes foram colocados à prova, em especiais dignas das grandes competições internacionais.

Alguns do principais nomes do off-road nacional participam do evento, que agrada por sua qualidade organizacional e técnica, além da grande competitividade, razões que sempre atraem as feras da modalidade de várias regiões. Jean Azevedo, campeão geral de motos no ano passado, Ike e Guto Klaumann, Moara Sacilotti, Ramon Sacilotti, Fabricio Bianchini, entre as motos; Tom Rosa e Gabriel Varela, nos quadriciclos; Bruno Leão Sperancini e Rodrigo Varela, nos UTVs; e, Bartolomeu Nunes, nos carros, entre tantos outros se aventuraram este ano pelo interior potiguar. Alguns destaques de carros optaram por participar do evento em categorias diferentes, como Marcos Moraes, que estará no RN 1500 de moto, e Luiz Facco e Gunter Hinkelmann, que competiram de UTVs. O 17º Rally RN 1500 teve quatro dias de especiais, sempre mantendo a principal característica de diversidade de terrenos. O primeiro dia, entre Natal e Guamaré brindou os competidores com muita areia. No segundo dia, entre Guamaré e Currais Novos, surgiram as estradas de terra batida e piçarras, tudo sob forte calor. No terceiro, saindo e voltando para Currais Novos, a dificuldade foi a navegação exigente e as pedras que dominaram a paisagem. A especial das serras fecha hoje o ultimo dia com uma enorme variedade de altitudes e trechos muito sinuosos até chegar em Natal, onde serão conhecidos os vencedores de 2014.

CAMPEÕES EM 2013 Carros T1 - Lucas Moares/Beco Andreotti, SP - Gunter Hinkelmann/Weidner Moreira, BR - Cleber Rodrigues/Eduardo Rebouças, T2 - Carlos Mendonça/Jorge José,

7h54min51seg 8h09min21seg 9h29mn12seg 11h38min24seg

Motos SPD - Jean Azevedo, PDA - Guto Klaumann, MAR - José de Deus, O45 - Moara Sacilotti, QUA - Rodolfo Pereira, UTV - Marcos Túlio/Andrews Gustavo,

7h24min36seg 7h50min24seg 8h04min56seg 9h03min49seg 8h36min22seg 9h25min12seg

PROGRAMAÇÃO 8h - Currais Novos - Natal - 242 km DI - 33km Prova Especial - 104km DF - 105km

14h - Evento de chegada - Central de vendas da Ecocil 17h - Resultado geral e premiação


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

esporte

»ENTREVISTA » ROGÉRIO MARINHO EXECUTIVO DE FUTEBOL DO ABC

FOTOS:EDU BARBOZA

“Não estou no ABC pensando em ganhar dinheiro”

sultados dentro de campo. Quando aceitei a função, imaginei que teria de ir ao clube, no máximo, duas vezes por semana, mas hoje eu estou dando expediente todos os dias na sede. No carnaval fui todos os dias ao ABC, sábado e domingo eu também estou sempre por lá e os funcionários do ABC podem corroborar o que estou falando aqui. Eu tenho minha atividade, preciso estar sempre viajando para promover o sustento da minha família, eu tenho atividade política, mas sempre que estou em Natal eu vou ao clube. Dado a dimensão, a complexidade e ao tamanho do desafio de se fazer parte do ABC é importante se trabalhar muito agora, para tentar fazer com que as coisas entrem no automático, comecem a fluir com mais naturalidade e a gente possa realizar uma gestão um pouco mais à distância.

« FUTEBOL POTIGUAR » Dirigente diz que se afastará

do cargo em julho, para disputar as eleições estaduais, e ressalta que deseja profissionalizar a gestão do ABC

O ABC cresceu demais para ser tocado por dirigentes amadores? Aqueles sem remuneração?

Como você classifica essa campanha que o ABC fez na primeira parte da temporada?

Existem duas formas de encarar esta campanha do ABC no Estadual. A primeira com sentimento de frustração e de desalento que os torcedores abecedistas certamente têm. Isso porque um time do tamanho, da estrutura e da história do ABC não merece uma campanha dessa que foi realizada. O segundo momento, como dirigente, nós temos de tirar algumas lições e aprender com os erros cometidos. Mas só erra aquele que tenta acertar, é importante colocar para o torcedor que num passado bem recente, na série B, o ABC saiu de um time virtualmente rebaixado — na lanterna da competição — contratou um técnico que fez um milagre, na minha concepção. Pois pegou o clube na última colocação no 1º turno para fazer uma excelente recuperação no segundo, digna de clubes que lutavam pelo acesso, o que acabou garantindo a permanência do ABC na disputa da série B de 2014.

É difícil resumir tudo isso numa palavra, até porque como dirigente, adjetivar uma situação vivida pelo clube seria, no mínimo, desleal de minha parte com os demais diretores. Mas a frustração definiria bem, pois é aquilo que o torcedor está sentindo: frustração e desalento”

O que explicaria duas situações tão distintas, uma vez que a estrutura diretiva e técnica da salvação na Série B foi mantida para o Estadual e não foi registrado o mesmo sucesso?

No final do ano passado quando houve a punição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ao nosso presidente Rubens Guilherme, suspendo o mesmo de suas funções por seis meses, de 13 de dezembro até o dia 10 de janeiro o ABC sofreu um vácuo na sua direção e os diretores, que remanesceram, decidiram entregar a Roberto Fernandes a responsabilidade de montar um time para disputar o Campeonato Estadual, em função do próprio histórico do treinador. Quem imaginaria que o treinador vitorioso na série B não conseguiria acertar na formação de um grupo para disputar uma competição muito menos competitiva que o Brasileiro? Por isso que acho que devemos aprender com os nossos erros, no intuito de evitar que se repitam. Devemos também ter a coragem de enfrentar o problema, reconhecendo os erros e procurar dar a volta por cima. A torcida do ABC merece respirar melhores ares e comemorar melhores resultados.

Mas sendo objetivo, se você tivesse de resumir a campanha numa única palavra, qual seria a mais adequada?

É difícil resumir tudo isso numa palavra, até por que como dirigente, adjetivar uma situação vivida pelo clube seria, no mínimo, desleal de minha parte com os demais diretores. Mas a frustração definiria bem, pois é aquilo que o torcedor está sentindo: frustração e desalento. Roberto Fernandes teve carta branca para contratar. Como está a situação de Zé Teodoro como técnico do ABC? Ele tem a mesma liberdade?

Como já coloquei antes, repito, a gente não pode repetir erros. Na conversa que tivemos com Zé Teodoro escutamos todas as indicações que ele sugeriu, quais são as deficiências que na avaliação dele o clube possui, mas a ação dele acaba aí. Estamos buscando reforçar esse grupo com cada um ocupando o seu devido espaço. O técnico comanda a equipe e a diretoria realiza as contratações dentro de critério estabelecidos e com a preocupação de que na hora em que for necessário se desligar atletas, ter o máximo cuidado para evitar deixar saldos remanescentes que, de alguma maneira, possaam vir a oprimir ou prejudicar o orçamento do clube esse ano e também nos anos seguintes. Na conversa com o técnico, que tipo de time o ABC deixou claro que pretende montar? O que vai apenas brigar para não cair ou um que brigará na parte de cima da tabela?

Eu disse a Zé Teodoro, desde o momento de sua chegada ao clube, que nós temos intenção de montar um grupo capaz de brigar pelo acesso à Série A.”

Eu disse a Zé Teodoro, desde o momento de sua chegada ao clube, que nós temos intenção de montar um grupo capaz de brigar pelo acesso a série A. Isso foi corroborado por toda cúpula diretiva, também, claro. Mas isso não significa dizer que nós iremos modificar 100% do elenco. Nós vamos iniciar o processo de reforçar com algumas peças, principalmente as posições que o treinador considerar carente, não podemos nos apressar pois essa é uma competição com 38 rodadas e que sofrerá uma interrupção de 45 dias a partir da 10ª rodada, em função da Copa do Mundo. Então eu acho que seria leviano da parte dessa diretoria, contratar

um número muito grande de atletas que poderão também não dar certo no decorrer da competição. Combinamos com o treinador para ele avaliar o atual elenco, definir as dispensas mais imediatas e indicar as contratações que devem ser realizadas de forma mais emergente. O ABC acabou de ganhar um patrocínio da Caixa Econômica Federal. Qual será a saúde financeira do clube para disputar essa Série B?

Algumas questões são importantes serem ressaltadas neste momento. A dívida do ABC, posso dizer, quase 70% dela está equacionada, equalizada e foi alongada para diminuir o peso sobre as nossas contas. Falta resolver ainda 30% das nossas pendências que acredito estarão equacionadas até meados de maio. Todas as certidões negativas o clube tem: Receita Federal, Certidão Trabalhista, FGTS, Previdência Social, tudo está em dia. Os salários dos profissionais, nós estamos pagando em dia, o CT está passando por reformas e sendo modernizado dentro do padrão Fifa, estamos construindo um novo refeitório para as nossas bases e também temos hospedagem próprias para os nossos atletas dentro do CT. O ABC tem uma realidade que é fruto de uma diretoria que nos antecedeu. Rubens Guilherme, que voltará no momento oportuno, fez um grande esforço para manter o ABC na série B e isso desequilibrou as finanças. Ele contratou um novo time na metade do Brasileirão e esse desequilíbrio nos deu algumas dificuldades no início desse ano. Ainda assim temos convicção de que o orçamento do ABC em função dos patrocínios, do reforço das dotações orçamentárias, da racionalização e da reestruturação da gestão do clube, já vai ser suficiente para que possamos montar um time competitivo e com condição de brigar pelo acesso. Pretendemos atender ao nosso

treinador, dentro de suas necessidades, com jogadores de nível, bem como estimular o elenco através de boas premiações. Tudo isso posso garantir que será feito pela diretoria. A permanência de Rogério Marinho à frente do ABC tem prazo de validade?

Em junho eu saio até porque estarei numa campanha eleitoral até novembro. Mas na verdade eu nunca estive longe do ABC, quem me conhece sabe que sou conselheiro do clube há 12 anos, cheguei lá atendendo um convide do ex-presidente Judas Tadeu, que hoje está colaborando com a gente. Eu não entendo que o ABC necessite ter grupo ou facções, encaro o clube como uma família, mas como em toda grande família existem dissidências. As vezes sou cobrado porque não falo sobre o ABC nas redes sociais, mas entendendo que o clube possui um fórum para os seus associados discutirem assuntos de forma apropriada, que é o conselho deliberativo. Como eu não vivo do ABC, nem acho que ele deve ser encarado como ponte, trampolim ou escada para o meu processo político, uma vez que fui deputado sem nunca usar o nome do ABC, então prefiro me manter como estava antes, depois de passado esse processo. Mas é claro que fiquei muito mais próximo do clube e dos seus problemas. É uma paixão, uma situação contagiante mesmo com tantas dificuldades encontradas, sabemos que estamos construindo um trabalho que irá render frutos a médio e longo prazos, então pretendo voltar a ajudar o clube em novembro, mas não ocupando a função que ocupo atualmente. Quando você chegou para assumir o ABC, ficou assustado com a quantidade de problemas?

[Risos...] É um desafio prazeroso por um lado, só não está sendo mais por falta dos re-

O componente paixão é intrínseco, está ligado ao gene do futebol. Na hora em que se tem um presidente remunerado você desvirtua um pouco essa questão da paixão pelo futebol. Está certo que o futebol também é negócio, você não pode encarar um clube que precisa de 10 a 11 milhões de reais anuais para se manter de forma amadora, descuidada. Isso acontecendo se começa a acumular passivos que acabam se voltando contra o próprio clube e o estrangulando. É claro que devemos ter uma estrutura profissionalizada, pelo menos é isso que estamos tentando fazer, mas por outro lado, eu acredito que os vices-presidentes, essa diretoria de cinco a seis abnegados, com a responsabilidade de conduzir e proteger o patrimônio do clube, esteja sempre presente até para evitar o que é muito comum no futebol, que determinados dirigentes queiram ganhar dinheiro com o clube. Se eu estou lá é para trabalhar por que gosto do clube, acho que deve haver sempre essa distinção. Se fosse para eu ganhar dinheiro eu escolheria ser empresário de atletas. Pela forma como acabou o Estadual, o ABC está fora da Copa do Brasil e da Copa do Nordeste de 2015. Vocês ainda têm esperanças de mudar esse quadro?

Evidente que nós estamos frustrados principalmente pelo que ocorreu no primeiro turno do Estadual, que nos daria uma condição de estar discutindo agora numa condição bem melhor sobre o calendário do ano subsequente, com muito maior conforto: com as vagas na Copa Nordeste e na Copa do Brasil garantidas e caledário assegurado. A obrigação do nosso clube é disputar qualquer campeonato com condição de vencer. Nós vamos para série B com pensamento de conquistar o acesso, para tanto formaremos um time competitivo. Existe uma possibilidade sim, há mais de três meses eu converso com o presidente do América, Gustavo Carvalho, e com o próprio Eduardo Rocha, que faz parte da Liga do Nordeste, sobre a probabilidade da ampliação no número de participantes na Copa do Nordeste já em 2015. Eles me disseram que a possibilidade existe e que de alguma forma, pelo critério do ranking nacional das federações de futebol, o RN pode ser beneficiado e conquistar uma terceira vaga no torneio regional. Em relação a Copa do Brasil, pelo ranking de clubes da CBF, o ABC se encontra na 29ª colocação, e tem grande possibilidade de entrar na competição em 2015. Dificilmente vamos deixar de estar nessa competição nacional.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

esportes

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»ENTREVISTA » OLIVEIRA CANINDÉ TÉCNICO DO AMÉRICA

“Sou uma aposta do presidente” « AMÉRICA » Com pouco tempo de trabalho, menos de um mês, o técnico alvirrubro passou de desconhecido

da grande parte dos americanos, para ídolo das arquibancadas. Até a conquista do título do segundo turno do Estadual, venceu todos os seus oito jogos (inclusive na Copa do Nordeste) e é favorito para ser o campeão

FOTOS:JÚNIOR SANTOS

FELIPE GURGEL Repórter de Esportes

Q

uem vê Oliveira Canindé pela primeira vez, pensa que o técnico americano é um profissional reservado, de poucas palavras. Mas, basta uma conversa para conhecer um treinador determinado a ser campeão e que trabalha forte para alcançar seus objetivos. Nessa entrevista exclusiva para a TRIBUNA DO NORTE, ele fala sobre decisão do estadual, série B, Copa do Brasil e a responsabilidade de ser uma aposta do presidente americano, Gustavo Carvalho.

Você chegou desconhecido dos torcedores e de repente, se tornou ídolo. O que aconteceu?

Ì QUEM

Oliveira Canindé, técnico do América

FORMAÇÃO Começou a carreira de técnico no Limoeiro/CE , em 2004, e teve passagens por vários clubes cearenses. Os títulos mais relevantes do seu currículo são da série D do Brasileiro, em 2010, pelo Guarany de Sobral e a Copa do Nordeste de 2013, pelo Campinense/PB.

Um equipe grande, com uma camisa que pesa, de tradição e força. Você tem que se impor e mostrar força. Como você pode ser considerado grande se não consegue impor suas qualidades? E as coisas estão acontecendo, pelo empenho, dedicação e por acreditarmos naquilo que pregamos para todo o grupo.

Então, pela história do América, ele é favorito na decisão?

Quando você chegou, o América tinha acabado de ser derrotado por 4x0, para o Ceará, pela semifinal da Copa do Nordeste. O que foi feito para melhorar a autoestima do elenco?

Conversamos muito, tanto com todo o grupo, como individualmente e fiz eles acreditarem que era possível reverter aquele placar tão complicado. Se o objetivo não foi alcançado, por falta de empenho não foi. E isso ficou claro quando a nossa torcida aplaudiu o time quando vencemos o Ceará. Então, no mínimo, vamos sair aplaudidos, pela dedicação, vontade, que nós vamos mostrar nos jogos, dentro de campo. E isso aconteceu. Então, faz com que olhemos para frente e saibamos que dependemos apenas dos nossos esforços para alcançar os nossos objetivos. É difícil levantar o astral de um jogador?

A minha postura é uma só: sempre tento elogiar o meu jogador. Mesmo que ele não tenha a qualidade de outros, digo que ele é o melhor, porque, assim, ele vai se superar dentro de campo, se doar e isso é muito importante. Não posso dizer nunca que um jogador não presta ou não sabe jogar. Isso é um erro que pode virar contra o treinador. É importante sempre conversar com os atletas, mostrar a importância dele para o grupo.

Temos alguns nomes e a base vai ser essa. Jogadores vão sair, como o Rubinho, mas a tendência é que esse grupo seja mantido para a sequência da série B do Brasileiro”

Mas, antes da série B, ainda tem a decisão do Estadual. O que esperar dessa final contra o Globo?

Optei por dar um descanso ao time principal contra o Potiguar, para que os jogadores estejam bem para a decisão do campeonato. Precisamos ter força máxima e os atletas relaxados. Temos que descansar para podermos medir forças com

O Globo é um franco-atirador. Acho que nem mesmo eles acreditavam que poderiam chegar a essa decisão. Desbancaram grandes equipes, como o ABC, Potiguar e Alecrim e, por isso, tem seus méritos. Acredito que, nesse momento, tem que prevalecer a camisa, mesmo sabendo que eles vão querer tirar proveito, ao máximo, da pouca pressão. Mesmo assim, precisamos nos impor e fazer por onde conseguir o que queremos, vai fazer a diferença. Atrapalha ter que disputar três competições ao mesmo tempo, como Estadual, Copa do Brasil e série B?

Estou procurando de todas as maneiras equacionar esses problemas. Temos um grupo bem igual e quero, pelo menos, dividir em três frente e poupar os que estão mais cansados. Vou trocar jogadores e tenho certeza que irão corresponder. Claro que perdemos um pouco do entrosamento. Acredito que a disposição e a vontade de se superar e fazer com que consigamos o que queremos, tenho certeza que podemos fazer a diferença com o nosso elenco. Como o América está se preparando para a série B?

Temos alguns nomes e a base vai ser essa. Jogadores vão sair, como o Rubinho, mas a tendência é que esse grupo seja mantido para a sequência da série B do Brasileiro. Alguns vão chegar e como o nosso grupo não é tão grande, vamos ter um elenco qualificado, para fazer o melhor. Não podemos perder os principais jogadores, porque podemos correr o risco de perder qualidade e com isso, termos dificuldades para a sequência da competição.

Você não pôde contratar ninguém quando chegou. O que esperar para o time na série B? Vão vir reforços?

Vamos ter uma equipe forte. Não vou dizer que vai ser condizente com os totais anseios do nosso torcedor, mas, dentro do que temos no nosso grupo, vamos ter uma equipe competitiva, para brigar e fazer uma grande série B.

uma equipe entrosada, com qualidade e com jogadores experientes em decisões. Mas, o América é grande, tem histórico de conquistas, e respeitando o nosso adversário, com toda nossa história, é difícil os jogadores tremerem, já que sempre estão disputando títulos. Tem que prevalecer aquele que é mais acostumado com decisões.

Precisamos ter força máxima e os atletas relaxados. Temos que descansar para podermos medir forças com uma equipe entrosada, com qualidade e com jogadores experientes em decisões”

O técnico do ABC, Zé Teodoro, afirmou que, tanto o time dele, quanto o América, precisavam melhorar bastante para a série B. Como você recebeu essa declaração?

Fiquei sem jeito de falar sobre isso. O Zé Teodoro é experiente e deveria se ater mais ao ABC. Eu que sei sobre o América e espero que ele esteja errado. Porque o grupo de lá é bom e espero que, tanto América, quanto ABC, precisam fazer uma grande participação na série B. Essa é minha torcida. Espero acertar a mão aqui e que o América possa fazer

uma grande série B. Assim como em 2013, nessa temporada vai acontecer a pausa para a disputa da Copa do Mundo. O América vai entrar na série B com força total ou vai esperar para analisar a equipe depois da parada?

Vamos começar a todo vapor, com tudo que tivermos de direito. Lógico, na parada, vamos buscar corrigir algumas coisas, testar outros posicionamentos, que acarreta em variações, para termos mais equilíbrios em determinados jogos. Com isso, vamos ter uma equipe forte, equilibrada, independente do esquema que vamos utilizar. O América está perto de fechar com o meia Daniel Costa, que estava no CSA/AL. Ele pode jogar junto com o Artur Maia?

Isso vamos ter que ver nos treinamentos. Por isso, essa parada para a Copa do Mundo vai ser primordial. Já tenho alguns esquemas na cabeça e que não são fáceis de se resolver. Para o Daniel Costa entrar na equipe, quem vai sair? E olhe que só jogo com dois volantes. Existem possibilidades e vamos ver com os dias. Quem sabe não adianto Artur Maia para ser um falso atacante? Pela velocidade, existe essa possibilidade, já que o Costa é um jogador que pensa mais o jogo, que toca, faz a equipe andar e precisamos de um atleta assim. Nosso time não tem essa característica, somos muito rápidos e isso, às vezes, dificulta nosso setor defensivo. O presidente americano, Gustavo Carvalho, afirmou que a sua contratação, foi uma decisão exclusiva dele. Isso aumenta a sua responsabilidade?

Com certeza. Ele me disse isso, na nossa primeira conversa e isso aumenta a nossa responsabilidade. Sou uma aposta do presidente e busco, de todas as maneiras, não decepcioná-lo e, com isso, não decepcionar a nossa torcida. Por isso, sempre busco formar a minha equipe forte, independente das competições e, cada vez mais, provar que o presidente acertou na sua contratação. O que o torcedor pode esperar?

Toda vez que o América entrar em campo, é para se doar ao máximo, buscar sempre o resultado. Vamos fazer, dentro das nossas possibilidades, o impossível se tornar possível. Com entrega, disposição, para cada vez mais, termos motivo para nos orgulharmos dessa equipe que estamos montando. A série A é um sonho ou uma meta?

Acredito tanto em sonhos, como em metas, que já deixamos pré-estabelecidas e vamos fazer de tudo para que isso aconteça.


Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

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esporte

Batalha final entre Vasco x Flamengo « DECISÕES » No Rio de Janeiro o rubro-negro, com melhor campanha dentro da competição, precisa só

de mais um empate para levantar a taça, já ao Vasco que encara o rival pela última vez, só vitória interessa

A

grande festa do futebol do Rio de Janeiro acontecerá hoje, às 16h, no Maracanã, onde Flamengo e Vasco decidem o título do Campeonato Carioca. Após empate por 1 a 1 no primeiro jogo, quem ganhar leva o caneco, enquanto que uma nova igualdade dá a taça aos rubro-negros, donos da melhor campanha na fase de classificação. Apesar da certeza de que um dos dois lados vai festejar, ambos chegam sob desconfiança para este compromisso. O Vasco não ganha uma final sobre o adversário há 26 anos. A última vez foi no Estadual de 1988. Aliás, o Cruz-Maltino não é campeão carioca desde 2003 e o rótulo de vice é algo que incomoda. Já os flamenguistas ainda tentam juntar os cacos após a traumatizante derrota de 3 a 2 para o León, do México, no meio de semana, que custou a eliminação na Copa Libertadores. “Para este jogo o mais importante foi trabalhar o aspecto psicológico. Até a bola rolar a

VITOR SILVA

FICHA TÉCNICA FLAMENGO VASCO Felipe, Leonardo Moura, Wallace, Samir e André Santos; Amaral, Luiz Antonio, Márcio Araújo e Everton; Paulinho e Alecsandro Técnico: Jayme de Almeida

Martin Silva, André Rocha, Luan, Rodrigo e Marlon; Pablo Guiñazú, Pedro Ken e Douglas; Thalles (Wlliam Barbio, Bernardo ou Fellipe Bastos), Edmilson e Reginaldo Técnico: Adilson Batista

Local: Maracanã Horário: 16h Árbitro: Marcelo de L. Henrique (RJ) Assistentes: Rodrigo Corrêa (RJ) e Luiz Antonio de Oliveira (RJ)

derrota para o León estará na mente de todos, pois foi um resultado muito triste. Ficamos abalados, mas podemos enfrentar o Vasco de igual para igual e ficarmos com o título”, disse o técnico do Flamengo, Jayme de Almeida. O clima de desconfiança também aparece no Vasco, porém, os jogadores tentam afas-

tar o fantasma do vice. “Nós estamos pensando no que vai acontecer no jogo deste domingo e não o que aconteceu antes, nos anos anteriores. O Vasco chega forte para esta decisão. Mostramos que podemos encarar qualquer adversário de igual para igual. Respeitamos o Flamengo, mas podemos superá-lo”, disse o volante Pedro Ken.

CRISTIANE MATTOS

[ pedron@natal.digi.com.br ]

Daniel Paulista

Começa a decisão

A direção do ABC anunciou na tarde de hoje a demissão do volante Daniel Paulista. Confesso que não entendi. Daniel Paulista mesmo com quase 36 anos ainda era o jogador de qualidade entre todos os demais volantes do elenco alvinegro. É bem verdade que já não é mais o mesmo de cinco anos atrás, contudo eu não teria dispensado o atleta. Futebol tem mistérios que só quem está dentro para entender!

Além de Daniel Paulista que foi dispensado na última sextafeira conforme já informei logo acima, a direção do ABC também anunciou a dispensa do zagueiro Paulão. O jogador foi chamado pela direção do clube e acertou seu desligamento do alvinegro. Paulão jogou poucas partidas pelo ABC e nas poucas vezes em que atuou não agradou. Outros jogadores também deverão deixar o clube, são eles: Guto, Perone, Xaro, Lúcio Curió, Lineker, Robertinho, Gabriel e Alvinho devem acertar suas saídas nas próximas horas. Como pode-

JÚNIOR SANTOS

Na próxima quarta-feira começa a decisão do Campeonato Estadual. Globo e América jogam no Barretão a primeira das duas partidas que farão na luta pelo título. Continuo acreditando que o clube rubro é favorito à conquista do título estadual. Agora, não podemos esquecer que o Globo não chegou à final por acaso. A equipe de Ceará Mirim fez história ao vencer a Copa FNF e o primeiro turno do Campeonato Estadual.

Fernando Henrique

mos observar os erros nas contratações feitas no início da temporada estão estourando agora. Tenho dito diariamente que não dá para continuar se cometendo tantos erros.

Quem estreou ontem no América foi o goleiro Fernando Henrique. O jogador foi contratado no início do mês de março e somente agora é que teve oportunidade de estrear. Fernando Henrique foi contratado por conta da contusão de Andrey que é o titular. Mesmo sendo um goleiro de grande nome no futebol brasileiro dificilmente Fernando Henrique será titular na equipe rubra.

Novo presidente

Sócio Torcedor O torcedor do ABC que for associado ao Clube do Povo, tem acesso exclusivo aos benefícios do Movimento Por Um Futebol Melhor e pode ganhar um carro 0 km! Acesse o site www.futebolmelhor.com.br e descubra como participar. O Movimento Por Um Futebol Melhor é dedicado a todo torcedor que tiver amor à camisa e ao bolso. O Sócio Mais Querido tem benefícios desde a compra dos ingressos até em produtos de grandes redes de supermercado. Em Natal, o alvinegro de carteirinha tem descontos diferenciados todos os dias em mais de 600 produtos nas re-

Pedro Ken ressalta que os vascaínos estão concentrados no jogo

Cruzeiro joga pelo empate na final contra o rival Galo

Pedro Neto

Limpeza continua

Três anos depois, o Rio Grande do Sul voltará a viver a expectativa de um Gre-Nal decidindo o Campeonato Gaúcho. Hoje, o Internacional joga por um empate diante do Grêmio para conquistar o tetracampeonato estadual. Como venceu por 2 a 1 na Arena, o Colorado pode ser campeão até com derrota por 1 a 0. A partida será no Estádio Centenário, em Caxias do Sul. O local de realização do clássico foi motivo de polêmica durante a semana. Nesta quarta, o Ministério Público do Rio Grande do Sul emitiu nota declarando que o Beira-Rio não tinha condições de sediar o Gre-Nal, devido aos restos de obra em volta do estádio, que poderiam se transformar em armas nas mãos de torcedores mais exaltados dos dois clubes. Assim, o jogo foi confirmado para a Serra Gaúcha.

Atacar

Para bater o rival, o Vasco, inclusive, aposta na tranquilidade e na paciência como principais armas. “Nós precisamos manter a posse de bola, pois assim vamos estar sempre em condições de atacar, mas correndo menos risco. É preciso paciência, equilíbrio, trocar a bola com tranquilidade, encontrando o momento certo para entrar, que só chegará se tivermos velocidade e movimentação na frente”, ensinou o técnico Adilson Batista. Tranquilidade também é algo que os flamenguistas esperam ter dentro de campo.

des de supermercados Extra, Carrefour e Nordestão. A iniciativa da direção de marketing do ABC em busca de novos sócios é corretíssima. Mesmo a equipe não respondendo dentro de campo o tempo não para. Já o torcedor tem que entender que, apesar dos erros cometidos, principalmente nas contratações, o clube precisa do seu apoio neste momento, afinal, ruim com ele pior sem ele. Até porque serão dezenove jogos dentro de casa - sendo três no Iberezão com o torcedor pagando um preço bem inferior se associando ao clube.

O presidente da FNF José Vanildo viaja amanhã ao Rio de Janeiro. Ele participará na próxima quarta-feira da eleição do novo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. A eleição do novo será por aclamação. O novo homem forte da CBF além de ter o apoio de todas as federações do Brasil também tem o apoio de todos os presidentes dos grandes clubes do futebol brasileiro. Tanto Gustavo de Carvalho como Rogério Marinho sempre deixaram muito claro que acreditam em Marco Polo Del Nero, que mantém um ótimo relacionamento com o presidente da FNF.

Outros estados vão conhecer seus campeões

Duelo de gigantes. Essa é uma boa definição para o clássico entre Cruzeiro e AtléticoMG, que vai decidir hoje, às 16h, no Mineirão, a centésima edição do Campeonato. De um lado o Campeão Brasileiro, de outro, o dono da América, o confronto entre Raposa e Galo vai parar Minas Gerais e despertar os holofotes dos amantes do bom futebol, já que se trata de duas das melhores equipes do Brasil. Por ter feito melhor campanha na primeira fase, o Cruzeiro joga por dois resultados iguais, ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols. No duelo de ida, no Horto, igualdade sem gols. Novo empate garante o título aos celestes, já no lado alvinegro, a vitória dentro do Gigante da Pampulha virou uma obsessão para que o Atlético-MG conquiste o tricampeonato. Entre os jogadores, o foco na busca pelo título é total. O zagueiro Dedé conta com títulos muito importantes em sua carreira, como o Campeonato Brasileiro de 2013, pelo Cruzeiro, e a Copa do Brasil de 2011, pelo Vasco, mas ainda não possui nenhuma conquista estadual, história que o jogador quer mudar neste domingo.

Ronaldinho está confiante

“Eu não tenho estadual na minha carreira, é um objetivo grande, um objetivo pessoal muito importante. Título é título, se comemora igual e dá muita confiança para o time. Vamos em busca desse título estadual, mas sabemos que não vai ser fácil. Muito pelo contrário, teremos uma difícil tarefa contra o Atlético-MG”, afirmou. No Galo, o volante Pierre acredita que o chegou o momento da equipe atleticana se superar. O atleta admite que o excesso de partidas tem exigido muito do elenco alvinegro.

PERNAMBUCO

Sport e Santa Cruz decidem hoje uma vaga para a grande final do Campeonato Pernambucano. A partida acontece na Ilha do Retiro, à partir das 16h. Derrotado por 3 a 0 pelo Santa Cruz na primeira partida da semifinal, as atenções do Sport voltam ao Campeonato Pernambucano após conquistar e comemorar muito o título da Copa do Nordeste, na quartafeira, em um Castelão lotado de torcedores do Ceará. O rubro negro precisa vencer pela mesma diferença de gols para, pelo menos, levar a partida para os pênaltis. Para Neto Baiano, autor do gol na decisão de quartafeira, os jogadores não vão sentir o cansaço do jogo e quer repetir o feito.

BAIANO

Pelo segundo jogo da grande final do Campeonato Baiano, o Bahia visita o Vitória, no Pituaçu, hoje, às 16h, com uma ampla vantagem no placar agregado, já que venceu o primeiro embate por 2 a 0. Mesmo assim, Marquinhos Santos, técnico do Esquadrão, não quer seu time na retranca. “Espero um jogo limpo e bem jogado”. “As duas equipes vão procurar alcançar o êxito. Assim como foi o primeiro jogo, que foi muito bem disputado. Não foi truncado, quando tivemos proposta ofensiva”, disse Marquinhos.

Potiguar tem teste difícil nos EUA « KARATÊ » Júnior Patriota vai disputar duas competições na cidade de

Las Vegas, que recebe os melhores atletas do Mundo uma vez por ano

ANA SILVA

O

karateca potiguar Júnior Patriota embarca neste fim de semana para Las Vegas, nos Estados Unidos, onde disputará duas competições. A primeira delas é o Open de Las Vegas e a segunda é a Ozawa Cup. As competições acontecem uma vez por ano e o atleta não esconde a empolgação em participar do evento. “Essa é a competição mais difícil que já participei na minha vida. Tem os melhores atletas do mundo. É minha primeira experiência internacional. Vou para ganhar, mas qualquer medalha que eu trouxer já será uma grande vitória”, diz. Júnior revela que começou a se interessar pelo esporte por causa de seu pai, Marcos Patriota, e seu tio, Júlio Patriota, já serem praticantes. “Eu via eles viajando e sempre voltando com medalhas, então despertou a vontade de praticar”, afirma Júnior. Ele fala que desde janeiro

Patriota está ansioso com a primeira experiência internacional

vem seguindo uma rotina de treinos intensivos técnicos e físicos, sob orientação do preparador físico Lauro Henrique. “ Treino de cinco a seis dias por semana, sendo que em três dias são duas vezes e três vezes na semana tenho treinos físicos.

Além de Júnior, o Rio Grande do Norte será representado pelos atletas Sttenio Almeida e um de seus alunos, Marcus Vinicius. As duas competições, o Open de Las Vegas e a Ozawa Cup, acontecem nos dias 18, 19 e 20 de abril.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

esportes

Apito Final EVERALDO LOPES e_lopes@tribunadonorte.com.br

Globo x América quebra rotina Durante muitos anos, sem qualquer alteração, seguidamente, os Campeonatos Estaduais/RN foram decididos nos clássicos ABC x América. Isso, de 1918 quando houve a primeira disputa, até 1963, quando o Alecrim FC sagrou-se campeão e bicampeão em 1963/64. Antes, aproveitando uma rápida ascensão em 1943, o Santa Cruz ( já extinto) foi o campeão da cidade. Uma raridade, uma quebra de rotina. Nem mesmo com o advindo do estádio Castelão em 1972, aconteceu alguma “zebra”, pois continuou a rotina de ABC ou América, campeão. Depois dos títulos de 63/64 e 68, o Alecrim reagiu e quebrou a mesmice em 85/86. Em 2001 a surpresa foi o Corinthians de Caicó, em 2004 o Potiguar/M e 2006 o Baraúnas deram uma nova sacudida. Depois, vieram as surpresas Santa Cruz e ASSU, recentemente o segundo título do Potiguar/M, e eis que o Globo chegou quebrando a rotina do clássico ABC x América. A primeira partida já tem data: dia 16, às 20h, arbitragem do Fifa Leandro Vuaden.

P.C. Caju critica Pelé Após os casos de racismo envolvendo o árbitro Márcio Chagas, no Rio G. do Sul, do meia Tinga, quando de um jogo recente no Peru e do meia Arouca, em Mogi Mirim o assunto preconceito racial ganhou as manchetes. O polêmico ex-jogador do Botafogo, Vasco, Flamengo, Nantes, e outros clubes brasileiros, além da Seleção campeã mundial de 1970, Paulo César Caju abriu a “caixa de ferramentas” e mandou bala nas pessoas que PC considera com uma par-

cela de culpa, não fazendo restrições a seu ex-companheiro de seleção, Pelé. Segundo o ex-jogador, as grandes entidades precisam se posicionar, mas não o fazem. E o que dizer do maior jogador do mundo? Ele é lamentável nesse assunto, não se posiciona. É um absurdo. O cara é o atleta do século, a figura mais popular do mundo e não usa isso para brigar por causas justas. E sempre que abre a boca para se pronunciar, não fala nada correto, atacou “Caju”.

P. C. Caju (2) “A declaração de Pelé nos últimos dias foi patética, ao dizer que mortes nas construções dos estádios são normais. Isso é ridículo, quando diz que nos devemos preocupar com a Copa, cheio de problemas no Brasil, o povo protestando contra a corrupção, brigando por condições melhores e ele se preocupando com a Copa. Isso já diz muito sobre a postura dele!” analisou P. C. Caju, relembrando grandes ídolos negros, para criticar seu antigo amigo ca-

misa 10. “Pelé não fez nada de bom fora dos gramados”, frisa, salientando que, se ele quisesse, faria uma revolução nesses casos de racismo, pois o que diz repercute mais do que se fossem políticos ou religiosos. Isso choca muito porque eu não estava acostumado com isso no tempo em que jogava, nem na seleção, nem quando joguei na França, concluiu o polêmico Paulo César Lima, o P.C. Caju. A assessoria de Pelé não se pronunciou.

Por que não arena? Impressão perfeita, amplo colorido em todas as 100 páginas, o álbum de figurinhas da PANINI dos 640 jogadores que estarão Brasil a partir de junho, já está nas mãos da garotada e milhares de colecionadores. O que é curioso é que, ao citar os nomes dos 12 estádios – ou seja Mineirão, Nacional (de Brasília),

Arena Pantanal, Estádio Castelão Arena da Baixada, Arena Amazônia, Arena Pernambuco, Corinthians, Arena Fonte Nova, outros estádios são tratados como apenas estádio, em lugar de Arena. É o caso da Arena das Dunas e Arena Castelão, nomes bonitos, são chamados de estádio das Dunas, estádio Castelão, etc.

TRINTA E TRÊS ANOS NA FILA Os jovens torcedores do Flamengo quando da conquista do Mundial de Clubes em 1981, hoje devem ser respeitáveis pais de família, talvez já avós. São 33 anos tentando repetir aquela façanha fantástica, o time que derrotou o Liverpool da Inglaterra formado por Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior “Capacete”, Andrade, Adílio e Zico, Tita, Nunes e Lico. Gols de Nunes (2) e Adílio. Outra atuação igual, está muito difícil. RÁDIO GLOBO E A PROGRAMAÇÃO Neste domingo, 7 da matina, Esportes em Debate, com as presenças de Fernando Amaral e Domingos Sávio como convidados, e os “irmãos” Neto, isto é, Santos Neto e Pedro Neto. Na segunda feira, a nova atração do rádio esportivo, programa “Bola em Jogo”, 8 horas da noite na Rádio Cabugi, presidentes do CD do ABC e América.

« CARTÃO AMARELO »

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Inscrições para a Tiradentes terminam à meia-noite « CORRIDA DE RUA » Os interessados em participar da prova precisam se apressar e garantir sua vaga através do site www.pm.rn.gov.br

A

s inscrições para a 39ª Corrida Tiradentes terminam neste domingo 13 de abril, às 24h. A prova é considerada a corrida de rua mais tradicional de Natal e a segunda mais antiga do RN (só perde para a corrida Augusto Severo, em Macaíba, que em 2014 fará 48 anos). Um dos favoritos ao pódio na corrida é o soldado PM José Adaílton Barbosa, atualmente lotado na Companhia Independente de Proteção ao Turista (CIPTUR). O atleta vem se destacando em eventos de atletismo no Estado e em todo o país. Em agosto de 2013, o Soldado PM Adailton conquistou o 4º lugar na 12ª Meia Maratona de João Pessoa. O evento, de acordo com o policial atleta, é um dos mais difíceis do nordeste por reunir atletas profissionais, membros do grupo de elite de cinco Estados do nortenordeste (PE, PA, PB, CE e RN). “A corrida tem 21 km, onde participa os melhores do grupo de elite do atletismo do nortenordeste”, declarou Adailton em entrevista ao site do governo do estado à época. Atleta profissional há 12 anos e Policial Militar há 16 anos, Adailton é formado em Educação Física e é membro do Clube de Atletismo do RN, participando em vários eventos de atletismo promovidos em todo o país. Com um treinamento diário, o Soldado PM Adailton é o atual vencedor da Corrida do Choqueano, promovida pela Polícia Militar do RN, e foi bicampeão da Corrida Jerônimo de Albuquerque, promovida pelo 17º GAC do Exército em Natal. Quem desejar se inscrever para a prova individual de triáthlon pagará a taxa será de R$ 95,20, já para concorrer em equipe o preço cobrado será de R$ 134,40. Na modalidade corrida de rua o atleta terá de pagar apenas uma taxa de R$ 56,00. Os Policiais Militares terão isenção nas inscrições para as provas, dentro dos seguintes limites: 50 vagas para a prova de triáthlon e 150 vagas para a corrida de rua. A Corrida de Tiradentes é limitada em mil participantes e as inscrições só podem ser realizadas pela internet, através do site da Polícia Militar (www.pm.rn.gov.br) Estes eventos fazem parte das atividades socioculturais e des-

Percurso A corrida terá um dos melhores trajetos entre as provas locais

ASSECOM/PM

O soldado PM Adailton Barbosa está entre os favoritos ao ouro

portivas que serão desenvolvidas pela PMRN com o objetivo de promover a memória do patrono das Polícias Militares, Joaquim José da Silva Xavier, o Alferes Tiradentes, bem como estreitar relações com as Polícias Civil, Bombeiros Militares, Polícia Federal e Rodoviária Federal, Forças Armadas e sociedade civil. A competição de Triáthlon será no dia 20 de abril, com largada às 9h30min na praia de cotovelo, Parnamirim. Na modalidade de Revezamento, além da premiação geral por equipes, teremos a premiação da equipe campeã do evento com o Troféu Coronel PMRN Marcos Antônio Miranda de Medeiros. A corrida será realizada com

largada às 16h, com trajetos de 5 e 10 km. A saída e a chegada acontecerão na frente do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar. Entrega de kits será realizada no dia 17 de abril, no próprio quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no período das 9h as 19h. A premiação do triáthlon consistirá em medalhas em todas as categorias (masc/fem) até o terceiro lugar e de “finisher” para todos. Na corrida haverá medalha de participação para todos que concluírem a prova. Troféus para os campeões de cada categoria e premiação especial para os campeões masculino e feminino na prova de 10km.

Track&Field Run Series agita as ruas Os apaixonados pelas corridas de rua tem um encontro marcado em Natal hoje. Às 7h, 1.200 atletas inscritos darão a largada na primeira etapa da Track&Field Run Series Natal Shopping, o circuito de corridas que chega à capital potiguar com grande expectativa. O Track&Field Run Series é o maior circuito de corrida de ruas do país, reconhecido por proporcionar conforto, comodidade e segurança aos corredores. Por estes motivos, tem uma série de adeptos que costumam participar das etapas em todo o país. A corrida em Natal terá participação de corredores de outros estados, como Paraíba, Pernambuco e Ceará. A última etapa do evento, realizada em março em João Pessoa – PB, teve a participação de um grupo de 300 potiguares. Outro diferencial é a limitação do número de atletas. Para os participantes, esse é um ponto positivo. “Ter um número limitado de corredores é melhor, pois dessa forma a corrida acaba sendo mais organizada. Em outras provas realizadas aqui em Natal, tive dificuldade até de largar devido a grande quantidade de corredores”, contou o advogado e atleta Edson Gutemberg Filho.


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

esportes Em desvantagem, Santos tenta evitar zebra no Pacaembu « CAMPEONATO PAULISTA » Após perder por 1 a 0 para

o Ituano há uma semana, a equipe comandada por Oswaldo de Oliveira promete mostrar outra postura

S

ão Paulo (SP) - Gazeta Press - A palavra “agressividade” foi exaustivamente repetida pelos jogadores do Santos entre os dois jogos decisivos do Campeonato Paulista. Após perder por 1 a 0 para o Ituano há uma semana, a equipe comandada por Oswaldo de Oliveira promete mostrar outra postura no estádio municipal a partir das 16 horas. “O nosso time foi diferente. Todo o mundo viu isso. A própria torcida que estava lá, apoiando os nossos jogadores. A gente deixou o Ituano jogar, e isso facilitou o estilo deles pegado”, reconheceu o centroavante Leandro Damião, animado para reverter a derrota. “Com certeza, vamos brigar muito mais agora. Já analisamos os nossos erros”, complementou o reforço de R$ 42 milhões. Mesmo que ainda não tenha encantado os torcedores do Santos, Damião tem na final com o Ituano a oportunidade de se mostrar importante logo em seu primeiro torneio após deixar o Internacional. Oswaldo quer

FICHA TÉCNICA SANTOS ITUANO Aranha; Cicinho, Neto, David Braz e Emerson; Alison, Arouca e Cícero; Geuvânio, Leandro Damião e Thiago Ribeiro Técnico: Oswaldo de Oliveira

Vágner; Dick, Alemão, Anderson Salles e Dener; Josa, Paulinho, Jackson Caucaia e Cristian; Rafael Silva e Esquerdinha Técnico: Doriva

Estádio: Pacaembu Horário: 16 horas Árbitro: Raphael Claus (SP) Assistentes: Carlos Augusto N. Júnior e Danilo R. Simon Manis (ambos de SP)

que ele seja a referência de uma equipe que fez do meio-campista Cícero o melhor do Estadual e voltou a revelar novatos, como o atacante Geuvânio. Para que a melhor campanha da primeira fase da competição tenha ainda mais valor, no entanto, o técnico do Santos sabe que é preciso não se tornar uma nova vítima do Ituano. A equipe dirigida por Doriva já avançou em

um grupo em que o Corinthians acabou eliminado, derrotou o São Paulo e desclassificou o Palmeiras nas semifinais. “Sei que somos o time grande contra o de menor expressão. Mas, do outro lado, estão jogadores de qualidade, que já atuaram em grandes e clubes e estão fazendo um excelente trabalho”, respeitou o zagueiro David Braz, embora confiante. “Se fizermos aquilo que mostramos no campeonato todo, sendo agressivos, temos tudo para vencer”, declarou. Oswaldo não quer apenas mudar a postura santista em relação ao primeiro duelo com o Ituano. O técnico também ensaiou a entrada do volante Alison no lugar do meia-atacante Gabriel, para dar a agressividade que faltou à marcação e liberar Cícero para apoiar o setor ofensivo. A alteração foi aprovada por boa parte dos titulares. “A gente precisa atacar sem deixar a zaga exposta. Podemos fazer isso dessa forma. É decisão. É tudo ou nada”, incentivou o volante Aoruca.


A REVISTA DA TV É UM SUPLEMENTO DA TRIBUNA DO NORTE. NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

revista da

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 13 de abril de 2014

Novela a três Autor de clássicos como ‘Dancin’ days’, Gilberto Braga escreve trama para as 21h, com Ricardo Linhares e João Ximenes. Trio fala da parceria afinada « PÁGINAS 6 A 8 »


Johnny Massaro ainda não se acostumou aos dreads que está usando para “Meu pedacinho de chão”. Dia desses, saiu de casa com a touca de banho usada para não molhar os cachos. “Só vi no carro, a caminho do Projac”, conta, rindo.

Férias curtas Alexandra Richter só terá duas semanas de descanso quando acabarem as gravações de “Malhação”. A atriz viajará com a família para Nova York e, na volta, começará os trabalhos na novela “Boogie woogie”.

Ovo de Páscoa Carlos Lombardi e Renê Belmonte, seu colaborador em “Pecado mortal”, passarão a Semana Santa escrevendo os últimos capítulos da trama da Record, que entra na reta final. A produção, esticada, ficará no ar até fins de maio.

Buscando candidatos Alexandre Avancini começará, ainda este mês, uma maratona de testes para definir o elenco de “Os dez mandamentos”, primeira novela de tema bíblico da Record. Até o ator que fará Moisés, o protagonista, será avaliado. E poderá ser alguém de fora do casting da emissora.

Reencontro nos palcos Danielle Winits e Júlio Rocha, que foram colegas de elenco em “Amor à vida”, vão estrelar “O cachorro riu melhor”, que estreia dia 17, no Teatro dos Quatro, na Gávea. A peça foi adaptada por Artur Xexéo e a direção é de Cininha de Paula.

com Florença Mazza e Ana Luíza Santiago, Clara Passi e Rafaela Santos kogut@globo.com.br

Distraído

patrícia kogut

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revista da

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

10 Para o Viva, pela reprise de “Dancin’ days”, novela de Gilberto Braga exibida pela Globo no fim dos anos 1970, quando virou febre e lançou moda (quem não lembra das meias de lurex?). Há anos o público sonhava com a reexibição. Para os que não assistiram, é uma chance de ver Sonia Braga, Joana Fomm, Lídia Brondi, Mário Lago, Lauro Corona, Yara Amaral e José Lewgoy, entre outros grandes, numa trama sensacional.

Mão cheia de boas cartas MÔNICA IMBUZEIRO

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Os palcos já faziam parte da vida de Igor Angelkorte havia oito anos quando ele surgiu pela primeira vez na TV como o advogado Marcelo, de “Além do horizonte”. Diretor da Probástica Companhia de Teatro, que montou em 2011 com os amigos Chandelly Braz, Samuel Toledo e Lívia Paiva, quer continuar explorando novos caminhos. No ano que vem, pretende lançar o filme “(Des)conhecidos”, baseado na primeira peça do grupo. Ele, que já finalizou o roteiro, fará par com Chandelly. - Também vamos estrear o terceiro espetáculo da companhia em 2015. Teatro é minha casa, mas quero beber de outras fontes. Enquanto artista, tenho que ser múltiplo, pois, se der tudo errado numa área, tenho outras. Espero que a novela tenha desdobramentos positivos nesse sentido. Igor costuma dizer que, graças ao pôquer, virou ator. Aos 18 anos, insatisfeito com a faculdade de direito, ele ouviu um colega brincar, durante uma partida, que seu oponente deveria frequentar aulas na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) para blefar melhor. E levou a piada a sério: se inscreveu no curso e trancou a graduação. - Aquela

ideia ficou martelando na minha cabeça. Nunca fui bom no futebol, nunca tive um corpo lindo, não me identificava com a faculdade. Quando entrei para a CAL, pela primeira vez na vida percebi que levava jeito para alguma coisa - relembra. Acostumado a dramas no teatro, o ator de 26 anos diz que compor o tipo atrapalhado da novela das 19h, noivo rejeitado de Lili (Juliana Paiva) que se apaixonou por Priscila (Laila Zaid), deu “uma trabalheira”: Sempre que entro no estúdio já me sinto meio ridículo. Meu exercício com Marcelo é dilatar tudo o que há de mais patético e DIVULGAÇÃO

Espírito rebelde Daniel Rocha, que estreou na TV em “Avenida Brasil” e depois fez “Amor à vida”, voltará às novelas em “Falso brilhante”. Ele será o filho problemático dos personagens de Alexandre Nero e Lilia Cabral na história de Aguinaldo Silva.

Ela cresceu e agora escreve

LÉO AVERSA

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Para a obsessão do Multishow por Sérgio Mallandro. Essa semana, o canal estreou mais uma atração protagonizada por ele, “Férias do Mallandro”. Novidades? Praticamente nenhuma. Foi aquele velho repertório de bobagens, “glú-glús” e “ié-iés”, desta vez, numa viagem de carro com a família. No primeiro episódio, a trupe explorou a suíte de um motel, alugada para dormir. Trepidante, não?

desavergonhado. Claro que tenho medo de que fique exagerado, mas isso é inevitável. Só vou acertar uma cena se errar outra. Igor conta que não parou de estudar desde o início da trama: assiste a filmes de comédia e devora livros sobre interpretação. - Aprendi que a formação de ator nunca se conclui. Estudar nosso ofício é como escovar os dentes, exige dedicação diária. Do meu jeitinho, tento fazer o trabalho ser positivo para as pessoas. Fico feliz quando elas me falam que passaram a achar a vida mais simples por causa do Marcelo.

Mil ideias por trás da carinha de moça quieta No ar no Multishow em “Só garotas”, Vitória Frate fará sua primeira exposição como artista plástica, “A falta que nos define”, no dia 8, no LZ Studio, em Ipanema. As ilustrações também estampam capas para celulares e canecas. Mais no site.

‘Sentido da vida’ na festa de aniversário Fábio Porchat comprou ingressos para a última apresentação do Monty Python em Londres e presenteou Gregorio Duvivier, Ian SBF, Antonio Tabet e João Vicente de Castro, seus sócios no Porta dos Fundos. Eles vão comemorar lá o aniversário de Porchat, dia 1º de julho.

Lembra de Carolina Pavanelli, que estourou como a pequena Maria Carolina na novela “Sonho meu” (1993)? Longe da TV há oito anos, ela hoje é professora e escreve seu terceiro livro, um romance ainda sem título. Mas sente saudades de atuar. Mais no site.

Maré favorável No ar em “Dancin’ days”, no Viva, e cotada para um papel na novela das 18h de Rui Vilhena, Joana Fomm poderá participar de um especial de fim de ano na Record. A atriz, recuperada de problemas de sáude, foi convidada para o telefilme “Manual prático da melhor idade”, de Adolfo Rosenthal.


revista da

« NOVELA »

Herdeiros de Tônia Carrero Tio e sobrinho, e ambos no ar em produções da Globo, Miguel e Vítor Thiré falam que a paixão pela profissão vem de família NATALIA CASTRO natalia.castro@oglobo.com.br

A

pequena diferença de idade e a semelhança física faz muita gente confundir o real parentesco de Miguel e Vitor Thiré, no ar nas novelas “Em família” e “Malhação”, respectivamente. Nas ruas, é normal acharem que são irmãos ou primos. Mas os laços são outros: neto de Tônia Carrero e filho Cécil Thiré, Miguel, de 31 anos, é tio de Vitor, de 20, por sua vez, filho da atriz e preparadora de atores Luisa Thiré. - Ninguém nunca acerta de primeira, mas é bem normal. A diferença é pequena e sempre tivemos uma relação de amizade - fala Vitor. Irmão de Luisa, Miguel também enxerga semelhanças entre os dois: Vitor

tem os traços do pai (o ator e músico Luiz Nicolau), mas as cores dos Thiré. Para Miguel, embora os onze anos de diferença de idade já os façam ver a vida sob ângulos distintos, os interesses em comum sempre os aproximaram. Assim que entrou em “Malhação’, por exemplo, Vitor fez questão de chamar o tio para conversar. Afinal, Miguel participou duas vezes da novelinha. A primeira, em 2000. A segunda, em 2004, quando tinha a idade próxima à do sobrinho. - Falamos sobre essa questão de empresário e também, quando ele me contou que faria um tipo meio vilão, sugeri que colocasse humor no personagem. E deu certo. Vitor é um ótimo comediante, um cara leve, muito fácil de se conviver - elogia Miguel. E na família Thiré, a convivência

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SEMELHANÇAS. Miguel (de branco) brinca com o sobrinho Vítor

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é intensa. E, sim, todos adoram levar trabalho para casa. Principalmente para a mesa do almoço ou do jantar. - O que a gente tem é um grande berço de criação. Nossas reuniões se transformam em grandes aulas. Meu pai tem uma qualidade de direção de ator que é impressionante. E sempre comenta as minhas cenas - explica Miguel. - Aliás, a família toda sempre está presente nas estreias da família. Todo mundo se prestigia. O sobrenome de peso, eles afirmam, nunca foi responsável por regalias no meio artístico. - Sempre ouvi conversas sobre a profissão num tom apaixonado, mas na hora de falar para mim, eles sempre frisaram que era um meio difícil, instável e competitivo. Embora a novela seja uma experiência duradoura, é raro que se faça uma peça de muito sucesso. É bom saber que no Carnaval do ano que vem estarei no mesmo projeto - reflete Miguel. Após passagem pela Record, onde fez “Poder paralelo” (2009) e “Sansão e Dalila” (2011); e pelo GNT, onde protagonizou duas temporadas da série “Copa hotel”, o ator está de volta às novelas. - Saí da Record atrás de outras coisas. Foi minha escolha me lançar novamente no mercado e fazer teatro, cinema. “Copa hotel” foi o trabalho mais legal que já fiz, mas estava com saudade de fazer novela. Gosto do ritmo - diz Miguel, acrescentando que sempre quis trabalhar no tom naturalista, típico das obras de Manoel Carlos. - Sou muito amigo do Mateus Solano e lembro dele falando sobre “Viver a vida’ em que interpretou gêmeos. Gosto deste tom vivo. E o ambiente é prazeroso, gentil. O que nos permite ir com calma. Na trama das 21h, seu personagem é um fisioterapeuta que começa a história noivo de Silvia (Bianca Rinaldi). Mas precisa lidar com o ciúme de Felipe (Thiago Mendonça). E, nos próximos capítulos, um envolvimento entre Silvia e Cadu (Reynaldo Gianecchini) promete ser mais um empecilho no relacionamento: Ainda não sei como a história vai se desenvolver, mas o Gabriel vai ficar arrasado. É um cara à moda antiga, que está sonhando com esse casamento. Mas se é para ser corno, que seja com o Gianecchini (risos).

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Vítor festeja, e muito - a entrada em “Malhação”


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revista da

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

Já Vitor festeja - e muito - a entrada em “Malhação”. Há cinco anos o rapaz vem fazendo testes para o elenco da atração. E se Sidney começou a história como um menino de caráter duvidoso, ao longo dos capítulos amadureceu. Principalmente depois que acertou as contas com o pai, que assume ser gay. - Ele era um fanfarrão, mas a chegada do pai derrubou todos os seus preconceitos - explica. Coincidentemente, Cláudio, o pai de Sidney, foi interpretado por Carlos Thiré, irmão de Miguel e tio do ator. Do outro lado da tela, Miguel conta que assistiu ao encontro emocionado ao lado da família. Em cena, Vitor diz ter levado um susto ao descobrir que contracenaria com o tio. Os dois nunca haviam trabalhado juntos: Jamais imaginei, mas achei ma-

neiro porque só teve ponto positivo. A gente já se conhece, tem química. Se entende no olhar - analisa. Vitor sabe também que sua estreia em uma emissora aberta tem concentrado as atenções da família. - Só de saber que meu avô (Cecil) e bisa (Tônia) assistem, já fico cheio de orgulho - alegra-se Vitor, que estreou na TV aos 14 anos, em “Filhos do carnaval”, na HBO, e participou da série “Desenrola”, no Multishow. Enquanto alimenta a vontade de participar de uma novela mais adulta, Vitor mantém os pés fincados no teatro. Além de “Deu branco”, de stand up comedy, ele ensaia “Carne nova no pedaço”. E quando não está atuando, faz questão de prestigiar os amigos. - A gente tem que prestigiar o teatro por-

que sabe como é difícil estar em cartaz hoje em dia. Tem que assistir, tem que divulgar. Estou sempre caçando peças - empolga-se Vitor, que também produz. - Ouvi uma vez da minha avó materna (Norma Thiré) uma frase que gosto de frisar: ‘Todo ator tinha que produzir na vida, pelo menos alguma coisa, para ver como dá dor de cabeça e como o resultado é prazeroso’. Miguel também se lembra de um conselho sábio que recebeu da avó, Tônia. Na época, ele lia o texto de uma peça escrita por seu irmão, Carlos, e conta que cometeu muitos erros, de bobeira. - Ela me deu uma bronca. Disse que um ator nunca pode querer aparecer mais que a obra, sempre tem que estar a serviço do personagem. E este a serviço da obra - relembra. - Minha avó é a matriarca da família. E uma referência para todos.

« PERFIL »

vembro, a novela chega ao fim no dia 2. - Consegui o papel aos 45 minutos do segundo tempo. O Álvaro seria do Rodrigo Hilbert, mas ele desistiu e me ligaram chamando para fazer os testes. Até a confirmação, foram quatro dias de ansiedade. Mas foi uma espera boa no final das contas. Por conta do convite de última hora - as gravações do folhetim de Carlos Gregório e Marcos Bernstein começaram quatro dias depois de ele ter sido confirmado no elenco - Rômulo teve que compor o personagem a toque de caixa. O ator conta que foi com Igor Angelkorte, que vive na trama o também advogado Marcelo, ao fórum do Rio de Janeiro, a escritórios de advocacia e a bares frequentados por esses profissionais. Tudo para tentar encontrar outros “Álvaros.” - Achei vários - brinca Rômulo, que usou ainda um outro recurso: - Como tive pouco tempo, acionei a música. Acho que Álvaro é punk rock, tem uma coisa meio The Clash, então, costumo ouvir músicas da banda antes de gravar. Me ajuda a entrar no universo de sedução, de mentira e de rebeldia. Maranhense de São Luís que há 12 anos vive no Rio (há 4 com sua mulher, a conterrânea Nilma Quariguasi), Rômulo diz que às vezes sente falta de comer “uma boa carne do sol”: - Sinto saudade de casa, vontade de estar com familiares e amigos. Mas nunca pensei em desistir, sempre tive certeza de que ia acontecer e das minhas limitações, por isso corri atrás. Agora torço para que venham novas oportunidades.

O acaso mora ao lado Rômulo Estrela se destaca em ‘Além do horizonte’ como o ambicioso advogado Álvaro, papel que seria de Rodrigo Hilbert DIVULGAÇÃO

NATÁLIA BOERE natalia.boere@oglobo.com.br

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om 30 anos recém-completados, Rômulo Estrela garante que passou longe da crise com a idade redonda por estar “num momento muito especial”. Personagem do ator em “Além do horizonte”, Álvaro inicialmente teria um caso com Fernanda (Day Mesquita) após romper com Priscila (Laila Zaid). Mas acabou se envolvendo com Inês (Maria Luiza Mendonça) e ganhando mais destaque na trama. Agora, o advogado disputa o amor da perua com Líder Jorge (Cássio Gabus Mendes). - Esse é o papel de maior repercussão da minha carreira. Passei um tempo brilhante na Record e aprendi muita coisa. Mas na Globo as pessoas olham mais para o seu trabalho. Antes de entrar em “Além do horizonte”, ele esteve em pequenas participações em produções da Globo e fez cinco novelas e uma minissérie da Record, como “Caminhos do coração” (2007) e “Rei Davi (2012). Até outubro do ano passado, Rômulo não imaginava que faria o advogado “cara de pau, ambicioso e sem escrúpulos” da trama das 19h. No ar desde no-

ADAPTAÇÃO. Rômulo é maranhense, mas vive no Rio há 12 anos


revista da

«MALHAÇÃO» Globo 17:30

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

« NOVELAS »

«MEU PEDACINHO DE CHÃO» «ALÉM DO HORIZONTE»

«EM FAMÍLIA»

«CHIQUITITAS»

«PECADO MORTAL»

Globo 18:00

Globo 20:00

Serelepe consegue levar a banda para tocar embaixo da janela de Pituca, e Catarina fica surpresa. Epaminondas deixa Rodapé de castigo por ter discursado na inauguração da escola. Gina não gosta de saber por Juliana que Ferdinando pedirá emprego para trabalhar nas terras do pai.

LC tira Breno do laboratório, e Paulinha avisa a Tereza. Celina volta a dar aulas. Nilson fica encantado com Pâmela, e Selma e Rita reagem com despeito. Lili recebe uma ligação de Heloísa e tenta conter a emoção na frente de LC. Lili conta seu disfarce para Heloísa, que decide ir até a Comunidade.

Felipe conta para Helena que teve coragem de dar um depoimento na reunião do Alcoólicos Anônimos. Luiza dispensa a carona de Cadu e prefere ir com Laerte. Laerte e Luiza se seduzem. Luiza oferece a boca, com os olhos fechados. Laerte e Luiza se beijam.

Inocêncio leva Mili e Duda para um hotel e os tranca no quarto. Já na estrada, Mili vê um carro de polícia e pede ajuda. Pata diz a todos o que Cintia falou sobre Mili. José Ricardo pede para conversar a sós com Cintia. A polícia liga para o orfanato e avisa que as crianças estão indo para a mansão dos Almeida Campos.

A emissora não enviou o capítulo.

Zelão diz a Rodapé que comprará papel e envelope para o amigo escrever cartas de amor à Juliana. Ferdinando avisa a Catarina que sairá de casa. Ferdinando diz para o pai que não lhe deve satisfações quando ele o questiona sobre a decisão de trabalhar para seu inimigo.

Kleber, Celina, Fátima e Rafa interceptam o barco com a substância para a fórmula. Kleber e seus capangas brigam com os transportadores do barco. Celina, Rafa e Fátima acham a substância. Álvaro faz com que Thomaz desconfie de Jorge.

Shirley diz ao segurança da loja que foi ela quem comprou as peças da loja, livrando Selma da acusação. Jairo sai de casa e deixa um bilhete para Juliana dizendo que levará Bia embora. Alice fica chocada ao ouvir Neidinha falando sobre o estupro que sofreu no passado.

Cintia diz que odeia crianças e que lamenta não ter se livrado de todos os órfãos ao mesmo tempo. Tati diz às meninas que viu Cintia e Armando juntos. Duda diz a Mili que se entendeu com sua mãe e que vai para a Bélgica. José Ricardo fica sabendo que Cintia desapareceu.

A emissora não enviou o capítulo.

Renato fala com Catarina sobre o constrangimento de estar em sua casa sem a presença de Ferdinando e ela o alerta que o enteado está interessado em Juliana. Rodapé deixa na mesa de Juliana a carta de amor que escreveu a pedido de Zelão. Juliana se surpreende ao ver a carta.

Jorge é demitido, e Álvaro comemora. Edu contata LC e Tereza para negociar a carga roubada. Edu leva LC, Tereza e seus capangas até o local onde escondeu a caixa com a substância. LC encontra a caixa com a substância e pergunta se Edu quer assumir o lugar de Kleber.

Juliana seduz Jairo e o convence a voltar para casa. Cadu reclama que Clara não tem dado atenção a Ivan. Alice sofre ao saber que é filha de um estupro. Selma demonstra para Laerte e Verônica a vontade de morar na casa de repouso.

Junior indica Carol para ser diretora do orfanato, mas José Ricardo não acha uma boa ideia. Oscar alerta a filha, Maria Cecília, que ela sofre de TOC e que ela deveria procurar ajuda. Vestido de Tomás Ferraz, Tobias se vê como ele mesmo no espelho começa a conversar com seu reflexo.

A emissora não enviou o capítulo.

Catarina tenta convencer Epaminondas a adotar Serelepe, mas não consegue. Serelepe foge, com medo de que o coronel o entregue ao prefeito, que o levaria para o orfanato. Renato diz a Catarina que não tem interesse em Juliana. Mãe Benta aconselha Rosinha a esquecer Zelão.

Edu aceita ficar no lugar de Kleber, e LC o leva para a Comunidade. Lili descobre que LC e Tereza conseguiram a substância com Edu. Jorge e Inês conseguem a cópia da gravação da ligação feita para Jamil por Álvaro. William pede para ter uma conversa definitiva com Marlon e Lili.

Neidinha conta para Alice detalhes da violência que sofreu. Cadu diz a Clara que, se preciso, pedirá a guarda de Ivan na justiça. Nando discute com Jairo e Juliana defende o atual marido. Alice decide investigar o pai e começa a visitar vários presídios.

Todos se arrumam para o casamento. Regina e Eduarda chegam à igreja e percebem que as flores da decoração foram alteradas sem a autorização delas. Regina diz para a filha que está preocupada, pois primeiro foi o noivo que viu Maria Cecília com o vestido e agora o problema com as flores.

A emissora não enviou o capítulo.

Zelão afirma a Rosa que eles não são noivos. Zelão diz a Rodapé que não entregará Serelepe para o prefeito, como mandou Epaminondas. Renato diz a Catarina e Amância que não acredita que o coronel seja contra as novidades que beneficiarão o vilarejo.

William afirma a Lili e Marlon que quer ficar com Celina. Inês convoca uma reunião e prova a inocência de Jorge. Álvaro é demitido. Heloísa decide ir para Tapiré. Kleber decide deixar Tapiré. Keila procura Kleber no cais. William se desespera ao ouvir o alarme soar na Comunidade.

Alice conversa com presidiários para descobrir onde está o pai. Chica e Laerte conversam seriamente sobre a saúde de Selma. Shirley percebe uma troca de olhares entre Laerte e Luiza. Clara se sente culpada por pensar tanto em Marina e não estar mais próxima de Ivan.

Carol e Fernando vão ao show de Tomás Ferraz. Tobias entra na igreja, tira o disfarce e diz que fez tudo por amor. Maria Cecília desmaia. Gabriela vê Miguel escondido na igreja e vai trás dele. Marcelo vai na casa de Carol atrás de Tobias. Beto e Clarita revelam que o empresário estava roubando ele.

A emissora não enviou o capítulo.

Epaminondas insinua que Renato deve se mudar para Antas. Serelepe conta a Tuim que não sabe quem são seus pais. Pituca esconde Serelepe no quarto que era de Ferdinando e pede a Amância para levar comida para o menino.

A emissora não enviou o capítulo.

Neidinha desabafa com Helena. Clara vai para casa, mas não consegue parar de pensar em Marina. Gisele sai com Murilo sem que Branca perceba. Shirley provoca Laerte, comentando a semelhança entre Luiza e Helena.

Globo 21:00

SBT 20:30

RECORD 22:10

,é o a

SEGUNGA-FEIRA Antônio emociona-se com Palhares, que finge estar orgulhoso dele. E discute com Anita, o que faz Ben desconfiar de que algo esteja errado. Meg incentiva Sidney a tratar Sofia bem para conquistá-la de uma vez. Sofia vê seu quarto coberto de flores. Antônio mostra o desenho do seu plano a Palhares. TERÇA-FEIRA Sidney se declara, Sofia hesita, mas acaba cedendo e beija o garoto. Antônio e Anita comunicam a Vera seu noivado, e a menina conta à mãe que é parte de um plano. Sofia diz a Flaviana que odeia Sidney. Abelardo decide enfrentar o suposto fantasma de Caetano. QUARTA-FEIRA Abelardo desmascara Caetano, que finge ser um primo distante do empresário. Serguei descobre a armação de Flaviana, mas não sente raiva da namorada. Bárbara dá indiretas para Virgílio. Sofia diz que revelará à família que ama Ben, e o menino hesita. QUINTA-FEIRA Sofia se vangloria de sua armação com Ben para Flaviana, e afirma para a amiga que conseguirá se mudar com o menino para os Estados Unidos. A menina ainda revela para a família seu namoro com Ben, e confessa que foi ela quem estragou o casamento da mãe . SEXTA-FEIRA A família se volta contra Sofia, e Vera e Ronaldo se decepcionam com Anita e Ben por terem escondido a verdade sobre a sabotagem a seu casamento. Hernandez revela que Maura e Sidney ajudaram Sofia em seu plano, e a menina se isola da família. SÁBADO Não há exibição.

Não há exibição.

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Não há exibição.


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revista da

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

FOTOS: DANIELA DACOR

THAÍS BRITTO thais.britto@oglobo.com.br

‘V

ou te dar um furo”, anuncia Gilberto Braga, já com cara de quem vai fazer uma piada. - Na nossa novela haverá dois casamentos gays - diz, fazendo uma pausa dramática para depois completar: - Na vida real. O João vai casar no sábado, e eu em 22 de março (a entrevista foi feita em fevereiro), depois de 41 anos de convivência. Não é incrível? O Ricardo foge, mas uma hora vai ter que se casar. Gilberto, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga são os autores de “Três mulheres”, novela das 21h que virá depois de “Falso brilhante”, de Aguinaldo Silva, a sucessora de “Em família”. E embora a piada de Gilberto dê a entender que não, é provável que venha um casamento gay na trama sim: Fernanda Montenegro e Nathália Timberg interpretarão um casal que, após anos de vida em comum, vai oficializar a união. E Daisy Lúcidi é uma reacionária, inimiga da dupla. Mas elas não são as tais três mulheres do título: Gloria Pires, Camila Pitanga e Deborah Evelyn são as protagonistas do folhetim, cuja história eles preferem manter no mais completo sigilo. - Se sai tudo antes, que graça vai ter no ano que vem? Não temos nem data de estreia. Só sabemos que é para depois do carnaval de 2015 - explica Ricardo. Entusiastas do trabalho em equipe, Gilberto e Ricardo assinaramjuntos“Paraísotropical”(2007) e “Insensato coração” (2011), com João como colaborador, que em “Três mulheres” (título provisório) será titular. Já Ricardo começou sua parceria com Gilberto, que já conta cinco produções, colaborando em “O dono do mundo” (1991). A nova novela marca a volta de Gilberto após se recuperar de complicações decorrentes de uma cirurgia no coração, em 2011. Os outros dois vêm de trabalhos recentes: Ricardo fez “Saramandaia” (2013), e João estreou como autor titular junto com Cláudia Lage em “Lado a lado” (2012). Nesta entrevista, no apartamento de Gilberto, no Ar-

Três autores

Criador de clássicos como ‘Dancin’ days’, em reprise no Viva, Gilberto Braga trabalha com Ricardo Linhares e João Ximenes numa novela para a faixa das 21h, que estreia em 2015. Na série da Revista da TV sobre autores, o trio fala das novas atribuições de quem escreve para televisão

poador, eles falam do processo de trabalho e de suas obras. Vocês têm horários parecidos? Isso faz diferença?

Ricardo: Acordo às 8h, mas com a novela no ar, às 7h. Gilberto: Em geral sou mais noturno, o Ricardo é mais diurno. Acordo tardíssimo. E você, João? João: Eu não durmo, né? Já durmo pouco mesmo, mas com a novela no ar... A gente dorme com os personagens, sonha. Ricardo: Na época de “O dono do mundo”, quando o Gilberto ia dormir, eu estava acordando. A gente se falava às 7h. Nossos turnos sempre foram assim... Gilberto: Sou tenso, não dur-

mo mal porque tomo remédio. Vocês são todos muito tensos pelo jeito...

Ricardo: A gente fica ansioso pelo volume de trabalho. O ato de escrever é o mais fácil e prazeroso. Mas tem pequenas coisas com as quais a gente lida toda hora. É produção, edição, reunião, merchandising... A gente quase gerencia uma microempresa. Gilberto: Quando comecei, era só escrever mesmo. Aos poucos, o autor virou um business man, tem que fazer as coisas mais variadas. Como sou organizado e gosto de equipe grande, vou distribuindo as tarefas. Em “Vale tudo” (1988), Leonor Bassères (1926-2004) era a responsável

pelos cortes, por exemplo. Só ela cortava os capítulos. E era engraçada. Quando o editor ligava dizendo que tinha tantos minutos a mais, ela falava: “Diz aí quais são as cenas da Renata Sorrah” (risos). Ela era lenta. Só enxugando as cenas da Renata, resolvia. João: Nunca imaginei, antes de trabalhar em novela, como era a mecânica dos cenários. Você tem que contar. Como assim?

João: Há um limite por bloco, porque a novela é gravada pelo cenário. Você não pode usar um para uma só cena na semana. Não justifica a montagem. Gilberto: Se precisa de um cenário para um assassinato, por

exemplo, botamos mais umas cinco cenas ali para justificar. João: Nunca pensei que faria tanta conta. Tenho pavor de matemática, só sei até a tabuada de 5. Hoje passo meus dias somando o tamanho das cenas, contando o número de páginas para fazer o gancho do intervalo... Mas tem a parte boa, não é?

Ricardo: Ah, sim, essas coisas são pequenas. Bolar a trama, a história, as reviravoltas. Essa é a parte prazerosa. João: É uma maluquice porque, apesar de toda a parte do gerenciamento, é um trabalho totalmente emocional. Isso de sonhar com os personagens é sério. Porque a gente tem um domínio psicológico de todos. Gilberto, você inaugurou a prática da coautoria em novelas, não é?

Gilberto: Sim. Na época de “Corrida do ouro” (1974), eu não conseguia escrever os capítulos, ligava para o Daniel Filho dizendo: “Vou largar, não aguento mais, vou voltar a ser professor de francês”. E aí a Janete Clair se ofereceu para me ajudar. Na época ela fez o que atualmente se chama de supervisão, mas não se anunciava isso. As

Autores. João Ximenes, Gilberto Braga e Ricardo Linhares: novela estreia em 2015


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TOS: DANIELA DACORSO

pessoas eram muito onipotentes e tinham vergonha de precisar de ajuda. Quando fiz “Dancin’ days” (1978), era muito sofrido e fui muito infeliz. Queria largar as novelas, mas o Boni me convenceu pedindo para eu fazer só mais uma. Acreditei nessa história e comecei “Água viva” (1980). No capítulo 30, minha vida já estava igual em “Dancin’ days”, um horror. Falei com o Boni que aquilo não era trabalho para uma pessoa só e queria alguém para dividir. Ele disse que achava muito natural, que nunca ofereceu porque ninguém tinha pedido. Então chamei o Manoel Carlos. E como foi a reação das pessoas na época?

Autores. João Ximenes, Gilberto Braga e Ricardo Linhares: novela estreia em 2015

Gilberto: A Janete Clair me ligou apavorada! “Gilberto, você vai dividir a sua novela por quê?”. Eu expliquei que a novela não era minha, era da TV Globo, mas ela insistiu. “Se estiver cansado e sem ideia vem aqui em casa, a gente faz como em ‘Corrida do ouro’ e ninguém precisa saber”. Ricardo:Isso é um caminho sem volta. Eu sou o autor que mais trabalhou em coautoria porque tenho prazer em dividir. E quando dá certo, como é o nosso caso, ou como quando trabalhei com Aguinaldo (Silva), é como um casamento. Se mantém. Essa vaidade é tolice. Isso é um trabalho. E ter alguém para dividir um trabalho, ou a vida, ou qualquer coisa, é muito melhor do que carregar um fardo sozinho. Porque é um processo difícil. Gilberto: Mas para certos autores é fácil. Por exemplo, a Glória Perez escreve com a maior facilidade, sozinha. Ela é bem minha amiga, e uma vez me deu esporro porque eu disse que escrever novela é cansativo. Ela disse: “Ora, Gilberto, eu escrevo um capítulo em cinco, seis horas. Às vezes nem releio e mando. No dia seguinte eu olho como terminei e continuo. Uma cena atrás da outra”. Enfim, me deu uma bronca. Quando ela acabou, falei: “Mas, Glória, tem um problema: na hora que passa, a gente nota” (risos). João: Não fala isso... Gilberto: Por que não? Ela falou mesmo, não é segredo. E a Glória Perez faz um sucesso danado. A Dilma (Rousseff) falou

Pioneiro da parceria. Gilberto Braga inovou ao compartilhar a autoria da novela em “Água viva”: ele chamou Manoel Carlos para escreverem a trama juntos

que achava ela a melhor quando perguntaram quem era o escritor de novela preferido dela. É verdade, eu lembro que vi porque fiquei com ciúme. João: Com ciúme da Dilma? Gilberto: Ah, sempre gosto que falem que sou eu (risos). Por que a parceria de vocês dá certo?

Ricardo: É afinidade. É igual casamento, amizade. Gilberto: Cada um tem admiração pelos outros dois. E a gente só briga por causa de ar condicionado (risos). Ricardo: Ah, o Gilberto gosta de morrer de calor. Gilberto: Eles são muito calorentos, eu sou friorento. Eles já vão entrando e dizendo: “Liga o ar!”. E eu peço o casaco. João: Outra coisa que facilita aqui é a “grife Gilberto Braga”. A gente já tem uns parâmetros. Claro que trazemos nossa visão, mas fui alfabetizado vendo “Escrava Isaura”. É engraçado que em “Lado a lado”, as pessoas diziam: “Ah, o Gilberto é o supervisor, parece uma novela dele”. Não é porque ele é supervisor, é porque a minha formação é das novelas dele. E hoje como funciona a equipe de vocês? Vocês dividem o trabalho por núcleos, personagens, capítulos?

Gilberto: Aos poucos fui aumentando as equipes. Agora somos quantos? 10? João: Por mim seríamos 20! Sou um entusiasta da equipe grande. Acho que quanto mais gente dando ideia, melhor. Ricardo: Agora somos sete, no futuro seremos oito. Mas ainda es-

Prêmio APCA. “Vale tudo” foi eleita a melhor novela de 1988

Vista. Da janela do escritório de Gilberto, a Praia do Arpoador

tamos nos finalmentes da sinopse. O método de trabalho ainda não nasceu. Cada novela é diferente. João: Mas você escolhe no colaborador o que ele pode trazer de melhor até pela experiência de vida. Por exemplo, em “Lado a lado”: nem eu nem a Cláudia temos filhos. Tinha uma colaboradora, a Maria Camargo, que tem 4. Em todas as cenas de criança, quando entrava em xeque a maternidade da Isabel, foi fundamental ter a experiência dela. É importante, quando você trabalha com parceiro ou colaborador, ver o que

ele faz melhor que você. Como precisa ser o ambiente para vocês escreverem?

Gilberto: Gosto do mais completo silêncio, para ouvir a novela. Ricardo: Gosto de escrever com música clássica ou jazz. Não pode ser música cantada, que me distrai. João: Preciso de silêncio também. O pior dia para mim é o que vai a faxineira. Ela sabe e nem me cumprimenta quando estou com novela no ar. Mas só a existência de outro ser humano no apartamento atrapalha. Ricardo: Ah, não, eu trabalho com porta aberta, boto a roupa para lavar, faço compras no mercado pela internet, ligo para a minha mãe, atendo interfone, falo com o porteiro, vou ao banco... Gilberto: Mas o Ricardo precisa fazer análise porque ele é muito onipotente. E trabalha demais. Mas dá para levar uma vida normal quando a novela está no ar?

João: Não. Já decidi que vou montar uma pequena academia em casa. Em 2015 eu não saio de casa. Só para vir à reunião aqui. Ricardo: Eu tento manter minha rotina e sair de casa o máximo possível. Gosto de conversar com as pessoas, isso para mim é muito importante. Gilberto:Cada vez mais, quando estou escrevendo novela, mesmo com essa ajuda toda, me desligo do mundo. Meus amigos sabem que se morrerem, não vou ao enterro; se casarem, eu não vou. Só tenho folga domingo à noite. Janto fora e só. Nem ao cinema vou, não presto atenção ao filme. João: Também não consigo. Enquanto a novela está no ar, não consigo me concentrar em nenhuma outra história. Mas na época de “Lado a lado”, consegui manter um ritual de toda sexta tomar um chope no Bracarense. Ricardo: Isso são conquistas, né (risos)? Mas é verdade, a gente conversa muito sobre esse objetivo de ter mais qualidade de vida durante o processo de escrever a novela.

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No escritório. Ricardo Linhares posa na companhia do cachorrinho Zoca, um shitzu de 11 anos de idade

Sinopse. Camila Pitanga, Glória Pires e Deborah Evelyn são as protagonistas

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A quantidade de informação que o público tem hoje é muito maior.

Miniatura. O Santo Dias


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

FOTOS: DANIELA DACORSO

Está mais difícil escrever para o público de hoje?

Ricardo: A quantidade de informação que o público tem hoje é muito maior. Gilberto: Eles entendem mais de novela do que eu! Ricardo: São 40 anos assistindo a novela, três ou quatro por dia. Eles têm muita experiência e a cobrança é maior. Acho que o grande desafio é falar sobre temas contemporâneos, sobre o que o público está querendo ver. A sociedade está em transformação e a gente tem que acompanhar, dando ao público coisas que ele ainda nem sabe que quer, mas já quer. João: A capacidade de atenção do público mudou, até porque a qualidade de vida do brasileiro melhorou. Aquela família que ficava trancada em casa vendo TV porque não tinha outra opção, hoje já pode comer uma pizza no shopping. Além disso tem a internet, a TV a cabo. Então as cenas têm que ser mais curtas, porque a atenção do espectador está mais variada. Quanto mais curta, mais difícil de escrever e mais cena tem... Gilberto: Quando comecei, cada casa só tinha uma TV e o comportamento normalmente era: às 17h, 18h ligava-se a TV num canal e a vida ia correndo, a TV ligada ali. Às vezes prestava-se atenção, outras não. Então, nas novelas dessa época, eu fazia umas cenas bem gritadas, porque sentia que estava falando para as pessoas: “Presta atenção, eu tô aqui!”.

GILBERTO BRAGA

CONCENTRAÇÃO. João Ximenes Braga guarda o Emmy internacional de melhor novela vencido por “Lado a lado"

E as transformações, tecnológicas ou de comportamento, mudam o trabalho do autor?

Ricardo: O autor tem que acompanhar a velocidade da vida. Acredito que as novelas, para continuarem sendo o carro-chefe da emissora e o programa mais assistido do Brasil, vão ter que diminuir de tamanho. Virar uma macrossérie, ou algo assim, mas vai continuar sendo novela. Não vejo o brasileiro em geral como grande fã de seriado. Gilberto, quais são seus trabalhos e personagens favoritos?

Gilberto: Do que mais gostei foi escrever a Maria de Fátima e a Odete Roitman em “Vale tudo”. Atualmente, gosto dessa organização de equipe. Não sou metido a besta, mas também não sou falso modesto. Escrever uma cena boa hoje não me dá tanto prazer porque já escrevi muitas. Então, quando leio uma cena muito boa de um colaborador meu, fico mais orgulhoso. É o que me dá mais prazer atualmente: passar conhecimento.

Não gosto de quase nada do que faço. Minha novela que acho melhor é ‘insensato coração’. Em ‘dancin’ days’, a maioria dos capítulos era uma vergonha, embora a espinha dorsal, com as duas irmãs, fosse fortíssima”

Eu sou o autor que mais trabalhou em coautoria porque tenho prazer em dividir. e, quando dá certo, é como um casamento” RICARDO LINHARES

TENDINITE. Imobilizador para minimizar o cansaço nos punhos

E o que teria feito diferente?

Gilberto: Não gosto de quase nada do que faço. Minha novela que acho melhor é “Insensato coração”, mas devo ser a única pessoa que acha isso. Porque eu valorizo muito o capítulo e não o todo. Se pegar qualquer capítulo de “Insensato”, tenho certeza que não vou ficar com vergonha. Porque a novela tinha um nível constante de qualidade. Já, por exemplo, “Dancin’ days”, a maioria dos capítulos era uma vergonha, era muito ruim, embora a espinha dorsal, com as duas irmãs,

IGUALDADE RACIAL. Em “Lado a lado"

fosse fortíssima. E João?

João: Minha carreira é muito curta. Mas fico muito feliz por “Lado a lado” como um todo, de a gente ter falado de um período tão importante do Brasil. E acho que era um bom novelão também. Tenho muito orgulho. Ricardo: “Lado a lado” é melhor do que “Downton Abbey”. Mas no Brasil as pessoas não dão valor a isso, dão mais valor ao que vem com repercussão de fora.

A capacidade de atenção do público mudou, até porque a qualidade de vida do brasileiro melhorou. Então as cenas têm que ser mais curtas" JOÃO XIMENES

E você, Ricardo?

Ricardo: Não gosto muito de olhar para trás, mas recentemente tive muito prazer em fazer “Saramandaia”. Consegui pegar personagens que o Dias Gomes bolou há 30 anos e colocar num contexto atual. Tenho um orgulho muito grande de ter feito como quis fazer a novela. E “Insensato” também é uma novela de que gosto muito. Só teria feito uma coisa diferente: tirado a Gloria Pires da cadeia mais cedo. João: O que às vezes tenho pesadelos com “Insensato” é que acho que a Norma podia ter entrado mais tarde. Gilberto: Eu não acho. Acho muito boa do jeito que foi. Em “Insensato”, eu e João brigamos um pouco porque ele queria que a Carol terminasse com o André e eu não deixei. Porque o Fagundes é meu ator desde “Dancin’ days”, excelente, um dos melhores da nossa TV, ficou de corno a novela inteira e ia acabar sozinho? . João: A gente não brigou. Eu achei boa a forma como terminaram. Vocês costumam discordar muito nas tramas?

Ricardo: Falando assim parece maior do que é... Gilberto: E a gente sempre segue aquela regra: manda quem pode, obedece quem tem juízo (risos). João: Ah sim, isso é uma parceria com hierarquia, isso não está em dúvida! Mas nossa discussão sobre o mundo dos personagens é como a do espectador. Ricardo:Consensoemnovelanão existe, nem aqui e nem no público. E de vez em quando a gente tem que desagradar ao público também. Há temas recorrentes no trabalho de vocês?

Ricardo: Com certeza. Nós três sempre temos a preocupação de falar de política, de corrupção, de ambição. Isso vai estar nessa próxima novela também. Gilberto: Eu escrevo mais ou menos os mesmos personagens. O papel que o Gabriel Braga Nunes vai fazer nesta próxima, por exemplo, está em todas as minhas novelas. Cada vez é um ator diferente, com idade diferente, mas basicamente o personagem é o mesmo. É alguma coisa que está dentro de mim e tenho prazer em contar.


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A TV DE... Alexandre Barillari DIVULGAÇÃO

O ator, que viverá Efraim no episódio ‘A ressurreição do filho da viúva’ da série ‘Milagres de Jesus’, da Record, na próxima quarta-feira, diz que é fã do seriado ‘Pé na cova’, da Globo, e admite ser apaixonado por canais de vendas Qual a sua atração favorita na TV? “Pé na cova”. É de uma inteligência, de uma sagacidade. Uma tremenda diversão.

organização dos conteúdos do pensamento, fico horas ali com os ouvidos atentos na eloquência dos juízes, na fertilidade dos verbetes... O que o faz mudar de canal ou desligar a TV? O sensacionalismo enfadonho, alongado, arrastado, de um pseudossuspense a que se atrelam alguns dos piores programas na televisão.

O que vê e ninguém imagina? Sou perdulário ao extremo, de modo que sou louco, apaixonado por canais de vendas na televisão (risos). As noites insones voam na companhia dessas vitrines digitais. Na outra ponta, a TV Justiça, os discursos, os votos do Supremo, a

Um momento que o emocionou na TV? O arco do meu personagem em “Alma gêmea”. Um odiado Guto, que ousa atingir a tragédia como um vilão clássico, rendendo-se à fé, pede perdão a Deus, e é recebido com luz

Fernanda Paes Leme estava confortável na posição de atriz quando recebeu o convite do diretor de núcleo Boninho e de Creso Eduardo Macedo, diretor-geral do “SuperStar” para integrar o time do programa musical. Sua estreia como uma das apresentadoras da atração, na semana passada, arrancou elogios de amigos e dos fãs.

minha boca ficou seca, mas deixei rolar. Senti uma adrenalina parecida com a que as bandas que se apresentam sentem. Demorei um pouco para dormir quando cheguei em casa, por volta da 1h30. E só tirei um cochilinho, porque tinha que começar a gravar o filme “Divã 2” logo cedo na segunda e a van da produção me pegaria às 5h40.

Você ficou nervosa por ter entrado ao vivo no ar durante o programa? Depois da minha primeira entrada,

E qual foi a primeira coisa que você fez quando o programa acabou? Fui falar com as bandas que não

nas alturas. Uma trajetória solitária de elevação, de fato, comovente. Quais são suas séries preferidas? “The Tudors” esteve no topo delas, no entanto, por razões óbvias, “Rei Davi” se pôs neste lugar. Que orgulho tenho desse trabalho, que me fez debruçar em tantas outras séries para compor, com alguma verossimilhança, um personagem bíblico. Agora, Urias deu lugar a Efraim, meu novo sujeito, o hebreu, cujo filho é ressuscitado por um dos milagres de Jesus.

Sou perdulário ao extremo, de modo que sou louco, apaixonado por canais de vendas na televisão (risos).”

O que não perde de jeito nenhum? Telejornais. Adoro perceber como eles diferem uns dos outros. Amo quando emitem opiniões.

JOGO RÁPIDO... TV GLOBO

tinham sido aprovadas, os integrantes estavam muito felizes por terem participado. E depois todo mundo veio falar comigo que eu tinha arrasado. Sou a mais nova de idade (ela tem 30 anos) e de experiência nesse meio, para mim foi maravilhoso.

Sou a mais nova de idade (ela tem 30 anos) e de experiência nesse meio, para mim foi maravilhoso.”

A repercussão nas redes sociais também foi grande, não foi? Foi engraçado porque recebi mais mensagens pelo Twitter do que no meu aniversario (4 de junho) do ano passado, foram mais de mil. (Natália Boere)

FILMES DE HOJE DIVULGAÇÃO

Sem reservas

O curioso caso de Benjamin Button

O signo da cidade

TBS, 18:35 De Scott Hicks (EUA, 2007). Comédia dramática. Chef de um restaurante em Nova York, Kate Armstrong (Catherine ZetaJones) é uma mulher metódica com uma vida tediosa. Ela vê o cotidiano virar de cabeça para baixo com a morte de sua irmã em um acidente. Com a sobrinha, Zoe (Abigail Breslin, de “Pequena Miss Sunshine”), aos seus cuidados, Kate precisa ainda dividir espaço na cozinha do trabalho com o novo chef, Nick (Aaron Eckhart), um sujeito tranquilão que a tira do sério justamente por ser desse jeito. O filme é uma versão americana da comédia dramática alemã “Simplesmente Martha”, de 2001.

Warner, 22:00 De David Fincher (eua, 2009). Drama. Benjamin Button (Brad Pitt) é um bebê que nasce com a aparência e as doenças de uma pessoa de 80 anos. Ao longo da vida, ele rejuvenesce ao invés de envelhecer, o que dificulta (e muito) sua relação com Daisy (Cate Blanchett).

CANAL BRASIL, 22:00 De Carlos Alberto Riccelli (Brasil, 2008). Drama. As vidas de diferentes pessoas se cruzam (ou não) numa frenética São Paulo. E algumas das histórias estão relacionadas com a da astróloga Teca (Bruna Lombardi), que tem um popular programa de rádio, e acaba se envolvendo com um homem casado, Gil (Malvino Salvador).

A vila Telecine Action, 22:00 De M. Night Shyamalan (EUA, 2004). Suspense. O maior desejo de Lucius Hunt (Joaquin Phoenix) é desbravar os limites da isolada vila onde vive. Mas reza a lenda que o bosque que cerca o lugar é habitado por perigosas criaturas...

Missão: impossível — Protocolo fantasma FOX, 22:30 De Brad Bird (EUA, 2011). Ação. Neste quarto filme da franquia estrelada por Tom Cruise, o agente secreto Ethan Hunt é culpado pelo fracasso de uma missão em Moscou. Agora, ele precisa provar a sua inocência. Hunt terá ainda que limpar o nome da agência em que trabalha.

FIQUE DE OLHO

O agente Ethan Hunt feito por Tom Cruise também aparece hoje na programação em “Missão: impossível 2” no FX, às 15h55. O ator, aliás, poderá ser visto em uma outra produção, ainda jovenzinho, no filme “Negócio arriscado”, que o TCM exibe à 1h35.


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EM FOCO

COLUNA DO

Clube do assinante

DIVULGAÇÃO

Platinada e popular

Promoções e descontos renovados a cada domingo Você tem 50% de desconto* para o show de Geraldo Azevedo, no Teatro Riachuelo?

DIVULGAÇÃO

O assinante da TRIBUNA tem! O cantor e compositor Geraldo Azevedo volta a tocar em Natal. Desta vez, o artista traz ao palco potiguar o show “Geraldo Azevedo voz e violão”, no dia 26 de abril, a partir das 21h, no Teatro Riachuelo. O show faz parte da programação do projeto Palco Brasil, e terá abertura da cantora Nara Costa. Na apresentação, serão apresentados os maiores sucessos do cantor, como “Táxi lunar” (Geraldo Azevedo, Alceu Valença e Zé Ramalho), “Bicho de sete cabeças” (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha), “Dia Branco” (Geraldo Azevedo e Renato Rocha), “Chorando e Cantando” (Geraldo Azevedo e Fausto Nilo), “Caravana” (Geraldo Azevedo e Alceu Valença), “Dona da Minha Cabeça" (Geraldo Azevedo e Fausto Nilo), "Sabor colorido” (Geraldo Azevedo) e “Moça Bonita” (Geraldo Azevedo e Capinan). Além de, algumas canções inéditas, que serão inseridas em seu próximo trabalho previsto para gravação este ano.

50%

Assinante da TRIBUNA DO NORTE tem 50% de desconto em até 2 (dois) ingressos - valor inteiro - em qualquer setor do teatro, de acordo com a disponibilidade de lugares. É obrigatória a apresentação da carteira do CLUBE DO ASSINANTE.

■As promoções publicadas na Coluna do Clube do Assinante são exclusivas para assinantes da TRIBUNA DO NORTE, PESSOAS FÍSICAS. ■Desconto não acumulativo. ■ Para ter direito à promoção, o assinante deverá apresentar a carteira do Clube e a Identidade no ato da compra. ■Contatos para credenciamento: Depto. de Marketing. Tel. 4006-6100, R. 6262. ■e- mail.mkttn@tribunadonorte.com.br; clube@tribunadonorte.com.br

NATALIA CASTRO natalia.castro@oglobo.com.br

P

amela Parker é famosa, popular, querida, platinada e excêntrica. E, segundo sua intérprete, Claudia Abreu, essas características a tornam muito mais interessante do que fútil. Em “Geração Brasil”, nova trama das 19h que estreia em 5 de

maio, no lugar de “Além do horizonte”, a carioca dá vida a outra atriz, mas bem diferente. Em cena, ela é californiana, filha de mãe brasileira —que morreu quando Pamela ainda era criança — e de um magnata americano, Jack Parker (Luís Carlos Miele). Mãe de Megan (Isabelle Drummond), e casada com Jonas Marra (Murilo Benício), bra-

sileiro que fez fortuna nos Estados Unidos, ela acompanha o marido em seu retorno ao Brasil, onde ele vai abrir uma nova sede de sua empresa — Ela é famosa desde que nasceu. Não sabe o que é não ter uma câmera por perto. É uma celebridade americana muito protegida, mas a fama não é o carro-chefe dela. Não é o caminho — adianta Cláudia, que viajou para a Califórnia para gravar as primeiras cenas da história — Ela e Jonas são apaixonados, vivem bem naquele modelo “american way of life”, Mas vamos ver o que acontece... Convidada para o papel há mais de seis meses, Cláudia se diz feliz por estar novamente em uma trama de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira. O primeiro encontro do trio foi em “Cheias de charme”, sucesso de 2012, onde a atriz viveu a divertida cantora brega Chayene. — Tivemos uma parceria feliz e é muito bom voltar a trabalhar com a mesma galera. Mas embora a novela seja escrita pelos mesmos autores, e ambas as personagens sejam excêntricas, elas são muito diferentes — pontua a atriz. Como Pamela é cercada por brasileiros, circunstância que a fez aprender o português, Cláudia conta que não vai falar inglês em cena, embora a personagem confunda bastante as duas línguas. — Ela fala com um sotaque sutil. Embora a novela seja dos mesmos autores de ‘Cheias de charme’, e ambas as personagens sejam excêntricas, elas são muito diferentes”


Eduardo Rodrigues, Liv Brandão seriaais@oglobo.com.br

seriais

revista da

A volta de “Game of thrones” foi tão redondinha... como não amar Oberyn Martell e Arya Stark?

DESCE ...Porém, as legendas estavam terríveis: erro de português, erro de tradução, erro em nome de personagem. Pô!

FOTOS DE DIVULGAÇÃO

« HBO, SEGUNDAS, 21H »

O fim está próximo É preciso começar a se preparar para a despedida: “Mad men” está chegando ao fim, e Don Draper e companhia estão de malas prontas para dizer adeus ao milhões de fãs que deixarão órfãos a partir de 2015. Dividida em duas partes de sete episódios cada, a sétima e última temporada da série, já considerada uma das mais importantes da história da TV, estreia no Brasil amanhã, às 21h, na HBO, apenas um dia depois de o tão aguardado episódio ir ao ar no Brasil. Como finais de séries, ainda mais das aclamadas, são sempre esperados, antecipados, alardeados, sonhados e até mesmo polêmicos ou criticados, a coluna convidou alguns seguidores notórios das aventuras de Don Draper, Roger Sterling, Peggy Olson e de Joan Harris para contar como seria o final ideal para “Mad men”.

Somente a verdade SOBE

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Don Draper parece ter se cansado de mentir. Estou muito ansioso para acompanhar toda a dor e emoção que um homem como ele terá de passar para encarar sua história e sua verdade de frente. “Mad Men” é também sobre o que estamos - e não estamos dispostos a fazer para ter sucesso, para nos tornarmos uma marca de sucesso. Cada personagem tem sua história, e acho que, assim como me parece que acontecerá com Draper, cada personagem também terá sua história revelada. Bruno Gagliasso, ator

Um pé na política É um final improvável, mas eu curtiria. Seria interessante ver Don Draper (Jon Hamm) se envolver mais com política. Ele terminaria sendo candidato à presidência dos Estados Unidos, lançado como o novo John Kennedy. Jon Hamm tem pinta para isso, e o personagem é tão carismático e fogoso quanto o falecido ex-presidente. Ele usaria sua bagagem profissional e os macetes do mundo publicitário para

fisgar os eleitores e poderia contracenar com políticos que existiram de fato. E, num final totalmente apoteótico, que inverteria o que houve na vida real, ele venceria as eleições presidenciais de 1968 no lugar de Richard Nixon. Como seria o mundo a partir dos anos 1970 com Don Draper à frente da Casa Branca? Ricardo Linhares, autor

Em busca da paz Torço pelo canalha mais charmoso do mundo. Espero que Don Draper encontre a paz com ele mesmo e consiga resolver seus conflitos: seus problemas éticos no trabalho, essa sede desenfreada pela mulherada e também seu passado obscuro. Eu espero que ele se torne um homem bem resolvido, mas, como a série é muito surpreendente, acho que tudo pode acontecer, tanto a redenção dos pecados de Draper quanto um fim mais duro. Admiro muito também como “Mad men” retrata as mulheres. Joan (Christina Hendricks) fez um sacrifício moral para subir na vida, e Peggy (Elisabeth Moss) precisou abdicar do filho pelo sucesso profissional. Espero que as duas se deem bem. Marina Person, apresentadora

Volta ao passado Gostaria que Don Draper se pacificasse e se reconciliasse não apenas com a infância, mas com os elementos do início da carreira — Beth e os filhos, no subúrbio. Seria uma forma de fechar um arco dramático que pairou acima de todas as fases profissionais dele. Vimos Draper envelhecer, prosperar, namorar muito e passar por

acontecimentos históricos importantes. Essa passagem de tempo esteve fortemente expressa no crescimento dos filhos dele — fora o fato de Sally ser uma das melhores personagens ali. Então, acho que eles representaram muito no andamento da série. Queria um final feliz para ele. Que ele não fosse derrotado. É um lutador e foi essa sua vontade de vencer o passado sombrio que carregou a série. Trata-se de um voto romântico, mas foi assim que Draper se conectou com o público: como um herói, meio cafajeste, mas herói. Patrícia Kogut, colunista do GLOBO

Kombi Psicodélica Depois de conquistar contas espetaculares para a Sterling Cooper & Partners e passar quase todo o elenco feminino em revista — sem nunca deixar entornar o copo de uísque —, o que mais Don Draper tem a oferecer ao público? Que tal uma dose extra de honestidade? Agora que seu maior segredo foi revelado, o mago da propaganda poderia assumir que aquele negócio glamouroso da Madison Avenue não é mais para ele. O fim mais generoso para a série, então, seria vê-lo abrir espaço para Peggy, Joan e os filhotes dos anos 1960 brilharem na agência. Afinal, Draper é um gênio e sabe que o tempo muda, o mundo gira e é preciso olhar para o novo sempre. Já Pete Campbell e todos os misóginos e racistas da série merecem o ostracismo e a calvície. Quanto ao nosso herói, um grande final feliz seria vê-lo sozinho, numa Kombi psicodélica, a caminho da California. Será? Ricardo Calazans, editor assistente do GLOBO

A Bíblia na TV

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Com a proximidade da Páscoa, a televisão se prepara para exibir diversos programas especiais explorando temas bíblicos. Um deles é “Barrabás”, que estreia hoje, às 22h, no History Channel. Adaptada do romance de Par Lagerkvist — vencedor do prêmio Nobel de Literatura — e estrelada por Billy Zane (de “Titanic”), a minissérie explora a trajetória de redenção do pecador que dá nome à história, após ser poupado da crucificação por Jesus Cristo. Segundo o produtor e roteirista Federico Scardamaglia, apesar de ser baseada em uma história com um viés religioso, a intenção é que a série atraia até ateus. — A série não é focada na vida de Jesus. Barrabás sempre foi um personagem para quem ninguém ligava, mas nós nos interessamos bastante. Ele faz uma transformação intensa. É politicamente incorreto, mas você vê a redenção final, que dá a ele uma compreensão profunda da vida — explica Scardamaglia, em entrevista por telefone com jornalistas da América Latina. — É uma história atemporal, que ainda dialoga com as pessoas, fala de uma rebelião contra opressores. Você vê ali conflitos e situações políticas que estão diretamente ligados às revoluções árabes, por exemplo. Para o produtor, o interesse de Hollywood em histórias bíblicas vem aumentando nos últimos anos, por “sensibilizarem a audiência e serem ricas no conteúdo”. Depois da boa repercussão que a série teve nos Estados Unidos e na Europa, Scardamaglia começou a buscar outras histórias com a mesma temática para produzir — e encontrou. — Nós vamos fazer uma série sobre Lázaro no próximo ano. Toda a trajetória dele é muito interessante e nunca foi vista nas telas. Vamos contar toda história até o momento em que Jesus ressuscita Lázaro, que é enigmático para todo mundo. É bastante simbólico, já que voltar da morte é algo que ninguém sabe como é — finaliza.


Isabelle Lindote isabelle.lindote@oglobo.com.br

o que vem por aí

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CENA VIRTUAL DEU NA TV E FEZ SUCESSO NA INTERNET VEJA OS VÍDEOS EM oglobo.com.br/revistadatv

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Lenha na fogueira

nova temporada do “Esquenta!”, hoje, após o “Temperatura Máxima”, na Globo, chega repaginada, com cenários diferentes a cada domingo. Em ano de Copa do Mundo e Eleições Presidenciais, temas como saúde, educação,segurança, inclusão social e tecnologia são o mote dos debates no palco. No quadro “O que queremos para o Brasil”, figuras influentes apontam os desejos dos brasileiros para o futuro. O primeiro programa tem a participação dos atores de “A grande família”. Além de falar sobre a última temporada do programa, que termina este ano, eles ouvem Zeca Pagodinho cantar a música tema da atração. FOTOS DE DIVULGAÇÃO

Cadê o dente?

Sílvio Santos apareceu no programa do último domingo com um dos dentes da frente quebrado. A “trave” do apresentador foi dos assuntos mais comentados na internet.

Beijinho no ombro

Uma Juliana Alves em versão plumas e paetês se apresentou no “Artista completão”, novo quadro do “Domingão do Faustão”, A atriz fez a Valesca Popozuda no palco.

Música+Cinema

Passado presente

Festa comandada pelo comediante Conan O’Brian, o MTV Movie Awards (MTV, hoje, 21h30) mistura música e cinema, claro. Astros de “O espetacular Homem Aranha 2” que estreia em 1º de maio, Andrew Garfield, Emma Stone e Jamie Foxx apresentam um clipe exclusivo de filme. Rihanna e Eminem sobem ao palco para cantar “The monster”.

As crianças vão ficar felizes com a volta de “Flora encantada” ao Viva (amanhã, 17h). No seriado, Angélica vive Flora, uma jovem que recebe uma reserva ecológica de herança da avó.

Ludicidade

Vergonha alheia

Rafinha Bastos ganhou uma homenagem no “Domingo show” mas não gostou. Pediu a Geraldo Luís para não terminar de exibir os depoimentos de sua família.

A criançada vai se divertir com mais uma estreia desta segunda: a animação em três episódios “Que medo!” (MultiRio, 19h25). O primeiro deles, “As pintas do Júnior”, fala sobre o medo que os pequenos sentem de ir ao médico.

Ela descobre? A semana é de despedida para “Geração in vitro”. A série da MTV que conta a história de uma jovem que quer descobrir quem é seu pai biológico, chega ao último episódio na quarta (21h45).


FACEBOOK

ASTROLOGIA

SOCIAL

PÁGINA 6

PÁGINAS 4 A 7

As previsões astrológicas de Cláudia Hollander para hoje falam de vida social em alta.

Confira trailer/teaser do Festival Varilux de Cinema Francês, em cartaz nas salas do Moviecom. www.facebook.com/tribunarn

Tudo sobre a sociedade natalense nas colunas de Hilneth Correia, Liege Barbalho e Jota Oliveira.

MODA MINEIRA ESTÁ MAIS PARA MULHER CHIQUE E ELEGANTE DO QUE PARA AS PERIGUETES • PÁGINA 8

PAULO COELHO

Coluna de hoje transcreve três histórias interessantes para se refletir sobra nossas atitudes. PÁGINA 2

tnfamília

Editor: Isaac Ribeiro - tnfamilia@tribunadonorte.com.br

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 13 de abril de 2014

ILUSTRAÇÃO: THALITA EASSINGER

Determinação da Justiça do Rio Grande do Sul, de obrigar Adelir Góes a ser submetida a uma cesárea, causa polêmica nacional e abre debate sobre as agressões sofridas na hora do parto e a intervenção do Estado sobre o corpo da mulher

Contra

a violência obstétrica ISAAC RIBEIRO repórter

“E

m 1º de abril de 2014, no meio da madrugada, uma mulher em trabalho de parto foi retirada de sua casa à força – mediante uma ordem judicial, policiais armados e ameaças de prisão ao seu marido, na frente de seus filhos mais velhos – e levada sob custódia para um hospital público designado por uma juíza para sofrer uma cesárea sem seu consentimento. Durante o transporte, ela pediu para ser conduzida a outro hospital, que considerava uma melhor opção para si, e isso foi negado. A mulher foi levada à cirurgia sozinha, tendo sido negada a presença de um acompanhante (direito garantido pela lei federal 11.108/2005).” Assim começa o texto

O

enviado à imprensa pelo movimento “Somos todos Adelir”, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o que classificam como flagrante caso de violação dos direitos humanos, do direito de a mulher decidir como deseja ter seu filho e a intervenção do Estado ao tomar decisões sobre o corpo feminino. Mas o debate vai além da decisão de se realizar naquele momento um parto normal ou uma cesárea, como suscitam os atos realizados pelo movimento na última sexta-feira, dia 11, na Cidade Alta. O que se discute é a Violência Obstétrica — caracterizada pela apropriação do corpo e processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais de

sonho de muita gente é ter um sorriso branquíssimo, coisa de cinema. Por isso, de uns anos para cá, o clareamento dental é um dos procedimentos mais realizados nas clínicas odontológicas de todo o país. Mas, com a divulgação de produtos disponíveis nas drogarias que estimulam o ‘faça você mesmo’ e um sem-fim de receitas caseiras de fácil acesso na internet, vem aumentando também os problemas decorrentes dessas tentativas malsucedidas.

Ì O QUE Por considerar que a gravidez de Adelir Góes trazia riscos à vida do bebê, Justiça obriga mulher a fazer cesariana, usando inclusive força policial para levá-la ao hospital, fato ocorrido na cidade de Torres (RS), dia 1º deste mês

saúde, através do tratamento desumanizado, abuso da medicalização e patologização dos processos naturais, causando a perda da autonomia e capacidade de decidir livremente sobre seus corpos e sexualidade, impactando negativamente na qualidade de vida das mulheres. A definição acima é dada pelas leis da Venezuela e da Argentina, países que tipificam a Violência Obstétrica e reconhecem como crime, e como tal deve ser prevenido, punido e erradocado. “Trata-se de uma violação aos direitos humanos, particularmente ao direito à integridade pessoal, liberdade pessoal, proteção da honra e da dignidade. Trata-se de

Na opinião do cirurgião-dentista Daniel Mattei, professor convidado da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), nem toda pessoa está apta para ser submetida a sessões de clareamento dental. “Pacientes com muita sensibilidade dentária, presença de restaurações extensas ou próteses devem ser criteriosamente avaliados antes de serem submetidos ao clareamento, porque os resultados podem não satisfazer as expectativas do paciente.” Apesar de ser um assunto controverso, há estudos que indicam que o clareamento dental pode afetar a estrutura do esmalte e da dentina. Além disso, o procedimento feito de forma indiscriminada pode causar hipersensibilidade dentária, lesões nas mucosas como

uma violação aos direitos reprodutivos, que consistem na possibilidade das pessoas poderem escolher, mediante a informação, COMO, QUANDO, ONDE e EM QUE CONDIÇÕES terão ou NÃO terão filhos”, continua o texto/manifesto. Gabriella Vinhas afirma ter sido vítima de violência obstétrica em uma maternidade particular de Natal. Ela diz não ter tido direito a um parto natural, como queria, e nem ter sido acompanhada por uma doula (que auxilia na preparação da gestante), além de ter sido humilhada e motivo de chacota. “Não colocaram meu filho perto de mim, não incentivaram a amamentação, deram leite artificial sem o meu consentimento. Foi muito difícil. Quase não deixaram meu marido entrar.”

b o chechas e lábios, na língua e na gengiva. Em casos mais extremos, pode haver até mesmo reabsorções nas raízes. “Também pode haver danos como queimaduras, que, dependendo do grau, podem virar aftas, ulcerações maiores e até resultar em perda de tecido gengival”, diz Mattei. “Por isso, é tão importante que esse tipo de tratamento seja realizado por um profissional experiente. Nesses casos, buscamos alternativas estéticas baseadas no uso do peróxido de hidrogênio ou carbamida.” Afetar a estrutura dental, sofrer traumas


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tn família « PAULO COELHO »

Sem piscar os olhos

D

urante uma guerra civil na Coréia, certo general avançava implacavelmente com suas tropas, tomando província atrás de província, e destruindo tudo o que encontrava a sua frente. O povo de uma cidade, ao saber que o general se aproximava – e tendo ouvido histórias de sua crueldade – fugiu para uma montanha nas cercanias. As tropas encontraram as casas vazias. Depois de muito vasculhar, descobriram um monge Zen, que havia permanecido no local. O general mandou que ele viesse a sua presença, mas o monge não obedeceu. Furioso, o general foi até ele: - Você não deve saber quem eu sou! – esbravejou. – Eu sou aquele capaz de perfurar o seu peito com a minha espada, sem

piscar os olhos! O mestre Zen virou-se e respondeu serenamente: - O senhor tampouco deve saber quem eu sou. Eu sou aquele capaz de ser perfurado por uma espada, sem piscar os olhos. Ouvindo isso, o general curvou-se, fez uma reverência, e se retirou.

É tudo uma questão de tempo

Um judeu ortodoxo aproximou-se do rabino Wolf: - Os bares andam cheios, e as pessoas varam a madrugada divertindo-se! O rabino nada respondeu. - Os bares andam cheios, as pessoas passam a noite em claro jogando cartas, e o senhor não diz nada? - É bom que os bares andem cheios –

Três leituras para a sua apreciação, querido leitor. A primeira fala sobre um general implacável com suas tropas; a segunda, sobre um judeu ortodoxo; e outra foi retirada do folclore alemão

foi o comentário de Wolf. – Todo mundo, desde o princípio da criação, sempre desejou servir a Deus. O problema é que nem todos sabem a melhor maneira de fazê-lo. Procure julgar o que acha pecado, como se fosse uma virtude. Estas pessoas que passam a noite em claro estão aprendendo a permanecer despertas e persistir em algo. Quando se aperfeiçoarem nisso, tudo que terão que fazer é voltar seus olhos para Deus. E que servos excelentes eles serão! - O senhor é muito otimista – disse o homem. - Não se trata disso – respondeu Wolf. – Trata-se de entender que qualquer coisa que fazemos, por mais absurda que pareça, pode nos levar ao Caminho. É tudo uma questão de tempo.

A suspeita que transforma o ser humano

O folclore alemão conta a história de um homem que, ao acordar, reparou que seu machado desaparecera. Furioso, acreditando que seu vizinho o tivesse roubado, passou o resto do dia observando-o. Viu que tinha jeito de ladrão, andava furtivamente como ladrão, sussurrava como um ladrão que deseja esconder seu roubo. Estava tão certo de sua suspeita, que resolveu entrar em casa, trocar de roupa, e ir até a delegacia dar queixa. Assim que entrou, porém, encontrou o machado – que sua mulher havia colocado em outro lugar. O homem tornou a sair, examinou de novo o vizinho, e viu que ele andava, falava e se comportava como qualquer pessoa honesta.

(MÉDICO E PROFESSOR DA UFRN - BOUCINHAS_JC@HOTMAIL.COM)

(PSICODERMATOLOGISTA) RITAURSULA@IG.COM.BR

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Para cima, para baixo

V

ive-se uma feliz época em que a importância da atividade física está sendo repetidamente enfatizada. Boa parte da população partiu, já, na direção de um melhor condicionamento físico, visando mais saúde e bem estar. Alguns chegam, até, a um exagero de esforços, transformando-se em fanáticos da malhação. Chegam a achar que estão muito devagar ou que deveriam, sempre, esforçar-se mais. Bobagem. Salvo se especificamente desejado ou tendo por alvo competições, o importante é fazer, disciplinadamente, mesmo a mais simples das opções, a caminhada. Afora ela, correr ou intercalar caminhada e corridinhas, em ritmo confortável, fortalece músculos, pulmões e coração, não importa o que diga o cronômetro. Na verdade, quando se é iniciante ou se acabou de retornar de um longo período de afastamento, melhor esquecer o tempo e concentrar-se em sentir-se bem, fugindo de lesões, evitando o surgimento da Síndrome da Fadiga Crônica e, ainda assim, não deixando de “turbinar” o organismo. Tal procedimento basta para incrementar a resistência, aumentar a capacidade de queimar gordura, melhorar o fluxo sanguíneo muscular e “lapidar” a agilidade mental. Mas que se vigie a respiração: quem fica totalmente sem fôlego está saindo de sua área de segurança e pode estar abrindo as portas a riscos. O fito básico deste Artigo é ajudar a “driblar” uma das desculpas amiúde usadas por muitos para fugir dos cuidados consigo mesmos: a desculpa do mau tempo para “escapar” de se exercitar. Neste caso, uma opção simples, mui esquecida mas mui vantajosa, impõe-se. Numa época em que tantos, por motivos de segurança ou de comodidade, vivem em apartamentos, há que lembrar do uso das escadas do edifício onde se mora (ou se trabalha). Subir escadas fortalece os mesmos músculos usados em agachamentos e marcha, além de exigir bom esforço cardiopulmonar. Em termos de gasto calórico, subir três andares equivale a 10 minutos de caminhada moderada. O trabalho antigravitacional ajuda a aprimorar força e propulsão, obriga a utilizar estabilizadores musculares quais o músculo glúteo médio (usualmente ignorado até na corrida). Para potencializar os efeitos, o ideal é que sejam utilizadas tanto para subir como para descer, num treino intercalado. A subida exige fôlego e trabalha o condicionamento cardiovascular. Na descida recupera-se a frequência cardíaca. As escadas costumam ser muito mais íngre-

mes que qualquer morro e, em geral, têm inclinação de 55 a 70%. Não é à toa que a frequência cardíaca dispara e a respiratória acelera para levarem mais oxigênio para o corpo. Atente-se para o fato que tal treino não traz benefícios concretos para a postura, já que a amplitude das passadas é mais curta nas escadas que no plano. E atenção, muita atenção: ao se partir para o nível mais ativo de treinos em escadas, deve-se-os ir introduzindo aos poucos, pois as escadas comuns apresentam curvas fechadas, forçando o joelho, principalmente nas descidas, nas quais ocorre maior impacto contra o chão. Nela, o movimento desloca o centro de gravidade do corpo e, afora poder agredir o joelho, pode sobrecarregar o tendão patelar e/ou provocar desgaste da coluna. Para quem tem sobrepeso, a subida é “articularmente” menos agressiva mas exige mais do coração. Também se pode usar a academia para simular treinos em escadas. A esteira, ajustada num ângulo íngreme, assemelha bastante o subir escadas, pois usam-se muitos dos mesmos grupos musculares. Obviamente deve-se ajustar a velocidade de acordo com a inclinação, por vezes descobrindo-se que um ritmo de caminhada rápida é o máximo que consegue suportar. O cuidado nunca supérfluo de tomar líquidos antes de começar (por vezes também comer uma porção de frutas) não é de desprezar. Para que as escadas sejam uma forma eficaz de fortalecimento muscular, é preciso pisar com toda a sola dos pés, manter o abdome contraído e o tronco ereto, sem forçar a lombar. Ao descer, não se deve “jogar” o corpo em cima das pernas. Se factível, usar tênis com amortecimento. Mas o fundamental, mesmo, é ser gradativo. Um corpo não preparado é possível fonte de dissabores, pelo que é bom praticar iniciando degrau a degrau, depois observando qual estratégia permite alcançar um ritmo melhor. Corrimões existem para serem usados: nada impede que alguém se “puxe para cima” com uma das mãos, alternando os lados. Outrossim, se os braços forem suficientemente longos, pode-se agarrar simultaneamente os apoios direito e esquerdo. E, claro, nunca é demais a avaliação física prévia, e um check-up médico é precioso, se bem que isto seja fundamental até antes começar a comezinha marcha no plano. E, agora, é tratar de começar. Um pouquinho de cada vez, até aproveitando o horário da chegada em casa ou da saída para algum afazer (desde que o tempo seja suficiente). Esquecer o elevador pode fazer um bem tão grande!!!

“Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocarme-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa” Habacuc 2.1

A

lguns meios de comunicação iniciaram um debate sobre o uso medicinal do Canabidiol e do Delta-9-THC. Concomitantemente, outra emissora de TV fez uma entrevista com o presidente do Uruguai, José Mugica, sobre a legalização da maconha (produção e comercialização). A segunda medida, a legalização, como médica, desaprovo-a totalmente. Penso que seria tão livre como o álcool e o tabaco cujos malefícios ao organismo, à família e à sociedade são evidentes. Em relação ao uso medicinal do Canabidiol, eu temo e tremo. Explicarei o porquê, ou melhor, os porquês deste “Parkison Emocional “. Discorrerei sobre esta droga . Dá-se este nome a todos os produtos da planta “ Cannabis Sativa “, originaria da Ásia e que se cultiva bem em zonas semi-tropiccais quentes e úmidas. Esta muito estendida na América Central, Norte da África e no Oriente. A planta alcança de um a três metros de altura, tem folhas grandes e palmiformes muito dentadas. O uso do Cannabis se conhece desde o Neolítico. Há menções no III milênio antes de Cristo. Através da Índia, seu uso se estendeu ao norte da África; nestes países se implantou como um equivalente ao álcool na cultura ocidental, transformando-se numa droga social. Na Europa, segundo alguns historiadores, na época das Cruzadas , utilizava-se o Cannabis como medicamento e a nível recreativo se conheceu a princípios do sec. XIX, consequência da campanha de Napoleão no Egito, porém seu uso se concentrou nos ambientes artísticos e boêmios, como no Clube do Haschisch, do qual formavam parte Gautier e Baudelaire. Nos Estados Unidos, penetrou através do México até que, em 1937, para controlar sua utilização, foi incluído nas listas da Ata sobre Narcóticos de Harrison, com o que passou a ser uma droga ilícita. Na década de sessenta, o uso de Cannabis foi aceito pelos movimentos juvenis e contraculturais e utilizado como emblema do movimento hippie. O principio psicoativo mais importante da planta é o tetrahidrocannabinol ( THC ) que se encontra em diversas concentrações, segundo a espécie da planta, as condições de seu cultivo e o processo de elaboração. Numa das entrevistas apareceu o Professor Médico Elisaldo Carlini, especialista em psicofar-

macologia, área que ajudou a difundir no Brasil nos anos sessenta, após uma permanência de 4 anos nos Estados Unidos, 3 deles na Universidade de Yale. Segundo o professor, diga-se de passagem, era um “ídolo” dos que amávamos a farmacologia em nossa faculdade, herdou este interesse quando foi aluno do também Professor Médico Jose Ribeiro do Vale , em 1958 , na Escola Paulista de Medicina.. Dois fatores “obsessionaram “, no bom sentido da palavra , o professor Carlini a estudar a maconha : o primeiro é que já se estudava como medicina nos livros de seu pai, também médico e o segundo foi uma frase de seu professor Ribeiro do Vale: “ Estamos estudando a maconha que o homem usa. Precisamos estudar o homem que usa a maconha e o porquê de reações tão distintas em cada organismo .” O prof. Carlini é totalmente contra o seu uso recreativo. Já disse que seria uma adição tipo álcool ou tabaco, aliás, diz o professor que o álcool é a pior droga que existe. Ele indica, sim, o medicamento Canabidiol e delta-9-THC para dores neuropáticas, náuseas e vômitos decorrentes de quimioterapia contra o câncer, caquexia e esclerose múltipla. Todas as indicações sendo feitas sob total rigor e supervisão. Voltando ao “Parkison Emocional” que me suscita quando leio alguma “novidade” na Psicofarmacologia , já que o “novo “, mesmo sendo tão antigo, causa-me pavor ou quase pânico . Aliás, sei que fui antipatizada por muitos representantes de Laboratórios, pois solicitava muitos trabalhos sobre seus produtos. Jamais permití, e o digo sem arrogância mas com profundo respeito e amizade que tinha por estes profissionais , jamais , em tempo algum, deixei que a propaganda tomasse o lugar dos meus professores de Psicofarmacologia. Como sou tão perfeccionista, está explicado o meu pânico. Penso e compreendo a dor e o sofrimento dos portadores de doenças neurodegenerativas como a esclerose múltipla ; há dois anos perdi um grande amigo por esta doença. Meu temor, ou melhor, meu desejo é que todo este estudo seja guiado pela sabedoria do Divino Espirito Santo. Era assim que eu fazia, pedia a sua direção antes que cada paciente entrasse em meu consultório. Por enquanto , devemos seguir cautelosamente Habacuc : “Colocar-nos em uma torre de vigia “. Que a paz de Deus que excede todo o entendimento esteja com vocês e até o próximo artigo se o Bom Deus assim o Permitir.Feliz Domingo !!!

« JOÃO ALEXANDRE BORBA »

( PSICÓLOGO E COACH - JABORBA@BOL.COM.BR )

A importância de aprender a dar e a receber

P

rosperidade e felicidade. A nossa vida gira em torno de esses dois conceitos. São ideias subjetivas e que aparentam – erroneamente - que não podem ser alcançadas por qualquer um, mas posso provar o contrário. Para alcançar a prosperidade, é preciso saber dar e receber com a mesma intensidade, sem cobranças. É preciso ter em mente que tudo o que você recebe, é porque você merece – seja isso um aumento de salário, um presente do seu parceiro(a) ou uma lembrança de um amigo. Se você não se sente bem, ou para você não é natural receber um presente ou uma boa ação, é porque está com algum outro problema: você acha que não merece as coisas. E é aí que mora o problema. Pessoas que têm dificuldade em receber, também apresentam dificuldade em prosperar. Porque

você pode oferecer, mas não pode receber? É preciso que haja essa troca. É isso o que torna um relacionamento saudável. A relação deve seguir em acréscimo – mas um acréscimo natural. “Um parceiro dá ‘x’, o outro dá ‘x+1’, o outro responde com ‘x+2’, e assim por diante, de uma forma natural, sem excessos. Porém, pessoas que apresentam dificuldade em receber, costumam dar demais – e isso faz com que comece a surgir um déficit na relação. Você doa demais, recebe pouco – o que, na verdade, não é pouco, é o “normal”, - começa a ficar insatisfeito com o relacionamento e se torna crítico com o outro, começa a encontrar defeitos e problemas na relação – problemas esses que nunca lhe incomodaram. Você sente que precisa compensar essa “falta” de alguma forma – e faz isso criticando o outro, e não aprendendo a

“Para alcançar a prosperidade, é preciso saber dar e receber com a mesma intensidade, sem cobranças. É preciso ter em mente que tudo o que você recebe, é porque você merece – seja isso um aumento de salário, um presente do seu parceiro(a) ou uma lembrança de um amigo”

receber. Por outro lado, quando você dá demais, pode acabar por infantilizar o outro, se tornar o “pai” ou “mãe” do companheiro. E isso faz com que ele procure outra pessoa para suprir o papel de namorado ou namorada. Outra questão bastante comum observada por pessoas que dão demais, é que elas são consideradas arrogantes: “Porque você dá demais e não se permite receber? Você é tão bom assim que ninguém pode te ajudar da mesma maneira que você ajuda os outros?”. A arrogância nasce em se acreditar que só o que vem através de você é bom. Ressalto que a única relação que tem essas características e sobrevive, é a relação entre pais e filhos. Essa é conhecidamente uma relação desigual: eles dão muito e nós não retribuímos a altura. Eles deram – e con-

tinuam dando – a vida por nós. Nos educaram e nos deram tudo o que precisávamos. Essa é quase uma relação hierárquica, na qual eles estão acima de nós. Portanto, se você não quer virar pai ou mãe do seu parceiro, entenda a importância de dar e receber com a mesma naturalidade e mesma medida. Aqueles que dão demais, ou aqueles que são egoístas demais não vêem a vida prosperar. Ela simplesmente trava, no aspecto afetivo, financeiro, seja o que for. O plano é aprender a receber e a merecer. E, se você quer merecer, se responsabilize pelos seus desejos. Para aqueles que não se doam: ser egoísta não vai levar a nada. Como já dito anteriormente, é preciso uma via de duas mãos, em que os dois estejam em harmonia e aceitem e se doem. Para maiores informações, assista ao vídeo que gravei falando sobre esse assunto: https://www.youtube.com/watch?


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

tnfamília

ara a obstetra Edilsa Pinheiro tudo poderia ter sido resolvido com uma boa conversa ou uma boa relação entre médico e paciente. “Poderia internar e aguardar. Mas não fazer nada contra a vontade. Achei um absurdo.” Ela diz nunca ter tido um caso dessa natureza em seus anos de experiência como médica obstetra, pois sempre foi respeitado o desejo da mulher Quando não acontece o parto natural, mesmo ela querendo muito, nada é forçado; tudo é explicado à paciente até o entendimento final e pacífico. Para a obstetra, no caso de Adelir não havia riscos para o bebê em risco, até por que a mãe já estava em trabalho de parto. O que havia era o risco de rompimento de útero. “Mas ela estava dentro do hospital. Qualquer problema era levá-la para o centro cirúrgico e resolver. Mas nunca fazer algo forçado”, comenta a médica. “A vontade é da mulher, o corpo é dela, as decisões são dela.” Ao médico, na visão de Edilsa Pinheiro, cabe informar os riscos das possibilidades. E a mãe decidir. “E pelo que eu saiba, ela estava em sã consciência.” O excesso de cesáreas desnecessárias representam, sim, violência obstétrica, na opinião da obstetra, e é algo muito preocupante. Ela classifica como falta de ética médica a prescrição de cesariana sem necessidade extrema. Edilsa Pinheiro comenta que antes, no passado, apenas cerca de 20% das grávidas em início de gestação queriam se submeter a uma cesárea. “Mas iam fazendo a cabeça delas e, no final do neo-natal, a maioria queria cesárea.” Ela faz críticas ao modelo de parto vigente, cheio de intervenção, mais doloroso e causador de medo. “A mulher é a dona do parto.”

P

Rede Cegonha

Para Rosário Bezerra, doula e coordenadora da Rede Cegonha em Natal, a cesariana não era a única possibilidade para Adelir Góes. Em sua avaliação, se a médica não sentia segurança em seguir com o caso, deveria ter encaminhado a outro profissional para que houvesse uma segunda opinião. Ela comenta o fato de evidência científicas mostrarem que o parto normal é possível mesmo, mesmo quando há uma ou mais cesarianas prévias, mesmo quando o bebê está sentado, mesmo quando a gestação ultrapassa as 40 semanas. “Nenhum desses motivos justificariam uma cesariana de emergência, nem muito menos forçada. Nossas UTIs neonatais estão lotadas de bebês com desconfortos respiratórios porque eles são retirados antes que sinalizem que estão prontos pra nascer. E esse sinal só é dado com o início do trabalho de parto”, comenta Rosário Bezerra.

Mais de um parecer

A promoção da vida acima de qualquer outro interesse, mesmo pessoal, é o que delineia a ação da Justiça em casos como o de Adelir Góes, onde exista conflito sobre qual procedimento a ser seguido na hora do parto, para que não se coloque em risco as vidas da mãe e da criança. Porém, o juiz da 1ª Vara da Infância e da Adolescência, José Dantas Paiva, ressalta a necessidade de Justiça ouvir mais de um parecer ou laudo médico. Nunca tomar uma decisão baseada apenas em uma opinião única. O juiz pondera, porém, as possíveis circunstâncias que levaram a juíza da comarca de Torres (RS) acatar o requeri-

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A hora de dar à luz

Representantes da Justiça e da Medicina concordam que em vez de forçar uma mulher a ser submetida a determinado tipo de parto, o ideal é chegar a um consenso BATE-PAPO

Como se nasce no Brasil

MAGNUS NASCIMENTO

Parto normal x Cesárea

Gabriella Vinhas coordenadora do Movimento de Humanização do Parto e do Nascimento em Natal

Você já foi vítima de violência obstétrica? Poderia dar um relato do que aconteceu?

VIOLÊNCIAS SOFRIDAS DURANTE O ATENDIMENTO AO PARTO VIOLÊNCIAS SOFRIDAS DURANTE O PARTO (estimulada e única, em %) Local do parto

Quantidade de filhos

Total

Rede pública

Rede privada

Em ambas

1

2

3

4 ou 5

6 ou mais

100%

74%

17%

8%

25%

28%

21%

17%

9%

Sofreu alguma violência no atendimento ao parto

25

27

17

31

25

27

17

31

31

Não sofreu violência no atendimento ao parto

75

73

83

69

75

73

83

69

69

FRASES OUVIDAS DURANTE O PARTO (estimulada e única, em %)

FRASES OUVIDAS DURANTE O PARTO (estimulada e única, em %)

Escolaridade

Sim

Total

até a 4ª série

5ª a 8ª série

médio

superior ou +

100%

26%

23%

35%

15%

Ouviu algum despropósito durante o parto

23

21

27

23

20

Não ouviu despropósitos durante o parto

77

79

73

77

80

Base: entrevistadas que têm/tiveram filhos naturais na rede pública ou privada (62%) Cor/raça IBGE Total

Branca

Preta

Parda

Amarela Indigena* Outras*

100%

48%

9%

34%

2%

3%

4%

Ouviu algum despropósito durante o parto

23

21

22

28

9

21

11

Não ouviu despropósitos durante o parto

77

79

78

72

91

79

89

*base insuficiente para análise, ter resultado apenas como referência

Não

Não chora não que ano que vem você está aqui de novo

15

86

Na hora de fazer não chorou/ não chamou a mamãe, por que está chorando agora?

14

86

Se gritar eu paro agora o que estou fazendo, não vou te atender

6

94

Se ficar gritando vai fazer mal pro neném, seu neném vai nascer surdo

5

Você acha que está havendo uma banalização do nascimento no Brasil?

95

Ouviu algum despropósito durante o parto

23

Não ouviu despropósitos durante o parto

77

Base: entrevistadas que têm/tiveram filhos naturais na rede pública ou privada (62%)

Fontes: Ministério da Saúde e Agência Nacional de Saúde Complementar

mento do Ministério Público, e determinar que policiais armados a retirassem de casa à força e a levassem ao hospital público para que fosse submetida a uma cesárea forçada. “O Poder Judiciário tem que ter, na sua estrutura organizacional, equipes que possam subsidiar o juiz, até mesmo em situações como essa, para que ele possa ter mais de uma opinião. O Rio Grande do Norte, por exemplo, já tem um núcleo de perícias para esses casos; por que na Infância e Juventude, na área de Família e até mesmo na área criminal nós temos muitos casos parecidos. Então, o nosso entendimento é que o juiz deva sim ouvir mais de um profissional, no mínimo uma junta médica”, reflete o magistrado. Segundo José Dantas, nas capitais esse apoio técnico multidisciplinar já existe, mas em comarcar do interior ainda existe a figura do “juiz faz tudo”. No caso de Torres, o correto é que em vez de policiais fosse enviados

psicólogos e assistentes sociais pra conversar com a mãe. “ Não poderia ter havido uma sugestão simples de cumprimento imediato; tem que haver todo um preparo. Isso é necessário e essencial. É por isso que o Judiciário, eu digo e repito, deve se organizar nesse sentido.” O fato de Adelir integrar uma comunidade cigana nem sempre garante acesso a informação. Mas mesmo as mulheres que têm esse acesso muitas vezes não sabem de seus direitos, como o de garantir na Justiça o direito de ter um parto natural. Mas tanto Adelir quanto qualquer cidadã brasileira pode requerer à Justiça o seu direito — desde que analisados também mais de um parecer médico.“Pode e deve. E deve ser estimulado. No Brasil, infelizmente, nós não temos uma cultura ainda de procurar o Judiciário com esse objetivo. Mas nós devemos, sim, promover, divulgar e conscientizar a sociedade desse direito.”

RAYANE MAINARA

Eu sofri violência obstétrica aqui em Natal, numa maternidade privada, no evento do nascimento do meu filho. Foi a partir daí que eu criei o movimento, porque eu não quero que nenhuma mulher mais continuem passando pelo o que as mulheres que vivenciam isso passam. E foi bem chato. Eu queria um parto natural, eu queria uma dola, e eu fui humilhada várias vezes por querer isso, ficaram rindo da minha cara, foi uma cesárea, eu acabei indo para uma cesárea, eu estava muito fragilizada emocionalmente, é uma pressão psicológica muito grande em cima da mulher. E durante mesmo a cesárea, não colocaram meu filho perto de mim, afastaram ele de mim, não incentivaram a amamentação, deram leite artificial sem o meu consentimento. Foi muito difícil. Quase não deixaram meu marido entrar. São coisa recorrentes que acontecem nas maternidades públicas e privadas e a gente precisa parar de tratar isso com normalidade, porque não é assim que as pessoas devem nascer. A experiência do parto pode ser legal. E isso tem um impacto na sociedade.

JOÃO MARIA ALVES

Sim. Está tendo na verdade a indústria do nascimento. Por que na verdade o sistema que a gente tem de nascimento já faliu há muito tempo. É um sistema centrado na figura do médico, no hospital, é uma produção em massa, não preserva a individualidade, não se tem tratamento holístico de cada caso, de discutir, de conversar. O que o Ministério da Saúde está trazendo também com a Rede Cegonha, agora, recentemente, é essa descentralização de repensar esse modelo de assistência e trazer a humanização, o cuidado, e não o nascimento como negócio, mas como um evento biopsicossocial que influencia a sociedade inteira e é extremamente importante para a saúde da mulher. O que o movimento busca? Qual o objetivo de vocês?

Não poderia ter havido uma sugestão simples de cumprimento imediato; tem que haver um preparo”

Poderia internar (Adelir) e aguardar. Mas não fazer nada contra a vontade. Achei um absurdo” EDILSA PINHEIRO

JOSÉ DANTAS PAIVA Juiz da 1ª Vara da Infância

Obstetra

O nosso objetivo do Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento em Natal é de combater a violência contra a mulher, mas especificamente a violência obstétrica, levando informação através do empoderamento feminino. Então a gente leva informação de direitos da mulher, direitos da parturiente, o que fazer se dentro do hospital negarem procedimentos, você pedir pra te explicarem o que está sendo feito.


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

tn família MIGUEL WEBER

Carpe Diem!

2

Um morfema é a menor unidade gramatical que se pode identificar. Uma palavra como infelicidade, por exemplo, resulta da combinação de três elementos menores: o prefixo in-, o radical felic- e o sufixo -idade. Cada um desses elementos é um morfema da língua portuguesa, e nenhum deles pode ser fragmentado ulteriormente do ponto de vista gramatical.

3

Os trapistas, uma divisão da Ordem Cisterciense, ainda seguem o vegetarianismo a critério individual, mas não obrigatório, uma vez que há uma tendência em dar menos ênfase ao ascetismo na vida monástica contemporânea. Entretanto, a produção de geléias naturais e cervejas pelos trapistas indica o gosto por alimentos não adulterados.

Aniversariando amanhã, Arthuro Arruda em mimo com a musa Larissa

Significados

« LETRAS E PRATOS »

1

Essa interpretação pode ser encontrada no livro “Comida como cultura” de Massimo Montanari, editora Senac, São Paulo, 2008.

Clics dos melhores momentos do be-lo nupcial de Renata e Elísio, sob as lentes de Luciano Toscano, Celso Luiz e Alex Costa

jotaoliveira@tribunadonorte.com.br

Abraço com muitos clics para o antenado fotógrafo gente boa, Canindé Soares em idade nova. Também vivas para Regina Passos, executivo Ivanaldo Bezerra, artista plástica Regina Guedes, Marcelo Porto Filho, Fernanda Luíza de Araújo Andrade, estilista Ricardo San Martini. Nesta segunda, abraços com vivas de felicidades para a mais querida sobrinha e amiga de dez, Melyna Lima e Silva. Também vivas antecipados com muita criatividade para o publicitário Art&C, Arturo Arruda Câmara, José Bezerra Marinho, Monique Milfont Morais de Souza e Humberto Azevedo.

michele maisto -madrelingua@supercabo.com.br

Parabéns!

Vivas de felicidades para a sobrinha Melyna Lima, em idade nova amanhã, com mimos do muso Petrônio Paiva

Abraços de parabéns para o fotógrafo gente boa, Canindé Soares, aniversariando hoje

Jota Oliveira

Eu tenho esse gosto da vitória na boca. Eu sinto esse “tesão” pela conquista que vai chegar. Eu sei que mais dia ou menos dia, eu vou vencer. Porque me esforço, luto e não desisto dos meus valores. Amadureço com as quedas, aprendo com as frustrações, e mesmo abalado com as crises ou pequenas derrotas, sei que tudo conspira a meu favor, por isso eu não desisto. É esse espírito de certeza que eu te desejo. Mesmo que nesse exato momento a dor tenha te visitado. Te deixando no chão, chorando, cansado(a) de tantas lutas. Deixo-lhe a certeza de que o Universo escreve desde sempre, com tintas invisíveis na lousa da Vida, a única certeza que temos, mesmo com todos os problemas e desgraça; uma hora, tudo passa! Fique na paz e na certeza de que somos feitos para a felicidade. Não importando o lugar, tipo ou idade. Acredite em você e transforme o seu querer, em realidade. (Paulo Roberto Gaefke)

JOÃO NETO

A gramática da comida (1)

✃ RECEITA

Salada de palmito e queijo Brie 170 Kcal/100g INGREDIENTES: Para a salada 300g de bacon 200g de palmito 4 fatias de pão italiano ou português 1 pé de alface ½ maço de agrião 1 colher de sopa de óleo de milho 1 colher de sobremesa de pimenta rosa

E

m todas as sociedades o modo de comer é regrado por convenções análogas àquelas que dão sentido e estabilidade às linguagens verbais. Esse conjunto de convenções, que chamamos de gramática (1), configura o sistema alimentar não como uma simples soma de produtos e comidas, reunidos de modo mais ou menos casual, mas como uma estrutura onde cada elemento define o seu significado. O léxico sobre o qual essa linguagem se fundamenta consiste no repertório dos produtos disponíveis, plantas e animais, tipo de morfemas (2) sobre os quais se construirão as palavras e todo o vocabulário. É um léxico que se define em relação à situação ambiental, econômica, social, cultural, uma vez que um produto pode ser assegurado pelos recursos do território, mas também pelas relações comerciais; pode ser acessível para alguns, inacessível para outros (de acordo com as possibilidades de uso do espaço nas economias de subsistência; as disponibilidades de mercado e o nível dos

Na Idade Média, o consumo de especiarias distingue os poucos que podem adquiri-las dos muitos aos quais são impedidas; inversamente, a ampliação do mercado das especiarias na idade moderna, pouco a pouco, reduz ou anula sua capacidade distintiva, que passa a outros produtos.” preços nas economias monetárias); pode ser aceito ou rejeitado de acordo com os gostos (individuais ou coletivos) ou com as opções culturais (veja a rejeição da carne por parte dos

vegetarianos, ou na exclusão de certas comidas ou bebidas em determinadas tradições religiosas). Essas diferenças não excluem uma linguagem comum, ao contrário, a pressupõem: quando, na Idade Média, as regras monásticas (3) impõem ou sugerem a abstinência da carne, considerada, na época, o mais prestigioso, nutritivo e agradável dos alimentos, o aparente afastamento dos valores comuns na realidade os evoca, utilizando o mesmo léxico com o mesmo significado, ainda que precedido de um sinal de negação, funcional à dimensão penitencial da cultura monástica. Também os “léxicos especiais”, reservados a um grupo restrito de consumidores, assumem um sentido distintivo numa cultura compartilhada: por isso, na Idade Média, o consumo de especiarias distingue os poucos que podem adquiri-las dos muitos aos quais são impedidas; inversamente, a ampliação do mercado das especiarias na idade moderna pouco a pouco reduz ou anula sua capacidade distintiva, que passa a outros produtos.

Para o molho 120ml de azeite 1 gema 2 colheres de sopa de limão 1 colher de sopa de mostarda Sal e pimenta do reino branca a gosto Rendimento: 4 pessoas Modo de preparo: Para o molho Junte todos os ingredientes num recipiente, misture-os e reserve. PARA A SALADA Separe todas as folhas, lave-as em água corrente e reserve. Corte o bacon em cubos e frite-os no óleo de milho até dourar. Escorra e deixe no papel toalha até secar. Corte o pão em quatro partes cada, leve ao forno para dourar, em seguida retire o pão do forno, corte o queijo em fatias, colocando uma fatia em cada parte do pão, retorne ao forno até que o queijo derreta. Junte as folhas num recipiente, corte o palmito em cubos, coloque o bacon e a pimenta rosa, tempere com o molho. Sirva com os pães com queijo Brie.


tn família Flashes dos melhores momentos da linda boda de Beatriz e Vinícius, sob as lentes de Luciano Toscano e Celso Luiz

Clareamento pode causar lesões e perda de dentes « SAÚDE BUCAL » Procedimento feito de forma

indiscriminada pode causar hipersensibilidade e problemas nas mucosas, bochechas e lábios

O

sonho de muita gente é ter um sorriso branquíssimo, coisa de cinema. Por isso, de uns anos para cá, o clareamento dental é um dos procedimentos mais realizados nas clínicas odontológicas de todo o país. Mas, com a divulgação de produtos disponíveis nas drogarias que estimulam o ‘faça você mesmo’ e um sem-fim de receitas caseiras de fácil acesso na internet, vem aumentando também os problemas decorrentes dessas tentativas malsucedidas. Na opinião do cirurgião-dentista Daniel Mattei, professor convidado da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), nem toda pessoa está apta para ser submetida a sessões de clareamento dental. “Pacientes com muita sensibilidade dentária, presença de restaurações extensas ou próteses devem ser criteriosamente avaliados antes de serem submetidos ao clareamento, porque os resultados podem não satisfazer as expectativas do paciente.” Apesar de ser um assunto controverso, há estudos que indicam que o clareamento dental pode afetar a estrutura do esmalte e da dentina. Além disso, o procedimento feito de forma indiscriminada pode causar hipersensibilidade dentária, lesões nas mucosas como bochechas e lábios, na

língua e na gengiva. Em casos mais extremos, pode haver até mesmo reabsorções nas raízes. “Também pode haver danos como queimaduras, que, dependendo do grau, podem virar aftas, ulcerações maiores e até resultar em perda de tecido gengival”, diz Mattei. “Por isso, é tão importante que esse tipo de tratamento seja realizado por um profissional experiente. Nesses casos, buscamos alternativas estéticas baseadas no uso do peróxido de hidrogênio ou carbamida.” Afetar a estrutura dental, sofrer traumas nos tecidos moles e duros da boca, queimaduras, erosão dental e até mesmo engolir o produto são riscos aos quais as pessoas se submetem quando insistem em clarear os dentes por conta própria. “Para se ter uma ideia da gravidade do assunto, a água oxigenada vendida comercialmente é uma mistura de água com peróxido de hidrogênio, mesma substância que, mais concentrada, é usada para deixar os dentes mais brancos. A grande capacidade desse agente oxidante também pode induzir a perda de colágeno da dentina, afetando as propriedades mecânicas do dente.” Mattei afirma que, ao contar com a expertise de um cirurgião-dentista experiente, o paciente que deseja clarear os dentes será devidamente supervisionado.

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

tn família LIEGEBARBALHO.COM

Brasil e China

O colunista Toinho Silveira, agilizando os preparativos para comemorar seu aniversário e também os 38 anos de atuação no colunismo social. Tendo como tema “Buddha Bar Dubai”, o evento acontecerá no Versailles Cidade Jardim, no próximo dia 25. A decoração no estilo das arábias será assinada por Clodualdo Bahia, e a Nobre´s Cerimonial também estará presente na organização da festa. No quesito musical, uma orquestra seguida por DJ, fará os embalos da noite.

Lançamento

A cantora Camila Masiso, ultimando os detalhes para apresentar seu segundo álbum. Intitulado de “Patuá”, o trabalho será uma imersão na musicalidade afro-brasileira, dentre outros ritmos, numa parceria com renomados artistas potiguares. O lançamento acontecerá nesta quarta-feira, às 20h, no Teatro Riachuelo. O show ainda contará com a participação especial dos músicos Eduardo Taufic e Khrystal. A artista brindará o público com CD/DVD, que além das onze músicas inéditas, traz o making off do trabalho.

Encontro

O presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, e uma comitiva com onze presidentes de sindicatos filiados à Federação, participaram do 30º Congresso Nacional dos Sindicatos Patronais, em Belo Horizonte. Tendo como tema “A inconfidência do comércio”, o evento aconteceu no Minas Centro, e teve como o objetivo a troca de experiências e conhecimento entre as principais lideranças e representantes sindicais do país.

Vanda Lira mudando de idade, em pose com a sobrinha Ana Catarina Alves

ALERGIA

“Nesta Copa, marque um gol na sua consciência”, este é o slogan das camisas do Hospital Infantil Varela Santiago, que estão à venda em pontos comerciais da capital potiguar. Entre eles, Donna Donna, Viveiro Marina, Movelaria e Hora do Pão. A campanha objetiva angariar fundos para adquirir um tomógrafo, que custa em torno de setecentos mil reais.

Sorrisos de Chrystian de Saboya com esta colunista e o coiffeur Edmilson Alves, em noite festiva

Públio José tomou posse como sócio efetivo no IHG do RN

» ANIVERSÁRIOS » eee Os

Walter Barbalho e Marcela Bezerra: o casal acaba de retornar de São Paulo, onde ele fez residência em Psiquiatria e mestrado pela USP. Marcela é psicóloga e fez pósgraduação também na capital paulista. Em Natal, eles já iniciaram o atendimento em consultório no bairro Tirol

José Carlos e Beth Rego, investindo na área da hotelaria em Natal e Mossoró

parabéns da coluna para os aniversariantes da semana: Canindé Soares, Marlene Câmara, Arturo Arruda Câmara, Micarla de Sousa, Telmo Barreto Júnior, Telma Dantas, André de Paula, João Henrique Lins Bahia, Marisinha Gurgel, Hissa Hazbun, Vanda Lira, Regina Piva e Francineide Damasceno.

Nestes dias a Lua ativa o signo complementar ao seu, por isso dinamiza seus relacionamentos pessoais, favorece as associações e possibilita que você se alie aos outros em torno dos mesmos interesses. DICA: não se envolva em situações de confronto nem se deixe levar demais pela competitividade.

Touro 21/04 a 20/05 Neste domingo a Lua acentua seu espírito prático e lhe ajuda a concentrar-se nas questões concretas, onde seu rendimento tende a ser excelente. Você pode mostrar-se mais eficiente e executar suas tarefas com especial capricho e atenção. DICA: estes dias são ótimos para você fazer uma reeducação alimentar.

Gêmeos 21/05 a 20/06 O trânsito da Lua por Libra, sua casa da alegria e da vitalidade, inaugura uma fase tremendamente propícia para você, sob todos os pontos de vista. Sua capacidade de ser feliz está em alta e as atividades de lazer estão bastante favorecidas. DICA: os assuntos amorosos estão na ordem do dia!

Nestes dias a Lua ocupa seu signo de concepção e faz com que sua necessidade de sossego e intimidade esteja em alta. Os momentos de isolamento tendem a ser especialmente restauradores, portanto usufrua ao máximo deles. DICA: procure participar mais em casa e demonstre maior interesse pelos familiares.

Leão 22/07 a 22/08 A passagem da Lua por Libra estimula seu lado sociável e comunicativo e lhe permite verbalizar melhor tudo o que pensa e sente. Estes dias são ótimos para você contatar os amigos e familiares e confraternizarse com eles. DICA: as viagens curtas tendem a ser especialmente agradáveis e estimulantes.

Virgem 23/08 a 22/09 Agora a Lua ativa seu setor material e anuncia uma fase ótima para os assuntos práticos. Você pode fazer boas compras e negócios lucrativos, esteja de olho nas oportunidades. DICA: esses astros estimulam seu lado realizador e anunciam um bom período para você executar seus planos e incrementar os rendimentos.

Às 8h33 deste domingo a Lua inicia a visita que mensalmente faz a seu signo e detona uma fase de intensa energização para você, que pode concentrar-se em seus assuntos pessoais e em iniciativas para renovar o visual. DICA: Vênus, em Peixes, e faz com que os cuidados com seu organismo sejam bem sucedidos.

Escorpião 23/10 21/11 O fato de a Lua transitar pelo signo anterior ao seu anuncia uma fase em que você deve poupar-se ao máximo. Esteja mais do que nunca consciente de seus limites físicos e psicológicos e evite ultrapassá-los. DICA: sua espiritualidade está em alta e sua fé anda mais poderosa, portanto pense positivamente.

Sagitário 22/11 a 21/12 Hoje e amanhã a Lua dinamiza sua vida social. Ela favorece o convívio com os amigos e torna você muito mais consciente e participante. Aproveite para exercer plenamente sua cidadania e ligue-se nos problemas de seu bairro e cidade. DICA: faça seus planos, mas com especial realismo.

EXPOSIÇÃO Roberto Pacheco, presidente da Abasbai/RN

A data escolhida para lembrar o Dia Mundial de Combate ao Câncer foi o dia 8 de abril. Pensando em fazer um alerta sobre a importância da prevenção, o Norte Shopping está sediando exposição intitulada “Mulheres de Peito”. Com imagens da fotógrafa Kalina Veloso, a mostra segue até esta sextafeira e tem como objetivo a conscientização do diagnóstico precoce do câncer de mama, através das fotografias. Cerca de 20 mulheres foram clicadas por Kalina, entre elas, jornalistas, médicas, advogadas, universitárias e donas de casa.

★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ✩ ESTREIA

Vida social em alta Libra 23/09 a 22/10

Informações do Portal G1 dão conta que o Brasil ficou em terceiro lugar, em uma votação feita com 80 mil usuários das redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Google+, que elegeu os 10 melhores destinos turísticos do mundo. O Social Destinies Awards foi organizado pelo site de viagens Minube. Em primeiro lugar veio a Espanha, seguida da França. Na categoria “cidades”, o Rio de Janeiro apareceu em nono lugar. As três primeiras foram Paris, Cancun e Madri.

« CINEMA »

CLÁUDIA HOLLANDER

Câncer 21/06 a 21/07

A Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia – Regional do RN, que tem como presidente o alergista Roberto Pacheco, movimentou ontem o Midway Mall com uma programação voltada para a conscientização da população com relação às doenças alérgicas. Um levantamento da Organização Mundial de Alergia em 30 países, com uma população estimada de 1.200 milhões de pessoas, mostra que 22% delas sofrem de algum tipo da patologia. A ação também destacou as formas prevenção dos indivíduos.

TURISMO

A atriz Lília Cabral com o chef e anfitrião Daniel Cavalcanti, no Cascudo Bistrô

«HORÓSCOPO » Áries 21/03 a 20/04

Emetério Gurgel faz coro de vivas para sua Marisinha, que muda de idade

FILANTROPIA

liegebarbalho@tribunadonorte.com.br

Comemoração

Arturo Arruda Câmara e Larissa Luana. Ele celebrando aniversário

Liege Barbalho

Com o objetivo de estreitar a cooperação parlamentar entre o Brasil e a China, um grupo de deputados brasileiros desembarca amanhã naquele país, na cidade de Beijing. A visita acontece, atendendo a convite do presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhang Dejiang. Em 2013, a China assumiu o papel de principal comprador e vendedor de produtos para o Brasil. Os dois países fazem parte do grupo chamado Brics, que reúne ainda Rússia, Índia e África do Sul. Considerados economias emergentes, ganham destaque no mercado mundial. Do RN, o presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, e o deputado Felipe Maia participam do encontro.

Capricórnio 22/12 a 20/01 A nova posição da Lua lhe enche de disposição para compromissos sociais e faz com que você seja mais perseverante em seus empreendimentos. Aproveite para impulsionar tudo o que lhe interessa. DICA: não se deixe levar pela ambição a ponto de descuidar-se de suas necessidades pessoais e afetivas.

Aquário 21/01 a 19/02 As emanações da Lua chegam harmoniosamente a seu signo, restauram suas energias e fazem com que você esteja com muito pique para viver novas aventuras e sair da rotina. DICA: viajar e respirar novos ares lhe fará muitíssimo bem, mesmo porque você anda precisando de novos estímulos.

Peixes 20/02 a 20/03 A passagem da Lua por Libra acentua sua necessidade de renovação e lhe permite libertar-se mais facilmente de tudo o que já era. Os momentos dedicados à auto-análise tendem a mostrar-se enriquecedores e possibilitam que você se conheça ainda melhor. DICA: o momento é favorável aos processos de transformação.

★ ★ ★ NOÉ (14 anos, dublado e legendado) Moviecom 1. Sessões (dub) 15h, 17h50 e 20h40 / Cinemark 1. Sessões (leg) 22h20 / Cinemark 5. Sessões (dub) 11h10 (sab/dom), 14h10, 17h10, 20h10, e 23h20 (sab) / Cinemark 6. Sessões (leg) (3D) 12h10 (sáb e dom), 15h10, 18h10, 21h10, e 0h20 (sab) / Cinépolis 2 Natal Shop. Sessões (leg) (3D) 21h20 / Cinépolis 4 Natal Shop. Sessões (leg) (3D) 13h10, 16h, 19h10, 22h20 / Cinépolis 5 Natal Shop. Sessões (leg) 17h40 / Cinépolis 2 Norte Shop. Sessões (dub) (3D) 12h30, 15h30, 18h30 e 21h30 / Cinépolis 6 Norte Shop. Sessões (dub) 13h25, 16h15, 19h15 / Cinépolis 6 Norte Shop. Sessão (leg) 22h15. Adaptação da história bíblica sobre a Arca de Noé. Em um mundo devastado pelos pecados humanos, Noé (Russell Crowe) recebe uma missão divina: construir uma arca para salvar homens e animais do dilúvio que se aproxima. Direção: Darren Aronofsky ★ ★ ★ SOS MULHERES AO MAR (12 anos, nacional) Moviecom 2. Sessões 16h, 20h05 / Cinemark 4. Sessões 11h40

(sab/dom), 14h, 16h30, 18h40, 21h, e 23h10 (sab) / Cinépolis 6 Natal Shop Sessões 14h30, 20h. Adriana (Giovanna Antonelli) não está em um bom momento: ela não consegue uma editora para publicar seus livros e ganha a vida legendando filmes pornôs. Para piorar, seu marido pede o divórcio. Em meio à fossa da separação, ela descobre que o ex fará um cruzeiro ao lado da nova namorada. Incentivada pela irmã, decidem embarcar no mesmo cruzeiro no intuito de reconquistá-lo. A empregada, que tenta ajudar a patroa a todo custo, também embarca na aventura. Direção: Cris D’amato ★ ★ ★ HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO (Livre, nacional) Moviecom 2. Sessões 13h55, 18h, 22h05 / Cinemark 1. Sessões 11h (sab/dom) e 20h (só seg/ter) A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda totalmente com a chegada de um novo aluno na escola. Ao mesmo tempo em que precisa lidar com os ciúmes da amiga Giovanna, ele tenta entender os sentimentos despertados pelo recémchegado. Direção: Daniel Ribeiro


Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

tn família HOJE, DOMINGO... Onde ir?

Neste domingo os atletas natalenses vão participar da corrida “Track&Field Run Series Natal Shopping”, que contará com circuitos de 5 e 10 km e terá largada às 7h, saindo do estacionamento do shopping...* Natal vai receber neste domingo o espetáculo “Callas”, em homenagem à grande soprano Maria Callas. Com direção de Marília Pêra e texto de Fernando Duarte, o espetáculo, que traz no elenco Sílvia Pfeifer e Cássio Reis, será apresentado às 20h, no Teatro Riachuelo...FEIRA DE PETRÓPOLIS ...ainda dá tempo. Encerra hoje.

» NO CHAPLIN HALL »

QUE TAL APRENDER A CLICAR?

É de Adriana Sá , uma cliqueira de mão cheia, que recebemos a seguinte notícia ... “Vamos aprender a usar sua câmera? E melhorar a qualidade das suas fotografias nas viagens, passeios, e retratos entre amigos! “ Serão duas aulas(dia 23 e 30 de abril) e uma prática no Bosque dos Namorados (domingo dia 27). As aulas serão numa sala no Espaço América, das 19h as 21h.

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Clics do casamento de BEATRIZ VARELLA MORAIS , filha do médico Kleber de Melo

Morais-Márcia Varella de Morais com VINÍCIUS, filho de João Afonso Ferreira-Neli

Gonçalves Ferreira. Comentamos na coluna da última quinta-feira. Aqui nossos clics

RIBEIRA É SHOW!!!

A primeira edição do Circuito Cultural Ribeira acontecerá neste domingo com vasta programação cultural e musical em diversos pontos do bairro. Na ocasião, haverá a estréia do novo espaço cultural da Ribeira, A.bo.ca:

hilnethcorreia@tribunadonorte.com.br

* Os cantores Tiago Landeira e Rafael Barros retornam ao palco do Teatro Alberto Maranhão com o projeto musical Os Chicos, interpretando repertório de Chico Buarque de Holanda. O show “De Volta ao Samba” será apresentado de terça a quinta, com participação de Dodora Cardoso, Ângela Catros e Tiquinha Rodrigues, além da atriz Paulinha Medeiros...* A Festa da Páscoa das crianças da Casa Durval Paiva vai acontecer nesta terça fazendo a alegria das crianças atendidas pela instituição. A casa precisa de ovos de chocolate para distribuir com as crianças na ação. Vamos ajudar! ...* A cantora Camila Masiso lança seu mais novo trabalho, “Patuá” com grande show nesta quarta, às 20h, no Teatro Riachuelo. O show terá participações especiais de Eduardo Taufic e Khrystal. Camila será acompanhada por Diogo Guanabara, Henrique Pachêco, Rogério Pitomba e Kleber Moreira...* Nesta quarta acontece o Festival de Cultura da Adote Associação de Orientação aos Deficientes. O evento, marcado para ocorrer no Teatro Alberto Maranhão, às 15h30, contará com apresentação de capoeira, exposição de artes visuais e a reapresentação do espetáculo de dança “Os Saltimbancos”.

Hilneth Correia

SEMANA CURTÍSSIMA ...

NOSSA PARÓQUIA

Vários padres estarão nesta terça e quarta de 18:30 às 22h realizando um MUTIRÃO DE CONFISSÕES, na Sta. Terezinha. Quinta-feira tem início Paixão de Cristo com a Missa do Lava-Pés às 17h .

» JANTAR DE BORBA & ZÉLINHA » Clic’s do jantar de despedida do Brigadeiro Paulo Borba a um grupo de amigos. Ele e sua mulher Zelinha(que é potiguar) despedem-se da cidade. Passagem de comando será no próximo dia 17.

JANTAR DO BRIGADEIRO

PARABÉNS PARA VOCÊS

Abraçar e festejar os amigos (hoje) Alexandre Magno Souza, Fernanda Luíza de Araújo Andrade, Marcelo Porto Filho, Regina Passos, Canindé Soares, Ivanaldo Bezerra, Regina Guedes ...SEGUNDA :Arthuro Arruda Câmara, José Bezerra Marinho, Melyna Lima e Silva, Monique Milfont Morais de Souza, João Paulo Lima, Humberto Azevedo TERÇA : Micarla de Sousa, Rodolfo Almeida, Aldair

JANTAR DO BRIGADEIRO

Pereira Batista, Bianca Simonetti Macedo, Bruninho Costa, Telma Maria Dantas, Lenize Cardoso, Íris Araújo Nunes ...QUARTA : os queridos João Henrique Bahia e Marizinha Gurgel,mais Mônica Pedroza Câmara e Marcelo Veni

BAZAR DE PÁSCOA

Sempre uma delícia as coisas de Andréa Motta. Nada como presentear com os mimos do seu artesanato culinário. O

« CINEMA »

l CAPITÃO AMÉRICA 2 – O SOLDADO INVERNAL

(12 anos, legendado/dublado) Moviecom 4. Sessões 13h40, 16h20, 19h, 21h40 / Moviecom 7. Sessões (dub) 15h, 17h40, 20h20 / Cinemark 2. Sessões (leg) (3D) 12h30 (sab/dom), 15h30, 18h30, 21h30, e 0h30 (sab) / Cinemark 3. Sessões (dub) 13h50, 19h40 / Cinemark 3. Sessões (leg) 16h50, 22h30 / Cinemark 7. Sessões (leg) (3D) 14h30, 17h30, 20h30, e 23h40 (sab) / Cinépolis 1 Natal Shop. Sessões (dub) (3D) 13h / Cinépolis 1 Natal Shop (leg) (3D) 16h, 19h, 22h / Cinépolis 2 Natal Shop. Sessões (leg) 18h20 / Cinépolis 5 Natal Shop. Sessões (leg) (3D) 14h45, 21h30 / Cinépolis 6 Natal Shop. Sessões (leg) 17h, 22h30 / Cinépolis 1 Norte Shop. Sessões (dub) (3D) 13h, 16h, 19h, 22h / Cinépolis 3 Norte Shop. Sessões (dub) 12h45, 15h45, 21h45 / Cinemark 3 Norte Shop. Sessões (leg) 18h45 / Cinemark 4 Norte Shop. Sessões (leg) (3D) 17h, 20h / Cinépolis 5 Norte Shop. Sessões (dub) (3D) 20h30. Após vencer a batalha ao lado d’Os Vingadores, Steve Rogers, o Capitão

América, vive tranquilo tentando se ajustar ao mundo moderno. Mas quando um colega da S.H.I.E.L.D. é atacado, ele se vê preso em uma rede de intrigas que coloca o mundo em risco. Unindo forças com a Viúva Negra, Capitão América luta para expor a conspiração. Quando a dimensão da trama maligna é revelada, os heróis pedem ajuda a um novo aliado, o Falcão. Contudo, eles logo se vêem enfrentando um inimigo inesperado — O Soldado Invernal. Direção: Anthony Russo e Joe Russo l FESTIVAL DE CINEMA FRANCÊS VARILUX Todas as sessões no Moviecom 6. Os Incompreendidos (dom/15h45) / Um amor em Paris (qui/19h30seg/17h35) / O Passado (qui/21h50seg/15h) / Uma Viagem Extraordinária (qui/13h10sab/15h50-ter/19h35) / Uma Juíza sem Juízo (sex/20h-ter/13h35qua/17h55) / Lulu, Nua e Crua (sab/18h05-seg/19h55) / Suzanne (sex/13h35-dom/17h50) / Uma

BAZAR DE PASCOA será de 14 à 17. Hummmm!No Espaço Renata Motta.

MIMO ...

Agradecer ao Norte Shopping a gentileza pelo Dia do Jornalista. DICAS!!! Gostei Hemetério Gurgel do seu saboresaber.com Dicas ótimas.Vamos aproveitar umas receitinhas deliciosas para festejar sua “Princesa Azul”, a nossa querida Marizinha.

PIPA VAI BOMBAR ...

Semana Santa em Pipa, promete abalar com a banda Aviões do Forró no domingo de Páscoa. Xé Pop e o DJ Thiago Mansur também sobem ao palco. Imaginem o babado!!! Outra que promete é o Rappa. A apresentação será um dias antes, sábado, na nova arena de shows Pipa Open Air. O evento recebe a assinatura da Viva Promoções/ Luan Promoções e promete grandes sucessos do grupo.

Varilux: Uma comédia sem juízo DIVULGAÇÃO

★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ✩ ESTREIA

★★★ RIO 2 (Livre, dublado) Moviecom 3. Sessões 16h15, 18h30 e 20h45 / Moviecom 5. Sessões 15h, 17h15, 19h30, 21h45 / Cinemark 1. Sessões 13h, 15h20, 17h40, e 20h (exceto seg/ter) / Cinemark 7. Sessões (3D) 12h (sab/dom) / Cinépolis 2 Natal Shop. Sessões (3D) 13h30, 16h / Cinépolis 3 Natal Shop. Sessões 12h30, 15h, 17h30 / Cinépolis 4 Norte Shop. Sessões (3D). Sessões 12h15, 14h45/ Cinépolis 5 Norte Shop. Sessões 13h15, 15h35, 18h15. Blu, Jade e seus três filhos estão vivendo a perfeita vida doméstica no Rio de Janeiro. Quando Jade decide que as crianças precisam aprender a viver como pássaros livres, ela leva toda a família em uma aventura pela Amazônia. Enquanto Blu tenta se adaptar com os novos vizinhos, ele se preocupa com a possibilidade de perder Jade e as crianças para o mundo selvagem. Direção: Carlos Saldanha

JANTAR DO BRIGADEIRO

Relação Delicada (sex/15h35seg/21h50) / A Grande Volta (ter/21h50-qua/15h50) / Antes do Inverno (sex/21h50-ter/17h25) / Eu, Mamãe e os Meninos (qui/17h40seg/13h10-sab/20h) / Grandes Garotos (dom/13h40-qua/19h45) / Um Belo Domingo (dom/19h50ter/15h25) / Um Plano Perfeito (ter/15h25-qua/21h50) / O Amor é um Crime Perfeito (qui-15h20/sab21h50) / Yves Saint Laurent (sex/17h45-dom/21h50qua/13h35). l CONFIA EM MIM (12 anos, nacional) Cinépolis Natal Shop. Sessões 20h15, 22h40. Mari, uma promissora chefe de cozinha, trabalha duro para juntar suas economias e abrir o seu próprio restaurante. Recém separada ela se envolve com Caio, um investidor que a ajudará a realizar seu sonho. Porém as coisas não são o que parecem. Com Mateus Solano e Fernanda Machado. Direção Michel Tikhomiroff.

Entre os filmes que estão em cartaz no Festival Varilux de Cinema Francês,uma comédia leve e despretensiosa promete agradar ao público e leva-lo às gargalhadas.Se depender da recepção que teve na estreia do evento,“Uma juíza sem juízo”,de Albert Dupontel,deve conquistar boa parte das pessoas que forem assistir ao festival.Não à toa,é o único filme a ter três sessões.A trama bastante peculiar aborda as confusões de uma rígida juíza que se vê num beco sem saída ao descobrir que está grávida de um bandido após uma noite de bebedeira que ela apagou totalmente da memória.Com um humor que beira o pastelão,o longa – graças ao seu ritmo ágil e cheio de piadas ácidas – consegue prender a atenção do espectador e até surpreendê-lo.A sucessão de situações hilárias e,que muitas vezes chegam ao absurdo,são o ponto forte de “Uma juíza...”. Apostando cada vez mais em comédias,o cinema francês parece,com esse filme,querer resgatar um pouco do humor supostamente descompromissado e patético tão utilizado por gênios como Chaplin e Buster Keaton em suas “slapstick comedies”. É uma boa pedida para quem busca diversão fácil.As últimas sessões do filme serão exibidas terça-feira,às 13h35;e quarta,às 17h55,no Moviecom.(Márcia Regina Ribeiro)


tnfamília

Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 13 de abril de 2014

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FOTOS:ZÉ TAKAHASHI | FOTOSITE | DIVULGAÇÃO

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Foto 01 – Vivaz Foto 02 – Rogério Lima Foto 03 – Mabel Magalhães Foto 04 – Mabel Magalhães

A MINEIRA

com muita elegância Depois de analisar as centenas de coleções pelos salões do Expominas e conferir todos os desfiles na passarela, podemos dizer que a moda mineira está mais para uma mulher chique e elegante do que para as sexies ou piriguetes, e mais, se depender dos expositores do Minas Trend Preview o grande “hit” para o próximo verão serão as saias, que apareceram nas mais variadas formas e texturas. E o comprimento midi deve ser o mais usado pelas fashionistas de plantão, no melhor estilo lady like. O modelo que pode ser usado na altura do joelho com muito volume tem inspiração nos anos 1950 e se pensarmos nos plissados nos vem em mente a Marilyn Monroe. Em se tratando de moda mineira esse efeito “saia rodada” vem em formas e tramas de tricôs, umas com aplicações de bordados e outras com acabamentos tão perfeitos que muitas vezes duvidamos se trata de um tricô. O efeito ajustado também é “hit”, mas que sejam com comprimento até abaixo do joelho e não curtíssimas. As mais incríveis apareceram na coleção da marca Fabiana Millazo, Aurea Prates, Lucas Magalhães, GIG, Mabel Magalhães, Faven e Vivaz. Saias à parte, o trabalho manual aplicados em bordados foi destaque. Na Vivaz apareceram em vestidos longos e ajustados nos tons pastéis, já na linha de acessórios Rogério Lima trouxe bolsas em modelagens diferenciadas tanto para homens quanto para mulheres nos tons de mostarda, laranja e branco. Mabel Magalhães caprichou nos maxi brincos e nos maxi acessórios, mas são os florais que aparecem nos vestidos midis e nas mais variadas saias. O estilista Lucas Magalhães inovou nas estamparias das listras mostrando com um novo olhar. Já a GIG apostou em outro ponto forte do verão que é o laranja, em total look ou com florais trabalhados em tricôs e rendas super delicadas. A Faven trouxe outra cor para o verão que é o azul bebê, também usado em looks monocromáticos e na combinação com flores. A marca Fabiana Millazo trouxe prints como se fossem grandes obras de artes pintadas pelos seus criadores. Já a Aurea Prates caprichou no trabalho artesenal de rendas e no branco, que sempre está em alta em temporadas de verão. Agora, é esperar essas coleções chegarem às lojas no finalzinho de julho.

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Foto 05 – Lucas Magalhães Foto 06 – GIG Foto 07 – Faven Foto 08 – Faven Foto 09 – Fabiana Milazo Foto 10 – Fabiana Milazo

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