Tribuna do Norte - 11/03/2014

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ARTIGO

A obra e a grandiosidade de Aleijadinho sob o olhar de Lívio Oliveira. PÁGINA 3

CIÊNCIA

HOJE NA TV

Cosmos, série de sucesso apresentada pelo astrônomo Carl Segan, ganha remake e volta à TV. PÁGINA 4

Especial 50 anos do Golpe Militar no Brasil começa hoje no Globo News. PÁGINA 2

O CINEMA CONTEMPORÂNEO ALEMÃO GANHA MOSTRA A PARTIR DE HOJE NO SESC. PÁGINA 3

BLOG AO PONTO

O dulce de leche e a imbatível confeitaria uruguaia.

tribunadonorte.com.br/aoponto

viver YUNO SILVA repórter

O

segmento da dança em Natal vive um eterno paradoxo: ao mesmo tempo que a cidade exporta talentos, gente que sai da província para estudar, atuar e trabalhar em companhias renomadas dentro e fora da país, faltam ações efetivas e continuadas para atender a demanda das duas escolas públicas de dança em atividade na capital do RN. Ambas funcionam com certa dificuldade, aos trancos e barrancos, e o grande mérito para o êxito das iniciativas recaem – basicamente – sobre os ombros de quem faz e lida diariamente com a área: diretores, professores, alunos e bailarinos. Na corda bamba desde o final da gestão passada, quando viu a quantidade de alunos minguar de mais de 500 para menos de 100 no final de 2012, a atual luta do diretor Dimas Carlos, também chefe do Núcleo de Dança da Funcarte, é para que não feche as portas de vez. A escola funciona na sede da Fundação Capitania das Artes, possui pouco mais de 300 alunos (10% de bolsas integrais) e em 2014 completa 40 anos de estrada. O assunto voltou à tona quando o Diário Oficial do Estado publicou informação de que o Ministério Público do RN converteu “em Inquérito Civil o Procedimento Preparatório nº 06.2013.00004562-6, que tem como objetivo averiguar a ausência de recursos para a continuidade das atividades” da tradicional escola de balé. “Esse processo formaliza uma série de conversas que já vínhamos tendo com o MP desde o início de 2013”, disse Dimas Carlos sobre o assunto. Ele garantiu que boa parte dos pontos apontados pela Promotoria de Educação foi atendida pela Prefeitura. Foi o próprio Dimas Carlos que procurou o Ministério Público para orientação. “Nos aliamos a lei e lançamos mão da criatividade para contornar os problemas que apareceram no caminho. Isso inclui a criação de uma Associação de Amigos da Escola de Ballet, em vias de registro oficial”, disse o chefe do Núcleo de Dança da Funcarte. Como resultado desses entendimentos, o Município obteve autorização para contratar, em caráter temporário, 10 professores para a escola de balé. O diretor contou que o processo de seleção está na segunda fase: “Passadas as inscrições, estamos na etapa da habilitação jurídica dos candidatos. Em seguida faremos as entrevistas e, por fim, os testes práticos”, explicou Dimas. As entrevistas ocorrem de 17 a 21 de março, e a prova prática de 24 a 26 deste mês. “Acredito que em abril contaremos com o reforço desses professores”, planeja.

Viabilidade A Escola Municipal de Ballet

Natal • Rio Grande do Norte • Terça-feira • 11 de março de 2014

Dança recupera

fôlego

Professor Roosevelt Pimenta teve suspensa a cobrança da mensalidade após as secretarias de Planejamento e Administração questionarem a legalidade da taxa – R$ 30 e R$ 15 para alunos da rede pública de ensino. Dimas destacou que o questionamento sobre a cobrança foi superado. “Apresentei documentação que comprova a necessidade da manutenção da cobrança. Só com essas mensalidades podemos garantir o mínimo para o funcionamento da escola”. Ele recorda que a mensalidade foi suspensa entre os meses de agosto e outubro do ano passado, fato que comprometeu a saúde financeira da escola: os oito professores remunerados com o dinheiro arrecadado tiveram o salário atrasado no período. “Quando tudo foi esclarecido”, ressalta, “as secretarias de Planejamento e Administração empenharam o dinheiro para quitar essas pendências, o trâmite agora é para desenrolar o pagamento. Temos que seguir a lei e vencer a burocracia, mas os recursos já existem, estão na conta da escola”, tranquiliza.

Como próximas metas, o diretor disse querer rever a regulamentação de três professores que já dão aula na escola há dez anos. “Também vamos tentar remontar o Balé da Cidade, dos doze estamos com apenas quatro bailarinos. Alguns foram remanejados para outras secretarias, outros pediram para sair. Queremos ver se com mais seis bailarinos retomamos os trabalhos”, verificou. O Núcleo de Dança também toma conta do Grupo Clássico, formado por alunos selecionados destro da própria escola, e o Balé Popular, que reúne voluntários e dançarinos de grupos de dança de rua ou grupos de cultura popular.

Restauração Já a situação da Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão, criada há 28 anos e mantida pelo Governo Estadual, é menos complicada que a escola do Município: na EDTAM, que possui 550 alunos e garante seu funcionamento com ajuda do Governo para custeio das despesas básicas, o maior problema é a falta crônica de ma-

Dimas Carlos dirige a Escola de Dança Roosevelt Pimenta. Esta semana, a escola anunciou a contratação de novos professores temporários e a formalização da associação

ì O QUE Escolas de dança mantidas pelo Estado e município passam por dificuldades diferentes para manter suas portas abertas. Enquanto a Edtam enfrenta problemas de estrutura física, a Escola Municipal de Ballet Roosevelt Pimenta busca viabilizar funcionamento com mediação do Ministério Público, que autorizou contratação temporária de professores

No ano em que completa 40 anos, Escola de Ballet Roosevelt Pimenta encontra alternativa para reordenar seu funcionamento. Já a Edtam promove intercâmbio cultural com franceses e aguarda restauração do prédio na rua Chile ADRIANO ABREU

nutenção do amplo prédio de três pavimentos construído no século 19 na Rua Chile, Ribeira. O prédio, que já foi sede do Poder Executivo estadual entre 1869 e 1902, está dentro do projeto do PAC Cidades Históricas que prevê restauração de vários imóveis e monumentos históricos com recursos federais. A reportagem do VIVER esteve no local e constatou que, apesar de deteriorada, a estrutura não está ‘caindo aos pedaços’: nas salas, espelhos quebrados, pisos de madeira rangendo, alguns pontos aparentes de infiltração, mas nada que justifique a paralização das atividades. Da equipe de 25 funcionários, 13 são professores remunerados com o pagamento das mensalidades (R$ 40) – um quadro que se completa com seis professores cedidos, dois cargos comissionados, três servidores da Fundação José Augusto mais a diretora artística Wanie Rose. Vista como referência no campo da dança aqui no RN, a EDTAM mantém quatro grupos: o Clássico, os balés Juvenil e Infantil e a Cia de Dança do TAM, braço contemporâneo da escola e principal vitrine do grupo fora do Estado. Desde o dia 7 de março, e até dia 19, Wanie e equipe recebem na EDTAM uma turma de 26 franceses do Lycée Les Fontenelles du Louviers para intercâmbio cultural. “Essa parceria vem sendo amadurecida desde 2001, quando conheci Tony Vrignaud (ex-diretor da Aliança Francesa, de 2000 a 2004)”, disse Wanie Rose. Ela adiantou que em maio os potiguares farão o caminho inverso. As passagens aéreas são investimento dos próprios bailarinos, que terão apoio francês quanto a hospedagem e alimentação. “Não dá para ficar esperando, vamos atrás com garra, dedicação, articulação e contatos”, releva Wanie.

CEDIDA

Editora: Cinthia Lopes[cadernoviver@tribunadonorte.com.br]


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