Livro 2017 2º Semestre

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QUANDO NÓS ÉRAMOS CRIANÇAS!

EJA

3ª etapa B 2017


Sumário A curiosidade saiu caro………………………………………………3 Lembranças da infância……………………………………………...4 A infância de Josué………………………………………………….5 Brincando com o perigo………………………………………………6 As peraltices de Severino……………………………………………..7 Minha temida infância………………………………………………8 Momentos felizes na roça……………………………………………9 E foi isso, minha infância…………………………….……………..10 Minhas travessuras……...…………………………………………11 O carro misterioso………………………………………………….12 A sobrinha fofoqueira……………………………………….…………13

Tempo bom, tempo feliz!...........................................................................14 Episódios da infância – bons tempos!.......................................................15 Minha história ………..………………………………..…………16 Assim como a chuva..................................................................................17


A curiosidade saiu caro

Por Prof. Adeilton Quando criança, sempre ia passar minhas férias em Minas Gerais, em uma fazenda onde meu avô era caseiro. Teve um ano que, quando eu cheguei a casa de meu avô, já era noite, então ele me disse: -Oi meu netinho, tenho uma surpresa para você! Todo feliz quis logo saber do que se tratava. Meu avô me disse: - A cabrita branca deu cria, e tem dois filhotinhos, mas você só pode ver amanhã. Inconformado, perguntei: - Por que só amanhã? Quero ver agora! Sábio e paciente meu avô explicou: - Só amanhã mesmo, porque eles estão presos debaixo do balaio, se eles fugirem agora, é perigoso algum bicho do mato os atacar, sem contar que eles podem fugir, ou até mesmo mamar além do necessário e passar mal. Mas amanhã bem cedinho eu te levo para vê-los. Muito curioso, eu pensei: “vou dar só uma olhadinha”. Quando levantei o balaio, os cabritinhos fugiram e deu o maior trabalho para conseguirmos pegá-los novamente. Ficamos até tarde da noite, mas conseguimos pegá-los. Imaginem a bronca que levei logo na chegada.

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Lembranças da infância

Por Delícia

Quando era criança, eu subia na jabuticabeira para comer jabuticaba e brincava muito. Mas também, eu lembro que fugia para não apanhar da minha madrasta. Lembro bem que eu e minha irmã ficávamos comendo bananas o dia todo até que meu pai chegasse do trabalho. Para não apanhar, lembro também que um dia, minha madrasta mandou que eu fosse buscar pão e leite, mas neste dia estava muito frio e eu fiquei parada na rua chorando. Sorte que um rapaz me encontrou e me levou para casa. Estas são algumas lembranças de minha história de quando eu era criança.

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A infância de Josué Por Josué Eu não tenho muito que contar e praticamente não tive infância. As lembranças que eu tenho são poucas. Quando eu tinha uns 8 anos de idade, morava com meus pais. Eu e minha mãe levávamos almoço para o meu pai. Um dia, fui levar o almoço e no caminho encontrei um toco de madeira Jeca. Foi quando eu peguei um pedaço de pau e comecei a bater no toco de madeira. Quando começou um barulho roncando dentro daquela madeira. Daí voou três besouros pretos e vieram atrás de mim. Eu peguei o prato de comida e saí correndo e eles vindo atrás de mim me mordendo. Esse besouro se chamava Mongongá. Foi quando quebrei o prato que ia cheio de comida para o meu pai. Meu pai trabalhava em uma casa de farinha. Imaginem, naquele calor do nordeste às 12h. Eu todo sujo, meu pai perguntou o que tinha acontecido para ter quebrado o prato de comida. Claro que eu menti, mas ele sabia que eu tinha mexido com os besouros que, do contrário, não atacariam. Ele me deu uma surra para nunca eu esquecer daqueles besouros. A lembrança de infância que tenho é essa. Nesse período, meus pais se separaram e tivemos que trabalhar para sobreviver. Aí acabou a infância de Josué.

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Brincando com o perigo

Por Reinaldo

Quando eu era menino, eu vivia em uma fazenda com meu pai, minha mãe e meus irmãos. A gente cuidava dos animais e trabalhava na roça. Uma vez, eu e um irmão fomos tirar mel de abelha e duas abelhas picaram o meu olho e não fui para o aniversário da minha prima na casa de minha tia.

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As peraltices de Severino Por Severino

Quando eu era criança, eu bebia leite de jumenta para os dentes ficarem fortes. Eu era muito levado. Todo dia de tardizinha, eu e meu irmão íamos tirar capim para os animais. Um belo dia, eu e meu irmão, fomos tirar a ração, mas nós começamos a brincar e acabou escurecendo. Não levamos a ração e nosso pai acabou desconfiando. Ele foi ao cocho e não tinha capim. Por fim, ele nos mandou tirar o capim no escuro. Outro dia, meu pai nos mandou dar água para os animais. Era época de seca. Quase não tinha água nos açudes. Nós demos um pouco de água para o jumento e para o cavalo. Depois os amarrei em um pau seco. Nesse momento, apareceu um colega que nos convidou a tomar banho no açude que já tinha pouca água. Nós começamos a subir no barranco e pular na água. Os animais do dono daquelas terras vinham beber água, mas não podiam porque nós estávamos batendo na água e lameando tudo. Quando nós olhamos para o caminho, meu pai estava nos vendo. Nós pegamos os animais e fomos para casa. Logo vimos papai com a corda na mão. Levamos uma surra e ele nos mandou tirar a ração, botar a água nos cochos e só nos deixou comer à noite. Obrigado meus pais por me corrigirem. Fiquem com Deus onde vocês estiverem!

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Minha temida infância Por Gildázio Bom, iniciarei o meu texto com algo muito triste. Quando pequeno, morávamos na Bahia, eu, minha mãe, meu pai e meus três irmãos. Eu, Gildázio, minha irmã Joanice, a outra irmã Joelma e o pequeno Joaldo éramos pobres, mas felizes. Tudo mudou quando a minha mãe obteve uma grave doença (que a tirou de nós ainda pequenos). Então, fomos morar com a minha avó (materna) e madrinha. Assim, logo viemos para São Paulo. Chegando aqui, obtemos outra perda... Meu irmão caçula Joaldo se foi aos 11 meses de idade. Morávamos no Guarapiranga, depois mudamos para o Jd. Noronha. Aqui fiz vários amigos e colegas. Brincávamos de bola, jogávamos bolinha de gude, de pega-pega, pulávamos corda, soltávamos pipas e andávamos de bicicleta emprestada de meus vizinhos. E assim foi a minha infância!

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Momentos felizes na roça Por Jussara Quando eu era criança, morava com os meus pais. Eu me lembro que meus pais moravam numa cidade bem pequena. Eles tinham uma casa nessa cidadezinha, mas nós não ficamos muito tempo lá. Como meu pai trabalhava na roça, nós passávamos bastantes dias lá. Quando íamos para a roça, nós tínhamos que levantar bem cedinho e meu pai, junto de minha mãe, juntava todos os filhos e saia da pequena cidade e ia para a roça. Até chegar lá, passávamos por um longo caminho. Meu pai gostava de cortar caminho pelo mato entre as trilhas das fazendas, em vez de ir pela estrada, pois era mais longe. Ao chegar na roça, minha mãe fazia seus serviços de casa e nos ajudava. Era uma casinha bem distante de tudo. Lá no meio do mato. Não tinha vizinho por perto. Não tinha energia, era roça mesmo. Mas era bem legal, não me lembro muito, mas o pouco que lembro, eram de momentos bons. Lá tinha uma barragem onde tomávamos banho, lavávamos pratos e roupas. Também tinha um lugar onde brotava água a qual nós bebíamos. No amanhecer do dia, a minha mãe alimentava os bichos. Tinha bastante galinha, perus, porcos, pato... Minha mãe cuidava deles todos e o meu pai ia pro curral tirar leite da vaca e cuidar do gado. Eu e meus irmãos ficávamos em casa junto com a nossa mãe, mas nós também brincávamos bastante e eu pirraçava bastante meus irmãos. Quando meu irmão estava tomando café, eu jogava meleca dentro de seu café e ele corria atrás de mim para me bater. Há, ha, ha... Sou terrível né?Foram momentos muito bons da minha infância quando eu vivia na roça junto de meus pais e irmãos. Essa foi um pouco da minha

história! 9


E foi isso, minha infância. Por Weslley Carlos

Quando eu era pequeno, gostava de brincar com meus colegas de minha rua. Engraçado como nós tínhamos uma rixa com os meninos da rua de baixo. Não sabia bem o porquê, mas nós, da rua de cima, não nos batíamos. Às vezes, vinha o parque de diversão para a vila e nós ficávamos muito felizes. Esquecíamos a rixa e todos nós nos uníamos e até inventávamos brincadeiras novas. Às vezes também jogávamos muito vídeo game. Na época, era o Playstation 1. Éramos relativamente felizes. Não tínhamos muitos problemas, xô os de criança mesmo, como mentir para não apanhar, porque aprontávamos muito. E foi isso.

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Minhas travessuras Por Verônica Um certo dia, estava indo buscar água no poço com algumas colegas e na volta decidimos parar para pegar manga. No sítio, que ficava próximo do local onde fomos pegar água, paramos, tiramos as latas que estavam cheias de água da cabeça e corremos para o sítio. Porém tinha uma cerca de arame farpado, então uma abria o arame para as outras passarem. Conseguimos entrar e chegar nos pés de mangas. Porém eram altos e não tínhamos força para derrubar as frutas. Então, saímos olhando em volta e vimos que tinha uma casinha feita de barro que estava com a porta aberta. Entramos e, para nossa felicidade, tinha muita manga em várias bacias. Fizemos a festa! Enquanto uma olhava para ver se vinha alguém, as outras comiam. De repente, estava vindo o responsável pelo sítio, um senhor que não era mais jovem. Ele percebeu o que estava acontecendo e foi em direção a casa. Saímos correndo deixando mangas espalhadas por todo lado e a sujeira também. Pois além de comer, ainda separamos algumas para levar. Saímos correndo e o dono do sítio correndo atrás com um pedaço de pau na mão, xingando um monte de coisas feias. Com medo, corremos muito até chegar na cerca de arame. O desespero de sair era enorme, me machuquei toda. As pernas e as mãos ficaram furadas. Corremos até as latas. Com a pressa, derramei metade da água na hora de colocar na cabeça. Chegando em casa, o medo foi ainda maior. Dona Maria José, minha mãe, nervosa, perguntou: - Por que tinha demorado tanto? O que eu ia falar... Estava toda machucada e a lata que trazia água quase vazia. Acabei contando tudo. Tomei uma surra com um cipó até grosso e me mandou tomar banho com água com sal. Quando a água batia nos machucados, até pareciaoutra surra. Chorei bastante, mas logo aprontava novamente. Naquele dia, ainda fiquei sem almoço, porque já estava de barriga cheia de manga... Palavras de minha mãe!

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O carro misterioso Por Maria Vilma Bom, eu lembro que em certo dia estava eu com meus irmãos em casa brincando. Quando de repente, eu escutei um barulho de carro. Eu deveria ter uns dez anos. Eu e minha família morávamos na roça, no meio do mato, pra se ver alguma pessoa, só a pé. Na época estava rolando uma história de que tinha uns homens andando com um carro pegando crianças e tirando o fígado. Eu já fiquei assustada, olhando. Voltando então a história, eu estava brincando com meus irmãos quando, de repente, parou um carro na frente da minha casa. Eu não pensei duas vezes, peguei os meus irmãos e cai dentro da plantação de batatas que tinha no fundo da casa e me escondi. De repente, eu olhei para frente da casa e vi os homens vindo para nosso lado gritando:

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A sobrinha fofoqueira Por Sandra Um dia, fui buscar água. Chegando lá, dei de cara com um rapaz que gostava de mim. Quando eu vi, tomei um susto porque eu jamais esperava encontrá-lo. Olhei para ele e perguntei: - O que você está fazendo aqui? Ele me respondeu: - Estava te esperando. - Como você sabia que eu vinha? - Mas todos os dias você não vem? Respondi que nem sempre. Havia dias que não ia. Ele respondeu: - Então, dei sorte. Só que a nossa conversa não demorou muito porque quando ele veio me beijar, chegou minha sobrinha. Que raiva que eu fiquei, mas também fiquei preocupada porque minha sobrinha voltou correndo pra casa da minha mãe. Olhei para ele e disse: - Tenho de ir, sei que ela vai contar tudo para minha mãe, só que do jeito dela. - Mas ela não viu nada demais! – disse ele. - Sim, mas ela é terrível! Assim, quando cheguei, minha mãe já estava me esperando. Olhou-me e disse: - Que bonito, Sandra! Fui logo me explicando. Falei que a Neide estava mentindo, pois não tinha acontecido nada. Ela então disse: - É, mas o Cláudio estava lá? - Sim – respondi. Expliquei que eu não sabia que ele estaria lá e que não tinha acontecido nada, mas ela não acreditou em mim e falou que ia contar para o meu irmão. Então me desesperei: - Por favor, acredite em mim, não aconteceu nada. A Neide está mentindo. - Tudo bem. Dessa vez passa. Nossa, que alívio! Só que fiquei pensando: a Neide me paga! Dei um tempo e procurei-a. Quando ela me viu, ficou toda sem graça e eu disse: - O que você foi fazer atrás de mim, sua nojenta? - Nada – ela me disse. - E por que você voltou correndo para contar para a minha mãe? - Só falei o que eu vi. - Mas você não viu nada! E outra, na próxima vez que você fazer isso, você me paga, está me ouvindo? Ela ficou calada, mas depois me pediu desculpas e falou que não iria acontecer mais. - Tudo bem, mas se você fizer de novo, não respondo por mim! – Ameacei. 13


Tempo bom, tempo feliz! Por Júlia Eu tinha 10 anos quando eu fiz uma arte! A geladeira começou a fazer gelo e eu fui com a boca no congelador e meus lábios ficaram grudados. Foi uma dor tão grande! Minha mãe ficou muito brava! Outra história... Eu adorava andar de carrinho de rolimã, mas naquele dia, minha mãe tinha me comprado uma blusa. Mesmo assim, fui andar e acabei rasgando a blusa. Contei a minha mãe que a gata havia rasgado, mas é claro que ela não acreditou em mim, só que tudo acabou bem. Eu e minha irmã Renata brigávamos muito. Teve um dia que ela colocou detergente no copo de água e deu para eu beber. Ela ficou dando muita risada de mim! Teve outro dia que eu peguei ela de jeito e fiz pior com ela. Tinha uma garrafa que estava quebrada, então eu joguei na cabeça dela e fiz um buraco. Minha mãe me deu uma grande surra. Mas sinto muita falta desse tempo que era tão bom, era muito feliz! - Ei, vocês aí, não precisam se esconder que eu estou vendo vocês, tá. Eu sou o guarda da Sucon. Preciso falar com vocês... Aí eu saí de dentro dos batatais toda sem graça...

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Episódios da infância – bons tempos! Por Adenilda Episódios da infância, como não lembrar, episódios bons e ruins sempre lembramos. Tive uma infância feliz, morávamos num bairro muito gostoso, tinha muitos amigos, brincávamos muito. Nossa casa era simples, mas muito aconchegante, tinha um quintal bem grande com muitas plantas e tinha também no meio do quintal uma banheira que estava sempre cheia de água limpa. Quando eu chegava de minhas brincadeiras era lá que me refrescava. Um episódio que eu nunca irei me esquecer foi quando saí sem que minha mãe percebesse e fui empinar pipa. Nesse meio tempo, caí de cima de um muro, me machuquei feio, cheguei em casa com a calça rasgada, um machucado enorme no braço e um tornozelo super inchado. Minha mãe ficou muito brava, mas cuidou dos meus ferimentos com muito carinho, fiquei alguns dias de castigo, sofri bastante com esses ferimentos e com o castigo também, mas valeu a pena. Curti muito a minha infância, fui muito feliz, eu e minha irmã fomos muito amadas por nossos pais. Eu e minha irmã não brincávamos muito, porque nessa época ela era uma adolescente e tinha outras amizades de sua idade, mas nós nos dávamos muito bem. Agora só resta a saudade de tudo.

Bons tempos! 15


Minha história Por Rosana Meu nome é Rosana Nazaré Sousa. Filha de Maria Rosa Gomes de Nazaré e Benedito Monteiro. Esses são meus pais biológicos. Mas eu fui criada por meus avós: Luzia Nazaré e Manoel Nogueira. Eu não tive uma infância muito boa. Quando eu tinha sete anos, eu ia sempre passar os finais de semana na casa de minha mãe. Mas eu tinha um padrasto do mal. Ele não gostava de mim, porém eu gostava de ir para lá pela minha irmã e minha mãe. Comecei a trabalhar com uns dez anos na casa dos patrões de minha mãe. Eu fui morar com a filha deles para brincar com seu neto, porém eu fazia de tudo lá. Eu não sabia tratar frango, mas ela me mandava fazer. Eu chorava muito. A criança tinha cinco anos e eu cuidava dela também. Eu não conseguia ir para a escola, nunca dava tempo! À noite, eu chorava com saudades de minha família. Mas um dia, acabou. Eu voltei para minha casa. Entretanto, minha mãe era muito pobre, passava muitas dificuldades. Eu não me lembro de ter tido uma festa de aniversário! Mas me lembro que na noite de Natal, a minha avó acordava a gente à meia-noite para dar feliz natal e a gente comia bolo com chocolate quente.

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Assim como a chuva... Por Profa. Luciana

A infância assim como a vida é repleta de momentos felizes, mas também de momentos tristes e dolorosos, conforme pudemos ver nas histórias de vida aqui registradas. Assim também é a chuva, que pode trazer alegria e tristeza. Mas que também, muitas vezes, traz o arco-íris. Por isso, relato um hábito presente na minha infância, que às vezes faço agora quando adulta buscando a alegria da infância, que é tomar banho de chuva. Minha madrinha Rosa chamava todas as crianças para saírem à rua. Então, pulávamos em poças d’águas e brincávamos na chuva. Portanto, que possamos viver as chuvas da vida e contemplar também os arco-íris!

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Livro produzido pelos alunos da EJA - 3ª etapa B, no ano de 2017. EMEF CEU Três Lagos. Edição final: Professora Luciana e Professor Adeilton.

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