Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

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JANEIRO 2005 CNT REVISTA 5

EDITORIAL

Uma longa jornada CLÉSIO ANDRADE PRESIDENTE DA CNT

“NESTE ANO SABEREMOS RESPONDER, COM CRIATIVIDADE E ESPÍRITO EMPREENDEDOR, AOS DESAFIOS DESTE PAÍS. MAIS UMA VEZ VAMOS FAZER O BRASIL CRESCER”

I

niciamos 2005 na crista de uma saudável e justificada onda de otimismo. Já se pode perceber que resultados obtidos na macro economia começam a chegar ao bolso do brasileiro, na forma de novos empregos e de recuperação da renda. Há razões de sobra para acreditar que o Brasil inicia uma nova fase de crescimento, desta vez com perspectivas duradouras. Ao longo destes anos, passamos por grandes dificuldades e muito sacrifício. Mas em 2004, apesar da austeridade econômica e da elevação da taxa de juros, o país voltou a crescer. De março a agosto, a produção industrial aumentou a cada mês, o desemprego diminuiu, o número de trabalhadores com carteira assinada aumentou em 1,785 milhão – expansão de 8,6% em relação ao ano anterior –, a inflação foi mantida sob controle e o governo comemora a marca de US$ 94 bilhões exportados no ano. No setor de transportes, apesar do investimento muito aquém do necessário para evitar gargalos de crescimento, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, assegura que sua pasta investirá R$ 6 bilhões na melhoria de condições de tráfego nas rodovias federais, em portos, ferrovias e transporte hidroviário. Investimento necessário para evitar que o crescimento do país seja brecado pela falta de condições de transporte e dificuldade de escoamento. São fatores positivos, que enchem de otimismo não só o governo como o país. A última pesquisa CNT/Sensus demonstra com clareza que o Brasil foi contagiado pelos números positivos da economia: o percentual de brasileiros que

acreditam que sua renda mensal vai aumentar nos próximos seis meses passou de 43,1%, em setembro, para 47,7% em dezembro, apesar de 59,5% dos entrevistados terem mantido a renda no último semestre. As notícias da economia são boas, mas não podemos deixar de ser realistas: ainda há muito o que fazer até que tenhamos um país economicamente forte e socialmente justo. Ainda há muito o que mudar. A política monetária impõe juros demasiadamente altos que sangram empresários e trabalhadores. A pesada carga tributária é inibidora de investimentos. É preciso dar um basta nessa fúria arrecadadora que há décadas assola o Brasil em todos níveis de governo – federal, estadual e municipal. É prioritário que o governo promova reformas na administração pública e adote um novo modelo de gerenciamento que acabe com o excesso de burocracia, diminua gastos e melhore a prestação de serviços ao cidadão. A reforma do judiciário recém-aprovada pelo Congresso ainda é tímida e precisa ser aprofundada. É urgente que se promova ampla reforma trabalhista que garanta os direitos dos trabalhadores, mas que estimule a geração de empregos. Temos ainda uma longa jornada de trabalho pela frente. Nós, empresários e trabalhadores do transporte, podemos nos orgulhar de termos dado uma enorme contribuição a retomada do crescimento do país. A produção nacional foi transportada mesmo quando parecia impossível transportá-la. E neste ano que se inicia saberemos responder, com criatividade, tenacidade e espírito empreendedor, aos desafios cada vez maiores deste país. Mais uma vez vamos fazer o Brasil crescer.


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