Revista O Malho

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ANO

XLIII

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AB9IL DE 1945

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Edisao Edição da S. A. O MALHO ANTONIO A. DE SOUZA E SILVA

Diretorei: Diretores:

OSWALDO DE SOUZA E SILVA ANO

XLIII

-

ABRIL PREQO PRÊÇO

DAS

Seis meses .

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63

1945 ASSINATURAS Cr Cr'Cr"' Cr Cr

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1945

— 3 —

JÚNIOR

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LTOA.

MALHO

Nem todos sabem que..

DANSARINOS

NUNCA

VISTOS

Um camponês de Zara, Dalmácia, chamado Josip Culic, ficou tão sentido com a mudança operada na política de seu país, que se resolveu a... dansar por espaço de 90 horas consecutivas e tocando gaita ao mesmo tempo.

Essa façanha teve lugar de 20 a 24 de Julho 1866.

Antes de Josip Culic, houve outro bailarino de força. Era um comediante inglês, William Kemp, que, por ocasião da Quaresma de 1599, decidiu-se a percorrer 200 quilômetros dansando! Essa viagem extraordinária causou sensação em toda a Inglaterra, e fizeram-se até apostas pró e contra. William foi "A maravilha dos Nove Dias . cognominado Dois séculos após, outro inglês, Wiell Willet, bailou durante 12 dias, o que lhe valeu o epiteto de "maior dansarino do mundo". de

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Entre os anos 1843 e 1906, vivia em São Petersburgo um crítico teatral, Konstantin Stalkowski, que bateu o record. de freqüência a teatros. Naquele período, êle assistia, sem se enfastiar, a 30.000 espee a táculos no Teatro Imperial de São Petersburgo, "Konjok dansa da seguidas, 1.250 representações Gorbunok".

Nâo aceite substituto. Exija o nome"CAMARGO MENDES".

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Guilherme Maida, de Baltimore, inventou um radio-receptor de bolso, armado no olho de uma agulha de coser! O original aparêlhozinho pode captar emissões de ondas longas, pois conta, para isso, com todos os pertences indispensáveis: válvulas, arames, etc.

OS

SAIOTES

DAS BAILARINAS DE PARIS

DO

OPERA

'—.'

Sebastien Spinola, o criador do bailado francês escreve Gil Pérez — sofreu a amputação das pernas quando tinha onze anos. Notável exemplo de perseverança ante a adversidade, foi o maior mestre de bailados do XVI século, e ninguém o sdBrepüjoü nos domínios de Terpsícore.

Quando o Shá da Pérsia visitou, em 1873, a eidade de Paris, deu-se em sua honra, no Opera, um espetáculo de gala. Os bailados entusiasmaram a tal ponto o monarca, que êle mandou vir à sua presença

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o

MALHO

— 4

C|OrçCOURS IV — 1 9 4 5

a.

a primeira bailarina para felicitá-la e condecorá-la.

De volta à Pátria, quiz prestar outra homenagem às bailarinas francesas, e essa, em verdade, valeu por uma consagração imortal: S. M. decretou que o saiote das bailarinas "servisse de modelo para o vestido tipicamente nacional das damas persas".

O "tutu", como dizem as bailarinas do Opera, assemelha-se ao saiote dos soldados gregos, mas a origem de ambos trajes é distinta.

A

MULHER QUE

VIVEU

QUASE

200

ANOS

"DesLendo o livro de De Moussy intitulado cripción de Ia Confederación Argentina", atraiu-nos a atenção o relato em torno de uma negra que viveu 180 anos.

Lúcia Trejo, como se chamava, nasceu na Provincia de Santiago dei Estero (Argentina) por volta de 1600 e faleceu, a 28 de Março de 1780, numa fazenda pertencente a uma congregação de padres jesuítas, em Alta Gracia.

Em certa fase de sua longa existência (1637), quando residia nos arredores de Santa Catalina, esteve trabalhando, na qualidade de doméstica, em casa de D. Fernando de Trejo y Sanabria, bispo de Tucumán e filho de um oficial do exército, o capitão Trejo. D. Fernando, ao que parece, perfilhou-a e agregou-lhe ao prenome o apelido de sua família.

O deão Funes, que conheceu a preta centenária, deixou sobre ela várias páginas curiosas. — N. de S. CHUVAS DE

SANGUE, DE DE LEITE

ENXOFRE

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i As chuvas de sangue, de que há notícias desde épocas remotas, alarmaram sempre os supersticiosos, Para os quais eram sinais de máu agouro. Os astronomos explicam que esse fenômeno é devido a que, achando-se o espaço saturado de partículas de oxido de cobre, de ferro, sulfuro de arsênico, etc, estas se misturam à chuva, dando-lhe côr avermelhada.

As chuvas de enxofre, que caem, preferentemente, nos arredores dos pinheirais da Europa (Itália, por exemplo) são originadas pelo pólen que se desagrega das flores.

No ano 539, as praias italianas apareceram cobertas de sangue, e no ano de 679 sobre os soldados romanos, que pelejavam na Espanha, caíram bátegas de chuva rubra.

Sobre a cidade de Roma, 488 anos depois de sua fundação, isto é sob o Consulado de Marco Va'ério Máximo, e no ano 643, igualmente, choveu leite durante três dias.

IV

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SORRINDO ^

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GRIPE/ / RESFRIADO/ NEVRALGIA/

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DORE/ A CABEÇA

TRAN5PIRQL O

MALHO

IMPOSTOS E VIDA CARA Por NELSON MAIA FARIA um jornal da Capital da República publicara que "a questão s;cial do Brasil é mera questão tribuJA taria".

Em tempos idos se dizia, também, que "era mera questão de policia".

Não há duvida, a pluraridade de impostos e taxas federais, estaduais e municipais, concorre, de certo modo, para dificultar á vida dos que vivem de ordenados ou salários. Mas, o fator principal, no meu modo de vêr, é diverso e está relacionado com a imesquinhez dos salarios pagos aos homens e ás mulheres que trabalham nas industrias, nos campos e no comercio, prinoipalmente no alto comercio.

Ainda ganham muito pouco, sobretudo nestes tenebrosos dias de guerra, esses obreiros do progresso nacional. dos grandes cu pequenos centros.

6ão insignificantes |os seus salários,em face dosi gL-an-

des juuiuí acuais cie muitos u\.s taLaoexecumcneos inúustriais ou comerciais espalhaaos pelo território nacional.

Se um estabelecimento fabril, em determinado p3L-iodo, faz bons negócios, e os seus lucros aumentam cinco vezes mais do que em outras épocas, não é justo que os braços que impulsionaram ás máquinas e que foram os criadores dessa riquesa, fiquem esquecidos e não participem, dese lucro, numa proporção equivalente ás suas minimas necessidades, maximé nesta época de grandes aperturas.

Os chefes de familia numerosa deveriam ser, já o já, obrigatoriamente aquinhoados.

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MALHO

Enquanto "o homem- foi eeptórfedo pe*5 homem" haverá sempre questão social em todos os quadrantes do globo. | j í jj E quando é que o homem deixa de ser ambicioso, usurario, egoísta, salafrário e inimigo de si mesmo ?

Se já o era na Idade Média, quanto mais agora que tem a inteligência bastante desenvolvida, maior senso realista e um mcomensuravel apetite de ganho ?

O homem é um animal incorrigivel e só aprecia tudo quanto é ruim.

Até mesmo na decrepitude, cem as energias; mentais e físicas diminuídas, é agressivo e perigoso.

Esta acabará — questão social — no dia emi que houver verdadeira justiça social, e os mais felisss procurarem remunerar melhor aos menos felises, isto é, ás criaturas sem instrução ou pouco instruídas, mas honestas, de bôa índole e esforçadas, que, de sol a sói, emprestam o valor de sua inteligência — ou de seus rijos músculos, á determiründa tarefa.

Tenha o homem que trabalha um teto próprio e ganhos suficientes para se manter modestamente, a si proprio e a:s seus, e nunca se lembrará de greves ou revoiuções sociais.

Também a instalação de grandes hospitais, providos de todos os recursos médicos, nos centros mais populosos (cidades do interior dos Estados), administrados direta e exclusivamente pelo Governo da União, seria uma providencia de elevado alcance social.

A par disto, escolas proíicionais e de instrução primaria, em numero maior o quanto possivel.

Suprimam-se todas as grandes despesas, e todas as sobras de dinheiro se empreguem na iniciação dessa grande obra de tynparo social.

O problema da casa própria para o trabalhador em geral, braçal ou intelectual, podeiria ser resolvido, no meu modo de ver, sem grandes canceiras.

Bastava que os governos da Unia 3 e dos Estados, cedessem ás diversas Caixas e Institutos de Aposentadorias e Pensões, as áreas de terra disponíveis e devoiutas aos mesmos pertencentes, para que nas mesmas fossem construídas casas econômicas e populares para terem vendidas aos referidi.s trabalhadores, por preço justo e ao alcance de suas bolças.

Essas Caixas e Institutos dispõem de numerário suficiente para fazer face a essa despesa, como todos sabem.

A divida contraída seria saldada em dez ou mais anos, cobrando-se juros modic:s, nunca acima de 5 %, pur meio de pagamentos mensais e que nâo excedessem a 20 % do salário ou ordenado.

Os impostos são necessários e não podem ser abolidos. Alguns regulamentos é que precisam ser refundidos e melhorados.

O imposto indireto que dá maior renda — de Consumo — só poderia ser suprimido so a arrecadação do de Renda fosse 4 ou 5 vezes superior á daquele.

Isto só será possivel, entretanto, daqui há muitos anos, quando o Brasil fôr um paiz verdadeiramente industrial e tiver dois terços ,ao menos, dos capitalistas que teem a America do Norte, a Inglaterra, etc.

A antiga lei do imposto de consumo sofreu profundas modificações, e alguns produt:s de uso forçado das ciasses pobres, ficaram isentos do imposto.

O imposto de renda é que poderia incidir sobre a renda bruta superior a 24.000 cruzeiros, quando essa renda proviesse, principalmente, de ordenado ou salário.

O dinheiro despendido com aluguel de casa, sustento de pais, irmãos, netos, sobrinhos, etc, deveria, tambem, ser deduzido da renda bruta.

Os que o fraudassem deveriam ser processados criminalmente, além. da obrigação de recolher aos cofres publicos o que fosse devido.

Com o decorrer do- tempo tudo isto será posto em execução, e, assim, os impostas e a vida cara não preocuparão tanto a tanta gente.

I V

19 4 5

O "City o} Raguse" em alto mar.

DUAS AO

"CASCAS

DE

NÔS"

VAGAS volta de 1874, uma estranha embarcação, o "City POR oí Raguse", empreendeu a travessia do Oceano Atlântica, largando de um porto inglês em demanda QUANDO MENOS SE ESPERA dos Estados-Unidos.

Era uma chalupa de duas tonelaapanha-se um resfriado das, tendo 6 metros de comprimento pq: 1 metro e 80 Basta baixe a nossa que cts- de largura.

Propulsionava-a uma hélice de madeiresistência orgânica, devido raà mudança brusca da temA tripulação compunha-se nada menos de dois hoperatura ou a um excesso mens, que levavam vive.-es para três mêses e 150 litros qualquer, para que se insde água diüce. tale o micróbio, estabelecendo a infecção.

Outro barco de pequenas proporções que levou a cabo Para cortar o mal, A GR IP AN Urna viagem extensa, de Boston à França, foi o "Nautilus", é de efeito rápido e decia 7 de junho de 1899. Tinha o me^mo comprimento do sivo, especialmente quando City of Raguse" e igual número empregado logo no início. de tripulantes, que* eram °s irmãos Andrews.

Arribou ao ponto de destino após 53 dias da navegação.

A viagem foi arriscada.

Pouco gr ipan além. do farol Minot, apanhou-o uma PRODUTO RAUL LEITE borrasca, durante a n°ite. a navezinha ficou às escuras durante horas, e o UMA INDUSTRIA NACIONAL DE CONCEITO UNiVERSAL vidro da bitácula Brasileira partiu-se. Os tripulantes voltaram atrás, P-iém com o intuito de reencetarem a viagem à França.

Ao atravessarem de novo o Atlântico, cos viajpres disseram aos jornalistas parisienses que havárias tempestades lve'-am de enfrentar. A última, vie,m realizado tão acidentada travessia para assistirem um tremendo "torna" arrastou 0 "Nautilus" ao Canal de Saint-George. ao grande certam^ da Cidade-Luz. Daí abordaram a Mullion Cove.

Serenados os ventos de Este, Puderam prosseguir a derrota LIMPA, ALVEJA E AMACIA A CUTIS rumo à França.

A façanha dos irmãos Andrews foi bastante comentada em sua época.

LClTE VlBfL O pequeno navio, cpmo sucedeu aqui, à jangada de Jacaré, foi exibido na Exposição Uni versal de Paris de 1889. Os heróiLEU

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Pois bem, verás que partirei Amando-te inda mais do que te amei. . . " Não partas meu querido, Tú podes ser ferido Ou mesmo falecer Ouvindo o retumbar de um trágico canhão !

Não partas meu amor, por Deus, não partas, não-. •"

O uso das PASTILHAS MINORATIVAS restituiu-me a alegria e bem estar.

Esse produto é um laxativo suave para todas as idades.

«Si^o o meu conselho e"fome

{p&^ nniní)8ATWM conTBB n prisão

Minha querida: — Já temos nas trincheiras As gloriosas tropas brasileiras.

A Pátria me convida A defender os seus...

Eu vou para bem lonje, adeus; adeus ! " Não, tú não deves partir, Recorda meu passado e pensa no porvir !

Tú me juraste amor puro e sincero E- quando eu mais te quero Pretendes me deixar em plena solidão?

Homem sem coração !...

Não, não; mil vezes não !"

De uenTRe

É muito tarde, não soluces tanto Que o convite da Pátria é sacrosanto !

Podes crer !

Eu sempre fui escravo do dever !

Jamais esquecerei as juras que te fiz Reza por mim. • ¦ Adeus !

"E. sê feliz !••..."

UBALDO

ESTREMECIMENTOS

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A ti, minha Mãe, com extremo afeto e dcdicação profunda, oferece-te o teu filho que, talvez, não mais te veja; que, talvcs, não vejas mais; a mais sentida a mais genuina c sincera nota de sua alma.

Oh ! Mãe ! Amor, perfume e luz, graça infinita, desvelo, remissão és tú, visão preclara que não sabes odiar. A lira eu te votara e a vida, se exprimir pudesse esta alma aflita

3.* Edição

¦

RIBEIRO

O seu fundo sentir. Se a razão me ajudara, se me fora o talento excelso, alma bendita, que não cabes jamais deste soneto na Ara, eu te dissera o amor que, em mim, por ti palpita !

Um livro útil, mesmo necessário a todas as

Para exprimir quem tu és ó Mãe, eu precisara da linguagem Hivina usar com que os Céus falam na mudes singular das noites estreladas • ¦ •

senhoras que vão ser mães.

Ah ! na distancia atros que de ti me separa, as lagrimas do pranto aceita, que resvalam, oh ! Mãe, no rosto meu, na Dõr transfiguradas !

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Obra do professor Dr. Arnaldo de Moraes, da Universidade do Brasil.

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_ 8 —

I V

19 4 5

üm soldado argentino qüe Descende de çHaíeaübriaND fi-

francês em Setembro de 1942. André, ao que re-

lho da Condessa MarieHélène de Saint-Georges

ferem as folhas platinas. é um jovem tímido em

Armstrong

cujo

de

André f\ conde ^¦^ Chateaubriand,

briand, conta atualmente 23 anos de idade. E'

semblante, amorenado pelo sol luzem dois olhos vivos e pers-

casado

picazes.

atriz

de Chateau-

com

linda

uma

americana,

Irene

Francês Bruno, que junt tou

a seu

lido

do

nome

o ape-

imortal

literato

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1943, Desde presta serviços ao Exército argentino como tradutor de língua francesa.

Faz pouco tempo, a pedido do Estado-maior, passou para o castelhano uma obra de interês"História da se militar, do francesa", derrota

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HOra

escritor

notável

Henry

Bidon.

Em

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André

LAMINA

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AZUL

1943, o conde foi à Califórnia

(E. Unidos) afim de assistir os derradeiros

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momentos

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de

sua

mãe,

que lhe deixou uma fortuna calculada em 20 milhões.

Sua esposa, uma linda morena de 21 primaveras, descende do gloriofrancês so compositor Camílle Saint-Saèns. —

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_10_

IV

— 1945

jm

data de 20 de Abril deste ano vai servir de motivo ás merecidas homenagens do Brasil á memória de um de seus grandes Filhos.

Essa

efeméride

assinala

a

passade nas-

menagens que agora principiam a ser prestadas ao grande Chanceler. A essas homenagens o povo se associa, numa identificação profunda: é que na figura do Barão do Rio Branco se reuniram as

gem do primeiro centenário cimento do Barão do Rio Branco. E basta

virtudes de herói que têm ressonâncias na alma popular. Ainda está bem viva na

a simples advertenca do motivo daquelas

memória das velhas gerações a irradiação da personalidade do grande brasilei-

homenagens para que elas sejam instantaneamente reconhecidas na justiça de seus propósitos. José Maria da Silva Paranhos pertence á estirpe dos homens cujo nome se liga indissoluvelmente á historia da nacionalidade. A biografia do Barão do Rio Branco confunde-se, em vários Iances, com a biografia do Brasil. O melhor de sua vida ele a dedicou ao estudo e à defesa das grandes causas da Pátria. '._>¦•»¦•*

Por isso mesmo a sua presença marca a solução de conflitos no continente ameAli,

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BRANC

RIO A

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ricano e restabelece a iinha verdadeira de nossas fronteiras. O governo da Republica houve por bem patrocinar as ho-

ro.

Rio Branco soube

aproximar-se

do

povo e inspirar-lhe a confiança que o sagrou, no tribunal dos julgamentos populares, o mais benemérito de quantos orientaram a politica exterior do Brasil.

Não somente pelo que realizou — é grande o Barão do Rio Branco. A sua grandeza está, tambem, nos exemplos e lições que nos legou. E assistimos ainda hoje ás ressonâncias de sua passagem pela terra, quando vemos seus sucessores seguirem-lhe os ensinamentos na projeção universal do Brasil. A Chancelaria brasileira nunca miais esqueceu o exemplo de Rio Branco.

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O

DO

CENTENÁRIO

BARÃO 00 UIO BRANCO

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dia 20 do corrente assinada a passagem do primeiro O centenário do nascimento de José Maria da Silva Paranhos Junior, Barão do Rio Branco, figura singular da história americana, de cuja diplomacia foi um dos maiores nomes, e cuja memória, para nós, seus compatriotas, tem a mais alta significação.

Dotado de qualidades que nem todos os homens públicos logram reunir, o Barão cumpriu toda uma soberba tarefa, sua permanência à frente do Itamaratí, cobrindo de glórias o nome do Brasil.

Conhecedor profundo das coisas brasileiras, estudioso incansável das nossas origens e formação histórica, o grande chanceler, que recebeu o cogr.ome de "Marechal da Paz", durante sua gestão na pasta do Exterior solucionou por meios pacíficos quase todos os nossos problemas de fronteiras, sendo o ir t. a .-V l:, 4.,U grande propugnador do principio da arbitragem, de que o nosso país, a Placa comemorativa da assinatura do partir de então, se fez o tratado de Petropolis, um dos atos dedefensor máximo na vido à capacidade diplomática de Silva América.

Paranhos.

trata-x

José

Maria da Silva Paranhos Junior — Barão do Rio Branco.

T.í>_-IE?UG

O busto do Barão do Rio Branco, em bronze, que figura na galeria da União Pan-Americana.

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A estutua do Barão em mármore de Carrara, pelo escultor F. Charpentier. Faz parte do seu monumento na Esplanada do Castelo.

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de conjunto do monumento ao grande chanceler, na Esplanada do Castelo.

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Nota deveras curiosa, na vida do grande estadista brasileiro, é, sem dúvida, a da oposição que sofreu sua vocação para a diplomacia, por parte de D. Pedro II. Entretanto, todos quantos lhe conhecem a biografia, sabem que só na ausência do velho monarca das terras brasileiras, pela mão de D. Isabel foi que 0 futuro chanceler obteve o desejado^ decreto de nomeação, ¦mNHHHm_RmS_m__HNHi_ que inspirou a um dos seus biógrafos esta frase : "Benditas sejas entre as mulheres, IsaDetalhe parcial do monumento a Rio Branco, nesta "Jucá Pabel, a Redentora, Capital. que não tiveste para o ranhos" das noitadas exhuberantes, o julgamento sem compreensão do Imperador" O político, o patriota, o historiador, o chanceE' o centenário desse Jucá Paranhos cuja bo- ler insigne, o maior que a América já teve, bem hemia o Imperador D. Pedro II tanto temia e con- merece as comemorações e as honras que o seu Penava, que o Brasil comemora neste mês de Abril. povo lhe vão prestar.

Rio Branco em 1907, entre oficiais integrantes da

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Missão Militar Uruguaia. Em pé, oficiais brasileiros.

consideravam viesse não só também — o aprisioná-los Êles tinham vessem vida, exploradores raça.

— Então o senhor é o único sobrevivente daquele horrível desastre de Como conseguiu salvar-se ? avião ?...

-¦ No dia da partida, cheguei tarde e não consegui embarcar!

AS

FEBRES

aventureiros que tinham vontade de vencer aquelas fioERAM Desde o litorestas imensas. ral era um,a enorme parede verde difícultando a maircha dos desbravadores pelas terras a dentro.

E êles queriam por tudo invadir o território desconhecido porque os pritneiros índios aprisionados tinham enfeites onde apareciam ped:as preciosas.

Mas, para transpor os matagais, quanta luta não seria preciso.

Os bichos rondavam de noite os caminhos, ou trilhoa, que iam Cazen do.

A' noite as onças e sussuaranas rondavam os acampamentos improvizados. Mas êles tinham, tenacidade: queriam ir buscar as riquezas da terra.

Julgavam que, vencidos os temores dos bichcs, as pedras preciosas seriam dêles. Mas ee levantaram contra êles rs doros das terras — os índios.

Aquela gente com máscara diferente pela côr, andando núa e ccm penas na cabeça e na cintura, como motivo de beleza, foi a mais forte barreira. Êles não consentiram que seu tarrão fosse assim invadido por gente diferente de péle branca. Êles não ccm preendiam ninguém que não tivesse I V — 1 9 4 5

a côr escura ! E, como se consideravam poderosos, lutaram.

Mas os invasores também tinham armas pa:a atacar. Seguindo o curso dos rios e o movimento do 851 e da lua, êles tinham clavinotes e espadas de aço para vencer os habitantes da terra verde.

Mas o; filh :s da floresta também tinham astúcia, arcos e flechas para deferder e atacar. E melhor conhecendo o terreno, podei riam eliminar os invasores nas emboscadas e t> caias.

A sêde dos brancos era o ouro do fundo da terra. Mas cs vermelhos se

Começou a marcha dos bandeirantes desejando penetrar no sertão, pr, curando sabe: de onde os selvícoIas retiravam as pedras preciosas e, principalmente, o ouro.

Desde o princípio do murdo, vive o homem para possuir êsse metal amarei:, que se convioncu ser um dos mais, preciosos, e quem o possuísse seria rico. Passaram-se cs tempos e vivem sempre lutando pa:a ter mais gramas dêsíe fninério retirado do fundo da terra.

E o homem branco, que era invaser, foi matando as sussuaranas e "rajadas", eliminando os impecííhos dos caminhos e extinguindo ou aprisionarido índios para fazê-los escravos e ensinar a rota para o leito dos rios onde encontraria turmalinas, ou indicar grotees de onde pudesse retirar o ouro.

Mas Tupan protegia seus íThos.

O castigo foi cruel. A proporção que êles invadiam florestas, os mosquitos e pantanos deixavam nêles o veneno das febres que os matavam também.

Não bastou a luta contra as intempéries, bichos e nativos.

Tupan estaria com seus filhes. E, através das águas e pantanos, lançou as febres e insetos. E pela ambição de invadi!: terras alheias, roubar o ouro e aprisionar cs índies, os filhos do continente tiveram1 contra si a mais poderosa arma — as febres.

E muitos dêles desapareceram vencidos per uma fôrça impos-ivel de ser combatida.

Tupan velava pelos verdadeiros donos da terra virgem.

SEBASTIÃO

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roubados, se alguém reti!:ar as riquezas, mas qus acontecia muito — para fazê-los ercravos. forças, e, enquanto tinão se entregariam aos — homens de outra

FERNANDES

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Pôde dizer-me, por favor quem é o seu dentista ?

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acontecimentos políticos da atualidade desenrolamOSse com uma rapidez tal, que é impossível fixsrla com precisão. De um dia para outro, as perspectivas 'iludam, fatos importantes cedem lugar 110 cartás outros ainda mais importantes. Entretanto, alguns há cujo a registro St' torna inevitável, mesmo para os periódicos mais distanciados do tumulto politico.

Entre esses fatos servem de marco, até em fases c|e grandes e rapidas que transformações, como a que estamos v lvendo, avultam a reunião ministerial de Petropolis em que 0 Gabinete levou ao Presidente da Republica a exposição de motivos, sufierindo a reforma constitueional e a convocação de eleições gerais, e esse outro acontecimento que lo' a entrevista do sr. Getúlio Vargas com a imPrensa, no Palacio Rio Negro. Havia sete anos lue o Chefe do Governo "ao dava entrevistas colelvas ao jornalistas do Pais: daí a significação desse encontro, marcando a retomada de um háb:ta earacteristicamente democratico. _ Esses dois momentos estao fixados nos flagrantes ciuc ilustram esta página.

DOIS

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vagas das doutrinas extremas que o destruiriam. E foi dessa forma que se tornou em nossa história, o bandeirante da democracia.

E' preciso entrar fundo na espantosa confusão que sucedeu à inesperada queda de Pedro I, para sentir, na sua plenitude, a força criadora da mágica aparição de Feijó no cenário do Império. Aquele instante em que, — semelhando o prelúdio do Gênesis, —• era apenas o caos, a Nação se agitava em busca do plasma definitivo. Os ventos de todas as p:ixões sopravam sobre a superfície enristada e ardente, querendo formá-la à feição de cada um dos pensa"Exaltados , mentos que cruzavam na luta acerba.

"Restauradores" "Moderados" se entrechocavam na e disputa inescrupulosa e fatalmente sangrenta. 04 mais lídimos representantes do país trocavam doestos e revoluções, sem conseguir chegar a um acordo que pusesse termo à onda de anarquia que transbordava, derramando-se de norte a sul. Em Minas, na Bahia, em Pernambuco, no Pará, no Maranhão, no Cerra e até nos confins de Mato Grosso, os desvários da insubordinação retalhavam a Nação recémorganizada e como que transvairada com os excessos adolescentes da liberdade. Mesmo na Corte, foi ne-

FEIJÔ, BANDEIRANTE DA DEMOCRACIA OSÓRIO história nacional, Uiogo Antônio Feijó ainda NA é uma continuação da epopéia das bandeiras.

Era um paulista legítimo aquele mestiço que, saindo das trevas de sua origem, singrou os altos rios da política e. com suas mãos fecundas, devastou os sertoes da ignorância, plantando o edifício da união nacional. Pioneiro por índole e natureza, ao espúrio de Itú caberia o mais belo e o mais dramático papel de precursor. Sustentando o país e guardr.ndo-o todo dentro do peito desassombrado, protegeu-o contra as

NUNES

"Rescessário sufocar dois levantes de Exaltados" e tauradores". A Regência Trina pede demissão, que a Câmara não pode aceitar. O embate continua. E nesse momento que surge Feijó.

Bem poucas fases da vida de um povo serão capazes de dar à ascensão de um de seus filhos todas as características do nascimento de um homem providencial. Em meio as lutas, à fragmentação próxima e fatal, o padre paulista é o oportuno, o justo, o reclamado. O Ato Adicional à Constituição do VAI

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1945

império,

uma das maiores concepCoes políticas da humanidade, pela sabia compreensão da hora que o mspirou, preparara o caminho para a marcha em que Fe_jó teria o seu martírio e a sua glória. Estavam Cfiadas as assembléias provinciais, extinto o Conselho de Estado, os Presidentes de província não senam eleitos ao sabor dos combaes e o governo ficaria mais forte e capaz com a redução dos regentes a um só.

Esse mandatário é Feijó. À su-a frente, a Nação em convulsoes. Atraz. a perfídia dos inimi9-s. Pelos flancos, os federalistas e "mtários. Sõbre a cabeça, as benCaos dos esperavam, e as o que maldições dos que não o admitiam. ' sob os pés, a ameaça da queda 0 abismo, arrastado à voragem 111 uma nacionalidade inteira pre"duramente esfacelada.

N ão perde tempo. Despacha And rea para o vale do Amazonas, ae a "Cabanagem" semeia a 0rte e a ruína.

Sete meses deP°'s, o Pará está reintegrado da rdem. E, vinte e um dias antes J e assumir o cargo de Regente.

MODERNISTA ARTE re°entára no Rio Grande do Sul a v°hição — Não faças caso da crítica, querido. Não é qualquer pessoa que se constituiria uma tentativa federalista das mais graque compreende a tua arte...

• ^om todos os i— Mas tu, minha querida, compreendes... Não é? problemas da esorganização interna este é o .— Eu também não, meu amor. mais sério que o padre-estadista m a enfrentar. Eeijó ausculta a verdadeiros destinos. Esse meio termo chama-se depressão dos aconteci mentos.

Verificou que os meios suasórios são os mocracia — e pode recorrer a remédios heróicos para eihores sobreviver, mas será sempre o mesmo na ânsia que para o caso. Despacha para o governo do 10 Grande do Sul um homem inteligente e experilevara o ex-Regente a fazer a revolução liberal entado, José de Âraujo Ribeiro, mais tarde Visde 1842. nde do Rio Grande. A vitória parcial que consebeijo antecipou, assim, de um século o seu qui9Ue é comprometida. Mas apesar de todos os seus nhão de sangue, suor e lágrimas. Sobre o túmulo siorçoSi não será a luta contra os farroupilhas o desse fecundador da união, desse bandeirante da libernt° alto de suas vitórias para o Brasil. dade, desse São João Batista da democracia, devem Que vale os seus inimigos se rejubilarem com a ficar, para memória da nacionalidade, as palavras 9a de Bento Gonçalves? E acusarem-no de afe:com que João Ribeiro definiu a Regência: °'nador do pensamento, de inimigo da liberdade de "A ^Prensa? O seu sua grande obra, pois, foi a reforma consgrande serviço será a contenção das 0rÇas extremas titucional, que salvou o Império e a unidade da granque tentavam arrastar o país de c°rdo com as suas inclinações. de pátria, em cuja produção dolorosa perdeu a poComo um divisor de águas, êle achou o meio pularidade do momento, para ganhar a admiração das ermo que consolidou e ajustou o Brasil nos seus gerações."

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senperder-se nas dificuldades do espaço cósmico, este é um ti mento fáustico em alto grau". Na verdade, Leonardo foi, ao e mesmo tempo, pintor e escultor, músico e poeta, matemático cientista, artista e um físico, um enfim, astrônomo e engenheiro, da genialidade: Da Vinci é a própria expressão c mais do que isso, um filósofo de grande poder criador e eiesua imensa capacidade espiritual abrangeu o universo, vada compreensão, que, com intuição extraordinária, antecipou LEONARDO constituindo êle verdadeiro microcosmos, como já percebena Harvey na descoberta da circulação do sangue, a Copérnico como e ram notáveis estuáiosos dessa magnífica personalidade tais Gcethe Hertz, Helmoltz, a astronomia, da sua compreensão Ferri, E. Solmi, Croce. C. Prantl, Grothe, Peládan, J. B. Vendesçonaturais leis Assim também, que Santos Dumont. pelas turi, Amoretti, Munstr, Seáilles, Herzfeld, etc. O famoso íibriu; fundou, como ciência, a hidráulica, a hidrostática, a ge°" lósofo Osvaldo Spengler na sua obra A Decadência do Ocidente "Leonardo foi um descobridor. Tal é a essência da sua logia, a paleontologia, etc. Inventou inúmeros aparelhos. que afirma: a técnica aperfeiçoou, como o para-queda, o «' posteriormente compasso, o lápis, bisturi, o natureza. O pincel, o cinzel, o o aeroplano, etc, razão por que p°d submarino, o cafandro, tinha tinham para êle a mesma significação que para Colombo ser tiüo como o primeiro homem moderno. a bússola. Quando Rafael colore um esboço de preciso conCom essa capacidade inaudita, Leonardo deu à humanidad torno, cada pincelada afirma a aparência corporea. Vede, em lição de beleza e profunda sabedoria, isto é. uma lição uma «' troca, os desenhos e os fundos de Leonardo: cada traço é o arte, ciência e filosofia, como ninguém antes dele deu; uma «adescobrimento de um segredo atmosférico. Foi o primeiro que de desejo insaciável que perfeição, ção de arte, sim, pelo * meditou sobre aviação. Voar, libertar-se do envólucro terrestre. duzem todos os seus trabalhos 3e pintura^ escultura; uma lição de ciência e filosofa pelo seu intenso amor à verdade e extraordinâria compreensão da natureza.

No desenvolvimento espiritual do 9^' nero humano, Leonardo é uma das figura» mais representativas, que cada vez mais S« agiganta na história da cultura, não s0 como capacidade receptiva, mas tambérn como poder criador e fecundidade. E'e constitue a expressão máxima dos ideais oa cultura renascentista, considerada a RenaS' cença como o movimento que incorporp0 ""^•aa^9>^i^BaflH VfàaWdmfà^íWàwfj^LaWaTA^J^ Y\. ^ ao gênero humano o progresso mental da Grécia, social de Roma e sentimental o" cristianismo medieválico, traduzido em e*' « plêndido humanismo com o seu caráter universalização.

Daí a grande lição de sabedoria °e Leonardo. A cultura geral é necessária às almas amplas e de visão, porque o homeo1 é um verdadeiro microcosmos. Assim, a cultura especializada, tomada isoladamente mutila o sêr e aniquila o universo interiof* Todo especialista por mais hábil que seja. sem cultura geral, é um instrumento »e execução e nunca um poder de direção.

O humanismo é a expressão da uni' versalidade 3o espírito. O homem encerra em si mesmo um mundo, e pòr isso na" deve isolar-se dele, mas procurar comprÇ' • endê-lo na realidade das coisas, como faz a Tilosofia.

Lonardo mesmo antes de Geethe, e »«' lhor do que êle, exprime o sentido da cul' tura moderna na sua universalidade, com' preensão das coisas e valores. Com efeito* n1' genial sábio florentino não só percebeu tidamente a gama rica dos bens interiores' como penetrou, com grande agudeza, na estrutura 3a natureza, da qual desvendo importantes leis. porque, antecipando G*' lileu e Bacon, aplicou com muitos recurso o méto3o experimental.

Examinada assim a rica personalidad de Leonardo, ela adquire nova significação cultural, representando o ideal do home111 completo que na esfera consciente, relacio'

LEONARDO

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na o micro *-uii. com \J —— o macrocosmos. iden'"Çando o homem com o mundo.

A complexa figura de Leonardo D Vinci, por isso, ainda será melhor no futuro, quando se compreendida pensar seriamente no advento de um humanismo, capaz de imprimir ^0vo sentido orgânico à cultura, que, ,m. je, perde a sua unidade intrínseca "a mültiplicidade das suas esferas especializadas.

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luta pela cultura do porvir, simboliza a unidade cultu^•eonardo «• tão necessária à reconstrução do '"do, para que êle seja reorganiíado sistematicamente, de acordo com Premissas verdadeiras, e não empíricaente e por princípios falsos, porque, guando a cultura dominar a civilizaÇa°. a humanidade progredirá com ais calma e serenidade, dentro de ""'ta ordem e harmonia.

Atente bem o leitor para o objevo desses nossos rápidos estudos, em já desfilaram Sócrates, Péricles, ^ Marco Aurélio, Dante, São ^e«ar. e Cervantes.

Queremos jrancisco analisar o rico conteúdo do — Huano — jn.p]jca a exata per_.

«Peão do que sentido histórico, do sen¦do sociológico e do sentido psico'ogico. ,

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Estudamos aqueles grandes gênios °mo etapas marcantes do desenvolda natureza humana. Quize^¦mento 0s' Por meio deles, dar uma persPectiva da evolução da mentalidade ravés dos tempos, para, deste modo.

Podermos verificar de como o espírito eresceu » aumentou as suas possibi'dades em todos os setores. mundo a reconstruir conta com «¦ • , odos esses recursos; pode. pois, apresentar uma sociedade melhor e mais Perfeita, para garantir a maior soma e felicidade humana, o que, aliás, é Possível, como tornaremos bem claro, luando examinarmos a obra de James Watt, Tomaz Edison e outros grandes benfeitores da humanidade dentro da ciência aplicada.

No caminho desse mundo novo e melhor. Leonardo Da Vinci ur.i possante farol, que iluminará, através dos séculos, os suPeriores destinos humanos.

Não é fácil compreender, pelo que acabamos de expor, a entranha e misteriosa personalidade desse gênio, sempre criador e inventivo em todos os setores da atividade, espírito universal, Profundo observador da natureza de curiosidade ilimiuda, dominado por inquietação permanente, sedento de perfeição a tal Ponto que deixou a maioria dos seus trabalhos inacabados, de» sejoso sempre de melhorá-los cada vez mais. E' o que aconteceu "Gioconda". com o seu célebre quadro que traduz, em forma imprevista, a grandeza da sua alma e a imensidade do seu amor, amoi puro e amor platônico para com a adorável Mona Lisa.

IV—1945

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Não se sabe o que mais admirar nesta tela famosa, mais divina do que humana na opinião dos mais ilustres críticos da pintura. Nessa obra o mestre insuperável pôz todo o seu afeto, todo o seu coração, para imortalizar j mulher que amava. ..

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Mostra-nos esse fato impressionante, ainda tão pouco estudado pelos historiadores e eruditos, que a vida sem q amor não se completa, não dá os seus mais belos" frutos, não ilumina «v alma. pois, só êle é a força sublime, creadora das mais alfas realizações humanas. Todos os grandes gênios foram amorosos.

O amor inspira nos espíritos os mais elevados e felizes sentimentos. as decisões mais enérgicas e poderosas. ..

Caro leitor! Não é preciso prosseguir mais nesta argumentação. Leonardo Da Vinci é um dos fenômenos mais expressivos da cultura de todos os tempos.

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23

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manhã chegou ao castelo de Maucreux um Certa homem cujo blusão azul era evidentemente novo. Numa das mãos trazia um cesto. Manifestando o desejo de falar com o senhor conde, foi conduzido por uma empregada a uma saleta, depois de atravessar magníficos salões.

Ali, que pediram-lhe aguardasse.

Ao ver-se sozinho, pousou o cesto sobre uma mesa. Em seguida, pôs-se a olhar, com ares de grande admiração, para a direita e para a esquerda, comparando mentalmente o esplendoroso luxo do castelo com a modéstia de sua humide choupana. assim enlevado, Achava-se quando, ao pé da lareira, seus olhos se pousaram sobre um personagem, tão curioso que atraiu imediatamente a sua atenção. O cavalheiro parecia, a seu turno, mirá-lo com interesse. Era miudinho, uns 30 centímetros de altura; usava um blusão vermelho e amplas calças fia mesma côr. O rosto, as mãüs e os pés pareciam pretos, de tanto peludos. O que, porém, causou maior estranheza ao nosso campônio foi constatar que o pigmeu tinha uma cauda I Não era de admirar: aquilo que ali estava em sua frente era simplesmerite um macaco. Mas o camponês nunca vira um animal de tal espécie e julgou estar diante de um habitante do castelo...

Enquanto isso, o quadrumano estivera a examinar o visitante.

Quando notou que êle estava denuma instalado finitivamente poltrona, resolveu sair de seu pôsto de observação e saltou para cima da mesa. O campônio fezlhe uma saudação, ao que o símio não ligou a mínima imporAS

DE

INVENÇÕES

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melo, pareceu cansado, e arreinessou-o sôbre a lareira. De novo, meteu as mãos no cesto e retirou dois marmelos, pondo-se a sabo* rear um e outro alternadamente. como se estivesse a comer um P6' daço de carne com pão. O camp0" nês, perplexo, não sabia o que fa" zer; grossas bategas de suor afl°* ravam-lhe a fronte. Por fim, de* cidiu-se: Senhor, o que está fazendo não é direito... Que dirá o sè' nhor conde?

O antropoide, ouvipdo-o fala^' mirou-o com atenção e parece que balbuciou qualquer cois* ininteligível. h°" Que diz? — perguntou o 0 mem do campo, pensando que animal lhe havia falado.

Atchim ! — espirrou o — caco e com um gesto de & fado esvaziou o cesto. Feito iss"' disparou em direção da lareir®' O campônio, aturdidíssimo, f* vantou-se. No mesmo instai"®' soaram passos na saleta. gando no blusão. novo as húmidas de suor, o campo*1® voltou-se, e empalideceu ao de* cobrir que era o senhor quem * aproximava. Resoluto, adianto11' se e, tartamudeando, disse: Senhor conde... eu Laubespine... o fazendeiro "e Rou... Rougebourge...

Bons olhos o vejam — e*' clamou o castelão. Que é que , traz aqui, o meu bom LaubeS' pine?

Ah ! senhor conde, não 1*°*' gina como estou pesaroso! Tr$' zia uns marmelos para V. Exca--' uma dúzia dêles, escolhidos en^ ¦ * os melhores, mas o filhinho de Exa. m'os arrebatou sem pied9' de I ...

O pobre fazendeiro tomara macaco por filho do conde. ••

MARMELQS

Conto de Georges Auriol tância. Pudera! estava atrapalhado com uma coceira nas costas ! Depois, delicadissimamente, levantou o alvo guardanapo que cobria o cesto. Ao dar com os marmelos, iluminaram-se-líhe os olhos, como se êle acabasse de descobrir um tesouro.

Sem tirar os olhos de cima do camponês, o macaco avançou num marmelo, agindo sempre delicadamente. Mas a fruta não lhe agradou, e êle a lançou longe. A seguir, inclinou-se, já com menos delicadeza e sem olhar para o homem, e apanhou um soberbo marmelo, rosado como as faces de um holandês. O campônio, que já não estava gostando da brincadeira, apenas se animou a protestar timidamente: — Senhor, peço-lhe encarecidamente que não me toque nos marmelos... são para o senhor óonde!

Mas o macaco vlrou-lhe as costas, evidentemente contrariado.

Após mordiscar o segundo mar"

LEVABRECA —

TEM PENA DOS QUE ESCORREGAM

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PENSAMENTO ÜHL0S

MIRANDA

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SSISTIMOS estupefatos aiSUns intelectuais da Frantraírem sua missão não tendo conservado impolutos, intran^ Sentes e perpétuos como defen-. da civilização e da liber^°res dade.

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Quando o mundo ansiava pelo í^tante supremo da libertação ® Paris — a luminosa, sua prieira interrogação, íoi ao vêr emergir do negrume o fanal que P°r vários tempos exornou com l_negualavel brilho a intelectual!— qual a situauniversal 5de Ç*o de uma pleiade de francêses formavam a elite pensante ^üe üa França avant 1940?

Eis que, para escarneo dos idea^tas» seus confrades das AmériCas> aparecem delatados ao goVernq de França na lista maCül&da entre colaboracionistas ^r°~Alemanha, impossível torna** ÍUalifiçar essa derrogação de Princípios sobre os quais residem báses do intelectual.

Abjuraram a esse traço que distingue o seu carater, do va°r efêmero cingindo-o da mais idéia, deveres e responsa^°bre Wlidades da intelectualidade nas épocas de perturbação.

O que nos parece incrível é ^Uei tenham sido signatários do Pácto de servidão à Alemanha.

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Ptrnj com wbkiy.

•ooseviLT, - vamos MO*r fsit"CHOTMJNHO"...

CHURCHIL. - PREFIRO COM UM STAUN. - EU O VOOKA... dade — foi sempre essa a precíaqueles que, por imperativo da essencia que os sublimava como pua finalidade dos regimes totalitários — embrutecer para esglórias da inteligência francêsa cravizar.

— deviam lutar heróica e desteObedecendo grandiosos desigmerosamente pela causa que era , "Mens nios, apareceram e continuam agitat legitimamente sua aparecendo à face da Terra exmolem". celsos filósofos, cujos sistemas e Teriam esses quatro anos de concepções filosoficas a despeito ocupação e dominio nazista sido como absurdas, capazes de deformar o veículo sa- * de combatidas dissolventes, — perniciosas e imoem sua grado da consciência rais, antagônicas aos preceitos essência mais sublime e intangidivinos e aos priniitivos escolásvel? Ou hipertrofiaram-se tornan-. ticos, subrepuzeram-se e permado-se fracas pela falta de ação, através dos tempos, na neceram embora essa faculdade não feneseqüência intérmina de eminença, pode entretanto tornar-se tes pensadores com marcante incompletamente indiferente pela fluência nas fases evolutivas do falta de emprego. progresso humano.

A Alemanha nazista condenou "pensadores" Nenhum pensador até agora deiinexoravelmente os xou de concorrer à obra engranreduzindo à cinza suas eminen"intedecedora da Civilização, e não tes obras, para o partido o deixará portanto de contribuir na lecto é veneno", impedir a toda — reconstrução do Universo de apósforça a liberdade de pensar todo aquele que destrói seu penguerra, com expansiva tendência de altruísmo, onde predominará samento e não usa de livre arbímodo absoluto, a constituição de sua trio nulifica personalidade: de uma sociedade na qual haja litornando-se débil deslustrado p berdade de pensamento liberdaautomato obediente. de na escolha da educação, lihoo Toda idéia que aproxima berdade religiosa e liberdade pomem da animalidade, implícitaIítica. mente distancia-o da espirituali-

25

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MALHO

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J*u«n Jacobo Rousseau alma humana, tinha de aparecer. E apareceu. Iluminando toda a França, quando menos se esperava, através do Romantismo.

Primeiro, veiu Rousseau, com a sua "Julie ou Ia Nouvelle Heloise" e "Les rêverles d'un Promeneurs Solitaire".

Era uma lâmpada azul, de luz trêmula, perdida na solidão de um século estéril. Mas a irradiação que espalhou fez com que os -espíritos adormecidos despertassem.

Outros abriram as pupilas habituadas às trevas e trouxeram, também, as suas lâmpadas'. Foi Bernardin de Saint-Pierre, com "Paul et Virglnie".

A claridade que este derramava era qualquer coisa como o bruxolear de uma vela num deserto, mas sempre aclarava um pouco. Foi Sainte-Beuve, com suas crônicas sobre literatura, um esplêndido candelabro de milhares de facetas coloridas. Foi Chateaubriand, que chegou com todas as luzes de uma imensa nave acesa.

Fe,'. Alfred de Vigny: uma cidade que principia a iluminar-se à noite.

Foi Alfred de Musset: um luar que nunca se apagará. Foi Lamartine : um sol-pôr, diante de um meio-dia : Victor Hugo.

O Romantismo, irrompendo depois que os enciclopedistas do século XVIII alargaram para além de fronteiras ainda invisíveis os conhecimentos humanos, marca uma fase de renascimento febril na literatura francesa.

Não constituiu, como disseram alguns observadores, um "mal do século", e, sim, ao contrário, a plenitude da evolução mental de uma raça que se afirma em novos surtos de vida. É uma expressão de força, e não de fraqueza, de um povo. É, literáriamente, o mesmo fenômeno que, em artes plásticas, se processou, na Itália, logo após o ciclo medieval.

Há, na arquitetura européia, um momento prodigioso que corresponde ao do Romantismo nas letras françêsas. É quando surgiu o "arco quebrado". O estilo ogival, com toda a A

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sua fabulosa prod<galidade de ornatos, as suas nervuras harmoniosas, as suas rosáceas fantásticas, as suas torres eriçadas de gárgulas e demonios de pedra, éo verdadeiro romantismo da arquitetura de França. . E, por falar em estilo ogival: haverá alguma coisa que se pareça mais com uma catedral do que a obra 11terária de Hugo?

E Chateaubriand? Os seus romances, ricos de cenas heróicas, de imagens claras e de um ardor no qual sentimos a aproximação do céu, não faz pensar, também, nos grandes edifícios do crespúculo da Idade Média?

E o próprio Alfred de Musset não nos leva para o interior de uma espécie de Notre Datne de altares velados em crépes?

Laurent Pichat, em "L*art et tes artistes en France", define, genialmente : "Le beau, c'est Ia face de Dieu" É uma verdade.

O Romantismo era belo por excelência: portanto, mais do que nas outras corrente da literatura, nele se via a face de Deus.

E essa face de Deus está em "Les martyrs", em "Legendes des siècles", em "Jocelyn", em quase todds os livros que, durante um século, de 1750, a 1850, os editores da França faziam rações, de buril em sair das suas oficlnas, com aquela passiva inconviência com que os artífices anônimos das velhas corporações, do buril em punho, fixavam, no mármore e no bronze, o sonho dos arquitetos e dos escultores do período do "arco quebrado".

"Mal do século", o Romantismo ?

Não concordamos com essa opinião, absolutamente. O século XIX não sofreu," em França, de nenhuma decadência espirltual. Ali, não houve crise alguma, nem no sentido filosófico nam no literário.

O que se deu foi apenas uma revolução da O

HII At A NA de uma nova mentalidade, mais ardente, mais humana, mais livre, arejada. Essa reorganização mental foi baseada, é claro, na evolução lenta de uma perfeita cultura humanística, partindo da ciência dos enciclopedistas e terminando no simpies amor da natureza" dos sensualistas.

Rousseau fez-se o élo que ligou essas duas cadeias. Voltaire, Diderot, Condorcet, Buffon, Volney, o abade Raynal, e até essa irrequieta Madame de Stâel, trabalharam pelo Romantismo, alimentando com a disciplina clássica de seus livros, as raízes do fenômeno romântico francês.

• O Romantismo foi uma libertação do espírito, uma reação contra as tendências da literatura passadLsta, que só encontrava assuntos na antigüidade, negando as forças do presente, e, por conseguinte, opondo-se à evolução. Um André Chenier será um gênio, sem dúvida, mas um gênio inflexivelmente clássico, isto é, morto. Êle só admitia a inteligência através da art» e da sabedoria dos Gregos. Imitava os mestres helêni-

ROUSSEAU...

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C08> e achava que "sobre os pensabentos novos os poetas deviam cs«ever versos antigos". Entretanto, h*-mca teve "pensamentos novos", a nao ser quando fez as suas sátiras, visando certas da Revo'«Ção de 89, personagens lhe valeu o que, aliás, Perder a cabeça na guilhotina.

Contra o classicismo exagerado dos seiscentlstas dos primeiros cinqüenta an°s é que os escritores românticos Vagiram.

Podemos afirmar que o Romantis¦*° constituiu movimento de lium °erdade intelectual, como se verlfi•*¦"•» com a ordem socai, em seguida a Constituinte de 91. * Por isto simpatiso com o R°mantismo. que Êle abriu diante do espirito humano todos os caminhos Para o futuro. Fez este milagre, até então impossível: deixou que a alma •ambém vivesse, sentisse à vontade, sem limites, dentro de ^movesse «-•aos os assuntos da vida.

Ninguém procurou mais beijar a túnica empoeirada de Filetas, de Ca'"haco ou de Homero, antes de es-

O

crever um humilde poema, como 0 fazia André Chenier, até o momento em que subiu os degraus do patíbulo.

Com o Romantismo, a alma humana teve o direito de fazer loucuras dentro da poesia e da prosa, o que foi uma grande conquista para todos nós, da literatura, que abominamos todas as formas de escravidão.

A alma humana pôde ser triste, e andar pelas ruas tortuosas e sombrias de Montparnasse, mal Iluminada-» pelas lanternas de óleo, pendentes das esquinas solitárias. E chamouse Musset; é esses passeios melaneólicos, pela noite alta, não ficaram ignorados do mundo, porque o Romantlsmo permitiu que os versos do poeta os abrigassem, eternizando-os em "Nuits"...

A alma humana teve, ainda, mais tarde, meios de sentar-se à mesa obscura de Edgard Põe e sonhar, com êle, entre delírios verdes de absinto, penetrando em regiões sem horizon-

tes a aue nunca chegrra. E ninproibiu que isso passasse para guém os "Contes phantastlques" e ficasse conhecido em todos os cantos da Terra...

A alma humana, pela mão de Victor Hugo, vagou pelos esgotos de Paris e chorou nos quartos sem luz dos casarões negros de limo onde a miséria gemia, sufocada, sem um pedaço de pão para matar a fome nem uma brasa para aquecer-se, quando a neve, caindo, noite e dia, transformava os telhados em túmulos gigantescos, na desolação das paisagens...

O .Romantismo Francês libertounos sentimentalmente. Mas, por desgraça, uma nova cultura, retrograda, terrível, foi, pouco a pouco, dominando o mundo. E, hoje, a alma humana se vê .outra vez açorrentada, olhando, a medo, os arranha-céus que sobem sem descanso e as máquinas que se agitam, sem parar, assustadoramente...

Tudo, neste século, se expande: menos a alma humana.

Meus amigos : precisamos, de novo, do Romantismo. Que o fenômeno venha quanto antes.

E esperemos que Rousseau, reaparecendo, torne a escrever "Julie tou ia Nouvelle Heloise"...

PADTJA DE ALMEIDA

TAL...

"""" O médico consentiu que bebesse um copo de vinho por dia... E bebes cinco !

Então? consultei cinco médicos e cada um deles me permitiu beber um copo.

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Quem é esse sucom ares tão |**»to •"•oportantes? "" É o Brederodes.

Conseguiu no acou-***** meio quilo de 'tté sem osso...

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NOITE! A hora fatal.

Silencio em tudo.

MEIA terminado um caDÍtu.,. -Toamos íj^uio ao nosso romance : "Morena?

• l0UI,as d0 Sul" — um livro p _ *!i m?^i0ca' soclal> Político, artístico, JaneiT110' ° momento do R1° de A crônica viva dos f9MUaIidadesaISuns homens e mulheres.

Com' a escrever uma crônica T_n~eçamos Um dos "ossos jornais. Derenpr,f Estreeitava!etra dimlnuia- Apertava, Devia' sêr sono. p rj-fvantamo-nos. perfeito, erepente vimos Cerebro nossa frente, precisamente vimos.em Dona Morte I e,s^uele1;odoV 0Ulos- As ,dois buracos no lugar mandibulas encancarari horriveis> numa gargalhada sinín' ~- O que seria?

Apagamos,a luz. leito a visão amarga continuou. v,f\° Madrugada alta acordamos. Uma >rte na omoplata direita. BraÇQs e Pernas Pela manhã pesados.

Paralisia o marcial em todo um alarme. lado. Vieram os «ecucos. .Diagnóstico, — espasmo Medicação urgente. Repouso feriai.

O Paralitico não é um homem !

Um mulambo de carne humana. ÍUUm Parado. Não tem vontade., tem desejos. pôde sonhar.! *fjaoum conduzido Nem família desvepela *aua ou pela enfermeira profissional. *,dUnx trambôlho com o espírito lúE Dona Morte, umas semanas, a e noite, beirando o leito...

Os três médicos competentes, deter-, binavam : Nâo se mova.

Não fale.

Não leia. ~- Não receba "— Não escreva.visitas.

Não -— Não pense. coma senão o prescrito.

Não I Um homem de traoalho, pensar de movimento, intelectual — Qao pensar!

A coisa única que resiste a tudo !

Não há poder, nem os das firas do ™culo, que possa parar a única liherdade que há de verdade no mundo! r- O pensamento !...

As mmhas três graças, as três fi^as, boas e lindas — olhos de pai?

—¦ Marilda, Fernanda, Eneida, junto ao leito, um sorriso em tudo, para talvez afuguentá-la. A primeira, a • cuijnais velha, cuidando da casa, °ando diariamente com os médicos, Providenciando sobre a medicação, injeções, alimentação grã-fina — até leite I _ atendendo às visitas, teleBramas, telefonemas. As outras duas, entre meninas e moças, naquela idade cantada por Mestre Bernadim — a alegrar a vida esfarrapada... Ao violão, cantavam e bem, lindas canÇões brasileiras, francesas, inglesas.

Tão bonitas !... E contavam anedotas. E liam os humoristas. Divertido.

A desgraça não seria morrer, o que acaba até com todas as vaidades é orgulhos idiotas dos, fracos.

Mas ficar hemeplégico !

Assim, que a Morte viesse...

— Dona Morte, não gostamos de você. Levou-nos pai, mãe, esposa, 1 V _ 1 9 4 5

RAUL DE AZEVEDO (DA ACADEMIA AMAZONENSE DE LETRAS)

irm-, um filho heróico e querido, o Herbert, — o Amazonas nobre e justo, levantou-lhe uma estátua na praça pública e um grupo desclassificado e alcoolizado derrubou-a, porque na noite da revolução de 1930, nâc ten* dó encontrado o pai, vingou-se na memória do filho, — e tantos amigos do nosso carinho !...

Depois, insaciável, mata na guerra e na paz, os bons e os maus, e milhares de crianças brasileiras. Que mal estas lhe fazem? I...

Chegava o massagista. Um técnlco. Um dedicado. Dores internas e incriveis no amoplata, no braço, no pulso. A mão enorme, parada, pezada.

Mãos ! Como nos são preciosas e indispensáveis! A direita que faz tudo !.. .• (Deixamos um apelo aos senhores Ministro da Educação e Prefeito da capital, para que determinem nas escolas e colégios o uso obrigatório das duas mãos, principalmente para a escrita. As crianças aprenderiam se divertindo. E que bem fariam esses dois homens* a milhões de pessoas !)

Nunca felizmente nos fizeram um ambiente de dôr e morte. Escon_______ diamos naturalmente aflições.

Milagre de Deus e da Ciência 1 O braço e a mão doloridos se movimerKtam, um pouco. Alegria...

Dona Morte descuidara-se, ou tinha outros afazeres mais importantes...

Tomamos conhecimento dos teleamigos da cidade, de outros itados, daqueles boníssimos e queSamas ridos companheiros e famílias do inesquecivel Amazonas, do Interventor Álvaro Maia, do chefe de gabinete Rui Araújo, dos grandes escritores Leopoldo Peres e Pér-cles Moraes, amizades fraternais, a missa mandada rezar, em ação de graça, pela familia do inesquecível Mestre Araújo Filho, naquela comovente capela de Dom Bosco...

Ficamos sensibilizados com visitas contínuas de amigos íntimos como ase do Príncipe de elegâncias, escritor Silva, jornalista Dr. Oswaldo Souza e Penna, do escritor e gentleman Meira com o seu milhar de anedotas, dos

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Massagens manuais, aplicações de infra-vermelho, ondas curtas. A pressão arterial a subir, a descer, a suMelhoras. Salvo!

Restava bir... o problema grave da semi-paralisía...

Numa tarde de sol, derepente, levantamo-nos sem apoio. Damos osprimeiros passos. Reaprendemos a andar — sem muletas, sem bengalas.

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colegas e companheiros, e de tantos outros, tantos ! Temos três encantamentos, as três filhas gueridíssimas, mas, tínhamos um outro" que na hora cruel a morte levou com um colapso.

Que Deus a guarde !

— Dona Morte, ceifadora cega de vidas, vá embora...

No rádio consolador, Chopin.

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MALHO

<^zveMAT^elcjuor O USO DA BARBA

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as raças humanas sao mais oa menos barbadas, e, quando se enTODAS contra uma colônia na qual os homens não teem pêlos na face, póde afirmar-se que a epilação é cuidadosamente feita. O uso da barba como os leitores verão apresenta certos detalhes bem interessantes. Os chaldeus, os assírios, os hebreus, os antigos filósofos da índia tinham cuidado com as suas compridas barbas como de uma reresentação simbólica da sua sabedoria. Os turcos, deixam crescer em liberdade a barba, com a qual teem grande cuidado, e consideram a sua perda como um sinal de escravidão e servilismo. Plutarcho, na sua Vida de Theseu, refere, de uma maneira acidental, que o principe macedônio fe/ cortar

a barba aos seus soldados para que no combate, os inimigos não pudessem agarrá-Ios por aquele apêndice. O Ciar Vedro, o Grande, arriscou-se a perder o sen trono só por ter querido obrigar os russos a cortar a barba. Depois da pilha* gem de Roma pelas tropas hespanholas. o papa Clemente VII deixou crescer * barba em sinal de luto; os padres quis*3" ram Imitar o papa, mas Francisco I oD" teve dele um breve segundo o qual "s padres deviam pagar un» imposto para terem o direito de não fazer a barba.

Hoje, o uso da barba é livre para toda » gente. Em alguns países é característico de determinadas profissões o uso de uffl* certa fôrma de barba.

QUAL A ORIGEM DO GOLF? no século XV que o elegante e agora FOI tão em voga jogo de golf, mais ou menos como é praticado, hoje, apareceu na Escossia. Sua origem e bastante obscura, e segundo uma das tradições a esse respeito quer que o golf tenha sido levado para a Escossia pelos Holandeses.

Documentos da época mostram que o jogo dos Holandeses era praticado sobre gelo e parece mais têr sido o precursor "hockey" do que do "golf". Desíie o século XV, o "golf" continuou a ganhar adeptos na Escossia, como um esporte nacional, conseguindo poucos admiradores na

Inglaterra. Somente a partir de 1880, mais ou menos esse esporte se propagou com extraordinária rapidez, para alcançar, atualmente, nos paises anglo-saxões, lugar preponderante. Para o continente europeu, o "golf" foi levado pelos Escossêes e Ingleses, que iam passar o verão na França, Itália, Alemanha, etc. ...

Quanto a etimologia do termo "golf" a maior parte dos pesquizadores concorda em descobrir sua origem na palavra alemã Kobbe, por sua vez derivada da palavra gótica Kubban (bastão com ponta encurvada).

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AS MORTES ESTRANHAS curioso estabeleceu a lista das UM mortes mais estranhas, registradas pela História. Eis a curiosa enumeração : O Arenito mor nou ... rindo; Bajazet morreu muna gaiola do ferro; Carlos, o Máu, foi queimado em espírito de vinho; o duque de Clarence foi afogado em um tonél de Malvasia; Clemente XIV morreu em***, nenado por uma

melancia; o almirante Drake foi devorado por carangueijos; Margarida _*e Borgonha foi estrangulada com os pro* prios cabelos; o abade Prévost foi aberto vivo por um cirurgião; Sofocles morreu... de alegria ! Ugolino morreu d" fome. Que se morra por isto ou P°*" aquilo, o triste — como muitos pensam — é que se tenha que morrer.

UAL O ANIMAL MAIS VELOZ? que entre as ares è a andoPARECE rinha e entre os animais terrestres, a gazela. Uma andorinha ap»nhada no ninho, em Antuérpia, e posta a voar em Compiégne, a 240 quilômetros de distância, regressou ao ninho em uma hora e oito minutos, tendo viajado com uma velocidade média de mais de 210 quilômetros a hora. Um pombo americano, dizem, percorreu 280 quilômetros

30

à razão de 114 quilômetros à hora. Por syul ado, o inglês Roy Chapman Andréros contou que, encontrando-se de automóvel no deserto de Gobi perseguindo uma gazela; nesse momento, o conta quilômetros do carro marcava 80 quilometros a hora. Mas o animal desapareceu no horizonte em poucos minutos, de onde se póde concluir que fazia, pelo menos, 90 quilômetros à hora.

MALHO

66* I V — 1 9 4 5

OS ANÉIS CONTO DE LUCIEN DESCAVES C O A

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Juiz de Instrução Bonnadieu, que fazia) suas refeições em casa de uns amigos C*m * Sra' ^ Palud- aproximou-se desta, dei d* i„«. «ar a mes*. e disse lhe, com o propósito ue lntriga-la: ~ Ouvi citar seu nome há pouco.

- Folgo muito. E onde foi?

Posso dizer ? ~ Pode.

T No Palácio da Justiça.

E quem foi citou meu nome ?

Um detento. que ~~ Ele me conhece ? "¦"- Conhece.

Como se chama ?

— Cervier...

Um bonito nome para um ^. lJ™ de sua espécie I Júlio Cervier, parisiense, (¦.,*•***'• Cruz de guerra. .Ferido numa das emCoxela ligeiramente. Estes sinais nào ih* recordam ***» nada ?

Nada.

"7 Pense bem. Ele assegura tê-la visto no — E' natural, meu amigo. Eu servi, quatro anos, eomo enfermeira, numa dúzia de hospitais, e não posso me recordar de todos os feriDe,na**s> nao tenho boa memória para o» no*"J**«3e eu vir esse tal Cervier, talvez o renh-eça. e, a propósito, porque êle se referiu 8 -mnha pessoa ? tounh" w"1*

DeseJa 1ue v*

**'*¦ cltada c<>mo te3te-

de sua conduta.

— Não faltava mais nada I •— E devo acrescentar que a InteTvengão de ¦ *»la valloslssima, pois a ficha de Cervier c'íe*-*-* *-e condenações, por brigas, lesões, roí k etc do • começou— ° processo, 9ue me foi confiahá 2 meses. Cervier assaltou na um rico negociante, depois de havè-lo escado. Cervier sustenta que o espancou após ¦ e assim procedeu porque o honrado ne•ante se opunha sua fuga. ã ~~ Cqmo os tempos mudam ! Já náo se Pod e roubar tranqüilamente! ~~ A alegação tem sua Importância, visto qu • se se admitia a versão d» detento... ~~ Não invocará Inutilmente o caso de lemu *••-*-* defesa, nào é ? a deportação, Evitai-à, e o ameaça. provavelmente, Compreende ?

"— Sim. O que cfio-preendo menos é o dese« A^ltestad© por esse indivíduo tão pouco rec para <,u* eu <,ePonha a *eu f«vor.

Vor^n<i*Ve** ' nao lhe n * -"Icamo-s perguntou em que circunstâncias conhecendo ?

—* Perguntei, e êle me respondeu: — "No v„ ••ospltal".

— Só isso?

•w,— Nào* Ele acrescentou: — "Nada mais ararei a não ser diante dessa senhora". ~- Confesse que me vejo singularmente ^"Prometida por essa reticência.

Antes de tudo, tenho a dizer que não •^ tendo absolutamente citar minha amiga. vê-la envolvida nesse caso.

0 A>enaUzar*me-ia **drâo, suponho, ouviu pronunciar o nome • e n ¦ como Jurou aproveitá-lo, na ocasião opor tu uma Não obstante, se V. *•**• curiosidadegarantia. por saber...

"•"* Começo a senti-la sensivelmente.

Yen~~ Bem... Ah I se esse malandro está a dl* a nossa custa« "*o lhe gabo o gosto!-.

Vc* ^* está livre, terça feira à Urde ?

— Estou.

-!-*¦ Muito bem. Terça-feira, darei ordem Par, 1 Sue o levem à minha presença, na hora audiência.

1 V __ 1 9 4 5

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/¦¦*'*¦.

Combinado. Terça-feira.

Anseio por conhecer esse belo jovem... cdmo suspira Margarida, a filha querida de Gounod.

No dia aptazado, às duas horas, o Sr. Bonnadieu defrontou se com o detento Cervier. Era um moço franzino, desajeitado, pálido, olhos azul-escuro, que se tornavam negros à menor irritação.

O juiz assumiu o ar grave dos magistrados e começou: Falemos seriamente, Cervier. Persiste em solicitai- o testemunho da Sra. Le Palud ?

Claro que persisto I Veja lá o Que vai fazer... Não vá burlar a justiça...

Se desejo defrontar-me com essa senho-ra, é para satisfazer apenas um capricho. Pouco me importa a vantagem que eu possa retirar da entrevista, assim como estou pronto a sofrer as conseqüências que advierem de minhas faltas.

O Sr. Bonnadieu tocou o timpano. Um guarda abriu a porta.

Mande entrar a Sra. que *ne procura.

A Sra. Le Palud foi introduzida na sala.

O Sr. Bonnadieu ergueu se; saudou a testemunha somente com um esboço de sorriso amistoso, e disse ao ladrão: Aproxime se. E" esta a senhora que o Sr. conheceu no hospital, durante a guerra ?

Se i\...

A esta exclamação seguiu a da Sra. Le Palud: Você aqui, Julot t O Sr. Bonnadieu ofereceu uma cadeira à testemunha e voltou a sentar-se em sua comoda poltrona.

A Sra. Le Palud continuou: Se me houvessem dito que se tratava de Julot... o grande Julot, como lhe chamávamos no hospital 34... Nunca o conheci com outro nome. Então, Julot, que é Uso? Deu para fazer travessuras?

Cervier abaixou a fronte, um fuso.

Um roubo, hein ? Eu julgava que sua cruz de guerra, tão bem conquistada, o impediria de tornar a cair tão baixo!

Cervier ficou mais confuso ainda.

A Sra. Le Palud inclinou-se para o juiz: Quando cheguei do hospital, Julot jà estava curado. Tinha direito a uma licença de convalescente. Como não sabia onde gozar as férias, pois não tinha familia nem quem se InteressaSse par êle. pediu para ficar no hospital, onde poderia prestar bons serviços. Foi meu O

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servente, e durante três mese» portou se a meu contento. E' Isso, sem dúvida, o que desejava que dissesse a seu favor.

Sim — confessou timidamente Julot.

Não é bastante ? — iníei.TOgou a testemunha.

O detento vacilava... Depois, decidiu se a contar: Todos os dias, na enfermaria, após os curativos, era a mim que a Sra. confiava seus anéis, enquanto lavava as mãos.

E' verdade.

A Sra. sabia, por eu mesmo ter lhe dito, que eu fora várias vezes Incomodado pela Policia...

Tem razão. Agora me lembro...

Entretanto, a Sra. me confiava suas pérolas e seus brilhantes... Uma vez deu por falta de seus anéis e procurou-os por toda parte.

Que lhe disse eu, nessa ocasião ? — "Não se preocupe... hei de encontra los". Não foi o que lhe disse ?

Foi. j: eu os encontrei e lh'os entreguei ijnedeatamente... Quem os havia surrupiado escondera os num logar aonde ninguém os iria buscar. Eu disse ao espertalhão: — "Hás de m'os entregar imediatamente, se não queres te aver comigo !" E o larápio m'os deu. E ninguém soube o que havia acontecido conosco.

Eu contei à Senhora uma história...

O detento levantara a cabeça e afrontava, agora, os olhares do magistrado e da testemunha.

Tudo o que êle disse é exato, Sr. Juiz.

— asseverou a dama. E' justo, parece-me, que a Justiça tenha em conta os seus antecedentes.

Não são dop melhores — murmurou o magistrado, que estava folheando o sumário.

Acredito — obtemperou Cervier — Mas às vezes a justiça é indulgente para com o homem honrado que teve em sua vida uma hora de fraqueza...

Com o homem honrado... E' lógico.

Seguramente. Mas, pergunto, é Justo negarem as circunstâncias atenuantes a um lndividuo* que, como eu, teve uma hora de nonradez ?

E que cumpriu seu dever na gutJra — acrescentou o Juiz. * Oh ! eu não me refiro a Isso...

Para mim tanto gnporta ser citado em ordem do dia como em juíso... Minha senhora, obrigado.

E, dando por encerrada a entrevista, pediu, ao guarda que o acompanhasse ao cárcere.

31

— assim chamavam Nicana intimidade — não quemor NICA ria crêr naquilo...

Fôra ni\m domingo cheio de sol, domingo cheio de risos e de alegria, que era sempre um verdadeiro domingo para a gente daquele logarejo que recebia, de quando em quando, o bafejo da civilização, pelos trens da estrada de ferro que parav^m poucos minutos e que seguiam seu destino... O domingo era descanço para a gente simples e pobre que andava alguhs quilômetros para assistir a missa e que depois se reunia perto da estação no café do seu Nônô. Verdadeiro domingo porque nas grandes cidades a vida intensa de trabalho e de distração já creou outros domingos na semana... Na roça só se conhece o sétimo dia como dia de descanço... Foi num destes dias, então, que desceu na estação uma cigana.

Nica talvés fosse como os outros, tinha medo da cigana porque sua mãe, velha lavadelra do logar, sempre contava historias de raptos de criança, quando não eram roubos de dinheiros e tantas outras coisas. A cigana descera ali para ganhar mais o doalguns cruzeiros, aproveitando "buena mingo dos roceiros, lendo a dicha"...

Nica poq insistência dela e pelo seu ,medo de dizer que não, ou por falta de palavras que firmassem a sua negativa. extendeu lhe a mão calosa sobre a qual a cigana passou o dedo fino de mão de quem não faz nada...

Você — Nica estremeceu pela intimidade e por ter a cigana lhe pegado na mão — verá chegar a desgraça por esse monstro de aço que distancias... E para fazer-se dtV-ra div:ra distâncias...

ELA

VIRÁ

compreendei imelnor, apontando a estrada de ferro — Ela virá por ali...

O trem lhe trará desgraça...

Nica ficou apreensivo e sentiu a alma de homem simples da roça, alma pura e de criança, embora c;m seus vinte e cinto anos, tocada por temor Íntimo... Aos vinte e cinco após Nica ainda retinha no coração a ingenuidade infantil, essa ingenuidade que a cidade mata lego, quasi no berço, quebrando a pureza logo ao despertar para a vida !

A cigana passou, foi e»mbóra, mas deixou uma longa cisma na alma do caboclo...

Não atravessava a linha férrea sem olhar bem para os dois lados. Na estação quando nos domingos eiperava o trem, cómo única distração do logar, não se aproximava muito do monstro de aço que lhe impunha sérios receios... No seu modo de vêr só um desastre lhe poderia trazer a desgraça e passou a ter uma coisa que na cidade se chamaria logo de complexo do trem... * ? * Chegou São João.

E a Fazenda do Coronel Zeferlno em cuja lavoura trabalhava Nica — nesta ocasião dava a maior festa das cercanias. O terreiro de café. abandonad»:i pela crise cafeeira cujo pro dução fora substituída pela do sigodão, transformara*se em largo, em-

PCX

bandeirado de papel fino multicor.

A velha "sanfona" tocada às mãos tmágicas e Tncansaveis do Qulnquin Viana, fazia às vezes de orquestra para a caboclada se distrair. As ba' tatas foram arrumadas, as "cará?" apareceram em profusão o melado, o mel de abelha, tudo com fartura.. • A foguetada tora encomendada ao Totonho Fogueteiro, oue armara duas girandolas que seriam queimadas no fim da festa...

Era falada a festa do Coronel Zeferino, que ganhara o titulo com a velha Guarda Nacional, titulo robustecido com o prestigio de chefe politico . local no tempo saudoso das eleições.

De todas as fazendas visinhas chegav-a gente. Das estações mais pró ximas.

O Cabo Filó. chefe do destacamento policial do distrito, viera não só manter a ordem como porque era figura Imprescindível nas festas do coronel. Al?jm de tudo não falt?va a cachaça e com a autoridade não haveria excesso... Era aquela talvés a única oportunidade que a caboclada tinha no ano para alegrar a vida, de comer mais à vontade e de beber à custo de terceiro... Não fâltava também o Doutor da Vila o boticário Zé das Drogas, rente que nem pão quente... Ali estavam, enfim todos os personagens,de primeira plana...

Era interessante porque naquele dia famoso Já no calendário da vida

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social curtíssima de logar, se transportava para o salão da Fazenda, enquantLl a caboclada dançava lá fora e enquanto os moços se divertiam, o salão de discussão políticas, de guerra, do futebol, da vida dos artistas de fádlo e d0 cinema, passava por horas da farmácia do Zé das Drogas para a Fazenda do Coronel Zeferino. E Para o coronel 0 Zé das Drogas era um Deus, não por isso mas porque fora quem salvara a vida da sua companheira que fora picada por uma danada cobra venenosa...

Com a íestança que na assunto Para o ano todo, o que < **zia trabalhar com ansiedade n< oãò João, Nica nem se lebrou mais de prediçao ü.a cigana...

E a festa ia no auge, quando o Coronel Zeferino apresentou uma turma de pessoas da cidade que viera acompanhada do filho, para ver um São João na roça. No grupo havia duas moças, granfinas, destas meninas livres e que andam pelo mundo em busca diária de diárias sensações novas... Para elas era algo diferente à sua sensibilidade... A cidade já nâo lhes tinha mais segredos, já haviam escarafunhado tudo experimen. tado todas as sensações que lhe eram Permitidas, e também as que não eram Permitidas...

A caboclada ficou em principio encabulada. Depois fora perdendo a cerimonia, fora esquecendo os intrusos e continuou a sua distração...

ALI...

Conto de

ALVARÜS DE OLIVEIRA Por volta das nove da noite, for•aou-se circulo de gente pais Ia ferir. se o desafio de São João. Um dos cantadores era o Zé dos Montes, por tuguês que viera há anos para ali, talvês tocado algum drama desconhecido, e quepor se integrara à cabociada, apanhatido-lhe os gestos todos até chegar a ser o maior dos desa«os... Víera de Trás os Montes dal a alcunha de Zé dos Montes. O outro era 0 Nica, novo e sem fama ao qual uao se íazia fé.

Começou com elogios aos presentes e Nica brindou as duas moças da eiòade com uma bela quadra. Uma das ttioças, a Dolores Figueira, a mais atl. 'ada, colocou-se à frente do grupo.

Era morena, de olhos arredondados e vivos, de porte audacioso e feições Perigosas... fáceis de atear fogo às atons mais puras e mais singelas...

Nica foi além da espectativa, derrotou o seu cdntendor, o mais famoso «as cercanias. E isto levou para êle todos os olhares dos companheiros, valeu-lhe, no fim, abraços do coronel Zeferino, do cabo Flló, do Doutor Zé das Drogas, e terríveis olhadela & sor«so» da Dolores Figueira...

Na primeira oportunidade a moça oa cidade, apanhou Nica pela mão Venha cá. Não se encabule, não se avermelhe assl»m, venha cá.

IV 19 4 5

Nica foi, mais pelo olhar da moça que pela coragem sua.

Vim cumprimenta-lo pela sua vitoria...

Nica, embora com sua roupa tipica, calça e palito curtos, lenço amarrado ao pescoço, com a barba feita por se tratar ae dia de festa, era um caboclo üe porte elegante, peito estufado, braços musculosos. olhos vívos, demonstrando Ser inteligente. e Os cabelos estavam penteados com um pouco de brilho da banha de galinha que substitui a brilhantina aos que nao a podem comprar...

Dolores pegou-o pela mao. file sentiu um estremecimento ao sentir o contraste daquelas mãos finas com as suas calosas. Perdeu a fala e. foi andando puchado pela moça, como boi bravo com a argola segura ao nariz... Nica sentla-se perturbado. O perfume fino que se evo.

Ia, os trajos, cs modos da moça, fizeram-no trôpego... E a moça divertiase a custa do caboclo. Dolores levouo para bem longe, sentaram-se numa pedra distante do reboliço da festa de São João... E ela foi arrancando as palavras e foi sabendo tudo da sua alma pura e simples. E Dolores chegou a beijá-lo na boca, certa de que conseguia beijar pela primeira vês um rapaa de 25 anos !

Aquele São João ficara estigmatizado na alma de Nica...

Moça futil, Dolores voltara à cidade anotando, talvês, nõ seu diário de moça moderna e caçadoura de emoções novas, uma novidade a mais marcada na sua vida agitada de mulher hodierna. Para Nica ela era dlvina,, era uma estrela que caíra do céu... E nunca mais teve sossego, nunca mais o pensamento se afastou dela..»

Outro São João chegara...

Nica esperou paciente«mente, dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, por aquele dia, na esperança, vaga embora, de que ela retornasse aqueIas paragens...

E ela voltou, voltou e nem o olhou

nos olhes, nem se lembrou talvês do íel que lhe deixara no coração com mel daqueie beijo...

Na hora do desafio, Nica não era_o mesmo. Já não pegara mais o violão com a mesma elegância e mesma destreza... E ele perdeu o desafio...

O caboclo desiludido, deixou a festa e foi chorar o seu pranto... Desde este dia Nica não foi mais o mesmo caboclo forte, tocando violãb com maviosidade, e cantando as suas canções ccitn suavidade encantadora... O Cabcclo forte, arrogante... Passou, a ser o embriagado mor das redondezas, caindo pelos caminhos...

E só então, Nica se lembrou da eigana...

"Um dia o trem lhe trará a des. graça..."

A desgraça não era a morte, nem o desastre, era a. mulher-serpente que lhe deixara na alma pura o íel do desengano, que lhe trouxera o desassossego, inoculara-lhe na alma simpies a maldade, o sofrimento...

Por ali, pela estrada de ferro chegara o monstro de aço que lhe maudará uma mulher, mulher demônio, mulher-sedução, mulherencanto que o perdera e> >he arruinara a vida...

Não seria ela a primeira e nem a última a perder a vida de um ho.mem...

Aquele semi-louco que agora anda pelo logarejo, esfarrapado e bebedo' diz sempre a mesma coisa e muita gente não o entende: — "Ela virá por ali"... E aponta nervoso para a estrada de ferro, vasia, triste, que mauda os dois trilhos indefinidajmente em paralela cujas • agudas pontas parecem encontrar-se contrariando a lei das paralelas que nunca se encontram, mas que no fundo, são paraleIas mesmo e seguem. Ilusão dos visionários, dos loucos comuns e também da vida cuja felicidade é como o horizonte, sempre nos parece estar ali, sob nossas mãos, ,mas que quando chegamos lá já está noutro ponto...

Ela virá por ali...

Nica esperará toda a vida pela sua felicidade...

E quem não espera, um dia, a sua grande felicidade ?

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33

O MALHO

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Surpreendidas pela invasão do Preamar, as ondas espumam fervilhantes e os barcos baiouçam desgovernados, — num dos espetáculos mais significativos da Natureza.

sua imutabilidade quotidiana eterna, o firmamento ensina NA emais verdades ao ser humano, do que todas as absoletas promessas das teologias. Em cada fenômeno, ha mais sabedoria moral e mais salutar moralidade, do que nas dissertações vagas da escolastlca. Olhai um momento a imensidade marinha ei interrogai a causa da sua vida cosmica. Em vez de réplicas sofisticas, a astronomia responde com leis perpetuas, que podem ser controladas pelas gerações e que subsistem ao desaparecimento dos povos. As civilizações cessam, as ideologias fogem com o tempo e só as verdades cientificas resistem à fuga das vaidades humanas.

Enquanto as nações se guerreiam, a gravitação continua a governar os homens através das suas leis e o refluxo dos mares aparece como um desses fatos mais admiráveis. Teoricamente, ha quatro Marés por dia, duas do Sol e duas da Lua. Sucede, porém, que a Maré — Alta Lunar coincide com a Maré — Baixa Solar uma vez que os dois astros não podem estar ao mesmo tempo no meridiano. Do equilíbrio entre as duas forças, resolta a soma da Maré, que se reduz a uma pelos seus efeitos contrabalançados. Nas quadraturas, o Sol e a Lua ficam perpendiculares, as duas atrações se cruzam e se anuIam. Compreende-se que o fenômeno varia com as fases lunares. E de fato, a Maré mais forte ocorre nas sizigias, denominação com que os astronomos Indicam, a Lua-Nova e a Lua-Cheia, conjunção e oposição do satélite. A Maré mais fraca vem com e Quarto-Crescente quadraturas, Quarto Minguante. Nas sizigias, os esferoides aquosos se confundem, a afluência de água mais considerável redobra a fúria do Preamar. Si a Maré depende da atração e das fases, a sua intensidade oscila também com a distancia da Terra, à Lua e ao Sol. O fenômeno se manifestará tanto menos intenso, quanto maior fôr o afastamento luni solar. Quando o

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pes se tornou famoso desde a alta antiguidade, graças às suas corrente» desordenadas, aos seus turbilhões * aos seus refluxos Inexplicáveis. A» Maré engendra anomalias Impressa' nantes. Conta a lenda, que Aristote les não podendo interpretar o a»1* terio dos seus turbilhões, encheu-** de desespero e lançou-se nos sorvedouros do Euripes.

Si o Oceano cobrisse unlformemente o globo e o dia lunar combinasse com a duração do dia terrestre, o »°" rario da Maré se apresentaria luvariavel, ou com variações diminutas, muito fáceis de prever. A rotação «° satélite sobre o seu eixo, leva porém.° 24 horas, 50 minutos e 8 segundos, que altera o período das Marés, n° curso da ecllptica. Outros fatores. numerosos e circunstanciais, particulares e locais, entram uns após o* tros na instabilidade do fenômenoAs ilhas, os ventos, as correntezas marinhas, os feitios dos continentes. a Inércia das ondas, a curva da Te»ra e a sua rotação, os estreitos, alt*

A SABEDORIA DO FIRMAMENTO DE nosso satélite fica no apogeu, a maior separação entre a Lua e a Terra diminuo a grandeza da Maré. O nivel das águas sobe quando a Lua chega ao perigeu, a menor distancia luni-terrestre. O Preamar pode ser encarado como o relojio, que marca a passagem do dia da Lua. E realmente, o ritmo oceânico segue o giro lunar, na sua orbita em volta do nosso globo. A Maré só perturba as massas consideráveis de água, como o Oceano Atlântico e o Oceano Pacifico. Os pequenos volumes líquidos, pouco sentem o peso da Lua. No Mar Cáspio, o fluxo e refluxo passam desapercebidos. O satélite age simultaneamente sobre todos os pontos do pequeno mar e o fenômeno se reduz a insignificantes ondulações. Mesmo no Mediterrâneo, os efeitos pouco vaIam, No Golfo de Syrta, em frente da Tunísia, o engenheiro hidrografo mede apenas 2 metros de altura, noutras regiões só 1 metro e conforme G. Collegno, a diferença entre a Baixa e a Alta-Maré de Veneza, acusa uma oscilação de 60 a 90 çentimetros. No Lago de Michigan, nos Estados Unidos, com 62 mil metros quadrados, encontràreis unicamente 75 milímetros, emquanto na Bahia de Tundy, o Preamar galga 21 metros de altura, sobre o nivel normal.

A velocidade da vaga da Maré decresce e redobra com a profundidade do Oceano. Em logares de 100 metros, a propagação se faz a 96 kilometros por hora. A 8.000 metros de profundidade, a crescente das águas avança á razão de 850 kilometros horarios. Nos estreitos e canais, a violencia da Maré apresenta efeitos particulares, comuns na Mancha, onde as ondas assaltam umas atraz das outras, precipitadas e rumorosas.

No Mediterrâneo, o Estreito de EurlO

MALHO

MATTOS

P I N T O

ram, redobram, decrescem e exaE>*j ram a propagação das Marés. E s acrescentardes o deslocamento do» Pólos, a inclinação da orbita lunar, as distancias mudaveis entre os tre* corpos celestes, muito se complica.0 problema do horário do ritmo ocean»co. Em Gibraltar, a hora da crêscente coincide com a posição da -1*?' no meridiano. Em todo o resto d° Atlântico, o fluxo se retarda bem notavelmente. A Maré chega com atrazo de 3 horas e 30 minutos em Bre*** de 4 horas em Lisboa, de 64»oraas eta Saint-Malo, de 9 horas e 15 minutos no Havre, de 10 horas e 30 minuto» em Dieppe, e com um atrazo de ** horas e 45 minutos em DunkerqueNoutras regiões, a vaga chega de ta» modo retardada, que se ajusta a° Preamar local da região. Na B**1^ de Fundy, que fica na America a° Norte, ha a duplicidade do íenomei^ e o nível oceânico sobe a 21 metro» de altura. O horário da Maré varia ainda por outros motivos. Porque * Lua passa todos os dias, 1 hora ma»» tarde no meridiano, o horário da Maré se atraza 1 hora cada dia. u movimento alternativo da hidrosfera preocupou Leonhard Euler, Colm Machaurin. Lean Le Rond D'Alen»bert, Daniel Bernoulli, que o estudaram nas suas teorias dos fluidos. ° maior sentido da Maré reside no seu vinculo com a gravitação, sob a qual vive o homem e se processam a* Nao transformações da sociedade. sentimos e não vemos diretamente * influencia dos astros, nem distinguimos pelos sentidos a rotação do Pla neta, que sustem as nossas esculturas e as nossas arquiteturas. A Maré coloca a gravitação deante dos nossos olhos, num espetáculo que a Poe' (Termina no fim da revista).

I V — 1 9 4 5

^4*HÇft DO ESTUDANTE DE MATEMÁTICA ELEMENTAR

DO MÚSICO "com calor", a Estas linhas te darão "pauta" "vivace", do meu carinho, que embora teve que se manter "na surdina", obrigado "disonante" de teus pela atitude pais. Li tuas "da cartas capo ai íin"... Pedes-me que seja "moderato", "fantasia", que que domine minha "íuga", cesse com o "ritornello" da nossa mas isso é impossível...

"multipliquemos" nossos E' necessário que "somemos", afim de abater esforços e que os "divididos". os obstáculos que nos mantêm "inteiros", pois se Tratemos de nos manter "zeros" "quebrados" e "reduzidos" js. nos vêm "problema" não terá "soà -esquerda, nosso lução".

DO

PESSIMISTA

Um sombrio cortejo de negros pensamentos atravessa, nestes instantes, minha imaginação torturada por dúvidas cruéis. .. Lágrimas incontidas fôlam pelas minhas faces pálidas e marcadas de rugas pela insônia e caem no papel. .. Essas lágrimas são gotas de sangue do meu dilacerado coração, que bate funebremente...

DO OTIMISTA

_S£__\ '-A'.

-t V _ i 9 * 5

-.

Teu amor me faz o efeito de uma jazz"doble".

Teu amor band, tocando um passo com o ágil, o esme faz ir pela vida passo pirito despreocupado e o coração alegre.. .

Quanto nos amamos!... Como somos felizes:e como seremos felicíssimos no futuro!

\

O

MALHO

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JA* QUE OLVIDAMOS OS ENSINAMENTOS DO BUDA E DO CRISTO... ^//^•OMO sabeis. nossas mentes V»«/estão atravancadas com prinçípios nacionais e internacionais, com piincipios recebidos de nossos ascendentes e cem princípios desenvolvidos por nós mesmo?. Guiados por esses princípios, defrontamos a Vida.

Por isso somos incapazes de compreender.

Só podemos compreender quando nossas mentes estão realmente frescas, simples alerta — não quando sobrecarregadas de idéias."

Krishnamurti — Italia-Noruega. 1933 pg. 120.

O sofrimento perturba os homens de todos os grupos da atual humanidade. Cultos e incultos, poderosos e humildes, buscam solução-para suas perturbadoras inquietações provenientes das camadas superpostas de memórias sem vida. Todos empregum o maior esforço que suas mentalidades podem realizar, sem contudo encontrarem solução para os intrincados problemas a resolver. Tudo, para esses grupos, se resume no vencer os mais fracos, econômica e militarmente.

Não há bastante luz nas mentes dos dirigentes dos poderes constituidos pelos grupos. Por isto não desçobrem um caminho certo entre a variedade dos sistemas politicos. economicos c sociais estabelecidos. Não sabem se dirigir para a planura da paz. embora só isso aspirem.

As soluções para encontrar a verdade e o bem, são preparadas pelos homens, com os mesmos motivos que determinam as perturbações que vão pelo mundo.

Diz-se entre os grupos: é necessário aniquilar, vencer, dominar, esmagar o adversário, sem condições depois tratar-se-á da pa?. Isto porémé apenas o dilema sem fim dos opôs-

tos.

O

MALHO

O homem vive ufano do seu saber, do seu poder, do seu direito, na pratica esquecido por completo do direito do outro. Entretanto, já poderia usar uma estrutura mental capaz de proporcionar-lhe pensamento menos superficial, com respeito à direção da sua vida entre as vidas dos outros. Já pode o homem e, sem esforço, descobrir em si próprio, as causas imediatas da sua angústia.

Basta para isso, que analize os motivos das suas próprias ações.

Sabem muito bem, os homens das camadas mais instruídas da humanidade, como se utilizarem do automovel, do radio, do avião para suas comodidades. Sabem que- em nenhuma dessas invenções estão as causas da desgraçada sorte das nações, mas no emprego que delas fazem.

Por que não pode o homem inteirar-se de que as causas do sofrimento estão no emprego que faz das utilidades, transformando-as em maquinas de suplicio a serviço do ódio?

Todo esse inferno de sangue e fogo, é produto seu. Por que não pode êle pensar e verificar que enquanto assim agir, para conforto e bem estar de um só grupo, jamais atingirá o denominador comum a todos, o qual será a paz? Não atingirá esse denominador enquanto não reconhecer como nulos, os métodos velhos de aquisição e de dominio sobre outrem. Por que continua o homem a ignorar que não existe diferença en^ tre suas intenções e as dos seus supostos inimigos?

A mente do civilizado está crivada de erros, de vicios e defeitos inconciliaveís com a cultura da sabedoria. O homem pode viver a a sabedoria que remove esSas barreiras divisórias da sua mente.

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(BELARMINO VIANA) O homem culto, sofre e faz os ü1' cultos sofrerem ainda mais, porque quer permanecer apoiado somente er"> cultura de superfície. Porque não ef" tuda êle a estiutura da sua próp'1* mentalidade? Nessa estrutura êle deS' cobrirá a verdade da qual necessita e não quer se utilizar. Descobrirá Qu(e sua mente está condicionada por ha' bitos, crenças e direitos ilusóriosO homem preparado pela civiu"** ção, com todas as suas teorias e ideai8mostra-se descrente no sentido de efl' contrar hamonia entre os seus seme" lhantes- somente por não querer ofrontar-se com sua própria razão. N* quer ver que a imposição em nomeseja do que for, apenas mascara su astucia e crueldade. Ele fala ei*1 Deus, em direito, em religião, °° Buda ou no Cristo, mas somente para amparar mesquinhos intentos. Só ra" ciocina para avaliar defeitos o° inimigos. Mas, quais são os inimig0' do homem?

São os que trabalham com os me*' mos objetivos, isto é, para domínio e posse da riqueza que pertence a hü' manidade.

Se os homens que dirigem grupo5, removessem as causas fixas nas su;lS mentes, e por meio do apercebiment" trabalhassem com propósitos coope** dores, não seriam empregados f* la nação- o labor dos incultos, o suor e o sangue dos ignorantes, na destiuia" daquilo que a humanidade construiu Pensamos assim, e os civilizado5 de todas as nações tambem pode' rão pensar conosco, ao compreende* rem os incomensuraveis ensinarriefl" tos de Krishnamurti, já que olvid*' mos os ensinamentos do Buda e <* Cristo...

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News

Trovas Britânicas desfüan•do na ilha de Malta.

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Um oficial e um soldado da R.A.F. examinando uma parte da bomba germanica V-2.

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O general Eisenhower inspecionando as forças ão Quartel General do "front" do Oeste.

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0 Dr- Cirilo Júnior submete aos presentes os termos do mjmoravel documento firmado todos os presentes, pelo qual se apresenta à Nação o nome do Ge íeral Gaspar Dutra à Presidênciapor da República. ^

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A data de 12 de Março registrou o aniversário natalicio do nosso colaborador professor José de Alarcon Fernandez, escritor muito apreciado entre nós, principalmente pelos seus brilhantes estudos de assuntos inter-americanos.

Por êsse motivo, foi Alarcon Fernandez alvo de grandes provas de simpatia por parte de seus amiQos e admiradores.

As tardes turfísticas que o jockev Club Brasileiro oterece à sociedade ca "ciou" rioca, são o da verdadeira elegância.

O elemento feminino aflue, interessadamente, à pe/o«se da Gávea, e instantâneos como êste podem ser colhidos fotógrafos, pelos atestando as afirmações feitas acima.

REGRESSA DOS ESTADOS UNIDOS, UM CARDiOLOBRASILEIRO GISTA Em avião da carreira, de volta dos Estados Unidos onde fôra a convite do govêrno daquele país, , tendo realizado estudos sobre sua especialidade em um grande número de centros hospitalares norteamericanos, regressou a esta capital o cardiologista brasileiro Dr. A. Araújo Villela.

DOUGLAS"

— 40 —

D

C 3

Uma visão com que não ousar'3 sonhar o Brasil do comêço do se' culo: um grande bi-motor comer' ciai, com capacidade para 21 pa^ sageiros e 3.360 quilogramaá carga, serenamente pousado P3U' aeroporto de Congonhas (São "Doug'3S lo). Trata-se de um DC 3", pertencente â írota de um3 companhia nacional de aéro-flav®' gação, cujo movimento o ano pa® sado ultrapassou o da totalida" das empresas aéreas da Repúbli'-3 Argentina.

I v — 1 9 4 S

UMA

TMA das medidas mais sábias da administração do Sr. Henrique Dodsworth à frente da Prefeitura do Distrito Federal é certamente essa, agora Anunciada,

da criação

parte integrante n'cipalidade. A

da

de

Banco que

um

' administrativa

máquina

constituirá da

Mu-

providência do Prefeito reveste-se de Uma alta importância para o destino da vida econômica da Capital da República. Um estabelecimento de crédito dêsse gênero é uma fôrça nova. de inealculáveis possibilidades, que vem trazer ao desenvolvimento do Distrito Federal um forte contingente econômico.

AO O

SUGESTÃO

vem à lembrança, a titulo de sugestão: o do Sr. Jorge Dodsworth. Ainda está bem viva na memória de todos

O

a

atuação

como colaborador Dodsworth.

E

crédito

de

da

dêsse

ilustre

brasileiro

administração

do Sr.

Henrique

ainda

agora

à

magnífica

de negócios

à

Inspira-nos, nesse propósito de dar um alvitre, o reconhecimento das qualidades do Sr. Jorge Dodsworth.

P'

•] niT IBBfe

"

II™ "-jap

agora

projetado flâsce sob a inspiração da Municipalidade e sob a sua administração irá viver. Nenhuma demonstração mais sadía da garantia e eficiência de seus negócios poderia ser dada em melhores condições. O Prefeito nenrique

assistimos

frente de uma das Carteiras do Banco do Brasil.

indústria

estabelecimento

admirável

cooperação de seu espírito de homem

e o comércio, as iniciativas oficiais ou particulares, encontrarão nesse Banco as Mesmas garantias que lhes oferece há tantos anos o Sanco do Brasil. f Â

PREFEITO

v"' IP'• .

trazer

Dodsworth

soube à Prefeitura do distrito Federal o acerto de uma inteligência iluminada Pelo propósito de marcar a sua passagem pela Municipalidade com rma etapa de evolução incontestãvel. Basta que se recorde um empreendimento como 0 da Avenida Presidente Vargas para que se tenha UlT>a imagem da capacidade de realizar do homem

•IIP^

'lustre a quem o Sr. Getúlio Vargas entregou a admin'stração da cidade. criação do Banco da Prefeitura é. assim, o Prolongamento natural de um programa feliz para os destinos da Capital da República. A iniciativa é dessas A

L)r. Jorge Dodsworth Tal reconhecimento não

Çue rasgam horizontes promissores e fixam, desde as origens, a certeza de uma providência acertada.

O Sr.

Henrique

vez

Para Sr.

dirigir

Henrique

o

Banco

Dodsworth

dos

merecedor

benemérito

o espírito aplausos.

mais

Dodsworth revela-se

da de

Prefeitura encontrar

um julgamento

valerá,

na

sua

escolha,

como

ção necessária da iniciativa municipal.

I V _ 19 4 5

que parte

de

mas

todos' aqueles

que, sabendo de seu passado de homem público, têm

uma

acompanhado a sua atuação como colaborador

melhores

da

administração

direto

municipal.

E' certo que o Sr. Henrique Dodsworth terá certo

precisa o alguém que

escrupulo em indicá-lo para

tais

funções.

Mas

deve-

mos lembrar-lhe aqui que não está em jogo, no caso,

seja ao mesmo tempo identificado com os problemas da Muicipalidade e as questões bancárias. Ssse diri9.ente

coletivo,

é uma opinião pessoal,

uma questão fraternal, mas o destino de um estabelecimento de crédito que deve ser sabiamente dirigido para corresponder à confiança dos brasileiros.

a complementaUm nome nos 41

O

MALHO

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MERCI

SEU

ENCERRAMENO

A

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31

DE MARÇO ULTIMO E O RESULTADO FINAL DO JULGAMENTO

O TIGRE E A COBRA. — A bela escultura, cuja gravura aqui vemos, de autoria do consagrado escultor João Tuf{n, e que obteve a medalha ãe prata do Salão d<> Belas Artes deste ano, acaba de ser adquirida pela Prefeitura desta, Capital, afim de s^r colocada no Jardim Zoológico da Quinta da Boa Vista,

A

APARECER

PRÓXIMO

NO

NÚMERO

•CONFORME fora anuncia"Circo azul".

do, encerraram-se definiti vãmente a 31 de Março as inscrições para o "Concurso MERCI", instituido pela 'Casa Merci" em colaboração com O MALHO, certame destinado a oferecer uma excelente oportunidade aos nossos artistas para a conquista de prêmios no valor de 12 mil cruzeiros..

Em nossa edição vindoura divulgaremos os nomes dos com-

EXPOSIÇÃO FRANK SCHAEFFER amanhã, dia 2, no SaINAUGURA-SE lão Nobre do Palace Hotel, a esperada exposição de pintura de Frank Schaeffer, que se [realizará sob o patrocinio da Soe. Brasileira de Belas Artes.

Essa mostra de arte ficará franqueada ao publico até o próximo dia 14.

Damos, aqui, a reprodução de dois quadros do festejado artista, que figuram na sua exposição.

"Santa Rita" (Parati).

O

MALHO

â

X;

ponentes da Comissão julgadora, que se comporá cie um representante da Escola Nacionai de Belas Artes, d'a Associação de Artistas Brasileiros e do redator artístico de "O Malho"

e

"Ilustração

Brasi-

leira".

Daremos, igualmente, nessa

LA — 42

edição, o resultado do julgamento dos trabalhos inscritos, ficando, mente

dessarte,

definitiva-

encerrado

o certame,

que tanto interesse despertou,.

I v

19 4 5

V

T>EMPORAD,Á

DE

1945

ocahzámos no mês anterior as persP^tivas para 1945 no Municipal, conforme 'arecimentos prestados pelo maestro Sil^lergili a um matutino carioca. Tiyes' entãc, a oportüindade de louvar quasi •"restritamente o panorama delineado pelo Pfganízador da temporada oficial do MuniclPal, limitando nossas restrições ao não aproveitamento dos nossos valores líricos, 1ue. a nosso ver, deverão participar da lilca °f'cial.

Parece que prevalecerá o nosso onto de vista,, pois, segundo ouvimos em rodas autorizadas, a temporada contará com v'oIeta Coelho Neto, Silvio Vieira, Maria augusta Costa, Maria Helena Martins e outras expressões da Arte Nacional.

Além de Erich Kleiber, teremos entre nos o maestro Koussewitzky e talvez Jean ¦ [°rel, segundo nos declarou Silvio Pier*' '• (> Distrito Federal hospedará, assim, Uois mestres da rejencia, ou três, caso ven'la o primoroso artista francês.

A Associação Brasileira de Imprensa inic'ará em Abril a sua temporada oficial, que aorangerá duas series distintas, consoante a resolução do Departamento Cultural da --asa do Jornalista, em reunião de que, sob a- Presidência do nosso prezado confrjade e'so Kelly, participaram o maestro Silvio ,ergili, o jornalista Garcia, de Miranda íl"etto e o cronista musical de O MALHO, ricou estabelecido que ambas as series se miciarão no corrente mês de Abril, sendo.

Urna a cargo de "virtuoses" e aplaudidos c°njuntos cameristicos, e outra para apreCnt2ção de jovens concertistas nacionais, A primeira serie apresentará um espetacUlo de bailado, três concertos vocais e quar° instrumentais, assim distribuídos. Abril ~~ espetáculo de bailados; Maio — Guiomar Movais Pinto; Junho — Violeta Coelho Neto de Freitas; Julho — Moacir Liserra; Agosto — Jennie Tourel; Setembro — con«rto de artistas líricos; Outubro — Arnaldo Estrela; Novembro — Quarteto Ia1 «ovino.

A serie '* Valores novos" será 'iniciada Com uma expressão da nossa juventude musical nue se haja destacado na temporada °ficial recedente; os outros concertos desta serie reunirão sempre duas artistas patrícias e deverão realizar-se ná razão de um por mês. Esta serie que triunfou em 1944, comeCará com a cantora Maria Helena Martins, Prosseguindo com Vilma Graça, Nilza Mar'a Drumond, Ruth Brafrnan, Maria Augusta Olivia, Vanda de Sousa, Jeanette Herrog, Wally Morais Leal, Elisa Naiberger, Maria -^'eiua e Marilia Espanha, cabendo às duas ótimas o concerto final, que será composto de musicas de Mozart. ^efusivamente A PRD5, da Prefeitura do Distrito Fe'«"ral, irradiará os concertos promovidos '"-'o Departamento Cultural da A. B. L, Cü'iforme antecipámos em Janeiro ultimo, em

XV __. 1 94 5

apenas se sabe que o professor G. Fontainha, um dos organizadores dos concerots da E. X. M., oficializará audições de seus alunos, que' tocarão composições de Bach. Temos o direito de esperar que neste ano não se reproduzam as graves falhas ocorridas no inconcluso Ciclo de Sonatas de Beethoven, onde, ínconpreensivelmente, se exibiram elementos que apenas se iniciam no estudo pianistico. Alinhou o ilustre professor, antes do inicio do Ciclo inacabado, cerca de 20 par-

\

ticipantes do mesmo, nos quais depositava plena confiança, conforme nos declarou.

Nem todos participaram, e, dentre os que o fizeram apenas 6 demonstraram comprecnsão da musica beethoveana. A experiência aconselha,

?f_. / I

'iolela

Coelho

Neto

#a Mm \mim\ artigo sobre as atividades musicais da A. B. I., às quais fez amáveis referencias o ilustrado professor João C. Caldeira Filho na secção artística do conceituado ''Estado de São Paulo."

Além da temporada acima, terão lugar na A. B. I. os grandes recitais da Radio Globo, promovidos pelo Departamento Cultural da emissora de Roberto Marinho, e os concertos de Conservatório Brasileiro de Musica, Sociedade Brasileira de Musica de Câmara e Instituto Brasil-Estados Unidos.

Já que falamos no Departamento Cultural da PRE 3, cuja direção íoi recentemente confiada ao professor Ariosto Espinhei ra, felicitamos à emissora em apreço por ter conseguido o concurso deste experimentado educador e " broadeaster,*' conhecedor profundo do radialismo nacional e precioso cola borador da PRD 5, onde ingressou no periode da respectiva organização, em 1933, a convite do seu fundador, o profe.ssor Roquette Pinto. Atualmente colabora Ariosto Espinheira com o professor Maciel Pinheiro. diretor da emissora municipal e continuador da notável obra educaiva encetada por Roquette Pinho em 1953.

Por tudo isto, estão de parabéns a A. B. I.. c com ela os srs. Herbert Moses e Celso Kelly, e ainda o nosso mundo musical, que será brindado com uma temporada de remarcado brilho, sem precedentes em âmbito que não seja o do Teatro Municipal.

Referimo-nos aqui unicamente à temporada oficial do Municipal, pois as entidades que nele promovem concertos nem sempre consultam exclusivamente o interesse artístico.

pois que os recitais Bach congreguem não apenas alunas do professor Fontainha, mais um pugilo de jovens concertistas nacionais, inclusive por ser a E. N. M. uni estabelecimento oficial, onde deve prevalecer o interesse artístico.

Assim procedendo, a E. N.' M. secundaria a iniciativa da A. B. I. de apresentar as lidimas expressões da nossa juventude musical. E convém frisar que não sendo a A. B. I. entidade musicai, avultam por isto mesmo, as suas realizações artísticas, que visam os superiores interesses da cultura artistica nacional, os quais devem ser trádttzidos no desenvolvimento da temporada oficiai do velho estabelecimento federal, que não se pode limitar a audição de alunos e a concertos medíocres, salvo raras exceções, como acentuámos no balanço da ultima temporada.

"BRASII.

MUSICAI,"

nosso meio aiuistico acaba de ser brindado com uma excelente revista 0 especializada, que surge sob os melhores auspicios, já que é das mais belas a bandeira que desfralda.

"Brasil Musical" obedece à orientação do Sr. João Batista de Campos Melo Filho, que assim sintetiza suas diretrizes: — "Reivindicará para os artistas nacionais, quando mais não for, ao menos o mesmo respeito, a mesma gratidão e assistência carinhosa que os tributados aqui ao artista estrangeiro, e lá fora a todos os artistas. Despertara no grande publico o interesse pelos nossos artistas, a tolerância inteligente para seus primeiros passos, a alegria por seus progressos, o orgulho por suas vitorias." E mais adiante:"... os vitoriosos e os que ainda não estão amadurecidos devem ser incentivados por uma critica honesta, esthnulante e nunca demolidora."

pertorio...

Xão são outras, aliás, as diretrizes de O MALHO, que, por mais esta circunstancia se associa entre os nue melhor receberam a publicação que faltava ao nosso mundo musical.

Quanto à Escola Nacional de Musica, cuja ultima temporada foi bastante discreta

FRANCISCO

Coisas de boa vizinhança e escassez de re-

— 43 —

CAVALCANTI O

MALHO

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M^AmsmsWAli^WW^A^^ssssWssssssWilàMt^sssssissWS

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GRANDIOSA OBRA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NAS ZONAS PRODUTORAS DO CACAU

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laboração cem a L. B. A. iniciou nas principais regiões produtoras do cacau, dizendo que o Instituto concedeu OS seguintes donativos para Ilhéos: Ambulatório Santa Izabel 15.000 cruzeiros; Maternidade Sta. Izabel para construção 400.000 cruzeiros; Hospital S. José para ampliação 200.000 cruzeiros; Soe. S. Vicente de Paula 20.000,00; Cruzada do Bem pelo Bem 10.000,00; Orfanato D. Eduareio 15.000.00; Assoc. Sta. Terezinha 10.000,00; Assistência às Crianças de Pontal 20.000,00. Sendo assim os í

auxilies concedidos para Ilhéos no total de 690.000,00.

Para Itabuna — Casa do Mendigo para conclusão 100.000 00 Hospital Sta. Cruz para ampliação 250.000,00; Maternidade de Itabuna para construção 400.000,00; Lactário 15.000.00; Soe. S. Vicente de Paula

General Renato Aleixo, Interventor Federal na Bahia, que salvou a lavoura do cacau das garras do cambio negro. a nova politica do cacau em bôa hora iniciada GRAÇAS pelo Interventor General Renato Aleixo vai agora o Instituto do Cacau ca Bahia realizando a sua verdadeira finalidade de amparo à lavoura cacaueira e aos milhares de pequenos lavradores que viviam expiorades por meia duzia de magnatas. Tendo regressado da

15.000,00;

Educandario Divina

Providência

15.000 00.

num total de 795.000,00. Para Pi rangi: Hospital de Pirangi para funcionamento 50.000,00. Para Itapira: Hospital em ccimço — cenelusão 50.000,00. Para Belmonte: Hospital da cidade 30.000,00. Para Canavieiras: — 30.000. Depois de referir-se a situaão de pobreza dos Hospitais daquelas regiões em contraposição com a riqueza da mesma, disse que pela

benemérita

presidente

Um cacaueiro

sua excursão à região produtora de cacau no Sul do Estado, o Sr. Paulino Jaguaribe. Presidente do Instituto do Cacau, o representante da S. A. "O Malho" foi procurá-lo no seu gabinote de trabalho para colher algumas informações.

Recebido

democrática-

mente, pois. o Sr. Jaguaribe é um espírito de verdadeiro democrata, ali respira-se agora o ar puro da liberdadc, da moral administrativa, e de traprodutivo e construtor. O Presidente do Instituto balho

muito

trabalho,

do Cacau falou longamente sebre o grandioso programa de assistência sociai que o Instituto do Cacau em coO

M A L H Q

44 —

I V — 1 9 4

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Um aspecto do Pofto de Ilhéos

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da Legião Brasileira de Assistência na Bahia. D. Ruth Vilaboim Aleixo ,foram também concedidos os seguintes auxílios para Ilhéos: — Ambulatório Sta. Izabel 5-000; Maternidade Sta. Izabel 50.OCO cruzeiros; Hos-

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Macuco-Rio Branco — Ric Branco-Vargarito. Conclusão do encascalhamento na rodovia Pirangí-Agua Preta; Desobstrução do canal da barra de Ilhéos. Em colabbo-

ração com a Prefeitura de Ilhéos estão em obras a Rodevia Guaraeí-Pouso Alegre; e o Ramal de Duas Barra . Em colaboração com a Prefeitura de Itabuna está

P.ital São José 50.CC0.00; Orfanato D.. Eduardo 5-000,00, num total de 110.000,00. Para Itabuna: Maternidade Itabuna 80.000,00; Lactáric 5.00-5,00. num total de 85.000,00. Para Pirangí: — Hospital de pii"angí 10.000;00. Para Itapira: — Hospital em começo 5.000 00. Para Belmonte: — Hospital da cidade 20 -000,00. Para Canavieiras: — Hospital da cidade 20.000 cruzeiros. Montando assim em perto de ciois

em construção c Ramal de Mutuns. Além disso, o Instuto do Cacau está realizando vários serviços técnicoagrícolas ceme. Extensão de1 combate às pragas do cacaueiro em teda a zona, com intensa destruição dos ni"Podrinhos ds "Formiga de Enxerto"' e profilaxia da "Escola de Capatazes.' dão Parda". Construção de uma em Uruçuca. Finalizando disse o Presidente do Instituto

rnilhÕEs de cruzeiros com que sãc auxiliados no corrcnte ano as obras de assistência social da zona do Cacau que ainda outros serviços estão no seu progracacaueira do Estado. ma cemo: Auxilio às InsProsseguindo. o Sr. Pautituições de Assistência Uma saca de cacau pronta para embarque "no Jaguaribe referindoda região, não mencionase às obras de utilidade das acima, assim como à Fundação de novos PosPública que o Instituto s^y^L^i^^ ^^mm^m¥"K,t^^ ¦*•¦•¦ Hf" está realizando no cor«*»*nv tos Médicos. -Otimamenm ~ ¦ ^R. ¦¦'***"• • AW lafllll ir lllBBBlWflrf''ir-* ¦ rente ano, disse que por te impressionado pela neva orientação que o conta exclusiva do Instituto estão em execução: — 40 kms. — Rodovia Maraú-Itapira: 8 kms. — Ramal de Jussari; Con-

Sr. Paulino Jaguaribe está dando ao Instituto do Ca-

¦Uíumpi^'

clusão das obras em andamento nas rodovias

i *

19 4 5

agradecido

pelas

suas

atenções. flBfeBBfaawL..

IV

cau, o representante de "O MALHO" retirou-se

— 45

^BBBal

MALHO

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o período regulamentar das férias, com Após um vigor novo e prometendo novas e atraenles realizações, está por poucos dias a reabertura do "Cassino Atlântico", o Palácio do Posto Seis em que a Alegria e o Bom-Humor fizeram morada e onde a sociedade carioca desfruta ai mais amenas e agradáveis horas de sua vida.

Ali, em meio ao requintado e fino, lado a lado com o que de melhor o Rio possui, os "habituées" do CASSINO ATLÂNTICO assistirão, novamente, dentro em pouco, a verdadeiros espetáculos de fina arte e contagiante alegria. e estará novamente Alguns dias mais aberta ao seu bom gosto e á sua sensibilidade a "urna de Pandora", como já foi chamada com propriedade e acerto, oferecendo-lhe as mais gratas e agradáveis surpresas.

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Suplemento Cinematográfico

d'O MALHO

^r^SriBrSf Wi

EM

FAVOR

DO

CINEMA MARIO

NUNES

j^ ÃO é Carmen Miranda, no Brasil, um grande o paiz alheio, é claro que outros povos, principalcartaz, mas o é nos Estados Unidos, nas mente, os deste continente, de formação, idéas e cidades, mas nas pequenas pendores idênticos, experimentarão a mesma impandes ocaidarjeg do mterior, principalmente onde seus filmes provocam pressão delicada e enternecida. Faz o flme, desse <f "quios de goso e a influência de milhares e mi- medo, uma sólida obra de aproximação continen"ares de fans. Constitui-se a artista, assim, com tal de inestimável importância para a política de feitio cômico-excêntrico, a noticia viva da exis- bôa visinhança, a que vimos dando nossa coopera^u encia de um país que produz belas cousas e que, ção com sincero entusiasmo, com o firme propósito P°r isso, merece a simpatia e a amisade da gente de criar um mundo melhor, como quiz um dia um n°rte-americana. Vale, ela sòsinha, por um com- homem que os homens crucificaram na alto de um plexo e atilado aparelho de propaganda que exerça morro em remota cidade da Judéa... sua influência sobre os nervos, sobre os centros ae sensibilidade emocional, em vêz de dirigi-la à inte-gência e às curiosidades especulativas.

Aurora Miranda e as três figuras Caricato-simboAo lado de Carmen Miranda, como fonte de licas do filme, Panchito Alegre, Zé Carioca e Pato estima "Você pelo nosso país, é já foi a Baía?" apresenta a novique se coloque Walt Donald.

Disney com a sua creaçãojusto do Zé Carioca, o papa- dade do consórcio da fotografia natural e do deSaio pachola que reaparece, agora, em "Você senho animado. já foi a Bahia?" companheiro de pitorescas e bem huaventuras do Pato Donaldo e do Panchito goradas A1egre, o fanfarrão galo mexicano que é mais um Personagem de sua genial galeria de bonécos-símb°lo.

Zé Carioca, com a importância que se dá, Seu ufanismo, seu nãó-importismo, é bem uma das * tu Hk Janeiras de sêr do brasileiro, nele explorado com ¦Hflflflflflfllfl* mmmmWi ABL" graça e finíssimo motivo. Se o desenho ou a conjk Qa*aT0£ cePção por si só maravilha o que nos enche de Pasmo é a segurança, a nitidez do traço psicólogico, revelador da genialidade de Walt Disney e de Seus talentosos e argutos colaboradores, essa equi*#*5'' Mmmm# ¦*•*** ^111^ '¦ Pe de desenhistas que esteve no Rio, fixando asPectos e traços característicos da gente do Brasil tarefa que cumpriu galhardamente.

"Você ?"* já foi à Bahia?" que vimos em sessão :..'\';!flBp& Jam\m especial fará mais pelo Brasil junto dos povos das Américas e não somente quanto às elites, bossas bem sucedidas atrações, em conferências que diPlomáticas internacionais. Vendo e sentindo a Baía estilisada, em imagem e música, que o filme apresenta, somos levados a amar com maor terhura nosso paiz e seus tradicionais encantos. Vendo e sentindo o México estampado em seqüências flflflflflflflflflflkj** Efe ' 4mmmmm. de inenarrável beleza, em um colorido quente e apaixonado, em tumulto se eleva, em nós, o desejo de compartilhar das alegrias e prazeres loucos ou do gostoso sentimentalismo do povo e da alma meXicana. Se assim vemos e sentimos o nosso paiz e mmms\\\\\\\w

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Aspecto de um dos momentos de "Wilson" a grandiosa produção de Darryl F. Zanuck que será um dos grandes sucessos do ano cinematográfico.

Sara Algood, excelente atriz inglesa cujo papel de progenitôra de Roddy McDowell em "Como Era Verde o meu Vale", fez dela uma forte concurrente ao prêmio da Academia, acaba de sêr contratada pela Paramount. para fi"FLOR DO LODO" gurar em (Kltty), um filme dirigido por Mitchell Leisen, e interpretado por Paulette Goddard e Ray Milland.

A melodia favorita do diretor Mitchell Leisen, "Clair de Lune", de Debussy, acha-se incluída na partitura musical de "GAIVOTA NEGRA" (Frenchman's Creek), a espetacular super-produção tecnicolor de Joan Fontaine e Arturo de Cordova.

Depois da estréia de "PELO VALE DAS SOMBRAS" (The Story of Dr. Wassell), o nome de Cecil B. De Mille foi incluído na Classe A, do Departamento de Correspondência dos Estúdios da Paramount. Até agora, só atores figuravam nessa Classe, e todos eles com mais de mil cartas por semana, mínimo exigido para fazer parte da mesma.

• O produtor Hal B. Wallis conseguiu que David O. Selznick lhe emprestasse Wiliiam Dieterle. para dirigir "THE LOVE LETTERS". filme que tem como intérpretes máximos Jennifer Jones e Joseph Cotten. Dieterle foi aue dirigiu "A Vida de F.milfi Zola", "A História de Pasteur", "A Vida do Dr. Ehrlich" o "Juarez".

VOCÊ SABIA... .. que Barbara Stanwyck. a estrela "PACTO DE SANGUE", apostou mil dólares em como Berlim cairá no dia 26 de Abril deste ano? .. que ao terminar cada seqüência da "A MULHER QUE NAO SABIA AMAR", Ginger Rogers recebia um ramalhete de flores, enviado por Mitchell Leisen? . .que Bing Crosby recebeu um exem"Edgard chorou"? plar da música a maior parte da ação de que "HIENA DO MAR" é desenrolada ao sul de Pernambuco? "fan" é .. .que graças à carta de um ficou sabenque Paulette Goddard do quantos filmes já fez até agora?

ALEXANDER KNOX GANHOU O PRIMEIRO PAPEL EM "WILSON" SEM TER QUE SE SUBMETER A UM "TÉST" inédito nos anais de Hollywood: Alexander Knox gatihou o papel-título de "WILSON", a colossal produção de FATO Darryl Zanuck para a 20th Ccntury-Fox sem ter que se sul)meter a um "test".

Usualmente, é a maneira pela qual o ator é listo na tela que lhe dá este ou aquele papel. Mas no caso de Knox foi a maneira pela qual êle foi ouvido.

Eis o que aconteceu. " screen Quando Zanuck recebeu do cenarista Lamar Trotti o "WILSON", que tinha trabalhado nele quasi dois :.nos, play" de decidiu fazer uma tentativa. Para êle o trabalho de Trotti era um dos melhores que êle havia lido em toda a sua vida, mas queria po-lo à prova ouvindo-o. Assim, planejou uma gravação completa do cenário e encarregou do trabalho a Wiliiam Bacher, produtor radiofônico que se tornou produtor cinematográfico.

Como a gravação, deveria ser feita dentro dum estúdio sonoro fechado e munido apenas dum mi crofone, havia necessidade apenas de atores, dramáticos com boas vozes. Sua aparência não importava. E como Zanuck ainda se lembrava da esplêndida voz de Alexander Knox ciue êle ouvira "ISSO ACIMA DE em TUDO", designou-o para fazer o Wilson na gravação.

Quando os discos foram ouvidos a leitura ciue Knox fez dos "WILSON" soou diálogos de tão convincente,, tão impressionante, que Zanock pediu imediamente fotografias dele e enviouas a Guy Pearce, diretor do Departamento de Maquilage, perguntando-lhe si era possivel obter uma semelhança razoável -com Woodrow Wilson. Depois de fazer diversos desenhos Pearce con seguiu um resultado mais do que satisfatório.

E assim Alexander Knox ganhou o maior i>apel do ano, sem ter que se submeter a tests exaustivos, unicamente pelo prestigio de sua voz.

Em um momento de Cezar, nos es.túdioíá quando se filmava "Os Mistérios da Vida" da Universal Charles Boyer discretêa com Bethy Field que o acha deveras curioso.

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Robert Taylor, Tenente da Armada de Tio Sam, esperava, no dia de sua incorporação, a sua vez na fila, com outros candidatos que se apresentavam também a serviço no Departamento da Marinha. De já- '$: ¦ | Üü ^-aúmMM k. repente, um dos rapazes (pelo visto, vindo do interior) que lhe precedia em ordem na fila,' virase para trás, repara bem e perjunta: "Desculpe, cavalheiro... mas :l fl - fll I**** 1 flR ¦' < > m _____________H m !________ como é que o sr. se chama?"

"Spangler Brugh" — respondeu o astro da Metro, «dotando já ali * M—l A o nome de batismo, e com o qual entrava como Aspirante na Marinha.

"Ah ! Pensei que o sr. fosse Aqui está uma Carmen Miranda diferente, Robert Taylor ! Mas, agora, re"que sem balangandans de qualquer espécie, parando melhor, é que vejo físicos e morais e ultra-interessante, não acham? estou enganado !..."

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UMA "FALSA LOURA" DA CONSELHOS...

Barbara Stanwyck nasceu, seus cabelos eram pretos; QUANDO e pretos continuaram até há ao ser iniciada a bem pouco tempo, "PACTO DE SANGUE". filmagem de Sendo ela a "estréia" desse füme, e exigindo o papel que a sua intérprete fôsse loura, Barbara não vasua linda cabecii>ou em submeter "experts" dos insleira à perícia dos titutos de beleza.

Os resultados foram os mais satisfatórios, provocando mesmo, por "íans" mais exaltados, a parte dos afirmativa que ela muito lucrou com a transformação.

Na sua qualidade de "loura improvisada", Barbara Stanwyck fez al gumas considerações, bem merecedoras da meditação de todas as louras, "falsas" ou autênticas: "Os problemas do vestuário, para as louras, são muito mais complexos do que os que as morenas cpnfrontam. A morena pode realçar a sua cabeleira preta cr,m toiletes em amarelo vivo, vermelho berrante ou azul alegre. Já a loura não tem a mesma liberdade, uma vez que dev; ter o máximo cuidadp em evitar que os seus cabelos claros entrem: em conflito com as cores brilhantes".

E acrescenta: "Os efeitos teatrais são uma ar madilha terrivel para as mulheres meu tipo (o atual, bem entendido...).

Assim, por exemplo, o efeito por demais dramático que os vestidos pretps produzem, ao fazer junção ccm os cabelos louros. O remédio, no caso, é atenuar o negro com alguns toques de branco ou de beige. Deve-se resistir por igual, neste caso, à moda cada vez mais acentuada das pérolas, sera pois de muito melhor efeitonoutra uma j óia e,m cristal rosa ou cô,r leve.

"Os cabelos louros exigem uma atenção constante1. A cabeleira reO

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volta, propositamente descurada, que principalmente, pela naturalidade, vai tão bem nas morenas, é um ver. emeção e estudo que deu ao papel. dadeiro Stalingrado para as louras". June Duprez e Barry Fitzgerald desBarbara acha que a ondulação tacam.-se e,m papeis secundários. Não suave, terminando em uma volta do percam êste filme. cabelo — para a cabeleira curta —, Do mesmo artista, Cary Grant, e num tufo macio — para a cabelei- é a comédia adaptada da peça "Ar'ira longa —, representa o penteado senic and Old Lace", melodrama que ideal para as mulheres louras. Não ainda continua a ser representado e devqn os cabelos da loura ser onque constituiu um dos maiores êxitos dulados cerradamente, nem dispôsdo teatro americano. O lado morbido í;s de forma a que escondam a testa. da. história, nem por isso, deixa de Entre as côres da moda, susce- - fazer rir o publico emericano. Êste de favorecer as louras, preptiveis "estréia" filme foi feito há quasi dois anos, "PACTO fere a de DE SANdirigido pc|: Frank Capra, pouco anGUE" o vermelho-passa, o verdetes dele entrar para o serviço ativo "chartreuse". garrafa e o do Exercito. Cary Grant cem o papel principal, sendo que na peça, essa FUTURAS ESTRÉIAS parte era quasi que nula, havendo sido, porém, aumentada por motivos (Filmas vistos em Hollywood por de bilheteria. Priscilla Lane, RayGilberto Souto). mond Massey, Peter Lorre e outros completam o elenco, o fi'me está fat:;dcs os filmes vi, em zendo muito sucesso, e Cary prova, "p.eview", nestas que ultimas £eDE manas, mais uma vez, que tanto agrada na se o destaca é que "NONE BUT LONELY comédia ccmo no drama. "OUR HEtraHEAET", ARTS WERE YOUNG AND GAY" é baino da Rádio RKO, com Cary Grant e Ethel Barry.more nos papeis prin- um1 filme simples :que agradará a cipais. E' um drama psicológico, famiiia inteira. Uma dessas comésc,iibriio e trágico, mas de grande bedias singelas, narrando as aventuras ieza e de intensa emoção. Cary, ao na Europa de duas moças americacontrario do que vem fazendo, u.tinas, Cornelia Otis Skínner e Emily mamente, aparece num papel sério, Kimbrough. Dianne Lynn e Gail um estudo interessante de um raRussell são as heroinas, ao lado de paz inglês, d.s baLros pobres de LonCnarles Ruggies, Dorothy Gisn, Jadies. O filme marca o primeiro trabames Brown e outros. lno de direção do celebre teatirókgo, "THE WOMAN IN THE WINClifford Odets, que também escreveu da DOW", filme da nova empresa, Incinematografica a adaptação A direção oferece momentos ternational Films, foi dirigido por [obra. de grande intensidade dramática, se Fritz Lang, com Edward G. Robinson, bem que, em certos trechos, é lenta Joan Bennett, Dan Duryea, Raymond e arrastada. Mas Odets promete, e Massey e outros. Bem, feito, bem- traudinacio e dirigdo com n^bihdade para quem entende inglês, o seu dialogo é benssimo; lírico, por vezes, de pcio veterano íTitz Land. Não vcu grar.de significação social, ao mescontar o final, mas, na minna opimo tempo que oferece passagens muimao, deveria acabar ccm 11 morte de co dramaticas. Ethel tsarrymore, que volta ao cinema depois de quasi doze R.binson. Joan Benngtt está muito bom, um des seus melhores anos, (ela foi a Tzarina em "Raspapeis. putin) está admirável. O seu des.em- Dan Duryea destaca-se com um ótipenho merece a atenção de todos, mo desempenho.

Uma das bc'as cenas de "O Bom Pastor" o lindo filme de doce sentido cristão, com Bing Crcsby, Barry Fitzgerald .3 Jean Heather.

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EVELYN KEYS, jovem ioura que o cinema exibe acen, •,VaH(Í3-lhe a boniteza nas produções "Technicolcr", é, na l(1& privada, eminentemente social, gostando muito de eceber visitas e de fazê-las tambem. Miss Keys costuma JZSI'- Ccmo estou sempre rodeada, costumo vestir-me já nisso mesmo, preferindo, eomo é natural, ves^-sando s práticas, embora graciosíssimas, e sou doidinha por Utn conjunto de saia e blusa, o que realça a juvenle e é despiretencioso, não dando a entender que se esra a cada momento — como é natural entre as que

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se dedicam a profissão a que me dediquei — a bisbillaotice agradável de um repórter, ou as amizades que se sentem bem no meu ambiente, pairando com espirito e apreciando um "luncheon", ;o qual apesar de feito em cima da hora, resulta estupendo.

Assim eu me julgo, cem orgulho, boa dona de casa fazend;: o "mercado", -dfcter.r.inando o "menu" diário, semp:e cuidadosa em que não falte a alegria das flores em cada aposento, o último livro de sucesso na mesa do "studic", ds cigarros que entretèm as mulheres tanto quanto os homens, e os mil nadas que requerem, para maior relevo, o nosso golpe de vista...

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A MEDIDA QUE SE APROXIMA O DIA DA REABERTURA DA URCA, AUMENTA EM NOSSOS MEIOS ELEGANTES A ANSIEDADE EM TORNO DESSE ACONTECIMENTO DE MARCANTE RELEVO SOCIAL, QUE PROPORCIONARA', NO GRILL DAS GRANDES ATRAÇÕES, i . APRESENTAÇÃO DE FAMOSOS ARTISTAS NACIONAIS E ESTRANGEIROS.

RESERVA DE MESAS - FONES: 26-5550 E 26-555^ MAL HO

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Nas praias ainda brilhp/n, as centenas, cs "malllots" rmüticcres, os branc^is acentuando melhor a pele que as mulheres curtiram pacientemente ao s?l.

Manhãs prima.*osas de beniteza, ,manhãs românticas...

A mocidade aspira com delicia a fresca briza matinal, e con,templa com entusiasmo as tintas d.\ paisagem.

As tintas da paisag,'3m admirável desfiam na a.(ma dos men,:s jovens o resario das recordações...

Eis o outono.

SORCIÉRE

E cs "turbara" sobem ao findo. favoritos, apresende grandes grau tam-se altos, altíssimos alguns, aleAcompanham gremente coloridos. a mateum traje singelo, ou, í'3gund> "toilette". ria empregada, um vestido Mas os modelistas americanos, ou me«smo os franceses que p,:r lá se fixarctm, rezam poi; outra cartilha, pois são apologistas sistemáticos da simplicidade, muito emb:ra empreguem guarnições de grande luxo na indumentária de alto perte, e r.os tenham beneficiado com modeles de chapéus francamente audaciosas.

Todavia...

New York .3 Paris porfiam em cativar a preferencia do belo sexo.

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Um "turbetn" parisiense.

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Saia de cetim preto, blusa resa suave — modelo de Molyneux, de Paris.

E' o out.-aio.

A natureza i:eveste-se de graça nova.

Adoça-se a luz do sol, o azul do céu tambem é mais suava, e ha um sôpro de ternura sobre a paisagem carloca.

Fji-se, então, o estio, estio sem chuvas fortes e muitos dias quentes a valer.

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A moda inaugura nr-ves mcdel:s.

Pari3 acentua as curvas da silhueta feminina indicando panejamento amsaias, blusas tambem volumopio nas "Godets" e franzidos passam, sas. então, segundo a autorizada palavra francesa, a substituir a linha ireta que exigia esbslteza e p^iuco pano.

Os chapéus são ainda mais vistosos, mais importantes que os do ano - 53 —

Um vesti'do da lavra de Piguel — puiis, O

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Na meia estação, nos dias suaves de temperatura, entanto lutainosos, cabeà elegância da cariosa este traje branco de Diana Lewis, "player" da Metro.

O cinto largo é guarnecido com flores de "crochet" de cores vivas.

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Vermelho, cinza e branco formam os quadros do "taffetas" deste vestido ainda ornado de preto e especialmente feito para Nina Foth, que a Columbia apresentará em "A noite sonhamos".

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Saia preta, blusa cida com pérola contas de cristal.

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Branco ainda neste traje ornado de marinho, modelo de preferência nos últimos tempos.

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Um vestido para tornala distintíssima é este de Sheila Ryan, artista que a 20th Century Fox incluiu no elenco de "Something For The Boys". O traje é feito de crépe "fuchsia-red", luvas na mesma tonalidade bordadas com Iantejoila. "fuchsiablue".

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Fay Hoídem usa com faceirice c grande, ciegancí-a um bonito feltro cinca ornado com pena:; de cora vivas num motivo sobre a pequena aba. (Foto Metro Goldwyn Mayer).

CHAPÉUS Sheila Ryan, bonitesa marcar.da Fox, está aqui com um " novo chapéu coolic", dc feltro branco, compiclando um traje formado por saia de flanela branca, casaco vermelho. Duas "platina jo.v skins" enriquecem a galante silhueta.

Saks, dc gracioso completar gros, um MALHO

Beverly Hills, apresentou este chapéu dc angorá preto para com luvas, bolsa c sapatos ne" taüleur" cinca azulado.

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FAMOSO CONSELHEIRO "MAKE-UP" DAS ESTRELAS

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Não se vê nisso nenhum crime, e sim 0 desejo de agradar pelo aspecto, mesmo conando muitos janeiros. Contudo, não é possiVel parecer uma jovem de vinte primaveras .uando se tem cincoenta. O mais que se pode 9anhar é uma dezena de anos, o que representa bastante para quem entrou numa de2e«a a mais.

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"star" da Columbia, possui lindos Marguerite Chapman, "glamour". cabelos naturais, o que lhe acentua o natural

A meia idade apresenta o problema dos Cabelos: uns inteiramente embranquecidos; outros pontilhados de alvo. Aí estão as tinturas a fascinar. Como utilizá-las para melhor acquisição de um bom ar de juventude?

Raramente a alteração dos cabelos é bem sucedida. principalmente quando se pretende modificar'«es a côr, levando-se em consideração a primitiva.

Isso não acontece apenas ás criaturas menos moças.

P°is ha jovens que ficam muito mal ao trocar o coJorido dos cabelos.

Assim, nunca se utilize a leitora de soluções drásticas para retocar a sua beleza, principalmente se está já na meia idade. O "glamour" é uma cousa Sutíl e necessária manter, tão necessária como o pão de cada dia. E ele pode figurar numa mulher moça c°rno noutra, beirando os cincoenta.

A naturalidade figura em plano superior ao artif'cialismo. Um técnico de bom critério vai assegurar ____!i''

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A meia idade é verdadeiramente a peri_osa para a beleza feminina. Nos tempos que c°n_m constituem maioria as mulheres que azem esforços para uma aparência de juvenude, procurando ser bem mais moças que na realidade o são.

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a quem deseja mudar os cabelos de tonalidade, que a primitiva ainda é a melhor. Fortes camadas de tinta preta, castanho ou ruivo são detestáveis. E não ha "make-up" que consiga disfarçar os traços de um rosto cansado com aquele troféu ridiculo de cabelos mal pintados ou pintados sem assentar à fisionomia.

Apesar de tudo, se a leitora teima em tingir os cabelos, procure ótimo profissional. Corre um risco menor do que tingir-se de qualquer jeito. ha tanto porém, reflita no seguinte: nos cabelos grisalhos ou começando a ficar pontilhados de branco como numa cabeleira jovem.

Resta tratar dos cabelos com o mesmo cuidado com que trata do físico para oferecer a aparência de quarenta anos quando estiver na casa dos cincoenta.

Antes, "glamour"

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Gracioso "coiffain' de sêda aveludada fundo branca, preto. '

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Feitio para lã fina ou crépe de sêda de tonalidade pastel.

Accessórios pretos. Criação de Henry Rosenfeld — New York.

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"Turban" de duas côres — cetim, "taffetas" ou feltro.

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Blusa de sêda branca, guarnição d e renda franzida.

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Para recepções ou um "cocktail" à tardinha é este vestido de "faille", originário da Norte América.

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Vestido blusa branca.

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Cortinas e tapetes " fazem" o ambiente. Aqui está um exemplo. E ninguém negará grande elegância á farta cortina de " marquisette" claro compondo a larga porta desta sala de estar.

DECORAÇÃO DA

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Cetim amarelo ouro listrado de 'azul e cetim créme estampado de rosa e azul forte são os tecidos indicados estilo para forro dos moveis deste rico quarto no velho

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MUSICAL

CULTURA

PROGRAMAS POLICIAIS Anda.m multo desmoralisados, para o boim gosto do publico, os folhetins policiais radiofônicos.

A reclamaÇão é folrte e geral, havendo mesmo °.uem sistematicamente desligue o radia ao ouvi-los. Cançaço cerebral dos seus autores; falta de motivos rocambolescos; preguiça dos que os escrevem, o certo é que os programas desse gênero andam abaixo da critica.

Talvez o fato se relacione, em verdade, com a intenção dos seus autores em transf±-mar os seus programas em chanchadas feitas pelos prontidões, irreverentes ao próprio sentido policial, como aquele incrível 32, da Rádio Mauá, e aquele pernastico, do Programa Case.

Repararam como o 32 chega a ser abominável, metendo-se a resolver os casos afetos ao detéctive, impando-se a fumaças inteletuais, querendo chauiar para as suas blagues idiotas a atenção do ouvinte preocupado com o enredo do mistério da peça !

Mais de uma vez temos reclamado destas colunas contra o pemosticismo destes tipos inexistentes mesmo t nas delegacias policiais, e que saíram, da imaginação dos autores áos folhetins com o espirito de fazerem humorismo.

A teimosia com que cada vez mais dosam de graças pernósticas os mes-nos, ve»m causando a irreparável Perda de seus ouvintes, na Mauá e na Mairink Veiga.

FRANCISCO GALVAO HUMORISMO O humorismo no rádio carioca é um lamento fúnebre. Procurem ouvir os homens que são pagos para alegrar o ouvinte e vejam como escapolem sempre pelo desvão: da pilheria pesada, da anedota picante querendo com isso divertir os ouvintes, caindo muitas vezes em uma pornôgrafia que deveria ser censurada.

Par que ?

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Gaó é uma garantia, perfeita do êxito musical da Rádio Globo. Ele possue cultura e sensibilidade artisticas. Daí o êxito de suas lindas programações de onde podemos destacar o "Turbilhão de Ritimos", que em verdade mostlra o seu bom gosta, e a sua aprimorada inteligência musical.

O publico gosta de boa musica, e não tem negado apol:>, por isso mesmo, a estação benjamim da cidade.

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MARILIA Ninguém pode conceber como a magnífica-interprete ãe sambas-canções ande agora tão sem publicidade.

E' verdade que ela mudou um pouco o estilo, passando a querer também fazer humorismo. E, como se sabe, o /.ij norismo, tem derrota-do muita gen. te boa! E' pena porque a garota tem muita sensibilidade e muito talento!

BREQUES Magdala da Gama de Oliveira vai apresentar duas vezes por semana, na Rádio Globo, critica musical dos concertos cariocas.

Manuel Reis continua na Rádio Clube cantando lindas m-dtnhas brasileiras.

Vahyta Brasil: este é o nome de uma jovem que vem. conquistando louros como atriz e como cantora, nas nossas emissoras e nos "grill-rooms" de tres estados.

A graciosa artista estrelará brevemente no Ginástico.

Vahyta sagrou-s-? como atriz,*, no pa. de Ágata, da novela radiofônica pel "Caminho 'dó Dor".

Marilia Batista, que anda muito apagada, aparece de quando em quando na Guanabara.

Dilermando Pinheiro está na Nacional.

Sagramor Scuvero faz parte do nívo "tea.m" da Rádio Globo, apresentando ali as suas famosas cronicas sentimentais.

"Jornal dos Cinemas", da Rádio Tamoio é um programa que interessa o ouvinte.

Va.nda Oiticica está cantanda musica fina na Nacional.

Lúcia Delor ingressou na Rádto Globo.

Manuel Barcellos deveria organisar programas românticos mais interessantes para o embalar do sono das meninas de Oswaldo Cruz.

"Melodias do México", é um programa dos mais agradáveis da Mauá.

Fixa, tonifica e dá novo vigor ao cabelo

Bryicreem O mais perfeito fixador do cabelo

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Desperte a Bilis do seu Figado

AUTORE.

e saltará da cama disposto para tudo

Seu figado deve produzir diariamente um litro de bilis. Si a bilis não corre livremente, os alimentos não são digeridos e apodrecem. Os gases incham o estômago. Sobrevem a prisão de ventre.

Você se sente abatido e como que envenenado. Tudo é amargo e a vida é um martírio.

Uma simples evacuação não eliminará a causa. Neste caso, as Pilulas Carters para o Figado são extraordinariamente eficazes. Fazem correr esse litro de bilis e você se sente disposto para tudo. São suaves e, contudo, especialmente indicadas para fazer a bilis correr livremente.

Peça as Pilulas Carters para o fígado.

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QÜE VERTIGEM/- == .

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Do Mme. Campos HRANQUEIAK AVELUDA A PELE A VENDA EM TODA A PARTE O

MALHO

Entre as nossas maiores poetizas, de sentimento e emoção, está na primeira fila a senhora Maria Eugenia Celso. O seü formoso livro O Solar Perdido, magníficamente editado por Zelio Valverde, é uma obra à Paul Geraldy. Os versos cantantes do livro, toda a historia duma meninice sofredora e alegre, duma mocidade cheia de ternura, fazem desta obra uma das mais tocantes e impressionantes da literatura brasileira. Há detalhes que enternecem, referencias intimas que encantam. A autora de Vicentino e Ana Lúcia reafirma-se como uma das nossas maiores escritoras c poetisas. Volume de saudades e recordações, êle é uma evocação continua aos periodos de uma menenice que teve os carinhos felizes dum pai extremoso e sábio como era o Conde de Afonso Celso. Não podemos nada reproduzir desse volume, como era do nosso desejo, por uma torturante falta de espaço. Se não, ofereceriamos aos nossos leitores pelo menos a Miss gue sc perdeu, o Trapesio, a Confissão, O Solar achado, e outras formosas poesias da literatura brasileira.

Eis aqui um romance e verdadeiramente um romance, de Antônio Osmar Gomes, intitulado A Grh'c, editado por Zelio Valverde. Ficção? Realidade? De certo uma e outra cousa. E dai saiu um drama bem vivido, de gente do povo, e ao mesmo tempo uma esperança de paz, trabalho e conforto para todos os homens. Há personagens neste belo livro que ficam bailando no nosso espirito, pela sua naturalidade e conforto humano. Aí estão Jorge e Rosa que dignificam na sua humildade. a raça humana. A fabrica com aquele sórdido Manoel dos Santos e seus comparsas está descrita com emocionante fidelidade, e a greve natural e humana tem capítulos que nos impressionam fortemente Romancista do norte, o Senhor Antônio Osmar Gomes está realisando uma obra .una e bem.brasileira... Saudámos, nele uni magnífico romancista.

Uma ediçào José Olympio. — Mauricio de Medeiros é professor, crisico, jornalista, escritor, conferencisa. Os seus Temas Falados, que recebemos com prazer, enfeixam uma obra de grande interesse social c humanistico, onde há páginas dum senso notavel. São conferências e discursos, e todos sabemos que o irmão do grande Medeiros de Albuquerque, a cuja memória o livro é dedicado, é um dos nossos raros conferencistas que tem valor e graça.

Ele tem a arte de pontilhar os assuntos os mais profundos com anedotas interessantes que divertem a sua sempre grande assistência. Ensina, sorrindo. Na questão do latim por exemplo, ele diz cousas sábias. Medico eminente, tem capítulos neste livro que são verdadeiras revelações. Nas Diabruras do íaconciente, na Biologia e — 62 —

Jíatrt de Azevedo na Psicologia da Anedota e do Riso, Mauricio de Medeiros realisou três conferencias das melhores que temos ouvido. E ba nesta obra, que se lè com interesse e prazer, pairando alto, sempre, o sentimento da , Pátria. Membro de destaque do P. E. A'Club, o futuro acadêmico, —' é impossível que a Academia Brasileira de Letras não acolha esse escritor ! — realizou em Tf mas Falados, um livro de fé, de patriotismo, a par de uma ironia e de uma graça que vão se tornando dia a dia mais raras.

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A conhecida Editora Universitária Limitada, de S. Paulo, publicou este livro: — Rússia e Estados Unidos, do professor Pitirim A. Sorokin. E' uma obra onde se estuda profundamente os dois grandes paizes e se faz confrontos muito interessantes. O novo acordo entre as duas nações, dá um grande relevo a esta obra, que teve, quer na Rússia quer nos Estados Unidos, uma grande repercussão. O professor Sorokin, que é um sábio é russo de nascimento, é chefe do Departamento de Sociologia da Universidade de HarvarH. Ele realizou um longo estudo da estrutura racial russa, instituições sociais, políticas e religiosas. Analisa as semelhanças da America * da Rússia atuais, e declara nada ter esta com o bolchevismo de out'rora. A grande força deste livro é a explanação das quatro condições indispensaveis para uma paz durável, e sugere a criação duma autoridade internacional real, eficiente, empossada no direito de decisão sobre todos os conflitos internacionais, entre todos os estados e grupos e com poder de afiimar seus veredictos. Se não. qualquer governo transitório é fraco, pode deflagrar uma guerra.

Outro bom livro é Vidas de Grandes Fitósofos, por Henry Thomas e Dana Lee Thomas. São --ensaios muito- bem—feitos embora rápidos, sobre vultos como Platão, Marco Aurélio, Descartes, Voltaire, Bergson e mais uma dúzia de grandes homens que honraram a humanidade. O livro é ilustrado, e a tradução é de Otávio Mendes Cajado. E' mais uma edição, alias primorosa, da Livraria do Globo, de Porto Alegre, justamente considerada uma das emprezas beneméritas do paiz.

Vale a pena lér o livro.

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Desde que partiste, de Margaret Buell Wilder, tradução de Ondina Carneiro, é uma edição da Universitária Limitada, de São Paulo. Está sendo passada para o einema sendo protagonista a artista Sirley Temple. O romance é todo feito de cartas dirigidas a um sc-ldado Norte Ameri19 4 5

Visita dos Drs. Aloysio Maria Teixeira e Pio Duarte ao LAR DA CRIANÇA Lar da criança, obra admirável de Assissita à Rua VolunJ^cia, ««-.os da Pátria 75, receha pouco a visita do Jeuuiz de menores, dr.

Maria Teiveira. ^oysio bao desse e culto jovem m_agistrado, na ocaque se fazia acompanhar ^ao ó_r. Luiz Pio Duarte jj0 antigo curador de ^"va, Menores, as seguintes exPressões consignada no wyro de Visitantes: "A Orientação dada ao •^ da Criança" pelo brilhante da Dra. ypirito Adalzira Bittencourt asàs crianças que ^gura tein a felicidade de fre..uentá-lo um futuro fep graças aos oportunos lhes ^sinamentos ^o ministrados que nessa benemerita instituição."

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pela sua extremosa esposa. E' a sefe'ta Pe'a guerra> e vemos aí a decl"*30da mulner americana e a sua cocabe!CaÇ-° °oração . em defesa do mundo civilisado. mulher brasileira, irmã da americana ^ norte no cumprimento do seu dever, guerra em que se bate pela demoçrs*a contra o nazismo odioso, há de lêr ma.la mtas destas paginas com verdadeira emo°í re'embrando vultos queridos que estão 1" e "atendo em prol do mundo civilizado.

A ilustre dama Maria de Portugal, novel diretora artística da Faiança Battismi (pca cerâmica Constância) teve a de oferecer-nos o seu belo disgentileza urso Terra da Nossa Terra ° banquete oferecido às Casas pronunciado Centenárias Associação Comercial de 'Lisboa. ¦^o g_'a lindas palavras a propósito ào falo, Jírnpre lembrado com gratidão, dos portu«uezes heróicos e tradicionais, quando do yriente e do Brasil levaram para Lisboa ae antanho as suas 0s versos sugestivos preciosidades. Lembra que os marinheiros Portuguezes cantavam às suas namoradas: Hyi-de trazer do Brasil Uns sapatinhos doirados.

E as raparigas, já m'naram a quadra:

saudosas deles,

ter-

Trás antes um fuso d'oiro P'ra fiar os meus cuidados.

A editora Livraria do Globo, de Porto Alegre, oferece-nos o — Hotel Berlim — de Viciei Baun, tradução de Lionel Vai'andro.

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Ele é o autor do Hotel Shangai, e nos d,, agora o romance movimentado descrevendo os terrores incríveis da Gestapo. Há detalhes arripiantes, de romance sensacional entrelaçando as vidas de diversos hospedes, e toda uma galeria enorme de vi timas da ferocidade nazista.

O livro de Cyro Martins. Porteira Fechada, da mesma editora, foi recebido pela critica muito bem, como era de justiça.

Trata-se de um escritor que conhece bem sociedade e o homem, e que é um observador profundo.

Porteira Fechada é um livro regional, do Rio Grande e do Prata, e o homem marginal está aí estudado com rara mestria. analisado o drama cruel duma familia simpies arrancada, à zona em que vivia e que era o seu domínio.

— Os Crimes da Viuva Vermelha, de Carter Dicksan, é traduzido por Wilson Velloso. Trata-se dum romance policial moderno, muito movimentado. da E' Globo.

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Cid Silveira publica Poesias, uma edição José Olympio. Trata-se dum poeta.

Vamos esquecer as extravagâncias que há em muitas das suas poesias, com tendeucias a um chamado " modernismo", que aliás é velho, para louvarmos o poeta lirico que é Cid Silveira em muitas das suas paginas, algumas revelando a sua sensinilidade. Ao acaso, assinaremos Sonho, uma das lindas poesias deste poeta às vezes encantador. * * * Senhorita Lconor Albina Mangini c o SeMALHO — Rua Senador Dantas, 15 «hor Didoni Rubinini AnloncUi. no dia de Remessa de Livros — Redação d'0 seu enlace matrimonial, realizado na Ma— 5.° andar — Rio — Brasil.

Ms de Santana, à 8 de Desonro de 1944.

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MALHO

VAIDADE

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S.

de longo tempo brigado com minha namorada, voltei a DEPOIS vê-la...

Porque? Saudades?

Talvês... Curiosidade? É mais certo... Eu estava louco para saber de que fôrma ela pudéra passar todos êsses dias, sem me vêr, e desiludida de me tornar a vêr...

Cheguei, e ela correu pressurosa ao meu encontro. Disse-me que havia chorado muito, muito... Isso não queria dizer nada, pois as mulheres choram, às vezes, sem saber porque...

Mas, o que é essencial, é que eu a achei pálida, emagrecida, doentia...

Agora, porém, é possivel que na realidade ela estivesse mais gorda, mais coráda, mais saudavel... Mas, na minha vaidade, era preciso que a visse com todos os estigmas de quem sofreu muito, desesperançada de me tornar a vêr...

Pedro

C H A V E S Y A L E

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E NÃO

"POSSESSOS"

Já se foi o tempo em que os docntes mentais eram julgados criaturas extranhas, "possuídas" por entidades misteriosas ou diabólicas. Atualmente são considerados doentes que precisam dos mais atentos cuidados médicos e sociais.

e para automoveis — fazem-se em 5 minutos.

Outros tipos em 60 minutos.

Concertam-se fechaduras, abrem-se coires.

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CONFRONTO DOENTES

disse.»

NA

VELHICE

O homem faz um seguro de vida afim de garantir-se com o necessário para adquirir conforto na velhice.

Se não chegar à velhice, a família, que sempre precisou do amparo dêsse homem, terá recursos que vão aliviar as dificuldades surgidas com a falta dêle.

Seguro, qualquer que seja sua forma, é um processo de fornecer recursos depois de uma ocorrência que acarrete prejuízos ou infortúnios.

SUL AMERICA

Procure dispensar, aos doentes mentais, a consideração de que eles necessitam. SNES

Companhia Nacional de Seguros de Vida Caixa Postal 971 — RIO DE JANEIRO

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MALHO

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OUTROS GRANDES ACONTECIMENTOS NO

DIfÁ

DE

NATAL

?fp% OUVE no dia de Natal notáveis acontecimentos, dos quais o mais remoto foi singularmente nefasto. No ano 303, ao saber que os cristãos da Nicomedia se iam reunir em grande número para comemorar a data do nascimento de Jesús, o Imperador Diocleciano aproveitou a oportunidade para mandar atacá-los por seus soldados e fez entre êles espantoso massacre. vai-se

Em 25 de Dezembro de 946, Clóvis, rei dos Francos, se fez batisar; no ano de 537, Justiniano, imperador do Oriente, inaugurou com pompa sem igual a igreja de Santa Sofia, em Constantinopla.

A conversão em massa dos anglo-saxões ocorreu no dia de Natal do ano 597; a coroação de Carlos Magno foi feita em 25 de Dezembro de 800; a de Balduino, no mesmo dia do ano 1099.

No dia de Natal Napoleão, vitorioso terlitz, assinou a paz burg com a Rúsia tria.

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1805, AusPresAus-

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o dia e o

conHnuo^^J continually

\ V de Pelas ruas e avenidas, longos colares de /// \\ )J luzes se acendem - gastas imagens de e escrit6rios escritórios lares, Nos poesia antiga. luminosos yr fabricas, fábricas, miriades de pontos luminosos n. \ inda uníssono: a cidade inda dizem em unissono: \ o espetaculo espetáculo vive.

Ante vibra, palpita, diariamente, I que seus olhos assistem diariamente, | \\v^ quantas vezes seu pensamento sese I voltou para os degraus galgados galgados I '\yiry/ WJK luz?

J luz? da democratização ate a democratizacao até JJjjL^' / do aventuras proproEntretanto, das Ju J iluminação eletrica elétrica Z* gresso, o capitulo iluminacao E nele se eé dos mais significativos. inscreve, com toda a justica, justiça, a decisiva contribuicao contribuição da General Electric por uma confortável e feliz. vida mais radiosa, confortavel uma promessa para o futuro proximo próximo estara novamente a técnica revo- esse êsse influxo criador estará Para a guerra, inventos e tecnicas saída, da cultura, do progres«rvifo da saude, proçrtino» laboratirios lakoraUriot da servifo lucionirias lucienáriai nascem nos Recorde-se desta procivilização. mãos dos cientis- so, da civilizafao.

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PÍLULAS

o sol

MUSICA

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038

ANIMAIS

A música, aliás, 7yEM-SE falado muito de aranhas melomaniácas. raramente deixa os animais indiferentes. Muitos, porém, não a podem suportar. Plutarco conta que o tigre fica furioso quando ouve tocar tambor. K' bem dificil tocar qualquer instrumento em pequenos apartamentos onde há cães. Ao contrário, a música atrái os camondongos, fazendo-os sair de seus buracos, arriscando-se a todos os perigos. O gôsto dos ratos pela música deu a um engenhoso mecânico a idéia de fabricar ratoeiras em caixas de música. O resultado foi maravilhoso.

Os camondongos se deixaram apanhar em massa, vítimas de um sentimento que nos dava sôbre os outros sêres —• supunhamos —• superioridade, e que agora exploramos neles para, muitas vezes, exterminá-los.

PRÁTICOS MODÊLOS PRATICOS UM FIGURINO DE MOD^LOS

MODA

FEMININA ESTÍLO DOS UM FIGURINO INSPIRADO NO ESTILO — —GRANDES COSTUREIROS PARISIENSES. PARISIENSES.—

— 65 —

O

MALHO

flÉi*^^HWm®m Direção

de Chô-Chô * ti ti Num instante o rapaz rouba a jovem e foge no cavalo sem ferradura.

Lucy Gray — Icaraí

REGULAMENTO f

Cada torneio é constituído por dois números de O Malho, devendo as soluções sêr enviadas de uma só vez, dentro de 45 dias após a publicação É necessário do segundo número. apenas um cupão de inscrição para cada lista, porém, as que trouxerem o cupão deixarão de entrar em sorteio.

DICIONÁRIO ADOTADO : Simões da Fonseca (ed. antiga); Peq. Pie. de H. Lima e G. Barroso (3.a edição) e Breviário do Charadista, de Sylvio Alves.

PRAZO : As decifraões serão aceitas até 45 dias após a publicação do segundo número.

COLABORAÇÃO: Aceitamos charadas novíssimas, casais, sincopadas e em versos, enigmas pitorescos e palavras cruzadas, uma vez sejam baseadas nos léxicos adotados.

PRÊMIOS: Os prêmios oferecidos por esta secção são constituídos por dicionários de lingua portuguesa, livros charadistícos e literários e assinaturas das revistas editadas pala S. A. O Malho, os quais serão remetidos pelo correio.

CORRESPONDÊNCIA : Deverá sêr endereçada à JOGOS E PASSATEMPOS — Caixa Postal, 880 — Rio de Janeiro.

CHARADAS Destinamos para sorteio entre as decifradoras da totalidade, mais de 50% e menos da metade, uma assinatura semestral de MODA E BORDADO e duas obras literárias. Entre os decifradores sortearemos uma assinatura semestral de O MALHO por 6 meses e duas obras literárias.

Charadas novíssimas — 13 a 18 1-3 Desde que o serviço seja bem feito, é uma tolice despedir o empregado.

Dama Loura — Rio ' ti :'.

1-1 Para sêr livre o homem deve dar combate a qualquer tirano.

Formiga-Leão — Aracaju ¦,'_¦ _.

A paixão não passa de ura amor violento.

Navlig — Rio * * * Pergunta ao insigne João Fogaça : 2-1 Diante de um obstáculo que tanto nos pôde conduzir a glórias, como nos levar à morte, que devemos fazer?

"O Chicharro" <.-2

•Cs ti ti

2-2

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O carril transporta o martelo de páu da mulher gorda e feia.

Brasileto — Rio MALHO

2-2

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ti ti ti Mulher grosseira, mas muito enfeitada, gosta sempre de homem gordo ou barrigudo.

Libio Fama — Rio

3-

"Implico"

3-

ti ti ti com sua provocação.

Paraná — Rio

ti ti ti Logogrifo em prosa — 22 e 23 Agradecendo à Navlig.

Não precisa sêr otimista para (42-8) decifrar enigmas de palavras cruzadas de minha autoria, basta (7-3) um pouco de animo e aí (5-6) é fácil de se obter (1-8-2-8-4-3) o resupérfluo sultado almejado, sendo "ESTILOusar uma ereta (5-6-2-7-3) GRAFO" porque os caracteres traçados por um modesto LÁPIS a escusa.

Miss Tila — Rio ti ti ti A mui respeitável Doce Enlevo.

Não (6-2-8) sou gabola (7-4-1-3) mas devo dizer (6-5-4) que, si íôr amado por uma Venus (5-8-2-8) desprezarei a liberdade e as musas.

Raivo Uvas — Rio Enigma Pitoresco — 24

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U fcTLió^L a.

Charadas Sincopadas — 25 à 29 Ao distinto mestre Raivo Uvas .

Em agradecimento ao seu deli3arranjar cado logogrifo vou muitas flores para enfeitai a sua mêsa-2.

Imára — Rio 3-

ti ti ti Quem come uma espécie de mandioca, fica perturbado, fazendo de tudo e de todos, grande zombaria-2.

Myself — Mendes

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3-

Para que fazer tanta confusão por uma cousa tão vulgar?-2.

Lucy Gray — Icaraí

3-

Quem bem planeja sempre vence-2.

Lucilra — Rio ti ti ti

3-

Todo indivíduo inepto gosta de ruido em torno de seu nome-2.

Leopos — Rio

ti ti ti

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Charadas casais — 19 a 21 Existe uma formiga, com todos os defeitos do homem inconstante.

Myself — Hendes

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ti ti ti Logogrifo em prosas — 30 e 31 O exército (5-3-7-1-4) para não bater (5-7-1-9-6) em retirada só tem um recurso, (8-7-6-5-2) pedir socorro a tropa de paraquedistas.

Raivo Uvas — Rio ti ti ti Só um louco (1-11-7) não compreende que, a escassez (10-3-7-8-9-2-3) de trabalho (7-9-5-8) pôde têr como causa o retraimento do capital (1-64-5-11) estrangeiro.

Raivo Uvas — Rio Logogrifo em verso — 32 VELHICE Ao Armond velho adoentado [4-8-3-8-4-10 Vagando pelo mundo todo luz.

A dòr da idade sempre foi reinado Invencível, que a pó tudo reduz [1-2-7-3-10 Tenho

alma

de

Aspiro meu cantinho sossegado, Pois é bem ruim da velhice a cruz; [7-5-6-4-10 Um rancho bem longe do povoado, Ao ouvir abundantes sanhaçús [3-2-1-10-9 É bem penosa a vida na cidade, Onde tudo é fátuo, falsidade E de sacrifícios contaminada.

Quero minha casinha lá na roça, Onde esse restinho de vida eu possa Trazer minh'alma de flores cercada.

Carlino — Niterói -ir ti ti CUPAO

DE

INSCRIÇÃO

Nume 'Pseudônimo Residência Cidade Estado .:

ti ti ti — 66 —

I V — 1 9 4 5

PALAVRAS CRUZADAS Enigma n.° 3 — Baldan — Rio

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Ciladas. 3 — Jogos públicos.. 4 — Tempo fixo. 5 — Pref. grego: Desigual. 6 — Crise. 8 — Habilidade. 10 Planta babosa. 13 — Renegado. 14 Queimar. 16 — Cidade da prov. de Alicante (Hespanha). 17 — Impede. 20 — A história. 21 — Aquela cousa. 23 — Arribar. 24 — Talha.

26 — Procede. 27 — Insistir muito, obstinar-se. 29 — Verbal. 30 — Mulher fantástica. * * -ir

CORRESPONDÊNCIA Melagro (Rio) — Recebemos e agradecemos a revista. Está ótima !

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Urutáu (Rio) — Nada tem que agradecer. Aqui estamos ao seu dispôr.

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Horizontais e Verticais: 1 — Espécie de macaco d'Africa. 2 — Inseto coleóptero. 3 — Janota, peralta. 4 — Rio do Estado do Pará, desemboca no Amazonas. 5 — Velar. ¦& -ü ir

Enigma n.° 4 — Imára — Rio —P—I P—P—I—P—

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Lucy Gray (Niterói) — As suas colaborações têm sido magnificas e seus trabalhos continuarão a sêr publicados com bastante prazer.

J. Felisale (B. Esp. M. G.) — Mérito sempre terão. Achamos muito justa sua solicitação e não teremos dúvida em atender-lhe.

Paraná (Rio) — Gratos pelo seu amável convite, porém o tempo é tão excasso...

E. Aurray (Rio) — Muito agradecemos suas gentis palavras e estamos às suas ordens.

João Fogaça (Mendes) — Sua opinião é muito abalizada neste assunto, por isso aguardaremos que seus prognósticos sejam confirmados.

Gratos.

Nota : — Daremos no próximo número, os resultados do 1.° Torneio, assim como a relação completa dos solucionistas e premiados.

Chô-Chò

Horizontais: 1 — Máquina de tirar INSCRIÇÕES água. 4 — Tronco de árvore. 7 — Rei dos moabistas. 8 — Raiz. 9 Registamos com satisfação mais as Série de cartas do mesmo naipe. 11 seguintes incrições de novos colabo— Príncipe Troiano. 12 — Trajos. radores : Baldan — Matuto Goiano 15 Relativo a osso. 18 — Argolas sol(Catalão-Goiáz) — Portela — Mariatas. 19 — Sorvete. 20 — Saudação do — Seco-Japonesa. te vassalo a rei. 22 — Cautela. 25 — Abanico de papel, de-sêda, etc. 27 — COLABORAÇÕES Maltratait 28 — Desordena. 31 — ~ Vo-tar-r-33— Inventara- 33-=^- Relata.

Agradecemos os bons e intérêssan34 — Do feitio de ovo. 35. Navegar. tes trabalhos que-noç foram gentilVerticais:,i — Embrulhada. 2 — menta remetidos pelos seguintes, confrades: J. Felisale (Bôa EsperançaM. G.) — Myself PÃO DE AÇÚCAR (Mendes) — ImáO passeio das sensações ! Sensação dc orgulho ra — Jotoledo — pela obra cientifica do homem, dominando o espaço Baldan — Cidaem uma via original e seguríssima. Sensação de — Urutau — dão patriotismo por se tratar de empresa exclusivamente Miss Tilla — Nabrasileira. Sensação de deslumbramento na convlig — Dama templação do panorama da cidade maravilhosa.

Loura — Japibo RESTAURANTE E BAR — Leopos — Lucy O caminho aéreo funciona diariamente das 8 hs.

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IV

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A SABEDORIA DO FIRMAMENTO ( Conclusão)

sia nunca fatiga de cantar. O fluxo e o refuxo confirmam o principio de Newton, sobre a atração das massas planetárias. Pel0 seu volume, o Sol deveria ser o pri,meiro fator da Maré A pressão exercida pelo Sol, equivale a 162 vezes a pressão lunar. Porém, a montante e a jusante não se originam só da atração e sim da diferença de duas atrações, modificada pelo movimento da Terra. O satelite desempenha a principal causa e isso pela vizinhança. O dia lunar dura 24 horas e 50 minutos. Dividido em duas partes, que correspondem aos nossos dois hemisférios, obte-mos 12 horas e 25 minutos, justamente o periodo da Maré-Alta e da Maré-Baixa. Durante esse tsmpo, a Lua percorreu o orbe e arrastou com ela o elipsoide aquoso. Supondes imóvel a Terra. A montanha liquida se levantaria e caminharia, guiada pelo movimento da Lua. A rotação do mundo eme habitamos, intervém na marcha, desloca a Maré © a dispersa por todos os litorais. William Whewell sitiou o berço do rimo marinho, no Oceano Austral. Para o filosofo e matemático inglês, a Maré nasce nessa região e circula o planeta, descrevendo uma orbita, repelida aqui e ali, pelos sólidos das ilhas e dos continentes. Do Cabo da Boa Esperança, a Grã-Bretanha, a montante das águas faz 0 percurso de 10.000 kilometros, em 15 horas. Partidário da transmissão ondulatoria, John William Lubbock explicava 0 fenqmeno, por ondas de vibração, que se comunicam umas às outras e percorrem o elipsoide liquido. Alguns fatos interessan.tes apoiam aparentemente essa teoria. A Maré aparece ao meio-dia no Estreito de Magalhães ? Doze horas depois repercute no Rio da Prata, mais 12 horas e alcança as Ilhas Canarias, gastando outras 12 horas até chegar a Brest, na França. Fercorreu o Atlântico, do Sul ao Norte, em 36 horas. Nem tudo concorda com a teoria ondulatoria de Lubbock, que deve ser considerada cc-mo um ponto de vista, na solução pratica do problema da propagação da Maré. A newtoniana gravitação prevalece sempre e podemos garantir, que ha Maré-Alta, num local geográfico, quando ha Maré-Baixa, a 90 gráos de distancia. A lua dirige sempre o fenômeno. Como indicou Laplace, o Preamar aumenta nas zonas eqúatoriais e decresce na vizinhança dos Pólos. A razão provem de que a Lua se conserva na linha do Equador, onde melhor se exerce a intensidade da sua força. O Oceano se move e<m sentido contrario à rotação da Terra. Em virtude disso, J. Tyndall, W. Mayer e W. S. Adams, previram que o movimento inverso das Marés, acabará por moderar o giro da Terra, em volta do seu eixo. Tudo prova que o homem depende do firmamento, berço e túmulo da curiosidade. Eis o que nos ensina a sabedoria do Firmamento. 'í/**r}i

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porte©jornalista nho Ignacio Oliver, baseado e m documentos oficiais, assenta que, no ano de 1940, a matr.cula nos estabelecimentos de ensino do Govêrno orçou por 28.920 alunos. Ao Estado a educação desses jovens custou 17.079.748 pesos, isto, $590 cada aluno.

Em 1909, o custo da educação primária era de 77 pesos anuais por aluno.

Em 1911, 106 pesos. Em 1930, 177 pesos.

O número de professores ê deficiente. Em 1909, havia 1 professor para 32 alunos; em 1933, 1 professor para 24 alunos: em 1936, 1 professor para 23 escolares, e em 1937 um professor para 29 colegiais.

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E educação de um técnico custa, na Argentina, 697 pesos por estudante, anualmente, vale dizer que custa mais caro 107 pesos que a educação de um bacharel e 531 pesos mais qu; a de um escolar.

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