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onde

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entre

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perdeu a Desde o dia do enterro, seu

cão,

um

gente,

[ox-terrier muito intelipassou a dar sinais de in-

Desaparecia todos os quietação. dias mais ou menos à hora em que se deu a colisão e voltava à noite ao

CABELLOS ^^^^

fidelidade dos

lar

enlutado.

Verificou-se

que o animal, guiado pelo instinto, per-

manecia

no

lugar

e

acidente

do

arranhava com as patas o chão que havia sido molhado com o sangue do seu dono. Depois dirigia-se ao cemitério

e

se

deitava

tumba.

O caprichoso

sobre

sua

fez

com

destino

que o fiel animal, no dia do primeiro aniversário da morte de seu amigo, sucumbisse também trágica' Regressava

cemitério, ao crepúsculo, quando foi esmagado por um automóvel, morrendo instantaneamente. mente.

êle

do

JUVENTUDE ALEXANDRE

tt^

SO...

Minha

foi

irmã afilhada

minha

pra S. Paulo, também. . .

Minha avó foi para o Céu. . .

Para Friburgo — meu bem. . .

E nesta

casa

tão

grande, em que sozinho hoje estou, comigo, pálida e fria, só a saudade ficou!...

LUIZ

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Outros tipos em 60 minutos.

PARA 31 DO CORRENTE. A TENDENDO a várias circunstâncias entre as quais se destacam a demora nas comunicações entre esta Capital e os Estados mais bastados, motivada pela escassez de trasportes, e levando em conta as Srandiosas finalidades que tem em mira, a "Casa MERCI" deliberou Prorrogar, pelo prazo de 60 dias, o Prazo para inscrições ao certame que ^stituiu, em colaboração, com O ^ALHO, da creação de modêlos de cerâmica, escultura e trabalhos em ladeira.

Ficam, pois, os candidatos, com a Possibilidade de apresentar seus tra^Ihos, nas formas das Bases que foratn aqui repetidamente divulgadas, o dia 31 de Março corrente, guando, então, se encerrará defini^vãmente o certame.

As bases a que nos referimos são, Ja> sobejamente conhecidas, pois O ^ALHO as divulgou em suas edições anteriores.

Limitamo-nos, assim, a reproduzir atJUi apenas a relação dos prêmios, Cü3o valor total ascende a 12.000 e através da qual se pôde ^rUzeiros, e&1 aquilatar a importância da inida "Casa Mejrci", através ^tiva ®ste mensário.

SÃO OS SEGUINTES OS PRÊMIOS DO CONCURSO CERAMICA 1 o — Vasos e Potiches (forma e decoração): 1.° prêmio 2.° "

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Viver é ter afagos, ter carinhos, Feitos por mãe ao nos faltar o alento... É ter beijo de esposa em âncias tristes, Deixado em nossa boca no amargor, Do derradeiro instante da partida... É ter benção de pai nos acenando, Como a pedir a Deus que não partamos... É sentir quando a brisa roça, às tardes, A verdejante grimpa do arvoredo, O bafejo de Deus na Natureza... É vêr com os olhos trêmulos de luz, O ofuscar das estrelas e medi-lo, As bênçãos do Senhor ao ser humano...

Desgraçado de mim ! Siquer eu vejo, Astros brilharem na amplidão celeste...

Siquer eu tenho na visão cansada, Acenos tristes da paterna benção, Implorando ao Senhor, que não a deixe...

E o morno beijo da sedenta esposa, Não vem meus lábios aquecer do frio, No frio instante do partir com a morte...

Nem tão pouco os af"*™ e os carinhos eme as [crenças fazem ressugir de novo, De m.ãe eu tenho neste extremo instante...

E eu não quero morrer assim tão triste !

Eu não quero partir para eternidade, Sem ter os louros que almejara tanto...

Sem ter, de novo, o meu passado alegre, Terminado no "adeus" da mocidade...

Sem ter as crenças de um porvir radioso, Onde o espetro da glória se elevava, Ostentando o trófeu do meu renome...

Sem ter as musas decantado todas Com a lira sonorosa do passado...

Triste de mim ! Mais um momento resta, Para meu nome repousar na história, Coroado com a auréola dos meus versos...

Para minha alma, apenas, libertada, E esquecida das máguas e torturas, Voltar aos pés do Creador celeste, Para matéria morta — morta inanimada, Transformar-se no pó originário, Voltando à imensa comunhão do NADA.

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TRAÇOS PSICOLOGICOS DE UM ARTISTA H PEREIRA DA SILVA flores sempre constituíram motivo de elevada insAS piração entre os artistas. A beleza das suas petaias, à harmoinia das cores e o perfume que delas se desprende, toca, até mesmo, a sensibilidade pouco apurada dos individuos em geral.

A tendência humana, apesar dos entraves atávicos, responsáveis, em grande parte, pelo o que há de feio no mundo, esta voltada para o lado belo.

Um bom número de modestos cidadães que, confessam Publicamente, sua ignorância em assunto de arte, exdiante de uma tela, ou perdem a noção do jasiam-se tempo, ouvindo uma sinfonia de Beethoven.

Não raro, gastam minutos, horas a fio, como se cüz geralmente, contemplando uma paisagem, uma mesa em JNe se destaca um jarro, ou um punhado de flores que Parecem respirar.

Outros, é bem verdade, talvez menos sensiveis, ou impermeáveis as subtilezas do espírito, náo con^esmo :°ncebem um homem, em seu juízo perfeito, como c°stumam que dizer, se deixe dominar por estas coisas.

Mas, não vamos censurar o gosto alheio. Afinal de c°ntas, gosto não se discute.

O bom senso nos diz que ninguém tem culpa de ser anti-estético, ou apreciador do belo. Fatores diversos Privilegiam uns, ao passo que a outros, roubam-lhes as Probabilidades. .Voltemos as flores. Via de regra, as preferências, recáem sobre as rosas. Pintores há, que as fixam de um modo tão natural, que chegamos, por momento, a esquecer que são pintadas.

Esta, menos, é a impressão que nos causam as rosas de pelo Miguel Torres, pintor ainda um tanto desçonhecido.

Al.ás, a popularidade é coisa secundária em relação ao valor intrínseco do artista. Naturalmente, a projeção üo seu nome muito influe na sua carreira. Sua falta, Porém, nem porisso, ofusca-lhe o mérito.

Van Gogh, muito antes de tornar uma glória uniVersal já pintava os seus famosos girasóis...

O nome de um artista, permanecer longo tempo enfronhado no silêncio, maspôde um dia a mão da posteridade daí o retirará. Quem afirmará o contrarie? . Não falemos, porém, em glória póstuma. Afinal, Vlvo ou morto, o artista é o que é. Êle vale pela sua Produção pelo que esta produção encerra de notável. O Çue amplia assim dizer as suas qualidades depois de morto, é queporêle jamais produzirá. Falemos, pois, nos lUe ainda produzem. Analisemos em rápidos craços, a Personalidade artística de Miguel Torres.

Poderíamos dizer que Torres é o pintor das flores, °u antes, das rosas. Diremos, porém, de início, que não Pertence a nenhuma escola : pinta o que sente. Porisso mesmo, suas telas são tristes e revelam quase sempre o estado dalma do seu criador. . Esse fenômeno, tantas vezes, observado em vários segundo as aujmortais das formas coloridas, chama-se, :°ridades Freudianas, sublimaçao. É a faculdade de transformar, incôncientemente, os desgostos, as recordaç?es desagradáveis, em suma, os ferimentos da alma. em Vlsões maravilhosas.

M'guel Torres possue essa faculdade. Sem ela .seria lalvês um vencido, ou quando muito, um,medíocre.

Nos artistas natos, o sofrimento, até certo ponte, é uma necessidade criadora. Muito cedo, Torres sentiu essa necessidade. Começou a experimentar o sabor amargo das decepções, quando em geral, a vida nos sorri ^a adolescência. .Esta fase de sonho, de aspirações que nem sempre estão ao nosso alcance, mas que nos confortam, passou a n° leito impossibilitado de caminhar.

Os dias torturo5°s, assim vividos, crivaram em seu espírito, profundos No seu Ressentimentos. Sua arte, porém, absorve-os. inconsciente, atelier, psíquico, se assim é licito dizer, esses ressentimentos são dissolvidos, remodelados antes e se, reproduzirem em expressões coloridas. ,. Desse modo, as telas vão surgindo, umas após outras, e desilusões acerbas. Só assim o ^ertando artista aliviarecalque desprende-se do passado e resignaalma, a Se a viver.

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III

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ÁGUA DA FONTE 'Marcos Sandoval, poeta íluminense, acrescentou ao núir.eru de livros áe poemas ultimamente aparecidos, "Agua âa Fonte", em que enfeix°u suas melhores produções.

São poesias agradáveis, que a gente lê com prazer.

A edição é do próprio autotr, que se revela inspirado cultor das musas.

MALHO E BIGORNA — O professor Máximo de Moura um Santos, cuja obra já é .anreciavel, acresceu-a com Pequeno mas interessante vohyne a que deu o titulo de "Malho e Bigorna". O autor é Assistente Técnico do DePartamento de Educação de São Paulo e autoridade em assuntos filclógicos. Edição da Liv. Francisco Alves.

AINDA SE MORRE DE AMOR — A Sociedade ds Hoaens de Letras do Brasil iniciou uma série de publicações. e o n.° 1 é a peça dramática em 1 ato e emversos, 110 poeta Arnaldo Damasceno Vieira. Apresentação grá*ica paupérrima, em relação ao conteúdo, pois o autor é um dos valores reais que a nossa ooesk possui.

Retrato pf fhvrrf.tra. Ita.tttrá — Jo«4 B°z'rra G"mes. vm dos nom<es Droeminenres da sreracão intelectual do Rio Grande do Norte, publica um ensaio bio^áfico, tomando por tema a figura de Manoel Virgílio freira Ita juba.

Poi este um poeta de mérito cuja obra ainda não está perfeitamente conhecida e merece que seja divulBacia.

O autor se houve bem na realização da tarefa que Se impôs.

Edição Surto.

N°S ROTEIROS DE OLINDA — O êxito alcançado pela dos poemas de Síndulfo Barreto Fiedição Caieira ho> "JVos Roteiros de Olinda", determinou naturalmente 0 aparecimento . de uma 2,a edição.

E' esse, aliás, o melhor elogio que se possa fazer a Uln üvro de poemas, pois só a boa poesia alcança esse galardão de conseguir ser reeditada.

VlA SACRA — A Sociedade Felipe d'OUveira, cumprinÜ° o seu programa editorial, de divulgação da cbra de "Via Sacra", ^iectuais lançou conhecidos, pouco d6 autoria do expontâneo poeta gaúcho Marcelo Gama, aclUele úo soneto célebre "Falando ao Sol", que não há quem não conheça.

A apresentação é excelente. Álvaro Moreira, justi"ca 0 aparecimento, com palavras de saudade. .^Ha BRANCA — Está situado na mais viva atualio problema do aproveitamento das forças hidráu: jacie de que é tão rico o interior brasileiro, e daí a QCas artunidade do aparecimento deste magnífico trabalho Sllr- Ramiro Berbert de Castro. ° intelectual e político baiano realizou um estudo , ,l0> bem documentado, que vai prestar valiosa conteiyuicãn ll?ão _x _. . .__.___.. __,_. i à solução do importante problema nacional. «_,. °O autor, que defende a necesüdade da creação do sterio de Minas e Energia, é um conhecedor prod° assunto, a que Se vem dedicando desde longa <Ut»

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E a suavidade da sua cutis, a sua frescura juvenil, há-de ajudá-la a manter a chama sagrada! Preserve êsse tesouro. Para isso, faça o que milhares de

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juventudes permanentes sempre fazem: preserve a sua cutis juvenil com

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Leite de Colônia, que protege a pele contra o sol, o vento, as intempéries, e remove sardas e

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manchas, cravos, espinhas! E não

corrija os possiveis defeitos de sua pele com Leite de Colônia! Aplique-o duas vezes ao dia: pela manhã e à noite.

esconda,

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EISENHÔWER CERCADO DE -OFICIAIS *¦•¦ SOLDADOS D F.E.B.

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CURADO TÉNIERS é o segundo dos DAVÍ grandes pintores flamengos dêsse nome, todos pertencentes à mesma família d'Ath, que, em 1558, transferiu sua residência para Auvers. Muito jovem, iniciou sua carreira no atelier do pai, o primeiro Davi Téniers.

Envolvido em um processo judiciário, o velho foi preso. Os filhos, para defendê-lo, percorriam a cidade de casa em casa, procurando compradores para seus quadros. Quando o "stock" de telas acabou-se, êle.. as reproduziram, e tão bem, que não faltaram freguezes. Davi excedeu a todos nessa ingrata e fastidiosa tarefa de copista, que, aliás, não foi inútil para a sua- formação artística, contribuindo para completar o que o pai lhe havia ensinado. Poderia ter anulado nele toda originalidade como aconteceu a seus irmãos. Davi, porém, era excepcionalmente dotado; adquiriu notável destreza na composição, admiráveis recursos técnicos e uma rapidez de execução que se tornou famosa.

O incidente da prisão do chefe não afetou a honra da família Téniers : deu oportunidade aos jovens para mostrarem sua capacidade e sua de-

— Pois é isso meu amigo ! Eu tinha a mania de falar sósinho, mas graças ao meu médico, estou radicalmente curado.

A VERDADEIRA IMAGEM DE HIMENEU

O

MALHO

dicação filial, principalmente a Davi, que pelo extraordinário talento foi, aos 22 anos, mestre em Saint-Luc. Rubens, no esplendor da fama c da glória, não despresou o velho Téniers, a quem dispensava cordial amizade que estendeu ao seu melhor discipulo, que era Davi. Nunca deixou de aconselhar e encorajar o jovem artista. Tinha tanta confiança nele, que não hesitou em concederlhe a mão de sua pupila, Anne Breughel.

Contam alguns de seus biógrafos que, certa ocasião, foi ao seu atelier um cidadão, tipo do grã-fino, e encomendou um quadro com a figura de "Himineu", deus do matrimônio.

Era o Arquiduque Leopoldo Guilherme, que mais tarde governou os Países Baixos, tornando-se amigo c protetor de Davi.

— E' um ótimo assunto, não acha?

— perguntou o visitante.

O pintor concordou. Soube, então, que êle estava noivo e se casaria daí a quinze dias. Para correspon14

der ao entusiasmo natural do noivo, Davi caprichou na imagem do filho do Baco e de Venus, apelando para a pujança do seu talento. Traçou a figura com linhas admiráveis e empregou cores brilhantes. Na véspera das nupcias, quando o noivo voltou para receber o quadro, contemplou-o silenciosa e apreensivamente...

Parece-me que minha obra o desapontou ! — disse Davi.

E' verdade 1 — respondeu francliente. Confesso q u e camente o"Himineu" idéia muito ditinha de versa. Julgava^o gentil, sorridente, exprimindo na fisionomia delicada inegável alegria. Há na figura que pintou qualquer coisa que lhe tirao encanto; percebo o que é, mas não sei definir...

Muito bem, senhor — retrucou o pintor. Nada há em sua critica que me possa magoar. Deve ter noE' tado que o quadro não está seco. "Hipor isto que não vê no rosto de meneu" a expressão que imaginou.

Tenha um pouco de paciência. Deixe-o aqui mais algumas semanas. A propósito, não é amanhã que se realiza o seu casamento?

Sim, é amanhã.

III

19 4 5

Bem. Nào gostou do "Hime"eu em pintura. Marque com êle um encontro para de hoje a um mês.

Seja. Em minha casa.

Se nessa ocasião o quadro não ihe agradar, ficará desfeito o seu compromisso e o senhor nada me pagará !

Concordaram. O visitante retirouse. Davi Téniers procurou conhecer a noiva do fidalgo. Era uma linda jovem, muito clara, com tonaliüade rosca, de grandes olhos amendoados, cabelos louros e porte gracioso. Téniers analisou-a friamente, concluindo que tinha mais beleza do que espírito e bondade. Convinha, pois, esperar. Pretestando ocupação fora da cidade, deixou que seu exigente freguês gozasse, durante mais de três meses, das vantagens e doçuras do matrimônio. Ao fim do centésimo dia, remeteu o quadro — no qual não havia tocado. Depois de contemplaIo longamente, o jovem marido externou sua opinião : Ah ! Agora sim ! O senhor tinha razão, depois de bem seco vése o efeito maravilhoso das cores.

Admirável! Nem parece o mesmo...

Téniers, contendo o riso, gaguejou : Me... meu... ca... caro senhor.

eu... eu... pos... posso... garantirlhe"...

E' estranho! — continuou o príncipe — Como o tempo possue poder mágico sobre as coisas ! Neste momento, o "Himeneu" parece mais jovem, mais belo, mais jovial, mais atraente !... Sim, não há dúvida, êle representa o amor. Foi este, meu caro Téniers, o "Himeneu" que lhe encomendei. O deus da união conjulgal tem que ser razoável, prudente, sensato. O senhor lhe havia dado olhos levianos e boca muito brejeira, que não estavam de acordo com a sua dignidade...

Tudo que está dizendo não é novidade para mim — afirmou o pintor. Passaram-se três meses. O noivo ingênuo transformou-se no esposo moderado, experiente. Creia-me: não foi o meu pincel que modificou a figura; mudou, isto sim, sua epinião sobre o casamento.

O cliente não se zangou. Julgou razoável o argumento de Davi Téniers e pagou o quadro. O artista, porém, não quis receber logo o dinheiro : Não. Rogo-lhe que tenha mais um pouco de paciência — disse êle.

Preciso melhorar a perspectiva, apenas uma pequena modificação técnica...

Quando devolveu definitivamente o quadro, era a mais perfeita imagem do casamento: olhado de longe, "Himeneu" parecia sorrir; de perto, tinha, à guisa de covinhas, duas rugas que lhe imprimiam à fisionomia um rito de amarga ironia...

O arquiduque colocou o quadro, sôbre um estrado, em um galeria. Alguns dias depois, Davi levou sua noiva para visitar a coleção do príncipe e mostrou-lhe a tela de perto e de longe... Esse gesto do grande artista surpreendeu os presentes.

Davi explicou, então, que essa era pergunta formal que êle fazia à jovem, para que ela desse "conscientemente" uma resposta...

Leon Bocquet contestou este episódio da vida de Téniers. Outros biógrafos, entretanto, o confirmam com segurança, porque o quadro existe. O certo é que, real ou fictício, o episódio é delicioso e mostra que Davi Téniers, utilisando-se do humor e da ironia, revelou uma indiscutível, uma grande verdade.

ORVACIO SANTAMARINA

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VERÃO PRESIDENCIAL : — No campo dc golf de uma fazenda de Petròpolis, o Presidente Getulio Vargas gosa o repouso do verão, praticando o "golf", esporte de sita especial predileção.

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° Snr. Edward Sttvtíuius Junicr, Secretario de Estado ão Presidente Rcosevelt, quando ãe sua chesoda a esta Captai, mis«ao oficial para conferenciar com o Presidente Getúlio Vargas sobre a coopzração entre o Brasil e Estaãos Unidos. Ao lado do ilustre visitante vê-se o Snr. Leão Veloso, Ministro Interino das Relações Exteriores.

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EDWARD STTETINIUS JÚNIOR no BRASIL

0 S?ir. Sttetinius Júnior quando c°nferenciava, an Petrópolis, com o Presidente Getulio Vargas.

O Secretário ãe Estado americano quando recebia das mãos do Presid-ente Vargas uma preciosa agua-marinha brasileira, em retribuição pelo'. modernissivio e aperfeiçoaáo aparelho ãe rádio com que o ilustre visitante o presenteara monvinios antes.

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BANQUETE

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EXQUISITO

\ s membros de uma expedição norueguesa que exploravam regiões banhadas pelo oceano glacial Ártico descobriram no norte da Groenlândia, envolto em grossa camada de gelo um Mamut em perfeito estado de conservação. Remeteram o precioso achado para Estocolmo como foi encontrado. Lá ó enór-

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Desenho de R. ROUX

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me animal foi desengelado, e dividido em muitos pedaços e preparado por famoso mestre-cuca para ser servido num banquete anual de sábios.

A maioria dos membros desta memorável instituição acharam o pitéo delicioso e se regalaram. O presidente do clube, ao ter-

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OS

SINEIRDS

minar o repasto, assim se manifestou: — Esta carne é muito coriacea, o animal parece que não morreu ha muito tempo!...

SEilLII meados do século transato, os sineiros sevilhaEMnos

que os ajudavam

de moços,

dispor uma legião

a seu

tinham

a pôr

em

movimento

enormes

os

retribuição. "camrealizavam um

sinos das igrejas, mediante uma pequena festivos,

Nos dias peonato

de

os rapazes

destreza".

O

era

vitorioso

aquêie

que.

o fazia preso à corda do sino e suspenso no espaço, do instrumento.

soar, seguindo os movimentos

Lê-se, a respeito, numa folha daqueles tempos: "A primeira vez que presenciamos esse espetáculo, achávamo-nos a alguns metros da igreja de San Salvador, e, observando que vários transeuntes olhavam

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espetáculo. para o ar, imitámo-los. Surpreendeu-nos o Ao princípio, julgámos que algum desgraçado se havia enredado na corda do sino e ia ser vítima de um desastre. Mas, em breve, verificámos que o rapaz era um hábil sineiro. Suspenso no ar, seguia o sino em seus movimentos, a cavalo nele. A multidão sentia de cabeça

ficava

calafrios toda a vez que o sineiro

para baixo. O barulho que fazem vinte sinos os

da

Giralda),

aquele volteio

violento

nos circunstantes".

O

M A L H

as

vibrações nos

ares

do

som

(como

metálico

produzem

c

vertigem

OS CONTRASTES CHOCANTES DA PAISAGEM CARIOCA adotar, como título para esta nota, o daquela "Ilustração Brasileira": "O Rio dc hoje c de secção de Poderíamos há SO anos."

Realmente, parece que as circunstâncias quiseram, nesta fotografia, salientar o contraste entre a beleza arquitetônica do " reminiscência" dos dias anteRio de agora e aquela horrenda riores aos festejos do nosso 1.° Centenário...

— Duas épocas — dirá algum evocativos. — Ah! meus tempos ?

E que dirá o turista, o visitante que venha ancioso por apreciar "apenas" as belezas do Rio de após a administração üodsworth ?

— 18 —

III

19 4 5

VOCAÇÃO _ Eu sempre trabalhei por vocação, fui contra-regra, contrabaixo.

— E agora?

Sou contrabandista.

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V

v M^ CONFUSÃO Garçon, traga-me uraa garrafa tio cerveja, enquanto espero uma moça.

Clara ou escura?

Que lhe interessa saber seu atrevido? '.

_—-———-——-—————————-—————————————— FRANQUEZA Eu não quero esta fotografia.

Ela não me faz justiça !

Justiça? o que a senhora precisa c de misericoruia.

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V

ASSOMBRAÇÃO Ouves barulho rio corredor?

Deve ser gente ...

Acreditas "nisso"?

III _

1945

O

MALHO

MANIAS BXTKAVASAKiGS IIB HOAtl.g.8 £íÁ£ied

/ 7 r

um

velho

\

conhecido "CADA Ha. provérbio que diz: DOIDO COM A SUA MANIA".

Na verdade, essas pobres criaturas que sofrem de molestias mentais, são tomadas quase sempre de tão curiosas manias do que chegam, às vezes, às raias absurdo. O anedotário popular nesse sentido é prenhe áe uma série inunda de histórias pitorescas, que nós, os indivíduos norcontamos mais, gostosamente uns aos outros nas mesas dos cafés, nos bondes, nas repartições e até mesmo em palestras pelas esquinas.

Nós porém não deveríamos sentir admiração diante de um débil mental.

O MALHO

e

de das poesias trabalhadas de Na leitura destas linhas; o uma manera tão curiosa quanto leitor verá que não são só os doiinteligente, de uma extrema condos que têm as suas manias. Erra centração de pensamento, coso provérbio. tumava andar com os cabelos Um bom número de homens pintados de verde, puxando pelas de espírito, que se tornaram céruas de Paris, um carangueijo lebres como músicos, poetas, esatado a uma fita vermelha. critores, cantores, pintores, hoEntre os nossos intelectuais mens cujos cérebros não podem encontraremos também alguns ser comparados ao de um homem maníacos e entre eles figura normal nem ao cie um anormal, tinham manias tão extravagan- JOSÉ DE ALENCAR, que sempre à sua mesa de tes que poderíamos compará-los que se sentava 'para trabalho produzir, costuaos piores enfermos mentais.

Entretanto esses homens que mava colocar sob a mesma uma através de suas obras se torna- bacia com água fria, dentro da qual mergulhava os pés. ram imortais eram dotados de MEDEIROS E ALBUQUERcérebros iluminados não resta dúQUE somente trabalhava tendo vida, pois só os cérebros assim as paredes do seu escritório deprivilegiados poderiam produzir as mais inspiradas páginas musi- coradas com recortes de jornais cais, os mais belos quadros e as de fotografias de astros cinematográficos e com a particularidamais delicadas páginas de prosa de interessante de estarem rindo. e verso.

No teatro, vamos encontrar BEETHOVEN, o genial comJOÃO CAETANO, que, antes de positor cujas obras são verdadeientrar em cena tinha que perras jóias de sons e harmonia, signar-se, pois acreditava lhe tinha certa mania de uma estraacontecesse algum dissabor caso vagância inacreditável, e que lhe não tomasse tal precaução (isso valeu sérios dissabores. Antes de entregar-se ao trabalho de composição das músicas que lhe deram a imortalidade, derramava _j^_^_r>i /In) sobre a cabeça água fria. ^^L 7-^^^ /T*\ ^mmmtom\mm\\\\ _fe_k. .Isto lhe valeu por vezes, o *B^m _^_ta_f \\ ftv^Éfl _^_vv haalojamentos dos despejo que bitava por incomodar e prejudicar aos seus vizinhos do andar inferior.

ALEXANDRE DUMAS, ao iniciar a feitura dos seus romances, recortava em papel os personagens que neles teriam uma vida intensa, abatendo-os depois a tiros, na proporção que desapareciam do cenário da obra.

BAUDELAIRE, cujo livro de versos "As flores do mal", tornou-se famoso pela singularida-

20

III — 1945

aliás, não é uma mania e sim um hábito a bem dizer quase generalizado por questões de fé).

CARUSO, o inegualável tenor, antes de entrar no palco — e isto era como um rito ao qual não faltavam seus dois criados um à direita e outro à esquerda,

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lhe apresentavam, o primeiro um cálice de whiskey e o segundo um copo com água que CARUSO bebia finalsuecessivamente; «lente, poucos minutos antes de iniciar o espetáculo, comia um pedaço de maçã assada. Não foram porém só os homens célebres que tiveram suas manias e assim .não poderia deixar de cotocar aqui um nome de mulher — SARAH BERNHARDT, A famosa atriz francesa, que e*n 1914 teve a glória de ser condecorada com a Legião de Honra

Hl _ 1945

Por

PAULO

tinha a mania do calçado. Viajava sempre com duas malas enormes dentro das quais caberiam pelo menos 120 pares. Cada par era metido numa caixa numerada, para facilidade da arrumação e da busca.

Em casa ou no hotel, porque SARAH BERNHARDT raramente parava em casa, usava sempre sandálias, não só porque as achava mais cômodas, como também porque imaginava que não desfiguravam o pé, e a artista tinha a vaidade de ser o seu pé de forma perfeitamente clãssica.

Certamente o leitor já deve estar pasmado com tão absurdas extravagâncias mas, antes de por ponto final nestas despretenciosas . linhas, não poderia esquecer de um nome que ressoa por todo mundo, como o ribombar de um canhão.

NAPOLEÂO I. O grande corso tinha também a sua mania e o que é de causar es-

AFFONSO

panto, parecida com a de SARAH BERNHARDT. Não pense o leitor que era alguma coleção de 120 pares de calçados.

Não; NAPOLEÂO pelo que diz a história quase não teria tempo para descalçar as botas nas quais se metia.

A mania de BONAPARTE, imaginem leitores, era a presunção que tinha dos seus pézinhos.

Agora pergunto:' devemos sorrir dos maníacos cuja luz cerebral sofreu curto-circuito, ou daqueles que possuem o cérebro iluminado ?

Na minha fraca opinião, nem de uns nem de outros, porque qual de nós nâo tem também a sua maniazinha ?

O certo aqui seria emendar o provérbio e adotá-lo da seguinmaneira: CADA QUAL COM A SUA MANIA. E aí fica a sugestão.

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21

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MALHO

Firmino, não se esqueça ae oierecer uma vela ao novo OLHE, santo ! — suplica D. Filome"rancho" de na, ao passar pelo mísero seu vizinho, cuja fisionomia denotava enorme preocupação — Ele há de conseguir trabalho para o senhor. E' preciso pedir. Ou deseja que seus filhos morram de fome?

O homem, sem se mover do banco onde está sentado, ergue os olhos c-m direção da saia de Filomena, uma rapariga robusta e simpática, e desvia-os logo, para o campo.

E' que já tenho pedido a todos os santos, e não consigo nada I — responde céptico. — São coisas da política, comadre, da política...

— Pois faça o que lhe digo. Compre umas velas e ofereça-as ao santo. O marido da Vicenta não obteve, depressa, um emprego? Quando menos esperava! E Gauna? Há quantos anos não contratavam ninguém para tapar os buracos das ruas? Pois bem, Gauna pediu ao santo e, três dias depois, estava trabalhando...

Também... (Abre os braços para indicar o tamanho) Ofereceu uma vela assim !...

Parece-me que o senhor não acredita em milagres.

Cala-se, um momento. Impaciente, aplica um pontapé no cachorro que se está cocando desde que ela chegou .

— Passa fora, e depressa !

Mal o sol desponta, no dia seguinte, Firmino deixa o rancho e encaminha-se "sanpara o montículo onde se venera o to novo".

Em seus olhos brilha uma fé sincera, um otimismo que acelera seus passos. Está convicto de que o santo vai ajudar. Precisa tanto ! Se não fossem os vizinhos, seus três filhinhos teriam morrido de inanição.

Graças a Deus, todos lhe estendem a mão.

Mas essa vida miserável não pode continuar. Ele quer trabalhar, de qualquer modo, e todos sabem que não gosta de dever favores a ninguém. Durante a doença da mulher (que Deus a tenha!) não incomodou quem quer que fosse... Ah ! se O

MALHO

^/m^ Conto de M, L. MOUNE Jlust. de RODOLFO CLARO

êle tivesse podido interná-la num hospital da cidade, talvez ela não morresse ! Mas não poude... Agora, tem que cuidar dos filhos, trabalhar para viver. Se esse santo ouvisse o seu pedido ! Tem operado tantos milagres. Porque não há de ajudá-lo também? Ajudará. Tão certo como 2 -f 2 são 4. Breve, estará empregado.

E ao compasso dessa frase promissora, caminha sem fatiga nem esmorecimento, apertando com fervorosa emoção, na rude mão amorenada, seu modesta faxnel.

Alfim divisa, à margem do caminho, um montículo. Ele nunca virá o santo. Só sabe que, próximo à estância dos Maggi, um destes foi salvo milagrosamente de um acidente, e que no logar do sinistro existe uma imagem do taumaturgo...

Detem-se de repente, reprimindo o fôlego, em frente a um nicho, dentro do qual se ergue uma imagem de melancólica expressão. O santo ! O santo ! Firmino contempla-o embevecido, suspenso. E' tão diferente do que imaginara . Não esperava encontrar um santo que apenas veste um singelo burel e usa umas toscas sandálias ! Parece tão pobre quanto êle !

Fica fascinado pela imagem. Impressiona-o o colorido das faces, dos olhos, da túnica, harmonioso conjunto . a que, os raios do sol dão um relevo magnífico.

Permanece absorto longo tempo, prêinfantil assombro. Súbito, recordade sa se de que veiu pedir um favor ao santo.

Mas, que deveria dizer-lhe? Pensara nisso toda a noite. Porque as palavras não lhe ocorrem nesse momento? Como poderá o santo saber o que êle deseja?

Dirigiu-se ao santo: Eu venho... — começa, vacilante — Diz minha comadre-.. Diz que Gau-

22

na arranjou colocação porque... porque te ofereceu uma vela assim. Eu... As minhas são pequenas, mas são quatro. Minha comadre diz que, em três dias, me concederás o que peço... E eu tenho feNão rezo em teu louvor porque... porque não sei. Perdoa-me...

E conclue: Mas te ofereço estas velas.

E a passos largos adianta-se até o nicho, depõe a sua oferenda, e, esboçando um sinal da cruz, afasta-se.

Dera uns passes, mas volta, quase a correr. Pára ante a imagem, e balbucia, emocionado: Ah ! Tinha-me esquecido de dizer-te que me chamo Firmino Dória.

E espera. fio primeiro dia, sua fé é imensa. No segundo, decresce ligeiramente.

Tem confiança — diz consigo, penaando em Gauna — Amanhã, acabará o prazo.

Mas chega o amanhã e suas longas horas decorrem imperturbáveeis sobre fl inquietção do desventurado Firmino.

No quarto dia, está desanimado, triste, embora espere sempre. O santo, quem sabe? não pôde encontrar um logar par» êle... Mas, como? Se há tantos !

E ao integrar-se a semana, a tensão nervosa do infeliz transmudou-se em impassibilidade.

Logo raciocina: O santo enganou-me. Tenho que vingar-me!

Transcorre a noite, e êle medita na desforra.

III — 1945

Ao amanhecer, retoma o caminho que, oito dias antes, palmilhara, esperançoso.

Marcha apressadamente. Brilham-lhe os olhos como faíscas. Seus lábios comprimem-se um no outro. Está de mau humor.

Em atingindo o nicho, olha com rancor para o santo indefeso e, sem articular uma única palavra, sem proferir lamúrias nem fazer censuras, abre seu saco de viagem e dele retira uma brocha e urn pote de alcatrão. Depois, começa a pintar a

Que é que há, mulher? Que tem o santo? — pergunta o homem, aparentando indiferença.

O milagre ! O milagre ! Aí está um empregado dos Maggi à sua procura! Precisam de uma pessoa trabalho. Andaram para cuidar do Santo e vão lhe dar fazendo umas malvadezas na imagem e eles querem que você se encarregue de zelar por ela!

imagem, encobrindo desapiedadamente, as primorosas cores que tanto o haviam impressionado na semana anterior.

Dando por concluido o trabalho, volve lentamente ao rancho, e deixa-se cair no catre. Porém não consegue dormlr.

Entra Filomena, a gritar: — Compadre I O'.

Firmino ! O santo !

O santo novo!

Firmino surge no limiar do rancho.

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os grandes homens tém um trisle destino nesta terrav É o de serem incompreendidos, não" Só no seu tempo como no futuro. Assim aconteceu, por exemplo, com César, não somente na sua época, mas ainda hoje, quando certos TWOS autores o consideram poderoso gênio de estadista e outros como mero ambicioso vulgar, animado dos instintos mais perversos.

De igual maneira é tratado um Alexandre, um Marco-Aurelio e um Napoleão. Mas não são apenas os notáveis homens de ação que sofrem tais criticas. Também os eminentes escritores estão submetidos ao mesmo tratamento, como já vimos com maquiavel. Coisa identica se dá com Cervantes, o genial intérprete da alma espanhola, no tocante à sua humaníssima novela "El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha". Diversos comentadores dessa obra prima têmna simplesmente como um satira contra os livros de cavalaria, satira que, no pensar déles, bastante alegre e chistosa, se estende aos ideais medievalicas de honra, cortesia, amôr e respeito à mulher, que em pleno Renascimento sensual e pagão, perdiam sentido. Não viram esses superficiais eruditos que aquela magistral obra encerrava uma lição profunda à Humanidade, como já perceberam espíritos lúcidos e brilhantes, como Unamuno, Ortega y Gasset. Madariaga, Menendez y Pelayo etcRealmente, "Don Quixote" é uma obra prima da literatura mundial; as suas magníficas páginas, admiravelmente escritas por hábil manejador da pena alegram e comovem, fazem, ao mesmo tempo, riT e chorar, e a sua leitura demorada e atentá, nos obriga a pensar profundamente, o que se traduz em ricos ensinamentos psicológicos, porque o sedutor novelista foi um grande conhecedor da alma humana, que descreveu, como ninguém, nos seus aspectos mais variados. Don Quixote e Sancho Pança exprimem a variegaâa a gama dos sentimentos do homem da vida prática. Dêste modo, Cervantes, com a sua imortal novela, deu ao gênero humano a mais bela e empolgante lição de idealismo.

Assim, o herói cervantino, alto, magro e alucinado, montado no seu esquelético cavalo Rocinante, acompanhado nas suas inauditas aventuras, pelo fiel escudeiro Sancho Pança, baixote, rochonchudo e muito sensato, principalmente nas suas falas, onde intercala, de contínuo, provérbios populares nem sempre a proposito, cada vez adquire mais vitalidade, sentido e significação; êle é uma figura extraordinariamente complexa, que aos poucos começa a ser Compreendida pelos seus atributos e qualidades. Don Quixote é, ao mesmo tempo, poético, romântico e sonhador; nobre, apaixonado e altruista. É poético e nobre, porque tem como programa da sua vida, a prática do bem e da justiça, desejando proteger os débeis contra os fortes, amparar os infelizes e desgraçados, consolar os tristes e abatidos, e orientar e aconselhar a todos, o que faz nos seus discursos, pomposos e eloqüentes, onde, no meio de muito chiste e humorismo, estravassa o autor pela bôea de tão singular criatura, um manancial inesgotável de sabedoria; é romântico e apaixonado, porque todos os seus atos, façanhas e aventuras são inspirados ]>ela inefável Dulcinéa dei Tobojo, dama de infinita beleza, de que, está loucamente enamorado do mais belo e de intiicado culto da mulher: sonhador e altrausta porque de fé inabalavel, permanece firme nos seus propósitos, desejoso sempre de beneficiar o próximo, sinceramente Crente na possibilidade de um mundo melhor.

Nesta interpretação verdadeira, que penetra bem nas intenções do grande escritor, Don Quixote vive, agora, desperto do seu profundo sôno, para prosseguir' 24

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III

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194."

de

GOULART

no seu caminho, como infatigavel cavaleiro andante, ansioso de fama e glória, porque tem consciência da sua altíssima missão. E no nosso mundo materializado, onde os sentimentos não têm lugar, onde o coração humano fica opresso, virá dentro' da sua exótica armadura, com a lança em riste, bem firme no seu Rocinante, enfrentar novas lutas, sempre f.m busca de novas aventuras desejando convencer a Humanidade da nobreza dos seus propósitos, da fé que lhe anima a alma, para pregar com ardente entusiásmo e intensa devoção o primado da afetividade, a delicadeza nos modos, o culto i da mulher; o bom gôsto por tudo que é belo, o amôr, J (iS/Wi*\ a1vyx X7 à verdade e o triunfo da justiça. \£J^m x Não tenhamos dúvidas. Outra ^n Quixote panhará, será incompreendido, hostilizado e novamente, valentes surras, será o e ridicularizado. Mas é preciso que o Ci da Triste Figura não desanime e prossiga na cua obra. Os idealistas de todos os tempos percebem a alta significação dêsses fatos, que Cervantes, de forma tão engenhosa, imortalizou.

Don Quixote, agora, é um símbolo imortal dos ideais da cultura. E por isso a obra do insigne escritôr, no presente, adquire atualidade e vitalidade.

Não pensarão assim, claro está, os filisteus da cultura, que deia, apenas, se utilizam com fins egoistícos, dee gabinetes, os santos da sua solidão, e venham todos para generando-lhes as finalidades altruisticas e humanitao plano da atividade, defender os seus altos ideais, porque rias, porque filisteu da cultura é todo aquèle que perverte a civilização se encontra diante dos maiores perigosa nobreza da arte, da ciência e da filosofia, explorando Nêsse sentido, a verdade comtcmporânea é bastante essas disciplinas, miseravelmente, em uso contrario aos expressiva. O múndo está em chamas, apresentando os seus objetivos. Mas os homens realmente cultos,.que demais terríveis espetáculos dantescos com as suas cidadss dicam a sua vida para o triunfo do bem, do belo^do justo bombardeadas. Tudo está sendo impiedosamente sacrifie do verdadeiro ,aceitarão o sentido daquêle tocante simcado pela guerra : crianças, mulheres e velhos; instituições bolismode ciência, arte e filosofia; igrejas, universidades e cenEis a grande lição de Cervantes, que, agora, começa a tros de cultura. As bombas destroem tudo. Nada escapa.

Os instintos primitivos mais ferozes se desenvolvem ser compreendida. Dentro daquêle ponta de vista, a fa,no crime e na mortandade. A sociedade se vê dominada mosa e empolgante novela ganha nova expressão, assim como os notáveis diálogos de Don Quixote e Sancho Pança pela intriga, crueldade, pervesidade e egoismo exagerado.

Há um rebaixamento do nível mental. Em Tôda parte e os acontecimentos inesquesiveis da vida aventurosa dos explode o ódio e a maldade. dois grandes heróis. Don Quixote, porém, com o seu forte Eis o palco em que terão de atuar os defensores da culidealismo, fé inquebrântável, firmeza de propósitos e desetura contra a onda da barbaria dominante, à moda de Don jo de restabelecer a justiça no mundo é a figura simpática e digna de admiração, que comove todas as almas bem forQuixote, o qual, com o seu ânimo intrépido, nunca recuava madas da nossa época, que também aspiram o triunfo dos diante das dificuldades, se bem que, por vezes, confundisse valores culturais, para o bem e a felicidade do gênero huuma pousada com um castelo, os moinhos de vento com •nano. Mas para alcançar tal objetivo de mister se faz a enormes gigantes... Em todos os seus atos e atitudes, piíluta, e no caso, a luta pela cultura, que é uma luta' da elite rém, sempre era fiel aos nobres princípios da cavalaria ancom uma finalidade vital bem definida, porque realmente, dante... cumpre pôr a cultura erfi contato com a vida, atualisar os A civilização, hoje, exige os fanaticos da cultura, que valôres da época e intervir ativamente no curso dos aconse sacrifiquem em beneficio do futuro. Pobre da humani. tecimentos. dade se faltarem os Dons Quixotes dá cultura.

Por isso, a bela lição de idealismo de Cervantes jamais cada Assim, a luta pela cultura é uma luta real, que vez mais se torna imperiosa, exigindo que os sábios saiam poderá sêr olvidada. Só o idr 1 confere beleza e significação à vida. do fundo dos seus laboratórios, os artistas dos seus ateliers O MALHO III _ 1945

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O NOTÁVEL IMPROVISADOR HORMINO

no Paço no seu passo de urubu malandro! Não...

Não iria em absoluto à presença de sua majestade.

Não o deixasse mal. E pediu e in'fl H\ x^*__-_s5'^ .1 sistiu e rogou o conselheiro. _K__f_. um"i _ft--l-_--__-wvN___fl_r_B II. ______._____¦ _f/_. kètUr ___,___¦ ___i___k_m \HkM ¦ft^H Quando e s t iv e s s e de roupa nova, iria então ao Paço.

Disse-o por dizer, por se ver livre do outro.

Porém satisfez a promessa: era uma vitória em perspectiva.

Depois de novos encontros e novas recusas, uma vez não pôde doutor Laurindo Rabelo deixar de cumprir a sua palavra: com i R-belo parindo este topou Bom Tempo justamente quando saía do alfaiate, ajustado num fato novo. Mal sabia teve sua majestade, êle que fora o próprio conselheiro DESEJO senhor D. Pedro II, de colhe proporcionara os meios quem nhecer pessoalmente o doutor coníeiçoar-lhe o terno do alfaiate Laurindo Rabelo, o poeta Lagarroupa. de tixa, nome com que o povo apeOlá ! Hoje não me escapa ! lidava pessoas magras e feias.

Está de fato novo. .

Para ser agradável ao monarca, Diabo ! Até parece que anda comprometeu-se o conselheiro a gente. espiando Bom Tempo a trazê-lo à sua pre—Vamos hoje ao Paço. Cumsença, assegurando ser amigo do pra a sua palavra. Vamos pegar conhecido improvisador. o carro que está ali na esquina.

Saia ! Eu lho prometi, mas Com Laurindo travara conhecimento o conselheiro quando ir não desejo...

Por amor de Deus, não me este era capitão de fragata, diretor do Arsenal de Marinha. Como Laurindo ! Vamos. isso, faça Pois sim. fosse o poeta, além de médico militar, cultor da arte dos engeForam até a esquina próxima e entraram no carro. Ao cheganheivos. desejou um dia visitar rem a Palácio, correu Bom Temo Arsenal, sendo acolhido carinhosamente pelo ilustre comanpo e foi avisar ao imperador a dante. presença do poeta.

Sua majestade reuniu a auProcurou este falar ao poeta e família toda, que se achagusta narrou-lhe o ocorrido: o imperano Paço, e mandou abrir o sava dor muito desejava conhecê-lo, e lão de honra aíim de o receber.

Bom Tempo comprometera-se Ali entrou o doutor Laurido Racom o Augusto Senhor de lho belo visivelmente acanhado. apresentar oportunamente.

Ao pô-lo em presença dos prínNão era possível, contestara cipes, pretendeu Bom Tempo confundi-lo, referinrío-se ao feio Laurindo. Não gostava cl_ssas -.pebdo. Ertretar.tc o 'mperado. cou_ds... e até nem se achava +inha fir-ido ^erte de como recentemente vestido para entrar j: 26 O MALHO

LYRA

seria apresentado o vate glorioso.

Majestade, apresento-lhe e a toda a augusta família imperial o grande poeta Lagartixa.

Curvou-se este reverentemente, fez-se em brasas e pediu: Antes de tudo: dá-me licenvossa majestade para o meu ça contra o modo por que protesto acabo de ser exibido nesta sala magnífica?

Pois não ! aplaudiu D. Pedro II. Muito bem ! aplaudiram todos a resolução do poeta que se mostrava agora com serenidade de ânimo.

Os olhos cravou Laurindo no introdutor, que era feio como a necessidade em casa de pobre, e com muita graça improvisou: Não sei por que, a contratempo, a Santíssima Trindade pôs no Mundo êsra Bom Tempo com cara de tempestade !

Palmas, risos cobriram as últimas palavras do poeta. E o bom monarca apertou-lhe a dextra com indisivel satisfação, dizendo-lhe: Eu sempre tive curiosidade de o conhecer pessoalmente, pois sabia que não iria perder o meu rico tempo. E já percebera que o distinto conselheiro não o confundiria. Receba os parabéns pelo improviso e os agradecimentos meus e de toda a família imperial pela deferência da sua visita A Laurindo comoveram as palavras do austero brasileiro e, daí p pouco, se sentia sem constrangimento no meio dos príncipes, colhendo as atenções de todos que procuravam retê-lo por mais aigum tempo naquele ambiente, afim de lhe receberem uma impressão mais segura.

Saiu dali, apreciando a augusta família. Unicamente o desconcer tava a lembrança dos nomes dos príncipes. Não suportara, por exemplo, isto: o príncipe do GrãoPará chamar-se Dom Pedro de Alcântara Luiz Felipe Mr-.ria Gastão Miguel Gabriel Rafael G_nr~ga de Orleans e Bragança. Para que tanto desperdício?" E ficava cismando o notável improvisador. ni

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Si podes Sem te te alon9arr no no hn^. tempt Perder

no espaço, Si Podes descer ao infinito respeitar a sua superncie <las alnias Si teus olhos acharem nem Verd>ade Por isso ficares deslumb Si Püderes ]rado. 'sar devas nao esWeceres os gran^ a Z Mundos * tua Si Puderes ^queria ser santo Te rares nem Sequer qne és herói Si assim no mais tssim... kJ°f risi)nh Si assim Marcham sem idosos !bae Pm ^udoaM\de Wdade. ating,ir tetnini sõ Perfeiçào, Então As almas espaço e o os bundostempc O Teu Verdade brande destino, serão piais do av,Vn^ . e{n, Punha mios,' av'vai>0o-te meu filho' .". «Mara e® tuas faces.

Lemb'*.-«* OSÓRIO XüRES de fi*Wo o teu in9enuam W saber ente, Quase inocente cw»° toste em

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oito anos nos vimos pela última vez.

Você estava com o rosto alterado HA pelo ódio e deu-me a impressão de um ente desconhecido.

Permanecemos na mesma cidade, mas nunca mais nos defrontamos.

Hoje dei com seu nome no jornal. Está na Itália com o exército expedicionário, dentro de um uniforme verde oliva. . Longe da Pátria, muitas imagens queridas lhe aparecerão nítidas no relicário da alma,: onde nâo há espaço para a figura apagada de sua primeira noiva.

A esposa, os meninos, as irmãs, os amigos, ocupam inteiramente seu coração liberdade. que bate valoroso pelo ideal da no tempo E eu, a triste esquecida, penso em que êle pulsava por mim.

Lembro-me do dia em que nos conhècemos. . .

Estávamos em classe. A quarta serie "B" caracterizava-se pela disciplina e acresce que era início de segundo semestre, portanto o borborinho ensurdecia, pois cada qual tinha seu caso de férias pata relatar.

Você entrou sobranceiro. A turma tomou-o por um novo professor e a maré do barulho decresceu instantaneamente. Seu olhar abrangia a sala, por sobre todas as cabee ças, procurando apenas um lugar vago com singucaminhou descobriu, o quando lar altaneria até a carteira da íila final bem ao meu lado. as pestes Voltando rápido do engano, "Errou a do Liceu caíram-lhe em cima: dos gênios e não dos porta. Aqui é sala "A", que é a classe dos burros. Vá para o papais".

Referiam-se ao seu porte de rapaz íeito em desacordo com as estaturas inacabadas * dos garnizés que enchiam o recinto.

Alheio aos chistes, enquanto em silencio eu o fitava, distribuía apetréchos prede um parando sua banca com a solenidadede uma advogado. E foi só no intervalo aula e outra que me percebeu, que me fitou, isto é, que perserutou meus traço-:, obriconfiante gando-me a transformar o sorriso ansioso. Nesse que lhe dirigia em êxtase audaciosa que minuto terrivel, a pequena enfrentava os lentes nos orais com absoluta medo atroz de não passar calma teve um "test" de simpatia. Mas o ro inesperado negros cabelos onde moreno, belo moço deados, de olhar direto fc imperativo, gostou de de meu nariz proporcionai, do brilhosadia meus olhos castanhos, da coloração de minhas faces, de meus lábios estuantes e da pujança de meus cabelos cor de bronze polido. , .

Espero que seu nome tambem seja nosbonito, disse, inclinando-se tanto que sas testas quase se tocaram.

-- Sou Cibele, Cibele Tanagra Duarte de Queiroz, completei baixinho, temendo acentuar demasiado a importância de meu nome de família.

Creio, entretanto, que foram os dois este comentário primeiros que provocaram inédito: ... .

Com efeito! Legenda artificiosa para uma beleza lídima!

Retraí-me ura pouco, para vê-lo melhor, talvez, ou quiçá para descobrir na expressão de seu Semblante o sentido de suas palavras que soavam estranhas em mues ouvidos afeitos às graçolas sem fundamento dos frango tes de meu tamanho. _- Não se aborreça por isso, pequemnha — continuou você, todo arqueadò sobre meu banco - Não 'emos <ulpa. Imagine uue me han.o Lisa .dro. Nao e ._UcuiOi nesta Como se fosse admissível românticos época utilítarisl a. ... __" Não tínhamos visto o professor chegar.

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MALHO

Na aula de desenho, nesse mesmo dia, consegui entrelaçar no capitei de uma coluna coríntia um C e um L góticos.

Ano e meio passamos estudando juntos. Na quinta série também nos instalamos ao fundo da sala, lado a lado. Era comum sentarmo-nos de viez para podermos ficar face a face. Constantemente nos inelinavamos e nossas cabeças se tocavam. Então o professor brandia o ponteiro ou lápis, discretamente, para nos advertir que ultrapassávamos os limites do bom coleguismo.

Eu me retraía incontinente, mas você se conservava inclinado para mim, como se op circunstantes não existissem ou pouco devessem importar para nós.

Diziam que nos amávamos, misturavam nossos nomes e lhes parecia natural respeitável a nossa mútua afeição, contudo, jamais surpreenderam em nossos colóquios termos melífluos ou sentimentais. Éramos aplicados. Queríamos sobressair e brilhávamos em todas as matérias.

Verdade que lhe custava duplo esforço man_/-me em seu nível, principalmente em matemática Quase no fim do curso me perguntou: Vai seguir medicina?

Não querem, lá em casa.

Deixa-se dominar?

Que remédio?!

Preguiçosa. Não .deseja prosseguir.

Aposto que está louquinha pela estréia so"flirts", romances e cineciai. Bailes, chás, mas todos os dias como obrigação.

Precisei afastar-me para responder. háQuando me sentia envolvida —pelo seu geralmente lito másculo — café e fumo alvoroçava meus cabelos com as pontas dos dedos, num gesto de espontânea defesa, atordoava um pcis dessa forma também ao recuar de napouco, só assim o forçava rinas frementes. E foi vendo-o de perfil, considerando sua beleza perfeita que me confessei vencida: Estou farta de livros. Agarrando meu diploma, creio que gostarei de fazer um curso prático de cozinha.

Pretende casar-se? — indagou então, muito sério, folheando seu caderno de notas.

Logo... se Deus quiser.

Suas pestanas escuras, bastas e fortes, de acordo com seus magníficos cabelos, faziam sombreado em suas faces. Parecia lêr atenciosamente, no entanto, continuou: Quem é seu noivo, Cibele? Eu o conheço?

Você, Lisandro.

Estávamos de novo face a face. E diante de seu olhar maravilhado, confirmei: Sim, você.

Psiu!... Atenção!

Encolhi-me toda.

Você não se alterou.

Sem fitá-lo percebia seus olhos me adorando e sua boca pedindo a minha.

Cibele...

Fingi não ouvir. Tinha medo nem sei de quê.

Saímos da aula às cinco da tarde.

Nossa camaradagem se limitava à classe.

Era incorporada ao bando de moças que me dirigia ao ponto de bondes, vendo-o, de relance, entre os rapazes.

Ao tomar o Avenida Grande pressenti qualquer coisa.

De fato, você alçava-se atraz de mim e ._nt- j-se ao neu lado.

Vai para o meu bairro, hoje ? — pergunti., procurando falar naturalmente.

Vi seu rosto nun _ar-se num sorrio.

Seu braço cobriu meus omt-os e seus dedos

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DENTRO DE I üíiiFOJÍME VERDE OLIVA CONSUELO PIMENTEL MARQUES

Foram dois anos de sonho. Você trabalhava, estudava e se impunha entre os meus.

De sua família eu recebia vagas notícias. Moravam no interior.

Só quando papai ficou doente e que fomos para Poços de Caldas é que soubemos direito quem era sua gente.

Havia no hotel um fazendeiro, conterrâneo dos seus, que informou meu pEtf da pobreza imensa da sua casa, do sacrifício que fizeram todos para auxiliá-lo no ginásio e da decepção que seu noivado lhes causou. Acusavam-nc de ingrato. Pensavam que seu dever era ajudá-los a educar os irmãos menores.

Minha mãe, contando, aconselhou: Veja se esquece o rapaz; êle com certeza se conformará e tornar-se-á o arrimo da família. São muitas irmãs. A menorzinha foi atacada de paralisia e o tratamei.to é custoso. Lisandro nunca lhe falou sobre estas coisas?

Não sei como pude abanar a cabeça negativamente. Estava petrificada.

Pois seja discreta, prosseguiu a adversária de nosso noivado. — Êle tem pudor dessa penúria. Afastese sem explicações. Evite entrar tm minudências.

Eu nasci bem. Recebi brilhantes no berço. Fiquei filha única e conhecia desgraça somente em literatura.

Explica-se dessa forma que o conhecimento da infelicidade de sua casa me causasse tão profundo choque e me impedisre de ser franca com a pessoa que mais amava no mundo.

Tornei-me lacônica. Não sabia mais escrever a meu noivo. Agarrava-me à- mamãe.

E se papai os auxiliasse ? _x>ba. Seu pai so tem posição. Juiz de direito nunca é rico.

Regressamos de Poços.

Você me beijou na sala de visitas assim que mamãe nos deixou para atender ao telefone.

Encontrou meus lábios frios e eu era sempre um pequeno vulcão.

HA qualquer coisa, Cibele, que não posso definir. Você me ama e não me quer mais.

Nossa inimiga, no vest-'.ulo falava, falava, com uma amiga íntima. ^Olhei-o, tão de perto, tão meu, e tive uma sensação de vertigem, de aniquilamento; pressenti _dò que nos separaríamos al_. Não sei que espécie de confusão obscureceu-me o cérebro; lembro-me de ter dito

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III — 1945

sensitivos, firmes, imprimiram-se em minha espádua através da blusa de fustão.

Meu acanhamento desvaneceu-se. Sentia-me à vontade, bem simples e feliz em seu meio abraço.

Vou pedi-la em casamento, pequeninha Não se obrigue pelo que eu disse em classe, redargui brincando.

De maneira nenhuma. Mas acho que está certo — sua voz se fez grave — é rica, tinha que se manifestar primeiro.

Ora, Lisandro, confesse que gosta menos de mim do que eu de você.

Noivinha! Será possível que vamos brigar pela primeira vez e logo hoje?!

Seu braço continuava sobre meus ombros, seu rosto tocava o meu, risos e olhares fundidos. Eu tinha dezesseis anos e,yocê atingia os vinte e um.

Escute, Cibele, e não interrompa porque é importante, começou, desligando-se de mim e perquirindo-me as feições. Irei esta noite à sua casa. Contarei a seu pai todos os azares que me fizeram atrazar nos estudos, mas sei viram-me de impulso em ouc_... .-. ntido. Trabalho desde pequeno e terminando o ginásio ocuparei bom cargo num tabelionato, o que me permitirá seguir a carreira jurídica, porém, para poder casar-me dentro de três anos, conto ainda com trabalhos extras, como revisor de jornal, que farei à noite. Que acha você que êle dirá? — terminou abraçando-me novamente.

Papai vae dizer que é loucura.

Que somos crianças.

E nesse caso' Ficaremos noivos do mesmo modo porque eu quero e sempre convenço meu pai.

III .

(Terra.!"., no fii.. da ..vista) 1945

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i^p escriíora paulista M. Dezonne Pacheco Fernandes que vem de. publicar, com agrado da crítica "Folhas do Coração", i dona de um belo estilo, figurando com des' taque nas letras femininas do nosso momento

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aqui figuram, e através das quais se pode tet uma imagem

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cheia de sensibilidade.

TMTA campa branquinha ficastes *i* sem flores... Mas, para que flores si tens perto de ti, a_tua filhinha querida te embalando no sono bom dos que partem para Deus? — Os teus amigos, quando se iam, nunca os deixavas sem um bouquêsinho das violetas que cultivavas ou dos miosotis que tanto amavas. . . Achavas um sacrilégio deixá-los sem uma flor os enfeitando. . .

Tu, porém, querido Pai, não estás só.

O lírio imaculado que fioriu na Terra, se acha junto de ti. . . E, me consolo então. . . Sinto o coração menos triste de, estando longe, não poder levar-te muitas flores para enfeitar a lage branca do teu túmulo, e sofro menos, e revejo em o dia de hoje, os muitos anos que se foram e que passei junto de ti... A minha infância, os teus conselhos, as orações bonitas que me ensinavas. as poesias que dizias tão bem para que aprendesse, as músicas que interpretivcs em o violino 'oçucom o sentimento e a , O

M A LHO

SAUDADE ra

daqueles que são bons... Depois. a minha mocidade, os meus sonhos que sabias compreender, as minhas fantasias, os netinhos dos quais tanto te orgulhavas, os teus

castelos com eles... A tua cabecinha de neve contrastando com os cabelos de ouro desses novos filhos, a tua alegria de os ter perto de ti, e, depois, a realidade triste da vida, quando a morte, inexorável e má te sonegou. . . Revejo a tua ida para o Céu... A tua nos consolando, ainda bondade, não querendo nos intristecer com a tua partida...

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um sonho, meu Pai! Quero despertar, acredi-' jar que me engano, que estás aqui, me junto de mim, abençoando, cercado dos teus netinhos. nessa alegria santa que se chama Felicidade... E te procuro em

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tudo, em toda a parte, na flor, no céu, nas plantas, em tudo que é bom e puro— E vão-se assim passando os anos, e a tua lembrança sempre viva, junto de mim. e eu te vendo, constantemente, meu Pai, velhinho bondoso los de neve azues...

30

e

o mesmo de cabedos

olhos

III — 1945

O CAMINHO DA VERDADE j^UANTA alegria em o coração, ^** quanta festa, vendo a VirMaria, gem doce Mãe compassiva e boa mostrando aos homens o milagre sacrosanto do amor. em Jesus almas

feito

Hóstia,

descendo

às

impias e aquecendo-as com a sua ternura — Ternura que com°ve. que confunde, que regenera. *-lue purifica. . .

Homens religião

incrédulos,

moços

sem

a todo instante ss repete salvando almas, eu, contrita e humildemente, aos vossos pés, vos digo: "Salve, Maria! Luz que ilumina os caminhos tortuosos da vida mostrando ao homem arrogante, incrédulo e máu, Jesus feito Hóstia; descendo às suas almas impias para os salvar. ..

E' no sofrimento que sc retémpera as fibras do caráter e é no sofrimento que vamos encontrar o escudo

certo

nos

levará

pelo caminho da graça a Jesus pela proteção de Maria... —Madona que nos recebe, sempre com a mesma indulgência, sempre com a mesma bondade... — Doce Coração de que

Maria, eu creio em vós e comovida ante o milagre que fizestes e que

M.

PACHECO DEZONNE FERNANDES

que se deixavam levar Pelos maus livros, pelos films pecaminosos. pelas companhias malévolas. que eram séticos, que duvidavam da Fé, Maria Santíssima compassiva os chama é lhes mostra a pureza da vida em Deus que é justo, que é verdadeiro, que é eterno...

Tudo passa... Tudo é efêmero: 0 homem é mutável e fraco, se deixa quase sempre levar pelas fantasias do mundo... — Riquesas, 'ama, beleza.. .

Quando tudo, porem, desaparece, se vai também o entusiasmo e esquecem geralmente °s seus semelhantes indo em outras tontes procurar novos amigos, mais importantes, outras perspectivas, enfini... E, é então que se comeSa a pensar em Deus esquecido, mjuriado, no sacrário das Igrejas... ^ a Virgem se enternece e os SCüta ainda lutando contra as ei*tações "Jesus, mundanas: se ex*stes. dái-me Fé. e a luz para Co*ihecer-te".

E, do Céu, essa "^ãe compassiva lhes faz transordar de amor o coração e êle se "Qalana de sentimentos bons onde esPlandesce essa Fé que salva, <iüe orienta e torna o homem suerÍor às fraquezas do mundo. .

III - 1945

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Saberá Compreender a Libertação...

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processo de ignorância auto-ativa e o seu discecnimento. é coisa única para vós. Outrem dela não vos pode libertar." — Krishnamurti —• Ojae, 1916 *—* P. 68.

entre amigos conversamos sobre assuntos geQUANDO rais da Vida do homem, emitindo nosso ponto de vista, não baseado na tradição, logo o nosso subconciente, recalcado nas memórias exDlorativas nos interroga: Estais revoltado? Respandemos-lhe: estamos sim. mas contra nossa própria mentalidade velha, essa mentalidade que não contêm Verdade e pela qual todos nós estamos dominados, confundidos, iludidos.

E por que estais revoltado contra vossa própria mentalidade, vossa personalidade?

Nossa revolta é muito útil para nós mesmos. E* útil porque modifica o ambiente das nossas relações Biútuas.

Não podemos reformar a coletiVidade, mas podemos e devemos reformar a nôs próprios e com isso deixámos de ser prejudiciais à colebvidade. Ao passo que. se permane-

(Belarmino da cermos despercebidos do estado arrasseremos nossa mentalidade, a tados pela mentalidade comum arrastaformos enquanto e, todos, da dos, seremos escravos também ignorância dos outros.

Então, '— — fala o nosso sub-conhá um meio prático para ciente; estado mental da huo melhorar sim, mas esse meio Há, manidade? a compulsão disciplina, a é não nos aplicados coletivamente como mental estado habituamos a crer. O da humanidade, só é coletivo pelo indivifato de se encontrar, cada repleto sub-conciente o duo, com Portanto, de falsos conhecimentos. aplicaser o processo educativo a nao deve visar o indivíduo e do 'coletividade. deve educação A a da consistir na reforma individual deve ser indivíduo O mentalidade. usar o entendipreparado para e o aperdiscernimento mento. o cebimento. com a Vejamos o que se passa homens, os humanidade em geral: nas crenças* divididos e apoiados nos sistemas condutores de raças

Viana)

e castas sociais, se utilizam da cultura tradicional ou recente, para os mesmos fins explorativos e dominadores dos seus semelhantes.

Mas, a cultura que não desperta iluo apercebimento, não conduz à conao libertação: à nem minação arma trário, constitue, como vemos, à verdade de combate ao bem, à na harmonia cooperação, à paz e à tal coletividade. O homem culto, está nãc prepacomo se mostra, rado para quebrar, na sua própria mentalidade, os grilhões de egoisnão mo que o escravizam. Ainda êle própôde compreender que, libertação sua realizar prio. pode desse caótico estado sub-conciente que se chama cultura.

Para reformar sua mentalidade, velhas, esse corpo de memórias fesua à desnecessário aquisitivas, licidade. deve o homem pensar a mentalidade para entender que, é uma de que está se servindo, e construiu prisão que êle próprio mas pode, que está administrando, momento rebentá-la. a partir do ignosua da aperceber em que se

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33

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rância. Vivendo os tempos presentes, com essa mentalidade, camum a todos, nâo pode êle habilitar-se a compreender a si próprio, Em tal maneira o homem se encontra, ausente de verdade, que tanto busca, que, suá vida cotidiana, é somente astúcia e medo; pois, não é da inteligência, da compreensão que êle se serve. Sua mente vive mergulhada na cultura aquisiti\ct que se tornou instrumento expiorador do homem pelo homem.

O homem está preparado para tirar de outreni, o que êle próprio pode produzir com sua inteligência.

O homem civilizado tem o hábito de falar em nome de crença, filososofias, direitos e fraternidade. Em nenhuma dessas coisas, porém, sua conciência está firmada. Todos os seus conhecimentos estão suberdinados aos hábitos aquisitivos. E' O medo de perder a segurança, resultante desse estado sub-conciente, que atua como conciência comum a todos.

Essa cultura de que tanto £e ufana c homem culto, tem servido de camouflagem a ganância, ao ódio e a crueldade. O homem civilizado utiliza-se da cultura como se utiliza do dinheiro e das mercaderias que se vendem com lucro.

Por esse procedimento êle se revela o mesmo mercador dos tempos idos. Esse é o estado da mentalidade geral. Que se deve esperar duma civilização orientada por homens nesse estado de desconhecimento de sua própria ignorância?

Não é preciso responder esta perguntn. Ai estão os frutos diante os olhos do mundo atual. Mundo O

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no qual, grupos de homens civilizados, agem tangidos por mentalidade em furor.

Na atualidade distróem-se as utilidades da vida do homem. Exaltam-se, em benefício próprio, qualidades que todos possuem.

Condenam-se oriaturas, em nome do direito e da verdade, sem cessar a insana crueldade. Criam-se sistemas educacionais d.sciplinadores da alma humana, para se produzir lutas horrivelmente em seguida, cruentas como esta que encendêia o mundo.

O homem, porém, pode ser educado para o despertar da razão.

Pode ser retirado da prisão mental em que- se encontra.

Que belo e ediantado espírito tiveram os homens que crearam os motores, os telefones, os automoveis, os rádios e os aviões. Quão maravilhoso é a navegação aérea?

Que belo será quando estas creações do,homem estiverem a serviço da humanidade total? Isto, porém, não sucederá enquanto a educação não fôr orientada pela compreensão, da vida e não da morte.

Os processos disciplinadores. formam crenças, mas o homem não transformado ser pela necessita crença. Necessita, sim, saber usar a liberdade do entendimento na ação construtiva e cooperativa. Quando êle fôr educado nessa base, não mais explorará, não mais roubará, não mais será cruel e o seu ambiente mútuo se tornará diferente.

Haverá então o uso da compreensão para todos e êle não pensará do ponto de vista duma classe, duma casta, duma crença.

Por meio da educação igual para

SEMPRE

TEVE

VIDA

NO

PEDRA

34

todos, o homem não poderá dizer: fulano é operário, é atrazado, e ignorante, é rico ou pobre. Em vez disso, êle amará o seu semelhante como a si próprio.

O homem necessita emerg.r da montanha de cinzas da sua mentalidade velha. Necessita romper com sua explorativa personalidade tradicional, com essa acumulação de falsidade e misérias que o levam à guerra.

A nenhuma realidade útil ao mundo, poderá o homem chegar, enquanto viver embaraçado Pe'a mentalidade de crente no passado.

Com essa mentalidade êle permanecerá sendo apenas uma fonte de discórdia e derrocadas. Se a vida no sêr humano, significasse sòmente essa trama de desejos, hipocrisia e ódios acumulados, então, o ambiente das relações mútuas entre nações e entre os indivíduos só poderá ser o de destruição sem fim. Este, porém, é um grande enbagano. Podemos deixar de viver seados no aspecto inconsistente da nossa vida. O aspecto inconsistente é a personalidade criada pelos hábitos.

A vida é eterna. Vida ê inteliasgência, e a inteligência é um utilinão ainda homem do pecto zado. O homem se tem servido dc aspecto inconsistente da sua natureza, dos complexos de hábitos aquisitivos. Uma nova educaçãc baseada na ação construtiva formarâ homens capazes de entender e amar o seu semelhante. Ao viver. tanto para outro como para si próprio, o homem deixará de explorar e safcerá compreender a libertação...

APERTADA

SÉCULO

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PAUS D'ALHO Tela de Batista da Costa -

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"BUENA DICHA" NO "BAILE DOS ARTISTAS" — O "Baile dos Artistas", promovido Grandemente Artistas Brasileiros, foi uma das notas elegantes do Carnaval que passou. como nota db mais alto biente altamente selecionado, 0 "Baile dos Artistas" teve, cutrossim, "tzigana" leu a "buena dicha" da arate" em que a pintora Odette Barcelos, travestida de Veraios, aqui, um flagrante da consulta às cartas para tirar a destaque ali presentes.

Carneiro de Mendonça, presidente da A.A.B.

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pela Associarão dos concorrido, num amcunno original, a "tena inúmeras pessoas de sorte do Sr. Marcos

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O público caricca terá ensejo de aplaudir proxynamente, uma legitima expressão da arte coreográfica suiça, através d!:i talento de Norka Rouskaya, a consagrada bailarina, ora entre nós.

Norka Rouskaya, que é também eximia violinista, caracteriza se, como bailarina por uma notável forÇa expressiva presente e-m tôdas as suas interpretações, nas quais, além de tudp, deixa apreciar uma boa escola.

Sua estréa, próximanesta Capital, ,mente, será motivo de verdadeiro deleite artistico para os meios elegantes cariocas.

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RECITAL DE CANTO No Conservatório Brasileiro de Música, realizou-se o recital da joven cantora brasileira Laura Celso de Magalhães. O programa, no qual constavam números celsbres de Scarlatti, Mozart, Strawinsky, Rimsky Korsakow, Alberto Nepomuceno, Francisco Mignone e Barroso Nett(v, serviu para revelar ao concorrido auditório as qualiclad&s de interprete do já notável soprano.

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Percorrendo a ponte de Salto Grande

DE SAÜ PAULO

GRANDES MELHORAMENTOS EM VARIAS CIDADES U

MA grande série de melhoramentos públicos em várias cidades do interior do Estado foi inaugurada durante a recente visita do Interventor Fernando Costa a diversos municípios situados em importante zona da Sorocabana. Pirajú, Ipauçú, Ourinhos, Salto Grande, Bernardino de Campos e Chavantes receberam festivamente a visita do chefe do governo do Estado, inaugurando-se, nessa ocasião, numerosos melhoramentos urbanos e extra-urbanos.

Em Pirajú o Sr. Fernando Costa inaugurou o trecho final da rodovia São Paulo-Pirajú-Salto Grande, que já está construída desde São Paulo até esse próspero munic'pio. Essa estrada, construída de acôrdo com os preceitos mais modernos, faz parte do Plano Rodoviário do Estado, que se destina a dotar São Paulo de uma rede de estradas que ligará fácilmente todos os seus municípios, todas as suas eidades e todos os seus centros de produção e comércio.

Em Salto Grande está sendo construída uma grande ponte, de 200 metros de comprimento e 60 de vão; atravessa o Rio Paranapanema, ligando São Paulo com o Paraná. Nessa cidade será construída uma usina elétrica para fornecer força aos trens da E. F. Sorocabana, com o aproveitamento das quedas dágua do rio Paranapanema.

Aspecto da visita do Sr. Fernando Costa e comitiva às obras da ponte sobre o rio Paranapanema, na rodovia Pirajú-Salto Grande.

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Em Chavantes foi lançada a primeira pedra do calçamento da cidade e inaugurado o novo prédio do Grupo Escolar.

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Durante a entrega de diplomas aos bacharelandos pela Faculdade de Estudos Econômicos, paraninfados pelo Presidente Cetúlio Vargas, que foi representado no ato pelo Sr. Fernando Costa.

O Dr. Sebastião Nogtteira de Lima, secretario da Educação, quando pronunciava o discurso oficial de inauguração do novo prédio do Grupo Escolar de Chàvantes,

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Constituiu acontecimento de real importância para o futuro da economia brasileira a formatura de mais um grupo de bacharéis em ciências econômicas, pela Faculdade de Estudos Econômicos, anexa ao Liceu Coração de Jesus.

Essa turma, que é a quarta formada por esse útil estabelecimento de ensino superior, foi paraninfada pelo Presidente Getulio Vargas, representado no ato pelo Interventor Fernando Costa, que concluiu seu discurso com as seguintes palavras: "Nesta escola cristã, aprendestes a amar o vosso semelhante. Com este sentimento cristão, haveis de vencer na vida. Seja essa a vossa orientação de vida social".

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A mesa que presidiu a Assembléia de posse da nova diretoria da Federação e do Centro das Indústrias, à qual estiveram presentes o representante do Interventor Federal, Secretário de estado e outras autoridades.

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p ONSTITUIU acontecimento de alta projeção na vida social da Paulicéa, a cerimônia realisada em 30 de Janeiro último na sede da Federação das Indústrias, afim de dar posse solene as novas diretorias desta conhecida entidade classista e bem assim a do Centro das Indústrias.

Empenhadas em afirmar cada vez mais os seus altos propósitos de pugnar pela defeza de todos quantos trabalham pela grandeza de São Pau*o, as duas prestigiosas instituições sob a visão esclarecida de Roberto Simonsen e seus incansáveis companheiros, certamente não pouparão esforços para fazer jús ao reconhecimento público.

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Outro aspecto da mesa na qual figuram os senhores Eloy Chaves, Oscar Rodrigues Alves, Embaixador Macedo Soares e elementos representativos da classe.

Vê-se o dr. Castelo Branco quando saudava a nova diretoria da Federação das Indústrias em nome de seus associados.

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PAUDALHO, UMA CIDADE QUIETA E PITORESCA Paudalho, cidade pernambucana, sita a cinccenta quüômetroá de Recife, é um desses retiros de paz onde, sem-o tumulto dos gran* des centros, se desfruta as vantagens de um meio bem organisado e feliz.

Sede de um município fértil, onde a lavoura canavieira e os cereais são bastante cultivados, Paudalho, além de seu excelente clima, possue uma sociedade laboriosa cnde, de par cc,m as atividades do espi.ito, não faltam os benefícios do progresso moderno.

Servida pela Great Western e por uma rodovia a pavirr.entada paralelepipedos que a PÕ3 em fácil comunic;ção com a Capitai do Estado, Paudalho está fadada c.mo, aliás, já o é, a ser uma estância climaterica de primeira ordem.

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0 Caplbwribe num dia de cheia.

Fotografia tirada em 1942, ao completar a Sociedade Musical 22 de Novembro de Paudalho, o 90P aniversário de fundação.

Rebento secular da árvore lendária que deu nome à cidade.

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Como da Grécia de ouro a luminosa Alma, do tempo indiferente aos danos, Que lhe não foram pérfidos tiranos.

Porém da glória uma expressão graciosa.

Deste poeta a lira sonorosa Rejuvenesce com o passar dos anos, E os anseios dos corações humanos Disfarça sob uma forma harmoniosa.

E, feliz, revivendo em quatro filhos.

Que beleza êle soube dar à vida, Dourando-a toda de fulgentes brilhos!

Foi prosseguir além, no alto, a tertúlia (Embora hostil e infausta interrompida) De amor espiritual com Dona Julia. . .

LEONCIO

CORREIA

"OS PORTUGUEZES E A EXPANSÃO DO; MUNDO MODERNO" O Sr. Pedro Vergara, quando da comemoração do 76.° aniversário da fundação do Liceu Literário Português, desta capital, proferiu naquela prestigiosa associação im belíssimo discurso, em que estudou, com percuciéncia e carinho, a expansão lusa no mundo moderno.

O tema foi desenvolvido de forma tão elevada e concludente, que se impôs a publicação, em plaquette do aplaudido discurso, o que vem de ser feito, para gáudio de quantos, não tendo tido ensejo de ouvir o orador, ansiavam por conhecer o pensamento e as conclusões do festejado homem de letras gaúcho.

O volume foi impresso nas oficinas do Jornal do Comércio, e a apresentação gráfica é das mais cuidadas.

COMENDADOR

MÁRIO GUASTINI convite especial do Departamento de ImA prensa e Propaganda, esteve nesta capital o jornalista paulista comendador Mário Guastini. um dos nomes de maior evidência e prestígio na imprensa bandeirante e de todo o país, atual Diretor Geral do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda de São Paulo.

O ilustre homem de imprensa foi grandemente visitado no Hotel Serrador, onde esteve hospedado, e foi alvo de inúmeras homenagens, entre as quais um almoço que lhe foi oferecido pelo vice-presidente da A.B.I., nosso diretor Oswaldo de Souza e Silva, ao qual compareceram altas personalidades da imprensa, do raundo político e social, estando presente o jor"O nalista Ivo Arrula, diretor da sucursal do Estado de São Paulo", nesta capital, órgão do qual o comendador Mário Guastini é redatorchefe.

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participação em anteriores temporadas líricas.

Contaria, assim, a lirica oficial de 1945 com dois excelentes rejentes, sendo Walfrid Peletier o outro, e cujo nome consta das declarações do maestro Piergile ao " Diário de Noticias".

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Os concertistas deverão ser Madalena Tagliaferro. Guiomar Novais, Firkusny, Malcuuzinsky. Jennie Tourel e Bidú Saião "Diário — segundo o de Noticias". Magniticos, excusa dizer.

A estes luminares poderia-mos acrescentar

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A TEMPORADA OFICIAL maestro Silvio informou, Piergile recentemente, á cronista mundial do " Diário de Noticias", o que vae ser a temporada deste ano.

Quanto à lirica, afirma o matutino em apreço : — *' As óperas serão possivelmente " Dou "Lúcia", Juan", Manon", "Fausto",de " Mozart; "Barbeiro de Se-i Milnòn", vilha'", " Peléias e Melissande", "Tristão e Isolda" e "Falstaff", todas com os mesmos elencos com que se apresentaram em 44 no Metropolitan". E mais adeante: "Há, com relação aos artistas líricos brasileiros um plano que não deixa de ser interessante.

Com os mesmos, selecionados dentre os de mais valor far-se-ia uma " tournée pelos Estados.

Não vemos como aplaudir o aproveitamento integral do quadro novaiorqttino. em completo detrimento de valores do teor de Violeta Coelho Neto de Freitas, Silvio Vieira, Maria Augusta Costa e Assis Pacheco, que ao nosso ver, deverão participar da ürica oficial, como representante da Arte Nacional.

I Tomamos a liberdade de sugerir sejam substituídas, por muito batidas e consej reduzido interesse, as operas quentemente "Barbeiro "Lúcia", de Sevilha" e que " Bodas possibilitariam as encenações de "Louise", de Figaro" e de Mozart e Charpentier, respectivamente, as quais contribuiriam para o maior esplendor da temporada lirica.

Teríamos, então, duas operas do maior gênio da Musica, sendo as demais de autoria de Massenef, Guonod, Verdi, Ami broise Thomas, Debussy, Wagner e Char-, pentier. Um ótimo quadro lirico, sem duvida, ao qual outro magnífico poderá suceder em 46, com as demais obras primas de Mozart em primeiríssimo plano, comportando ainda Beethoven, Ravel, Puccini, etc.

"BarJennie Tourel terá a seu encargo beiro" e " Milnon", segundo o artigo firmado por Madame D'OR. Trata-se de uma excepcional concertista, mas não talhadla a cena lirica, como demonstrou em para " Carmen". A jovem Maria Augusta Costa é a figura naturalmente indicada para protagonizar a opera de Ambroise Thomas. Nada mais justo, pois, que lhe seja confiada esta representação.

Quanto aos repentes sugerimos Jean Morei, que deixou excelente impressão de sua

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E5B Hi Madalena A temporada sinfônica estará otimamente entregue a Erich Kleiber, ou seja: ao melhor rejente que veiu ao Brasil depois de Toscanini e Stokowsky. Está, pois assegurado o triunfo da serie oficial de concertos sinfônicos da qual certamente participará Jean Morei caso o tenhamos entre nós.

Estado Nacional, por intermédio do Ministério da Educação e tom o louvavel intuito de despertar na mocidade escolar o interesse pela Musica, vem promovendo ha quasi dois anos concertos sintônicos para a juventude Brasileira, os anais às vezes muito teem deixado a desejar, devido unicamente a inesperiência de um dos rejentes, conforme aliás tem sido aqui assinalado. E como uma nova serie destes concertos se aproxima, aqui ficam os nossos votos para que a mesma se mantenha na altura que é licito esperar, o que só se conseguirá com rejentes que tenham autoridade sobre os músicos, o publico e os próprios estudantes. Ao que ouvimos em rodas oficiais, os concertos promovidos pelo Ministerio da Educação serão regidos por Eleazar de Carvalho, Alberto Lazzoli, Otávio Maul, Iberê Gomes Grosso e Lorenzo Fernandez, elementos plenamente capacitados ao "metier", como é do domínio publico. Assim, não causará apreensões à opinião publica esta serie sob a égide do Ministério da Educação, e cujo organizador é o nosso distinto confrade José Augusto de Lima, diretor da Divisão de Educeção Extra Escolar daquela Secretaria de Estado.

O prefeito Henrique Dodsworth, que não ignora os benéficos resultados, da Musica na formação espiritual da mocidade, integrou, por seu turno, a Orquestra Sinfônica MuniContinua, no fim do numero

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Tagliaferro Wladimir Horowitz —¦ Pianista de renome universal que nunca veiu ao Brasil — Jascha Heifetz, Souza Lima, Arnaldo I'-s< trela, Antonieta Rudge, Violeta Coelho Nétú .de Freitas e Alice Ribeiro. Teríamos, assim, uma inexcedivcl temporada de concertos,

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Express'vos flagrantes tomados no Hipcdrcmo da Gavca, durante uma das últimas matinées turf.sticas ali realizadas, que são, ccmo se vê c ncorridissimas pela elite social e elegante do Rio.

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UM AR1IS1A DE 15 ANOS — Hugo Pereira. 0 jovem Ces nhsta que vem de executar, para a Bib ictéca Militar, a r pr dU7ão, ampli:da, de urra fotografia rara, a de csrca de 350 ofici ís brasileiros que torraram parte na guerra do Paraguai, única no gênero, cuja reprodução fotográfica se tornara irrp-sslvel d3vido à ação do tempo.

No clichê vemos o j:vem artista, que tem apenas 15 anes, ao lado do 5eu traoalho, que esteve exposto numa vitrina da Rua do Ouvidor.

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Rússia, conta-nos Joracy Camargo no interes"O A' sante livro Teatro que acaba de publicar Soviético", e assunto de modo certo de tratar se por correlato que devia ser considerado — o cinema não foi objeto de cogitações do novo poder, nos q :atro primeiros anos da revolução. Talvez porque prob.emas bem mais graves, notadamente os p 1 i o; as soberbassem os creadores de um novo mundo, a antePropaganda por excelência não só se desintegrou, da que vinha se afirmando com características próprias mal para e'a chamada i at^nçêo dos poves se 1 surt > extraordinário nos Estados Unidos, como mergulhou no caos, tonta, desamparada, falha de diretrizes. Foi Jrotski que focalisou incisivam-ínte a qu st o no seu célebre artigo "A Igreja, o Cabaré e o Cinema", que inspirou um relatório de Lunatchas i 10 q ai Lenine, a maior cabeça do movimento revolucionário, escreveu: — De todas as artes, a mais importante Para a Rússia, na minha opinião, é a arte cinematográfica. Data daí a intervenção do Estado na creaÇão definitiva da cinematografia no país e ao seu desenvolvimento, pela instituição pelo Cons2'ho dos Comissários do Povo, em 1923, de uma comissão esPecial sob a presidência de Mantzev, que conhecia "SnrPerfeitamente o assunto. Diz Joracy Camargo: 9ir£m, então, os princípios fundamentais do cinema s°viético, que seriam opostos aos princípios do einema americano, pelas quais se orientavam todos os 0utros povos. Na URSS tratava-se de fazer c nema Para 170 milhões de pessoas, incutindo-lhes uma nova 'deologia. Daí a importância das multidões nos filmes russos realizados para orientar as aspirações das massas. Deveria ser um cinema realista, sem artif cios.

Preocupado em dispertar o sentido da responsabilidade, sempre com tendências sociais determinadas Pelos anseios da multidão".

Hoje o cinema russo impõe-se como real zação artística de alta valia e grande vulto. De certo terá influído na grandemente, nestes últimos vinte anos, formação do caráter nacional da nova Rússia, a que está arrebate ndo o mundo das garras execráveis do nazismo e que deseja, como Wilkie, um mundo ló para poder viver em paz. Mas o que assegurou ao filme russo valor artístico excepcional e dá a obra caráter realista e sentido humano profundo não terão 0

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sido as diretrizes traçadas pela política revolucionária, com todo o seu objetivismo, mas a essência da a!ma do povo, da sua mentalidade e dos seus eternos anseios, refletida de modo imperecível na obra dos grandes escritores ainaa dos tempos dos czares. Tolsíoi à frente. Porque os regimens políticos podem produzir fanáticos execráveis como a Juventude Hitlerista, mas não destruirá nunca o que para C3da povo é fundamental — sua maneira de ser e de se..tir e de externar o que sente através de obras de arte, os mais expressivos e imperecíveis documentos de sua história.

MARIA LANDA e sua modesta contribuição para a elegância da praia de Copacabana à nora do banho de mar... ou a qualquer hora!

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(De "OGilberto Souto, representante Malho" em Hollywood) de

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Um dos últimos instantâneos de Lupe Velez ao lado de Harold Ramond nos derradeiros dias do seu noivado, logo após desfeito.

1944 passou, e os últimos mêses foram de luto para Hollywood. O cinema perdeu várias figuras conhecidas, entre elas, tragicamente, a popular e querida Lupe Velez.

O seu suicídio foi um choque para os que a conheciam intimamente e uma grande perda para a legião de seus admiradores do mundo inteiro. Lupe, geniosa, estabanada, aloucada; Lupe, bondosa, amiga, gentil e camarada; Lupe, a artista que tanto sucesso obteve no cinema desde ao aparecer num papel importante ao lado de Douglas Fairbanks em "O Gaúcho"! O seu suicídio chocou e surpreendeu a todos, até aos seus amigos chegados pois ninguem imaginaria que aquela pequena tão cheia de vida acabaria tão tragicamente... A comediante, a pequena das comédias espalhafatosas, morreu cora o coração amargurado... Morreu, vivendo um drama de amôr e de desespero. Hollywood chora a sua falta. Lupe deixou muitos amigos e, por êsse mundo afora, muitos admiradores... * * *

çará a ser filmada em Março. Ari Barroso escreverá todas as músicas para o filme, e o estúdio já está entusiasmado com as suas primeiras composições. O filme será Tecnicolor e filmado com grande luxo.

"Brasil" foi dado ao público e vem despertando grande agrado. Os críticos gostaram e o público tem demonstrado grande entusiasmo pela produção da Republic.

Convém lembrar, mais uma vez, que Ari Barroso escreveu a partitura daquêle trabalho. lv'Y :>. * * * Deanna Durbin cantará um samba de Ari Barroso no seu próximo trabalho para a Universal — "The Girl on the Train". Possivelmente cantará "Morena Bôca de Ouro" em português. Aurora Miranda está ensinando a ela a letra e a maneira de cantar um samba brasileiro.

Os últimos filmes em exibição privada para a imprensa estrangeira foram poucos. Dêstes, posso destacar apenas "Music for Millons" e "Meet Me in St. Louis", da Metro. Ambos são filmes musicados e bem interessantes.

"Can't Help Leves, com muito humor 4 bôas músicas. filme de Deanna S'nging", da Universal, é o primeiro Durbin em Tecnicolor. As canções são bem bonitas e de autoria de Jerome Kern. Deanna está lindíssima em Tecnicolor. "30 Seconds Over Tokyo" é um filme forte dêsse artista que vem provar ,mais uma vez, o talento "fans" americanos que, hoje, está fazedo furor entre os — Van Johnson. Êle é a coqueluche da mocidade americana. É rodeado pelos "fans" quando sai à rua e a sua correspondência é calculada em milhares de cartas diárias. Popularidade maior do que a dêle só a de Prank Sinatra entre as meninas americanas... E Van não canta ! "Winged Victory", da 20th Century-Fox, é a adaptação de uma peça dramática, que foi dada por um grupo de soldados da Arma da Aviação. O mesmo grupo de artistas aparece no filme que foi dirigido com multa habilidade por George Cukor.

Morreu também Douglas McPhail, e como Lupe, suicida. Muitos lembram-se dêle, se bem que nunca tivesse obtido grande renome. Apareceu em alguns filmes da Metro cantando, e posuia uma linda voz de tenor.

Ao contrário de Lupe, Douglas morreu sem deixar qualquer declaração. Levou consigo as razões do seu gesto tresloucado.

O falecimento de Laird Gregar rouba ao cinema um grande artista e a um grande circulo de pessoas em Hollywood um bom amigo. Laird era estimadíssimo, pois o seu gênio afáO quarto de dormir de Lupe Velez vendo-se, ao fundo, o leito cm que apareceu vel, os seus modos de cavalheiro e a morta e à esquerda a mesa em que ela deixou as duas cartas esclarecedoras sua extrema simplicidade o tornaram do seu trágico ato. último popular entre todos. O seu "Hangofilme, ainda não exibido, é ver's Square".

Barry Langodn, um comediante da velha guarda, faleceu com a idade de 60 anos. Podemos considerá-lo um dos melhores da pantomima. As suas velhas comédias ainda são lembradas com saudade.

Ari Barroso chegou a Hollywood e já está compondo novas canções e no20th Cenvos sambas para o filme da"Three Littury-Fox que se intitula tle Girls in Blue" (Três Pequenas de Azul. O filme se passa no Rio de Janeiro e seus arredores. Terá como interpretes a Carmen Miranda, June Haver, Dick Haymes e, possivelmente, Carlos Ramirez, que está entrando e agradando muito nos filmes musicados. A produção come-

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CALOURA Vejam só o sorriso ingênuo e amável desta caloura que está aguardando, ou as palmas demoradas de aplausos da assistência comprimida nos estúdios, ou a terrível pancada do gongo. A alegria de um premiosinho barato, ou o ridiculo estrepitoso da assúada do publico. É ainda queremos novos artistas para o radio.

O que tiver a paciência de ouvir uma comedia no radio, ha de se preparar para, de principio ao fim, ouvir o choro impertinente de certas artistas, que se escondem do papel de ingênuas. E a tragédia de repente se abre: as lagrimas rolam, as falas angustiadas se ouvem.

Ha quem diga que certos escritores de comédias radiofônicas, não mandam que elas chorem,, mas assim fazem para o encanto de certas domesticas que gostam, á noite, de ligar o radio, para distração de seus espiritos.

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"Momentos Musicais" é um programa dos melhores da Cruzeiro do Sul. "ArA Radio Globo apresenta agora agrado com geral.

Brasil" do Novos tistas Pode ser que ninguém acredite, mas a Radio Vera Cruz ainda se encontra no ar, diariamente com as suas saudações angélicas.

A Mauá' começou a anresentar a " Biblioteca do Ar, para o Trabalhador!

Rui Rei e sua orquestra, na Nacional, é um numero de grande realce.

"Hora da Inglaterra", com palestras ilustrativas, vem interessando os ouvintes da "Jornal do Brasil".

Berliet Junior escreve e dirige (na "Esquinas da Mairink Veiga) o programa Vida", com Sarah Nobre, Urbano Lois.

Iara Sales e Manuel Braga.

Yvonete Miranda, sem publicidade, é uma das melhores cantoras de radio do paiz.

Difusora da Prefeitura mantém programas dos " mais bem feitos, destacando-se A Terra e O Homem". dentre les, Bem curioso e a merecer registro es" Quarteto Cruzeiro do Sul", da pecial o PRD — 2.

"Trindades de Portugal", aparece na Vera Cruz. " Hora do Lar", é programa aceitável da Difusora da. Prefeitura.

Manuel Reis continua a cantar na Radio, Clube.

Vanda Oitica tem dado vários recitais de canto na Nacional.

Um programa interessante da Tupi, é "Cadeira de Barbeiro".

Mata Machado escreve crônicas bem apresentadas pela Cruzeiro do Sul.

UM FIGURINO COM MODELOS DE VESTIDOS PARA TODOS OS FINS

Moda Feminina PRÁTICOS E DO MELHOR GOSTO. EXPLICAÇÕES MINUCIOSAS PARA A CONFECÇÃO. O

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Será possível que ainda acreditem certos rapazes que espalham frases românticas, enroupadas em palavras meladas, e versos lamechas, que existam criaturas femininas ouvindo as suas lamúrias depois da meia noite ?

Em toda a parte, tais programas, geralniente são redigidos inteletuais de brilho, e agradam muito. por Aqui, alguns locutores, sem certo bom reúnem palavras açucaradas e musicas gosto, embaladoras, e diáriamente, pensam que embalam o sonoi, mais °u menos calmo das meninas românticas, numa das mais tolas ingenuidades . deste santo mundo de Deus...

Antes do fim do ano, anunciou-se uma serie, de modificações no radio, de reformas,, de novidades, e o publico ficou alegre porque iria ter, afinal de contas, compensaescutar ção á sua paciência meia gasta de e 1945, veio Mas, tolos. tantos programas sc mais no rói das novas iniciativas, nada viu, em verdade, que uma troca de artistas arrastando como o seu contrato mais poipudo, programas cacetes e mal alinhavados.

O que se esperava de novidades, de interesse, de digno, emfim em ralação, á cultura do povo, ficou guardado para outras oportunidades. Temos motivos de sobra para. responsabilizamos de tais descasos certos diretores artisticos, convencidos dc prestigio artistico, impantes de orgulho e de vaidade, mas de inteligências insuficientes!, mais ou menos, racionadas, e, que do alto de suas o prerogativas, preferem o pouco trabalho, aproveitamento do que existe as demais estações, como se adquirissem saldos de uma

BREQUES

Ha certos anúncios em radio mal redigidos e denotando um sentido diferente da cuitura do povo e do nivel do radio carioca.

Ainda temos estações que apresentam publicidade incrível, aceboladamente, sem geito descuidadas de que estamos numa cidade civilisada e culta.

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O magrissimo Lamartine está feito "Trem da Alegria", na Mairink. voeiro" do coque afim de deixar um pouco muito Gasta humorismo aos seus fans, o que se nota e sem que anda fazendo com muito esforço muita sorte.

Ora, o publico carioca precisaria de ser melhor compreendido, e a publicidade paga bem caro os seus anúncios, de sorte que as estações poderiam manter, em melhor nivel artistico, os seus estúdios.

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* M GAGLIANO Vemos aqui Gagliano Neto irradiando uma partida de " foot-ball", tendo a seu lado Agnaldo Amado, que, então, começava a sua brilhante carreira na Nacional, ao lado de Gilberto Andrade, carreira ascencional, muito rápida e onde vem revelando muita inteligência.

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Francisco Galvão

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LAMARTINE

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MUDANÇA Ribeiro Martins tornou-se umíi figura de locutor dos mais simpáticos. O teatro, P°rem, o arrastou, como por encanto, em meio aos louvores da critica. "a quem afirme que ele ainda voltará, ao microfone.

Joaquim Pimentel canta um fado. De vez em quando ele volta a convidar a colonia para um de seus recitais artisticos, e a dolencia da musica portugueza extravasa dos versos bonitos que ele sabe cantar.

HUMORISMO Alvarenga e Ranchinho, deveriam compreender que os seus programas devem ser mais bem feitos, e com mais humorismo.

As suas anedotas estão gastas, sem graça, sem nada que possa interessar.

Todas tratam-se de uma dupla de rapazes inteligentes, que poderia perfeitamente cuidar um pouco mais de seu repertório...

O publico gosta de ouvir noticiário telegrafico pelo rasúo, durante o dia, ou nas ultimas horas, quando se prepara para o sono.

Mas, o que se apresenta por ai, com este nome, vem ainda do rescaldo dos telegramas da véspera, fatos conhecidos, discutidos na cidade, mal arrumados, mal redigidos.

Ora, o noticiário poderia ser feito com melhor dose de observação, de psicologia, aproveitando-se os telegramas mais novos, a.nda não publicados, que as agencias mandam levar aos estúdios. .Apenas o que se dá é que, a preguiça é mais forte e os diretores artisticos não querem ter trabalho, e preferem o recorte dos telegramas e notas da imprensa dia-

PROGRAMAS

LITERARLOb

Genolino Amado continua a nos oferecer, tres vezes por semana, pela Mairink, os volumes surpreendentes da sua " Biblioteca do Ar". Eis ai um programa dos melhores do radio, com publico certo e escolhido, e que deveria ser feito em outras estações. O assunto de suas palestras, lidas pelo César Ladeira interessam profundamente uma certa classe de ouvintes, que se acostumaram a aguardar a abertura das portas da Biblioteca, enquanto outras estações irradiam novelas de porta de engraxates, com gritinhos e lagrimas de certos canastrões da comedia radiofônica...

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e assim, mesmo que se passem noites a bailar ou a jogar com os caprichos da roleta, volta-se melhor, com animação nova. £ó cm meiados de Março, porém a descida principiará, priucipiando os ensaios dos trajos para a mais romantica e mais doce estação da cidade da Guanabara: o outono.

A nossa faceirice será renovada, tomará fôlego maior. Knquadrzremos a elegancia na elegância graciosa dos vestidos de seda estampada usando acessorios de tons médios ou escuros, o que constitui uma especie de escála aos sombrios vestidos que o inverno 1 exige. , Contudo, não foram poucos os negros trajos frizados de chiquismo que vimos durante estío. É que o preto é das tonalidades a mais aristocratica, que põe em realce a aívura de uma pele, o brilho dos cabelos^ também a que aumenta o sopro de morenice que levamos horas e horas a conquistar ao sol. ¦Os vestidos pretos para o em verão são talhados, "chiífon",porém, vag| organza, fina: matéria "taifíetas" ^PIIP^vl J;:' renda, ou quando no ou no crépe fôsco os decotes aumentam e a manga chinesa é 'bem mais cavada.

De agora por diante usare¦ *'y}*\ mos preto sem a preocupação do calor. .k t&vkt* fl Verdade, verdade começamos -. * 1 -if|pf a sentir saudade do inverno...

Já é tempo de 'irmos pensando em agasalhos. Este, por exempio, de Kathryn Gray sou — artista da Metro —, é uma espécie de " eclmrpe" de seda chainalotada, presa sob o queixo por meio de uma rosa exuberante...

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Preto e branco — gracioso traje acessórios estampado, pretos.

(Desenho de Rose Barrack para Russeks — New York —, chapéu "cloche" de "picot" de Milão).

mais um Carnaval! ruido O dos tambores, das cuícas, foi ouvido, na cidade Passou inteira, e as canções novas andaram de boca em boca durante os dias que, apesar dos pesares, foram divertidos. Mòmo ainda gosa de prestigio, muito prestigio.

Se o granfinismo não o festejou nas ruas!, fazendo côrso, homenageou-o nos bailes, por aqui mesmo ou nas cidades de veraneio, por aqui ou na Quitandinha, que é hoje em dii o ponto culminante no que diz respeito a reuniões do mundo que se diverte.

Fantasias de toda a especie — paia a criançada e gente maior.

Todavia as mulheres preferiram usar t abusar das calças a que vêm se acostumando de longa data, são comuns as que moram nas praias, comuns durante as estadas nas fazendas, estancias de aguas etc.

Poços de Caldas, Guarujá e outros cantos encheram-se de veranistas. Num clima suave as diversões não fatigam, — 53

Fundo verde esúnro, desenhos brancos : vestido elegante para a meia estação.

' Outra estamparia preta e branca, sapatos, cinto e bolsa pretos, chapéu e lu'Ms. brancos. (Desc• nho de Adele Sintpson para Bonwit Teller-New York..

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Katharyn Grayson, da Metro, a "gril" do perfil picante, exibe um "short" gracioso: blusa escocesa, calcas marinho com a dobra forrada de escarlate e uma grega marinho e branco.

deste de Os vestidos no gênero "player" da Fox Trudy Marshall, em "Ladies of Washington", estão conquistando as boas graças da juventude atual. E' marinho, a blusa branca estriada de escarlate.

Para usar à noite.

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Um "tailleur" para HflHH|_B| £ . o momento que viSE_ ~S M^ vemos é o de Lois Collier, da Universal *_"V*flML

Feitio para seda lisa marinho, gravata de "taffetas" rosa, chapéu todo rosado. Bene Tida Twentieth érney, Century-Fox, é quem o apresenta.

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Preto, segundo Lois Coller, "player"' elegante da Universal, deve predominar como colorido nos trajes "afterdark", no inverno ou no verão, durante para a romântica primavera ou no delicioso outono,,. t I I I — 1 9 4 5

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"Jumper frock" ao jeito do outro de miss Marshall. Apenas este é branco, blusa marinho, para usar durante o dia.

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Anne Baxter com um primaveril chapéu branco.

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Chapéu para usar depois das cinco da tarde.

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Smith Alexis apresenta um chapéu de negra e brilhante palha, véu do mesmo tom, penas vermelho láca.

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SEGREDOS OE BELEZA DE HOLLYWOOD «R MAX FATOR,

SIMETRIA FACIAL

peritos da beleza, em sua totalidade con*z$2È_& :WêAAAIÊ jãrWm*r'-lAAmt J*i$ r**'^> OS cordam em que o rosto perfeito é aquele isto Com que possui proporções simétricas. eles pretendem explicar que as partes duplas do rosto: olhos, sobrancelhas, maçãs, devem ser idênticas em tamanho e em posição. A boca e o nariz devem ser uniformemente talhados, com os centros correspondendo ao centro da face.

Para encurtar, si uma linha fosse traçada de cima para baixo, ao centro do rosto, cada lado seria uma duplicata do outro.

Mas este rosto perfeito jamais será encontrado. A Mãe Natureza pintou com mão livre.

Sempre se achará desigualdade. Maquillage e sua técnica, todavia, forneceram-nos meios de uos aproximarmos da meta da perfeição. Algumas aplicações hábeis de "make-up" podem efetuar transformações sutis e lisonjeiras na fisionomia.

Tomemos as sobrancelhas para nosso primeiro exemplo. Muitas mulheres podem conservá-las rasoavelmente uniforme exceto nas cv' ***mm ifl tremidades. Aí elas parecem seguir método difejfl *B mÊBt---Haf" rente. Para evitar isso não arranque muitos -Éiv** ^_W j-^9^^^. _^_\ fios de cada sobrancelha, de uma vez. Faça-o, ora em uma, ora na outra, comparando, para que apresentem aspecto uniforme. No lugar em que a mão resvalar, ou a sobrancelha seja de fato mais fina, corrija a deficiência com um lápis próPrio. Observe-a; observe a arcada natural, seguindo-a. Experimente desenhar um modelo de sua sobrancelha em um peda«?o de papel e corri-** ja-o, pondo-o na forma que desejar-se.

O melhor método para assegurar a nniíormidade das pestanas é conservá-las enegrecidas Alice Faye — boniteza da 20 th Century Fox. em grau idêntico livres de "empastamcnto".

Repare se a escova está limpa e em condições de separar os cilios. *!

Embora pareça fantasia, há mulheres que se queixam ser espalhado com os dedos delicadamnte, para evitar de possuir olhos diferentes em tamanho e na forma. Se aparências grosseiras de artificialidade. à leitora acontece o mesmo, transponha a dificuldade Requer-se cuidadosa inspeção para determinar si a Pondo um pouco de "sombra" na palpebra inferior da- boca está na posição correta ou no tamanho certo. Afim quele que lhe parece menor. Isso dará idéia de aumento. de assegurar a conformidade entre os lábios, aplique o "baton" apenas no superior. Depois então transfira o ° uso dê um lápis para delinear as pestanas, aplicado à base dos cilis, é de grande valor si a operação fôr exemodelo ao lábios inferior por meio de compressão de cutada com sutileza, é um auxiliar à alteração da forma ambos. Si notar que os lábios são demasiado estreitos dos olhos. ou largos, compense a diferença com "bâton", aumentando ou diminuindo a extensão.

Si seus olhos tiverem pequeno espaço entre si, evite Um queixo largo ou alongado também pode ser corPôr o sombreado próximu à ponta do nariz. Deixe essa região livre de qualquer retoque de "maquilage". Em rigido por uma leve sombra de "rouge". Tenha cuidado, caso contrário, (olhos muito separados) proceda de mudo entretanto, em evitar que se torne evidente. contrário...

Abstenha-se de empoar demasiadamente o nariz, se do pó de arroz põeÉ comum vêr-se maçãs de rosto diferentes, uma das o tiver muito grande. A acentuação no em relevo. E conserve o "rouge" sempre.longe do quais aparenta sêr mais baixa ou alta que a outra. Felizmente o caso pode ser resolvido por uma aplicação centro da face porque o contraste será decisivo. consciente de "make-up". Desde que o "rouge" age como A perfeição natural pode ser negada sempre, mas um simples sombreado, deve ser aplicado na parte supe- podemos corrigir o que a natuzera descuidou. rior da maçã do rosto. Si um lado do rosto fôr mais Proeminente que o outro, use o mesmo processo para Nota — Este é um artigo do primeiro Max Factor, pai, e corrigi-lo. Lembre-se, todavia, de que o "rouge" deve como vêm, aproveitabilissimo na atualidade.

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NOVIDADES PARA PRESENTES!

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Saia e corpete de crépe havana, blusa branca. Prático e juvenil.

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Vestido de surah branco, guarnição de gregas vermelho áca e azai brilhante.

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Cada torneio abrange dois números de O MALHO, devendo as soluções ser enviadas de uma só vez dentro de 45 dias após a publicação do senúmero, sando necessário gundo apenas um cupão de inscrição para cada lista.

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PRAZO : As decifrações s*>rão aceitas até 45 d!as após a publicação do segundo número.

COLABORAÇÃO : Aceitamos charadas novíssimas, casais, sincopadas, em versos, enigmas pitorescos e palavras cruzadas, uma vez sejam baseadas nos léxicos adotados.

PRÊMIOS : Os prêmios oferecidos por esta secção são constituídos por dicionários da língua portuguesa, livros charadísticos e literários e assinaturas das revistas editadas pela S. A. O MALHO, os quais serão remetidos pelo correio.

CORRESPONDÊNCIA : endereçada à JOGOS E POS — Redação de O Caixa Postal, 880 — Rio

Deverá ser PASSATEMMALHO — de Janeiro.

t CHARADAS Destinamos para sorteio entre as decifradoras da totalidade, mais de 50% e menos da metade, uma assinatura semestral de MODA E BORDADO e duas obras literárias. Entre os solucionistas sortearemos uma assinatura de O MALHO por 6 meses e duas obras literárias.

1 a 5 Charadas novíssimas 2-1 Vivo somente pelo hábito inveterado de querer unir-me àquela cabocla.

Japibo — Rib. Preto

2-1 O agente de policia levou à prisão o indivíduo cruel.

Sinhô — Rio ?

2 — E' preciso acompanhar esse jornalista novato porque êle não conhece o centro da cidade.

Edpim — Rio »

creme; de massagem RAINHA DA HUNGRIA Ds Mme. Campos COMBATE E EVITA AS RTJQAS X VENDA EM TODA A PARTE

MALHO

*

1-1 A existência de um firme caráter evita qualquer repreensão.

Luar das Selvas — Rio » » 2-2 Grande barulho faziam essas pessoas importunas que bebiam numa casa de pasto pouco asseada. \ ítfipo — Matão » * 3-2 Uma enguia elétrica talvés "absorva" o lagarto.

M'ss Tila — Rio * « Logogrifo em prosa — 6 a 9 Para "O Ch'carro", agradecendo.

A história do "bel!scão" que a atriz francesa lhe deu não foi bem explicada. A "Mulher"' (5-6-8-7) contoume que você comia e bcbia (2-1-4-9), do bom e do melhor, alegando que era doente (3-1-3-1-4), e quando ela apresentava a conta do que você gastava (2-1-8-6), a resposta era sempre a mesma : — Tenha paciencia minha senhora (3-1-5-6) para o mês eu lhe pagarei a pensão alimenticia... etc., ele.

Sinhô — Rio * * Para Raivo Uvas, o craque dos, logogrifos em prosa. riquesa Oferecer (1-3-21-2-3) (2-5-3-2) a uma mulher, é fazer (3-6-4-5-6-3-6-3) da mesma o alicérce do amor e por conseguinte o paradoxo da razão... "O Chicarro" » * * Ao Navlig E' evidente (1-7-3-4-2-10 que só um imbecil (10-9-3-8-5) ou um Ingenuo (8-5-6-11) acredita no fantástico poder (4-5-7-) de um charlatão.

Raivo Uvas Rio Charadas Casais — 10 e 11

Para 1 — nho, a vai ao

¦»

*

H. Só, com um abraço.

Disse Jesus : Eu sou o CamiVerdade e a Vida; ninguém Pai senão por mim.

"O Chlcharro"

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Logogrifo em verso — 12 A MINHA MULHER .

(Semiramis Montenegro) Tú foste, em certo tempo, a página [querida do meu romance casto e santo de [noivado 5-4 feliz: agora, és a esposa e, na vida, [ao meu lado, 1-6-3 tú és a tradução da minha própria [vida. 1-2-3-6-10 No passado, tú foste o talisman sa[grado dos meus sonhos de moço, a minha [crença erguida 5-6-7-8-9 ao altar do Futuro; agora, és tú a [ermida, onde eu rezo ao Porvir, bendizendo [o passado Hoje és tú para mim toda a mi nha [existência : 1-2-3 Companheira fiel que compartilha a [essência funda da minha dôr e da alegria os [ brilhos.

Hoje és tú para mim meu tesouro [infinito : Meu Porvir, meu Passado, a minha [crença, o fito de todo o meu viver — és a mãe de [meus filhos.

Jonas Montenegro (Macario Pinto)

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Palavras Cruzadas Destinamos três prêmios para sorteio entre os decifradores da totalidade, mais de 50% e menos da metade.

Oferecemos um Dicionário da Lingua Portuguêsa ao autor do en;gma mais fácil, cujo julgamento ficará ao bom critério dos decifradores aos quais solicitamos a gentilea de nos indicar em suas listas soluções o problema mais fácil. * * * Enigma N.° 1 — D'ARTGNAN — Ric

Horizontais : 1 — Curandeiro. 2 — Vanglória. 3 — Plantas da família das leguminosas, divisão Cesalpináceas.

Verticais : 4 —Terreno arenoso à beira-mar, alagado no inverno. 5 — Encaminha. 6 — Manejo de lã que se põe duma vez na roca. 7 — "Engole". 8 — Raiva, hidrofobia.

TORNEIO DE DEZEMBRO N.° 59 — Soluç.es Cantinho dos Néos : 1 — Sólido.

2 — Ditoso. — Lista. 4 — Lutador.

5 — Cara-o. 6 — Alto-a. 7 — Cargo-a 8 — Carreto-a. 9 — Cativo-cavo. 1C Salubre-sabre.

Solucionistas da totalidade : Leopos João Fogaça — Dama Loura — Myselt — Alvoroço — Edpim — Joaga — Armond — Japibo — Carlino Aramis — Luzele — Bael — Tio San — King-Kong — Saralc — Ronega _ Lila — Raivo Ilvas — Libio Fama — Fone — Bisturí — Riva de j,Ür — Ciro Pinalis — Lord — Mautra Sinhô — Imára — Cidadão — Aécio Lessa Alves — Magalí — Vica Pota — Malice — Melagro.

Mais de 50% : Sebastião Siqueira e Russinho.

Premiados : Libio Fama e Ciro Pinalis ambos residentes nesta capital e Japibo, Rib. Preto, São Paulo.

Charadas : 11 — Contra-ataques.

— 12 — Malfeito. 13 — Ebrioso. 14 — Medi18 — Marear.

Dartrela. 15 — Amocastro. 17 — Metaforico. 18 — Bruxo-a. roso-a. 19 — Apoia-o. 20 — Ensancha-encha.

22 — Sombrio.

21 — Tareco-taco.

23 — Roleta-rota. 24 — Post25 — Trapaça-traça. 26 mortem.

— Rio Enigma N.° 2 — Miss Tila

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Solucionistas da totalidade; Leo» — Dama pos — João Fogaça — Myselt Loura — Alvoroço — Edpim — Joaga Armond — Japibo — José S. Iólesias _ carlino — Aramis — Luzéle Bael — Tio San — King-Kong — Saralc — Ronega — Lila — Raivo ílvas — Libio Fama — Fone — Bisturí _ Riva de Mir — Ciro Pinalis — Lord — Mautra — Sinhô — Imára — Jotoledo — Aécio Lessa Alves — Malice _ Vica Pota — Melagro.

— Mais de 50% Magalí — Cidadão Sebastião Siqueira. * # ?

Solucionistas premiados: Saralc, residente em Cabo Rrio. Est. do Rio; Melagro e Magalí, residente nesta Capital. ? * ? : Enigma de Cruzadas Palavras Tonio. Horizontais : 1 — Cadoz. 4 Buril. 5 — Atoar. Verticais: 1 Cabra. 2 — Dardo. 3 — Zelar. * * * 1 — J°ão Fogaça. : Soluc:onistas Leopos. 3 — Dama Loura. 4 2 Myself. 5 — Alvoroço. 6 — Edpim.

— Japibo.

Joaga. 8 — Armond. 9 — Carlino.

11 — Iglezias.

S. José 10 — 12 — Aramis. 13 — Luzele. 14 — King-Kong.

16 — Tio San. Bael. 15 — Lila.

17 — Saralc. 18 — Ronega. 19 — Fama.

Libio 21 Ilvas.

— Raivo ü0 — Riva 24 — Bisturí.

— 23 Fone.

22 — Lord. de Mir. 25 — Ciro Pinalis. 26 27 — Mautra. 28 — Sinhô. 29 — Cidadão.

Imára. 30 — Jotoledo. 31 Magalí.

33 Alves.

Lessa 32 Aécio 36 — Juruá.

35 _ Pota.

Vica 34 Malice. 37 — Melagro.

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Mendes, Est. Alvoroço, : Premiados do Rio e Jotoledo residente no Rio de Janeiro.

• • » ERRATAS DO 1.° TORNEIO (Ja— neiro-Fevere;ro) Charada n.° 4 injusta. leia-se injustiça, onde se lê Charada n.° 17 — a primeira parcial é pedaço de madeira. Palavras Cruzadas — Enigma n.° 1 — Verticais : o Planeta telescópico. 6 — Fruta dc conde. 7 — Indicio, vestigio. O enigma de Leopos tom o n.° 3 e o de Libio Fama n.° 4. Enigma n.° 4 — Horzontais: 1 — Mulher feia. 7 — Enfraquecem.

CUPAO DE INSCRIÇÃO Nome

Horizontais : 1 — Narcisos. 7 — Espécie de atabales dos Malabares 8 — Adular, bajular. 9 — Pequenk escuna. 10 — Idiotas. 11 — Enredo, intriga. 12 — Mamíferos desdentados da família dos Bradipodídeos. 13 —¦ Planta da família das palmaceas.

15 — Batraquio. 16 — Perturbar, IrI I I - 1 t 4 5

ritar-se. 18 — Torna-se célebre. 19 — Inflamas, abrazas.

Verticais : 1 — Carbonato de calcio cristalizável. 2 — O mesmo que bororó. — Comove, enternece. 4 — Perna de compasso. 5 — Cobrira de nateiros. 6 — Espéce dG formigas.

14 _ Espécie de engulas. 17 — Vasias, sem valor.

— 63 —

Pscudonimo Residencia .

Cidade .. .

Estado .. .

O

MALHO

D1NDE

VIERAM

OS

CIGANIS ?

NVESTIGAR a origem dêsse povo sem pátria é, sem dúvida, assunto curioso, e aqui reproduzimos o que lemos a respeito : Os primeiros c.ganos apareceram na Europa no inicio do século XV, dizendo-se oriundos do Egito-inferior.

Contavam que sua terra natal se tornara árida, porque seus ancestrais haviam negado asilo a Mana, quando a famina sagraua lug^ra com jesus para o Egito.

Excomungados peios papas, expuisos ae toda parte, como nomaues peimanentes, so tem duas ínttüstrias características : Os nomens fabricam artefatos de metal repuxado; e as muineres peramouiam peias ruas, feiras e mercados, lendo a "buena-aicna".

Dizem, poiem, que, não obstante penetrarem em tôda parte, sem olhar a repuiaçao ao meio, a muiner cigana guaraa castiuaae aDsomia em reiaçao aos que nao sao na sua raça, que asa-in se peipetua tm puiead, que as ruças seuei.u<a'ia.s nuo conseguem. os c±gcu.ius st espainain por tuuo o niuiiuo seui se mis o ui tu >„lu. isa -Loalia, tao cuamauos "Ziiiigdii"; na j^>caiu*.iui,v.ia., "iartaros"; na iiiéiat-eira, " 0_yp0j.es"; 11a fiança,, "ooiiemes''; na Arao^a, "wami" Uauj.oes,i; na nungua, "r.íittra,o.une¦¦xuuiaaas na KspeK" (.povo uo laraoj; na .tioianua, "u-itanos"; e no brasa e em roruugai, ¦Oj.ganus". panna, Nao obstante a lenaa que corre souie sua ongem egípcia, muitos histonauores ai.rmam que eies p.ucedem aos Maiaoares, iniima cas^a muiana, e que ioram expulsos da maia, quanao aas invasões mongoi.cas.

L>e iato na ai uma aproximação auimiavei ue aatas.

As invasões mongoncas ocorreram no secuio Axn e o aparec.mento aos "(Jiganos" na Europa so se vennca no iniCi.o ao secuio XV. Assim, parece que eies Vieram ter a üuropa auavés aa ASia-iviciior e uo n.gn.0, como tantas outras m.giaçoes ae povos asiáticos, paoóanao a dizer-se então oriunuos ao inuo ínierior, e repeundo lenaa que certo an ouviram em var.as reg.oes uesertas ao setentrião africano.

Mas, a alegar a humilde origem indiana, preferem êles afirmar que brotaram do Eg.to, onde a lenaa lhes permite justificar seu nomadismo permanente, sem culpa das gerações modernas, que pagam somente a falta de fé dos seus ancestrais por um castigo determinado por Deus...

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[EI nem

todos

sabem...

*

Que as primeiras locomotivas não apitavam; e que, sendo assim, o maquinista levava uma trompa e soPrava-a com tôda a força dos pulmões ao vêr algum homem ou animal na linha. *

que, em 1853, os Estados Unidos compraram do México 45.000 milhas quadradas de terras ao sul do Arizona pela importância de 10 milhões de dólares.

OE SORRINDO

®

Que, na nomenclatura fisiológica, o café figura entre os alimentos não nutritivos classificando-o os franceses como al mento aromático, tônico, energético e os alemães como um simples "meio de prazer", diferente das verdadeiras substâncias nutritivas. í • que na Colômbia, no Departamento de Caldas, existe um caminho aéreo idêntico ao do Pão de Açúcar, com a extenção de 72 quilômetros e por onde se escôa grande parte da produção do país?

•

que os dois únicos casos de quintúplos reconhecidos pela ciência, foram verificados na América, as Dione no Canadá e os Diligenti na Argentina? que no México existe uma espécie de cascavel de lombo pardo e papo amarelo avermelhado, que mede cêrca de dois metros e tem o nome de Ocozool?

BflBglB afi|y wM [fl r^g ffitM 24 HORAÍ, DEITROI L/E Arviiw DEFLUX01 E 1UAÍ M AHIFEI TAÇ0E1.

PELOTEHSE EXCELENTE

TONICO

DOS

PULMÕES

que em Nova York circulam quarenta jornais, alguns dos quais dão várias edições. ®

que a cidade de Quito, capital do Equador, está balxando de nível mais depressa que qualquer outra do inundo, tendo agora menos 25 metros que em 1870?

RESFRIADO/

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NEVRALGIA/ NtVRALGIA/

que na cidade de Chicago entram e saem, diàriamente 1.300 trens com a média de 220 mil passageiros?

GRIPE/ GRIPE/

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que em Flórida, para salvar as grandes hortas existentes foi necessário que vários aviões evoluíssem sôbre as mesmas, para provocar o movimento do ar, evitando o congelamento das plantações?

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Plantando

para colher

Na formação da personalidade do homem, a educação tem influência decisiva e é mais importante do que a própria herança.

Cuide atentamente

da educa-

ção do seu filho, para que êle seja feliz e útil aos seus semelhantes. SNES.

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AUTORE.

E Sallara da Cama Disposto para !ud»

Seu ligado deve produzir diariaments um litro de bilis. Se a bilis nâo corre livremente. os alimentos não são digerido! e apodrecem. Os gases incham o estornaVocâ go. Sobrevém a prisão de ventre. sente-se abando e com. queenvenenado.

Tudo é amargo e a vida é um martírio.

Uma simples evacuação não tocará a causa. Neste caso. as Pílulas Gaitei são extraordinariamente eficazes, t-azem corrsc esse litro de bi'is e você sente-se disposto para tudo. São suaves e, contudo, especi lmenr.e indicadas para fazer a bilis con eV livremente. Peça as Pílulas Çarter.

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_*_

O maior livro do ano de 1944 foi Confidencias Literárias de Pericles de Moraes. Escritor dos maiores e dos melhores a sua obra continua forre e v'gorosa Fer-cles de Moraes não será nunca um escritor popular e sim das elites intelectuais Os homens de cultura do Brasil lêm e admiram este critico notável, com predicados inconfundíveis e rarrs. Os seus ensaios sobre Martins Fontes, talvez o melhor que até hoje tenha sido publicado, o de Gabriel d'An**nz»o e desse cavalheresco Annibal Theofilo, são estudos de rara observação e de aguda sensibilidade. Anotaremos ainda com garbos os ensaios sobre Leopoldo Péres. a grande revêlação intelectual do Norte,, moço que ainda terá enorme projeção no Brasil. e cs sobre Dj3'ma Bjntftta e essa notável poetisa Violeta Branca, que infelizmente deixou de publicar os seus lindos poemas. E' um livro que se rpfnmenHa e não temos dúvida de classificar Pericles de Moraes como o nosso Camilo Manclair.

A Livraria do 'Globo" acaba de editar mais algunõ livros rue honram o Bras'1 cultural.A Divina Ouimera. do magnifco poeta e escritor Eduardo Guimarães, em edição difinitfva com um belo prefácio de Mansueto Bernardi. fox grande serviço prestado as nossas letras. Consideramos esse livro uma obra que honra a lHera^-ra patric:a. Outro livro muito interessante é o de Mark Granbard intitulado o H«raem Ricravo e Senhor, — a sociedade moderna à luz da biolog'a. Os Vencedores da Fome, de Paul de Hruif. é história novelesca e heró'ca dos homens oue afastaram para sempre o esoectro da fome. Um livro curioso, interesante e útil é o de Nina Caro. intitulado Jogos, Passatempos e Habilidades.

Anotaremos ainda o l'vro Hob'n Hood, narrativa extraída das Lendas e Canções que contam as Notáveis Façanhas e Aventuras do Herói Tn_i_s que tanto batalhou pela Liberdade dos fracos, dos Humildes, dos Oprmi dos.

Tradução de Pepita Leão ilustração de João Mottini. Todos esses são livros muito recomendados, e que demonstram os valores da editora a "Globo". ¦Sem emoção não há poesia. Ninguem negará uma grande sensibilidade a Ozorio Dutra, o poeta que nos dá o belo livro Terra da gente, todo o volume sobre o Brasil. O prefácio de Afranio Peixoto é encantador.

Canta-se a terra ubere, a florestada passarada, o sertão, a cidade, o verão forte, os nossos rincões, havendo poemas tão lindos e sugestivos que con=~ e» ¦—

Jtetri de ,/Uevscto sagram este poeta como um doa maiores da nossa coração. Ao acaso, reproduzimos uma das suas formosas páginas, Violão : Dentro da noite côr de treva, sem uma estrela côr de leite, chora, violão, para eu sonhar !

Na casa humilde do caboclo, que fica no fundo do grotão, geme, violão ! Quero esquecer.

Deixa que durma a natureza e nos envolva o seu mistério...

Chora, violão, para eu dormir.

E todo o livro é assim, — cantando gloriosamente a nossa terra e a nossa gente. E' um Sói.

Tradutor, —traidor. Mas desta vez a frase falhou. Waldemar Pedrosa é um dos maiores nomes da Amazônia intelectual e figura proeminente da Academia Amazonense de Letras.

Conhecedor profundo da lingua francêsa, escrevendo e falando como um parisiense culto, traduziu em bôa hora para o francês o magnifico e erudito discurso do academ'co Snr. Getulio Vargas quando recebido na Academia Brasileira de Letras. Peça oratória magistral, cheia de idéias, ela agora está vulganisada num idioma falado no mundo inteiro.

Damos parabéns ao Snr. Waldemar Pedrosa pela sua famosa tradução literária.

Uma obra de projeção gigantesca é Origem da literatura, edição Zelio Valverde. O seu autor é um homem erudito, Theodoro Ribeiro Junior, que levou muitos anos a fazer este livro curioso, interessante e útil.Estão cnfeixados aaui vinte séculos de formação cultural. O autor aplicou o método Indutivo formado em perguntas e respostas. E' obra de vasta erudição e ao seu autor enviamos muitos parabéns. * * * O Snr. Luiz Monteiro de Almeida envia-nos, com amável dedicatória, um livro chamado Ondas e que diz sêr de versos. Muito agradecemos e aguardamos o seu próximo livro para nos pronunciarmos a respeito do poeta.

Remessa de Livros — Redação d'0 MALHO — Rua Senador Dantas, 15 — 5.° andar — Rio —- Brasil.

III

19 4 6

DE MUSICA (Conclusão) c,Pal na bela cruzada cultural, donde resultam vários ccncertos acessíveis à Juventude rasileira, um dos quais sob a maravilhosa rejXT-CÍa .de Erich Kleiber. . . °. Cearam neste ponto, entretanto, as :¦niciativas oficiais nos dominios da arte do- Sons.

O Ministério do Trabalho, pela sua emisora> vem apresentando bem elaborados Programas eruditos aos trabalha .ores do ras'l, providenciando ainda a organizarão aa sua orquestra.

A Prefeitura do Distri'o Federal, conso"te o que ha mu:tos anos se pratica na turopi e na America do Norte, inaugurou .. centenrnte a serie de espet.iculos ao sr ,'vre para o povo carioca, com um censinfônico e coral, a cargo da ür^ues£e'to ra e do Coro do Teatro Municipal, sob a autorizada rejencia de H. Spedini e San' S- Gu.rra.

Soiistas ilustres — Vicleta Neto de Freitas, Arnaldo E-trela, J-oelho H- Szeringed. Perrota-concorreram para o ai0r êxito da realização sendo, em consequenc.a, longamente vitoriados pelos preentes, entre os quais ss destacaram o pre. do Distrito Federal e a Exma. Snra. je-to «enrique Dodsworth.

Tem atuado plausivelmente nos concertos a° ar livre a briosa banda do Corpo de Vigilantes Municipais, sob a batuta dc maestro rl-renc.o de Abreu.

Houve tam.em um belo espetáculo coreoSrafico, no Leblon, com o Corpo de Baile e a Orquestra do Teatro Municipal, o qual atraiu numerodLsima concorrência.

"NAO

PRECISO DE ELOGIOS"

Insere a "Re-ir _a ria Semana", em sua tdi?ao de 3 ,ie peypreiro u'timo. uma renort?g°m realizada seu rintilante reda*or ""''cal. Rr.hertn pelo Lira Filho, «obr» lUnsica -"lorierna. Entre outras cois!as afirma o entrevistado; "Não preciso de elogios". .Apenas um critico musical me fez justiça."

Essas palavras, que poderiam ser atribui"a* a ziâús ou hotentotes com ligeiras tinturas de Civilização, são — e de quem mais Ppderiam ser? — do incontentavel maestro ^ugen Szenkar, que não soube corresponder à distinção da "Revista da Semana", cotno jamais correspondeu à magnânima Colhida que lhe foi dispensada quando aqui ^embarcou como refugiado de guerra, não obstante ser súdito de um satélite do Eixo — a Hungria.

E quanto ao descortez maestro Szenkar, P°nta final.

CULTURA

ARTÍSTICA POLIS

DE

PETRO-

ha dois anos, a encantadora cidade imperial foi brindada Precisamente com uma agremiação musical cuja organização já estava tardando. Um nome Venerado em todo o Brasil musical, por s'nal^ que de uma insigne petropolitana, sur8'u à frente da novel sociedade, nome que constituía segura garantia do melhor êxito da empreitada, como temos agora o grato ensejo de constatar.

Surgiu, dessarte a Cul«tra Artistica de Petropolis, idealizada, fundada e presidida pela professora e " virtuose" Alcina Navarro de Andrade, que, após o JUbileu no magistério oficial se entregou de I I I

19

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fiozinho dágua. Depois, regaUMto bulhento e saltitante. Logo, o rio remansoso! E ali, ali nasce um gigante I Submetido pelo homem, forçado a trabalhar, facilita e ameniza a vida de seus milhões de senhores. Medido em volts e watts, o gigante foge aos geradores pelos cabos de alta tensão. £ na lonjura das cidades e das vilas, obediente, move motores, trens, teares, máquinas, indústrias inteiras. Ilumina casas e ruas,

a eletricidade ajuda a criar um mundo melhor ENERGIA

instrui, distrai, ajudo o viver.

No Brasil, como em todo o mundo, equipos General Electric captam tesouros de potencial hidráulico, transformando-o em força motriz, alavanca do progresso. Para a completa eletrificação do pais tarefa ciclópica de uma geração - a General Electric não deixará de contribuir com seus homens e materiais, fornecendo turbinas,, geradores, transformadores, subestações e demais aparelhamento.

E a General Electric ajuda à criar a eletricidade. Submetida hoje è mais rude das provas, sua capacidade e experiência estarão no futuro, como no passado, ès suas ordens.

HIDRO.ELÉTRICA

GENERAL ÉÉ ELECTRIC m»

corpo e alma à mais bela de suas realizações, qual a de dotar a sua cidade r.atal de uma sociedade cultural capaz de proporciar 20s seus concidadãos uma temporada permaner.te de ccncertos. o que vem sucedendo desde Março de 43. quando Petropolis aclamou Eleazar de Carvalho Maria Alcina e Silvio Vieira, figuras principais, de c nc rto inaugural. Desde então afamados concer istas têm sido apresentados à sociedade serrana, mandando a justça que se destaquem os nomes aureolados de Madalena Tagliaferro, Rudolf Firkusny, Rkardo Odnoposoff, Oscar Borgerth, Arnaldo Estrela. Violeta Coelho Neto de Freitas e Olga Praguer Coelho.

Em Novembro de 43, a Cultura Artistica de Petropolis viveu a pagina mais gloriosa da sua vitoriosa existência. Referimonos, naturalmeinte, ao memorável recital da maior pianista contemporânea, que tem honrado a sua Petropolis natal e o nosso Brasil em todos os Continentes, como figura sem par da Arte Nacional. Decorreu o concerto em inescedivel ambiente artístico e sob transbordantes manifestações do miais sincero entusiasmo, que culminaram quando Madalena Tagliaferro cumpriu à maravilha o VI

ultimo numero do programa. Desabou, então, sobre a recitalista copiosa chuva de pétalas.

Nesta fascinante moldura, iniciou-se o recitai extra programa, cujo primeiro numero — absolutamente imprevisível — foi a desobstrução do piano, completamente coberto pelas pétalas, e do qual se desobrigou sob aclamações gerais a proeminente artista. Iniciou se a seguir o recital extra, dedicando a Faucé e Vila Lob:s, após o qu3l Madalena Tagliaferro e Alcina Navarro de Andrade foram alvo de extraordinárias homenagens, que ficarão perenemente gravadas em suas requintadas sensibilidades.

Petropolis viveu, naquela inesquecivel manhã de Novembro de 43, a sua mais subhmada hora de Arte.

Festejando o 2o aniversário, a professora Alcina Navarro de Andrade oferecerá aos Socos e amigos da Cultura Artistica de Patropolis um concerto sinfônico, com Eleazar ne Carvalho Maria Augusta Costa e Maria Alcina, o qual deverá resultar em indiscutivel acontecimento artistico-social.

Francisco Cavalcanti O

MALHO

compreedi tudo. Comprometeuse com algum ricaço.

Nada disso.

Cale-se ! Não venha com mentiras. Dispenso sua piedade.

Há dois anos temos sido íntimos, fomos mais que noivos, quase amantes. Nunca viu minhas roupas? Era cega? Ensaiou comigo para se casar com outro. Suma-se ! Ordinária !

• Seus termos ultrajantes atingiram-me como bofetadas. Corri espavorida, doida, e atirei-me ao primeiro taxi, com a mesma alma aturdida estava ainda um ano depois toda de branco, den¦"ST /^ .x" ,/> ?T tro do auto que me levava a igreja para unir minha vida a de um banqueiro, o ricaço de sua professia, que ho.1e minha LUrnha chama de papai.

Você está na Itália cumprindo seu dever d* brasileiro. Conheço seu caráter. Sei que não pensa em mim. E' forte. E' tíigno. E' íntegro. Mas eu não sou ordinária, Lisandro. Não farei da guerra pretexto para uma aproximação tardia. Daqui a Usados a principio como símbolos, muitos destes pouco rasgarei esta carta. Antes, porém, quero confessar, preinocentes berloques passaram afinal a ser consideciso dizer, ao menos uma vez : rados como garantia contra a adversidade. Mas a Lisandro, você foi um Deus, verdadeira proteção contra os golpes do destino mim. A luminosidade de para não pode ser confiada a amuletos. A felicidade de seu olhar, a altivez de sua tessua familia merece, de sua parte, uma providência ta, a exatidão de suas palavras, o carinho de seus gestos e a inque a ponha a salvo de qualquer surpresa. O Sr. dependência de tuas atitudes pode protegê-la, de um modo positivo, fazendo um me deslumbravam. Nunca lhe seguro de vida, que garantirá a educação de seus vi as roupas porque seu rosto filhos e libertará sua esposa de sérias preocupações belo irradiava a riqueza inteeconômicas. E o seguro pode mesmo garantir-lhe rtor e inalienável que me prenuma tranqüila aposentadoria, dentro de alguns anos. dia, que me ofuscava. Na sala de aula, você entrou de cabeça Consulte um agente da Sul América. Sem nenhum erguida e a largas passadas tocompromisso de sua parte, êle poderá orientá-lo, mosmou seu lugar junto a mim, voltou-se, pousou seus olhos nos trando qual o tipo de seguro que mais lhe convém. meus e possuiu-me para sempre. Quando sua oóca tocou a minha, julguei morrer de feliA SUL AMERICA cidPde. Respeitava-o tanto que CAIXA POSTAL 971-MO o perdi de medo de ferir-lhe Queira enriar-me um folheto com suscetibilidades. Não consegui informações sobre o seguro.

Companhia Nacional articular a pergunta simples de Seguros de Vida que_ nos conduziria à comprel\ome ,, ensao perfeita. — "Lisandro, Data do nasc-: dia mês. ano Fundada em 1895 ¦*!ieu amor, quanto você ganha, Sott.? Casado?

Tem filhos? eomo conta vencer as dificulJ.W.T. Rua dades que atrazam nosso casamento?" Então, você me conta^#1 Cidade Estado....... ria seus planos, suas esperanças, porque, por mais incrível que pareça, em tantos anos de noivado não tivemos tempo para conversar. Meu querido era ocupadíssimo. Os momentos, raros, que nos entre(Conclusão) viamos, eram poucos para a multiesta calamidade tentando introduzir- categórica : dão de bejos que nos aflorava aos Não nos casaremos mais. me em sua torre de marfim : lábios e de ímpetos de ternura que Seu terno e.stá rústico. Não Ouvi seu decreto sobre os nossos tornavam cánaos noss os gestos de destinos, ouvi ainda, seus passos de enamorados. Fomos amantes, Lisanpôde fazer outro? dro, na expressão mais -obre e verretirada, percebi pala/ras de minha Vi seus olhos dilatados, depois pedadeira da palavra. E você é marido de os cílios, entre comprimidos e deevasivas tartamudeando mãe, quenos, outra. E eu sou casada com um cavaao passo que lentamente se afastava po's, a porta bateu. lheiro correto que não conheço direito. para o canto do sofá.

No dia seguinte fui procurá-lo.

Sabe? Tenho jóias Lndas. Consta voltou encontroumamãe Quando Esperei-o na portaria da faculdade que meu solitário é dos mais valiosos nos extáticos. mas não o vi chegar. Com seu asdo Brasil. Vejo-lhe aj fulgurações.

Que houve? Dcscntenderam-se? pecto surgiu-me um desconhecido, Aproximo-o bem dos olhos Curioso ! dissimulada. alegre, perguntou, de rosto feroz e maneiras desabridas.

Distinguo perfeitamente no fundo dianinguém rtcpondesse ela Como "aplomb" Lisandro, eu quTO explicar... mantino uma silhueta masculina : — um sedurante e perdeu o E' inútil porder tempo. Já Um homem alto e forte, moreno e gundo ficamos os três fulminados lindo, decidido e invencível, dentro de tudo. Comprometeu-se compreendi iminente. desfecho pelo um unuorme verde oliva. com algum ricaço.

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I INTOXICAÇÕES INTESTINAIS I

MALHO

O maior livro do ano de 1944 foi Confidencias Literárias de Pericles de Moraes. Escrilor dos maiores e dos melhores a sua obra continua forte e vgerosa Fe:!cles de Moraes não será nunca um escritor popular e sim das* elites intelectuais Os homens de cultura do Brasil lêm e admiram este critico notável, com predicados inconfundíveis e rarrs. Os seus ensaios íôbre Martins Fontes, talvez o melhor que até hoje tenha sido publicado, o de Gabriel d'An<mz'o e desse cavalheresco Annibal Theofilo, são estudos de rara observação e de aguda s_nsib'lidade. Anotaremos ainda com garbos os ensaios sobre Leopoldo Pércs. a grande revêlação intelectual do Norte., moço que ainda terá enorme projeção no Brasil. e rs sobre Djataii B»»***»*a e essa notável poetisa Violeta Branca, que infel'zmente deixou de publicar os seus lindos poemas. E' um livro que se r^r-omenHa p não temos dúvida de classificar Pericles de Moraes como o nosfo Camilo Manclair A L*vraria do 'Globo" acaba de editar mais alguns livros rue honram o BrasU cultural.A Divina Ouimera. do magnifco poeta e escritor Eduardo Guimarães, em edição difinit'va com um belo prefácio de Mansueto Bernardi. foi grande serviço prestado as nossas letras. Cons'deramor esse livro uma obra que honra Outro livro a l5tera*ura patric:a muito interessante é o de Mark Granbard intHulado o Homem V*cravo e Senhor, — a sociedade moderna à luz da biolog:a. Os Venre'ii>res da Fome, de Paul ue Hruif. é história novelesca e heró'ca dos homens oue afastaram para sempre o esDectro da fome. Um livro curioso, interesante e utll é o de Nina Caro. intitulado Joços, Passatempos e HahilMades.

Anotaremos ainda o hvro l.ob'n Hood, narrativa extraída das Lendas e Canções que contam a.s Notáveis Façanhas e Aventuras do twó' Tngiõs que tanto batalhou pela Liberdade dos fracos, dos HumUdes. dos Opr'midos.

Tradução de Pepita Leão Mustração de João Mottini. Todo.- esses são livros multo recomendados c que dpmor.stram os valores da editora o "Globo".

Sem emoção não há poesia. Ninguem negará uma grande sensibilidade a Ozorlo Dutra, o poeta que nos dá o belo livro Terra da jente, todo o volume róbre o Brasil. O prefácio de Afranio Peixoto é encantador.

Canta-se a terra ubere. a floresta, a passarada, o sertão, a c'dade. o verão forte, os nossos rincões, havendo poemas tão lindos e ougestivoa que con«fl

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sagram este poeta como um dos maiores da nossa coração. Ao acaso, reproduzimos uma das suas formosas páginas, Violão : Dentro da noite côr de treva, sem uma estrela côr de leite, chora, violão, para eu sonhar !

Na casa humilde do caboclo, que fica no fundo do grotáo, geme, violão ! Quero esquecer.

Deixa que durma a natureza e nos envolva o seu mistério...

Chora, violão, para eu dormir.

E todo o livro é asíim, — cantando glor-osamente a nossa terra e a nossa gente. E' um Sói.

Tradutor, —traidor. Mas desta vez a frase falhou. Waldemar Pedrosa é um dos maiores noi.ies da Amazônia Intelectual e figura proeminente da Academia Amazonense de Letras.

Conhecedor profundo da lingua francêsa, escrevendo e falando como um parisiense culto, traduziu em bôa hora para o francos o magnífico e erudito d'scurso do acadcm'co Snr. Getulio Vargas quando recebido na Academia Brasileira de Letras. Peça oratória magistral, cheia de Idéias, ela agora está vulgan;sada num idioma falado no mundo inteiro.

Damos parabéns ao Snr. Waldemar Pedrosa pela sua famosa tradução literária.

Uma obra de projeção gigantesca é Origem da literatura, edição Zelio Valverde. O seu autor é um homem erudito, Theodoro Ribeiro Junior, que levou muitos anos a fazer este livro cur'oso. Interessante e utll Estão rnfeixados aaul vinte séculos de formaçao cultural. O autor aplicou o método Indutivo formado em perguntas e respostas. E' obra de vasta crudlçáo e ao seu autor enviamos muitos parabéns.

O Snr. Luiz Monteiro de Almeida envia-nos, com amável dedicatória, um livro chamado Ondas e que diz sér de versos. Multo agradecemos e aguardamos o seu próximo livro para nos pronunciarmos a respeito do poeta.

Remessa de Livro; — Redação d O MALHO — Rua Senador Dantas, 15 — 5.° andar — Rio — Braall.

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4 6

DE MUSICA (Conclusão) cipal na bela cruzada cultural, donde resultam vários ccncertos acessivcis à Juventude Brasileira, um dos quais sob a maravilhosa rtjencia de Erich Kleiber.

Xão f:caram neste ponto, entretanto, as iniciativas oficiais nos domínios da arte do: Sen».

O Ministério do Trabalho, pela sua emissora, vem apresentando bem elaborados progr;:mas e.u.itos aos trabalhalores do Brasil, providenciando ainda a orgar.izai.ao da sua orque-tra.

A Prefeitura do Dist~i"o Federal, consoante o que ha mu'tos anos se pratica na Europ. e na America do Norte, inaugurou recentem nte a serie de esp.t.iculos ao .r livre para o povo carioca, com um C nceito sinfônico e coral, a cargo da ür^uestra e do Coro do Teatro Municipal, sob a autorizada rejencia de H. Spedini e Santi g' Gurrra. Soiistas ilustres — Videta Coelho Neto de Frita-, Arnaldo lvtrcla, H. Szeringed. Perrota-concorreram para o maior êxito da realização sendo, em conseqüência, longamente vitoriado* relos presentes, entre os quais s? destacaram o prefeito do Distrito Federal e a Exma. Snra.

Henrique Dodsworth.

Tem atuado plausivelmente nos concertos ao ar livre a briosa banda do Corpo de Vigilantes Municipais, sob a batuta de maestro -•Lrenc.o de Abreu.

Houve tami.em um belo eíp:taculo corcograíico, no Leblon, com o Corpo de Baile e a Orquestra do Teatro Municipal, o qual atraiu numerodi.sima concorrenc.a.

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liozmho dágua. Depois, regoUMto buthento e saltitante. Logo, o rio remansoso! E ali, aU nasce um gigante! Submetido pelo homem, forçado o trabalho., facilita e amenizo o vido de seus milhões de senhores. Medido em volts e watts, o gigante foge aos geradores pelos cabos de oito tensão.

E na lonjura dos cidades e dos vilas, obediente, move motores, trens, teares, máquinas, indústrias inteiras. Ilumina cosas e ruas,

Inste a "ReVafc» ^a Semana", em sua edtção de 3 ^e Fevrciro uUimr,. uma renort?g-m realizada pelo seu cintilante r<-da'or musical. Rrrwrto Lira Filh°. «obr" Musica Moderna. Entre outras coisas afirma o entrevistado; " Não preciso de elogios". " Apenas um critico musical me fez justiça."

Essas palavra-, aue poderiam ser .-.trihuidas a Ctllsis ou hotentotes com ligeiras tinturas de Civilização, são — e de quem mais poderiam ser? — do incontentavel maestro Eugen Szenkar, que não soube corresp nder à distinção da " Revista da Semana", como jamais correspondeu à magnânima acolhida que lhe foi dispensada quando aqui desembarcou como refugiado de guerra. nte ser súdito de um satélite do Eixo — a Hungria.

E quanto ao descortez maestro Szenkar. ponto final CULTURA

ARTÍSTICA POLIS

DE

PETRO-

ha dois anos, a encantadora cidade imnerial foi brindada Precisamente com uma agremiação musical cuja organização já estava tardando. Um nome venerado cm tedo o Brasil musical, por sinal que de uma insigne petropolitana, surK'u à frente da novel sociedade, nome <,ue constituía segura garantia do melhor exito da empreitada, comr> temos agora o grato ens^Jo de constatar. Surgiu, dessarte a Cultura Artistica de Petropolis, idealizada, fundada e presidida pela professora e " virtuose" Alcina Navarro de Andrade, que, após o Jubileu no magistério oficia) se entregou de 1 I I — 1 9 4 5

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GENERAL ü ELECTRIC U0

-:orpo e alma à mais bela de suas realiza. qual a de dotar a sua cidade natal de uma siicicdade cultural capaz de proporciar aos seus concidadãos uma temp.rada perraanente de c ncertos. o que vem sucedendo desde Março de 43. quando Petropolis aclamou Eleazar de Carvalho Maria Alcina e Silvio Vieira figuras prir.ci.ai> de c nc rto inavgural. Desde então afamados concer istas têm silo tprescotxlot à sociedade serrana, mandando a justça que se destaquem os nomes aureolados de Madalena Tagliaferro, Rudolf Firkusny, Ri-ardo Odnoposoff, Oscar Borgerth, An-aldo Estrela, Violeta Coelho Neto de Freitas e Olga Praguer Coelho.

Em Novembro de 43, a Cultura Artistica de Petropolis viveu a pagina ma:s gloriosa da sua vitoriosa existência. Referiam nos, naturalmcint;, ao memorável recital da maior pianista contemporânea, que tem honrado a sua Petropolis natal e o nosso Brasil em todos os Continentes, como figura sem par da Arte Nacional. Decorreu o concerto em inescedivel ambiente artistico e sob transbordantes manifestações do ntfais sincero entusiasmo, que culminaram quando Madaleoa Tagliaferro cumpriu à maravilha o 17

ultmo numero do programa. Desabou, então, sobre a recitalista copiosa chuva de pétalas.

Nesta fascinante moldura, iniciou se o recitai extra programa, cujo primeiro numero — absolutamente imprevisível — foi a desobstrução do piano, completamente coberto pelas pétalas, e do qual se desobrigou sob aclamações gerais a proeminente artista. Iniciou se a seguir o recital extra, dedicando a Faucé e Vila Lobrs, após o quil Madalena Tagliaferro e Alcina Navarro de Andrade foram alvo de extraordinárias homenagens, que ficarão perenemente gravadas em suas requintadas sensibilidades.

Petropolis viveu, naquela inesquecivel manhã de Novembro de 43, a sua mais sublimada hora de Arte.

Festejando o 29 aniversário, a professora Alcina Navarro de Andrade oferecerá aos Soros e amigos da Cultura Artistica cie Petropolis um concerto sinfônico, com Eleazar cie Carvalho Maria Augusta Costa e Maria Alcina, o qual deverá resultar em indiscutível acontecimento artistico-social.

Francisco Cavalcanti O

MALHO

compreedi tudo. Comprometeuse com algum ricaço.

Nada disso.

Cale-se ! Não venha com mentiras. Dispenso sua piedade.

Há dois anos temos sido ínümos, fomos mais que noivos, quase amantes. Nunca viu minhas roupaí? Era cega? Ensaiou comigo para se casar com outro. Suma-se ! Ordinária ! ft• !

Seus termos ultrajantes atingiram-me como bofetadas. Corri espavorida, doida, e atirei-me ao primeiro taxi, com a mesma alma aturdida estava ainda um ano depois tôda de branco, dentro do auto que me levava a igreja para unir minha vida a de um banqueiro, o ricaço de » sua professia, que hoje minha íjnmha chama de papai.

4* Você está na Itália cumprint /<? do seu dever d^ brasileiro. Conheço seu caratcr. Sei que não pensa em mim. E' forte. E" tíigno. E' integro. Mas eu não sou ze ///// 4/mi ordinária, Lisandro. Não farei %? £/s da guerra pretexto para uma aproximação tardia. Daqui a pouco rasgarei esta carta. AnUsados a principio como símbolos, muitos dêstes tes, porém, quero confessar, preinocentes berloques passaram afinal a ser consideciso dizer, ao menos uma vez : Mas a a adversidade. contra rados como garantia Lisandro, você foi um Deus, verdadeira proteção contra os golpes do destino para mim. A luminosidade de felicidade de não pode ser confiada a amuletos. A seu olhar, a altivez de sua tes! ta, a exatidão de suas palavras, sua família merece, de sua parte, uma providência carinho de seus gestos e a ino surprêsa.

O Sr. de a salvo a f qualquer ponha que dependência de suas atitudes pode protegê-la, de um modo positivo, fazendo um me deslumbravam. Nunca lhe ? seguro de vida, que garantirá a educação de seus vi as roupas porque f^eu rosto filhos e libertará sua esposa de sérias preocupações belo irradiava a riqueza inte? econômicas. E o seguro pode mesmo garantir-lhe rlor e inalienavel que me prendia, que me ofuscava. Na sala uma tranqüila aposentadoria, dentro de alguns anos. de aula, você entrou de cabeça Consulte um agente da Sul América. Sem nenhum erguida e a largas passadas tomou seu lugar junto a mim, compromisso de sua parte, êle poderá orientá-lo, mosf voltou-se, pousou seus olhos nos trando qual o tipo de seguro que mais lhe convém. meus e possuiu-mc para sem? pre. Quando sua oôca tocou a minha, julguei morrer de feli' A SU1. AMERICA cidfde. Respeitava-o tanto que t CAIXA POSTAL 971 -RIO o perdi de medo de ferir-lhe Sul A merica Queira enviar.me um folheio com suscetibilidades. Não consegui in/ormaçõea êobre o •«»*•« ra.

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