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O autor é Sun-Yat-Sen. o fundador da nova China de Chiang-Kai-Shek, que dedicou 40 anos de sua vida ao ideal de elevar a China a uma posição de liberdade e igualdade entre as demais nações.

A tradução é de H. G. Lee.

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A semelhança do que ocorreu com "Missão em Mosccu", onde Jcseph Davies fez tantas revelações sensacionals, aqui o autor, membro destacado da diplomacia de Tio Sam revela o que pôde observar sobre a gente, os idéias, as tendências, os preconceitos e projetos do povo niponico e da sua casta dirigente, resultando dessa demorada e percuciante avalise um estudo que dificilmente poderá encontrar paralelo.

A edição é da Editorial Calvino Limitada, que tantos bons livros vem oferecendo ao leitor ávido de boa leitura. A tradução; muito bem feita, é de David J. de Castro.

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AS CARTAS GEOGRÁFICAS DE NOSSA TERRA f-\ Itamaratí possue o pkmisfério de ^^^ Jeronimo Marini. Nessa carta geográfica, aparecida em 1511, é assinalada uma vasta extensão de terra, com o nome de Brasil. Em 1650. surge o mapa de Nicolas Sanson, onde as fronteiras de nossa pátria já se vêem demarcadas. A partir de então, começaram a surgir mapas do Brasil, e releva notar o denominado "Nova Lusitânia", de 1798, que serviu de base para a "Carta geográfica" confeccionada pelo Clube de Engenharia desta capital.

Em 1900, o então 1.° tenente José Aranha Meira de Vasconcellos foi encarregado pelo coronel Rodolfo Brasil de calcular e organizar as tabeIas para a construção do canevas da carta geográfica do Brasil. A projeção adotada pelo Estado-Maior do Exército foi a genial equivalente de Lambert sobre o horizonte, devido à série de vantagens que tal projeção apresenta.

O distinto militar, em sua "Memória" relativa ao canevas, que organizou e publicou, em 1903, revela que para esse grandioso trabalho se utilizou dos "tables des logarithmes à 7 décimales", de Schroen, editadas em 1903, e da obra de Wítsttein, "Logarithme de Gauss ã 7 décimales".

No canevas referido a nossa terra acha-se situada dentro de um quadri-

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látero cujos lados abrangem 48° de long. por 41.° de lat., sendo destes 6.° ao N. e 34.° ao S., graças ao que ficava ela na especial condição de ocupar simultaneamente dois hemisférios.

Em fevereiro de 1938, o Governo comissionou o Conselho Nacional de Geografia para elaborar uma nova Carta geográfica do Brasil, na escala de 1 por 1.000.000.

Falando à Imprensa a respeito, o Adir Guimarães, tenente-coronel membro daquele Conselho, disse que os 1.574 mapas municipais, de que dispunha a Comissão, em 1939, "divergiam de um para outro em precisão, escala e detalhes, não trazendo, de modo geral, nenhuma indicação sobre a posição geográfica. Municípies de população mais densa escalas mapas em organizaram maiores de 1:500.000, enquanto que os dos Estados do Amazonas, Pará, Maranhão. Mato Grosso e üoiaz, de menor densidade, os organizaram na escala de 1:1.000.000".

"Durante os nossos trabalhos — continuoou o ilustre oficial de nosso Exército — foram substituídos pelos nomes de Parima, Tumucumaque, Belén, Contamonos, Rio Branco, João Pessoa, Salvador e Goiânia as denominações de Rio Branco, Alto Trombetas, Pará, Ucaiali, Acre, Paraíba, Bahia e Paranaiba".

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vez pediram a Monteiro Lobato uma CERTA notícia biográfica, e êle forneceu a seguinte, que foi publicada na A NOVELA SEMANAL, em 2 de maio de 1921.

"Nasceu em Taubaté aos 18 de abril de 13Ò4.

Mamou até 87. Falou tarde e ouviu pela primeira vez aos cinco anos um célebre ditado :

Õieaç&eA ala sccpcCtoAicL Truzís queJiida da cidade.

cavalo pangaré mulher que... em pé gente de Taubaté dominus libera mé.

Concordou. Depois teve cachumba aos 8 anos.

Sarampo aos 10. Tosse comprida aos 11. Primeiras espinhas aos 15. Gostava de livros. Leu o Carlos Magno e os 12 pares de França, o Robinson e todo o Júlio Verne.

Metido em colégio foi um aluno nem bom nem máu : — apagado. Tomou bomba em exame de português, dado pelo Freire. Insistiu. Formou-se em direito, com um simplesmente no 5-° ano — merecidíssimo. Foi promotor em Areias, mas não promoveu cousa alguma. Não tinha jeito para a chicana e abandonou o rubi (que nunca usou no dedo, aliás).

Fez-se fazendeiro. Gramou café a 4S200 a arroba e feijão a 4S000 o alqueire. Convenceu-se a tempo que isso de ser produtor é sinônimo de imbecil e mudou de classe. Passou ao paraiso dos intermediários. Fez-se negociante matriculadíssimo.

Começou editando-se a si próprio e acabou ediiando aos outros. Escreveu umas tantas lorotas que se vendem — Urupês — gênero de grande saída, Cidades mortas, Idéias de Géca Tatú (sub-produtos), Problema vital, Negrinha, Narizinho. Pretende publicar ainda um romance sensacional que começa por um tiro — pum ! E o infame caiu redondamente morto !...

Nêsse romance introduzirá uma novidade de grande alcance, qual seja a de suprimir todos os pedaços que o leitor pula.

Particularidades: não faz nem entende de versos, nem tentou o "raid" à Buenos Aires.

Físico : — lindo !"

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m filhas que os céus me deram NASvejo os meus antepassados agora ressuscitados, desiguais como eles eram

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Norma, morena faceira, de beleza estranha e rara é a minha avó tabajara cem por cento brasileira.

A sua voz infantil guarda os bárbaros lamentos que ao luar, em mil e quinhentos se escutaram no Brasil.

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Há bem fundo em seu olharl paisagens tristes e belas: ondas, ilhas, caravelas, todo o mistério do mar...

Os seus gestos arrogantes trazem-me pronto à idéia, toda a esplêndida epopéa dos antigos bandeirantes.

Há nos seus olhos em festa nostalgias singulares de inúbias e de cocares no coração da floresta.

Glauce, branca e linda flor, na alvura da sua tês, é o meu avô português, ébrio de glória e de amor.

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A sua voz. doce e calma, toda ternura e carinho, evoca as moças do Minho cantando um fado com alma.

Vejo assim nas duas flores que me perfumam a vida, minha raça resumida: tacapes, fados, amores...

Da minha vida os abrolhos têm claridades divinas: é que eu trago essas meninas nas meninas dos meus olhos!

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Opeé o béiel vegetal da UMfamília das Dá piperácias. noz, uma que leva o mesmo nome. Vinga nas terras quentes, sendo o seu habitat favorito as penínsulas do Malabar e do Arrakan i índia i.

Os orientais servem-se do bétel como nos servimos do chiclet.

Os Mongóis exportavam grande cópia de bétel para as fronteiras de Thina, uma cidade que fica situada na Ursa, pequena devendo tocar o Mar Negro e o Mar Cáspio, onde deságua o Lago Meotos. Segundo Alberto Conrado, em seu importante livro "O Comércio e a Navegação na História", anualmente vinham à Thina uns homens chamados Sesates, que se faziam acompanhar de mulheres e crianças. Eles celebravam uma festa,, que durava muitos dias, antes de voltarem ao interior do piís. Os nativos do lugar apanham os fardos, que aqueles homens lhes deixam, fardos esses semelhantes a cepas de vinhas, e põem-se a tirar as espigas, que formam o bétel, e juntam as folhas, para fazer bolas pelas quais passam as barbas da espiga.

Fabricam três espécies: grande, média e pequena, e levam-nos para a Índia".

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que voei lente de quando em quando, é à oecumu/oçõo de toxicoi no leu organismo Elimine "So/ perigo tomando dianamanre o de Fructa" Eno — de sabor agrodavml e de effeito revigoronte Eno limpe o ivifemo inteifinal, purifica o tangv* e evito que vocí sátira d» prisão de ventre e depressão Mat.. insista io Eno porqut só o Eno pôde produzir OJ resultados do Eno ___B B_B ______¦

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. Prenos ia Mirai Homem, escuta!

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VELHAS ANEDOTAS C o s t u BEETHOVEN mava entrar, muitas vezes, em algum restaurante conhecido. Tomava da lista de iguarias como si se dispuzesse a pedir algum prato.

Punha-se pensativo, e, por fim, devolvia o menti aepois de crivá-lo de pautas e de "garnotas, perguntando ao çon": Quanto devo ?

Nada, senhor...

Nada ? !

Pcis se nada comeu ! ?

Diabo ! Sirva-me. então, qualquer coisa... > Neutra ccasiâo, uma das admlradcras do grande mestrts pediu-lhe um cacho dos cabelcs.

Beethoven enviou-lhe parte da barba de um bode, cortada e que adquirira a passeio pelo campo.

A moça conservava, com veneração a rr.écha solicitada. Mas um amigo lhe contara a brincadeira. E ela foi a Beethoven a quem disse, indignada: Por que fizestes isso ?

Porque, se tivesse de dar um fio dos meus cabelos a todas as mulheres que mo pedem, ficaria calvo em poucas horas.

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Descartes julgava as mulheres mais adequadas ao conhecimento da filosofia. Numa carta à marqueza Du Chatelet, mostrando que não desconfiava das faculdades intelectuais femininas, e onde se referia a Molière, que ridicularizou as sabichonas, a Despreaux que escarneceu de certa senhora, porque ela havia aprendido astronomia, Voltaire concita as mulheres a se dedicarem ao espirito e à literatura. Disse humoristlcamente Edouard de Pompery, que se chamou a mulher de sexo fraco, no tempo em que os animais falavam, ou melhor, no tempo em que os homens falavam mal.

John Stuart Mill se preocupava com o fato, bastante expressivo aliás, que o cérebro e o sistema nervoso da mulher são de uma quali dade mais fina, do que o cérebro e o sistema nervosD do homem.

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UL . -i..) g t * > fjpuT„-ju!l *=^.»

AUTOR

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Ha dum homem de letras para outres, ou para muitas mulheres. A obra volumosa traz prefacio bastante esclarecedor de Edgard Cavalheiro. Ha nestas páginas claras muita sinceridade, pois Monteiro Lobato nunca pensara que elas um dia podessem ser publicadas, em volume.

Ha cousas intimas, de pouca importancia para o leitor, mas ha também muito conceito nobre, muito pensamento alto e até u.r.a certa filosofia da vida... O livro tem a sua oportunidade, quando se fala que Monteiro Lobato será candidado a uma das pcltrônas azúes da Academia Brasileira de Letras...

Isa Caraballo é uma escritora cubana de acentuado relevo. E ela nos envia de Havana o seu Ideário de Batista, — uma seleção apurada, por or.de se vê a sua cultura e bom gôsto (Prensa Indo-Americana, Habana, 1944). Pertence a coleção interessante dos Cadernos Populares. No prologo diz que do povo sái toda a cultura considerada como ser vivente. E dum escritor que auscultou superiormenie a alma do povo, Fulgencio Batista y Ialdivar, reípigando toda a sua cbra. E èle honra a America cultural.

Foi Presidente da República de Cuba.

Era um romântico e um realista. A carinho, seleção essa foi feita com "Prensa Indo pela notável diretora da Americana". Isa Caraballo está de parabéns. *¦ • * • A "Companhia Editora Nacional", de São Paulo, editou em bóa hora A barca de Gleyre, de Monteiro Lobato. São 40 anos de corr^spondencia literaria desse autor para outro, Gcdofredo Rangel. Não ha no mundo uma correspondência assim, dum para outro escritor, de quatro decadas.

Dum acadêmico é o livro Figuras do i "¦fervo t do Republica (Edit., Zélio Valverde, Rio de Janeiro, 1944).

Firma-o Rodrigo Otávio Filho, e nestas saborosas páginas encontraremos estudos e ensaios, alguns minucicsos, com a observação da época, perfis sóbrios e elegantes, do Marquês de Barbacena, Visconde de Mauá, Osório. Tavares Bastos, Prudente de Morais e Ubaldino do Amaral. O livro tem diversas ilustrações Ha, dessas personagens, alguns episódios curiosissimcs, bem pesquisados por esse escritor, que é um continuador inteligente e culto da óbra magnífica e inesquecível do seu pai, o saudoso Rodrigo Otávio.

iZMk Um bom livro é Sozinho, de Richard E. Byrd, tradução de Maslowa Gomes Venturi (Edit., Companhia Editora Nacional. São Paulo, 1944) .

Ocupa-se da Inesquecível expedição ao Pólo Sul, dirigida pelo Almirante Byrd.

E' o diário deste desenvolvido, com apreciações e observações inestlmavels. Lêm-se multas dessas páginas, comovidamente. Ha momentos de heroismo, de esperanças e desaniir.os. E tudo contado simplesmente, uma narrativa fiel e admlravel, vendo-se em Byrd a ciência, a coragem, a abnegação e o patriotismo.

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Jonathas Serrano é um dos nossos melhores escritores, e a sua História da Filosofia confirma a asserção. E'

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O espaço é curto e os livros são muitos. Ha alguns volumes que mesmo nem merecem um comentário, inferiores que sáo. Registramos apenas, agradecendo como nos compete, a oferta e a amavel dedicatória. Mas, por isso, não nos sentimos no dever de elogiá-los... Os Sonetos roseos, da senhora Abigail Ferreira de Oliveira são espantosos .. Nem pensamentos, nem rimas felizes. As Kuinas Vivas, de Adolfo Leitão, enfeixam uns contos anêmicos, tristes, apagados... Nem outros comentários merecem as Fantasias literárias de Godofredo Rabello...

Origens da litemtura, de Theodoro Ribeiro Júnior (Distribuidora, Editora Zelio Valverde, Rio de Janeiro, 1944), representam vinte séculos de formação cultural. E' um método indútivo firmado em perguntas e respostas. E' um trabalho paciente, pes quizador. de muitos e muitos anos.

Reclamou inteligência, sabtr e paciência. Ha aqui uma coordenação feliz, acentuadamente de bom gósto.

Ha centenas de perguntas, e as respostas imediatas, em linguagem ciara. Os conceitos são geralmente certos, e pequenas divergências nem de léve desvalorizam a feitura da obra.

O dr. Rodolpho Vilhena é um dos nossos cientistas de valôr inconteste.

Esse clinico de nome acaba de publicar um livro utilissimo, para médicos e doentes. Intitula-se Dia gnose e Laboratorio (Edit. F. Briguiet & C. — Rio de Janeiro, 1944) , Tudo o que ha de mais prático e positivo. Linguagem ciara, sem exi gencias que só serviriam para atrapalhar a leitura e dificultar as conclusões. O certo é que o doente muito aprendo meditando sobre este livro excelente, e o medico, 0 clinico, muita vez fica esclarecido, Diagnose e Labonatorio é uma óbra imensamente prática.

Um grande livro é de certo Rapsodia Húngara, a vida de Liszt, por Isott Harsányi, tradução do espanhol de Vidal de Oliveira (Bdit., "LivrarU do Globo", Porto Alegre, 1944), Acompanha-se o viver agitado, desencontrado, turbilhonante, do famôso Liszt. Ha episodlos inesquecíveis.

O estilo é correntio. A obra está tendo a aeitação que bem merece.

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PAGINA

XI

— 1944

Grande livro é A Fonte, de Charles Morgan, que saiu na "Coleção Nobel" (Edição da "Livraria do Globo", Porto Alegre, 1944) . A tradução para o idioma portugues-brasileiro é de Mario Quintana. O livro é ás vezes uma tragédia. Ha capitulos sobre a batalha da Jutlandia, a quéda dos Romanoff, o desabamento dos Imperios Cenrrais. Passa-se o livro na Holanda, na outra guerra. Ha capitulos comovedores, A Fonte, é, no genero, um dos melhores livros que tem aparecido nestes últimos vinte anos.

Charles Morgan é tido como um dos escritores mais notáveis da sua época. * • * O Brasil tem como hospede, devido as contingências da guerra desencadeada pela ambição nazista, um escritor notável que é Ernesto Feder. Êle é sempre curioso, ávido de sensações. Historiador equilibrado, é um pesquizador, e um admiravel observador, agúdo e perspicaz. Esse seu último livro. Diálogos dos grandes do mundo ("Dois Mundos Editora", Ltda., Rio de Janeiro, 19441 compro va o que afirmamos. Ha ensaios e estudos que notabilizam Ernesto Feder, e fazem uestas páginas brilhantes repositório feliz de fatos e aconteci mentos. Passam homens celebres nesta cbra, que se recomenda aos interessados de leituras superiores. Uma obra que honra o escritor. » * * O Romance de duas vidas, de Bcotn Tarkington, foi traduzido para a ncssa lin.gua por Tina Canabrava <Editcra Universitária Ltda., São Paulo, 1944). E' a vida duma mulher do seculo, a sua revelação. Um estudo largo de psicologia, o certo é que a obra está sendo lida com interesse.

Ha aqui o predomínio das mulheres sobre os homens... Dai, talvez, o êxito do livro, para os interessados.

Maria José Bastos Ribeiro não é uma estreiante. E' uma escritora que sabe observar e sabe contar. Nas Sdnbras que eu vi... (Zelio Valverde, editor, Rio de Janeiro, 1944) ha muita simplicidade de fôrma e estilo, a par de profunda sensibilidade. São con tos, alguns encantadores. E todos sabemos como o conto é dificil de faser, de elabrar. Guy de Manpanant será sempre um modêlo vivo, principalmente nafluedas paginas geniais do O colar. Todos podem escrever contos, raros os que vencem. A senhora Maria José Bastos Ribeiro pertence ao número dos escritores elegantes, que têm idéias.

• * Carlos Ferrado dá-nos A Italia ca¦/titulou ? (Editorial Século, Lisboa, 1544) .

O livro é bem do momento, e da serie dos grandes documentos aa aatual guerra Essa editora tem uma dezena de obras interessantes e curiosas, como aquela outra que recebemos, do famôso Strategicus. A guerra para o dominio .mundial São obras procuraX

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das e lidas com avidêz, pelas novidades que enfeixam, dentro duma verdade que ninguém pode negar. * * * Auroras de Diamantina e outros João Jupoemas, é um livro do poeta lio dos Santos (Edit. "A Noite", Rio de Janeiro, 1944) . A obra traz um de belo ensaio critico-biografico PêTeira, onde este revela a sua inteligencia e cultura, sabemos todos os que são os prefácios, genero bastante desmoralizado. Mas este tem critério, bom senso, equilibrio mental. Não contém exageros. Comemora-se. com o aparecimento deste livro o centenário dum grande poeta (844-1944) .

Abre o volume com paiavras animadôras de Augusto de Lima Júnior.

Ti ata-se do livro dum formoso poeta, que tem inspiração e sensibilidade. O filho glorioso de Diamantina deixou lindos e sugestivos versos, versos, romantlcos. Teve grande renome na sua época *

*

Edgardo Ubaldo Genta é um dos maiores poetaas das Américas. Agora ele publica um famoso e formoso poema, La epopeya de Bolivar (Montevidéo, 1944) . Coronel do Exército, e uma figura de relévo e maior destaque na sua Patria, e as suas obras são lidas com verdadeira emoção.

E' um poeta que sabe manejar a rima, e que tem rima sensibilidade.

Este bélo hino é uma epopeia ao libertador Bolivar, e em versos cantantes. vibráteis, desenrola-se a vida e os feitos do grande homem público. Rcdó dizia, — "Nada hay más notável poeta e escritor Edgardo grande que Bolivar". Felicitamos ao Ubaldo Genta, pelos seus êxitos üterarios e civicos. Este e um dos melhores poemas que se ha publicado nas Américas. Gravuras assinalaveis de Juan J. Severino. *

Os poetas não acabarão nunca, A poesia nào morrerá enquanto houver o amôr. E o amôr é eterno. Aí está o livro de Otoniel Beleza, AljôfaYes (Belo Horizonte 1944) .

Pceta de inspiração, ele tem alguns bcnitcs poemas neste livro. Não serão todos. Mas ha diversos que valem até serem relidos. E' um poeta simples, cantando o amôr e a natureza. Vê-se logo que, este livro foi escrito, em épocas várias, guardando embora o mesm0 ritmo, o do velho romantismo. Preferivel ao "futurismo" que em bôa hora morreu de inanição. #' * * U.r.a obra de E. óneill lemos sempre com praser. E' Ana Cristina, que Greta Garbo criou no cinema. E' um prêmio Nobel A tradução do texto americano e adaptação à cêna portugueza foi feita, e bem, por Henrique Galvão.

E' um drama intenso, magnifico, em quatro atos que, lido, impressiona, imagine-se representado por grandes artistas ! E' uma edição da Livraria Popular de Francisco Franco, e que nos foi enviado, como outrcs livros, pela popular '"Livraria Antunes", do Rio de Janeiro. * * • Os livros de aventuras sempre empolgaram o público, antes e depois de Alexandre Dumas pái. Este a que ncs vamos refferir, intitula-se Aventuras D. Martinho dê Aguilar em Lisboa. O autor ? Armando Ferreira.

Editor Guimarães & C. de Lisboa.

E' interessante a obra, e agrada muito. A personagem principal, com as suas múltiplas histórias, agrada bastante. A obra está no 13.° milhar !

Armando Ferreira escreve bem, é um bom romancista, e este livro positivãmente agrada.

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*

Vida e Poesia de Eduardo Guimaraens, de Mansueto Bernardi (Edição "Livraria do Globo", Porto Alegre, 1944). — Trata-se dum estudo completo sobre o homem e a obra, feito por ilustre escritor, como é Mansueto Bernardi. E' um verdadeiro ensaio de psicologia, uma tiragem restrita, fóra de comércio, introdução á "Divina Quimera". E' uma larga c profunda critica ao poeta que nos deixou encantadores e sugestivos versos. Êle foi um entusiasta de Dante e Beaudelaire. Um grande poeta.

João de Lamare S. Paulo publica, atravéz do velho editor Francisco Alves. em dois volumes, a l.a e 2 a sé ries de Física- — livros oportunos e que de muito auxillarião os estudos dos alunos. Queremos salientar a ciareza da exposição, ao alcance de qualquer estudante. A matéria complexa é tratada com segurança e sem rebuscamentos. Professor catedratico reformado da Escola Naval, a competencia do autor é comprovada.

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instalar os trabalho: da Comissão de Planejamento Econômico, em AO cerimônia recentemente realizada no Palácio do Catete, o Presidente Getulio Vargas proferiu uma oração da mais alta importância, que pode ser considerada como o roteiro seguro da efetiva

industrialização do

país.

Homem clarividente e estadista mcderno, o Chefe do Governo soube configurar, nas linha:; estruturais de seu discurso, as raizes exatas de nossa

0 BRASIL E A IIDOSTM

equação econômica, de modo a indicá-las à Nação, com a advertência do valôr que representa para a grandeza da Pátria a solução adequada dos problemas relativos à transposição do Brasil — de uma fase agr.cola para um periodo de intensa industrialização. Reconheceu o Presidente Vargas que não está apenas na maquinaria a decisão de nosso porvir industrial: está sobretudo na educação técnica, na laboriosa e conciente preparação do operário que vai ser o soldado da maior batalha econômica da história brasileira.

Até a aparição da nova politica nacional, o pais vivia ao sabor das inindustrializações ocasionais, sem um programa definido, sem um rumo pr_fixado para operações que exigiam visão técnica e sagacidade de percepção de nossas necessidades fundamentais.

Para dotar o Brasil de um aparelhamento capaz de traçar as diretrizes de nossa política nesse setor, instalou o sr. Getulio Vargas a Comissão de Planejamento Econômico, cuja missão será precisamente a de nortear a expansão industrial do pais, suscitando novas fontes de produção e amparando iniciativas particulares que virão ao encontro do plano governamental. Os grandes embates humanos podem ser esclarecidos como batalhas econômicas E o Brasil precisa de preservar o seu futuro de emboscadas como a desta guerra, da qual a Nação sentiu todo o peso da imprevidência de seus governantes. os quais, mais interessados nos conchavos políticos do que na solução dos problemas vitais da Pátria, relegavam a plano secundário a salvação e a garantia da futura estabilidade da ordem nacional.

Bem haja. pois. o sr. Getulio Vargas, que tem sabido penetrar no intimo das equações da grandeza do Brasil, iluminando com a sua argúcia de estadista os caminhos qus devem ser os rumos do pa;s no seu progresso e na manutenção de sua soberania.

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todos procuram conhecer a NEMvida de seus antepassados. O século XIX, do abolir os preconceitos de castas, desfechado num golpe quase mortal na ciência da Genealogia. A origem divina da nobreza caiu por terra, pode-se diser, e em meio ao fervor que caracteriou a campanha democrática, a árvore genealógica foi ficando esquecida.

Por certo que tal fenômeno, longe de ocultar uma virtude, assinala verdadeira desvantagem. Três quartas partes da História basearam-se,

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no passado, sôbre os pergaminhos tre, fecunda em feitos heróicos, familiares. Uma ascendência ilustornou-se, durante séculos, a pedra fundamental da família e, por conseguinte, a alma dos povos. Fazer tábua rara de tal acervo e orientar a prodigiosa tendência do homem a esquecer seus inegáveis benefícios, náo constitue mais do que lamentavel falha de nossos tempos. Dai procurar-se, agora, restaurar o império das ciências genealógicas...

As revelações que trazendo a público nêste momento foram escritas an-

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tes da guerra. Não visam, pois, aparentar, com fins de propaganda bélica, as famílias ilustres dos que dirigem as nações aliadas. Surgiram em uma hora, como a conseqüência natural da visita qu3 os soberanos britânicos

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fizeram aos Estados Unidos, e tiveram sua culminância lógica na Exposição -^Internacional de Nova York. ^ Umas das nações mais aferradas à Heráldica é a Inglaterra. Não era de admirar, portanto, que naquêle certame a Inglaterra apresentasse um stand exclusivamente dedicado à Heráldica. Êsse stand estava a cargo de Mr. Anthony Wagner, do Herald's College, de Londres, e um dos técnicos mais reputados em matéria genealogias. A Mr. Wagner, que é um erudito de renome universal, coube a honra, durante a sagração de Jorge , yi, de segurar a palio .real. ¦Quando esteve nas E?fcados Unidos, Mr. Wagner revia as últimas provas de seu grandioso livro "A Heráldica na Grá-Breanha" e fez várias conferénclas nas Universidades de Yale e de Horvard. Há quem sustente ser Mr. Wagner o autor do trabalho sôbre genealogia de que vamos dar a conhecer o principal detalhes, isto é a parte relativa ao parentesco existente entre Jorge Washington, Jorge VI, Winston Churchill e Franklin Roosevelt. Diz-nos Mr. Wagner que rsses grandes personagens descende.n de Guilherme o Conquistador.

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As investigações a que procedeu demonstraiam também que, pelo menos, nove dos Barões que se ergueram contra a tirania foram antepassados de Washington.

E foram eles os que obrigaram a assinar a Carta Magna, em Runnymede, em 15 de junho de 1215. Esse documento histórico, que traz as assinaturas dos antepassados de Washington, figurou como uma jóia de valor inapreciável entre as coleções apresentadas na Exposição Internacional de Nova York.

A afinidade entre Jorge VI e Roosevelt funda-se na ascendência deste, que se entrouca com os condes de De Lannoy, também descendentes Os condes, emide Guilherme o Conquistador.

França, durante vários séem usaram, grarados culos, o nome tal como se escreve em francês; mais tarde, não se sabe porque, passaram a assinar De Lano e, finalmente, Delano, sobrenome em voga nos Estados Unidos e em vários paises A 'mãe de Roosevelt era uma sulamericanos.

Delano, e o Presidente dos E. Unidos adotou esse sobrenome, em vez do paterno.

Quanto no parentesco de Churchill com os personagens acima apontados, oferecemos nestas páginas uma completa árvore genealógica, que será mais explicitado que nossas palavras. Vale dizer que, na atualidade, corre o mesmo sangue nas veias de três dos próceres de cujo tacto politico ou vontade férrea, depende o porvir do Mundo.

Desde Guilherme o Conquistador até os dias correntes sucederam-se 26 gerações e transcorreram cerca de 10 centúrias.

Isso não obsta a que o sangue permaneça fiel a si mesmo, já que dos barões supracitados descendeu Jorge Washington e, depois, com o decorrer dos tempos, figuras tão salientes como essas a que nos temos referido.

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OS MÚSICOS E AS ANEDOTAS

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SE ENCONTRAM DOIS MÚSICOS SURGE ONDE SEMPRE UMA ANEDOTA, CUJOS PROTAGONISTAS SAO SEMPRE OS COLEGAS FAMOSOS. OS MÚSICOS SAO PRODIGIOSOS NARRADORES E O MUNDO DA MÚSICA ESTÁ CHEIO DE SABOROSAS ANEDOTAS, A MAIOR PARTE DELAS, AÇUCARADAS, COM CERTA DOSAGEM DE MALÍCIA.

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CAROLINA SCHUMANN-HEINK

ensaios das orquestras de PaOS ris sempre feram comentados, pela inpontualidade dos músicos.

Se havia suplentes para os ensaios o d 'sastre ainda era maior e, às vezes irritavam os condutores.

Certa v z. o maestro Bulow surpreendeu-se com a pontualidade do baterista. Era c músico dos '-núsicos que não havia faltado uma só vez.

Quero agradec.r-lhc. Sua ponluaVdade nos ensaios, todos os dias, é p^ova do seu gosto pela música!

Sim. é claro, respondeu o baterista. Era o único dos músicos que perecer ao concerto. vez, um aluno ue Rossini apresenteu-lhe uma composição: CERTA Mestre, eu compus esta marcha fúnebre em memória de Beethoven.

Que pensa dela'?

Rossini examinou a composição cuidadosamente e respondeu: Preferia que vccê morresse e Beethoven fesse o autor da marcha. jovem cCnpositor, medíocre, UM diss- certo dia a Rossini: — Acabo de terminar duas novas composições para o mestre e espero que me diga qual a melhor das duas.

O jovem sentou-se ao piano e começou a executar] a primeira. Depois de ouvir os compassos, iniciais, Rossi-

ROSENTHAL

ni aproximeu-se do seu visitante e, tocunde-lhe no ombro, disse: A outra meu amigo... A outra !...

• Gershwin queria que Stravinsky lhe desse algumas liGEORGE p dirigiu-lhe o ções de orquestração "Que seguinte telegrama: preço cobra para me dar lições". Stravinsky, vez, respondeu pelo telégrapor sua io: "Quanto ganha por ano ?" — Gershwin respordeu: "Cem mil dólares". E Stravnisky mais uma vez res"Peço que me venha dar lipondeu: ções".

• caçador de autógrafos acerUM cou-se cvrta vez de um conhecido violinista, depois de um concerto e lhe solicitou três autógrafos.

Poderia dar-lhe -nll autógrafos — respondeu o artista. — Mas, porQUS prendende três ?

E' que, por três autógrafos seus conseguirei um de Jascha Heifetz.

• era uma mulher de grande apetite. Certa vez, SCHUMANN-Heink quando a artista tinha em sua frente um enorme bife, que pelo tamanho poderia ser dividido com três pessoas, pergunteu-lhe Caruso: Ernestina — você pretende comer, sozinha, toda essa carne ?

Não — replicou ela com Ironia — Sozinha, não! Com batatas...

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famoso pianista, viaROSENTHAL. java de Nova York a São Fran cisco para realizar um concerto. Também, Gcdowsky, outro famoso concertista, regressava de São Francisco à Nova York. Os trens se cruzaram em uma pequena ostação do deserto. Ambos pianistas desceram d&S co.rpcsições e resolveram caminhar enquanto cs comboios estavam paradcs. Per coincidência encontraram-se.

Ccmo ! ! Vem dar u.n cencerto aqui ? ! — perguntou Godowsky.

Não — respondeu Rosenthal — Vim até aqui para assistir ao seu concerto...

• "quartetto" desafinado tocava des EsUM uma velha canção do sul "My Old tados Unidos — an anjo de Kentucky Hcuse".

Um v lho se sentou entre cs ouvintes e cemeçou a chorar.

Você é do Sul ? — interrogou — um vizinho.

Não, amigo. — Sou músico...

• certa vez Puccini as PERCORRIA ruas de Milão quando passou de realejo que tojunto a um dono cava a valsa "Musetta", da Boêmia.

Deves tocar um pouco mais rápido — disse-lhe Puccini. lio dia seguinte, o tocador ambulante de realejo colocou no seu instrumento um cartaz com os dizeres: "Sou aluno de Puccini".

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pela senhora RoPROMOVIDA drigo São Paulo, realizou-se no Copacabana Palace concorrida festa de caridade em beneficio da Pequena Cruzada, ã qual compareceram as figuras mais representativas da sociedade carioca.

O chá foi oferecido pela senhora Otávio Guinle, e tiveram lugar interessantes jogos carteados em que tomaram parte as senhoras : Augusto c Gregorio, Otávio Guinle, Chermont de Brito, Condessa de Sarrel, Silva Pinto, Bernardes Filho, Waldemar Cardoso Martins, Joaquim Mota, Gomes Pereira, Silvio Melo Leitão, Júlio Nogueira, Pinto Guedes, Flavio Brando, Nelson Azevedo Branco, Flavio Barroso, Manoel Garcia, Eloy Monero.

Comandante Daniel Parreira, Ruy Pinheiro, Zamith Mammana, Júlio Avelar, Sousa Aguiar, Mario Pareto e Pedro São Paulo.

São dessa reunião filantrópica, que tanto êxito obteve, os dois aspectos que aqui publicamos.

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(Jamponeses todos os anos.

COMO LaInstituto o durealizou, Fayette rante as comemorações "Semana da Crianda soleniuma bonita ça", dade comemorativa à Festa da Árvore e da.s Aves".

Constou da vocalização de hinos ã Árvore e às Aves, plantio de uma árvore peles alunos do curso primário, ginástica rítinvea. interpreteçãc de fáb Jas e regiotípicas dansas nais.

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Damos, nesta página flagrantes cessa dois bonita festa infantil.

Cit-ásílca rítmica pelas alunas do curso primário.

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ENLACE Sra. Déa Puqualoni Galbo, filha da viuva Augusto Puqualoni e o Dr. José Galbo, filho do casal Batista Galbo, no dia do seu enlace matrimonial, em Setem>ro passado. O ato teve lugar na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, servindo de padrinhos o Sr. Ivo Puqualoni e a Exma. genitora da noiva.

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pVflj^H MlITMIlllllljl na opinião de um dos homens mais viajados do mundo #?

• P hil Rcissiiian. um dos principais diretores dos studios KKO de HoUywuod já esteve varias vezes eni Quitandinha. Da última, porem, encontrando já concluídas as principais dependências internas e externas de Quitandinha. 5 Snr. Phil Keiss confessou seu entusiasmo, dizendo que Quitandinha e seu bairro-jardini representa uma das mais belas iniciativas do mundo em matéria de organizações hoteleiras com objetivos ttiriísticos e recreativos. Falando a um jornalista, afirmou Phil Reissman cjue Quitandinha é tão moderna com * edição de um jornal ainda em preparo ná redação. Na gravura vemos o diretor da KKO e grande amigo do Brasil apreciando com invulgar interesse uma das maravilhosas paisagens de Quitandinha. Comvem acrescentar que a opiniSo do Snr. Phil Reissman sobre Quitandinlia é das mais autorizadas, pois, bem p .i*cos homens no mundo viajaram tanto quanto ele. o

MALHO

— 24 —

DORINA

GOUVEA

Consagrada à humanitária campanha em pról dos cegos, Dorina Gouvea conquistou, pela sua inteligência e amôr ao trabalho, lugar de destaque no cenário da assistência social em São Paulo.

Escritora cheia de graça e expontaneidade, Dorina Gouvea, além de colaboradora de jornais e revistas, jamais descansa de empenhar suas energias pela causa de Hellen Keller.

X I — 1 9 4 4

*

S V/E algum dia eu morrer, oh, trágica lembrança !

Oh idéia lúgubre que o espirito me cansa !

— Se eu tenho que morfer, para que fui creança? — Não quero que me enterrem, não, deitado Em vez de camisola em mortalha enrolado, Muito amarelo e muito encarquilhado; Quero ficar de pé, n'um jazigo moderno.

De olhos abertos, vendo o azul eterno...

Si algum dia eu morrer — Si eu morrer, uma ova !

Que eu não sou besta de acabar na cova !

Na luz do meu olhar toda a existência espélho !

VERSOS

PARA

FINADOS

A morrer, morra então o meu pae que é mais velho !

Q V Eeu tenho que morrer, na flôr dos anos, meu Deus, não seja já...

Mas, quando a gente tem de morrer, morre ! A prova — Casimiro de Abreu já foi prá lá...

Acabou o versinho e brugutú: na cóva !...

Si dos mortos terei de completar a 'lista.

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Confesso então aqui, hoje, a olho nú; Implico com S. João Baptista — Sou sujo com o Cajú !

Eu quero ir descansar, modestamente, à beira Da cova raza — que me importa si é besteira? — Quero dormir, anonimo, oh, em suma, Sem

visagem nenhuma,

No cemiteriozinho de Inhaúma..

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CONSTANT

BENJAMIN O

FUNDADOR

DA

REPUBLICA

CORONEL LIMA FIGUEIRÊDO

Benjamin.Constant Bottlho de Magalhães aparecimento da terceira edição O de "Grandes Soldados do Brasit'. do nosso colaborador coronel Lima Figueiredo, foi recebido com júbilo pelos que acompanham de perto o infatigavcl afã de*se brilhante oficiai do nosso Exército, doublé de intelectual e historiador, em divulgar aspectos e üssuntos da nossa história militar.

Aproveitando o ensejo das comemoraçòes do aniversário da proclamaçio da República, transcrevemos aqui um trecho do seu estudo sobre Benjamin Constant — o fundador do regime — em que Lima Figueiredo nos conta algo de relevante interesse > sõbre aquele ilustre brasileiro. ainda hoje! quem afirme que BenjaHA,min fôra. apenas um paisano fardado, sem analisar a vida do excelso republicano. Na chamada "questão militar", pródromo indiscutível da proclamação da República, o grande professor mostrou possuir sólido espirito militar, saindo em defesa da classe que o governo queria achincalhar e demostrando firme e decidida camaradagem aos seus companheiro* de farda.

A 2 de fevereiro de 1887, proferiu o Fundador da República formidável oração, orientando seus colegas militares na apaixonada questão. Dizia ele: Senhores, infelizmente a questão militar, como disse o nosso venerando Presidente (Marechal Deodoro), não estã terminada ainda.

Afigura-se ao meu espírito que ela entrou agora numa fase mais melindrosa e mais séria, que nunca como agora reclama das duas classes militares maior calma, maior dignidade. maior repsieto ã lei. porque só assim elas saberão impor-se.

A pesar de originada por um aviso execrando. anticonstitucional e abominavel, douO

MALHO

trina que atacava os brios dessas classes, o pais é testemunha da atitude digna, calma e respeitosa com que elas se dirigiram aos poderes públicos, unidas e solidárias no campo da lei como tantas vezes o foram no campo de batalha". » Vê-se nestas palavras que Benjamin estava identificado com a sua classe e surgia, naquele momento, como um piloto, a-fim-de que ela não naufragasse no mar da confusão que reinava em »eu seio. # Aparece, na memorável sessão, o condutor de homens. E a manifestação que os seus alunos lhe fizeram ao ser graduado em tenente-coronel, um ano depois do seu célebre discurso, é prova de que viam nele — o guia, o revolucionário, o orientador dos ideais republicanos.

Em setembro de 1889 o truculento visconde de Ouro Preto ofende, publicamente, os brios do tenente Pedro Carolino, que comandava a guarda do Tesouro. Foi lenha nova na fogueira do descontentamento. Foi nova lambada no busto de um indivíduo que está disposto a não apanhar mais. Toda a oficialidade sentia-se ofendida e disposta a uma desforra completa.

Nessa atmosfera de exaltação sem limites. chega em visita de amizade o cruzador chileno "Almirante Cochrane". Consoante rezava o protocolo, no dia 23 de outubro seria a Escola Militar visitada pelos ilustres recemvindos.

Estava presente o ministro da Guerra, conselheiro Cândido de Oliveira, que antes da hera determinada viera para aguardar a chegada dos visitantes.

Benjamin Constant havia sido nomeado lente catedrático da Escola Superior de Guerra e, por isso. deixado a Escola Militar. A solenidade comparecera por especial convite que lhe fôra feito.

A medida que a visita ia conhecendo com mais minúcia as instalações da Escola, o protocolo ia sendo deixado de lado. para imperar a camaradagem que deve existir, e de fato existe, unindo todos os homens que vestem farda.

Depois que um aluno, em nome da Escola, entregara uma mensagem dirigida aos seus colegas da grande pátria de O' Higgins. de chofre ouvem-se os gritos: '"Mestre!

"Benjamin Constant!"

O ambiente é de temporal A mocidade sem se incomodar com as conveniências e 26

agindo de forma desabrida. O ministro atônito. A oficialidade dividida — uns praguejando contra a indisciplina, outros gozando aquilo que julgavam o principio do fim.

Benjamin atende aos antigos discípulos e enceta fulminante improviso: "Grato ao honroso convite dos dignos alunos da Escola Militar da Côrte para assistir a esta festa em que, associando-se galhaidamente aos sentimentos de amor, reconhecimento e alta estima do povo brasileiro ao distinto povo chileno, vieram por sua vez render justa homenagem de alta estima â briosa oficialidade da Armada Chilena e à heróica e distintíssima mocidade. que .tem sabido aliar a sã cultura científica e técnica indispensável á árdua mas nobilíssima carreira a que se destina, com a esmerada cultura dos nobres e dedicados sentimentos que mais honram a natureza humana, nobilitando assim no soldado a alma do cidadão. É que ela tem sabido compreender que essa larga instrução cientifica, moral e cívica, levada muito alem < i planos do ensino oficiai, é ainda mais n^.essária que a instrução militar para o desempenho dos altos destinos sociais e políticos que neste século os exércitos são chamados » desempenhar no seio das nações. É que ela. honrando as gloriosas tradições de nossa Escola Militar, por tantos titulos venerada, tem compreendido que há para os exércitos modernos, e muito particularmente para os exércitos da livre América do Sul, uma ciência incomparavelmente mais nobre e mai, fecunda em benefícios para « Humanidade do que a ciência da guerra: — é a ciência da paz. Ê para ela. e consequentemente para o fraternal congresso dos povos, o mais belo ideal das aspirações humanas, que se encaminha com crescente rapidez o verdadeiro progresso geral, submetido em sua evolução a leis irrecusáveis demonstradas pela ciência real. hoje completa em tudo quanto ela tem de essencial e confirmada pela sã filosofia da história.

Apressar essa evolução natural com os possantes recursos que a política ou a arte de bem dirigir os povoj tem posto à nossa disposição. tal é a sublime missão dos estadistas modernos".

Extrriorizado todo o ódio que o Exército votava ao visconde de Ouro Preto, que procurava sufocar o ideal republicano das forças armadas, criando policias militariiadas. Benlamin pós o ponto final do seu discurso, dirigíndo-se ao titular da Guerra: X I — 1 9 4 <

— *Senhor ministro ! O Exército Brasileiro não é composto de janízaros; debaixo da farda de soldado, pulsa o coração de um cidadão e patriota !" Ê fácil imaginar-se os efeitos da bomba...

reinado, essa monstruosidade que. para honra nossa, a maioria dos próprios monarquistas, os mais sérios, repelem indignados porque seria a ruina e a eterna vergonha da nossa Pátria", retrucou Benjamin.

O revolucionário estava labutando, desejava dentro em breve oferecer aos amigos chilenos um espetáculo pouco comum — os funerais de um império.

Ficou Deodoro sozinho refletindo sobre o "Mestre" que acabava de dizer-lhe o e. depois de algum tempo, sentencia:

A 9 de novembro daquele ano agitado, Benjamin estigmatiza o visconde de Ouro Preto e exclama ardorosamente: "Mais do que nunca preciso sejam-me dadoj plenos poderes para tirar a classe ¦_____• tar de um estado de coi .as incompatível com a sua honra e dignidade; comprometo-me sob palavra a, se não encontrar dentro de poucos dias uma solução honrosa para o Exército e para a Pátria, resignar todos os empregos públicos que me foram confiados, quebrando até minha espada".

Este trecho deixa de modo claro transparecer as qualidades excepcionais do hábil condutor de massas. Sabia conquistá-las, ofrrecendo-se ao sacrifício em caso de insucesso.

E o mesmo homem que falava em lei. agora vê coisas mais elevadas: a honra do Exército, a honra d* Pátria.

Preparado o golpe. Benjamin queria à frente dele um Chefe à altura do ideal sonhado — Manuel Dcodoro da Fonseca.

Na residência do ínclito cabo de guerra.

Benjamin lança máo d; todos os argumentos para contar com o seu apoio. Depois de muito meditar. Deodoro exclama: E o velho ?

A revolução não pode absolutamente mer.e parar respeitosa ante seu trono; mas. se vencermos, garanto que há-de ser tratado com todas as atenções devidas ao seu estado de c.iúde e à sua idade, e a sua família será tambem tratada de modo condigno, porque nós queremos atender aos reclamos do povo. queremos libertar nossa Pátria da monarquia. mas não movemos guerra às pessoas; eles seguirão incólumes e com sua subsistência garantida para onde bem entenderem. Alem disso, nào é mais èle que governa este infeliz país, tão digno de melhor sorte; é essa camarilha sem patriotismo que pretende, a todo transe — sem escrúpulos e aem olhar locupletar-se e firmar seu predomin

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— Benjamin, já não há outro remédio, leve a breca a monarquia; nada ha mais que esperar dela. venha a República !

E a 11 de novembro, a convite do afoito propangadista, reuniam-se na casa de Deodoro: Rui Barbosa. Aristides Lobo, Quintino Bocaiúva, Francisco Glicério e o major Solon Sampaio Ribeiro.

A 14 do mesmo mês Benjamin acerta as últ"mas minúcias, no Clube Naval, com o aimirante Eduardo Wandenkolk.

Que admirável dinamismo ! Tudo feito !

Tudo coordenado 1 E isso sem prejuizo das suas múltiplas funções 1 "Dormia játa família Benjamin Constant. quando alta madrugada chega à sua residéncia. no Instituto dos Cegos, a escolta dos oficiais-alunos da Escola Superior de Guerra que vem prevenir o Mestre estar toda a tropa pronta a vir para o Campo de Santana. sotTó seu comando, já que o general Deodoro, com terriveis dispnéas, se achava impossibilitado de assumir esse posto. Dirigia a escolta 6 então alferes-aluno Lauro Müller, que o pôs ao

corrente do que se passara, depois que havia deixado o Clube Naval.

Benjamin Constant veste a sua farda de tenente-coronel, beija as suas filhas, que dormem tranqüilamente, despede-se da esposa — intimamente emocionado mas bastante orgulhoso da galhardia com que a digna companheira enfrentava a situação — e lhe diz, entregando uma pasta cheia de papéis: — Caso te chegue a noticia de que fomos vencidos, queima todos esses documentos. Vou cumprir o meu dever".

Deodoro, mesmo doente, apresenta-se para honrar sua palavra. E. acompanhado de Benjamin. comparece diante do visconde de Ouro Preto, que presidia uma reunião do ministério. no Quartel General.

Ouro Preto procura fazer ironia, diaendo que estava envidando grandes sacrifícios para ouvir Deodoro falar. Benjamin que até então se conservava calado, toma a ofensiva: V. excia. quis fazer do cadáver moral de sua Pátria o pedestal de suas tristes glórias !

Algum dia far-me-ão justiça, respondeu Ouro Preto.

Estamos lhe fazendo justiça no momento, e a posteridade será mais severa ainda. arrematou Benjamin.

Assim, foi com as armas do desassombro, da valentia e da inteligência que o bravo tenente-coronel Benjamin ConstanJ Botelho de Magalhães fundou a República Brasileira.

Casa onde nasceu Benjamin Constant. em Niterói, a 18 de Outubro de 1836.

(Reconstituição de Alberto Lima. que ilustrou "Gra,ndes Soldados do Brasil).

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noite, o Rei perttT*T AQUELA ^ ' maneceu por longo tempo à sua janela. A noite estava tranqüila e não se ouvia mais o estridor dos combates. Os soldados, esgotados, quer nas fileiras alemãs, quer nas aliadas, dormiam sobre a terra úmida dos campos. Estréias cintilavam no céu. Vinham-lhe à lembrança "Ordem do as palavras daquela "qualquer Dia": que seja o final da batalha, a minha sorte será a vossa".

Agora, que estava assumido o compromisso, era preciso ir até ao fim.

Como lhe teria sido bem mais simples fugir para a Inglaterra!

Por um instante, o Rei pensou em seus filhos, que estavam no sul da França. Também eles deviam esperar que seu pai fugisse e que em breve se tornariam a encontrar, levando éle a auréola de herói.

Súbito, explosões longínquas ciareiam o firmamento, a Oeste. Nuvens douradas rolam ao raso das aldeias da Flandres. Cerca de um milhão de refugiados belgas morriam de fome, no cerco fatídico.

Há ocasiões em que não é nada agradável ser um chefe. A janela se fechou diante de uma calma noite de Maio. E as sentinelas puderam ver, ainda por muito tempo, uma sombra inquieta que se movia, na sala, de um lado para outro."

Estas palavras, do livro de Robert Goffin sobre a capitulação do rei dos belgas, descrevem os instantes de inominável angustia de Leopoldo III, ante a dolorosa perspectiva de capitular, entregando-se ao invasor.

A recente libertação da Bélgica pelos aliados evoca a figura desse rei sobre cuja cabeça tombaram tantos anátemas e tantas recriminações. E, entretanto, apuradas bem as cousas, foi Leopoldo III, antes mesmo de De Gaulle e de qualquer outro, o primeiro a dar uma demonstração pública e cabal de confiança em que a nódoa infamante do nazismo seria apagada do solo europeu. aos Entregando-se prisioneiro ocupantes ocasionais de sua pátria, o jovem rei não acreditava, por certo, que ficaria sofrendo aquela prisão o resto da vida.

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Curvou, momentaneamente, a ca-, beca e estendeu os pulsos às aigemas que lhe deveriam martirizat a alma durante cinco longos anos.

Mas, no fundo dessa mesma alma torturada e dolorida, havia uma' esperança e uma convicção: a de que a reação, por parte dos povos ainda livres se faria sentir, e o tirano, que o apanhara indefeso e manietado,, seria, um dia, novamente expulso do solo sagrado da Bélgica infeliz.

Cabe. pois. a Leopoldo III, da Bélgica, essa primazia: foi o primeiro, entre os- primeiros, a sentir, a adivinhar, a crer que o nazismo seria batido, derrotado, escorraçado das posições conquistadas graças à violência, ao suborno, à traicão.

Tendo preferido compartilhar a sorte dos seus soldados, o grande prisioneiro ficou no solo invadido pelo inimigo, a aguardar o dia radioso em que seria, por fim, libertado. Essa atitude, por si mesma. foi uma legitima, inequívoca demonstração de fé e confiança na nova aurora de liberdade que haveria de vir.

Leopoldo III foi. pois, o primeiro a crer na derrota do nazismo.

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Júlio César é uma das figuras mais discutidas da história. Desde a CAIO sua época até os nossos dias, dividemse as opiniões no que diz respeito à apreclação da sua obra. Já Suetonio e Plutarco, nos seus escritos, nos apresentavam de maneira diversa aquela grande personalidade; do mesmo modo procedem os maiores escritores modernos. Analisemos alguns exemplos bem expressivos. Wells, por exemplo, não tem nenhuma admiração pelo genial romano, a considera um tirano e opressor, além dequem d«vasso e lúbrico, possuidor de ambição illmltada, que fez correr rios de sangue para consolidar- a sua gloria em feitos lmperecíveis. Augusto Comte, o célebre filósofo francês, não participa déste ponto de vista, e tem César como o maior político da antigüidade e um dos tipos mais representativos do gênero humano.

O grande historiador italiano Guilherme Ferrero sustenta que na política romana, César logrou ser um grande general, um grande escritor, uma grande personagem, porém, não um grande homem de Estado, afirmando ainda que êle foi um grande agitador e destruidor; no papel de gigantesco destruidor, escreve, é que César deve ser admirado, porque, por haver destruído mais do que qualquer outro, contribuiu também mais do que todos os seus contemporâneos para a regeneração do mundo antigo. Já no modo de ver do famoso historiador alemão Mommsen, César foi um grande orador, um grande escritor e um grande capitão; chegou a ser, porém, tudo isto, porque era um perfeito homem de Estado. E assim discordam os autores sôbre a significação histórica do magno político e militar de Roma antiga.

Não vamos aqui, entretanto, estudar ml-Jiuciosamente] a personalidade de César. O cer, to é que foi um gênio possante, verdadeiro monstrum activitatis" como dizia déle Cícero, ou então, como melhor viu Ooethe; "Quem , não conhece César, mesmo sem minhas balbuciantes palavras?... Como é verdadeira¦ | mcntc grande, puro e bom I.Forte, poderoso, sem temer a oposição! Inabalável, irresistível!

Sagás, habilidoso, entusiasta, tendo-se por fllho da Fortuna, prudente e rápido — o epitome H Wmtôda a grandeza humana". Na verdade, é um fenômeno histórico brutallssimo, H| que sòmente fatores sociais especiallssimos poderiam produzir. Dai a complexa formação dessa rica personalidade, que não pode ser apreciada por estreito critério.

Júlio César foi um instrumento dos lmperatlvos da evolução humana, e por Isso mesr/-' mo ^.ijOeus atos, deu à humanidade uma

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grande lipão de política, de política objetiva e realistlca. Mostrou que o grande palftico, o grande homem de ação precisa reunir as qualidades mais diferentes, como a ousadia e o bom senso, a impulsividade e o equilíbrio, a iniciativa arrojada e o trabalho calmo, etc..

Mas é preciso atender que cada uma dessas qualidades tem a sua ocasião propicia de apllcação. O verdadeiro homem de ação é flexivel, adapta-se às circunstâncias e aproveita as oportunidades, variando as técnicas, quando de mistér se' fizerem. A política especialmente exige muito realismo. E com a realidade, nas suas múltiplas manifestações, é preciso aprendê-la e sempre com ela se conformar, de acôrdo com os fatos. O político, por isso, não é obstinado, mais sim, flexível e maleável.

Não é teimoso. Não força as coisas. Compreende e age. Assim não se escravlsa a um programa escrito e invariável. Não. A sua norma de ação são os fatos.

Júlio César procedeu de acôrdo com êsses princípios. Para compreender, agora, a magríltude da sua obra, cumpre perceber, preliminarmente, a significação dela. Naqueles tempos, a civilização humana atravessava uma fase decisiva da sua hostória. O desenvolvimento de Roma tinha trazido um critico, e ela vivia lentro das maioresperíodo perturbações. Sucediam-se os distúrbios, como motins, revoltas revoluções e guerras civis, etc.. Desde as lutas de Mário e Sila, a política romana agitava-se com os entre-choques violentos tre os partidos aristocrático e popular. No engovêrno de 811a, os nobres preponderam, mas ávidos das suas vantagens e privilégios, não estavam à altura dos acontecimentos. E desordem prosseguia em curso crescente, a trazendo como conseqüência muito derramamento de sangue.

César, em virtude das relações de tesco com Mário e por ser genro de Clna,parentencia ao partido popular, e com o apôio perdecldldo do povo, fez a sua carreira política onde revelou grande habilidade. Compreendeu logo, porém, que para atingir o precisava aliar ao seu prestígio político poder à fôrça litar. E' assim que se esforçou vivamente miatingir êsse objetivo. Na organização do para lebre trlunvirato com Crasso, homem de cégrande fortuna, Pompeu, general pelos seus grandes feitos militares prestigiòso no Oriente, Cesar, já cônsul e representante do partido democrático, consegue o govêrno da Oalla. oportunidade, chefia poderosas legiões Nesta nas, demonstrando posteriormente, numa romasérie de conquistas que põe em prática, verdadeiro gênio militar. Assim amplia extraordinarlamente o poderio de Roma, submetendo ao seu jugo a população circunvlsinha da Itália, le-

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vando, com grande audácia, as suas ex-v* pedições até a Germania e a Brltanift.

Dentro de um programa sério e objetivo, com a mais alta visão política, César continua as suas campanhas, estendendo aos povos dominados os usos, costumes e a própria cultura romana. Nessa atividade grandiosa, adquire muita experiência dos negócios públicos, concebendo a idéia suprema da unidade do império''romano.

Depois da morte de Crasso, PeBwJwJr se volta para os nobres, traindo o partido popular. Vem, então, a luta de César com Pompeu, onde aquele sál vitoroso na batalha de Farsalia. Alcança, nestas corx dições, o poder máximo, pondo em tica os seus idealâ republicanos da con centração do executivo e do legislativo nas mãos de um único chefe, para, por intermédio dêsse expediente^exterminas a anarquia reinante. Roma.^ssim, entrou num período de organiza j&oe prosperidade.

Nesta altura, César se^evsia um estadista extraordinário. Desenvolvendo uma atividade tnvulgar, orientada por um plano gigantesco, proporciona a Roma a ordem e a paz. Por meio das mais sábias medidas políticas, melhora as condições de vida de todos, rebaixando os Impoetos, dividindo as terras entre os leglonários veteranos, condenando o luxo; promove o recenseamento, reforma o calendário, constróe grandes obras públicas; para instruir e divertir o povo, manda abrir teatros, bibliotecas e casas de dlversões,atraindo para a capital do mundo os artistas e sábios.

Mas não pára ai a sua atividade. Dá ao Império organicldade, transformando Roma em Capital do Império, e não mais a cidade domtnadora dos demais círculos sociais. Garante a continuidade da civilização grego-romana, permitindo ao impérlo romano desempenhar o seu alto papel histórico. Reorganiza o Estado com a mais clarividente visão do futuro da humanldade.

E como muito bem observou Pultar"César tinha a paixão dos grandes co: empreendimentos; e, em vez de desejar, após tantas façanhas, o goso pacifico do fruto de suas fadigas, buscava novos atrativos para a sua audácia. Não pensando senão no futuro, formava projetos mais vastos do que nunca; a cobiça de uma nova glória, obscurecia, por assim dizer, a seus olhos, a glória já adquirida. Essa um ciúme de paixão se tornava como que si próprio, como podia ter contra um tercelro: era uma perseverança obstinada em querar ultrapassar as façanhas prece-

dentes com outras que se propunha rumprlr. Formava o projeto de uma guerra aos Partos e para isso já se preparava.

Subjugados êstes, atravessaria a Hlrcanla, seguindo o Mar Cáspio e o Monte Cáucaso, penetraria depois na Scitia, submeteria todos os países próximos á Germania e a própria Germania, para então voltar à Itália pelas Galias, depois de ter aumentado o império Romano dando-lhe todo o Ocelho como únicos limites.

Enquanto preparava essa expedição, tomava medidas para cortar o Istmo de Corinto, encarregando Anleno dessa empresa. Pensava também em cavar um profundo canal, desde Roma até Clrceu, para conduzir o Tibre ao mar perto de Terracina, e para abrir ao comércio um caminho comodo e seguro até Roma. Queria também mandar secar os pantanos que cercavam Pomeclo e Cecia e mudar terras cobertas de águas em campos férteis, capazes de dar trabalho a milhares de arados. Projetava, afinal, levantar barreiras contra o mar próximo de Roma, com diques na costa: limpar o ancoradouro de Ostia, perigoso para os navegadores, devido aos recifes cobertos pelas águas; e construir ali portos e abrigos suficientes 31

para conter o grande número de navios que chegavam de toda parte".

César, porém, teve dificuldades de realizar tão magno programa, porque não encontrou auxiliares competentes e mesmo porque foi assassinado. Mas convém registrar aqui um fato expressivo. A tra-" gédia dos grandes estadistas quasl sempre é a de não possuírem colaboradores na altura. Por isso, a mediocridade, que teme o valor, logo aniquila a obra do gênio, retardando assim o progresso do gênero humano. O exemplo de César, nesse sentido, é típico.

Finalizamos aqui as nossas reflexões em torno de tão mágno assunto. Para a reconstrução do mundo, a lição de Cesar assume grande atualidade. No seu tempo, como acabamos de ver, êle garantlu a constltnuidade da civilização grecoromana, impedindo que os bárbaros a destruíssem. No momento, a civilização moderna também se acha ameaçada pelos bárbaros, mas bárbaros de diversas modalidades, internos e externos, que querem anarquisar a vida. E' preciso contê-los em tempo, solidarizando os povos cultos na defesa das suas instituições e da sua cultura.

A época exige políticos com a visão ampla e universal de César.

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¦¦¦ Madame Contam que Leone, cortesft cortesâ ateniense, cortou a ^ língua para n&o revelar a conjpira?&o conspiração enprcfcrla própria lingua [*\ \ enfa O r\ tre Harmodius e Aristogiton. Ai Al est* está um 6timo If J} [9 ótimo \ ^ exemplo a ser imltado Imitado pelas mulheres. mulheres. £*.

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Contam que Madame De Maltenon submetla-se submetia-se a sangria duas vezes por sçmana s^mana para nio nâo corar corar com as hlst6rias histórias contadas na Cdrte Côrte d« Lulz Luiz XIV. XIV. 8erA Ser& que tab tais hlstdrlas histórias eram piores do que algumas do nosso rádio ?

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Rameses II, famoso Farad Faraó do Eglto, WJ CJ 19 Egito, foi pal filhos — 111 menlnos >r>. meninos pai de 163 Hlhoi *°l meninas. Que prtjuito Bi menlnas. n&o darla (4 s-\*S / Wr^ daria prejuízo nfco • etal51 cavalheiro hoje como funcloni/fjwj^ funclonácavalhelro rio público I...

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Tiarry £aus UEcu estivesse lá fora olhando para esta casa, talvez só visse o retângulc desta, janela fracamente Iluminada pela luz bruxuleante de uma vela.

Mas ostoi qul dentro, sentado, e olhando para íóra.

Não vejo a lua, porém ela me vé pois sua lua. vem bater no meu braço, na minha mão. E na minha mão tambem bate a luz trêmula da vela. Um grande silêncio; uma grande calma.

Uma gota dágua caiu nas costas de minha mão, dois reflexos flxaram-se nela: o da luz e o da vela. Um é branco e parece frio como um olhar de despreso; o outro tem o calor dourado das ilusões. O luar vem de tão longe... atravessa o céu e pinga de luz clara e singela a pequenez da gota. O louro reflexo da vela é maior, mais vivo, mais fascinante, inquieto e orgulhoso.

São a realidade e a ilusão. Aquela vem de longee, dos Céus, vem de Deus.

Tem luz límpida, firme e monótona.

Esta é o homem quem o faz. Brilha mais, é maior, vascila como a lncerteza, é orgulhosa como quem a criou... mas é ilusão.

Uma nuvem cobriu a lua: a llusão venceu a realidade. A gota é toda de ouro. Treme e se agita. E rica na côr e apesar de vencedora ainda vacila. Não terá meios para garantir sua conquista?

Um sopro que vem de fora apaga a chama da vela. A nuvem passou: o luar voltou a brilhar.

A gota é toda de prata, £ menos rica na cor, porém, é Indiferente a isso: está certa que a última vitória é que é vitoria.

Fria brisa entra pela janela.

Minha pele arrepla-se, a gota escorrega entre meus dedos.

De onde velo este pingo dágua ?

Talvez tenha vindo do céu, ou, quem sabe, dos meus próprios olhos. Outra nuvem grande e negra encobre o luar.

Tudo é escuridão.

Na rua passa rápido um auto-

xi-nn

' ,i movei. Cruza um V ___5__ Hs__| !—_»_—»__—._-__—aVi'i . i. i J rapaz assobiando e uma bicicleta chia no asfalto da ruazinha modesta. Depois novãmente um grande silêncio; uma grande calma.

No escuro silênclo do quarto tudo continua 1 m o v e 1. Meus olhos parece que aconselham: conta novamente a história da gota dágua; ai""" vh-J "*] guem que passe, "" talvez ouça e venha ouvlr-te da Vem o meu bonde. Êle me leva janela e então, não estarás tão sózinho... por ruas e ruas... Aqui sobem dois cavalheiros que conversam em voz Levanto-me. Risco um fósforo e a baixa sobre qualquer coisa misteriosa; luz reflete-me no espelho da parede. ali desce uma morena que é acomAcendo a vela, visto o casaco: dlnhelro. carteira de identidade, lenço, repanhada pelos olhares de todos, uns maliciosos, outros simplesmente curilóglo. A vela continua a arder. osos.

A porta fecha-se atrás de mim; saio E agora é a minha vez de descer. rua afora. pela Ao mesmo tempo sobe minha vislnha.

A cada esquina que surge, mais vai Será a alguma seção especial mais movimento, barulho de bonluz, que de cinema a essas horas ? Nào ! Deletrelros automóveis, conversas des, certo vai a algum velório: eu soube luminosos: o centro da cidade. Depois vai escurescendo, vai silenciando e que seu primo passara mal. Passa por mim e finge não me ver. chego a um lugar lúgubre e trlstonho: Continuo meu caminho. Minha mulheres ás portas; gargalhadas rua escura, a fachada pobre da casa estúpidas e mal sonantes e o recorte da janela mais escuro na Uma lâmpada verde mostra uma escuridão da noite. A vela extinguiuNa algo envolto num porta. porta se: acabou a ilusão. de cores berrantes.

Meus quimono Entro. Sento-me junto à janela. lá. dirigem-se passos para A lua brilha.

Cai outra gota nas costas de minha mão e conto sua história à luz da De minha carteira sal uma nota realidade. de dinheiro. Vejo um olhar não sei Mas ninguém me veio fazer comsi de agradecimento envergonhado ou ambição arrependida. panhla...

O MALHO 33

mulher de Gotardo dissera-lhe, certa vez: A — És o ideal dos maridos. És jovem, simpático, amável, não usas bigode, sabes dansar e não és mole. Ademais, ganhas bastante. Não fazes cara feia. quando chegam as contas da modista; satisfazes sempre solicitamente os meus menores caprichos; sais a passeio comigo freqüentemente; aos sábados Jede quinvas-rne ao teatro; durante o inverno, "Opera", ceaze em quinze dias, vamos ao mos num cassino e dansamos; quando faço anos. juntas mais uma pérola ao meu colar, és o moque já é magnífico... Em suma. délo dos maridos. Infelizmente, porém, tens um defeito.

Um defeito? Eu 1 Qual é?

Não és romântico.

Não era romântico! E porque? E como?

E é acaso necessário ser romântico?

Um dia, ligeiramente aborrecido (Gotardo, embora fôs.,e um marido modelar, só te aborrecia ligeiramente) perguntara à mulher; .

At».»l. que vem a ser romântico? É ser capaz de fazer coisas extraordinárias. semelhantes às que lemos nas novelas ou vemos no teatro ou no cinema. Ê cometer ações fora do comum, ser herói de aventuras...

Com mulheres?

Não digas tolices 1 Herói de um» deso nosso e.-pírito em •as aventuras que deixam "Como terminará?" suspenso pela dúvida: — Herói. . . Como direi? Herói de uma dessas aventuras que nos impõem à atenção pública. que fazem aparecer o nosso nome nos real. Quando jornais. . . Herói de uma novela lês um livro, ou assistes a uma comédia de ação, não lamentas profundamente que a ti nunca sucedem episódios semelhantes toi que os atores representam? Não mentes que tua vida é demasiado vulgar?

Bem que o sentia o pobre Gotardo 1 Na r.fància. e também na adolescência, devorara II mais linda:, novelas de aventura e de amor.

Sua verdadeira vida transcorrera entre estocadas homens embuçados que raptavam louras castelás. cavaleiros pálidos e vestidos amade preto que, ante o desdém da mulher "Senhora. da. declaravam com altivez: — juro-vo> por minha fé que hei de vergar-vos ao meu amor, custe o que custar I" — Noites escurissimas em que vemos uma janela iluminar-se para se apagar subitamente, em que ouvimos uma voz chamar-nos a medo. ou entio um grito, um tiro...

Oh ! se êle o sentira ! Essa era a vida. a verdadeira vida, a única digna de ser vivida 1 Mas. como poderia êle vivê-U, êle que. indústria para ganhar a vida. se dedicara i de tecidos?

E eis que, certa noite, a mulher viu-o entrar em casa pálido e ufano.

Assombrada, ela lhe perguntou: Que tens?

— Não te assustes que nào é nada... disse Gotardo com ar dissimulado.

Via-se que mentia, para não alarmar a ttpósa.

Nao me iluda» - - suplicava a senhora.

Gotardo r.ão di»se nada. porém abraçouextravasando sua emoção, raprimida. há tanto tempo.

Pelo amor de Deus. Gotardo, dize-me o i"e tens !

Amanhã, tenho... um duelo.

Que diie» I Ai ! meu Deus ! E com quem? E porque? Êle esperou que os soluços se acalmassem, para explicar: O 0U0 deu-se a-sim. Eu atravessava o parque, encaminhando-me paru o t«itro. quando cruzo com Tamberlani. Faz-me parar "O advogado Buaccio ¦ o engee diz-me: — nheiro Marcuzzi encontrar-se-áo, amanhã pela

O

MALHO

Não E's Romântico.

O campo de honra oVa o pátio de uma casa dos arredores da cidade.

Chovinhava, e resolveu-se que o encontro se efetuasse numa galeria estreitíssima A chegada de Gotardo, todo de preto. pálido como um tresnoitado. provocara uma impressão de alarma. Os demais vestiam trajes de passeio. Facetos ! Que triste figura •haviam de fazer diante de um romancista !

Todos estranharam a gravidade de Gotardo, e os duelistas, que esperavam o momento de ataque, ficaram bastante impressionados.

Um cavalheiro (era um padrinho de Buaccio) acercou-se de Gotardo.

— Tem duas liras? — perguntou-lhe.

Conto de ARNALDO FRAGAROLI Desenho de RODOLFO CLARO'

fessasse. Como não ia bater-se. bastava-lhe saber como se devia portar.

Recordava-se perfeitamente da descrição detalhada de um duelo feito por Gny de Maupassant, mas receava que tivesse havido modificações no'código da honra.

Habilmente interrogado. Tamberlani res-

manhã, no campo de honra. Procuramos aiguém para ser juiz do encontro, e pensámos em Você. Nào nos recuse esse obséquio."

— Apanhou-me de surpresa e eu não , pude dizer-lhe que nào.

E então? — inquiriu, ansiosa, a mulher.

Então ? Achas pouco ? O encontro está marcado para as oito horas e eu tenho que ser o juiz.

Mas então não és tu quem se bate?

Havia na voz da esposa uma expressão indefinível. que nào se sabia se era de alegria ou de decepção. Mas Gotardo respondeu sem pestanejar: Não. não sou eu quem se bate. Mas já é alguma coisa ser juiz de um duelo.

Na manhã seguinte, às 7 horas, TamberUni veiu buscá-lo. Gotardo. des.de ài seis, estava pronto. Levantara-se ài cinco.

Ao divisar Taberlani, Gotardo expressou um sorriso de compaixào: Imperceptível, mas significa(7''*' tivo. Tamberlani trajava um terno I He cinza cor Pelo nariz de Cyrano I Já se viu alguém ir a um duelo vejtido as•im? Ah ! meu Deus. como se infringe o código da honra 1... Êle. Gotardo. estava de preto, conforme a praxe. Exhumara o traje de etiqueta de seu casamento, puzera uma enorme gravata cinzenta salpicada de manchas pretas e usava sapatos de verniz. luvas pretas e cartola.

Tamberlani mirava-o entre surpreso e atiustado. Imbecil ! Esse Tamberlani nào teria a menor idéia da solenidade a que Ia comparecer?

Já Gotardo. apesar de ser aquele o seu primeiro duelo, tinha sobre o tema uma profusa documentação literária. Na "Mestre de formanhã do encontro do estavam de exemplo, todos jis", por preto, duelistas, padrinhos e e médicos, com o reverso da fraque levantado, afim de ocultar o colarinho branco. Ê verdade que, naquela ocasião, Felipe Derblay se bateu a pistola, e o atual duelo era a sabre. Mas, que diabo 1 deve-se respeitar a etiqueta.

E os duelos de Rocambole? E o do Bom Outros Cavaleiro? tempo» aqueles — dirá alguém. Mas que re:tara da vida. se lhe tirarmos o pitoresco?

Na realidade, até o próprio Gotardo estava hesitante. Nunca manejara um sabre. mas. já que havia aceitado ser juiz do duelo, nào seria 'tão ingênuo que o con-

pondeu: — Não houve nenhuma modificação.

Gotardo tranqüilisou-se. Lembrava-se "Os adversários, empunhando muito bem que: o sabre, tomaram posição no reduzido espaço de terreno, a igual distância um do outro. O dirigente do combate levantou seu sabre em sinal de saudação e ordenou, segundo o ritual — "Podem começar!" — E as faíscas de suas espadas que se cruzavam zigúezaguearam no ar..."

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Duas liras, naquele momento? P.ira Tenho cinqüenta — respondeu. que?

O padrinho do advogado sorrio e repli-

Não faz mal. Tenho-as eu.

E entregou a Gotardo uma peça de duas liras. Êle pensava, sem compreender o que aquilo significava: Será, quem sabe? uma inovação do código moderno.

E guardou a moeda.

O padrinho de Buaccio interveiu: Atire e-.sa moeda no ar, sem mais detença ! É para vermos a quem corresponde e-.colher as armas... Cara representará o Sr. Buaccio e coroa o Sr. Marcuzzi.

Gotardo compreendeu logo. Lançou no ar a moeda: coroa. Apanhou o níquel e ofereceu-o ao padrinho; este. porém, já havia corrido a fazer a entrega das armas.

Gotardo recebeu seu sabre de dirigente de duelo.

Os duelistas tomaram posição; êle se colocou ao centro, contra a parede.

Gotardo disse consigo: — "Espero que não se afastem de suas linhas." E por prudência. e não por medo, colou-se à parede.

Mas quando ia ordenar: — "A nós I" teve um momento de indecisão. "A nós" porque? Êle nào era da peleja...

E modificou a frase ritual por Senhores, a vós !

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Os dois antagonistas arremeteram-se com fúria um contra o outro. As lâminas roçaram. Gotardo, que se encontrava a dois palmos de distância. Não eram mui destros os duelistas... Tratou de recuar... Impossível: à sua retaguarda, a parede.. .

— Alto !

Era demasiado tarde.

Sem querer. Buaccio feriu-o na te-ta. e o sangue jorrava, deslizando pelas faces.

Logo a seguir. Marcuzzi lanhou-o abaixo dos olhos e no queixo.

Os duelistas detiveram-se, estupefactos.

O ferido deixou cair o sabre, passou a mão no rosto, viu sangue e exclamou, desorientado: Eu é que levo as sobras?

O médico acorreu, com gazes, algodão e desinfetantes.

• A's vezes, isso sucede — disse.

Para Gotardo. era novidade.

Levaram-no para casa, a cabeça envolta em panos. A esposa, ao lobrigá-lo, deu um grito.

Nào é nada. nào é nada ! — disse Gotardo.

A esposa voltou a contemplá-lo, e abraçou-o chorando.

Eras tu que se batia... Enganasteme...

Gotardo compreendeu que podia aproveitar i situação. Disse-lhe, amorosamente: És tão sensível, que não quis inquietar-te.

A mulher Sentiu que adorava aquele homem, qu; era, agora, um marido perfeito.

Batia-se em duelo para agradar-lhe e não lhe confessara a verdade para não a fazer sofrer.

Abraçou-o outra vez.

Meu amor... Eu fui a culpada...

Perdoa-me... Doravante, não quero que te batas mais em duelo. ..

Gotardo recebeu os beijos dela por entre as tiras de gazes.

Tens razão, querida... Hoje em dra, cs duelos já nada têm de romântico.,.

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"A maioria de nós acha-se enredada, apanhada, no processo de tentar dominar, de fugir às circunstâncias, ao ambiente; não se esforça para averiguar o que êle significa, qual a sua causa, o seu valor". — Krishnamurti. Adiar 1933-34. P. 8.

homem civilizado possui um subO conciente limitado por duas mentalídades distintas. Uma, a do passado, a outra, a do presente, sempre renovada.

Uma representa a fase da crença forçada; a outra, a do entendimento, da compreensão, da razão, do essencial.

São duas épocas, — dois grupos de idéias que se chocam em todas as suas conseqüências na mentalidade contemporànea.

A mentalidade do homem no século vinte, esforça-se para emergir desse passado, para criar um mundo novo condicionado num viver melhor. Mas pela força do hábito o Homem se utllizar, largamente, do lastro de conhecimentos arcaicos, inúteis para o renovado eterno presente. Por estar nesse estado. "êle realiza" a destruição do encanto da vida, matando o seu semelhante Este estado de choque, na mentalidade do homem da nossa época, «stá produzindo a solução de continuidade histórica pela qual passamos. Está. portanto, o homem, destruindo o que construlu. sem apercebimento, para construir, de novo apercebldamente. A constiiição que realizou no passado Já nâo corresponde ao nível do seu entendimento, no presente O homem luta, hoje em dia, sob o peso morto da sua velha mentalidade constituída dc memórias e hábitos que produzem atritos, confusões, desarmonias e guerras, e com isto êle tornou-se explorativo e cruel.

O homem que pensa e que se eiforça para entender, Já nio se ilude com as causas que estào destruindo a presente humanidade. Compreende que está criando uma nova mentalidade e, consequentemente, uma sociedade nova.

Já náo so deixa captar por nenhuma forma ideológica do passado, por cotíhaoat as conseqüências de todas elas.

Sua Intuição, sua compreensão, o convidam para construir, para libertar-se do peso morto das Idéias velhas.

O homem que está apercebido, sabe que não existe, dirigindo os destinos da humanidade, força maior do que o borbulhar incessante da verdade eterna, que está no entendimento. Sabe que, a maioria dos costumes do passado, que foram transformados em sistemas mentais fixos, com denominações várias, está sendo levada de vencida cWa corMALHO O

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encontrar a inteligência que se afundou no lamaçal das atividades explorativas.

O cataclisma que está varrendo a face do mundo, deve servir como evidencia para o espírito do homerA civilizado que se debate, na atualidade, no vendaval das criações do passado. T6-' das as criações do passado cederão a esta renovação mental do homem. No futuro serão diferentes as organizações sociais. Uma nova orientação mental, radicalmente oposta a esta que se firma nas idéias de segurança e conforto, náo criará mais vitimas para glorificar. O homem de mentalidade do passado, com toda sua estagnada cultura, está em ruínas.

Quando se pergunta a um homem do passado: O que criastes? De que modo cooperastes com os que sofrem, os que anseiam por viver, os que desejam aprender, os que estão abandonados na obscurídade? Êle nada responde porque nunca pensou nestas coisas, nunca as compreendeu, nunca se -interessou por elas.

Krishnamurti

Krishnamurti dirige-se ao subconciente do homem civilizado BELARMINO rente das forças renascentes da sus própria mente.

Somente por uma questão de hábltos, de comodidade e de conforto, é que muitos homens instruídos e cultos, se utilizam das velhas memórias, às quais se submetem, como se elas fossem capazes de trazer a felicidade. Permanecem assim, por terem medo de duvidar.

Pensando à luz dos ensinamentos dos grandes Instrutores, como Buda, Cristo, Oandl e Krishhamurtl, reconhecemos que a felicidade organizada, como se concebia no passado, como é concebida pelo: sistemas religiosos e fllosóficos, é falsa. Basta que se verifiquem as causas essenciais que deUrminaram a derrocada social do presente momento, para se ter a evidência dessa falsidade. Nio é esta a única derrocada promovida por idênticos motivos, — isto é, pele espirito da tradição, pela mentalidade arcaica, pela ausência do entendimentoNesta hora, porém, a compreensão do homem qut sofre, nio pode abandonar o pensamento criador que espóca do mais profundo do seu sêr Deve reagir contra a permanência do passado estagnador da sua Vida. A luta que se desenvolve no cenário do mundo significa, portanto, para os renovadores. o movimento para criar, p»ra

56

VIANA

O homem tradicionalista não chegou a viver. Nio viverá mais porque nio compreendeu a Vida. Só Vive quem compreende a Vida na sua própria natureza. E os que compreendem sua própria natureza, nao fazem sofrer.

Evitam o sofrimento dos outros.

Os homens da Nova tra serio os portadores das mentes libertas pelo entendimento, pela compreensão dos seus próprios subconclentes. Somente eles serio os capazes de realizar as construções novas. Embora repelidos e difleultados pelos hábitos do passado, Ales realizam um novo mundo, um novo presente.

O Nivel mental da atualidade transforma-se vertiginosamente. O homem novo Já nio está preso àquela parte antiga da sua mentalidade, tle e soUdário com o pensamento e o trabalho que redimem.

O homem novo coopera concientemente para a renovação do mundo Para ser um homem Novo, é necessárlo promover a renovação da cultura, da mentalidade, do subconciente tradicional.

Para dar começo a renovação da mentalidade, basta realizar com interêsse e apercebimento o estudo dos ensinamentos de Krishnamurti, "o Instrutor que se dirige ao subconciente do homem civilizado" X I — 1 8 4 4

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POEMA PARA UM MENINO DE COLO Menino que estás no colo, em que -guerra lutarás?!

Daqui a dez, vinte anos?

Quantos menos, quantos mais?

O Mundo é Imensa guerra com Intervalos <je Paz! Menino que estás no colo, em que.guerra lutarás?!

Defenderás outras terras, ou a terra de teus pais?

Qual será tua Cruzada?

Quais serão teus Ideais?

Menino que estás no colo, em que guerra lutarás?!

Tu voltarás um inválido?

Será que tu voltarás?!

Menino que estás no colo, em que guerra lutarás?!

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LUIZ OCTAVIO

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MALHO

ma impressão. Tratava as moças que trabalhavam no escritório como simples autômatos ou objetos destinados a desempenhar determinada função. Medeiros nunca o ouvira dizendo gracinhas a elas, enquanto êle o fazia constantemente.

Pegou maquinalmente num maço de papeis de cima da :¦•— - e começou a ler.

Um sorriso assomou-lhe aos lábios.

Será que...? Hum, talvez...

Abriu uma gaveta e começou a folhear outras folhas de papel datilografado.

A sua suspeita parecia confirmra-se.

Olhou mais uma vez a folha de papel que tinha nas mãos. Cheio de erros, frases incompletas, às vezes faltavam palavras inteiras... Será possível que Siqueira, tão escrupuloso e meticuloso deixasse passar aquilo despercebido?

Olhou o tipo das letras.

Sim, era da máquina de Lola, a nova datilografa que começou a trabalhar há alguns dias apenas.

Lola é, sem dúvida, bonita — — pensou — não me admiraria se...

Si eu estiver certo nas minhas suspeitas, não precisarei mais sentirme tão sem geito quando vier atrazado.

Acendeu outro cigarro e dirigiu-se à Siqueira: Meu caro colega — começou — queria chamar sua atenção sobre o trabalho da senhorita Lola.

O outro erguei a cabeça de cima da mesa.

O que há com ela? — perguntou.

Está tudo cheio de erros, falta até de palavras Inteiras.

Não tinha notadp.

Interessante.

O quê?

Que o senhor com todo o seu zelo não tenha notado uma coisa oue salta aos olhos. A menos que a beleza de Lola os tenha ofuscado... — insinuou Medeiros.

Siqueira olhou-o furioso.

A sua acusação é indigna da mlnha pessoa e da posição que ocupo aqui. O senhor acha que eu poderia "flirtar" a minha própria datilograía?

Não, meu amigo, isso traria a desorganização no escritório e o senhor bem

sabe como eu trato os meus empregados. Admiro-me que o senhor possa suspeitar de semelhante coisa.

Medeiros ficou todo sem geito. Pensou que tinha, enfim, descoberto uma fraqueza do sócio e falhara. Siqueira humilhara-o mais uma vez.

Mas isso não muda o fato de que o trabalho da senhorita Lola é uma coisa completamente inutilizável — tentou ainda.

Vou chamá-la a atenção sobre o fato — respondeu Siueira, calcando o botão da campainha.

Entrou Lola, espalhando um forte cheiro de perfumes caros. Alta, loura, bem vestida, com os dedos cheios de anéis.

Linda' pequena — pensou Medeiros — mas com certeza o seu ordenado não basta para vestir-se desta maneira. Deve haver alguém que...

Chamei-a para dizer-lhe que eu e meu sócios estamos muito uescontentes com a senhora — começou Siqueira. — O que a senhora escreve está cheio de erros, frases incompletas...

Dei-lhe este emprego porque a senhora foi-me multo recomendada e sei que precisava dele, mas se continuar assim terei de arranjar-lhe uma substituta, pois não posso prejudicar os meus negócios empregando pessoas que não sabem fazer nada.

Durante esse tempo Medeiros observava atentamente a moça, de cujas faces escorriam lagrimas abundantes.

Seu rosto estremecia convulsivamente, como se ela fosse explodir num ataque histérico.

Mas ela se corrigirá, não é minha filha? — fez Medeiros com ares protetores.

Gostaria muito assim fosse — retrucou Siqueira. que Lola olhou-o com os olhos cheios de lagrimas e raiva.

Basta! — explodiu, enfim. Estou farta dessa comédia. Você vive dizendo que me ama, vive jurando que não seria capaz de me fazer mal algum e agora está me humilhando dessa manera diante do Sr. Medeiros. Basta,

A VIDA TEM DUAS FACES

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estou farta disso tudo. Vou-rrie embora.

E fique sabendo que entre nós está tudo acabado. Não quero mais vê-lo.

Dirigiu-se soluçando para a porta.

Siqueira correu atraz dela e tomou-a nos braços.

Perdão querida — disse éle carinhosamente, — eu não queria magoá-la, você bem sabe que eu te amo, queria apenas guardar as aparências ante meu sócio e -você estragou tudo.

Não havia necessidade de informá-lo sobre o que havia entre nós.

Medeiros observava curiosamente essa cena e um sorriso irônico assomou-lhe aos lábios.

Ah, então era assim que Siqueira punha o trabalho acima de tudo?

Estava contente. Agora êle é que estava numa situação melhor. E não precisaria mais envergonhar-se quando chegasse tarde ao escritório. Olhou para Siqeira e Lola. Ela já sorria atravês das lagrimas, completamente convencida, enquanto êle acariciava-lhe a face delicadamente.

Bem, agora vai, meu amorzinho — disse por fim Siqueira, soltando-a.

Lola saiu. Siqueira voltou ao seu lugar, envergonhado, de olhos baixos...

Essas pequenas!—falou todo sem geito — As vezes fazem-nos perder a cabeça.

Medeirc- aproximou-se e pòz-lhe u'a mão no ombro.

Meu caro, não há absolutamensolutamente de que envergonhar-se Eu o compreendo muito bem e... invejo sinceramente.

Siqueira sorriu, ainda encabulado.

Ah, as mulheres — suspirou fazem-nos cometer todas as loucuras por elas.

Meu caro, não há absolutamente, por que aborrecer-se, pelo contrário, o senhor deve sentir-se ieliz por i>ossiiir o amor duma creaturinha tão atraente como Lola.

Siueira sorriu, ainda encabulado.

E o senhor, o que deve estar pensando de* mim...

Oh por mim está tudo bem, como se nada tivesse acontecido — respondeu Medeiros, estendendo-lhe a mão que o outro apertou com visivel sinal de alívio.

Por Paulo Afonso

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•yEVE recentemente alta de um hospital inglês um marinheiro cuja vida é uma autêntica novela. O barco em que viajava foi torpedeado e êle conseguiu salvar-se agarrado a uma táboa. Vagou assim cinco noites e cinco dias, faminto e sedento, com tubarões a rondar. Ao cabo de cinco dias, foi recolhido por uni barco de pesca, que devido a grande temporal, naufragou. O marinheiro raivou-se num bote, em companhia de outro, que, não agüentando, enloqueceu, atirando-se ao mar. parar na Inglaterra.

Horas depois, foi recolhido por um vaso de guerra, indo Falando aos reporters, disse que seu desejo é voltar ao mar...

O ÓLEO DE RICINO : óleo de ricino o inimigo número um das'crianças, tem várias utilizaO ções. Emprega-se para fins medicinais, como lubrificante, como combustível, para a fabricação de sabões de "toilette" transparentes, nas fiações, tecelagens e tinturarias de tecidos, sob a forma de sulfo-ricinato, para amolecer os couros que são trabalhados como sucedâneos da' canfora, no fabrico de celulose, para a prepararão de um cimento que adquire grande tenacidade com a cal apagada, como óleo comestível, depois de desembaraçado dos seus produtos purgativos e acres. Da mamona, da qual é extraído, se empregam : o bagaço como adubo e no fabrico do gás, as folhas, para alimento das vacas leiteiras; as fibras podem servir para o fabrico de tecidos e ainda do bagaço extraído um fermento que permite curtir as peles, etc.

O Io DE ABRIL : francesa, e eis f\ Poisson D'avril, conforme o seu nome Indica, é de origem ^"¦^ como nasceu. Foi só no tempo de Carlos IX que ò ano começou a contarse desde Io de Janeiro: antes, era em 1.° de Abril. Muitas pessoas, habituadas a enviar os seus cartões de boas festas neste dia, continuaram ou por ignorância ou por divertimento, a fazê-lo da mesma maneira, passando depois francamente a levar o caso para a brincadeira e escrever a relatar histórias inverosimeis ou dar noticias fantásticas. E o costume pegou de tal maneira, que já dura há quatro séculos !

POBRE INOCENTE: forçar violentamente e silenciosamente duas ou três portas, APÓS o ladrão penetrou na sala do banco onde se achava o cofre.

Então, à luz de sua lanterna elétrica leu um cartaz, pendurado ao lado do cofre e onde estava escrito o aviso : "Não gaste sua dinamite nem perca seu tempo. A porta não está fechada com a chave. Dê uma volta para a direita, que o trinco estará aberto".

Após pensar um instante e cocar o queixo, o ladrão disse a si mesmo : Ora... Não custa experimentar. Talvez esteja mesmo, aberta. Torceu o trinco lÓnto mandava o cartaz e, imediatamente... ...ou imobilisado; todas as luzes do prédio uma descarga elétrica ¦> brilharam, enqu?rtj soavam múltiplas campanhias de alarme e de certa porta urr -i>!o<=*~i bulldog se atirava contra êle. Uma hora depois, já no carcei*, o ladrão não cessava de murmurar, em tom amargo : Assim é o mundo ! Não se pode mais confiar em ninguém !

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s. r HÉO FILHO, o festejado autor I dr tanto.s romances que fizeram época esteve durante largo intervalo ausente das vitrinas das livrarias. che1 jo a causar estraiiheza a quantos sa haviam acostumado uo delei.e espiritual que proporciona a leitura de tudo quanto traz ;< assinatura do romancista de 'Dona Dolorosa". a, porém mi de aparecer 'ROMANCE. TROPICAL", o mais recente trabalho de Théo Filho, e em nada desmenti ei conceito de mestre da üeção em que todos temos u escritor pernambucano cuja bagagem literária |á ascende a quase ciu_.-: dezenas di- ótimo* volume;;, aicom reiteradas reendlções.

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HOMENAGEANDO 0 CIENTISTA E 0 HOMEM DE LETRAS NTRE as homenagens prestadas ao Professor Antônio Austregesilo por motivo da sua aposentadoria por ter atingido o limite de idade como docente da Faculdade Nacional de Medicina, sobresaiu a inauguração do seu retrato na Clínica Neurológica daquela -Escola, oportunidade em que foi o ilustre homem de letras e cientista saudado pelo Professor José Martinho da Rocha e pelo Professor Deolindo Couto, que o substituiu naquela cátedra.

O clichê nos mostra o Professor Deolindo Couto quando fazia uso da palavra, vendo-se. à direita, o homenageado, Professor Antônio Austregesilo. p L

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missa di w _0 di <.i; \t i I Grupo feito por ocasião u_. missa ein ação de graças pela passagem de nu.-_ um uin.i ne.. da ni Antônio l'_r.nte Hibeiru, Provedor da Venerada irmandade de Santo Antônio O oficio religioso foi celebrado poi Wceei Pqitalupi, novo Capelão da Irmandade, que se vé à direita do aniversariante, estando à isquerda do homenageado Mons. Felicio Magaldi, vigário da Freguesia de Santo Antônio.

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f IMAGEM DE N. S. DO CARMO — Um grupo de pessoas da nossa melhor sociedade, entre as quais as Snras. D. Izaura Campos, priora da Ordem 3.B do Carmo da Lapa, Madame Souza Costa, Baroneza Smith Vasconcelos e D. Carmen Chaves e dos Srs. Aquilino Lopes e Oscar Mattos, ofereceu ã capela da Escola Normal N. S. do Carmo, das Irmãs Carmelitas de Cataguazes, em Minas Gerais, a imagem cujo clichê publicamos. Obra de alto valor material e artístico, a imagem tem um escapulário de prata dourada com incrustações de Diamantina. As coroas da Virgem e do Menino são, de prata dourada. Foram autores dessa obra de arte o escultor Joaquim de Souza e o pintor Antônio dos Santos, cujas fotografias se vêem nos medalhões.

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calungas de 03 Yantok vêem alegrando as *f Qjt páginas das publicações periódicas brasileiras há quase meio século, e apresentando .em.^___E____________ mÊÊIÈÉÊÈÈ&f pre a mesma nota de graça expontanea e de pitoresco. m\\% Seu traço é in«-«; confundivel, e os tipos por êle creados são expressões da mais viva caricatura porque fixam expontâneamente o lado gro§ê «2 J. ______ tesco da vida, que \ parece ser o mais popular...

Além de creador de bonecos, auto ya vrcrmcATu r/. alguns dos quais se Auto caricatura de Yantok, goua-he que tornaram famosos figurou na sua exposição. em todo o Brasil, como os gozadissimos Kaximbow e Pipoca, d'0 Tico-Tico, Yantok se fez notável, ainda, pela incontável série de inventos complicados, máquinas terribilissimas que durante longo periodo arrancou do seu inesgotável pote de nanquim e jogou, filantrópica e displicentemente, nas páginas de jornais e revistas, indiferente ao materialissimo problemas das patentes de invenção.

O exímio caricaturista, entretanto, que no fundo da sua aparência boêmia é um autêntico artista, reuniu agora uma boa porção dós seus trabalhos e realizou, no Museu Nacional de Belas Artes, uma exposição.

Figuraram nessa mostra de arte, que esteve concorridís-sima, trabalhos a bico de pena, gouaches, óleos e aquarelas, não Impedindo a variedade que predominasse uma nota característica d< uniforme gosto artístico.

O sucesso espontâneo e inequívoco das felizes composições de Yantok. reunidas na sua exposição, alcançou, até, as piateias dos cinemas cariocas, onde era geral a hilariedade à apresentação num dos "jornais" locais de algumas das suas "charges" filmados na mostra de arte a que nos referimo*.

Antigo colaborador das revistas d.sta editora, Max Yantok é um dos primeiros ilustradores que teve o O Tico-Tico, e tem mantido em O Malho permanente contribuição artística.

EM DEZEMBRO ALMANAQUE DO -

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TICO-TICO X

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"DOIS ROMANCES" DA DECADÊNCIA

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Salão de Belas Arteg secção de escultura NA do Salão Oficial, deste ano, será de toda justiça destacar o nome do prof. Zaco Paraná. Artista de sólido preparo técnico, havendo feito, por longo tempo, útil aprendizado ha Europa, Zaco Paraná próssegue na investigação minuciosa de sua especialidade. E' um insatisfeito.

E esta qualidade toma significação, pois o faz sempi*e na pesquisa do melhor, de evidencia mais viva do modelo.

O retrate do prof. Fléxa Ribeiro, que figura no Salão deste ano, e que aqui repioduzimos testemunha, com eloqüência, aqueles dons, e demonstra como Zaco Paran-i enriquece cada vez mais seu esforço, para atingir, pelo modelado fino e sensível, a realidade do modelo.

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de raro brilho a REVESTIU-SE conferência realizada a convite do Liceu Literário Portuguès pelo escritor Josué Montello, nosso apreciado colaborador, sobre o tema "Dois romances da decadencia".

O autor de "Janelas fechadas" e "Histórias da Vida Literária" traçou, com agudeza de observação, um paralelo entre os romances "Bangüê", de José Lins do Rego, e "Os fidalgos da Casa Mourisca" de Júlio Diniz, sendo ouvido com grande interesse pela numerosa assistência que o aplaudiu de maneira entusiástica.

Modelos

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Moda Feminina

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Um figurino Inspirado no estilo dos grandes costureiros parisienses.

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Janete Cardoso Moreira, ciosa filhinha, de Manoel doso Moreira e Carintha reira, que completou mais aniversário no dia 16 do findo.

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\ 24 do n.is passado, Dácia Andréa de Avelar fez dez anos, e, por isso, reuniu muitos amiguinhos e priminhas para festejar esse auspicioso dia. Dácia, que é uma das r.iais aplicadas alunas do conhecido educandário Ginásio Acadêmico, é filha dileta do escritor Romeu de Avelar e da laureada pianista Lourdes de Avelar. A fotografia acima é um aspecto dessa encantadora reunião infantil X

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Maestro Francisco Braga

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Governo Federal acaba de conceder ao venerando maestro Francisco Braga o prêmio de 60 mil cruzeiros, como reconhecimento nacional â criação do Hino à Bandeira, que o eminente mestre musicou sobre letra do imortal Olavo Bilac Nada mais justo, por isso que ninguem mais do que Francisco Braga tem.pugnado, aquém e além fronteiras, pelo torestílio nacional do Brasil Além de enobrecer a nossa música, compondo dezenas de obras diseminadas por todo mundo musical, deve o Brasil ao seu grande filho, entre outras marcantes iniciativas, a organização da Sociedade de Concertos Sinfônicos, belo movimento destinado a implantar a música sinfônica no Brasil A semente, como é do conhecimento geral, medrou, e a Sociedade ainda perdura, como valioso tesouro da nossa vida musical.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA /-\ Departamento Cultural da A B v-/ 1'., dirigido pelo brilhante conírade Celso Kelly, organisou magnífico fe-stival para comemorar o Dia da Imprensa, do qual deveriam participar, segundo noticiário amplamente divulgado, Jennie Tourel, L Warren, C. Kullman. Alice Ribeiro e Silvio Vieira Dos artistas anunciados somente Jennie Tourel e Silvio Vieira se fizeram aplaudir, tendo apenas L. Ware C. Kullman justificado suas faltas «i soprano Alice Ribeiro foi t-xceit-intmente substituído por Heloisa O

MALHO

MUSICA

de. Albuquerque, a qual, colhida quasi de surpresa, foi uma das atrações do concerto, desincumblndo-se de modo altamente elogiável de Mon pays, de Gretchmaninoff e de uma ária da Força do Destino.

Jennie Tourel deslumbrou a seleta assistência, onde se destacavam Violeta Coelho Neto de Freitas e a Sra. Madalena Bergno Moses, com seis números admiravelmente cantados e magistralmente acompanhados por Francisco Mignone, seu precioso colaborador na série de recitais que maravilhou os círculos artistico do Rio e de S. Paulo.

Silvio Vieira impôs-se à admiração do auditório na ária de Iberê e no dueto do 3.° ato de Aida. com a Jovem cantora Maria Helena Martins.

Outras expressões do nosso mundo musical serão apresentadas pelo Departamento Cultural da A. BI., dentre as quais, em Novembro, as cantoras Santura Doria e Luizita Cunha Silveira e a jovem pianista Maria

Maria Teresa Lintz Viana Aparecida Prista, e em Dezembro o soprano Maria Augusta Costa e a pianista Ester Naiberger.

EDUARDO DUTRA E A O. S. B. C OI executado recentemente em l.a ¦ audição, na série de concertos sinfônico dominicais, o Concerto para piano e orquestra, de Eduardo Dutra.

O abalizado musicista brasileiro, cujas obras teem sido aplaudidas no Brasil e no exterior — as sinfônicas conduzidas por francisco Braga, H Spedlni e Martlnez Grau e as ins trumentais por Maria De Falco, Mario Neves, Arnaldo Rebelo e Mario de Azevedo — fixou neste sugestivo trabalhos seus incomuns predicados de artista de fina tempera, enrique— 44 —

cendo sobremodo a nossa literatura musical.

Foi solista o virtuose patrício, sempre ouvido com prazer, pelo cuidadoso esmero de suas interpretações.

Assim aconteceu no Concerto de E. Dutra, como anteriormente acontecera na Temporada de Concertistas Nacionais, onde venceu brilhantemente um programa dedicado ao gênio das Rapsódias.

A orquestra, afora diminutos senões, que não comprometeram a compreensão do trabalho, achava-se sob a regência progressivamente segura do maestro Alberto Lazzoli, que se vem impondo como regente de amplas possibilidades.

Devaneio, do bailado A Felicidade, de Alberto Lazzoli, figurou no mesmo programa, atuando como solista o eminente flautista Moacir Lisserra, que mercê de seu reconhecido virtuosismo, muito valorizou esta edição da composição do seu ilustre colega WILMA GRAÇA GRAÇA, talentosa pianista WILMA que, como Maria Augusta Costa, Jullnha Wagner Cohin e Maria Alcina. é um lídimo valor da nova geração de artistas nacionais, reapareceu em Setembro no Municipai. desincumbindo-se, ante aplausos gerais, de excelente programa, dedicado a diversos estilos e autores.

A inteligente artista patrícia, que os musicofllos aplaudem desde que, há 7 anos, e já sob a excelente escola da prof. Gilda de Carvalho, surgiu pela primeira vez no Municipal, conquistou novo e expressivo triunfo, que se adjudicou ao seu cartel de êxitos, dos quais justiflcadamente se desvanecem os seus pais e a sua dec-icada mestra, assim como deve orgulhar-se o nosso mundo musical, que de seu extraordinário pendor Dutra

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EXPOSIÇÃO HILDA GOLTZ — Flagrante feito no saguão do Falace Hotel, quando da abertura da exposição de paisagens do Sul, ali realizada pela pintora gaúcha Hilda Goltz, que aparece ao lado de alguns quadros expostos.

O interessante Nestor, filhinho do Snr. Nestor de Almeida e de sua esposa senhora Neuza Barbosa de Almeida Nestorzinho, que tem um ano de idade, completado em Junho último c neto do Snr. Henrique Barbosa, funcionário municipal e de D. Laurentina de Azevedo Barbosa.

\aI ILMA STAMATO, a apreciada declamaW dora paulista cujo recital, no "auditorium" da A. B. I., a 13 do mês findo constituiu verdadeira nota de elegância e emoção intelectual para os que ali ocorreram para ouvi-la.

Wilma Stamato, que é irmã da poetisa Yone Stamato, é uma interprete de raras qualidades e recebeu os mais quentes aplausos pela força de expressão que soube dar aos poetas escolhidos para o seu recital. para a divina arte, tantas vezes reafirmado, muitos pode esperar.

A I a parte do programa, preenchida por Bach e Beethoven, deu à platéia a mais lisonjeira impressão sôbre a personalidade artística da encantadora menina e moça. Onde, todavia, mais se acentuou as incontestaveis possibilidades da recitalista foram em um Noturno e em um Scherzo de Chopin, incluído na 2." parte, e que tiveram interpretações maravilhosas.

A assistência, como não podia deixar de suceder, tributou, então, calorosas manifestações à concertista, na qual não sabemos o que mais admirar, se os seus pianissimos, de maravilhosa leveza, se os seus trinados e as suas escalas, verdadeiramente excepcionais numa artista — e que artista ! — de 15 risonhas primaveras.

E com mais alguqjas peças (entre as quais sublinhamos, pela excelente X

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exteriorização que lhes outorgou a pianista, Alborada dei Gracioso e Clair de Lune, de Ravel e Debussy» encerrou-se o magnífico festival, que foi, sem favor um dos mais belos recitais da temporada. Podemos, sem receio de contestação, situá-lo logo depois dos memoráveis recitais da incomparavel Madalena Tagliaferro e de Jennle Tourel, a mais completa cantora camerista de quantas, nos últimos anos, se teem imposto à adm ir ação dos brasileiros.

CICLO DAS SONATAS DE BEETHOVEN alunas do eminente prof. GuiAS lherme Fontainha estão interpretando, na Escola Nacional de Música, as Sonatas para piano de Beethoven.

Comentaremos esta notável iniciativa do prof. Fontainha após a con— 45 —

clusão do Ciclo, cabendo agora adeantar que Léa Batista, Ester Naiberger, Lais Sousa Brasil e Lucí Sales se impuseram à admiração dos assistentes, pelo brilho com que interpretaram, respectivamente as Sonatas op.

111, op- 31 n.° 1, Do Adeus e Patética.

Merecem, por outro lado, os melhores incentivos as meninas Maria Teresa Lintz Viana e Amélia Santos Moreira, que revelaram apreciavel musicalidade.

A transcendental Appassionata, para cuja interpretação cabal o prof.

Fontainha deveria solicitar o concurso de Edite Bulhões ou Maria Antonieta, aplaudidas virtuoses e suas ex-discipulas, foi tocada por tocada por Ester Naiberger, que se saiu regularmente do dificil cometimento, por enquanto muito acima de suas possibilidades.

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"grill-rcom" decorada de luzes ]^ A noite do ^•^ mansas e do briiho das figuras exponenciais da sociedade patrícia, a velha e sugestiva Espanha revive nas suas músicas típicas e nos seus bailados trepidantes de castanholas e de sapateados. O cenário, discreto porém de um bom gosto singelo e atraente, conduz a assistência a um páteo espanhol característico. Uma cisterna à direita e um lampeão à esquerda, criam o clima físico, se assi mse pode dizer, em que se desenrola a "féerie" peninsular.

Há um entusiasmo contido na alma dos espectadores, flama que se alteia vivaz e turbulenta quando Gregório Barrios solta as primeiras notas de "Copia en Ia noche". Os aplausos se sucedem e o tenor espanhol interpreta- "La^" mento espanhol" e "Granada" e atendendo a pedidos insistenentes brinda seus admiradores

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cnm "Toledo" e outras canções espanholas.

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Rapsódia sonora e plástica da alma espanhola, o "show" da "boite do Posto Seis" ainda conta com a arte de eleição de Luís Bomfá, cuja guitarra vale por uma orquestra; com a coreografia d.? Gert Malmgren e Liana Fuentes e com as interpretações de Oswaldo Neves Borba e sua banda. Daí, a satisfação com que o vem recebendo a freqüência daquêle acolhedor "mu-

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juvenil e graciosa bailarina argentina, e dansa um baile típico — que a platéia recebe com agrado.

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UMA OPORTUNIDADE PARA OS ARTISTAS BRASILEIROS

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12.000 CRUZEIROS EM PRÊMIOS o intuito de incentivar a creação artística nacional COM com finalidade industrial e decorativa, a Casa MERCI, em colaboração com O MALHO, institue hoje um Concurso, com valiosos prêmios, para o qual fica aberta inscrição pelo espaço de 90 dias.

O concurso consta da creação de modelos de Cerâmica (estatuetas e bibelots) Escultura (estatuetas e máscaras) e trabalhos em madeira (estatuetas e prensalivros), elevando-se a 12.000 cruzeiros o total dos prêmios oferecidos pela Casa MERCI. São as seguintes as bases a que obedece o certame ora lançado: I Poderão concorrer artistas-brasileiros e estrangeiros domiciliados no país, obrigando-se os concorrentes a ceder os direitos de propriedade artística sobre os modelos apresentados, quando premiados, devidamente registrados na Escola Nacional de Belas Artes, à organizadora do certame.

II de CERÂMICA, Na parte (item 1.°), de Vasos e Potiches deverão ser apresentados desenhos de forma e decoração, no tamanho natural; nos itens 2.° e 3", de Estatuetas e Bibelots, modêlos em gesso acompanhados de desenhos com a decoração.

III Na parte de ESCULTURA, item 1." e 2°, deverão ser os originais apresentados em gesso no tamanho natural, de feição a poderem ser reproduzidos em pedra-sabão; e na parte dos it 1." t 2.'' para reprodução em madeira, deverão ser os modelos apresentados já trabalhados em madeira, no tamanho natural das peças.

MALHO

IV Dentro do prazo de 90 dias da data da publicação serão as peças e desenhos recebidos pelo O MALHO à Rua Senador Dantas n.° 15„ com a declaração de inscrição ao CONCURSO, o que implica na aceitação das condicões estabelecidas.

O julgamento será feito por uma comissão oportunamente cscolhida, composta de um professor da Escola Nacional de BeIas Artes, um membro da A.BI.

e o redator artístico de O MALHO e ILUSTRAÇÃO BRASIRA, que decidirá por maioria de votos, sendo irrecorríveis suas decisões.

VI Fica a Casa MERCI com a liherdade de adquirir ou não os trabalhos que, tendo concorrido ao CONCURSO, não hajam sido premiados, a seu critério.

VII Logo após a publicação do resultado do CONCURSO serão pagos os prêmios conferidos.

CERÂMICA i — Vasos e Potiches (forma e decoração): (desenho) 750,00 CrS 1.° prêmio " " 250,00 2.° 2.°) — Estatuetas (forma e decoração): 1.000,00 1°-prêmio CrS " 500,00 2.° (modelo em gesso e desenho) 3°) — Bibelots (forma e decoração): 300,00 prêmio CrS " " 200,00 2.° (modelo em gesso e desenho)

ESCULTURA (Para reprodução em pedra-sabão) 1.") — Estatuetas (modelo em gesso): 2.000\00 1." prêmio CrS " 1.200,00 2.° 3.° 500,00 \|.. cara modelo em gesso): CrS 1.500,00 1.° prêmio " " 1.000,00 2.° (Para reprodução em madeira) l.°) — FMatuetas (original em jacarandá): 1" prêmio CrS 1.500,00 " 500,00 2."

— Prensa-I.ivros (original em jacarandá): 2») 500,00 1.° prêmio CrS " 300,00 2.° TOTAL DOS PRÊMIOS — CrS 12.000.00 -

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um perfeito entendimento da vida, em extensão c profundidade, nada melhor do que viajar PARA atravez do tempo e do espaço. Para conhecer a humanidade dos nossos dias, as conquistas realisadas. os problemas que tenta resolver, os íntimos anceios de cada povo. o estudo da história da civilisação. a compreensão das velhas filosofias que alicerçaram o mundo atual. o exame do processo de evolução impõem-se como conhecimentos indispensável s. a adquirir no constante manuseio dos livros no recesso dos gabinetes fechados ou na quiétude das bibliotecas. Os privilegiados colheriam en inamentes preciosos, pelo testemunho pessoal, se os fados lhes propiciassem a visita a outros povos, às fonte> tradicionais de todo o progusso realisado, no campo das utilidade- de toda a espécie e nos domínios do pensamento. Para perceber a razão de tudo quanto nos 10deia, enfim, era preciso ler muito e viajar bastante..

O aparecimento do cinema e a rápido e inteligente desenvolvimento registrado no decurse de quatro décadas. por ao alcance de todos o que vinha sendo a pretrogativa de poucos. O filme reproduz as páginas da história focalisande instantes decisivos dos destinos da humanidade. O film»' reproduz fielmente o modo de viver de cada povo, usos e costumes Fá-lo, estreitamente mi--turando o pitoresco ao peder incisivo da síntese, deleitando e instruindo. Cria. dessa maneira, uma con-ciência universal capaz de compreender e julgar homen e fatos, porque atravez das narrativas repontam as razões dov ser e nâo ser. Os compartimentos estangnes reservados à cultura de eruditos são. agora, mas largo, perlustradc por sábios e ignaros, creaturas de todas as idades e de qualquer condição social. Isso é qualquer cousa de enor-

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me e de espantoso. A Revolução Franceza proclamou os direitos do homem mas a consciência desses direitos só a escola outorga, ou melhor outorgava. O cinema, nos nessos dia;, colocou-se ao lado da escola e por ele a massa do povo e cada indivíduo sabe o que pretenderam os antepassados, o que é preciso querer no presente e que mundo devemos legar aos vindouros!

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John Conte acaba de colocar no lindo terceiro dedo da mão esquerda de MerUyn Maxwell, no Brown Derby onde jantavam, um anel de compromisso em que julga um enorme solitário ...

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magnífica "premiére" de MAIS PORTE QUE A VIDA (THE PURPLE HEART), no cine Tívole de Londres, celebrou-se A \ em honra dos condecorados com a medalha "The Purple Heart". O Quartel General dos EE. UU. em Londres compareceu para levar a cabo a sensacional estréia desta superprodução Darryl F. Zanuck. O público que aplaudiu o filme calorosamente, compunha-se de mais de dois mil soldados americanos e ingleses.

Também assistiram a estréia altos oficiais das Nações Unidas. O ponto culminante da função foi o espetáculo que apresentavam os condecorados com a medalha PURPLE HEART, os quais ehegaram acompanhados de suas respectivas enfermeiras.

MAIS FORTE QUE A VIDA é a sensação da temporada cinematográfica em Lon~ym dres não só pelo seu significado grandioso sinão porque serve de vinculo entre os exércitos aliados. A imprensa londrina aclamou o filme e publicou múl"r* JpQ tiplos fotos do mesmo.

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Gary Cooper rodeado por Laraine Day, Signe Ilasso, e Carol Thurston, principais do grande filme de Cecil B. De Mille "Pelos Vales das Sombras". %' Roosevelt

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de Mille ! intermédio de uma cadeia-radiofònica constituída por lp°R143 estações transmissora, 40 milhões de pessôas ouviram CecU B' De Mille íalar a Propósito da «,,« -iret?r - ¦ 5»v£ •spKfli.f ¦. •. cinematográfica. "PELO VALE DAS SOMProdução BRAS ('The Storny of Dr. Wassell") """" Eis o que De Mille disse : "Cumprimento-vos de Washington, Senhoras e Senhores. ontem Para ass'stir à premiere oficial de ..T^rV?ef,U.eJ PELO VALEJ*qul DAS SOMBRAS", filme que me absorveu por fr completo durante quare dois anos. E ontem mesmo senti-me recompensado de todos os esforços, ao vêr a grande quantidade de pessoas gradas que acorrem ao "Constitultion Hall", tando assim uma significativa homenagem à coragem depresEsta é Maria Landa de descendência latina e um modesto médico do interior — que lá estava que há pouco pelo rádio falou para a América e à presente arte de Gary Cooper que viveu na téla a figura dêsse médico, Latina, colaborando no esforço de guerra atraque é o Dr. Corydon M. Wassell. vés da Coordenação dos Negocios Inter-AmeriPara ser franco, direi oue nunca dirigi um filme tão emocanos. cionante e humana como "PELO"VALE DAS SOMBRAS".

A idéia de sua produção nasceu-me ao ouvir pelo rádio o de permanecer afastado da tela dupresidente Roosevelt enaltecer a bravura désse médico que, DEPOIS rante cinco anos, ou seja desde que atuou salvar nove marinheiros feridos, sobreviventes do cruzapara "Marblehead", ao lado de Claudette Colbert em "ZAZA", dor transportou-os de Java à Austrália, numa odisséia de 1.500 milhas, sob constantes ataques do traiçoeiro Herbert Marshall volta agora aos estúdios da inimigo.

Paramount para desempenhar um dos principais Quase não houve necessidade do recurso da fantasia, já papeis de "MEDO QUE DOMINA" (Her Heart que a vida real se encarregou de fornecer tudo o que se torna In Her Throat), drama que tem como protagoindispensável à feitura de um grande filme, romance, drama, Joel McCrea e Gail Russell. gista heroísmo, abnegação, humor, paixão, ciúme, ódio, bondade.

E daí resultou ser "PELO VALE DAS SOMBRAS", um filme FERNANDEZ, notável estréia do clrepleto sob todos os pontos-de-vistas, afirmação esta que posso ESTHER nema mexicano, viajou de sua terra nafazer, sem falsa modéstia, pois o maior mérito do trabalho reside em seu harmonioso conjunto". tal à Hollywood, especialmente para viver o principal papel feminino de "TWO YEARS De Mille promoveu a exibição de "PELO VALE DAS SOMBEFORE THE MAST", espetacular drama que BRAS" na Casa Branca, onde teve oportunidade de oferecer reúne em seu "cast" os nomes de Alan Ladd, ao presidente Roosevelt uma moeda comemorativa de meiodólar, com a figura de "Virgínia Dare", moeda de emissão Erian Donlevy e Wllliam Bendlx. antiquissima e que De Mille sempre se serve para presentear os que o auxiliam a produzir seus filmes.

MARIA, uma das mais bonitas atrizes Ao entregar ao presidente a moeda, o famoso dlretor-pro"— MONA sul-americana, acaba de ser contratada dutor disse sorrindo: Quer V. Excla. goste ou não, agora pela Marca das Estrelas para ser a rival faz parte do meu grupo de auxlliares... Foi V. Excla. quem de Dorothy Lamour em "A MEDAL FOR BENme deu a idéia para a produção de um filme baseado no emoDr. vivido Wassell".

NY". O galã é Arturo do Cordova. cionante episódio pelo MALHO

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\/irginia Belmont, nova estreh da v RKO Radio foi descoberto por um boy-scout no BlissHayden Little Thealres de Hollywood e quatro horcs depois já havia ossinado um contrato e trocado a côr cos cabelos que eram escuros poro louro brilhante...

PARA A GALERIA DOS FANS

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DANA ANDREWS e DON AMECHE saboreiam um pedaço do bolo de aniversário do diretor HENRY HATHA-MAY, no "set" de TJMA ASA E UMA PRECE. Figuras do elenco de "SOMETHING FOR THE BOYS" apreciam um concerto improvisado que lhes oferece JIMMY MCHUGH, autor das músicas do filme. Junto ao piano estão VIVIAN MICHAEL OSHEA.

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Hl^i3vSC!9flC!IC PERRY COMO, nova sensação-cantante da 20th Century-Fox que aparece em "SOMETHING FOR THE BOYS" fez aniversário. Ai vemos soprando as velas do bolo, cercado por Nick Castle, Jimmy McHugh, CARMEN MIRANDA, VIVIAN BLAINE, SHEYLA RYAN, o diretor Lew Seiler e Phil Silvers BAXTER, definitivamente, declarou que não mais fará WARNER filmes. Vai retirar-se da vida ativa no cinema, depois de ter estado nele por quase duas dezenas de anos. Os seus admiradores, porém, vêem protestando e vivem escrevendo cartas ao astro, pedindo-lhe que continue a trabalhar artistas que trabalham por OS filme, em vez de contrato anual, são os que ganham mais em Hollywood. Nessa lista de previlegiados estão: Cary Grant, Ronald Colman, Greta Garbo, Rosalind Russell, Loretta Young e Katherine Hepbum. Cada um deles, ganha pelo menos cem mil dólares por película.

BURNS, aquele cômico roceiBOBro, tem sido tudo nesta vida.

Foi fazendeiro, agente de anuncios, trabalhou em circo, foi marinheiro num navio do rio Mississippi, esteve no teatro de variedades, no cinema, rádio e no palco. Bate até a experiência e variedade de ofícios que Errol Flynn já teve.

FAYE e Phil Harris, que se casaram, no México, decidiram ALICE fazer novo casamento, segundo as leis americanas e isso foi feito, na cidade de Galveston, no Texas, onde Phil estava tocando com a orquestra num hotel. Disseram êips r"?" "sn ter dúvidas quanto a validade querem "do casório.

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VIVIAN BLAÍNE e MICHEL 0'SH£A, que aparecem em "SOMETHING FOR THE BOYS", palestram amistosamente num intervalo de filmagem.

Qual NAMORADOS? nada ! Mas, em Hollywood, quando uma estrela sai a dansar com um galã, todo mundo diz logo que eles andam de namoro. Mas, quando Olivia de Haviland foi à uma luta de box, na companhia de Jimmy Durante, os mexeriqueiros nada disseram. A verdade é que Olivia e Jimmy ficaram bons amigos, quandc Jimmy veio trabalhar~nò mesmo estúdio, o da Warner Bros. Olivia é a pequena mais cortejada de Hollywood, e já teve como namorados a G e o r g e Montgomery, Robert Stack, Jimmy Stewart, Burgess Meredith e até o Franchot Tone que é o maior namorador da cidade...

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antes de embarcar para o POUCO estrangeiro, o sargento John A. Vita, ex-caricaturista dos de nhos animados Terrytoon, anunciou a seus amigos que tão pronto se lhe apresentasse ocasião, pronunciaria um discurso em Roma, do mesmo balção em que Mussolini discursava ao povo romano. Há pouco que as palavras do Vita se converteram em realidade, pois ao chegar a Cidade Eterna, com as tropas americanas, não perdeu tempo em realizar seus sonhos. Apesar de Vita ter discursado em inglês e os romanos nada entenderem, recebeu uma calorosa ovação da parte do público, uma vez que sua imitação ao Duce nada deixava a desejar.

John A. Vita nasceu em Port Chester, é desenhista de profissão e está há três anos e três meses no exército.

Todos os periódicos metropolitanos publicaram o incidente. O repórter Ralph Howard, da emissora NBC que transmite de Roma narrou o incidente em seu programa.

GLORIA DE HAVEN foi há tempos vencedora de um concurso de beleza feminino. Era modelo. Hoje é estrela dc cinema. Vemo-la no seu camarim Nasceu em Los Angeles.

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W in ri Camacho c Manoel Brandão que reana PRC 8 a emissora d' O parecem cg ra"Programa GLOBO, no Manoel Brandão'' dirigido por este conhecido " broaccaster" e do quil aquela é attista exclusiva.

VOLTA

AO CARTAZ

Quem ouve o programa "Um miIhão de Melodias", um dos mais bem feitos no rádio, gorta dele. É fato.

E n'rguem o discute. Examinandose bem percebe-se que o seu agrado geral tem a sua fonte oculta, talvez. na audição de mocinhas bonitas. de Hermed Fontes, Catulo, Ovale, Orestes Barbosa, e tantos outros sereste'ros que ali surgem, através de músicas bonitas, sem palavras de sentido mal!closo. sem g:r'a. ao doce embalo de melodias linc'íss:mas. É a saudade do público, pelo bom tempo em que não era o rádio quem nos dava a noticia da música em voga. Em que a serenata, nas noites de lua, fazia com que os corações românticos, se embriagassem de poesia e de sensibilidade.

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RADIO PARA EDUCAR Temos ma's uma emissora no ar com a fnalidade sonhada d?1os rue a avaliam educativa — a Mauá.

A grande massa trabalhadora do ppís consterne, através de suas ante^ps noMcía do que lhe interessa, conhecendo os seus direitos e deveres.

Dou parabéns ao? oue a crearam, porque não tenho dúvidas em aue este já. de maneira a mais clara, preenchendo a sua nobre missão.

O trabalhador, ao amanhecer, sabe do que vai pelo mundo pela sua estação. Não deixo de informar sêr dos que, nestas- madrugadas de intenso calor, ligam o dial para escutá-la, informando o que interessa a todos os que trabalham, a todos os que, bem cedo se preparam oara a jornada alegre do dia que virá logo depois.

Sou ouvinte assíduo da Mauá.

E tenho a certeza do imenso serviço que está prestando à massa trabalhadora. Dou aqui, ao Ministro Marcondes Filho e ao Sr. Segadas Viana, cujos anceios em favór dos operários conheço de longos anos, os meus parabéns pela emissora dos trabalhadores.

FRANCISCO GALVAO

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Outra figura de elite do rádioteatro paulista foi Nestorio L'ps.

E, um dia, desapareceu. Foi pena, porque deixou lórtes saudades.

Tratava-se de um elemento de valôi nos meios do rádio bandelrante.

BREQUES

LOCUTOR

Xavier de Sousa. A gente anda pelo Meier, pela Lagoa, pela Cinelântíia, e a voz forte do locutor acompanha-nos, no instante que passa, apresentando os seus programas. É um "speacker" dos mais pessoais da cidade, com uma popularidade alarmante.

Santos Garcia ingressou como locutor da PRA-9.

Os .homens de rádio da terra paulista fundaram o "Clube dos Papagaios".

Linda Rodrigues deixou a Tamoio e se foi para a garoa paulista.

Paulo Gracíndo está balançando do galho na Nacional. Há quem assevere que o seu cartaz deixou de brilhar, depo's da animação desa"Hora do Pato". Deigradável da xou o trono dos bons artistas, e o "estrilou". pato

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Brylcreem O mais perfeito fixador do cabelo

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OS NERVOS E AS NOVELAS

Álvaro Moreyra tem continuado a apresentar as mais interessantes crônicas na Cruseiro do Sul, sob o titulo "Era Isto o que eu queria dizer".

Caio César Pinheiro, ingressou no quadro dos redatores telegráficos da Mairink.

Tem se falado muito que importante companhia de navegação pretende adquirir a PRA-9.

A Transmissora, sob a proprievespertino, vai sêr dade do querido chamada de "O Globo".

Rubens Amaral, deixou a Nac;onal e entrou para o naipe de locutores da Mauá.

• Os especialistas de moléstias mentais andam com os consultórios cheios de meninos e meninas doentes pelos desagradáveis efeitos de certas novelas misteriosas.

Não sabemos mesmo, como se consente nas suas irradiações, sabendose, de antemão, dos efeitos desastrosos de suas audições.

São verdadeiras aulas publicadas de incentivo ao crime. Mas, antes, sabem produzir desequilíbrios nervosos aos menos protegidos do cerebro.

Será possível que o rádio se fizesse para semelhante efeito, é o que perguntamos, assustados, aos responsáveis diretos pelos referidos programas?

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Damos aqui um flagrante de Almirante animando, na Nacional, um de seus programas musicais. Trata-se de um dos maiores vultos do rádio brasileiro, dos que tem despresado, até agora, superiormente as métodos baratos de vencer no conceito público.

BOLAS Linda Batista está para regressar da "Rádio El Mundo", de Buenos Aires.

Dorival Caymi deu um giro pelas rádios de São Paulo.

Berlletz Júnior, inegavelmente uma das ma!s expressivas figuras de •broadcaster", vai editar as suas comédias policiais.

Celestino Silveira está apresentando as suas bem feitas crônlcas de rádio e cinema pela antiga Transmissora.

Genolino Amado escreverá um programa cultural para a Rádio Mauá.

Deixou a direção da Rádio Tamoio, o locutor Nlcolau Tuma.

Edgard Lafourcade canta tangos desenxavldos semanalmente, na PRA-9.

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______________ OTILIA Depois de sér uma das figuras mais queridas do teatro nacional, Otilla Amorim, resolveu ingressar no rádio-teatro paulista, onde vem obtendo o maior êxito, sem aquele "carpldeirismo" das suas colegas cariocas.

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"tout le monde et son père", o que, em geral, é contrariado pela sabedoria popular.

Magniu, da Califórnia, lançou vestidos leves e graciosos, feitos de tecido marinho, preto ou verde garrafa, talhados no gênero "sport", guarnecidos com tecido listrado, como, por exemI "chemisier", L .aaaaaW *"* peitilho e laçada pio, a parte de baixo das mangas borboleta rematando a gola.

O "pois" continua na ordem do dia : como adorno, guarnecendo ou formando um "chapéu", luvas e bolsa, num costume também. É sempre branco em fundo verde carregado, marinho escoro ou aberto, preto, vinho, e vermelho lacre para quando o estío começar em definitivo.

Stern Brother, de New York, apresentou, com sucesso, modêlos de vestidos bem lisos, blusa decotada em quadro na parte da afl 8, ata.

I frente, mangas justas. Um pequeno folho na linha horizontal do decote, outro rematando as mangas — único enfeite do elegante traje.

Lãs e sedas quadriculadas em três coloridos servem para ves* tidos de gente moça, constituídos por saia e blusão sem manga», blusa "chemisier", de mangas compridas, como complemento. »A Aafdfe^l Vera Maxwell impôs uma nova "toilette": saia Anne Shirley,' da RKO, com um moderno e curta pelerine verde chapéu de "taffetas" preto e branco, alvas folha forrada de azul celeste, blusão flores de organdí, fita de veludo preto. do mesmo tecido azul, bolsa na forma de saco e sapatos "beige" dourado.

Para um costume vermelho telha, verão anda apressado. outro costureiro idealizou grande Mmmm *"Í»i uma capa verde mate com botões do O Porque a primavera nos tem oferecido dias bastante quentes, embora mesmo "marron" da blusa, sob o ^vr*.»fl à noite a temperatura se adoce, com escasaco, sapatos e bolsa "marron", lupecialidade nos bairros à orla do mar. vas carniça, pulseira e "clip" de ouro inverno, pouca oportunidade Pouco velho e topazios. para usar peles. Já aí temos sol a valer.

Aí estão algumas das últimas e a ausência da chuva ameaça agravar a novidades. crise de água, racionando-a...

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Vamos, porém, vêr que usaremos agora.

Que será? "tailleur" Primeiramente é de rigor o de meio tom, o qual compete com o estampado — indumentária "chie" quando se vive a meia estação, mesmo figurando apenas no calendário...

Os meios tons são compreendidos pelo rosa madeira, azul, orquídea, amarelo esmaecido, verde azulado.

Os crépes estampados de marinho e branco, dc preto e branco, de verde e branco, e os "surahs" de fundo azul meio com estamparia multicôr servem a outro costumes. Ambos podem ser vestidos com accessórios escuros ou claros, pois quando faz soi quente, um par de sapatos brancos, bolsa e luvas tais alegram a silhueta, importando ainda na sensação de menos calor.

Na maior parte os modelos de New "tailleur" mais York apresentam casaco durante o investimos curto que o que verno, muita vez até curtíssimo. Contudo, ao folhear as páginas de um dos melhores magazines daquele pais, apreciei alguns costumes de casaco longo. Donde se conclúi que existe o propósito de agradar X

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l... mi Bari, "star" da Century Fox em "Tampico", apresenta um belo vestido preto de caráter "toilette" — 57

Flores de porcelana decoram o vestido e as orelhas de Signe Hasso, artista da Metro Goldwyn Mayer.

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Fundo branco, estamparia preta, accessórios pretos, inclusive o chapéu de palha.

Criação para Ann Sheridan.

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Um dos mais bede modelos los seda estampada, lançado pelo "New York Dress Institute".

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Outro belo condo "New junto York Dress Institule" — Saia marinho, casaco branco e marinho, chapéu e luvas brancas, sapatos e b o Is a marinho.

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Simples, marcante de elegância e originalidade o traje "sport" que Leah Khodes, da Warner Bros, desenhou para Faye Emtrson, a apreciaremos qual em breve numa nova produção : "Air Force".

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ESTRELAS DO CINEMA Pássaros brancos são bordados na blusa marinho escuro, a qual completa uma saia branca com pássaros marinho — indumentária que Elaine Kiley, da KKÜ, aconselha à carioca para vestir na presente estação.

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l m lindo vestidinho para a estadão estival, este de Chervl Walker.

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"For evening at home" — a roupa de Ann Miller, sstrêla da Colum" bia em H e y , Rookie !"

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Calças claras, blusa preta guarneeida com renda branca — "S 1 a c k s" de Irene Manning.

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Calças... "Slacks", segundo os americanos, e é o que está na moda pronunciar. Aqui figuram várias composições da vestimenta que tanto agrada a mulher moderna.

Principia por uma onde as calças são escuras e a blusa estampada, no corpo bonito de Ann Sheridan.

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SEGREDOS DE BELEZA DE HOLLYWOOD •

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(Por MAX FACTOR Jr. — famoso conselheiro de beleza das estrelas do cinema).

oprimir os encantos doavel.

Um "make-up" em geral, a mulheres aí mesmo o reflexo grante.

naturais, é coisa impervivo, forte, é indicado, muito morenas, contudo delicado deve sêr fia-

GREER GARSON Esta arti.ta, Maureen O' Sullivan, Rosalind Ru.iscll e Gimny Simns podem usar, sem constrangimento, de acordo com o tipo mar"*"^ flfl WLsmf cante que apresentam, um "make-up"' mais acentuado. Todavia elas restringem tal apliVk Vj ^f? aV ^B» ^f,-^ flflj BH' .te flL.-.-aia# cação ao mínimo. mtQéívF' Não se vá depreender disso que as mulheres de aspecto forte de vitalidade, de colorido natural acentuado, devam dispensar fl»V-. / "maque-up". qualquer ajuda de "maque-up" 0 surge, então, de fôrma sut 1. o seu desempenho tão delicado que não cprima de maneira alguma qualquer daqueles sintomas de exuberância natural. Assim praticado, vai pôr em maior destaque os traços marcantes, o quente colorido da pele, a-, V rica e expressiva tonalidade dos cabelos.

Francês Gijjord, "player" <la Metro sm "Cryhovoè". Uma 0 uso do "rouge" anda pelo mesmo jeito, dispenlinda maça, habü an retocar a beleza natural, ulilizando-se sando-o algumas mulheres enquadradas no caso em tk um adequado "maktyup". apreço.

Uma criatura de cabelos negros e lindos, pele clara CONTROLE DE COLORIDOS e delicada, também se servirá de suave "'make-up", indicado a rigor para lhe dar realce à natural aparência, As mulheres cujo colorido de pele e de cabelos é justo a favorecer mais o brilho da cabeleira, mais acenmais forte que a media, não se devem arriscar av'maketuando o contraste entre ela e os traços delicadíssimos. up" por demais expressivo, o qual não auxilia a boa aparência.

NAO APAGUE A PRÓPRIA BELEZA Neste caso o "make-up" é apenas uma delicada aplicação, um intuito de remate à beleza.

Vestidos de colorido brilhante também podem diminuir a natural beleza da pele e dos cabelos, o que não significa que as mulheres se vistam sempre de pardo ou PORQUE VOCÊ USA MAKE-UP de preto.

0 principal objetivo do 'Tnake-up" não é, em defiAs cores e o "make-up" devem ser escolhidos com nitivo. destruir a natural significação dos cabelos e da inteligência, aplicados com inteligência, e, umas e outrás colaborando no realce da beleza feminina. pele. Usá-lo pois, sem a devida inteligência, e esconder. aj*

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APARELHOS PARA JANTAR. CHA E CAFÉ. FAQUEIROS. CRISTAIS PORCELA «AS. PRATARIAS. BRONZES E OBJETOS DE ARTE

NOVIDADES PARA PRESENTES!

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Tecido quadriculado preto e branco enfeita este traje verde limão.

Blusa branca, vestido marinho, bolso, cinto e cava guarnecidas com pospontos brancos.

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V Blusa branca, "slacks" e suspensórios de fianela cinza azulado.

Harris, de Dallas Texas, ideou este feitio de costume para a estação estivai.

Gracioso modelo para "shantun-r" de colorido criado por alegre, Saks New York.

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Vestidinho estampado, grande chapéu de palha. Para gente moça.

Saia e blusa — Desenho de Marcy Lee, St. Louis.

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Marinho e branco composição gracioso, originaria de Philadelphia.

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Lord & Taylor são autores deste modelo de vestido azul médio, cinto de verniz preto (Norte América).

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Confortável e gracioso arranjo para sala de estar, onde se jogam vários tons de verde : do azulado ao esmeralda, verde forte nas folhas das plantas que guarnecem o um ambiente. O sofá é forado de azul-verde, ao fundo"aplibiombo verde claríssimo com pintura modernista, quês" ao centro; à esquerda figura uma poltrona listrada "abatverde esmeralda e branco. Madeira escura, um jour" branco, outros objetos dc adorno muito elegantes, reduzidos, porém, ao indispensável que é uma das novas características em matéria de decorar a casa.

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Mesa e bancos pintados, na parte de cima, de verde "chartreuse", pés verde escuríssimo- Para "h a 11" ou varanda.

(Idealiação de Blanche Smiley — New York).

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A MORTE DE MANOEL ANTÔNIO DE ALMEIDA

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homem de letras carioca, autor de tantas páginas inolvidáveis, como as que se lêem Oimpertérrito nas "Memórias de um sargento de milícias", escritas em plena adolescência, pereceu no naufrágio do "Hermes", ocorrido a 28 de novembro de 1861, ao largo Macaé.

Manuel antevia o seu fim trágico. Êle confiou a seu amigo, o Comendador Bethencourt da Silva, no dia de seu embarque, os seus presentimentos : "E' a primeira vez que embarco, mas... parece-me que será a última ! A meu despeito... sinto que aiguma coisa de atroz me tira o ânimo e me desperta desordenadas e incoherentes idéias. Se sou infeliz, não sei.. .persegue-me, porém, um poder oculto, uma força estranha, que desfolha sempre as rosas mais gentis de minha vida..."

Francisco Octaviano, redator do "Mercantil", notide 1861, o naufrágio ciando, na edição de 5 de dezembro em que pereceu o autor das "Memórias de um sargento de milícias", comentou : "Na lista dos náufragos que escaparam do desastre, não encontramos o nome de um, nosso irmão de letras, o Dr. Manuel Antônio de Almeida, que tambem se achava como passageiro no vapor. Esse digno fluminense, estimado geralmente nesta Corte, parece que foi uma das vitimas do fatal sucesso do dia.

Dotado de um talento extraordinário, Almeida adivinhava com alguns momentos de atenção tudo o que não estudara; e escrevia sobre assuntos examinados de relance como se de longo espaço os tivesse aprofundado.

Apesar de sua imaginação ardente, tinha um estilo rápido e conciso, de sorte que os seus artigos eram admiráveis pela sobrldade da frase, abundância da idéia e beleza da forma.

Se a agitação de sua vida não o houvesse desviado da imprensa, Almeida podia ter sido o mais ilustre de nossos jornalistas. Mas esse infeliz mancebo, arcando com a pobreza e tendo de prover à subsistência e futuro de suas irmãs, viu-se obrigado a deixar a carreira de sua predileção, que poucos lucros oferece, roubando entretanto o melhor do tempo, o socego do espírito e até mesmo as amisades irritadiças.

Ha um anno que elle vivia como que em desespero, e já desanimava dos homens e de si próprio. A viagem que emprehendera era ainda um esforço contra o mau destino; foi o último, parece que elle pode dizer como Alferl: — Finalmente descanço".

A mágua profunda que assaltou o coração de João Carlos de Souza Ferreira, logo que conheceu do desaparecimento de Manuei Antônio de Almeida, fê-lo gemer palavras comoventes : "...não, não posso acreditar! quero vêr o corpo imóvel, a face pálida, os olhos fechados, o coração parado. Não se pode morrer assim, meu Deus !

Aquela alma bôa e generosa não podia partir-se deste mundo sem despedir-se dos que tanto o amavam; aquela inteligência não podia apagar-se sem um lampejo grande, que deslumbrasse; aquele irmão, tão cheio de estremos, não abandonou, na estrada da vida, duas fracas peregrinas que se apoiavam em seu braço !"

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Direção de Chô-Chô REGULAMENTO Cada número de O MALHO constitue um torneio.

Para concorrer aos nossos concursos os leitores de O MALHO de\erão remeter-nos as soluções dos problemas em laudas de papcl escritas de um lado .só e1 acompanhadas do cupão de inscriçãn devidamente preenchido.

DICIONÁRIOS ADOTADOS — Simões da Fonseca (ed. antiga), Peq. Dic. de H. Lima e G. Barroso Í3.a edição) e Breviário do Charadista, de Sylvio Alves.

PRAZO — As soluções serão aceitas até 45 dias após a publicaçâo da Revista.

COLABORAÇÃO — Aceitamos charadas novíssimas, casais, sincopadas, em versos, logogrifo em prosa e verso, enigmas pitoresnos e palavras cruzadas.

CORRESPONDÊNCIA — Toda a correspondência referente a esta secção deverá ser endereçada a: JOGOS E PASSATEMPOS — Redação de O MALHO — Rua Senader Dantas, 15 — 5.° andar — Rio de Janeiro.

CANTINHOS

Charadas Novíssimas — 1 a 2 2-1 Para debelar uma crise de estupor não se deve angustiar o paciente.

Leopos — Rio 2-2 Quantas vezes uma grande paixão faz ae um erudito um parvo, um disparatado !

Lucy Gray — Icaraí 1-1 O maior porco de minha fazenda foi o que morreu Flora Lúcia — Rio 1-2 A tristeza causada por paixão é pior que uma injuria.

A. Silva — Rio MALHO

Casais

5 a 7

2 - A noticia que trago é bem original.

Lucy Gray — Icaraí 2 - No dorso de um animal pude subir a ladeira.

A. Silva — Rio - Nesta fileira de pessoas existe um calouro.

Flora Lúcia — Rio Charadas Sincopadas — 8 a 10 - No índice encontrei uma repetição. 2.

Navlig — Rio 3 - Na beira do mar foi que aprendi a versejar. 2.

A. Silva — Rio 3 - É muito esperto esse trovador ! 2.

Lucy Gray — Icaraí CHARADAS Sortearemos três prêmips constituidos por obras literárias entre os decifradorcs da totalidade, mais de 50% e menos da metade.

Charadas Novíssimas — 11 a 15 2-3 Além de vagabundo, é dissipador.

Lord — Goiânia 3-1 É um sistema errado, e causa até lastima, lançar a luta quem não é experimentado.

Fone — Vitória 2-1 Ao levante existe um largo intervalo que vai até a serra no Estado do Ceará.

Afranio — Barreiras

2-2 Compartilhe da norma da casa e entre no comentário.

Paraná — Rio 2-1 O médico de bordo não observa o sofrimento daquele extranho passageiro.

Mariah — Rio Charadas Casais — 16 a 19 - Muitas vezes, por mais luxuosa que seja, uma libre pesa, aovhomem que a veste, como se fosse uma enorme carga.

Lucy Gray — Icaraí 3-

A morte é o limite da vida.

Lord — Goiânia

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O infeliz é traido pela mise-

ria.

Miss Tila — Rio

3 - O homem ficou abatido depois que comeu os miúdos da galinhaLeopos — Rio ENIGMA

PITORESCO

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Charadas Sincopadas — 21 a 25 3 - Quem cometeu o erro, ordena a corrigenda. 2.

Paraná — Rio

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NÉOS Torneio organizado com problemas de fácil solução, baseados no Peq. Dic. de H. Lima e G. Barroso e Breviário do Charadista, com três prêmios para sorteio entre os decifradores.

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Charadas

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Você está maluco, idiota. 2.

Lord — Goiânia 3 - Silencioso e trêmulo êle arriscou a última ficha. 2.

Navlig — Rio O guarda civil prendeu a fei3 ticeira na ocasião oportuna. 2.

Sinhô — Rio 3 - Peço permissão para entrar nesse torneio. 2.

PALAVRAS

ENIGMA N. 2 — RIVA DE MIR

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Dois prêmios para sorteio entre os solucionistas dos dois enigmas e um para sorteio entre os decifradores de um só enigma.

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HORIZONTAIS : 2 — Montanha fabulosa. 4 — Indígenas do Norte.

6 — Variedade de cipó. 7 — Qualidades. 8 — Pretexto.

VERTICAIS : 2 — Bem-aventurança. 2 — Planta da família das verbenáceas. 3 — Título dos soberanos do antigo Egito. 4 — Bom gosto. 5 — Suas.

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INSCRIÇÕES \~7 -, i \

Registramos com satisfação as — seguintes: MAUTRA Mme. AMARAL — JOTOLEDO — ACO — MISS TILA — LUCY GRAY — PARANÁ — RONEGA — CIRO PINALIS — BAEL — LEOPOS — FONE — MALICE — NAVLIG — IMARA — LORD — JOSÉ GABRIEL FERREIRA — TONIO — RIVA DE MIR e ROSEMARY.

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HORIZONTAIS : 1 — Interj. Basta ! 3 — Caminhar. 4 — Cavalo pequeno, mas robusto. — 8 Compartimento onde estão os touros antes de sairem para a praça. 9 — Deusa 10 — Antiga cidade da Colchida sobre o Phaso. 11 — A carne do porco da parte inferior do espinhaço. 13 — Atar com corda.

VERTICAIS : 1 — Mitra do pontífice. 2 — Peixe espinhoso dos mares da Índia. 4 — Complicação.

5 — Grande rio da Rússia. 6 — Gesto, postura. 7 — Peça de latão com que os encadernadores douram os lfvros. 8 — Medida ant. para liquidos e sólidos no Egito e na Judéa. 12-—" Pátria de Abrahão.

COLABORAÇÃO Agradecemos os bons trabalhos que nos foram gentilmente enviados por : LUCY GRAY — ACO — NAVLIG — LORD — RIVA DE MIR e PARANÁ.

TORNEIO

DE

OUTUBRO RATAS

Na charada n.° 9 o primeiro conceito é DIABO e o segundo PESQUÍSA. Na charada n-° 16 o conceito CIDADE DA ESPANHA.

Pseudônimo Residência

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Concertam-se fechaduras, abrem-se cofres.

RUA DA CARIOCA N.° 1 (Café da Ordem) CARIOCA, 75 — TEL. 22-7565 RUA 1.° DE MARÇO N.° 41 (Esquina de Rosário) PRAÇA OLAVO BILAC, 16 (Frente ao Mercado das Flores) AV. PRESIDENTE VARGAS, 716 (Atendemos a domicilio) — Telefone 43-5206 —

DESPERTE fl B.LIS DO SEU FÍGADO E Saltara da Cama Disposto para !ud« Seu fígado deve produzir dianamencs um litro de bilis. Se a bilis não corre livremente. os alimentos não são digeridoi e apodrecem. Os gases incham o estornago. Sobrevém a prisão de ventre. Vocí sente-se abatido e como que envenenado.

Tudo é amargo e a vida é um martírio.

Uma simples evacuação não tocará a causa. Neste caso. as Pílulas Cartcr são extraordinariamente eficazes. Fazem correr esse litro de bi1 is e você sente-se disposto para tudo. São suaves c, contudo, especi lmente indicadas para fazer a bilis correr livremente. Peça as Pílulas Carter.

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Na charada n.° 2 a l.a parcia! é ALI. Fica anulada a charada n.° 8.

CfPAO DE INSCRIÇÃO

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/"» mcULOU em edição de ^ aniversário, considerávelmente aumentada, e apresentando um suplemento literário, a revista "Brasilidade", que tem como diretor o jornalista Rodrigues Sobrinho e é secretariada pelo ncsso colaborador Osorio Nunes.

"Brasilidade" completa agora seu oitavo ano de publicação, c tem sido um órgão inteiramente dedicado a assuntos de interèsse da coletividade, visando sempre servir ao Brasil.

Usados a principio como símbolos, muitos destes inocentes berloques passaram afinal a ser considerados como garantia contra a adversidade. Mas a verdadeira proteção contra os golpes do destino não pode ser confiada a amuletos. A felicidade de sua família merece, de sua parte, uma providência que a ponha a salvo de qualquer surpresa. O Sr. pode protegê-la, de um modo positivo, fazendo um seguro de vida, que garantirá a educação de seus filhos e libertará sua esposa de sérias preocupações econômicas. E o seguro pode mesmo garantir-lhe uma tranqüila aposentadoria, dentro de alguns anos.

A colaboração deste número especial, que corresponde aos meses de Agosto e Setembro, é selecionada e devidida toda ela a nomes de destaque nos nossos meies intelectuais, merecendo especial referência o "Suplemento Literário" que teve ccrr.o organizador o nosso confrade Nestor de Holanda.

Consulte um agente da Sul América. Sem nenhum compromisso de sua parte, êle poderá orientá-lo, mostrando qual o tipo de seguro que mais lhe convém.

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nosso leitor José Ciciha(. oue vo p óximo dia apletará mais um aniversário.

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