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Sua história foi publicada por Carburi, e dela extraímos breve resumo.

Etienne Maurice Falconet, francês, filho de pais paupérrimos, nascido em uma água furtada, no ano de 1716, foi notável discípulo de Lemoine.

E, com a escultura do "Milon de Crotona", foi admitido na Academia Francesa.

Ousado e extravagante, ao mesmo tempo que genial artista, despertou a atenção da Grande Catarina da Rússia, que o chamou a São Petersburgo, para encarrega - lo de fazer uma estátua eqüestre de Pedro, o Grande.

Concebeu Falconet o grande imperador de todas as Rússias galgando, a cavalo, uma rocha escarpada.

E resolveu talhar a obra em um só bloco de rocha, com 14 metrôs de comprimento por sete de altura, e nove de largura,, pesando, depois de esculpida, um milhão e meio de quilos. Ê. portanto, a maior massa transportada pelo homem em um só bloco. • Marino Carburi, de Cefalonia, transportou - a, através dos gelos, na distancia de vinte verstas ( 22 quilômetros ), fazendo - a rolar sobre esferas de bronze, até chegar à beira - mar, onde suspensa entre duas fragatas, foi levada para São Petersburgo.

O transporte custou soma superior a 70.000' rublos, que, naquela época, valiam mais de 1.300 contos em nossa moeda atual.

E, por tal feito, Falconet foi agraciado com altos títulos, conferidos pela imperatriz.

Num deles, se qualificava Etienne Maurice Falconet — altamente nascido".

E o artista confirmava, ale-

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homens ou palados sé- nos as

Do mundot a América ; da a do Sul ; da América do Sul, do Bra»ü, São Pwão ; de São Andradas ; dos Andradas, eu

José Bonifácio

Os valentes me acompanhem !

Duque de Caxias O poder é o poder.

G. da Silveira Martins CABELLOS

Moços, confiai desconfiando sempre!

BRANCOS

Vejam como morre um general tnasileiro !

General GURJÀO • • Covardes!

General Pinheiro Machado

Floriano Peixoto Deus,

QUÉDA OOS '

Pátria,

e Família.

Liberdade

Dinheiro haja !

Barão do Rio Branco

Afonso Pena

CABELLOS

Assino a cai ta de alforria do derradeiro encravo no Brasil.

JUVENTUDE

América, o Brasil ; Pa\ão, -os !

Paz e Amor!

Nilo Peçanha

Marechal Deodoro

ALEXANDRE

Que Deus faça feliz o meu Brasil '

Parcimônia nos gastos ...

Wenceslau Braz

D. Pedro II Rumo ao mar !

O meu/lugar é aqui !

Almirante Alexandrino de Alencar

Rodrigues Alves Aveniuras Aventuras

enprancadas? engraçadas?

Não esqueçam a lei do elemento ser vil!

Négo !

Visconde do Rio Branco Coisas

do

arco

da lia velha?

Até a morte tem sua lógica.

Filhos, trabalhem sen\pre pela grandeza da Pátria !

Tobias Barreto

leia: Itia:

D. Pedro de Orleans

Quero ler ...

Olavo Bilac

"No Io

João Pessoa

Mundo dos

Ê preciso republicanizar a República.

Bichos"

Meus caros filhos, sempre à Pátria !

procurem

servir

Visconde de Ouro Preto

Joaquim Murtinho

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NÓS

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NOITE

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Êrma de estrela, lúgubre e calada A. noite que carrego — sombra imensa . . .

Festixn de Baltazar ! tua sentença Nela, em-letras de fogo, está gravada.

Deusa do mal, sinistra, ajoelhada Ante um altar de treva, basta e densa, No qual, hedionda e vil, se vê suspensa Da traição a imagem mascarada.

Noite tal, meu espirito tortura Como se fôra o dobre da agonia Dos sorrisos, do sonho, da ventura . . .

H Mas, ao vir da manhã flanante e loura — Hino doce de paz e de harmonia — Um etéreo clarão a alma me doura.

LEONCIO CORREIA

SORRINDO

S^oema 4 Gozando o amor de sua bem amada perdeu a oportunidade de ser asceta.

A felicidade é efêmera, mas haverá algum sentido dentro do nada ?

Sendo palhaço não pôde ser santo.

A alegria é inútil, mas haverá algum sentido na dôr ?

Os pássaros prisioneiros na gaiola, não serão alvejados pelo caçador.

A vida é vazia, mas haverá algum sentido na morte ?

EDY MARIA DUTRA DA COSTA

NES3UN

MAGGIOR

PEITORAL EM 24 HORAl. ANGICO DEI TRCÍI DE DEFLUXOI E IUAI MAHIFEITAÇOE).

PELOTEMSE EXCELENTE

T0NIC0

DOS'PULMÕES.

DOLORE 0

Nenhuma dôr maior existe, na verdade, Que a de um só coração, néste mundo, sem par, A querer seu igual e sua outra metade, A todo instante vendo uns corações com lar.

Eu não sei já dizer qual será essa dôr . . .

Será ela de inveja ou melhor de ciúme, Queixa ou desolação, desespêro ou furor, Ou bem será talvez de irritante azedume ?

Eu vos digo, porém, qife ela dói muito mais, Bastante muito mais do que uma outra qualquer.

Mais que a dôr de nascer, de viver ou morrer : E por que é vegetar em lamentos fatais, A mulher, procurando, arfante, que se quer, No sonho a possuir, mas em corpo não ter.

JOSÉ LUÍS RIBEIRO SAMÍCO

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DE AZEVEDO

SUMÁRIO: — Júlio Diniz, Uma família inglesa. — Madeleine Gex Le Verrier, Ruge a revolta na França. — Oliveira e Silva, Sagitário. — Paginas ardentes, de Santiago Ferreira Toledo. ¦— Amadeu de Queiroz, Sabina. — João Dornas Filho, A influência social do Negro Brasileiro. — Stefan Zweig, A marcha do tempo. — Leopold Schwarzschild, O mundo em transe. — Augusto da Costa, O solar desabitado. — Balzac, A mulher de trinta anos. — Oswald de Andrade, Marco Zero. — Os melhores contos rústicos de Portugal, de diversos autores. — Milton Silverman, Mágica em garrafas.

de vida interior. Em tradução cuidadosa para 0 português, de Maria da Saudade Cortesão, recebemos o livro da escritora francesa Madeleine Gex Le Ver"Dois rier. Ruge a revolta na França. (Edição Mundos". Rio de Janeiro, 1943). E' uma obra do momento, descrevendo os dias da França, cruéis e amargos, depoiá da sua derrota na guerra estúpida, provocada pelo Eixo execrado, que empapa de sangue as terras do'mundo. Jornalista e escritora, observadora fiel dos acontecimentos, ela nos dá páginas vivas, e aqui e ali emocionantes. Mas a vitória será ao final da França, que trabalha e reage, até ao triunfo definitivo dos Aliados. Um livro de poesias de Oliveira fc Silva, Sagitário (Impr. Borsoi, Rio de Janeiro, 1943). Poeta cheio de emoções, manejador corréto do verso e da rima. Sagitário não desmerece da obra do autor. Há mesmo uma acentuada melhoria em muitos poemas, um amadurecimento nas idéias. A fome de espaço nos obriga a não tratarmos dêste livro como êle bem merece. Ao acaso, reproduzimos a última estrofe de Maior Súplica: .

Entre os escritores de Portugal da outra geração, Júlio Diniz pode-se dizer que marcou uma época. Era um romântico, de estilo simples e encantador, a fórma atraente. A par disso, um observador penetrante e agudo. Um psicólogo. A sua obra não desaparecerá, e terá sempre leitores de bom gosto. Agora mesmo relemos Uma família inglesa, da sua autoria (Edi"Dois Mundos". Rio de Janeiro, 1943). Leitura ções da nossa mocidade, recordamos com agrado as personagens e os acontecimentos. E' um belo romance

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MALHO

A hora da extrema despedida, Talvez meus olhos se encham de lágrimas De desespero diante da vida A fugir, de ternura ou desejo opressor.

Fazei —• Senhor! — Que me cerrem, devagarinho, as pálpebras, Enxugando-as, com o seu encanto protetor, As mãos do meu amôr!

Páginas ardentes, de Santiago Ferreira Toledo (Ceará, 1943) não correspondem a espectativa. Maus versos, rimas banáis. Pensamentos duma vulgaridade de inspirar pena. Adeante. Amadeu de Queiroz dános Sabina (üdit. (Juaira Ltda., Curitiba, 1943). E' uma novela curta, que aparece na Coleção Caderno Azul). Lê-se com prazer. O estilo é correntio. Recordações. Há humor em algumas páginas. A Influència Social do Negro Brasileiro é um pequeno livro de João Dornas Jrnno (£,dit. Uuaira Ltda., Curitiba, 194J). E' também um dos números da "Coleção Cademo Azul" da mesma editora. E' um ensaio bem leito, demonstrando as boas pesquisas que o autor realizou sôbre o assunto. Percorreu as zonas centro e oéste de Minas Gerais, e coiheu os apontamentos que desenvolveu com critério. Há versos e solfas bem tipicos. O pequeno volume fecha com um vocabulário quimbundo.

Um dos grandes livros do ano foi de certo A marcha do tempo, de Stefan Zweig (Eõt. Guanabara , Rio de Janeiro, 1943). Escritor dos maiores e dos melhores, Stefan Zweig — que a fatalidade nos roubou — legou ao mundo uma obra cónsiderável e sólida, que nãe n^is desaparecerá. Esta obra deve ser lida e meditada, e a tradução é quanto possível fiel ao original, feita por Bruno Zander e Hugo Fortes. Acresce que a apresentação do volume é bastante elegante, como de resto são as edições dessa editora. Há aqui estudos fortes onde mais uma vez se revela o gênio do malogrado escritor. São trabalhos curtos, mas onde há o talento, a cultura, a observação, a conclusão sábia sôbre homens e cousas.

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Os capítulos sobre Lord Byron, Mareei Proust, Freud, 1" Tolstoi, são notáveis. Não esqueceremos as páginas frementes, bem viv<}S, entre outras, sobre Bruges, Argel, a catedral de Chartres, e aquele impressio"Agradecimento ao Brasil". Outro canante e sentido "O desenvolvipítulo inesquecível, é aquele sobre Uma obra europeu". mento histórico do pensamento um com atenção Lemos enfim para se lêr e meditar.

— transe. em mundo O livro que está fazendo época de Versalhes a Pead Harbor. de Leopold Schwarzsrhild (Edit. Pongetti, Rio de Janeiro. 1943). Este livro nos oferece uma fiel narrativa, aliás bem dramática. sobre a querra atual, e os golpes de traição deoradante do Eixo. A tradução é de Marques Rebelo. Abrange a éooca da auerra da Alemanha contra o mundo, de 1918 a 1939. E' a política militarista e exoansionista da Alemanha, que continuou e que — enfim! — parece que morrerá definitivamente em 1944. Esta é a terceira auerra qu»» a nação selvagem fa-* no oeríodo de 1014 a 1944. O autor era bem familiarizado com a Alemanha, que deixou em 1933.

Anaustn Ha Costa é hoje um dos maiores romancistas de Portugal. Envia-nos o seu último e belo romance. O solar desabitado (Edit. Parceria A. M. Pereira. Lisboa. 1943). Êle é o autor dos d'As Inocente-* e este seu romance é verdadeiramente saboroso. O n'ie se nota nesse autor é que está fazendo u^a obra homooênea.. O paio doido. As inocentes. O solar desabitado estão, afinal, presos uns aos outros. Tratase. principalmente, dum arande romancista. o>-e sabe observar e ane tem um estilo prónrio. sem afetações.

E é de verdade um romancista. Não temos esoaco — muito curto — se não, contaríamos ao leitor a armacão desta novela, e as belezas oue há nesta obra.

Leiam o romance. Balzac, A mulher de trinta anos 'Edit. Ponoetti. Rio de Taneiro. 1943. é um <Vs melhores e mais lidos livros do genial francas. ^onqetti f"7 Kr>m em reeditá-lo. numa tradução de Maronec Rebello. oara as oeracões novas. O romance de Baly*c continua a ser emnolqante para velho* «* m^s.

OswalH de Andrade dá-nos Marre 7,ero (Edit. L"\ José OlimDio. Rio d» Taneiro. 1943). obra indicada interamerVa- . para renresen^r o Brasil no concurso "A revolução m»l*nno _ 1943. Traz o sub-título, eólica"... Volume trabalhado com v^nar e cuidados. esta obra honra a coleção do autor. Há m'"'ra observacão. arara e ironia. O estilo nervoso de OswaM Andrade». Faz pensar e sorrir. Aqui está um arando livro. Os melhores contos rústicos de Pnrtuoal. com um bom prefácio de Torqe de T.ima (Edições P"is Mundos. Coleção Tlássicos e Contemporâneos. Rio de Taneiro. 1Q431.. De nuem 'são os contos e seleoonado*? De Raul Rrandão. Ramalho Ortiaão P»*dro •""O. Teixeira de Queiroz Trindade Coelho. D. Toão Ha Tamara. Antero He Fiqueiredo. Brito Camacho e Tose Loureiro Botas. Nada mais se pr<*r<\sa acrescentar.

P.' muito interessante ê<=te livro de M''ton Silverman.

Máaica t>m garrafas. O título não foi M"" e não diz. afinal, o ane é a obra. De que trata? F a his*ória dos arandes medicamento*. A tradução * de Monteiro Lobato (Como. Edit. Nacional. São Paulo, 1043). TTm livro curioso é êste do escritor americano. E' uma série de histórias das descobertas de medicamentos, algumas que resolveram problemas da própria vida, e que concorrem para o seu prolongamento. Livro risonho e verdadeiro, e do bom ensino.

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O BRASIL COLABORA NA DEFESA DA CIVILIZAÇÃO

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os céus de países distantes já estão desenvolvendo atividade intrépida, ao iado das esquadrilhas aladas das nações de que somos aliados, os SOBheróicos brasileiros que, ao se iniciar este ano, daqui partiram, em revoada magnífica, para o combate às forças do mal, que o nazismo cúpido ousou desencadear sobre o mundo.

Os bravos aviadores patrícios, que constituíram o primeiro contingente de tropas do Brasil participantes da peleja em que se empenham os outros países democráticos teem, assim, a ventura e o orgulho de ser os precursores das levas homéricas do nosso glorioso Exército, que, dentre em breve, também seguirão rumo ao campo das batalhas.

Tomamos, portanto, desde agora, parte direta nesta guerra tormentosa, que há quatro anos flagela a humanidade.

Alvos de rudes agressões, que não provocámos, o dever indeclinável que a honra e a dignidade da Pátria nos impunham foi, de pronto, cumprido.

Declarou-nos em estado de beligerancia contra os que, covarde ,e traiçoeiros, nos atacaram, precisamente nos momentos em que nos encontrávamos desprevenidos e até confiantes.

Mas, a torpeza da traição há de ser vingada ! Já o está sendo. Sê-lo-á, completamente.

Demos, de inicio, aos nossos aliados, que são todos os que se batem pela preservação dos sagrados principios da Liberdade e da Justiça, vale dizer, de respeito irrestrito aos direitos do homem e da comunhão social, toda a nossa colaboração material, traduzida no suprimento de gêneros destinados às tropas, e de produtos estratégicos de espécies várias, extraídos do nosso solo. A seguir passamos a contribuir, eficazmente, para a vigilância e defesa dos mares do Atlântico, estabelecendo, com os Estados Unidos, o patrulhamento que se fez necessário, bem como a caça e o extermínio dos corsários submarinos nazistas que, solertes e pusilânimes, atacavam os vasos mercantes nossos e das outras nações americanas.

Agora, é chegado o momento da nossa colaboração direta, humana e militar.

Pela primeira vez, — disse o Presidente Getulio Vargas, na memorável oração com que agradeceu a homenagem que lhe prestaram as classes armadas, no último dia do próximo ano que se findou, — «oldados brasileiros pisam o solo de outros continentes, para tomar parte em operações de guerra. Ao lado •los heróicos combatentes das Nações Unidas, noutros climas e terras diferentes, compartilharemos dos riscos da luta. Os nossos homens de armaá, — soldados, marinheiros e aviadores — que tão expressivas manifestações de coragem já deram, irão pôr a prova o seu preparo, as suas resistências e valor combativo.

E' um novo período que se abre na História c'o Brasil. Contingentes de todos os Estados, irmanados para as agruras da luta formarão o Corpo Expedicionário, verdadeira imagem da unidade dc sentimmtos e de ação do Brasil.

Com estas palavras, serenas e firmes, o Chefe do GovSrno adverte aos nossos adversários de que a Nação está, realmente, mobilizada e dá aos nossos aliados a certeza de que estamos prontos para a jornada decisiva, em busca da Vitória.

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A notícia, há alguns dias divulgada nos jornais, despertou, como era natural, os comentários mais vivos e as aprovações mais calorosas. A atitude do prefeito Henrique Dod.sworth tem duas correntes de explicações: primeiro, o panorama da guerra; segundo, a necessidade de emprego das verbas do erário municipal em obras de maior urgência e de carater duradouro, a exemplo da remodelação da capital da República e da melhoria dos subúrbios cariocas.

O baile de gala do Municipal é, inegavelmente, no Carnaval brasileiro, aquilo que, há vinte anos atraz no vocabulário pitoresco dos cronistas elegantes, se "nota chamava a chic". Essa festa reúne, nos salões do nosso melhor teatro, os nomes mais ilustres da vida mundana do Rio de Janeiro, dando às fantasias carnavalescas a oportunidade da exibição do luxo e do bom gosto da família carioca. Êsse lado estético aliase à apoteose de alegria que é, em última análise, o Carnaval do Brasil. O baile de gala é, assim, o ponto mais alto nos festejos de Momo no Rio de Janeiro.

CADETES BRASILEIROS NOS EE. UU. _ A gravura nos mostra o cadete brasileiro Verese Horta (São Paulo), trabalhoudo na asa de um P-28, sob a supervisão do sargento Earl A. Hermau, cliefe do grupo de instrutores da Escola de Aeronáutica de Lincoln. O sargento Allen Luedtkc, (IVisconsin), entrega ao ca<\%te Horta algumas ferramentas necessárias ao seu serviço. (Foto da Inter-Americana).

No momento em que se aproximam êsses festejos, tem o Brasil, deante de si, o panorama da guerra, fisse panorama não nos encontra na atitude cômoda de simples espectadores. Entramos decisivamente na luta e já o sangue de nossos patrícios está assinalando, nos diversos fronts, a marcha do nosso povo no combate dos homens livres em pról da liberdade.

A hora que vivemos não é uma hora de alegrias, propícias a júbilos coletivos: é um instante de reflexão e de trabalho, no qual cada um de nós tem o dever de encarar o perigo com desassombro e enfrentá-lo com Dessa todas as energias. forma, não é de acreditar-se que cada um de nós em hora tão trágica, deixe de re conhecer o elevado alcance do gesto do prefeito Henrique Dodsworth ao decidir que no presente ano não se verificará no Carnaval o tradicional baile de gala, que era um admirável espetáculo de alegria coletiva.

A abolição do préstito carnavalesco conseé uma natural daquela quência mesma atitude. Apagam-se. do panorama de Momo. êsses BRASlLh! KAS A A /A GL,.'l7 HRRA — Aqui vemos os rostos alegres destas duas 1)1 dois aspectos. Mas o Rio irmãs brasileiras, que prestam serviço na aviação. Fiseram uma viagem muito longa, de Janeiro, que luta pela lipara chegarem a Inglaterra, mas agora, alem da satisjaçâit do dever cumpridot encontram semherdade do mundo, aplaude, pre joviais reuniões, onde passam momentos tle amável convívio. Os latino americanos são na conciência de cada cidaagora, para os ingleses, atração do dia. dão, o ato do Prefeito.

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Os marinheiros de submarinos devem estar bem especiaUsados antes de tomar parte da tripulação efetiva. Na Escola Americana de submarinos de New London no Estado do Connecticut, eles recebem treinamento rigoroso e só depois de serem submetidos a vários tests é que são admitidos ao trabalho efetivo — Não há lugar em submarinos para quem sofre reações ou padeça de nervosismo num submarino, onde a vida da tripulação inteira depende, às vezes, de uma só pessoa, durante um momento critico.

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ESCAPANDO — Os praticantes trabalham com Momsen no tanque de 100 pés na Escola. Guiados amarrada a uma grande bóia de cortiça eles teem de minutos respirando naturalmente para reduzir

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todos os homens que, em tempo de guerra, lutam no enfrente tanto perigo como não há nenhum DE omar, tem de trabalhar que nos submarinos. Seu trabalho é que feito sem alarde. Com freqüência suas façanhas são realizadas sem publicidade até depois da guerra, e isso apenas para gloria dos oue sobreviveram à dura luta. Acontece que alguns submralnos não voltam à sua base ou, após algum tempo são consfderados perdidos. O trabalho em submarinos é bastante perigoso e difícil, mas nunca há falta de pessoal que voluntáriamente se dedique a essa tarefa disposto a desempenhá-la nos sete mares. _____________

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REDAÇÃO DOMAI .Ifí) — por Max Yantok [VE r\\Y\

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Edifício da "Maternidade Tereza Ramos", inaugurado em Dezembro último,

tem conquistado, dia a dia, no decorrer dos anos, lugar de relevo entre os admnistradores estaduais, e a população do grande Estado sulino reconhece e proclama a elevada visão administrativa do condutor dos negócios daquela unidade da Federação, louvando-lhe os métodos de governo e as diretrizes de administrador.

Em todos os setores da atividade administrativa se tem feito sentir a ação desse governo trabalhador e organizador, e seria exhaustivo enumerar os grandes serviços já prestados ao Estado, nesses oito anos de

na cidade de Lages.

ação.

SA NTA CATARINA ATRAVÉS DA AD MINISTRAÇÃO NEREU RAMOS Vale a pena, entretanto, conhecer perto — já que não é possivel a totalidade — alguns asWÊaW abarcar pectos notáveis, entre tantos, da cbra até aqui feita e acabada, e é o que estamos procurando divulgar, nesta nota, onde evidentemente se náo poderá dizer tudo o que seria justo ressaltar.

Um dos setores administrativos mais característicos da administração Nereu Ramos é, sem dúvida, a da Assistência Social e Hospitalar.

São vários os Centros de Saúde, os Hospitais, maternidades etc, crea'-^^aalt^^^amaai dos no Estado, destacando-se a Co^^aammmm^^^^^^^^ ^j^^P lônia Santa Tereza, para Leprosos, o Hoí.pital Nereu Ramos, o Preventório para filhos sadios de hanseem estadual nianos, a Colônia de Pácopatas, a Io governo ¦jajs|

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das mais destacadas, por vários títulos, a obra realizada pelo InEy administrativa que vem sendo Catarina.

Santa em Ramos, terventor Nereu caracterizado tem se sua 1935, gestão Iniciada em realização de serena silenciosa, pela operosidade pela um programa traçado sem alarde, mas com a exatidão matemática dos grandes empreendimentos destinados a permanecer.

Acompanhando o ritmo de progresso geral, de desenvolvimento cultural e valorização do elemento huma no que \em sendo a diretriz marcante da política tracada pelo Estado Nacional, o Sr. Nereu Ramos, como delegado da confiança do Presidente Getulio Vargas.

Laboratório de fabricação de vacina anti-rábica, inaugurado em Lages em Dezembro passado.

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Desfile dos escolares de Concordia, em homenagem ao Interventor Nereu importantes melhoramentos.

Maternidade Tereza Ramos, o Posto de Puericultura, em Crisciuma, e outros, que evidenciam como o Interventor catarinense se integrou pienamente, na orientação de assistência social preconizada pelo Presidente Vargas.

Outro aspecto que tem merecido o carinho desvelado da administração estadual é o da instrução pública, sóbre que o Sr. Nereu Ramos, em relatório expende ainda recente, idéias elevadas e lúcidas.

Prestando integral assistência à infância escolar, cuidando da nacionalização do ensino, fator de alta relevancia num Estado altamente povoado por elementos oriundos de levas de imigração, o govêrno de Santa Catarina tem trabalhado com patriotismo e sabedoria, desenvolvendo a mais energica fiscalização.

A Assistência a Menores mereceu legislação especial, de que resultou a creação do Instituto respectivo, e já que fizemos referência à Assistência judiciária, vale ressaltar a reorganização que foi dada ao serviço penitenciário do Estado, com a creação da nova penitenciária, nos moldes da congênere paulista, num conjunto

avaliado em 3 e meio milhões de cruzeiros.

O vulto da assistência médicosocial, em Santa Catarina, aliás, pôde ser computado pelo confronto de algumas verbas.

Com efeito, em 1936 o total geral de despesas do Estado com a valorização do elemento humano através da assistência médico-social era de 589.000 cruzeiros, e já em 1941 subiu para 4.431.000 cruzeiros.

Algumas das realizações do govêrno d0 Sr. Nereu Ramos, espalhadas por

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todo o Estado de SantaCatarina, estão acabando de ser inauguradas, pois é bem de vêr que um plano desse porte não pôde ter a concretização rápida e fácil com que sói ser delineado no papel.

Damos, aliás, nestas páginas, alguns aspectos documentativos da feição dinâmica dessa administração modelar e sóbria, que vem fazendo, alardear, aquilo de que tanto necessitava Santa Catarina.

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Aspecto da inauguração do "Grupo Escolar Deodoro", em Concordia, a 5 de Dezembro findo.

vanguarda do Corpo Expedicionário Brasileiro já partiu para o teatro das operações.

Constitue-se o 1.° Grupo de Aviação de Caça que partiu da Capital Federal nos primeiros dias dêste mês. sob o comando do major Nero de Moura. O embarque dêsse prim e i r o contingente A

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aéreo teve enorme concorrência, não somente de altas autoridades da Aeronáutica, entre as quais o próprio ministro, de colzgas de armas, de parentes e amigos, mas também de povo, que foi levar aos bravos aviadores patrícios seus votos de bòa caça e ótimas chances sob os céus da Europa.

A reportagem fotogrática destas páginas diz bem o que foi êsse momento de vibração.

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A'ão são apenas certas intelectuais cariocas que apreciam um bom charuto. Esta vendedora de hortaliças, de Sergipe, também gosta, como vêem...

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Mas este retrato é um horror! o senhor encheu-me ^——•——_________________.._____________•________________¦¦¦__•______•_¦>>¦ de rugas! _ Lembro-lhe, minha senhora fu~ FaPai' «ue «.«' *^er celibatário ? um sou pintor que turbta »V.quí a alguns anos é que a senhora vai ver _ Quer dizer «homem Mix„ Mas não álg}a fato a ^^ . ._ se está parecido ou não. .¦ ^^^^^ 1 I — 1 9 4 4 25 MALHO O

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i verdadeira característica do Carnaval de nossos antepassados quando ainda o Rio de Janeiro nio tomava ares de cidade foi o entrado, c esse carioca realmente só se separou dele depois da creação do Código de Posturas de 1830, o qual mandava que os rondas da policia apreendessem as laranjas ou limões de cheiro, inutilisando-os. A verdade porém se diga muito peior que as cabacinhas coloridas — especie de indústira domestica a que se dedicavam muitas familias, dois ou tres meses antes das festas de Momo a "stocks" formiprepararem daveis náo só para uso próprio como para comércio — eram as tinas, os barris que se escondiam por detraz das portas, à espera do incauto transeunte que se aventurasse a pôr o nariz fora de casa : pegavamno à força, davam-lhe um banho em regra, e nâo satisfeito» ainda pulverisavam-no de polvilho ou farinha de trigo, tudo isto em meio de estrondosas chulas e gargalhadas!

Quando nào tinham esse recurso lançavam mão dos baldes, dos regadores e até dos moringues de barro, e como elemento complementar dc divertimento lã vinha o vermelhào da China ou o pó de sapato que deitavam sobre a cabeça do desgraçado, o qual além de correr o risco de uma pneumonia, de uma tuberculose, quasi sempre perdia todas as roupas externas ata cadas de manchas terriveis das quaes nem o Diabo as livraria! Ora, diante do expôsto é de crer que os limões de O

MALHO

DE ODTDOS

Sant'Ana durante o tempo era aqui esteve o Sr. D. João VI. Como se vê só tardiamente voltou-se a usar mascaras durante o periodo de Carnaval mas já agora sob um certo controle da autoridade mantedora da ordem. Tanto bastou todavia que se incrementasse o uso das fantasias para que tambem se multiplicassem os bailes. Assim é que surge os do Tivoli na praça da Aclamaçáo como os do teatro S. Francisco e os do Salão da Floresta (local onde é hoje a esplanada do Castelo) bailes famosos que se repetiam todas as quatro noites dedicadas aos festejos de Momo. Enquanto isto nas ruas começam a aparecer as primeiras carruagens com familias fantasiadas, "muitos mascaras avulsos montandos cavalos pezados", a cidade vê pela primeira vez a passeiata do Congresso das Sumidade*, e da União Veneziana, as primeiras sociedades que põem prestitos na rua. A tal ponto conta Américo Fluminense se desenvolveu o gosto pelo Carnaval, que animado pela vitoria do Congresso das Somidades os rapazes da União Veneziana em 1858, se metem a apresentar ao publico o mais de deslumbrante prestito todos os tempos : o prestito era uma invocação ao Passado, e representado por mascaras que encarnavam as figuras de Felipe I de Castela, o duque de Buille, o duque de Montmereucy, o conde de Charnay, o marquez de Salures, o conde dos Arcos, o cavalheiro Ruy Lopes de Villa Lobo, afora outros personagens e capitães da guarda de Maria Antonieta, em meio as quaes aparecia um rol infindavel de marquezas, condes, barões, espadachins, pagens, criados, em sintese todo um amálgama heterogêneo, em que, muito embora se confundisse em seus mínimos detalhes toda ordem cronológica da historia — misturando-se cenas da Idade Média com páginas vividas no século XIX verdade é que impressionavam, e diz-se que a população não regateou palmas e flors aos heróis daquela noite memorável!... Ao contrario, isto foi como um estimulo porque logo depois surgiam os Zuavós, a Sociedade Euterpe e o celebre Zé Pereira que :onsoantr certos cronistas deve ter nascido entre 1860 a 1861. Com

cheiro, cheios de água de aifazema ou de essência de benjoin, cravo ou canela misturados com água potável fossem até brinquedos inocentes!...

Mas a Regência não queria e como o povo carioca, neste tocante sempre foi rebelde, dá-se que, não poucos foram os distúrbios provocados pelos carnavalescos e pela policia.

Só em 1856 o chfe de policia, Dr. Alexandre Joaquim de Siqueira, conseguiu acabar em definitivo com o entrado.

-_,y .x -^' Acontece porem que a esse tempo já os adeptos de Rei Momo se haviam adaptado ao uso da fantasia, que segundo Américo Fluminense tinha aparecido pela primeira vez num baile de carnaval em 1847, realisado no celebre Hotel de Itália. Antes desta época não se conheciam mascarados senão como elementos próprios ás ciladas, aos criminosos, posto que não só Duroclerc tinha sido vitima deles em 1710, numa noite, na casa que o governo lhe dera por residência na rua da Quitanda esquina da dos Escrivães, como tambem de mascaras era o bando que em 1720 desceu dentro das sombras da noite em Morro Velho, para atacar ô famigerado ouvidor de Minas, Martinho Vieira, em sua própria moradia, grupo a que dizem não foi alheio o mestre de campo Paschoal Guimarães.

Por conta disto é que foram os disfarces prohibidos e só excepcionalmente usados nas celebres corridas de touros realisadas no campo de

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referencia a este ultimo diz Vieira Fazenda que o seu creador foi o sapateiro José Nobrega de Azevedo. Parece que n'uma segunda-feira de carnaval lançou-se na rua a 7abumbar num enorme bombo ensurdecedor, e que a coisa teve tal exito que jogo daí por diante como se multiplicaram por algumas dezenas os bombos e as caixas atroadoras, as mesmas que ainda em 1905 eu vi atravessar a cidade do Rio de Janeiro empunhadas por reforçados luzitanos, metidos em calças brancas, de camisas de meia e gorros à cabeça, entusiasmado a malhar impiedosamente os couros cilíndricos e esticados de seus instrumentos. Nio raro havia Zé Pereira com quarenta ou cincoenta bombos manejados quasi sempre por individuos que na vida particular eram cocheiros, carregadores, etc. A esse tempo o Carnaval diferia muitíssimo do de 1860, pois inúmeros eram já os mascaras avulsos e os cordões aumentavam de ano Esses eram compôsp-ra ano. "velho", tos do do rei do diabo e dos "caboclos" — indíos que iam na frente do cordão abrindo caminho com seus arcos, suas setas e «té lagartos vivos que eles carregavam nos braços, debaixo de silvos de apitos que traziam presos á boca, e em meio de dansas simuladas a que se viam obrigados toda a vez que dois cordões se defrontavam. A's vezes essas dansas acabavam em tremendos conflitos — quando eram sociedades rivais — e ai então

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6 que entrava a policia Oaquele tempo para dissolver o barulho a poder de chanfalho, aliás o único argumento capaz de pôr termo ao dissídio! Mas voltemos ao passado. Com a aparição dos -Princezes" — que Mello Morais filho diz ser o divertimento dos rapazes que se juntavam à porta da tipografia de Paula Brito, na praça Tiradentes, tais como Machado de Assis, Laurindo Rabello, Teixeira e Souza e outros — é que surge o "Chichard" considerado então como o verdadeiro mascara de espirito pela mocidade estudiosa do tempo. Por essa época 6 que o Carnaval toma verdadeiro incremento. Improvisam-se clubes por todos os cantos. Surgem os "Estudants, o "Club de Heidelberg", X" e o "Internacional" Logo no ano seguinte aparecem os "Estudantes de Salamanca" os Acadêmicos de Koenizberg" os Parasitas de Casaca", as "Sabichonas", a "Fragata "Corveta Fraca", a TerrtveF e por fim os "Fenianos", Entrementes enquanto submergiam uns, vinham à tona outros, e assim foi que tendo se desorganisado o "Congresso das Sumidades" em 1863 (Américo Fluminense diz que dez anos depois pretenderam restaura-lo com o titulo de "Novas Sumidades!"

E os Zuavos que passaram a constituir os " Tenentes do Diabo", surgem os "Democraticos", formado aliás de elementos dissidentes daquela e de outras sociedades camavalescas. Conta-se que o esplendor do Carnaval deste tempo é alguma cousa que excede a visáo dos nossos dias.

Nào só os mascaras se revezam e se multiplicara, dos mais grotescos aos mais graves — do "Bebê Chorão" à "Morte" ou dos "Macacos" "aos Diabinhos", dos "Morcegos" aos "Príncipes", "Ursos" aos "Palhaços", dos "Pierrots" dos aos "Arlequins" — mas tambem de uso que então se está fazendo das bisnagas cheias de perfume ou mesmo de enormes revólveres de borracha que molham tanto quanto os velhos limões de cheiro que não se retiraram ainda em definitivo das pugnas de Momo! velho mestre das "Antigualhas ' diz que -té D. Pedro II em Petropolis nâo deixou I

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Curiosa charge da época — D. Pedro II sendo alvejado pe. ama irreverente bisnaga. solta naqueles três dias e tal como na imprensa onde o lápis de Ângelo Agostini, Bordallo Pinheiro se compraziam em meter a ridículo o Imperador, os Ministros, o Clero e a propria Política, também, os carnavalescos não perdoavam nem gregos nem troianos! Ao romper o ano de 1S78 — conta Américo Fluminense, numa das suas mais belas crônicas sobre o Carnaval, as sociedades mais endinheiradas tinham morrido e só estavam no campo os "Fenianos", os "Democráticos" e os "Tenentes do Diabo", Mas Deus Momo anda sanhúdo como um Ferrabraz, póde-se dizer, como se transmudára no proprio Marte. A esse tempo as três grandes sociedades vivem em tremenda rivalidade, 4'al o celebre conflito travado entre dois daqueles clubs quando os prestitos inimigos cruzavam um pelo outro entre a Rua Buenos Aires e Ourives. O cacete cantou grosso, e ao fim no campo da luía não só restavam feridos muitos dos componentes dos aguerridos clubs, como gente do povo que tinha ido à rua para

de experimentar as influencias do entrado. Ainda assim o grande monarca não se deu por achado. Antes riu a bom rir da pilhéria que lhe pregaram algumas veranistas da bela cidade serrana, embora tivesse que voltar para sua residência de verão, molhado como um pinto em dias de aguaceiro!... Ficaram famosos por esse tempo não só os bailes como os cortejos, os na rua prestitos que punham "Club X" as sociedades ; o houve um ano em que mandou vir camelos da Europa para com ura poder se exibir à prestito de figuras vestidas Outros clubs moda oriental.

"Carbonários", os como os "Pingas", os "Filantes", os "Cinicos", as "Femmes-Pa "Badanas", o risienses, os "Regresso de Rocambole", os "Vagarelas do Diabo", dos "Velhos Esponjas" conjun"Fenianos, tamente com os "Democráticos" e "Tenentes", além da suntuosidade com que se apresentavam, tendiam já para os carros de critica e essa não poupava nem a figura do Imperador.

A sátira esfusiante andava

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se divertir... Disto parece resultou um certo arrefecimento pelas passeiatas das sociedades. Mas a verdade é que as seringas c as bisnagas logo voltaram a ter parte saliente nos folguedos : até o limão de cheiro chegot' » fazer a sua "rentrée" nas pugnas de Momo! Tem-se que depois de atingir os pinaculos da gloria Momo baroarisavase; estava agora já voltado para a toada rude dos cantos africanos, para a melopéia dos caxambús e do fandango e assim é que chegaria até a fazer dos cordões, do aglomerado de gente suando, exalando máu cheiro, fétida, empenhada não só em dar expansão aos cantigos bárbaros e seivagens como em disputar à vitória das suas cores, dos estandartes de seus clubs, através o uso da navalha, da faca, do bacamarte...

Mas já então, como diz um belo cronista do tempo, máu grado, os berros, os urros ou a insipidez de um Carnaval qut queria reviver os cabindas e botucudos, o lança-per (continua no Um do número) O

MALHO

uando Jul.au leu as noticias no periódico cidade exultou. Até que emfim o extremo seria dado. Isso nào pogolpe Wda dia endireitar de outra maneira. Moço forte e cheio de idealismo, Juliào era um revoltado contra a situação política do Paiz.

Aprendera a blasfemar contra os homens e cousas do seu Brasil atravez a leitura constante das gazetas que vinham do sul cheias de remoques e ataques ao governo. Intelligentc e estudioso, cedo se apercebera o guapo moço da triste verdade que era a política nacional e por isso náo vacilava minuto em descancar de rijo os homens que eram responsáveis por esse estado de cousas.

Um capricho do destino fizera com que o pae de Julião fosse um sustentaculo do governo, como major da força publica de seu Estado, posto com que lhe aviam galardoado os vinte anos de bons serviços.

O velho soldado, no fundo talve,- desse razão ao filho, quando no recesso do lar despejava objurgatorias repetidas contra os poderes públicos, mas severamente o reprimia, exigindo-lhe prudência e respeito á lei.

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TRINCHEÍR/ De tempera antiga nào comprehendia o venerando ancião que alguém ousasse levantar a voz contra o governo legal, muito embora esse se desmandasse em abusos e prepotencias de toda classe. — Governo é governo, costumava rematar cofiando o bigode espesso e caracteristicamente marcial.

A's vezes, na mesa a discussão se azedava um pouco. O moço.era eloqüente e logiconas suas investidas. O velho frio. mas sentencioso e profundamente categórico. As duas irmãs baixayani os olhos, receios da ira paterna, lastimando intimamente a teimosia do irmão e indiferentes ao desgracioso assunto. A mãe é que náo despregava os olhos do filho, tomada de cannhosa admiração. As suas palavras quentes produziamlhe agradável bem estar.

Rejubilava-se diante da eloqüência do rapaz. Tinha ganas de aplaudi lo.mas calava ante o olhar cheio de recriminação do marido.

Julião fremia de contentamento. A revolução estava lavrando intensa Mais dias. menos dias os rebeldes haviam de atravessar o sertão do seu Estado, troçando dos soldados do governo, que segundo »• versão corrente quando nào eram desbaratados com eles confraternisavam.

Mas essa alegria se toldava por instantes ao lembrar a sua promessa solene de unir-se aos revoltosos no primeiro ensejo.

Ia abandonar sua màe, suas irmàs, seu velho, pae! Nào se atreveria a lhes falar. Tentariam dissuadil-o de tal aventura. E o pae talvez morresse de ira! O melhor seria fugir.

E aasim o fez numa madrugada bonita, mal começavam os gaios da visinhança a clarinar' nos poleiros.

Dois dias depois de penesa caminhada encontrou as hostes revolucionárias. Foi uma ilegria infinita! Alistou-se voluntário numa das colunas. Ecaptando a confiança e sympathia dos officiais, foi pouco e pouco conhecendo tedos os que chefiavam o grande exercito rebellado.

Ansiava por entrar num combate. Queria mestrar aos seus companheiros, aos seus admirados chefes, que nào era apenas um theorico.

O exercito acampara nas yiynhanças duma grande fazenda. Havia necessidade de viveres e os rebeldes pretendiam lançar a contribuição de guerra para novas previsões. Conhecedor do Jerreno, Julião logo começou a prestar serviços de valia aos seus commandantes. Foi encarregado de uma sortida até à villa próxima, afim de conhecer das íuas disposições para com o exercito em marcha.

E numa tarde raiada de sol, quando deitado de bruços, sobre um joazeiro em flor, lembrava o lar socegado, a cometa soou o toque de reunir. De impeto atou a cartucheira e correu i barraca do Estado Maior.

O governo mandara um contigente de policia guarnecer a vila eos revolucionários iriam ataca lo incontinente.

Meia hora depois, um troço numeroso seguiu rumo á villa. Juliào ia na vanguarda, impando de alegria. Quanto não daria para que a sua familia o visse agora marchando em busca dos soldados pagos do governo.

Uma decepção, porem, o aguardava A luta foi rapidíssima. Apenas uma dúzia de tiros. Os policiais, se bem que melhor entrincheirados, ao presentirem a aproximação do terrível inimigo, debandaram loucamente, numa retirada covarde, deixando a vila entregue ao seu destino.

A rapidez do combate o entristeceu um pouco. Lamentou que o official não tivesse ordenado a perseguição dos fugitivos.

A fuga dos soldados do governo repercutiu dolorosamente em todo o Estado. Os boatos fervilhavam. A guerra estava accesa. Dentro em pouco os rebeldes marchariam sobre a capital.

E ahi da sua população entregue á sanha daquelles malfeitores, ávidos de aangue e roubo! Os revolucionários nada mais eram que bandoleiros comuns, vivendo do saque e da rapina !

E as noticias disparatadas se multiplicavam.

O governo transido de medo determinou que toda milícia seguisse para o campo de luta.

Era preciso que dentro d alguns dias nem um rebelde infestasse o território do Estado. "batalhões Em todas as cidades se organisavam patrióticos".

A capital pacata se transformara numa praça dc guerra.

O regimento estadual se dividira em duas grandes colunas. Para o comando de uma fora indicado o major, pae de Julião. Soldado enérgico e experimentado, o governo confiava na sua acção decisiva em prol da legalidade em perigo.

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• Quando o general revolucionário acabou de expor o seu plano recebeu uma tempestade de applausos. Nas tropas havia uma predisposição animadora.

O grande encontro ia ser travado na manhã seguinte. Vencida aquella refrega os rebeldes penetrariam nas demais cidades, embora nào pretendessem oecupar a capital.

E mal as trevas da noite feia se foram dissipando a grande coluna se aprestou para o embate. Uma chuva miúda irrigava a terra. Ás nove horas os primeiros tiros espoucavam. Outros tantos se repetiam e dentro em pouco o' tiroteio era incessante. Á neblina impertinente juntavarse agora uma saraivada de balas. O morticínio devia ser horrível, pois as tropas se degladiavam no campo raso, apostemado de charcos. Os soldados do governo investiam animados. E os rebedes superiores em tática, tentavam destroça-los duramente. A fumaça escurecia ainda mais o céo plúmbeo. Julião, sem se aperceber, tocado de enthusiasmo, avançava como um louco. Uma rajada de balas sibilava sobre a sua cabeça. Quando deu de si era tarde Estava a descoberto das tropas inimigas.

Sentia-se em seu alvo predilecto. Recuar seria peior. Uma bala certeira raspou-lhe o braço Irrancando-lhe as divisas de sargento c deixando em troca um galão de sangue. Considerou-se perdido, muto embora sentisse que o mimigo recuava. Avistando um cadáver a poucos passos deitou-se de ímpeto e arrastou-se até aicança-lo, nelle se abrigando do tiroteio adverso.

E puchand:o para si fez do corpo inanimado uma trincheira que naquela emergência era simplesmente magnífica. De lã sustentou f go contra os soldados do governo. Aquelle cadáver inimigo fora um achado!

O fogo diminuíra. Evidentemente o inimige debandava. Jí era tempo. Ju!í;o estava exhausto e sem munição. Quando um grupo de rebeldes chegou, gabando-lhe o sangue frio, mas censurando-lhe a imprudência, em exclamações pela victoria,'elle, offegante e enlameado apontou a trincheira.

Um dos companheiros deu com o pé no cadaver. Julião cahfu de joelhos em terra. Era o corpo de seu pae.

CAPURANGA 11 — 19 4 4

que ioi ontem que este nosso PARECE lápis começou a riscar o papel, rabiscando caricaturas numa revista que. em 1908 jã estava dominando em todas as campanhas em que se metera. O Malho começou a impôr-se desde süa fundação pelo saudoso Luiz Bartholomeu. o verdadeiro propulsor, da arte da caricatura no Brasil.

Já naquele tempo estava constituído *p°r um grupo de pintamonos, alguns já experimentados, outros abrindo caminho a golpes de audácia. Quando, em 26 de Outubro de 1908 entrei a fazer parte desse pessoal, cstavam agrupados na redação d'0 Malho, à rua do Ouvidor. 164, o Ramos Lobão.

Alfredo Storni, Luiz Loureiro. Leonidas Freire, Ariosto Duncan. Augusto Rocha.

Vasco Lima e Seth. Naquele tempo as reproduções eram feitas em pedra litográfica, sendo o serviço de cromista entregue ao Vasco Lima. ao Seth e a mim. para o trabalho cacete de sombrear a crayon litográfico os desenhos para O Malho e para O Tico-Tico.

Alguns desses companheiros desertaram da vida, deixando-nos saudosas recordações, como o Lobão, miniaturista da caricatura, mioprssimo e assanhado na arte fotográfica: Augusto Rocha, o zoologista dO Tico-Tico, caçador impenitente e violoncelista, além de funcionário do Correio. Do grupo desertaram o Loureiro, o Ariosto. desenhista de sarrafos, e o Leonidas. sempre sonhando com as neblinas de Londres, acabou indo a essa cidade. Imagine-se o Leonidas, tão friorento. ir passar frio em Londres, mergulhado naquela cerração de sopa de feijão, a sentir saudades do nosso calorzinho!

"Cabuhy Pitanga", cujo espíO nosso "Caixa d'0 Marito irônico esfusiava na lho". nos divertia com suas observações originais e com seus espíritos que davam idéia do estrondo de uma bomba arrasaquarteirão.

Trabalhava-se numa saleta com mesas de desenho enfileiradas, onde só ficavam o Loureiro, o Leonidas e o Ariosto, porquanto o resto do pessoal trabalhava em casa, entre outros o Storni, o qual talvez desenhasse, em baixo da cama, porque não escolhia lugar. Vasco Lima, o Seth e eu realizávamos nossa tarefa na oficina, entre .pedras litográficas. tintas, estopas e o barulho das máquinas de impressão, sob a vigilância do alsaciano Rammspacher, que nunca soubemos se tinha cabelo ou não. pois nunca tirou o boné da cabeça.

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banho, o que muito me envaideceu. Idéias loucas invadiram-me, algumas das minhas produções foram parar no cesto, mas outras mereceram a honra de um vale. Sob a aparência austera c pouco comunicativa, Luiz Bartholomeu sabia ser generoso. Um dia recusava perentoriamente um trabalho, para no dia seguinte aceitar outro, do mesmo gênero.

Certo dia. apertado, pedi-lhe um vale e êle. com toda a gravidade, apontou-me um homem que com êle conversava: — Está aqui êle —. disse — O Sr. Joaquim Valle.

Quando, desconcertado, eu ia retirarme, Bartholomeu chama o Araújo e ordena: — "Seu" Araújo, pague esse vale.

Certa'vez, causa de certa máquina "chupa-fumaça por elétro magnética" engalfinhei-me com o Lobão, rolando ambos pelas escadas abaixo. Vendo-nos naquela luta, o Bartholomeu, quase, sem se mexer ao lado da escrivaninha, disse: — E, então, assim é que se desce a escada?

Tendo O Malho passado por diversas fases, por necessidades políticas, houve, naturaimente altos e baixos, mas o Sr. Bartholomeu teimava em manter seu grupo de •desenhistas, quase monopolisando-o. Quando algum de nós nos metemos a trabalhar clandestinamente numa revista O Gato. êle danou-se e enxotou os culpados, dai saltando fora eu, o Seth e o Vasco Lima, isto é, o pessoal da litografia, isso sem prejuízo, porque na época já estava sendo adotada "Ima zincograyura. Eu passei-me para o Vasco e o Seth acompanharam parcial", o "A o Irineu Marinho para a fundação da eu Noite". Quando pensava que o Sr. Bartholomeu ficasse zangado comigo, eis, que èle, encontrando-me, pespega-me um abraço.

cumprimentando-me com a maior cordialidade. dizendo: / — Quando quizer, apareça.

E, com efeito, cessado o remeleixo provocado pela guerra de 1914, apareci e nunca mais desertei, mesmo quando alguém, querendo arrebanhar caricaturistas para certa ^campanha política, convidou-me para uma traição ao programa político d'"0 Malho"-.

Até hoje estou satisfeito de não ter aceito o convite e de ter continuado a usar da minha cabeça contra todas as convicções peliticas da época.

Os episódios havidos durante esses 35 anos de colaboração são tantos que não caberiam num estreito espaço, mas, quantas saudades daqueles tempos, em que, apesar da estrita dependência de um vale, aos sábados, o pessoal andava todo de fraque, passeiava de taxi com as pequenas, jantava nos melhores restaurantes e deitava importãncia nas rodas boêmias. Quantos artistas já passaram pela redação dO Malho? Isso não é possível contar, pois há muito poucos que dizem nunca ter visto aparecer algum desenho nessa revista.

O almoço que demos ao "Cabuhy Pitanga" quando quiz nos deixar para ser lente de literatura na Escola Miiitar de Porto Alegre, foi um acontecimento notável.

O almoço foi realizado no restaurante do Silvestre e correu entre os mais estrambóticos discursos e disparates. O Lobão saiu de lá com os bolsos repletos de ossos, um deles dentro do aparelho fotográfico. O Carlos Maul fingiu-se de bêbado para ser levado para casa, porque não tinha nem o miserável tostão para o bonde. O "Cabuhy", emocionado pelps bestialógicos pronunciados sem reticências, chorou e enxugou-se com o guardanapo, porque eu quiz que êle levasse para Porto Alegre, como lembrança, uma ossada de frango envolvida no lenço dele.

E, de toda essa cambada apenas ficamos os veteranos, eu e o Storni, com o "Zé "Kaximbown", Macaco" e o parecendo mais velhos do que seus autores. Continuaremos a malhar, ao lado dos novos, que um dia irão se proclamar veteranos.

Não está mais ali o saudoso Bartholomeu, mas seus sobrinhos são os dignos continuadores da campanha, de um O Malho que, de tanto bater, ainda não mostra sinal algum de gasto, ao passo que outros oialhos chegam, nesse tempo, a perder até o cabo.

De vez em quando apareciam peçsonagens ilustres em visita a O Malho. Certa ocasião apareceu por lá o Jerônimo Monteiro. acompanhado por um filhinho, hoje ilustre engenheiro. Ao vir nossos desenhos em esboço, êle os apontou para o filho, dizendo: Aprenda,

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filho,

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balha.

Belo conselho o senhor está dando a seu filho — disse eu.

Luiz Bartholomeu era o tipo mais enigmático que já conheci. Apesar de ter visto publicado apenas meu primeiro desenho, enviado de Brotas, quando lhe fui apresentado pelo "Cabuhy Pitanga", logo me fez a proposta para que formasse parte do re11 — 19 4 4

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quu paroce, os homens de espírito AO sempre liveram predileção pelos animais.

Quem se dei à curiosidade de esmiuçar a vida da maioria dos homens que se tornaram imortais, quer nas artes, quer nas letras, encontrará exemplos de afeição por certos bichos, que chegam ^ raias da extravagância E' de crêr que êsses animais, chegassem mesmo a» exercer grande influência na vida dos seus donos, proporcionando-lhes inspiração e motivos para as suas obras, e alguns dêles chegaram a dedicar-lhes páginas inteiras quis os celebrizaram.

Dentre esças preferências extravagantes, está Edgar Allan Poe o escritor cuja pena maravilhosa sabia arrancar ao leitor calafrios de medo Tinha Poe sôbre sua mesa de trabalho um corvo branco de espécie rãra, e, é sabido que dentre as suas poesias que, apesar de não serem numerosas, compreendem composições magníficas, está IO côrvo", estranho poema, admiravelmenle traduzido por Machado de Assis Outra afeição extravagante era a de Baudelaire,- o imortal poeta de "As flores do mal" que linha por companheiro inseparavel um ouriço, ao qual tratava com dedicação quase palernal Alexandre Dumas, pai, posiuia um ralo branco, que êle deixava pacientemente Passear com tôda a liberdade sôbre seus cabelos abundantes.

Gustavo Doret, o grande desenhador e pintor francês, que ilustrou de modo assombroso a "Divina Comédia", linha em casa um môcho, animal de aspecto desagradavel e de má fama, ao qual êle dedicava grande afeição.

Alphonse Karr ia mais longe, e não podia viver sem um ligre, um tigre em carne e osso, que êle havia criado como um bêbê, desde os primeiros dias, e Saint-Beuve, era amante dos pardais.

Fugindo até à musica, vamos encontrar em Mozart outro exemplo interessante.

Quando na mocidade, o genial compositor linha por companheiro predileto um pombo, que nunca o abandonava quando êle estava tocando qualquer instrumento, e que, pousado no seu ombro, ficava a ouvi-lo tocar, h&ias seguidas como se estivesse embevecido pelos acordes maviosos.

Há, porém um animal, inegavelmente loi sempre o preferido que homens de pelos espírito, ou seja o animal "literário" por excelencia: o galo.

E bem verdade, que existem muilo Poucos poelas e prosadores que não tenham dedicado vários instantes ao cão, que segundo a expressão, é o melhor amigo do homem. popular, Em verdade o cão é nobre, afetuoso, constante em suas simpatias, enquanto que . aos gatos são atribuídas a traição, hipocrisia, alsa servidão, e que, quando menos se espera, Mostram as unhas E falo alguma vez o galo se permite mostrar - as que unhas Mas também o cão apela Para os dentes, abusa dêles quando o incomodam mais e do que sua limitada paciência admite Mjs, tudo isto não passa de instintos naturais, repentes aos alé os seres racionais estão sujeitos quais constantemente. .

Há indivíduos que nos arranham ou nos inordem, sem o emprego das unhas ou dos entes, com o bater apenas da língua nos ditos Voltemos, porém, aos gatos.

Inegavelmente, na condição de animal omésüco nenhum outro o supera E êle um que se conhecem, dos dos mais simpáticos do lar vida da que partilham com os sêres racionais.

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Se muitos poetas e prosadores dedicaram páginas ao cão, outros tantos teceram louvores aos gatos, conforme se verá nas linhas adiante.

Encontram-se antecessores seus na mais remota antigüidade, e os nomes dos gatos que se tornaram célebres chegaram até nós como os das grandes figuras da História, mostrando com irrefutável clareza, que êle íoi sempre o amigo privado e inseparavel de poelas e escritores.

Encher-se-iam colunas e páginas inteiras se se pretendesse descrever os feitos e os gestos dos gatos que se tornaram ilustres, desde a gata aligrada de Scipião Naaica, que trazia osíentosamenje ao pescoço um colar de contas de ouro, e do gato preto de Torqualo Tasso, o poeta da 'Jerusalém libertada", o qual lhe dedicou um soneto suplicando-lhe de forma admiravel "que lhe emprestasse, à noite, a luz dos olhos", alé ao de Joaquim de, Bellay, cônego de Nossa Senhora de Paris, que saudava em lindíssimos "Beland". versos o seu Richelieu, o terrível ministro de Luiz XIII, tinha por companheiros prediletos nada menos que uma dúzia de gatos, o Iodos muilo bonitos. E o cardial se divertia alegremente, deixando-os saltar sôbre os seus joelhos, por cima das vestes de púrpura afag&ndo-os carinhosamente.

Nessa coleção felina figuravam Luciíer, Thisbe, • Piramo, Luiz o cru e oulros cujos nomes na su|a imparcialidade, a história conservou, trazendo-os alé o século presente.

De igual complacência para com os gatos foi João Baptisla Golbert o célebre ministro de Luiz XIV. Viviam os seus bichanos favoritos, na mais alegre vagabundagem, no seu gabinete, aos saltos e corridas por sôbre as mesas, por entre os volumes das régias ordenanças.

E não esqueçamos da duqueza de Mirepoix, e de seu gato César, nem de madame de Lesdiguiéres e de sua gala Minine, que teve, após a morte, as honras de um mausoléu, nem da erudita e romanesca madame Desnouliéres, com a sua gata Grisetle, figurando ainda na lista a formosa madame Recamier, que não deixava de afagar com a linda e histórica mão, o pelo sedoso da sua galinha Dorothéa.

Islo, porém, não é nada se passarmos uma vista rápida pelos literatos.

Encontraremos» encabeçando a lisla um nome que há de atravessar séculos e séculos ¦ Victor Hugo.

Possuia o imortal homem de letras um gato chamado Chamoine; um angorá pachorrento e indiferente, que outra cousa não fezia senão espreguiçar-se sôbre quente e macio almofadão de veludo carmezim, onde permanecia longas e deliciosas horas.

Prosper Merimée linha por hábito passar horas esquecidas falando com o seu galo favorito, que, no seu dizer «tinha muilo talento, mas era demasiado susceptível».

E' ainda Theophilo Gaulier, que, em um dos seus contos, descreve assim uma gata de sua predileção: «Madame Théophilo» era uma gala ruiva. Tinha o peito branco, o nariz rosado, os olhos azuis e chamava-se Madame Theophilo porque v;-ria comigo no mais amigavel convivio, dor aindo ao pé da minha cama, enroscando-se no braço da minha poltrona quando eu escrevia, seguindo os meus passos- quando passeava no jardim, assistindo às minhas refeições e às vezes tirando-me algum bocado quando eu já o levava, no garfo, para a bôca».

A esta lista, podemos acrescentar ainda nomes como os de Champfleury, Teódore Barriére, Henri Murger, Maupassant, enfim uma infinidade de homens célebres ardorosos entusiastas da raça felina doméstica PAULO AFFONSO O

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Barão de Caçapava ae*er, como «te, que te Impõe: HA regjstarem-se os feito* do* grande* homem, afim de o povo saber a quem deve benefícios; e, para glória do Exército, comemora-se aqui i nome de um dele*, merecedor das honra* do* mu* coevo*, do respeito da gera; »o presente e da consideração dos pósteros.

Francisco José de Souza Soares do Andréa, cujo* traço*, biográfico* se escrevem nestas linhas, honrou a sua classe, a terra onde nasceu e a pátria adotiva, o Brasil, que muito queria por haver nascido aqui a mie a quem multo Idolatrava.

Filho legitimo de José Joaquim Soare* d* Andréa, natural de Lisboa, * de Dona Izabel Narclsa SanfAna de Jesus, nascida em Salvador da Baía, veiu à luz o barão de Caçapava na metrópole portuguesa a 29 de Janeiro de 1781 * casou na cidade do Rio Grande com a gaúcha Dona Germana Rita d* Brito da "Itória, natural desse município, filha legítima de José Vitória e Dona Rita Rosa Cláudia de Brito.

Sentou praça no sou pai* de nascimento, 1796, sendo reconhecido cadete no ano seguinte,' 1797. Com o curso de Engenharia e Navegação, tomou parte na Campanha de 1801, vindo para o Brasil na comitiva de D. Joio VI, por ocasião da "Guerra Penlnsular" que foi uma escola de energia para a gente portuguesa, em cuja resistência deu grande exemplo de civismo, quando em Fontainebleau Napoleão assinava com a Espanha a supressão de Portugal da carta política da Europa, enquanto Junot com as tua* tropa* lhe Invadia o território e entrava em Lisboa, nio tardando o povo luso insurgir-se contra o Invasor • bater-se denodadament* afim de o expulsar do sagrado solo, auxiliado em segulmento por forças Inglesas de Wellesley, conseguindo o exército angle-luso derrotar o Inimigo na primeira Invasio de Junot, na segunda de Soult, e forçando-o a desistir de vez na terceira d* Masséna, pela desesperança de isto vencer a barreira da* "linha* d* Torres Vedra*".

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MALHO

E NA HERÁLDICA

"MARECHAL BARA»~ DE CAÇAPAVA;' enlro o Brasil o o Estado Oriental do Uruguai, 1854, fundou Santa Vitoria do Palmar, cidade do Rio Grande do Sul à beira da Lagoa Mirim. «O nome de Santa Vitória do Palmar procedo de "Vitória", o apelido de família da sua esposa, o "Palmar", porque está situada sobre o palmar de Lemos-.

Representando Pará na 4.* Legislatura, 1838 a 1841, também representou Rio do Janeiro na 5.* Legislatura, 1843 a 1844.

Acompanhou o general Agraciado com o título do Bario do Joaquim Xavier Curado na .

Caçapava (com grandeza) a 14 do Março intimação ao general Jorge Avllez de 1858, Já era om 1856 Conselheiro de de embarcar para Portugal com as sua* tropa*, o que se verificou, de fato, a 15 de . Guerra e d* Estado.

Grande do Império, possuía a gran-cruz Fevereiro de 1822, sendo que, de Praia da Imperial Ordem de S. Bento de Avlz, Grande para bordo dos navios, desde a a comenda da Imperial Ordem da Rosa madrugada do dia 10 começou o transporte e o oficia lato da Imperial Ordem do Cruzeiro. das forças do general revoltoso, A Câmara mais de uma vez Insinuara Dado o brado célebre de "independência ao Imerador licenciar as tropas estrangeiras ou morte" a 7 de Setembro de 1822, que que serviam no Brasil. E D. Pedro I, dot Inspirou ao genial Pedro Américo o "grito fim, licenciou por decreto de 10 de Dezembro do Ipiranga", Soares do Andréa aderiu i de 1830 os corpos alemães compostos — do causa da Independência, como o fizeram um batalhio de fusllelros, entio aquartelado outros oficiais portugueses radicados no em Praia Vermelha, Rio do Janeiro — um de Brasil, prestando Importantes serviços ao granadelros * outro do caçadores, entio Governo Imperial. aquartulados om Santa Catarina — mais Fez a campanha Clsplatlna, tomando um de lancelros e outro de caçadores, entio parte, 1827, na batalha do Ituçaingó, em aquartelado* em Porto Alegre, Rio Grande espanhol "Ituzalngó", também conhecida do Sul. Ao todo, rinco batalhões germânicos. por batalha do Passo do Rosário. Foi o Aos alistados como oficiais na Alemanha último comandante que deixou Montevidéu concedeu-se um ano d* soldo completo. com a sua divisão, embarcando para o O decreto, porém, nio alcançava aos Brasil a 23 d* Abril de 1829, quando Já a estrangeiros que serviam no Exército antes 27 d* Agosto de 1825 o Governo Brasileiro do 1821, nio atingindo portanto Soares de • • Governo Argentino haviam renunciado Andréa, nem outros oficiais que, em Idênticas as suas preterições acerca da Banda Orientai condições, vinham, há multo, prestando bons do Uruguai, então província Clsplatlna, serviços. tornando-se um Estado independente O bario de Caçapava, que Importante com o nome de República Oriental do representou na politica o no Exército papal Uruguai. do Brasil, dotado do austeros costumes, Presidiu o Pará, 1832. (Outra feita, possuidor de raras virtudes, deputado em assumiu a presidência do Pará o o governo duas legislaturas, presidenta de província das arma* na Ilha d* Tutuocá a 11 de Abril diversas vezes, atingiu o posto de tenente do 1836, aí chegado a 9 desse mês, sendo êls general, sendo reformado no do marechal o pacificador da província. do Imperial Exército Brasileiro por decreto Foi também o pacificador de Santa de 17 de Fevereiro de 1852.

Catarina, 1837.

Ouirndo faleceu Francisco José de Souza Comandou o Corpo de Engenheiros, Soares de Andréa, a 2 de Outubro de 1858, IML deixou o filho José da Vitória Soares do Presidiu Minas Gerais confragada pela Andréa, oficial do Exército Nacional, nascido rovoluçio liberal, 1843. Tomando posse a 29 na cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro de Março desse ano, deixou o cargo a L* de a 31 de Setembro de 1812, na qual faleceu Julho do 1844. a 1." d* Julho de 1891, entio maerchal reforma.

Nesse mesmo ano, 1844, foi nomeada Comandou Soares do Andréa a Brigada de Engenheiros d* Pernambuco, 1817, na revolta cujo primeiro sinal dera o "leio coroado", capitão José de Barras Uma, atravessando com a espada o superior hierárquico, brigadeiro Manuel Joaquim Barbosa e Castro, quando chamava este a atenção do* oficiais do seu corpo.

presidente da Baía.

Em 1848 teve de presidir Rio Grande do Sul, deixando a presidência a 6 de Março do 1850.

Em todas as províncias por êle presididas exerceu também o Comando das Armas.

Quando, Já fora da atividade militar, exercia a chefia da Comissie de Lemltes

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Insigne e valoroso, o vario ilustre só poderia ter enchido de Justo orgulho a pátria adotiva * a de horto, merecendo, pelos sentimentos cívico*, ser apresentado à sociedade luso-b: .üelra. Dele aqui ficam alguns traços principais da vida exemplar paia singeleza e retidão de caráter.

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pequena cidade do sul da Baia, em que vivi a fase mais dolorosa e mais rica em experiência de minha Juventude, resistia, e resiste —india, heroicamente, às inundações periódicas do Jequitinhonha, que a coleia e a comprime de um lado, e às investidas a um tempo pertinaxes e torturantes do Atlântico, cujas vagas se quebram constantemente do outro lado, cm suas longas praias, aí abrindo hiatos, onde as águas se conspurcam de estagnadas, e elevando dunas, que se sucedem num esforço vão de profia às 'cordilheiras.

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Quantas vete*, à noite, ao luar, brinquei, em correria* endiabradas, Juntamente com meus irmãos, todos menores do que eu, sob a vigilância de mamãe e de vovó, naquelas praias aivas !

Guardo ainda cantantes, na mem. ria auditiva, o surdo chiar daquelas areias em que deixávamos, remarcadas, as nossas pegadas, e o suave e longinquo sussurro que procedia do mar alto e que se anulava nas cristas aljofradas e nas dobras enovelantes das ondas que, afinal, se despedaçavam e se estendiam, franjadas, aos nossos pés!

Belmonte ! Tenho-te toda, escondida, no fundo do coração ! Teu casario quase burguês, da rua Direita, onde se ostenta a mór parte do teu comercio a varejo; o Boquete, com as suas barcas ancoradas e suas canoas vindas de longe, carregadas de mantimentos; a Preguiça e a Ponta d'Areia, com sua gente pobre e felii, suas casas de pau-a-pique e barreadas, seus casebres cobertos de palha, seus pescadores laboriosos e foiga2.es, seus estendais de peixes expôstos nos varões ao sol e ao vento para a secagem, seus botequins e baiúcas onde, despreocupados, homens e mulheres bebericam e fazem orgias; o Lamarão e a Atalaia; aquela ruaslnha curta, cujas casas se enfileiram de um lado só, e se empinam, t ae equilibram, especadas, no alto do barranco que o rio cava, solaP« e morde dia e noite, e na qual morava a mãe do Dr. Aurelino Leal, Júris*a que tanto luzimento deu ao Direito brasileiro e de quem tanto os baianos Justamente se ufanam; o edificio da l*refeitu_a, no Largo da Matriz, e o grande cruzeiro simbólico da religião de Cri-to, plantado ali em frente ao tempio; os armazéns de cacau e de sal, perto do porto; a escola de Dona Raquel e a do professor Ernesto Pereira, ilumi# nadas pela inteligência e pela bondade, l>em como pela beleza, das duas jovens 'ilhas deste velho preceptor. de barbas longas e grisalhas, — tudo isso, Bel"•«nte, de minha infância, tudo isso que és toda tu, guardo ainda, carinho«amente, avaramente, na recordação e na saudade.

• • • Aos treze anos dc idade, já crescido como sou hoje, desenvolvido, forte, nutrido, exercia eu, em Belmonte, o oficio de aguadeiro.

Quasi todos os dias, ao voltar à casa. geralmente depois dos sinos haverem dobrado as Aves-Maria, ouvia, de vovó Bernarda, — um» pre* i velha, baixa e gorda, quase analfabeta, de in-

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êü füi flGüaDeiR teligencia clara, viva e ágil, que sempre me acolhia com inefável ternura, entre os seus braços grossos e macios, e me cobria o ro,sfi^de beijos, — conseIhos profundos, que me caíam no espirito como balsamo confortante e me valeram como clareiras abertas no seio espesso do futuro que eu deveria enfrentar. j-r Que continuasse, embora ainda menino, a trabalhar, com prazer e honestidade, a-fim-de ajudar a mamãe a crear e educar os meus cinco irmãos pequeninos, — recomendava-me, num mixto de afeto e gTatidão comovente.

Ela, a pobre anciã, tambem não descansava. Robusta e sadia, não havia serviço, por mais penoso, que recusasse.

Constantemente eu a adjutorava, carregando, à cabeça, como ela igualmente o fazia, fartas trouxas de roupa, ora até à beira da fonte, ou cacimba, ora até » margem da lagoa ou à do riacho.

E era de ver com que alegria, com que zelo, com que orgulho e capricho se punha ela, a minha doce e querida vovó, — a lavar, ensaboando, levando ao coradouro, enxaguando, estendendo ao sol para secar, recolhendo enfim toda aquela rouparia, que lhe fora entregue suja e enxovalhada, e que logo era resUtuida limpa, dobradinha, cheirosa !

• • •

•

Jornais daqui do Rio publicaram, ha dias, um telegrama de Pernambuco, informando que, na cidade de Limoeiro, naquele Estado, em virtude do prolongado verão e da conseqüente falta dágua, este liquido, o mais precioso que brota da terra, está sendo vendido ao preço de Cr $ 1,50 (um cruzeiro e cincoenta centavos) por galão.

O galão, antiga medida de líquidos, e cujo termo é ainda muito empregado em todo o vasto sertão do nordeste, corresponde a cinco litros.

Assim, um litro dágua, naquela eidade pernambucana, está custando Cri 0.30 (trinta centavos) !

PEDRO Nesta» condições, em Belmonte, as residências em cujos quintais não ha cacimbas, ou as em que estas havendo, a água aí flue escassa, outro recurso não teem senão o do apelo ao serviço do aguadeiro.

Este vai, então, buscar a linfá interaerata em outras fontes, inclusive delicioso riacho que serpeia, rumoroso, à sombra de frondosas arvores que o orIam, nas cercanias da cidade, além da Preguiça.

A água é conduzida em barris de cincoenta litros.

TIMOTHEO

O aguadeiro toma, ai, posição. De costas para o barril, a parte recurvada do arame coberta e, pois, protegida, pela rodilha de pano, — êle a coloca sobre o peito. Está pronto para a marcha.

Sem despender grande força, do ligeiro finca-pé no chão, o deiro arrasta, assim, após si, o cheio dágua, que rola, destarte,

fazenáguabarril

quase suavemente, atravez das ruas arenosas ou de terras poeirentas da cidade.

Ah ! Que atribulada e, contudo, alegre, senão bonançosa, foi a minha juventude.'

O aguadeiro, tomando de um pedaço de arame grosso, de ema de três metros de comprimento, fax, em cada ponta, uma espécie de argola. Nessas argo-

Que humilde e, todavia, nobre, é o oficio de aguadeiro, que, então, prati-

Ias enfia dois grandes pregos, que já deve ter batido em cada um dos lados — fundo e tampa — do barril. O arame,

suportares o embate do mar e as en-

assim colocado, toma a forma de D. Presas, como disse, em cada lado do barril, nos dois pregos, as argolas feitas nas pontas do arame, na parte recurvada deste se enrosca, então, um pedaço de pano, á guiza de uma rodilha estendida.

quei!

Belmonte!

Serena e impávida

chentes do rio, que te circundam, e te coleiam, e te mordem as praias e as barranças, num desesperado anceio de exterminação; modesta e feliz, entretanto, nos teus costumes e no teu destino, toda tú, Belmonte, vives e palpitas em recordação e em minha sau-

minha

dade!

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• • •

Foi a leitura dessa noticia que veio acordar, no fundo de mlnhalma, a lembranca saudosa dos tempos em que exerci a rude e nobre profissão de aguadeiro.

Assim, iniciava eu a áspera jornada na vida pratica.

Habituei-me* porem, desde então, a calcar aos pés as urres surdidas e os pedroços eriçados ao longo da estrada do Destino.

Em Belmonte, modesta cidade que tem por basamento extenso e belo areai, nos períodos de alagaçáo conseqüente da cheia do Jequitinhonha, que ali perde o curso e desemboca no mar, se as chuvas cessam e a estiagem se prolonrecorre às cacimga, toda a população bas.

E' que aquela famosa corda potamica. que banha grande regiáo do nortç de provém, d. Minas Gerais. do leito, fica barremquando transborda ta, suja, imprestável à saude.

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"O destino global, assim como a função da natureza, é criar o indiví duo auto conciente.' — KRISHNAMURTI. (Esp. conduta) Europa e América são três etapas do caminho da humanidade sobre o planeta. ÁSIA, A Ásia é a etapa maior já percorrida pelos homens. A vida humana na Ásia remonta a eras que se contam por milhões de anos, e a sua verdadeira história está por ser contada. Sabemos, entretanto, que lá existem homens, perfeitos conhecedores da sabedoria da vida: da vida que é entendimento.

Escritores, poetas e investigadores, tanto orientais como ocidentais, trouxeram à Ijz do dia, parte dos conhecimentos vividos pelos asiáticos.

Reduzindo o imenso passado dos asiáticos a simples aspectos literários, ainda assim encontramos profundos traços de sabedoria que servirão sempre de inspiração para os caminhantes da terceira etapa da vida humana sobre o planeta: a América.

Estes pensamentos não estão sendo emitidos para fazer literatura sobre o destino do homem. Dirijo-os aos leitores interessados na investigação do espiritualismo puro. através da natureza e da compreensão do homem, e para concluir dizendo: é pelo entendimento que o homem pode reconhecer o seu mister, a sua finalidade de ser conciente. E' pelo entendimento, também, que êle pode conhecer a função da sua própria inteligência: o que êle é e o que pretende ser no seu viver. E' isto tão possível como possível foram as descobertas dos continentes, da navegação aérea, do rádio, da luz elétrica, por mais difícil que isso parecesse à maioria dos homens, em todas as épocas.

Não merece atenção o fato de viverem ainda muitos homens subordinados a uma crénça, uma filosofia ou a sistemas mentais que paralizam a função creativa e cooperadora da mente. O que deve merecer a atenção do homem, é a descoberta, em si próprio, per meio do raciocínio, do apercebtaento. do discernimento e do entendimento, da função da sua mente e investigações quais as possibilidades de realizar

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introspectivas sobre sua própria mentalidade.

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Por ignorar que em todos os tempos existiram os cxplicado.es da função da mente —• os conhecedores da finalidade a que o homem se destina — permanecem muitos homens toIhidos na confusão da crença, sem poderem constatar a presença dos orientadores da verdade, da liberdade e da inteligência. Sem compreenderem que a vinda desses orientadores coincide com as fases de perturbação e de confusão universal, trazidas estas pelos sistemas decrépitos do pensar e do viver dos homens.

Em todos os tempos de solução de contihistórica, estão presentes os grandes orientadores da humanidade e da inteligêneia do nuidade

homem.

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Foi através dos orientadores que os ticos viveram civilizações após civilizações, turas após culturas até chegarem ao mais grau de conhecimento da natureza humana.

asiáculalto Não devemos aqui confundir os conhecimentos científicos ligados a uma certa mentalidade nem à psicologia superficial de que nos utilizamos, com os conhecimentos psicológicos guardados por chineses e indús. A diferença entre as investigações na própria natureza, na qual a vida elabora toda a sua inteligência, e as investigações da física, da química, etc para fins industriais e aquisitivos, aparece logo de início incomensuráwel.

E* assim, que, por traz das memórias velhas. saldos das civilizações ancestrais, os Indús e os Chineses possuem o maior potencial de sabedoria dos homens que teem povoado a terra E' por isto que as artes e as ciências dos europeus não causam surpresa aos orientais portadores da sabedoria da vida.

Mas não é necessário trazermos aqui lembrancas históricas das duas últimas etapas — Ásia e Europa —¦ Já percorridas pela humanidade, na sua marcha de renascimento, para conclufrmos que a inteligência do homem tem uma direção — um sentido creador — e que o homem é um sér eternamente renovado e a renovar-se.

Um olhar, apenas dirigido pch entendimento sobre os últimos vi_ite séculos da história humana, mostra-nos, na grande escala dos tipos mentais, aqueles que pertencem à classe dos orientadores de mentalidades. dos quais o homem que pensa não pode prescindir, pois. esses orientadores, mostram aos seus semelhantes o' que a vida encerra de verdadeiramente intefigente e essencial no sér humano. Suas palavras provêm de pensamentos libertadores, que não podem ser contestados "rn tempo algum. E- por isso que muitos homens, embora instruídos, mas sem entendimento, não aceitam a palavra do Cristo, quando ensina que a felicidade (o céu) não está fora do homem; não aceitam a pabvra

de Tolstoi, quando mostra os vícios da mentalidade causadora da dôr e da miséria nas coletividades; não aceitam a palavra de Ghandi. rica de amor e sabedoria no objetivo de levar os homens de sua raça a um melhor nível de vida e de compreensão da atualidade.

Nos tempos presentes, está sendo dirigida ao homem, ao inundo, a palavra de um grande explicador. Palavra pura essencial para despertar a sabedoria da vida. Palavra que não pode ser contestada por ser a expressão incorruptível, inconfundivel da verdade mesma de todos os tempos. Palavra necessária aos homens da terceirj etapa na marcha da humanidade sobre a terra.

Palavra para despertar os homens da América.

E os homens da América viverão na sua marcha para a verdade, os ensinamentos do último ' orientador espiritual da humanidade.

Os americanos, são, agora, a vanguarda da humanidade em marcha, essa humanidade que vai expressar o novo nivel espiritual do entendimento. O novo nivel requer: apercebimento. discernimento e entendimento, e estas são as expressões que o atual explicador dos homens está despertando na mentalidade da nossa era.

O novo explicador chama-se — KRISHNAMURTI. Êle veio da Ásia. através da Europa, "O para nós, os americanos. E falou assim: individual é reapropósito último da existência lizar o sér puro. Sede discípulos da vossa própria compreensão: trabalhai coletivamente, mas libertai-yos individualmente d.-, ignorância".

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ITERÓI era ainda a plácida Niterói...

N Ainda não lhe tinham anancado nem o silêncio encantado nem a morbidez infantil...

Era ainda a mulher creanca, ingênua, que corre pelos campos mostrando a velutínea pele sem que, por isto, se lhe incendeie o sangue, se lhe ruborizem as faces ...

Era-lhe pura a beleza por ser-lhe beleza verdadeira, sem os adornos do Homem, sem a sua engenharia...

As praias extendiam-se-lhe sem coação até onde queriam e o chiar, confundindo-se com o cântico delicioso dos pássaros, parecia-lhe uma orquestração divina do Senhor...

Jurema, índia bela, sorridente, segundo os costumes do seu povo, tinha já, na tribu, o companheiro escolhido.

Mas, certa vez quando andava à noite, pela praia meio clara, meio prateada, pela lua, uns olhos grandes, atrairam-na maravilhosamente.

Ela notou o peito desnudo fremir pelo bater do coração, pelo sentir da alma tão imaculada quão pura 1 Mais lima noite, outras mais e aqueles olhos tentadores e feiticeiros já a acarinhavam, já eram seus..

Cauby, guerreiro de outra tribu distante, passando por aquelas redondezas, ouvira um cantar mais sublime que o gorgeio dos pássaros, mais impressionante que a sonata das frescas e cristalinas cascatas de sua nação. /CVs. Tivéra medo.

Alguma sereia talvez o u-rT0" V/ quizesse atiaix paia levai ao fundo do mar.

Fugira.

Mas, na tába, pensando no cantar melodioso, ficára desde a noitinha até que a aurora envolvesse aqueles recantos com o manto cor de rosa A noite voltára e descobrira que o anjo era da terra e que a voz lhe era mais suave e mais branda que a de tôdas as sereias, que a beleza e o frescor lhe eram mais sedutores e mais atraentes que os de tôdas as virgens da sua tribu...

Assim a espreitara, assim a ouvira cantar noite e dia...

E uma vez, mil vezes, êles se talaram às escondidas, pelas praias formosas Viu ela que o amor dedicado ao outro não era mais que amor fraternal a j£as fizéraCauby, aquele que ~fe tanger as corda» ao sentimento, amava tanto quanto a Tupan, o seu Tupan poderoso, muito Poderoso...

Mas o escolhido para jurema Já a não via como sompre. _ O ciúme gritando-lhe uo intimo, farejando como còo, fe-lo segui-la numa noite de entrevista, fe-lo I num desatino, arreme' t a flexa envenenada...

1 I — 1 9 4 4

E Tupan, se/ú poderoso Deus, a ouviu.

No horizonte ela distinguiu a canôa iTAPUCA vitoriosa de Cauby.

Esperou anciosa e ancioso se lhe (LENDA) chegou êle.

Jurema te esperou até hoje.

ALVARUS DE OLIVEIRA Cauby morrerá a teus pés.

Comovido pela vez primeira errou Jurema só poderá ser tua... o alvo.

Cauby se teu não for, de ninguém Cauby tinha Jurema nos braços será... esvaindo-se em sangue, quando outra Fugiriam mais tarde quando a noite flexa vibrou no ar e o feriu no peito forte. fosse alta e alto fosse o silêncio na Parte Cauby! Deixa Jurema que tába... dela tratarão...

A hora marcada, dois vultos se Ele, a custo, abandonou-a. encontraram na praia, quando porém Por Tupan, Jurema, Cauby voltará 1 tomavam o barco, cem outros abantesmas avançaram e centenares de flexas furaram E perdeu-se pelo mar calmo e sereno, o ar... como calma e serena era a noite.

Cauby, avançou, mas, cercado no mar, Duas feridas tinha Jurema. na terra, parou junto à pedra.

Uma no seio e outra na alma ...

O cerco se foi fechando e fechandfe-se foi o círculo de flexas...

Aquelas cercanias não lhe ouviram mais a voz maviosa. Os pássaros não Quando, entretanto, chegaram os mais tiveram quem os acarinhasse. perseguidores, viram com espanto, que Cauby e Jurema haviam desaparecido Cinco luas' passaram, cinco luas pratearam-lhe as lágrimas.

Os índios rodearam, atônitos, o recife Na sexta realizar-se-ia o casamento. em busca da entrada...

Na véspera, quando o sol desaparecia Era, êle, porém ôco, apenas para os quasi, chegou-se à praia o soltou pelo que verdadeiramente amavam... espaço a melodia chorosa do coração.

Então, desde êsse tempo, a pedra se chaO canto lhe tinha um quê de súpiioa, mou Itapuca; Itapuca um quê de despedida. ainda hoje, altaneira, p o é ti c a, encantadora, quando a vaga lhe toca de leve, cicía para quem ama e 3 A história do seu lindo nome...

1

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ILUSTRACAO

DE "JOE"

35

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MALHO

uando Gregório Logan compreendeu que cometera um crime, sentiu-se, durante alguns minutos, tomado de pânico. Fraquejaram-lhe as pernas e lágrimas lhe correram pelo rosto.

Mas, de súbito, seu espírito se iluminou e êle recuperou o sangue-frio.

Pois não era um homem inteligente, sabendo responder a todas as perguntas?

Que poderia recear do comissário Carmelo Clovari? Não havia a menor evidência que o pudesse relacionar com... aquilo.

Ninguém sabia o que se dera com Elisa.

Marcelo Tqrnier se limitara a informar, que sua esposa não quizéralír com êle ao norte, nesse âno. Todos na aldeia continuavam crendo que Marcelo e Gregório ainda eram bons amigos. Ademais, nessa região, havia muitas pessoas as quais poderiam ter cometido o assassinato. Marcelo sempre trazia nos bolsos avultada quantidade de dinheiro, o que tentaria, certamente, a muitos, para qualquer soma grande significava uma fortuna.

Por exemplo: Benjamin Gutiérrez. "ovelhaDesde criança, Benjamin fora a negra" e, muitas vezes, transportara Marcelo, rio acima, em sua barcaça...

Rapidamente, Gregório examinou os bolsos do morto, neles deixando ninharias sem valor, tomando, entretanto, cuidado para não deixar impressões digitais. Mesmo com um Comissário como Clavari, tal medida era necessária. Sua visita à casa de Marcelo fora impremeditada. Ninguém sabia que estivéra lá. Nessa tarde, de repente, sentira Ímpetos de ir procurá-lo

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O

MALHO

SINAL DA NO!TE ALBERTO DE LARRA Tradução de HELENA DE IRAJÁ afim de saber si desconfiava de alguma cousa. Mas, segundo o que Elisa lhe dissera, Marcelo só poderia alimentar ligeiras suspeitas, sem ter certeza de nada.

Porém, quando chegou, Marcelo o recebeu de modo hostil.

— Quero falar-te, Marcelo — disséra-ihe Gregório. — Acho que estás enganado acerca de muitas cousas.

Marcelo, então, fizéra-o entrar. Era uma casa ampla, com janelas que davam para o rio. Excitados os ânimos, a conversa logo se tornara impossível a, quando recuperara a consciência, Gregório, cego de raiva, já havia apanhado um martelo, deixando-o cair com força sobre a cabeça de seu adversário. Este caíra redondamente, sem um gemido. Não tendo havido impressões digitais, bem poderiam julgar que o motivo do crime fora o roubo.

E como Gregório Logan tinha muito dinheiro, ninguém desconfiaria dele.

Mas, não somente devia apagar as impressões, como também afastar toda a suspeita. A um canto da sala, viu um telefone, e este lhe deu uma idéia. Discou.

Pouco após, respondia-lhe a voz do Comissário Clavari: Comissário — disse-lhe então — receio que algo tenha sucedido a Marcelo Tartiier. Há pouco, estávamos conversando por telefone, quando o ouvi dar um grito e em seguida ouvi também o ruído de uma queda. Depois, penduraram o gancho. Chamei outra vez, porém não responderam.

Gregório olhou para seu relógio de pulso: Eram exatamente 10 e um quarto.

Não gosto disso — disse o Comissário — Marcelo sempre trazia com êle muito dinheiro.

Irei já investigar.

Também vou para lá, Comissário — fez Logan Chegarei antes de um — quarto de hora acrescentou, com premeditação.

Deitou um olhar ao quarto, enquanto se ouvia o apito do trem noturno qué então atravessava a ponte. Depois saiu e, metendo-se num auto, dirigiu-se a uma intersecção de caminhos aonde, apagando as luzes do veículo, esperou.

.36

Ao passar o tempo calculado e previsto, acelerou, e partiu para a casa do crime.

O Comissário o estava esperando na porta.

Você tinha razão — disse-lhe êle à de cumprimento — Está morto. guisa Morto?

Sim. Deram-lhe uma forte pancada na cabeça.

Gregório entrou e, depois de olhar para o corpo, atirou-se numa cadeira, como desolado.

E parece que o motivo foi o roubo — continuou o Comissário.

- Imaginei Matar um homem — por dinheiro! - comentou Gregório, como que escandalizado. — E... quem seria ? Talvez esse vagabundo, Benjamin Gutiérrez?

O Comissário passeava pela sala, como os detetives de cinema.

De súbito, parou em frente da mesa, dizendo: É extranho! Aqui não está o retrato da esposa do pobre Marcelo! Não se recorda dessa fotografia que estava sempre cá?

Sim; — respondeu Gregório lembro-me. Talvez se rasgasse.

Sim, mas êle então poderia mandaT concertá-la. Também tinha aqui duas ampliações de outros retratos em que apareciam os dois, pescando, e nem essas estão.

Sim, está certo, porém o que importa é descobrir quem é o assassino, e não o desaparecimento das fotografias...

Tem V. razão; e, já que viemos, vamos estudar um pouco os acontecimentos.

Tirou papel e lápis e poz-se a escrever algo.

Quando V. me telefonou, há pouco, ouvi o apito do trem noturno, que passava ao longe.

Gregório ficou petrificado de medo.

Um detalho tão pequeno poderia causar sua ruína!

A notícia transtornou-me tanto, que não verifiquei a hora. Quando passa o trem por sua casa?

As 10 e 12 — replicou Gregório, rapidamente — Quase sempre olho o relógio para vêr si está dentro do horário.

E, quanto tempo calcula V. que decorreu, desde o momento em o qual deixou de falar com a vítima, até o instante em que me telefonou.

Quero fixar a hora exata do crime, si puder.

Gregório fingiu fazer um esforço de memória.

Entre uma... e outra cousa... podem ter decorrido três ou quatro minutos, no máximo...

Então, a hora do assassinato devia ter sido, mais ou menos.. .«às 10 e 9 minutos...

Bem... pansemos agora no motivo do crime.

Não foi já estabelecido ? Não disse que foi o roubo?

Sim... o roubo - articulou, pensativo, o Comissário - mas... trazia um anel de brilhantes que por si só vale mais do que todo o dinheiro... E esse anel estava bem visível. E estando o CTÍminoso tão continua no fim do número) 11 — 19 4 4

ANÚNCIOS PITORESCOS:

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Não são os jornais qua redigam os anúncios, e sim os próprios anunciantes. Dai o mundo de cousas pitorescas que teem aparecido na imprensa.

E' pena que não haja uma coleção desopilante dessas extravagâncias. Para aqueles que, entretanto, quiserem iniciar uma coletânea, oferecemos aqui um pequenino subsidio. .Ei-lo: tPrecisa-se de um quarto mobilado para senhor só, com seis metros de comprimento por cinco de largura». tCarrapatoso & Cia., estabelecidos com casa de peles, confeccionam casacos para senhoras com as suas próprias peles». iVende-se um cachorro. Come de tudo. Tem grande predileção pelas crianças».

«Liquida-se um "stock" de meias para senhoras, pretas».

E este último, afixado num barracão dos subnrbios; f Vende-se um burro, um violão e outros animais. -Tratar com o vigia».

PERFUME DE TUBARÃO: Que há de comum entre o tubarão e as violetas?

Não se trata, evidentemente, de uma dessas advinhações tão em moda nos últimos tempos, mas de uma pergunta-cientifica formulada recentemente por um grande químico norte-americano. E a resposta que encontrou não é menos inesperada do que a própria pergunta: o perfume.

Parece, com efeito, que a pele do temível animal contém um óleo cujo odor recorda o perfume da violeta e até com ele se confunde.

As gr*ndes perfumarias estão experimentando fabricar em grande escala o perfume de tubarão, que promete revolucionar essa indústria.

BIBLIOTECAS: O Brasil conta com 700 bibliotecas, as quais possuem um total'de 2.575.622 volumes, segunda estatística oficial.

O Distrito Federal possu9 125 dessas instituições, São Paulo 122 e logo após vem o Rio Grande do Sul com _ 86. O Estado que menor numero possue é Sergipe, que só tem 5, sem contar o Território do Acre, que apenas registra 3 desses estabelecimentos.

O registro de obras atingiu a 179.378 volumes e mais 140.040 peças avulsas.

O Estado de Minas Gerais, que tem população mais densa, ocupa o quinto lugar, com 61 bibliotecas, somando 58 497 volumes. O Amazonas com o maior território, possue apenas 9 estabelecimentos no gênero, com 11.539 volumos.

flflpM^^.

COISAS AMERICANAS: Um ji": da cidade de Oklahoma, cansado de esperar os longos debates dos jurados, para apresentar o seu verediclo, decidiu remover as coníoríaveis poltronas da sala' do júri, colocando em seus lug?.*93 cadeiras duras de pau. Observou que, depois disso, os jurados levavam uma hora menos a apraseníar suas decisões. A seguir o juis resolveu relirar lôdas &¦ cadeiras da sala, e verificou que os juraáos, de pó, decidiem o seu voradicto em menos tempo ainda.

Finalmente para conseguir que as deliberações do júri se reduzissem ao mínimo íenv o pn-s; vel, mandou pregar todas as janelas, para que, com o ar. vicia 'o e sem conforto algum, os jurados não perdessem um só minuto 8nt suas decisões.

II

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37

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O ROíTlEm, fi mULHER, E o E5PELH0 céi.

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são os homens e muito poucas as mulheres que. em realidade, se vêem envelhecer, porque nâo querem enPOUCOS velhecer!

Uma mulher que os anos de vida ultrapassaram em muito a adorável idade balzaqueana, beirando a casa dos quarenta, ou um cavalheiro avançado em anos, que pretende como bom sibahta. começar a vida aos sessenta, ao contemplarem às phmeiras horas da manhã num vulgar espelho de lavatório as suas fisionomias enrugadas, seus olhos fatigados, e as têmporas branqueadas. poderiam honestamente, se é que se pode ser honesto "e nesses momentos psicológicos, exclamar amarguradamente: pensar que eu terei saudades desta carranca no próximo ano!"

O espelho é, indubitavelmente, um conselheiro perspicaz, com o qual se impõe diariamente um rápido, mas proveitoso e instrutivo tite-à-téte. E'- um objeto indiscreto, por veies, amável, a vez que o quando nâo um severo juiz que nos recorda, toda "con.<uli-imos", a Iragilidade do nosso destino e nos obriga a aceitar uma noção mais precisa das coisas.

Nossa grande fraqueza está justamente em não nos vermos como os outros nos vêem. Dai. o duvidoso e sempre repetido "Io be er not fo be" ¦ . . O sir humano é assim* mesmo: um ilusionista ou um iludido por natureza. Quando, porém, se trat.i duma analise introspetiva. duma auto-analise, esse ilusionismo toma proporções espantosas, inverosimeis. Eis porque o mais modesto dos homens, incluindo logicamente a cara metade, faz de si próprio, em regra geral, uma imagem singular no sentido benéfico, e extraordinariamente vantajosa, vis-à-vis dos seus semelhantes.

Armado com este falso preconceito, êle. o homem, encontra facilmente pretestos os mais fúteis para justificar todos os seus defeitos, e. o que é mais absurdo, magníficas histórias e honrosas explicações para as suas tiras, tiques e anomalias.

Sem ir até a introspecçáo moral e inteletual. os problemas, em aparência bastante simples, que põe diante de cada indivíduo esseu aspecto físico, são. raramente, resolvidos dentro-de um Mas. entre nós dois. o leitor e o pirito de lucidez e serenidade. de rabiscador destas linhas, e que ninguém nos ouça. depois defeitas as contas, um triunfo esmagador da verdade seria manda t sejàvel? Nem tanto, nem tão pouco. Deve-se. como a atíboa moral, reprimir certas vaidades ridículas, mas como vidade. a energia e a ambição de ser humano estão intimamente mais ou meligadas á idéia que éle faz de suas possibilidades as molas nos imaginárias, quebrar-se-iam. talvez, de um só golpe, bruscaexpenmentado tivessem individuos que dos da yjntade diferente* mente a tremenda revelação de que eles são bastante em definitivo, não daquilo que acreditavam realmente ser. e. que. representar o papel que lhes almejado para o indice possuem na comédia humana cabe como artista, histrião ou comparsa força uma é que não é prudente mesmo si A confiança em á realidade.

Ititn-Jr. mesmo quando ela náo corresponde VICTOR

O

MALHO

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4

"front" são todos livros do OS mais ou menos iguais.

Os acontecimentos olhados em conjunto, parecem estandardizddos.

As cenas pintadas pelos seus autores, com o propósito de exalçar os episódios trágicos da guerra, variam apenas no estilo e na maneira pela qual são tratados pelos seus autores.

Em essência, todas as cenas se parecem. Crueldades, assassínios a frio, selvagerias, bombardeios impiedosos, - tudo enfim ressalta unicamente a esplosão moral de todos os instintos primitivos e indestrutíveis, adormecidos no homem civilizado.

A guerra é a guerra. E herói não é aquele que mais sofre. E' o e destroi mais incendeia; mata "inimigo". que "valores do bélicos" os Eu gosto mais, por causa disto, "retaguarda". dos livros da Seus autores nào estão, quanto os primeiros, assaltados pelos "Ímpetos loucos" que fazem saltar, como ovos da frigideira, os recalques que estavam trancafiados no inconciente.

Têm tempo de controlar os nervos, de analisar, de ver, de meditar, de sentir, de raciocinar...

Raramente alguém que enfrentou uma guerra, isto é, que tomou partes nela, pode associar idéias com aquela serenidade terna de um Remarque.

Em geral, vingam-se de tudo. . Escrevem debaixo do ódio, enquanto os que apenas olharam a guerra, descrevem-na sob a

"PETITE

A

SIMONE"

GASTÃO PEREIRA DA SILVA antítese do ódio, que é o amor; o amor piedade, o amor compaixão pelos que sofrem os ckitaawia tormenta sem saber porque.

E' este precisamente o caso do livro de Ari Pavão.

"Viagem através do Caus" é uma página que apenas reflete a grande piedade do seu autor pela morte da civilização...

Ele como tantos outros espíritos pacifistas está certo da inutilidade de todas as guerras. Está certo de que a vida é uma só e por isso sabe se apiedar de todas as criaturas que sem haver dado ao menos a própria mocidade em holocausto da pátria, perdem inutilmente o otimismo de viver, arrastando o coração invalido, atormentadamente, para o cemiterio, num lento e inquisitorial extinguir...

Creaturas que nada têm com o fogo das batalhas, com as bombas gue estouram perto, com os incendios que destroem a felicidade, seja ela pequenina ou grande, rica ou paupérrima...

Creaturas que uma vez sentiram a esperança de amar, de viver e que a guerra roubou a vida e o amor...

Creaturas que apenas souberam confiar naquele que ficou varado na ponta de uma baioneta...

Creaturas, enfim, que sobraram... Creaturas que são os restos da guerra...

PSICOLOGIA

DO

Creaturas sem heroísmo, invalidas da guerra, mas que não valem nada...

Creaturas que expiam um crime coletivo para o qual não contri buiram, mas que dele foram as maiores vitimas!

Eis, em poucas palavras, a história da pequena Simone...

História? Nao chega a ser um episódio dentre os muitos contados por Ari Pavão. Mas quanta amargura! Que mundo de angustia numa gota dágua!

Com outros escritores que vissem, que anotassem, que an_ dassem sempre ao lado do autor deste livro, teriam encontrado tantas outras emoções pelo caminho, mas talvez não houvesse dentre os cem uma "em história da pequena duplicata.'

Simone Ai está porque diferem os livros da retaguarda.

Cada um conclue, vê e sente de maneira diversa.

Assim, poderíamos ler cem livros tão diferentes e distantes um do outro como a terra de Marte ou de Saturno.

Pelo mesmo mecanismo psicológico, eu escolhi neste punhado de emoções que Ari Pavão nos dá o episódio de Simone.

Para mim a história desta moça é mais que um simples drama íntimo.

E' o símbolo do choque de uma geração entre duas guerras.

GUARDA-CHUVA

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VARIAÇÕES SOBRE O FILÓSOFO H.

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dado, já é suficiente para o indivíduo passe por que "filósofo"...

Em toda família há sempre um inútil; é o "filósofo". Na realidade, 4ste "infeliz", na maioria das vezes, não* faz mais do que despresar as T/f AáÊm formalidades hipócritas a a_ _flT BI fl B-tt que estão submissos os demais parentes...

A ética familiar manda ;(Q____ifl St -jffl que uns visitem aos outros; manda também que ™__l 1*_F sorriam, que se abracem, SW mimmm\V~ que se beijem, sempre que se encontrem, mesmo que por baixo destes gestos de amizade hereditária, rumine a inveja, o escárneo e o desprêso.

O "filósofo", indiferente ao clássico comentário da família, sente apenas piedade por esta forma protocolar de viver.

Mas não é nosso objetivo transcrever estas cenas familiares, as quais, naturalmente, os leitores conhecem por experiência própria...

Vamos, pois, analisar, simplesmente, o que o povo, em geral, costuma chamar de filósofo. muita gente, filosofia é Muito freqüentemente esbarrasinônimo de indiferença de mos. na rua, ou no bonde com uma PARA preguiça e até mesmo de dessas figuras de aspecto miserável, maluquice... barba comprida, cabelos cobrindo Por isso, é muito comum um as orelhas, hálito cheirando a indivíduo designar outro nestes cachaça, roupa imunda, sapatos termos: furados e meia dúzia de palavras Ah, Fulano? Fulano é um obcenas na ponta da lingua, prontas filósofo; não liga a nada. tudo lhe para ofender a Deus e a todo mundo. é indiferente •..

Pois bem. Esta figura, na opinião "filósofo" da rua.

Ou então: geral," é a do Sicrano vive por ai filosoDesgraçadamente, porém, este fando; sempre no mundo da lua... infeliz não ofende a ninguém.

Mas, não é só. Independente O álcool fala por êle. O direito de destas expressões injustas, que aliás ofender e de humilhar, só é dado são banais na vida quotidiana, o ao juízo perfeito... vulgo habituou-se a denominar Prosseguindo, vamos agora todo e qualquer sujeito que se traja analisar o que a classe abastada mal, por este ou aquele motivo, de entende por filosofia. "filósofo". O epiteto de filósofo anda Como ninguém ignora, onde de boca em boca. sempre que um cheira a dinheiro, a cultura tudo descuidado deixa de passar um não com raras exceções — passa pouco de graxa nos sapatos, ou usa de uma mera distração eleganteum terno um tanto amarrotado.

Constitui, na verdade, falta grave mal da gravata Até mesmo o laço O MALHO 40

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PEREIRA

DA

SILVA

um homem civilizado não possuir pelo menos por ostentação, uma biblioteca em que os livros de fundo filosófico, esmeradamente encadernados, não estejam bem à vista dos visitantes. É mais por luxo do que, propriamente, por amor à cultura, que eles ali estão.

Mas, finalmente, qual é o tratamento dispensado por estes exibicionistas de. bibliotecas, aos filósofos?

A resposta é simples. A vida e a obra dos autênticos filósofos é cousa que não 03.preocupa, e muito menos que alguns indivíduos despresados pela coletividade passem por filósofos. No fundo esta classe de gente só tem uma preocupação: a própria pessoa.

Todavia, é bom lembrar que nào há regra sem exceção. Além disso, nào são dos sentimentos egoisticos da humanidade que ora nos ocupamos.

Retomemos, portanto, o fio do assunto.

Como temos observado, há muitos meios de interpretações, ou melhor, de variações sobre o filósofo.

Se em cada época existisse um Sócrates, um Platão ou um Aristóteles, o mundo seria outro.

Diz a sabedoria popular: "O que é bom é raro e dura pouco". De fato. ninguém pode negar, por exemplo, que para cada Sócrates, cada Platão, ou cada Aristóteles, há uma centena de Hitlere, Mussolinis e Hirohitos...

Mas, prossigamos. De tudo que dissemos até aqui. uma cousa ficou clara como a luz do dia: sempre um indivíduo cognomina outro que "filósofo" está se servinao por de um meio indireto de desdenhar do mesmo. Até as suas palavras usam máscaras nos momentos convenientes. O que não deve, por um principio de educação pérfida, ser dito de um modo claro, diz-se disfarçadamente. É a eterna hipocrisia humana...

Achamos, no entretanto, conveniente pormos de lado estas considerações a respeito da insinceridade dos homens, antes que algum leitor, impaciente, num gesto de enfado, vire a página e diga com os seus botões: — Ora. afinal de contas, o sujeiUnho que escreveu isto. não passa de um "filósofo"...

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CflSflL / OSVALDO

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SOCIEDADE

Grupo de senhoras pertencentes à Embaixada do Brasil no Chile sociedade chilena foi homenageada pelo casal Osvaldo Orico, que lhe ofereceu, em sua residência, em Santiago, um coctél a que compareceram as mais destacadas personalidades daquela grande capital.

O ilustre escritor e acadêmico, atual conselheiro comercial da nossa Embaixada naquele país, e sua esposa proporcionaram aos seus convidados horas agradabilíssimas, e são flagrantes dessa reunião distinta as fotografias que aqui reproduzimos. ¦

cm s«o Chi, *c o fi'ha

M. da

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*

O Presidente da Suprema Côlte do Chile, Ministro Carlos Nóvoa e senhora, o áiretor gtpraL de Bstatistiea e senhora Carlos Norberto Gonzalez, na residência do acadêmico Osvaldo Orico, por ocasião do coctel por este oferecido à sociedade chilena.-

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LETRAS

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J^^Hmliii

FEMININAS

T OURDES G. Silva, nossa apreciada colaboradora, cuja esfoi utt dos

mais ampla capacidade de ficcionista e melhores qualidades de narradora.

destacados acontecimentos literários dos últimos dias do ano que findou.

Edméia tem sua ação desenrolada no período histórico da Aboli-

tréia como romancista

Edméia,

ção e propaganda republicana, e Lourdes G. Silva, sobrepondo-se aos riscos que êsse retorno ao passado lhe oferecia, conseguiu ccm habilidade e talento escrever uma

primeiro romanfoi lançado por uma das seu

ce, que nossas grandes editoras, é um trabalho excelente no seu gênero, em que Lourdes G. Silva, que os nossos leitores já se habituaram a admirar mas como imaginosa, equilibrada contista, revelou ainda

história bonita, sóbria, agradável, revelando-se verdadeiramente uma / romancista quase perfeita, em sua estréia.

41 —

O

MALHO

MINISTRO

MARIO

MOREIRA DA SILVA

OI acolhida com a maior simpatia nos meios sociais, diplomaticos e administrativos a escolha do ^fl Ministro Mario Moreira da Silva para o alto cargo de Presidente do Conselho Federal de Comércio Exterior, onde terá, sem duvida, ainda maiores oportunidades de prestar relevantes serviços ao governo e ao país.

O novo diretor- geral ral do importante orgão da administração federal vinha até aqui exercendo com brilho as funções de diretor da Divisão Econômica do Ministério das Relações Exteriores. ¦¦ *

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PROFESSOR LEONIDIO RIBEIRO — Acaba dc ser empossado no cargo dc Diretor do nosso Serviço dc Documentação, recentemente criada nn Ministério da Justiça, o professor Lconidio Ribeiro, nome largamente conhecido no Brasil c no cxtriingiiro, como médico c homem dc ciência que tem desempenhado várias comissões do Governo Federal c autor dc várias obras de medicina legal c criminohgia.

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esteie í/V-i CüXSERÊNCíA SOBRE VICENTE DE CARVALHO — Especialmente convidado pela Academia Brasileira, Trianon, perante numerosa assistência, uma confenesta Capital o poeta paulista Oliveira Ribeiro Netto, que realisou no Petit"Dia d*> Sol', que pertence à Academ.a Paulista dc rência sobre a personalidade dc Vicente de Carvalho. O autor de" Vida" e sua aplaudida palestra. cm momento no que pronunciava na Letras, aparece fotografia MALHO

— 42 -

11

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A ILUMINAÇÃO PUBLICA DO HIO BE JANEIRO EM 1943 r^INDOU o ano, e faz-se o seu balanço em todos os setores. O carioca teve 365 dias de excelente gás c ótima luz. Não houve reclamações è tudo foi bem. Cidade bem aparelhada de gás e luz, tanto ou mais do que as principais capitais do raundo, ela é um padrão.

O ilustre engenheiro sr. dr. Francisco Lcssa, a quem em bôa hora o respeitável sr. Ministro da Viação e Obras Públicas, general João de Mendonça Lima, confiou à Inspetoria de Luz, é — a par da sua competência —¦ uni funcionário que tem amor à Cidade, e que é intransigente na fiscalização dos complexos serviços de que é o responsável direto perante o Governo do País.

Neste momento de guerra, principalmente, a vigilância deve ser contínua, dia e noite, e o distinto engenheiro tem sabido corresponder à confiança do País.

Os seus afazeres são muitos, e grandes os seus deveres. E o chefe vê tudo, percorre de ponta a ponta a Cidade numa fiscalisação rigorosa, zelando pelo bem público.

Queremos, numa justa embora rápida análise, mostrar as realisações mais importantes executadas em 1943, na Iluminação Pública: — Avenida Francisco Sá — prolongamento do Cais do Porto — iluminação nova.

Avenida Bartolomeu Mitre — iluminação provisória para lâmpadas em " CordoalKas". . Rua Dias Ferreira — iluminação de tipo provisório para lâmpadas em " Cordoalhas".

Avenida Visconde de Albuquerque, completada a iluminação e melhorada a existente.

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Remodelação da iluminação pública da Rua Dr Garnier.

Iluminação da Praça dos Industriários, no Realengo.

Iluminação moderna na Praça Cristiano Otoni, em frente ao Edifício da Central do Brasil, com postes de 3 luzes e lâmpadas de 1.000 e 600 velas.

Iluminação Dr. Francisco de Sá Lessa. Inspetor Geral de //«em conjunto minação, no seu gabinete êe trabalho. das ruas do subúrbio de Senador Camará.

Modificação da iluminação da Avenida watts, cm 65 postes de uma luz e 64 de Rio Branco, com a retirada das árvores e 3 luzes, sendo a altura dos focos laterais dos refúgios do centro e, conseqüente rede 5 mts. e dos focos dos postes centrais tirada dos postes de 3 luzes. de 6m80.

Diversas ruas na Ilha do Governador.

Como se vê, o trabalho criterioso do Organisação dos projetos para modifiilustre Inspetor da Iluminação, e dos seus cação das iluminações nas Ruas São Ciededicados auxiliares, inclusive o distinto mente e Voluntários da Pátria, para exeengenheiro dr. Frota Cavalcante, seu Secução em 1944. cretário, não podem ser esquecidos pelo Projeto de iluminação dos Túneis do público a que eles servem com dedicação Leme, cada um com 245 lâmpadas de 200 e zelo. velas, distribuídas por diversos circuitos, E' preciso' nâo esquecer que estanios em afim de que a luz natural agindo por inguerra e que a Inspetoria, através da bóa termédio de células foto elétricas ajuste à orientação do engenheiro dr. Sá Lessa evisua própria variação de intensidade dos tou que a população carioca sofresse a falgrupos de lâmpadas das entradas e do inta do gás, esse precioso conforto já indisterior dos túneis. pensavel ao público. O espirito do carioca Organização do projeto geral da ilumise prevenira para qualquer eventualijá "já nação da Avenida Presidente Vargas, dade, mas as providências determinadas tendo sido enviado à execução, o projeto pela Inspetoria nSb permitiram se consupara iluminação de dois trechos da refemasse essa triste espectatiya. rida Avenida, constando da instalação de Está, pois, de parabéns a Inspetoria de 128 lâmpadas de 600 watts e 129 de 750 Iluminação do Rio de Janeiro.

Um trecho da Avenida Beira Mar.

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l^T O instante que através1* samos, em que o Brasil mobiliza a totalidade de seus recursos econômicos para enfrentar uma situação excepcional de sua vida de Nação tradicionalmente pacífica, não é demais dizer-se que é aos setôres técnicos que se estende, com mais amplitude, essa mobilização.

Não quer isso dizer que a guerra tenha vindo iniciarnos nas taréfas técnicas de preparação para a nossa futura emancipação econômica, desde há muito porquanto

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ESFORÇO cuidavamos de tais problemas, mas sim que as necessidades decorrentes da situação atual êsse previeram estimular horizonabrindo novos paro, tes à capacidade dos nossos trabalhadores e à iniciativa das ecoorganizações grandes nomico-industriais.

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GUERRA

Ainda recentemente o general Fiúza de Castro, Diretor do Material Bélico do Exército, realizou uma visita às instalações da S. A. Marvin, em Bonsucesso, que foi excelente oportunidade para se evidenciar o que vem sendo, na realidade, o nosso esforço de guerra, no setôr da produção bélica.

O ilustre militar, que se fez acompanhar do Coronel Franklin Emilio Rodrigues, Tenentes-Coroneis Áltair de Queiroz, chefe do gabinete; José dos Santos Calhèiros e Alcebiades Majores Braga do Amaral; Edgar de Abreu Lima e Carlos Proença, diretor da Fábrica de Bonsucesso; Capitão Eleusipo Siqueira e Tenente Fiúza de

Aspecto de uma farte da secção de po/intento, vendp-se o Diretor do Material Bélico quando owia uma exposição das diversas faxes da fabricação, feita pelo majpr Juscelino C. de Almeida, Assistente Técnico Militar da S. A. Marvin.

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O General Fiúza dc Castro inaugurando as novas insfalações da S. A. Marvin, destinadas à fabricação de material bélico.

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Castro, ajudante de ordens, foi recebido à chegada pelos diretores da S. A. Marvin, snrs. Alberto Sampaio, Luis de Sousa e Silva e Donald Duckly, e pelo assistente técnico junto àquela fa-brica, major Juscelino de Almeida.

Foram visitadas todas as dependências da organização Marvin, que constituem talvês um dos mais importantes conjuntos de estabelecimentos

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parando o esforço do operariado da Marvin com o que realiza o soldado no front — ambos com os olhos fitos no mesmo ideal de liberdade democrática.

Exaltou, finalmente, a cooperação dos dirigentes daquele estabelecimento, na execução do compromisso assumido com o Exército, tendo manifestado à reportagem, antes de se retirar, suas excelentes impressões sobre tudo quanto lhe fora dado observar.

As fotografias destas páginas fixam flagrantes da visita do Diretor do Material Bélico à S. A. Marvin.

â________B_B__B-.\;.fl_B_______|:í:__fl Observando uma das mais difíceis operações fabricação dos produtos bélicos.

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fabris da capital da República, produzindo-se ali os vários artefátos de metais necessários à indústria. AS. A. Marvin, por contrato firmado com o Governo, recebeu a incumbência do fornecimento de material bélico ao Exército, para cujo cumprimento fez inaugurar agora — áto que foi presidido pelo general Fiúza de Castro — dois novos pavilhões, destinados à produção de diversos materiais bélicos.

O general Fiúza de Castro usou da palavra realçando o valor da obra patriótica ali realizada, com-

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Instantâneo tomado na Igreja da Candelária, quando era celebrada missa cm ação de graças pela passagem "Correio da Noite", o brilhante vespertino que obedece à direção de Mario Magalhães c da fundação do uma permanente campanlia cm prol dos interesses do povo c dos ideais democráticos. O piedoso ato contou trabalho, amigos personalidades e de crescido número de profissionais da imprensa, até ,„ de companheiros de Magalhães e de sua brilhante atuação na imprensa brasileira.

de mais um aniversário cuja existência tem sido com a presença de altas c admiradores de Mario

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Uma figura da diplomacia brasileira Ministro Paulo Hasslockcr, chefe da nossa missão diplomática no Panamá, como Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotcnciário, c cujo aniversário ttatalicio ocorreu a 21 de janeiro último. Figura de reino da diplomacia brasileira, o ilustre aniz<crsariante, que è antigo jornalista c apreciado homem de letras, presidiu a Delegação Brasileira à I Conferência de Ministros de Educação das Repúblicas Amcricanas, sendo atualmente Vicc-Presidcnte do Comitê Diplomático Pro-Universidade Inter-Amcricana, tendo sido aclamado orador do Corpo"o Diplomático no Pagrande Ministro do iwmá, onde é conhecido como grande Pais".

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ftcos do I Congresso Inter-Americano de Radiologia — O professor Sabino di Riengo, docente da cadeira de radiologia da Universidade de Cordoba, expressão em do mundo médico argentino, de* companhia de sua senhora e radiologistas brasileiros drs. Juho CamiPires Magalhães e Nicola na Cordoba, nha, em Sierras de visita da ocasião Argentino, por aquela destes cientistas patrícios cidade.

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José JOSÉ, filhinho de c Pereira Matos Maria Pereira.

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Suplemento Cinematográfico d'O MALHO

0 PRECURSOR 1)0 (111,EU. FALADO EATTRB 1.08/. i Gastão Pereira da Silva ainda se ignorava Inteiramente a possibilidade do QUANDO "cinema falado" ou mesmo "sonorizado" Francisco Serrador, aquele que foi o pioneiro da arte de Lumlére entre nós e mais tarde o "creador da Cinelândia", já sonhava com êle.

Quando ainda não se pensava — repetimos — senão no aperfeiçoamento técnico das figuras postas em movimento nas "telas" rudimentares em que se projetavam os primeiros filmes, também ainda, muito mal feitos, já Francisco Serrador previa que, dentro em pouco, a arte cinematográfica haveria de se adiantar tanto, que as próprias figuras 'humanas, vistas através das fotografias animadas, teriam que "falar" por suas próprias bocas, articulando palavras e imitando. sons. nas tonalidades exatas do próprio timbre, característico a cada um de nós.

E enquanto esperava esse tão almejado progresso, que deveria vir das mãos dos grandes técnicos inventores, — imaginou, embora sob uma forma rudimentar, um "cinema falante".

E, assim, lá por volta do ano de 1907, qualquer espectador podia assistir o desenrolar de uma "fita falante" do mesmo modo que hoje o "fan" de uma Greta Garbo, ou de um Tyrone Power pode apreciar os "filmes falados" das fábricas famosas... A única diferença que existia realmente entre o filme moderno e o antigo é que este era "falante", enquanto aquele é "falado"...

Isto, porque, a película que Serrador fazia correr diante dos olhos curiosos da platéia de 1907 era, em realidade, "silenciosa".

Durante a projeção é que apresenta11

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Serrador va o "som" através da orquestra e dos cantores... Por detrás da "tela" (um pedaço de pano branco que era molhado de minuto em minuto) ficavam a máquina e os intérpretes.

Estes se sentavam em banrjuinhos mais ou menos confortáveis e ao se verem projetados no "écran" acompanhavam da melhor maneira que podiam o movimento dos lábios, quando articulavam um diálogo, ou esticavam e abriam completamente a boca, ao terem de imitar os sustenidos de uma opera de Verdi, ou Puccini...

O microfone era também improvisado por meio de imensos "canudos" e "funis" de madeira ou de papelão, pelos quais os gorgeios das gargantas disciplinadas ganhavam a moldura da "tela" e vinham ecoar na platéia...

Mas esta inovação já constituía, entretanto, um aperfeiçoamento técnico.

No princípio, os artistas colocavamse junto às estantes das músicas do lado de fora, o que não deu resultado.

— 47 —

Serrador resolveu então que eles ficassem de cada lado da "tela". Tambem esta medida falhou inteiramente.

Diante de tantas dificuldades foi que o processo acima citado se tornou definitivo.

Então, reunidos por detrás do "écran" e com os "funis" em punho, não só os intérpretes podiam agora congregar todos os movimentos exigidos pela filmagem, como também lhes era fácil "alcansar" os "dós de peito" com muito menor esforço. O "cinema falante" fez época. Há pouco tempo, o cronista cinematográfico Celestino Silveira escreveu interessantes rep»rtagens env torno das iniciativas de Francisco Serrador e que nos serviram de fonte preciosa para a pequena biografia daquela tradicional figura da cidade. Os episódios humorísticos decorrentes da aludida "descoberta" são inúmeros. Dentre os muitos podemos citar um deles, antes de terminar esta nota pitoresca sobre uma época que passou...

Sempre que os "filmes falantes" tinham de ser exibidos, um obstáculo enorme precisava |ser removido. E' que atrás da lata de "goiabada", em que guardavam os "celulóides", tinham que ir os cantores... Serra dor nessas ocasiões via-se tonto. Por onde amdaria "Fulano", ou "Sicrano", intérpretes do filme?

Muitas vezes os cantores não estavam dispostos. Outras vezes se sentiam adoentados: — Como é que eu vou cantar os "Palhaços", gripado? Imaginem si hoje os artistas de Hollywood precisassem acompanhar a "lata de seus próprios filmes" para se exibirem aqui? Quanto custaria uma entrada de cinema?

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BIOGRAFIAS

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GENE TIERNEY nasceu cm Brooklyn, N. Y., no dia 20 de Novembro de 1920. Veiu do palco. Começou no cinema em " A volta de Frank James" e desde então tornouse um dos tipos femininos mais interessantes da nova geração de Hollywood. " A formosa bandida", 110 qual perco nifica a celebre Belle Starr, um dos seus melhores trabalhos.

WAI.TER BRENNAN nasceu em Swampscott, Massachusetts e, como Boris Karloff, apareceu numa enorme quantidade de celulóides como uma figura desconhecida até o dia em que Samuel'Goldwyn deu-lhe chance de aparecer com destaque, no filme de Grary Cooper e Anna Sten, "Noite nupcial".

Começou entãu a subir, chegando a conquistar duas estatuetas da Academia.

conde de Zarka", filme da série do "Chanceler negro" " (com script" O de Pai Reirmert, o conhecido atorescritor, autor daquele famoso celulóide de Wuppschlander), como Olaf Fons (o protagonista de "Atlantis)", John Ring, Carl Laurintzen, Wilhelm Birch, Mure Fritz Petersen, Sven Aggerholm, Mme Holck e Christie, foi o grande lançamento da Nordisk no Parisiense, em Fevereiro de i<j 14.

Aggerholm interpretava o aventureiro que dava titulo ao filme. Além deste, a saudosa fábrica dinamarquesa apresentou no cinema do snr. Staffa, dois filmes de Asta Niclstn — "A estrela da Companhia" ou " A pri-1 madona" e "Um anjo", 0 primeiro escritee " O vaso chinês", outro por Urban Gad; trabalho de Olaf Fons; " Nas vestes do consul", com KarI Aestropp; e ,uma reprime" de " O mais forte", de Wuppschlander e Elza Frolich. No mesmo cinema, Lydia Quaranta apareceu em duas produções da ítala — "O trem cm chamas" e " O força do n." 113". No Odeon, tivemos: " Diário de uma mulher", da Cclio. com Francesca Bertini; "Amor à inglesa", com Max; "Oh, aquela Lizetta !", da Ambrosio, com a troupe Rodolfi; " O dinheiro dos "O bailado trágico" pobres", da Pathé; ou "A dansa dos vampiros" (Hiawatha), um filme que apresentava algo de novo no cinema — uma dansa violenta e trágica com uma dansarina escultura! — que alcan" Astúcia cara enorme sucCMo na Europa; de Gribuüjette", da Pathé, com a for;: Mine Frascarolü; "A ordenança", de I "Juramento à bandeira pelo Bata,quali; e lhão Naval" e " A apoteOM do carnaval de 14", doa atellers Musso-Film e A. Bote-.

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SPRING BYINGTON nasceu em Colorado Springs, num dia 17 de Outubro. Estreiou no teatro aos 17 anos. Começou no cinema, de maneira brilhante, em " Quatro Irmãos", no papel da mãe de Kat Hepburn, Francês Dee, Joan Ben" nett e Jean Parker. E' uma das melhores atrises caracteristicas de Hollywood. Outro belo desempenho seu foi ao lado de Frank Morgan, em " Um Cavalheiro do Sul".

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lho. O Avenida, exibiu " Napoleão" ou " A epopéa napoleônica", história da Pathé-Frères, cem Mr. Charlier no legendário corso; "O homem de duas caras", da série Ivette Ándfeyor; Ntck Wtnter achou a Gioconda", novas aventuras do célebre detetive da Pathé; " O calvário do amor", da Ambrosia" ; " Trabalhos da duplicação da linha da serra do mar" (Inauguração do túnel n.° 1, pelo Dr. Frontin), de A. Musso; "O irreparável", da DKG, com Suzanne Grandais; " Polidoro e os gatos", da Pasquali, com Fernand Guilaume; " Uni enigma medicinal", filme científico, com o ator alemão Paul Meffert; a comédia de Bout de Zan (o querido diavolino " Miudo", da Gaumont), "Os charutos de pa" A última entrevista", da série pai"; e artística Alberto Capozzi, com o elegante artista da Pasquali. O Pathé, apresentou " A dansa heróica", da Pathé, com Gabrielle Robinne e Alexandre (o arbitro da elegância dp cinema francês); "A mulher de papai", adaptação do vaudcville de A. Henneouin e A. Milland, com Bigodinho DO papel duplo do Barão Bocancgra e filho; "A torre de. vampiro»", hi*tda série de ouro da Ambrosio; "O ladrio", da Gaumont; "Amor de toureiro", da cines; "Bigodinho Cendrillon"; e "A honra do juiz", da Film d'Art Italiana-P.i thé. Outras estréias: "O poço comum", da 48 -

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NIGEE BRUCE, um dos meIhores tipos britânicos do clnema americano, apezar de filho de ingleses, nasceu na América, em San Diego, California, no dia 4 de Fevereiro de 1895. Trabalhou no palco. Estreiou no cinema no filme "Red Aces". E' o Dr. Watson das aventuras de Sherlock Holmes com Brasil Rathbone.

Eclair, com Duqucsne, Manzoni e Mlle. Sohoje, adaptação do romance de Pierre Salles, no íris; "O pão alheio", da Savoia, versão da obra de Ivan Turghenielff; "O camafeu", da Eclair, filme distinto de "A lenda do camafeu", apresentada anteriorinente; "Os Móchos das cavernas", da Aquilla; e as comédias, " Willy corre atrás do seu dinheiro", " Casimiro e a» senhora raivosa", e "O reconhecimento de Willy", todas da Eclair, no cinema Paris, da Praça Tiradentes; e "A Rainha do Egito" (Reinado de Cleopatra), histórico da Pathé, no Ideal. Mas a novidade do mês foi, evidentemente, a inauguração do cinema Teatro Phenix (hoje Opera), na então rua Barão de S. Gonçalo, com o seguinte pro"Eclair "Paixão grama: — faJornal"; tal", 3 partes da Leonard-Film; e " A dama do 23", comédia cm duas partes da Eclair.

Os «preços eram estes: — 1* classe, um mil réis;" camarotes de primeira ordem, seis mil réis; de segunda ordem, quatro mil réis; frizas, dez mil réis; gerais, quatrocentos réis;... Era o " cinema ultrachie", "o de maior conforto" e "maior distinção", conforme diziam os anúncios, acrescentando "nã0 ser a adaptação de qualquer armazém a casa de diversões, sem a segurança c o bem estar a que tem direito quem se diverte". O programa inaugural parece nio ter sido dos melhores mas a nova casa cenunciava para breve, o arrebatador filme histórico da Pasquali, Também o Odeon prometia " Miguel IVrrin", da Ambrosio, passado na época mpoleânka, com o Comendador Ermette Novelli.

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Peters foi uma das encantadoras revelações da temSusan de 1943, ' -~* **" no i**-j porada papel daquela rival de Greer Garson em "Na noite do passado", e no ,primeiro filme americano de "Encontro Pierre Aumont, com o perigo". Anteriormente com o nome de Suzanne Carnahan, apareceu-nos no ffilme de Errol "A Flynn. estrada de Santa Fé" — 49 —

O

MALHO

RACHEL

PRADO *

Prado,

a

brilhante

autora

RACHEL das letras

que tece tão destacada atuação nos meios culturais jemininos do país, e cujo desaparecimento, ainda recente, eontristou os meios intelectuais e

sociais do Rio e dos Estados, era cronista inspirada e sabia, como poucas, em breves linhas delinear um quadro evocalivo ou descrever um instante emocional.

A crônica que se :ai ler. de autoria da saudosa escritora, é um des muitos trabalhos seus que ficaram inéditos, e dá bem unia prova tle sua sensibilidade e dos seus recursos de cronista de raça.

INSPIRAÇÃO doce evocativa despertam os coqueiros !

QUE bio decorrer <la minha viagem vi-os dois a dois, muito unidos, misturadacabeleiras como jubas leoninas que brilhavam sob o esplendor cálido das manhãs irisadas de luz. Ao entardecer, à sombra dos crepúsculos esmaecidos, os coqueiros parecem grandes leques, no verdor das palmas e inclinam-se em donaires graciosos, na agitação do venta O coqueiro, quando solitário, inspira mais poesia, Triste, esguio, projeta-se ao-longo dos caminhos e o peregrino, em serena meditação, admira-o silenciosamente, dentro da nostalgia dos seus pensares...

A imaginação, eterna bandoleira, divaga... Fora numa terra selvagem, em país tropical, ao doce embalo de uma rede de tucum, sob o céu estrelado que uma joven

india. de corpo bronzeado e olhares languidos, evocava o guerreiro que partira.

Ali. sob a agitação dos coqueiros, se derramava o cheiro agreste das selvas, no ar cálido

da

MALHO

noite.

Os

coqueiroí

dobrara-se

num gesto de prece, e no coração da india mora uma esperança.

O peregrino desperta e exclama: que bonito sonho para um lindo quadro ! E lem bra-se que o Voltaire poderá realisá-lo porque é triste como o coqueiro solitário. O caminhando isolado e meditativo, cuja alma se assemelha á do coqueiro hieratico e sombrio, que, na poesia de um crepúsculo deluido, ficou agitado pelos ventos, ao l-do de uma cabana pobre, na praia branca de Itapoan, segue a sua rota, imerso em profunda saudade...

RACHEL PRADO

to*

Dyrct Comes, graciosa filhinha do nosso companheiro Randolpho Sih-eira Gomes e de sua esposa Maria dc Lotardes Comes, no dia do seu I." aniversário.

Raul dc Azevedo nosso companheiro de tra ballw e figura destacada das letras c do transe jornalismo, cujo aniversário rá depois de amanhã, dia 3, assinalando uma data altamente simpática para os temi aifligot e admiradores. Por esse motivo Raul ile Aceveilo receberá certamente muitos cumprimentos e demonstrações do quanta •¦ querido e apreciado.

Monte Viro, filho do Dr. Gabriel de Litccua ' I D. Maria Cunha de

H

atoto ""Am 'Atom _L

Professor Dr. José Dabul, clinico nesta Capital, assistente do Serviço de Clínica Médica do Hospital Moncorvo Filho, e cujo primeiro aniversário de formatura deu ensejo a que seus amigos e ad-miradores lhe prestassem significativas homenagens. O Dr. José Dabul i diplomado também em Química t i professor pela Faculdade N. de Filosofia.

— 50

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4f armam

tommtoAmmmtomr A\*~. --*¦ m MmmmtomW jEB^BbH_A__mMH A

.1 F.xiihi. Sra. Dirce Mascarenhas Cantarque acaba de concluir com brilhantismo n curso de Contador pela Academia du Comercio do Rio de Janeiro.

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19

4

4

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g.

Chapman é das novas componentes da constelação estelar de Hollywood. hARGUERITE Mas já tem o seu nome escrito bem indelevelmente na memória dos "fans" de filmes de guerra. Quem esquecerá sua atuação em Encontro em Berlim"f ao lado de todo um grupo de bons artistas, no desenrolar de uma trama cheia de imprevistos e precalços ?

Marguerite Chapman está perfeitamente integrada no seu tempo, e é uma pequena atraente como todas as que Hollywood escolhe para seu "cast". Quem não se deixa vencer por êsse olhar penetrante e algo sonhador, por essa graça um tanto ingênua e um tantlnho sojisticated, e pela elegância que ela revela em tudo, a principiar pelo gesto denunciador de finesse e bom gosto, êsse g:esto displicente com que, como a mulher chic de hoje, empunha a finíssima piteira com o indefectível cigarro ?

W

de flores

N

A praia de Guarujá, curva e acolhedora como um seio harmonioso, o sói tépido empresta à cente

um

de verão

paisagem circumjabrilho extranho difícil

igualar.

de

Praia

diferente

essa

do

litoral

paulista! Cercada de residências senhoriais e de montes de verdura

fragrante, de

florestas

ricas

cuja

policromía deixa onge todas as gamas do prisma,

Guarujá

não

recorda

nenhuma

praia afamada, nem as tão celebradas dos mares do Sul, e isto

suas

carateristicas são próprias, peculiarissimas — o que lhe atribue um sortilégio porque

irresistível.

Embora seja o recanto preferido pela mais fina sociedade ban-

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AtmAÊA^.

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Stas.: Lygia Penteado. Celita Lara Fonseca, Helena Lara Fonseca e Yolanda Cerqueira Cezar

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Sca. Anna Macia Souza Ramos e snta. Marina Muniz de Souza.

deirante a

para

deliciosa

famosa

a

cinta ilha

sua simplicidade ar

de

areia

que

S.

Amaro

não

rústica,

perdeu responsável pelo nota

se

que

e nos

freqüentadores. todos lhe

preferencia que haver-se transformado

encantador ócios

tornou

naturalidade

elegancia

Daí a o

de

intimidade,

discréta seus

de

estivais,

temporadas

suas

da

para os estação

corpo, fatigado,

no

ela

longos

dai

sitio mais

e repousantes

calmosa,

requer ar, luz

^^Sjl^r

dão,-

quando

o

e diversões

sadias

esportivas energias

que

combalidas

lhe

pela

Á noite, depois dos jogos

restaurem

as

luta quotidiana. revigorantes

da

beira da praia, os veranistas encontram "grill" do Cassino do Grande Hotel o no requintado

espetáculo

que

lhes

satisfará

artisticas. habituadas aos "shows" dos movimentados

as sensibilidades e

brilhantes grandes

e

diversões civilizadas

famosos das

estabelecimentos

metropoles

tumultuosas

de e

PROCOPIO

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UMA

VOZ

Dá - se com Cristina Maristani um fe nômeno interessante. Canta, há muitos anos na mesma estação. Tem talento.

O seu nome é um cartaz internacional.

At -;' ¦/ ¦'"' vv ;*-* ^ ^...' - v <\f. "

V

BONITA mas não tem consentido em banalisar se no rádio. Vêmo - la aqui, ao lado do conhecido violinista Carlos Viana de Al meida, antes de um recital seu pela Tupi.

Ho.ia.ti Lauro Borges consegue prender, com a sua graça, ao público da Rádio - Clube.

Volta a se falar numa Escola de Rádio. Seria uma necessidade. E, enquanto ela não vem, por-que não se pede a certos locutores melhor cuidado com o vernáculo ?

Quando teremos noticiários internacionais mais bem feitos ? Álvaro Moreyra, com as suas lindas crônicas na Cruzeiro, é um oásis no deserto de certos estúdios de rádio.

Continúa a campanha contra os intelectuais no rádio. Campanha surda, ferina, desagradável.

Devemos louvar a Celestino Silveira pela apresentação das comédias inspiradas nos filmes. Temos tido espetáculos inesquecíveis.

Ao momento em <jue certas emissoras descuram na apresentação de programas c*e rádio - teatro, é de se louvar o capricho das apresentações do conhecido homem de rádio e cinema.

E os indefectíveis programas de calouros !

Como' êle3 enervam a gente !

Liga - se o rádio para qualquer um dêles e obtém * se a mesma maçada dominical com a pesada ironia feita aos que desejam ingressar no rádio.

Benedito Lacerda, com os seus ra. pazes, na Rádio - Clube, ainda é um número de agrado geral.

T^iequed Zarur, na. Transmissora, vem cumprindo o elevado conceito que mantivemos sempre do seu nome como diretor de qualquer emissóra.

I— Ainda temos ouvido no teatro. policial do Casé, que é um dos melhores, as saliências bem desagradáveis do Baraçal.

O David desapareceu com o "vermouth". Temos, agora, jim repórO

MALHO

TUPI

NA

Procopio está ao microfone da Tupi.

Aproveita os dias de repouso, e vem, às segundas - feiras, conversar com o público, apresentando programas dos melhores. Não resta a menor dúvida : a estação da rua Venezuela agiu bem em contratá - lo. Poucos artistas, com tamanho público. E, raros, com o talento e a personalidade-precisas para encantar os seus milhões de ouvintes.

Todavia, o Frias anda a estragar em muito o admirável espetáculo do maior artista da cêna brasileira. E anda a afeiá - lo precisamente pelo esparramo feito à sua apresentação. Outro dia impingiu, aos ouvintes, que Procopio depois de fazer um número, havia desaparecido, e, daí telefonemas o procurando em toda parte." Todas as vezes uma novidade na apresentação. Mas a mania da originalidade muitas vezes atrapalha o locutor da Tupi. E, temos, então, certas tolices, alguns motivos conseguidos para distrair o público, capazes de malferir a graça da apresentação.

E Procopio, o grande Procopio, com aquela fina inteligência tão nossa conhecida, psicólogo como é, já deve ter reparado, evidentemente que estamos criticando, com a melhor das intenções, desejando com a melhor das boas vontades o êxito do artista, e um melhor comedimento do Frias.

FRANCISCO GALVAQ

-• ACORDEON

&

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Indiscutivelmente o acordeon é um instrumento dos mais bem aceitos no rádio, pelo público.

George Vrusso é um intérprete dos melhores dêste instrumento, sendo flgura admirada dos ouvintes, do programa Casé. ter norte - americano, cujo nome é todas as vezes estroplado pelo Baraçal.

Por que ?

Volveu do Norte, onde esteve ciassificando cristais, a cantora Yole Rhodes, que, em breve, aparecerá ao públij co em uma das nossas emissõras.

Francisco Alves, em que pese os anos de rádio, não deixa de ser o maior cartaz do Carnaval.

Cada vez melhor o "Trio de Ouro", onde temos a participação maravilhosa de Dalva de Oliveira.

- 54 -

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ARTISTA Virgínia Lane é uma artista bonita e O público que possue excelente voz. gosta de suas creações. De sorte que é um cartaz dos mais simpáticos do momento.

c

C&tnetitaHM Ê verdade : por que não aproveitou a Nacional o Mesquitinha, na "Hora do i Pato" 1 O senso humorístico do artista, um dos melhores do gênero, deveria ser melhor distinguido.

Vocês nâo acham ?

Marília Batista continua em perfeito declínio.

Repararam ?

E é pena, pois era uma artista das maiores que andavam por aí, — e há quem diga que o seu mal está em preferir apenas o repertório do Henrique, que, embora muito inteligente, todavia, não poderá, todas as vezes, oferecer números de agrado ao público.

Barbosa Júnior, cada vez mais agradando ao público.

Eis aí um artista que descobriu como se deve envelhecer no rádio gosando as simpatias dos ouvintes, com aquela sua bondade respeitável, e graça das suas piadas sem madlade e sem imoralidades.

Quem anda assustador, na sua falta de graça, é Paulo Gracindo.

O CARTAZ público fino da Nacional reclama. Em verdade, a estação é de alto conceito.

Neuza Monteiro é uma nova arE Paulo Gracindo, de há muito procura tista da Educadora a surgir com rebaixá-la com as sua graças pesadas. muito valor, cantando samba.

Cremos que ela venha a ser, se Por que será que a direção artística repararem os diretores artístico, nào o aproveita devidamente no papel nas suas qualidades, um cartaz de que lhe compete, no rádio - teatro, onde valor, mais tarde no rádio. êle é grande ?

| LÉA DE SA é uma estréia da constelação mignon da Rádio Guanabara. Cléa não é somente "estrelinha" do rádio, pois ainda não faz muito tempo, apreciàmo-la no Ralco do Clube de São Cristóvão, no programa dos artistas amadores, que fazem parte do seu teatro, sob a orientação de Heloísa Helena, onde desempenhou belíssimo papel, fazendo-se ouvir também ao piano, na canção de "O despertar da Montanlia" e na canção "Mãe", sendo homenageada, ao final, em cena aberta, com muitos abraços e uma "corbeille" de lindos cravos vermelhos.

• DE CARVALHO, um rádio - autor bastante conhecido ALBERTUS dos nossos leitores, cujas peças teem agradado in totum, terá este mês, no Teatro Pelos Ares, da Mayrink, reprisada, à pedido, sua peça de estréia "Duas Faces da Vido", uma história atraente desenvolvida com muita graça e elegância em três magníficos atos.

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@3)

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SUPLEMENTO Por ^V* V" -'¦•' * mmmW iSBBBBB^B

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Vestido de trepe negro. Modelo de Carolyn — New York.

FAVILLA NENHAUSER escreveu especialmente para o "Anuário das Senhoras" de 1943 uma HYLDETH página bonita, aliás como são as da íestejada poetisa de "Guizos de Ouro". Aproduções intitulapágina se: Solidariedade. E escreve: "Na brancura monótona do meu quarto de enferma meu corpo era uma rosa triste desfolhando-se ao sopro frio da morte.

Na nevoa de desencanto me envolvia, nem senti a caricia morna de um raio que de sol que veio pousar em meus cabelos, pondo-lhes reflexos de poeira doirada...

Mas... tu chegaste !...

E havia tal emoção em teus olhos e tanta ternura em teu sorriso que — insensivelmente — comecei a pensar na beleza da Vida.

Num esforço inaudito libertei meu espirito cansado das garras do tédio que o asfixiava...

E beijei com os olhos ansiosos o azul límpido do céu que me acenava através da janela como uma promessa vibrante de felicidade.

11

—

19

4

4

SORCIÈRE

Desde então, senti que amei de novo a vida pelo milagre renovador do teu afeto puro — exemplo magnifico de solidariedade humana !"

Foi omisso, entanto, o nome da autora de tão interessante prosa lirica. Mas aqui está descrita por inteiro, como penitencia daquela exclusão involuntária.

Pois Hyldeth Favilla fez anos a 13 de Dezembro, motivo para reunir no seu confortável apartamento da Avenida Atlântica algumas das suas amizades Num belo traje "sophisticated" de crépe estampado, da autoria de Carolyn (New York), a dona da casa proporcionou aos convidados algumas horas tão boas que deixaram saudade. Lá estavam: acadêmico Cláudio de Souza e sra., casal Leopoldo Stern, poeta Haroldo Daltro, escritor Jarbas de Carvalho, Embaixador Pontes de Miranda e sra., o notável poeta Olegario Marianno, a escritora Ernesta Weber, cuja prosa vivíssima é um sintoma da sua explendida inteligência, desembargador Toscano Spinola, viuva Francisco Favilla, a linda senhora César Garcez, sra. e srta. Pedro Vergara, a formosa senhora Conceição Gomes, sra. J. Maurity, Cônsul Rafael Bascones, escritores Roque Laurenza e Escobar Filho, sr. Meira Penna, Dr. Edmundo de Miranda Jordão, sr. Ernest Waxell, sra.

Nenè Capetti, Dr. Saintclair de Miranda Carvalho, sra.

Jayme Saldanha da Gama. Trota A. G. de Vellemos Amaral Filho, Emyl de Frey, H. Van Hoeck, a elegante sra. Lou Ribeiro, Dr. A. Muniz, Cônsul O. Tavares, sr. e sra.

Alberto Otto, srta. Zilda Raul de Azevedo ?ra. Amparo Mascena, sra. Fianciáco Vilar Júnior, sr. e sra.

Oliveira Marques, sras.

L a u r a Austregesilo, Gustavo de Carvalho, Abegnar de Andrade, Malvina Dolabela Portela Mamanna, Luiz Carvalhal, E. Lamayer Monteiro, Major Osmar Dutra, Ofereceu o outro "cocktail" de alta expressão elegante o casil Luiz Costa. No quadro luxuoso do apartamento à praia do Flamengo, ornado de tapetes caros, mtz a SsVw 1 moveis originais e objctos de arte, onde o bom ^^*aM ikbsBSSBBBBBBBBBBB, I de gosto predomina maneira evidente, mo^¦B via-se a figurinha graaaaaaaav * I ciosa da sra. Luiz Costa — "née' Leüa Tinôco —, vestida de "chiffon" lilás orquídea.

Tarde encantadora, cue se prolongou até quando a noite ia alta. Lá fora, a chuvinha miúda, impenitente, oferecia temperatura de inverno às proximidades da estação calmosa.

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BÉfM

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FEMININO

Modelo para tecido apropriado ao verão.

— 57 —

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MALHO

Ann Sheridan, a notavel "star" de "Em cada coração um pecado", apresenta singelo e elegante vestido de "shantung" verde médio, frente da blusa verde forte esfriado dc branco, gola e peitilho brancos.

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Para uma noitada estivai Bonita Granville, da R. K. O., aconselha este traje de algodão branco estampado de cores vivas.

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_ dc "taffetas" preto c vermelho, em quadrinhos, o "t.iilleur' de Francino Counihan, da Columbia picture.

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Priscilla Lane veste belo ves* tido branco, pzra de noite. No estilo grego, tem a acentuarlhe a suave elegância um largo cinto dourado taxeado a ouro e enriquecido de turquesas.

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COMO VESTEM AS

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Ann Shirley, da RKO. num "tailleur" de "taffetas" preto e branco, ideal para gente jovem.

— 59 —

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DETALHES ^r^mkt^m». _______k. «2b um verdade, Na penteado bem feito acentua a elegância feminina. E,em matéria de cabelos compridos e soltos, nada mais gracioso que a cabeça Je Marguerite Chapman. a qual a Coapresenta lambia "Appointment cm in Berliin".

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NOVIDADES PARA PRESEHTES!

"B/oitscm" «Ir ce_i»i rtespo, dccote no feitio tle coração, adereço de P*tolas — Ires ãi talhes dc alta elegãncia aqo'. < .epostos por Ann 8ht 11 dan, da W a c ncr Bros, completam o penteado nito, <leà valioso minto lionitcza da -unhi cida ar!islit.

arte ta.s porcelanas, pratarias.bronzese objetos de

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A AVENIDA SETE DE SETEMBRO. 66/68 PRÓXIMO

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Para um "shnrt" de grossa sêda branca, tuna saia branca list ada de vermelho v i n li o.

Ainda é miss Kayes o figurino.

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jovens como Evelyn Kayes assenta um "short" estampado de tonalidades alãcrcs.

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Bem cativai éstc modelo de "shantung" azul doce, botoes do mesmo couro esoarlate do cinto largo.

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desenhou para Kay Harris Tillie the Toiler" este bo"shantung" havana, nito traje de peitilho dc cambraia branca.

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dc xaia pregtteada. Talha-se em linho ou qualquer outro tecido apropriado. ( Modélo dc Hudson, Detroit )

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Miss Ilarris rom líiii iJcafirfo <il pálido, gola ,1, v h i I f o n" branco, bo,/, cristal. Desenho de Monica.

(TUaXA^ •Tailleur'' para gente moça.

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Ainda jvira miíss J/arris usar em "Tilltè The Tosler", da Columbia, Monica ideou este vestido estampado "to tea".

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"Duas peças" elegante e prático, da autoria de Monicâ para Kay Harris.

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Num apartamento em que a sala deve servir tambem de quarto de cama, um mobiliario e decoração iguais à gravura cerrespondem a conforto e estética. Os moveis são talhados em cerejeira branca — ou madeira escura —, a coberta do divan-leito num belo "chintz" vermelho aberto, estamazul e de branco, almofadas do pado de"reps" azul escuro da poltrona. Simmesmo pies e bonito, tratando-se, como se trata, de decoração onde o bom gosto preponderá.

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Aqui se vê uma sala de estar "studio" servindo tambem como sala de de verde médio e creme no estofo dos morefeições. Jogam-se tons"étagère" ao fundo é de madeira vermelha, veis e nas cortinas, o bem como a mesa atrás do sofá..

PAS5ADE1RASTAPETES-MOVEIS

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65RUA DACARIOCA 67 — 64 —

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NOTA LITERÁRIA

Ritmos do novo continente DE AUGUSTO DE ALMEIDA FILHO ponto estou inteiramente com o poeta Videsacordo em NESTE nicius de Morais e não me digam que é perseguição minha. Acho que a poesia, como todas as outras revelações da arte, deve servir a um ideal, mesmo porque esta atitude não prejudica em coisa alguma a sua intrinseca expressão estética, pois esta já é outra face do problema.

A arte pela arte de tão malfadadas conseqüências não passa hoje de uma sombra renitente do saudosismo. A neutraliadde do intelectual em aspara à fundamentais suntos dignidade da inteligência devia ser prevista no Código Penal ou pelo menos na lei das contravenções. Ninguem melhor do que Carlos de Lacerda definiu e combateu o estado de espírito ,de que muitos dos chamados homens de letras estão hoje imbuídos: é a "desconversa". Dentro deste neologismo está viva e palpitante toda a filosofia dos oportunistas. Os assuntos fundamentais são dispensados pelos detalhes sem importância. As causas são confundidas com os efeitos. A verdade está quasi camuflada ou é vista nos museus de raridade.

Machaao de Assis, o cético, escreveu em um dos seus romances esta frase neo-acaciana: "a confusão era geral..." e sem querer definiu muito bem o clima da "desconversa". Neste ponto êle foi gênio...

A "desconversa" é uma doença que precisa acabar. A fobia do denate é o seu maior sintoma. E o debate é uma arma fundamental para o espírito, que procura a verdade.

Por tudo isso, o livro do sr. Faustino Nascimento — "KiTMOS DO NOVO CONTINENTE" — mereceu a nossa simpatia desde o primeiro momento. O poeta soube sentir o olima politico das Américas e mostrou um grande norizonte com o seu poema ua compreensão continental. O homem e a terra dos sonhos de Colomoo sâo presença constance em seu livro.

Faustíno Nascimento, na encruzilhaaa aas definições, diz muito bem em "ouverture" ao seu poema.

"Faze do verso um vinho que perturbe os sentidos e a ra[zão..."

Dá-lhe o vigor da terra, através [do caminho Da nova humanidade em forma[ção...

Liberto como o vento, Vôa na asa do verso a regiões [legendárias E, em ritmo novo e heróico, ex[pressa o pensamento cantando as terras libertárias..."

11

— 19

4 4

Esta síntese é a profissão de fé do poeta. Todo o seu livro é feito refletindo este espírito de homem livre, filho das Américas.

Faustino Nascimento tem conquistado na vida muitos louros de que se pôde orgulhar, porém nenhum título melhor lhe define a personalidade do que o de poeta americanista. Este é inconsutil e marcará definitivamente a sua presença.

"RÍTMOS DO NOVO CONTINENTE" é pois um livro diferente, feito sem saudosismo e com coragem máscuia.

Max Monteiro escreveu, de certa feita, estas palavras que transcrevo aqui, porque espelham bem o perfil do poeta: "Faustino Nascimento não glorifica apenas as tradições, os feitos e a beleza das Américas: sua voz penetra o futuro, exprimindo os ideai/ e as esperanças dos povos do continente. E' este, por sem dúvida, o sentido do poema — "O CANTO DAS ALTURAb" — que salpica de luz as últimas páginas de sua obra e onde a previsão dos acontecimentos, feita na mais de três anos, lhe da maior relevo e signincaçao, quando se aproxima a nora redentora das raças oprimidas e todos os olhares se voltam para a cruz de Cristo, abençoando as invencíveis legiões de Rooseveit: "Crepitarão

debalde

as fogueiras [medievas: A idéia há-de vencer, como a luz [vence as trevas !

Do triunfo ocasional da força sô[bre o ideal, Nào restará na terra um pálido [sinal !

Tirano ou ditador — todo liber[ticida !

Há-de ter, por memória, um labéu: fratricida !

Enquanto a história envolve em halos de arrebóis Os arautos da paz — super-ho[mens e heróis...

Super-homens e heróis ! Gênios [da eternidade, Entoai hinos ao bem, à paz, à li[berdade !

Anatematizai a guerra e a es[crar'idão !

Vede em cada opressor um trâns[fuga, um vilão !...

Combatei com o penhor supremo [da energia Os que querem fazer da terra [uma enxovia.

Glorificai quem prega a pafc, [semeia a luz E encontra, em recompensa, a [morte numa cruz".

— «5 —

DESPERTE n BILIS DO SEU FÍGADO t Saltará da Cama Disposto para Tudo

Seu fígado deve produzir diariamente um litro de bilis. Se a bilis não corre livremente, os alimentos não'são digeridos s appdrecem. Os gases incham o estornago. Sobrevém a prisão de ventre. Você ¦ sente-se abatido e como que envenenado.

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M de produzir os resultados do Eno. jjjVj I 6lG^ot GpRtQV)t»*0 1 CilO SALDE FRUCTA' ENO A,SALDEFRUCTA, 1 J

Almanaque

Bertrand

"Almanaque Bertrand" continua Q ã ser, entre as publicações periódicas anuais de recreação e ensinamentos práticos, que se editam em lingua portuguesa, a mais querida, mais completa e bem organizada.

Por isso mesmo vem de aparecer agora em 45a edição, e apesar de ser editado em Portugal, pela Livraria Bertrand, é um dos Almanaques mais lidos e conceituados no nosso Pais.

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bonitas?

FATIGADO? Historias Histórias curiosas ? curiosas?

HISTORIAS HISTÓRIAS DE PA I F&I

JOAO JOÃO

1944

para

TROVAS

ria Fernandes Costa, e conta com seleta colaboração.

Suas páginas são fartas em jogos, problemas, passatempos, logogrifos, charadas, curiosidades, e o conjunto é o mais atraente e completo que se poderia desejar.

O precioso anunário.lisboeta, que é uma tradição de bom gosto e de cultura, é distribuído em tôdo o Brasil pela Livraria Francisco Alves, sendo composto e impresso na Imprensa Portugal-Brasil, em Lisboa.

DE LUIZ OCTAVIO Fim de ano E' trinta e um de Dezembro...?

Mais um ano vái passar...

E eu de ti, saudoso, lembro, com vontade de chorar...

Febre A febre desaparece diminuindo os meus ais !

Só a Saudade não desce...

Cada vez aumenta mais !...

Cisma Pôde esta Não sem

crer que não é nova cisma que me inváde: posso fazer mais trova a palavra — Saudade...

Suposição

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"És o meu primeiro amor..."

Não deves assim dizer...

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Improviso Não que Pois um

desafie um poeta, tem longe o seu amor... verás, triste e vencido, belo improvisador...

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PAGINA 11

3

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NEM T0008 SABEM QUE... #

Há, num templo chinês, um sino que está tocando desde o dia de sua estreia, que foi a 20 de agosto de 1840 !

Os habitantes da localidade onde existe aquele templo pagam uma pequena contribuição para. que o sino toque dia e noite.

Estão em uso, porções. O menor Em Dabomey, uma taboa ou um

na Coréa, cartões de visitas dc grandes promede 30 centimetros de largura. quando se deseja anunciar uma visita envia-sc pau, talhado artisticamente.

As garrafas de champagne que se servem na mesa dos reis da Inglaterra não trazem nunca etiquetas, de modo que os comensais não podem saber quais as marcas de champagne preferidas' pelos soberanos do Reino Unido.

Dois jovens canadenses, Franck Jenkis c Héleri Proctar, cstiveram noivos por espaço de dez -anos.

Durante esse longo tempo, escreveram-sc um número espantoso de cartas. Ele, 3.550 e ela, 3.600...

Em certas regiões da Prússia, observa-se um costume interessante nas festas de nupeias. Ao fim do banquete, um dos convivas tira à recem-casada um sapato e o põe em leilão. O produto da duto da venda destina-se à aquisição de cigarros para todos ot circunstantes.

Segundo as últimas estatísticas referentes aos Peles Vermelhas, essa raça é a quc, proporcionalmente, conta cora menor número de indivíduos clementes e idiotas entre todas as raças existentes, quer civilisadas, quer selvagens.

ESSA ASMA QUE CHEGA QUASI A SUFOCÁ-LO E QUE LHE DEIXA O PEITO A DOER, PÔDE SER COMBATIDA USANDO

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_ L- -_. Í_\s5* &~**V niBéUlmtr ,SÀ-0 PAULO

onmi S413 C.POSTAI.

Depois de grande trabalho e incríveis dificuldades, os gos australianos conseguiram capturar vivo o único pássaro venenoso quc existe sobre a terra.

Esse pássaro, que os indígenas da Nova ('.nine chamara "O pássaro da Morte", possue no bico ..... veneno fulminante. Basta que ele pique, embora levemente, seu adversário, para que este seja Imediatamente Maçado dc convulsões que logo o matam, "pássaro d., morte",; E' extremamente raro „ parecc-sc um o r vive rouxinol tó na min Nova Guiné.., felizmente po.u-o

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CASELLA LON DON HORS CONCOURS

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NAVIOS

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ganhou 3 concurrências para a construção de igual número de navios, sabendo-se que o custo do primeiro, com a Certo

metade do que custarão os outros dois, forma um total de 5.800.000 cruzeiros; o valor do

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do primeiro e do terceiro, 6.600.000 cruzeiros: e o custo do

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do valor do primeiro e do dará 7.400.000 cruzeiros; ve-

3.° mais a metade segundo,

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jamos, então: navios?

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custará

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SOLUÇÕES DOS PASSATEMPOS DO NÚMERO PASSADO TROCA

DE

DISCOS

(Solução) Assim se arrumaram os discos, para obter a mesma soma:

{Solução no próximo número) «.«a»»»»»»»»-»» —-

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(D® (D © ©®(D® TEXTO

ENIGMÁTICO

O coveiro é um semeador. Semeia corpos. Somente não tem a esperança das colheitas.

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RECOMENDAMOS — 68 —

II DE POTÊNCIA A POTÊNCIA

VÊR

PAGINA I I

3 19

4 4

SINAL DA NOITE (Conclusão) necessitado, anel...

a

ponto

de

matar

um

homem,

não

Pode ser que b assassino, em seu nervosismo, reparado no anel.

levar

Euificjiííillls COM FRENTE PARA A MARAVILHOSA PRAIA DE COPACABANA E DOMINGOS FERREIRA

D

não tivesse

Pode ser — repetiu .om dureza o Comissário — e continuou: — Sabe porque i ispôsa de Marcelo não veiu aqui este ano ?

Xão... exceto o <|ui ele mesmo me contou... tjue tinha outros planos.

(Jtnhl K... entendiam-se bem? Nio havia um distanciamento entre ilesr Não sei. Xão são confidencias que" se façam, mesmo a um amigo.

Nunca fui brilhante, no tratar (le tirar conclusões. Mas. aqui», algo extranho. A senhora de Marcelo não vem com ele este ano. Marcelo tira tcxlas as suas fotografias da casa... e sei que a queria com loucura. Além disso, várias vezes notei que VOcês se olhavam de certo modo...

Refiro-me a você e a ela, a mulher de Marcelo.

Que ridícula história é a que está forjando? — gritou (iregório,

pondo-se cm pé. enquanto terror o invadia novamente.

Sente-se, l.ogan. e acalme-se — prosseguiu o Comissário.

— Tudo isto é uma divagação minha... Mas há outra cousa que não é divagação.. . Trata-se do apito (!o trem. Você não me telefonou de sua casa. e sim daqui, desta mesma sala... e daquelc aparelho...

Oh, está louco! — gritou outra vez (iregório. presa de pânico. K' claro que ouviu o apito do trem, mas. lembra-se de que também passa em frente à minha casa... onde há uma barrcira.

Já sei; disse friamente Clavair. Soa o apito, quando há uma harreira, mas quando VOci me estava telefonando, o trem não apitava detido à barreira, e sim empregava o apito <'"<* sôa na vizinhança duma pente...; ora. perto de sua casa, não há pontes, e perto desta, há muitas. Os diferentes apitos muito significam para um ex-ferroviário como eu. Portanto, nada faça para se defender, pois este assunto já está esclarecido... para -eu mal ' K assim dizendo, colocou-lhe as algemas, enquanto que Gregório sentia o mundo desabar sobre ele.

Nem siquér teve forças para resistir. Eíse comissário pareecria tolo, mas o apito de um trem o auxiliara a desvendar um erimc. do qual bem poderia ter ficado como um mistério indeciíravel.

O CARNAVAL DE OUTROS TEMPOS (Conclusio) "'•'".e ia abrindo caminho para uma nova éra no reinado de "confetti": voltar-se-ia aos Momo. Depois vjria a scriK.nt/ma, „ bailes de mascaras nos -Diário.-, no "Club da Tijuca". Foi assim que ,u vim a conhecer o Carnaval do deall.ar do século \K, em que nós as crianças dotempo, gostávamos de meter a pele nnm t-alhaço de chita, com uma bexiga de boi cheia de ar. para surrarmos os pequenos da visinhança ou então num certo diahuiho cm cuja cauda infernal metia-se areia molhada, apêndice que obrigava o paciente a fingir com a boca qne estava tomando Rargarejo. até que encontrasse um guri distraído cm que pudesse saciar a sua perversidade com a tal cauda diabólica. O fato hoje "n u não tem graça mas evidentemente traz saudades!...

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