Revista O Malho

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ALHEIOS PENSAMENTOS As pessoas arruinadas falam do tempo em que eram ricas com tanta complacência, como as enriquecidas faIam do tempo em que nem sapatos tinham.

Ter a consciência de que se é ignorante, é um grande pas,so para a sabedoria.

O que nós mais precisamos, não é tanto realizar o ideal como idealisar o real.

Ter idéias é apanhar flores; grinaldas.

pensar é tecê-las em

Convém apressarmo-nos a esquecer o mal que nos tenham leito aqueles a quem amamos, para conservar apenas recordações sem amargura.

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Isso que eu chamo brasileiro ...

Tudo o que eu sou, e adoro, e valho — Isso que cresce, que se expande; Esse Brasil tão rico e belo e grande; Dádiva de Deus e fruto do trabalho; Pátria de um povo herói, submisso e obreiro; Esse Brasil — que aumenta, cada instante— Esse Brasil — orgulho de sua gente — E' na bravura igual a um ser gigante !

E' na extensão igual a um continente !

DÔRE/ <& CABEÇA

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PARA AS FUTURAS MÃES

Isso que eu chamo brasileiro Imperecivel, imortal — Esse Brasil — união, confiança, ideal — E' um país que dá inveja ao mundo inteiro : E' uma bandeira e são vinte e um Estados, Cada Estado é um homem — são vinte e um [soldados!

Isso que eu chamo brasileiro Modelo de trabalho e de civismo ! — E' o campo verdejante, a flora incomparavel; E' a força que constrói', a reserva inesgotável; Tríplice — de amor, de gloria, de heroísmo !

Brasileiro E' grande, é imenso o que esse nome encerra !

Nesse Brasil tudo tem ares de grandeza...

E eu compreendo, — olhando essa beleza, Porque me orgulho tanto dessa terra !

SÃ MATERNIDADE 3.a Edição

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Obra do professor Dr. Arnaldo de Moraes, da Universidade do Brasil.

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Quando fores, amigo, para o norte, Servindo de asas aos meus pensamentos, Enquanto eu me demoro entre lamentos, , Buscando a cada instante melhor sorte; Se encontrares meu Pai, aquele forte, Conta em minúcias os meus sofrimentos, Narra-lhe todos estes meus momentos, Toda a corrida que me leva à morte.

Mas... se vires Mamãe, velha e alquebrada, Não lhe relates todos .estes trancos, Que dá seu filho, aqui, nesta jornada.

Pinta, em respeito aos seus cabelos brancos, Minha vida feliz, mansa, doirada; Faze planícies do que são barrancos.

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ADELBAR SANTIAGO

O R F Á O Sem lar, sem pao, vivendo sem guarida, De roupa imunda, sujo, sem chapéu, Como se fosse do destino um réu, O orfãozinho vagava na avenida.

Morrera a sua mãe ,que tão querida Lhe fora aqui na terra e lá do céu Olhava o pequenino entregue ao léu, Amenizando os crimes de outra vida.

_______*_____¦

— Uma esmola, patrão, que tenho fome, Esse monstro cruel que me consome !

Dizia o pobrezinho. Mas ninguém Do desgraçado tinha compaixão.

E pesaroso lhe estendi a mão, Porque já fui, meu Deus, órfão também

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MANOEL MARTINS RAPOSO

CARAMANCHÂQ DA MINHA INFÂNCIA Aí, aí, ela embarcou não sei para onde Só sei que nunca mais brinquei Jujú de esconde Nos dois caramanchões daquela casa velha...

Depois, eu fiquei homem.

Depois caiu a casa.

E os dois caramanchões fizeram tanta sombra Depois, que, sob a espessa sobrancelha vegetal das trepa[deiras Aquelas sombras tristes, de tão tristes, Parecem hoje duas olheiras fundas que o quintal criou com saudades de nós dois...

ALDO DE MORAIS

O panorama mais belo do mundo que deve ser conhecido de todos os brasileiros FUNCIONA DIARIAMENTE Informações: ÔNIBUS URCA, N.» 13 19

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Ocupando posição de relevo no cenário jurídico brasileiro, de cuja cultura representa um dos novos expoentes, o professor Haroldo Valiadão está sempre solicitado a se fazer ouvir, e sua vasta cultura se cristaliza em notáveis discursos e conferências que mais e mais evidenciam a alta expressão de seu talento, tantas vezes consagrado.

- "Direito, Solidariedade, Justiça" é o titulo que recebeu a coletânea de discursos e palestras ultimamente proferidas em solenidades realizadas nesta capital, notadamente no Instituto da Orddm dos Advogados, de que é um dos mais destacados membros.

A edição é da Livraria José Olimpio, e o livro foi recebido com geral agrado pelos leitores e pelos criticos.

"MEUS IRMÃOS, HOMENS LIVRES !"

Ao ser recebido no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, onde conquistou multo justamente um lugar pela sua já conhecida obra de Peixopesquisador histórico, Silveiraaureolato que é tambem um nome do* do jornalismo, az da reportagem com renome firmado, pronunciou um vibrante discurso de agradecimento à saudação com que ali foi acolhido, e agora essa magnífica peça oratória vem de ser posta ao alcance dos que admiram e não tiveram o grato ensejo de ouvi-lo em tal oportunidade.

"Meus- irmãos, homens livres", è um precioso trabalho em que Silveira Peixoto historia a feitura do seu livro de maior sucesso sobre Prudente de Morais, obra que já está em 2.a edição e que o levou, póde-se dizer, ao Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo.

Nele, o autor reafirma ainda uma vez a' sua admiração por Prudente de Morais, e exçõe, com a habitual ciareza, pontos de vistas pessoais de alto valor e de grande significação.

O SENTIDO BRASILEIRO E REPUBLICANO DAS REVOLUÇÕES PERNAMBUCANAS

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JUVENTUDE ALEXANDRE

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MALHO

O nome de Américo Palha, além de ter conquistado destaque nos meios jornalísticos, tem também firmado justo conceito .como o de um dos mais aplicados estudiosos dos nossos assuntos históricos.

Suas vistas de intelectual se teem voltado por vocação para esse difícil setor da"A cultura humana e o ensaisilusão brasileira" tem dita de vulgado ultimamente uma série de trabalhos interessantissimes. Entre esses se destaca a conferência agora editada "O sentido brasileiro e republicano das revoluções pernambucanas", pronunciada no Instituto Brasileiro de Cultura, de que Américo Palha faz parte como um dos mais legitimos valores intelectuais que possuímos.

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AUTORES Essa peça, aliás, serviu de tese histórica ao 1.° Congresso Cultural Brasileiro, em 1940, tendo merecido elogiosa aprovação.

RITMOS IMORTAIS Acaba de aparecer a segunda edição desse aplaudido volume de verFrancisca de Basto sos da senhora Cordeiro "Ritmos Imortais", em que a conhecida escritora e pcetisa nos dá o que há de mais precioso em poesia pacientemente coligido e vertido para o nosso idioma.

O êxito alcançado pelo livro da tradutora de "E o vento levou...", em sua primeira edição, justifica cabalmente 0 atual aparecimento do volume em apreço, em edição popular que está sendo muito bem acolhida pelos que apreciam as coisas do espirito.

"CAIRÚ" Acaba de vir à luz da publicidade, em edição da Casa Editora Vecchi, do visconuma excelente biografia "CAIRÚ — de de Cairú, intitulada precursor da ec.onomia> moderna", da lavra de José Soares Dutra.

Não é este livro mera coletânea de documentos sobre o preclaro estadista patrício, cujo vulto se agiganta ao raiar da liberdade nacional.

"CAIRÚ — precursor da economia moderna" é obra indispensável a todos os estudiosos da história pátria, cabendo-lhe lugar de destaque na estante de estudos brasileiros.

"A LUTA PELO DIREITO" "Os Grandes Pensadore»", a coleção filosófica mais econômica, mais completa e mais criteriosa que até o presente se publicou em lingua portuguesa, acaba de ser enriquecida "A luta com mais um valioso tomo — pelo direito", de Rudolf von Ihering.

Rudolf von Ihering, célebre júrisconsulto alemão, nasceu em Aurich, em 1818, e faleceu em 1892.

"A luta pelo direito" foi concienciosamente traduzido por Perslano da Fonseca e editado em elegante volume pela conceituada Casa Editora Vecchi, do Rio de Janeiro.

EDIÇÕES INFANTIS MELHORAMENTOS Procurando colaborar na louvável obra de educação das nossas crianças, a Cia. Melhoramentos de São Paulo tem editado uma série de livros criteriosamente escolhidos.

"No fundo do mar", "O Pinochio", "O Garatuja", "Brinquedos para os dias de folga" e "Historia do Trem de Ferro", são as ultimas edições dessa importante empresa editora da capital paulista que vieram enriquecer ainda mais as suas coleções dedicadas à infância brasileira.

Cumpre mencionar, além do cuidado na escolha dos assuntos, a feitura grafica que dá às edições em apreço uma apresentação das mais sugestivas.

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¦Amauri de Almeida Dabul, cujo aniversário natalicio ocorreu a 23 de Demembro último. Apesar de ter completado apenas 9 anos, Amauri é adianta•do aluno de piano -e violino, sendo uma "vadiosa promessa artística e a alegria de •seus pais, o<> casal -seus citsul Julia .lit/hi de Almeida DaDabul -— r°'" Jorge Dabul.

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DO SED FÍGADO E Saltará Dlsposto para Tudo SallarA da Cama Disposto E Seu fígado ffgado deve produzir diariamente < rff#*,#lwoi Seu nao corre lium litro de dc bilis. Se a bilis não aFl. liiSBl um * '; vremente, digeridos nao são vremente, os alimentos não sao digerido» h H Ml J Wk WBmji J&& est&mammi e apodrecem. Os gases incham o estòmaeapodrecem.

Sobrcvejn a prisíi go. Sobrevém prisai de ventre. Você sente-se abatido e como que envenenado. ^Voce Tudo é amargo e a vida é um martírio.

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Tolstoi em familia NARRAÇÃO DE SUA ALEXANDRA

fisionomia agradável apresentava meu pai QUEquando êle deixava seu gabinete de trabalho! Marchava a passos ligeiros e, às vezes, rodava sobre os calcanhares ou levantava o pé diTOLSTOI reito a uma grande altura.

Estou certa de que os graves admiradores de meu pai ficariam escandalisados com as exquisitices dele ! Não poucas vezes, chamávamos a sua atenção para isso.

Lembro-me agora de uma das suas: Jantávamos no terraço. Mamãe ocupava a "presidencia" cia mesa; papai achava-se à direita e, a seu lado, Tcherkov. Fazia calor, os mosquitos não nos deixavam tranqüilos. Circulavam em volta de nós, buzinanio as suas estridencias insuportáveis, e volta e meia ferravam-nos os seus agrilhões no rosto, nas mãos e nas pernas. Papai conversava com Tcherkov e todos nós os escutávamos. O ambiente era alegre, pedíamos rir-nos e pilheriar.

A um dado momento, papai, fixando o olhar na cabeca de Tcherkov, deixou cair a mão sobre a cabeça do seu colega... Todos rimos. Tcherkov, franzindo as sobrancelhas, lançou a meu pai um olhar reprovador: — Que é' que você fez, Lev Nikolaievitch? Matou algum mosquito? Pois fez mal. Não se deve tirar a vida i ninguém, seja o que for.

ESSA ASMA QUE CHEGA QUASI A SUFOCÁ-LO E QUE LHE DEIXA O PEITO A DOER, PÔDE SER COMBATIDA USANDO .,

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GUERRA

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Texto e desenhos de F. Acquarone 'BIBLIOTECA INfANTIL 0'O TICO-TICO" A narrativa, cheia de lances imjvistos, de uma •uerra que agitou ) mundo dos rracionais.

Antes das refeições, quando abandonava o gabinete de trabalho um pouco mais cedo, papai gostava de jogar zom nosco. Tomava-nos nos braços, levava-nos às costas e, depois, deixava-nos cair. o jantar.

De uma feita, estávamos reunidos; para"pâvisseries" Só faltava mamãe. A sopa e as pequenas esfriavam na mesa. Ao ouvirmos a voz de mamãe e o frou-frou de sua saia de s/eda, meu pai gritou !

— Um, dois, três, escondeu-se debaixo da mesma !

Num abrir' e fechar d'olhos, minhas irmãs, meus irmãos, os convidados e a governanta inglesa des*aparecêmos. .

Onde vocês estão? — perguntou mamãe, percorrendo, com seus olhos miopes, a sala vasia.

Eu não sei, Excelência, respondeu o lacaio, que, ao descobrir os brincalhões, tapa a boca, para evitar • uma explosão de riso.

Os diabretes mostram-se, então, esperneando em boas gargalhadas.

E' você, Levotchka, que inventa essas brincadeiras ! disse mamãe, sorrindo.

Eu e papai voltávamos, certo dia de uma excursão hípica. Descíamos a estrada que margina o Voronka.

Ao chegarmos a um campo de miosótes azuis, paramos.

Então, meu pai me disse, apontando para um bosque de curválhos * — E' lá, minha filha, que eu desejo ser enterrado, quando morrer.

O lugar, que Leon me indicava, e onde, efetivamente foi inhumado, chama-se Zelonaía Palotchka.

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os anos de 1783 e 1785, ENTRE uma das principais atrizes da " Comédie-Française" déra a luz a uma criança do sexo masculino. Não se sabia ao certo quem era o pai do inocentinho. Uns atribuiram-no ao ator Dazincourt, creador do rispin da peça " Crispin médecin" ; outros ao médico da atriz. ', Uma noite, na " Comédie durano comentava-se te um intervalo, caso, numa roda, da qual fazia parte*o Sr. Préville. Este teve uma idéia genial: dar um nome à criança.

Será difícil — objetou um circunstante.

Quem era o pai.

Mas eu sou inteligente, e a prova é que descobri o nome que assenta melhor no inocentinho...

Vamos ver.

E' Crispin — Médecin! Ótimo!

E' um nome que recordará eternamente uma bôa peça!

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MaIe 6 uma bebida extraordmabeijelico, que I /4^™\ na» eslimulanle male, alimenia' Beba que so 6 bem preparado quando gosloso, em, qualauer i armazem, 'epa em bohnnas" x Vem en-

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MEDICINA DE OUTROS TEMPOS Sr. de La Rochefoucauld, com as o leito, hagO pernas inchadas, guardava via dias. Seu médico, o Dr. Talbot, de oriSPANDER CASA ® gem inglesa, era mais um empírico que um Qi terapeuta. Logo que viu o ilustre moralista, 120 BUENOS AIRES, N. RUA que faleceu em 1645, exclamou : « — Ficará bom com umas sangrias.

9' A sangradura estava em grande voga.

RIO TELEFONE: 23-5403 Luiz ,XIII, certa vez, foi sangrado 47 Jtar ARTIGOS PARA TODOS OS SPORTS ^ vezes ! » O cardeal de Richelieu, que se ia desta FOOTBALL, BASKETBALL, VOLL^BALL, ATLETISMO, TENNIS E FQOTBALL, para melhor, pouco a pouco, devido a um - abeesso intestinal, recebeu, um dia, a visita GINASTlCA, GINÁSTICA, SANDOWS DE EI.ASTICO ELÁSTICO E ALTERES. ENCORDOAMOS fezes t de urna curandeira, que lhe receitou RACKETS PARA TENNIS. de cavalo com zinho branco! O interessante é que o tratamento teve os apláusos dos clinicos... » Pegam Peçam Catalogos Catálogos gratis grátis Contra a mordedura dos ofidios, pres, crevia-se a saliva dc moço sadio. Debelavase o panariço com cêra de ouvido; a apoe a epilepsia com urina de adoles/plexia ¦"? ccnte misturada com vinho c balsamó vquente.

K O Dr. Goeuriot preconisava, como eficaz invenção £ contra a asma, uma poção de sua cujos ingredientes constavam de figos de r*3* coum de tâmaras, alcaçuz e pul'(•» Marselha, carne lavado com vinho e água de m raposa, mão de k j «9 ¦ escabiosa.

Aos ictéricos, recomendavam os arquiaJL tros daqueles tempos tomarem, em jejum Sj» todas as manhãs, um copo de urina, seguido de um cálice dc aniz.

Jérôme de Monteux aconselhava aos que sofriam de cólicas um banho de azeite, até ® à altura dos rins.

A MAIS COMPLETA PUBLICAÇÃO v Van Helmont pensava que a aplicação de NO GÊNERO DA AMÉRICA LATINA sapos vivos em volta dos rins bastava para • combater a hidropesia.

Aparece mensalmente com 164 páginas No Século XIII, um médico de nomeada de seleta matéria científica não atendia a chamados por qualquer dii*nheiro. Nicolas Brayer conseguiu acumular, ®c,si. \ A REVISTA DOS BONS CLÍNICOS 1 em poucos anos de clínica, mais de 30.000 O MENSÁRIO DOS GRANDES LABORATÓRIOS! libras, isto é, atualmente milhões de crum zeiros.

ENDEREÇO: m c.t ,0'° Outro afamado terapêuta de Paris, o CAIXA POSTAL, 2316 Dr. Dremoulin, pedia 12 libras pela priRIO DE JANEIRO, D. f. meira visita e seis pelas seguintes. Pois o Dr. Lister, inglês, admirava-se que os médicos franceses fossem tão pouco exigentes!

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Kosmos CapitalizaçãQ S. A. agradecendo a confiança que mereceu de mais de 100.000 subscritores. deseja-lhes Boas Festas.

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O encerrar suas atividades de 1943, Kosmos Capitalização S. A., vê com satisfação um numero cada vez maior de subscritores de seus títulos, o que representa para seu estimulo a confiança e preferência que lhes foram tributadas por parte do publico de todo o Brasil!

Para 1944, Kosmos Capitalização S. A., faz os melhores votos dé felicidades a seus amigos e clientes, certa de continuar a merecer a mesma confiança.

Kosmos CAPITALIZAÇÃO Sede: Ouvidor, 87

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S. A. de

Janeiro

CAPITAL: CR$ 2.000.000,00 - REALIZADO: CHS 000.000,00 - RESERVAS DE GARANTIA: Cerca de CR$ 15.000.000,00

aparição

de fum marcha normal de novas esperanças, e.->tão ocultas no bojo /\

novo ano, marcada por uma decorrencia da do tempo, habituou a humanidade a encher-se numa perspectiva de venturas advindas que

do calendario que se vai começar lentamente a desfolhar. Não ha quem não acredite, diante da folhinha ainda fechada e suspensa à paredfe dos lares, em uma escondida floracão de felicidades, que ha de vir despontando à proporção que forem escoando, com o vagaroso curso das hoitas, os dias, as semanas e os meses do novo iano. Só esse renascimento da esperança poder>a bastar para explicar à lógica dos hotaiens a fixação dos calendarios, se mão houvesse, para jiustificá-los, altos e práticos motivos absolutamente indispensáveis à dinamica humana da vida social.

Nós nos despedimos do Ano velho com uma certa inquietação pela chegada do Ano Novo. Podie o antigo nos haver trazido as \enturas mais ambicionadas. Isso não evitará engalanemos os que nossos lares e alegremos os nossos corações, receber, entre para alvoroços festivos, com as badaladas da meia noite de trinta e um de dezembro, o minuto inicial de primeiro de janeiro. A humanidade procede dessa maneira um influxo milenar da trapor dição. E uma força que vem de longe, dos mais recuados tempos e atua em nossa conciencia como uma energia misteriosa e subteríanea. A presença do ano de 1944 surge o mundo de hoje como para o prenuncio de uma aurora de redenção. Esboça-se, no incerto panorama da Historia, a perspectiva da paz, pela vitoria final das armas que defendem valorosamente a liberdade humana.

Para o Brasil, o novo ano ha de incorporar-se â crônica de nossos feitos como uma pàgiina de grandes e marcantes acontecimentos. O ano de 1943, que se extinguiu brilhantemente, possibilita a eclosão de um Brasil mais poderoso. Ele marcou, no nossoi cafendario historico, por assim dizer, a independencia econômica do país, pelos acordos firmados para o pagamento de dividas externas q!ue nos acompanham desde 1824. Estão lançados, assim, os profundos e inabalaveis alicerces do Brlasil futuro. E o ano de 1944, que agora começa, vale como o primeiro marco de uma jornada que intenação a na grará posse de si mesma.

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General Mendonça

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do meu encontro com o general João Mendonça Lima algo da impressão 6UARDO que me ficou de Teixeira Mendes. Eu era muito moço. Visitei o mestre e o sábio inaranhense. Recebeu-me com aquela singslesa do homem sem vaidades. Quando o deixei tinha comigo esta convicção: Este homem é um santo!

Volto, agora, ao Rio, após mais de um decênio de luta sem conta. Travei batalhas árduas; paimilhei jornadas de sacrifícios. Como Sâo Paulo "Travei o bom combate, e nã) poderei dizer fé". a perdi Foi nesse estado de espírito, que procurei o general Mendonça Lima. Já lhe devia uma paga de gratidão. Recebeu-me com aquela simNão plicidade enleiante, que lhe é própria. "Este — velo: comigo ao pude deixar de dizer homem é um Bom!" Agora, um característico. Há no general Mendonça Lima uma estranha irradiação que muito confunde a quem dele se aproxima. Fica-se sob o influxo de dois impulsos. O primeiro é de irresistivel atração, de uma simpatia imediata e forte pelo boníssimo cidadão, que nos encan'a com as suas fidalgas maneiras; o segundo é urna curiosa influência, que sobre nós exerce o ilustre varão. Atrái-nos e mantem-nos. ao mesmo tempo, numa raia de respeitosa distância provocando em nós um certo receio de nos aproximarmos demais, com o temor de cometermos, talvez, aiguma irreverência, tais e tantos são os se.itmentos de profundo respeito, que nos infunde, logo ã primeira vista o general Mendonça Lima.

Compreendo que esse estado de espírito nos vem daquela aura de austeridade, que existe emoldurando a pessoa desse respeitável cidadão. E' que o gen.eral Mendonça Lima tem as virtud.s de um apóstolo cristão. E' simples como um discípulo de Emaús; boníssimo como um Evangelhista; mas da austeridade de um asceta dos mosteiros de Campanela . . .

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MALHO

ASTOLFO

Lima

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Nada lhe perturba a cristalina paz do seu espírito. Não há nele o menor impulso de irás.

Parece que conseguiu toda a serenidade de um diálogo de Platão e as virtudes de que Céfalo dizia a Sócrates existir em Píndaro, quando sabiamente sustentava que "aos que levam a vida pura e santa acompanha-os uma doce esperança que alimenta o coração, nutre o espirito e como que governa o ânimo dos mortais..." Ninguém dirá que o dedicado ministro da Viação é militar. E', no entanto, um homem de comando.

Disciplinado e disciplinador. Nâo usa da força, mas persuade; não impõe pela violência, mas domina pelo coração. Dirige. Orienta. Administra. Produz obra de relevo nacional. Na sua vida de militar a sua espada honra as tradições do Exército; as estrelas de seu generalato náo perderam nunca o brilho de seu prestígio feito à custa de uma esplendida bravura pessoal e de uma heróica formação de cidadão e militar.

Esse o homem. É ainda um ardente discípulo de Swendenborg. "o mundo não é feito Sabe perfeitamente que o vivem presente, mas pelos que para pelos que vivem para o futuro, pelos calculadores, que somam, mas pelos desprendidos que não contam, pelos que querem ser pagos em dinheiro, mas pelos que estão prontos a serem recompensados em sofrimentos, pelos utilitários, e individual.'stas em busca de uma felicidade egoística, mas p:r Jesus, Sócrates e Marco Aurélio."

A sua palavra está sempre a serviço do Bem e fora vê-lo vestido de túnica branca, com a sua estóla azul, convicto de sua crença, em áto solene de culto cristão a interpretar as Sagradas Escrituras anunciando aos fiéis de sua igreja as compensações da Nova Jerusalém. Vive, assim absolutamente despido de todo preconceito humano, a assinalar com o exemplo de sua vida os seus méritos de varão ilustre e digno.

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í acordo entre o governo brasileiro O e os nossos credores do exterior, dentro das fórmulas do esquema Souza Costa, para liquidação da dívida externa nacional, e o Congresso Brasileiro de Economia, realizado nesta Capital, foram os dois acontecimentos de maior relevo nas altas esferas da administraÇão do país, nos últimos tempos.

Aqui, vemos um aspecto da reunião ministerial, em que foi aprovado aquele importante chegada

acordo, e um flagrante da do Presidente Getulio Vargas

ao Congresso Brasileiro de Economia, em companhia do Capitão Dutra de Menezes, Diretor Geral do D. I. P.

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MELCHIOR,

BALTHASAR,

GASPAR...

GALVÃO AL abrimos os olhos para a vida, logo ficamos a conhecer Melchior, Balthasar. Gaspar.

São os primeiros reis "de verdade" que povoam os nossos sonhos, por isso mesmo sobressaindo e assumindo aspectos inéditos, em nossa imaginação.

Os outros reis, de que nos falam as histórias que ouvimos, são reis terríveis, reis cruéis. Reis impossíveis, intolerantes, que teem filhas que adoecem e que as dão de esposas aos cavalheiros e príncipes audazes, que as consegtiirern curar. E que àqueles que o não conseguem mandam, sem dó, sem coração, cortar as cabeças, ou servir de pasto aos dragões...

Quando ouvimos, um dia, falar dos três Magos, achamos diferente. Estranhamos que não tenham filhas, que não matem príncipes, e que em nada se pareçam com os reis de outras histórias.

Encanta-nos saber que existiram. E o terem vivido, como nós, mais nos maravilha e mais nos encanta. Passamos a olhar para eles com outros olhos.

Com simpatia. Decoramos os seus nomes...

— Melchior. . . Balthasar. .. Gaspar. . .

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MALHO

DE

QUEIROZ

O que menos nos impressiona, então, é o que de fato os torna notáveis, isso que lhes deu, através de séculos, a fama, o renome, o destaque, fazendo-os reis de exceção.

Só mais tarde, quando a Vida nos ensina o que é a fatuidade dos homens, e a História nos revela a soberbia de outros reis, é que sentimos a "beleza e a significação da sua presença no Natal de Cristo, desses três reis que O adoraram em seu presépio, que não trepidaram em prosternar suas realezas aos pés de um menino, de uma criança pobrezinha c nua.

E só então nos impressiona o contraste enorme, entre esses reis que se humilharam e os que passaram pela História sem admitir, para si, tal possibilidade. . .

Porque estes, só de longe são citados, por um erudito qualquer. E aqueles, simples, amoráveis, quase se diria ingênuos, são e continuarão a ser relembrados cada ano, com ternura e simpatia, por milhões e milhões de criaturas.

Melchior. Balthasar, Gaspar. . . Reis de que a História nem fala, e que a Humanidade nunca esqueceu, nem esquecerá.. .

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Flagrante da chegada áo Presidente Vargas a S. Paulo, cnde foi recebido pelo interventor Fernando Costa e altas autoridades.

dos acontecimentos de maior nos últimos dias do destaque, UM ano que findcu, nos meios politicos do país, foi, sem dúvida, a visita do Presidente Getulio Vargas a São Paulo, onde o chefe do Governo foi alvo de expressivas manifestações de apreço e solidariedade.

São da estadia presidencial em São Paulo os flagrantes que aqui divulgamos. ~

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O Presidente Getulio Vargas quando falava na Associação de Assistenda ao Intelectual, ladeado pelo Interventor Fernando Costa d o professor Cândido Mota Filho, diretor geral do D. E. I. P.

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O chefe do Governo em sua visita a Feira das Indústrias Paulistas.

Dois flagrantes da manifestação popular ao chefe do Gcvêrno, em São Paulo.

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{. sucede todos os anos, a data do nascimento do Almirante Tamandaré é festejada em todo o Brasil COMO como o "Dia do Marinheiro".

Diversas solenidades expressivas realizaram - se naquela data na Capital da A mais imponente foi, sem dúvida, a homeRepública. nagem prestada pelo Governo à memória daquele grande vulto da nossa história naval, e que se realizou ao pé da estátua na Praia do Flamengo, tendo o Presidente da República deposto no pedestal uma linda palma.

Formaram tropas da Marinha, durante a cerimônia, desfilando ao fim da mesma.

O Ministro do Trabalho e da Justiça, Sr. Marcondes Filho, pronunciou uma oração sobre a significa-

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noite.

O dispostos em filas eia t1| M sono como soldados obe anda atrazado. Os sinos dientes.

As sutas da catedral badamãos estãoi cheias MINHA CRÔNICA DE NATAL Jam sonoramente. de coisas bonitas Vamos ter missa de galo puFico a espreitá-la debaixo dos } que ela mesma confecionou caxada! Lá fóra a chuvinha an rinhosamente para cadlai filho, meus lençóis, através da porta tipática continua aborreoensemi-aberta. Acompanho entrepara cada neto. Os seus cabelos do os transeuntes da minha já estão brancos e a sua fisiotida, aquele espetáculo de todo nomia é de uma santa feliz. rua pacata. ano, o qual, ois meus olhos já Sinto-me em tempo de estouse acostumaram a vêr desde Que me importa a chuva?... rar de alegriai e de cobri-la Ouço um envolvente ruído de pequenina com a mesma emode beijos, enquanto finjoi adorpapel de seda e um doce casção, e com mesmo encantamecida, como se ainda fôsse tanhelar de nczes, que me mento. Embrulha daqui, iamarmenina de outróra, áqluela chegam do quarto vizinho. Dera dacolá, põe os óculos, tira lindo miacreditasse imol que os óculos, escreve, acrecenta, pois me vem um cheino gostoso lagre de Papae Noel. Entrede frutas maduras, misturas de conta e confere tudo pacientetanto, não sei porque, me veiu mente. E minutos depois, lá peras e maçãs, cajús e abacaxis. uma vontade Iclüaii de chorar.

Tenho agua na boca! vem ela sorrateira, pisando de Talvez receio de encontrar os mdus sapatos vasios... mansinho em direção aos meras É minha mãe, que prepara os nossos presentes de festas. sapatos de salto ia[lto, que estão Aríete Corrêa

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Flagrante do desembarque, nesta capital, do Dr Lutero Vargas, a companhado de sua esposa e filha, de regresso dos Estados Unidos, aondie fôra em viagem de estudos. O jovem ortopedista patrício teve concorrida recepção por parte de amigos e pessoas de sua família O

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TRAÇOS DE DEUS

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Vós, que soldais os trilhos, alta noite, entre fagulhas, enquanto os outros dormem; vós, que estendeis as galerias de carvão, rasgando a rocha negra, com os pés submersos nágua; vós, que subis aos fios relampagueantes, entre as torres das usinas de força, em plena tempestade; vós, que saltais no arame e nos trapézios oscilantes dos circos, entre o ruido surdo dos tambores; vós, que fazeis correr nos túneis as locomotivas, ante as fornalhas, semi-nus, suando centelhas; vós, que pendeis das vigas dos arranha-céus, cegos de cal e tontos de reflexos de aço; vós, que enterrais, as sondas entre a lama, onde o petróleo afunda suas crateras líquidas que jorram; vós, que, do topo das "magyrus", mergulhais nos quarteirões em chamas ¦ escafandros de incêndios; vós, que... em silêncio... à luz soturna do hospital... por entre os corredores que não -tím fim... vindes trazer o vosso sangue a alguém que nunca vistes; vós, que vagais pela penumbra infeta e retorcida dos canos dos sub-solos, nas' cidades; e vós, também, que, às chicotadas das rijas cí»^ ãos velhos "'"""' sin«sangrais o 'rosto... o peito... as mãos.., poliohinêlos do ãr; sim, todos vós, vós todos, meus irmãos, é que escreveis, com a vossa dor e o vosso esforço, a Bíblia verdadeira.

E Deus está em vós. em vossa sombra é que distingo os traços d'Ele. Se vos njoveis, Ele se move: Por isto é que sofreis e que sois grandes.

PADUA

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/ sei que esii narrativa vai atrair a ira dos deuses sobre síria; meu* confrades caçadores BEM hão r<e reneg*Mne aaorudindo os ombros com despresc, e o pastor de ovelhas mansas, em cada região de meu pais, ha de recusar-me um gole dágua de sua bilha de terra-cota, num meio-dia de calor exaustivo. E talvez mesmo me lance uma palavra áu:.. corr.j v ma pedra...

Mas — honra à verdade !

Adoro os lobos.

Tenho muita estima a esses animais — cavalheiros.

Considero-os maltratados pela sorte, isto í, pelo homem, pois infelizmente é o homem que dispõe do destino dos animais.

Inverno. Manhã glacial.

Estou sentada, um livro entre as mãos, em minha erdade plácida, perto das lindes da Polônia oriental.

Reina um doce silencio, hoje, não somente na casa, mas, mesmo, atrás dâs vidraças, que me sejiaram do mundo exterior. Durante a noite, caiu uma neve espessa e o vento glacial, que há três dias chicoteava a varanda envidraçada do sobrado, fazendo ressoar estranhamente os vidros, abranda de repente, e o pálido sol de inverno perfurou as nuvens.

O silêncio é tão profundo, que ouvimos as palpitações de nossos corações.

Meus amigos, de uma raça de cães taciturnos — os galgos — jazem deitados, cada qual num canapé, ressonando docemente.

Esse idflo matinal foi interrompido pelo rumor afastado de umas pesadas botas na escada e pelo cochicho perceptível da "Cariátide" —uma típica Rutena volumosa que, fiel a seu papel de Cerbero, recusava Ofltegoricamente qualquer.audiência em minha herdade.

—Não me apoquentes, eu não te anunciarei.

Intrigada, cheguei à escada, e vi três cabeças as duas assombradas incliharem-se para mim: "La "Jacques" e Gacabeças fulvas dos mastins lette, e.a não menos eriçada de Litavor, o vigia noturno, que, afastando com um largo gesto a Cariátide, gritou : Sra. Castelã — os lobos!

—Onde? Que diz?

No bosque de amieiros. Venha depressa!

Já vou.

Um caçador experimentado e, em geral uma pessoa deante de uma decisão qualquer não deve perder tempo com detalhes estéreis. Eu corri para o quintal tal qua! estava: numa jaqueta de peles, enfiada ás pressas, sapatos de camurça e meias de seda e — já se vê — com o fuzil e os cartuchos. Mas nem écharpe, nem luvas, nem — que tragédia! nem lenço.

De facto a uma centena de metros, ao longo do trote um enorme lobo parque, avançava a pequeno coxo, com a pata posterior no ar. Atrás dele, menor loba. Pareciam vir de muito provávelmenre, uma longe, pois só um caso extraordinário poderia obrido dia. gá-los a viajar a essa hora realizava-se nessa matarde, mais soube Como nhã uma grande batida numa propriedade a quarenta quilômetros daqui, de onde, aparentemente, os lobos, acossados de um flanco só, saíram fácilmente da emboscada.

Esatavam fatigados, pois, após uma perseguição de alguns minutos, eu, oculta no mato, cheguei a uma distância favorável e, com um tiro, abati a peça mertor.

Depois do tiro, o lobo ooxo acelerou o trote e, com alguns saltos, o pobre, pulando admirávelmente sobre suas três patas — alcançou o outro lado do córrego levemente gelado. Eu e Litavor, que me acomponhava, e os mastins estúpidos que, sem minha ordem, corriam atrás de nós, entramos no prado enlameado. O córrego de dois metros de largura, que eu não podia atravessar, por causa das margens escorregadias, devia reservar-nos uma surpesa desagradável.

Eu não ignorava-que acamada de gelo era bastante delgada para ser atravessada a pé. Então, apoiada aos galhos de um amieiro viridente, eu queria atingir de um salto impressionante a outra margem, porém... o gelo partiu-se ao meio. Meus sapatos de camurça engolfaram-se no Rubicon de nossas fronteiras orientais!

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Um rôr de hastes de mirtllo, vigorosss e verdes, erguiam-se erectas, em volta. Um sítio delicioso, que convidava os olhos e o coração em repouso, e tão atraente, que reveiu todas as minhas energias para não me estender, esquecendo o mundo inteiro.

E foi ali unicamente que compreendi a alma do lobo; para desdenhar um páramo igual, um refugio tão agradável, durante uma caçada — é pre:iso ser muito forte: mais forte que sua desgraça.

Ele havia desdenhado.

Avançava — e nós.em seu encalço.

Repetids vezes, eu caína nas ladeiras escorregadias, e uma vez mesmo, não tive tempo de apanhar meu fuzil.

Em demanda de minha herdade, ssníia-iiie cansada e gelada até os ossos.

Em casa, a boa Carátide, com toda a força de seus músculos, friecionou-me o corpo com água de Colônia e colocou-me no leito. As impressões do dia anterior impediram-me de dormir. As imagens sucediam-se umas trás outras como num caleidoscópio.

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WANDA DE ROYCEWICZ Mantinha alto o meu fuzil, não desejando que se molhasse; depois, atirei-o à margem, e marchei dentro da água gelada até ao cais...

Era meu desejo de seguir a pista o mais depressa possível; a caminhada era longa...

O tempo melhorara, e o fno já não era tão mordente. A neve brilhava aoscl e as sombras azuladas das colunas e das árvores — cativando meu olhar — creavam, talvez em beneficio do pobre coxo, u i obstáculo mais forte que o córrego.

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Em meu pats nio há planície: o solo tem uma ondulação pitoresca, agradável à vista, mas se andou durante horas, metido numa nevequando poeirenta, nâo é um prazer para os pés.

Estava fatigada; o lobo, apor» algumas etapas, deitou-se também.

Examinávamos o lugar: evidentemente, estavamos no píncaro da mais elevada colina, de onde se percebe claramente iodo p horizonte. Os lobos não se deitam nem comem sem estarem sempre de alça teia. Gostam de ver tudo o que se passa em volta, atentos a todo movimento, a cada sombra e a cada nimor.

Teem razão: se são dscobertos, exterminamn'os, perseguem-n'os, excomungam-nos...

Confessemos que é belo e bem eloqüente em seu trájico esse hábito de dormir e repousar nas alturas!

Eu passava alguns instantes nesse lugar onde a neve, sob a influencia do calor de seu corpo, se fundiu numa camada transparente. Grandes manchás frescas de sangue havia ali para revelarem muito do que desejávamos saber...

O caçador não precisa de fleugma para despistar e para seguir a caça; porque seu coração bate às vezes irregularmtente, e nem sempre por causa de uma corrida acelerada... « * • Entre tanto, segui a pista.

Penetrando — como num santuário — na floreesta próxima, eu me esquecera de tudo.

Que maravilha!

A neve, ali, era bem diferente da outra: poeirenta, mais branca, em contraste com os escuros troncos das árvores. Os pendiam pesadamente para o chão, sob o galhos fardo dos flocos de neve argêntea.

Era o milagre — o milagre do inverno. t inúmeros vestígios em toda parte — podiase ler neles coma num livro: a historia de uma jornada, um pequeno "curriculum vitae" de um animal das florestas: eis alguns finos hieroglifos, patas de aves — seriam de um corvo marchando a largos passos, gravemente, ou de uma pCga, ou mesmo de um pintarroxo? Uns divertidos de melnaruco, impressos com entrelinha; saltos e mais lonjre uns rastos aperolados de pratas dc raposa, marcados com cuidado.

Muitos esquilos haviam aaltitado por aqui — antes de tudo eram rastos de lebre, caóticos, que — como uma rede — cobriam os outros. Aqui tle saltou, parou, voltou atrás — não se sabe porque?

— de novo, saltou, sem objetivo, a uma outra direção, e depois se arrependeu: êle medita.

A pegada perde-se. Não, ela continua, a um metro aproximadamente desse lugar, em direção de uma toca morna: provavelmente faria uma sesta mais demorada.

Eu esquecera a persfguição — estudando "o livro da floresta" — e r.âo fosse a frase rouca de "êle acaba de Livator passar por aqui!", eu teria olvidado a caça. Com efeito, o vestfglo fresco de nosso lobo cruzava-se com patas de javall de algum javall robusto — mas eram vestigis deixados à noite ou na véspera.

O lobo avançava, segundo seu habito, pelo caminho mais difícil. Êle é robusto, mesmo!

Nâo eram para êle os valezinos aprazíveis, nem o rastejar tímido sob as sarças. Os oásis calmos, maravilhosos, entre a alvura nevosa do deserto...

Nâo eram para êle, nâo!

Quedava-me como enfeitiçada ante um desses oásis: um enome pinheiro apoiava-se tão baixo com seus galhos contra a terra, que, no raio de cinco a seis metros, não havia neve, a não ser um musgo verde sombrio, alto, aveludado, entremeado de folhas de uma bétula vizinha, de um dourado patinado pela humidade, arrancadas pelo ultimo vento de outono — inúteis a todos —i semelhantes aos pálidos pensamentos de um homem de outra época...

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Parecia-me que eu não estava em meus aposentos, mas estendida sobre a relva vektinea verde-escura da floresta.

Noite.

Os pássaros dormem — mas as raposas veIam, as lebres pinoteam descuidadas; a marta passa por mim, não manifestando nenhum medo!

Aparentemente, já pertencia à floresta...

O silêncio sonolento foi subitamente interrmpido ouço uivo de um lobo. Sento-me no leito de relva e ponho-me a ouvir o canto languescente — único em seu gênero!

Não são lamentos de cães bulhentos enervantes, que parecem conter cores superficiais e irrreais, e que sio, antes, uma expressão de enervamento ou de histeria calculada para produzir efeito.

O uivo do lobo tem um outro som e uma outra tensão- psíquica: é um som abafado e profundo, a princípio suave e que aumenta em crêscendo por uma longa expiraç^n ri» sous pulmões magníficos.. Um canto profuii^umente trájico e tão fascinante, que não se pôde deixar de ouvi-lo.

Oh! porque o homem, quando sofre, nâo tem o direito de dar uivos semelhantes.!

De repente, a voz do lobo emudeceu, e no meio dos galhos d* pinheiro, separados, incenderam-se uns olhos verdes, fosforescentes, e um enorme lobo grizprateado apareceu. Aproximouse de mim até que eu sentisse sua cálida i :spiração.

Porque não extingues em ti os maus instintos atávicos? — perguntou o animal.

Porque, conhecendo perfeitamente os animais e amando-os, queres matá-los?

—Tu me decepcionaste. Compreendes bem a alma da floresta, entretanto não sabe que um animal tão livre e alimentado pelo ódio — ura lobo forte, por seu isolamento, não receia a morte,, pois não duvida que ela deve vir!

Mas é êle só que escolhe o dia de morrer mas nâo num momento destes, quando minha perna está quebrada e a febre me queima.

Não!

—Quero morrer num dia cheio de sol e que eu me sinta vibrante, sadio, feliz. Bela é minha vida e bela será minha morte!

Hoje, eu morreria, gemendo, como teu cão escravo que, por um petisco qualquer, lambe tuas mãos, envilecido e dócil.

Não compreendes que a força só pode ser aniquilada de um golpe, grande e pesado, em vez de cair lentamente em cinzas!

Nâo desejo abdicar nada — sou forte, e morrerei forte!

Desapareceu.

E eu, sentada sobre a relva ou em meu leito — que sei eu? — tomei a decisão de nunca mais exterminar os lobos!

E quem sabe... talvez nenhuma outra criatura?

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Dez vezes

já que eu o condeno pelo motivo ! O senhor é um reincidente !

mesmo

E o senhor então, Senhor juiz,

BEM EXPLICADO O coitado tem estrabismo.

E que vem a ser isso?

Quer dizer que não tem os olhos a igual dis tancia um do outro.

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BOA DEFESA ENTRE MARIDOS

Mas a senhora me disse, quando nos encontrámos, há cinco anos, que tinha trinta e três anos.

E'. Eu não sou dessas mulheres que dizem uma cousa hoje e outra amanhã.

Haverá cousa mais desagradável do que uma mulher que sabe cozinhar e não quer cozinhar?

Há, sim: a que não sabe e teima em cozinhar.

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-ISTO E MEU LAR! LOURDES G. SILVA

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rapaz acudiu ao chamado. — Uma carta "seu" Marcelo. para o senhor, Abriu-a, avidamente. Estava ancioso pela chegada do amigo e aquela missiva deveria comunicar-lhe o dia exato. Sentou-se junto à janela para melhor decifrar as garatujas.

"Meu caro, inegua Ia vel amigo. --Escrevo-te, ainda, da fazenda. Sei que te aborrecerás com o que vou dizer, mas é inevitável: não me espere mais. E eis a explicação que te devo: tudo que me asseguraste, um futuro a garantir, ambiente mais propicio ás minhas ambições, civilização, enfim, o que me repetiste tantas vezes, representaria realmente essa viagem, essa mudança na qual inslstias. Contudo, não irei. Ontem, já com as malas prontas, passagens reservadas, saí de casa, fui até as montanhas despedir-me da terra que me viu nascer. Não ocultare. um só detalhe desse passeio, para que meitior possas Julgar minha decisão. Foi á tarde; o sol, que já se escondia no horizonte, beijava, ainda, os cimos mais altos da serrania, tornando o verde mais vivo, o azul do céu mais belo! Algumas nuvens errantes alaranjadas, vagavam como véus tênues, ora cobrindo, ora desnudando os picos que o astro-rel beijava.

A música dos grilos e dos sapos, o cantar de alguma cigarra preguiçosa, a voz distante de algum animal perdido eram os únicos rumores que quebravam o silêncio. Nesse momento, antes mesmo de se ter passado o que logo contarei, já eu sentia uma extranha tristeza, dôr talvez de abandonar aqnele mundo querido.

Conheces bem o grande amor que tenho à minha terra, Marcelo, e compreenderás o que senti. Já bem longe de casa, parei. Sentei-me sobre um tronco velho e me puz a conversar com a natureza. Alguns pássaros tardios passavam por mim, desejavam-me um sonoro "bóa-noite", acompanhado de alguns trinados, e desapareciam entre as árvores, Parecia-me que nunca poderia separar-me daquelas montanhas! Mas, era preciso! As palavras tentadoras de tua última carta cantavam em meu cérebro. Fiquei a imaginar o que seria minha vida Junto de ti: a Escola superior, as festas, uma convivência mais íntima com os homens, a vida turbulenta das capitais... talvez, eu pensava comigo, até venha a me casar, um dia! Quem sabe?!

Poderei mudar a opinião desfavorável que tenho sobre a humanldadel Afinar, pouco contacto tem havido entre meus semelhantes e mim: alguns vizinhos estúpidos, empregados, meu pai, que-tanto amei, e só!

Marcelo, por Isso podes ver que minha intenção era sincera de abandonar o "mato", afi, como dlzes desdenhosamente. Fiquei, parado, absorto, sonhando, mais de mela hora.

Súbito, um arrepio de frio me acordou. Bem sabes, estamos em fins de Abril, e, por aqui, o Inverno se anuncia cedo.

"Corisco" e eu, indo contar minha felicidade à relva macia que bordejava os flancos desses montes. E, por Isso, partindo, deixando para sempre aquela terra parecia-me separar minha alma em dois pedaços: um levava-o comigo, outro, jamais se desapegaria dali. Entretanto, estava resolvido. Era mister conhecer melhor a vida! má vontade, Lentamente, quase com voltei-me para partir. Cheguei a dar dois passos; dois passos, meu amigo, que soaram como se uma porta se fechasse vagarosamente sobre um passado venturoso. Logo acima de minha cabeça, em um ninho pequenino, houve, nesse momento, um reboliço. Talvez uma infelicidade descoberta, sei lá! As asas multicôres batiam em todas as direções. "Corisco", sobressaltado de sua seml-dormencla, ri linchou estridentemente; uma chuva de folhas caiu sobre mim. Surprêzo e risonho, levantei os olhos para admoestar os barulhentos: — El! Que é Isso?

Um velho conhecido me olhou, de entre a renda da folhagem, como a querer explicar.

Insisti. — Que quer dizer isso?

Ia prosseguir, quando um sopro forte do vento, que vléra cantar no arvoredo, trouxe-me o sujsurro da natureza, desde a montanha altiva â campina florida. E tive a impressão nítida de uma súplica. Todo meu amor àquele pedaço do paraiso vibrou fortemente. Minha Intenção de partir já vacilava...

Um filhote implume, apavorado com o tumulto das aves, tentou alçar vôo, e veio cair a meus pés. Ergul-o, com carinho. Em minha lembrança, surgiu uma cena idêntica, que tanto me impressionara, há vinte anos: eu era, então, uma criança; e com a crueldade própria da Infância, destruía os ninhos nas árvores, á procura de ovos.

Dispunha-me a assaltar um grande e macio, quando meu pai, que me observava, se interpôs. Com meiguice, ergueu o filhote ferido, que eu jogara ao chão; aqueceu-o junto ao peito, alfsou-lhe a cabecinha quasi núa, e falou: "Silvino, nunca mais faças isto! Deves amar os animais, tanto quanto amas a terra e as arvores. |Tambem eles fazem parte de teu lar. O lar não é uma linda casa própria, moveis de estilo, tapeçarias e espelhos, não! E' preciso que sintas o calor da terra, a doçura da água brota das que pedras, o perfume das flores silvestres, a voz dos pássaros. Isto é ter um lar: sentir que é compreendido e amado natureza virgem, que pela o viu nascer; saber que em cada pétala, em cada selxo, em cada gota de orvalho reconheceras um amigo, simples e sincero, que a convivência tornará compreensível".

E, fazendo um gesto largo, que abrangia toda ? redondeza, meu pai terminou: — Na asa dourada de uma borboleta, na pétala, Já murcha, de uma flor, no perfume da mata, que te inebria, ou na gota minúscula de orvalho, deves distinguir aquilo quete é mais caro que lugar algum no mundo poderá substituir: o teu lar".Com o pássaro ainda aconchegado ao peito, ergui os olhos para a noite estrelada, que baixava sobre o mundo. E compreendi que não partiria, não abandonaria este rincão querido.

Prefiro continuar campõnlo, ignorante, compreendldo apenas por estas terras que amo.

Sei que a civilização eleva os homens, mas, a verdade, meu caro, é que nunca me senti desgraçado neste ermo. O pouco que conheço dos seres humanos faz-me temer sua proximidade. Aqui, o ar é puro, as árvores, não mutiladas pelo vandalismo que, não sei por "estética" das cidades, são que, chamam a belas e acolhedoras. Tudo é expontâneo, a verdade palpita em cada ralo de sol, e se estende a todas as cousas e todas as vidas.

Aí. será assim? O desconhecido me Intimida, e "meu lar" me prende. Tua deslumbrante capital, as maravilhas de teu mundo civilizado jamais compensarão a perda desta amiga que é a Natureza.

Não nasci para conhecer a vida, Marcelo, nasci para vlverl Adeus!

Desculpa-me, se esta decisão te magoa.

Sempre teu Silvino".

O moço dobrou, e chegou-se à Janela.

lentamente,

a

carta,

Lá em baixo, os veículos passavam barulhentos e ligeiros; transeuntes apressados corriam de lá para cá. O silvo das chaminés de uma fabrica próxima, os gritos estridentes dos jornaleiros e mascates, o ranger dos bondes nos trilhos, as gargalhadas cínicas de alguns estudantes faziam daquela rua movimentada; uma babel.

Seu olhar desdenhou os telhados sujos e desig >ais, buscando o horizonte, que, àquela hora, deveria estar vermelho-dourado, tragando o astro-rei moribundo. Mas a sombra cinzenta e feia de um arranha-céu, que se erguia logo adiante, Imagem triste da moderna civilização, obstruiu-lhe a vista.

Marcelo sentiu inveja do amigo distante.

Olhei á minha volta: o sol desaparecera inteiramente. Uma sombra escura—pareceu-me um gigante negro! — debruçava-se, mais e mais, sobre a terra, O azul do céu tomara um tom cinzentado, o verde das montanhas escurecera... Levantei-me.

Minha Insignificante figura humana deveria ser apenas um grão de pó, na imensidade daquela paragem!

Gosto Imensamente de defrontar-me com as montanhas; sinto melhor minha pequenes, e a grandiosidade da Terramãe! Meu cavalo, parado poucb adiante, fitava-me com seus olhos largos e bondosos, adivinhando, talvez, a solenidade daquela despedida. Meu coro, — não me julgues um tolo! — quase chorei! Era terrível dizer adeus aquelas sombras imóveis, que se. recortavam no horizonte, e que, parecendo impassíveis e indiferentes, eram, todavia minhas maiores amigas. Junto delas, debaixo daquelas seculares árvores magestosas, viera desabafar minhas desilusões. Um ramo que me acariciasse os lábios, uma folha amarela que adormecesse sobre meus cabelos, bastavam para me consolar.

Quando queria rir e cantar, sentindo-me feliz por qualquer motivo, saíamos, meu fiel

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O

MALHO

O SUPLÍCIO DO SAPATEIRO IBRAHIM GARCIA EM mesmo sendo um homem como era, premido por uma exis;* -'*' tencia de aperturas e desgostos, Ibrahim Maluf se queixava da sorte.

Ninguém melhor que ele achava até que a vida só tem realmente certo sabor quando sabemos distinguir o que Allah nos dá como prêmio de nossas obras, do que, o diabo nos reserva como pagamento das nossas maldades. Ainda assim se Ibrahim Maluf resignadamente suportava uma existência de trabalhos e canseiras, sempre a sorrir tristemente para quantos passavam defronte de seus olhos, lá vinha um instante em que, debruçado sobre a sua banca de sapateiro, a bater impiedosamcnte a sola, Ibrahim suspendia o trabalho, olhava o céo, e sem que ninguém o ouvisse mormurava baixinho: — Senhor ! Acaso não vês como se me exgotam as forças nesse labutar continuo e cruel ou dar-se-à que te apraz me ver a morrer como um escravo para ter à noite apenas uns magros dinares, com que dar de comer à meus filhos ?

Será que meus crimes são tantos que já nem me sobra a esperança de vê-los um dia resgatados em uma vida tranquiIa e mais prospera do que essa que levo ?

Mas tão depressa deixava que as palavras lhe morressem na boca numa especie de imprecação de revoltado contra as iniquidades de um destino que lhe era ainda imcompreendido, logo o braço, a mão que manejava o martelo voltava mais forte a surrar o couro, renitente, e em pouco como se alguma fada bemfazeja lhe andasse a colaborar no serviço secretamente, eis os seus olhos a acariciarem ternamente um par de lindas babuchas de setim, que o próprio Ibrahim sem advinhar porque artifícios via agora repentinamente concluídas I...

Então como já a noite vinha descendo lenta sobre o casario de Bagdad, e pèIas casas fronteiras começavam a tremeluzir as primeiras lâmpadas, Ibrahim Maluf arrancava do colo o avental encardido e escoscorado de goma, arrumava cautamente as suas ferramentas do oficio — as facas, a sovela, as costas, as agulhas — e gritava para dentro de casa: — Sarah, ó meu amor!

Que dirias tu de teu marido se ele te pedisse o jantar com a mesma- ternura com que te implorava ha dez anos passados a graça de um beijo apaixonado?

E antes que a mulher lhe respondesse do fundo da cosinha, Ibrahim punha-se de pé, agitava as pernas para que se lhe desemperrassem os músculos adormecidos da caimbra, e embarafustando pela passagem que dava para a sala de jantar, vedada por uma cortina suja, onde esmaecia o colorido, prosseguia na sua pabulagem galhofeira, mas satisfeita: — Ainda bem que já estão prontas os botins da mulher do Isac !... Bem que eles O MALHO

me deram trabalho, mas franqueza, nem sei como os acabei...

Havia cinco anos que Tbrahim Maluf tinha chegado a Bagdad. Viera de longe.

Nascido em Beyruth lá fizera a vida de sapateiro, tal como o pai, o velho Samuel, mas como a sorte não lhe andava a correr propicia resolvera mudar de terra.

A principio pensou ir para Smyrna, onde dizia o seu compadre Abrahão, facil lhe seria fazer fortuna, mas logo que soube que lá andava a grassar a epidemia, que as colheitas corriam fracas naquele ano, que Smyrna já não era o apregoado celeiro de abastanças de outros tempos, mudou de intento. Depois pensou em se transportar com a Sarah e os dois filhos, o Miguel .e a Agar para o Cairo. Mas o Cairo era uma cldade demasiado cosmopolita — dizia de si para si o Ibrahim — e naturalmente abundaria em sapateiros, alguns talvez, bem melhores que ele, que não passava de um remendão ! Assim foi que depois de muito reflexionar se decidiu por Bagdad. Afinal embora essa estivesse cada vez a se desenvolver mais, Bagdad guardava muito da vida primitiva: gente simples, gente da terra, tudo com seus velhos costumes, e em meio disto lá um ou outro forasteiro... De resto os sapateiros eram poucos, e o trabalho chegava para todos!...

Instalando-se todavia em Bagdad, Ibrahim Maluf viu depois que não era facil vencer facilmente. Lutara multo. Atravessara períodos longos, em que o trabalho, embora não lhe escasseasse, era mal pago. Para ganhar cinco dinares mourejava as vezes um dia inteiro, até mesmo a entrar pela noite a dentro... Mas mesassim, se o pão era pouco, verdade é que ele jamais deixara de tê-lo à mesa. Depois não era só o pão que ia augmentando, era o vinho, o azeite, o pedaço de anho cosido em môlhò gordo, condimentado com nozes picadas e muita salsa e ce> bola, em meio o qual as azeitonas nadavam tentadoramente.,. E como os dinares se mutiplicavam na gaveta em pouco eram as frutas que lhe entravam pela porta a dentro, o figo polpudo, o pêssego amarelo e loiro como uma bola de ouro, as tamaras, as uvas...

A proporção que o trabalho crescia os filhos iam se fazendo homens, e mais dois tinham vindo encher o lar então pobre de uma alegria nova: a Ada e o Sa-; lomão. Já agora se o Ibrahim Maluf, tinha as vezes repentes imprudentes contra o destino, eles certamente lhe surgiam muito mais por conta de uma ambicão desmedida de acumular oiro, do que pela ausência da proteção que lhe dispensava Allah !... Mas que'fazer se Ibrahim era assim mesmo : resignado,

30

JÚNIOR

calmo, tranqüilo apenas em aparência!

No fundo de sua alma entretanto lá estava o ambicioso, o homem sempre afeito ao descontentamento, embora soubesse colorir a sua avidez, a sua cobiça, com um falso manto de virtudes que decididamente podiam enganar outros homens, mas não iludiam ao Criador.

Sem duvida porem Allah esperava o dia de fazê-lo se humilhar à verdade, curvar-se à sua magnitude...

O dia marcado veio quando Ibrahim Maluf menos esperava. Estava ele em sua banca de sapateiro a trabalhar pachorrentamente umas botas para um abastado lavrador do Hebron então de passagem por Bagdad, e ao mesmo tempo a ruminar amargas reflexões à proposito da iniqüidade do destino, que dava por exemplo uma fortuna imensa ao yelho Abdulaméck, — que era sem duvida I o homem mais rico da terra e lhe negava a ele e a outros favores bem mais necessarios — quando lhe entrou pela porta o próprio Abdulaméck em pessoa.

Atônito, surprezo, tal como se o proprio Allah acabasse de descer em sua casa humilde, Ibrahim não sabia já o que fazer. E foi por isso com a mais submissa das curvaturas que estendeu as mãos ao alto e as desceu até quasi a tocar o chão, para saudar o recemvindo. A Abdulaméck porem a reverencia de Ibrahim em nada o comoveu. Ao contrario. Calmo, a ostentar entre os dedos a sua cigarrilha turca, o homem todo poderoso não fez mais do que dar uma ou duas passadas, e logo que arrebanhou o manto para atirá-lo para as costas, foi dizendo ao outro com ar displicente: — Ibrahim, como sei que tu és em Bagdad o sapateiro mais hábil dessas redondezas, trago-te uma encomenda: desejo que trabalhes um par de pantufas de seda para os mais belos pés sem duvida, que já viram olhos humanos!

Mas não pensa tu, infame remendão, que eles te serão dado ver por outra forma que não seja aquela que arquitetei... Sim, tu terás que lhes ver o tamanho, a altura, o calcanhar roseo, mas só permito o faças em minha casa, e de modo que que nem em sombra possas advinhar é a mulher maravilhosa que os quem ! possue — Aceitas ? regogou com voz roufenha o velho Abdulaméck, de ar imperioso, de olhos fuzilantes 1 Atordoado ainda, sem saber o que dizer, Ibrahim limitou-se apenas a sacudir a cabeça em signal de assentimento. E vendo então que o sapateiro não lhe opunha embaraços, que antes era como um vime verde a se curvar à sua vontade, aos seus propósitos, disse-lhe Abdulaméck imperioso: — Acompanha-me!

E assim mesmo como estava, o avental a lhe cair sobre os joelhos, as calças a se lhe esíiaparem nos fundilhos, tal como um ser servil e infame, talvez mesmo a humilhar frente a frente dos que o viam passar como se fora um prisioneiro, foi I — I 9 4 4

' /

r que Ibiu.ii im se colocou atraz do séquito do homem mais rico de Bagdad !...

Cumprida que foi por Ibrahim a extravagante missão que lhe havia confiado Abdulaméck, logo que chegou à casa, deu ele inicio a obra, e então foram dias imensos de alegria, os que viveu. Cortou a seda, bateu a sola fine., pespontou pacientemente o cano de pele de lontra, ^ue deveria aquecer os pés deslumbrantemente belos, que os seus dedos sonham apalpados, e uma vez concluída aquela especie de obra de arte, foi ele mesmo levá-as à casa de Abdulaméck. Bateu. Um nubio de cara encarquilhada veio recebê-lo, e inteirado de seu proposito, sem lhe dar tempo tomou-lhe das mãos as pantufas.

Esperou algum tempo. E como talvez a dama misteriosa já os tivesse experimentado, e folgado até em tê-los por justos, logo voltou depois o nubio com uma boisa cheia de moedas de ouro que lhe mandava Abdulaméck, e com ela um bilhete assim redigido em letra forte, incisiva: "Ibrahim Maluf. A água por mais impura que seja logo que corra sete vezes sobre si mesma, torna-se tão límpida, tão cristalina que ninguém ousará perguntar donde ela veio. Assim também é"o dinheiro. Por mais infamo que seja as vezes a sua procedencia, uma vez que ele nos chega às mãos, poucos são aqueles que lhe indagarão a origem ! Contigo sempre foi assim. Sempre o dinheiro foi o teu sonho e o teu suplício, e se assim é, aí o tens. Chafurda-te nele com a volúpia de um porco èm seu coche e que AUah te perdoe !"

-

_

O dinheiro que Abdulaméck mandou dar a Ibrahim na verdade serviu para que ele se chafurdasse nele até os gorgomilhos. Aumentou a casa. Desenvolveu o negocio. De simples sapateiro, passou a patrão, e embora já não trabalhe mais qssiste o serviço dos que se empenham em lhe manter a honra de ser o primeiro sapateiro de Bagdad, aos quais ele paga mal, miseravelmente. Em síntese: está rico. Cada dia que se passa mais lhe prospera o negocio e mais cresce a freguezia.

A família vive feliz. Mora num palacio.

A filha mais velha, a Agar tem carruagem, mas vive uma vida de prazeres, que se não coaduna com os hábitos de Bagdad, e não ha noite em quepacíficos Abdulaméck — o velho satyro como dizem seus inimigos — não a venha buscar para irem ambos como um par de enamorados ao "cabaret" do grego Dimas, onde se dansa, bebe-se, e fuma-se...

Raramente retorna a casa antes que o sol se tenha levantado. Ainda assim toda vez que Ibrahim Maluf vê chegar o velho Abduláméck, lembra-se da historia da sua extravagante encomenda, e, ao cumprimentá-lo com ar solene, respeitoso, pergunta a si mesmo, como um homem que vive preocupado com um problema ínsoluvel, talvés agora a única razão de seu tormento: — Allah! Allah ! dizei-me por amor que tendes a todos os vossos filhos, onde foi que eu vi pela primeira vez aqueles pés mignons de mulher, antes de ter ido a casa desse infame Abdulaméck ?

emboabas...

coincidência...

. primeiro, em data, *>» UCUDES ( Euclides da Cunruv ) é a precursào poUtlo*, Imenossos sociólogos . . . A nào ser eco nem seguimento, sem dUll-ta, corno lhe cumpria, mas outro ^-~^' aparece nào ^milagroso Tavares Bastos, -—^ terra, gente, Brasil, o constar que nos o.rigue a de século,, depois aeie, os ti- „_.<*,. tárco ae terço neste E. . . . cados de sociologia

1-

simpático recordar uma coincidência que nos mostra em três urbanistas franceperíodos diferentes importantes obras de L'Escolle traçando de Michel 1643, temos «es no Brasil. Em |j de Armando nome o surge 1816, em de Janeiro ; Rio do a cidade Jullen Palliere desenhando a atual cidade de Niterói, conforme á3 Santos ; em nossos plantas que encontrei e cedi ao Sr. Marques dos sensato e belo o mais Agache francês projetou dias, o urbanista a convite desse brasileira, metrópole da remodelação de plano Prado Júnior. grande prefeito que foi o Sr. Antônio jl l|

¦ir4;;:: __ .___-. _ T-j-r„^r

( 1943 )

DE

AUGUSTO a gema . . . no cascalho a pepita ou Ara. et Bo foi pago, em elogios ao _ Euclides exato > que "dois grandes esUios ... *f£ .W. aos 16a a Júnior entoara logo aiustando «lhas contas . • ,pe ipê juiu«> o de Rui, a.ustan sobretudo, contra um deles,

LIMA

JÚNIOR

•^^.^•¦•••V';r^<;',

SELEÇÃO DE FRAGUSTO

_-u Q5 de admiração . . . oi falou ... nem iaw ... -.„™... Da sociologia ninguém -nlaeiarDa sócio "O. Sertões" . ¦ literatura

antologia' pitoresca

.-jzl. - _ r—: _r.:_':rr_,r s:

-ho a rW£ alBda de Euc,ídes ^ o toico ^ . ; SerMe ^ Os d sociologia da ^ ^^ ^.^ . . . .-* íf confessaram . , , inédito, do grande livro nao envergonhados, pobres do que os discípulos Pardo — »«1 ( s. José do Rio

AFRANIO

. _. ^»

^

\

PEIXOTO .%

nâo cortejava ERCULANO- de Freitas, nos últimos tempos certos de políticos delícia de rua, que faz a f a popularidade inUUgênda os esplendores capadociais, em que escasseiam Paulo para Ir ocupar o cíí Quando deixou definitivamente São Federal) comparece_eu derradeiro posto ( no Supremo Tribunal meia dúzia, rigorosaÉramos mos por acaso, ao seu bota-fora. de bairro, dêssís chefete de pessoas. Qualquer mente, meia dúzia da cama para os cabeceira a anotado calendário um que mantêm nos seus em. telegramas e cartões de aniversário diários, reuniria . . . mais gente barques comuns dez vezes em que êle manteve atuaMas no próprio Supremo Tribunal, velhos padecimen.ao destacada, embora já andasse combaüdo por por vezes amenizou, nào Janeiro Rio de tos, que o clima quente do esfuziava a sua verve. a que compareceu, teve que inter.

Numa das últimas sessões voto por causa de ligeiro sussurro que proromper a leitura de um reque levara, ao penetrar no vocara a queda, sem conseqüência, Muniz Barreto. cinto o seu colega Ministro a bràncura indiscreta dos cabelo.. disfarçava Muniz Barreto Herculano e vestindo - se garridamente. pintando - os pacientemente e .uizes outodos, púbUco voz que mm se conteve e, numa meia : para o colega viram dirigiu - se com lá-tima nào se pintam I !_. Sr Ministro Muniz Barreto, as pernas fazer calar a hipode do presidente So 0 estridente timpanar laridade geral. ( S. Paulo — 1943 )

O

MALHO

a razão de um nome que o poeta ( Paulo Araújo ) deu ao nome da montanha "sem guarita e sem farda vigilante soldado" das portas da Guanabara, ( o Pão de Açúcar), Interpretação muitc ÂCREPITO linda, típica da sua reação subjetiva diante do objetivismo das cousas. ( *) Nao acredito, porém, que se alguma vez atentou o poeta, tamda bém farmacêutico e como eu freqüentador, quando estudante, do nome real o significado botica paterna, nào tivesse compreendido da montanha granitica e formosa.

Nao pasmem os Senhores Acadêmicos, mas há ainda trinta deu o nome e ano apenas, êste Brasil, que depois do páu que lhe do açúcar, o foi o XVIII país século antes do ouro do fim" do "it.icfcer.on_", como os flamengos chamaram Pernambuco, desse a civilização açúcar que lhe trouxe, com sangrentos sofrimentos, Hamburgo Europa, de da prinnos séculos XVI e XVII, importava farmacêutico uso refinado, para de açúcar cipalmente, os seus pães . ou de confeitaria fina.

Eram cônas Viu-os muita vez na Farmácia Silva Araújo. de uns quarenta centímetro* de altura com una vinte de diâmetro na base, envoltos em papel azul escuro. A fôrma e a embalagem caraeram tradicionais, seculares. Provavelmente existiram nas bem expressivo tào velas lusas. E o nome da montanha me parece "Cesta da Gávea". como o da

vépvc de ministro

AÜBELIANO

'*¦

( 1943 — Conferência )

CARLOS C* )

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L.GITE 32

DA

SILVA

ARAÚJO

Diz o poeta :

PÃO

DE

AÇÚCAR

chama - Io Nunca eu soube a retido de assim ao nome ; Pois que «ta forma não se ajusta Foi preciso que a barra eu transpuíesae Dessa baia linda A que êle monta, guarda, Eterna sentineZa ...

Como - doce o sabor com que aparece Ante a saudade infinda Sem guarita e sem farda, Vigilante soldado às portas dela ...

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de „ao me Send°^°úttmVo" tempos, encontro ^^ no »»& a existia, minha ^^RTENCE", sinto-me

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WESURH Guerra!

Guerra é a desgraça coletiva.

É o caos das coortes, que, num choque insano, Obsessas vêem jorrar o sangue humano Numa avidez ingente e destrutiva! É o pandemônio ignivomo que criva Os lares com o punhal do desengano; É o deletério espetro que, em seu dano, Semeia convulsões e. a peste aviva!... É o horror que cstruge desde a protohistória! É o barato onde a espécie humana aflita, Defronta a morte procurando a gloria...

Soldado Brasileiro Tenho orgulho de vê-lo imponente, garboso, Sorridente e cantando em desfile festivo, Quando a Pátria recorda algum feito glorioso, Do que o soldado outróra era um exemplo vivo.

Disciplinado e ordeiro, honesto e caprichoso, Hospitaleiro e amigo e, ao mesmo tempo, altivo, Ei-Io Xamandaré, Caxias ou Barroso, E, agora, da Aviação piloto decisivo.

\ Mas na hora em que 6 país se sentir ofendido, For um gesto qualquer do estrangeiro atrevido, Esse soldado bom, respeitoso e gentil, É mais bravo que o mar revoltado, iracundo!... £ o soldado mais bravo entre os bravos do mundo, Pois só vê no Universo este nome: — BRASIL!...

ALCIDES FERREIRA

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É a existência de um Monstro formidando, Numa figura, trágica e maldita, Na sucessão dos séculos gritando...

CELSO DE ALMEIDA

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^epopéia de Sbuíor.

PARA

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FRIN_FSr_ FRANCESES

1 I V D * * LIVRES

A França se liberta, a fim de ressurgir No seu plinto de glória, ao clarão do Porvir!

Ouvindo de De Gaulle a voz do "Surge et ambula!"

Acaba de se erguer, letárgica, sonâmbula, Sob a ação do torpor que no seu organismo Infiltrara a Gestapo, agente do Nazismo..

Prelibando a Vitória e os loiros de Amanhã, Atendeu com denodo às ordens de Darlan, Que lavou sua honra, em momento propício.

Através da mais duro e cruel sacrifício, Enquanto Pierre Lavai, deslavado traidor, Não sentiu pela Pátria um vislumbre de amor!

E Hitler, em desespero, em convulsões frementes, Olhos côr de escarlate e num- ranger de dentes, Prevê que se aproxima a queda do seu sonho, Sem ter quem no console em transe tão medonho, Procura de Satan diabólico carinho.

Este abre-lhe a pupila e ponta-lhe o caminho Dos chinfrins infernais que lhe estão reservados, Com os seus generais, marujos e soldados.

E o Fuehrer se consola em ver cair no abismo Seus fieis corifeus do quinta-colunismo, Os traidores ralés da terra em que nasceram Bestituindo ali tudo o que receberam Dessa grei de Plutão, satânica e ruim, E vai todo o provento aos cofres de Caim, Agiota do inferno e grande interesseiro, Que mata o mundo à fome a fim de ter dinheiro; E_ com mil espertezas e ambições agudas, Já ganhou cem bilhões com a herança de Judas... *

íI ^ ^ r_í_r-4#

Toulon mostrou, num épico e trágico minuto, Que a França preferia a dôr, a morte, o luto, A ficar deshonrada em suas tradições, Servindo de joguete aos bárbaros teutões ...

Afundou sua Esquadra antes do dissabor De vê-la dominada e em poder do invasor.

Sucumbiram com ela, (indómita coragem!)

Os nobres oficiais e a heróica marinhagem, Pela honra da França, enaltecendo a glória Do sublime martírio a rebrilhar na História!

E quando a Esquadra, altiva, entrou na profundeza, O Mar mudou de tom, cantando a MARSELHESA! ALARICO DA CUNHA

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Inglaterra! Realeza impar!

Marco de força delicada.

Como o Espírito Santo estás nos mares!' nos desertos! nos ares! nas florestas! nos salões! emi todo lugar !...

Londres! Cidade-neblina!

St. James Park! — refúgio ameno dos londrinos; Browning Street! — cérebro do Império; lá se vê: a Casa do Canadá — terra das pérolas douradas: o trigo; da índia — ninho de milhões e milhões de almas; da Austrália — região das quentes ovelhas; da África do Sul — pira de incenso: os pomares.

Inglaterra de Byron! de Milton! de Schelley!

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Inglaterra de Newton! de Bacon! de Hume!

Inglaterra de Cromwel! de Pitt! de ChurchiU! Inglaterra de Trafalgar! de Waterloo! de Dunquerque!

Inglaterra de 1215! de 1653! de 1939!

Inglaterra de ontem! de hoje! de amanhã!

Que será do mundo sem ti? És a força! a coragem! a resignação!

Por que não dizê-lo: ÉS A CIVILIZAÇÃO! DANIEL CAETANO

mANÇil

Não pôde sucumbir uma nação que sempre lutou em defesa da civilisação cristã. (À Victor de Sá) I

Eu não lastimo a tua sorte nesta guerra brutal. A tua excelsa glória será maior. Dos Teutos nada resta que se possa igualar à tua História.

Tua invicta bravura, quem contesta?

Trás o inimigo ainda na memória o Marne. E se te odeia e te detesta é porque foste nobre na vitória.

Triunfarás com brio e heroicidade, secundada do são patriotismo e do vigor, sem; par, do teu scldadt; Defendendo o Direito e a Liberdade do teu povo, De Gaulle, com civismo eSse nobre desejo há demonstrado.

II Desse tremendo caos resurgirás grandiosa no heroísmo imortal da tua brava gente; não morre quem viveu a vida gloriosa de um passado que é luz a fulgir no presente.

Da vitória, empunhando a flâmula radiosa, despertarás maior, inesperadamente, dessa noite cruel, fatal, caliginosa, que pesa sobre ti amarguradamente ...

Tú não foste vencida. O sangue derramado na luta desigual, que. altiva sustentaste, ser-te-á com lisura e juros resgatado; Deus, o Supremo Bem, o Supremo Poder, — nos tibios corações dos povos que ampare «te, acenderá com ardor a chama do dever.

CAVALCANTI E SILVA

J

A IARA

sei se lhe devo contar esta história simples e ingênua, nascida da alma de um povo simples e ingênuo.

HAO Você está à minha frente, enterrada numa grande poltrona, sorrindo de uma maneira exquisita e petulante, que me faz pensar. Ac» vê-la enterrada no couro rude "fauteil", eu lembro-me. que ilustra essa instirttamcnte. da impressão que nos deixam as primeiras vezes que nos sentamos em poltronas, à vista de algumas pessoas estranhas, com as quais somos forçados a manter conversação. A sensação de vazio é intensa c parecemos sempre desageitados.

Não sabemos onde pôr as mãos, que posição adotar, que conversas manter, importando a observação desses detalhes num sacrifício intenso que transcede a importância intrínseca no momento, porque extrinsecamente importa num remoto, porém efetivo, condicionamento e conseqüente prisão da às circunstâncias impostas personalidade pelo ambiente. Mas não, você não é o que se convencionou chamar uma caToura. Você não está à minha frente experimentando o embaraço que um cavalheiro experimenta durante a primeira vez que enverga um fraque e usa uma cartola. Você já se acondicionou ao ambiente. Você já é. em última análise, inteiramente superficial.

E é por isso que eu tenho receio de lhe contar esta história simples e ingênua, nascida da alma de um povo smples c ingênuo, cujo sentido e significado só as pessoas preadaptadas podem captar. • Mas você insiste, e de tal maneira, que eu não posso deixar de lha contar.

E' mesmo possível que você esteja agora num desses instantâneos ressurgimentos para a vida. no que ela tem de elevado, para além das fronteiras meramente materiais,, numa dessas exquisitas aptidões para a realidade de vida supra-normal.

Por isso, vou-lhe contar esta história que me foi narrada por um preto velho que encontrei em uma das mais tradicionais eidades brasileiras. Essa história encontra-se classificada como lenda, pura* c simplesmente, em alguns livros. Porém, esse preto velho, me contou com visos de verdadeira.

Símbolo da alma popular, no que ela tem de mais ingênuo, eu não poderei traduzir as suas palavras fielmente. Seria necessária uma criança, verdadeiro ponto de transição entre a alma popular e a inteligência culta, para fixar esta história sem artifícios.

Caiubi, contou-me ele, era um dos mais belos tapuios, de sua tribu e amava Cida. igualmente bela tapuia.

Costumavam vêr-se ao pôr do sol, na outra extremidade do rio, entre as árvores silvestres.

Um dia, agitado por intensa comoção nervosa. Caiubi chegou à margem do rio.

Do outro lado Cida o esperava. Dcsamarrou sua igara e, rápido, jogou-se com ela às águas cristalinas, que corriam para o mar em doce sinfonia.

Descia sobre a terra a tristeza crepuscular. Cortavam o ar. em todas as direções. pássaros os mais variados, enchendo o ambiente de notas tristes e chorosas. O conjunto formava a doce música selvagem O

MALHO

Joào de Carvalho dos trópicos. O sol já tombara no horizonte, engrinaldado então por uma réstea de luz dourada.

Caiubi remou a duas mãos em larga luta contra a correnteza. Levava nos olhos a ansiedade, no rosto a transfiguração e na boca uma cana verde com que contraia os nervos. Do outro lado, Cida conseguiu vê-lo em intensa luta contra as águas. Ela era uma das mais belas tapuias. Tinha os lábios vermelhos como o fogo tropical e os olhos sonhadores como os de uma deusa oriental. O corpo, lindo e impecável como o de uma estátua, fremia de ansiedade.

Aspirando pela chegada de seu amado, tinha os braços apertos e vazies.

Por entre os claros deixados pelos arbustos, ela conseguiu vê-lo em toda a exuberãncia de suas formas plásticas. Como era belo o seu amado, pensou, incontida na sua vaidade feminina. E esse sentimento era mais animado ainda, em-virtude-do profundo amor que lhe dedicava Caiubi. Esse sentimento de amor era um verdadeiro acicate à sua vaidade. Disputado por todas as indias da redondeza, desprezara a todas, cm troca do seu amor Tãó orgulhosa se mostrava ela por isso que. temerosamente. chegava por vezes a julgar a própria iara. cujos encantos e façanhas corriam de boca cm boca, incapaz de lhe roubar o amado.

Não seria com receio da sua força hercúlea, continuou conjeturando, pois, como mulher, teria a iara outras maneiras para vencê-lo. Seria, talvez, pelo amor profundo que a ambos animava, que ela jamais ousara molestá-los. Gosando, intimamente, a sua vitória, ela mirou-se orgulhosa através das águas cristalinas.

Inesperadamente, porém, o seu semblante se transformou. Boca entreaberta, como se murmurasse uma prece, sua atitude era de inquietação. Caiubi havia parado em meio da jornada e assumia o aspecto de um louco.

Seus olhos refletiam o espanto, espelhando claramente o estado de sua alma. Dir-se-ia que alguma fatalidade estaria para suceder.

Rápido, principiou a remar com toda a intensidade de sua alma. Porém, não tardou muito e um de seus remos veiu a partir-se. Mais se acentuou o seu desespero.

Como um louco, continuou a remar com o remo que lhe restava. Foram, entretanto, vãos os seus esforços. O desânimo vencera-o. Havia trabalhado com ímpeto selvagem e a sua alma sentiu por fira febre e espanto. Desalentado, deixou cair as mãos. abandonando o corpo sobre a igara, triste, desfaleeido, por esforços vãos.

E.sgueirando-se por entre as selvas, Cida procurou saber que cousa estranha assim preocupava o seu amado. Nada, porém. denunciava o que o intibiava.

______ _________

Caiubi havia se lançado às águas com toda a sua alma. Subitamente a voz da conciência o despertou de sua comoção nervosa: 'Tapuio! Aonde vais? Foge enquanto é tempo".

Tarde, porém. A noite já estava caindo sobre a terra e a iara, dirfarçada, aparecia à superfície das águas. Seus cabelos, largados em toda a extensão do corpo, a envolviam num amplexo sensual. Tinha o rosto apoiado nas mãos e contemplava com indizivel prazer os astros e as estrelas que povoavam o céu.Desesperado. Caiubi quiz fugir à iara.

Foram, todavia, debaldes os seus esforços.

Havia em tudo uma música estranha, apenas perturbada pelo rumor das águas passando ligeiras e pelo cantar da iara, cada vez mais distinto: "Por estes campos em flor, jamais houve amor que se igualasse ao meu. Minha beleza não tem. rival. Minha voz é doce e maviosa. Nunca por estas matas encantadas se ouviu voz mais sonora que a minha. Quando o sono e o langor me entorpecem, desço então às profundidades do rio, onde refulge o meu magnífico palácio. Nele

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se acumulam as maiores riquezas e os mais sutis encantos."

mão esquerda, numa saudação caricata e depreciativa. — Boa noite, professor.

Caiubi, num último alento, quiz fugir, mas não pôde. Sentia-se fascinado e tinha os olhos surpreendentemente encantados e deslumbrados. Volvendo-os, então, para a terra, viu, surpreendido, que mal havia deixado a margem do rio. De instante a *nstante sentia, mais do que via, a aproximação da iara Quiz resistir, mas sentiu os seus músculos frouxos.

Respondi àquele cumprimento da maneira que me pareceu mais conveniente. O meu companheiro, dizendo que já me conhecia, nâo era pussilânime. Efetivamente já nos conhecíamos da sala de recepção, onde foramos apresentados. Meu cérebro, porém, recusára-se a fixar o nome de semelhante creatura.'

Envolveu-o, então, em seu abraço sensuai a iara. , Triunfante. ela fez ecoar pela selva um canto de alegria, incontida na sua vaidade de mulher. Depois as águas fecharamse sobre os dois e foram escorrendo, destacadas pela transparente luminosidade da lua.

Cida compreendeu toda a sfia tragédia.

Um grito lancinante e angustioso foi a única nota grave que alterou a doce música selvagem dos trópicos.

Eis aí a história que eu lhe queria contar, da qual, naturalmente, você deduzirá as incongruências do improvisador.

Resta saber até onde essa história simples influiu na formação d_ nosso povo.

E' preciso ver nas narrativas desta natureza mais do que um simples incentivo para o estudo da dialectologia popular.

Preocupa-me sobremaneira a influência que os poderes mágicos de pedras, de plantas e de animais exercem sobre os homens primitivos. estendendo-se essa coação até aos nossos dias. Representa essa crença um estado mental a que corresponde na religião o período fetichista. E o seu estudo é sedutor, pois envolve, inevitavelmente, a antropologia.

Neste ponto da minha palestra, a orquestra, no salão próximo, desandou na execução de uma música moderna, de ritmo sincopado.

Então, meus caros!

Eu e minha companheira estremecemos e erguemos os olhos. Vimos a cara sorridente de... (Como era mesmo o nome rapaz insolentemente daquele bonito?...

Não me lembrava...) Os olhos do novo personagem eram castanhos vivos e miravam ora eu, ora minha companheira, com um ar zombeteiro. Deu alguns passos e foi sentar-se no braço da poltrona onde se encontrava acomodada a minha interlocutora.

Pousou a mão, familiarmente, sobre o hombro dela.

De que é que estão brincando? — perguntou.

Sorrimos. Um sorriso que pretendia ser condescendente. Para mim, entretanto, era de desdém — desdém superior. Aquele hoenem, com maneiras grosseiras tão desenvolvidas, era de uma impertinência notável.

—- Para você pode ser que seja brincadeira — respondeu a minha companheira um pouco irritada. Depois, já em outro tom, acrescentou: — Vocês já se conhecem, não!

Sim, — respondeu o meu impertinente companheiro. Conservando ainda a mão direita sobre o hombro dela, ergueu a

37

Nesse entretempo, meu apresentado acendeu um cigarro e através da fumaça que soltou, a seguir, ficou contemplando a minha companheira de uma maneira assás desenvolta. — Sabe? Você está se tornando cada vez mais bela.

Ela

enrubesceu.

E se dansássemos, hein, — continuou. Olhou zombeteiramente para mim.

— Se é que você já acabou de conversar aqui com o professor. Eu não quero, de forma alguma, interromper. ..

Não sei. . . — começou ela, cheia de dúvida, voltando os olhos para mim.

Ora, pois não, pois não! — respondi, sem erguer os olhos do chão. Reprovei-me logo. Não era capaz de verificar o que é que me havia induzido a proclamar a minha própria derrota, sem entrar sequer em combate.

Meus companheiros ergueram-se. Foram levados em ziguezagues por entre as cadeiras e as mesas, ao som da música, rumo à porta que dava para a outra sala.

Fiquei só. Levantei-me e fui caminhando, lentamente, rumo ao jardim. Soprava um vento leve e acariciante. O céu, sem lua, estava povoado de estrelas. Atentai. A música, na sala próxima, era agora, para mim, uma sensação longínqua, mas ainda perceptivcl. Transmitia-me uma nostalgia estranha e os meus pensamentos vagaram indefesos em torno dessa sensação.

Já não reprovava o fato de minha companheira ter me deixado só. Cada qual tem o direito de se refugiar onde bem lhe pareça. Ela procurava refúgio entre os amigos, na alegria estonteante e colorida das músicas sincopadas. Eu me retraía em meus estudos, quando não me bastava, como agora, a beleza das árvores e das estrelas para entreter as minhas divagações.

Ouço o marulhar de um riacho próximo. Apenas essa sensação se destaca agora dentro da noite, crescendo, para mim, de significado. Nada mais ouço: todos os ruidos foram tangidos para longe. Vejo-me isolado, divorciado de minha própria essência, suspenso sobre a própria vida.

Desceu sobre mim um receio de mim mesmo. Parece-me que o contacto humano é tudo. No entanto, quando penso que a festa ingênua dos trópicos continua, enquanto a sabedoria dorme o seu sono quase ignorado, apenas velado pelos seus filhos diletos, não chego a estabelecer o contacto humano, eu tão inexplicavelmente só. Nessa solidão permaneço em expectativa ansiosa, uma porque a vida me parece uma grande, 1

—

19

4

4

JTRO

PONTO

DE

BELARMINO

"O objetivo da natureza é atingir à individualidade — humana".

KRISHNA"Exp. MURTI. Conduta".

LHANDO ao redor de si, a humanidade está divisando um outro ponto de partida para os seus destinos.

A humanidade é a formidável torrente de vida que, sob formas humanas, potencialidades criadoras, fazem jorrar na face da terra.

O homem é a unidade humana cuja passagem sôbre a terra assinala marchas, paradas e pontos de partidas.

A força imponderável da razão do homem o impele para novas marchas, novas etapas, novas criações, novos pontos de partidas.

Embora o homem esteja, na fase dos interesses individualistas, sua direção é infinita, pois infinito é o movimento- da sua inteligência da sua intuição, da sua aspiração.

Não existem barreiras que detenham o movimento criador da poderosa unidade de vida que se encerra no homem.

Quando o homem tem que escolher um novo ponto de partida, abandona, sem remissão, suas criações e preocupações inuteig, o que agora se verifica pelo seu despreso pelos sistemas caidos em desuso.

A presente hora humana oferece aos que pensam uma visão perfeita desse desmoronar de uma época, na qual o homem viveu plenamente através de sistemas que não mais podem permanecer.

A inteligência apenas será detida na compreensão dos retardados, mas estes estão se afundando no oceano das criações do passado.

Por isto, não podem ver que a humanidade, portadora de um pensamento novo, criativo e libertador, apresta-se para viver uma nova fase, um novo escalão na sua rota sôbre o planeta. Este novo escalão traz o novo ponto de partida.

Causa porem dôr e tristeza vêr a ilusão dos que pretendem viver do passado, esquecidos de que as fases e os escalões da humanidade teem seu fim, sua parada, seu invariavel fechamento causado pela morte dos sistemas.

Causa tristeza vêr os homens e as mulheres envoltos nas malhas dos hábitos velhos, que significa crenças, ambições, conforto, mêdo de poderes O MALHO

PARTIDA

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efemeros acumulados pela incompreensão desde remoto passado.

Ilusões que teem suas causas na ignorancia de que existe um eterno presente, que, sendo compreendido, anula a incerteza, trazendo a felicidade do entendimento.

Para estes seres, parece não existir remissão alguma fora da vingança e da posse astuciosamente mantida, pois não adotam outra lei sinão a do olho por olho... O que eles guardam como viver, como ponto de partida, não promana da intuição nem da inspiração.

Não podem pensar. Não podem caminhar dirigidos pelo entendimento da vida. Estão fechados na presente etapa da humanidade sôbre o planeta.

Ao homem que pensa, que raciocina que pôde entender a vida no que ela tem de essencial, não é mais possível deixar-se ficar adstrito aos ensinamentos do passado, morto e já sepultado na vala comum do tempo. Pois êle compreende que, assim como os antepassados tiveram seus pontos de partidas, a humanidade presente tambem terá o seu.

Se a lei da vida é sabedoria, e esta se manifesta, tanto no átomo como no sistema planetário, é necessário 38

VIANA

entender-se que a hora presente é de mudança da fase de cáos'pjara outra fase, cuja magnitude não está limitada pelo passado.

Foi a variedade acumulada de sistemas filosoficos que criou no homem o cáos subconciente e a mentalidade aquisitiva. Esta gerou os atritos nas relações mutuas dos homens e das nações. Atritos que se transformaram em guerra universal. Guerra que concluirá pela derrocada dos velhos sistemas que não correspondem, nem à inteligência nem as aspirações do homem.

Evidentemente, o novo ponto de partida eçtá a vista. Não poderá ser outro que o da orientação da vida do homem, pelo despertamento do seu entendimento para a sua própria natureza, para o estado da sua mentalidade.

Orientação ainda não adotada nas fases anteriores da humanidade. O novo ponto de partida tem sua origem na inspiração, e esta é a expressã o da inteligência, da espiritualidade do homem da nova era.

O conhecimento desse aspecto da natureza humana, no passado, era sabedoria de poucos; hoje, êle é a sabedoria de quasi toda a humanidade, refletida no desejo de libertação da exploração do homem pelo homem.

A essencia do novo ponto de partida, ê a ação incorruptivel na qual o homem reconhece e respeita sua própria razão.

Este novo ponto de partida é a expressão proeminente da nova fase da humanidade. Sua fonte vital no presente, está na palavra de um grande instrutor de sabedoria, cujos ensinamentos estão sendo oferecidos ao mundo, numa trajetória que mede-se do oriente ao ocidente.

Ao compreender-se o grande Instrutor, tem-se a certeza do novo ponto de partida. Seu nome é Krishnamurtl. Dele trazemos este pensamento: "Cada qual tem que averiguar o que é aquilo que está buscando; se nada estiver buscando, então vive na satisfação e decadencia". Krishíndia. namurti — Adiap 933/34. P. 11.

1 — 19 4 4

TERRA DE íIRílRIGBOia GEORGE LIVERT -*L. EMPO houve em que, nas eras primevas, a terra brasileira era ainda muito agreste e selvagem. Os seus filhos, despidos de civilisação, levavam uma existência rudimentar, despreocupada e feliz.

O Brasil nascia! Formoso como a flor dos cardos dentre os espinhos nas montanhas escarpadas e cruéis!

Brasil, paraíso do Universo! Em todo sempre, arvores frondosas, em cujas galhadas, palpitantes de seivas moças, se ocultam ninhos, onde azas multicores vêem cantar o hino da vida! Sói de dardejos de oiro e flama sobre o lilaz dos cedros ou das acácias desmaidas! Lua de iluminura de aço liquefazendo-se ao langor do ritmo sexual de Ouris das cachoeiras prateadas!

Quando a primavera se fazia anunciar nesta vigorosa terra, cobrindo os montes e vales de perfumadas flores, as aves, mais alegres, entoando cânticos de gloria, pareciam, querer dizer e gritar a todos os povos: "Vinde! Vinde ver e ouvir esta terra abençoada!"

E foi assim que, por uma dessas cálidas manhãs de verão, ouviu-se o cantar das primeiras cigarras,anunciando talvez,com elas, o nascimento de robusta e forte creança na taba do guerreiro índio Maracajá-As'S|ú (Gato Grande), chefe da pequenina mas invencível tribu Tupinímó que então habitava a ilha de Paranápuan, ou Maracajá, hoje ilha do Governador.

Brasil! o teu regaço embalou, a brisa da Guanabara, o sono puro deste selvagem pequenino, que se chamou Ararigboia (Cobra Feroz), e que se«a, mas tarde, o terror dos Tamoios e dos aventureiros huguenottes.

Daí saju adolescente ainda, fugindo com os seus a furía dos ínimigos. Chegando ao Espírito Santo, nao se deixou vencer, antes, juntouse aos jesuítas e portugueses, as almas boas da colonização e da catequese, que lançaram sobre a sua alma a semente do cristianismo, brotada no nome de Martím Afonso. ° bravo índio aqui voltou para expulsar os invasores.

Morrera então Maracajá-Assú, seu Pae, estando por isso, ele com plenos Poderes sobre o seu grupo.

1 — 1 9 4 4

Não foi sem dor e sofrimentos que conseguiu vencer. O sangue de seus companheiros, jorrado com impetuosidade, tingiu a areia do solo.

Sói e estrelas viram Ararigboia lutar, destemido, gloriosamente... Ele tinha aprendido com os mestres do Hábito de Cristo o que é ser forte, buscando na morte o valor do sacríficio.

Intermináveis tormentos e cruéis martírios ele passou que pena aiguma poderá jamais descrever. Não ha palavras que exprimam a ânsia de sua alma em querer dar novamente a sua querida terra, a paz e o logar digno no progresso dos séculos !

Deus contou as vigílias e as bagas de suor deste moreno

39

! / rosto ímberbe e impassível, e, reconhecendo a nobreza de tal coração, deu-lhe o cetro do triunfo! E a vitória soou com os canglores dos hinos a Ararigboia, libertando a faceira baía de praias brancas.

A tua terra, Ararigboia, é a mesma terra minha, que dotaste com a tua fortaleza, e que floresceu com a tua honra e com o teu valor.

E o teu nome, Ararigboia, será lembrado para todo o sempre e estará ^ na égide dos séculos como o marco da Civilização e da palavra "patriota" !

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_a_í_________%_^&?V$Q^ COLABORACIONISTA ordem de Hitler a França ocupada tem enviado levas POR e levas de .r.h ií"a,S nas fábricas °P«ários para trabalhar e demais campos econômicos da Alemanha, em vista da crise de homens lá existente.

Desse modo, trabalham para AlemãmHhares «»e franceses rí«-„n,ll.?re8_.e cativos. Um francês, entretanto, procurou o colaboracionista Lavai, oferecendo-se voluntariamente tiveiro. Lavai extranhando para o caa oferta,

SUCESSO

DE

perguntou ao voluntário: — Mas o senhor vai trabalhar pela Alemanha espontaneamente? "' Sta\ Senh°r ! Vou espontâneamZ. Prestar meus serviços à Alemanha.

Pode acreditar na minha sinceridade." m — «ontinuou Lavai. — v KaZ

S2_..e terei até.Erande Dra*« *«

Píoftlo^ ^ ~""! *^ * a ~

- Sou covelro - respondeu prontamente o colaboracionista.

LIVRARIA

fascista e um nazista discutiUM,am sobre o valor intelectual de seus paises de origem, qual procurando levantar mais cada alto o* «eu, p.„„e, h„mens.

As^é JJ e,°íiava um escritor c_n! t^n^° temporaneo, o autor «Eu fui medico de Hitler". do livro — Esse livro é tão formidável — mzia, — que conquistou um verdare„°rd" de livraria através de m.ih^. milhões de exemplares vendidos no mundo inteiro. Nunca se verá coisa — Isso, não — protestou o fascista.

°«.r brevemente de uma um»P!escritora italiana, um livro, maio. sucesso ainda! Êssc nue fará livro, que será editado depois da completa cllqulsta da Itália, venderá muitos, mas muitos milhões de exemplares ! que e&se ,ivro será mais __,r^«^0cequediz «Eu vendido fui médico de HU-

graTa*.**'

mUn° m*,S'- nem *«a

" chama éss* «Tro? PóTe «"_«?_l,m> Pode-se saber? _ perguntou o alei — "Eu fui lavadeira de Mussolini".

HEROÍSMO? das avançadas heróicas de Montgomery, na África do NorNUMA te, expulsando o eixo do Continente Negro, os ingleses repararam que os italianos corriam como sempre, justificando a fama que haviam criado, com exceção de um soldado napolitano que de forma nenhuma parecia disposto a abandonar sen posto.

Montgomery, surpreendido com o fato, declarou:

A

RESPOSTA

DO

CAMPEÃO

T T M dos filhos de Mussolini estu^ dava numa universidade, longe do teatro da guerra, quando resolveu escrever a seguinte carta ao pai: "Meu querido pai: a vida aqui está cada vez mais insípida. Porisso, desejo ingressar imediatamente nas fileiras dos Camisas Negras, afim de MALHO

Os italianos não são tão corredores como se diz ! Pelo menos, eis ai um italiano que não quer correr Merece ser condecorado ! — e unindo a ação à palavra, pôs-lhe a mão no ombro, ao mesmo tempo que exciamava: Bravos ! Que heroísmo !

Não! — respondeu o italiano.

— E' reumatismo!

chegar a ser como você. Espero resposta rápida. Abraços do seu filho".

Mussolini leu a breve carta, pensou, sacudiu a cabeça ... e apressou-se em responder: "Meu querido filho: não faça isso !

Náo abandone a sua carreira universitária, para seguir a minha "caireira", que não é nada sopa !

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Flagrante colhido por ocasião da distribuição de presentes de Natal aos tuberculosos pobres matriculados na Cruzada Brasileiro, presidido pelo Dr. Clementino Fragay e parii cujo êxito contribuíram varias e importantes firmas- desta Capital.

todos os anos, COMO sob a orientação geral da Senhora Darcy Vargas, teve lugar farta distribuição de brinquedos e outros presentes às crianças pobres.

Apesar do mau tempo, foi enorme a afluência aos postos de distribuição, mde teria sido possivel colher flagrantes altamente expressivos como cs que ilustram estas linhas.

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'^^fl Grupo feito por ocasião da audição de alunos do prof. J .'Otaviano, que se realizou na Escola Nacional de Música, vendo-se o ilustre catedratico entre Leda di Marco, Rosete Amaral, Raimunda Magalhães-, Tina Bianchini, Mario César, Ester Schenker, Maria Helena Young, Regina Maria de MesQuita, Dulce Yanovsky e Elzi Abboud.'

A audição em apreço ratificou o conceito de J. Otaviano como educado^ musical, proporcionando ao mesmo tempo que, em ambiente adequado, se fizessem admirar suas encantadoras e inteligentes discípulas.

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Grupo de sócios da nova apremiação "Cultura Artistica de Petropolis", recentementè fundada nabela cidade serrana, por iniciativa da pianista Alcina Navarro de Andrade, e graças a cuja orientação a sociedade petropolitana tem tido ensejo de aplauãir grandes nomes da música nacional. A fotografia foi timda na crémarie e entre os presentes se vê o moestro Vila Libos.

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FILHO

Filho, o brilhante romancista de " Praia de Ipanema" e tantos, ouTHÉO trps trabalhos primorosos de ficção, que lhe grangearam posição de destaque nas letras nacionais, é o Secretário do Departamento do Interior e Justiça desse Ministério, e vem de ser promovido muito justamente à classe mais alta da carreira de oficial-administrativo, atingindo, assim, o ápice dessa carreira.

Esse fato repercutiu da maneira mais auspiciosa, e coincide com o seu reaparecimento como fiecionista, pois breve lancará dois novos romances.

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FESTA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO — Com a presença de uma verdadeira multidão de fiéis, a Ordem Terceira do Carmo, da Lapa, festejou solenemente o dia 8 do corrente, consagrado a Nossa Senhora-da Conceição. Houve missa solene, celebrada pelo Comissário da Ordem Carmclilana, frei Policarpo, seguindo-se a recepção dc postulantes, noviças c professos. Foi empossada a nova diretoria da Ordem Terceira, sendo inaugurada uma exposição de trabalhos das Irmãs. Todas as solcnidades se rcvestiram dc um alto sentimento dc religiosidade, demonstrando a profunda -cencração e grande amor dos Carmelitas à Virgem Imaculada.

A ORIGEM

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HOMENAGEM A MEMÓRIA DE NICOLAS — No auditório da Associação Brasileira de Imprensa realizou-se à 6 de Dezembro a homenagem que o Movimento Artistico Brasileiro promoveu à memória do seu fundador, e sempre lembrado artista NicoIas Alagcmoviis. Recordando o grande amigo do Brasil, falaram os srs. Osvaldo Paixão, Celso de Figueiredo, Walfredo Machado e Oswaldo Teixeira. Houve uma hora de "Caixinha'de Miísica", dc autoria arte, tendo a pianista Yolanda Morcaux executado a de Nicolas. O poeta Murilo Araújo, presidente do M. A. B., encerrou a homenagem, pronunciando aplaudida oração.

MALHO

42 -

DO FIASCO

Biancoletti, célebre ator italiano, desempenhava, numa peça muito em voga, no seu tempo um papel, de que fazia parte um longo monólogo, cuja interpretação êle variava constantemente, introduzindo-lhe cada vez novos efeitos cômicos. Para esse fim, trazia na mão um objeto qualquer, um saca-rolhas, uma carta, uma cabeleira, que lhe serviam de thema para uma infinidade de pilhérias, com o que o povo ria a bandeiras despregadas. Uma noite, Biancoletti trazia na mão" uma garrafa — " Fiasco" em italiano — e sobre isso foi arquitetando as suas alusões de improviso. Mas, ou fosse porque o objeto não se prestasse, ou porque a veia cômica falhasse daquela vez, o certo é que não conseguiu ter graça e o público ficou frio e impassível. Então o artista, furioso, arremessou a garrafa, ao chão, exclamando: Por tua causa fiz figura triste.

O público riu.

Desde então quando qualquer ator não agrada diz-se: Temos fiasco.

1 —

19

4

4

UMA CONFERÊNCIA DE ADELMAR TAVARES grupo de amigos do acadêmico UM Adelmar Tavares, desejando homenagear mais uma vez o inspirado poeta, vem de fazer imprimir em "plaquette" a conferência que o autor de "O caminho enluarado" realizou, na Academia Brasileira, sobre Lúcio de

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ADELMAR

TAVARES

Mendonça, um dos fundadores daquele cenáculo. Trata - se de mais um estudo, em tudo delicioso como outros produzidos pelo inspirado poeta, no qual se não sabe o que mais apreciar : se a harmonia da linguagem, em que repontam laivos marcantes de poesia viva, ou a justeza dos conceitos emitidos, a ciareza da narrativa da parte episódica e carinho com que Adelmar Tavares envolve o vulto que se propôs estudar A vida e a obra de Lúcio de Mendonça estão sabiamente descritas, em apreciável síntese, nestas páginas interessantíssimas desse poeta mavioso que é, também, eximio prosador.

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Barata

Repercutiu da maneira mais simpática nos meios sociais e intelectuais da cidade a nomeação do nosso brilhante colega de imprensa, Mario Barata, p.ara o Museu Nacional de Belas - Artes, após ter sido classificado em primeiro lugar em recente concurso aberto pelo D. A. S- P. Mario Barata, que é secretário de "O Homem Livre" e faz parte da re daçâo de "Cultura Política", tendo a seu cargo a secção de museus, realizou estudos especializados de História do Brasil e História da Arte, e no concurso em que se colocou tão brilhantemente, apresentou uma tese sobre numismáticaf colonial brasileira.

1 —

HOMENAGEADA PELA F. A. B. A MISSÃO AERONÁUTICA DO CHILE — *Flagro.nte tomado por ocasião da homenagem prestada pelo Ministro da Aeronáutca, em nome da Força Aérea Brasileira, à Missão Aeronáutica do Chile, ckefiada pelo General do Ar Tovarias Arroyo. Vê-se, ao microfone, o titular da Aeronáutica, Sr. Salgado Filho, quando proferia o seu discurso de saudação aos ilustres visitantes, oferecendo - lhes o almoço, que se realizou no salão de banquetes do Hipódromo da Gávea.

ALBERTO APFEL E SEUS ESTUDOS SOBRE OS CÃES — Alberto Apfel já se tornou bastante conhecido em São Paulo, através de várias exposições de desenhos e pinturas sobre cães, gênero em que há muito tempo vem se especializando. A sua curte sutil consegue interpretar admiravelmente as atitudes dos pequeninos cães das mais diversas raças, em estudos felizes e de impressionante realismo. Agora, o apreciado pintor acaba de realizar na "Livraria Triângulo", da capital paulista, uma interessante exposição de suas magníficas telas, sendo do ato inaugural o aspecto que aqui reproduzimos.

C H I N A Aumentando o já elevado número de volumes que integram a sua obra literária, a escritora e poetisa Francisca de Basto Cordeiro nos deu, agora, "China e índia", que faz parte da série de separatas da síntese da Evolução Intelectual dos Povos, que vem — 43 -

E

ÍNDIA organizando com grande vantagem para os estudiosos, pela grande soma de conhecimentos que divulga, a respeito das velhas civilizações orientais.

A edição é da autora, e o livro tem ilustrações fartas e interessantes.

MALHO

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Aspecto da inauguração de "O Janota", a nova casa de artigos finos para homens, à Avenida Nilo Peça. nha 38 — D — s — 204.

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HOMENAGEADO O TENENTE DR. GERARDO M. BIJOS — Aspecto do almoço com que foi distinguido o 1." Tenente Dr. Gerardo Majella Bijos, por motivo da passagem de tnais um aniversário. Vê - se, no primeiri plano, o Capitão Dr. Òlyntho Pular, no momento em que fazia chegar às mãos do homenageado a mensagem de saudação de seus amigos e colegas de armas. E, finalmente, o.Tenente Gerardo quando agradecia a manifestação que lhe foi prestada. O aniversariante aparece no* flagrante cercado de altas patentes do Exército e* ria Aeronáutica, ou sejam : General Meira de Vasconcellost General Valcrio Falcão e o Brigadeiro do Ar Ângelo Godinho.

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BÔA RECOMPENSA

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Um campónio, armado de um enorme bastão, apresenta-se ao presidente de uma sociedade protetora de animais.

'— Que deseja ?

Venho buscar o prêmio, que os senhores oferecem.

Muito bem. Mas, que fez, para pretender o dito prêmio ?

Salvei a vida a um lobo, que eu podia matar com este páu.

E esse lobo de onde vinha, para onde ia, que fizera êle ?'

Acabava de devorar a minha sogra.

O presidente refletiu, um momento.

Meu amigo, acho que o senhor já está bem recompensado !

85

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ASSOCIAÇÃO ARTÍSTICA "MATHILDE BAILLY" — Realizou - se com brilhantismo a festa de inauguração da Associação Artística "Mathilde Bailly", perante numerosa assistência que encheu literalmente o "Salão Leopoldo Miguez". Vemos aciina : a Sra. Bailly, rodeada dos a/rtistas que tomaram parte na festividade, o Dr. Aloysio de Castro, e o Presidente da Associação, Major Salvador Corrêa de Sá e Benevides.

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O JO.» ANIVERSÁRIO De FORMATURA DOS CONTADO RES — Grupo feito cfpós a missa comemorando o 10." aniversário de formatura dos contadores do Instituto Comercial do Rio de Janeiro.

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HOMENAGEADO, artes plásticas e que apresentou na edifício

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NA A. B. I., UM ARTISTA ILUSTRA DOR DE IMPRENSA — Um grupo de artistas, críticos de jornalistas, desejando significar seu apreço ao desenhador e caricaturista Alberto Lima pelo trabalho ilustração do livro "Poesias", de Affonso de Carvalho, ofereceram - lhe um almoço na "terrasse" do da A. B. I., sendo dessa festa de cordialidade, ot dois flagrantes que aqui ¦reproduzimos.

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MOBILIZAÇÃO DE ESTRELAS DE HOLLYWOOD PARA QUITANDINHA — Pelo avião da Pan-American chegou ao Rio de Janeiro Jean Clayton, a npva estrela da Metro, que veiu ao Brasil para a grande temporadkt de abertura parcial de Quitandinha, que terá lugar dentro de poucos dias.

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Senhorinha Conceição Peres, eleita ''Rainha da Primavéra" pela Associação Recreativa Janense Jaú — Estado de S Paulo. A coroação de sua Majestade a soberana da estação das flores, foi realizada na noite de São Silvestre.

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Senhorita Maria Helena Spinola Montenegro, filha úh dr. Júlio Montenegro, da Alfândega de Santos, Esexma. esposa D. Alice Spitado de S. Paulo, e dc sua 'Montenegro nola

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Senhorinha Joléte Costa Marques, dileta filhinha do snr. João Costa Marques, funcionário do Banco d<o Brasil, nesta Capital, e de sua esposa D. Cecy Baraúna Costa Marques. Joléte, apesar de contar apenas vc anos, é exímia acordeonista, cujos dotes musicais são muito apreciados.

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Oe MCJ2-AS,

O BENEMÉRITO DE TIETÊ

tão mais elevado, a mais perfeita alma daquele município.

artigo abaixo, Emitia Fontes traça cm linhas vigorosas, o perfil do dr. José Augusto Corrêa, o saudoso médico, cuja existência consagrada cm boa parte à cidade paulista dc Tietê, lhe outorgou as honras de verdadeiro jipóstolo.

Neste remanso pacífico onde Joa~ quim Pontes creou as rosas mais belas do Brasil, o tempo, üc certo, apagou a lembrança desse homem admirável que fes de sua profissão um nobre saccrâócio. " Como, porém, o espírito é imortal,

mente

um

ou

num

tugúrio.

sacerdote,

religiosamente,

E.

cumpriu

os

Lembro-me bem, de em de

Tietê, uma

andar

desígnios

Alto.

tê-lo' visto, um dia,

apressadamente,

chuva

do

como

torrencial,

para

debaixo socorrer

bre

por

espírito de cientista e de homem exemplar, tão cheio de magnitude que, em Tietê, sua terra natal, dificilmente alguém o excederá Estava ele, então, no apogeu de sua glória, como médico e como cidadão — amado, admirado e respeitado! doentes,

sem

de

e alma

corpo

distinção

de

aos

classe

nem

seus de

haveres; e, por isso, todos o amavam como a um Santo.

Fora

eleito

tadual,

onde

ciado.

Esse

deputado brilhou, caráter

ao

tendo

congresso depois

impoluto,

es-

renun-

talvez,

re-

ce'iasse

que se lhe exigissebi sacrifícios não se coadunariam com a sua enverque gadura moral. E demais, como ficariam os -seus enfermos sem o seu saber, sem o seu amparo e sem o seu desvelo?

Recebera de

consolar

Dr.

a Tietê,

marido, seu

grande admirador, que me contou fatos extraordinários de sua infatigável clínica, que bem revelavam todo o valor daquele

Dedicava-se

Sem

titubear,

ajoelhou-se

o

'

Corrêa e, sobre aqueles andrajos, não

fecunda,

como

um

exíguo

preito de homenagem à inesquecível e venerada memória do Dr. José Augusto Corrêa.

EMILIA

DE

MARSILLAC FONTES

FORMATURA ^Pssflai

BiBsV

quem solicitou que fosse à sua residência buscar roupas de cama e o necessário para aquela pobrezinha que, talvez, jamais conhecesse

carinho

nem

conforto,

mas

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que,

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salva pela sua admirável dedicação, muitas vezes, invocou os Céus para que descessem as suas bênçãos sobre a cabeça de seu extremado benfeitòr.

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_AmmU

Edificantes fatos se passaram na sua faina de clínico imensuravelmente bom !

Conheci, uma a uma, todas as suas grandes e raras qualidades

E a minha almira-

ção crescia por tamanha bondade que jamais conheceu canseira nem enfado para tratar da pobreza, a quem êle .tanto soube amar e que o adorava.

E' oportuno, agora, lembrar, aqui, a va-

Senhorinha Heloísa dc Lima Barbosa, que

liosa opinião do Cônègq Agnelo de Morais,

vem dc colar grau por haver terminado o curso da Faculdade Nacional de Odonto-

quando vigário de Tietê.

logia do

aflitos,

sufocando — num

dôr,

Em palestra comigo e meu marido, asse-

palácio

gurou-nos êle que o Dr. Corrêa era o cris-

MALHO

tão

mu?

os

O

vida

paciente e cuidadosamente, ergueu-se, aureolado pela sua bondade sobrenatural e chamou alguém, a

sublime a

pelo

Depois de auscultá-la,

a missão

se manifestasse

olhos enevoados

mingua de um tratamento, se agravava dc

Senhor

ela

sua

. hora cm hora.

do

onde

que, Mas eu,

paramos Ceiesa manebeias, espalhou

uns trapos no chão, perigava de uma

hesitou em colocar o seu ouvido para perscrutar a marcha da enfermidade que, à

chegar

pelo bem

agora,

glorificado, nos

uma pobre preta velhinha que, deitada so-

de excelso ao

meu

tes,

Deus,

pranto, cumpro o dever de, nesta hora que ele já não existe, escrever algo sobre a

Apóstolo do Bem. ao

Divina,

de

conta, ainda com os

nis, foi

ainda,

eleito Justiça

que lhe sou grátissima, porque também recebi benefícios sem

pneumonia.

moça

esse pela

às criaturas.

morto que, na terra, querido encarnando as mais elevadas virtudes varo-

apresentada

grande e exemplar um justo enaltecimento

sua

Sei que o seu espírito radioso sobrepaíra, e que é indiferente aos elogios da terra

e admirado

Muito

à

varão ilustre !

sinto o pesar imenso que me fez derramar copiosas lágrimas, quanAINDA do soube do falecimento dessa criatura excelsa.

íui-lhe

comentário

personalidade, ás raras qualidades do fidalgo coração de

Dr. José Augusto Corrêa

um verdadeiro

que

sem

coube à poetisa das rosas, Emitia Fontes, perpetuar nesta página a figura do Dr. Comia o médico querido da cidadesinha paulista.

em chamar

as notícias

de seu passamento fossem dadas com tamanho lacôYiismo, sem

N / O

Não exagero

Recordando tudo isso, doeu-me profunda-

— 48 —

onde

Universidade do Rio de Janeiro,

conquistou

uma

entre seus colegas

situação

dc

relevo

odontólogos.

19

4

4

Suplemento Cinematográfico d' O MALHO

Ál "F L*f l k l l^m\ tf -Í

HOLLYWOOD NA BROADWAY (De Gilberto Souto, representante de «O MALHO») temporada teatral da Broadway A deste ano oferece um grandb elenco e nele encontramos um número extraordinário de artistas de cinema. Hollywood, com o seu prestígio e a sua popularidade, é, póde-se dizer, o chamariz do público.

Sucede, porém, que Nova York, desde muito, está acostumada a bom teatro.

Boas peças, boné diretores, montagens de gosto e beleza; cenários, roupas, efeitos de luzes, palcos giratórios... tudo isso, há muitos anos, tem garantido um público exigente. Assim é que nem todos os artistas de cinema, sem traquejo teatral, podem pisar os palcos de Nova York; da mesma maneira, nem todos os grandes nomes do palco possuem certas qualidjades exigidas pela camera. A temporada deste ano é brilhante e variada. Muitas comédias musicadas, bons dramas, uma representação extraordinária de "Otelo" de Shakeaspeare e revistas, gênero vaudevile.

No gênero musicado, temos Muriel Angelus, de Hollywood, na comédia "Early to Bed". Muriel possue uma voz excelente, se bem que em Hollywood teve apenas dois filmes, fazendo papeis dramáticos. Um deles foi ao lado de Ronald Colman, "A luz que se apaga". "A Viuva Alegre", remodelada, mas guardando ainda todo o seu encanto do principio do .éculo, é um dos grandes sucessos.

Jan Kiepura e Marta Eggerth, nos Papeisi de Danilo e Sônia arrebatam a platéia. Ao lado deles, no embaixador, está o esplendido cômico Melville Cooper. O êxito desta opereta é sensacional. "One Touch of Venus", outro grande sucesso, oferece Mary Martin, John Boles e Kenny Baker, três nomes já consagrados pelos filmes de Hollywood. Em "Laugh Time", temos Frank Faye, Berth Wheeler, Ethel Waters; Milton Berle e Eric Blore fazem rir em "Ziegfeld Follies".

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Gypsy Rose Lee .-•¦•

Helen Hayes, sempre extraordinária, sempre maravilhosa, é novamente um grande sucesso em "Harriet", a história de Harriet Beecher Stowe, a autora do livro "A Cabana do Pai Tomás". Elizabeth Bergner e Victor Jory aparecem em "The Two Mrs. Carrols". Se não me engano, esta é a primeira vez que Elizabeth pisa os palcos da Broadway, "Something for the boys" que está em cena desde Dezembro passado, continua divertindo e encantando com Ethel Merman e Francês Mercer.

— 49 —

A estréia de "Otelo" arrebatou as platéias e obrigou os críticos a devotarem várias colunas ao desempenho do artista negro, Paul Robeson. No elenco está ainda James Monks que teve papel saliente em "Como Era Verde O Meu Vale". Em "Doughgirls", sátira à vida oficial de Washington, estão Virginia Field, Arleen Whélan e Doris Nolan. Ralph Bellamy tem o principal papel em "Tomorrow the World", e Margaret Lindsay, sua companheira em tantos filmes de mistério, está na peça "Another Love History", ao lado de Roland Young.

Dentro de poucas semanas, Elsie Ferguson, uma das mais lindas artistas do cinema silencioso, faz a sua rentrée no teatro, depois de mais de vinte anos de ausência. Elsie é bem lembrada pelosf velhos fans. Joan Blondell acaba de estrear numa comédia musicada, intitulada "Naked Genius", de autoria da famosa Gipsy Rose Lee que, além de se despir em cena, em revistas picantes, deu para escrever livros e peça_j teatrais. Está sendo esperada com grande curiosidade a estréia de "Wínged Victory", da pena de Moss Hart e onde trabalharão soldados da Aviação NorteAmericana.

Entre eles, George Reeves, Edmund 0'Brien, Mark Daniels, Ray McDonald, os gêmeos Mauch, (aqueles doisi rapazinhos dos filmes da Warner Bros), Richard Travis, todos estes até agora artistas de Hollywood, mas que foram convocados e esjtão servindo na arma aérea. A peça dramática, oferecerá algumas canções patrióticas, escritas por Dave Rose, ex-marido de Judy Garland e também servindo no Exército. Como vêem... durante algum tempo Hollywood não poderá contar com esses elementos para os seus filmes. O cinema perde um bom número de nomes famosos... mas os amantes do teatro em Nova York, podem apreciá-los em carne e osso...

O

MALHO

BIOGRAFIAS

KAY FRANCIS, aliás Katherine Edwina Gibbs. nasceu em Oklahoma City, no dia 13 dc • Janeiro de 1906.

Começou no palco e veiu para a tela com o advento do cinema falado em iq__, no filme da Paramount, " Algema cruel". Depois de vários filmes na mesma, passou-se para a Warner, que lhe deu fama, ao lado de principalmente Wiiliam Powell. E depois de "estrelato", apareceu perder o no seu filme de maior sucesso entre nós, o famoso " .Sempre em meu coração".

FUTURAS

RELÂMPAGO

FRED ASTAIRE, aliás Fred Austerlitz, nasceu em Omaha, Nebraska, a 10 de Maio de 1900. tendo colhido seus primeiros sucessos como dançarino no palco, ao lado de sua irmã Adele. A sua estréia no cinema deu-se no filme" de Joan Crawford e Clark Gable, "Amor de dançarina", mas só tornou-se famoso nos celulóides da RKO, ao lado de Ginger Rogers, dos quais, um dos melhores foi aquela biografia de Irene Castle e seu marido.

DEANNA DURBIN nasceu cm Winnipeg, Canadá, no dia 4 de Dezembro de 1922. Acaba de completar portanto, vinte e um anos. Principiou sua carreira cinematográfica nos estúdios da Metro, ao lado de Judy Garland no filme curto, " Todos os domingos". " O estúdio porém, não soube avaliar o valor da jovem cantora e a Universal contratou-a, lançandc-a em " 3 pequenas do barulho". Seu último filme é " Laços éternos", com Joseph C o 11 e n.

Continua mantendo a mesma popularidade.

ESTRÉIAS

(Filmes vistos em Nova York por Gilberto Souto) LASSE COME H O M'E (Metro Goldwyn-Mayer) — Um trabalho sentimental, terno e bastante dramático. O principal ator — ou melhor, a estrela, -é a cachorra Lassio que desempenha um papel admirável. Há muito rue o cinema não tinha um astro canino, desde os bons tempos Roddy Macdo Rin-Tin-Tin. Dowall é o menino; ao seu lado estão, Donald Crisp, Elsa Lanchester e Dame Mae Whitty.

DANGEROUS BLONDES, (Columbia) — Filme de mistério, mas bem divertido e bem desemcom Allyn penhado, Josslyn, Evelyn Keyes, Anita Louise, Edmund Lowe, Michael Duane, Ann Savage e outros.

MY A KINGDOM FOR COOK, (Columbia) — Comédia bem espirituosa com Charles Coburn, Margaret Chapman e um novo galã, Tom Carter. O filme gira em torno de um escritor que rouba a cozinheira de uma dama da sociedade.

THOUSAND AS CHEER (Metro Goldwyn-Mayer) — Filme em Technicolor que agradará muito. Ótimas músicas, lindos bailados, um mundo de garotas bonitas e a voz adorável de Katherine Grayson.

Gene Kelly, O

MALHO

Mary Astor, John Boles, José Iturbi e muitos dos artistas da " sketches", Metro em vários como Judy Garland, Mickey Rooney, Red Skelton, Frank Morgan, Marsha Hunt, Lucille Bali, Ann Sothern, Lena Horne, etc.

Um filme de público.

CLAUDIA Century(20th Fox) — Filme tirado de uma peça teatral e que mantém muito da técnica do palco. O interesse maior é que este trabalho apresenta a encantadora Dorothy McCuire, um bom elemento que está destinado a ficar no cinema.

Ela é uma artista muito boa e uma figurinha simpática. Ao seu lado estão, Robert Young, Ina Claire, Reginald Gardiner, Olga Baclanova (lembram-se dela?) e Joan Howard.

THANK YOUR LUCKY (Warner Bros) — Filme em que aparecem quasi que todos os astros e estrelas da Warner. Os principais artistas da história são Dennis Morgan, Joan Leslie, Eddie Cantor (em dois papeis).

Em canções, dansa s e sketches vocês verão a Bette Davis, Errol Flynn, Humphrey Boggart, Alexis Smith, Ida Lupino, Olivia de Haviland, Hattie McDaniel, Jack Carson, Alan Hale, Dinah Shore, John Garfield, Ann Sheridan, etc.

50 —

GEORGE BRENT, aliás Nolan, nasceu em Dublin, Irlanda, no dia 5 de Março de 1904. Foi para os Estados Unidos com onze anos, mas voltou para sua pátria afim de educar-se. Debutou no paico em Dublin, trabalhando depois no teatro americano.

Estreiou no cinema no filme da Fox " A grande ;-_<_rjiada".

Foi sua primeira esposa, Ruth Chatterton quem o tornou popular. Divorciado desta, casou-se com Constance Worth e a seguir, com Ann Sheridan, da qual também está livre.

M orreu Ch arles

Ray

maior interprete dos tipos de rapaz das vilas do interior nas produções da Triangle, celebre principalmente por sua interpretação em " O covarde". Esse celulóide estreiado em Setembro de 1917 no velho Paláis, foi um dos filmes mais sensacionais da época. Aquelas cenas de Charles com Gertrude Claire, as outras cenas quando seu pai, Frank Keenan, lhe dá a surra e f~\

as do final, quando ele caminha Charles Ray dos velhos para o combate, ficaram inesquetempos. eiveis. A história já fora apresentada pela Biograph, com Robert Harron, mas ninguém notara. Depois Charles Ray apareceu-nos em vários filmes nos quais Frank Keenan continuava como seu pai e Louise Glaum, " mulher-vampiro" que o punha a perder... Um deles foi a "Obra de vibora". Caries fez muitos filmes na "grande marca vencedora", como denominou a Triangle, nos letreiros iniciais dos seus celulóides, o saudoso Vasco Abreu, alguns com " Pésititulos que ficaram gravados na nossa memória como " Por bem ou nhos de ouro" e por mal". Trabalhou na Paramount, na First National, na United Artists, na Metro, etc. " Uma avenFoi o galã de Joan Crawford na sua primeira tura em Paris", quando Joan começava. Ultimamente, fazia pequenos papeis, de quando em quando, como por exemplo no filme de Francês Drake e Cary Grant, " Mulher em tudo" e "Um no de Gloria Jean, pedacinho do céú". Charles Ray morreu, mas o tipo que ele criou naqueles filmes admiráveis de Thomas Ince, continuará sendo recordado por seus antigos admiradores.

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fadas, desenxavidas, com gargalhadas impertinentes. E num programa dos mais interessantes dos domingos.

— Barbosa Júnior preferiu aquele programa dominical cheio de camaradagem, sem tantas beijocas, mas -.¦¦.¦¦'¦¦¦¦¦¦;

BREQUES

Jararaca e Ratinho voltaram ao receptor da Nacional. E volveram apesar das prisões de Belém, com ò mesmo ton de pilhérias fesceninas.

Já era tempo de se dar um geito nesta teimosia proposital, jamais quando os dois humoristas sendo queridos do publico, poderiam evitar semelhante obstiiíação para a graça pesada...

Quem se vem revelando com boa vontade de agradar é Lauro Borges, com a sua estação caricatural. Não deixai de ser agradável o programa, podendo servir de incentivo aos diretores das outras emissoras para corrigirem cs seus erros.

Dilú Melo volveu do Norte. E na estréia quando se esperava que na Nacional cantasse musicas da terra, continuou a desfiar o seu repertorio gaúcho.

E' razoável: a gloria fácil traz o descuido, a falta de psicologia...

Almirante anda na penumbra.

A sua publicidade eclipsou-se. Por que ? Há quem diga que se mudará para a Nacional. Fala-se que irá acs Estados Unidos.

Que acontecerá ?

Há varias reclamações contra os "torpedos" do Case. Graças engarra-

J O E L

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GAÚCHO

A dupla seria do rádio - Joel e Gaucho. O Carnaval vem aí. Sabemos que existem varias marchas- gostosas gravadas pelos dois cantores queridos do publico. Esperemos.

DUPLA

Murilo Caldas e Lolita França venceíain no rádio pela graça des seus sambas quasi que falados. Eis aí uma dupla querida, capaz ' de estabelecer alegria na platéia e aplausos dos ouvintes, é que procura sempre enriquecer o seu repertório.

em que a gente percebe que há um pijama modesto e gostoso, doméstico, não somente nos ouvintes, mas espiritualmente no propício artista a fazer prendas e casamentos no escuro...

Ninguém sabe porque a gargalhada irritante de Anestesio até mesmo foi retirada dos anúncios.

Cansou.

Tudo é assim, neste mundo de Deus.

Silvino Neto teve a prova do que sempre lhe advertimos destas colunas.

Orlando Silva anda numa crise de misticismo. Há quem assevere pensar em celas plácidas, macias, num grande gesto imitativo de Mojica.

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Declarou - nos^ ainda, o amável ciceroni que a secção frigorífica se encontra aparelhada para fabricar todó o %êlo de que necessite o restaurante, fabricação essa em que se adotam os processos mais modernos e em que sómente se utiliza água prèviamente filtrada.

Passando, a seguir, para a cozinha própriamente dita, verificamos serem os seus fogões

RESTAURANTE

MODERNO

"Atlântico Uma visão panorâmica dos aperfeiçoamentos técnicos do Club" nova casa há dias inaugurada na curva harmoniosa de Copacabana.

Atlântico Club", restaurante que foi inaugurado no aquecidos a eletricidade ; permitindo sua amplitude a fácil dia 18 do corrente, é uma casa pequena, sóbria no movimentação dos profissionais, que nela encontram aparearranjo, mas distinta e confortável, lembrando um lhae-em mn,lw„, higiênica e ar em ... , inagem moderna, t- acolhedor quantidade para afrontar salao dos velhos e tradicionais solares normandos. .4* , . ^ sacrifícios seus árduos mistéres, mesmo na época mais _ sem Seu tamanho, estudado e escolhido prèviamente, define sua quente do ano. O revestimento é todo de azulejo, mármore um estabelecimento para poucos, para gente e ferro> Q que permite limpeza meticuloSa e eficiente - não capaz de, pela sensibilidade e pelo conhecimento, saber se vendo mesmo uma só peça de madeira nessa modernissima apreciar os pratos raros e os vinhos antigos, delícia dos e perfeita cozinha 0 que náo deixa de ser uma originalidade "gourmets" sibaritas, cultos . . ,qi . e viajados. .. digna dos maiores elogios por parte dos técnicos de aliMas um restaurante não é só a sala onde os repastos mentação se efetuam e onde os brindes se trocam num ambiente da & E, sem sombra o,„„u ^das mais perfeitas insde favor, uma mais pura e contagiante alegria. Êle é, também .. . talaçoes , e princi. que, no gênero, já pudemos observar. palmente, a cozinha e a cópa — dependências onde os êmulos de UM ASPECTO DA NOVA COZINHA DO "ATLÂNTICO CLUB".

Vatel realizam os seus prodígios culinários, pondo em ação a química ^ sutil das misturas ilustres e sensaT cionais, para a satisfação dos paladares requintados.

Dai havermos / ' pretendido visitar^ ésses laboratórios " \ ^^^PPPPP*5, // fjM^» O

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Pedras de cor engastadas ouro guarnccem este em %: Cercf", cstilização do medieval Russo, ideado por J0F1X - FREDERIC, Nova York.

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SORCIÊRE

colhe num restaurante. Entanto, todos com excesso de frequencia. O almoço na Associação Brasileira de Imprensa, por exemplo, vem reunindo as figuras Prefeito Henrique de maior cartaz da cidade:

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Dodsworth, o ministro João Alberto, o jurisconsu!to Levy Carneiro, os embaixadores Macedo Soares e Martinho

Nobre

de

Mello,

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o conego Olympio de Mello, os acadêmicos Pedro Calmon e Olegario Marianno, Wladimir Bernardes, Orlando Dantas, HoApolonio

Salles,

racio de Carvalho, Deoclecio Duarte, Ivo Arruda. Costa Rego, E. G. Raymundo Leite Garcia, Fontes, Damas ilustres, Castro Maya. .. "chic" e o esdamas elegantes, o pírito femininos também explendem na bela sala de refeições, fazerdo côro aos elogios a Herbert Moses, A B.I., e presidente da prestigiosa apreciando as iguarias de mestre

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Balbi.

Num ambiente assim as palestras são animadissimas. A guerra é um dos assuntos prtdiletos. Vem, depois, a carestia da vida, a prohabilidade de uma viagem à Norte América, a avaliar mais de perto a grandesa dêsse povo magnífico que se bate pela liberdade, o qual Béatrix Reynal engrandeceu num dos poemas do seu bonito livro "Poèmes de Guerre :

um Principia novo ano.

JANEIRO. Mais um dia para ¦Ey:• que se troquem cumprimentos. O Natal deu ensejo a que sc trecassem presentes.

No " Ano Bom é de boa Preto e a.Tid-verde — bonito vestido toilette" desenhado por ADEL.b hova York. em A saia eurta oferece facilidade SntPSON para Saks, norma enviar flores às jaqueta. eis a elegância de transporte nos tempos que correm. Retirada a "chic", atual. luxuosa posta em evidência. Prático, amizades, flores a bem amada, e a flôr da "Nos saudade a alguém que se foi e a quem não esquecemos. enfants seront fiers d'apprendre Alegria esfusiante, um bocado de ternura e muita Votre lutte pour les sauver, lembrança misturam-se nas festas do fim do ano. A O' vous qui mourez pour défendre objede cidade anima-se mais. Casas de brinquedos, Le genre humain, d'un grand danger! tos finos, de jóias, de bonbons ficam lotadas durante Croyez en la reconnaissance a ultima semana de dezembro. São bem poucos os De nous tous, ô nobles amis indiferentes a tais datas. Será que o ficam mesmo?

Qui respectez 1'indépendance Aí está o racionamento. Aí estão os preços caros hommes dans- tous les pays.

Des no que se ingere numa casa de chá, no que se es— 57 —

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MARCO, estrela latinoamericana, figurando em " Bchind The Rising Sun", da RKO, gracioso " enseinble" reste harana, blusa UCIll com um quadro liavatM, botões dourados.

1XGR1Ü li ERGMAN num gracioso traje estivai, afrcciado, aliás, quando a rimos cm " Casablanca".

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Blusa largamente cstampada, saia de tom iinidn — uma das últintas "composições" para ANN SUERIDAN. o

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Para mocinha eis um vestido de noite sugerido por ELEAWarner SOR PARKER, da "marqnifíros. Tallia-se em sei te" branca, estampada devermèllio, bolero bordado de vermêllio.

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Cinema Preto e branco — outra indumentária bonita de JOAN LESLIE. ^Hl

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Segredos de Beleza de Hollywood por

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BELEZA INTERNACIONAL

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atividade feminina em procura da beleza, penso, é assunto internacional, o que não se dava muitos anosi antes. Mas minhas várias viagens à Europa,

enf cidades mais cosmopolitas como Londres, Berlim, Viena, Paris, etc, verifiquei que as mulheres se apresentavam com uma modalidade de maquilage absolutamente diferente da que se usa em"Hollywood. Não aprovei, de modo algum, o "make-up" europeu, o qual pecava pela falta de suavidade e acabamento.

MUDANÇA porem, não fossem as diversas linguas que se ouvem, a cada momento, seria tarefa dificil HOJE, distinguir qualquer dama de Hollywood entre as mulheres européas.

Hollywood, a verdadeira pátria do cinema e do encanto feminino a respeito de maquillage, estendeu seu poder aos mais longinquos recantos da Terra. Estrelas cintilantes como Louise Rainer, Greta , Garbo, Sandra Storme, Marlene Dietrich, Tamata Geva, Lily Pons e Margot Grahame, deram ao "make-up" de Hollywood a mais carinhosa acolhida.

Em referencia à maquillage de Hollywood, tive a satisfação de perceber as mulheres mais elegantes da Europa, imitando-o, que progrediram bastante em relaçao à quantidade.

Foi tambem ponto de minhas observações, nas viagens a que me referi, o fato de todas as mulheres empregarem "make-up" em pequena ou demasiada quanUtludc, man nunca na quui-Hdnrif oxata.

Algumas, pelo temor de parecerem demasiado plntadas, abstinham-se de tal forma que melhor fariam sair sem maquillage, porque, o excesso de "parcimônia", seja em que ramo fôr, dá a idéia de um trabalho mal acabado. Na mesma ocasião podiam vêr-se tambem as super-pintadas por toda a Europa.

Aquela abundância originava-stf em grande parte, na falta de experiência no manejo do materal de que se 1

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FACTOR compõe o "make-up". Toda mulher que se inicia no uso da maquillage tem uma inclinação natural para abusar quanto à quantidade.

ELEGÂNCIA o tempo e a experiência trouxeram a temperança e o controle. A mulher das cidades «euroMAS péas, quer a de alta posição financeira ou a empregada de modesto salário, passou a apresentar o mes•mo padrão de rosto, que, até bem pouco tempo, era privilegio das artistas de Hollywood.

Notei, então, a relação direta entre o progresso do cinema e a apreciação do "make-up", mesmo nos distritos mais remotos da Europa. • ROSTOS E ESTANTES pontos longinquos do globo, onde os habitantes raramente ou nunca viram um filme, a maquillage NOS prima pela completa ausência, tanto nos rostos como nas prateleiras das lojas.

Mas a apreciação de uma fita de cinema leva a opinião feminina a apoiar imediatamente o valor da elegância pelos adornos.

O cinema espandindo-se continuamente na vida sociai de todos os recantos do Mundo, contribue para que as mulheres sem atenção às diferentes linguas que falem, se tornem lindas "irmãs pelo "make-up".

Esta última observação sobre a maquillage das mulheres na Europa — de grande relevância, pela ligação "make-up" do ao cinema — é Uma das que eu considero de muita importância para cada mulher sobre a Terra.

O cinema permanece como o grande instrutor do "make-up".

A mulher Uo cinema "tlovo" rnnhecrr a arte da maquillage. E aquela que não pertence à "tia", "deve" aprender 05 ensinamentos oferecidos por sua vez a cada momento pelos tipos de beleza que o cinema projeta.

Todas podem tirar vantagens de uma ida ao teatro.

Além de distraí-las, as artistas oferecem soberbos exempios de elegância e boniteza.

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TROCA DE DISCOS Aqui estão nove discos numerados de 1 a 9, e colocados em forma de triangulo. Si se somam os números de cada lado dêste, a soma será sempre 17.

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o o oooo Como se arrumarão os outros discos de modo a se ter uma soma igual em todos os lados, do trianguio?

(Solução no próximo número).

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ENIGMA PITORESCO Macaco velho não mete mão em combuca.

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Os que apreciam antigüidades ficarão seduzidos por este canto Luis XV. Aliás um toque antigo num ambiente moderno produz certo colorido ambiente. Resta que se distribua tais objetos de maneira graciosa desde que não haja forte empenho ou inclinação por um único estilo.

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cultivo (ia Thca sincnsis, como chaO mam os botânicos a essa utilíssima árvore iniciou-se em 181J, em nossa Capital. cabendo ao Jardim Botânico a primazia de propagar a sua disseminação pelos Estados.

Xos dias que fluem, a espécie mais cultivada é a Thca viridis, que é híbrida entre a Thca indica e a de Assam..

Em Minas, onde, ao que çorre, é maior o plantio do chaeiro, a Thca i-iridis foi introduzida cm 1840. Vários são os municípios que ali a cultivam: Ouro Preto, Mariana, Ouro Fino.- principalmente. Ouro Preto, em 1900, possuia 1.000.000 de pés de Thca inridis. e atualmente possue além de 4.000.000. Encarregam-se da sua produção a Fazenda do Tesoureiro, o Pa;ronato Agrícola Barão de Camargo, a Plantação Itacolomí e a P. de Crioulos.

F.m São Prtilo, nas localidades donominadas Xirica, Vera Cruz, Iguape, Mogí das Cruzes., Itú, existem prósperas culturas. e no Estado do Rio é cm Barra Mansa c na Colônia Alpina que se tem intensificado a plantação da útil espécie vegetal.

As variedades de chá que cultivamos são de preferência as conhecidas por folha miúda, folha larga c broto ro.ro.

Na Fazenda Tesoureiro, a secagem dc chá preto é feita cm estufas, e a dc chá verde ao sol.

Começamos a exportar chá em 1937.

Nesse ano, apenas 396 quilos. Já cm 1938. exportávamos 10 toneladas c, em 1939, ')?¦ tonelcdas.

Quanto a importação, elevou-se, em 1910, a 332.240 quilos, c, em 1939, a 75.540 quilos.

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Conta-nos' Frantz. pseudônimo de um jornalista, que viveu no século passado: "Quem não conhece o Orador da Glória, que vos agarra às mãos pelas abas do paletó, para que ouçais recitar ou ler a sua conferência "fragilidade dos sobre a barro , de cachimbos em estilo que resvala pelo terreno escorregadio do empolado, e prenhe de túrgidas metaforas?

"Não há meio dc escapar a esse abutre da humana. paciência ''_ Ah! estimo bastante encontrar-te. Onde vais?

— Ao Ministério do Império, saber se já despacharam um requerimento meu, que lá está há dez longos meses.

Então vamos juntos.

Pois não... mas... é que... sim... preciso ir primeiro ao correio... importa, Não também tenho que fazer para aqueles lados.

E pendura-se ao vosso braço e... uf! só depois de uma hora e três quartos é que podeis escapar-lhe das garras. ...E

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O mesmo Frantz divulga que. em S. José do Rio Preto, em 1870. existia um estalajadeiro que "tarifa dos "recebia viajantes e animais a trato". Na pastos" de sua locando lia-se: "!•' 80 réis — Cavalo ou burro de rabo comprido — 40 réis 2" Cavalo ou burro de rabo curto O jornalista estranhou essa diferença, mas o homem explicou: — A cousa é simples: as caudas compridas enxotam facilmente as moscas e os animais de cauda curta são por tal forma atormentados pelos mosquitos, mutucas e outros insetos bravios, que quasi nada comem. . ."

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e outros títulos do governo, ajudam a adquirir acroplanos, tanks, navios, fuzis, canhões e todas as armas que são necessárias para manter o pais independente.

A Sul America aplicou até agora doze milhões de cruzeiros em Hoiius de Guerra. Outrossim, mais de sete milhões de cruzeiros do ativo da "Sul America" estão empregado» em Indústrias que vão auxiliar a vitória, e fomentar, na paz, o progresso futuro do Brasil, como sejam a Companhia Siderúrgica Nacional, Mas cm tempo de guerra, segurança Ferro e Minas S. JerôEstrada"de assume sentido mais amplo c. lundaCarbonítera Minas Companhia nlroo, mental; torna-se a diferença entre liberVaie do Rio Companhia Buliá, de dade e servidão — porquanto significa etc.

Doce, a segurança da nação contra o domínio estrangeiro. E sem tal segurança, outras Assim, durante a guerra, o cruzeiro espécies de garantias não tém valor. da paz empregado no Seguro de Vida a concorrer grandemente Assim, durante a guerra, os.

NIU . passa para a defesa da nação, ao mescruzeiros aplicados no seguro catma » re» at 4»._o, mo tempo que continua a garande vida transformam-se em tlr proteção para a familia dos cruzeiros para a vitória, pois, /*% _________ segurados. invertidos em Bônus de Guerra

em tempo de paz. quer em dias de guerra, o seguro de vida QUER representa segurança ... Mas esta expressão tem diferentes sentidos: Na paz significa imunidade contra preocupações... proteção para os entes queridos contra a perda dc seu protetor... educação para as crianças ... aposentadoria para a velhice... e para manter um padrão elevado de vida, como é desejo de todos em tempo de paz. Este é o principal desígnio do seguro de vida nos dias rio bonança geral.

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facilmente passando-se-lhes um pano ensaboado.

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Quando as caçarolas se queimam há um recurso para limpá-las. Para isso bastará enchê-las com água, a que se põe um pouco de sal, levando-as, depois, ao fogo, para que o liquido ferva lentamente. Conservando-as, assim, por algum tempo, notar-se-à que as manchas desaparecem ou cedem

68

DE

MILHÕES

Ao passar-se a ferro a roupa branca não se deve humedecer a mesma com água fria e sim com água quente, porque esta penetra melhor e com mais rapidez no tecido. Depois de molhar as peças enrolam-se todas, bem apertadamente, guardando-as, assim, até o momento de passá-las.

RECOMENDAMOS

em 1895

As manchas de suor são, em certas ocasiões, mais incomodas que visiveis.

Mas, geralmente, impressionam mal.

Um método eficaz para fezê-las desaparecer consiste em combatê-las por meio de soluções de água amoniacada.

Para fazer voltar o brilho aos pavimentos que o perderam de todo, esfregam-se os mesmos com água e, logo que estejam secos, se lhes passa uma mão de óle0 de linhaça düuido em essencia de therebentina. A seguir passa-se, com força, um pano, e o soalho adquirirá um belo lustre.

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