Revista O Malho

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NUMERO 47 PREÇO CR $ 3.00

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MALHO

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QUE VERTIGEM/

Sonhei que era Vento... E assim Mil beijos te dei, meu bem...

— Bem diz o Freud que o sonho é um desejo que se tem...

Todas as penas do Mundo, Cristo sofreu, na verdade..

Uma porém não sentiu: — a suave da Saudade...

n-Gun meússn gradado

A vida com esta oferta nos prende.. (Veja a esperteza!)

— Para um tostão de Alegria, Contos de réis de tristeza !...

Tudo nos une : o Amor, o gênio igual, a constância; até mesmo a própria Dôr...

— Só nos separa a Distância.

Um encanto parao lar!

Passa uma nuvem chuvosa, fininha como fumaça...

— Passa a chuva... passa tudo.

Só a Saudade não passa...

Um milhão de atrativos, um mundo de sugestões, um dilúvio de adornos e de cousas que tornam o lar cheio de graciosldadc e aumentam a beleza da mulher estão reunidos em:

Vejo-te muito ao meu lado, Vá ao logar onde fôr...

Vejo-te sempre... inda dizem que estou céguinho de amor..,

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Tudo é amargo e a vida é um martírio.

Uma simples evacuação não tocará a causa. Neste caso, as Pílulas Carter tão extraordinariamente eficazes. Fazem correr esse litro de bilis c você sente-se disposto para tudo. São suaves e, contudo, especialmente indicadas para fazer a bilis correr livremente. Peça as Pílulas Carter.

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Não gosto de teimosia...

Mas não sei dizer porque, Sendo você tão teimosa Gosto tanto de você...

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Todos falam mal da Vida, que Ela é triste e bem ruim...

Mas todo o mundo ama a Vida, Mesmo a Vida sendo assim...

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Almanaque d" 0 Tico-Tico PARA

1944

Eu não gosto de ti, és maior do que eu Na cólera, na raiva e na maldade !

Se às vezes fico a olhar a imensidade Das tuas águas, tremo e peço ao Céu Que te extinga !

Tu não cantas — regougas !

Tu não choras — blasfemas !

3.» Edição

necessário

AO MAR

PALAVRAS

Se nas praias, nos dias de verão, Te mostras esplendoroso, E' para lamber os corpos nús...

Li. .. bi... dinoso !

Traçoeiro, Das cem mil galeras que destroças, Assassinas cem milhões de marinheiros.

Covarde !

E dizem que tu amas, Que vives enamorado por alguém Que te não quer, Porque és máu !

Nunca mitigaste a sede de ninguém, Cruel !

Eu amo a límpida corrente, Que se oculta medrosa, Que canta e chora, que soluça e geme, Que dá de beber aos que têm sede, Que acaricia a face austera Dos barrancos e das ribanceiras !

Que beija os pés das crianças E lava roupa com as lavadeiras...

A essa, sim, óh! velho Mar, eu amo!

Porque detesto os orgulhosos e os tiranos !

SANDOVAL

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LIVROS

E AUTORES

"O PINTOR DO ROMANTISMO" O autor deste livro, publicista de numerosa bibliografia, De Paranhos Antunes, vem de prestar às letras estimavel servireparando inço, concebivel injustiça até aqui feita ao nome e à obra de Araújo Porto Alegre. Esta é a primeira biografia do poligrafo e artista plástico de tanta e tão brilhante produção que aparece em volume, edição Zello Valverde, volume profusamente liustrado e de recomendável trabalho tipográfico.

ESSA ASMA QUE CHEGA QUASI A SUFOCÁ-LO E QUE LHE DEIXA O PEITO A DOER, PÔDE SER COMBATIDA USANDO m * a WK ***** »\r

Não aceite substituto.

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ANTI ASMATICO SA-O PAULO

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"ESTUDOS FIA"

DE FILOSO-

Em edição de Zelio Vaiverde, o sr. Syrio L. Drumond vem de lançar à publicldade um volume lnteressante, em que aprofunda estudos filosóficos sempre atuais e capazes de despertar a atenção dos leitores.

O trabalho se alonga por vários capitulos, em que o autor evidencia seus conhecimentos das sutllezas da matéria.

D. PEDRO ENFERMO

I, HERÓI

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Na coleção "Depoimentos Históricos" da Livraria Zelio Valverde Editora, o escritor Luiz Lamego, das Academias Flumlnense e RIo-Grandense de Letrás, acaba de publicar "D. Pedro I, herói e enfêrmo", volume em que reuniu preciosos trabalhos de pesquisa e concatenação.

E' mais uma contribuição, aliás valiosa, ao estudo dos grandes vultos da historia nacional.

LYTOPHAN O

MALHO

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Hildebrando de Lima "NOSSO

BRASIL"

Hildebrando de Lima, que conquistou justos lauréis pelos seus trabalhos literários, tendo sido mesmo consagrado por um prêmio da Academia Brasileira ao seu livro de estréia, vem se dedicando agora à literatura infantil de fundo didático, setor em que se revelou, desde logo, quando reallzador.

Sua série de livros escolares "NOSSO BRASIL", que tanto ôxlto alcançou desde o aparecimento do primeiro volume, vem de ser completada com o quinto — que é uma preciosa antologia de textos comentados pelo seu organizador, 1 i n d a m e nte ilustrada per Seth.

A edição, aa Editora Nacional, é excelente em apresentação e acabamento.

GUERRA E DE RAÇA

RELAÇÕES

Mais uma contribuição editorial da União Naclonal de Estudantes, que vem ultimamente lançai.do obras lnteressantlsslmas. Este livro, que traz a assinatura do prof. Artur Ramos, merece, pelo assunto que focaliza, a leitura dos estudiosos, tan-

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dialríbu* v»rdod«.ras fortuna»

apólice wuüda» ^ em b'lh*t»s • _ ••_ mu beJcâo, •na TtAVIMA DO OUVIDOR, Ç

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to mais que faz parte do esforço de guerra daquela agremiação de moços.

esse magnifico romance, em edição da EPASA.

"VIDAS INQUIETAS"

PARA COMPREENDER FREUD

Paulo Coelho Netto já nos havia encantado com a biografia de "Coelho Netto"; obra que toda a crítica recebeu carinhosa e entusiastlcamente, Agora, publica "Vidas inquietas", livro de contos fccalizam, tipos — que mas focalizam de maneira inteligente e humana.

Paulo Coelho Netto consegue, com a beleza do seu estilo e a força do seu poder de observação, dar, a essas "Vidas inquietas", o vigor das páginas sinceras e atraentes.

O livro causará, certamente, sucesso literário digno de êxito obtido por "Coelho Netto".

Acaba de aparecer a sexta edição do excelente livro "Pjra Compreender Freud", obra de excepclonal valia, da qual em pouco tempo se esgotaram cinco edições. Neste cportuno e utilíssimo livro o autor, Gastão Pereira da Silva, estuda com proficiência matérias tão interessantes e controvertidas como a estrutura da psicanálise, o mecanismo dos "lapsus", a interpretação dos sonhos, neuroses, llbido e psicologia das multidões, entre outras.

"Para Compreender Freud" é publicado pelas Edições Mundo Latino, em sua coleção "A nova vida sexual".

"DOSTOIEVSK1"

OS ÚLTIMOS SEBASTOPOL

"Dostoievski" teve uma vida espetacular e dramatica, dividida em ciclos de profundos mistérios e Infortúnios, que a tornaram de uma tristeza singuiar e de uma comovente melancolia.

Em todos os quadros desse admirável romance, Henri Troyat dosou os acontecimentos de essência da vida humana, tornando as suas páginas de um sabor partlcularissimo.

Com a tradução de Rosárl o Fusco, que é uma à honestidade garantia lingüística e literária, o Brasil vai conhecer agora

Um número enorme de livros marca as passagens da atual guerra em suas particularidades aflitivas.

Mas nenhum deles terá o caráter palpitantemente vivido de "Os últimos dias de Sebastopoi".

Repórter, invasor de trincheiras, Boris Voyetekhov fala do fundo do mar ou da amplidão do espaço, de sob as águas e de sobre as nuvens, onde brincou com a morte, donde soltou torpedos e atirou bombas, neste livro, qjue a Epase acaba de lançar ao Brasil, numa magnlflca tradução de João Tavora.

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A Bauru Rádio Clube S. A. está magnificaviente instalada no Alto Jardim Bela Vista. Aqui vemos dois aspectos da P. R. G.-8, daquela cidade paulista.

Senhoras Adalula Azevedo Ponde, Isaura Nazareth c Sc nhorita Leniru Nazareth, na residência do Dr. Aguinaldo Ponde, em Rio Preto.

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Sede da 6.a C. R. em Bauru, que entre outras atribuições, tem a de fiscalisar os serviços das juntas dc realistamento Militar, distribuídos pelos 68 Municipios que compõem essa Circunscrição de Recrutamentc

OS PORTUGUESES EM SÃO PAULO recentes estatísticas publicadas AS em São Paulo, pela Delegacia de Estrangeiros do Estado, fizeram uma revelação que causou surpreza em todo o país, pois a tradição sempre deu aos italianos da capital bandeirante e supremacia, em números, soO

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MALHO

bre todas as demais colônias estran geiras. Pelos dados revelados, porem, verificou-se que a maior colônia não é a italiana, mas a portuguesa, que conta com 130.003 registrados connacionalidatra 104.473 daquela _e.

— 10 —

Todo mundo sabe que o corpo humano elimina diariamente quantidade apreciável de fosfato.

E, pois, evidente, que se precisa recuperar e assimilar certa quantidade deles para conservar o bom funclonamento do organismo.

A deficiência ou perda de fosfato, qualquer que seja a causa, conduz mula ou menos rapidamente a uma .situação mórbida. Na vida de hoje ela provém, em geral, do excesso de trabalho, de preocupações, contrariedades. Para restituir ao organismo o excesso de _osfatos perdidos temos, entre nós, o excelente preparado NUTRO-PHOSPHAN, que é uma concentração dos fosfatos indispensáveis ao organismo, aliados a tônicos, em veiculo xaroposo e agradável. Aprovado pela Saúde Pública n.° 1 468, em 1923 o TÔNICO NUTRO . PHOSPHAN faz reaparecer a TRANQÜILIDADE dos NERVOS e o bem estar do corpo. Centenas de pessoas empregam diariamente o NUTRO-PHOSPHAN com satisfação e proveito.

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Deveras?

Era tão sábio que foi para o Instituto.. .

Que Instituto?

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Num dia de intenso nevoeiro em Londres meu em"Não pregado telefonou-me: posso ir ao escritório hoje por causa do nevoeiro. Ainda não cheguei à casa hontem". + O barbeiro (depois de ensaboar o rosto do fregu.ez) — O patrão nos f.*.z pagar .1 multa de um mil réis por cada talho no rosto do freguez...

O freguez — Ainda bem!

O barbeiro — Mas, hoje, não faço questão de bagateIas, porque ganhei vinte mil réis numa aposta.

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Dê-me um frasco de loção para fazer crescer o cabelo.. .

Vidro grande ou pequeno?

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Não quero cabelo muito comprido.

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Como é isso? Hoje não vais pedir esmolas, fingindo de cego?

Agora só vou de mutilado. Quando eu era cego, só me davam moedas falsas...

Que

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Pôr a mão diante da boca do doente, minha senhora!

O repórter — O senhor teve coragem para descer num paraqueda com um vendava! destes?!

O aviador — Eu não desci no paraqueda: subi com o toldo da barraca. + No tribunal: Qual é o seu estado?

Um pouco febril, Sr. juiz. Não preguei olho em toda a noite.

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Não eram comuns os bailes no Paço Imperial, nos tempos do 2." Império, mas, lá de vez em quando. D. Pedro II abria os salões do seu palácio, onde hoje funciona a Repartição dos Telégrafos. De todos os grandes bailes ali realia LWlfmfa I /// ^__!V-^. ^f —W. -t—rsé A zados, o de Agosto de 1852 foi o que mais saudades deixou na corte bem pouco afeita à festanças.

Essas reuniões, entretanto, eram tanto ou '^0Z^/'^—<y'^ __________ quanto sizudas, dado o protocolo rigoroso que as dirigia, a começar ronvite: pelo "Sua Majestade o _m__m___M^_M______\ fl ,mm——mMM Imperador me ordena que convida a V. S. para 0 baile que o mesmo Augusto Senhor se digna de dar no Paço Imperial da cidade, no dia 31 do corrente.

Paço. 17 de Agosto de 1852. — José Maria Velho du Sili._."

I' Bfl d.ins.is? Nada "fox", de samba ou rumba. Somente, quadrilhas, "shottisches". ¦___________ -——\ fll B__B_____B m MMMM VI valsas e Vejamos, assim o programa para essa noite inolvidávél: "Programa da Ordem do Baile.

As dansas terão lugar seguidamente sem intervalos entre si, porém divididas em duas secçòcs e executadas alternativamente em diferentes salas. As mmmmmmmmaammmmmmmmmmKm—m————m^—————maaam—mmmmmmm—smmmmmmmma—mm—tBBs de número impar serão na sais amarela e na sala carmezim, simultaneamente. As de número par no Mais de vinte anos são precisos para educar um filho, despendendo-s_e dinheiro todos os Passadiço e na Sala Verde pelo mesmo modo. meses.

Sua ordem e distribuição c a seguinte. Nas u Se antes desses vinte anos o pai não estivei Ias amarela e carmezim: presente, quem o substituirá?

1." e 3." Quadrilhas e 1." Valsa; 5." e 7.".Qua— Por meio do seguro de vida supre-se uni dnlhas e I." Shottische"; 9." ell." Quadrilhas e 3.* "Shottische"; pecúlio que vai garantir o custeio dos estudos Valsa; 13." e 15." Quadrilhas e 3."

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Ho próximo dia 3, URCA apresentará: * .aaaaaaaaaaaaaaaaá^líis^^r»*^^^ ^f

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MARIQUITA FLORES e ANTÔNIO DE CORDOBA, interpretes máximos do 'FLAMENGO", em cujos ritmos frementes palpita a alma heróica e legendária da Espanha, e ALVARENGA e RANCHINHO, os milionários do riso.

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Um desfile das canções do carnaval, imagem colorida e viva da mais popular das festas brasileiras, é o tema plástico do novo "show" que Urca apresentará do dia nove em diante, com o concurso de todo o seu "cast".

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E no próximo dia 31 de Dezembro, a festa máxima da elegância carioca: — o "REVEILLON" da Urca.

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aproximação do Natal ainda encontra a humanidade envolvida nos horrores da guerra. Em vez A do rumor dos sinos, o que se ouve é o estrondo de bronze dos canhões abalando a terra e ceifando, implacavelmente, o curso das vidas humanas. Quase dois mii anos após a pregação dos Evangelhos, a doutrina do Nazareno, no seu santo propósito de aplacar a cólera do coração dos homens, ainda não logrou impor ao mundo a paz que representa o sonho messiânico dos pregadores. A humanidade vê-se diante dos velhos conflitos, em face dos ódios incapazes de serem dominados. A cada conflagração na terra sucede, como uma ambição comum, o sonho de uma vida tranqüila. O erro dos homens, no cálculo de suas paixões, não tem conseguido, entretanto, dar ao mundo inquieto a paz das promessa? políticas. E' a História quem nos leva à conclusão dessa verdade. Esse espetáculo não deve, porém, nos encher de desànimos perante a visão do mundo de amanhã. Nunca a humanidade assistiu a um panorama de proporções tão trágicas como o que está diante de nossos olhos. A ambição dos que fatuamente se julgaram invenciveis levou o mundo à luta. Os pugnadores do direito ergueram-se, em legião, para impor a derrota aos perturbadores da liberdade humana. Este Natal encontra-nos em luta com a perspectiva de um triunfo próximo. Teremos que cogitar, agora, da manutenção da paz sobre a terra. Reacendem-se as esperanças de um mundo melhor, sem as convulsões das guerras. Os eco nomistas, os sacerdotes e os políticos traçam o programa de uma transformação social que dará às horas advindas a possibilidade de apagar das comunhões humanas a presença das lutas de armas na mão. Em algumas eidades da Europa já se torna possivel, neste Natal, a reaparição da harmonia dos sinos. Que no próximo ano, em todo o universo, com a vitória da razão sobre o mal possam os carrilhões da terra vibrarem dessa forma. E' esse o sonho dos homens, e a promessa dos que mais acertadamente comandam os movimentos do Mundo.

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fine cie Outubro de 1942, o General Douglas Mac da AusEM Arthur transferiu o seu quartel general na Nova tralia para Port Moresby, base aliada Guiné. A noticia de sua chegada espalhara-se por toda a cidade e pelas montanhas, onde australianos esfarrapados e famintos lutavam desesperadamente para repelir as forças invasoras do General Horii. E os homens comentavam a pessoa do lendário chefe cujo nome exerce mágica influencia tanto nas tropas sob seu comando, como nos povos de dois continentes. Estavam ansiosos por vé-lo.

E Mac Arthur chegou com uma escolta de bombardeiros. Mal pousou o avião no áspero campo de Moresby, o General saltou. Trazia o "kepi de festões dourados, mas no peito não faiscavam suas numerosas medalhas.

Encaminhou-se logo para o seu quartel general onde desapareceu das vistas do povo.

Raramente foi visto sair do seu "Bataan", nome que Mac Arthur sempre dá a todo local onde instala seu quartel general; e aqui, era uma casa pequenina, toda branca, oferecendo o luxo de um tanque e largas varande cravos das abertas sobre um encantador jardim "o homem róscos e flores, vermelhas nativas. Aí morou mais solitário do mundo", no dizer de uma das sentinelas. Daí o Comandante em Chefe do Pacifico ocidental dirigia a campanha da Nova Guiné — uma das mais felizes jamais levadas a cabo em terreno tâo difícil, e com tão graves problemas de suprimentos.

Uma vez ou outra, à noite, foi visto caminhando de do seu "bungalow", um lado para outro na varanda cabeça inclinada, metido num "chambre" preto de seda com um dragão vermelho bordado nas costas, mastigando um pedacinho de alface. Sua luz brilhava até altas horas da madrugada, e, por vezes, o seu vulto se MALHO

— 16

desenhava na vidraça enquanto lia algum relatório vindo do campo de batalha ou dava ordens para a imensa triplice ofensiva que ia esmagando os japoneses, afastandoos das praias de Buna onde se haviam instalado quatro meses antes.

Apesar-da admiração e da publicidade que o teem cercado (coisas de que gozam poucos generais», Mac Arthur continua sendo um grande enigma para os civis.

Não o é para o soldado profissional, a não ser no tocante ao gênio; mas o soldado sabe que Mac Arthur é um grande militar; um cavaleiro vindo dos tempos medievais com concepções sobre a guerra tão moderna quanto as de qualquer guerreiro de hoje; um homem que mostra invulgar brilho quando escreve como quando fala; uma figura quasi mística; alguem que s.e tornou herói porque comandava um exército que foi vencido. Derrota que foi ,uma vitória, segundo o ponto de vista das armas americanas; mas o povo em geral se lembra da derrota e não da glória que a precedeu. Tal não se deu com Mac Arthur.

Para se tentar compreender este homem misterioso, é preciso recordar o teatro da guerra que êle vem comandando desde Março de 1942. Quando Mac Arthur veio das Filipinas a pedido do Governo Auatraliano, este país fazia face aos seus dias mais sombrios e perigosos.

Trágicos dias de Março e Abril! Os japoneses, invictos em toda parte, estendiam seus tentáculos para o sul, num progesso alarmante. Poucas semanas antes haviam Invadido Darwin e, pela primeira vez, trazido a guerra para o solo da Austrália. As tropas australianas combatiam — mas também combatiam lá no outro lado do mundo, na África — e o país estava desfalcado não só de gente treinada como de equipamento. Muitos efetivos lutavam com fusis de madeira. Já se previa ter de ceder ao inimigo um terço do território, ao norte, e formar reslstència na estratégica estrada de Darwin, com o quartel general em Alice Springs. Port Moresby — que se tornana em breves meses a chave do Pacifico ocidental — era uma pequena guarniçâo desfalcada de homens e de equipamento, e incerta quanto á possibilidade de, em caso de invasão, "deter o inimigo durante 36 horas afim de que as defesas no interior pudessem ser organizadas".

Mac Arthur chegou das Filipinas a 17 de Março.

Todos diziam confiantes: "Mac Arthur vai consertai U coisas". Após as aclamações da chegada, trancou-se no seu auartel general..."Alô;De novo na solidão. Quem lhe fala Bataan". telefonasse, ouviria: Bataan era para êle uma obsessão, um culto E. ainda o é. Éle jamais esquecerá o exército que teve de deixar estendido naquele campo de batalha, na cidadela em ruínas do Corregidor. E êle vive para o dia em que reporá os pés em solo Filipino.

E naquele mês de Março muitas coisas se deram.

Mac Arthur preparou a linha de defesa; planejou dar combate aos japoneses na Nova Guiné, na costa mais distante do Mai de Coral; e graças aos recursos chegados dos Estados Unidos e á rápida expansão da produção australiana, conseguiu fazer de Port Moresby, não uma guarniçâo à sombra da invasão Inimiga, mas a maior base de operações aliadas no Pacifico ocidental E os japoneses foram detidos.

"Não importa quanto se tem, uma vez que se luta com o que se tem", disse Mac Arthur. "Não importa X I I — 1 9 4 3

onde se combate, uma vez que se está combatendo. Porque, onde se lutar, aí também o inimigo lutará, e mesmo que se destruam nossas forças, as deles também ficarão destruidas. Por isso, lutemos, em qualquer escala, quando e onde fôr possível. Há uma única maneira de vencer. Atacar, atacar, atacar!" Tais foram suas palavras aos seus comandados.

Desde ¦ então, êle tem tido momentos sombrios, mas nunca se afastou da sua plataforma. E isso deu resultado.

A luta consistiu inicialmente em conseguir o predominio do ar. Foi uma das mais árduas batalhas desta guerra.

Em proporção às vantagens obtidas, nehum setor do Pacífico custou ao inimigo tantos navios, homens e aviões.

Quando entrevistado, o general de quatro estrelas prepara sempre o r.eu ambiente — ora um longo charuto entre os dedos, ora um bojudo cachimbo. Possue uma propriedade de gestos e uma ênfase que lembram a histriônica habilidade de Sir Henry Irving. Quando lhe fazem uma pergunta, nunca hesita em dar uma resposta que é não só de molde a satisfazer plenamente, como até constitui um verdadeiro ensaio sobre a ciência militar. Pode falar substancialmente durante duas horas sem jamais precisar procurar uma palavra. Emprega paralelas e metóforas que êle vai buscar nos escritos de Napoleão, numa linha ou duas dalgum melodrama assistido em Nova York há um quarto de século, em algum discurso de Lincoln, nalguma sentença de Platão, ou nalguma passagem das Escrituras. O seu tom de voz varia entre o quasi sussurro, e o brado forte, seguido de longo silêncio.

Ninguém, como Mac Arthur, escreveu sentenças tão ricas de emoção, tão ornadas de passagens sonoras, cm estilo quasi bíblico. As vezes exprime puro bom senso, como no seu famoso: "Só está apto para viver, quem não tem medo de morrer". Do soldado japonês, disse: "Êle é como qualquer outro soldado; nào é fanático; morre com o nome de sua mãe nos lábio;". O seu mais sucinto comentário foi em resposta à pergunta: "Qual a formula para a guerra defensiva?" — Derrota! bradou Mac Arthur. Pura lógica, ainda, nestas sentenças: "As fontes do conflito humano não podem ser erradicadas por meio de instituições, mas somente pela reforma do ser humano individualmente".

E outra: "A vitória na guerra náo resulta dalguma alquimia mistérios;», ou de .sorte, mius inteiramente da concentração de forças uiperiores nos pontos críticos de combate".

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O General Mac Arthur decendo de um avião num aerodrómo de posição avancada, na Nova Guiné.

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I ste flagrante nos mostra o General Douglas Mac Arthur quando acompanli.ulii pelos seus principais ajudantes, assistia ao desfile das forças de paraquedistas que recentemente assaltaram as posicócs niponicas na Nova Guine.

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Suas expressões rescendem às vezes Falando dos hoprofunda piedade. "Eu fui o chefe mens de Bataan: daquela causa perdida, e, do fundo do meu coração sofredor, desejo que um Deus compassivo não permita que tarde muito a sua redenção". Quando entregava condecorações depois da campanha \itorioaa em Papua: "Ao Deus Onipotente agradeço a in.spiração que nos trouxe até este êxito em nossa grande cruzada. A Ele a honra, o poder e a glória para sempre". Outras expressões teem a força a dum golpe. Certa vez, referindo-se um soldado que morrera: "Ignora a dignidade do teu nascimento, mas conheço, sim, a glória da sua morte". evoca o quadro Com uma única frase de Corregidor: "Através da bruma sangrenta do último tiro. estarei sempre presenciando a visão daqueles homens, medonhos, descarnados, espectrais, ainda as.jim sem medo". E o seu tributo aos homens de Bataan foi: "A força de Bataan acabou como teria ela própria desejado, lutando até o fim de sua vacilante, miséria esperança... Nada lhe poderia convir melhor do que a sua última hora de prova e de agonia".

Sua experiência nas Filipinas ensinou-lhe a eficiência do avião na guerra. Mas foi o Gal. George Kenney, comandante das forças aéreas aliadas sob suas ordens, quem lhe mostrou como tirar delas todo partido. E, graças a isso, todo um exército de suprimentos, comida, armas, num total de mais de um milhão de toneladar, voou 600 milhas através do mar de Coral e manteve as tropas em combate, durante 4 meses.

Quando suas. tropas começaram a esmagar as do General Tomatore Horii, animou-se Mac Arthur, e não escondeu sua satisfação ao saber que sua barca Horii se afogara quando "U'a morte virará no Rio Kumusi. ignominiosa", disse Mac Arthur; mas havia no seu rosto uma expressão de mágua; o inimigo lhe escapara.

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O General Mac Arthur, comandante-chefe das forças das Nações Unidas no Pacifico Sul, quando desembarcava numa base avançada americana, afim de realizar uma visita de inspecção de suas instalações pouco antes do inicio das atuais operações ofensivas contra os japoneses em Salamua, Nova Guiné.

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Ninguém, nem o próprio Ma" Arthur, poderia ter previsto a tenacidade daqueles japoneses sitiados em Buna: mas nem um só dia arrefeceu "Fla pressão que sobre eles fazia: ram-nos, firam-no.'- de novo. Atacar, atacar, atacar!" Náo os queria expulsar. Queria aniquilá-los. E o conseguiu.

A posição de Mac Arthur na Australia era delicadíssima. Metade das tropas sob seu comando era de outra nacionalidade. Apesar-de tudo, sua popularidade nunca sofreu declínlo. Diz-se até que o Primeiro Ministro Curtin cortaria o braço dircito e o mandaria a-Mac Arthur se

o Herói de Bataan o quizesse.

Mas tanto não foi preciso.

Cuidadosamente procurou Mac Arthur evitar se espalhasse entre o povo qual"os quer insinuação de que americanos tinham vindo salvar a Austrália". Toda vez que lhe foi possivel, ao referir-se às tropas aliadas, tomou o cuidado de redigir: "Australianos e Americanos", em vez do contrario.

Mac Arthur não tem ambicões políticas, nos Estados Unidos. E mais teria de que se orgulhar com o título de Libertador das Filipinas, do que com o de Presidente dos Estados Unidos. O seu ideal é "manter a fé do soldado" — e essa fé não o arrasta à política.

Após terminar a campanha de Buna, Mar Arthur voltou para o seu quartel, jeneral na Austrália. Parecia remoçado. Ninguém, com seus 63 anos, apresentaria tão jovem aspecto. Sentia-se nele, nas suas observações, nos seus gestos, a confiança absoluta na derrota dos japoneses.

Tahez sentisse que tirar uma pequena desforra dos teus homens dc Battan. Em todo caso, o seu único comentário fora: "Os mortos de Bataan descansarão melhor esta noite!"

Mac Arthur no gabinete do seu estado maior, no Sul do Pacifico, dando as ultimas instruções sobre os planos dc ofensiva contra as posições nipônicas

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a batalha tle Itororó devei Ia um dos mais famosos se repetir COM episódios das guerras napol?óniAs inhóspitas planícies paracas. guaias iriam ser o teatro de uma meTal como em Armora vel façanha. cole, uma exígua e tosca ponte sobre o Alpone, constituía o caminho único a dar passagem a um numeroso exército.

Impunha-se, todavia, vence - lo, mesmo à custa dos mais tremendos sacrlfícios.

E venceu-o brilhantemente o destemido Exército Brasileiro.

Foi a 6 de Dezembro de 1868, que o ataque à ponte de Itororó teve lugar.

Nesse horrível choque de armas, nessa épica refrega, de uma violência raras vezes atingida ao curso das guerras de todos os tempos, a bravura do Soldado Brasileiro raiou pela mais divina das loucuras : a que deriva do mais inexcedivel amor à Pátria. Ao perceber o alto comando das nossas forças a intenção, por parte do inimigo, da destruição da ponte, ordenou que contra ela avançasse o intrépido General Argolo — essa prodigiosa capacidade de realização — vanguardeado pelas valorosas hostes de Souza Machado.

A ponte caiu, váHas vezes, ra nossa* mu do inimigo.

Os combates caructerizin por uma ferocidade inaudita.

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BATALHA DE ITORORO mis e soldados se confundem na glória Mo sublime de morrer pela Pátria. remate do mortífero recontro. os nosso. forçavam o inimigo a recuar até Aval Nào foi, porém, sem áspera luta qtu os paraguaios se deixaram vencer.

Corajosos e obstinados, opuzeram ainda, no caminho de Vileta, tenaz resistência á marcha das nossas forças, sendo, contudo, sob uma chuva torrencial. e após cerca de quatro horas -- mortífero fogo, completamente destroçados.

Em seguida à tomada de Vileta, empreendida foi a marcha sobre Assunção A 5 de Janeiro de 1869 entrava triunfalmente Caxias na capital paraguaia No combate de Itororó emularam na destemor e em heroismo — o glorioso |M, romandnnte ,.m chefe de todas as . iilItt.liiM <¦ KoMiiiIii

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so Exército ; Osório, o tufão irresistível no seu impeto espetacular ; Deodoro da — 20 -

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Fonseca, Tenente-Coronel comandante de um Batalhão dt Voluntários da Pátria, três vezes ferido, uma d.ns quais gravemente. Consoante ordem do dia, a ação, em Itororó, do futuro fundador da R?púhliia. esteve "acima de qualquer elogio" ; Brigadeiro - General José Joaquim de Andrade Neves, o legendário Barão do Triunfo, glorioso vanguardeiro da vitória que, como o seu incuto irmão de armas Hilário Maximiano Antunes Gurjão, faleceu em Assunção ; General Alexandre Gomes Argolo Ferrão, comandante do segundo corpo do Exército, gravemente ferido em virtude da temeridade com que se expôs às balas inimigas ; Major Eduardo Emiliano da Fonseca, gloriosamente morto è frente do Batalhão de Voluntários sob seu comando, e o Coronel Hermes Ernesto da Fonseca, irmão, como Emiliano, de Deodoro, ferido no retumbante feito de armas que teve Itororó por teaComandou a primeira força que tro entrou na capital de Solano Lopez.

Era o mais velho dos irmãos e pai do Marechal Hermes da Fonseca que attngiu o culminante posto de Presidente ii.i n.-|.ui.ii. i I. B O N C I O

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a passagem do 6.° aniversário da fundação do Estado Nacional, os Ministros 4mSk COMEMORANDO Eurico Gaspar Dutra e Aristides Guilhem, em nome das forças armadas que chefiam, à frente dos Ministérios da Guerra e da Marinha homenagearam o Chefe do Govêrno, oferecendo-lhe o primeiro um almoço, que teve lugar no Arsenal de Guerra, e o segundo um banquete, a que compareceram as figuras de maior projeção no alto mundo político e social da Capital da República. São flagrantes desses dois agapes, em que o Presidente Getulio Vargas fez uso da palavra, pronunciando <m^M notáveis discursos, as fotografias que publicamos nesta página.,

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as diversas cerimônias que assinalaram este ano, nesta Capital, a passagem do aniversário da ENTRE implantação do Estado Nacional, destacou-se, pela sua alta significação, a da inauguração, pela Prefeitura, com a presença do Chefe do Governo e de altas autoridades, do trecho terminal da Avenida Presidente Vargas, a grande artéria que a Municipalidade está rasgando entre o velho casario da cidade, afim de abrir amplas perspectivas ao tráfego urbano e, ao mesmo tempo, dar nova fisionomia à capital da República.

A inauguração desse novo trecho da grande avenida, que será a maior da América do Sul, teve as características de verdadeiro acontecimento, e atraiu a atenção de formidável massa popular, que aclamou, à sua passagem o Presidente Getulio Vargas e os membros de sua comitiva.

Usou da palavra, no ato, o Prefeito Henrique Dodsworth, a cuja orientação de administrador se deve a iniciativa dessa nova avenida carioca, e que tudo vem fazendo para que a monumental realização se torne concreta no mais breve espaço de tempo.

Os flagrantes desta página mostram aspectos da cerimônia inaugural, vendo-se entre eles o que fixou o instante em que o Governador da cidade saudava o Presidente Getulio Vargas.

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3 Aípecto parcial da massa popular que atluiu para o local da inaiuiuração. Ao jundo d igreja da Candelária, que ficará em destaque n,, centro dn futura a;eni,t';.

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acontece todos os anos, o Presidente Getulio Vargas foi COMO alvo de entusiástica e gigantesca manifestação popular, por ocasião da passagem do aniversário da fundação do Estado Nacicnal. O chefe do Govêrno dirigiu a palavra aos manifestantes logo após ter inaugurado c novo e magestoso edifício do Ministério da Fazenda, sendo desta cerimonia e da homenagem coletiva que lhe prestaram o povo e o proletariado da Capital da Republica os flagrantes cjue publicamos nestas páginas.

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Aspecto das cometnorações do Dia da Batidcira an S. Paulo.

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Dia da Bandeira é uma grande data da Patria, pois, entre tcdos os símbolcs da Pátria, a bandeira é o mais augusto, o mais nobre, o mais belo, aquele que desperta vibrações mais profundas, aquele que está ligado a mais extraordinárias legendas de heroísmo e de grandeza.

Num memento em que a terra quase inteira é um só campo de batalha, pois tanto se luta nas trincheiras como nas fabricas, no Oceano como nes

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campos de plantação, o culto civico da bandeira cresce de beleza e significação e se de»sdobra em ceremcnlas empolgantes por todo o país.

Eis porque este ano o Dia da Bandeira despertou comemorações especiais, algumas de mais alto sentido patriótico. E por toda parte o expressivo gSSto de hastear ¦ flamula auriverde, por maior que tosse a simplicidade de que se cercou, esteve sempre impregnado de um místico tom devocional, ao passo que de todos cs lábios brotavam as notas har rr.cniosas e as ardentes palavras de fé do hino de Francisco Braga e Olavo Bilac.

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Syw - Ferio io Sahora há uma Cl D!'li SUBTERRÂNEA curiosa cidade subterrânea dt iouooo almas, estabelecida há mais </,• 2.000 ânus. li' Carian. Seus habitantes, kebreus, leVam vida primitiva c SÁ St alimentam dt filios. azeitonas e />_.'. Xn desenho rtprodÜS-St ii mais larga artéria ile liarian.

ACROBACIAS ii FUMAÇA — Aviões norte^tmericanos em eskibifões de acrobacia conjunta.. 1 densa fumaça que os apare* lhos expelem fixa no espaço por muito tempo as arriscadas trajetórias, dando lugar a que se formem figuras impressionantes.

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ATAt DAS CRIANÇAS QUE NÂO TEM MAIS EAR (Interpretação atual de um tema colhido por Debussy em 1917)

Os presentes que Papá Noel mandou Pela segunda vez vieram do céo.

Lá vêm as bombas !

Lá vêm as bombas !

Um enorme Papá Noel ensangüentado Escapa do pássaro de prata E cáe, derrubando a chaminé.

Jean ! Wilhelm ! Henry ! Tariana !

Que bela arvore de Natal: As florestas de pinheiro em fogo Dissolvendo a neve de dezembro.

OSÓRIO

X I I — 1 9 4 3

Papá Noel é extranho E está morto.

Todo tingido de escarlate Rolou com a chaminé Que ruiu.

Onde estão a Igrejinha E os sinos e os cânticos E es doces e os risos Do outro Natal ?

As sirenes emudeceram.

Jean, Wilhelm, Henry, Tariana, Não têm mais lar.

NUNES

29

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MALHO

da sala de estar, esquecido entre os altos reposteiros, principiou a dar horas lentamenOcarrilhão te. Merenciano parou por alguns momentos o seu banho e contou, mentalmente, as pancadas sonoras que se diluíram no ar. Seis badaladas seguidas soaram. Apressou-se. O seu encontro com Catarina estava marcado para as sete horas e êle não queria, de forma alg_ma, chegar atrasado. Era o seu primeiro encontro sério com ela. Mas, uma circunstância deteve-o ainda aiguns instantes. Os revérberos solares, às seis heras, já bastante esmaecidos, coagulavam-se através da bandeira, vinham até as águas estagnadas no banheiro e projetavam seus reflexos, em arabescos informes, na parede fronteira. Naqueles últimos tempos, toda a sensação de claridade tinha para Merenciano uma súbita revelação: despertáva-lhe na alma lum ressurgimento para vida como êle até entào ignorava.

Perdendo o olhar naquela claridade insignificante e esmaecida, porém conciente, êle experimentou mais uma vez essa sensação de reconforto íntimo.

Em breve a sua faculdade de percepção perdeu o conhecimento das circunstâncias temporais que o rodeavam e vagou numa meditação profunda e peregrina.

Esse estado meditativo acendeu-lhe na alma novos anseios, como um incenso que desperta a conci_ncia, transportando-o para um mundo desconhecido e ignorado, onde só êle e Catarina existiam. Catarina era o seu sonho, o seu enlevo, a sua vida; mas aquele sonho se tornara agora realidade: Catarina era a sua namorada. E a sua mente relembrava, muma recapitulaçâo incessante e contínua, como começou aquele romance.

Merenciano fora esperá-la, deliberadamente, à porta do colégio. Ao vê-la aproximar-se, suas pernas tremeram e a sua voz também: Bôa tarde...

Ela respondeu-lhe com um sorriso tímido e êle contirtuou quase inconcientemente: Vim esperá-la.

O sorriso dela continuou. Merenciano abaixou C6 olhos, querendo ver alguma causa no chão encardido. Depois prosseguiu: Fiz mal em vir esperá-la?

Náo.

Seu coração dansou doidamente.

Sabe que eu me sinto alegre e feliz?

Ela nada respondeu; mas o seu sorriso doce e tímido tranquilizou-o.

Vai para casa, não vai?

E foram andando calmamente, rumo à casa de Catarina, conversando sobre diversas cousas banais. No fim do percurso, a pergunta decisiva ficou O

MALHO

APOLESCÊMCIA roendo a garganta de Merenciano uma porção de tempo. Finalmente falou: Verei você outra vez?

Ela não respondeu imediatamente.

Ficou meditando alguns momentos, com os olhos voltados para o chão, enquanto a ponta do sapato brincava inconciente com uma pedrinha. Depois, voltando-se para êle um pouco trêmula, falou: Saio hoje às sete horas. Se você quizer...

Ora se queria. Êle que andara sonhando noite e dia com ela, que gostava dela como ninguém e que almejava por aquele encontro como o náufrago deseja as praias salvadoras e reconfortantes, nào haveria de querer? E a sua conciência, querendo se justificar, atribuia àquele encontro a grande oportunidade dele lhe falar seriamente como namorado.

Terminadas as suas abluções, Merenciano saiu do banheiro e dirigiu-se apressado para o quarto. A roupa já estava sobre a cama, disposta cuidadoIsamenre e êle principiou a vestir-se com acentuada meticulosidade, revéstlndo todos os seus atos de um carinho^ intenso, cinde aparecia claramente o seu ardente desejo de apresentar-se vistoso. Nào o movia a sua vaidade; movia-o o seu desesperado desejo de agradar a Catarina.

Uma vez vestido, após uma longa demora, preparou-se para sair. Sem tirar os clhos do espelho, mirou-se por todos os ângulos.

Parou ainda alguns instantes a porta para verificar se havia esquecido alguma causa. Apalpou os bolsos e tranquilizou-se. Em seguida ganhou a rua, com uma alegria intensa a domi ná-k>.

Na rua, as casas, as pessoas, ti nham para êle uma alegria i/icontida e desconhecida. As luzes noturnas distribuiam a sua claridade insuficiente, acalentando sombras densas e férteis.

Para êle, entretanto, tudo tinha uma radiosidade incomum, só vista nos dias de grandes festas. Tudo, para êle, rescendia a deslumbramento e alegria.

Caminhou resoluto e satisfeito.

Diante de uma casa esquecida entre o arvoredo parou. Olhou para o interior da casa através dos vidros da janela e conseguiu ver luz e distinguir o murmúrio de vozes, vindo de envolta com o bater de pratos. Estavam jan tando, pensou consigo. Suspirou contrariado e resignou-se a esperar.

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Encostou-se a uma árvore. Quanto tempo ficou ali, entregue às suas meditações sentimentais, era cousa que escapava ao seu conhecimento.

Quando abriram a porta, subitàmente, êle voltou os olhos para o interior da casa e emocionou-se diante do súbito aparecimento de Catarina, já fechando a porta atraz de si. Ela des ceu as escadas com o sou passo cadenciado e elegante, atravessou o jardim e dirigiu-se para a rua.

Merenciano encolheu-se anda mais entre as sombras do arvoredo. O coração pulsava-lhe doidamente e as pernas tremiam.

Catarina chegou à esquina, olhou para todos os lados e ficou esperando.

A leve viraçío sacudia mansamente as suas vestes de casa. Merenciano sentiu as pernas tremerem-lhe ainda mais.

Teve, porém, coragem e caminhou reX I I — l 9 4 3

soluto ao encontro de sua namorada, indo pela calçada esburacada. .

Bôa noite...

Ela respondeu ao seu cumprimen to sem erguer o olhar do chão. Nada mais conseguiram dizer, naquele momento. A voz faltava-lhes e Merenciano agastava-se. Tanta cousa para dizer à sua namorada e, justamente no instante propicio, a voz faltava-lhe. Ar riscou uma pergunta tímida.

Estava me esperando há muito tempo?

Sentiu logo o ridículo da pergunta, pois êle é que estivera à sua espera, durante muito tempo.

Catarina respondeu qualquer çousa e veio inconciente ao seu encontro, tirando-o do embaraço em que se encontrava. Falou sôbVe a mãe que nào a queria deixar sair e conseguiu le vantar a tensão nervosa que tolhia a intimidade da conversação.

Mais confortado, Merenciano conseguiu entregar-se à meditação que a contemplação de sua namorada sugeX I I -

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ria. Êle recordou então que, por entre os seus sonhos vagos e ingênuos de adolescente, os contornos físicos de Catarina estavam sempre presentes em sua lembrança. Mas não era a exaltação da beleza física de Catarina, propriamente, que o animava. Nele perdurava a ingenuidade da evocação e, de todas as sraas lembranças, apenas o resto dela se destacava: um rosto meigo e promissor de carícias infindas.

A evocação do rosto de Catarina não era precisa em todos os detalhes.

Mas era mais precisa do que a evocação das outras partes do seu corpo ainda virgem. Algumas vezes, obedecendo a um impulso interior muito fecundo, Cie recordava a beleza fisica de Catarina. Mas êle afastava logo essas idéias com um misto de reprovação e autocensura. Perdurava a lembranca do rosto de Catarina.

Ela parecia-lhe um anjo, igual a esses que vemos nos sonhos bonitos de infância.

Corno Catarina era bonita?

Ela inventou uma pergunta para despertá-lo: Está pensando? Êle voltou a si, sorriu e sentiu dese)3 de contar-lhe os seus pensamen tos. Mas a coragem faltou lhe novamente.

Meteu a mão no bolso e principiou a serrilhar com as unhas, nervo samente, a sua única moeda: uma moeda de dois cruzeiros, dinheiro certo para a matinê de domingo. S6 então a idéia veio-lhe ao cérebro: precisava convida Ia para a matinê. Todos os amigos levavam as namoradas ao einema e êle devia levá-la também. Mas, um convite inesperado, parecia-lhe pouco apropriado. Era preciso agir com inteligência e contornar as dificulda des.

Você gosta de cinema?

Ela respondeu que sim, com a cabeça. Falaram sobre os cinemas em que haviam entrado, fitas que haviam apreciado, artistas que admiravam. Por traz daquela conversação, o senso ima ginativo de Merenciano trabalhava in cessante a idéia de se ver com ela no cinema. Imaginava como os amigos haveriam de sentir inveja dele e da sua felicidade.

Subitamente Catarina extremeceu.

A porta de sua casa havia sido aberta e ela murmurou assustada: Papai...

Onde?

31

Na porta. Até amanhã.

A pergunta decisiva ficou arranhando na garganta de Merenciano, enquanto a mão nervosa e fria de Cafarina repousava sobre a sua.

Verei você amanhã... na matine?

Se você quizer...

E fugiu assustada para o interior da casa, enquanto Merenciano a acompanhou com o olhar fixo, boca aberta, até a porta se fechar e lá dentro se fazer silêncio.

Rodtoiu sobre os calcanhares e afastou-se. As últimas palavras de Catarina bailavam-lhe no cérebro. Amanhã na matinê! Não era aquilo um compromisso, uma promessa de amor? E a conciência, por um extranho processo mental, lhe respondia que sim. Apossado por essa certeza, uma vontade generosa e bôa invadiu-o. Será que todos tinham aquela felicidade intensa? Aquela velha trôpega, por exempio, que vinha surgindo da alma da noite, trazida não se sabe de on.de e levada para rumos ignorados, teria um dia sentido aquele deslumbramento?

A velha parou diante dele: Uma esmolinha...

Merenciano meteu a mão no bolso e, inconciente, extendeu a sua única moeda à velha desdentada e pobre.

Só depois de se afastar é que êle ~htni recordou toda a extensão do ato: havia dado todo o seu dinheiro à velha.

Mas não havia importância. Para êle, jovem de desessete anos, com bigodes a se insinuarem e calças compridas, só suma cousa tinha importância: era o amor de Catarina. E ela lhe havia prometido esse amor. O resto era cousa sem importância.

Pôs-se a assobiar para disfarçar uma vontade indómita de fazer qualquer cousa fora do comum: chorar, gritar, correr. Mas o seu simples assobio, dentro do silêncio da noite, cresceu, avokumou e tomou, para êle, o sentido de uma marcha triunfal em seu louvor. Em louvor a êle, que era um rapaz feliz, feliz, bebo de felici dade. Entrou em sua casa e toda s sua vontade Je exteriorização contevese na fatura de alguns versos repassa dos de ternura. Alguns versos que começavam suaves, como a leve vira ção noturna inicial e terminavam cheios, vivos, intensos como os ventos hibernais.

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LOURDES G. SILVA Uma gargalha da irônica respondeu-lhe à esse comentário. Surpreso, ergueu a vista; um rosto cínico, com um sorriso canalha nos lábios finos refletia-se no cristal polido. Tentou desviar os olhos, inutilmente.

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ARLOS Augusto sorriu contente "Verdadci ao terminar a leitura. ramente, aquele poema era sua obra-prima! As estrofes sucediam-se eu mo ondulantes nuvens de perfume. In* briava!..."

Orgulhoso de si próprio, o poeta le\antou os olhos para o espelho à sua fr.nte E achou-se bonito tambem! Pela janela entraram, como um hino da pri mavtra que enfeitava a cidade, as vozes infantis, vindas do jardim em flor.

Sentiu um influxo de doçura e bem estar inundar-lhe a alma. Como era linda a primavera da vida! Baixou, nova mente, os olhos sonhadores sobre o manuscrito. E soletro» baixinho: Beleza da Via_!

Era uma exaltação ao Amor, amorsentimento, amor-caridad., amor-ternur», amor, que o Divino Mestre derrama ra sobre o mundo Naquela composição, o homem deixara de existir, cedendo lu gar ao filho, pai, esposo, amigo...

Lendo-a, descobrir se ia a riqueza daquele coração de poeta. O rapaz escrevera sua própria consagração! Pela terceira vez, percorreu as linhas mara vilhosas, vagarosamente. Suas mios finas e nervosas passaram pelos cabelos em desalinho, e suspirou.

Isto é a cousa melhor que já escrevi. Aqui esti minha própria alma!

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'OUTRO'

de mim?

A voz era rouca e fazia lembrar noites de orgia e embriagues. Carlos indagou, Augusto rispidamente.

Que queres?

Que fazes aqui?

Que quero? Nada; absolutamonte nada! Apenas, contemplar o "Beleza poeta divino qae descobriu a da Vida".

O rapaz sentiu se constrangido, mas nio deu resposta e o homem dc fisionomia que inspirava repugnância, continuou.

Divirto-me a valer, quando os >ornais exaltam o espírito superior de Carlos Augusto, o virtuoso amigo da humanidade... Ah! como sio ridículo* esses a-fuladores! Sabes quem sou, não?. .

E ante o silencio do moço con t inu ou.

Pois eu, meu caro, sou teu maior amigo. Extranhas, naturalmente, que eu não aparecesse, há mais tempo. Contudo, andei sempre a par contigo, em todas as tuas horas de sucesso e desalento.

Hoje, se me apresento, é que tua preten çáo assim me impôs. Então, esse teu poima é um pedaço de tua alma?.. Que esplendida mentira!..

O moço morou.

Bem... pensei que...

Esse será teu maior embuste, hein? Com isso, oonvencerás aos mais cépticos, aos que ainda nio crêem em tuas palavras mágicas. Aconselhas o amor ao próximo, citas frazes de Cristo, parábolas e Evangelhos, maa, cá entre nós...

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E o "outro"piscOu maliciosamente os olhos brilhantes.

Quando te irrita a suplica de um desgraçado, pobre ou a queixa de um não queres resque fazes?... hein?... mandas o ti: ponder? Responderei por leprosos; cáes a como criado enxotá-los os sufocar farra, de noites nas procuras, desventurados e lamenuações gemidos dos, com tuas gargalhadas de ébrio, e o borbulhar da champanhe nas taças dc cristal. Dignificas a mulher, teces hinos á esposa, á mãe... que é daquelas desventurladas que lançaste ao lodo? Da quelas pobres que hoje morrem á min gua, amaldiçoando tua falsidade e seduçáo? Soluças, na música suave de teus versos, deplorando a devassidâo dos homens. Por que te embriagas com a febre do jogo, perdendo fortunas, qitan do negas um níquel aos hospitais, se tua pena amaldiçoa o vicio? E afirmas que tua alma está nesse poima?! Tens, verdadeiramente, uma alma? Pois, há dias, naquela taberna enfumaçada, náo asseguraste que Deus não existe? que -o espírito é uma lenda? Respónde-me... a que alma te referes?...

O poeta lançou um olhar desesperado, ao espectro.

Que pretendes com essas acusaafinal' Quem és, ao menos?... çôes, Quem sou? Nâo podes advinhar?

Carlos Augusto sorriu, nervosamente.

Nfto me venhas dizer que és minha consciência...

Nao, nâo sou tua consciência; na, verdade, é cousa que não possues.

Nâo estou, tampouco, te acusando.

Quiz, apenas, divertir me á custa de tua veia poética. Ouve...

Uma pancada na porta do quarto, sobressaltou-se, e êle terminou apressa damente devem ser Batem! Vai atender teus admiradores. Nâo esqueças que este último poema é tua própria alma. hein?...

O rapaz' voltou-se, preocupado.

E tu? Ficas ai? Podem entrar. .

O homem riu baixinho, um nv_ velhaco e máu.

Acalmar-te! Estarei escondido em lugar seguro! Eu sou o verdadeiro Carlos Augusto, c tua máscara de artista e filintrôpo, esconder me-á perfeitamente Abre a porta... ninguém saberá que estou dentro de ti!...

XXX— 19 4 3

POESIAS", o novo livro de AFFONSO DE CARVALHO O MOINHO amo esse moinho ao longe no horizonte EU Giro-girando ao vento as asas espalmadas, Quer rebrilhe o clarão da lua, quer desponte Pelos campos afora a luz das madrugadas!

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JNão para um tempo só, trabalhador insonte, A mover suas pás, isócronas, ritmadas, — Ponteiros a marcar, no pincaro dum monte, Como estranho relógio as épocas passadas.

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O orno tu, tenho a vida humana à terra presa, Raízes a agarrar-me ao pó da natureza,

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Com suas leis fatais, seus hórridos grilhões!

Jylas como tu, também, não deixarei de aos ventos.

Como asas a girar, girar meus pensamentos — Sonhos de D. Quixote, idéias e ilusões!

A PÓS ter versado quase todos os gêneros literários, e colhendo em cada um deles, êxitos Invejáveis e que justificam o renome que desfruta, o snr. Affonso de Carvalho, que é ainda uma das mais brilhantes figuras do novo Exército nacional cuja cultura espelha ao vivo, retorna agora ao gênero com que estreou, oferecendo aos que se acostumavam a admirar o aeu talento, através da "Poesias", belo já vasta obra literária que assinou, volume de poemas e sonetos.

Finamente ilustrado com iluminuras de Alberto Lima, "Poesias" é uma jóia de bom gosto e encanto, através de cujas páginas Affonso de Carvalho nos delicia com seu estro inspirado e comedido, provando aos que vêem seguindo de perto a sua atuação no cenário das nossas letras, ond3 tão cedo e de maneira tão decisiva conquistou um lugar à parte, que é antes de mais nada um artista, tan-

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to que mesmo através de uma vida de intenso dlnamismo a serviço da corporação a que pertence e que honra pelo seu valor e cultura, ainda acha va-

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gar para se dedicar ao convívio das musas.

Entre os poemas que integram o novo livro de Affonso de Carvalho, destacamos "O Moinho", que reproduzimos nesta página.

XXI — 1943

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tirou o lápis do bolso e pegou o papel.

"Presada Helen. Bob morreu ontem.

MASSEY Embora estejamos acostumados com esse fato corriqueiro da guerra, ainda estamos aturdidos com o golpe estúpido que nos privou de um esplêndido camarada e um amigo magnífico . ."

Massey suspendeu o lápis.

Encostado ao tanque imóvel, em pieno deserto, diante dele o areial brilhava sob um sol cáustico, como um lago banha do de luar.

Era a hora do rancho. A longa fileira de tanques estacara para um repouso breve, após uma investida de centenas de milhas.

As guarnições fumavam tranqüilamente e o "bacon" frigia nas panelas de campanha, nos fogões improvisados, alimentados à gazolina.

"Infelizmente não nos é dada a ventura de enviar-te alguns objetos pertencentes a Bob. Quis a fatalidade que nem ao menos tivesses esse consolo. A morte avara levou tudo consigo".

Jack Pierce (lembra-te dele?) está aqui, ao meu lado, ajudando-me a escreverte esta. Jack serviu com Bob, durante tres meses, no mesmo tanque, e como Bob, mereceu a "Victoria Cross".

"Custamos a acreditar, que ontem, a esta mesma hora, Bob haja morrido. Quem fez, como êle inúmeros combates, merecia uma melhor sorte. E, quando surgiu no céu

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aquele avião inimigo, acossado por nosso fogo anti-aéreo, não nos preocupámos.

"E' mais um avião de reconhecimento — pensámos". Apostei com Pierce como os nossos artilheiros davam cabo dele. De fato.

Com a cauda arrancada pelo nutrido fogo, o aparelho precipitou-se em linha vertical,' como um bólido chiante, sobre o nosso acampamento, com o ventre carregado de bombas".

"Aqueles poucos segundos que medearam o atingimento do avião à sua queda, pareceram-nos séculos. Deu-se uma enorme explosão e... o resto tu já sabes".

A mão de Massey parou sobre o paViveu outra vez a cena terrível. Parepei. cia que escutava ainda o ronco dos motores, o explodir das granadas, o ruido seco do avião atingido e os gritos entusiásticos dos artilheiros vencedores. Recordou o pressentimento terrivel que tivera ao ver o avião desgovernado projetar-se sobre o solo, à retaguarda da coluna. Tivera, sim, a noção do sinistro. nÉ terrível pensar que após dois dias de calma absoluta, quando os nossos tanquês buscavam o inimigo invisível e espavorido, tenha sucedido isso. Nesta sortida idiota Bob perecera como um cordeiro indefeso, êle que sempre se batera como um herói".

"Aprjs a explosão, Pierce e eu, corremos ao local. A surpresa do ocorrido (porque não dizer?) negligenciara a disciplina habitual. Quando os homens sào pilhados de chofre, perdem a noção das coisas. Ha via soldados por todos os lados e oficiais berravam ordens.

Com muita dificuldade conseguimos chegar até o lugar do acidente. Aquilo que os nossos olhos viram não podemos nem te devemos contar. O avião cavara uma enorme cratera na areia mole, e, ao lado dela, um tanque desmantelado ostentava em tinta gasta, o número 457".

"Por poucos segundos nâo atinamos com o ocorrido. Havia murmúrios e vozes agitadas em torno de nós. Subitamente, gritámos em conjunto, Pierce e e_i: i— "Onde está o soldado Robert Croock, da tripulação do 457? .." "Uma voz respondeu atrás de nós: — "Paz à sua alma!

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te. Era um bravo. Crook morreu mas o seu exemplo vive e viverá sempre no pensamento dos componentes desta Divisão.

A Inglaterra perdeu hoje um filho valoroso, um soldado magnífico e úm cidadão q_e deu a sua vida pelos direitos e liberdades humanas. Que todos sigam o seu exemplo" "Que a simplicidade destas palavras não te traga nem tristeza nem desconsolo.

Nada é mais belo que morrer lutando para que a dignidade humana não desapareça da face da terra. E, estamos certos de que . Bob firmaria também estas nossas palavras. Êle morreria uma, duas, três vezes si possivel, pelo ideal dele e nosso. Por esta razão, a nossa palavra para ti é: "Coragem! Coragem, antes de tudo!"

"Não sabemos quando esta carta te chegará às mãos. O inimigo está se acercando, e eu e Massey já estamos em nossos lugares, dispostos para a luta. Os nossos tanques, em marcha rápida, levantam nuvens de pó. Diante de nós está o deserto e pequeninos pontos negros que rapidamente se aproximam. Dentro em breve, íudo será fumo, chama e ruido, o nosso receptor transmite-nos a voz do Comandante ordenando a batalha. Em seguida, uma voz rouquenta grita-nos inopinadamente: — "Avante, rapazes!

Em cima da canalhada nazista! Para a Vitória!. ."

"Adeus Helen! Vamos brindar o teu Bob com uma vitória estupenda! Estamos prontos e já entramos em fogo... Adeus..."

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Morreu pela Inglaterra! "Abatidos e atoleimados ainda procurámos, com os olhos, encontrar alguma coisa que desse a ti a recordação dele. Pezarosos, retirámo-nos daquê-le sítio, ou melhor, daquela tumba.

Lá deixámos o 457, qual um mudo guardião de seu guerreiro, fiel a Bob em todos os sentidos, pois nunca o desapontara. Com êle vivera, ganhara movimentos, sua tempera de aço protegera o corpo do homem das balas assassinas e como um corcel impávido penetrara no mais aceso dos combates levando a morte e a destruição a inúmeros inimigos. Qual um cão fiel, escolhera a sorte do dono. Morrera com Bob".

Massey passou o papel e o lápis para Pierce. Acendeu um cigarro e aspirou-o profundamente. Pierce continuou: "Ontem, à noite, à luz das fogueiras, o nosso Comandante fez o elogio de Bob. Êle falou mais ou menos nestes termos: "Hoje, a nossa divisão foi colhida pela fatalidade. Quizeram os azares da guerra que um avião inimigo, abatido e desgovernado, vitimasse um excelente rapaz, cujos feitos já estávamos acostumados a presenciar. Parece-me inútil encarecer a perda do soldado Robert Croock, um V. C. Todos o conheceram e souberam do seu valor.

Os maus fados impediram-no de morrer combatendo, como um bom soldado que era. Mas, quem combateu tão valentemente em Bárdia, Tobruk, Sidi Ornar e em tantos outros lugares, bem podia dispensar tal mor-

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-- Humboldt - que no Amazonas há de residir o centro da civilização humana.

PREDISSE Em diversos períodos da História, a humanidade tem recebido as mensagens do Eterno.

Teria porventura Humboldt sido inspirado por algum elemento profético a predizer um aconlecimento que só se registraria decorridos muitos centenários ?

Qualquer que seja a fonte misteriosa, na qual, aquele sábio tenha-se abebido da previsora hipótese, que no estado atual marcha para a plena cristalização, leva-nos à meditação.

Grandiosa tarefa encetou o - Estado Nacional — ou seja — nas palavras do egrégio Presidente Vargas "a marcha para o Oeste".

Se a maioria dos brasileiros, e especialmente os do sul, ainda ignora a existência de um mundo mais vasto e mais exóticamenle belo, que é o mundo do futuro, com todas as suas esplêndidas e multifárias qualidades, que apenas aguardam ser despertadas e exercitadas, forçoso é que desbravemos e trabalhemos incessantemente para tirá-las do protoplasma.

A conquista pelo saneamento e desenvolvimento do imensurável vale de Amazonas, deve ser a maxima aspiração de todo brasileiro, cônscio lodo e portanto formar-se de brasilidade 36 M A L h o

um intimorato exército de voluntários, em cujas fileiras se integrem também médicos e samaritanas, para a verdadeira batalha da Amazônia -- extinção das anofelinas -o flagelo que impede o po"Inferno Verde" voamenlo do do futurol de oulrora e o Eden Percorrendo o áspero caminho que leva a Oriximiná (antiga Uruá-tapera) vila situada à margem esquerda do Trombetas, onde jaz o padre paraense José Nicolino Pereira de Souza, seu fundador em 1877, e a quem se deve a primeira grande exploração àquela região, é que desperta ao céptico, uma gigantesca visão, sente-se invadido por um sentimento inefável de lula, de conquista, ante o grandioso e opulento espetáculo que a verdura das florestas, o brilho da atmosfera, a uniformidade da temperatura, os numerosos afluentes, as cachoeiras, as ilhas e arquipélagos, a luxuria da vegetação, a fauna inumerável e variadíssima", e. debaixo das copas das altíssimas "Berloletias e Sapucaias", onde a e frondosas mala é portentosa, e esquecido de si mesmo, com refletida confiança admira que dentro dêste imenso Brasil, existe. o inesgotável tesouro de todas as forças imanenles e potenciais. x i i — 1 9 4 3

RI

NIVERSÂL /^S inglês sintético, em substituição ao U&J esperanto, lembrado pelo primeiro ministro britânico Winston Churcbill língua universal, com pouquíssimas repara gras gramaticais e reduzido número de vocábulos, segundo a irradiação de um comcntário dc guerra dos Estados Unidos para o Brasil, é uma idéia digna de nota.

O inglês, considerado em si. é uma lingua, mas. em relação com o anglo-saxão. um dialeto; como o holandês e o flamengo. relativamente com o alto alemão; como o russo, o ruteno. o polaco, o checo ou boêmio. o sérvio de Lusacia. o sérvio-croata. o sioveno, o búlgaro, em relação com o slavo; como o português, o espanhol, o italiano, o francês, o provençal. o valàquio. relativamente com o latim, por sua vez comproendído no itálico; como o norueguês, o sueco. o dinamarquês, o irlandês, em relação com o scandinavo. por sur turno originário do teutônico. etc..

Se, genealogicamente. o inglês è (ilho do anglo-saxão, pode dar um rebento, e nomear-se-lhe inglês sintético ou língua universai ou outro nome que melhor exprima o pensamento do eminente autor. Uma cousa, vista, in priporém, é indispensável: ter em ortográfica; porsimplificação a mo loco. exempor se continuar se grafando, quanto, capio, though. para se pronunciar íõ. seis racteres num único som linguo-dental, não se removem dificuldades ao principiante.

Os simpáticos americanos dos Estados Unidos simplificam a língua inglesa deste modo: em vez de / have. you have. escrevem Vve. + Youve. Mais: ao envés dc / am. grafam l'm. economizando aqui uma letra em palavra que tem apenas dois caracteres. E' poupar o que. por si. já é resumido. E. se suprimem uma letra, auraentam um sinal grafico. Rigorosamente, nio hi economia de tempo nem de espaço.

Há necessidade de uma língua universal de fácil manejo, e esta podt ser o próprio inglês, simplificando-se a-sua ortografia: e suprimindo-se o verbo irregular, podendo terminarem todos os pretéritos e participios verbo regular, passado em td. conforme o to po com infinitivo evitando-se assim um o pretérito uxnf e particípio passado gone. t to lie com o pretérito lay e participio os respectivos passado sain. e to tat com soconservando-se e «fe e eafen. etc. etc; X I I

19 4 3

Pr.sidnt. Roos.v.l» * Wi.stoa Ch.rcklll

mente os verbos auxiliares fo have t to be: e. criando-se uma flexão para o futuro e condicional, ao envés de se conservarem auxiliares nestes tempos verbais; e mantendo-se uma só forma para. cada tempo de verbp. variando apenas o pronome pessoal; e dando-se uma desinência ao presente e pretérito do conjuntivo. para os diferenciar do indicativo; e reduzindo-sc os diversos sons das vogais e consoantes inglesas; e eliminando-se o genitivo possessivo de origem saxônia. que os americanos quasi põem fora de uso com singular naturalidade; e. como requisito de clareza, construindo-se a proposição na ordem direta, sem muita Tiberdade na disposição sintática das palavras. etc, etc.

O eminente Mr. Winston Churchill. que foi um ótimo estudante e possue sólida cultura das letras clássicas do seu idioma certo, terá em mente uma língua auxiliarinternacional de fácil aprendizado. Acha o grande estadista que com pouquíssimas regras gramaticais, e menos ainda em número que as do polonês Doutor Zamenof. resolverá o caso. E pode resolvê-lo. Sua Excelência tem realizado problemas muito mais complicados na presente tragédia monstro, e planeia projetos que se converterão em úteis realidades para o futuro de apôs guerra.

A idéia tem fundamento: nâo é um sonho transitório, pois parte de um homem do escol social, com dotes de espirito, o qual se não entrega a fantasias e devaneios.

De braço dado com o seu exemplar companheiro Presidente Roosevelt. estes dois lideres da democracia, cuja vontade possue a tempera rígida do aço e a maleabilidade e coesão do ferro, marcarão uma época com as sua» atitudes e modos de agir. São homens que teem fé; e. sem ser otimistas exâ-

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gerados, não se deixam algemar pelo pess • mismo ferrenho.

Carece-se da unidade da lingua de fácil tirocinio. idealizada por Churchill. para que os povos de todos os paises possam entender-se com facilidade. estabe!ecendo-se desse modo a comunhão espiritual entre os habitantes civilizados do Planeta.

Se a teoria da unidade das espécies vivas é um fato; se os animais surgiram espontaneamente em diversas partes do Globo, ao envés de terem surgido num único ponto, emigrando dai para outros pontos, sendo portanto o homem um produto do seu meio. criando e fixando cada povo o seu modo de se comunicar entre si. mas sentindo a carência de comunicação com outros povos; — com a civilização progressiva do gênero humano, que se não afasta do convivio social, cresce pela progressão do tempo a necessidade de se estabelecerem relações mais estreitas, mais profundas. ' que serão facilitadas com a sistematização da unidade da lingua, independente do idioma próprio de cada pais.

No descortino do entendimento, na prática da inteligência, florescerá em todo tempo a literatura das diferentes nações mundiais. enriquecendo cada qual o seu idioma de neologismos úteis e oportunos, de expressoes novas e elegantes para estilizar a frase, dando-lhe clareza, afim de embelezar o samento. conferindo-lhe sentido perfeito, cultivando a lingua universal que não talvez, um padrão de cultura senão um de fácil escrita.

intercâmbio

da

palavra O

penmas será. meio

falada

MAL

e

IVETA

RIBEIRO

desconheço-te, Vilar!

— Estou, na verdade, muito mudado. Também não SINCÊRAMENTE, se passam vinte anos sõbre a existência de um homem, sem que. esses vinte anos tenham executado a sua obra de destruição física. Realmente, estou velho, meu amigo.

Não é da tua velhice que falo, porque essa, não a vejo. Estás, ainda, o belo homem que conheci. . . Um pouco maduro, é certo, porém...

E' que. os cincoenta, já foram contados...

Com êles ou sem êles, o teu físico é quasi o mesmo daquele rapaz bonitão, como dizia a tia Nina, e até esse grisalho nas têmporas, dá-te um certo ar imponente. Ar cie artista ou de pensador. .Então não sei em que me desconheces!...

E' que és outro homem. Não vejo em ti, nem um vestígio do Vilar estcoina, boêmio incorrigível, notivago irreverente, que era o comandante do nosso grupo, o organizajk dor das nossas patuscadas alegres, enfim o Vilar-estourado. que os CJubes noturnos adoravam e temiam, ao mesmo tempo.

E dizias-te imutável, quando a pobre da D. Matilde, mortificada loucuras, pedia-te que te emendasses. que ficada pelas tuas loucuras. tomasses vê-la. tao tão mansa e tomasses juizo. Parece-me que estou a v6-la, ~~ — ' amorosa, a suplicar-te: "Muda de vida. tao tão amorosa.

A meu filhol... filho!... Olha que Deus te castiga"!

- ,\ fiia&yjt meu — Querida maesioha!... mãesinha!... Felizmente, ela vlu não me castigou. castigou, porque houve viu que Deus nao ' -fK! V'. fj umum milagre na minha vida.

Um milagre?!

— — Isso mesmo. Um doce e lindo milagre. e milagre, que me fez mudar de rumo e encontrar a felicidade em que nao não acreditava, porque a julgava impôsimposslvel de existir.

EntSo conta-me 1A jfcj — essa . maravilha! Mai acabo de instalar-me. e nem sequer descansei da fatigantc

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viagem que fiz, vindo lá da minha "roça" para matar saudades do Rio, mas estou curióso como o diabo ou como qualquer mulherzinha irriquieta! Pronto! Senta-te, ai, nessa poltrona, e dize-me que milagre foi esse. . .

Primeiro quero que saibas porque não te escrevi mais...

Há bem uns dez anos que não sabia notícias tuas. O último que m'as deu, dizendome apenas que vivias no Rio, mas que havias desaparecido das "rodas", foi o Soares, aquele dos Fenianos.. .

Sei. Morreu há muito tempo. O meu silêncio para contigo, teve vários motivos. Primeiro foi a instabilidade do meu endereço e . as ti,as intermináveis excursões sertanistas.

Depois, o periodo de transformação moral que sofri, e que foi um tanto demorado, e depois. o deslumbramento da minha nova existência. o natural esquecimento de tudo o mais que não fosse o meu novo mundo, e, mais tarde. o desejo profundo de apagar qualquer lembranca de um passado.. .

Que não foi vergonhoso, afinal...

Mas que foi irregular, equivoco, e que quiz esquecer completamente.

Nesse caso estou sendo importuno.

Desculpa. E' que a nossa amizade, unindonos desde os bancos escolares. . .

Não. No passado que eu quiz esquecer. não sepultei a lembrança e a saudade do amigo que sempre foste. Apenas, acreditando em que, mesmo longe do antigo meio boêmio. tu continuasses por aí a fora. a ser o mesmo Luiz. bon-viiant e desprendido das coisas serias da vida. não queria perturbar a tua maneira dc ver e sentir. . .

Disso estaria tú livre. Vilar. Embora com um temperamento menos explosivo que o teu, gosto, como sempre gostei, de viver livremente, a meu modo. e sem medo de sofrer as influências alheias. E, como comigo não se deu nenhum milagre, tenho envelhecido tal qual como sempre fui e como, de-certo, morrerei.

Nada de complicações.

Então.. .

Então, conta-me lá esse tal milagre que te revirou de dentro para fora! Ja te disse que estou ardendo de curiosidade como uma chama viva soprada pelo vento. Bela imagem, não achas?

Eu...

Nào! Não aches nada. agora! Quero o milagre!

Então escuta: Depois que nos separamos. indo tu, para a tua aventura maluca em busca dos segredos do Araguaia, e eu ficando na companhia da Eve.. .

Lembro-me! A francezinha viciada da "coca", e que tinha a mania de roubar abotoaduras. . .

Isso mesmo. Pois, como ia te dizendo. nessa época eu fiquei um pouco pior do que já era. isto é, fazia loucuras tremendas e comerava a deixar-me dominar pelo álcool, quando um dia, por outra, uma manhã, por sinal que era linda, cheia de sol e de alegria, saindo eu de um Clube, onde acabara a noite dormindo, atoa, sem noção de mim mesmo, e de onde o encarregado da limpeza acabava de expulsar-me por incomodo ao seu serviço, encontrei na rua uma mocinha, tão lipda, que me fez parar, como que deslumbrado, em meio das névoas que ainda me obscureciam o cérebro. Ela ia acompanhada por uma senhora idosa, que *e lhe apoiava no braço frágil.

Passou por mim. sem me ver. toda entregue a conversar com a companheira, e eu. atraído por uma força estranha, a fui seguindo, sem querer, sem pensar mesmo que a seguia. Entraram. por fim. numa igreja, no momento em que os sinos repicavam chamando os fiéis para a missa dominical. Por algum tempo fiquei parado, em frente do templo. Quiz. depois, irme embora. Não podia Quiz entrar na igreja e repugnou-me a idéia, porque eu não cria em Deus. e nenhuma religião aceitava, como sabes.

Deixei-me. então, ficar parado, onde estava, ã X I I — 1 9 4 3

espera de que ela saísse para que eu a pudesse vêr de novo. Quando terminava a missa e o povo começava a sair, dois amigos do meu farrancho, passaram por mim e arrastaram-me numa brincadeira barulhenta e irreverente, e eu perdi çi ensejo de rever a linda creaturinha que me deslumbrara, porém, não pude mais esquecê-la. Procurei-a, por dias, no bairro, pelas proximidades do lugar do encontro e, como não conseguisse descobri-la. eis-me, no domingo seguinte, plantado em frente à igreja. na_ esperança de a tornar a vêr. E vi-a! Pareceume ainda mais linda, toda de branco, recatada e simples'como uma comungante! Dessa vez não tive forças para resistir ao desejo de entrar na igreja, para a contemplar mais de perto.

Entrei. Meus olhos buscavam-n'a por todos os recantos da nave. até que a encontraram ajoelhada junto de um altar florido. A cabeça loira inclinava-se sobre um livro de orações "brancas e finas que ela sustentava nas mãos como as de um sêr irreal.

Não sei quanto tempo fiquei naquele cxtasi, ignorado de todos Só sei que perdido num sonho de estranha embriaguez, parece que perdi a noção das coisas, pois não a vi sair. e quando dei por mim. estava só na igreja Olhei admirado, como quem quasi deserta acorda de um sono profundo e. pouco, a pouco, "por lembrei-me o que" da minha presença em tal lugar e sai. apressado, ainda na esperança de vêr. lá fora. a loira creatura que até ali me levara, sem o saber! Naturalmente, não a encontrei e. confesso-te que passei um domingo aborrecido, fechado no meu quarto, sem vontade de nada. Pelo que senti durante aquela semana, na esperança do outro domingo, em que veria, de novo. a pequena que* tanto me perturbara, comecei a compreender que, algo de misteriosa influência ela ia ter na minha vida, visto que jâ não encontrava o mesmo prazer na companhia esturdia dos amigos e das mulheres com quem sempre vivi.

Era o principio do tal milagre?).. .

Era.. . Mas. não me interrompas, se queres ouvir tudo!

Ficarei mudo como. . . um mudo mesmo. Continua.

Ao sentir, em mim. aquela necessidade, quasi dolorosa de ver a creaturinha que eu não sabia, sequer, quem era: aquele pensamento que começava a roubar-me o sono e a tranqüilidade, revoltei-me. Achei-me ridículo como um galã de comédia antiga, e decidi-me a abandonar toda aquela tolice, que acreditava não ser mais do que uma sugestão idiota. Não "mocinha iria mais esperá-la. aquela vulgar", à porta da igreja, como se fosse um mísero mendigo. Não iria e, pronto! Atirei-me. loucamente, à orgiáca vida de boêmio que era. afinal. a minha vida. Bebi. Chafurdei-me em todas as loucuras do sensualismo desenfreiado. mas. . .

No domingo seguinte, lá estava eu, em frente do templo, à espera dela.. . Chovia muito... Não apareceu e. desiludido de vê-la, fui-me embora daquele lugar e andei horas a fio. pelas redondezas da igreja, na esperança louca de descôbrir-lhe a residência. . .

Baldado esforço! Tive ódio de mim mesmo! Por que não a segui da outra vez?!.. .

Por que a perdi de vista, quando só a e'a eu estava vendo na manhã que a achei rezando tão sinceramente?!... Estúpido!

Naquele domingo tomei uma das maiores bebedeiras da minha vida! E' que a saudade que se apossou de mim. e o desejo desesperado de rever a loi inha do meu encantamento, eram tão angustio: ,s que só o álcool poderia de espirito! Esperei livrar-me de tal estado"roda" já se comentava mais uma semana. Na "caso", o meu pois minha angústia era vi>ivel e meu afastamento começava a fazer-«e sentir. Choviam perguntas. Indagava-se do que me estava sucedendo, porém. eu. guardava o meu segredo como quem resguarda uma camélia imaculada dos sarcasmos das rajadas frias ou do insulto de um salpico de

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Pareceu-me, lama. Ví-a, de novo. afinal! ainda mais linda com a sua angélica figura de eterna comungante. pois só de branco se vestia!. . . Louco de alegria interior, postei-me de guarda à porta da igreja, disposto a tudo para saber quem era ela, onde morava, por que se metia, assim, silenciosamente, na minha vida. tomando conta de todos os meus sentimentos! Nesse dia acompanhei-a de longe. pela rua banhada de sol e ví-a, afinal, entrar o portãozinho de uma casa modesta, em cujo minúsculo jardim havia rosas brancas de neve, brancas como o seu vestido. e brancas como a sua alma, certamente. Dai em deante comecei a encarnar o namorado romântico dos tempos antigos, pois passava e repassava, vezes sem conta, em frente à casa dela. mas, algumas vezes, entrevendo-a, apenas, através das cortinas transparentes das janelas. Ganhei o hábito de ir todos os domingos à igreja. Abandonei, aos poucos, a "roda", e minha mãe entrou a andar contente, porque via-me todos os dias e já tinha-me a dormir, em casa. freqüentemente. Enquanto isso tudo. ia fazendo hábeis indagações nas casas comerciais da vizinhança da minha namorada, não, por que se ela. até então, viume alguma vez, de certo nem reparou em mim, pois não conseguia chamar-lhe a atenção, quando, sempre acompanhada pela senhora de cabelos brancos, ou por um velho senhor, que tão orgulhoso parecia dela, eu a via sair ir à missa nos domingos. para "E' neta deles, sem dúvida", pensava eu.

Primeiro soube que o dono da casa onde ela! morava, era um funcionário público, aposertado. homem respeitável e digno. Depois, com enorme surpresa, soube por um empregado da casa que eu, habilmente, subornara, que a menina era filha daquele velho, e não neta como eu pensava. Filha?! Só de criação, podia ser! Os dias e os meses foram-se passando. Eu aceitara um bom emprego que mamãe arranjara para mim. Modificara, muito, meu modo de encarar a vida, por que começava a fazer um grande projeto.. .

Minha insistência silenciosa, minha teimosa presença, todas as manhãs dos domingos, na porta da igreja, conseguiram captar a atenção dela, e no dia em que me sorriu, furtivamente, pela primeira vez, juro-te, que os meus olhos se encheram de lagrimas, tão grande foi a emoção que senti.

Ah! Ah! Ah! O Vilar chorando!...

Ah! Ah! Ah! Se continuas a rir. calo-me.

Perdoa! E' que achei cômico, um rapaz como eras. chorando, apenas, por que uma rapariguinha qualquer. . .

Não! Não era uma "rapariguinha qualquer"... Era alguém que, sem querer, mudara o rumo de uma vida alheia! Alguém que. só pelo efeito da pureza que irradiava de sua figura feminina, mais de criança do que de mulher, pudera dar nova orientação a um ser transviado! Alguém que, apenas, pela misteriosa influência emanada por um olhar claro e puro, restituia a alegria e a paz a um coração de mãe!. . . Mas. ouve o resto. Um dia. quando pela expressão do olhar dela. e pela doçura de seus sorrisos, convenci-me de que não lhe era indiferente, e. quando tendo perguntado à minha mãe, se me considerava regenerado, ela, chorando de alegria respondeume que sim. resolvi tomar uma atitude clara e decisiva, e eis-me nervoso, mas firme, a bater à porta dos pais adotivos da minha eleita, de quem, aliás, nem o nome sabia! Recebido ccrimoniosamente, apresentei-me. dei todas as informações comprovantes da minha idoneidade, e disse, francamente do meu desejo de ter por esposa a filha adotiva que eles tinham em casa.

Serenamente sorrindo, o velho senhor respondeu-me: Muito bem. Sr. Vilar. Apenas, teremos que ouvir a opinião de minha mulher e depois da menina. Ela o autorizou a fazer o pedido?

(Termina no fim da revista) O

MALHO

QUATRO

PERGUNTAS VIANA

BELARMINO

DE 4 PERGUNTAS FEITAS A KRISHNAMURTI. % BOLETIM MAIO. ABRIL 1932 - P. 44.

RESUMO

1.» PERGUNTA: Um homem sem trabalho, interroga Krishnamurti sobre a verdade de que este esta falando, da seguinte maneira: — Empregais o vosso tempo falando da verdade e sois patrocinado por amigo?: estais bem vestido e o vosso corpo está bem alimentado, enquanto milhares de pessoas passam fome. Que dlzels a Isto?

Na resposta a esta pergunta Krishnamurti explicou a razão de haver fome e desemprego. Disse o seguinte: — A civilização é falsa, está baseaada no egoísmo. O egoísmo é a manifestação do "eu", o "eu" é formado por complexos de memórias adquisitivas e de desejos adquiridos, desde remotíssimo passado. O homem necesslta de reeducação. Os indivíduos vivem em atividade agressiva. Enquanto o homem não for educado no trabalho, na comunidade, expressará um personalismo destruidor da narmonia da vida. O homem deve manter a integridade de sua individualidade para a busca da compreensão.

Tal como ae acha no momento, êle é egoistlcamente individualista, competidor em seu desejo dc consecussão brutal, acumalando bens para manejar um poder individualmente tlrànico. Desse estado de pouca compreensão resulta o caos..

Na busca da verdade, onde deveria colocar sua individualidade, libertando-a do "eu-conclência", serve-se o homem dos redentores, dos Mestres, das crenças e da autoridade, tudo significando ausência de esforço e cega dependência do entendimento de outrem. Desta forma, não pode êle entender nem atingir a plenitude, isto é, entender a Vida por si mesmo.

Enquanto pensar assim, é certo que não saberá entender o valor da verdade, da realidade, não saberá compreender o auxilio mútuo, pois, tudo éle faz por necessidade de compreensão, ausente do entendimento normal e do esforço.

Krishnamurti explicou: — Cada individuo é completo em si mesmo para a consecussão da plenitude, onde há a verdadeira felicidade. Neste estado MALHO

de compreensão, o homem não pode ser escravo de crença nem de egoísmo: é rico em seu entendimento no éterno presente., O homem, desvencilhado desse egoísmo que se antepõe ao entendlmento, pode criar a ordem, no trabalho e proporcionando oportunidade para todos. Sem esse entendimento dc si próprio, produzirá sempre o caos e a confusão.

2.» PERGUNTA: Um interrogante manifestou-se estlmulado e satisfeito diante de Krlshnamurti, dizendo que gostava de permanecer a seu lado, por lhe parecer sentir mais energia, mais confiança e entendimento, quando isso sucedia.

Perguntou se estaria enganado ou diante de uma realidade.

A resposta de Krishnamurti foi "um pinmulto expressiva: disse que semé um tor junto a grande pintor pre estimulado. Mas se o Interesse pela pintura não redunda em maior entendimento da pintura, então, será Isento de valor". Acrescentando, disse que não desejava apresentar-se para ser adorado e ter seguidores, pois o entendimento se encontra no Íntimo de todas as pessoas; que desejava auxiliar a despertar esse entendtmento, o que se consegue com esforço e nunca por melo de adora"Posso auxiliar-vos a ver Isso; ção. não o conseguireis, entretanto, sem esforço. O preço da liberdade é o es"eu-conciêncla". forço para anular o O maior auxilio devo partir, permanentemente, do próprio entendimento.

A crença e a autoridade alimentam e fortalecem o egoísmo".

3* PERGUNTA: Nesta pergunta, o Interrogante diz ter ouvido dizer por um teosofísta que o ensinamento de Krishnamurti é uma espécie de ocultismo modlfl"libertação" cado, e que a palavra parece eqüivaler à quinta Iniciação oculta, quando o homem se torna adepto. Pergunta se Krishnamurti concorda com isso. Krishnamurti responde, não concordar nem discordar, competindo ao interrogante ajuizar.

10

Quando fazem perguntas dessa, natureza, significa que o inquiridor deseja conservar a sua idéia velha, porque, assim, não necessita de esforço algum para pensar e discernir. E deste modo, continua negligentemente, conhecendo apenas- o superficial, que pode ser conhecimento, mas que não é sabedoria. Krishnamurti afirmou falar da verdade que se acha para alem das crenças. Disse: — deveis estudar o que ensina a teosofia e o que eu digo, imparcialmente.

Quando a Idéia traz um rótulo — acrescentou — cessa a investigação.

Só pela investigação se consegue despertar o entendimento.

4.» PERGUNTA: Um dos presentes no Campo pergunta se Krishnamurti já odiou aiguem. Se isso se deu, como pode êle libertar-se desse sentimento?

Krishnamurti afirma que todas as virtudes e pecados formam esse feixe "eu".

Que não tem que chamamos importância llbcrtarmo-nos do pecado ou adquirirmos uma virtude, porem que é essencial conhecer as causas da distinção entre o pecado e virtude, pois as causas das distinções sáo criadas pelo "eu-concléncia". Aclonando a virtude sobre o pecado, nâo. conseguimos nos libertar deste último.

O interrogante taivez pensasse que Klshnamurti responderia: em vez-de odiar amai. Esta resposta, porem, náo despertaria o entendimento. Krlhnamurti afirmou então, que a verdade ultrapassa as distinções "virtude e pecado". Quando amamos realmente, diz, não há distinção alguma. Falo de amor e nào de sensação. Só existe distinção quando a mente está escravlzada pelo "eu-conciéncia". Sem libertar a causa da dualidade "virtude e pecado" náo é possível interpretar a vida. Assim — diz Krlshnamurtl — não busquei a virtude, mas, antes, a causa da virtude, que é o "eu-conclência".

Pelas respostas ás quatro perguntas, acima descritas, pode-se fazer uma Idéia do imenso valor dos ensinamentos de Krishnamurti,. justamente nesta hora em que a mentalidade do civilizado encontra-se comprimida pelo sofrimento proveniente da Incompreensão, Incompreensão que vem arrastando para o caos, para a derrocada definiMva, as Instituições decrépita^.

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NAVISINHANCA DE CU2CO HAVIA 5\CO DESCOBERTO O QUE OS ARQUEOlOQOS CLASSIFICARAM COMO SENDO UM TEMPLO INCA\CO DE 2 000ANOS-MA^ UM DIA ENCONTRARAM DENTRO DELE SEU CONSTRUTOR BEM VIVINHO E QUE AU' RESIDIA

NO ALA5KA VIVIA UM 50UTARIO QUE NUNCA USAVA CAMISA CAPTURADO .FOI SUJEITADO A UM BANHO .SENDO ENCONTRADA UMA CAMISA DE MEIA Eli BAIXO DA CAMADA DE SUJEIRA ÜM SUJEITO DEIXOU EM TESTAMENTO AO FILHO UMA CORDA PARA. SE ENFORCAR. O FILHO .QUANDO |A FAZE-LO RâRTlU-SE A VIGA E CHOVERAM MOEDAS DE OURO

UM PERNETA TENDO COMR&ADO UM PAR DE SAPATOS, A MUITO CUSTO ENCONTROU OUTRO PERNETA QUE FICASSE COM UM DELES ^ NO DIA SEGUINTE.A MULRER. DO OUTRO VEIO DEVOLVER b SAPATO DI2F1XDO QUE O MAG»l PO ACABARA DE PERT>ER A OUTRA PE EMA

Ufl MENDNSd AO MORRER .DEIXOU A UM AMIGO Uff VIOLINO .O AMIGO .QUERENDO VENDE-LO .RECORREU SEM SABER AO DONO.AO QUAL FORA "ROUEADOERA UM PREOOSO" STRADIVARlUS

/ EM QUITO .UM SUJEITO.nETIDO A FAKHZ FE2-SE RAM ESQUECE 15 DURANTE D'AS_ ENTEEBAE. NUMA MALA DE DESENTERRA-LO A TEMPO ESÓ UM MÊS DEPOIS SE. LEMBRARAM DE FA2E-LO-ENCONTRARAM-NO COMENDO ELE 5AIÀ POR UM SUOTERCANEO NO FUNDO DA MALA.

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(A meu Filho) Nunca supus, pús, meu Filho, oo meu amor por ti me elevasse I t; fosse tão grande e puro e tanto — foi preciso so a partida, a tua, — a que sofri, !... revi para que o coração de Pai m'o revelasse

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mim, na ilusão de que, aqui, Tinha-te ao pé de mim, d: ausência o desenlace em nosso lar, jamais, da separar-nos pudesse ! e, assim, foi que eu vivi... .. .sem cuidar que, à razão, tão cedo, eu despertasse !...

Dezoito anos viveste em nossa companhia só nos dando afeições, carinho, alegria, — sendo mais do que Filho: — o nosso coração !

Hoje que partes, vida em fora, eu só te digo: nunca deixes de ser, meu Filho, um nosso Amigo nosso lar te pertence, — é tua esta mansão !

ALIPIO A. GONÇALVES

INVEJAde Nilxa

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Para o álbum

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°s Os sinos or do regato ao «nrte invejo t0 eu cQm Como su^ triste. e Que enfeita da paisag O bucolismo os Quando releio «««« ^^sSÇ E indiferente ajagua^^e senti, contraste.

Iinto de novo por ^ Engrandecida ^ ^

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"A ULTIflA

ANTONIO

RAMALHO

emocionaram, demais... estas serio as ultimas lágrimas que serão derramadas por meus olhos, por aquela mulher que outrora fôra minha por instantes. Jamais outras hão de oorrer em minha face, .quero viver feliz com teu amor querida, até que o Senhor nos mande um dia a morte. (um largo silencio sucede o estado de cousas) A

CENÁRIO: Um parque muito grande e lindo. Ao centro havia um refugio formado por trepadeiras em flôr, e dentro um banco rústico. Em frente um lago onde, alguns eis nes se banham. Paulo sentado no banco apreciara-os, absorvida em pensamentos da mulher que outrora amara.

Alguns momento» e resolve regressar i casa.

A tarde, morria. O céo iluminado pelos reverberos de verão, oferece quasi uma segunda aurora.

Precisamente 18 horas.

Um rádio distante transmite a "Ave Maria". Após o locutor anuncia um outro programa. Uma musica eu tio fez*e ouvir.

pirando Paulo olha o firmamento e prossegue). Um dia nio o sei bem ao certo, mas parece-me que foi a 27 de Fevereiro, em minha casa à noite vim conhecer pessoal mente uma criatura encantadora. Ao primeiro olhar, tive a impressão de ser uma'dádiva do céo que descera para mim...

Seu olhar sereno, seus cabelos de um negror suave, sua têz morena, tudo enfim, aquilo que meus olhos «dmiraram se firmaram em meu inconsciente para viver comigo eternamente.

Ela sentada n'uma cadeira de vime na varanda da casa, era olhada e admirada a todo instante por mim.

Sorria de quando em vez.

Depois do jantar fui conversar com ela. Ornava seu peito, dando encanto de um soberbo jardim, algumas fldres artificiais. Creia Margarida, não pude apenas ver as mimosas flores sobre seu peito. Fui mais além. Pedi lhe uma e obtive. Notei que ela sentira algo por mim, e então perguntei lhe: Si eu pedir mais outra cousa você me dá ? Dou— respondeu, prolongadamente.

(Paulo acende um cigarro, volteia, olha a fumaça que sae das seus lábios e continua).

Olhei o céo, e vi que caia uma chuva fina. Aquela chuva descia dos altos como orvalho mandado pelo Senhor afim de regar no jardim de nossos corações aquela dileta flôr que nascis no momento de prece — o nosso amor.

Kecolhemo nos. Um violino, trouxe me uma melo dia suscitante; seu son tristonho parecia impulsionar-me a um sonho que dormia — uma iludto. — Ah ! Marga rida, eu.- (Paulo demonstra inquietação).

MARGARIDA — Sei, querido, compreendo tudo, recordando também os nossos momentes, lembras tc ® PAULO — Sim. lembro me perfeitamente, como o amor nos traz saudades e dor ! E o único jnartirio sublime que sentimos por mero capricho.

Vat_ Vae dizer que sem ela, não posso viver Vae...

Vae dizer que sem ela, prefiro morrer Nio a deixes fugir Se me queres valer Vae dizer que sem ela não posso viver.

PERSONAGENS: Paulo, Margarida que muito ama Paulo, e um ente que extrcmosamente Paulo amara e nio consegue esquecer, apesar de ser grande o afeto que Margarida dedica lhe.

Paulo mergulhado na sua imensa solidão caminha... 4) acaso oferece lhe um encontro com Margarida.

PAULO — (extendendo a mio i Margarida) -- Bfta tarde Margarida.

MARGARIDA — (no mesmo gesto) Bôa tarde.

Paulo; pareces diferente, que tens ?

PAULO — Nada... Nada... Margarida.

MARCAR IDA — Nada ? crt. estou notando algo em ti.

PAULO — (rindo ironicamente) Cousas da vida.

Margarida, nio podemos estar sempre alegres, e... quem (Paulo continua sua narraçio): ama c nio sofre í» MARGARIDA — (concordando) Ê...

Aquela noite havia descido para mim, como um diaPAULO — (que quer ocultar uma surpreza e não dema a mais doado pelo destino. Amei sem poder- Não dizer lhe uma verdade que meu silencio ocultava. pôde, pensa por instantes) ! ? pude MARGARIDA — (que tudo observa) Bem o disse Era um intermeso entre eu e ela, demais parecia sentir seu protesto s todo instante. Era um momento Paulo, ha em ti uma dor. que di PAULO — (em melancolia) Sim. Margarida, uma vtdla ae entre o belo e o detestável". saudade que, como vés, nio a posso frustar nem fingir.

MARGARIDA — (interessada) Contar me-às algu MARGARIDA — Bem, Paulo, e a musica de que ma cousa a respeito se cu solicitar-te ? falaste a principio ?

— Oh ! a musica !... Ela cantá-la PAULO — (gesticulando) Nio a posso revelar-te, para PAULO mim, e quando a ouço paro para prometeu ouvi-la. Sinto-me querida, nem mesmo— talvez saberei bem. mas... recordar bem aqueles segundos furtados Oonta me, querido, demais pro- feliz de podere chamá-lo MARGARIDA ei de M0 derradeiro". meto-te segredo e nâo me zangarei por isso, mesmo por * do proibido, — MARGARIDA (demonstrando ciúmes) dimais forie que seja sua influencia entre nosso amor. zer que nio pretendes esquecC-la jamais ? eu...Quer PAULO — Bem Margarida ji que insiste», e me prometeste nio te a fugirei, começarei.

(Margarida em soluços atira se aos braços de Paulo) (nesse momento uma musica rrbôa pelo espaço e vae até aquelf decanto furtivo, onde se acham Paulo e PAULO —. Margarida ! Margarida ! choMargarida), ras ? nio te abandonarei, querida (e com aporque voz enibar me nio gada) o sofrer me perdoa domina, a fiposso...

Vae— gura dessa mulher ficou em mim para... (pausa) contuVae dizer que aem ela nio posso viver do amo-te, meu amor.

Vae-.

MARGARIDA — (ainda com a voi tomada pelo Vae dizer que sem ela prefiro morrer.. choro) Eu amo te muitíssimo e...

PAULO (Tomando maki uma vez Margarida em PAULO — (surpreso) — Margarida, ouves c^sa wus braços) Obrigado, querida. musica ?

MARGARIDA — Sim, ouço-i, porque ?

PAULO — Ah ! como a ouço feliz. Margaikb (Paulo afasto-se, retira seu lenço do bolso do paletó e leva-o aos olhos para cunter uma Ia quantas cousas aviva se em meu coraçio ! Recordações... recordações... ela participa ativamente desse meu esta grima que nio tardará cair. Logo após para despistar seu ato, procura acender um cigarro; do dalma.

— mas Margarida observava-o), mas sinceramente, MARGARIDA Sim, crcioo conta-me o que me prometeste.

MARGARIDA — Paulo ! Paulo ! que tens ?

PAULO — Oh ! um. ia me esquecendo. Foi issim: PAULO — Nada... Nada...

"Era enamorado de uma jovem formosa, morado MARGARIDA — Pareces chorar^.

PAULO — Oh I... Nio... ra um tanto longe de mim. Pawava meus dias apenas absorvido no afan que «ates me ofereciam e somente a MARGARIDA — Mas... vi... visitava aos domingos. Assim me corria o verdor da vida.

PAULO — Bem... Margarida. O homem também Mas... como sabes Margarida, o destino i cruel, e— (rea chora nos seus momento* aziagoa, e tuas ligrimas me

VOLTA PAULO — (olhando o relogio, interrompe o silen cio) Margarida, é demasiado tarde para continuarmos aqui.

MARGARIDA — Voltemos, pois, querido.

PAULO — (fitando Margarida, recolhe suas mãos) Beija-lhe apaixonadamente, e replica: querida, esqueceremos o que houve, não ?

MARGARIDA — (ainda pensando no prazer do beijo) Sim... esqueceremos... (caminham os dois de braços pelo solitário par que. Saem a rua. Alguns metros andados, Paulo é despertado pelos acordes de um violino que executa "A valsa do meu amor**.)

— Ouves, querida, esta valsa triste ? É a "ValsaPAULO do meu amor".

MARGARIDA — Sim, a valsa do nosso amor. Fazme pensar no teu primeiro beijo, na tua primeira jura de amor. É uma vida que nos éhega do além.

PAULO — (Suspirando) É... quizera dizer te agora, o quanto de feliz me sinto, Margarida. Tenho nos meus braço? a mulher que idolatro. tf'a companheira de dor.

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"Pará Sua Majestade o Rei Leão XV: "A grande maioria dos animais herbívoros, abaixo assinados, tem a honra de vir à presença de Vossa Majestade, com o intuito de formular um pedido, considerado de inteira justiça, e, por isso mesmo, inadiável.

Há alguns anos, já que muitos animais adquiriram o hábito de comer a carne de outros animais, passando a ser conhecidos pelo nome de carnívoros. Ora, como a vida de todos deve ser sagrada e respeitada ..."

OM estas palavras se iniciava a petição apresentada pelo Elefante, líder dos animais de bom coração, ao Rei Leão XV. Mas a petição não foi levada em conta e daí se originou a formidável, sensacional e empolgante campanha que ficou conhecida como "A GUERRA DOS ANIMAIS" descrita e cuidadosamente ilustrada — e com lindas pá— F. Acquarone. a cores por ginas"A GUERRA DOS ANIMAIS" é um belo volume que faz parte da Biblioteca Infantil d'0 TICO-TICO, e vem de ser posto à venda em todas as Livrarias do Brasil, pelo preço de Cr$ 12,00, em sólida encadernação com uma capa sugestiva e farta quantidade de desenhos interessantíssimos.

"O MALHO" — Rua Sen. Dantas, 15 PEDIDOS PELO REEMBOLSO À S. A. 5.° andar RIO DE JANEIRO 44 X I I — 1 9 4 3 MALHO

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e seu grande êxito em Buenos Aires

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teatro brasileiro vem de conquistar brilhante consagração, com o êxito alcançado O em Buenos Aires pelo teatrolcgo e escritor Christovam de Camargo, que teve ali encenada e interpretada por um grupo de artistas de primeira grandeza, sua notável peça "Une femme singulière", cabendo o principal papel — Letlcia — à consagrada comediante Rachel Berendt.

A comedia do festejado autor patricio, que é também nome dos mais aplaudidos nas piatéias sul-americanas, logrou os mais encomiasticos elogios da critica portenha, que pela terceira vez realça e aplaude o talento e os recursos de Christovam de Camargo. A representação teve lugar no grande Teatro Maipo, onde a "Companhia Francesa de Comédias", dirigida pela "vedette" Rachel Berendt realizou uma série de espetáculos dos melhores e mais discutidos autores modernos.

Nesta página reproduzimos três cenas caracteristlcas de "Une íemme singulière", em que aparecem Rachel Berendt e outros elementos de sua Companhia.

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Cena enire as atrizes Rachel Berendt e Renée Barel. m-s

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As atrizes A. Titinsy, H. Crilla e Rachel Berendt.

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WO RESTAURANTE DA A. B. I. — Almoço de confratem isaçáo do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Imprensa, no restauranie da Casa do Jornalista.

XII — 1943

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ARTE

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Nascimento Vargas

Nobre tronco ancestral de uma preclara Progenie, que seguiu, entre áureos brilhos, O grande chefe que formosos trilhos Pelo exemplo sublime preparara.

Venerando varão de espécie rara Dos heróis que transmitem a seus filhos, Vencendo os mais horríveis empecilhos, Um nome que no amor edificára.

Lealdade, honradez, valor, bravura, — Eis as carateristicas marcantes Da sua longa vida, austera e pura.

Da sua vida — irmã gêmea daquelas Que permanecem, como os fies, radiantes, Por muito augustas e por muito belas.

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ANIVERSÁRIO

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DECLAMAÇAO

A Associação Brasileira de Imprensa, ao lado das sessões cinematográficas, de canto e de música proporcionadas aos seus associados, inaugurou uma série de "soirées" de arte elegante. A primeira foi entregue à laureada artista francesa Sra. Henriette Risner Morlheau, que escolheu para número principal de seu programa uma das cenas mais vivas de "Phedre", obra prima do teatro clássico francês, que se adata perfeitamente ao seu temperamento de artistas do palco e de declamadora.

LEONCIO CORREIA

Senhorinha Aurora Antas, gentil ornamento da nossa sociedade, cujo aniversário natalicio transcorrerá a 10 do corrente. A aniversariante, que é noiva do nosso companheiro Waldyr Pinheiro, é filha do snr. Antônio Marques Antas do comércio desta Capital e sua esposa D. Adelaide de Oliveira Antas

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EM QUITANDINHA, 0 GENERAL MENDONÇA LIMA

Em companhia de sua exma. sra. esteve em Qultandlnba, visitando as obras monumentais, do grande hotel que se está construído nos arredores de Petropolis, o general Mendonça Lima, titular da pasta de Viação. O ilustre visitante, após percorrer todas as dependências do hotel, manifestou o seu entusiasmo e admiração pela obra portentosa ali empreendida e que é a única existência em toda a América Latina. Este é um flagrante da visita do sr. Ministro da Viação e exma. Senhora à Quitandinha.

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^II Flagrante do Chefe do Govêmo quando acompanhava o desenrolar do "Grande Prêmio Getulio Vargas"

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Jockey Club Brasileiro homenageou o Chefe do Governo, institulndo e fazendo correr o "Grande Prêmio Getulio Vargas", O prova turfistica que despertou o maior interesse. O Presidente Getulio Vargas compareceu pessoalmente à disputa do grande prélio, tendo sido alvo de todas as atenções por parte do Ministro Salgado Filho, presidente do "derby" nacional e de seus companheiros de Diretoria. São flagrantes colhidos durante a presença de S. Excla. no Jockey, as fotos que reproduzimos.

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Ministério da Educaçao, Na Escola Nacional de Música teve lugar o 23.° Concerto Oficial de 1943, promovido pelo do Colégio Adventista Bratendo-se feito ouvir em escolhido programa o Orfeão Paulistano, constituído de alunos »endo como organista Antonio A. «lloirn dr Santo Amaro — S. Paulo — sob a regência do prof. Walter Wheeler e orfeônico bandeirante, conjunto do homogeneo é que conquistou fartos e justos da Silvi \ fotografia que publicamos aplausos.

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catas, chicote, trazendo às costas a rede dentro dum saco de couro e os utensílios para preparar as suas refeições. Em seus trajes característicos e em sua vida nômade, assemelha-se a um cangaceiro desarmado. Anda mais de um mês a pé em cada viagem conduzindo de longe as boiadas para as feiras de gado, enfrentando a terrível soalheira que asfixia e que queima a terra transformando aquela região num inferno de brasas.

E chega coberto da poeira das estradas, estropeado, sujo, faminto, barba e cabelos crescidos parecendo mais um bicho do que homem. Dorme no mato ou nos currais das fazendas onde arma a sua rede enquanto o gado fica pastando. Mal surge, porém, a madrugada, ei-lo novamente a caminho, cruzando estradas, atravessando rios, matas, serras e montanhas, viajando muitas vezes, à noite para alcançar um pouso melhor onde os . animais encontram água para saciar a sede de uma viagem de alguns dias sem descanço.

Quando um dos bois está estropeado pelos espinhos, o tangerino calça-lhe umas alpercatas especiais, aliviando, assim, o soírimcnto do pobre animal que agora já pode suportar a longa caminhada. E se sucede uma r«ez se extraviar do bando, o tangerim não se inquieta. Ele conhece todos os recantos do sertão e as manhas que esses bichos teem. Sabe onde ela se esconde ou onde ela se acha perdida. E vai certo em seu encalço. Quando o boi é bravio o tangerino coloca-lhe uma mascara de couro ou, então, amarra-lhe um pau no pescoço, deixando uma das extremidades tocar no chão, dificultando, deste modo, o movimento do animal que é obrigado a andar de vagar. Para tudo o tangerino encon-

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n&o íc escreveu a história dos nossos tangermos. tas e cantadores já enalteceram a personalidade e a bra AIXDA vura dos vaqueiros. Ruy e Euclides da Cunha descreveram em páginas imórtail o "ajitoiro" das boiadas. Mas o tangerino continua ainda desconhecido, apesar de ter tido um passado ljrilhante em nossa história e uma vida tão cheia de heroísmo c sacrifícios.

Quem conhece o sertão nordestino e as feiras de «adú náo pode deixar de admirar a figura do tangerino, que difere muito do vaqueiro. P.ste é imponente e admirável em sua indumentária toda de couro, Impressionando ainda mais quando esporêa o logoso corcel que levanta as patas para o ar tomo se quizesse dar um salto mortal, que salta, que rodopia, que corre ressaltando a segurança do montador. O vaqueiro é intrépido, bravo, audacioso, ágil, e forte. Sabe montar com destrata e vive em correrias desenfreiadas atrás dos bois, penetrando as vezes no mato fechado por onde muito mal passou o garrote bravio. No curral ou no campo laça o touro de longe e nas vaquejadas em louca dispa rada derruba o novilho peja cauda num galope audacioso e rápido. conquistando os aplausos de toda a assistência. Daí as lendas, as histórias e as cantorias do sertão sobre a coragem e as façanhas dos vaqueiros. Até as vaquejadas são descritas com um lo bem forte de entusiasmo e intrepidez, onde se procura a cada momento e a cada lance ressaltar o valor dos nossos va queiros. B é, realmente, um espetáculo digno de admiração e louvor, que arrebata os mais vibrantes aplausos dos espectadores.

O tangerino não anda vestido de couro nem sabe montar.

Traja sempre roupa comum, chapéu de palha de carnaúba, alper

OTÁVIO

PINTO

tra um geito, contanto que a boiada chegue sem novidade ao seu ponto de destino, f.le s;»>c também o mato que o gado não deve comer e aquele que serve de remédio. E com aquela sua cantilena característica,

aqueles gritos prolongados e monótonos que re boate pelas quebradas das serras, o tangerino vem trazendo de muito longe as boiadas para as nossas feiras, ganhando por esse serviço tão árduo uma insignificante diária. Quando as feiras ter-

minam, ei Io de volta para as fazendas do Ceará, Piauí e da Baia em busca de novas boiadas, percorrendo a pé centenas e centenas de léguas, numa faina para êle tão simples e comum, mas que encerra um mundo de sacrifícios e heroísmo.

No Brasil já se ergueram estatuas em homenagem ao cavalo, ao boi e ao cão. Ninguém se lembrou ainda de perpetuar no bronze a figura admirável do tangerino. A êle não devemos apenas o desenvolvimento de nossa pecuária e o abastecimento de carne verde à população. Foi o tangerino, no tempo do Brasil colônia, o desbravador dos nossos sertões, para onde depois chegaria o progresso da agricultura, da indústria e do comércio. As atuais estradas de rodagem, ligando povoações e vilas, cidades c dos, foram estradas abertas por eles nas florestas e serras para a passagem do gado. E dos antigos currais e fazendas nasceram cidades e foi pelos caminhos abertos pelos tangermos, pelos roteiros das boiadas, por onde penetrou primeiro a nossa civilização.

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EXPOSIÇÃO

OLGA-MARy notícia agradavel para os apreciadores da verdadeira pintura. Olga-Mary, a grande UMA pintura premiada nos salões de Belas Artes do Rio, São Paulo, Buenos Aires e Paris, onde são encontradas magníficas télas de sua autoria, inaugurará na segunda quinzena deste mês, no salão nobre do Palace Hotel, mais uma de suas apreciadas exposições.

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Cordão

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^ Dia de Santa Luzia — Paraty

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Entre os vários trabalhos que postos, este ano, destacamos as duas aqui reproduzimos, sendo que "Dia Luzia — Paraty", esteve exposta no Belas Artes, deste ano.

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PREPARAÇÃO

PROFISSIONAL

é do conhecimento público, a AdminisCONFORME tração do Hotel Quitandinha, S. A., fundou nesta Capital um Curso de Aperfeiçoamento Técnico para preparar os candidatos a empregos nos vários departamentos do mais belo e deslumbrante hotel da América Latina, localizado num dos bairros da arietocratica Petrópolis.

O Curso é ministrado grado assunto além tuitamente, técnico profissional, compreende o ensino da língua inglesa, num sistema moderno e simples, habilitando assim o aluno a aprendê-la em curto espaço de tempo.

Os professores são pessoas de reconhecida capacidade e o ambiente das aulas é de franca camaradagem, sem prejuízo da disciplina, em agradavel e distinto local, salas arejadas e cia-

ESPECIALIZADA

ESTÁ

EM

FRANCO

ras, provido de todo o material indispensável.

As aulas são matutinas, vespertinas e noturnas, duas vezes por semana para cada especialidade, em períodos de 45 minutos. Estão atualmente abertas as inscrições e em pleno funcionamento as aulas de MAITRES — 49 —

DESENVOLVIMENTO

NO

serão extélas que de Santa Salão de

BRASIL

— — GARÇONS D'HOTEL COMMIS — PORTEIROS — — e VALETES RECEPÇÃO MENSAGEIROS — ARRUMADEIRAS — ROUPEIRAS-COSTUREIRAS — TELEFONISTAS — COPEIROS — GAMBUZA, e em formação novos cursos para outras especialidades.

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Exposição EDITH BLIN *

DITH BLIN, cujo nome se tem feito notado nos nossos meios artísticos, realizou no salão nobre do Palace Hotel, sob o patrocínio da Associação dos Artistas Brasileiros, a sua primeira exposição. A mostra de arte, que despertou o mais vivo Interesse, atraiu crescido número de visitantes, tendo as suas telas, todas reveladoras de indiscutível personalidade, recebido muitos elogios. A fotografia mostra Edith Blln, que íoi discípula de Wamback, ao lado de alguns dos quadros que expôs.

O 10.° ANIVERSÁRIO DA INTERNACIONAL DE CAP1TALISAÇAO. — Por ocasião das comemorações do 10.° aniversário cia Companhia Internacional de Capitalização, o Dr. João Daudt de Oliveirat seu Presidente, pronunciou magnise vêem a Sra Justo Mendes dc fica cração, cm solenidade de que o flagrante acima reproduz um aspecto. Ao seu lado Morais e o Dr. Rcdrlgo Otávio Filho, vice-presidente da "Intercap".

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Suplemento Cinematográfico d' O MALHO

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QUEM

FOI

CAPELLARO

a morte de Nele, Capellaro fazia dois papeis — o de LoVittorio CapellaCOM redano e o de um frade. r o, desaparece Com o advento do eium dos verdadeiros nema sonoro, longe de pioneiros do cinema desanimar com as dinacional. ficuldades da nova-arTendo visitado o te da tela, realizou, a Brasil pela primeira sua verdadeira supervez, como galã da granprodução — "O Caçador de diamantes" — de Eleanora Duse, em HL. ^ to» mmmW £' de imponente monta1907, e depois, nas gem, revivendo a epoCompanhias de Tina péia das Bandeiras, no Vittorio Capellaro numa fotografia dos velhos di Lorenzo e do famoso século XVII, celulóide tempos Amda filmes que foi recebido com galã dos entusiasmo Depois, crítica, fez um filme repela brosio e Pasquali, Alberto Capozzi, apaixonou-se "Fazendo fita" - uma sátira ao nosso — vista eipela arte cinematográfica que, então, começava a nema e o filme de metragem em primeiro residênfixou e grande tornar-se a coqueluche do público cia em nosso país, trabalhando pelo desenvolvi- que Celso Guimarães apareceu. Ultimamente, demento do cinema brasileiro. Depois de ter apare- pois de ter construído um aparelho de gravação orgulhos, dedicido em vários filmes nacionais, foi o protagonista próprio, que constituía um de seus "shorts" "O "Inocência no Rio, cava-se, à de e jornais, Cruzeiro do Sul" gravação de (de Taunay), "O Mulato", de Artur Azevedo) e da nos quais era também um locutor de dição perfeide (adaptação "O Guarani", com Georgina ta. Entretanto, Vittorio Capellaro não abandonaprimeira versão de Marchiani, no papel de Ceei. Chamado a defender ra o cinema brasileiro do qual êle fora um dos sua pátria, na primeira guerra mundial, voltou ao maiores realizadores — ia fazer um novo celulóide Brasil em 1918, nunca mais deixando o Brasil, que de enredo, de exaltação ao Brasil, quando a morte êle amava como sua segunda pátria. E voltou a o colheu. Homem modesto, apezar do muito que fifazer filmes. Fez a primeira edição de "Ira- zera pelo nosso cinema, raramente teve o seu retracema", com Iracema de Alencar (que teve o to e biografia publicados nos jornais. Fazia seus filseu concurso artístico escolhido especialmente mes silenciosamente, sem publicidade e os detalhes dos mesmos, geralmente, só se tornavam conhecipara esse filme), interpretando o papel de Anto"O Garimpeiro", de Bernardo Guimarães, dos quando o filme era estreiado. nio; O desaparecimento de Capellaro representa, apresentado com o sincronismo de Paulo Benedetti, no papel-título, ao lado de Lúcia Tiburcia; portanto, uma grande perda para o cinema nacioe o segundo "O Guarani", com Tácito de Souza e nal. Ele foi um produtor, diretor e artista, que terá o seu nome destacado na história da filmagem braArmanda Maucery, filme este financiado pela Pasileira, quando alguém a escrever. ramount, que alcançou um grande sucesso. x i i — 1 9 4 3

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O QUE E' "FONOBAND", UM NOVO SYSTEMA DE GRAVAÇÃO SONORA INVENTADA NA ARGENTINA. ACABA DE APARECER, na Arg^entina, um aparelho de grande valor para a indústria cinematográfica, segundo informa o "Heraldo dei Cinematografista", de Buenoa Aires, que sobre o assunto publicou um artigo do cinematografista Lorenzo Hahn, que transcrevemos, data venia, por julgarmos de interesse para os nossos produtores.

Eis o artigo : "Fonoband" é um invento argentino, do engenheiro Secundino Rey, proprietário do conhecido instituto de rádio do mesmo nome, na capital federal.

"A Fonoband Sociedad Anônima foi fundada com o principal objetivo da exploração deste invento no mundo inteiro.

A Companhia iniciou suas atividades sob a presidência do Sr. Manuel Masllorens, A inconhecido industrial argentino. venção é baseada na idéia de que sobre um simples papel cortado em fitas semelhantes a serpentinas, se pode "imprimir" com um sistema surpreendentemente simples, porém, náo menos eficaz, toda a sorte de sons, com a possibilidade imediata, ou melhor — reprodução quase simultânea. Sobre um disco de aço, provido de um tinteiro especial, uma agulha unida a um dispositivo apropriado, grava em uma fina película de tinta que se fôrma sobre sua superfície, os traços O desenho dos característicos dos sons. "clichê instantásons imprime-se deste

neo" sobre uma fita de papel que desliza junto ao disco. Uma vez terminada a operação, outra agulha limpa o mencionado disco, sendo possível repetir o processo de gravação descrito, indefinidamente. Um aparelho, que em sua fórma exterior, assemelha-se a um "tocadiscos", porém, com dois pratos em vez de um, e que pôde ser provido de seu próprio amplificador, podendo trabalhar através de qualquer rádio que tenha conexão para "pick - up", serve para a reEstes produção dos rolos impressos. aparelhos apareceram no mercado, em fôrma de combinações com rádio e gramofone e, também, de aparelhos pequenos aplicáveis a qualquer rádio e portateis, providos de um bom receptor. As vantagens do sistema surgem da descri"Fonoband" póçáo. Resumindo, com de-se gravar, ou melhor — imprimir, os sons de uma fôrma rápida e segura, em papel simples, sem preparação alguma.

A reprodução é instantânea e a duração das impressões é praticamente Ilimitada, já que as fitas de papel formam rolos cu_la capacidade é enorme. A reproduçáo de um ato de ópera ou de uma conferência, é possível com "Fonoband", sem interrupção alguma. Como se vê, o "Fonoband" representa um sistema cuja aplicação se impõe por si só, para o cinema, uma vez que o problema da gravação ou impressão de sons é constante preocupação, sempre sujeito a pos-

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ANN SHERIDAN nasceu • m Dallas, Texas. Chegou a Hollywood premiada num "beauty contest" e fez o seu debute no cinema no filme da Paratnount, "A conquista Chamava-se, beleza". da então, CLARA LoU SHERIDAN. Mais tarde, lançada pela Warner como a oomph - glrl atingiu o estrelato.

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Como vêem os leitores, trata-se de uma Invenção que interessa aos produtores cinematográficos.

RELÂMPAGO

BIOGRAFIAS

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síveis melhoras e modificações. A qualidade dos sons impressos por "Fonoband" permitirá substituir o sistema usual da gravação de sons em películas, sobretudo, em certas ocasiões e situações. A facilidade com que se consegue a impressão e reprodução de sons que interessam, converterá, sem dúvida, o "Fonoband" num aparelho indispensável em todos os estúdios, valioso auxiliar do diretor de filmes e especialmente do diretor de som. Não haverá necessidade de gastar centenas e milhares de metros "tomadas de prode filme virgem para "Fonoband" fará isso com desva". O menor e reduzida infinitamente peza perda de tempo. Está sendo desenvolvido um dispositivo especial para cinema, com o qual a qualidade da impressão conseguida é igual a do melhor sistema de cinema sonoro, cem nenhum ruído de fundo, nem distorsão. Tanto assim que acreditamos que os sons obtidos por este sistema, poderão ser posteriormente gravados em filmes, sem gasto algum e sem que seja necessária a repetição da tomada de sons, com os artistas. Uma Infinldade de outras aplicações no ramo einematográflco será possível, sem dúvida, porém, sua exata localização fica reser"Fonoband Sovada para o futuro. A ciedad Anônima" tem seus escritórios e estúdios de impressão na Calle Córdoba 653, onde os interessados poderáo, com prévio aviso, conhecer o mencionado sistema, para fins de informação, pois os aparelhos ainda não se encontram à venda."

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BORIS KARLOFF ( CHARles Edward Pratt ) nasceu (m Enfield, Londres, no dia 23 - XI - 87 e foi para o Canada em 1909. Começou no teatro, passando para o cinema em 1920. Entretanto, até 1931, quando apareceu no 1.'

Frankensteln, apesar de tomar parte em inúmeros ftímes foi uma figura apagada, fazendo pequenos papéis.

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jSI^BL^I VICTOR JORY nasceu em Datcson, City Alaska, no dia 23 de Novembro de 1902. Foi boxeur profissional e ator de teatro. Fez sua estréia e>n Hollywood, no filme do "Feira saudoso Will Rogcrs, 0~Rei da dê-Amostras"!

Noite em "Sonho de uma noite de verão", é um dos melhorss papéis de sua carreira.

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HEDY LAMARR ( H K D Y Kn^sLER ) è vieiiense e trabalhou com Ma.* Rcinliurdt, o grande tcatrólogo recentemente falecido. Aos dezessete anos estreiou no cin< ma austríaco t ganhou fama no famoso celulóide tcheco de Machaty, "Êxtase". Em Hollywood fez o seu debute ao lado de Charles Boyer, em "Argélia".

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OS MESES de Novembro e Dezembro de 1913, foram meses cheios para os "fans" da época. A quinze de Novembro, mudava-se o Cinema Pathé para as suas novas instalações no lado par da Avenida, onde se conservou até poucos anos, quando o prédio foi entregue para ser demolido, dando lugar a um futuro arranha-céu. O novo Pathé era o primeiro cinema carioca instalado em prédio construído especialmente para cinema.

Sua inauguração foi feita com o famoso filme histórico de Guazzoni para a Cines, "Marco Antônio e Cleópatra", com Amleto Novelli e Terribill Gonzales nos protagonistas e Renan ( Otávla ) e Lupi ( Otaviano ) . Depois, o novo Pathé apresentou "Max Linder conquistador" ; dois filmes de Suzanne Grandais ?— "Poderio da saudade" e "A dama do número IS" ; "Madame Satan", da Eclalr, "Sacrifício socom Yvette Andreyor ; brehumano", da Pathé, com Jean Dax e Mme Massart ; e "Casamento de anun", Pathécolor, com a Napierkowska. E o velho Pathé exibiu "O rei do ar", colorido da Pathé ( Série Excelslor ), com Alexandre, Robinne, Signoret e Mme Gumback ( filme em que havia uma 11ção de anatomia do Dr. Carrell ), exibido simultaneamente com o Odeon — e — "O segredo do finado", da Gaumont, adaptado do romance de Pierre Salles, "Viviana e Marquesa dc Trevense", exlbido simultaneamente com o Avenida.

No Odeon — para cujas telas passou, de"Marco Antônio e Cleópatra" — pois, estréiou o primeiro filme de Lyda Borelli na Glória, "Mas ... o meu amor nao morre", com Mario Bonnard, que despertou grande Interesse, pois a protagonista já havia trabalhado no palco do Teatro S. Pedro. Apesar do novo Pathé, Ser-

rador continuava mantendo o Odeon como a "menina dos olhos" da C. C. B. Foram estes os demais programas do "Trinta anos — apreciado cinema : — ou — A vida de um jogador", da Pathé, adaptação do romance de Victor Ducan"A porta fechada", da Cige e Dinaux ; nes", com Bela Hesperla ; e "Uma fera humana", Pathécolor, com Jean Dax e Massart.

No Avenida passaram : — a "Jana d'Are", da Pathé - Frères ; "O castelo do diabo", lenda, da Ambrosio ; "O barco de núpeias", da Cines, com Pina Menichelli ; "A filha do toureiro", da Ambrosio, com Rodolfi e Gigetta ; "A honra é superior à riqueza", da D. K. G., com Suzanne Grandais ; e o conhecido filme histórico da Gaumant, "Conspiração gorada". No Parisiense, a Nordisk apresentou : — "A filha do f ar oleiro" ( o filme mais extenso da mesma fábrica — 8 partes — três mil metros ), exibido a preços especiais e que alcançou grande sucesso, sendo recordado até hoje po: muita gente que o assistiu ; três filmes de Betty Nansen — "S. A., a Princesa Helena", "Mãe, sacrificio inútil" e "A felicidade mata" ( no último, com Paul Reumer, o autor, ensaiador e intérprete de "O chanceler negro" ) ; "A dama branca", com Rita Sachetto ; "A sufragista", com Asta Nlelsen, por seu marido Urban Gad ; e dois filmes com o querido Wuppschlander — "A esfinge" e "Tudo se revela". Exibiu ainda, o Parisiense, "Pátria e estrangeiro", filme germânico, com Johanne Terwin, Emmanuel e Ernst Reicher, Fred KUhne e Fritz Lorentz ; "A embaixatriz", da Film d'Art, com Nelly Cormon ; e "O filho de Laedições do gardère", uma das primeiras romance de Paul Féval, "Lagardère ou O corcunda de Paris" e sua continuação, "O filho de Lagardère", com Berte Bovy, Goldstein, Mr. Ravet, Mr. Maxine Lery, Mr. Goudeau, Mr. George Wagnes, Mr. Mas, o grande Belllcres e Jacqulnet. lançamento de J. R Staffa em Dezem-

O segundo Cinema Pathé, que, mais tarde tornou se o Pathélinho, depois da abertura du atual Pathé, da Praça Floriano.

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MARIA LUIZA que, há trinta Otto», 'iirige a orquestra da sala de espera do Avenida. Depois foi para o Odeon. bro, foi o de "Os três mosqueteiros", que, pela primeira vez eram mostrados no cinema, na integra, em notável edição da Film d'Art, que durava na tela duas horas e meia, sendo apresentado' no Teatro Lírico, por sua grande lotação capaz de compensar o alto custo do filme, custando a cadeira três cruzeiros.

Os papéis de D'Artagnan, Porthos, Athos, Aramls, Richelieu, Louls XIII, Anna d'Austria, Milady, Constance, Bonnancleux, Buckingham, Rochefort, Treville Planchet, eram interpretados, respectivamente, por Dehelly, Candé, Vibert, Stellio, Fillipe, Garnler, Marquet, Aimée de Raynal, Nelly Carmon, Mlle Gulzella, Hardoux, Pelrlère, Volnys, Vaslin e H. Legrand. E o íris, da rua da Carioca, exibiu, por sua vez, vários filmea de iucesso da Eclalr : — "Uma causa célebre" ( o romance de Gabriel e d'Ennery, com Yvonne Pascal, Mme Mea, Mr. Roussell e Duquesne ), "Casamo - nos" (com J. de Feraudy), "A dama de Monsoreaux ( de Dumas, com Marie Louise Derval e Dulac, M. Bosc, Perny, Guldé e Cargue ), "O ditador" ( com Cé"cile Guyon ), "A duqueza de Follies Bergere" ( de Jacques Feydeau, com Alice de Tender, R. Faideau, Mlle Renée Sylvalre, Mareei Simon e Guellle ), e o Ines"O sistema do quecível grand - gulgnol Dr. Goudron e do Professor Plume" ( Loucos revoltados ) ; "A glória", da Célio, com Francesca Bertlnl; e as au"A per - produções italianas da Savola, morte civil", de Glacometti, com Dlllo Lombardi e Adriana Castamagna e •Joan d'Arc", eíta com a seguinte diatribuição : — Joana ( Maria Jacoblnl ), Carlos XVII (Alberto Nepoti), Bispo de Cauchou ( Arthur Garzes ), Bertrand de Poulancy ( Mario Rancoronl), e Mouge Lolseleur ( Virgílio Fineachi).

Tinha três mil metros de extensão.

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I ANCY Coleman se destaca, entre as novas estrelas americanas. pela vivacidade que a caracteriza, encarnando à maravilha o tipo moderno ideal de mulher destes belicosos tempos, cheia de ânimo e decisão, nervosa e vivaz, sem contudo perder as características essenciais do seu sexo.

Por isso mesmo Nancy Coleman vem conquistando dia a dia maior numero de admiradores e... imitadoras, sabido como é que as estrelas de Hollywood continuam a ser o espelho e o modelo preferido de todos os tempos.

Nancy Coleman, nesta foto. dá bem uma idéia do que seja seu temperamento, mas revela igualmente uma nota de acentuado bom-gosto. pois se revela apreciadora do indispensável elemento "finesse" de que é, para a mulher moderna, uma linda piteira e um finíssimo cigarro...

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noturna... No passado, c-ra de máo •*•* expressão. a Porque fatc, • tinha, de gosto VIDA um sentido pecaminoso. Lembrava as noitadas nos ambientes suspeitos e a conduta insólita do.-i boêmios desbragados. Hoje, "vida noturna" tem uma significação diametralmente oposta.

Traduz o requinte. Refere-se as "scirées" vividas, em boa companhia, sem excessos, nos ambientes de elegância. Na "boíte" tncolo- do Cassino Atlântico, a vida noturna culmina, encanUi e t-eduz. Formam-se cs "cercles" do bom tem. A múslca é um convite ao sonho. Cíntilam os cristais. O "show" estilo variedades areja os espiritas. Ali se encontram as figuras exponenclais da alta seciedade quando a taça da noite se derrama sobre a curva da praia linda e as vagas batem sobre o rochedo onde está encravado o forte lendário.

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SENHORA SUPLEMENTO FEMININO Por SORCIÈRE

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que ao fim de Outubro, gozámos os últimos dias realPARECE mente de temperatura suave.

Tão agradáveis foram que a cidade mantinha o aspecto dos dias de frio na realidade, e na última segunda-feira do mês, na Colombo, o chá das cinco, reuniu uma multidão elegante vestida de lã e guarnecida de peles, com especialidade de raposas platinadas, brancas e caras a valer, contudo lindissimas.

Agora é que vamos principiando a inaugurar o guarda roupa estivai, a "tailleurs" de "shanprincipiar pelos tung", ora todos alvos como neve, moldura excelente ás mulheres que se curtem ao sol. Enfeitam-se de marinho ou de vermelho, ou são vermelhos, azuis, amarelos, alegres como o sol a banhar a nossa bonita cidade.

Vestido preto, elegantíssimo, este de Maureen O' liara. (Foto R. K. O.)

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Fay Emerson, da Warner, um galante vestido de l,taffetas" preto. O chapéu é do gênero indicado a cabeças louras.

Tem-se visto muita tonalidade forte enfeitando vestidos claros ("tailleurs"' incluídos), e as estamparias viçosas aí estão a seduzimos para vestidos de tarde ou um "short" elegante, desses que nos permitem, quando o corpo ajuda, a andar sem cinta nas horas de temperatura elevada.

Embora não se aponte excesso de novidade em matéria de trapos, sempre os detalhes oferecem algo de original, como, por exemplo, faixas de cetim com borlas de seda nas pontas, ou cintos de cordão de seda também guarnecidas de borlas.

Os vestidos simples são os que mais se indicam no momento, apesar de, em Nova York, os detalhes oferecerem certa faceta de alegria, da alegria que os costureiros também procuram incutir no espírito de quem conta efetivamente com a Vitória.

A' noite, para jantar, èle, modelistas da grande cidade da Norte América, insistem em lançar a saia curta, de comprimento um pouco menos de um palmo abaixo dos joelhos, e insistem em dizer que o mais elegante dos coloridos é o havana.

Também os figurinos apresentam" tailleurs" de "taffetas" como outra novidade na estação de lá, na de cá idem, idem.

Saia e blusa permanece em grande moda: saia clara, blusa escura, e vice-versa. E saiba a leitora que, mesmo quando faz calor deve pensar num bonito e leve traje negro. E' "chie".

E basta.

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Aí vêm as festas do fim do ano. Para elas apresentamos alguns vesti ios interessantes, a principiar por este de " taffelas" rosa, bordado à mão, apropriado à pessoa )ovem como Dorothy Day, uma linda aquisição da Warner Hros.

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Firrfi', violeta c branco são tons da estamparia" tio dinfundo marinho do ner dress" de Penny Singleton, artista da Colmnbia.

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Lm vestido " sophisticaicd" para uini " sophisticated lady", èste de Patrícia Morison. Edivard Stevenson, da K. K. Od -senhou-o à capricho, e foi talhado em cr¦'pc chartrense", bordado de inissangas t1c'¦ ouro, ornamento que se observa nos cal _, los também.

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Crépe amarelo e aplicações turquesa formam n traje rir Marta Linden, "war-worker wife" ila Metro Goldivyn cm " The Youngest Profession". O bélo vestido, como se rc, não foi nada racionado.

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" Maillot" branco, flores vermelhas, sapatos dc couro branco, guarnição vermelha, sola dc cortiça — eis o bonito " playsnit" dc Betty Grablc.

Marinho e bran' co — coloridos " shorl" th' do H o s c Ma y Robson.

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Como a guerra se antepõe a entrega de artigos KODAK Tj^M vista da natural curiosidade reinante entre o público -*—' em geral, em torno das atividades atuais da indústria norte-americana, desejamos explicar — dentro das restrições impostas pela censura militar — como a Guerra se antepõe à entrega de artigos KODAK para uso civil.

A QUASI

TOTALIDADE DA PRODUÇÃO E> PARA A GUERRA

Antes da queda da França, a Companhia Kodak tinha calculado a capacidade de suas fábricas para suprir certas necessidades de emergência do Governo dos Estados Unidos, fora do ramo fotográfico. Foi-lhe pedido que fabricasse instrumentos e implementos militares que a Companhia jamais havia produzido. À fabricação deste material começou em 1940, e em 1941 as entregas atingiram um volume consideravel. Além disso, a produção de material e equipamento fotográfico para o Governo aumentava progressivamente.

Em 1942, as entregas ao Governo»Americano e às firmas que com êle haviam contratado serviços, subiram a cerca de seis vezes o volume das entregas em 1941. Fiel ao propósito dos Estados Unidos de apressar o fim da guerra, por meio de uma enorme produção em 1943, a Companhia Kodak já aumentou a sua média de produção bélica para exceder muito a de 1942. E a maior parte das atividades da Kodak, em Rochester, EE. UU. é, no momento, dedicada a esse fim.

AS NECESSIDADES DAS LONGÍNQUAS FRENTES DE BATALHA REDUZEM OS TRANSPORTES CIVIS

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À medida que as exigências da guerra aumentam, diminue rapidamente a quantidade de artigos Kodak disponível para usos civis. Aquilo de que dispomos está sendo distribuído, proporcionalmente, às várias repúblicas americanas, nas mesmas bases de antes da guerra. Não obstante, a necessidade "fronts" longínquos, reduziu cada vez maior de suprir os enormemente as facilidades de transporte para mercadorias de usos não militares. Inúmeras circunstâncias, alheias à nossa vontade, limitam seriamente as possibilidades de lhe fomecermos nossos artigos, como vínhamos fazendo. Muitas vezes, mercadorias já encaixotadas para exportação, devido a tais contingências, não chegam a sair da fábrica. A-pesar-disso tudo, porém, alguns artigos Kodak estão sendo entregues. E não se poupam esforços para aumentar o volume desses fornecimentos, dentro das possibilidades . da época anormal que atravessamos.

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Vesí/do prefo, de seda opaca ou cefim (êsfe tecido para usar depois das cinco da tarde), gola-jabot a guarnição das mangas de organdi alvo, cinto de verniz preto.

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Bonito feitio para "shantung" branco, azul ou rosa.

Guarnição de touaiidade escura.

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Lenço branco í?stampado de cores viçosas — indiscom os pensavel bWw'vestidos claros, de tonalidade unida.

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Luxuosa ou simples, de alto preço ou dentro de grande economia, uma decoração de casa pôde sêr bonita e original. Num só estilo, ou constituída per objetos adquiridos aqui e ali, uma casa será bem apresentada desde que se possua bom gosto. Examinem as nossas gravuras: idéia de mobiliário para terraço envidraçado ou — sala de estar. As cadeiras são "reps" liso, franjas de algodão. forradas de As plantas ternam-se indispensáveis ao ambiente de caráter meio rústico.

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DA CASA Num antiquario, na província ou algures fôram buscar os trastes desta sala, alegrada pelo chitão florido das cortinas, estamparia que corresponde et um e outro tom das poltronas.

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"Universidade do Ar" é um programa dos melhores que possuímos no rádio, em meio a esta chusma de programas retrógrados.

"Caravana de Ritmos", pode ser ouvida na Rádio Clube, porque agrada e é feito de musicas bem selecionadas.

A Rádio Vera Cruz poderia, se quizesse, melhorar os seus programas: ha tantos discos bons, desde que não possa com a manutenção de artistas em seus estúdios.

Ainda estamos a "Canção do Dia", do suportando Lamartine. O homem é de fôlego e ainda não percebeu como o publico está massado...

-- A "Pimpinela" ? Voltou, mas mais em forma...

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/limo Cunha de Miranda soprano ligeiro, cuja voz todo o Brasil admira, e que tem participado em várias oportunidades das nossas temporadas líricas. Alma Cunha de Miranda está atualmente se fazendo ouvir, através do microfone da PRF-4 — Rádio Jornal do Bryisil, em programas selecionados e do mais cito bom gosto.

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PONTOS Temes agora duas cronistas de rádio cultas: Magdala, no Rio, e Graei Machado, em São Paulo.

Luisinha de Carvalho está na Rádio Clube, onde possue muitos "fans". . — A estação do Ministério da Educação deve ser ouvida, com cs seus admiráveis programas de música ciassica. Ha programas infantis e culturais, dignos le audição.

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MONOTONIA RÁDIO

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que enfastia no rádio é a moO notonia. E estamos reíértés de programas massantes, justamente pela mania de seus organisadores em repetirem as gracinhas, ou se preocuparem com falsos humorismos de certos elementos. Vejamos se temos, ou não, razão, nestes comentários e situemos um programa, ao acaso. "Defensores da Lei", do infatigavel Case, de certo um breadcaster experimentado, a quem tanto está a dever o rádio. _As peças primeiramente eram bem arranjadas, e agora são feitas de afo"vergadilho. sendo certo que aquele mouth" final do David, em todas as comédias, passou a ser um chavão dos mais medíocres. Ha mais: um detetive desrespeitoso, metido a fazer es"Baraçal", prendendo pirito como o os criminosos entre chufas pesadas, intremetendo-se em dar palpite à figura central do cientista dr. Mauricio, de fato uma figura admirável do programa. Qual a razão de ser do reem todas as apresentações porter "vermouth"; e do "Baraçal" querer ser um policial que não mais existe de tanto convencimento ?

Apenas talvez para que o publico sinta a monotonia do trabalho radiofonico, que - foi, policialmente, um dos melhores aos domingos...

ARTISTAS

FRANCISCO GALVÃO

Uma artista de publico certo é Vilma Faria, da Mairink. Talentosa e inteligente, sente-se pi*ocurar com o máximo empenho agradar os ouvintes, caprichando na apresentação de seu repertório...

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M A R I L I A Marilia, com estes olhos bonitos, era a. alma sensível do samba. A música da terra despia-se das veües do morro e se embrenhava no coração da y gente, atravez do samba triste de Marilia. Que saudades, agora, dos sambas que ela escrevia e cantava como ninguém ?

X I I

19 4 3

)J R E Q U E S Napoleão Tavares, com a sua orquestra, tem apresentado, na Mairink, bons números brasileiros.

A "Família Borges" é um programa interessante da Rádio Clube.

Hcracina Correia continua cantando sambas na Mairink Veiga.

Léa Coutinho, na Transmissora, vem mostrando as Tuas qualidades de sambista.

A Nova PRE-3 realmente vem melhorando sensivelmente sob s. direção de Alziro Zazur. Sente-se os seus programas bem feitos, destacam do-se, dentre estes, o que encerra a estação diariamente aquele impagavel "Clube da Cinelandia".

Gomes Filho vem se revelando um broadeaster seguro, de conhecimentos gerais, explendidos, capaz de fazer carreira.

Payá vem apresentando um programa Ispano-Americano, na Nacional. Em verdade o que não aprovamos é a "ispanidade", pois a America libertou-se completamente destes iberismos sentimentais. Por que o Programa não é somente Americano do Sul ?

Fernando Sá apresenta oportunos comentários de guerra na Nacicnal sob o titulo "O Mundo na Berlinda".

Luis Aiala, na Mairink, vem mostrando ser um locutor seguro e sem espalhafato.

Jorge Veiga, na PRA-9, está interessando cs seus ouvintes, "modes tamente", com "Um samba por dia".

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JARARACA Se existe dupla caipira capaz de agradar, esta é uma. Anácu no Norte, onde a Censura não gostou muito, áe zeus repentes pesados. Mas está aí, novamente, a alegrar os ouvintes

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seus. Em verdade, de vez em quando, repetem as piadas ou, de quando em vez, lá soltam uma anedota grosseira; mas a culpa não deve ser deles somente...

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CORES E PREÇOS FIXOS COMPOSITORES Dentro de poucos dias a musica carnavalesca estará nos estúdios, para 1944. Damos aqui o retrato áe dois dos seus compositores mais ongivniv — Ari Alexandrino e Mario de Oliveira — tomem nota âos seus. nomes, e reparem o sucesso enorme que vão fazer.

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Obras existem diante das quais o próprio tempo é impotente. Estas obras, que as gerações se transmitem umas às outras, e que produzem sempre o mesmo encantamento é que constituem o que denominamos clássicos. O segredo do eterno frescôr de tais livros reside na sua universalidade, na fiel reprodução de uma experiência humana, em toda parte e em todo tempo a mesma. Velhos e moços tomam-nas entre as mãos com o mesmo carinho e o mesmo deslumbramento, procurando decifrar o mistério desse grande enigma que é a vida.

Não hesitamos em colocar no meio de tais obras o Henrique Esmond de Thackeray, que a Epasa acaba de lançar, numa tradução de Eduardo de Lima Caâtro. Esse maravilhoso romance, apesar de destenrolar sua ação do século XVII ao XVIII não constitue o que se pode chamar um romance histórico, e se compara a nenhum dos que Walter Scott escreveu. O romance histórico, cuja preocupação dominante reside na perfeita evocação de uma determinada época, ressente-se muitas vezes, da ausência de psicologia, ou de imprecisão na pintura dos tipos. Não é esse o caso do Henrique Esmiond, cuja grandeza patenteia-se não apenas na minuciosa ressurreição de uma fase da história inglêsa — o reino da Rainha Ana —, como também no feliz desenho dos típoa, na psicologia dos personagens, implacavelmente retratados com seus vícios e virtudes, na invenção fecunda dos episódios que lhe servem de tema.

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CASAMENTOS E' sabido que nos Estados Unidos os negros levam uma vida aparte.

Os há cultissimos, pois estudam e seguem cursos universitários como todo cidadão livre, porém tropeçam com dificuldade para achar ocupação adequada a seu valor.

A médicos, advogados ou doutores em filosofia não lhes é possivel desempenhar oficios de baixa categoria, como fazem a maior parte de seus irmãos de raça. Então, optam O

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ORIGINAIS

por casar-se com negras que ganham bom ordenado como, por exemplo, coainheiras, e não procuram emprego: Lêem e passeiam.

As negras não lhes permitem trabalhar, pois se sentem orgulhosas de ser a esposa de um doutor ou de um professor de filosófia ou ciência.

Por isso, abundam as mulheres de côr que trabalham para manter a seus maridos, carga que suportam com altiva alegria.

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A caverna dos ventos uivantes em Miami VTAS proximidades de Miami, em meio ¦*¦ ' aos campos pianos e ensolarados da Flórida, ergue-se este original edilicio, de paredes lisas, altas e sem janelas, como se fosse uma velha fortaleza medieval. Cá fora, a paz suave, o silêncio amigo dos climas sub-tropicais.

No seu interior, porém, rugem e sibiIam terríveis furacões, criados pelas hélices movidas por possantes motores de 4.000 cavalos, que ali estão sendo provados para a seguir serem usados nos rápidos aviões "Clipper" que cruzam sem cessar os céus do continente.

Para manter-se, nele, um ambiente suportavel pelos engenheiros e operários que ali trabalham, para dissipar o calor gerado pelos motores, para proporcioX I I — 1 9 4 3

nar temperaturas adequadas às experiências, fazia-se necessário um perfeito sistema de condicionamento de ar. Porisso, neste como em inúmeros outros casos em que se requer uma instalação de ar condicionado ou de refrigeração industrial, de acordo com os mais altos padrões, foi escolhido o equipamento General Electric.

Atualmente, os engenheiros de ar con-

dicionado e refrigeração da General Electric estão empregando todo o seu talento na solução dos problemas criados pela guerra. Desse modo, surgem inúmeros conhecimentos novos e novos processos industriais, mais eficientes e mais econômicos, que Irão contribuir para um melhor padrão de saúde e conforto, quando a Paz voltar sobre a Terra.

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Cel. JONAS CORRÊA (SECBETAEIO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO DISTRITO FEDERAL)

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Ura novo genero de literatura é este que o Sr. Ary Kerner, autor da publicação, explora com elegância, simplicidade e muita perspicácia.

Realmente, a publicidade em torno do indivíduo, quer como elemento pessoal — científico, literário ou político — quer como fator de projeção na história, no comércio ou na administração, faz- hoje parte da vida, como já o fazia em épocas anteriores, embora sem a preocupação dominante da atualidade.

Em páginas de uma leitura fácil e amena, o autor põe em relevo os vários recursos de que se serviram os ¦ grandes nomes da História para influenciarem a época em que exerceram suas atividades, e se projetarem no futuro aureolados de glória, cheios de virtudes, defensores de pátrias.

Tão grande é o amor à propaganda e ao cartaz, que o povo revela em sua predisposição psicológica infantil, — que políticos, historiadores], cientistas, religiosos, mestres e negociantes de todos os tempos, no desejo de fácil popularidade, a usaram, para receberem hosanas aos seus sentimentos e capacidades.

Ary Kerner passa em revista, em estilo leve, muito sensível e cheio de alta fidalguia, os grandes movimentos políticos da atualidade, focalisando os homens e os fatos que determinaram a popularidade que o povo exige e admira.

O ambiente brasileiro êle o estuda com superioridade de pontos de vista, sem melindres e sem redudancias, o que dá, ao seu trabalho, um cunho essencialmente isento de paixões e ufanismos.

No interessante capítulo sobre "filosofia da Publicidade" põe o autor em foco problemas de profunda significação nacionalista e social, chegando em uma de suas páginas a dizer: "Ai estão, como já dissemos;, os clarins e os tambores afirmando a sua influencia na vida dos povos, quando é preciso atrair soldados para defender a Pátria".

"Aí estão as, grandes paradas, as grandes datas em que a nação se inclina diante de seus heroes, na homenagem póstuma aos vultos brilhantes do passado e na gloriíicação das grandes figuras do presente, cuja conduta e obra são divulgadas porque, entre outras razões, devem servir de padrão e estímulo para as gerações que se_formam, para aqueles que teem grandes e alevantados ideais".

E ao finalizar: "O publicista, principalmente quando a serviço do Estado, tem que estar alerta, sempre vigiando a corrente de ideias, para poder destruir o embrião pernicioso no nascedouro".

"Enfim, o metódo é um só. O Estado, na importância das suas atribuições, não pôde, tambem, prescindir da técnica da publicidade, que se baseia na psicologia humana e a esta estão subordinadas todas as atividades tendentes á educação das massas que, hoje como outrora, seja na velha Roma, seja no país do carnaval, quer "panem et circenses", ou, mais claramente, tabelamento e futebol..."

Parabéns ao ilustre escritor que deu ao Brasil uma obra digna do momento que vivemos.

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Walter José, robusto filho do casal Walter Luiz da Cunha e Jurema Lins da Cunha.

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0 resulta do Concurso de _Contos ri"0TICO-TICO o mais completo êxito o tados. A Comissão Julgadora do vitoinstituido pelo O TICO- rioso certame ficou constituida pelo certame OBTEVE TICO, sob a denominação de acadêmico Viriato Correia, poeta "Um Concurso Entre Gente Grande Murillo Araújo e escritor Hildebrando Para Dar Boa Leitura Aos Pequeni- de Lima, que promoveram a mais nos", ao qual concorreram nada me- rigorosa seleção doa trabalhos, e de nos de 152 trabalhos, assinados por cujo julgamento resultou a seguinte classificação: concorrentes desta Capital e dos EsFOLCLORE: 1.° lugar: — "À noite lá no céu" — de Alix 2.° lugar: — "Terra das Palmeiras" — de Juruá Menção honrosa: — "O Pirajaguaraí — de J. M. PARA MENINAS: 1.° lugar: — "A menina que não fez nada" — Edú 2.° lugar: — "A vingança dos brinquedos" — de Tia Norma Menção honrosa: — "A promessa de Terezinha" — de Agos Aguilei PATRIÓTICOS: 1.» lugar: — "DEDICAÇÃO" — de Maria Leopoldina 2.° lugar: — "Lixagartes" — de Toutinegra Menção honrosa: — "Alma de Caboclo" — de Lucidio Palmério A edição d'0 Tico-Tico, de Feve- 1.° lugar, com os verdadeiros nomes reiro, traz, lindamente ilustrados, a dos autores. cores, os três trabalhos colocados em 71 —

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MALHO

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& Hieu çbande 7>õ*êtn<i (Ao Dr. BORJA REIS) Meu Grande Poêina !...

Não é este ainda o meu Grande [poema, nem simplesmente dele o sonoro prelúdio...

Pensei em fazê-lo — não sei quando o farei.

E talvez não o faça — quem sabe?

Mas se acaso o fizer há de ser magistral I há de ser entre muitos uma excelsa epopéia !

ARTIGOS FINOS PARA HOMENS E SENHORAS OMARR OQU 1NAR1 A

Roa Aleíno Guanabara H.1 Ií a 21

Palavras talvez não "encontre que o possa expressar como [penso.•.

Rapsódia será, em último caso, de todos os grandes poemas escritos no mundo pelos vales maiores de todos os tempos !

Não é este porém o meu o meu Grande Poema, nem dele siquer o sonoro prelúdio...

( Ed. Teatro Regina, Loja 1)

CASA ÇflVZ

Meu Grande Poema será imortal como a "Odisséia" de Homero; como a "Eneida" de Vir[gilio como o "Cântico dos Cânticos"; como o "Corvo" de Põe; como a "Divina Comedia" do insuperável Dante Aligl.icri...

Mas nada terá de maldito; Mas nada terá de funéreo.

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Meu Grande Poema será sobrehumano ! e na sua extraordinária apoteose darei a idéia de um coro de querubins secundado pelo repique e a música sacra de todos os sinos e [órgãos dos incontáveis templos da terra; pela a harmonia e clangôr de todas as harpas e trombêtas céu I [do

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Não é este, portanto, ainda o meu Grande Poema, nem dele siquer o simples, sonoro prelúdio... !

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"Parisiense",

a Famosa peça de Henrique Becque, há cerca de cincoenta anos que é representada em Paris.

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A audácia dos caracteres, a novidade do tom, a misantropia do autor desconcertaram a princípio, o público daquela época. À-pesar-de seu êxito, Becque morreu na mais terrível miséria, mas sem perder o bom humor. Até hoje são realgumas d e lembradas suas frases. Certa ocasião, por exemplo, um de seus amigos lhe disse: Estou perdendo a memória. Que me aconlha?

Empresta-me cinco — respondeu-lhe o luizes dramaturgo — e verás como não te esquecerás frede mos reclamar,

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quentemente.

Uma de suas peças estreiára no cartaz do Odeon, quando Becque teve oportunidade de conhecer o general Boulanger. Na ardor da conversa, que tinha por tema principal a guerra, q general disse: Cincoenta mil franceses estão prontos a me seguir!

Leve-os então, ao Odeon! — suplicou-lhe

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{Solução no próximo número).

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(Solução no próximo número).

SOLUÇÕES

DOS PASSATEMPOS NÚMERO PASSADO TEXTOS

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Se queres viver são faz-te velho cedo.

Se tens remédio, porque te queixas? E se não tens, que te adiantam as queixas?

O que aos vinte. anos não sabe, aos trinta não pôde e aos quarenta não tem, nunca saberá, poderá nem terá.

llETRICIDATCemGtRAL

ENIGMjA PITORESCO " Cá e lá más fadas há".,

PRESENTES de UTILIDADE MALHO

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PROVÉRBIO ENIGMÁTICO "O talento sem bondade é como abelha sem mel".

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XII—

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Um procesVo para acatar com a calvicie 1914, o Dr. A. Havas noticiava que o prof. Szekely, no EM hospital de Budapest, fizera, com bons resultados, experiências de um novo método para plantar cabe' *m*r \ !T -A \ //}'":; f\ \ Maie é uma bebida extfaordinalos nas cabeças dos carecas. O proJ^^K S \/P -"—""¦""¦"""""""~ r&\//fí\ PV eslimulanlê benélico, sóque no seconsistia em é cesso CV /^ Ll3" questão /"*""-««j \*^\!m4\ alimentai Beba mate. que " Com um fio de ouro — quando bem preparado I, i r '!^*~">"^kÀ v$^-w7/\ qosloso, guinte: .-^•fi^V^^-^-ffl r&cò. em qualquer armazém, I A*- / ¦ L INDlVIOUAsU ¦é^ãt^t^^-^^a ''Mate em Bolinhas"»Vem enexplica o ilustre sábio — de 5 cents. p.»ra tomar «eu ma | em g a ze esterilizada, ^s^"-^§!Í[cL volvido /$<¥ [ ~m — anel um peic. «m \tt trabalho de diâmetro, forma-se li I r^jf \tíS ^É= 'z££zA^r 1 ¦*> - . . c\r\ rviracar^a \ í a Ar^tr\ coloque, pfimciro.n» \ VfjyT*-! tf* \ ^ \í\mj^~^ V » ** ' I/Allr!

2 queníssimo, apenas visível a olho mi, ^^mWY^f^ Vl\] C .cara uma ° h*ul l -m *»«**• ** d* mate t dtpot..

•* rr>«íC *iev*-*v ^.^1 ¦^Zzr?*mmK'7^íi>^ R e neste anelzinho introduz-se um fio l.

•» llrlfwl 1 de cabelo de mulher, macio e tenro, de 30 cents. de comprimento, deixando de parte cerca de 15 centimeÊ (otto 1.0, ^»»»»jMars»»»»S55 nm^r »»»»»»»a»L. ^^m^am^m-mm^mm—BBIiamwmmaMmmmm tros. Depois, enfia-se a outra extremidade do fio de ouro numa agulha de Pravaz (uma dessas agulhas de injeções) e puxa-se a extremidade do fio da ponta da agulha, afim de que o anelzinho não chegue a ponta mencionada. Nesse ponto, corta-se o mesmo fio a 2 milimetros de distância do anel-

Versos a Portugal

zinho e dobram-se os 2 milímetros de fio em forma de pequeníssimo gancho.

Feito isso, introduz-se a agulha no couro da cabeça e depois retira-se delicadamente a mesma agulha, deixando sob o couro o ganchinho, devidamente esterilisado, o qual, por meio do anelzinho, mantém o cabelo dobrada em dois. Retirada a agulha, devem-se ver fora do couro dois cabelos, isto é, as duas partes do mesmo cabelo que, em seu ponto central, é mantido pelo anelzinho e preso, por assim dizer, sob o couro da cabeça por intermédio do ganchinho.

As agulhadas fazem-se à distância de um milímetro uma da outra, devendo-se praticar umas 100 por cent.-metro quadrado.

A cada agulhada correspondem dois cabelos, sejam 200 por centímetro quadrado. Em três quartos de hora, podem-se plantar de 400 a soo cabelos. Praticada a operação, o anelzinho e o ganchinho, que permanecem dentro do couro da cabeça, produzem uma inflamação, que, entretanto, se cicatrisa rapidamente, sem outra conseqüência senão a de fixar melhor ainda o cabelo. Os cabelos ficam plantados para sempre, podendo lavar-se e pentear-se sem inconvenientes. E' recomendável, contudo, para conservar-lhes a maciez e brilho, oleá-los de vez em quando.

Para recobrir uma cabeça completamente calva são necessários 50.000 cabelos.

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JOÃO DE SOUZA Portugal, terra de amores e das alegres cantigas, terra de sol e de flores, e de airosas raparigas !

Minha terra pequenina, Portugal dos meus encantos, foste, por graça divina, berço de heróis e de santos I Enlevo formosa que dás e vinho

dos olhos meus, terra onde existo, pão — corpo de Deus, — sangue de Cristo !

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NÓS O

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pena, por nunca termos tido filhos, quando, certa vês, pedi, de joelhos, a Nossa Senhora, que não me deixasse morrer sem a sagração que tanto desejava. A Virgem ouviu-me. Concebi e, já grisalha, fui Mãe ! Como considerássemos um milagre da Virgem, aquela tão tardia graça, decidimos dar à nossa filhinha, o nome de Maria dos Milagres, e o adorado anjinho que viera encher de alegria o nosso lar humilde, quando tão tristes vivíamos com a nossa solidão, tendo, até inveja dos que tinham filhos, começou a ser chamado, apenas, por Milagre, pois era o doce milagre do nosso amor !

Mila g re ! Então ela chama-se Milagre ? !

Sim. Milagre é só como a tratamos.

Então seria por isso . . . Sim !...

Deve ter sido ! Só mesmo um milagre de Deus poderia se ter operado em mim!. . .

Ela, a nossa filhinha, é boa como uma Santa ! Vive entre nós como um Não Anjo tutelar que nós adoramos. sei como foi esse namoro . . .

Perdão, minha senhora .

Sua

( Conclusão ) Não, senhor.

Nunca falei com ela, ou siquer lhe escrevi duas linhas.

Obedeço, apenas, ao impulso de toda a minha vontade. i— Um momento. Vou chamar minha mulher.

Ficando só, naquela sala modesta, onde tudo me falava dela, tal era a minha emoção, que tive medo de chorar como A minha emoção sufouma criança. cava-me e tive um verdadeiro pavor de uma recusa que me roubasse a realização de um grande sonho de felicidade.

Tu sabes como sempre fui decidido, resoluto e atrevido, pois, naquele instante, eu me senti o mais covarde dos homens !

Debatia-me nessa eclosão de sentimentos, quando o senhor Moreira, ( era assim que êle se chamava, segundo a informação obtida per mim, anteriormente), voltou acompanhado da senhora idosa, que eu via, sempre, ,com ela, na rua e na igreja. O velho senhor, sempre sorrindo, enigmaticamente, falou : Aqui está este rapaz, Clotilde, que, trazendo todas as provas de sua identidade, vem pedir-nos a mão de nossa filha . . . adotiva.

Adotiva ?! E a senhora, espantada, perguntou-me : — Quem lhe disse que Milagre é nossa filha adotiva ?

Ninguém, respondi eu, embaraçado.

Supunha . . .

Pois, engana-se, senhor.

Milagre é nossa filha legítima Milagre ? ! Mas . . . que milagre ? perguntei, por minha vez, espantado.

Então, o senhor não pediu a mão de uma menina, que nem sabe como se chama ?

Readquiri minha velha ousadia, e falei : Minha senhora. Eu mal sei quem são as criaturas que aqui me recebem com tamanha gentileza. Não sei como se chama essa moça, que, só agora, sei Só sei que ela operou ser vossa filha. uma radical transformação na minha vida. Que, por poderosa influência dela, deixei de ser um desocupado, um filho descuidado dos desgostos que dava a u'a mãe extremosa e digna, para ser um homem honesto, que trabalha e que sabe, agora, compreender a vida.

Não sei mesmo se vossa filha me quer, porque nunca falei com ela, nem sei como aceitará o meu pedido. Só sei que obedeço a uma força que me domina completamente, e que amo a essa me nina, tão profunda e respeitosamente, como só se pôde e deve amar aquela que se escolhe para a companheira de toda uma existência. Disse-lhes tudo, todas as razões da minha presença nesta casa e as intenções honestas que aqui me Agora, aguardo as vossas trouxeram. ordens. Quando eu acabei de falar, os olhos do velho senhor estavam marejados de lágrimas, enquando a senhora chorava, sorrindo para o esposo, e disse, então : Vês tu, meu velho ? Só mesmo milagre ! Que devemos fazer ?

O que quizeres, Clotilde, ou o que ela quizer . . .

Escute, senhor, disse a senhora, di rigindo-se a mim. Por muito estranha que nos pareça sua atitude, eu, pelo menos, a compreendo, e vou dizer-lhe porNós já estávamos casados, há que. quase 19 anos, felizes, mas cheios de

RECOMENDAMOS — 76 —

filha

Mas, o senhor, se veiu pedi-la . . .

Foi sem o seu consentimento, jurolhe ! Eu não sei se ela aceitaria, ao menos . . .

O melhor é ouvi-la, não achas, Ciotilde , perguntou o velho.

Então, chama-a.

A menina apareceu ao chamado do Ao vêr-me, parou espantada, enpai. quanto seu rosto, que para mim, era lindo como nenhum outro vira, tingiu-se, vivamente, de forte rubor. Eu, se quizesse, não poderia articular uma só palavra, e só meus olhos poderiam expressar minha emoção.

A senhora falou-lhe, docemente, sobre o que eu viera ali fazer. Ela olhou-me com uma expressão que nunca mais esquecerei e a resposta foi abraçar-se com a mãe, num pranto doce e manso como o murmúrio de um regato . . .

Puro romance à José de Alencar!...

Sim, um romance, um pouco fora da época . . Um romance de amor, que dura há 18 anos . . . E que já se desdobrou em dois capítulos vivos, que vibram ao lado dos protagonistas, como continuidade feliz de um grande amor ! . . .

Queres dizer que, cazaste-te ?

O milagre foi completo ! O estroina, o estourado, o maluco do Vilar, do teu tempo, mudou-se de há muito, no esposo, no pai, no homem conciente que, graças a Deus, tenho sido.

O curioso é que tenhas encontrado um milagre de carne e osso, e com a particularidade de ter tornado um substantivo masculino em feminino, contra todas as regras gramaticais ! . . .

Quero que conheças minha mulher . . .

Ah ! Faço questão disso, porque só mesmo uma criatura que se chamasse — MILAGRE, seria capaz de . . .

Salvar o perdido que eu era ? Pois foi isso o que ela fez.

Vem daí. São horas do meu ônibus.

Quero que jantes em nossa casa.

Mas, assim, sem ao menos, mudar de roupa ? !

Assim mesmo ! Milagre é a simEla ficará raplicidade em pessoa. diante, por levar-lhe o melhor e mais querido dos meus amigos ! Vamos.

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