Revista O Malho

NO XXXIX N. 1

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ILLUSTRAÇÃO BRASILEIRA Summario dos principaes assumptos do numero de Janeiro em circulação: BILAC: A PRIMAVERA DA LEIRA — Chronica de Guilherme ALMA Maia.

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BRASILEIRA

POESIA BRASIde Almeida.

Chronica

SEPARADA

—

Conto

SYNESIO

—

Poesia

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Akryáeír-

Afranio A.

de

de

Peixoto.

Pereira

J.

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SECÇÃO DE PROPRIEDADES — Encarrega-se oa administração, venda de immoveis de qualquer natureza e faz adeantamentos sobre alugueis a receber, mediante commissão módica e juros baixos.

CARTEIRA COMMERCIAL — Faz descontos de effeitos commerciaes e concede empréstimos com garantia de titulos da divida publica e de empresas commerciaes, a juros módicos.

DEPÓSITOS — Recebe depósitos em conta corrente e a prazo, mediante as seguintes taxas. CONTA CORRENTE A VISTA. 3 % ao anno; CONTA CORRENTE LIMITADA, 5 %; CONTA CORRENTE PARTICULAR, 6 %; PRAZO FIXO: I anno, 7 %; 2 annos ou mais, 7 % %; PRAZO INDEFENIDO — retiradas com aviso prévio, de 60 dias, 4 % e de 90 dias, 5 % ao anno.

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11 ~ 1940

—

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II — 1940

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...L1MIT K — A vida é sempre dôr. . . Pranto amargo o inicio — estertor no final...

Mas, desde que vivemos, acceitemol-a a rir, não só, mas abençoemos, como dadiva — o mal, como manto — o cilicio ! Dentre os males da vida, o amar, real ou íicticio, é o mal consolador -- mal de que procedemos... Si a vida vem do amor — só no amor poderemos achar um lenitivo ao nosso agro supplicio. Amo e padeço, pois. Soffres e amas. Cantamos a mesroa dor, ijue e um bem; ambos heroes, lutamos, mas o teu infortúnio é mil vezes maior : — serás eterno, ó mar (o Céo te desampara !), e eu morrerei... E a morte é escada de ouro para um destino mais alto e uma vida melhor ! ... — Cláudio 1'ullio.

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Em que péze á opinião de muita gente maliciosa, ha uma grande corrente que acredita no amôr platonico de Goethe por Madame de Stein.

Quando se conheceram, em Weimar, Carlota de Stein tinha trinta e tres annos e uma belleza que inipressionava, e Gcethe, vinte e sete primaveras e já um livro celebre, IV erther.

Vivendo na côrte desde menina, foi levada a casar-se sem amôr, com o Barão de Stein, que antepunha ás alegrias do lar e aos carinhos da esposa, os prazeres da mesa, as ernoções do jogo, as coudelarias granducaes, a sua distiilaria de Kocheberg e as manadas de bovinos que engordava.

A vida da joven baroneza era triste e quasi solitaria. Não aduiira, pois, que ella se interessasse pelo poeta de Werther, quando soube da sua chegada a Weirnar. Zimmermann serviu de intermediário entre ambos: a Gcethe, fez um retrato vehemente de Carlota, falou-lhe dos seus " grandes olhos negros, d'uma belleza superior", da sua "voz doce e velada". Disse-lhe que era uma "virtude soffredora", de "sensibilídade delicada e profunda" ; que tinha "faces muito cotadas, cabellos pretos e".a pelle e os olhos de uma italiana O retrato foi tão enthusiastico que Goethe escreveu: " Será um t ,pectaculo delicioso vêr como o r.iundo se reflecte n'essa alma ".

Por seu turno, Zimmèrmann, escreveu a Carlota de Stein: "não imagina quanto este homem ama v el e fascinante, pode tornar-se perigoso para a senhora".

Havia, evidentemente, uma attracção enorme que os fazia desejar conhecerem-se.

Affinidades de espirito ? E' possivei. O certo, porém, é que n'aquelle pequeno meio de Weirnar, onde toda a gente se conhecia e onde a maledicencia e a coscovilhice eram o prato do dia, n'uma tão pequena cidade, seria impossível que não viessem a travar relações, se a curiósidade de ambos não tivesse precipitado esse momento.

Gcethe precisava de uma intiiuidade espiritual, assim como Carlota sentia necessidade tle encher o vácuo da sua vida sem amôr.

Os dois não tardaram, porém, em experimentar o veneno das linguinhas de prata de Weirnar. Enojados, ampararam-se na dignidade o nobreza dos seus sentimentos.

As suas relações, com o decorrer do tempo, soffreram alterações mais ou menos momentâneas.

Habituado ás conquistas fáceis, a resistência de madame de Stein, desnorteou-o a principio e por seu turno, Carlota contrariava-se com as assiduidades do poeta enamorado Por isso, que a compromettiam. manteve-o a distancia, considerai!do-o um fatuo, mas não se pasmou muito tempo que, como o dissera Zimmèrmann, não sentisse os effeitos da fascinação dc Goethe. En.II — 1940

im jillJj bora estivesse sempre na defensiva, as suas relações foram ganhando inUmidade e, por vezes, tornando-se bastante tempestuosas. A troca de cartas, n'esses momentos, pejados de queixas e censuras, e nas quaes o tu e o vós se alternavam, não dcnunciavam nada que pudesse dar razão á maledicencia dos Weitnarienses.

A correspondench entre os dois amorosos de Weimar começou cm 16 ae Janeiro de 1776 e terminou em 29 de Agosto de 1826, e comprchcnde algumas centenas de cartas escriptas por Gcethe, ha pouco publicadas por Mlle. E. H. A intimidade d'aquelles dois bellos espíritos; parece bem diffevente do adultério corriqueiro entre uma dama leviana e uni poeta galanteador. Foram relações sentimentaes que, pela elevação espiritual dos interessados, não ultrapassaram os limites do ideal.

Houve, entretanto, um momento em que Carlota de Stein cedeu, ?e não physicamente, a Gcethe, pelo menos pelo coração e foi infiel ao ideal.

Carlota, algum tempo mais tarde, percebeu que, Gcethe, se lhe escapava, não pelo facto de ir viajar pela Itália, mas porque, embora eserevenao-lhe cartas affectuosas, a deixava. O instincto feminino, a'estes casos, é de uma infallibilidade mathematica.

Carlota acceitou a situação, sem demonstrar exteriormente o inferno que lhe ia n'alma.

Quando Goethe voltou, contava trinta e nove annos e Carlota já tinha feito quarenta e seis.

No esplendor do desenvolvimento da sua intelligencia ? da sua arte Goethe já não via em Carlota, a amiga, a confidente, a inspiradora e a educadora de outr'óra, mas uma mulher envelhecida, mais pelos desgostos, que pela edade.

Abandonando a eapirituosa Carlota de Stein, _ que o previra — o installou em sua casa uma poeta moça que tinha tanto de bella, quanto de pouco espirituosa. Essa situaÇão, occasionou uma quebra de relacões e Carlota, no seu desespero, escreveu um drama ii,edi'ocre, Didon, onde desfilava a sociedade de Weimar e o poeta Ogon — o infiel Gccthe — sobre quem despeja as flexas irônicas que a sua dôr envenena.

Contesta-se que Madame de Stein tenha sido uma grande amorosa, com o espirito de sacrifício que immortalisou tantas mulheres, e aífirmou-se que foi, unicamente, uma ereatura sem temperamento, senhora d"e si. intelligente, mas tendo1 mais amor á sua honorabilidade, que a Gocethe, em quem amava o gênio.

Goethe, como poeta de poderosissmia imaginação, fez daquelle amor platônico, um maravilhoso poema, ao qual juntava todos os dias, aiguns lindos versos: as cartas que escreveu á sua inspiradora, durante cincoenta annos ... até ás vcsperas da morte da bella Madame de Stein.

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Eduardo Vicloríno II — 1940

7 —

O

MALHO

MAUROIS, ml.

ANDRÉ ma de suas conferencias, refere-se a estas anecdotas

duas

bem

typi-

cas do caracter inglez. No Jardim Zoológico de Londres uma mulher pergunta "Este hippopoao guarda: tamo é macho ou fêmea?"

— "Minha senhora, responde o guarda, sem pestanejar, isto é uma quêstão que só pode interessar a outro hippopotamo". No "British Museum", uma no momento de mulher, assignar a papeleta de pedido de um livro, fica hee

sitante

chama,

afinal,

o

funccionario, ao qual decla"Eu ra: queria consultal-o sobre um caso de consciA noite encia. passada, numa sessão espirita, o aimirante

Nelson

appareceu

e pediu-me em casamento.

Eu

acceitei.

Nessas

condicomo devo agora ções, ass;gnar? Com o meu nome

«tüst^iliat^^ymva.

I^VUrTfc^ír "'"'W* jsa^ãrra\TO^ 3**^^ ^^«Ví^jjjjj

flitliKVv

de solteira ou com o dc "Lady Nelson?"

Sem er-

combate qualquer dôr a^orta os resfriados ® um °timo fekrifugo

guer a cabeça, o funecio"O nario respondeu: casamento

ainda

não

é

pelas leis inglezas. Deve assignar, porseu nome de tanto, com familia". Na França — accrescenta Maurois — c» reconhecido

n°° ataca o coração

funccionario

iria

chamar a tomar conta polic;a, para de uma mulher doida.

LABS. RAUL LEITE 5IA.

AMINHÃ,

astral

MERMO...

" — Dintista que nem tem iá ini Cahriuva, o só Godoy

Fontoura Costa

Mais um tuces-o do

(querdite) num tem ôtro. Oi, PítTOFtAl

que elle é hão p"ri traliaiá!

„ ANGICO PtLOltNSE

Dente que elle bota, <ló, (|iic nem dente naturá.

S,', veno, rnermo nliô Eloy, eunio é quatro-páu <> tá'

Y*

Inté escova de dente,

) üSSBSm

'.Va.Ii!)v->aVví>. cAv. ky.C^'^*Í-r.

Cv.•*,,.-, j-^/.tAt»

diz-que elle im|irest;i pra gente

-<-»__~i

(í'í

que vae lá c'os dente sujo.

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Ca»»s^~uÍ.

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Ytr.h'->i -U Q~^Y±í Mtrta~st,

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PaTa

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A UVA DO BRASIL"

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PLÍNIO CAVALCANTI

da

trario Myrtaceas AS

A

ella

goiaba, araçás, cy, guabiroba, ás

Muito

da

pertencem

Três são "Myrciaria

o

de

nome

dai

mais

brasileira. varias fruetas :

uvalhas, só

pitanga, para nossas.

de propósito "jaboticaba",

ção da ta a riqor

flora

grumixama,

genuinamente

uma

constituem

familias

ricas

As

frueta á "uva

São popularmente conhecidas as de Sa— "Myrciaria cauliflora", a variedade "Myrciaria macia — Berg., a jabotenella" "Myrciaria ticaba assú — jaboticaba" Berg., e outras.

men-

qual se jusdo Brasil".

Afamadas

quaes pela cultura, variedades.

ar

caras da Sra. Itú, pela formosura das arvores e bôr das banas roxas ou pretas.

principaes espécies botânicas : trunciflora" Berg., "Myrciaria das

jaboflcabeiras das chaPrado, em Carolina da Silva

são

A

se

no;

dá-se

jaboticabeira prefere,

porém,

as

o

fino

sa-

qualquer terreterras fortes, ao con-

no

solo

pobre.

Está bem desenvolvida e estudada a culcujas variedades setura da jaboticabeira, enxerser fixadas leccionadas, por podem vive muitos annos frutia.

E' arvore que ctificando Durante a

e

é

de

ultimas

as

fruetifica

e

ordem

coberta

até

tronco,

o

floresce tal

de

negreja,

arvore

do

ve-ão

o

vei

uma

a

mais

carga,

que por toramificações dos baqas

galhos. no

lendeiros

Estado

todo

te." jabotícabas tem diversas variedades rína até a Bahia.

Em

altura,

rencia

Santa

communs,

São

faconExis-

Catha-

também

Rio

Minas,

Goyai,

ha

que anno.

de 8 jabotic«beiras lm.80 de circumfe-

com

tronco.

no Paulo,

São

o

desde

ha

Florianópolis de

Paulo,

São

de

seguem

metros

humTdo,

e

temperado

clima

Em

em

vegeta

que

pitangueira, e

arenoso

de

as

jaboticaba" Berg., originaram outras

côr,

bará

referir

especial

faço

tamanho,

no

paladar,

cambu-

me

iaboticabas etc.

differem

de

em

Janeiro,

etc. industria

a

para desejar que utilizasse dessa uva preparo do vinho, vinagre Seria

brasileira,

se

nal

nacioo

para

licores.

e

Quem dirá, depois de chimicamente estudada, não seja a saborosa baqa da jaboaos idênticos em casos ticaba aconselhada em que se prescreve a cura da uva ? Vá esta >

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vista

com

interrogação

medica

c'asse

é

brasileira.

XXX

tutelar das mansões Arvore patriarchaes jaboticabeira representa para a lona mais do Brasil um verdadeiro civilizada presente celestial e com suas copas virentes, dá ás

a

jPI

habitações cunho As na

uberdade

mais

zona

mado da

de

nossa

terra

um

frescura.

e

bonitas

situam-se que conheço, este paulista, no chaEstado, sem fa'ar na zona

caféeira

norte

mata

dos

fazendas

e

de

do

deste

mineira

altlplanuras c-ivilisadas e da soberba

nas

e

da

Órgãos,

Mantiquira

Mantiqueira.

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em Juii de Fera, o deeugenia atudesta preciosa fando nas suas ramarias e acariciando com sua folhagem delicada, o velho solar de Maconheci

1916

Em

licioso

bosque

rianno

Procoplo. tão vi frondosas jaboticabeiras agrupamento tão grande.

Nunca em

nem

tornei Annos depois, a quando -morada senhoril tão illustre,

aquella

parte do virtude de ra

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fico

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bosque ter

de

e

Fora,

Mauá

o

vim

de

mineiro

senhoria!,

casa

daquella

confortável

testemunho

visitar

grande destruída tinha sido em retalhada parte do magni-

antigos

então

a

construitalvez

residentes

saber

a

época. em

que o ImPedro visitar o II, que costumava perador solar do grande engenheiro, muitas vezes se "fruitas" deliciava com at fazendo questão, e!le mesmo, de apanhal-as bem frescas.

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to

cioso

tas"

e

te, uma

cesta

o

Campinas,

Pedro,

cidade,

da

pessoa

fi-

me

narrou

apreço

em

toda

apeiar

dos

Como tempos, II,

Pedro

D.

o

de

teimudo na

os

Paço

do

fâmulos

Paço

ao

a

campineid'Oes-

Imperador

eram

qne a

que

honrado Imperial

afamadas

em de

le-

está

quem

não

caipira, vá

home. aqui

é

lhe

porteiro

seguinte

Monteiro

bobage

o

Imperial

o

pela se

dissera

manhã.

conteve

retorquira diiê

pelas

ao

Prudente

com

ao

paImperado de

Cam-

Sabendo ao

paço

que

levar-!he

velho jaboticabeiro "fruitas" frescas, D.

— 13 —

só

ia

Pedro

facto apreço

neto

de

tas

sr.

o

apenas

alto

a

que

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devia

conhecer

im o

e

tectoras

seja

faceira pôde do

uberdade suas

jaboticaba

um

dando

a

que

com

solo,

flo.-es

toque

pois

sem

documentar

para

Aurélio,

Marco

Bemdita

mente

Mande-o

já

se.-ve

despretenciosas

esbelta

do

estas

no-

a

heráldico.

jaboticabeira, suas

desdouro onde

arvore

ramadas

pro-

symbol.ar

derrama

alvissimas

o

merecia

n'uma

a

profusaofferenda

os quem ramarias mais altas até ao pomos que das contacto do chão, deliciam o nosso paladar.

a o

_

Prudente.

O

Pru-

e

pinas.

São

jabotieabas.

noite, dia

franqueza

rude

assim

chama-

Pí.-es

dente

da no

viesse

Paço

ao

velho

amigo

—

porteiro :

ao

mediatamente,

exi-

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ordena

pes-

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>^'',^*^^¦,^,Í5_,*^S____.',

os

falar

o

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de

muito

dia,

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que,

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horas

nove

gem :

s»

então

Acontece

escolhidas.

sentia-se ao

dava

princeia

levar

jaboticabas Pires Monteiro,

he.-oe,

Pedro

sÉ_P

em todos e parte hábitos democráticos

para com quem pretendia soa.mente com sua Majestade.

Prudente

que

manjar,

pessoalmente Christovao, as suas

II — 1940

mui"frui-

as

possuir

de

nosso

velho

terra.

habito

var

um

de

popularissimo

o

Prudente va

da

o

nome

tinha

em

convencido

apetitoso de

D.

naquella

Sabendo

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frueta

jaboticabas,

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nota das mais interessantes da temporada musical que passou foi, UMA sem a menor duvida, o concurso promovido entre pianistas, para a conquista de um piano Brasil, fabricado, como se sabe, em S. Paulo.

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de cinco Estados e mais o Districto deral compareceram a julgamento.

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O candidato vencedor, Ruy Botti Cartolano, foi escolhido eiitre mais oito seleccionados: Eliza Naiberger, Soy Improta, Maria I.uiza Lima, Leònor de Macedo Costa, Adalberto Remaux, Léa da Cunha Braga, Heitor Alimonda e íris Bianchi.

Toda gente esperava que vencesse um artista. Mas tratava-se de um concurso de piano. Venceu um pianista.

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JAÇQV-ES THIBAUD! — Ha ainda tão pouco tempo que aqui esteve Jacques Tbibaud, que não ha necessidade de lembrar que se trata do maior violinista francez, talvez o mais superiormente fino de quantos disputavam com elle, as glorias da consagração mundial.

Pois foi Casais, o maior violoncellista do mundo, cie todos os tempos, quem narrou o episódio seguinte:

'

De passagem por Amhèrcs, foram os dois gloriosos artistas visitar um antiquario. Tbibaud examinou vários irtstru-

Bidú Sayõo N'ada menos de vinte e sete candidatos, de ambos os sexos, representando vários Estados brasileiros, se defrontaram no salão da Escola Nacional de Musica, exhibindo-se com maiores ou menores probabilidades de victoria, probabilidades que, aliás, o applauso do auditório ia estimulaudo com mais ou menos entbusiasmo.

Puderam-se apreciar temperamentos os mais diversos, escolas de piano as mais variadas, intuições artísticas as mais surprehendentes. Havia, para isso, os ronianticos e os arrebatados, os frios e os tempestuosos, os de dedos duros e os de agilidade maravilhosa, os indifferentes e oè sensíveis, os mechanicos e os sonhadores, emfim, os puramente pianistas e os superiormente artistas.

Terminadas as provas, julgados os ooncurrentes, verificou-se, sem surpreza, que S jury concordara com a opinião da pia téa, conferindo o prêmio ao candidato de S. Paulo, Ruy Botti Cartolano.

Trata-se, realmente, de uma victoria justa. O vencedor tem preciosas qualidades de pianista c conhece o segredo dos auditórios. Deu, ]x>r isso. aos que 0 ouviram, na prova de selecção e na final, uma peça fraca no entender dos technicos os mestres, mas de effeito seguro tobre " as grandes massas de publico: o Quarteto" do Rigoleto, de Verdi-Liszt.

O victorioso, tanto quanto se pôde ver. está com o futuro garantido. Elle começou bem, sacrificando a arte ao suecesso.

Provavelmente continuará por esse caminho. Elle dirá que é isso que o publico merece. Más o publico tambem poderá acreditar que elle não lhe dá mais do que isso... porque não pôde...

Seja como fór, o concurso movimentou 0 Brasil de Norte a Sul, pois nada menos O

MALHO

| fessora. Muito selecto o auditório. Entre, os críticos musicaes da época. Rodrigues Barbosa, Oscar Guanabarino. Enrico Borgongino, Arthur Imhassahy, além de outros menos importantes. O programma foi desempenhado á risca c todos louvaram a professora, as alumnas, a escola. Deante i de Bidú Sayão porém, a impressão foi muito mais forte. E todos disseram em coro:

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E foi. Annos mais tarde, coherente com a sua incoherencia habitual, Oscar Guanabarino quiz annular Bílú Sayão, porque estava brigado com Walther Mocchi. já marido da já victoriosa cantora.

Mas quanto mais Guanabarino pretendia arrasar, maior era o triumpho dc Bidú Sayão.

E nunca mais a sua carreira deixou de ser uma suecessão de victorias ininterruptas.

QUIZ trazer para esta pagina algumas noticias que fossem alguns "furos" relativos á próxima temporada.

Procurei compositores, regentes, dircpianistas, ctores, instrumentistas, porém, nada de interessante obtive. O meio musical está muito frio. Devido ao calor naturalmente.

('1/ NOME que salvou a temporada lyrica, de um fracasso maior: Maria de Lourdes Sá Earp Vaghi. Brasileira, talentosa, artista, senhora dos papeis que estuda e das personagens que incarna, Maria de Lourdes, onde quer que se apresente, agrada. E faz jús aos applausos Por onde que the tributam. quer que passe, deixa bôa impressão. Porque é intelligeiite e porque é absolutamente criteriosa, dentro da sua comprebensSo supervir da arte que abraçou.

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— Esta vae longe!

E' de artistas desse valor c dessa linha, que nós necessitamos. O Brasil precisa de aparecer intelligcntcmente perante o resto do mundo. Maria de Lourdes reE representa-o optipresenta o Brasil. mamente.

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B. QUADROS

Jacques

Thibaud

mentos e por fim, mostrou ao negociante o seu violino, declarando-lhe que era um "violino histórico".

— Seu instrumento tem um valor exlraoidinario — disse-lhe o antiquario mas não me £ possível fixar-lhe preço. Espere uni pOUCO. Vou mostrar-lhe um Stradivarius.

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QUEM /¦: HOU já nasce feito. Neste momento, vem-me á lembrança a aula em que a grande Helena Tbeodorini, havia pouco tempo installada no Rio como professora de canto, apresentava algumas de suas jovens ahiimias. Entre ellas, Bidú Sayão.

Era no 2o andar daquelle escasso predio da Avenida, por cima do Bar Sympatina. Muito simples o studio da pro—

16 —

Maria

Sá

Earp

II —

1940

OS

GRANDES

MÚSICOS

^0(Í.O i lO^ fc-I*.

R.ic-36

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'ACU B deante de um dos maiores mestres de todos os tempos. Bach foi o traço de união entre a Arte Antiga e a ESTAMOS Arte Moderna, isto é, resume todo o passado e annuncia todo o futuro. Insensível á influencia italiana, foi essencialmente allcinão. A expressa'.) interior pela Harmonia domina sua obra e impõe-se aos seus successores da época classica. A vitalidade do sua musica reside na frescura, na abundancia e variedade das melodias, na diversidade dos rythmos, nas harmonias refinadas, que a fazem unia verdadeira bíblia de bellezas e ensinamentos.

Oriundo dc uma familia que produziu músicos durante mais de duzentos annos, J. S. Bach nasceu em F.isenach em 21 de Março de 1!j85. Seu amor a musica levava-o a fazer grandes caminhadas de Eisenach a Hamburgo e Lubeck para ouvir organistas celebres. Foi, também elle, organista da Corte, fixando-se em Leipzig, em 1723, e alii desenvolvendo grande actividade musical durante vinte e sete annos, até ao dia 28 dc Julho de 1750, quando morreu, completamente cego, depois de ires annos de soffrimento.

Homem do lar. profundamente religioso, Bach casou-se duas vezes, tendo deixado vinte filhos, onze dos quaes homens.

Trabalhou sem repouso. Sua musica provocou discussões, que o faziam sofírer. Morreu respeitado mas incomprehendido.

Somente trinta annos depois de sua morte, foi que Mozart chaniou a attenção da Allcmanha para « seu nome, imciando-se, então, intensa propaganda de sua obra formidave,.

— 17 — II — 1940

Religioso, sua musiea refleete-lhe, principalmente, a crença.

Modesto, não se apercebia do seu immenso valor. Viveu entre o seu gabinete e a sua igreja, produzindo sempre.

Antes delle, os clavecinistas só tocavam com tres e quatro dedos. Bach applicou ao cravo o modo de tocar, ligado, do orgão, coin o dedilhado de substituição. Generalizou o emprego do pollegar e do minimo, e aconselhou a posição arredondada dos dedos sobre o teclado.

Na sua musica de orgão, destacam-se as Choracs variadas e as Fugas. E' nas Contatas, porém, que melhor esplende o seu gemo crcador. São notáveis os seus Oratorios de Natal, da Asccnção e da Pascoa, assim como a Paixão segunde S. Matheus e a Pfji.xão segundo S. João.

Foi em koeten que Bach escreveu a primeira parte do seu Clavecin_ bien tempere, obra terminada em Leipzig. em 1740, na estão reunidos quarenta e oito Prelúdios e qual e oito Fugas, escriptas em todas as tonalidades usadas 110quarenta e aprepiano sentando todos os caracteres: religioso, heroico, melancolico, magestoso, nostálgico, humorístico, pastoral e dramatico.

Colosso jamais ultrapassado, Bach ha duzentos e cincoenta annos vem sendo cada vez mais admirado através da projecção de seu gênio. Trabalhou, porém, tanto, que esgotou o que de mais precioso possuia: os olhos. Os tres últimos annos de sua vida foram de um soffrimento continuo, que terminou com a cegueira completa. Mas cego e morto, deixou uma obra que é o grande pharol que illumina, em todos os sentidos, o caminho da musica universal.

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a regra cstabea />or ivrios outros chev Estado, que tem. cada um, a sua preferencia por determinai!,, Sport, o Presidente Ge túlio Vargas tem grande prcdUcccão peln golf. Aqui ,> i em dois flagrantes caraeterislieos das suas actrvtdades desportivas, apanhadoi pela nossa objectivo nu Itanhangâ Golf Club. onde S. ttuma entregar-t essa ¦;,, ,/,, agrado Ja< ,

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morreu Léon Bourgeois. a França perQUANDO deu um dos seus mais incansaveis apregoadores da paz. E' desolador, numa época em que os povos. V comquanto aspirem sinceramente á tranquillidade e se vejam forçados a envolver-se em novas guerras, se apagasse para sempre esse grande espirito altruísta que durante tanto tempo trabalhou para desdobrar sobre os homens, todos irmãos e quasi todos inimigos, a asa poderosa e magnificente da paz. Outros vieram. outros chegaram, ¦ m y-------^<^2^ sempre insuflados do mes^hmnt^í-"^"v ^imW^>^ ilPll mo ardor e do mesmo J^^%l^^^W_ia^^^:^^^_^_Sg^M ideal, mas por isso não se A 'ucta tlue emprehendeu, lilllíWlísl / ^"^^KSíSs deve esquecer esse homem 1«§Í\ j3_L encarniçada, frenética, constan^A teavigorava-lhe a alma estoica extraordinário. Antes delle, Bertha Suttncr, K_ÍP^Sfll «\ s^ durante um longo período da sua vida, foi recer'afim de obter a solldarie' talvez a mais ardente, a mais apaixonada, a ?7>Éâ&\\ com ta" |mais perseverante propagandista da concor^il. :» Hfl li ^3m* \ dac'e P°r 1ue Pu9nava "^\\\\ ¦¦¦¦^m^mj/l dentro Sentindo fervor. dia universal. De accordo com o marido, funZ^\ manho "Abaixo'as dou uma revista com o titulo de ,^^^M» ~"^V^^ ve1, ^^\ armas" tendo sido. uma das principaes instigaque Poaeria esclarecer o animo mconstante e fraco dos mor" ^1_I__F v>\ doras pacifistas com que a Áustria se honrou A sua penna só se movia para servir as causas nobres, e a baroneza de Suttner. que tinha em si a inspiração possante de uma grande roman-

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^ív^íilHSB^'^. "-^V iue na°a °eixava nunca esm°"

^^SSafillí^^^^^^^Bi do peito uma cnamma inextinsui-

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m\/M\\?& cista. desistiu de descrever o que a sua imaginação fogosa lhe trazia, para dedicar-se a um escopo mais útil e grandioso.

O seu bello e empolgante livro "Abaixo as armas , embora fosse ao principio considerado como um conto fantasista onde creaturas ficticias amam e padecem e a dôr se abate como presa maldicta sobre frágeis e impotentes cabecas, esse livro que tanto emocionou a Austria e o mundo, foi um brado de revolta contra a infernal e horrenda hydra da guerra. As mulheres de todos os paizes glorificaram-na. pensando nos maridos, nos filhos, nos irmãos e Bertha Suttner. com a fronte illuminada por pensamentos de magnificente belleza, postouse á frente da campanha e desfraldou a bandeira branca conciliadora e bemdicta.

A sua acção teve conseqüências formidaveis. Pela sua entrada triumphantena milícia benemérita dos philanthropos.» ella tornou-se uma figura lendária de incomparavel esplendor. A' simples leitura desse livro excepcional, as idéias guerreiras foram adquirindo uma orientação mais branda, menos aqgressiva. mais

n

1940

Por

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IRACEMA GUIMARÃES VILLELA caridosa. Os homens comprehenderam que a verdadeira felicidade consiste no bem commum. e que os paizes podem ser gloriosos, sem o sangue dos seus filhos se misturar rancoroso no campo ardente da batalha.

Vencer, sim, pela palavra que lança ao mundo idéias férteis e generosas, vencer, sim, pela persuasão, pela justiça, pelo exemplo. A obra de Bertha Suttner foi traduzida em todas as línguas, todos os povos a leram em frêmitos de enthusiasmo. considerando-a um breviario de incomparavel valor. As nações saudaram com admiração a grande heroina cujo fito era instigar os homens ao amor, à clemência e ac perdão. O mundo viu nessa nobre mulher a sua mais extraordinária apóstola: a Allemanha, mesma, que a cognominara por ironia de "Friedensfurie". fúria da Paz, embebeu-se por aigum tempo na meditação desse trabalho como se se inebriasse nos conselhos de um novo Evangelho.

19

taes, propoz-se a ser a sua palf dina infatigavel. Toda a sut energia foi posta ao serviço desse combate de dia a dia. todo « seu coração, que" tinha o dor de somente abrigar sentimentos elevados, abalou-se afim de fazer vingar a admirável campa do nha que ella reputava o mais abnegado mesmí a foi emprehendimentos. A sua divisa a Christo a sua mais sublime adque inspirou"Amae-vos uns aos outros e não vertencia: façaes ao próximo o que não quereis que vos façam".

A Baroneza de Suttner morreu quando dena via morrer: nas vésperas de se desencadear do Europa a terrível carnificina. Foi mais feliz assisPaz, que que esses outros idealistas da ella. tem á guerra actual forçados a adherir a ella E constrangidos de dôr e de angustia. fallaz e doce a poude ter. até o ultimo suspiro, illusão de que o seu sonho, que fora o seu divino pharol na vida, projectaria, durante muito tempo, clarões abençoados sobre a humanidade soffredora.

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doria, a alma esclarecida, a perfeita darívidenoia, o libertador a missionário, o ente fadado a ranovar os Horixontes da vida. Sob assa nobre predicado, a Asia viu nascar, 622 annos antes de Christo, o evangelista idaal da dor, o amigo por axcellencia da virtude, a sua mais alta inspiração messianica.

Tudo quanto vae ao extremo, deixa perplexo o homem, porque fere o limite da sua

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taVdonaverleiÇOa-

dia conservam a lembrança da sua passagem, que despertou tantas almas a deu k vida uma nova sensação immaterial. De Kapilavastu, a oidade natal de Buddha, nas vertentes do Himalaya, resta a memória do acontecimento que subsiste as ruinas dos palacios legendarios. No século VII a selva occupava o logar sagrado, a terra faustosa do rei buddhoodana. Da cidade de Cravasti, a capital do paix de Koçala, sobre a margem direita da torrente do Rapti, talvez perdure nos tempos actuaas algum santuarío buddhico, onde os peregrinos oram e regressam felizes. Ahi havia o Parque de Jetavana, cujas arvores os romeiros do buddhismo chinez puderam ainda venerar, com os destroço* das columnetas reaes, alguns séculos apôs o advento do Nirvana. Em Cravasti Buddha celebrou o Grande Prodígio, deante do rei Rasenajiti com apparições e sublimes transfigurações. Nas oercanias do Parque de Jrtavana, operou-se a Cura do Cenobita.

Os logares devotos do buddhismo abundam em Cravasti, relembrados por saudosos marcos que a arte indiana plasmou com originalidade e enthusiasmo. A esthetica oriental conheceu sob o influxo da religião nirvanica uma belleza toda singular, que bem exprime os sentimentos da Ásia, naquelles seculos de arroubo. A multiplicidade de Buddhas, que germinou do typo originário, offe-

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1i ?: Jlls|^BPiSl^5& — E

humanidaM certas hores «motivai a forças mytde sente a attracção das ficas a, superando as exigencias ma£ teriaes da vida, entrega-se ao sonho do infinito. Nesta maio a nessa momento, apparecem certos homens que falam uma linguagem inédita a que, sem rimar sobre o grupos sociaes, transfiguram o sentimento d" sociedade. Quando nasceu o rademptor da agonia humana, no Jardim da Lumbini, accorraram as supremas divindades do vedismo e do brahmanismo, Indra • Brahma, para amparar a saudar o pequeno illuminado. Melodias calastiaes e ineffeveis fraganciai, encantaram a aromatizaram a hora da natividade. O aníchoreta Asita, que vivia elãm do Himalaya uma existência da penúria • de cHiciot, deiceu da montanha nevosa para adorar a miHfica creancinha. Sobra o berço predestinado chorava abundantemente e, adorando-a, soluçava, a, soluçando, se desesperava com inconsolavais lamentos; "Ai da mim ! Estou valho a axhausto, logo morrerei; não ouvirei as homílias que urificeráo os homens, nlo se- rei libertado do filete das paixões. Chorai, olhos meus I Não varais a luz do murdo, a pérola dos Budhat I". As suas qualificações designem, no idioma vedico, a alta mittão do seu destino, que deveria purificar as creaturas de todo tormento. Buddha Siddharta significa, na linguagem aryana, a ingenita sabe^r

O

MALHO

comprehensão e obriga-o a reflectir, força-o a uma attitude interior. A era antiga presenciou o espectaculo de uma vida descommunal, que transbordou os limites das virtudes theoricas dando um novo sentido Às cousas.

Todos os seus actos traduziam expressões symbolicas, que interessavam pela sua força transcendental. Quando partiu Virudhaka, rei de Koçala t frente de immensa» tropas contra o povo de Calcya, patria de Buddha, disposto a exterminar o paiz, sentou-se o evangelista do Nirvana sobre uma arvore morta.

Encontrando-o o monarcha Virudhaka, naquelIa exoentrica attitude, quiz saber o motivo.

Porque o mais suave dos homens fugia do abrigo dos bosques, para repousar ao sol da estrada ? Respondeu Buddha : "Meu lar eram meus ramos a minhas folhas. Agora que ides abatel-os, serei como a arvore despojada".

O apologo feriu o coração do rei, que comprehendeu o sentido e regressou com o exercito, desistindo de qualquer violência militar. Ia de porta em porta, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, annunciando a redempção da dór, pela lei do aperfeiçoamanto moral, que refaz o homem intimamente e o prepara ás iniciativas da fá. Não se evitava a commoçio desse exotieo e peradoxal messias, que nunca falava em deuses, promettia salvar o gênero humano do insactavel soffrimento e tanto se dirigia — aos principes, como aos párias. As terras da In20

rece á contemplação motivos de espanto, pela riqueza das exprassões sahidas de um systema tão immaterial como o Nirvana, que faz appello ás invisíveis forças da criatura.

Podemos recordar, com sympathia e surpresa, o doutrinador que morreu 542 annos antes da era christã a exhortava assim nas suas homilias : "Vindo a mim, o amigo da virtude, os seres submettidos á lei do nascimento, da velhice e da morte, jÍío libertados do nascimanto e da morte". Prece singela e fiel, que reanima os tímidos e favorece a renascença das almas transviadas.

O areial de Gobi, os mares de Sonda, as plagas do Sanges, as selvas cio Ceyíão, todo o Pacifico, fremiram sob a memória de Buddha, a mais pura das consciências, a mais be¦nefica das vidas que illuminou o mysticismo da humanidade. Buddha não recorreu ao sobreneturalismo, para aureolar a sua pessoa, nem se utilisou do terror mystico, para domar os corações. Flor da transmigração, em cuja marcha evolutiva a sua alma passou de animal a homem, através de successives gerações, elevou-se ao Tuchita, esphera da perfectibilidade, graças ao progresso dos attributos espirituaes. D'ahi regressou na tua missão de Buddhe, de sabedoria inganite, de excelsa clerividencia, de salvador da agoni« humana. Principe afortunado e felii, Buddha repudiou o amor e as iguarias pele fatigante existencia de enachorete. Si alcançou a pureza buddhica, depois de soffrer a vida durente quinhentas e cincoenta gerações.

DE MATTOS

PINTO n — 1940

Queéum anno n°vo ?

E' umi novo trecho da Vida, que se pretende viver. Pode ser bom... Pode ser máo...

Pode, até, não ser nada...

E' uma hypothese — como o ether. E' uma illusão — como o amor...

Toda vez que começa um novo anno, tenho uma grande pena de mim mesmo. Pena das minhas amarguras, que se accresceram ! dos meus sonhos, que se desfizeram ! , d a s minhas fantasias, que se arruinara ._,... Pena do meu organismo, que se gastou! do meu cérebro, que se consumiu ! do meu ser. que avançou, cada vez mais, rumo á sombra, ao silencio, ao chãos, onde tudo acaba, desde os Pontífices ao.*, sabiás, e desde os banqueiros ás lagartixas...

vida de um homem ! Se os annos fossem de 30 dias cada um, eu já teria vivido 380 annos. Seria um macrobio respeitável. Toda a gente acreditaria no meu bom senso, no meu juizo, na minha experiência. Seria conselheiro das senhoras respeitáveis, e os pais de familia me convidariam para tomar chá em suas casas... E, em torno de mim, creanças loiras me pediriam a benção. .. Por que será que o anno ha de ser tão comprido ?...

—¦ * r—-

IQ-IÍ) I u 4 U ...

No fundo, eu e esse pe de couve somos, ambos, uma pouca de agua, eais mineraes e outros corpos chimicos oíganizados de certa fôrma equilibrados... O pé de couve tem, sobre mim, entre outrás, essa immensa vantaNão gem: não ama... tendo lido Flammarion, ignora que a luz anda, por minuto, milhares de kilometros... Não tendo lido o César Cantu, não sabe quem foi Robespierre, nem quem foi Marat. Não tendo sonhado nunca, não sabe que ha, entre os homens, uma certa mania de fazer versos ¦— que é, tambem, a arte de fazer loucos e desgraçados, neste mundo...

— + — O habito de contar o Tempo, ou de contar com elle, é uma fonte de envenenamento para o genero humano. "Estou mais

— * — A Vida e uma blague genial. Uma pilhéria éterna. .. j\ vjjja humana é um momento de consciência na indestructíbilidade siIenciosa do Átomo... E' uma convulsão luminosa da Materia... Um sonho lyrico da Molécula... Mais nada.. . E é muito. ..

—

¦_•__

Entre mim e um pé de couve, a grande differença é de fôrma, de architectura... Elle é um vegetal simples; eu sou um homem complicado... A couve não leu nada: eu li 80 volumes de Camilo Castello Branco.. . A couve nunca teve uma dôr de cabeça: a minha cabeça está, sempre, em fogo — como o Vesuvio e como o Etna...

Ella não sabe que existe e que tem que acabar numa panella: eu sei que tenho de morrer e que não serei comido pelos homens, mas pelos vermes...

II— 1940

fl

V

A m m i

________________! ma

\wPmÉHM velho um anno"... _ uma phrase triste, que acaba envelhecendo quem a diz...

O Homem é o unico animal que se preocupa com a sua idade. Um leão velho é um leão velho — mas não sabe que o é...

Não segue regimes dieteticos nem receia sahir á noite, com receio dos resfriados... Por isso, nada mais sadio e menos velho do que um leão que envelheceu...

- * ~ O anno christãc (que São Sylvestre me perdoe !) tem, a meu ver, um grave defeito: é longo demais. ..

36*Vdias são, para um homem sensivel, 365 séculos...

Em cada 24 horas, temos, p*?lo menos. 10 horas de contacto áspero com a vida alheia e, portanto, 20 prohabilidades seguras de tei um aborrecimento...

30 dias representam 600 opportunidades de ser infeliz... Imagine-se o que isso é multiplicado por 12 !

E esse numero multiplicado pelo numero de annos de

BERILO 21

O Homem já não é assim... E' um intoxicado auto-suggestão d o pela ío ao Tempo... Vive ^elogio, como it-iometheu á sua rocha. Porque faltem, apenas, 10 minutos para as 8 horas, toma um taxi e dá trabalho aos chauffeurs quando deveria dal-o aos seus musfculos...

Toma chá ás 5 horas, numa sala sem ar, quando, a essa hora, deveria estar, como o seu primo — o macaco — pendurado de um galho, sem pensar em flirt, gozando a doce e tênue aragem da floresta...

—.

*J*

—

O Tempo é um dos grandes coveiros da Humanidade. Vão perguntar a uma tartaruga o que ella pretende fazer em Março de 1940 ! Ou se vae, no próximo domingo, ás corridas no prado do Jockey Club ! A tartaruga não usa relógio pulseira. Nunca soube o que foi um despertador... E £ verdade é que vive 200 annos e morre sem nunca ter ido a um chá dansante... _-_-•*_..

N a outra encarnação, quero vir tartaruga... Com uma casca bem grossa para evitar as settas da inveja alheia...

Essa carapaça esplendida é um tecto, uma protecção e um coDvite ao doce habito de phílosophar... Ha, por ahi, muito Einstein mettido dentro de si mesmo como o velho Diogenes no seu tonei... Silenciosas e modestas, ellas cumprem o seu destino sem fazer mal a ninguém...

E morrem sem saber que existe, na Terra, um idiota que se chama homem e uma illusão que se chama Tempo...

NEVES O

MALHO

MÂj/íJéL jJ/Mà,

CAST IGO

A

m VuUéw//£// JÊ

VÊL

ta em meu idioma, e isto i espantoso : si lhe pedisse que me deixasse em paz, não me comprehenderia; si lhe dissesse que eu também tenho uma compa-

—

nheira e um gury, rogar-me-ra que significado desta ultima palavra; si nria amavelmente, cobardemente. lesto — do mesmo modo que eile tenho a convicção de que não, e é

graça. E' horrível que as possoas celebrem as expressões da nossas iras; mas assim é, e assim

Náo,

cahe água. .. eereamente. Pensei que com preh and esse.

Minha contestação cautou-lhe

lhe explicasse o o insultasse, sorIgnoro si o moa mim — mas explicável : eile,

será

própria

sempre;

e si alguém as "não exp'icam que vale a pena", "que 16 a morte não se remodela". Mart'm era do numero dessas pessoas. Pe-

que eitava itolado, já não o estí, posto que »e encontra junto a mim; em compensação, eu, que estava vinculado 4 minha gente, em meu paiz, me tinto extrengeiro em minha

ma»

disse-lhe,

condemna,

terra.

di-lhe um meio litro de tinto.

B

*

Meio mais meio, um; um mais

a

meio...

Esta manhã, desesperado, me abale! para o campo, apezar da chuva, e arreei um cavallo. Lauro, em seu cocoIiche (3), inquiriu-me : Eta, Pod:a

Camilo, ter-lhe

Não posso recordar os factos com precisão. Sei que, depoi» de pagar, Martim me ajudou a levantar-me, náo tem me advertir que era mau chupar

aonde vae ?

dado

a

direcçío

de

um

mau

k>g«r.

Kespondi-lhe : Volto

(8) tanto. [Em rapai vaidoso,

entrou no pântano. Experimentei uma tentação de «llivio, semelhante á que pode gotar um detento que logra evadir-se. A água que saltava aos golpes do» cascos e a

L_

de

Humbertinho,

,

.tá

chegava

.

mutações —

asse

p.ss.r

d.

contemplais

raiva

contida

á

piedade e da piedade á raiva contida — iam, pouco a pouco, ennervando-me, annullando-me, eonduxindo-me á «ngust'a. Declaro qu», em algum imtantet, n.« ettirev* nô'catre e deixava que as lagrima., depois de resvelarem pelas fonte», cahisiem na» orelha». Som«nt« á» noites po. deriem consolar-me, mas, que 7 Náo fazia mai» do que juntar at palpebrai, • o tomno fugia de mim. Revolvia, me na cama,

accendia um brasil (6) e outro; suspirava profundamente, e nada r Ouvia a» chamada» para oi envite»; torturava-me a voz de Lauro, essa voz que parecia um canto. Si me inclinava, afim de comprovar que elie

V

dormia, eu ouvia, fatalmente : Em que pensa, Camilo ?

Em nada.

Ha tre» di.» qu. chove. E dizer tr«t dia» d* chuva, é diier tre» dias de rancho,

HOVE. de

clauiura

com

um

homem

qual Lauro. não á o mau, m*

Lauro, num idioma qu* constantemente da tua mulher, d* seu filhinho, de tu* aldeia lonqinqua. A's veie», tinto desejos de perguntar-lhe : — "Que m« importem sua Luci. • mu filhinho ?" Ma», ao mirar-lhe o» olho» do p«rro tri»t«, m« "trueo" c«lo. ou o convido para uma partida de (I). fala

O

MALHO

Quanta» partidas tenho jogado nettet tre» dias 7 sei. Cem, mil, um milhão, tenta», tanta», que não mais tornarei a jogar em minha vida. Como tampouco tornarei, em minha vida, a terraplenar caminhos égua as "reaes" a este. Que se inutílísem todos os (2) do mundo, ou que me dêem um companheiro silencioso ! Lauro não 4 meu, não; é um infeliz, um ser que se esfalfe e eco"pobre" nomrsa para que, um dia, a e o pobreirto posvir reunir-se Mm á America, a «II.. Porém não s. e.presNão

22

E, então, eile recomeçava : Minha mulher...

Que boa á minha Lúcia I...

Por baixo do» taccos, que me serviam de travetiairot, succedi.-me, ás veies, s«gur«r • faca . apartar o c*bo, apertel-o fort«m«rrte, como ti fotte enfi«r « lamina no ventre ou no peito do infeliz.

Oeio que minha fuga para o campo, sobre um ma. tungo. lhe salvou a vida.

Quando cheguei «o boliche (7), a prinwir* pergunta que me fei Martin, o vendeiro, foi esta : Parece que chove, náo 7

•^^BvP'***,,m***^ _-1,_#»j.Bj»»aBBBBSBafc-fc

prehendo tua intenção matevoIa!

com ternura.

Etsas

bu

de

e

A seguir, auxiliiou-me a monfar, e sua ultima reçommendaÇÍo foi: Oie o "p:ngo" (10) por entre as oreia.

Ah ! maroto ! Agora com-

teria sido outra .- teria sido a soledade do homem sósinho, uma soledade sem partida de truco, que, invariávelmente, eu ganhava sempre, ainda que fizesse o ton»o, ainda que bluffasse. ainda que simulasse flores (5). De. po.» dei», pensamento, eu me errependia; eonsidereva natural que eile sentisse nottelgiat da Pátria dittante, de Lúcia,

tempo

os donos

tario para o pifáo, faça o moralista após a cobrança...].

que provinha do Ciu me molhavam por igual. Nem siquer me inquietavam as rajada» de vento gelado que me chicoteavam a cara e o» braço». Era preferivel essa inclemência á converta de Lauro, 4 charla de um desgracedo que desconhecia meu idioma e que »6 sabia referir>e as coisas "de lá".

"Porque lá... Porque lá...". 'cruel Será um pensamento — confesso — mas ch«-guei a desejar-lhe a morte. Morto eile, nvnha soledade

ÍlaMMa

meu

os terventet das timbas (9) a do» cabaret» também me aconselhavam como o bodegueiro : quer lei que, quem nos dá o neces-

jã.

Etti louco 7 Com e»te tempo...

Não lhe repliquei. Com raiva, cruzei, com uma» chicotada», a anca do animal. O motungo (4), turprehendido.

1

Horas e horas, a passo. Por entre as orelha» do matungo, via o caminho, a parte alta e ainda não desmoronada da estrada, e, perto, o céu, griz, e nada mais. Nem os campos, nem os cercados, nem os bosques. No mundo, não exittia outra coisa... Isto á, existia Lauro, a imagem de Lauro, uma imagem de Lauro desfigurada por minha mona (II): uma cabelleira loura, que se desmantalava, a. um vento elcoolisado; uns olhos claro», que beilavam a modo de bolas verdes nume água luminote; um bigode dourado e uns lábios, que te distavam num torrito amplo, mait amplo, amplíssimo, depois de terem cantado meu nome. Mirando essa imagem por entre «t orelhas tetas do jnetungo, eu abrigava a sinistra int.nção, que havia germinado em m'm durante tret diat de "Sim — convivência desesperadora. emplanejava quanto náo chegue á tenda, provoco-o, insulto-o, desafio-o. Quero Üvrar-me de sua presença, náo no ver mais, permanecer só. Quero me deixe tranquillo ! Que não me falie mait de tua mulher, de seu filho, de tue terra I..'."

F a chuva, continuava, mansa, tenaz, estupidamente.

Sem o perceber, o cavallo e eu entrámos na penumbra precursora da noite. A bruma conseqüente á embriaguez havia-te dissipado quasi de todo, mas, em seu logar, alguém, com 2 cravot invitivei», procurava varar-me a» fontet. Louco de dor, opprimia-mo o frontal por cima "Ma!do gorro; deitava a cabeça para traz; protestava : Inúteis !" do diabo dito teja ! Maldito seja esse Lauro o» movimento» e inútil o maldizer : um eodia á tortura memória. Outro, em physica, nem Lauro fugia de nvnha meu logar, teria appellado para o fac:l recurso de abandonar o companhjiro, mas eu ettou em meu torrão, eu não tenho que ceder o etpaço, que me pertence, e a um homem que não á daqui. Que te vi Lauro, amigava*. m»nt«, ma» que se vá ! (Patiado o effeito immediato da mamúa (12), ertenuave-te a intenção delictuota, embora at fontet). Que proteguissem o» cravot puncionando-me s« vá, • que »»u loger d« paio marchador teja oeeupado "da idioma, terr«", por um ter, que fale o mau por um qu. náo me conte n«d« d» su« mulher e de teu filho,

para que nio me obrigue a record.r-me de Mathilde • "Chingolo".

Porque eu nio quero me apagar • ninde guem no mundo...

Calarei minha historia. Mait de um* vei desejei um "Veja, confidente, o interlocutor que nio me console : Camilo, ti voei está arrependido, «II. « teu filhinho o

me *p«ava, Lauro, com uma alegria inbateu-me nos hombro» . : Embora o temesse — communicou-me — esper.va-o. Ah 1 ti voe» soubesse o qu. t para mim I...

perdoarão". E' um desejo, que nio satisfarei jamais, posto que os Christiot sio mait inclinados a perdoar que a castigar; e eu náo anheto a perdão e, sim, o castigo.

Minha ambiçio á «xtranha, porém minha consciência de

mais do que um irmio !

Nio pude mais, . explodi num soluço.

Qu. lhe aconteceu 7 — interrogou-me,

perdulário convencido de sua baixeza moral é tanta, que não posso possuir outra. Porque ninguém se acha incum"Venbido de censurar-me, por exemplo, deste modo : deste até o ultimo vestido de tua mulher por. causa do amaldiçoado jogo ! "Chingolo" capenga em consequene'a de ume pancada que lhe deste, certa tarde aziaga !

E't um velhaco ! Em "criolto" : és uma porcaria !" 7 Nio, nio revelarei minha historia, «fim de comkmnar-me a mim próprio, de saber que sou o t«r que mais se odeia.

Depois da condemneoio, que deve sar longa, bem longa, aue venha o olvido; que o esquecimento desça entre m:nh'alma e at outras át quaes estou ligado por meio de recordações. Isto eu quero; mas Lauro...

Umat quadrai antes de aftingir a renda, tirei at rádeas ao cavallo. Do céu continuava cahindo a chuvinha.

Embaixo, no tsrrapleno, quasi detfeito, a água. illuminada a curtot intervalloi pelos relâmpagos, parecia velludo oontilhado de lentejoulat. Invadiu-me uma mansuetude in"Perguntar-lhe-ei — finita e : disse commigo — eor que nio procure afattar-te de meu caminho, Lauro 7 Você, "S tem querer, me enfattia, . você um bom homem. Anceio «ttar 16, compr«hend« 7 Irrito-me demais quando alguém me fala de tua felicidade ou de tua esperança na felicidade".

Esporeei o animal, e reemprehendi a marcha. Levaca em mim, nio obstante a dor, nas fontes e na nuca, a de que uma doçura, tuave • terna te ia aninhando em meu coração, e a luz «merellenta do pharol foi para mim como a luz de uma estrella. sensaçio

23

Emquanto

fantil,

Aproveitando sua ausência, carta

falo-lhe

de voei,

escrevi á minha

digo-lhe

mulher. Na

que você m. um irmio,

estu-

pefacto.

Nada, Tomou-me Sentou-se

«

nada... o

meu

braço, l.do,

• no

entrou catre.

commigo Procurou

na

tenda.

consolar-me

Ainda

se esforça por me consolar.

Nio e este o castigo ambicionado por mim; o que soffro á maior; i enorme I Nio poderei resistir-lhe.

Obrigado, Lauro. Obrigado...

Lauro ergue os hombros, • sorri com seus lindos olhos de animal triste. Nio comprehende.

Continua a chover, sobre léguas e léguas de pampa.

Por felicidade : par* que Lauro, com tua bondade terrival,

castigue minh. perversidade infinita.

Rio, 20 de Novembro d» 1939.

VOCABULÁRIO 1) —

Espécie

d*

jogo

de

cartas,

mui

popular

na

Argentina.

2) — Estradai reaes.

3) — Linguagem de estrangeiro ainda não accümatada nos Pampas.

4) — «Cavallo 5) 6) 7] 8) 9) 10) II

— Tret naipes de paus.

— Cigarro.

— Pequeno armazém.

— Beber.

— Casas da jogo.

— Cavallo. * 12) Embriaguez.

EUGÊNIO

JÚLIO

IGLESIAS n — 1940

O

NOS

SUCEDE

QUE

CONTOS

FAMOSOS

O MÁRTIR D'ANNUNZIO

POR GABRIELE

>™-_T*^*^*^^-___

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"Trindade", O carregado de aveia, levantou ferros, rumo a Dalmacia. A bordo iam seis homens: o patrão, Ferrante, os dois irmãos Talamonte , Ciro, Massacese e Gialluca. Eram todos rudes marinheiros, acostumados a lutar com a fúria, dos elementos. Ademais, levavam como grumete um rapaz de nome Nazareno. Era noite, e o mar brilhava sob um luar de prata.

f-umavam no convés, quando Gialluca, levando a mão ao "Veja o que é isto aqui". — pescoço, disse a Massacese: — "Um "Não é nada". — respondeu o companheiro. — calombi"Pois — — me doe". nho insignificante".

Ciro, o mais velho, apanhou uma cebola e um pouco de aveia; amassou tudo e fez um cataplasma, qúe colocou sobre o calombinho.

Mas a dor, em vês de cessar, aumentou, e o calombinho, ...Mataram-me!..." Deixaram o enfermo a um canto, repousobre umas lonas, e todos se prepararam para resistir á pouco a pouco, se foi convertendo num tumor escuro. Gialluca sando sofria qual um condenado, e seus companheiros decidiram abrir tormenta, que os ameaçava. Volta e meia, o grumete chegavao pequeno tumor. Ciro escolheu a faca mais afiada, e fez varias lhe á boca um pano embebido em aguardente. O mar estava incisões. Gialluca gemeu de dor e, quando cobriram a ferida agitadissimo, e Ferrante, enérgico e sereno, dava ordens a seus "Mataram-me!... homens. Aplacada a tomenta, os... com alcatrão, desmaiou, gritando: —

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. . homens descançavam da árdua faina, quando Nazareno acudiu "Gialluca 'morreu!" — Todos correram a ver. Efea gritar: — tivamente, c marinheiro cerrara os olhos para sempre. Seu rosto, horrivelmente desfigurado, apresentava grandes manchas escuras — "E agora, que faremos?" — inquiriu Talamonte. — Lança-lo emos ao mar e diremos que se perdeu durante a tormenta — respondeu Ferrante. — Dito e feito. Puzeram-no em um saco, com uma grande pedra, e atiraram-no ao mar.

O

MALHO

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da e, mergulhando a ponta Depois, chamaram Nazareno "Si — fazer compafalares, irás faca em seu peito, disseram: nhia a Gialluca". — O Adriático, após a tempestade, parecia um lago prateado. Um barco surgiu e foi avançando até apro"Trindade".

Era o lugre de Raimundo Callare. Toximar-se do "— dos se saudaram com grandes gritos. Uma voz perguntou: Onde está Gialluca?" — Perdemo-lo no mar, durante a bor"Leve a noticia a mãe dele". rasca" — disse Ferrante. — 24

n— 1940

EDD

SEMI-MALUCO)

(CONTO

NOTA: - Os narizes que personificam este conto são fictícios, é claro. Não se levará em conta, pois, qualquer semelhança com factos ou pessoas reaes.

um narizinho arrebitado e mimoso pRA o da minha visinha. E como eu o apreciava ! Ella sahia á janella, todas as manhãs, botava o dito narizinho no ar e dizia: Bom dia. visinho.

Eu, com prazer: Bom dia, visinha.

Só. Nem duas palavrinhas a mais. As vezes, porém, arriscava: Será que chove, hoje ?

Ella percorria com os olhos o céu penumbrento, me*<a o narizinho em duas direcções, prognosticava: ~ Chove, não. .

As nuvens estão passando. . .

E era verdade.

Os dias também se passavam. Do mesmo geito. Com a mesma scena diaria. Para Bom dia, visinho.

— mim. para ella e para os nossos narizes.

Como de costume, nessa manhã, costumeira saudagao saudação de todos todos m appareci na janella os dias. Minha visinha parava do quartinho apertado. E esperei. Nada. mais na rua que em casa. DiNada do narizinho da visinha imitar ziam que ia haver o diabo ! Por o meu gesto. Fiquei ansioso. Que teria aconcausa do pittoresco choque de tecido? Positivamente eu sentia falta danarizes entre a bella e a fera. isto é, entre a minha visinha e o quella saudação matinal, que costumava vir do outro lado do edifício. O contrario cirurgião me trazia um dia azêdo, muito aborrecido E aconteceu que o narizinho doente acabou enchendo um remesmo. E incompleto como um dia sem sol ou como um Circuito da Gavea sem cabecjuerimento solicitando a indemnização de algumas dezenas de contos. ças quebradas...

Porém, uma semana de longos dias O nariz medico, em resposta, apredecbrreu. sentou também uma conta mais salgaOs demais visinhos tambem não sabiam de coisa alguma Ninguém da, que com sobra cobria a importanme dava uma noticia alviçareira. Até que cia requerida pela cliente. Uma conum dia. . . Respirei aliviado. Lá estava a ta que estrictamente — dizia eHc — visinha na janella, como antigamente. Ago¦dava para refazer os seus suspiros ra. com o narizinho embrulhado em ligeiprofissionaes. Resultado: a questão ras gazes: tomou vulto. Cada nariz procurava Bom dia, visinho. valentemente espirrar mais alto Bom dia. visinha. Que foi ? o outro. Ao cabo, a atmosphera que se — N&da. Uma espinhazinha, apenas. tornou irrespirável para ambos. Para Vou ao medico, amanhã. Choverá ? fugir a possível asphyxia, accordaram Affirmei que não. Muito embora tudo em mudar de ares. Foram bater á indicasse ao contrario. O narizinho delia pretoria, onde todas as questões at(De NI LO A. SAMPAIO) Bonecos de MARTINIANO n — 1940

mosphericas são notavelmente examinadas e gravemente solucionadas.

Occuparam-se do caso outros narizes — estes, porém, severos e essenciaes, cujos espirros são sufficientemente reconhecidos por lei, pois nascidos nas proximidades de pesados oculos jurídicos.

Não obstante, vários dias decorreram.

Custosamente, os narizes da lei respiraram o "veredicaso, e acabaram espirrando um ctum" desfavorável ao nariz doente.

Eu que acompanhava carinhosamente o processo, fiquei também desolado. Moralmente solidário que estava com o narizinho enfermo, senti logo um forte desejo de amassar as ventas do especialista. E acabei, de facto, indo ao seu consultorio. Galguei as escadas em três tempos — mas oh! céus! — quando cheguei em frente do homem para lhe dar os almejados tapas vi, á moda camoneana, com os próprios olhos, a minha visinha, dona do narizinho arrebitado que tanto me deliciava nas manhãs penumbrentas com o amavel "bom-dia" — abraçadinha com o cirurgião, num perfeito entendimento amoroso.

Fiquei aterrado, com os pés presos ao chão. Foi, então, que o homenzinho todo satisfeito, vendo no meu nariz motivo para saborosas demonstrações plasticas, se approximou de mim me convidando para sentar. Num esforço ultimo ainda tive a hombridade de recusar terminante^ mente. E me joguei para a rua.

Convicto de uma coisa: jamais o meu modesto nariz intercederá em questões alheias e muito menos ha-de conhecer essas de^ lidas scientificas, pois vou mettel-o no linteiro, com toda a prudência Prefiro afogaio em tinta Sardinha do que sentil-o em 'yX 5S\ cirurrnaos / "22, <;:cas.

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tinha que ser cuidado. Aquillo mais tarde poderia servir de detalhe capaz de prejudicar aquelle palminho de rosto que eu tanto admirava. Não. não haveria de chover !

Por sorte, mesmo, durante a semana toda, nenhuma gotta de chuva, siquer, cahiu. E foi com grande impaciência que eu esperei o retorno do narizinho enfermo. ? ? *5* No ultimo sabbado a visinha appareceu. Damnada com todo o mundo. Principalmente com o cirurgião que lhe fizera especial tratamento. Estrilava. E com muita razão, pois a emenda havia sido peior que o soneto. Disse uma porção de coisas, algumas até meio cabelludas. ao nariz medico que nenhum successo lograra.

Também fiquei com raiva do cirurgião.

Por causa delle eu já não recebia mais a

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Stone, Davil ;, F O major uir TIFICADO i.ara a iFran,;m, mgiezas inelo- is para inglezas para fccgue o envio de tropas exerc.to capellao no exercito 1914, actuou como capellão esquerda), 1914 Canal (a do Departamento do sal sallitar recebem os soldados sddados embarcarem fca.

Ao LTao os seus sens o.ferccer oífercccr de acaba sous canadense, .. embarcarem, amencano parecanadcnsc, 11 i ao Govcrno apresentou Qflnntam (0 srmiro ia seguro ja^apr^ elle logo adoptam. O segun ía-vidas, fca-vidas, tjue que elles sen paiz. O de seu ao 1>anama ,,rvi,()s serviços ^ govemo governo ^ ^ ^ ^ velho. at. veinu. padre morreu de padre Scott conta, agora, 75 annos de edade.

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(Phulos da Agencia Inlernalia Ncus, Xoríc Norlc americana) — mInal Neus, enviadas cnviadas por via aerea. acrca.

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Gra Bretanha, em desfile, num Canhoes anti-aereos da Grã ALLIADA — Canhões A ARTILHARIA ALI-IADA continente. o do embarque do antes londrino, para parque A ESQUADRA INGLEZA — Alguns dos — O Sr. Halvdan Halvdan grandes cruzadores, que a Inglaterra enviou para DIA DO HOMENS — OS Acha-se Acha-se OS MARES DOS HEROE Koht, Ministro do Exterior da Noruega, qu? qu.; o Mar do Norte, afim de perseguir os submano porto de New York o Koht, ancorado 110 dinamar- rinos inimigos. Sao o "Shropshire", o " De" Arandora Star", convidou os seus collegas sueco e ditiamarin- convidou da frota mercante in"Arandora", que chegou da conferencia visando evitar a vonshire" e o "London", que sao tripulados por da quez quez para uma coníerencia gleza O gleza.

Finlandia. 650 homens, e o "Sussex", de 10.000 toneladas.

Russia e a Finlandia. entre a Rússia guerra submarinos. submarinos. guerra nove a Europa, poz pique

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A ESCOLTA ALADA — Os aviões de bombardeio da Inglaterra acompanham sempre os submarinos britannicos, quando estes saem a livrar combate em alto mar.

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UMA PROVIDENCIA ACERTADA — Uma nova lei, na Rumania, estatue que a a população civil deve ser supprida dt mascaras antigazes, tmquanto o paiz estiver sob sob". o controle de um official ameaça de guerra. As mascaras devem ser experimentadas, " câmaras de gaz do exercito, nas

BOMBARDEIO AS LINHAS ALLEMÃS — Flagrante de um occidental, feito por artilheiros francezes.

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OS RUSSOS NA ESTHONIA — Após a assignatvlra do accordo entre a Rússia e a Esthonia, a esquadra russa rumou em direcção dos portos esthonianos. Na gravura: o commanciante da esquadra russa, almirante Menetshoff (á esquerda) e o seu collega esthoniano, almirante Reek.

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PARA A LUCTA NO AR — Aviões de bombardeio inglezes da classe " Welington". As cruzes brancas são as suas marcas de identidade. aaH/ £jV jÊ

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dem : impedem que as fabricas e as officinas os admittam ao serviço, punindo os empregadores, mas não podem impedir que um garoto trabalhe por conta própria.

E a maioria dos meninos que lutam pela vida trabalham por conta própria, — ou têm patrões occasionaes.

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E' doloroso ver-se uma creança esforçando-se por ganhar o pão de cada dia, e o seu soffrimento se transforma no soffrimento de cada um de nós. Mas seria ainda mais doloroso se, em logar do trabalho que pôde fazer delia um homem, se visse atirada à vagabundagem que a transformará, promptamente, num criminosoNo Rio, ha milhares de creanças que não têm infância, porque a vida lhes impoz o dever de ajudar a subsistência de uma familia inteira. E ellas são : engraxa¦

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tes, vendedores de bilhetes de loteria, trocadores de omnibus, mensageiros e entregadores de casas commerciaes, vendedores de jornaes, pequenos carregadores

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Mas os claros são preenchidos immediatamente

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vida por outros pequenos soldados do trabalho. E a

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continua.

Não ha desanimo, nem hesitação nas suas fileiras.

São as pequenas formigas do gênero humano, cuja hu-, mildade esti cheia de heroismo e cujo destino não pôde deixar de nos commover.

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I» H OTOGRAPHIA — No paCURIOSA vilhão biitannico da Feira Mundial de Nova York esteve em exposi;üo esta curiosa photo-fraphia, que define a Unido posição do Remo no cornmercio internacional. Os tracinhobrancos que ahi se vêem representam os navios da Grã Bretanha em de manda Cos por-os de destino. A Europa Bgura ao alto, á direita.

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DE UM SF.XTETTO TRUZ — Logrou notável êxito o Concurso de bandas de musica, realizado em Long Beach. Tomaram parte as 60 philarmonicas do Oeste. O sextetto de tambores foi muito applauditlo.

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Iniciamos hoje um, inquérito entre os escriptores mais notáveis do momento litterario afim de saber como escreveram os seus livros de maior êxito. Para abrir essa reportagem, o primeiro nome que nos acudiu à lembrança foi o do autor de livro de contos que empolgou a attenção geral nos fins de 1939. Seria, realmente, bastante curioso saber "A Vinha do Senhor", a obra como foi pensado e escripto mais recente do jovem intellectual que oecupa. na Academia Brasileira, a cadeira que Rug Barbosa fundou.

Com a simplicidade que o caracteriza, assim nos falou "conteur" c publicista: o consagrado

"Vinha do Senhor"? E se eu lhe escrevi a disser que não escrevi ? que escreveram por mim.

Acha grave ? Parece realmente. Sobretudo quando o autor confessa em publico que não escreveu o livro que publicou com o seu nome. O fato, entretanto, é a coisa mais natural. Eu lhe conto. Indo veranear em Terezopolis, no mês de fevereiro do ano passado, tive a infelicidade ou a sorte de cair do cavalo em que passeava. Desse acidente resultou a fratura do braço direito. Tive de submeter-me a uma relativa imobilidade. O calor aqui era asfixiante. Com o braço no aparelho, passava os dias no terrasso da minha residencia, em Copacabana, estendido na minha rede de nortista. Sem ter nada a fazer, comecei a contar a um amigo reminiscencias e casos que tinha guardados na "Por não faz um livro imaginação. Ele perguntou: "Só que se você quizer darde contos" ? Respondi-lhe: se ao trabalho de ouvir e escrever.

Combinámos. Esse amigo, que servia como meu secretario particular e desempenha hoje as funções de diretor geral do Departamento de Educação e Cultura do Acre, era o acadêmico Ocelio de Medeiros, também escritor e jornalista de grande operosidade.

Comecei a ditar os contos, isto é. fazia a arte de contar como realmente deve ser feita. Talvez a isso se deva o grande êxito do livro, a ingenuidade que o caracteriza, a naturalidade que o retrata. Ocelio es"Como

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Osvaldo

a° "° /-,.:,„ Orico lalando

Matfco"

crevia e eu reiia. Como vê, não foi uma ingenuidade procurada, mas sentida. O livro saiu, realmente, um livro de contos. Contado como se fossem historias da vida, lá do fundo da minha rede. Quem passasse pela rua Sá Ferreira, 112, em fevereiro e março do ano passado, me veria na maqueira, trazida da Amazonia, contando as narrativas que vieram a constituir "Vinha do Senhor". a Depois de revistos e emendados, dei à datilografa os originais para o trabalho da copia. Lembro-me bem.

"A boneca de olhos vivos", deO primeiro conto era na Illustração Brasileira. Uma narrapois publicado tiva em verdade humana e dolorosa. Não havia acabado de datilografar o ultimo período, a moça teve uma crise de nervos. Eu e alguns amigos que me acompanhavam no momento, entre os quais Figueira de Almeida e Nelio Reis, fomos surpreendidos por um pranto copioso que vinha da sala ao lado. Corremos a socorrer a datilografa, indagando a causa. Ela apontou para os originais, com os olhos ainda molhados : — O seu conto, dr. Osvaldo.

Quasi me arrependi de havê-lo escrito. Fazer chorar uma creatura ! O fato. entretanto, determinou em mim a convicção do merecimento daquela narrativa. Se não tivesse o dom da emoção, não teria produzido tal resultado.

Ganhei uma convicção, mas perdi a datilografa.

Dona M... que me fazia a fineza de entender a letra do meu secretario, copiando sem um erro os originais, recusou-se dai por diante a passar a limpo os meus contos. Era de uma sensibilidade muito pronunciada.

Tive de recorrer a outra, escolhendo nova datilografa, desta vez de uma frieza mecânica.

Consegui, dessarte, passar a limpo o livro, cuja historia você quis saber. Aventuras de um braço quebrado. Contos realmente contados. Nada mais."

36 —

II

1940

A3 ÜOIAô DA POESIA SRAÔILEÍRA

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VELHAS ARVORES . .•+?

Olha estas Do que as Tanto mais Vencedoras

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velhas<varvor«lflí.aistbellas •"mmmW0. arvores novas mais ami^aTr^ beilas quanto mais^rífigas, I da edade e davjsrocellas. J

O homem, a fera e o insecHo, á sombra dellas/< Vivem, livres de fomes e fUe fadigas; E em seus galhos abrigam-se as carrfigas E os amores das aves tagarellas

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Não choremos, amigo, a mocidade !

Envelheçamos rindo ! envelheçamos Como as arvores fortes envelhecem : Na gloria da alegria e da bondade, Agazalhando os pássaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem !

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í* 1940

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M A L H O

1

TRES MORGADOS Ningucm lhe conhecia orna fraqueza. Nem mesmo um affecto. Havia quem suspeitasse de sua normalidade physica. O tamanho invulgar. a ausência de carnes na ossatura máscula, a aspereza da pelle moreno tisnado. os gestos bruscos das mãos enormes e as passadas largas e decididas eram de homem Vendia verduras, guiando a carroça, de rédeas firmes e relho prompto. Aa saias, de franzido incrível, não lhe

Nesse momento de balburdia, uma japonesinha que trazia pela mfio garotinho claro, de

va sempre por ella. A verdureira trazia-lhe as fructas mais raras e mais perfeitas.

olhos azues e caracóes doirados, perguntou naturalmente. como se não visse a tragédia: Tem couve ?

Amava o seu morgado: Chamou-o assim

Nada tenho! Não vendo nesta zona !

O menino puxou a saia da verdureira.

Deixa eu andar no seu burrinho, cigana ?

embaraçavam os movimentos contínuos de subida e descida aos portões dos freguezes. Exhibia a canell: magra e negra, mas não se retardava.

A's nove horas, com a quitanda ambulante bem sortida, entrava na Avenida Paulista peIas immediacões do inesquecível Olavo Bilsc, e ás onze attingia o Ubirajara. Era o marco final.

O burrinho treinado, avistando o índio em pose. largava a correr pela ladeira da Avenida Luiz Antônio numa alegria de liberdade adivinhada, antecipação ornejante. E a Guiomar, de pé na carroça vazia, estalava o chicote no alto, festi-

Guiomar

examinou

a criança. Tirou

do

fundo da carroça um maço de couves, recebeu o nickel da empregada e disse ao pequeno: Quandc o .burrico sarar poderá montal-o.

Depois, com súbita inspiração, a muincrhomem salta para a boléa brandindo o relho. e os curiosos assistem admirados a alimaria por- se em pé e descer a rua, manqueando, mas corajosamente.

Desde ahi a Guiomar habituou-se a parar na ladeira. O menino, junto da pagem, espera-

ao saber que elle era a criança primeira e única daquella casa grande e silenciosa.

Certa vez o morgado falou: Cigana, amanhã faço cinco annos.

Guiomar trouxe flores e tambem um marrequinho alvo, além das fructas infalliveis.

Mamãe quer que você entre um pouco.

Cigana.

Não posso.

Entre. Venha ver meu quarto, como está bonito !

Obedeceu afinal, arregaçando as saias para que a poeira accumulada nas dobras não empanasse o espelho do assoalho. No quarto do menino Quedou-se commovida como se houvesse penetrado na câmara de um principe.

Paravam numa habitação collectiva no negro lamaçal que nasceu para ser Jardim Paulista. Um barracão de antiga fabrica, dividido por

terrupta

Compras múltiplas no mercado, for-

necimento a domicilio, trato do animal, elaboração das sobras apanhadas no fundo da carroça em caldo nutritivo, lavagem e reforma dos trapos. Recolhia-se antes que a noite chegasse.

Não cumprimentava os vizinhos e só talava quando a Isso se via obrigada.

Apparecia ás vezes com signaes evidentes de luta: manchas de sangue no lenço florido que prendia os cabellos emaranhados, pulsos roxos, unhas partidas. Adivinhavam espertezas dos vendedores do mercado que a energia da Guiomar frustrara. Adivinhavam. . . Ella não se blasonava.

Por causa de defeito recem-apparecido no calçamento, o servo da Guiomar cahiu certa

do ao macaco zombeteiro. Descobriu um buldog de fera catadura entre patinhas e lebres, um camello phylosophico e. no diva celeste, o morgado pareceu-lhe um boneco de porcellana, com seus olhos de contas, sorrindo para ella num riso admirável de dentinhos de leite.

— Gosta do meu quartinho, Cigana ?

Guiomar era virgem de emoções. Não sabia lêr. Seu gênio insociavel impedia que lhe contassem coisas fora de seu meio. Sabia apenas que os ricos comiam demais emquanto os pobres soffriam fome. Só por isso trabalhava e juntava dinheiro. Pelo terror da penúria na velhice.

Esse universo encantado, feito de rendas e plumas. brilhante de crystaes, a atordoava. Não tinha expressões. Estava muda e pallida em seu deslumbramento.

Sorveu um copo de re.resco sem ver que mãos lhe offereciam e quando recordou-se da carroça abandonada na rua sahiu sem se despedir e sem agradecer.

para ella um ser privilegiado e differente do commum dos mortaes. Sentia-se como tocada

tabiques, reunia representantes de quasi todas as nações do mundo, como em Genebra.

se apercebia da existência alheia.

Desde o amanhecer sua actividade era inin-

tão de pelúcia ostentava colleira de organdy em lugar das placas de lama dos bácoros vulgares.

Notou o urso plácido de astrakan macia abraça-

Seu amor pelo morgado virou superstição.

Era respeito, idolatria, fascínio. O menino gentil de olhos de luz e cabellos de seda, tornou-se

vãmente.

Todo o cortiço tinha curiosidade a respeito da verdureira, exactamente porque ella não

Viu tudo azul. Em todas as cambiantes que se fundiam completando a harmoniosa doçura de um sonho .bom. Surprehendeu-se de encontrar aquelle mundo maravilhoso onde o lei-

Af^Mt\ TI m.

pela graça divina quando elle lhe falava con: a voz meiga e clara.

— Cigana. Você é bôa e bonita.

Por isso. ficou presa ao chão. com os braretorcidos entre as grades do jardim, fitanços 'do perplexa a veneziana cerrada onde frio car-

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taz dava a entender que a casa estava esperando novos inquilinos.

Quatro dias faltara. Fora o bastante para

acontecer aquillo. Indagou. Torturaram-na antes do golpe decisivo: politica, conspiração no

Quem és ? De onde vens ?

O moço, dé rosto branco como os lyrios

palacete. fuga da familia para muito longe, fóra da Pátria talvez.

Arrebataram-lhe o morgado ! Sem uma palavra. Injustiça ! Trahição !

silvestres e olhos de céu límpido, respondeu sem

A pobre isolada recahiu da grippe e levou mais de dez dias delirando com revoluções e me-

para não me obrigarem a voltar.

Guiomar comprou .um pão na tenáa proxi-

ninos de olhos azues.

ma.

emoção: Sou imigrante. Não gostei da lavoura.

Fugi. Negam-me trabalho. Occulto meu nome,

Come, emquanto eu carrego a carroça.

Pouco a pouco o tempo executou sua missão consoladora. Guiomar continuou a viver a antiga vida. sem objectivos e sem sonhos.

Até que. . .

Arranjou um companheiro de quarto. Mas era quasi menino ainda ! Rosto imberbe e candidas pupillas. No tempo, na hora das primeiras abluções, encolhia-se todo quando lhe fazian perguntas indiscretas. Olhava de esguelha para a verdureira. que. não longe, atrellava o animal na carroça, e parecia tremer.

Ncda conseguiam arraftcar-lhe. Nas costas da moura brava conjecturavam: Caspite ! Que perigo é dona Guiomar !

Perverter á custa de feitiço um mocinho novo assim.

Porém, o facto não era sobrenatural.

Guiomar fazia suas compras na banca da costume, quando ouviu alguém ao seu lado pedir ao vendedor umas bananas por esmola. O mercieiro respondeu grosseiramente dando ao pedinte uma frueta podre.

Toma e despacha-te.

A verdureira encarou de má vontade o mendigo- faminto. Ficou com o aspecto de uma allucinada. O morgado estava ali perto ' Um morgado adolescente, batido pela intempérie, pés descalços e inflammados pelas pedras dos caminhos, cabellos cheios de terra e fiapos de palha, roupa esburacada nos cotovellos, comen'do voraz uma esmola dada de mau coração.

E pouco depois: Sobe. Vem commigo.

Foi assim.

Deu-lhe roupas, consentiu que lesse livros mas ameaçou-o de morte se desse confiança ao povo do cortiço ou do mercado.

Para a situação em que o rapaz se encontrava o apoio da Guiomar era sorte immensa.

Não desejava contrarial-a. Tornou-se um auxiliar disposto. A verdureira só então percebeu que andava cansada. Accommoudou-se na força jovem do companheiro providencial. Distrahta-se a pensar num futuro próximo em que poderia montar uma tenda no mercado para elle dirigir. Dentro de uma lata de biscoitos, no fundo da canastra de pregos de cobre, disfarçadas entre folhas de arruda e alecrim, em baixo do papel de forro, estavam esriradas seis notas de quinhentos mil réis. O morgado ainda havia de viver como sé deve.

Duas vezes a verdureira surprehenaeu seu rapaz de colloquio com Anéris. a rachitica filha do amolador Ferrucio e de dona Amabile, a maior faladeira da habitação.

O amolador era vesgo e mau. A mulher gorda e inútil. Anéris. criada de servir, só vinha para casa aos domingos. Ganhava para os pães definhando a olhos vistos.

Inesperadamente começou a melhorar. Em» bellezou.

Madrugada chuvosa perceberam Guiomar compor a carroça vociferando e ouviram a seguir o rangido das rodas puxadas com violencia. Nesse dia ella não voltou. No seguinte veiu só. Seu rapaz abalara.

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Dias depois estourou o escândalo: A filha do Ferrucio ia ser mãe.

O italiano mataria a creatura, se não a arrançassem de sua fúria.

Guiomar ouviu o vozerio e entendeu tudo.

Foi ao encontro da moça. que o pae, num rompante, expulsara do tecto. Conduziu-a, amea-

manhã na Avenida Luiz Antônio, alterando o enthusiasmo do regresso. As pragas que a qui-

çando : — Dou-te guarida até que te livres. Depois arranjar-te-às.

tandeira lançou attrahiram vários passantes. O jumento, ajoelhado no chão tinha o ar de san-

A criança nasceu. Anéris nunca precisou sahir da companhia da verdureira. Seu filhinho

to em êxtase. Surgiu alguém do tal grêmio que se incumbe de defender os irracionaes contra

era muito branco e tinha olhos côr de saphyra.

Ficou sendo o novo morgado da Guiomar.

seus exploradores e gritou para a Guiomar q»e desatrellasse o animal. Ella revidou com de*.

CONSUELO

composturas.

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MALHO

PIMENTEL MARQUES H—1940

38

r ^C™ uma verdade bem conhecida, *™~ e attestada por um grande numero de sábios, que o olhar de certas serpentes possue um poder magnético tal, que o que cahir no seu raio de visão, é irrevogavelmente e mesmo contra toda sua vontade, attrahido para a serpente, e ahi morre miseravelmente, victima de sua mordida venenosa".

Estendido confortavelmente em um sofá, em robe de chambre e chinellos, Harker Brayton sorria lendo as Maravilhas da Sciencia" do velho Morryster.

— A única maravilha neste caso, murmurou elle, é que os sábios daquella época puderam acreditar em semelhantes tolices, que, hoje em dia, não enganam nem o homem mais illetrado.

Desenvolveu mentalmente este pensamento, porque Brayton gostava de reflectir, e inconscientemente

leito, os anneis de uma grande serpente. Sua horrenda cabeça, deitada sobre o ultimo annel, apontava para Brayton, como se podia ver pelo contorno do brutal maxillar, e a fronte achatada, que demonstrava perfeitamente a direcção do olhar. Os olhos eram apenas insignificantes pontos luminosos, mas que fixavam os de Brayton com uma significação diabolica.

II « Uma serpente num quarto, numa cidade moderna, eis um phenomeno por felicidade bem raro para que necessite uma explicação. Harker Brayton, homem de trinta e cinco annos, letrado, sportivo, rico, de excelente saúde, acabara de chegar a S. Francisco depois de uma longa viagem de exploração em longínquo paiz.

Seu gosto do luxo desenvolvera-se

No ponto de vista mobiliário, o Serpentario" affectava uma simplicidade austera, que convinha a seus humildes occupantes; na maioria não podiam gozar a felicidade de ser livres pois que tinham a particularidade incommoda de ser yivos. Entretanto em seu apartamento privado tinham um relativo conforto. Relativo pois tinham o mau costume de se entredevorar. Accidentalmente, Brayton fôra prevenido que algumas serpentes aventuraram-se até certas peças da casa, onde seria difficil explicar sua presença. Apezar do "Serpentario" e de tudo que elle evocava de horrendo, Brayton achava a existencia na Mansão Druring inteiramente a seu gosto.

que poderia correr. Era revoltante absurdo. O réptil pertencia a uma especie desconhecida de Brayton.

Podia-se apenas conjecturar seu tamanho: pela parte visível a serpente parecia ter a grossura de um antebraço de homem. De que maneira seria perigoso? E o seria? Seria venenoso? Uma bôa constrictor? Brayton não era capaz de dizer, ignorando tudo dessa especie.

Se perigoso não fosse ao menos era audaz. Sua presença neste lugar eqüivalia a uma impertinencia. De mais a mais — descoberta insupportavel — a exhalação do hálito de serpente misturava-se ao ar que Brayton respirava; estes pensamentos vie-

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abaixou o livro sem no emtanto mudar a direcção do olhar. Sua attenção foi despertada por alguma coisa que acreditou ver na semi-obscuridade.

Debaixo do seu leito distinguiu, na sombra, dois pontos luminosos, pequenos, dispostos a pouca distancia um do outro: sem duvida o reflexo da luz incidindo em cabeças de prego. Deixando de lado, retomou a leitura. Alguns segundos mais tarde, uma impulsão que elle não poude analysar obrigou-o a abandonar novamente a leitura, abaixar o livro e olhar o que vira pouco antes. Os pontos luminosos estavam sempre lá. Pareciam, mais brilhantes e luziam com um reflexo verde que Brayton não vira antes. Pareceu-lhe também que estavam mais proximos um do outro. No entretanto a sombra impedia que um observador indolente como Brayton pudesse discernir sua origem. O rapaz retomou a leitura.

Subitamente, certa phrase do texto que lia sugeriulhe um pensamento, que fez com que fosse sacudido por um tremor emquanto que o livro cahia-lhe das mãos.

Meio levantado Brayton procurou intensamente atravessar a obscuridade sob o leito, onde os pontos luminosos scintillavam mais vivamente.

Desta vez olhou com muita attenção; seu olhar tornou-se fino e perscrutador. Distinguiu, então, aos pés do O

MALHO

ainda mais com as provações que passara, e, tendo por isso as melhores accommodaçôes do melhor hotel parecido insufficientes, acceitou com alegria o convite do Dr. Druring, distinguido sábio. A velha casa do Dr. Druring, situada num obscuro quarteirão da cidade, tinha um aspecto severo. Visivelmente se recusava a misturar-se com os prédios vizinhos, e possuía mesmo certos caracteristicos proprios das pessoas que se isolam.

Assim a casa comprehendia uma ala, muito anarchica no ponto de vista architectural, e também no ponto de vista pratico pois era uma combinação de laboratorio, museu e pateo para a criação de animaes. Ahi o Dr. Druring satisfazia seu gosto pelas sciencias naturaes, estudando as diversas formas da vida animal, e mais especialmente os repteis. Suas sympathias iam nitidamente aos sapos e ás serpentes; devido a isso chamava-se o Zola da zoologia. Sua mulher e suas filhas, que não partilhavam sua curiosidade scientifica por nossos irmãos inferiores, andavam ahi com extremo cuidado; o accesso 30 que o Dr. chamava o "Serpentar>o era interdito, e desta maneira viam-se reduzidas á companhia de damas de sua especie, mal do o que Dr. as consolava um pouco, dandolhes, devido á sua enorme riqueza, vestidos e jóias extraordinários.

40

Passada a surpreza que lhe arranc2ra um grito de medo, M. Brayton recompoz-se. Seu primeiro movimento foi tocar a sineta afim de prevenir

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A-

o empregado: mas ainda que o cordão ficasse ao alcance de sua mão, não fez nenhum movimento para toca-lo.

Reflectira que com este gesto poderiam chamaio poltrão; ora elle não tinha medo. Estava mais affectado pela incongruência desta situação do que pelo perigo

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ram ao pensamento de Brayton e o incitaram a agir.

Brayton levantou-se prompto a afastar-se calmamente da serpente, si possível, sem a incommodar, e de chegar desta maneira até a porta.

Muitas vezes os homens fogem assim da presença dos grandes, porque grandeza significa poder e o poder é sempre uma ameaça. Brayton preparou-se para sahir recuando. O monstro seguil-o-ia? O gosto, que cobrira as paredes do aposento de quadros,, ornara-as também com varias armas mortíferas orientaes; Brayton poderia apoderar-se duma dellas. Os olhos da serpente brilhavam mais malevolamente do que antes.

Brayton conseguiu destacar o pé direito do soalho, mas quando ia dar o primeiro passo para traz, sentiu uma extranha repugnancia em commetter esse acto.

Eu passo por valente, pensou elle. Não terei então nem bravura nem orgulho? Pela simples razão de não ter ninguém que me veja, vou bater em retirada?

Immobilizou-se, com a mão posta nas costas da cadeira e o pé no ar.

Ora vamos! murmurou elle, desta vez estou sentindo mesmo uma pontinha de medo.

Levantou o pé direito um pouco mais alto dohrando ligeiramente o joelho e collocou-o novamente no chão, a uma pollegada do outro, mas na frente. Não poude comprehender como se produzira aquillo. Mesma tentativa com o pé esquerdo e mesmo resultado; o pé esquerdo passára para a frente do pé direito. Sua mão crispou-se nas costas da cadeira, c braço estendido, para não abandonar o movei. Parecia que Brayton temia perder esse ponto de apoio. A serpente continuava na mesma posição.

Não se tinha mexido, mas os olhos agora pareciam duas fagulhas electricas.

O homem tornara-se de uma pallidez terrosa. Deu novamente um passo para a frente, depois outro, levando comsigo a cadeira que largou subitamente; esta cahiu no chão com um ruido tremendo.

O homem gemeu. A serpente não fazia ruido algum, não tentava movi-

mento nenhum, mas seus olhos eram dois sóes offuscantes. O proprio reptil ficava offuscado por esse brilho.

Seus olhos pareciam alargar-se em círculos de côres vivas, que quando attingiam um certo ponto rompiam-se icomo bolas de sabão. Alternadamente parecia a Brayton que esses olhos tocavam sua face ou ficavam infinitamente longe. Pareceu-lhe ouvir o éco de uma musica longínqua de uma extraordinaria doçura e semelhante ao som de uma harpa eoliana. Reconheceu a melodia e pareceu-lhe estar á beira do Nilo, escutando este hymno immortal atravez o silencio dos séculos.

A musica cessou. Uma paisagem de sol e de chuva estendeu-se em frente a Brayton; um arco-iris a limitava, enquadrando em sua gigantesca curva centenas de cidades distinctas. No centro uma serpente, coroada, levantava a cabeça e olhava Brayton. Subitamente esta encantadora paisagem pareceu elevar-se como o panno de um theatro e desappareceu. O homem soffreu um golpe formidável no peito e no rosto. Cahiu por terra. O sangue corria do nariz, de um ferimento nos lábios. A principio ficou tonto. Pouco a pouco readquiriu conhecimento. Se continuasse a olhar para o chão, estaria salvo do monstro. Mas o pensamento de que a serpente estava ali, a seu lado, prompta a saltar sobre elle, e a enrolar os anneis em volta de seu' pescoço, fez com que elle levantasse a cabeça, encarasse novamente o monstro e recaísse escravo!

A serpente não se movera; parecia mesmo ter perdido todo prestigio sobre a imaginação de Brayton.

Os olhos entretanto continuavam a brilhar com maldade. Dir-se-ia que assegurada do triumpho a abominavel creatura renunciava a usar artificios seductores. Passou-se então uma scena horrível. O homem, deitado no chão, a um metro mais ou menos de seu inimigo, levantou o corpo nos cotovelos, a cabeça lançada oara a frente, as pernas estendidas.

Seu rosto, entre as manchas de sangue, estava livido; seus olhos dilatados ao máximo; dos lábios sahia uma espuma esverdeada. Fortes con(Termina no fim do numero)

albuq traduzido

por

PAULO

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broSÊ ILLUSTRAÇAO DE CORTEZ 41

n — 1940

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antiiolpoia é mal que herdamos dos senhores de escravo». Os próprios escravos, depois de libertos, se deixaram contaOchefisrno minar por elle. Tive um porteiro preto em S Paulo no meu escrfptorio. Trouxe-lhe de^. Paris uma farda agaloada, imponente de botões doirados. Logo que elle a vestiu, pareceu-se a si mesmo immenso. No dia immediato um amigo procurou-me.

Não sei se está — respondeu-lhe o preto mirando a farda "naquella gostosa vaidade tanto enlevada a leve fantasia" como diz o gênio camoneano.

Você não é o porteiro? — perguntou-lhe o visitante.

Sou o chefe dos porteiros!

Quantos porteiros passou, então, a ter meu amigo?

Só en, sim senhor Era chefe de si mesmo, mas era chefe.

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E' cnl|in «Io iii.ít no Rio, por nós e contra nós o mar e, com elle, a restante nacurcía. A suggestão marinha é TEMOS, poderosa. E as mentanhas como que a prolongam na verticalidade das suas verdes e densas projecções. Mas, dirão, por que também contra nós o mar?

E eu direi, ferindo a nota única de uma longa observação: porque o mar nos distrae. Porque, no Rio, todos somos mais ou menos distrahidos.

Lê-se pouco, ás margens da Guanabara. Estuda-se — perdoem-me os meus patrícios a sin.erida —um pouco menos do que se lê. E o pensamento fácil e dispersivo é um eterno evadido para as bandas do mar.

neste momento, rediviva, nítida na cristalina luz da saudade, a sua aristocrática figura. Figura que teria mereREVEJO, cido ser immortalizada por um artista summo, por um pintor, ou antes, um esculptor de gênio; era, de facto, antes esculpturai que pictorica. A linha predominava sobre o exíguo colorido; enxuto anguloso. moreno pálido, de olhos pretos, pretos os cabellos e a barba ate provecta idade e de preto vestindo sempre. Mediano de estatura,- a proporção perfeita e a quasi ascética magreza o faziam paparecer mais alto. Todo músculos e nervos, possuía a eiegancia nativa. singular, que se não adquire, não ,e aprende; ella ressumbrava no seu porte erecto. senhoril. mas não solemne, nos gestos da paC°m° "T S°brÍOS ™™«*<». que, na tribuna parUm™.

IT' acompanhavam as amentar. lhe phrase, fluidas e lapidares ium tempo, de grande, grandíssimo orador. A cabeça que. firme, esbelta .Iluminada pelos magníficos olhos, lhe encimava os hombros era

Ca^U VÍril'.onde o *<**<* d" estrelias e dos

olan^âr 1ZTS ciando com suas propnas mãos os derradeiros Planetas, retoques á obra da natureza, como o mestre estatuario corrige e aformosêa o trabalho do alumno. tenha projectado um reflexo do seu divino fulgor. Leonardo a teria desejado para o Christo da ultima Ceia, e Rembrandt para um daquelles quadros de mysticismo prestigioso em que os ambientes parecem esclarecidos pelos halos ultraterrenos que se diffundem nas pupillas do Messias.

João Bolonha se diria que a adivinhou, no seu famoso Crucifixo do Pitti em Florença; e é singular a patente semelhança entre palácio ella e a imagem do Redemptor. que o artista Florentino Brunellesco recompoz com religioso escrúpulo, accentuando e completando apenas os vestígios impressos no santo Sudario, conservado na cathedral de Turimimagem, que, segundo o calculo das maiores probabilidades nos revela a physionomia authentica de Jesus. No domínio da pintura "Tribuna", profana, quem visita a sala da na galeria dos Officios «.e conheceu Quintino Bocayuva na sua madureza, estaca surprehendido em frente do retrato de Bartholorneu Panciatichi pelo toscano Ângelo Bronzmo; ali está em verdade o seu sósia, nascido na Itália três séculos antes! Dos seus retratos que existem no Brasil omelhor parece-me ser a excelente água forte de Modesto Brocos.'

Seiam relevadas estas minúcias a quem morando num paiz saturado de criações estheticas. e possuindo certo gçito de retratista, aliás gorado por falta de exercido, deve guardar naturalmente na retina. como numa placa de gravura, essa physionomia de tão extraordinaria nobieza. desapparecida embora ha quasi um quarto de século.

Roma. 1936 CARLOS

Por mais que o façamos — e devemos continuar a fazer — nem as Academias nem as Universidades transformarão jamais o Rio em capital brasileira da intelligencia. Entre dois cursos ha Copacabana e o Flamengo. Temos exaggerado a influencia deprimente do cinema quando ella não passa de conseqüência quasi innocente. Poderá parecer futil — mas os maiores leitores, os mais vorazes devoradores de livros, verificam, se viajam por mar, a incapacidade de conservar os olhos sobre um texto e de abrir o raciocinio ao mais modesto estimulo mental.

A mais unida e fecunda geração de artistas que o Rio possuiu, e com elle o Brasil. í anterior i descoberta das praias. Os bohemios do grupo de Paula Ney. amigos -de Patrocínio, heroes — esses sim — da producção litteraria numa época dramática, mas pittoresca, da nossa historia política, levaram ao Rio de ha quarenta e cinco annos passados aquelle amável sentido da con fraternidade espiritual que tornou possivel tanta coisa interessante e não raro bella, dos grandes romances de Netto os versos inatingíveis de Bilac Tel-o-iam feito se freqüentadores das ondas do Leblòn ou da Urca ?

Não tenho preconceitos, e muito menos preconceitos de anthropogeographia — mas náo creio...

JAYME

MAGALHÃES

DE

AZEREDO

O liespanliol «Io ItnmnratY ao serviço interno do Joclcey Club, um garçon encarregado de levar café e laranjadas aos sócios freqüentadores EXISTE, de sua sala de leitura. E' um hesoanhol alentado, "dobrado", de músculos possantes, um boxeur en chômage, que transporta chicaras que não pesam — cheias — mais de 100 gTammas. Elle seria capaz "de pegar, como se fora uma pluma, saccas de 100 kilos de café no Cáes do Porto. E' um "errado", um homem fora das funcções normaes de seu corpanzil. Mas a vida é feita de contrastes, pois ha, em compensação e fora do joclcey, creanças carregando ás costas embrulhos enormes pesando kilos e kilos.

James Darcy, mal comparando, é o hespanhol do Itamaraty.

Dão-lhe o encargo de servir tacinhas de rubiacea, quando a sua poderosa intelligencia devia exercitar-se no manejo das coisas mais pesadas daquella pasta, encargos confiados aos meninos da casa...

A grande desgraça do nosso tempo é o mau emprego dos valores, é não estar cada macaco no seu galho...

CARDOSO

JOAQUIM

MALHO

sdecçío de FRAGUSTO

llm retrato «le Oiiiiitiiio IBoc.iYuvn

Chefe, foilavin..

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HUMBERTO

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CONTOS

BRASILEIROS

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PÔS um dia de trabalho intenso, velhos consumido no manuseio de al farravolumes adquiridos nos erudição, bistas para uma obra de o poeta Silvestre de Morais vira desabrochar nas alturas, através da janela aberta, as primeiras estréias daquela pesada noite rede verão. Fóra, no jardim, as arvores nurezassem, se pousavam, imóveis, como De das, preparando-se para adormecer. com cortava morcego espaço a espaço, um a lâmina da aza o manto espêsso da noite, como um pequenino aeroplano sinistro que se exercitasse, rápido, em funambulescos vôos de fantasia.

Com os dedos da mão esquerda merrevoltos, o poeta lia. gulhados nos cabelos lãmpadebruçado sobre o volume, á luz da de histórias aquelas da suavemente velada, os repente, de fôgo e de sangue, quando, uma de diante contraíram seus olhos se surpresa. Abaixou mais a cabeça, escancarou mais o livro, e viu: entre as duas páginas abertas, fulgia, como um risco de ouro, uri fio de cabelo, brilhante, fino, quási imperceptível. Encantado com a descoberta, o sonhador arrancou-o, com a ponta de um alfinete, do esconderijo em que o tempo o sepultara, estendeu-o, cuidadoso, ao comlida, e quedou-se a prido da página luz cristalizada, adde réstea olhar aquéla o brilho, a delicamaciez, a mirando-lhe deza.

— De onde teria vindo aquele miscaído ali. terioso raio de sol ? Como teria de travolume entre as páginas daquêle curteria se gédias ? Que cabeça feminina tenebrosas que vado sôbre aquelas folhas os mais reviviam, passados tantos séculos, terríveis dramas de amôr ? olhos Meditava assim o poeta, com os as ouro, de quando fitos no faíscante fio as suas pálpebras se cerraram, tocadas pe mãos invisíveis do sono. E, como sempre o acontece aos que sonham sem dormir, a Bonho continuou, no sono, o encanto realidade.

H — 1940

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De olhos fechados, Silvestre de Morais continuava, por isso, a vêr, como se os tivesse abertos, o dourado fio de seda. Olhava-o e, não sabe como, , via-o, aos poucos, crescer, desdobrar-se. multiplicarse. Intrigado, fitou melhor o raiozinho fulgurante, e recuou, com espanto. Agora não era mais o livro, o que via: em logar da página amarelecida, o que lhe aparecia, cortado pelo cabelo de ouro, era um rosto feminino muito pálido, muito triste, macerado, como o das monjas.

Atentou melhor, e viu, mais detidamente: diante dele, olhos em lágrimas, cabelos de ouro esparsos pela fronte húmida, havia uma mulher, jovem e linda, que lhe pedia, as mãos estendidas: Meu senhor, eu venho buscar, convôsco, a salvação da minhalma. Ha dois séculos espero, ansiosa, esta hora, este momento, o volver desta página, de que dependeu, até hoje, a minha felicidade.

O meu destino está, neste instante, nas vossas mãos. E, por Deus, sede generoso!

Atônito, maravilhado, sem compreender aquela aparição subinea, Silvestre olhava, com a interação nas pupilas, a visão dolosa, como a pedir-lhe, em silêncio, explicação do mistério. Faces em lágrimas, olhos súplices, a moça adivinhou a sua inquietação, porque, de pronto, lhe explicou, estendeno para êle, como dois lirios de orario, as mãos pequeninas e pális:

Tende piedade do meu infortúnio, meu senhor ! Para que servirá, tão humilde, entre vossos dedos, esse fio de cabelo ? Dái-m o, pois, que me dareis, com êle, a minha salvação !

Insensibilizado pela surpresa, e, não menos, pela graça triste daquéla aflição infantil, o poeta quedou-se, imóvel, sem uma palavra de

recusa ou de assentimento. E foi diante da sua insensibilidade que a visão maravilhosa lhe contou, sem conter as lágrimas nem recolher as mãos de pétala murcha, a história da sua infelicidade e o segredo da sua angústia.

—k Eu sou uma noiva que paga, meu senhor, num castigo que se eterniza, o tributo da sua ventura passageira. Meu noivo era um poeta, como vós. Um dia, liamos, os dois, como Paolo e Francesca, o livro que tendes em mão, quando um fio do meu cabelo voou, indiscreto, e pousou nos seus dedos. Galanteador e apaixonado, êle o levou aos lábios, beijou-o, e como nos chamassem do jardim onde liamos á claridade do crepúsculo, êle marcou, com o fio imprudente, a página do livro que nos encantava. No dia seguinte, porém, meu noivo adoeceu, e morreu, sem que eu o visse. Amedrontados com a sua morte repentina, os seus parentes dispersaram os seus móveis, as suas roupas, os seus livros, distribuindoos pelos pobres. E, entre os volumes atirados ao oceano do mundo, foi esse que se acha, hoje, em vosso poder.

Continua. . . Continua. . .

— pediu o poeta, pálido, com tremores nas mãos tateantes.

Anos depois, — proseguiu a visão, nervosa, aflita, precipitando as palavras; — anos depois, eu, por minha vez, morri, e fui, pelos anjos, levada á presença de Deus misericordioso. Era pura e havia, na terra, espalhado pelos humildes, pelos simples, pelos pobres, as ílores do meu coração. O Senhor fitou-me. porém, severo, e perguntou onde estava um dos fios do meu cabelo. E como lhe contasse como o perdera, ele me fulminou com a sentença terrível: eu só entraria na mansão do eterno repouso, da perfeita benaventurança, no dia cm

que voltasse com o fio desaparecido; porque, nenhuma virgem é digna de viver entre os anjos, gozando as doçüras do paraíso, tendo deixado nas mãos de um homem um fio, que seja, do seu cabelo!

E por que não te apoderasha mais tempo ? — indagou, te dele mais tranqüilo, o poeta.

Não foi possível, meu senhor. Ha duzentos anos, quási, eu acompanho a marcha deste livro.

Durante oitenta anos fiquei a seu lado, em uma biblioteca, esperando que alguém o pedisse, o abrisse, libertando o fio do meu cabelo. Ninguem o pediu, ninguém o abriu, ninguém o leu. Atravessei com êle o mar. Vio-o em várias mãos, sem que alguém, entretanto, folheasse a página de que dependia o meu destino. Sois vós o primeiro. Se, pois, recusardes o que vos suplico, morrerá, para mim, a última esperança de paz e libertação !

E torcendo as mãosinhas murchás, pálidas, como duas flores de

cera:

Tende piedade, meu senhor ! Dai-me o fio do meu cabeIo! Comovido, abalado pelo espetáculo daquela angústia, Silvestre :sténdeu-lhe, na ponta dos dedos. o raiozito de sol pedido com tanta sofreguidão, com tanta doçura, com tanta insistência, pela visão dolorida.

Toma. Leva-o... — disse, entregando-lhe.

Com o vento fresco da madrugada, o poeta, acordou. Olhou o livro aberto, sobre o qual pousava, ainda, espalmada, a sua mão emagrecida. Procurou o fio de ouro, que vira marcando a página, antes de adormecer. Não o encontrou.

O vento, com certeza, o havia levado. ..

INSTANTÂNEOS — Albergue noctumo ao ar livre.

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MALHO

44

n — 1940

Porque não?

O autor mais representado em 1939

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dc Magalhães

A Radio Mavrink \reiga querendo galardoar os esrriptores theatnes mais quer.o > redos mio publico acaba de instituir de Medalha Grande mio Mayrm* Veiga representa-lo Ouro - paia o autor mais , ..... em 1939. anDe accordo com o certificado official, Gonzaga, Armando torisado pelo escriptor Brasileira de Aupresidente da Sociedade a estatística seguinte a é tores Theatraes no tios comcdiographos mais representados Brasil em 1939:

O Rio hospeda grande numero de artistas portuguezes de mérito real e queridos do publico. Porque não formam elles uma companhia dc comédia com essrt inMaria sinuante Sampaio á frente, já aqui radicada ?

Não seria interessante existir no Rrasil uma comportugueza panhia que permanente, o com contaria seus dos apoio cor.-.íiatriotas e com a plrtéa brasileira, amig. do bom theatro de declamação?

E' uma idéa viável bõa e que terá estamos acolhida, talvez E certos. voltasse ao theatro Alexandre de Azevedo que o publico nunca Rio do e esqueceu mais agora vive, «jue entre nós. E Maria Helena que ahi está. E tantos ou. • tros ¦ mVS?k- MM

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O Baile de Gala do Municipal

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Representações 1 •) 2.°) 3.°) 4.°) 5.°) 6.°) 7.°) 8.°) 9.°) 11).°)

áss^^a^sssssssssssv.

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428 Paulo de Magalhães Raytnundo Magalhães Jumor. 375 «^'•> Joracy Camargo WArmando Gonzaga Viriato Correia 197 184 José Wanderley 165 Ernani Fornari 151 Renato Vianna Miguel Santos 129 117 Odtrtvaldo Vianna

Conquista mio Radio Medalha de ptor Paulo

assim, brilhantemente, o Pre"Grande Mayrink Veiga — Ouro" — o consagrado escride Magalhães.

Medalhas de Mérito A. B. C. T. \S medalhas Rrasileira de das as figuras tinguiram cm da commissão tribuidas: Autor -R

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Magalhães Júnior; Costa; — Jayme Aclor Aclr{- _ Dulcina de Moraes; de Mesquita; Compositor- Custodio Sctnographo — H. Collomb;

Director - Jardel Jercolis. no dia 11 de A entrega terá logar <-.

Agosto, data anniversana dc A. b. era sessão solemne.

II — 1940

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Os bailes de gala da Opera de Paris tornaram-se famosos em todo o mundo e o supremo ideal de quem passa o Carnavai na cidade-kiz. Instituído; ha cinco annos os do nosso Theatro Municipal já delles se fala em toda a America. Cada anno que passa assegura e esplendor á maior brilho festa elegantíssima. Este anno Valentim e Trompowski, os dois finos artistas que a fizeram no cidade admira, palco e a sala uma reconstrucção da era medieval, um castello feudal das galias com seus terraços, pontes, varandas, torrões e sua praça decorada sumptuosamente em dia de festa.

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de mérito da Associação Críticos Theatraes destinade Theatro que mais se dis1939 segundo o julganu-n.,. respectiva .oram assim dis-

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Dulcina e Odilon annunciarain ha dois annos que inarn actuar no Theatro de comedia em New York. Mas não foram . . . Ultimamente diactuar no ziam que iriam Theatro de comedia em Buenos Ayres. Já não vão . . .

O que farão, pois, no anno certo que ora se inicia, sendo novo o inaugurarão não que Damas Senador de Theatro " Dulque era para chamar "Serei na" e ficou sendo certeza irão rador" ? Com actuar na capital norte-americana ou platina, como simpies turistas . . . E segundo o sympathico José Soares só em 1941, o publico carioca reverá os queridos artistas.

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MALHO

DAQUI,

ASSIM FALARAM OS CHEFES

General Gaspar Diitrv Dütrv Ministro da Guerra ( Na Fortaleza de S. 8. Jodo, João, por orcasido casião do almoQO almoço offerecido pclos pelos seus officiaes de Gabinete )

R V I R ao e,e, M Exercito SE SERVIR dentro delle, &á Patria — eis a F~~ nossa divisa. ty divisa. \\ I'i Servir bem e sem sem \ — Jfjf paixoes, paixões, visando o R commum. proveito commum. fiÉ sob os estimuvocação los dessa vocagio V solda- ^• que deve o solda<1 • rota do abrir a rota OU Gen. ou seguil-a. seguil-a.

Gen. Pedro Cavalcantl A compensagao compensação na vida militar estd está principalmente no bem moral que cada um possa receber ou produzir. £É sob esse influxo — meus caros commandados, que precisamos nos orientar.

S6 Só nessa via os desenganos proventura dõr maior. Cumpre sao são soffridos sem dor sempre considerar o ser humano tal qual educação, pela disciplina, 6é elle. Pela educagao, razão dos codigos e das leis 6é certo pela raz&o instinetos ou as preque os impulsos, os instinctos limitação bemferencias soffrem uma limitagao fazeja. essencia que Mas ha em cada qual a essentia cosninguem ninguém penetra e nada muda. Os costumes sociaes e as regras de procediprocealsós os do bem e 03 da são s6s nao sao mento não justiga. justiça. Dahi que devamos comprehenaa suas der cordatamente a vida com as surpresas e incoherencias — ser.' dar mostras de susto, de inquietude e, muito desillusão. menos, de desillus§.o.

General Pedro Cavalcanti Inspector Geral do Ensino do Exercito Inspectoria, no pri( No Boletim da Jnspectoria, prlAtino - Novo ) meiro dia do Anno

fjrill - room do CopaNOcabana Palace, real izou-se no dia 8 de Janeiro ultimo, o banquete oíferecido ao Prefeito Henrique Dodsworth, pelos Ministros do Guerra e da Marinha, em nome das Classes Armadas.

A festa decorreu num ambiente de excepcional distincção. decisão do Ministro Dutra, no Gaspar SEGUNDO anno em curso, poderão se matricular na Escola de Geographos do Exercito engenheiros civis ou geographos com menos de 35 annos de idade e de robustez physicn devidamente comprovada.

14." R. I. retomou a sua antiga numeração : O voltou a ser 3." R. I. O Ministro da Guerra que visitou a disciplinada unidade de S. Gonçalo louvou o Coronel Zenobio da Costa, pelas "altas qualidades de chefe, postas á prova no commando daquelle regimento".

Brasileira de Aviões da Ilha do EngeAFabrica nho, dirigida pelo benemérito industrial patricio. Henrique Lage, entregou ao Exercito a ultima série de aviões nacionaes "Muniz - 9", ali construidos e idealizado's pelo engenheiro aeronautico, Cel. Antonio Guedes Muniz, Director do Serviço Technico da Aeronautica do Exercito.

Quartel do 3." RegiNOmento de Infantaria, em S. Gonçalo, o Major Lima Figueiredo, regressado ha pouco do Japão, produziu uma brilhante conferencia sobre o singular Império do Oriente.

Academia Brasileira de NA Sciencias foi ernpossado como membro titular, na Secção de Sciencias Mathematicas, o Generai Tasso Fragoso, uma das figuras primaciaes do Exercito do Paiz.

Saudou o novo acadêmico o Sr. Frazão Milanez. r e m i o Greeiilialgh'* o 0"Pconferido annualmente pela Escola Navai, coube, em 1939, ao Guarda - Marinha Paulo Esperidião Corrêa de Andrade, n. 1 d« sua turma.

O General Meira de Vasconcellos, quea vem presidindo com notável firmeza tradicional associação de classe, prosegrandioso proguirá na execução dooccasiao da posse, traçado por gramma ultimo. em Junho

Juiz do Tribunal de SeguranNacional foi nomeado, por deça PARA creto de 3 de Janeiro findo, o Coronel Augusto Maynard Gomes, exInterventor federal em Sergipe, em substituição ao seu collega, de igual posto, Costa Netto, exonerado á pedido.

que serão realizadas, agora em Fevereiro, as promoNOTICIA-SE preenchimento das vações para decorrentes gas nos Quadros das ArmasTechnico do da Creação do Quadro Exercito.

da aprendizagem e instrucção militar", foi o titulo PSYCHOLOGIA da conferencia realizada no Quartel - General da Infantaria Divisionaria, na Villa Militar, pelo Professor Lourenço Filho, á convite do respectivo commandante, General Heitor Borges.

designado instruetor - chefe do de Engenharia da Escola Curso FOIdas Armas, o Major Octacilio Terra Ururahy.

Club Militar da Reserva do ExerO cito commemorou no dia 12 de Janeiro ultimo o 5." anniversario de sua fundação.

do maior brilhantismo as festividades commeRevestiram-se morativas do 31.- anniversario do da guarni1." Regimento de Infantaria, "Regimento ção da Villa Militar, agora General Sampaio".

Perú regressou a esta Capital via o General ValenDOtim Amazonas, Benicio que ali fóra chefiando a Embaixada do Brasil á posse do novo Presidente, Dr. Manuel Prado Ugarteche. O illustre soldado na honrosa missão de que foi investido pôz mais uma vez em evidencia os seus altos méritos.

o Norte do Paiz, em visita official aos Estados de PernaniPARA buco e do Pará, seguiham, no dia 23 de Janeiro ultimo, em aviões militares, os Generaes Gaspar Dutra e Góes Monteiro. Integraram a comitiva dos illustres chefes o Sr. Osvaldo - Orico, o Coronel Canrobert, o Tenente Coronel Lobo e o Major Lima Figueiredo.

em Janeiro ultimo o 2."

"Nação Armada", a numero de CIRCULOU victoriosa revista dirigida pelo Major Affonso de Carvalho.

A insígnia distinetiva do "Curso de alto Commando"

Presidente da Republica em decreto da pasta da Guerra, creou O a insígnia distinetiva do "Curso de Alto Commando". Ê uma placa de bronze, trabalhada á cinzel, de uso obrigatorio pelos officiaes diplomados, em todos os uniformes, do lado direito do peito.

inaugurado na Avenida Graça Aranha, na Esplanada do CasFOItello,. ò magestoso Edifício Marechal Deodoro, de propriedade do Club Militar.

DACOLÁ...

MILITAR

VIDA interessante recordar recordar I EinteressanE» o processo de que se servia servia k o Marechal Petain, Petain, l/ durante quasi todo o periodo período de na St* seu commando na Grande Guerra, Guerra, I os I para recrutar os officiaes do seu estado - maior.

Apresentado o nono- W? ^ vo ... official, (icn. sub(,aaltar Dutia Dttha Gen. (lasjxir mettia-o o MareMarechal a uma experimentagao, experimentação, com elle trocando idéas id£as sobre varios vários assumptos da especialidade propria própria e discutindo alguns casos concretos no terreno. Se nesses entendimentos o official se mostrasse sempre de accordo com seu chefe, se applaudisse inteiramente suas opiniSes, niões, se revelasse, em summa, o caracter de um desses homens que s6 só sabem dizer aim, sim, estava-lhe definitivamente vedado o ingresso no estado-maior do grande general francez.

DALI,

O "EX-LIBRIS" da Bibliotheca Militar

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o primoroso desenhisPhotocartographiGabinete ta do LOUREIRO, co do Ministério da Guerra, e o autor do "Ex-libris", que a Bibliotheca Militar recentemente adoptou.

"Recirculando o n.° 51 da Militar", publicação Club vista do ESTA official da prestigiosa e tradicional associação de classe.

Neste numero, o General Meira de Vasconcellos, Presidente do Club Militar firma, sobre o "Theatro Geographico do

Amazonas", um important" trabalho que merece a leitura meditada de todos os brasileiros patriotas. Assignam outros trabalhos de mérito, os Coronéis Sylvio Scheleder, Felicio Lima, Damasceno Vieira, Amilcar de Magalhães, Alves Cerqueira, Mario Hermes e Jonas Correia; os Majores Silveira do Prado, Nilo Guerreiro e José Faustino e o Capitão Paulo Enéas. Primorosamente impressa, a edição em apreço insere numerosas e nitidas photographias. A capa é em homenagem á Tamandaré, o Marinha. Em sepatrono da "Galeria dos Granparata na des Vultos da Historia Militar do Brasil", a biographia resumida de Sampaio, o patrono da Infantaria Brasileira e um admiravel retrato em trichromia do valoroso Brigadeiro.

Dirigem a revista, o Coronel lves Cerqueira e os Capitães Augusto Fragoso e Edgard Carnaúba.

Escola Technica do Exercito, presente NAo Presidente da Republica, realizou-se solemnemente a entrega de diplomas aos officiaes que ali concluíram, em 1939, os differentes cursos.

São os seguintes os novos technicos : Armamento: — Tenente - Coronel Fausto Netto de Albuquerque, Majores Henrique Cunha e Eloy da Camara Catão e Capitão Moacyr Nery Costa.

Construcção : — Major Homero de Abreu, Capitães Antonio Baliú e Helium Celso Frazão Guimarães.

Electricidade : — Capitães Antonio Romualdo da Silva Pereira, Ismar de Góes Monteiro, Rubens Rosado Teixeira e Sylvio Tavares Libanio.

Chimica : — Capitães Afranio Pacheco de Assis, Aldo Hor - Meyell Alvares, Enjolras Vieira de Mello, Gustavo Martins de Gouvêa e Waldemar Visconti.

Transmissões: — Capitão Oswaldo Pinto da Veiga.

O paranympho da turma foi o Professor Dulcidio Pereira.

Encerrando a cerimonia, congratulou-se com os diplomados o Chefe do Governo e, em palavras que tiveram a mais larga repercussão, affirmou que o plano siderúrgico brasileiro se encontrava prestes a entrar em execução e que, em Lobato, se iniciára,a sob os melhores auspícios, exploração commercial do petroleo.

Conde de Lippe ( 1724- 1777 ), o reorganizador do exercito O grande portuguez no tempo de Pombal influiu poderosamente na nossa organização militar.

Seus famosos "Artigos de Guerra", até poucos annos atraz, ainda eram lidos ás praças nos dias de pagamento...

M alguns cantões da Suissa, a democracia se pratica ainda sob as normas primitivas das medievaes communas. Congregam-se os cidadãos, uma ou duas vezes por anno, na praça publica e ahi deliberam sobre os problemas da hora.

E cómo só os guerreiros podem votar, os eleitores são obrigados a provar a sua qualidade trazendo, á vista, a espada ou o sabre . . . Por vezes, esses soldados pacificos, com a espada não abandonam os guarda - chuvas . . .

Foi inaugurada, com a presença do Coronel Pio Boiges, Secretario Geral de Educação e Cultura do Districto Federal, a secção infantil da Bibliotheca Municipal, que modernissimos e vae vem de ser organizada sob moldes constituir um cios departamentos mais importantes daquella repartição.

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DO MEZ

Xo salão nobre do Palácio do Cattete teve logar a cerimonia da investidura do Ministro João Alberto nas fur.cções de Secretario Geral do Conselho Federal do Commercio Exterior, funeção que exercerá cumulativamente com as tle presidente da Commissão de Defesa da Economia Nacional. Estiveram presentes altas autoridades militares e civis, tendo dado posse ao novo titular o representante do Presidente da Republica. ....

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Ministro

João

Alberto

Realizou-se nesta Capital o enlace matrimonial da senhorinha Annita Câmara de Souza Costa, filha do Sr. Arthur de Souza Costa, ministro da Fazenda, e fino elemento do nosso alto mundo social, com o capitão i.uiz Toledo, brilhante figura do nosso Exercito e professor do Collegio Miütar. Serviram de testemunhas nos actos civil e religioso pessoas de alta posição social.

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Por determinação do governo fo» iniciada a demolição da antiga ponte situada na praia do Flamengo, na parte fronteira ao Palácio do Catrete. c que se destinava ao embaraue e desembarque dos chefes do Governo. ¦___!

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Tomaram posse os membros do Conselho Nacional de Imprensa. Sr**.

Cypriano I.age, Maciel Filho, Rolierto Marinho, Carlos Firas c Belisario de Souza, este ultimo representante rta Associação Brasileira dc Imprensa.

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Foi alvo de concorridissima manifestação di: apreço o poeta e diplomata Páschoal Carlos Magno, por motivo do êxito alcançado pela temporada theatral de estudantes, e por ter o homenageado de seguir para Londres, onde vae servir na nossa representação diplomática. A homenagem constou de um banquete na Urca, com mais de quinhentos talheres.

Tendo .-ido nomeado para as altas funcções de Ju.z do Tribunal de Segurança Nacional, foi empossado nesse cargo o Coronel Augusto Maynard Gomes, prestigiosa íiguri dos nossos meios militares e antigo governante de um dos Estados da União.

• O prefeito do Districto Federal, Dr. Henrique Dodsworth. baixou nm decreto dando nova e mais simples organização aos serviços da Pref. i»nra, cujas repartições passam a ter nova nomenclatura, mais racional, de accôrdo com as observações que vem fazendo durante a sua tão efficiente gestão á frente da edilidade.

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A Academia Brasileira de Letras promoveu condignas commemor..çiV< a qne se associaram todas as correntes e grupos intellectua'*s desta Capital e do paiz, para festejar a passagem do 1." centenário do nascimento do seu antigo membro, D. Silverio Gomes Pimenta, tendo, por oceasião da sessío solemne ali realizada, falado sobre o grande brasileiro, os acadêmicos Gustavu Barroso, artual oecupante da cadeira que foi de Dom Silverio. e Alceu Amoroso Lima, escriptor catholico.

O Teve logar r.o Theatro Municipal a sessão solemne inaugural dos ttabalhos da Coinmissão Permanente d" neutralidade que. pt r unanimidade .ie votos na Conferência do Panamá, ficou resolvido que funecionaria nesta capital. Por proposta de um dos delegados, foi acclamado presidente dos trabalhos, que sc prolongarão emquanto perdurar o conflito na Europa, o delegado brasileiro, Sr. Afranio de Mello Franco, emérito jurista e ex-Ministro das Relações Exteriores.

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No Jardim do Monroe foi inaugurada festivamente a herma de Catullo Cearense, erigida por iniciativa d'A NOITE, com o apoio de se.is leitores tle todo o paiz. O vate sertanejo foi, nessa oceasião, alvo de inum<*ras manifestações de carinho e apreço e junto ao monumento inaugurado foram cantaria* c recitadas as suas mais bellas e populares composições.

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O acadêmico Miguel Osório de Almeida pronunciou vidiscurso, na Academia Brasileira tle Letras, protethrante tando em nome da intellectualidade brasileira, de que é, aliás, lídimo representante e uma das mais brilhantes figuras, conira o fuzilamento do sábio professor Czeslaw Bialobrzcsla, da Universidade Joseph Pilsudsky, physico e philosopho tle renome universal e membro da Commissão Internacional de ( "operação Intellectual da S. D. N..

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O preaidente Getulio Vargan ao descei avião ao regresaa r de São Paulo

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O presidente Getulio Vargas, antes de subir para Petropolis para o seu veraneio, realizou uma visita ao Estado de S. Paulo, tendo estado, além da Capital, em outras cidades do interior, nas quaes foi sempre alvo de manifestações tle apreço por parte das populações locaes.

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Por Soicièie

Conta-se, dest'arte. attraír melhor a attençao da leitora, procurando-se agradal-a sempre.

De novo pode-se cornmentar a moda parisiense, porquanto pouco a pouco o co-iiiiiercio elegau! te retoma a sua actividade na gran-: de capital européa, ' apesar da guerra, ' i^S| ^mi ¦'"¦-.''¦ _R______________d-_! ^^*8|^H • pois lá se sente bem nítida a necessidade de viver, de impedir a paralysacão do que é factor dc monta no sentido econômico do paiz.

Eis porque nos chegam figurinos de Paris, apresentai!do modelos "adaptés aux circonstauce.". * ^^-S^é**^ _^____B4 m\r E eis porque, e embora a fantasia ainda se deixe apresentíir em varias coisas, o verdadeiro sentido da actual elegância parisiense é a discreção.

Deixa-se assim. de parte, mu i t .1 guarniçáo vistosa, e mesmo a faceta militár só se emprega •Vrrfn r/;i qiiiiihiuUnlins prelos c brancos para ó vestido, r-Jhiibén dc l< ilka vcrmeüta. " .riiiclho "chai:fila em fraca dosagem. picot' " ' geanl", véo prelo, muito fina ira ie /-.. a li in ,' 'llxiltil elegante. jlnllr A maior innova ção está no vestido para de noite.'

Qe.ando de saia lona nova fase hoje inaugurada para o' "O Malhei", esta secga pejo chão, indica-se para reuniões de caracter privado, usando-se, de paginas, procurando-se ção amplia-sc cm maior uuniero para jantar^ nos restaurantes, ir aos theatros ou outros logares puC<J\I nellas eníeixar muitos dos pequenos nadas que interessam o Micos, a saia curta, preferindo-se o jersey de seda em tonalidade elemento feminino, desde o vestido mais na moda ao sombria, principalmente preto. penteado, o chapéo, um conselho mil, decoração da casa, segredos de belleza, Estão no rigor da moda as mangas longas, mesmo naquelles ves" lingcrie" em geral, nasalmente seleccionando-se um bocado dr tidos de saia comprida, enquadrados no gênero "toilette", assumpto». para cada dezena de paginas em cada numero da revista.

Xos chapéos, a rede que lhes dá o ar hespanhol "continua na

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preferencia das elegantes. E tanto que "taímodelos com um pannejainento de " íetas on velludo no feitio la referida "réíille", e não são poucos os chapéos pequeninos que deixam pender sohre os hombros pontas de fita. laçadas ou pannos talhados graciosamente.

Até mesmo os costureiros de fama timtwain ein crear coisas na espécie como, por exemplo, o " capuchon-turban" de jersey, dr Schiaparelli, o que motivou a exposi"faille" e ção adorável dos chapéositos de " " outros tecidos rígidos, com cache-ntique do mesmo panno, ideados por Suzy, Agnès,

o os pequeninos rolos, como os que usa vam as nossas pretas para carregar potes, naturalmente icitos de seda. ornados de grande toria sobre a nuca.

Paris procura tambem apresentar novidadea em matéria de trajes de casa. talhando em " redingote" ou no icitio " ilottante " os " negligees ", sempre con-> servando o ar esporte nos pyjamas, os quaes differem apenas dc tecido quando para de manhã ou de tarde.

Kmbora de calças, a mulher da actual idade é bem feminina, mesmo que se laça ", tal como a duaviadora, " chauffeur queza de Windsor, cujo propósito de collaborar ao lado dos alliados não a "preimpede tambem de comparecer ás mode exposiçõe, micres" das grandes semtrajada a elegantíssima, ella, das, pre com sobriedade única.

Kstá, pois, decretado que os vestidos " toilette ", de saia e mangas compridas, " de bom tom para receber chez 0 que não quer dizer que nos bailes _¦ outras festas as nossas elegantes deixem de comparecer lindamente traj,ni;.^ dc seda leve ou outro tecido trauspaunte, á maneira por que vêm procedi ndo.

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Saia pregueada e casaco-bolero dc "shantung" verde agua, blusa dc "/"..'lard" preto pastilhado dc branco — " tnsemble " elegante e actual. destinado d tarde.

preferindo mesmo a renda, organdi de seda ou " chiffon ", fustão ou " voile " para esta temporada de quasi quarenta gráos á sombra.

O verão aí está c aí ficará ainda por muito tempo.

Aproveitemos os Um- claros ou vivos para os nossos vestidos estivaes.

Dc branco, dc rosa seco ou verde agua, sempre sc c mais Ixinila rodeada pelo ouro quente do sol.

Vestido de linho _• seda uru! claro, luvas c bolsa brancas, * hapéo de tolha da Itália sobre um lenço amá rey, enrolado á maneira cigana, tit o traje origitial qne a seuliorii, joven e graciosa, copiará de prompto.

Ul/ MALHO

— 54 —

"deus Para de tarde ou imitar na Casino: "faille" rosa madeira, colar dc pieces" dc contas douradas, botões lambem dourada* fechando o casaco. As mangas e o pequenino chapéo de velludo verde folha, ride de fecho orii/inal á jupreta, de lá. servem -venil " toilette".

II — 1940

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lá...

dispensável. eil

A leitora gosta de andar sem chapéoMas

á tarde,

E agora,

sc-!<reionr.r

qüe Aqui

feito

com para

um

vestido

contentar

fino,

a todas,

Pela manhã

o chapéo nada

mais

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Simples e elegante chapéo de palita "gros-grám" da Itália, guarnição de cm tinas cores vivas.

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" Sabem quem c esta que playcr" " maillot " expõe o bello corpo num de jersey de seda brinco estampado de 7-enle.' li alguma das leitoras resistiní em copiar-lhe os sandálias de camurça côr de vinho.'

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1111iiy K.W H Miss McKay, com uma blusa maf IKbbB8IH^BP ah rivho listrada de branco, talhada cm " clicmisicr", saia de flanela branca, no gênero " corselet , bolsos á frente. lltn colar de varias voltas de contas asues remata o desportivo "cnscmble". & Hnpi^V

^JWnotKle^ c original, tal como estes dois colarei muico e escuro, o que erbressho adorno de um vestido ,,/autua a bcllcza exótica de Dolores dei Rw. cilas, jóias, creadas expressamente lltás foram 'fiara "brunette star" de Hollywood. Mais duas a " que a carioca elemodalidades de balangandans" certo. apreciará por gante

RECEBE, FREQUENTEMENTE, FREQÜENTEMENTE, OS CHA. LANÇA A' PEOS PÉOS QUE A PARISIENSE LANQA —,£V. MODA — ,£V. , RIO, BRANCO, 180 — TELEPHONE

4 2 - 3 3 2 2

|PtnTfAD

1

/:/.? o penteado ideal para n t erão. Resta i/iie se possa apresentai a nuca...

Rivaliza com os outros o penteado liso. apenas tareidas cm grosso f<boiicle os pontas dos eabellos.

Penteado para quem gosta dos eabellos muito em ordem.

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do F.seeuta - se este penteado com os cabellos bem longos e ferro "de frisar, bouele lia um em cima e outros bem tio pescoço.

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tachos bem arrumados c um laço dc setim preto realizam uma abra de arte nesta bella eabtça.

58 —

II

- 1940

No mesiro estylo, este de brim verde e ' pyjama cstrias ir.ul marinho.

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Pasta ser graciosa para iinir um traje de calças afôfadas c presas abaixo dos joelhos. Ao lado: calças de flanclla cinco,

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maiores opportunidades de mostrar-se bonita, pois os trajes actuáes são ele uma grande

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H — 1940

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O apartamento moderno conta, em geral, com uma só peça destinada á sala -ale- estar e de refeições. E o mobiliário deve ser feito „ propósito. _- _•" Aqui temos uma interessante suggestão: Ao fundo, encostado a um panneau" de. " etagére''-cômoda de tons fortes um pão marfim e estrias de jacarandá. A seguir a mesa " velveton'¦ verde t poltronas na mesma madeira, estofo de garrafa. A' esquerda um sofá-

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Mobiliários

Tapeçarias

a casa que merece sempre a sua prelerencia.

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MALHO

SETEMBRO,

82

60 —

ÍJUNTO

Decorações

A AVENIDA) - RIO DE JANEIRO

II — 194C

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DE

Material necessário: — 43 novellos (2U de linha Crochet-Mercer margrammas) ca "CORRENTE" n° 20, F. 609 (ecrú). " Milward'" Agulha de crochet marca n.° 3yí.

Tensão: 5 espaços = 2,5 cms e 5 carreiras = 2.5 cms.

Depois de terminada, a toalha mede approximadamente lm.83 cms. de diâmetro.

Abreviações: tr — trança; pcl — ponto de crochet com uma laçada; bloco = 4

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CHA'

E REDONDA

pcl, mais 3 pcl para cada bloco addicional em grupos, espaço = 2 tr, pular 2 pontos, 1 pcl no ponto seguinte.

Começar em baixo, com 75 tranças.

Ia carr.: — 1 pcl na quarta trança a contar da agulha, 1 pcl em cada trança até o fim, (73 pcl, contando a trança da volta como primeiro pcl) ; 3 tr, voltar.

Ia carr.: — 1 pcl em cada pcl até o fim da carreira; 20 tr, voltar.

3a carr.: — 1 pcl na quarta trança a contar da agulha, 1 pcl em cada uma das 16 tr seguintes, 1 pcl em cada um dos 4 pcl seguintes, x 2 tr, pular 2 pcl, 1 pcl no pcl seguinte (1 espaço feito) ; repetir de x até obter 22 espaços feitos, 1 pcl em cada um dos 2 pcl seguintes; depois fazer um pcl básico como segue: — linha por cima da agulha, enfiar a agulha na terceira trança das 3 tr da volta, linha por cima da agulha e puxar atravez, linha por cima e puxar atravez de uma alça (isto faz uma trança), completar como para um pcl; fazer um outro pcl básico enfiando a agulha na trança do pcl precedente. Continuar nesta maneira até obter 17 pcl ao todo augmentados; depois fazer um outro pcl, mas na maneira usual; 23 tr, voltar.

4a carr.: — 1 pcl na quarta trança a contar da agulha, 1 pcl em cada uma das !9 tr seguintes, 1 pcl em cada um dos 22 pcl seguintes, 22 espaços, 1 pcl em cada pcl até o fim, 1 pcl básico na terceira trança da volta; fazer mais 20 pcl básicos; denois fazer 1 pcl na maneira usual; 20 tr, voltar.

— 61 —

" »s : :,iW"?,-w '";jtf;-,§g|, {"-•.&

5a carr.: — 1 pcl na quarta trança a contar da agulha, 1 pcl em cada trança até o fim da trança, 1 pcl em cada um dos 25 pcl seguintes, 13 espaços, 2 pcl no espaço seguinte, 1 pcl no pcl seguinte (1 bloco feito) ; 7 blocos, 13 espaços, 1 pcl em cada pcl até o fim, 1 pcl básico na terceira trança da volta; fazer mais 17 pcl básicos e 1 pcl na maneira usual; 3 tr, voltar.

Continuar seguindo o diagramma, comea contar da base çando na sexta carreira e trabalhar até "A". Arrematar e cortar a linha. t Deixar esta peça de lado, depois começar no " B " do diagramma e fazer 33 tranças e trabalhar até a peça chegar no "A", arrematar e cortar a linha.

Fazer uma outra peça igual a esta para a ponta opposta; não cortar a linha, mas continuar seguindo o diagramma até a carreira de cima, fazendo bicos como antes.

O diagramma dá um quarto do desenho.

Para fazer a segunda metade de cada carreira, repetir a primeira metade, começando do centro e trabalhando para a beirada.

Quando o trabalho chegar na carreira de cima, inverter o desenho, trabalhando da penúltima carreira até a primeira carreira. Arrematar.

Material necessário em linha Brilhante Pérola marca " ANCORA'' — 75 novellos (10 grammas) F 610 (ecrú).

Material necessário em linha Brilhante de J. & P. Coats — 75 novellos F 609 (ecrú).

(Vide o risco deste original trabalho na Arte de Bordar, de 15 de Fevereiro).

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MALHO

SEGREDOS DE B a

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E Z A Por Max Factor de Hollywood

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K^fP samente cultivado, o que não acontecerá sc se deixar tudo aos caprichos da sorte, do destino, da natureza. A Mãe Natura nem sempre se nos apresenta generosa: precisa ser regularmente adulada quando a mocidade deve ser mantida.

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O requisito essencial á nutrição da mocidade é a saúde. Uma das principaes razões porque as mulheres de hoje não envelhecem tão rapidamente como ha apenas algumas décadas passadas, é que ellas professam vida sadia — * ida na qual as dietas e os exercícios controlados, a abundancia de tempo dedicado aos vivificadores raios solares, constituem importantes factores.

A differença entre as bellezas de hoje e as da era das nossas Avós reside tambem na silhueta graciosa da garota modema, sem as abundantes curvas das cento e quarenta libras de peso, cousa francamente arcaica. O excesso de peso é, na verdade, um real inimigo da mocidade.

MAQUILLAGE

PROLONGAR A MOCIDADE . . . hoje muito menos mulheres obviamente VELHAS que em qualEXISTEM quer outra época da historia.

Ha quinze amvos passados observei que os trinta e oito annos marcavam nitidamente o fira da mocidade e o começo da meia-idade, na falta de outras apparencias. Era, por assim dizer, o limite de idacie para se assegurar que uma mulher era moça.

Agora, de accordo com uma recente e cuidadosa analyse da citada situação, i idade feminina de transição da mocidade para a velhice avançou quasi dez annos.

As mulheres alcançam facilmente quarenta e sele annos sem que a velhice dê pronunciados siynaes de presença.

Em outras palavras, uma jovem e ascendente estrella como Olympe Bradna, hoje com dezesete annos, pode aguardar mais trinta de ininterrupta apparencia moça, ao passo que não ha muito tempo O

MALHO

este periodo de avaliação de juventude não lhe ensejaria talvez duas décadas.

OLYMPE BRADNA Mencionando Miss Bradna em connexa • com este assumpto e o goso de trinta aunos de mocidade, não me quero referir a sua apparencia na téla. Com toda a magica maravilhosa do make-up, luzes e photographias hoje conhecidas, este periodo de mocidade em filnis pode ser feito muitu mais longo na vida particular.

Mesmo, porém, na vida privada, Olympe Bradna, ou outra qualquer mulher atrahente, da mesma idade, pode convencer-se de que será moça por outras tres décadas 1 UMA RESALVA Quando falo que esse prolongamento dt mocidade pode dar-se, devo fazer uma resalva: o milagre depende de cada detalhe da apparencia pessoal, cuidadosa e inten68 —

O uso acurado do " make-up" hoje em evidencia, é factor outro a contribuir para a preservação da mocidade feminina.

Annos alrás o maquillage não tinha tão grande emprego para accentuar a belieza natural E, quando usada, sua applicação era um tanto " amadorista ".

Agora a cousa mudou de figura. Existem poucas mulheres no nmndo que ignorara um certo grau de habilidade no uso do " make-up ".

ROUPAS Os trajes modernos são também de grande auxilio na apparencia de juventude.

Aconselho a todas as mulheres que dão valor á mocidade — e haverá alguma que não o dê ? — : nunca se afastem dos pontos que acabo de citar.

Estou certo de que as leitoras que observarem a importancia dos pontos abordados serão agradavelmente surprehendU das ao notar como elles a ajudam a banir da physionomia os traços marcantes do tempo.

II — 1940

Pelo

DR.

Os pellos constituem, sem duvida alguma, um dos peores impecilhos á belleza dos braços e essa é a razão pela qual exaggerou-se o uso dos depilatorios. Entretanto, muitas moças que têm apenas uma ligeira não devem pennugem, procurar tiral-a pois, do contrario, o deinatorio, qualquer que seja a forma apresentada, engrossará essa pennugem, transfornnndo-a era alguns mezes em negros fios de cabello.

PIRES

(Com pratica dos hospitaes de Berlim, Paris e Vienna)

(LIMADOS ESTHETICOS PARA ROSTO E O CORPO

O

liamos hoje, abaixo, os principaes ensinamentos para se possuir a formusura do rosto e a saúde do corpo. São vendadeiros princípios de belleza e que recommendamos insistentemente as leitoras.

Conselhos tosto:

o

para

tratamento

diário

4-°) — Friccionar a própria mão sobre a pelle; 5.°) — Abolir o álcool e o fumo; 6.°) — Comer em horas certas; 7.") — Dormir oito horas; 8.") — Evitar a prisão de ventre.

do

O EMPREGO DOS NOS

1.°)

Pela

manhã,

lavar

o rosto com

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A gymnastica diária c racional i um dos optimos recursos modernos para a saúde do corpo. água fria e enxugal-o em um panno fino.

2.°) — Poucos minutos de massagem •om um creme próprio para esse fim.

3.°) — Usar um creme adherente de pó de arroz e que evite os raios solares.

4.") — Maquillage.

5.°) — Antes de deitar, limpar rigorosamente a pelle. ( onseihos para a saúde do corpo: 1") — Viver ao ar livre; 2.°) — Gymnastica diária; 3.°) — Banho quotidiano;

i-tfi te-,, II —

.

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1940

DEPILATORIOS BRAÇOS

O membro superior desempenha um grande papel na esthetica. Os braços bem leitos, assetinados, constituem a felicidade de muita gente, sobretudo do sexo feminino, que tem a necessidade, pelos caprichos da moda, em tel-os sempre de fora.

Nos bailes, banhos de mar e em muito? outros logares de diversões, os braços esthetiros são sempre os que chamam a attenção e para elles voitam-se logo os olhares de todos. A historia nos conta que um celebre príncipe russo suicidou-se braços porque sua noiva possuía mal feitos. :

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Somente na axilla é recommendavel o emprego dos depilatorio.;, gillete, etc, mas ho rosto, pernas e braços, 'absolutamente não.

Para os pellos do rosto e seios, onde qualquer pennugem é ridícula, ou na correcção permanente das sobrancelhas já existe a electricidade medica, methodo esse usado em medicina para a cura radical da hyperthricose, sem cicatriz de especie alguma. Quanto aos braços, entretanto, desde uma vez que é natural e até bonito a existência de pennugem é aconselhavel o emprego da água oxigenada para clareal-a, mas nunca o uso dos depilatorios.

UMA

INFORMAÇÃO

GRÁTIS

As nossas gentis leitoras podem solitar qualquer informação sobre hygiene da pelle, couro cabelludo, cirurgia esthetica e demais questões de embellezamento ao medico especialista e redactor desta secção Dr. Pires. As perguntas devem ser feitas escripto, acompanhadas do por "coupon" annexo e dirigidas ao Dr. Pires — Redacção dO MALHO — Travessa do Ouvidor n. 34 — Rio de Janeiro.

Daremos, ainda, em cada numero, conselhos, suggestões e informações sobre assumptos de belleza, pois não é possível fazermos diagnósticos nem formularmos tratamentos sem o exame pessoal do interessatlo.

BELLEZA

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MEDICINA

Nome Rua ser usadas Os depilatorios não devem pois augmemam a pennugem consideravchncnte.

Cidade Estado

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SANATÓRIO

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O MALHO MEDICO laboração entre a clíO espírito científico exige do médico o anica, a fisiologia e a PÍLULAS preço pelas verificapatologia, considera a ções objetivas e a senão somenE PRATICA primeira, renidade de julgamen- DOUTRINA te como a arte de to, que tanto o afãsexaminar e tratar os NAS CIÊNCIAS tam da credulidade doentes, mas como um ingênua como da "ativasto campo de obAPLICADAS t u d e hipererítica", servação, onde contiuma que leva a adnuamente se excmitir como verdade simples hipóteses cutam pesquisas, que visam descobrir a etiologia das doenças, identificar ou conjeturas, a outra que faz negar suas manifestações e encontrar os sistematicamente, sem prévio exame, meios de preveni-las e curá-las. todos os descobrimentos recentes.

E' de aconselhar-se o cepticismo em justa No exercício da clínica, ciência e arte medida, aquele que, na expressão de reclamam do profissional igual penhor Mauriac, "não se compadece com a atde aplicação e interesse. Lidando com o homem, unidade bio-psicológica, que mosfera de indiferença que dissipa o vive e que sofre, que tem virtudes e entusiasmo", e que como acrescenta vícios, lágrimas e esperanças, de pouco "longe Clementino Fraga, de contrariar valerá a primeira, fiadora do conhecias aspirações da medicina cientifica, mento biológico, se desajudada dos relhe é forte arrimo e impulso generoso cursos da outra, que só ela permite imna rota de suas perspectivas". por-se à confiança, ensina a maneira de convencer, garante a percepção da3 Nem só os que fazem da experimencondições psicológicas e das reações tação propósito imediato e exclusivo Como na bela invocação de morais. precisam pensar cientificamente ; tamRist, é para desejar que, no apostolado bém o médico prático, porque deve uüda profissão, os médicos encontrem e lizar nos casos clínicos os múltiplos compreendam o ponto de coincidência da arte com a ciência.

Sergent, processos de investigação.

FILHO FRAGA C. pleiteando o imperativo de estreita co-

SANATÓRIO RIO DE JANEIRO Direcção cínica dos drs. Heitor Carrilho, J. V. Collares Moreira, L. Costa Rodrigues e Aluisio Pereira da Câmara R. DESEMBARGADOR IZIDRO, 166 — Tii-ca — Teleph. : 28-8200 Estabelecimento especialisado para o TRATAMENTO

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— 64 — .

II

1940

RADICULITES SYPHILITICAS

Dr. Alfredo Monteiro — Professor de Medicina Operatoria da Faculdade Nacional de Medicina

Prof. Adauto Botelho — Director da Assislencia á Psychopathas do - - Rio - -

Dr. Manoel Airosa — Medico e Crenologisl.a — Lambary — Minas.

iij

Prof. James Ferraz Alvim — Neuro - psychia- - tra ( S. Paulo ) - •

Dr. Bento Costa Júnior Clinico em Macahê Est. do Rio.

Dr. J. Pereira dos Santos — Chefe de clinica do hospital da Associaç ã o dos Portugueses - - Desamparados - -

da hora do jantar, O professor AustreREMEDIO CONTRA pintou o diabo comigesilo, como todo o go. O sr. nem imamundo sabe, é uma OS NERVOS gina o que ela disse, das nossas maiores suprofessor. midades em moléstias Aí o dr. Austregenervosas. silo não se conteve : Ha dias foi procurado em seu ele— Meu amigo, ha um engano nisso gante consultorio por um cavalheiro tudo.

Sua mulher não sofre dos nertratamento em estava senhora cuja vos ! com o ilustre clinico.

E calmo : — Dr., foi dizendo logo o homem— O sr. é que não tem nervos, ennada está não zinho, minha mulher tendeu ? melhor dos nervos. Ainda ontem, T. de 8. depois porque eu cheguei dez minutos "Meio Dia", de 15 12 939 ) ( Transcrito do

if* III v>>Vrf

^

83 ' ^

S. Paulo. Aspecto Ç PAULO SCIENTIFICO — Instituto Biologico dc do Edifício principal e dcpendencias — 65 — II — 1940

A sciatica é uma enfermidade rela;ivamente freqüente, mas, muitas veses o medico pôde não chegar ao diagnostico exacto do processo morbido que a condiciona. Neurite, funiculite ou radiculite ? Freqüentemente a sciatica é produzida pela radiculite.

Desde que Nageotte mostrou que a zona mais vulnerável era a que estava localizada no que elle denominou de nervo-radicular, isto é, a zona radicular que fica entre o fundo de sacco durai e o gânglio rachidiano, ficou demonstrado que se localizava preferentemente o processo morbido das radiculites.

Estudando vários casos dessa svndrome, o Dr. D. Gusmão, que vem cuidando da questão com particular interesse, não só tem confirmado o ponto de vista geral, como também tem verificado que a causa mais commum é a syphilis. Dos casos por elle estudados a localização era no nervo radicular de Nageotte, obtendo excellentea resultados therapeuticos com o tratamento pelo bismutho solúvel (Desbi), associado á physiotherapia e á polyvitaminotherapia.

Em muitos casos é indispensável a puncção lombar para estabelecer-se, com segurança, não só o diagnostico da séde da lesão como o da sua causa.

FORÇAS

CURATIVAS

DO

ESPIRITO E' sabido que a alma humana possue no seu complexo extraordinarias virtudes curativas. O professor Carreli, no seu famoso e recente estudo sobre o homem, o demonstra. Muitas vezes é de sua própria alma que o individuo tira os elementos psychicos de cura, e isso explica phenomenos, que parecem até milagre. Mas, para que a alma forneça essas forças curativas, é preciso que esteja na posse de todas as suas virtudes e elimine os elementos indesejáveis de perturbação. O systema nervoso, na plenitude da serenidade, é pois, a primeira condição para que o espirito aja como medico e restitua a saúde compromettida.

As excitações diarias, a emoção descontrolada, o excesso de fadiga nervosa, as impressões penosas a que a vida moderna nos obriga, são contrarios á vitalidade da alma e prejudicam as energias recuperativas do corpo. O Benal é a chave da tranquillidade, garante a normalidade do somno, concorre assim para que se accumulem as forças curativas do espirito, evitando a acção perturbadora dos phenomenos externos sobre o systema nervoso. Benal é incomparavel como apaziguador dos nervos, restituindo ao homem a serenidade e a força que tanto necessita na luta pela vida.

O

MALHO

seccão rcapparecc com a presente ESTA edição dc O MALHO, em nova phase, augmentada c com maior variedade de jogos e passatempos.

Daremos, em cada numero de O MALHO, o maior numero possível de problemas, charadas, enigmas, etc., e as soluçôes serão sempre divulgadas no numero seguinte, para facilitar a conferencia por parte dos nossos leitores.

E' nosso Pensamento, ainda, mais para diante, estabelecer torneios charadisticos com prêmios escolhidos e valiosos, projecto este para o qual chamamos a attenção dos decifradores, afim de que estejam alertas e não percam a opportunidade que lhes offerecemos.

Para começar, já offerecemos hoje al«uns passatempos interessantes cujas soluções, como ficou dito, virão no proximo numero a apparecer no dia Io de Março.

ENIGMA

DEUS

TEXTO

E I ENIGMÁTICO

<P*h-SP&-.

I

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PERGUNTAS ENIGMATICAS Qual o homem que anda com um piano ás costas ?

(4 syllabas) Qual a cidade antiga que tinha unia villa á entrada?

(4 syllabas) Qual a ave que anda sempre precedida de outras?

(3 syllabas)

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(Solução tio proximo numero) PALAVRAS CHARADAS NOVÍSSIMAS

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CRUZADAS

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1 2

Henrique VII, da Inglaterra, gostava da pandega.

- 1—Este grande artista incarnou a figura de Luiz XV no Theatro Apoll».

ANTIGAS Sem mim não ha agua,—1 Sem mim não ha nada,—1 Por pouco sou barra,—2 Sou bahia amada.

Tomei café sem assucar,—2 Certo 1" de abril,—2 Km companhia do Gil, Que me julgava, contente, Um burlão sem concorrente, O primeiro do Brasil!

O

MALHO

Horisontaes : 1 — Genero dc Malvaceas; 7 — Vinho dc fruetas feito pelos Índios do Brasil; 9 — Arvore do Chile; 10 — Merendas; 11 — Viscera dupla; 13 — Silencia (ina: i4 Eiz vertida) ; 15 — Arma branca; — 17 Rio de Marrocos; 18 — 4a corda do rabecão (invertida) ; 19 — Arvore; 20 — Motejo; 21 — Engana; 24 — Pedregulho; 26 — Medida; 27 — Manoel Mathias; 29 — Canto fúnebre; 30 — Anteci,^ «xb X) • rvI Pi mm a,. par; 31 — Deusa.

— Verticaes: 1 — Cão Selvagem; 22 — Passaro conirostro da Designação África Occidental; 2 — Eu; 3 — Diainfantil da agua; 23 — Escolher; 25 — lecto peruano ou boliviano; 4 — InspiOdon Emigdio Ribeiro; 28 — Moeda ração poética; 5 _ Filha de Atlas; 6 — antiga.

Orçar; 7 — Aposta ao jogo; 8 — PoDiccionarios empregados: voação da Escócia; 9 — Sujas (verbo); 12 — Genero de arvores tinetorias do Breviario do Charadista e Diccionario Brasil; 14 — Engenheiro francez; 16 Jayme Seguier.

II — 1940

CONTEMPLADOS NO SORTEIO DO TORNEIO N.° 257 Ruth Jorge da Silva — Rua Baroneza n.° 184 •— Rio; Heitor Jesuino de Carvalho, Machado Minas Geraes ; Moura — Rua Prudente de Moraes, 386, ap. 11 — Rio; Maria da Gloria, Pelotas — R. G. do Sul: Heleninha, Florianópolis Santa Catharina ; Miss Ivcu, Petropolis — Estado do Rio; Pedro Salvador Dias, Ilhéos —» Bahia ; Alma Ribeiro. Aracaju — Sergipe; "CondeEntre R"os — Estado do Rio; João Rocha.

CONTEMPLADOS NO SORTEIO DO TORNEIO N.° 258 Irenita — Rua Ayres Saldanha. 28 — Rio; Celina Pinto — Rua 24 de Maio. 376 — Rtô Grande — Rio Grande do Sul; Ülga Rodrigues Bento Gonçalves — R. G. Sul; Meirinho •— Itabuna, — Bahia; Regina Neiva — Be!ém — Pará; Sizenando Cezimbra — João Pessoa — Parahyba j "Jura Pato" — S. Paulo — Estado de S. Paulo: "Eu mesmo" Joinville Santa Catharina; Kadête — Bomfim — Bahia; Mana Rita Gomes Nictheroy — Estado do Rio. CONTEMPLADOS NO SORTEIO DO TORNEIO N.° 259 Fernando Velloso — Riaehuelo. 145 — Rio: Kdú — Rua Miguel Couto. 02 — Rio: Aglaiz A. de Vaseoneellos — Bragança — Estado do Pará: Parahyba .

Mocinha Albuquerque — Ca jazei ras O. Cario» — Castello — Estado do Espirito Santo; Mario Pinho — Miguel Pereira — Estado do Rio: Rodolfo Oscar Netto — Jequié — Bahia : Suzanna Góes — Alagoas — Estado de Alagoas: Maiiettinha — Porto Alegre — R. G. Sul; Cabocla * Petro]x>Hs — Estado do RioCONTEMPLADOS NO SORTEIO DO TORNEIO N. 260 Sérgio Fontes Júnior — Joinville — Santa Catharina; "Menino de Engenho" - Recife Pernambuco; Pedro Ivo — Rua Mauá. 100 1 Rio; Severo Gomes — Ponte Nova — Minas F.stauo de Geraes; Margor:da Guedes — S. Pau'o s Pru'o : F.,,-'ee P. Corria — S PauV — Esrfa'lo d* S. Paulo: Zenón —¦ Taperoá — Bahia: M>"tosa Rabello — Rua Conde do Bomfim,. 784-A —Rio: Miguel Ferrer — S. José <*w Campos Maceió —* S. Paulo; Esther Carneiro Macedo •Magoas.

CONTEMPLADOS NO SORTEIO DO TORNEIO N. 261 JoÃO Ba"tistH' Knnelinda Oliveira - R50 - c. 1 — RIO: Diomédrs R- ("**"• ~~ S" Salv!" dor — Bahia; Maria da Coneeicâo Dantas — Na'«I — R. G. do Norte: Rubens Monte — S. PauIo — Estado de S. Paulo; "Eugenia Grandotr" Petropolis — Estado do Rio: Maranguapense — Maransruape — Ceará; Augusta Oliveira — Bajre - R. G. do Sul: "Pintainho" — S. Salvador — Bahia: "A". P. T. O." — Santos — S. Paulo, Raul Mo tia filho — Belém Velho — R>° c,,an' dc do Sul. CONTEMPLADOS NO SORTEIO DO TORNEIO N." 262 Calcpino - Petropolis — Estado do Rio: S. Paulo: Pe»«'»«¦ Maurício Rocha - Santo* Almeida - Pelotas - R- G. do Sul: "Menina'¦ Olhos" — Rua Toneleros. 2Í>3 . c. 10 — Rl° so«í'/li,no Júnior — Petro)>,olis — Estado do Rio. Rio; p p » — Nictheroy — Estado do p°ulo Menandro Rosa - Itaparica - Bahia^ "Senhorinha" — Rua da Alfândega. 104 - 1."

Ri°: "Agulhe,ro" - Aracajú - Sergipe: Mon""•'o Filho — S. Paulo — Estado de S. Pa o.

II — 1940

p-omettemos, vamos dar hoje, englobadamente, as soluções dos CONFORME torneios ns.' 257, 258, 259, 260, 261 e 262 que deveriam ter apparecido nas edições de O MALHO no decorrer do mez de Janeiro.

Os leitores que concorreram a esses torneios não serão, portanto, prejudicados, porque vamos fazer a remessa dos premios respectivos, que foram conferidos em

TUDO SOLUÇÃO EXACTA DO TORNEIO N. 260 — PALAVRAS CRUZADAS

sorteios realizados na fórm-> habitual.

SOI-UÇAO EXACTA Do TORNEIO N. 257 — TEXTO ENIGMÁTICO QUESTÃO DE GOSTOS Os habitantes da CONCHINCHINA desprezam os ovos frescos, preferindo os podres que saboreiam como o melhor dos manjares.

SOLUÇÃO EXACTA DO TORNEIO N. 258 — PALAVRAS CRUZADAS

^ÍNTECBiJTO -

P. AL£G«£

SOLUÇÃO EXACTA DO TORNEIO N. 261 — TEXTO ENIGMÁTICO "A guerra é o maior de todos os crimes; mesmo assim não ha agressor que não revista seu crime do pretexto da justiça". — Voltaire.

SOLUÇÃO EXACTA DO TORNEIO N. 262 — PALAVRAS CRUZADAS

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SO' UCÂO EXACTA DO TORNEIO N 259 — TEXTO ENIGMÁTICO > : -irOs póvos são capazes de viver sem verdades, mas não dispensam Ídolos.

— Gustave Le Bon. >« Si

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enigma

bommtfaram ^ o

MALHO

BT 1*1

Ws kaa"

Vt ¦

. . . não é apenas o logar ideal para doentes e debilitados; é tambem um recanto encantador para os deprimidos das grandes cidades.

Estância de cura e repouso é como "rendez-vous" da alta sociedaponto de 'grande de brasileira, um centro de elegancia e brilhante mundanismo.

O alto valor therapeutico de suas águas termosulforosas, o encanto de suas paizagens, a excellencia do seu clima e o conforto ,dos seus hotéis, tornam Poços de Caldas a melhor e a mais procurada estação de repouso e cura da America do Sul.

O

MALHO

II — 1940

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90n CAMARADAS

fizesse Fxistem amizades bem estranhas, no i min eu,. Quem poderia imaginar, j>or exemplo, que um gato ambos sem desavença J E' verdade que o pinto, mal sahido do intimidade com um pinto e vivessem brutas certas brincadeiras do gato. Mas nem toda hora é hora de brincaovo. ha de achai um tanto deiras, e a camaradagem reina sempre entre ereaturas que se estimam

JULIMA...

CHAPÉU

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a]*^^'^

WÊÊÊM^, 1 Olhos Congestionados

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impressionam mal Nas irritações conjunctivaes.que roubam a expressão do seu olhar, use Lavolho. Sentirá um allivio immediato e os seus olhos ficarão límpidos e attrahentes.

WAm^"

LAVOLHO REFRESCA OS OLHOS

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.o

c hapeu que se impõe

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O verdadeiro Elixir da longa vida... dos Cabellos

Eu, senhorita, sempre disse que me casarei com uma mulata.

Isso é um convite para que eu tome banhos de sol ?

j^|i REVIGORA < PERFUMA HIGIENISA

Você me disse que se casaria em Dezembro, e já estamos em Fevereiro...

Mas eu não disse de que anno.

B

Você conseguiu esquecer o seu primeiro amor?

Não. Ainda estou pagando a conta da "bonbonnière".

INFALÍVEL

Nfl

CRSPA,

DOS CABELOS gUÉDR 'e demais Rfecçóes do Couro Cabeludo

E o senhor acha que poderá vir a amar-me ?

Como não ? Sempre me attrahiram as empresas difficeis !

— Eu podia

ter-me casado com uma joven riquissima, mas houve um pequeno contratempo.

Qual ?

Ella não quiz.

REUMATISMO lhe doem as costas, ombros, extremidaSE des músculos e juntas é que seu sangue anda carregado de venenos perigosos!

A causa disso ? São os rins que não estão «liminando bem as impurezas do sangue. Seus rins estão fracos e doentes. Estão precisando de um auxilio urgente e eficaz para poderem desempenhar o trabalho de filtrar o sangue Para isso recomendamos as Pilutas de FOSTER, verdadeiro especifico para os males dos rins e da bexiga. Ha muitos decenios que as Pilulas de FOSTER vim sendo usadas mundialmente pelos que sofrem de conseqüências do mau funcionamento dos rins. Experimenteas. porque experimentar Pilulas de FOSTER eqüivale a experimentar melhoras.

de

Pilulas

FOSTER para O

MALHO

os

rins

e

a

Remcdio Rcmcdio eficas eficaz contra: ACIDO DO URICO ÁCIDO 00 CALCULOS CÁLCULOS E AREIA REUM ATISMO REUMATISMO DORES LOMBARES IRREGULARIDADES da BEXIGA bexica — 70 —

Alguém te beijou antes de mim, querida ?

Como os homens são fastidiosos ! Todos perguntam a mesma cousa !

Carlinhos. que disse papae quando soube que eu era noivo de tua irmã ?

Disse que o senhor é um desgraçado... * * * — Se eu te beijasse, pedirias soccorro ?

— Para quê ? Tu prectsas ?

MOVEIS

A'

FINOS

RENASCENCA RENASCENÇA

Cattete,

55 a 61 II — 1940

Os cabellos brancos A

queda

dos

cabellos As caspas

sio

mais» qu. i.

.limin.m facilmente com o TÔNICO IRACEMA. TÔNICO IRACEMA . ,-K-aO uma IO(;áo actua que M/fljP&ty * '*& pelas suds propriedades to.

JiSj 4 • nicas sobre o buiho capillar, devoVendo aos cabellos brancos a sua cóf na. furà\, sem tingil-os nem queimal-os.

O TÔNICO IRACEMA fortifica os cabellos que cariem pela debilidade da raiz • elimina rapidamente as caspas. Pela sua superíoridad., o TÔNICO IRACEMA foi premiado com MeGalha de Ouro em diversas £«posiçó»s Internaeien.ss, indusiv. «m Turim (Itália).

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Tônico Iracema (FORMULA DE J. NEUBERN)

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PÍLULAS ^v A^ffSf^M^ JamA»K\^aam * V >J

gj_|_m+Ax&Aw**Ak (PÍLULAS DE PAPAINA E PODOPHYLINA) Empregadas com successo nas moléstias do estômago, íigado ou intestinos. Essas pílulas, além de tônicas, são indicadas nas dispepsias, dores de cabeça, moléstias do figado e prisão de ventre. São um poderoso digestivo e regularizador das í u n c ç õ e s gastro-intestinaes.

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DESPERTE A BILIS DO SEU FÍGADO Sem Calomelanos-E Saltará da Cama Disposto Para Tudo Seu figado deve derramar, diariamente, no eMom.go. um litro de bilis. Se a bilis nao nao sao «s.rre livremente, os alimentos o digeridos e a|>odrec«m. Os gaies incham eatomago. Sobrevem a prisão de ventre.

Você sente-se abatido e conio que envenenado. Tudo * amargo e a vida e um martyno.

I ma simples evacuado nio tocará a causa.

Nada ha cimo as famosas Pululas CARTKHS para o Figado, para uma acçao certa, r.,/.„, correr livremente esse litro de bili». e você sente-se disposto para tudo.

Nao causam damno; são suaves e contudo sSo maravilhosas para faxer a bilis correr livremente.

Peca as «Mulas CARTKHls Nio aeceite imitações. par. o Fígado.

Praco 3»0O0.

9 — 1940

A INAUGURAÇÃO

DO

MOINHO

PARANAENSE EB CURITIBA

Grupo em que se vê o Gerente e convidados do Moinho Inglez, que seguiram em avião da Panair, especialmente fretado para esse fim, afim de assistirem a inauguração das installações do MOINHO PARANAENSE, que se realizou a 15 de Janeiro na cidade de Curityba. No apparelho tomaram logar os Drs.: Luiz A. do Rego Monteiro, Director do Departamento Nacional do Trabalho e representando o Dr. Waldemar Falcão, Ministro do Trabalho; Dr. Celso Luiz de Azevedo Marques, representando o Ministro da Agricultura; Dr. Edison Pitombo Cavalcanti, Inspector Geral do Trabalho; Dr. Manoel Gonçalves de Freitas, Chefe do Serviço de Fiscalização do Commercio de Farinhas e Dr. Paulo Bentes, Assistente Technico do Serviço de Fiscalização do Commercio de Farinhas.

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Revestiu-se das circumstancias mais expressivas o acto da entrega do Prêmio Raul Leite ao melhor alumno da turma que terminou este anno o curso medico na Escola de Medicina e Cirurgia. Imprimiu-lhe maior relevo a solemnidade de collação de grau dos doutorandos daquelle instituto de ensino superior, no curso da acima fixa o momento em qual se realizou. O flagrante que o Dr. Sá Leitão, reLaboratórios Raul Leite, passava ás mãos do doutorando Osdos presentante waldo Paulino o referido Prêmio, com que foi agraciado.

No tempo de Cicero, castigava-se o parricida encerrando-o num saece com um cachorro, um gallo,

UM CASTIGO SYMBOLICO

o

que uma vi-

symbora e um macaco. O cachorro bolisava a raiva; o gallo recordava _ 71 —

que elle costuma ser ingrato para com aquella

lembrava

gerou; nascer,

a

vibora

rasga

o que, ventre de sua geradora, e o macaco provava

ao

que se parecia com o homem.

O

MALHO

KiBfYjjii

taes

espectaculos

exhibe dágua, Holms, nhos

d* baile lippinas...

E, ra

em

que dentro

Esta

ambiente

de

uma

feira

com

espectadores feira

ia

Broadway.

dar

Mas

E, tre Ia H^-sãal

capacidade

pa-

ao

ti"o

de

appareceu

misericórdia Carmen

"glamour"

da

assistiu

Mi-

crepilante esao milagre de

própria ressurreição, renovando gria e attraindo o publico como em lhores dias.

Carmen Miranda, installada venceu a Feira Mundial I

na

sua

ale-

seus

me-

Broadway,

SCENA

COM

TRÊS

KILOS

DE

COLLARES. I" Fui Theatre,

E

desta

r

BT^aaani '¦¦' ¦ M ^^J

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saaaasasaaav »_. .

vél-a na

no

rua

seu

camarim

do

Badhurst

44.

Áaa

A "ESTRELLA" DO SAMBA E O CINEMA *£"" M uma interessante correspondência da"E,' •ma tada de Nova York, Hogar", para Nestor põe o titulo acima e nos conta seu encontro

com

São

Carmen

Miranda.

E

escreve :

os

nova-yorlcinos o próprios que proclamam... Nos jornaes... Nas revistas...

No radio...

No cinema... E até na televisão !

Carmen Miranda, a estridente estrella rythmo brasileiro, salvou a Broadway..."

do

ha alquns annos, desde a ^"^ESDE de Z.egfied, a ausência de seus des espectaculos havia deixado um

morte

irreparável.

Broa-

dwey

Broadway

estava

Suas

de

empalidecla.. .

tornando

granvazio

anêmica...

luzes

já não bri havam como antes. esplendor dos grandes nomes. coruscar das revistas luxuosas. A alegria seus magnificros espectaculos.

Em vão o cinema tratava de remediar essa

Faltava-lhe O

se

ausência

o

com

suas

super-producções

e a «pre-

sentação

pessoal de suas estrellas. "niqht-c'ubs" Debalde os se empenhavam em povoar o vácuo com as bancas de Cab Calloway ou com os sapateados de Bill Robinson.

Nem

sequer com

Gerden

conseguiu

geo

Broadway de

luarte tar

seus

famoso

Madison Square "shows" sensacionaes no

fazer grande declinava...

coisa...

cumulo, dentro do mesmo perímeYork se ergueu um novo baNova

Para tro

o

de

todo

o

espectaculos que ameaçava arraspublico : a Fe ra Mundial. Esta

se que ameaçava deixar Feira,

ergueu

como

vaslos

todos

um os

espectro rincões

da

Broadway— Feira o

chefes

francezes, com restaurantes com "maitres" e camareiros euthenticaCom

francezes...

mente

cervejarias

suis-

sas e scandlnavas... Com cafés turcos e com "tea-rooms" expressa servidos gelshas por importadas Feira Japão... com mente do parques,

O

lagos

e

jardins...

MALHO

que passar, naturamente, pelo já sabido velhinho de guarda. Tive que suprjortar os clássicos esbarrões com contra-regras e serventes e at idas e vindas ent-e as bambounas... Tudo isto compensado pelo espectaculo de umas bellissimas coristas surprehendidas na intimidade de seus preparativos. "boulevard" Enfiando por um francez (a revista se chama Streets of Paris) chego ao camarim da Miranda. Um camarim que só por si é todo um espectaculo. Com seus trajes brasileiros,

*.Xm

w

Com

monumen-

turbantes,

typicos,

vivo

de

colorido,

e pulseiras e, artlficiaes...

fruetas

tantos

collares

Carmen,

sorrindo,

com

vez,

seus

até,

com

Tal

como

de

e

dois

nada

o

af**\

£\ ^ akssfK

Fala-se iniciativa

em

estou...

Também

eu,

na

tros.

disso,

actuei no radio : Broadcasting... nas audições com E

Lou

sempre

Holtz, muito

na

Nafio-

de Durante

Jimmy delicados

e

ções naval.

Quando entro em scena, carrego mim três kilos de co lares I E

entretem-se

mostrando-me chega

preciosidades. Quando a minúsculos cestinhos E isto 7

em

cima

de

suas

exóticas

bordados,

presas pergunto :

E'

para a cabeça... — explica-me... sobre o turbante... São, justameno detalhe que mais chamou a attenção traje de bahiana...

te,

UM

EMPRESÁRIO

AMERICANO

af\^%*aB1

-

Sm

NILTON sil, "sa

está

PAZ, se

musica

santes

alistando

algumas

entre Creou

Club

do

Bra-

os cartazes

da

nos-

Radio

China"

pelo

composições

bem

o

o

celluloide

da

e

microphone

Fox

pellicula de Mudamos Como

de

assumpto.

foi

contractada

Ar>

muiEspere-

radio.

conta

com

varias

studios

para

depois

modificado

CarPóde-se

ma.

Mas

este

anno

os

A to os seus

no

no

novo artistas de de

lá

sector

da

no

com

Ipane-

agradam.

Vargas vae passar o Carnaval, E vae entrar no cordão.

Souza

nos

elite

do

matinalmente

do

tem

Brasil

programmas

com

melhorado

musicas

mui-

rado

e querido.

a

Radio mesma

dades

»s»^M^*V^ WÍ+wy

a

ter

de

Não,

porque agora actuo também no Astoria... depois de meia noite, no espectacuo que apresentam no "Sert Room".

Projectos 7 Waldorf

£1

Por emquanto,

sam.al imWM 1^-3

¦ *--»*-

ta

com

nenhum... Estou me deiporque aqui apparecem propôstas e negócios todos os dias... Tenho uma gana louca de ir a Hollywood, mas o theatro me impede fazel-o... A película terei que filmal-a aqui mesmo, em Nova York...

vocal, reaüsaram e GAÚCHO, duo Paulo e voltaram temporada em São dos seus números pa-a a apresentação Ahi estão elles Carnaval. o de successo para 'durante certeza canCom um programma.

"Cáe I... Cáe I... tam:

-n^^nngpSBal

asBas aaa!

Rafa

aC^ãav^Baa aa**

em

aaHaa.aME.aaaV

V

com

e

ahi

Preferiu

ser

elle

mes-

dia.

A

nosso

segredo

o

novi-

as

sector.

primeiro

a

A

seus mais

queridos

ao

microphone, Não elle

que de

Radio

é

as

as

suas

Club

o

de

das

suas

Souza

con-

bom,

e

disposto

iniciativas tem

locutores.

como

Quando

telephonemas

necessário

agrada

Xavier

numeroso

prestigiar

phonleas.

outro

não

radio- , um

dos

elle

está

param.

comprovante

oesfeitamente

a

seus

de

milhares

ouvintes.

jãÊA

lHssssssKr

J-

n

«^ ^m\\

^¦¦'V

inH^^Hj^^ Íí^ ¦'

verdade

publico

^r

m\\\WÈÈ&kmW^'

~/*^i

seu

radio.

um

sempre

uma

levar,

está

que com

todos.

personalidade ao

geito conta

aãsaCraia

-aafl

rápida ao Rio

radio 7

no

voz

sua

conside-

de tal

encontra, de

saudan-

a

assim

impressionar

veio

ver, no

Porque,

L

se

com

ser

publico,

apresentadas

victorias

B

MW' am\-m

Fez onde

deixou

como

Guanabara

a

solidariedade se

tal

modo

da

ouvintes,

Passou

Club,

mo,

da

os

amável.

Não I-

através

levou,

e

na

nativas...

é um

forte

Rio.

Hora

dizer, sem rebuços, que Xavier "speaker" popular, Muitos an-

de

continuar

i\*

\\\m

\

AaàÁ

^Bmmmm

(*»

¦" >--íf*.

• m

Haawf •*- NbbbbbbbI "¦•

ssssV

uma I

'

cs'i\r-'-^

í

*5'-

I

"t "

'^^

ssssW • "..¦'"'"¦ "'«aa»». ¦— *" t**r'/m~

'

atãTa

'm9M^*B^*A^/ Am

""'tf!

"^"^B £

'-¦

Af''~ t''^

l

-'*.; -*&'"'^. ¦¦\i*t "*'; '"'*-i:'- »*if»^!'

7

A maior surpreza da minha vida...

O passado aportou ao Rio, num cruzeiro de "NormandV. recreio o Eu estava «ctuando no Casino da Urca... E ali foi parar certa noite, um grupo de turistas, entre os quaes eslava Sonja Henie. .. F com ela Schubert. o famoso empresário nova-yorkino. Reco.Ho-m» de "Prepare-se que alguém me preveniu : para uma boa apresentação, porque está ahi um empresário norte-americano"... Ma$ nem fiz anno

72

e annunciam-se

inferes-

COMO

prepe-ando para mim ambiente sul-americano.

seus

Sonofilms

*m\* mmma*

Fi m está

1940 sector

certeza,

Carnaval. Vocês, com "Laranja "Virgula" em cantando

para

viram-no

da

artista

popu'ar.

disco

pelo

OUTROS

a

em no

Pedro

Carmen Miranda dá-me suas impressões.

Se visse... Aqui todo o mundo delira com a America do Sul... A cada cada passo me perguntam se sou argentina, porque os jornaes puzeram muito em destaque meus suecessos em Buenos Aires... Agora, precisamenta,

nos

Nada

Applico-as no

Car-

JOEL

xando

ás fruetas

no

Almirante tem estado interessante "Caixas de Perguntas". suas

as

fl BROADWAY VENCEU A FEIRA MUNDIAL! Continua

"'

JXm

H-

ter, pela que vamos Esc-Ia de Radio. Também tempo. . .

Tupy

A

Rudy

e ouattenciosos.

I

mol-as. ..

E

Além

a'

a

Dircinha Baptista vae vencer os números gravados.

novidades

tas

Broadway.

logo, a pergunta obrigatória : Gosta da America do Norte 7 Muitíssimo... Tanto da terra como da gonte... Foram gentilissimos commigo. .. Cada dia me cumulam de attenções... Desde o dia de minha estréa, quando recebi telegrammas de felicitações de todos os companheiros do theatro, até agora, todo o mundo me festeja muitissimo.

tem

com

naval

fevereiro,

Qmças a Carmen Miranda, Yt dentes á mostra — que para isto os tem mui' to lindos — percebe o meu pasmo.

Veja que bazar I A este publico encanta-o ver-me vestida com tudo isto... Dizem "South tem um colorido que America"...

não

\h

quando menos o esperava, recebi um telegramma : "Segue contracto stop por via-aerea Schubert".

E aqui

PRA-9

muito

official, se<"á sem

Estamos depois,

da

sitores.

bordo.

nal

programma aperitivo números bons.

suas

ao

mezes

mar-

Babo pretende dar, em liinteressantes palestras sob'e a e humorística dos compoaneodotica

vida

1

de bahiana. E foi tudo. partir, soube que ella havia "toilette" numa festa a prêmio de

um

Valee, trinta

suppunha,

muitas

Lamartine

as

vro,

vestido

presente um Depois,

seus

cestos

tampouco,

houv9 de emprezario não deu signaes de vida. Ao terminar meu numero, Sonja Hente me convidou para sua mesa, conversamos, fizemo-nos amigas p offereci-lhe de novo I

Alguns

Tive

Il

ma haviam anemprezarios e nada

com

estado

v»m

muita»

Machado apresentou no Carnaval.

victoriosas

chás

O cato, porqut já nunciado outros

tirado EM

Ary

£59 jii HfaHr/f.TO r^ammar

mmmammWmamaammmawannnmmaaMmmnw^amaaanmaaanammaam

é que teremos uma boa aprenoticias telegraphicas no radio 7

de

sentação

diários... o

Broadway

n

¦&H,

acontecera...

graças carioca,

"ENTRO

if*

Quando

salõeziou Phi-

Sião

sua ¦ O H Vsfc Âm\aFFa

V^íL tf»!

Eleanor

randa. ..

•av/£aY ^jfífÇámmmmmXZam^rATjfí

/

PERFIS RADIOPHONICOS

.BOLAS

"Aquacade"

a

HTTPff

demais,

500.000

na

como

lindas banhistas quinhentas ás ordens de Weissmuller e e com minúsculas "boites" e

LINDA Air

Carmen

numa

do

v r<~*

caricatura

BAPTISTA,

Samba,

foi

a

essa Santos

deliciosa realisar

interprete uma tem-

de lá que Porada muito breve para os fans •Ia foi deliciar, e muito longe para oiitens e daqui oue sentem saudades suas. LINDA PRH-8, da ma. uma nos program attracção "adio Ipanema. norte-americana

II — 1940

*m%&&anmW^ ''^^^^ÊÊÊÊtn^^' "" ^ mX^

'"$"?

¦

Ensaio

na

Radio

PRA-9,

musica popular: — os favoritos

SYLVIO Sylvio —

O

MALHO

-

Bm ar~* 1 / a*»-" 1—szz -¦-—^^aaa.- - - mm mj.r*~a^*Aamammmaaaâ

73

Mayrink CALDAS eomb

o

¦

'Í«^l

¦>-,• j'^-"^ >; l'i

ãni

Veiga.

Vemos, nesse instantâneo, dois maiore.es da nossa e NONO. São, na opinião de quase todo* os do radio, artista do Samba e. Nono como notável acompanhador

n — 1940

-

"

m1'

i

^ A

V

^bi

1 J i' _ ur°a 111 6^t0,C,° £====T^^0 'f Z2^~z^° r;trA r^ m-iáá ^rr--s£f~— • **.„ „*»«<> i*«M>* °' con*®9r

— 74 -

II — 1940

Governo da Colômbia, por Decreto numero 42, de 30 de abril de 1934, creou O o Centro de Historia do Norte de Santander, com o ob|ectivo de investigar e Hlustrar a historia da nação e, especialmente, de Calda-

Gutierrez A. GoCiro rón, mei, J. M. Vesga D. Luis Villamizar, E. Pacheco, L GaL. Castro, briel Eduardo Romero, B.

T.

Espinosa,

Rafael

Torres,

A.

F.

fundadores

sócios

seus

São

Santander.

sP»J\

SABEM QUE...

NEM TODOS

MiHernández, guel Durén, L. Garcia Herreros e Arturo Villamizar B. A

l^w

F ri e d r ich

linense Andreas.

roman-

e

Poetisa

talento.

de

oista

^ccn/*^ ......j j

Viajou, com Rói- Maria Rilte,

ner

ou-

e

Rússia pela trás nações.

I^^&bj

ceieNietzsche "a brou - a como mais

mulher

das

meira

perlaita" e cognominou-a "super-mulheres".

a

afl*-'wAAl afll V• °/*A afl mamXfk. ¦ flA^A/J-fl 5 ¦' «"* ° 6dá m

pri-

• M,vOV,H BE

J.

r.<Ví^=s*^Jgi_Jit'jâ sede

do

sobre

reuniram

os

metros

do

mundo

a

as

vida

no

que Mendoza,

do

antigo,

que

1887,

de

a

com

entro

dinheiro os

6

I."

vindouro,

O

A

abril

morte

de

européa

pesetas) douta

centena-

do

1936.

Nietzsche, philosopho acaba de expirar. Ell<; em 1861, em São Pcda Filha Leningrado. actualmente Casou-se eom o orientalista ber-

e

melhor, onde

dá-nos

Urena

sr.

O

se

relato

um

completo

pequena Republica dos até o século XV'II, desde o seu descobrimento vasta documentação. Entre com provando-os releva mencioos textos que nos proporciona Tostado de Ia Penar o referente a Francisco na, que permanecia inédito. factos

occorridos

na

do

Andreas Salomé, Ainspiradora veiu ao mundo, tersburgo, um

general.

Pellos do Rosto Cnra radical sem cicatriz

lay*»![DR. PIRES d« Tratamento moderno Peltoi Cravo* Ruga» Saio* Monchoa Oeatldoda Espinho* Catpo Grátis: Solicite ürtortnaçSes. Marque o caso que Interessa e envie ao Dr. Pires, a Praça Floriano 55-O.* and.-Rio Nom. Amo

catacumbas, que minam a Campanha AS romana, extendem-se, segundo os calculos dos geólogos, sobre um percurso acima de 500 milhas. Em certos logares cons-

descendo

cumbas

a

até

de

profundidade 75 pés. As de

cataCa-

S.

que exploradas

em

14

milhas,

as

uni-

cas

a

são ser

bre

o

Para desenvolver rápidos.

Para diminuir use o n. 2. Resultados Grátis: T*t* injormssâ Cx.Vostal8oi-%io No —

««o

—*^a*^l

OAoém

dados

'mm

bastante

1835, fez cem annos que foi suppiiEM ciado o caudilho Ambrosio Ayres, mais "Bararoá", nome que lhe conhecido por deram raroá.

pelo facto de viver Ambrosio passa por

em

Thomar

haver

Ba-

um

dos

bravos participantes da revoluestourou que ção, Amazonas,

1835,

MOVEIS FINOS

II — 1940

sido

ou

mais

em

prol

em da

legalidade.

Foi neiro

uma

tropa

de

nortistas

feito ás

prisiomargens

A ut a z , lago quando á frente de se viu envolvido pedo

!is

.a&&M

¦'

aflnrT^m. *-'

m»^m

Av^A.--.^|

no

CATETE, 55 a 59

J& j5^-B«gJ»»»v^^Biatf^ A

assumpto.

-^«J»,

í RENASCE A

UMA NOVA PELLE BRANCA EM 3 DIAS

*'-flflf

publico,!, curiosos so-

Augmente, fortifique e diminua o busto com os productos á base de HORMÔNIOS

1 e 2 Hormo-Vivos e fortificar ase o n. t.

GOLDFISH

dltalia"

Cmméa.

BUSTO

B?ND' alVv m fflp a 1; Mu, 4 /&Mm\m\ M °

mm^r

visitadas "Giornale

pelos turistas. O ha poucos mezes,

Booi Rados

\\W^Sm\W^Jm>*7^

foram

lixto,

m U

KM

ride cinco d i f f e r entes,

tam veis

fl \ t li

foram

construídos os primeiros conventos e collegios, sedes episcopaes e Real Audiência e InsHdireitos tuidos e leis e foi o barco dos primeiros homens de letras americanos.

Maria

Paula general Francisco de "Homem das Leis e OrgaSantander — o "Ganizador da Victoria". O Centro edita a em numero sahiu I." cujo Histórica", ceta da

rio

civilisação

condignaI."

ou,

implantou

se

onde

Domingo, a

iniciou

feverei-

de

o

do

Cuperti-

000

(30

O

materiaes

parociiianos. commemorar

maio

de

luz

Manoel

Rev. em

Henriquez Urena acaba de prof. Pedro editar um livro precioso, cujo thema é a historia da cultura literária em San

se 300

a

emancipadora.

aproveitou

nelle

espera

instituição mente,

onde

architecto

pedido do reconstruido

a

angariado

do

obra

le-

templo

capella

da

Colômbia

da é

foi

Lizardo,

no

Rosário,

em

ruínas

1821, de Constituintes sitio .exacto onde surgiu á

edificio,

ro

é

Centro

vantado

flj^

..M

ET o que revela o microscópio J23S3Eaaa»»»»-.'

TSimW

sabe agora que a irritação dos é a causa de todos os poros dilaisso faz sobrevirem os pontos neas rugas devido á fadiga, assim pelle áspera, grosseira e descolo-

A sciencia poros da pelle lados —¦ pois ríios (cravos), como torna a rada.

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Os poros dilatados contraem-se. Uma pelle grosseira e escura torna-se fina, uniforme e clara. O Creme Rugol contém substancias calmantes combinadas com ingredientes adstringentes que embranquecem c tonificam. A pelle mais reseccada ou esfarellada torna-se fresca e adquire um lindo tom. O Creme Rugol supprime o lustro de uma pelle oleosa ou graxosa imprimindo-lhe frescura e belleza.

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75

O

MALHO,

HOMEM

O

TEM CALLOS? / v AikX GETS-IT

(Conclusão)

ponha jú termo a MM «lôr com

o remédio infallixcl para os rallos.

E A SERPENTE

vulsões,

semelhantes ás ondulações da

Levantou-se

mais.

E cada

serpente. Agarrava-se avançava

serpente,

movimento

ao soalho

mais

tentar o recuo,

para

seu corpo.

percorreram

approximava-o

e

mais

di

mas apesar disso

sempre.

IV

Dr.

O

Melhor

•

porque fl liquido.

fava

Druring

com

um

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vem

Que

Deus

w&

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na TRAVESSA

CASA

DO

OUVIDOR,

SPANDER para

todos

os

ella com

um

outro

elle,

un

Ophíophagus. isso 7 perguntou

me

disse

colleccionador,

perdoe do

a senhora.

descobre

casamento

sua

que

O

divorciar-se.

poder

um

homJm

esposa

des:o-

ignorância ! Querida,

tanta

Ophiophagus

é uma

ser-

um tom desprendido.

Mas como consegue vencer as outras ?

não 7

me

der

A

conversação

repetiu-se,

foi

distincto

acorriam

que

interrompida

e horrendo.

Basketball, Voleyball,

do

um

por

terrivel.

grito

levantaram-se

Os dois

superior.

um

e

lugar mais claro

espuma,

e

Morto,

de

o coração Nesta

Athletismo, Tennis e Gymnastica

Metteu rolada

para

ataque, náo

que

girou

disse

batia o

um o

O grito rapidamente, o

contra

a

sem dificuldades.

terror

sábio,

puxaram

porta.

Brayton

então

manchada

o corde san-

desmedido.

debruçado,

a mão

com

méis.

olhar

em

torno.

pôde estar esta coisa aqui 7 puxou a serpente e jogou-a sempre enquarto. O réptil cahiu com um ruído surdo elle,

como

a mão sob o leito, o centro

do

no soalho encerado, veiu

bater no muro opposto

ond*

immobilizou.

Era

uma

empalhada

serpente

Os

olhos

tina..,

-—

lançaram

se

e o voltaram. A face mostravam

olhos

um

Deus ! disse

e escorregando se

os

posição

Meu

Todos

a chave abriu-se

no solo, morto. Os que chegavam

deitado

jazia

sobre

Sandows de elástico e Alteres. Encordoamos Rackets para Tennis.

Peçam Catálogos grátis.

andar

Náo estando esta fechada

gue

—..—

O sábio es-

Neste ponto se parece ella comtigo, disse o doutor. Você sabe irrita esta estúpida superstição que dá ás serpentes um pofccinador.

como

Football,

¦¦¦-¦

bibliotheca.

que come as outras serpentes.

Espero então que acabe de uma vei com todas as outras, disse

pente

po para

Sports

-

na

homem inquieto, a dama pallida de terror. Antes de extinguir-se o écho do ultimo grito, o doutor subia quatro a quatro os degraus da escada.

Ne corredor, deante do quarto de Brayton encontrou os empregados,

Çj

RUA MIGUEL COUTO, 29-Rio Artigos

ser

a

deveria

o grego

com

de

depois

Seduiindo-as

CENTRO LOTERICO -fortunas

trocar

Que

estavam

senhora

excepcional.

especimen

somente

que

SENHORAS

e sua

humor

,..-.,«—

—-

.

I ¦

¦¦-

¦

eram

dois

botões

de

bo-

¦

>

•

¦ .

*•A iWM m" i1

\\wMl4 ^i \Tx^H\V

'CM * WPMfrr" i / \ ^ y

r

11|p

p

^

O presente projecto é para a construcção de um prédio residencial no Grajahú.

0 terreno é exiguo, pois tem 9.00 metros de testada, sendo reservada lateralmente uma passagem com 2.30 m. para a construcção de um abrigo para automovel.

Os revestimentos externos de poderão ser feitos em pó pedra, ou em rústico em cores claras, o piso da varanda será revestido em ceramica de São Caetano de côr vermelha.

0 prédio é recuado 5.00 mts. do alinhamento da rua, permittindo a execução de um pequeno jardim ou de uma pergola.

Projecto e construcção de J. G. Meira Lima, rua do Cattete n.° 201-Tel. 25-1756, e foi orçado em cincoenta e sete contos e quinhentos mil réis.

NOSSA

A

CASA

QJJAT5TO _i _j <3 I

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SAL 5ALA A

SALA SAL A

0 CLUATiT QJJA"DT 0

^ QUARTO QDAtiTO

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