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engole os recursos que poderiam e deveriam ser direcionados para as pessoas que trabalharam e mereceriam manter o fruto deste trabalho para si. Tais recursos são desviados, desperdiçados e mal aplicados pelo Estado”, aponta Salles. Porém, para o cientista político e coordenador do curso de Ciência Política do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), José Deocleciano Júnior, a ideia de uma direita liberal plena ser aplicada de fato no governo é algo distante. “É claro que em um sistema desses a gente vai ter uma implicação. Se as forças do mercado para os liberais tendem ao equilíbrio, a gente sabe que no mundo real você vai ter momentos de crise. Então a coisa não é tão simples assim”, analisa. “Em uma perspectiva liberal, os momentos de crise vão ser auto-regulados pelo próprio mercado, só que essa autoregulação

pode gerar desemprego e desigualdade social. Logo os indivíduos não vão mais estar em um mesmo nível de igualdade, não terão as mesmas oportunidades”, avalia. Um dos questionamentos do cientista político é a própria denominação dos conceitos de “direita” e “esquerda”. “Esse aspecto às vezes faz sentido para as ideologias partidárias, para as ideologias políticas. Mas, principalmente no Brasil, da década de 1990 para cá, ele não se constitui como um determinante da ação política”, explica. “Se você pegar o Fernando Henrique Cardoso percebemos que ele nunca foi um político de direita, tanto é que o PSDB seria uma centro-esquerda. Mas, na verdade, quando você olha as políticas econômicas que ele implementou são de direita liberais”, exemplifica.

Serviço Sílvia Mendonça é aluna do 5º semestre de Jornalismo do Instituto de Ensino Superior de Brasília - IESB

PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011

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