Plano Brasília edição87

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Plano

08 de março de 2011 Ano 9 · Edição 87 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

Ser mulher noDF MESA REDONDA Celina Leão Sáude Cancêr do colo do útero 87

Ponto de vista Erika Kokay








Sumário

12 Cartas

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28

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46

48

60

38 Cotidiano

62 Música

13 Mesa Redonda

40 Planos e Negócios

64 Mundo Animal

16 Panorama político

42 Automóvel

66 Jornalista Aprendiz

18 Brasília e Coisa & Tal

44 Paisagismo

68 Propaganda e Marketing

20 Política Brasília

46 Esporte

70 Vinho

22 Dinheiro

48 Personagem

72 Tá Lendo o Quê?

24 Capa

50 Saúde

74 Frases

28 Cidadania

52 Beleza

75 Justiça

30 Gente

54 Comportamento

76 Diz aí, Mané

32 Cidade

56 Cultura

78 Cresça e Apareça

34 Educação

58 Agenda Cultural

80 Ponto de Vista

36 Tecnologia

60 Gastronomia

82 Charge



Expediente

Carta ao leitor Prezado leitor,

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira DIRETOR DE ARTE Theo Speciale DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr. Fotografia Gustavo Lima

EQUIPE DE REPORTAGEM Alessandra Bacelar, Aline Ricciardi, Fernanda Azevedo, Larissa Galvão, Maíra Elluké, Michel Aleixo, Tássia Navarro, Veronica Soares e Virgínia Ciarlini COLABORADORES Adriana Marques, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Érika Kokay, Mauro Castro, Mônica Ponte, Regina Ivete Lopes, Romário Schettino, Tarcísio Holanda, Thandara Yung. IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Aqui estamos nós com mais uma edição da Revista Plano Brasília que semanalmente é preparada com muito carinho para seu deleite de leitura. Nessa nossa 87ª edição, já que no próximo dia 08 é o “Dia Internacional da Mulher”, não poderíamos deixar de parabenizar a todas vocês, leitoras, que residem no Distrito Federal, no Brasil e também no mundo inteiro. Todas as mulheres são merecedoras de nosso carinho e atenção por serem pessoas que devem ser reverenciadas pela garra e coragem de irem à luta em busca de fazer valer seus direitos e que nunca se esquivam na hora de cumprir com os deveres. Como demonstração de todo carinho e admiração da equipe da Plano Brasília, na nossa matéria de capa, de quatro páginas, relatamos histórias de mulheres que enfrentaram problemas na vida pessoal e social e fixaram suas sérias e firmes bandeiras, mostrando e provando a que vieram. Na reportagem, nossas repórteres se detiveram em fazer um apanhado das conquistas femininas durante décadas e décadas e mostram que hoje, o universo das mulheres é muito extenso. Tanto que o nosso “salve, salve amado Brasil” é dirigido por uma forte e guerreira mulher que enfrentou “de peito aberto” a ditadura do década de 60, sendo inclusive presa no início dos anos 70. Uma leitura que não deve ser perdida. Na nossa editoria Cidadania, mostramos que a união realmente faz a força. Uma cooperativa formada por 22 costureiras de Planaltina sustentam suas famílias num trabalho criativo, totalmente transformador. A matéria-prima são banners doados por populares, entidades assistenciais e classistas, empresariais e privadas. O material é reciclado e transformado em belíssimas bolsas, mochilas e nécessaires ecológicas e outros produtos da mesma temática. Tarefa que une o útil ao agradável na geração de emprego e renda e que ajuda na preservação ambiental, arrancado um mudo obrigado da natureza. A cooperativa existe há 12 anos e é apoiada pela Fundação Banco do Brasil. Um assunto chato, mas que deve ser tratado com seriedade é o “Câncer do colo de útero”. A doença é a quarta causa de morte das mulheres no Brasil. Anualmente, a doença vitima 4.800 mulheres e apresenta 18.430 novos casos. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que, a cada ano, cerca de 500 mil novos casos da doença são detectados em todo o mundo. Quando se trata de óbitos de mulheres, a doença só fica atrás do câncer de mama. A triste estatística poderia ser evitada com o simples exame de prevenção e o uso da camisinha nas relações sexuais. Conforme o Instituto, o mal pode estar associado a uma doença sexualmente transmissível, pois, na grande maioria dos casos, a infecção se dá pelo papiloma vírus humano (HPV) que está presente em mais de 90% dos casos de câncer cervical. Assim, o simples uso da camisinha na relação sexual pode evitar o contágio pelo HPV e pode diminuir a incidência da doença. É isso, prezados leitores. Esperamos que vocês gostem. Tenham todos uma excelente leitura e, até a próxima!.



Cartas Senhor redator, Gostei muito das reportagens e da forma como estão sendo feitas matérias sobre tudo que acontece na cidade. Sendo assim, uma orquestra que leva o nome de Brasília, e tem grande futuro não pode ficar de fora da aceitação desse excelente veículo de informação pública que é a Plano Brasília. Fico no aguardo para detalhes sobre o projeto e sobre tudo que podemos ser para nossa cidade, pois uma revolução musical está vindo, assim que a Brasília Big Band for instituída como Orquestra Popular do GDF na secretaria de cultura. Ademir Junior, maestro Prezado redator, Parabenizo toda a equipe dessa Revista Plano Brasília, que gosto muito. Acho as reportagens super interessantes. Na última edição, a matéria de capa “Drogas” abordou o tema da forma que o assunto merece. É realmente um grande pesar como que essas drogas se alastram com tanta rapidez. Se fosse uma coisa boa não teria uma “pegada” tão rápida. Continuem assim e parabéns pela revista. Eleonora Pereira Octogonal.

Fale conosco Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.


Mesa Redonda

CelinaLeão Equipe Plano Brasília: Romário Schettino, Edson Crisóstomo, Liana Alagemovits e Virginia Ciarlini | Fotos: Paulo Negreiros

A

deputada Celina Leão (PMN), eleita pela revista masculina Playboy como uma das três deputadas mais bonitas do país, aceita o convite da revista Plano Brasília e conversa, descontraidamente, com a nossa equipe de jornalistas e responde a questões sérias como a de, juntamente com as deputadas Liliane Roriz (PTRB), Eliana Predrosa (DEM) e Washington Mesquita (PSDB), se colocar em oposição ao governador Agnelo para cobrar o cumprimento de ações transparentes. Casada e com dois filhos, a parlamentar assegura que Brasília é o local ideal para criar a prole. PB> Deputada, a senhora acha que o governador Agnelo dorme tranqüilo com a base de apoio que ele tem no momento? Celina Leão> Acho que não. O governador tem um grande desafio pela frente que é criar uma unidade, talvez uma comunicação mais direta com os parlamentares. Mas, essa situação pode ser fruto de um início de governo meio atrapalhado, de uma base um pouco dividida ou mesmo falta de articulação política Acha que isso é também pelo tamanho da base de 17 partidos? Também. Isso seria um item que dificultaria a ele administrar 17 partidos. São muito diversos e com bandeiras diferentes, que caminharam em lados opostos, com rixas, muitas vezes antigas. Percebemos que ele tem dificuldade de administrar isso, mas é algo possível de se fazer. Quem é a oposição? Quantos são e quem são eles? Essa é uma pergunta bem difícil. Por que o que seria uma oposição bem declarada mesmo? Eu, as deputadas Liliane Roriz (PTRB) e Eliana Pedrosa (DEM) e o próprio Washington Mesquita (PSDB) que por conta do partido, não pode estar na base, mas acredito que tem feito um papel de oposição. Portanto, são quatro parlamentares. O que é difícil, pois como é que um governador, que

administra um orçamento de mais de R$ 25 bilhões fica sem oposição? Vira um imperador. O que nos deixa um pouco mais confortáveis é essa falta de articulação do próprio governo e essa base que flutua um pouco. É sabido que a sua origem política tem a ver com o grupo Joaquim Roriz. Ele orienta essa oposição? Ele dá algum pitaco? Influencia a filha? Depois que ganhei a eleição, nunca mais encontrei o governador Roriz. Não tive oportunidade de estar com ele. A influência é menor agora. E com a deputada Liliane, eu não sei, mas acredito que sim porque as filhas são ligadas a ele, até como um mentor político. Elas devem consultá-lo sim. E qual o seu futuro político? Essa é uma pergunta muito engraçada. Quando, na pergunta anterior, já é sabido que sou oriunda de um determinado grupo político. O que posso afirmar é que fiz um trabalho técnico, bem capaz. Fui a primeira Secretária de Estado da Juventude do

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DF. Então, talvez minha maior missão seja deixar a marca registrada de quem é Celina. Porque quando se fica atrás de uma figura forte como Roriz, ou de qualquer outro político grande, não se consegue, se não tiver um mandato, mostrar quem se é realmente. E agora eu tenho a oportunidade de mostrar quem é a Celina Leão. O que pensa, quais os princípios e os critérios. Eu acho que isso vai ser importante. Quem é Celina Leão? Uma pessoa que acredita em Brasília e que a cidade realmente tem que ser referência. Não pode ser tida como a cidade dos escândalos, ou do mensalão ou de qualquer outra coisa. Eu quero criar meus filhos na cidade. Quero trabalhar de forma transparente. Acredito que tem pessoas sérias na política. Que querem fazer o bem. Que não precisam enriquecer da vida pública. Eu falava muito na minha campanha, que virar deputada não era só fazer leis, representar e fiscalizar. Nós, parlamentares, temos uma missão a mais no DF que é resgatar a esperança dos brasilienses que não acreditam mais na política. É isso que eu quero conseguir, talvez até o final do mandato possamos mostrar. São três mulheres fazendo oposição atualmente. É uma tarefa pesada por ser mulher? Acredito que sim. Quando comecei a fazer oposição e entrei com algumas representações, um deputado da base do PT chegou a comentar que eu estava sendo orientada por alguém. É algo até preconceituoso. Será que eu, jovem e mulher, não tenho condições de orientar minhas ações? No momento, a mulher está fazendo papel igual ao do homem. Não somos diferentes. O brasiliense não fica bravo por a gente estar na oposição. Ele acha bom, pois sabe que tem alguém fiscalizando. Quem votou no governador também está feliz com o trabalho da oposição. O cidadão quer a cidade na lei, fiscalizada e que os recursos públicos sejam preservados. Não estamos contra o governo. Faço uma oposição não sistemática. Por

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O governador tem um grande desafio pela frente que é criar uma unidade exemplo, chegou o projeto de saúde na câmara e não criei dificuldade para votar. Quebramos os vetos e fizemos o acordo para que fosse rápido. É isso que o cidadão de Brasília quer. Uma oposição equilibrada. Diferente da oposição do próprio PT, que muitas vezes foi difícil em Brasília. Esse grupo da oposição obteve 33% dos votos na eleição majoritária. Isso é um peso razoável. O problema é saber fazer a oposição nesse meio em que a Caixa de Pandora se espalhou para todo lado. Tanto na oposição quanto para alguns que apóiam o governo hoje. Além do histórico do ex-governador Roriz de processos e denúncias. Como é estar desempenhando esse papel? Acredito que cada político é responsável pelo que plantou. Cada um tem uma história política. Quando se coloca a questão do Roriz ser envolvido com

denúncias, também devemos lembrar que há petistas envolvidos com o mensalão. Acho que isso é igual a religião. Não tem a que salva ninguém. É o caráter da pessoa. Cada um tem que responder pelo que fez, pela gestão que teve. Quando fui secretária de estado, não tinha um centavo. Implementei quatro projetos. Atendemos a cem mil jovens. Busquei dinheiro no Governo Federal e larguei para o Arruda e imaginem minha decepção quando esse recurso não foi gasto? Até hoje está aí nos cofres públicos. O Ministério da Cultura, inclusive, está pedindo o recurso de volta, com juros de mais de 40 mil porque não prestaram conta e ainda não gastaram. E o que aconteceu com o dinheiro? A informação que tive é que estão tentando fazer um acordo com o Ministério, para que o GDF possa gastar esse recurso e tentar não pagar a multa. Mas, mesmo se tiver de pagar, vale a pena ficar com o recurso, pois a contrapartida ainda fica menor. Era um projeto cultural em que iríamos ter semifinais em todas as cidades e uma grande final na Esplanada dos Ministérios, resgatando o festival de juventude. A revista entra em circulação na semana do Dia Internacional da Mulher. A juventude anda descrente. No que se refere aos jovens na política, qual a participação da mulher? A mulher está muito aquém do que poderia ser. Hoje, ouvi um pronunciamento da Dilma, que estava no “Mais Você”, e ela disse que para conviver no meio político é preciso parecer mais forte. Então, ainda existe sim, uma dificuldade, uma discrepância. Nós temos as vagas para as mulheres dentro dos partidos, mas não temos financiamento. Então o que adianta? Existe um preconceito. No meu caso, mulher, loira e jovem, o preconceito é triplicado. A Dilma é uma boa referência para a senhora? Acredito que a Dilma tem que ser respeitada pela história dela. Uma


mulher que lutou contra a ditadura. Ninguém chega num cargo de Presidente da República sozinho. Tem que ter história e preparo. Vejo a gestão da Dilma como sendo até mais comprometida que a do ex- presidente. Ela está preocupada um pouco mais com questões técnicas. Percebo essa sensibilidade, que talvez seja da mulher mesmo de se preocupar. Então, a minha questão política é que somos da oposição, mas temos que respeitar a Dilma pela história dela, e dar tempo para ver se realmente ela é aquilo que o Brasil pode esperar. Até porque é o seguinte: é muito ruim para nós como mulheres, se a Dilma fracassar. Porque se fracassar é porque é mulher. A gente sabe que esse tipo de comentário, de preconceito, existe. Como presidente da Comissão de Defesa de Direitos Humanos, a senhora pretende traçar uma política pública que ajude a mulher entrar no mercado profissional tendo onde deixar os filhos para trabalhar? Tenho orgulho de falar que sou deputada de Brasília. Conheço cada canto da cidade. E a questão da mulher é algo grave. Temos ausência total de políticas públicas para mulheres que vem desde a gravidez, muitas vezes precoce, até o atendimento em creches. Então o que tem que ser pensado é como vamos capacitar essa mulher e colocá-la no mercado de trabalho. À frente dessa comissão, vamos cobrar atitudes nesse sentido. A senhora já conversou com a secretária Olgamir sobre esse assunto? Ainda não, mas com certeza vamos conversar. Até uma deputada do PT nos procurou semana passada, da frente da mulher. Eu achei bacana, até passando em cima das diferenças políticas. Acho que é isso que a população quer. Mesmo tendo diferenças políticas, vamos debater no plenário. Vamos pegar os projetos que são das mulheres na câmara e resgatar isso e cobrar do Governador.

A mulher ainda está muito aquém do que ainda poderia ser Quando a senhora chega à Câmara Legislativa e começa a constatar que falta isso e falta aquilo, parece que não temos história, que tudo está ruim e que vamos fazer tudo daqui para frente. Mas temos que pensar quem provocou isso? Quem administrou essa cidade até aqui? E que responsabilidade esse pessoal tem por essa falta toda? Qual é a sua relação com políticos que participaram dessa desconstrução? Como é que a senhora avalia a responsabilidade dessas pessoas no momento? Eu fui secretária de estado do Roriz. Não participei da gestão do Governo Arruda, até porque eu era do PSDB, fui da executiva do partido. Tínhamos uma candidata que era a Abadia. Quando Roriz deixou o governo ele tinha 80% de aprovação da população. Ou seja,

algo aconteceu de lá pra cá. Se teve corrupção ou não, os processos vão ter que ser respondidos. Tem que se avaliar, mas existiu sim uma desconstrução e é urbana, política, social, até por sermos a capital. Tem coisas na gestão do Roriz que eu era contra e outras que eu aplaudia, como o metrô. Os gestores é que devem ser responsabilizados. Quando propus a CPI da Saúde foi justamente para isso. Estamos aprovando pacotes sem avaliar quem deixou a saúde nesse rombo. Sempre tive muita dificuldade com a gestão do Arruda porque eu achava ele muito autoritário. E ninguém falava nada contra a gestão Arruda. Quando aconteceu a Caixa de Pandora o Arruda tinha 80% de aprovação do povo de Brasília, inclusive do Plano Piloto. Ele seria talvez um candidato imbatível. Ele poderia até juntar o Roriz e o PT naquela época. Inclusive, na época do PMDB, no Pentecostes, o Agnelo sentou ao lado do Roriz abraçado. Eram amigos. As pessoas falam que a Caixa de Pandora acabou com o processo político do governador Arruda. Fui convidada duas vezes por ele para compor o governo. Não fui porque tive muita dificuldade com a forma agressiva dele. Quando aconteceu tudo, a mídia ficou muito calada porque ele começou a gastar 100, 200, quase chegando a 300 milhões com mídia pra amenizar essa forma ditatorial dele querer calar todo mundo. Agora, não tenho nenhuma dificuldade em abrir uma CPI contra o governador Roriz ou governador Arruda, até porque não podemos ser omissos nesse momento. É isso que as pessoas esperam da gente. Sou muito crítica e já nesse começo de governo, sobre a questão da saúde, acho que o DF não está em estado de emergência pra comprar tudo sem licitação. Se não averiguarmos e fiscalizarmos, vamos continuar gastando com saúde e não haverá uma melhora real.

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Panorama Político

tarcísio holanda

A reforma da previdência C

omo é notório, segundo a lei, todo aumento no salário mínimo implica em repassar reajuste correspondente aos aposentados que recebem acima do piso. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, embora ciente dos termos da lei, afirma que não pode cumpri-la, repassando o aumento do mínimo, porque a Previdência não dispõe de recursos suficientes para isso. Garibaldi revela que as contas tiveram uma pequena melhoria, em janeiro de 2011, quando o déficit foi de R$ 3,02 bilhões, 23,5% abaixo do que se registrou em janeiro de 2010. O ministro da Previdência está preocupado com 2011 e mais ainda com 2012, ano em que espera um mínimo de mais de R$ 600. “O salário mínimo que vem aí, em janeiro de 2012, deve ficar em torno de R$ 616. Isso também traz alguns sinais de alerta e preocupação” – disse Garibaldi Alves, já mirando no problema que vai surgir dentro de um ano. Garibaldi nega a existência de algum projeto de reforma da Previdência. O que há são as preocupações e cogitações de sempre com o acúmulo do seu déficit, ou seja existem estudos apontando para a necessidade urgente da reforma, mas não há um projeto definido. Por isso, ele vai pedir ao chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que agende uma audiência dele, Garibaldi, com a presidente Dilma Rousseff para saber o que seu governo pretende nessa área.

simplesmente conceder um reajuste agora sem considerar que a fórmula do salário mínimo (correção de acordo com a inflação mais a variação do PIB dos dois anos anteriores) trará um aumento natural, e para os padrões da Previdência, alto. A maioria dos aposentados, cerca de 75%, recebe o salário mínimo. Mas os 25% restantes, que ganham mais do que o mínimo, representam uma conta muitas vezes maior”. O ministro da Previdência diz que o governo decidiu oferecer remédios a preços baixos contra a hipertensão e diabetes, mas estuda a possibilidade de estender esse benefício a outros remédios.

a respeito da orientação do governo sobre a ideia de reduzir ou extinguir a contribuição patronal ao sistema previdenciário que onera a folha das empresas em 20%. Ele adianta que esteve com o secretário-executivo daquela pasta, Nelson Barbosa, uma vez que o ministro Guido Mantega estava viajando. “Fui informado de que não há nada consolidado, por enquanto, e recebi a garantia de que nada será feito sem oferecer à Previdência uma alternativa de receita” – explicou. Também negou que se cogite de alterar a lei em relação à aposentadoria dos servidores públicos, mas confirma as preocupações.

Qual a orientação de Dilma

Aposentadoria dos servidores públicos

Remédios a preços baixos

Contribuição patronal

O ministro da Previdência resume o seu problema: “Não podemos

O ministro confirma que esteve no Ministério da Fazenda para conversar

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O ministro Garibaldi nega que o governo esteja cogitando de extinguir o fator previdenciário, garantindo: “Não há nada de oficial, só preocupações e cogitações. Para extinguir o fator previdenciário é preciso encontrar mecanismos alternativos. Entre esses mecanismos, o que é sempre mencionado, é a idade mínima para a aposentadoria. Hoje, o equilíbrio financeiro da Previdência termina se baseando nesse fator previdenciário que não pode ser simplesmente retirado. Não temos ainda uma sinalização da Presidência da República sobre isso”. Garibaldi pretende conversar com a presidente Dilma para saber qual a sua orientação sobre o problema da Previdência.

“Essa é outra preocupação nossa. Hoje, a aposentadoria do servidor não tem limite. Pode chegar a 100% do salário da ativa”. O governo cogita de regulamentar o fundo de previdência dos servidores, em 2011, dando a seguinte explicação: “Há essa intenção. Perguntaram ao senador Romero Jucá sobre reforma da Previdência e ele mencionou esse assunto. Existe um projeto na Câmara, mas a discussão não avançou. É tudo ainda muito embrionário”. Mas confirmou que a ideia é unir os servidores dos três Poderes para capitalizar um fundo. O servidor que quisesse se aposentar com valor acima de R$ 3.600, o limite do trabalhador do setor privado, teria que contribuir para esse fundo. O ministro confirma que a criação do fundo está prevista desde 2003, sendo parte de uma reforma


aprovada naquele ano. Mas o fundo ainda reclama regulamentação. “Há reações, por exemplo, do Poder Judiciário, que deseja um fundo próprio. É preciso definir também que não haverá regra de transição e que as novas normas passariam a viger a partir da aprovação da lei, alcançando apenas os novos servidores”.

POLÍTICA DE ARROCHO “Essa tese não existe. Não tem sustentação jurídica. O governo está muito seguro juridicamente do projeto que foi aprovado pelo Congresso” - disse o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, a propósito da promessa da oposição de contestar no Supremo Tribunal Federal a constitucionalidade da lei que fixou o novo salário mínimo. Esperava-se que o Banco Central elevaria a taxa básica de juros em 0,25 pontos percentuais, nas reuniões do Copom (Conselho de Política Monetária). Os analistas do mercado financeiro já admitem, no entanto, que o índice do reajuste poderá ser ampliado para 0,50 ou até 0,75 pontos percentuais. Aumento de juros funciona como um antídoto fatal contra a expansão da economia, como é notório. Ainda mais quando o governo anuncia um corte de despesas no Orçamento de 2011 da ordem de R$ 50 bilhões. É o freio de arrumação que fazem os motoristas sempre que os ônibus estão demasiadamente cheios de passageiros. Parlamentares governistas revelam que os cortes no Orçamento de 2011 começam a ser detalhados nessa reunião do Banco Central. E já se sabe que a tesoura será mais severa com as emendas de autoria dos par-

lamentares, que costumam destinar recursos para diferentes regiões do interior do país – as chamadas bases eleitorais. O governo, em particular a equipe econômica vê uma clara ameaça de alta da inflação que poderia comprometer a economia nacional. Os cortes são considerados, portanto indispensáveis para afastar essa ameaça e garantir a integridade da economia. O problema é que toda política de austeridade econômica impõe um preço a ser pago pela maioria.

Classe média pagará o pato Notícia que obteve péssima repercussão na classe média, que é quem vai pagar o pato: a presidente Dilma Rousseff determinou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que prepare uma medida provisória reajustando em 4,5% a tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). O ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, já adiantou que o governo deseja que a nova tabela entre em vigor nos próximos dias – no instante em que todos estão preparando a sua declaração de Imposto de Renda. O governo que se prepare para enfrentar nova batalha no Congresso Nacional com as centrais sindicais e os parlamentares do governo e da oposição quando da votação dessa medida provisória.

Mantega descarta revisão Os dirigentes das centrais sindicais sugeriram que o reajuste da tabela do Imposto de Renda seja de 6,46%, percentual que corresponde à inflação do ano passado. A equipe econômica do governo defende, no entanto, a manutenção de acordo que foi firmado e

que leva em conta o centro da meta da inflação, ou seja, 4,5%. “O governo fez um acordo com as centrais sindicais para o reajuste do mínimo e da tabela do imposto de Renda e vai cumprir o acordo feito” – declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afastando a possibilidade de se proceder a uma revisão daquele percentual de aumento, como pleiteiam as lideranças das centrais sindicais.

Governo não teme ação no Supremo O ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, também revelou que a presidente Dilma Rousseff sancionou o projeto de lei aprovado pelo Congresso que fixou o salário mínimo em R$ 545, de modo que o novo piso entre em vigor no dia 1º de março. Ele acrescentou que o governo não está preocupado com o anúncio da oposição de que vai questionar no Supremo Tribunal Federal a constitucionalidade da lei aprovada pelo Congresso e sancionada pela presidente da República, fixando o novo mínimo. “Essa tese não existe, não tem sustentação jurídica. O governo está muito seguro juridicamente do projeto que foi aprovado pelo Congresso” - disse o ministro.

O BARRIL DE PÓLVORA ÁRABE Curioso é que os Estados Unidos declarem agora o rompimento com a ditadura do coronel Muammar Gaddafi, na Líbia, que apoiaram até agora. O ex-deputado José Dirceu sustenta, em seu blog, que os Estados Unidos “manipulam” o noticiário sobre a crise líbia para justificar uma invasão militar no país.


Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

Boas relações

Divulgação

As boas relações do governo federal com o governo de Brasília, momento muito diferente daquele quando Cristovam Buarque era governador e FHC presidente, estão rendendo conquistas importantes para a cidade. Além de ser a primeira cidade da América Latina a ser atendida em 100% pela banda larga (parte dos usuários terá acesso gratuito), Brasília será atendida pelo PAC 2 com recursos de R$ 2,4 bilhões para serem aplicados no sistema de transporte público. Isso não é pouco.

com a falta de um comando político para discutir certas nomeações para cargos no segundo e terceiro escalões. A vontade de contemplar parte da oposição e pessoas notoriamente indesejadas tem permitido que figuras como Pedro Passos (PMDB), Eliana Pedrosa (DEM) e Benedito Domingos (PP) nomeiem seus indicados. O PSB não está gostando nada disso e já mandou recado, quer discutir essa abrangência. O senador Rodrigo Rollemberg, presidente do PSB, que apoiou, desde o início, a coligação com o PMDB, deixou claro que essa aliança tem limites e é “bom que se faça uma correção de rumos”. O PSDB veio a público ameaçar de expulsão o peessedebista que aceitar cargos no governo Agnelo, o que não deixa de ser vexatório.

Fim do Caje O governador Agnelo Queiroz decidiu acabar com o sinistro Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje). Essa instituição que acolhe os jovens infratores já foi condenada inúmeras vezes pelos movimentos de direitos humanos, mas nenhum governo teve a coragem de extinguir. A juventude brasiliense merece melhor tratamento. Vamos ver o que vem no lugar do Caje, espera-se que não seja apenas uma troca de nome ou de lugar.

Operação bota fora O administrador de Samambaia, Risomar Carvalho, resolveu limpar a cidade, literalmente. Ele disse que nos primeiros 50 dias de sua gestão recolheu 4.500 caminhões de entulhos e colocou o telefone 33599300 a serviço do cidadão que queira dispensar móveis velhos e outros objetos. Pessoalmente, Risomar sobe no carro de som e conclama as donas de casa a dispensarem seu lixo. Além disso, está chamando os empresários da cidade a adotarem suas pracinhas públicas. A próxima etapa será revitalizar o Parque Três Meninas, que ficou abandonado nos últimos anos.

PSB insatisfeito A ampla aliança que elegeu Agnelo Queiroz está se tornando amplíssima. Alguns partidos aliados, como o PSB, estão preocupados

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Educação em ação O professor Erasto Fortes, secretário adjunto da Secretaria de Educação do DF, listou os seis eixos para uma política eficiente na Educação: 1 – educação integral; 2 – mais creches públicas para crianças até três anos; 3 – alfabetização de jovens e adultos (Brasília tem 5% de analfabetos, enquanto a média nacional é 9%); 4 – recuperação da natureza pública da educação para acabar com as irregularidades; 5 – valorização profissional e política salarial e 6 – gestão democrática (que não é só eleger diretores, mas fazer funcionar a participação dos pais e alunos). Se o governo Agnelo conseguir desenvolver pelo menos esses itens já estará contribuindo para recolocar Brasília na vanguarda da educação brasileira.


Comunicando Dilma e a imprensa A presidenta Dilma Rousseff vive repetindo, com razão, que é preferível uma imprensa barulhenta ao silêncio das ditaduras. Como frase de efeito é perfeita. No entanto, a verdadeira democracia tem regras precisas para impedir a propriedade cruzada e a concentração dos meios em poucas mãos. A concentração é antidemocrática porque conduz ao pensamento único e impede a livre manifestação e circulação das ideias. Durante seu discurso no aniversário dos 90 anos da Folha de S. Paulo, Dilma falou sobre a liberdade de imprensa no Brasil. De acordo com ela, a imprensa é “livre, plural e investigativa”. Livre, com certeza; investigativa, nem sempre; plural, é o que veremos caso a presidenta apresente o novo marco regulatório para o setor da comunicação sem medo do oligopólio.

Divulgação

Brasil caipira

gravação do primeiro disco de moda caipira no Brasil e homenagear Pena Branca, que morreu recentemente, e fazia parte da dupla Pena Branca e Xavantinho. Só mesmo uma TV pública para conferir dignidade à criação artística genuinamente brasileira.

Mais comédia A Cia. Plágio de Teatro apresenta, de 11 de março a 3 de abril, a peça O Homem de Buenos Aires ou Quando o Tesão é Cego, comédia de Alexandre Ribondi. Com Fernanda Rocha, Sérgio Sartório e Daniela Vasconcelos, a peça ficará em cartaz no Espaço Cultural Brasília Shopping às sextas e sábados, às 21h, e aos domingos às 20h.

Conferência de Cultura

Sob a direção de Nilson Rodrigues e Ronaldo Duque foi gravado em Brasília, no Teatro dos Bancários, o espetáculo Brasil Clássico Caipira. Esse show faz parte de um projeto que recebeu apoio do Centro Cultural Banco do Brasil e viajou às cidades de São Luís, Porto Alegre, Vitória, Belém e Campo Grande. A transformação do show em vídeo contou com a apresentação do ator Antonio Grassi, presidente da Funarte, e será exibido, em maio, pela TV Brasil. Os cantores Pereira da Viola, Genésio Tocantins, Irmãs Galvão e Dércio Marques fizeram vibrar a platéia com músicas tradicionais como Trenzinho do Caipira (Villa-Lobos e Ferreira Gullar), Beijinho Doce (Nhô Pai), Flor do Cafezal (Luiz Carlos Paraná) e Luar do Sertão (João Pernambuco/Catulo da Paixão Cearense). Presença também do gaitista Rildo Hora. Eles cantaram 20 músicas para comemorar também os 82 anos da

A III Conferência de Cultura do DF será realizada de 29 de abril a 1° de maio. As etapas regionais e setoriais já estão sendo realizadas em todas as Administrações Regionais. Além disso, 13 pré-conferências temáticas já foram convocadas: artes cênicas, artes plásticas, arte e educação, memória e patrimônio, culturas populares, dança, biblioteca, cultura digital, circo, audiovisual, economia da cultura, cultura afro-brasileira e comunicação. A de Comunicação será realizada no dia 13 de abril. Os interessados devem buscar informações pelo telefone 3325-6107, no site www.sc.df.gov.br ou por e-mail politicasculturaisdf@gmail.com E-mail: romario@abordo.com.br

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Política Brasília Por: Veronica Soares

Carlos Gandra/CLDF

Tiririca na Comissão de Educação da Câmara Federal Depois de ter sido indicado pelo PR para integrar a Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal e ser bastante criticado, o deputado Tiririca (PRSP) rebateu as críticas. Segundo o parlamentar, o tratamento que vem recebendo trata-se de uma visão preconceituosa, que o persegue desde a eleição de outubro do ano passado. Tiririca avisou que vai apresentar projetos na área educacional não restringindo sua atuação na Comissão em debates culturais. De acordo com Tiririca, até mesmo a União Nacional dos Estudantes (UNE) já teria entrado em contato com ele para apresentar algumas propostas.

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Depois de virar pauta na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, a reforma política também será discutida na Câmara Legislativa do Distrito Federal. O líder do bloco PT-PRB, deputado Chico Vigilante (PT) apresentou uma proposta na última terça-feira (1), que visa trazer para a Câmara Legislativa o tema pautado na agenda política do Congresso Nacional. “É necessário a criação de uma Comissão Especial, no âmbito desta Casa, para debater a questão da reforma política e oferecer proposições ao Congresso Nacional. Não podemos ficar de fora desta discussão”, argumenta Vigilante. De acordo com a proposta apresentada, a Comissão Especial será integrada por cinco deputados com suplentes e terá prazo de funcionamento de 120 dias. A ideia é levar para o debate, personalidades da política e segmentos organizados da sociedade civil tais como Associação Brasileira de Imprensa, Ordem dos Advogados do Brasil, Sindicatos, Associações, Trabalhadores, Comunidade e Estudantes. Também caberia aí, as autoridades públicas dos Poderes da República da União, dos Estados e do Distrito Federal. Os parlamentares da Casa também poderão participar dos debates.

valorizar também os servidores de carreira. Ficou decidido também que todos os servidores indicados pelos parlamentares terão que apresentar perfil técnico e deverão estar sempre presentes no trabalho”, enfatizou Vigilante. O líder do Governo, deputado Wasny de Roure (PT), explicou que os membros da Mesa Diretora terão direito a dois cargos a mais e que o corregedor e ouvidor ficam com uma indicação adicional. As novas nomeações já começarão a ser publicadas no Diário da Câmara Legislativa nos próximos dias.

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Câmara Legislativa também discute a reforma política

Créditos Infraestrutura Distritais fecham acordo para distribuição de cargos Uma discussão que causou muita polêmica na Câmara Legislativa terminou em acordo. Em reunião realizada na tarde da quarta-feira (2), os deputados distritais conseguiram chegar a uma conclusão para a divisão dos cargos comissionados da estrutura administrativa da Câmara Legislativa. Por consenso, ficou acertado que cada deputado terá direito a 12 cargos, sendo que metade deles deve ser preenchida por servidores de carreira da própria Câmara Legislativa, conforme estabelece a Lei Orgânica do DF. “Foi uma decisão democrática que tem o mérito de

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O Governo do Distrito Federal vai poder contratar empréstimo de R$ 55 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O projeto foi aprovado com unanimidade no Plenário da Câmara Legislativa. De acordo com projeto de lei nº 140/2011 enviada à casa pelo Executivo, o montante será utilizado para financiar a execução do PROCIDADES – Programa de Infraestrutura e Saneamento Básico das Áreas de Expansão Urbana do Distrito Federal. Em mensagem enviada a Casa, o secretário de Fazenda, Valdir Moysés defende que recursos serão utilizados em obras, mas também no desenvolvimento das potencialidades dos principais protagonistas


que atuam no cenário de desenvolvimento econômico local: população, empresariado e governo. A votação do projeto foi precedida de intensa negociação entre os líderes dos blocos partidários da Casa, desde o mês passado. Parece que as articulações entre o Executivo e o Legislativo vêm dando certo.

desemprego da população. “É importante levar em consideração que uma parcela significativa dessas mulheres são provedoras da família, uma realidade que leva à necessidade de aumentar o espectro de empregos para a atuação das mulheres na sociedade”, frisou.

Mais uma vez, por unanimidade, a Câmara Legislativa aprovou na última terça-feira (1), projeto do poder Executivo. O projeto de lei 162/2011, aprovado, autoriza a reversão da área do estádio Mané Garrincha e do autódromo Nelson Piquet, no Setor de Áreas Isoladas Norte, que deixa de ser patrimônio do Governo do Distrito Federal (GDF) e é incorporada à Terracap. Foram 21 votos favoráveis. Como era de se esperar, o único voto contrário foi da deputada Liliane Roriz (PRTB). De acordo com a proposta aprovada, a Terracap deverá construir um complexo esportivo naquele local, conforme uma das recomendações da Fifa para a realização da Copa do Mundo de 2014. Com a aprovação da reversão do antigo Mané Garrincha para a Terracap, a área fica desembaraçada juridicamente para receber todas as adaptações necessárias para a construção do complexo esportivo no local, como recomenda a federação esportiva.

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Mais empregos para as mulheres

Rollemberg apresenta PEC para garantir acesso à Internet

Gustavo Lima

Mané Garrincha para a Terracap

O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) protocolou, na última quarta-feira (02), uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que o acesso à Internet passe a ser um direito social. Com a mudança, o texto da Constituição Federal ficaria assim: “Art. 6.º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, o acesso à Rede Mundial de Computadores (Internet), a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” O objetivo da proposta é garantir que o Estado seja provedor deste direito, pois o acesso às novas tecnologias de informação e comunicação se torna cada vez mais importante para a formação pessoal, intelectual e profissional de todos os cidadãos.

Câmara aprova projeto que proíbe revista íntima de mulheres

A deputada Rejane Pitanga (PT) apresentou projeto de lei que obriga o governo do Distrito Federal a fazer constar em todos os Editais de Licitação e Contratos Diretos sem Licitação a exigência de reserva mínima de 5% das vagas de emprego para mulheres na área de construção de obras públicas. Para a deputada, a reserva de vagas para as mulheres e o aumento da sua participação em áreas onde o emprego feminino é residual, figura como uma ação importante para diminuir o

Os deputados da Câmara Federal aprovaram, na última quarta-feira (2), o projeto de lei que proíbe a revista íntima de mulheres em empresas e órgãos públicos. O texto prevê multa de R$ 20 mil para quem descumprir a norma e de R$ 40 mil em caso de reincidência. As revistas íntimas de mulheres serão permitidas somente nos presídios e terão de ser realizadas por funcionárias. A multa pelo descumprimento da lei será revertida aos órgãos de proteção dos direitos da mulher. De autoria da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), a intenção do projeto é evitar abusos e resguardar o direito da mulher à intimidade, e não facilitar a prática de crimes. “Não estamos pugnando pela impunidade e não queremos que eles passem incólumes”, frisou. Para a deputada, o projeto aprovado representa uma resposta a dezenas de denúncias de abusos contra mulheres em estabelecimentos públicos e privados.

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Dinheiro

mauro castro

Tudo ou nada B

rasília está tomada por grandes oportunidades de negócios e investimentos. Nem tudo que reluz na cidade são imóveis. Diversos setores prosperam. O que enche a cidade de histórias felizes. Se por um lado tudo isso apresenta um cenário positivo, por outro é possível testemunhar muita gente preocupada com a situação crítica que se encontra. Seja pelo conjunto de despesas ou por compras ocorridas em momento inapropriado. O fato marcante começa pela quantidade de pessoas que não tem noção de gestão de finanças domésticas. Uma lamentável situação de falta de planejamento – fato que não se restringe ao DF. O que acontece diariamente nas agências bancárias são negociações de cheque especial acima do limite, ofertas de crédito pessoal para recuperar saldo do cartão de crédito e, numa crescente perspectiva, as dívidas com imóveis de lançamento.

Atitudes desesperadas para aumentar o patrimônio e alcançar estabilidade financeira – que ninguém consegue precisar o patamar – fazem parte da realidade da maioria das classes sociais. Poucos entendem que uma construção de patrimônio não precisa começar por um grande investimento. Melhor do que isso é começar com um plano humilde que gere o menor impacto possível na qualidade de vida do investido. Compra de imóveis, por exemplo, tem alto impacto financeiro para boa parte dos compradores. Poucos os casos de sensatez na aquisição de imóvel. Sensato é pensar no futuro e preparar um plano gradual e aquisitivo. Fazer um PGBL (plano gerador de benefício livre) para uma aposentadoria ou até comprar uma residência faz parte de uma boa estratégia. O que faz um investimento ser bom ou ruim não é a escolha do meio, mas a dose mensal que será tomada do seu orçamento.

O grande sinal de que a decisão não foi boa é quando aparece o comentário na família do tipo “devemos nos sacrificar”. Para ser direto, o sacrifício pode não compensar. Talvez seja doloroso ver um plano começar com um horizonte muito distante, como fazer uma poupança para a faculdade de um filho que ainda tem dois anos de idade. Nesta situação, será bom saber que terá que fazer um depósito pequeno e ter paciência, pois vai demorar sentir que está construindo um montante razoável. O que normalmente acontece é encontrar pessoas do tipo Tudo ou Nada. Apertam o orçamento e vão direto para um endividamento desconfortável, assumindo um padrão de vida estressante. Pior é quando no meio do caminho percebe que não dá conta e tem que abandonar o plano. Em vez de Tudo fica com o montante pago, que perto do plano é Nada. Apostar na paciência e no longo prazo é mais sábio e menos traumático.

Curtas Ouro e Ibovespa: investimentos que deixaram a inflação para trás Com o mercado europeu e norte-americano apresentando níveis de desempenho pouco animadores, os investidores não preferem arriscar. A tensão no Egito e Líbia provocam alterações bruscas no petróleo e afetam o mercado internacional. Com tudo isso, o ouro se tornou o porto seguro para investidores, alcançando pelo segundo mês a posição de melhor investimento. O Ibovespa acompanha, mas não se configura como opção estável.

Perspectiva de crédito ao consumidor tem queda. Por dez meses, o otimismo pára as concessões de crédito ao consumidor com recursos livres registrou queda, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Perspectiva de Crédito

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ao Consumidor. Em janeiro, o indicador registrou retração de 0,7% - para 99,5 pontos - o que aponta que a desaceleração deverá prosseguir ainda por alguns meses.

Bancos e a oferta de serviço da conta eletrônica O Itaú lançou, no mês passado, a ferramenta iConta, conta corrente destinada a clientes que queiram utilizar exclusivamente os canais eletrônicos do banco. A ferramenta compreende os serviços de internet, telefone, celular, iPad e caixas eletrônicos. As transações incluídas no pacote são ilimitadas e gratuitas, pois o usuário será isento da mensalidade de manutenção. Os demais bancos brasileiros ainda não comunicaram se irão optar em oferecer aos clientes a conta movimentada exclusivamente por meios eletrônicos, que permitirá isenção de tarifas.


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Capa

Por: Virgínia Ciarlini e Veronica Soares | Fotos: Gustavo Lima e Jhenniffer Corrêa

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Ser mulher no DF Luta, superação e conquistas

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o preâmbulo da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 consta que o Estado Democrático está...destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida... E no Art. 5º - Inciso 1º - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição. Com tantas garantias em favor das mulheres pode-se dizer que Brasília sai na frente quando o assunto é superação. Com uma representatividade de 52,9% na capital (dados IBGE), a luta diária é recompensada com superação e sucesso em muitos setores da sociedade. Esse é o caso de algumas mulheres de fibra, que se fiaram nas garantias legais, arregaçaram as mangas e alcançaram os objetivos almejados.

Policial Civil e Diretora Geral da instituição

Morou em vários bairros da cidade, estudou em colégio de freiras e começou a trabalhar aos 18 anos em um escritório de advocacia. Ela relembra dos tempos em que trabalhava durante o dia e fazia faculdade a noite. O almoço era de marmita e, às vezes, o dinheiro do ônibus era curto. Enfatiza que, por ser Brasília, as possibilidades de fazer amizades e ser reconhecida nos percursos diários, facilitavam a vida na capital. “Eu pegava o mesmo ônibus todos os dias e conhecia o motorista e o cobrador. Eles me deixavam entrar fiado. Isso só acontecia aqui”, relembra. A trajetória desse fenômeno é pautada pela luta e enfrentamentos, pois sempre atuou em ambientes majoritariamente masculinos. Em todas as delegacias que trabalhou, em cargos de chefia, ou não, sempre se concentrou em elaborar metas, cobrou resultados e sempre valorizou o serviço policial. Quando recebeu a indicação para o cargo de Diretora Geral teve a certeza que tinha seguido o caminho certo. “Para mim foi uma satisfação enorme e uma sensação de reconhecimento pelo trabalho”, revela.

Uma estrangeira brasiliense

Em Brasília desde um ano de idade quando chegou de Minas Gerais com a família, Mailine Alvarenga, Diretora Geral da Polícia Civil do DF é a primeira mulher a assumir o mais alto cargo na instituição. Mãe, mulher de admirável elegância e força inquestionável, aos 23 anos e já formada em Direito, passou no concurso público de Delegado da PC. Brasília é a cidade do coração. Toda a história da Dra. Mailine foi escrita na cidade e com muito orgulho, ela ressalta que a crença que alguns têm de que a capital é um lugar frio e sem personalidade nunca foi percebida por ela. A delegada considera a mistura de culturas um grande tesouro que pauta o dia a dia dos brasilienses. Além do mais, “a organização daqui me atrai e me identifico muito com esse padrão”, diz. Toda a estrutura da cidade favorece o estilo de vida que idealizou. Ela enfatiza que só aqui consegue almoçar diariamente com a família.

Ela é da Nova Zelândia. Um país que estimula as mulheres para o mercado de trabalho e dá condições para que todas conquistem uma posição de destaque. Mas foi aqui, em Brasília, que Elizabeth Cerdeira escolheu para seguir carreira e constituir família. Na capital há quase 20 anos, Lis, como é carinhosamente chamada por todos, fez história. É sócia proprietária de três unidades da escola de inglês Brasas e ressalta que as mulheres estão no poder na instituição. Lis considera a cidade um paraíso. “Venho de um país considerado um dos melhores do mundo e quando coloco na balança, Brasília ganha disparadamente”. Considerando a vida no DF um sonho, ela dá muito valor à estrutura que conquistou. Casada e mãe de três filhos, se orgulha de poder

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dividir o tempo com o trabalho e a família e atribui essas condições ao modelo da cidade. Também adepta à organização da capital diz “aqui é muito fácil de se chegar em todos os lugares”. Hoje a vida de Lis é o resultado de muita batalha e conquistas ao longo da vida. Quando chegou, relembra que, por ser estrangeira e o fato de não falar português era muito complicado. Até que conseguiu um emprego como professora no Brasas e passou a trabalhar 13 horas por dia. Mas foi assim que construiu amizades e botou na cabeça que o futuro estava ali mesmo, nas salas de aula. Com determinação e objetivos bem estruturados, em pouco tempo tornou-se sócia da escola. Enfrentou muito desgaste por ser uma mulher e estrangeira. Afinal, mesmo com uma liderança feminina na escola, a maioria dos professores eram homens e da noite para o dia, estes passaram de colegas de trabalho para subordinados. Situação que a sensibilidade peculiar do sexo resolveu em pouco tempo. Lis faz questão de dizer que Brasília favoreceu muito o sei crescimento pessoal. O trânsito, as ruas largas, os parques e a segurança são fatores preponderantes para as decisões dela de criar os filhos aqui. “Não moraria em outra cidade. Conheço todo o Brasil e não acredito que lá fora é melhor. Mesmo cada lugar tendo benefícios, foi aqui que encontrei meu lugar”, assegura.

Divina Alvarenga- De babá à microempresária

reira. Em seu primeiro trabalho, ganhava apenas R$ 200 ao mês, muito menos do que os outros profissionais do local. “Num estabelecimento com 20 funcionários, eu era a excluída da turma. Aos olhos de pessoas sem conhecimento, esses fatores podem parecer defeito”, ressalta. Quando estava se encaixando no mercado de trabalho, uma doença do pai a fez regressar, em 2004, para Colinas do Sul. Mesmo com as dificuldades encontradas na capital federal, para ela, Brasília ofereceu muito mais oportunidades do que sua cidade natal. Com isso, em 2005 retornou, morou de favor, lutou contra os preconceitos impostos a ela. No mesmo ano, com pouco dinheiro em caixa resolveu comprar um salão de beleza. Para quitar a dívida adquirida pegou dinheiro emprestado, endividou-se com empresas de créditos, trabalhou dia e noite. Mas, a partir daí, era dona do seu próprio negócio. De babá ela virou microempresária. Contrariando a todos e tudo, Divina não só conseguiu manter o salão, como também ampliou os negócios. De um simples salão, ela transformou o estabelecimento em um instituto de beleza para cuidar de outras centenas de mulheres. O Instituto Atitude Fashion, na 308 Norte, emprega, atualmente, cerca de 15 pessoas, entre cabeleireiras, manicures, esteticista e dermatologista. Hoje, Divina que é mãe solteira cuida do filho sozinha. Ajuda os pais que ainda vivem no interior e dá assistência a cinco sobrinhos. Para as mulheres, a batalhadora goiana deixa o recado. “Aqui em Brasília, a pessoa pode ser vendedora de balinha, mas com perseverança tudo pode dar certo”, frisa. “Sei que ainda vou lutar muito para vencer outros obstáculos. Ser mulher em Brasília é lutar muito. Mas a vitória sempre vem. Eu sou prova viva disso”, assegura.

Cátia Soares de Araujo Silva, motorista de ônibus

Quando se trata de quebrar barreiras, a goiana Divina Alvarenga, 31 anos é mestra. Com o sorriso tímido e pouca estatura, desde que chegou em Brasília, a cabeleireira vê nos obstáculos uma chance de crescer profissionalmente. Natural de Colinas do Sul (GO), a microempresária veio para a capital em 2000, aos 18 anos, à procura das novas oportunidades de trabalho. Como não tinha referências anteriores, o jeito foi enfrentar o trabalho de empregada doméstica. No início, trabalhou com babá. Ela já dominava algumas técnicas do ofício de cabeleireira, com isso, cuidava das crianças e, de quebra, arrumava o cabelo da patroa. Segundo ela, na nova cidade sofreu muitos preconceitos por ser negra, tímida e mulher vinda do interior. A indicação para trabalhar em um salão veio da própria patroa que, de certa forma, confiou no talento da cabelei-

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Cada vez mais as mulheres estão ocupando o seu lugar no mercado de trabalho. Isso é fato. E quando se fala em conquistas, a loira e franzina Cátia Soares de Araujo Silva, 41 anos, angariou uma vaga numa área de trabalho bem restrita aos homens. Ela é uma das poucas mulheres da capital federal que é motorista de ônibus. Ela foi uma das primeiras a conduzir o transporte coletivo no DF. Na empresa em que trabalha, são apenas cinco mulheres a ocuparem o posto. Além de dirigir o


microônibus, ela, mais uma vez, faz a diferença. Das cinco, Cátia é a única a dirigir um ônibus de grande porte. Quem gosta de proferir a frase “mulher no volante é perigo constante”, está enganado. Cátia ainda era adolescente quando aprendeu a dirigir. E gostou tanto que fez do volante a sua ocupação principal. Quebrando muitos estereótipos, de uma família de nove irmãos, Cátia que escolheu uma profissão dominada pelos homens, é a única das quatro irmãs da família que optou por não se casar e nem ter filhos. “Nunca casei e nem quero casar”, assegura. Em seu currículo, já foi condutora de taxi, caminhão, transporte escolar e, agora, de ônibus coletivo. Segundo a motorista, apesar de existir igualdade entre homens e mulheres, na época em que era taxista teve que deixar a profissão por medo da violência. “Não era seguro para homens, imaginem para mulheres”, adverte. O seu sonho foi sempre trabalhar com carros grandes. Boa no que faz, ensinou duas irmãs e a mãe a dirigir. Segundo ela, a mãe só tirou a carteira de habilitação quando tinha 59 anos. Apesar de muitos estranharem o fato de uma mulher conduzir um ônibus, ela disse que nunca sofreu preconceito por parte dos passageiros. Muito pelo contrário, por ser mulher, segundo a condutora, recebe muito elogios. “Os passageiros estranham, mas sempre tem pessoas que dizem que nós mulheres somos mais atenciosas, mais zelosas ao dirigir. Fico muito orgulhosa”, disse. Além da competência no trânsito, apesar de não gostar de maquiagem para o trabalho, o batom é essencial quando pega no volante. “Bem básico”, comenta. No entender da motorista, o fato de estar ocupando um posto de trabalho restrito para os homens, representa o que é ser mulher em Brasília. “Uma cidade que, apesar das dificuldades, oferece oportunidades para todas as mulheres”, enfatiza.

Direitos das mulheres conquistados ao longo da história Em 1988, através do conhecido Lobby do Batom, as mulheres brasileiras, tendo à frente diversas feministas e as 26 deputadas federais constituintes, obtêm importantes e significativos avanços na Constituição Federal. Garantindo igualdade a todos os brasileiros perante a lei, sem distinção de qualquer natureza e assegurando que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”. Mas as conquistas das mulheres se firmaram ao longo da história. 1827 - Surge no Brasil a primeira legislação relativa à educação de mulheres. A lei admitia meninas apenas para as escolas elementares, não para instituições de ensino mais adiantado. 1832 - A brasileira Nísia Floresta, do Rio Grande do Norte, defendia mais educação e uma posição social mais alta para as mulheres. Lança uma tradução livre da obra pioneira da feminista inglesa Mary Wolstonecraft e dá-lhe o título “Direitos dos homens, injustiças para as mulheres”. 1879 - O Governo Brasileiro abriu as instituições de ensino superior do país às mulheres; mas as jovens que seguiam esse caminho eram sujeitas a pressões e à desaprovação social. 1887 - Rita Lobato Velho Lopes tornou-se a primeira mulher a receber o grau de médica no Brasil. As pioneiras encontraram muitas dificuldades para se firmarem profissionalmente e três estiveram sujeitas ao ridículo. 1889 - Com a Proclamação da República, Francisca Senhorinha da Motta Diniz mudou o título do jornal “O sexo feminino” para “O Quinze de Novembro do Sexo Feminino”. 1899 - Uma mulher, Myrthes de Campos, foi admitida no Tribunal de Justiça Brasileiro para defender um cliente. 1910 - A professora Deolinda Daltro funda o Partido Republicano Feminino.

1917 - A professora Deolinda Daltro lidera uma passeata exigindo a extensão do voto às mulheres. 1921 - Em São Paulo acontece a primeira partida de futebol feminino entre as senhoritas catarinenses e tremembeenses. 1928 - O Governador do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine obteve uma alteração da legislação eleitoral para conferir o direito de voto às mulheres no seu estado. Elas foram às ruas, mas seus votos foram anulados pela Comissão de Poderes do Estado. No entanto, foi eleita uma prefeita, a primeira da História do Brasil: Alzira Soriano de Souza, no município de Lajes, Rio Grande do Norte. 1932 - O Governo de Getúlio Vargas promulgou o novo Código Eleitoral pelo Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras. 1933 - Nas eleições deste ano para a Assembléia Constituinte, foram eleitos 214 deputados e uma única mulher: a paulista Carlota Pereira de Queiroz. 1964 - O Conselho Nacional de Desportos - CND proíbe a prática do futebol feminino no Brasil. A decisão só foi revogada em 1981. 1985 - Surge a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher DEAM, em São Paulo e, rapidamente, várias outras são implantadas em outros estados brasileiros. 1988 - É instituída no Rio Grande do Sul a primeira Delegacia para a Mulher. Outras se seguiram. A nova constituição garante a igualdade entre mulheres e homens. 1994 - Rosena Sarney é eleita, no Maranhão, a primeira governadora de estado do país. 2011- Dilma Roussef entra para a história ao tomar posse, no dia 1º de janeiro, como a primeira mulher presidenta do Brasil.

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Cidadania

Por: Tássia Navarro | Fotos: Divulgação

Mulheres se unem para melhorar renda Cooperativa de costureiras de Planaltina transforma banners em bolsas ecológicas

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xemplos de mulheres que batalham para sustentar a família, as 22 costureiras da Cooperativa de Trabalhadores Autônomos de Planaltina-DF (Coaestp) transformam banners em bolsas, mochilas, nécessaires ecológicas e vários outros produtos. Elas unem o útil ao agradável na reciclagem de material que já não serviria para nada, usando da criatividade, dedicação e conscientização ambiental. A cooperativa existe há 12 anos e cresce a cada dia. O produto, que hoje está em evidência no mercado por ser ecologicamente correto, ganha, nas mãos dessas mulheres, mais delicadeza, leveza e beleza. Elas, além de produzirem algo que

Mariana e integrantes da cooperativa

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vai ajudar na preservação do meio ambiente, ainda se dispõem a personalizar o produto, inclusive com foto. Mãe de cinco filhos, a presidente da cooperativa, Maria da Páscoa Conceição Dias, diz que todo o sustento da família vem do que arrecada no projeto e na confecção das ecobags. “Antes, porque precisava de dinheiro, eu era empregada doméstica. Hoje, sou costureira e faço porque gosto. Sinto-me mais feliz e realizada. Até minha autoestima aumentou”, conta. O projeto, que conta com o apoio da Fundação Banco do Brasil (FBB) desde 2004, funciona em um prédio com 200 m², localizado no condomínio Arapoanga, uma comunidade em Planaltina, com cerca

de mil famílias de baixa renda que enfrenta problemas como falta de saneamento básico, ruas sem asfalto, transporte precário e desemprego. A ideia da criação da cooperativa surgiu após passagem do Sebrae pelo local, quando Maria da Páscoa e outras mulheres fizeram um curso de tapeçaria e se juntaram para produção. Mas, como tapeçaria não era algo que elas tivessem condições financeiras para bancar, a ideia inicial foi se modificando e elas decidiram reciclar banners e transformá-los em bolsas ecológicas. A ideia deu certo e elas comemoram. Com sucesso, hoje as integrantes da cooperativa repassam seu conhecimento a outros grupos, estimulando a inserção de novas artesãs no mercado

Bolsas feitas de banners


Processo de costura das bolsas

de trabalho. Elizangela Araújo, 37 anos, três filhos, iniciou na cooperativa há cinco anos. Ela apostou na proposta do projeto e hoje é o braço direito de Maria da Páscoa. Assim como todas as outras costureiras, tira o sustento da família por meio de seu trabalho na cooperativa. “Eu era dona de casa, depois que aprendi o ofício de costurar passei a ajudar meu marido financeiramente”, afirma. De acordo com Mariana Oliveira, assessora da Fundação Banco do Brasil o apoio que a instituição fornece a algumas entidades sem fins lucrativos, como a Coaestp tem o intuito de diminuir a exclusão social. “Nesse caso, a FBB que vem investindo em cadeias produtivas que geram trabalho e renda, firmou convênio com a Cooperativa para a doação de maquinário”, explica. No local, foram investidos cerca de R$ 25 mil na aquisição de três máquinas de costura e duas de overloques, todas industriais. O processo de fabricação dos produtos é dividido entre as 22 mulheres. São quatro funções básicas dentro da cooperativa: algumas mulheres se dedicam à lavagem dos banners, outras cortam o material

e as costureiras e auxiliares ficam responsáveis pela costura e acabamento. Cada uma delas ganha pelo que produz. Uma costureira, por exemplo, pode chegar a ganhar R$ 900 mensais. As ecobags são o carro-chefe da Cooperativa. Como não é um produto muito comercial, é feito sob encomenda. As principais consumidoras são empresas que usam o artigo como brinde para clientes. Segundo Maria da Páscoa, a cooperativa só recebe pedidos acima de 100 peças e já fez trabalhos para empresas conceituadas como Sebrae, Emater e Petrobras. Cada sacola custa, em média, R$ 5,00. “Também confeccionamos sacolas mais elaboradas para serem vendidas em feiras. Estas, mais requintadas, podem custar até R$ 45,00”, explica Maria da Páscoa. Com os princípios do comércio justo e do respeito ambiental, as costureiras confeccionam os produtos com o maior amor e carinho, pois é desse trabalho que hoje tiram seu sustento e sentem-se orgulhosas por serem mulheres com um “trabalho digno”, como caracteriza Elizangela.

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Gente

Por: Edson Crisóstomo

Foto: Moreno

Feijoada do Madruga

Marcia Lima e Bernadette Amaral

Elenar Almeida, Ivelise Longhi, Eelizabet Campos, Cosete Ramos Gebrim e Wanzenir Edler

Política Eleitor abestado... Ter o deputado Tiririca fazendo parte da Comissão de Cultura, da Câmara dos Deputados, até aí tudo bem, vai defender a cultura popular. Difícil mesmo é imaginar Paulo Maluf, Valdemar Costa Neto, Eduardo Azeredo fazendo parte da comissão de reforma política.

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Caixa Rápido Cara de pau? O ex-distrital Pedro Passos, está com menos poder é verdade, mas não larga a política e nem as benesses que ela proporciona. Cobra a conta do apoio dado a campanha, quer indicar cargos na Secretaria de Agricultura. Só acha dificuldades no momento para explicar o crime ambiental de mais de cinquenta metros cúbicos de madeira em sua fazenda. Os R$ 15 mil previstos de multa não é problema.

Quinta Marcha Com licenciamento de quatrocentos e trinta mil veículos em fevereiro, prova definitivamente não existir crise na sétima economia do mundo. Você se lembra de marolinha, redução de IPI para incentivar vendas de carros, geladeiras, etc... Pois é coisa que nem retrovisor mostra mais!


Sarah Skaf, Ana Paula Araujo, Benigna, Mnica Haddad e Patricia Skaf

Taciana Crema, Flavia Coelho, Benigna, Karina Lima, Clarisse Ludovico e Daniela Endres

Beatriz, Bruna, Betania, Tánia, Berenice e Maria Victoria Venancio

Francisco Martins Reis, Rogerio, Benigna e Maria Victoria Venancio

Geleia Geral Vai amargar Produtores, torrefadores, supermercados e atravessadores já bateram o martelo, de 25% a 30% de aumento no café. Aceita um cafezinho?

Para quem não gosta de carnaval O Museu Nacional do Conjunto Cultural da República coloca uma programação bem diferente para os avessos à festa do Rei Momo. Entre os dias 04 de março e 10 de abril, os brasilienses terão a oportunidade de conferir a exposição “Vestígios: Sobre entrevisões e palimpsestos”, estrelados por Carlos Café e Dani Estrella. Programação de terça a domingo, das 09 às 18:30 horas. Passa lá!

Quem foi que disse que Brasília não tem carnaval? A AABB traz para a cidade o “Carnaval do Monobloco” no dia 06 de março a partir das 21 horas. “Banda Salve Jorge” e “Mr. Babão” também incrementam a festa. Informações: (61) 84044471 / 7812-2508 / 8415-1136. E vamos que vamos!

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Cidade

Por: Aline Ricciardi | Fotos: Jhenniffer Corrêa

O Parque ecológico Olhos D’água atrai visitantes, apesar dos problemas

O

Parque Ecológico de Uso Múltiplo Olhos D’Água ou somente Parque Olhos D’Água é um local público, ecológico e de lazer, localizado no final da Asa Norte e possui aproximadamente 21 hectares. O Governo do Distrito Federal investiu cerca de R$ 700 mil para urbanizar e proteger a área. O local conta com uma pista de cooper, um parque infantil, um circuito de exercícios físicos e uma trilha interna. Mesmo com todo esse investimento, de nada adianta se frequentadores e órgãos públicos responsáveis não tiverem a consciência da necessidade da preservação do local. Literalmente, o parque está com os “olhos cheios d’água”, pedindo socorro para muitos aspectos que estão sendo ignorados por todos. Pessoas, que embora insatisfeitas, não arregaçam as mangas para lutar por algo que seja positivo para o meio ambiente. Cercado por uma vegetação nativa, o parque possui também um pequeno lago (Lagoa dos Sapos), que é cortado por duas pequenas pontes e algumas nascentes (olhos d´água), daí o nome. Embora precisando de cuidados de limpeza e conservação, o local continua sendo um excelente lugar

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para caminhadas solitárias ou em grupo e até mesmo para eventuais passeios no cair da tarde. Segundo o administrador do parque, André Cordeiro, nos fins de semana, período de maior movimento, pelo local circulam aproximadamente 1,2 mil pessoas. Ele observa que a maioria dos frequentadores reside nas proximidades do parque e que costumam ajudar na conservar da natureza e a manter o local limpo e agradável para todos. A frequentadora do local, Tatiana Cavalcanti, moradora da 214 Norte, fala que gosta muito do parque. Ela caminha sempre das 6 às 7 horas da manhã e por volta das 9 horas, Tatiana leva a filha para brincar no parquinho. Com relação à infraestrutura, ela sente falta de bebedouros espalhados pelo local. “A gente tem que dar uma volta enorme para conseguir beber água”, ressalta. Outra necessidade apontada pela frequentadora é que o parque não oferece brinquedos para crianças com dois anos, aproximadamente. A falta de parquinhos ou outros brinquedos de recreação para crianças também é compartilhada por Raquel Rosa, também moradora da 214 Norte. Os declives e

Reconstrução da casa após a colisão com o ônibus desenfreado

Aos olhos da natureza


subidas na pista de cooper também foram apontados pela frequentadora. No ranking das reclamações apontadas no Parque Olhos D’Água, a falta de água potável no local para consumo saiu na frente. De 10 opiniões ouvidas, nove apontam o problema como a principal necessidade do parque. Ricardo Siqueira, morador da 412 Norte, frequenta o local pelo menos uma vez por semana, principalmente nos fins de semana. Ele reclama da quantidade de bebedouros. Ele acha que a administração deveria disponibilizar mais pontos no local. Mário Vasconcelos nasceu na cidade de Algarve, Portugal e mora em Brasília há mais de oito anos. Se declarando freqüentador assíduo e defensor do parque, comenta que uma das coisas que falta no local é as pessoas terem bom senso. “A falta de respeito ainda é muito grande”, diz. Segundo ele, em uma de suas conversas com o administrador do parque, ficou tremendamente chateado com o que ouviu do dirigente do local ao reclamar da falta de manutenção e da segurança. “Ele informou que esse tipo de serviço não dependia dele, e sim, da alta esfera do governo”. No que se refere à segurança do local, o número de vigias é insuficiente e, quando procurados, nunca estão fazendo ronda. Perguntados sobre esses profissionais, a maioria dos frequentadores garantiram Verde sem manutenção. Esconderijo para animais perigosos e bandidos

nunca ter visto nenhum. “Existe algum aqui?”, indagaram muitos dos entrevistados.Tatiana disse que não vê esses profissionais fazendo a André Luiz, Benjamin Gaspar e Mario Vasconcelos ronda. Ela acha que o parque não oferece uma segurança Tal episódio deixou algumas pesjusta para os seus frequentadores. soas com medo de caminharem pelo Ricardo também acredita que além asfalto próximo à rua localizada em de aumentar a ronda, deveriam frente a entrada principal do parque. aumentar também a quantidade Elas estão preferindo fazer suas camide vigias no local. Mario aconselha nhadas pela trilha interna do local. a criar campanhas de iniciativa Principalmente aquelas que levam os privada que possam dar condições filhos para brincar no parquinho. favoráveis a todos as pessoas que Quanto à segurança externa do gostam e frequentam o local. parque, Ricardo aconselha criar um André Luiz, turista carioca e o meio de conscientização dos motorisportuguês Benjamin Gaspar atentam tas pra que não haja mais acidentes para o fato da total falta de segurança fora e nem dentro do parque. A sinados profissionais que estão trabalhan- lização é um dos primeiros quesitos a do na reconstrução de uma das casas ser providenciado por parte da alta que foi parcialmente destruída por um esfera da cidade. Já Tatiana acredita ônibus de passageiros desgovernado que a falha está na faixa de pedestre. e que se encontrava em alta velociO Parque, que parece um pequeno dade, no início de novembro do ano oásis no meio do asfalto, é a melhor passado. Conforme eles, os profissio- opção para quem está na Asa Norte e nais da construção estão trabalhando quer beber uma água de coco na ensem nenhum tipo de equipamento de trada ou curtir um pôr do sol ouvindo segurança e utilizando concreto, pro- aquele barulhinho de água corrente e duto totalmente antiecológico para respirar ar puro. ser utilizado em um parque ecológico. Serviço “Nem o local da obra foi isolado. Ou Parque Olhos D’Água seja, até nós, frequentadores, estamos SQN 413/414 sujeitos a sofrer algum tipo de aciden(61) 3447.8194 te”, salientaram. Tatiana Cavalcanti

Falta de manutenção

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Educação

Por: Tássia Navarro | Fotos: Gustavo Lima

Educação ambiental além da sala d

Escola incentiva alunos a preservar meio ambiente nos seus 50 anos de existência

A

s crianças da Escola Paroquial Santo Antônio (EPSA) nos dias 01 e 02 de março tiveram uma manhã diferente e, literalmente, colocaram a mão na massa. Ou melhor, na terra. Junto com pais, professores e convidados, promoveram um trabalho de conscientização ambiental no Parque da Cidade. Em frente ao estacionamento 07, puderam colocar em prática o que aprendem em sala de aula e fizeram o plantio de 50 mudas de Ipê amarelo, simbolizando o jubileu de fundação da escola, da cidade de Brasília. A idéia era colocar na cabecinha das crianças a necessidade de ser preocupar com a preservação do meio ambiente. O trabalho de conscientização ambiental faz parte do dia a dia pedagógico da escola que, em comemoração aos seus 50 anos, realiza uma festividade com direito a atividades recreativas, oficinas e muito mais. Segundo o diretor da EPSA, Frei Edmilson, a escola tem a preocupação de passar para os alunos a questão da preservação ambiental não só na escola, mas no cotidiano delas. “Como somos escola franciscana, propagamos a ideia de São Francisco de que tudo o que

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existe na natureza é irmão nosso. Portanto, devemos cuidá-la como a nós mesmos”, justifica. Além do plantio das mudas de ipês, aconteceu uma chuva de balões brancos que, de acordo com o religioso, simbolizar “o semear da paz e do bem”, lemas a escola costuma trabalhar com os alunos. A médica Aline Couto Cesar, 39 anos, que acompanhou os filhos, Lucas e Luana, de 4 e 7 anos, respectivamente, enfatizou a importância do ato para as crianças ainda na infância. Ela conta que há alguns dias os filhos viram uma árvore caída na rua e ficaram na torcida para que a planta não morresse. E, dia depois, ao ver que a plantinha estava brotando novamente ficaram muito felizes. “São nessas atitudes que vemos como o tema é bem trabalhado com eles e carregam isso para si. É um assunto muito sério, importante e que tem que partir desde a infância”, afirma. Ex-aluna da escola, hoje funcionária pública, Fernanda Vieira, 44 anos, por acreditar na metodologia pedagógica da instituição matriculou a filha na mesma escola que ela estu-


de aula

Alunos e professores fazem plantio de muda de Ipê

dou e que trabalha a questão ambiental com a seriedade que o assunto requer. “É um evento muito importante para as crianças aprenderem desde cedo a cuidar do meio ambiente, pois é uma coisa essencial na vida de nós seres humanos”, conta E quando o assunto é meio ambiente, a necessidade da preservação é ponto pacífico. Na opinião do representante da Administração Regional de Brasília, Jean Carmo, que foi prestigiar o evento, a educação ambiental tem de estar presente em todas as escolas brasileiras por se tratar de um assunto de relevância mundial. Na ocasião, Jean assegurou que atividades como a que a EPSA estava realizado, embora simbólica, serviam para despertar a consciência ambiental da criança. “É justamente nessa faixa etária que a criança consegue fixar melhor as coisas”, garantiu. Um dos alunos que plantou uma das mudas de Ipê, Cassiano Furlani, 14 anos, estudante do 9° ano, se sentiu importante por estar participando da ação de reflorestamento do Parque da Cidade. “Com esse evento o colégio reúne todos da escola o que é muito legal. Além disso, ajuda o ecossistema porque temos que pensar também nas gerações futuras”, ressaltou. O amigo de escola, Renato Fernandes, 12 anos, apóia a ideia. “Esse ato mostra que a escola e nós alunos, nos preocupamos de verdade com a preservação do meio ambiente”, disse. A Escola Paroquial Santo Antônio foi fundada em 1° de março de 1961, com a missão de acolher, educar e humanizar, proporcionando uma formação integral pautada em virtudes humanas, cristãs e franciscanas. Faz parte da história de Brasília, formando gerações e capacitando o cidadão para viver a paz e o bem no exercício pleno da cidadania e no cuidado com a natureza. Serviço SGAS 911 Sul, Módulo B (61) 3445.4700 www.santoantonio-df.com.br

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Tecnologia

Da Redação | Fotos: Divulgação

Gadget

verde

Designers criam pendrive feito de papel para arquivos descartáveis

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iante da onda sustentável que toma conta de todo planeta com objetivo de tornar o mundo mais verde, a empresa russa Art Lebedev Studio desenvolveu o conceito de USB descartável com capacidades de 4GB, 8GB e 16GB. A novidade, feita em papelão, rotulada de “Flashkus”, ainda sem previsão de entrada no mercado. O fato é que a charmosa produção é de tão baixo custo que pode ser personalizada de diversas formas possíveis e de acordo com a necessidade do usuário. Por ser de papel, pode ser distribuído entre os amigos ou até mesmo para fins profissionais, sem medo de perdê-lo ou quebrá-lo. Pela praticidade, é a opção perfeita para guardar os arquivos, que no destino irão diretamente para o disco rígido de quem está interessado. Para o analista de sistemas Fábio Alves Corrêa, 32 anos, a ideia parece boa. Conforme ele, para entrar no mercado com alta competitividade é preciso mudar alguns detalhes do produto, como por exemplo, rever a capacidade de armazenamento do produto. “Pensei na possibilidade, pois para a venda seria mais interessante ter uma capacidade e um tamanho físico ainda menor. Assim o custo ficaria mais em conta. No máximo uns R$5”, opina. Já o publicitário Rafael Ferreira Holanda, 30 anos, acredita que empresas bra-

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sileiras deveriam apostar na venda de produtos com a mesma finalidade: ser sustentável e ainda facilitar a vida de quem usa. “Aposto que se o custo for baixo, vai fazer sucesso. Chegou a hora de pensar na natureza. Se for usar um material que não prejudique o meio ambiente e ainda seja prático, com certeza eu usarei”, afirma. A novidade parece agradar também àquelas pessoas que costumam reunir em um único gadget diversas informações e assim correm o risco de perder documentos importantes. A ideia de transformar as memórias flash em algo tão simples e descartável quanto os disquetes já foram um dia, animou também a jornalista Fabiana Meira, 28 anos. “Já perdi vários pendrives caros e cheios de documentos importantes. Caso entre no mercado a preços módicos, com certeza eu seria uma das primeiras a usar”, ressalta.

Proteção para pendrives Muitas vezes temos arquivos importantes e até confidenciais armazenados naquele aparelho tão útil e prático. A perda deles pode até ser minimizada caso tenha sido feita uma cópia. Mas, e os arquivos que

estão armazenados? Na verdade, se você já o perdeu e ele não está protegido, a única coisa que pode fazer é torcer para não cair em mãos erradas. Foi o que aconteceu com a jornalista Mirela Macedo, 31 anos, que há seis meses perdeu o pendrive com cópias digitalizadas de importantes documentos, como a declaração de imposto de renda. “Fiquei louca. Minha vida estava naquele dispositivo. Não sei onde foi parar. Até agora não tive problema. Mas e se caísse em mãos erradas? Estaria em apuros”, revela. A boa notícia é que já existe um aplicativo para proteger os arquivos que podem ser baixados gratuitamente na internet. Trata-se do USB Safeguard. Caso o pendrive seja perdido, o documento estará protegido por senha e quem o encontrar não terá acesso aos arquivos existentes no dispositivo. O aplicativo pode ser baixado no site www.usbsafeguard.altervista.org.



Cotidiano

Por: Alessandra Bacelar | Fotos: Gustavo Lima

LIQUIDA-DF A hora de aproveitar as promoções do comércio

Vitrine do Taguatinga Shopping

A

inda há tempo para aproveitar os bons descontos da 9ª Edição do Liquida-DF. A maior promoção do comércio de Brasília concede vantagens que variam entre 10% a 70%. A liquidação, iniciada no último dia 24 de fevereiro, termina no próximo dia 6 de março. A expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) é de que 20% de incremento nas vendas do varejo do Distrito Federal seja o mínimo que deve ser atingido pelos lojistas que participaram da promoção. O slogan da campanha foi “Liquida DF: uma liquidação que não é faz de conta”. Este ano, os organizadores da campanha usaram personagens famosos do mundo de Walt Disney como Rapunzel, Cinderela e Branca de Neve para atrair os clientes em shoppings e ruas do comércio local. Conforme a superintendente do shopping Liberty Mall, Priscilla Lacerda, durante a campanha, a maior procura é por roupas e eletrônicos

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Vendedoras da M. Officer

e a geração de lucro já atinge mais de 15%. Embora com os descontos estampados nas vitrines da lojas que aderiram a campanha, vários consumidores insistem em desconfiar dos prometidos descontos. “Não vi diferença de preços. Apenas vitrines com placas de promoções”, desabafou na ocasião a servidora pública, Maria Lúcia Silva. Com descontos reais, a assessoria do Liberty assegura que as vendas foram bem melhores do que na edição anterior. A atribuição, conforme o shopping, deve-se à realização do Fashion Rio e São Paulo Fashion Week, dois grandes eventos da moda no país que “empurrou” o público a comprar, sabendo exatamente o que ia usar na próxima estação. “Muitas peças do verão podem ser aproveitadas no inverno”, argumenta Priscilla. O Pátio Brasil e o Taguatinga Shopping também aderiram ao Liquida - DF, nesta 9ª edição. A gama de lojas de roupas, calçados, óticas, joalherias, dro-

garias e restaurantes que participaram da campanha foi grande. Carros, motos e notebooks foram sorteados durante a campanha. Conforme o gerente de marketing do Pátio Brasil, Renato Horne, a cada edição do Liquida-DF, melhoram o ritmo das vendas. “A campanha se consolida a cada ano. Por aqui, mais de cem lojas foram envolvidas com os descontos”, afirmou ele. Já no Taguatinga Shopping, a campanha ocorreu paralelamente à ação “Beleza na praça”, dedicada ao Dia Internacional da mulher, que acontece no próximo dia 8. Além de encontrarem promoções na maioria das lojas, as clientes podem fazer maquiagem e unhas, além de assistirem a workshops com dicas especiais de beleza para o público feminino. Os lojistas do local ficaram otimistas com os lucros. “Dobramos as vendas só no início da primeira semana de liquidação. O fluxo de clientes é maior à noite, principalmente aos sábados”, contou a gerente da M.Officer, Luciana Bonfim.


Bolsas em liquidação

A gerente da perfumaria O Boticário, Rosângela Bezerra acrescentou: “As vendas aumentaram bastante. A procura pelos produtos em promoção foram constante”. A gerente de loja, Neila Menezes também notou a diferença no fluxo de clientes. “Todo ano é um sucesso. O Liquida-DF tem trazido sempre muitos clientes”, alegra-se. Os consumidores têm dividido opiniões. A estudante de Direito, Ana Carolina, durante a campanha não pára de fazer compras. “Achei os preços bons para o início do ano. Quero comprar muitos sapatos”, afirmou. Mesmo assim, alguns

A gerente do Boticário, Rosângela Bezerra e demais vendedoras

clientes andam duvidosos quanto aos preços. O técnico administrativo, Leandro Mendonça não vê diferença nos valores dos produtos. “O consumidor sempre espera por promoções no início de ano, já que há renovação de estoques nas lojas. Quando se guarda o 13º para comprar o que necessita. Mas não tenho visto tanta diferença de valores no comércio”, observa. O estudante Diego Rafael Nunes, concorda com a opinião do amigo. “O consumidor não é bobo. Percebe quando encontra a mesma mercadoria na vitrine com o preço inalterado e com a

placa ‘promoção’. O cliente quer descontos reais”, enfatiza ele. Mas apesar das divergências, o Liquida-DF se tornou a terceira a maior campanha de vendas do ano, perdendo apenas para o Natal e Dia das Mães. Dados da Câmara de Dirigentes Lojistas aponta que hoje, a campanha mantém parceria com cerca de nove mil estabelecimentos de shoppings e quadras do Plano Piloto e Cidades Satélites do Distrito Federal. Atualmente, o Liquida é realizada em 14 capitais e outras 168 cidades brasileiras, com ótimos resultados.

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Planos e Negócios

alex dias

Drogaria Rosário Considerada a maior rede de drogarias do CentroOeste e a 10ª maior do país pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a Drogaria Rosário estima crescer mais de 20% em 2011. Com investimentos no Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso, o grupo pretende gerar cerca de 250 novos empregos. Em março, duas unidades serão inauguradas em Goiânia, totalizando quatro lojas naquela cidade. Em 2010, a Drogaria Rosário fechou o ano com 87 lojas em operação, sendo duas na capital goiana e uma em Luziânia, oferecendo aproximadamente 470 vagas de emprego. Com isso, o grupo registrou um crescimento de 28,6%. “Agora, o nosso desafio é consolidar a marca em Goiás e expandir para o Mato Grosso”, revela o diretor-executivo da rede, Álvaro Silveira Júnior. No final de 2009, o grupo desenvolveu o projeto Troco Social, para ajudar crianças e adolescentes com câncer e hemopatias atendidas pela Fundação CDL e pela Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer (Abrace). Foram arrecadados mais de R$ 200 mil. Em 2011, a estimativa é de R$ 400 mil. Para Álvaro Júnior o investimento em gestão de pessoas é o motivo do sucesso do grupo que prima por buscar profissionais sérios e competentes para compor a equipe. “Nós investimos constantemente na qualificação dos colaboradores, oferecendo cursos e treinamentos”, assegura. Só em 2010, o grupo registrou um crescimento de 47,8% em capacitação.

Serviço SHCS, Qd 102, Bl. C, Loja 5 – Rua das Farmácias (61) 3212.1000 www.drogariarosario.com.br

CLINIPET Fundada em 2004, a Clinipet Núcleo de Clínica e Cirurgia Veterinária é fruto do trabalho e empreendimento dos veterinários Rogério Lopes da Fonseca, Glaucia Cristiane Ferracioli e Júlio César Dias Alvarenga. A Clinipet oferece os serviços de cardiologia, medicina felina e comportamento animal, e vem se destacando no mercado pelo carinho e a dedicação com que a equipe desempenha seu trabalho, colocando-a assim como referência entre os hospitais veterinários de Brasília. Constantemente preocupada com atualização dos seus profissionais e funcionários, a Clinipet investe constantemente em educação continuada e aquisição de equipamentos de ponta na área de diagnóstico e tratamento de animais de companhia. A clínica funciona 24 horas, prestando atendimento com consultas, internações, laboratório, cirurgia geral, ortopedia, cirurgia de coluna, eletrocardiografia, ultrassonografia, codoplercardiografia, RX, vacinas, diálise peritoneal, UTI, comportamento animal e pediatria.

Serviço Clinipet – Núcleo de Clínica e Cirurgia Veterinária SCLS 108, Bl. A, Lj 23 (61) 3244.9612 - 3244.8589

JCGONTIJO A JCGontijo atua no mercado imobiliário de Brasília e do Rio de Janeiro com empreendimentos residenciais e comerciais de médio e alto padrão e loteamentos, também com forte atuação no segmento de shoppings centers. Em pouco mais de seis anos, a construtora alcançou grandes marcas. A primeira em número de lançamentos: 650.000 m² e mais de oito mil unidades. Algumas novidades como o Living - Superquadra Park Sul e o SQB – Super Quadra Brasília se tornaram conceito de moradia no Distrito Federal. Ambos foram responsáveis por duas grandes

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conquistas como o Premio Master, oscar do mercado imobiliário nacional, e o prêmio Top de vendas ADVB. A localização estratégica dos empreendimentos, profissionalismo da equipe, experiência dos parceiros e a excelência dos serviços são indispensáveis para a JCGontijo chegar a essas marcas e ainda ser líder em acabamento.

Serviço SHCS/EQS 114/115, Cj. A, Bl. 1 – Centro Comercial Casa Blanca (61) 3345 9000


Florativa Express Funny Show Bar Uma das mais renomadas empresas em serviços de open bar de Brasília, o Funny Show Bar, esta cada vez mais presente em diversos tipos de eventos. O que começou como uma novidade em festas de 15 anos na capital federal consolidou-se e, está há 11 anos no mercado. Sua equipe é devidamente capacitada e antes de se tornarem bartenders (especialistas em drinque) passam por uma seleção prévia, além de um rigoroso treinamento que promove, desde noções básicas de boas maneiras até a preparação de drinques e a forma especial de servi-los. O Funny Show Bar é a única empresa de Brasília registrada na Associação Brasileira de Bartenders (ABB) e por isso referendada para eventos sociais, corporativos e governamentais.

Serviço Funny Show Bar SHIS CL QI 23 Bloco A sala 108 – Lago Sul (61) 3366.4350

Foi em 1992, numa chácara situada no Distrito Federal que uma coleção particular de belas e exóticas orquídeas, de Thereza Teixeira, foi crescendo e encantando a todos. Até que se transformou em um empreendimento com o compromisso de proporcionar beleza e satisfação com qualidade, carinho e o cuidado ambiental que as flores merecem. Hoje, a Florativa Express se posiciona no mercado de flores de Brasília como pioneira no aluguel e venda de orquídeas. Por serem produtores e possuírem laboratório próprio, as plantas são cultivadas e aclimatadas com tecnologia avançada, desde a germinação até a fase adulta. A empresa investe nos apreciadores de Orquídeas, que sempre tiveram o conceito de ser uma planta restrita pelo seu elevado preço no mercado e considerada artigo de luxo. O que era inacessível foi transformado em realidade por meio de eventos, cerimônias e todo tipo de comemoração que necessita de uma ambientação. Ou, ainda, arranjos para decoração de ambientes fechados como escritórios, clínicas, lojas, entre outros. A Florativa Express é especializada em aluguel e venda de orquídeas para eventos; arranjos decorativos para todo tipo de ambiente; serviço de entrega e recolhimento das orquídeas com agendamento de local e horário determinados pelos clientes e ainda disponibiliza o orquidário para ensaios fotográficos.

Serviço Florativa Express (61) 3500.1955 / 8112.9747 florativaexpress@hotmail.com

Academia VIP Training faz dois anos Tudo nasceu de um sonho. Adriana, Roberta, Daniel e Carlos Erduardo, notaram que Brasília precisava de uma academia com um diferencial. Se uniram e abriram a VIP Training em março de 2009. Hoje, já estabelecida no mercado local, o lugar comemora dois anos e é reconhecida por alunos e profissionais da área como uma empresa que se preocupa com o bem estar. “Nosso sonho sempre foi que todos se sentissem bem na Vip. Conseguimos isso e nossos alunos reconhecem isto”, garante a sócia Roberta Marques.

e o FiT Mama, especial para as grávidas. Além disso, possui programa voltado para mulheres entre 50 e 80 anos - o Divas Dance. São aulas de dança que combinam bate-papo pós-aula e encontros sociais como cinemas e jantares.

Para consolidar o projeto, a academia começou inovando com o programa VIP Resultados, que engloba cinco modalidades: personal training, coaching, avaliação física, massagem e nutricionista. Logo em seguida, implantou o VIP Noivas

Serviço Hangar 5, ao lado do Gilberto Salomão SHIS QI 5, Bloco D, Salas 16s a 23s - Lago Sul, Brasília – DF (61) 3364-0064

A Vip oferece aulas de spinning, tae fight, boot camp (que simula treinamento militar), balé, alongamento, entre outras. “Reunir tudo isso em um só local foi um desafio. Mas conseguimos”, completa Adriana Marques.

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Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

FORD FUSION Aplicação inédita de tecnologia híbrida no país

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Ford amplia sua linha de veículos de luxo e passa a oferecer, a partir deste mês, a versão Fusion Hybrid com inédita tecnologia que combina eletrificação com motor a combustão. O sedã da Ford recebeu ainda em toda a linha, formada também pelos modelos a gasolina 2.5 e V6, novos equipamentos de última geração, colocando o Fusion como um dos veículos mais atualizados e completos do mercado brasileiro. A principal novidade é a versão híbrida, que traz para o Brasil a tecnologia mais avançada do mundo para redução do consumo de combustíveis e emissões. O Ford Fusion Hybrid 2011 faz parte da geração "verde" de automóveis que direcionam as soluções em busca da sustentabilidade. Ele chega ao mercado brasileiro de forma pioneira e inovadora, porque adota um princípio de funcionamento chamado de "full-hybrid" (híbrido total). Ou seja, tem um motor a combustão e outro elétrico integrados na transmissão e bateria de alta capacidade, de 250 V–275 V, para tração. A bateria é recarregável pela própria ação energética do veículo, sem a necessidade de ligações externas, o que garante autonomia e flexibilidade de uso tanto na cidade como na estrada. Além da sustentabilidade, o Fusion destaca-se pela criatividade e alta segurança, devido os equipamentos

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de última geração. Conforme a versão, estão disponíveis a chave configurável My Key, câmera de ré, sensor de chuva, sistema de monitoramento de pontos cegos, banco com ajuste elétrico em 10 direções e painel configurável. "Nos orgulhamos de lançar no Brasil um veículo híbrido, que além dos atributos de sustentabilidade, oferece qualidade, segurança e criatividade. O Fusion Hybrid é uma grande inovação. Temos um sedã completo", afirma Marcos de Oliveira, presidente da Ford Brasil e Mercosul. Reunindo o melhor da tecnologia atual da eletrificação veicular com o eficiente motor a gasolina Duratec, o Fusion Hybrid faz parte de uma nova geração de veículos prevista para os próximos anos. Seu princípio básico de funcionamento é o uso do motor elétrico nas situações de anda e para, ou em velocidades inferiores a 75 km/h. O resultado é sempre a busca da eficiência máxima no uso da energia. O Ford Fusion Hybrid tem um motor a gasolina 2.5, além de motor e gerador elétricos, todos integrados na transmissão. A bateria de níquel-metal é recarregável automaticamente e tem garantia de oito anos. A partida silenciosa é feita com tração elétrica. O sistema sofisticado de engrenagens permite uma variação infinita na relação de marchas.


Existem três tipos de propulsão híbrida no mercado: (“micro”, “mild” e “full”). O Fusion é um híbrido “full” (total), ou seja, um veículo no qual o sistema de tração consegue operar no modo puramente elétrico até a velocidade de 75 km/h. O híbrido “full” conta com três tipos de construção: em série, em paralelo e, no caso do Fusion Hybrid, a configuração é chamada "dividida" porque o motor a gasolina, o motor elétrico e o gerador estão integrados à transmissão. O motor Duratec 2.5 de alumínio do Fusion Hybrid foi desenvolvido especialmente para o veículo. Ele tem 16 válvulas com comando variável e usa o ciclo Atkinson, que mantém a válvula de admissão aberta por mais tempo, reduzindo o volume de ar no pistão. O sistema elétrico do Ford Fusion Hybrid funciona em alta tensão, de 275 V, com ligações protegidas por isolamento e sinalização. Um conversor transforma essa energia em 12 V para alimentação dos faróis, vidros e outros equipamentos. A tecnologia de segunda geração aplicada ao veículo permite uma eficiência acima de 90% nessa conversão. O motor Duratec 2.5 do Fusion Hybrid gera uma potência de 158 cv (@ 6.000 rpm) e torque de 184 Nm (@ 2.250 rpm). Já o motor elétrico tem potência de 107 cv e torque de 225 Nm. A integração de ambos no sistema produz uma potência combinada de 193 cv. Ele acelera de 0 a 100 km em 9,1 segundos. O veículo conta com 7 air bags, freios ABS com EBD, controle de tração AdvanceTrac e sensor de pressão dos pneus, além de sistema de monitoramento de pontos cegos e tráfego cruzado, câmera de ré, sensor de chuva e chave configurável MyKey que permite ao motorista configurar diversas funções do carro na chave reserva por meio do computador de bordo. O Ford Fusion Hybrid inaugura um novo tipo de interação do motorista com o veículo. Ao ligar a chave, não se ouve nenhum barulho: apenas uma luz verde no painel indica que ele está pronto para partir. O painel é totalmente

configurável e permite selecionar quatro diferentes telas para mostrar as informações desejadas pelo motorista, incluindo nível de combustível, carga da bateria e consumo médio e instantâneo de gasolina. Outra tecnologia inovadora do Ford Fusion Hybrid que favorece a eficiência e a economia de combustível é o ar-condicionado elétrico que não depende do motor a gasolina para acionar o compressor, além de total conforto da cabine, mesmo com o motor desligado. O Ford Fusion Hybrid 2011 é disponível em versão única, completa.. Preço de mercado é de R$ 133.900. Serviço FORD COLORADO St. Shtq trecho 01 Av. com. Lt 16 - lago norte (61) 3302-7000 SMAFF Qs 03 rua 450 lt01 Pista - Taguatinga (61) 3451-7000

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Paisagismo

Por: Anna Paola Frade | Fotos: Divulgação

JARDIM

TROPICAL

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adeira de reflorestamento e um lago ecológico são os destaques do jardim tropical idealizado pelos paisagistas, Cleber Depieri e Gabriel de Souza, que ainda abusaram de plantas exóticas na leitura de um jardim tropical com 1960m². A exuberância de fauna e flora brasileiras certamente foi uma forte inspiração para os dois no projeto da Casa Cor 2010 Brasília. Responsáveis pelo ambiente “Jardim Novo Tropical”, o local foi cuidadosamente preparado pelos profissionais para apresentar um conceito atual e inovador de área verde. O conceito do ambiente se contrapõe à antiga idéia de jardim exótico, que demandava uma manutenção mais freqüente e mais trabalhosa. Plantas ornamentais de pequeno, médio e grande porte foram utilizadas para compor a paisagem, que ainda inclui um caminho de Mármore Bege Bahia e algumas esculturas. Um dos centros do projeto, o lago ornamental, é mantido sem produtos químicos e com água 100% reutilizada. Com baixa manutenção, é possível também colocar peixes e plantas. Inspirado pelo tema da sustentabilidade, optaram pelo uso de madeira reflorestada em toda a composição. Isso incluiu a construção do pergolado, dos decks, cachepôs e até no orquidário, lugares em que a madeira foi usada e coberta com policarbonato. Por fim, um sistema de irrigação automatizado foi instalado visando economizar a quantidade de água utilizada e ainda proporcionar a rega das plantas nos melhores horários do dia. Quatro esculturas vermelhas, do Artista Plástico Sanagê Cardoso com estilo contemporâneo se destacam; e uma de bronze de Victor Brecheret. A adição desses elementos confere ao jardim um toque de elegância e nobreza.

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Serviço Gabriel de Souza e Cleber Depieri End.: SQS 213 Bl. K , apto 503 - Asa Sul SHIS QI 19 Cj.8 Cs. 13 - Lago Sul Tel.: (61) 3263.5785 | 3366.2036 Cel.: (61) 9623.5619 | 9986.4892 Email.: gabrieldominguesouza@hotmail.com cleberdepieri@yahoo.com.br

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Esporte

Por: Larissa Galvão | Fotos: Gustavo Lima

Tênis

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Uma prática prazerosa e saudável

ão dá para falar sobre tênis sem lembrar o grande jogador Gustavo Kuerten, que por várias vezes foi campeão. Tendo, inclusive, se tornado o numero um do mundo. Depois dele, o esporte teve uma grande alavancada e ganhou bastante popularidade no Brasil. Jogado com uma raquete e uma bola, com duas ou quatro pessoas, o esporte é uma forma prazerosa e dinâmica de queimar calorias e melhorar a coordenação motora. Concentração e atenção na bola são regras básicas no jogo de tênis. O esporte necessita de toda uma dedicação do atleta para que possa desenvolver e qualificar a disputa de uma partida. Conforme o professor de tênis do Brasília Country Clube (BCC), com 15 anos de profissão, Edivan Serpa, 37 anos, jogar uma partida de tênis não é uma tarefa fácil. “É necessário condicionamento físico, além das técnicas que o atleta deve ter para a execução dos golpes”, salienta. O professor explica que somente para manusear a raquete existem quatro tipos de pegadas: eastern, continental esquerda e direita e semi-wester. Praticar o esporte exige flexibilidade, agilidade, concentração e resistência muscular. Edivan garante que todas as pessoas podem fazer o esporte. “Qualquer um, a partir dos seis anos de idade, pode começar a treinar”, afirma. O professor alerta que o correto é sempre ter aulas com um profissional para aprender a executar a técnica de maneira correta e evitar lesões. O aluno Iago Costa, 15 anos, foi influenciado pela televisão a começar a fazer o esporte e já o pra-

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Iago Costa


Daniel Holanda, Gustavo e Roberto Bandeira (pai e filho) e Iago Costa Professor Edivam Serpa

tica há cinco anos. Ele treina quatro dias na semana durante uma hora e sugere o esporte para todos. “A gente corre muito. É divertido e faz muito bem para a saúde”, informa. Apesar de ser uma ótima maneira de manter a forma com uma atividade dinâmica e prazerosa, a procura de mulheres pelo esporte ainda é pouca. Na turma de Edivan, de 40 alunos apenas dez são mulheres. Uma delas é Elizabeth Cerdeira. Ela veio da Nova Zelândia, onde o esporte é bem popular. Ela conta que todas as escolas de seu país têm quadras de tênis. Então, ela conhece desde a infância. “É um esporte bem gostoso e completo. Você acaba usando a força, equilíbrio, técnica, coordenação motora, a cabeça e gasta muita energia. Pessoalmente estou precisando perder peso e o exercício é excelente. E a gente acaba conhecendo pessoas. É bem legal”, diz. E para quem ainda não conhece o esporte e não gosta de academia, Elizabeth recomenda. “É um esporte super divertido. E o melhor de tudo é que se joga ao ar livre. Isso para mim é uma das coisas que mais me atrai. Tenho pavor da monotonia de uma esteira dentro da academia. Sinto-me como um robô”, ressalta. Serviço Brasília Country Club SAIS ao lado do PHN Catetinho (61) 3338.8563

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Personagem

Por: Afrânio Pedreira | Fotos: Gustavo Lima e Divulgação

Cláudio Civatti Ele, as crianças especiais e os ciclistas paraolímpicos

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máxima de que “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”, faz todo sentido na vida do professor de educação física Claúdio Villalva Civatti, 45 anos. Por força do destino, ou melhor, por força divina, bem cedo ele flertou e se encantou com o universo das duas rodas. A primeira bicicleta, que ele sem muita certeza garante ter sido uma caloi foi ganha quando era bem pequeno. As muitas outras, e não são poucas, foram adquiridas, ganhadas e presenteadas quando ele, depois de tanto pedalar, resolveu investir profissionalmente nas duas rodas e partir para conquistas. Como ciclista foram muitas e como treinador, as vitórias dos muitos alunos, incontáveis. A disposição para ganhar profissionalmente quilometragens pilotando bicicletas de diferentes marcas e marchas começou em 1983, no triatlo, modalidade que combina natação, ciclismo e corrida. Por dois anos, Claudio Civatti - como é conhecido no ciclismo por ter carimbado magistralmente seu passaporte no mundo dos esportes – foi atleta vencedor de várias disputas e também treinador de aspirantes ao esporte. “O triatlo é uma modalidade esportiva completa. Exige muita dedicação nos treinos e uma excelente alimentação”, destaca.

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Em 1985, Civatti deixa fora das competições a natação e a corrida e abraça unicamente as biclicletas, tornando-se apenas um ciclista que foi apaixonado pelo triatlo já que as pedaladas se tornaram uma marca registrada na sua carreira. “Parei de competir no triatlo e fiquei só com as corridas”, explica. Como ciclista, Civatti capitaliza muitas vitórias. Como treinador, a paixão pelo esporte foi acentuada quando os pupilos começaram a despontar como promessas dentro do esporte. Prova de que ele ensinou tudo certo para os alunos fazerem bonito é a premiada e celebrada atleta do triatlo Mariana Ohata. Brasiliense treinada por ele e que coleciona medalhas do mundo todo, inclusive nas Olimpíadas de Sidney, Austrália em 2000 e em Atenas, Grécia, em 2004. “Quando a gente vê que nosso trabalho começa a dar frutos é muito bom. A sensação é maravilhosa”, garante. Apaixonado confesso pelo ciclismo, Claudio já fez de tudo quando o assunto são as bicicletas, o meio de transporte que ele mais ama e que, devido às multiatividades, ultimamente esteja relegada a segundo plano. “Os compromissos são muitos”, confessa ele que já foi atleta,


treinador, mecânico, organizador de eventos, comerciante, represenante e importador das duas rodas. “É um ramo que eu domino bem. Afinal, são 24 anos lidando com elas (bicicletas)”, arremata. Por força da profissão, a educação física apareceu como um complemento de composição final no perfil do atleta Claúdio Civatti. Com formação acadêmica na área, Civatti em 2007, trouxe o elemento “professor” para o seu currículo. Paralelo ao ciclismo, como concursado da Secretaria de Educação do DF, as aulas de educação física no Centro de Atenção Integral à Criança (CAIC) Unesco de São Sebstião, para os alunos de 5ª à 8ª séries passaram a dividir o tempo e a atenção do ciclista. A atividade durou por quase quatro anos. Até que a oportunidade de ele trabalhar com crianças com necessidades especiais (autistas, portadores da síndrome de down, prematuros e outros) de zero a três anos apareceu e ele não deixou escapar. “Fiz o concurso de remoção da Secretaria e estou lá há seis meses”, conta. E assim, outra vez o destino “prega” uma peça no declarado sempre atleta. Com sensibilidade à flor da pele, ele simplesmente se apaixonou pelo trabalho que consiste em estimular a criança para andar, falar, correr e pular para que ela possa frequentar a escola, nas séries iniciais. Para o professor, a atividade com as 14 crianças é bastante compensadora. Dentro do processo pedagógico, o que mais atrai Civatti é o contato direto com as crianças. “O retorno com elas é imediato. Não passa por nenhum filtro da sociedade”, destaca. Fora a profissão de “carteira assinada”, outra atividade exercida por Claúdio Civatti e que o deixa orgulhoso é a de ser a segunda pessoa do corpo técnico da Seleção Brasileira Paraolímpica de Ciclismo. O convite foi do seu mestre no esporte, o italiano Romolo Lazzaretti, que é técnico da Seleção desde 1996. O desem-

Podium brasileiro em Baie Comeau, Canadá

Civatti e atletas na China

penho da atividade não poderia ser maior e a satisfação pessoal também. Quando fala das muitas conquistas dessa turma que, por força do destino nasceram ou tem alguma deficiência, superaram a dor da perda e se “atreveram” a objetivar metas de vitórias, Cláudio se emociona. Mas logo lembra os louros conseguidos e que ainda estão por vir. De malas prontíssimas, na segunda, dia 7, Cláudio embarca com a delegação brasileira para a cidade italiana de Montichiari para participar, de 8 a 13 de março do Campeonato Mundial de Pista. “Estamos esperanços de bons resultados”, ressalta.

Além do campeonato na Itália, a Seleção Brasileira de Ciclismo participa, ainda este ano, de competições como o Mundial de Estrada na Dinamarca, em setembro, onde o Brasil defende o título e dos Jogos Panamericanos em Guadalajara, México, em novembro. Todos com esperanças de vitórias. Como aconteceu nos Jogos Panamericanos de Calle, na Colômbia em 2007 e as Paraolimpíadas de Pequim, em 2008, por exemplo. Indagado se existe alguma fórmula mágica para desenvolver trabalhos de dedicação com tamanha maestria, força de vontade e prazer, Cláudio Civatti é categórico e enfático. “Doar-se. Doar-se sempre para o que se faz”

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Saúde

Da Veronica Soares | Fotos: Gustavo Lima

Câncer docolo doútero

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Uso da camisinha e exames preventivos são os melhores remédios para não desenvolver a doença

or falta de informação, há um ano, a dona de casa Laura Maria Costa de Oliveira, 41 anos, teve que retirar o útero. Ela faz parte da triste estatística que mostra o câncer do colo do útero como sendo a quarta causa de morte das mulheres no Brasil. Anualmente, a doença vitima 4.800 mulheres e apresenta 18.430 novos casos. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram, que a cada ano cerca de 500 mil novos casos da doença são detectados em todo o mundo. Quando se trata de óbitos de mulheres, a doença só fica atrás do câncer de mama. A triste estatística poderia ser evitada com o simples exame de prevenção e o uso da camisinha nas relações sexuais. Em muitas vezes, como no caso de Laura, a falta de informações também contribui, pois quando comparado com países mais desenvolvidos a incidência da doença é cerca de duas vezes maior do que em países menos desenvolvidos. De acordo com o INCA, o câncer do colo do útero pode ser associado a uma doença sexualmente transmissível, pois na grande maioria dos casos sua infecção se dá pelo papiloma vírus humano (HPV). Estudos demonstram que o vírus está presente em mais de 90% dos casos de câncer cervical. Com isso, o simples uso da camisinha durante a relação sexual para evitar o contágio pelo HPV e pode diminuir consideradamente a incidência da doença.

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A médica Oncologista Clínica, Patrícia Werlang Schorn, explica que existem mais de 200 tipos ou variações do vírus HPV. Mas, segundo a médica, nem todos são causadores do câncer do colo do útero. As variações mais comuns para possível desenvolvimento da doença são os conhecidos HPVs 16, 18 e 35. Ainda

uterino e depois e encaminhada para análise laboratorial. Segundo a especialista, existem três tipos de diagnósticos para detectar a doença. “Podemos ter o diagnóstico de um útero normal, um útero com pré-câncer e outro já com a lesão (câncer)”, explicou. Para a médica, o objetivo do exame de rotina é detectar um útero normal ou com o pré-câncer. “Com um Laura Maria, teve câncer aos 40 anos.

É bom lembrar que nem toda mulher que é identificada com o vírus do HPV vai desenvolver o câncer conforme a especialista, o diagnostico precoce do câncer de colo do útero só pode ser obtido com a realização de exames ginecológicos de rotina. Incluindo aí o exame preventivo “papanicolau”, que consiste na coleta de material no colo


desses dois diagnósticos, podemos interferir, e com o tratamento, podemos evitar que esses casos se transformem em câncer”, finalizou. Patrícia Werlang alerta para o fato de que o câncer de colo do útero pode ser evitado, já que o vírus causador pode ser prevenido com o uso de camisinha. “É bom lembrar que nem toda mulher que é identificada com o vírus do HPV vai desenvolver o câncer de colo do útero. Mas, praticamente toda mulher que desenvolve o câncer uterino vai tem o HPV”, relata. Outra forma de prevenção segura e eficiente é a prática do sexo seguro. Existe uma modificação de postura em relação à prática sexual que é observado pela prevenção da gravidez indesejada, da contaminação pelo vírus HIV e do câncer do colo do útero. “A melhor forma de se prevenir é definitivamente a prática do sexo seguro”, disse. No caso da dona de casa Laura Maria Costa de Oliveira, mesmo sabendo da necessidade da realização do exame uma vez ao ano, ela não o fazia. Embora com Maria José Freitas, teve de retirar o úteno no ano passado.

cólicas menstruais e o fluxo sanguíneo serem muito fortes, ela garante que, por nenhum instante passou pela sua cabeça que poderia desenvolver um câncer. A partir daí, começaram as idas e vindas de Laura a consultórios médicos e a realização de baterias de exames. A cada resultado duvidoso e os aparentes sintomas persistindo, deixavam a dona de casa, o marido e filhos apreensivos e temorosos de que algo de ruim pudesse ser definitivamente comprovado. Para infelicidade da família, o inesperado

Quando recebi o resultado, foi como se tivesse tirado o chão dos meus pés. A gente sempre espera que aconteça com o vizinho aconteceu: Laura tinha câncer de colo do útero. “Quando recebi o resultado, foi como se tivesse tirado o chão dos meus pés. A gente sempre espera que aconteça com o vizinho, nunca com a gente ou com alguém da nossa família. Não aceitei”, disse. Segundo ela, foram poucos meses do diagnóstico até a cirurgia de retirada do útero. Apesar do diagnóstico não ter sido precoce, o tratamento da paciente foi um sucesso. Além da cirurgia, ela passou por sessões de quimioterapia, radioterapia e braquiterapia. Para Laura a maior ajuda para vencer o câncer foi do marido e da família. “Muitas mulheres

morrem porque não têm informação sobre o problema. As mulheres têm que se cuidar mais”, alerta. O câncer de colo do útero é mais comum do que parece. A também dona-de-casa, Maria José Freitas, 66 anos, vizinha de Laura, em 2005 teve diagnóstico de câncer de mama em 2005. Quatro anos depois, sentindo fortes dores no abdome e sangramento vaginal, teve diagnóstico uma lesão pré-câncer de útero. Como já tinha sido diagnosticada com o câncer de mama anteriormente, o médico, de imediato, optou pela retirada total do útero. “Foi um susto. Já tinha passado por essa doença e não queria sofrer de novo”, relatou.

Fatores de Risco De acordo com o INCA, vários são os fatores de risco identificados para o câncer do colo do útero, sendo que alguns dos principais estão associados às baixas condições sócioeconômicas, ao início precoce da atividade sexual, à multiplicidade de parceiros sexuais, ao tabagismo (diretamente relacionados à quantidade de cigarros fumados), à higiene íntima inadequada e ao uso prolongado de contraceptivos orais.

Vacinação Recentemente foi liberada uma vacina para o HPV. No momento está em estudo no Ministério da Saúde o uso pelo SUS. De acordo com o INCA, a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV. Sendo assim, o exame preventivo deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas.

Sintomas Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de possíveis lesões precursoras é através da realização periódica do exame preventivo. Conforme a doença progride, os principais sintomas do câncer do colo do útero são sangramento vaginal, corrimento e dor.

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Beleza Produção: Camila Penha | Fotos: Gustavo Lima

Truque de Beleza N

a semana da mulher (afinal, merecemos uma semana inteira), a Revista Plano Brasília foi ao salão de beleza da Lord, no shopping Boulevard, para trazer às leitoras dicas de beleza para aproveitarem, não apenas esse dia, mas todos cada vez mais bonitas. A maquiadora Priscila Ferreira Lobo ensina um make ótimo para o dia-a-dia que pode ser transformado em um para a noite em poucos minutos de forma bem simples. O cabelereiro Alexandre Araújo completa as produções.

O primeiro passo é limpar bem a pele, tirar todo resíduo de sujeira e hidratá-la para receber a maquiagem. 2°passo: Passe a base de forma a uniformizar a pele. O uso do pincel específico ajuda. Priscila usou a Base Diorskin Airflash da Dior.

3° passo: Use o corretivo na área dos olhos para corrigir defeitos como a olheira. O usado foi o corretivo n°3 da Lancôme.

5° passo: passe iluminador em toda a pálpebra e, então uma sombra mais escura na parte do côncavo. Neste look foram usadas as sombras do quinteto 970 da Dior.

6° passo: Para dar uma levantada nos olhos, use uma sombra preta rente aos cílios, em cima e embaixo, no lugar de um delineador. E acabe os olhos com uma máscara poderosa. Na foto usamos o Hypnôse da Lancôme.

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Modelo: Márcia Baioni (Scouting Models)

4° passo: O pó compacto finaliza a preparação da pele. A dica da Priscila é primeiro depositar o pó para então espalhá-lo no rosto. O Pó compact dual finish n°3 Lancôme ficou ótimo no make.


7° passo: Passe um blush apenas para dar cor saudável a pele. No make para o dia não há necessidade de definir muito o rosto. O Blush n°8 da Lancôme tem uma cor ótima. O último passo é a boca. O lápis ajuda a delineá-la e, a dica é: no caso de bocas pouco carnudas deliea pelo lado de fora do contorno e, no caso de bocas muito carnudas, use o lápis pelo lado de dentro da boca. Em seguida passe o batom e o gloss conforme a sua preferência. A maquiadora usou o Lápis n°15 da Bourjois, o batom 382 e o gloss, ambos da Dior.

Depois foi feita uma trança tipo espinha de peixe para o um visual a ser usado no dia-a-dia.

Uma dica muito legal é molhar um pouco o pincel antes de passar a sombra. Isto faz com que a maquiagem dure mais e realça a cor da sombra. A mesmo tom usado antes, com este truque, fica mais forte. Perfeito, já que o primeiro passo para a maquiagem para a noite é destacar a sombra. Depois uma sombra mais escura é usada para esfumaçar o canto do olho. O delineador da L´oreal e o lápis Ultra Black n°72 da Bourjois valorizam o olhar. Depois é só acentuar o blush e reforçar o gloss. Maquiagem e cabelo prontos para um evento noturno.

Alexandre prepara o cabelo para uma produção mais elegante.

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Comportamento

Por: Aline Ricciardi | Fotos: Jhenniffer Corrêa | Ilustração: Theo Speciale

abre alas

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Ôque quero

passar...

As ações nesse carnaval estão relacionadas à diversão, alegria e segurança. Tudo por amor à vida

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uando se fala em carnaval, logo pensamos em festas, folias, alegrias e amores passageiros. Para alguns, esta é a oportunidade de extravasar, mudar de comportamento. Mas porque será que as pessoas agem dessa forma? Vista como um ritual coletivo, o carnaval também é um convite para excessos. Tal excedente é percebido quando se inicia a invasão do direito do outro. Já disse Dorival Caymmi... “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé”. Mas há também quem goste até demais desse ritual coletivo. É a famosa “indústria da alegria”. Um espetáculo apreciado por pessoas do mundo todo. Passistas marcam a cadência e a harmonia de suas evoluções misturadas ao ritmo de percussionistas em avenidas repletas de gente. Nessa época, muitos querem viver momentos de liberdade provisória como espécie de fuga para as frustrações ou carências e acabam avançando em direção às barreiras do pudor. “Pierrôs” e “colombinas” se deixam levar pelo excesso de consumo de álcool, drogas e sexo desregrado. Mesmo com o fato de que muita gente preferir contar com o elemento sorte, o Ministério da Saúde está de olho nesse pessoal através da campanha contra as DST, AIDS e hepatites no carnaval. O público alvo são meninas entre 15 e 24 anos, de baixa escolaridade e renda. A distribuição de preservativos já começou em todo o país e em Brasília não está sendo diferente. O objetivo é alertar para o uso

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de camisinhas durante as festas carnavalescas e orientá-las a fazer o teste HIV para quem teve relação sexual desprotegida no período do reinado de Momo. A campanha deste ano visa também ensinar a mulher a incorporar a camisinha como uma peça do seu cotidiano e que aprendam a negociar o uso do preservativo com seus companheiros. Para o MS, as atividades de prevenção ocorrem durante o ano e são mais intensificadas durante as festas de carnaval para alertar sobre a saúde em um momento específico. Neste ano, vão ser distribuídas oitenta e quatro milhões de camisinhas por todo o país. Serão vinte e seis milhões a mais do que no ano passado. Segundo o ministro Alexandre Padilha, boa parte dos preservativos foram fabricados em Xapuri, no Acre. Ele informa que o produto é cinco vezes mais resistente que às outras camisinhas. Conforme boletim epidemiológico 2010 do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, AIDS e hepatites virais da Secretaria de Vigilância em Saúde, os casos de AIDS em homens e mulheres jovens, de 13 a 19 anos, de 1980 até junho de 2010, somam 12.693 mil infectados. Nessa faixa etária, o número de casos é ainda maior entre as meninas. São oito casos em meninos para dez casos em meninas. Nas demais faixas etárias, o público masculino com HIV é maior em relação às mulheres. A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP) mostram que jovens entre


Maria de Fátima, subsecretária Mobilização e Eventos

Estamos trabalhando em conjunto com vários órgãos do Governo. O objetivo está no foco da prevenção com relação à saúde, à violência e também a questão da higiene no local das festas 15 e 24 anos estão mais vulneráveis ao vírus HIV. Dados apontam que na última relação sexual com parceiro casual, o percentual do uso da camisinha entre as meninas é consideravelmente mais baixo, (49,7%) do que entre os meninos (76,8%). Quando o relacionamento se torna fixo, apenas 25,1% delas utilizam a camisinha com regularidade. Entre eles, o percentual sobe para 36,4%.

Estimativas do Ministério da Saúde indicam que existem hoje no Brasil cerca de 630 mil pessoas vivendo com o vírus da AIDS. Dessas, 255 mil nunca fizeram o teste, e por isso, não conhecem a sua sorologia. Maria de Fátima Santos de Deus, Subsecretária de Mobilização e Eventos da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal informa que a Secretaria está trabalhando em conjunto com vários órgãos do Governo. O objetivo está no foco da prevenção com relação à saúde, à violência e também a questão da higiene no local das festas. Toda essa mobilização acontece em parceria da Secretaria de Cultura com a empresa Santa Felicidade, responsável por oferecer a estrutura para organização do evento. O bloco Baratinha, criado para o publico infantil, adotou medidas preventivas junto à Secretaria como a proibição da venda de bebidas alcoólicas e o não acesso de ambulantes ao bloco. A distribuição e fornecimento de alimentação e refrigerantes para o público fica a cargo da direção do bloco carnavalesco. A subsecretária afirma que este ano, a novidade fica por conta do público brasiliense portador da Síndrome de Down que ganharão um bloco só pra eles. Esses foliões terão a diversão garantida ao som de muita batucada com o bloco “Down na Rua”. A folia está marcada para os dias 6 e 8 de março, das 17h às 24h, com saída no Eixão Sul, nas entrequadras 109/110 rumo ao Gran Folia, próximo à Biblioteca Nacional e Estação Rodoviária do Plano Piloto.

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Cultura

Da Redação | Fotos: Divulgação

Acordes do Rádio

90 anos do violão

brasileiro

Segundo show do projeto é com o violonista Henrique Annes e a cantora Ná Ozzetti

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projeto “Acordes do Rádio – 90 anos do violão brasileiro” segue movimentando às terças-feiras do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. Com direção musical e curadoria do jornalista e produtor Alessandro Soares, a série recebe em 15 de março o violonista Henrique Annes e a cantora Ná Ozzetti para duas apresentações: a primeira às 13h, com entrada gratuita e a segunda às 21h, com ingressos a R$ 15,00, a inteira e R$ 7,50 a meia. O show promete resgatar o clima da Era do Rádio e a história do violão brasileiro. O violonista Henrique Annes, o primeiro a subir no palco é definido por Alessandro Soares como “a maior memória viva do choro pernambucano para violão, por ter vivenciado os saraus do Recife e tocado em rádio nos anos 1960”. No repertório, Annes vai lembrar nomes como Alfredo Medeiros, Romualdo Miranda e Zé do Carmo, além de apresentar duas composições próprias, Caribeana 3 e Prelúdio 1. A cantora Ná Ozzetti, fará uma espécie de releitura de Balangandãs, disco no qual recria o repertório de Carmen Miranda. Para o projeto, Ná adaptou o repertório que tem clássicos como “Disseram que Eu Voltei Americanizada” e “Adeus Batucada” para ser acompanhada pelos violonistas Marcos Alves e Carlos Chaves que são mais conhecidos por integrarem o quarteto Maogani. Ná também relembrará o grupo Rumo, no qual iniciou a carreira em disco em 1981, ao cantar o samba “Quantos Beijos”, de Noel Rosa, além de interpretar músicas autorais como “Canto em qualquer Canto”, parceria dela com Itamar Assumpção.

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Mas não é só isso. Ná aprendeu duas canções especialmente para o projeto: “Aperto de Mão”, do violonista Meira, que fez sucesso na voz de Isaurinha Garcia, e “Meu Noivado”, um tema folclórico do violonista João Pernambuco, composto nos anos 1920.

O projeto A série de shows do projeto “Acordes do Rádio – 90 anos do violão brasileiro” teve início dia 1º de março, com apresentação da cantora Vânia Bastos e do violonista Eustáquio Grilo. Serão apresentados, ainda, shows de Marco Pereira e o duo Paulo Bellinati e Weber Lopes (22 de março) e Mônica Salmaso e Guinga (29 de março). A ideia do diretor musical Alessandro Soares é resgatar as histórias do rádio e do violão no Brasil e mostrar que elas andam juntas e não se separam. O roteiro dos shows será um verdadeiro passeio pela trajetória de grandes violonistas brasileiros, prestando homenagens a mestres do instrumento e a nomes que se destacam no atual cenário da música instrumental brasileira. “O projeto é um painel diverso do violão no Brasil”, define Alessandro. Além disso, grandes nomes do instrumento são homenageados no projeto. São eles Meira, João Pernambuco, Canhoto da Paraíba, Dona Ceça e Zé do Carmo. Serviço Centro Cultural Banco do Brasil – Brasília SCES, Trecho 02, lote 22 (61) 3310.7087


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Agenda Cultural

Por: Michel Aleixo | Fotos: Divulgação

Cultura hispânica em alta Instituto Cervantes divulga sua programação

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or seu status de capital da República, Brasília abriga instituições que cultivam entre suas premissas, políticas de fomento à cultura. Seja em centros culturais, embaixadas, órgãos públicos, empresas privadas e até particulares, a cidade é privilegiada por oferecer constantemente, fartas programações de shows, exposições e filmes a preços populares. Há cinco anos, um órgão criado para promover e divulgar o idioma espanhol e a cultura hispânica também presta esse serviço na capital. Só este ano, o Instituto Cervantes vai oferecer cerca de 100 projetos culturais nas áreas de artes cênicas, plásticas, cinema, música, tecnologia e gastronomia. “Já estamos presentes em 40 países. Só no Brasil, nove cidades abrigam o instituto”, informa Pedro Eusêbia Cuesta, diretor da filial brasiliense. “Aqui se encontra a maior rede do mundo”, completa.

Pedro Cuesta, diretor do Instituto diz que o Brasil tem compromisso com a língua espanhola

DESTAQUES DO MÊS DE MARÇO Exposição Cidades Patrimoniais do México Até 15/03 Espaço Cultural Instituto Cervantes Existem no mundo 226 cidades declaradas pela UNESCO como Patrimônio Mundial, 10 delas encontram-se na cidade do México. Para compartilhar sua importância com o mundo, o Instituto Cervantes e a Embaixada do México apresentam através de uma mostra de belas imagens os valores históricos, monumentais, arquitetônicos e urbanos das cidades mexicanas que receberam a declaração.

Cinema Mostra de cinema Elas em Cena De 10 a 12/03, 20h Espaço Cultural Instituto Cervantes Entrada Franca. Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o ciclo de cinema destaca a presença feminina em filmes de caráter histórico-literário.

Cinema Hispânico & Europeu: Vol.1- Suécia 22/03, terça-feira, 20h Espaço Cultural Instituto Cervantes Com o objetivo de promover a produção cinematográfica hispânica e europeia, o ciclo oferece a oportunidade dos brasilienses conhecerem as diferentes formas de fazer cinema.

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Literatura Cuentacuentos Programa infantil de conta-contos 12/03, sábado, 11h15 Biblioteca Ángel Crespo Espaço Cultural Instituto Cervantes Contista convidada: Carolina Santamaría Oficina de roteiro e ilustração de Histórias em Quadrinhos Com Ricardo Liniers (Argentina) De 29 a 30/03 Espaço Cultural Instituto Cervantes Ávido leitor, Ricardo Liniers conheceu cedo Hergé, Goscinny y Uderzo, Quino, Angel Germán Oesterheld, Franscisco Solano López, Charles Schulz e Herriman. As primeiras leituras que fez foi das tiras de Mafalda e de Tintin e começou a desenhar por influencia do cinema. Em junho de 2002 começa a publicar Macanudo, que atualmente tem mais de 7 livros e tem suas historietas publicadas semanalmente na Folha de São Paulo, desde 2009.


ficar de fora. Entre as novidades, merece destaque a oficina de roteiro e ilustração em quadrinhos com o argentino Ricardo Liniers, agendada para o final de março. Os valores para as diversas atrações variam. (Confira o serviço). O Instituto Cervantes Brasília dispõe de 13 salas equipadas com internet, espaço para exposições, auditório com capacidade para 120 pessoas e uma biblioteca multimídia com grandes clássicos literários do idioma espanhol. “As pessoas não precisam nem fazer cadastro em nossa biblioteca”, conta o diretor. Também são oferecidas aulas virtuais e presenciais de espanhol.

A programação visa resgatar por meio de diferentes ações, momentos importantes da criação

hispânica. “O cinema será o nosso ponto forte”, atesta Pedro. Em comemoração ao “Dia Internacional da Mulher”, celebrado em 8 de março, a mostra cinematográfica “Elas em Cena” vai apresentar películas onde a presença feminina tem destaque em filmes de caráter histórico-literário. Outro destaque serão as atividades relacionadas ao “Dia do Espanhol”, celebrado em 19 de junho, com a participação, “in loco”, de representações de vários países. Na música, o projeto “Guitarríssimo” apresenta, mensalmente, grandes nomes do violão flamenco. Na literatura infantil, o “Conta-contos” oferece a crianças de até 8 anos, uma aproximação com a literatura hispânico-americana através de contistas convidados. Na culinária, o “Festival Gastronômico Espanhol” não poderia

Música Guitarrísimo com Juan Antonio Suárez - CANO (Barcelona-Espanha) 19/03, sábado, 20h Espaço Cultural Instituto Cervantes Um dos grandes intérpretes e compositores da guitarra flamenca. Seu estilo destaca-se pela forte presença cigana, criando assim, um som personalíssimo que o faz diferente e original.

Teatro Cinco horas com Mário. Com Victoria Peña (Espanha) 26/03, sábado, 20h Espaço Cultural Instituto Cervantes Com “Cinco Horas com Mario”, Miguel Delibes oferece um retrato meticuloso, às vezes cruel, às vezes com humor, sempre íntimo, do espírito da Espanha do pós-guerra e do despertar para a modernidade dos anos 60.

Tecnologia A moda que inova: Encontro sobre Moda e tecnologia De 23 a 25/03 Espaço Cultural Instituto Cervantes A moda espanhola que inova será um encontro entre o design espanhol e brasiliense. Estilistas dos dois países falarão de tecidos com novos materiais (tais como nano partículas), tecidos fotossensíveis ou que geram energia, e novas formas de corte e estampa. O mercado da moda vem acompanhado do que há de novo, não só em design, mas também em tecnologia. Parceria com o Capital Fashion Week.

Instituição oficial do Governo da Espanha, que tem como presidente de honra o próprio rei Juan Carlos, o Cervantes age como ponte intelectual para os países hispânicos. “É importante dizer que o Cervantes não representa somente a Espanha. Vinte e um países tem o espanhol como língua oficial e promovemos a diversidade cultural de todos eles”, explica Pedro. A expectativa do diretor em relação ao crescimento da instituição no Brasil é grande devido à promulgação da “lei do espanhol”, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da língua como matéria optativa em todo o ensino médio do país. “O Brasil tem compromisso com a língua espanhola”, celebra.

Programação e instalações

Guitarrísimo com Juan Antonio Suárez

Serviço Instituto Cervantes SEPS 707/907 Cj. D - Asa Sul. (61) 3242.0603 brasilia.cervantes.es

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Gastronomia Por: Maíra Elluké | Fotos: Gustavo Lima

Foi Assim 41 Uma viagem ao passado

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ão é apenas pela qualidade dos alimentos e dos inúmeros sabores encontrados no Foi Assim 41 que o charmoso bar e restaurante faz sucesso. Inaugurado em dezembro de 2009, o local é escolha certa para pessoas exigentes e que prezam por um ambiente tranquilo na hora de apreciar um bom prato. O aconchego e romantismo também são marcas do local, que foi concebido sob inspiração das regiões da Riviera Francesa e de Toscana, na Itália. O ambiente é cuidadosamente decorado com objetos que nos remetem às décadas de 40 e 50. O charme está na parede com fotos de astros do cinema. Uma coleção vintage de cartelas de fósforos e diversos objetos antigos arrematam a decoração do local. Para o proprietário e bon vivant Alexandre Sakkis, o restaurante nasceu da vontade de manter viva as memórias daquela época. “Senti a necessidade de resgatar lugares e sabores do passado. Trazer aquela magia para nosso dia a dia em um local aconchegante e com atendimento personalizado”, destaca. A sugestão do sócio e chef Mauricio Saraiva fica por conta do prato que leva o nome da casa. “Foi Assim” é um farto e charmoso prato com bombom de filé ao molho madeira acompanhado de batatas à dorê com cheddar. Outra boa pedida é o camarão à provençal que acompanha o saboroso risoto à piamontese. O charme desse belo prato fica por conta de uma cestinha comestível que cobre os camarões. De comer com os olhos, literalmente. A terceira sugestão da casa é um espaguete com molho de abóbora, acompanhado de filé mignon. A novidade da casa é a sobremesa – que até pouco tempo não fazia parte do cardápio. Também batizado de “Foi Assim”, trata-se de um bolinho de sorvete com cobertura achocolatada, disponíveis nos sabores damasco, nozes, abacaxi e chocolate. Vale a pena experimentar.

Bendito Suco Pratos e sucos saudáveis, bonitos e gostosos

A

o ver o cardápio fica difícil decidir o que pedir. São mais de 50 tipos de sucos e outras diversas opções de pratos, entre sanduíches, açaí e saladas. As saudáveis e atrativas sugestões são feitas com ingredientes selecionados. As criações do proprietário Pedro Henrique Parreira, 27 anos, levam apenas alimentos orgânicos e frescos. As frutas, verduras e hortaliças são cortadas na hora. As combinações especiais usam gengibre, mel ou água de coco. A decoração do Bendito Suco – que foi inaugurado em março de 2006 – é um atrativo à parte. Mesas enormes e sofás de madeira dão um charme especial ao bistrô. As esculturas coloridas de sucata – criações do artista plástico Nemm Soares – chamam atenção e dão personalidade ao local.

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Koni Store Japonês moderno e cheio de personalidade

A O grande sucesso da casa são os wraps, uma refeição rápida e leve para qualquer hora do dia. Outro destaque são os smoothies. A base do creme, é uma receita de família: o iogurte artesanal feito pela bisavô dos donos. A ele se juntam frutas frescas processadas e mel. A receita não leva açúcar nem água. É de dar água na boca. Uma curiosidade é que muitos pratos ou sucos têm nomes bem curiosos como “pedal noturno” e “rebas do cerrado”. De acordo com Pedro, “são homenagens aos grupos de atletas aqui de Brasília”, revela. O cuidado e carinho com os alimentos são marcas que fidelizam os clientes do Bendito Suco. O que não faltam são sugestões saudáveis e deliciosas para quem não quer sair da dieta ou tem algum tipo de restrição alimentar, como os celíacos – pessoas que não podem comer nada que contenha glúten. Para aqueles que não têm preocupação com a balança e não dispensam uma sobremesa, a dica é a Diviníssima Torta, feita com chocolate e servida com sorvete de creme. Serviço Foi Assim 41 SCLN 115 Bloco C Loja 41 Telefone: (61) 3033-8832

decoração predominantemente nas cores laranja e verde chama atenção. Mas o charme da Koni Store não fica só no ambiente. Vai para o cardápio, que inova ao oferecer culinária japonesa rápida com estilo. Na loja, que já virou referência para o público jovem de Brasília, o cliente pode experimentar opções criativas de temakis, konis e rolls doces e salgados. O sabor mais requisitado é o tradicional Roll Hot Filadélfia, com salmão, cream cheese e cebolinha (que é servido empanado). As novidades são o Sashimi e o Tirashi – mais conhecido como “sushi aberto”, que também leva salmão, arroz, cebolinha e gergelim. De acordo com um dos proprietários da Koni Store da Asa Norte, Hélio Bernardo, o diferencial da casa é atender o cliente em diversos horários. Dependendo do dia, a loja pode estar aberta até às 5h da manhã. “Costumo dizer que o nosso lema é: japa na hora, toda hora”, comenta. Entre as outras delícias da casa, estão o Roast Tuna – rosbife de atum crocante ao shoyu e mel. E o Haru Steel, que traz truta da patagônia (tipo de salmão) enrolada em massa de rolinho primavera com cream cheese, gergelim, couve frita e molho teriyaki. Verdadeiras tentações para os amantes da cozinha japonesa.

Bendito Suco Endereço: SCLN 413 Bloco E Loja 19 Telefone: (61) 3039-1600

Koni Store SCLN 109 Bloco D Loja 3 Telefone: (61) 3274-1540

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Música

Por: Michel Aleixo | Fotos: Divulgação

A hora e a vez

do choro

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Com uma nova sede, projetos de intercâmbio e uma escola de formação, o Clube do Choro vive grande fase

razido à capital pelo presidente JK, o choro serviu como trilha sonora para os primeiros anos de Brasília. Apesar do nome, o estilo de ritmo agitado animava as noites do Catetinho, sob a batuta de seresteiros anônimos ou “chorões” célebres como Radamés Gnattali e Jacob do Bandolim que, eventualmente, visitavam a cidade. O Clube do Choro de Brasília foi inaugurado em 1977. Aos poucos, o espaço no centro da cidade estabeleceu-se como um dos principais templos do estilo, por manter ininterruptamente nas últimas três décadas, uma programação dedicada ao gênero. Prova maior de reconhecimento do papel do Clube do Choro na música contemporânea brasileira foi o presente dado por Oscar Niemeyer em 2006. O arquiteto projetou gratuitamente a nova sede do espaço. As obras que incluem uma Sala de Espetáculos, a Escola de Choro Raphael Rabello e um Centro de Referência, já estão concluídas. Para Reco do Bandolim, atual presidente do clube, a expectativa para a inauguração é enorme. “Estamos apenas aguardando alguns trâmites referentes à mudança de governo, que estão atrasando a compra do novo mobiliário”,

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afirma. Com o novo prédio, as atividades da instituição serão ampliadas. Henrique Lima ou Reco do Bandolim é tido pela crítica especializada como um dos maiores bandolistas do país. Recentemente, o músico esteve na Europa, Canadá, Estados Unidos e América do Sul apresentando o gênero genuinamente nacional para as platéias do além mar e foi muito bem recebido pela crítica internacional. Desde o início do mês de março, o espaço apresenta o “Clube do Choro do Brasil”. O projeto traz para a cidade nomes consagrados da música instru-

Reco do Bandolim, presidente do Clube

mental brasileira em parceria com artistas ainda desconhecidos. Conforme Reco, o trabalho para garimpar novos talentos poderia ser facilitado se as universidades brasileiras dessem mais suporte. Para ele, 95% delas não valorizam ritmos nativos como o choro. “Essas instituições só lecionam musica erudita. Uma coisa que vem de fora, renegando assim estilos genuinamente nacionais”, queixa-se. “É a minha concepção do que é a globalização: cada lugar tem que valorizar sua cultura, senão todo mundo vai fazer a mesma coisa”, esclarece. Com 130 anos de história, o estilo musical marcado pelo virtuosismo dos praticantes precisa de iniciativas públicas que reconheçam seu valor. Reco é categórico: “O choro é considerado a primeira música popular urbana típica do Brasil”. Pensando nisso, a nova sede do Clube do Choro vai abrigar um Centro de Referência, com a digitalização do acervo musical do Arquivo Nacional. Serviço Clube do Choro de Brasília Setor de Divulgação Cultural Eixo Monumental (61) 3225.2761


Bohumil Med*

“A música é a única linguagem completa da alma” F.Schiller

O CARNAVAL Uma das festas mais populares no mundo é, sem dúvida, o carnaval. Sua história remonta ao antigo Egito, seis mil anos atrás, com os rituais de celebrações da fertilidade e da colheita nas margens do rio Nilo. As primeiras festas carnavalescas eram associadas à deusa Íris. Na Roma Antiga, bacanais, saturnais e luperciais festejavam respectivamente os deuses Baco, Saturno e Pã, com muita bebida e sexo. Já a civilização judaico-cristã, fundamentada na abstinência, na culpa, no pecado e no castigo, renegava e condenava a festa pagã. No século XV, a estética do carnaval mudou com a introdução dos bailes de máscaras, corridas, desfiles, fantasias, deboche e morbidez, porém sem manifestações sexuais. Resumindo a história, podemos definir o carnaval em quatro períodos: o Originário (de 4.000 anos a.C. ao século VII a.C.), o Pagão (do século VII a.C. ao século VI d.C.), o Cristão (do século VI ao século XVIII) e o Contemporâneo (do século XVIII aos nossos dias). A palavra carnaval vem provavelmente da latina “carnelevare” que significa retirada da carne. A Festa profana móvel, que precede o início do jejum católico da

Quarta-Feira de Cinzas, assume características próprias de acordo com o local onde se realiza. É o famoso Mardi Gras (terça-feira gorda) de Nova Orleans, festejos de rua dos negros norte-americanos, oriundo da tradição francesa. Também são célebres os carnavais de Veneza ou de Roma, caracterizados pelos bailes de máscaras e desfiles de carros alegóricos. Ao contrário do Brasil, o frio nessa época do ano não permite que as mulheres usem pouca roupa.

NO BRASIL O festejo teve origem no entrudo, farra de rua às vezes violenta, introduzido pelos portugueses no século XVIII, que contagiou os brasileiros tornou-se uma grande indústria e até se institucionalizou. Há os que abominam a brincadeira. No passado era pior. Frei Pedro Sinzig (1876/ 1952), musicólogo e compositor alemão naturalizado brasileiro, a qualificou de “Expansões não controladas ou excessivas que rebaixam o nível de arte, civilização e moral”. O musicólogo e folclorista brasileiro Renato Almeida era mais radical. Para ele “o carnaval é como um estonteamento dos sentidos, caracterizado por cantos lascivos atordoantes, gritos estridentes,

chocalhos, reco-recos, tamborins, cuícas e bombos”. E foi além: “Essas multidões inquietas, doidas e extasiadas de prazer são voluptuosas e refletem, nos seus cantos, esse frêmito insopitável de desejo”.

NA MÚSICA ERUDITA Vários compositores escreveram obras inspiradas nos festejos carnavalescos. Os mais conhecidos são Robert Schumann com “Papillons, opus 2” e a coleção de 21 peças intitulada “Carnaval, opus 9” que descrevem personagens de um baile imaginário; Antonin Dvorak com a brilhante abertura “Carnaval, op. 92”; Hector Berlioz com a famosa abertura do concerto “O Carnaval Romano, opus 9”; Aleksandr Glazunov também com uma abertura chamada “Carnaval” e Saint-Saens com a conhecidíssima “O Carnaval dos Animais” composta para dois pianos e orquestra, em que utiliza instrumentos para dar voz a vários animais diferentes. E assim, meus carros leitores, há obras para todos os gostos. É só escolher uma delas e curtir a versão erudita desses festejos milenares tão populares. * Bohumil Med professor emérito da Universidade de Brasília Colaboração: Regina Ivete Lopes

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Mundo Animal

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Divulgação

Tráfico de Animais Silvestres

O pássaro do cerrado é o principal alvo na mira dos traficantes

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inha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá” Esse é um trecho da Canção do Exílio de Gonçalves Dias, saudoso poeta. Como muitos brasileiros, Gonçalves Dias era um admirador da fauna do país, tanto que escreveu uma canção em que menciona o sabiá, pássaro símbolo do Brasil, admirado por seu belo canto. Porém, algumas pessoas tanto admiram o animal que querem ter o seu canto só para si. Tiram o pássaro e outras aves nativas do seu habitat natural e as aprisionam em gaiolas. Além de ser cruel, traficar animais silvestres é crime. Mas a sociedade persiste em ignorar tal lei. Em Brasília, no ano passado, de março a dezembro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) apreendeu mais de 1.500 aves nativas do cerrado nas mãos de traficantes de animais. Com os criminosos, foram encontrados também 1.206 répteis e 216 mamíferos. O comércio ilegal de animais silvestres é a terceira atividade clandestina que mais movimenta dinheiro no país, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas. O chefe da Divisão de Gestão e

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Proteção Ambiental (DGPA) do IBAMA, Gustavo Müller de Podestà, diz que as aves nativas do cerrado são o foco dos traficantes por serem mais fáceis de carregar e são mais comerciáveis. Segundo ele, os animais traficados costumam ser vendidos em feiras e estradas e também para colecionadores. Em Brasília, já foram encontrados animais sendo vendidos ilegalmente nas feiras da Ceilância e de Santa Maria. “As pessoas acham o pássaro bonitinho e querem comprar para levar para casa. É errado”, diz Podestà. Conforme Müller, os canários, curiós e trinca- ferros são os pássaros mais vendidos em Brasília devido aos belos cantos. Esses animais são usados em torneios de canto e até mesmo em rinhas. O chefe da DGPA acredita que as pessoas têm de se conscientizarem de que comprar aves que não venham de criadouros legalizados é crime e que, além de fortalecer o trafico, favorece outros tipos de atividades ilegais. Podestà ainda previne a população contra a compra de partes dos animais como dentes, peles e penas para virarem objetos de decoração e bijouterias, por exemplo. “Na Feira da Torre costumávamos ter esse problema. Depois que fizemos uma fiscalização intensa, o numero caiu bastante”, comenta. Os animais traficados costumam ser Campanha contra o trafico de animais. transportados em grande quantidade pelos traficantes, eles são literalmente espremidos. Para Podestà as pessoas não têm consciência do quão prejudicial é para os animais silvestres que são comercializados ilegalmente. A cada 10 animais traficados no Brasil, nove morrem. Segundo Gustavo Já houve casos de pássaros com as asas e o externo quebrados. Muitos têm as asas cortadas. “Os animais são submetidos à maltratos terríveis”, diz. Devido ao fato de estar no centro do país, o DF também serve como rota para os traficantes de animais. Os destinos são o centro sul do Brasil como São Paulo e Rio de Janeiro. Conforme Müller, os traficantes também fazem um roteiro internacional, mas é raro, pois as longas distâncias nas estradas rodoviárias e a fiscalização dos aeroportos dificultam o crime. Segundo ele, o IBAMA e a policia rodoviária atuam juntos nas estradas brasileiras em um trabalho que busca identificar e prender esses criminosos. Para cada animal nativo apreendido pela policia, é cobrada uma multa de R$ 500. Se for encontrada alguma espécie em extinção, a multa

é elevada a R$ 5.000. Para Podestà, a lei ainda é branda com os traficantes que recebem o mesmo tratamento dos compradores, apenas a multa. Já foram encontrados mais de 600 pássaros nas mãos de um único traficante, passando pelas estradas do DF. Os animais apreendidos são encaminhados para o Centro de Triagem do IBAMA. No local é verificado se eles podem voltar à natureza. Os animais saudáveis são mantidos em quarentena antes de serem liberados. Como muitos chegam em um estado critico, eles recebem tratamento e depois é verificado se podem voltar ao seu habitat natural. Conforme o responsável pelo Setor de Fauna do IBAMA, Felipe Barroso, os bichos debilitados são enviados para mantenedores, colaboradores da população civil que os abrigam e tratam em suas residências durante o período de recuperação. Os animais que foram domesticados e perderam seus instintos de defesa, ou não tem mais condições físicas de voltar para a floresta, são encaminhados aos zoológicos e abrigos do IBAMA. O IBAMA faz varias campanhas por ano a fim de conscientizar a população de que a venda e compra de animais silvestres sem registro além de ser crime, prejudica o meio ambiente, pois desequilibra o ecossistema, quando retira a mesma espécie em grande quantidade. As pessoas que querem ter bichos nativos brasileiros em casa, que podem ser comercializados, devem procurar criadores que possuam registro no IBAMA. Se o animal for um pássaro, deve possuir a anilha de identificação, aquele anelzinho que é prezo a perna da ave, nele contém todos os dados do animal. O IBAMA recomenda que o comprador esteja atento a falsificações de anilhas.

Saiba Mais O cidadão que quiser se tornar um mantenedor do IBAMA deve obedecer aos seguintes requisitos: Possuir um espaço grande, um biólogo e técnico veterinário à disposição. Entidades e empresas também podem se candidatar. Os interessados devem procurar o IBAMA que mantém a linha verde para denúncias. Serviço IBAMA SAS, Qd. 05, lt. 05, Bl. H (61) 3316-1212

Linha Verde 0800 61 8080

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Jornalista Aprendiz Por: Thundara Yung

Vidas

Clandestinas Um olhar diferente sobre a prostituição

E

ntardecer no centro de Taguatinga, uma das maiores cidades do DF. As lojas começam a fechar, as paradas de ônibus lotam de trabalhadores querendo ir para suas casas. Na cidade, o trânsito intenso e barulhento está cheio de mais pessoas que voltam para suas residências ao final do expediente. Fim de trabalho para muitos. Mas o início da noite é só o começo da jornada de trabalho para tantos homens e mulheres. Há quem diga que é a profissão mais antiga do mundo. No entanto, o universo da prostituição é muito mais delicado do que o de ofícios ordinários. A profissão coexiste entre o legal e a ilegalidade e esses profissionais precisam lidar diariamente com conflitos sociológicos e uma série de preconceitos.

Realidades O universo da prostituição é extremamente peculiar, e abriga muitas histórias distintas. A diferença entre elas, muitas vezes, tem origem nas motivações de cada indivíduo ao entrar na profissão. Michele*, por exemplo, saiu de casa após uma série de agressões

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por parte do padrasto alcoólatra. Uma vez fora de casa, sem emprego e sem ter onde morar, a garota viu na prostituição uma maneira de sobreviver à sua nova realidade. Hoje, não é mais prostituta. Com o dinheiro que juntou, comprou um bar e sustenta os dois filhos com os lucros do estabelecimento. Michele não sente vergonha da sua escolha. “Não me arrependo nem por um minuto. Por mais errada que eu tenha sido, hoje posso dar aos meus filhos tudo o que eu nunca tive”, revela. Lucas* é travesti e, antes de se prostituir, se apresentava como drag queen em casas noturnas. Quando o pai descobriu o ofício do rapaz, expulsou-o de casa. Lucas alugou um apartamento próximo à boate. O rapaz de cabelos e olhos escuros, pele morena, queixo largo e pernas e braços torneados começou a se prostituir quando o dinheiro que ganhava nas apresentações não foi mais suficiente para manter seu estilo de vida. Jeniffer* não foi vítima de violência e nem teve que sair de casa à força. Resolveu se prostituir para

financiar o curso universitário de Direito. Sua família não é carente, mas a renda é insuficiente para bancar a formação acadêmica. Não trabalha nas ruas, nem em bordeis, seus serviços são oferecidos em anúncios de jornais para um público mais seleto. Ao telefone a voz suave da garota é envolvente, nem grave nem aguda, um tom de voz que prende o ouvinte à conversa e o leva a aceitar o que quer que ela diga. Dessa maneira, ela negocia os encontros. A garota prefere ser chamada de acompanhante.

Legalidade Não há nenhuma documentação legal que caracterize a prostituição como crime, homens e mulheres possuem o direito de fazer com seus corpos o que desejarem. O real delito é denominado lenocínio e está presente no Código Penal Brasileiro nos artigos de número 227 a 231. Esses artigos caracterizam como crime “induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem”; facilitar a prostituição ou impedir e atrapalhar que ela cesse; manter estabelecimento


em que ocorra exploração sexual, existindo, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário; tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros e promover ou facilitar o deslocamento de pessoas com os fins de prostituição, interna ou externamente ao país de origem. A pena para tais crimes pode variar entre um e dez anos, com aplicação de multa. Apesar de ser considerado crime, o fato é que as casas de prostiuição continuam sendo a melhor opção para quem opta pela profissão. É o caso de Márcia, prostituta há quatro anos, que optou por trabalhar em um prostíbulo por sentir que o espaço lhe oferecia certa segurança. “Mesmo tendo que dividir o dinheiro, é melhor. Na rua a gente sempre sofre algum tipo de violência e

desrespeito. Tem gente que xinga. Na casa de prostituição, não tem como o cara sair sem pagar ou bater na gente”, revela. Não existe respaldo legal que afirme a prostituição como ato criminoso. No entanto, há quem veja a profissão como uma espécie de crime moral. A professora Tânia Mara de Almeida, do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), afirma que vivemos em uma sociedade patriarcal, sexista e machista, que só consegue enxergar a prostituição como uma obrigação e não como opção. Enquanto essa for a realidade da sociedade, as pessoas que se prostituem tendem a ser julgadas moralmente pelo seu ofício. São consideradas vítimas de desvio de conduta e desvalorizadas socialmente. Por esses motivos muitos desses profissionais vivem em segredo.

Serviço Thandara Yung é estudante do 7º semestre de Jornalismo da Universidade Católica de Brasília

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Propaganda e Marketing

Carlos Grillo*

O que você

está fazendo

D

mesmo?

e todas as redes sociais a que mais me instiga, sem duvida, é o Twitter. Prestes a completar cinco anos - o Twitter foi fundado em março de 2006 - ele ostenta números surpreendentes. Já são mais de 100 milhões de usuários registrados. Cerca de 180 milhões de visitantes únicos por mês. Além de 300 mil novos cadastros e 60 milhões de buscas feitas todos os dias, segundo dados da primeira Twitter Develop Conference, realizada em abril de 2010, na cidade de San Francisco, Estados Unidos. E mais: essas cifras foram produzidas por uma empresa com apenas 175 funcionários e que, embora avaliada em mais de um bilhão de dólares, ainda não dá lucro para Evan Williams, Jack Dorsey e Biz Stone, seus criadores. Mas, afinal, o que há de tão encantador e envolvente no gorjeio desse passarinho azul para levá-lo a conquistar o mundo? Abaixo, arrisco um palpite. O maior segredo do Twitter é que ele não tem segredos. Seu conceito, inspirado no SMS dos telefones móveis é simples. Sem muita cerimonia, o microblogging convida seu usuário a responder com apenas 140 caracteres a pergunta "what are doing?". Ou, em bom português: "o que você está fazendo?". A partir daí algo como 640 tweets por segundo repleto de informações, das mais relevantes às mais inúteis, surgem e são compartilhadas instantaneamente entre usuários de todo o planeta. A pergunta em si nunca passou de uma provocação despretensiosa. Um ponto de partida. A bem da verdade, o espaço das mensagens é livre, democrático e cada um usa-o como quiser. O brasileiro absorveu bem esse mecanismo e o Brasil ocupa hoje o sexto lugar no ranking de trafego do site. Jornalistas fizeram do Twitter o hall de entrada de seus blogs, que leva o internauta a informações mais aprofundadas sobre assuntos de seu interesse. Comediantes transformaram o microblogging em um laboratório para testar novas piadas. Políticos fizeram dele um importante ponto de contato com o eleitor. Em especial depois da

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bem sucedida experiência de Barack Obama no último pleito estadunidense. Poetas viram na ferramenta uma academia para exercitar haikais e popularizar seu ofício. Celebridades encontraram um novo palco para ampliar sua fama e exibir-se para os fãs, sempre ávidos por alguns instantes de intimidade forjada. Empresas, ainda tímidas, procuram entender como promocionar seus produtos e aproximar-se de seu consumidor. Essa simplicidade, aliada à característica multiplataforma do Twitter, também arrebatou os programadores. Dia a dia surgem dezenas de aplicativos para as mais diversas utilidades que potencializam a ferramenta. De encurtadores de URL a publicadores de fotos e vídeos. De visualizadores de mensagens a recursos de pesquisas. Aplicativos não só para computadores, mas também para smartphones e tablets. Imagine que, graças a isso, apenas 25% do tráfego é gerado no site oficial, o twiiter.com, enquanto 75% vem de outros meios. E assim, sem se dar conta ou planejar, o Twitter deixou descolar de si o rótulo de rede de relacionamento para tornar-se uma poderosa ferramenta de comunicação. Hoje fico por aqui. No próximo artigo, trarei algumas dicas para quem já usa ou deseja usar o Twitter. Até breve.

CURIOSIDADE: A palavra twitter possui dois significados em inglês. O primeiro é “pios de pássaros”. O que explica o famoso passarinho azul, ícone da ferramenta. O segundo e ainda mais interessante é “uma pequena explosão de informações inconsequentes”. Ou seja, um resumo, quase poético, de seu conceito.

*Carlos Grillo Sócio Diretor da Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais Email: grillo@monumenta.com.br Twitter: @carlosgrillo



Vinho

antônio Matoso Filho*

O espumante brasileiro M

ais um colunista de vinhos com renome mundial visita o Brasil e se surpreende com a qualidade do vinho que se produz atualmente no país, principalmente o espumante. Poucos sabem, mas o Brasil tem expertise em produção de vinhos espumantes desde o segundo decênio do século passado, ou seja, já são quase cem anos de produção de espumante que se iniciou na Serra Gaúcha, mais precisamente na cidade de Garibaldi. Desde os anos 1910, então, os produtores da Serra Gaúcha vêm se desenvolvendo em tecnologia de plantio, poda e produção de vinhos, o que levou o espumante brasileiro a ser destaque em diversos concursos internacionais, onde os vinhos são avaliados às cegas, ou seja, o avaliador não sabe qual vinho está bebendo, até que se termine a prova, quando então os vinhos são revelados. E já há algum tempo, essa expertise está rendendo bons produtos também no Vale do São Francisco, na Bahia e em Pernambuco. Não obstante, que não se compare estritamente todos os espumantes brasileiros com os melhores cuvées de Champagne, mas sem dúvida, afirmo que podemos beber os espumantes brasileiros sem receio, guardadas as devidas proporções de preço-qualidade. Caracterizado pela presença quase sempre das uvas Chardonnay e Pinot Noir, originárias da França, onde, juntamente com a uva Pinot Meunieur

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podem compor o mundialmente famoso espumante denominado Champagne (nome exclusivo para os espumantes dessa região francesa), no Brasil é muito comum se utilizar também a uva Riesling Itálico, bem adaptada ao terroir do sul do Brasil, o que dá uma característica peculiar ao espumante brasileiro, e que para alguns é um diferencial positivo e para outros, o diferencial negativo. Bom, o mundo do vinho é copioso em polêmicas e esta é apenas mais uma delas. Fato inelutável é que o espumante brasileiro tem uma qualidade compatível com os padrões internacionais e que felizmente está disponível e acessível para a maioria dos bolsos dos brasileiros que apreciam esse tipo de bebida, muito apropriada para o nosso clima tropical, quente, para o nosso espírito festivo e muito também para a nossa enorme costa ensolarada e com belíssimas praias. Nada mais harmonioso, do que se degustar um espumante numa praia ensolarada, acompanhado de deliciosos frutos do mar frescos. É importante se observar também, que os vinhos espumantes são bastante versáteis. Em diversas “colorações” (branco, rosado ou tinto), podem combinar com diversos tipos de comidas, atentando-se sempre para a textura dos molhos dos pratos. Com distintas quantidades de açúcar residual (nature, extra-brut, brut, sec ou seco, demi-sec ou meio doce e doce), decididas ao final processo de fabricação

pelo enólogo, que deixa o vinho com a sensação de menor doçura (nature) ou até de bastante doce (doce), o espumante pode ser servido tanto na entrada de uma sofisticada refeição, onde os rosados e brut se harmonizam maravilhosamente com diversos tipos de canapés, pratos frios, etc., como também podem acompanhar o primeiro ou segundo prato e até mesmo a sobremesa; neste último caso, deve-se servir espumantes do tipo doce, principalmente feitos com a uva Moscatel, atentando-se sempre que a doçura do vinho deverá ser sempre superior à doçura da sobremesa. E passadas as celebrações de final de ano, onde a presença dos espumantes é obrigatória, estamos em pleno verão brasileiro, onde o espumante deverá sempre ser lembrando em um final de tarde, seja para abertura do happy-hour ou do jantar, seja para contemplar um por de sol, seja para compor um crepúsculo vespertino mais romântico, em boa companhia. Às vésperas da maior festa representativa da alegria brasileira, o Carnaval, que sejam bem-vindos os espumantes brasileiros, do Sul ou do Vale do São Francisco, com a vivacidade e frescor característicos, para bem harmonizar os nossos dias. *Antônio Matoso Filho engenheiro e enófilo, apreciador sistemático de vinhos desde 1982, monitor de grupos de degustação e professor dos cursos Básico e Avançado da ABS-Brasília


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Boa leitura com um bom café

Tá lendo o quê?

Locação, venda e assistência técnica de máquinas para café espresso Brasília: 106 Norte Bl.C Lj. 52 | Tel: 61.3033-1010 Goiânia: Rua 17 nº 64 - St Oeste | Tel: 62.3942 4588

Fotos: Divulgação

Antônio Duarte

www.qualycream.com.br

Presidente da ABS

Proprietária do restaurante Fulô do Sertão

Paula Caricatti

Dr. Ricardo Fenelon Dermatologista

Proprietária da Basic Collection

Livro História da Alimentação

Livro Autobiografia de um Iogue

Livro Adeus, China

Livro O guardião de memórias

Autor Maximo Montanari

Autor Paramahansa Yogananda

Autor Li Cunxin

Autor Kim Edwards

Este livro trata da alimentação cotidiana, do papel do pão, do vinho, dos condimentos, da arte culinária. Trata também das carestias que periodicamente castigaram diversas populações ou das transformações do consumo alimentar nos últimos dois séculos. Veremos que nossos ancestrais já possuíam livros de culinária e que as profissões na alimentação eram ainda mais numerosas que as de hoje. O livro mostra como a tradição ocidental foi influenciada por diversas culturas - as da Mesopotâmia e do Egito antigo, da Grécia e de Roma, dos bárbaros, dos bizantinos, dos judeus e dos árabes e por fim, dos norte-americanos.

A obra deste livro é um cativante relato de uma singular busca de verdade e uma profunda introdução a toda ciência e filosofia da ioga, revelando a unidade subjacente às grandes religiões do Oriente e do Ocidente.

O livro conta a história do bailarino Chinês que sai da pequena Qingdao, na China, e deserta para os Estados Unidos. Como o país até hoje é uma ditadura, os habitantes têm que ter autorização do estado para irem embora.Em sua caminhada,Li Cunxin se depara com muitas situações difíceis. E são nessas ocasiões que se apresenta a principal lição do livro: a superação. As 400 páginas da obra são permeadas por lendas que são capazes de gerar reflexões úteis à nossa vida, mostrando caminhos, nos colocando para cima e provando, que por mais difícil que pareça, um sonho não pode ser impossível. Após passar fome, viver sem roupas, dividir cama com irmãos, o personagem se torna um dos principais nomes da dança mundial.

Uma fascinante história sobre vidas paralelas, famílias separadas pelo destino, segredos do passado e o infinito poder do amor verdadeiro. Inverno de 1964. Com uma trama tensa e cheia de surpresas, O Guardião de Memórias vai emocionar e mostrar o profundo - e às vezes irreversível - poder de nossas escolhas. E Tânia tem apreciado a leitura, “leve e ao mesmo tempo envolvente”, segundo ela.

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Tânia Aliz


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Frases Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, sempre haverá guerra.

Seja a mudança que você deseja ver no mundo. Mahatma Gandhi

Bob Marley

O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo. Somos francos com os outros quando não dependemos deles. Clarice Lispector Carlos Drummond de Andrade

Todo prazer é erótico. Sigmund Freud

Os poderosos podem matar uma, duas ou até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera. Che Guevara

Quando eu queria mudar o mundo, meu carro vivia cheio de gente. Cazuza

O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente. Confúcio

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Não há fatos eternos como não há verdades absolutas. Nietzsche


Justiça

Dra. Mônica Ponte*

“Justiça sem amor é vingança” J

á no antigo testamento, o Livro do Êxodo, conhecedor da natureza vingativa da alma humana, determinou que a justiça fosse efetuada na medida do “olho por olho, dente por dente”. Ao contrário do que muitos pensam, a intenção não era de incentivar a vingança. O objetivo era limitar o desejo de vingança de modo que a reação fosse exatamente proporcional à ofensa. Com a evolução da civilização e em decorrência, não só dos preceitos cristãos, mas também dos ensinamentos orientais, a humanidade passou a valorizar o perdão e a não violência e, assim, a vingança é hoje inibida em quase todos os países. No Brasil, a legislação Penal prevê aumento de pena para o assassino que comete crime por motivo torpe. A doutrina e a jurisprudência consideram a vingança um motivo torpe, então, por lógica, a vingança é, ou deveria ser, repudiada pelo nosso ordenamento jurídico. Parece claro quando se trata da legislação Penal, mas, quando no âmbito Civil, deparamo-nos com uma grande contradição: a indenização por dano moral. O que é a indenização por dano moral? É o que uma pessoa ou empresa deve pagar ao outro por tê-lo causado um prejuízo imaterial, ou seja, é o ressarcimento por um dano que não tem um preço determinado, en-

globando assim as dores, dissabores, frustrações etc. Quando uma pessoa (física ou jurídica) se sentir prejudicada, pode peticionar para que o Estado intervenha e force o causador a pagar pelo erro cometido. Provado o prejuízo e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano, mesmo sem ser possível medir a extensão deste, a Justiça obriga o causador a pagar em dinheiro pelo erro cometido. O valor da indenização é medido pelos patrimônios do ofensor e ofendido e, na prática, pouco se considera o real dissabor sofrido. Dessa maneira, se duas pessoas forem feridas pela mesma pessoa, a mais rica recebe mais que a mais pobre. E isso é simplesmente uma questão de Justiça. Vendo por esse ângulo, pedir a condenação do outro que lhe causou um dano nada mais é que uma sofisticada e moderna versão de vingança. O que ocorre em nossos Tribunais é uma corrida pelo dinheiro, comum no mundo capitalista. Em busca de dinheiro, e não de direito, algumas pessoas que estão sofrendo e têm a sorte de encontrar um culpado - e principalmente se o culpado for endinheirado - ficam felizes por ver ali a oportunidade de obter um ganho extra. A fórmula bastante atraente e que é tutelada por lei é: desejo natural de vingança + vontade de ganhar dinheiro.

Todos têm a obrigação de lutar por seus direitos, mas a real intenção de justiça deve ser considerada e as leis civis precisam apurar seus sentidos para observar o caso específico afim de não ser ressuscitada a Lei do Talião. A primeira sugestão é que só haja condenação a indenização por dano moral se apurado o dolo e não somente a culpa do agente. Deve ser auferida a intenção de ofender, caso contrário o perdão, a compaixão e a fortaleza precisam ser incentivados. A outra sugestão é que, ao invés de pagamento em dinheiro, a condenação seja também imaterial, como patrocínio de assistência psicológica ao ofendido, prestação de serviços comunitários ou doações, aos moldes das transações penais já existentes. Assim, certamente contribuiríamos para o desenvolvimento da civilização construindo um mundo menos primitivo, onde a Justiça deixasse de acobertar a vingança. A palavra “Justiça” tem sua origem no termo do latim “IOUS”, que quer dizer: “fórmula sagrada”. Nossa fórmula deve ser contra vingança e a favor do amor. *Dra. Mônica Ponte Pós graduada em Processo Civil, especialista em Direito do Consumidor e sócia majoritária do escritório PONTE SOARES & FERRAZ - Advocacia Empresarial

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Diz Aí, Mané

A floresta tá ali paradinha no lugar dela e vem o homem e créu.

Tem empresas que contribui para a realização de árvores renováveis.

Precisamos de oxigênio para nossa vida eterna.

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O coração é o único órgão que não deixa de funcionar 24 horas por dia.

A História se divide em 4: Antiga, Média, Momentânea e Futura, a mais estudada hoje.

O Convento da Penha foi construído no céculo 16 mas só no céculo 17 foi levado definitivamente para o alto do morro.

Bigamia era uma espécie de carroça dos gladiadores, puchada por dois cavalos.

Não cei se o presidente está melhorando as insdiferenças sociais ou promovendo o sarneamento dos pobres. Me pré-ocupa o avanço regresssivo da violência urbana.

O bem star dos abtantes da nossa cidade muito endepende do governo federal capixaba.


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Cresça e Apareça

Adriana Marques*

Problemas? Todos nós temos. Mas vamos

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encará-los

ue maravilha se pudessemos resolver todos os nossos problemas num piscar de olhos! Como seria mais fácil levar a vida e ser feliz sem os famosos empecilhos. Parece incrível mas, basta encontrarmos a solução para transpor um obstáculo, outro desafio aparece e mais uma estratégia tem que ser desenhada. Todo dia é um leão a ser enfrentado... Algumas vezes dois ou três leões a serem aniquilados simultaneamente! A questão é que todos nós travamos batalhas pessoais diariamente. Não existe um ser humano sequer que não tenha assuntos a serem resolvidos, decisões ou escolhas a serem feitas, dificuldades a serem ultrapassadas. O que vai decidir o nível de êxito individual em lidar com os problemas é a forma como cada um o encara. O primeiro passo é realmente entender o problema. Isso significa analisar de forma imparcial o que está acontecendo. O mais difícil quando estamos tentando desvendar nossas dificuldades é não

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deixar que nossas emoções tomem conta do contexto, nos levando à cegueira e irracionalidade. O segundo passo é definir qual a melhor solução, explorando alternativas de desfecho para uma mesma situação. Quando exploramos caminhos diferentes deixamos de nos sentir reféns. Enxergamos opções. A pior coisa que pode acontecer quando estamos tentando solucionar um problema é nos sentirmos obrigados a agir de uma maneira que vai contra nossos valores e sentimentos. Por isso, antes de decidirmos o que fazer é importante nos darmos conta de nossas várias opções. O terceiro passo deve ser entrar em ação para o mais rápido possível buscar o impacto positivo e desfecho favorável para a situação. Estipule prazos, analise quem são as pessoas envolvidas no processo e quais as suas responsabilidades individuais. Determine o que deve ser feito. O quarto passo, e na minha opinião, mais importante, é entender o que deu certo e revisar quais

foram as fórmulas mágicas. O que você deve observar para que não se repita das próximas vezes? E que deu tão certo que pode virar um novo comportamento adquirido? Qual habilidade foi desenvolvida para resolver este problema que poderá ser útil em outras situações? Lembre-se: Nenhum grande navegador foi considerado grande até enfrentar enormes tempestades. Aprender com o problema significa tirar a melhor lição. No final das contas, são nossos desafios e batalhas que nos preparam para o sucesso. São eles que nos fortalecem e nos tornam pessoas preparadas para atuar em um mundo onde tudo muda, o tempo todo. Um mundo onde a diversidade é cada vez mais notória. Enfim, um mundo cheio de dificuldades, mas recheado de oportunidades maravilhosas de realização e crescimento. Que venham os desafios! *Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.



Ponto de Vista

*Erika Kokay

O valor do Direito à Memória

no Estado Democrático de Direito

O

Projeto de Lei que cria a Comissão Nacional da Verdade foi entregue à Câmara dos Deputados pelo Presidente Lula em maio do ano passado. A polêmica criada em torno do propósito dessa Comissão se refletiu na dificuldade de aprovação de PL no Poder Legislativo. A Comissão tem por objetivo apurar violações durante o regime de exceção e reconhecer a importância do direito à verdade para o fim da impunidade. A idéia é dar respostas às expectativas de familiares de pessoas torturadas e mortas, mas também recuperar arquivos que permitam elucidar casos de desaparecimentos e responsabilizar os agentes em face das violações cometidas. Suscitar a memória é imprescindível para analisarmos a história e as características psicológicas que conformam o processo de constituição da identidade de um povo. A memória não é a simples retenção do passado numa representação mental, ela é a transmissão do passado às gerações futuras. Atribuir à memória o status de Direito é, portanto, reconhecer sua vinculação a outros direitos, como o direito a liberdade de pensamento e de expressão, que se manifesta também no direito a receber e difundir informação, que por sua vez, se associa às garantias de acesso a justiça. Baseado nos preceitos democráticos consagrados na Constituição de 88, que rompeu com o autoritarismo arraigado nas estruturas de poder de

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nosso país, o Brasil deu seu primeiro passo rumo ao reconhecimento e reparação de seus erros do passado – a proposta de instalação da Comissão Nacional da Verdade. A reivindicação de uma comissão com este caráter se insere nos fundamentos do que se denomina justiça de transição, que pode ser definida como esforço para a construção da paz sustentável após um período de conflito, violência em massa ou violação sistemática dos direitos humanos. Examinando o conceito de justiça transicional ou justiça de transição se admite a reconciliação, mas implica necessariamente processar os perpetradores dos crimes, revelar a verdade sobre crimes, conceder reparações às vítimas e reformar as instituições responsáveis pelos abusos. O Brasil saiu da ditadura sem fazer o luto necessário que permitisse vivenciar o que o país sofreu durante aquele período e fechasse um ciclo da história. É necessário concluir o processo de democratização com a verdade sobre os fatos para evitar repetições na história de ciclos de violência. “Dar um futuro ao passado” como disse Boaventura. A Comissão da Verdade aponta para a perspectiva do país prosseguir sem estar tropeçando em pedaços da ditadura que viveu durante 21 anos. Resquícios deste passado são as ações dos grupos de extermínio e tantas outras formas de violência contra o ser humano que se manifestam diariamente em nosso país.

Esta Comissão cumpre um importante papel, pois ela oferece uma perspectiva educadora na medida em que o seu trabalho permitirá resgatar a história, que é uma maneira de educar para a cidadania e para a experiência coletiva de construção da identidade nacional. Ao longo do meu mandato como Deputada Distrital e agora Federal, tenho insistido na promoção e defesa da dignidade da pessoa humana, entendida como um princípio a ser respeitado no Estado Democrático de Direito. O reconhecimento da dignidade humana não se dá por um único fator, ela é uma combinação de aspectos econômicos sociais e políticos e, neste contexto, se insere outro princípio, da indivisibilidade e interdependência de todos os direitos humanos expresso na Declaração de Viena. A Consagração dos Direitos Civis e Políticos, onde se insere o Direito a Memória e Verdade está absolutamente vinculado à promoção dos direitos de natureza coletiva, como os direitos Econômicos Sociais e Culturais. Afiançar a dignidade humana é, portanto, trabalhar para estabelecer um arranjo complexo no âmbito estatal que possibilite ao mesmo garantir as liberdade individuais, como a relação homoafetiva, passando pelo acesso à terra até o reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de direito. *Erika Kokay Deputada Federal (PT/DF)


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Charge

Eixo Monumental

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