Plano Brasilia

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Plano

22 de fevereiro de 2011 Ano 9 · Edição 85 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

EDITORA

DROGAS A busca por soluções

MESA REDONDA Deputado Patrício SAÚDE Ritalina: uso indiscriminado 85

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Sumário

13

46 42

48 12 Cartas

64

40 Planos e Negócios

64 Meio Ambiente

13 Entrevista

42 Automóvel

66 Mundo Animal

16 Panorama político

44 Vida Moderna

18 Brasília e Coisa & Tal

46 Esporte

20 Política Brasília

48 Personagem

22 Dinheiro

50 Saúde

72 Tá Lendo o Quê?

24 Capa

52 Moda

74 Frases

28 Cidadania

54 Comportamento

75 Vinho

30 Gente

56 Cultura

32 Cidade

58 Agenda Cultural

34 Educação

60 Gastronomia

36 Tecnologia

62 Cinema

80 Ponto de Vista

38 Cotidiano

63 Música

82 Charge

66

68 Jornalista Aprendiz 70 Propaganda e Marketing

76 Diz aí, Mané 78 Cresça Apareça



Expediente

Carta ao leitor

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira DIRETOR DE ARTE Theo Speciale

DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr. e Monique Valente Fotografia Gustavo Lima EQUIPE DE REPORTAGEM Alessandra Bacelar, Aline Ricciardi, Fernanda Azevedo, Larissa Galvão, Maíra Elluké, Michel Aleixo, Tássia Navarro, Veronica Soares e Virgínia Ciarlini COLABORADORES : Antônio Duarte, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Luiz Humberto de Faria Del´Isola, Luis Turiba, Mauro Castro, Liliane Roriz, Regina Ivete Lopes, Renata Bittes, Ricardo Movits, Romário Schettino, Tarcísio Holanda. IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Parece que foi ontem que lançamos no mercado local a Revista Plano Brasília, voltada diretamente para o público da capital federal. Na época, o receio da não aceitação tirou o sono de muitos dias de toda a nossa equipe. Críticas vieram, mas até hoje, elas servem como lições e nos empurram para capricharmos mais e mais. Estamos sempre tentando nos superar e buscando assuntos de interesse coletivo. Um assunto que, infelizmente faz parte do nosso cotidiano e que levamos até você como matéria de capa são as drogas. Em quatro páginas, tratamos do assunto com a firmeza e transparência que ele requer, já que vidas estão envolvidas. A Secretaria de Segurança Pública com as suas operações “Buriti” e “Brasília Dias Melhores”, vem realizando ações ostensivas de combate ao tráfico de drogas nas principais áreas de risco do Distrito Federal. Para se ter uma ideia, só em um único dias, policiais civis e militares conseguiram prender 83 pessoas que praticaram crimes de latrocínios (roubo seguido de morte), furtos, roubos e outros atos infracionais relacionados ao tráfico e consumo de drogas nas cidades de Taguatinga e Plano Piloto. Com isto, a Secretaria quer mostrar para a sociedade e para a imprensa que o Estado está presente e operante na luta contra o mal que hoje atinge cerca de 62 % da população brasileira que é usuária de drogas lícitas ou ilícitas. O problema é mostrado na reportagem como não exclusivo do DF, mas de todo centro urbano de cidades brasileiras. Aqui no DF, o uso é indiscriminado e basta andar pelas ruas das nossas cidades satélites para esbarrar com algum usuário. E o que é pior, a luz do dia não chega a ser empecilho para alimentar o vício. Mesmo para um cidadão comum que quer simplesmente ignorar essa realidade, o problema começa a incomodar e criar temor quanto ao crescente número de jovens e adultos que, a qualquer hora, todos os dias, lutam para alimentar seu vício a céu aberto em diversos pontos da capital do país. O poderio do crack é cada vez mais visível em Brasília. Dados da Secretaria de Segurança mostram que somente em duas grandes operações de abordagem, mais de uma tonelada de maconha e 200 pedras de crack foram apreendidas. Outra reportagem que, a nosso ver, não deixa de preocupar a todos é “Remédio para o cérebro: a nova onda”. O enfoque na matéria é o “ritalina”, um fármaco do grupo dos estimulantes do Sistema Nervoso Central, usado no tratamento de crianças e adultos com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O medicamento vem ganhando usuários que, mesmo não tendo o problema estão utilizando por motivos diversos de sua real finalidade. A procura pelo medicamento está se tornando comum quando o usuário quer exercer várias atividades ou praticar exercícios físicos intensos. Essa procura tem levado farmácias a vender a droga antes mesmo dela ser aprovada pelos órgãos reguladores de saúde. Pesquisas da Convenção de Substâncias Psicotrópicas revelam que o principal motivo do abuso desse medicamento é seu grande potencial de dependência química. A nossa entrevista é com o deputado reeleito Patrício, atual presidente da Câmara Legislativa do DF. Em uma mesa redonda com jornalistas especializados em política local, ele responde questões sobre como serão conduzidos os trabalhos durante a sua nova gestão, a relação com o governador Agnelo e como pretende resgatar a imagem daquele órgão perante a sociedade, depois do escândalo da Caixa de Pandora. Esperamos que gostem. Tenham todos uma excelente leitura e até a próxima!


anos de aner Há 25 anos a ANER colabora para o sucesso das editoras de revistas em todo o Brasil. São 600 milhões de exemplares impressos por ano, divididos em mais de 4.500 títulos. Revista é uma mídia capaz de atender aos interesses específicos de cada leitor, sendo fonte de conhecimento e entretenimento para os mais variados segmentos da população. Sua credibilidade vem do conteúdo editorial e dos produtos anunciados. Inovadora desde sempre, a revista pode ser lida em papel, internet, celular, iPad e outros e-readers.

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Cartas

Fale conosco

Senhor Redator, Registro a minha satisfação pela inclusão da coluna “Música Erudita em Brasilia” do professor Bohumil nesta respeitavel revista. Artigos objetivos e bem escritos vão, com certeza, atrair novos admiradores para a beleza e diversidade do tema. Parabéns à revista e ao Professor Bohumil por sua incansável batalha na formação de músicos e de bons ouvintes. Liliana Campos

Parabéns pela revista que, a cada edição, está cada vez melhor. A matéria “Violência contra a mulher” ficou maravilhosa. Tenho uma amiga que costuma sofrer na mão do marido. Peguei a revista e deu de presente pra ela. Tomara que lhe sirva de lição e ela ponha um ponto final na sua história de violência. Maria de Lourdes Asa Sul

Prezados Senhores A revista está ficando cada vez melhor. Parabéns para toda a equipe que faz a Plano Brasília. Estou gostando de ver. Ela está bonita, com matérias variadas e interessantes. Cláudio José Lago Oeste

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas. Erramos Na edição 84, na editoria “Planos e Negócios”, o endereço certo do Incor é Área Especial 08/09/10, Setor C Norte (Hospital Anchieta), Taguatinga - DF. Tel.: (61) 3035 9900. E o site correto da Casa das Artes é www.acasadasartes.com.br Na edição 83, editoria Gastronomia, o nome certo do restaurante é Parrilla Madrid e não Parrilha. A especialidade é de carnes preparadas ao estilo argentino e uruguaio. A legenda do prato é Bife Anjo ao invés de Picanha ao molho.


Mesa Redonda

Deputado Patrício Equipe Plano Brasília: Romário Schettino, Edson Crisóstomo, Liana Alagemovits e Virginia Ciarlini Fotos: Gustavo Lima

O

presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Patrício aceitou o convite da Revista Plano Brasília para participar de uma mesa redonda com a equipe de jornalistas especializados em política local e responder a todas as questões levantadas. Entre os assuntos, o deputado fala sobre a árdua tarefa de resgatar a imagem da sede do poder local, maculada mundialmente no ano passado em virtude do escândalo de corrupção “Caixa de Pondera” em que muitos deputados e autoridades do primeiro escalão estavam envolvidos e, também, de projetos que o governador Agnelo Queiroz pretende implementar e que, para isto vai ter que contar com o apoio da casa em que ele preside. Confira. PB> Depois de apagar o incêndio de ficar à frente da Câmara Legislativa no tumultuado segundo semestre do ano passado, o que o senhor espera que aconteça nessa nova legislatura? O senhor se sente desconfortável por herdar algumas pessoas que as urnas mantiveram na condição de deputado? Patrício> Não. De forma alguma. Eu acredito que passamos por uma crise muito profunda no DF. Esquema de corrupção. Uma quadrilha de verdade que se instalou no DF e nós conseguimos voltar à normalidade. Houve eleição indireta , a primeira no DF. Foi importante a atuação da Câmara Legislativa. Mostrou pra sociedade que a câmara é importante no processo democrático. Precisa do judiciário, do executivo e um legislativo fortalecido. Foi a Câmara que trouxe a normalidade de volta, garantindo ao cidadão que ele pudesse eleger o seu verdadeiro representante. Claro que voltaram alguns parlamentares, mesmo estando envolvidos em corrupção. Mas a justiça está fazendo a sua parte. Houve a operação caixa de pandora da PF o MPF continua apurando. Nós vamos ter desdobramentos esse

ano e não vai ser nenhuma surpresa se alguns parlamentares tiverem alguns fatos aparecendo novamente. Então a situação é de normalidade. Eu me sinto muito confortável em assumir a presidência da Câmara, depois daquela crise toda. Foi uma experiência na verdade. Acho que fiz um curso preparatório para assumir a presidência da Casa. Estou muito tranquilo. Acredito que nesses dois anos nós podemos melhorar a imagem da Câmara Legislativa, mas é importante levar a câmara para perto da sociedade. O principal papel da Câmara agora é se aproximar da população e mostrar pra sociedade que a Câmara é imprescindível na democracia no DF. O novo Governo do DF lançou uma secretaria da transparência exatamente para cuidar do problema grave da corrupção no DF. O que a Câmara Legislativa vai fazer nesse sentido? Na verdade é um novo governo, um novo caminho. Fruto inclusive de projeto vitorioso em função das eleições, das urnas, de forma democrática, direta, através do voto do cidadão que é quem tem que eleger seus representantes. A criação da secretaria é mais um instrumento para fiscalizar o governo. Os recursos públicos são oriundos de que? Do dinheiro do contribuinte. Então, na verdade, a Câmara também vai fazer o seu papel. Os parlamentares e assessores técnicos fiscalizam através do Sistema Integrado de Gestão Governamental. Nós vamos fiscalizar. Agora é importante lembrar ao cidadão, que a imprensa tem o seu papel. O Ministério Público tem o seu papel. O judiciário tem o seu papel e, principalmente o cidadão que precisa fiscalizar não só os gastos como os atos do executivo e também do legislativo. Agora nós estamos na sede definitiva. Estamos dotando a câmara de todas as condições, pra que tudo seja informatizado, inclusive o processo legislativo.

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A composição da Câmara, devido ao resultado eleitoral em Brasília é muito complexa. Elegemos um número muito grande de partidos, pequenos partidos, partidos que só tem um deputado. As negociações políticas não são fáceis. Como é que a mesa vai tratar essas questões que todo mundo sabe que são comuns nas negociações para aprovação de projetos. Como a presidência da casa, que é ligada ao governador, vai lidar com esses conflitos de interesses? Na verdade é a vontade popular. Foi o que eu falei de você ir às zonas escolher seus representantes. A sociedade escolheu um projeto que foi ouvido. Elegeu dois senadores e 15 parlamentares da base do governador que também foi eleito no mesmo projeto. Só que nós temos 17 partidos com um único deputado, então você não tem como negociar diretamente com o partido político. É diferente do PT, que tem uma linha partidária, ideológica e o parlamentar tem que seguir. Esses partidos não seguem. Por mais que tivesse um partido qualquer que tivesse uma bancada maior, você não conseguiria negociar diretamente com o partido. Tem que ser com o deputado. Então na verdade, nós vamos ter que fazer um exercício muito grande para conversar com os parlamentares. A eleição da mesa já foi um exemplo. Eu coloquei meu nome à presidência da Câmara, fui eleito por unanimidade pelos 24 parlamentares, mas nós tivemos algumas dificuldades na composição do restante da mesa. Normal no parlamento. Então o que vai acontecer é que a Câmara deixou de ser um balcão de negócios. A relação que existia antes dos parlamentares com o executivo, que levou ao escândalo da caixa de pandora acabou. O que vamos fazer é dialogar, debater, conversar com os parlamentares exaustivamente para que nós possamos chegar a um consenso e depois à votação. Uma outra prova dos debates, diálogos são as votações para as nove comissões permanentes e a eleição do corregedor da Casa. É importante essa relação de respeito e essa relação democrática e não aquela relação promíscua que existia no passado. 14

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Eu acredito que passamos por uma crise muito profunda no DF. Esquema de corrupção. Uma quadrilha de verdade que se instalou no DF A câmara começou esse mandato com um problema complicado que é a nomeação dos cargos de confiança. Isso está resolvido ou ainda tem que mexer em alguma coisa? Isso está resolvido. Na verdade a Câmara tem um planejamento. Nós temos uma sessão que é a CPO, Coordenação de Planejamento de Orçamentos e Finanças. Fazemos o planejamento anual, inclusive, para nos mantermos sempre dentro da LRF, que é a lei de responsabilidade fiscal. Acontece que no ano da crise, que estourou no dia 27 de novembro de 2009, no ano de 2010 tivemos uma queda na arrecadação, e é comum em todo início de ano, no primeiro quadrimestre uma queda na arrecadação porque os impostos IPTU, IPVA só começam a ser arrecadados no mês de março e de abril, quando dos vencimentos. Com a queda da arrecadação, tivemos meses, no primeiro quadrimestre, uma queda de mais de 5%, e com isso, ultrapassou a LRF. Nos seguin-

tes, ficamos enquadrados e chegamos agora no final do ano, com 1,58, abaixo do 1,62 que é o limite prudencial. Nós já temos uma prospecção para o ano inteiro. Vamos nos manter dentro da LRF, para garantir, inclusive, que o DF possa fazer empréstimos internacionais ou convênios com o governo federal e possa viabilizar um transporte público melhor com o VLT e o VLP. Hoje, a Câmara tem a situação normalizada. Os parlamentares vão começar a legislatura com os servidores de livre provimento, cargos de confiança. Tudo com muita tranquilidade e muita transparência. Eu tive uma missão muito árdua. No primeiro mês tive que demitir 580 trabalhadores que são servidores de livre provimento, de confiança, mas são trabalhadores. Não é muito fácil se fazer essa equação. O governador demitiu 20 mil. É. Vinte mil numa canetada. Eu tenho 23 deputados me pressionando todos os dias, o tempo inteiro. Tive que ser firme e duro. São 17 partidos diferentes. Mas foi tranquilo. Acabou. Está normalizado. O seu histórico de político é sempre de ações perto da sua categoria de policial militar, de corpo de bombeiros. Como fazer a câmara se aproximar da população e fazer com que a população perceba os mecanismos de melhora de imagem da câmara. Como se dará essa aproximação? Na verdade nós tentamos isso na legislação passada. Como nós ganhamos o segundo biênio na mesa diretora, instituímos a câmara nas cidades. Ela ia nas cidades satélites para fazer o debate com a sociedade. No período em que fizemos seis edições da “Câmara das Cidades”, a imagem da Casa melhorou. Antes do escândalo da Caixa de Pandora tínhamos uma pesquisa que apontava 57% de aprovação da sociedade. A mesma não foi divulgada porque 15 dias depois foi deflagrado o escândalo e aí foi tudo por terra novamente. Mas serviu de exemplo para mostrar que a câmara tem que ir na cidade debater com o cidadão. Nós vamos começar uma nova


edição, só que de forma diferenciada. Vamos nas escolas públicas debater com os jovens de ensino médio, porque são eles que vão definir o futuro da população. Vamos debater e mostrar inclusive o seguinte: que a câmara, a atividade parlamentar, ela não se restringe só a votação em plenário. Vai muito além disso. É visitar um hospital público, uma escola pública, uma delegacia de polícia. Assim voce instiga a população a participar. E tem até uma experiência que fizemos na última legislatura. O ex deputado Milton Barbosa era presidente da comissão de assuntos sociais e eu vice. Fomos em todas as regiões administrativas. Ao invés de fazermos a reunião da comissão na câmara, íamos na cidade ouvir a população e muitas pessoas participavam e de lá saíram muitas indicações de problemas que a população enfrentava com muitas idéias e propostas de projetos que inclusive foram depois apresentadas pela comissão no conjunto dos parlamentares e não um único parlamentar como autor dessa proposição. Então é importante levar a câmara para as cidades Agora, a geração jovem está tomando pé das coisas. Brasília tem só 50 anos. Existe alguma política pública voltada específicamente para esses jovens da frente parlamentar da juventude, que daí pra frente vão atuar em Brasília pedindo mil coisas, desde melhoria no transporte, cursos técnicos a inserção no primeiro trabalho” Na verdade o governo tem sim. O projeto vitorioso desse governo Novo Caminho, do governador Agnelo tem algumas novidades e a Câmara Legislativa tem que fazer o seu papel. É importante, por exemplo, que a escola do legislativo vá até as cidades discutir com os jovens, debater com as crianças inclusive. Nós temos um ótimo projeto na câmara federal que é o Plenarinho, onde as crianças atuam como deputados e fazem de conta que estão aprovando projetos de lei. É uma forma de estimular a participação de crianças e jovens, porque na verdade a política funciona 24 horas em todos os lugares. Os jovens tem que ser uma preocupação do poder legislativo.

É importante essa relação de respeito e essa relação democrática e não aquela relação promíscua que existia no passado Quando da posse dos parlamentares, o governador mandou uma carta e pediu uma atenção especial à saúde que é uma preocupação constante dele e é sabido que como ele é ligado ao setor, pediu contratação de 10 mil servidores. Na verdade o projeto chegou na CL e é tradição quando começam as atividades do poder legislativo, o executivo encaminhar uma mensagem, ou seja, um pacote em qualquer dos segmentos da sua área de atuação. A carta de Agnelo foi levada aos parlamentares pelo chefe da casa civil, Jacques Pena que a leu em público em sessão muito prestigiada. A saúde na verdade está um caos e o governador prometeu na sua campanha que iria mudar o setor do DF. O local que tinha maior corrupção no DF, onde estourou a caixa de pandora. Então, é preciso que haja essa recuperação.

E a contratação de 10 mil servidores, seja médico, auxiliar de enfermagem, técnicos de enfermagem e enfermeiros vai ajudar nesse resgate. Mas tem outras ações que tem que ser revistas. É preciso reestruturar o sistema de saúde. A farmácia central tem que ser vista. A contratação de remédios de alto custo também tem que ser revisto. Quem sempre fez a compra de medicamentos foi a Secretaria de Planejamento e aí não tem nada a ver com a Secretaria de Saúde. Agora vai ser transferido. A Secretaria de Saúde é que vai comprar aquilo que é necessário. É preciso fazer tudo com muita responsabilidade. Temos hospitais que precisam de reforma ou até serem implodidos e construídos novos. O Hospital do Gama é um exemplo. O local não consegue atender às demandas. É preciso que o governador tome uma atitude enérgica. Ele já anunciou que vai implodir o hospital e vai construir um novo hospital modelo, na entrada da cidade, ao lado do campus da UnB, para atender à população do Gama da forma que ela merece. Esse pacote de medidas enviado pelo governador, o senhor pensa que vai ser aprovado facilmente ou vai ter aquele transtorno dos blocos como foi feito na mesa no início da legislatura? Eu acho que vai ser aprovado tranquilamente. Não tenho nenhuma dúvida. Nós temos 24 parlamentares e 17 siglas partidárias diferentes, mas uma coisa é a disputa interna na câmara, outra coisa é a questão para a sociedade. Esse projeto da saúde atende a quem? À sociedade e nenhum deputado vai querer ficar com a mancha de que não quer aprovar. O problema da saúde tem que ser resolvido, enfrentado e eu acredito que vai ser aprovado com facilidade. Todos os parlamentares têm demonstrado tranqüilidade na aprovação desse projeto. Já estão estudando o projeto. Nós vamos aprovar, mas a câmara vai fiscalizar, não só a execução do projeto como também a execução orçamentária, porque é importante que o legislativo fiscalize o executivo.

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Panorama Político

tarcísio holanda

O PT defende a herança de lula O

Diretório Nacional do PT reuniu-se, em Brasília, quinta-feira passada, com o objetivo de celebrar o 31º aniversário do partido, aprovando uma resolução em que avalia os oito anos de poder de Lula e as críticas que a oposição tem feito a esse legado. No documento, o PT não só defende a herança de Lula, como trata o governo de Dilma como “continuidade” e “aprofundamento” da fase da administração do petista e o chama de “O terceiro governo democrático e popular”. Preocupado com as críticas da oposição, o PT acusa a “direita” de tentar destruir o resultado do governo de Lula. “Além de tirar o país da miséria, Lula se tornou líder mundial inconteste” – sustenta. Lembra que “líderes dos mais diferentes países e ideologias colocam Lula no topo das personalidades políticas mais importantes do mundo”, e avalia: “Isto a direita brasileira também não aceita”. Claro que o documento está pensando no PSDB e no DEM, quando assinala: “Desvalorizar as profundas mudanças ocorridas no país, nestes últimos anos, e desconstruir a liderança política de Lula são essenciais para o plano da direita brasileira de voltar ao poder e interditar nosso projeto estratégico”. O documento diz sobre Dilma Rousseff: “O Diretório Nacional celebra não só o 31º aniversário do PT como o início auspicioso do governo da companheira Dilma Rousseff ”.

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Presença no mundo

Campanha infame

A resolução do PT adverte que o desenvolvimento nacional “é condição essencial para assegurar a presença soberana no mundo” e lembra ser necessário “o prosseguimento de uma política externa altiva e ativa, que assegure lugar privilegiado para o Brasil e para a América do Sul no mundo multipolar”. Em outro trecho salienta-se o papel do partido: “Cabe ao PT a tarefa de servir de elo com a sociedade, especialmente com as demandas dos trabalhadores e dos mais desprotegidos”. E está como que defendendo o salário mínimo de R$ 545, ao dizer: “A unidade da base de sustentação do governo supõe que todos os partidos tenham acesso às responsabilidades da administração”.

Presidente de honra do partido, o ex-presidente Lula disse naquela festa comemorativa do aniversário da legenda: “A história haverá de mostrar que não houve campanha mais infame contra um partido do que a campanha feita contra o PT em 2005”. Lula se referia ao escândalo do Mensalão, cujo processo está no Supremo Tribunal Federal, envolvendo José Dirceu, Genoíno e figuras de escol da legenda. Como se sabe, o comando do PT decidiu promover uma mobilização nacional em favor da absolvição de José Dirceu, que é visto por Antonio Fernando de Souza, o então Procurador-Geral da República, como chefe da quadrilha que promoveu o escândalo do “Mensalão”.

Competência e probidade

Serra acusa Dilma de plágio

O Diretório petista avalia as responsabilidades administrativas dos partidos aliados quando indicam seus representantes para a máquina do Estado: “Essa participação se fará sempre em base a grandes orientações programáticas e a critérios de capacidade política e técnica e da probidade dos indicados”. Talvez o governo de Lula não tenha dispensado tanto rigor a esse respeito, mas Dilma não esquece o compromisso com a competência e a probidade. Ao nomear o novo presidente de Furnas, a grande central elétrica, dispensou os serviços de Eduardo Cunha e colocou no cargo um técnico. E isso foi feito às claras, colocado nos jornais, não provocando reação do PMDB.

José Serra, que competiu com Dilma pelo poder nas eleições de 2010, acaba de acusar a atual presidente da República de ter “copiado” uma idéia de sua autoria. Trata-se do Prouni do ensino técnico, que Dilma anunciou, na noite de quinta-feira, dia 10 do corrente, em cadeia nacional de rádio e televisão, como um dos compromissos de seu governo. Dilma Rousseff anunciou: “Pouco mais de um mês depois de assumir a Presidência, tenho algumas coisas a anunciar na Educação. Vamos lançar, ainda nesse trimestre, o Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica, o Pronatec. Entre outras vantagens, levará ao ensino


técnico a bem-sucedida experiência do ProUni”. Em seu blog no twitter, o ex-governador de São Paulo, José Serra, ironizou: “Parabéns ao governo pelo anúncio do Protec – o Prouni do ensino técnico, que propus na campanha. Bolsa para pagar anuidades do ensino técnico”. Serra foi mais claro, logo adiante: “Bem, fiz certa ironia, que nem todos compreenderam: o governo do PT copiou uma idéia nossa – Protec – que na campanha eles atacavam”.

A RECONCILIAÇÃO NO DEM “Quero presidir um partido que tenha dois governadores (Rio Grande do Norte e Santa Catarina), 43 deputados, cinco senadores e o prefeito de São Paulo” – senador José Agripino, candidato a presidente do DEM, comentando a ameaça de dissidência. Lideranças das duas correntes que disputam o controle do DEM, o antigo PFL, começaram uma rodada de negociações para evitar um confronto capaz de comprometer a unidade interna, almoçando em São Paulo. Almoçaram o senador José Agripino Maia (RN), candidato a presidente, e os ex-senadores Marco Maciel e Jorge Bornhausen, de Pernambuco e Santa Catarina, que receberam o apoio declarado do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O almoço foi o primeiro contacto direto dos representantes dos dois grupos em luta, que já nem se falavam. O ex-senador Jorge Bornhausen também se empenha em manter Gilberto Kassab

no DEM, evitando que ele ingresse no PMDB. Um forte aliado de José Agripino, o deputado ACM Neto (BA), visitou o prefeito Gilberto Kassab, o que representou a primeira tentativa de evitar a disputa interna e promover a reconciliação das duas correntes. ACM venceu a disputa na bancada do DEM na Câmara e se tornou o líder, derrotando Eduardo Sciarra, do Paraná, candidato de Kassab e Bornhausen, o que transformou Agripino em candidato favorito a presidente da legenda. Derrotado na eleição do ano passado, como candidato à reeleição, o ex-senador Marco Maciel é o candidato a presidente apoiado por Bornhausen. Cauteloso, Maciel não assumiu a condição de candidato a presidente.

Evitar a saída de Kassab Na conversa que manteve com Gilberto Kassab, em São Paulo, ACM Neto tentou demovê-lo da idéia de trocar o DEM pelo PMDB, insistindo em que permanecesse no partido. Kassab não disse que sim e nem que não. Três figuras importantes do grupo de Bornhausen tiveram uma primeira conversa com José Agripino: o derrotado por ACM, o paranaense Eduardo Sciarra, o ex-deputado mineiro Roberto Brant e Índio da Costa, ex-vice de José Serra. ACM Neto foi testemunha da conversa. Os três políticos deixaram claro que não cogitam de abandonar o DEM, como o prefeito Gilberto Kassab. Pelo contrário, disseram que têm interesse em fortalecer o partido.

Candidato favorito Claro que o senador José Agripino julga-se favorito e não acredita que o cuidadoso Marco Maciel se disponha a correr o risco de entrar na disputa como candidato. Daí por que José Agripino está inteiramente dedicado em conseguir a reconciliação interna do DEM. Engajado com José Agripino, ACM Neto pretende escolher alguns deputados da corrente adversária para vice-líderes, incluindo o próprio deputado Eduardo Sciarra, que derrotou. Agripino já conversou com Jorge Bornhausen, procurando afastar divergências e se transformar em candidato único à presidência da legenda. O que se pretende é compor a Executiva Nacional com os representantes dos dois grupos.

Linha-dura no DEM José Agripino tem confidenciado a amigos de sua confiança que deseja manter a unidade, advertindo: “Quero presidir um partido que tenha dois governadores (Rio Grande do Norte e Santa Catarina), 43 deputados, cinco senadores e o prefeito de São Paulo”. Agripino não admite nem a hipótese de Gilberto Kassab, o prefeito da capital paulista, trocar o DEM pelo PMDB. Eleito presidente do DEM, José Agripino estaria disposto a reclamar na Justiça Eleitoral o mandato de Kassab, se ele abandonar o DEM. Sua tese: eleito pelo DEM, o mandato do prefeito paulistano pertence ao partido.

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Brasília e Coisa & Tal

O governador Agnelo Queiroz deveria seguir o exemplo de Lula e Dilma Rousseff e inaugurar um programa semanal na Rádio Cultura FM 100,9, a emissora pública do Distrito Federal.

Gustavo Lima

Flashes de Agnelo

Romário Schettino

Alerta no Velho Chico

Fortalecer os conselhos No pacote contra a corrupção, o governador Agnelo Queiroz deu ênfase a um item relevante: fortalecimento dos conselhos como meio de controle social. Isso significa fortalecer a democracia participativa.

Sinal de alerta na parte mineira do Rio São Francisco. Pesquisa do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (IGC/UFMG) aponta a contaminação de afluentes do Velho Chico por metais pesados, perigosos para o meio ambiente e a saúde do homem. No trecho mais crítico, em Três Marias, as análises constataram que a presença dessas substâncias na água está 200 vezes acima do limite estipulado pela legislação. Atenção, Ibama!

CORRUPÇÃO Divulgação

Band censura Erundina

Nepotismo, não Nenhum servidor do GDF pode deixar de declarar a existência de parentesco na administração púbica. Aquele que omitir essa informação poderá ser exonerado. E os fichas sujas também terão que desocupar as cadeiras. Transparência neles!

VS

Dilma na TV

Lecino Filho

AFP Photo/Antonio Scorza

A primeira aparição da presidenta Dilma Rousseff em rede nacional foi para falar de um tema muito caro ao senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Aliás, esse tipo de pronunciamento na volta às aulas foi defendido por Cristovam durante os dois governos Lula e nunca foi atendido. Assim, Dilma conquista o coração do senador. A valorização da educação ficou evidente no ato e nas metas fixadas por ela. Ensino técnico e melhoria no ensino são o que precisa o Brasil para avançar no crescimento tecnológico rumo ao futuro.

A assessoria de imprensa da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) informa que a produção do programa Manhã Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes, de São Paulo, agendou uma entrevista por telefone com a deputada Luiza Erundina. A pauta seria o Projeto de Lei n° 55/11, apresentado pela deputada, que institui referendo popular obrigatório para a fixação dos vencimentos do presidente da República e dos parlamentares. Meia hora antes da entrada no ar, a entrevista foi cancelada por veto da direção do Grupo Bandeirantes. Motivo? “Este veto é uma resposta aos ataques que a deputada vem fazendo à Rede Bandeirantes”. Os “ataques” nada mais são do que um requerimento de Erundina para a realização de audiências públicas com o objetivo de debater a renovação de concessões públicas de rádio e TV. É essa a liberdade de expressão que o oligopólio da comunicação defende?

Povo derruba Mubarak O movimento popular é vitorioso no Egito. Hosni Mubarak e Osman Suleiman, presidente e vice, renunciam. Uma Junta Militar assume

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Comunicando

Divulgação

Regulação da mídia

o governo para convocar eleições gerais e instaurar uma nova Constituição. Alguma coisa acontece no Oriente Médio. Essa mudança sinaliza o futuro do enfraquecimento da presença dos Estados Unidos na região. Vamos aguardar um pouco mais para ter certeza de que a era da intervenção militar estrangeira chegou ao fim. Com base no diálogo é possível retomar a democracia no Egito e equilibrar as forças políticas pró e anti-Estado islâmico.

Divulgação

Para o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), o marco regulatório para a mídia é uma prioridade do partido. No artigo “O Congresso e os desafios para 2011”, no site do PT, Teixeira diz que “a matéria não pode ser mais adiada” apesar da “chiadeira dos proprietários dos conglomerados de comunicação”. E acrescenta: “a definição de um marco regulatório que garanta mais liberdade de expressão, democratize e impeça a monopolização do setor está na agenda do Congresso”. A ver.

Reynaldo e o Hino Na abertura da homenagem a Reynaldo Jardim, realizada no dia 7 de fevereiro, no Museu da República, foi apresentado o Hino Nacional Alternativo, escrito por ele em 1988 e vencedor de um concurso feito na UnB, e musicado pelo maestro e compositor Jorge Antunes. Muitos amigos declamaram seus versos e lamentaram a perda do amigo artista, poeta e libertário. Hino Nacional Alternativo (1988) Música – Jorge Antunes Letra – Reynaldo Jardim Da paisagem ferida, da criança lesada, da mulher soluçando, homem triste na estrada, desta terra traída, pobre gente humilhada, há de bela explodir a nação liberada.

Nova Reforma

Seja o choro incontido um clamor de alegria, seja o tempo sofrido as raízes do dia.

Subterrâneos do Eixão Uirá Lourenço

Nasce uma nova Reforma. Mais de 140 teólogos católicos da Alemanha, Áustria e Suíça assinaram uma declaração solicitando profundas reformas na Igreja Católica, revelou o jornal Süddeutsche Zeitung. Os 144 professores de teologia católica em universidades de língua alemã defendem a abolição do celibato, o exercício do sacerdócio por homens casados e mulheres e uma maior participação dos fiéis no preenchimento de cargos importantes, como os bispos. O Vaticano que se cuide.

passagens subterrâneas do Eixão. Aquilo lá é nojento e um desrespeito ao cidadão, que acaba sendo obrigado a atravessar a pista. Com o risco de morte não se brinca.

Uma tarefa imediata para o governador Agnelo Queiroz é mandar limpar as

Seja o canto emotivo a paixão rebeldia, no trabalho do povo é que o povo confia. Há de o povo cantar o Brasil renasceu, nossa pátria é você, minha pátria sou eu. E-mail: romario@abordo.com.br

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Política Brasília Por: Veronica Soares

Divulgação

José Cruz/ABr

Depois de muitas discussões, o Governo do Distrito Federal conseguiu fechar o grande acordo para a formação das comissões temáticas da Câmara Legislativa. As três semanas que antecederam a decisão final, a Casa foi palco de grandes discussões entre a base aliada, bloco independente e a oposição. Tudo isso para evitar o risco de ver a pendência ser decidida no voto. Das nove comissões, a base governista irá presidir seis. A Comissão de Constituição e Justiça, uma das duas principais da Casa, será presidida por Chico Leite (PT) e a de Economia, Orçamento e Finanças ficou nas mãos de Agaciel Maia (PTC). Para fechar os blocos das comissões presididas pelos aliados, a de Segurança ficou com Aylton Gomes (PR), a Desenvolvimento Econômico Sustentável ficou com Rôney Nemer (PMDB), Defesa do Consumidor será presidida por Rejane Pitanga (PT) e, por fim, Assuntos Fundiários com Cláudio Abrantes (PPS). A oposição angariou três: a de Ética e Direitos Humanos ficou com Celina Leão (PMN), Liliane Roriz (PRTB) irá presidir a de Assistência Social e a de Educação e Saúde ficou com Washington Mesquita (PSDB). Segundo fontes, a indecisão na escolha dos presidentes das comissões gerou um desconforto na Casa. Tudo começou, quando nos acordos que elegeu Patrício como presidente da CLDF. Para Patrício ser eleito, céus e terras foram prometidos aos deputados que o apoiasse (no caso, as presidências das comissões). Mas o número de cadeiras das comissões eram poucas para a quantidade de distritais. Pelo visto, tudo e todos foram ajeitados em seus devidos lugares.

Currículo duvidoso Três dos os aliados que vão presidir comissões têm um currículo um pouco duvidosos. O distrital Agaciel Maia se envolveu, há

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dois anos, no escândalo dos atos secretos do Senado. Ele se diz inocente. Os outros dois foram citados na operação Caixa de Pandora, que resultou na queda do ex-governador José Roberto Arruda e toda a sua cúpula. Rôney Nemer (PMDB) e Aylton Gomes (PR)., pra variar, também alegam inocência.

Compensação Até o início da semana passada, a grande discussão que rodeava a Câmara Legislativa era a briga pela presidência da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF). Os distritais Agaciel Maia (PTC) e Olair Francisco (PTdoB) queriam, a qualquer custo, a presidência da Comissão. Agaciel saiu na melhor. Segundo o próprio Olair declarou a um Blog da cidade, um acordo o fez desistir da disputa. Mas, ato de generosidade seria compensado em 2012. Para isso, o democrata Raad Massouh, colega de bloco de Olair renunciaria, no próximo ano, à Primeira Secretaria da Mesa Diretora para que Olair pudesse assumir em seu lugar. Raad, entretanto, nega a existência de qualquer acerto sobre seu cargo.

Lei da Ficha volta ao debate Depois de, em 2010, mudar o cenário político brasileiro, a Lei da Ficha Limpa volta a ser debatido no Supremo Tribunal Federal (STF). Três dias após ser nomeado para o cargo de ministro STF, Luiz Fux avaliou que a Lei foi uma iniciativa que conspira em favor da moralidade administrativa. Mas, mesmo assim, o ministro afirmou que tomará uma posição sobre os processos que envolvem a aplicação da Ficha Limpa somente depois de conhecer os casos concretos. Segundo ele, que sempre defendeu a ferro e fogo uma regra que diz que juiz não julga sem conhecimento dos autos. “Porque o que está nos autos não está no mundo. Eu não conheço esse mundo ainda. A lei (da Ficha Limpa), em geral, é uma lei que conspira em favor da moralidade administrativa como está na Constituição Federal. O caso concreto eu não conheço”, disse Fux. Em 2010, dois julgamentos sobre a lei terminaram empatados. O STF aguarda a chegada do novo José Cruz/ABr

Comissões


Alerta da dengue pelo celular

Fabrizio Pensati

A Secretaria de Saúde de DF está usando uma nova ferramenta para alertar as pessoas sobre a Dengue. Mensagens enviadas do celular alertam: “Vizinho bacana que previne a dengue na sua casa protege também a comunidade. Seja um vizinho legal!”. Está dado o recado.

no próprio corredor que deveriam funcionar como rota de fuga em caso de incêndio na parte alta do prédio do Anexo I. Depois de ser noticiado pela imprensa, causar muito desconforto na Casa e os dois senadores darem muitas desculpas esfarrapadas, eles resolveram levantar acampamento e desocupar o espaço. Rob Sinclair

ministro para voltar a apreciar recursos contra a norma que barrou a candidatura de alguns políticos.

Herança: Roriz deixa um calo discreto Alguns deputados acreditavam que a distrital Liliane Roriz (PRTB) seguiria o tom, digamos “discreto”, da irmã, Jaqueline Roriz que saiu da Câmara Legislativa e agora assumiu mandato na Câmara dos Deputados. Em espécie de “dobradinha” com a também novata Celina Leão (PMN), Liliane já mostrou que a sua postura não vai ser bem assim. Nada de ataques, nada de ofensas. A herdeira de Roriz tem pautado o trabalho, mostrando simplesmente, as contradições cometidas pelo governo de Agnelo. A estratégia é comparar o discurso do PT na época de oposição e o de agora, com todas as diferenças. Pelo jeito, a tática tem dado certo.

Puxadinho no Senado Federal Quem disse que invasão de área pública só acontece em lugares onde as autoridades não estão presentes, se enganou. Na última semana, uma notícia do Senado Federal deixou de boca aberta quem pensava que já havia visto de tudo vindo da Esplanada nos Ministérios. Dois senadores, alojados no 14º e 15º andares, fizeram um “puxadinho” dos seus gabinetes na saída de emergência da área comum do Anexo I, que liga o Senado à Câmara. Os senadores Gim Argello (PTB-DF) e Renan Calheiros (PMDB-AL), fecharam o corredor que liga os dois prédios com portas de vidro. Num luxo só, as “salas” improvisadas foram mobiliadas com sofás, mesas e as recepcionistas dos gabinetes despachavam

Salário mínimo Depois de mais de 10 horas de discussão, a Câmara dos Deputados decidiu, na madrugada da quinta-feira (17), o salário mínimo de R$ 545. Em votação simbólica, o plenário aprovou o texto básico do projeto de lei do Executivo, que estabelece diretrizes para a valorização do salário mínimo entre 2012 e 2015. A proposta tem como base para os reajustes o índice da inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB), dos dois anos anteriores. A Casa também rejeitou duas emendas que previam reajustar o salário para R$ 560 (do DEM) e R$ 600 (do PSDB). O ajuste de R$ 5 no valor do mínimo pode representar a primeira grande vitória da presidente Dilma Roussef. Apesar de o governo contar com uma ampla vantagem na votação, o Palácio do Planalto colocou sobre a mesa todas as cartas disponíveis para enquadrar a base aliada para que votassem a favor da proposta do governo. Para entrar em vigor, a proposta ainda precisa ser apreciada no Senado. A expectativa é que a votação deva acontecer ainda nesta semana. Se não sofrer nenhuma alteração, será enviada para sanção presidencial. A primeira vitória de Dilma pode representar uma derrota para milhões de trabalhadores que sobrevivem com um salário mínimo. Com R$ 5, o salário ficou mesmo no mínimo.

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Dinheiro

mauro castro

Salário mínimo: quem ganha, quem perde B

rasília não é um bom lugar para se discutir salário mínimo, isso quando se leva em consideração a alta renda per capita da nossa população. A questão se o salário fica em R$ 540 ou sobe para além dos R$ 580 é um grande problema para o executivo federal e para as regiões mais carentes do Brasil. Dividindo a questão, basta entender que no Distrito Federal são poucas as pessoas que aceitam ganhar abaixo de R$ 700 reais. Em outras regiões encontramos duas torcidas aguerridas em relação à decisão do mínimo: a turma dos empregadores, que se assustam com a ideia de ter que pagar um ajuste acima da inflação e, de outro lado, a turma dos empregados, que entendem que viver com o salário atual não dá mais. Na prática, as pessoas se adaptam. Não será a primeira vez que o salário mínimo

Brasil nas alturas Até 2010, o Brasil deve alcançar o quarto lugar no mercado de voos domésticos, com cerca de 90 milhões de passageiros, segundo relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo. Os Estados Unidos, com cerca de 671 milhões de passageiros, devem ser o principal mercado, seguidos por China e Japão. A Índia, com 69 milhões de passageiros, deverá ocupar a quinta

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saltará acima da inflação ou ficará estacionado, respeitando os limites. Longe de aceitar pacificamente qualquer valor, o cidadão brasileiro deve buscar um salário digno para seu trabalho. O mínimo é uma ferramenta própria de um país com alta desigualdade social, e ainda, com muita disparidade na formação de mão de obra. Para quem paga fica a impressão de que assumir um salá-

rio mais alto inviabilizará qualquer contratação. Coisa que impressiona quando atentamos para o crescente lucro das empresas. Manter o salário em patamares comportados, em torno de R$ 540, ajuda apenas as contas da União. Para o cidadão que recebe e para o que paga é injustiça social. Pagar salário baixo é forçar uma série de conseqüências sociais que todos querem evitar. Imaginar que haverá desemprego por conta de um aumento exagerado também se reveste de terrorismo precipitado. O justo é aproveitar o bom momento do Brasil e forçar a distribuição de renda, garantindo dignidade para quem quer trabalhar. Com salário baixo todos perdem. Para os empregadores que ficam reféns da violência e má qualificação do trabalhador e para os empregados, que dispensa comentários.

União

Curtas

colocação. Os números revelam a verdadeira ansiedade no meio aeronáutico quanto à infra-estrutura aeroportuária.

Malha fina vencida Receita Federal abriu consultas a lote de restituição de Imposto de Renda Pessoa Física 2006, sobre informações relativas a 2005 e que ficaram retidas na malha fina. O dinheiro estará corrigido em 52,85% e poderá ser sacado a partir

do dia 22 de fevereiro. O lote residual tem mais de três mil contribuintes, cujas declarações apresentaram irregularidades após varreduras nos computadores do Fisco. Quase dois mil contribuintes terão direito à restituição. Todos os outros vão pagar imposto no montante de R$ 6,2 milhões. Para saber se está na lista da restituição, o contribuinte pode ligar para o telefone 146 ou acessar a página do Fisco na internet.


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Capa

Por: Michel Aleixo | Fotos: Gustavo Lima e Jhennifer Corrêa

repressão, vício Secretaria de Segurança lança operações de combate ao tráfico. É a melhor solução?


COMBATE

N

o dia 21 de janeiro de 2011, mais de mil homens e mulheres das policias civil e militar e membros de outras esferas da segurança pública do Distrito Federal lançaram a Operação Buriti de combate ostensivo ao tráfico de drogas. Utilizando 450 viaturas, policiais prenderam em flagrante 83 pessoas envolvidas em latrocínios, roubos e crimes relacionados ao tráfico e consumo de drogas em Taguatinga e no Plano Piloto. A Secretaria de Segurança Pública – SSP tinha um objetivo claro com a operação: mostrar para a sociedade e para a imprensa que o Estado está presente e operante na luta contra o mal que, hoje atinge cerca de 62% da população brasileira, já usou algum tipo de droga lícita ou ilícita. Não diferente de todo centro urbano das grandes cidades brasileiras, no Plano Piloto, embaixo das sombras sóbrias da arquitetura de Niemeyer, o reflexo da desigualdade social e a devastação do vício em drogas pesadas como o crack e a merla é cada vez mais agressivo e visível a olho nu. Mesmo para um cidadão comum, que prefira simplesmente ignorar essa realidade, começa a incomodar e criar temor o número crescente de jovens e adultos que, a qualquer hora, todos os dias, lutam para alimentar seu vício a céu aberto em diversos pontos da capital do país. O poderio do crack é cada vez mais visível em Brasília. Dados da SSP indicam que só em duas grandes operações de abordagem, mais de uma tonelada de maconha e 200 pedras de crack foram apreendidas. “Essa operação de janeiro avisou a todos que podemos potencializar o policiamento. Quisemos deixar claro à população que o Distrito Federal está seguro”, garante o subsecretário de Operações da SSP, Coronel Jooziel Freire. Para estudiosos e agentes públicos, a grande questão do combate às drogas sempre foi a sensação de guerra a um terror infinito. Afinal, prendem-se os traficantes e chegam outros para ocupar os lugares vazios. Para o agente da Polícia Federal, Cláudio Avelar, não existe uma fórmula geral aplicável pelos órgãos de segurança pública para dar solução a esse quebra-cabeça. Porém, ações básicas devem servir como via de regra. “O mais importante deve ser sempre a interatividade com outras áreas como saúde, emprego e educação. Alguém ocupa o espaço deixado pelo Estado ausente e, normalmente, o crime não perde as oportunidades”, pondera. Cláudio, que tem experiência no combate ao tráfico nas fronteiras, acredita que a ausência do poder público tem permitido que as organizações criminosas, além de se instalarem, consigam devastar as famílias pelo vício. Especialmente entre os jovens usuários. “Uma afirmação que posso fazer é que não será apenas com repressão policial que o tráfico e o uso de drogas será controlado”, informa. O Coronel Jooziel Freire compartilha da mesma linha de raciocício. A Operação Buriti foi apenas o estopim dos

projetos da secretaria para o combate à droga. “Desde o dia 31 de janeiro iniciamos a Operação Brasília Dias Melhores. Ela sim tem todo um diferencial. É contínua e não tem data para interrupção. Este é um trabalho formulado em fases que vão crescendo”. A SSP criou um Conselho Operacional que reúne em cada região administrativa a Polícia Militar, o administrador e o delegado local, além de membros da comunidade. Segundo ele, a cada quinze dias, o grupo analisa registros da criminalidade, os problemas da área e define seu plano de ação, num trabalho de longo prazo. “Essa operação já desencadeou a prisão de diversos traficantes de pequeno e grande porte. Hoje até o trabalho de iluminação pública é realizado de acordo com os dados e necessidade de patrulhamento definidos nesse conselho”, ressalta o militar. Num primeiro momento, Asas Sul e Norte do Plano Piloto e Taguatinga, bairros com maiores índices de violência, estão com Operação Brasília Dias Melhores em pleno funcionamento. A proximidade entre o lado cinza do vício em drogas, representado pelo grande número de menores consumidores no centro da capital já tem causado um prejuízo difícil de contabilizar, mas de proporções consideráveis. Henrique Severien, diretor executivo da fundação privada dos representantes do setor de hotéis e restaurantes, Brasília e Região Convention & Visitors Bureau, constata que o grande número de viciados espalhados nas imediações dos hotéis do centro da cidade está manchando a imagem da capital. “Como hoteleiro, eu preciso ser franco com meus hóspedes. Mesmo estando há poucos metros do shopping, sou obrigado a dizer a eles que não é seguro caminhar até lá”, ressalta. Para o empresário, o dano causado por esse tipo de “publicidade” é devastador, porque é uma recordação difícil de apagar. “Um turista que é assaltado, volta à sua cidade de origem e conta sua experiência para vizinhos e parentes. Isso arruína as intenções de potenciais visitantes”, justifica. “Esse dano já é presente em Brasília e infelizmente o poder público parece não perceber e avaliar sua gravidade”, completa. O subsecretário de operações queixa-se do que ele chama de terrorismo midiático. Para o Coronel Jooziel, esse tipo de manifestação da imprensa gera um exagero em relação à violência urbana. “A insegurança, em muitas das vezes é promovida por um estado emocional de alarme da mídia. Precisamos desconstruir isso. Vai chegar uma hora que vou colocar na sua porta um policial fardado e você vai me dizer que não se sente seguro”, ressalta. A aposta do militar é na eficácia da nova linha de operação da Secretaria, baseada em estatísticas e análise da hora e locais dos crimes. “Não estou negligenciando o problema. A nossa nova operação pretende corrigir também esse tipo de delito. Vamos suprir as demandas à medida que vão surgindo. Dias Melhores virão”, opina.

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O Coronel Jooziel Freira, Subsecertário de Operações da SSP afirma que o combate às drogas será crescente

“Na guerra às drogas, quem entra com os cadáveres é a sociedade”, Rodrigo Mac Niven, cineasta

Para o agente federal Cláudio Avelar, o Estado vê o drogado como um doente, mas faz pouco por ele

“Um turista que é assaltado, volta a sua cidade de origem e conta sua experiência para vizinhos e parentes. Isso arruína as intenções de potenciais visitantes”, Henrique Severien, empresário

“A gente percebe que a dependência química é uma doença familiar”, Marcus Vinícius Paiva, psicólogo 26

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CONTRAPONTO “Acho triste ver a população aplaudindo e querendo ver os traficantes mortos. Como se eles não fossem dignos, antes, de uma reflexão maior sobre a situação. Na guerra às drogas, quem entra com os cadáveres é a sociedade”. A afirmação é do jornalista e cineasta carioca, Rodrigo Mac Niven, que em 2010 produziu e lançou de forma independente o documentário “Cortina de Fumaça”. Polêmico e repleto de reflexões de grandes personalidades do tema em todo o mundo, o filme foi selecionado para participar de festivais em cidades como Paris, na França e Beirute, no Líbano. A película debate a questão da legalização das drogas. Para o cineasta, a proibição de determinadas práticas relacionadas a algumas substâncias tóxicas precisa ser repensada porque a violência e a corrupção são conseqüências diretas dessa condição. Rodrigo sustenta que a grande questão é a distinção entre traficante e usuário. O cineasta entende que a diferença está fundamentada em circunstâncias impregnadas de preconceitos. “Um garoto negro, com cinco cigarros de maconha, andando perto de uma favela do Rio de Janeiro, certamente será enquadrado como traficante. O que não significa que ele seja. Na minha opinião, fundamentada pela pesquisa e pelas entrevistas que fiz para realizar o filme, o sistema de proibição é o maior causador dos problemas sofridos pela sociedade”, atesta. Para ele, enquanto não for regulamentada a produção, comércio, distribuição e venda das drogas ditas ilícitas, toda a sociedade continuará sofrendo com a violência e a corrupção que essa situação gera. “As pessoas que precisam de ajuda para tratar dos problemas de abuso de drogas continuarão em situação pior do que estariam se não fossem estigmatizadas”, acredita. Já o policial Cláudio Avelar é enfatico. “Se o uso do cigarro não mais fosse restrito, será que o número de fumantes seria reduzido? È claro que não. Pelo contrário. O constrangimento imposto ao fumante, sem dúvida, restringe a

quantidade de cigarros consumida e vendida”, salienta. “Foi a propaganda negativa e a proibição de fumo em áreas públicas e privadas que provocou essa diminuição”. Nesse embate polêmico, muitos acreditam que prender traficantes de rua e usuários junto com presidiários de maior periculosidade, transforma aspirantes a criminosos em profissionais. O Coronel Jooziel discorda veementemente. Para ele, a impunidade é um problema muito sério. “Quando o Estado resolveu amenizar a responsabilidade para quem consome, ele deveria saber que isso não seria fácil. É preciso reprimir com mais intensidade e deixar claro que não haverá em hipótese nenhuma impunidade”. O documentarista explica que em sua visão, legalizar significa regulamentar. “Isso é muito importante que as pessoas entendam. Antes das minhas pesquisas para fazer o filme, eu tinha essa ideia de que legalização era sinônimo de liberação, exatamente como acontece com a cerveja, com o cigarro e com os remédios "tarja-preta". Acho sim, que a regulamentação é o caminho”, sustenta Rodrigo. Ouvir duas opiniões tão divergentes sobre um assunto tão complexo acaba por criar um invariável debate. Cláudio Avelar lança um desafio: “Pergunte a qualquer usuário de drogas se caso ela fosse liberada, ele deixaria de usar. Será que o coitado usa droga apenas porque está proibido? não. É uma somatória de fatores que conduz a pessoa a substituir alguma carência pela substância que parecer satisfazê-lo”. O agente federal conta que países que liberaram o uso de drogas perderam o completo controle, fazendo sim aumentar o número de usuários, criando novos guetos nas zonas de livre uso, marginalizando os comerciantes. Mac Niven rebate: “A legalização, como legislação, não foi aplicada em nenhum país do mundo. Isso é importante que se saiba. O que acontece na Holanda é uma flexibilização com relação à maconha, por exemplo. A única experiência real de legalização aconteceu nos EUA quando foi liberado o consumo do ál-


cool, que havia sido criminalizado com a Lei Seca na década de 30”, lembra o cineasta fazendo a ressalva de que “a regulamentação não é panacéia que vai resolver todos os problemas. É preciso ter um conjunto de ações como, por exemplo, investimentos em redução de danos para receber e tratar daqueles que precisam de ajuda”.

REALIDADE Apesar da polaridade de opiniões, seja cineasta, policial ou empresário, existe concordância no sentido de que a origem do male da droga transcende o fato dela ser ou não proibida. O psicólogo Marcos Vinícius Paiva trabalha há cinco anos com pacientes que tentam se livrar do vício numa clínica especializada de tratamento. Para ele, existem vários fatores que ajudam a pessoa a recorrer à droga e se tornar um dependente. Entre eles, desestrutura familiar, traumas ou um transtorno de base. “Uma questão muito importante é que, independente do tempo que levou ao uso da droga, a dependência se torna presente, pois a pessoa geralmente apresenta algum tipo de transtorno de base; alguma doença já existente que tem que ser tratada. Mas você tem uma doença paralela que é a dependência química”, alerta. “Você já imaginou quanto custa para o Estado montar uma unidade de tratamento de químico dependentes?”, indaga o Coronel da SSP. Na opinião dele, nesses casos, tratamentos impostos não funcionam. “Vamos cercando o indivíduo – prendendo, aplicando penas – até que ele entra num ponto de desespero e dizemos: temos essa saída para você. Nesse processo centrifugo: de 100 indivíduos conseguimos

colocar 30 no tratamento, que não retornam para aquele ambiente de onde foram retirados”, garante. A clínica Mansão Vida, localizada na região do Entorno, gerenciada pela enfermeira psiquiátrica Estér Giraldi, trabalha com o método cubano de internação. Nele, ocorre a chamada psiquiatria humanizada, onde médicos e pacientes não usam uniformes. “Aqui nós tratamos e somos tratados. Nós só falamos que um paciente está limpo, depois de dois anos que ele

Você já imaginou quanto custa para o Estado montar uma unidade de tratamento de químico dependentes? saiu da internação”, afirma. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 45% dos pacientes que fazem um programa de reabilitação se recuperam. No último ano, segundo a enfermeira, o índice de recuperação de pacientes na sua clínica foi de 72%. O psicólogo Marcus Vinícius, que também faz parte da equipe da Mansão Vida, conta que em alguns casos a dependência química vem marcada no

traço genético. “Temos uma assistente social que faz uma árvore genealógica do paciente no sentido de encontrar, lá atrás, na história dessa pessoa, algum tipo de dependência. Seja ela de drogas ou de álcool. Ou seja, alguns já nascem com uma predisposição genética para a dependência química”. Seja familiar, genético ou fortuito, o certo é que o vício em drogas é um elefante branco que afeta a sociedade direta ou indiretamente. No fim das contas, a discussão sobre a legalização ou maior rigidez penal sobre o problema será sempre subjetiva. É como se ela resvalasse nos elos da corrente que sustenta esse problema. O indivíduo é o elo. Mesmo sendo social, educacional e policial em maior escala, o problema da droga é de saúde. O agente Cláudio Avelar cobra um governo mais atuante: “Se o Estado vê o drogado como doente, por que não existe local adequado para o tratamento? O poder público se limita a acompanhar de forma tão sutil, que beira a omissão”. O subsecretário de Operações da SSP reflete: “Concordo que você tem que ter uma estrutura imensa para perceber um viciado. Mas e depois? Infelizmente a sociedade é carregada de hipocrisia. “Você não vai pegar uma mulher que acabou de sair do presídio feminino, mesmo afirmando estar totalmente recuperada, para tomar conta de seus filhos enquanto sai para trabalhar”, compara. Segundo ele, as pessoas falam em ressocialização, mas querem os presídios bem longe de suas casas, da sua cidade. “Então, esse é o tipo de pergunta que não dá para você imputar para um governo. É uma questão que deve envolver todas as esferas da sociedade”, ressalta.

Oficinas de atividades com pacientes no centro de recuperação Mansão Vida

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Cidadania Por: Virgínia Ciarlini

Gustavo Lima

Séculos Indígenas no Brasil

Projeto faz melhorias e traz exposição ao Memorial dos Povos Indígenas

L

ouvável atitude da iniciativa privada em criar um projeto que faz diagnóstico, realiza benfeitorias e monta exposição com o objetivo de oferecer ao público um espaço recuperado e uma visão crítica da realidade dos povos indígenas no país. Séculos Indígenas no Brasil é um projeto ousado e também o nome da III edição da exposição. Para o cineasta Frank Coe, co-idealizador do Projeto, o pioneirismo e o inusitado dessa ideia é não se limitar em mostrar peças artísticas, mas em construir um conjunto de ações com o propósito de revitalizar e preparar o Memorial dos Povos Indígenas (MPI), espaço projetado por Oscar Niemeyer e concebido por Darcy Ribeiro, para movimentos permanentes de cunho cultural e educativo na capital.

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Séculos Indígenas no Brasil ainda não tem data certa para ser aberta ao público, mas o Memorial será reaberto no dia 25 de fevereiro próximo. Nessa ocasião, que culmina com o término da revitalização proposta pela equipe do Projeto, também estão previstas a apresentação de atividades preparatórias. Segundo os organizadores, o objetivo é instigar o público de professores e alunos da rede pública e privada de ensino, visando estimular a organização de visitas agendadas à exposição. Para José Delvinei, Subsecretário do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do DF, essa iniciativa pode ser encarada como uma retomada do Memorial. “Esses ajustes e adaptações realizadas para a exposição vão beneficiar todas as posteriores que já

estão pautadas para o ano de 2011”, informa. Além, é claro, de estimular a visitação ao espaço e a consequente disseminação da importância da preservação da história do elemento índio no país. A estimativa é de a exposição seja vista por mais de 50 mil estudantes das escolas do DF e Entorno. Para isso, os idealizadores do Projeto e Exposição estão realizando uma verdadeira sabatina em diversas secretarias em busca de apoio até para o transporte desses alunos.

Como surgiu o Projeto De contexto pioneiro no registro sobre a realidade, a riqueza e a diversidade das culturas e da espiritualidade indígena no Brasil surge o projeto que deu origem à exposição de nome homônimo, Séculos Indígenas no Brasil.


Gustavo Lima

Paulo Mertz

Hannah Beineke

José Delvinei

Foi em 1992 que as intenções éticas e estéticas de Frank Coe se uniram à experiência política e espiritual do líder indígena Álvaro Tukano. “A intenção comum era oferecer à opinião pública, uma luta ambiental”, informa Coe. A ocasião era mais que oportuna, recorda o cineasta. O Projeto tem raízes em um momento significativo da história cultural e política recente no país. A ECO-92 acontecia no Rio de Janeiro e o sentimento de proteção ao meio ambiente, aliado ao discurso de sustentabilidade e preservação da cultura pulsava nos meios de comunicação de massa. “Vimos aí a oportunidade de mostrar a importância das culturas humanas na construção de uma sociedade”.

Essa terceira edição tem a duração pretendida de 126 dias em Brasília e é composta por três vértices que acontecem simultaneamente. A primeira é a exposição que apresenta o material artístico e documental produzido ao longo dos 17 anos de existência do projeto. Essa parte é composta por fotografias, desenhos, gravuras, objetos de arte indígena do acervo Darcy Ribeiro, Berta Ribeiro e Eduardo Galvão que foram doados ao Memorial dos Povos Indígenas para compor o acervo permanente. Além de vídeos, animações e textos que apresentam diferentes aspectos da vida cotidiana de várias comunidades indígenas brasileiras. Conforme explica o cineasta, os eventos culturais também estão previstos e buscam promover maior reconhecimento entre culturas indígenas e não indígenas contando com a presença de representantes de, pelo menos, quinze etnias. “No Brasil são cerca de 234 etnias remanescentes e 180 línguas faladas”. E o grande diferencial dessa edição é a Ação Educativa. Coe considera fundamental para que o conteúdo e a qualidade das informações contidas na exposição sejam melhor aproveitadas pelo público visitante. O objetivo é transformar a experiência da visita em reflexão e conhecimento por meio do inusitado acervo. “Raramente uma exposição reunirá, em outra oportunidade, tanto material a respeito da história dos povos indígenas e do movimento indigenista no Brasil”, complementa. As duas primeiras edições de Séculos Indígenas no Brasil foram realizadas em Porto Alegre e no Rio de Janeiro no ano de 2005.

BENFEITORIAS NO MEMORIAL Substituição da película solar da parede de vidro, que em estado avançado de degradação interferia na iluminação natural das áreas internas e alterava a reprodução de cores das obras, além de prejudicar a estética do edifício; Confecção e reforma do mobiliário expositivo; Pintura interna e externa das esquadrias; Substituição da rede elétrica tanto da iluminação do espaço expositivo, quanto da readequação da capacidade de carga para demandas atuais; Instalação de iluminação de serviço em circuitos independentes visando economia de energia e segurança; Recuperação e pintura das calhas elétricas que abrigam os circuitos de iluminação da área expositiva; Substituição das estruturas de fixação de luminárias internas e da fachada; Recuperação dos nichos e instalação de novas grades de proteção; Reforma do mobiliário expositivo existente, propondo novo layout; Levantamento e catalogação, com registro fotográfico, de todo o acervo avaliado em cerca de R$ 840 mil em peças de arte indígena; Criação de nova assinatura visual para o Memorial dos Povos Indígenas. Em 2008, uma equipe do projeto fez um levantamento minucioso das condições físicas do Memorial. O diagnóstico apurado levantou as inúmeras carências de infraestrutura para a adequada exposição do acervo. O subsecretário ressalta que o Projeto assumiu a responsabilidade de adaptar a estrutura existente para receber a “III Séculos Indígenas no Brasil” e o processo de revitalização já está na fase final e o acervo permanente estará exposto ao público a partir de 25 de fevereiro.

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Gente

Por: Edson Crisóstomo | Fotos: Gustavo Lima

Marcia Costa, Leticia Costa e Solange Alves

Priscila Mesquita

Maria Regina Oliveira, Bruno Diniz, Aline Diniz, Lucas Diniz, Ataíde Oliveira e Pedro Diniz Veloso

Política É impossível agradar a todos... Com uma aliança de apoio chegando a 17 siglas, fica cada vez mais difícil o governador Agnelo satisfazer o apetite por secretarias, administrações e claro, cargos, muitos, muitos, e muito mais cargos, para atender todas essas lideranças políticas.

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Roberto Caldas Alvim e Walter Chaer

Caixa Rápido Trair e coçar é só votar No primeiro teste”votação do mínimo” a base da presidenta Dilma Rousef, recebeu a traição de 15 aliados. O governador Agnelo Queiroz sentiu na pele a mesma coisa na eleição da mesa na câmara legislativa do Distrito Federal.

Número 1 A consultoria Economatica, divulgou que o Banco do Brasil obteve o maior lucro da história dos bancos no país. O ganho foi de R$ 11.703 bilhões para o exercício do ano de 2010.


Pedro, Rafael, Thais e Marisa Chaer

Rodolfo Prado, Walter Chaer, Eliane Roriz, Benjamin Roriz e Paulo Jorge Macedo

O aniversariante Walter Chaer entre os amigos Roberto Rodrigues, e Wanderley Castro

Alexandre Valério, Eduarda, Carol e Amanda Chaer

Geleia Geral A luta continua Na tentativa de livrar o consumidor da famigerada combinação de preços existente entre os postos de abastecimento de combustíveis em Brasília, o deputado Chico Vigilante retoma a briga pela liberação de instalação de postos em hipermercados e shoppings, aproveitando a experiência bem sucedida e comprovada da concorrência, quando esses estabelecimentos administram os postos. Todo o eleitorado está na torcida, deputado!

Sala de visita Quer conhecer o local de trabalho da presidenta Dilma Rouseff? Ela mandou abrir a porta do gabinete presidencial aos domingos, de 9h30 às 14h30, com duração de 20 minutos. Você pode aproveitar para ver também a crescente reforma do Palácio do Planalto.

Música da boa A vila Milagro, que já faz uma pizza muito gostosa, convida para seu menu musical agora todas as quintas-feiras a partir de 19 horas, com o quarteto de jazz Arquipélago. Isso acontece, na 116 Norte Bloco A. Vale muito conferir!

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Cidade

Por: Aline Ricciardi | Foto: Gustavo Lima

Pouca casa para muita gente Aumento dos aluguéis. A mudança de governo impulsionou o mercado.

E

m janeiro deste ano, os aluguéis no Distrito Federal sofreram um reajuste de 0,63%. Essa porcentagem é medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado para reajuste nos contratos de aluguel. O resultado foi divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O período sofreu aumento maior do que o mês de dezembro, que foi de 0,75%. Em relação aos últimos doze meses, o IGP-M acumulou um aumento de 11,33%. Rinaldo Rosa Oliveira, gerente comercial da imobiliária Alpha Brasília, localizada na 515 Sul, informa que “o que acontece não é o que a gente chama propriamente de reajuste. Reajuste, como nós tratamos aqui, é aquilo que ocorre anualmente nos contratos e que está previsto em lei. No nosso caso, utilizamos o IGP-M”, conta. Na maioria das imobiliárias, os proprietários usam o mesmo critério e mediador de reajuste. Esses aumentos referem-se àquela revisão que é feita a cada 30 meses da locação residencial, estabelecida e prevista na Lei do Inquilinato. Após esse período, é direito do locador ou

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proprietário dispor do imóvel da maneira que quiser. Ou seja, não é propriamente um reajuste. “Se propõe ao atual inquilino, quando é do interesse do proprietário, dar continuidade à locação”, esclarece. Rinaldo Rosa complementa que, quando do “reajuste”, é feita uma nova avaliação do imóvel a preço de mercado e a permuta do proprietário pode acontecer por meio da imobiliária. Por exemplo, se um determinado imóvel está desocupado no momento, por quanto ele seria alugado? Para responder a pergunta, uma avaliação criteriosa do imóvel é feita. “A intenção não é desequilibrar o mercado”, justifica. A imobiliária também reconhece que no Distrito Federal, especificamente no Plano Piloto, por haver uma alta relação de oferta e procura um tanto quanto desequilibrada e o o número de pessoas na cidade ser bem maior do que o número de residências, os donos de imóveis são favorecidos. A imobiliária em que o gerente comercial trabalha tem na sua pasta de contratos firmados, aproximadamente, dois mil imóveis

alugados. No Plano Piloto são cerca de mil e seiscentos e o restante, cerca de 400, basicamente em Águas Claras. A mudança de governo, segundo Rinaldo Oliveira, embora sendo uma gestão de continuidade, tem aquecido o mercado. “É outra estrutura. Serão novos deputados, novas bancadas no Congresso, novos cargos comissionados”, lembra. Esse é um dos motivos pelo qual a época em si sofre um aumento na procura por imóveis no Distrito Federal. Mais pessoas chegam à cidade para fixar residência e começam uma busca desenfreada por moradias. Sem contar aqueles que vêm para estudar, fazer concursos e buscar novas oportunidades no mercado de trabalho. Sem lugar para acomodar a todos, após o período de 30 meses, a imobiliária nota que após o período registrado em contrato, o valor do imóvel está acima dos índices de reajuste inseridos no mercado anualmente. No entanto, as modalidades de garantia que a imobiliária oferece no ato da locação do imóvel residencial é a do inquilino, que


Rinaldo Rosa Oliveira, gerente comercial da imobiliária Alpha Brasília

hoje corresponde de 60% a 65% das locações feitas. O seguro fiança locatícia fica entre os 30% e 35% das locações da imobiliária. Ao inquilino é protegido o direito de permanecer no imóvel até o fim do contrato, de acordo com a Lei do Inquilinato. O proprietário jamais poderá romper o acordo firmado em contrato. Somente o inquilino pode realizar esta operação. Rinaldo avisa que após os primeiros 12 meses de contrato, o inquilino pode rescindi-lo sem qualquer tipo de ônus. Basta apenas que o mesmo faça um aviso prévio com 30 dias de antecedência. Caso o locador queira vender o imóvel, a prioridade neste caso, é do inquilino que tem até 30 dias para se manifestar sobre seu interesse de compra. Após o período, qualquer pessoa poderá se oferecer para comprar o imóvel e quem estiver no local terá que permitir que os outros o visitem para conhecer “in loco” o

imóvel. Somente o novo proprietário poderá decidir se o inquilino irá permanecer no local ou não. Quanto à questão dos inquilinos, o Gerente Comercial afirma não ver dificuldades entre os seus clientes. Ele diz que essa “sociedade” é realizada entre pessoas da família ou até mesmo amigos muito próximos. Basta apenas que a pessoa tenha boas relações na cidade. Das três opções de locação fornecidas pela imobiliária, a do inquilino é a única que é realizada sem nenhum tipo de custo para o inquilino. É totalmente 0800. Para Rinaldo, uma das escolhas do proprietário pela imobiliária é a questão de não querer se envolver pessoalmente com as questões burocráticas que a situação exige. Sem contar a questão da segurança que as imobiliárias oferecem quanto ao pagamento dos alugueis, por exemplo. O problema maior dentro do mercado imobiliário é o mau funcionamento do Poder Judiciário

no país. “Você demora muito para resolver um caso de inadimplência”, explica Rinaldo. Ele ressalta que o número de maus pagadores na imobiliária é muito baixo, praticamente inexistente. Somente cerca de 3%. “O ideal seria que a justiça funcionasse melhor. As locações tivessem um número maior de modalidades de garantia e mais empresas que oferecessem seguro fiança”, opina. Ainda que o reajuste no preço dos aluguéis esteja acima do que os inquilinos gostariam, a segurança e a comodidade que a imobiliária oferece tanto para o proprietário quanto para o inquilino, ainda é algo indispensável na hora de fechar um contrato entre as partes.

Serviço Imobiliária Alpha Brasília Av. W/3 Sul, 515, Bl. C, N° 42 – 3° andar (61) 3345.9797

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Educação

Por: Tássia Navarro | Fotos: Gustavo Lima

Tecnologia dentro das

salas de aula

A

Lousa digital transforma rotina escolar de professores e alunos mais prática e moderna

utilização do quadro negro e do giz sempre foi uma constante reclamação de vários professores, seja do ensino público ou do privado. As coisas foram evoluindo. Quadro branco e o pincel atômico foram adotados em algumas escolas. Hoje, a novidade é a lousa digital. Nada de giz, nem de pinceis. A lousa digital funciona com um teclado virtual, com o toque dos dedos ou de uma caneta especial. Como uma tela imensa de televisão e sensível ao toque, a lousa digital fornece todos os recursos de um com-

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putador, como interação multimídia, simulação de imagens e até mesmo navegação pela internet. A tecnologia permite que o professor prepare apresentações sobre as matérias estudadas em programas de computador. Como por exemplo, o Power Point e complemente-as com links de sites relacionados ao conteúdo. Na hora da aula, enquanto apresenta o conteúdo programático, é possível o professor navegar com os alunos nos sites. A lousa oferece inúmeras formas de utilização. Vai da criatividade do

professor em explorar o equipamento e interagir com os estudantes. É possível criar jogos e atividades que contém com a participação dos alunos e faça com que precisem entrar em contato com o material, explorando todos os seus dispositivos como o teclado virtual, a caneta especial ou até mesmo o dedo. Em Brasília, a Faculdade Projeção conta com os recursos da tela interativa há quatro anos. Resolveram adquirir a nova tecnologia com a intenção de dar mais qualidade e agilidade ao ensino. De acordo com o diretor da unidade


do Guará, Gilson Gomes, 36 anos, oito anos trabalhando na Instituição, a lousa favorece a interligação com a internet, podendo acessar mapas, girar e aumentar imagens, ver notícias em tempo real, enviá-las para os alunos, postar no blog do professor os conteúdos e muito mais. “Ainda é possível simular apresentações em 3D. A procura das salas com a tela é imensa. O tempo inteiro é uma disputa. Professores e alunos adoram”, conta Gilson. Segundo o diretor, a tela é utilizada especialmente pelos professores de exatas, pois eles podem executar trabalhos de simetria, brincar com um quadrado, girá-lo, acessar o google map, vídeos do youtube e outras coisas que tornam a aula mais dinâmica. Tanto professores quanto os alunos do Projeção têm preferência pela lousa digital. “Além de todas as vantagens e novidades que ela oferece, também pode ser usada como quadro tradicional para passar conteúdos escritos e com a vantagem de desprezar o giz”, afirma o diretor. Nada do que é feito na lousa digital se perde. É possível que as aulas sejam salvas e enviadas para os alunos ou postadas instantaneamente no blog da turma. Etapa por etapa. Assim, um arquivo das aulas realizadas pode ser montado e acessado a qualquer hora por professores e estudantes.

Tipos de Lousa Digital Infravermelho Na lousa digital com tecnologia infravermelho existem vários feixes de luz infravermelha (transparente) passando pelo quadro na horizontal e vertical. Quando algum objeto toca o quadro ele interrompe esses feixes de luz e, por meio de uma localização por coordenadas, o computador identifica onde está sendo o toque. Ultra-som + Infravermelho Em lousas digitais com tecnologia ultra sônica com infravermelho é utilizada uma caneta para interação. Ela emite sinais de ultra som e infravermelho para um pequeno sensor no canto da lousa captar e calcular o angulo e a distância para responder onde será a interação. Resistiva Na lousa resistiva a superfície possui uma camada que fica a alguns milímetros de uma camada interna, cheia de fios eletrônicos. Assim, ao encostar na superfície ela encosta nos fios e a lousa detecta onde esta sendo a interação. Serviço Projeção Area Especial 10, Lt. C, Guará II (61) 3038.6500 www.faculdadeprojecao.edu.br

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Tecnologia

Por: Da Redação | Fotos: Divulgação

Internet

banda larga cresce no país

U

ma pesquisa da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) revelou o uso de 34,2 milhões de acessos fixos e móveis, o que resulta num crescimento de banda larga de 71% em todo o país no ano passado. Em relação ao segmento da terceira geração - o 3G - houve um aumento de 257% em relação ao mesmo período, com 14,6 milhões de acessos. Enquanto isso, a banda larga fixa aumentou em 20%, com cerca de 13,6 milhões de usuários. Os dados revelam que a internet móvel ultrapassou o uso da internet fixa. Já o número de acessos à internet por banda larga móvel – como em smartphones e celulares – fechou o ano com 20,6 milhões de acessos. Diante desse novo cenário, a Vivo sai na frente e disponibiliza aos seus clientes mais uma novidade. Em continuidade ao projeto de expansão da cobertura de Terceira Geração, a Vivo acaba de superar a marca de 1,3 mil municípios atendidos com o sinal 3G. Dessa forma, a companhia ratifica a liderança no número de localidades atendidas em todo o Brasil com os serviços de conectividade de voz e de dados, em alta velocidade e sem fio. De acordo com a consultoria Teleco, atualmente a Vivo atende uma quantidade de municípios próxima ao triplo da cobertura da principal concorrente, contribuindo para incluir o cidadão na era digital e permitir-lhe o acesso ao conhecimento e serviços em setores como educação, saúde, segurança, lazer, comunicação, entre outros. Para atender as necessidades dos mais variados

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perfis de clientes, a Vivo oferece pacotes de serviços acessíveis, que possibilitam a inclusão digital dos consumidores.

Plano Nacional de Banda Larga

Apesar do uso frequente dos serviços, os brasileiros ainda sofrem com a lentidão da internet brasileira. Resultado disso é que o Brasil está no longínquo 68º lugar no ranking de velocidade de download, de acordo com o portal Speed Test - que faz testes de velocidade. Países como Trinidad e Tobago, Filipinas, Mongólia, Cazaquistão, Vietnã e Tailândia estão à frente do Brasil nesta lista. Por aqui, a velocidade média das conexões é de cerca de 1,3 MB por segundo. Levando em conta que na Coréia do Sul a velocidade é de cerca de 12 MB por segundo e a do Japão 7 MB/s, o fato é que o Brasil ainda precisa melhorar e muito. De acordo com o site Convergência Digital, pequenos provedores de acesso à internet produziram um estudo em que pedem mudanças nos critérios propostos pela Telebrás para a operacionalização do Plano Nacional de Banda Larga. Os provedores querem maior flexibilidade no limite de clientes por megabyte e na margem de utilização da capacidade adquirida. O trabalho, realizado pela Associação Nacional para Inclusão Digital (Anid) ouviu 65 pequenos provedores – considerados como tais aqueles com menos de 20 mil clientes, divididos em grupos de até 500, de 500 a 3 mil e de 3 mil a 20 mil clientes – nas cinco regiões do país, embora com certo destaque para o Nordeste, onde atuam 42% dos pesquisados.

A pesquisa revelou duas preocupações dos provedores em relação à forma como a Telebrás pretende atuar. Uma delas é a “regra” pela qual não será possível exceder 75% do circuito adquirido. Ou seja, caso um provedor compre link de 100 Mbps, ele precisa ampliar essa capacidade quando a utilização chegar a 75 Mbps. A outra diz respeito ao número de clientes para cada megabyte adquirido. A Telebrás defende que a proporção seja de 1 para 10 – portanto, 10 clientes para cada megabyte – para garantir a qualidade das conexões. Os provedores gostariam que essa relação mudasse para algo como 1 para 20.

Preço O Brasil conta com a internet banda larga mais cara do mundo. O relatório feito pela empresa de consultoria tecnológica Point Topic revela que o preço médio por megabyte cobrado supera os US$ 22. Esses dados foram analisados de acordo com o poder de compra de cada região, dentro de uma fórmula criada pela Organização das Nações Unidas (ONU). A pesquisa também englobou 70 países diferentes ao redor do globo. A banda larga mais barata do mundo está em Hong Kong: US$ 0,028 dólar por megabyte. Depois, vem os japoneses e sua sede de tecnologia, por US$ 0,048/ Mbps. Entre os países mais baratos estão também Romênia, Suécia, Letônia e China. Ainda de acordo com o estudo, o preço do Brasil está abaixo do Oriente Médio e África, que tem o preço médio de US$ 20 por megabyte.



Cotidiano

Da Redação | Fotos: SEFOT / Câmara

EcoCâmara Trabalho de devolução de materiais dos gabinetes

A

preocupação com o meio ambiente criou uma demanda por “produtos e processos amigos da natureza”. Cada vez mais, empresas dão exemplo e se adequam à nova realidade. Tanto as empresas privadas como as organizações públicas estão abraçando a causa em busca de um mundo melhor: a reciclagem de papel é uma das várias formas de corresponder a esta demanda. Entre os meses de outubro de 2010 e fevereiro de 2011, uma iniciativa do Comitê de Gestão Ambiental da Câmara dos Deputados pôde comprovar que as ações, quando levadas a sério, podem dá certo. A campanha “Sustentabilidade na Mudança de Legislatura (Sumuleg)”, realizada pela EcoCamara teve como foco principal orientar os funcionários dos gabinetes parlamentares quanto ao descarte e reaproveitamento de materiais de expediente, publicações e materiais recicláveis. Especialmente durante a reorganização, ocupação e desocupação dos gabinetes dos deputados.

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Além disso, diminuir o desperdício de material de expediente e o lixo produzido. A iniciativa deu certo. Segundo a coordenadora geral da EcoCamara Janice Silveira, a campanha teve adesão de 92% dos gabinetes parlamentares. Antes, a expectativa era de que 30% dos gabinetes aderissem ao projeto. Numa primeira fase, os integrantes do Programa de Voluntariado Ambiental da Câmara dos Deputados (Ecocamaradas) visitaram os gabinetes parlamentares para conscientizar os funcionários. “Muitos dos parlamentares não foram reeleitos. Tínhamos que conscientizar as pessoas para o reaproveitamento do material usado nos gabinetes”, ressaltou. Depois das visitas, os responsáveis pelos gabinetes entenderam o recado. Materiais como: publicações, envelopes, cartões, ofícios, cartas, livros e revistas foram recolhidos. Com destaque para livros e revistas que foram recolhidos 40.138 exemplares e envelopes, 219.086. Outros 284 mil

papéis impressos apenas de um lado foram encaminhados à Gráfica da Câmara para ser reaproveitados. “Esses papeis podem ser reaproveitados na confecção de bloquinhos”, lembrou Joanice. “O trabalho é importante. Serviram para conscientizar a todos sobre o uso racional dos recursos. Para ela a sustentabilidade é uma prioridade, pois está sustentado em três importantes pilares: o ambiental, o social e o econômico. Na avaliação da responsável pelo projeto Sumuleg, Adsan Jacqueline, a distribuição dos livros usados foi um sucesso, uma vez que ajudou a divulgar as iniciativas socioambientais da Câmara junto a um público tomador de decisões de todo o País. “Muitos dos presentes não só pegaram seus livros, mas também pediram para visitar o Escritório Verde, a fim de conhecer melhor o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo EcoCâmara. Alguns pediram informações detalhadas, de modo a implantar projetos semelhantes nas


assembléias legislativas e câmaras de vereadores de seus estados e cidades de origem”, conta Jacqueline. Segundo a coordenadora, várias prefeituras, instituições de ensino e projetos sociais também receberam livros descartados. Um dos beneficiados foi o projeto “Padarias Espirituais”, que há 15 anos monta bibliotecas comunitárias de acervo público no nordeste brasileiro. A iniciativa, que começou na região do Cariri (CE), já conseguiu formar 15 bibliotecas e está montando mais 25 em vários estados brasileiros, além de repassar publicações doadas para outras cem bibliotecas. Eumano Rodrigues, responsável pelo projeto, agradece os mais de dois mil livros que recebeu da Câmara e conta que todos os resultados já alcançados devem-se a doações e voluntariado, o que os torna ainda mais gratificantes. “Se deixarmos, passamos pela

terra sem deixar nada”, lembra ele. A servidora Jacqueline também chama a atenção para o caráter de intercâmbio e aprendizado do projeto: “Tivemos a oportunidade não só de esclarecer várias dúvidas quanto ao uso racional dos recursos à disposição do secretariado, mas também de trocar experiências e coletar sugestões de boas práticas para a Casa, pois vários parlamentares prezam pela economia de materiais e já doam livros e revistas excedentes para instituições em seus estados de origem”. Outros materiais que não tiveram como ser aproveitados foram doados para cooperativas de reciclagem de papel. Segundo Joanice, está foi a segunda vez que a coleta de materiais não utilizados nos gabinetes foi realizada. A EcoCamara aborda várias áreas temáticas de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Entre elas, a de Gestão Sustentável do Papel

e a de Coleta Seletiva e Responsabilidade Social.

Gestão Sustentável de Papel Tem como objetivo estudar as diversas formas de uso do papel, nos diferentes setores da Câmara, e propor alternativas voltadas para a redução do uso e a utilização mais eficiente deste material.

Coleta Seletiva e Responsabilidade Social Propõe-se a reduzir o desperdício e a promover o reaproveitamento e a reciclagem dos materiais (papel e plástico, principalmente) utilizados nas rotinas administrativas da Casa, de modo a beneficiar o meio ambiente e promover a inclusão social dos catadores de lixo do Distrito Federal. Com informações do comitê de gestão socioambiental da Camâra dios Deputados

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Planos e Negócios

alex dias

BHUMI O Bhumi (Terra em sânscrito) é o primeiro restaurante orgânico de Brasília e traz um novo conceito de alimentação saudável. A proposta da casa é levar ao paladar produtos orgânicos que otimizam o uso dos recursos naturais e respeitam o meio ambiente, pois são isentos de agrotóxicos, adubação química, antibióticos ou hormônios. No restaurante são oferecidos pratos da alta gastronomia que atendem a vegetarianos e veganos, além de adeptos da culinária viva e orgânicos. Mas para quem sente necessidade de proteína animal, o Bhumi oferece pratos com carnes e frangos de origem comprovadamente orgânica. A casa ainda conta com uma mercearia recheada de produtos e frutas orgânicas. O restaurante também dispõe de um menu à la carte extenso e a opção de pratos do dia para refeições mais rápidas, no horário de almoço e jantar, por exemplo. Para beber, o restaurante tem um variado cardápio de sucos orgânicos e funcionais, com combinações saborosas e inusitadas. Como a grande característica da casa é inovação, o Bhumi ainda introduziu na capital federal uma culinária inédita na cidade: a cozinha crudívera, conhecida também por culinária viva ou raw food. Assim, os alimentos são preparados com ingredientes in natura ou que não sofrem aquecimento superior a 43°C, conservando os nutrientes, enzimas e vitaminas dos produtos.

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Innovare Colchões e Complementos A Innovare Colchões e Complementos é uma empresa genuinamente brasiliense. Fundada em 2010, tem como objetivo e principal valor empresarial o desejo de servir sempre e melhor a cada dia. Para tanto, conta com a melhor equipe de profissionais do ramo que é apaixonada por colchões. Nós da Innovare acreditamos que a escolha certa do colchão pode proporcionar uma noite mais tranqüila de sono, influenciando consequentemente num melhor rendimento, disposição e bem estar para o dia a dia. Consideramos também que o colchão é a peça mais importante que se pode ter em casa, afinal, se passa mais tempo na cama que em qualquer outro lugar. Por acreditarmos em tudo isto e com a percepção de que cada vez mais, as pessoas estão tomando consciência de que colchão também tem prazo de vida útil, fomos buscar parceria com os fabricantes das melhores marcas do País, que, alinhados aos nossos valores, crenças, respeito e seriedade, proporcionará a melhor entrega aos nossos clientes. Ficaremos honrados em receber a sua visita em nossa loja, e para sua comodidade e conforto, oferecemos gratuitamente o serviço de manobrista.

Serviço CLS 307, bl. C, lj. 23 (61) 3242.8401 innovarecolchoes@gmail.com

LE JARDIN DU GOLF Inaugurado em abril de 2010 pelo casal Christine e Carlos Augusto Veloso, o Le Jardin du Golf oferece aos clientes cardápios francês, italiano e contemporâneo. Um grande diferencial do espaço é a localização privilegiada com vista para o Lago Paranoá e os jardins do Clube de Golfe de Brasília - fato que dá origem ao seu nome. A casa abre para almoço e jantar e oferece cardápio requintado e variado com opções quentes e frias. De terça à quinta-feira são servidos três pratos executivos acompanhados de deliciosa salada. Aos sábados, a casa oferece feijoada completa, seguido de primoroso buffet de sobremesas. O restaurante também realiza, todos os dias 29 de cada mês, o famoso Festival do Nhoque da Fortuna, com receitas tradicionais e molhos criativos. Dispõe de sofisticada adega climatizada, com mais de 220 rótulos e cerca de 1500 garrafas de vinho. No menu de drinks, a casa oferece criações exclusivas de shorts e longs. Para amantes de cervejas, o Le Jardin du Golf também reserva marcas importadas, além do chope Heineken.

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Serviço Setor de Clubes Sul, tr. 2, lt. 17 - Clube de Golfe (61) 3321.2040


TAGUATINGA SHOPPING GRUPO AGITTUS A história do Grupo Agittus começou em 1997, na cidade de Ceilândia. Atualmente, emprega mais de mil funcionários e atua, também, no estado de Goiás. Conta com mais de 45 lojas de varejo, quatro atacados de distribuição e uma fábrica própria de calçados. São cinco as marcas do grupo: Agittus, Varejão dos Calçados, Armarinho São Paulo, Atacadão dos Calçados e a fábrica de sapatos femininos Via A. Sua filosofia empresarial prima por oferecer uma moda democrática, com produtos variados que atendam a toda família, sempre a preços justos e com atendimento diferenciado.

Serviço SDN CNB Cj. A - bl. D lj. 16 térreo - Conjunto Nacional (61) 3563.8737 CNB 07 lt. 07 lj. 01 - Taguatinga Norte (61) 3224.9570 www.agittuscalcados.com.br

Inaugurado em novembro de 2000, o Taguatinga Shopping é um empreendimento das Organizações PaulO Octavio e da JC Gontijo Engenharia. É um dos maiores centros de compras do Distrito Federal, com média de tráfego de 1,4 milhão de pessoas por mês, alcançando a expressiva marca de 46 mil clientes/dia. Tais índices resultam em consequentes recordes de vendas a cada ano, tendo como principal reflexo a geração de 2,5 mil empregos diretos. A área total construída do empreendimento – que engloba shopping center, duas torres com 330 salas comerciais e seis pisos de estacionamentos com 2,5 mil vagas cobertas – totaliza a marca de 160 mil m². Com 100% de ocupação das lojas, o Taguatinga Shopping oferece área bruta locável de 43,2 mil m² que abriga qualificado mix com 240 operações comerciais, distribuídas em quatro pisos. O empreendimento conta com diversas opções de alimentação e disponibiliza aos usuários importantes serviços. Por apresentar variadas opções de lazer, o empreendimento tornou-se importante referência de entretenimento para toda a família. Também é o shopping center mais lembrado pela população do DF, segundo pesquisas realizadas pelo prêmio Top of Mind, no qual foi agraciado em quatro edições.

Serviço QS 01 R. 210, Lt. 40 - Pistão Sul www.taguatingashopping.com.br

prospecting mkt A Prospecting Marketing e Comunicação foi criada em 2004, incubada pelo Centro Universitário de Brasília – UNICEUB, em um dos mais nobres projetos de empreendedorismo da Capital Federal - incubadora de empresas CASULO. A agência veio com o objetivo de contribuir com as empresas e organizações que buscam se comunicar de forma eficaz com o mercado e aumentar o valor percebido da sua marca. Com conceito diferenciado, a Prospecting agrega ao seu portfólio parceiros que contribuem diretamente para a busca dos melhores resultados, On e Off Line, para cada cliente. Uma empresa que busca quebrar paradigmas, fazer diferente e gerar resultados, só poderia ser formada por uma equipe jovem, especializada e focada em surpreender seus clientes. A Prospecting trabalha com criatividade e

planejamento a quatro mãos, e assim se propõe ser uma agência Full Service que busca desenvolver estratégias de Marketing que agregue valor aos objetivos de comunicação.

Serviço Ed. Assis Chateubriand SRTVS Qd. 701 Bl. II sl. 230/232 (61) 3032.6744 / 7814.7302

Unir talento, criatividade, Comunicação Integrada e gerar parcerias com os clientes, faz com que a Prospecting busque soluções ainda mais completas e diferenciadas para cada case. Cada cliente é uma matemática diferente, ou seja, cada case tem suas peculiaridades e devem ser analisados de forma diferenciada e com soluções customizadas. Venha descobrir o que podemos fazer pela sua empresa e pela sua marca.

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Automóvel

Por: Da Redação | Fotos: Divulgação

Land Rover revela linha 2011

do Freelander 2 O modelo líder em vendas chega com mudanças mecânicas e aparência arrojada

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rande sucesso de vendas da Land Rover no Brasil desde sua apresentação ao público em 2007, o Freelander 2 chega à sua versão 2011 mais robusto, com menos emissões, design renovado e interior ainda mais sofisticado. Responsável por cerca de 50% das vendas da marca no Brasil, o modelo traz novo design exterior com para-choque dianteiro redesenhado, nova grade frontal e rodas de 18 ou 19 polegadas com linhas mais arrojadas.

Motor e câmbio O motor de 3.2 litros i6 foi recalibrado para tornar as emissões de poluentes ainda menores, já em acordo com as novas normas e especificações europeias EU5, consideradas as mais modernas do mundo e que entrarão em vigor em 2014. Apesar disso, a potência de 233 não se alterou e continua a empurrar o Freelander 2 com grande conforto no asfalto e em situações fora de estrada com muita folga. A diminuição dos índices de emissões em comparação ao seu antecessor se dá pela adoção de alguns sistemas de última geração, que combinam altos níveis de potência e desempenho com grande eficiência no consumo de combustível e, por consequência, nas emissões.

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Entre estes sistemas podemos destacar o comando variável entre as quatro válvulas por cilindro ao bloco em alumínio, que permite uma maior eficiência em peso e o trabalho de pistões em dois tempos, para reduzir o consumo em alta e baixa velocidade. A estrutura que envolve o motor i6 foi montada visando a economia de combustível e a redução das emissões. O compressor de ar-condicionado e o alternador estão dispostos na parte traseira do motor para fazê-lo caber em 600,5 mm de espaço. A tecnologia embarcada também possibilita 80% do torque máximo do motor de 317 Nm entrem em ação entre 1.400 e 6.400 rotações, o que garante respostas rápidas e bastante força. Seja nas retomadas de velocidade ou na transposição de um obstáculo desafiador. O motor foi desenhado para suportar o contato direto com poeira, lama e água em terrenos inóspitos. A transmissão automática de seis velocidades possui três opções de condução: normal (econômica), esportivo (com trocas mais curtas) e sequencial (manual), agradando a diversos estilos de condução do mais conservador e econômico aos que optam por uma direção mais arrojada. O conjunto garante excelente desempenho ao Freelander 2 que vai da imobilidade às 60 mph (96 km/h) em apenas 8,4. A velocidade máxima é de 200 km/h, considerando que o veículo tem peso mínimo de 1.775 kg.


Novo design por dentro e por fora O Freelander 2 renovou seu visual para a versão 2011. O pára choque dianteiro e a grade frontal sofreram modificações em relação à versão anterior. Assim como os conjuntos óticos traseiros e dianteiros (este último em halogênio) que ganharam novo acabamento para maior nitidez, principalmente à noite. Todas as maçanetas de abertura das portas e do porta malas chegam agora na cor da carroceria, assim como os espelhos retrovisores (com área 10% maior) e os esguichos limpadores dos farois dianteiros. Por dentro, o Freelander 2, 2011, ganhou quatro novas opções de cores de acabamento e diferentes opções de materiais nobres. Os assentos possuem dois níveis de ajuste elétrico, com 10 ou 14 posições diferentes, de acordo com a versão. O veículo ainda conta com inúmeros atributos que garantem a segurança de todos os seus ocupantes. O Command Driving Position proporciona ao motorista boa visibilidade dos quatro cantos do veículo, que oferece, ainda, sete airbags, incluindo um para proteger os joelhos do condutor. a disposição do motor, não apenas aumenta o espaço interno para os ocupantes, mas também garante segurança ao deslocar-se em direção ao solo. Evitando que as partes do motor invadam o habitáculo em caso de colisão. Tal fato garantiu que o Freelander 2 recebesse 5 estrelas no teste Euro NCAP, considerado referência mundial em segurança de tráfego.

Exclusivo sistema Terrain Response O Terrain Response proporciona ao veículo a mais sofisticada tecnologia de direção 4x4 do mercado. Presente em todos os modelos da linha Land Rover, exceto nos Defender, o sistema afiança muito conforto e simplicidade de condução em qualquer tipo de terreno. Ao simples giro de um botão, ele adapta todas as configurações de tração, aceleração, suspensão, torque e potência de acordo com o tipo de solo em que se trafega. No total, são quatro tipos de configurações: asfalto, grama/neve, pedras e lama.

Dependendo da seleção, essa tecnologia também aciona automaticamente sistemas que garante maior estabilidade e segurança na condução, principalmente em situações fora de estrada. O controle dinâmico de estabilidade (DSC), controle em descidas íngremes (HDC), controle eletrônico de tração (ETC) e o sistema de freios ABS podem ser acionados automaticamente de acordo com o terreno. O Freelander 2, 2011, foi testado e projetado para enfrentar as situações climáticas mais inóspitas, desde o extremo calor de 50°C típico dos desertos, passando por zonas de umidade relativa do ar a 95% até o frio intenso de 40°C negativos, predominante no inverno da Sibéria. Os testes também compreenderam altitudes de 4 mil metros. Tantos sistemas e tecnologias de última geração garantem um desempenho inigualável, tanto no asfalto como em situações off road e que representam, na prática, o verdadeiro DNA da Land Rover. Ainda sem definição, estima-se que a nova linha Freelander 2, 2011, custará em torno de 10% mais, em relação à sua versão atual. Serviço Land Rover SIA Tr 1 n° 1581 (06) 3361.5162 / 3361.5162

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Vida Moderna

Por: Aline Ricciardi | Fotos: Gustavo Lima

Os sócios Flávio Cantanhede e Marcelo Verano

Viciados em comodidade A tecnologia a serviço daqueles que não dispensam uma boa oferta.

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ouve tempos em que fazer pechinchas era vergonhoso. Mas tudo isso ficou para trás. A moda agora é estar antenado na melhor oferta do dia. Nem é preciso perder tempo gastando sola de sapato e tempo indo atrás de lojas que prometem oferecer os melhores preços. A tecnologia está aí a serviço de todos. Para aproveitar as muitas oportunidades, basta acessar um dos vários sites de compras coletivas. As promoções

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são incontestáveis. São descontos que variam de 50% a 90%, concedidos quando um número mínimo de pessoas se dispõe a comprar os produtos e serviços oferecidos num determinado período. Apesar de ser uma modalidade de negócios ainda muito nova, pesquisas mostram que este tipo de serviço vem crescendo rapidamente. No início de 2010 ainda não havia nenhum site que oferecia este tipo de serviço no Brasil.

Atualmente, já são mais de 400 espalhados pelo país. Só aqui em Brasília, são mais de quarenta sites com o mesmo conceito. A nova sensação da internet promete movimentar o faturamento no Brasil em até R$ 200 milhões só neste ano. Esta pode ser a grande chance das empresas de pequeno e médio porte mostrarem as suas marcas na rede. É a forma mais interessante de conhecer o que Brasília tem de melhor para


oferecer. Os brasilienses podem interagir mais com a cidade. Na hora de comparar e escolher, itens como praticidade, rapidez, economia e satisfação são levados em conta pelos consumidores na hora de comprar qualquer produto. A empresa que estiver sempre atenta a esses detalhes, o sucesso de vendas pela internet é garantido. Para Flávio Cantanhede, profissional da área de vendas, o que mais o leva a consumir pela internet através de sites de compras coletivas é a comodidade e os preços atraentes. Já Marcelo Verano, profissional de TI, informa que além das boas ofertas de preços, existe também a segurança na hora de pagar pelo produto. Ele ainda complementa que o PagSeguro, uma empresa renomada através do site Uol, garante total segurança no que se refere ao número do cartão de crédito, por exemplo. A satisfação em obter os produtos e serviços oferecidos por meio de sites de compras coletivas para ambos é muito boa, pois asseguram que nunca tiveram nenhum tipo de problema na hora de adquirir o item desejado. Marcelo e Flávio são tão viciados em compras coletivas que, juntos, decidiram abrir um negócio no fim do ano passado. Montaram um site neste mesmo segmento e que atende pelo nome de “Descontoo”. Apesar de estarem neste setor há pouco tempo, os dois atentam

para alguns cuidados que devem ser levados em consideração na hora da compra. Alertas esses, que resultam até hoje em sucesso para ele, tanto como consumidor quanto empresário do ramo virtual. “Antes de qualquer compra, procure verificar se o estabelecimento dispõe de telefone, endereço e as formas de pagamento oferecidas através do site”, completa. E se houver qualquer tipo de dúvida, o consumidor pode ligar para o estabelecimento e conferir a veracidade da oferta disponível. Os gastos dos sócios enquanto consumidores aumentaram significativamente, já que ambos alegam a necessidade de experimentar os produtos ou serviços, antes de oferecerem aos clientes no site. Segundo eles, aliados a essa necessidade de atestar a qualidade dos produtos, existe ainda a “obrigação” de se mostrarem antenados com tudo que rola de novidade no segmento na cidade. Mesmo com um crescimento assustador, algumas pessoas ainda têm receio na hora de fazer suas compras pela internet. Muitas ainda preferem pagar um pouco mais indo até as lojas com medo de clonagem de cartão, senha pela web e o não recebimento do produto adquirido. Pesquisas na internet mostram um comparativo entre as quarenta milhões de pessoas que acessam suas contas bancárias através da

web, enquanto que um pouco mais de dezessete milhões já se sentem seguras com os sites de compras coletivas. Marcelo acredita que aos poucos, esse quadro será revertido. “Acessar uma conta bancária na internet pode ser mais perigoso do que fazer compras com seu cartão de crédito. Vale lembrar que o cartão de crédito tem limite para compras. Nesse caso, qualquer um que tentar invadir sua privacidade bancária, por exemplo, pode fazer empréstimos e limpar a sua conta no banco. O rombo pode ser muito maior”, diz. No tocante às defesas do consumidor, o órgão responsável garante proteção total àqueles que se sentirem lesados com todo e qualquer tipo de compra. Uma dica importante para quem quer adquirir pacotes estéticos e odontológicos, por exemplo, é confirmar se o estabelecimento tem autorização para funcionar adequadamente. Outro ponto importante é a garantia oferecida ao consumidor quanto a desistência em relação ao produto ou serviço. O Código de Defesa do Consumidor informa que o prazo para denúncia é de sete dias em caso de compras realizadas fora do estabelecimento comercial.

Serviço www.descontoo.com

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Esporte

Por: Larissa Galvão | Fotos: Gustavo Lima

Jiu-Jitsu A arte da suavidade

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grande paixão do brasileiro é o futebol, mas essa realidade vem mudando. Diariamente, outros esportes estão se firmando na preferência dos brasileiros. As artes marciais, por exemplo, cada vez mais vêm ganhando espaço. Aqui em Brasília, essas práticas de treinamento de combate sem o uso de armas de fogo ou outros dispositivos modernos, estão em franca expansão. É o caso do Jiu-Jitsu. Com grandes representantes em torneios de Mixed Martial Arts (MMA) – mistura de várias modaliddes de artes marciais, como Victor Belfort e Anderson Silva, as aulas de Jiu-Jitsu estão cheias. Com sua definição, em japonês, a palavra jiu-jitsu significa

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arte suave. O praticante aprende golpes que forçam o adversário a desistir da luta, sem machucá-lo. Para tanto, os lutadores treinam “pegadas” de imobilização aos seus oponentes. A idéia básica do esporte consiste na utilização da força e o peso corporal do adversário contra ele próprio. E, um dos pontos que mais o diferem das outras artes marciais, está no fato de que a grande maioria das finalizações acontece no chão. Nesta modalidade esportiva tudo pode acontecer e, é por isso, que ele é considerado um dos esportes mais intrigantes que existem. Essa é uma das poucas lutas onde os mais fracos têm possibilidades reais de derrotar os mais fortes. Bastando

para tal, aplicar a técnica e o golpe corretos. “A força do Jiu Jitsu está na capacidade de superação de cada um”. É esta frase de um autor desconhecido que inspira Rafael Crisóstomo, 24 anos, que começou a praticar o esporte aos 14 anos quando convidado por um amigo, e não parou mais. Segundo ele, uma paixão ao primeiro contato com o esporte. Devido aos constantes treinamentos e a participação em mais de vinte campeonatos, entre eles o Panamericano e a Copa Brasil de Jiu-Jitsu de 2010, Rafael garante que o esporte já está totalmente instalado em seu cotidiano. “O Jiu-jitsu é a minha vida. Eu não consigo mais viver sem ele”, constata. Prova


disso são os já certos e seguros treinamentos diários de uma hora e meia que Rafael dedica ao esporte. Afinal, ele pretende disputar e fazer bonito no campeonato mundial de Jiu Jitsu que será realizado na Califórnia, Estados Unidos em julho deste ano. Embora sabendo que vai e quer participar e que tem grandes chances de vitória, o fantasma da falta de patrocínio sobrevoa a cabeça do atleta. “Mas eu tenho esperança de que tudo vai dar certo”, aposta ele. Mas, nem sempre é fácil seguir fielmente o esporte. João Gabriel, 22 anos, começou a pouco mais de três anos a praticar jiu-jitsu e teve que parar. Em um dos treinos para a mudança de faixa, o ombro dele saiu do lugar. Passou por uma cirurgia e várias sessões de fisioterapia. Os médicos afirmaram que sem muitos esforços ele pode voltar a treinar. “Eu não tenho mais confiança. Adorava os treinos, mas não vou voltar”, desabafa. E quem diz que o Jiu Jitsu é privilégio só de homens se engana. As mulheres estão cada vez mais interessadas no esporte. Entre os benefícios procurados estão a defesa pessoal e a quantidade de calorias gastas. Em uma hora e meia de treino, a pessoa pode chegar a queimar até mil calorias. Dieta perfeita para quem quer queimar uns quilinhos indesejáveis. É o caso de Manoela Bastos, 22 anos, que um ano após ter filho não conseguia emagrecer. Ela começou a fazer o esporte depois que as amigas recomendaram. Hoje se declara bastante satisfeita com o corpo. “Antes eu era magrinha. Engordei muito na gravidez e hoje eu tenho um corpão”, conta.

Faixas do Jiu-Jitsu Quem pratica o esporte não tem um tempo determinado para ficar com cada faixa. O aluno recebe uma nova faixa dependendo de seu desempenho. Em ordem crescente, as faixas são: branca, amarela, laranja, verde, azul, roxa, marrom, preta, preta e vermelha, e por ultimo, vermelha. Porém, algumas regras da Confereração Brasileira de Jiu-Jitsu devem ser seguidas. Por exemplo, As faixas de cores branca à marrom possuem cinco níveis de graduação e é responsabilidade do professor conceder esses graus em cada uma delas. A faixa preta se subdivide em sete diferentes níveis de graduação e o atleta somente está apto a ser faixa preta a partir dos 19 anos de idade.

Serviço Para patrocínio do atleta Rafael Crisóstomo (61) 8442.2525

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Personagem

Por: Afrânio Pedreira | Fotos: Gustavo Lima

Quiosque Cultural do Conic “U

A cultura com endereço cativo no DF.

ma vida feita literalmente por livros, mulheres, cachaça, cigarro e carnaval”. A afirmação segura é dada pelo declarado “livreiro” Ivan Presença, 61 anos, dono do Quiosque Cultural do Conic, ponto de referência para encontro de poetas, escritores, artistas locais e nacionais e de amantes da cultural de Brasília. Fato que costuma encher de orgulho o livreiro que se apaixonou pela arte da escrita aos 12 de idade. Em um espaço de pouco mais de 30 metros quadrados, localizado

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na praça central de um dos pontos mais tradicionais da cidade, o Conic, cercado por cerca de mais de 80 mil livros, 50 mil discos de vinil, 500 fitas VHS e 100 mil cassetes, ele diz ser o local perfeito para passar as horas, cerca de 12, mais agradáveis e recompensadoras de sua vida. “É o meu ponto de referência. Não é o local que moro, mas foi o que escolhi para viver e ver a vida passar”, garante o dono do sebo, onde obras literárias de todos os gêneros, inclusive estrangeiros e relíquias como a coleção completa de Eça de Queiroz, edição

de 1941 podem ser encontradas. E, na maneira do possível, em perfeitas condições de conservação. “Aqui tem de tudo. Livros didáticos, dicionários, estórias infantis, literatura cordelista, excelentes discos de artistas nacionais e estrangeiros renomados. De cultura, tudo aqui tem um pouco”, garante orgulhoso. E tanto orgulho assim não é pra menos. Afinal, muitos se orgulham de ter a profissão que escolheram e também daquelas para a qual foram empurradas. E, falando em empurrar, Ivan Presença é uma dessas


pessoinhas que foram empurradas e casou como uma luva na função. “Tudo começou quando eu tinha 12 anos de idade e era um dos 10 office boys da indústria de margarina e óleo Sambra, na cidade do Rio de Janeiro”, lembra. Segundo o próprio, os funcionários da empresa costumavam pedir para que ele, durante as suas andanças para entrega de documentos e em pleno exercício da profissão, passasse em alguma das livrarias da região central da capital carioca e comprasse alguma publicação. E pedidos iguais não eram raros. Com isto, lembra Ivan,

amizade com balconistas e donos das livrarias começaram a ser firmadas e, consequentemente, o office boy que sempre foi “atirado”, “falador” e “cheio de ideias”, começou a pedir alguns livros para serem lidos por ele e pelos outros amigos da profissão. Logo, os empréstimos viraram doações e os livros começaram a ser lidos por todos na empresa. Visionário e vendo que o entregador de documentos Ivan tinha um pezinho no bibliotecarismo, o dono da empresa cedeu uma sala para que ele organizasse uma mini biblioteca. Como um bom soldado sempre diz “sim senhor” ao seu comandante: dito e feito. A sala de leitura da indústria Sambra foi montada e Ivan, nas horas vagas, se tornou um dedicado e fiel bibliotecário. Os livros eram tratados como jóias raras e mereciam bons tratos. “Foi ai que os livros povoaram o meu mundo, se instalaram e encheram meu universo de letras, sonhos, poesias e cultura”, assegura. Como em tudo que se faz na vida com prazer costuma prosperar, em pouco tempo, a função de presidente do Grêmio Esportivo Sambra (Sociedade Algodoeira do Nordeste brasileiro) foi acrescida no precoce currículo do livreiro nato. E ele se tornou referência na empresa como o office boy que se tornou bibliotecário, que virou presidente de grêmio que organiza festas e promove ações sociais na empresa. Bom pra ele que, por artimanha do destino resolveu sacramentar de vez a atividade que ele iria exercer para todo o sempre. O bom e belo trabalho exercido na empresa fez com que o empresário, Vitor Alegria o convidasse para vir a Brasília tomar conta da sua livraria, a Encontro, aos 16 anos. Menor e sozinho, Ivan Presença prontamente disse sim e “despencou”, como ele mesmo diz, para a capital do país para fazer o que ele descobriu ser o maior agrado da vida: cuidar de livros e, de quebra, enriquecer seus

conhecimentos. Aqui chegou em 1967, quando os “nadas” ainda estavam por virar “coisas”. E ele não se arrepende de ter feito a troca e largar a vida “agitada da época” no grande e arrojado Rio de Janeiro, afinal ele vivia e trabalhava na movimentada esquina da Av. Presidente Vargas com a Rio Branco. “Só existiam aqui duas livrarias, a Eldorado que agora está liquidando tudo e a Loja do Livro e Civilização Brasileira”, lembra. Com a Encontro, que ele ia dirigir, o DF passaria a ter três pontos de venda de livros. Com uma localização privilegiada, no Hotel Nacional, onde tudo de novidade acontecia, o agito do Rio de Janeiro nem saudades deixou. “Ali a gente tinha e sabia de tudo. A moda passava por lá”, informa. Bem instalado (ele morava no sótão da livraria), Ivan passou a ser figurinha conhecida por todos aqueles que celebravam a cultura no DF. “Aqui fiz muita amizade”, assegura. Cigarro, cachaça e carnaval, Ivan assegura que entraram em sua vida em decorrência de uma vida “boêmia” que talvez estivesse ligada à atividade cultural que sempre levou. O cigarro e o carnaval continuam. O primeiro devido ao vício. O segundo por estar no DNA. “Minha mãe me levava para os bailes desde os meus quatro anos de idade”, relembra. E a cachaça? Esta teve que ser banida em decorrência de um problema no fígado. Já as mulheres, o livreiro assegura que foram muitas. A primeira namorada, Rosa, foi aos 12 anos, quando ele estava no primeiro ano do antigo ginásio. Hoje, Ivan é casado com Hilda. A relação que gerou quatro filhos e três netos, já tem 35 anos de duração e ele garante que é a última. Serviço Quiosque Cultural SDS – Projeção n° 4, Térreo. Ed. Darcy Ribeiro (61) 3225.2832 / 9601.1221

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Saúde

Por: Alessandra Bacelar | Fotos: Gustavo Lima | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Remédio para o

cérebro:

a nova

onda

Os perigos do uso indiscriminado da Ritalina

R

emédios de faixa preta sempre assustam. Extremamente fortes, passam a ideia de dependência. Com a Ritalina não é diferente. Ela é um fármaco do grupo dos estimulantes do Sistema Nervoso Central, usada no tratamento de crianças e adultos com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade). Mas o medicamento ganhou novos usuários. Pessoas que mesmo não tendo o transtorno utilizam a Ritalina por motivos diversos de sua real finalidade. É comum a procura da droga quando é preciso conviver com várias atividades ou exercí-

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cios intensos e o organismo não resiste a esta forma de vida. Muitos recorrem a receitas caseiras, energéticos ou outros medicamentos para suprir energia. O interesse por estimulantes já vem de muito tempo, mas hoje a procura tem aumentado bastante. Sendo que seus principais usuários não possuem este problema. De acordo com o Instituto Brasiliense de Neuropsicologia, a Ritalina é indicada para tratar da narcolepsia, ou seja doença que abrange aqueles que carecem da atenção necessária para atividades cotidianas e energia suficiente para

o organismo humano manter seu equilíbrio. A grande procura pelo medicamento tem levado a maioria das farmácias a vender a droga antes mesmo dela ser aprovada pelos órgãos reguladores de saúde. Pesquisas da Convenção de Substâncias Psicotrópicas revelam que o principal motivo do abuso do uso deste medicamento é seu grande potencial de dependência. Além disso, é comum conseguir o remédio sem prescrição médica, que é a condição fundamental para a aquisição de remédios de tarja preta. Muitos esquecem que todo medicamento possui efeitos co-


laterais, principalmente os que exigem prescrições médicas. Seus efeitos, em geral, são mais intensos. Psicose, insônia, alterações de humor, dores estomacais, náuseas e enxaqueca são apenas os sintomas iniciais. Quando combinado ao álcool esses efeitos ainda são potencializados. Por atuarem diretamente no sistema

nervoso central, não são todas as pessoas que podem tomar esse medicamento. Como por exemplo, as hipertensas, quem sofre de tireóide e pessoas que já fazem uso de medicamento controlado. O uso de remédio sem prescrição médica pode ter reações adversas. No caso da Ritalina, de acordo com os especialistas do Instituto Brasiliense de Neuropsicologia, as mais graves são: paralisia dos membros da face

(sinais de distúrbio dos vasos sanguíneos cerebrais); batimento cardíaco acelerado; dores no peito; movimentos bruscos e incontroláveis (sinal de discinesia); garganta inflamada e febre alta, movimentos contorcidos incontroláveis do membro, face e/ou tronco (movimentos coreatetóides); alucinações; convulsões; bolhas na pele ou coceiras. Para os especialistas, a automedicação nunca é recomendável e a melhor opção continua sendo a prevenção. Por 22 anos, a Ritalina fez parte da vida da empresária Vanessa Sousa, 38 anos. Como possui uma jornada de trabalho de mais de 12h diárias, além de baladas nos fins de semana, ela fez uso indiscriminado do medicamento para ganhar mais “energia”. Ao longo do tempo, segundo Vanessa, veio a dependência e foi preciso um tratamento intenso, incluindo internação, para que ela se livrasse da medicação. Mas, infelizmente, a empresária ficou com algumas sequelas. “Fiquei com “tiques” ner-

Ritalina: vendida somente com prescrição médica

vosos no corpo e com a pressão alta”, lamenta. Embora a maioria dos usuários do medicamento se encontrem na faixa etária mínima de 18 anos, há registros de que pessoas com menos de 10 anos também façam uso do remédio. A psicóloga clínica Janaína Lopes alerta que a Ritalina é inadequada para crianças, mas muitas delas saem de consultórios médicos com este diagnóstico, porque a escola indicou a procura de um médico ou psicólogo, por causa da hiperatividade do aluno. “A criança que toma este medicamento perde sua autoestima. Suas dificuldades são resultado da falta de responsabilidade de alguns educadores e pais,” acrescenta. Já a neurologista Adriana Melchiades afirma que há pacientes de pouca idade que necessitam da medicação. “Quando é feita uma avaliação detalhada da condição do paciente, a Ritalina pode ser recomendada em diversas faixa etárias. Embora todos necessitem de estudo de caso, as crianças precisam de uma avaliação mais rigorosa. Muitas não sabem explicar porque agem de tal maneira, mas seus responsáveis descrevem seu comportamento. Tudo é analisado,” explica a médica. A neurologista acrescenta que além de uma prescrição médica, pessoas que sentirem necessidade de equilíbrio em seu organismo deverão também ter acompanhamento psicológico, pois muitas vezes a pessoa cria dependência mental do medicamento. Ou seja, acham que sempre precisará dele

para desempenhar suas atividades. Acreditam que naturalmente seu organismo não conseguirá. Esse é o principal motivo do uso indiscriminado do remédio.

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Moda

Por: Camila Penha | Fotos: Divulgação Emporio Armani para Voriques

Pares charmosos O

s óculos vão muito além de uma proteção ou melhora da visão. Esse acessório é item indispensável na hora de montar a produção do dia a dia e pode transformar qualquer look. Leve em consideração vários fatores como o seu próprio estilo e personalidade, ainda mais para quem usa óculos o tempo todo. Escolha modelos que combinem com o formato do rosto e valorizem os seus traços. Lembrem-se que em Brasília a intensidade de raios ultra violetas é muito grande. Por isso, inclusive as crianças devem sempre proteger os olhos e podem fazer isso com muito charme já que hoje existem vários óculos destinados ao público. De armações discretas a esportivas, modelos vintage ou com hastes coloridas e modernos. Com tantos modelos fica até difícil escolher apenas um par.

Aloha

Carrera para Voriques

Aloha

Ermenegildo Zegna para Voriques

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Chilli Beans

Herchcovitch para Chilli Beans


Herchcovitch para Chilli Beans Parasite para Voriques

Voriques

Herchcovitch para Chilli Beans

Aloha

Anne et Valentin para Voriques

Aloha Kids Chilli Beans Kids

Chilli Beans Kids

Serviço Aloha Conjunto Nacional (61) 3201.1221

Chilli Beans Parkshopping (61) 3234.2446

Voriques Gilberto Salomão (61) 3248.6952

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Comportamento

Por: Veronica Soares | Fotos: Divulgação

Trotes na

, UnB a chegada

decalouros UnB quer banir a prática

S

er aprovado no vestibular da Universidade de Brasília (UNB) é um sonho para milhares de alunos. Tanto para os estudantes da rede pública de ensino quanto para escolas particulares, a preparação exige anos de dedicação aos estudos e abdicação de algumas coisas, como saídas nos fins de semana, assistir televisão, conversas intermináveis com os amigos e até namoros. Mas a alegria em passar na universidade pode ser interrompida no dia do resultado dos exames com a realização do trote que, em todos os semestres, sempre acaba em algum tipo de constrangimento para os alunos que estão ingressando na universidade. Ovo, farinha de trigo, tinta e o corte de cabelos são alguns apetrechos que os veteranos usam para constranger ou “batizar” os calouros. E as “brincadeiras”, consideradas por muitos

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como de muito mau gosto não param por aí. Em muitos dos casos, o xingamento, a humilhação, as agressões verbais ou físicas e as manifestações de preconceitos e homofobia não podem ficar de fora das “brincadeirinhas” feitas pelos veteranos. Em janeiro deste ano, por exemplo, a brincadeira de alguns alunos de agronomia resultou numa investigação do suposto caso de discriminação contra mulheres. Durante um trote, realizado no dia 11 daquele mês, as calouras do curso foram fotografadas lambendo uma linguiça lambuzada com leite condensado. Um veterano segurava o embutido na altura do quadril, enquanto vários outros rapazes riam da situação vexatória que as calouras de agronomia tiveram que se submeter. O caso de humilhação vivenciada pelas estudantes foi parar na Presidência da República. A Secretaria

de Políticas para as Mulheres pediu esclarecimentos à reitoria da UnB sobre o trote. A denúncia partiu de alunas da universidade que não concordaram com o tipo da brincadeira. Para o assessor da Juventude da Universidade de Brasília, Rafael Morais, o trote, em nenhuma hipótese, pode ser considerado brincadeira. Segundo ele, para evitar que tipos de constrangimentos venham acontecer, a Universidade distribui uma cartilha educativa que esclarece o significado do trote, seus impactos e o porquê dele não ser considerado uma brincadeira. Além disso, a cartilha dá dicas de formas diferentes para recepcionar, de maneira agradável, os novos estudantes da instituição. “No senso comum parece que o trote começou agora. Ele acontece há muitos anos, mas agora estamos tomando medidas para acabar com


essa prática de mau gosto dentro da universidade”, disse. “A UnB quer acabar com qualquer tipo de trote. Não podemos chamar de brincadeira uma prática que acaba constrangendo o outro”, concluiu. Além das campanhas da própria Universidade, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB promove, desde 2009, o trote solidário. A coordenadora geral DCE, Mel Bleil Gallo explicou que a iniciativa é apresentar novas formas de recepcionar os calouros. “Vão de gincanas, trabalhos voluntário nas comunidades carentes até doações”, explicou. Segundo ela, o DCE também cobra mais medidas da própria direção da UnB para banir os trotes na instituição. As manifestações contra os trotes violentos não partem apenas do corpo da Universidade. Instituições de ensino de pré-vestibular também organizam medidas para evitar brincadeiras mais acirradas aos calouros. Há dez anos, o Grupo Educacional ALUB participa ativamente de todos os resultados dos vestibulares na própria UnB. Em época de resultados, o corpo decente confere a relação dos aprovados no campus da Universidade, junto com alunos e ex-alunos aprovados. Segundo a Tatyanna Falcão, gerente de marketing do ALUB, Estudantes comemoram com o ALUB

o intuito é valorizar e comemorar, integrando alunos e professores numa festa sadia. O trote, nesse caso, é muito bem recebido pelos aprovados que adoram a farinha e tinta que recebe dos professores. “Tudo feito com bastante cuidado”, lembrou. “Muitos alunos quando constatam a sua aprovação correm para a barraca do ALUB e pedem para serem pintados pelos professores, numa alegria contagiante. “O momento de comemoração é importante, o que não deve acontecer é o trote apelativo e humilhante”, ressaltou Tatyanna Falcão. A filha de Neuza Rezende, 46 anos passou no último vestibular da UnB. A caloura Thalyta Rezende, 17 anos, pegou o resultado pela Internet. “Não foi coincidência, mas não deixaria a Thalyta buscar o resultado na universidade”, disse. Para a filha não passar por nenhuma situação constrangedora, ela promete acompanhá-la na primeira semana de aulas. “Tenho receio de que façam brincadeiras de mau gosto que venham comprometer a saúde e até mesmo a vida da minha filha”, enfatizou. Mesmo com tantas manifestações contrárias aos trotes, para muitos alunos a brincadeira é algo necessário. No dia em que saiu o resultado

do vestibular, no último dia 04 de fevereiro, a caloura Nathália Calget, 18 anos, fez questão de ir até a UnB conferir se o nome dela tinha saído na lista dos aprovados. Como o resultado foi positivo, o trote foi inevitável. Diferente do que muitos pensam, ela disse que sempre sonhou com o trote. “Eu acho importante. Para mim, a brincadeira dos veteranos é um ritual de passagem para quem está chegando à universidade”, disse. “Mas só é válido quando é uma brincadeira saudável. Logicamente que tem alguns alunos mais antigos que estabelecem uma relação de poder sobre os novatos. Mas é raro”, relatou. Além do tradicional ovo, farinha de trigo e tinta, segundo ela, os veteranos ofereceram muitas bebidas alcoólicas aos calouros. “Só bebe quem quer. Eu recusei. Nada é obrigado”, finalizou.

Saiba mais De acordo com a UnB, no último semestre, três mil e novecentos alunos ingressaram na instituição. Além dos trotes, a administração da Universidade de Brasília (UnB) decidiu colocar um ponto final na desordem no campus. Diretores da instituição fizeram um conjunto de regras para a convivência entre alunos, professores e funcionários. O texto classifica os tipos de festas permitidos no local. Além disso, a proposta é banir os trotes violentos. As novas regras também proíbem qualquer tipo de trote que “submeta o calouro a tortura, a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. A discriminação de qualquer natureza é proibida e será combatida com medidas pedagógicas e educativas, sem prejuízo das sanções legais cabíveis. Serviço ALUB Taguatinga, 316 Sul, Venâncio 2000 e 704 Norte (61) 3201.1000 www.alub.com.br

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Cultura

luis turiba

Bom demais os saraus de cristais F

Divulgação

oi esplêndido o último Sarau Teve o poeta carioca Chacal Enfim, podemos dizer que de uma Poético de Cristina Roberto, recitando lindamente versos como maneira ou de outra todos os podehomenagem a partida para o Cândida. Entrevista de Nicolas res federais e distritais comem na andar de cima do mago Reynaldo Behr com outro poeta de peso, o sua mão. Mas ela consegue ser melhor Jardim. É fato que os encontros diplomata Francisco Alvim. O cantor na “Mansão dos Robertos”, no e compositor Clodo Ferreira levou ainda na organização e realização Lago Norte, já se tornaram uma lindas canções gravadas por Fagner. desses saraus, que reúne gente tão das melhores alternativas Cult de Depoimentos emocionados como os importante e sempre acaba em Brasília. Mas o que aconteceu no do jornalista Irlam Rocha Lima e de samba ou em rock ou em frevo ou em rap, como foi esse último, quaninício de fevereiro foi realmente Alexandre Ribondi. mágico, envolvente, culturalmente Cristina Roberto comandou a do Gerson Deveras e Renato Matos rico e merece registro. Primeiro, festa com astral de Chacrinha. Cris incendiaram o público com canções pela força poética e cultural do é demais. Uma empresária de peso como “Diabo Bom”, “Ou a Gente se homenageado, um revolucionário do setor gastronômico, proprietá- Raoni Ou a gente se Sting” e o sudas palavras e das editorações. ria de um buffet de primeira linha, cesso “A Dorele”, cantado por todos, Aliás, no começo da semana, os organizadora de recepções impor- até pelo homenageado, presente em amigos do Rey tinham se reunido tantes no “Possôdromo” da capital. poesia, o eterno Reynaldo Jardim. no Museu da República para o seu gurufim - tradicional despedida do morto, um ritual africano. Cantamos pra ele subir com a bateria da ARUC, conforme seu último desejo em terra, lindos sambas na voz de Cacá Pereira. Tudo com muita alegria... pois o espírito revolucionário de Reynaldo estava presente nesse referido sarau. Bons vinhos, excelentes caldos, maravilhosos quitutes. Não era uma “festa estranha com gente esquisita”, mas um sarau com gente bonita e Cristina Roberto (a esquerda) recebeu o cantor Paulo Djorge, Francisco Alvim, Turiba, Clodo Ferreira, Nicolas extraordinária carga Behr e Chacal para um sarau em homenagem a Reinaldo Jardim artística e cultural.

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Agência faz palestras culturais sobre turismo T

urismo se ensina na escola? Não, mas nunca é tarde para se aprender um pouco mais sobre essa atividade humana tão fascinante e que chega a ter papel predominante no PIB da economia de alguns países, como Espanha e França. Pensando nisso, o empresário Maurício Gomes, da agência Charm Tour, resolveu se associar ao produtor cultural Nei Bastos, organizador do livro “Ir e Vir - Movidos pela inquietude”, publicado pela editora SENAC/DF, para a realização de ciclos de palestras junto às empresas atendidas pela agência. A Charm Tour resolveu investir no mercado turístico de Brasília acreditando que a capital tornou-se “uma cidade planetária” por ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2016. Para se diferenciar das demais, a agência prepara-se para chegar sempre na frente, renovando as propostas que satisfaçam seus clientes. Foi assim que nasceu a ideia das “aulas sobre turismo”. Em função desse princípio, a agência vem fazendo desde 2010 investimentos e conseguindo dar saltos de qualidade nas áreas de atendimento, tecnologia e infraestrutura. Um dos seus principais triunfos no mercado brasiliense é a localização. Instalada no coração de Brasília, a Charm Tour está cercada por uma cadeia de cinco diferentes shoppings - Pátio Brasil, Conjunto Nacional, Brasília Shopping, Liberty Mall e Venâncio 2.000 - bem próxima ao Estádio Mané Garrincha, onde ocorrerão os jogos da Copa do Mundo de 2014. Isso sem falar da sua proximidade em relação ao Centro de Convenções Ulisses Guimarães e da Esplanada dos Ministérios, onde funciona os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

A Charm Tour aposta tudo no futuro do turismo brasiliense e o diretor Maurício Gomes resolveu empreender em todos os segmentos, especialmente no atendimento “in company”. Para tanto, criou uma nova estrutura interna, com um conjunto ambiental para atendimento vip de seus clientes. Aliás, esse atendimento se estendeu também ao aeroporto internacional da capital. Nesse novo espaço físico, a Charm Tour investiu pesado, triplicando seu sistema digital com novos computadores e rede integrada. Seu quadro pessoal acompanhou o crescimento físico. Segundo Maurício Gomes, é o cliente quem faz seu melhor roteiro de viagem, escolhendo as melhores opções sempre com o menor custo e as facilidades de pagamentos. Foi assim que nasceu a parceria com o produtor Nei Bastos para as palestras, com base no livro de arte editado pela SENAC que conta, poética e literalmente, a história do turismo no mundo. Nas palestras, Nei Bastos enfatiza a fascinante relação das viagens e do turismo com o dia a dia dos colaboradores das empresas que trabalham com a Charm Tour. Mais informações pelo fones: 55 61 3967-3011 e fax 55 61 3967-3012.

UM LIVRO PREMIADO “Ir e Vir – Movidos pela Inquietude”. A inquietação do homem no sentido de deslocar-se, peregrinar, vencer distâncias e expandir seu universo foi o ponto principal para fazer um roteiro inédito e mostrar a evolução dos deslocamentos humanos, que chegaram ao que hoje conhecemos como turismo. É com esta proposta que é apresentado o livro “Ir e vir, movidos pela inquietude”, idealizado e organizado por Nei Bastos com texto de Ana Cristina Campos e

design de Marcelo Terraza, lançado pela Editora Senac-DF. A obra é inédita no mercado editorial brasileiro, possui uma edição formatada como uma crônica da história do turismo e, ao mesmo tempo, é apontada como um livro de arte, com tratamento estético e artístico sofisticado. O livro é resultado de uma pesquisa criteriosa traduzida em cativante narrativa, aonde o leitor ainda é convidado a embarcar em citações, frases e poemas referentes ao universo das viagens. A publicação cerca o leitor de belas paisagens de fotografias, ilustrações, símbolos, pictogramas e outros suportes iconográficos que compõem todo um repertório de imagens, associado ao tema.

PRÊMIO e NACIONAL

RECONHECIMENTO

Em menos de um ano de criação, o livro Ir e Vir - Movidos pela Inquietude - foi premiado no 11º Prêmio de Excelência Gráfica Jorge Salim, oferecido aos melhores trabalhos gráficos produzidos em 2009 por empresas brasilienses, considerado o mais importante evento gráfico da região Centro Oeste e o segundo maior do país. Ainda em 2009, para ser apresentado aos profissionais de turismo, o livro foi lançado na ABAV 2009 – Feira das Américas, a convite do Conselho de Turismo do Sistema CNC/Sesc/Senac. A feira é o maior evento de Turismo das Américas. E, em maio de 2010, a obra participou da seletiva nacional do Ministério do Turismo e foi escolhida para ser relançada na 5ª edição do Salão do Turismo, Roteiros do Brasil, no Anhembi, em São Paulo. O livro participou ainda de eventos como: XIV Bienal do Livro Rio/RJ; Casa Cor 2009 – Brasília/DF; 19º Centro – Oeste Tour - Brasília DF e 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo/SP.

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Agenda Cultural

Divulgação

Clausem Bonifácio

Por: Maíra Elluké

Sergio Coelho e Rafael Godoy, da Vision Produções

Brasília na rota dos grandes shows

Cyndi Lauper, que foi febre nos anos 80 estará em Brasília no próximo dia 27

2011 será um ano intenso para os fãs de bandas internacionais

N

ão há dúvidas que 2010 foi um ótimo ano para Brasília em relação a atrações internacionais. Nomes como The Cranberries, Green Day, Simply Red, Franz Ferdinand, Alanis Morissette, Scorpions e Simple Mind já passaram pelos palcos da capital. E se depender do interesse do público e principalmente dos produtores em investir na cidade, esse ano será muito melhor. Bom para Brasília. Ótimo para os empresários e melhor ainda para os aficcionados por música, que já não precisam sair de Brasília para assistir a shows de qualidade. Há mais de dez anos no mercado de produção cultural, os empresários Sergio Coelho e Rafael Godoy, da Vision Produções foram os responsáveis por trazer muitos nomes de peso para a cidade. Para Sergio, a capital federal entrou definitivamente na rota dos shows internacionais, ao lado de São Paulo e Rio de Janeiro. “Brasília pode ser considerada uma das praças mais importantes no cenário nacional. Temos a maior renda per capita do País e não precisamos sair da cidade, pois o público começa a se acostumar com grandes produções e eventos de qualidade”, afirma. A baladeira de carteirinha e freqüentadora de diversos festivais de

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música pelo país, Melissa Marcos, 20 anos, comemora o aumento no número de shows internacionais em Brasília. “É muito bom ter acesso a bons shows sem sair daqui”, garante. Apesar de comemorar, a estudante acredita que a cidade tem potencial para receber muito mais shows, mas precisa melhorar em muitos aspectos. “A infraestrutura de Brasília deve ser melhorada para receber com mais qualidade não só o público, mas principalmente os artistas. A capital deve ser exemplo de estrutura para shows nacionais e internacionais”, explica.

O que vem por aí Os amantes da década de 80 podem comemorar. Cyndi Lauper se apresenta no dia 27 de fevereiro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Com 11 álbuns gravados e famosa pelos hits “Girls just wanna have fun” e “Time after time”, a cantora chega a Brasília para divulgar seu novo disco “Memphis Blues”. Março será um mês fértil para os mais variados estilos musicais. O Pop Music Festival, que terá como atração principal a cantora colombiana Shakira, com o show “Sale El Sol”, acontece no dia 17, no Estacionamento do Mané Garrincha. Também fazem parte do line up do festival o jamaicano Ziggy Marley – grande

representante no reggae mundial e o DJ e produtor musical inglês Fatboy Slim. No dia 23, a Time For Fun traz para a cidade o cantor Seal. Detentor de uma voz rouca e inconfundível, ele volta ao Brasil com um show intimista e cheio de paixão. Além de apresentar as músicas do novo disco intitulado “Seal 6: Commitment”, ele apresentará as famosas baladas “Crazy”, “Love’s Divine” e “Prayer For the Dying”. Já no dia 27, é a vez da banda de metal Iron Maiden que volta a Brasília depois de dois anos, com a turnê The Final Frontier World Tour. O show é baseado no último disco de estúdio da banda, lançado em agosto do ano passado. Para os fãs de metal, as boas notícias não param por aí. O ex-líder da banda Black Sabbath, Ozzy Osbourne traz seu som pesado para Brasília no dia 5 de abril. Ozzy, que esteve no Brasil pela última vez em 2008, é considerado por muitos o pai do heavy metal e é, sem dúvida, um dos nomes mais importantes da história do rock. O show, que já passou pela Inglaterra, Rússia, Itália, Dinamarca e outros países, faz parte da turnê de divulgação do último álbum do artista, “Scream” e do seu último single “Live Won’t Wait”. E para fechar a lista rock n´roll, no dia 22 de abril, o Ginásio Nilson Nelson recebe a lendária banda inglesa Motörhead.


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Gastronomia Por: Alessandra Bacelar | Fotos: Gustavo Lima

Kafta 112 Sul

Conservando a tradicional comida árabe

J

á virou tradição: há nove anos a família libanesa Kalout prepara pratos árabes para um público fiel em uma barraca na 112 Sul. Os pedidos mais frequentes são o sanduíche de Kafta duplo, que leva queijo coalho derretido sobre a carne assada, enrolados no pão sírio e o quibe assado na brasa, que pode levar recheio de queijo ou de carne com cebola. O descontraído local também oferece espetinhos de variados tipos, como o de picanha, de frango e de coração de frango. E os libaneses não param. O atendimento é de segunda a segunda. O melhor de tudo é que os clientes podem opinar nas combinações, já que no local a lei que prevalece é a de que o mais importante é atender sempre bem o cliente e nisso, claro que entra o agrado ao gosto de cada um.

Kafta, Quibe, e espetinhos diversos, do Kafta da 112 Sul

Cachorro quente da 107 Sul N

Aquele lanchinho no fim da tarde

a chapa ou ao molho, o cachorro quente ganha diversas combinações interessantes, na 107 Sul. Em um horário estratégico, a barraquinha no canto da quadra tem seu público específico: estudantes de todos os colégios da Asa Sul frequentam o local após o término das aulas. Além de vários moradores das entrequadras que gostam de fazer um lanchinho no fim da tarde. Até aqueles mais apressados se rendem ao lanche quando passam pelo local. O atendimento vai de terça a sábado, das 18h às 23h. Mesmo com as novidades em sanduíches expostas pelo mercado, o cachorro quente não perde a preferência. Seu sucesso perdura ao longo dos anos. Como na quadra 107 Sul, onde existe uma clientela fiel. Na barraquinha do Raimundo, o pedido mais frequente leva cremes de atum e alho, bacon, queijo, milho e batata palha, no pão e salsicha. Vale a pena conferir!

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Cachorro quente do Raimundo, da 107 Sul


Macarrão na rua Cultura e gastronomia juntas

N

o canto da quadra 206 Norte encontra-se diversas combinações de massas e molhos, acompanhados de boa música. Em uma decoração bem familiar, o local apresenta boa gastronomia, regada a eventos culturais. O mais conhecido pelo público é o “Nhoque da sorte”. Uma brincadeira que acontece todos no dia 29 de cada mês. A história começa com cada um dos participantes colocando uma moeda embaixo do prato de nhoque. Após isso, é feito um pedido. E, em pé, cada um dos participantes, enquanto come os sete primeiros nhoques, vai mentalizando

seu desejo. Depois é só guardar a moeda como amuleto de sorte. No local, a crença é a de que até o próximo dia 29 do mês seguinte, o pedido vai ser realizado. Para complementar e dar um toque especial à confraternização, há apresentações musicais com artistas brasilienses. As receitas gastronômicas do local são caseiras. Feitas com oito tipos de massas artesanais, combinadas com seis variedades de molhos. Constantemente há encontros de bandas musicais no local para acompanhar as deliciosas receitas! Ótima forma de aliar cultura à gastronomia!

Nhoque de batata baroa ao molho bolonhesa

Serviço Barraca da Kafta SQS 112

Barraquinha do Raimundo SQS 107 – Asa Sul

Barraca do Macarrão na Rua SQN 206 – Asa Norte

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Cinema

Ricardo Movits *

Focalizando

o erro

O

cartaz avisa: “A Próxima Evolução da Experiência 3D”. Realmente a próxima evolução será usar como referência os erros cometidos em 3D no filme Santuário. Baseado em uma história real, o filme traz momentos felizes de direção, mas peca por um descuido básico: a imagem desfocada em primeiro plano. Enquanto a imagem fora do foco é uma arte bem explorada em duas dimensões, em três dimensões ela se torna um erro. Um erro que incomoda a vista, pois na vida real, nós não enxergamos o que não está em foco. Principalmente em primeiro plano. O nosso cérebro corrige e a vista só enxerga a imagem focalizada. Quando a imagem é captada desfocada, mesmo que o nosso cérebro tente corrigir o foco, é impossível, pois a imagem já foi captada fora do foco. Para uma produção de $30 milhões de dólares e com a chancela de James Cameron, que nos brindou com uma obra de arte que foi Avatar, cair nesta armadilha do 3D foi, no mínimo, uma falta de observação e estudo da técnica. Explorada desde 1838, em forma de desenhos e fotografias, a visualização tridimensional era possibilitada por um estereoscópio criado pelo cientista britânico Charles Wheatstone. Nos anos de 1940, Salvador Dali pintou uma série de quadros para serem vistos em terceira dimensão. Fazendo dois quadros iguais, utilizando cores opostas e colocando dois espelhos com

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ângulos de 60 graus entre os dois quadros, era possível ver o quadro em três dimensões. Vários artistas exploraram de forma brilhante esta tecnologia. Quando desconhecemos o que já foi feito e explorado, por artistas e cientistas, nos tornamos ignorantes. A ignorância pode ser uma dádiva para muitos, pois a verdade é sempre uma busca com erros e acertos, mas sempre uma procura por algo em que acreditamos. É claro que é muito mais fácil sentar no trono macio e inofensivo da nossa estupidez do que percorrer os caminhos arriscados e ameaçadores da busca do que acreditamos ser a verdade. Deixando a filosofia de lado e voltando para as dimensões que o cinema pode alcançar, acredito que a tecnologia 3D pode ser mais um formato para ser explorado, observando o que já foi feito no passado e sempre tendo em mente que para realizar um bom filme basta ter uma boa história. Santuário tem uma boa história, um bom elenco e um visual lindíssimo. A crítica aqui não é sobre o filme e sim sobre o mau aproveitamento da técnica 3D no filme. Não se desfoca o primeiro plano em filmes 3D. É um erro! *Ricardo Movits, cineasta, artista plástico, poeta, escritor, compositor e produtor cultural, nasceu no Rio de Janeiro em 1965. É membro da Academia Maçônica de Letras e autor de várias peças teatrais e roteiros para cinema, teatro e televisão.


Música

Bohumil Med*

“Música é a arte de pensar com sons” Jules Combarieu

A

Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro elegeu novo diretor artístico e maestro titular. É Cláudio Cohen. Bastante conhecido do público brasiliense, Cláudio foi violinista da orquestra por mais de 30 anos e, muitas vezes, ocupou o cargo de spalla (chefe dos primeiros violinos). Os amantes da música de câmara também o conhecem como participante do Quarteto de Brasília, um dos mais conceituados e premiados do Brasil.

Pereira, novo titular da pasta como “Uma dádiva que conhece e apóia totalmente a orquestra. Uma pessoa séria, aberta, que sabe ouvir”.

PLANOS

APOIO À ORQUESTRA

“Nos próximos quatro anos, a orquestra vai se voltar para a sociedade de Brasília. Para a pré-temporada (antes de abril) estamos preparando uma série de concertos sociais, visando comunidades carentes e oferecendo-lhes um repertório mais acessível. Simultaneamente, estamos programando uma série de concertos com temática brasiliense. Vamos apresentar composições escritas em homenagem à cidade, incluindo compositores locais como Jorge Antunes, Cláudio Santoro e outros”. A série finaliza com a Sinfonia da Alvorada de Tom Jobim. (Olha aí, um compositor considerado popular compondo uma sinfonia!!!) Entre os maestros convidados estão Elena Herrera e Emílio de César, ambos radicados em Brasília. Sobre a temporada principal – os concertos das terças-feiras – Cohen manda um recado para o público mais exigente: “Vai ter uma programação de peso, inclusive ópera”. Outra boa notícia é a garantia da realização de concurso para completar o quadro da orquestra, evitando a complicada contratação eventual de músicos extras. “Também pretendo reservar lugar para artistas locais, inclusive os jovens talentos, ao lado de artistas nacionais e internacionais”. Estamos torcendo!!!

Um fato que preocupa a comunidade musical brasiliense é a ausência de comentários sobre a orquestra nas longas entrevistas do novo secretário de Cultura do DF. Cohen, porém, está otimista. Ele qualifica Hamilton

* Bohumil Med professor emérito da Universidade de Brasília Colaboração: Regina Ivete Lopes

INSTRUMENTISTA OU MAESTRO? Apesar de extremamente exigentes, não é raro o exercício de ambas as atividades. Em São Paulo, por exemplo, temos Cláudio Cruz, spalla da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), virtuoso violinista concertista e maestro bem sucedido. É o que pretende o nosso Cláudio: “Eu vou seguir o exemplo tanto dele, como de Daniel Baremboin (famoso pianista e maestro argentino de ascendência israelense). Continuo como violinista solista, membro do Quarteto de Brasília e, agora, maestro”. Animado, o novo regente não antevê dificuldades no relacionamento com os colegas músicos que agora vai chefiar: “Fora do trabalho, vou continuar amigo de todos, mas, com a batuta na mão, vou exigir disciplina e respeito necessários para conduzir os trabalhos da orquestra”.

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Meio Ambiente

Por: Aline Ricciardi | Fotos: Gustavo Lima e divulgação

Ecologicamente

melhor S

Empresas inovam na arte dos produtos corretos

ustentabilidade. Palavra da moda e muito utilizada no mundo todo na tentativa de salvar o meio ambiente das agressões sofridas nos últimos tempos. Aquecimento global, queimadas, poluições dos rios e dos mares. Pegando carona na causa e firmes na idéia da salvação do planeta, empresas inovam utilizando materiais menos agressivos ou totalmente ecológicos, com qualidade superior em seus produtos e equipamentos. Bons exemplos são a Esave Fiat Veículos e as gráficas Gravo Papers do Setor de Indústria e a paulistana Prol Gráfica. Conforme pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o nosso país teria condições de economizar aproximadamente R$ 8 bilhões por ano se reciclasse todos os resíduos que são encaminhados aos lixões e aterros sanitários. Atualmente, a economia brasileira gera de R$ 1,5 a R$ 3 bilhões por ano com reciclagem. Um terço do valor que o Brasil tem condições de economizar. Por questões de escassez na qualificação de mão de obra na área, apenas 14% da população conta com o serviço de coleta seletiva. E, somente 3% dos resíduos sólidos urbanos estão destinados a reciclagem.

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Pensando assim, algumas empresas automotivas, por exemplo, estão utilizando tintas a base d’água na hora de pintar seus veículos. Tais produtos já vêm sendo usados em países desenvolvidos desde 1994. No Brasil, esse material só chegou em 2007. Baseada em Amsterdã, (Holanda), a AkzoNobel é a maior companhia global de tintas e revestimentos. Localizada também em São Bernardo do Campo - SP, a empresa possui uma gama de produtos voltados para a questão ambiental. Um de seus produtos é a tinta à base d’água para automóveis, considerada 100% correta. A empresa Esave Fiat Veículos, localizada próxima ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubtischek só usa tinta a base d’água e ecologicamente correta para a pintura de seus carros. Mas, para que os automóveis recebam a pintura perfeita e correta, o processo de produção, conforme o pintor do local, Marquelis de Oliveira, vai do lixamento das peças, passando pela aplicação de massa para corrigir eventuais imperfeições, aplicação do primer, da tinta e por último o verniz, que após 30 minutos de secagem a uma temperatura de 80º Celsius ocasiona um brilho espetacular. Por ser a base d’água, o tempo de secagem da tinta demora um pouco mais,


se comparada à tinta convencional, ou seja, a base de solvente. Enquanto que a convencional precisa apenas de uma demão para pintar o carro e a secagem ser praticamente instantânea, a tinta a base d’água demora entre três e cinco minutos para a secagem e conta com o apoio de um soprador, além de algumas demãos para que a cor do veículo fique perfeita. De todos os processos de pintura de veículo, o único produto ecologicamente correto é a tinta. Quando uma empresa é cidadã, ela é solidária e tem responsabilidade social. Patrões e empregados se encontram sintonizados em favor dessa mesma filosofia. É o que assegura a direção da Prol Gráfica, localizada no Estado de São Paulo e que se firmou no mercado como uma empresa que está sempre de olho na sustentabilidade.

Preocupada com o meio ambiente, recicla sobras de papéis, chapas e todos os materiais que são utilizados. Por amor à natureza, a Prol firmou parceria com uma empresa de gestão ambiental, totalmente especializada em coletas e gerenciamento de todos os resíduos resultantes do processo gráfico. Aqui em Brasília, a Gravo Papers, localizada no Setor de Indústrias Gráficas, pelo trabalho de sustentabilidade possui o selo FSC (Forest Stewardship Council) que significa Conselho de Manejo Florestal. Criado como resultado de uma iniciativa para a conservação ambiental e desenvolvimento sustentável das florestas do mundo inteiro, o selo tem o objetivo de difundir o uso racional das florestas, garantindo sua existência a longo prazo. Em função da sua responsabilidade social e empresarial, a Gravo Papers apóia o projeto “Sombra da Mata”, do Instituto Coopera, cujo objetivo é a inclusão socioambiental de crianças e jovens da região de Ponte Alta na área administrativa do Gama/DF. O projeto que conta com 65 crianças e 15 jovens, visa promover a educação ambiental por meio de práticas permaculturais de cuidado com a terra e com as pessoas, buscando a distribuição justa e adequada dos recursos, relacionada com um processo de gestão participativa e de contribuição para o desenvolvimento sustentável da região. Além disso, os participantes do projeto realizam atividades como oficinas ambientais, es-

portivas, literárias e culturais, voltadas para os quatros elementos da natureza: água, terra, fogo e ar. Em defesa da natureza, a Gravo Papers que tem como sua matéria prima principal o papel, adquire sempre o material de fornecedores que também estão colaborando com o meio ambiente e que tenham o selo verde FSC, oriundo de área de manejo florestal e que tenha como conceito o planejamento, o controle e ordenamento do uso dos recursos florestais disponíveis. O objetivo é preservar sempre as questões relacionadas aos benefícios econômicos e sociais, reputando os mecanismos de auto-sustentação do ecossistema. Após a utilização de materiais gráficos, a Gravo Papers tem endereços e parcerias certas e ecologicamente corretas para os resíduos. Papéis e chapas de alumínio vão para a Capital Recicláveis. Os químicos e sólidos vão para a DMS e os toners para a Xerox. Contribuir para o desenvolvimento sustentável do planeta é agir ecologicamente correto. É o que costumam dizer os ambientalistas. Serviço Esave Aeroporto (61) 2195.2111 Colorado (61) 2195.9999 Prol Gráfica www.prolgrafica.com.br

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Mundo Animal

Por: Luiz Humberto de Faria Del´Isola | Fotos: Alcindo Camargo

A VIAGEM

PROJETO PEIXE VIVO

E

les eram 50.000. Viajaram quilômetros por estradas de terra e de asfalto. De caminhão, viajaram quase dez horas. Partiram de Nova Porteirinha, cidadezinha do norte de Minas, próxima da mais conhecida Janaúba. Ao final da jornada, chegaram a Porto Burity, no município de Paracatu. Foram recebidos com festa e alegria, por crianças e adultos, alunos e professores. Aqueles 50.000 indivíduos, todos jovens, tinham chegado à nova morada. Mas, como? indagaria o leitor, mas, como? 50.000 indivíduos, 50.000 retirantes, 50.000 viajantes de carroceria de caminhão. E, ainda assim, recebidos com festa e alegria? 50.000 migrantes? Pois foi o que se passou, leitor, foi exatamente assim que se passou o fato. E os moradores locais estão aguardando, ansiosa e esperançadamente, que mais e maiores levas de migrantes aportem à sua nova morada. Explico-me, prezado leitor, explico-me: os tais migrantes – 50.000, insisto – eram

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peixes. Da família dos curimbatás, mais conhecidos como papa-terras. Eles vieram do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura do Gorotuba, lá próximo de Janaúba, para fixar residência no rio Paracatu.

O PROJETO PEIXE VIVO – FASE 01 Não foram os primeiros peixes-viajantes, esses 50.000. Antes deles, bem antes, muitos outros milhares fizeram jornada semelhante e chegaram a mesma morada nova. Todos produzidos, transportados, alimentados e zelados por um projeto extraordinário: o Projeto Peixe Vivo, parceria entre a CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba) e o Brasilia Country Club, cuja sede campestre fica no Porto Burity-MG. A primeira etapa do projeto foi realizada em 2002, quando a CODEVASF entregou ao clube social vinte gaiolas, conhecidas como tanques-rede, que foram colocadas em uma represa artificial, próxima ao rio. Ali foram lançados 80.000 alevinos (peixes quase

bebês). Durante noventa dias, eles foram alimentados. Controlava-se a temperatura da água e o crescimento dos indivíduos. Quando atingiram o estágio de peixes juvenis eram transferidos para o rio. A sua “casa nova”, como sempre disse Willibaldo Brás Sallum, um dos mais talentosos e competentes técnicos da CODEVASF e grande entusiasta do Projeto Peixe Vivo. No ano seguinte, a rotina repetiu-se com mais 80.000 “migrantes”, encontrando casa nova nas águas do Paracatu. Nessa primeira fase do projeto houve a participação da Prefeitura Municipal de Paracatu. Através da Secretaria de Educação do município, cerca de 5 mil alunos forem conhecer o projeto e receberam noções de ambientalismo e preservacionismo. Em 2004, o projeto sofreu interrupção por razões políticas.

O PROJETO PEIXE VIVO – FASE 02 Em 2010, CODEVASF e BCC retomaram a parceria, agora em outros moldes. Sem gaiolas e sem alevinos. Agora, com indivíduos


juvenis transportados em tanques oxigenados e com despesca imediata. Willibaldo explica: “Quando iniciamos o 1° Peixe Vivo, a tecnologia de transporte era rudimentar. Hoje, é possível transportar um número grande de indivíduos por períodos e distâncias maiores, com perdas mínimas. Mas não é só chegar e ir jogando os peixinhos na água não. Tem que haver equilíbrio térmico: os peixes saíram do Gorotuba e chegaram ao Country a 26°C. No rio, a temperatura era de 28°C. Por isso, os peixes são retirados dos tanques e levados ao rio em sacos plásticos que, antes de serem abertos, são colocados na água do rio até que se estabeleça o equilíbrio térmico. Aí, é só abrir a boca dos sacos que e os peixes saem suavemente, sem traumas, e vão conhecer a sua nova casa, o rio.” A técnica do repeixamento, afirma Willibaldo, não pode ser vista como a “salvação” de rios, diminuindo a pressão sobre os estoques de pescado. “Ela é importante para isso sim, mas é mais importante ainda como elemento educacional para os jovens. Mais do que colher peixes, o Projeto Peixe Vivo quer

formar consciências”. Essa visão é compartilhada pelos diretores do BCC: “É como se a gente estivesse semeando vida”, afirmou Alcindo Camargo, Diretor do DPN. O Presidente do Clube Roberto Caldas, o Presidente do Conselho José Maria Santa Cruz e o ex-presidente Ataíde Rodrigues de Oliveira prestigiaram o evento e manifestaram satisfação pela retomada do Projeto Peixe Vivo. Em entrevista à Plano Brasília, o Dr. Jailson Duarte Silva (engenheiro de pesca), a bióloga Dra. Maria Regina Soranna e o Dr. Willibaldo (da CODEVASF) afirmaram que a SEAP – Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca – e a CODEVASF estão otimistas com o futuro da aquicultura no Brasil. “Seja na área econômica, seja na manutenção dos estoques de espécies nativas ou na inclusão social, a aquicultura terá papel importante no futuro do país.” O que mais marcou o evento, entretanto, foram as palavras simples de um dos alunos da Escola Municipal Manoel Novaes que, ao ver os novos “moradores” do rio exclamou, extasiado: “Agora, eu vou tomar conta do rio!”. Tomara!

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Jornalista Aprendiz Por: Renata Bittes

Homofobia: tabu nos

arredores do Congresso

A agressão física ou verbal sofrida por homossexuais ainda é um assunto ignorado

R

odrigo Ribeiro e Cristhian Cantarino foram vítimas de uma tentativa de assalto no dia 6 de novembro de 2010. Os dois, namorados há oito meses, estavam sentados na praça ao lado do hipermercado Extra, na Avenida Epia. Três garotos tentaram assaltar o casal. Christian decidiu correr, mas observou que Rodrigo não teve reação. Quando Rodrigo começou a correr, um dos assaltantes deu-lhe uma rasteira. Ao ver Rodrigo caído no chão em cima de cacos de vidro e concreto, o assaltante riu e fugiu junto com os outros. Seria apenas uma tentativa de assalto ou uma ação homofóbica? De acordo com a Organização Não Governamental (ONG) Elos, homofobia pode ser definida como o medo, a aversão ou o ódio irracional aos homossexuais. E, por extensão, a todos aqueles que manifestem orientação sexual ou identidade de gênero diferente dos padrões heteronormativos. Consiste em um problema social e político dos mais graves, mas que varia de intensidade, frequência e de sociedade. Dados mostram que, diariamente, cerca de dois homossexuais morrem no Brasil. “O grau de brutalidade é alto, porém não é muito divulgado. Se as notícias que já saem nos jornais são brutais, imagina as que não saem. Muitas vezes não é publicado porque a família sente vergonha e não quer admitir que um parente seja homossexual. E até a vítima que não é assumida, muitas vezes não denuncia”, detalha Sérgio Nascimento, coordenador de marketing da Elos. A ONG Estruturação - Grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) de Brasília, em 2007, durante três meses, entrevistou mais de 35° pessoas em locais frequentados pelo público essencialmente homossexual da capital federal. A pesquisa apontou que, 64% do segmento já sofreu algum tipo de violência física ou psicológica em locais que são declaradamente gays.

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O relatório também mostrou que dentre os que sofreram violência, 41,2% afirmaram ter sido vítimas de xingamento em locais públicos; 23,2% sofreram agressões físicas; 9,6% foram impedidos de beijar seus parceiros em locais públicos; 8,8% perderam o emprego; 8,3% foram impedidos de entrar em locais públicos ou foram expulsos dos mesmos e 8,8% sofreram outros tipos de violência. O coordenador do Núcleo de Pesquisas de Estruturação, José Marques, afirma que ao serem perguntados se já sofreram algum tipo de violência por parte de líderes religiosos nos últimos dois anos, 65,7% dos entrevistados responderam que sim. “O que mais assusta nos dados sobre a violência sofrida nos últimos dois anos refere-se à praticada pelos líderes religiosos ou por fiéis de denominações cristãs”, diz. Bruno Dorneles é homossexual assumido e já foi vítima de homofobia por ofensas orais. Ele conta que, quando tinha 14 e 15 anos, a discriminação era mais constante e agora que tem 21, há mais respeito. “As escolas deveriam estar mais preparadas e os pais com mais informação”, opina. A analista de comportamento da clínica Holopsi, Miriam de Castro explica que os homofóbicos aprendem que ser homossexual não é normal. Eles podem considerar a homossexualidade como uma doença patológica e quando o comportamento é reforçado através de outras pessoas com a mesma opinião, eles tendem a se unir e atacar o que não se considera normal e que incomoda. Miriam ainda diz que o homossexual que sofre ataques homofóbicos, seja verbal ou físico, tende a se fechar, a ter baixa autoestima e entrar em depressão. Conforme Sérgio Nascimento, a melhor maneira de combater a homofobia é a conscientização da comunidade LGBT sobre os seus direitos e depois dar visibilidade para mostrar que todos são iguais. “Nós não queremos


mais direitos que os heterossexuais, apenas os direitos que nos são negados. “O principal é conscientizar a população em geral e mostrar que somos seres humanos como todos. Nós amamos, trabalhamos e pagamos contas como todo mundo”, desabafa ele. A estudante Gabriela Freitas é declaradamente lésbica. Ela conta que já sofreu homofobia verbal ao usar uma pulseira LGBT. Suiê, a namorada de Gabriela, acha que controlar a homofobia, assim como o racismo, é bastante complicado. “Se existisse uma lei ou algum tipo de pena já ajudaria. Não resolveria, mas ajudaria”, enfatiza. Filipe Cavalcanti, estudante de Publicidade e Propaganda da UnB, é gay e afirma que nunca foi vítima de homofobia física, mas conta que um amigo foi surpreendido com socos ao beijar o namorado durante um happy hour na UnB. “Homofobia oral acho que todo gay já passou. Isso é inevitável”, constata. Para quem já sofreu algum tipo de discriminação homofóbica e procura assistência, o Núcleo de Atenção à Diversidade e Enfrentamento à Discriminação Sexual, Étnico-Racial e Religiosa (NUDIN) é um caminho seguro. A assistente social Carolina Silveiro, assegura que a instituição sempre acolhe vítimas e oferece atendimento técnico psicossocial. Segundo ela, a acolhida depende de cada caso, pois há diversas homofobias, como: lesbofobia (contra lésbicas) e transfobia (contra transexuais). As denúncias de homofobia podem ser feitas através do telefone: 0800 6471407.

Serviço Renata Bittes é estudante do 6º semestre de Jornalismo, na Universidade Católica de Brasília

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Propaganda e Marketing

Carlos Grillo*

Marca Brasil à moda Dilma Roussef O

primeiro discurso da presidenta Dilma em cadeia de rádio e televisão trouxe uma surpresa para a maioria dos brasileiros: a nova marca e o novo slogan do Governo Federal, apresentado nas vinhetas de abertura e de encerramento do programa. Segundo a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Helena Chagas, a nova assinatura é uma evolução da anterior. De fato, as duas guardam muitas semelhanças e a intenção de continuidade fica clara. Foram as diferenças, no entanto, que mais chamaram atenção. No lugar do Brasil multicolorido de outrora, a atual gestão optou pelo verde e o amarelo. E, para substituir o já conhecido “Um país de todos”, propôs “País rico é país sem pobreza”. A peça foi criada e doada pelo diretor de arte Marcelo Kertész, da equipe do publicitário e coordenador da campanha vitoriosa do PT, nas últimas eleições, João Santana. A novidade despertou ódio, paixões e debates acalorados nas redes sociais. Especialistas e palpiteiros de toda sorte opinaram. A maioria em repúdio. Confesso que, após o estranhamento natural, simpatizei com a marca proposta. Além dos aspectos técnicos de design, acuidade visual e aplicação, adequados a meu ver, seu ponto forte está no resgate das cores da bandeira, símbolo maior da identidade de um país. Já o slogan, esse sim, controverso, foi mais difícil de digerir. Achei confuso e cheguei a levantar a hipótese de um possível atentado à flor do Lácio. Mas, aos poucos me deixei envolver pelo seu jogo de palavras e significados. Kertész e Santana resumiram na frase a grande bandeira do governo Dilma: o combate à fome e a erradicação da miséria. Com uma boa dose de coragem, quase um suicídio do ponto de vista publicitário, escancararam no cartão de visitas do Estado o principal paradoxo

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brasileiro: o de ser a oitava economia do mundo e, ao mesmo tempo, o septuagésimo terceiro no ranking de desenvolvimento humano. Em parte, foi justamente a ousadia crua do novo slogan que me dobrou. Ele bate direto na boca do estômago daqueles que corroboram, ainda que por ignorância ou miopia social, a geração e o acúmulo de riquezas sem justa distribuição. “País rico é país sem pobreza” joga luz sobre temas desagradáveis para os quais, em geral, preferimos cerrar os olhos ou filtrar sob confortáveis lentes escuras. Causa incômodo. É negativo em essência. Porém, vejamos o que disse o britânico Simon Anholt, estudioso de gestão de Nation Branding e consultor da ONU, no seminário Brand Brasil 2010 – O valor da marca de um país: “Todos nós sabemos dos maiores problemas existentes hoje no mundo. Um aspecto fundamental na construção de uma Marca é de como os países estão interessados em atacar esses problemas. As pessoas se interessam em como eles são solucionados. Mostrar isso ao mundo é uma ação de valor inegável”. Sob a ótica de Anholt, a escolha foi acertada. E com relação a personalidade, principal característica de uma marca, acredito que ela traduz o estilo Dilma Roussef de governar: pragmático, direto, duro e eficiente. Sigo na torcida. Hoje fico por aqui, mas antes deixo uma provocação sugerida pelo amigo e publicitário André Fagundes: qual a necessidade e, mais do que isso, a legitimidade de um governo adotar uma marca? Bem, tratarei disso na próxima semana. Até lá.

*Carlos Grillo Sócio Diretor da Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais Email: grillo@monumenta.com.br Twitter: @carlosgrillo


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Boa leitura com um bom café

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Livro A misteriosa chama da rainha Loana Autor Umberto Eco Editora: Record

Livro O Poder da esposa que ora Autor Stormie Omartian Editora: Mundo Cristão

Livro A cabeça de Steve Jobs Autor Leander Kahney Editora: Agir

Livro Chatô, o rei do Brasil Autor Fernando Morais Editora: Companhia das Letras

Umberto Eco compõe uma sinfonia à memória, focalizando a falta e a perda da capacidade de lembrar. O autor visita seu próprio passado por meio do personagem Yambo, comerciante de livros antigos, sofisticado e erudito bibliófilo que passa a sofrer de amnésia depois de um acidente. Com a chamada memória afetiva em pane, não reconhece nem a mulher. Assim, percorre um acervo de lembranças infantis, evocando livros, histórias em quadrinhos, jornais antigos, discos e velhas canções em uma narrativa acessível e bem-humorada.

Estou lendo “O poder da esposa que ora”, de Stormie Omartian. Ganhei de presente de uma amiga e conta como a autora fortaleceu seu casamento através da espiritualidade e de palavras de ensinamentos religiosos. O livro relata como tudo se transformou depois que Stormie começou a orar pelas áreas-chaves da vida do marido, tais como: sua vida espiritual, suas emoções, seu papel de pai, líder e responsável pelas decisões, sua saúde e proteção, sua fé e seu futuro.

Primeiro que, por ser uma biografia “não autorizada” de Steve Jobs, ela põe em terra um pouco sobre o mito de Steve Jobs, mostrando que, muitas vezes, para obtermos as respostas, precisamos apenas ligar os pontos. Não só comenta sobre um pouco na experiência de usabilidade e design como também técnicas de liderança e inovação que exigem sem dúvidas alguns sacrifícios.

História da vida vertiginosa de um dos brasileiros mais poderosos e controvertidos deste século. Dono de um império de quase cem jornais, revistas, estações de rádio e televisão – os Diários Associados - e fundador do MASP, Assis Chateaubriand ou apenas Chatô, sempre atuou na política, nos negócios e nas artes como se fosse um cidadão acima do bem e do mal. Mais temido do que amado, sua complexa e muitas vezes divertida trajetória está associada de modo indissolúvel à vida cultural e política do país entre as décadas de 1910 e 1960, magistralmente recriada neste Chatô, o rei do Brasil.

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Frases Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com Sou como você me vê. Posso ser leve como uma os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por brisa ou forte como uma ventania. Depende de quando estranho que pareça, sou grato a esses professores. e como você me vê passar. Gibran Khalil Gibran

Clarice Lispector

Criaturas que nasceram para ser devoradas, não Não sejas ambicioso e mesquinho; a justa medida é aprendem a deixar-se devorar. excelente em tais casos. Rui Barbosa

Como é estéril a certeza de quem vive sem amor. Cazuza

Pitágoras

Acho muito difícil estar casado. Monogamia não é para todo mundo. Mick Jagger

Desafio você a tornar a sua vida uma obra prima. Desafio você a se juntar às pessoas que vivem o que A melhor vingança é o esquecimento, pois é o sepultaelas ensinam, que fazem aquilo que aconselham. mento do desprezível na poeira da sua própria insignificância. Anthony Robbins

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Baltasar Gracián


Vinho

Antônio Duarte*

Harmonização de

Queijos com Vinhos O

queijo é um dos alimentos mais problemáticos para a harmonização Eis algumas harmonizações com vinho. O que não surpreende, Gruyère – vinho branco frutado – Riesling, Viognier, Asti, Torronuma vez que são quase sempre muito tés ou tinto Merlot, Malbec ,Pinot Noir sem madeira. salgado. Geralmente com alto teor de Roquefort e gorgonzola – Merlot, vinho doce de colheita tardia, gordura, alguns com elevado nível de vinho do Porto Tawny, Tokay. No caso do gorgonzola podemos acidez, sabores que primam pela intensi- também usar um tinto leve como Barbera ou Bardolino ou doce dade e certas modalidades, apresentando como o Passito de Pantelleria, ou Moscatel português. viscosidade que recobre o interior da boca, Parmesão – Cabernet Sauvignon, Syrah, um bom Amarone. inibindo as papilas gustativas de exercePecorino Romano – vinho doce de colheita tardia, taninosos rem a sua função. É bem verdade que existem casamen- e robustos como Merlot, Cabernet Sauvignon, Sangiovese, tos perfeitos que se solidificaram através Nebiollo e Amarone. dos séculos, assim como o queijo de cabra Emmental – vinho tinto Merlot, Pinot Noir e brancos Gewürztracom o Sancerre. O Munster com o Gewür- miner, Sauvignon Blanc. ztraminer. O Roquefort com o Sauternes. Gouda – Malbec, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot O Stilton com Porto Vintage. Porém, te- Noir, Merlot ou então um espumante Brut. nhamos em mente que estas combinações perfeitas são raras e que cuidados devem Edam – Malbec ou Shiraz. ser tomados, principalmente se a tábua de Provolone – Syrah, tintos com madeira com as uvas Tannat, queijos for oferecida na seqüência de um Cabernet Sauvignon, se branco um Gewürztraminer. jantar, antes da sobremesa, ao estilo fran- Maasdam – Sauvignon Blanc. cês. Isto porque, se o jantar observou corretamente a ascensão gradual dos vinhos Reino – Pinot Noir, Chardonnay, Riesling. relativamente ao seu corpo e se o último Brie – Sauvignon Blanc, Porto Ruby, Prosecco, Chardonnay sem prato foi servido, por exemplo, com um Madeira, Pinot Noir, Bardolino, que são leves, frutados e com Barbera, procure servir uma tábua com poucos taninos. Gorgonzola que combina muito bem com Camembert – Sauvignon Blanc, Porto Ruby, Prosecco, espumante este vinho e com queijos como Stilton ou Brut, tintos Carménère, Merlot, Cabernet Franc, Pinot Noir. Roquefort que permitem a harmonização com o vinho que será servido no acompa- Saint – Paulin – espumante Brut. nhamento da sobremesa, que pode ser um Queijos de cabra – Sauvignon Blanc, Carménère, espumante Brut, se for ousado um Rosé. Se o queijo de cabra for envelheSauternes, ou Porto Vintage, etc. Damos a seguir, agrupados por certas cido, temos a ausência de acidez e a concentração do picante. características semelhantes, alguns tipos Então servir um tinto de corpo leve a médio. de queijos e os vinhos correspondentes, Queijos de leite búfula – Brancos frescos, frutado e com acidez embora saibamos que os queijos variam equilibrada, Chardonnay ou um espumante Demi-Sec. tanto no seu sabor, até mesmo em função Serra da Estrela – tintos do Dão, Porto Ruby. dos diferentes processos produtivos utilizados, que a tentativa para sugerir vinhos Mussarela fresca – Frascati ou tintos como Gamay ou Bardolino. apropriados como acompanhantes para cada categoria através de uma tabela prática. Tem de ser considerada efetivamente *Antônio Duarte é presidente da filial brasiliense da Associação Brasileira de Sommeliers como uma tentativa:

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Diz Aí, Mané

A diferença entre o Romantismo e o Realismo é que os românticos escrevem romances e os realistas nos mostram como está a situação do país.

O batismo é uma espécie de detergente do pecado original.

As plantas se distinguem dos animais por só respirarem a noite.

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O Chile é um país muito alto e magro.

Na Grécia a democracia funcionava muito bem porque os que não estavam de acordo se envenenavam.

A fé é uma graça através da qual podemos ver o que não vemos.

As múmias tinham um profundo conhecimento de anatomia.

Os crustáceos fora d’água respiram como podem.

Os estuários e os deltas foram os primitivos habitantes da Mesopotâmia.


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Cresça e Apareça

Adriana Marques*

E o planejamento?

Vamos

O

à luta!

ano mal começou e nós já podemos ouvir de algumas pessoas o que elas tinham planejado para este ano. O que tinham planejado mas não fizeram. O que esperavam ter mudado mas não aconteceu. O que deveria fazer parte da sua rotina mas foi esquecido. Se o ano começou e o planejado ainda não foi efetivado, a próxima chance acontecerá dentro de mais ou menos 9 meses. Seu sucesso poderá vir então. Sua carreira terá a chance de decolar. Você terá, finalmente, condições para fazer o que precisa ser feito. É impressionante mas alguns se colocam na posição de derrotados muito cedo. Estamos sempre esperando a situação ideal. Esperamos ter dinheiro suficiente, o carro dos nossos sonhos, um trabalho que amemos, um cenário pessoal de matar de inveja qualquer amigo bem sucedido que se acha ícone. E quando tudo isso acontecer, nós poderemos efetivar aqueles nossos planos. Seremos mais magros, mais bonitos e até mais inteligentes... Quando tivermos alcançado nossos objetivos será mais fácil fazer virar realidade nossos planos de final de ano. O sucesso será natural. Sem querer fazer você acordar de forma abrupta de seu lindo sonho, encaremos: As coisas só vão começar a acontecer no dia em que procrastinação deixar de fazer parte da sua rotina. Procrastinação: Palavra difícil e feia. Significa deixar para amanhã o que pode ser feito hoje. Não colocar a energia suficiente para sair da estagnação. É, em outras palavras, deixar de entrar em ação e empurrar com a barriga aquilo que lhe traria resultados hoje. Porque que deixar seu sucesso para amanhã se ele pode acontecer hoje? Para que pensar em esquecer responsabilidades e tarefas se elas serão suas aliadas? Elas te levarão até mais longe.

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Procrastinação é um mal do brasileiro. Somos otimistas. Esperamos (e rezamos para) que as soluções caiam do céu. Estamos sempre pensando que no final tudo vai dar certo. Mas sabe o que acontece quando deixamos para amanhã o que poderia ser feito hoje? Sensação de culpa, incompetência, baixa autoestima, ansiedade e tristeza. Somos tomados pela certeza de que não estamos sendo o melhor que poderíamos ser. O meu desafio pra você é: Seja o melhor que pode ser HOJE. Para isso, deixe de se boicotar, de inventar desculpas que só prejudicarão sua vida e a de ninguém mais. Entre em ação de forma consistente e disciplinada. Todo dia é uma ótima oportunidade de começar um projeto, de investir no seu bem estar e na sua evolução. O momento é agora! Qual o seu nível de compromisso com o seu sucesso? Mãos a obra!

*Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching. Master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.



Ponto de Vista

* Aylton Gomes

Segurança pública: ainda há muito a fazer A

economia do Brasil vem crescendo significativamente nos últimos anos. Caminhamos para estar entre os cinco primeiros países do mundo. Por outro lado, ainda sofremos com problemas básicos, principalmente no que tange a segurança pública. Apesar de ser o centro do poder, a roda de todas as negociações e palanques políticos, Brasília não foge a regra e também possui carências no setor. A discussão sobre o tema é diversa: falta efetivo, faltam leis mais severas, falta atuação do Estado. Falta valorização dos profissionais que zelam por vidas e bens alheios. O investimento em segurança é urgente e necessário. À frente da Comissão de Segurança da Câmara Legislativa, vou fiscalizar e propor meios para que esses profissionais tenham condições cada vez melhores e condizentes com a grandeza do seu papel na sociedade. Com a crescente demanda gerada pelo aumento populacional e pelo inchaço causado pelas cidades do entorno, sem dúvidas o aumento do efetivo é fundamental para melhorar a eficiência da segurança pública. Precisamos de mais policiais nas ruas. O Corpo de Bombeiros está há dez anos sem concurso publico. A população aumentou notoriamente e número de militares não acompanhou a carência de nossas cidades. O governo não pode mais esperar e precisa tomar atitudes drásticas para que não cheguemos à beira do caos. Outra medida importante é a integração entre Corpo de Bombeiros, Policias Civil e Militar para uma ação preventiva a fim de coibir a criminalidade e evitar situações que coloquem em risco a população. Segurança eficaz é aquela que antecipa qualquer situação de risco, é aquela que age antes do crime acontecer. Brasília conta com a melhor polícia do país e com unidade, diminuiremos ainda mais os

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índices de criminalidade, que segundo dados da Secretária de Segurança Pública do DF, caiu 6,7% no último ano. Não posso me furtar em dizer que eficiência do trabalho da polícia está intimamente ligada ao bom relacionamento entre o cidadão e o policial. A interação entre a sociedade e o poder público é um dos mecanismos mais eficazes para se apontar as falhas e necessidades de cada setor. Uma solução para isso é buscar junto aos conselhos de segurança de cada comunidade suas reais necessidades e problemas. É fato que qualquer debate sobre segurança pública vai apontar erros e propor mudanças. Não existe uma perspectiva única sobre o tema. Não podemos deixar de reconhecer que nossa segurança – a minha e também a sua – é feita por pessoas, que como nós, precisam ser reconhecidas e valorizadas para desempenharem com orgulho e compromisso a missão que receberam da sociedade. Lutaremos juntos pela melhoria da segurança pública. Esse é meu compromisso. * Aylton Gomes é deputado distrital e bombeiro militar. Está no segundo mandato na Câmara Legislativa, onde preside a Comissão de Segurança.


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Eixo Monumental

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