Plano Brasilia 84

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Plano

15 de fevereiro de 2011 Ano 9 · Edição 84 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

EDITORA

Violência contra a

mulher

MESA REDONDA Tadeu Filippelli Cidade Os limites de Brasília 84

Ponto de vista Liliane Roriz




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Sumário

38

13 34

46 12 Cartas

48

66

38 Cotidiano

62 Música

13 Entrevista

40 Planos e Negócios

64 Cinema

16 Panorama político

42 Automóvel

66 Mundo Animal

18 Brasília e Coisa & Tal

44 Vida Moderna

68 Jornalista Aprendiz

20 Política Brasília

46 Esporte

70 Vinho

22 Dinheiro

48 Personagem

72 Propaganda e Marketing

24 Capa

50 Saúde

74 Tá Lendo o Quê?

28 Cidadania

52 Moda

76 Frases

30 Gente

54 Comportamento

77 Justiça

32 Cidade

56 Cultura

78 Diz aí, Mané

34 Educação

58 Agenda Cultural

80 Ponto de Vista

36 Tecnologia

60 Gastronomia

82 Charge



Expediente

Carta ao leitor

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira DIRETOR DE ARTE Theo Speciale

DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr. e Monique Valente Fotografia Gustavo Lima EQUIPE DE REPORTAGEM Alessandra Bacelar, Fernanda Azevedo, Larissa Galvão, Maíra Elluké, Michel Aleixo, Tássia Navarro, Veronica Soares e Virgínia Ciarlini COLABORADORES Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Luis Turiba, Mauro Castro, Liliane Roriz, Nicole Vasconcelos, Regina Ivete Lopes, Ricardo Movits, Romário Schettino, Tarcísio Holanda, Vetuval Vasconcelos. IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Aqui estamos mais uma vez com um novo número da Revista Plano Brasília, para que você, prezado leitor, possa se deliciar com a leitura. Estamos sempre na busca de assuntos que acreditamos ser do seu interesse. Na nossa matéria de capa “Briga de Marido e Mulher ninguém mete a colher é coisa do passado”, apostamos que você vai, com certeza, tecer algum comentário. Achamos muito bom quando isso acontece. Não que queiramos provocar celeuma, mas um “comentariozinho” vai significar que nossa publicação está atingindo o nosso objetivo maior que é o de formar opinião. Na reportagem mostramos que, com a criação da Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal (SEM), a intenção é fortalecer o ambiente público para o enfrentamento da violência contra a mulher no ambiente privado. Compreender as manifestações sociais que determinam um comportamento secular de submissão da mulher, assim como combater as distinções de gênero, são objetivos muito bem ordenados e muito bem vistos por aquela secretaria. Em Brasília, segundo censo de 2010 do IBGE, as mulheres representam 52,9% da população. Desse percentual, 82% delas trabalham fora e enfrentam dupla jornada. Os números são alarmantes. Dados recentes revelam que em todo o país existem mais de dois milhões de mulheres que são espancadas anualmente e que só 40% delas denunciam seus agressores. Mensalmente, o números de mulheres agredidas chega à marca de 175 mil, representando quase seis mil por dia, 243 por hora, quatro por minuto e uma a cada 15 segundos. Mas, é preciso deixar claro que a violência contra a mulher não é maior em Brasília e sim a quantidade de denúncias. Principalmente por conta do nível de escolaridade e por a capital possuir a menor taxa de analfabetismo do país. Na reportagem “Os limites de Brasília”, mostramos o drama de moradores do DF que pensam duas ou mais vezes na hora de responder aonde ficam suas residências, já que órgãos como a CEB, Caesb, Correios e Companhias Telefônicas os deixam malucos e sem respostas certeiras. Enquanto um órgão enquadra o endereço telegráfico em uma região administrativa, um outro vez o faz o enquadramento em uma outra localidade. Um verdadeiro caos que, segundo especialistas, é devido ao crescimento acelerado e desordenado da capital. E nessa confusão, quem acaba pagando o “pato” é a população que, aos olhos de vários órgãos públicos, tem vários endereços sem o seu imóvel ser móvel. Já na matéria “Educação no DF”, você leitor vai, mais uma vez, ver que o setor, junto com a saúde e a segurança continua a ser um dos calcanhares de Aquiles de qualquer governante do Brasil. No DF, os problemas da pasta vão desde às constantes defasagens do corpo docente quanto à ausência de políticas públicas para servir como pilares de sustentação do sistema. Passando pelo sucateamento das escolas propriamente ditas, ausência de gestões democráticas e a necessidade premente do resgate da imagem que o setor teve outrora. Em um raio X da pasta feito pela própria secretária, o leitor vai ver que os problemas são reconhecidamente públicos e que os projetos de acertos estão sendo evidenciados. Uma leitura imperdível. É isto caro leitor. Uma boa leitura e nos falamos na próxima semana. Até lá!



Cartas

Fale conosco

Venho parabenizar a matéria de Cidade que aborda a má conservação das pontes e viadutos de Brasília. Há muito percebo o descaso dos nossos governantes com aquilo que é considerado Patrimônio Histórico da Humanidade. Assim como as pontes, o Cine Brasília, o Teatro Dulcina de Morais, a Torre de TV, o Teatro Nacional, a Funarte e outros inúmeros “patrimônios históricos” pedem socorro. Kaliope Medeiros Asa Norte Gostei muito da matéria de capa. Em minha vida, o perfeccionismo sempre me perseguiu. Cresci com a minha mãe e, hoje, depois de casada, percebo que repito as mesmas manias e "erros' dela: repetições, desgaste nas relações e preocupação com detalhes. A matéria serviu para me abrir os olhos. Tenho e devo procurar ajuda. Suely Marques Lago Sul Prezados, gostaria de parabenizá-los pela matéria da página 63 (MÚSICA ERUDITA EM BRASÍLIA), sugiro que seja feita uma matéria divulgando a música erudita na edição que antecederá o próximo encontro, desde já agradeço. Att. Darlan Pissolatti

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.


Mesa Redonda

Da Redação | Fotos: Gustavo Lima

Equipe Plano Brasília: Edson Cristómo, Liana Alagemovits, Natasha Dal Molin e Romário Schetino

A

Tadeu Filippelli

Revista Plano Brasília inaugurou um formato inovador de entrevista que promete deixar as discussões políticas - tão comuns na capital da república - muito mais interessantes, calorosas e agradáveis. Em parceria com o restaurante Dona Lenha Mediterrâneo, os políticos mais influentes do cenário local são convidados para um almoço descontraído com um grupo de jornalistas e formadores de opinião. E nosso primeiro convidado não poderia deixar de ser alguém realmente influente no cenário político local. É com muito orgulho que trazemos na inauguração desse novo modelo o ilustríssimo vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli (PMDB). PB> Hoje, como anda a relação entre PT e PMDB pós-vitória? TF> Eu acho que cada força política, em uma composição, tem uma visão: o seu perfil. Por exemplo, essa aliança que nós fizemos foi inusitada. Jamais Brasília pensou que iria ver no mesmo palanque PMDB e PT juntos, pela nossa própria história. Nós tivemos as nossas brigas internas para começar a preparar dentro de cada partido a disposição de um projeto desses. Fizemos convenções, diga-se de passagem, convenções acirradas. A do PMDB, inclusive com sangue, com brigas, disputa e embate físico, mas prevaleceu tanto o lado do PT quanto do PMDB, inclusive com o mesmo percentual, de cerca de 80% de apoiamento passando então pela convenção final, com a participação não só do PT e PMDB, mas de 13 partidos e com entendimento, afinidade e harmonia muito grande. Esse foi o clima de campanha. E se não fosse assim, nós não conse-

guiríamos levar a campanha à frente, porque as nossas militâncias não se dariam bem e não conseguiríamos tocar o barco. Conseguimos que as militâncias se dessem bem. Conseguimos obter a vitória e as apostas tanto dos parceiros como dos adversários era de que nós não conseguiríamos. Na hora de fazer uma composição, fazer um governo de coalizão, dividir o espaço do governo, nós não passaríamos dessa fase. Passamos melhor do que o governo federal. Um exemplo para muitas unidades da federação. Nós temos acompanhado nos noticiários que apesar de todo esse entendimento que o senhor acabou de relatar, ainda há problemas. Como está a base aliada na Câmara Legislativa e qual é o seu papel na articulação política? Estava contando agora a pouco que estou saindo de um café da manhã de 14 deputados e mais quatro representantes juntamente com o governador Agnelo (Queiroz), o secretário de Governo Paulo Tadeu e o Wilmar Lacerda, que será o assessor de relações parlamentares, no qual ficou mais uma vez consolidado esse entendimento. Quando algum deputado do PT, do PMDB ou de qualquer partido vem nos fazer alguma reclamação, tanto eu quanto o Agnelo temos uma frase: que por maior que seja a dificuldade de cada um, ninguém passou pelo que Agnelo e eu passamos para poder conseguir esse entendimento. A partir daí, organiza um pouco a cabeça de cada um o pensar e dá uma dimensão do sacrifício que nós devemos ter. Se você pegar o PMDB está tranqüilo. O partido está satisfeito, estou dizendo publicamente: o PMDB ou nenhum outro partido

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vai ficar completamente satisfeito com os espaços no governo. Eu estou rigorosamente consciente de que o Agnelo está fazendo o máximo possível pelos seus aliados, em particular com o PMDB. Ele tem sido responsável pelo justo reconhecimento da grandeza e da correção. Essa relação do PT com o PMDB aqui no DF está boa, mas porque o senhor acha que isso foi possível aqui e não ocorreu no nível nacional? Em primeiro eu destacaria esse entendimento com o Agnelo, esse respeito mútuo. Em segundo, a própria história que nós tivemos recentemente no Distrito Federal. A crise que foi aqui vivida é inquestionável. Se você tem 66,5% em uma eleição para governador, isso já é algo que, em qualquer lugar do Brasil e em Brasília, que a diferença nunca foi de mais de 1%, ou 0,5% ou 1,5%. Isso é significativo. É uma confiança muito grande que a sociedade depositou na gente. Mas devemos entender isso tudo como uma responsabilidade: é como se eles tivessem dado para nós a última oportunidade pela própria história de Brasília. Brasília não admite mais erros da forma como os que ocorreram nos últimos anos. Os empresários de Brasília estão muito apreensivos com a vinda de outros setores para a cidade. Quais sãos os planos de capacitação, espaço para os empresários da cidade? No meu ver, o governo tem que ter essa consciência de que existe o espaço e é obrigação da presença do governo respeitar determinadas outras áreas que não podem entrar para afetar a concorrência das nossas terras que, devido às dificuldades em certas áreas o que ocorre no país é que promovam o nosso desenvolvimento, que geram nossas riquezas, que geram nossos empregos e que mudam. Estão ajudando a transformar esse país. Eu acredito no setor produtivo e no segmento empresarial que, independente das dificuldades que acontecem no país, ajudam a transformar esse país. Desde

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Essa falta de transferência de governo mostrou o absurdo que foram os últimos anos os grandes empreendimentos até os micro e pequenos empresários, até porque é nesse segmento que está o grande percentual de geração de emprego, que é a grande realidade nossa. Brasília não tem a mesma tradição nesta área do que em São Paulo. Em São Paulo, do aeroporto até o hotel você passa por até cem grandes empresas que você nunca tinha ouvido falar o nome. Nós temos que entender que Brasília nasceu para ser uma cidade administrativa. Ela cumpriu o seu compromisso nesse aspecto e foi se transformando hoje em um uma região que, 43 anos atrás é completamente diferente, se você entender que Brasília tem a população de um país inteiro como o Uruguai. Hoje nós temos a terceira região metropolitana do país. Voltando para a questão política, eu gostaria que o senhor comentasse a herança maldita. Um dos aspectos é a desorgani-

zação do Estado, que pode ser visto pelo caso do excesso de cargos comissionados. Quais foram os problemas herdados? Em momento nenhum nós pensamos em tomar alguma decisão de governo que represente um desrespeito com as entidades de fiscalização. De forma nenhuma a gente transgrediu. Não existe essa possibilidade, até porque não é possível voltar a cometer esse equívoco. Segundo ponto: nós recebemos um governo, essa é uma realidade que a comunidade verifica. O transporte público seria uma área mais grave que a saúde. Se você pegar a própria estrutura governamental, faltou um planejamento. Todos os sistemas, nenhum nós temos o domínio deles. Nenhum de nós temos o processo em pé para ser operado. Essa falta de transferência de governo mostrou o absurdo que foram os últimos anos. Como é que no último dia útil, no dia 29, você manda suspender todos os serviços públicos e no dia 3 de novembro comunica a suspensão desses serviços, com a demissão dos funcionários? Hoje estamos precisando licitar empresas de corte de grama. Isso é um grave problema. Como a Câmara vai se comportar? Como já tem alguém falando. Tem uma frase do Ulisses Guimarães que diz: ”Quem ganha governa, quem perde fiscaliza”. As pessoas estão apavoradas com essa questão da falta de manutenção. Há seis anos, recordando: a gente fala de segurança e muita gente esquece ou até desconhece o problema. Por exemplo, há seis anos nós tivemos aquele viaduto que faz parte da plataforma superior da rodoviária, do lado norte da cidade, afundou. Afundou literalmente: a laje apodreceu e um caminhão caiu e o teto se rompeu. Brasília está com 50 anos, 53 anos com a estrutura de concreto sem a menor manutenção. Ninguém está percebendo que para entrar no Teatro Nacional esse ano inteiro, todo 2010, as pessoas tiveram que atravessar por baixo. Aquilo é oco, vazio, são paredes e lajes.


Agora esses problemas serão solucionados? Essa preocupação vale para todos os pontos. Vou te dar o exemplo da Via S2 e a Via N2, que são aquelas vias paralelas ao Eixo Monumental, que passam atrás dos ministérios. Se vocês forem observar os pilares, vão ver que todos já perderam a primeira capa e estão com as ferragens expostas, enferrujadas. Se continuar mais alguns anos assim, vai cair, não tem jeito. Então nós temos que ter essa cultura, e o brasileiro não tem essa cultura, até porque não se tinha dinheiro para o básico, mas hoje em dia, graças a Deus, o Brasil desenvolveu sua economia. Enquanto a gente não fizer novos investimentos, temos que lembrar de manter o patrimônio que nós temos. Mas basta ver aqueles focos de matos altos e isso destrói a grama. Isso aí é um patrimônio. O senhor falando isso, lembra o documentário Mundo Sem Ninguém. É o que nos passa quando a gente pensa em uma cidade com essas características. O novo governo tem que tratar essa cidade com muito carinho, que essa cidade é patrimônio de cada um de nós. Vamos lembrar de três fatos importantes. Primeiro: para a gente conseguir isso, temos que cuidar da nossa cultura. Nós não temos aqui essa cultura de manutenção. Segundo: nós temos que continuar planejando e cuidando da estabilidade da economia. É preciso ter dinheiro para a economia. Terceiro: precisamos de tempo. Estamos contratando agora empresa para fazer o monitoramento da ponte novamente e que permitam o laudo de várias estruturas de concreto, das edificações que precisam de acompanhamento. Vão ser feitos esses laudos e cada laudo deve implicar em uma obra. Visitar, contratar, e isso não dá para mudar a pino. O cidadão comum está tendo uma noção da situação da Saúde de Brasília que está próxima da situação de UTI ou IML. O senhor tem acompanhado o governador e o secretário de Saúde, Rafael Aguiar, nas visitas aos hospi-

comercial por pessoas que ficam dez horas na fila de emergência, ou seja em casos que poderiam ser tratados de outra forma. Temos que mudar o sistema, mudar a forma de atendimento, aumentar o Saúde em Casa, como é hoje na França, Itália, com unidades de pronto-atendimento. Cada UPA que for aberta vai diminuir em 50% o número de acessos aos hospitais. Seria preciso ter uma triagem. Porque aí no hospital em vez de atender alguém quase que mortalmente ferido, tem que ficar atendendo consultas.

As pessoas estão apavoradas com essa questão da falta de manutenção tais. Do que precisam os hospitais, além de macas, medicamentos, engenharia? Na verdade, você pode entender a saúde no momento por duas abordagens. Em uma abordagem um pouco mais imediata, que permite algum tipo de resposta em áreas que é possível fazer. Exemplo: melhorar a logística da saúde através da distribuição de remédios, através da distribuição de compras: hoje, em matéria veiculada em um dos veículos de comunicação de maior expressividade na cidade dava conta de que uma senhora recebeu um lote de remédios vencidos, prejudicando o tratamento dessa senhora, podendo até provocar um problema muito maior, um dano irreversível. Esses problemas podem ser atacados agora por uma resposta direta. Agora, mudar a saúde do Distrito Federal em profundidade, só se consegue de uma forma, mudando o sistema de saúde. Os hospitais ficam cheios no horário

Foi criada a Secretaria de Meio Ambiente, que é comandada pelo Eduardo Brandão (PV). O senhor avalia que essa pasta pode vir a ser um problema para a área de desenvolvimento. Enfim, existe um bom relacionamento entre as duas áreas neste governo? O meio ambiente tem que deixar de ser discurso, para ser uma prática. No momento que se cria uma Secretaria, demonstra a visão do governo de encarar essa questão de verdade. Ao nomear Eduardo Brandão para esta pasta, o Agnelo está entregando em boas mãos uma bandeira de luta política para o nosso grupo. Isso que os partidos precisam entender, você eleitor sabe em que bandeira você está votando. Eu tenho certeza que o Brandão, que foi candidato ao Governo do Distrito Federal terá consciência dessa responsabilidade e por outro lado, ele será intransigente com o respeito ao meio ambiente. E como está a relação do governo com o senador Cristovam Buarque? Ele que é notadamente um grande político e que atuou intensamente na campanha, parece que estaria um pouco chateado. Há alguma mágoa? Eu tenho a convicção que pode ter tido um breve momento dessa forma de compreensão de um lado ou de outro. Mas preciso dizer: o Cristovam, se nós conseguimos construir esse entendimento interno que se vê hoje, o Cristovam foi uma parte fundamental. Foi um instrumento importante na construção desse entendimento.

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Panorama Político

tarcísio holanda

Dilma promete cortar na carne A

presidente Dilma Rousseff sancionou o Orçamento, o que serve de sinal para que os Ministérios da Fazenda e do Planejamento comecem a estudar os cortes de forma a adequá-los a política de austeridade que a equipe econômica pretende adotar para afastar o fantasma da inflação. Já se antecipa que os cortes orçamentários deverão alcançar os R$ 50 bilhões, o que mostra o ânimo da presidente em promover uma economia severíssima de gastos. Antes dizia-se que o corte seria de 20 a 30 bilhões - o agora anunciado atinge os 50 bilhões de reais. O Orçamento previa um total de despesas da ordem de 1,2 trilhão, em 2011, tendo o Congresso, via emendas parlamentares, elevado a cifra em R$ 25,5 bilhões.

Clima de tensão no Congresso Os cortes estão sendo anunciados no justo momento em que a presidente Dilma Rousseff promete enviar ao Congresso o projeto que reajusta o salário mínimo para R$ 545. O governo cobra fidelidade de sua maioria parlamentar para que seja aprovado o teto salarial naquele limite. O anúncio da política de austeridade atingindo as emendas dos parlamentares se encarrega de criar um clima de tensões no Congresso contra o governo. E os seus líderes e porta-vozes no parlamento já estão advertindo os integrantes da sua base de apoio que um aumento maior do mínimo vai obrigar a mais cortes orçamentários. É aquela história tão antiga quanto o homem – se correr, o bicho pega; se ficar o bicho come.

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Compensação no Bolsa-Família Os economistas de modo geral concordam em que é necessária uma política de austeridade para frear as despesas públicas, que tiveram aumento considerável durante o governo Lula. A base do argumento que eles usam é que é melhor trocar o aumento real do salário mínimo por um reajuste do Bolsa-Família, que beneficia aqueles que são realmente carentes no seio da população. Essa melhoria monetária daquele benefício social teria também um efeito econômico positivo, na medida em que traria uma mais justa distribuição de renda no país, consoante um estudo alentado elaborado pela Fundação Getúlio Vargas. A tese é de que o governo precisa ser duro depois da farra eleitoral do ano passado.

Aumento do poder de compra só até 2014 A gestão do presidente Lula cogitava de mandar um projeto de lei ao Congresso fixando uma política permanente de reajuste do salário mínimo até 2023. O governo de Dilma não parece inclinado a endossar essa postura, uma vez que técnicos do governo já falam em um horizonte mais modesto – só até 2014. De um modo geral, os economistas não concordam com um reajuste acima da inflação. Sustentam ser impossível prever percentuais de reajustes até 2023. Um aumento real maior para o salário mínimo obrigaria o governo a cortar gastos em outros setores em montante capaz de cobrir o reajuste

do piso salarial. Isso porque a política de contenção de gastos que deve ser adotada não pode ser complacente.

49 milhões de beneficiados Claro que as principais lideranças sindicais discordam da visão fria dos economistas. Para o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical e o presidente da CUT (Central Única de Trabalhadores), Artur Henrique, mais importante é a grande quantidade de trabalhadores que serão beneficiados com essa política de aumento real do salário mínimo até o ano de 2023: são 49 milhões de brasileiros que receberiam o benefício de forma direta, se o salário mínimo tiver um percentual de reajuste mais generoso. “Estes economistas estão a serviço do ministro da Fazenda, Guido Mantega” – foi o comentário irônico que fez o deputado Paulo Pereira da Silva, que é dirigente da Força Sindical.

Grato jantar Algumas horas depois de ter anunciado um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União para 2011, a presidente da República, Dilma Rousseff, abriu os salões do Palácio da Alvorada a residência oficial da Presidência para prestar uma homenagem àquele que patrocinou a sua eleição, o ex-presidente Lula, que estava acompanhado de sua mulher, dona Marisa. Também se fizeram presentes ao acontecimento social só alguns ministros que formam o “gabinete íntimo” de Dilma: o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, Guido


Mantega e Gilberto Carvalho, ministros da Fazenda e da Secretaria-Geral da Presidência da República e o presidente nacional do PT, o ex-senador José Eduardo Dutra. Na quinta-feira, eles voltaram a se encontrar com muitas figuras do governo, todos presentes à festa do 31º aniversário de fundação do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo. Uma festa que contará naturalmente com a presença da presidente da República. Outro motivo levou a presidente Dilma Rousseff a São Paulo: ela foi ao Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, se submeter a uma bateria de exames de rotina.

CONTRA A FISIOLOGIA NO PMDB

própria imagem pública, atribuindo-lhe um papel extremamente constrangedor na atividade política. Curioso e, por coincidência, o grupo renovador se manifesta no instante em que o PMDB troca tiros com o PT, disputando cargos e posições do segundo escalão no governo de Dilma. Os parlamentares que exprimem sua insatisfação com a direção do partido são de seis estados: Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraíba e Maranhão – entre eles Darcísio Perondi (RS), Osmar Serraglio (PR), Fábio Trad (MS), Edinho Bez (SC), Osmar Terra (RS), Raul Henry (PE) e Mauro Mariani (SC).

“Nova agenda”

O PMDB foi eleito pela mídia como o partido fisiológico, aquele que está sempre sedento de cargos e posições na máquina pública. Agora, um grupo de 12 deputados do PMDB que se declara em conflito com a cúpula partidária formalizou suas divergências em um manifesto. O movimento se intitula “Afirmação Democrática” reunindo os 12 deputados que representam 15% da bancada cujos membros somam 79. Os parlamentares recusam a pecha de dissidentes e se apresentam como uma “corrente partidária” que manifesta seu descontentamento, discordando dos atuais rumos que a direção imprime ao partido. Exprime seu inconformismo e quer se diferenciar “da prática fisiológica e obscura”.

O manifesto não se limita a condenar o fisiologismo e a falta de preocupação com ideias da parte do PMDB, propondo uma “nova agenda”, que fortaleça a legenda perante a opinião pública e o país e a credencie a lançar candidato a presidente da República nas eleições de 2014. O grupo dissidente enumera alguns temas importantes na conjuntura, pelos quais promete lutar, como reforma política, reforma tributária e regulamentação da Emenda 29, que destina mais recursos para sustentar o sistema de saúde pública. Também demonstra inconformismo com a qualidade dos gastos públicos no Brasil, encarecendo medidas para elevar o seu nível e capazes de aumentar a capacidade de investimento do Estado.

Eliminar a mancha

A qualidade da educação

O grupo deseja que o partido elimine essa mancha que compromete a sua

Os deputados estão preocupados com a qualidade da educação no

Brasil, encarecendo a necessidade de se conceber e aprovar uma nova “Lei de Responsabilidade Educacional ”. Os dissidentes se apresentam como “fiel de balança do processo democrático brasileiro” e lembram que o PMDB é composto por “grande número de lideranças autênticas”, que não podem ser comprometidos com os fisiológicos que comprometem a sua imagem perante a opinião pública. Também sustentam que o PMDB é, pela sua própria natureza, uma cor rente expressiva de “centro-esquerda” no Brasil, de maneira que está destinado a “ocupar seu espaço político com propostas, capacidade de articulação e comportamento ético”.

Movimento quer crescer Esses parlamentares não querem ficar reduzidos aos 12 deputados atuais, manifestando o desejo de atrair para o movimento f iguras independentes do partido, como os senadores Jarbas Vasconcelos, de Pernambuco, Luiz Henrique da Silveira, de Santa Catarina, Pedro Simon, do Rio Grande do Sul e o senador e ex-governador do Paraná Roberto Requião. Eles querem que o PMDB se empenhe no debate de ideias, demonstrando interesse em discutir os grandes problemas nacionais. Por isso, criticam duramente os dirigentes e líderes partidários, manifestando a disposição de lutar por uma nova atuação do velho partido. “Queremos o PMDB alinhado com o povo brasileiro” – diz o deputado Darcísio Perondi.

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Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

Líder rejeitado Ao escolher o seu líder na Câmara, Cândido Vacarezza, Dilma arranjou mais confusão do que solução. A base petista não está gostando nem um pouco dessa decisão depois de Vacarezza ter sido derrotado na indicação para a presidência da Câmara. A troca de farpas entre o líder de Dilma e o presidente Marco Maia é um péssimo sinal para as negociações, que serão necessárias nas reuniões do colégio de líderes, que ocorrem dentro da sala do presidente Maia. Já pensaram nisso? divulgação

O governador Agnelo Queiroz lançou um pacote de 21 medidas contra a corrupção. Começa com a proibição do nepotismo e cria regras mais rígidas para controlar as licitações, fonte de grandes maracutaias. Outra medida importante é a que cria a Comissão de Ética nos moldes da União, para observar de perto o comportamento de pessoas que ocupam cargos elevados e que possam implicar algum conflito ético. E mais: fortalecimento dos conselhos como instrumentos de atuação do controle social. Todas essas determinações prestigiam o trabalho do Secretário de Transparência, Carlos Higino, que tem experiência acumulada na Controladoria Geral da União (CGU).

Praças adotadas O novo administrador de Águas Claras, José Júlio de Oliveira, lançou um desafio às construtoras da cidade: adote uma praça pública. A ideia é simples, óbvia e eficaz. Os empresários que ganham verdadeiras fortunas com a construção de apartamentos na região administrativa podem e devem, abraçar a causa. É simpático e contribui para melhorar a imagem de quem é visto como aquele que só pensa em lucro. A responsabilidade social da empresa exige que ela dedique uma pequena parte de seus resultados ao bem estar da população.

Dilma no Congresso divulgação

foto: Gustavo Lima

Pacote contra a corrupção

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A presidenta Dilma Rousseff rompeu a tradição e foi, pessoalmente, ao Congresso Nacional levar sua mensagem aos parlamentares. Foi muito elogiada, até mesmo pelos jornalistas que vivem fazendo críticas ao seu desempenho político. Dilma busca o diálogo e mostra a que veio. Vamos ver o que pensam os deputados e senadores ao longo do mandato.

Agito no Egito Um dos temores do Ocidente é a possibilidade de uma nova república islâmica no Oriente Médio. Depois dos ayatolás do Irã, as democracias ocidentais preferem algo mais laico. No entanto, é incompreensível o apoio que oferecem ao estado religioso de Israel. “Somos todos ateus, com os deuses dos outros” é o que resume a frase defendida pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea). Hosni Mubarak é um autoritário que interessa aos EUA porque reprime os movimentos islâmicos mais radicais. Mas o povo reage a tudo e a todos. Só um pacto nacional salvará o Egito desse agito.


Comunicando Conselho para Agnelo No ato de lançamento do Movimento Pró-Conselho de Comunicação Social do DF (MPC), dia 3 de fevereiro, na Câmara Legislativa, estavam presentes o Conselho Federal de Serviço Social, o secretário de Cultura do DF, Hamilton Pereira, o Sindicato dos Jornalistas do DF (na pessoa de seu vice-presidente Wanderlei Pozzembom) José Torves (representando a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)) o professor Venício Artur de Lima e Allan Barbosa, representante do secretário da Publicidade Institucional do DF. Além desses, já aderiram ao movimento a Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), a Comissão Brasileira de Justiça e Paz, da CNBB, José Geraldo, reitor da UnB, Wasny de Roure (PT), deputado distrital, Olgamir Carvalho, secretária da Mulher do DF, Claudismar Zupiroli, presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-DF, Sindjus-DF, Vladimir Carvalho, cineasta, e Hélio Doyle, jornalista. Já são mais 75 assinaturas, entre pessoas e entidades. O governador Agnelo Queiroz tem tudo para ser o pioneiro na implantação de um Conselho de Comunicação no Brasil. Não pode perder essa oportunidade.

Animação do Carnaval Um brasiliense, diante da animação carnavalesca de seu amigo, disse: Se São Paulo é o túmulo do samba, Brasília pode ser considerada a missa de Sétimo Dia. É o que dizem.

Viva Reynaldo Jardim suas flores, seus amores sua grama, seu capim. Reynaldo do Sol Reynaldo de lua Rey da calçada Famoso na rua Rua de Vinícius de toda a boemia onde a virtude era o vício da pura poesia E aí o segredo Porque tão bem hoje chega Misturava cedo Versos, mídia, pão com manteiga E se agora ele oitenta muito mais tentará e quando noventa muito mais ventará. Viva Reynaldo Jardim!

Viva o Rey

Reynaldo oitentinha Viva Reynaldo Jardim seu jeito calmo a fala apressada o olhar travesso de quem sabe deste e do lado do avesso.

foto: Studio Dephot

A Associação dos Amigos de Reynaldo Jardim (Aarey) promoveu um recital para homenagear Reynaldo Jardim, “uma pessoa genial que tivemos o privilégio de conhecer”, disse Cristina Roberto, uma das lideranças da Aarey. O Recital 7º dia de Reynaldo Jardim - VIVA O REY! foi realizado no Museu da República e contou com a participação de muitos amigos do poeta e jornalista, falecido no dia 1º de fevereiro em Brasília, aos 84 anos. A propósito do evento, o poeta Cristiano Ottoni de Menezes escreveu este poema:

E-mail: romario@abordo.com.br

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Política Brasília Da Redação

Administradores elegem prioridades Divulgação

Triste realidade

Os cientistas políticos afirmam que depois de um ano da realização das eleições, metade dos eleitores nem sequer lembra o nome de quem votou para deputado federal. Para não entrar na triste estimativa, que tal fazer o teste? Quem ganhou o seu voto nas urnas em outubro do último ano para presidente, governador, senadores, deputado federal e deputado distrital?

Retornando às origens A tempo: Ex-policial militar, o presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício (PT) está prestes a ser readmitido nos quadros da PMDF.

PSDB se aproxima do governo Com os boatos sobre a possibilidade de uma revoada tucana para o lado do governo, o distrital Washington Mesquita evitou falar e disse ser fiel ao partido. “Quem fala em nome do partido é Márcio Machado”, disse, categoricamente, passando a responsabilidade para o presidente regional do partido. A alta cúpula vai se reunir nos primeiros dias de fevereiro para bater o martelo em relação ao assunto, mas integrantes do alto escalão consideram que essa aproximação pode não ser tão fácil.

Dupla de oposição As deputadas distritais Celina Leão (PMN) e Eliana Pedrosa (DEM) questionaram no Ministério Público a forma como foram feitas as contratações temporárias para o Hospital Regional de Santa Maria. Elas alegaram “falta de critérios” para a seleção dos currículos.

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O administrador de Samambaia, Risomar Carvalho, tem como metas, após encarar os problemas básicos relacionados a entulho, mato e buracos, a conclusão da obra que liga Samambaia a Ceilândia. Além disso, ele pretende concluir postos de policiamento na região e também os espaços de ginástica nas ruas. Na Saúde, destaque para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que também não está concluída. Risomar, que é morador do lugar e já foi líder comunitário, sabe bem os problemas da região que agora se esforça para administrar bem. Gesiel Miguel, administrador do Itapoã, afirma que há a necessidade de melhorias em todas as áreas. A região está sucateada. Ele é morador do local e encontrou , quando assumiu a administração, apenas duas pessoas trabalhando . Ou seja, no local, a maioria dos funcionários era comissionada. Administrador da Candangolândia, João Hermeto morador da região há mais de 20 anos, ressalta que seu nome teve quase 90% de aprovação dos moradores. Ele vai se empenhar pela regularização do setor de chácaras, implantar o serviço de vigilância com câmera e garantir creche para os pais poderem trabalhar tranqüilos. O administrador de Ceilândia, Ari de Almeida é professor e já foi secretário geral do PT-DF. Ari também já foi presidente do Ceilândia Esporte Clube e mora há 33 anos na região. A administração foi uma das que mais sofreu com o número elevado de comissionados, muitos deles fantasmas.

Izalci lista comissões de sua preferência O deputado federal Izalci Lucas (PR) pretende atuar na Comissão de Educação e na de Ciência e Tecnologia, áreas nas quais possui experiência de atuação. “A presidência das comissões depende da eleição da Mesa e dos critérios de proporcionalidade”, explica. Izalci conhece os dois lados. Ele já foi secretário por dois mandatos e nesta legislatura não abriu mão de efetivamente exercer o mandato como deputado federal. Segundo ele, a tendência é o partido escolher a Comissão de Transporte, seguindo o raciocínio de que o Ministério dos Transportes ficou com a legenda. Izalci sabe da importância das bolsas que o governo oferece. Ele conta que estudou em colégio público e foi através de bolsas que ingressou na faculdade. “Chegou a hora de fazer com que as pessoas também tenham essa oportunidade”, avalia. O deputado conta que


Ceilândia no foco A deputada distrital Luzia de Paula (PPS), que assumiu a vaga de Alírio Neto (PPS), que foi para a Secretaria de Justiça, conta que tem vários projetos para apresentar nesta legislatura, com especial atenção para Ceilândia, região que a elegeu. E a maioria na área social. “Meu grande sonho é ver implantado o direito de creche. Sem cuidar das sementes, não temos futuro”, assinala.

Estrutural Divulgação

tem muitas propostas, principalmente na área da educação. Da experiência no executivo, ele trouxe a conclusão de que são necessários ajustes na legislação sobre o tema. “É necessário mudar a legislação para que possamos avançar na área da educação”, afirma. O Pró-Uni, na avaliação de Izalci, é uma cópia do cheque-educação, criado por ele em 96. O Pró-Uni é de 2004. “Só que o cheque-educação não envolve recurso público, é desconto. As faculdades deduzem dos impostos”, explica. O deputado quer agora levar sua experiência para a Câmara. “O grande desafio não é nem o acesso à educação, mas a qualidade do ensino. Precisamos investir na área tecnológica e incentivar os parques tecnológicos. Isso pode aumentar a competitividade no Brasil. Se a gente não cuidar o país fica para trás”, analisa.

Marido traído na CLDF

Divulgação

Na Câmara Legislativa, o pessoal da comunicação, que é responsável dentre outras coisas pela atualização do site da Casa, reconhece que a situação é de “marido traído”. Sem coordenador de comunicação eles são sempre os últimos a ficarem sabendo do que acontece na própria Casa.

Duas pautas principais

Silvio Abdon

Deputado federal com mais votos do DF, Reguffe (PDT) pretende basicamente duas coisas nesta legislatura: investir na reforma política “que mude a forma de se fazer política” e uma reforma tributária “que reduza a abusiva carga tributária para que a população, ao comprar alguma coisa, saiba quanto é do produto e quanto é de impostos”, afirma.

O governo já prometeu tirar ainda neste semestre o lixão da Estrutural. A resolução do problema, no entanto, não é assim tão simples. Isso porque o lixo é fonte de renda para as famílias. Muitas conseguem obter de R$ 1500 a R$ 3 mil por mês. Papel, alumínio, cobre, zinco e outros materiais são revendidos e depois reaproveitados. Por isso, o secretário de Meio Ambiente, Eduardo Brandão (PV), já afirmou que os catadores são verdadeiros “agentes ambientais”. Na região, o entra e sai de caminhões revela a intensidade com que Brasília produz lixo: entulho, poda, lixo orgânico: são cerca de 2.500 toneladas diárias em aproximadamente seis mil caminhões por mês. Por lei, os caminhões não poderiam circular pela via principal da cidade. Já houve atropelamento no local e os veículos, muito pesados, danificam a pista.

Trabalho conjunto Repleta de problemas sociais, a região vai receber um tratamento especial dos políticos e gestores. A secretária de Desenvolvimento Social, Arlete Sampaio (PT) pretende implantar uma reforma no restaurante comunitário e realizar o Pró-Jovem adolescente lá, de maneira a combinar com outras Secretarias e a Administração Regional.

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Dinheiro

mauro castro

Aluguel subindo. Onde vai parar? A

grande questão do brasiliense neste início de 2011 é onde vai parar o preço do aluguel. Um valor que passou quase dois anos estacionado, agora dispara e assusta uma boa parte da população, principalmente aqueles que moram no plano piloto e cercanias. Mas a resposta é melhor do que muita gente imagina. Não há como subir e subir indeterminadamente. Conforme os profissionais do mercado, esse aumento tem características bem sazonais pela repentina procura de início de governo. De repente, faltou imóvel na área central da cidade. Nada que não mude nos próximos 6 a 8 meses. Por isso, os apressados de plantão que já resolveram partir para aquisição de um imóvel em lançamento, atenção: muita calma nessa hora. Trocar aluguel por uma prestação pode ser uma coisa, em longo prazo. O fato é que muitas contas devem ser feitas nessa hora. Saber que o gasto em um imóvel novo não se restringe à prestação. Mais, saber que muito do que é oferecido nos lançamentos, não acompanham no Sistema Financeiro da Habitação, depois que o imóvel é entregue (veja qual o saldo devedor para financiar após a entrega do imóvel – quem sabe seja maior do que a regra do SFH permite). Tem mais, aluguel pode ser caro, mas o locatário sempre poderá agilmente trocar de imóvel para um de menor custo, o que já não é tão simples quando se trata do imóvel próprio.

Por essas e por outras é que fica o conselho. O aumento do valor do aluguel é uma reação sazonal, ligado ao alto valor venal dos imóveis da cidade. Relaxem, tudo deve voltar à normalidade em breve.

Cheque especial assusta

tradicional dinheiro nas compras a vista e dos antigos carnês de pagamento. De acordo com dados da MasterCard América Latina e Caribe, os consumidores gastaram US$ 38 bilhões nos últimos três meses do ano. Ainda segundo o levantamento, foram realizadas 801 milhões de transações de compra e saque.

Uso do cartão cresce em toda a América Latina As compras com cartão na América Latina subiu 25% no quarto trimestre de 2010, na comparação com o mesmo período de 2009. Um reflexo nítido da substituição do

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Curtas

A taxa de juros do cheque especial subiu para mais de 7% ao mês – algo em torno de 140% ao ano. Número de janeiro, atingindo o elevado patamar que só ocorreu em abril de 2009, de acordo com dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Para quem vive pendurado em cheque especial fica a orientação de substituir a dívida por um empréstimo pessoal, que gira hoje em torno de 4%. Lembrando que nessas situações vale tentar o crédito consignado.

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Índice de confiança do Consumidor acompanha otimismo de 2011 A confiança dos consumidores para adquirir um carro ou uma casa aumentou em janeiro, na comparação com dezembro. De acordo com o INC (Índice Nacional de Confiança) da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), a parcela dos que se sentem um pouco mais ou muito mais à vontade passou de 32% para 40% no período.


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Capa

Por: VirgĂ­nia Ciarlini | Fotos: Paulo Negreiros e Gustavo Lima


AGRESSÃO agressão a mulher Briga de marido e mulher ninguém mete a colher é coisa do passado

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udo que é uma construção social arraigada pode ser desconstruído, mas leva tempo. Na Capital Federal, um importante passo foi dado com a criação da Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal (SEM DF). Elevada ao primeiro plano e com autonomia suficiente para formulação de políticas públicas, a secretaria chega com o objetivo de fortalecer o ambiente público para o enfrentamento da violência contra a mulher. Para o orgão, compreender as manifestações sociais que determinam um comportamento secular de submissão da mulher, assim como combater as distinções de gênero são objetivos muito bem ordenados e muito bem vindos. Nesse contexto, vale explicitar que gênero diz respeito a comportamento, valores e expectativas de ambos os sexos. E sexo refere-se as características físicas e biológicas. Em Brasília, segundo o Censo do IBGE 2010, as mulheres representam 52,9% da população. E nessa maioria 82% das que trabalham enfrentam dupla jornada e ainda recebem salários 33% inferiores em relação aos salários dos homens. Creches públicas para aliviar essa dupla jornada são escassas. De acordo com o INEP/MEC há um déficit de 30% de creches públicas no país e na capital. Estima-se um percentual ainda maior,

pois na última década não houve investimentos significativos no setor. Na área rural, os disparates também são significativos. De acordo com a Secretaria de Agricultura do DF, quase 50% da área rural é agricultável e a mão de obra feminina tem o reconhecimento deturpado por ser percebido como mais uma tarefa doméstica. E pasmem! Conforme o levantamento, as mulheres são maioria nas universidades do DF, ainda assim, maior escolaridade e mais anos de estudo não garantem melhores funções e salários, mas garante o maior número de denúncias de violência do país. Também é preciso deixar claro que a violência contra a mulher não é maior em Brasília, e sim, a quantidade de denúncias, principalmente por conta do nível de escolaridade e pela capital possuir a menor taxa de analfabetismo do país. Portanto, é mais que oportuna a criação de uma Secretaria de Estado voltada ao desenvolvimento de políticas públicas com o foco no desencadear de ações que enfrentem e deem respostas a um processo de dominação histórico em que as mulheres são submetidas.

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Ivonete Granjeiro, coordenadora da Pós-Graduação em Direito da Universidade Católica de Brasília

Mãos a obra Há muito trabalho a ser feito. As frentes que precisam ser trabalhadas compreendem questões sociais, de educação e de saúde. Será preciso contar com o apoio de todas as secretarias do DF, pois a palavra de ordem no momento é empoderamento, ou seja o Estado tem que respaldar para qualificar e inserir a mulher para que ela tenha o poder de decidir e fazer escolhas por si. E para que a autonomia seja alcançada é preciso dar acesso para que a mulher possa produzir e gerir em condições de igualdade. É fundamental estimular as que vivem no âmbito privado que também tenham possibilidades de atuar no público. No DF a população feminina é maioria. E esse empoderamento já começou, vide o nível crescente de escolaridade das mulheres na capital. E mais ainda, segundo a Secretária Olgamir Amância, com ações firmes que disseminem a ideia da busca pelo fortalecimento das capacidades, não só os espaços públicos em geral podem ser alcançados, mas também os espaços de poder. “A realidade mostra isso. A eleição de uma mulher presidenta alavancou esse sentimento”. Mas para que isso aconteça, o primeiro passo é o entendimento da dimensão que se trata a violência contra a mulher, além do reconhecimento público e o comprometimento do Estado em combater esse mal social. A consolidação da Lei Maria da Penha, sem dúvida, foi o grande avanço. A partir dela, a agressão conjugal passou a fazer parte de uma corrente nacional de enfrentamento a agressão à mulher.

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Delegada Chefe da Delegacia de Atendimento à Mulher, Dra. Mônica Chmielewski

O caminho é longo, mas confrontar o arraigado é preciso. As questões de gênero, por exemplo, precisam ser discutidas desde a escola, onde as manifestações de desigualdade são latentes. Nas brincadeiras infantis, normalmente o papel designado às meninas é sempre de submissão. Os professores estão impregnados. “É preciso investir nas pessoas que trabalham com o público para que as mudanças gradativas aconteçam”, ressalta a secretária Olgamir. Ainda no âmbito educação, os investimentos do governo em creches públicas têm que ser ostensivos e pensados, levando em consideração dois aspectos, o da criança e o da mãe. A criança é um cidadão, portanto cabe a responsabilidade ao Estado. E quanto a mãe, esse passa a ser um espaço de libertação da mulher, que desvinculada da tarefa doméstica diária, tem a chance de se qualificar melhor. Também é papel fundamental do Estado pensar a saúde da mulher desenvolvendo políticas de acompanhamento sistemático. Uma das formas mais lacinantes de agressão a mulher é a feminização da AIDS. Dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, de novembro de 2009, revelam que 80% dos casos registrados na população feminina estão entre mulheres heterossexuais e com um único parceiro. No total, foram 1777 novos casos só no primeiro trimestre de 2009. E no caso da saúde, as dificuldades enfrentadas pela mulher são escabrosas. A mortalidade materna no DF é duas vezes e meia maior que o nível tolerado pela OMS. Além, é claro, dos

Olgamir Amância, Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal (SEM - DF)

casos clássicos de óbito por câncer de mama, câncer de útero, hipertensão, entre outros. Não é admissível que a mulher morra por isso. Como dar condições de empoderamento à população, que é maioria, com esse quadro caótico da saúde? Um acompanhamento mais humanizado certamente pode servir como um caminho para que sejam detectados mais casos de violência. A conversa é batida, mas a prevenção da violência com a atuação do Estado, garantindo e protegendo a população feminina, tem que ser prioridade de qualquer Governo. Quanto ao trato do crime já ocorrido, em Brasília já houve avanços significativos e a tendência é que esse amparo seja estendido para todas as etapas posteriores à denúncia. A Secretaria da Mulher já estabeleceu parceria com a polícia civil, por intermédio da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM). Esse fator e mais a consolidação da Lei Maria da Penha são movimentos que possibilitam se ver uma luz no fim do túnel, em que a lógica histórica de violência contra a mulher pode ser revista, combatida e reconstruída. A Delegada Chefe da DEAM, Dra. Mônica Chmielewski ressalta que nesse núcleo de atendimento à mulher, a vítima é ouvida por mais de uma hora, pois as declarações para a instauração de inquérito são tomadas imediatamente, agilizando assim o procedimento judicial. Além desse fator, também colabora para o significativo número de denúncias o melhor preparo das polícias do DF.


“A polícia é o maior promotor dos direitos humanos na sociedade por lidar com as chagas sociais 24 horas por dia”, complementa a delegada. A Polícia Civil do DF lançou recentemente uma campanha de prevenção e combate a violência contra a mulher em que o slogan é: Denuncie! Não espere que a morte os separe. A estratégia de divulgação dessa campanha é a distribuição de folhetos explicativos e visitas à comunidades carentes com o objetivo de mostrar à população os caminhos para a denúncia. “A mulher pode se tornar olhos e ouvidos da polícia”. Essa campanha já começou, e as visitas às comunidades serão intensificadas a partir do mês de março. Mais precisamente no dia 8, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, que completa 101 anos em 2011. com parceiros nos setores público e privado e mais o carro da DEAM, o primeiro local contemplado é o Ceilambódromo. Na sequência e nessa ordem, Rodoviária do Plano Piloto, Estrutural, Taguatinga, Paranoá, Planaltina e o Presídio Feminino do Gama. Esse tipo de movimento em que se alia informação e lazer é de extrema importância na disseminação do conceito de empoderamento. Ações globais existem muitas, mas com o foco voltado ao público feminino é inédito no DF.

A atuação da Justiça A especialista na Lei Maria da Penha, a professora Ivonete Granjeiro, coordenadora da Pós-Graduação em Direito Constitucional da Universidade Católica de Brasília e membro da Comissão de Assuntos Constitucionais da OAB/DF ressalta que a agressão conjugal recíproca é uma questão jurídica que surge no debate nacional, depois da consolidação da Lei Maria da Penha. Na tese de doutorado da professora, ela interpreta o Direito como instrumento de libertação e defende a aplicação da Justiça restaurativa que é reintegradora e permite que os agressores, no caso de violência conjugal

recíproca, reparem danos, podendo assim retomar a vida cotidiana. Outro ponto de vista defendido por ela é a criação de equipes interdisciplinares nos fóruns para que haja conexão do Direito com outras áreas do conhecimento, especialmente com a psicologia. A necessidade dessa demanda surgiu a partir de entrevistas com casais agressivos em que ela detectou que eles querem manter a relação afetiva e familiar, mas não sabem como resolver o problema que os afeta. A Lei Maria da Penha define a violência doméstica contra a mulher como sendo ações ou omissões que, além de violência física, podem causar outros danos no âmbito psicológico, moral e patrimonial. Essas questões, segundo a especialista, podem ser trabalhadas pelos juizados a partir do entendimento que a agressão conjugal mútua é consequência de um jogo bipessoal, não confessado entre os cônjuges, em função de um conflito não superado. Segundo a professora, “há uma reação neurótica recíproca. O que se deve fazer é recusar reagir ao mal com o mal e procurar, antes, a cura e a reconciliação. Essa é a proposta da Justiça restaurativa”. E para que o Estado promova a Justiça Restaurativa é preciso que haja um trabalho com formação de equipes interdisciplinares e não apenas complementares. Quanto a suspensão do processo contra o agressor, vale ressaltar que a Sexta Turma do STJ entendeu que esse poderá ser suspenso desde que o réu preencha o requisito de reparação do dano, por exemplo. Uma decisão, que no ponto de vista da especialista é conflituosa, já que a determinação da suspensão do processo é a primariedade do réu ou a possibilidade de recuperação. Mas quem vai avaliar isso? A discussão é a possibilidade das agressões voltarem a acontecer e o problema voltar ao Poder Judiciário. Um ciclo da Justiça Penal tradicional, que merece discussão e aperfeiçoamento.

Tipos de violência previstas na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) Violência física – qualquer ação que cause dano à integridade física da mulher, como bater, espancar, chutar, empurrar, entre outros, ou seja, que deixem marcas externas e explícitas. Violência psicológica – sem marcas visíveis, essas podem ser de ordem emocional ou verbal e que provoquem sofrimento psicológico. Nesse quadro podemos citar insulto, ameaça, chantagem, controle, proibição de contato com familiares e/ou amigos, insegurança, medo, pânico, além de ofensas que diminuam a auto-estima. Violência Sexual – consiste na prática sexual forçada e sob ameaça, em momentos, lugares e formas não desejadas. Estupro, atentado violento ao pudor são ações praticadas mediante violência ou ameaça grave. Violência moral – acontece no momento em que a mulher é moralmente desonrada ou degradada com a atribuição de crimes que não praticou, como por exemplo, quando são xingadas de vagabunda ou adúltera. Violência patrimonial – o exemplo mais consistente é quando a mulher gera renda e não pode provê-la porque é o homem quem administra o patrimônio da parceira. Mais de 2 milhões de mulheres são espancadas por ano no Brasil, mas apenas 40% denunciam. 175 mil por mês Quase 6 mil por dia 243 por hora 4 por minuto 1 em cada 15 segundos Fonte: Fundação Perseu Abramo

Serviço Secretaria de Estado da Mulher do DF Anexo do Buriti – 10º andar – sala 7L Fone: 3961-1572 Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) EQS 204/205 – Asa Sul Fones: 3442-4300 / 3442-4328 Disque Denúncia 197 Gran Cursos W3 norte quadra 703/703 – bloco C – entrada 12 – 3º andar Fone: 3031-7777

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Cidadania

Por: Maíra Elluké | Fotos: Gustavo Lima Rosemeire da Silva, Inês Lourenço, Jefferson D´Avila, Cristina de Mello, Marilúcia Ferreira e José Siqueira

Da escola para a comunidade Professores responsáveis pela transformação de realidades sociais são premiados na capital

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m meio aos problemas enfrentados por milhares de professores em todo o Brasil, Rosemeire, Inês, Jefferson, Cristina, Marilúcia e José destacaram-se por fazer das dificuldades uma oportunidade de mudar a realidade em que vivem. Os cinco idealizaram projetos inovadores, com foco na educação e na tecnologia social. E, a partir dessas ideias, conseguiram mobilizar suas comunidades, a fim de melhorar os lugares onde vivem. Os projetos – um de cada região do país – venceram o concurso nacional “Aprender e Ensinar Tecnologias Sociais”, promovido pela Fundação Banco do Brasil e pela revista Fórum. Os professores responsáveis pelas ideias foram premiados no último dia 4, em Brasília. Como recompensa, eles embarcaram para o

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Senegal, na África, onde representarão o Brasil na 11ª edição do Fórum Social Mundial (FSM), entre os dias 6 e 11 de fevereiro deste ano. A construção de conhecimentos em registro de patrimônio imaterial, mobilização para o plantio de árvore em áreas urbanas, agroecologia, sustentabilidade e reciclagem foram os temas educacionais desenvolvidos pelos professores. Os projetos são exemplos de superação e demonstram a força que as ideias podem ter quando a escola e a comunidade se unem em busca do bem comum. A professora Marilúcia Ferreira, do Rio de Janeiro, se incomodava porque ninguém em seu município se preocupava com a reciclagem de lixo e a partir daí despertou em seus alunos a vontade de dar um novo destino para

as coisas que não usavam mais. Ela idealizou o projeto de coleta seletiva, onde os alunos foram incentivados a levar produtos recicláveis para a escola. A cada dez produtos trazidos, o aluno ganha uma moeda verde (que os próprios estudantes criaram). Um banco verde também foi criado, onde os alunos têm conta corrente fictícia. “Dessa forma os alunos aprendem a lidar com dinheiro e também a reciclar”, explica Marilúcia. Periodicamente, a escola municipal realiza feiras para venda de produtos artesanais, muitos fabricados a partir da reciclagem do lixo. Nessa feira, alunos, pais e a comunidade podem comprar com a moeda verde. No maior assentamento da América Latina, localizado em Itamarati - Ponta Porã (MS), a professora Rose-


meire da Silva criou, com estudantes de 5 a 18 anos, um espaço agroecológico sustentável, onde uma diversidade de espécies vegetais convivem em harmonia. Das diferentes culturas, a comunidade do assentamento retira alimentos, adubos, ração e plantas nativas. O sucesso da experiência faz com que outras comunidades visitem, com frequência, o espaço, que também é usado para aulas de plantio e colheita. Já a paraense Cristina de Mello desenvolveu um método para que as crianças de São Sebastião da Boa Vista, na Ilha de Marajó (PA) registrassem as histórias da comunidade, com o objetivo de jamais serem esquecidas. A professora idealizou um projeto de resgate das raízes do povo e das tradições da região, a partir da criação de músicas, histórias e lendas que ela e os alunos passaram a coletar e registrar em livros e bibliotecas. O reconhecimento das características daquela comunidade refletiu no aumento da autoestima dos habitantes e no maior cuidado com o ambiente em que vivem. As histórias de sucesso não param por aí. José Siqueira, de Vera Cruz (RN) resolveu um grave problema de poluição na cidade. Antes de sua ideia ser colocada em prática, os resíduos das casas de farinha de mandioca tradicionais na economia local, eram jogados direto na lagoa que abastecia a cidade. Para resolver o problema, o professor ajudou seus alunos a implantarem um sistema de reaproveitamento dos resíduos extraídos da mandioca. Agora, tudo que sobra da mandioca é usado como adubo, fertilizante e até como alimento para as criações de gado. E para fechar o roteiro de projetos inovadores, na região Sul, em Umuarama (PR), a professora Inês Lourenço percebeu que seu município precisava de mais verde e criou o “Projeto Árvores da Vida - A cada nascimento uma árvore é plantada”. Com isso ela provou que melhorar a qualidade de vida da população pode ser uma experiência prazerosa.

Jefferson D´Avila, gerente da Fundação Banco do Brasil

A maior recompensa da Fundação é poder instigar outros multiplicadores de novas e boas atitudes em todo o país Tecnologia Social por um Brasil melhor O conceito compreende os produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. As tecnologias sociais servem à disseminação de soluções para problemas voltados a demandas de alimentação, educação, energia, habitação, renda, recursos hídricos, saúde, meio ambiente dentre outras. A Fundação Banco do Brasil, em conjunto com a Petrobras e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), certificam tecnologias sociais de acordo com os critérios de reaplicabilidade, efetividade da

transformação social e interação com a comunidade. Essa certificação ocorre a cada dois anos, desde 2001, por ocasião do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, que chegou à 5ª edição em 2009. Para o gerente de Parcerias, Articulações e Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil, Jefferson D´Avila, a premiação visa estimular professores de todo o país a desenvolverem projetos para melhorar a vida da população de seus respectivos municípios. “A maior recompensa da Fundação é poder instigar outros multiplicadores de novas e boas atitudes em todo o país, a partir dos projetos que já foram premiados”, enfatiza. Os cinco projetos partiram de conceitos simples e das necessidades de cada uma das localidades. Promover o debate sobre o desenvolvimento sustentável e tecnologias sociais dentro das escolas e incentivar o envolvimento de professores, alunos, pais e a comunidade em ações que promovam emprego e renda são alguns dos objetivos do concurso. Além disso, “visa garantir a preservação ambiental sustentável, de tal modo que essas ações possam ser reaplicadas em outros lugares”, disse Jefferson D´Avila, que destacou ainda a importância das escolas na transformação das comunidades. “É na escola que se constrói o conhecimento e nascem as ideias para a mudança”, completa. Neste ano, o Concurso recebeu mais de três mil inscrições de projetos de todo o Brasil. Todos os inscritos receberam assinatura da revista Fórum e um exemplar do segundo livro “Geração de Trabalho e Renda”, editado pela Fundação Banco do Brasil. A qualidade e quantidade dos projetos apresentados demonstram que as comunidades estão trabalhando para a melhoria das condições de vida de seus moradores. Nesse contexto, o concurso valoriza ideias sustentáveis e prova que a escola é o espaço ideal de discussão e desenvolvimento de uma sociedade.

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Gente

Por: Edson Crisóstomo

Amanda,Flávia e Fernanda Labecca

Janaina e Fabiana Ortiga

O chef Marco Espinoza, o Embaixador do Peru Ricardo Ghibellini e os empresários Ivone Espiñeira e Albano Carvalho

Política Lenga-Lenga O jogo de cena dos blocos parlamentares, dentro da Câmara Legislativa é incrível. Diante da mídia anunciam estarem fechados em um movimento de oposição responsável. Individualmente, todos falam abertamente em apoio ao governo.

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Estevão Damázio, da CBN Brasília

Caixa Rápido Vaca não reconhece bezerro Tirando proveito e faturando na ocupação de espaços, os parlamentares (da oposição de faz de conta) estão com a sempre interminável discussão da partilha de vagas em comissões. Até parece que os governistas são novatos de primeira legislatura.

Na boca do caixa Estão no final, as negociações que darão ao Banco do Brasil o controle acionário em 51% do Banco da Pantagônia, fazendo com que o BB já entre com mais de 150 agências, prontinhas para atender as empresas brasileiras que operam em território argentino.


Foto: Gustavo Lima

A AJE/DF participa da Cerimônia de Posse do Presidente do Conselho Deliberativo Nacional e da Diretoria Executiva - SEBRAE Nacional

Carlos Eduardo Eboli, André Sanches, Adalberto Piotto e Marcos Guiotti

Aniversariante da semana, Benigna Venâncio

A beleza de Natalie Portman em “Cisne Negro”

Geleia Geral Pegadinha Não pegou nada bem a decisão do governo federal em suspender as nomeações de aprovados em concursos públicos federais e nem de permitir novas seleções neste ano. A medida julgada drástica foi tomada devido ao corte de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011. A previsão de abertura de vagas no serviço público federal para este ano era de cerca de 40 mil. Os concurseiros de plantão estão fulos da vida.

Diga xiiiiis O Boulevard Shopping apresenta a exposição Cine Negro até dia 13 de fevereiro. Fotos e exposição exclusivas para Brasília. Folia liberada A Secretaria de Cultura do Distrito Federal liberou, na última quinta feira (10) a verba destinada às escolas de samba do DF. Com o atraso, o carnaval 2011 será o mais corrido da história de Brasília. Os carnavalescos terão 24 dias para preparar toda a festa. Segundo a Secretaria, a verba total é de R$ 3,57 milhões.

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Cidade

Por: Michel Aleixo | Fotos: Divulgação

Os limites

de Brasília

Os conflitos causados pelo crescimento acelerado da capital

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o sonho de Dom Bosco a ousadia de JK, em 50 anos a nova capital do país tornou-se uma metrópole. Planejada para possuir 500 mil habitantes, dados do censo 2010 do IBGE mostram que o Distrito Federal já ultrapassou a marca de dois milhões e quinhentos mil moradores. Muitas são as razões desse crescimento acentuado. Da política de regularização de invasões, loteamentos irregulares transformados em cidades e a cultura das migrações – verdadeiro alicerce da fundação de Brasília –, “a capital da esperança” agora enfrenta, precocemente, situações de grandes aglomerados urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro. Para a urbanista e professora da Universidade de Brasília (UnB), Suely Gonzales, essa realidade é natural em virtude do crescimento e expansão da população e das atividades urbanas. “Na sociedade capitalista este movimento é incontrolável. A questão é o planejamento governamental de nossa cidade ser capaz de absorver esta contradição e saber como trabalhá-la”, afirma. Entre os problemas de trânsito, superpopulação, desigualdade social e especulação imobiliária, o surgimento de novas cidades satélites e o crescimento das antigas estão criando casos de verdadeira falta de identidade para habitantes de diversas localidades. É o caso dos moradores do Condomínio San Diego, que fica na divisa entre o Jardim Botânico e o Lago Sul. Algumas de suas correspondências, assim como as contas da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e Companhia Energética de Brasília (CEB), chegam

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endereçadas como Jardim Botânico, outras Lago Sul e algumas até São Sebastião. O médico veterinário Guilherme Drummond, residente do San Diego, é natural do Rio de Janeiro e conta como essa situação inusitada já lhe causou problemas. “Mudei-me para cá em 2007 e nunca imaginei que poderia morar num lugar que não tem um único endereço”, espanta-se. “Quando cheguei, meus amigos do trabalho me perguntavam se tinha conseguido uma casa para morar e eu dizia: sim em São Sebastião. Até que um dia, a moça que trabalha na copa da empresa me pediu uma carona porque também morava em São Sebastião. Só aí é que percebi que se tratava de um lugar totalmente diferente”, lembra. O maior agravante que ocorre com os moradores do Condomínio San Diego e em diversos outros espalhados pelo DF, é que devido a recém regularização dessas áreas, os carnês do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) chegam com endereços totalmente diferentes. “Quando recebi o imposto até liguei para o proprietário com receio de estar pagando a conta da casa errada”, explica o veterinário. Para a urbanista Suely Gonzales, a forma caótica do crescimento dessas cidades é o resultado das desastrosas políticas de ordenamento territorial realizadas no DF. “É o que a mídia qualifica como ‘crescimento desordenado’. Por aqui os planos diretores têm sido desrespeitados facilmente por um processo deficiente de fiscalização. Isso quando não são descaradamente alterados pelos poderes constituídos em benefício de interesses corporativos, financeiros ou privados”, conceitua a professora.


Situação ainda mais complexa encontram-se os moradores das regiões de Brasilinha 16 e 17, áreas rurais de Planaltina de Goiás. O município de 80 mil habitantes, cerca de 20 quilômetros da divisa entre o estado de Goiás e Brasília, tem parte de seu território dentro do Distrito Federal. Dessa forma, os moradores dos dois bairros carecem de uma plena assistência por parte da prefeitura do município. O prefeito de Planaltina de Goiás, José Olimpo Neto, afirma se apoiar no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que definiu que os bairros são pertencentes ao DF, para cobrar do vizinho as soluções. “Já mandei ofícios para o governo de Brasília. A meu ver, o GDF é quem deve assumir a administração dessas regiões, já que o senso não considera como Goiás”. Os dados do IBGE têm servido como voto de minerva em várias situações de indecisão territorial. Recentemente, em razão da constante confusão que a “cidade sem bairros” causa no preenchimento de correspondências, os Correios mudaram as regras de endereçamento para o Distrito Federal. “A partir deste ano, os Correios passaram a adotar, para a base de dados do Código de Endereçamento Postal (CEP) do DF, o modelo de divisão territorial utilizado pelo IBGE, que estabelece Brasília como único município”, explica Cleide Ilha, Chefe da Assessoria de Comunicação da empresa. O modelo anterior considerava as Regiões Administrativas como cidades. Essa situação trazia dificuldades à população em função da incerteza quanto ao nome das localidades em que residem. Exemplo do que ocorre com os condomínios. “Outros órgãos já adotam esse padrão. Todas as placas dos veículos do Distrito Federal, por exemplo, indicam ‘Brasília’ e não Ceilândia, Planaltina ou qualquer outra Região Administrativa”, completa a assessora. Antes do censo 2010, o IBGE fez um amplo levantamento para delinear os municípios e subdistritos de todo o

país. O que ficou decidido para o órgão é que o DF deve respeitar a divisão territorial brasileira. “Essa confusão acontece porque as Regiões Administrativas são também chamadas de cidades satélites”, define a Tecnologista de Informação Geográfica e Estatística, Erika Bitana. “Muitas pessoas acabam achando que elas também são municípios, sem se dar conta de que as RAs não têm as características principais que os municípios devem ter: autonomia administrativa e legislativa. Elas são apenas subdistritos”, completa. De fato, essas peculiaridades são um espelho da falta de organização político-territorial que serviram de promessas de palanque para diversas gestões nas últimas décadas de governo no Distrito Federal. Coincidência ou não, as áreas onde ocorrem os conflitos de endereçamento são as que mais carecem de itens básicos de saneamento ou transporte: os condomínios e cidades satélites mais novas. Certo é dizer que não é a adoção de um código universal de endereçamento que vai solucionar os problemas. Para a professora Suely Gonzales, a saída para esse crescimento desproporcional carece de estudos e da sensibilidade das políticas do governo local. “Não há planejamento. É uma questão de renovação urbana. O novo governo tem um projeto de 100 mil novas habitações. Quero ver como vai ser distribuído isso”, opina. Segundo ela, é preciso entender que os controles e intervenções a serem adotados por uma gestão eficaz devem ir muito além da elaboração de planos e normas. “É imprescindível e urgente implementar um processo de planejamento dinâmico e transparente que permitam corrigir e aperfeiçoar os planos. Prever os problemas emergentes e poder preveni-los”, acredita. A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEDHAB) justifica que essa situação de confusão no endereçamento será normalizada quando o projeto de lei PLC

Guilherme Drummond, morador do Condomínio San Diego nunca imaginou que poderia ter três endereços diferentes

nº 130/2009 começar a tramitar na Câmara Legislativa. Segundo a Secretaria, atualmente existem 19 Regiões Administrativas (RAs) com poligonais definidas. Mas ao longo dos anos, estas RAs foram sendo subdivididas. O projeto pretende corrigir essas situações.

O QUE MUDA COM AS NOVAS REGRAS DE ENDEREÇAMENTO ADOTADAS PELO CORREIO A partir de agora, ao informar o endereço (em correspondências, no comércio, em cadastros na internet e outros), o usuário deve indicar “Brasília” como cidade e a “Região Administrativa” (RA) como bairro. A ECT alerta, entretanto, que os números de CEPs não serão alterados. Exemplo: Fulano de Tal Quadra 2 Conjunto A-6 Bloco 1 ap-1081 Sobradinho 73015-132 Brasília/DF Caso já haja nome de bairro, a Região Administrativa deverá vir logo após, entre parênteses, conforme modelo abaixo. Fulano de Tal Quadra 5 Conjunto C Lote 344 Veredas (Brazlândia) 72726-103 Brasília/DF

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Educação

Por: Afrânio Pedreira | Fotos: Gustavo Lima

Educação

no DF Continua com seus problemas e tentativas de acertos

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ão é novidade para ninguém que as três pastas problemas de todo e qualquer governo são a educação, a saúde e a segurança. Prova disso é que, a cada nova eleição, esses calcanhares de Aquiles são batidos e rebatidos como elementos que terão prioridades em casos de vitória. Na campanha eleitoral do governador Agnelo Queiroz não foi diferente. No que diz respeito à educação no Distrito Federal, assim que assumiu o governo e diante das constantes reclamações de pais de alunos e professores quanto aos estados de conservação das 649 escolas públicas, Agnelo deflagrou a campanha “Escola Arrumada”, para executar trabalhos como roçagem, capina, consertos nas partes hidráulicas e elétricas e pequenos serviços de pintura. Para isto, uma equipe especializada da Secretaria de Educação visitou todas as escolas e listou 305 delas que, no entender dos especialistas, se encontravam em péssimas condições de conservação e que necessitavam de reparos urgentes.

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O prazo estabelecido pelo governo era de que as escolas estariam em perfeito estado até o final de janeiro para receber professores e alunos no início do ano letivo de caras novas. A completa execução dos reparos nos 305 estabelecimentos se deu 10 dias após o prazo estabelecido. Conforme a professora Regina Vinhaes, responsável pela pasta, o atraso se deveu ao fato de que quando os trabalhos começaram a ser executados, vários outros “serviços” foram evidenciados nas escolas e que não poderiam deixar de ser reparados. “Ao todo, foram 306 neste primeiro momento. Em uma outra ocasião, que deve acontecer ainda este mês, vamos deixar todas as escolas de cara nova. Dignas da população do DF”, destacou. A ressalva da secretária é motivada pelo reconhecimento de que houve falha na escolha das instituições que foram elencadas no levantamento para serem reformadas. Tanto que a campanha “Escola Arrumada” ainda deve passar por mais 80 escolas da

rede pública por possuírem problemas graves de conservação e limpeza. É o caso de uma escola de Samambaia que está com sérios problemas nas paredes e telhado de amianto. “Não dá para ficar assim. Nós, mães de alunos e até mesmo os professores, ficamos receosos de encostar em alguma parede e de que alguma telha caia nas nossas cabeças”, disse uma mãe que pediu para não ser identificada. O receio dela é compartilhado por outras mães de estudantes do local. Em um outro estabelecimento da mesma cidade, crianças comemoraram a cara e o aspecto novo que a escola delas tinha ganho. “Parece até que fizeram outra escola e colocaram aqui no mesmo lugar”, disse o pequeno João Carlos, 7 anos. “Eu gostei muito”, celebrou Estefanny, de seis anos. As aulas na rede pública de ensino começaram na última quinta-feira, 10 de fevereiro. Durante encontro realizado no Centro de Convenções, na quarta-feira que antecedeu o início do ano


letivo, a secretária de Educação, Regina Vinhaes e sua assessoria reuniu professores, diretores e funcionárias de escolas para apresentação dos eixos da proposta político-pedagógica de gestão que irá nortear a pasta ao longo do ano. Segundo a secretária, todo o trabalho da educação no DF será focado em cinco questões básicas: a desprivatização da administração pública das escolas; educação integral; gestão democrática da educação; luta contra o analfabetismo e expansão da creche. “Vamos lutar por uma educação pública, democrática e de qualidade. Queremos resgatar a imagem que escola pública do DF teve outrora para que todos possam ter orgulho dela”, ressaltou Regina. Em um raio X da pasta que assumiu, a secretária elencou os principais problemas enfrentados pela rede pública de ensino do DF. E destacou o sucateamento dos espaços de muitas escolas que, conforme ela, estão em péssimas condições físicas e estruturais para atendimento ao alunato. Para a secretária, na sua pasta existem problemas emergenciais que devem ser solucionados a curto, médio e longo prazos. Entre os de curto prazo estão a contratação de professores para ocupar “brechas” no quadro de docentes. Para este início de ano letivo, o GDF nomeou 348 servidores para exercerem o cargo de professor de Educação Básica. A estimativa para contratação de professores temporários é de cerca de 2,5 mil e, à proporção que as carências vão surgindo, outros candidatos que foram aprovados no processo seletivo serão convocados. “Não vai faltar professor em nenhuma escola”, garantiu Regina. A arrumação das escolas que não foram contempladas na primeira etapa e o transporte escolar, segundo a secretária, estão sendo providenciados e devem ser resolvidos ainda nessa este mês. A médio e longo prazos, Regina Vinhaes apontou a criação de políticas públicas; gestão democrática com

a criação da Lei de Gestão, que deve ser aprovada pela Câmara Legislativa do DF e assim proceder as eleições para diretores e vice-diretores das escolas no segundo semestre deste ano. Outra preocupação apontada foi um novo modelo de educação integral. Para ela, a idéia é manter o aluno ocupado, mas com atividades

Vamos lutar por uma educação pública, democrática e de qualidade. Queremos resgatar a imagem que escola pública do DF teve outrora que os integre nas suas facetas cognitivas, para que ele desperte nas suas potencialidades. No DF existem hoje, 260 escolas de tempo integral e, até o final deste semestre, a promessa é de que o atendimento vai continuar. Também a longo prazo, o governo pretende fazer a ampliação do atendimento de crianças nas creches da rede e a alfabetização de jovens e adultos vai ser compartilhada com a comunidade escolar local. A formação e valorização dos profissionais da educação e a desprivatização da máquina pública com análise criteriosa e minuciosa dos contratos e convênios firmados serão evidenciados pela nova gestão.

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Tecnologia

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Divulgação

Mariko Mori

Artista que mistura arte a tecnologia

Wave, objeto híbrido que é máquina e escultura ao mesmo tempo

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artista japonesa contemporânea, Mariko Mori, expõe pela primeira vez no país. E Brasília é a primeira capital da federação a receber a exposição “Oneness”. A mostra permanece no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) até o dia 3 de abril, com entrada franca. Mariko Mori se tornou conhecida por sua arte inovadora, que une a tecnologia eletrônica à arte. A artista vanguardista transforma sua arte em elementos de engenharia de ponta, interativos e de forte impacto físico e visual. Segundo a assessoria do CCBB, a exposição reúne trabalhos da artista em diferentes suportes: desenhos, fotografias, animações, vídeos e instalações. A mostra apresenta dez trabalhos de alta complexidade tecnológica e que ocupam todos os espaços reservados para exposição. As obras são peças de grande escala, como “Wave”, objeto híbrido que é máquina e escultura ao mesmo tempo. Consiste numa espécie de cápsula que permite a entrada de três visitantes por vez e se funde em tempo real com computação gráfica, animação, ondas cerebrais, som e uma engenharia arquitetônica para criar uma experiência interativa e dinâmica. Há ainda o objeto artístico “Oneness”, que dá nome

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Obra de arte “Oneness” que é capaz de interagir com o público

à exposição. O objeto é constituído por um círculo de seis figuras confeccionadas em technogel (material novo, que fica entre o sólido e o líquido), medindo 1,35 metros. E, devido a essa inovação tecnológica, o “Oneness” é capaz de interagir com o visitante pelo toque. Durante o contacto é possível sentir a pulsação cardíaca das figuras. A mostra traz também o “ Transcircle”, um anel de nove pedras de vidro coloridas e brilhantes, controlado interativamente, em uma reinterpretação dos círculos de monólitos pré-históricos. Mariko Mori inspira-se no conceito budista de que todas as coisas do universo estão conectadas. Ela cria mundos fantásticos e seres de outro planeta em fotografias e vídeos que parecem surpreendentemente reais. Como ela mesma diz, é uma artista que vê o mundo e olha para o presente. Considera sua missão, dividir o que vê com o mundo. Os trabalhos expostos vêm de acervos da Europa, Estados Unidos e Japão.

Saiba Mais A vinda da exposição Oneness ao Brasil é uma iniciativa do Grupo AG, sob coordenação e curadoria de Nicola Goretti. Para Nicola existe uma forte

ligação entre a artista e Brasília. Ela considera a cidade e a artista como duas realidades estranhas, e por isso acredita que o sucesso de Mariko na cidade é garantido. Para a curadora é louvável a atitude do Banco do Brasil em trazer a artista ao Brasil. As obras Wave UFO e Onenness permitem a experimentação do público. Porém, a integração é limitada e controlada mediante retirada de senhas na bilheteria. A entrada na Wave UFO é proibida a menores de seis anos de idade e os menores de 16 anos, devem estar acompanhados de um adulto. A entrada na obra, que muito se assemelha a uma nave espacial ufológica, acontece de 15 em 15 minutos por um grupo de somente três pessoas. Senhas são distribuídas a cada meia hora, a partir das 9h. Na obra Oneness é permitida a interação de seis pessoas a cada 15 minutos. As senhas também são distribuídas no local. Serviço Exposição Mariko Mori CCBB - Centro Cultura Banco do Brasil SCES, Tr. 02, lt. 22 Brasília (61) 3310.7087 Horário de funcionamento: terça à domingo de 9h às 21h


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Cotidiano

Por: Alessandra Bacelar | Fotos: Jennifer Corrêa

O CORRE-CORRE DA VIDA Nem sempre a pressa é inimiga da perfeição

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dia a dia dos brasilienses é marcado pela correria e muitos são os fatores que contribuem para essa situação se agravar. Em seu projeto arquitetônico, Brasília é uma cidade planejada. Seus órgãos governamentais e toda a estrutura do plano piloto obedecem ao formato das asas do avião. Entretanto, o Distrito Federal possui uma extensão bem maior que este projeto. Desde o início da construção da capital federal, várias cidades satélites foram incorporadas à sua estrutura. A maioria delas sem o mesmo planejamento. Hoje, há um “inchaço” no DF proveniente de toda essa aglomeração de bairros. Assim, a distância entre o núcleo da capital e o entorno se tornou cada vez maior. Para cumprir suas tarefas é necessário que o trabalhador gaste longas horas percorrendo seu trajeto diário. Carência de um transporte público adequado, engarrafamentos nas vias principais e locais de grande concentração populacional são alguns dos problemas que o povo enfrenta constantemente. Pensando em melhorar o cotidiano do brasilense, principalmente daqueles que moram no Entorno, as estradas do DF estiveram em obras durante todo o ano de 2010. O foco são as obras da Estrada Parque Taguatinga Guará, que são utilizadas por aproximadamente 50% de todos os passageiros do transporte público da cidade. Além disso, 140 mil veículos passam pela via todos os dias.

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Segundo a Secretaria de Transporte do DF, sete vias que fazem parte da EPTG estão em obras a fim de trazer melhoria no fluxo dos veículos e principalmente no que diz respeito ao transporte público, que tanto precisa de reforço em sua estrutura. Uma das vias está quase pronta e já é possível sentir a diferença no trânsito. Os moradores de Águas Lindas contam como essas obras melhoraram o trajeto até suas casas. “Hoje eu gasto uma hora para chegar ao meu trabalho por meio do transporte público. Antes levava cerca de 2h30” conta o carpinteiro Sebastião da Silva. Já o vendedor Manoel Araújo acrescenta que antigamente era muito difícil a circulação dos ônibus do Entorno. “Com as obras na EPTG ficou mais fácil. “Com a correria do nosso dia a dia, a melhoria do trânsito faz diferença”, assegura. Apesar de confirmar as mudanças nas vias, o DFTRANS alerta que ainda há muito o que fazer. De acordo com o diretor do órgão, Marco Antônio Campanella, para que o serviço se torne eficiente, é necessário uma reforma em toda a estrutura das vias. “Ainda não houve tempo suficiente para qualificar o tráfego significativamente. Falta integração em todo o sistema. Não adianta aumentarmos o número de transporte público se as estradas ainda estão em retificação.” Ressalta.


Estrada Parque Taguatinga Guará (EPTG)

Vias duplas da EPTG

Além do trânsito caótico de Brasília, outros problemas são enfrentados diariamente pela população. Com o corre-corre do trabalho e dos estudos, muita gente tem dificuldade para conciliar a vida profissional com a familiar. A gerente da Clínica Bio Cyber, Sebastiana Vieira sai às 6h e retorna para casa por volta das 12h30 da noite. “Trabalho o dia todo e estudo à noite. Parte do dia, minha filha fica em casa, mas quando chego, ela já está dormindo. Com a correria, não conseguimos maior interação”, lamenta a mãe. Para a diretora dos Correios, Joana D’Ark, também é difícil ter mais tempo para a família. “Só tenho hora para chegar ao trabalho. Nunca para sair. Com essa atividade intensa, fica complicado ver minha mãe e meu filho todos os dias, mesmo morando na mesma casa”, comenta. Pais e filhos sofrem com o exaustivo cotidiano ao qual a maioria dos brasileiros faz parte. Equilibrar todas as áreas da vida não é tarefa fácil. Entretanto, é preciso planejamento. Segundo especialistas, organização é fundamental para conciliar diversas funções. Seja na vida pessoal como na profissional. Para a psicóloga Maria do Socorro, quando a pessoa tem um planejamento em

Marco Campanella, diretor do DFTRANS

Ainda não houve tempo suficiente para qualificar o tráfego significativamente. Falta integração em todo o sistema todas as suas áreas de atuação fica mais simples contrabalançar esses pontos. “Vivemos em uma cidade tomada pela correria. Pessoas o tempo todo tentando driblar suas atividades com a forma de se deslocar para cada uma delas. É necessário programação”, acrescenta.

Um estudo feito pela Organização Mundial de Saude (OMS) revela que várias doenças psíquicas como o estresse e tireóide têm a ver com o cotidiano dos brasileiros. Cerca de 90% da população sofre desses males por causa do ritmo intenso de suas atividades. Problemas corriqueiros como passar por um engarrafamento no trânsito ou não conseguir cumprir todas as metas diárias deixam as pessoas frustradas. A diferença pode estar em como lidar com as circunstâncias. Antes de obter sucesso é preciso esforço em todos os degraus da vida.

Sebastiana Vieira, gerente da Clínica Bio Cyber

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Planos e Negócios

alex dias

BELINI PÃES E GASTRONOMIA A Belini Pães e Gastronomia é o primeiro centro gastronômico do Centro-oeste. Inaugurada em 2001, congrega os serviços de panificadora, café, restaurante, confeitaria, delicatéssen, eventos, loja de utensílios domésticos, além de oferecer completo serviço de encomendas. Premiada em todos os seus segmentos, foi eleita por oito anos seguidos como a melhor padaria de Brasília. Além de ter sido premiada por seu café com grãos selecionados e de torrefação própria. Produtos importados e vinhos selecionados compõem sua requintada delicatéssen. Sua primorosa confeitaria francesa é referência para os amantes de pâtisserie em Brasília. Na varanda são oferecidos buffets de café da manhã, almoço e chá da tarde – todos com variados pratos produzidos com ingredientes frescos e preparados na hora. No segundo piso, a culinária italiana é servida à la carte no Belini Il Ristorante – ambiente elegante, com adega repleta de rótulos exclusivos.

Serviço Beline Pães e Gastronomia CLS 114 Bl. B S/N, Lj. 5 61 - 3345-3000 - 3345-3000

COBOGÓ O Cobogó – Mercado de Objetos é especializado em produtos contemporâneos e que possibilita o acesso aos mais variados artistas e formas de expressão. Sempre inovadores e criativos, os parceiros artesãos estão atentos a necessidade intrínseca do ser humano pelo novo, pelo diferente e por detalhes que iluminem o dia. O espaço reúne o melhor dos produtos não-industrializados, feitos com exclusividade por artistas brasileiros e que, estão em destaque no Brasil e no exterior por suas obras. As ofertas do mercado englobam objetos de decoração, acessórios, joalheria, têxteis e objetos inusitados. Também têm destaque no mercado, peças vintage garimpadas por amantes de relíquias de nossa recente modernidade. Em seu café, o Cobogó oferece cardápio fundamentado no conceito de comfort food, que apresenta receitas que remetem a experiências de aconchego, conforto e boas reminiscências. A sombra de árvores frondosas em frente à loja, favorece o descanso, a reflexão e o encontro com as artes.

Serviço Cobogó Mercado de Objetos SCRN 704/705, Bl. E, Lj. 51/56 (61) 3039-6333 - 3039-6333

Casa das Artes Um local idealizado e projetado para divulgar a cultura de Brasília e, ao mesmo tempo, abastecer o mercado artístico da cidade. Pensando nisso, a Casa das Artes estréia uma promoção de arrasar. Nas compras acima de R$ 200,00 concorra a uma mesa de desenho completa 4830 Trident e a um cavalete. O sorteio acontece no dia 31 de março. Fundada em 1979 pelo Sr. Hilton Mendes, juntamente com o Grupo HP Mendes, o intuito era diminuir a distância entre os artistas e os artesãos do DF e do Entorno, promovendo uma maior integração entre eles por meio de concursos culturais. Em 2003, Mariana Mendes e Hilton Júnior, filhos mais novos de Hilton, tomaram a frente da Casa das Artes e modernizaram. Localizada no centro da cidade, num espaço totalmente novo e amplo, com 2.300m² de loja, a Casa das Artes conta com mais de 20 mil produtos nacionais e importados. São materiais para artes plásticas, arquitetura, engenharia, publicidade,

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desenho industrial, design de moda, design de interiores, papelaria, escritório e informática. Ainda tem o Centro Cultural Casa das Artes. São seis novas salas de aula com os melhores professores do mercado e espaço para exposições onde iniciantes e profissionais podem mostrar seus talentos. Treinamento adequado à equipe de vendas, tratamento diferenciado à sua clientela, satisfação, bom preço, qualidade e variedade dos produtos são fatores preponderantes e indispensáveis para a empresa. Hoje, a Casa das Artes é a maior e mais completa loja do Brasil e da América do Sul, especializada em materiais artísticos nacionais e importados.

Serviço SCLN 102, Bl. C, Subsolo (61) 3031.6600/3034.6203 contato@casadasartes.com.br www.casadasartes.com.br


DOMO

INSTITUTO DO CORAÇÃO DE TAGUATINGA Fundado em 1995, o Instituto do Coração de Taguatinga é um dos mais avançados e prestigiados do Brasil. Conta com mais de 10 anos de experiência, desenvolvimento tecnológico e científico no tratamento e diagnóstico de pacientes na área de cardiologia. O instituto existe para oferecer à população soluções e assistência necessária à saúde do coração e ao bem-estar das pessoas. Pelo alto nível dos profissionais que compõem seu quadro, e em função dos grandes investimentos em altíssima tecnologia, o Incor rapidamente tornou-se referência em cirurgia cardiovascular, cardiologia intervencionista, arritmia cardíaca e eletrofisiologia no Brasil e na América Latina.

Serviço Istitudo do Coração de Taguatinga QNC 11, S/N°, Casa 12 – Taguatinga Centro (61) 3351.1764

A DOMO Arquitetos é um escritório jovem, criado em Brasília no ano de 2008, a partir da associação prévia de 10 anos entre os arquitetos Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus. Vencedores do troféu “O Melhor da Arquitetura 2010”, da revista Arquitetura e Construção, os profissionais à frente da empresa somam projetos publicados em diversos países, como Coreia do Sul, Estados Unidos, Inglaterra e Turquia. Com participação em muitas edições da CASA COR Brasília, contam com cases divulgados nos principais veículos de comunicação do país. Entre seus trabalhos, destaca-se a participação no projeto Alphaville Brasília, no projeto da marca do Complexo Brasil 21. Além de diversos projetos executivos em Águas Claras e a participação em conjunto com um escritório de projetos no sul de Portugal. Atuam em várias áreas como arquitetura de edifícios, residenciais, projetos corporativos, de interiores e decoração, além de trabalhos nos campos de design e comunicação visual.

Serviço Domo Arquitetos SHCN 202, Bloco B, Sala, 208 (61) 3201-6912 - 61 3201-6912

FEROLA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS Inaugurada em 1999, a Ferola Empreendimentos Imobiliários representa centenas de imóveis em todo o Distrito Federal, com ênfase nas regiões do Plano Piloto e Sudoeste. Entre as especialidades da Ferola estão a venda de imóveis usados, de novos lançamentos e alugueis. A empresa destaca-se por sua bem-sucedida parceria com a Construtora Villela e Carvalho e com a Cia Lançamentos Imobiliários, ambas com forte atuação no Noroeste. A Ferola também é referência em Brasília no quesito financiamento de imóveis, pois foi contemplada pela Caixa Econômica Federal com o título de correspondente bancário em Brasília. Assim, oferece grandes facilidades aos clientes, como simulação de valores, estudo da documentação e pré-análise de crédito imobiliário. A excelente localização do escritório, no Centro Empresarial Brasil 21, também traz praticidade e comodidade aos clientes, que têm acesso fácil à empresa. Possui, ainda, experiente equipe de consultores imobiliários com grande conhecimento do mercado brasiliense. Ocupa posição de destaque entre as primeiras do setor imobiliário, no ranking do site WImóveis, o que corresponde a mais de 70 mil acessos por mês em média, totalizando 11% de todos os acessos do portal.

Serviço Ferola SHS, Qd. 6, Complexo Brasil XXI, Bl. C, Sala 1701/1702 (61) 3039.8400

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Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

BMW X5 Atualização do projeto, com perfeito equilíbrio

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BMW X5 2011 vai escrever o último capítulo da história do mundo, lançado como o primeiro Sports Activity Vehicle ® na primavera de 2010. Originalmente lançado para o ano 2000, modelo 1999 atrasado, o BMW X5 mudou definitivamente a paisagem automotiva. Provou-se que a dinâmica de condução, capacidade de resposta e assinatura de controle linear para todos os BMW poderia ser compatível com a utilidade, versatilidade e capacidade de outros estradas. Para 2011, os modelos BMW X5 são reforçados com motorizações novas e atualizados do projeto. O novo BMW X5 fará sua estreia norte-americana em 2010, o New York International Auto Show. Innovative novos elementos de design e motorizações são o resultado de mais de 4.000 novas peças criadas por designers e engenheiros da BMW para BMW X5 2011. Duas das motorizações do X5 serão totalmente novas para 2011, criando o novo BMW X5 xDrive50i e BMW X5 xDrive35i, para além do familiar BMW X5 xDrive35d Advanced Diesel. Todos os modelos recebem uma atualização do projeto, que aumenta o foco brilhante e aspecto estético da marca X5.

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Fresh Design e Proporções bem equilibradas. O desenho da carroceria do BMW X5 2011 é caracterizado por proporções bem equilibradas, que acentua a poderosa presença do veículo e agilidade. A longa distância entre eixos, dianteiro curto e corpo traseiro e rodas grandes de liga leve fornece um equilíbrio visual entre a frente e a traseira do veículo. Square-shaped, arcos de roda cuidadosamente queimados dica na unidade do X5 da BMW em todas as rodas de tração e capacidade de outros estradas. O corpo de linhas de varredura para cima a partir das rodas dianteiras e traseiras comunicando-se com quase perfeita distribuição de peso da BMW 50-50 traseira e dianteira, que é tão essencial para a dinâmica do BMW X5. A superfície do capô flui sem problemas na waiseline, enquanto a linha de contorno proeminente, suavemente inclinada a maçaneta da porta, partindo do nível arcos da roda dianteira para a traseira do veículo. Estas linhas de caráter simbolizam poder, estabilidade e presença. Com sua capa, distintamente contornos, grade rim grande BMW e os faróis redondos duplos, o novo BMW X5 ostenta um front-end expressivo que simboliza poder


e presença. A mais recente interpretação do olhar do BMW X5 é liderada pelo redesenho da fáscia dianteira e a posição dos faróis de neblina padrão. Devido a um aumento do número de elementos pintados na cor da carroçaria, o front-end, dá a impressão de ser menor. O acabamento preto na borda inferior do corpo é agora consideravelmente mais reduzido. A matte-acabados placa de proteção de prata se estende a toda a largura da entrada de ar central, enfatizando as características muscular do SAV e acentua o caráter novo BMW X5. As cores metálicas Deep Blue Sea, cinza Platinum e Espumante Bronze estão agora disponíveis para o BMW X5. No interior, o couro nevada disponível pode ser escolhido em impressionantes Oyster novos ou cores Canela Brown.

BMW X5 x Drive50i: BMW twin-turbo V-8. O novo BMW X5 x Drive50i toma seu lugar como o carro-chefe da família X5, produzindo 400 cavalos a 5.500 rpm e 450 lb-ft de torque a 1.750 – 4.500 rpm, a partir do seu twin-turbo 4,4 litros V-8 motor. Introduzido no BMW X6, na Primavera de 2008, está todo em alumínio V-8, características de alta precisão injeção direta de combustível, “reverse-flow” arquitetura de resposta revolucionária e embalagem, e da BMW variável VANOS tecnologia de válvulas. Juntas, essas características criam o que pode ser o perfeito equilíbrio entre a eficiência de combustível de alta, baixas emissões, e a performance, dinâmica dominante espera de um BMW V-8. O sprint 0-60 mph é feito em 5,3 segundos.

O essencial BMW X5 xDrive35i tem um MSRP de $ 46,675, incluindo o destino e manuseio. Tem perfil popular do equipamento padrão, muitas vezes especificados pelos clientes BMW X5, incluindo faróis de BMW’s Xénon adaptativos, Sensor de Chuva com controle de farol automático, HD Radio, controle climático automático, foglights, 18 “rodas de liga leve, cruise control, anti-roubo e sistema de alarme. O BMW X5 xDrive35i Premium tem um MSRP de $ 52,475, incluindo o destino e Manuseio, tal como 19 “rodas de liga leve, barras de tejadilho e teto solar panorâmico. O poder da coluna de direção ajustável, iPod / interface adaptador USB e privacidade vidro. Serviço Welt Motors Revenda BMW SHIS QI 7 s/n Bl E Brasília - DF, 71615-660 (61) 3364-9200 - 3364-9200

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Vida Moderna

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Gustavo Lima e Divulgação

Ingressos

online

Comprar bilhetes para shows e eventos pela internet pode ser mais rápido e fácil que enfrentar as temidas filas

E

ra da tecnologia, das transformações, do desenvolvimento, das comunicações. São inúmeros os títulos que os estudiosos dão para o tempo atual, o século XXI. E todos expressam o mesmo. A habilidade constante do ser humano de evoluir e crescer. O homem é o único animal que reinventa todos os dias o modo em que vive. Desde o aspecto mais simples ao mais complicado. E quando o assunto é encurtar ou acabar com as “benditas” filas, nem se fala. Comprar ingressos para espetáculos artísticos entre outros é uma atividade corriqueira que tecnologicamente vem ficando cada vez mais fácil. Basta um telefonema ou um click em um site especializado da internet e “voilà”, que significa estar pronto, o ingresso chega até você. Em sua casa, em questão de minutos. “É um exemplo de como a vida pode ser descomplicada e facilitada”, asseguram muitos. Esse é um recurso que o universitário Cristiano Porfírio utiliza há 10 anos. O telefone e a internet têm sido seus fiéis companheiros para aquisição de ingressos para shows e festas, principalmente para eventos fora de Brasília. Embora habitual utilizador da “facilidade tecnológica”, o universitário garante que é mais seguro comprar os convites pessoalmente. Os últimos ingressos que comprou para ir ao Rock in Rio e ao show da banda irlandesa U2, em São Paulo, apenas confirmaram seu receio. “Eu comprei quatro ingressos e a empresa me cobrou quatro sedex. Os ingressos vieram em uma única caixa”, comenta. Para ele, é muito mais prático comprar pela internet ou por telefone, mas os serviços têm que melhorar. “O telefone está sempre ocupado e na internet tem que tentar insistentemente. A página cai toda hora”, lamenta.

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Cristiano Porfírio e seus ingressos para o show do U2 e para o Rock in Rio

Para o produtor de eventos e um dos donos do site “bilheteriadigital.com”, Paulo André Ribeiro Ferreira, comprar ingressos pela internet é melhor. Conforme ele, além da comodidade, o cliente ainda tem a vantagem de dividir no cartão. Na bilheteria digital, por exemplo, pode-se comprar bilhetes em até 12 vezes. A empresa de Ferreira vende ingressos para shows e festas de Brasília. O cliente realiza a compra, imprime o tíquete (bilhete digital) e troca pelas entradas no local e na hora do evento. Segundo Ferreira, o brasiliense desconfia na hora de comprar pela internet. “Várias pessoas visitam o site, mas não compram. Em São Paulo, ninguém mais sai para comprar ingressos”, informa. Paulo admite que existem sites que não são confiáveis, mas assegura que o cliente pode comprar tranquilo na sua bilheteria digital.


Live Pass é um dos sites mais visitados para a compra de ingressos

O universitário Rafael Bicalho Resende, 19 anos, costuma comprar inúmeros artigos pela internet, e ingresso é apenas um dos itens que costuma adquirir. Conforme ele, há mais de cinco anos utiliza a ferramenta virtual. Resende planeja a compra com antecedência e sempre procura os ingressos do primeiro lote. “Fico com medo de não ter mais entradas”, relata. Por isso, prefere comprar via online. Segundo ele, é mais prático e rápido. A sua única queixa é a demora nas páginas dos sites de vendas. “Quando o ingresso é concorrido, a página fica muito lenta. É muito chato”, lamenta. Mas, como ele mesmo diz, apesar das dificuldades é mais simples comprar pela internet. Ferramenta que é relativamente nova, para acessar os sites de compra requer uma boa dose de compreensão por parte do usuário. Mas, segundo os usuários do serviço, fazer esse tipo de compra online compensa, pois o retorno em comodidade e rapidez é maior e mais tentador. Mas engana-se quem pensa que o universo online se reserva somente para a compra de ingressos para shows e partidas de futebol famosos. As ofertas são inúmeras e bastante diversificadas. Afinal, é uma tendência que só tende a

crescer. Um exemplo são os jogos da próxima Copa do Mundo que vai acontecer em 2014, neste nosso país do futebol. As disputas vão ser realizadas em diversas capitais da federação e os internautas de plantão já estão de olho nas oportunidades de faturar uma boa grana, facilitando a vida daqueles que gostam de comodidade e do sossego de seus lares. E a cada dia que passa, vários sites especializados no assunto vão aparecendo e tentando se firmar no mercado nacional. A única ressalva para aqueles que pretendem fazer parte do cordão da pretensão das compras online é ter paciência e tempo necessários para ficar umas horinhas a fio em frente ao monitor e estabelecer conexão segura com os sites especializados. Afinal, é uma ferramenta nova que, em muitos dos casos, ainda está em desenvolvimento. Mas, cabe aqui, o senso da melhor escolha do usuário. Entre enormes filas e um trânsito congestionado ou a demora que pode até ser mínima para o clique da internet, que efetua as compras em minutos.

Serviço Bilheteria Digital – Compra de Ingressos Gilberto Salomão, Bloco F, sala 206 (61) 7816-8616

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Esporte

Por: Larissa Galvão e Tássia Navarro | Fotos: Gustavo Lima

Escalada urbana Esporte radical ganha adeptos em muros confeccionados em academias de Brasília

A

ventura. É a palavra que instiga cada vez mais adeptos a praticarem a escalada. Talvez por o esporte mesclar duas coisas que os esportistas tanto valorizam: desafio e natureza. O objetivo parece simples: atingir o alto de uma parede rochosa, um bloco de concreto ou um muro. Porém, os movimentos e técnicas do esporte o tornam completo. A prática da escalada traz vários benefícios físicos aos praticantes. Trabalha todos os músculos do corpo e aumenta a resistência e a explosão muscular. Além de melhorar a flexibilidade, coordenação motora, equilíbrio, consciência corporal e o controle sobre o corpo. O esporte não mexe somente com a parte física do ser humano. O psicológico também sofre influências, como por exemplo, a questão do medo de altura, Ney Gonçalves, 42 anos, profissional de educação física e treinador de escalada da academia Primata, trabalha na área há 15 anos. Conforme ele, o desafio de subir pedra a pedra estimula a coragem e a autoconfiança. Mas o medo de altura, segundo o especialista, não tem nada a ver com o fator psicológico. “Podemos ter um desafio bem mais complicado a um metro do chão”, compara.

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Quem pensa que o esporte é praticado somente pelos homens está por fora. Ney conta que muitas vezes não são os homens que se dão melhor no esporte. Segundo ele, na academia em que trabalha, de um universo de 120 alunos, 40 deles são mulheres. “Elas conseguem obter rendimentos melhores do que os homens. Elas se mostram mais corajosas”, assegura. O aluno Sanzio Ulhoa, 41 anos, pratica o esporte há oito anos. Para ele, a paixão pela escalada aconteceu depois que recebeu um convite de um amigo para conhecer de perto o esporte. Gostou tanto que não parou mais. Ele diz que o esporte, além da resistência física, ainda traz o benefício de reforçar o exercício da concentração. “É preciso ter atenção porque um passo em falso e, dependendo da altura, podemos nos machucar. No esporte, trabalhando isto. Eu fiquei bem mais tranquilo”, conta. O treinador Ney complementa que “o esporte não é perigoso, desde que as regras sejam seguidas e todos os equipamentos de segurança sejam utilizados corretamente”. O esporte é considerado radical porque testa a resistência física dos praticantes em montanhas. Nas academias de Brasília, os treinamentos são praticados em paredes de


Pó de magnésio, utilizado para cessar a sudorese

Ney e Marcio, treinadores de escalada da academia Primata

pedras sintéticas, confeccionadas com resina. Substituindo e simulando os obstáculos naturais das montanhas, o esporte se tornou acessível aos aventureiros urbanos. Para dar mais emoção aos treinos de escalada, são implantadas séries com graus de dificuldades diferenciados. As séries são feitas com a intenção de simular obstáculos que por ventura existiriam na prática do esporte nas montanhas. Na academia Primata Escalada, os passos iniciais são dados nas paredes sintéticas, porém os instrutores Ney Gonçalves e Marcio Cesar, 35 anos, também proprietário, valorizam o contato com a natureza. “O aluno aprendendo a técnica, pode ir para uma escalada fora”, ressalta Ney. Segundo ele, o local mais próximo de Brasília onde os adeptos da escalada

Sanzio Ulhoa praticando na academia Primata

costumam treinar é na área da Fercal, um complexo de pequenas cavernas calcárias, situadas próximo as regiões administrativas de Sobradinho e Brazlândia. Uma pesquisa publicada pela revista americana Forbes, no final de 2010, apontou a escalada como um dos oito esportes mais praticados no Brasil, considerando os benefícios para a saúde. O esporte atingiu o terceiro lugar do ranking. Na observação, notou-se que os benefícios mais notáveis por quem pratica o esporte são: flexibilidade, resistência e força muscular.

As pedras são confeccionadas com resina

Serviço Primata Escalada SCRN 710/711, Bl. B, Lj. 5, Fundos (61) 3201.8301 www.primataescalada.com.br

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Personagem

Por: Virginia Ciarlini | Fotos: Divulgação

PACIÊNCIA E

encantamento A receita para um jardim

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arioca de nascimento e brasiliense de coração, Ney Ururahy chegou à capital, em 1958, como candango e paisagista. Assumiu o cargo de chefe de gabinete de Israel Pinheiro, além da chefia da divisão de pessoal que o responsabilizava pelos alojamentos da Novacap. Fez os primeiros movimentos para o surgimento da Candangolândia estabelecendo uma área em volta do galpão da Novacap para que os peões edificassem moradias improvisadas. “O ritmo de trabalho era intenso e no dia da inauguração da cidade tive um esgotamento físico”, relembra. Orgulhoso por ter participado do momento histórico da construção de Brasília, ressalta que a cidade é muito especial e que o cerrado precisa ser descoberto, valorizado e admirado pelos brasilienses. Na chácara onde mora há 20 anos no Lago Sul, a natureza está em perfeita sintonia com as edificações provocando uma sensação de bem estar e tranqüilidade para os que por ali circulam. Antes da chácara morou em outro endereço no mesmo bairro. Ele conta que foi o primeiro morador do Lago Sul e que da janela do quarto viu o lago se formar dia após dia. Ney Uruhahy recebeu a Ordem do Mérito Cultural do DF. É responsável pela execução dos jardins do Itamaraty, obra de Roberto Burle Marx e de quadras no plano piloto, além de um sem número de projetos em condomínios e casas particulares. Conhecido e valorizado nacionalmente, idealizou os jardins do Tropical Hotel Manaus, trabalho em que coletava plantas na mata com um barco pequeno e um marinheiro navegando pelas águas do Rio Negro. A Universidade de Uberaba, que é outro grande projeto e uma grande paixão, há trinta anos orienta a manutenção da área verde do campus. Segundo ele é assim que se pode observar o desenvolvimento do jardim

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acreditando estar fazendo o melhor, mas às vezes se acerta, outras não. Sobre a profissão, esse paisagista de personalidade peculiar diz que primeiro é preciso ter paciência e saber admirar, sem pressa, o que está em nossa volta. Ele acredita que todos somos paisagistas, pois a vegetação convive com o ser humano. Toda planta é linda e é muito importante ter a consciência de que lidamos com o que já está formado. A natureza é poderosa. Cores aromas e perfumes, tudo tem vida e o paisagismo é dispor as plantas como se estivéssemos compondo um quadro. Ney acredita que em um jardim, a dinâmica é especial, tudo é vivo e se transforma diariamente. Na elaboração de um projeto, pensando em um bom jardim, o paisagista ressalta a importância que o cliente se conheça e se expresse verdadeiramente. É necessário ouvi-lo, pois só assim é possível captar a essência


da história de cada um. O conceito social e a vivência determinam gostos. O adulto com uma infância feliz, por exemplo, quer repetir formas, mesmo que inconscientemente. Para Ney, um jardim bem elaborado é aquele feito para ser visto e para ser usado, por isso, tem que fazer parte de um contexto de história de vida. É imprescindível sentir-se bem à sombra de uma árvore na própria casa ou no local de trabalho e estudo. O ser humano tem que interagir com a natureza. É isso que considero um jardim bem elaborado e funcional. Uma planta em lugar errado não cumpre com a função dela. E como nem tudo são flores, Ney encont ra inúmeras dif ic uldades na hora de elaborar um projeto. O imediatismo e o modismo insanos influenciam negativamente na relação do homem com o meio ambiente. Um jardim leva anos para tomar a forma imaginada. É comum se imaginar

A natureza é poderosa. Cores aromas e perfumes, tudo tem vida e o paisagismo é dispor as plantas como se estivéssemos compondo um quadro

um jardim adulto, e a paciência é o segredo do sucesso. “Não há pó royal que faça crescer uma planta mais rápido”, diz. Cada região tem plantas características e habituadas a um ciclo natural próprio. No cerrado, o desenvolvimento é lento, além do mais, árvores nobres são lentas de uma maneira geral. O Pequi é um exemplo. É uma árvore escultural, mas é preciso paciência para vê-la adulta. As plantas são como filhos. Cuidados e zelo diários são importantes, além de grandes expectativas para o futuro. E os cuidados na preservação de um jardim devem ser levados muito a sério. A poda, por exemplo, é um muito importante no paisagismo. Toda árvore pode ser educada sem que seja mutilada. “Só assim, ela será um bom ator no palco jardim”, afirma. É preciso respeitar as características de cada uma. A isso damos o nome de preservação consciente

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Saúde

Por: Veronica Soares | Fotos: Jennifer Corrêa

Plástica

região

na dos

olhos 30 % da procura é do público masculino

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idade, a textura da pele e problemas emocionais poderão deixar marcas nas pálpebras que podem acompanhar a pessoa por toda a vida. Em muitas das vezes, a cirurgia plástica é a única solução para o problema. Mas, quem se submete a uma plástica na região dos olhos nem sempre está em busca de melhorias na aparência. Alguns problemas oculares, principalmente nas pálpebras, podem comprometer a qualidade da visão e, consequentemente, a qualidade de vida. Entre as inúmeras doenças que podem levar o paciente à mesa de cirurgia, a oftalmologista Raquel Lourenço, do Instituto de Olhos e Microcirurgia de Brasília (Inob), destaca o tumor palpebral benigno e maligno, cistos congênitos e deformidades. A oftalmologista explica que no funcionamento normal, as pálpebras servem para proteger e auxiliar na distribuição das lágrimas sobre a superfície dos olhos. Algumas pessoas, no entanto, possuem a margem da pálpebra virada para dentro. Os cílios acabam encostando-se no globo ocular, trazendo muito incômodo e até lesões no olho (córnea). O problema, em geral, é decorrente de traumas, de inflamações crônicas no olho ou de queimadura. “O tratamento cirúrgico nas pálpebras é feito sem a necessidade de ‘mexer’ no globo ocular”, ressalta. Segundo a especialista, cada vez mais, o número de pessoas que procuram o método para fazer a correção aumenta. “Entre os fatores que se destacam, é que as pessoas estão vivendo mais, procurando uma melhor qualidade de vida e se preocupando com a parte física. Além disso, muitas das doenças podem comprometer a visão”, lembrou. O excesso de pele flácida na pálpebra foi o que motivou a funcionária pública, Martha Leite Crispim, a optar pela cirurgia de correção. Ela conviveu com o problema por quase 30 anos. Segundo Martha, no início não se preocupava tanto com o excesso de pele. Mas, com o passar dos anos, o problema foi se intensificando, aí então resolveu que ía fazer a cirurgia. Depois da decisão tomada, procurou um especialista. O primeiro passo foi recorrer à internet a

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Dra. Raquel Lourenço

procura de informações sobre a cirurgia. Nomes de especialista e as clínicas que poderiam fazer a intervenção cirúrgica. “As pessoas têm que estar consciente do que vai fazer”, alerta. “Pesquisei muito até chegar à clínica onde fiz a minha cirurgia. A dica que eu dou é procurar informações antes de decidir”, ressaltou. Depois da cirurgia simples, ela se alegra. “Coisas simples, como usar uma maquiagem, eu não podia fazer. Melhorou muito. Além da estética, hoje eu tenho uma visão melhor”, relatou. Apesar de as mulheres serem campeãs na procura pela correção de cirúrgia estética, o número de homens que procuram o consultório para melhorar a aparência vem aumentado consideradamente. Segundo a Drª. Raquel, hoje, cerca de 30% das pessoas que optam pela correção estética são do público masculino. Os outros 70% é composto por mulheres que buscam, principalmente a satisfação pessoal. Apesar de parecer simples, a médica alerta para alguns riscos. “Tem que ser um especialista nesse tipo de cirurgia. Além de conhecer com


Vitor dos Santos no pós operatório

profundidade a região periocular para não dar nenhuma deformidade e até hemorragia grave, que pode comprometer as funções palpebrais e até o comprometimento da visão”, alerta. Para o militar da reserva Vitor dos Santos, 50 anos, a cirurgia na pálpebra não foi uma questão de estética. “Foi uma necessidade”, explicou. Em aproximadamente quatro anos, o excesso de pele das pálpebras começou a cair sobre os olhos. Além da questão estética, o problema começou a afetar a visão. A necessidade da cirurgia foi proposta pelo oftalmologista. Mesmo com a proposta do especialista, a decisão de optar pela intervenção só veio depois de muito pensar. “A gente fica na dúvida quando o médico propõe uma cirurgia, que aos olhos de um leigo pode parecer estético”, contou. Segundo ele, o problema era tão sério, que muitos dos amigos só notaram a cor dos seus olhos depois da realização da cirurgia. Para ele, os resultados foram satisfatórios. “O resultado da cirurgia foi tão bom, que o meu sogro depois que viu a minha, resolveu fazer também”, relatou.

Alertas Em alguns casos, as pálpebras são viradas para fora, afastando os olhos. Além da questão estética, os pacientes se queixam de desconforto e lacrimejamento. A correção do problema também é feita com a plástica ocular.

Já pessoas com hipertireoidismo costumam apresentar uma retração da pálpebra tanto a superior como a inferior, expondo excessivamente a parte branca do globo ocular. Nesses casos, o tratamento pode ser cirúrgico ou clínico. O constante cansaço causado pelo excesso de pele ou de bolsas de gordura nas pálpebras também pode ser corrigido cirurgicamente. Em praticamente todos os casos de cirurgia plástica ocular, no pós-operatório o paciente tem que ficar em repouso relativo, sem se expor ao sol devido ao risco de má cicatrização e manchas, o que não é esperado por quem se submete à cirurgia plástica ocular com fim unicamente estético.

Recuperação Apesar da cirurgia ser realizada em uma região delicada, a intervenção pode ser considerada simples. Após o procedimento, o paciente deve ficar em observação por 2 horas. Inchaço e equimoses são normais e desaparecem em torno de dez dias. É recomendado que o paciente evite a exposição ao sol nos dois primeiros meses, use óculos escuros e passe protetor solar na região dos olhos. Não praticar exercícios físicos nas primeiras semanas. Serviço Instituto de Olhos e Microcirugia de Brasília (INOB) SHLS 716 Centro Clínico Sul Torre II (61) 3298.6060

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Moda

Por: Camila Penha | Fotos: Divulgação

Liquidação O

do Lápis Vermelho

ParkShopping promove todo semestre a Liquidação do Lápis Vermelho e, entre os dias 10 e 13 de fevereiro, chegamos a mais uma edição de verão. Com aproxidamente 80 % dos lojistas participando, os descontos podem chegar a até 70%. Marcelo Martins, superintendente do ParkShopping, explica que este evento já é tradição no ParkShopping e em toda a Rede Multiplan. Além de se mostrar um oportunidade para todos. “Os lojistas podem aumentar seu faturamento, enquanto os clientes aproveitam promoções bem vantajosas. O ParkShopping prevê um aumento de até 20% nas vendas das lojas, no período da ação e crescimento de 10% no fluxo de pessoas”, diz Marcelo. Este ano, a promoção com slogan “Preços difíceis de resistir” trouxe uma grande novidade: o Concurso Cultural Lápis Vermelho. Os participantes devem responder a pergunta “O que você faria para ganhar um vale compras?”. Os criadores das 5 melhores frases em até 300 caracteres e das 5 frases mais retweetadas com até 92 caracteres ganharão um vale compras no valor de R$ 500 a ser gasto no shopping. Os nomes dos vencedores serão divulgados no dia 16 de fevereiro. Para inscrever sua frase é só acessar o hotsite da liquidação: www.liquidacaolapisvermelho.com.br, onde também pode checar algumas ofertas e a lista das lojas em promoção. É uma grande oportunidade para renovar seus looks com peças lindas e preços ótimos.

Look Cantão Blazer Avanzzo

Anel Francesca Romana Diana

Mochila Shop 126

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Sapatilha Cantão Short Espaço Fashion


Macaquinho Cantão Blusa Avanzzo

Colar Francesca Romana Diana

Saia Avanzzo Pulseira Francesca Romana Diana

Sandália Shop 126

Bolsa Espaço Fashion

Short Espaço Fashion

Blusa Avanzzo

Serviço Avanzzo 2º piso, loja 245 (61) 3361.0331

Sapatilha Espaço Fashioin

Cantão 1° Piso, loja 134 (61) 3234.9077

Espaço Fashion 2° Piso, loja 228 (61) 3233.3154

Francesca Romana Diana 2º piso (61) 3234.3484

Parkshopping SAI/SO Área 6580 (61) 3362.1300

Shop 126 2° Piso, loja 242 (61) 3233.1260

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Comportamento

Por: Larissa Galvão | Fotos: Divulgação | Ilustração: Eward Bonasser Jr.

Acabou

a balada?

Parar para fazer um lanchinho é tradição dos brasilienses

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oltar da balada e parar no primeiro hot-dog parece ser obrigatório na vida de qualquer baladeiro de plantão. O melhor é que a fome na madrugada já deixou de ser um problema. As lanchonetes de Brasília tiveram que se adaptar ao estilo de vida 24 horas dos jovens para atender àqueles que ainda insistem em não ir direto para a cama depois da “farra”. Para os que saem às 10h da noite e voltam somente às 5h da manhã, depois de ter dançado bastante e não ter comido nada, realmente é inevitável. Quando se diz nada, podemos colocar, no máximo, um tira gosto. O resto da noite, para muitos, se resume a bastantes doses de bebidas alcoólicas.

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A maioria das noitadas acontecem em locais fechados e nem sempre bem ventilados, o que contribuem ainda mais para a perda de nutrientes do corpo. Somado a um jejum quase absoluto de cerca de seis horas e o cansaço causado pelo gasto de energia, não há mal nenhum, na cabeça dos jovens, em fazer um lanchinho para recompor as energias. Nutricionistas acham válido comer em lanchonetes depois da balada, desde que os lanches consumidos sejam saudáveis. Segundo especialistas, quem come fora inicia a digestão mais cedo, evitando dormir com o estômago pesado. A nutricionista Melanie Bessa, 30 anos, explica que é importante se alimentar depois de uma saída, mas não vale sair comen-

do qualquer coisa. “O problema não é se alimentar depois da balada, até porque o álcool causa hipoglicemia. Alguns alimentos são gordurosos e são de difícil digestão. Outros como a salsicha, contém componentes cancerígenos. Comer sempre é um problema”, afirma. Os cachorros quentes de barraquinhas, localizados nas entrequadras ou estacionamentos, são exemplos de lugares não recomendados pelos nutricionistas para comer na pós-balada. “Além do sanduíche, os complementos são gordurosos”, explica Melanie. Braytner Pires, 24 anos, já teve a experiência ruim de comer em qualquer lugar. “Comi um cachorro-quente depois de um show. Foi só o tempo de chegar em casa para passar


mal”, conta. Já Thalles Nery, 20 anos, tem como parada obrigatória o Joaninha Lanches, um cachorro-quente de barraquinha. “Tem uns três anos que só como no mesmo local. É perto da minha casa e evito problemas estomacais”, brinca. O dono do Joaninha Lanches, Frankilin Bezerra, conta que o local é ponto de encontro de seus amigos. Por isso, ele toma sempre cuidado com a limpeza do ambiente e qualidade dos alimentos. “Eu conheço todos que vem aqui e quem não conheço faço amizade. Sempre brinco que sei quem sai de segunda a segunda. Então, prezo por ter sempre a melhor qualidade”, garante.

Drive-Thru Mc Donalds tambem esta adepto para os baladeiros de plantão

É claro que existe a opção de preparar os lanches em casa. Mas nem sempre os baladeiros têm fôlego e vontade para encarar a cozinha depois de se esbaldar nas pistas. Isso explica o sucesso dos fast-foods que ficam abertos até bem tarde. Além disso, alguns desses restaurantes podem ser mais saudáveis do que os tradicionais cachorros quentes. Hávela Venâncio, 20 anos e Maria Cláudia, 26, que sempre saem juntas, faziam parte do time que adoravam comer errado depois da noitada. “Batatas-fritas oleosas, hambúrgueres cheios de maionese era o que a gente sempre comia, mas os números estavam aumentando na balança”, brinca Havela. Maria diz que “os hot-dogs são as opções mais baratas”, mas sempre que podem preferem lanches menos gordurosos. Para matar a fome e evitar transtornos com a saúde, a nutricionista Melanie dá a dica. “Subway e Cone são ótimas opções para se alimentar depois da balada. São mais leves e não são de difícil digestão. Além da vantagem de não ser preparados em chapas, que aumenta mais ainda a quantidade de gordura”, conclui.

Serviço Dr Melanie Bessa CRN 13594 (61) 3346.5017

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Cultura

luis turiba

Foto: Estúdio Dephot

Rey E

sse samba tem letra minha, com alguns versos do próprio Rey e música do Dinho da Cor do Samba, da ARUC. Foi composto por ocasião dos 80 anos do poeta e cantado a plenos pulmões na sua festa de aniversário realizada no foyer do Teatro Nacional Claudio Santoro, onde também foi realizado seu velório, sua despedida, seu gurufim. Emocionados, sorrindo ou com as lágrimas escorrendo em nossas faces, a Velha Guarda de Brasília se reuniu mais uma vez para se despedir do grande mestre Reynaldo. Foi linda a festa, pá, depois alguns seguiram para o cemitério Boa Esperança, outros, como eu e Ivan da Presença, ficamos a vagar pelas ruas de Brasília atrás de alguma explicação lógica para a morte, coisa que não existe, é claro. De qualquer maneira, esse espaço nesta edição é dedicado ao mestre, poeta e inventor revolucionário Reynaldo Jardim.

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REYNALDO JARDIM, O POETA DO SOL COMPOSITORES: DINHO DA COR DO SAMBA E LUIS TURIBA. REYNALDO JARDIM, JORNALISTA, POETA ESCRITOR. OITENTA ANOS, DEDICADOS A VIDA E AO AMOR PARABÉNS PRA VOCÊ, POR TUDO QUE VOCÊ CRIOU. SER DE MIM ANTIGAMENTE NÃO É SABER DE ONDE SOU CHEGUEI DA NOITE FUTURA AMANHECI COMO UMA FLOR” HOJE CHEGA AOS OITENTA ESSE GÊNIO CRIADOR... REYNALDO JARDIM, JORNALISTA, POETA ESCRITOR. OITENTA ANOS, DEDICADOS A VIDA E AO AMOR PARABÉNS PRA VOCÊ, POR TUDO QUE VOCÊ CRIOU. REYNALDO DE KORITHIBA. DA LINGUAGEM TODA ATÔMICA A SINFÔNICA DA TUA VERVE TRAS VERSOS E PROSAS À TONA REYNALDO DE TODOS JARDINS DO EDEM A BABILÔNIA O MUNDO SE CURVA AOS SEUS PÉS PELAS AMIZADES COLECIONA LÍGIA CLARK DE OLIVEIRA JÂNIO DE FREITAS E OUTROS MAIS SEUS AMIGOS, SEU TESOURO. DOS TEMPOS QUE NÃO VOLTAM MAIS REYNALDO JARDIM, JORNALISTA, POETA ESCRITOR. OITENTA ANOS, DEDICADOS A VIDA E AO AMOR PARABÉNS PRA VOCÊ, POR TUDO QUE VOCÊ CRIOU. DETALHISTA EM TUDO QUE FAZ PERFEITO EM TUDO QUE FEZ.. O SOL HÁ DE BRILHAR MAIS VEZ CRIOU O CADERNO BÊ AGUÇANDO AS LEITURAS CULTURAIS DE TODAS AS SANGRADAS ESCRITURAS INCOMPARÁVEIS E SEM IGUAIS A TUA É A RADICAL DOS RADICAIS


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Agenda Cultural

Por: Veronica Soares | Fotos: Paulo Negreiros

Exposição Multimídia Fotografias retratam cultura da Índia e do Nepal

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onhecer e fotografar várias partes do mundo sempre foi um sonho dos fotógrafos Arthur Monteiro, 32 anos e Isabela Lyrio, 29 anos. O início da realização desse sonho veio em 2010, quando os dois embarcaram para Ásia, decididos a conhecerem a Índia. Na viagem, eles aproveitaram para conhecer China e o Nepal. De quebra, na volta ao Brasil, o casal, juntos há três anos, ainda passou pelo México e Guatemala. Parte do resultado dos nove meses de viagem pode ser conferido na exposição multimídia, na qual o público é levado a viajar pelos dois países visitados, embalados ao som da música indiana. O trabalho entitulado, Índia e Nepal está em exposição no Box Companhia da Arte, na 309 Norte, e é apenas uma parte do acervo do casal. Segundo eles, foram colhidas aproximadamente 15 mil fotografias. Mas, apenas 130 estão sendo apresentadas ao público brasiliense.

Aventura e arte Não tem como falar da exposição sem citar um pouco da viagem da dupla. “A nossa profissão exige movimento, viajar, coletar imagem. Temos uma necessidade de ver, de querer ver as coisas diferentes com um olhar diferente”, lembra a fotógrafa Isabela. Eles relatam o porquê da decisão da viagem, que foi pensada assim que começaram a namorar, em 2008. No início, a ideia era apenas conhecer o Brasil. Depois de um ano economizando, os planos mudaram e decidiram conhecer a América latina. Outra vez, os planos do casal foram mudados, quando em 2009 estavam voltando da Chapada dos Veadeiros, no estado de Goiás. “Foi por sugestão de um amigo. O Arthur olhou pra mim e disse: ‘vamos pra Índia?’. Dez dias depois, já havíamos comprado as passagens de ida e volta”, lembrou Isabela.

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Nos dois meses em que permaneceram na Índia, o casal aproveitou para registrar o povo, a cultura, a história, os detalhes do país que aglomera mais de um bilhão de pessoas. “É muita gente. Muitos povos reunidos, muitas religiões, muitas culturas. Tudo na Índia é e não é ao mesmo tempo”, tentou explicar Arthur. Na Índia, enfrentaram temperaturas de até 47º C. Conviveram com a pobreza, o mal cheiro e o choque cultural. Por ter contraído uma amebíase, Arthur emagreceu 6 kg. Além disso, pegou uma micose nas mãos. Na Índia, o casal visitou Dharamsala, onde vive o Dalai-lama. Por duas vezes, Isabela e Arthur encontraram o líder espiritual tibetano. Depois de conheceram nepaleses, surgiu a idéia de irem para o Nepal. “A Índia é linda, mas também muito confusa. Muito cheia de informação. O Nepal serviu como um alívio, um suspiro”, lembraram. Além de respirarem um ar mais puro, o casal clicou o país onde nasceu Sidarta Gautama, conhecido como Buda, fundador da religião Budista. Depois da Índia e Nepal, os dois seguiram para algumas regiões da China, visitaram o México e, por último, a Guatemala. O resultado das imagens colhidas desses últimos países será apresentado em outros trabalhos que o casal pretende fazer. Depois do material organizado, eles pretendem montar a exposição “A China de plástico”. A publicação de um livro com as fotografias da aventura está nos planos do casal. “Na China compramos câmeras Lomo (modelo russo antigo, com lentes de plástico), utilizadas em filmes chineses. A revelação também foi na China. E foi proposital. Para lembrar que a China é a maior fábrica do mundo na produção de lixo. É uma crítica ao mundo”, explicou Arthur. O casal também quer desenvolver um projeto para levar o material às escolas do DF. A ideia é auxiliar os alunos nas aulas de história e geografia.


Os fotógrafos fizeram todo esse trajeto carregando na bagagem duas máquinas fotográficas analógicas e duas digitais. Só em fotografias analógicas eles acumulam mais de 100 rolos de filme. Aproximadamente 3,5 mil fotos. Os interessados em conhecer o trabalho de Isabela e Arthur devem agendar a visita por telefone. A exposição é inteiramente gratuita para grupos de oito a 10 pessoas. Além de conferir o catálogo do casal, o público pode conferir o trabalho de outros fotógrafos e levar para casa algumas das imagens que estão à venda.

Serviço Box Companhia de Arte. Endereço: CLN 309, bloco B sala 108. Contatos Arthur 9553-2727 / Gustavo 9975-1781 e 3201-3434 www.gustavogracindo.com.br/catalogob

Comédia sem tabus Por: Maíra Elluké Foto: Sérgio Sartório

Monólogo fica em cartaz até o final do mês no Brasília Shopping

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evido ao sucesso de crítica e público, a temporada do espetáculo de Alexandre Ribondi foi estendida. “Sexo aos 60 e Outras Mentiras” fica em cartaz no Espaço Cultural do Brasília Shopping até o dia 24 de fevereiro. Cerca de duas mil pessoas, das mais variadas faixas etárias já prestigiaram a peça que aborda com muito humor, questões delicadas da terceira idade - como os encontros amorosos, os milagres da medicina criados para melhorar a vida sexual, a possível falta de energia e o casamento. Em cena, Ribondi narra as aventuras e as desventuras de um homem brasileiro que já viveu seis décadas inteiras e apesar dos percalços da vida, tenta se manter firme – em vários aspectos, principalmente em sua vida amorosa. O ator conta que o processo de criação do espetáculo foi natural. A própria experiência de vida de Ribondi já foi mais do que inspiradora para o texto. “Como estou perto dos 60, senti que era hora de falar sobre o que eu estou vivendo. Quis deixar essa fase mais fácil e mais engraçada de ser vivida”, revelou. Em uma conversa franca e direta com o público, o ator fala sem pudores sobre suas memórias da adolescência, quando o orgasmo “lembrava um show de fogos de artifício”, e comenta sobre os dias atuais, em que o mesmo orgasmo se assemelha a “uma bombinha de São João úmida”. Com humor, Ribondi quebra tabus e fala de sexo sem pudor. Também

são expostas questões como o poder emagrecedor do sexo, as técnicas para conquistar um amor, o prazer (solitário e acompanhado) casais com grandes diferenças de idade, a importância dos sites pornôs na programação das noites de sábados e a “beleza afrodisíaca” dos cabelos grisalhos. Além das questões amorosas e sexuais de um sexagenário, Alexandre Ribondi faz referências a temas atuais da televisão e política. “Quis fazer um texto em que as pessoas pudessem se identificar. Se sentirem parte daquele universo”, afirma. O ator destacou ainda que para ele, a base do espetáculo está na cumplicidade criada com a plateia. “Não é possível fazer um texto em que o público não se identifica com o assunto. É preciso falar de situações do dia a dia”, completa. Alexandre Ribondi, em cena, é sinônimo de sucesso. Prova disso foram as sessões duplas - nos finais de semana - sempre lotadas, durante todo o mês de janeiro. A receptividade do público diante do espetáculo surpreendeu o diretor Sérgio Sartório. “O sucesso foi uma surpresa por estarmos em um espaço novo e usando uma linguagem nova para nós - “o stand up comedy”, disse. Para Sérgio – que já dirigiu Alexandre Ribondi outras duas vezes – o espetáculo funcionou não só por conta da bagagem e experiência do ator nos palcos, mas principalmente por causa do tino apurado de Ribondi para a

comédia. “Esta é a terceira vez que eu dirijo o Alexandre e cada vez é melhor. Ele tem uma facilidade para a comédia que é admirável”, disse.

O ator Alexandre Ribondi em vários momentos do espetáculo

Serviço Sexo aos 60 e Outras Mentiras Espaço Cultural Brasília Shopping (ao lado da administração) Até 24 de fevereiro Quartas e quintas, às 21h Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia) Informações : 9117-1071

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Gastronomia Por: Veronica Soares | Fotos: Eduardo Mulford e Divulgação

Restaurante Servus

Birgit fenzl, uma das proprietárias, e a mesa de embutidos austríacos e alemães

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restaurante Servus é um saboroso passeio por alguns dos pratos típicos das cozinhas austríaca e alemã. No dialeto austríaco, Servus é uma saudação e quer dizer “estou ao seu dispor”. Quem chega ao restaurante é recebido com o simpático sorriso da matriarca Valeska Evelin Fenzl, 78 anos. Uma senhora que trouxe para o Brasil, há 50 anos, as receitas típicas do Áustria e da Alemanha. Para fazer as “delícias” de família, Valeska é auxiliada pela filha Birgit Fenzl e por outras duas ajudantes. A ideia de criar o restaurante com pratos típicos dos dois países partiu do marido de Valeska, o falecido Ewald Fenzl. No início, a proposta era abrir o restaurante para os moradores dos condomínios, que ficam nas proximidades da chácara da família. Mas logo o público mudou. Entre a clientela, funcionários dos ministérios, Supremo Tribunal de Justiça e Itamaraty e muitas outras pessoas que pretendem viajar para Alemanha ou para Áustria também aproveitam para conhecer um pouco da culinária. O sítio em que o restaurante Servus está localizado no Km 6,2 da DF 140, entrada para Unaí (MG) também abriga a residência da família Fenzl. A mata nativa do cerrado ainda está totalmente preservada. Quem chega ao local,

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se depara com um lugar aconchegante. Com capacidade para 60 pessoas, o restaurante tem móveis rústicos e em suas paredes fotos da região dos dois países. Os objetos de decoração do espaço foram retirados da casa da família. O piano, por exemplo, está com os Fenzl há mais de 100 anos. Mas não é só o ambiente que é agradável. O que mais chama atenção é a variedade de pratos oferecidos. Segundo Birgit, todos eles são receitas que a mãe preparava em casa quando ela e a irmã eram crianças. Um dos destaques do local é o saboroso Chucrute (em alemão: Sauerkraut), prato feito com repolho fermentado, cuja receita é guardada a sete chaves. Quem passa pelo local não pode deixar de saborear uma das muitas variedades de salsichas. Entre elas, o Currywurst (assada com curry) e o Münchner Weißwurst (branca). Outros destaques é o tradicional joelho de porco e o Gulasch (Picadinho de carne com cama de cebola e páprica). Para os vegetarianos, o restaurante serve um variado cardápio de saladas e a tradicional sopa. O preparo das sobremesas fica por conta de Birgit. Ela destaca o apfelstrudel (massa fina recheada de maçã ralada, limão e açúcar) e o Sachertorte (bolo de chocolate). O restaurante abre somente aos sábados e domingos.


Xis Gaúcho

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uem disse que os gaúchos são especilistas apenas em churrasco está enganado. O Xis Gaúcho vem contradizer esse dito popular. Uma lanchonete especializada em lanches que preserva as características dos típicos sanduíches do Rio Grande do Sul. Com aproximadamente 600gramas, o recheio é composto por milho, ervilha, alface, tomate, queijo, ovo, presunto e maionese. O que varia entre hambúrgueres feitos no próprio estabelecimento, são as carnes. O cliente pode escolher um sanduiche de filé mignon, filé e coração de frango, bacon e calabresa. Além disso, são servidos o tradicional cachorro quente e cachorro quente com calabresa. Em 2011, a lanchonete lançou a linha de sanduíches Capital. Com o mesmo sabor e ingredientes dos tradicionais. Porém, em tamanho menor, com aproximadamente 380 gramas. Outra novidade deste ano foi o lançamento da linha de sanduíches voltada para

o público mais jovem: a linha KIDS, com o sanduíche nos mesmos sabores e em tamanho reduzido, aproximadamente 140gramas. Atualmente, o Xis Gaúcho atende em duas lojas. Uma no sudoeste e outra em Águas Claras. Ainda neste primeiro semestre do ano será lançada a nova loja da Asa Norte. A estratégia da empresa é expandir a rede com franquias.

Pizza à C

Pizza de carne de sol com queijo coalho

Serviço Restaurante Servus Está localizado na rodovia DF 140, KM 6, 2 (saída para Unaí) (61) 3339.6180

Bessa

riada em 2003, a Pizza à Bessa não se trata apenas de mais uma pizzaria, mas de um ambiente feito para construir relacionamentos, divertir e proporcionar bem estar aos clientes que acabam se tornando amigos da casa. O cardápio oferece excelentes pizzas com recheios exclusivos e inovadores, que combinados com a massa fina e crocante, criam as mais saborosas pizzas de Brasília. O preparo dos ingredientes é feito de forma artesanal, supervisionado por nutricionista que faz o acompanhamento de todo o processo. Entre as saborosas receitas, a pizza de rúcula com com tomate seco e a de carne de sol com queijo coalho é um dos destaques da casa.

Xis Gaúcho CLSW 504 Bloco B Salas 06/08 - Sudoeste Tele-entrega: (61) 3343.1000 www.xisgaucho.com.br

Pizza à Bessa CLS 214, Bloco C, Loja 40 – Asa Sul (61) 3345.5252 www.pizzaabessa.com.br

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Música

Por: Tássia Navarro | Fotos: Gustavo Lima

Sertanejo em alta B

Dupla Roni e Ricardo é promessa de sucesso pela capital

rasília, palco de grandes revelações da música nacional, como Capital Inicial e Renato Russo, agora é cenário de vários talentos da música sertaneja. O Sertanejo Universitário tomou conta das boates e casas de show da cidade. Em pelo menos um dia da semana tem sertanejo na programação da maioria delas. Uma dupla que está prometendo ser revelação é a dos “gêmeos queridinhos” das baladeiras de plantão, Roni e Ricardo. Apaixonados pelo ritmo sertanejo, os cantores de apenas 23 anos, que já trazem na bagagem dez anos de carreira, começaram a cantar ainda crianças, quando tinham cinco anos de idade. Influenciados pelo pai, o professor de música Valdomiro Derussi, 62 anos, que tinha uma banda e tocava vários tipos de música em bailes, formaturas entre outros, formaram a dupla Ronivan e Ronivaldo. Foi no decorrer da carreira, onde muitos, quando ouviam o nome da dupla Ronivan e Ronivaldo associavam a cantores mais velhos, que resolveram modernizar e se auto denominaram Roni e Ricardo. “Muitas pessoas, entre jornalistas e radialistas, pediam para que mudássemos o nome. Eles erravam várias vezes ao anunciar e isso não era bom para a gente”, conta Ronivan, que passou a ser chamado de Roni. Nascidos e criados na pequena cidade de Pinhalzinho, interior de Santa Catarina, foi lá que fizeram

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seu primeiro grande show, o de lançamento da dupla, com 11 anos de idade. Desde então, não pararam mais de cantar em festas regionais pelas cidades vizinhas. “Em nosso primeiro show, quando do aniversário do município, ficamos muito nervosos, mas foi muito legal”, relembra Ricardo. Com o sonho de crescer na carreira musical, os jovens talentos tomaram a decisão de se mudar para Brasília. Com o pai, a mãe e a irmã trigêmea, Rosimeri, chegaram na capital federal em 2003, aos 15 anos para tentar a sorte. Seus outros dois irmãos mais velhos já moravam na cidade e foi quem os acolheu e ajudou. “Vir para Brasília foi uma estratégia, porque a cidade é bem centralizada. É mais próxima de São Paulo, Mato Grosso, Goiás. Enfim de lugares onde a música sertaneja é sempre mais forte”, explica Roni. O irmão Silvano, hoje empresário da dupla, lembra que uma das maiores dificuldades que passaram ao chegar a Brasília foi montar uma boa banda. “Existem muitas duplas hoje em dia. Mas não basta saber cantar, tem que ter uma boa banda. Caso contrário, a “‘galera” percebe mesmo que não tem qualidade e reclama”, conta. A dupla, ao chegar em Brasília, já começou a fazer shows logo na primeira semana, em uma festa da empresa em que um amigo de seus irmãos trabalhava. Hoje, o número

de apresentações aumentou e até abertura de shows de famosos como Roberta Miranda, Milionário e José Rico, Chico Rei e Paraná e outros, eles já fizeram. “No dia em que fizemos a abertura do Chico Rei e Paraná, na Festa do Morango, estava muito cheio, tinham umas 30, 40 mil pessoas. Foi uma emoção muito grande ver as pessoas interagindo com o show”, lembra a dupla. Jovens e já com bastante experiências vividas ao longo da carreira, já enfrentaram muitos preconceitos. Contam que, quando se mudaram para a capital, começaram a estudar na Escola de Música de Brasília e algumas pessoas não gostavam deles pelo estilo de música que tocavam. Hoje, os cantores que ainda sonham em fazer sucesso nacional têm consciência de que tudo o que já viveram foi para o crescimento profissional. Com a carreira decolando em Brasília e já com o seu primeiro DVD gravado e sendo bem aceito, seguem levando alegria para o público em seus shows. “O sertanejo envolve todas as classes. Pessoas do interior, da cidade e sempre procuramos levar mensagens de amor e alegria para as pessoas”, afirma Roni. Serviço Roni e Ricardo (61) 9214.0667 / 7817.5420 www.roniericardo.com.br shows@roniericardo.com.br


Bohumil Med*

Música erudita em Brasília P

rovavelmente você já assistiu ao concerto de alguma orquestra. Acaso conhece a raiz da palavra? Nos idos da Grécia antiga, orkhestra era o nome de um espaço semicircular entre o palco e a plateia do anfiteatro onde, nas encenações teatrais, se apresentavam o coro e os bailarinos. No século XVII, o termo passou a designar o local ocupado pelos músicos durante as apresentações operísticas. Mais tarde, a palavra passou a ter o significado atual: conjunto formado por músicos. A orquestra pode ser de câmara (grupo reduzido) ou sinfônica (que pode chegar a 100 instrumentistas ou mais); e quando o conjunto é formado só por sopros e percussão recebe a denominação de banda (poucos tipos de instrumentos), ou banda sinfônica (maior variedade de instrumentos).

por flautas, oboés, clarinetas e fagotes (instrumentos que compõem o grupo das madeiras) e trompetes, trompas, trombones e tubas (grupo dos metais), com som mais forte. O terceiro grupo é o mais barulhento. É o de percussão, formado por tímpanos, caixas, bombos e uma grande variedade de formas, tamanhos e nomes. Que tal conhecer in loco? Assista a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional que se apresenta nas terças-feiras, às 20h, na Sala Villa-Lobos, com entrada franca. Prestigie o que é nosso. Você vai gostar! PERCUSSÃO

METAIS

SINFÔNICA X FILARMÔNICA No passado, orquestra filarmônica qualificava uma formação de músicos mantida por amantes da música. A palavra também vem do grego: philo = amante, harmonikos = junto. Já a orquestra sinfônica era um conjunto profissional, geralmente sustentado pelo governo ou por uma fundação. Atualmente, não existe distinção. Com a transformação de algumas filarmônicas em orquestras profissionais, perdeu-se a conotação amadorística da palavra. Um exemplo é a Filarmônica de Berlim, uma das melhores do mundo. Sinfônica ou filarmônica, uma orquestra é formada por três grupos – ou naipes – de instrumentos. O mais numeroso é o naipe de cordas que inclui violinos, violas, violoncelos e contrabaixos, instrumentos com sonoridade menos potente. O segundo é o naipe de sopros, formado

HARPAS

MADEIRAS VIOLONCELOS SEGUNDOS VIOLINOS

PRIMEIROS VIOLINOS

VIOLAS

REGENTE

VIOLONCELOS

Mapa de posicionamento de uma orquestra

* Bohumil Med professor emérito da Universidade de Brasília Colaboração: Regina Ivete Lopes

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Cinema

Ricardo Movits *

O cinema é uma mentira bem contada L

embro que em agosto de 1995 estava no Sim, produto. Muitos cineastas não gostam desse Hollywood Digital. Um estúdio de efeitos espe- termo. No entanto, se gastamos tempo, dinheiro e ciais para cinema em Los Angeles, EUA, acom- envolvemos vários profissionais de diferentes áreas panhando uma cena de um dos filmes mais premiados para a realização de um filme e ainda temos a intenção de que esse filme atinja um público, temos que com o Oscar. Indicado a 14 estatuetas e vencedor de 11 delas, ter um bom produto em mãos. Um produto artístico Titanic foi um marco na história do cinema e também e comercial. Tudo no cinema é mentira. Cenários, ângulos na minha história como cineasta. Passamos três semanas trabalhando 14 horas por falsos, dublagem, sonorização, etc. É tudo falso! Por dia em um dos muitos efeitos especiais do filme. A isso se chama filme de ficção. Nada é real. São várias mentiras para iludir o público. Mas cena em questão mostra o momento as mentiras têm que ser bem contaem que o Titanic bate no iceberg. das. Não podem parecer mentiras. Um pouco de gelo cai na proa do Não podem deixar dúvidas de sua navio e o capitão olha assustado e, veracidade. É aí que entra a indústria. como estava frio, fumaça sai de sua Cada peça desse produto tem que ter boca e nariz. Bem, nesta cena trabauma direção própria. Quando todas lhamos a “fumaça”. as mentiras estão bem trabalhadas, Quando assistimos a cena não parecem verdadeiras. Temos enfim vemos nada demais em relação aos um bom filme. “efeitos especiais”. Foi aí que aprenMovits e a atriz Frances Fisher Aquela falsa fumaça até hoje me di uma lição. O bom efeito especial é aquele que não pode ser identificado. Claro! Por isso, parece real, pois ela conta a história. Mostra o deseso filme ganhou também o Oscar de melhores “efeitos pero de um capitão diante de uma pedra gigantesca de gelo e tendo que tomar alguma decisão. A cena especiais”. Os detalhes são importantes em um filme. Cada não dura dois segundos, mas traduz de forma realista, minuto tem que ser trabalhado como um filme pró- o momento trágico da história do Titanic, que certaprio. A cena não dura mais que dois segundos e, sepa- mente ficou eterna. radamente, não parece ter grande importância para o investimento que foi feito. Errado! Cada segundo é *Ricardo Movits, cineasta, artista plástico, poeta, escritor, compositor e importantíssimo. Cada detalhe constrói o todo. Não produtor cultural, nasceu no Rio de Janeiro em 1965. É membro da existe nenhuma cena sem sentido. Em tudo existe um Academia Maçônica de Letras e autor de várias peças teatrais e roteiros porquê. Isso vai fazer a diferença no produto final. para cinema, teatro e televisão.

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Mundo Animal

Por: Alessandra Bacelar | Fotos: Gustavo Lima

Peixes

Ornamentais O encanto das águas nos lares

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m um mundo colorido e bem diferente do nosso vivem animais das mais belas formas. Peixes de diversas espécies e outros seres marinhos integram a vida aquática e encantam os olhos. Como meio de contemplar diariamente esse universo, temos os aquários, que nos aproximam desses pequenos seres, tornando-os parte do lar. No entanto, para se criar animais aquáticos em casa é preciso ter consciência ambiental. Afinal, eles são seres vivos que necessitam de cuidados especiais. Até porque a diferença entre um rio, um lago e o mar é imensa em comparação a um simples aquário. Por isso, é necessário que saibamos quais espécies se adaptam a esse pequeno habitat. Os chamados peixes ornamentais. Muitos são os tipos de aquários e, para cada peixe, tem um específico. Existem características que devem ser observadas como parâmetros da água, perfeito aquecimento, boa filtração, tamanho, alimentação, companheiros entre outros. Ao comprar um aquário deve-se calcular o espaço ideal para os peixes de acordo com o tamanho que eles terão na fase adulta. A maioria deles pode atingir de 15 a 20 cm, e o seu habitat, que antes parecia tão vazio, provavelmente vai estar estreito depois. Para cada medida de aquário é necessário calcular qual a máxima quantidade de peixes que comportará. Outro fator de vital importância é a

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uniformidade do tamanho dos peixes. Quando a diferença é grande, os maiores dominarão os menores. Esses ficarão machucados e sem comida. O ideal é escolher peixes com idades próximas e espécies que atinjam proporções semelhantes. Quem explica os detalhes são os biólogos da Áqua House, da 109 Norte. Segundo os especialistas, podem-se escolher aquários tanto de água doce quanto da salgada. Cada tipo de aquário pede equipamentos que mais se aproximam da paisagem submersa. Ou seja, ao montar um aquário de água doce é necessário que os elementos utilizados remetam a ideia de um rio ou lago. Enquanto que aquários de água salgada pedem características que se assemelham ao mar, como rochas, plantas marinhas e produtos que mantenham a temperatura constante. Cerca de 26 graus, o equivalente aos oceanos. Além disso, um aquário de água salgada deve ter um volume de água de, no mínimo, 150 litros. Há pessoas que se divertem com animais marinhos, dando todo o cuidado que eles precisam. São os aquaristas, que decoram com vários acessórios o habitat de peixes e outros seres que vivem na água. Tratam esses animais em sua própria casa, lhes considerando parte da família. Cascalho, rochas, pedras de diversas cores, muitas são as variedades para a decoração de um aquário. Mas é preciso saber qual é o tipo mais adequado ao espaço e às espécies cultivadas.


TIPOS DE AQUÁRIOS COMUNITÁRIO Nesse aquário, o dono não precisa se preocupar quanto as origens dos peixes. Sua montagem é simples. CICLÍDIOS AFRICANOS Aquário de água doce que necessita de alto grau de oxigênio na água, de cascalhos e o mínimo de plantas. PLANTADO Peixes e plantas de água doce. O substrato do aquário deve ser de alto teor nutritivo. MARINHO Por ser aquário de água salgada, requer cuidados especiais. O mínimo de 150 litros de água é a regra essencial. Entre os peixes ornamentais, o chamado Acará-disco é uma espécie que se destaca. Por sua beleza e exigência em seu habitat, o peixe é considerado “o rei do aquário”. Para ele, tudo tem que estar na mais perfeita ordem. Suas condições são água limpa, vegetação adequada, amplo espaço e demais elementos que promovam o bem-estar dentro d´água. “Se conseguirmos deixar o ambiente agradável para o disco, este local também estará adequado para os demais peixes”, garante o biólogo Marco Hudson. Para quem trabalha com aquários e diversos tipos de peixes, outras espécies muito procuradas são o peixe paraíso, neon cardinal, beta, o japonês nishikigoi, peixe palhaço, artemia entre outros. Entretanto, requer mais cuidado do aquarista cuidar de peixes marinhos. Sua reprodução em cativeiro deve ser acompanhada com atenção e preparo técnico. Aliás, todos os animais de água salgada devem ser devidamente avaliados, pois a diferença do seu habitat natural para um aquário, por melhor que seja, é muito grande. Mas é possível trazer aos aquários domésticos espécies exóticas, como também produzir um ambiente agradável a animais marinhos, das mais variadas formas. O importante é proporcionar aos peixes e demais animais aquáticos o ambiente mais próximo possível da sua realidade natural.

Serviço Áqua House SCLN 109, Bl. C, Lj. 31 (61) 3522.7035

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Jornalista Aprendiz Por: Nicole Vasconcelos

Pacientes são

tratados com

picadas de abelhas O

Apesar da dor, pessoas com doenças auto-imunes submetem-se ao tratamento

veneno da abelha, chamado de apitoxina, é usado na fitoterapia para tratar enfermidades como artrite reumatóide e até mesmo esclerose múltipla, classificadas entre as doenças do colágeno - substância que constitui as fibras do tecido conjuntivo. Nesse tratamento, o doente recebe picadas de abelhas nas regiões do corpo afetadas pela doença. O veneno é rapidamente absorvido pelos tecidos e passa para a corrente sanguínea. O efeito antiinflamatório causa melhora imediata no quadro do paciente e, em alguns casos, leva à cura. Líquido transparente, com um odor de mel acentuado e sabor amargo, essa toxina é produzida por glândulas do abdômen das abelhas e inserida através do canal que esses insetos trazem no ferrão. O uso da apitoxina é muito antigo e veio provavelmente da observação de que os primeiros apicultores recebiam muitas picadas e não tinham problema de reumatismo. A picada natural da abelha é um método empregado principalmente por acupunturistas para o tratamento de doenças. A quantidade de veneno que cada um recebe depende do grau da enfermidade. Um teste é realizado antes de iniciar as sessões para saber se o paciente é alérgico à toxina. A sensibilidade do organismo ao veneno de abelha varia segundo os indivíduos:

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os mais sensíveis são as mulheres, as crianças e os idosos. Entretanto, existem pessoas hipersensíveis. Nesse caso, uma única picada é suficiente para provocar-lhes perturbações graves como enxaqueca aguda, aparição de urticária, vômitos e diarréia. O biomédico acupunturista Luiz Maranhão, especialista em bacteriologia, realiza esse tipo de tratamento em pacientes há seis anos. “Hoje tenho em meu consultório uma dúzia de pessoas em tratamento com apitoxina”, fala. Maranhão consegue as abelhas com apicultores de fazendas próximas a Brasília. O médico encomenda os insetos, que são entregues no consultório momentos antes das sessões. O custo de cada aplicação na clínica de Maranhão varia entre R$ 120 e R$ 150, dependendo da quantidade de abelhas utilizadas na pessoa. O intervalo entre as aplicações é de aproximadamente cinco dias. O tempo de tratamento é estabelecido de acordo com a gravidade da doença. Antes de receber a picada com o ferrão-seringa da abelha, é feita a higiene local com água e sabão. O ferrão só é retirado do paciente quando todo o veneno já estiver saído do reservatório. O fim dos movimentos de contração da pele pode ser visto a olho nu. Segundo o médico, caso o veneno tenha provocado uma reação dolorosa

ou até mesmo um inchaço, normalmente passará ao fim de quatro dias. A advogada Cátia Soares, de 66 anos, tem artrite degenerativa progressiva, considerada como doença auto-imune sistêmica (doenças inflamatórias causadas por alterações do sistema imunológico). O organismo é estimulado a produzir anticorpos contra os próprios tecidos. Caracterizada pela inflamação das articulações, a artrite degenerativa pode levar à incapacitação funcional do organismo, restringindo os movimentos e até mesmo causando deformações na juntas. A paciente submete-se ao tratamento com o veneno das abelhas duas vezes por mês, há um ano. “Sinto que melhora minhas dores”, garante. A advogada sabe que artrite não tem cura. A doença pode ser controlada por meio de drogas esteróides, como a cortisona e a prednisona. Porém, esses medicamentos irritam o sistema gástrico e o uso prolongado está relacionado a sérias complicações glandulares, podendo causar irregularidades cardíacas e impotência. “Nem ligo para a dor das picadas. Essa terapia alternativa está dando resultados. Estou muito satisfeita”, assegura. Porém, existem outras formas de se beneficiar com as propriedades da apitoxina. Algumas casas especializadas em produtos naturais vendem cremes e


pomadas à base do veneno da abelha, que também pode ser encontrado em forma de gel e até mesmo em frascos ou em comprimido sublingual para ingestão. O uso tópico é indicado para lesões ligamentares ou esportivas, osteoartrites, reumatismos e edemas, segundo os farmacêuticos responsáveis pela elaboração de produtos que contém apitoxina. A eficácia ainda pode ser comprovada como analgésico para dores musculares, torcicolos, dores na coluna e nas articulações, pela ação antiinflamatória e por ser classificado como um poderoso agente imunológico que estimula o sistema imune naturalmente contra doenças. Bioquímicos esclarecem que a apitoxina não age diretamente sobre a doença, e sim estimula as glândulas supra-renais a produzirem cortisol, que é um antiinflamatório fisiológico. Assim, por ser a apitoxina uma

substância que pode ser absorvida pela pele. As aplicações tópicas com cremes aumentam o nível do cortisol sanguíneo. Provocam, então, uma vasodilatação no local, que facilita a ação do cortisol produzido pela supra-renal, que, por sua vez, foi estimulada pela apitoxina. Alguns farmacêuticos que estudam o veneno da abelha acreditam que a melhor maneira de se usar a substância é na forma industrializada, pois desse modo, é possível eliminar a fração alergênica da apitoxina. O veneno recolhido e processado industrialmente é obtido com o auxilio de equipamento elétrico. As abelhas são estimuladas a ferroarem sobre uma placa de vidro, e, como não conseguem introduzir o ferrão na superfície, descarregam ali o veneno. Estudiosos explicam que este processo não provoca nenhum mal às abelhas.

Serviço Nicole Vasconcelos É estudante do 6° semestre de Jornalismo do IESB

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Vinho

Antônio Duarte*

Vinhos do Porto Uma multiplicidade de harmonias

A

ntes da refeição: As amêndoas torradas, o salmão defumado, ameixas ou tâmaras secas servidas antes de uma refeição combinam na perfeição com Porto Branco, servido fresco. Esse vinho, quando servido com água tônica, gelo e uma rodela de limão num copo alto, o “PORTONIC” é um fantástico aperitivo! Já se a opção for servir um patê, os Tawnies 10 anos são uma excelente escolha! Estes também, assim como os Tawnies Reserva podem ser servidos frescos ou com uma pedra de gelo. Uma excelente opção para ser degustada no convívio com amigos ou durante o verão. Durante a refeição: Enquanto saboreamos pratos magníficos, podemos acompanhá-los com uma variedade de estilos de Vinhos do Porto. Se as refeições forem leves, à base de saladas ou peixes gordos grelhados como o salmão, o Porto Branco continua a ser uma excelente escolha. Esse vinho combina ainda com sopas à base de creme de leite. Se as entradas incluírem queijos fortes ou patês, os Tawnies 10 anos refrescados devem ser escolhidos, assim como se os frutos secos, como as nozes também fizerem parte do prato. Nos assados e bifes, com molhos intensos com pimenta ou algumas especiarias, o L.B.V. é a opção ideal para o acompanhamento, equilibrando a intensidade de sabores. Outro prato é a tripa à moda do Porto com L.B.V. Porto Ruby com comida indiana e em especial se na sua composição entrar o curry.

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A sobremesa, momento de excelência para saborear Vinho do Porto, sucedem-se as oportunidades de harmonia com frutas, doces e queijos. Os bolos e mousses de chocolate ligam harmoniosamente com L.B.V. ou Vintage jovens e frutados. Os sabores intensos da doçaria conventual (com açúcar e ovos na sua base) são realçados pelos sabores delicados dos Tawnies. Os melhores são os de 10 ou 20 anos, mas os comuns também dão certo. Depois da refeição: prova que os Vinhos do Porto acompanham todos os momentos de uma refeição, quando se concentrar no seu charuto, acompanhe-o com um Vintage velho. Esses vinhos também são excelentes para se apreciarem sozinho, após uma decantação cuidadosa. Para o café, um Tawny 20 anos ou mais velho é a harmonia perfeita. Esses vinhos de corte, como os de 30 anos e mais de 40 anos, proporcionam, por si sós, experiências intensas quando servidos ligeiramente frescos para que possam apreciar os aromas plenamente. Os Colheita, embora também possam ser apreciados sós, podem combinar com as sobremesas recomendadas para os Tawnies. Conservação: Depois de aberta a garrafa de Vinho do Porto, a sua conservação dependerá da categoria do vinho e do local onde será guardado. Os tempos abaixo sugeridos servem como orientação pelo que não se pretende afirmar que o vinho se deteriora completamente, mas que vai havendo uma lenta evolução, que leva a perda das características sensoriais originais.

Vintage: 1 a 2 dias – se jovens mais alguns dias. L.B.V.: 1 semana. Guardar em geladeira. Crusted: 4 a 5 dias Ruby/ Ruby Reserva: a intensidade da fruta tende a desaparecer rapidamente. 2 a 3 semanas. Guardar em geladeira. Tawny/ Tawny Reserva: 10 semanas Tawny com indicação de Idade (10/20/30/40): Entre 1 a 4 meses (os mais novos menos tempo, os mais velhos mais tempo). Brancos com indicação de idade (10/20/30/40): Entre 1 a 4 meses (os mais novos menos tempo, os mais velhos mais tempo). Colheita: Entre 1 a 4 meses (os mais novos menos tempo, os mais velhos mais tempo). Brancos “standard”: dependente do estilo: Moderno (frescos e frutados): 8/10 dias; Tradicionais (estilo oxidativo): 4 a 8 semanas. Temperatura de serviço: Os Brancos entre 8 e 12°; os Tintos entre 14 e 16°. Sirva com dois graus abaixo para que no copo atinjam a temperatura adequada. *Antônio Duarte é presidente da filial brasiliense da AssociaçãoBrasileira de Sommeliers.


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Propaganda e Marketing

Carlos Grillo*

VOX POPULI, VOX DEI R

icardo Brandão, consultor de “e-commerce” e leitor da Plano Brasília, comentou pelo Twitter o artigo que publiquei dia 25 de janeiro, na edição 81 da revista, sob o título “Bem-vindos à Rede Seu Zé de Telecomunicações”. Na ocasião abordei o novo papel do consumidor no marketing moderno, batizado por Philipe Kotler de 3.0. Brandão lembrou e compartilhou comigo uma frase de Gary Vaynerchuk que sintetiza bem o momento atual: “o poder está na mão dos geradores apaixonados de conteúdo”. Hoje, conforme prometido, descrevo três cases ilustrativos desse cenário.

United Airlanes Quebra Violões Após tocar em Chicago, Dave Carroll, um músico desconhecido, embarca em um vôo da United Airlines para Nebraska e despacha seu violão. Ao chegar ele vê na esteira o instrumento quebrado. Carroll reclama e pede orientação, mas lhe tratam com descaso. Ele formaliza a reclamação e semanas depois recebe a resposta: “Prezado Senhor, a empresa que manipula as bagagens é terceirizada e entendemos que não cabe à United qualquer providência ou ressarcimento”. Indignado, Dave ameaça contar sua história em videoclipes no Youtube. Mais uma vez os funcionários da companhia aérea não lhe dão atenção. Resultado: “United Breaks Guitars” transformou-se em um megassucesso visto por mais de 10 milhões de internautas no mundo. Um fenômeno que atingiu, no mesmo canal, um público quase cinco

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vezes maior do que todos os comerciais da United somados.

O Melhor Emprego do Mundo Na Austrália, Paul Lucas, primeiro ministro de Queensland, mesmo sem recursos, decide fomentar o turismo na pequena e paradisíaca ilha de Hamilton. Em vez de filmes nas TVs e anúncios coloridos mundo afora, Lucas e sua agência, a modesta Cummins Nitro, produziram um site – www.islandreefjob. com – e publicaram um anúncio simples, em preto e branco, nos classificados, no qual oferecia “O Melhor Emprego do Mundo”: ser o zelador da ilhota com remuneração de U$ 110.000,00 por seis meses de trabalho e moradia garantida numa casa de três quartos com sacadas de frente para o mar. Em troca, o escolhido deveria “coletar correspondências, passear pelas areias brancas, alimentar tartarugas e peixes e observar o mergulho das baleias”, além de atualizar um blog diariamente com textos, fotos e vídeos sobre sua rotina. Resultado: quase 35 mil pessoas de 201 países enviaram vídeos e candidataram-se à vaga. O site da campanha teve mais de 3,4 milhões de visitantes únicos e a mídia espontânea gerada pela ação superou os 80 milhões de dólares. A ação de marketing integrado, realizada em 2009, arrebatou todos os principais prêmios internacionais de comunicação, inclusive Cannes. Veja aqui: www.islandreefjob.com

Não é uma Brastemp Oswaldo Borelli é um brasileiro comum, mas um consumidor sím-

bolo dessa nova era do marketing. Ele comprou uma geladeira Brastemp e o aparelho logo apresentou problemas. Ligou na assistência técnica autorizada e foi atendido, mas em seguida o defeito reapareceu. Nova chamada, novo reparo, e o problema persistiu. O técnico, então, condenou o equipamento, pois o valor do conserto definitivo superaria o valor de uma geladeira nova. A saga de Borelli continuou pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor, que era terceirizado, passou pela área de atendimento ao cliente da própria empresa e nada. Esgotados os meios normais, três meses depois, buscou ajuda no PROCON e entrou na justiça. Por fim, gravou um vídeo amador e postou sua história no youtube. Resultado: o vídeo caseiro de Oswaldo Borelli já foi visto por mais de 500 mil pessoas e, três dias após o desabafo virtual, ele recebeu uma geladeira nova sem qualquer custo extra ou determinação legal. Veja aqui: www.youtube.com/ user/oboreli45223 A internet e as redes sociais deram voz e poder. Sem intermediação ou censura aos “geradores apaixonados de conteúdo”. Mais do que nunca é hora de reavaliar a crença na velha máxima: “a voz do povo é a voz de Deus”. Lembre-se que oração não vale muito sem atitude. Até semana que vem.

*Carlos Grillo Sócio Diretor da Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais Email: grillo@monumenta.com.br Twitter: @carlosgrillo


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Boa leitura com um bom café

Tá lendo o quê?

Locação, venda e assistência técnica de máquinas para café espresso Brasília: 106 Norte Bl.C Lj. 52 | Tel: 61.3033-1010 Goiânia: Rua 17 nº 64 - St Oeste | Tel: 62.3942 4588

Fotos: Divulgação

www.qualycream.com.br

Abdon Henrique de Araújo

Lilian F. C. Freitas

Newton Garcia

Patrícia Garrote

Livro Os judeus, o dinheiro e o mundo Autor Jacques Atatali Editora: Futura

Livro A Misteriosa Chama da Rainha Loana Autor Humberto Eco Editora: Record

Livro A estratégia do oceano azul Autor W Chan Kim e Renée Maouborgne Editora: Campus

Livro Salomão, o homem mais rico que já existiu Autor STEVEN K. SCOTT Editora: Sextante

De forma atraente e envolvente, o livro narra a influência do povo judeu sobre o mundo e o dinheiro. São três mil anos de história contados a partir de acontecimentos ligados à política, religião, economia e cultura judaicas. Leitura obrigatória não só para quem quer entender sobre esse povo, mas também para quem se interessa por história e cultura em geral.

É uma viagem ao universo do cérebro cheio de lembranças, saudades, dúvidas, repleto de expectativas com calor e necessidade de soluções com perguntas e respostas. Este romance revela toda a memória afetiva de seu personagem com marcos da história nos tempos do facismo e às portas da Segunda Grande Guerra. Nas visões do personagem, após a perda de sua memória, permeia a busca constante de suas lembranças onde revela a importância de nossas próprias a memórias infantis com recordações avassaladoras na tentativa de uma vida madura e satisfeita. “Ótima recomendação como lição de vida”, afirma Lílian Freitas.

O livro que está em sua 16ª edição mostra como criar novos mercados e lidar melhor com a concorrência. Com exemplos de empresas da Europa, Ásia e Estados Unidos, os autores da publicação defendem a tese de que as organizações devem parar de olhar para os concorrentes e começar a procurar oportunidades e alternativas em que suas competências serão úteis.

Embora a Bíblia seja citada a todo instante, asabedoriacontidanelaépoucoconhecida pela maioria das pessoas. Consciente da riqueza de conselhos que ela encerra,Steven K. Scott apresenta neste livro valiosos princípios de vida, retirados da história de Salomão. Segundo o Antigo Testamento, Deus apareceu para ele e ofereceu lhe dar o que quisesse, mas o jovem pediu apenas sabedoria para governar seu povo. Fascinado com tamanha humildade,Deus o transformou no homem mais rico, sábio e vitorioso de todos os tempos. Salomão agia de acordo com deteminadas regras de conduta que foram registradas no Livro dos Provérbios e que devem ser seguidas por aqueles que desejam construir uma vida feliz, íntegra e bem-sucedida.

Administrador Regional do Lago Sul Especialista em Clínica e Ludoterapeuta Diretor do Grupo Labor e presidente da ADVB-DF

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Advogada


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Frases Não há, na arte, nem passado nem futuro. A arte que não estiver no presente jamais será arte Pablo Picasso

Um cigarro encurta a vida em 2 minutos. Uma garrafa de álcool encurta a vida em 4 minutos. Um dia de trabalho encurta a vida em 8 horas Charlie Harper

Ele caiu com o corpo dentro do gol mas fez questão de deixar a bola para fora Galvão Bueno

Você pode gritar comigo, me chamar para filmar à meia-noite, me deixar esperando por horas - desde que tudo acabe ficando perfeito na tela Arnold Schwarzenegger

Quanto menos os homens pensam, mais eles falam Montesquieu

Muitas mulheres consideram os homens perfeitamente dispensáveis no mundo, a não ser naquelas profissões reconhecidamente masculinas, como as de costureiro, cozinheiro, cabeleireiro, decorador de interiores e estivador Luís Fernando Verissímo

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Sempre que me chamam para um trabalho, morro de curiosidade para saber que imagem estão projetando de mim naquele momento Eliane Giardini

Desprende-te de todas as impressões dos sentidos e da imaginação, e não te fies senão da razão René Descartes


Justiça

Vetuval Vasconcelos*

Antecipação da tutela de mérito contra a fazenda pública O

ordenamento jurídico brasileiro não contempla ou descarta expressamente a antecipação da tutela de mérito contra a Fazenda Pública. Em decorrência, coexistem entendimentos que admitem e que não admitem o deferimento dos efeitos da antecipação da tutela de mérito em desfavor do Poder Público. Também há divergências quanto ao exame da efetividade da antecipação da tutela concedida contra a Fazenda Pública quando se busca a imediata satisfação material dos seus efeitos, pois a decisão judicial da espécie poderá ser objeto de recurso voluntário ou reexame necessário, o que afasta a incidência plena e imediata dos requisitos da certeza e exigibilidade do título executivo. A necessidade do reexame necessário e a expedição do precatório são argumentos utilizados para demonstrar a impossibilidade de operacionalização processual do instituto previsto no art. 273 do CPC, na redação que lhe emprestou a Lei 8.952, de 13 de dezembro de 1994. Com efeito, o nosso sistema legal impõe severas restrições à execução de decisões judiciais antes do seu trânsito em julgado. Entre estas, àquelas que antecipam os efeitos da tutela de mérito, em especial as que têm por objeto ou deságüem na obrigação de pagamento em dinheiro. Nesse sentido, por exemplo, não é permitida a antecipação da tutela

de mérito que conceda aumento de vencimento ou estenda vantagens ao servidor público; o recurso voluntário ou a remessa necessária será sempre recebido no efeito suspensivo; a proibição da concessão de medida liminar, “toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal” (Lei n. 8.437, de 30 de junho de 1992, art. 1º, caput), além da vedação da concessão de medida liminar que esgote, no todo ou em parte, o objeto da ação (Lei 8.437, 30 de junho de 1992, § 3º, do art. 1º), entre outros obstáculos legais. No entanto, apesar dessas limitações legais, descabe considerar a impossibilidade de concessão dos efeitos da antecipação da tutela de mérito contra a Fazenda Pública. Essa modalidade de provimento judicial já existia antes da atual redação do art. 273 do CPC, como são exemplos as leis de mandado de segurança e da ação civil pública. A razão de ser do art. 273 do CPC foi estender a possibilidade de antecipação da tutela a todas as demais ações que compõem os procedimentos comuns e especiais, ressalvadas as restrições legais. Segundo os postulados doutrinários, defendidos por Cassio Scarpinella Bueno, Eduardo Talamini, Fredie Didier, Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Sahione Fadel entre outros, a exigência da expedição do

precatório não pode servir de empecilho à efetividade da antecipação da tutela em desfavor do Poder Público. Ressalta Didier que a concessão da antecipação da tutela deixa a parte credora em situação de vantagem, pois desde logo, a coloca ‘na fila de espera’ para a efetivação do pagamento do precatório, se outra vantagem não couber. No mais, em se tratando de condenação de obrigação de entrega ou restituição de coisa e obrigação de fazer ou não fazer, não há qualquer óbice ao deferimento da antecipação dos efeitos da tutela de mérito contra a Fazenda Pública, pois os procedimentos de execução obedecem ao mesmo regramento jurídico aplicáveis às demais pessoas, seja natural ou jurídica. Por fim, conclui-se que o jurisdicionado não pode ser penalizado ante a penosa espera pelo pagamento de créditos em que figure como devedora a Fazenda Pública, especialmente quando a decisão judicial condenatória reconhece em favor do credor a existência de prova inequívoca que se converta na verossimilhança das alegações, se ocorrer fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou, ainda, quando existir notório abuso de direito ou propósito protelatório por parte do Poder Público. *Vetuval Martins Vasconcelos, Promotor de Justiça/DF

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Diz Aí, Mané

As plantas se distinguem dos animais por só respirarem a noite.

Os crustáceos fora d’água respiram como podem.

A fé é uma graça através da qual podemos ver o que não vemos.

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A prosopopeia é o começo de uma epopeia.

As glândulas salivares só trabalham quando a gente tem vontade de cuspir.

Os estuários e os deltas foram os primitivos habitantes da Mesopotâmia.

Os hermafroditas humanos nascem unidos pelo corpo.

O objetivo da Sociedade Anônima é ter muitas fábricas desconhecidas.

A Previdência Social assegura o direito a enfermidade coletiva.



Ponto de Vista

Liliane Roriz*

A responsabilidade

de ser oposição

O

atual formato da Câmara Legislativa do Distrito Federal dá margem para que os parlamentares atuem em vários níveis de posicionamento. No meu caso, sou oposição ao atual governo. Muitos se dizem independentes. E outros, a grande maioria, são da base governista. Essa divisão induz o povo a entender que opositores, como é o meu caso, sejam encarados como adversários do progresso e do crescimento do nosso Distrito Federal. Isso não é verdade. Sou opositora por uma questão de ideologia, de princípios. E não com o objetivo de minar ações do atual governo. Ora, venho de uma família com história política no Distrito Federal. Sabemos o que é ser governo e sofremos durante todo o tempo com a intolerância e a sede de vingança de políticos que hoje completam em vários níveis os quadros de funcionários do governo do Distrito Federal. E isso eu não farei no meu mandato. A oposição faz parte da democracia. É legítimo que um político tenha um posicionamento que divirja às vontades de uma gestão, não importa de quem seja. A diferença leva ao crescimento, ao amadurecimento. A perseguição, não. A sede desenfreada pela derrota, pela ruína do oponente reflete diretamente na infelicidade da população. Não fui eleita para esse papel. Fui eleita para fiscalizar os atos e ser fiel aos meus princípios. É claro que o governo ainda é recente e o momento é de adaptação.

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Não dá para cobrarmos imediatismos e milagres da nova gestão em apenas 40 dias de mandato. Mas tenho acompanhado vários tropeços da atual gestão que podem, sim, prejudicar a população. É o caso da cobrança deste ano do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), que utilizou tabela equivocada, sem a devida depreciação dos veículos. Ora, pela lógica governista, uma pessoa que comprou carro zero quilômetro no ano passado terá de pagar o mesmo valor do IPVA deste ano. É justo? Apresentei na Câmara Legislativa um Projeto de Decreto Legislativo que susta os efeitos dessa cobrança indevida. O fiz para resguardar o contribuinte do pagamento de um tributo equivocado. A população do Brasil, e de Brasília, já sofre com uma das maiores cargas tributárias do mundo. Cada um de nós sabemos quanto nos custa desembolsar toda essa cifra para termos garantidos os serviços básicos do Estado. Lutarei, ainda que sozinha, para impedir que a arrecadação fale mais alto que a razão. Estarei atenta ainda a essa tendência do governo de priorizar algumas áreas e desprezar outras. Ajudei a aprovar o conhecido “Pacotão da Saúde”, por entender a necessidade emergencial de cuidar da nossa rede pública, que realmente está castigada. Sei da necessidade de melhorar os quadros de servidores e o atendimento à população. Meu voto foi sim a essas medidas. Mas ao mesmo tempo, não posso me calar ao ver mais de 1,5 mil

professores à espera da boa vontade do governo em contratá-los após os convocarem pelo Diário Oficial. A saúde tem que ser prioridade, mas a educação não pode ser deixada para segundo plano. As crianças, os estudantes precisam de profissionais qualificados nas salas de aula. O ano letivo começou e as escolas já revelam uma defasagem enorme nos quadros de docentes, o que é lamentável. Se há prioridade para resolver problemas na saúde, tem de ter ações concretas em prol da educação também. Meu papel é de ser opositora e não adversária. Apoiarei qualquer ação que venha beneficiar a população do Distrito Federal. O pensamento dos políticos precisa evoluir. Não há mais espaço para brigas políticas, o que a população espera é ação dos governantes. Mas é claro: que isso aconteça de forma ética, transparente e, acima de tudo, legal. A vitória do governo Agnelo mostra que a população optou pela mudança. E é nessa mudança que estarei atenta. Tenho para mim que a minha vitória reforça a vontade do povo de ter alguém dentro da Câmara Legislativa que se atente às prioridades e as ações do executivo. Farei esse papel com muita honra, independentemente de qualquer cenário que se forme em torno do atual governo. Por mais que eu fique sozinha, faço parte da oposição. E isso é de forma inegociável. *Liliane Roriz é deputada distrital eleita pelo PRTB


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Charge

Eixo Monumental

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