Plano Brasília 96

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Plano

24 de maio de 2011 Ano 9 · Edição 96 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

MESA REDONDA Chico Leite COMPORTAMENTO Mulheres X Anabolizantes 97

PONTO DE VISTA Noemia Boianovsky




Inclusão Social via digital

É necessário disponibilizar acesso ao conhecimento para melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da região e dar melhores oportunidades aos alunos certiicados. A webAula tem a solução ideal para projetos de inclusão social via digital, a maneira mais inteligente e eecaz de viabilizar o acesso de um grande público à tecnologia de aprendizado via web. Democratizamos o ensino a distância, disponibilizando mais de 120 cursos com a qualidade webAula. Os alunos certiicados carão cadastrados em um Banco de Talentos, onde seus currículos e sua capacitação poderão ser consultados por empresas em busca de proossionais qualiicados. Exemplos de cursos disponíveis: Internet Navegação e E-mail

Excelência em Atendimento

Política de Utilização de E-mail e

Telemarketing: o passo deenitivo

Internet em Ambientes Corporativos

Marketing Pessoal

Segurança da Informação

Melhor Rotina de Vendas

MS Windows XP

Como conquistar seu emprego

MS Excel XP Avançado

O 5S´s Aprimorando seus Processos

MS PowerPoint XP Avançado

A Arte de Falar em Público

MS Word XP Avançado

Comunicação EEcaz

Prêmios e certiicações:


Benefícios do programa de Inclusão Digital webAula para o Governo, Empresas e Instituições de Ensino:

Facilidade de gestão e controle do processo

Possibilidade de comunicação entre os participantes

Economia e transparência nos investimentos totais

Acesso à biblioteca virtual

Fóruns de debate a distância

Facilidade no processo de construção do conhecimento

Prova de Certiicação pela Internet

Para saber mais acesse

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Brasília: (61) 3038 - 3200 Belo Horizonte: (31) 2129 - 0550


Sumário

11

32

46

48

34

60 10 Cartas

38 Cotidiano

62 Dança

11 Mesa Redonda

40 Planos e Negócios

64 Mundo Animal

16 Brasília e Coisa & Tal

42 Automóvel

66 Jornalista Aprendiz

18 Panorama político

44 Vida Moderna

68 Propaganda e Marketing

20 Política Brasília

46 Esporte

70 Vinho

22 Dinheiro

48 Personagem

72 Tá Lendo o Quê?

24 Capa

50 Saúde

74 Frases

28 Cidadania

52 Moda

75 Justiça

30 Gente

54 Comportamento

76 Diz aí, Mané

32 Cidade

56 Música

78 Cresça e Apareça

34 Mercado de Trabalho

58 Teatro

80 Ponto de Vista

36 Tecnologia

60 Gastronomia

82 Charge



Expediente

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira DIRETOR DE ARTE Werley Kröhling

DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr, Joana Nóbrega, Paula Alvim Fotografia Fábio Pinheiro, Gustavo Lima, Victor Hugo Bomfim EQUIPE DE REPORTAGEM Ana Paula Resende, Fernanda Azevedo, Maíra Elluké, Michel Aleixo, Tássia Navarro, Veronica Soares, Virgínia Ciarlini e Yuri Achcar COLABORADORES Adriana Marques, Alexandre Lindoso, Antônio Matoso, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Chico Leite, Danielle Cambraia, Luiz Humberto de Faria Del’Isola, Mauro Castro, Noemia Boianovsky, Regina Ivete Lopes, Romário Schettino, Tarcísio Holanda. IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Carta ao leitor Prezados leitores, É sempre um prazer que se renova quando fechamos mais uma edição da nossa Revista Plano Brasília. Estamos indo de encontro a todos, cientes de que estamos honrando o nosso compromisso da informação. Nesta edição, levamos até você matérias interessantíssimas que temos a plena convicção que serão do agrado de todos. A nossa reportagem de capa, em quatro páginas, fala sobre o “Divórcio”, situação em que ninguém pede ou pensa em passar. A vida, por meio de circunstâncias, acasos e até mesmo fatalidades, separa um “ato deliberado”, de comum acordo, calçado em um sentimento amoroso em que nenhuma das partes imaginava que poderia chegar ao fim. Mas, infelizmente, histórias de casais que desistem do casamento são mais comuns do que se imagina. Estudos mostram que Brasília é a capital recordista de divórcio em todo o país e dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2009 revelam que a cada mil habitantes com mais de 20 anos, 2,8 são divorciados. O tempo médio de duração dos casamentos é de apenas 10,8 anos. É ponto pacífico que ninguém conta com o divórcio no começo de um relacionamento. Mas, conforme o IBGE, esse é o destino de um quarto dos casamentos realizados no país. Uma leitura que ninguém pode perder. Outra reportagem que apostamos ser imperdível é “Mulheres X Anabolizantes”. É certo que a procura por um ideal de beleza sempre fez parte da rotina de uma infinidade de mulheres. Algumas delas têm, atualmente, colocado sua saúde em risco, à procura do que consideram o corpo perfeito. Além das horas de malhação na academia, muitas mulheres se arriscam na utilização de substâncias ilícitas (anabolizantes) a fim de garantir maior força física, aumento da massa muscular e o tão desejado corpo escultural. O uso, que era comum entre os homens, hoje se mostra crescente entre as mulheres. A utilização desses produtos traz um ganho de performance muito rápido, tanto estético quanto atlético. Infelizmente, as chamadas “bombas” causam efeitos colaterais. Tais substâncias, compostas por hormônios sexuais masculinos, podem causar males como dor de cabeça, insônia, calvície, hipertensão, virilização do corpo, crescimento de pêlo no rosto, engrossamento da voz e até ausência de menstruação. Vale a pena conferir. Na editoria de Cidade, a matéria “Mania de feira” mostra que, embora adorando shoppings, as feiras populares detêm uma boa parcela do agrado do público. Carregadas de vantagens, como menores preços, variedades de mercadorias e eventos culturais, as feiras estão tomando conta da cidade. É fato que elas já viraram mania no Distrito Federal. Hoje, em todo o DF elas são mais de 50, só as fixas. Além dessas, existem as esporádicas como a Feira da Lua e a BSB Mix, que de mês em mês ou até quinzenalmente, espalham suas bancas pela cidade, atraindo a atenção de consumidores. Uma leitura que você não deve perder. Desta vez é só, caro leitor. Esperamos que tenham uma excelente leitura. Até à próxima edição.


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Cartas Prezados senhores,

Caro editor,

Parabéns pela matéria “Quando o coração dói”. Praticamente todo mundo já passou por uma situação de perda, mas lendo sobre o quanto Deus apresenta provações maiores que as nossas, lembramos de agradecer pelas coisas boas que temos na vida. Paula Soares - Asa Norte

Parabéns pela Revista Festas. Achei muito bonita e com matérias interessantes. Eu vou me casar no final do ano e a publicação foi muito útil para me inspirar. Fernanda Santos - Asa Norte

Prezados, Parabenizo a todos pelo conteúdo da revista, que está cada dia melhor e com informações de qualidade. Sugiro que façam uma matéria sobre doação de órgãos. Acredito que é um tema bastante interessante. Mais sucesso para todos. Bruno Ferraz - Lago Sul

Prezada Plano Brasília, Gostaria de parabenizar a revista pela reportagem de Capa da Ed. 95, Quando o coração dói. Achei a matéria incrível e me identifiquei com as dores sofridas pelos personagens. Muitas vezes nós só reconhecemos o valor das pessoas que amamos, quando as perdemos e o coração dói. A matéria me fez refletir muito. Wanessa Baptista - Águas Claras

Fale conosco Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.

Pesarosamente, cumpre nos informar que a personagem da matéria de capa da edição passada “Quando o coração dói”, Gilda Augusta Ferreira veio a óbito na última semana. Fica aqui nossos pêsames aos familiares.


Mesa Redonda

Chico Leite Equipe Plano Brasília: Romário Schettino, Virgínia Ciarlini, Yuri Achcar, Liana Alagemovits e Veronica Soares | Fotos: Fábio Pinheiro

P

romotor de Justiça e professor de Direito Penal, foi eleito deputado distrital como campeão de votos no DF. Chico Leite é do Partido dos Trabalhadores (PT) e atualmente é Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em entrevista à revista Plano Brasília aborda temas sobre conduta ética, alianças partidárias e ressalta que o GDF precisa fazer o carro andar e priorizar ações que são urgentes e imprescindíveis para a sociedade da capital. PB > O senhor foi eleito como o campeão de votos para essa última legislatura. É do partido do governador. O senhor não é o presidente da casa, não é secretário do governo. O senhor sente que foi subaproveitado no governo? Como está sua relação com o governo Agnelo? CL > Primeiro é uma honra estar aqui fazendo o debate através da imprensa, principalmente da imprensa livre. É assim que temos oportunidade de prestar contas à sociedade. Nós elegemos um projeto. Então elegemos ideias e valores, não apenas pessoas. Sendo assim, estou aguardando que isso se solidifique conceitualmente

na formatação do governo e na realização dos compromissos com a população e se torne um governo de resgate, principalmente ético. Mas também, e fundamentalmente, um governo de realização desse projeto, que prioriza a educação, a saúde, a segurança e o transporte, em detrimento do bolso dos empreiteiros, que já foi tão aquinhoado ao longo dos outros governos e que prejudicou tanto o DF com populismo e com o individual prevalecendo sobre o coletivo. Sob essa ótica, me sinto contemplado. A gente não pode, como parlamentar, continuar aquilo que já vinha fazendo, que é medir esse tipo de atendimento do governo numa régua de cargos. Temos que acabar com essa cultura. Isso tem que acabar por nós. E não podemos ficar com essa ideia de que o atendimento é no individual, porque a gente foi eleito pelo coletivo. Aqueles que confiaram em mim estarão satisfeitos e eu estarei também se o governo Agnelo puder realizar isso na prática. O governador me convidou para estar no primeiro escalão. Compreendi que, para as áreas que ele me convidou era melhor

que eu ficasse na Casa Legislativa para que pudesse cuidar do debate legislativo na linha do governo. Acabar com aquela história de mensalão, de respostas do individual para os deputados e tentar fazer um programa macro, em que a Casa pudesse contribuir com o povo do DF. O governador foi extremamente compreensivo. Ele é generoso. Teve essa compreensão e me deixou lá para fazer esse papel. De maneira que, essa contemplação, essa resposta para nós depende do cumprimento dos princípios. Está cedo, vamos esperar, pois do ponto de vista da intenção isso já foi demonstrado. Do ponto de vista da realização, nós ainda estamos aguardando. Falando em ficar na Casa, sobre a CPI do DFTrans, o senhor fica como relator ou presidente? O líder Chico Vigilante entendeu que eu deveria participar da CPI, representando o bloco e entendeu mais, que eu deveria ser relator ou presidente. Nós temos reunido o grupo da CPI, que é um grupo eclético do ponto de vista político e temos insistido em que se faça uma investigação

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que possa cumprir seu objetivo que é individualizar os culpados e pedir a punição destes. Além de recuperar todo o recurso que foi desviado dos cofres públicos e foi para o bolso de empresários, podendo ir para educação, para saúde, que vive esse caos, e tudo isso sem que sirva de palanque eleitoreiro, proteção ou perseguição a ninguém. Nesse sentido, já declarei aos colegas, que gostaria de ser relator, mas entendo que mesmo sendo praxe, que o primeiro subscritor, como sou, seja presidente ou relator. Isso precisa ser construído num consenso, porque se a própria CPI tiver embates internos, não vamos conseguir pegar ninguém e nem liberar ninguém apontando inocências. Nós só vamos ficar num embate interno e a CPI vai virar uma briga de egos ao invés de ser um grande serviço prestado ao DF. (*) Em outras CPIs que estão por vir, se já tiver um exemplo ruim, a sociedade não vai encarar isso com bons olhos. É verdade. Até acho que a imagem que a sociedade tem da Casa Legislativa depende muito do trabalho que esta presta à sociedade. Nós temos o problema de que o executivo, que é o dono da verba de publicidade está sempre apostando que o legislativo pode ser o seu protetor. E não é um bom protetor, é pior. É que se os problemas forem transferidos para o legislativo, este pára de fiscalizar. O legislativo se torna desqualificado. Todos os governos fazem isso, lamentavelmente. A base do governo é fisiológica, só quer cargo. Então, não tem moral para fiscalizar e a oposição não tem qualificação para fiscalizar porque não é contemplado. A ideia é essa e o executivo marcha só, lamentavelmente. Então, como nós da Casa Legislativa podemos combater isso? Trabalhando para a sociedade. Se a CPI não tiver essa visão acima de governos, acima de posições políticas eleitoreiras, pois posições políticas a gente tem até em casa, será mais um gol contra em que a Casa Legislativa estará fazendo contra si. E acho que os colegas têm essa visão, até porque depois de Caixa de Pandora, quem não tem essa visão é porque não têm juízo e a cara de pau é grande demais.

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Quem tem que dever é o corrupto. Quem é sério e leva as próprias coisas a sério não tem o que temer. Tem que estar sempre com tudo aberto Em relação à acusação do ex governador Arruda de que o senhor havia pedido apoio de R$ 5 milhões para uma campanha ao Senado, como o senhor encara isso e como se defender perante a sociedade? Primeiro quero expressar que dos pontos de degradação da nossa sociedade e que esta precisa ficar preocupada é a ética ser um valor mensurável como virtude. Ética é obrigação. A virtude está no trabalho que se presta. Tenho a obrigação de ser ético e não fazer desta a minha bandeira. No caso específico da acusação do ex-governador, o que se notou é que ele estava numa tática do porco, que

aliás continua, de que se como farelo, vou trazer alguns para comer farelo comigo. Se descer para a média do debate do que é corrupção, consigo deixar a sociedade confusa, porque se todos são corruptos, se todos são iguais, então o Chico Leite é igual a mim. Valerá mais aquele que me der mais individualmente como ele fez a vida inteira. É isso que penso que ele tem em mente. Mas respondi no mesmo dia, convocando uma coletiva e colocando claramente o que foi o encontro, sem que houvesse conversa nenhuma. Imediatamente, abri sigilo bancário, fiscal, telefônico. Requeri que tudo fosse investigado pela Casa Legislativa, tudo isso naquela quinta feira. Os dirigentes do sindicato dos professores, o Lisboa e o Washington, colocaram no twitter e foram para o debate. Atravessei uma petição dirigida ao Conselho Nacional do Ministério Público para que o relator se posicionasse e enviasse para a Câmara o que houvesse, porque eu não sabia o que tinha e aí quem não deve, não teme. Quem tem que dever é o corrupto. Quem é sério e leva as próprias coisas a sério não tem o que temer. Tem que estar sempre com tudo aberto. A transparência é fundamental. Como fiz isso e naquele momento deixei claro que a sociedade sabia quem era corrupto, quem lutava pela corrupção e que essa luta pela corrupção deixava a gente na chuva e a gente podia se molhar. Como promotor há tantos anos, combati bandido pobre e combater bandido rico é mais difícil ainda. Eu sabia disso. E o que aconteceu? O Conselho Nacional do MP manifestou-se pelo arquivamento na semana seguinte. A Casa Legislativa sequer abriu a investigação por entender que não constituía sequer indício. De maneira, que em cerca de oito a dez dias tudo se fez e a sociedade viu quem é mentiroso contumaz. Há uma regra geral de que quem mente uma vez, não pára de mentir e não mente só pra mim, mente para o João, para o Antônio, mente para a sociedade brasileira. É lamentável, mas nós aguentamos firme. Isso fez com que tivéssemos mais gás e lutar ainda mais contra os corruptos.


Sobre a Secretaria da Transparência, como o senhor vê o trabalho do novo secretário e dessa secretaria levando em conta que a composição ampla desse governo abrigou e abriga, em seu pleito, pessoas vinculadas direta ou indiretamente. O senhor acabou de mencionar sobre desvio de conduta e a famosa Caixa de Pandora? Os avaliadores, estudiosos, psicólogos, cientistas sociais e etc., dizem que sou um mau político porque revelo meu sentimento na minha face. Isso para mim é uma virtude. Não consigo fingir. Não consigo fazer esse jogo. O pessoal da comunicação, por exemplo, diz que eu ainda preciso passar por bons testes e tal. Mas vou continuar sendo o que eu sou. Porque estou dizendo isso. Fui o primeiro no partido a ser contra a aliança. Ser contra por motivos ideológicos. Ser contra por diferenças de pregação e de história que nós temos com os aliados. Não por uma contrariedade de natureza pessoal. Em política não se pode ter isso, tem que saber separar uma coisa da outra. Participei muito pouco da campanha majoritária. Não quero ser prepotente. Não somos melhores do que eles, é que a gente era diferente e isso confundia a sociedade. Então posso falar, sem cerimônia, que tive essa conduta e isso foi para imprensa que noticiou fartamente. Algumas pessoas ficaram magoadas comigo. Aqueles que apoiaram, seja mais a esquerda, seja mais a direita no nosso partido, ficaram magoados comigo. Teve gente que ficou quatro meses sem falar comigo dizendo que eu não conseguia compreender. E como disse antes, lutei para que vencesse um projeto e não uma pessoa. O problema não era com pessoas que estavam em outros partidos, mas com uma diferença de projetos e fundamentalmente com essas diferenças éticas. Nós lutamos tanto contra a Caixa de Pandora. Fui o relator do “impeachment” e depois estávamos no mesmo palanque que aquelas pessoas? É muito difícil para mim e para o eleitor. Não tenha dúvidas que eu sofri rejeições de eleitores que cobravam intensamente. Muitas das reuniões que fui, passava o tempo todo explicando sobre a aliança. Eu

não conseguia dizer o que gostaria de fazer ou o que estava fazendo. Só explicava a aliança o tempo todo. Então tive prejuízos enormes. Minha avaliação sobre o governo, e aí não entra pessoas e sim projetos, é de que precisamos amadurecer. Pode ser que eu não esteja certo e só o tempo vai dizer. O primeiro ponto é o da formatação do próprio governo, e estimo que o núcleo de governo esteja certo. Espero muito estar errado, mas me parece que a administração da gestão pública e a administração da política da relação institucional precisam estar em setores diferentes. Tenho dito isso desde o início do governo. Não pode estar concentrado em uma coordenação única. Isso dá a ilusão de que se terá um discurso uníssono e por isso coerente, mas do ponto de vista do exercício das atribuições, isso causa mais demora, faz com que as pessoas trabalhem mais compartimentadamente. Isso é ruim para o segundo ponto de que vou falar que são as realizações em que tudo se dá de maneira mais demorada. Essa demora faz com que muita gente me pergunte se o governo está sempre arrumando a casa, e eu digo que não. O que acontece é que se há concentração numa coordenação única, vai se levar mais tempo para fazer as coisas. Precisamos, portanto, dar mais tempo. Além da casa está profundamente desarrumada e toda sociedade do DF sabe disso, nós ainda temos esse problema de “time”. O senhor está falando dessa fusão da Secretaria de Governo com a Casa Civil? Sim e que formalmente só foi feita agora, mas que desde o início a Secretaria de Governo já concentra,

independentemente de termos lá um gênio que é o Paulo Tadeu. Não estamos discutindo a pessoa. Veja que Lula fez isso com José Dirceu, que é outro gênio, e não deu certo, isso é do ponto de vista da formatação. Como eu disse e sou sempre muito franco, a minha crítica nunca é pessoal. Acho que esse é um problema. Isso faz com que as ações demorem mais. Faz com que o titular atraia mais críticas. A maioria delas extremamente injustas com relação ao trabalho dele que é excelente, que é um lutador e é um cara que tem história política. Isso é um primeiro ponto. O segundo é o de realizações. Nosso governo precisa fazer o carro sair, pois ainda está esquentando o motor. Precisamos, pelo menos, para iniciar, fechar um eixo de prioridades e sair. O governador foi aos hospitais, precisa ir às escolas e às delegacias, porque não? Precisa ir aos pontos de ônibus. Precisa ter esse sentimento geral e realizar. O que não pode por conta das alianças é ter essas compartimentações do tipo, parte fica com o PMDB, parte fica com o PT. Não pode. Tudo tem que ser o governador. Ele que é o nosso comandante. É claro, as alianças políticas precisam acontecer. Ninguém é proprietário da verdade. É necessário que isso se faça, mas é necessário que isso passe para a prática. Tenho insistido com isso e acho que o que tem atrapalhado, além do problema de que a casa estava profundamente desarrumada, são tantos anos de corrupção, de desalojamento. Além disso, é preciso que escolhamos focos prioritários e comecemos a realizar para a sociedade ver. Eu tenho ansiedade por isso. Talvez seja uma debilidade minha. E sobre a Secretaria de Transparência? Eu não sei se você sabe, que nas conversas que tive naqueles dois anos com o governador, na ocasião pré-candidato, muitas vezes sugeri uma ideia de uma secretaria que concentrasse todas as áreas persecutórias, porque a fiscalização tinha que ser preventiva. Sempre achei que a gente tinha que fazer fiscalização antes e não temos que ter pena de gastar com isso. A sociedade tem que ter clareza de que quanto mais fiscalização, mais

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há combate da cultura do individual sob o coletivo, que não existe só nos outros partidos que criticamos. Existe entre nós, lamentavelmente. Se não combatemos em casa, não temos moral para combater fora. O secretário Higino foi uma brilhante escolha, não apenas porque ele seja da linha do mestre Jorge Hage, ele foi um dos grandes achados do presidente Lula, mas também porque tem experiência, tem formação de auditagem, não tem filiação partidária como sempre preguei. Quando fui sondado para o exercício dessa secretaria eu disse que não pode ter filiação partidária, tem que ser do nosso campo, mas não pode ter exercício eleitoral. O secretário Higino já tem feito um grande trabalho e nesse ponto o segredo do secretário é a discrição, o silêncio, a não utilização disso como bandeira para não precipitar coisas. Já tem feito um grande trabalho e tenho notado que vai ter muito mais pela frente. Não o conhecia, mas fiquei admirado. Acho fundamental que tenhamos um órgão de controle interno no governo, que alcance todos os pontos. Eu disse ao governador Agnelo que ficar na Câmara significa que vou continuar o trabalho de fiscalização para que o governo não tenha desvios. Muitos dos deputados envolvidos na Caixa de Pandora hoje fazem parte e estão apoiando o governo. Portanto, como o senhor avalia a Câmara Legislativa? Ainda é preciso fazer uma limpeza? Afinal, o PT foi o partido que mais bateu em cima desses deputados que tiveram os nomes envolvidos na Caixa de Pandora e agora os tem como aliados do governo. Sempre acho que é prepotência a gente tentar se diferenciar, ou tentar se colocar acima dos outros. Mas é um trabalho que tem que ser diferenciado, pois éticas e honestas são as pessoas e não os partidos e instituições. Levando em conta esses dois conceitos, a sociedade é que precisa fazer uma grande limpeza nas instituições. Não só na casa legislativa, mas em todas, porque as instituições refletem automaticamente, lamentavelmente, a sociedade que as mantém. A sociedade não quer isso. A miséria quando a gente não vê e não sente, é poética.

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A sociedade não quer a miséria perto. Não quer sentir aquele odor. Mas precisa sentir odor para tomar consciência de que precisa lutar para elevar a qualidade de vida das pessoas. Estou fazendo esse exemplo para dizer que a Casa Legislativa também é reflexo da sociedade que a mantém. Todos foram eleitos, ninguém ali foi indicado ou designado. Por isso, há uma parcela da população que apóia aquelas pessoas, mesmo que elas sejam diferentes de nós. Se tem

Acho fundamental que tenhamos um órgão de controle interno no governo, que alcance todos os pontos alguém que é bem diferente de mim, não posso dizer que ele é melhor ou pior, porque a parcela que me apóia é a parcela que o apóia, se não ele não estava ali. Todo mundo recebeu votos. De maneira que, a minha impressão é de que primeiro a gente deva ter essa consciência, de que as instituições refletem a sociedade que as mantêm. Depois nós parlamentares, que estamos na vida pública, precisamos também fazer algumas outras diferenças. A primeira é que ao saber de denúncias os precisamos ir em cima, não importa qual o partido e qual o governo. Nós não podemos achar que os nossos amigos são honestos e corretos e competentes e que os inimigos são o oposto. Nós precisamos fazer uma seleção, tendo uma visão de política pública para frente. Não podemos ficar só com aquela visão

pequena de achar que se é meu amigo é bom e se é meu inimigo é péssimo. Mas veja, apoios não têm problema. O problema é não admitirmos que esse apoio seja em troca de algum tipo de proteção ilícita. Isso se eu souber, vou denunciar. Mesmo que seja companheiro de partido, só vou tomar a cautela que sempre tomo que é avisar antes a ele de que vou fazer, por dever de lealdade. As considerações finais são do senhor. Agradeço a oportunidade e principalmente de poder debater com esse grupo tão seleto. Estou tentando fazer um trabalho na Câmara Legislativa como sempre fiz da fiscalização de área. Um trabalho na CCJ que é importante, pois nós éramos os campeões nacionais em leis inconstitucionais e temos procurado resolver isso com a edição de súmulas que vinculem e com o sorteio dos projetos e temos conseguido. Preciso agradecer aos colegas da CCJ que têm sido extremamente solidários a esse trabalho. A gente tem um sonho e acho que sou daqueles que acredita que o sonho não acaba nunca e continuamos persistindo com ele e tudo que puder ser feito pela sociedade, do voto aberto, do fim do nepotismo, da transparência das contas, e tudo que já foi feito e surte efeito positivo é que tenho a certeza de que vale a pena estar servindo a sociedade e que esta fiscalize e tenha a certeza que estamos agindo como ela estimava, além de nos ajudar a fazer a fiscalização geral. Não acredito em heróis, mágicos e salvadores, acredito na organização da sociedade para que as instituições possam ter cara. A cara da honestidade sem que esta seja uma bandeira. Mas uma cara da competência sem que haja a prevalência do direito individual. Que a competência seja o sonho de felicidade coletiva.

(*) Logo depois da entrevista foi decidido que o deputado não ficaria com a presidência CPI do Pró-DF. Os cargos mais importantes da comissão ficaram com Eliana Pedrosa (DEM), presidente; Olair Francisco (PTdoB), vice e Aylton Gomes (PR), relatou.


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Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

Procuradores demitidos

AE

O Conselho Nacional do Ministério Público decidiu mandar para casa os promotores Leonardo Bandarra e Deborah Guerner. Isso era o mínimo que se esperava diante do escândalo que foi a Caixa de Pandora. Agora, o Judiciário vai se debruçar sobre a ação por perda do cargo. As condenações judiciais podem levar muito mais tempo. Como se sabe tudo é muito lento na Justiça brasileira. O importante é que eles estão afastados e os salários suspensos. Que isso sirva de lição e que não pare por ai. Se comprovados, os prejuízos aos cofres públicos precisam ser devolvidos integralmente.

Palocci na berlinda O crescimento patrimonial do ministro Antonio Palocci virou noticia, mas a Comissão de Ética governamental não vê motivo para investigar. O assunto merece sim ser discutido de maneira ampla, já que a prática das consultorias atinge quase todos os políticos e autoridades governamentais e pós-governamentais. Uns mais, outros menos. Na dúvida, o Brasil deveria ter regras mais claras sobre a quarentena e sobre a acumulação de trabalho do parlamentar que tem mandato e, mesmo assim, continua prestando serviços à iniciativa privada e ocupando conselhos de empresas estatais.

Dilma doente? A pneumonia da presidenta Dilma Rousseff preocupou seus médicos a ponto de alterarem completamente a sua agenda de trabalho. A doença exige cuidados especiais para evitar a contaminação dos visitantes. Todo cuidado é pouco. O Brasil prende a respiração e torce para que ela se recupere completamente.

CPI do Pró-DF Essa Câmara Legislativa não tem jeito mesmo. Os distritais criaram uma CPI para investigar falcatruas no Pró-DF e quem vai ser o relator? Aylton Gomes (PR). O mesmo que está com os bens indisponíveis pela Justiça e ameaçado de ser expulso do PR por falta de ética partidária. É brincadeira.

O governador Agnelo Queiroz lançou o seu primeiro programa habitacional, vai construir 10 mil residências para quem recebe até dois salários mínimos. Os nove mil e quinhentos apartamentos e as quinhentas casas serão construídos em lotes de Sobradinho, Recanto das Emas e Riacho Fundo II. O secretário de Habitação, Geraldo Magela, disse que metade dessa quantidade sairá da lista dos inscritos na Codhab e outra metade das cooperativas e associações habitacionais do DF. Essa iniciativa está ancorada no Programa Minha Casa, Minha Vida.

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José Cruz/ABr

10 mil casas


Comunicando

FAC 2011 vem ai

Geolando Gomes

A Secretaria de Cultura prepara uma série de edital para contemplar todas as áreas da produção cultural do DF. Cerca de R$ 30 milhões serão distribuídos este ano. Aguardem!

Seminário

Bastante concorrida a sessão solene em homenagem aos 13 anos da TV Comunitária de Brasília. O deputado distrital Wasny de Roure (PT) prestigiou o trabalho dos jornalistas Beto Almeida e Paulo Miranda e levou mais de 400 pessoas ao auditório da CLDF na noite do dia 17 de maio. Diplomatas de Cuba, Angola, Venezuela e Irã estavam presentes. Os próximos passos que agitarão a Câmara Legislativa serão a convocação de audiência pública para discutir o Conselho de Comunicação do DF, previsto no artigo 261 da Lei Orgânica, e o debate sobre a utilização da Torre Digital do DF. Os canais públicos precisam estar presentes na nova televisão brasileira e a torre construída pelo GDF tem que estar a serviço da população.

O MEC e o português O Ministério da Educação adotou uma orientação pedagógica para o ensino da língua portuguesa que provoca ampla polêmica. Não era para menos, o preconceito lingüístico é uma realidade que não pode mais ser escondida e a imprensa brasileira se presta ao trabalho de transformar tudo em complô, visíveis e invisíveis. Até um promotor decidiu processar o Ministério da Educação por esse “crime” de lesa pátria. “Polêmica ou ignorância?”, pergunta o professor e pesquisador em linguística Marcos Bagno. Não se trata de ensinar o “errado” e esquecer o “certo”. Trata-se de respeitar os diversos falares da língua brasileira e livrar os seus falantes do peso da discriminação. É evidente que a norma cultura continuará sendo ensinada nas escolas para garantir os concursos públicos e a procura de emprego no mercado privado. Sempre terá mais chance de sucesso o cidadão que dominar a gramática oficial da língua. Além disso, o MEC não está se propondo a descumprir o que diz a legislação brasileira sobre o ensino do português. O resto é conversa fiada de quem se acha dono da verdade e sumidade em defesa da língua “certa”.

Festival de Cinema O novo Festival de Brasília do Cinema Brasileiro entra em cena para modificar o conceito tradicional. O melhor filme vai ganhar R$ 250 mil, o maior prêmio da história do cinema brasileiro. Além disso, cai a exigência de ineditismo na seleção dos longas. Todos serão avaliados pela comissão, menos aqueles que tiverem recebido o prêmio de melhor filme em outro festival. Também ficou marcada a nova data: de 26 setembro a 3 de outubro. Alguns cineastas não ficaram contentes, mas a maioria aplaudiu. Pelo visto, o festival continua sustentando polêmicas desde o nascimento e isso é prova de que ele está mais vivo do que nunca. A comissão curadora responsável por essas mudanças consideradas radicais, nomeada pelo secretário de Cultura, Hamilton Pereira, é formada por Sérgio Fidalgo, Cibele Amaral, Sérgio Moriconi, José Ronaldo Duque, Berê Bahia e José DaMata, sob a coordenação de Nilson Rodrigues. As inscrições estarão abertas de 17 de maio a 30 de junho.

Junior Aragão

TV Comunitária

A Secretaria de Comunicação e a comunidade brasiliense preparam o I Seminário de Comunicação do DF. A data prevista para o evento é 20 de agosto, com a presença do governador Agnelo Queiroz. Aguardemos.

E-mail: romario@abordo.com.br

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Panorama Político

tarcísio holanda

Mantidas as restrições na economia

D

ilma Rousseff, a nova presidente da República, vem cumprindo com a promessa de conferir prioridade ao combate à inflação. Basta lembrar a declaração que acaba de fazer o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que as estratégias para controle da inflação não mudaram. Na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, divulgada na semana passada, a instituição atribuiu maior relevo ao uso dos juros como instrumento mais adequado para conter a alta dos preços, o que chegou a ser visto pelo mercado como mudança de política. “Não há mudança alguma. Simplesmente, na comunicação, estamos tratando de dar o destaque necessário para o instrumento convencional. Medidas macro prudenciais serão levadas em conta no processo de aperto das condições monetárias que está em curso para trazer a inflação para o centro da meta” – proclamou Alexandre Tombini. Ele acredita que “há muita falação” que não vem do Banco Central, advertindo que a linha de orientação adotada pela instituição é consistente. Essa declaração do presidente do BC ganhou importância porque havia muita especulação.

O BC faz a sua política “Não mudou absolutamente nada. O Banco Central vem fazendo a sua política articulada e tem recebido contribuições de outras partes do governo no combate à inflação, é apenas uma questão de ênfase” – acrescentou o presidente do Banco

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Central. Alexandre Tombini prevê que a inflação deverá “rodar no centro da meta”, a partir dos próximos meses, o que se traduz por uma inflação mensal de até 0,4%. Vale a pena lembrar, contudo, que no acumulado dos 12 meses, a inflação ainda vai se situar acima dos 4,5%, em razão do comportamento dos preços a partir do início deste ano.

Inflação de 4,5% em 2012 Para 2012, o presidente do Banco Central acredita que a inflação ficará no centro da meta, ou seja, em 4,5%, explicando: ‘Uma política monetária opera com defasagem. Tudo o que foi feito nesses três meses não tem condição de atingir a inflação corrente, vai atingir ao longo do tempo”. A intervenção do BC mostrou-se eficaz. Depois das oito altas consecutivas, a previsão para a inflação oficial neste ano – o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) - registrou um recuo significativo, passando de 6,37%, na semana passada, para 6,33% na última segunda-feira.

IPCA deu susto no mercado Sexta-feira da semana passada (6), a divulgação do resultado oficial do IPCA de abril, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), causou um susto no mercado, na medida em que ultrapassou o teto da meta fixada pelo Banco Central, que é de 6,5%. O índice acabou alcançando a 6,51% no acumulado dos 12 meses. Com essa marca, a inflação acumulada no período é a mais alta, desde julho de 2005, quando os preços subiram

6,57%. O ministro Guido Mantega, da Fazenda, acha que o resultado do IPCA de abril mostra que a inflação já começou a desacelerar. Inflação em queda, diz Mantega Mantega diz que o indicador de abril registra uma queda e se situa abaixo das expectativas do mercado. Sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), prevê-se em 4%. Para 2012, a previsão se reduziu de 4,25%, o que ocorreu na semana passada, para 4,21%. A previsão para a cotação do dólar, em 2011, se mantém em R$ 1,62, e para 2012 continua em R$ 1,70. Manteve-se a expectativa do mercado para a taxa básica de juros (Selic), de 12,5%, ao passo que, para 2012, passou de 12% para 12,25%. O centro da meta de inflação do BC é de 4,5%, e para 2012 passou de 12% para 12,25%.

BC confirma a redução inflacionária A queda da inflação divulgada pelo boletim Focus, tem efeito positivo no mercado e confirma a previsão otimista do governo de que “a trajetória de queda da inflação já começou”, como tem afirmado o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O boletim Focus é elaborado pelo Banco Central a partir de consultas feitas a uma centena de instituições financeiras.

A FALTA DE UMA REFORMA “É um ministro inepto, incompetente e desonesto, que a frente desse Ministério já há vários anos tem discriminado o Estado do Ceará e feito com que as nossas BRs tenham características absolutamente diferentes”, afirmou o governador do


Ceará, Cid Gomes, sobre o desempenho do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, segundo relato do site Jangadeiro Online. Critica-se a refiliação de Delúbio Soares aos quadros do PT, depois que ele foi obrigado a pedir a sua exclusão do partido quando explodiu o escândalo do Mensalão, no qual tinha papel-central. Todos sabem que são clandestinos os mecanismos de financiamento eleitoral no Brasil, mesmo por que o sistema eleitoral, o voto proporcional em lista aberta, não permite a existência de partidos e nem um sistema de financiamento eleitoral civilizado. Isso é sabido, mas a imprensa brasileira não se preocupa em explicar as causas da deficiência de nosso regime democrático, que já gerou algumas crises.

Ele geria o caixa 2 Delúbio era o tesoureiro do PT e, portanto, a pessoa indicada para administrar os recursos que alimentavam o sistema de financiamento eleitoral do partido. Quando surgiu o escândalo do Mensalão, que envolveu o ex-deputado José Dirceu e outras lideranças importantes do PT, Delúbio foi pressionado a pedir a sua exclusão do partido. O próprio Lula, na época, contestou a legitimidade do escândalo feito, prometendo, mais tarde, explicar as razões que justificavam o caixa clandestino petista. Nunca chegou a vir a público para dar essa explicação, o que não é de espantar.

O óbvio escandaloso Curioso é que todos os políticos sabem que o voto proporcional em

lista aberta é o responsável pelo artificialismo de nosso sistema político, mas ninguém toma a iniciativa de colocá-lo em pauta. É prudente evitar os desgastes que isso provocaria. A última tentativa de modificar o sistema eleitoral ocorreu em 2007, frustrando-se. Por uma maioria de 32 votos, a Câmara dos Deputados derrubou o voto em lista fechada, pelo qual os candidatos a deputados estaduais e federais e vereadores são eleitos pelo sistema de lista, que é preparada pelas convenções dos partidos políticos.

Maia assume compromisso com a reforma O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), está prometendo colocar em votação, ainda este ano, uma proposta de reforma política. É uma decisão audaciosa que decidiu tomar o presidente da Câmara, sabendo-se de quanto é controvertido o sistema eleitoral entre os deputados. A polêmica é de tal modo intensa, que se diz que cada um dos 513 deputados tem uma proposta de reforma política. A presidente Dilma Rousseff já tirou o corpo fora – ao advertir que este é um problema a ser resolvido pela Câmara. E tem toda a razão em não se envolver com o tema. PT quer patrocinar a mudança Felizmente, após o escândalo que envolveu tantas de suas lideranças ilustres, o PT decidiu dar como prioritária a reforma política. E isso depois do fracasso de Lula, que mandou um projeto para a Câmara que nunca chegou a ser votado nem

na Comissão Especial que o examinou e que teve o deputado Sandro Mabel, do PR goiano, como relator. O PT quer instituir o financiamento público de campanha para afastar a corrupção da política brasileira. É forçoso reconhecer que um novo sistema pode diminuir, mas não acabar a corrupção. Vamos esperar que o PT apresente a sua proposta.

Provocação O ex-presidente Lula fala demais, mas muitas de suas declarações exprimem realidades concretas. Há alguns dias, Lula disse que a oposição a ele e ao PT não tem rumo e culpou por isso o ex-ministro das Comunicações do governo de Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Motta, o Serjão. Antes de morrer de uma doença que atacou seu pulmão, Serjão profetizara que os tucanos ficariam vinte anos no poder. Lula disse que Serjão estava certo, mas só errou o nome do partido. Ele devia ter previsto que seria o PT, não o PSDB, que assumiria o poder e nele permaneceria por vinte anos, o que já ameaça acontecer. Como o país não tem instituições políticas, Lula construiu uma maioria para apoiar seu governo, e depois o de Dilma, que em nada difere do bloco partidário que apoiou o governo de FHC. Nesse Centrão de Lula e do PT, o PMDB desempenha um papel de grande relevo. Agora, vem para o bloco partidário petista o PSD do prefeito paulistano Gilberto Kassab, que se alimentou de políticos do DEM, novo nome do velho PFL.


Política Brasília

Yuri Achcar

Valter Campanato/ABr

A marca de um governo

Surpresa e desapontamento

A oposição está muito agradecida pela forcinha do GDF em arrumar mais um motivo para críticas ao governo. Se já havia quem dissesse que a atual gestão faz pouco, e mal, a fracassada tentativa de implodir a arquibancada do Estádio Mané Garrincha – que beira o ridículo – põe mais lenha na fogueira. Mestre de cerimônias do evento frustrado, o vice-governador Tadeu Fillipelli não conseguiu disfarçar a cara de decepção. Parecia procurar um buraco para enfiar a cabeça. A emenda ficou pior que o soneto: a demolição será a marretadas. Ah, e o governo jura que não haverá atrasos...

Viagem providencial Divulgação

O governador Agnelo Queiroz escapou do vexame protagonizado pelo vice. Estava passeando pela Europa. Visitou Madri, Frankfurt, Berlim, Paris... conheceu os modernos estádios das cidades europeias e as soluções em transporte coletivo e coleta de lixo. No meio da viagem, foi surpreendido pela notícia de que havia sido denunciado à Justiça pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. Para o MP, o valor dos aluguéis dos imóveis na Vila do Pan foi superfaturado. Na época da assinatura do contrato, Agnelo era ministro do Esporte. Ele e outras três autoridades foram indiciados por improbidade administrativa por terem se omitido na fiscalização do uso de verbas públicas.

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Em nota oficial da Secretaria de Comunicação Social, o governador Agnelo Queiroz declarou que “recebeu com surpresa e desapontamento a informação de que foi incluído numa ação do Ministério Público”. E mais: “Causa estranheza a tentativa de buscar algo que desabone sua gestão à frente do Ministério do Esporte. Fato é que, no Tribunal de Contas da União (TCU), não há nada contra o atual governador do DF enquanto ocupou cargo no governo federal. Inclusive, o TCU emitiu um nada consta referente a Agnelo”. Na conclusão da nota: “Durante sua gestão no Ministério do Esporte inexiste qualquer ato que mereça censura ética ou jurídica. Segundo os advogados de Agnelo Queiroz, a ação é temerária e inconsistente.”

Chico Vigilante de volta ao combate O deputado distrital Chico Vigilante, líder do bloco PT-PRB na Câmara Legislativa, foi obrigado a dar uma pausa na luta pela aprovação do projeto que permite a venda de combustíveis em supermercados e shoppings do DF. Na véspera do projeto ser votado, Vigilante foi internado por conta de um índice glicêmico nas alturas. O deputado tem diabetes e passou cinco dias no hospital. De volta à Câmara, quer ver o projeto aprovado ainda nesta semana.

Lei inconstitucional? O projeto que permite a venda de combustíveis em supermercados e shoppings é de autoria do deputado Chico Vigilante e se sobreporia a outro projeto, do Poder Executivo, que proíbe esse tipo de comércio. Daí muitos considerarem que a proposta já nasce fadada ao fracasso. Se for aprovada pela Câmara e sancionada pelo governador Agnelo Queiroz, a lei pode ser contestada na Justiça e declarada inconstitucional por vício de iniciativa. A solução seria outro projeto sobre o tema, desta vez assinado pelo Executivo. Na Câmara, ninguém contesta que o projeto pode ser declarado inconstitucional. Muitos argumentam ainda que a instalação de postos de combustíveis em supermercados não significa, necessariamente, menores preços para a população. Ainda assim, a proposta tem tudo para ser aprovada. E em caso de inconstitucionalidade, resta saber se o governo vai resistir à pressão dos donos de postos de combustíveis, interessados em manter tudo como está, e lançar novo projeto sobre o tema. Quando questionado, durante a campanha eleitoral, Agnelo Queiroz foi evasivo.


Jogada de mestre Eliana Pedrosa e Olair Francisco brigavam pela presidência da comissão. Enquanto Chico Leite se considerava o relator da CPI, os outros dois deputados se articularam com Aylton Gomes e isolaram o petista e o pedetista. “Ele nunca me pediu o voto para ser relator. Aqui tem que trabalhar. Não adianta esperar as coisas caírem do céu”, disparou Eliana.

Metralhadora giratória Carlos Gandra/CLDF

Chico Leite saiu da CPI do Pró-DF porque se sentiu traído pelos colegas. Acredita que não era possível continuar em uma comissão cujos membros não agem com ética. E questionou a legitimidade do grupo para tocar as investigações sobre o suposto esquema de cobrança de propina para a liberação dos lotes a empresários. “A presidente foi secretária dos dois governos passados, onde teriam começado as irregularidades. E o relator, foi administrador de Planaltina no governo Arruda”, lembrou o petista.

Separando o joio do trigo Os mais próximos a Agnelo consideravam fundamental manter o maior número possível de parlamentares na base aliada até o fim do primeiro semestre para conseguir aprovar os projetos de interesse do Executivo. Mas o prazo pode se encerrar ainda neste mês por conta da rebeldia dos chamados “supostos governistas”, como Olair Francisco e Aylton Gomes. Excluir o PT da relatoria da CPI do Pró-DF vai ter o seu preço. Olair Fran-

Mas heim? Aylton Gomes disse que uma das principais metas dele como relator da CPI do Pró-DF é levar o programa à Planaltina. Como assim, deputado? A missão da relatoria é identificar as irregularidades cometidas na distribuição dos lotes. Ampliar o programa é tarefa do GDF. De preferência, sem corrupção.

Investigação silenciosa A Secretaria da Transparência trabalha com muita discrição em investigações que prometem explodir no colo de dois políticos que sobreviveram aos escândalos da Operação Caixa de Pandora. As maracutaias envolveriam duas secretarias de Estado comandadas por eles no governo Arruda.

Relatório vai surpreender defensores de Jaqueline Roriz O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados está rachado ao meio. Se no início dos trabalhos parecia certa a derrota de Jaqueline Roriz (PMN-DF), hoje o embate está tecnicamente empatado. Depois de visitar pessoalmente todos os parlamentares do conselho, Jaqueline convenceu boa parte deles a votarem pela incompetência em julgar a causa. Ela lembrou que a abertura de processo por um ato anterior ao mandato abriria um precedente perigoso. Estaria aberta a caça às bruxas. Afinal, qualquer parlamentar flagrado com caixa dois estaria sujeito à cassação do mandato. O relator, Carlos Sampaio (PSDB-SP), promete derrubar o argumento na apresentação do relatório preliminar, previsto para ser apreciado na próxima semana. O texto é guardado em segredo, para não dar tempo de um contra-ataque adversário. “Este caso é inédito em todo o País. Nunca houve julgamento parecido, e não há como os parlamentares usarem esse argumento. Só não posso adiantar o conteúdo do relatório”, contou Sampaio a um pequeno grupo de jornalistas. Leonardo Prado/Agência Câmara

Fábio Rivas/CLDF

A primeira CPI da atual legislatura está tão tumultuada quanto a última da legislatura anterior. Se a CPI da Corrupção trocou diversas vezes o presidente, os membros e até o relatório final, a CPI do Pró-DF já começou desfalcada. Dois dos cinco titulares pediram para sair: Chico Leite (PT) e Professor Israel (PDT). Tudo por conta da votação que elegeu Eliana Pedrosa (DEM) presidente da comissão e Olair Francisco (PTdoB) vice. Chico Leite já dava como certo ser o relator da CPI, inclusive já tinha começado o trabalho. Mas Eliana indicou Aylton Gomes (PR) para a relatoria.

cisco desdenha e afirma não ter nada a perder: “Até hoje, não cumpriram nada do acordo comigo. Posso ir para a oposição, não tenho nenhum cargo no governo”. Já Aylton Gomes tem motivos para se preocupar. É dele o comando da Administração de Planaltina. “Não vejo motivo para crise. Eu também sou base do governo, como o PT, por que não posso ser o relator da CPI?”, defende o distrital. Fábio Rivas/CLDF

CPI do Pró-DF começa em crise

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Dinheiro

mauro castro

FEIRÃO DE IMÓVEIS, MUITO DO MESMO P

ara quem visitou o Feirão da CAIXA teve a oportunidade de ver a grande oferta de imóveis que temos na cidade, a despeito do grande déficit habitacional. Consta que em Brasília ainda temos um déficit habitacional maior que 100 mil unidades. Um número que pode representar um erro, se constatarmos que imóvel tem, o que falta é acesso a eles. O Feirão promovido pela CAIXA, no último dia 20 a 22 de maio, com o propósito de facilitar o acesso de imóveis a todos os cidadãos, foi coroado de sucesso, mas não para todos. Imóveis estruturados e com padrão de classe média foi campeão de ofertas. Para a classe de baixa renda havia uma quantidade razoável para quem terá que se deslocar a distâncias superiores a 30 km do centro de Brasília. A verdade é que morar no DF é para poucos. Mesmo com feirão ou sem feirão, tudo continua na mesma. Imóveis caros e para poucos. Não se trata de uma reclamação ou culpa do setor imobiliário. Antes disso, é uma questão de mercado. No caso do de Brasília, a situação reflete o que ocorre em todo o país. Crescimento de vendas de imóveis e, portanto pressão nos preços, o que ocorre diferente no mercado do Distrito Federal é o fato de termos limitações graves de espaços para construção. Situação que empurra todos de baixa renda para o Entorno. E por falar em Entorno, o Feirão foi no centro de Brasília. Escolheram o Centro de Convenções Ulisses Guimarães, o que nos leva a concluir que já era pensado um feirão elitista e com ofertas sofisticadas. O que de fato ocorreu. Belíssimos estandes com maquetes, brindes, muito material gráfico e excelentes argumentos para comprar. Mesmo assim, houve uma intensa visita de potenciais compradores de baixa renda, que visitaram imobiliárias e construtoras na esperança de encontrar alguma oportunidade diferente do dia a dia deste mercado. E diferente, encontraram agilidade no processo de atendimento para cadastro e financiamento, porque preço, esse não mudou em nada. Fica um sentimento que poderia ser diferente para o cidadão de baixa renda. Ter um feirão mais popular, com acesso ao crédito mais simplificado – este ano o banco estava mais exigente – e com imóveis mais baratos.

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Com inflação batendo na porta do consumidor, nos produtos mais elementares, e o índice da construção civil apontado para cima, será difícil imaginar que nos próximos dois anos o nosso déficit habitacional reduza. Mais fácil imaginar que os imóveis vendidos estão muito mais ligados a investidores do que famílias que alcançaram o sonho da casa própria. A verdade é que foi mais um feirão de oportunidade de investimento para os mesmos. Muitos imóveis para os mesmos compradores de sempre.

Curtas TABLETS O Governo publicou no Diário Oficial da União a medida provisória 534, que desonera os tablets produzidos no Brasil. Considera-se tablets, conforme o texto “máquinas automáticas de processamento de dados, portáteis, sem teclado, que tenham uma unidade central de processamento com entrada e saída de dados por meio de uma tela sensível ao toque de área superior a 140cm quadrados (tablet PC)”.A desoneração inclui a isenção de PIS/Cofins e a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e deve fazer com que os tablets produzidos no país fiquem mais baratos do que os importados. CHEQUES DEVOLVIDOS O volume de cheques devolvidos no mês de abril voltou a apresentar queda. Na comparação com março deste ano, a inadimplência recuou 5,8%, segundo dados do Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundo. Na comparação com abril de 2010 houve crescimento de 7,5% na incidência de cheques devolvidos. ETANOL EM QUEDA O preço do litro do etanol caiu de maneira generalizada na última semana. A queda foi registrada em 25 estados do País e no Distrito Federal na semana encerrada no dia 21 de maio, frente à semana anterior. O preço da gasolina, que vinha acompanhando os aumentos do etanol não caiu na mesma proporção que o do derivado de cana-de-açúcar. Entre os estados, foi possível perceber queda em 24 estados e no Distrito Federal.


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Capa

o r i e h n i D a rig E

Tr

la, de véu e grinalda, vestida de branco entra na igreja. Ele, à espera, olhar amoroso, cheio de paixão e ansiedade. Começa ali a celebração de mais uma história de amor, que deveria durar para sempre, conforme a passagem bíblica descrita no livro de Romanos: “Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive”. O fato é que hoje, o valor religioso ligado ao casamento já não é mais o mesmo. Seja por conta da mudança do papel social das mulheres na sociedade ou até mesmo pela descoberta de novos valores morais

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e sociais das novas gerações. Casar (ou manter-se casado) já não é mais uma necessidade vital para muitos. Cenário muito diferente do passado, em que a vida de muitas moças e rapazes girava ao redor do dia em que iriam subir ao altar. E as estatísticas comprovam isso. O Distrito Federal é recordista em número de divórcios em todo o país. Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2009, revelam que a cada mil habitantes com mais de 20 anos, 2,8 são divorciados. Além disso, o tempo médio de duração dos casa mentos também é um dos mais baixos do país: apenas 10,8 anos.

s a r

No DF, histórias de casais que desistem do casamento são mais comuns do que se imagina. Dados mostram que Brasília é a capital do divórcio

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Por: Maíra Elluké | Fotos: Divulgação


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estar passando por essa difícil situação, Jean diz acreditar no casamento. “Acho que ninguém nasceu para ficar sozinho. Um dia ainda acho minha cara metade”, declara. Ninguém conta com o divórcio no começo de um relacionamento. Mas esse é o destino de um quarto dos casamentos no Brasil, de acordo com o IBGE. Em comum, os divórcios têm a característica de sempre serem acompanhados de um processo doloroso. “Nenhum casal procura um advogado porque teve uma briga qualquer. Quando chegam a esse ponto é porque, muitas vezes, a relação está desgastada há anos”, conta Suzana Salatiel, advogada da Associação Brasileira dos Advogados de Família (Abrafam). Desde janeiro de 2007, a lei 11.441 garante aos casais, sem

filhos menores ou incapazes, o direito de optar pela separação consensual, divórcio, partilha e inventário por meio de escritura pública direto nos cartórios, sem a necessidade de recorrer ao judiciário. A lei facilitou o processo e uma das teorias sobre o assunto é de que ela possa ser a responsável pelo aumento do número de divorciados. A elevação do número de divórcios em relação ao de separações mostra uma maior aceitação do divórcio e a ampliação do acesso à justiça em relação ao tema. É o que explica Suzana Salatiel. “Além dessa maior aceitação, a possibilidade de realizar divórcios nos tabelionatos e a desburocratização do procedimento podem ser fatores que contribuem para o aumento desses números”, justifica.

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Amantes

Separado há um ano e com o processo de divórcio em andamento, o analista jurídico Jean Paulo Garcia*, 32 anos, faz parte desses números. Ele foi casado por seis anos e agora, com uma filha de apenas nove meses, resolveu levar adiante a decisão de se divorciar. “Chegou a um ponto que não conseguíamos olhar um para o outro. Acredito que assim será melhor para nós dois e para minha filha”, relata. Para ele, o principal motivo para o grande número de divórcios no DF é a independência financeira das mulheres. “Antigamente as mulheres dependiam do dinheiro dos seus maridos e permaneciam casadas por causa disso. Hoje, a maioria delas trabalha fora e ganha seu próprio dinheiro. Não há relação de dependência financeira”, explica. Apesar de

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Acordo ou justiça

comprovou o engenheiro Fernando Azevedo, 31 anos. Casado por dois anos, ele e a esposa decidiram se separar por conta da distância. Depois de passar em um concurso público, ele foi morar em São Paulo e ela continuou em Brasília. “A mudança só fez piorar nossos problemas. Não há amor que resista à distância”, conta. Apesar da difícil decisão de partir para o divórcio, o casal continuou a amizade. “Conseguimos entrar num acordo e nenhum de nós saiu no prejuízo. A dor foi grande, mas a discussão foi breve”, relata Fernando. Sobre os planos para o futuro, o engenheiro é enfático: “Quero curtir a solteirice. Casar de novo? Acho que nunca mais entro nessa. É muita responsabilidade. É ter muito problema caso não dê certo”, ressalta. Mesmo com um acordo e um divórcio sem complicações, o lado emocional pode atrapalhar, e o difícil é que ambos não se sintam lesados, qualquer que seja o resultado. A médica Lúcia Martins*, 29 anos, considera ter saído prejudicada do divórcio. Ela casou em comunhão parcial de bens e, com nove meses de casada, descobriu uma traição. Afirma que estava tão abalada que não teve forças para brigar na justiça. “Eu estava tão desgastada emocionalmente que não quis o litigioso. Ele saiu de casa e não queria conversar. Só disse que queria separar”, relembra. Para se ver livre do relacionamento o mais rápido possível, Lúcia assinou um acordo dizendo que não pediria pensão e que em hipótese alguma iria querer morar no apartamento que era dos dois. “Arrependo-me de não ter dificultado um pouco as coisas, já que contribuí com a decoração do apartamento e alguns móveis”, conta. Ela se sentiu prejudicada também porque ficou com menos da metade dos presentes de casamento que ganharam. “Só levei o sofá, alguns quadros e a televisão. Fui levada pela emoção. Suzana Salatiel: O desgaste deve ser evitado Quis me livrar Se a separação é inevitável, o casal deve tentar sentar à mesa e entrar em acordo sobre três pontos cruciais: a divisão de bens, pensão ao cônjuge que eventualmente tenha deixado de trabalhar fora e se tornou economicamente dependente, e pensão alimentícia, se o casal tem filhos. “As vantagens do acordo são muitas: é rápido, além de bem menos desgastante e evita que o patrimônio do casal seja desvalorizado por conta da briga na Justiça”, afirma Suzana. O problema é que, geralmente, se as duas partes estivessem emocionalmente em condições de entrar em um acordo, não estariam se divorciando. Quando não há acordo, o divórcio é chamado de litigioso. “Essa não é a melhor maneira de resolver as coisas. Mas, em muitas situações, é a única solução”, completa a advogada. Quando um acordo entre as partes é a opção escolhida para resolver o impasse, além de ser menos doloroso, é muito mais rápido. Foi o que

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dele assim que soube da traição”, lamenta. Diferentemente do acordo, num litígio, o juiz quer entender os motivos pelos quais as partes resolveram se divorciar. É o que muitos chamam de “lavar a roupa suja”. Em grande parte das vezes, esse tipo de divórcio leva meses e em alguns casos extremos, o processo se arrasta por anos. “Já presenciei divórcios em que os casais brigaram para dividir bobagens como talheres e roupas de cama, porque o

Nenhum casal procura um advogado porque teve uma briga qualquer. Quando chegam a esse ponto é porque, muitas vezes, a relação está desgastada há anos ódio mortal era tanto que acabavam perdendo a razão”, relata Suzana Salatiel.

Animais de estimação

Já no caso de Maria Letícia Albuquerque, 39 anos, a história foi bem diferente dos padrões. Quando ela resolveu que iria se divorciar do marido, há cerca de dois anos, o que mais preocupou a assistente social era com quem iriam ficar os dois cachorros e os três gatos que moravam com o casal. Casados há 13 anos e sem filhos, além da repartição de bens, os dois dividiram a guarda


Cães e gatos: Separação difícil no divórcio de Maria Letícia

dos animais. “Fiquei com os gatos e ele com os cachorros. Foi uma divisão dolorosa, que levou seis meses. Nós dois tínhamos muito apego emocional com esses animais”, revela ela. Foi pensando em casos como o de Maria Letícia que o deputado Márcio França (PSB-SP) redigiu o Projeto de Lei nº 7196/10, que tramita na Câmara dos Deputados. O PL regulamenta a guarda de animais de estimação em caso de separação judicial ou divórcio sem acordo entre as partes. De acordo com a proposta, a guarda fica assegurada a quem comprovar ser o legítimo proprietário do animal, por meio de documento considerado válido por um juiz. Na falta desse registro, a guarda é concedida a quem demonstrar maior capacidade para cuidar do animal. Esse é o tipo de guarda chamada unilateral. No entanto, caso ambas as partes comprovem que podem oferecer um ambiente adequado para o animal, a guarda pode ser compartilhada entre o antigo casal. Nessa hipótese, o juiz deverá estabelecer, em cada caso, as atribuições de cada pessoa no cuidado com o bicho e os períodos de convivência com o animal. “Se esse PL já tivesse sido aprovado na época do meu divórcio, tudo teria sido mais fácil. Eu cuidei daqueles animais como meus filhos. Tive mais contato e mais provas de que seria mais apta para ficar com eles”, completa Maria Letícia.

O deputado explica que, em muitos casos, os animais de estimação são criados como filhos pelos casais. Ele ressalta que, com o fim do casamento ou da união estável sem acordo entre as partes, o animal é incluído no grupo de bens a serem partilhados pelo Poder Judiciário. “Infelizmente, a atual legislação considera o animal como objeto. Dessa forma, a disputa judicial fica mais complicada”, diz o parlamentar. O objetivo da proposta, de acordo com Márcio França é estabelecer critérios objetivos, em que o juiz deve se basear para decidir sobre a guarda do animal. Pelo projeto, o ex-cônjuge também terá o direito de fiscalizar a outra parte, podendo comunicar ao juiz os casos de descumprimento do acordo. A proposta também determina que nenhuma das duas pessoas poderá, sem a aprovação da outra, realizar cruzamento do animal ou vender o bicho de estimação ou seus filhotes.

Filhos e pensão

Casais que constituíram família com filhos podem ter ainda mais problemas, já que é preciso definir com quem fica a guarda, o regime de visitas e a pensão alimentícia, provida por quem está em melhores condições financeiras no momento da separação. “O pior é quando o casal coloca a criança como moeda de troca. A alienação parental prevê punição e inversão da guarda. Se ele quer prejudicar o cônjuge, há aplicação de multa e advertências”, alerta a advogada Suzana Salatiel. Muitas vezes, os pais jogam com o lado emocional e acham que estão fazendo o melhor para os filhos. “A presença de um mediador pode facilitar o processo quando o casal não consegue se entender”, conclui Suzana. Todo o rancor jogado num processo de divórcio vai além da separação. O casamento morre junto com o projeto de uma vida a dois. “É uma quebra de um

ideal de vida. Dolorosa para qualquer ser humano”, constata Lídia Lôbo, terapeuta de casal e família. “Quando você se separa, os planos comuns e os vínculos afetivos precisam ser refeitos. Não é fácil para ninguém. Muitas vezes, o divórcio é doloroso e cheio de sofrimento porque uma das partes não quer perder o vínculo e usa a briga como uma forma de contato. As pessoas não querem se desvencilhar do que parecia ser seguro. Nossa tendência é entrar em relações que às vezes são doentias, mas nos alimentam”, completa a terapeuta. Para sair de um divórcio com menos dores, cada cônjuge precisa trabalhar sua individualidade e, dependendo do tempo de casamento, a perda da individualidade é muito grande. “Quando a pessoa retoma o contato consigo mesma, com o que ela gosta e com o que ela abriu mão em função do casamento, se vê em uma nova vida”, finaliza Lídia Lôbo. *Nomes fictícios a pedido dos entrevistados

A distância foi crucial no divórcio de Fernando

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Cidadania

Por: Tássia Navarro | Fotos: Fábio Pinheiro

Sons de Cidadania de

São Sebastião Inclusão cultural, educacional e profissional por meio da música

“S

ons de cidadania” é o projeto que dá mais do que voz a crianças e adolescentes de escolas públicas de São Sebastião. Oferece possibilidades para que desenvolvam valores sociais, culturais, éticos e morais por meio de palestras e atividades dinâmicas, ministradas por psicólogos, advogados e professores aptos a tratarem de assuntos que envolvem o dia a dia da clientela como o uso de drogas, doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), aids, alcoolismo e dengue, por exemplo. Além de ensiná-los a tocar e confeccionar instrumentos de percussão, ler partituras, noções de informática e serigrafia. Unir arte à educação. Essa é a proposta de um dos coordenadores do projeto, Kleysson Rêgo, baiano de Salvador, morador de Brasília há 15 anos e que tomou como base a iniciativa da Escola Olodum, presente na capital baiana desde 1984. O projeto foi criado para resgatar

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crianças e jovens do Pelourinho que se encontravam em situação de risco social. Hoje, a Banda Olodum, resultado do projeto, é conhecida em todo o Brasil e em vários outros países. O projeto Sons de Cidadania, foi criado em 2006. Visando conscientizar os jovens dos seus direitos e deveres na sociedade, o projeto sofreu adaptações a partir da percepção dos coordenadores Kleysson Rêgo e Raymundo Drummond, de que existe uma nítida exclusão cultural das cidades satélites. “Nós percebemos que cinema, teatro e show, tudo isso se concentra no Plano Piloto. Os jovens das satélites precisam de lazer perto de casa. Isso que deu o pontapé inicial para a criação do projeto”, explica Kleysson. São meninos e meninas de sete a 21 anos, estudantes de escolas públicas, que tem um bom desempenho na escola. Ter sempre notas na média da escola é requisito

para participar do projeto que é ministrado no horário contrário ao de aula, funcionando tanto no matutino quanto no vespertino, e também oferece reforço escolar para aqueles que têm dificuldades em determinadas matérias. “Queremos ensinar a esses meninos e meninas não só a ter lazer, mas valores que os transformem em cidadãos conscientes de seu papel na sociedade”, assegura Kleysson. Às segundas, quartas e sextas-feiras, as crianças integrantes do projeto ensaiam os ritmos da percussão com o professor Francis Teles, outro que veio de Salvador, especialmente para participar do projeto. Francis era da Escola Olodum de Salvador. Lá aprendeu percussão e tocou por um bom tempo na banda. Nas aulas, Francis ensina as crianças a terem coordenação motora, tempos certos das batidas e ritmos. “Aqui ensino caixa, repique, marcação de dobra, timbal,


pandeiro, triangulo, agogô e por aí vai. Tem uns meninos que já sabem tocar quase todos”, conta Francis. George Wesley, 20 anos, é um dos integrantes do projeto que toca quase todos os instrumentos. Ele está no Sons de Cidadania há quatro anos e diz que se pudesse não sairia. “Fiz muitos amigos. Aprendi muitas coisas. Muitos valores. Saí das ruas graças ao projeto”, conta. Hoje, além de participar do projeto, George estuda e trabalha. Para ele, que pensa em se tornar músico, o tempo que passa em contato com a música é como uma válvula de escape. “Quando estou tocando esqueço tudo que tem lá fora. Esqueço dos problemas. Para mim só existe a música”, relata. No início de 2011, o Sons de Cidadania passou a contar com uma novidade. O professor de música Fabrício Santana, entrou para o projeto para ensinar a parte teórica e leitura das partituras. “A ideia é transformar esse pessoal em músicos completos, que sabem tocar e ler partituras”, esclarece. As aulas teóricas passaram a ser trabalhadas

em conjunto com as de informática que são ministradas pelo professor Cipó. No local, os alunos do projeto conseguem ler as partituras nas telas dos computadores. De todos os ensinamentos realizados pelo projeto, nasceu a “Banda Show” de percussão. Composta por cerca de 20 dedicados alunos, a banda já se apresentou em locais como escolas públicas e particulares, asilos, creches e orfanatos. “No carnaval e na época do natal eles fazem várias apresentações”, conta Drummond. Atualmente, o projeto conta com a parceria do multi-instrumentista americano Ted Falcon, que acrescentou à percussão o violino. Um trabalho inédito que traz a união da percussão ao clássico, ao folclórico e ao contemporâneo, demonstrando as diversas variações que a música possibilita. Os ritmos são os mais variados possíveis como o erudito, samba, forró, afoxé e maracatu. Desse casamento resultou excelentes repertórios como o de Maurice Ravel (Bolero de Ravel), Charles Chaplin (Smile), Luis Gonzaga

(Asa Branca), Dominguinhos (Eu só quero um xodó), Ary Barroso (Aquarela do Brasil), o Hino Nacional entre outros. Atualmente inscritos na Lei de incentivo à cultura - a Lei Rouanet - com o patrocínio da Petrobras, o projeto segue em frente, mas ainda com muitas dificuldades. “Precisamos fazer a manutenção dos instrumentos e pagar transporte quando das apresentações. Tem uma série de coisas que acabamos tendo que tirar dinheiro do nosso bolso para pagar”, desabafa Kleysson. “Estamos sempre precisando de apoio”, completa Drummond. Além da música, o projeto oferece oficinas de juventude & protagonismo, prerrequisito para que crianças e jovens possam criar e se profissionalizar. Nas oficinas acontecem palestras e atividades dinâmicas que abordam temas como sexualidade, drogas e saúde. Serviço (61) 3339.6978 projeto@sonsdecidadania.org.br www.sonsdecidadania.org.br

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Gente

Por: Edson Crisóstomo

Victor Hugo Bonfim

Solange Vilar, Liana Lagemovitz, Núbia Paula e Benedito Faustino, presidente da Cred’Saúde Victor Hugo Bonfim

Victor Hugo Bonfim

Neuma Castelo, “Rainha da Inglaterra”, Elany, presidente AJE-DF e Emiliana Leão

Nilton Garcia, presidente do Grupo Labor

Luiz Carlos Pietschmann, Secretário de Obras do DF e o empresário Fernando Brites

Victor Hugo Bonfim

Victor Hugo Bonfim

Lançamento da revista Plano Brasília FESTAS

Carmen e Almilcar Gramacho com a “Rain Amílcar e Carmem Gramacho

Política Será desta vez? Com 60 páginas, o Relatório sobre a cassação de Jaqueline Roriz já está pronto. De acordo com o relator, Carlos Sampaio (PSDB-SP), o pedido de cassação deve ser votado no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara ainda esta semana. “Não tem outra opção de punição. É cassar ou não cassar”, diz o relator. Até então, o documento está mantido sob sigilo por Sampaio e, independentemente da sua posição, o relatório precisará ser apreciado no Conselho de Ética.

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Código Florestal Devido a falta de acordo entre governo e oposição, a votação do Código Florestal foi adiada inúmeras vezes. A presidente Dilma Rousseff afirmou que está disposta a flexibilizar a posição do governo de proibir a ocupação irregular de pequenos produtores nas margens de rios, área de preservação permanente (APP). A consolidação de áreas ocupadas em APPs, prevista no relatório final era um dos pontos de divergência com o governo nas negociações sobre o projeto que modifica o Código Florestal.


A atriz Catherine Deneuve encanta seus fãs brasilienses no Festival Varilux de Cinema Francês

nha da Inglaterra” Desfile beneficente da Ortiga no Casa Park

A top Renata Kuerten no Monange Dream Fashion Tour, etapa Brasília

Caixa Rápido Poder Econômico A força da grana do brasiliense mostrou, mais uma vez, o porque do sucesso de franquias instaladas na capital, quando comparadas com filiais no Brasil e no mundo. A unidade Outback Steak House (Parkshopping) é simplesmene a sexta em faturamento no mundo. Nazaré Barros é só sorri$o.

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Caio Vasquez

Alan Santos

A série Receita de Família da Cozinha Brasil, estreia com sucesso na TV Brasil

Divulgação

Divulgação

Comer & Beber premia melhores em Brasília

Zeca Baleiro brilha nos Festival das Águas na Concha Acústica

Geleia Geral Exposição A artista plástica Nice Mecking expõe, de 2 a 15 de junho, no Sesc da 504 sul, trabalhos de colagem com o título “Meio Ambiente, Fonte de Arte”. As visitações podem ser feitas das 8h às 21h, de segunda a sexta. Sábado, até 13h. A exposição está inserida na programação da Semana do Meio Ambiente do SESC. Segundo a artista, seu trabalho mostra que a percepção e a cumplicidade caminham juntas, na transmutação de coisas, consideradas mortas, propriamente ditas. Sementes, folhas, flores e conchas podem gerar, pássaros, rostos, borboletas e árvores.

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Cidade

Por: Ana Paula Resende | Fotos: Gustavo Lima

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Mania de Feira

eja para fazer compras, comer ou se divertir, já é de conhecimento geral de que o brasiliense adora um shopping. Entretanto, outro local de grande aceitação do público são as feiras populares. Carregadas de vantagens, como menores preços, variedades de mercadorias e eventos culturais, as feiras estão tomando conta da cidade. É fato que elas já viraram mania no Distrito Federal. Feira Hippie. Feira dos Importados. Feira dos Goianos. Feira do Guará. Hoje, em todo o DF elas são mais de 50, só fixas. Além dessas, existem as esporádicas como a Feira da Lua e a BSB Mix, que de mês em mês ou até quinzenal-

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mente, espalham suas bancas pela cidade. Isso sem contar com as feiras de hortifrutigranjeiros, que podem ser encontradas em quase todos os bairros e até quadras do DF. O brasiliense tem, ainda, a opção das feiras mensais, semestrais ou anuais. Eventos geralmente voltados para um público específico ou com tema direcionado, como a Feira da Gestante, Bebê e Criança, Expotchê, Feira do Livro, Luxo de Festa e etc. Layla Saliba Rodrigues, 23 anos, adora feiras. “Se pudesse eu ia à feira toda semana!”, reconhece. Para a estudante de nutrição, fazer compras em feiras pode ser vantajoso em relação a outros

estabelecimentos, como comerciais ou shoppings centers. “Prefiro comprar em feiras, pois tenho mais opções e os produtos saem mais em conta. Se vou ao shopping, posso comprar bem menos coisas do que quando vou à feira. Então acho que, às vezes, vale a pena até ir mais longe um pouco, se for para comprar mais”, ressalta ela que costuma ir a feiras comprar aparelhos eletrônicos, roupas, acessórios e maquiagem. As feiras são vantajosas não só para o consumidor. Os vendedores também se dão bem, pois têm a oportunidade de mostrar seus produtos a diferentes públicos e ainda economizar, pois os impostos


para estarem ali são menores do que em shoppings. Ronilda Matos, de 45 anos, foi lojista durante quase 10 anos. Há dois, a vendedora expõe seus produtos na Feira do Guará. “Aqui eu posso cobrar menos pelas mercadorias, pois tenho menos gastos. Mas ainda saio ganhando, pois vendo muito mais”, atesta. A feirante compra as roupas no atacado em outros estados e revende no varejo. “São tecidos de qualidade com acabamentos bem feitos. Coisa que não se encontra em qualquer barraca”, garante. Mas como tudo na vida, as feiras também possuem seus pontos negativos. Para Layla, os shoppings ganham no quesito conforto. “Às vezes fico sem paciência para o tumulto e o calor que posso enfrentar nas feiras e acabo preferindo as escadas rolantes e o ar condicionado do shopping”, diz. Outro ponto negativo das feiras é que o cliente não tem certeza da procedência da mercadoria. “Sou contra a pirataria. Não compro CDs, DVDs e outros itens falsificados. Outra desvantagem da feira em relação ao shopping é a qualidade dos produtos, a durabilidade e a garantia”, completa.

pretende valorizar o trabalho dos artistas do Cruzeiro”, justifica. “A comunidade transformou um estacionamento de supermercado em um local colorido, cheio de cultura”, acrescenta. Além dos estandes com trabalhos manuais, a Feira de Artesanato do Cruzeiro apresenta todo fim de semana uma atração cultural diferente. “Na semana das mães tivemos a audição do coral da 3ª idade. Depois fomos brindados com apresentações de capoeira”, lembra Eliane. Segundo a assessoria de imprensa da Administração do Cruzeiro, a intenção é construir, mais arde, um galpão fixo para abrigar artesãos e suas artes. “Sinto que já estamos crescendo. No próximo fim de semana já seremos 42 expositores”, celebra a organizadora da feira. O morador ou ex-morador do Cruzeiro Novo e Velho, Octogonal ou Sudoeste que quiser expor seu trabalho na feira, deve entrar em contato com a Administração do Cruzeiro ou com a representante dos artesãos Eliane Correia, pelo telefone (61) 9177-2804.

Cruzeiro ganha feira de artesanato Caixas, roupas, quadros, toalhas, fantoches, porta-jóias, artigos de decoração, trabalhos com material reciclado, itens diversos para festas. Tudo isso e mais um pouco pode ser encontrado no Cruzeiro Novo. O bairro acaba de ser contemplado com uma feira exclusiva de artesanato que funciona aos sábados, daas 9h às 17h, no estacionamento do Supermercado Super Maia. A administração do Cruzeiro reuniu 22 artesãos, entre moradores e ex-moradores do bairro, interessados em expor suas criações. “A intenção é expormos trabalhos feitos manualmente. Preferimos trabalhos exclusivos àqueles feitos em série”, enfatiza Eliane Correia, responsável pela Feira de Artesanato do Cruzeiro. Hoje, 32 artesãos expõem seus trabalhos na feira. Segundo Eliane, as vendas vão bem e as perspectivas de melhoras são muitas. Eliane, que é administradora, largou o emprego em um órgão público, onde trabalhava há quatro anos, para viver apenas de artesanato. “A arte me escolheu”, assegura a artesã que, há sete meses abriu uma loja no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), com uma amiga. “Eu me interessei pelo trabalho dela. Fiz cursos. Ela me ensinou muitas coisas também. Aí resolvemos abrir o ateliê e viramos sócias”, conta. O ateliê “Espaço Único” ia bem, mas precisava ganhar mais visibilidade. Então, as amigas tiveram a ideia da feira e, junto com a Administração do Cruzeiro colocaram em prática. “Além de divulgar o nosso espaço e aumentar não só as nossas vendas, como as dos outros artesãos, a feira

Se eu pudesse, ia à feira toda semana, diz Layla

Serviço Feira do Artesanato do Cruzeiro SHCES Qd. 1101, S/n°, lote 08 Estacionamento do Supermercado Maia Cruzeiro Novo

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Mercado de Trabalho

Por: Veronica Soares | Fotos: Fábio Pinheiro

Optometrista Considerada como uma medida preventiva, profissionais da área pedem reconhecimento

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ouca gente sabe o que o optometrista faz no exercício da sua profissão. Apesar de o nome parecer estranho, o profissional dessa área está mais próximo das pessoas do que se imagina. Quem se especializa em optometria, tem a missão de cuidar dos problemas de saúde, não patológicos, ligados à visão. Também cabe a ele, o parecer de meios para compensação de problemas relacionados ao globo visual. Ninguém melhor para explicar o

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trabalho da optometria do que um profissional dessa área. Conforme o optometrista, Aureocleiton Gabriel Silva, apesar de parecer estranho, a profissão é mais antiga do que se pensa. Ela surgiu na mesma época em que os óculos foram inventados, em 1200. Hoje, regularizada, a profissão está presente em aproximadamente 130 países. E em muitos lugares, como por exemplo, nos países da Europa e América do Norte, a avaliação visual de um paciente é da

competência de um optometrista. Para o oftalmologista, fica o encargo de cuidar de patologias oculares. Em resumo, “o optometrista é um profissional não médico que promove a saúde visual”, esclarece. A profissão faz parte de uma equipe multidisciplinar. Para entender melhor como atua este profissional, Aureocleiton explica. Segundo ele, primeiro é feito uma análise para identificar o problema. Em seguida, é feita sondagens objetiva e subjeti-


va do paciente. Durante a avaliação, é aplicado um questionário sobre o comportamento do paciente e a análise com equipamentos adequados que medem a alteração refrativa e as dificuldades visuais. “Se encontrado alguma alteração não patológica, o optometrista fará teste para saber qual recurso será necessário para melhorar a visão. Neste caso, se o paciente vai usar óculos, o grau deles ou lente de contato”, justifica. Mas, caso contrário, se a alteração visual for motivada por alguma doença, ele encaminha para o profissional da área da medicina adequada. “Nem todo problema visual é da competência do oftalmologista. Por exemplo, pode acontecer da pessoa está com diabetes, e isso pode afetar a visão. São vários problemas de saúde que podem comprometer a visão de um indivíduo. Dependendo da enfermidade, indicamos para o profissional de saúde adequado”, alerta. Apesar da importância da profissão, hoje, em todo o país, apenas três instituições de nível superior oferecem o curso de bacharelado em optometria: Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. O curso tem a duração de cinco anos. De acordo com Aureocleiton, no Distrito Federal existem aproximadamente 15 profissionais com essa formação. Mas, como antes existia a formação técnica desse profissional, hoje ainda existem no mercado de trabalho muitos técnicos sem formação superior. Para aqueles que se encantaram pela área, além de muita dedicação, para ser um bom optometrista é necessário ter capacidades de observação, organização, metodologia, dinamismo, responsabilidade, raciocínio rápido e o indispensável gosto de bem tratar com as pessoas. Afinal, a principal tarefa de um optometrista é detectar as dificuldades de desempenho funcional e comportamental ligados aos problemas da visão.

Aureocleiton explica que, como este profissional faz uma avaliação prévia da saúde visual de uma pessoa, é de fundamental importância que a sociedade tenha o conhecimento sobre sua atuação. “Infelizmente, só agora isto está sendo mais divulgada”, ressalta. Segundo ele, com esta avaliação primária é possível evitar que muitos casos de doença visual se agravem. “A visão é um dos principais sentidos que temos. Com essa avaliação prévia, feita pelo optometrista, pode-se evitar problemas futuros. Com essa primeira análise fica mais fácil identificar a enfermidade. Encaminharmos o paciente para outros profissionais de saúde ou podemos tratar, caso seja problema visual”, esclarece. Para a categoria, existe a necessidade premente de o Estado dar mais importância à profissão. Uma medida a ser tomada, segundo Aureocleiton, seria inserir pessoas com essa formação na rede pública de saúde. Mesmo porque, a avaliação prévia do optometrista poder ser considerada como uma medida preventiva e nem sempre há investimentos públicos quando o assunto é a prevenção de doenças. Para ele, se houvessem pessoas com essa formação na rede pública de saúde, consequentemente pouparia o trabalho dos oftalmologistas que iriam ficar a cargo das doenças da visão mais sérias. “Caso isto acontecesse, os oftalmologistas teriam mais tempo para cuidar das doenças mais complexas. Esperamos que os governantes percebam a nossa importância na saúde pública do país”, finaliza Aureocleiton que é bacharel em Optometria, pós-graduado em psicopedagogia clínica e ortóptica e terapia visual.

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Tecnologia

Da Redação | Ilustração: Werley Kröhling

Google

Music

U

ma das últimas novidades no mundo da tecnologia foi o lançamento do novo serviço de música do Google, o “Google Music”. Mas antes de qualquer comemoração, é importante saber que o serviço ainda está em fase de ajustes e, por enquanto, apenas disponível para os EUA e sem previsão para chegar ao mercado brasileiro. O Google Music permitirá o armazenamento de músicas e acesso pelo usuário de qualquer lugar com um PC ou algum dispositivo com o sistema operacional móvel Android. Muito parecido com o serviço lançado pela Amazon, o Amazon Cloud Drive, e também ao Grooveshark. O player armazena as músicas na nuvem, mas Google faz o arquivamento automático das músicas mais recentes que o usuário acessar. Dessa forma, as músicas poderão ser ouvidas sem necessidade de conexão. Além disso, as listas de execução podem ser criadas e acessadas de qualquer localidade. Sobre a questão da legalidade na execução e distribuição musical, a

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A novidade que permite armazenar músicas chega para competir com iTunes e com o Amazon Cloud Drive equipe do Android relatou que o serviço lida apenas com “músicas adquiridas legalmente.” O Google pretende trabalhar com os proprietários dos direitos para garantir que todas as músicas do Google Music não violem nenhuma lei. Além disso, a usabilidade transparente e playlists capazes de permanecer sincronizadas entre todos os seus dispositivos são outras facilidades do aplicativo. Por enquanto, o www.music.google. com só pode ser visto por usuários nos Estados Unidos, e o acesso, liberado apenas a convidados. Detalhes sobre o produto estão disponíveis no Google para desenvolvedores. A iniciativa tem como objetivo criar uma nova forma de negócio online para quem gosta de ouvir e armazenar musicas na rede mundial de computadores. A ferramenta deve funcionar como uma espécie de HD remoto, no qual o usuário fará o upload de suas músicas preferidas. As músicas estarão disponíveis para que a pessoa possa ouvir em qualquer lugar, em sistema de streaming. A novidade promete agradar maníacos por música

que não dispensam ouvir o som favorito aonde quer que esteja, como a publicitária Jordana Mesquista, 33 anos. “É um aplicativo que promete facilitar. Com certeza quero testar”, afirma. O serviço já oferecido pela Amazon permite não apenas carregar e acessar sua coleção de músicas de qualquer lugar, mas também carregar outros documentos digitais. A Amazon dá a seus clientes 5 GB iniciais de armazenamento na nuvem – e as compras de MP3 da Amazon são armazenadas gratuitamente e não são descontadas da cota de espaço do usuário. A chegada desses dois serviços deve ter impacto também nos negócios da Apple, pois o iTunes tem sido o líder nesse mercado (66% das vendas de música digital em dezembro de 2010 ocorreram pelo iTunes). Vale lembrar que a empresa de Steve Jobs já está negociando com grandes gravadoras para a criação de um serviço de música online mais robusto, também com armazenamento “na nuvem”, ainda sem previsão de lançamento. É esperar para ver.



Cotidiano

Por: Verônica Soares | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Dificuldade de ir e vir

População sofre com sucateamento dos ônibus

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á seis anos o estudante Altemar Gonçalves, que mora em Planaltina de Goiás, cidade que fica a 63 km do Plano Piloto, usa o sistema de transporte semi-urbano do Entorno do Distrito Federal. Além de estudar, ele também trabalha na capital federal. Só o trajeto casa/ trabalho lhe custa R$ 4,25. Com isso, todos os dias, o ato de ir e vir para casa não sai por menos de R$ 8,50. Apesar de pagar uma das passagens mais caras do Brasil, o alto valor não lhe garante conforto. Conforme Altemar, quase todos os dias os ônibus estão lotados. “É raro o dia em que não tem ônibus quebrados. São sempre sujos e a passagem também é muito cara”, reclama. Mas o caso de Altemar não é isolado. Dados da Associação dos Usuários do Transporte Coletivo de Brasília e do Entorno (Autranc), aproximadamente 500 mil pessoas utilizam o transporte público nas cidades que ficam a menos de 75 quilômetros do Distrito Federal (DF). As reclamações são muitas e os usuários

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alegam que não sabem a quem reclamar. Na maioria das vezes, as queixas são direcionadas às próprias empresas, que não tomam nenhuma providência. Se em Brasília, há mais de três anos não há aumento na tarifa, nessas cidades o reajuste é anual. Hoje, o preço das passagens Entorno-Brasília variam entre R$ 3,05 e R$ 4,25. De acordo com a presidente da Autranc, Lidiane Mendes, as más condições dos ônibus que fazem a linha do Entorno é uma preocupação para todos. Quem precisa pegar ônibus todos os dias sofre com os constantes atrasos, ônibus lotados, quebrados e a não existência de pontos ao longo do trajeto. A maioria das empresas que circulam nessas cidades tem mais de 20 anos de concessão e as frotas não são renovadas há anos. “Esperamos atitudes simples. Corredores exclusivos e pontos de ônibus. Mais fiscalização e carros novos”, reclama Lidiane. Segundo ela, todos os dias são inúmeras as reclamações quanto ao serviço prestado pelas atuais empresas, mas a Agência

de Transporte Terrestre (ANTT), órgão federal responsável pela fiscalização, não toma nenhuma providência. Além da falta de estrutura nas condições dos ônibus, há problemas também na gestão do transporte público. “Os problemas vão da falta de fiscalização da ANTT, até mesmo a corrupção em algumas prefeituras das cidades”, dispara ela, que também é usuária do transporte público do Entorno. Mas as reclamações não param por aí. “Outro dia, chegou até nós a denúncia de que um prefeito de uma cidade do Entorno estaria recebendo dinheiro de empresas de transporte para financiar a sua campanha eleitoral. Em troca disso, a secretaria de Transporte dessa cidade faz vista grossa e não exige da empresa melhorias no sistema e na qualidade do transporte”, denuncia. Lidiane relata, ainda, que foram realizadas várias reuniões e audiências com representantes da ANTT. Nelas, muitas promessas de melhorias, de abertura de licitações para novas empresas foram cogitadas, mas nada de concreto. “O que


se percebe é que a ANTT não tem se preocupado em resolver o problema da população que sofre todos os dias. Queríamos uma resposta e ações rápidas e eficazes. O povo não agüenta mais”, desabafa. A auxiliar administrativo Bianca Aparecida dos Santos Gonçalves, 23 anos, conhece bem como são os problemas citados. Ela mora em Valparaiso de Goiás e faz o trajeto entre a cidade goiana e o Plano Piloto, cerca de 35 Km, diariamente para ir ao trabalho. Devido à superlotação dos coletivos, Bianca se vê obrigada a fazer todo o percurso em pé. “Fazer o quê, né? Eu tenho que trabalhar e tenho horário certo para chegar”, conta. Para estar no trabalho às 9h, a auxiliar administrativo tem que sair de casa às 5h40. Assim como ela, muita gente que mora no Entorno tem que madrugar para poder chegar ao trabalho em tempo hábil. “Acho uma falta de respeito com o trabalhador. Acordar de madrugada,

pagar uma passagem cara e ainda ter que vir nessas condições dentro de um ônibus velho e sujo é demais”, protesta. Bianca diz que é fácil perceber que a frota de ônibus está sucateada. Janelas quebradas ou enguiçadas. Bancos soltos e enferrujados. Portas emperradas. Pneus carecas. São alguns dos exemplos. Em Águas Lindas de Goiás, Santo Antônio do Descoberto, Cidade Ocidental as reclamações não são diferentes. Só mudam os nomes dos passageiros. Uma comissão, envolvendo representantes do governos do DF, Goiás e federal, foi criada recentemente para discutir os caminhos para uma melhor gestão do sistema de transporte público na região metropolitana de Brasília. A ideia é fazer gestão compartilhada, com a possibilidade de integração com o sistema de transporte público coletivo da capital federal. Vários estudos estão em andamento, no intuito de conhecer o retrato fiel do serviço prestado e, dessa forma, traçar o melhor caminho para

Lidiane Mendes, presidente da Autranc

melhorar o sistema viário. Mas, independente do resultado, a ideia é transferir a gerência da ANTT para a comissão dos três governos. O órgão federal não quis se pronunciar sobre o assunto.

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Planos e Negócios

alex dias

Mr. Cat Com uma encomenda anotada e muita força de vontade, o empresário Ari Svartsnaider desenvolveu, há 30 anos, seu primeiro par de sapatos – um original Mr. Cat. O então estudante de arquitetura descobriu um novo talento e, junto com o sócio Alberto Zyngier, deu início à bem sucedida história da marca. Hoje, com franquias em todo o Brasil, a Mr. Cat segue como uma referência em calçados femininos e masculinos, e linhas de acessórios como bolsas, carteiras, nécessaires e porta cartões. A cada nova estação, a Mr. Cat renova-se para oferecer aos clientes calçados que sigam as tendências mais atuais da moda, tanto no designer quanto na cartela de cores e nos materiais utilizados.

Serviço Pátio Brasil Loja T18 – 1º piso – Asa Sul (61) 3041.8888

Shopping Terraço Lojas 225/226 - Octogonal (61) 3234.7636 www.mrcat.com.br

Parkshopping Loja 248 L - Guará (61) 3361.8156

Vital Recor – Saúde e Reabilitação Focada na saúde de idosos e pessoas que caminham para a melhor idade, a Vital Recor – Saúde e Reabilitação é um centro completo. Entre os tratamentos oferecidos pelo Vital Recor estão o RPG – Reeducação Postural Global, exercícios específicos para mulheres que encontram-se no período da menopausa, tratamento para a Síncope do Vasovagal, para pessoas com diabetes e hipertensão, acupuntura e fisioterapia. Profissional de Educação Física. Cristina Calegaro está à frente do Vital Recor e é especialista em Reabilitação Cardíaca e Condicionamento para grupos especiais, sempre em busca de atualizações na área. A Vital Recor tem parceria com a Academia Fit 21.

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DF JÁ TEM PET-CT EM AMBIENTE HOSPITALAR A partir de um acordo operacional firmado entre o Hospital Santa Lúcia, o Grupo Núcleos de Medicina Nuclear e o Grupo Infinita, na está em funcionamento na capital federal, o primeiro serviço de PET-CT em ambiente hospitalar. A sigla dá nome a um dos mais eficientes métodos de diagnóstico por imagem, que ao combinar as informações metabólicas e funcionais da tomografia por emissão de pósitrons (PET) com as imagens anatômicas geradas pela tomografia computadorizada (CT), é capaz de identificar com acurácia mínimas alterações no paciente. O exame permite a elaboração de um retrato fiel em três dimensões de todo o organismo. De uma forma não-invasiva e totalmente segura, o procedimento oferece um diagnóstico precoce e com alta precisão. O Dr. Ênio Gomes, diretor administrativo do Grupo Núcleos, relata que a parceria com o Hospital Santa Lúcia foi fundamentada em uma demanda crescente pelo exame, além da vocação oncológica do hospital. De acordo com os parceiros, foram investidos R$ 3,5 milhões.

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Mayanna Maia Dermatologia A clínica Mayanna Maia Dermatologia é a nova aliada da pele dos brasilienses. Atende pacientes de todas as idades, com diversos tratamentos para a pele, tais como a dermatite seborréica, psoríade, queda de cabelo, entre outros. A clínica utiliza tecnologias como o laser de CO² para diminuir manchas e demais sinais. Faz uso da toxina botulínica – botox –, um hit para amenizar as marcas de expressão e, ainda, peelings para a renovação da pele. Altamente profissional, a médica Mayanna Maia preza pela objetividade e clareza nas suas explicações para os pacientes, cuidado que se reflete nos tratamentos e satisfação dos resultados.

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Lord lança Miss Dior Chérie Sempre à frente com as novidades, a Lord Perfumaria lança no período de 16 a 22 de maio, no ParkShopping, a fragrância Miss Dior Chérie, uma versão da lendária Miss Dior, criada em 1947, por Christian Dior. Dessa vez, a inspiração veio de novos toques de fantasia, inerentes aos símbolos da história da Maison Dior, uma promessa de elegância eterna, que permanece viva no novo Chérie. A fragrância é caracterizada por um charme instantâneo e cativante, seguido por uma sensação ainda mais inesperada. Uma sofisticada essência que expressa o encanto multifacetado da jovem mulher.

Barganhando.com Em Brasília, os sites de compra coletiva já viraram febre. São mais de 30 instalados na capital com o foco em parcerias da cidade. Em 24 de janeiro, entrou no ar o barganhando.com. Com pouco mais de três meses em atividade, o site recebeu mais de 63 mil acessos, cerca de 2 mil por dia. O investimento inicial foi de R$ 150 mil e sete empregos diretos foram gerados no DF. Para Rafael Vaz e Vinícius Magalhães, sócios do barganhando.com, o diferencial de comprar em um site da cidade é que ele oferece os melhores produtos. “Não fazemos nenhuma parceria sem antes visitar o local ou testar o produto, coisa que os sites de fora geralmente não conseguem”, resumem eles. No barganhando.com os serviços mais procurados são os gastronômicos e estéticos. Desde o lançament, ofertas de estabelecimentos renomados tais como o restaurante Fatto, no Lago Sul, e o Golden Spa já foram publicadas. No caso do último, a economia gerada chegou a ultrapassar os R$ 10 mil. O desconto é gerado porque um grupo de pessoas está comprando ao mesmo tempo o mesmo produto. É como se o portal adquirisse o serviço no atacado e o repassasse aos internautas no varejo, porém mantendo o preço inicial. “Isso alimenta vendas que não estão disponíveis em outro lugar, só na internet, e pode ser uma ótima alternativa de alívio no bolso no fim do mês”, diz o economista Carlos Borges.

Serviço barganhando.com

O frasco original do perfume Miss Dior apresentou um dramático estilo com sua forma adaptada e a assinatura “pied de poule”, impressa na embalagem. O famoso laço Couture, indicativo de elegância refinada, foi recriado em versões irresistíveis para cada uma das fragrâncias Miss Dior Chérie: fosco para o Eau, transparente para o Eau de Toilette e metálico para o Eau de Parfum.

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Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

Beetle para uma nova era Ousado, dinâmico e masculino

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chegada da nova geração do Beetle foi celebrada simultaneamente em três continentes, por fãs do modelo-ícone da Volkswagen. Em Nova York e Berlim, quando do seu lançamento, o novo Beetle compartilhou o palco com o grupo “The Black Eyed Peas” e a dupla de DJs belga “2manydjs”. Na China, o carro foi o centro das atenções no Salão de Xangai, também num concerto promovido pela rede de televisão MTV. Beetle nos Estados Unidos. Fusca no Brasil. Käffer na Alemanha. Maggiolino na Itália e Jia Ke Chong na China. Nenhum outro carro na história recebeu tantos apelidos carinhosos como este, que originou a marca e o grupo automotivo que hoje é um dos maiores do mundo. Nenhum outro carro nasceu com um design tão original e marcante, capaz de, à primeira vista, diferenciá-lo de qualquer modelo existente no mundo. Comparado ao modelo anterior, o novo Beetle chama a atenção pelas proporções dinâmicas combinadas às suas típicas características de estilo. “No passado, o Beetle tornou acessível a todos a tecnologia do automóvel e o prazer de dirigir, disseminando uma nova alegria de viver. Agora, em 2011, estamos transferindo esta idéia para o novo Beetle. Este carro vai tocar

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corações e mentes dos motoristas, com motores limpos, estilo esportivo e modernas tecnologias de comunicação” declarou Ulrich Hackenberg, membro do Conselho e Chefe de Desenvolvimento da Marca Volkswagen na conferência da imprensa realizada em Xangai.

Design: um novo original Criar um novo carro sem prejuízo da personalidade do Beetle foi um desafio para a equipe chefiada pelos designers Walter de Silva e Klaus Bischoff, responsáveis pelo design do Grupo e da Marca Volkswagen. Para ambos, ter como base um design tão reconhecido e independente exigiu uma compreensão tanto do espírito do produto como da marca. O objetivo foi claro: criar um novo original. A equipe começou o projeto visando criar um carro que remetesse mais ao Beetle original que ao New Beetle de 1998. Proporções dinâmicas foram colocadas como uma das prioridades. Um fato interessante é que muitos dos jovens designers envolvidos no projeto conhecem intimamente o antigo Fusca: o carro original, refrigerado a ar, também é cultuado pela nova geração de profissionais da indústria automotiva. Foi assim que o projeto chegou a uma definição – um carro para os dias de


hoje e, ao mesmo tempo, um tributo ao modelo que originou todo um grupo automobilístico. “O Beetle agora se caracteriza por uma esportividade clara e dominante. Ele tem um perfil mais baixo e é também substancialmente mais largo, o capô é mais longo, o parabrisa é posicionado mais para trás e bem mais inclinado.

Tudo isso cria uma nova dinâmica”, explica Klaus Bischoff. O novo Beetle é mais ousado, dinâmico e masculino. Os números confirmam: o carro é 84 mm mais largo, 12 mm mais baixo e 152 mm mais longo. Há um novo jogo nas dimensões. O aumento no comprimento permitiu que o teto fosse estendido, o parabrisa mais inclinado e que a parte traseira fosse mais fiel ao Beetle original. Paralelamente, a equipe aumentou as bitolas e a distância entre os eixos, dando ao carro uma aparência de mais força e tensão muscular. Visivelmente moderno, o novo Beetle preserva todas as características do modelo original, incluindo os faróis arredondados, os paralamas salientes, o perfil dos capôs, laterais e soleiras das portas e, mais do que nunca, as rodas avantajadas (até 19 polegadas). O interior do carro foi criado para proporcionar ao condutor uma experiência mais dinâmica, ligada à agilidade esperada de um cupê. O design é claramente orientado para o motorista, com fácil acesso a todos os comandos. Mais uma vez, a Volkswagen introduz materiais de qualidade superior aos limites da categoria. Novas opções de equipamentos de som, navegação e comunicação, evidentemente, não poderiam faltar – entre elas há um sistema criado pela Fender, lendária fabricante de guitarras e outros instrumentos musicais, com potência de 400 watts. O resultado é um carro com estilo, ergono-

mia, comportamento e qualidade, capaz de agradar o usuário e com uma personalidade altamente individualizada. O novo carro será oferecido internacionalmente em três versões de equipamento, “Beetle”, “Design” e “Sport”, cada uma com sua personalidade intrínseca. Simultaneamente, para cada mercado, em todo o mundo, poderá ter detalhes especificamente desenvolvidos.

Motores: adequação aos diversos mercados Para atender às exigências do mercado global, o novo Beetle será oferecido com uma ampla gama de motores, a diesel e gasolina. O mercado norte-americano, por exemplo, contará com um diesel de 140 cv, novidade naquele país, e versões a gasolina com 170 cv e 200 cv. Há duas opções de câmbio, manual e automático com dupla embreagem, ambas com seis marchas. As opções para outros países vão de 105 cv a 200 cv, todas com câmbio manual ou automático DSG, com dupla embreagem. Com o motor mais potente, o Beetle atinge 225 km/h. Para aumentar a segurança em alta velocidade, a versão européia com motor de 160 cv e a global com 200cv contam com bloqueio eletrônico do diferencial XDS. O sistema melhora a dirigibilidade nas curvas mais rápidas, tornando o comportamento do carro mais neutro usando os freios para evitar que a roda interna da curva deslize. Serviço Brasal SIA Tr. 1, lt. 555 (61) 3962.6655 Bravesa SIA Tr. 3 s/n (61) 2107.1700 Saga Veículos SGCV s/n lt 12 (61) 3403.9393 Disbrave SEPN 503, S/N Cj. A sl - Brasília - DF (61) 3329.9999

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Vida Moderna Moderna

Por: Virgínia Michel Aleixo Ciarlini| | Ilustração: Fotos: Jhenniffer EwardCorrêa Bonasser Jr.

Quando o sapato aperta

Facilidade de crédito endivida brasilienses

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um país de impostos como IPVA, IPTU, INSS e despesas com material escolar, cartão de crédito e cheque especial, por exemplo, o que não faltam são brasileiros endividados. Os motivos são vários e a maioria das pessoas tem pelo menos um. Fato é que muitos brasileiros não vem pagando suas contas nos últimos meses. Dados da empresa de consultoria Serasa Experian apontam que a inadimplência do consumidor cresceu 1,5% no mês de abril, em relação a março. É o segundo aumento consecutivo deste ano. Entre março e fevereiro, houve um crescimento de 3,5%. Já na comparação de abril com o mesmo mês do ano passado, a inadimplência aumentou 17,3%. No caso de Brasília, a última pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas (CDL) aponta que 17% das pessoas entre 18 e 29 anos no Distrito Federal não conseguem pagar as contas no fim do mês. Os números levantados são referentes a fevereiro de 2011. Para os economistas, a explicação é simples. As facilidades de crédito estão empolgando demais os consumidores. “Em Brasília, a situação se agrava por dois fatores: a alta renda per capita dos brasilienses e a maior estabilidade dos empregos tanto públicos quanto privados”, diz o consultor financeiro Mauro Castro. Segundo ele, isto está fazendo com que as pessoas gastem além de seu orçamento. Como agravante, ainda está a alta no índice da inflação, já superior a 5% nos primeiros meses do ano. Com isso, o brasileiro não está conseguindo mais encaixar as dívidas no orçamento doméstico.

PRESTAÇÕES E MAIS PRESTAÇÕES Sumaya Sandes, 26 anos, sabe muito bem a dor de cabeça que é causada por “gastança” desenfreada. A

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agente administrativa nunca foi de recusar promoções de sapatos, bolsas e roupas. “Não comprava só um porque pensava comigo mesma: Esse sapato está pela metade do preço. Vale a pena levar dois”. Porém, mesmo gostando de comprar, Sumaya conta que seu pecado maior foi emprestar cheques e cartões para amigos que não honraram os compromissos. “Minhas amigas não me pagaram e virou uma bola de neve. Descontrolou minha conta corrente. Perdi meu cheque especial e estourei meu cartão de crédito”, lamenta. Para o economista Mauro Castro esse é um comportamento comum. Ele explica que a nova tática do comércio e facilitar ao máximo as opções de compra. “A maioria das lojas de eletroeletrônicos, por exemplo, substituiu os boletos bancários por um cartão de crédito para parcelar as compras sem juros. Mas se a pessoa atrasar as prestações, a taxa é de pelo menos 16% ao mês”, alerta. Outra situação que vem contribuindo para o aumento da inadimplência são as facilidades para a aquisição de bens mais caros como imóveis e veículos. Programas como o “Minha Casa Minha Vida” da Caixa Econômica


Mas e como fazer quando já se está devendo demais? A dica do economista Mauro Castro é optar pelos empréstimos com menores taxas de juros. Conforme ele tem gente que faz um novo cartão de crédito para quitar o antigo. O raciocínio é de que o crédito consignado, o empréstimo que vem descontado na folha de pagamento é a melhor opção, pois a taxa de juro fica entre 1,5% a 2% ao mês, enquanto o cheque especial não é menor que 6%. “Nos bancos, as taxas de juros são maiores para quem tem baixa renda, pois as instituições têm receio de que a pessoa não vai conseguir pagar. É preciso estar atento às armadilhas”, alerta o consultor. Federal que possibilitam a compra da casa própria com parcelamentos de até 30 anos, está causando forte impacto no orçamento das famílias. “As pessoas acabam agregando mais e mais prestações pequenas do dia a dia a essas de longo prazo. Com o tempo, não dão mais conta de pagar”, adverte Mauro.

COMO SE CONTROLAR “Em 10 minutos você faz uma planilha simples no computador”, explica a dona de casa Maria de Fátima Santos. Em sua residência, cada centavo do salário do marido, o técnico de informática Bruno Santos, é rigorosamente gerenciado. “Não existe mistério. Apenas não gaste mais de 50% do seu orçamento com prestações”, alerta.

Serviço de Proteção ao Bom Pagador O Senado Federal aprovou na quarta-feira, 18 de maio, medida provisória que cria o chamado “cadastro positivo”, um banco de dados que vai reunir informações de consumidores que estão em dia com suas contas. A ideia da proposta é que lojas, bancos e instituições de crédito ao invés de recorrer ao SPC para conhecer “maus pagadores”, consultem o cadastro dos bons consumidores. A medida visa reduzir o “spread bancário”, ou seja, a diferença entre o valor pago pelos bancos ao pegar recursos emprestados de correntistas (em investimentos como o CDB) e os juros cobrados pelas instituições para emprestar dinheiro.

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Esporte

Por: Virgínia Ciarlini | Fotos: Fábio Pinheiro

Kart

A porta de entrada do automobilismo

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segunda paixão do brasileiro é o automobilismo. Esporte que está muito ligado à identidade da capital. E, para aqueles que demonstram interesse em se tornar um piloto profissional, o kart é a porta de entrada. No entanto, há um sem números de cidadãos brasilienses, de todas as idades, que fazem do kartismo, um lazer sério. Esse é o caso de dois grupos da cidade que fizeram das pistas um local de encontro com os amigos e de interação entre as famílias. Originalmente criado nos Estados Unidos nos anos 50, o kart tomou força no Brasil a partir da década de 60. Pilotos como Ayrton

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Senna, Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet passaram pela categoria antes de se tornarem profissionais do automobilismo. Nos dias de hoje, a corrida destaque do kart no Brasil é a “500 milhas de kart Granja Viana”. Nessa prova anual, amadores e profissionais podem participar. São 12 horas de disputa entre equipes em que o grande desafio é ir para a pista com grandes nomes do automobilismo mundial. E como não poderia ser diferente, esse campeonato da Granja Viana também surgiu da brincadeira de amigos e sem maiores pretensões. Logo, se

transformou em uma competição séria com mais de 70 equipes. Na capital, a dimensão não é tão grande, mas a intensidade das disputas não fica atrás. Um dos grupos de Brasília, que já realiza campeonatos desde 1999, é exemplo de audácia e ousadia nas pistas. Formado por amigos que se conhecem há 30 anos, o “Campeonato Mundial de Kart da Galera”, mais conhecido como CMKG, já está no 15° campeonato. “Começamos a andar por brincadeira e a disputar quem tocava mais”, conta Ricardo Brasiliense, de codinome “Flecha”. Segundo


Corrida disputada no CMKG

O grupo de corredores do Peladeiro Kart

ele, foi assim que viram a necessidade de partir para um campeonato. No primeiro ano, o campeonato era semestral e a partir do segundo passou a ser anual, com regulamento, uniforme, logomarca e tudo mais que cabia, com inspiração nos grandes campeonatos mundiais de automobilismo. Álvaro Augusto, o “Bala”, ressalta que essa foi uma maneira de unir família e amigos. “Com o passar dos anos, os amigos casaram. Tiveram filhos e hoje as famílias interagem e as crianças que estão crescendo já demonstram afinidade com o esporte. Sejam meninos ou meninas”, enfatiza. E a peculiaridade desse grupo composto por 34 pilotos é uma presença feminina nas pistas. Giselle Gertrudes, a “XL”, esposa do Paulo André, o “Negão”, conquistou lugar de destaque e anda na frente de muitos, o que a faz escutar “o que essa mulher está fazendo aqui? Quem a convidou?”, a cada corrida e a cada ponto ganho. Campeã antecipada do 13° CMKG, ela não deixa por menos. “Na pista esse sentimento machista se dilui. Não cabe drama nesse cenário e a minha postura é racional e condizente com o esporte”, destaca. O fato é que esse grupo unido, sempre, compete pelo desafio saudável. “É amador, porém como o

tônus é a velocidade, a disputa acirrada é inerente”, conclui Giselle. E as conquistas não param por aqui. Ela já participou do campeonato na Granja Viana e já conquistou um louvável terceiro lugar. Peladeiro Kart é um outro grupo formado apenas por homens, 16 no total, e com a mesma ideia de agregar amigos e família. De longos encontros semanais no futebol surgiu a vontade de ir além. No quarto ano de competições, esses kartistas amadores realizam corridas mensais. A descontração está presente até nos nomes das equipes que fazem referência ao desenho animado, “Corrida Maluca”. Para Eliton Junior, campeão 2010, “velocidade e competitividade são imprescindíveis, mas aliamos isso a uma rivalidade sadia e segurança em primeiro lugar”. Esses amigos, casados e com filhos também fazem do hobby uma forma de unir as famílias. João Batista destaca que há uma comissão encarregada de realizar festas comemorativas com direito a show da banda “Banduca” formada por um também parceiro das pistas.

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Personagem

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Victor Hugo Bonfim e Gustavo Lima

Honorável de

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Joseph Mo Shong Woo e suas aulas grátis de tai chi chuan

de Being Tao diariamente, assim como ele faz. “Eu ensino como fazer. A pessoa tem que repetir em casa”, esclarece. E as atividades vão além de exercícios. É necessário uma boa alimentação e o le se levanta às 5h da manhã. Às cultivo de valores, conceitos e ideais, 6h, já esta na praça da 104/5 norte, como solidariedade, fraternidade, paz e a onde ministra suas aulas de Being preservação do meio ambiente. “O que Tao, expressão que vem do termo chinês eu ensino não é só o movimento, mas Ming Tao, que significa “Caminho de ensino a viver”, ressalta. Um olhar atento Vida”. Pela manhã, as aulas vão das 6h às à natureza também é outra coisa que o 7h e, à noite, das 21h às 22h, que às vezes velho chinês faz questão de transmitir às são ministradas por seu monitores. Nesse pessoas. Segundo ele, todos devem apromeio tempo, Joseph Mo Shong Woo veitar a gratuidade da mesma e tentar atende pacientes que vêm em busca de entrar em harmonia com ela. “Aceitar a sua medicina alternativa, tão propagada energia da mãe natureza é bom para a no oriente, e que ele ajudou a disseminar saúde”, assegura. aqui no Brasil. Essa é a rotina de um Foi com o ideal de construir uma sociedos mais ilustres cidadãos de Brasília, o dade que tenha uma maior interação com chinês Joseph Mo Shong Woo. a natureza, os homens e consigo mesmo, No alto de seus 80 anos, o simpático Woo e o amigo, Padre João Manoel Lima, senhor Woo mostra um espírito e uma fundaram a Associação Cultural Brasil – disposição de jovem, que segundo China que foi difundida em Santa Catariele, é graças aos exercícios que pratica na, Itália e Japão. Dessa associação surgiu e a medicina oriental. “Sou muito o “International Institute of Being Tao”. saudável, quase não tomo remédios”, O objetivo da instituição é propagar o conta. Joseph é medico, especializado amor e incentivar as pessoas a trabalhaem práticas alternativas. Ele vem de rem para o bem-estar dos homens e para uma família de médicos, profissão que a conservação da natureza. considera um verdadeiro sacerdócio, As aulas de Being Tao são demopassada de pai para filho. Talvez por cráticas. Qualquer pessoa pode partiisso, ele tornou sua missão de vida, cipar, independente de sexo e idade. ajudar as pessoas a terem saúde e a Até mesmo pessoas doentes podem envelhecer bem, assim como ele. participar, mas Woo faz uma ressalva. Há muitos anos, Woo decidiu “As pessoas tem que respeitar a idade, transmitir aos outros seus conhecimenestado de saúde e costume. Para cada tos das praticas orientais. Há quase pessoa é diferente o exercício”, ressalta. quatro décadas, ele ensina práticas Mas engana-se quem pensa que tudo orientais de graça para a comunidade na vida do mestre Woo são as atividades brasiliense. As aulas são uma mistura das artes marciais. Na sua lotada agenda de meditação, oração, auto massagem, sobra tempo para reuniões festivas como ginástica, chi kong e tai chi chuan um café comunitário em plena praça em entre outras práticas alternativas. O um sábado qualquer do mês, já que os objetivo é harmonizar o primeiros domingos de Aula de Being Tao de 6h à 7h da manhã na entre quadras 104/5 Norte corpo e a mente. cada mês estão reservados Embora sendo chinês, para palestras educativas e Shong Woo de coração é preventivas sobre medicina verde e amarelo. Há mais e bem estar. Um convite de 50 anos no Brasil, ele aberto que Joseph faz a se naturalizou, constituiu toda a população do DF. família e criou os filhos. “Convido a todos para “Vim para o Brasil porque, participarem. É um prazer independente da religião e recebe-los”, finaliza.

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nacionalidade, todos são bem recebidos”, diz. No começo, Woo morou em São Paulo e Minas Gerais. Nos anos 70, fez a sua última parada, aqui na capital federal, onde nunca deixou de dar suas aulas a quem quisesse aprender a arte milenar da luta chinesa. E Woo não atua somente na praça da 104/5 Norte. A arte do jogo perfeito de pernas, braços e concentração máxima já foi mostrada por ele em vários pontos de Brasília. Joseph considera que é importantíssimo espalhar seu conhecimento e contribuir na formação de cidadãos melhores e mais saudáveis. “Não é só essa praça, mas é Brasília, o Brasil e o mundo”, assegura o chinês. O local onde Woo dá aula foi nomeado de Praça da Harmonia Universal e, em 2007, se tornou Patrimônio Cultural do Distrito Federal. Além de professor de Tai Chi Chuan, Woo foi o primeiro professor de japonês e chinês do Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). Com um currículo extenso, além de medico e professor de artes marciais, Joseph é também arquiteto, monge e poeta. Com tamanha bagagem e várias palestras sobre as aulas de Being Tao na Universidade de Brasília(UNB) e em outras capitais brasileiras, Woo conquistou os títulos de cidadão de honra de Brasília, conselheiro da Corporação Editorial de Medicina e Acupuntura Chinesa e presidente honorário da Associação Geral da União de Médicos Herbalistas Chineses. Para compensar sua dedicação, ao longo dos anos, Woo já viu muitas pessoas se curarem ou melhorarem significativamente de doenças do corpo e da mente. Graças aos seus ensinamentos. Mas ele alerta, a pessoa precisa ser persistente e disciplinada para se dedicar às atividades

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Saúde

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Fabio Pinheiro

HPV

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“O diagnóstico é clínico, feito pelo exame físico”, diz Croitor

Eles são mais vulneráveis à doença

doença HPV (Papilomavírus Humano) sempre foi considerada tipicamente feminina. Mas se engana quem continua pensando assim. É certo que as mulheres são mais vulneráveis ao vírus. Porém, segundo pesquisa, a doença está mais presente neles do que nelas. A pesquisa, publicada pelo periódico inglês Lancet apontou que a incidência do HPV é de 50% em homens saudáveis. Já nas mulheres, o índice global está entre 15% e 20%. Os resultados iniciaram uma discussão científica em torno da indicação da vacina anti HPV para o público masculino. Atualmente, a vacinação é feita em mulheres saudáveis entre nove e 26 anos Para o medico urologista Fernando Croitor, a questão é simples. Ele não acredita que há necessidade de os homens se vacinarem. “Vacinando as mulheres, os homens ficam imunes também”, garante. Para ele, é importante que todas as mulheres se vacinem, pois o risco maior é para elas. O HPV pode causar câncer na região genital da mulher e do homem. Todavia, existem muitos fatores que contribuem para que a mulher desenvolva câncer de colo de útero. Em contra partida, segundo o urologista, é raro a incidência de câncer peniano. Apesar disso, tanto o homem quanto a mulher estão sujeitos aos sintomas mais “leves” da doença, que são feridas e verrugas manifestadas nas partes do corpo onde as células epiteliais se concentram, pois são nelas que o vírus vive. A doença pode se apresentar na cavidade oral, garganta, área genital e na região anal. Cerca de 40 dos mais de 100 subtipos são sexualmente transmissíveis e,

desses, alguns são de alto risco para o câncer de colo de útero. O HPV pode causar, ainda, tumores na orofaringe e ânus. Segundo o especialista, a doença passa desapercebida na maioria dos casos e costuma ser combatida pelo próprio sistema imunitário. O diagnóstico é clínico, feito pelo exame físico. Diante de suspeita, nos homens é realizada a peniscopia, procedimento no qual se aplica substância reagente para confirmação da presença do vírus. O HPV não tem cura por meio de medicamentos. As lesões são cauterizadas. Conforme Croitor, a doença pode ocorrer de tempos em tempos, quando o sistema imunológico está mais baixo. “Em alguns casos, a pessoa adquire o HPV em algum momento da vida, e só depois de anos que a doença vai se manifestar”, informa. Conforme Croitor, a razão do numero tão elevado do HPV nos homens é a promiscuidade, que está mais presente no gênero. Segundo o especialista, eles têm tendência a ter mais parceiros sexuais e nem sempre usam preservativo, o que aumenta e muito o risco do contagio do vírus. O medico lembra que o uso do preservativo não previne totalmente contra o HPV, pois a camisinha não cobre toda região pubiana. Para Fernando, o melhor mesmo é que as pessoas tenham um comportamento mais seletivo na hora de escolher seus parceiros sexuais. Serviço Miletto Urologia Ed. Carlton Center SEPN 516 bloco E sala, 154 (61) 3447-4666

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Moda Da redação | Fotos: Estúdio Dephot

Os Acessórios certos Modelo: Carol Guimarães/Win Models

para cada momento T

oda mulher sabe que os acessórios são fundamentais para a composição de um look. Na verdade, são os “multiplicadores de guarda-roupa”, pois redefinem e dão vida nova a qualquer produção. Por isso, é importante ter cuidado na hora de se expressar. “No trabalho é melhor optar por peças discretas, sem muito brilho, cor e que não façam barulho”, orienta a consultora de moda Márcia Rocha, coordenadora de estilo dos Estilistas do Capital Fashion Week. Para ela, é fundamental que a pessoa imprima sua marca no que vai usar, mas observando algumas dicas básicas que podem deixar a produção ainda melhor. “A mulher moderna está sempre ocupada e sem tempo para trocar de roupa várias vezes ao dia. Por isso, apostar nos acessórios pode ser uma ótima saída para variar o look sem ter que passar em casa”, disse Márcia. “Tenha sempre na bolsa algumas peças multifuncionais. Um colar colorido, um arranjo para o cabelo e um brinco poderoso. Se o convite depois do trabalho for um jantar, usar o cabelo preso com um brinco estiloso é correto e elegante. Se o fim da noite pede uma balada, aposte em produções coloridas, mas cuidado para não escolher peças pesadas e que podem atrapalhar sua performance na pista de dança. Finalize o look com um lápis preto nos olhos e um batom. O vermelho é indicado para noite e nunca sai de moda”, afirma Márcia. “Na hora de decidir o que usar, lembre-se que ser chique é ser você mesma”, conclui a consultora.

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Vestido Dress To e acessórios Empório Bijux


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Comportamento

Por: Tássia Navarro | Foto: Victor Hugo Bonfim | Ilustração: Werley Kröhling

Mulheres X anabolizantes Para ter corpos esculturais mulheres recorrem a anabolizantes

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procura por um ideal de beleza sempre fez parte da rotina de uma infinidade de mulheres. Entretanto, algumas delas têm, atualmente, colocado sua saúde em risco, à procura do que consideram o corpo perfeito. Além de se tornarem frequentadoras assíduas das academias, começam a buscar algo além das horas de levantamento de peso e muita malhação. Muitas, estão se arriscando na utilização de substâncias ilícitas a fim de garan-

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tir maior força física, aumento da massa muscular e o tão desejado corpo escultural. Não são apenas atletas profissionais que recorrem ao consumo de esteróides anabolizantes. O uso, que era comum entre homens, hoje se mostra crescente entre as mulheres. De acordo com o personal trainer da academia Julio Adnet, Gustavo Barbosa, 37 anos, há 17 na área, o aumento do uso de anabolizantes por mulheres se deve ao fato do

rápido ganho de resultados aparentes. “A maioria do público das academias é feminino. A utilização desses produtos traz um ganho de performance muito rápido, tanto estético quanto da parte atlética. O organismo da mulher reage mais rápido que o dos homens. Como elas têm uma vaidade muito grande, acabaram descobrindo que podem ter músculos mais aparentes e um ganho de massa mais acelerado com o uso desses produtos“, afirma.


Um exemplo disso é o de uma estudante de 22 anos que preferiu não se identificar. Ela começou a utilizar anabolizantes aos 18 anos com a intenção de melhorar cada vez mais seu corpo. “Eu sempre tive na cabeça essa ideia de ter o corpo perfeito. Sempre fiz dietas, malho, mas sou um pouco ansiosa e gosto que as coisas aconteçam rápido. Como já conhecia algumas pessoas que usavam anabolizantes, só me encorajei e comecei a tomar”, relata. Os riscos das chamadas “bombas” consistem em seus efeitos colaterais. A substância, que é composta por hormônios sexuais masculinos, além de poder causar males como dor de cabeça, insônia, calvície e hipertensão, atua de maneiras distintas em organismos de sexos diferentes. No homem, é capaz de desenvolver os mamilos, causar hipertrofia da próstata e impotência. Na mulher, pode promover a virilização do corpo, o que inclui crescimento de pêlo no rosto, engrossamento da voz e até ausência de menstruação. A limitação do crescimento é um aspecto a mais que afeta exclusivamente os adolescentes e evidencia a possibilidade dos efeitos serem irreversíveis. “Os malefícios causados são muito maiores do que o que a pessoa obtém esteticamente”, complementa Gustavo. Com relação aos riscos à saúde, a estudante afirma estar informada. “Participo de um fórum na internet onde se discute esses tipos de riscos. Mas se você for parar para pensar, muitas outras Gustavo diz que os malefícios dos coisas causam anabolizantes são maiores que os risco à saúde”, resultados estéticos defende. No que diz respeito aos efeitos colaterais, segundo ela, seu humor muda muito e tem hora que se irrita facilmente, sem saber o motivo. “Não tenho medo de que aconteça alguma coisa séria. Até porque não uso sempre. Só em temporadas importantes, como carnaval e verão”, revela.

Existem casos em que os anabolizantes podem ser utilizados sob prescrição médica. Isso ocorre em tratamentos como os de osteoporose, câncer de mama e no auxílio à recuperação de peso de pessoas que convivem com HIV. Porém, quando utilizados em alta dosagem, representam risco ainda maior, pois podem causar sérias doenças como câncer de fígado ou arritmia cardíaca, podendo levar à morte em determinados casos. Fato importante é que a venda ilegal de esteróides anabolizantes representa crime contra a saúde pública, com pena de um a três anos de detenção e multa. Apesar disso, a presença clandestina desse tipo de produto em ambientes destinados à prática desportiva ainda é comum. De acordo com o personal Gustavo, é preciso esclarecer os alunos quanto aos malefícios causados pelo consumo de anabolizantes. “O uso não descriminado de qualquer substancia traz malefícios para a saúde. Nós profissionais da área de educação física não deixamos de destacar a condenação de práticas como esta e também do profissional que a apoia”, destaca. O profissional também ressalta a importância da realização de trabalhos educativos. “Por ser um público novo, ainda é escassa a orientação voltada para as mulheres”, justifica. Ele considera essencial que os praticantes de exercícios físicos e profissionais da área tenham acesso a palestras, cartazes e folhetos explicativos. “Os profissionais das academias devem conhecer os perigos do uso de anabolizantes esteróides e estar orientados a combater o uso e a prescrição indiscriminada dessas substâncias”, enfatiza.

Riscos comuns do uso de esteróides anabolizantes em homens e mulheres: > Desenvolvimento de acnes > Calvície > Insônia > Câncer de fígado > Arritmias cardíacas > Dores de cabeça > Agressividade Riscos para mulheres: > Crescimento de pêlos na face > Engrossamento da voz > Hipertrofia do clitóris > Ausência de menstruação Riscos para homens: > Hipertrofia da próstata > Impotência e esterilidade > Desenvolvimento excessivo dos mamilos

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Música

Por: Michel Aleixo | Fotos: Fábio Pinheiro

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Krígna Karísia Cantora potiguar enfrenta estigmas em busca de seu sonho 56

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ão é muito raro que a obra de arte – seja ela música, pintura, película, etc. – seja associada ao sofrimento do artista. Este é, antes de tudo, um interlocutor sensível, que tem a capacidade de fazer uma simbiose entre seus demônios interiores e o seu trabalho. O que, consequentemente, acaba por cativar outras pessoas. A cantora Krígna Karísia se encaixa no perfil. Nascida há 31 anos na cidade de Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, há oito decidiu largar a carreira de economista para correr atrás de seu verdadeiro sonho: ser musicista. “Minha família não acreditou. Todos os meus irmãos são funcionários públicos. Mas, desde a faculdade, sempre que tinha um churrasco, um evento, todo mundo me pedia pra cantar”, conta a artista. Atualmente, Krígna é mais uma guerreira no pelotão de músicos que batalham no circuito de bares noturnos da cidade. Entre os clássicos da MPB e samba, a artista tenta mostrar ao público algumas de suas próprias canções. “É o trabalho autoral que projeta o músico. Você tem que produzir como qualquer profissional. Infelizmente, preciso tocar covers de outros artistas para ganhar dinheiro. Mas quero viver da minha música”, justifica. Krígna ainda não conseguiu gravar o primeiro disco. Mas ela já dispõe de um CD demo, que vende nos shows e distribui para músicos, empresários e jornalistas, a fim de divulgar seu trabalho. “Infelizmente, a gravação de um disco profissional custa hoje, algo em torno de R$ 20 mil. Vou tentar o Fundo de Apoio à Cultura (FAC), todo tipo de ajuda”, garante. “Vejo músicos que tem vergonha de botar a cara pra bater. Ou seja, não vendem o disco demo nas ruas na cara de pau como eu”, conta. No disco demo, Krigna apresenta 11 músicas, duas próprias. O som da cantora potiguar é seguro e apresenta um leque elogiável de ritmos e timbres vocais. A artista não fica presa a um subgênero musical específico, como a geração de imitadoras da Ivete Sangalo, a nova coqueluche do ramo.


Ao invés disso, suas músicas exploram vários estilos e suas letras merecem destaque pela profundidade. Krígna tem muito que dizer.

REVOLTA QUE IMPULSIONOU O CANTO “A dor, às vezes, é mais amiga que inimiga. Porque na dor, você reconhece sua força. Muitas vezes, a gente precisa entender que o sofrimento nos faz evoluir”. Krígna Karísia tem autoridade nas palavras. Para ela, a vida de cantora

Não preciso fugir de você dor, como poderia viver sem você? Não basta só senti-la, não existe só um lado em você. Você é sábia e esconde dentro de si milhares de lugares para onde cada um em sua luz pode ir... não se resume a batalha já árdua de encontrar seu holofote em meio a tantos artistas em um mercado tão concorrido. A decisão de largar a estabilidade do emprego de economista para se aventurar nas noites gerou muitos conflitos familiares. “Eu sou do tipo que primeiro pula do avião para depois saber se estou de pára-quedas”, conta. Ela afirma que ser cantora foi apenas obedecer a algo

que sempre esteve presente em sua alma. “Meus pais não me entendem. Nunca me entenderam. É a minha maior dor. Algo como uma grande ferida exposta que parece que nunca sara”, revela. “Tudo se agravou ainda mais quando assumi minha homossexualidade. Parece que ser gay é um vírus que afeta as mulheres da MPB”, diverte-se. O humor prova que a artista tira o melhor de seus conflitos. São eles que servem de combustível em suas composições e letras. “Quando a pessoa tem coragem de virar artista, ela sabe que aquilo vai supri-la. A troca de energia com o público é uma necessidade violenta. O dinheiro não é fácil, mas a recepção das pessoas alimenta”, ensina.

ÚLTIMOS PREPARATIVOS Hoje, Krígna acumula um portifólio que inclui grandes apresentações em Brasília e em seu estado natal. Um episódio que ela considera especial foi quando abriu um grande evento de musica axé, no interior do Rio Grande do Norte. “Comecei a tocar MPB e algumas pessoas começaram a sair. Elas estavam lá pela música axé. Mas, de repente, muita gente gostou, ficou e me aplaudiu. Eu estava com medo, mas descobri que todo mundo gosta de MPB. Simplesmente não tem acesso. Não conhece. Um CD de MPB custa R$ 30,00, enquanto que um de forró custa R$ 5,00. Foi gratificante”. Em seus últimos preparativos para o primeiro disco oficial, Krígna está recrutando músicos para a gravação. “Você pode fazer o que quiser na música popular. Fazer musica é como um laboratório. Você se testa como artista, vendo se as pessoas se identificam”, explica. “Já toquei até por troca de almoço. Lavei copos e me orgulho disso. O artista tem que ir até o público e não o contrário. Ele deve ter a consciência da dignidade do seu trabalho”. Serviço krignakarisia@yahoo.com.br krignakarisia.blogspot.com

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Teatro

Por: Michel Aleixo | Fotos: Divulgação

Antes da Coisa

Toda Começar Em cartaz no CCBB, peça explora dilemas morais e desejos claustrofóbicos

“E

u sou ele, assim como você é ele, assim como você sou eu e nós estamos todos juntos”. Com essa frase John Lennon abriu “I Am the Walrus”, uma das canções mais enigmáticas dos Beatles. Enigmático é um termo que combina com a nova peça da Armazém Companhia de Teatro, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Não por menos, “I Am the Walrus” abre o espetáculo. “Antes da Coisa Toda Começar” conta a história do fantasma de um ator solitário e enclausurado em si mesmo, que vive de suas próprias memórias. Estas, são representadas por três personagens – Zoé, Téo e Léa –, que enfrentam impasses da vida e da morte, trafegando entre o passado, o presente e o futuro. A montagem apresenta uma estrutura complexa de narrativa. Uma espécie de compêndio de questionamentos que beira o “nonsense”. Um espetáculo inovador e complexo, exatamente como o tema principal: compreender a função de cada um no mundo e o dilema moral em relação aos desejos carnais e espirituais. “Acho que nosso trabalho fala sobre a complexidade do desejo. Sobre a intensidade da vida. Sobre as perdas e as

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reparações que a gente se impõe”, explica o diretor e dramaturgo Paulo de Moraes. O texto inédito foi co-escrito por Maurício Arruda Mendonça. A dupla já dividiu nove espetáculos desde 1995, entre eles, o premiado “Inveja dos Anjos”, de 2008, que também foi encenado em Brasília. “Não sei se “Antes da Coisa Toda Começar” é a busca pelo inatingível, mas sim, pela plenitude. Por isso, o espetáculo é tão fragmentado. O que se busca não é o todo, mas sim o pleno em cada momento”, completa o diretor. No palco, destaque para a performance do elenco da Armazém Companhia de Teatro. Os sete atores se revezam em 20 personagens. Cantam e tocam instrumentos musicais enquanto a ação ocorre. A peça é quase uma ópera rock teatral. Paulo de Moraes também acerta no uso de videografismo e efeitos de iluminação que, em determinados momentos dão um ar de vídeoclipe à apresentação. A ideia funciona ao vivo. “Antes da Coisa Toda Começar” é uma experiência que não permite ao espectador muito tempo para respirar, enquanto se aprofunda nos conflitos mentais das personagens. “O Ricco Viana, diretor musical da peça é o grande responsável pela qualidade musical. Foi paciente para criar arranjos e ensinar a cada ator a abordagem


precisa e possível de seus instrumentos. Os atores tinham esse desejo de mergulhar na música. Alguns já tinham noção musical, outros nenhuma”, conta Paulo. Já considerado uma espécie de autobiografia dos 22 anos de trajetória da Armazém Companhia de Teatro, “Antes da Coisa Toda Começar” apresenta em resumo, um caleidoscópio de sentimentos e lamúrias comuns a praticamente todas as pessoas. Cabe ao espectador decifrar o enigma. Quem é quem? E o mais importante: que lição tirar dos questionamentos propostos no palco? Segundo o diretor, foram nove meses de preparação e pesquisa para o resultado final. Um espetáculo de humor cáustico e drama intenso. “A dedicação e o prazer que tivemos no processo de criação transparece no palco”, orgulha-se Paulo. Uma reflexão sobre o teatro como uma caixa espelhada, onde os reflexos humanos se multiplicam. “Antes da Coisa toda Começar” permanece em cartaz no CCBB até o próximo dia 29, sempre de quinta a sábado, às 20h30 e domingo às 19h30. Serviço Centro Cultural Banco do Brasil Brasília SCES, Trecho 2, Lote 22 – Setor de Clubes Sul (61) 3108.7637

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Gastronomia Por: Veronica Soares | Fotos: Fábio Pinheiro

Tókio Culinária Japonesa

O gostinho da terra do sol em Brasília

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restaurante Tókio Culinária Japonesa traz para Brasília uma inovação da comida oriental. Localizado no Jardim Botânico, o restaurante de fácil acesso oferece aos seus clientes uma variedade de pratos que são inspirados na tradicional e contemporânea culinária japonesa. O cardápio variado é assinado pelo sushiman Flamariom Canaba. Um dos melhores especialistas na gastronomia oriental de Brasília e com 15 anos de experiência, o chef tem como desafio diário a criatividade para inventar sushis. E é justamente a sua capacidade criadora que faz toda a diferença no Tókio. Como todo bom restaurante japonês que se preze, a infinita variedade de sushis é o chamariz da casa. Hoje, o espaço oferece mais de 40 variedades de sushis e sashimis. Muitos deles, criados por Flamariom. Como ele mesmo define “sushi é como você pode liberar sua criatividade. Todo dia você aprende e inova o cardápio”, ressalta. Além dos frios, também são servidos no local pratos quentes da culinária vinda do Japão. Outro destaque do local é o ambiente aconchegante. Decorado pelo sócio André Achkar, o restaurante tem dois ambientes que oferecem conforto e qualidade para os clientes. Com espaço para 72 pessoas, mistura uma decoração moderna com o clima rústico japonês. Além

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disso, quem quiser sentir como se estivesse em um restaurante da terra do sol , o Tókio oferece duas confortáveis salas de tatame. Para fechar, a imperdível varanda deixa o ambiente mais descontraído. Tudo pensado nos mínimos detalhes. Segundo André, a sua equipe procura acompanhar as tendências da culinária que está sendo feita no Japão para trazer para o Tókio em Brasília. “O nosso cardápio variado abrange a parte de sushi e sashimi, bem como os pratos tradicionais e contemporâneos dessa culinária”, ressalta. O restaurante trabalha com os sistemas “la carte” e “festival”. No último, por um valor fixo, o cliente come a quantidade que quiser. No delivery, o restaurante atende aos condomínios do Jardim Botânico e todo o Lago Sul. Serviço Condomínio Solar de Brasília 02 Área Comercial, Bl. B, loja 04- Jardim Botânico (61) 3427 2009 Twitter: @TokioRestaurant


Vila

Milagro Pizzas quadradas e retangulares ao gosto de todos

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uando o assunto é inovação, a pizzaria Vila Milagro dá o exemplo. Em Brasília há apenas dois anos, o local já se tornou sucesso entre os brasilienses. Quem está acostumado com aquela tradicional pizza redonda vai se surpreender. Uma das principais inovações da casa é o formato clássico do prato. Lá, elas são quadradas ou retangulares, dependendo do tamanho escolhido. Como carro chefe da casa, disponíveis em sabores doces e salgados, são servidas em três formatos diferentes: quadrada (25x25cm - quatro pedaços), estreita (50x20cm - oito pedaços) e a larga (50x30cm - 12 pedaços). Todas assadas em forno à lenha e servidas em uma chapa criada para manter a pizza sempre quentinhas e crocantes. O sabor é um show a parte. Além dos recheios tradicionais, há as pizzas Milagrosas, com combinação de ingredientes criadas pelo proprietário da casa, contemplam alcachofra, salmão, rúcula, shitake, entre outros. “Elas foram criadas com a alquimia gastronômica da mesma forma que se compõe uma música. Fazendo a harmonização em cima da massa”,

conta Fernando Gurman, que também é compositor. Mas quem vai à Vila Milagro não tem apenas as pizzas como opção do cardápio. Os crepes também são servidos. Os salgados vêm acompanhados de salada e os recheios variam, passando por itens como mussarela de búfala, peru defumado e molho

bechamel em algumas opções. Os crepes doces são acompanhados de uma bola de sorvete e, além dos tradicionais morangos, chocolate e banana, a Vila Milagro traz um especial crepe recheado com maçã, passas e canela. Outro diferencial do local fica por conta da decoração rústica. Tudo por lá lembra uma vila nos mínimos detalhes. Janelões e tijolos aparentes fazem parte das paredes da casa. O agradável ambiente combina em cheio com a música. O jazz e a MPB completam a ambientação aconchegante e agradável. Na área subterrânea, há um espaço destinado a confraternizações e exposições artísticas. As bebidas contemplam cervejas tradicionais e as chamadas gourmet, como a Backer. A carta de vinhos da casa vai das melhores safras nacionais, a argentinas, chilenas, italianas e portuguesas. A Vila Milagro oferece também o sistema de delivery para aqueles que preferirem ficar em casa. Serviço Vila Milagro SQN 116, Bl. A, Lj. 18 e 20 (61) 3273-7622

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Dança

Por: Afrânio Pedreira | Fotos: Fábio Pinheiro

Kataklö O mundo da luz e da linguagem corporal

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eveza e luminosidade. Talvez estas sejam as duas únicas e perfeitas palavras para melhor classificar o espetáculo “light”, que significa luz em português, encenado no último dia 11, na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional pela companhia de dança italiana Kataklö Athletic Dance Theatre. Na única apresentação na cidade e com casa cheia, os oito artistas, campeões mundiais e olímpicos, dirigidos por Giulia Staccioli - mentora e fundadora do grupo – arrancaram aplausos da platéia a cada número. Com 75 minutos de duração, o espetáculo “light”, tem as “luzes” como sua principal e absoluta protagonista. Na simbiose das luzes, que refletiam no chão e paredes do palco formas diversas, inclusive geométricas e os corpos, em movimentos acrobáticos precisos dos artistas, tomavam forma, surtindo efeitos bonitos de se ver. “É muito lindo. Nunca imaginei ver coisa igual. Estou impressionada”, repetia a estudante Joice Mara Pereira da Silva, 16 anos, ao final do espetáculo. Sem nunca ter ido a um teatro e estrear com um espetáculo de tamanha magnitude, para Joice foi uma glória. “É a primeira vez que venho a um local como este. Achei tudo muito bonito. Espero ter oportunidade de vir mais vezes”, celebrava. A ida da estudante ao espetáculo foi promovida pelo Projeto Social, Educacional e Sócio Ambiental (Proesa) de estudantes do UniCeub. Assim como Joice, mais 80 estudantes da sua escola, na Fercal, região adminis-

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trativa de Sobradinho, com idades entre 12 e 16 anos, se deliciaram com o espetáculo. “Eu esperava outra coisa. Dança mesmo. Eles têm uma força física incrível”, disparou a estudante. “Eu danço dobrando-me e contorcendo-me” é a definição do nome grego Kataklò, que se encaixa perfeitamente no trabalho e objetivos da companhia que ganhou a simpatia e admiração do público por unir a dança aos esportes. Flexionando e impulsionando os corpos, os artistas reestruturaram os movimentos atléticos, adquiridos em anos de treinamento e os transformaram em arte. “Surpreendente. A simetria dos corpos com a iluminação é perfeita”, disse a empresária Maria Clara Silva, 28 anos, ao final da apresentação. “O legal de assistir dança acrobática é que, os movimentos que parecem ser bem fortes se tornam tão leves”, completou o médico Fábio Augusto Albanez Souza, 29 anos. Assim como em Joice, Maria Clara e Fábio, o espetáculo “light” do grupo Kataklö provoca sensações múltiplas e diferenciadas. “É essa a idéia. Provocar várias emoções”, ressaltou Daniel Dourado, produtor da Dell’Arte, empresa que está promovendo a turnê do espetáculo no país. Antes de Brasília, a Kataklö esteve no Rio de Janeiro para duas apresentações. Para quem não viu e ainda tenciona ver, até o final do mês, a companhia italiana se apresenta em Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Recife (PE), Santos, Paulínia e Ribeirão Preto (SP), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).


Música

Bohumil Med*

Uma criação genial T

alvez você não saiba, mas certamente já a ouviu em concertos, casamentos, trilhas de comerciais, novelas, filmes e até em desenho animado. Junto com a valsa “Danúbio Azul”, de J. Strauss e “Humoresque”, de Dvorak, é uma das composições eruditas mais conhecidas. Estamos falando da “Nona Sinfonia em ré menor – opus 125”, de Ludwig van Beethoven, estreada em 7 de maio de 1824, em Viena. Há exatos 187 anos. Quem regeu a primeira apresentação foi um maestro austríaco que dividiu o palco com Beethoven, já completamente surdo. Precavendo-se, por esse motivo, de um possível desfecho desastroso, o tal maestro orientou músicos e cantores para ignorarem as instruções do compositor, cujos gestos furiosos não se sincronizavam com a interpretação da peça. Perdido nos compassos, o enfático Beethoven nem percebeu o final da execução. Precisou ser avisado por uma cantora. Aclamado pela entusiasmada platéia que, de pé, acenava com lenços e chapéus, o grande gênio saiu do palco extremamente emocionado. Apesar da aceitação do público, Beethoven recebeu muitas críticas negativas. É que ele resolveu incluir na sinfonia, quatro solistas e um grande coral misto (inaceitável para puristas da época) cantando a Ode à Alegria,

poema do alemão F. Schiller, que lera vários anos antes e o deixara muito impressionado. Um dos poucos compositores que reconheceram a genialidade da obra foi o também gênio alemão Richard Wagner, autor de várias óperas tecnicamente revolucionárias. Com o subtítulo “Coral”, a nona (para os íntimos) tem quatro movimentos. O último, “Presto e Allegro”, é o ápice da peça, no qual culmina o fantástico coro. Com a inclusão inovadora das partes cantadas, que evocam amizade, paz e alegria, Beethoven, doente e totalmente surdo, depois de uma gestação de muitos anos criou uma das mais otimistas obras da história da humanidade. Não por acaso, foi escolhida como o hino oficial da União Europeia.

QUEM FOI BEETHOVEN O compositor nasceu em 16 ou 17 de dezembro de 1770, em Bonn, Alemanha e morreu em 26 de março de 1827, aos 57 anos, de causas até hoje discutidas. O avô paterno foi um excelente músico, em contraste com o pai, um músico medíocre de hábitos intemperantes, alcoólatra, acusado de explorar comercialmente os talentos precoces do filho – pianista prodígio. Carregando traumas de infância (aos 17 anos ficou órfão de mãe e viu-se responsável pelos irmãos menores)

das constantes frustrações amorosas e do prenúncio da surdez aos 26 anos, somente o extraordinário talento e a persistência profissional amenizaram-lhe as crises depressivas e o colocaram num pedestal entre os maiores compositores de todos os tempos. Além das nove sinfonias (as mais conhecidas são a terceira “Eroica”; a quinta “Sinfonia do Destino” – considerada um monumento da criação artística –; a sexta, “Pastoral” e a nona), Beethoven compôs uma ópera, inúmeras obras sinfônicas, concertos, composições para diversos instrumentos e conjuntos camerísticos e música vocal e coral-sinfônicas. Chamado de “O poeta de som”, ele se transformou num herói que professava o individualismo, cuja grandiosa obra pavimentou o caminho para o romantismo musical e o elevou ao posto de gênio da humanidade. Eis o que diz, por exemplo, Menotti Del Picchia (1892/1988), poeta e jornalista brasileiro: “Bach: – um deus falando com os homens. Mozart: – um anjo brincando com as criaturas. Beethoven: – um deus e um demônio exprimindo sonoramente a alma de toda a humanidade”. *Bohumil Med Professor emérito da Universidade de Brasília. Com a colaboração de Regina Ivete Lopes

A maior livraria musical da América Latina está localizada em Brasília. Aqui você encontra: • Livros de música, DVDs didáticos-musicais, • Métodos e Partituras: • Importados e nacionais; • Em todos os estilos; • Para todos instrumentos musicais; • Nivel iniciante ao avançado

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Mundo Animal

Por: Ana Paula Resende | Fotos: Gustavo Lima

Veterinária integrada Q

Vinte especialidades em um só lugar

uando fraturamos a perna procuramos pelo ortopedista. Se seu filho está com dor de dente, o caminho é ir ao dentista. Às vezes, recorremos aos clínicos gerais, que são muito úteis, principalmente em casos de emergências. Mas, muitas vezes, o melhor é procurar por profissional especializado. Já com animaizinhos de estimação, o mais comum é o clínico geral realizar todo tipo de atendimento. No entanto, isso não é o mais indicado. Camila Coité Correto, de 21 anos, conta que certa vez levou sua cadela Pincher a uma consulta veterinária, pois o comportamento do animal estava estranho. Segundo a estudante de veterinária, o clínico geral constatou que possivelmente a cadela estivesse prenha e não realizou exame de ultrassonografia. “O médico não tinha ninguém especializado em obstetrícia para atender a Nina”, lembra Camila. “Se tivesse um obstetra para acompanhá-la, com certeza seria mais seguro e talvez mais rápido. Nina

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poderia ter tido um acompanhamento melhor durante a gravidez. Sem necessitar de pular de um médico para outro”, completa. Casos como o da cadela Nina são bastante comuns no Brasil. Muitas clínicas veterinárias não estão bem estruturadas de modo a realizar exames de diagnóstico por imagem, consultas especializadas, ou cirurgias mais complexas, como a de catarata ou de coluna. A partir disso, o empresário Sérgio Murilo Escobar, teve a iniciativa de unir várias especialidades veterinárias. O projeto LINKVET disponibiliza serviços de acupuntura, anestesiologia, cardiologia, dermatologia, endocrinologia, endoscopia, exames laboratoriais, fisioterapia, homeopatia, neurologia, odontologia, oftalmologia, oncologia, ortopedia, nutrição, patologia, radiologia digital, shock wave, tomografia computadorizada e ultrassonografia. Nos Centros de Atendimentos Veterinários Especializados (CIAVE) os animais


de pequeno porte têm o atendimento específico que necessitam. “Nos CIAVE`s os animais recebem atendimento de veterinários altamente qualificados”, assegura Sérgio. Segundo ele, a LINKVET é a única no mercado de Brasília e Goiânia que oferece atendimento a animais de estimação em tantas áreas veterinárias. “Aqui temos tecnologia, equipamentos novos e modernos, laboratório com várias certificações, centro de reabilitação e diagnóstico por imagem, que conta com a única tomografia computadoriza do centrooeste, além de completo centro cirúrgico”, informa o médico. Para ele, é importante que as pessoas saibam da variedade de serviços que podem dispor para seus cães, gatos e outros bichinhos e que sejam atendidos da melhor maneira possível. “São tantas especialidades que a maioria dos clientes nem sabem que elas existem”, ressalta. Para a estudante Camila, o importante é o bem estar de seu bichinho de estimação. “Eu como proprietária pagaria o que fosse preciso. Faria tudo pelo bem do animal, mas muita gente acha besteira”, atesta. Existem pessoas que pagam qualquer quantia para salvar seus animais, assim como há aquelas que não dão valor a isso e até os abandonam. “A escolha por um bom tratamento não depende do dinheiro que cada um tem e sim da relação entre o dono e o animal”, pontua Sérgio. Pensando nisso, Sérgio criou uma forma de oferecer o melhor da veterinária em um só lugar, proporcionando aos donos vantagens ao utilizarem dos serviços agendados pela LINKVET. Quem se cadastrar no Programa de Fidelidade da LINKVET, acumula pontos a cada serviço realizado, que poderão ser trocados por diversos prêmios para seus Pets. “O cadastro poderá ser feito também pelos clínicos gerais, quando necessitarem dos serviços especializados em suas clínicas, e também participarão do Programa de Fidelidade, podendo retirar prêmios como, estufa, autoclave ou instrumentais cirúrgicos”, garante. Os serviços especializados podem ser disponibilizados tanto nos CIAVE`s como em hospitais , clínicas ou consultórios conveniados ao Projeto LINKVET. Serviço Ciave SHIS Qi 25 C.L. Bloco E, Salas 104/108 - Lago Sul (61) 3367-7272 www.linkvet.com.br

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Jornalista Aprendiz Por: Danielle Cambraia

Tratamento alternativo Para doenças físicas e psicológicas

“S

aí do consultório médico com a cabeça zunindo e só queria ouvir uma segunda opinião”. Foi desta forma que o advogado aposentando Tarcísio Coui, 67 anos, recebeu a notícia de que agora teria algumas limitações na vida. “Descobrir que tinha o mal de Parkinson me tirou o chão, mas encontrei na dança o prazer nas pequenas coisas. Consegui estacionar os sintomas da doença, ganhei auto confiança, segurança e determinação dançando”, conta Tarcísio. Há cinco anos ele foi ao médico porque estava com dificuldade de escrever. Sua letra estava ficando muito pequena e, só então, foi encaminhado ao neurologista. Ao procurar outro profissional, teve a confirmação. Agora ele era parkinsoniano. O aposentado escondeu a doença de seus familiares por um ano. “Eu não sabia, mas guardar este segredo já tinha relação com os sintomas do mal de parkinson. É comum os doentes ficarem constrangidos em falar da patologia porque ela chama atenção de outras pessoas”, afirma. “Eu faço fisioterapia dançando”, diz o aposentado, para explicar que nunca gostou muito dos exercícios repetitivos das sessões diárias. Indo atrás de outra terapia que pudesse ajudar em seu tratamento, o advogado se apaixonou pela dança, mas por suas limitações não conseguia acompanhar o ritmo das aulas normais e decidiu contratar uma professora para ter aulas particulares. “Nós alinhamos os movimentos da dança com alguns movimentos da fisioterapia”, conta. A professora Adriana Cabral participou de algumas sessões de fisioterapia de Tarcísio, conversou com os profissionais e estudou a doença para ajudar o seu aluno parkinsoniano, agora encantado com os movimentos que é capaz de fazer. “É uma atividade prazerosa. Curto a música, a letra, a sonoridade e minha parceira. Essa é a diferença da dança para a fisioterapia. Caso não tenha esse envolvimento, vira um exercício comum e chato. E aí, voltamos à estaca zero”, explica ele. Conforme Tarcísio, hoje ele sente como se a doença tivesse regredido, mas segundo a fisioterapeuta Lorenna

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Carmo, a doença não retarda. Ela deixa de progredir. “Ninguém gosta de fazer fisioterapia. É cansativo e repetitivo. Então, juntar uma coisa que te dá prazer a outra que você é obrigado a fazer pode ajudar muito mais”, afirma a especialista. Hoje, Tarcísio dança com sua fisioterapeuta. “Tinha a professora que alinhou a dança a fisioterapia. Já a fisioterapeuta, juntou os exercícios da fisioterapia aos movimentos da dança”, comenta ele. O ritmo musical escolhido para os exercícios do dia dependem de qual parte do corpo vai ser trabalhada. “Se for o quadril, vamos de samba ou forró. Se for equilíbrio, o tango é a melhor opção”, revela Tarcísio.

Outra possibilidade Tarcísio não é o único que procura tratamentos diferenciados para resolver problemas físicos ou psicológicos. Muitas pessoas têm encontrado nos cavalos uma forma de diminuir suas limitações. Esse tratamento chama-se equoterapia e só foi reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina como terapia em 1996. Segundo a fisioterapeuta Suyennne Figueiredo, uma das responsáveis pelo projeto no Espaço Hípico, chegam pessoas com os mais diversos problemas para serem tratados. “Nós cuidamos de qualquer síndrome genética, lesões medulares, dificuldades neurológicas e ortopédicas em adultos ou crianças a partir dos dois anos”, explica. Para fazer o tratamento, o praticante tem que passar por três profissionais da saúde. A primeira avaliação é a do médico, depois o fisioterapeuta e por último o psicólogo. Sem autorização médica ninguém pratica a equoterapia. Na questão psicológica, praticantes com atraso na linguagem e tímidos, que tenham dificuldade na concentração, indisciplinados e baixa autoestima tratam esses problemas também em cima do cavalo. “Crianças com déficit de atenção conseguem aprender com mais facilidade após começar o tratamento. Os cadeirantes ganham confiança e trabalham a autoestima. Neste caso, isso acontece porque eles se sentem no mesmo nível das outras pessoas. Essa também é a função do esporte”, frisa a fisioterapeuta.


Lara tem 12 anos e nasceu com síndrome da máscara de kabuky, que retarda o desenvolvimento da menina. “Quando chegou aqui, ela não tinha força no corpo para sentar e após oito meses de tratamento ela conseguiu ficar durinha”, conta Nava de Sousa, mãe de Lara, que é apaixonada por cavalos. Segundo Nava, levar a filha uma vez por semana à equoterapia, incentivou sua irmã mais nova, Luiza, 10 anos, a praticar o esporte e hoje é a mais nova campeã de hipismo da cidade. Uma escola na L2 Sul dá a algumas pessoas que não têm condições de pagar as sessões de equoterapia uma bolsa para que faça o tratamento. Este é o caso de Matheus, 12 anos, colega de Lara e portador de síndrome de down. “Ele freqüenta a equoterapia há aproximadamente seis anos. Quando nós chegamos aqui, ele não gostava de

caminhar. Era preguiçoso e não tinha postura. Depois das aulas, ele nunca mais pediu colo para chegarmos aqui na escolinha”, sorri Francisca das Chagas, mãe do garoto. A fisioterapeuta explica que esse carinho dos praticantes com o animal é muito importante para o tratamento. “Crianças autistas conseguem fazer o contato visual que não fazem com o ser humano com o cavalo. O prazer em fazer a atividade é muito importante”, diz a terapeuta. Segundo ela, crianças com lesão medular ou cervical têm um ganho de equilíbrio muito bom. “Como o animal tem um movimento tridimensional ao caminhar, parecido com o do humano, o movimento exigi do cérebro desta criança uma resposta rápida. É desta forma que elas fortalecem a musculatura e ganham equilíbrio e postura”, conclui.

Serviço (*) Danielle Cambraia é estudante do 7º semestre de jornalismo do IESB

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Propaganda e Marketing

Carlos Grillo*

XÔ, VIRA-LATAS! O

mundo vem dando inúmeros votos de confiança ao Brasil. Chegou a hora de nós, brasileiros, fazermos o mesmo. A proposta não é esquecer os problemas, fechar os olhos para as mazelas e nos tornarmos um País de Pollyannas, praticantes do “jogo do contente”. Nossas fraquezas estão aí, ainda expostas. No entanto, não nos escolheram para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 pela realidade que apresentamos hoje. Nos escolheram, isso sim, pela realidade que podemos apresentar daqui para frente. Chegou a hora de abandonar nosso histórico complexo de vira-lata e revelar nossa auto-estima. Deixar fluir toda a nossa capacidade produtiva. Devemos assumir uma nova postura e parar de nos comportarmos feito pobres diabos, assolados pelo azar e destinados ao fracasso. Chega! A era do “é artigo importado, doutor” e da reverência cega ao estrangeiro ficou para trás. Nosso capital humano e intelectual é vasto e riquíssimo. Em teoria, temos condições de competir, sem medo, com qualquer País do planeta e em qualquer setor. Temos pela frente uma década de oportunidades ímpares, imersa em um cenário ideal. Acabamos de sair, fortalecidos e praticamente ilesos, de uma pesada crise econômica mundial. Nossa principal empresa, a Petrobras, descobriu na região do pré-sal uma riqueza quase sem precedentes. Nossa economia e nossas reservas seguem equilibradas. Pela primeira vez na história subsidiamos o FMI, algo antes inimaginável. A Vale do Rio Doce e a Embraer são exemplos mundiais de gestão e competitividade. Nós, empresários e profissionais de comunicação, também temos que assumir novos desafios. Cabe a nós a ingrata missão de reverter

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a imagem deixada pelos “Marcos Valérios” de outrora. Mostrar que marketing não é política e cuidar para que a política seja cada vez menos marketing. O momento pede sinceridade. Precisamos mostrar verdade em nossos discursos. Acrescentar mais alma e sentimento em nossas ações. Entregar uma comunicação responsável, madura e mais comprometida com o consumidor e a sociedade do que com o próprio umbigo. Mobilização social, promoção e eventos, assessoria de imprensa, relações públicas e outras tantas ferramentas do marketing serão primordiais na construção desse novo País em que o mundo está apostando. Devemos lançar mão de cada uma delas, de forma integrada e concomitante, para garantir que o protagonismo vivido pelo Brasil hoje extrapole a esfera da percepção, alcance o nosso dia a dia e incorpore-se a ele. Como proclamou o saudoso folclorista Câmara Cascudo, o melhor do Brasil é, sem dúvida, o brasileiro. Mas o pior também é. A questão é qual dos dois lados prevalecerá em nossas atitudes daqui para frente. Se por um lado podemos nos encher de orgulho, por outro, não devemos ignorar nossas vergonhas. Se, por um lado, devemos seguir o exemplo do mundo e assinar uma carta de crédito para nós mesmos, por outro, é nossa obrigação vigiar, cobrar, apurar o senso crítico e, sobretudo, agir. Entre o complexo de vira-lata e a síndrome de Pollyanna havemos de encontrar um equilíbrio. Até semana que vem.

*Carlos Grillo Sócio Diretor da Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais Email: grillo@monumenta.com.br Twitter: @carlosgrillo


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Vinho

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Antônio matoso*

Feiras e exposições de vinhos

eriodicamente ocorrem feiras e exposições de vinhos em diversas cidades do mundo, inclusive em algumas capitais do Brasil, eventualmente em Brasília. Aqui, a frequência irregular de acontecimento é justificada pelo “alto custo Brasília”, dizem alguns profissionais do ramo. De qualquer maneira, quando alguns colegas me perguntam se vale a pena participar dessas “feiras” ou exposições, eu sempre respondo SIM, ainda que os preços possam parecer assustadores e repelentes. Esses eventos, muitas vezes, apresentam uma série de aspectos interessantes e compensadores: é uma oportunidade rara e às vezes única de conversar pessoalmente com bons produtores de vinhos de inúmeros países (Itália, França, Portugal, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia, etc.), conhecer novos “rótulos”, beber vinhos que muitas vezes não encontramos nas prateleiras das lojas locais, degustar vinhos muito bem conceituados, aprender coisas sobre processos de elaboração de vinhos, provar vinhos de uvas autóctones de regiões pouco conhecidas, etc. Ir a esses eventos, porém, exige algum planejamento e preparações prévias. É recomendável saber antecipadamente o “cardápio” que será ofertado, quais produtores e rótulos estarão presentes, as condições do local do evento, quem está promovendo, fazer um plano de degustação (na ordem de espumantes, brancos, tintos, doces, ...), e ainda, como o participante irá retornar em segurança para casa após degustar tantos vinhos. Tudo isso é muito importante para não ter contratempos com o empreendimento. O plano de degustação é fundamental porque, infelizmente, alguns vinhos “tops” ou mais raros, ou mais comentados por especialistas, tendem a acabar rápido, o que é lamentável. Pior ainda é quando escondem esses vinhos sob as mesas e somente alguns poucos afortunados, donos de restaurantes, jornalistas especializados, revendedores são aquinhoados com as raridades. O que é um absurdo, uma falta de respeito com outros amantes dos vinhos que pagaram um valor razoável para participar do evento, o que nem sempre fazem os “notáveis agraciados”. Justiça seja feita à Adega Alentejana, único comerciante que ouso nomear aqui, porque já realizou algumas degustações exemplarmente democráticas em Brasília: TODOS os participantes eram tratados igualitariamente, todos recebiam sua taça para degustação e um livreto com os produtos expostos - para as devidas anotações de prova - e todos receberam os respectivos cupons nominados com os vi-

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nhos “top” presentes no evento, o que concebia o igual direito a todos de provar uma única dose de TODOS eles. Isso sim é respeito integral ao enófilo, ao cliente. Esta sim é uma forma correta e elogiável de se promover uma exposição, pois não raro é, quem chega para o evento nas últimas horas já não encontrar uma amostra sequer dos melhores exemplares. Outra coisa a ser observada com rigor é que esses eventos são para se degustar os vinhos e não para se beber repetidamente o vinho favorito ou tirar a barriga da miséria com um vinho muito caro. Os vinhos devem ser provados com muita moderação e devem ser “cuspidos” após a prova, pois caso contrário, o entusiasta já poderá estar completamente alcoolizado ao visitar os primeiros expositores e comprometerá o restante de suas degustações. Se o participante gostou muito de um ou outro vinho, registre, e volte ao expositor ao final e aí então deguste com mais liberdade, se for possível. E outra coisa a considerar e evitar é quando o participante “entendido” já chega para o expositor pedindo pelo vinho “top”. Todo expositor odeia isso, pois o solicitante está desprezando os vinhos que provavelmente serão os mais consumidos no mercado, quiçá até por ele próprio. Poucos têm o privilégio de só beberem “tops”. Certa vez, numa dessas exposições presenciei uns dez “entendidos” provando um vinho “top”, e se derretiam de elogios àquela “maravilha” – era o vinho favorito de alguns, o mais freqüente na mesa de outro, alguém disse que bebia uma garrafa daquela toda semana...” - enquanto eu enfrentava a hercúlea missão de degustar os básicos e intermediários antes. E me intrigava aquilo: se era um vinho cotidiano àqueles “entendidos”, por que não arredavam o pé dali e iam provar outras novidades? E qual não foi a minha desagradável surpresa, junto com outro apreciador, que ao provarmos o vinho mencionamos que estava “bouchonée” (cheiro e gosto excessivo de rolha). O expositor arregalou os olhos, ficou primeiramente assustado, provou também e, reconhecendo o defeito, pediu desculpas, trocou a garrafa que “tantos estavam admirando e elogiando antes” e aí sim, depois, nos serviu um vinho saudável e admirável. Ainda bem que nesse momento os entendidos já tinham ido embora. O expositor ainda nos agradeceu pelo alerta.

*Antônio matoso Engenheiro e enófilo, apreciador sistemático de vinhos desde 1982, monitor de grupos de degustação e professor dos cursos Básico e Avançado da ABS-Brasília.


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Boa leitura com um bom café

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Diego Maciel

Livro Travessuras da Menina Má Autor Mario Vargas Llosa

Livro José Alencar Amor à vida - A saga de um brasileiro Autor Eliane Cantanhede

Editora Alfaguara Brasil

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O peruano Ricardo consegue realizar o sonho de viver em Paris. Lá, ele reencontra o seu amor da adolescência o que transforma sua vida. Página por página, o livro versa sobre um amor arrebatador e traça um quadro vigoroso das transformações sociais européias e convulsões políticas da América Latina. Apresenta-se como uma narrativa ágil, emplacável e vigorosa, que conduz o leitor a viver junto com Ricardo e Lily os encontros e desencontros de um amor indefinível e as delíciosas maldades da meniná má.

O livro conta a história do ex-vice presidente José de Alencar, que foi um menino pobre que estudou até a primeira série do antigo ginasial e saiu de casa aos 14 anos. Abriu sua primeira loja aos 18, venceu, cresceu e construiu um império. Insatisfeito, atuou na militância empresarial e evoluiu para a política partidária. Sonhou um dia ser presidente da República e revolucionar o Brasil. Uma excelente leitura.

Jornalista e Diretora daÂncora Comunicação Sócio proprietário da Tokson Hiundai

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Milena Dias

Evaldo Bazeggio

Diretora do Longevidade Top

Diretor da Bazeggio Consultoria

Livro Treinamento Força para Osteoporose, Fibromialgia, Diabetes, Artrite Reumatologia e Envelhecimento Autor Roberto Simão Editora Phorte

Livro Marketing na Era Digital

O livro traz uma reflexão entre as doenças associadas ao envelhecimento e as estatísticas relacionadas ao aumento percentual de pessoas na terceira idade nas últimas décadas. Apesar das informações técnicas, o livro é didático e de fácil compreensão mesmo para aqueles que não são especialistas no assunto.

O marketing não mudou, mas a internet e suas tecnologias complementares (mobile, GPS, etc) introduzem novas possibilidades de chegar aos clientes. Estou lendo esse livro para entender melhor as implicações das mídias sociais nos negócios e recomendo-o aos profissionais que necessitam usar todos os meios possíveis para chegar até seus clientes e fazer negócios.

Autor Martha Gabriel Editora Novatec


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Frases A melhor prática é sempre dizer a verdade, a não ser, é claro, que você seja excepcionalmente bem mentiroso.

A palavra exprime o que transborda do coração. São Mateus

Jerome K. Jerome

A simplicidade não é a renúncia ao orgulho, mas a substituição de um orgulho por outro.

A pontualidade é cortesia dos reis e obrigação dos educados. Provérbio inglês

Eric Hoffer

A morte não é nossa maior perda. Nossa perda maior é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.

A preocupação deveria levar-nos à ação e não à depressão. Karen Horney

Normam Cousins

A palavra é prata, o silêncio é outro. Provérbio chinês

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A punição do mentiroso não é de afinal ninguém acreditar nele, mas de ele não poder acreditar mais em ninguém. George Bernard Shaw


Justiça

Alexandre Lindoso *

Assédio moral pode gerar acidente de trabalho O

assédio moral consiste em uma conduta abusiva, caracterizada pela submissão constante e reiterada do trabalhador a um estado de pressão ou terror psicológico, com o objetivo de desestabilizá-lo emocionalmente, de modo a excluí-lo de suas funções ou deteriorar o ambiente de trabalho. Um ato isolado não pode ser rotulado de assédio moral. Embora se exija uma conduta repetida por parte do assediador, não há um período de tempo mínimo para que se configure o assédio. Os casos devem ser examinados separadamente. Produto das transformações impostas pela economia globalizada, em que a produção e o lucro assumem uma posição cada vez mais central no âmbito das organizações empresariais, o assédio moral pode se configurar de variadas formas, a depender do nível social e econômico dos envolvidos. No denominado “chão de fábrica”, em que o trabalho desenvolvido é de natureza predominantemente braçal, as práticas do assediador assumem formas mais grosseiras e explícitas. São comuns a violência verbal, os xingamentos, as piadas chulas e até mesmo ofensas de natureza sexual. Nas modalidades de trabalho mais intelectualizadas, o assédio moral baseia-se em condutas mais sofisticadas. Os exemplos são variados: ameaças veladas, utilização de comunicação não verbal como suspiros e erguer os ombros; críticas repetidas acerca da capacidade profissional do trabalhador; fixação de metas inatingíveis; esvaziamento das funções, isolamento ou ridicularização constante do trabalhador, etc.

É importante ressaltar que o assédio moral pode ser praticado por qualquer empregado. Pode, assim, ter origem vertical descendente ou ascendente, conforme seja praticado, respectivamente, por um colega de trabalho de hierarquia superior ou inferior ao da vítima. Pode assumir a forma horizontal, quando o assediador é alguém da mesma hierarquia do assediado. O assédio moral pode ainda ser misto, quando envolve relações hierárquicas verticais e horizontais simultâneas. Em qualquer caso, é o empregador quem deverá responder perante o Judiciário pela agressão. O assédio moral pode acarretar o adoecimento do trabalhador e gerar inúmeras sequelas físicas e emocionais, caracterizando o denominado acidente de trabalho. O trabalhador ofendido terá direito a indenização por dano moral e material. Para ingressar na Justiça, a vítima deve procurar apoio jurídico de um advogado ou do sindicato da categoria para reclamar direitos como o ressarcimento com os gastos com tratamento e compra de remédios e também o reparo do dano moral decorrente do sofrimento a que o trabalhador foi submetido. A vítima também poderá exigir na Justiça o rompimento da relação de emprego por justa causa praticada pelo empregador, por meio da rescisão indireta do contrato de trabalho. (*) Alexandre Lindoso é pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduado pela Faculdade de Direito do UniCeub. É autor do livro Técnica dos Recursos Trabalhistas Extraordinários (LTr Editora).

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Diz Aí, Mané

Entre os povos orientais os casamentos eram feitos “no escuro” e os noivos só se conheciam na hora h.

O Brasil é um país muito aguado pela chuva.

No tempo colonial o Brasil só dependia do café e de outros produtos extremamente vegetarianos.

Oceano é onde nasce o Sol; onde ele nasce é o nascente e onde desce decente.

Expansivas são as pessoas tangarelas.

A Terra é um dos planetas mais conhecidos no mundo.

A comunicação é importante porque comunica algo entre duas ou mais pessoas que querem se comunicar.

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A Geografia Humana estuda o homem em que vivemos.

As principais cidades da América do Norte são Argentina e Estados Unidos.


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Cresça e Apareça

Adriana Marques*

Este artigo foi publicado na Edição n° 74 da Plano Brasília, de setembro de 2010

Desculpas não justificam o insucesso I nventar desculpas é uma mania nacional. As pessoas adoram apresentar uma desculpa para o mundo e dizer: “Viu, pessoal, não fiz porque não tive condições! Bem que eu queria ter feito, mas…” As desculpas residem desde o motivo pelo qual não fizeram uma visita no final de semana, passam pela troca de pneus que não aconteceu por falta de alguém de confiança para executar o serviço e chegam, finalmente, no mestrado inacabado, no concurso que não passaram e no trabalho tedioso que era para ter sido repensado desde o final do ano retrasado. E, em vez de lamentarem não alcançarem seus objetivos, essas pessoas orgulham-se de suas derrotas, dissabores e adversidades vividas. Existem as desculpas manjadas, assim como existem as desculpas estarrecedoras. Existem até desculpas válidas e não válidas.

Se pudéssemos elencar algumas desculpas idolatradas pela população mundial, estariam nesta lista: -Não tenho tempo suficiente; -Não tenho dinheiro bastante; -Não posso simplesmente fazer o que me dá vontade; -Não tenho oportunidade de mostrar meu valor;

E a lista continuaria: -Se eu fosse mais novo; -Se eu tivesse mais experiência; -Se as pessoas me ajudassem; -Se eu tivesse mais sorte; -Se eu não tivesse tanta responsabilidade; -Se meu trabalho fosse outro;

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Pra terminar:

-Meu chefe não gosta tanto de mim; -Minha família não entende; -Pra mim é sempre mais difícil que para as outras pessoas; -Eu nasci assim.

Está tudo bem se você olhar para a sua vida e perceber que, hoje, ela poderia ser, de alguma forma, diferente. Nossos planos mudam, as condições profissionais, pessoais e climáticas se transformam. Mas, se continuarmos apaixonados pelas nossas desculpas, nossos objetivos estarão cada vez mais distantes, como sonhos que nunca poderão ser concretizados. Todos querem ser ricos. Nem que seja em relação a sua própria saúde. Todos querem ter sucesso, mesmo sabendo que sucesso tem um significado único para cada pessoa. Todos querem se sentir realizados. Todos querem ter a certeza que, de alguma forma, contribuíram para algo maior. Se as certezas são tantas e o futuro parece ser tão generoso e empolgante, por que as pessoas não se empenham em encontrar suas recompensas extraordinárias? Fazendo a pergunta desta forma, parece muito óbvio que vale a pena viver a vida dos seus sonhos.

Faremos, então, a pergunta de forma diferente: -Você tem consciência do tempo, energia, disciplina, organização e planejamento que terá de ter para ir ao encontro dos seus maiores objetivos? E uma outra pergunta ainda: -Você sabe que, mesmo com todo esse investimento, não existe nenhuma garantia que seus objetivos serão alcançados? Ufa!

Oferecemos um brinde às desculpas! Das mais esfarrapadas às mais elaboradas. As desculpas existem para nos manter aquecidos e seguros em nossa zona de conforto. Aliás, algo com esse nome só pode ser muito bom. Esqueçam essa mania de entrar em ação, ser eficaz, desenvolver proatividade e ainda, procurando mais sarna pra se coçar, pensar em desenvolver novas habilidades e traçar planos eficientes de aumento de performance. E estamos conversados. Se você percebeu que é melhor relaxar e deixar a vida te levar, esta já é uma boa desculpa. Comece a usá-la hoje mesmo! Por outro lado, se você acha que, mesmo sem nenhuma garantia futura, sabendo que a concorrência aumenta a cada dia e que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente, a vida pode e merece ser vivida de forma intensa, prazerosa e emocionante, você terá que se despedir das suas desculpas prediletas. Pode ser duro no início, mas você se acostumará. Mude o padrão de comportamento que você vem adotando nos últimos tempos e arrisque-se a ser melhor sempre. Peça que os desafios entrem na sua vida como presentes muito especiais. Agradeça as oportunidades de crescimento e melhora contínua. E seja bem-vindo a uma vida repleta de conquistas, enorme sucesso e muita diversão.

*Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.



Ponto de Vista

Q

COLOMBO, FECHA AS PORTA(S) DOS SEUS MAR(ES)

uincas Berro D’Água teve que morrer duas vezes n’Os Pastores da Noite de Jorge Amado. Bom para ele, que aproveitou mais algum tempo de farras, cachaças e mulatas numa Bahia que já não existe mais. Aquela Bahia dos Capitães da Areia, das Gabrielas, dos Saveiros. Bom também para nós – leitores -, que tivemos a oportunidade de conviver, por mais algumas páginas, com o indômito e atrevido bebedor de pinga. Na literatura, personagens podem morrer ou viver quantas vezes o autor quiser. Lord Voldemort, aquele cujo nome não se podia pronunciar, o arquiinimigo de Harry Potter, morreu tantas vezes que o pobre bruxinho teve que passar sete livros e outros tantos filmes buscando uma forma de exterminá-lo definitivamente. Na vida real, na História, a coisa é outra. Na vida real, os mortos não se levantam indignados ao verem que lhes estão assassinando as obras. Na vida real, os mortos são mortos e ponto. Vivemos um estranho tempo em que assistimos à tentativa de se assassinar o vernáculo, sob a estranha argumentação de que a língua culta é privilégio do dominante. E mais: que as “classes populares” não devem se preocupar com plurais, sintaxes e concordâncias. Ora, se estivéssemos falando apenas de uma tese, seria só uma tese burra. Rasteira. Medíocre. Mas não: a esdrúxula tese virou livro e foi – pasmem! – adotado pelo Ministério da Educação e Cultura. Insistimos, observem: Educação e Cultura. O tal livro, pasmem de novo e pasmem mais, somente neste ano foi distribuído a quase meio milhão de alunos brasileiros das escolas públicas. De acordo com os textos, plural e concordância são exigências dispensáveis, coisa da classe dominante, da elite. Quem falar corretamente, segundo o manual do MEC, pode até sofrer preconceito. O bom, o certo, o politicamente correto seria macaquear políticos que falam

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Noemia Barbosa Boianovsky *

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menas, ou eu penso de que, ou ainda os livro? Que exterminem impiedosamente todo e qualquer plural? Imaginem que essa estapafúrdia concepção tivesse sido adotada séculos atrás. Teríamos versos preciosos: Colombo, fecha as porta dos teus mar; E os meus olho ficam sorrindo e pelas rua vão te seguindo; Ouviram do Ipiranga as margens plácida; As ave que aqui gorjeiam...As rosa não fala, as rosa simplesmente exala... Lindos, não? É tolice dizer que a norma culta, falada ou escrita, é privilégio exclusivo de quem já nasceu nas “elites”. Não, não é. Cartola, Pixinguinha, Machado de Assis e tantos outros deixaram-nos tesouros literários esculpidos em língua culta. Angenor de Oliveira, o Cartola, era pedreiro e lavador de carros; ganhou esse apelido por usar um chapéu para que o cimento não lhe grudasse à carapinha no canteiro de obras. Não pertencia à elite. Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, também era pobre, e a pouca escola que freqüentou foi sempre a escola pública. Por fim, Machado de Assis, expoente máximo do falar culto da Língua Portuguesa no Brasil, era pobre de dar pena. Pixinguinha e Cartola eram negros; o pai da Capitu era mulato. Por todo e qualquer parâmetro social, eram excluídos. Aprenderam a falar direitinho, a escrever melhor ainda e a poetar com perfeição. Tiveram professores que levaram a sério o ensino da Língua Portuguesa. Não tiveram professores que politizaram o ensino do idioma. “Permitir a criação de dois idiomas, o português dos condomínios e dos shoppings, e o português das ruas e dos campos, é quebrar o que há de mais substancial na unidade de um povo. Permitir duas línguas é fortalecer o aparthaid brasileiro”, disse o senador Cristovam Buarque e ex-ministro da Educação do Governo Lula, estranhamente demitido daquela Pasta. Seria

por Cristovam insistir em usar o plural em seus discursos e em seus livros? Nunca antes na história desse País se cometeu tamanho atentado contra a educação, contra o futuro dos nossos jovens. A prosperar tal barbaridade, estaremos roubando das nossas crianças de escolas públicas a chance de aprenderem a língua de Camões. Estaremos assassinando os futuros Pixinguinhas, Cartolas e Machados. E os assassinatos, na vida real, não se levantarão como vôo de Voldemort ou Quincas, estarão mortos e nós os teremos perdido para sempre. Daqui a alguns anos, nós e os leitores, que estudamos gramática, teremos que nos esforçar para compreender a língua que falarão nossos netos e os amigos dos nossos netos: o Hadadês. A linguagem das ruas é uma realidade. Os dialetos são uma realidade. Os falares são uma realidade. Fala-se o caipirês, falam-se as línguas das tribos urbanas, falam-se gírias e modismos. A língua está sempre em constante movimento, sempre incorporando novos vocábulos, sempre se adaptando aos novos tempos. Essas variações, entretanto, não devem ser ensinadas como se fossem vernaculares. A minha Pátria é a Língua Portuguesa, já disse Fernando Pessoa. Respeitemo-las! A Pátria e a Língua. Aqui no Distrito Federal, o recente governador elegeu-se com a promessa de nos pavimentar um novo caminho. Esperamos que ele tenha coragem para impedir que essa bobagem prospere em nossas escolas públicas. Caso contrário, seu novo caminho nos levará apenas a um abismo. Abismo que cavaste com teus pé. (*) Noemia Barbosa Boianovsky Advogada, jornalista e Consultora Legislativa da Câmara Legislativa do DF Colaborou: Luiz Humberto de Faria Del’Isola Historiador, cientista político e Consultor Legislativo da Câmara Legislativa do DF


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Eixo Monumental

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W3 Norte.........................................................(61) 3329.9999 Cidade do Automóvel.................................(61) 3363.9999

Taguauto Taguauto...........................................................(61) 3035.9999

www.vw.com.br. Promoção válida até 21/05/2011, nos Concessionários Volkswagen para veículos básicos com pintura sólida e frete incluso. Novo Gol 1.0, VHT, 4 portas (cód. 5U11C4), totalflex, MY 11/12, pelo preço promocional à vista a BANCO VOLKSWAGEN partir de R$ 27.990,00 ou entrada de R$ 15.758,37 (56%) e saldo em 48 prestações mensais de R$ 379,00, com a primeira prestação com vencimento em 30 dias. Taxas de juros de 1,29% a.m. e 16,63% a.a. Total da operação é de R$ 33.950,37. CET máximo de 23,11% a.a. Novo Fox 1.0, VHT, 2 portas (cód. 5Z31R4), totalflex, MY 11/12, pelo preço promocional à vista a partir de R$ 31.100,00 ou entrada de R$ 17.493,75 (56%) e saldo em 48 prestações mensais de R$ 419,00, com a primeira prestação com vencimento em 30 dias. Taxas de juros de 1,29% a.m. e 16,63% a.a. Total da operação é de R$ 37.605,75,00. CET máximo de 22,66% a.a. IOF, cadastros e despesas de gravame inclusos na operação e no CET. Despesas de registro eletrônico da operação não inclusas no cálculo da prestação e do CET. Crédito sujeito a aprovação. Para mais informações, consulte um Concessionário Volkswagen autorizado. Garantia de 3 anos para a Linha Volkswagen 2010/2011, sem limite de quilometragem, para defeitos de fabricação e montagem em componentes internos de motor e transmissão (exceto Kombi, limitada a 80.000 km). É necessário, para a sua utilização, o cumprimento do plano de manutenção. Ouvidoria: 0800 701 2834. SAC: 0800 770 1926. Acesso para pessoas com deficiência auditiva e de fala: 0800 770 1935.

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