Plano Brasília 94

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Plano

10 de Maio de 2011 Ano 9 · Edição 94 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

EDITORA

Comercial

do quê? Entrevista Izalci Lucas Vida Moderna Terceira idade no mundo virtual

94

Ponto de vista Dirsomar Ferreira Chaves




Inclusão Social via digital

É necessário disponibilizar acesso ao conhecimento para melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da região e dar melhores oportunidades aos alunos certiicados. A webAula tem a solução ideal para projetos de inclusão social via digital, a maneira mais inteligente e eecaz de viabilizar o acesso de um grande público à tecnologia de aprendizado via web. Democratizamos o ensino a distância, disponibilizando mais de 120 cursos com a qualidade webAula. Os alunos certiicados carão cadastrados em um Banco de Talentos, onde seus currículos e sua capacitação poderão ser consultados por empresas em busca de proossionais qualiicados. Exemplos de cursos disponíveis: Internet Navegação e E-mail

Excelência em Atendimento

Política de Utilização de E-mail e

Telemarketing: o passo deenitivo

Internet em Ambientes Corporativos

Marketing Pessoal

Segurança da Informação

Melhor Rotina de Vendas

MS Windows XP

Como conquistar seu emprego

MS Excel XP Avançado

O 5S´s Aprimorando seus Processos

MS PowerPoint XP Avançado

A Arte de Falar em Público

MS Word XP Avançado

Comunicação EEcaz

Prêmios e certiicações:


Benefícios do programa de Inclusão Digital webAula para o Governo, Empresas e Instituições de Ensino:

Facilidade de gestão e controle do processo

Possibilidade de comunicação entre os participantes

Economia e transparência nos investimentos totais

Acesso à biblioteca virtual

Fóruns de debate a distância

Facilidade no processo de construção do conhecimento

Prova de Certiicação pela Internet

Para saber mais acesse

www.webaula.com.br

Brasília: (61) 3038 - 3200 Belo Horizonte: (31) 2129 - 0550


Sumário

28

12 24

44 48

60

40 Planos e Negócios

64 Meio Ambiente

12 Mesa Redonda

42 Automóvel

66 Jornalista Aprendiz

16 Brasília e Coisa & Tal

44 Vida Moderna

18 Panorama Político

46 Esporte

20 Política Brasília

48 Personagem

22 Dinheiro

50 Saúde

72 Tá Lendo o Quê?

24 Capa

52 Moda

74 Frases

28 Cidadania

54 Comportamento

75 Justiça

30 Gente

56 Cinema

32 Cidade

58 Exposição

34 Educação

60 Gastronomia

36 Tecnologia

62 Dança

80 Ponto de Vista

38 Cotidiano

62 Música

82 Charge

12 Cartas

68 Propaganda e Marketing 70 Vinho

76 Diz aí, Mané 78 Cresça e Apareça


SE NÃO COMPRAR UM PRESENTE LORD PARA A SUA MÃE, PODE ESPERAR A DOR DO PARTO. AFINAL, PESO NA CONSCIÊNCIA DÓI.

Mãe sempre merece o melhor. Por isso, escolher um presente para ela pode ser uma tarefa difícil. Mas quem aposta em produtos Lord sabe que não tem chances de errar. São muitas opções para a sua mãe curtir ao máximo esse dia na companhia de quem ela mais ama: você. Giorgio Armani • Nina Ricci • Givenchy • Lancome


Expediente

Carta ao leitor

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira

DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr, Joana Nóbrega, Paula Alvim e Werley Kröhling Fotografia Gustavo Lima, Victor Hugo Bomfim EQUIPE DE REPORTAGEM Ana Paula Resende, Fernanda Azevedo, Larissa Galvão, Maíra Elluké, Michel Aleixo, Tássia Navarro, Veronica Soares, Virgínia Ciarlini e Yuri Achcar COLABORADORES Adriana Marques, Antônio Duarte, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Dirsomar Ferreira Chaves, Lucas Queiroz Madureira, Mauro Castro, Mônica Ponte, Regina Ivete Lopes, Romário Schettino, Tarcísio Holanda IMPRESSÃO IBEP Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Prezados leitores, Parece que foi ontem que começamos fazer a Revista Plano Brasília. A ansiedade e a expectativa de agrado eram os únicos sentimentos que preenchiam o dia-a-dia de todos na redação. Graças a Deus já se passaram oito anos, mas creiam, a cada edição a circular, os sentimentos são renovados. Queremos e temos a obrigação de agradar a todos vocês, nossos fieis leitores. É justamente essa tentativa de agrado que nos empurra a estar sempre por dentro dos assuntos que estão circulando nas rodas de amigos, na boca do povo. Esses temas são encarados por toda nossa equipe de jornalismo com seriedade. Tanto que corremos atrás de maiores esclarecimentos para que possamos deixar a todos bem informados. Na nossa matéria de capa “Comercial do quê?”, fizemos um verdadeiro “tour” pelo Setor Comercial Sul de Brasília. O local, que é um dos mais tradicionais da capital federal, além de ser um pulmão econômico, abriga vidas que precisam ser mudadas por ações sociais, solidárias e governamentais. Pelos becos, vielas e ruas do SCS, transita também uma marginalização do mundo do tráfico e das variadas formas de prostituição, onde os motivos das ações são os que menos importam em detrimento de custeio de vícios, miséria e fome. O local, originalmente planejado para abrigar escritórios e salas comerciais da nova capital, hoje agrega 106 prédios e com atividades variadas. Mas é depois do expediente que as coisas tornam-se realmente tensas. O tráfico de drogas é latente e indiscriminado. As galerias subterrâneas do SCS são, a qualquer hora, o endereço certo de crianças e adolescentes viciados em drogas e que não se empenham em esconder suas ações. Uma leitura imperdível. Na nossa editoria Cotidiano, na matéria “Sentimento entre cão e homem”, falamos de relações de amor que vão além das palavras. Para isto, pegamos carona em histórias de relações fortes e íntimas entre cães e seus donos e que foram contadas no cinema. Fomos atrás de casos reais em que esses animaizinhos dóceis e inofensivos entraram nas vidas de seus donos, imprimiram amor e se tornaram, por que não dizer, membros da família. Em Vida Moderna, na reportagem “Idosos Tecnológicos”, fizemos questão de mostrar o engano que comete aquelas pessoas que pensam que computador e internet são coisas só de gente jovem. Os idosos estão cada vez mais inseridos no mundo digital. Uma leitura que você não deve perder. É isso, caro leitor. Esperamos que todos tenham uma excelente leitura e ate à próxima edição.


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Cartas Prezados senhores,

Prezado editor,

Gostaria de parabenizar a toda a equipe de jornalismo dessa revista. Todos estão de parabéns. Achei as matérias muito bem feitas e com variedade de assuntos. Com referência à última edição, que traz uma capa lindíssima e que retrata muito bem o maravilhoso céu de Brasília, a nossa cidade mereceu o presente da revista ser destinada a ela. A capital do país merece que a gente faça reverência a ela diariamente. Parabéns a todos! Neide Pereira Taguatinga

Parabéns a toda a sua equipe. A cada edição vocês estão se superando. A última edição está primorosa. A matéria sobre a minha amada Brasília está maravilhosa. Não podia ter sido enfocada de melhor forma. Outra reportagem que merece aplauso é a sobre o Arquivo Público que pra mim é a certidão de nascimento da nossa capital. Parabéns. Continuem me surpreendendo. Carlos Assis Asa Norte

Prezados Senhores, Olá, tive a oportunidade de conhecer essa revista, da qual gostei muito e soube que é possível recebê-la em minha casa. Se realmente for verdade o meu endereço é em Águas Claras. Sônia Coelho Águas Claras

Prezados/as, Tenho lido a Plano Brasília disponível na minha faculdade no UniCEUB e gostado bastante.Gostaria de saber como posso contribuir realizando freelas, escrevendo para o “Jornalista Aprendiz” (é meu último semestre de curso) ou sugerindo pautas. Até mais, Cristiano Hoppe Navarro

Fale conosco Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.

Erramos: Na edição anterior, número 93, na editoria Planos e Negócios erramos o site da loja My Place. O correto é www.myplace.com.br.


Mesa Redonda

Izalci Lucas Romario Schettino, Virginia Ciarlini, Edson Crisóstomo, Izalci Lucas, Liana Alagemovits e Yuri Achcar | Fotos: Victor Hugo Bonfim

E

leito com o quarto maior número de votos para deputado federal, Izalci Lucas, presidente do Partido da República (PR), tem como bandeiras a defesa da excelência no ensino e a luta pela popularização da ciência e da tecnologia, por acreditar que são as ferramentas para a melhor qualidade de vida da população. Foi Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia e sempre atuou de forma marcante em apoio à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico. Nessa entrevista, ele aborda temas como a Cidade Digital e a falta de comprometimento do governo na continuidade de projetos que já beneficiaram mais de 500 mil pessoas. PB - Porque sair da base de apoio do Governo Agnelo depois de uma campanha vitoriosa. O que aconteceu ou deixou de acontecer? Izalci - O PR não participou da eleição, inclusive lançamos um candidato do PR a vice que foi o Jofran Frejat. No dia 28 de dezembro recebi convite para conversar com o governador Agnelo e fui ao encontro juntamente com o Pastor Ronaldo, que é o nosso deputado federal, é evangélico e apoiou Agnelo. Na ocasião, houve um entendimento com o governador. Alguns acordos aconteceram, mas não foram atendidos. Eu acho que, no caso da política, o patrimônio do político é a palavra. Na medida em que não se cumprem as palavras, não se cumprem os compromissos. Não há como confiar num entendimento. Então eu disse a ele, o mesmo que disse inclusive quando aconteceu o caso do Arruda, o PR continuou no governo até o final, exatamente porque nós tiramos numa reunião da executiva e também depois de uma reunião ampliada, de que a preocupação do PR eram os projetos que estavam em andamento. Nosso compromisso não era exatamente com o

governador e sim com os muitos projetos interessantes para Brasília que estavam em andamento. Como sou da área de educação, a maior preocupação que tenho, e vou mostrar isso agora na votação do Plano Nacional de Educação, é que a solução para o setor passe pela educação integral. Boa ou não, essa educação implantada em Brasília foi importante porque foi um primeiro passo. Ela só conseguiu ser implementada graças à bolsa universitária, pois o governo não tem condições de contratar professores e servidores para tocar uma educação integral. Então com a Bolsa Universitária, nós viabilizamos a implantação da educação integral, que era um programa, inclusive, voluntário. Não foi impositivo. Cada diretor de escola que quisesse implantar ele faria um plano e nós atenderíamos com os alunos da bolsa universitária. Com isso avançamos um pouco na educação integral e na questão da inclusão digital. Digo sempre que o analfabeto hoje não é aquele que não sabe ler e escrever, é quem não tem acesso à informação, à internet, ao computador. Brasília é uma cidade do conhecimento, da tecnologia. Nós não temos indústrias poluentes aqui, então temos que investir na tecnologia. Lançamos o maior programa de inclusão social do país através da inclusão digital. No DF digital já foram atendidas 500 mil pessoas, sendo que algumas delas fizeram até cinco cursos diferentes. Dentro da inclusão digital primeiro estabelecemos parcerias com as igrejas, por exemplo. Então, nós temos DF Digital em 46 paróquias católicas e mais de 30 em igrejas evangélicas, em algumas associações comerciais, industrial e de moradores. O DF Digital tem inclusive um curso voltado especificamente para a terceira idade. Mais de cinco mil pessoas acima de 70 anos foram incluídas. Gente com 90

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anos aprendendo a digitar. O governo Agnelo não quis dar continuidade a isso. Praticamente estão acabando todos os projetos e não só esses já citados, mas outros também.

portamento do deputado e que está sendo agora analisado pelo conselho de ética. Então em 6 de maio, pode ter certeza que o PR estará fora da base. Eu falo numa decisão da executiva.

A sua insatisfação com o governo significa que ele não atendeu algumas reivindicações, como por exemplo, a indicação do presidente do Fundo de Amparo à Pesquisa. Porque então o seu deputado do PR na Câmara Legislativa continua na base aliada. Como o senhor administra isso? O presidente do partido toma uma posição e um deputado toma outra? Isso já está administrado. Nós fizemos uma reunião da executiva, não foi uma posição do partido, não foi uma posição pessoal. Inicialmente eu tinha tomado uma posição pessoal no congresso. Fiz um discurso, mas anunciei que faria uma reunião da executiva e fizemos. E nessa reunião, realizada em março, coincidiu exatamente com uma outra do planejamento estratégico do governo. Então, o grande argumento que usaram na reunião da executiva para que não tomássemos uma decisão naquele momento, foi porque exatamente no encontro do planejamento estratégico que estava acontecendo em março, havia perspectivas de continuidade dos projetos. Pelo menos foi o que passou tanto o Bispo Renato, que era secretário do Entorno, quanto do Aylton Gomes que é distrital. Então nós decidimos adiar a decisão para o dia 14 de abril e nessa data fizemos uma outra, onde não tendo o resultado esperado das negociações, nós resolvemos romper definitivamente. Mas por questão de responsabilidade, e para dar um tempo para passar o trabalho e o serviço, nós estabelecemos um prazo até 6 de maio para que todos os participantes do PR que estivessem no governo, saíssem dele. Aqueles que não saírem terão que arcar com as conseqüências. No caso específico do nosso deputado distrital, além desse agravante, que ainda tem pessoas dele no governo, nós recebemos outras denúncias, inclusive argüições oficiais, questionando o com-

Esse deputado também está com os bens indisponíveis, certo? Exatamente. Então além de outras acusações que recebemos e estamos tratando disso em nível partidário. Mas eu tenho certeza que depois do dia 6 de maio, não havendo a saída definitiva do governo, ele será punido de acordo com o estatuto e a resolução da executiva. Ele está bem ciente da posição

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...o patrimônio do político é a palavra. Na medida em que não se cumprem as palavras, não se cumprem os compromissos. do partido. Até porque participou da reunião e a gente deixou isso muito claro na decisão da executiva. O senhor acha que ele se retira ou vai enfrentar o partido? Não sei. Espero que ele atenda aquilo que foi determinado pela executiva. No conselho de ética do PR, a que o Deputado Distrital Aylton Gomes já está respondendo, em nível partidário? Recebemos de alguns filiados, que estavam no governo anterior, que vieram do governo Arruda e depois

do Rosso, onde houve alguns comportamentos do deputado com relação a exatamente substituir pessoas do partido que estavam no governo, sem comunicar ao PR. Então pessoas que foram exoneradas pelo próprio deputado, indicações dele, então houve alguns questionamentos nesse sentido. Então abrimos realmente uma sindicância e estamos apurando isso. Mas, eu acredito, que se ele tiver bom senso, dia 6 de maio ele vai cumprir a decisão. Não sei, também tem muita gente buscando outros caminhos. Talvez o novo partido que está aí, o PSD seja uma alternativa. Com tantas fitas da Durval filmes, o senhor e seu partido temem que alguma envolva o PR? Não. De forma alguma. De minha parte não temo. Muito pelo contrário. Eu gostaria que tudo que foi conversado seja oficialmente mostrado para a sociedade. Acho que não podemos punir apenas quem apareceu no vídeo, e sim, todas as pessoas que realmente contribuíram com esse fato negativo para Brasília. Dentro dos projetos que foram cortados no início desse governo, como o Ensino à Distância, em que é possível que os alunos percam o que já cumpriram e o projeto Professor Informatizado, em que os professores pagavam 50% do valor do computador descontado em folha. Haverá solução? Com certeza. Tem gente que acha que essa questão dos projetos é coisa do governo passado. Eu acho que isso é compromisso do GDF. O BRB é do GDF, o financiamento foi feito pelo GDF. Então essa questão dos notebooks dos professores é óbvio que tem que ser pago imediatamente. De setembro a dezembro não foi pago. É do governo anterior, mas e daí? Tanto é que já pagaram janeiro e fevereiro. Seria uma coisa absurda não pagar os anteriores, pois os notebooks dos professores e servidores da educação, que inclui o pessoal da secretaria, porteiros, todo mundo da educação tiveram a oportunidade de comprar o equipamento. Foi financiado


em 24 meses. Está sendo debitado na conta do servidor e a FAP teria que repor 50% que é o que está no contrato. Então, esse é um dos motivos também do rompimento. Além da Educação à Distância. Nós puxamos para a ciência e tecnologia e isso é o que vou recomendar para o ministro Mercadante, trazer para a ciência e tecnologia a educação profissional. Nós lançamos dois cursos técnicos que foram nutrição e enfermagem. A melhor escola técnica de enfermagem é de Planaltina. Quando assumi a secretaria vi vários alunos de Brazlândia estudando lá. Eles iam na segunda e só voltavam na sexta. Então lançamos o Educação à Distância, que foi o maior sucesso. Um excelente curso e faltando 6 meses para receber o diploma, acabaram com ele. Simplesmente, quem quiser continuar tem que ser presencial. Ora, quem mora em Samambaia, Brazlândia, Ceilândia, não tem a mínima condição de ir para Planaltina estudar. Então está esse gargalo aí. Eu disse para o Agnelo por duas vezes, primeiro nesse encontro e depois numa reunião de partido em que o PR não está preocupado, diferentemente de alguns do PR, mas o PR oficialmente, não está preocupado com cargos. O que nós queremos é que os projetos tenham continuidade. Dentro desse viés de gargalo a Cidade Digital é uma coisa que já vem se arrastando há muito tempo. O senhor teve oportunidade dentro do governo Arruda, na secretaria, e também não aconteceu. Para espanto de Brasília foi criado o Setor Noroeste, com infraestrutura, água e esgoto para um bairro a ser construído. O que aconteceu que a cidade digital ainda não saiu? Estive no Espírito Santo na reunião das fundações de apoio à pesquisa e o governador Casagrande foi convidado a participar. Seria bom se tivéssemos um governador que valorizasse a ciência e tecnologia. Então só Deus sabe o sacrifício que fizemos com relação à Cidade Digital. Para conseguir segurar o Banco do Brasil que é o âncora, não tem nada a ver com a Cidade Digital, mas é uma

referência. Então, quando o banco se instala, evidentemente vai atrair fornecedores e outras empresas. Eu tive quase que pegar o Roriz pelo braço e levar lá no BB. Fizemos a reunião com a diretoria do banco assumindo o compromisso de fazer infraestrutura para o banco ficar em Brasília porque eles queriam ir para São Paulo. Conseguimos segurar o BB mesmo com essa dificuldade. Superada essa questão, veio o Ibama. Governo local um, governo federal outro, partido e por questão partidária nós levamos exatamente dois anos. Primeiro porque o Ibama disse que a área estava dentro do Parque Nacional, e não estava, evidente, porque depois da área tem a Vila Weslian. Então, levamos dois anos para transformar essa área numa área legal.

Nós não temos indústrias poluentes aqui, então temos que investir na tecnologia. Para isso, nós tivemos que ampliar o Parque Nacional em 50% para liberar uma área de 123 hectares. Depois de liberado, aí vem a questão da licença, mais um ano do Ibama, mas conseguimos segurar. No governo Arruda, praticamente tudo resolvido. Quanto a gestão, depois de todas as dificuldades da ciência e tecnologia, aparece a Secretaria de Desenvolvimento querendo abarcar o projeto. Todo mundo é o pai da criança e aí quando eu vi que realmente estavam trabalhando para especulação. O ritmo é o mesmo hoje, porque na medida em que se bota a Terracap num empreendimento desse, se vai para especulação.

O Banco do Brasil já foi instalado? Existe algum problema atualmente? As obras foram iniciadas em junho de 2009. Eu fui o único a ir à inauguração. Na assinatura do contrato que o BB fez com as empresas, ele está lá e a Caixa Econômica também. A proposta que tem hoje é de transformar numa sociedade de proposta específica. Ou seja, a Terracap passa a ser sócia do parque com 51% provavelmente e virá um empreendedor que vai construir e vai alugar para todo mundo. É uma saída. Santa Catarina fez isso. Mas o que me preocupa é a questão da competitividade e a especulação, pois quem compra se sente no direito até de não fazer nada. Por isso, nós criamos todas essas propostas de metas, ações e objetivos do Parque. Foi exatamente o que definimos lá atrás: 80 mil empregos, 5.500 doutores, 11 mil mestres e trazer laboratórios. As metas já foram estabelecidas, mas a forma de fazer é que pode ter algum complicador quando a Terracap passar a ser a empreendedora do negócio. Quem comprar pode ter um contrato e a pessoa tem que construir? Tem. Mas o sistema que está sendo adotado hoje, de acordo com a informação que tenho, é onde uma grande empresa vai ganhar a licitação e, provavelmente, vai construir todo o Parque. A Terracap evidentemente entra com o terreno e essa incorporadora passa então a alugar para empresas. Esse também é um modelo.

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Não seria mais democrático que fossem várias empresas? Vão ser várias empresas lá. Mas empresas como Microsoft e IBM, por exemplo, não têm interesse em construir. Essas instituições hoje, assim como o sistema financeiro também, caso do BB, não está construindo. Ele fez uma parceria público privada. Então, a expectativa dessas empresas é colocar a necessidade deles. A Microsoft mesmo disse que precisava de 10 mil metros de área construída, então ela vai no incorporador que ganhou a licitação e diz que quer um espaço de 10 mil metros. Ou seja, a incorporadora vai atrás das empresas que querem alugar e faz um projeto em cima da demanda de aluguel e vai construir para isso. O que não dá é para especular o Parque. Ali tem que ser um ambiente de um parque científico e tecnológico. Nós temos que valorizar as incubadoras. Hoje, nós temos o maior número de pesquisadores por habitante no país. Temos uma gama muito grande de conhecimento nas universidades. Transformar esse conhecimento em patente, em produto, é um desafio. Na Cidade Digital também vai ser construída uma escola técnica. É verdade que o governador Agnelo pediu que a Terracap cedesse um terreno para essa escola? Na prática, tudo que está saindo na mídia hoje é propaganda enganosa. Primeiramente, eu deixei assinado com o Ministério da Educação, em julho de 2009, um convênio de R$ 80 milhões para construir 11 escolas técnicas. Das quais, cinco eu já apresentei a escritura. Em algumas cidades, eu não consegui essa escritura, caso de São Sebastião e

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Paranoá, por exemplo. Foi divulgado na imprensa que a da Asa Norte já está quase pronta. Lógico que está pronta! É do Governo Federal. Nós cedemos o terreno da Paulo Freire. Dividimos e eles

No DF digital já foram atendidas 500 mil pessoas, sendo que algumas delas fizeram até cinco cursos diferentes. construíram. Então, não tem nenhuma novidade com relação à escola técnica. Meu desafio quando assumi a secretaria foi o de transformar os projetos em políticas de Estado, e não de governo. Porque não faz sentido você pegar projetos como esse, que beneficia 500 mil pessoas e simplesmente acabar com ele ou mudar o nome. Nós temos que encarar isso e a imprensa tem um papel fundamental. A informação que tenho é de que eles querem acabar com a marca. Porque quando você fala do GDF Digital é obvio que temos uma relação muito próxima. Quando se fala em bolsa universitária, em geração 3, falei aqui do passaporte digital. Hoje temos um cartão em que todas as pes-

soas que tem acesso à internet podem fazer o curso em casa, principalmente na área rural. Nós lançamos o expresso digital que é um ônibus que ia para a área rural dando cursos de informática e, como grande parte das nossas escolas rurais já tem internet, nós distribuímos o passaporte digital. Brasília hoje tem todas as condições de incluir as pessoas. O projeto do Brasília digital, que é internet gratuita para todos, a integração do governo já está pronto há três anos. Olhe que absurdo. Eu não tinha recurso da ciência e tecnologia para implantar internet gratuita para todos, mas consegui no Ministério da Ciência e Tecnologia que em todos os projetos locais, cada um real aplicado pelo GDF, o ministério aplicaria dois. Na época do governo passado, nós tínhamos na educação, saúde e segurança, recursos suficientes no orçamento para oferecer de contra partida pra o Governo Federal para que ele colocasse duas vezes mais. A gente poderia ter implantado o projeto, mas exatamente por falta de integração cada ministério e cada secretaria, um governo diferente - aconteceu que cada um fez o seu. Eu não consegui oferecer contra partida nenhuma, aí a educação colocou algumas camas em algumas escolas que não funciona e não tem integração com ninguém. A segurança fez o projeto dele. A saúde o seu. Automatizou a Samambaia e outros e pronto, gastou o dinheiro todo e não fez a integração. Tenho certeza de que Brasília pode e já deveria ser, a primeira capital a oferecer isso gratuitamente. Nós temos essa vocação. Mas, infelizmente, é aquilo que o senador Cristovam colocou na última entrevista. Ele disse que o mais fácil de fazer são as obras, que trazem mais visibilidade e outras vantagens também. O que me preocupa é exatamente isso: não se constrói projetos com a questão de Estado e sim de governo. Aí muda o governo e acaba tudo. Então infelizmente no DF, nós não estamos ainda com um governador de visão em relação à ciência e tecnologia.


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Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

Aeroporto

BRICS

O governador Agnelo Queiroz está empenhado em construir um aeroporto para cargas na região de Planaltina. A dúvida é o que isso significa para o meio ambiente, já que estará ao lado do Parque das Águas Emendadas, tombado como patrimônio ecológico, e sobre a economia do Distrito Federal. A outra dúvida se refere à precariedade do Aeroporto JK. O que Brasília recebe mais: carga ou passageiros? Essa bola entrará em campo antes da Copa do Mundo.

Universidade Pública do DF

Gustavo Lima

Divulgação

Por iniciativa do deputado distrital Wasny de Roure (PT), a Câmara Legislativa realizou, dia 15 de abril, audiência pública para debater a criação da Universidade Pública do Distrito Federal. Essa é uma das prioridades do parlamentar em seu quarto mandato. É dele também a proposta de criação da Frente Parlamentar pela Universidade Pública do DF. O deputado acha inconcebível que, passados 50 anos da mudança da sede do governo federal para o Planalto Central, o DF ainda não conte com sua universidade própria. “Não é possível que com mais de dois milhões de habitantes esta unidade da federação tenha de ficar dependente somente da UnB e de faculdades particulares”, justificou. A Lei Orgânica prevê a criação dessa universidade. O deputado propõe que a área do Clube do Servidor - no SCE Norte, Lotes 1A 1B - venha abrigar a Universidade do DF. Certo, mas a expansão da UnB nas cidades do DF não é uma forma de democratizar o acesso ao ensino utilizando-se de uma estrutura já montada?

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O BRIC agora é BRICS. Foi em Pequim, durante visita da presidenta Dilma Rousseff, que Brasil, Rússia, Índia e China se aliaram oficialmente à África do Sul e formaram o BRICS. O “S” significa South Africa. As cinco grandes economias emergentes demonstram disposição política para reformar a ONU e, especialmente, o Conselho de Segurança. É uma operação complexa porque envolve o Pentágono e a OTAN. Parte da Europa vê com bons olhos essa movimentação, mas a Inglaterra desconfia. O mundo globalizado e multipolar exige essas mudanças puxadas fortemente pelo Brasil a partir do governo Lula. Dilma cumpre o seu papel ao reforçar a importância da multipolaridade no mundo moderno.

Empregadas Uma novidade no mercado de emprego em Brasília são as empregadas domésticas de origem boliviana e paraguaia. A disputa por uma secretária dessas nacionalidades depende de quanto o patrão pode pagar. Essas mulheres são alfabetizadas (em espanhol, claro) e recebem dos ricos brasilienses, salários de até R$ 1.600,00 por mês. Quem já contratou uma empregada boliviana diz que ela dá conta do trabalho e é preparada para dirigir uma casa. É o Mercosul em pleno funcionamento.


Comunicando

Em entrevista à jornalista Inês Nassif, do jornal Valor Econômico, o ex-ministro Bresser Pereira diz que quem gosta de democracia são os pobres. “Os ricos odeiam a democracia, embora digam Divulgação que defendem. Eles sabem que a democracia não vai expropriá-los... eles continuam liberais e, se não têm ódio, pelo menos têm medo da democracia. E qual a melhor forma de neutralizar a democracia? São duas. Uma, é fazer campanhas eleitorais muito caras. Então, financiamento público de campanha, jamais. Rico não aceita isso em hipótese alguma. A outra estratégia é desmoralizar os políticos”, disse. A imprensa cumpre papel importante ao denunciar e criticar, mas há evidentes exageros a serviço dos ricos. “Uma coisa clara é que a corrupção existe porque o capitalismo é essencialmente um sistema corrupto e os capitalistas estão permanentemente corrompendo o setor público”, arremata Bresser com precisão.

Cartada de FHC – I

Divulgação

O noticiário foi tomado pela morte do vice-presidente José Alencar. Muitas homenagens justas e discursos emocionados, mas uma dúvida ainda não foi respondida. Com a cremação do corpo de Alencar, como ficará o reconhecimento da sua suposta filha de 55 anos, Rosemary de Morais, com uma enfermeira de Caratinga? A professora aposentada Rosemary, sob orientação de seus advogados, não foi ao velório em Belo Horizonte, mas não desistiu do processo que corre na Justiça. Ela espera que o teste do DNA ainda seja feito, agora, com os seus descendentes. O reconhecimento da paternidade de Alencar já foi admitido pelo juiz, já que Alencar se recusou em vida a fazer o exame.

sição e a mídia”, o artigo de Venício comenta que “o presidente de honra do PSDB teria prestado uma importante contribuição à moralidade pública se dissesse quais são os veículos de mídia que se sujeitam à “influência” do governo via verbas publicitárias. Será que ele estaria se referindo à revista Veja? Ou aos veículos das Organizações Globo? Ou, quem sabe, à Folha de S. Paulo? Ou ao Estadão?”. A omissão dos nomes só é entendida porque se trata de ex-presidente que contou com a simpatia da grande mídia e, “certamente, fala com autoridade de quem sabe”. Mas, para dar credibilidade à afirmação FHC deveria citar os nomes.

Reformas

Divulgação

Bresser e a democracia

O IPHAN está de olho nas chamadas revitalizações das fachadas dos prédios residenciais do Plano Piloto. Há verdadeiras aberrações no afã de “modernizar” os edifícios. Os arquitetos convidados deveriam resistir à tentação de moradores “novos ricos” que não tem noção do ridículo quando transformam suas varandas em verdadeiros banheiros públicos e os pilotis em algo pavoroso. Sem falar na enorme quantidade de entulhos e rejeitos de obras que são despejados no Entorno prejudicando o meio ambiente. Faltam consciência e bom gosto.

Brasília 51 A festa foi uma boa resposta ao que se fazia no governo anterior, que enchia a cidade de espetáculos ridículos, como aquele da passeata dos bonecos da Disney. Agora não. Os artistas da cidade foram os protagonistas. Fora os problemas pontuais, a festa foi um sucesso. Isso é bom porque eleva a autoestima da população e de seus artistas.

Cartada de FHC - II O professor Venício Artur de Lima também leu o artigo de FHC para escrever no site Carta Maior uma avaliação sobre o que disse o ex-presidente sobre a mídia. Com o título “FHC, a opo-

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Panorama Político

tarcísio holanda

REFORMA POLÍTICA SAI EM MAIO

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relator da Comissão Especial designada pelo presidente da Câmara para estudar a reforma política, deputado Henrique Fontana (PT-RS), acaba de anunciar que poderá antecipar a apresentação de seu parecer para “meados de maio”. O texto deverá incluir entre os pontos principais o financiamento público de campanhas e a fixação de um limite para os gastos na campanha eleitoral. Fontana explicou que a sua intenção é cobrar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informações sobre os custos das campanhas eleitorais de 2010 para usar como referência no cálculo de um possível limite financeiro. Convém lembrar que o deputado Henrique Fontana decidiu antecipar para maio a entrega de seu parecer, quando poderia entregá-lo em setembro. “Se a Comissão decidir que precisamos fazer um relatório preliminar para mostrar à sociedade em que ponto estamos, não há problema nenhum. Podemos escolher quatro ou cinco pontos fundamentais, como financiamento público, sistema de votação, fidelidade partidária, regras para coligações e reeleição para, a partir deles, afunilar as discussões” – disse o relator. Nas últimas reuniões, diversos deputados reclamaram do ritmo lento de trabalho da Comissão Especial, enfatizando a importância para o país do problema que está sendo estudado. Eles reclamaram maior agilidade da Comissão da Câmara, lembrando que o grupo de trabalho instalado no Senado para tratar do mesmo assunto deliberou sobre diversos pontos, embora sem caráter conclusivo. Com 45 dias de funcionamento, a Comissão que estuda a reforma política no Senado encerrou os seus trabalhos quinta-feira da semana passada. Os

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senadores deliberaram sobre 12 pontos considerados essenciais, entre eles o financiamento público de campanhas, o fim da reeleição para todos os níveis do Poder Executivo e o sistema de votação em lista fechada. O deputado Edmar Arruda (PSC-PR) disse estar com receio de levar “um carão da sociedade” pela falta de decisões da comissão constituída na Câmara dos Deputados. “A discussão em torno da reforma política já tem 16 anos e há diversos projetos de leis que poderão ser apresentados e votados. Tenho percebido, pelo ritmo dos trabalhos e por algumas conduções, que a comissão será esvaziada” – declarou. A hipótese de convocar um plebiscito ou referendo para q eu o povo seja chamado a respaldar a reforma política, defendida, entre outros, pelo presidente da comissão Especial, deputado Almeida Lima (PMDB-SE), não conta com o apoio do deputado Henrique Fontana, pelo menos até agora. O relator sustenta que é mais eficaz esperar a realização de duas eleições sob as novas regras para, então, questionar a população sobre o melhor modelo. A maioria da comissão já manifestou apoio à adoção do financiamento público de campanhas eleitorais. A opinião predominante na comissão é que o foco dos problemas do atual modelo é o comprometimento dos candidatos com seus financiadores, o que poderia comprometer a legitimidade dos mandatos. “O uso do poder econômico atropela qualquer processo democrático. Um sistema em que as pessoas podem gastar o quanto querem é distorcido, atropela a ética e estabelece uma competição violenta, sem discussão programática” – declarou o deputado Ivan Valente, (PSOL-SP). Por sua vez, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) afirma que

nem as empresas privadas apoiam o financiamento privado de campanhas eleitorais. “As empresas já cobram em suas planilhas de custo o quanto elas têm de doar aos candidatos, e o sistema eleitoral brasileiro é um dos mais caros do mundo, com impacto no custo Brasil” – disse o parlamentar de Minas Gerais. O deputado Almeida Lima, presidente da comissão Especial, é um crítico severo do financiamento público. O risco desse sistema é passar para a sociedade a ilusão de que, com isso, acabariam a prática do caixa dois e a corrupção na vida pública brasileira”, afirmou o presidente da Comissão Especial. Almeida Lima acredita que, após a primeira eleição, a sociedade brasileira poderá concluir que o financiamento público de campanhas serviu para custear apenas a campanha dos candidatos que não têm recursos, e aumentar o volume de dinheiro daqueles que já o possuem. A verdade, porém, é que não se pode continuar com o atual sistema, que funciona como um verdadeiro estimulante da corrupção eleitoral. A reforma do sistema eleitoral é a primeira mudança para que se possa restaurar um clima de moralidade nas eleições no Brasil. Ficar como está não é possível. A Comissão Especial da Câmara divulgou o cronograma dos encontros regionais que pretende realizar nos próximos meses: 29 de abril, Goiânia (Goiás); 2 de maio, Porto Alegre (Rio Grande do Sul); 6 de maio, São Paulo (São Paulo); 9 de maio, Belém, Pará; 13 de maio, Aracaju, Sergipe; 16 de maio, João Pessoa, Paraíba; 20 de maio, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; 23 de maio, Belo Horizonte, Minas Gerais; 27 de maio, Curitiba, Paraná; e 30 de maio, Salvador, Bahia.


A OPOSIÇÃO LUTA PELA UNIDADE “Os fatos estão impondo as alianças entre PSDB e DEM. Mais do que isso, precisamos ter um discurso comum” – declarou em Miami, onde se encontra, o senador José Agripino maia (RN), líder do DEM no Senado, sobre o fortalecimento dos partidos de oposição. Enfraquecidos pela hegemonia do PT, que vai completar três mandatos presidenciais ao final do governo de Dilma Rousseff, os dois principais partidos de oposição chegaram à conclusão de que precisam se unir para evitar um mau desfecho. PSDB e DEM estão antecipando a conclusão de um amplo entendimento para marcharem juntos nas eleições municipais de 2012. Suas principais lideranças programam um grande encontro na próxima semana para fazer um levantamento de suas chances na disputa pelas prefeituras e vereanças das principais cidades brasileiras. Cogita-se de dar prioridade a um elenco de grandes cidades brasileiras, que tenham mais de duzentos mil habitantes. O pressuposto é que o DEM apoiará os candidatos do PSDB onde este partido estiver mais bem situado. E o PSDB fará a mesma coisa, apoiando os candidatos do DEM onde ele estiver mais bem posto. Com isso, pretende-se desmentir os rumores sobre a fusão do DEM com o PSDB. O assunto foi avaliado em uma reunião da última terça-feira das principais lideranças do PSDB, terça-feira, dia 19, a qual contou com a presença do senador Aécio Neves, do presidente e do secretário-geral do partido, respectivamente os deputados Sérgio Guerra (PE) e Rodrigo de Castro (MG), ambos

mobilizados pelo político mineiro e pelo ex-governador José Serra, já preocupados com a onda de boatos.

Nada de fusão “Não estamos falando de fusão. Diferentemente de outros anos, quando nós disputamos entre nós e acabamos, no final, prejudicando um ao outro, agora não vai haver isso” – afirmou Aécio Neves. Em Miami, nos Estados Unidos, onde está passando alguns dias, o senador José Agripino Maia (RN), líder do DEM no Senado, é categórico: “Os fatos estão impondo as alianças entre PSDB e DEM. Mais do que isso, precisamos ter um discurso comum”. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, é mais ambicioso: lembra-se do PPS do deputado Roberto Freire e declara-se disposto a se empenhar pela união dos três partidos para imprimir maior vigor à luta oposicionista contra o PT.

A ameaça de Kassab O problema é que os três partidos oposicionistas estão sofrendo um enfraquecimento com a adesão de muitos de seus quadros ao PSD, o novo partido que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pretende criar com o objetivo de apoiar o governo de Dilma Rousseff. É um golpe duro na oposição, que já emite sinais de preocupação. Kassab e seu partido conseguiram atrair onze deputados federais e uma senadora do DEM, três deputados federais do PPS e seis vereadores do PSDB na capital paulista. Uma das mais importantes lideranças do DEM em São Paulo, o vice-governador paulista Guilherme Afif Domingos, deixou a sua legenda para aderir ao novo partido de Gilberto Kassab.

Antecipar as coligações Concorrendo com José Serra como aspirante a candidato a presidente da República do PSDB nas eleições presidenciais de 2014, o senador Aécio Neves identifica nesse momento difícil uma oportunidade para “antecipar as coligações”. Ele pressente que o seu projeto presidencial passa pelo fortalecimento do PSDB e das oposições na eleição municipal de 2012. “Onde o DEM for mais forte, nós vamos apoiá-los; onde o PSDB for mais forte, eles nos apóiam” – assim o ex-governador de Minas Gerais resume a luta em que pretende se empenhar. Se for preciso, Aécio Neves garante que “haverá intervenções nacionais para criar um ambiente de parceria entre os dois partidos”. É notória a existência de parcela expressiva de deputados nos partidos de oposição que julga imperiosa a fusão para o fortalecimento do bloco oposicionista, ainda que admita que isso venha a ocorrer depois do pleito municipal de 2012. É claro que há dois caminhos distintos – um, que se empenha pelo fortalecimento da oposição, outro, que encara a entrada no partido de Kassab como a chance para participar do governo de Dilma Rousseff. É óbvio que a disposição de uma corrente da oposição em aderir ao projeto do prefeito Gilberto Kassab vai enfraquecer a oposição. Kassab não tem nenhum apreço pelo papel oposicionista. Ele só pensa em aderir ao governo de Dilma. Não são todos os políticos que admitem sofrer na planície fazendo oposição. Uma parcela de parlamentares só pensa em se ajeitar no colo do governo. Fazer oposição é coisa que só passa pela cabeça de uns poucos. É só observar a cena política.


Política Brasília

Yuri Achcar

Ataque à liberdade de imprensa

Requião pode ser processado O Comitê de Imprensa do Senado anunciou representação contra o senador Roberto Requião junto à Mesa Diretora da Casa. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal também protocolou representação em que pede advertência e censura a Requião. O presidente do sindicato, Lincoln Macário, cobrou um pedido público de desculpas do senador. Mas que nada! Cheio de razão, Requião fez chacota do caso e provocou os jornalistas pelo twitter: “A catigoria está alvoroçada”.

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Vai faltar gravador... Para o senador, ele não fez nada de mais. Apenas “pegou emprestado” o gravador, apagou o conteúdo e publicou o diálogo na íntegra para evitar a edição do que disse. Se a moda pega, vai faltar gravador no mundo.

Corporativismo acima de tudo Se tem uma coisa difícil de ver no Senado é colega falando mal de colega. No caso de Roberto Requião, não seria diferente. Se nem o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), considerou o fato grave, imagina a bancada do DF. Gim Argello (PTB-DF) até que não concordou com a atitude do senador paranaense, mas foi logo avisando: “Ele é meu amigo, meu aliado e não vou criticá-lo por uma coisa que achei errada”. Cristovam Buarque (PDT-DF) não quis comentar o assunto “para não entrar em bola dividida”. Ele prefere dedicar a atividade legislativa a temas mais nobres, como a educação – ainda que esta falte ao colega. E Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) também preferiu não se manifestar. Atenção, eleitor, anote aí: nenhum dos nossos senadores condenou a atitude de Requião.

Jaqueline Roriz vai sangrar até o fim? Em outros tempos, a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) já teria renunciado ao mandato, como fez o pai, Joaquim Roriz, no Senado. Mas, depois da Lei da Ficha Limpa, não adianta fugir. É até pior. Em caso de renúncia, Jaqueline fica automaticamente impedida de se candidatar pelos próximos oito anos, contados a partir da previsão para o fim do mandato. Ou seja, só poderia voltar em 2023. Mas resistir até o fim não parece um bom negócio, já que a chance de escapar da cassação do mandato é cada vez mais improvável. Contra ela, ainda vem o depoimento de Durval Barbosa, operador e delator do Mensalão do DF, ao Conselho de Ética. O estardalhaço na mídia é certo. Brizza Cavalcante

J. Freitas / Agência Senado

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) deu mais uma amostra na semana passada de uma das principais características da personalidade dele: a truculência. Requião arrancou à força o gravador das mãos do repórter Victor Boyadjian, depois que o jornalista perguntou se ele abriria mão da pensão que recebe como ex-governador do Paraná. Victor registrou a ameaça física na Polícia Federal. O gravador foi devolvido com o cartão de memória em branco. Todo o conteúdo foi apagado pelo senador, que ainda divulgou o feito na internet, pelo twitter: “Acabo de ficar com o gravador de um provocador engraçadinho. Numa boa, vou deletá-lo”. O áudio do diálogo, na íntegra, depois foi divulgado pelo próprio Requião. Menos por arrependimento, mais para tentar mostrar que tinha razão. Lá está o trecho em que ameaça o jornalista. “Você já pensou em apanhar? Já pensou em apanhar? Não vai mais desligar p... nenhuma. Vou ficar com isso aqui”, disse o senador. Depois da valentia, faltou coragem a Requião. No primeiro momento, o senador não quis enfrentar a repercussão do caso. Colocou o filho, Maurício Tadeu, para tentar explicar o que aconteceu. A justificativa? “Ele falou que a pergunta foi agressiva. Ele se sentiu no direito de não responder”, alegou o filho. Fazer perguntas que muitos políticos não querem responder é uma das atividades diárias do bom jornalismo. Quem não quiser, que não responda. Mas impedir o trabalho jornalístico é crime contra a democracia.


É o fim de Benício? A cassação do mandato do deputado distrital Benício Tavares (PMDB) surpreendeu o meio político da capital. Por cinco votos a um, o Tribunal Regional Eleitoral considerou procedente a denúncia de captação ilegal de votos e abuso do poder econômico. Benício participou de reuniões com mil funcionários de uma empresa de segurança cujo dono é o ex-deputado César Lacerda. O empresário teria coagido os empregados a participar da campanha do candidato, sob pena de serem demitidos. Mas cabe recurso contra a decisão junto ao Tribunal Superior Eleitoral. É bom lembrar que Benício Tavares tem o hábito de escapar ileso de denúncias gravíssimas. Resta saber se ele vai perder o prestígio e o poder que possui na cúpula do GDF.

José Roberto Arruda e Joaquim Roriz, além do ex-vice-governador Paulo Octávio. O documento foi aprovado pelos colegas, mas depois bateu um certo arrependimento coletivo. Paulo Tadeu acredita que os colegas sofreram pressões e chantagens de alguns dos investigados.

Alguma coisa está fora da ordem A Câmara Legislativa aprovou o Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade (PDTU), apesar da oposição criticar a rapidez da votação. Mas a deputada distrital Liliane Roriz (PRTB) foi além. Lembrou que a empresa responsável pela elaboração do projeto é investigada pelo Ministério Público e levantou suspeitas sobre a lisura do processo. Mas esqueceu que a proposta é antiga, herança dos governos Roriz e Arruda.

Relatório oficial da CPI não vale Durante as investigações sobre Jaqueline Roriz, o relator Carlos Sampaio vai se vê obrigado a ignorar o relatório final da CPI da Corrupção, publicado no Diário da Câmara Legislativa. Em uma manobra política, os deputados copiaram e colaram o relatório da Polícia Federal sobre o assunto e ignoraram o trabalho dos técnicos da Casa, que cruzaram informações dos contratos do GDF com as empresas suspeitas de participar do esquema. O relatório original, do então deputado distrital Paulo Tadeu (PT), pedia o indiciamento de 22 pessoas pelo desvio de R$ 4,2 bilhões dos cofres públicos. Entre políticos e empresários, estavam na lista os ex-governadores

Carlos Gandra / CLDF

Saulo Cruz

Devassa no passado Oito requerimentos aprovados no Conselho de Ética prometem uma devassa no passado político de Jaqueline Roriz. O relator do caso quer confrontar as informações com a defesa apresentada pela deputada e checar a evolução patrimonial da colega. Nos próximos dias, Carlos Sampaio deve receber cópias das declarações de bens apresentadas por Jaqueline quando ela ocupava os cargos de deputada distrital e federal, dos discursos no Plenário, das prestações de contas das campanhas de 2006 e 2010 e dos relatórios da CPI da Corrupção, que investigou as denúncias reveladas pela Operação Caixa de Pandora.

E por falar em transporte urbano... A aprovação do PDTU era o que faltava para o Distrito Federal receber recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade. Agora não tem mais desculpa para adiar a reestruturação do sistema de transporte público da capital. Não é mais possível que todos os ônibus do Entorno do DF e das cidades mais distantes do Plano Piloto tenham que ir até a Rodoviária de Brasília, deixar e buscar passageiros. É caro e ineficiente. O governador Agnelo Queiroz prometeu, durante a campanha, implementar novas opções de transporte como os veículos leves sobre trilhos e sobre pneus (VLT e VLP) e integrá-los aos ônibus com tarifa única. Mas a promessa já foi feita por outros governadores e nunca foi cumprida.

CPIs na Câmara Muito se discutiu na semana passada sobre qual comissão parlamentar de inquérito deveria ser a primeira a ser instalada. CPI do Pró-DF, DFTrans, da Saúde? O mais importante não é a ordem dos trabalhos e, sim, o resultado. Tem muito deputado em busca de holofotes, mas o que interessa para a população é que os esquemas de corrupção sejam definitivamente extintos.

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Dinheiro

mauro castro

Férias ali P

no mundo

or muito pouco a China não está aqui ao lado do Brasil. A quantidade de pessoas que se programam para sair em viagem para os lugares mais distantes é impressionante. São os mais diversos destinos, sem medidas em quilômetros ou reais. Há uma intensa busca por conhecer novos países, culturas diferentes e preencher o álbum virtual com fotos e mais fotos. Livros, sites e blogs povoam lojas e internets relatando experiências na França, Uzbequistão e Estados Unidos. Diferentes destinos e que a língua não é problema. Um brasileiro sobrevive em qualquer país com qualquer idioma. A questão toda é como pagaremos esta conta. O brasileiro está levando para o exterior mais de 14 bilhões de dólares por ano. Individualmente, de pouco em pouco, somamos um valor considerável que impacta nossa economia interna. Mais do que viajar, o brasileiro está comprando, trazendo um verdadeiro lixo de quinquilharias. São legítimas bugigangas trocadas pelo simples fato de ser uma novidade. Os primeiros meses do ano de 2011 apresentaram um crescimento superior a 40% em relação a 2010. São mais de R$ 4 bilhões até março. Muito dinheiro que justifica qualquer pretensão do governo em tributar compras internacionais. Para se ter uma idéia de como andam as coisas, quem decidiu ir para tradicionais pólos turísticos internacionais em março, já desistiu. Voos, hotéis, passeios já estão esgotados. Isso sem mencionar a longa fila para tirar passaporte e conseguir vistos para alguns países. A história do passaporte e do visto virou uma pré-temporada de viagens, já que algumas pessoas se deslocam entre as capitais que ofereçam filas menores, com agendamentos mais próximos. Não demora muito, poderão descobrir um mercado pirata de venda de agenda... Enquanto isso, no estrangeiro... O Brasil não se apresenta como uma prioritária opção turística. No hemisfério sul, países como África do Sul e Austrália estão tentadores. Nosso país está com uma moeda cara e alarmantes notícias de violência na principal referência turística – Rio de Janeiro. Por falar em Rio, continua lindo, mas captando

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pouco turismo se comparado com que temos exportado de turistas. Estrangeiros trouxeram menos de 2 bilhões de dólares nos primeiros meses deste ano. Se lembrarmos que janeiro é o mês para eles fugirem do frio, fica a pergunta: onde estão gastando o dinheiro? O mundo é mesmo pequeno. Que digam os turistas de plantão. Escolher um destino, pegar um avião e se divertir pode ser simples e tudo pago com seu cartão de crédito. A verdade que para o brasileiro está muito mais fácil pensar em sair do País do que foi há um bom tempo atrás.

Curtas

Ter mais de um imóvel em Brasília não é raro para as classes média e alta. Em uma recente pesquisa realizada pelo Instituto Fractal foi revelado que a alta renda brasileira é atraída por manter propriedades locais diferentes revelam que 98,3% dos entrevistados têm casa na praia, enquanto 97,8% têm casa de campo e 93,7%, um sítio ou fazenda. Os dados foram coletados com 2.614 pessoas com renda mensal acima de R$ 4 mil, em nove cidades brasileiras, entre elas, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília. Para se ter uma idéia, recentemente foi lançado um condomínio no litoral sul da Bahia com casas acima de R$ 6 milhões. Brasília está no alvo. A boa notícia é o início da safra de cana-de-açúcar, tudo para o preço do etanol entrar em queda livre. No entanto, o combustível está mais caro. E pode ficar pior. Aqui acaba a boa notícia. Isso porque, de acordo com o indicador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP, tanto o preço do etanol hidratado como o do anidro subiram para o produtor do combustível entre a semana encerrada no dia 15 e a terminada no dia 20 de abril. É preciso ainda paciência. O mercado de ações deve ser afetado pela inflação e pelas ações do governo para combatê-la. Tudo depende de como o desaquecimento da economia ocorrerá. Para os investidores uma estratégia defensiva é a mais recomendada. Fica para os investidores experientes ações agressivas. Se o cenário mudar para melhor deve acontecer apenas daqui há seis meses. Torcida não falta.



Capa

Por: Michel Aleixo | Fotos: Gustavo Lima

S.O.S. SCS As várias facetas do Setor Comercial Sul

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ão 20h03 de uma noite de outono na capital da república. A temperatura é amena e poucas das luzes dos prédios de escritórios do Setor Comercial Sul (SCS) ainda fazem cerão. Na via S-2, que separa o SCS do Setor Hoteleiro, Sheila* está começando seu turno de trabalho. A garota de 23 anos, longos cabelos negros e pele branca está usando um short jeans, salto alto, camiseta e uma jaqueta branca. Ela está acompanhada da travesti Mônica, 22 anos, que usa um vestido curto. Ambas estão paradas na beira da pista, conversando e encarando os motoristas que sobem a via. Sheila e

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Mônica são garotas de programa. “Entrevista? Não tenho interesse. Até parece que você vai falar bem de nós”, diz Sheila com um ar arrogante. Mônica demonstra mais vontade de conversar: “Mas você tem que ouvir as transexuais também. Somos muitas aqui nessa área”, conta. Os carros param. Os motoristas perguntam preços, mas são intimidados com a presença da imprensa. A conversa tem que ser breve, porque a equipe está atrapalhando o ofício das entrevistadas. Aos poucos, elas resolvem falar. “Trabalho há seis anos com isso e te garanto que nenhuma garota daqui ganha menos de R$ 2 mil por mês”, revela


Sheila. Em sua fala transparece a necessidade em demonstrar que não é nenhuma coitada. “Faço faculdade. Pago meu carro. Meu aluguel. Falo inglês. Frequento as melhores boates”, relata. Entre os vários locais da cidade, por que fazer ponto no SCS? - “Simplesmente porque tem mais movimento. Pessoas de alto poder aquisitivo passam por aqui”, afirma. Indagada se gostaria de trocar de profissão e trabalhar em um daqueles escritórios do outro lado da rua, Sheila responde: “olha, já trabalhei com eventos, hotelaria e te garanto que já fui humilhada lá mais do que aqui. Mas a vida da prostituição é realmente complicada. Um dinheiro rápido, mas não fácil. Se eu ganhasse o mesmo tendo um emprego diurno mudaria de vida sim”. A conversa é interrompida por dois meninos de rua visivelmente alterados, talvez por efeito de alguma droga, que pedem trocados. Originalmente planejado para abrigar os escritórios e salas comerciais da nova capital, hoje, o Setor Comercial Sul – composto por 106 prédios entre o Eixo Rodoviário e a avenida W3 – é um compêndio de bancos, restaurantes, empresas públicas e muitos outros estabelecimentos, cercados por todo tipo de atividades informais. Junte à mistura, centenas de carros que se acomodam onde podem e não podem. Isso durante o dia. Ao cair da noite, as cercanias, becos e subsolos de alguns dos edifícios mais antigos de Brasília, como o Palácio do Comércio e o Edifício Oscar Niemeyer estampam a crua realidade do tráfico de drogas e a prostituição. Não é exagero dizer que o SCS é uma

das áreas mais p ro b l e m á t i c a s da capital. “Apesar das várias deturpações, o Setor Comercial é um dos setores mais fiéis ao projeto inicial de Lúcio Costa”, afirma o professor da Faculdade de Urbanismo da UnB, Frederico Flósculo. Ele explica que o plano do arquiteto que planejou Brasília era que o SCS concentrasse muito menos prédios e oferecesse muito mais áreas verdes. “Israel Pinheiro e sua equipe aumentaram em pelo menos 20 vezes

A vida da prostituição é realmente complicada. Um dinheiro rápido, mas não fácil o número de prédios. Na época, eles eram pressionados por um receio de que a capital não fosse auto-sustentável”, afirma ele. “O resultado é tão desastroso que o SCS é uma área ‘paulistizada’ de Brasília. Ou seja, só cimento e nada de verde”. Difícil avaliar se é resultado direto ou indireto de tais alterações, o fato do SCS compartilhar da atmosfera caótica comum a grandes cidades não planejadas. Muitos dos

edifícios estão com fachadas desgastadas e as praças apresentam sinais de abandono. O barulho, trânsito complicado, camelôs obstruindo calçadas e crianças de rua viciadas em drogas são pilares de uma selva de pedra onde camelôs e vigias de carro faturam alto. Os flanelinhas, por exemplo, organizados entre si, ocupam os mesmo espaços de estacionamento há vários anos. A maioria é avessa a entrevistas, mas um senhor de 39 anos, que pede para não ter o nome revelado, olha os carros da Quadra 6. Ele demonstra seu pessimismo sobre o local. “Se eu tivesse uma câmera eu teria prendido muita gente por aqui. Se eu parar para contar tudo que já vi, passaríamos a tarde conversando. A verdade é que tudo piorou mesmo depois do crack (subproduto da cocaína)”. Muitos dos ambulantes e vendedores informais também são figuras conhecidas no setor há décadas. O livreiro Eduardo Santos, 52 anos é um deles. Há 30, vende livros em uma das galerias do SCS. Enciclopédias, livros de literatura, apostilas preparatórias para concursos, ficam no chão sobre tecidos, uma livraria rudimentar. Ele lamenta já ter perdido em mais de uma ocasião, toda a sua coleção nas apreensões da Agência de Fiscaliza

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ção do Distrito Federal. (Agefis). “Não deveria ser proibido possibilitar fácil acesso de conhecimento ao público”, acredita. Para o Administrador de Brasília, Messias de Souza, a única solução para os problemas do Setor Comercial é uma radical reformulação. “O que pretendemos fazer é uma total revitalização física e social”, diz. Conforme ele, o projeto de mudança do local será dividido em duas frentes. O primeiro consiste em melhorar a mobilidade dos pedestres e trânsito, com revitalização de fachadas e calçadas, transferência dos ambulantes para locais apropriados e melhor iluminação. Inclusive garantindo espaços para carros do Corpo de Bombeiros. O outro seria uma readequação de zoneamento. “Estamos falando de um local com 50 anos de idade. Quando o SCS foi planejado, estabelecimentos como uma engraxataria, tinham muita mais relevância

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que hoje. Só é possível preservar o Plano Piloto se o seu projeto urbanístico for atualizado”, atesta. Mas é depois do expediente que as coisas tornam-se realmente tensas. O tráfico de drogas é latente e indiscriminado. Enquanto as paradas de ônibus em frente ao Shopping Pátio Brasil na W3 estão cheias, os traficantes vendem crack no estacionamento da Quadra 6. Pedestres, meninos de rua, gente em carro novo param e compram. O vício não escolhe classe social ou poder aquisitivo. As galerias subterrâneas do SCS são, a qualquer hora, o endereço certo de crianças e adolescentes viciadas em drogas e que não se empenham em esconder suas ações. “A partir das 4h da tarde, o tráfico já começa para valer aqui”, diz o contador Luis Freire, que trabalha na Quadra 4. “Já vi um menino de 10 anos levar o celular de uma mulher enquanto ela estava falando ao mesmo. Ele nem correu”, completa. O Delegado Chefe da 5ª Delegacia de Polícia, Laércio Rossetto garante que as rondas e apreensões são frequentes. Drogas como o crack, fáceis de esconder e consumir dificultam muito as ações de recolhimento. “É uma epidemia que tem que pegar na hora. Mas garanto que o consumo seria melhor reprimido se a legislação fosse mais eficaz. As pessoas sabem que não tem punição”, lamenta. O delegado acha

Só é possível preservar o Plano Piloto se o seu projeto urbanístico for atualizado importante ressaltar que o combate às drogas é um problema que necessita de ações sociais em conjunto com apreensões policiais. “Posso garantir que toda a área do Setor Comercial é mapeada por nós”. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) é mais um agente público que tenta mudar a cara do local. Conforme assessoria do órgão, operações de aconselhamento tutelar e atendimento psicológico são realizadas

Messias de Souza, Administrador de Brasília


constantemente para crianças e adultos que passam ou moram no SCS. Como forma de ajuda, várias dessas pessoas são encaminhadas para acompanhamento psicológico ou para abrigos sociais. As propostas do administrador de Brasília para o local são ambiciosas. Messias acredita que a única maneira de diminuir a degradação do SCS é dar às suas instalações um funcionamento 24 horas. “Se durante o dia o setor continuar com suas atribuições comerciais, mas a noite oferecer restaurantes, bares e lazer noturno de qualidade, empresários e cidadãos vão migrar para o espaço”. Para ele, a equação é simples. Faz mais sentido abrigar a vida noturna no centro da cidade do que nas quadras comerciais onde os frequentadores brigam com moradores por vagas de estacionamento. “Essas ideias não podem partir

apenas do poder público. Eles necessitam de um consenso com a comunidade. Por isso, o que nós vamos fazer é propor isso nas Plenárias do Orçamento Participativo, para que os contribuintes possam decidir se aprovam a iniciativa”. Uma reunião de discussão sobre SCS, aberta a toda a comunidade, vai acontecer no próximo dia 5 de maio, no auditório da Administração Regional de Brasília. O professor Frederico acha a proposta interessante, mas faz uma ressalva: “a droga é um mal comum a todas as esferas da sociedade. O problema é que a classe média – quem realmente alimenta o consumo de entorpecentes - prefere ignorar esse mal em suas residências, mas se queixa do reflexo disso nas ruas”. Sobre a prostituição ele acrescenta: “ali no SCS acontece a prostituição chapa branca. Ou seja, elas são sustentadas

pelos clientes dos ministérios, câmara e órgãos públicos. O local é um ponto estratégico”. Certo é dizer que o Setor Comercial Sul é apenas mais um reflexo da não concretização da utopia de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, que imaginaram uma cidade que eliminaria as diferenças sociais e econômicas entre seus habitantes. “É o setor mais emblemático da cidade”, conclui Messias de Souza. “Ele teve momentos áureos no passado. Era comum na época das constituintes, os parlamentares almoçarem no local. Acredito que esses tempos podem voltar”, torce. Por enquanto, o SCS se sustenta à sua maneira, uma equação delicada onde o legal e o ilegal, o formal e o informal dividem as mesmas calçadas, galerias, escritórios e estacionamentos. * Nomes fictícios por solicitação dos entrevistados

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Cidadania

Por: Veronica Soares | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Alimentando vidas O

O poder do leite materno

leite materno é a fonte de alimento mais importante para o bebê. É nele que a mãe passa os anticorpos para que a criança mantenha a saúde até que o ganhe mais resistência. Mesmo com tamanha importância, muitas mães não produzem o leite suficiente para alimentação do seu filho. E é aí que entra o importante trabalho de profissionais que lutam diariamente para alimentar o filho dessas mulheres. No Banco de Leite do Hospital Regional da Asa Sul (Hras), o segundo mais antigo do Distrito Federal, o trabalho de coleta do leite humano é um desafio diário. Conforme a coordenadora do banco de leite do Hras, Patrícia Pires Queiroz Schimin, a necessidade de doações de leite humano é constante. Além de atender as crianças que estão internadas na unidade, quando há necessidade, o banco também fornece leite para alimentar bebês de mulheres que já receberam alta e que quando chegaram em suas A doadora Rosilene Rocha: “Doar só me faz bem”

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casas tiveram dificuldade na alimentação dos seus filhos. O banco de leite tem como missão a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, além da coleta e estocagem do leite cru. Com isto, as mães têm a garantia que de que o produto é de altíssima qualidade. Antes da distribuição do produto já pasteurizado, todo leite que chega ao local passa por processos de seleção, classificação, processamento e controle de qualidade. Em 2009, uma reforma deixou de Banco de Leite do Hras de cara nova. Com redimensionamento interno, proporcionou o uso mais eficiente dos espaços. O setor dispõe de salas de estoque, pasteurização, controle de qualidade, distribuição, secretaria, copa e sala de atendimento para as mães que buscam ajuda para amamentar seus filhos. De acordo com Patrícia, para atender à demanda do local são necessários, diariamente, de sete a dez litros de leite Estoque necessita de mais doações


humano pasteurizado para alimentar os bebês internados no hospital. Mesmo com tamanha importância, a coordenadora explica que a quantidade de leite não está sendo suficiente e o estoque está muito baixo. Com isso, seria necessária a doação de, no mínimo, 20 litros de leite materno, diariamente, já que metade do produto doado é descartado. “A maioria das perdas são por condições de higiene. Muitos vêm com cabelo ou outra impureza que impossibilita de ser utilizado para alimentar as crianças”, ressalta. No local, trabalham 11 funcionários dispostos a levar qualidade do leite para as crianças. Os profissionais orientam as mães quanto às técnicas de coleta, estimulação e de higiene na hora da ordenha do leite materno. Embora as mães possam ser atendidas no próprio local, elas costumam receber apoio do Corpo de Bombeiros. As maiorias das mulheres doadoras preferem fazer a coleta em casa mesmo. Depois do processo, os profissionais bombeiros vão até o domicílio dessas mulheres recolher o material doado. Apenas no Hras o leite recebido faz a diferença para aproximadamente 50 recém-nascidos que precisam desse

alimento todos os dias. Muitos desses bebês são prematuros e tem sobrepeso. “O leite materno tem o diferencial. É um alimento que tem anticorpos, ácidos graxos e nutrientes necessários para o bebê”, ressalta Patrícia Pires. “A alimentação com o leite materno, faz com que as crianças internadas aqui tenham alta mais rápido”, conta. Há 18 anos a auxiliar de enfermagem, Iracema do Nascimento trabalha no local. Para ela, todas as funções desenvolvidas dentro da instituição são de fundamental importância para salvar vidas. Ela é uma das funcionárias responsáveis pela limpeza e esterilização dos vidros, orientação das mães quanto ao aleitamento e fazer a triagem do leite. “É bem gratificante. Quando os recém-nascidos recebem alta do hospital é uma vitória para toda a equipe”, ressalta. Mulheres como a professora de educação física, Marília Cesária da Silva, 23 anos, reconhecem a importância do trabalho da equipe do Banco de Leite. Há dois meses, a filha dela está internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hras. A pequena Maria Luisa nasceu prematura e necessita da doação. Além de coletar o leite para alimentação da filha, Marília também doa para o Banco para que outros recém-nascidos tenham o alimento materno garantido. Segundo ela, foi lá que aprendeu a fazer a massagem e as técnicas necessárias para estimular a produção. “Doar leite é um ato de amor. O leite materno chega a ser um remédio para essas crianças que estão internadas do Hras”, esclarece. Já a desempregada Rosilene Rocha doa 250 ml todos os dias. A filha também nasceu prematura. “Acho importante. Tem muitas crianças doentes que precisam do gesto de amor. Tenho muito leite e não vejo problema em doar. Só me faz bem”, reforça. Além do processo de triagem do leite, as mães doadoras também devem estar com todos os exames sorológicos atualizados. Para isso, o próprio cartão de grávida serve na hora de comprovar a boa saúde. Toda mulher saudável, com excesso de leite e que não use medicamentos que impeçam a doação pode colaborar com os bancos de leite. O leite materno é o melhor alimento para o recém-nascido, principalmente o de baixo peso, protegendo-o de várias doenças.

Doar leite é um ato de amor. O leite materno chega a ser um remédio para essas crianças que estão internadas

Cuidados que devem tomar na hora da coleta: Para armazenar o leite, utilizar um frasco de vidro com tampas de plásticos Colocar uma touca ou lenço para cobri os cabelos Colocar uma máscara ou fraldas no nariz Lavar as mãos e os braços até o cotovelo com sabão e água em abundância Antes de iniciar a coleta, lavar as mamas apenas com água Secar as mão e as mamas com uma toalha limpa Procurar um lugar limpo e tranqüilo para retirar o leite. Evitando sempre banheiro e cozinha Evitar conversar durante o processo de retirada Retirar o leite quando as mamas estiveram muito cheias. Antes ou depois das mamadas.

Serviço Banco de Leite de Hras (61) 3445.7514 – 3445.7597 Corpo de Bombeiros - 193

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Gente

Valcir Araújo

Valcir Araújo

Por: Edson Crisóstomo | Fotos: Gustavo Lima

Danielle Athayde, Deputado Patrício e Ana Lúcia Niemeyer

Valcir Araújo

Valcir Araújo

Simone Crisóstomo, Raquel Brandão e Israel Brandão

Antônio José Pereira, Silvestre Gorgulho e Deputado Patrício

Edmilson Gama e Deputado Joe Valle

Política O grande lançamento de 30 a 40 dias Os últimos dados dão conta de mais de 33.000 páginas em 180 volumes e o Gran Finale, com 58 pedidos de prisão, tudo isso graças as produções de Durval Filmes e a ação enérgica e segura do Ministério Público juntamente a Polícia Federal.

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Escapa ou não escapa? Depois do deputado distrital Benedito Domingos se esquivar, apresentar atestado médico e até mesmo de participar de um evento evangélico em Goiânia, a Corregedoria da Câmara Legislativa do Distrito Federal conseguiu notificá-lo. Domingos é acusado de formação de quadrilha e de beneficiar parentes em licitações públicas quando era administrador de Taguatinga. O documento foi entregue no último dia dois de maio. A partir de agora, ele terá 10 dias úteis para apresentar defesa.


Victor Hugo Bonfim Valcir Araújo

Victor Hugo Bonfim

Victor Hugo Bonfim

Isabela Raposeiras, Carolina Balduino e Liana David

Fábio Colombini, Danielle Athayde e Antônio José Pereira

Carolina Balduino

Caixa Rápido Deduz? Quando presa, suspeita de forjar o próprio estado de saúde mental, a promotora de justiça Débora Guerner deve ter indagado na Carceragem da Superintendência da Polícia Federal se as suas despesas com psiquiatra deveriam ou não ser deduzidas no Imposto de Renda.

Isabela Raposeiras, Eduardo Sérgio Balduino, Liana David, Carolina Balduino e Laís David

Geleia Geral Inéditos em Brasília O Centro Cultural Banco do Brasil realiza até o dia 15 de maio, a mostra “Inéditos em Brasília”, inteiramente feita com filmes nunca exibidos comercialmente na cidade. Ao longo de quatro semanas de exibição, serão 13 filmes de nove países,– 12 no formato 35mm e apenas um no formato digital. Entrada franca. Informações: (61) 3310.7087

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Cidade

Por: Maíra Elluké | Fotos: Divulgação

Rotina cansativa

Frotas de ônibus reduzidas, burocracia para conseguir o passe estudantil e metrô lotado são algumas das dificuldades enfrentadas por universitários de todo DF

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vida dos universitários que dependem do transporte público do Distrito Federal é uma verdadeira maratona. Esperar por ônibus lotados e que não cumprem os horários, pagar uma das passagens mais caras do Brasil, além de ser submetido à burocrática tarefa de aquisição do passe estudantil são tarefas rotineiras na vida de muitos estudantes. O final da Asa Sul, região onde se localizam as faculdades IESB e Unieuro, a maior parte das linhas não faz o trajeto depois das 22h, horário do término das aulas, com uma ampla demanda de passageiros. Além disso, para se locomover até os pontos, eles precisam passar por extensos caminhos de terra sem iluminação. É o caso da estudante de design de moda da Unieuro Bruna Antunes Vanuzzi, de 19 anos, que espera em média, 30 minutos todos os dias para voltar para casa, na Asa Norte. “O Grande Circular só passa de meia em meia hora à noite. Isso é muito tempo para esperar nesse ponto escuro”, conta. A estudante de história da Universidade Católica de Brasília – em Taguatinga – e moradora de Samambaia, Hortência Guedes, 23 anos, diz que sempre chega atrasada na faculdade. De acordo com ela, os ônibus

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demoram muito para passar, e faz um grande percurso por Taguatinga até chegar ao ponto final do Pistão Sul, onde estuda. Ela conta que aproveita a volta para casa para colocar a leitura em dia. “Apesar da aglomeração de pessoas, sempre arrumo um jeito de voltar lendo alguma coisa, já que a viagem é longa”, relata. Nos dias que opta pelo metrô, encontra o transporte sempre cheio. “Para conseguir chegar na hora, preciso sair pelo menos uma hora antes do normal”, indigna-se. O transporte particular serve como opção tanto para quem mora em locais com dificuldades de transporte coletivo, como para quem procura comodidade e segurança. É o caso do estudante de Gabriel Torres Ribeiro, 22 anos, que já desistiu de usar o transporte público. “Já tentei voltar para casa de ônibus, mas moro muito longe”, disse. Morador de Sobradinho, Gabriel optou pelo transporte particular, pois para chegar em casa precisa pegar duas linhas de ônibus. “Prefiro ir para a faculdade no transporte universitário. Como estudo a noite, fica muito difícil utilizar o transporte escolar”, explicou. A estudante de História da Universidade de Brasília (UnB), Anna Cristina Prado, 20, moradora do Riacho


Fundo I, faz uso diário do transporte público. Ela acorda às 5h30 da manhã para conseguir chegar à Universidade às 8h. Pega um ônibus para a rodoviária do Plano Piloto, já que aonde mora, não existe nenhuma linha direto para a UnB. Depois da maratona de aulas, Anna precisa chegar ao estágio, na Câmara dos Deputados, na Esplanada dos Ministérios. Nos dias de terça e quinta ainda tem pique para as aulas de circo. O saldo de gastos no dia é de R$ 18 com passagens de ônibus e metrô. “Todo dia é uma maratona contra o tempo, já que o transporte público daqui ainda precisa melhorar e muito. A passagem é muito cara e o transporte deixa a desejar. É demorado e não têm ônibus para certos locais”, critica. Gabriel optou pelo transporte particular

A estudante Anna Cristina, 21 anos

A saga do passe estudantil

Outro problema vivido pelos estudantes é a burocracia para adquirir o passe estudantil. Para ter direito ao benefício o aluno precisa ir até a secretaria da Universidade, solicitar uma declaração para passe estudantil, levá-la até a empresa que faz a linha de ligação mais próxima até sua casa, pegar uma cartela de acompanhamento para aquisição do benefício, preencher, levar até a faculdade para ser carimbada e voltar na empresa para deixar o documento por sete dias para aprovação de cadastro. Após aprovado somente o aluno ou seus pais podem comprar os passes para o estudante. Muitos estudantes têm problemas com a documentação de aprovação, pois faz-se necessário o comprovante de residência estar no nome do estudante ou dos pais. Em situações como residência alugada ou cedida a situação se complica e o estudante passa por uma maratona de reclamações junto a empresa e aos órgãos de transporte e nem sempre é resolvido de imediato. A estudante de Letras da Universidade Católica de Brasília (UCB), Anna Soares, 21 anos, indignada com a demora no processo, optou por pagar mais caro pela passagem, ao ter que passar pela demora do procedimento. “O processo é humilhante, só falta eles nos pedirem teste de DNA”, reclama. Além disso, muitos estudantes desistem do processo porque as empresas de ônibus limitam as linhas que o estudante pode usar. “Se a gente perde o ônibus naquele horário, precisamos ficar plantados na parada por até uma hora, já que é assim, prefiro pagar o valor normal da passagem a ter que perder tempo na parada”, destacou Anna. Para o doutor em Engenharia de Transporte do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Brasília (UnB), Alex Sant´Anna, o grande problema do transporte coletivo de Brasília é a falta de adaptação do sistema para as necessidades de hoje. Para ele, caso não haja um pensamento por parte do poder público que aponte soluções concretas e de longo prazo, a tendência é que as dificuldades aumentem cada vez mais. Segundo ele, não há uma solução mágica para o transporte e muito ainda tem que ser feito para melhorá-lo. “O que precisamos é de um sistema mais racional de linhas. Criar mais linhas pode até diminuir o problema por um tempo, mas não resolveria”, afirma. Além disso, Sant´Anna explica que o governo não criou soluções definitivas e que façam com que o transporte atenda às reais necessidades da população. “Uma hora, (o governo) terá que tomar soluções mais drásticas”, finaliza.

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Educação

Da Redação | Foto: Divulgação

Educação

Integral Nova forma de pensar e praticar

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Secretaria de Estado de Educação do DF traçou, para este ano, várias metas que visam o aperfeiçoamento da qualidade do ensino na rede pública. Uma delas é a implantação da Educação Integral. Se no início do ano letivo, quando da formação do governo Agnelo a idéia era manter os alunos ocupados, mas com atividades que os integrassem nas suas facetas cognitivas para que eles despertassem as potencialidades, hoje, três meses depois, o modelo já está sendo repensado. A boa notícia é de que o atual atendimento nas 260 escolas de tempo integral do DF não será interrompido. Pelo contrário, a intenção é a de ampliar e repensar a oferta. Conforme Rosylane Doris de Vasconcelos, assessora da SEDF, o momento é de preparação e discussão da proposta que só será colocada em prática no ano que vem. Se hoje as escolas de tempo integral do DF têm autonomia para buscar e viabilizar soluções para manter o aluno o dia inteiro na escola, sem uniformização de ações pedagógicas, conforme a proposta que está sendo repensada na secretaria, haverá mudanças consubstanciais. “No próximo ano letivo vamos implantar um ensino integral planejado e único em todas as unidades de ensino, coeso e de boa qualidade”, assegura a secre-

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taria de Educação, Regina Vinhaes. Conforme ela, além dos professores e a comunidade escolar, estudantes do programa Bolsa Universitária vão estar integrados neste projeto inovador. Ainda de acordo com a nova proposta, a jornada escolar vai ter a duração de oito horas diárias em cinco dias da semana. Hoje, são poucas na rede de ensino as escolas que oferecem esse padrão de atendimento. É um ponto que pretendemos mudar”, completa Rosylane Doris. Outro ponto que será complementado é a fragmentação do atual currículo escolar. Com a mudança, as atividades regulares do currículo vão ser trabalhadas de forma articulada às complementares, para que não haja mais fragmentação entre as disciplinas, compondo, assim, uma nova forma de conceber o currículo. “A visão de todos vai mudar em relação à escola”, afirma Doris. Outra mudança será com relação à estrutura física das escolas que sofrerão reformas e que vão passar por adaptações, a fim de contemplar o novo projeto. Além disso, aos professores serão ofertados processos de formação continuada. “A educação integral tem uma especificidade e pressupõe a formação humana nas suas múltiplas dimensões: física, psicomotora, ética, cultural,


lúdica, entre outras tantas”, garante Rosylane. A idéia é oportunizar aos professores vivências formativas para que todos estejam preparados para exercerem o papel de educador.

Alimentação

– é um ponto que está sendo estudado com carinho e atenção pela equipe técnica da SEDF. Já que a jornada escolar será ampliada para oito horas, a nova proposta vai contemplar, pelo menos, três refeições para cada estudante, incluindo o almoço. “É importante dizer que o próprio momento de alimentação é educativo e é uma experiência rica para essas crianças, devido ao trabalho multidisciplinar que pode se feito com as atividades de horta escolar e de ciências”, ressalta a professora. Segundo ela, claro que o novo processo educativo integrado vai acarretar tempo. “Estamos trabalhando com a realidade

que temos hoje e partindo dela para novos processos de transformação, contando com a contribuição de professores e gestores”, assegura. Mas para que o projeto tenha efetividade no ano que vem, conforme a SEDF, será necessário que várias discussões pedagógicas e processos de sensibilização aconteçam. O projeto, uma vez estabelecido, vai ser realizado, inicialmente, em três regiões administrativas do DF como piloto para que depois acorra a expansão. “Nós acompanharemos de perto o cotidiano da implantação e seu funcionamento nos dará subsídios para efetivar esta política pedagógica no DF”, salienta Rosylane. Outro ponto importante ressaltado na nova proposta é o exercício da gestão democrática nas escolas que contribuirá na consolidação da proposta de Educação Integral no DF.

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Tecnologia

Por: Da Redação | Fotos: Divulgação

Tecnologia ao alcance

das mãos

Tablet Xoom e Smartphone Atrix da Motorola prometem mais rapidez e definição

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om a celeridade que a vida moderna exige, novos aparelhos, compatíveis com a tecnologia 3G e com acesso à banda larga móvel, já estão disponíveis no mercado da capital. O Xoom é o primeiro tablet Android com Honeycom 3.0. Novo sistema operacional da Google, projetado especificamente para esse tipo de dispositivo. Esse tablet é um processador dual-core, com cada núcleo operando a 1 GHz e até 2 GHz de poder de processamento. A tela é widescreen de 10,1 polegadas. Perfeita para a visualização de vídeo HD em modo paisagem e estreita o suficiente para digitação na tela com as duas mãos em modo retrato. Além dessas vantagens, as câmeras do Xoom também trazem recursos e opções inéditas. A câmara frontal é de 2 MP para chats com vídeo sobre Wi-Fi ou 3G/4G LTE. E a câmera traseira é de 5 MP para a captura de vídeo HD de 720p. Tem saída de HDMI e opções de docks inéditas, que permitem streaming de conteúdo de alta definição para televisores E o Smartphone Atrix vem com um processador dual-core de 1 GHz, capaz de abrir páginas de internet duas vezes mais rápido que a maioria dos outros smartphones, além de tornar os jogos e a navegação mais rápidos, pelas funções do aparelho. Com 1 GB de RAM, o dobro da capacidade da maioria dos smartphones, permite a execução de múltiplas tarefas, como assistir a um vídeo, receber e transmitir e-mails ao mesmo tempo.

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O display qHD PenTile é o primeiro em um smartphone. Com 4” de alta resolução e cores de 24 bits, facilita a visualização em ambientes internos e externos. A câmera frontal é para vídeo-chamadas e a câmera traseira é de 5 MP com flash LED e captura de vídeo HD de 720p. A capacidade de armazenamento do Atrix é de até 48 GB, ou seja, 16 GB de memória interna e até 32 GB opcionais com cartão MicroSD, o suficiente para armazenar milhares de músicas, fotos e filmes. Quem primeiro disponibilizou esses aparelhos no mercado de Brasília foi a VIVO. Líder na comercialização de smartphones no Brasil e agora apostando no mercado de tablets como mais uma ferramenta para conectar e incluir pessoas. De acordo com dados de pesquisa da empresa Gartner, esse mercado vem crescendo a passos largos e as projeções para os próximos anos são grandiosas. Em 2010 foram comercializados 17,6 milhões de tablets no país. Em 2011 a expectativa é que sejam vendidos 70 milhões e para 2012 espera-se que as vendas cheguem a 108 milhões de unidades do aparelho. Ambos os equipamentos são compatíveis com a tecnologia de Terceira Geração, a qual a Vivo é líder em cobertura no Brasil, presente em mais de 1,3 mil municípios. Até o final de 2011 serão mais de 2,8 mil municípios cobertos com o sinal 3G em todo o país.


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Cotidiano

Por: Tássia Navarro | Fotos: Divulgação

Sentimento entre

cão e homem

Quando a relação vai além das palavras e se torna, sobretudo, amor

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O Cocker Spaniel Cauê

Juliana abraça a cadela Sherdy

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Joana, mãe de Juliana com Suyá e Sherdy

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omo dizem por aí, o cão é o melhor amigo do homem. E de fato, é possível perceber essa relação de amor em diversos casos. Os laços afetivos entre o homem e os cachorros são, muitas vezes, mais fortes do que com qualquer outro animal. Não é a toa que nós, homens, asseguramos e acreditamos que o cão é um grande e melhor amigo. A lealdade, cumplicidade, afeto e a alegria que o animal demonstra em relação a seu dono são características que dão vazão a essa relação de amizade e amor. Histórias de relações fortes e íntimas entre os cães e seus donos são comuns em muitos lugares e chegam a emocionar milhares de pessoas. Um exemplo é o livro Marley & Eu, do jornalista americano John Grogan que vendeu mais de três milhões de exemplares pelo mundo inteiro desde seu lançamento, em outubro de 2005. A narrativa do casal apaixonado John e Jenny, que iniciavam uma vida juntos e adotaram o labrador Marley que, rapidamente se tornou uma bola de pêlo de 43 quilos e virou a vida do casal de cabeça para baixo, fez sucesso tanto em livro quanto em filme. A história do enorme cão que arrombava portas, arranhava paredes, babava nas visitas e abocanhava tudo que estivesse ao seu alcance, mas que, acima de tudo, tinha um coração puro e uma lealdade incondicional a seus donos se repete não só na telona, mas em muitos lares do mundo inteiro. O Cocker Spaniel chamado carinhosamente de Cauê por sua dona, a funcionária pública Jeane Santos, 45 anos, foi recebido por ela e sua família assim que nasceu. Nos primeiros dias de estadia em seu novo lar, acordava toda a casa com seus chorinhos durante a madrugada. Com o tempo, isso mudou. Mas as “artes” que o cãozinho aprontava continuavam. “Uma vez comprei dois sapatos pra minha filha e ela os deixou no chão do quarto. Quando foi ver,


estava o Cauê roendo o salto dos dois sem ela ter usado uma vez”, conta. Para muitos, os cães são mais do que animais de estimação. Se tornam membros da família. Mesmo que seu comportamento seja semelhante ao de uma criança arteira, o laço afetivo que nasce e cresce entre ele e o dono é forte e comparado ao sentimento que pessoas sentem umas pelas outras. Na casa da jornalista Juliana Santos nunca existiu a intenção de terem animais de estimação, já que sua mãe não gostava muito da ideia. A história foi essa até o dia em que um de seus tios presenteou a família com um cachorrinho da raça Pinscher. “Desde então tudo mudou. E, por incrível que pareça, minha mãe se apaixonou loucamente pelo bichinho. Ele ficou conosco por quase sete anos, até ir pra rua, em um momento de descuido do meu pai, e morrer atropelado”, recorda. A descoberta do amor do homem pelo animal, mesmo que exista certa antipatia por parte da pessoa é muitas vezes inexplicável. A perda do Skaf para a família de Juliana foi muito dolorosa. De acordo com ela, quem mais sofreu foi sua mãe, que era quem menos queria o cachorro. “Ela dizia que a dor que sentia era tão grande que nem se o seu próprio pai falecesse naquele momento ela sofreria tanto”, confessa. No caso da funcionária publica Jeane, anos após a chegada de Cauê, teve que se mudar de uma casa para um apartamento e não foi possível continuar com o cãozinho. Para ela e sua família

foi muito triste a despedida e até hoje sentem falta do animal. “Quando chegávamos em casa ele sempre vinha nos receber todo feliz abanando o rabinho. Era uma certeza de que ele nos amava”, diz. Para amenizar a perda do cachorrinho Skaf, o pai de Juliana deu de presente para sua mãe uma cadelinha da mesma raça, a Suyá, que completou sete anos no dia 19 de abril. Após um ano e meio, em 14 de dezembro de 2005, adotaram outra cadelinha que apareceu perdida na rua, a Sherdy. “Ela estava muito doente, magra e infestada de pulgas e carrapatos”, lembra. Depois de levarem a um Pet Shop e ao veterinário que cuidava de seus outros cachorrinhos, foram informados de que ela estava muito doente e seria difícil que sobrevivesse. “Mas ele nos passou um medicamento para darmos a ela. Acreditamos que poderíamos salvar aquela vidinha, e conseguimos. Ela se recuperou, ganhou peso e hoje já faz cinco anos que está conosco”, comemora. Segundo Juliana, as cachorrinhas recebem o melhor tratamento possível. Sua mãe costuma falar que as duas são suas filhas caçulas. “E ouso dizer que é verdade. Perdi meu posto de filha mais nova. De fato, elas são tratadas como integrantes da família. Recebem carinho como se fossem bebês e estão sempre cheias de mimos. Minha mãe não mede esforços físicos nem financeiros para agradá-las e é sempre muito presente, o que faz com que elas sejam bastante dengosas, e, às vezes, até folgadas”, diz com uma pontinha de ciúme.

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Planos e Negócios

alex dias

Aguiar de Vasconcelos Com 29 anos de tradição no mercado imobiliário de Brasília, a Aguiar de Vasconcelos Ltda, foi fundada em 1982 pelo empresário e advogado Geraldo Vasconcelos, há 52 anos morador da capital federal. A empresa, de característica familiar, já em sua terceira geração de integrantes, se orgulha de manter a seriedade e transparência que sempre marcaram seus negócios no ramo dos imóveis. A empresa se especializou na intermediação de venda e locação de imóveis residenciais e comerciais de terceiros, administração e consultoria imobiliária. Conta com uma equipe treinada de corretores, além de advogados para a análise de documentação e elaboração de contratos, buscando atendimento personalizado, segurança e melhor solução para cada cliente. A Aguiar de Vasconcelos faz parte da Rede Brasília de Imóveis, ampliando ainda mais o leque de oportunidade. É uma empresa filiada à Secovi-df. Empresa do grupo Aguiar de Vasconcelos e GV Construtora e Incorporadora Ltda, que assina a construção do arrojado Centro Empresarial Casablanca, na EQS 114/115, projeto dos arquitetos Regina e Sergio Fittipaldi que recebeu o Prêmio Qualidade Brasil em 2006. Este ano a GV Construtora vai construir o Centro Empresarial Casablanca II. Também localizado na EQS 114/115, o empreendimento terá 5000m².

Uma barbearia diferenciada Quem chega à Barbershop, na 705 Norte, se surpreende com o bom gosto da decoração e a beleza do lugar. A atenção no atendimento deixa claro a importância de cada cliente. Entre os equipamentos, o destaque fica com as cadeiras estilosas de barbeiro, trazidas de São Paulo. O proprietário Aelson Mota Machado prima pelo diferencial na qualidade do atendimento. Não por acaso, ele próprio se encarregou de supervisionar a reforma do local, da decoração aos equipamentos que compõem a Barbershop. Conforme ele, a idéia era unir bons profissionais num ambiente confortável, bonito, diferente, com o que há de novidade no ramo e com serviços de primeira qualidade.

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As principais áreas de atuação da empresa são: Lago Sul, Lago Norte, Asa Sul, Asa Norte, Sudoeste e Parkway.

Serviço Aguiar de Vasconcelos QI 09 Lago Sul, em frente à via principal www.aguiardevasconcelos.com.br

Mais que um cafezinho Toda boa refeição pede um encerramento à altura. O brasileiro tem descoberto o prazer da gastronomia trabalhando melhor o seu paladar, e um hábito que tem sido aperfeiçoado é o tradicional cafezinho para finalizar um almoço, jantar ou até o lanche. Além da melhoria dos grãos, os bons restaurantes e cafés sofisticam a degustação de um simples cafezinho com alguns complementos. É o caso das casquinhas de laranja e dos biscoitos amanteigados, que ganham mais espaço. A cake designer Maria de Fátima, à frente do Café Designer, em Brasília, além do café dispõe de um “ateliê culinário” onde produz suas próprias casquinhas – essas pequenas tiras de coloração amarelada, cristalizadas, mezzo ácidas/ mezzo adocicadas –, e os biscoitos amanteigados, ambos um sucesso. “As casquinhas de laranja potencializam o sabor de um bom expresso ou de outros cafés”, explica. A receita é simples: uma mistura de açúcar, manteiga e farinha de trigo. Mas o segredo dos inigualáveis sabores dos produtos que podem também ser pesonalizados, Maria de Fátima não revela. O Maria de Fátima Café Designer funciona de segunda a sábado, das 10h às 19h.

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Serviço Maria de Fátima Cake Designer & Café Designer SHCGN Qd. 716, Bl. “C” Lj. 30 – Asa Norte (61) 3368.9321 / 3034.6777 www.mariadefatimabolos.com.br


Dia das Mães no Conjunto Nacional Frutopia A Frutopia chega ao Terraço Shopping com a proposta de um lanche saudável. Sucos, frutas, grãos, caldas e agora Açaí. No charmoso quiosque de 6 m2, o cliente pode escolher as frutas frescas, além de 19 acompanhamentos entre grãos e caldas como: granola, coalhada e leite condensado . A mistura perfeita fica a gosto do freguês e pode ser adequada à dieta de cada um. Além disso, são oferecidos sucos extraídos diretamente das frutas, bem como vitaminas. A grande novidade da marca é o açaí batido na hora. Pode ser misturado as frutas aos grãos e tudo o que mais agradar à clientela. A primeira unidade da Frutopia foi inaugurada no ano passado, no Liberty Mall e já se consolidou. A expectativa de expansão do sócio é grande.

Serviço Terraço Shopping, Piso 1 Liberty Mall, Piso 1 (61) 7816.2052

Quero-Quero A ideia de criar o site Quero-Quero surgiu em pleno “boom” das compras coletivas, fenômeno que tem enlouquecido os consumidores pelos baixíssimos preços dos produtos oferecidos. Afinal de contas, todo mundo quer fazer boas compras a preços mais baixos e promocionais, sem interferir, é claro, na qualidade do serviço adquirido. Eu quero. Você quer. Todo mundo quer. Por isso, a escolha do nome Quero-Quero.

O Conjunto Nacional comemora o Dia das Mães com a campanha “Meu Conjunto Preferido”, onde serão distribuídos R$ 200 mil. São 10 chances de ganhar R$ 20 mil em vale compras no mais variado mix de lojas da cidade. Segundo o Gerente de Marketing do shopping, João Marcos Mesquita, com a campanha, o CNB se posiciona dentro do contexto da vida de cada um, reforçando sua relação de proximidade com o brasiliense. “Situações simples, cotidianas que mostram o conjunto de possibilidades que as pessoas adoram e que são encontradas no shopping”, explica. Para participar, basta o cliente efetuar compras no período de 15/04/2011 a 29/05/2011, exclusivamente no Shopping. Cada R$ 300,00 dá direito a um cupom. Comprando com Visa, cupons em triplo. Clientes que comprarem e trocarem aos domingos, bônus de dois cupons. Os balcões troca notas estão localizados na Praça das Artes (1º piso) e funcionam de segunda a sábado, das 10h às 22h e, aos domingos, das 14h às 20h. No local há um espaço interativo, onde o cliente pode mandar SMS para (61) 9939.4334 e receber dicas de presentes e participará de sorteios de brindes e promoções culturais. Os sorteios acontecerão aos domingos, a partir das 17h e no caso de feriados, no dia seguinte, no mesmo horário. A ação faz parte dos 40 anos do CNB que será completado em novembro. A previsão de prêmios durante o ano é de R$ 800 mil e o investimento está na ordem de R$ 500 mil.

Serviço Assessoria de Comunicação Shopping Conjunto Nacional Karina Borges – (61) 2106.9719 / (61) 9655.6508 karina.borges@conjuntonacional.com.br siga-nos: @cnbshopping

A marca também faz alusão a uma ave chamada Quero-Quero, caracterizada por uma crista na região posterior da cabeça, de onde surgiu a logomarca. Desde que foi criado, em 2010, o Quero-Quero incorporou uma missão: fechar parcerias com grandes estabelecimentos que topem oferecer aos consumidores/internautas os melhores serviços e descontos da internet. Com escritório em Brasília, Goiânia e Rio de Janeiro, o Quero-Quero oferece as melhores opções de restaurantes, salões de beleza, clínicas de estéticas, academias, cursos, diversão, hotelaria, vestuário, entre outros, com descontos que variam de 50% a 90%.

Serviço www.euqueroquero.com.br

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Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

Novo

Jetta

A

Totalmente renovado e em duas versões

Volkswagen traz para o Brasil a nova geração do Jetta, um dos sedãs médios de maior sucesso em todo o mundo. Totalmente novo e projetado na Alemanha, o modelo é maior, mais confortável e esportivo e introduz uma nova plataforma, especialmente desenvolvida para ele. Com o modelo, a Volkswagen espera ampliar e consolidar sua participação no Brasil no segmento dos sedãs de porte médio. Entre os trunfos do Novo Jetta para atingir esse objetivo está: a Highline, equipada com um conjunto motriz excepcional – motor 2.0 TSI com 200 cv e transmissão DSG com dupla embreagem e seis marchas –, a opção mais potente da categoria. A versão Comfortline conta com motor 2.0 Total Flex e transmissão automática de seis marchas ou manual de cinco. O Novo Jetta é maior que seu antecessor. Suas dimensões o colocam próximo ao segmento imediatamente superior. A distância entre-eixos de 2.651 mm e os 1.778 mm de largura possibilitaram uma grande ampliação do espaço interno, com ganho significativo para os passageiros de trás. Essas dimensões, juntamente com a bitola de 1.535 mm na dianteira e 1.532 mm na traseira, também contribuem para maior conforto de rodagem e estabilidade. O comprimento total, 4.644 mm, é o maior da categoria e o porta-malas oferece generosos 510 litros de espaço para bagagem.

Design: a esportividade associada à elegância O exterior do Novo Jetta reflete a nova linha global de estilo da marca Volkswagen e é marcado pelo equilíbrio dimensional trabalhado para dar ao carro aparência dinâmica, presença e elegância que transcende o tempo.

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A dianteira, extremamente importante na definição da personalidade de um automóvel, é caracterizada pela horizontalidade das linhas. A grade do radiador, em preto brilhante, combina com o grupo óptico trapezoidal, criando um conjunto estilístico único. Logo abaixo, o para-choque, pintado na cor da carroceria, com uma superfície limpa e esculturada. Mais abaixo, uma entrada de ar adicional e um aerofólio estilo “bandeja” – inspirado nos splitters usados em carros de competição – dão ao carro um ar definitivamente esportivo. A porção superior da parte frontal mostra uma forte transição, desde o capô em forma de V até os paralamas. De acordo com o designer brasileiro José Pavone, que participou da criação do Novo Jetta, a transição nesta área dos “ombros” do carro foi tirada integralmente do carro conceito NCC (New Compact Coupé) e adiciona ao estilo dinamismo. Visto de perfil, o carro se destaca exatamente pelos “ombros”, batizados de tornado lines, e pela ênfase dada aos arcos das aberturas das rodas. Ambos unem os volumes maiores, definidos pelas grandes superfícies homogêneas, gerando uma forte impressão de dinamismo. Graças à generosidade das bitolas, há uma transição precisa para a moldura das rodas. O design dos retrovisores externos, com lanternas direcionais integradas, baseia-se no Passat CC. Superfícies e transições harmônicas também dominam a aparência traseira do Novo Jetta, onde se destacam os elementos de iluminação. As lanternas traseiras são divididas em duas seções, estendendo-se nas laterais desde os para-lamas até a parte posterior do carro.


Interior: atenção aos detalhes O design interno dos carros da Volkswagen tem como base algumas linhas-chaves: perfeição ergonômica e um claro e destacado nível de qualidade de execução e materiais. O motorista se sentirá à vontade diante da bem estudada disposição dos instrumentos no painel, assim como dos comandos e dispositivos postos ao seu alcance no console central, de forma intuitiva e agradável. Cores equilibradas e materiais refinados dão ao Novo Jetta uma aparência com estilo fortemente europeu.

Motor TSI com transmissão DSG O Jetta Highline vem equipado com o consagrado motor 2.0 TSI, com 200 cv e torque de 28,5 kgfm. Este motor utiliza um turbocompressor, sistema de injeção direta de combustível, quatro válvulas por cilindro, comando de válvulas varíavel, gerando uma curva de torque plana a partir de baixas rotações. Uma referência do conceito de downsizing (alta performance com baixa cilindrada e baixo consumo de combustível) e tem sido um dos motores mais premiados internacionalmente nos últimos anos por sua avançada tecnologia, desempenho, eficiência no consumo e baixo nível de emissões de CO2. Para otimizar ainda mais a performance deste motor best in class, a Volkswagen equipou o Novo Jetta com a extraordinária transmissão DSG, de dupla embreagem Tiptronic e seis marchas que contribui com o desempenho, mantendo o motor sempre dentro da faixa de giros ideal para oferecer maior torque com menor consumo. O bagageiro com amplo espaço

O resultado é sensível ao menor toque no acelerador: o Jetta Highline acelera de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e alcança a velocidade máxima de 238 km/h. Tudo isso com um consumo médio de 14, 8 km/l na estrada (referência NBR 7024). O Dr. Jens Hadler, diretor de Desenvolvimento de Powertrain da Volkswagen, resume: “os motores TSI demonstram a impressionante eficiência da baixa cilindrada, da injeção direta de combustível e da inteligente sobrealimentação, garantindo excepcional desempenho combinado com baixas emissões de poluentes e consumo de combustível – e tudo a um custo razoável.”

Novo Jetta Highline – acima do segmento Além da mecânica de alta tecnologia, o carro vem equipado com o novo rádio MP3 touchscreen com Bluetooth, freios ABS, ASR, EDL e controle eletrônico de estabilidade ESP, rodas de liga com 17 polegadas, ar-condicionado Climatronic com duas zonas, controle automático de velocidade (piloto automático), sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, sensor crepuscular e sensor de chuva, função Coming & Leaving Home de acionamento dos faróis e bancos revestidos em couro. O Highline conta também com seis airbags – dois dianteiros, dois laterais para os ocupantes da frente e dois do tipo cortina, que protegem a área das janelas laterais de todo o veículo. Para assegurar que os airbags serão acionados o mais rapidamente possível, há um sistema especial de sensores para detectar a intensidade das colisões e ativar o equipamento.

Jetta Comfortline – economia sem concessões O Novo Jetta Comfortline vem equipado com rodas de liga leve com 16 polegadas e pneus 205/55 R16, limpadores de para-brisas com variação intermitente, além de para-choques, retrovisores e maçanetas na cor da carroceria. O carro também possui protetor de cárter, espelhos retrovisores com acionamento elétrico aquecidos e saída de escapamento dupla. Para segurança, o Comfortline conta com três apoios de cabeça traseiros, freios ABS, ASR, EDL, airbags para o motorista e passageiro da frente com desativação para o lado do passageiro e airbags laterais nos bancos dianteiros. O carro conta ainda com faróis com dupla parábola, faróis de neblina e os convenientes sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.

Serviço Brasal Veículos SIA Trecho 1, lote 555 (61) 3962-6655 Bravesa SIA Trecho 3, lote 465 (61) 2107.1700 Saga Automóveis SGCV S/N°, Lt. 12 – Guará (61) 3403-9393 DISBRAVE S/A SEPN, Qd. 503 Cj. A – Asa Norte (061) 3329-9888

A vista traseira do Novo Jetta

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Vida Moderna

Por: Ana Paula Resende | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Idosos tecnológicos Computador e internet como “amigos”

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ngana-se quem pensa que computador e internet são coisas só pra gente jovem. Os idosos estão cada vez mais inseridos no mundo digital. De acordo com pesquisa do Ibope eRatings, de um total de 6,3 milhões de internautas brasileiros domésticos, 1,5% tem mais de 65 anos. Maria das Mercêz Coutinho faz parte desse percentual. Com 80 anos de idade, ela utiliza a internet todos os dias. No começo usava o computador apenas para jogar cartas e hoje já possui até mídia social. Há cerca de um ano, dona Mercêz conversa com suas irmãs que moram em Minas Gerais, pelo Skype e pelo MSN. Embora prefira conversar pelo telefone, Mercêz diz que é mais cômodo utilizar a internet pelo fato de poder ver a pessoa. Ela revela que até a irmã mais velha, de 88 anos, é adepta da comunicação online. “Para nós da terceira idade é mais difícil aprender a manusear as novas tecnologias, mas com paciência e persistência se aprende tudo. É só querer”, garante a senhora que já fez curso de computação para idoNúmeros da pesquisa realizada no Centro de Convivência do Idoso, da Universidade Católica de Brasília, com 21 alunos*:

100% Acessam a internet com frequência

Possuem computador em casa

*em valores percentuais

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28% 42%

Possuem e-mail

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24%

Acessam jogos pelo computador

sos, organizado pela administração do Cruzeiro, bairro onde mora. “Já esqueci algumas coisas que aprendi nas aulas”, lamenta, “mas o segredo é continuar praticando”. No Centro de Convivência do Idoso (CCI), da Universidade Católica de Brasília, os velhinhos têm a oportunidade de entrar em contato com o mundo digital, através de aulas de informática. Nelas, os alunos aprendem desde coisas bem simples, como ligar e desligar o computador, até procedimentos mais avançados, como utilizar a internet, por exemplo. De acordo com a professora Katarina Vanessa Alves de Freitas, 28 anos, a aula de informática é a mais procurada dentre as atividades oferecidas pelo Centro. “Aqui os idosos sentem na prática que tecnologia não é só para jovens. É para todos”, atesta. Para Katarina, a maior dificuldade entre os alunos é perder o medo do computador. “Alguns têm receio até de tocar a máquina quando chegam aqui”, comenta. “Outros têm medo de fazer algo errado ou de apagar algum arquivo, então a primeira coisa a fazer é quebrar esta barreira que existe entre

24%

66%

Fazem pesquisas através do Google Já pagaram contas ou realizaram outros proUtilizam MSN cedimentos bancários ou Skype pela internet

28%

14%

Possuem contas em sites de relacionamento como Orkut e Facebook

66% Sabem usar o Word

19%

Utilizam mais o e-mail do que o telefone para se comunicar com pessoas de outras cidades ou localidades distantes


Dona Mercêz conversa com suas irmãs de Minas Gerais pelo Skype

o idoso e o computador”, ressalta. A maioria das senhoras e senhores que procuram o curso está interessada em aprender a mexer na internet. Entretanto, o curso reúne teoria e prática da informática em geral, buscando, ainda, estimular o aluno a exercitar o sistema cognitivo, o raciocínio lógico e a memória, que na terceira idade muitas vezes estão defasados. É importante que os alunos pratiquem aquilo que aprendem. Osvaldino Luiz de Souza, 71 anos, diz que se não repetir os procedimentos aprendidos nas aulas ele os esquece. Além disso, ele garante que as aulas de informática são a melhor forma de um idoso aprender a manusear um computador. “Minha filha me ajuda às vezes, mas não com a didática da professora”, revela o balconista de farmácia aposentado. “Tenho dois filhos que trabalham em áreas relacionadas à informática, mas em casa de ferreiro, o espeto é de pau”, ri. Para ele, manusear o mouse foi muito difícil no começo, mas com a prática, a ação se tornou simples. “Eu tinha horror a computador, agora uso a internet para fazer pesquisas e ler as notícias. Eu adoro”, celebra Osvaldino, que faz aula de computação há dois anos. Além de cursos de informática o CCI oferece aulas de hidroginástica, capoterapia (terapia a partir da capoeira), alfabetização, oficinas de artesanato, coral etc. Para a pedagoga Katarina, as atividades físicas e intelectuais, praticadas paralelamente ao curso de informática, são de suma importância para o desenvolvimento do idoso, que muitas vezes já carrega limitações relacionadas à saúde, como dificuldade auditiva, visual ou motora. “Temos

um cuidado especial com a forma de ensinar. Falamos mais alto, mostramos os procedimentos no telão, repetimos as explicações...”, esclarece. Os funcionários e voluntários envolvidos no programa de informática desenvolveram algumas estratégias para driblar estas limitações da terceira idade. Foram criados módulos, entre os quais o conteúdo foi dividido para melhor assimilação. Além disso, os alunos recebem apostilas com o passo a passo dos procedimentos e imagens explicativas. Outra novidade é o trabalho da voluntária Noêmia Ribeiro, de 77 anos. Ela já se formou no curso de informática do CCI e há quatro anos atua como monitora. “Muitas vezes os alunos preferem me chamar a pedir ajuda aos professores”, orgulha-se. “Acho que se sentem mais à vontade pela proximidade que a idade impõe e pelo meu jeito de explicar. Afinal, eu já passei pelas mesmas dificuldades que eles.” Há 16 anos em atividade, o Centro de Convivência do Idoso foi criado para atender à comunidade da terceira idade que sofre de alguma vulnerabilidade, seja ela psicológica, biológica ou social. Hoje, o Centro atende a 420 idosos e conta com a colaboração de sete funcionários e 25 voluntários. Para participar das atividades do CCI, o idoso interessado deve apresentar atestado médico, inclusive para modalidades que não sejam físicas, comprovante de renda e residência, foto 3x4, RG e CPF.

Serviço Centro de Convivência do Idoso UCB Campus I - QS 07 Lt. 01 - Águas Claras (61) 3356-9000

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Esporte

Por: Virgínia Ciarlini | Fotos: Divulgação

Mergulho Descoberta da magia das águas Que sobre o Lago Paranoá navega a terceira maior frota náutica do país, todos já sabem. O que pode ser surpresa para alguns é o que se passa embaixo da água. São 380 milhões de metros cúbicos de água bem no centro urbano da cidade. Dispostos em 80 km de comprimento e 4,8 km de largura, essa maravilha atinge, em alguns pontos, até 40 metros de profundidade. E como não poderia deixar de ser, o mergulho na capital é excelente para o treino dos mais experientes e daqueles que ainda não são profissionais. Segundo Michel Med, instrutor da atividade na capital, o mergulho é para qualquer idade, além de sempre ser um ótimo motivo para conhecer lugares novos junto com os amigos. O mergulho exige conhecimento das técnicas, mas não uma preparação de meses ou anos, pois não há competições na modalidade em que se pratica com o cilindro. Michel explica que são três as situações de mergulho. A Apnéia, em que se usa apenas máscara, snorkel e nadadeiras. Esta é considerada por ele, a mais perigosa, pois o praticante, além de usar o ar do próprio pulmão, também induz a desafios para testar limites. Nessa modalidade há competições e alto risco de acidentes. “Essa é uma prática associada a caça e a pesca, que muitas vezes predatória, não é vista com bons olhos pelos mergulhadores experientes”, diz. A outra forma de se explorar as águas é o mergulho autônomo ou recreativo. Nesse caso, é necessário o uso do

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cilindro e ao contrário do que se pensa, tem baixíssimo índice de acidentes, a prática é realizada sempre em duplas e não existem competições. “A ideia é curtir os lugares, as pessoas e o inusitado que pode ser explorado”, comenta. A profundidade de um mergulho autônomo chega a 40 metros quando o praticante é experiente. E por fim, as modalidades técnico, de 50 a 55 metros, o Trimix, que é ilimitado e o mergulho em caverna, considerado a fórmula 1 para os mergulhadores. “Esse é o mais arriscado e o mais desafiador e poucos chegam até aí”. Para fazer parte dessa magia que é o mergulho é preciso fazer um curso que contempla aulas teóricas para compreender o que se vai encontrar embaixo da água, se relacionar com as pessoas, pois a confiança no parceiro é imprescindível e principalmente para conhecer o comportamento do próprio corpo. Além das noções de segurança e o aguçar das responsabilidades. Essa etapa consiste em 3 a 4 dias de muita explicação sobre a modalidade. Na sequência os futuros experientes vão para uma piscina com profundidade de 1,80 m de profundidade. O objetivo é conhecer o funcionamento do equipamento, o comportamento do corpo e a experiência da sensação de gravidade zero. São dois dias entendendo o que é o mergulho. E a conclusão do curso chama-se check out. realizado em águas abertas onde são testadas as habilidades e tudo que foi aprendido é posto em prática. “Tudo é cobrado nessa etapa. Exercícios e as mais variadas situações serão medidas”, ressalta o instrutor.


Na cidade, as peculiaridades exclusivas do Lago Paranoá criam situações e oportunidades únicas devido a temperatura e visibilidade, além de ser um mergulho profundo e em altitude. A visibilidade varia de 30cm a 8 metros e a temperatura média da água varia de 18 a 22 graus. “Nesse ano a visibilidade chegou a 15 metros”, afirma Michel. Essas características acabam por exigir mais controle no mergulho e do nível de estresse do mergulhador. São peculiaridades que elevam o nível da prática e do treinamento, pois impõem uma conduta mais rígida na manutenção de técnicas de respiração, orientação, flutuabilidade, consumo de oxigênio, navegação e ajustes de equipamento. E as vantagens dessa prática na capital começam às margens do Paranoá. Basta estacionar o carro em pontos específicos da orla, vestir a roupa, ajustar o equipamento e cair na água. “E mesmo quando o mergulho for em algum ponto mais para dentro do lago, com a terceira maior frota náutica do País, todo mundo conhece todo mundo e sempre há quem se dispõe a levar o amigo mergulhador ao local desejado”, comenta o instrutor. O casal Juliano Costa Couto e Aline Cabeceira, que já mergulha há um ano, confirma todas as sensações e peculiaridades de pouca visibilidade e água fria. Para Juliano, “quem encara o mergulho com pouca visibilidade, quando vai para o mar, acha até mentira o visual”. Essa dupla é apaixonada por água e abraçou a prática como forma de agregar mais essa atividade no currículo. “Somos velejadores e como sempre vamos ao litoral por conta da vela, sentimos que o mergulho estava fazendo falta”. Estar submerso por mais de meia hora é uma sensação espetacular”, afirmam. Um ponto corriqueiro entre os praticantes mais avançados da modalidade é na Barragem do lago. Com facili-

dade se alcança 40 metros de profundidade, e a viagem submersa começa aos 20 metros, ponto em que há uma densa suspensão de poeira que torna o mergulho diurno em noturno. O casal foi à Fernando de Noronha em 2010 para participar da Refeno e já encararam os mais de 30 metros de visibilidade do lugar. “O mergulho lá é maravilhoso”. E nesse ano foram para Los Roques, na Venezuela, que é um dos melhores lugares do mundo para mergulho. “Estar submerso por mais de meia hora é uma sensação espetacular”, afirmam Juliano e Aline. Com essa experiência em latente expansão eles dizem que ainda não passaram por situações de perigo, além do mais, “o esporte é seguro, desde que praticado com respeito às regras”, ressalta Juliano. Eles dizem ainda que a descontração é fato embaixo da água, mas que um sustinho de vez sempre acontece. “Você tá mergulhando na maior tranqüilidade e quando olha pro lado dá de cara com uma mega raia, bem pertinho! Dá vontade de gritar, mas o respirador não deixa”. Essas são apenas algumas das narrativas da emoção que é mergulhar.Para o instrutor Michel, a prática dessa modalidade é segura desde que respeitadas todas as regras, pois estas são cobradas em nível fisiológico. Mas ele ousa e diz ainda que, “no mergulho, o índice de acidentes está abaixo do boliche”. Ele também lembra que essa é uma atividade para qualquer idade, o custo é baixo e na capital existem todas as condições para a formação de um mergulhador. É possível adquirir equipamentos, fazer cursos e ainda aproveitar as condições exclusivas do Lago. O conselho que ele gostaria de deixar é que no Brasil é preciso desmitificar a prática do mergulho. “Aqui, alguns consideram uma prática radical, e nos EUA, por exemplo, é considerado um esporte para idosos. Uma atividade de relaxamento em outro ambiente. É um momento de auto encontro e calma”, conclui. Indicações de locais para mergulho no Lago Paranoá • • • •

Pedreira Estaleiro Ruínas submersas da Vila Planalto Ponte JK

Serviço Dive Water SDS Ed. Venâncio IV – loja 14 (Musimed) (61) 9129-8179 michelmed@hotmail.com

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Personagem

Por: Veronica Soares | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Um trabalhador que já viu muito e quer ver

sempre mais A

cordar todos os dias às 5h30. Tomar café da manhã e depois sair para trabalhar é a rotina diária de milhões de brasileiros. Mas para um homem, em especial, o ato é mais do que uma rotina. É um exemplo de vida que merece ser seguido e aplaudido. Preste a completar 97 anos de idade, João Pereira dos Santos levanta cedo todos os dias para ir ao trabalho. Alinhado e com um largo sorriso no rosto, é na portaria privativa do Ministério da Justiça que o seu Pereira – como é conhecido por todos – pode ser facilmente encontrado. Sempre desenvolto e muito falante, desde o início até o último momento em que a equipe de reportagem esteve com ele, o simpático senhor fez questão de bombardear a todos com uma série de perguntas sobre datas, curiosidades e fatos históricos que aconteceram em Brasília, no Brasil e no mundo. Claro que com isto, a entrevista fugiu um pouco do roteiro da reportagem. Antes de iniciar a conversa, o sábio senhor entregou um papel para que todos lessem. O impresso trazia uma referência à primeira mulher alfabetizada no Brasil, Madalena Caramuru. Lido o escrito, ele pediu para que ficasse atenta e guardasse as informações dadas por ele, pois iria precisar quando a entrevista terminasse. Dito e feito. A surpreendente história deste brasileiro começa no início do século passado, no dia 10 de junho de 1914, na cidade de Propriá, Sergipe, no dia do seu nascimento. De família humilde, o mais velho de seis irmãos, aprendeu cedo a lidar com o trabalho. O pai abandonou a família quando ele tinha apenas 11 anos. João trabalhou muito para ajudar a mãe e os irmãos. Aos 19 anos, se integrou nas forças armadas brasileira da capital sergipana. Já no exercito, conforme ele, fez um requerimento ao Ministro de Guerra da época, Eurico Gaspar Dutra, pedindo a sua transferência para o Rio de Janeiro. Como um bom soldado, o pedido foi aceito e ele foi selecionado para trabalhar na subdiretoria de cavalaria. A memória desse homem quase que centenária é de causar inveja a qualquer um. É tão surpreendente que ele lembra o exato dia em que entrou para o exercito brasileiro. “No dia

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11 de setembro de 1933”, orgulha-se. Já na capital do Brasil daquela época, foi trabalhar com a família de Getúlio Vargas. “Foi na família Vargas que eu aprendi os valores de respeito e amor ao próximo”, diz. Também foi por intermédio de um dos integrantes da família que foi trabalhar, em 1947, na Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro. Em 1º de maio de 1960, dez dias depois da inauguração da nova capital, o senhor Pereira foi transferido para Brasília. Aqui, pode-se dizer que ele construiu uma nova história de sua vida. Foi aqui que ele educou e criou os quatro filhos. Descasou e casou novamente. Em 1968 se aposentou da Câmara dos Deputados. Depois de quase 10 anos de aposentadoria, começou uma nova etapa de trabalho. Em 1977 foi trabalhar na portaria privativa do Ministério da Justiça, na Esplanada dos Ministérios, onde está até hoje e cumpre um verdadeiro ritual diário: acorda às 5h40 para fazer exercícios físicos. Toma café e, dirigindo o próprio carro, vai para o trabalho cumprir uma jornada das 8h às 17h. Se para uns o trabalho dignifica o homem. Para João Pereira, mais do que dignidade, é a labuta diária que o mantém vivo e com uma memória impecável. Iniciando as conversas com as frases: “ouça o que eu vou falar para você. Preste bem atenção”, esse sergipano sabe quase tudo sobre a construção e a transferência da capital federal para o planalto central. Quantas quadras e como foi pensada cada uma delas. O sonho de Dom Bosco. O tamanho do Distrito Federal. Quantos mil homens construíram a cidade. A metragem da bandeira nacional da Praça dos Três Poderes. Até parece que foi ele quem pensou a cidade. A memória infalível não se restringe apenas à construção de Brasília. Em quase todos os assuntos, ele consegue dar uma verdadeira aula de história. E é assim que ele é conhecido no local de trabalho. Os colegas se orgulham. “É muito gratificante.

O senhor João e seu possante Honda Civic

Tem muita experiência e podemos aprender muito com ele”, lembrou o colega de trabalho, José Ribamar. Quando perguntado por que não parar de trabalhar, ele explica: “em casa, os dias ficam menores e as noites ficam mais longas. Não aguentaria ficar parado”, ressalta. Segundo ele, o segredo para tanta vitalidade é ter uma rotina saudável. Nunca fumou e nem bebeu. Segundo ele, é a dona Teresinha, com quem é casado há mais de 30 anos que cuida de sua saúde. Os livros sempre foram uma paixão. Além de ler muito, ele acredita que a amamentação da mãe dele quando era criança é outro segredo da longevidade. “Minha mãe amamentou todos os filhos até completarem um ano e meio de idade. O leite materno é fundamental. Com isso, nenhum irmão morreu com menos de 90 anos”, lembra. Voltando a Brasília, desde a sua chegada à capital até os dias atuais, 18 presidentes passaram pelo Palácio do Planalto. Ele pode ser considerado a memória viva do que se passou na Esplanada dos Ministérios nesses 51 anos de história. Viu presidentes caírem. Vivenciou uma ditadura militar. Viu a democracia se estabelecer e um operário eleito pelo povo subir a rampa do Palácio do Planalto. Para ele, um dos maiores presidentes do Brasil foi Juscelino Kubistchek. “Um homem que em quatro anos construiu uma cidade tão grandiosa como Brasília é para ser lembrado pelo o seu povo para sempre”, disse. Além de JK, outros dois presidentes merecem muitas honras. Getúlio

Vargas que, segundo ele, fez a lei trabalhista mais avançada do mundo e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Este último, foi o único com quem o senhor Pereira teve a oportunidade de falar pessoalmente. Pelas suas contas, foram oito encontros com Lula. Inclusive foi recebido no gabinete presidencial. “Lula é um dos grandes brasileiros de todos os tempos. Ele projetou o Brasil para o mundo”, lembra. Numa visita do ex-presidente ao Ministério da Justiça, segundo o relato de seu Pereira, Lula parou para falar com ele na portaria. “Eu achei Lula muito inteligente”, descreve. Quando o assunto é política, Pereira fala em parábola. De acordo com os seus relatos, desde que começou a trabalhar na portaria do Ministério, em 1977, 25 ministros de Justiça já foram empossados. Sem desagradar nenhuma autoridade, Pereira dá o segredo por ter permanecido no local por tanto tempo. “Eu tenho ouvido, mas não ouço. Tenho olhos, mas não vejo. Tenho boca, mas não falo. Para mim, todos merecem o meu respeito e consideração”, declara. Quando perguntado sobre o que ele espera da presidente Dilma Rousseff, categórico, o seu Pereira pergunta mais uma vez. “Lembra do texto que eu te passei no início dessa conversa? As mulheres têm inteligência igual aos homens, mas elas não tiveram as mesmas oportunidades. Ouvi outro dia que ela tem um raciocínio e um poder administrativo inigualável. Acredito que ela vai fazer muito pelo Brasil”, finalizou.

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Saúde

Por: Veronica Soares | Fotos: Divulgação

Implante Dentário O

Falta de dentes pode comprometer a saúde

sorriso perfeito pode ser considerado o cartão de visita da pessoa. Mas, muito mais do que estética, a conservação de todos os dentes na boca é uma questão de saúde. Quem faz o alerta é o especialista em implante dentário da Clínica OdontoCare, Marco André de Sousa Teixeira: “a falta de dentes pode trazer sérias conseqüências para a saúde de uma pessoa”. Um dos problemas é que a perda precoce dos dentes, pode comprometer o desenvolvimento adequado das arcadas dentárias. Independente da quantidade de dentes perdidos, a ausência de um ou mais causa o desarranjo do alinhamento dos demais. Segundo o especialista, com o passar dos anos, esta perda de osso torna-se progressiva. Nos casos da perda parcial dos dentes, pode causar atrofia do rebordo, o que compromete os dentes vizinhos e leva a sobrecarga no ato da mastigação. “Sem dentes, a pessoa não consegue ter uma boa mastigação. Isso pode levar a problemas em sua digestão dos alimentos e, consequentemente, problemas intestinais”, ressalta.

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Uma boa opção para quem já perdeu alguns ou todos os dentes é o implante dentário. Quem passa pelo processo traz um perfil estético bastante semelhante ao dente natural. Além de ajudar na saúde do indivíduo, o processo ajuda na elevação da autoestima da pessoa. “O paciente que se submete ao tratamento passa a ter novamente a mesma força mastigatória que teria com os dentes naturais”, assegura. Segundo o dentista, não há um limite de dentes a serem implantados. Se a pessoa perdeu um ou todos os dentes da boca, é possível fazer o tratamento da mesma forma. Para isso, os especialistas trabalham com dois tipos de técnicas. A primeira é usada para as pessoas que não perderam todos os dentes. Com isso, para cada dente perdido é feito um implante. A técnica devolve ao paciente a semelhança de um dente natural. “Mas cabe ressaltar que pacientes que já tiveram uma pequena perda óssea, este tratamento nem sempre pode ser escolhido”, pondera. O outro tratamento é para aquelas pessoas que perderam todos os dentes. “Neste caso, o trabalho clássico que são


de seis a oito implantes na maxila e cinco na mandíbula, para duas próteses chamadas “protocolo”, que é a prótese sobre implantes parafusada, com 12 elementos dentários e uma estrutura de gengiva fixa artificial”, explica. Embora muitas pessoas tenham dúvidas quanto ao implante, o dentista alerta sobre as indicações do processo. As contra-indicações são as mesmas usadas em qualquer procedimento cirúrgico. O paciente deve reunir boas condições de saúde oral e geral e também ter pré-disposição de osso para fixação dos implantes. Segundo o especialista, os índices de maior insucesso estão associados a pacientes insulino-dependentes, pessoas que tem síndromes de deficiência de cálcio, quem tem processos inflamatórios agudos do tecido gengival e doença do Sistema Nervoso. Mesmo assim, o médico alerta que mesmo pacientes diabéticos podem receber implantes. Para estes, alguns cuidados devem ser tomados. “Neste caso, o cirurgião dentista deverá entrar em contato com seu endocrinologista para mantê-lo informado durante todo o período de osseointegração do paciente”. Não há uma forma de prognosticar o tempo de duração de implantes dentais, pois se o paciente perdeu o elemento natural, ele também pode perder implantes. A expectativa de sobrevida dos implantes é de 20 a 30 anos. Podendo estender por toda a vida. Outro ponto a ser destacado é que não existe rejeição do dente. “Quando um paciente perde um implante, não foi o organismo que rejeitou, pois o tratamento é feito de material biocompativel”, enfatiza. Nos últimos anos, as tecnologias para implantes tiveram avanços significativos. Hoje, já existe no mercado, por exem-

plo, um implante chamado zigomático. O dentista explica que esse implante, pelo próprio nome, não se fixa somente no osso do maxilar, e sim no osso zigoma. Esse osso é raramente reabsorvido e praticamente todas as pessoas o possuem em condição de receber implantes. “Quando nos deparamos com maxilas totalmente atróficas, de pacientes que perderam dentes há mais de 30 anos, é um implante de eleição. A vantagem é que a técnica cirúrgica, quando bem empregada, permite a carga imediata, devolvendo ao paciente um trabalho fixo, seguro, em apenas 48 horas”, finaliza. Há aproximadamente um ano, a aposentada Maria Noimam, 76 anos, mudou definitivamente o sorriso dela. A aposentada perdeu os dentes há muitos anos. Antes de se submeter ao tratamento do Dr. Marco, ela tentou fazer com outros dois especialistas e sem sucesso. O desejo da colocação dos dentes de Maria Noimam era tão grande que ele estava disposta a viajar para São Paulo para realizar o tratamento. Foram os sobrinhos que indicaram a clínica onde fez todo o processo. Conforme ela, outros integrantes da família também fizeram implante no local. “Foi um dos melhores investimentos que eu fiz na vida. Me sentia muito incomodada. Achava horrível colar aquela prótese na gengiva. Meus dentes novos me deram uma nova vida. Hoje já posso comer até mesmo rapadura”, comemora. Serviço Clínica OdontoCare Brasília Shopping Towers Torre Sul, sala 1108 Fone: (61) 3327 8339

Marco André de Sousa Teixeira Especialista e Mestrado em Implantes www.implanteoral.com.br impla@terra.com.br

Cinco dicas para quem vai fazer implante: 1. Escolha bem o profissional. Marque sua consulta e certifique-se de todo o trabalho que será feito em você. Não fique com receios ou vergonha de perguntar. Implantes foram feitos para durar a vida toda. Essa é a hora certa para saber mais sobre a técnica. Conheça o sistema a ser usado no seu caso e as garantias do mesmo. 2. Nada que se consiga fazer mais barato supera a qualidade do mais caro. Essa é uma regra universal de mercado e que se aplica também em implantes. Não faça pesquisa de preços e sim de qualidade. Os implantes hoje são bastante acessíveis e deixou de ser um tratamento apenas de uma pequena camada da sociedade. Abra o olho. Cuidado com a mídia excessiva. 3.

Na oportunidade da cirurgia do seu implante, não tenha compromissos agendados. Respeite o período pós-operatório,

pois dele dependerá o sucesso da sua cirurgia. Comunique ao seu dentista qualquer anormalidade. Dor sempre é um sinal negativo. Se ela acontecer, comunique imediatamente ao médico.

4.

Faça as consultas periódicas de manutenção e acompanhamento. Após o implante concluído, lembre-se, assim como os dentes naturais, os implantes também precisam de uma consulta periódica ao dentista, pelo menos uma vez ao ano. Essa consulta deverá ser acompanhada de radiografias para avaliar o osso ao redor do implante, e uma profilaxia para manter a área sempre higienizada.

5. Se você tem fobia de dentistas e de cirurgia, faça opção pela sedação. Ela é a garantia de que durante a cirurgia, você estará com todos os sinais vitais, pressão e ansiedade controlados. Não deixe o medo atrapalhar o resultado final do trabalho.

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Moda Por: Camila Penha | Fotos: Estúdio Dephot

O dia das Mães Q

ue todos os dias deveriamos homenagear as pessoas especiais, não há dúvidas. Por isso, no dia oficial, não deixe faltar o que é essencial: o carinho e amor que vale mais do que um presente caro. Mas para complementá-lo escolhemos algumas peças para surpreender a cada estilo de mãe.

Bolsas Mulher Chic

Vestido Dress To

Caixa para bijoux com divisória Nardim Júnior Home Óculos Folic

Perfume Beyonce na Lord

Vestido e cinto AD

Bolsa Dress To

Macacão My Place

Sapato Ávida

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Vestido Dress To Porta-joia alemã de couro Nardim Júnior Home

Perfume Calvin Klein Beauty na Lord

Bolsa Folic

Anel Mulher Chic Perfume Ô D’Azur na Lord

Cinto My Place

Porta-retrato Nardim Júnior Home

Vestido Enjoy

Sapato Ávida

Serviço AD Terraço Shopping (61) 3362.0115

Folic Shopping Iguatemi (61) 3046.0140

Mulher Chic SCLN 213 Bl. A Lj. 23 (61) 3033.7803

Ávida Terraço Shopping (61) 3233.3140

Enjoy Terraço Shopping (61) 3233.7273

My Place Boulevard Shopping

Dress To Brasília Shopping (61) 3326.1890

Lord Boulevard Shopping (61) 3556.6641

Nardim Junior Home SCLS 409 Bl. C Lj. 24 (61) 3244.0588

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Comportamento

Por: Ana Paula Resende | Ilustração: Werley Kröhling | Fotos: Divulgação

Carros Antigos: Uma Paixão

Atual

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em gente que ama gente. Tem gente que ama bicho. Tem gente que ama coisa. Mas se é amor, é coisa séria. É incondicional, é verdadeiro. Traz alegria. Traz sofrimento. Às vezes, se escolhe amar ou a quem amar. Às vezes, se é escolhido. O empresário Pedro Henrique Parreiras Soares escolheu um Jeep e passou a amá-lo. Ou será que foi o Jeep quem o escolheu? Essa história de amor começou há nove anos, quando Pedro ficou sabendo que a dona de um Jeep 66 não o queria mais. Ele se interessou pela história do carro e, de acordo com o jovem de 27 anos, quando ele viu o Jeep foi amor à primeira vista. Desde então, foram várias aventuras juntos: viagens, trilhas, passeios e muitos apuros. “Jeep só tem graça se atolar”, brinca o rapaz que já passou por essa situação inúmeras vezes. “Um dia meu Jeep atolou e um casal de idosos se ofereceu para ajudar. Por coincidência, o senhor era jeepeiro também e trocamos várias figurinhas”, relata. “O mais legal são as vivências que o carro me proporciona”, completa. A paixão por carros é algo muito comum, principalmente entre os homens. “É preciso ter cuidado, pois isso pode se tornar até motivo de ciúmes”, ressalta Pedro,

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que já passou por situações do tipo. “Não conheço nenhum jeepeiro que não seja apaixonado por seu carro”. Tanta paixão em comum foi o que uniu os integrantes do Jeep Clube de Brasília. Os jeepeiros se reúnem todas as quintas-feiras, a partir das 19h30, no estacionamento do Terraço Shopping, na Octogonal. Além de encontros, os associados do Clube promovem atividades de integração familiar, viagens, feiras, leilões e trabalhos voluntários. “Quando comecei a frequentar o Jeep Clube, pude perceber que cada carro tem o perfil do dono”, constata Pedro Henrique, que hoje pensa em vender seu carro amado, pois está sem uso. “Não estou tendo tempo para cuidar dele e nem para curtí-lo. Tenho pena de ver um carro que me deu tantas alegrias parado, estragando pela ação do tempo”, lamenta. Entretanto, o jeepeiro nunca teve coragem de se desfazer da antiguidade. “Brinco que estou vendendo para mim mesmo, pois nunca cheguei nem a colocar uma placa de ‘vende-se” no carro, conta. Para os colecionadores e amantes do antigomobilismo, não se trata apenas de carros. As latas velhas representam uma conquista pessoal, somam conhecimentos, agregam pessoas, culturas, entrosam famílias e fazem amizades. Para o curador do Museu Nacional do Automóvel de Brasília,


Roberto Nasser, a paixão por automóveis antigos está na história que eles carregam. “Os meus preferidos provocam-me pelo que fiz para obtê-los. Pelas pessoas que conheci para isso. Pelas amizades que fiz e pelos favores e atenções que recebi”, orgulha-se. Nasser não se considera um colecionador de expressão, mas um apreciador da história da indústria automobilística e das tecnologias antigas. “Gosto de acelerar virilmente o meu Brasinca, raridade capaz de superar os 200 km/h; de dirigir o Willys Limousine que transportou a Rainha Elizabeth II; das sensações do FNM Onça, que só teve cinco unidades produzidas”, conta Roberto. “Minha próxima aventura será testar o Willys Capeta, única unidade, cedido ao Museu pela Ford”. Uma das preocupações de Nasser é quanto à manutenção dos carros antigos, que precisam de cuidados mais freqüentes do que os atuais. Ele teme que o domínio das mecânicas antigas se perca nas gerações. “Precisamos preservar esses conhecimentos”, adverte, “os velhos mecânicos estão nos deixando e a tecnologia do automóvel mudou drasticamente há duas décadas”. As exigências do mundo moderno - como fluxo de trânsito, velocidade, aceleração e frenagem - fazem amantes do antigomobilismo como Pedro Henrique e Roberto

Nasser, preferirem os carros atuais para o dia a dia, afinal, tais exigências muitas vezes tornam a utilização dos antigos perigosa. Entretanto, os dois concordam que uma paixão como essas é para a vida inteira. “Se um dia eu vender meu Jeep, certamente comprarei outro”, afirma Pedro.

O empresário Pedro Henrique Parreiras Soares e seu Jeep

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Cinema Exposição

Ricardo Movits *

Fotos: Divulgação Da Redação | Fotos: Divulgação

Você Já Abriu um

Ovo de Páscoa? A

Talvez Não!

páscoa acabou de passar, mas você ainda pode encontrar algum ovo. Não, não é oval nem de chocolate! O easter egg, “ovo de páscoa” em inglês, é qualquer programa oculto, que pode ser encontrado em qualquer tipo de sistema virtual, incluindo músicas, filmes, videogames e etc. Nunca deve ser confundido com mensagem subliminar, pois esta, os sentidos humanos não podem detectar. Já o “ovo de páscoa” é um segredo virtual. Tudo começou por volta de 1970, quando os programadores do sistema operacional Unix, resolveram colocar, em comandos ocultos, textos de boas vindas aos usuários. Já na década de 90, os programadores do software “Photoshop” da Adobe, resolveram colocar algumas telas escondidas no programa, que só pudessem ser encontradas pelos aficionados em computação gráfica. Rapidamente os ovos

de páscoa migraram para a indústria do entretenimento e, nos DVDs, eles são uma recompensa para o espectador com espírito de hacker.

PORQUE OVO DE PÁSCOA O nome “ovo de páscoa” tem sentido, pois assim como o ovo de chocolate comido na páscoa, ele está embrulhado em um papel colorido, que seriam esses programas ou atalhos também escondidos ou camuflados em outros programas. Na páscoa as pessoas costumam esconder os doces para que as crianças os procurem pela casa. Com os “ovos” digitais é a mesma coisa: o espectador precisa brincar com os botões do controle remoto até descobrir o atalho para esses extras que podem ser cenas hilariantes de bastidores, ou nada além de créditos da produção.

O MAPA DE ALGUNS OVOS PROCURANDO NEMO O ovo: Há vários, entre eles um áudio engraçado com o tubarão Bruce. Como achar: Vá ao item “bônus especial” do disco 1. Selecione o peixinho azul do canto esquerdo inferior sem teclar ENTER e pressione a seta para a esquerda. Dê ENTER no peixe verde que aparecerá no lado direito da tela. MONSTROS S/A O ovo: Contém vários. O melhor mostra a galera do estúdio, em um concurso de aviões de papel no meio do expediente. Como achar: No segundo disco, selecione a porta “humanos” e depois a porta “Pixar”. Quando a tela seguinte se abrir, pressione a seta esquerda do controle: um círculo aparecerá em volta do aviãozinho de papel. Aí é só apertar ENTER. HOMEM-ARANHA O ovo: Um teste de computação gráfica que verifica imperfeições nos uniformes do aracnídeo e do Duende Verde. Como achar: Na tela “comentários” do disco 1, selecione “apresentações especiais” sem pressionar ENTER. Aperte a seta para a esquerda: uma aranha deve aparecer no canto esquerdo inferior do vídeo. Vá à aranha e tecle ENTER.

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PIRATAS DO CARIBE – O BAÚ DA MORTE O ovo: Um vídeo chamado “The Coconut Man”. Como achar: No menu principal do disco 2, vá até a opção JERRY BRUCKHEIMER: DIÁRIOS DE FOTOS DO PRODUTOR. Clique três vezes seguidas na seta esquerda no controle remoto do seu aparelho para visualizar um punhado de grama amarela. Entre nesse ícone para ver o vídeo. TOMB RAIDER O ovo: Uma pequena entrevista de 2min:06seg com Angelina Jolie e seu pai, Jon Voight, falando como foi a experiência de atuarem juntos. Como achar: Nos EXTRAS coloque o cursor em menu principal. Surgem duas listas piscado. Aperte o cursor para baixo, quando ficar sobre elas aperte ENTER. HANNIBAL O ovo: Clip de 3min10seg com a belíssima atriz Julianne Moore. Como achar: No disco 2 selecione no menu “Quebrando o Silêncio - O Making of de Hannibal” e tecle ENTER. Desça o cursor até a opção MUSICA e depois aperte a seta para ESQUERDA. Dois cones apontados para cima se destacarão, então aperte ENTER para ver o clip.


STAR WARS II – O ATAQUE DOS CLONES O ovo: Vídeo com créditos e erros de gravação. Como achar: No disco 1, na seleção de Idioma, digite 1138 e acessará o vídeo. WALL-E O ovo: Vídeo chamado “Geek-o-Rama”. Como achar: No menu principal, selecione Bônus sem apertar o ENTER. Depois aperte a seta esquerda e em seguida a seta de cima para realçar uma imagem no canto esquerdo do menu. Aperte então ENTER nesse ícone para ver a apresentação. SUPERMAN O RETORNO O ovo: Jogo de vídeo Superman Returns para Xbox 360 e Playstation 2. Como achar: No menu principal, selecione “Linguagens” vá para a seção de legendas e selecionar “Francais”. Em seguida, empurre a seta para cima em seu controle remoto e um ícone “S” do Superman deve aparecer. Ao selecionar este ícone aparecerá um código para o jogo. VANILLA SKY O ovo: Erros de gravação. Como achar: Entre na galeria de fotos, destaque a máscara do canto direito da tela e aperte ENTER. O CHAMADO O ovo: O vídeo completo. Como achar: No menu inicial pressione a seta para cima até o cursor desaparecer. Quando isso acontecer pressione a tecla ENTER e você verá o vídeo amaldiçoado completo. FINAL FANTASY O ovo: Uma sátira do clipe “Thriller” de Michael Jackson. Como achar: Vá até “Menu De Destaques”. Serão duas páginas de extras. Vá até a segunda. Depois selecione a seta de voltar a página anterior. Aperte para a direita e haverá um quadrado com uma animação. Se fizer certo o quadrado de laranja fica com a cor original. Aperte ENTER para ver o clipe. O AMOR É CEGO O ovo: Um pequeno filme de 23 segundos sobre como foi feito o rabo usado por Jason Alexander. Como achar: Na “Seleção de Idioma” aperte no controle remoto a seta para a esquerda. Na foto ao lado irá aparecer um “rabo”. Aperte ENTER para ver o filme. CLUBE DA LUTA O ovo: Como quase tudo neste filme, o bônus secreto está lá para perturbar o espectador. Trata-se de uma mensagem escrita pelo protagonista Tyler Durden. Como achar: O controle remoto é inútil. A mensagem surge após as telas de advertência, antes do menu principal. Dura oito segundos. Não é possível congelar a imagem nem voltar a essa tela mais tarde. Para continuar a ler, é necessário abrir o drive do DVD e fechá-lo novamente. Estes foram alguns exemplos. Da próxima vez que assistir algum filme no DVD, saiba que pode conter “ovos de páscoa” escondidos nele. Até a próxima! *Ricardo Movits, cineasta, artista plástico, poeta, escritor, compositor e produtor cultural, nasceu no Rio de Janeiro em 1965. É membro da Academia Maçônica de Letras e autor de várias peças teatrais e roteiros para cinema, teatro e televisão.

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Exposição

Da Redação | Fotos: Divulgação

Diversão

pré-histórica Q

Exposição leva visitantes ao mundo dos dinossauros

uando Steven Spielberg fez “O Parque dos Dinossauros” e transformou o filme num dos maiores sucessos da história do cinema, trouxe para as telas a magia da história real dos animais pré-históricos que habitaram a Terra há milhões de anos. Os animais foram extintos, mas sua lenda permanece viva e traz ao mundo da imaginação, território fértil onde realidade e ficção se unem para contá-la de geração em geração. Extinto há mais de 26 milhões de anos, o Mundo Jurássico, com os seres que nele habitavam, despertam no imaginário das pessoas muitas fantasias e indagações. Hoje, com as pesquisas arqueológicas e o progresso científico muito desenvolvido, o homem já tem um grande conhecimento sobre como eram e como viviam os seres do passado distante. O encantamento em torno das feras jurássicas sempre remete ao mundo da imaginação, tanto que o tema já foi centenas de vezes representado em filmes, séries de TV, quadrinhos, revistas, etc. Agora, pela primeira vez no Brasil, está sendo realizada uma grande turnê com o Parque Temático que proporciona ao público uma incrível viagem

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ao mundo perdido e às suas figuras pré-históricas. A mostra Mundo Jurássico é didática e divertida, com dinossauros em tamanho real, com som e movimento. Nela, o público tem a oportunidade de presenciar réplicas extremamente reais de vários dinossauros como se estivessem em seu habitat há milhões de anos. É uma verdadeira viagem no tempo. São dinossauros robôs gigantes, montados cenograficamente como se estivessem vivos. Além disto, o parque dispõe de inúmeras outras atividades como sala de cinema, exposição de fósseis e uma gigantesca área interativa com jogos, simulação de escavações, escaladas (arvorismo), loja de lembranças, fotos exclusivas dos dinossauros, dinossauros com joysticks para serem comandados pelas crianças, entre outras atrações. O processo de fabricação dos robôs foi desenvolvido por um grupo de engenheiros que está sempre em contínua revisão, para incorporar os avanços tecnológicos que surgem a todo o momento. A parte científica/educativa ficou a cargo de um grupo de paleontólogos especialistas em dinossauros do Instituto de Geologia de uma universidade mexicana.


Com o objetivo de tornar a exposição bem atrativa e ao mesmo tempo proporcionar o desenvolvimento do conceito de divertimento aliado à aprendizagem para as crianças e adultos, foram contratados técnicos especialistas em montagens de cenários cinematográficos, cenógrafos, museólogos e arquitetos que criaram o visual e funcionamento de todo o aparato desta exposição. A exposição está montada na área de eventos do Shopping Pátio Brasil e possui cerca de 2 mil metros quadrados, onde o público poderá confortavelmente fazer o percurso de forma divertida e informativa. Além de guias bem informados, estão expostos em diversos totens ilustrativos, textos sobre a história da vida antes do homem, dos dinossauros, da sua classificação, dos fósseis e muitas outras curiosidades. O público poderá ver também figuras animadas, montadas em cenários que recriam a vida dos dinossauros e sua trajetória pela terra. Os bonecos têm estrutura metálica com funções eletrônicas e acabamento em borracha, que conferem mais realidade aos rugidos e movimentos de cabeça, cauda e patas. As réplicas são baseadas nas peças presentes em parques da Disney World. A exposição foi idealizada no México e as cópias dos dinossauros foram produzidas na China. A mostra, que já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Belém e Manaus, fica em Brasília até o dia 12 de junho.

Serviço Mundo Jurássico Local: Shopping Pátio Brasil Data: Até 12 de junho Horário: Terça a sábado, das 10h às 22h e aos domingos de 10h às 20h Ingressos: De terça a sexta: R$ 20 (meia). Sábado, domingo e feriados: R$ 25 (meia) Agendamento de grupos e escolas: 3344-3906

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Gastronomia Por: Maíra Elluké | Fotos: Daniel Mira

Um mundo de

SABORES

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Festival gastronômico oferece um mês com pratos exclusivos a preços especiais em diversos endereços da cidade

advogada Bruna Correia, 39 anos aproveitou o lançamento da 6ª edição do Festival Brasil Sabor – que movimentou o IESB da Asa Sul, no último dia 26 – para sentir no paladar o gostinho do que vai ser o mês de maio em Brasília. “Não tem como não aproveitar. Afinal, todo mundo quer comer bem”, dispara. Serão dias saborosos, com diversas opções de pratos a serem deliciados por preços módicos, nos melhores restaurantes de Brasília. O evento oferecerá ao público a oportunidade de degustar receitas inéditas - especialmente criadas para o festival - e que representam com personalidade a gastronomia da capital. Promovido pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o festival tem como tema “À mesa o Brasil já é hexa” – uma referência à preparação do setor gastronômico para receber a Copa do Mundo de 2014. Para o presidente da Abrasel-DF, Jaime Recena, o evento é uma maneira de divulgar a gastronomia local e a nacional – já que o evento acontece simultaneamente em todo país. Além disso, ele destacou que o Brasil Sabor é uma oportunidade para que os profissionais da área se preparem para grandes eventos. “Nossa instituição promove, há um ano e meio, treinamento e capacitação para profissionais do setor gastronômico que desejam se preparar para a Copa”, afirma. Os preços dos pratos oferecidos durante o Brasil Sabor foram estabelecidos em três

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valores padrões: R$ 23, R$ 33 e R$ 43. As receitas são servidas nas casas participantes, conforme o horário de funcionamento de cada estabelecimento. Criadora do risoto de pêra ao vinho com lagostines picantes, a chef do restaurante Oliver, Mirella Carrara, 27 anos, destacou que o lançamento do evento foi uma oportunidade de intercâmbio de ideias e estilos entre os chefs responsáveis pelos pratos. “Aqui temos a possibilidade de aperfeiçoar conhecimentos, além de receber um rápido feedback sobre nossas criações”, afirma. Para o publicitário bom de garfo Fernando Tavares, 33 anos, o festival é a época ideal para experimentar novos sabores sem gastar muito. “É nessa época do ano que costumo engordar um pouco, já que aproveito o festival ao máximo. Afinal, não é sempre que dá para ir a bons restaurantes pagando pouco”, revela. Além de deliciar o público, o evento aquece o mercado do Distrito Federal. Em 2010, foram mais de 40 mil pratos vendidos. O festival movimenta cerca de R$ 3 milhões por edição e oferece ao público a oportunidade de conhecer novos restaurantes de alto padrão e qualidade. Neste ano, a expectativa é que esse número aumente consideravelmente. “Esperamos que o evento seja um sucesso e que as vendas cheguem a pelo menos 51 mil pratos – uma alusão ao aniversário da cidade”, revelou Jaime.

Filet de Brymlent

Peito de frango à Kiev

Risoto de pêra ao vinho com lagostines picantes


Entrecôte Universal

Risoto com Lagosta

Circuito gourmet e oficinas

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uem marcar presença constante no evento poderá fazer parte do Circuito Gourmet que, a cada seis pratos degustados, o sétimo a ser repetido no restaurante preferido, será gratuito. Ao completar esse circuito, a pessoa poderá participar ainda da promoção “Minha receita favorita. Essa eu faço em casa”. Para isso é preciso ensinar uma receita exclusiva e indicar o chef participante do festival para executá-la na festa de encerramento. O resultado será divulgado no site da Abrasel e os três melhores pratos farão parte da publicação especial do Livro de Receitas — Sabores dos Chefs, edição 2012. Paralelamente ao festival, a Abrasel oferecerá ainda o Guia de Restaurantes do Brasil Sabor impresso. Este material será distribuído gratuitamente em lugares estratégicos, como aeroportos, postos de informações turísticas, hotéis, cinemas e nos próprios restaurantes participantes. A novidade deste ano acontece no Terraço Shopping, que apresenta oficinas gastronômicas ministradas por chefes do Gourmet Centre como

David Lechtig (El Paso), La Roque (La Cuccina Carpe Diem D´Itália) e Salti Sun(Grande Muralha) . As oficinas acontecem até o dia 6 de maio e são abertas ao público. As inscrições – limitadas – são gratuitas e podem ser feitas no balcão de informações do shopping. Além de receber um rápido feedback sobre nossas criações”, afirma. Para o publicitário bom de garfo Fernando Tavares, 33 anos, o festival é a época ideal para experimentar novos sabores sem gastar muito. “É nessa época do ano que costumo engordar um pouco, já que aproveito o festival ao máximo. Afinal, não é sempre que dá para ir a bons restaurantes pagando pouco”, revela. Além de deliciar o público, o evento aquece o mercado do Distrito Federal. Em 2010, foram mais de 40 mil pratos vendidos. O festival movimenta cerca de R$ 3 milhões por edição e oferece ao público a oportunidade de conhecer novos restaurantes de alto padrão e qualidade. Neste ano, a expectativa é que esse número aumente consideravelmente.

Pasta Limoncello

“Esperamos que o evento seja um sucesso e que as vendas cheguem a pelo menos 51 mil pratos – uma alusão ao aniversário da cidade”, revelou Jaime. Serviço Brasil Sabor 2011 Até 29 de maio Número de participantes: 87 restaurantes, em 110 endereços Preços: R$ 23, R$ 33 ou R$ 43 (de acordo com o prato de cada restaurante) Horário: De acordo com o funcionamento de cada estabelecimento Mais informações e cardápios: www.brasilsabor.com.br

Confira alguns cardápios do festival Fred – Peito de frango à Kiev Frango recheado com manteiga de ervas à milanesa, acompanhado de creme de espinafre e batatas sauté. Mittelalter – Filet de Brymlent Inspirado na medieval torta de Brymlent em homenagem ao chef Françoise Vatel. Trata-se de um salmão no molho agridoce de ameixas e maçãs, batatas picantes e chantilly. Oliver - Risoto de pêra ao vinho com lagostines picantes Risoto preparado com arroz carnarolli, com peras flambadas ao vinho do porto branco, parmesão e gorgonzola, finalizado com lagostes apimentadas.

Substância – Pasta Limoncello Fettuccine de grão duro al dente, com molho branco light, suco e raspas de limão. Temperado com de óleo de oliva e salpicado com lascas de salmão. Suri Sushi Bar – Risoto com Lagosta Risoto de Vieiras com Lagosta com creme de leite e molho especial. Universal Diner – Entrecôte Universal Contra filé ao molhos de ervas com arroz cremoso de parmesão.

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Dança

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Anderson Corcino

Movimentos

de Dança 2011 Espetáculo deu papel principal as cavalheiros

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ara aqueles que gostam de dança, a surpresa do final de abril ficou por conta do espetáculo “Movimentos de Dança 2011”, promovido pela Companhia de Dança Regina Maura. Embora já na sua 10º edição, a série Movimentos de Dança não deixa de ser uma grata satisfação para bailarinos, coreógrafos e amantes da linguagem do corpo do DF. “Eu achei todos os números muito lindo”, disse a dançarina de axé Luzia Silva, 23 anos. Apesar da variedade de ritmos e estilos, neste ano, propositadamente, os bailarinos tiveram papel de destaque. O brilho maior ficou por conta dos príncipes encantados que deixaram um pouquinho de lado as suas princesas. Isso mesmo, os cavalheiros foram a bola da vez. Conforme a primeira bailarina de Brasília e integrante da companhia promotora do evento, Monica Berardinelli, o seleto grupo dos artistas de renome internacional, que foram especialmente convidados para participar das apresentações dos Movimentos de Dança é composto por homens, por isso os holofotes foram mais dirigidos a eles. Segundo a bailarina, a idéia era chamar a atenção para as personalidades masculinas convidadas, já que no mundo da dança, as bailarinas é costumam chamar mais as atenções. O espetáculo, eclético, teve a participação de grandes ícones do balé clássico, da dança contemporânea, de salão, sapateado, árabe popular, hip hop e cigana. O primeiro bailarino do corpo de dança do Teatro Municipal do Rio de

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Janeiro, Marcelo Misailidis e o sapateador norte americano Steven Harper, estiveram entre os convidados especiais e tiraram um tempo na agenda para falar com a imprensa e conversar com pessoas do universo das sapatilhas. Patrick de Carvalho, dançarino de salão da Companhia Dom do Rio de Janeiro e o pianista Anderson Corcino também marcaram presença no Movimentos de Dança 2011. Entre os participantes da cidade estavam o Grupo Jovem de Ballet Regina Corvello, Margaridas Cia de Dança e Duo Cia de Dança, da categoria contemporânea). À frente do projeto, Regina Maura e Mônica, grandes incentivadoras do balé clássico e suas vertentes em Brasília, asseguram que espetáculos de dança devem acontecer com mais freqüência na capital federal para reforçar o segmento. “Movimentos da Dança 2011 é um espetáculo que vem para mostrar ao brasiliense que a dança que se faz na capital é competente e produtiva”, reforça. O projeto “Movimentos de Dança 2011” é uma promoção do Fórum de Dança do DF e Entorno e tem o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Serviço Studio de Dança Regina Maura CLS 116 Bl. B Lj. 31 – Asa Sul (61) 3245.1000 www.reginamaura.com


Música

Bohumil Med*

Em homenagem a Brasília B

rasília é uma cidade privilegiada pelo expressivo número de músicos eruditos aqui residentes. E para homenageá-la, nada mais justo do que prestigiar o talento local. Foi o que fez a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro ao selecionar duas das peças do superinteressante concerto de 12 de abril. Uma delas foi “Andarilho”, de Marcos Cohen, clarinetista da orquestra. Atonal, dissonante, com compassos complicados e características composicionais do século XX, a obra, inspirada nas diferentes paisagens da capital foi aplaudida calorosamente pelo público brasiliense, que se mostrou preparado para apreciar esse estilo musical. A outra peça, “Massapé Vivo”, foi pinçada da volumosa coleção de obras do internacionalmente premiado Jorge Antunes, sem dúvida, o mais importante compositor brasiliense vivo. Composta em 2009 como poema sinfônico, a obra foi inspirada na arte de Mestre Vitalino, grande artesão pernambucano, conhecido muito além das fronteiras brasileiras pelas belas figuras feitas de barro. Na região de Caruaru, onde o artista nasceu, o barro é chamado de massapé, daí o título. Para caracterizar o tema escolhido, Antunes vestiu de traje moderno melodias e ritmos do folclore

nordestino, criando uma composição de impacto emocionalmente forte e tecnicamente perfeita. Precursor no Brasil da música eletroacústica (quando o som é produzido por aparelhos eletrônicos) e da música concreta (que aproveita o som produzido por qualquer objeto – chiando, percutindo, quebrando-se, por exemplo), o compositor surpreendeu com esse trabalho diferente.

VIOLONCELO CANDANGO Compôs a programação “Concerto nº.1 em lá menor, op. 33, de Camille Saint-Saëns, executado pelo violoncelista brasiliense Marcelo Salles, radicado no Rio de Janeiro. Com grande virtuosismo e musicalidade envolvente, Salles interpretou a obra romântica com muita inspiração e segurança. A acústica deficiente da Sala Villa-Lobos, tão criticada por quem ali se apresenta, foi vencida com a ajuda de um violoncelo construído – não por Stradivari ou Guarnieri – mas por Antenor Júnior, violista da orquestra, que, nas horas vagas, se dedica ao nobre ofício da luteria, (fabricação de instrumentos de cordas). O instrumento construído por Antenor, detentor de vários prêmios e muitas encomendas, teve a estreia aclamada pelo público que apreciou-lhe o som potente e har-

monioso, comparável ao de grandes instrumentos do passado. A noite se encerrou com “Sinfonia da Alvorada” de Tom Jobim. Consagrado como compositor popular, Jobim aventurou-se pelas praias da música erudita ao compor uma sinfonia à Brasília, a pedido do então presidente Juscelino Kubitschek. Mesclando recursos orquestrais e corais com o texto de Vinícius do Morais, ora declamado, ora cantado, a capital foi descrita desde o infinito descampado do ermo planalto, até a chegada dos candangos e a construção da nova urbe. Optando por um clima tenso, pesado e até tenebroso, muito bem marcado pelo declamador Francisco Frias, a música, de técnica relativamente simples, não lembrou nem um pouco o autor da famosa “Garota de Ipanema”. Mas agradou. Para o sucesso da apresentação, contribuiu decisivamente a regência segura e compenetrada do maestro Emílio de César, um dos melhores regentes brasileiros da atualidade, que também pertence ao elenco de músicos eruditos da mais alta qualidade que residem em Brasília. Foi um belo concerto. *Bohumil Med Professor emérito da Universidade de Brasília. Com a colaboração de Regina Ivete Lopes

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Meio Ambiente

Por: Tássia Navarro | Fotos: Kiko Catelli

Reaproveitamento

de madeira se transforma em móvel de qualidade

A

preocupação com o desenvolvimento sustentável é cada vez mais ostentada por todo o mundo. A importância de se preocupar com a preservação e o uso racional do meio ambiente está em voga e diversos projetos surgem em prol da causa. Um deles é o do designer Tunico Lages, que utiliza a madeira morta como matéria prima para a confecção de móveis. A ideia é a conscientização da utilização de recursos materiais existentes em nosso entorno. Com a proposta do reaproveitamento, Tunico tem a intenção de dar um valor social a seu trabalho. Ele utiliza madeira morta e de reflorestamento. “Geralmente eu compro as madeiras. Mas, como existem pessoas que sabem do meu trabalho, as pego para que elas não virem carvão e sim móveis”, conta. É um projeto viável não só pelo ponto de vista econômico como também ambiental e social. Hoje, o custo da madeira morta não sai caro. “O mais caro é a execução do trabalho, a mão de obra, o tempo, o esmero”, explica o designer. A variedade de produtos que

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podem ser fabricados é enorme. Tunico confecciona desde bancos e mesas a fruteiras e tábuas. Segundo ele, em média, cada móvel demora cerca de oito dias para ficar pronto. “Depende do tipo do móvel e tamanho. O processo é bem artesanal, então requer um pouco mais de zelo”, informa. Para confeccionar as peças, o designer utiliza equipamentos como moto-serra, esmerilhadeira, lixa 600 e, por fim, seladora para não perder o contato com a madeira. “Esse contato é uma das coisas mais prazerosas” assegura Tunico. Os produtos possuem alta qualidade, a mesma da madeira de primeira linha que sai das serrarias, além de um design moderno e inovador. Chegam durar mais de 100 anos. O mineiro, ex-operador da bolsa de valores, que largou tudo para seguir, literalmente, seu sonho, trabalha há 35 anos com o reaproveitamento da madeira morta. “Eu brinco que não tive opção. Quebrei na bolsa e tive um sonho. Era um garoto de seis, sete anos, sentado em um toco vendo, no Vale do Jequitinho-

nha, em Minas Gerais, um carpinteiro lavrar a cumeeira (ponto mais alto) da igreja. A cena do sonho me deu a certeza de que eu deveria trabalhar com madeira”, lembra. Foi ai que o designer, carpinteiro, marceneiro, como ele mesmo se define, começou a acreditar muito nos seus sonhos e intuições e, a partir daí, nunca parou de trabalhar com madeira. “A intuição é uma faculdade que deixa claro, ela está além da razão. Quando lidamos com a razão, temos a polaridade, então cria-se dúvidas, na intuição não existe dúvida”, esclarece. O trabalho ecologicamente correto que Tunico desenvolve não é feito somente porque hoje em dia está em voga a preservação do meio ambiente. Segundo ele, quando pequeno morava no interior de Minas Gerais, seu pai era comerciante e ele juntava as garrafas de vidro, jornais e outras coisas para reutilizar. “Não sou


Gustavo Lima

O designer Tunico Lages

ecologista por moda, antes de começar a trabalhar com madeira já gostava de reaproveitar tudo”, ressalta. Todo o trabalho que Tunico desenvolve atualmente, ele aprendeu sozinho. De acordo com o designer, quando decidiu entrar nesse ramo, ia para as marcenarias e se oferecia para trabalhar de graça. Mas ninguém dava oportunidade para ele, pois tinha cara de estudante, de classe média. “Achavam que eu era de direita ou de esquerda. Então mudei meu discurso e passei a dizer que estava desempregado e precisando de emprego. Só que isso não adiantou. Não consegui nada e comecei a fazer tudo sozinho”, lembra. Atualmente, Tunico está trabalhando em um projeto que vai ensinar as pessoas do Bolsa Família a gerar trabalho reaproveitando várias coisas. “Eu falo que só com o que o mundo joga fora, em termos de matéria prima e gente, dá para fazer outro melhor do que esse”, conta. Além de ecologicamente correto, o trabalho desenvolvido pelo designer é artesanal, criativo e artístico. “O artesanato, não só antigamente, mas também hoje em dia não é tão valorizado no Brasil. Quem mais compra os meus móveis são estrangeiros”, confessa. Serviço Tunico Lages (61) 3201.7802 / 3627.1761 www.tunicolages.com.br

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Jornalista Aprendiz Por: Lucas Madureira

Corredor

polonês

Motoboys e mototaxistas se arriscam em corredores de trânsitos congestionados para conseguir agilidade e celeridade no trabalho

V

elocidade, vento no corpo e adrenalina. Companheiros inseparáveis do motociclista. Mas, na mesma proporção em que pilotar uma moto pode ser emocionante, também pode ser muito perigoso. Como é um veículo de duas rodas e menos protegido, o motociclista fica mais exposto que os condutores de automóveis, por exemplo. Diante da mistura de emoção e risco, como o motoqueiro consegue conquistar seu espaço no dia-a-dia do trânsito? E que garantia de segurança possui a pessoa que depende da moto como ganha pão? Anselmo Diniz Luna, 35 anos, há 11 é motoboy. “Trabalho prestando serviço comunitário de quadras”. O expediente começa aproximadamente às 21h30. O salário que recebe é rateado por pessoas que vivem nas quadras atendidas por ele. Entre as tarefas, Anselmo busca moradores em paradas, verifica se alguém deixou o portão aberto ou até se a torneira da calçada está vazando. “Já presenciei várias pessoas pichando ou tentando roubar veículos, mas por andar com a sirene ligada muitos deles se assustaram e saíram correndo”. Trabalhar de moto já é perigoso devido à falta de proteção. E sobre duas rodas e durante a noite,

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então... Por esse e outros motivos, o Sindicato dos Motociclistas Profissionais do DF (SindMoto) oferece segurança e cursos de educação no trânsito aos filiados. Os sindicalizados têm direito a seguro de vida no valor de R$ 25 mil e curso de pilotagem e primeiros socorros. “Conseguimos a regulamentação da profissão e muito mais”, comemora o presidente do SindMoto, Reivaldo Alves, 39 anos, 18 como motociclista de carteira assinada. O seguro de vida custa R$ 19,50 por mês. O motociclista paga metade desse valor ao sindicato e a empresa o restante. Os riscos justificam o investimento das empresas. Entre esses riscos estão os famosos corredores de trânsito. Condenados pelo Código de Trânsito, eles são, na avaliação de Reivaldo, um mal menor. “Corredor é uma maneira de agilidade e liberdade. O correto seria uma pista exclusiva para motos, mas já que não existe...”

Motoboy, não! Mototaxista Muitas pessoas pensam que motoboys e mototaxistas são a mesma categoria. Mas, Luiz Carlos Galvão, presidente do Sindicato dos Motociclistas Autônomos (SindMototaxi), explica que não. “Um lida com o transporte de carga e o outro de vidas.” Outra diferença é que, enquanto a profissão do motoboy é regulamentada, a do mototaxista não. “Mas estamos na luta para consegui-la.” Luiz Carlos sofreu um acidente de moto em 2005. Um carro veio na contramão e o acertou, jogando ele e o passageiro na rua. O passageiro ficou bem, mas Luiz Carlos permaneceu 18 dias em coma. “Recebi muita força dos meus amigos”, conta. Uma vez recuperado, Luiz continua trabalhando na área. O teto salarial de um motoboy é de R$ 543, somados a R$ 230 que recebe por alugar a moto à empresa,


pois grande parte dos profissionais trabalha com veículo próprio. A cada 35 Km rodados o motoboy tem direito a um litro de gasolina, além do combustível para ir e voltar do trabalho. Isso se o horário for de 44 horas semanais. Caso ultrapasse, a empresa deve pagar hora extra.

Os dados do perigo De acordo com a Assessoria de Comunicação do Hospital Sarah Kubitschek de Brasília, em 2009, 38% das internações foram causadas por acidentes com motos. No ano passado, os motociclistas se envolveram em 572 colisões nas vias do DF. Ainda atropelaram 53 pedestres e dois animais. Os desatentos se chocaram 11 vezes contra objetos fixos. Segundo dados do Departamento de Estrada e Roda-

gem (DER), os meses de janeiro e março foram os piores no trânsito motociclístico do DF: nove mortes em cada um. Comparando os números de 2008 e 2009, em todo o Brasil, o primeiro registrou 661 vítimas fatais nos seis meses iniciais, sendo que o ano seguinte, fechou com a marca de 667 mortes no mesmo período. A via mais perigosa na capital federal para os motociclistas é a Epia, que registrou 11 mortes com vítimas fatais de acidentes de motos em 2009, seguidas da DF-001 e da DF-180, com sete mortes cada. As estatísticas apontam ainda que os condutores de carro são mais imprudentes, pois no ano de 2009 causaram 1236 vítimas, sendo que as motos causaram 70% do total dos acidentes automobilísticos.

Serviço Lucas Queiroz Madureira é estudante do 7° semestre do curso de Comunicação Social/ Jornalismo da Universidade Católica

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Propaganda e Marketing

Carlos Grillo*

POR UMA NOVA GERAÇÃO DE

O

APAIXONADOS

rígenes Lessa foi um competente escritor brasileiro. Chegou a conquistar uma cadeira na outrora prestigiada Academia Brasileira de Letras. Sua obra, vasta e rica, tornou-se conhecida do grande público principalmente por conta de seus livros infanto-juvenis. Entre eles, clássicos como “Confissões de um Vira-Lata” e “Memórias de um Cabo de Vassoura”. O que pouca gente sabe é que, antes de lograr êxito como literato, Lessa aventurou-se com sucesso pelos sendeiros da publicidade. Foi de tradutor-técnico do Departamento de Propaganda da General Motors a redator-chefe da poderosa J. Walter Thompson. Relembrei desse fato ao ler um texto da Aline Valek, que circulou pela internet. Valek, blogueira e redatora publicitária, reproduz em seu artigo o trecho de um conselho que Lessa teria dado ao colega Roberto Mena Barreto: “Roberto, propaganda é uma merda! O melhor anúncio não vale um bom conto ou um bom poema. A não ser para o imbecil que anuncia e para o imbecil que compra! Propaganda serve sabe para quê? Para se ganhar dinheiro mais fácil. Para se ter tempo! Tempo de escrever, de ler, tempo de produzir coisa séria! Sabe o que é propaganda, rapaz? Olhe para este lápis. Você tem de fazer um anúncio sobre este lápis. Você fixa este lápis e rebusca na cabeça o que você pode dizer – não importa o que, nem como – capaz de levar o cara que vai ler a comprar este lápis. Você tem de convencer o sujeito, só isso!” A história é divertida, folclórica e podia até fazer algum sentido na época, início dos anos 70, quando a publicidade resumia-se a descrever as características de um produto ou serviço e argumentar em favor dele. Hoje, no entanto, a realidade é bem diferente e não podemos ignorar o anacronismo das palavras de Lessa. De todo modo, a percepção dele, mesmo deslocada de contexto, incomoda e nos obriga a refletir sobre o valor do nosso mercado. A publicidade sempre viveu uma crise de credibilidade, pontuada por altos e baixos. Nas décadas de 80 e 90, por exemplo, as agências experimentaram uma era de ouro em que alguns publicitários alcançaram status de pop stars. Era uma geração de apaixonados. Já na primeira década do novo milênio, em especial com o episódio do “mensalão”, o mercado novamente foi colocado em cheque. O que vai ser daqui para frente é difícil prever, mas posso falar de desejos. Em especial dos meus.

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Acredito na relevância do marketing e da comunicação para o crescimento do país e para a garantia do bem estar social. Nos últimos três anos, o Brasil superou sem traumas uma crise econômica mundial e a base estratégica para isso foi estimular o consumo ao invés de pregar a retração. O plano mostrou-se acertado e a publicidade teve papel fundamental para o seu sucesso. Quando contemos epidemias e erradicamos doenças num país multicultural de dimensões continentais, contamos com a comunicação e suas ferramentas para tanto. Quando despertamos, por meio da internet e das redes sociais, o desejo das pessoas de compartilhar informações e contribuir para uma planta melhor, também lançamos mão de recursos publicitários. A publicidade ajuda a girar e equilibrar o nosso sistema econômico. Dá voz aos governos e, ao mesmo tempo, à sociedade. Reflete e reforça nossa democracia. Traz à luz soluções para problemas individuais e coletivos. Ao contrário do que Lessa disse a Barreto, ainda que em tom de chacota e com boa dose de generalização, bons anúncios podem valer até mais do que bons contos e poemas. E não apenas para os “imbecis” que compram e vendem os objetos anunciados. Aline Valek concluiu, a respeito das palavras de Lessa, que “... ver as coisas simples assim ajuda bem mais na criação do que acreditar que fazemos anúncios ou as pessoas morrem”. Ora, ver as coisas simples assim não ajuda em nada na criação. Apenas contribui para disseminar campanhas medíocres e para manter o mercado sob holofotes desconfiados e olhares descrentes. No mercado que desejo e escolhi para atuar não há espaço para esse tipo de reducionismo. Nele, os criativos são conscientes de sua importância e alcançam a dimensão real de sua função. Inclusive a de salvar vidas. O mercado que imagino é ocupado por redatores e diretores de arte por opção. E não por escritores e artistas frustrados em busca de dinheiro fácil. Se você faz parte desse mercado, estamos juntos. Que venha uma nova geração de apaixonados. Até a próxima semana.

*Carlos Grillo Sócio Diretor da Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais Email: grillo@monumenta.com.br Twitter: @carlosgrillo


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Vinho

Antônio Duarte*

ALENTEJO “Quando o viajante acordou e abriu a janela do quarto, o mundo estava criado. Era cedo, ainda vinha longe o sol. Nenhum lugar pode ser mais serenamente belo, nenhum o será com meios mais comuns, terra larga, árvores, silêncio.” José Saramago, escritor, sobre o Alentejo, no livro “Viagem a Portugal”

O

s alentejanos têm espaço para viver e são felizes na sua terra. Estes fatores contribuem para que a emigração seja muito pequena, o que explica porque o Alentejo é pouco conhecido no exterior. Portugal foi conquistado do Norte para o Sul. Quando os conquistadores ultrapassaram o maior rio português, o Tejo, que deságua em Lisboa, disseram “Além do Tejo” e assim se originou a palavra Alentejo. A região mais pobre economicamente de Portugal. Representa 30% da área, mas tem apenas 5% da população do país. As atividades básicas são a agricultura e o turismo. O Alentejo é o maior produtor mundial de cortiça, matéria-prima da melhor vedação das garrafas de vinho: a rolha. O sobreiro, árvore que produz a cortiça é uma metáfora do “tempo” e da “tradição” alentejanos: lentamente, por nove anos, a cortiça envolve o seu tronco até ser extraída. Assim é no Alentejo. Tudo se faz sem pressa. Uma grande virtude quando se trata de produzir bons vinhos! A capital Évora, patrimônio histórico da humanidade, tombada pela UNESCO. Do Alentejo vem os tapetes de Arraiolos e os belos mármores de Estremoz. Alentejo é a região de Portugal com maior regularidade média de safras, seja em quantidade como em qualidade que representa a grande esperança da vitivinicultura portuguesa, embora sua realidade, é, já, extremamente expressiva.

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Ao sul de Portugal, com grandes e férteis planícies, o Alentejo é uma região marcada pela grande diversidade dos povos que por ali passaram, deixando heranças de sua presença desde tempos pré-históricos. São antas e dolmens, templos romanos, castelo mouriscos, palácios renascentistas e igrejas barrocas. São povoados que se mantêm inalterados, entre casas caiadas de branco e ruas estreitas, rodeadas de muralhas como Marvão, Estremoz, e Monsaraz. As duas últimas das cidades mais bonitas e bem preservadas de Portugal. Da monumental Évora, Arraiolos, Redondo, Vila Viçosa, onde está o rico acervo do Paço dos Duques de Bragança, ou Alter do Chão, Moura, entre outras cidades encantadoras - onde parece que o tempo parou - encontramos as marcas de povos como fenícios, gregos, romanos, árabes, entre outros, inclusive em sua culinária mediterrânea. O cultivo da videira no Alentejo vem de tempos imemoriais, existindo documentos reais do século XII e XIII, que atestam a atividade vitivinífera na região. É admitido que no século XV, a vinha se desenvolveu por todas as sub-regiões do Alentejo, a partir da Évora e ainda hoje essa cidade desempenha um papel vital na vitivinicultura regional, através de atividades desenvolvidas pela Universidade de Évora e pela Associação Técnica dos Vinicultores Alentejanos (ATEVA).

Essas áreas disputam o solo alentejano com outras culturas tradicionais como o sobreiro, a oliveira e os cereais além de uma mais recente, o girassol. Oito são de Denominação de Origem Controlada: Évora, Borba, Reguengos, Redondo, Vidigueira, Portalegre, Moura e Granja Amareleja. Existem vinhos de qualidade produzidos na região, classificados como regionais do Alentejo, em virtude do não cumprimento de algum requisito da denominação de origem controlada. Grande parte dos vitivinicultores se encontra associada às cinco Adegas Cooperativas existentes, que processam o maior percentual da produção regional, sendo responsáveis por alguns vinhos de qualidade. As principais virtudes dos vinhos alentejanos são a capacidade de adquirir harmonia e elegância no segundo ou terceiro ano de vida, podendo ser degustados mais cedo. Apesar do clima frio as castas suportam bem as condições climáticas. As castas mais recomendadas são: Tintas: Aragonez, Trincadeira, Castelão, Moreto e Alicante Bouschet. Brancas: Antão Vaz, Roupeiro, Arinto, Assario, Fernão Pires, Manteúde, Tamarez, Rabo de Ovelha e Perrum.

*Antônio duarte Presidente da filial brasiliense da Associação Brasileira de Sommeliers


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Boa leitura com um bom café

Tá lendo o quê?

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Rafael Sampaio

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Rita Medeiros

Cláudia Cândida

Proprietária da Sorbê

Proprietária da Mr. Cat do Pátio Brasil

Livro Memórias da Segunda Guerra Mundial

Livro “O Estado Babá”

Livro A Cabana

Autor Nelson Mandela

Autor Winston S. Churchill

Autor David Harsanyi

Autor William P. Young

Editora Rocco

Editora Nova Fronteira

Editora Litteris Editora

Editora Sextante

O livro é bem interessante, pois relata as mais de duas décadas passadas na prisão e a luta contra a discriminação racial na África do Sul. Baseado no arquivo pessoal de Nelson Mandela, incluindo diários, correspondências, rascunhos de discursos e gravações nunca vistas. É um livro que propicia a plena compreensão do lado humano de um ícone reconhecido em todo o mundo.Além disso, estive na África do Sul e pude conhecer a história mais de perto. Sou fã de Mandela pois o que ele fez pelo seu povo jamais foi visto. É uma história de superação.

O autor ganhou prêmio Nobel de literatura em 1953 com o livro biográfico do homem que liderou o ocidente na segunda guerra mundial. Churchill foi primeiro Ministro da Grã Betanha, entre 1940 e 1945, lutou contra Hitler e, com seu poder, carisma, força e capacidade como um chefe de estado, conseguiu combater o nazismo. Recomendo por ser uma excelente narrativa histórica e reúne experiência de unir uma nação com sua demonstração de capacidade e liderança. É uma leitura bastante agradável.

A obra chama a atenção para um fato muito peculiar da nossa realidade: vivemos a síndrome do mundo politicamente correto e não nos damos conta de como o Estado manipula nossas liberdades individuais. Em todas as situações, somos de certa forma orientados a pensar, julgar, observar e até gostar das mesmas coisas. Aos poucos, somos levados a padronização de nossos costumes, cultura, gostos e até da nossa alma. A linguagem do livro é rápida e muito clara. E o assunto, muito atual. O livro trata do dia a dia contemporâneo.

Comecei a ler ”A Cabana”, de William P. Young semana passada. E, apesar de ter lido menos da metade da publicação já estou com outra percepção, pois acreditava que seria um livro relacionado à religião, mas não é. Trata-se de uma reflexão de como encarar problemas e tragédias que acontecem quando menos esperamos. Estou achando a obra maravilhosa e que merece ser lida por todos. Eu recomendo.

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Frases Se alguém está tão cansado que não possa te dar um sorriso, deixa-lhe o teu.

As lágrimas dos bons caem por terra, mas vão para o céu, para o seio da divindade.

Provérbio Chinês

Provérbio Chinês

Volta teu rosto sempre na direção do sol e, então, as sombras ficarão para trás.

Só se pode juntar as mãos quando estas estão vazias. Provérbio Tibetano

Provérbio Oriental

Quem sendo feio ama o bonito, estraga com o ciúme o melhor do amor.

A terra atrai tanto que os velhos andam curvados. Provérbio armênio

Provérbio venezuelano

Não tem ciúme só quem ama, mas também quem deseja amar.

Quando estás certo, ninguém se lembra; quando estás errado, ninguém esquece.

Provérbio mexicano

Provérbio irlandês

A honra é um vestido transparente. OProvérbio espanhol

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Justiça

Mônica Ponte*

Você já fez

o seu testamento?

É

interessante observar que muitas pessoas passam a vida acumulando bens, imaginando assegurar o futuro de seus herdeiros. Interessante também que poucos se preocupam em preparar a melhor distribuição desses bens. Recai sobre a palavra TESTAMENTO um preconceito parecido com o que envolve a Unção dos Enfermos. Há quem tenha a superstição que fazer testamento dá azar. Não é verdade! Testar é um ato de amor praticado por pessoas realistas. Bastando ser civilmente capaz, qualquer pessoa pode dispor de seus bens, no todo ou em parte. Até quem não sabe ler e escrever pode, desde já, registrar as suas vontades. Sabendo que o testamento pode ser modificado a qualquer tempo, não há problema algum em providenciar logo um testamento, e mais adiante, se as coisas mudarem, modificar também as disposições de vontade. Existem vários tipos de testamento, sendo os mais comuns: público; cerrado; particular. Para o testamento público, basta o interessado ir ao cartório acompanhado de duas testemunhas e pagar uma taxa que em Brasília não custa caro. Para o testamento cerrado, o texto é preparado com antecedência e encaminhado ao tabelião mediante duas testemunhas. Já no particular, as disposições são preparadas pelo testador ou ao seu mando, mas são necessárias três testemunhas. Cabe ao testador se informar antes de dispor sobre seus bens quais

são as disposições legais a respeito da distribuição do patrimônio, pois qualquer ato irregular pode tornar nulo todo o trabalho. Não é obrigatória a contratação de advogado para a elaboração de um testamento, mas é bastante aconselhável a assistência de um profissional já que existem vários detalhes que podem escapar à percepção de um leigo. Por exemplo: 1. A pessoa casada é proprietária somente da metade dos bens do casal, então se todo o patrimônio se resumir a uma casa, o testador só pode proferir suas intenções a respeito da metade da casa e, se possuir, além do cônjuge, herdeiros necessários (ascendentes e descendentes) só poderá dispor sobre 25% da mesma casa. 2. Pelo testamento é possível deserdar quem ofendeu fisicamente o testador ou alguém que não amparou quem deveria em caso de necessidade, além de outras causas de deserdação. 3. É possível fazer um testamento em favor dos pobres. 4. Não existe testamento por procuração. Evidentemente que se você não tiver interesse em deixar que a Lei se encarregue de repartir seus bens, não há problema. No Brasil, o uso do Código Civil permite a justa distribuição. O interesse de testar deve partir de pessoas que gostariam de agraciar alguém que não seja filho, pais ou cônjuge, ou se entre os herdeiros necessários quiser fazer alguma distinção.

Acompanhei um caso de uma senhora doente em fase terminal que tinha como herdeiro apenas um sobrinho, ao qual não dispensava qualquer afeto e que era severamente envolvido com drogas. Por outro lado, contava com toda a assistência de um afilhado. Cheguei a preparar o testamento excluindo o sobrinho e agraciando com todos seus bens o querido afilhado, mas a enferma dizia que tinha medo de assinar o testamento e falecer imediatamente. Assim, morreu mesmo sem assinar o testamento e o sobrinho herdou todo o patrimônio. O testamento pode e é aconselhável que seja mantido em sigilo, portanto ninguém precisa saber de sua existência. A única desvantagem consiste no fato de que, havendo testamento, não é possível que depois do falecimento, a Partilha de faça em cartório. É necessário o ajuizamento do Inventário ou Partilha para transmissão dos bens. Essa foi a vontade do legislador. Se quiser perguntar qual o momento oportuno para providenciar o seu testamento, eu respondo: enquanto você estiver vivo. Nota: tabela da OAB sugere preço mínimo em torno de R$ 1.300,00, para elaboração e acompanhamento de testamento. *Advogada atuante em Brasília desde 1987.

Pós graduada em Processo Civil, especialista em Direito do Consumidor. Sócia majoritária do escritório PONTE SOARES & FERRAZ - Advocacia Empresarial

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Diz Aí, Mané

“O Brasil é um país abastardo com um futuro promissório”

“O maior matrimônio do país é a Educação”

“Precisamos tirar as fendas dos olhos para enxergar com clareza o número de famigerados que almenta”

“O problema da amazônia tem uma percussão mundial. Várias Ongs já se estalaram na floresta”

“É preciso melhorar as indiferenças sociais e promover o saneamento de muitas pessoas”

“O hino nacional francês se chama La Mayonèse...”

“Tiradentes, depois de morto, foi decapitulado”

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“índios de América, destacam-se os aztecas, os incas, os pirineus, etc”

“Em Esparta as crianças que nasciam mortas eram sacrificadas”


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Cresça e Apareça

Adriana Marques*

Sucesso

em empreitadas

Q

Quando os detalhes fazem as diferenças

uem nunca se deparou, ao finalizar um projeto, após muito investimento de tempo, energia e dinheiro com o questionamento:-“Por que deu errado?” Parece uma tremenda injustiça. Algumas vezes temos a impressão que o mundo está contra nós. Ou que todos têm mais sorte. Acontece, até, de acharmos que, quando é com os outros, a chance de dar certo é enorme e, quando é conosco, a probabilidade de fracasso cresce assustadoramente. Existe alguma lógica neste pensamento? Faz sentido achar que o universo trata todas as outras pessoas com mais gentileza e bondade? A questão é entender o que realmente aconteceu. Ou melhor; a questão é entender o que realmente acontece quando nossos projetos não são efetivados como planejamos. Para que se obtenha sucesso é necessário preparação. Isso nos custa entender tudo o que pode interferir no nosso resultado final. Este questionamento deve passar primeiro sobre o quanto os principais envolvidos estão preparados para assumir e lidar com suas responsabilidades. Qual o grau de compromisso que eles têm com o projeto como um todo? Não basta ter uma ótima idéia e abandonar o barco no meio do caminho. Assim como não adianta perceber que alguém é desqualificado para a posição que está ocupando e continuar nela. Quanto a isso, vale lembrar que a preparação pessoal e profissional, na maioria das vezes, é um processo que exige tempo, disciplina e dedicação. Uma vez que se chegue a conclusão de ser está a falha, o passo seguinte é buscar esta qualificação. Seja através de vivências, cursos, treinamentos, leituras, pesquisas ou qualquer outro meio de obtenção de informações e conhecimento. Ninguém está fadado à ignorância, à falta de cultura ou referências atuais se, assim, não o quiser.

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E quanto ao contexto geral, estão todos os processos e providências sendo checadas e acompanhadas? Nem sempre o gasto de rios de dinheiro se traduz em êxito. É preciso se atentar aos detalhes, ao que mais importa àqueles que queremos impactar. Seja na forma de comunicação, no estabelecimento de empatia ou no trato direto de interesses. Um bom exemplo disso, é quando organiza-se uma festa impecável, com o melhor menu, as melhores bebidas e a melhor música. E, como se existisse alguma coisa mais importante do que isso, deixa-se de lado a entrega de convites. Pode parecer irrelevante, mas acontece. E “é aí que mora o perigo”, quando achamos que estamos isentos daquilo que é óbvio. Para o seu sucesso, esta é a dica. Como diz uma grande parceira, demita o óbvio da sua vida. Se você não quer fazer o papel de vítima dos seus próprios projetos, vá atrás de checar do mínimo ao máximo. Delegue. Não conte com o bom senso dos outros. Acredite que o universo te trata bem e ele tratará. Mas, acima de qualquer coisa, para que isso aconteça, faça a sua parte! *Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.


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Ponto de Vista

DIRSOMAR FERREIRA CHAVES*

Venda direta O

para comerciantes

direito de preferência foi um avanço importante para garantir a conquista dos moradores dos chamados condomínios irregulares no Distrito Federal. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pela venda direta viabilizou uma grande vitória. Essa conquista acaba de completar quatro anos. No dia 18 de abril de 2007, praticamente a véspera do 47º aniversário de Brasília, o STF indeferiu a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 2990, que pedia a extinção do artigo 3º da Lei 9.262/96. O dispositivo, atacado pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), previu que as áreas ocupadas pelos moradores da APA da Bacia do Rio São Bartolomeu podiam ser vendidas individualmente. A decisão abriu precedente a moradores de outros condomínios, estabelecendo assim, a garantia constitucional do direito à moradia. O direito de preferência foi firmado pelo GDF e o MPDFT, com a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) Nº 02. O Termo veio consolidar a garantia do bem-estar das populações envolvidas, quando muitas famílias destinaram boa parte das suas reservas para adquirir a tão sonhada casa própria. É preciso destacar que a vitória não foi completa. Isso porque o TAC foi omisso quanto à venda direta para donos de empreendimentos comerciais nesses condomínios. A consideração 68 do TAC limita a licitação direta aos imóveis ocupados exclusivamente para fins de moradia, e a cláusula 20 estabelece que os imóveis ocupados sem finalidade habitacional serão licitados pela Lei 8.666/93. Nesse sentido, a não previsibilidade de venda individual para os comerciantes – que também cumprem suas obrigações como cidadãos e lutam, sobretudo, para honrar seus compromissos com o poder público – há que se falar em dissonância, uma vez que o TAC destoa do princípio da isonomia, sob o qual está submetido o Estado brasileiro. Já que o STF considerou que as pessoas que adquiriram seus lotes em áreas públicas agiram de boa fé, por que os empreendimentos comerciais não foram inseridos no TAC para que também fossem beneficiados com a venda

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direta? Há que se questionar por que uns tiveram o direito e outros não. Como se não bastasse a insegurança jurídica que paira sob milhares de comerciantes, que vêem o alvará como uma preocupação a ser superada para manter seus empreendimentos em pleno funcionamento, eis que se sobrepõe mais essa ameaça aos empresários. Sem a venda direta para os comerciantes de condomínios, essas áreas poderão ser licitadas a especuladores, detentores de grande poder econômico que podem oferecer o maior lance. A injustiça é que as áreas estão ocupadas e cumprem desde a sua destinação comercial um papel social junto à comunidade. Cabe destacar que, além dos impostos arrecadados pelo governo, as empresas são grandes geradoras de emprego e renda para os trabalhadores. Nesse sentido, sua função social é imprescindível ao Estado e também à sociedade. Dessa forma, não se pode tratar o empresário como se fosse uma categoria que merecesse um tratamento punitivo. A Lei Complementar 123 de 2006 prevê tratamento simplificado, diferenciado e favorecido aos empresários de micro e pequenas empresas, uma vez que são eles os grandes responsáveis pelo crescimento do país. No DF, esse setor impulsiona quase 70% dos empregos gerados. Das unidades da Federação, o DF possui o maior índice de desemprego, superando em quase três vezes a média nacional. Por isso, não caberia ao Estado agir para desestruturar esses empreendimentos que somam mais de 90% das micro e pequenas empresas em áreas sem regularização. Nesses quatro anos completados após a decisão do STF, que proporcionou grandes avanços com a venda direta aos moradores de condomínios, um dos melhores presentes de aniversário que os comerciantes do DF poderiam receber neste 51º aniversário de Brasília seria a garantia de tratamento isonômico, tendo a venda individual também convalidada para empreendimentos comerciais. *(*) DIRSOMAR FERREIRA CHAVES Secretário de Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária do DF


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Charge

Eixo Monumental

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