Plano Brasília ed. 100

Page 1

Plano

02 de agosto de 2011 Ano 9 · Edição 100 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

Ato intrínseco

MESA REDONDA Rejane Pitanga Ponto de vista Israel Batista 100

justiça Everardo Gueiros






Sumário

11 48

32

28

46

60

10 Cartas

38 Cotidiano

62 Agenda Cultural

11 Mesa Redonda

40 Planos e Negócios

64 Mundo Animal

16 Brasília e Coisa & Tal

42 Automóvel

66 Jornalista Aprendiz

18 Panorama político

44 Vida Moderna

68 Propaganda e Marketing

20 Política Brasília

46 Esporte

70 Vinho

22 Premiação

48 Personagem

72 Tá Lendo o Quê?

24 Capa

50 Saúde

74 Frases

28 Cidadania

52 Moda

75 Justiça

30 Gente

54 Comportamento

76 Diz aí, Mané

32 Cidade

56 Cultura

78 Cresça e Apareça

34 Mercado de Trabalho

58 Cinema

80 Ponto de Vista

36 Tecnologia

60 Gastronomia

82 Charge



Expediente

Carta ao leitor

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias alex.dias@planobrasilia.com.br

Plano

BRASÍLIA CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira

DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr, Joana Nóbrega, Werley Kröhling ESTAGIÁRIA DE CRIAÇÃO: Paula Alvim FOTOGRAFIA Fábio Pinheiro e Victor Hugo Bonfim EQUIPE DE REPORTAGEM Michel Aleixo, Tássia Navarro, Veronica Soarez e Yuri Achcar ESTAGIÁRIAS: Fernanda Azevedo e Railde Nascimento COLABORADORES: Adriana Marques, Antônio Duarte, Bohumil Med, Brenda Brandão, Carlos Grillo, Cerino, Israel Batista, Mauro Castro, Regina Ivete Lopes, Rejane Pitanga, Romário Schettino, Tarcísio Holanda IMPRESSÃO IBEP Gráfica TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 413 Bl. D Sl. 201 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041.3313 | 3034.0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Prezado leitor, Aqui estamos nós com mais uma publicação da Plano Brasília. A de número 100, que representa um marco significativo na coroação do nosso trabalho. Estamos felizes e desejando que, logo logo, façamos a 200ª publicação. E é nesse momento de bastante entusiasmo que levamos a todos, uma revista caprichada e muito bem cuidada no visual e conteúdo. Em nossa matéria de capa “Perdoar é espontâneo, Ação vem do coração”, mostramos em quatro páginas que o gesto é, pode e deve ser praticado quando mágoas recentes e antigas insistem em fazer morada em nossos corações. Afinal, não sabemos por quanto tempo elas vão ficar ou até mesmo, se vão passar. Mas, são situações que, infelizmente, acontecem sem pedir nenhuma licença ou permissão prévia. Sucedem-se aos montes e são recorrentes a todo e qualquer instante, atacando a todos indistintamente, sem escolher sexo, raça, credo religioso e nacionalidade. Mas é um ato natural. De sentir raiva, rancor, mágoa, decepção e até mesmo ódio, ninguém está isento. Teorias comportamentais asseguram que, em casos de “desentendimentos”, a melhor e mais diplomática saída é sentar, conversar e tentar “lavar toda a roupa suja”. Afinal, o desencontro de opiniões permeia todo e qualquer processo de relações interpessoais. Além da visão da igreja católica, que incentiva a prática do perdão por ser sacramental e ato divino sobre a natureza humana, a reportagem mostra que não há formas e fórmulas a seguir ou remédio para aqueles que dizem querer praticar o perdão. Uma leitura imperdível. Outro assunto que apostamos que vai ser do agrado de todos é a reportagem “ O colorido da seca - Ipê, a árvore que dá cor ao cerrado brasiliense”. Nela, mostramos que é comum ver, nessa época do ano, muitas folhas secas e vegetação queimada na cidade. A paisagem em Brasília costuma ficar vermelha com a baixa umidade do ar. Mas é nesse tempo, que não faz bem para a maioria das plantas, que floresce uma das árvores mais belas, considerada símbolo do Brasil, o Ipê. Seu período de florada é entre os meses de agosto e setembro, quando a capital federal fica mais linda, enfeitada por flores amarelas, brancas, roxas e rosas. A árvore é motivo de inspiração para inúmeras poesias e crônicas. Pelo país inteiro, o Ipê colore o final do inverno. Uma excelente pedida de leitura. Não deixe de conferir. Na editoria “Comportamento”, a reportagem “Viciados em séries - Quando o gostar vai além da fantasia”, aponta que a popularização da televisão fez com que várias pessoas mudassem de hábitos, valores, costumes e, principalmente, seguissem tendências, influenciadas por atrações exibidas como as novelas e seriados. O público se envolve de forma a “viver” o personagem fora da trama. E aí, as imitações das vestimentas, cabelos, jeitos e trejeitos dos artistas são constantes. Uma leitura bem legal. É isso, prezado leitor. Espero que você goste. Nos falamos na próxima. Boa leitura!



Cartas

Fale conosco

Achei muito interessante a matéria sobre a falta de placas de endereçamento em Brasília. Moro em Águas Claras e em meu percurso vejo dezenas de faixas espalhadas indicando o caminho de festas de casamento, 15 anos, etc. É realmente um absurdo a falta de placas nas regiões administrativas do DF. O Governo deveria tomar providências quanto a isso rápido. Osmar Ramos Águas Claras

Quero parabenizar a equipe da Revista Plano Brasília por, mais uma vez, abordar um assunto de relevância social. A matéria de capa “Violência contra o menor”, mostra que o Brasil ainda tem que percorrer um longo caminho para que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) seja respeitado. Afinal, se não, para onde irá o futuro do nosso país? Maria Vieira Sudoeste Gostaria de cumprimentar a todos dessa Revista pelas excelentes reportagens e pelo cuidado na parte visual da mesma. Gostaria de parabenizar pela matéria sobre queda de cabelo já que é um problema que começo a enfrentar. Obrigado pelas informações. Roberto de Assis Lago Norte

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para: SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540 Brasília-DF Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 redacao@planobrasilia.com.br

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.


Mesa Redonda

Rejane Pitanga

Equipe Plano Brasília: Romário Schettino, Edson Crisóstomo, Rejane Pitanga, Veronica Soares e Yuri Achcar | Fotos: Victor Hugo bonfim

R

ejane Pitanga estréia na carreira política como deputada distrital pelo PT. Mas a militância vem de longa data. Ainda nos anos 70, ela foi líder do movimento estudantil da UnB, participando da luta pela redemocratização do País. Na década de 80, foi eleita para a diretoria do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (SINPRO-DF). E em 2006, se tornou presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no DF. Neste período, trabalhou na formação do Movimento contra a Corrupção e viu a queda do ex-governador José Roberto Arruda, envolvido no maior escândalo de corrupção da história da capital federal. Poucos sabem, mas Rejane também é cantora, com um vasto repertório de MPB.

PB > Com a vida de parlamentar, ainda há

que atravessamos no Distrito Federal.

tempo para as outras atividades?

A Câmara Legislativa reflete todo esse

RP > Sobra pouco tempo. Principalmente

cenário. Temos 17 partidos. Não é fácil

porque temos uma agenda muito intensa.

construir uma maioria com a vitória

Mas quando sobra tempo eu faço algumas

de projetos importantes para a cidade,

coisas que gosto muito. Primeiro é a músi-

com uma Câmara tão heterogênea. Mas,

ca. E, depois, ficar com os meus netos. Um

pessoalmente, tenho uma boa relação com

tem cinco anos, a outra tem três meses e

todos os parlamentares. Acho que isso são

outra virá em janeiro. Sou uma vovozona,

regras naturais de convivência. Somos co-

que quase não tenho tempo para ficar

legas, com divergências políticas grandes e

com eles, mas foi uma das coisas que me

profundas, mas isso não impede de termos

fizeram mais feliz.

uma boa relação.

Integrando a base governista na Câmara Legis-

E o que acha do governo Agnelo?

lativa, como avalia o desempenho da Casa e a

Tenho um prazer enorme de ser da base do

relação com os outros deputados?

governo, até porque lutei muito para que o

A própria composição do governo é

Agnelo (Queiroz) fosse eleito governador e

muito ampla e heterogênea. Foi a forma

para que a Dilma (Roussef) fosse eleita pre-

de se derrotar o atraso e o fisiologismo,

sidente. Nós temos um compromisso com

todo o cenário de crise política e ética

um projeto. Nós, do PT, trabalhamos essa

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

11


concepção de um projeto de sociedade. É

de crianças e adolescentes que vêm de

isso que estamos implantando no Distrito

famílias onde existe a violência domés-

Federal. Não é fácil governar uma cidade

tica e vão reproduzir isso em relação aos

que foi completamente dizimada de

seus colegas, professores e funcionários.

qualquer forma de política pública, onde

Tenho certeza que um projeto de lei não

o dinheiro público escoou pelos ralos da

vai trazer a cultura de paz e o combate à

corrupção. Em seis, oito meses, um ano,

violência. Mas ele ajuda a pensar a escola

você não consegue obter resultados estra-

de uma forma mais igual. Para que esse

tosféricos, extraordinários. Nós sabemos

projeto se concretize, ele prevê uma forte

que há uma enorme expectativa da popu-

participação da comunidade escolar. E nós

lação e ela tem razão quando cobra e quer

temos que aprovar um outro projeto que

ver resultados imediatos. Mas, por outro

tudo o que estiver ao meu alcance no meu

está indo para a Câmara, que é a gestão

lado, há também um esforço do governo

mandato parlamentar.

democrática no sistema público de ensino

no sentido de dar respostas. E eu tenho

do DF. A nossa escola pública perdeu o

certeza que esse governo vai dar certo.

Entre os projetos da senhora, está o que o

espaço interno de democracia. Ela perdeu

Nós vamos mudar substancialmente o DF

promove a cultura de paz nas escolas públicas,

o protagonismo dos segmentos da comu-

em políticas fundamentais, geração de em-

já aprovado no primeiro semestre. Como será

nidade escolar, que são os pais, os alunos,

prego, saúde, que é o problema mais grave

possível mudar a realidade de violência, que

os professores, os funcionários, pensando

que o DF atravessa, o transporte público,

muitas vezes está na própria comunidade que

o destino da escola pública. Onde se tem

a educação, a segurança, políticas públicas

cerca a escola, a partir dessa iniciativa?

democracia na escola, com a ampla parti-

para a juventude. Nós estamos perdendo

Esse projeto é importante para combater

cipação da comunidade, há redução dos

a nossa juventude para as drogas. É um

um dos maiores males que temos hoje

índices de violência. Então, o projeto que

Estado pensando em todos os brasilienses,

tenho enorme satisfação de ter sido um dos

não apenas em segmentos da cidade. Essa

dois aprovados no primeiro semestre, quer

é a diferença do nosso governo. Tenho cer-

contribuir para minimizar esse quadro, que

teza que teremos extraordinários avanços no Distrito Federal. Quais são as suas prioridades como parlamentar? A primeira é a educação. Eu venho de uma luta histórica em defesa dos professores, dos profissionais de educação e de uma escola pública de qualidade. Tenho me debruçado muito sobre esse ponto. Outro foco é a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, até porque também faz parte da minha trajetória, e os direitos humanos. A luta em defesa das mulheres, da criança e

Nós sabemos que há uma enorme expectativa da população, que cobra resultados imediatos. E eu tenho certeza que esse governo vai dar certo.

é dramático. Um problema que não é só do DF: é nacional e mundial. Para reduzir essa violência, é preciso que o projeto venha acompanhado de outras políticas públicas para termos um cenário diferente do atual. E de que forma a gestão democrática vai ajudar na qualidade do ensino nas escolas públicas? Quando você traz o usuário da escola pública para pensar a escola no sentido pedagógico, você organiza a sociedade. Ela está lá dentro, sabe quando participa e define os rumos. Não vai ser uma ação coadjuvante. Com a gestão democrática,

do adolescente, dos homossexuais. Tenho

você tem uma partilha de poder no in-

pautado muito a superação da desigualda-

terior da escola. Todos os segmentos vão definir os rumos. Não é apenas a figura

de racial. São bandeiras importantes em uma sociedade tão desigual como a nossa.

nas escolas públicas, que é o bullying. É

do diretor ou do vice-diretor. O projeto

Tenho muita confiança na luta para que

uma das formas de violência que refletem

cria outros fóruns de debate, como o

os segmentos sociais avancem. E vou fazer

a relação de desigualdade da sociedade,

Fórum Distrital de Educação, assembléias,

12

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


intensifica a formação dos grêmios estu-

racial. Na Secretaria de Educação, temos

dantis. É todo um processo de retorno da

uma subsecretaria de diversidade. É im-

mobilização de quem usa a escola pública.

portante porque vai fomentar todos esses

Ela não é estatal, é pública. Não pode

debates, para superar os preconceitos e

estar a serviço do governo A, B, C ou D.

qualquer forma de segregação. Defendo

É um projeto de Estado, não de governo.

a escola plural, aberta e que respeite

Os governos passam, mas o Estado vive e

todas as concepções da sociedade. Essa é

a sociedade continua. Quando Joaquim

a sociedade que queremos construir: livre

Roriz tomou posse, a primeira ação dele

de preconceitos e sem reproduzir valores

foi cassar a gestão democrática dentro das

que tem nos levado ao aprofundamento

escolas públicas e a participação popular

da violência.

em todos os conselhos do Distrito Federal.

preconceito da sociedade. Há hoje todo

Eu era presidente da CUT (Central Única

um sentimento de superação disso. Passa

Temos hoje um déficit de professores na rede

dos Trabalhadores) e dirigente sindical do

pela formação dos professores e pela trans-

pública. Apesar da contratação de 400 profis-

Sinpro (Sindicato dos Professores do DF) e

formação de toda uma engrenagem que

sionais concursados no primeiro semestre,

pude acompanhar a revolta que isso cau-

não se muda de um dia para o outro. Mas

500 professores deixaram as salas de aula no

sou na educação. Com certeza, a Câmara

há a preocupação em discutir a questão da

mesmo período. O DF tem menos professores

vai se sensibilizar da importância desse

diversidade, superando os preconceitos de

hoje do que no início do ano. A convocação

projeto. Não é gestão compartilhada, que

gênero, raça, orientação sexual. Pensar a

de mais aprovados não está prevista no Orça-

foi colocada goela abaixo pelo governo

questão do ensino religioso da forma que

mento e também não é possível contratar nem

anterior, sem debate com a sociedade e

tem que ser pensada: do ponto de vista de

mais professores substitutos, porque o número

com quem faz a educação. A gente precisa

um estado laico e da superação do precon-

já está no limite. Parece que a educação não é

abrir a escola, democratizar o sistema

uma das prioridades do atual governo.

público de ensino. É muito mais amplo

Não é isso. Para pensar o presente e o

do que eleição para diretor e vice. Fizemos

futuro, temos que lembrar o que foi feito

uma audiência pública em fevereiro com a participação de mais de 600 pessoas, entre pais, professores e funcionários de escolas. É um dos projetos mais importantes do governo Agnelo e com certeza vai ajudar a fortalecer a escola pública, tornando-a mais participativa e de melhor qualidade. Recentemente, uma diretora de escola pública, na Asa Norte, foi questionada por pais e professores. Ela fazia as crianças rezarem antes da aula. Como a senhora vê esse tipo de situação no ensino? Eu defendo ardorosamente que se respeite

Onde se tem democracia na escola, com a ampla participação da comunidade, há redução dos índices de violência.

no passado. Tem oito meses que o Agnelo assumiu o governo do Distrito Federal. O que se fez com o serviço público no DF, não apenas na educação, mas na saúde, na administração direta e na segurança foi o que fizeram com o serviço público no Brasil durante os oito anos do governo Fernando

Henrique

Cardoso.

Nesta

cidade, fizeram a opção pela fragilização e desregulamentação do serviço público. Houve um aprofundamento da terceirização. O compromisso do governo Agnelo é com a valorização da escola pública, com a qualidade do serviço público. Já se contra-

a laicidade do Estado. Nós temos uma

tou um número grande de servidores do

diversidade de religiões, de concepções e

início do governo até agora. E o compro-

pensamentos no interior das escolas que

misso primeiro é com o ingresso no serviço

deve ser respeitada. A escola, muitas vezes,

ceito. Isso é importante para a formação

público a partir do concurso público. Não

é excludente, autoritária e conservadora,

de qualquer sociedade. Nós temos uma lei

é usar o que deve ser exceção como regra,

sob o ponto de vista da reprodução do

federal para a superação da desigualdade

que é a contratação temporária.

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

13


temos hoje. Esse debate está sendo feito na

debate da reforma política, lutando pela

reforma política. Tenho um prazer enorme

equidade de oportunidade entre homens

de estar na Câmara e um apreço enorme

e mulheres parlamentares. Temos cinco

pela companheira Arlete Sampaio, que tem

deputadas, entre os 24 distritais. No Con-

um extraordinário currículo de serviços

gresso Nacional, somos menos de 10%. O

prestados para a sociedade e está desenvol-

Brasil ocupa, do ponto de vista mundial,

vendo um trabalho excelente frente à Se-

uma participação muito ruim quanto à

dest. Sou militante do PT, dos movimentos

participação das mulheres. Um dos pro-

sociais, e acho que é mais um desafio, sem

jetos que já consegui aprovar foi a reserva

nenhum problema em ser suplente. Com

de vagas para mulheres em todas as obras

a experiência política que tenho, estou

em licitação no Distrito Federal. Em um

desenvolvendo o trabalho da melhor forma

momento como esse, de Copa do Mundo

Como mudar essa realidade?

que posso desenvolver, trabalhando muito

e obras do PAC (Programa de Aceleração

Ela precisa ser debatida. Nós temos

para fazer um mandato de qualidade.

do Crescimento), é muito importante,

hoje 10 mil profissionais da educação

obviamente ligado a um programa de qua-

readaptados. O que significa isso? Que 10

lificação das mulheres. Somos maioria da

mil professores e funcionários de escolas

população, e somos atingidas em maioria

públicas, concursados, estão com restrição de função. Significa a desumanização e as péssimas condições de trabalho. São os profissionais de educação que não querem ir para a sala de aula? Muito pelo contrário. São os profissionais que adoeceram na sua função, por transtornos mentais, problemas de lesão por esforço repetitivo. É a realidade dramática dos trabalhadores. Não tenho dúvida que esse momento de dificuldade com relação à contratação vai ser superado. Vamos caminhar no sentido de ampliar a contratação de professores e se discutir a proposta pedagógica de fortalecimento da escola pública no DF, de melhoria da qualidade do ensino. As escolas estão depredadas, com o aprofundamento

A Dilma não é presidenta por acaso. É resultado de uma luta histórica das mulheres. Mas isso não quer dizer que tenhamos alcançado a equidade na sociedade.

pelo desemprego também. Outro projeto cria a cota de mulheres na Mesa Diretora da Câmara, com um mínimo de 30%. Não é um problema partidário, é uma luta em defesa da ocupação do espaço feminino na política. E outro projeto cria a procuradoria da mulher na Câmara Legislativa, a exemplo do Congresso Nacional. Fiz o encaminhamento da bancada feminina na Câmara. Somos duas mulheres na base do governo e três na oposição. E tivemos boa repercussão inclusive entre as deputadas da oposição. A luta em defesa das mulheres é suprapartidária e queremos, juntas, acelerar a tramitação e a aprovação de todos os projetos que dizem respeito a garantias e conquistas das mulheres. Com a Dilma,

do processo de terceirização. Não é um

todas as mulheres do País podem se sentir

problema desse governo, foi herdado.

presidentas, sonhar um dia em ser presidenta do Brasil, o que há pouco tempo não

A senhora está na Câmara Legislativa como su-

A Plano Brasília agradece a partipação. As

sonhava. Mas nada vem de graça. A Dilma

plente da atual secretária de Desenvolvimento

considerações finais são da senhora.

não é presidenta por acaso, é resultado de

Social, Arlete Sampaio. Causa algum incômodo

Eu agradeço muitíssimo o convite da

uma luta histórica das mulheres. Mas isso

ou insegurança para a atuação parlamentar?

Plano Brasília. Estou à disposição, e que-

não quer dizer que tenhamos alcançado a

De jeito nenhum. Sou a primeira suplente

ria falar de outro trabalho que estamos

equidade na sociedade. Não é verdade. A

do PT e tive quase 13 mil votos. O número

fazendo na Câmara e que não é fácil: a

sociedade ainda é muito desigual e cheia

de votos é superior ao de muitos deputados

ampliação do espaço de participação das

de preconceitos. Queremos superar isso e

eleitos, resultado do processo político que

mulheres. Estamos em um momento de

construir a igualdade.

14

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

15


Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

Shopping no parque Mais de mil moradores da Asa Norte e frequentadores do Parque Olhos D’Água reuniram-se para colher assinaturas contra a construção de um shopping em área de nascentes próxima à reserva. O objetivo do manifesto é barrar a futura obra que pode aterrar o local onde estão as minas da Lagoa do Sapo, localizada dentro do parque. Segundo o governador Agnelo a criação de um comércio sobre as nascentes ainda precisa ser discutida pela equipe técnica, que recebeu do governo anterior vários projetos nesse sentido. A Terracap não é uma empresa imobiliária qualquer. Seria importante que a cada venda de terras dessa natureza fosse aberta uma consulta pública para ver a opinião da população. Essa é a maneira adequada de tratar as questões ambientais.

ção a 2010”, comemorou Agnelo. O secretário de Cultura, Hamilton Pereira, disse que “a apresentação da política de incentivo representa uma nova etapa, emoldurada pelo caráter republicano e por critérios democráticos porque será uma política realizada a partir de editais”. Informações sobre os editais FAC no site da secretaria www.sc.df.gov.br

Renato Araújo/ABr

Fábio Pinheiro

Anúncios polêmicos

Dinheiro na Cultura O governador Agnelo Queiroz, ao lançar os editais do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e uma série de obras de recuperação de espaços culturais da cidade, disse que está valorizando os artistas locais e preparando Brasília para receber a Copa do Mundo. Serão R$ 55 milhões, sendo R$ 35 mi para o FAC e R$ 20 mi para as obras. Se considerarmos a grande quantidade de espaços degradados, é pouco, mas diante do estado de terra arrasada deixado pelo governo Roberto Arruda, é um começo. “Esse é o maior investimento feito pelo governo no setor cultural nos últimos anos, com aumento de R$ 10 milhões em compara-

16

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

A ONG Rodas da Paz colhe assinaturas em defesa de um transporte coletivo de qualidade para o Distrito Federal. Os militantes ciclistas estão preocupados com a possibilidade de o GDF priorizar a construção de estacionamentos subterrâneos na Esplanada dos Ministérios e liberar a cobrança de IPVA de carros zero. A ONG defende exatamente o contrário, primeiro é preciso ter um sistema de transporte coletivo de qualidade, com integração metrô-ônibus, bilhete único, ciclovias, calçadas para pedestres, novos ônibus modernos e novas concessionárias. Esta coluna apóia. Estimular a circulação de automóveis é atraso.

Novo secretário de Obras O novo secretário de Obras do DF, o engenheiro civil Oto Silvério Guimarães, presidiu a Novacap durante o governo Cristovam Buarque. Uma escolha “pessoal” do governador que pode dar certo, experiência e qualificação não faltam. É também uma secretaria estratégica que sai do PMDB para apaziguar o PT.

Roriz de novo O ex-governador Joaquim Roriz aparece, de novo, como pré-candidato à prefeitura de Luziânia. Volta às origens. Só resta saber se a Justiça vai permitir.


Comunicando O novo ministro da Defesa

Wilson Dias/ABr

O ministro Nelson Jobim pisou na bola e foi substituído por Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores de Lula. A caverna, digo, a caserna está sob controle. Dilma disse a Amorim, durante a posse, que “nossa ideologia é o Brasil, é a Constituição”. O País espera que os militares responsáveis também pensem assim.

Recessão mundial Anunciaram que o mundo ia se acabar se o Congresso dos EUA não elevasse o teto da dívida norte-americana. Barak Obama conseguiu, a duras penas, um acordo e o mundo não se acabou. Mas, segundo os entendidos, estamos à beira de uma inevitável recessão mundial. A presidenta Dilma Rousseff f está com um nível de reservas internacionais maior do que aquela que existia na “marolinha” de 2010, mas a prudência pede que se acenda a luz amarela. Um outro perigo, ainda maior, está no chamado Tea Party, a extrema direita norte-americana que adora crises desse tipo para se apresentar. É daí que surgem as tragédias.

Mensagem ao Partido

José Cruz/ABr

O governador do Rio Grande do Sul,Tarso Genro, falou na abertura do encontro nacional da Mensagem ao PT, na Câmara dos Deputados, que a revolução democrática brasileira está sendo construída e a Mensagem, surgida no interior do PT após a grave crise de 2005, tem que a obrigação de ser protagonista nesse processo. “É uma tarefa gigantesca, mas o PT precisa se preparar para ela, caso contrário, será apenas mais um partido tradicional”, disse Genro. A Mensagem ao Partido, em torno da qual se reúnem as mais diversas tendências petistas, realizou o seu terceiro encontro nacional, em Brasília, com mais de 400 delegados de 21 Estados, nos dias 5 e 6 de agosto.

Questão de sobrevivência As diversas crises de credibilidade da imprensa em várias partes do mundo fizeram com que os herdeiros de Roberto Marinho se preocupassem em dar satisfação ao público. Domingo, 7 de agosto, O jornal “O Globo” utilizou-se de três páginas de seu primeiro caderno para publicar o que chama de “Princípios editoriais das Organizações Globo”. O professor Venício A. de Lima escreveu sobre isso no site Carta Maior: “Deve ter sido coincidência. Todavia, não deixa de ser intrigante que os princípios tenham sido divulgados apenas algumas semanas após o estouro do escândalo envolvendo a News Corporation e um dia depois que um ex-jornalista da própria Globo tenha postado em seu Blog orientação para tentar incompatibilizar o novo ministro da Defesa com as Forças Armadas. A credibilidade passou a ser um elemento absolutamente crítico no “mercado” da notícia”. É uma questão de sobrevivência.

Joãozinho da Vila O produtor cultural Joãozinho da Vila quer salvar um ponto de ônibus da extinção. Na verdade, trata-se de uma “paracoteca” cheia de livros para emprestar aos usuários de ônibus que ficou ilhada após a duplicação da avenida L4 Norte. Joãozinho mobilizou a comunidade para impedir a demolição do ponto e está discutindo com a Secretaria de Cultura do DF a possibilidade de manter a biblioteca em funcionamento. É isso, movimento popular de visão defende a leitura com unhas e dentes.

Jornal “Movimento”

Divulgação

“Jornal Movimento – uma reportagem”, é o título do livro escrito por Carlos Azevedo, com reportagens de Marina Amaral e Natalia Viana, que foi lançado no Sebinho da 406 Norte (onde está à venda). Publicado pela editora Manifesto, o volume com 335 páginas conta a história de uma rara experiência jornalística no Brasil. “Movimento” era um jornal de propriedade coletiva que lutou contra a ditadura militar brasileira e defendeu a anistia e a Assembléia Constituinte, circulando entre 1975 e1981. Junto com o livro, o leitor recebe um DVD com as 334 edições do jornal. Imperdível! E-mail: romario@abordo.com.br

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

17


Panorama Político

tarcísio holanda

TRAPALHADAS AS “J

obim virou um nomão para disputar a eleição presidencial de 2014” – ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, ainda hoje um defensor intransigente de Fernando Collor. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, sempre foi visto como uma pessoa preparada, mas sem habilidade política. Em entrevista que acaba de dar à revista Piauí, ele solta o verbo e desanca até o governo de Dilma Rousseff. Diz com todas as letras que não votou em Dilma, mas em José Serra, na disputa presidencial de 2010 e que a ministra das Relações Institucionais, a ex-senadora ideli Salvatti (PT-SC) “é muito fraquinha”. Quanto à nova chefe da Casa Civil, o único comentário que faz não é nada edificante. Jobim diz, de forma inusitada, que a paranaense “nem sequer conhece Brasília.” Revela-se que, em uma audiência com a presidente, Dilma indagou do ministro da Defesa, se Genoíno “poderia ser útil”. Com aquela soberba que lhe é peculiar, Jobim afirmou: “Presidenta, quem sabe se ele pode ou não ser útil sou eu.” Ao comentar a posição do governo a respeito do sigilo eterno dos documentos, o ministro da Defesa desqualificou-o: “É muita trapalhada”. Jobim, chamado a avaliar Fernando Henrique Cardoso e Lula, diz que ambos são sedutores: “Só que de maneiras diferentes. O Lula diz palavrão, o Fernando é um lorde.”

18

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

DE JOBIM

Soberba Nelson Jobim sobre Ideli Salvatti: ‘É muito fraquinha’. Alguns acham que “alguma coisa subiu na cabeça de Jobim”, mas não é bem isso. Ele nunca esteve muito à vontade no PT, uma vez que sempre militou no PMDB e próximo dos políticos que vieram depois a fundar o PSDB, à frente Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Mas não dá para entender a sua declaração confessando que votou no tucano José Serra, quando ocupava um Ministério importante, o da Defesa, em um governo do PT. A menos que quisesse mesmo deixar o cargo, como parece. Mas nesse caso não teria sido melhor se apresentar à presidente Dilma Rousseff e solicitar demissão? Sair da forma como saiu não é edificante. Jobim já agradava aos generais, que o viam como uma pessoa capaz, competente e séria.

O PTB com Jobim Presidente do PTB, Roberto Jefferson começou a especular sobre as alternativas, no pleito de 2014, em matéria de candidatos a presidente da República. Ele acredita que Nelson Jobim virou um presidenciável no PMDB, partido ao qual é filiado. Jefferson diz que Jobim “virou um nomão para disputar a eleição presidencial de 2014.” Não crê que o PTB encontre um nome próprio para disputar aquela eleição e confessa que gostaria que Fernando Collor fosse

candidato. E lamenta que Collor não aceite disputar, preferindo continuar como senador. “Eu já disse que a candidatura é dele.”

Ciúmes A inveja domina a base parlamentar de apoio ao governo. A cúpula do PT prevê dias difíceis para o governo de Dilma no Congresso, achando que, nos seus dois últimos anos de mandato, a presidente será atormentada pelo PMDB, cujo apoio será imprescindível. Hoje, PT e PMDB dividem o comando do Poder Legislativo, os petistas dirigem a Câmara, com o deputado gaúcho Marco Maia, e o PMDB o Senado com José Sarney. Agora, a perspectiva é que o PMDB manterá o comando das duas Casas legislativas e se prevê que acabará fazendo chantagem com o governo de Dilma. Na Câmara, já existe um acordo escrito que entrega a presidência ao atual líder do PMDB na Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (RN). No Senado, José Sarney não pode mais se reeleger, mas o cargo será preenchido por um senador da bancada do PMDB.

Mal Estar no Meio Militar “Lembro ao (novo) ministro que as Forças Armadas são instituições de Estado, apolíticas e apartidárias.” – declarou o general Augusto Heleno, porta-voz do Exército, sobre a nomeação do novo ministro da Defesa, Celso Amorim.


Houve mal-estar com a escolha do ex-chanceler Celso Amorim para assumir o Ministério da Defesa. Amorim, que foi ministro do Exterior de Lula, é visto como de esquerda, o que desagrada aos generais. A conselho de Lula, Dilma chamou para conversar os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O encontro se realizou no Palácio da Alvorada, sexta-feira (dia 5) e buscou amenizar as reações causadas pela escolha do substituto de Nelson Jobim. Na oportunidade, a presidenta convidou o general Enzo Peri, do Ministério do Exército e o Brigadeiro Juniti Saito, da Aeronáutica, assim como os almirantes Júlio Soares de Moura Neto, do Ministério da Marinha, e José Carlos De Nardi, do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. Dilma pediu aos ministros que contenham possíveis repercussões negativas das trocas de comando no meio da tropa. A presidente tranqüilizou os ministros militares quanto à escolha de Celso Amorim para o Ministério da Defesa. Advertiu que, em seu governo, não haverá espaço para idéias revanchistas. O que significa que não aceitará qualquer tentativa de modificação na Lei de Anistia, que perdoa tanto os torturadores quanto os torturados. A presidente justificou a demissão de Nelson Jobim do Ministério da Defesa alegando que não vai tolerar nenhuma insubordinação contra a sua autoridade, em clara referência às críticas que fez o ex-ministro da Defesa contra a nomeação de Gleisi Hofmann e Ideli Salvatti para a Casa Civil e a articulação política, respectivamente.

Rotina militar Vale a pena lembrar que o princípio da autoridade é pedra basilar da disciplina, sendo um valor precioso para os quartéis. Na oportunidade, rompendo o silêncio pedido pela presidente, o general Augusto Heleno, porta-voz informal do Exército, avaliou as mudanças, sustentando que a substituição de Jobim por Amorim não tem impacto nem trauma, porque troca de comando é rotina para nós.” Mas não deixou de mandar um recado ao novo ministro da Defesa, quando sublinhou: “Lembro ao (novo) ministro que as Forças Armadas são instituições de Estado, apolíticas e apartidárias.” E acrescentou: “Com-

prometimento ideológico tem repercussão altamente negativa no meio militar”. O primeiro encontro do ministro com os três comandantes se realizou na tarde de sábado. A mera lembrança já á uma manifestação de indisciplina. Afinal de contas, é prerrogativa do presidente da República nomear os ministros de Estado, civis e militares. Mas, a realidade brasileira e latino-americana é esta, com a qual temos de conviver. Nem é preciso lembrar que, por injunções da guerra fria, quando o mundo vivia a guerra ideológica entre a Rússia e os Estados Unidos, o Brasil foi obrigado a suportar 21 anos de reinado do regime militar, quando os civis foram expelidos do poder e a primeira condição para que um cidadão assumisse a Presidência da República era ser um general quatro-estrelas. O regime militar foi imposto após os anos de inquietação nos idos de março de 64, no governo do presidente João Goulart. Porém, hoje, desde a redemocratização iniciada com a posse de José Sarney na Presidência da República, o Brasil vive um processo de redemocratização em sua plenitude, não havendo motivos para se acreditar em manifestações de indisciplina. Já completamos mais de vinte anos nessa marcha e não existe nenhum sintoma de que ela possa se romper. Mas é bom sempre estar com os olhos abertos para evitar que os inimigos do regime de liberdade e de franquias democráticas voltem a ameaçar.

Serra de volta O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, acaba de declarar à imprensa que o ex-governador José Serra é o seu candidato a presidente da República nas eleições de 2014. “Se o Serra quiser ser candidato, é o meu candidato. Acho-o preparadíssimo. Mas isso é uma decisão pessoal, tem que deixar as pessoas decidirem” – ponderou o governador de São Paulo. Não se tenha dúvida que Serra vai topar. Deve estar coçando os dedos de tanta animação. Agora, convém lembrar que Serra tem um competidor de peso dentro do PSDB, que é o senador e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves. Os mineiros costumam exercer um papel de contrapeso na política brasileira, graças às suas decantadas habilidades como conciliadores que são.


Política Brasília

Yuri Achcar

Encontro discreto no Tribunal de Contas

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

No dia em que lançou o início das obras do Veículo Leve sobre Pneus (VLP), Agnelo Queiroz aproveitou para visitar o Tribunal de Contas do DF. O governador estava com o presidente da Terracap, Marcelo Piancastelli de Siqueira, e membros da comissão permanente de licitação da empresa. Agnelo disse à presidente do TCDF, Marli Vinhadeli, e aos demais conselheiros presentes que está preocupado com as recentes decisões do tribunal, que têm encontrado problemas nos editais e adiado as licitações. Entre elas, está a negociação dos terrenos ocupados por igrejas e templos. Na tentativa de liberar os processos, a Terracap se comprometeu a apresentar mais informações sobre os editais ao tribunal. Detalhe: o encontro não constou da agenda do dia do governador e a reunião não foi divulgada à imprensa ou sequer citada nos sites oficiais do GDF e do TCDF. Flagrado no local, um secretário do governo – que não participou da reunião – limitou-se a dizer que era apenas uma visita de cortesia.

Polícia Civil do DF pede prisão preventiva de Durval Barbosa A delação premiada pode não conseguir evitar que Durval Barbosa acabe atrás das grades. Entre os processos que o delator do suposto mensalão do DF enfrenta na Justiça, está um que não diz respeito a desvios de recursos públicos. Durval e a atual esposa são acusados de pedofilia por uma ex-mulher do ex-secretário de relações institucionais de Arruda. O processo tramita em segredo de justiça desde fevereiro na 6ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente pediu a prisão preventiva de Durval, sob alegação de que o acusado está atrapalhando o andamento do processo. A decisão cabe ao juiz titular da Sexta Vara de Brasília, Sebastião Coelho da Silva.

Indícios fortes As supostas vítimas, duas crianças, prestaram depoimentos que confirmariam o crime. Mais de 20 testemunhas foram ouvidas. Laudos de psicólogos da Vara da Infância e da Juventude apontaram indícios da prática e foram anexados ao processo.

As nascentes do Parque Olhos D’Água Agnelo Queiroz foi à China representar Brasília na abertura da 26ª Universíade de Verão. Os jogos realizados entre os dias 10 e 14 de agosto, em Shenzhen, são considerados o terceiro maior evento esportivo do mundo, ficando atrás apenas da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Dez mil atletas universitários participaram da competição na China. E o nível é alto: 70% deles também participam dos Jogos Olímpicos. Brasília é candidata para receber o evento em 2017. Está na disputa contra Kocaeli, na Turquia, e Taipé, em Taiwan. Uma das condições para se credenciar é que a cidade candidata esteja presente neste evento. O governador voltou otimista. Agnelo pretende fechar um calendário internacional de eventos para o novo Mané Garrincha, o Estádio Nacional de Brasília. A obra deve ser concluída em dezembro de 2012. Em 2013, o estádio vai receber a Copa das Confederações. Em 2014, a Copa do Mundo, em que a capital é candidata ao jogo de abertura. Em 2015, será a vez da Copa América. Em 2016, deve receber as partidas de futebol dos Jogos Olímpicos. Em 2017, a Universíade garantiria mais um ano de bastante movimentação na economia local.

20

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

A mobilização popular para evitar a construção de um centro comercial entre as quadras 212 e 213 norte ganhou o apoio de deputados distritais. O assunto foi levado à tribuna por Joe Valle (PSB), que defendeu a proteção da nascente do parque, situada exatamente no lote em que deve ser erguido o empreendimento. A Terracap vendeu o terreno para a iniciativa privada. Mas o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) ainda não licenciou a obra. É bom lembrar que as superquadras recentemente consolidadas na região já estavam em áreas de preservação, de acordo com os ambientalistas. As obras teriam causado o assoreamento e o desaparecimento de nascentes do Parque Olhos D’Água. Hoje, quem mora nestas quadras defende que pelo menos o último pedaço de mata fora do perímetro do parque seja preservado. É bom ficar atento. Fábio Pinheiro

Brasília na disputa pela Universíade


Na retomada das atividades parlamentares, o presidente da Câmara Legislativa, Patrício (PT), anunciou as prioridades nas votações em Plenário até o fim do ano: a aprovação do Plano Plurianual (PPA), que estabelece os critérios de investimentos do GDF até 2014, e do Orçamento do ano que vem, além da revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), aprovado na legislatura passada, Wilson Dias/ABr durante o governo Arruda, e cercado de suspeitas de irregularidades como o suposto pagamento de propina aos parlamentares, denunciado por Durval Barbosa ao Ministério Público. E sobre os projetos dos próprios deputados? Dos 24 parlamentares, seis ainda não tiveram propostas aprovadas em Plenário. Cada um deles poderá indicar dois projetos, desde que já tenham tramitado nas comissões.

O desabafo de um líder O líder do governo na Câmara Legislativa, Wasny de Roure (PT), nunca demonstrou muita empolgação com o cargo. Cotado para assumir a próxima vaga no Tribunal de Contas do DF, o deputado tem desabafado aos mais próximos que acabou a paciência dele com certos setores do Executivo. Dois adjetivos que Wasny repete com freqüência: arrogantes e incompetentes.

A garota-propaganda do PSD Eliana Pedrosa anunciou a filiação ao PSD e já trabalha para trazer outros deputados distritais ao novo partido. Conversou seriamente com alguns parlamentares sobre as vantagens de ingressar na sigla. Mas a tarefa não será fácil. Com tantos nanicos representados na Câmara Legislativa, cada deputado é praticamente o dono da legenda e não vai querer disputar espaço em um partido que é, por mais contraditório que possa parecer, apartidário: não é de esquerda, nem de direita; não é base, muito menos oposição.

vão mudar para o novo palanque. Afinal, ideologia não é mesmo o forte dos partidos brasileiros...

Pró-DF: CPI sem rumo Abandonada pela base governista, a CPI do Pró-DF enfrenta dificuldades para sobreviver. Na sessão em que foram aprovadas diligências em empresas beneficiadas pelo programa, Chico Vigilante (PT) e Joe Valle (PSB) não compareceram, como de hábito. A presidente da comissão, Eliana Pedrosa (PSD), o relator, Aylton Gomes (PR), e Olair Francisco (PTdoB) são os únicos frequentadores assíduos das reuniões. Mas pouco avançaram nas investigações sobre o suposto pagamento de propina para a concessão dos lotes aos empresários. Eliana pediu um procurador da Casa para trabalhar exclusivamente na CPI. Os processos de empresas que tiveram o benefício cancelado pelo atual governo foram devolvidos para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Os deputados da comissão concluíram que os problemas encontrados eram passíveis de correção. Parece que a CPI está mudando de foco: defender os empresários que estão sendo cortados do programa por suspeitas de irregularidades, em vez de proteger o dinheiro do contribuinte brasiliense.

Celina Leão ainda sonha com CPI da Saúde A deputada do PMN tenta ressuscitar a CPI da Saúde, que investigaria a situação caótica da saúde pública no DF. A parlamentar apresentou uma questão de ordem à Mesa Diretora contestando a legalidade do ato que extinguiu a comissão. Em maio, a eleição do presidente e vice-presidente da CPI foi cancelada por falta de quórum. Dos cinco deputados da comissão, apenas Celina estava presente no momento da votação e o presidente da Casa, Patrício, decidiu encerrar a comissão. A Procuradoria da Casa vai analisar o pedido da deputada, que também acionou a Justiça para reverter a situação. Celina Leão reclama de manobra política. Claro, foi exatamente o que houve: governo nenhum quer CPI. O risco de atrair holofotes para a oposição é desnecessário. Por isso, até os parlamentares da base, que no início do ano defendiam a instalação das CPIs, acreditam agora que é melhor enfrentar o desgaste de evitar a investigação. E não se fala mais nisso! Gab.Dep.C.Leão / CLDF

As prioridades da Câmara são do GDF

Rosso otimista O presidente do PSD no DF, o ex-governador Rogério Rosso está otimista. Acredita que em breve, políticos com e sem mandatos

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

21


Dinheiro

mauro castro

Ilustração: Camila Soares

R

ebote

P

ara quem conhece futebol ou pratica algum esporte com bola já deve ter ouvido falar em rebote. Quando o jogador chuta a bola e ela volta por ter batido na trave ou o goleiro defendido, isso dá oportunidade para o jogador chutar novamente. O rebote. O que acontece no mundo com a atual crise é um legítimo rebote da crise em 2008. Um rebote econômico que chega às economias mais preparadas do mundo. Para seguir um raciocínio simples basta imaginar uma família endividada. Todo mundo desesperado em casa e ninguém sabe como sair do problema. Mas ninguém tem dúvida que qualquer dinheiro ajudaria naquele momento. Então a saída é buscar um empréstimo. Mesmo com juro alto ter dinheiro em caixa imediatamente é melhor que penar sem solução. Ao tomar o empréstimo a família se sente confortável e consegue superar os principais e imediatos problemas. Tudo volta ao normal e até planos são feitos. Os meses se passam. As despesas da família continuam as mesmas. As contas continuam chegando e com

22

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

o acréscimo da parcela do empréstimo. O que parecia sob controle começa a assustar a família. As contas vão se avolumando e algumas pagas com atraso. Até que todos entram em acordo que chegou a hora de cortar gastos e viver de forma espartana, pelo menos até quitar algumas dívidas mais pesadas. Com a economia mundial não acontece diferente. Passou por uma crise e todos os governos mais estruturados resolveram pegar o dinheiro do cidadão emprestado – por meio dos impostos – e movimentar a economia. A regra de quem faz um gasto tem que desembolsar, mais cedo ou mais tarde, serve até para os Estados mais poderosos. E a hora de pagar a conta do esforço feito em 2008 chegou. Bateu na porta do senhor Obama, da senhora Dilma e de todas as outras grandes personalidades que herdaram a conta. O rebote é simples, a bola voltou para o jogador e agora é hora de chutar de novo, para a melhor direção possível. Pode ser bola fora, na trave ou, melhor ainda, dentro do gol.


PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

23


Capa

Por: Afrânio Pedreira | Fotos: Fábio Pinheiro e Divulgação

Perdoar

é espontâneo Ação vem do coração

24

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


P

Para muita gente, revelar ofensas, passar por cima de conflitos e perdoar agressões é algo que deve ser muito bem estudado

or mais de 10 anos, a funcionária pública Michele Sampaio(*) guardou e atravancou no peito a mágoa de ter perdido o namorado, quase noivo, para a sua melhor e mais confidente amiga da época. Além da imensa dor de perder o homem amado, o fato de a traição ter partido de uma pessoa que ela considerava como uma irmã, segundo ela, foi quadriplicada na intensidade. “Doeu muito. Eu amava os dois. Pensava que ele era o homem da minha vida, meu príncipe encantado. Ela, a irmã que sempre quis ter. Na época, foi um golpe mortal que me nocauteou no íntimo”, conta. Hoje, quase 15 anos depois, Michele, 51 anos, se diz completamente refeita e reconstruída, literalmente. Considera a situação uma coisa chatíssima, que tinha que passar e sairia cheia de grandes cicatrizes e que só o tempo apagaria. “Ficaram mágoas bem profundas. Mas ainda bem que acabou. É coisa do passado. Ela (a amiga), continua na minha mira de alcance, mas sem grandes contatos. Ele (o quase noivo) não sei de notícias recentes. A última é que tinha descasado e ido embora de Brasília”, conta. Situações como a que Michele passou e outras parecidas, onde os fatores decepção, raiva, mágoas ou coisa que valha, acontecem aos montes, são recorrentes a todo instante e atacam Joãos, Marias, Josés, Franciscos, Amélias, etc. As intensidades é que são variantes. Umas logo passam. Outras racham e acabam amizades. Muitas geram intrigas que resultam em términos de relacionamentos amorosos ou amistosos. E, algumas, provocam ódio em corações, que podem fazer moradas concretas no peito. Por quanto tempo, ninguém sabe dizer. Há casos de raivas e mágoas que acompanham os rancorosos aos túmulos. Outros passam rápido, são momentâneos. Outros demoram muito tempo e podem até nunca passar.

É certo e natural se sentir raiva de um amigo, conhecido, parente ou namorado(a) quando a pessoa pisa feio na bola. Teorias comportamentais asseguram que, em casos de “desentendimentos”, a melhor e mais diplomática saída é sentar, conversar e tentar “lavar toda a roupa suja”. Afinal, o desencontro de opiniões permeia todo e qualquer processo de relações interpessoais. Mas, para muita gente, relevar ofensas, passar por cima de conflitos e perdoar agressões é algo que deve ser muito bem estudado. “Estudado mesmo. Avaliado. Afinal, perdoar tem de vir do coração. É íntimo”, define José Carlos de Almeida, tesoureiro do projeto Espere (Escolas de Perdão e Reconciliação). Para ele, o perdão só é concedido após exame minucioso de todas as possibilidades que levaram à ação e tentar entender o agressor. A pessoa que vai ser perdoada. “Temos que procurar entender as razões e motivos que ocasionaram a agressão. Analisar a história de vida do nosso agressor. Ele pode ser um bom pai de família e bom esposo. A ofensa deve ter sido resultado de um momento ruim, de uma fraqueza”, pondera. Dicionaristas definem a palavra como sendo “conceder perdão, absorver, remitir (culpa, dívida, pena, etc.), desculpar e poupar-se”. O ato do perdão envolve tudo isso. Pesquisas indicam que perdoar e ser perdoado são de suma importância para a saúde do corpo e do espírito. Prova disso foi uma experiência feita em 2010, pela professora de psicologia Charlotte Van Oyen Witvliet, do Hope College, em Michigan, EUA. Ela pediu para que, 71 voluntários se reportassem a algo que os tivesse feito sofrer muito. No momento da recordação, todos os participantes tiveram a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos aumentados, além de tensão muscular. Sintomas comuns a raiva. A psicóloga, PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

25


então, pediu para que os participantes se imaginassem entendendo e perdoando seus algozes. Depois disso, todos se mostraram calmos, com pressão e batimentos normais. É fato, que a ação de perdoar não é uma tarefa de fácil execução pelos seres humanos. Mas não é impossível, nem mesmos em casos gravíssimos. Quem tenta comprovar tal constatação é o Dr. Fred Luskin, doutor em aconselhamento clínico e psicologia da saúde pela universidade de Stanford (EUA), autor do livro “O Poder do Perdão”. Na publicação, o autor, uma vez bastante magoado por um amigo, sozinho, conseguiu achar uma forma de perdoar e quis comprovar se o método funcionaria com outras pessoas. Daí partiu para as pesquisas e, em 1999, criou o projeto do perdão naquela Universidade. O foco principal foi a emotividade racional, com impacto das emoções negativas como raiva, mágoa e ressentimento no sistema cardíaco. Os primeiros resultados mostraram que os participantes tiveram o nível de estresse reduzido, mostraram-se menos raivosos e confiantes de que os perdões futuros seriam dados mais facilmente. A pesquisa também apontou que o ato de perdoar promove melhoras na saúde física. Tanto que os participantes tiveram significativa redução de dores no peito, cabeça, coluna, insônia e perda de apetite. No livro, o autor descreve o perdão como sendo uma forma de se atingir a calma e a paz, consigo e com os outros. “Perdoar eu perdôo fácil. Mas não esqueço nunca”, garante o coreógrafo e bailarino Júnior Ohara, 47 anos. Para ele, a raiva é momentânea e por isso costuma relevar e passar por cima dos fatos muito facilmente. Mas esquecer é uma ação que está fora de cogitação. “Como vou esquecer? Foram coisas que aconteceram comigo e que fazem parte da minha vida. Não dá não!”, garante. “Eu já não consigo perdoar de jeito nenhum. Uma vez agredido, costumo ‘deletar’, matar a pessoa do meu convívio social. Passo a desconhecer totalmente”, assegura o servidor público Genivaldo

Souza Beserra, 45 anos. Para ele, quando isto acontece, costuma ficar triste, em depressão, tentando entender o porquê de tudo e sua parcela de culpa. “É sempre muito, muito chato”, ressalta. Se para Junior Ohara é fácil perdoar e impossível esquecer as agressões e para Genivaldo Souza impossível perdoar e fácil “deletar” definitivamente os seus agressores, na vida do artista plástico Amador Gil Marcelino, 66 anos, o eterno gesto de agradecimento a tudo, apagou de vez do seu dicionário palavras como raiva, rancor, mágoa, ódio e, conseqüentemente, perdão. “Já atravessei e, diga-se de passagem, pouquíssimas vezes, pela fase do ter que perdoar. Que eu lembre, isso só aconteceu uma vez, quando uma pessoa me fez muito mal. Pedi que Deus me ajudasse a esquecer o fato e a perdoar a pessoa”, recorda. Para o artista hispânico brasileiro, agradecer a tudo é a melhor e mais gratificante condição humana. “Eu agradeço pela vida. Pela natureza. Pelas pessoas. Por eu existir. Por o mundo ser belo e cheio de cores. Pelo Brasil ter me acolhido de braços abertos e nunca ter me cobrado nada”, emociona-se. Devido à necessidade latente de verbalizar a palavra obrigado, Gil já por três vezes, fez o caminho francês de Santiago de Compostela. “Não deixa de ser uma peregrinação, mas até em momentos assim eu digo: Obrigado meu Deus por tudo”, ressalta. Segundo Gil Marcelino, uma parada obrigatória durante o trajeto é o Morro do Perdão, nos arredores de Guenduláin em Navarra, Espanha. “Ali eu reforço a minha necessidade de perdoar o meu irmão. Uma obrigação minha enquanto cristão”, confessa. E é com base na doutrina cristã comum a tantas pessoas, que a igreja católica sustenta a necessidade premente do perdão. Afinal, a oração deixada por Jesus, o Pai Nosso diz: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido...”. Várias outras passagens bíblicas remetem ao ato do perdão: Lucas 6:37: “Perdoem, e serão perdoados”. Mateus 6:14-5: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também

Perdoar é uma ordem sacramental. Ato divino sobre a natureza humana

26

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


Padre George: “perdão é um ato de amor de Deus para a humanidade.”

lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas”. “Perdoar é uma ordem sacramental. Ato divino sobre a natureza humana”, garante o Padre George Tajra, pároco da Catedral Metropolitana de Brasília. Para ele, o verdadeiro perdão é reconhecido pelos atos e não pelas palavras. Perdão é o completo e absoluto esquecimento das ofensas. Vem do coração. É sincero e não fere o amor próprio do ofensor. “Por sermos humanos, quando ofendidos, é natural querermos revidar. Ficamos raivosos e amargurados. Mas nosso Deus não quer isso. Ele quer que a gente perdoe, senão Ele não nos perdoará”, ressalta. Não há formas e fórmulas a seguir ou remédio para aqueles que dizem querer praticar o perdão. Conforme o padre George, perdão é um ato de amor de Deus para a humanidade. Quando não se quer ou não pode perdoar, não há razão para orar pelo perdão com o coração cheio de pecados. “Tem que ter uma experiência verdadeira com Deus”, ensina. Para o religioso, a saída para conjugar o perdão é, antes de tudo, o homem conhecer a sua história de vida, depois marcar todos os fatos afetivos e emocionais. Após isto, ir de encontro à sua memória bíblica. Ou seja, relembrar passagens sagradas em que o ato do perdão é vivenciado. Como por exemplo, as parábolas do “filho pródigo” e da “pecadora arrependida”. “Errar é humano, mas perdoar é divino.

E esse perdão divino só é dado mediante a confissão. O homem precisa se convencer de que tem alma”, destaca o padre. O perdão divino e humano é infinito e está escrito na bíblia. Em Mateus 18:2135, diz que Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar ao meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?”. Jesus respondeu: “Eu lhe digo: não até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Fora a religiosidade, uma outra forma de buscar uma saída para perdoar os agressores talvez esteja no projeto Escolas de Perdão e Reconciliação (ESPERE). Uma Organização Não Governamental que oferece aulas gratuitas de como liberar o perdão. “Aqui, a gente oferece e disponibiliza ferramentas para que a pessoa possa conhecer o seu agressor”, conta Jose Carlos de Almeida, tesoureiro da ONG. Segundo ele, no curso, que tem a duração de 80h, dividido em seis módulos referentes ao perdão e quatro sobre reconciliação, o processo consiste, principalmente, em o agredido tentar avaliar e entender todos os motivos possíveis que o levaram a cometer a agressão. Para isto, nas turmas, de até 20 pessoas, dois animadores voluntários incentivam a todos a entrar no mundo do seu coração e reviver os momentos da violência até então considerada “imperdoável”. “Todos nós temos que ter em mente que a pessoa que cometeu a agressão não é violenta o tempo inteiro. Foi um momento ruim. A pessoa pode, perfeitamente, ser de boa índole. Bom companheiro. Bom pai”, explica José Carlos. Conforme ele, no local são criadas situações em que as pessoas vão, por conta própria, analisando os casos de maneira a darem descontos e créditos aos causadores dos rancores e aprendem a superar conflitos íntimos que dificultam suas interações sociais e o fortalecimento de suas identidades.

“Perdoar tem de vir do coração. É íntimo” diz José Carlos

Entre o perdão e a reconciliação, José Carlos afirma que o segundo processo é o mais difícil. Muita gente assegura que perdoa, mas não quer o agressor por perto. “Pra gente daqui do Espere isto é ponto positivo”, celebra. Segundo ele, que se declara um “perdoador” nato, com o coração isento da mágoa, já é um grande passo para que o agredido possa conviver com o agressor. Pode ser uma questão de dias e oportunidades de aproximação. As Escolas de Perdão e Reconciliação (Espere), fundada há sete anos, estão presentes em 14 países e seis cidades brasileiras. Com o objetivo de evitar que a violência cause mais violência, a instituição que não é ligada a nenhuma religião, foi fundada pelo padre colombiano Leonel Narváez. Uma coisa ficou clara e evidente entre todas as pessoas ouvidas: independente do fator religião, o ato de perdoar é espontâneo, intrínseco e vem do coração. Proporcionando leveza interior e paz de espirito. (*) nome fictício para preservar a identidade da entrevistada.

Serviço Espere Centro Cultural de Brasília Av. L2 Norte, Qd. 601/B (61) 3426.0450 – 3426.0400 espere@ccbnet.org.br

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

27


Cidadania

Por: Tássia Navarro | Fotos: Fábio Pinheiro

MuDANÇA! S

Ballet e jazz para crianças carentes

onhos que se transformam pela arte. A mistura do som com o movimento. A expressão. A beleza da sintonia da arte de mexer o corpo. Gestos e ritmos que, unidos, formam uma harmonia própria. É por meio desses movimentos, provocados pelo balé clássico e jazz que os sonhos de crianças carentes do Centro de Ensino Fundamental nº 2 do Paranoá são transformados em realidade pela inclusão social. A vontade de dar oportunidade para que crianças socialmente desfavorecidas pudessem entrar em contato com o mundo da dança surgiu, quando a bailarina Aline Saliha montou seu estúdio de dança. Foi depois de vários estudos, pesquisas e informações sobre qual seria a melhor maneira de realizar seu sonho que Aline conseguiu parceiros para a criação do Projeto Sócio Cultural MuDANÇA. O nome mistura a atitude da dança em transformar a vida das alunas e o próprio ato de dançar. “Nada mais se encaixaria de forma tão perfeita com os objetivos e intuitos que devem ser atingidos por meio do projeto”, assegura a professora. Com o objetivo de levar o balé - estilo de dança que se originou nas cortes italianas – e o jazz - dança moderna fortemente influenciada pelos sons - às crianças carentes moradoras do Paranoá, que o projeto teve início. No momento, participam do MuDança 16 meninas, com idades dos 11 aos 13 anos e que foram selecionadas no início do ano. Conforme Aline, o requisito principal para participar e permanecer no projeto é o de que as alunas, estudantes da rede

28

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

pública de ensino, tenham bom comportamento e um excelente rendimento escolar. Além das aulas de dança, as futuras bailarinas recebem, gratuitamente, uniforme completo para a prática do balé e do jazz, doados pela loja Encantos Ballet, parceira no projeto. “Parceria é o que não falta. Sem esses parceiros, o projeto seria inviável”, ressalta Aline. A divulgação, publicidade e logomarca do MuDANÇA é da responsabilidade da Varal Criativo. Aline Saliha explica que mais do que ensinar as meninas a dançar, a satisfação de transformar essas crianças em pessoas melhores é maior ainda. “Acreditamos que a arte, mais especificamente a dança, transforma qualquer ser humano. Afinal, além de trabalhar diversos aspectos físicos como coordenação motora, força, agilidade, equilíbrio e percepção corporal, entre outros, a dança também é uma forma de expressão onde através de nosso corpo falamos e demonstramos sentimentos que as palavras jamais poderiam”, assegura. Para a bailarina, a dança proporciona a quem a pratica um grande autoconhecimento. O que permite que o ser humano consiga enxergar melhor o mundo em que vive e, dessa forma, ganha oportunidade de transformá-lo. “Essas meninas são exemplo, pois com toda a dificuldade financeira que elas têm, demonstram força de vontade. São dedicadas. Querem mesmo estar aqui e dão valor ao que conseguiram”, conta. Conforme Aline, hoje, o projeto que dá seus primeiros passos, tenta expandir seus horizontes e busca mais apoio e


parcerias para dar continuidade às tarefas. “Meu próximo passo é conseguir auxilio para fazer o transporte dessas crianças. Queremos facilitar a realização de seus sonhos”, explica. Outra novidade do MuDança para breve é o atendimento a meninos que sonham em ingressar no mundo da dança. A estudante Carolaine Santos, 14 anos, é uma das bailarinas que integra o projeto e está bastante animada com a oportunidade de aprender balé clássico. Quando selecionada para participar do MuDança, a surpresa foi total. “A professora Andréia, de educação física foi quem me avisou. Foi uma surpresa muito boa”, conta. E diante da oportunidade, Carolaine tem se esforçado para superar as expectativas, tanto que tem sido bastante elogiada pela professora de dança Aline Saliha. A estudante, que faz balé clássico, sonha em se tornar uma bailarina reconhecida e tem como ídola, a número um do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Ana Botafogo. “Esta oportunidade significa muito para o meu futuro como dançarina. Além de aprender uma profissão, as aulas me trazem ótimos momentos de alegria”, declara. Serviço SHIS QI 13, Bl. E, Lj. 8 – Lago Sul (61) 3248.1831 estudioalinesaliha@gmail.com

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

29


Gente

Divulgação

Por: Edson Crisóstomo | Fotos: Telmo Ximenes

Márcio Carvalho e seu livro Brasília

Fábio Reis, Rachel Reis, Eduardo Lima e Márcio Dias

Valeria Corredera, da Dante Robino

Yolanda Ferrer, da Castellroig

Política GDF ganhará duas novas secretarias O governador Agnelo Queiroz pretende criar, ainda no mês de agosto, as Secretarias do Idoso e da Igualdade Racial. A expectativa é de que o suplente de deputado federal Ricardo Quirino assuma a Secretaria do idoso. Já a da igualdade racial ficará a cargo de Josefina Serra dos Santos, que atuava como chefe da Coordenação para Assuntos de Igualdade Racial do DF. Por ter uma estrutura enxuta e não acarretar aumento de despesas, as novas secretarias não precisam de apreciação na Câmara Legislativa.

TRE cassa mandato de Wellington Luiz O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou, no último dia 04 de agosto, o mandato do deputado distrital Wellington Luiz (PSC). Ele é o terceiro, dos 24 deputados locais, que perderam a função conquistada nas urnas por irregularidades ocorridas na campanha de 2010. Além de Wellington Luiz, Benício Tavares (PMDB) e Raad Massouh (DEM) também foram punidos com a cassação. Todos vão tentar reverter o posicionamento do TRE no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Adriano Medeiros e Debora Caldas

Primeira edição do Grand Tasting Grand Cru

Caixa Rápido No inicio deste mês, a presidenta Dilma Rousseff, em Salvador garantiu que agora, o país está mais bem preparado para enfrentar qualquer crise econômica que possa vir de fora. A referência é uma relação aos problemas enfrentados em 2008, quando bancos americanos derrubaram a economia mundial. Dilma assegura que o Brasil tem 60% mais reservas internacionais e quase o dobro de reservas compulsórias do que tinha na época. A presidenta lembrou que o mercado interno brasileiro é “objeto de cobiça” para países que estão com a economia deprimida e que não vai permitir que a entrada de produtos importados cause desemprego na indústria nacional.

Yolanda Ferrer, Andrea Haag, Cristiano Sousa e Priscila La Rocque

Ana Cristina Giacomet com Claudia Gomez, da Altair e Ana Mariah Giacomet

Geleia Geral Recursos para Cultura Artistas e produtores culturais terão um motivo a mais para comemorar. No último dia 04 de agosto, o governador Agnelo Queiroz anunciou investimento de mais de R$ 55 milhões para o setor. O montante será divido em R$ 20,5 milhões destinados à revitalização de monumentos e espaços culturais e R$ 35,3 milhões ao Fundo de Apoio à Cultura (FAC).


Cidade

Por: Tássia Navarro | Fotos: Fábio Pinheiro

O colorido da seca Ipê, a árvore que dá cor ao cerrado brasiliense

É

comum ver nessa época do ano, muita folha seca e grama queimada. A paisagem em Brasília costuma ficar vermelha com as baixas umidades do ar. Mas é nesse tempo, que não faz bem para a maioria das plantas, que floresce uma das árvores mais belas, considerada símbolo do Brasil. O Ipê. Que costuma ficar florido entre os meses de agosto e setembro. Conhecida em vários estados brasileiros, a árvore é motivo de inspiração para inúmeras poesias e crônicas. Encanta os brasileiros com suas cores roxa, amarela, branca e rosa. De acordo com a professora de engenharia florestal e arborização e paisagismo da Universidade de Brasília (UnB), Carmem Regina de Araújo, ainda existem mais dois tipos da espécie e que são menos conhecidos, o verde e o preto. É essa variedade de cores e o fato de dar contraste ao cenário de galhos sem folhas e grama amarelada que cativa o militar aposentado Vitor dos Santos, 51 anos.

32

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

Ele tem verdadeira paixão pela árvore, que também é conhecida por Pau D’arco no norte brasileiro, ou Tabebuia, em outros cantos do país. Para demonstrar a paixão pela vegetação, o militar tem um arquivo digital com centenas de fotografias de todos os tipos e cores de ipês que existem em Brasília. “Onde eu vejo um ipê, se estou com a câmera fotográfica, paro e tiro uma foto”, conta. Conhecedor da planta desde a sua infância, ele relembra que quando menino, adorava brincar perto da árvore que embelezava a fazenda de seu pai. Sul-matogrossense, conta que quando viajava a serviço da Marinha pelo Pantanal, sempre admirava uma parte do rio onde em um lado encontravam-se vários ipês amarelos e do outro, roxos. “Era o rio Paraguai”, recorda saudoso. A professora Carmem explica que, por existirem várias espécies, os Ipês podem ser encontrados, em seu estado nativo, em várias localidades brasileiras. As árvores chegam a


medir entre 10 e 30 metros de altura. “São muitas espécies de cada um. O amarelo, por exemplo, é visto em todos os biomas brasileiros. Existem cinco tipos diferentes dele, do roxo, sete. Eles começam o ciclo de reprodução muito cedo. Aos cinco anos, os Ipês já começam a florescer”, informa. Pelo Brasil inteiro, o Ipê colore o final do inverno. Época do ano onde caem as temperaturas, há baixa umidade do ar e as folhas das árvores amarelam. “Em junho e julho, já começamos a ver alguns dos Ipês roxos, porque essa espécie é nativa do tipo de solo daqui, do cerrado”, esclarece a especialista. Conforme ela, alguns são associados à baixa temperatura e outros à umidade. Depende de cada espécie. Independente do clima, é possível ver ipê em todo tipo de solo. Desde os mais férteis aos mais pobres, o solo de mata. “Aqui no cerrado, que o solo é pobre, temos espécies de todas as cores. Eles se adaptam muito bem em Brasília”, ressalta.

Além de encantar a muitos, o Ipê não é somente conhecido por sua beleza. É matéria prima bem aproveitada. Conforme a professora, a madeira dos Ipês é geralmente utilizada em construções, pois possui excelente resistência e flexibilidade. Sua casca, seus brotos e raízes são utilizadas na medicina popular. A casca do Ipê amarelo, por exemplo, é usada contra febre, úlceras e como diurético. Já a raiz, é eficaz contra gripe e seu broto serve como anti-séptico. “Muitas pessoas admiram a árvore por sua beleza, mas não conhecem suas outras utilidades”, salienta Carmem. Mesmo com o efeito de encantamento, nem todos sabem que o Ipê, nativo do país sempre foi considerada a árvore nacional brasileira. Mas, isso mudou no dia 7 de dezembro de 1978, quando a lei nº 6507 declarou que o pau-brasil seria a Árvore Nacional e, a flor do Ipê, a flor do símbolo nacional.

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

33


Mercado de Trabalho

Por: Railde Nascimento | Foto: Victor Hugo Bonfim | Ilustração: Joana Nobrega

mercado

de relacionamento Vendas por catálogo proporcionam uma segunda fonte de renda

O

s produtos são os mais variados possíveis. Cosméticos, lingeries, utensílios domésticos, roupas. Uma longa lista de coisas. É só olhar. Escolher e pedir. Em alguns dias o produto chega em casa. Sem filas e nenhuma burocracia. Compras pela internet? Que nada. É o bom e velho catálogo de compras. Assim é a rotina dos revendedores. Em qualquer momento, em qualquer lugar, oferecem os produtos. Ganham uns trocados e, ainda aumentam o círculo de relacionamento. “Trabalhar neste ramo trouxe mais vantagens do que desvantagens para mim. Uma delas é que eu nunca precisei deixar meus filhos sozinhos em casa”, conta a revendedora e cabeleireira Iony Alexandre de Jesus, 46 anos e que há mais de 10 revende produtos de quatro marcas diferentes. E se engana quem pensa que este mercado está em extinção. Conhecido como vendas diretas, este tipo de negócio vem apresentando um crescimento acima da maioria dos outros segmentos da economia. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd), mostram que no primeiro trimestre deste ano, o volume nominal das vendas foi de R$ 5,8 bilhões, apresentando resultado 8,9% maior do que o registrado em igual período de 2010. Apesar do sucesso de vendas, Paulo Quaglia, presidente executivo da Abevd, aconselha que além de dominar as funcionalidades dos produtos, o interessado precisa ouvir os clientes. “As vezes, numa rápida conversa durante a venda, você pode antever outros anseios do consumidor”, explica.

34

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

Apesar do “boom” que a internet teve no ramo de vendas nos últimos anos, o mestre em comportamento do consumidor, Alexandre Mendes, 37anos, não vê isto como uma ameaça para as vendas diretas. “A internet pode ser complementar, mas sempre irá existir uma parcela de relacionamento com o vendedor, além da praticidade”. Ele ressalta, ainda, que este não é um mercado excludente, pois existe oportunidade para todos que queiram ingressar no ramo. Assim é a funcionalidade do negócio: conversar. Uma venda direta onde vendedor e consumidor terão uma relação bem próxima. Porém, não se restringe somente a pessoas conhecidas. “Você tem uma pessoa vendendo para a sua rede de relacionamento. Não vou dizer rede de amigos porque, por exemplo, acontece de eu querer comprar e saber de uma pessoa que vende. Não é para o amigo, mas sim, para uma grande rede de relacionamento”, explica o mestre em economia Túlio Marques Júnior, que prefere definir o comércio como sendo um “Mercado de Relacionamento”. A jornalista Priscylla Damasceno, 22 anos, recebe indicações de amigos e, às vezes, faz venda de porta em porta. Apesar de estar há pouco tempo no mercado, em apenas dois meses de trabalho ela só aponta vantagens. “São vários benefícios. Quando começa, a empresa te dá incentivo, treinamento, prêmios e, além disso, tem as reuniões onde se aprende muita coisa”, entusiasma-se. Para ela, uma coisa bem interessante é a regra de outro - o cliente fiel. Ou seja, se a vendedora tem um determinado cliente, ele não pode comprar com outra revendedora que não seja a mesma. “A empresa tem o lema de que não é para se fazer com os outros o que não se quer que faça consigo mesmo”. Assim, a futura jornalista vai conhecendo pessoas, fazendo negócio e ainda aumenta a sua segunda fonte de renda.


Com a cabeleireira e manicure Iony não é diferente. Ela está no mercado informal há muitos anos. Em casa, ela recebe clientes que vão arrumar o cabelo, fazer as unhas, depilação e, ainda por cima, têm a oportunidade de folhear os catálogos de vendas e apreciar produtos que ela tem de pronta entrega e que ficam expostos em uma prateleira na sala. Embora possua clientes fiéis e uma grande rede de relacionamento, ela conta que já teve prejuízo com as vendas. “Tive vários prejuízos. Sem contar que, às vezes, eu tenho que aplicar mais do que eu ganho”, ressalta.

Da sala de aula para o mercado informal Foi assim que a ex-professora Renata Pacheco, 41 anos , mudou de profissão. Com o mercado de relacionamento ela viu uma grande possibilidade de renda extra. “Queria algo fixo que não precisasse trabalhar com contrato. Queria mais que isso”, conta ela que, há três anos, largou a sala de aula e começou a trabalhar no ramo. Hoje, é diretora de vendas dos produtos Mary K em Brasília. A função exige que ela promova reuniões semanais de treinamento e instruções de como cuidar do corpo e da pele.

Vai começar no ramo? Preocupação com o pós-venda e cuidado com o investimento. Estas são algumas das principais recomendações dos especialistas, que são enfáticos quando o assunto é o bom relacionamento com a clientela. Alexandre Mendes diz que é importante que o revendedor se preocupe com a satisfação do cliente logo após o fechamento do negócio. “Busque respeitar o consumidor no processo de estabilidade da rede. Se um cliente fica insatisfeito, ele pode sair falando. O que pode resultar na perda da credibilidade”, categoriza. Outra recomendação quanto ao risco do negócio é dada pelo economista Túlio. Para ele, é importante que a pessoa fique alerta para não investir dinheiro do próprio bolso no negócio. “Encare isso como uma segunda fonte de renda não alternativa, mas complementar. Não ache que isso vai se transformar em um grande negócio do dia para noite. Não force venda. Não tente empurrar o produto no cliente sem que ele queira. Isso tem que ser uma coisa natural. O relacionamento é extremamente importante”, ressalta. Nesse mercado a satisfação do cliente é importante, diz Alexandre

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

35


Tecnologia Por: Michel Aleixo

Rede social veio pra ficar

O

rkut. Facebook. Twitter. Myspace. E muitas outras. Existem redes sociais para todos os gostos na internet. Praticamente, qualquer pessoa com uma conta de email já recebeu pelo menos um convite: “Seu amigo lhe espera na rede social x”. Para muitos, a crescente onda de redes sociais é um exercício de paciência. Para outros, mais uma oportunidade de interagir. Fazer amigos e contatos sociais de todos os tipos. A gigante da internet Google colocou mais um concorrente ao páreo. Desde o fim de julho, está aberto a qualquer usuário da internet uma nova rede social, o Google + (lê-se Google plus). Na prática, ela se assemelha às concorrentes como facebook e orkut: Pode-se postar fotos, mensagens e convites para eventos e festas. No entanto, a verdadeira novidade da rede fica por conta da função “círculos”. No Google+, os internautas podem classificar os contatos e amigos em grupos específicos à sua escolha. É possível criar um “circulo” para amigos íntimos. Família. Colegas de trabalho e etc. E então, selecionar que novidades e recados serão vistos por cada grupo. Uma maneira de solucionar uma reclamação comum a usuários do facebook, por exemplo, que se queixam de que suas mensagens e convites são expostos a todo mundo. Outro recurso interessante do Google + é o botão “hangout”. Com ele, os usuários podem realizar encontros online com seus círculos de amigos

36

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

por meio de videoconferências. Além disso, a funcionalidade apelidada de “Sparks” dá ao internauta, a possibilidade de compartilhar conteúdos como músicas, fotos e vídeos, dentro de um círculo pré-selecionado pelos próprios usuários. No caso, uma versão melhorada das comunidades do rival Orkut. Basta adicionar assuntos de seu interesse e compartilhar o que quiser com seus grupos. “Na prática o Google + reúne todas as funcionalidades de outros serviços da empresa como o Gmail, Google Docs, Agenda, fotos em um só lugar”, disse o vice-presidente da área social da empresa, Vic Gundotra, no dia do lançamento do serviço. Deixando claro que, com o plus, a Google mantém a filosofia que a consagrou como uma das gigantes da internet: Pegar o que há de melhor no mercado, aperfeiçoar e oferecer gratuitamente. E a fórmula parece estar dando certo mais uma vez. Em recente relatório divulgado pela empresa de medição de dados na internet comScore, com um mês de existência – comemorado no dia 24 de julho deste ano –, o Google + já possuía 25 milhões de usuários. Número expressivo se comparado ao crescimento dos principais concorrentes. Como explicou o vice-presidente da comScore, Andrew Lipsman. Segundo ele, outras redes sociais levaram muito mais tempo para alcançar essa cifra. “O myspace levou 22 meses. O twitter 33 e o

facebook 37”, disse. Ainda segundo o relatório, a maioria dos usuários do Google + é norte-americana, com 6,4 milhões. Seguido pela Índia, com 3,6 milhões; Canadá e Grã-Bretanha, com 1,1 milhão cada um. No Brasil, apenas 610 mil usuários na data da pesquisa. Mas o número é crescente. “Esse crescimento é facilmente explicado porque a marca Google reúne pelo menos um bilhão de pessoas, somando todos os seus recursos”, explicou Andrew. Para o estudante Tiago Araújo, 27 anos, que recentemente aderiu ao Google +, não é uma questão de substituir uma rede social por outra. “Gostei das novidades do Google +. Mas, nem por isso, vou encerrar minha conta no Orkut e facebook”, garante. Para ele, como cada site abriga recursos diferenciados, se manter em vários deles é uma vantagem. “Nem todos os meus amigos estão reunidos em uma só rede social. Prefiro ter várias e manter contato com o maior número de pessoas possível”, conclui o estudante. Apesar de alguns “acidentes de percurso” como o Google Buzz – site que tentou concorrer com o microblog twitter sem muito sucesso –, a Google costuma acertar a mão com seus lançamentos. Com números que comprovam o sucesso, uma atraente interface visual e infinitos recursos, é possível dizer que o Google + vai perdurar no mercado. As concorrentes que se cuidem.



Cotidiano

Por: Tássia Navarro | Fotos: Fábio Pinheiro I Ilustração: Werley Kröhling

Remoção de

Tatuagem S

O alerta é que as marcas podem ser eternas

ímbolos. Frases. Nomes que marcam um momento que parece que durará eternamente e se tornará inesquecível. Vários são os motivos que levam uma pessoa a fazer uma tatuagem. O calor de uma paixão. Juras eternas de amor. Alianças religiosas, familiar e de amizade. Tudo pode ser representado de algum jeito e ganhar forma de tatuagem. Mas os motivos devem ser muito bem pensados antes de colocados em prática. Afinal, e se bater o arrependimento? Se houver preconceito? A remoção vai ser eficaz? Em meio à febre das tatuagens, o dermatologista Milton Trindade alerta para o risco de as marcas se tornarem eternas e com cicatrizes indesejadas, quando da remoção das mesmas. Conforme ele, a técnica de remoção, feita a laser é eficaz, porém há casos e casos. “As pessoas com propensão a queloides (lesões fibroelásticas com formato de corcova)correm o risco de adquirirem cicatrizes no formato do desenho”, explica.

38

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

A técnica de remoção de tatuagens tem se aperfeiçoado atualmente. Para o especialista, com mais de 23 anos de experiência na área, o tratamento com laser é o único que funciona realmente. A técnica mais comum é feita com laser de rubi, que também remove manchas escuras da pele. O aparelho faz vários disparos no local do desenho. “Ele age explodindo a célula onde foi feita a tatuagem, fazendo com que ela se desprenda e a tinta se solte do interior da pele”, justifica. Para a retirada da tatuagem são necessárias várias aplicações que variam de acordo com o tipo, tamanho, local de aplicação e cores utilizadas na mesma. Cada sessão pode durar em torno de 30 a 40 minutos no caso de tatuagens pequenas. “Geralmente os pigmentos mais escuros saem mais depressa em virtude de a luz do laser pegar primeiro e soltar mais rápido a tinta”, conta. Mesmo sem a garantia de que a remoção do desenho, nome ou frase será satisfatória e não sairá barata, o tratamento, conforme o especia-


lista, pode requerer várias sessões. “É importante ressaltar que a pele onde foi retirada a tatuagem pode não ficar totalmente sem o desenho e pode ficar manchada”, observa. Conforme o profissional, na maioria dos casos, quem procura o método a laser para fazer a remoção da tatuagem, e que lideram o ranking, são pessoas que fizeram a marca em estabelecimentos não adequados, não ficaram satisfeitas com o resultado final ou que, uma vez tatuado o nome da pessoa amada e o fim do relacionamento se arrependeram. “Mas as mulheres também procuram, principalmente, porque elas fazem tatuagens mais significativas, sentimentais”, ressalta. Conforme pesquisa realizada recentemente nos Estados Unidos, o nome do ex-parceiro ficou em primeiro lugar no ranking de tatuagens a serem removidas. Dos 1.061 entrevistados, 28% indicaram a motivação.

Milton Trindade aconselha que, antes de tomar a decisão de tatuar algo que represente um relacionamento atual, é preciso analisar quais serão as consequências posteriores, já que nada é eterno na vida. A funcionária pública Nathalia

“A pele pode ficar manchada”, diz Trindade

Martins, 20 anos, é um exemplo de quem não faz tatuagem por não saber o que acontecerá mais para frente. “Vontade de fazer eu tenho. Mas como não sei ao certo um desenho que signifique algo para mim, ou que eu não vá enjoar mais para frente, não faço”, informa. Para que a tatuagem seja removida completamente e de forma satisfatória, segundo Trindade, são necessárias, no mínimo, 10 sessões. O intervalo entre cada aplicação deve acontecer entre 30 a 60 dias. Motivo de descriminação, forma de expressão, personalidade ou estética, fato é que a tatuagem já passou por várias fases e hoje continua a dividir conceitos, tomadas de decisão e preconceitos. O conselho é que a atitude de marcar o corpo em definitivo, já que a retirada vai custar caro e será um processo demorado, é pensar muito antes de efetivar a idéia. “Tem que ter consciência do que vai fazer para não se arrepender depois”, alerta.

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

39


Planos e Negócios

alex dias

Veritas Active Health chega a Brasília Com um conceito inovador, o “Wellness Boutique”, a capital federal recebe a primeira unidade da Veritas Active Health. Um estúdio que proporciona sensações diferenciadas e decoração customizada para cada atividade. Especializada em atender pessoas empregando técnicas, atividades criativas e aparelhos de última geração para promover a saúde e o bem-estar, a Veritas Active Health, segundo o diretor executivo, Allan Moura, os exercícios praticados são bem diferentes e variados. “Ao contrário da musculação, que força grupos específicos de músculos, nós optamos por trabalhar com exercícios que envolve todas as partes do corpo. Os resultados são fantásticos”, garante. As aulas são realizadas com, no máximo, três pessoas por personal trainer e os clientes contam com todo o suporte, desde estacionamento com manobrista até lanche pós-treino. Após as atividades desenvolvidas no estúdio, os praticantes podem fazer massagens com terapeutas especializados nos mais diversos métodos: Shiatsu, Ayurvédica, Estética e Desportiva. “A saúde e o bem-estar dos alunos é o nosso principal objetivo. Aliar a atividade física ao lazer e ao cotidiano faz parte das nossas atividades”, considera Allan Moura. O estúdio oferece as seguintes modalidades: Kineses, GymStick, TRX – elásticos suspensos –, Power Plate Pro 6, Kangoo Jump e Pilates (solo e equipamentos).

Serviço Veritas Active Health SHS Quadra 06 Conjunto A Bloco D Lojas 60/63 - Brasil XXI (61) 3047.8787 www.veritasactive.com.br

Moça bonita se veste bem! Inaugurada recentemente, a multimarcas Mozitta é a mais nova loja de peças femininas de Brasília, e tem em sua vitrine grandes marcas como Morena Rosa – o carro chefe da loja –, Maria Valentina, Zinco e os concorridos acessórios Ana Hickman. A empresária Janaína Bonfim, à frente da Mozitta, acredita no crescimento do mercado de moda em Brasília e, firmou parceria com o Grupo Morena Rosa, que apostou no talento da jovem para trazer roupas que refletem o perfil da brasiliense. As peças agradam a todas as mulheres, desde teen às mais senhoras. Seja para o dia-a-dia ou para ocasiões formais, além da vasta coleção de acessórios. O ambiente cria uma atmosfera confortável no lugar, que conta ainda com a renovação constante de peças para não faltar novidades. A Mozitta funciona de segunda a sábado, sempre das 9h às 19h.

Serviço Mozitta CLS 206, bl C, lj 22 – Asa Sul (61) 3522.0305 e 3522.0304

Centro Hípico Lago Sul CO Centro Hípico Lago Sul invadiu o restrito mercado de escolas de equitação do Distrito Federal há 13 anos. O empreendimento inserido em meio a uma reserva ecológica trouxe um novo conceito da prática do hipismo aos brasilienses, aliando esporte e bem-estar em um só lugar. Com uma equipe multiprofissional de qualidade, o Centro Hípico oferece aulas de equitação e equitação lúdica como modalidades de montaria para adultos, adolescentes e crianças a partir dos cinco anos de idade. A localização diferenciada, proporcionada pelas mais belas paisagens, também permite que o ambiente seja o ponto de encontro de amigos, familiares e visitantes de todas as idades como alternativa de lazer e descontração, o que contribui ainda mais com a integração da comunidade.

Serviço (61) 3367.5345 / 9223.1553 Rodovia 001, Km 26, Setor de Condomínios do Lago Sul

40

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

No período das férias, meninos e meninas com idade entre 6 e 16 anos também têm a oportunidade de se divertir de maneira saudável pertinho da natureza e dos animais com a Colônia de Férias a Cavalo do Centro Hípico Lago Sul. O horário de funcionamento do Centro Hípico é de terça a sábado, das 8h às 18h, e domingos e feriados, das 8h às12h.


Delícia de café com doces

Patrícia Algodão Doce Um mundo feito de doces, salgados, animação e satisfação que vai até você num simples acionar por telefone. A Patrícia Algodão Doce faz a festa que você sempre quis. Seja infantil, teen, adulto, casamento, 15 anos ou outros eventos. Basta sonhar, que a competente equipe da empresa se encarrega de transformar o seu sonho em realidade. Experiência, competência e qualidade é o que não faltam a todos da Patrícia Algodão Doce. Trabalho de qualidade e com perfeição é o primeiro item na lista de compromissos da empresa que começou em meados de 2004. Quando a sua proprietária, Patrícia Soares, acompanhada do seu filho de 8 anos de idade, nos sábados e domingos, ia ao Zoológico de Brasília comercializar algodão doce, a matéria prima que deu início a tudo. Da porta do Zoo, quando as guloseimas começaram a ter saída e dar um certo lucro, a empresária partiu para um trabalho com carrocinha. Sempre ajudada por Deus e empurrada pela sua grande força de vontade. Claro que, com isso, as coisas só melhoraram e as conquistas vieram em seguida. Daí, vários contratos foram fechados e maravilhosos buffets montados. Afinal, excelência e qualidade nos serviços da Patrícia Algodão Doce é o que não faltam. Vale a pena conferir!

Um novo conceito de brinquedoteca, inaugurado no dia 20 de junho, o Planeta Imaginário é um centro de recreação infantil completo onde a diversão e o lazer estão garantidos. Com brinquedos e brincadeiras adequadas a cada idade e monitores universitários muito bem treinados e preparados, o Planeta Imaginário vai muito além de uma brinquedoteca. É um espaço de diversão e desenvolvimento que irá conquistar o público brasiliense. Com um espaço de 115 m², a primeira unidade da franquia está localizada no Alameda Shopping, em Taguatinga. Reúne opções recreativas para crianças de até 13 anos. Organizado em cinco áreas diferenciadas, Casinha de Bonecas, Espaço Bebê, Espaço Criativo, Teatro e Camarim, Espaço Games e Lan House, o Planeta Imaginário garante atendimento diferenciado às crianças, com monitores motivados e bem treinados, aliado a uma política diferenciada que garante a segurança dos pais. Um local onde as crianças são cuidadas com muita atenção, respeito e carinho. Com um rigoroso controle de entrada e saída, a segurança das crianças está garantida. Fundada em 2007, em Ribeirão Preto – SP, no Ribeirão Shopping, o Planeta Imaginário começa agora a se expandir. Além da primeira franquia no DF, com a inauguração da nova unidade no Alameda Shopping em Taguatinga, também está em desenvolvimento uma unidade no Shopping Santa Úrsula, também em Ribeirão. Sérgio Alberto

Serviço Maria de Fátima Cake Designer & Café Designer SHCGN CR Quadra 716 Bloco C Loja 30 (61) 3368.9321 | / 9966.2846 www.mfcakedesigner.com

Planeta Imaginário

Serviço Planeta Imaginário Alameda Shopping – Piso da Moda Segunda a Sábado: 10h às 22h Domingo: 14h às 22h

Sérgio Alberto

Há 25 anos no mercado de doces, a cake designer Maria de Fátima é famosa por criar bolos personalizados, artísticos e artesanais. Preparados para todas as ocasiões, Maria de Fátima os cria de acordo com o desejo de quem encomenda. “A ideia é combinar com o estilo de cada pessoa”, revela. Agora é possível conhecer suas novas criações em um café. Trata-se do Maria de Fátima Café Designer, com delícias feitas todos os dias, com uma cartela variada de sabores. O carro chefe da casa são as tortas produzidas pela designer, uma verdadeira tentação gastronômica de chocolate, morango, doce de leite, coco, bicho de pé e várias outras variedades. Tem ainda o menu chocolate quente, com cafés e drinques de café e chocolate, e duas especialidades da casa: os biscoitos amanteigados e as casquinhas de laranja, produzidos na própria loja e perfeitos para acompanhar um cappuccino ou um expresso. O Maria de Fátima Café Designer funciona de segunda-feira a sábado, das 10h às 19h.

Serviço (61) 3385.4689 / 8412.1125 www.patriciaalgodaodoce.com.br

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

41


Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

Novo Passat Mais estilo, conforto e desempenho

C

om mais de 15 milhões de unidades vendidas, desde seu lançamento, em 1973, o carro é um dos mais bem sucedidos em todo o mundo e entra, agora, em sua sétima geração. Historicamente, o Passat sempre acompanhou a vanguarda do progresso da tecnologia. A tradição se mantém: a amplitude das inovações tecnológicas adotadas no novo Passat até agora era encontrada apenas em carros de categorias superiores e modelos de alto luxo. Fabricado na Alemanha, o novo Passat entra no país em suas duas versões: Sedan e Variant (station wagon), com novo estilo, mais espaço interno, mais seguro, confortável e agradável de dirigir.

Inovação O sistema de detecção de fadiga é um dos vários dispositivos destinados a aumentar a segurança de seus usuários. O Passat é, também, o primeiro carro da Volkswagen a contar com a função de frenagem de emergência para trânsito urbano, que faz parte do aperfeiçoado controle de velocidade e distância ACC, com Front Assist. A função de frenagem de emergência na cidade, que atua em velocidades abaixo dos 30 km/h, também reage

42

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

ante a presença de veículos parados. Se necessário, ela inicia automaticamente uma ação de frenagem, contribuindo para evitar uma iminente colisão frontal ou, pelo menos, minimizando os danos resultantes.

Conforto Para quem opta por carros de alta qualidade, o novo Passat oferece refinamentos. Na Variant, a porta do compartimento traseiro tem fechamento elétrico, ao toque de um botão. Na hora de estacionar, ao apertar de um botão o Passat enxerga os espaços disponíveis, paralelos ou perpendiculares à via, e pode estacionar automaticamente no espaço escolhido com precisão de centímetros (Park Assist II - opcional).

Qualidade As tecnologias e os materiais e acabamento ainda mais aperfeiçoados diferenciam mais do que nunca o Passat de seus competidores. Esta qualidade é perceptível no interior, através dos materiais de primeira linha, novos assentos, acabamento das portas e iluminação ambiente.


Silêncio O modelo é extremamente silencioso. Materiais de isolamento integrados à área do painel e às portas filtram os ruídos externos e do motor. Além disso, uma nova película acústica foi integrada ao parabrisa, bloqueando ruídos adicionais.

Segurança A versão anterior do Passat já havia recebido cinco estrelas nos testes de colisão da EuroNCAP, e esta mantém o mesmo padrão de segurança. O carro traz equipamentos como detecção do uso de cintos nos bancos dianteiros e apoios de cabeça que permitem ajustes tanto na altura como longitudinalmente. Os novos apoios para cabeças do motorista e passageiro da frente diminuem o risco de ferimentos causados pelo efeito chicote em caso de acidente.

Estilo Dianteira: O novo Passat é o segundo modelo da Volkswagen, após o Phaeton, com a dianteira destacada por uma grade com quatro barras transversais, à mesma altura dos faróis. O desenho, completamente novo, associado às dimensões do novo Passat - 1.820 mm de largura e 4.769 mm de comprimento (4.771 mm na Variant) dá ao carro uma aparência ainda mais dominadora. A altura do Passat Sedan é de 1.480 mm e da Variant de 1.488 mm. A personalidade do Passat é reforçada pelos novos faróis duplos, com iluminação bi-xenônio e LEDs opcionais. Cada conjunto de luzes consiste de 15 LEDs.

Perfil lateral: A parte dianteira se funde à lateral através do contorno do capô em forma de V, similar ao do Phaeton, e das características linhas dos paralamas. Elas dão mais estrutura à altura do carro e criam um perfil mais baixo e uma imagem de maior potência. A linha de caráter superior se junta ao ponto mais alto dos faróis e à linha das janelas laterais, até a coluna traseira. Na área da soleira, um friso cromado realça as superfícies laterais entre as molduras de rodas salientes, prolongando-se pelas seções dianteira e posterior. O perfil lateral, com os espelhos de novo design, também se caracteriza pelo forte caimento entre o teto e a traseira. Traseira: A

diminuição da forma de cunha, comparada à versão anterior do Passat, juntamente com a nova estilização das linhas, deu à traseira do carro uma aparência mais leve e elegante. A traseira parece mais baixa e as superfícies, nas duas versões de carroceria, mais largas. Destaque para as lanternas traseiras, que se envolve abraçando as laterais com uma área significativa das suas luzes principais. A parte inferior da traseira também é emoldurada por um friso cromado.

Interior: O interior recebeu materiais novos e mais elegantes, com detalhes de acabamento em alumínio escovado. Combinando, os aros dos interruptores das luzes, ajuste dos espelhos e comandos dos vidros são cromados. Iluminação ambiente: Para iluminar o interior do carro, elementos luminosos são posicionados junto aos detalhes de alumínio das portas. A intensidade da iluminação indireta é controlável de forma contínua por um botão específico. Assentos: O modelo vem equipado com bancos totalmente redesenhados, com forração em couro “Nappa”, nas cores preto, bege ou marrom. Opcionalmente, os bancos dianteiros podem ser climatizados, com ventilação e aquecimento. Os bancos climatizados são oferecidos apenas na cor preta. Porta-malas: O sedan dispõe de 485 litros de espaço e a variant conta com 513 litros. Segurança otimizada: O novo Passat está equipado airbags frontais de duplo estágio, apoios de cabeça com ajuste longitudinal nos bancos dianteiros, pedais especiais à prova de choques e airbags laterais na dianteira e de cortina nas janelas da frente e de trás. Potência sustentável:

Motor 2.0 TSI, com 211 cv.

Serviço Brasal Veículos SIA Tr. 1, Lote 555 - Guará (61) 3962-6655 Disbrave SEPN 503, S/N°, Conj. A – Asa Norte (61) 3329-9999

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

43


Vida Moderna

Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Divulgação

Balões Uma ótima opção na hora de presentear. Por que não?

D

ecorar festas com balões já é uma tradição. Devido ao fato, o mercado está em constante inovação. O que não falta são novidades. Balões coloridos, de vários formatos e tamanhos e até engraçados que fazem o maior sucesso. E não é apenas em festas como objetos de decoração. As bexigas também são ótimas opções para presente. O comércio comemora a venda dos produtos que, com frases impactantes, desenhos diversos e outros motivos, estão em franca expansão. Apaixonada pelas bolas frágeis de borracha, a artista plástica Elice Fernandes faz questão de utilizá-las em todos os eventos festivos da família. “Todos os aniversários tem que ter pelo menos uns três balões”, conta. Para ela, os artigos são lindos, alegram e dão um toque especial nas festas. “Eles enfeitam o local e o deixa aconchegante”, garante. E, quando o assunto são celebrações, as bolas de plástico multicoloridas já deixaram marca em Elice e sua família, provocando boas recordações. Numa festa de final de ano, o toque especial

44

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

ficou por conta da decoração que foi feita com bolas nas cores prata e branco. “Ficou deslumbrante. Um dos meus melhores réveillons”, relembra. Conforme a artista plástica, balões são a opção mais barata para uma decoração e presentes que podem falar por si só. Hoje em dia, graças à exigência do mercado, muitas empresas vem se especializando na arte com balões. A Balloonática, que quer dizer lunática por balões é uma


delas. Para a proprietária, Isis Lovati Vagostelo, o mercado pede por um novo conceito. Por isso, a sua loja optou por trabalhar com artigos personalizados de balões que são excelentes opções de presentes. Os mais diferentes possíveis, de cores, formatos, frases e modelos e que podem, além das festas de aniversários, compor ambientes para formaturas, casamentos, chás de bebês, cozinha, panela e outros. “Se o cliente quiser, pode dar o seu toque especial na personalização e escolher a frase para determinada ocasião”, diz Isis. E o velho artigo, com as inovações tecnológicas fazem sucesso. Tanto que a Balloonática, especializada no ramo, já está em sua segunda loja. “Todo mundo está sempre buscando algo diferente e inovador. Como comerciante a gente está sempre querendo atender às demandas”, aponta a empresária. Para ela, um bom comerciante tem que estar sempre atento ao gosto do cliente e às novidades que o segmento pede. “Nossa maior satisfação é ver que o cliente gostou do produto que está levando. Esse é o principal ingrediente para o sucesso do negócio”, garante. Serviço SHIS QI 13, S/Nº, Bl. A, Sala 11 – Lago Sul (61) 3364.2334

A proprietária Isis Vagostelo

Luiz Carlos Vagostelo e Gisele de Carvalho

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

45


Esporte

Por: Railde Fernanda Nascimento Azevedo || Fotos: Fotos: Fábio Fábio Pinheiro Pinheiro e divulgação

Fisiculturismo Esporte crescente no Brasil

S

ão poses. Agachamentos. Exibições da musculatura. Voltinhas pela passarela. Tudo para que os jurados avaliem qual o corpo mais sarado. E não é uma competição de modelos, mas sim de atletas fisiculturistas. É exibindo o corpo que o atleta mostra os esforços de meses a fio para ficar com o físico escultural. Quem vê, não imagina o esforço que é para esses fisiculturistas ficarem na medida certa. São dietas. Malhação. E muita, muita disciplina. Como todo esporte, esse também é muito exigente. Para o atleta brasiliense, João Carlos Feitosa de Magalhães Peres, todo esse esforço vale a pena. “Hoje em dia o fisiculturismo é tudo na minha vida”, diz. Para ele, o esporte é a modalidade que proporciona o maior preparo físico do atleta. E nos concursos, ganha quem tiver o corpo mais definido e com maior visibilidade dos músculos e veias. “E claro, tem que ser proporcional. O corpo deve estar malhado por inteiro, e com simetria”, ressalta. Nos concursos, as apresentações costumam ser individuais ou coletivas. “A gente vive um ano inteiro, por um minuto de competição”,

46

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

conta Peres, que já participou de varias competições. Segundo ele, a mais importante da sua vida foi o campeonato brasileiro de fisiculturismo deste ano, que aconteceu na cidade do Rio de janeiro, no primeiro semestre e que ele ganhou o primeiro lugar em duas categorias, disputando com pesos de até 75 kg e acima. Outra vitória do atleta foi o Campeonato Brasiliense do ano, onde ganhou na categoria Júnior. Para o personal trainer, Kleber Caramello, o fisiculturismo é a expressão maior do preparo físico como volume, definição proporcional e uma boa vascularidade combinada a um percentual muito baixo de gordura. Conforme o treinador, o fisiculturismo é bem mais exigente do que outros esportes mais populares. “É a única modalidade do mundo em que você o vive 24h por dia”, garante. Para Caramello, disciplina é a palavra chave do fisiculturismo que tem hora para treinar, comer e dormir. As refeições são de 5 a 7 por dia e o sono tem que ser seguido à risca: pelo menos de 7 horas. “Não pode extrapolar em nada”, assegura. Peres vive um momento vitorioso como atleta. Mas nem sempre tudo foi flores. Teve que enfrentar muitos preconceitos da sociedade e da própria família. “Muitos pensam que o atleta toma bomba. Para ficar


O atleta João Carlos e o personal trainer Caramello

com o corpo assim, basta seguir as dietas e levar os exercícios a sério”, salienta. Caramello dá a dica: “As pessoas tem que agir mostrando argumentos e ações”. Para ele, o preconceito é motivado muito mais pelas ações dos atletas do que o próprio esporte. “Hoje em dia, a visão negativa do esporte está diminuindo, graças à divulgação da mídia sobre as atividades ligadas à musculação e ao crescimento de academias. Brasília, por exemplo, é uma das cidades que mais tem academias no Brasil”, observa. Conforme o personal, o fisiculturismo vem crescendo no país. Hoje, existem duas grandes federações brasileiras e uma internacional sendo instalada. Segundo ele, muitos atletas estão aderindo ao fisiculturismo. No caso de Brasília, o numero de participantes da competição triplicou em quatro anos. “É notório que o esporte vem crescendo em Brasília. Começamos com 28 atletas no primeiro campeonato, esse ano tivemos 72 participantes”, conta.

Apesar das adesões, dos corpos perfeitos e da disciplina exigida pelo esporte, a nutricionista esportiva Naraiana Reinehr, diz que a maioria dos atletas do fisiculturismo fazem uma dieta desequilibrada. Ela não vê com bons olhos a liberação dos alimentos nos pós competições depois do rigor das dietas de preparação para as competições. Segundo ela, a privação de alimentos ricos em nutrientes por determinados tempos e logo depois o abuso desses na alimentação pode causar um nocivo efeito sanfona. Para competir, conforme a nutricionista, os atletas se privam de alimentos com carboidratos e fibras, enquanto abusam das proteínas e suplementos. Naraiana acha o procedimento extremista. “Uma dieta saudável costuma ter resultados demorados, mas os efeitos são mais duradouros”, garante. A nutricionista adverte também, contra a utilização de esteróides. “Essas substâncias são, sem sombra de dúvidas, maléficas para a saúde de qualquer pessoa”, arremata.

Tem que ser proporcional. O corpo deve estar malhado por inteiro, e com simetria

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

47


Personagem

Por: Veronica Soares | Fotos: Arquivo pessoal

Márcia

Lima Promover moda para inclusão social

A

os 46 anos de idade, a empresária Márcia Lima tem a energia de uma criança de 10 anos. Sempre ativa e dedicada ao que faz, ela é considerada um dos grandes nomes da moda em Brasília. O que dizem por aí é que, depois de Márcia, o mundo fashion da capital federal nunca mais será o mesmo. Um dos grandes feitos dessa mineira de Lavras foi colocar Brasília no rol da moda nacional, quando criou o Capital Fashion Week, o terceiro maior evento do segmento no Brasil. Incansável, a rotina dessa empresária começa muito cedo. “Estou com agenda sempre lotada. Sou ativa e muito dedicada no que faço”, conta. Encontrar um espaço na agenda dela para fazer a entrevista? Quase impossível. Márcia nos atende num salão de beleza. E foi entre a lavagem do cabelo e o barulho do secador que ela falou de sua vida, cheia de entusiasmo. Na cabeça, além do puxa puxa da escova, as muitas ideias, recordações e projetos para o futuro estavam assentadas. “Brasília me adotou e eu adotei Brasília”, enfatiza. Quando a empresária diz adotar, ela quer dizer no significado literal da palavra. Ser mãe. Uma mãe adotiva.

48

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


Uma filha bem adotada pela capital idealizada por Juscelino Kubistchek. Mesmo porque, Márcia não é uma legitima filha da capital do país. Nasceu em Minas, em 25 de agosto de 1965 e, aos três anos de idade, devido aos estudos do pai, mudou com a família para os Estados Unidos. Só veio morar no planalto central em1975, quando tinha 10 anos de idade. Márcia faz questão de contar que cresceu junto com Brasília. Estudou na Escola Americana e teve como colegas de classe alguns nomes famosos da música brasileira como Dinho Ouro Preto do Capital Inicial e o vocalista da Plebe Rude, Philippe Seabra. “Brasília sempre foi um grande celeiro cultural. Foi uma época de descobertas. Brincava na rua de bets e de pique esconde. Tive uma infância feliz e sadia”, recorda. E, já naquela época, tinha um espírito de liderança latente. Segundo ela, desde pequena gostava de fazer festa. Organizar encontros com amigos e amigas. Sempre promoveu eventos da sua turma na escola e na faculdade. Também sempre era escolhida pelos colegas para liderar as brincadeiras. A líder da classe. Foi a oradora da sua turma na Faculdade de Economia da UNB. Profissão que nunca exerceu. Foi com o espírito de liderança que Márcia Lima montou a primeira empresa de eventos que leva o seu nome: a ‘Márcia Lima Produções & Eventos’. “A minha primeira grande sacada foi perceber que faltava uma empresa especializada em organização de eventos em Brasília”, esclarece. A empresa, pioneira do segmento, organiza eventos que vão desde a recepção de inaugurações de empresas, lançamentos de produtos e marcas, apresentação de coleções de moda, abertura de galerias de arte e recepções importantes como a da visita do ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush a Brasília. “Sem dúvida, receber o presidente do Estados Unidos foi um dos grandes desafios da minha vida. Me supreendi com o profissionalismo do cerimonial da Casa Branca ”, relata. Mas, talvez, a grande sacada da vida dessa empresária foi perceber que também não havia em Brasília um evento direcionado para a moda e que pudesse apresentar os produtos feitos aqui para o resto do país. Segundo ela, foi com essa percepção que, em 2005, fez contato com todos os profissionais da área da moda de Brasília e os convidou para montar o Capital Fashion Week. O evento foi um sucesso. “Nasceu de um sonho meu. Já na primeira edição tivemos um público de aproximadamente 20 mil pessoas. Isso é fruto da dedicação a um trabalho que acreditei”.

Nesses seis anos de existência, o Capital Feshion Week ganhou e fez fama. Descobriu novos talentos. Influenciou pessoas a entrarem para o mundo da moda. Um mercado que tem crescido e gerado excelentes rendimentos. Uma das possibilidades que justifica o sucesso do evento de moda é o diferencial que Márcia faz de dar oportunidade a todos. Se no imaginário de boa parte da população, a moda está relacionada ao glamour e ao luxo, para a empresária o mundo fashion vai muito além desse conceito. “Eu vejo a moda de uma forma diferente do senso comum. Para mim, moda não é uma coisa que exclui. Muito pelo contrário. Ela inclui. Moda é para inclusão social. Para ajudar a dar dignidade para todas as pessoas”, pontua. Quando ela fala em moda e inclusão social, se refere à linha de produção que inclui as mulheres da periferia de Brasília que bordam e costuram com maestria. As mulheres rendeiras e as passadeiras de roupa. Os novos estilistas e produtores de moda. “É uma rede muito forte. Ainda tem muito talento que precisa ser descoberto. Queremos uma moda “made in Brasília” e que inclua todos”, ressalta. Há poucos dias da próxima edição do Capital Fashion Week, Márcia sabe que Brasília já é uma referência no setor. E o evento, que nasceu de um sonho, movimenta recursos e dá oportunidade de trabalho. “Trabalhamos 365 dias do ano para realização do evento. Para cada edição, são gerados aproximadamente mil empregos diretos e indiretos. Além de movimentar o setor hoteleiro e gastronômico”, informa. Devido ao esforço da empresária, o evento já entrou para o calendário nacional da moda. “Mostramos a moda de Brasília para o mundo”, celebra. E graças a toda essa dedicação e desprendimento da empresária na promoção e divulgação do Capital Fashion Week, o governo italiano lhe concedeu uma comenda por trabalhos prestados em prol da moda entre os dois países. Coisa do destino ou não, a caprichada escovinha de Márcia terminou quando a entrevista também findara. O telefone dela toca. A empresária está quase atrasada para um compromisso. Ela era uma das juradas do Concurso Miss Penitenciaria 2011. Tarefa que ela desempenha muito bem, pois a temática, assim como o Capital Fashion Week é beleza. E entre as muitas atividades que a empresária desenvolve, ela ainda encontra tempo para ser a diretora social da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do DF (APAE/DF) e madrinha da Associação Brasileira para o Adolescente e a Criança Especial (ABRACE).

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

49


Saúde

Por: Veronica Soares | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Doença

Falciforme Não tratada provoca dores e afeta órgãos vitais

D

ados do Ministério da Saúde revelam que uma, a cada mil crianças nascidas vivas é diagnosticada com a doença falciforme. Uma alteração genética da hemoglobina, a parte vermelha do sangue, um dos principais problemas de saúde enfrentados pela população negra. Se não tratada, a doença pode levar à morte, crianças antes dos cinco anos de idade. O coordenador de Hematologia da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Dr. Alexandre Barbosa Sotero Caio explica que a doença falciforme é hereditária e causa a mutação na hemácia. Ao invés de líquida, como em uma pessoa normal, a proteína toma o formato de “foice” ou “meia-lua”. E é justamente o formato que origina o nome da doença: falciforme. Esse formato, prejudica a circulação do sangue nos órgãos vitais e ossos. “Ao invés dele circular normalmente, por ter esse formato, acaba obstruindo os vasos”, explica o médico. Segundo ele, a enfermidade que surgiu na África, é considerada hoje a doença genética de maior incidência no nosso país. Apesar dos afrodescendentes serem a maioria dos diagnosticados com a doença, pessoas consideradas brancas também podem nas-

50

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

cer com a enfermidade. “A miscigenação brasileira contribuiu muito para isso. Hoje, podemos encontra uma pessoa loira dos olhos azuis com a falciforme”, salienta. O especialista explica que a doença não tem cura e acompanha o paciente durante toda a vida. Mas, devidos aos avanços científicos, a medicina deu um grande passo e já está levando esperança de vida para os portadores. Hoje, por exemplo, está em fase de estudo a transfusão de medula óssea para a cura do mal naquelas pessoas que não reagem aos medicamentos convencionais. Aqui no Brasil, por exemplo, apenas 14 pessoas passaram pelo tratamento. Conforme o médico, o diagnóstico precoce é fundamental para que o portador da doença cresça com qualidade de vida melhor. Para isso, uma das medidas adotadas pelo Ministério da Saúde foi implantar o exame que detecta a doença falciforme no “teste do pezinho”. No exame, obrigatório para todos os recém-nascidos, é coletado o sangue a partir de um furinho no calcanhar do bebê e que serve para detectar, precocemente, mais outras 19 doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, que poderão causar alterações no desenvolvimento da criança.


Em boa parte da vida, o aposentado Elvis Silva Magalhães, 45 anos, sofreu com as dores causadas pela doença. Como o seu organismo não reagia aos medicamentos, quando tinha 38 anos, ele foi submetido ao transplante de medula óssea. E foi graças à boa vontade do irmão, Elder Silva Margalhães, 41 anos, em doar a medula que Elvis viu as suas chances de cura aumentar. A cirurgia de transplante aconteceu há seis anos, na ciade de Ribeirão Preto (SP). Curado, Elvis hoje é o coordenador da Associação Brasiliense de Pessoas com Doença Falciforme (Abradfal) e luta pelos direitos das pessoas portadoras da enfermidade. “A nossa lutar é por políticas públicas para atender às pessoas com falciforme. Há desconhecimento da sociedade e, até mesmo dos pacientes em relação à própria doença que é portador”, ressalta. Para ele, a própria implantação do exame que detecta a doença no teste do pezinho já é um avanço. “Antes, muitas pessoas se sentiam mal a vida toda e só descobriam que eram portadoras da doença na fase adulta”, lembra. Além disso, outro avanço para os portadores da doença é que o Ministério da Saúde publicou, em 2005, portaria que define normas de atendimento aos doentes. Segundo Elvis, além de capacitar profissionais de saúde para fazer o atendimento, o tratamento tem que acontecer com hematologista, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos. “São várias as dificuldades que os doentes de falciforme passam. Além da dor física, o paciente também xxx

convive com a questão do preconceito”, coloca. “Por causa das crises, acompanhadas de fortes dores, os pacientes são prejudicados. Muitos não entendem as sucessivas faltas em escola ou trabalho”, ressalta. Outra grande luta da associação é trabalhar para fazer com que o Sistema Único de Saúde (SUS) inclua a doença no rol dos enfermidades que podem ser tratadas com o transplante de medula óssea. “O ideal é que o transplante seja disponível para todos aqueles pacientes que não responderem bem às outras terapias”, pede Elvis. A fonoaudióloga Luana Carolina Correia Santos Martins, 32 anos, foi diagnosticada com a doença aos nove meses de idade. Segundo ela, quando criança, as crises eram sucessivas, com dores nas pernas e no corpo. Por esse motivo, já chegou a passar até um mês sem ir à escola. “Apesar de sentir muita dor, eu não entendia bem porque eu tinha que ficar em casa. Não poder brincar com as outras crianças na escola”, recorda. Segundo ela, com a medicação e os devidos cuidados, hoje é possível levar uma vida mais saudável. “Hoje as crises são raras e levo uma vida normal. Por ser adulta, já sei as minhas limitações”, observa. Segundo Luana, é uma necessidade que o Estado dê assistência aos portadores da doença. “O que observamos é que a enfermidade está presente nas pessoas de baixa renda. Faltam esclarecimentos e orientação. Muitas pessoas que vivem em regiões mais pobres passam a vida inteira com fortes dores e desconhecem a doença que tem”, finaliza. xxx

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

51


Vitrine Por: Camila Penha | Fotos: Telmo Ximenes e Divulgação

Sempre Pais

Sapatênis Sergio’s

O

seu primeiro grande herói! Aquele que matou o monstro escondido embaixo da cama e ensinou como enfrentar seus medos. Que achava injusto você não ser o titular absoluto no time da escola e mostrou como brigar para ter o reconhecimento que merece todos os dias. Homenageie em grande estilo o seu super-herói, agradecendo a todos os momentos que passam juntos. Lembre-se que, um presente é sempre mais especial se pensado com muito carinho. Aproveite as sugestões para dar uma lembrança que tenha a cara e o jeito do seu paizão! Mini Sinuca da Zapp Papelaria Relógio Santos 100 Carbon Cartier na Griffith

Hobby de Tricolini UW

Chaveiro Infinito em prata Antonio Bernardo

Recordes do Futebol Mundial Livraria Leitura

Cueca box de microfibra UW

Relógio Calibre de Cartier Franck Dieleman na Griffith

Aqua Fahrenheit Dior for men na Lord Perfumaria

Pantufa na UW

Caixa para relógios Nardim Junior Home

52

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


Polar SP40 na Mais Tennis

Toca Disco e CD Ion vintage Livraria Leitura

Caneta Esferográfica Louis Cartier na Griffith

Asics Gel Kinsei na Mais Tennis

Pingente troféu ouro amarelo ou prata Antonio Bernardo

Carteira Sergio’s

Collezione Barbiere Acqua di Parma na Lord Perfumaria

Relógio Breitling Chronomat na Griffith

Abotoadura Puzzle em prata Antonio Bernardo

Gran Reserva na Bodega Austral Caixa térmica para 7 latas Nardim Junior Home Serviço

Beatles ‘n’ Choro Livraria Leitura Shiseido Men Facial Contour na Lord Perfumaria

Antonio Bernardo ParkShopping (61) 3323.0403

Livraria Leitura Terraço Shopping (61) 3901.3003

Nardim Júnior Home SCLS 409 Bl C Lj 24 (61) 3244.0588

Bodega Austral SCLN 112 Bl C Lj 32 (61) 3964.5699

Lord Perfumaria Brasília Shopping (61) 3328.3710

UW - Casa das Cuecas Terraço Shopping (61) 3201.2670

Joalheria Grifith ParkShopping (61) 3361.5848

Mais Tennis Terraço Shopping (61) 3361.7795

Zapp Papelaria Terraço Shopping (61) 3361.8779

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

53


Comportamento

Por: Railde Nascimento | Fotos: Divulgação

Cecília de Sá vestida de Hatsune Miku

Viciados

em séries Quando o gostar vai além da fantasia 54

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


O

aparecimento da TV fez com que várias pessoas mudassem de hábitos, valores, costumes e, principalmente, seguissem tendências, influenciadas por atrações exibidas como as novelas e, um pouco mais tarde, pelos seriados. Com o passar do tempo, o público foi se envolvendo de tal forma como se estivesse vivendo o personagem dentro da trama passada. Um exemplo bem peculiar são as aderências à moda – seja um corte de cabelo ou uma roupa usada pelo personagem favorito. “Já tentei imitar o corte V de Rachel Green, personagem da atriz Jennifer Aniston na série Friends, mas não deu certo”, lembra a estudante Deborah Delbart, 19 anos, que tem a série completa do filme e garante ser viciada por este tipo de atração. O gosto por seriados não é exclusividade de Deborah. Embora as novelas tenham maior número de adeptos, devido à expansão da internet, os seriados vêm aumentando na preferência do público e com maior manifestação. É o caso dos Cosplayers (representação do personagem a caráter), como é a ilustradora Cecília de Sá, 22 anos, que faz cosplay desde os 15 anos. Atualmente, ela representa a diva virtual japonesa, Hatsune Miku. “É um hobby bem legal que tem que ter dedicação e paciência, além de um bom investimento”, afirma. Cecília já chegou a pagar cerca de R$ 3 mil para montar um personagem e participar de competições. Além de Miku, as figuras copiadas são as mais diversas. “Vão desde os animes do Pokémon até a personagens da série Star Wars”, conta a estudante Mada Victória, 22 anos. Segundo ela, estes personagens são os mais comuns em eventos, apesar de ter imitação de outros que varia de acordo com cada desenho, história, jogo, livro ou séries que estréia. Mada faz parte do grupo Kalango Alado, formado há dois anos por estudantes universitários que tem por objetivo promover a prática cosplay no território brasiliense. “Nosso projeto é acompanhar os cosplayers durante o ano, em eventos e concursos que houver”, informa. No DF, a representatividade acontece nos eventos Kodama, Otakon e Espaço Otaku. Visto, por algumas pessoas como alienação, os seguidores argumentam que este assunto sempre cai na origem da palavra que é o costumer player, que significa brincar de se fantasiar. “Realmente, tem gente que não sai da personalidade do personagem. Mesmo não estando representando. O que eu acho rude”, diz a estudante Giovana Werneck, 22 anos, integrante do grupo.

Uma paixão que não tem idade Apesar de estarem ganhando espaço na televisão aberta com “Eu, a patroa e as crianças”, “Supernatural”, “CSI”, “Glee” e outras, as séries possui um público segmentado, como explica o professor de Cinema e Mídias Digitais, Paulo Duro. “Diferente das novelas, o público das séries tem um nível cultural mais elevado. São pessoas que estão na faculdade e tem que baixar os episódios devido à falta de tempo”, exemplifica.

Formado em arquitetura, o gerente operacional do Terraço Shopping, André Rodolfo, 35 anos, acompanha seriados e desenhos desde criança. Ilha da Fantasia (1978), foi uma das primeiras que ele assistiu e a que mais gostou. Hoje, a preferência de André é por séries do gênero de ficção e comédia. “Entre as comédias, a melhor foi Seinfeld com nove temporadas. O mais interessante da série era o tema principal: o nada. Já os seriados de ficção e mistério sempre me intrigaram pela total falta de limites e absurdos”, ressalta. Para o arquiteto, as séries se diferenciam de uma telenovela por ser uma trama mais fácil de acompanhar e pela qualidade da produção. “Muitas vezes, a estória do seriado é mais envolvente e consome menos o telespectador por não ter que ficar preso todos os dias na televisão. A série foi pensada para ser contada de uma forma mais trabalhada e mais curta”, explica Paulo Duro.

Público crítico A jornalista Rayane Azevedo, 24 anos, diz não gostar de séries, mas sim, de estórias bem contadas. Para ela, este tipo de atração pode ajudar no desenvolvimento das pessoas desde que sejam educativas. “Castelo Ra-Tim-Bum é um exemplo de série boa para crianças. Acredito que, desde que a classificação etária esteja para o público que consome o produto, então, está tudo certo. Agora, se permitimos que uma criança assista Californication, aí pedimos para ter um problema”, aponta. A série citada pela jornalista contém cenas de nudez e sexo explícito. Há apenas cinco anos, o estudante Victor Sideburns, 20 anos, começou a assistir aos seriados de TV e, a partir daí, não parou mais. Além de séries como “Prision Break”, e “Lost”, ele ainda tem como preferência as séries de desenhos animados como os “Simpsons”, “Uma Família da Pesada” e o “Batman”, em versão de desenho animado. “Desde quando um amigo me apresentou pela primeira vez, em 2007, as séries “Prision Break” e “Lost”, fiquei entretido até hoje”, afirma ele que já assistiu a mais de 30 séries.

Apreciação com moderação Para a psicóloga, Ellen Dejanni, ainda que vistas com preconceito, as pessoas que se envolvem neste tipo de hobby, que pode ser visto como um caminho que ajuda o indivíduo a transitar entre ficção e o real, têm que ser moderadas. “Acredito que deva existir limites e prazer nessa apreciação. Não somente ser algo que traz prejuízos de ordem psíquica e emocional, ocasionando uma dependência. É recomendável que o indivíduo busque equilíbrio, para que este vício não venha ocasionar o isolamento afetivo e social”, alerta. Serviço Kalango Alado www.kalangoalado.com.br

PLANO BRASÍLIA 09 02 DE AGOSTO DE 2011

55


Cultura Exposição

Por:Redação Michel Aleixo | Fotos: Fábio Pinheiro Da | Fotos: Divulgação

Hora e vez da cultura O

governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz lançou no dia 4 de agosto um pacote de investimentos na área cultural. Serão R$ 55,5 milhões destinados a duas áreas distintas: Fomento e conservação do patrimônio histórico e artístico. Além do secretário de Cultura do DF, Hamilton Pereira e representantes do Ministério da Cultura, agentes culturais e artistas fizeram questão de prestigiar o anúncio. Para o governador, o status de capital da república justifica o investimento, considerado inédito na cidade. Segundo ele, é responsabilidade de Brasília dar apoio prioritário a todas as vertentes da arte local. “A cultura desta cidade não pode simplesmente deitar-se em berço esplêndido. Somos capazes de exportar talentos para todo o país”.

APLICAÇÕES Os investimentos pretendem agradar consumidores e realizadores. Na divisão dos recursos, R$ 20,5 milhões serão destinados às reformas e adequação dos espaços culturais. Montante maior que o já investido pelo governo local nos últimos 12 anos. Hoje, alguns dos espaços mais significativos da capital como o Teatro Nacional e o Cine Brasília estão fisicamente deficitários. Na ocasião, Agnelo disse que a primeira reforma será a revitalização do Catetinho e que igrejas e espaços menores também serão contemplados pelo projeto. “Os turistas que visitarão a

56

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

cidade durante a Copa do Mundo de 2014 vão saber que Brasília valoriza sua cultura” assegurou. Os R$ 35 milhões restantes serão dedicados ao fomento e circulação de artistas. Grande parte do recurso será empregado no Fundo de Amparo a Cultura (FAC), além de incentivos à pesquisa e capacitação de gestores culturais. Artistas da cidade comemoraram a notícia. Afinal, é por meio do FAC que, democraticamente, qualquer músico, cineasta, escritor ou pessoa ligada às artes pode inscrever um projeto em sua área de atuação com a intenção de receber subsídios fiscais e patrocínio do governo para sua viabilização. Para a agente cultural Alê Capone, o anúncio é resultado de uma série de ações reivindicadas pelo setor nos últimos anos. “Não foi uma mudança que nasceu da noite para o dia. Finalmente, o GDF criou um sistema que na teoria é democrático”, comemorou ela, que é produtora de eventos como o festival de música “Brasília Outros 50”. A referência de Alê é quanto à nova maneira que as propostas endereçadas ao FAC serão julgadas. Segundo ela, pela primeira vez foi lançado um edital que habilita curadores da sociedade civil para integrar a equipe que aprova e avalia os projetos. Com isso, ela acredita que irão ter fim as chamadas cartas marcadas. Projetos que eram aprovados todos os anos podem deixar de ser contemplados. “A partir de agora, pessoas com perfis diversificados


farão a curadoria das propostas. Quer dizer, além do número maior de avaliadores, um maestro de música clássica não vai decidir sobre projetos de rock ou música popular. Áreas que ele teoricamente não domina”, celebra.

NOVIDADES Outro destaque significativo é a criação da “Categoria Iniciante” para propostas e projetos que dará oportunidade e facilidades para que novos artistas possam se lançar no mercado. É o caso do músico Alexandre Fontenele, que comemorou a novidade. Integrante de dois conjuntos musicais, ele sempre considerou o FAC uma oportunidade elitista de apoio a artistas já reconhecidos. “Pela minha falta de experiência, sempre achei que essas ajudas governamentais só atendiam a gente famosa. Fiquei empolgado com as novidades. Vou criar um projeto para gravar o primeiro disco da minha banda”, promete. O secretário de Cultura, Hamilton Pereira ressalta que não é só a música que será beneficiada com os novos investimentos. “O circo e a cultura popular, por exemplo, terão o dobro de recursos disponíveis”, garante. Ao que tudo indica, as novas ações do Governo do Distrito Federal fazem coro à promessa que o secretário Hamilton fez em janeiro deste ano, em entrevista à Plano Brasília. Na época, ele criticou que, em governos anteriores, as atividades da Secretaria de Cultura se resumiam a contratar grandes artistas para mega shows na Esplanada dos Ministérios. Não existindo, segundo ele, políticas reais de atenção e apoio à cultura local. “Aos poucos estamos transformando a antiga ‘Secretaria do Espetáculo’ em uma legitima Secretaria de Cultura”, reafirmou.

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

57


Teatro

Por: Michel Aleixo | Fotos: Fábio Pinheiro e divulgação

A Ceia dos Cardeais Companhia da Ilusão encena texto inédito no país

Q

uestionamentos filosóficos, amor e religiosidade intricados no panorama político do século XIX. Esses são os motes da nova produção da Companhia da Ilusão. Escrito pelo dramaturgo português Júlio Dantas e apresentado pela primeira vez em 1902, A Ceia dos Cardeais é um dos espetáculos mais populares do teatro lusitano. Ainda assim, essa é a primeira vez que uma companhia brasileira encena o texto. “A história se passa na Portugal do século XIX, quando o Iluminismo estava em voga, influenciando o modo de pensar da sociedade”, explica o diretor Alberto Bruno. Relembrando a história, o Iluminismo foi o movimento

58

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

que reuniu pensadores que pregavam uma liberdade do indivíduo frente aos valores vigentes da sociedade da época. Para eles, o pensamento racional deveria ser levado adiante, substituindo as crenças religiosas e o misticismo que bloqueavam a evolução do homem. Em cena, três cardeais discutem durante uma ceia, o sentido da vida, as relações entre a França, Inglaterra e o Vaticano, e como é possível “pregar o amor, ensinar o amor e não poder viver o amor”. “Na época que foi escrito, esse texto foi recortado, modificado e censurado pelo Vaticano. Tais atitudes tornaram um fato raro encontrar uma cópia original”, observa o diretor.


Alberto Bruno, diretor da peça.

Alberto conta que, quando conheceu o texto e se apaixonou pelo mesmo, sabia que a vontade de encenar a versão original levaria a um conjunto de desafios. Pediu então a uma amiga que estava em Portugal que ajudasse na busca por uma cópia. Depois de rodar a cidade de Coimbra e outros lugares e não obter sucesso, desolada, no avião de volta ao Brasil sentou-se ao lado de uma camaronesa e contou a saga. Surpreendentemente, a companheira de viagem disse: “Que coincidência! Estou voltando de Portugal com os últimos itens que restaram da herança de minha família que há um século fugiu da guerra em Camarões. Uma cópia desse texto é uma dessas coisas. Ele está na minha mala”. “Depois de uma história dessas, realizar a peça era uma obrigação”, salienta o diretor. Com 20 anos de vida, a Cia. da Ilusão é famosa por reunir no espaço intimista do Teatro de Bolso, localizado na Quadra 510 da W2 Sul, sua escola de teatro, o setor de produção de sua cenografia e o palco de suas apresentações. Alberto Bruno que é também o fundador da companhia, observa que antes de estrear oficialmente, A Ceia dos Cardeais seguiu o roteiro das outras montagens: Fez uma rápida turnê pelas escolas públicas do DF. “É um compromisso social que temos. Quase todos os espetácu-

los que montamos, apresentamos de graça nas escolas. Os resultados tem sido ótimos”, ressalta. Dos quatro atores do elenco de A Ceia dos Cardeais, três deles são professores da Cia. de Ilusão. Incluindo o diretor. Alberto observa que essa é uma boa ocasião para que os alunos e o púbico em geral possam ver, na prática, os ensinamentos dos docentes. Comercialmente, a peça está em cartaz no Teatro Escola CNEC desde 12 de agosto. O diretor ressalta que a cenografia foi toda montada pensando na facilidade de locomoção da produção. “Nos preparamos seis meses. Criamos mesas da época. Taças. Objetos. Até mesmo um cravo holandês. Mas é tudo desmontável para facilitar nossa locomoção. Outro fato curioso é que, a cada apresentação, servimos uma ceia de verdade”, explica. “Com tudo isso pretendemos rodar o país com a peça e participar de festivais. Infelizmente tudo depende também de patrocínio”. O assunto patrocínio provoca consternação no diretor. Ele conta que, em 20 anos de atividade, pela primeira vez a sua companhia teve um projeto aprovado pelo Fundo de Apoio a Cultura (FAC). “Brasília está repleta de bons grupos de teatro lotando as salas com preços acessíveis. Enquanto isso, grupos de outros esta-

dos com produções grandiosas chegam, cobram valores altíssimos pelos ingressos e ainda são financiados por empresas públicas. São verdadeiras produções caça-níqueis”, resigna-se. Em meio às dificuldades, o dramaturgo demonstra orgulho pelo trabalho de formação da escola de teatro da Cia. da Ilusão. Alguns dos alunos que passaram por ela estão hoje na televisão e cinema. Caso da atriz Isabella Dionísio, que integra o elenco da novela Malhação e o ator Pedro Lima, ganhador do Kikito de Melhor Ator no Festival de Cinema de Gramado. Para Alberto Bruno, tais resultados é o que impulsiona seu trabalho. “Faço teatro porque me considero um louco”, desabafa. “Mas vejo que depois de duas décadas, estamos contribuindo para o crescente público apreciador das artes cênicas em Brasília. Então, o resultado final compensa. Cada espetáculo que produzimos tem sabor de vitória”. A Ceia dos Cardeais fica em cartaz no Teatro CNEC da 608 Norte até o próximo dia 4 de setembro, de sexta à sábado, às 21h e domingo, às 20h. Serviço A Ceia dos Cardeais Meia entrada 10,00 (Mediante carteira de estudante ou doação de 1 kg de alimento não-perecível) (61) 3242.3544

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

59


Gastronomia Por: Fernanda Azevedo | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Risotti D’oro F

Uma delicia em arroz negro

ofinho. Gostoso e soltinho. Como todo bom arroz deve ser. E que tal se for preto? Isso mesmo. Preto. Uma delícia! Uma espécie de origem chinesa e que contém mais nutrientes do que o arroz tradicional. É considerado um alimento afrodisíaco. O restaurante Risotti D’oro oferece essa delicia com camarão, ervas finas e brócolis, guarnecido ao molho japonês teriyaki, à base de shoyo, com saquê, gengibre e açúcar. O restaurante tem no cardápio mais de 25 tipos de risotos. Merecem destaques os de cordeiro; lingüiça; picanha com berinjela; o primavera (só com legumes); o de frango defumado e o de batata rösti, uma espécie pequena que faz muito sucesso. E é claro, não poderíamos deixar de mencionar a especialidade do Risotti

60

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

D’oro, o risoto de arroz negro com camarão que é a vedete da casa. Há mais de sete anos no mercado, o restaurante está reinaugurando com novo visual. Sob a direção da ex-coreógrafa internacionalmente premiada, Deborah Bastos. A localização é a mesma, praça de alimentação do Brasília Shopping. Para a proprietária que, além da dança adora gastronomia, o seu risoto é o melhor da cidade. “Sempre vou a outros lugares pesquisar, inclusive em São Paulo. Mas nunca achei nenhum risoto melhor que o meu”, garante. Serviço Risotti D’oro Brasília Shopping – Praça da Alimentação SCN, Qd 05 BL. A – Asa Norte (61) 3033- 2881


Beco do Chopp A maravilhosa comida de boteco

M

uitos afirmam que: “brasileiro que não gosta da tradicional comida de boteco é porque não está com fome”. E as comidinhas do seu Marcio e da dona Catia, proprietários do Beco do Chopp fazem jus ao dito popular. E merecem comentários. “Eita comidinha boa”. “É de comer rezando”. E por ai vai. Tem frango a passarinho. A tradicional picanha com mandioca. O amarradinho com rúcula. Linguicinha frita e molho de pimenta. E claro que não poderia faltar o pastelzinho de angu que é uma delicia. Mas o carro chefe do estabelecimento mesmo, que Marcio faz questão de elogiar é a rabada. “Saborosíssima”, diz. O prato é feito no melhor estilo tradicional, com muito agrião, acompanhada de polenta e arroz branco. O fubá servido no local vem especialmente da cidade de Munho D’água, em Minas Gerais. O Beco do Chopp é um bar construí-

do, literalmente, por amigos. Foram eles, os mais chegados, que ajudaram José Marcio Oliveira (Marcio) a montar o estabelecimento. “Eu não comprei quase nada. Meus amigos compraram tudo”, conta. E todas essas delícias, que costumam encher os olhos e a barriga de quem passa no Beco do Chopp ficam por conta da esposa de Marcio, dona Catia Sabac. Grande parcela do sucesso do estabelecimento nesses quatro anos de existência se deve a ela que além de adorar a arte de cozinhar, junta aos temperos, doses cavalares de carinho e dedicação,

no melhor estilho mineiro. “Quem experimenta da nossa comida acha saborosa, tanto que costuma voltar”, conta Marcio. O Beco do Chopp abre de 5ª. a domingo. A música ao vivo costuma acontecer no local. Mas sem dia certo, já que são os amigos que promovem a distração. “O bar é meu e dos meus amigos. Aqui a gente sempre se diverte”, declara. Serviço Beco do Chopp – Espaço Quitute Arte QI 09/10, Canteiro Central - Lago Norte (61) 9605.5776

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

61


Exposição

Por: Railde Nascimento | Fotos: Victor Hugo Bonfim

Séculos Indígenas P

Aproximação com os antepassados

ouco se sabe sobre a figura e a cultura indígena no Brasil. Por ser uma sociedade com costumes diferentes da sociedade civil, os indígenas ainda são vistos de forma lendária e, às vezes, preconceituosa. Foi este conceito que fez com que o cineasta Frank Coe e o líder indígena Álvaro Tukano idealizassem o projeto “Exposição Séculos Indígenas no Brasil”. Pela primeira vez em Brasília, a 3ª edição da mostra fica aberta no Memorial dos Povos Indígenas até 10 de outubro, com um diferencial: a ação educativa. “O projeto completará 19 anos. A proposta é fazer um registro documental a respeito da situação atual e mostrar a verdadeira imagem dos povos indígenas”, explica Frank. Confeccionada em bambus, a estrutura da exposição tem o formato de serpente, com cerca de 110 metros de comprimento, largura entre quatro e 11 metros e a altura de 2,80 e 6,80m. No interior, materiais artísticos, documentais, fotografias, desenhos, gravuras, objetos de arte indígena do acervo Darcy Ribeiro e Benta Ribeiro, filmes, vídeos, animações e textos. Para levar conhecimento sobre a cultura indígena para estudantes, o evento aproveita para oferecer formação aos professores do Distrito Federal no ”III Módulo do Fórum de atualização sobre culturas indígenas”, onde é realizado um conjunto de atividades voltadas para a formação dos mestres nas salas de aula. “Achei interessante como eles fizeram a abordagem do que é o índio. Na escola nós não aprendemos a fundo sobre o assunto e espero que a partir daqui essa realidade possa mudar”, diz o estudante Renato da Silva, 17anos. Além disso, para facilitar o entendimento da mostra, a exposição conta com mediadores guias, estudantes indígenas ou não. Para facilitar o diálogo, estabelecido como premissa pela ONU no dia internacional do índio, representantes de 15 etnias vão estar no local. “O dia internacional dos povos Indígenas para nós é praticar. É defender aquilo que nossos pais sabem. Falar nossa língua. Praticar nossas religiões. Defender aquilo

62

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

que é bom para nós. Estamos fazendo isso: defender o Brasil que está cheio de índios. Está cheio de ecologia. Está cheio de cultura. Defender também nossos governantes que devem estar estressados”, celebra o índio Álvaro Tukano, da tribo dos tucanos do Alto do Rio Negro no Amazonas. Para a coordenadora da exposição, Rosane Kaingang Kokoj, o evento vai ajudar a quebrar as barreiras que existem entre os dois povos. “É importante que as pessoas conheçam quem são os povos indígenas, que possui uma mega diversidade no Brasil. Conforme ela, no nosso país são 176 línguas distintas e 69 pontos geográficos de comunidades indígenas no mapa. “Ainda queremos cobrar do estado brasileiro o cumprimento da legislação em referência aos nossos direitos, para que não sejam violados como já está acontecendo”, ressalta. A alusão feita por Rosane se refere ao cumprimento da Lei 11.645/2008, que determina a inclusão de temáticas indígenas nos currículos escolares. Serviço Memorial os Povos Indígenas Eixo Monumental Oeste, Praça do Buriti, em frente ao Memorial JK (61) 3342.1157 / 3344.1154 / 3342.1156


Música

N

Bohumil Med*

ENFIM, ÓPERAS EM BRASÍLIA!

o mês de junho, a Secretaria de Cultura do DF promoveu o 1° Festival de Óperas de Brasília, proporcionando aos amantes do bel canto a chance de apreciar duas óperas completas – Pagliacci, de Ruggero Leoncavallo e Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni – e dois concertos sinfônicos dedicados a famosas árias operísticas. Além de reconhecidos profissionais do meio, o evento contou com a participação de vários cantores locais, a maioria oriunda das classes de Francisco Frias, da Escola de Música de Brasília, ou das turmas de Irene Bentley, do Ópera Studio da UnB, ambos formadores de uma plêiade de excelentes cantores que, hoje, atuam em grandes centros nacionais e internacionais. O público superlotou as apresentações, provando que a ópera, a contragosto de muitas opiniões sem embasamento, continua despertando emoções. Qual é o segredo desse gênero musical que, há 400 anos, domina palcos do mundo inteiro? Além de belos cenários, enredo, corpo de baile e melodias bem feitas, a principal matéria prima são o canto e os intérpretes.

PROFISSÃO DIFÍCIL Cantar, nem que seja no banheiro, todo mundo canta. E pensa que é fácil. Mas o caminho de um cantor lírico é bastante extenso e duro. Não basta ter o dom de uma boa voz. É necessário aperfeiçoá-la. E, diferentemente de um piano ou de um violino, a voz é um instrumento musical muito frágil. Não suporta muitas horas diárias de estudos. Então, para aprender as difíceis técnicas de respiração, da ressonância das cavidades corporais, do movimento do diafragma e uma porção de outras práticas desconhecidas do cantor de banheiro, o cantor lírico tem que se dedicar muito, antes de ser considerado pronto para o palco. E isso leva anos e anos. Do lado teórico, ele precisa ler partitura e dominar ciências musicais como, por exemplo, o solfejo, uma das mais importantes.

O CANTOR DE ÓPERA Para apresentar um espetáculo, o cantor começa a se preparar com muita antecedência. Primeiro, decora melodias, textos (quase sempre escrito em língua estrangeira que ele, na maioria das vezes, não domina) estudando com um pianista, o correpetidor. Depois, ensaia com

a orquestra observando os gestos do maestro e sincronizando sua parte com a de outros cantores. Isso feito, vem o diretor de cena. (Ah! O cantor também precisa conhecer a arte da interpretação teatral). E para complicar, é comum ter que usar pesadas roupas de época, adereços na cabeça, e cantar andando, sentado ou deitado. Viu como é difícil? E o salário, ó!

QUEREMOS MAIS Concluo parabenizando a cidade por esse movimento que levou milhares de espectadores à Sala Villa-Lobos e que tanto agradou aos aficionados do gênero. O que nos entristece é a raridade dessas apresentações aqui. Enquanto que na maioria das capitais do mundo civilizado os espetáculos são realizados diariamente, dez meses por ano, nós, brasilienses, fomos brindados com apenas duas óperas, relativamente pequenas, durante o ano inteiro. Queremos crer que este será o renascimento da ópera em Brasília, e que, nos próximos anos, novas temporadas virão, e bem mais generosas. *Bohumil Med Professor emérito da Universidade de Brasília. Com a colaboração de Regina Ivete Lopes

A maior livraria musical da América Latina está localizada em Brasília. Aqui você encontra: • Livros de música, DVDs didáticos-musicais, • Métodos e Partituras: • Importados e nacionais; • Em todos os estilos; • Para todos instrumentos musicais; • Nivel iniciante ao avançado

E agora com novidades: • Instrumentos musicais infantis; • Material didático para musicalização; • Instrumentos de sopro e de cordas e seus acessórios

Visite-nos e conheça o infinito mundo da música!

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011 63 SCRS 505 Bloco A loja 65 – W3 sul - Brasilia – DF / Fone: 61-3244-9799 contato@livrariamusimed.com.br – www.livrariamusimed.com.br


Mundo Animal

Por: Verônica Soares | Fotos: Vitor Hugo Bonfim

Zoo de Brasília O

As novas atrações

Zoológico de Brasília ganhou novos moradores. A partir desse mês, as pessoas que forem ao local poderão curtir mais cinco novidades. Uly, a fêmea do Lobo Guará de aproximadamente três anos de idade, deu a luz a quatro filhotes. Além da mamãe lobo, a fêmea do tamanduá bandeira também procriou mais um tamanduazinho. É atrás de uma lona escura que ficam os mais novos moradores do zoológico da capital federal. Numa toca improvisada, bem diferente do habitat do cerrado, do qual o lobo é acostumado, estão os quatro filhotes. As duas fêmeas e os dois machos não saem por nada. Zelosa, a mãe loba descansa, atenta ao menor sinal de aproximação. Uma foto dos pequenos para matéria? Nem pensar. Quando não estão sob a guarda da mãe Uly, é o pai Lobinho que, atento, faz a vigília dos novos integrantes da família. Segundo Tiago Fernando Carpi, biólogo do local, esta é segunda gestação da loba Uly. A primeira, aconteceu há exatamente um ano, quando pariu três filhotes. Destes, apenas um sobreviveu. Conforme Tiago, o lobo guará é um animal em extinção e a sua reprodução em cativeiro é bem difícil. Mas no caso do casal do zoológico, a reprodução está dentro da normalidade esperada. A facilidade de acasalamento se deve às boas

64

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

condições do ambiente onde os animais são tratados. Segundo ele, reproduzir em cativeiro é um pouco mais difícil do que no habitat natural. O animal só tem uma boa reprodução quando está num lugar em que tenha tratamento adequado. “É uma série de fatores que vai desde a alimentação a todos os cuidados necessários, dispensados pela equipe técnica”, avalia. Segundo Tiago Carpi, a fêmea Uly foi recuperada quando de uma grande queimada de mata, na divisa com o estado de Goiás. O animal chegou ao Zoo de Brasília ainda bebê, com alguns ferimentos. Enganam-se quem pensa que os lobos guará são maus, como contado nas estórias infantis. Conforme o biólogo, o animal, em seu habitat natural, opta sempre por uma alimentação balanceada, com cerca de 70% de frutas. “Em casos extremos, no máximo, os lobos guará atacam um galinheiro”, informa. Com a chegada dos quatros filhotes, agora serão nove animais da espécie no local. Diferente da mãe Uly, a fêmea do Tamanduá Bandeira se mostra mais sociável. Sempre dócil, a mãe não desgruda do filho por nada. E por nada mesmo. Com apenas 15 dias de nascido, o filhote de tamanduá fica grudado nas costas da mãe e vai com ela para todos os lugares. Embora na primeira cria, a espécie tamanduá


bandeira tem grande facilidade de reprodução. Em extinção, com o filhote, perfazem 18 tamanduás no local. A notícia dos novos moradores agradou a muita gente. Principalmente as crianças. A pequena Helena, 5 anos, foi ao zoológico com o grupo de alunos de Centro de Ensino 01 de Sobradinho. Para ela, a manhã no zoológico foi uma verdadeira festa. “Essa é a segunda vez que venho. Hoje não vi os lobinhos. Mas quero voltar depois para ver”, disse. Já para Gabriely, também de 5 anos e que não conseguiu ver os filhotes de lobo guará, ela vai voltar com a mãe em uma outra ocasião para ver os bichinhos. “Eu não tenho medo de lobo”, ressaltou.

SAIBA MAIS O Jardim Zoológico de Brasília foi construído no fim dos anos 50, pelos primeiros candangos que aqui chegaram. O local foi a primeira instituição ambientalista criada no Distrito Federal, sendo inaugurado em 6 de dezembro de 1957, antes mesmo da cidade que lhe dá abrigo. Naquela época, o espaço era o único local de entretenimento e de lazer dos trabalhadores e familiares do DF. O horário de funcionamento do local é das 9h às 17h.

Várias Especialidades Veterinárias reunidas em um só lugar.

LINKVET FIDELIDADE

Serviço Fundação Zoológico de Brasília Avenida das Nações, Via L4 Sul (61) 3445 7043

Tiago Fernando Carpi, biólogo do local e dêmea do Tamanduá Bandeira

Acesse

www.linkvet.com.br Cadastre-se Grátis

Central de Agendamento

0800 - 644 0004 65 PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


Jornalista Aprendiz

Por: Brenda Brandão | Ilustração: Werley Kröhling

Obesidade

infantil C

Hábitos simples podem evitar o problema

riança gordinha é criança saudável? Nem sempre. Infelizmente, as bochechas rechonchudas são causas muito mais de preocupação do que de elogios. A incidência da obesidade infantil atinge valores próximos dos 10% das crianças e 20% dos adolescentes brasileiros. “A cada dez crianças, uma está obesa”. A afirmação é da professora Carmen Campbell, especialista em obesidade infantil e responsável pelo Programa de Mestrado e Doutorado em Educação Física da Universidade Católica de Brasília. Conforme ela, dentre os maiores responsáveis pela obesidade estão o estresse, a ansiedade, os hábitos alimentares inadequados e ausência de atividade física. Doenças genéticas no metabolismo e nos hormônios são responsáveis por 3% dos casos.

66

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

Atualmente, conforme a especialista, os maiores causadores da doença nas crianças, são as brincadeiras sedentárias como o videogame e a internet. “Há 20 ou 30 anos, as crianças brincavam ativamente nas ruas, nos quintais de suas casas ou dos amigos durante umas 5h diárias. Hoje, elas gastam este tempo ficando em frente da televisão, do computador ou jogando videogame” ressalta. Um gasto que, pelos cálculos da professora, é de, em média, 500 calorias por dia. Isso tudo, aliado a uma alimentação incorreta, com excesso de sal e riqueza de gorduras e açúcares em refrigerantes, chocolates e biscoitos. Produtos que fazem com que as crianças armazenem muitas calorias e que pode resultar, às vezes, em até três quilos acima do peso ideal ao final de um ano.


regra. “O problema maior é quando essa combinação, essa regra é descumprida todos os dias”, ressalta. Conforme a professora, a reeducação alimentar, orientada por nutricionista e aliada a práticas de atividades físicas é o mais recomendado e ideal. “Algumas academias, clubes, creches e escolas tem oferecido atividades no turno contrário ao do colégio, cuja aceitação das crianças tem sido satisfatória”, aponta. Outras opções lembradas foram projetos desenvolvidos nas antigas ruas de lazer dos bairros e que costumavam reunir centenas de pessoas para a prática de exercícios físicos. Na opinião de Carmen, programas como o “Escola Aberta” e “Segundo Tempo” precisam ser estimulados e ampliados. Para ela, com práticas simples e prazerosas, sempre com o apoio da família, é possível proteger e evitar que as crianças “fofinhas” de hoje, se tornem os obesos de amanhã.

Divulgação

Com o sobrepeso, os resultados são jovens e crianças com baixa autoestima, insônia, depressão, dificuldade de socialização e de aprendizagem, pressão arterial elevada, além de maior predisposição a acidentes vascular cerebral e outras doenças crônicas. Carmen Campbell considera que os pais têm uma parcela de culpa no processo da obesidade infantil. Segundo ela, qualquer criança acima dos dois anos sabe distinguir os alimentos saudáveis dos que não são. Para ela, o governo também erra muito ao permitir que alimentos desse tipo sejam mais baratos e sofram uma taxa de imposto não condizente quando comparado aos mais nutritivos. A reeducação – é certo que as guloseimas não são proibidas. Mas é primordial que deva existir dias específicos para elas. O ideal, segundo a especialista, é combinar com as crianças quando elas podem sair da

Serviço Brenda Brandão é estudante do 6° semestre de jornalismo no IESB

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

67


UMA BOA PUBLICIDADE OU SÓ UMA

Propaganda e Marketing

68

Carlos Grillo*

BOA PIADA? L

ançado em 29 de julho, o filme “Pôneis Malditos” virou febre nacional. Alcançou o primeiro posto nos trending topics do Twitter. Ganhou versões de todos os tipos e para todos os gostos no Youtube. Virou assunto em botecos e elevadores. E sua musiquinha martelou na cabeça de milhões de brasileiros por dias a fio. Faz tempo que um comercial não fazia tanto sucesso. Pudera. O roteiro é simples, criativo, divertido e muito bem produzido. Mas, será que o escracho dos pôneis frágeis, que tem nojinho de barro e de grama, possui fôlego para converter seu incrível recall em vendas ou em lembrança de marca? Quantos entre aqueles impactados pelo comercial saberiam dizer o nome do anunciante ou do produto anunciado? Quantas pessoas realmente entenderam a mensagem e foram sensibilizados pelo benefício exposto no filme? Ainda é cedo para responder a essas perguntas. Talvez a falta de ferramentas de mensuração dos efeitos da publicidade, e até mesmo o desinteresse das empresas envolvidas, jamais nos forneça respostas claras e precisas. Torço por bons resultados. Pôneis Malditos é uma agradável brisa em meio ao marasmo criativo formado por gerentes loucos, promoções imperdíveis e testemunhais vazios de subcelebridades. No entanto, o bom desempenho do filme, depende apenas da estratégia e do plano de ação adotados pela Nissan Frontier, o cliente, e pela Lew,Lara TBWA, sua agência. Isolado, o filme não irá muito longe. Uma boa piada não implica em uma boa publicidade. E a peça ainda corre o risco de ser abatida por um antigo e conhecido efeito colateral: a do anúncio que torna-se maior do que o anunciante.

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

Pesquisa recente, conduzida pela Forrester Research e publicada no Meio e Mensagem, revela que 79% dos internautas impactados pela publicidade off-line realizam buscas online para obter mais informações sobre os produtos e serviços anunciados nas mídias convencionais. Ou seja, se aliados ao filme, a estratégia e o plano de ação incluírem esforços de assessoria de imprensa, de relações públicas, de search marketing, de redes sociais, de merchandising e de promoção, a campanha da picape Frontier terá tudo para tornar-se o case multidisciplinar do ano no Brasil. E, ao que tudo indica, numa pesquisa rápida pela Internet e numa visita às concessionárias, a Nissan e a Lew,Lara TBWA fizeram muito bem seus deveres de casa. Ainda não viu Pôneis Malditos? Acesse o endereço abaixo: http://www.youtube.com/watch?v=X3yGSJE53kU Para conhecer outras ações da campanha, acesse o site: http://www.maldicaodosponeis.com.br

CURIOSIDADE No final do filme, um dos pôneis dá um beijinho no motorista indignado e fala para ele em espanhol: “te quiero”. Trata-se de mais uma piada, pois os principais concorrentes da Nissan Frontier são fabricados na Argentina.

*Carlos Grillo Vice-presidente de criação da Monumenta Comunicação e Estratégias Sociais Email: grillo@monumenta.com.br Twitter: @carlosgrillo


PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

69


Vinho

Antônio Duarte*

Ritual doVinho II Preparação

A

preparação de uma garrafa deve começar momentos antes em que se tem intenção de abri-la. Algumas garrafas de vinho podem conter partículas em suspensão que não são visíveis através do vidro. Para que todas estas partículas se depositem no fundo da garrafa, esta deve estar na vertical, cerca de 24 horas. Mas, este tempo deve variar de acordo com o vinho e com o depósito que ele apresentar. A esta operação chamamos de decantação.

Abrir a garrafa Também o abrir de uma garrafa deve obedecer certas normas e exige algumas precauções. Nunca abra uma garrafa precipitadamente e nunca sem a rodear com um guardanapo. Hoje em dia, é raro que uma garrafa se quebre, mas no caso de acontecer, pode provocar golpes perigosos.Quando pegar numa garrafa, segure-a pela parte de cima com o rótulo para frente, expondo-o à apreciação de todos. Limpe acima do gargalo. Retire a cápsula, limpe a rolha, mas não limpe a garrafa. Se limpar a garrafa de um vinho com depósito pode agitá-lo e por isso o vinho turvará. Introduza suavemente o saca-rolha, segurando firmemente a garrafa com a outra mão. Não ultrapasse a rolha com a espiral, a fim de evitar que caiam no vinho partículas de rolha ou depósitos que lhe tenham fixado. Se vir que a rolha é difícil de extrair, introduza o saca-rolha em diagonal. Depois de retirar a rolha, limpe o interior do gargalo. Para abrir uma garrafa de espumante, segure a rolha com firmeza depois de retirar o muselet (cápsula e gaiola de arame). Gire a garrafa, mas nunca a rolha que poderá partir ao tentar torcê-la. É nesta altura que se deve, de um modo definitivo, verificar o estado de conservação do vinho: se há bolores na parte interior da rolha e dentro do gargalo é um último sinal de alarme; mas é pela prova que se sabe, de uma vez por todas, se o vinho está bom e se podemos servi-lo. Quando a garrafa é aberta, serve-se uma pequena quantidade para verificar o estado do mesmo. Se for decantar o vinho, deverá retirar toda cápsula para poder visualizar o depósito com a borra.

lidades. No entanto, há quem pense que a decantação é uma heresia. Assim, se quiser formar uma opinião, pegue em duas garrafas do mesmo vinho, decante uma delas, de 1 a 3 horas antes de provar os vinhos e compare os resultados. Quanto mais novo e robusto é o vinho, maior pode ser o tempo de espera. Um vinho velho deve ser decantado pouco antes de ser servido porque se demorar poderá este perder grande parte dos seus aromas. Se não quiser decantar os vinhos, abra-os sempre algum momento antes de servir. Verá que os vinhos depois de arejados, abrem o seu bouquet e melhoram o paladar. Não há sentido em decantar vinhos brancos, pois não possuem borra, mas alguns conhecedores recomendam que os grandes vinhos brancos devem ser decantados para auxiliar com a aeração, a liberação de seus aromas.

Servir Quando servir um vinho tenha cuidado para não tocar na taça com a garrafa; encha as taças até um terço, a fim de poder imprimir um movimento giratório que permitirá apreciar o aroma. Os vinhos, como todas as bebidas, servem-se pelo lado direito da pessoa que vai beber. A razão é simples: a pessoa que serve segura a garrafa com a mão direita e vai deitar o vinho na taça, que deve estar em frente, ou ligeiramente à direita; fa-lo-á mais facilmente, se, se aproximar pelo lado direito, com a garrafa segura pela sua parte média (nunca pela base do gargalo), o antebraço por fora ou por cima, com o rótulo perfeitamente à vista. Quem serve deve estar apto a fornecer qualquer informação sobre o vinho que está sendo servido.

Conservação dos vinhos

Decantar

Depois de aberto e não consumido todo o vinho, no uso doméstico não temos condições de possuir um equipamento de conservação em nitrogênio. Resta então o “vacuvin” que é uma tampa de borracha, que com uma bomba de sucção permite a retirada de grande parte do ar contido no interior da garrafa, o que irá retardar o processo de oxidação, que se inicia ao abrir a garrafa. Coloque-a então na geladeira para que a baixa temperatura retarde o processo oxidativo.

Decantar um vinho responde a duas exigências: retirar a borra que se forma nos vinhos envelhecidos e arejá-lo. A decantação vai melhorá-lo e pôr em realce as suas qua-

*Antônio Duarte Presidente da filial brasiliense da Associação Brasileira de Sommeliers

70

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

71


Boa leitura com um bom café

Tá lendo o quê?

Locação, venda e assistência técnica de máquinas para café espresso Brasília: 106 Norte Bl.C Lj. 52 | Tel: 61.3033-1010 Goiânia: Rua 17 nº 64 - St Oeste | Tel: 62.3942 4588

Fotos: Divulgação

www.qualycream.com.br

Denise Lausmann

Eduardo Smith

Jorge Alexandre Machado

Nara Beatriz Matos

Livro Sugar Blues: O gosto amargo do açúcar Autor William Dufty

Livro A Era do Twitter - Como a Ferramenta de Mídia Colaborativa Mais Dinâmica Pode Revolucionar Autor Shel Israel

Livro Saga Brasileira, a longa luta de um povo por sua moeda Autor Miriam Leitão

Livro A avaliação postural e Prescrição de exercícios corretivos Autor Oslei de Matos

Editora Ground

Editora Campus

Editora Record

Editora Phorte

Achei muito interessante como o autor aborda de forma simples, mas direta, os malefícios causados pelo açúcar no organismo humano e faz um paralelo interessante sobre a saúde desde os tempos bíblicos. A meu ver, é um tema que deve ser amadurecido, principalmente em uma população que tem apenas o sal (sódio) como grande vilão para a saúde.

O Twitter é a ferramenta de comunicação que mais rapidamente foi adotada na história. Indo de zero a 10 milhões de usuários em menos de dois anos. No Twitter, a palavra se espalha mais rápido do que fogo, e as empresas não têm mais a opção de ignorar o assunto. Ao longo de um texto leve e descontraído, o autor revela histórias interessantes de pessoas que estão utilizando a ferramenta para se conectar com outras pessoas que compartilham seus interesses ao redor do mundo.

O livro traça uma retrospectiva histórica do Brasil, nos anos em que lutava contra a inflação. Relata os erros e acertos dos diversos planos para estabilizar a moeda até a vitória com o Plano Real, que mudou o cenário nacional e possibilitou ao País crescer com estabilidade. Traz depoimentos que mostram o engajamento do povo na luta contra aquele mal que derretia os salários e a renda e revela os bastidores de cada plano econômico. Para quem viveu aqueles tempos é o resgate de um longo período de esforço e luta de toda a sociedade brasileira para vencer a inflação. Quem não era nascido, tem a oportunidade de conhecer uma parte importante da história do Brasil.

O livro traz o esclarecimento de várias técnicas utilizadas para o tratamento de patologias que atacam a postura. Além das principais alterações corporais que ocorrem ao longo dos anos. A obra que busca interpretar o ser humano de forma integral, valorizando e respeitando seus valores e suas limitações, proporcionando ferramentas para o enriquecimento dos profissionais da área da saúde. Uma excelente leitura para quem quer se especializar e aprimorar conhecimentos na área.

Gerente e nutricionista da Nutrifresh Sócio/Diretor de eventos da Playground Superintendente de Marketing da Bancorbrás Fisioterapeuta e diretora da Fisiotrauma

72

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


a EFiciência no atEndimEnto

dobrou

Em sEis mEsEs, duas vEzEs mais ambulâncias no dF. Agora os atendimentos serão mais eficientes e mais rápidos. São novas ambulâncias à disposição para socorrer e transportar pacientes até uma unidade hospitalar. É mais assistência no momento em que um minuto pode valer uma vida.

Secretaria de Saúde

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

73


Frases Depois de proferida, a palavra não volta mais. Horácio

É apenas com o coração que se pode ver direito; o essencial é invisível aos olhos.

É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe. Epíteto

É melhor fazer o bem do que prometê-lo.

Saint-Exupéry

Quintiliano

É bom ter dinheiro e as coisas que o dinheiro pode comprar. Mas é bom também verificar de vez em quando se não estamos perdendo as coisas que o dinheiro não pode comprar.

É melhor pensar e depois falar, do que falar para depois pensar.

George Horace Lorimer

Educai as crianças, para não seja necessário punir os adultos.

É consideravelmente mais fácil perdoar um inimigo depois de ter acertado contas com ele. Olin Miller

Dito popular

Pitágoras

Egoísmo não é viver como queremos, egoísmo é querer que os outros vivam como queremos que eles vivam. Oscar Wilde


Justiça

Everardo Gueiros *

PEC dos Recursos Morosidade judiciária x celeridade com injustiça?

A

cabar com a morosidade da Justiça é bom, mas não a qualquer preço. Se o que estiver em jogo for o direito a ampla defesa e contraditório, com a diminuição dos meios e recursos a ela inerentes, então a coisa complica mais ainda. Essa discussão foi levantada recentemente por causa de uma proposta de emenda constitucional, apresentada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, com o objetivo de dar celeridade aos processos em curso na Justiça, diminuindo o número de ações que tramitam no Supremo. A causa é nobre, mas tem despertado polêmicas no meio jurídico e fora dele. De acordo com a proposta, que vem sendo chamada de PEC dos Recursos, os processos serão finalizados - e executados - após decisão judicial de segunda instância. Significa dizer que qualquer processo julgado pelos Tribunais de Justiça ou Federais poderão gerar efeitos imediatos, independente da proposição de recursos subseqüentes junto aos Tribunais Superiores. Os recursos passariam a ser examinados como uma espécie de ação rescisória, ou seja, serviriam apenas para anular decisões consideradas inadequadas, em outras palavras, os recursos, se providos, desfariam aquilo que provavelmente já teria produzido efeitos irreversíveis, dando ares no mínimo de anomalia jurídica. A proposta poderá trazer consequências preocupantes não só para os advogados e demais operadores do direito, mas também para toda a sociedade, já que atingirá a todos que tenha qualquer demanda judicial, seja uma causa cível, trabalhista, penal, tributária. Na prática, se um cidadão tiver o seu imóvel residencial

penhorado, o bem poderá ir a leilão, sem que o devedor tenha direito a aguardar o julgamento de recurso especial ou extraordinário eventualmente interposto, como garante a legislação. Ou ainda, um empresário que sofra uma execução fiscal, onde haja exigibilidade de um determinado tributo, vencida a discussão no âmbito do Tribunal, na 2ª Instância, com o trânsito em julgado da sentença, terá que pagar o valor, mesmo que os tribunais superiores revejam, no futuro, a decisão proferida. Na área penal a proposta ainda gera maior preocupação. Se um cidadão for condenado à prisão, e no futuro o STJ ou STF vier a invalidar tal condenação, o acusado já terá provavelmente cumprido, de forma injusta, a pena de prisão imposta. Cabem aqui algumas perguntas: quem vai pagar os prejuízos de uma condenação injusta? Se um processo condenatório vier a ser reformado pelos Tribunais Superiores, quando o sentenciado provavelmente já terá cumprido a pena ou parte dela, isso gerará direito a uma indenização do Estado? E o devedor que pagar uma dívida que no futuro possa ser considerada arbitrária, ilegal ou indevida? Esta é uma discussão vamos ter que fazer agora, todos nós, advogados, parlamentares, governo, Judiciário e sociedade, sob pena de ser aprovada a dita PEC sem as devidas cautelas e virmos a sofrer as consequências. (*) Everardo Gueiros Advogado com atuação na área empresarial, pós-graduado em Direito Processual Civil e Eleitoral e doutorando pela Universidade de Buenos Aires. Atualmente, preside a Caixa de Assistência dos Advogados do DF e responde pela assessoria jurídica da Associação de Jovens Empresários do DF.

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

75


Diz Aí, Mané

76

“O fidibeque é a mesma coisa que a retroinformação, ou seja a informação que vem por trás.”

“O proficional de comunicação tem um mercado bundante a sua disposição, afinal, todos se comunicam na terra.”

“Antes de ser criada a Justiça, todo mundo era injusto.”

“A televisão é influenciativa em nossas vidas. Quantas vezes não compramos um tênis porque vemos na TV? A programação deveria ser mais educante.”

“A unidade de força é o Newton, que significa a força que se tem que realizar em um metro da unidade de tempo, no sentido contrário.”

“É um problema de muita gravidez.”

“Os hermafroditas humanos nascem unidos pelo corpo.”

“A concentização é um fato esperançoso para todo o território mundial.”

“A empresa e o público ixterno caminhão juntos, incluindo aí a emprensa.”

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011


PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

77


Cresça e Apareça

Adriana Marques*

Motivação Todos nós temos que ter

O

que é motivação? Empresas falam da sua importância na hora de contratar e manter um profissional. Indivíduos buscam incansavelmente sua existência nas rotinas pessoais. O mundo clama por ela. Para alguns, motivação significa energia e felicidade. Para outros, é a força responsável pela determinação em fazer o que tem que ser feito, da melhor maneira possível. Se formos entender ao pé da letra, motivação é o motivo que leva a ação. A razão pela qual reunimos nossos esforços e buscamos resultados positivos em nossas vidas. É o motor imprescindível, funcionando a todo o vapor, para que os objetivos saiam do plano abstrato e entrem no plano concreto, tornando-se realidade. O que é importante saber, neste momento, é que só vontade, determinação e boas intenções podem não traduzir esforço em resultado. Para que as metas sejam alcançadas é preciso criar o que chamamos de cenário ideal. Ao criarmos esta visão, temos a certeza do quanto vale a pena acordarmos cedo, ficarmos até mais tarde no trabalho ou abdicarmos de algum luxo temporariamente. Este cenário ideal serve como alimento de nossa motivação que nos mantém fiéis à nossa estratégia de ação.

78

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

E o que acontece se estivermos motivados mas não criarmos nossa visão de futuro, ou seja, nosso cenário ideal? É simples; sem uma meta, que podemos colocar aqui como sendo o nosso combustível, corremos o risco da motivação passar e nossos resultados continuarem sendo pífios. Um bom exemplo disso é quando tentamos emagrecer. Ao iniciar o processo, o nível de expectativa e dedicação é enorme, o que nos leva a perder peso rápido. Com o tempo, ao invés de mantermos a estratégia e relembrarmos constantemente nosso alvo, nos deixamos levar pela velha rotina e pelos prazeres momentâneos. Isso faz com que o nosso fôlego diminua e a meta seja colocada de lado ou até esquecida. A dica é não perder a motivação. É ter claro o motivo primário que te levou a decidir tirar um projeto do papel. Se isso acontecer, fica mais fácil se comprometer, diariamente, com seu projeto de vida. A melhor motivação é a que vem de dentro. Aquela que ninguém pode te tirar, que só você controla. Tenha definido o que é importante pra você. Descreva, com detalhes, os ganhos obtidos se os resultados forem alcançados. Celebre a cada pequena vitória. Quem quer correr uma maratona, invariavelmente, tem que começar pelo primeiro quilômetro.

Só ter muita energia não é suficiente. Só ter uma meta também não. É necessário que se alinhe a vontade com a disciplina. A motivação acontece como forma de reconhecimento a importância em se chegar aonde se quer chegar. Por isso, o que motiva alguns, não necessariamente, motiva outros. Não existe sonho pequeno, assim como não existe mundo cor de rosa. Respeitar o que é importante para cada um é entender o que é essencial em cada caso. É isso que fideliza as pessoas aos seus projetos. Pinte o seu cenário ideal. Requinte de detalhes e cores.Tenha a certeza de onde quer chegar. Liberte-se de usar os outros como medida. Reflita sobre como pode ser maravilhoso viver esta realidade. Isso servirá de motivação para enfrentar as adversidades. “Quem tem um porquê enfrenta qualquer como”! (Viktor Frankl) Olhe para o que vive no seu coração e você nunca mais se perderá dos seus sonhos e propósitos! Como recompensa, você encontrará não só motivação, como também energia e paixão para seguir sorrindo, sempre! *Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.



Ponto de Vista

israel batista*

Sobre a nova mulher

U

m evento inusitado chamou a atenção dos brasilienses. Era a Marcha das Vadias! O movimento genial se iniciou no Canadá, onde universitárias foram instruídas a se vestirem comportadamente para não provocarem o estupro. Em resposta, colocaram mini-saias e decotes e foram às ruas protestar contra o pensamento machista que norteava a polícia e todo o aparato estatal naquela ocasião. Por aqui, a Marcha pregou o fim da violência contra a mulher e denunciou a mentalidade machista que, durante séculos, atribuiu a elas a culpa pelos atentados sexuais. A necessidade de um movimento como este demonstra que o mundo não está preparado para receber esta nova mulher e que, apesar de serem a maioria da população, elas ainda vivem como minoria num mundo feito pelos homens, para eles mesmos. Historicamente, a mulher ocupou um espaço definido. Em tempos de força bruta, o sexo feminino teve de se resignar à opressão da musculatura. Entre os gregos, o machismo era tão forte que elas ocupavam socialmente o mesmo espaço que os escravos. Aristóteles, no século IV a.C, ensinava aos seus pupilos: “No que respeita aos animais, o macho é por natureza superior e dominador e a fêmea inferior e dominada. E o mesmo deve necessariamente ser aplicado ao mundo dos homens”. Com o advento do Cristianismo, baseado fundamentalmente no modo de pensar do apóstolo Paulo, um judeu romano, aprofundou-se a imagem corrupta e corruptível da mulher. Na sua primeira carta a Timóteo, Paulo instrui as mulheres à submissão e à resignação perante o homem, atribuindo exclusivamente a elas a primeira transgressão no Éden. A Idade Média consagraria, no Ocidente, a supremacia do homem neste mundo. Na Summa Theologica, São Tomás de Aquino elucida aos seus contemporâneos sobre a condição naturalmente defeituosa da mulher, sujeita “por causa das leis da natureza e escrava pelas leis das circunstâncias... submetida ao homem pela fraqueza de seu espírito e de seu corpo”. No século XII, o jurista Graciano defendia a escravização pelos maridos. Em toda a Era Moderna, do Renascimento ao Iluminismo, a mulher foi julgada de forma injusta. Petrarca as comparava ao “diabo”, por serem causadoras de todas as contendas. Rousseau, o mais vanguardista dentre os iluministas, atribuía à educação da mulher a única função de tornar a vida masculina mais doce e agradável. No século XIX, Hegel admite que pos-

80

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

sam ser educadas, mas adverte sobre as limitações da mente feminina diante das ciências, da filosofia e das artes. Faço essa retrospectiva histórica para mostrar o quanto o pensamento machista se enraizou na nossa sociedade. Desde o berço, na Grécia, fomos condicionados a agir partindo do pressuposto de que a mulher existe em função das necessidades dos homens. É a ajudadora, a companheira, o anexo, a figura por trás do grande homem, a mãe dos seus filhos. Acontece que desde a Revolução Industrial, por necessidade e depois por opção, as mulheres ganharam as ruas. Durante as duas Guerras no Século XX, entraram para o mercado de trabalho. No fim do Século XX, passaram a perseguir espaços de poder na política e na economia. Nesses últimos anos, se libertaram do espartilho e puderam se mover com agilidade ao extinguirem também as anáguas. A tecnologia libertou a mulher dos grilhões da força física, campo no qual será inferior na maioria das vezes. Essa nova figura social exige reformas imediatas nas estruturas do Estado, pois, embora continue a ter filhos, já não se pode considerar como sua responsabilidade exclusiva a criação deles. Com o advento da nova mulher, é preciso mudar a iluminação pública, o sistema de creches, o sistema escolar, o transporte público, a formação familiar, a cabeça de alguns homens, enfim, é preciso mudar o mundo. O crescimento da violência contra a mulher é fruto do choque da velha mentalidade com o novo mundo que se apresenta. Para alguns, ainda é afronta demais que ela se sinta feliz com o seu trabalho, use as roupas que bem entenda e não deva satisfações sobre sua conduta a ninguém. A Marcha das Vadias é um grande avanço na luta autônoma da mulher pelos seus direitos. Mostra-nos a profunda revolta contra as limitações impostas durante séculos. Mostra o quanto ainda há por fazer pela liberdade, pois grita fundamentalmente pelo direito ao domínio do próprio corpo e de se vestirem como quiserem. A luta independente e não tutelada é a única forma de combater o preconceito e iluminar as consciências. Enquanto esperarem o parecer deles sobre seus assuntos, as mulheres ficarão relegadas a esta condição histórica humilhante de forasteiras na “Terra dos Homens”. *Israel Batista Deputado distrital, cientista político e professor de história


PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011

81


Charge

Eixo Monumental

82

PLANO BRASÍLIA 02 DE AGOSTO DE 2011



Venha para o

Country Club

Total Harmonia

com a Natureza

Seja sócio!

fotos: Gustavo Lima

Para maiores informações acesse: www.brasiliacountryclub.com.br Endereço: SAIS ao lado do PHN Catetinho - SMPW Tel.: (61) 3338-8563 - Fax: (61) 3338-8669


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.