PB Kids n° 12

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exôticas

mandioca e feijões diversos, como o verde, o de corda entre outros. Mas como a hora de comer faz parte de uma rotina, é importante selecionar pratos que possam guardar boas recordações da infância. Então um luxo é saborear receitas que nos lembrem a nossa avó, amigos especiais ou até de momentos prazerosos ou países que visitamos durante as férias. O menino Alexandre Rodrigues, 4 anos, que adora ser chamado de Clark­ Kent, foi acostumado desde pequeno a se alimentar de uma forma balanceada. Ele come de tudo: frutas, cereais, verduras, legumes e adora broto de

bambu. Esse tipo de alimentação contribui positivamente para qualidade de vida da criança. Julia Murca garante que as crianças estão abertas a conhecer alimentos novos, mas para que isso aconteça, devemos estimulá-las com oficinas culinárias para elas possam entender o preparo e de onde vêm. “Desta forma, elas podem até se interessar pela cozinha”, brinca. Mas Julia Murca avisa que essas escolhas dependem dos pais. “As crianças se alimentam de acordo com os hábitos paternos. Se os pais se alimentam de forma consciente, os filhos vão perceber os benefícios”. Os irmãos Maria Eduarda, 3 anos, e Pedro, 1 ano e dez meses, se encaixam como luva neste caso. A avó materna tem um restaurante natural e, assim como fez com a filha, faz com os netos. Eles foram acostumados a ter uma alimentação extremamente natural e saudável e, pasmem, nunca tomaram um copo de refrigerante na vida.“Gosto muito quando mamãe mistura suco de siriguela com laranja. Bebo dois copos grandões”, afirma a pequena Duda. Para Murca, o alimento congelado não faz mal algum, porque não sofre mudanças na sua característica constitutiva, mantendo assim suas características nutricionais. Para evitar algum problema, Murca ensina que, na hora do descongelamento, não devemos usar o microondas. Ela também pede que as mães tenham cuidado com a procedência dos alimentos que chegam até a mesa. Murca aconselha ainda que se dê preferência aos alimentos integrais e sem adição de conservantes químicos, que podem ser frescos ou congelados, além das preparações sem glúten, sem lactose e sem açúcar refinado. A profissional garante, por fim, que se uma criança se sentir feliz na hora das refeições, certamente ela vai experimentar coisas diversas. A aparência é uma grande aliada, porque, segundo ela, comemos com os olhos. “A beleza do alimento reflete o carinho com que foi feito”, finaliza a empresária especialista em alimentos requintados em termos de variedade, doces exóticos e leites especiais. Também conhecido pela qualidade que oferece aos seus clientes cativos em Brasília, o catarinense e descendente de italianos Francisco Ansiliero sempre se

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preocupou com as refeições familiares. A paixão do chef pela cozinha também é uma aptidão da filha Giuliana, que tinha só 15 anos quando a casa da 402 Sul foi inaugurada. Hoje, após uma experiência de 20 anos, é ela quem dirige o Dom Francisco do Park Shopping. Atento ao seu cliente, Francisco possui um carinho especial ao público infantil. Muitas crianças cresceram fazendo refeições nas mesas de seu restaurante e hoje são profissionais que estão trabalhando por Brasília e que, quando podem, voltam para matar a saudade. O chef avisa que apesar do cardápio já possuir os acompanhamentos, algumas crianças pedem o inesperado. “A maioria gosta de substituir a batata frita pelo purê, outros gostam do arroz com brócolis, mas alguns inovam e chegam a pedir o mousseline de batata baroa”, comenta. Ele reconhece que ultimamente as crianças estão mais abertas para a variedade de opções em seus pratos. “Elas estão deixando de pedir somente carne, batata frita e arroz. Estão comendo de forma mais saudável, consumindo acompanhamentos mais ricos e variando com salada e legumes”, comentou o chef. Ricos Nutrientes Muitos desses pratos diferentes possuem nutrientes importantes para o desenvolvimento. É o caso do fígado de boi, que contém 389 miligramas de colesterol em cada 100 gramas, mas é rico em nutrientes essenciais ao desenvolvimento, como as vitaminas A, D, B6, B12 e ferro. Com o salmão, outro exemplo, não há problema de colesterol. O peixe é fonte de ômega 3, que ajuda a prevenir doenças cardiovasculares. Apaixonado por comida japonesa, o casal Anderson e Ludmila Acher não titubeou quando o filho Luã, hoje com 4 anos, pediu para provar sushi (peixe cru com arroz) aos 3 anos. “Demos na hora. Peixe cru faz parte do nosso cardápio e queríamos que nosso filho dividisse esse prazer com a gente”, diz Túlio. Desde então Pedro demonstra um certo apreço por comidas, digamos, de adulto. Ele pede semanalmente comida japonesa. Além disso, adora shimeji com shoyu e granola caseira. “Achamos divertido. O pedido acaba sendo o mesmo para todos”, conta a mãe, que descasca dúzias de lichia para o filho degustar.


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