T39 Janeiro 2019

Page 39

Janeiro 2019

T

39

c Por: Cláudia Azevedo Lopes

MALMEQUER Ângela Ferreira, 41 anos e uma das criadoras da Sist3rs, nasceu, estudou e trabalha em Vila Nova de Famalicão. Em 1998 começou a trabalhar na banca, atividade que adora e que combina, desde maio de 2018, com as Sist3rs, um projeto de criação e decoração de cestas artesanais que partilha com duas das melhores amigas de infância. Um sonho feito realidade e que já desfilou no Portugal Fashion.

SOUVENIR

CASACO VERDE DE BOAS MEMÓRIAS

Gosta

Não gosta

De amar o filho Da família Fotografia Recordar a avó “Lula” Maçã com marmelada Saltos altos Trabalhar Maquilhagem simples Rezar à sua maneira Sair com amigos Massagens Calças boca de sino Das amigas Pessoas verdadeiras Sushi Arroz de cabidela Conhecer pessoas novas Rúcula Guardar recordações Rir até doer a barriga Francesinhas Ir à praia Maracujá Aletria Gratidão Caminhar Viajar Ser uma mulher de fé Pessoas que vivem com o coração Da “camisola” que veste Encontros de família e amigos Ajudar quem mais precisa Fado Sist3rs Lealdade Cerveja Reciprocidade Decoração George Michael Carteiras Conduzir Música Dançar Chocolate After Eight Voluntariado Festas Óculos de sol Tomar o pequeno-almoço no café Crepes Dos seus olhos

De ser alérgica a camarão De mentiras Discussões Pessoas choramingas Arrogância Chuva Rotina Cobardia Usar fato de treino Passar a ferro Violência Mosquitos Cabelo sujo Crianças tristes Racismo Falta de humildade Pessoas insensíveis Quando a cadela lhe morde a roupa Tarefas domésticas Futilidade Conduzir com chuva Ficar em casa sem fazer nada Frustração Sentir qualquer tipo de dor Tristeza Morte Ser ansiosa Desilusões Amarelo Meias brancas Heavy metal Terrorismo Café sem açúcar Ir ao cabeleireiro Sentir medo Falsas aparências Rivalidade Ingratidão Desmotivação Nortada Trânsito De pessoas muito calmas Estar “parada” Pratos cheios Chávenas quentes Água gelada De falhar Alcachofra Do nariz Que existam pessoas que passam fome

Se há roupas que são sempre únicas na nossa vida, esta tem também uma história pessoal e um significado muito particular. Desde logo por se tratar de um casaco que vinha do meu pai. Que só eu tinha, que não havia à venda e me identificava. Um casaco de pele verde de oficial do Exército, que usei religiosamente durante praticamente toda a adolescência e juventude. Era aquela peça de fardamento que o meu pai tinha usado enquanto capitão nas campanhas em África da guerra colonial, que fazia parte da minha identidade e que me acompanhou nas múltiplas vivências daqueles tempos de escola em Mangualde e Viseu. Recorda-me, por isso, aqueles tempos de grande amizade e de muita solidariedade entre um grupo de jovens, rapazes e raparigas, que ainda hoje perduram. E vestia-o com tanto gosto e afeição que o comecei a usar ainda antes de me servir e até quando não me servia: quando era ainda grande para o meu corpo e quando já era muito pequeno. Além do carinho e afeto e da ligação estreita com o meu pai que representava, vestia-o também com uma grande vaidade. Se ajudou ou não nas conquistas e namoricos desse tempo, não posso garantir. Mas que com ele vestido era sempre um rapaz mais seguro e confiante, disso não tenho dúvida. Era um casaco muito bonito, com um forro muito macio, os botões dos punhos também verdes, fecho de correr e uma gola de pele que gostava de usar levantada. Uma peça com uma história bonita e que recordo com muita saudade e carinho. t João Azevedo Presidente da Câmara de Mangualde


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.