Semanário_Entre Aspas_Ed.10_02 de Junho_2023

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Prémio Nacional de Literatura Infanto-juvenil anuncia cinco finalistas

Acontece hoje Fórum de Negócios da Matola com foco nas tecnologias

Começa hoje contagem regressiva para o CAN CÔTE D’IVOIRE 2023

Semanário digital Sexta-feira n.º 10

Propriedade Tindziva

Director Editorial Elcídio Bila

Maputo 02 de Junho 2023

Uma nova forma de ser

Conteúdos locais ganham mais destaque com ‘Maningue Kool’

www.entreaspas.co.mz
GOTV E DSTV

FICHA TÉCNICA

Propriedade e edição

Tindziva – Comunicação & Ideias

Direcção

Elcídio Bila

Redacção

Elcídio Bila

Célia Bendzane

Orlando Bila

Salomão Nicasse

Crítica & crónicas

Emílio Cossa

David Abílio

Samuel Benjamim

Projecto gráfico

Imídio Mahumana

Design e Paginação: Tindziva – Comunicação & Ideias

Registo 06/GABINFO-DEPC/2021

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Sede e Redação: Rua Mateus Sansão Muthemba, n.º 402 | Maputo – Moçambique

SEXTA-FEIRA I 02 JUNHO I 2023
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1 de Junho, ontem, foi marcado pela celebração calorosa das crianças. Um ambiente doméstico e estudantil foi a tónica de um dia ímpar, em que mais do que as crianças foram os próprios pais a celebrar. É que, a cada Dia Mundial da Criança, a grande festa vai para aqueles que mantém a felicidade dos petizes, através da educação, primeiro, e dos cuidados à volta do bem-estar infantil, em último. Bolos caseiros, marmitas humildes e contribuições em turmas tomaram o verdadeiro dia das crianças graças ao facto dos pais estarem metidos em compromissos laborais. Bem-haja o nosso patronato!

Já amanhã, meu Deus!, dia em que todos os pais e encarregados de educação estão reféns de responsabilidade, vão assombrar as suas crianças com saídas desnecessárias, vasculhando esquinas proibidas, de músicas adultas e descomprometidas com os bons sabores da aprendizagem infanto-juvenil. Amanhã, salve-se a criança que puder, ou, no mínimo, que tiver um pai prudente.

Os dois eventos monstruosos voltaram. Um na Joaquim Chissano e outro no Zimpeto. Para variar, sem variar claro, assomaram outros tantos por quase todos os cantos. Dizem que é a celebração das nossas crianças. Ou seja, é em nome da pureza e inocência infantil que os chamados promotores de eventos veem o mês de Junho como um tubo de escape para somarem trocados. É em nome da indecência doada aos meninos que muitos bolsos vão alegrar-se e toda uma geração vai crescer pensando que a música está associada à pernas levantadas e a trajes minúsculos.

Aliás, vão pensar – mais é – que a música é aquela feita de batidas graves e conteúdo tóxico, clamando a barbaridade sexual e ao amor carnal que muitas músicas exibem. Valores morais e éticos, sentimentos puros como a amizade, solidariedade, amor ao próximo são raros nestes concertos de música alta.

Sim, amanhã há-de se morrer. Como os pais morrem às sextas-feiras. Da mesma forma. Imagino os meninos a levantarem no domingo, sem forças, não conseguindo ir para a igreja. Antes disso, não conseguindo pegar uma escova de dentes, não conseguindo dedicar um ‘bom dia’ aos pais, não conseguindo, sequer, abrir os olhos. Tal como os pais, sempre que se despedem dos Madjedjes da vida.

E não vamos reclamar amanhã pelo tamanho descalabro no Dia da Criança, não é?

A celebração do descalabro em nome da criança é

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EDITORIAL
1 de Junho.
amanhã
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PRÉMIO NACIONAL DE LITERATURA INFANTO-JUVENIL ANUNCIA FINALISTAS

Carlos do Santos, Miguel Ouana, Suzy Bila, Rogério Manjate e Agnaldo Bata entre os cinco

Os membros do júri do Prémio Nacional de Literatura Infanto-juvenil anunciaram, esta segunda-feira, as cinco obras literárias finalistas do concurso instituído este ano pela Associação Kulemba. Em ordem aleatória, trata-se de Os pintores de sonhos, de Carlos dos Santos; A revolta dos bichos, de Miguel Ouana; Lamura, de Suzy Bila; Casa em flor, de Rogério Manjate; e Mungadze, a lenda do reino musical, de Agnaldo Bata.

Segundo o júri constituído por Alberto da Barca (presidente), Marcelo Panguana e Angelina Neves, a obra Os pintores de sonhos, de Carlos dos Santos, é finalista da primeira edição do Prémio Nacional de Literatura Infanto-juvenil porque contém uma “mensagem bonita, importante e muito actual, dada de uma forma muito didáctica”. Assim, sustenta o júri, o conto funciona como base de aprendiza-

gem na preservação do ambiente, a história é cativante, desperta a curiosidade e está escrita de forma clara, e com ilustrações singelas.

Já A revolta dos bichos, de Miguel Ouana, entendem os membros do júri, é finalista do concurso porque a mensagem da narrativa é muito útil, passada de uma forma que faz lembrar “as histórias à volta da fogueira, próprias da nossa cultura (feiticeiros, chefes, animais que falam), onde a criatividade está presente ao relatar um conflito muito actual de uma forma engraçada”. No comentário do júri, o conto é escrito numa linguagem clara e as ilustrações são simples e casam bem com o texto. Por isso mesmo, “é preciso aplaudir por terem sido feitas [as ilustrações] por um jovem de 16 anos”.

Em relação à obra Lamura, de Suzy Bila, o júri considera que “o conto reflecte sobre o sofrimento

das crianças a quem é roubada a infância, fala-nos da desumanidade com a qual vivemos todos os dias. É uma narrativa contada de uma forma sóbria, sedutora, suave e poética. As ilustrações são pinturas bonitas feitas pela própria autora e que expressam de forma viva, vibrante, a história e o sentimento da autora”.

Quanto a Casa em flor, de Rogério Manjate, a obra é finalista porque, nesse caso, a poesia pode funcionar para os leitores infanto-juvenis como elemento que ajuda a gostar da arte do verso, da palavra elaborada, que ajuda a sonhar ao estar combinada com uma ilustração notável.

Por fim, a quinta obra literária finalista é Mungadze e a lenda do reino musical, de Agnaldo Bata, que combina muita criatividade com a ideia dum mundo musical e de uma criança salvar o mesmo

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mundo através da música. “A aventura discorre a um bom ritmo. As crianças podem reconhecer-se nas ilustrações”.

Para chegar às cinco obras finalistas da primeira edição do Prémio Nacional de Literatura Infanto-juvenil, numa primeira fase, cada membro do júri rastreou quatro melhores obras, tendo em conta, de um modo geral, os seguintes critérios: a Mensagem, a Criatividade, o Ritmo e a Ilustração. A seguir a essa fase, os membros do júri reuniram-se e, num universo de 12 livros (quatro de cada membro de júri), seleccionaram as cinco obras finalistas sem, nessa fase, observar nenhuma classificação. Assim, os membros do júri voltarão a reunir para apurar o grande vencedor, que será anunciado durante a sexta edição do Festival do Livro Infantil da Kulemba (FLIK 2023), entre 14 e 17 de Junho, na Cidade da Beira.

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CINCO FILMES PARA ASSITIR PRÓXIMA SEMANA

Festa do Cinema Italiano regressa a Maputo. ‘Napoli Velata’ é o filme de estreia em sessão no Scala

A Festa do Cinema Italiano em Moçambique regressa a Maputo, de 6 a 10 de junho a partir das 18h00, no Cine-Teatro Scala. Durante cinco dias, o Cine-Teatro Scala vai levar aos amantes de cinema italiano a uma viagem à cidade de Nápoles, com exibições de filmes ‘Napoli velata’, ‘Ammore e malavita’, ‘Laggiù qualcuno mi ama’, ‘Matrimonia all’italiana’ e ‘Passione’.

A programação inicia diariamente às 18h00, na próxima terça-feira, dia 6, com ‘Napoli velata’, um drama de romance e mistério, com assinatura de Ferzan Özpetek. O protagonista, Alessandro Borghi, leva-nos a uma Nápoles suspensa entre a magia e a superstição, a loucura e a racionalidade. E um

mistério que envolve a existência de uma mulher, Adriana, dominada por um amor súbito e um crime violento.

No dia 7 será exibido o filme ‘Ammore e malavita’, realizado pelos irmãos Marco e Antonio Manetti. Vidas que pertencem a mundos distantes estão destinadas a cruzar-se. Vai travar-se uma luta sem misericórdia. Que a música, a acção, o amor e as balas voem!

O mais recente filme de Mario Martone tem a sua exibição marcada para o dia 8 com ‘Laggiù qualcuno mi ama’, um documentário que presta uma afetuosa e sincera homenagem ao ator e realizador napolitano Massimo Troisi, que faleceu precocemente após ter de-

sempenhado o papel principal em “O Carteiro de Pablo Neruda”.

Sophia Loren e Marcello Mastroianni são os destaques do dia 9. Irão iluminar o grande ecrã em Matrimonia all’italiana, uma irresistível comédia de Vittorio De Sica sobre as atribulações de uma mulher que tenta por todos os meios levar o seu amante dos últimos 20 anos ao altar.

O ciclo de cinema encerra no dia 10, com Passione, uma viagem pela cultura musical robusta e diversificada de Nápoles. Combinando imagens de arquivo com actuações nas ruas, becos, estúdios e labirintos da cidade, este documentário tem realização de John Turturro.

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A Fundação Fernando Leite Couto inaugurou esta quarta-feira (31), a primeira exposição individual do artista plástico António Silimo, intitulado “Vidas e Vivências”.

Depois de participar em várias colectivas ao longo de 10 anos de prática e desenvolvimento de técnicas de desenho e pintura, António Silimo dá este passo importante na sua carreira e traz um conjunto de obras que não só reflectem as suas experiências de vida e do que busca no seu exercício artístico, mas o que observa da sociedade.

Nesta exposição, “Vidas e Vivências”, cuja curadoria é de Yolanda Couto, apresenta um conjunto de 14 quadros de desenho à caneta em papel, com recorte de papelão, o artista “percorre a humanidade e os lugares de vivências comuns, o lar, as ruas, os bairros, a cidade, as pessoas, os utensílios e os dilemas impostos pela existência, o que se

consome e o que se descarta ou será um traço sobre o ciclo de vidas”.

“Sem pretensões de produzir retratos, embora seja realista, o seu desenho talhado em materiais simples, uma caneta e um papel, ou ainda o recorte de papéis, pode mostrar um quotidiano que é recorrente nas famílias moçambicanas e o que passa à margem e quase invisível, como o catador de garrafas plásticas ou quem partilha migalhas de comida com pássaros. Seres comuns em gestos pequenos que tem um significado maior para a humanidade.”

A exposição “Vidas e Vivências” de António Silimo estará patente na Galeria do primeiro andar da Fundação Fernando Leite Couto de 31 de Maio até 22 de Junho de 2023.

António Ernesto Silimo de nome artístico António Silimo, nasceu na cidade de Maputo, em Moçambique, aos 24 de Junho de 1986. nomeadamente Portugal, Brasil e Suécia.

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“Vidas e Vivências” é uma mostra que espelha a sociedade moçambicana
ANTÓNIO SILIMO EM EXPOSIÇÃO NA FUNDAÇÃO LEITE COUTO

Lucrécia Paco e May Mbira exaltam a paz em performance artística

À convite da Associação Iverca, os artistas multidisciplinares Lucrécia Paco e May Mbira participaram, na quarta-feira (31), do lançamento do projecto Pro-Paz.

O evento aconteceu no Hotel Amirana, cidade de Chimoio, província de Manica. Na cerimónia, os artistas apresentaram uma performance de exaltação à paz e à boa convivência entre os moçambicanos, com especial enfoque para os residentes em regiões afectadas pelo conflito armado na zona centro.

A actuação combinou o dedilhar de May, na sua inseparável Mbira, e a voz de Lucrécia Paco, num canto que também se alinha ao ideal do Pro-Paz, que é de estimular e promover um convívio saudável entre as comunidades, antigos guerrilheiros e outras partes envolvidas nas hostilidades, por forma a garantir um ambiente de paz e harmonia

duradouras.

Com a performance, os artistas pretendem elucidar a sociedade sobre o papel da arte na pacificação, harmonia e reconciliação, sobretudo em situações de pós-conflito, como se verifica em Moçambique.

O projecto Pro-Paz é dinamizado pelo Comité Internacional para o Desenvolvimento dos Povos (CISP); o Instituto Para a Democracia Multipartidária (IMD); a Associação Iverca | Turismo, Cultura e Meio Ambiente; e a LEvante-se MUlher e SIga o seu Caminho (LEMUSICA).

Assenta-se nas componentes de género, cultura, deporto, comunidade e diálogo, o projecto contempla um leque de actividades culturais, desportivas e comunitárias que envolve antigos combatentes e organizações locais.

A actuação combinou o dedilhar de May, na sua inseparável Mbira, e a voz de Lucrécia Paco

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NA CIDADE DE CHIMOIO

Crítica & Crónicas Geração perdida em labirintos de

surpresas (1)

Não vou falar das gerações que lutaram nas duas guerras mundiais, nem da geração Silenciosa (1925-1945), tampouco da geração Baby boomer (formada por indivíduos que nasceram entre meados dos anos quarenta a sessenta), muito menos das gerações Y, Z, Beta, Alpha ou W.

Vou sim falar da geração X, a geração que compreende os indivíduos nascidos entre meados da década de sessenta a princípios da década de oitenta.

Devido à crescente onda de revoluções, principalmente no seio dos jovens, esta geração deixou traços peculiares que para sempre ficarão registados nas páginas da história universal.

Em Moçambique, tal como eu, tantos são parte desta mesma geração.

A geração de meninos que bem soube saborear a luz do luar, a geração de adolescentes que tanto correu para, às escuras, brincar “escondida”, proferindo antecipadamente aquele habitual grito: “Banana, ainda não comeu”.

A geração que evoluiu jogando futebol em campos pelados do bairro com bola de farrapos ou de catechú, a geração que jogou diversas modalidades desportivas, que fabricou carros com arame antes de segurar na corda e lançar seus papagaios ao céu, a geração que com um pé suspenso jogava a “neca” e com os dois pés descalços assentes no chão brincava “polícia-ladrão”.

A geração que sempre que possível brincava com rolamentos ou corria com pneu ou jante descartada de um veículo, por vezes pulava elástico, brincava pega-pega, zoto, mbalele, telefone sem fio e nomes-terras.

Sim, aquela geração que quando não estivesse de fisga na mão para caçar passarinhos, quando não estivesse a pedalar uma bicicleta de marca Avon, Philips, Humber ou Hamilton, quando não estivesse a jogar berlindes, cartas, bingo, cabra cega ou a saltar a corda, estava jogando o “trinta e cinco” (35) ou a “cheia”.

A geração cujas meninas precisavam de dois a três dias para pensar, e no final, responder ‘SIM’ ao pedido de namoro (quanto cinismo, hein?!)

Um dia, por opção, esta geração deu-se ao luxo de passar noites dormindo ao relento, no chão, na esteira ou nos colchões estendidos nos largos quintais.

Um dia, esta mesma geração adormeceu noites inteiras com as portas e janelas de casa abertas, sem temer visita de larápios.

Nas casas da época, não existiam televisores nem computadores, não existia internet e muito menos redes sociais, os nossos “likes” eram feitos

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ali no terreno, nesses jogos, nessas brincadeiras que eram as nossas “play stations” da altura e nós éramos os protagonistas de toda a saga de combates entre heróis e vilões que, actualmente inundam écrans de vários dispositivos eletrónicos.

E quando chegava o verão, refrescávamos as nossas gargantas com fruta-gelo (gelo doce), numa época em que o sorvete era luxo, como era luxo também, a queda da chuva em tempo de seca.

Para além das vantagens que a queda das chuvas proporcionava para a agricultura, a época chuvosa era para nós, momento de muita alegria, pois era nessa época que, completamente nus, corríamos pela rua mal alcatroada, sentíamos o cheiro húmido libertado pela terra molhada e esperávamos pelo clarear do raio do relâmpago, para com o ‘flash’ da natureza tirarmos uma ‘selfie’, em grande estilo.

O direito e dever de educar com porrada os adolescentes mal-comportados do bairro não estava reservado apenas aos progenitores. Estendia-se também a todos indivíduos adultos que fossem residentes do mesmo bairro e estes exerciam tal dever e direito, sem temer represálias dos legítimos pais. Aah nossos pais, nossos pais e sua moda!

Crescemos vendo-os exibirem sua farta cabeleira à Jimi Hendrix para acompanhar com as calças boca-de-sino que usavam para rastejar passos de dança ao som de “Sina Makosa” (tema clássico da autoria da banda Les Wanyika), ou “Shauri Yako” (de Orchestra Super Mazembe), ou ainda “Mama ka Sibongile” (um sucesso composto por Moses Ngwenya dos Soul Brothers), “Elisa Gomara Saia” (do Duo Ouro Negro), “Shumba” (de Thomas Mapfumo) e “Venenziya Kura Mwanangu” (do saudoso Leonard Dembo) na pista de uma casa de diversão, vulgarmente chamada “Clube”.

E era lá nos clubes que muitos romances começavam e pouquíssimos romances terminavam. Sim, a geração dos nossos pais não trocava de parceiros como se troca hoje (a não ser que trocavam clandestinamente, talvez. Eles que nos revelem a verdade...).

Os parceiros daqueles tempos sentiam-se atraídos, se aproximavam e em seguida descobriam características comuns, o que os levava a uma sensação de bem-estar no seu relacionamento. Suas aventuras de amor, suas histórias de romance eram duradouras. E muitos de nós, da geração X, somos fruto desses relacionamentos duradouros. Pena é alguns de nós termos sido formatados de maneira certa quando crianças e termo-nos comportado de maneira errada quando crescidos.

Hoje, já não conseguimos fazer com que nossos filhos visitem com regularidade seus tios, avós e conheçam seus primos, salvo algumas situações excepcionais de famílias que praticam o “xitique”.

Porém, há muito que se pode dizer sobre este assunto, pois os encontros de “xitique” viraram palcos de churrascarias, bebedeiras e brigas familiares (ajuste de contas). O “xitique” deixou de ser evento onde a família também se deva reconciliar em clima de paz e harmonia.

Apesar da relativa monotonia a que esta geração estava sujeita, a pré-adolescência, a adolescência e a juventude da geração X não foram preenchidas exclusivamente de momentos sossegados, não.

Os inesperados contornos no xadrez mundial nos campos económico, político e social, apanharam de surpresa esta geração condicionando, deste modo, a sua evolução como homens novos do amanhã.

Parte desta geração testemunhou, de forma radiante, a proclamação da independência nacional da então República Popular de Moçambique, após dez longos anos de luta armada.

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A geração que evoluiu jogando futebol em campos pelados do bairro com bola de farrapos ou de catechú, a geração que jogou diversas modalidades desportivas, que fabricou carros com arame antes de segurar na corda e lançar seus papagaios ao céu, a geração que com um pé suspenso jogava a “neca” e com os dois pés descalços

Rede dos Artistas Defensores dos Direitos

Humanos lançam mapeamento para defender artistas

Rede dos Artistas Defensores dos Direitos Humanos lançou recentemente um mapeamento para a inscrição de artistas vítimas de violação dos direitos de liberdade de expressão durante o seu protesto social. Trata-se de um mecanismo que prevê a salvaguarda de direitos humanos dos artistas decorrente das suas obras que exploram a liberdade de expressão.

De acordo com Tirso Sitoe, director executivo da Bloco 4 Foundation e coordenador da Rede dos Artistas Defensores dos Direitos Humanos, este mecanismo vem salvaguardar o direito da classe artística, um grupo social discriminado quando se trata de acções para a salvaguarda dos direitos humanos, diferentemente dos académicos, políticos e activistas.

“A ideia do mapeamento é de olhar para artistas que já sofreram actos de intimidação e perseguição, por questões de intolerância política, e ver como podemos trabalhar e reportar com evidências estes

casos em relação ao trabalho que eles fazem em diferentes contextos”, assume Sitoe.

Acima de tudo, prolonga-se Sitoe, este mapeamento é uma oportunidade para que os artistas falem por si, mas também trocar experiências com diferentes artistas de diferentes disciplinas.

Por outro lado, esta iniciativa funciona como um corredor para colocar os artistas na vanguarda, trocar ideias uns com os outros e pensarem em projectos alternativos através da fotografia, cinema, sobretudo, de pequenas produtoras e emergentes.

“A ideia é a criação de um espaço alternativo de informação e de consumo sem a necessidade de pagar, por exemplo, as taxas exorbitantes que mais beneficia o Estado do que os próprios artistas”, realça.

Para se fazer o registo, explica Sitoe, é necessário que o artista tenha um smartphone ou computador e internet, pois é um processo virtual. Esta foi uma das apostas

pois as casas provinciais de cultura, segundo o nosso entrevistado, não conseguem fornecer informações e “estão ‘capturadas’ e servem o Governo do dia para propaganda política e eles é que definem o que é cultura.”

O cadastro é para qualquer artista de qualquer disciplina e, depois, a ideia é criar um canal de comunicação. “Quando um artista tiver um produto pode divulgar através desta rede e aquele artista, por exemplo, que estiver em Nicoadala, há-de saber de que quem está em Munguine lançou uma música e o poeta que está em Machipanda publicou um livro.”

De acordo com Sitoe, a expectativa é registar o maior número de artistas, pois a cada dia surgem profissionais da arte que estão ligados à defesa, protecção e promoção dos direitos humanos. “Quanto maior número recebermos para nós melhor, para absorvermos novas linguagens e novas tendências”, conclui.

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PARA
SALVAGUARDAR LIBERDADE DE EXPRESSÃO
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Canto suburbano ENTRE TAMBORES E

A

SINTETIZADORES:

Influência do

Afrofuturismo na Expressão Artística Moçambicana (1)

Numa altura em que as celebrações do Dia de África, ocorrido em 25 de maio último, ainda ecoam em nossas mentes, é oportuno abordarmos um tema que tem ganhado destaque quando se trata das artes e culturas do continente negro: o Afrofuturismo. Cunhado por Mark Dery em 1993 e explorado no final da década de 1990 por meio de conversas lideradas pela estudiosa Alondra Nelson, esse novo conceito tem se expandido exponencialmente na última década, atingindo seu auge com o lançamento do filme de super-heróis da Marvel “Black Panther” em 2018. O Afrofuturismo combina elementos da ficção científica, cultura afrodescendente e tradições africanas, e tem sido incorporado e explorado em diversas formas de expressão artística em Moçambique, desde música, literatura, moda, artes plásticas, design e até ilustração.

No contexto desse movimento cultural e artístico que visa imaginar futuros alternativos e reafirmar a identidade negra, o Afrofuturismo tem encontrado destaque mundial. Em Moçambique, esse fenômeno tem sido incorporado e explorado de maneiras variadas, impulsionando a criatividade e a expressão artística do país.

Um exemplo notável ocorreu durante a 10ª Edição do Festival AZGO, realizado nos dias 19, 20 e 21 de maio, na cidade de Maputo. A curadoria do referido festival, que tradicionalmente reúne artistas, fornecedores de bens e serviços culturais, gestores, produtores e, acima de tudo, o público diversificado, encontrou no “Afrofuturismo” uma forma inovadora de cativar os participantes. Durante o festival, os espectadores foram convidados a imaginar a África e os africanos do futuro através de trajes futuristas. O festival premiou o melhor traje afrofuturista, atribuindo ao estilista Valter Mudanisse um prêmio no valor de cinquenta mil meticais. Mudanisse expressou sua inspiração, falando à imprensa: “Tentei imaginar a mim mesmo e os africanos de modo geral nos próximos 50/90 anos. Contudo, criei a partir da tradição e da riqueza cultural que nos caracterizam como povo”. O ambiente principal do AZGO transformou-se, por esta via, num lugar do futuro, onde convergiram diversas tendências da moda, com roupas ousadas e estilos fora do comum.

Nesta abordagem, mergulharemos na rica diversidade artística de Moçambique para avaliarmos como o Afrofuturismo tem sido incorporado e explorado nas expressões musicais, literárias, na moda, nas artes plásticas, no design e na ilustração do país. Desde esculturas futuristas até contos especulativos, vamos descobrir como o Afrofuturismo está moldando o panorama artístico moçambicano. Conversaremos com alguns artistas para entender como eles pessoalmente lidam com esse fenômeno artístico-cultural.

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MÚSICA

A música é uma linguagem universal que transcende fronteiras e conecta pessoas em todo o mundo. Em Moçambique, uma nova geração de artistas está emergindo, levando consigo a riqueza da herança musical do passado e projetando-a para o futuro. Esses artistas, como Nandele Maguni, Ash Ismael, Fu da Siderurgia, Ntsua, TRKZ, May Mbira, Lenna Bahule, Milton Gulli e Selma Uamusse, desempenham um papel fundamental na evolução da música moçambicana.

O afrofuturismo na música moçambicana encontra suas raízes no trabalho revolucionário de Chico António e seu grupo Amoya (nome pelo qual o Grupo RM foi rebatizado com o intuito de internacionalizá-lo. Em 1991, o lançamento do álbum “Cineta” marcou o surgimento desse protótipo inicial do afrofuturismo em Moçambique. O disco “Cineta” foi um marco importante na história da música moçambicana, trazendo à tona a conexão entre o passado e o futuro e abrindo caminho para a nova geração de artistas que viria a seguir.

Nandele Maguni, por exemplo, é um talento proeminente da música moçambicana, com uma abordagem inovadora que se enquadra perfeitamente ao conceito do afrofuturismo. Ele desafia as barreiras musicais, trazendo uma sonoridade alternativa ao mercado. O seu envolvimento em projectos musicais progressivos em Maputo destaca sua versatilidade.

Ash Ismael é outro artista que abre caminho para o afrofuturismo em Moçambique. Além de músico e compositor talentoso, ele é um artista visual versátil, criando as suas próprias capas de álbuns e obras de arte relacionadas à música. Sua habilidade de trabalhar com diferentes estilos e géneros musicais mostra sua abordagem inovadora e experimental.

Fu da Siderurgia, como beatmaker, sound designer e live performer, está deixando sua marca no afrofuturismo musical. Sua música é uma fusão de influências tradicionais e contemporâneas, trazendo uma nova energia para a cena musical moçambicana. Ele representa uma nova onda de artistas que exploram a interseção entre o passado e o futuro, incorporando a herança musical moçambicana em um contexto contemporâneo. Sobre a influência do afrofuturismo

no seu processo criativo, o artista diz que “O meu processo utiliza ferramentas tecnológicas para expressar o que SERÁ a música africana no ano 4000, por exemplo, quando os africanos poderão ter conquistado novos planetas para criar uma África que não terá sofrido inibições culturais”.

Ntsua, também conhecido como Obus da Mata, é um rapper moçambicano e activista social que está retornando às suas raízes africanas. Ntsua utiliza a sua música como forma de expressar pontos de vista e transmitir mensagens significativas, mostrando-se um artista engajado na transformação social por meio da arte. Ntsua centra a sua criatividade em elementos africanos pois acredita que “O futuro do mundo está em África. Todas as grandes transformações que forem a acontecer no mundo terão África como epicentro, seja pela a infância de recursos naturais, ou pela diversidade cultural”.

TRKZ traz uma fusão única de estilos musicais, combinando elementos da música electrónica, hip-hop e música tradicional moçambicana. Com as suas batidas pulsantes e letras inspiradoras, TRKZ está criando um som distintivo que ressoa com uma nova geração de ouvintes.

May Mbira incorpora o espírito do afrofuturismo através de seu domínio da mbira, um instrumento tradicional africano. A sua música combina tradição e experimentação, transportando os ouvintes para uma dimensão sonora única.

Lenna Bahule é uma cantora e compositora moçambicana que redefiniu a música afro-jazz do país. Com influências do jazz, do afrofuturismo e da música tradicional moçambicana, ela cria um som sofisticado e contemporâneo.

Milton Gulli é um multi-instrumentista, cantor e compositor que mescla diferentes géneros musicais, resultando em uma sonoridade inovadora e cativante. As suas letras abordam temas sociais e políticos, transmitindo uma mensagem de consciencialização e empoderamento.

Selma Uamusse é uma cantora e compositora que combina a energia do rock com as raízes moçambicanas, criando uma mistura única de estilos musicais. A sua voz poderosa e cativante transmite emoção e paixão em cada nota, abordando questões de identidade, pertença e luta pela igualdade.

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MANINGUE KOOL
AGNELO LAICE Dir. Geral / MultiChoice

Conteúdos locais ganham mais destaque no novo canal

Telenovelas, séries, reality shows e programas de lifestyle produzidos localmente são os conteúdos de destaque do novo canal com “cenas moçambicanas”. Maningue Magic Kool é a nova proposta de oferta criada com a vista a oferecer mais entretenimento aos subscritores dos pacotes DStv Base (posição 505) e GOtv Essencial (posição 3). O canal foi lançado hoje, durante o evento Media Engagament da MultiChoice Moçambique.

O evento foi destinado exclusivamente aos jornalistas, clientes e parceiros do negócio, onde a direcção da MultiChoice deu a conhecer, em primeira mão, uma visão estratégica e holística dos conteúdos inovadores que chegarão ao público moçambicano através das plataformas DStv e GOtv.

O Maningue Magic Kool apresenta uma variedade de programas que, anteriormente, estavam apenas disponíveis para os clientes a partir dos pacotes DStv Família e GOtv Max. Além dos conteúdos produzidos localmente, como: Maida (de Segunda à Sexta-feira às 20:30h), Date My Family Moçambique (Domingo às 21:00h, A Influencer (Domingo às 20:30h), Txunado (Sábado às 20:30h) e Top Mais (Sábado às 21:30h); o canal apresenta conteúdos internacionais de primeira qualidade dublados e legendados em português: Mulher (de Segunda à sexta-fei-

ra às 18:30h), Uma Rapariga Chamada Feriha (de Segunda à sexta-feira às 19:30h) e a série original da M-Net Reyka (Sábado às 22:00h).

“Não há dúvida de que o Maningue Kool será uma adição inestimável às plataformas DStv e GOtv, vai permitir aos telespectadores tirarem o máximo proveito dos seus pacotes de subscrição. Esforçamo-nos em oferecer uma experiência de entretenimento da mais alta qualidade aos nossos clientes. Portanto, o lançamento do Maningue Kool significa mais acesso aos melhores programas locais e internacionais para os nossos subscritores dos pacotes DStv Base e GOtv Essential”, explicou Agnelo Laice, Director Geral da MultiChoice Moçambique.

O Maningue Kool é um canal de entretenimento geral, com conteúdos de qualidade, que funciona 24 horas por dia. Oferece conteúdos locais e internacionais. “O seu lançamento cimenta ainda mais o compromisso da MCM em fornecer conteúdos locais relevantes para o público moçambicano, proporcionando aos telespectadores uma experiência de visualização única e autêntica”, reiterou João Ribeiro, Director do Canal Maningue Kool.

Aqui, o telespectador pode aguardar uma vasta selecção de conteúdos de qualidade preparados e selecionados a pensar em si. Não perca!

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O evento foi destinado exclusivamente aos jornalistas, clientes e parceiros do negócio, onde a direcção da MultiChoice deu a conhecer, em primeira mão, uma visão estratégica e holística dos conteúdos inovadores que chegarão ao público moçambicano através das plataformas DStv e GOtv

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Transição digital é a tónica do Fórum de Negócios da Matola. Evento tem lugar esta sexta-feira

Perspectivando o sucesso do Fórum de Negócios da Matola, evento a ter lugar na próxima sexta-feira (2), o Presidente do Conselho Municipal da Cidade da Matola, disse, em conferência de imprensa, que a edilidade pretende com o evento preservar a marca de cidade industrial do país, bem como mostrar as iniciativas e potencialidades de investimentos públicos e privados, que possam trazer resultados tangíveis.

O Fórum, que se realiza sob lema ‘Transição Digital para o Bem Servir’, vai destacar o papel das tecnologias de informação e comunicação, que, hoje em dia, garantem o desenvolvimento municipal e não só, do país em geral.

“Nós, na Matola, estamos numa fase que podemos considerar aceitável a transição digital, ou seja, o uso das ferramentas tecnológicas, na medida em que cria flexibilidade e aceleração na

prestação dos serviços aos munícipes”, destacou Calisto Cossa.

Doravante, o Presidente do Conselho Autárquico da Matola disse ainda que se pretende também divulgar mecanismos de financiamento, concretamente mercados de capitais, bancas e seguros, por um lado; identificar a existência de fundos que possam a alavancar o desenvolvimento da Cidade da Matola e, igualmente, do país.

Para além das empresas públicas

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e privadas nacionais e a sociedade civil, vão participar no Fórum de Negócios da Matola, os representantes dos municípios com os quais tem acordo de gemilagem, nomeadamente Bombela, Kamazi, da África do Sul, e Mbabane, no Reino de Eswatini.

Para Calisto Cossa, o fórum será uma oportunidade para juntar, num ponto, várias valências centradas neste ramo de negócios [transição digital], tendo em conta que alguns

palestrantes trazem experiências das actividades que desenvolvem a nível nacional e internacional, que “também são válidas para o desenvolvimento da Matola que tem a marca de uma cidade industrial”, vincou o edil.

Para o fórum, estão definidos seis eixos temáticos, entre os quais, a ʺtransição para o digital como motor para o desenvolvimentoʺ; ʺMatola como centro de negóciosʺ, no qual vai-se discutir as oportunidades e como trazer as oportunidades para a Matola, desafios e perspectivas.

ʺEsta visão centra-se naquilo que temos sob ponto de vista na perspectiva de olhar a Matola a longo e médio prazoʺ, disse Cossa, explicando que assim se pretende, pelo facto de que o desenvolvimento de uma cidade é contínuo, e há necessidade de sempre se revistar os mecanismos para avaliar se tudo correm conforme o definido ou projectado.

O outro tema a discutir-se é ʺoportunidades e janelas de financiamento para as empresasʺ, que também desperta ao município a busca de financiamento para as suas actividades, e de que forma a edilidade pode servir de veículo para se trazer resultados para a Matola. Será também tema do evento a perspectiva de modernização do transporte, facto que constitui um grande problema na Região Metropolitana de Grande Maputo, que para além da Matola, integra Maputo, cidade capital do país, Boane e Marracueneʺ

Em suma, para o edil da Matola, este fórum é um ambiente de fazedores de negócios, estando aberto para todos as iniciativas que contribuem para o desenvolvimento da Matola, mesmo a áreas não mencionados para os debates neste evento. Fórum é da iniciativa do Conselho Municipal da Matola, organizado pela Agência LTM com a parceria da Revista Banca & Seguros, e patrocinado pela Caminhos de Ferros de Moçambique (CFM), Bolsa de valores de Moçambique (BVM) e BCI.

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Para além das empresas públicas e privadas nacionais e a sociedade civil, vão participar no Fórum de Negócios da Matola, os representantes dos municípios com os quais tem acordo de gemilagem, nomeadamente Bombela, Kamazi, da África do Sul, e Mbabane, no Reino de Eswatini
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Faltam menos de 225 dias: CAF e LOC lançam campanha de contagem regressiva

A Confederação Africana de Futebol (CAF) e o Comité Organizador Local da Costa do Marfim (“LOC”) lançaram esta sexta-feira (2) a contagem regressiva oficial para TotalEnergies Taça das Nações Africanas da CAF Côte d’Ivoire 2023 (AFCON, sigla em inglês), preparando os africanos e o mundo inteiro para o maior evento desportivo do continente.

A campanha publicitária, centrada em +225, o código de discagem da Costa do Marfim, despertou entusiasmo entre os fãs de futebol em toda a África e na diáspora, ao mesmo tempo que marcou o início da contagem regressiva para TotalEnergies Taça das Nações Africanas da CAF Côte d’Ivoire 2023.

O LOC e a CAF iniciaram simboli-

camente a contagem regressiva de 225 dias por meio de uma aquisição digital global sincronizada, apresentando um vídeo animado e conciso que revela o torneio, seu país anfitrião e os dias restantes até ao evento.

Programada para começar a 13 de Janeiro de 2024, a TotalEnergies Taça das Nações Africanas da CAF Côte d’Ivoire 2023 promete ser uma celebração da excelência do futebol africano, mostrando o talento e a paixão que permeia o continente.

As belas cidades da Costa do Marfim fornecerão um cenário cativante para uma exibição emocionante de habilidade, trabalho em equipa e espírito inabalável de competição.

A contagem regressiva oficial serve como um lembrete de que o momento tão esperado está a chegar, despertando um sentimento de expectativa nos amantes do futebol e nos jogadores. Os africanos irão unir-se como um só, apoiando suas respectivas nações e reunindo-se para celebrar a beleza do continente e o poder unificador do futebol.

À medida que a contagem regressiva continua, o LOC e a CAF incentivam os fãs a ficarem atentos aos canais oficiais e plataformas de media digital para actualizações, notícias e conteúdo exclusivo relacionado ao torneio AFCON.

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Crítica & Crónicas Dança Contemporânea em

Moçambique: História e reflexão (3)

Depois seguiu a Pérola Jaime com a Obra “Eros em Xipadja”, que conquistou Prémio Revelação, a mesma artista estimulada e encorajada pela crítica voltou anos depois a amealhar o Prémio Consagração com a peça “Khapula Mulher”.

Quem também teve dois prémios foi o jovem Virgílio Sitole o primeiro, Menção Honrosa e o segundo Consagração com as coreografias “A Morte de Ximatana” e “Por Tí Mestre”, respectivamente.

Estes prémios atribuídos pela mais prestigiosa instituição vocacionada ao apoio financeiro das artes em Moçambique FUNDAC, são resultado de um trabalho bastante selectivo e criterioso de um juri constituído por altas figuras das Artes do nosso país como a Maria Luisa Mugalela, Directora da Escola Nacional de Dança, Manuela Soeiro, Directora do Mutumbela GOGO, Lindo Lhongo, o Decano de Teatro em Moçambique, Maria José Sacur, Directora da Academia “Dança para Ti” e antiga Primeira Bailarina da CNCD, na altura também chamada de “Pavlova” de Moçambique.

Estas obras não só mereceram a distinção do FUNDAC bem como tiveram um acolhimento público invulgar na Dança contemporânea bem como uma boa recessão de crítica pelos medias locais, o que comprova de que uma outra tendência de Dança Contemporânea pode conviver e até impor-se internacionalmente com o carimbo de “Made In Mozambique”.

Hoje, 20 Anos depois, dou me por feliz por ver este grande movimento a alargar se e a ter um reconhecimento internacional e, por outro lado, por conviver pacificamente com um outro grande movimento de resgate do nosso património cultural, preservando a cultura e as tradições das diferentes comunidades moçambicanas, divulgando o rico e diversificado património cultural do país, colocando-o ao serviço da sociedade e do progresso.

Dou me igualmente por feliz por ver que a instituição de que fui co-fundador e dirigente durante muitos anos, soube combinar as duas vertentes de dança, tornando-se um caso único de sucesso no mundo.

Por aquilo que a mim me toca, tenho o orgulho de exibir como estandartes desta arte, desde o falecido Augusto Cuvilas, que deve ser sempre lembrado quando se falar da dança contemporânea em Moçambique, da Maria Helena Pinto, hoje com uma Academia própria, do Virgílio Sithole, que para além de bailarino e coreógrafo que se identifica com a dança contemporânea genuinamente africana, é o único crítico credenciado na matéria e mantém uma página semanal no Jornal O País intitulado “Letras Coreográficas”.

A Pérola Jaime, que por coincidência, criou a sua primeira coreografia “Imagens” no Projecto “Nova Visão” e 20 anos depois coreografou “Dançando com a Chuva” de Eduardo White.

Para os organizadores do “Kinani”, para todos os artistas que se empenham na “Nova Visão” “Nova Formulação”, “Nova Estruturação”, “Nova Linguagem”, “Nova filosofia”, até a “Nova Historiografia” das tendências contemporâneas com marca “Made In Mozambique” a luta continua em prol do desenvolvimento das artes e cultura, em particular da dança em Moçambique.

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