A gotinha de água vaidosa

Page 1

A Gotinha de Ă gua Vaidosa



PREFÁCIO Esta história nasceu e cresceu depois de algumas atividades e experiências realizadas na sala utilizando a água, bem tão necessário e valorizado pelas crianças para a vida do nosso Planeta. Na verdade trata-se de um conto que, sem pretender ser uma história escrita por autores conhecidos e conceituados, ser um trabalho criado e desenvolvido por um grupo de crianças do pré-escolar com a participação, colaboração e empenhamento das famílias. Decidiu-se então dar um título ao conto. Para isso as crianças do grupo apresentaram várias ideias para ser selecionada uma delas. Sobre todas as propostas apresentadas e postas à votação, a escolha do título foi feita e acordada em grupo. O título escolhido - “A Gotinha de Água Vaidosa” -, foi o que obteve maior número de votos. A iniciativa fez parte de uma atividade “Histórias com Todos”, inserida no âmbito do Projeto “Semear Leituras”, que abrangeu todo o pré-escolar do agrupamento. O grupo teve oportunidade de desenvolver e mostrar a sua criatividade na elaboração deste conto onde todas as famílias se envolveram, contribuindo para que ele crescesse. Data da elaboração do conto: Ano letivo 2013/2014 Data da edição: 2014/2015 Educadora: Maria Amália Girão Guimarães Pestana Jardim de Infância: J.I. da Praia, sala das “Conchas” Agrupamento de Escolas Eng. Fernando Pinto de Oliveira



A Gotinha de Água Vaidosa Pousada num banco de um jardim cheio de flores, estava uma gotinha de

água.

Parecia

uma

gotinha

preocupada e muito, muito vaidosa. Procurava um vestido bonito para festejar um dia muito especial - o dia Mundial das Gotinhas de Água. Não tinha era roupa para a festa. Pensou, pensou... e teve uma ideia:


- Vou pedir à senhora nuvem que me faça um vestido, que pareça de algodão. A Gotinha foi falar com a nuvem e contou-lhe o seu desejo, que mais tarde foi cumprido. Tinha agora uma roupa nova, mas ao pousar na pétala de uma margarida, ficou outra vez sem vestido, devido ao seu peso. - Oh! Fiquei sem o meu vestido – disse a Gotinha, tão triste que lhe apeteceu chorar, mas lembrou-se que as gotinhas nem chorar podem. O seu ar era tão infeliz, tão infeliz, que chamou a atenção de uma joaninha que passava na altura. A joaninha ao observar o aspeto da Gotinha, parou junto dela.


Porque choras, Gotinha? - perguntou a joaninha. - Fiquei sem o meu vestido que tinha arranjado para ir a uma festa - responde a gotinha. - Vestido? As gotinhas usam vestidos? -perguntou a joaninha. Apesar das tentativas da joaninha para ajudar a Gotinha, esta continuava inconsolåvel, pois tinha que arranjar rapidamente outra ideia. É que o Dia Mundial das Gotinhas de à gua estava a chegar!


No meio do sofrimento da Gotinha, um raio de sol resolveu intrometer-se e disse: - Não fiques triste. Vamos arranjar uma solução perfeita para o teu vestido. Quem deve ter ideias fantásticas para vestidos especiais são as flores do bosque, que estão sempre resplandecentes graças às gotinhas como tu.

Há-de chegar o nosso amigo arco-íris

que

também

vai

alegrar a festa com todas as suas maravilhosas cores.


No dia seguinte, ao acordar de uma tarde chuvosa, ficou admirada com os encantos que as flores lhe fizeram. Ficou com um vestido lindo. A Gotinha já podia participar na festa do Dia Mundial das Gotinhas de Água. Ia convidar todas as gotinhas, as suas amigas nuvens, as flores, as joaninhas, as borboletas e o sol.

Começou a festa e um lindo arco-íris formouse no céu. A Gotinha de água estava feliz, a festa estava animada.


Ao ouvir o seu amigo sol, a Gotinha ficou mais animada e seguiu o seu conselho. Pediu Ă sua amiga nuvem que a levasse atĂŠ ao bosque. Queria combinar tudo com as suas amigas flores e pedir-lhes uma roupa para que se parecesse com elas.


As gotinhas balançavam ao sabor do senhor vento, caíam ritmadas e entre uma gota e outra, a música continuava. Ping, ping, ping ….. Umas gotas caíam nos telhados, outras abraçavam-se e formavam um lago.


No meio da animação, o senhor sol e o senhor arco-íris juntaram-se e prepararam uma surpresa para a Gotinha.

Depois de segredarem entre eles, pediram às nuvens para se unirem e formaram

uma

enorme

parede

branca de onde surgiram o senhor e a senhora gota. Ao vê-los, a Gotinha

esboçou

um

enorme

sorriso e desatou a correr pois reparou que eram os seus pais.


Nesse momento de tanta alegria, lembrou-se que faltava uma amiga que já não via há muito tempo, a estrelinha. Com tantas saudades dela, resolveu ir procurá-la. Era uma amiga com quem tinha grandes e divertidas conversas, ela estava doente. Preocupada, pergunta: - O que é que se passa contigo, amiga estrelinha? - Adoeci e fiquei com pouca luz. Agora não tenho força para me levantar, nem brincar com os meus amigos responde a estrelinha.


- Tenho uma ideia. Vou chamar os meus amigos pirilampos para que fiques mais luminosa e as abelhinhas para te trazerem um pote de mel, para que fiques melhor - disse a Gotinha.


A estrelinha sorriu e disse: - Não te preocupes comigo, regressa à tua linda festa. - Nenhuma festa é mais importante do que a tua amizade. Sem ti, nunca a minha festa será perfeita. Quero-te ao meu lado, a brilhar como só tu sabes. Os pirilampos e o mel vão ajudar a carregar a tua energia. Depois vêm os flocos de neve que cruzarão o céu para te virem buscar no mais lindo e fofo sofá, para que não te canses.


E assim foi, quase por magia, um clarão rasgou o azulão do céu, deixando um rasto de poeira no ar. - Mas que barulho é este? - perguntou a Gotinha. - Não sei o que será - responde a estrelinha. - Sou eu, o cometa. - O que fazes aqui? - pergunta a estrelinha. - Estamos à espera dos flocos de neve, não temos tempo para brincadeiras - disse a Gotinha de água. - Eu sei. Por isso, estou aqui. Os flocos de neve pediram-me para vos levar de volta à festa. Vá, sentem-se e apertem os cintos de segurança, porque vamos partir a grande velocidade – disse o cometa. - Obrigado, cometa - exclamou a Gotinha.


De repente, o céu transformou-se num azul claro, o sol sobrepôs a lua e a noite vestiu-se de dia. A descida à terra foi vertiginosa e muito rápida. Quando a gotinha e a estrelinha desceram pelas escadas do cometa, sentiram terra firme. No entanto, tiveram

uma

sensação

muito

estranha. Algo estava a acontecer... Depois daquela aterragem rápida e fulminante, perceberam que não tinham ninguém à sua espera.


- Não sei o que se passa! Deviam estar todos aqui - disse a Gotinha. - Também não estou a entender nada! Será que estamos no sítio errado? - perguntou a estrelinha.

- Não é possível, porque o nosso amigo cometa é um excelente condutor e tem um GPS moderno que conhece todos os sítios para onde ir - responde a Gotinha. - Então, vamos embora. Aqui não está ninguém e o sítio é assustador! - exclamou a estrelinha.

A gotinha e a estrelinha começaram a ficar tristes e assustadas. Tinham todos desaparecido. O sol começava a afastar-se e o céu a ficar escuro, o que tornava aquele sítio ainda mais assustador.


Ouviram um som forte e aterrador. Era o trovão que, ao aparecer, perguntou: - Quem está aí? - Somos a Gotinha de água e a estrelinha. Procuramos os nossos amigos que estavam numa festa. - Ó senhor trovão, sabe dizer-nos que horas são? - perguntou a estrelinha. - Já é muito tarde. Já foi toda a gente para casa. Com a trovoada, a Gotinha e a estrelinha ficaram assustadas e não sabiam como ir para casa. Resolveram pedir ajuda ao relâmpago. Tinham de avisar as outras gotinhas que vinha aí uma grande tempestade.


No céu, viram um ponto branco. Era a lua. - Ando há muito, muito tempo, à vossa procura nos montes, vales, mares, rios e lagos. Onde estavam? - pergunta a lua. - Estávamos com o nosso amigo cometa que nos foi buscar para virmos mais rápido para a festa - disse a estrelinha. Começou a aparecer uma nuvem muito grande e escura e a estrelinha disse: - Olha que a nuvem ficou mais pesada e está a ficar muito frio!


Algumas gotinhas comeรงaram a cair, em forma de chuva. Muita รกgua se infiltrou na terra alimentando as plantas e quando encontrava rochas impermeรกveis, formava um lenรงol de รกgua.


A estrelinha e a gotinha fugiram em direção a um som que se ouvia e uma luz que piscava. Com enorme espanto, observavam um pirilampo que guardava um casulo de bicho-da-seda. A Gotinha de Água nem queria acreditar que o seu grande sonho estava perto de se realizar... fazer um lindo vestido de seda! - É com estes finos fios de seda que vou fazer um lindo vestido, tão levezinho que nunca mais se vai estragar! Vou ficar linda. Sou tão vaidosa!


E assim a Gotinha conseguiu um gracioso vestido pareceu ainda mais leve, tão leve, que foi cair num rio onde conheceu alguns peixes. Grandes, pequenos, de muitas cores, que logo a avisaram das correntes do rio. Este estava tão forte, que a Gotinha foi levada até ao mar, juntando-se às enormes ondas. Balançava de um lado para o outro, subia e descia com muitas amigas gotinhas ao seu lado, sorrindo e cantando à espera que o sol a voltasse a aquecer para começar uma nova viagem até à atmosfera.


Autores: Famílias e crianças da Sala das “Conchas” do Jardim de Infância da Praia Ilustradores: crianças de 3, 4 e 5 anos. Nome das crianças: Alexandre A. Vales Vitorino; Daniel Marques Moura Dinis; Cadilhe Ramos Pereira Francisca Macedo Ferreira; Francisco André Teixeira Correia; Francisco Salgueiro C. R. Jerónimo Frederico Alexandre Reis Silva; Gabriel Nunes Pereira Varela; Giovanny A. Jacome Inês Costa Santos; João Miranda Gendre; João Vitor Marques Silva; José Miguel Guimarães Santos Laura Morgado Beleza Moreira; Leonor Braga Gonçalves Pires Duarte Leonor Sofia Matos Leal; Lourenço Pereira Silva Martins Mendes; Márcia Sofia Machado Araújo Margarida Ferreira Campos; Margarida Rocha Pereira; Maria Inês Themudo S. C. Lobo Maria Miguel Lopes Sousa; Rita Ferreira Sousa Fonseca; Tomás Filipe Monteiro Vieira Iúri Teles Ferreira Miguel e Leonor Ramos Urbano do J.I. F.P.O.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.