UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES TIAGO LOPES CONDE 9º PERÍODO - NOTURNO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I SUPERMERCADO EM MOGI DAS CRUZES
PROFESSORA ORIENTADORA ELISABETE CHIA I HUANG MOGI DAS CRUZES, SP 2019
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES TIAGO LOPES CONDE – RGM 11151101954 9º PERÍODO - NOTURNO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I SUPERMERCADO EM MOGI DAS CRUZES
Trabalho realizado para disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 01, para obtenção de conceito no primeiro semestre
de
2019
do
curso
Arquitetura e Urbanismo.
PROFESSORA ORIENTADORA ELISABETE CHIA I HUANG MOGI DAS CRUZES, SP 2019
de
RESUMO
Este trabalho se propõe a desenvolver um estudo e análise acerca do segmento supermercadista, a definição desta tipologia de empreendimento comercial, bem como os eventos históricos que culminaram na sua origem. Além disso, ele também utiliza exemplos de supermercados ao redor do mundo, focados na arquitetura dos mesmos, sua volumetria, organização intrasetorial, programa arquitetônico, impacto dentro do cenário urbano, dentre outros, a fim de obter referências com o objetivo final de elaborar um projeto arquitetônico de um empreendimento deste mesmo segmento comercial. O trabalho também apresenta todas as etapas de uma metodologia projetual arquitetônica, tais como o levantamento dos dados do terreno, permissões acerca do uso do solo no local escolhido, o contexto urbano do entorno, os usos dos espaços já ocupados, a altura média das edificações nas imediações, organização viária e levantamento das áreas vegetadas, além de reunir as condicionantes legais para elaboração do projeto, conceito e partido arquitetônico, perfil de usuário e programa de necessidades.
Palavras-chave: Supermercado, Arquitetura, Projeto, Comércio, Mercado.
ABSTRACT
This work proposes to develop a study and analysis about the supermarket segment, the definition of this type of commercial enterprise, as well as the historical events that culminated in its origin. In addition, it also uses examples of supermarkets around the world, focused on their architecture, their volumetry, intrasectoral organization, architectural program, impact within the urban scenario, among others, in order to obtain references with the ultimate goal of elaborating an architectural project of an enterprise of this same commercial segment. The work also presents all the stages of an architectural project methodology, such as the survey of the terrain data, permissions on the use of the soil in the chosen place, the urban context of the surroundings, the uses of the spaces already occupied, the average height of the edifications in the surroundings, road organization and survey of vegetated areas, besides gathering the legal constraints for project design, architectural and design concept, user profile and needs assessment.
Keywords: Supermarket, Architecture, Project, Commerce, Market.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01: King Kullen - O Primeiro Supermercado
19
Figura 02: TOP - Localização
21
Figura 03: TOP - Fachada - VIA Baltica
22
Figura 04: TOP - Fachada - Rua Riga
22
Figura 05: TOP - Planta Baixa
23
Figura 06: TOP - Interior da Loja
24
Figura 07: Mercat de Calafell - Localização
25
Figura 08: Mercat de Calafell - Planta Baixa
26
Figura 09: Mercat de Calafell - Abertura Zenital
27
Figura 10: Mercat de Calafell - Elevação Oeste
28
Figura 11: Mercat de Calafell - Elevação Leste
28
Figura 12: Thanopoulos - Localização
29
Figura 13: Thanopoulos - Planta Pav. Térreo
30
Figura 14: Thanopoulos - Planta Subsolo
31
Figura 15: Thanopoulos - Interiores 01
32
Figura 16: Thanopoulos - Interiores 02
32
Figura 17: Thanopoulos - Elevação Frontal
33
Figura 18: Alabarce - Acessos 01
35
Figura 19: Alabarce - Acessos 02
35
Figura 20: Alabarce - Acessos 03
36
Figura 21: Alabarce - Acessos 04
37
Figura 22: Alabarce - Corredor Comercial
37
Figura 23: Alabarce - Praça de Alimentação
38
Figura 24: Alabarce - Acessos 05
38
Figura 25: Alabarce - Térreo - Frente
39
Figura 26: Alabarce - Térreo - Corredores
40
Figura 27: Alabarce - Térreo - Fundos
40
Figura 28: Alabarce - Térreo - Áreas de Preparo
41
Figura 29: Alabarce - Térreo - Estoque Geral
41
Figura 30: Alabarce - Mezanino 01
42
Figura 31: Alabarce - Mezanino 02
42
Figura 32: Alabarce - Mezanino 03
43
Figura 33: Alabarce - Comprovante fotográfico da visita
44
Figura 34: Quitanda - Acesso principal
46
Figura 35: Quitanda - Estacionamento
46
Figura 36: Quitanda - Ecoponto
47
Figura 37: Quitanda - Corredor de caixas
47
Figura 38: Quitanda - Feira de orgânicos
48
Figura 39: Quitanda - Mezanino
48
Figura 40: Quitanda - Administração 01
49
Figura 41: Quitanda - Cozinha 01
50
Figura 42: Quitanda - Cozinha 02
50
Figura 43: Quitanda - Adega
51
Figura 44: Quitanda - Enlatados
51
Figura 45: Quitanda - Hortifruti
52
Figura 46: Quitanda - Vitrines refrigeradas 01
52
Figura 47: Quitanda - Vitrines refrigeradas 02
53
Figura 48: Quitanda - Frios e rotisseria
53
Figura 49: Quitanda - Padaria e confeitaria
54
Figura 50: Quitanda - Açougue
54
Figura 51: Quitanda - Peixaria
55
Figura 52: Quitanda - Acessos - Açougue e peixaria
55
Figura 53: Quitanda - Sala de manutenção
56
Figura 54: Quitanda - Estoque 01
57
Figura 55: Quitanda - Estoque de lacticínios
57
Figura 56: Quitanda - Estoque de pães
57
Figura 57: Quitanda - Estoque da adega
58
Figura 58: Quitanda - Estoque 02
58
Figura 59: Quitanda - Câmara de FLV
59
Figura 60: Quitanda - Câmara de produção
59
Figura 61: Quitanda - Cozinha da padaria
60
Figura 62: Quitanda - Doca de abastecimento
60
Figura 63: Quitanda - Cozinha artesanal
61
Figura 64: Quitanda - Depósito da cozinha artesanal
61
Figura 65: Quitanda - Vestiários
62
Figura 66: Quitanda - Comprovante fotográfico da visita
63
Figura 67: Local
64
Figura 68: Entorno em 2008
66
Figura 69: Entorno em 2019
66
Figura 70: Levantamento topográfico
67
Figura 71: Uso do solo
68
Figura 72: Gabarito de altura
69
Figura 73: Mapa viário
70
Figura 74: Arborização do entorno
72
Figura 75: Símbolo internacional de acesso
74
Figura 76: Símbolos de atendimento preferencial
75
Figura 77: Símbolos de sanitários
75
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
10
2
OBJETIVOS
11
2.1
OBJETIVO GERAL
11
2.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
11
3
JUSTIFICATIVA
12
4
PROBLEMATIZAÇÃO
13
5
DEFINIÇÃO DO TEMA
14
6
HISTÓRICO DO TEMA
17
7
ESTUDOS DE CASO
21
7.1
SUPERMERCADO TOP
21
7.2
MERCAT CALAFELL
25
7.3
SUPERMERCADO THANOPOULOS
29
8
VISITAS TÉCNICAS
34
8.1
SUPERMERCADO ALABARCE - UNIDADE MOGILAR
34
8.1.1 Análise Geral
43
QUITANDA
45
8.2.1 Análise Geral
63
LOCAL DE IMPLANTAÇÃO
64
9.1
LEVANTAMENTO CADASTRAL DO TERRENO
64
9.2
EVOLUÇÃO DO ENTORNO
65
9.3
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO
67
9.4
DISCRIMINAÇÃO DAS ATIVIDADES DO ENTORNO
67
8.2
9
10
9.5
DISCRIMINAÇÃO DO GABARITO DE ALTURA
68
9.6
DISCRIMINAÇÃO DA MALHA VIÁRIA
69
9.6.1 Proposta
70
9.7
LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO EXISTENTE
72
9.8
ANÁLISE SWOT
73
9.9
DIRETRIZES E PREMISSAS
73
PERFIL DE USUÁRIO
79
10.1 PÚBLICO INTERNO
79
10.2 PÚBLICO EXTERNO
79
CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO
83
11.1 CONCEITO ARQUITETÔNICO
83
11.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO
83
12
PROGRAMA DE NECESSIDADES
85
13
FLUXOGRAMA
92
14
SETORIZAÇÃO
93
11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
94
10
1
INTRODUÇÃO
Os supermercados são empreendimentos presentes em quase todas as cidades do mundo, sendo extremamente importantes para a economia mundial. A geração de empregos, capital, tecnologia e produção, são alguns dos elementos responsáveis pela evolução dos empreendimentos deste setor, cuja principal função é a de aproximar o consumidor dos itens essenciais para o sustento de sua vida, sendo assim, um equipamento urbano de abastecimento. Este trabalho visa desenvolver uma análise geral deste segmento comercial, a história de sua origem, sua evolução até os dias contemporâneos, com o fim de obter dados para a concepção de um projeto deste mesmo tema. Para a elaboração deste trabalho, foi utilizada pesquisa bibliográfica, na qual, se incluem livros, revistas, artigos online, sites de arquitetura, arquivos no formato PDF, projetos existentes como forma de estudo de caso e visita de campo para obtenção de dados, bem como, elementos da metodologia básica para desenvolvimento de projeto arquitetônico. Cada capítulo deste trabalho visa o entendimento sobre o tema, de forma explícita e inequívoca, para que assim, o leitor também possa compreender as propostas apresentadas pelo autor e avaliar a qualidade das mesmas.
11
2
OBJETIVOS
2.1
OBJETIVO GERAL
Elaboração de projeto e implantação de um supermercado, de médio porte, em Avenida Kaoru Hiramatsu, Braz Cubas, Mogi das Cruzes, considerando todas as diretrizes locais e essenciais para a execução da obra, bem como, atendendo à metodologia projetual para execução ordenada do trabalho.
2.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Identificar os principais atributos associados à atividade supermercadista, responsáveis pela composição das diretrizes projetuais em relação a este segmento de empreendimento; b) Identificar os principais atributos, do local de inserção, responsáveis pela necessidade desse tipo de atividade; c) Desenvolver análise e estudo destes atributos, de forma a identificar as soluções arquitetônicas ideais para a implantação do empreendimento; d) Utilizar os resultados para a concepção e apresentação do projeto arquitetônico preliminar e executivo.
12
3
JUSTIFICATIVA
Os supermercados são edificações indispensáveis quando se fala em requalificação urbana, sendo, muitas vezes, responsáveis por valorização imobiliária local, polos geradores de emprego, além de atraírem reformas nos sistemas de infraestrutura nos arredores do local em que estão inseridos. Também são eles os responsáveis por prestarem a maior parte dos serviços de abastecimento dos bens de consumo essenciais à população das cidades. Para este projeto, será definido um terreno localizado em Avenida Kaoru Hiramatsu, Braz Cubas, Mogi das Cruzes, onde existe grande potencial de moradia sendo explorado, fazendo-se necessária a existência deste tipo de empreendimento para os moradores que habitarão o local.
13
4
PROBLEMATIZAÇÃO
Os supermercados trazem consigo alguns problemas, de caráter urbanístico, a serem solucionados. Dentre estes problemas, o principal é o adensamento dos fluxos
de
automóveis
nas
vias,
originado
pelas
filas
para
entrada
no
empreendimento. Para este problema, será proposta a implantação de pista de desaceleração na testada do terreno, permitindo que os automóveis adentrem ao empreendimento, sem que o fluxo das vias adjacentes seja comprometido. Além deste, os supermercados trazem consigo, também, bloqueios na incidência de luz e fluxo de ventilação, originados pelo volume de massa sólida construída. Para a solução destes problemas, serão realizados estudos a fim de melhor direcionar a posição do edifício no terreno, bem como, sua volumetria e ferramentas construtivas, de modo a causar o menor impacto possível no conforto térmico e luminoso do local de implantação. Grande parte dos supermercados são edificações com pouco trabalho plástico e geometria simplista, originados principalmente pela
organização
padronizada dos ambientes e setores internos, causando assim um impacto negativo e pouco convidativo, além da ausência de identidade. Para estes, será proposta
uma
volumetria
aos
moldes
contemporâneos,
com
organização
diferenciada dos ambientes e setores internos, sem sacrificar a funcionalidade dos mesmos.
14
5
DEFINIÇÃO DO TEMA
Nas palavras de Morabito (2009, p. 01), os supermercados são: [...] empresas varejistas, ou seja, representam o último elo da cadeia entre um produto e seu consumidor final, vendem proeminentemente alimentos perecíveis dispostos em formato para autoatendimento (self-service) e dispõem de caixas para pagamento (checkouts) na saída, tratando-se, portanto, de autoserviço. (MORABITO, 2009, p. 01).
É um dos segmentos comerciais mais importantes para a vida urbana, responsável pelo abastecimento dos produtos básicos e essências, geração de empregos, e até de infraestrutura urbana. São empresas que podem ser divididas em três categorias (portes) diferentes, são elas: a) Mercados: Também conhecidos como Mercearias, são os mercados de pequeno porte, onde se comercializam os produtos de necessidade básica e utensílios do cotidiano. Sua área de construção é pequena, não passando dos 300m². São empreendimentos que atendem a uma área pequena, como a zona de um bairro, são de propriedade individual, possuem poucos funcionários e, embora grandes redes possam abrir pequenos mercados em regiões menores, estes, por sua vez, não possuem filiais. b)
Supermercados:
São
estabelecimentos
muito
maiores
onde
se
comercializam uma variedade muito mais extensa de produtos e marcas, atendendo a necessidades de alimentação e higiene ainda mais diversas. Normalmente o seu funcionamento é organizado em setores independentes como padaria, açougue, hortifrúti, peixaria, adega, além dos corredores de lacticínios,
frios,
higiene,
limpeza
etc.
Possuem
área
construída
e
infraestrutura maior, com o fim de atender a uma demanda maior de consumidores,
abrangendo
espaços
maiores
dentro
do
município.
Comumente eles possuem estacionamento próprio, áreas de atendimento ao cliente com guarda volumes, banheiros públicos e alguns ainda possuem corredores com espaços a serem alugados para outras atividades comerciais. A setorização destes empreendimentos também costuma ser parecida, sendo que na frente, é onde se localizam os serviços de caixa e atendimento ao
15
cliente, bem como o espaço para guarda de carrinhos, no centro da loja é onde ficam as seções com produtos a venda, distribuídos em corredores de prateleiras e, mais ao fundo, as sessões com padaria, açougue, peixaria etc., e nos fundos, com acesso restrito, é onde se localiza o estoque e docas de abastecimento. Também é comum a existência de um mezanino, à frente da loja, para a execução dos serviços administrativos. É habitual que estes empreendimentos pertençam a filiais e vendam seus produtos por preços mais acessíveis que as mercearias, visto que o consumo de produtos é muito mais intenso. c) Hipermercados: Estes são grandes estabelecimentos, normalmente pertencentes a grandes redes de supermercados e hipermercados. Possuem todas as funcionalidades de um supermercado comum, porém, em uma escala de variedade muito maior, seja de produtos ou de serviços. Além dos produtos comercializados pelos supermercados, os hipermercados também possuem setores de venda de eletrônicos, roupas, calçados, acessórios de beleza, acessórios para a casa, carro, eletrodomésticos, dentre vários outros. Os hipermercados também costumam ter, em seu interior, restaurantes, lanchonetes, lojas diversas e até espaços prestadores de serviços públicos. Sua infraestrutura é de alta complexidade e, embora não seja regra, muitos hipermercados possuem dois, três pavimentos, ou mais, com a finalidade de atender milhares de pessoas diariamente. São, usualmente, implantados nas regiões centrais dos municípios, e abrangem o território de vários bairros ou até mesmo de todo o município. Além destas categorias, cabe destacar, também, os Mercados Municipais, popularmente
conhecidos
como
mercadões.
Estes
são
empreendimentos
construídos e mantidos pelo poder público, onde se realizam as atividades comerciais associadas ao trabalho dos feirantes, são comumente organizados na forma de um grande edifício fechado com um vasto espaço central, onde os comerciantes instalam suas lojas e formam corredores comerciais. Podem ter um ou dois pavimentos e os produtos comercializados normalmente são mais acessíveis, por serem de produção própria do vendedor. Existe, também, uma tipologia conhecida como Supermercado Atacadista. Estes geralmente são grandes galpões com corredores contendo torres de produtos,
16
sendo vendidos por um preço mais acessível em função da grande quantidade de unidades, de um mesmo produto, que é vendida simultaneamente. São empreendimentos
muito
procurados
por
comerciantes,
lojistas,
donos
de
restaurantes e bares, bem como empreendedores de diversas outras atividades comerciais que trabalham diretamente com o consumo de alimentos, graças ao preço mais acessível, a fim de reabastecer os estoques de seus empreendimentos. No Brasil, existem aproximadamente 90.000 lojas, distribuídas em mais de 300 redes de supermercados, e o setor é responsável por pelo menos 5% do PIB Brasileiro. Um estudo da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), realizado em 2018, mostrou que, em 2017, o setor faturou R$353,2 bilhões, o que representa um crescimento de mais de 50% em 10 anos. O número total de lojas foi de 89.368, com 1.822.236 empregos, totalizando área de vendas de 21,94 milhões de metros quadrados, e as três maiores empresas do setor foram o Carrefour, com faturamento de R$49,6 bilhões, o Grupo Pão de Açúcar, com R$48,4 bilhões, e o Walmart, com R$28,1 bilhões, sendo estas mesmas redes as que disputam, há anos, o top três no ranque de faturamento, sendo assim as três maiores redes nacionais de supermercados.
17
6
HISTÓRICO
Falar da história dos supermercados é falar da origem das atividades comerciais em si, e embora seja extremamente difícil precisar quando, exatamente, o homem começou a praticar essa atividade, sabemos que essa prática data desde a pré-história, e que os povos ancestrais a realizavam através de um sistema de permuta de produtos, isto é, a troca direta de produtos entre os seus respectivos donos. Naqueles tempos, as atividades comerciais se davam em dimensões locais, as pessoas viviam da agricultura, pesca e pecuária, e os produtores costumavam produzir um único produto. Isso tudo acarretou em um cenário onde as pessoas passaram a estocar mais mantimentos do que elas mesmas precisavam, o que culminou no desenvolvimento de um sistema de trocas para que as pessoas pudessem ter outros produtos que não fossem os cultivados por elas mesmas. Isso foi essencial para que as pessoas conseguissem atender às suas necessidades diárias e mantivessem os produtos que desejavam. Dito isto, conclui-se que as primeiras atividades comerciais se fundamentaram nas trocas, onde ambas as partes negociavam, diretamente, seus produtos e a quantificação dos mesmos. Algum tempo depois, o sistema de trocas começou a apresentar certa complexidade, visto que passaram a envolver um número muito maior de pessoas, os produtos disponíveis para troca não atendiam às necessidades
delas,
os
produtos
de
grande
porte
tinham
transporte
demasiadamente dificultado, além dos problemas físicos sobre o valor dos produtos, visto que não existe uma forma de se trocar, por exemplo, uma cabeça de gado e meia. Foi com esses problemas em mente que se fez necessários à atribuição de um agente responsável pela referência de valor dos produtos, de forma a permear os procedimentos de troca. Este agente precisava ser fácil de ser transportado, ser fracionável e ter durabilidade, dessa forma nasceu a moeda, que de início não eram pequenas formas de liga metálica, mas sim, alguns produtos como o sal e as conchas, e só depois foi criado o dinheiro como o conhecemos, responsável pelo surgimento do comércio propriamente dito, que se desenvolveu até os moldes dos dias atuais.
18
Desde o início das atividades comerciais, o nível de dificuldade empregado na confecção de um produto ou riqueza, era uma diretriz fundamental para a determinação de seu custo, assim sendo, quanto mais raro e difícil de produzir, mais caro seria o produto, ao ponto em que quanto mais fácil de encontrar e produzir, mais barato seria o produto. Atualmente, o valor dos produtos é definido por uma série de fatores complexos, presentes diretamente ou indiretamente, tais como, impostos, custo de transporte, salário dos confeccionadores, oferta e demanda, margem de lucro, dentre vários outros itens que fazem com que essa atividade seja fundamental para a manutenção e prosperidade da civilização. Já na Idade Média, durante muito tempo, a atividade comercial foi uma atividade errante, onde os comerciantes viajavam por rotas e se reuniam em espaços onde era feita a exposição dos produtos, as chamadas feiras. Essa forma de atividade foi o que permitiu que os comerciantes se organizassem, e eles se associavam por interesses econômicos mútuos e também por segurança. Essas feiras aconteciam principalmente na Europa, onde os comerciantes se reuniam por semanas para a compra e venda de seus produtos. As mais importantes dessas feiras, foram as de Champanhe, elas conectavam a Itália aos Países Baixos e chamavam a atenção de comerciantes de toda a Europa. A maneira como elas eram organizadas, de forma a operar consecutivamente, fazia com que por todo o ano houvesse atividade comercial naquele local. Do final do século XII ao meio do século XIII, esses comércios prosperaram, sendo os centros da atividade comercial no ocidente, onde se comercializava absolutamente tudo, lã, tecidos de seda, especiarias, vinhos, vindos de todos os cantos da Europa. Essas feiras só viriam a encontrar seu defaso com a chegada do comércio marítimo, que passaram a dinamizar ainda mais os mercados europeus. Durante o período renascentista, a atividade comercial deu um grande salto, particularmente graças às expedições marítimas ao ocidente, onde os viajantes colonizadores buscavam riquezas e especiarias para serem negociadas, e a cerca de 200 anos atrás, foi quando as lojas começaram a ter forma parecida com as dos dias atuais, desde então, o comércio passou a se desenvolver em um ritmo muito acelerado, trazendo, com o seu próprio crescimento, o incentivo à criação de novas tecnologias, tanto para a produção em massa quanto para o transporte em larga escala dos produtos comercializados, coisas que contribuíam, diretamente ou
19
indiretamente, para o desenvolvimento da sociedade em si. No século XX, foi onde apareceram as primeiras lojas de departamentos e também os primeiros supermercados. O primeiro supermercado do mundo, aos moldes dos que conhecemos hoje, foi aberto em 04 de agosto de 1930, no bairro de Queens, e se chamava King Kullen (Figura 01), ele foi aberto por Michael J. Cullen, que até então trabalhava para uma rede de mercearias chamada Kroger.
Figura 01: King Kullen - O Primeiro Supermercado
Fonte: Queens Chronicle.
Seu objetivo com o empreendimento era bem simples, vender a maior variedade de produtos, na maior quantidade possível (o que acarretaria em uma proposta de valor baseada em ampla oferta), infraestrutura com eficiência operacional (autoatendimento, o próprio consumidor é o responsável pela garimpagem1 de suas mercadorias, o que elimina custos ao empreendedor), controle, e comunicação em massa. Com essas ideias em mente, Cullen adaptou 1
Popularmente conhecido como o ato de coleta e seleção de itens.
20
um galpão industrial para o estabelecimento, e seu empreendimento foi um sucesso. Em poucos seis anos de atividade, Cullen teve um faturamento altíssimo, e conseguiu abrir mais 16 filiais no estado de Nova York. Essa ideia foi abraçada por diferentes empreendedores e rapidamente espalhada pelo mundo, até que em Agosto de 1953, o Brasil teve, o seu primeiro supermercado, chamado Sirva-se, fundado por Mário Wallace Simonsen, implantado na Rua da Consolação, ou ao menos foi o primeiro oficialmente, já que existem controvérsias acerca de um empreendimento instalado, na Rua 13 de Maio, há pelo menos seis meses anteriores à inauguração do Sirva-se, chamado Super Mercados Americanos Ltda., e outro, anterior a ambos, chamado Depósito Popular Ltda., localizado na Rua Formosa, em funcionamento desde 1948. O fato é que, a rede Sirva-se pertenceu ao seu fundador até 1965, ano de sua morte, e após isso foi adquirida pelo Grupo Pão de Açúcar. Desde então, os supermercados se tornaram um elemento essencial na construção da civilização e importante setor dentro da economia nacional, bem como, empreendimentos habituais dentro do cenário urbano, muitas vezes trazendo consigo, impactos positivos (ou negativos) para o contexto urbano em que estão inseridos. No Brasil, é possível encontrar pelo menos um supermercado em quase todos os municípios do país, e em grandes cidades, um ou mais em cada bairro ou distrito, tornando-os muito mais do que meros estabelecimentos comerciais de interesses econômicos, eles são parte do universo cotidiano urbano e pessoal de todos os habitantes.
21
7
ESTUDOS DE CASO
7.1
SUPERMERCADO TOP
Localizado na cidade de Salacgrīva, Letônia, próximo à via arterial mais importante da região, conhecida como VIA Baltica (Figura 02). Com projeto de 2013 e área construída de 6.989m², a loja foi construída na zona central da cidade, vizinha de várias edificações de atividades públicas, como museu, igreja, correios, centro de juventude e de edificações residenciais.
Figura 02: TOP - Localização
Fonte: Google Earth Pro, adaptado pelo autor.
O escritório responsável pelo projeto foi o ARHIS ARHITEKTI, e seu conceito trabalha com dois pontos de vista diferentes, sendo estes o pedestre, e a história da cidade. A fachada voltada para a VIA Baltica (Figura 03) foi projetada como um volume linear, feito para ser percebido em movimento, ele utiliza placas de madeira e possui forma curva, lembrando cascos de navio, isso foi feito com a intenção de fazer conexão com a tradição histórica, da cidade, da construção de navios.
22
Figura 03: TOP - Fachada - VIA Baltica
Fonte: STURMANIS, Indrikis (2015).
A fachada voltada para a Rua Riga (Figura 04), frente a um passeio público, por sua vez, foi projetada com volumes menores e o uso de tijolos, utilizando a escala do pedestre para a composição plástica, intencionalmente feita para criar a percepção de que a fachada flui para o espaço público.
Figura 04: TOP - Fachada - Rua Riga
Fonte: Arhis.
23
Por estar localizado em meio a um contorno de vias de passeio público, o projeto foi pensado de forma a preservar os fluxos, e acrescentou grandes beirais para a proteção contra as chuvas e, aos fundos, uma área livre que pode ser utilizada para esportes urbanos e brincadeiras infantis. O empreendimento possui dois acessos públicos principais, o primeiro, ao norte do terreno, dando acesso a um conjunto de pequenas lojas e ao supermercado, e o segundo, ao sul, dando acesso a um café. Existe, ainda, um terceiro acesso, por trás das lojas, adjacente aos sanitários. O interior da obra é bem setorizado, com todas as funções de um supermercado tradicional, a área de estoque e abastecimento, junto com administração e acessos de funcionários, fica ao oeste, adjacente à loja principal, e ao fundo desta, existe um açougue e uma padaria, cuja cozinha é compartilhada com o café (Figura 05).
Figura 05: TOP - Planta Baixa
Fonte: Archdaily.
O acabamento do interior foi feito de forma a dar seguimento à estética externa. Os pisos são do mesmo material e tom de cor, que o piso utilizado nos passeios que contornam o edifício, e o teto utiliza os mesmos elementos que os beirais externos. A escolha das cores foi feita de forma a destacar as mercadorias e indicações visuais, além de modernidade, objetivo conquistado com cores escuras predominantes, de fundo, e detalhes amarelos para destaque das mercadorias e outros elementos (Figura 06).
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Figura 06: TOP - Interior da Loja
Fonte: STURMANIS, Indrikis (2015).
O projeto também recebeu nominações importantes de arquitetura, uma delas, em 2014, como semifinalista no Prêmio Letão de Arquitetura, e outra, em 2015, para o Prêmio Mies van der Rohe, o prêmio de arquitetura contemporânea da União Europeia.
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7.2
MERCAT CALAFELL
Localizado na cidade de Calafell, na província de Tarragona, Espanha, o empreendimento fica na Rodovia Sanatori (Figura 07). Com projeto iniciado em 2007 e finalizado em 2012, e área construída de 8.360m², originalmente, o projeto tinha a intenção de ser um empreendimento multifuncional que reunia um conjunto de instalações para os habitantes do distrito de Calafell Beach, que na época estava em crescimento. Nessas instalações estavam inclusas um centro pré-escolar, uma escola primária e infantil, um centro cívico e uma biblioteca, todos adjacentes ao mercado, transformando o empreendimento num elemento indispensável da vida social e urbana de Calafell.
Figura 07: Mercat de Calafell - Localização
Fonte: Google Earth Pro, adaptado pelo autor.
O escritório responsável pelo projeto foi o Battle & Roig Architects, e o supermercado foi construído ao lado de um mercado antigo, que se tornou obsoleto após a implantação do Mercat Calafell. A construção é organizada através de dois macro setores, separados por um eixo horizontal de circulação, que percorre o interior do empreendimento de leste a oeste, e dá acesso as atividades internas.
26
Estes macro setores correspondem a dois tipos de comércio, sendo eles, ao sul, o supermercado, e ao norte, os feirantes (Figura 08), com a expectativa de serem integrados à praça, fora do edifício, no futuro.
Figura 08: Mercat de Calafell - Planta Baixa
Fonte: Archdaily.
O
empreendimento
conta
com
estacionamento
público
externo,
e
estacionamento de serviços subterrâneo com eixos verticais de acesso acontecendo nos quatro cantos do edifício. Analisando a Figura 08, é possível notar a presença de um espaço café ao nordeste do edifício, também com acesso à loja, e um conjunto de ambientes administrativos ao noroeste. Dentro do supermercado, pode se observar o espaço com caixas e corredores de prateleiras, bem como a área de estoque, ao leste, e não foi observado a presença de um acesso externo, indicando que todo o abastecimento das mercadorias seja feito internamente, fora de horário comercial. O eixo central de circulação, ainda conta com altura de pé direito duplo,
27
neste existe um grande corredor de abertura zenital ininterrupta, iluminando e ventilando o interior de forma natural, além de quebrar o efeito de continuidade do edifício (Figura 09).
Figura 09: Mercat de Calafell - Abertura Zenital
Fonte: SURROCA, Jordi (2014).
Externamente, todo o edifício tem estilo industrial, utilizando elementos préfabricados de concreto e painéis metálicos fazendo o revestimento das fachadas, que por sua vez, juntas, formam uma composição volumétrica bastante simples, bem próximo das encontradas na maioria dos supermercados tradicionais, com o diferencial do eixo central de circulação, criando espaços cobertos nos seus dois acessos e projetando um volume de altura superior à cobertura do empreendimento (Figura 10 e 11).
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Figura 10: Mercat de Calafell - Elevação Oeste
Fonte: SURROCA, Jordi (2014).
Figura 11: Mercat de Calafell - Elevação Leste
Fonte: SURROCA, Jordi (2014).
29
7.3
SUPERMERCADO THANOPOULOS
Localizado no subúrbio de Kifisia, na cidade de Atenas, Grécia, o empreendimento fica na Rua Dragoumi (Figura 12). Trata-se de um projeto de reforma, de uma unidade, de uma das redes de supermercados de mais alta qualidade dentro de Atenas, oferecendo uma variedade de produtos com a mais alta sofisticação,
que
normalmente
não
podem
ser
encontrados
em
outros
supermercados da cidade. Com projeto de 2017, a nova unidade, reformada, conta com área de 1.600m² em dois pavimentos, sendo estes o térreo e subsolo. A proposta de reforma surgiu como necessidade, visando atualizar a unidade preexistente, pois esta se encontrava obsoleta e aquém do padrão de qualidade dos produtos que oferecia.
Figura 12: Thanopoulos - Localização
Fonte: Google Earth Pro, adaptado pelo autor.
O escritório responsável pelo projeto é o KLab Architecture, assim como nos outros empreendimentos da rede, e ele tem uma localização privilegiada, visto que fica em frente a uma estação de metrô, facilitando muito o acesso dos clientes, que acabam por eliminar o uso de automóvel para se deslocarem à loja.
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Como dito anteriormente, o edifício reformado passou a ter dois pavimentos, comparados aos três que havia antes, estes dois pavimentos são de acesso público e neles estão organizados todos os setores de produtos. No pavimento térreo (Figura 13) é onde estão os dois acessos principais, acontecendo pela Rua Dragoumi e, aos fundos, pela Rua Adrianou, ambos os acessos conduzem à recepção e corredor de caixas, adjacentes ao corredor de acesso à loja. Neste pavimento é onde estão os produtos congelados, serviços de açougue, peixaria e bebidas alcoólicas com adega de vinhos.
Figura 13: Thanopoulos - Planta Pav. Térreo
Fonte: Archdaily.
No subsolo (Figura 14) é onde se localizam os produtos de limpeza, produtos de beleza, produtos infantis como brinquedos e produtos para bebês, papelaria, pet shop, e demais suprimentos para uso residencial ou não. O acesso a este pavimento é feito através de escada, quase ao centro do edifício, e dois elevadores próximos ao corredor de caixas.
31
Figura 14: Thanopoulos - Planta Subsolo
Fonte: Archdaily.
O empreendimento ainda conta com estacionamento público, localizado nas duas ruas em que se dá o acesso, porém, estes acabam por ter pouco uso, em decorrência da localização do supermercado. O abastecimento é feito pela elevação oeste, onde também existe um grande elevador para a condução dos produtos de estocagem ao pavimento inferior. Apesar disso, não foi observado um ambiente de estoque, talvez pelo porte pequeno da loja, que nos leva a conclusão que os produtos comercializados são reabastecidos diariamente, e não ficam na loja por grandes períodos, eliminando assim a necessidade de um ambiente de estoque. Também não foi observado a existência de ambientes administrativos como diretoria, gerencia, contabilidade e tantos outros. Interiormente, toda a loja é revestida em painéis OSB2, com mobiliário projetado também pelo KLab, e o teto interno, além do revestimento em OSB, também possui estrutura de linhas de Perspex3, com lâmpadas fluorescentes entre uma linha e outra, e um teto falso de alumínio perfurado, suspenso acima das áreas de produção e vendas sazonais (Figura 15 e 16). Todos estes elementos foram
2
Oriented Strand Board (Painel de Tiras de Madeira Orientada). São placas compostas por tiras de madeira organizadas em uma mesma direção. 3 Um tipo de material acrílico.
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utilizados para criar uma harmonia/conexão entre o interior e o exterior da edificação.
Figura 15: Thanopoulos - Interiores 01
Fonte: BISTI, Mariana (2018).
Figura 16: Thanopoulos - Interiores 02
Fonte: BISTI, Mariana (2018).
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Externamente, as fachadas foram concebidas aos moldes típicos de um supermercado, a elevação frontal da Rua Dragoumi, tem o diferencial do uso de uma segunda pele de alumínio perfurado, cuja forma remete à tipologia das edificações tradicionais existentes dentro do subúrbio. O padrão das perfurações tem a aparência de diferentes tamanhos de folha, padrão que remete aos plátanos, vegetação predominante em Kifisia (Figura 17).
Figura 17: Thanopoulos - Elevação Frontal
Fonte: BISTI, Mariana (2018).
Ainda na elevação frontal, foi incorporado revestimento de madeira e vidro, além de um pórtico protegido para acesso à loja. A elevação lateral da Rua Adrianou teve um trabalho diferente, adotando uma grande pérgola metálica com a intenção de introduzir a edificação ao nível da rua, visto que esta ficava muito afastada e, consequentemente, não era visível para os pedestres. Essa pérgola possui formato inclinado e mantém um padrão associativo às edificações vizinhas e ao padrão da fachada frontal.
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8
VISITAS TÉCNICAS
8.1
SUPERMERCADO ALABARCE - UNIDADE MOGILAR
Localizado na Avenida Francisco Rodrigues Filho, nº 1586, no bairro de Mogilar, cidade de Mogi das Cruzes. O empreendimento carrega o nome da família Alabarce de Mogi das Cruzes e é a investida mais recente, da família, no setor supermercadista. Além deste, também possuem outras três unidades na mesma cidade, localizados nos bairros de Vila Oliveira, Centro e no distrito de Brás Cubas. O empreendimento adota um conceito boulevard, isto é, além do supermercado, ele também reúne lojas de vários segmentos, com praça de alimentação e outras prestadoras de serviços. Seu horário de funcionamento é das 08:00hs às 22:00hs com funcionários intercalando em dois turnos. A composição volumétrica do empreendimento é simples e eficiente, com um único bloco onde se reúnem todas as atividades. Sua forma é 100% ortogonal em quase todas as fachadas, com o diferencial da frontal, que possui forma curva. Essa foi uma solução encontrada, pela equipe de projeto, para facilitar o acesso dos caminhões de abastecimento, visto que a via de acesso possui mão única e os caminhões necessitam de um raio de curvatura para conseguirem acessar o local. O acesso é feito por uma ponte (Figuras 18 e 19), que contorna a fachada frontal e conduz os caminhões pela lateral esquerda do edifício, até os fundos, onde estão as docas de abastecimento. Ainda na frente do edifício, está o acesso de automóveis, com rampa que desce ao subsolo do empreendimento, e também o acesso de pedestres, feito pela lateral direita do edifício.
35
Figura 18: Alabarce - Acessos 01
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 19: Alabarce - Acessos 02
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
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Setorialmente, o empreendimento possui dois pavimentos, sendo estes o subsolo com estacionamento, pavimento térreo com corredor comercial, praça de alimentação, supermercado e áreas de estoque, e mezanino administrativo. A comunicação intrasetorial acontece de forma bastante harmônica, com todos os setores realizando tanto suas atividades quanto as adjacentes, de forma bem eficiente. Antes de continuar, é importante dizer que a coleta de material fotográfico nos interiores do supermercado, não foi autorizada, e que, portanto, quando necessário, serão utilizadas as plantas arquitetônicas, para facilitar o entendimento da análise. Ao entrar no edifício, nota-se um espaço para guarda de carrinhos de compras, acesso para o corredor comercial e acesso para o estacionamento, feita com rampas e esteiras rolante (Figuras 20 e 21).
Figura 20: Alabarce - Acessos 03
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
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Figura 21: Alabarce - Acessos 04
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Dentro do corredor comercial (Figura 22), se encontram lojas diversas e instituições prestadoras de serviços (como Casa Lotérica). Percorrendo o corredor, ele conduz à praça de alimentação (Figura 23), com acesso para o supermercado (Figura 24). Ainda neste corredor, ele continua até terminar nos sanitários públicos.
Figura 22: Alabarce - Corredor Comercial
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
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Figura 23: Alabarce - Praça de Alimentação
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 24: Alabarce - Acessos 05
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Dentro da loja, a primeira coisa que se nota são os caixas, e neste primeiro corredor que antecede a linha dos caixas, existem também dois balcões de apoio ao cliente (Figura 25).
39
Figura 25: Alabarce - Térreo - Frente
Fonte: Planta cedida pela equipe de projeto, adaptada pelo autor.
Passando pelos caixas, temos os corredores com gôndolas expondo os produtos
a
venda
(Figura
26),
mantendo
o
padrão
mais
utilizado
nos
supermercados, nos corredores da esquerda estão expostas as bebidas, depois os grãos, como arroz e feijão, além de alimentos não perecíveis, depois os lacticínios, doces, massas e molhos, temperos, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza e mais a direita há um setor com corredores
de eletrônicos,
eletrodomésticos, eletroportáteis, descartáveis, embalagens, dentre outros. Além destes, ainda existem outros corredores/setores com pães, produtos de pet shop, produtos orientais, ilhas de congelados, hortifruti, dentre vários outros. Aos fundos da loja, estão os balcões de frios, padaria, rotisseria, peixaria e açougue (Figura 27).
40
Figura 26: Alabarce - Térreo - Corredores
Fonte: Planta cedida pela equipe de projeto, adaptada pelo autor.
Figura 27: Alabarce - Térreo - Fundos
Fonte: Planta cedida pela equipe de projeto, adaptada pelo autor.
Atrás dos balcões ficam os seus respectivos ambientes de preparo dos produtos que serão expostos, estes ambientes são de acesso restrito e, anexos a eles, estão espaços para congelados (frigoríficos), depósitos de ingredientes e espaços para lavagem de ingredientes (Figura 28). Entre os balcões também existe um acesso que conduz a corredores de acesso restrito aos funcionários, estes corredores percorrem os fundos dos ambientes de preparo e frente do estoque geral
41
(Figura 29), a de se destacar, também, o estoque de Hortifruti, ao lado do açougue (Figura 28).
Figura 28: Alabarce - Térreo - Áreas de Preparo
Fonte: Planta cedida pela equipe de projeto, adaptada pelo autor.
Figura 29: Alabarce - Térreo - Estoque Geral
Fonte: Planta cedida pela equipe de projeto, adaptada pelo autor.
Atrás do estoque geral, é onde se localizam as docas de abastecimento, onde os caminhões descarregam os produtos que serão vendidos no supermercado. Agora voltemos à entrada do supermercado, atrás dos balcões de apoio aos clientes (Figura 25) se localizam eixos com escadas que dão acesso ao mezanino administrativo. Na verdade, o conjunto de escadas, com elevador, à esquerda do edifício, é para acesso de funcionários, e ao centro, para acesso de clientes e de
42
representantes de outras empresas. Acessando pelo centro, o primeiro ambiente a que se chega é o de recepção, anexo a ela estão dois lavabos, feminino e masculino, e uma pequena copa de funcionários (Figura 30). Seguindo pelo corredor à direita, existe uma sala de CPD4, sala de som e monitoramento, sala de dados, tesouraria e sala da diretoria.
Figura 30: Alabarce - Mezanino 01
Fonte: Planta cedida pela equipe de projeto, adaptada pelo autor.
Já o corredor à esquerda, conduz a uma sala de RH, dois sanitários P.N.E., vestiários masculino e feminino, refeitório dos funcionários, e ao conjunto de escadas e elevador (Figuras 31 e 32) mencionado anteriormente. Ainda sobre este mezanino, tanto no projeto quanto na visita, não foi observado à existência de ventilação e iluminação natural, toda a ventilação e iluminação deste setor é feita através de insuflação e exaustão de ar, e mesmo durante o dia é necessário que as luzes fiquem acesas, o mezanino também não possui qualquer abertura para observação da loja pela equipe de segurança.
4
Centro de Processamento de Dados, também conhecido como Data Center.
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Figura 31: Alabarce - Mezanino 02
Fonte: Planta cedida pela equipe de projeto, adaptada pelo autor.
Figura 32: Alabarce - Mezanino 03
Fonte: Planta cedida pela equipe de projeto, adaptada pelo autor.
8.1.1 Análise Geral
O empreendimento possui boa comunicação de setores sem misturar as atividades, a maneira como os acessos foram implantados desempenha os fluxos sem conflitos. Todos os corredores das áreas de estoque possuem mais dois metros de largura, espaço mais do que suficiente para passagem dos funcionários, inclusive manuseando carrinhos plataforma para reabastecimento da loja. Os corredores da loja, onde são expostas as mercadorias, também possuem, pelo menos, dois metros de largura, com variações maiores a depender dos imóveis do corredor, ao ponto em
44
que os corredores dos mezaninos possuem 1,20m (um metro e vinte centímetros) de largura, um tamanho relativamente bom, mas ainda insuficiente para a ocasião de um funcionário cadeirante. No geral, o empreendimento tem mais pontos positivos do que negativos, sua volumetria e trabalho plástico estão muito bem inseridas no contexto urbano do bairro, todas as atividades, no que diz respeito à ergonomia, sejam as dos clientes ou as dos funcionários, são perfeitamente executáveis em todos os períodos do dia. O acesso de veículos e abastecimento também não deixa a desejar em nenhum momento, o edifício conta com pista de desaceleração para impedir engarrafamentos em dias de maior atividade, e todo o espaço aos fundos do terreno, tem dimensões satisfatórias para o manuseio de manobra dos caminhões de abastecimento. A crítica mais relevante fica por conta da completa ausência de aberturas no mezanino, o que gera um problema sério de salubridade para os funcionários que trabalham ali, além do consumo elevado de energia para manter os sistemas de iluminação e ventilação funcionando quase o dia todo.
Figura 33: Alabarce - Comprovante fotográfico da visita
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
45
8.2
QUITANDA
Localizado na Rua Mateus Grou, nº 159, no bairro de Pinheiros, cidade de São Paulo, o empreendimento está em atividade desde 2007 com a promessa de oferecer produtos alimentícios do mais alto padrão, destacando-se as frutas, legumes e vegetais. Ao longo dos anos, tornou-se uma loja bastante frequentada pelos moradores do bairro, já que sua localização se dá em uma área de uso misto, residencial e comercial. O conceito do empreendimento é o de oferecer grande variedade de produtos em um espaço compacto e aconchegante, seu horário de funcionamento é das 07:30hs às 22:00hs durante a semana e 08:00hs às 21:00hs aos finais de semana, com horários diferenciados nos feriados. O estabelecimento ocupa todo o espaço do terreno onde está implantado, e utiliza o conceito de fachada ativa, isto é, sua fachada fica localizada no alinhamento do passeio público. Apenas a fachada frontal é observável pelo público e ela percorre toda a testada do terreno, assim como, da mesma forma, o empreendimento construído ocupa toda a área do lote, não havendo qualquer tipo de conceito e/ou exploração volumétrica adotada. Ao chegarmos ao local, temos o acesso público principal da loja (Figura 34) e ao lado deste, o acesso para estacionamento (Figura 35).
46
Figura 34: Quitanda - Acesso principal
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 35: Quitanda - Estacionamento
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Cabe destacar, dentro do estacionamento, a existência de um Ecoponto, isto é, um espaço destinado à coleta de materiais recicláveis (Figura 36).
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Figura 36: Quitanda - Ecoponto
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Logo à frente da entrada, estão localizados o balcão de atendimento/apoio ao cliente, corredor de caixas (Figura 37), à esquerda está o acesso inteiro para o estacionamento, e à direita existe um espaço de venda de produtos orgânicos (Figura 38) e uma escada que conduz ao mezanino, cujas partes são divididas em uma área pública de convivência (Figura 39), e uma área restrita aos funcionários.
Figura 37: Quitanda - Corredor de caixas
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
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Figura 38: Quitanda - Feira de orgânicos
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 39: Quitanda - Mezanino
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
O acesso ao espaço restrito é feito através do próprio espaço de convivência, inclusive no dia da visita, foi preciso que desviássemos de funcionários transportando carga até a área restrita, pelo espaço público, em que ambos compartilham a mesma escada de acesso, criando uma problemática de circulação.
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Ao acessarmos a área restrita, logo a direita do corredor existe um pequeno escritório de atividades administrativas (Figura 40).
Figura 40: Quitanda - Administração 01
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Continuando pelo corredor, se chega a uma cozinha (Figuras 41 e 42) onde são preparados alimentos servidos dentro do supermercado, para serem consumidos na hora.
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Figura 41: Quitanda - Cozinha 01
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 42: Quitanda - Cozinha 02
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Voltando ao piso térreo, passando pelos caixas, à direita, é onde fica a adega com vinhos e demais bebidas alcoólicas (Figura 43), e logo após este o setor onde são vendidos os azeites, azeitonas, palmitos, molhos e enlatados em geral, bem como refrigerantes, sucos e água (Figura 44).
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Figura 43: Quitanda - Adega
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 44: Quitanda - Enlatados
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Ao centro desta área, está o Hortifruti, e á esquerda estão algumas geladeiras expositoras com congelados e bebidas frias (Figura 45). Após este, existem conjuntos de vitrines refrigeradas expondo frutas, verduras, legumes e sucos produzidos no próprio supermercado (Figura 46).
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Figura 45: Quitanda - Hortifruti
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 46: Quitanda - Vitrines refrigeradas 01
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Após essas vitrines, estão novas vitrines refrigeradas, desta vez expondo produtos lacticínios (Figura 47), ao centro estão expostos ovos e alimentos em geral, e adiante está o balcão de frios, anexado à rotisseria (Figura 48).
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Figura 47: Quitanda - Vitrines refrigeradas 02
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 48: Quitanda - Frios e Rotisseria
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Aos fundos da loja estão a padaria e confeitaria (Figura 49), e ao lado desta está o açougue junto com suas vitrines expositoras (Figura 50), e do outro lado do açougue, separado pelo acesso ao setor de abastecimento e serviços, está à peixaria (Figura 51).
54
Figura 49: Quitanda - Padaria e confeitaria
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 50: Quitanda - Aรงougue
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
55
Figura 51: Quitanda - Peixaria
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Acessando o setor de serviços e abastecimento, logo à frente estão os acessos de funcionários à peixaria e ao açougue (Figura 52).
Figura 52: Quitanda - Acessos - Açougue e peixaria
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
56
Ao final do corredor, existe uma espécie de bloco de onde derivam todos os demais ambientes. À esquerda existe uma escada que conduz ao estoque e maquinários de refrigeração, anexado à sala de manutenção (Figura 53).
Figura 53: Quitanda - Sala de manutenção
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Dentro do estoque, a organização é feita por categoria de alimento, distribuídos em uma espécie de corredor circular. Ao entrar no estoque, nas laterais do corredor, estão os freezers para estocagem de alimentos perecíveis (Figura 54). Seguindo pelo corredor, estão os estoques de lacticínios e pães (Figuras 55 e 56), e do outro lado está o estoque da adega (Figura 57). Todo o ambiente é mobiliado com gôndolas cheias de produtos não perecíveis e mantimentos em geral (Figura 58).
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Figura 54: Quitanda - Estoque 01
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 55: Quitanda - Estoque de LacticĂnios
Figura 56: Quitanda - Estoque de pĂŁes
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
58
Figura 57: Quitanda - Estoque da adega
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 58: Quitanda - Estoque 02
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Voltando ao piso inferior, no bloco central, est찾o c창maras resfriadas de FLV 5 (Figura 59), e ao lado desta, outra c창mara onde s찾o produzidos os sucos com a marca do supermercado (Figura 60).
5
Frutas, Legumes e Verduras.
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Figura 59: Quitanda - Câmara de FLV
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 60: Quitanda - Câmara de produção
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Seguindo o corredor, estão os depósitos de farináceos utilizados na confecção dos produtos servidos na padaria, e ao fundo do corredor, o acesso de funcionários à padaria de um lado, e do outro, a cozinha (Figura 61).
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Figura 61: Quitanda - Cozinha da padaria
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Ainda neste corredor, existe um acesso que conduz à doca de abastecimento do supermercado (Figura 62).
Figura 62: Quitanda - Doca de abastecimento
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Neste espaço também estão localizados uma câmara para depósito de lixo e uma sala de produtos segregados para descarte, além de uma escada que conduz à
61
cozinha artesanal (Figura 63) e depรณsito de ingredientes utilizado na mesma (Figura 64).
Figura 63: Quitanda - Cozinha artesanal
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Figura 64: Quitanda - Depรณsito da cozinha artesanal
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
62
Cabe destacar que a cozinha artesanal, além deste acesso, possui outro pelo interior do setor de serviços, realizado através de um corredor com escada que deriva do bloco central mencionado anteriormente. Por fim, seguindo por este corredor, se chega aos vestiários com sanitários masculino e feminino (Figura 65), e aos fundos destes está um pequeno espaço administrativo, onde se localiza a tesouraria, cujo acesso não foi concedido no dia da visita.
Figura 65: Quitanda - Vestiários
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
Além da tesouraria, também não foi concedido o acesso ao CDP, localizado no mezanino de convivência.
8.2.1 Análise Geral
A loja, de forma geral, tem uma dinâmica de fluxos bem organizada nos setores públicos, com a única exceção do mezanino, onde existe conflito entre os fluxos de clientes e funcionários, principalmente na escada que dá acesso ao mesmo, a impressão que fica é a de que o projeto original concebia o mezanino
63
como um ambiente exclusivo de serviços, e em uma reforma posterior foi transformado em um ambiente de convivência. Praticamente todos os corredores, dentro do setor de abastecimento, estavam cheios de caixas, prejudicando o fluxo dos funcionários. Até mesmo um elevador de serviços foi sacrificado, transformando-se em um depósito de materiais de limpeza, informações que devem se destacar, mas que podem ser releváveis, visto que, no dia da visita, muitos dos ambientes de estocagem e serviços, estavam passando por higienização. Ainda sobre os setores de estoque e serviços, os corredores eram bem estreitos, possuindo até 1,00m de largura no máximo, além da completa ausência de rampas, o que torna o empreendimento munido de acessibilidade para o cliente, mas não para o funcionário. Em alguns ambientes administrativos, e até mesmo em outros destinados à cocção de qualquer alimento, não foi observado a existência de aberturas para ventilação. Também não foi observado sistema de ventilação forçada, apenas ar condicionado para controle térmico. Nos ambientes em que havia aberturas, a iluminação natural não era o suficiente para atender a iluminância necessária, fazendo com que todo empreendimento funcione, praticamente o dia todo, com iluminação forçada.
Figura 66: Quitanda - Comprovante fotográfico da visita
Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).
64
9
LOCAL DE IMPLANTAÇÃO
9.1
LEVANTAMENTO CADASTRAL DO TERRENO
O terreno para a implantação do projeto (Figura 34) está localizado entre quatro vias, sendo elas Avenida Kaoru Hiramatsu, Rodovia Mogi - Bertioga (também conhecida como Rodovia Dom Paulo Rolim Loureiro), Rua Pedro Luiz Alencastro Gasparetto e Rua José Costa, sendo a Avenida Kaoru Hiramatsu a via principal. O terreno fica no bairro de Braz Cubas, na cidade de Mogi das Cruzes, São Paulo.
Figura 67: Local
Fonte: Google Maps, adaptado pelo autor
O terreno possui área de 14.185m² e está inserido, conforme as leis de zoneamento do município (Tabela 01), dentro de uma ZOC6-2, possuindo os Índices Urbanos de: - Taxa de Ocupação (TO): 50% (7.092m²) - Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAb): 1 (14.185m²)
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Zona de Ocupação Condicionada
65
- Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CAm): 1,5 (21.277m²) E possui, como critérios de implantação: - Recuo Frontal (Rap): 5 metros - Recuo Lateral (Rdl): 2 metros - Recuo de Fundos (Rdf): 2 metros Além de Taxa de Permeabilidade (TP) de 20% (2.820m²).
Tabela 01: Tabela de índices urbanos
Fonte: Prefeitura de Mogi das Cruzes
9.2
EVOLUÇÃO DO ENTORNO
O entorno do terreno, apesar de lento, vem apresentando indícios de crescimento ao longo dos anos, pode se dizer que o local sempre foi palco de atividade residencial, com pequenas atividades comerciais, nas Figuras 35 e 36 é possível acompanhar algumas das mudanças que o entorno sofreu num período de dez anos, sendo a principal delas, a criação de loteamentos que, hoje, em 2019, estão todos ocupados. É possível notar, também, que havia algumas edificações que presumidamente estiveram lá com a finalidade de prestar serviços agrícolas, ou serviam como criadouros de animais. Além destas, outra mudança em evidência é a malha viária, que ganhou novos trechos e inclusive uma rotatória em que, uma de suas vias foi interrompida, algo que será desenvolvido no projeto deste tema.
66
Figura 68: Entorno em 2008
Fonte: Google Earth Pro.
Figura 69: Entorno em 2019
Fonte: Google Earth Pro.
67
9.3
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO
O terreno, embora esteja cercado de topografias acidentadas em seu entorno, se encontra em um ponto privilegiado, visto que tem pouquíssimos desníveis, resultando em uma formação topográfica semi-plana, ideal para a implantação desta tipologia de projeto (Figura 37).
Figura 70: Levantamento topográfico
Fonte: Topographic-Map
9.4
DISCRIMINAÇÃO DAS ATIVIDADES NO ENTORNO
Conforme pode ser observado na Figura 38, quase todo o uso do entorno, contempla atividade residencial. Esta atividade é realizada através de conjuntos de loteamentos ali presentes e pequenas moradias espalhadas. Estes loteamentos ainda não foram completamente ocupados em 2019, e o local tem muito potencial para expansão.
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Figura 71: Uso do solo
Fonte: Google Maps, adaptado pelo autor.
9.5
DISCRIMINAÇÃO DO GABARITO DE ALTURA
O entorno do local não possui grandes gabaritos de altura (Figura 39), sendo os maiores edifícios as residências presentes nos loteamentos, com até 03 pavimentos (aproximadamente 10 metros de altura), em seguida existe uma indústria com 02 pavimentos (aproximadamente 7 metros de altura) e por último as demais residências do Conjunto Oropo, com 01 pavimento (aproximadamente 04 metros de altura).
69
Figura 72: Gabarito de altura
Fonte: Google Maps, adaptado pelo autor.
9.6
DISCRIMINAÇÃO DA MALHA VIÁRIA
A malha viária local está organizada em três tipos de vias, as vias locais, que contemplam as ruas do Conjunto Oropo e ruas internas dos loteamentos, as vias coletoras, sendo estas as ruas que dão acesso aos loteamentos, e as vias arteriais, que são as principais vias do local, percorrendo-o por inteiro, conduzindo os usuários às regiões centrais e ao interior de Mogi das Cruzes, bem como à cidade de Bertioga (Figura 40).
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Figura 73: Mapa viário
Fonte: Google Maps, adaptado pelo autor.
9.6.1 Proposta
Como dito anteriormente, a condição viária do local possuí alguns problemas, como uma via interrompida, adjacente à rotatória localizada na Rua Pedro Luiz Alencastro Gasparetto, para a correção deste problema será proposto a finalização dessa via, conectando-a a Avenida Kaoru Hiramatsu e Rodovia Mogi-Bertioga, bem como relocação das vias de retorno, a fim de evitar acidentes e/ou engarrafamentos pela quantidade de acessos localizados em um mesmo local (Mapas 01 e 02). Essa proposta veio com a ideia de manter o acesso ao futuro empreendimento, por todas as vias, contornando o terreno, permitindo assim uma acessibilidade mais dinâmica a todos os setores do projeto.
71
Mapa 01: Situação viária atual
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Mapa 02: Situação viária proposta
Fonte: Acervo pessoal do autor.
72
9.7
LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO EXISTENTE
O local se encontra em um entorno privilegiado com riqueza de áreas verdes (Figura 41) que podem ser exploradas, tanto paisagisticamente, quanto na questão de conforto térmico do futuro empreendimento. Essas áreas também podem ser exploradas como norteadoras do contexto urbano local, definindo assim, como as futuras obras devem ser executadas utilizando elementos arbóreos 7 para manter tanto a fidelidade plástica daquele contexto, quanto a preocupação ambiental.
Figura 74: Arborização do entorno
Fonte: Google Maps, adaptado pelo autor
7
Diz-se arbóreo aquilo que é referente às árvores.
73
9.8
ANÁLISE SWOT
FORÇAS - Vegetação no entorno - Loteamentos no entorno - Tamanho do terreno - Terreno semi-plano - Contorno da malha viária
OPORTUNIDADES - Intensivar atividade comercial - Intensivar atividade residencial - Caracterizar contexto urbano local - Desafogar vias centrais da cidade - Aumento da segurança local
9.9
FRAQUEZAS - Via interrompida - Muitos espaços sem uso - Entorno sem atividade comercial - Pouca movimentação - Entorno pouco convidativo
AMEAÇAS - Congestionamento das vias locais - Sobrecarregar infraestrutura - Custo elevado da obra - Aceitação pública negativa - Ruído advindo do trânsito e obra
DIRETRIZES E PREMISSAS
Para a definição das diretrizes legais de projeto, serão considerados o que dizem as normas ABNT NBR 9050:2015, ABNT NBR 9077:2001, Decreto Nº 12.342 de 27 de Setembro de 1978, Decreto Nº 63.911 de 10 de Dezembro de 2018, Instrução Técnica Nº 11 de 2018 do corpo de bombeiros e Lei Complementar Nº 143 de 15 de Janeiro de 20198, bem como, o material referenciado nas mesmas. Todos os espaços de circulação deverão apresentar largura de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros); Todos os espaços de circulação deverão apresentar proteção contra queda por nivelamento de piso, borda vertical com 0,15m (quinze centímetros), ou vedação lateral;
8
Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes
74
Todos os corrimãos e barras de apoio deverão estar afastados a uma distância de 0,04m (quarenta milímetros) da superfície das paredes e outros obstáculos, e terão seção circular com diâmetro de 0,04m (quarenta milímetros); Todas as maçanetas deverão ser do tipo alavanca, com 0,10m (dez centímetros) de comprimento, de acabamento sem arestas e recurvado nas extremidades, com distância de 0,04m (quarenta milímetros) da superfície da porta, e serão instaladas a altura de 0,90m (noventa centímetros) do piso acabado; Todos os puxadores verticais deverão apresentar diâmetro de 0,04m (quarenta milímetros), com afastamento, de mesma dimensão, da superfície da porta. Os puxadores terão comprimento de 0,30m (trinta centímetros) e serão instalados a altura de 0,90m (noventa centímetro) do piso acabado; Todos os puxadores horizontais deverão apresentar diâmetro de 0,04m (quarenta milímetros), com afastamento, de mesma dimensão, da superfície da porta. Os puxadores terão comprimento de 0,40m (quarenta centímetros) e serão instalados a altura de 0,90m (noventa centímetro) do piso acabado; Todas as sinalizações visuais de localização deverão ter informações claras e precisas, e serão instaladas a uma altura de 2,10m (dois metros e dez centímetros) do piso acabado; A indicação de acessibilidade deverá ser feita por meio de símbolo internacional de acesso - SIA. A representação deste símbolo é feita através de um pictograma branco cobre fundo azul, podendo ser representado também através de um pictograma branco sobre fundo preto, ou preto sobre fundo branco, e deve estar sempre orientado para o lado direito, conforme Figura 42.
Figura 75: Símbolo internacional de acesso
Fonte: ABNT NBR 9050:2015
75
A aplicação destes símbolos deverá ser feita nas vagas de estacionamento, sanitários, saídas de emergência e espaços reservados para pessoas com deficiência, como caixa preferencial; A indicação de atendimento preferencial deverá ser feita por meio de símbolos conforme Figuras 42 e 43. Na Figura 43 eles são representados respectivamente como: Grávidas, pessoa com criança de colo, pessoa idosa, pessoa obesa e pessoa com mobilidade reduzida;
Figura 76: Símbolos de atendimento preferencial
Fonte: ABNT NBR 9050:2015
Todos os sanitários deverão ser sinalizados com símbolo representativo de sexo e portador de necessidades especiais. Estes símbolos estão discriminados na Figura 44 e estão organizados, respectivamente, como: Sanitário feminino, sanitário masculino, sanitário feminino acessível e sanitário masculino acessível;
Figura 77: Símbolos de sanitários
Fonte: ABNT NBR 9050:2015
76
Todos os revestimentos e acabamentos de piso serão feitos com material que ofereça superfície regular, firme, estável, não trepidante para dispositivos com roda e antiderrapante, sob condição seca ou molhada; Todas as rampas de acesso deverão ter inclinação de 8,33% com largura mínima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) e serão equipadas com corrimãos e barras de apoio; Todas as escadas deverão ter dimensões de piso e espelho constantes, largura mínima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) e serão equipadas com corrimãos e barras de apoio; Todos os corrimãos, instalados em rampas e escadas, deverão ter implantados as alturas de 0,92m (noventa e dois centímetros) e 0,70m (setenta centímetros) do piso acabado, medidos da face superior até o ponto central do piso do degrau (no caso de escadas) ou do patamar (no caso de rampas); Todos os sanitários acessíveis deverão ter dimensões mínimas de 2,00m x 2,00m, isto é, 4,00m²; As barras de apoio, instaladas nos sanitários e vestiários acessíveis, deverão suportar esforço igual ou superior a 150kg (cento e cinquenta quilos) no sentido de utilização da barra, sem apresentar deformações ou fissuras, e deverão ser fixadas à distancia de 0,40m (quarenta centímetros) entre a superfície da parede até a face interna da barra; As bacias sanitárias dos sanitários acessíveis não deverão ter aberturas frontais e terão assento a altura de 0,45m (quarenta e cinco centímetros) do piso acabado; As barras de apoio juntas as bacias sanitárias deverão ser instaladas, uma, reta, horizontal, com comprimento mínimo de 0,80m (oitenta centímetros), posicionada horizontalmente a altura de 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso acabado, medidos pelo eixo de fixação a uma distância de 0,40m (quarenta centímetros) entre o eixo da bacia e a face da barra e deve estar posicionada a uma distância de 0,50m (cinquenta centímetros) da borda frontal da bacia. Também deverá ser instalada uma barra reta com comprimento mínimo de 0,70m (setenta
77
centímetros), posicionada verticalmente, a 0,10m (dez centímetros) acima da barra horizontal e 0,30m (trinta centímetros) da borda frontal da bacia sanitária; Todos os mictórios deverão ser equipados com válvula instalada a uma altura igual a 1,00m (um metro) do piso acabado; Caixas de pagamento acessíveis e dispositivos de pagamento deverão possuir superfície de manuseio e alcance visual com altura de 0,80m (oitenta centímetros) do piso acabado e terão espaço para a aproximação lateral ou frontal; Todas as saídas de emergência deverão ter largura mínima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros); Todas as portas das saídas de emergência deverão abrir no sentido do trânsito de saída e manterão uma largura mínima livre de 1,20m (um metro e vinte centímetros); As distâncias máximas a serem percorridas até local seguro deverão ser de 20,00m (vinte metros); Todas as paredes da edificação deverão ser construídas com material que resista ao mínimo por 02:00hs (duas horas) de fogo, salvo exceção as escadas enclausuradas, que terão paredes com material resistente ao mínimo de 04:00hs (quatro horas) de fogo; As antecâmaras que antecedem as escadas enclausuradas deverão ter comprimento igual ou inferior a 1,80m (um metro e oitenta centímetros), pé direito igual ou superior a 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros), portas corta fogo na entrada e serem ventiladas por dutos de entrada e saída de ar; O dimensionamento das áreas de acesso público deverá respeitar cálculo de lotação pela norma e COE9 atualizado, isto é, utilizando dimensão igual ou superior a 0,4m² por pessoa, para público em pé, 1,00m² por pessoa, para público sentado, e 7,00m² por pessoa para público realizando atividades administrativas ou não específicas. As salas de escritório e serviços deverão ter área igual ou superior a 10,00m²;
9
Código de Obras e Edificações
78
Os sanitários de acesso público e restrito deverão ter área igual ou superior a 1,50m², e terão dimensão mínima de 1,00m (um metro); As antecâmaras deverão ter área igual ou superior a 0,90m², e terão dimensão mínima de 0,90m (noventa centímetros); Os mictórios terão espaçamento de 0,60m (sessenta centímetros) medidos de eixo a eixo; Os vestiários deverão ter área igual ou superior a 6,00m²; O pé direito da edificação será igual ou superior a 3,00m (três metros); As cozinhas deverão ter área igual ou superior a 10,00m², e terão dimensão mínima de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros); Os ambientes de manipulação e preparo, deverão ter área igual ou superior a 20,00m², e terão dimensão mínima de 4,00m (quatro metros); As seções de venda deverão ter área igual ou superior a 10,00m², e terão dimensão mínima de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros); O açougue e peixaria deverão ter área igual ou superior a 20,00m², e terão dimensão mínima de 4,00m (quatro metros); Os entrepostos de carne, aves abatidas e pesca, deverão ter área igual ou superior a 40,00m², e terão dimensão mínima de 4,00m (quatro metros).
79
10
PERFIL DE USUÁRIO
10.1 PÚBLICO INTERNO
O público interno abrange todas as pessoas que farão do empreendimento, o seu local de trabalho. Distribuídos setorialmente, o valor aproximado de funcionários será de cerca de 100 pessoas, divididas em dois turnos diários. Homens e mulheres trabalharão no local, distribuídos de acordo com a demanda de cada setor. A idade abrange indivíduos dos 18 aos 65 anos, contemplando, também, todas as classes sociais, de acordo com a hierarquia ocupacional dentro do empreendimento. O público interno possui diferentes níveis de formação educacional, também de acordo com a hierarquia ocupacional dentro do empreendimento. Todas as ocupações serão divididas em dois turnos, sendo estes das 07:00hs às 15:00hs e 15:00hs às 23:00hs, ambos com uma hora para refeição durante o período. A loja, aberta ao público externo, funcionará das 09:00hs às 22:00hs. O empreendimento também contará com espaços disponíveis para locação de pequenos comércios, tendo, estes, variações de público alvo e produtos a venda por consequência. Cada espaço terá cerca de cinco funcionários com horário que pode ou não ser dividido em dois turnos de trabalho. A idade destes funcionários deverá abranger indivíduos dos 18 aos 65 anos e o horário de funcionamento será o mesmo do restante do empreendimento, 09:00hs às 22:00hs, ou outro a depender do microempresário, respeitando as limitações do empreendimento.
10.2 PÚBLICO EXTERNO
O público alvo do empreendimento vão dos moradores locais aos moradores do bairro Braz Cubas em Mogi das Cruzes, podendo se estender para bairros adjacentes. Dentro deste público haverá uma diversidade muito grande de características, visto que o empreendimento será frequentado por pessoas de todas
80
as idades, gêneros, etnias e classes sociais, para abastecimento dos bens de suas moradias. Este público pode ser dividido nos seguintes grupos:
- CRIANÇAS (a partir dos 07 anos): Provenientes de várias classes sociais, do sexo feminino e masculino, de diversas etnias. Crianças em fase de amadurecimento, que já frequentam a escola e gostam de brincar e correr com muita frequência. Comunicativos, geralmente falam em tom de voz alta, são enérgicos e se perdem com facilidade. Necessitam de um espaço no qual possam ficar, caso os pais em algum momento, precisem deixá-los sozinhos. São extremamente visuais, gostam de atrativos, cores e tudo o mais que lhes possibilite diversão. Músicas, desenhos, filmes e brinquedos, além de espaços grandes e abertos são alguns dos itens que mais os agrada e atrai. Por sempre estarem correndo, agitados, é interessante a escolha de materiais que evitem acidentes e problemas com os mesmos, priorizando o bem-estar de todos. No geral, frequentam este tipo de empreendimento acompanhados de seus pais e/ou guardiões durante toda a semana, em qualquer horário do dia.
- JOVENS (a partir dos 15 anos): Provenientes de várias classes sociais, do sexo feminino e masculino, de diversas etnias. Adolescentes e jovens em busca de espaço para encontros casuais, em áreas externas, e mais sérios, em ambientes fechados como restaurantes. Comunicam-se e expressam muito, são extremamente visuais e curiosos, são atraídos por coisas diferentes e são muito dinâmicos. Gostam de lugares em que possam se encontrar com amigos e também com seus parceiros. Vivem de forma acelerada, fazem uso de diversas tecnologias e gostam de tudo que se pode ter de forma prática, de lojas de roupas e aparelhos eletrônicos até comida.
81
No geral, estudam e/ou trabalham, por tanto buscam lugares em que haja distração ampla para os momentos de lazer. Frequentam este tipo de empreendimento durante toda a semana, principalmente no período vespertino e noturno.
- ADULTOS (a partir dos 25 anos): Provenientes de várias classes sociais, do sexo feminino e masculino, de diversas etnias. Vivem de forma acelerada, no geral estão sempre com tempo curto, por tanto buscam aquilo que podem obter de forma rápida e prática, desde compras de roupas, eletrônicos, livros, entre outros até as suas refeições. Apesar disso, apreciam ambientes confortáveis, onde possam realizar algumas atividades de lazer, seja sozinho, em casal, com a família ou amigos. São visuais e olfativos, atraídos por coisas ligadas à cultura e esporte, além de espaços abertos para passeios e conversas, e de bons restaurantes e lojas. Quando com a família, possuindo filhos pequenos ou adolescentes, frequentam lojas que atraem a estes. De forma geral, trabalham o dia inteiro durante a semana, por tanto frequentam este empreendimento predominantemente aos finais de semana, principalmente no período vespertino e noturno.
- IDOSOS (a partir dos 60 anos): Provenientes de várias classes sociais, do sexo feminino e masculino, de diversas etnias. Podem frequentar o empreendimento, sozinhos, em casais ou com diversos familiares, buscando mantimentos para si mesmos e/ou suas famílias. Buscam lugares onde possam fazer suas compras de forma mais prática, além de ambientes abertos onde possam passear e conversar, e também restaurantes mais tranquilos. O gosto varia, vai do mais sofisticado ao mais simples.
82
Gostam de passar tempo ao ar livre, em praças, por exemplo, onde possam ficar sentados em bancos, conversando e/ou apreciando a paisagem. Necessitam de sinalizações diversas e de mais atenção. Seus sentidos não mais como outrora foram, por tanto, cada espaço do local deve ser tratado com cuidado e delicadeza, para evitar possíveis acidentes e problemas com os mesmos, priorizando o bem-estar destes. Frequentam este tipo de empreendimento durante toda a semana, principalmente nos período matutino e vespertino, sendo comum vê-los em ambientes externos tanto em dias úteis quanto aos finais de semana.
83
11
CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO
11.1 CONCEITO ARQUITETÔNICO
O projeto buscará utilizar um misto de conceitos em sua volumetria, atentando-se ao minimalismo e contemporâneo. A escolha destes estilos se deu após
observação
e
comparação
dos
empreendimentos
supermercadistas
tradicionais e seu trabalho plástico escasso, sem qualquer identidade. O local de implantação do projeto também ajudou na elaboração deste conceito, visto que, está localizado num bairro quase exclusivamente residencial, com espaços pouco convidativos, esteticamente falando, e que, também, pela própria tipologia de empreendimento, necessita ser convidativo para atração de clientes locais e/ou de outras partes do município. O projeto também enfatizará bastante a ideia de convivência, visto que tanto no local como em seu entorno, não existem espaços urbanos públicos. Somados a estes, haverá também o conceito de permeabilidade espacial, a ideia da harmonia entre os fluxos e os acessos, do funcionamento ordenado dos eixos que conduzem aos setores e suas atividades inerentes.
11.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO
Para a execução das ideias plásticas, o projeto buscará adotar o uso de molduras e projeções protuberantes, feitas em chapas metálicas, que contornam os eixos, aberturas e módulos da construção, compondo diferentes soluções formais, de forma a dar uma identidade, não apenas ao projeto, mas também ao local em que ele foi inserido. Em diversos locais, será adotado, também, o uso de estrutura metálica aparente, com grandes painéis metálicos adjacentes à estrutura, contrastando com os elementos minimalistas, fortalecendo sua identidade. Será adotado o uso de cinza metálico para as composições sobressalentes e estrutura metálica, e a cor branca para contrapor, harmonicamente, ao cinza. A cobertura buscará ser uma extensão das projeções espalhadas pela construção, será inclinada considerando a trajetória solar para ser equipada com placas fotovoltaicas que
84
fornecerão parte do consumo de energia, além de harmonizarem, esteticamente, com o conjunto das soluções plásticas. A ideia de convivência será conquistada por meio da adoção de espaços de convivência externos, com vegetação abundante, mobiliário próprio, lâminas d’água, e conjuntos comerciais, adjacentes ao supermercado, que serão acessados por este espaço, como se fosse uma pequena feira de lojas modernizadas. A permeabilidade espacial será realizada por meio do mesmo espaço de convivência, onde serão localizados os acessos para todos os setores públicos do empreendimento. A obra contará com estacionamento subterrâneo, contendo eixos verticais de circulação, formados por escadas, rampas de acesso e elevadores, que darão acesso tanto ao interior da loja quanto às áreas de convivência. Internamente, o empreendimento terá um eixo de circulação com vários pontos de locação para pequenos comércios, deste eixo derivará um segundo, onde estará o acesso ao supermercado de fato, com todos os corredores organizados por categoria de produtos e aos fundos, açougue, peixaria, venda de frios, rotisseria, padaria, confeitaria e hortifruti. O setor administrativo terá seu acesso localizado próximo à entrada principal do supermercado, onde haverá um conjunto de escada e elevadores, conduzindo o funcionário a um mezanino com aberturas de monitoramento para toda a loja. O setor de abastecimento ficará aos fundos do empreendimento, será acessado por corredores restritos, dentro da loja, e portas externas, também com acesso restrito. Os veículos de abastecimento terão acesso próprio às docas de abastecimento, acontecendo ao sul do empreendimento. Todos os espaços de circulação serão devidamente planejados e equipados com elementos de acessibilidade, como rampas, piso tátil, corrimãos e sinalização visual.
94
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em:
85
12
PROGRAMA DE NECESSIDADES
SETOR DE VENDAS AMBIENTE
AGENCIAMENTO
POPULAÇÃO
RESTAURANTE
Venda de refeições diversas.
LOJA
Espaço destinado à locação para venda de produtos diversos.
10
LOJA PRINCIPAL
Exposição e venda de produtos variados do supermercado.
400
AÇOUGUE
Exposição e venda de carnes
15
PEIXARIA
Exposição e venda de peixes e frutos do mar
30
PADARIA
Exposição e venda de pães e massas
40
CONFEITARIA
Exposição e venda de bolos e confeitados diversos.
20
50
MOBILIÁRIO - Mesa - Cadeira - Fogão - Geladeira - Freezer - Balcão - Checkout - Caixa registradora - Prateleira - Gondola - Prateleira - Expositor Congelados - Balcão expositor - Bancada - Balança - Triturador - Balcão expositor - Bancada - Balança - Balcão expositor - Bancada - Balança - Balcão expositor - Bancada - Balança
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
80m²
Iluminação natural/forçada. Ventilação natural/forçada. Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada. Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada. Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada. Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada. Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
30m²
3000m²
35m²
35m²
50m²
30m²
86
AMBIENTE
AGENCIAMENTO
POPULAÇÃO
ROTISSERIA
Exposição e venda de alimentos preparados diversos
30
FRIOS
Exposição e venda de queijos, salsichas, salames, presuntos e demais frios.
30
HORTIFRUTI
Exposição e venda de hortaliças, frutas e legumes.
50
CAIXA
Pagamento dos produtos vendidos.
125
MOBILIÁRIO - Balcão expositor - Bancada - Balança - Balcão expositor - Bancada - Balança - Fatiador - Gondola - Prateleira - Balcão Expositor - Checkout - Caixa Registradora.
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
35m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
35m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada. Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
75m²
650m²
SETOR DE ABASTECIMENTO AMBIENTE
AGENCIAMENTO
POPULAÇÃO
DEPÓSITO
Estocagem de produtos variados não perecíveis.
25
PREPARO AÇOUGUE
Preparar carnes para venda no açougue.
10
C.F. AÇOUGUE
Estocagem de carnes brancas e vermelhas congeladas.
05
PREPARO PEIXARIA
Preparar peixes e frutos do mar para venda na peixaria.
05
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. m²
Iluminação natural/forçada. Ventilação natural/forçada.
1300m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
45m²
- Geladeira - Freezer
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
15m²
- Pia - Bancada - Balança
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
35m²
MOBILIÁRIO - Prateleira - Pallet - Empilhadeira - Carrinho de Carga - Pia - Bancada - Triturador - Balança
87
AMBIENTE
AGENCIAMENTO
POPULAÇÃO
C.F. PEIXARIA
Estocagem de peixes e frutos do mar congelados.
05
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. m²
- Geladeira - Freezer
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
15m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
55m²
MOBILIÁRIO
PREPARO PADARIA
Preparar panificados para venda na padaria.
15
- Pia - Bancada - Forno - Fogão - Armário
LAVAGEM PADARIA
Higienização de ingredientes e utensílios utilizados na confecção de pães.
05
- Pia - Bancada
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
15m²
DEPÓSITO FARINHA
Estocagem de farinhas para a confecção dos pães.
02
- Armário
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
15m²
C.F. PADARIA
Estocagem de ingredientes congelados utilizados na padaria.
05
- Geladeira - Freezer
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
15m²
PREPARO ROTISSERIA
Preparar refeições a base de massas e salgados para venda na rotisseria.
15
- Pia - Bancada - Forno - Fogão - Armário
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
65m²
05
- Geladeira - Freezer
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
15m²
05
- Pia - Bancada
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
25m²
PREPARO CONFEITARIA
Preparar bolos, pudins, tortas e demais confeitados para venda na confeitaria.
15
- Pia - Bancada - Forno - Fogão - Armário
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
55m²
C.F. CONFEITARIA
Estocagem de ingredientes congelados utilizados na confeitaria.
05
- Geladeira - Freezer
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
15m²
C.F. ROTISSERIA LAVAGEM ROTISSERIA
Estocagem de ingredientes congelados utilizados na rotisseria. Higienização de ingredientes e utensílios utilizados na confecção das massas e salgados.
88
AMBIENTE LAVAGEM CONFEITARIA
PREPARO FRIOS C.F. CONGELADOS FRIOS C.F. RESFRIADOS FRIOS ESTOQUE HORTIFRUTI
AGENCIAMENTO Higienização de ingredientes e utensílios utilizados na confecção dos confeitados. Preparar queijos, presuntos, mortadelas, salames, salsichas, e demais frios para a venda no balcão de frios. Estocagem de frios congelados. Estocagem de frios resfriados que antecedem sua exposição para venda. Estocagem de frutas, verduras e legumes para venda no setor de Hortifruti.
POPULAÇÃO
MOBILIÁRIO
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. m²
05
- Pia - Bancada
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
15m²
10
- Pia - Bancada - Fatiador - Balança
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
50m²
05
- Geladeira - Freezer
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
15m²
05
- Geladeira - Freezer
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
20m²
15
- Pallet - Carrinho de Carga
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
70m²
C.F. HORTIFRUTI
Estocagem de frutas, verduras e legumes congelados.
05
- Geladeira - Freezer
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
15m²
DOCAS ABASTECIMENTO
Receber caminhões de abastecimento dos estoques do supermercado.
15
- Empilhadeira - Carrinho de Carga
Iluminação natural. Ventilação natural.
160m²
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
15m²
SETOR ADMINISTRATIVO AMBIENTE
RECEPÇÃO
AGENCIAMENTO
Receber funcionários e público externo
POPULAÇÃO
03
MOBILIÁRIO - Mesa - Cadeira - Computador - Assento - Bebedouro
89
AMBIENTE
AGENCIAMENTO
POPULAÇÃO
SALA DE RH
Treinamento e contratação de novos funcionários.
03
SALA DE DIRETORIA
Execução dos serviços de diretoria e gerência.
03
TESOURARIA
Execução dos serviços de contabilidade.
02
SALA DE SOM E MONITORAMENTO
Execução dos serviços de monitoramento e sonorização da loja.
02
SALA DE CPD (Data Center)
Abrigar sistemas de armazenamento de dados.
02
SANITÁRIO MASC.
Higiene pessoal, necessidades fisiológicas.
02
SANITÁRIO FEM.
Higiene pessoal, necessidades fisiológicas.
02
SANITÁRIO P.N.E.
Higiene pessoal, necessidades fisiológicas.
01
MOBILIÁRIO - Mesa - Cadeira - Computador - Arquivo - Mesa - Cadeira - Computador - Arquivo - Mesa - Cadeira - Computador - Arquivo - Cofre - Mesa - Cadeira - Computador - Servidor - Rack - Mesa - Cadeira - Computador - Lavatório - Vaso Sanitário - Mictório - Lixeira - Lavatório - Vaso Sanitário - Lixeira - Lavatório - Vaso Sanitário - Barra de Apoio - Lixeira
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
25m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
20n²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
15m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
15m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
35m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
15m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
15m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
05m²
90
SETOR DE SERVIÇOS AMBIENTE
AGENCIAMENTO
POPULAÇÃO
ATEND. CLIENTE
Atendimento e suporte aos clientes no interior da loja principal.
03
REFEITÓRIO
Refeições dos funcionários do supermercado.
40
VESTIÁRIO MASC.
Higienização e troca de vestimenta dos funcionários.
15
VESTIÁRIO FEM.
Higienização e troca de vestimenta dos funcionários.
30
SANITÁRIO MASC.
Higiene pessoal, necessidades fisiológicas.
02
SANITÁRIO FEM.
Higiene pessoal, necessidades fisiológicas.
02
SANITÁRIO P.N.E.
Higiene pessoal, necessidades fisiológicas.
01
MOBILIÁRIO - Balcão - Banco - Computador - Microfone - Pia - Fogão - Micro-ondas - Mesa - Cadeira - Armário Roupeiro - Banco - Chuveiro - Lavatório - Vaso Sanitário - Armário Roupeiro - Banco - Chuveiro - Lavatório - Vaso Sanitário - Lavatório - Vaso Sanitário - Mictório - Lixeira - Lavatório - Vaso Sanitário - Mictório - Lixeira - Lavatório - Vaso Sanitário - Barra de Apoio - Lixeira
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
10m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
50m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
30m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
60m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
15m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
15m²
Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada.
05m²
91
AMBIENTE
AGENCIAMENTO
POPULAÇÃO
D.M.L.
Abrigo de materiais de limpeza em geral.
01
MOBILIÁRIO - Armário - Pia
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. m²
Iluminação forçada. Ventilação forçada.
05m²
COND. AMBIENTAIS
ÁREA MIN. m²
SETOR DE ÁREAS COMUNS AMBIENTE
AGENCIAMENTO
POPULAÇÃO
MOBILIÁRIO
ESTACIONAMENTO
Abrigar veículos motorizados de clientes e funcionários.
300 vagas
- Não se aplica -
DEP. DE CARRINHOS
Abrigar carrinhos para uso dos clientes dentro da loja.
05
- Carrinho de Compras
SANITÁRIO MASC.
Higiene pessoal, necessidades fisiológicas.
05
- Lavatório - Vaso Sanitário - Mictório - Lixeira
SANITÁRIO FEM.
Higiene pessoal, necessidades fisiológicas.
05
- Lavatório - Vaso Sanitário - Lixeira
SANITÁRIO P.N.E.
Higiene pessoal, necessidades fisiológicas.
01
- Lavatório - Vaso Sanitário - Barra de Apoio - Lixeira
Iluminação natural/forçada. Ventilação natural. Iluminação forçada. Ventilação natural/forçada. Iluminação natural/forçada. Ventilação natural/forçada. Iluminação natural/forçada. Ventilação natural/forçada. Iluminação natural/forçada. Ventilação natural/forçada.
5600m²
30m²
30m²
30m²
05m²
92
13
FLUXOGRAMA
93
14
SETORIZAÇÃO
- O estacionamento será locado abaixo dos setores de venda e abastecimento; - Os setores, administrativo e de serviços, deverão ser locados em mezanino acima do setor de vendas; - O setor de vendas contempla todo o galpão principal e balcões de açougue, padaria, peixaria, frios etc., bem como lojas menores, adjacentes ao setor de áreas comuns; - O setor de abastecimento contempla toda a área de depósito, docas e áreas de preparo, adjacentes aos seus respectivos balcões de venda; - Farão parte do setor de áreas comuns, espaços abertos com vegetação, mobiliário próprio, lâminas d’água e conjuntos comerciais adjacentes ao setor de vendas.
TAS
ACESSO CICLIS
PASSEIO ULOS SAÍDA DE VEÍC
LÂMINA D'ÁGUA
AMATSU AV. KAORU HIR D S
ÍCULOS
S
ÁREA PERMEÁVEL 235m²
LOJA 02
1.70
BICLETÁRIO COBERTO LOJA 01
PASSEIO
6
ÍCULOS RAMPA DE VE i=20%
PONTO DE ÔNIBUS EXISTENTE
ACESSO PEDESTRES
3.40
ÍCULOS RAMPA DE VE i=20%
ENTRADA DE VE
1.70
6
PASSEIO
2X ESTEIRA ROLANTE SCHINDLER - 9500AE
S
103.36 PISTA PARA TÁXI E UBER
LOJA 04
ÁREA PERMEÁVEL 367m²
3
LOJA 03
ENTRADA E SAÍDA DE CAMINHÕES DE ABASTECIMENTO
LOJA 06
28.5
RAMPA DE VEÍCULOS i=20%
5
S
LOJA 05
DEP. CARRINHOS
R. JOSÉ DA COSTA
ACESSO PEDESTRES
PRAÇA COM ACESSO DE PEDESTRES
ESTOQUE
ACESSO PEDESTRES
DOCAS DE ABASTECIMENTO
CIRCULAÇÃO
5
28
50.48
8.65
LOJA PRINCIPAL
CAIXAS ELETRÔNICOS
LOJA 07 LÂMINA D'ÁGUA
22.5
LOJA 08 LOJA 09
3 ÁREA PERMEÁVEL 436m²
LOJA 10
ÍCULOS i=20%
S
PASSEIO
6
RAMPA DE VE
1.70
LOJA 11
ÁREA PERMEÁVEL 280m²
RAMPA DE VE
ÍCULOS i=20%
D D
IZ ALENCAS
PLANTA - IMPLANTAÇÃO - PAV. TÉRREO esc. 1:250
1.70
PASSEIO
R. PEDRO L U
3.4
LOJA 12
D
6
SAÍDA DE VE ÍCULOS
2X ESTEIRA ROLANTE SCHINDLER - 9500AE
ACESSO PEDESTRES
TRO GASPA
RETTO
ENTRADA DE
PASSEIO VEÍCULOS
PASSEIO
ULOS SAÍDA DE VEÍC
AMATSU AV. KAORU HIR 1.70
2X ESTEIRA ROLANTE SCHINDLER - 9500AE
6
PASSEIO
D
ÍCULOS RAMPA DE VE i=20%
PROJEÇÃO - PAV. TÉRREO
S
A DE VEÍCULOS
ENTRAD
1.70
S
PASSEIO
117
PROJEÇÃO - PAV. TÉRREO
6
D
ÍCUL RAMPA DE VE i=20%
OS
118
119
100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116
120 121 122 123 124 125 126 127 128
89.90
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145
146 147 148 149 150 151 152 153 154 155
156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172
173 174 175 176 177 178 179 180 181 182
LOCALIZAÇÃO esc. 1:1500
85
70
71
72
73
28
40
74
41
75
42
76
43
77
44
78
45
79
46
80
47
81
48
82
49
83
50
84
51
85
52
86
53
87
54
88
55
89
56
90
57
91
58
92
59
93
60
94
61
95
62
96
63
97
64
98
65
FAIXA DE PEDESTRES
ESTACIONAMENTO 265 VAGAS
99
183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199
200 201 202 203 204 205 206 207 208 209
210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226
227 228 229 230 231 232 233 234 235 236
R. PAULA SALLES DE ABREU
RAMATSU
69
39
AV. KAORU HI
68
38
GASPARETTO
67
37
ALENCASTRO
66
36
R. PEDRO LU IZ
LOCAL
R. VITAL BENTO
254 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 251 252 253
RAMPA DE VE
ÍCULOS i=20%
PASSEIO
S
255
256 257 258 259 260 261 262 263 264 265
6
1.70
PROJEÇÃO - PAV. TÉRREO
D
SAÍDA DE VE ÍCULOS
6
RAMPA DE VE ÍCULOS i=20%
D
PASSEIO
R. PEDRO L U
IZ ALENCAS
PROJEÇÃO - PAV. TÉRREO
D 1.70
R. JOSÉ DA COSTA
35
50.48
R. JOSÉ DA COSTA
2X ESTEIRA ROLANTE SCHINDLER - 9500AE
TRO GASPA
RETTO
PLANTA - IMPLANTAÇÃO - PAV. INFERIOR esc. 1:250
PASSEIO ENTRADA DE
VEÍCULOS
ALUNO
RGM
Tiago Lopes Conde NOTAS: 1 - Todas as vagas do estacionamento possuem as dimensões de 2,40m X 5,00m; 2 - As vias de uso dos ciclistas possuem 1,35m de largura.
TÍTULO
Supermercado em Mogi das Cruzes
PROFESSOR ORIENTADOR
DISCIPLINA
111.511.019.54 PRANCHA
Trabalho de Conclusão de Curso I FOLHA
Plantas
Elisabete Chia I Huang ESCALA
01/01
Conforme Indicado