TFG - Thamires Assis Ferreira

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Jardim Público LUIZ GONZAGA DA SILVA:

uma nova ressignificação urbana

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação

Jardim Público Luiz Gonzada da Silva:

Uma nova ressignificação urbana

Thamires Assis Ferreira

São Paulo, novembro 2024

Gostaria de expressar minha sincera gratidão a todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho.

Agradeço ao meu orientador, Rafael Perrone, pelas orientações, por sempre me incentivar a pesquisar e melhorar, propondo diversas reflexões e conversas prazerosas.

Agradeço a todos os professores e colegas que compartilharam seus conhecimentos e experiências ao longo da minha formação acadêmica.

Agradeço aos meus familiares, pelo amor incondicional, paciência e incentivo ao longo de todo o processo. Meus pais Evandro e Simone, Soraia e Álvaro, meu irmão Victor a à minha cunhada Eduarda. Vocês me ofereceram todo amor e apoio que eu precisava.

Agradeço em especial, meu namorado Luiz Matheus Souza, por ser minha base. Por todos os momentos que foi ao Jardim Público comigo. Por toda compreensão e por todas as conversas que se tornaram meu ponto de paz nos momentos difíceis.

Este trabalho é resultado de todos os obrigados que vocês me fizeram escrever.

Este trabalho refere-se à concepção de uma Midiateca em um jardim público, na cidade de Bragança Paulista, com a intenção de promover uma apropriação efetiva desse espaço. O local em que se pretende inserir o projeto apresenta um grande potencial, com um centro cultural ao lado. O projeto busca trazer atratividade ao jardim público já existente, por meio da implantação de um edifício tecnológico com diversos usos.

This work refers to the conception of a Media Library in a public garden, in the city of Bragança Paulista, with the intention of promoting an effective appropriation of this space. The location where the project is intended to be located has great potential, with a cultural center on the side. The project seeks to bring attractiveness to the public garden, through the implementation of a technological building with different uses

LOCAL DE INTERVENÇÃO

0.1 A cidade e o parque

2.2 Contexto Histórico

2.3 Visita Técnica

2.4 A problemática

2.5 Porque a desconexão?

2.6 Como reconectar?

FUNDAMENTAÇÃO

3.1 Mediateca x Biblioteca

3.2 Espaço como lugar

ESTUDO DE CASO

4.1 Biblioteca em Thionville

4.2 Biblioteca de São Paulo

4.3 Biblioteca e Mediateca Dalarna

PROJETO – A PROPOSTA

5.2 Programa de Necessidades 05

5.1 Partido e critérios

PROJETO – FORMA

6.1 Implantação

6.2 Plantas

6.3 Cortes

6.4 Elevações

6.5 Detalhamentos

6.6 Experimentação

CONSIDERAÇÕES FINAIS

7.1 Contribuição e conclusão

BIBLIOGRAFIA

INTRODUÇÃO

TEMA

O presente trabalho final de graduação – TFG trata do estudo sobre a ressignificação do espaço urbano – Jardim

Público Luiz Gonzaga da Silva - diante seu entorno, através da inserção de um equipamento público e tecnológico.

A partir disso, o trabalho foi organizado em etapas. Primeiro, foi realizada uma análise do local, abordando seu contexto urbano e inserção. Em seguida, identificou-se a problemática, investigando suas causas e implicações para compreender os fatores que contribuem para o desuso do espaço. Por fim, foi desenvolvida uma solução, fundamentada em princípios teóricos e projetos referenciais que culmina no projeto arquitetônico, apresentando uma resposta concreta e funcional para revitalizar o local.

As questões decorrentes da subutilização de espaços públicos de convivência, como praças e parques, não são novas. Este é o caso do Jardim Público Luiz Gonzaga Leme, em Bragança Paulista, cuja inauguração remonta a 1956. Naquela época, o jardim servia como ponto de encontro para a comunidade, abrigava viveiros de plantas e era palco de apresentações musicais, desempenhando um papel vital na vida social da cidade.

Entretanto, ao longo do tempo, esse espaço emblemático perdeu sua relevância e utilidade para os habitantes locais. Hoje, o jardim encontra-se em estado de subutilização, com a população da cidade e ao seu redor não aproveitando plenamente seu potencial. Apesar de ter passado por reformas ao longo dos anos, ainda não conseguiu recuperar sua vitalidade e atratividade originais.

Figura 01 - Mapa de Bragança Paulista. Fonte: autoral

“Há anos levava meus filhos para brincar neste parque, mas infelizmente foi abandonado pela prefeitura. Local central, histórico, com salão de terceira idade que poderia ser muito bem cuidado proporcionando mais uma área de lazer para os moradores e turistas.”

Site Tripadvisor, 2017)

“o parque já teve seus dias de glória, quando era cheio de brinquedos, animais e famílias.”

(Em: Site Tripadvisor, 2017)

A partir desse problema, e analisando a área como é hoje, após suas reformas. Acredita-se que a implantação de um edifício público tecnológico, como a midiateca, além da requalificação das áreas já existentes poderá promover a apropriação efetiva desse espaço.

(Em:
Figura 02 – Crianças no Jardim Público (2001)
Fonte: Jornal mais Bragança
Figura 03: Mapa de Bragança Paulista. Fonte: Autoral

Compreender como o Jardim Público Luiz Gonzaga da Silva se conecta com o entorno.

Investigar como o espaço público afeta a qualidade de vida e a interação social na comunidade local.

Estudar como as mudanças afetam a utilização do espaço público, incluindo a frequência e a diversidade de atividades.

Bragança Paulista. Fonte: Autoral

LOCAL DE INTERVENÇÃO

Mapa autoral – cidade de Bragança Paulista
BRAGANÇA PAULISTA CAMPINAS
SÃO PAULO
Figura 04: Mapa conexão Bragança Paulista, São Paulo, Campinas. Fonte: Autoral.

2.1 A cidade e o parque

Situada a aproximadamente 88 km da capital paulista e a cerca de 70 km de Campinas, Bragança Paulista possui aproximadamente 170.000 habitantes.

Com seus principais acessos – Rodovia Fernão Dias , Rod. Alkindar Monteiro Junqueira, BR-146 -desfruta de uma posição geográfica privilegiada que facilita a conexão com essas duas importantes metrópoles.

Além disso, a cidade se localiza entre a conexão norte-sul de São Paulo e Minas Gerais. Essa posição contribui para o desenvolvimento econômico e cultural da cidade, mantendo um equilíbrio entre suas tradições interioranas e as influências urbanas das cidades vizinhas.

CENTRO

Jardim Público
Lago do Taboão
Figura 05: Inserção Jardim Público. Fonte: Autoral.

O Jardim Público Luiz Gonzaga da Silva – objeto do estudo - se localiza na região central da cidade, em sua área mais elevada.

O local é acessível tanto vindo da estrada que conecta Bragança Paulista a São Paulo tanto quanto ao centro comercial, onde se encontra a principal praça histórica da cidade – Praça Raul Leme.

Nota-se além disso, a proximidade com o Lago do Taboão, marco da região, que possui um grande movimento urbano. Tendo uma distância de somente 900m.

Figura 06: Corte topográfico. Fonte: Autoral.

TOPOGRAFIA e ÁREA VERDE

Figura 07: Mapa topográfica e área verde. Fonte: Autoral.

EQUIPAMENTOS PÚBLICOS

Figura 08: Mapa de equipamentos públicos. Fonte: Autoral

2.2 Contexto Histórico

A história do Jardim Público começa antes mesmo de Bragança Paulista ser elevada à categoria de cidade. Segundo registros históricos, em 1797 quando Conceição do Jaguary se desmembrou de Atibaia e foi elevada a vila, recebeu o nome de Nova Bragança. Para tanto, foi necessário instalar nesta vila um cemitério e o local escolhido foi exatamente onde hoje funciona o parque. Em 1890, porém, o cemitério começou a ser desativado e os corpos tirados levados para onde hoje funciona o Cemitério da Saudade.

Uma caixa d´água e um sistema de abastecimento foram implantados no local e o italiano Aquiles Marino deu início a implantação de um jardim no terreno com plantação de diversas árvores.

O jardim, inicialmente conhecido como Parque ou Jardim das Pedras, era completamente cercado por bambus, o que lhe conferia um charme único e um ar natural de isolamento. Esse espaço tornou-se rapidamente um ponto de encontro popular para a realização de apresentações musicais e eventos culturais, atraindo moradores e visitantes da cidade. Segundo registros históricos, o parque abrigava uma variedade de animais, incluindo macacos, cobras, pássaros e até um aquário, o que o tornava ainda mais atrativo e interessante para os frequentadores.

O parque era considerado o cartão de visita de Bragança, mas com a ditadura, os viveiros foram desativados e o único animal que passou a ser exposto no local foram capivaras. O meteorógrafo que lá funcionava também foi desativado.

Em 1956, o então prefeito Ismael de Aguiar Leme decidiu prestar uma homenagem ao idealizador do sistema de abastecimento de água da cidade, Luiz Gonzaga da Silva Leme, cujo projeto inicial foi implementado naquele local. Em reconhecimento à sua contribuição, o parque foi renomeado em sua homenagem, perpetuando seu legado na história de Bragança e consolidando o local como um símbolo da infraestrutura e do desenvolvimento urbano da cidade.

Figura 09: Fotos do Jardim Público em 1998. Fonte: Facebook – página Bragança Terra Querida.

Desde então, o parque se tornou um marco na cidade.

As pessoas passaram a frequentá-lo para socializar, galantear, passear com a família, entre outras atividades.

Com o tempo, o local ganhou também eventos tradicionais marcantes, como a visita do Papai Noel no Natal e apresentações musicais no coreto.

Entretanto, apesar de frequentado pela população, o parque foi caindo e descaso por parte da prefeitura.

” Um parque que tem tudo para ser bonito, é cercado por árvores, plantas, mas falta cuidado com a manutenção”

- M Prado , comentário em Trip advisor, jul. de 2018

” Infelizmente o Jardim Público está abandonado. Muitos brinquedos que agora são de madeira estão quebrados. É uma pena. Já brinquei muito neste parque”

- Guilherme Magdaleno, comentário em Trip advisor, nov. de 2018

” Lugar agradável porém poderia ser melhor cuidado, grama alta, sem espaço para os pequenos tentarem andar...

Parquinho amplo porém também sem cuidados”

- Edgar E., comentário em Trip advisor, nov. de 2018

” Abandonado pela prefeitura. Lugar histórico com salão para a terceira idade que poderia ser muito bem cuidado proporcionando mais uma área de lazer para os moradores e turistas.”

- Dora M., comentário em Trip advisor, dez. de 2018

Como visto nos comentários da população, o parque possui um grande potencial, porém acabou ficando sem cuidados e manutenção, o deteriorando durante os anos de 2017-2018.

Figura 10: Manchete Jornal. Fonte: Imprensa Oficial.
Figura 11: Papai noel no Jardim Público. Fonte: Imprensa Oficial.

Em decorrência disso, a prefeitura interviu em 2020, fechando o parque para reforma. A mesma durou dois anos, com um orçamento de mais de R$ 2 milhões e 400 mil e foi reinaugurado no final de agosto de 2022.

A reforma vai além do parque; o centro cultural que fica ao seu lado também passou por uma revitalização. Como descrito por Shel Almeida (2021), “ hoje, com a Secretaria de Meio Ambiente dentro do parque e o Centro Cultural Teatro Carlos Gomes revitalizado, ao lado, o Jardim Público pode ser pensado não apenas como um local para confraternização ou para passar o tempo. Ele também pode vir a ser um ponto de encontro para atividades culturais, turísticas e também relacionadas à natureza.“

O secretário de Obras, André Monteiro, explica de que maneira a reforma levou em consideração esse novo ponto de arte e cultura da cidade, o Centro Cultural Carlos Gomes, a fim de agregar o parque ao novo complexo.

“Foi prevista a relocação da casa das antenas, no interior do Jardim Público, a fim de permitir uma melhor visão do prédio do Centro Cultural a partir do interior do parque. Além disso, todas as intervenções têm a intenção de atrair mais público ao complexo que será formado por ambos os locais”.

( Jornal em dia Bragança, 2021)

Complexo Cultural Prefeito

Jesus Adib Abi Chedid
Jardim Público
Figura 12: Mapa de localização Complexo Cultural. Fonte: Autoral.

MAPA ESQUEMÁTICO DO PARQUE

Após a reforma, o parque foi completamente revitalizado e passou a oferecer uma ampla variedade de espaços e equipamentos voltados ao lazer e bem-estar da comunidade. Entre os novos recursos estão um PetPlace para os animais de estimação, um parquinho para as crianças, uma academia ao ar livre com equipamentos de exercícios, um viveiro, e mesas de xadrez para jogos ao ar livre.

Além disso, foram instalados bancos espalhados por toda a área, fontes, um banheiro público de fácil acesso, uma horta comunitária e um minhocário, além de bebedouros distribuídos em pontos estratégicos.

Com todas essas melhorias, o parque, que já era um importante marco histórico da cidade, transformou-se em um verdadeiro "lugar" de encontro e convivência, reforçando sua importância tanto como um símbolo cultural quanto como um espaço de lazer para a população.

1 – Praça Luiz Gonzaga

2 – Petplace

3- Parquinho

4 – Academia ao ar livre

5 - Bancos e redário

6 – Viveiro

7 – Mesas de xadrez

8 – Galinheiro

9 – Coreto

10 – Banheiros

11 - Secretaria do meio ambiente

12 – Horta e minhocário

1 – Praça Luiz Gonzaga
2 – Petplace
Parquinho
Figura 13,14.15,16: Fotos do parque. Fonte: Autoral.
Parquinho
Figura 17,18,19,20: Fotos do parque. Fonte: Autoral.
Bancos e redário
– Viveiro
8 – Galinheiro
Figura 21,22,23,24: Fotos do parque. Fonte: Autoral.
- Coreto
10 -Banheiros
11 –Secretaria do meio ambiente
12– Horta e minhocário
Figura 25,26,27,28: Fotos do parque. Fonte: Autoral.
Fontes
Mobiliário
Bebedouro
Figura 29,30,31,32: Fotos do parque. Fonte: Autoral.

2

3

O parque conta com três acessos principais, controlados por portões que são fechados após o horário de funcionamento, das 7h às 19h.

A circulação interna é estruturada em três fluxos principais: um trajeto longitudinal que atravessa o parque de ponta a ponta e dois caminhos perpendiculares que se conectam a este eixo central, formando a espinha dorsal do percurso. Além desses fluxos principais, há diversos caminhos secundários que se conectam entre si, distribuídos de maneira a proporcionar uma circulação ampla e fluida por todo o espaço, permitindo que os visitantes explorem cada parte do parque com facilidade.

Figura 33: Foto entrada do parque. Fonte: Autoral.
Figura 34: Foto entrada do parque. Fonte: Autoral.
Figura 35: Foto entrada do parque. Fonte: Autoral.

FLUXOGRAMA

2.4 Visita Técnica

Para proporcionar um entendimento mais aprofundado da área de estudo, foram conduzidos diversos experimentos no local. A área é caracterizada por um ambiente cercado por árvores, o que demanda uma análise cuidadosa de sua vegetação. Para isso, foi inicialmente realizado um levantamento fotográfico, com o objetivo de avaliar o porte e as características das árvores presentes.

Atualmente, o espaço abriga uma casa desocupada. As árvores que cercam a casa possuem uma altura média de aproximadamente 15 metros, e as copas alcançam uma massa de cerca de 4 metros, criando uma camada superior que pode influenciar a luz e a sombra na área ao redor.

Figura 37: Fotografia do parque. Fonte: Autoral.
Figura 38: Fotografia do parque. Fonte: Autoral.
Figura 39: Fotografia do parque. Fonte: Autoral.
Figura 40: Fotografia do parque. Fonte: Autoral.
Figura 41: Fotografia do parque. Fonte: Autoral.
Figura 42: Fotografia do parque. Fonte: Autoral.

Além disso, foi realizada uma análise do nível de ruído no local, considerando sua proximidade com um estádio de futebol.

O teste foi conduzido com o uso de um decibelímetro em um dia de jogo, e os resultados indicaram um nível máximo de 62 dBA. Essa medição é crucial para entender o impacto sonoro no ambiente e avaliar como ele pode afetar a experiência dos usuários do espaço.

Ao analisarmos a escala de decibéis, podemos concluir que esse nível não é considerado elevado, o que significa que não é necessário implementar uma proteção acústica especial.

Um fechamento simples no projeto já seria suficiente para proporcionar uma barreira eficaz contra o ruído.

Figura 43: Gráfico da escala decibel. Fonte: Autoral

Outro estudo realizado foi a medição da velocidade do vento no local, que apresentou um resultado de 1,52 m/s. Na escala de Beaufort, esse valor é considerado baixo, indicando que não há condições de vento forte na área.

Figura 44: Tabela da Escala Beaufort. Fonte: Companhia da Escalada.
Figura 45: Fotografia da medição com o Anemômetro no local. Fonte: Autoral. Figura 46: Fotografia da medição com o Decíbelimetro no local. Fonte: Autoral.

2.4 A problemática

Como descrito anteriormente, ao longo dos anos, o parque passou por diversas transformações. Em sua fase inicial, era um espaço de grande importância para a cidade, muito frequentado pela população, servindo como ponto de encontro e lazer. No entanto, com o passar do tempo, o parque começou a sofrer um processo de degradação, perdendo parte de sua vitalidade e atração, o que resultou em uma diminuição gradual do uso por parte dos moradores.

Com o intuito de reverter essa situação, o parque, como já foi citado, foi fechado para uma ampla reforma. Após a reabertura, apresentou excelentes condições, com novas infraestruturas e recursos que trouxeram modernidade e melhorias significativas.

Apesar da revitalização e da qualidade renovada do espaço, o parque não atingiu o mesmo nível de atividade e participação popular que possuía anteriormente. O parque parece desconectado com seu entorno, não tendo seu uso devidamente efetivo.

2.5

Porque a desconexão?

Para analisar essa problemática, foi realizada uma investigação aprofundada para entender as razões por trás do subaproveitamento do parque, mesmo com sua infraestrutura adequada. Foram levantados mapas, dados demográficos e informações sobre o entorno, buscando identificar fatores que possam estar influenciando o baixo uso do espaço.

A análise envolveu examinar a localização, acessibilidade e conexão com o tecido urbano, tentando compreender porque, apesar das melhorias e equipamentos disponíveis, o parque não conseguiu atrair os usuários em seu potencial máximo.

Estrutura fundiária

Maior densidade demográfica

Área de estudo
Figura 47: Mapa de estrutura e densidade demográfica. Fonte: Autoral.

Uma das possíveis explicações para o desuso do parque pode ser atribuída à sua localização, que o torna uma espécie de "ilha" isolada em meio a uma série de instituições e áreas de uso específico. O mapa ao lado ilustra claramente essa situação, evidenciando as grandes glebas que circundam o terreno do parque.

Em sua proximidade, é possível observar um asilo, uma escola privada, um clube privado, uma praça, um centro cultural e um estádio. Embora essas instituições possam, à primeira vista, parecer que adicionam valor à região, na verdade, elas acabam criando uma barreira que dificulta o acesso ao parque. Além disso, o mapa também destaca a concentração de moradias na área, revelando que muitas delas estão distantes do parque, o que contribui para uma redução no fluxo de visitantes.

Essa combinação de fatores geográficos e sociais pode resultar em uma percepção de desconexão entre o parque e a comunidade ao seu redor. Com muitas opções de lazer e serviços disponíveis em locais próximos, o parque pode ter perdido seu apelo como espaço de convívio e recreação, deixando de ser uma prioridade para os moradores.

2.6 Como reconectar?

Com base na análise da problemática, as conexões se tornam um ponto muito importante para o tema do projeto, levando à necessidade de responder à seguinte pergunta: como as pessoas chegam ao parque?

Quanto ao transporte, a área conta com pontos de ônibus localizados nas principais vias adjacentes, embora não circundem o parque, o que exige que os visitantes caminhem até ele.

Além disso, há várias vagas de estacionamento ao redor do parque, proporcionando opções para aqueles que optam por chegar de carro. Essa infraestrutura de transporte, embora conveniente em certos aspectos, ainda pode limitar a acessibilidade do parque para pedestres.

HIERARQUIA VIÁRIA E MOBILIDADE

Figura 49: Mapa de mobilidade. Fonte: Autoral.

Diferença de 50m

Lago do Taboão

820

Conforme mencionado, as conexões são fundamentais para ressignificar o local e integrá-lo ao seu entorno. Dentre essas conexões, duas se destacam: a primeira é com a densa concentração de moradias situadas abaixo da Rua Pires Pimentel, que pode facilitar o acesso dos moradores ao parque; a segunda é com o Lago do Taboão, que atrai um intenso fluxo urbano.

Do ponto de vista da caminhabilidade, ambas as conexões se mostram pouco atrativas. O trajeto é caracterizado por uma inclinação acentuada, com calçadas estreitas que dificultam a passagem e carecem de sombra, tornando a caminhada desconfortável, especialmente em dias ensolarados. Essa falta de condições adequadas pode desestimular o uso dessas rotas, impactando negativamente o acesso ao parque.

Jd. Público

870

Diferença de 30m

Av. Pires Pimentel

850

Figura 50: Corte esquemático. Fonte: Autoral.

CONCENTRAÇÃO DE MORADIA

LAGO DO TABOÃO
Área de estudo
Figura 51: Mapa de conexão. Fonte: Autoral.

Com o intuito de ampliar e aprimorar essas condições, o trabalho propõe a melhoria das ruas por meio do alargamento das calçadas , e da arborização como mostra a figura ao lado. Criando assim uma conexão agradável de acesso ao Jardim Público.

Além disso ainda pensando em como se dão as chegadas e na ideia de tornar o lugar menos ilhado, haveria a remoção da cerca que circunda o parque, abrindo novas entradas para o mesmo. Dessa maneira, a visibilidade do que ocorre dentro seria maior, além de diminuir o percurso para acessá-lo.

Figura 52: Diagrama das novas entradas. Fonte: Autoral.

Faixa de pedestre

Aumento da faixa de pedestre existente de 2m para 4m.

Canteiro Arborizado

Criação de um canteiro arborizado na calçada para proteção

Iluminação

Melhoria na iluminação

Ruas

Figura

Embora facilitar o acesso ao parque seja essencial, o objetivo vai além de simplesmente torná-lo acessível; o intuito é que o parque se torne um destino atrativo, um lugar que as pessoas desejem frequentar. Em resposta a essa problemática, surge a proposta de instalar um edifício tecnológico que atue como um ponto de interesse central uma midiateca.

Com o centro cultural recém reformado , uma escola e asilo no entorno , a midiateca serviria também como apoio a esses equipamentos. Além de fornecer um programa diverso conectando o parque ao seu entorno e criando um motivo tangível para que as pessoas queiram ir até lá.

A ideia é a midiateca ser um catalisador, revitalizando o uso do parque e atraindo diferentes públicos, desde estudantes e profissionais até famílias e turistas, tornando o local vibrante e dinâmico.

Dessa maneira, ao criar um edifício com essa proposta, não só se resolve a questão do acesso, mas também se potencializa o uso do parque.

FUNDAMENTAÇÃO

3.1 Midiateca x biblioteca

As bibliotecas acompanham de perto os impactos sociais e culturais gerados pelas tecnologias de comunicação e informação, o que as levou a passar por diversas transformações: mudanças no conceito, nas funções, nos serviços e no tipo de acervo oferecido. Hoje em dia, vão muito além dos livros impressos, incorporando uma variedade de mídias, desde as tradicionais até as mais contemporâneas. Essas transformações refletem as necessidades e realidades de cada época.

Ao decorrer desse processo evolutivo, as bibliotecas se diversificaram, seja pelo tipo de material que abrigam, seja pelo tipo de usuário que atendem. O surgimento de novos suportes de informação deu origem a um novo conceito de biblioteca, conhecido como Midiateca.

O conceito foi popularizado em parte por arquitetos e planejadores urbanos no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, que começaram a projetar esses espaços como centros culturais modernos, integrando arquitetura inovadora à novas formas de interação social e educacional.

Para Labayen (1986, p.3) assim define: “a palavra midiateca deriva da palavra ‘medios’ que por sua vez, seria meios de comunicação social”,

A evolução para o termo "midiateca" reflete uma resposta às demandas contemporâneas, nas quais os recursos audiovisuais ganham destaque ao lado dos meios tradicionais de informação. Inicialmente, o termo se referia a um espaço dentro das bibliotecas dedicado ao acesso à informação digital e à internet. No entanto, hoje, "midiateca" não se limita a um espaço físico específico, mas pode englobar todo um edifício ou instituição.

Nos Estados Unidos, onde os sistemas bibliotecários são mais avançados, o termo "biblioteca multimídia" também é utilizado para descrever essa transição, especialmente em relação aos materiais audiovisuais. Essas mudanças refletem não apenas uma evolução na terminologia, mas uma adaptação às novas formas de comunicação e acesso à informação na era digital.

Por esse entendimento, a transformação das bibliotecas em midiatecas não se limita apenas à mudança de nome, mas implica em uma redefinição dos espaços e serviços oferecidos, buscando diversificar a oferta e ampliar o alcance dos usuários.

A midiateca e a biblioteca estão intimamente relacionadas e uma não deve excluir a outra, pois aquela não surgiu do “nada”, e encontra-se historicamente ligada a biblioteca como ressalta Cairo (2007, p.1) “a biblioteca deu origem a midiateca, à medida que aquela foi incorporando e adaptando novos espaços para entrada de computadores [...] como terminais para consulta de informações”. Entretanto, é possível ressaltar as semelhanças e diferenças entre elas.

A tabela ( figura 54) demonstra quais são essas semelhanças e diferenças O conceito tradicional atribui à biblioteca um papel essencialmente voltado para a pesquisa e o estudo, um lugar para o qual os indivíduos recorrem para realizar trabalhos acadêmicos ou escolares. Por outro lado, a midiateca é percebida como mais do que um espaço de estudo e pesquisa; é vista como um local de lazer, encontros e descontração, onde as pessoas podem visitar apenas para passear.

Embora ambas tenham a mesma função fundamental de preservar e democratizar a informação e o conhecimento, a midiateca se destaca ao proporcionar acesso a esses recursos por meio de uma variedade de suportes e tecnologias da informação. Além disso, muitas midiatecas se comprometem a ensinar aos usuários como utilizar essas tecnologias, contribuindo assim para a inclusão digital.

Os frequentadores das bibliotecas públicas geralmente consistem principalmente em pesquisadores e estudantes. No entanto, é comum que o público estudantil frequente a biblioteca apenas durante seus estudos, e raramente continue a utilizá-la após sua formação.

A maioria dos potenciais usuários não se sente atraída pelas bibliotecas devido à centralidade que o livro impresso ainda mantém nessas instituições. Isso dificulta a inclusão de outras formas de mídia e se reflete na escassez de serviços inovadores. A midiateca surge como uma solução para quebrar esse paradigma, oferecendo informações em diversos suportes e atraindo um público diversificado por meio das novas

tecnologias de informação e da flexibilidade de horários.

Ao abrir durante os fins de semana, por exemplo, as midiatecas tornam-se acessíveis para trabalhadores que só têm tempo livre nesses dias, expandindo assim seu potencial de usuários.

BIBLIOTECA MIDIATECA

CONCEITO Espaço de pesquisa e estudo Espaço de pesquisa, estudo, encontro e lazer

FUNÇÃO Preservar e garantir a democratização do conhecimento

Preservar e garantir a democratização do conhecimento

ACERVO O livro exerce a centralidade total do acervo

O acervo é constituído de multimídia

PÚBLICO Público tradicional: estudantes e pesquisadores Público diversificado atraído pelas novas tecnologias

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Geralmente de segunda a sextafeira Há flexibilidade de horários, funcionando também em final de semana

Figura 54: Tabela comparativa sobre biblioteca e midiateca. Fonte: MARINHO, R. R. Midiateca: uma nova terminologia ou um conceito ampliado de biblioteca? Florianópolis, SC, Brasil,: XXV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documento e Ciência da Informação, 2013

3.2 Espaço como lugar

O termo em inglês placemaking significa “criar lugares”. Entretanto, não no sentido literal, mas no sentido simbólico de “lugar” , isto é: um espaço social e cultural, feito pela e para as pessoas. Nos anos 60, autores renomados no campo do urbanismo, como Jane Jacobs e William H. Whyte, iniciaram estudos sobre as cidades e a escrever sobre elas. Eles foram pioneiros ao discutir a importância de espaços urbanos acessíveis que atendiam às necessidades das pessoas, priorizando os pedestres e sua saúde, bem-estar e felicidade, em vez de focar em automóveis ou empreendimentos comerciais. Essas ideias inovadoras deram origem ao conceito de placemaking, que, nos anos 70, passou a ser adotado por projetistas, paisagistas e planejadores como uma abordagem centrada nas pessoas para o planejamento, design e gestão de espaços públicos.

Placemaking pode ser compreendido como uma abordagem urbanística que se configura tanto como uma filosofia quanto como uma metodologia de projeto. Este movimento destaca a importância da qualidade dos espaços urbanos, valorizando seus pontos fortes, inspirações e identidade local. A premissa central é que os espaços públicos devem ser concebidos para servir como o palco da vida pública de uma comunidade, e que ninguém melhor do que a própria comunidade possui o conhecimento necessário para tal. Isso envolve observar, ouvir e fazer perguntas às pessoas que vivem, trabalham ou frequentam determinado espaço, a fim de identificar suas reais necessidades e criar um ambiente que favoreça a convivência, respeite a escala humana e melhore a qualidade de vida.

Placemaking é um movimento que reimagina espaços públicos como o coração de cada comunidade, em cada cidade. É uma abordagem transformativa que inspira as pessoas a criar e melhorar os seus locais públicos. Placemaking fortalece a conexão entre as pessoas e os lugares que eles compartilham.

(Em: Site oficial do Project for Public Spaces)

Ao decorrer do tempo, a rua, espaço fundamental urbano de todas as cidades, deixou de ser um espaço social. Deixou de pertencer as pessoas, que caminham e a vivenciam e passou a ser destinada completamente aos automóveis. Hoje, os espaços unicamente destinados aos pedestres – praças e parques – tampouco parecem terem sido projetados para os mesmos, como se fossem para serem vistas de longe. Com design arrojado e com um ambiente que produz uma barreira social.

Como retrata Whyte (1980), "Espaços projetados para manter longe os indesejáveis (...) geralmente tendem a manter longe outras pessoas também.“

Um lugar físico é aquele que não possui atrativos para que seja frequentado pela população. Um lugar em seu sentido simbólico, é um lugar de encontro de pessoas. Para isso acontecer, o ambiente deve manter diversas atividades para diferentes grupos, faixas etárias e interesses.

Como também afirma Whyte “É difícil projetar um espaço que não irá atrair as pessoas. O que é notável é a frequência com que isso foi realizado.“ Ou seja, é importante que mantenha uma constância nas atividades de um lugar, para que ele sempre seja um lugar além de físico.

O Byrant Park localizado em Nova Iorque é um ótimo exemplo dessa colocação. Antigamente, era considerada insegura e era cercado

por uma sebe alta. Com base nas recomendações do Street Life Project de William White, o parque foi redesenhado e reconstruído na década de 1980. Desde então, tornou-se um espaço vibrante, com uma infraestrutura que promove diversas atividades e atrativos para a população.

Entre as iniciativas mais notáveis estão as feiras de rua, os food trucks, monumentos, atividades de yoga e até mesas de pinguepongue, que estimulam a participação ativa dos cidadãos. Um dos eventos de maior destaque é a Hester Street Fair, uma feira de rua que segue os princípios de placemaking, realizada todos os fins de semana. A feira reúne empresas locais e artistas especializados em produtos e comidas artesanais, criando uma oportunidade de interação e promovendo a cultura e o comércio local.

Outro evento marcante no Bryant Park é o festival de cinema ao ar livre, patrocinado pela HBO, que acontece semanalmente durante o verão. O festival convida o público a levar suas toalhas para um piquenique, enquanto assistem a exibições que começam ao anoitecer, por volta das 20h. Esse tipo de atividade transforma o parque em um espaço de lazer compartilhado e acessível, reforçando seu papel como um dos principais destinos de convivência urbana em Nova Iorque.

Figura 56: Fotos Byrant Park Fonte: Byrant Park org

O street life Project foi um projeto realizado por William White que buscou entender porque alguns espaços públicos funcionam e outros não. Ele e sua equipe de pesquisadores observaram, mapearam e filmaram diversas praças da cidade de Nova York, analisando o seu sucesso ou fracasso, procurando descobrir suas causas.

Ao longo dessa pesquisa vários padrões comportamentais surgiram e as primeiras conclusões foram sendo tiradas. O primeiro fator observado foi a quantidade extraordinária de atividades diferentes sendo praticadas nos espaços bem-sucedidos: pessoas lendo, conversando, comendo, fumando, namorando, entre muitas outras. Uma verdadeira reunião de indivíduos com interesses diversos compartilhando o mesmo ambiente.

“O que atrai mais as pessoas, são outras pessoas

(WHYTE, 1980. p.19) – tradução autoral

Além disso, esses espaços bem-sucedidos eram mais democráticos: seus frequentadores possuíam uma diversidade cultural, de idade e origem social. Essas praças apresentavam uma grande quantidade de grupos de duas ou três pessoas, mas tinham um número ainda maior de indivíduos, e a atividade mais realizada por eles era simplesmente a contemplação: olhar para outras pessoas.

ESTUDO DE CASO

FICHA TÉCNICA

Local: Thionville, França

Escritório: Dominique Coulen & Associés

Ano: 2016 Área do projeto: 4.590m²

A Biblioteca de Thionville, projetada pelo escritório Dominique Coulon & Associés em 2016, na França, propõe um modelo inovador para bibliotecas de mídia. Com uma visão contemporânea, o projeto vai além das funções tradicionais de uma biblioteca, buscando criar o que se chama de "terceiro lugar" um espaço onde o público não apenas consome informação, mas participa ativamente de sua própria experiência. O ambiente foi pensado tanto para a criação quanto para a recepção de conteúdos, incentivando a interação e a troca de conhecimentos.

Além de oferecer as funções básicas de uma biblioteca, o edifício abriga uma ampla gama de atividades culturais, como áreas de exposição, estúdios de música, e até mesmo um café-restaurante. Essas funções variadas se conectam harmoniosamente, criando um espaço vibrante e dinâmico.

A organização interna é fluida, com rotas e caminhos que se entrelaçam, proporcionando perspectivas constantemente renovadas a quem o percorre. O movimento pelos diferentes ambientes se transforma em um processo de descoberta, onde cada passo revela novos "universos", estimulando o público a explorar e interagir com o espaço de maneiras diversificadas.

Figura 57: Fachada Biblioteca de Thionville. Fonte: Archdaily.
Figura 58: Foto Interna Biblioteca de Thionville. Fonte: Archdaily.
Figura 59: Cortes Biblioteca de Thionville. Fonte: Archdaily.

Figura 60: Implantação Biblioteca de Thionville. Fonte: Archdaily.

A distribuição do programa ocorre de maneira fluída, porém com a existência de “bolhas”, (Figura 61) as quais abrigam elementos específicos do programa, como áreas para contação de histórias, laboratórios de idiomas, locais para videogames e salas de artes plásticas, entre outros. Elas são descritas como casulos, espaços onde as pessoas se isolam dos outros ambientes, afastadas das áreas coletivas.

Esses ambientes são considerados o último refúgio e a parte mais íntima do edifício, proporcionando aos usuários um espaço de tranquilidade. A distância entre essas áreas íntimas varia conforme sua área de influência e escala, permitindo que cada ambiente mantenha uma conexão adequada com o restante da edificação, ao mesmo tempo que oferece a privacidade necessária.

Este projeto abraça os princípios da arquitetura moderna, apresentando uma planta livre que permite flexibilidade no uso dos espaços, pilotis que elevam a estrutura, janelas em fita que oferecem uma visão panorâmica e um terraço-jardim que integra a natureza ao ambiente construído. Esses elementos se harmonizam para criar uma edificação que é tanto funcional quanto esteticamente agradável.

1 – Fórum

2 – Multimidia

3 – Literatura

4 – Adolescentes

5 – Crianças pequenas

6 – Área de documentação

7 – Estudio Multifunção

8 – Estudio Video Game

9 – Área para apresentação 10 – Área de exposição 11 – Área de exposição temporária

12 – Depósito

13- Hall

14 – Hall com multifunção

15- Estudio de criação

16 – Workshop de arte

17 – Área administrativa 18 -Jardim

As janelas em fita (Figura 57) iniciam-se no piso e se elevam de forma crescente e sinuosa até formarem um pé-direito envidraçado. A partir desse ponto, as janelas diminuem gradualmente até retornarem ao piso, criando um movimento dinâmico na fachada. Nessa área, a estrutura recua estrategicamente, criando áreas sombreadas que melhoram o conforto térmico da edificação. As árvores ao redor complementam essa estratégia, proporcionando sombreamento natural.

Na área interna, o mobiliário foi cuidadosamente projetado para seguir o desenho sinuoso das janelas, com a inclusão de sofás baixos e arredondados que proporcionam conforto e um toque acolhedor ao ambiente. Dessa maneira, criam-se várias áreas de leitura no meio do acervo, sendo uma distribuição bem dinâmica do programa.

O sistema construtivo do edifício se baseia em estruturas independentes e irregulares, seguindo sua forma. (Figura 64).

As vigas conseguem sustentar grandes vãos, de até 15 metros, tornando o espaço visualmente desobstruído, possibilitando essa conversa entre o interno e externo.

Figura X Janelas
Figura 62: Mobiliário - Biblioteca de Thionville. Fonte: Archdaily
Figura 63: Mesas de estudo - Biblioteca de Thionville. Fonte: Archdaily
Figura 64: Esquema estrutural. - Biblioteca de Thionville. Fonte: Archdaily

SÃO PAULO

FICHA TÉCNICA

Local: São Paulo,SP

Escritório: Aflalo/Gasperini Arquitetos

Ano: 2010

Área do projeto: 4.527m²

A Biblioteca de São Paulo foi projetada pelo escritório Aflalo Gasperini em 2010, na cidade de São Paulo. Implantada no antigo espaço do complexo de Carandiru, se situa na área conhecida hoje como Parque da Juventude.

O projeto da biblioteca vai muito além de sua função tradicional, integrando-se ao tecido urbano e social da cidade. Ao transformar uma área em um ponto de encontro para atividades culturais e educativas o projeto tem um papel fundamental na revitalização dessa região e no impacto positivo sobre a qualidade de vida de seus frequentadores. O espaço oferece um ambiente acolhedor e dinâmico, onde cultura e lazer se mesclam de maneira inovadora..

Em média 25mil usuários frequentam o local por mês, em busca de livros, jornais, internet, filmes, entre outros. O local conta com aproximadamente trinta mil títulos, arquivos multimia, 100 computadores, e-book, impressora braile e equipamentos para deficientes visuais.

A fachada do edifício é marcada por sua continuidade e regularidade, caracterizada por um volume predominantemente horizontal e retangular, criando uma sensação de simplicidade e solidez. A construção conta com dois pavimentos, onde o pavimento superior forma uma espécie de varanda, protegendo e sombreando a área inferior.

Biblioteca
Figura 65: Inserção - Biblioteca de São Paulo. Fonte: Archdaily
Figura 66: Fachada- Biblioteca de São Paulo Fonte: Archdaily
Figura 67: Fachada- Biblioteca de São Paulo Fonte: Archdaily

Esse edifício, além de proporcionar proteção contra o sol, cria um jogo visual interessante, onde quem está no pavimento inferior tem uma perspectiva envolvente do ambiente acima. Em sua lateralidade, nota-se o uso de painéis pré-moldados fazendo sua vedação, e criam uma sensação de consistência e continuidade ao volume arquitetônico, conferindo ao projeto uma aparência sólida e uniforme. Entretanto, essa continuidade é suavizada e quebrada pelos rasgos horizontais de janelas em fita, que adicionam ritmo e dinamismo à fachada.

No pavimento inferior, o fechamento é executado por malhas de vidro, convidando o pedestre a vivenciar o interior.

No pavimento inferior, o fechamento é executado por malhas de vidro, convidando o pedestre a vivenciar o interior.

A estrutura do edifício é composta por 20 pilares e 10 vigas espaçadas a cada 10 metros, tendo uma modulação. Para a cobertura, foram utilizadas pérgulas fabricadas com laminas de eucalipto e policarbonato. O uso dessas pérgulas de reflorestamento foi proposto para conter a intensa insolação incidente na fachada leste e oeste. As demais fachadas foram desenvolvidas com placas de concreto prémoldadas, com acabamento colorido e texturizado. As aberturas zenitais proporcionam a entrada de luz natural no local, com insolação direta.

Figura 68:Elevações - Biblioteca de São Paulo Fonte: Archdaily

Figura 69: Fachada- Biblioteca de São Paulo. Fonte: Archdaily
Figura
Área Externa - Biblioteca de São Paulo. Fonte: Archdaily

A organização interna da Biblioteca foi concebida para atrair tanto leitores quanto aqueles que procuram outras formas de interação. O espaço é inteligentemente dividido por faixas etárias, com o uso de cores para facilitar a orientação: o piso laranja é destinado às atividades infantis para crianças de até seis anos; a cor lilás marca a área para crianças de sete a onze anos; e a cor verde é reservada para adolescentes de doze a dezessete anos. Além disso, há espaços dedicados para os públicos 18+ e 60+, oferecendo ambientes diversificados para diferentes idades e necessidades .

A circulação do projeto é fluida, centrada em um fluxo principal aberto, sem barreiras internas, sendo as extremidades os únicos pontos de fechamento. A disposição estratégica dos equipamentos delimita o percurso, criando amplos corredores que facilitam a locomoção e a orientação dos visitantes.

No térreo, o programa inclui recepção, acervo, auditório e módulos de leitura, enquanto o terraço oferece uma cafeteria, áreas de estar, espaços de convivência e locais para performances. O pavimento superior abriga um acervo mais extenso, áreas multimídia e variados espaços de leitura, proporcionando um ambiente flexível e dinâmico para todas as idades. (Figura 71)

Área social

Área administrativa

Área da biblioteca

Área multimidia

Área administrativa

Área social

Área da biblioteca

Área multimidia

Archdaily
Figura 72: Foto interna - Biblioteca de São Paulo Fonte: Archdaily
Figura 73: Fachada - Biblioteca de São Paulo Fonte: Archdaily

FICHA TÉCNICA

Local: Falun, Suécia

Escritório: ADEPT

Ano: 2014

Área do projeto: 3.000m²

A Biblioteca e Midiateca projetada pelo grupo ADEPT em 2014, para integrar o campus da Universidade de Dalarna, na Suécia, destaca-se por oferecer muito mais do que apenas uma coleção de livros. O projeto abraça uma abordagem multifuncional, incorporando diversas atividades e serviços que expandem a noção tradicional de uma biblioteca. Além de servir como um centro de conhecimento, a biblioteca se torna um espaço social dinâmico, onde os usuários podem interagir, aprender e se envolver em uma série de eventos e atividades culturais.

“A biblioteca foi realmente convertido num ambiente de estudo e lugar e encontro como esperávamos. Os estudantes se apropriaram imediatamente dela e utilizam os espaços grupais e o resto das opções de setores de estudo intensivamente. Muitas vezes todas as salas de estudo em grupo estão totalmente reservadas. A biblioteca se converteu inclusive num lugar popular para se reunir e, desde já, há diversas atividades previstas para ocorrerem no átrio central -( DELAQUA,2014 ).

Figura 74: Inserção - Biblioteca Dalarna Fonte: Archdaily
Figura 75: Fachada - Biblioteca Dalarna. Fonte: Archdaily.
Figura
Fachada - Biblioteca Dalarna. Fonte: Archdaily.

O entorno da biblioteca também foi cuidadosamente planejado para promover a integração entre o edifício e a comunidade. Uma ampla praça urbana foi desenvolvida ao redor da biblioteca, oferecendo um espaço aberto para lazer e convivência. Adjacente à praça, um grande estacionamento foi construído estrategicamente, de forma a incentivar o trânsito de pedestres pela biblioteca. Essa solução arquitetônica faz da biblioteca um ponto de passagem quase obrigatório, aumentando significativamente o fluxo de visitantes e tornando-a um ponto de encontro popular.

O conceito do projeto foi inspirado no Coliseu Romano, apresentando uma arena central no primeiro pavimento, cercada por arquibancadas que se elevam em torno deste espaço. No entanto, a forma do edifício foi reinterpretada, adotando um formato pentagonal em vez de circular,.

A fachada foi desenvolvida em parceria com o artista dinamarquês Jeppe Hein, que em vez de criar uma peça de arte isolada, a colaboração resultou em uma fachada que atua como uma exposição em si mesma, proporcionando uma experiência visual dinâmica. A imaterialidade dessa fachada é criada por lâminas refletoras horizontais que captam e refletem o entorno. Essas lâminas são feitas de aço inoxidável polido, posicionadas à frente de um revestimento de madeira lariço.

Figura
Figura 78: Cortes - Biblioteca Dalarna Fonte: Archdaily

A organização interna do edifício se dá em torno do conceito de uma “espiral do conhecimento”, onde os ambientes de estudo são distribuídos ao longo das elevações. Essa espiral organiza o fluxo dos usuários de maneira contínua e envolvente, proporcionando uma jornada de aprendizado e descoberta à medida que se movem pelos diferentes níveis e espaços da estrutura. Cada área dentro do edifício foi cuidadosamente pensada e projetada para oferecer condições ideais para estudo e interação.

O pátio da biblioteca é ladeado por grandes escadas que acompanham as estantes de livros, criando uma harmonia visual e funcional. Essas escadas, além de facilitar a circulação, oferecem áreas para que o público possa sentar-se, com almofadas colocadas em pontos estratégicos. Essa disposição convida os visitantes a relaxarem e interagirem com o espaço, proporcionando um ambiente acolhedor e convidativo.

O segundo pavimento possui toda a visibilidade voltada para esse átrio onde ocorre as atividades. As mesas de estudo são voltadas pro grande vão,. Na cobertura há grandes quadrados translúcidos, que compõem a iluminação natural do edifício.

Na área externa, existe um deck, que serve como conector entre a praça e a biblioteca. (Figura 76)

PLANTA TÉRREO
Figura 79: Plantas - Biblioteca Dalarna. Fonte: Archdaily.
ÁTRIO
PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO

PROJETO – A PROPOSTA

5.1 Partido e proposta

O partido do projeto baseia-se nas características pré-existentes do parque, valorizando sua rica arborização. O novo edifício foi planejado para ser inserido em uma área sem vegetação onde atualmente há uma antiga casa desativada da Secretaria do Meio Ambiente , minimizando a necessidade de remanejamento de árvores.

Além disso, todos os equipamentos existentes serão mantidos, e as duas fontes próximas ao local do projeto serão integradas ao novo espaço, criando uma conexão fluida entre o edifício e o ambiente ao redor, respeitando o espaço público e promovendo uma convivência harmoniosa.

Mapa do parque antes da intervenção

Sobreposição do antes (laranja) e depois (vermelho)

Mapa do parque depois da intervenção

A intenção é que o novo edifício funcione como um ponto de encontro estratégico entre os dois principais caminhos do parque: o fluxo longitudinal que atravessa a área de ponta a ponta e um dos caminhos perpendiculares. Essa localização foi cuidadosamente escolhida para manter a continuidade do fluxo de pessoas, facilitando o acesso e incentivando a interação entre os visitantes.

As fontes, que agora estão integradas ao projeto e não mais isoladas, tornam-se pontos de harmonia e tranquilidade dentro do ambiente, proporcionando um espaço onde as pessoas podem contemplar e relaxar. Essa ideia é ampliada pela varanda criada pela parte superior do edifício, que oferece cobertura e proteção.

Além disso, a presença de um restaurante e um café nessa área visa introduzir um novo uso para o espaço, para que essa área seja utilizada. O projeto também contempla uma área de exposições, um espaço de convivência equipado com mesas de sinuca e uma zona dedicada ao descanso. Esses ambientes foram projetados de maneira integrada e fluida, criando uma atmosfera capaz de atrair diferentes públicos.

A proposta busca oferecer opções diversificadas de lazer, cultura e socialização, promovendo uma área que convida tanto ao entretenimento quanto ao relaxamento.

Como mencionado, o programa inclui uma área de livre acesso que traz novas atividades e integra o entorno do parque, criando atratividade e convidando o público a explorar o espaço. Esta área aberta é delimitada pelo caminho pré-existente, separando-a da recepção principal da midiateca. A partir da recepção, o acesso é controlado para garantir segurança, e os usuários podem subir por escadas que levam ao acervo principal, às áreas de estudo, jogos, realidade virtual, informática e à sala multimídia.

O setor administrativo do projeto está estrategicamente distribuído entre os dois andares, ocupando espaços menores e mantendo uma integração eficiente com o restante do programa. Essa disposição permite um uso mais dinâmico do espaço, contribuindo para um ambiente funcional e acessível.

COBERTURA

2 PAVIMENTOº

ACESSO CONTROLADO

Área de acervo geral, sala de jogos, sala de realidade virtual, espaço de estudo e leitura. Área administrativa.

1 PAVIMENTOº

ACESSO CONTROLADO

Área de acervo infantil, coleção de referência e setor braile, coleção midiateca, lounge de informática, espaço de estudo

TÉRREO

LIVRE ACESSO

Cafeteria, restaurante, livraria, souvenir, área de exposição, área de convivência, área de sinuca, recepção.

PROJETO – A FORMA

FLUXOGRAMA

CHEIOS E VAZIOS

OESTE

SETORIZAÇÃO

LIVRE
ACESSO
ACESSO CONTROLADO

TÉRREO

PRIMEIRO PAVIMENTO

11 – Consulta ao acervo

12 – Área para leitura

13 – Coleção infantil

14 – Coleção de referência e setor braile

15 – Lounge informática

16 – Coleção midiateca

17 – Banheiro Área administrativa

18– Recepção

19 – Depósito

20 – Sala de limpeza

21 – Sala bibliotecária

22 – Sala de reunião

23 – Consulta ao acervo

– Área para leitura 25 – Sala de realidade virtual

– Sala de jogos

– Acervo Geral

– Sala multimídia

Administrativa

- Vestiário

– Área social e circulação

- Copa

– Sala de higienização

6.3 Cortes
CORTE A
CORTE B
CORTE C
ELEVAÇÃO
ELEVAÇÃO

Laje impermeabilizada

Guarda-corpo
Viga
Estrutura metálica
Caixilharia

6.6 Experimentação

Para avaliar a cobertura do projeto, foi construído um protótipo focado exclusivamente na área coberta pelos sheds e outro com uma cobertura totalmente fechada.

O protótipo foi levado ao Jardim Público para que se pudesse considerar o entorno real do local. O objetivo era medir a intensidade de luz em dois pontos internos da maquete e em um ponto externo, comparando os resultados entre a cobertura fechada e a com sheds.

Essa análise permitiu observar como cada tipo de cobertura influencia a iluminação natural dentro do espaço, ajudando a determinar a melhor solução para o projeto.

O ponto P1 ( representado na planta ao lado) , no protótipo deu um total de 7.070Lux com a cobertura em shed e 3.700 considerando a cobertura em laje. Já o ponto P2 os valores foram respectivamente: 10.210 e 8.120Lux. O ponto externo a maquete foi de 20.000Lux.

Ponto externo: 20.000Lux.

Com isso, podemos concluir que a cobertura em shed, voltada pra Sul, nessa área permite uma maior entrada da luz natural, visto que as árvores ao redor possui copas densas, a entrada de luz por cima, não só nas laterais, tem uma grande diferença quando comparado com uma cobertura sem nenhuma abertura – como a laje impermeabilizada.

COBERTURA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

7.1 Conclusão

O trabalho iniciou-se com uma investigação sobre a cidade de Bragança Paulista, com foco no Jardim Público, um marco histórico local. Realizou-se um levantamento histórico e fotográfico do Jardim, abordando os processos pelos quais ele passou ao longo do tempo e seu estado atual, que revela uma problemática importante: o Jardim encontrase desconectado de seu entorno.

A partir dessa constatação, foram identificados vários fatores que contribuem para essa desconexão, incluindo o afastamento físico em relação às áreas ao redor, a presença de barreiras com poucas entradas e a ausência de uma atratividade central.

Para enfrentar esses desafios, propõe-se a criação de um edifício tecnológico no local, capaz de oferecer atividades para todas as faixas etárias. A proposta é uma midiateca que funcionaria até as 22h, favorecendo o acesso de pessoas que trabalham durante o dia. Além do acervo, o edifício incluiria salas de realidade virtual, informática, multimídia, espaços de exposição e socialização, além de restaurante, cafeteria e livraria, fugindo do programa tradicional.

Essas atividades teriam a função de atrair o público, criando novos motivos para visitar o Jardim Público, com a ideia de que as pessoas atraem outras pessoas.

Dessa forma, a implementação cuidadosa e estratégica de um edifício pode transformar o espaço em que está inserido, conferindo-lhe um novo significado e promovendo a revalorização da área.

REFERÊNCIAS

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2012. ArchDaily Brasil. (Trad. Sambia-si, Soledad) Acessado 10 Mai 2024.

<https://www.archdaily.com.br/38052/biblioteca-sao-paulo aflalo-e-gasperini-arquitetos>ISSN0719-8906

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<https://www.archdaily.com.br/br/761503/biblioteca-e-mediateca-dalarna-adept>. Acesso em: 18 Agos. 2024. . Mediateca [Terceiro Lugar] em Thionville / Dominique Coulon & associés. ArchDaily Brasil. Disponível em:

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LUCIANI, Luca. Dalla Biblioteca alla Mediateca: scenari di educazioni ai media con un progetto territoriale. 2008. 325 f. Tese (Doutorado em Ciência da Educação)Universidade de Pádua, Itália, 2008.

CAIRO, Cauhtemoc Robles. La mediateca, una obra de la informática del nuevo siglo. Disponível em:<http// www.sociedadedelainformacion.com>. Acesso em: 06 jun. 2024.

MARINHO, R. R. Midiateca: uma nova terminologia ou um conceito ampliado de biblioteca? Florianópolis, SC, Brasil,: XXV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documento e Ciência da Informação, 2013.

WHYTE, W. H. The Social Life of Small Urban Spaces. Ann Arbor, Michigan: Edwards Brothers, 2001.

BAPTISTA, Evellin. Um click na história do jardim público de Bragança Paulista. Bragança Paulista, SP: FESB, 2018.

Inauguração do Jardim Público atrai centenas de visitantes ansiosos pela reabertura do espaço - Prefeitura de Bragança Paulista. Sp.gov.br. Disponível em: <https://www.braganca.sp.gov.br/noticias/inauguracao-do-jardimpublico-atrai-centenas-de-visitantes-ansiosos-pela-reaberturadoespaco#:~:text=Surgido%20em%201797%2C%20por%20algumas,com%20diversas%20esp%C3%A9cies%20de %20%C3%A1rvores.>. Acesso em: 22 jun. 2024.

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