Escritores Brasileiros Contemporâneos - n. 27 - Agosto/2021

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ESCRITORES BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS EDIÇÃO 27

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EXPEDIENTE Revista pertencente à Editora Matarazzo. Email: versejandocomimagens@gmail. com Telefone: (11) 3991-9506. CNPJ: 22.081.489/0001-06. Distribuição: São Paulo - SP. Diretora responsável: Thais Matarazzo - MTB 65.363/SP. Depto. Marketing: Ana Jalloul (11) 98025-7850 Depto. Jurídico: Tatiane Matarazzo C. Campos. Periodicidade: mensal. Formato: digital.

Capa: Thais Matarazzo. Foto: Gilberto Cantero. Edição 27 - Nº 27 Ano II - Agosto/2021. A opinião e conceitos emitidos em matérias e colunas assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista Escritores Brasileiros Contemporâneos. Contatos www.editoramatarazzo.com.br www.editoramatarazzo.com Facebook: @editoramatarazzosp Instagram: @editoramatarazzo

Em 19/7/2021 o Coletivo São Paulo de Literatura fez uma visita à livraria Temos Livros, na Av. São João, 526. Fomos recebidos pelo sr. Manuel Fonseca.

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S umário Um Brasil que ainda clama democracia nas vozes de Ibrahim Nobre e Paulo Bomfim, 7 Geraldo Nunes Literatura curativa, 11 Thais Matarazzo Paz com voz, 13 Glafira Menezes Corti Situação de Rua, 15 Fernanda Luiza Voz Levante, 16 Mari Vieira Te vejo, me vejo, 19 Atilio Ciraudo Estreia do programa Biblio na tela, 20

Rousaura, Rosa Amada, 25 Regina Brito A Metanoia de Burguess, 26 Newton Nazareth Seu nome é Maria, 28 Hamilton dos Santos Chuva Prateada, 30 Cris Arantes Voz do Silêncio, 31 Nazareth Ferrari Carta de Amor, 32 Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto Quando você procura um hospital por algum problema de saúde, visita um ente querido internado, faz uma consulta médica numa

Poemas, 21 Luiz Negrão

clínica especializada ou até mesmo

Sonhar em Versos, 22 Sandra Regina Alves

questiona quantos profissionais

Vacina Já!, 24 Ricardo Hidemi Baba

realiza exames laboratoriais ou de imagem, você se preocupa ou se devem estar envolvidos para que tudo dê certo?,

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Cátia Albuquerque O que é ser “pai”?, 36 Dra. Gisele Lucca


lançamento Poesias Contemporâneas XIII Organização

Participação dos poetas brasileiros

Ana Meira

Coradi

Luiz negrão

Nilza Freire

Claudevalda souza

Sheyla Cruz do Valle

Hamilton dos Santos

Thais Matarazzo


LANÇAMENTO

E-book

disponível e pré - lançamento

do livro impresso no site www . cqconsultoria . com . br

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LANÇAMENTO

F aça seu pedido: reginafb@yahoo.com.br Instagram: @reginamfbrito Escritores Brasileiros Contemporâneos

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São Paulo

de todos os tempos

Geraldo Nunes Jornalista, escritor e blogueiro, participa das publicações da Editora Matarazzo desde 2016.

U m B rasil

que ainda clama

democracia nas vozes de

I brahim N obre e P aulo B omfim 8 de julho de 1932, no Largo da Sé o comício fervia indignação. Corria de boca em boca a notícia que Oswaldo Aranha, então portavoz de Getúlio Vargas, encontravase em São Paulo, na Vila Kyrial, em Vila Mariana, residência de seu parente Freitas Valle. Os manifestantes enfurecidos saem rumando para esse local para inquiri -lo ou até m e s m o matá-lo. O professor, tribuno e promotor Escritores Brasileiros Contemporâneos

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de justiça, Ibrahim Nobre, fala a seu amigo Menotti Del Picchia que o acompanhava: “Vamos pegar um carro e ir para lá”. No relato que o autor de “Juca Mulato” fez ao poeta Paulo Bomfim, o orador chega quando o povo se preparava para arrombar os portões da histórica mansão. Ao ver o que acontecia Ibrahim decide agir, sobe em uma mureta e encostando o revólver na têmpora brada aos manifestantes: “Paulistas, se vocês mancharem as mãos num gesto de covardia eu me mato de vergonha!” A multidão que o venerava, respeita sua voz e pouco a pouco vai se dispersando. Com aquele gesto consegue salvar a vida do inimigo político. Anos mais tarde, o poeta indagou a Ibrahim Nobre sobre o que teria acontecido se sua ordem não fosse cumprida. “Eu teria me matado, porque há passos que não tem retorno”, explicou o tribuno. Agosto/2021

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Ibrahim, quando promotor a partir de 1930, passou a bradar no Tribunal do Júri: “Acuso ditadura!”

Caberá ao povo novamente, através da sociedade civil formadora de opinião, dar um basta aos que agora tentam trazer de volta a ditadura que só serve para manchar o nome de toda nação que foge ao compasso da democracia. Não defendo o uso das armas como aconteceu em 1932, mas sim a união das forças progressistas em defesa de nossa atual constituição cidadã promulgada em 1988.

Paulo Bomfim

“Plantava-se no Palácio da Justiça a semente da revolução que lutaria pela lei e pelos brios de nossa gente”, salientou Paulo Bomfim ao contar outra vez este episódio em um evento da Academia Paulista de História, na sede do CIEE, em 2014. O caso acontecido naquele longínquo 8 de julho tem sido lembrado com angústia por este repórter ao assistir os episódios recentes e quase diários de desrespeito à atual constituição e à democracia.

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Menotti

Aproveito este espaço para louvar Menotti Del Picchia, que cheguei a conhecer em idade avançada e de Paulo Bomfim, o amigo que tanto me ensinou a respeito dos acontecimentos relativos à 1932. “A Revolução Constitucionalista foi a pia batismal da democracia no Brasil”, disse inúmeras vezes o poeta Paulo Bomfim. Agosto/2021

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estão em Peri e Ceci, de José de Alencar, no clássico “O Guarani” e no Jeca Tatú de Monteiro Lobato, em “Urupês”.

Juca Mulato

O livro “Juca Mulato”, de Menotti Del Pichia, segue atual porque traz a história de um moço afrodescendente, trabalhador rural, que se percebe observado à distância pela filha branca do dono da fazenda e os dois passam a viver uma paixão secreta. Cenas parecidas seguem acontecendo com personagens reais no Brasil de hoje por causa desses que desprezam a democracia e ressaltam o preconceito. Outros exemplos de um Brasil arcaico que tentam ressuscitar Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Quem quiser saber mais sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 recomendo; “A Heroicidade Despertada de um Povo”, de Manoel Garcia Gomar, lançado em 1933 e disponível em edições mais recentes à venda no portal Estante Virtual. Faço votos de boas leituras a todos!

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L eitura C urativa T hais M atarazzo Sou uma escritora profícua. As ideias e oportunidades passam por mim e, as que mais me agradam, eu costumo agarrá -las pelo topete e depois transformá-la em contos, crônicas, poemas ou textos diversos, publicados na internet ou em livros. Desde meados de 2020, quando descobri ser portadora de câncer de mama metastático, a leitura e a escrita têm sido minhas constantes companheiras. Na verdade, mais do que isso: são terapêuticas. Para além da produção literária solo que me dá prazer e alegria, a leitura me traz grande distração, pacificação e as delícias de conhecer e viajar por outras esferas, experimentar múltiplos mundos. Nesses últimos meses, com o isolamento social, aproveitei para reler obras que são prete-

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ridas e do coração, e conhecer novos autores e poetas. Como é gostoso terminar a leitura de um livro e ficarmos com a sensação “que aquele volume foi escrito para mim!”, além da satisfação, o momento traz um alívio das emoções do cotidiano. Pelo menos é a minha percepção: a leitura é curativa. Gosto de livros ilustrados. Tenho vários na minha singela biblioteca pessoal, aquisições feitas em viagens pelo Brasil e Europa. Outros são antigos, da minha infância, e apesar da passagem do tempo, nunca me canso de nenhum deles. Pelo contrário, tenho sempre novos olhos para todos! A qualquer hora, pego um exemplar e folheio vagarosamente as páginas. O conteúdo vai entrando pelos meus olhos e fazem um aprazível percurso, despertando todos os sentidos.

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Fotos: Gilberto Cantero

Uma amiga uma vez me contou que ela prefere não conhecer pessoalmente os escritores. Pois, certa feita, ela foi a uma sessão de autógrafos de um autor ela que admirava grandemente, em uma livraria renomada em São Paulo. Quando chegou a sua vez de pegar o desejado autógrafo, o literato foi tão áspero que nunca mais ela quis saber de conhecer ninguém. Apesar de gostar muito de fazer dedicatórias e autógrafos nos meus livros, particularmente, também prefiro não ter contato com escritores que aprecio, para não me decepcionar e depois querer descontar a raiva no livro. A leitura de poemas também Escritores Brasileiros Contemporâneos

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me fascina. Quando estou mais tranquila e com a mente leve, gosto demais de ler poemas diversos. É quando consigo mergulhar na essência da poesia escrita e desvendo a mensagen de cada verso. Das últimas leituras, a obra Versos Verdes, de Glafira Menezes Corti - uma amiga querida -, mexeu com as minhas emoções. Através dos poemas, Glafira vai nos contando sobre as metamorfoses da vida e como se faz necessário ser resiliente, corajosa e distribuir muito amor para ser bem recebido por cada ciclo a ser vivido (e fechado!). A leitura é curativa e deixo aqui o meu testemunho. E para você qual o significado da leitura em sua vida? Agosto/2021

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P az

com voz

G lafira M enezes C orti A conversa naquele recanto de chão batido, com a lareira acesa, durou horas e horas. Ela seguiu o caminho dos curiosos sobre as definições arraigadas, nas mais diversas certezas, advindas da cultura de almanaque tão difundida e em alguns momentos inquestionáveis pelos obstinados, principalmente entre os aversos à mudança de opinião. Repentinamente começa a garoa. As brasas da lareira, aquecedor improvisado no tambor cortado pelo avô do jovem entusiasmado, puxador de papos politicamente teológicos, teve que ser colocada sob o telhado, na parte mais larga da varanda, próximo ao fogão que aquecia a água do chimarrão. Aproveitando o intervalo, provocado pelas gotas que flutuavam gélidas e apressadamente, o jovem aprendiz seminarista pediu licença para fazer uma oração. Propôs ao grupo louvar, pedir e agradecer ao Criador, suplicando confiança em seus ensinamentos e em suas vonEscritores Brasileiros Contemporâneos

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tades. Antes de iniciar o ângelus resolveu perguntar à uma parte do grupo, que se preparava para servir o sopão aos moradores do calçadão da rua da Graça, se alguém gostaria de apresentar uma prece. Balançou o gorro o mais novo colaborador, levantou-se e iniciou, em tom tímido, mas pertinaz: — Eu lhe imploro, converse comigo Senhor. Ajude-me a sentir sua presença nos momentos perigosos assim como nos alegres, seguir atuando de acordo com a sua vontade. Faça que eu entenda as mensagens do jeito que elas vêm, sem julgamentos prévios. Que eu saiba refletir sobre tudo o que acontece ao meu redor com clareza, para aprender e mudar meu jeito de ser, o tom e o significado de minhas falas nos momentos de danação; não ser cruel comigo, para que me amando possa amar o próximo como a mim mesmo. Unge minhas ideias com o óleo da caridade.

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Ainda não havia terminado a invocação quando alguém levantou-se empunhando, no verso de um calendário antigo, a pergunta escrita com carvão: — Posso servir, também?

A voz que intercedia com a desambiguação soprou forte, espontaneamente: — Senhor, ensina-nos a dominar o medo de amar os excluídos.

Glafira Menezes C orti Paulistana, professora, geminiana. Participou do Congresso de Pedagogia so-

bre projetos para jovens em Cuba. Voluntária do Projeto Carameladas, atua como palhaça Pitanga em escolas, creches, casas de repouso e hospitais. Escreveu em várias antologias, jornais e revistas. Acredita que a palavra deve ser livre, para além de expressar a voz que existe dentro de nós, ser capaz de provocar reflexões. São seus livros publicados “Tamborilando com letras”, “Pra Você, “Versos Verdes e o infantil “Eu fizio porque quizio”. Os dois primeiros encontram-se também na versão e-book, pela Amazon. Contatos @glafiramenezescorti Facebook: @glafira.menezesdeoliveiracorti E-books - www.amazon.com

C onheça

os livros de

G lafira M enezes C orti Escritores Brasileiros Contemporâneos

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S ituação

de

R ua

F ernanda L uiza

Na avenida, o retrato Das horas de desamores fartos Do humano invisível Desumanizado, fato O reflexo da indiferença Cruel e imutável Infere fome, dor A morte como sentença.

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VOZ-LEVANTE Mari Vieira Instagram: @amarivieira Facebook: Mari Vieira

Um

teto para encontrar sua voz

- IV

Escrevendo sobre as possibilidades de nós, mulheres, encontrarmos a nossa voz em meio a um contexto de grande empobrecimento como o atual, foi inevitável pensar na luta da população nas periferias das inúmeras regiões do Brasil, e nesse caso equivale dizer que essa luta é da população negra, pois como diz a incrível Juliana Borges, no livro Encarceramento em massa “A pobreza no Brasil tem cor. Aliás, negros são pobres porque são negros no Brasil. E não são negros porque são pobres”. Isso diz muito sobre a estruturação da sociedade brasileira cujas bases se assentam no sistema escravista. Desde a assinatura da Lei Aurea em 1888, que teoricamente libertava o povo negro das perversidades da escravidão, assistimos a sociedade criar mecanismos de exclu-

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são e manutenção da pobreza de negros e negras. É histórica a desigualdade de acesso aos direitos básicos garantidos pela constituição. É constante na vida negras e negros o precário acesso à saúde, ao saneamento básico e as constantes discriminações que dificultam a admissão no mercado de trabalho. Essa somatória de desgraças sociais patrocinadas pelo racismo, machismo e descaso governamentais tornou a população negra, particularmente as mulheres, muito mais vulneráveis a todo e qualquer revés na sociedade, claro, não seria diferente na pandemia de covid-19. Desde os primórdios da vida da mulher negra no Brasil existe uma imensa dificuldade para encontrar um teto, espaço de segurança, de recolhimento, de descanso, de proteção, de afeto, de autocuidado e cuidado com o próximo, de cura, de criação, de refinamento intelectual, de

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tudo que se precisa para uma mulher se sentir segura para colocar sua voz no mundo e modificá-lo. Se colocarmos o livro de Virginia Woolf “Teto todo seu” sob a perspectiva vivida pelas mulheres negras que diuturnamente lutam por algo muito mais sensível, encontramos mulheres antes de lutarem por terem direito a uma profissão, lutam por suas vidas. As mulheres negras no Brasil precisam lutar para se manterem vivas em uma sociedade que as querem mortas. Dados do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontam que em casos de homicídios as mulheres negras são 73% das vítimas e nos casos de feminicídio as mulheres negras são 60% do total de casos em que constam a informação de raça. A estatística não deixa dúvida: se manter viva é a primeira luta da mulher negra. A conquista de um teto para a prática de sua voz vem depois ou paralelamente, pois essas lutas são complexas demais para acharmos que elas acontecem uma de cada vez. Elas ocorrem em um emaranhado de brigas, dores, aflições e múltiplos afetos que a mulher negra vive constantemente. Escritores Brasileiros Contemporâneos

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É de suma importância a conquista de nossa voz. Termos a nossa voz significa contarmos a nossa história, deixarmos de sermos objetos das muitas vezes perversas pesquisas e curiosidades alheias, vide a história de Sarah Baartman. É importantíssimo que a voz de nossas ancestrais ecoe na nossa voz. A nossa resistência se faz pela necessidade de que os princípios dessa sociedade racista e machista seja destroçado com o máximo de urgência, para isso precisamos estar vivas. Para conquistarmos um teto temos que estar vivas. Para estarmos vivas precisamos de alimento. Para termos alimentos precisamos de trabalho. E chegamos em um ponto que novamente paramos nos entraves criados do racismo e machismo. Não vejo outro modo de todas as mulheres, não somente as negras que compõem o grupo mais vulneral socialmente, terem um teto, terem sua voz audível sem enfrentarmos e modificarmos estruturas machistas e racistas do mundo atual.

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Te vejo. Me vejo. Em sua juventude, as minhas primeiras descobertas. As primeiras paixões. As primeiras repressões. Um mundo solitário, onde os por quês ficavam sem respostas. Incrível! O tempo passou e estou aqui com questões que anos e muitos anos ainda não foram suficientes para obter as respostas. Me vejo perguntando, como sempre, o que ando procurando, onde estou indo, o que estou fazendo para encontrar as respostas desta busca. Minha mente é tomada de um turbilhão de imagens. Ora concretas, ora abstratas. Momentos de ausências: imagens e pensamentos. Fico sem direção. Faço tudo, mas a sensação é de que nada fiz, sempre um vazio. Volto a você. Sem nome, sem referência, sem passado. Mas é no passado que me reportas, pelas buscas, pelos desejos, por todos os caminhos. Te vejo nos sonhos que construí e não realizei mas ainda estão vivos e possíveis de realizações. Me vejo. Te vejo. atiliociraudo@gmail.com vivendo e em eterna busca de respostas. Pra tudo, em tudo e em todos. Escritores Brasileiros Contemporâneos

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E streia

do programa

A partir do dia 21 de julho, todas as quartas-feiras, às 16 horas, você poderá conferir nos canais 7 da Net e 9 da Vivo, o programa “Biblio na Tela”, uma parceria do Programa de Bibliotecas e a TV Câmara, de São José dos Campos. Todos os vídeos do programa ficarão disponíveis no canal da TV Câmara,no Youtube. Trata-se de uma revista semanal, totalmente dedicada à literatura, direcionado ao público infantojuvenil, apresentando dicas de leitura, um incentivo a participação dos leitores mirins, entrevistas com escritores da nossa cidade e região, além de oficinas de criação. No primeiro programa a entrevistada será a escritora joseense Marcela Puppio, que também apresentará um contação de história musicada inti-

B iblio

na tela

tulada “Histórias Passarinheiras”. A “Oficina de Criação” ficará por conta da professora Ana Paula Assis, que ensinará a confecção do jogo “Obelisco” e a ``Dica de Leitura’’ será realizada pela aluna Sofia Mota, estudante do quinto ano, da EMEF. Professora “Sebastiana Cobra”. Assista, curta e se possível colabore divulgando o programa “Biblio na Tela” feito semente do conhecimento. O engajamento é essencial para que mais pessoas tenham acesso à leitura, principalmente nas crianças e jovens, neste momento tão delicado de distanciamento social. Acesse os programas através do canal da TV Câmara SJC no Youtube: https://www.youtube.com/channel/ UC88FZ18m6zMXjY-nmquDVkg

A apresentadora Flávia Mara (direita) e a entrevistada Thais Matarazzo (esquerda)

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P oemas L uiz N egrão Não faltam palavras

Em busca da liberdade e da felicidade

Era proibido Era interdito Mereceu censura Substituíram receitas Assim silenciaram Derramaram inocente sangue Anos passaram Vieram sorvete, Livres escritos e vozes, Vitória convincente.

Ter dentes separados não é pior do que ser banguela O belo visto de fora conflita com realidade do lar Há alternativas para quem à própria morte apela Que não via senão seu mundo gelar Juntos infelizes sem destino a selar, Os piores sentimentos e ações para revelar. Não! A vida não é a que joga da janela É o melhor que podemos fazer dela. Linhas em homenagem a Anita Carrijo (1900-1957).

Luiz Negrão

Especialista em Direito Público pela Escola Paulista de Direito (EPD), publicou os textos históricos: “125 do Café Jardim”, “Homenagem do Dia do Patrono do Fórum de Artur Nogueira e “A atuação do Ministério Público no Caso Emeric Levai”. Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Sonhar em Versos Sandra Regina Alves Poeta, cantora e compositora @sandraamoura5@gmail.com Instagram:@sandrareginaalvessamba Sonhar acordado ou dormindo beber da fonte que me inspiro Conto e canto o universo Por trás da minha poesia Alinho os sonhos em versos Sonhar é reviver o passado É seguir os rastros deixados Ou algo que não se realizou Em qualquer estágio da vida Que a ação do tempo não apagou Sonhar é me encontrar Brincando com a criança Que um dia viveu em mim Que plantou a esperança Num lindo e colorido jardim Sonhar é afogar as fraquezas E os medos e anseios No mar impávido da coragem Sem apreensão e receios Descansar na sua paragem Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Lançamento

Versos Verdes Poemas de Glafira Menezes Corti Ilustrações Camila Giudice Editora Matarazzo

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V acina J á ! Ricardo Hidemi Baba

De repente, tudo era escuridão! Vivemos o luto e a solidão! Tantas vozes se calaram Tantas vidas encerram! Eis que uma luz ilumina Sorrindo, o povo se vacina! Não vacile, é vacina no braço Para a esperança dissipar o cansaço! E todos vemos nascer um novo dia Se cuidar é um ato de cidadania!

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R ousaura , R osa A mada R egina B rito “Bom dia, querida”. Foi assim que a escritora leu no seu WatsApp o recado de Rosaura. Não era a mesma pessoa. Semanas anteriores, ela chorava pela perda do irmão e pelo corte que obteve no Facebook, ao discutir o momento político. As duas saudaram-se, comentaram sobre o frio da noite anterior e que sentiam saudade uma da outra. O confinamento as impedia de sair para jogar conversa fora. Elas riam das suas próprias peripécias virtuais: a escritora usava o computador para trabalhar, digitava e revisava mil textos para a editora. E Rosa... Ah! Rosa passava as noites deleitando-se com seus inúmeros namorados virtuais. A primeira aproveitava para escrever o que a segunda lhe contava. Rosaura confidenciou-lhe que finalmente estava apaixonada por um homem equilibrado, gentil, culto e bem de vida. Ele se declarara. Esse namoro já rolava há alguns meses e seu Escritores Brasileiros Contemporâneos

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entusiasmo era contagiante. Mais um para o rosário de Rosaura, que confidenciava cada detalhe tão intimista que a amiga não se atrevia a escrever. Houve um dia que Rosa envioulhe uma foto e pediu à escritora para que a editasse. Ficou SHOW! A modelo estava repaginada e com um belo decote... Era só enviar. Alguém perguntaria: e ele, como seria? Assim é o mundo do faz de conta em que acreditamos... A escritora finalizou, digitando assim: “Vamos aguardar uns três meses, para que ela tenha a certeza de que ele não é casado”... Rosaura, parabéns! Nós, amigos, escritores e leitores, torcemos por você!

R egina B rito É professora de: Línguas (Português e Espanhol), Literatura (Brasileira, Portuguesa, Hispano-Americana e Espanhola) e escritora de Literatura Brasileira. Agosto/2021

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A Metanoia de Burguess N ewton N azareth 1962: Anthony Burgess, inglês, professor, pianista-compositor por paixão e autor literário iniciante, vê publicado o seu romance revolucionário: “Laranja Mecânica”. 1971: Stanley Kubrick, cineasta norte americano, consagrado por filmes como “Dr. Fantástico” e “2001, Uma Odisseia no Espaço”, resolve transpor para a tela a obra visionária de Burgess. 2021: O mundo comemora o cinquentenário do filme e celebra o livro. E eu não posso deixar de participar da festa. Com um curioso tributo no meu histórico de compositor: em 2018, a título de exercício, musiquei a tradução em português de Fábio Fernandes (o mesmo tradutor de “2001”). Fiquei fascinado com o ritmo musical da narrativa, a forma simétrica dos vinte e um capítulos dispostos igualmente nas três partes da obra. E o final que Kubrick desconhecia. Como assim? É que a editora norte americana convenceu o autor que seEscritores Brasileiros Contemporâneos

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ria melhor mutilar a sua própria obra e omitir a genial metanoia do último capítulo: a regeneração do protagonista pela sua própria vontade. O cineasta não tomou o cuidado de ler a edição original e o seu filme terminou antes do fim do livro. Mais do que isso. Muito além do lugar comum de que o livro é sempre melhor que o filme, neste caso são obras com objetivos opostos. O filme é um elogio ao sadismo das gangues juvenis. O livro é um libelo antiviolência. As contradições começam com a faixa etária dos personagens: no filme todos os adolescentes foram elevados a maioridade para evitar problemas com a censura. E o principal: no livro fica evidente que Alex é a vítima, inclusive em relação aos seus próprios pais. Estes são trabalhadores em uma sociedade planificada e ficam muito satisfeitos em explorar o filho criminoso, que reparte com Agosto/2021

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eles o dinheiro dos furtos. Este é o motivo de tanta complacência e não porque o casal de meia idade seja um par de bobocas conforme aparece na tela. Estavam tão acostumados aos recursos extras que logo decidem alugar o quarto de Alex quando este é preso e nem cogitam em recebê-lo de volta quando ele é solto, supostamente reabilitado e sem dinheiro. A narrativa do livro é bem-humorada. Britanicamente, for sure. O filme é sério demais. Por este motivo a trilha sonora também é disparatada. A música é um pastiche eletrônico de Walter Carlos para as obras mais conhecidas de Beethoven. O escritor nunca disse que o gênio alemão

ocupava a primazia na preferência musical do protagonista: Alex é aficionado pelos mestres da música erudita em geral. Como o próprio Burguess, que chegou a fazer uma trilha sonora de piano solo para uma versão teatral da obra. A ópera-rock que escrevi, para ser apresentada por cantores solistas, banda de rock e pequena orquestra, procura ser fiel ao espírito do livro. Quem sabe, um dia, virá à luz. E olhando, daqui de 2021 para trás, o mais interessante é constatar que os adolescentes não saem às ruas: ficam em casa, “postando” na rede social da moda. A metanoia que Burguess não previu.

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S eu

nome é

H amilton Marias... São tantas as Marias. Distintas Marias. Cada Maria com seus destinos, Maria que vai, Maria que vem, Maria que chora e ama em noites de lua cheia, Maria Triste, Maria que se desmancha em riso farto, que rir do seu próprio destino. Lata d’água na cabeça, lá vai Maria a subir e descer as ladeiras, becos e palafitas na luta cotidiana. Tem a Maria que ostenta o luxo, verdadeira deusa que desfila beleza e elegância nas passarelas da vida. Quem não conhece Maria Bethânia, senhora do engenho que surge na canção do mestre Capiba? E Maria Rosa que tem, por sinal, uma cicatriz, dois olhos grandes, uma boca e um nariz? E cantaram até a Maria de nada. Gilberto Gil disse “Maria me perdoe, por não ver o sorriso das flores, nem o céu todo azul” e mais adiante o próprio foi buscar outra Maria um pouco exótica, pois “Maria, você mudou no meu corpo, no meu rosto, no que eu canto, no que vivi...” numa intimidade. Dou por testemunho a presença do Escritores Brasileiros Contemporâneos

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dos

M aria S antos

mestre Vinicius de Morais, que muito entende de Maria, indo buscar nos terreiros de candomblé, possuída pelo seu Orixá que reina nas águas cristalinas do mar de Itapoã,... Maria não brincou na festa de Iemanjá, no dia 2 de fevereiro, no Rio Vermelho. Existe até Maria do Olho arregalado, desmanchada em dengue no cais da Bahia, gemendo de amor nos braços do mulato do mar. Em deboche. Jorge Amado encontrou Maria Maxadão, valente e respeitada, com seu punhal, em plena Ladeira da Montanha. Roberto Carlos encontrou “Maria que nasceu no carnaval em plena folia”. Conheci Maria do Mau fim, que viveu, sofreu ingratidão. Também rolou em mão em mão. Que outrora ela senhora Maria. E sofre ainda. Está tão acabada e já foi tão linda... Tem Maria de São Pedro, rainha do vatapá e do efó, do caruru, do abará , das moquecas, xinxins , do dendê e da pimenta. Mestra que reinou em Águas de Meninos e Mercado Modelo da Bahia, rainha do bom tempero, além da delicadeza e da cordialidade. Maria com seu tabuleiro e sorriso deAgosto/2021

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“Maria, Maria É um dom, uma certa magia Uma força que nos alerta Uma mulher que merece viver e amar Como outra qualquer do planeta” (Milton Nascimento)

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Arte: Daniel Lourenço

licado, em suas andanças pelos becos e ruas, com deliciosos quitutes. A famosa Maria Ecolástica da Conceição Nazaré, ou simplesmente Mãe Menininha que tanto reinou, cantou e encantou sua Oxum, no Alto do Gantois. São tantas Marias... Maria Quitéria cansada de guerra, vindo de Cachoeira e com seu punhal deu seu grito de independência. Maria Bonita que fez história. Rainha do cangaço e mimo de Lampião. Sempre Maria, que seja da Glória, do Socorro ou das Dores. Não importa, sempre Maria. No colégio, no trabalho ou mesmo nos casarões do Pelourinho. Maria da Ladeira do Mamão, no sobe e desce, com as ancas em desespero e sua malícia. Maria, musa que encanta e se desmancha no carnaval e com suas vestes enfeita e dança na Lavagem do Bomfim. Maria que geme de amor na areia branca em noite de lua cheia refletida na água escura e misteriosa da Lagoa do Abaeté Maria, Maria... teu o nome começa na palma da minha mão!

F ina Estampa

Hamilton dos Santos e Daniel Lourenço

O sol já havia partido Sonho e bordado construídos O sentir de ser lembrado Em momento inesperado Alegria, alivia o cansaço Ternura, preenche a alma Curiosidade é aguçada A origem já imaginava Estampa, em preto e branco Talho, confortável ao corpo Pele, aconchegada e protegida Fina elegância em pessoa (O brilho do Artista...) Agosto/2021

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Chuva Prateada Cris Arantes @crisarantesvaraldepoesias Vejam no céu, está chegando uma chuva prateada se aproximando da Terra. Ela vem numa velocidade extraordinária, em pouco tempo chegará. É uma chuva especial, ela tem uma missão a cumprir. Quem se banhar nela estará imune ao vírus que circula em todo o mundo, matando milhões de pessoas e deixando outras tantas com fortes sequelas. Venham, venham todas, saiam de suas casas, abram os braços, molhem-se, essa é a chuva da cura, nossa esperança de que seremos salvos. Venham, ela é poderosa, pegará o mundo todo, começará pela região da América do Norte, América Central e América do Sul e se espalhará para todas as direções. Viva! Seremos um dos primeiros países, fomos escolhidos, é a redenção. Estávamos predestinados, so-

mos uma nação guerreira merecemos essa benção. Ela chegou! Saiam imediatamente, olhem para o céu, é um espetáculo lindíssimo, guardem nas suas memórias, esse dia vocês terão para contar para os seus descendentes é o dia da libertação. Não só ficaremos livres do vírus como de outras tantas doenças que vem devastando a face da Terra. Os que não se submeterem a chuva prateada não resistirão, o vírus atingiu uma malevolência tão grande que é capaz de extinguir uma cidade inteira em menos de um mês. Saiam das suas casas, os que não puderem se locomover que sejam levados pelos outros, não deixem ninguém sem se molhar, levem os animais também, lhes fará bem. Esse é o momento principal no cenário humano, algo vindo do céu, trazendo a tão esperada e implorada cura.

Cris Arantes

Professora, poeta, musicista, compositora. Participou de dezesseis Antologias nacionais, leva seus poemas a vários Saraus Literários, escreve e posta áudios e vídeos de poemas nas suas redes sociais, possui um CD com poemas musicados, possui um Canal no YouTube: CRIS ARANTES VARAL DE POESIAS. Faz parte do Coletivo São Paulo de Literatura, pertence à Academia Contemporânea de Letras, ACL.

Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Nazareth Ferrari Natural de Taubaté, SP. É pintora, escultora, escritora, professora, Pós-Graduada em História da Arte, Engenheira Civil e Membro Titular da Academia Valeparaibana de Letras e Artes. Conquistou inúmeros prêmios em literatura e artes visuais, possuindo obras na Alemanha e na França. Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Carta de Amor Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto Uma carta de amor, jaz sobre o frio mármore da mesinha da sala... Talvez despencada das páginas de um livro. Linhas traçadas, numa folha esmaecida, enrugadas pelas intempéries do tempo...Como eu! Tomo-a entre as mãos, e a saudade me possui inteira! Quanto tempo se passou? Quanto tempo sem te ver? Eu tento decifrar a mensagem de um amor que ficou engessada, em algum lugar do passado! Vida vivida na plenitude primaveril! Pensamentos despertam, um a um... Fecho os olhos, vou até as nuvens. Ah, doce juventude... Vá entender os meus devaneios! Vá entender os caminhos trilhados, por um pobre coração que tanto sofreu! Ando de um lado para outro. A carta de amor me traz tanta inquietude. Sorrio na incerteza que o passado não passou, ou talvez nós tenhamos passado, pois já não somos mais os mesmos. Uma lágrima se faz presente, tento abafar os meus soluços. Tu foste tão especial para mim... Quero, preciso retroceder na linha do tempo... Reviver cada dia da minha louca paixão de outrora! É tão doce sonhar... Tento... Inútil! Nada mais restou... Nós nos perdemos no tempo bom...Que não ficou! Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Quando

você procura um hospital por algum

problema de saúde , visita um ente querido internado , faz uma consulta médica numa clínica especializada ou até mesmo realiza exames laboratoriais ou de imagem , você se preocupa ou se questiona quantos profissionais devem estar envolvidos para que tudo dê certo ?

Por Cátia Albuquerque Então vamos lá! Vamos fazer o caminho do paciente e paralelamente explicar o caminho dos profissionais. Para uma internação segura: - Há a solicitação da internação prescrita por um médico; - Há um processo de internação que compreende desde a ficha (registros) até a identificação segura (pulseira ou etiqueta) do paciente, realizada por um profissional administrativo, normalmente recepcionista; - Há um processo de gestão de leitos com profissionais que garantem que você seja internado no leito certo, quarto certo, ala certa (masculina, feminina, isolamento ou não, pediatria ou adulto, etc), horário certo, da forma certa; - Há o acolhimento do paciente Escritores Brasileiros Contemporâneos

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no leito, pela equipe da enfermagem; - Há a equipe de hotelaria que garante um enxoval higienizado e o quarto devidamente arrumado para te receber; - Há a equipe da higiene que garante a limpeza correta desse quarto ou leito, além de todos os locais por onde você já passou até ser acolhido na internação; - Há a equipe de engenharia clínica que garante que os equipamentos estejam funcionando da forma correta com suas devidas manutenções; - Há a equipe de gestão predial que garante que a estrutura física do local esteja segura; - Há a equipe de suprimentos ou compras que garante que todos os insumos, materiais e medicamenAgosto/2021

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tos necessários, estejam disponíveis na quantidade e qualidade corretas; - Há a equipe da farmácia que garante o acondicionamento e dispensação correta dos medicamentos, além de intervir com médicos e nutricionistas quanto a administração mais segura do medicamento; - Há a equipe de nutrição que garante a dieta correta para não causar intercorrências como alergias ou até mesmo a dispensação de dieta para paciente que deve manter jejum pré cirúrgico, por exemplo. - Se houver cirurgia durante a internação, há toda a equipe do bloco cirúrgico, se houver internação em UTI há profissionais com especialidades intensivistas; - Há uma equipe de controle de infecção hospitalar (normalmente médico infectologista e enfermeiro de SCIH) que aplica ações preventivas para que você não tenha infecção hospitalar durante sua internação; - Há o profissional da qualidade ou uma empresa de consultoria/ mentoria que ensina, norteia, gerencia e acompanha os resultados. Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Caso haja eventos ou fragilidades deverão ser estudados e corrigidos, caso ocorra tudo da melhor forma, manter e disseminar as forças dos processos. - Há uma diretoria, analisando as possíveis crises e trabalhando preventivamente, sempre que possível, contemplando resultados seguros; - Há uma equipe de Recursos Humanos e uma equipe de Segurança do Trabalho que garante uma equipe capacitada e protegida pelas legislações trabalhistas; - Há uma equipe que garante que todos os materiais e insumos estejam devidamente esterilizados, para o uso seguro; - Há uma equipe de controle de acesso ou segurança patrimonial que garante que você, seus pertences e suas visitas ou acompanhantes estejam seguros; - Há o profissional de TI que garante que o sistema funcione corretamente para que os seus dados estejam seguros, entre outras coisas; - E há muito mais profissionais, dentre eles os chamados stakeholders ou empresas terceiras que seguem as premissas do hospital para que a internação esteja segura Agosto/2021

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desde o acolhimento inicial até a sua alta segura. Descrevi aqui somente uma linha do cuidado que foi uma internação num hospital, mas já conseguimos perceber como é complexo o ambiente da saúde. E não pensem que essa complexidade se encontra somente no ambiente hospitalar. As clínicas especializadas, os laboratórios, os consultórios, hospitais-days, entre tantos outros, também têm as suas complexidades e responsabilidades. Trabalhar com a vida humana não é fácil, pois requer muita dis-

ciplina, embasamento científico e sensibilidade. Por isso que as instituições de saúde estão mais responsáveis e mais abertas a conquistar selos de qualidade contemplando normas nacionais e internacionais. O papel da CQ Consultoria é nortear, desenvolver, acompanhar, treinar, gerenciar e gerir pessoas e processos da saúde para que consigam conquistar esses selos e com isso garantir uma assistência segura para quem procura cuidados e saúde.

“Um ambiente da saúde, seja hospital, clínica, consultório, laboratório, enfim, é um tabuleiro onde cada peça desse jogo complexo deve se mover de maneira sincronizada e segura” Cátia Albuquerque www.cqconsultoria.com.br

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O que é ser “pai”? M

Dra. Gisele Luccas Quando você começa a andar de bicicleta, as duas “rodinhas” de apoio te protegem da queda até que aprenda a conquistar o equilíbrio e andar sozinho. Muitos “ País” são essas “rodinhas” ensinando a adquirir confiança em sí, mesmo sabendo que um dia o mundo tentará te derrubar. Só que ele estará por perto para erguer-te com suas mãos afetuosas. Quando você cresce, e se depara com pessoas de péssimo caráter, sem princípios morais e imersos em orgulho, objetivando unicamente sua queda, lembre-se imediatamente das “ rodinhas”, e se insufle da imensa capacidade em reerguer-se, reinventar-se em busca de uma jornada ética e vitoriosa. Quando seus pais se separam, entenda que cada um deEscritores Brasileiros Contemporâneos

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les passa a ter consigo uma das “rodas”, que voltará a se unir caso necessite deles para reerguer-se diante das intempéries da vida. Você é indivisível! No caminho, nas andanças chamada VIDA, às vezes a “rodinha” se perde... ela é esquecida, substituida ou simplesmente ignorada. Nesse exato momento, um anjo em forma de mulher e com a bravura de um leão, recoloca sozinha suas “rodinhas” de proteção. Por vezes, uma quantia em dinheiro depositada todo mês, terá a pretensão de ocupar o lugar das “ rodinhas”, aceite! A vida nem sempre será como desejamos, mas seguirá seu curso como precisa ser. Em certos momentos da vida, onde será difícil e doloroso encontrar uma resposta lóAgosto/2021

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gica, sua “rodinha” partirá para sempre, deixando como uma tatuagem doces recordações dos tempos das quedas, dos risos ao levantar, sem a menor sensação de fracasso, dos cabelos ao vento proporcionado pela deliciosa segurança em descobrir que aprendeu a ANDAR!!! Nossas homenagens aos Pais presentes; as mães que são Pais ao mesmo tempo e aos Pais ausentes, que por terem plantado raízes tão profundas, continuam cultivados e vivos como a mais bela FLOR! Queridos Pais vocês são a “roda” do AMOR que move o mundo! Parabéns e gratidão a todos, em especial a meu Amantíssimo PAI “Sr Zezinho! ( in memorian).

♥♥♥♥♥♥♥

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Dra. Gisele Luccas É Advogada, Especialista em Direito Médico, Pós Graduada em Perícia Criminal e Ciências Forenses, Capacitação em Psicopatologia Forense, Mediadora Judicial e Privada cadastrada no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Palestrante, Colunista, Mestranda em Psicologia Criminal / Especialização Psicologia Forense (Universidad Europeia Del Atlântico - Espanha).

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Participe

das antologias

Seleção e organização Editora Matarazzo e Coletivo São Paulo de Literatura

Poemetos

Microcontos

Solicite o regulamento: versejandocomimagens@gmail.com


Articles inside

o qUe é ser “Pai”?

2min
pages 36-39

ametanoia de BUrgUess

2min
pages 26-27

chUva Prateada

1min
page 30

devem estar envolvidos Para qUe tUdo dê certo?

3min
pages 33-35

seU nome é maria

3min
pages 28-29

carta de amor

1min
page 32

roUsaUra, rosa amada regina Brito

1min
page 25

Poemas

1min
page 21

literatUra cUrativa

2min
pages 11-12

Paz com voz

2min
pages 13-14

voz levante

3min
pages 16-18

sonhar em versos

1min
pages 22-23

estreia do Programa BiBlio na tela

1min
page 20

Um Brasil qUe ainda clama democracia nas vozes de iBrahim noBre e PaUlo Bomfim

3min
pages 7-10

te vejo, me vejo

1min
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