Tese Conclusão de Curso - Arquitetura e Urbanismo Mackenzie

O bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória A proposta do Museu de Rádio, Tv e Novas mídias

THAIS CHERUBINI RODRIGUES PERES 3

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Thais Cherubini Rodrigues Peres

O bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória A proposta do Museu de Rádio, Tv e Novas mídias

Monografia Apresentada à Coordenação do

Curso Superior de Arquitetura e Urbanismo

da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Orientador: Prof° Dr. José Luiz Tabith Júnior

SÃO PAULO 2014

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

aGRADECIMENTOS

Agradeço ao professor orientador Dr. José Luiz Tabith Júnior, por seu empenho e dedicação ao longo do ano, auxiliando nas dificuldades e colaborando para a realização desse trabalho de final de graduação.

A todos entrevistados, que ao retratarem as memórias do bairro Sumaré, me ajudaram a recontar a história de formação do bairro e o patrimônio arquitetônico ligado aos estúdios de comunicação de massa ainda presentes naquela região. Em especial agradeço a atriz Vida Alves e o arquiteto Gregório Zolko, memórias vivas da arte e arquitetura da Tupi.

Aos professores Flávio Porto e Vagner Matrone, do curso de Rádio e Televisão da Fundação Armando Álvares Penteado, pela colaboração e auxilio no entendimento do histórico de formação da comunicação de massa no Brasil.

À equipe do Museu da Imagem e do Som de São Paulo, e do Museu de Arte Brasileira da Faap pela colaboração e explicação dos requisitos de projeto arquitetônico de um Museu.

Aos meus pais e irmãos que me apoiaram constantemente e fizeram de tudo para que eu pudesse concluir essa etapa de minha vida.

Aos professores e todos os profissionais com quem tive o privilégio de trabalhar e que contribuíram para minha formação como arquiteta.

E aos queridos amigos, agora colegas de profissão, que partilharam cada momento vivido nesses cinco maravilhosos anos de vida acadêmica.

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1. Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0 8 2. Os Meios de Comunicação de Massa: Rádio, Televisão e novas mídias. . . . . . . . . . . . . 1 0 2.1. História do rádio e da televisão brasileira: uma breve síntese. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1 2.2. Assis Chateaubriand e os meios de comunicação de massa do Brasil. . . . . . . . . . . . . 1 7 2.3. As novas mídias contemporâneas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 8 2.4. Os acervos de Rádio e Tv. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 9

2.4.1. Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Tv Brasileira. . . . . . . 2 0

3. O Patrimônio.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 2 3.1. Os órgãos de Proteção ao Patrimônio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 3 3.2. Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5 4. Estudos de Caso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 6 4.1. Praça das Artes, São Paulo - SP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 7 4.2. Museu da Imagem e do Som, São Paulo - SP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 5 5. O Bairro do Sumaré . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 4 5.1. História e Ocupação do Bairro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 5 5.1.1. A evolução Arquitetônica dos estúdios Tupi Difusora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3 5.1.2. O Edifício Victor Civita e o Arquiteto Gregório Zolko. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1 5.1.3. O Painel Tupi e o Artista Gershon Knispel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3 5.2. O Tombamento do bairro pelo CONPRESP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 5 5.3. O Plano Regional Estratégico e o Zoneamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 6 6. Uma Proposta para o Projeto do Museu do Rádio e Televisão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 8 6.1. Tema, Local e o Conceito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 9 6.2. Novas Diretrizes Urbanas e o Partido Arquitetônico... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2 6.3. O Programa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 5 6.4. O Projeto.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 6 6.5. Sistemas Tecnológicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 0 2 7. Conclusões Finais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1 0 4

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1. INTRODUÇÃO

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odemos imaginar que a ocupação do território urbanizado, deu-se em diferentes épocas e com os mais diversos propósitos. O espaço inicialmente natural, passou por transformações e acompanhou a evolução humana com o surgimento dos primeiros povoados, vilas até o surgimento das cidades que se desenvolveram como as conhecemos nos dias atuais. Apesar dessas constantes mudanças até hoje, as cidades possuem resquícios de uma memória do passado, seja por um marco artístico, arquitetônico, uma cultura local, ou até mesmo a população que ainda ocupa aquele espaço.

O desenvolvimento urbano da cidade de São Paulo esteve relacionado aos seus ciclos produtivos. Na cidade contemporânea, ainda ficam evidentes resquícios de uma infraestrutura urbana produtiva do passado, que hoje, em um novo panorama urbano, busca novas formas de relação com a cidade como a ferrovia. Em outro aspecto, muitos desses legados da ocupação da cidade, apesar de não apresentarem os mesmos usos aos quais foram inicialmente destinados, carregam a história de uma época, a identidade cultural da formação de uma região, que ao contrário da busca por se manter na cidade contemporânea, simplesmente, existe e complementa a cidade enaltecendo a sua memória.

O Bairro do Sumaré foi o pioneiro na ocupação das sedes de Rádio de São Paulo. O quarteirão delimitado pelas Av. Dr. Arnaldo, Alfonso Bovero, Rua Piracicaba e Catalão, foi ocupado pela rádio difusora, juntamente com o processo de formação do bairro. A área ficou conhecida como “A cidade do Rádio” e posteriormente passou a abrigar a primeira rede de Televisão do País a TV Tupi. Pouco se restou dos estúdios originais, mas o maior marco é o Edifício Modernista Victor Civita do Arquiteto Gregório Zolko que até o ano de 2013 funcionou como estúdios de Televisão da MTV. Esse trabalho visa apresentar o processo de formação do bairro juntamente com o desenvolvimento desses meios de comunicação de massa retratando a memória da região que até nos dias atuais, se recordam de um espaço onde se tinha entretenimento e podia encontrar os artistas.

O coroamento do trabalho se materializa com o a proposta do Projeto do Museu de Rádio de Televisão e Novas Mídias no quarteirão onde se encontra o Edifício Victor Civita. Por meio da proposta do projeto arquitetônico, visa-se além de realçar o significado da área para a cidade, propor um edifício apropriado para conservar, armazenar e expor à população os acervos das rádios e emissoras de televisão, um patrimônio que além de entreter a população é responsável por contar a história do desenvolvimento do país.

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2. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA: RÁDIO, TELEVISÃO E NOVAS MÍDIAS

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2.1 História do rádio e da televisão brasileira: uma breve síntese

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A entrada principal situava-se na Av. s historiadores citam a primeira data importante da História do Rádio brasileira Rio Branco e era demarcada por um portal dia 07/09/1922, onde ocorreu, em função monumental construído com 33 metros de da comemoração do primeiro centenário altura. Os países participantes exibiam em da Independência, a Feira de Exposição do seus pavilhões as novidades e o que havia Centenário no Rio de Janeiro. A Exposição de melhor em sua nação como agricultura, foi um evento de grandes proporções para indústrias, alimentação, festas, jóias, entre os padrões brasileiros da época. Foram outros. Os Estados Unidos realizou a primeira construídos quinze pavilhões, a área tornou- experiência de transmissão no país, com o se um grande complexo arquitetônico, discurso do presidente Epitácio Pessoa em porém poucos permaneceram até hoje como uma emissora que ficou em funcionamento o antigo pavilhão da França que, atualmente, temporário durante a permanência da feira abriga a Academia Brasileira de Letras. até meados de 1923.

Fig.01 - Mapa Localização Pavilhões na Feira do Primeiro Centenário da Independência do Brasil em 1922.

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Antes do término da feira, no dia 20/04/1923, Edgar Roquette Pinto, médico antropólogo e estudioso dos problemas sociais brasileiros, funda a primeira emissora de rádio brasileira: a “Rádio Sociedade do Rio de Janeiro”. A rádio tinha o intuito de levar informação e cultura aos brasileiros desprovidos de educação, nesse período, grande parte da população era analfabeta e não conseguia se informar pelos meios de comunicação da época que eram os jornais. No entanto, os aparelhos de rádios eram caríssimos e ficaram restritos à elite. Na programação havia aulas, música erudita, ópera, palestras, poesia e informações lidas de jornais.

Novas emissoras surgem mas nem todas voltadas à educação como a Rádio Sociedade. Em 1923 mais três emissoras foram fundadas: a“Rádio Clube Pernambuco”, a “Rádio Clube do Paraná” e a Sociedade Rádio Educadora Paulista inaugurada em 30/11/1923.

Nos anos seguintes surgem mais emissoras e o rádio começa a “tomar fôlego”. Nesse início a propaganda não era autorizada, em alguns casos ocorria disfarçada como “A loja tal oferece uma hora de música aos ouvintes”. Devido a esse fator as emissoras sobreviviam por meio da verba dos associados da rádio. A programação era simples, estava ocorrendo a descoberta de como conduzir esse meio de comunicação, mas com o surgimento de novos gêneros como o rádioteatro e o humor (profissionais vindos do teatro), a rádio começa a crescer.

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A crise econômica da bolsa de Nova York em 1929, afetou os barões de café no Brasil, assim abriu-se espaço para o fortalecimento da indústria, instalam-se as primeiras multinacionais no país como a General Motors e há o fortalecimento das agências de publicidade. Esse panorama acabou influenciando para a autorização da propaganda nos rádios em 1932. Com isso, a propaganda passa a alimentar as emissoras de rádio, há uma preocupação com o interesse do público.

A rádio se expande, torna-se o grande entretenimento da população, a Música Popular Brasileira se valoriza e ajuda a popularizar o meio. Muitos discos são vendidos e cantores como Carmem Miranda e Francisco Alves começam a se consagrar.

Surgem novos gêneros: o feminino, infantil, o esporte, jornalismo e o radioteatro se desenvolve mais. Muitos formatos são copiados da rádio americana porém adaptadas com uma feição local.

Nos anos 40 o rádio atinge seu apogeu, entre 1945 a 1954 caracteriza-se pela fase áurea do rádio no Brasil, todos os gêneros estavam presentes, seriados de aventura como “Tarzan” e “O Vingador”, em 1941 surge a rádionovela, música, programas de auditório, humor, entre outros.

Surgem os gravadores de fita magnética que possibilitam a gravação de programas sem a necessidade de todos serem ao vivo.

Fig.02 - Edgar Roquette Pinto nos estúdios da primeira estação de rádio no Brasil, a Sociedade Rádio do Rio de Janeiro.

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Ao mesmo tempo em que o rádio vive essa fase áurea, surgem as primeiras ideias de implantação da Televisão que acaba se concretizando em 18/09/1950 com Assis Chateaubriand e a TV Tupi instalada no bairro do Sumaré, na cidade de São Paulo.

O Brasil foi o 5° país a inaugurar a televisão, somente nove anos após o pioneiro EUA. Na década de 1950 a televisão brasileira surge timidamente, ela busca sua fonte de entretenimento no rádio e sua programação durava apenas de 2 a 3 horas.

Poucos aparelhos de TV foram vendidos nos primeiros anos devido ao alto custo, porém diversos televisores foram comprados por Chateaubriand e espalhados por pontos estratégicos da cidade de São Paulo, como nas antigas lojas Mappin. Surgem outras emissoras como a Tv Paulista em 1952, a Tv Record em 1953, a Tv Rio em 1955 e começase a expansão das emissoras dos Diários Associados.

Nesse período o rádio continua com muita força, a música consagra grandes cantores como Cauby Peixoto, surge a Bossa Nova, a transmissão do esporte como o título da copa em 1958 reúne milhares de pessoas em praças públicas. Porém apesar de uma porcentagem muito pequena da população ter adquirido os aparelhos televisores, no momento em que essa programação entrava no ar, o rádio passa a perder a audiência do ouvinte que transformara-se em telespectador. Até 1955 esse fator não é uma grande ameaça ao rádio, porém em 1956 a propaganda começa a se voltar para a

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Fig.03 - Televisores espalhados em grandes magazines na cidade de São Paulo.

Tv e o rádio além de perder audiência perde parte das verbas desses patrocinadores.

No final da década de 1950, a televisão começa a trocar sua programação mais intelectualizada por shows populares e humorísticos, abre-se a transmissão para as cidades do interior e a cidade de São Paulo inaugura mais duas emissoras: a Tv Excelsior em 1959 e a Tv Cultura.

Em 1960, a fabricação dos televisores passa a ocorrer totalmente no Brasil tornando-se mais acessível e com o crediário as vendas se expandem. Os grandes programas de rádio transferem-se para a Tv e a rádio começa a focar na música e no Locutor.

Surge o vídeo-tape, mecanismo que possibilitou a industrialização da tv por meio da comercialização de cópias de programas.

Novas emissoras surgem pelo país como a Tv Brasília e a Tv Rádio Jornal do Comércio em Recife. Todos os gêneros estão presentes na programação das emissoras, porém começa-se uma especialização de cada uma em um tipo: os seriados norte-americanos e as telenovelas transmitidos pela Tv Tupi e Tv Excelsior.

Os programas educativos, principalmente na Tv Cultura, os festivais de música popular e os programas de auditório como Família Trapo, consagrando nomes como Ronald Golias e Jô Soares na Tv Record.

Os programas dominicais como Vamos Brincar de Forca, apresentado por Silvio Santos na Tv Paulista, programas humorísticos e shows com renomeados nomes como Chacrinha e Chico Anysio na Tv Rio entre outros.

Fig.04 - Programa Circo Bombril da Tv Tupi.

Fig.05 - Primeiro Seriado Americano Transmitido Dublado “Rin-Tin-Tin“.

A Tv Globo é inaugurada em 1965 e a Tv Bandeirantes em 1969 com a meta de exibir filmes, noticiários e reportagens esportivas.

15 Fig.06 - Gilberto Gil no II Festival de Música Popular Brasileira em 1967.

Com a invenção do Transistor, o rádio ganha uma nova força, um novo status.

A partir desse momento o público pode levar consigo o rádio. Em 1970 há uma transformação no rádio, a música ganha grande espaço junto com o comunicador que lida diretamente com o público. Nesse mesmo ano surgem as Redes de Televisão como Rede Globo e Rede Tupi. Inaugurase a Tv Gazeta em São Paulo e a Tv Cultura de Santa Catarina. Em 1972 as emissoras do Rio e São Paulo começam a transmissão da sua programação em cores e em 1974 é transmitida a primeira Copa do Mundo de Futebol nessa nova tecnologia.

Na década de 1980, entra em operação o SBT – Sistema Brasileiro de Televisão, do grupo Silvio Santos. Devido aos problemas financeiros a Rede Tupi foi desativada dividindo sua cadeia em parte ao grupo Silvio Santos e parte a nova Rede Manchete de Televisão. Nesse período tendese à uma programação mais informativa, a Tv se torna um meio com uma maior utilidade pública e participação popular.

No rádio começa a divisão da AM com a FM que inicialmente, a primeira voltase para o popular, música e informação e a segunda mais elitizada e depois voltada para o jovem.

Na década de 1990 inicia-se a transmissão de Tv a Cabo, as telenovelas continuaram a ser o principal veículo de audiência como Tieta baseada no romance de Jorge Amado. Inaugura-se a MTV de

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televisão, primeira com uma programação 24 horas e voltada a música. O Brasil é o sexto produtor de aparelhos de Tv e o terceiro maior consumidor atrás de EUA e Japão. No final dos anos 1990, com inúmeras dívidas a Rede Manchete é vendida e inicia-se o canal Rede Tv. O rádio passa a acompanhar o trânsito, traz entretenimento e informação que hoje encontramos em uma multiplicidade de emissoras voltadas para os mais diferentes gêneros: tipos de música, educação, religião e informação.

Nos anos 2000 a maior conquista no campo televisivo é a transmissão digital.

Além dos seriados inicia-se a produção de relatys shows e intensifica-se a programação e os canais de televisão a cabo.

Atualmente tanto o rádio como a televisão estão relacionados às novas mídias contemporâneas. A internet já possibilita a transmissão dos dois meios e aparelhos móveis como tabletes e smartphones também já estão aptos a reprodução desses conteúdos.

2.2 Assis Chateaubriand e os meios de comunicação de massa do Brasil

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rancisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, nasceu na Paraíba, na cidade de Umbuzeiro em 04 de outubro de 1892.

Foi educado em Recife e fez carreira de advocacia e jornalismo no Rio de Janeiro.

Em 1924 iniciou sua inserção nos meios de comunicação de massa do país com a compra do “O Jornal” do Rio de Janeiro e no ano seguinte do “Diário da Noite” de São Paulo.

Entre o final de 1930 e início de 1960, Chateaubriand foi um dos homens mais poderosos das comunicações no Brasil. Seu patrimônio, os Diários Associados, foi o maior império midiático da América Latina. Reuniu centenas de emissoras de rádio, jornais, revistas e foi o precursor em inaugurar a primeira rede de televisão no país, a Tv Tupi.

Fig.07 - Francisco de Assis Chateaubriand.

Dentre seus inúmeros feitos, ocupou a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, foi senador da Paraíba, embaixador do Brasil na Inglaterra e co-criador e fundador, junto com Pietro Maria Bardi, do Museu de Artes de São Paulo (MASP).

Figura polêmica, Chateaubriand ficou conhecido por arrecadar centenas de obras de Artes e equipamentos para sua cadeia de imprensa por meio de troca de sigilo em informações comprometedoras que recebia de seus jornalistas de grandes magnatas da época.

Faleceu no dia 4 de abril de 1968 e seu corpo foi velado no Saguão dos Diários de São Paulo.

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2.3 As novas mídias contemporâneas

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s mídias contemporâneas se referem aos novos métodos de comunicação que surgiram a partir do século XXI. São meios associados a tecnologia que podem ser entendidos como um novo canal de distribuição de conteúdo e que se diferenciam das mídias tradicionais como rádio, imprensa, televisão, entre outros.

A primeira grande revolução midiática foi o surgimento da internet que possibilitou a conexão de qualquer parte do mundo e principalmente o acesso a qualquer tipo de conteúdo informativo. Com o processo de globalização surgem cada vez mais tecnologias e aperfeiçoamentos de meios de comunicação. As principais

novas mídias no momento são internet, smartphones, dispositivos móveis e mídias sociais.

As mídias atualmente, estão cada vez mais sincronizadas, por isso ao se propor um projeto arquitetônico que integra a exposição de mídias tradicionais de rádio e televisão, necessita-se abranger o campo, englobado essas novas mídias contemporâneas de comunicação. Isso porque além da tecnologia ser uma constante, prevê-se cada vez mais a conexão e unicidade entre esses meios, como já ocorre atualmente, onde smartphones além da internet podem transmitir o conteúdo radiofônico e televisivo.

Fig.08 - Imagem representativa das novas mídias contemporâneas.

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2.4 Os acervos de Rádio e Tv

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om o tempo, as novas mídias possibilitaram a digitalização da memória e de grande parte dos acervos das Emissoras de Rádio e Televisão e ainda permitem que as programações de atualmente sejam gravadas diretamente pelo próprio público. Apesar dos arquivos digitalizados, as Emissoras guardam os tapes originas.

Muitas dessas gravações foram perdidas com o tempo, pois primeiro é necessário um cuidado extremamente cauteloso de armazenagem requerendo condições de ambientação sempre constantes, sem umidade e insolação. Além disso, algumas Emissoras de televisão sofreram com vários incêndios em seus estúdios de armazenamento como o da Tv Cultura em 1896, a Record sofreu inúmeros na década de 60, entre outros gerando uma perda inestimável de acervo da televisão brasileira.

Além das gravações, com a produção constante da televisão, gerase uma necessidade de um espaço de armazenamento para tudo aquilo que foi utilizado nas gravações. A Rede Globo de Televisão possui um dos maiores depósitos de armazenagem, porém em alguns casos, nem sempre tudo pode ser guardado devido à falta de espaço.

Fig.09 - O arquivo de mídia da Rede Globo de Televisão é

Fig.10 - Filmetes de 16mm no acervo de mídias da

responsável pela preservação de 350 mil fitas.

Emissora de Televisão Record.

Na exposição ocorrida no MIS-SP¹ em 2014 sobre o programa de televisão infantil “Castelo Ra-tim-bum”, havia pouco do acervo original. Por falta de espaço os itens foram armazenados incorretamente ocasionando a perda de muitos utensílios guardados.

Maior parte da exposição foi uma recriação dos objetos utilizados em cena.

1. MIS-SP: Sigla correspondente ao Museu da Imagem e do Som da cidade de São Paulo

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2.4.1 a Associação dos Pioneiros, Profissionais

e Incentivadores da Televisão Brasileira

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Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira (PróTV), é uma associação sem fins lucrativos, quem tem como presidente a atriz Vida Alves e que visa preservar a memória da Televisão Brasileira.

Além de disponibilizar o acervo histórico que possui por meio de sua página na internet ², a associação é responsável pelo Museu de Rádio, Tv e novas mídias que consta com um acervo de figurinos, fotos, scripts,

equipamentos como a primeira câmera de filmagem de Televisão, depoimentos, filmes e muitos outros artigos.

Apesar da Pró-Tv ter sido registrada no IPHAN tornando o Museu de Televisão um órgão museológico, o museu não possui uma sede apropriada. Atualmente encontra-se instalado na casa da Presidente da Associação, na Rua Vargem do Cedro, no bairro do Sumaré- São Paulo, SP.

Fig.11 - Exposição equipamentos de televisão.

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2. Site Pró-Tv: www.museudatv.com.br. Acessado em 20/10/2014 às 11:10.

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Fig.12 - Exposição de figurinos e biblioteca.

Em depoimento, Vida discorre o início das Atividade da associação e o desejo de uma sede para o museu que zelaria todo o patrimônio já conseguido e os que continuará a receber ao longo dos anos:

“Registrada em 1998, com o nome de APITE- Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira, a hoje

denominada Pró-Tv faz em 2013, 18 anos de idade. Para nós, os homens e por certo os brasileiros, essa já é a maioridade. Que responsabilidade! Que beleza! Quantas façanhas! Quantos encontros! Quanto amor entre nós!

Mas e a realização final, o Museu, ainda não? Ou sim? Registrados estamos. Mas funcionamos na residência de Vida Alves. Xi! Que Coisa. Mas fazemos tudo certinho, isto é, Assembleia Geral Ordinária a cada ano, e votação para a diretoria a cada dois anos. Registradas. Tudo Ok. Agora... quanto à sede? A sede... a sede... Por favor,

”

amigos, me ajudem a sonhar! Sonho que se sonha junto, um dia se torna realidade. Ainda acredito nisso. ³

Por meio da arquitetura, as construções de sedes apropriadas para a memória cultural propiciam a conservação do patrimônio, seja material ou inatingível, do país. Além de tentar garantir a preservação de um acervo por meio de ambientes qualificados são responsáveis por difundir a história e o resgate de uma memória coletiva.

Fig.13 - Exposição primeira câmera de gravação.

Fig.14 - Foto realizada no Museu de Rádio e Tv com Vida Alves em 20/06/2014.

3. ALVES, Vida. Editorial: A Pró-Tv. Revista PróTv, pág.02.

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3. O PATRIMÔNIO

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3.1 Os órgãos de Proteção ao Patrimônio

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Patrimônio cultural se define como bens de natureza material e imaterial, podendo ser analisados individualmente ou em conjunto mas que tenham a essência de uma identidade e memória da formação de um lugar, de uma cultura ou da história. Ao se preservar o patrimônio cultural pelo ato do tombamento, processo de ações realizadas pelo poder público, que determinam sobre influência de uma legislação, proteções especiais impedindo a destruição do patrimônio, possibilita-se a conservação da memória do bem. O tombamento pode ser realizado por quatro esferas de poder: internacional, nacional, estadual e municipal.

local ou nacional, o objetivo da Convenção é a instigação da proteção do patrimônio localizado em seu território, seja ele um patrimônio mundial ou não. Quando o patrimônio é aceito na Lista de Patrimônio Mundial, ele passa a ser Universal, sem perder a soberania ou acarretar prejuízo ao país em que está localizado, mas passa a ter um significado em que a comunidade internacional inteira deve cooperar. O Brasil possui 18 patrimônios da humanidade sendo alguns deles o centro histórico de Olinda e a cidade do Rio de Janeiro na tipologia Paisagem Cultural Urbana.

De âmbito internacional, o órgão de proteção responsável é a Organização das Nações Unidas para Educação a Ciência e a Cultura (UNESCO). Tal organização, possui 195 países membros e 9 membros associados e criou em 1972 a Convenção do Patrimônio Mundial que visa incentivar a preservação de bens culturais e naturais considerados significativos para a humanidade.

A consideração de se conservar tanto bens culturais como naturais é resultante da ideia de que haja o equilíbrio entre o espaço em que o homem interfere e sua interação com o espaço natural existente.

Todos os países possuem sítios de interesse

Fig.15 - Rio de Janeiro - RJ, cidade considerada patrimônio da humanidade na categoria Paisagem Cultural Urbana.

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A primeira legislação brasileira que normatizou o tombamento no Brasil ocorreu em 30 de novembro de 1937 com o DecretoLei n° 25 que criou o SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) com o intuito de proteger cidades antigas e monumentos que corriam risco devido à especulação imobiliária e reformas urbanas.

Atualmente é denominado como IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e é o órgão da União responsável pelo tombamento em nível Federal.

Fig.16 - Catedral de Brasília, bem tombado pelo IPHAN.

Nos estados, são os institutos do patrimônio histórico e artístico que podem executar o tombamento. No caso do Estado de São Paulo o órgão responsável é o CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico.

As prefeituras podem tombar um bem por órgãos municipais quando houver, como no caso da cidade de São Paulo em que o órgão é o CONPRESP – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, cultural e Ambiental da cidade de São Paulo ou por meio de leis específicas ou legislação Federal.

Fig.17 - Pinacoteca do Estado de São Paulo, bem tombado pelo CONDEPHAAT.

Fig.18 - Bairro do Sumaré, tombado pelo CONPRESP.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

3.2 Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial

O

Patrimônio Material ou Tangível é constituído por bens materiais, podendo ser dividido em bens móveis e imóveis. Os imóveis são representados por monumentos, edifícios, sítios arqueológicos, áreas urbanas desde centros históricos até bairros, ruas e elementos naturais que tenham um significado cultural. Os bens móveis são peças de artes, itens colecionáveis, documentos ou qualquer tipo de bem que seja representativo de um acontecimento histórico ou tenha um valor cultural, ambiental, arquitetônico ou afetivo para a população. A preservação consiste na manutenção de um bem em seu estado físico, desacelerando a sua degradação e visando a longevidade do patrimônio cultural material.

O Patrimônio Cultural Imaterial ou Inatingível se traduz por aspectos não físicos de uma cultura, compreende um modo de vida, filosofia, valores e tradições com o intuito de resguardar a fonte da identidade de um povo. Em um mundo com uma crescente globalização, a revitalização de culturas tradicionais propicia a sobrevivência de uma diversidade cultural. Garantir a preservação de um patrimônio imaterial é muito mais complexo, primeiramente porque apesar da essência de tal manifestação que se deseja resguardar seja sempre a mesma,

o seu desenvolvimento a partir de sua criação torna esse patrimônio vulnerável uma vez que ele pode se multiplicar e propagar em diferentes gerações e das mais variadas maneiras. Devido à isso o registro de proteção relacionado ao patrimônio imaterial não é o tombamento mas sim um instrumento denominado salvaguarda.

Ao contrário do tombamento, cujo objetivo é a preservação das características originais, a salvaguarda é o desejo de uma comunidade em manter viva sua tradição, mesmo que haja mutações durante o tempo e também a disseminação dessa herança.

A UNESCO criou em 2003 a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, completando a criada em 1972 voltada aos bens tangíveis. Um bem Imaterial registrado no Conselho de Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO do Brasil é o Frevo, proveniente da região de Recife.

A memória expressa no Rádio e Televisão e os acervos que as emissoras possuem, materializam-se um patrimônio material e imaterial de nosso país. Além de trazer informação, esses meios de comunicação são responsáveis por contar a história e disseminar a cultura de cada parte do nosso território tão extenso.

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4. ESTUDOS DE CASO 26

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

4.1 Praça das Artes, São Paulo – SP

Fig.19 - Praça das Artes.

O

projeto de autoria de Francisco Fannucci e Marcelo Ferraz do escritório Brasil Arquitetura em parceria com o arquiteto Marcos Cartum, localiza-se no coração da cidade de São Paulo, tendo como limites a Av. São João, a rua Conselheiro Crispiniano e Rua Formosa/ Anhangabaú. O projeto teve início em 2006 e sua primeira etapa se conclui no ano de 2012.

A Praça das artes é um complexo educacional/cultural, cujos edifícios são destinados aos corpos artísticos do Teatro

Municipal, orquestras, corais e quarteto de cordas, a uma escola de dança, uma escola de música e um centro de documentação.

Próximo ao teatro e designada à atender uma antiga demanda de espaços mais adequados para ensaios, pode ser considerado um anexo do prédio de Ramos de Azevedo porém sem nenhuma conexão física.

Os Espaços não edificados possuem um significado tão forte quanto os edifícios projetados. Os vazios são espaços públicos qualificadores mas também de passagem.

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Próximo ao teatro Municipal, o terreno era usado como transbordo de lixo, área a qual abrigara uma construção do Exército Brasileiro, na década de 1970, e que

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Fig.20 - Projeto Praça das Artes.

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

fora demolida antes de se transferir para a prefeitura. Esse terreno vazio perdurou por trinta anos.

O Projeto consiste em três módulos principais: o edifício destinado aos corpos artísticos, a praça que costura os acessos e conecta os edifícios e o prédio das escolas de dança, de música e o do centro de documentação. As fachadas são revestidas em larga escala de concreto pigmentado

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Fig.21 - Perspectiva Croqui Praça das Artes.

O térreo dá acesso as três entradas no terreno, o da Rua Formosa, Av. São João e pela Rua Conselheiro Crispiano em uma cota mais baixa.

Fig.22 - Planta Pav. Térreo Praça das Artes.

29

Pelo acesso da Av. São João encontramos uma passagem vazada, ao lado do edifício restaurado, do início do século passado, o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.

A passagem conduz à praça/galeria que une as ruas Conselheiro Crispiniano e Formosa.

Fig.23 - Acesso Praça das Artes pela Av. São João. O conservatório ao meio, do lado esquerdo o bloco de pesquisa e documentação, do lado direito acesso ao interior da praça.

O conservatório que abriga áreas de exposições e eventos está agregado ao edifício escolar na parte oposta em que se encontra a sua fachada da Av. São João. Em uma de suas extremidades está o acesso à praça e do outro o bloco de pesquisa e documentação, de forma retangular e que se encaixa entre o edifício vizinho e o edifício restaurado.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

O Edifício escolar caracterizado pela fachada de concreto em tom ocre, abriga as salas de ensaio de dança, música, uma área de convivência e restaurante.

Fig.24 - Vista externa Praça das Artes, em destaque

Fig.25 - Sala de ensaio de dança no edifício escolar.

o edifício escolar em ocre.

Na face voltada para a Rua Formosa, há o edifício que é ocupado pelos corpos artísticos e recebe as salas de ensaio que está colado ao edifício CBI Esplanada, projeto de Lucjan Korngold. Possui uma volumetria de dois retângulos deslocados entre si, com dimensões diferentes e um deles com aberturas aleatórias. Parte da área de acesso é demarcada pela fachada preservada do antigo Cine Cairo.

Fig.26 - Vista externa Praça das Artes, Rua Formosa.

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Na Rua Conselheiro Crispiniano, uma volumetria retangular e alongada margeia a lateral do terreno. O bloco abriga nos andares superiores as salas de ensaio da escola de música. Há o acesso da praça descoberta e a rampa que leva ao estacionamento.

Fig.27 - Vista externa Praça das Artes, Rua Conselheiro Crispiniano.

Fig.28 - Vista interna Praça das Artes para Rua Conselheiro Crispiniano.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

O primeiro pavimento abriga as áreas de ensaio, sala de concertos, administração e o restaurante na porção central que une todos os edifícios.

Fig.29 - Planta Primeiro Pavimento Praça das Artes.

No corte A-A, mostrado abaixo conseguimos observar a diferença de cotas de acesso entre as Ruas Formosa e Conselheiro Crispiniano. Além disso a ligação dos edifícios e as áreas de convivência em que abrigam os terraços.

Fig.30 - Corte A-A.

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No segundo pavimento há as salas de ensaios e apoios de música, porém nesse pavimento não há a conexão de todos os edifícios. O vazio central demarca o pé direito duplo do restaurante.

Fig.31 - Planta Segundo Pavimento Praça das Artes.

O corte B-B mostra o pé direito duplo da área do restaurante e as salas de ensaios nos pavimentos superiores. A esquerda vemos a fachada do edifício que margeia a lateral da Rua Conselheiro Crispiniano e a direita o edifício escolar com a fachada Ocre.

Fig.32 - Corte B-B.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

4.2 Museu da Imagem e do Som, São Paulo – SP

Fig.33 - Acesso Museu Imagem e do Som.

O

Museu da Imagem e do Som de São Paulo, popularmente conhecido como MIS, foi criado em 29 de maio de 1970, poucos anos após a promulgação do Ato Institucional n°5, em um período em que o país encontrava-se sob o regime militar. Vinculado à Secretaria de Estado da Cultura, e fruto de um projeto de intelectuais e produtores culturais da época como Paulo Emílio Salles Gomes e Rudá de Andrade, a ideia era construir um museu que visasse a preservação e produção da imagem e do som, conceito o qual já tinha se realizado com a abertura do MIS do Rio de Janeiro em 1961.

Inicialmente sem uma sede fixa e ainda nos primórdios de criação de seu acervo, o Museu instalou-se em regiões como Campos Elíseos, Avenida Paulista e Itaim, porém sem abrir as portas ao público.

Somente com a mudança para um imóvel, anteriormente residencial, localizado na Av. Europa, houve a primeira exposição “Memória Paulista”, organizada por Rudá de Andrade, diretor técnico do MIS entre os anos de 1970 a 1981, dando início em 27 de fevereiro de 1975 suas atividades culturais para a população.

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O edifício que passou a abrigar a nova sede permanente, possuía a face da Avenida Europa murada e cercada por um imenso jardim, local hoje onde abriga o estacionamento do MIS. O terreno se estende até a rua Bucareste e o entorno era estritamente residencial, nesse período ainda não havia estabelecimentos comerciais na região

Fig.34 - Mapa Localização Museu da Imagem e do Som.

Desde o princípio, o museu tinha como objetivo adotar tendências museológicas mais avançadas e devido a sua sede permanente ter sido construída para abrigar uma residência, foram necessárias reformas e adequações técnicas para abrigar o Museu. As duas maiores ocorreram, primeiramente, em 2002 pelo arquiteto Stepan Norair Chahinian, responsável por elaborar um plano diretor para que o Museu se tornasse apto à sua finalidade, porém da proposta foi realizado, somente, a reformulação do pavimento térreo e em 2007, o escritório CAT.ARQ realizou uma readequação total do museu para atender às necessidades das novas mídias do século XXI.

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Fig.35 - Vista Museu da Imagem e do Som a partir

Fig.36 - Vista Museu da Imagem e do Som a partir

da Av. Europa, antes da reforma de 2007.

da Av. Europa, antes da reforma de 2007.

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Fig.37 - Planta Reforma Realizada por Stepan Norair Chahinian.

Em 2002, Stepan Norair propôs uma redução do número de corredores eliminando os ambientes excessivamente recortados e tornando o espaço mais claro e arejado. Além da proposta de áreas mais flexíveis, houve a elevação do pé direito onde possível. O projeto de iluminação foi desenvolvido por Carlos Bertolucci que criou uma malha estrutural metálica, formato colmeia, responsável pelo suporte tanto do sistema de distribuição elétrica quanto do suporte do forro e luminárias.

Fig.38 - Foyer Acesso MIS.

Fig.39 - Malha estrutural colmeia iluminação.

O arquiteto aproveitou a diferença entre cotas do acesso realizado pela Av. Europa e da entrada do auditório para a criação de dois foyers estruturadores do pavimento.

O primeiro logo no acesso engloba a recepção, bilheteria, área de convivência e o bar. O segundo na cota mais alta é o foyer que antecede o auditório mas também é abrigo de uma parte expositiva.

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A reforma ocorrida em 2007 além das modificações internas, realizou alterações na implantação do edifício e seu terreno, proporcionando uma nova relação do Museu com seu entorno e com o público que o frequenta. O Projeto do escritório CAT.ARQ foi vencedor do concurso dentre mais três escritórios convidados para apresentar soluções de readequação do museu.

As alterações externas do edifício foram mínimas, as mais significativas foram o vedamento das aberturas envidraçadas do primeiro pavimento, por chapas metálicas, para garantir superfícies livres nas paredes internas e controle de luz para esse andar de exposições.

O gradil que separava o MIS e a calçada da Av. Europa foi eliminado e uma longa marquise encaminha o pedestre ao acesso do edifício que foi relocado junto a divisa do Museu Brasileiro da Escultura (MUBE), projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, inaugurado em 1995.

Fig.40 – Acesso MIS, ao fundo praça de acesso ao MUBE. Fig.41 – Restaurante Chez MIS. Fig.42 – Vista acesso a partir da Av. Europa, embaixo marquise.

Com o remanejamento do acesso principal e a equalização das cotas de piso, criouse uma praça única entre os museus, um espaço em que os dois se beneficiam. Apesar das grades de proteção do MUBE permanecerem fechadas quando os museus não estão em funcionamento, quando há a conexão os visitantes circulam entre as duas edificações e o restaurante, que no novo projeto foi retirado de dentro do MIS e implantado no prolongamento da marquise ao lado do museu e diretamente ligado ao foyer do auditório/ cinema por uma ponte.

Além da conexão a praça proporcionou um espaço de eventos para todos os gostos e idades. Nas imagens ao lado podemos ver as feiras gastronômicas, festas ao entardecer, encontro de editores e peças infantis que são algumas das atividades esporádicas que ocorrem no local.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Fig.43

Fig.44

Fig.45

39 Fig.46

Fig.47

Térreo 1. Marquise Acesso 2. Restaurante 3.

Acesso Museu 4. Auditório 5. Foyer 6. Midiateca 7. Setor Educativo 8. Livraria/ Café 9. Bilheteria 10.Exposições 11. Apoio Produção 12. Estacionamento/ Área para eventos

MUBE

Fig.48 – Planta Pavimento Térreo Av. Europa.

No pavimento térreo os arquitetos propuseram um remanejamento para que se tornasse mais claro os fluxos e o programa museológico proposto juntamente com as áreas de atividades de apoio. A midiateca (fig.

49), foi relocada próxima à entrada e com acesso independente pelo pátio/ estacionamento do Museu.

O atendimento Educativo estabeleceuse na antiga entrada principal. No foyer (fig. 50), encontram-se a bilheteria, guarda volumes, livraria e café, uma pequena sala destinada às exposições de fotografias e acesso ao foyer do auditório/cinema ( fig. 51) de 150 lugares que encontra-se numa cota de 0,70m elevada.

As circulações verticais demarcadas em amarelo na planta dão acesso aos pavimentos superiores de exposição sendo uma escada em cada extremidade da circulação e um elevador localizado em frente à bilheteria.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Fig.49

Fig.50

Fig.51

Com a diferença de nível de um pavimento entre a entrada da Av. Europa e a Rua Bucareste, enquanto o primeiro acesso é estabelecido como a entrada principal, o pavimento da Rua Bucareste concentrou todas as atividades técnicas do Museu.

Térreo Bucareste 1. Acesso 2. Segurança 3. Salas para cursos 4. Laboratório de Conservação e Recuperação 5. Tratamento Documental 6. Depósito Acervos Permanentes 7. Depósito Arquivos 8. Descanso Funcionários 9. Copa 10. Caixa D’água 11. Oficina de Montagem e Cenografia 12. Oficina de Manutenção 13. Cozinha Restaurante Fig.52 – Planta Pavimento Rua Bucareste.

Fig.XX – Planta Pavimento Térreo Rua Bucareste

Fonte: Museu Imagem e do Som

Além de todo o depósito do acervo permanente, localizado em salas com grandes quantidades de arquivos deslizantes e com controle de luz, temperatura e umidade, há o laboratório de conservação e recuperação do acervo, a área de tratamento documental, curadoria, centro de memória e informação. As oficinas técnicas de manutenção, produção e montagem ocupam um grande espaço com uma escada que dá acesso ao pátio de entrada do museu. A área de funcionários possui uma sala de descanso, vestiários e copa. A cozinha do restaurante Chez Mis se localiza nesse pavimento e possui uma escada que conecta ao bar do estabelecimento no andar superior.

Fig.53 – Corte Mis.

41

O primeiro pavimento é destinado ao espaço expositivo e ao “Espaço Redondo”, uma sala com pé direito duplo que quando não utilizada nas exposições temporárias, é destinada exclusivamente à produção relacionada ao Labmis, laboratórios de produção de novas Mídias.

1°Pavimento 1. Exposições 2. Espaço Redondo 3.

Sala Ar Condicionado 4. Administração 5. Salas de reunião 6. Sala técnica oficinas

Fig.54 – Planta 1® Pavimento

O segundo pavimento, quando necessário atende às exposições temporárias, mas abrigas a estrutura do Labmis como laboratórios, salas de workshop, estúdios de som, salas de edição e auditório para 70 pessoas.

2°Pavimento 1. Equipamentos oficina 2. Estúdio de gravação 3. Sala de Aula 4.

Coordenação 5. Salas equipe LabMis Fig.55 – Planta 2® Pavimento

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Fig.56 – Exposição temporária sobre David Bowie.

Fig.57 – “Espaço Redondo“ com Exposição temporária sobre Stanley Kubrick.

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5. O BAIRRO DO SUMARÉ

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

5.1 Histórico e Ocupação do Bairro

O

bairro do Sumaré originou-se a partir das propriedades do padre Pernambucano Joaquim Floriano Wanderley. A fazenda, chamada de chácara Wanderley, localizavase na antiga Sesmaria do Pacaembu, área doada aos jesuítas, nos primórdios do séc.

XVI, por Martim Afonso de Souza. As terras permaneceram em posse da igreja por, aproximadamente, mais duzentos anos. Em meados do século XVIII, com a expulsão dos jesuítas do Reino de Portugal e de suas colônias, por Marquês de Pombal, as propriedades foram confiscadas e em 1767 colocadas em Hasta Pública4. O terreno da Sesmaria do Pacaembu, que ocupava as áreas correspondentes aos atuais bairros do Sumaré, desde o Cemitério do Araçá na Avenida Dr. Arnaldo, até o Pacaembu e partes de Higienópolis acabou dividindo-se em chácaras. Muitas delas foram compradas pela elite paulistana.

território paulista, a implementação da primeira ferrovia do estado, a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí em 1867 e a chegada de um grande número de imigrantes gerou um aumento significativo na população da cidade, passando de 65.000 habitantes, no ano de 1890, para 240.000 habitantes em 19005. Inicia-se uma expansão da cidade para além do Triângulo Histórico, as chácaras que antes ocupavam grande parte do território, dão lugar aos primeiros loteamentos particulares. Há iniciativas da elite para atrair o desenvolvimento urbano, como por exemplo, o caso dos membros da Família Pais de Barros, que forçaram a transferência do local do hospital da Santa Casa de Misericórdia do bairro da Bela Vista para um lote pertencente a eles na Santa Cecília6. Surgem as primeiras linhas de bonde, os reservatórios de água e a iluminação a gás.

No final do século XIX e início do XX a cidade de São Paulo sofreu várias transformações econômicas e sociais. A expansão das lavouras cafeeiras em todo

4. Hasta Pública, Dir.: Ato da Justiça, pelo qual são alienados (vendidos) bens do devedor para que, com o dinheiro apurado, possam ser pagos o credor e as custas e despesas do processo de execução.

5. Dados Censo Prefeitura da cidade de São Paulo.

6. Campos, Eudes. Os Pais de Barros e a Imperial cidade de São Paulo, pág. 12.

45

Fig.58 – Representação da ocupação da

Fig.59 – Representação da ocupação da

cidade até 1881.

cidade de 1822 à 1914.

O sítio Wanderley permaneceu em posse do padre Joaquim Floriano até o fim do século XIX. Em decorrência de sua morte de febre tifoide em 1892, três anos após a proclamação da República, suas propriedades foram divididas de acordo com o testamento registrado quatro meses antes de seu óbito (10 de novembro de 1891) no 3° Ofício da Família e Sucessões.

LEGENDA Av. Sumaré Rua Consolação Av. Dr. Arnaldo

Fig.60 – Trecho Mapa Sítios e Chácaras da cidade de São Paulo.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Parte de sua fortuna foi deixada aos sobrinhos e agregados e sua fazenda destinada a duas instituições de caridade.

Devido à contestação do testamento pelos herdeiros, as propriedades ficaram um período embargadas pela Justiça. Os herdeiros de Joaquim Floriano venderam as propriedades que lhes cabiam para Victor Nothmann e Martin Burchard, que foram incorporadas ao loteamento de Higienópolis.

As áreas destinadas às instituições de caridades foram subdividas em duas partes.

O “Pacaembu de baixo”, correspondente hoje ao bairro do Pacaembu, destinou-se ao Colégio São Miguel da cidade de Jacareí.

Devido ao processo do inventário, as terras permaneceram em posse da igreja por aproximadamente 20 anos e foram vendidas apenas em 1914 para a Companhia City que iniciou o loteamento do bairro do Pacaembu.

O “Pacaembu de cima”, correspondente hoje ao bairro do Sumaré, passou a pertencer ao Asilo das Meninas Órfãs Desamparadas Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga. O conde José Vicente de Azevedo, dirigente do Asilo, vendeu a área de 700 mil m², dez anos após a Companhia City adquirir as áreas do “Pacaembu de baixo”, aos sócios da recém-criada Sociedade Paulista de Terrenos e Construções Sumaré.

Pacaembu de Baixo

Pacaembu de Cima

Parte loteamento Higienópolis

Fig.61 – Mapa demonstrando a divisão das terras de Joaquim F. Wanderley.

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Na planta da cidade de São Paulo de 1924 conseguimos ver uma cidade já expandida do seu centro histórico, porém a área onde se encontrava a Chácara

Wanderley, devido às complicações do inventário das propriedades do padre, nesse ano ainda não possui um arruamento e uma ocupação efetiva de toda sua área.

Chácara Wanderley

Fig.62 – Mapa da cidade de São Paulo, 1924.

Fig.63 – Ampliação mapa anterior, destacando área Chácara Wanderley.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Apesar da urbanização tardia do bairro do Sumaré, alguns equipamentos, principalmente, de infra estrutura pública, pontuaram seu território no final do século XIX e primórdios do século XX. O bairro se desenvolveu a partir da antiga estrada Municipal, hoje atual Avenida Dr. Arnaldo, que seguia desde a Rua da Consolação.

O espigão do eixo atual das avenidas Paulista e Dr. Arnaldo, começou a ser ocupado, principalmente, devido às suas características de salubridade. As primeiras ocupações ao longo da estrada Municipal e a dos Pinheiros (Atual Av. Rebouças), foram o Hospital do Isolamento7 em 1880, e o Cemitério Municipal, atualmente conhecido como Cemitério do Araçá.

Fig. 64 - Fotografia da abertura da Avenida Municipal, atual Avenida Doutor Arnaldo, tirada por volta de 1900. A construção que se vê ao fundo, à direita, era sede do antigo Hospital de Isolamento, depois Hospital Emílio Ribas, fundado em 1880.

Fig. 65 - Vista do Hospital do Isolamento na Avenida Municipal, por volta de 1911. O Hospital de Isolamento deu origem ao Hospital Emílio Ribas, a Avenida Municipal mais tarde passou a ser denominada Avenida Doutor Arnaldo.

7. Hospital do Isolamento: Em um dos pontos mais altos da capital paulista e ainda um local onde não havia ocupação, foi escolhido para isolar os pacientes com varíola na segunda metade do século XIX. De acordo com os preceitos da época, era o local mais apropriado. Próximo do cemitério e distante do centro, poucas residências nas imediações e os ventos não sopravam com frequência em direção à cidade.

49

Esses equipamentos por serem considerados nocivos à saúde pública, deveriam ser afastados do centro urbano, nesse período a Igreja da Consolação era um dos estreitos limites da cidade.

Fig. 66 – Recorte Mapa da Cidade de São Paulo em 1905. Em destaque a Rua da Consolação e o limite considerado a igreja de mesmo nome. A Avenida Municipal e os primeiros equipamentos: Cemitério do Araçá e Hospital do Isolamento.

Anos passados e em 1908, inaugura-se o Reservatório de água do Araçá, o primeiro marco na paisagem da região que era pouco povoada, surgindo os primeiros traços de urbanização no seu entorno.

Fig. 67- Fotografia Reservatório Sabesp, localizado na Av. Professor Alfonso Bovero.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Na planta geral da cidade de São Paulo de 1913 elaborada pela Cia Light, vemos a primeira aparição do Reservatório e já o terreno da Usina Incineradora de lixo, apesar do alto-forno ser construído, somente, em 1924.

Fig. 68 – Recorte Mapa da Cidade de São Paulo em 1913. Em destaque a Rua da Consolação e a Avenida Municipal, o Reservatório da Sabesp e o terreno da usina incineradora de lixo.

Em 1920, iniciou-se a construção do edifício da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, projeto do escritório de Ramos de Azevedo. A inauguração deuse em 1931, mesmo ano em que a chamada Avenida Municipal passou a ser denominada Av. Dr. Arnaldo, homenageando o médico falecido.

Fig. 69 – Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo

51

Outro equipamento bastante visível na paisagem urbana foi a instalação de um altoforno, em 1924, na confluência das ruas Arruda Alvim, Cardoso de Almeida e Dr. Arnaldo, responsável pela incineração do lixo da cidade. Funcionou até meados de 1948, era equipado com uma turbina para gerar eletricidade com a queima do lixo, porém, com um maquinário importado, a turbina só funcionou no dia da inauguração, a eletricidade produzida não podia ser aproveitada pelo sistema elétrico local. Na foto abaixo de 1930 na esquina da Av. Dr. Arnaldo com a rua Cardoso de Almeida, vemos o panorama da região com o Reservatório, o alto-forno e os bairros do Pacaembu e Sumaré.

Av. Dr. Arnaldo

Alto-forno

Reservatório

Pacaembu

Rua Cardoso de Almeida

Fig. 70 – Fotografia Panorâmica Chegada Bairro Suaré pela Av. D. Arnaldo.

No ano seguinte à construção do alto-forno inicia-se o loteamento das terras adquiridas pela Sociedade Paulista de Terrenos e Construções Sumaré Ltda. Devido ao terreno acidentado, foi necessário um cuidadoso trabalho de terraplanagem e arruamento que coube, em 1925, ao engenheiro Álvaro Neves da Rocha. O supervisor de obras e responsável pela arborização do bairro era Paulo Alves Corrêa de Toledo.

O nome do bairro, Sumaré, foi escolhido por um dos sócios da companhia, José Rebelo da Cunha, que em uma visita ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, encantou-se com uma orquídea cujo nome popular dava-se por Sumaré, planta muito encontrada nas matas de São Paulo.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Rua Heitor Penteado

Rua Cardoso de Almeida

Av. Dr. Arnaldo

Córrego da Água Branca

Fig. 71 - Arruamento proposto por Álvaro Neves da Rocha, 1925.

Em 1928 iniciou-se as vendas do loteamento realizado em partes da chácara Wanderley. Antes do loteamento haviam alguns sítios, barracos e casas simples que subiam as encostas perto da Av. Sumaré e que permaneceram em posse das famílias após a divisão de terras.

Em 1930 com o processo de industrialização acelerado, devido à crise do café e da bolsa de Nova York, a cidade amplia velozmente a sua mancha urbana, atingindo os limites dos rios Tietê e Pinheiros e inicia-se a ocupação dos chamados bairros jardins, como Jardim Europa, Pacaembu, Sumaré, entre outros.

53

Em trecho de seu texto “Originalidade do sítio da cidade de São Paulo”, o Prof° Aziz Nacib Ab’ Saber discorre essa ocupação da cidade em decorrência do relevo original. Ao contrário da ocupação da massa trabalhadora, a elite procurou regiões de melhor localização, ao longo dos antigos caminhos que percorriam as terras mais altas, primeiramente situados a oeste e norte da cidade:

“Nas porções enxutas da planície do Tietê, assim como nos terraços aluviais

marginais e nas zonas de transição entre os terraços e os flancos mais suaves das colinas terciárias (“seguindo a grosso modo” a orientação E-W do Tietê), alinham-se as instalações ferroviárias e as áreas industriais principais da cidade. As ferrovias seguiram as zonas de transição entre as planícies aluviais e as colinas mais suaves, superpondo-se, muitas vezes, nos principais tratos de terraços fluviais que a região de São Paulo apresenta. Essas áreas baixas e mal drenadas, que por muito tempo permaneceram abandonadas, isolando as principais colinas urbanizadas constituem, hoje, o sítio básico do parque industrial paulistano. Nota-se imediatamente que a maior porcentagem dos bairros residenciais coincide com os diversos níveis das colinas, ao passo que a grande maioria dos bairros industriais e operários justapõe-

”

se aos terraços e planícies aluviais do Tietê e alguns de seus afluentes.

8

O corte do relevo original da cidade mostrado abaixo mostra a região do Sumaré, continuação do espigão Central, como o ponto mais alto de São Paulo.

Rio Pinheiros

Fig. 72 - Corte do Relevo Original da cidade de São Paulo.

8. AB’SABER, Azez Nacib, Originlidade do sítio da cidade de São Paulo, 1963, pág. 239.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Rio Tietê

No final da década de 1920 e início de 1930 o bairro do Sumaré já estava arruado, porém as ruas eram de terra. As primeiras casas construídas surgiram na vertente com vista para o Pacaembu, localizavam-se nas ruas Petrópolis, Pombal, Poconé e Ilhéus. Foram financiadas pelos próprios loteadores e projetadas por Neves da Rocha e o engenheiro austríaco J. Winckler. O “sertão” do bairro foi ocupado, somente, a partir da década de 1940.

Faculdade de Medicina USP Cemitério do Araçá

Av. Municipal (atual Av. Dr. Arnaldo) Reservatório da Sabesp Av. Av. Prof° Prof° Alfonso Alfonso Bovero Bovero

Fig. 73 - Vista aérea do Sumaré, início da década de 1930. Detalhe ao fundo o Cemitério do Araçá e a Faculdade de Medicina. A Avenida Municipal, atual Dr. Arnaldo, avança para direita e desce até o reservatório de água. A via que segue em diagonal descendente corresponde à atual Av. Afonso Bovero.

55

No livro “Sumaré Gente em Busca da Flor”, relato sobre histórico e formação do bairro, a autora Sylvia Ribeiro, cita em uma de suas passagens, a inserção dos bairros do Sumaré e Pacaembu na topografia irregular da região:

“O bairro do Sumaré situa-se num dos lugares mais altos de São Paulo, exatamente

sobre o espigão divisor de águas dos rios Tietê – Pinheiros, indo desde o Cemitério do Araçá até a Vila Pompéia, tendo por eixo as atuais avenidas sequenciais Dr. Arnaldo e Professor Alfonso Bovero. Espraia-se por ambas as encostas, ocupando seus vales secundários. Interessante notar que enquanto o Pacaembu, a outra parte do sítio Wanderley, fica no fundo do vale e tem como principal artéria a avenida do mesmo nome assentada no fundo desse vale, o Sumaré tem sua principal artéria na Av. Dr. Arnaldo. Esta percorre a crista do espigão que vem desde a Av. Paulista, chegando a aproximar-se de 830 metros de altitude, a maior da cidade de São Paulo, oferecendo um vasto e lindo panorama. Enquanto as construções do Pacaembu sobem do vale

”

pelas vertentes, as do Sumaré descem pelas encostas

Fig. 74 – Início Loteamento Pacaembu pela Cia City.

9. RIBEIRO, Sylvia Aranha, Sumaré: Gente em busca da Flor, 1999, pág.09.

56

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

9

Os loteamentos da Companhia City 10 , como o do Jardim América em 1915, Butantã em 1918, do Alto da Lapa em 1921 e do Pacaembu em 1925, serviram de modelo para a Construtora Sumaré.

Fig. 75 – Início Loteamento Pacaembu pela Cia City.

“O traçado das ruas, a densa arborização e sua baixa densidade populacional, consequência de lotes

grandes e da baixa taxa de ocupação, são características de todos os loteamentos padrão City. A Construtora Sumaré estabeleceu lotes estritamente residenciais de grandes proporções, com um mínimo de 12 metros de frente por 50 de fundo, com algumas exceções provocadas pela topografia, e ruas arborizadas. O loteamento Sumaré possuía cerca de 30 ruas, 44 quadras, 03 vielas e 08 áreas ajardinadas, tendo como limites a Av. Dr.

”

Arnaldo, a estrada para o alto da Lapa, a Vila Pompéia, o alto das Perdizes e o Pacaembu.

11

10. Cia City: A Cia City é uma empresa de urbanização fundada em 1911 com sede em Londres por investidores ingleses, brasileiros e franceses. Adquiriram mais de 15 milhões de m² no perímetro urbano de São Paulo e urbanizaram quase 50 bairros. Os empreendimentos “Padrão City” tinham como conceito de “cidades-jardim” com o intuito de oferecer mais qualidade de vida aos moradores da cidade.

11. PINHEIRO, Márcio. Leituras Urbanas: Torre de antena de rádio e televisão da Tv Cultura e o bairro do Sumaré, 2008, pág. 25.

57

Em 1933, um ano antes da inauguração do Edifício Martinelli na região central, surgiu um elemento na paisagem urbana da cidade, que hoje se tornou tradição para o espigão da Paulista, que foi a construção da antena da Rádio Difusora São Paulo S.A., prefixo PRF-3.

O terreno para a torre foi conseguido por meio de uma troca de ações da rádio por um lote irregular entre as avenidas Dr. Arnaldo, Alfonso Bovero, ruas Piracicaba, Catalão e uma viela, atual viela DAE, faixa em que corre a tubulação do reservatório do Araçá, e estava proibida qualquer construção.

Fig. 76 e 77 - Antena no bairro do Sumaré; em primeiro plano, traçado em terra batida da atual Avenida Dr. Arnaldo, essa é a segunda torre que substitui a que fora derrubada por uma tempestade em 1937.

58

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Um ano após a construção da torre, inaugurou-se primeira sede da rádio em 24 de novembro de 1934, às 21 horas, com o primeiro programa transmitido apresentando a orquestra conduzida pelos maestros Martinez Grau e Gabriel Migliore. Inicialmente, a programação era de 12 horas por dia iniciando as 11horas até as 23 horas.

Fig. 78 – Sede da Rádio Difusora.

Estúdios Rua Piracicaba esquina com a Av. Prof° Alfonso Bovero.

Com a compra da Difusora pelos Diários Associados, inaugura-se mais uma rádio a Tupi que também se instala nos estúdios do Sumaré. O quarteirão passou a ser conhecido como “A cidade do Rádio”.

Fig. 79 – A “Cidade do Rádio” aparece

na

imprensa

pela

primeira vez no Diário da Noite.

59

Em 1950 instala-se a Tv Tupi na cidade do Rádio. Muitas ampliações foram realizadas para atender as novas necessidades, até a ocupação quase total do terreno o que ocasionou na construção do Ed. Victor Civita em 1960 para atender a parte administrativa e os estúdios de gravação das Rádios Tupi-Difusora. No ano de inauguração da Tv Tupi, ficou pronta a Igreja do Rosário da Nossa Senhora de Fátima localizada na Av. Dr. Arnaldo.

Fig. 80 – Edifício Victor Civita.

Fig. 81 – Igreja do Rosário da Nossa Senhora de Fátima.

60

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

No mapa de 1958 do Geoportal conseguimos ver que grande parte dos terrenos loteados já possuía uma construção e ainda não havia a extensão da Av. Sumaré.

Fig. 82 – Fotografia aérea 1958 Bairro Sumaré.

A foto aérea atual da área, vemos que não só o arruamento mas como os lotes mantiveram-se como a proposta original do loteamento proposto em 1925. A única grande mudança deu-se pela abertura da Av. Sumaré em 1970 sobre o córrego da Água Branca.

Av. Dr. Arnaldo

Rua Cardoso de Almeida

Rua Heitor Penteado

Quarteirão da “Cidade do Rádio”

Córrego da Água Branca Av. Sumaré Fig. 83 – Fotografia aérea atual Bairro Sumaré.

61

Até hoje o quarteirão da “Cidade do rádio” abriga atividades de telecomunicação, os estúdios da espN estabeleceram-se onde havias os estúdios das rádios tupi difusora e posteriormente a tv tupi. o edifício victor Civita abrigou a Mtv até o final do ano de 2013, ainda há algumas atividades relacionadas ao grupo Abril dona do edifício e a parte técnica da Antena que funciona normalmente.

Reservatório Sabesp Antena SBT Ed. V. Civita

ESPN

Fig. 84 – Localização “Cidade do rádio“ e aproximação área de projeto em destaque.

62

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

5.1.1 A evolução Arquitetônica

dos estúdios Tupi Difusora

Não se tem documentado o projeto original da rádio, somente a primeira ampliação que se deu entrada na prefeitura em 26 de fevereiro de 1941, elaborado pelo engenheiro Francisco Sales Malta Júnior. Tratava-se de um projeto de 1556m² designados ao pavimento térreo e 165m² para o primeiro pavimento.

“A edificação era constituída de uma entrada principal de face para a Rua Piracicaba com um

pórtico formado por quatro colunas, que dava para um hall de 6 x 17,5 m. Do hall à direita se faria a entrada para um auditório com palco, servindo a 504 espectadores, com cadeiras removíveis, ocupando uma área de 450m². As saídas do auditório, para a direita, dariam para um terraço e, dali, para o bar. Na parte à esquerda, havia várias salas de 9 a 12 m², cuja ocupação se faria por artistas, vestiários, diretor artístico, almoxarifado e uma “musicoteca”. No primeiro pavimento, sobreposto à área do hall, não havia ocupação definida, existindo dois salões: um para “anunciantes” e outro para “internos”. Entre um salão e outro, havia uma cabine de projeção de 2 x 2 m, com um sistema de exaustão de gases pelo telhado.

Nesse mesmo piso superior, à direita, haveria um auditório para um cinema de 30 x 14,8 m. A parte menor da edificação, que se unia à esquerda com as antigas instalações da rádio, continha dois estúdios, um de 6 x 11,4 m e outro de 10 x 5 m, mais salas para músicos, uma discoteca, controles dos estúdios e

”

um pátio interno. A torre de transmissão ficava no limite dos prédios antigo e do novo

12

Fig. 85 – Fachada Rádio Difusora, Rua Piracicaba.

12. SOUZA, José Inácio de Melo, A Tv Tupi no acervo do Arquivo Histórico de São Paulo, 2011, pág. 01.

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Pav. Superior

Rua Piracicaba

Ed. Existente

Térreo

Rua Piracicaba

Fig. 86 – Projeto Ampliação Rádio Difusora, 1941.

Sala artistas

Auditório

Terraço

Antena Fig. 87 – Ampliação projeto Ampliação Rádio Difusora, 1941.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Bar

Em uma publicação da Revista Acrópole a planta se encontra com melhor visualização:

Fig. 88 – Implantação Térreo Estúdios Rádio Difusora.

Abaixo imagens do auditório localizado a direita na planta e um dos estúdios de gravação:

Fig. 89 – Estúdios de Gravação.

Fig. 90 – Auditório.

65

Em julho de 1943 a Rádio difusora foi adquirida pelos Diários Associados complementando as Redes Radiofônicas da empresa que se espalhavam pelo Brasil inteiro.

Com as relações de Chateuabriand com as artes plásticas, a inauguração dos estúdios Tupi-Difusora aconteceu expondo obras da “Série Bíblica” de Candido Portinari em seus recintos, reunindo intelectuais e damas da sociedade paulistana como Menotti del Picchia e Sérgio Milliet.

Fig. 91 – Estúdios Tupi Difusora.

Fig. 92 – Estúdios Tupi Difusora.

A partir do momento em que a televisão se instala nos estúdios da “Cidade do Rádio”, inúmeros pedidos de reforma foram solicitados à Secretaria de Obras da Prefeitura de São Paulo ao longo dos anos. A primeira se deu em 10 de junho de 1949, pelo engenheiro Dorvalino Mainieri para a instalação de um estúdio de televisão.

Fig. 93 – Planta de situação para

Antena

construção do estúdio para televisão. Detalhe de projeto, 1949. O bloco a construir

Estúdios Existentes

corresponde ao trecho destacado em vermelho, à esquerda da antena, que ocupa a parte central do terreno.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

A ampliação inicial era de 178,5m² mais a reforma das antigas instalações do rádio.

Com isso, previa-se dois estúdios um menor e outro de 11,50 x 14,75m que continha um salão com uma cabine de controle e um espaço para o público mantendo como nos estúdios de rádio uma proximidade visual de entretenimento só que agora com um aparelho televisor.

Fig. 94 – Os estúdios de Televisão.

67

No memorial descritivo, o estúdio possuía um pé direito de 7m com tacos de ipê, paredes e forro revestidos por celotex (um isolante). A sala de ar condicionado seria ladrilhada.

A reforma ultrapassava o tamanho permitido de 1/3 da área do lote (que era 4.297m²) e o engenheiro responsável se manifestou no processo alegando que a construção destinava-se a fins especiais e que representariam elevado índice de progresso e benefício ao público, além da ampliação não permitir inconvenientes aos lotes da mesma quadra.

Em 5 de setembro de 1949 teve-se a aprovação da reforma por se tratar de um “fim especial”. A primeira televisão do Brasil foi inaugurada em 18 de setembro de 1950 e três meses após sua estréia os Diários Associados entraram com um novo projeto de adaptação.

No arquivo pessoal de Mário Fanucchi apresentado no livro “Nossa próxima atração – O interprograma do Canal 3”, o autor faz uma reconstrução da planta da cidade do rádio após à instalação dos estúdios de televisão. Observa-se a inversão da planta, diferente da apresentada anteriormente. Na de Fanucchi a Rua Piracicaba está representada em cima.

Fig. 95 – Planta dos estúdios de Televisão.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Os estúdios pioneiros, foram reduzidos à um único, fator que ocasionou em janeiro de 1952 um novo pedido de ampliação, devido à insuficiência de espaço, para abrigar um estúdio com entrada para rua Catalão. Prevendo uma possível negação na autorização o engenheiro anexou ao requerimento enviado a Prefeitura uma explicação da necessidade de ampliação dos estúdios para o aperfeiçoamento das transmissões a fim de atender o público.

Fig. 96 – Modificações no conjunto de instalações, 1952. A nova área corresponde ao anexo hachurado indicado na parte superior direita da prancha.

O processo foi aprovado e a ocupação dos edifícios passou a quase 50% da área do terreno, aproximadamente 2.008m². A nova edificação era em um único pavimento, um estúdio com as dimensões de 12,5 x 10 m, pé-direito de sete metros, e duas salas de 2,5 x 3 m e 2,5 x 7 m.

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Novas reformas foram requeridas e até um pedido de ampliação para construção de mais um estúdio o “C”. No panorama final em um levantamento ocorrido em 1966, a área de ocupação dos estúdios do Sumaré era representado pela planta abaixo:

Fig. 97 – Ocupação dos estúdios do Sumaré em 1966.

Com a área do terreno quase inteiramente ocupada, a próxima etapa de expansão dos estúdios se dá pela construção do edifício, hoje denominado Victor Civita, no terreno ao lado da viela e de frente para a Av. Professor Alfonso Bovero.

70

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

5.1.2 O Edifício Victor Civita e o

Arquiteto Gregório Zolko

Com a ocupação total dos estúdios de televisão no terreno da Tv Tupi, surgiu a proposta de verticalização. Um edifício onde abrigaria as sedes dos estúdios de rádio e a parte administrativa. O projeto do edifício foi de autoria da construtora Ferronato e Mainieri com colaboração do Arquiteto Gregório Zolko.

O edifício possui 14 pavimentos, por ter a fachada voltada face norte, o arquiteto responsável por o projeto de seu exterior, Gregorio Zolko, projetou diversos brises em concreto revestido por pastilhas.

Zolko utilizou o sistema Modular para a composição desses brises, método ao qual inspirou-se em Mies Van der Rohe, com quem teve contato em seus estudos realizados na Faculdade de Arquitetura de Chicago.

Em quatro pavimentos o edifício se fecha totalmente por abrigar os estúdios de gravação que possuem pé direito duplo.

Nessa empena foi realizado um mural de figuras Tupi pelo artista plástico Gershon Knispell.

Fig. 98 – Ed. Victor Civita.

Após sua construção, o edifício abrigou a sede da Rádio Tupi Difusora e posteriormente os estúdios da MTV. Devido às mudanças e também alguns incêndios ocorridos em seus estúdios, as plantas sofreram alterações das originais. Também foi construída uma escada de incêndio na face oposta a Av. Prof° Alfonso Bovero e além disso, em seu topo foi instalada uma antena de transmissão.

71

G

regório Zolko pertence a geração de arquitetos formados na década de 1950.

Cursou os estudos de arquitetura em Chicago- ILL, nos Estados Unidos em uma época que a arquitetura se vivia em influência da escola de Chicago.

Em seus trabalhos teve influência tanto de Frank Lloyd Wright, na preocupação dos volumes como também de Mies Van der Rohe com a modulação.

Fig. 99 – Em entrevista com Gregório Zolko 16/06/2014.

Ao retornar ao Brasil, Zolko teve uma experiência de trabalho no escritório de Gregori Warchavchik. Aos 26 anos ganhou o concurso para a construção do projeto da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Possui experiência no ramo das indústrias, residências e em uma de suas parcerias com a construtora Ferronato e Mainieri levou ao convite para o projeto da fachada do Edifício Victor Civita.

Em depoimento Gregório retratou a necessidade de se conhecer a fundo o programa do projeto a ser elaborado. Em uma de suas experiências profissionais, teve que desenvolver uma colônia para deficientes mentais, o que o levou ao profundo estudo da vida cotidiana dos indivíduos.

Atualmente, continua com o seu escritório localizado no bairro do Sumaré em São Paulo em parceria com sua filha Karen.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

5.1.2 O Painel Tupi e o Artista Gershon Knispel

G

ershon Knispel nasceu na Alemanha, na cidade de Colônia (Köln), em 1932.

Devido à origem judaica e a situação política em que o país de origem se encontrava na época, quando tinha três anos mudou-se com sua família para a Palestina. Iniciou seus estudos com 17 anos na Academia de Arte Bezalel em Jerusalém. Realizou sua primeira exposição individual em 1954 e no mesmo ano começou a trabalhar com edições de álbuns de gravuras que lhe rendeu o primeiro prêmio de gravura da exposição internacional de 1957. Mudou-se para São Paulo em 1958 onde passou a exercer seu trabalho com as artes plásticas.

Fig. 100 – Gershon Knispel.

Outras obras do artista plástico:

Fig. 101

Fig. 102

73

Indicado pelo arquiteto Gregório Zolko, Gershon Knispel apresentou uma proposta para um mural nas três fachadas do Edifício que abrigaria a Tv Tupi. O mural deveria cobrir as empenas presentes em três andares com pé direito duplo, onde localizam-se os estúdios. Com a temática indígena, referente ao nome da emissora, a primeira proposta era inteiramente em mosaico português, mas devido ao alto orçamento foi indeferida pelo cliente. Outros estudos foram realizados mas também não aceitos devido ao custo até que insistente em iniciar a sua arte em São Paulo, Gershon descobriu o local onde Edmundo Monteiro, diretor dos Diários Associados, cortava o cabelo e em uma tentativa de falar diretamente com o cliente conseguiu a aprovação da obra.

O produto final deu-se por um mural em duas fachadas, na primeira, chamada de principal, frente à Av. Dr. Alfonso Bovero, resultou a figura de um indígena tamanho 7 x 3m. Na segunda, voltada à viela, três índios divididos em planos com uma dimensão de 10 x 3m no total, ilustram o painel.

A técnica utilizada foi um agregado mineral, a pedra-granito, jateada. Essa escolha foi em consideração a grande variação climática da cidade de São Paulo e a necessidade de materiais resistentes.

As cores escolhidas em tons terra como as três tonalidades de verde, nuances de vermelhos, cinzas, roxos e marrons, remetem mais uma alusão ao tema indígena.

Fig. 103 – Ed. Victor Civita e o painel Tupi.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Fig. 104 – Detalhe o painel Tupi.

5.2 O Tombamento do bairro pelo CONPRESP

O

Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo com a decisão unânime dos Conselheiros presentes, em 01/03/2005, na 336ª Reunião Ordinária, determinou o Tombamento dá área do Bairro do Sumaré, com os limites formados pela intersecção das ruas listadas abaixo:

- Av. Sumaré, Av. Paulo VI, Viaduto sobre a Av. Paulo VI, Av. Dr. Arnaldo, Rua Heitor Penteado, Rua Apinajés, Av. Prof. Alfonso Bovero, Rua Plínio de Morais, Rua Vargem do Cedro, Rua Zaíra, Rua Urbanizadora, Rua José Donatelli, Praça Irmãos Karman e Rua Pedro da Costa.

O processo de tombamento iniciou-se devido as seguintes considerações:

- “a extraordinária qualidade ambiental e paisagística do atual bairro do Sumaré, decorrente do padrão de uso e ocupação dos lotes;”

- “a área verde e solo permeável e o traçado viário, qualidades derivadas das características urbanísticas do loteamento original da Sociedade Paulista de Terrenos e Construções Sumaré Ltda. e suas áreas contíguas;”

- “a necessidade de se racionalizar a análise e a aprovação de intervenções físicas nesta área, com base no disposto pelo inciso XI, do Artigo 2º da Lei 10.032, de 16 de dezembro de 1986”.

(Resolução n°01/2005 – Departamento do Patrimônio Histórico/Prefeitura do Município de São Paulo).

Em atenção aos argumentos citados, o Tombamento do Bairro do Sumaré visa preservar o atual traçado urbano, a vegetação, especialmente, a arbórea, a volumetria do conjunto das edificações existentes e as atuais linhas demarcatórias dos lotes, pois são divisões históricas e foram determinantes para o baixo adensamento populacional.

A preservação do Bairro, não significa a proibição de se intervir ou construir na área, porém todos os projetos de construções, reformas (exceto internas e serviços de manutenções) e demolições serão regidas pelas normas da Resolução desse Tombamento e os bens onde incida ou vier a incidir a legislação específica de proteção, não serão permitidas alterações sem a prévia aprovação do CONPRESP. Para intervenção na área de proteção, tendo em vista a preservação desse bem tombado, a Resolução apresenta um conjunto de diretrizes que são consideradas indispensáveis para a consideração de tal ação.

75

5.3 O Plano Regional Estratégico e o Zoneamento

O

bairro do Sumaré é uma área nobre localizado na zona oeste da cidade de São Paulo.

Pertence a subprefeitura da Lapa e sua área é classificada como uma Zona Especial de Preservação Cultural segundo o Plano Regional Estratégico.

Tal documento é responsável por:

“... estabelecer os objetivos e diretrizes de desenvolvimento econômico e social, de qualidade de vida e urbano ambiental, visando à correção dos desequilíbrios, e busca alcançar o desenvolvimento harmônico da região, por meio de prioridades, ações estratégicas relativas:

I. às áreas destinadas às operações urbanas consorciadas com projetos estratégicos e obras específicas;

II. à disciplina do uso e ocupação do solo.” (Anexo VIII – Livro VII. Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Lapa. Pág. 2).

Fig. 105 – Mapa Uso e Ocupação do Solo.

76

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

De acordo com os objetivos do PRE citados acima, a área do Sumaré, classificada como uma Macroárea de Urbanização Consolidada pertencente ao distrito de Perdizes, possui o intuito de manter-se como uma Zona Exclusivamente Residencial, ZER 1, com o controle do uso e ocupação do solo no seu entorno e gabaritos máximos.

Fig. 106 – Tabela de Dimensionamento e Ocupação do lote. Em vermelho a situação que a área de projeto se encontra. Em amarelo o coeficiente adotado para o projeto devido as características atuais da região.

As quadras lindeiras a ZER deverão ter características de uso e ocupação do solo de Zona Mista com gabarito máximo das edificações de 9 metros.

Apesar do bairro estar classificado como uma zona exclusivamente residencial, alguns quarteirões ou eixos, com o passar do tempo foram tornando-se comerciais.

Ocuparam as casas, anteriormente, utilizadas para moradia, ou então surgiram novas construções respeitando o gabarito explícito no dimensionamento de ocupação do lote.

Essas novas ocupações já estão previstas no PRE e em alguns casos já possuem diretrizes como permitir, de ambos os lados das vias estruturais Cardoso de Almeida, Almirante Pereira Guimarães, Arnolfo Azevedo, Paulo VI, Dr. Arnaldo e Heitor Penteado, a instalação de atividades comerciais/ institucionais. Dentre essas atividades estão exemplificadas: escritórios administrativos, sem operação de venda de mercadorias, de firmas, empresas, representação, publicidade e propaganda, agências de turismo, escritórios e consultórios de profissionais liberais, planejamento, projetos, auditoria, consultoria e assessoria, consulados e representações diplomáticas, museus e estacionamentos de veículos.

77

6. UMA PROPOSTA PARA O PROJETO DO MUSEU DO RÁDIO E TELEVISÃO

78

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

6.1 Tema, Local e o Conceito

O

tema Museu de Rádio Televisão e Novas Mídias tem como ideia principal resgatar a memória do bairro Sumaré, principalmente, do quarteirão localizado na Av. Dr. Arnaldo, Av. Professor Alfonso Bovero, Rua Catalão e Rua Piracicaba, que abrigou as primeiras sedes dos estúdios de comunicação de massa do país: a Rádio Difusora e a Tv Tupi.

Atualmente, onde localizava-se a Tv Tupi,

encontramos os estúdios do canal ESPN. Das locações originais, o único edifício que restou é o Edifício modernista Victor Civita. Ele possui sua fachada tombada pelo Condephaat e é projeto do arquiteto Gregório Zolko, até o ano passado sediou as instalações do canal MTV, mas hoje está em processo de venda para abrigar uma nova emissora.

Fig. 107 – Foto aérea de localização da área de projeto.

79

o terreno de projeto se localiza na esquina das Avenidas prof° Alfonso Bovero e dr. Arnaldo, tendo como limites o edifício spazio 222, projeto do arquiteto décio tozzi e a área técnica de uma antena pertencente ao sBt. á área engloba quatro terrenos existentes cujas construções serão desapropriadas: uma padaria, uma casa, dois estacionamentos e uma viela. o edifício victor Civita encontra-se no meio da área de intervenção e apesar de não se propor uma remodelação projetual nos seus espaços internos, a sua relação com o objeto

proposto entra como uma conceituação de interdependência. A viela pertencente a sABesp corta o terreno, “subdividindo” esse quarteirão, conectando a rua Catalão e Av. prof° Alfonso Bovero e não pode abrigar construções em sua superfície por ser protetora de tubulações provenientes do reservatório do Araçá, situado em frente ao terreno e que hoje é um parque. Atualmente um grande matagal toma conta da passagem dessa viela e em suas extremidades há lixeiras para evitar a entrada de pessoas.

Ed. Victor Civita Antena SBT

ESPN SPAZIO 222

Fig. 108 – Mapa localização área de projeto. área de projeto em preto. As edificações em amarelo representam a ocupação resindencial e as em vermelho a ocupação comercial da região.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Fotos da Área e Entorno Áreas desapropriadas para projeto: Av. Prof° Alfonso Bovero:

Área Técnica Antena SBT

Viela

Estabelecimento Comercial

Jardim Residência

Estacionamento

Av. Dr. Arnaldo:

Estabelecimento Comercial

Fotos do Entorno:

Parque Reservatório Sabesp

Spazio 222

Antena SBT

Todas as fotos apresentadas na página 81 são do acervo pessoal de Thais Peres.

81

6.2 Novas Diretrizes Urbanas e o Partido Arquitetônico

Para ocupar grande parte do terreno mas também criar uma nova relação de passeio na área, o programa foi desmembrando em três edifícios: museu - auditório - ensino/ comércio.

Croqui Vista Av. Prof° Alfonso Bovero.

Como partido do projeto levou-se em consideração cinco fatores:

1 - A relação dos três edifícios com o entorno: procurou-se verticalizar o edifício do Museu, igualando-se ao gabarito de seu vizinho o Ed. Spazio 222 e devido ao terreno encontrar-se em uma das regiões mais altas de São Paulo, onde o entorno possui várias “quedas” e a volumetria dessa região ser baixa, aproveitar a visibilidade panorâmica da cidade que pode-se ter a partir dos andares do projeto proposto. Além disso o Edifício Spazio 222 possui um vitral ao centro que ilumina todo espaço de convivência interno, decidiu-se limitar as dimensões do museu até o início desse vitral e quando visto pela praça de entrada, um espelho d’agua rebate no chão as dimensões desse grande caixilho. Criou-se também uma relação dos elementos que compõe as fachadas das três volumetrias propostas com o Ed. Victor Civita.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Vista Av. Prof° Alfonso Bovero Situação Atual A n t e n a

Situação Proposta

ED. V Victor I Civita E L A

Técnica

SPAZIO 222

V I T R A L

Padaria

2 - Uma nova relação de passeio, aproveitando a viela que corta o terreno criando caminhos pelo meio de quadra.

3 - A continuidade dos espaços arborizados que o circundam criando uma praça de ligação desses equipamentos.

4 - O uso das diferentes cotas que ocorrem entre a Av. Dr. Arnaldo e a Av. Alfonso Bovero.

5 - Utilizar o coeficiente de aproveitamento de Zona Mista correspondente a 2,5. Isso porque o quarteirão em que está inserido, não é mais estritamente residencial, e possui uma verticalização diferente de seu entorno.

Desde os primeiros estudos sobre a implantação procurou-se traçar os espaços públicos e conexões do projeto com o entorno, resultando no levantamento dos equipamentos e o que essa área tinha a oferecer ao terreno e o que o objeto proposto faria em troca.

83

Por se localizar na esquina entre a Av. Dr. Arnaldo e Av. Alfonso Bovero e ainda ter como um divisor uma viela em que só era o fundo de lote dos imóveis, descarga de lixo e que não transitavam pessoas, os fluxos foram pensados em conectar as praças do entorno junto ao objeto a ser projetado mas desmembrando esse museu em espaços que poderiam ocorrer externamente ao edifício.

Os primeiros croquis resultaram na possibilidade de transição pelas 3 interfaces (Av. Dr. Arnaldo, Alfonso Bovero e Viela).

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

6.3 O Programa

O Programa foi desmembrado em três edifícios. O Museu abriga a maior parte das atividades programáticas, como exposições, área técnicas, restaurante, espaço para eventos e midiateca. O edificio de ensino abriga as salas para curso e em seu térreo uma livraria.

O auditório, voltado para apresentações de pequeno porte, como palestras, cursos é um edifício independente dos outros dois.

85

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Procurou-se utilizar o coeficiente máximo de aproveitamento, com quase 5.800m² de área construída. A taxa de ocupação também foi perto da máxima com um total de 951m² e considerando 330m² de área permeável.

As áreas externas também foram pensadas para que possam receber algumas das atividades do museu, auditório e ensino. A praça além de conectar os edifícios poderá ser utilizada pelos mais variado usos e eventos esporádicos.

Devido à uma grande necessidade técnica de operação, as áreas de apoio ao museu, foram pensadas em ocupar um pavimento inteiro com atividades como oficinas de manutenção e restauro, depósitos para os acervos, área de montagem, docas e staff de funcionários.

No Plano Regional Estratégico, para atividades como museu, é necessário a previsão de estacionamento para veículos mesmo a área sendo bem abastecida de transporte público, com vários pontos de ônibus ao seu redor e a estação de Metrô Sumaré. Considerando esse fator, foi previsto um estacionamento com dois pavimentos com a capacidade de receber 230 veículos.

87

6.4 O Projeto Implantação

A partir dos primeiros estudos, mas já passando por uma análise da área, do programa a ser implantado e das necessidades desse museu considerando os desníveis a serem enfrentados, a composição desse espaço sofreu algumas alterações. Passou-se a ter uma transição pelo meio da quadra porém com apenas dois acessos públicos que adentravam a praça que compõe o projeto: um localizado na Av. Alfonso Bovero e o outro pela viela representados pelas setas vermelhas. Os edifícios passaram a ter acessos voltados para o meio do lote, a praça passou a amarrar o percurso entre eles mas também com os equipamentos do entorno: o parque do reservatório da Sabesp e a praça Rubens do Amaral e com todo o meio da quadra, idealizando que os lotes existentes se abram à essa nova conexão. As setas azuis representam um acesso restrito a funcionários e a uma parte que teve que ser reservada às áreas técnicas do museu, aproveitando o desnível das cotas das Avenidas.

P A R Q U E S A B E S P

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P

P A R Q U E S A B E S P

O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

PR RA AÇ A Ç AR U B RE UN S

B EA. E N S A.

Implantação

Auditório Viela

Ed. Victor Civita

Ensino Praça

MUSEU

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Perspectiva vista Av. Profº Alfonso Bovero. Ao centro o edifício Victor Civita, ao lado esquerdo a viela de conexão e o auditório, por final ao lado direito do edifício o acesso a praça e o Museu.

O Térreo Av. Prof° Alfonso Bovero

Os programas implantados no térreo de todos os edifícios foram pensados para que se tivesse uma maior relação de continuidade com a rua e atividades cotidianas.

No térreo do museu além da bilheteria e átrio, encontra-se o restaurante na esquina das duas Avenidas. A livraria e o edifício independente do auditório servem de área de comércio e espaços de continuidade de exposição.

A praça conecta os três edifícios e proporciona um espaço de lazer e respiro de quadra. O piso do térreo foi pensado de acordo com essa conexão dos edifícios. O deck de madeira amarra os acessos e o piso em placas de concreto possibilita a continuidade de uma exposição fora do edifício.

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Térreo Av. Prof° Alfonso Bovero

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O Museu

O edifício que abriga as atividades expositivas possui 10 pavimentos. Aproveitando a diferença de cotas de quase 3m entre as Avenidas e a necessidade de uma grande área técnica de depósito e manutenção, a entrada da Dr. Arnaldo é voltada somente aos funcionários e acesso aos dois pavimentos de estacionamento. É um pavimento semi- enterrado, grande parte ventilado e iluminado por um fosso inglês que além de abrigar o apoio de funcionários, concentra toda a parte de depósito de acervos, doca e oficinas de manutenção.

Térreo Av. Dr. Arnaldo 92

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Elevação 1 - Av. Dr. Arnaldo

Perspectiva Av. Dr. Arnaldo

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A entrada principal do Museu é realizada na Av. Alfonso Bovero, o térreo abriga um restaurante com capacidade de 80 lugares, a recepção com bilheterias e guarda volumes.

O átrio possui um pé direito quádruplo em que um grande caixilho com estrutura metálica em arco demarca a transparência desse recinto. A estrutura do museu em concreto fica bastante evidente nesse espaço com os pilares redondos que demarcam o limite dos pavimentos superiores. Além disso, no pavimento térreo do museu se encontra uma sala reservada a Curadoria e Programação com uma sala de reunião.

Na Perspectiva abaixo vemos o Acesso a Praça, ao fundo o Edifício Spazio 222 e o espelho d’água que rebate no chão o vitral desse edifício. A passarela com estrutura em concreto revestida com chapas metálicas e com guarda-corpo de vidro, une o Museu e o edifício de ensino. O acesso à livraria se dá ao lado esquerdo, ao entrar na praça pela Av. Alfonso Bovero, em frente à um dos acessos do Museu.

Perspectiva acesso praça interna, vista entrada do Museu e Livraria.

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O Caixilho do átrio possui uma dimensão de 20m de largura por 17m de altura subdividido em vidros laminados com uma modulação de 0,75 de altura por 2,40. Esses vidros estão fixados em montantes horizontais que se prendem nos arcos metálicos. Entre os vidros o encaixe é realizado por juntas de silicone.

Ao todo são sete montantes verticais com espaçamento a cada 2,5m entre si. Os montantes estão contraventados por 3 grandes estruturas metálicas circulares que passam em diferentes alturas.

Na perspectiva abaixo vemos a partir do primeiro pavimento, o grande caixilho que ilumina o átrio e os corredores de acesso à esquerda a midiateca e à direita a passarela de acesso do edifício de ensino:

Perspectiva vista átrio a partir do 1° pavimento.

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O primeiro pavimento recebe uma midiateca que por uma passarela se conecta ao edifício com salas para cursos. No edifício independente há o auditório para 200 pessoas.

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Do segundo ao quarto pavimento há as exposições permanentes, são grandes espaços abertos que no centro se interrompem com uma sala de projeções com pé direito triplo. A circulação vertical nesses pavimentos realiza-se nas duas extremidades, podendo pensar um circuito expositivo realizado de baixo para cima ou vice-versa.

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Abaixo a sala de pé direito triplo de projeções que corta o meio dos pavimentos de exposições permanente.

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O quinto e sexto pavimentos são destinados aos espaços de exposição temporárias e eventos. Nesses pavimentos o grande caixilho que se abria para o átrio e a praça nos pavimentos inferiores se fecha e as aberturas voltam-se para o outro lado do edifício, possibilitando um panorama da cidade.

5

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Corte C

Corte E

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Ensino e comércio: O edifício que abriga ensino e comércio está colado na empena onde se tinha a padaria ao lado do edifício Victor Civita. Possui apenas dois pavimentos pois seu edifício vizinho possui aberturas para sua lateral. No pavimento térreo possui uma livraria com um café, o acesso é realizado pelo meio da praça. O segundo pavimento se conecta apenas com a passarela do museu, possui três salas de workshop e não há circulação vertical que o liga diretamente ao térreo.

Elevação 5

Corte B 101

O Auditório: O auditório se localiza ao lado da viela e de frente para o painel com figuras indígenas do artista plástico Gershon Knispel, no Ed. Victor Civita. Foi proposto no térreo uma pele de vidro que engloba o foyer, possibilitando uma relação com o passeio contínuo da viela. No primeiro pavimento o auditório, agora com uma fachada maciça, possui 200 lugares e um segundo foyer

Elevação 4

Corte A

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Perspectiva Vista Dr. Arnaldo

Elevação 1 103

6.5 Sistemas Tecnológicos

Para solucionar a estrutura do caixilho de 17 metros de altura, foram pensados estrutura metálicas em arco com um espaçamento de 2,5m entre elas e contraventadas por tubos circulares. Elas seguram os montantes horizontais onde os vidros estão fixados. Entre eles não há caixilho, eles estão separados por juntas de silicone.

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Devido ao entorno baixo e uma grande abertura voltada para o Noroeste foram pensados bises de proteção solar sobre o caixilho fixo.

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CONCLUSÕES FINAIS

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N

a cidade contemporânea encontramos resquícios do patrimônio arquitetônico do passado. Ao se intervir em áreas que apresentam uma identidade histórica ou até mesmo diretamente no objeto que carrega o valor de uma memória coletiva, o arquiteto escolherá entre duas linhas de pensamento: o resgate do significado daquela área/ edificação ou a recuperação do objeto físico mas visando um uso ao qual seja distinto do seu original e até mesmo com características arquitetônicas que se diferem de sua concepção. Apesar das duas linhagens serem completamente diferentes, elas partem do mesmo ponto: a tentativa de manter um patrimônio arquitetônico em um novo panorama urbano.

Em uma cidade como São Paulo, que diariamente vemos mudanças no espaço urbanizado, muitos patrimônios se perderam. As demolições constantes desses bens geram uma ruptura histórica do processo de ocupação daquela região. Esse trabalho visa apresentar uma solução de intervenção urbana cuja finalidade seja enaltecer o significado da área de projeto, onde a história da comunicação de massa do país, que se iniciou há muitos anos, ainda se encontra “viva”, principalmente, pelos poucos bens arquitetônicos ainda presentes.

A escolha de não se intervir no próprio objeto resultou de uma análise que, naquele caso específico, os bens arquitetônicos ali existentes continuam até hoje com a mesma finalidade de uso ao qual se originaram e a proposta do novo projeto arquitetônico do Museu de Rádio Televisão e Novas Mídias entraria nesse cotidiano com uma relação de interdependência dos edifícios já existentes.

Outro fator que esse trabalho visa realçar é a importância da criação de espaços arquitetônico qualificados para armazenamento e exposição da memória cultural permitindo a permanência da identidade de uma população.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

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109

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Fig.02- Imagem disponível em <http://www.fm94.rj.gov.br/index.php/controladorhistorico>.

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Fig.03- ALVES, Vida. TV Tupi: uma linda história de amor. São Paulo, Imprensa Oficial, 2008.

Fig.04- ALVES, Vida. TV Tupi: uma linda história de amor. São Paulo, Imprensa Oficial, 2008.

Fig.05- Imagem disponível em <http://df.divirtasemais.com.br/app/noticia/tv/2014/03/02/ noticia_tv,147666/serie-do-cachorro-mais-famoso-dos-estados-unidos-completa-60-anosem-outubro.shtml>. Acesso em 22/11/2014, às 22:13.

Fig.06- Imagem disponível em <http://50anosdetextos.com.br/2009/recordacoes-de-umafinal-de-festival/>. Acesso em 20/11/2014, às 08:14.

Fig.07- Imagem disponível em <http://masp.art.br/2013/masp_timeline>. Acesso em 22/11/2014, às 09:25.

Fig.08- Imagem disponível em <http://tecnoblogunifacs.blogspot.com.br/2011/11/ tecnologias-contemporaneas-e-o-mundo-do.html>. Acesso em 21/11/2014, às 15:21.

Fig.09- Fonte: Acervo de Imagens Rede Globo.

Fig.10- Fonte: Acervo de Imagens Jornal “O Estado de São Paulo“.

Fig.11- Imagem disponível em <http://www.museudatv.com.br/protv/?page_id=21>. Acesso em 14/08/2014, às 20:28.

Fig.12- Imagem Acervo pessoal Thais Peres.

Fig.13- Imagem disponível em <http://www.museudatv.com.br/protv/?page_id=21>. Acesso em 14/08/2014, às 20:40.

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O Bairro do Sumaré: Evolução Urbana e Memória

Fig.14- Imagem Acervo pessoal Thais Peres.

Fig.15Imagem disponível em <http://www.unesco.org/new/fileadmin/ MULTIMEDIA/FIELD/Brasilia/images/brz_clt_rio_ janeiro_world_heritage_2012.jpg>.

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Fig.19- MELENDEZ, Adilson. Reorganização da área interna abre espaço para projeto cultural.

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Fig.20- Imagem disponível em < http://www.belasartes.br/chocolatedigital/wp-content/ uploads/2013/02/12335862.jpeg >. Acesso em 23/10/2014, às 15:20.

Fig.21- MELENDEZ, Adilson. Reorganização da área interna abre espaço para projeto cultural.

Projeto Design, edição 345, novembro de 2008.

Fig.22- Desenho Técnico cedido peo escritório Brasil Arquitetura.

Fig.23- MELENDEZ, Adilson. Reorganização da área interna abre espaço para projeto cultural.

Projeto Design, edição 345, novembro de 2008.

Fig.24- MELENDEZ, Adilson. Reorganização da área interna abre espaço para projeto cultural.

Projeto Design, edição 345, novembro de 2008.

Fig.25- MELENDEZ, Adilson. Reorganização da área interna abre espaço para projeto cultural.

Projeto Design, edição 345, novembro de 2008.

Fig.26- MELENDEZ, Adilson. Reorganização da área interna abre espaço para projeto cultural.

Projeto Design, edição 345, novembro de 2008.

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Fig.27- MELENDEZ, Adilson. Reorganização da área interna abre espaço para projeto cultural.

Projeto Design, edição 345, novembro de 2008.

Fig.28- MELENDEZ, Adilson. Reorganização da área interna abre espaço para projeto cultural.

Projeto Design, edição 345, novembro de 2008.

Fig.29- Desenho Técnico cedido pelo escritório Brasil Arquitetura.

Fig.30- Desenho Técnico cedido pelo escritório Brasil Arquitetura.

Fig.31- Desenho Técnico cedido pelo escritório Brasil Arquitetura.

Fig.32- Desenho Técnico cedido pelo escritório Brasil Arquitetura.

Fig.33- Escritório CAT.ARQ. Fig.34- Imagem MIS-SP. Fig.35- Imagem disponível em <http://arteoque.wordpress.com/category/espacos/museus/>.

Acesso em 26/11/2014, às 10:25.

Fig.36- Escritório CAT.ARQ. Fig.37- Revista Projeto e Design.

Fig.38- Revista Projeto e Design.

Fig.39- Revista Projeto e Design.

Fig.40- Escritório CAT.ARQ Fig.41- Escritório CAT.ARQ Fig.42- Escritório CAT.ARQ Fig.43 à 48- Imagem MIS-SP.

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Fig.49 à 51- Revista Projeto e Design.

Fig.52 à 55- Desenhos Técnicos cedido pelo MIS-SP. Fig.56 e 57- Revista Projeto e Design.

Fig.58 e 59- Prefeitura de São Paulo.

Fig.60- Mapa cedido pelo Museu da cidade de São Paulo.

Fig.61- Google Maps. Acesso em 10/06/2014, às 22:30.

Fig.62 e 63- Mapas da Prefeitura de São Paulo.

Fig.64 e 65- Arquivo Histórico de São Paulo.

Fig.66- Secretaria de Estado de Economia e Planejamento. Instituto Geográfico e Cartográfico.

Fig.67- Acervo de Imagens SABESP. Fig.68- Secretaria de Estado de Economia e Planejamento. Instituto Geográfico e Cartográfico.

Fig.69- Imagem disponível em <http://www.hcnet.usp.br/historiahc/historia.htm>. Acesso em 22/10/2014, às 15:25.

Fig.70- RIBEIRO, Sylvia Aranha de Oliveira. Sumaré: gente em busca da flor.

Fig.71- Arquivo Histórico de São Paulo.

Fig.72- Revista Acrópole.

Fig.73- Arquivo Histórico de São Paulo.

Fig.74- Arquivo Histórico de São Paulo.

Fig.75- Acervo de Imagens Cia City.

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Fig.76 à 78- Arquivo Histórico de São Paulo.

Fig.79- Diário da Noite, 13/09/1941, p.14.

Fig.80- Revista Acrópole.

Fig.81- Desenho Técnico cedido pelo escritório Brasil Arquitetura.

Fig.82- Mapa Geoportal.

Fig.83- Google Maps. Acesso em 05/04/2014, às 20:30.

Fig.84- Google Maps. Acesso em 12/11/2014, às 22:40.

Fig.85- Arquivo Histórico de São Paulo.

Fig.86- Arquivo Histórico de São Paulo.

Fig.87- Arquivo Histórico de São Paulo.

Fig.88 à 90- Revista Acrópole.

Fig.91 à 97- Arquivo Histórico de São Paulo.

Fig.98- Revista Acrópole.

Fig.99- Imagem Acervo pessoal Thais Peres.

Fig.100 à 102- . Imagens disponíveis em < http://www.homembala.com.br/gershon >. Acesso em 10/10/2014, às 13:22.

Fig.103- . Imagem disponível em < http://pratec.com.br/empreendimentos/comercial/mtv/ MTV01.jpg>. Acesso em 10/11/2014, às 13:33.

Fig.104 - Revista Acrópole.

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Fig.105 - Anexo VIII –Livro VII. Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Lapa. Mapa 04.

Fig.106 - Tabela de Uso e Ocupação do Solo. Anexo VIII –Livro VII. Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Lapa.

Fig.107- Google Maps. Acesso em 20/11/2014, às 20:40.

Fig.108- Google Maps. Acesso em 11/11/2014, às 20:20.

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