Narrativas do IDE 3ª edição

Narrativas Ano IV, Nº 3 | Agosto de 2015

Narrativas

INFORMATIVO DA 3ª EDIÇÃO DO CONCURSO ESCOLA DE LEITORES – NATAL-RN

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No mundo

Iniciativas potiguares levam educadores de Natal para Colômbia

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Parceria

Quando o poder público abraça a causa da leitura

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Voz que ecoa IDE é ouvido em discussões importantes em Brasília

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Senhor gestor A carta da Colômbia pelo direito à leitura

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Narrativas

Exemplos inspiradores Bons exemplos sempre inspiram. Nada mais pedagógico do que a experiência. Professores de escolas públicas de Natal, São Paulo, Rio de Janeiro puderam sentir – muito mais do que visitar – diversas bibliotecas-modelo e marcos da literatura, nacionais e internacionais, por meio do concurso “Escola de Leitores”, que constitui uma ação do programa “Prazer em Ler”, do Instituto C&A, cujos parceiros em Natal são o Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) e a Secretaria Municipal de Educação (SME).

Cinco escolas da Rede Municipal de Ensino de Natal foram contempladas na 3 edição: Ferreira Itajubá, Monsenhor Joaquim Honório, Professor Carlos Bello Moreno, Professor José de Andrade Frazão e Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Amor de Mãe.

Dois representantes de cada uma dessas instituições vencedoras do concurso tiveram a oportunidade de conhecer e vivenciar iniciativas bem-sucedidas de políticas públicas para o desenvolvimento de leitores, em Medellín e Bogotá, na Colômbia. “O Concurso ‘Escola de Leitores’ reconhece os projetos de promoção da leitura de unidades de ensino que se empenham na tarefa de formar leitores. O mais extraordinário é veri�icarmos que não precisa de muito para motivar uma comuniConcurso reconhece projetos de promoção da leitura no Estado dade escolar a implementar ações sistemáticas. É totalmente possível o poder público fazer para as demais do RJ, o que favoreceu ainda mais o processo de inte- dessa questão para pensar uma sociedade melhor. escolas o que o Instituto C&A faz para as vencedoras: gração e troca. Além disso, poder visitar a Biblioteca A intenção do concurso é valorizar ações que já esrecursos para aplicar no projeto, formação e acompa- Nacional, que existe há mais de 200 anos, e bibliote- tão sendo feitas nas escolas, e maximizá-las para o nhamento da escola por pro�issional quali�icado, opor- cas-parques inspiradas na Colômbia foi importante desenvolvimento do leitor”, frisa Canônica. tunidades de trocas com projetos de outras cidades e para que os educadores pudessem relacionar tudo A primeira edição do concurso “Escola de Leitoaté de outro país. Porém, sabemos que somente polí- isso com o que veriam naquele país, assim como iden- res” aconteceu entre 2009 e 2010, quando foram seleticas públicas garantem tais investimentos”, observa ti�icar que não basta transferir a ideia de um territó- cionados projetos de leitura de 22 escolas nas cidades Cláudia Santa Rosa, diretora executiva do IDE. rio para outro”, analisa o coordenador do programa de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Natal (RN), ParNo ano passado, instituições de ensino com pro- Prazer em Ler, do IC&A, Volnei Canônica. namirim (RN) e Paraty (RJ). A segunda edição, entre jetos de incentivo à leitura e de promoção de leitores Da “cidade maravilhosa’, a viagem seguiu para 2011 e 2012, constou da implementação de 24 proforam selecionadas nas três cidades brasileiras. Cada o território colombiano, iniciando pela cidade de jetos em escolas de São Paulo, Rio de Janeiro, Natal e escola vencedora recebeu R$ 15 mil para desenvol- Medellín, berço das principais políticas de biblio- Porto Alegre (RS). ver o projeto, entre setembro de 2014 e dezembro de tecas públicas da Colômbia, e depois por Bogotá, 2015, além do acompanhamento técnico de uma or- primeira metrópole latino-americana a receber da REPRESENTANTES DAS ESCOLAS DE NATAL QUE ganização formadora com a intenção de potencializar Unesco, em 2007, o título de Capital Mundial do PARTICIPARAM DO INTERCÂMBIO NESTE ANO as ações de promoção da leitura. “Estamos aqui para Livro. A programação incluiu ainda palestras, conSayonara Christiane Gomes e Jucélia Pereira de apoiar todas as ações que venham fortalecer o hábito versas com escritores e contato com especialistas Araújo, da E. M. Ferreira Itajubá; Laura Maria Ferda leitura nas escolas”, destacou a secretária de Edu- em promoção da leitura, como o biblioteconomista nandes Freire e Mércia Saronaya Praxedes, da E. M. cação de Natal, Justina Iva. Didier Álvarez, professor associado da Escuela In- Monsenhor Joaquim Honório; Fátima Mota e Simone A edição 2015 do “Escola de Leitores” teve novi- teramericana de Bibliotecología da Universidad de Leite, da E. M. Professor Carlos Bello Moreno; Maria dades, que enriqueceram ainda mais a experiência: Antioquia, e a biblioteconomista Silvia Castrillón, Edivânia de Morais e Rosangela Maria Moura Silva, houve uma etapa preparatória no Rio, incluindo a vi- profissional de referência em leitura literária. O in- da E. M. Professor José de Andrade Frazão e Ana Karsita às bibliotecas referenciais no Brasil. No roteiro, tercâmbio englobou ainda o diálogo com escritores la Gomes de Araújo e Nayara Mateus do Nascimento integrou-se o tradicional e o moderno, com a Biblio- colombianos de literatura infantil e juvenil, como Barbosa, do CMEI Amor de Mãe. A experiência viteca Nacional e a Biblioteca Parque de Manguinhos. Yolanda Reyes, Pedro Badrán e Jaime Bultrago. “Te- venciada em cada projeto selecionado está detalha“A viagem teve muitos pontos positivos e um deles foi mos aprendido a importância de se colocar a lite- da nas páginas a seguir, a partir do depoimento das começar pelo Brasil, trazendo professores e gestores ratura como ato político. Um país precisa cuidar próprias educadoras responsáveis.

Expediente

INFORMATIVO DA 3ª EDIÇÃO DO CONCURSO ESCOLA DE LEITORES – NATAL-RN

-------------------------------------INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (IDE) Av. Antônio Basílio, 3066 Sala 105, Ed. Lagoa Center – Lagoa Nova CEP 59056-500 | Natal-RN --------------------------------------

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SITE www.ideducacao.org.br EDIÇÃO Priori Comunicação Estratégica -------------------------------------TEXTOS Ana Karla Gomes, Angélica Vitalino, Carolina Candido do Amaral, Cláudia Santa Rosa, Jocélia Pereira de Araújo, Laura Maria Fernandes Freire, Maria Edvânia de Morais A. Silva, Maria de

Fátima Mota de Moraes Lopes, Mércia Saronaya Praxedes da Silva, Miriam Dantas de Araújo, Nayra Mateus, Octávio Santiago, Rosa Magda dos Santos, Rosângela Maria de Moura Silva, Sayonara Christiane Gomes de Melo Macêdo, Simone Leite da Silva Peixoto, Taciana Chiquetti -------------------------------------FOTOS Arquivo

GRÁFICA RN Econômico -------------------------------------TIRAGEM 1.500 exemplares -------------------------------------ESCOLAS VENCEDORAS CMEI Amor de Mãe, Escola Municipal Ferreira Itajubá, Escola Municipal Monsenhor Joaquim Honório, Escola Municipal Professor Carlos Bello Moreno e

Escola Municipal Professor José de Andrade Frasão -------------------------------------ASSOCIADOS DO IDE Adélia Alice de Medeiros, Cláudia Santa Rosa, Eleika Bezerra Guerreiro, Geraldo Batista de Araújo, Ione Campos Freitas, Laércio Segundo de Oliveira, Maria Evania de Oliveira, Matilde Carlos Fernandes, Raimunda Maria Silva e Tácia Maria Ataíde Pereira

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Narrativas

Parceria com o Poder Público é fundamental para viabilizar projetos

Tecendo fios para a formação de leitores

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Por Carolina Candido do Amaral, Miriam Dantas de Araújo e Rosa Magda dos Santos (Secretaria Municipal da Educação de Natal-RN) Espaço, leitor, texto, voz mediadora: �ios que se tecem para construir esta urdidura simbólica que é a leitura – especialmente a leitura de literatura – trama indispensável à formação de leitores. Como processo de construção de sentidos, a leitura de literatura envolve o leitor em uma rede de símbolos, criando um vínculo direto com a sua imaginação, suas emoções, seus sentimentos, possibilitando-lhe compreender a si mesmo e ao outro, o que a torna indispensável à formação humana e cidadã.

Na Secretaria Municipal de Educação (SME), esse processo foi tantas vezes tecido e outras tantas, desfeito. Tivemos, no �inal da década de 1980 até o início dos anos 1990, o programa “Biblioteca Sempre Viva”, coordenado pela professora Almaiza Fernandes que, por meio de encontros, o�icinas, saraus e outras ações, conseguiu despertar a chama adormecida nos professores que atuavam nas bibliotecas/salas de leitura das escolas da rede. Em mais uma tentativa, um grupo de educadores da SME, em 2006, ministrou o curso: Professor leitor: mediador de leitura, em convênio com o Ministério de Educação. Mesmo tendo grande aceitação pelos educadores, o curso não teve continuidade. Como se pode observar, a fragilidade das políticas públicas de leitura foi se esgarçando e desfazendo essas tramas.

Mas, novos �ios foram se entrelaçando. Em 2010, a SME aceitou o desa�io de tecer nova trajetória em prol da leitura, em parceria com o programa “Prazer em Ler”, do Instituto C&A que, através do projeto “Escolas Leitoras”, envolveu também a Secretaria Estadual de Educação, a Secretaria de Educação de Parnamirim e o Instituto de Desenvolvimento da Educação – IDE, como instituição formadora, junto

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A LEITURA LITERÁRIA SE AMPLIA E SE SUSTENTA CADA VEZ MAIS NUMA REDE DE LEITORES QUE BUSCAM A LEITURA POR PRAZER com a SME. A partir de então, os educadores da rede tiveram a oportunidade de participar de seminários, fóruns e encontros de formação, enriquecendo suas experiências e de seus educandos. E as bibliotecas escolares ganharam novos matizes, passando, pouco a pouco, a se constituírem em espaços potencializadores de magia, emoções e descobertas, pelas mãos e vozes de professoras e professores, alunas e alunos mediadores de leitura, em atividades como rodas de socialização de leitura, saraus, encontro com autores e outras.

A parceria trouxe para as unidades escolares da rede municipal de ensino de Natal, a possibilidade de

participação, em 2011 e em 2014, do Concurso “Escola de Leitores”. Como uma ação do programa “Prazer em Ler,” o Concurso foi um novo tear que propiciou a tessitura de projetos envolvendo as escolas em ações de promoção da leitura, para além dos seus muros. As escolas vencedoras do Concurso – cinco a cada edição – passaram a contar com formação e acompanhamento pedagógico, um prêmio em dinheiro, que possibilitou reestruturar os espaços de leitura e ampliar o seu acervo literário. Além disso, dois educadores de cada escola participaram de uma viagem de intercâmbio à Colômbia, país referência em políticas públicas de leitura na América Latina.

Para arrematar esses �ios, a SME vem desenvolvendo ações propositivas tendo em vista a efetivação de uma política de leitura. Nesse sentido, foi constituído o Comitê Gestor do Plano Municipal de Leitura Literária na Escola (PMLLE), ampliada a formação para toda a rede e novo acervo já foi adquirido para ser distribuído às escolas.

Assim, podemos a�irmar que a participação no projeto “Escola Leitoras” vem possibilitando aos professores mediadores puxarem outros �ios e mais outros, que se entrelaçando nos encontros de formação, criam uma rede de leitores: os saraus ganham novas nuances, surgem clubes de leitura , professores e alunos passam a demonstrar preferências por gêneros e autores, a comentar e recomendar livros, a se preocupar com a prosódia, a ouvir com mais atenção a leitura do outro e adquirir outros comportamentos leitores. Nessa urdidura tecida por tantas mãos e tantos �ios, a leitura literária se amplia e se sustenta cada vez mais numa rede de leitores que buscam a leitura por prazer.

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Narrativas Letras capazes de preencher um vão Por Angélica Vitalino (Instituto de Desenvolvimento da Educação - IDE) “Por mais rosas e lírios que me dês. Eu nunca acharei que a vida é bastante. Faltar-me-á sempre qualquer coisa”. A denúncia feita pelo mais universal poeta português, Fernando Pessoa, anuncia a inutilidade das ações e a incompletude do ser. Evidentemente que esta lacuna na alma humana não é um assunto dos mais empolgantes, mas é necessário que dela nos ocupemos.

Porque trazemos conosco essa margem de incompletude e ausência, talvez isso ateste a busca que nos empenhamos ao longo de nossa vida.

Quase duas dezenas de profissionais da docência empenhados em preencher este vão: são os representantes das escolas vencedoras da 3ª Edição do Concurso “Escola de Leitores” nas escolas de Natal/RN. Junto com estes tais, uma professora, em igual disposição.

O empenho da instituição formadora em Natal – o Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE)– é na busca pelo aprimoramento e consolidação de projetos de promoção de leitura vitoriosos, entendendo a necessidade de mediadores de leitura preparados e competentes nas diferentes perspectivas e igualmente comprometidos. A busca é pelo tudo, assim como o fez Pessoa, relutando em admitir que ele não existe.

Afinal de contas, o que é uma mediação de leitura senão uma situação em que duas ou mais pessoas estabelecem uma relação por meio da leitura e do contato com os livros - de Fernando Pessoa ou qualquer outro literato. Ora, se a leitura de um texto é plural, perdurável também deve ser a formação destes profissionais. Lançamo-nos, então, diante da teoria de Silvia Castrillón, Délia Lerner, Yolanda Reyes; em um espiral de formação mensal, passeando pelas escolas e conhecendo seus respectivos espaços de leitura. Uma oportunidade para o debate profundo entre aqueles comissionados a serem multiplicadores dessas ideias e ações junto às instituições que representam foi, também, a participação na Feira Literária de Natal, em novembro de 2014, e o Fórum da Rede Potiguar de Escolas Leitoras, em abril de 2015, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

O indivíduo só é o que é na relação com outras pessoas. Isso justi�ica a busca do vazio na pessoa do outro. Durante as visitas de acompanhamento, discursos leves, a despeito do tema da promoção da leitura, tão profundo e relevante. Observamos as mediações de leitura feita às crianças e, quando necessário, fazíamos as devidas intervenções, após o momento. Embaralhamos-nos nas leituras de Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Bartolomeu Campos de Queirós, Affonso Romano de Sant’Anna e tantos outros todos igualmente tensos e inquietos!

Incompletos! As ‘rosas e lírios’ que nos cercam e amenizam a caminhada.

Nestes meses, sentimos os avanços evidentes dos mediadores; realidade esta observada através do desempenho dos mesmos nas formações, socialização das experiências, nas leituras compartilhadas, nas oficinas e na participação e intervenções nas palestras ministradas, bem como nas ações desenvolvidas nas respectivas escolas, o que tem permitido a construção de uma nova mentalidade no que diz respeito à formação política dos educadores envolvidos, enfrentando sua margem de incompletude.

Ser mediador de leitura - ninguém duvida - não é nada fácil, a despeito do conceito errado que, a ele,

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Mediador de leitura: na linha de frente contra o passado de não leitores

cabe apenas os empréstimos de livros. Enfrentar o desa�io de um passado não leitor em nosso país exige uma grande dose de coragem e muito trabalho.

O ato de promover a leitura, em uma escola pública hoje, exige uma disposição para dar vida aos livros que, de forma alguma, devem adormecer empoeirados nas estantes. O intuito de tais objetos é ofertar a

ilusão do preenchimento.

Entender e aceitar a própria incompletude são tarefas que chegam na maturidade. Ainda ‘falta alguma coisa’; ainda ‘não é o bastante’, já profetizava um dos maiores escritores da Língua Portuguesa. Quem sabe encontre mos o sentido para a vida em algum Livro especial que possa agregar sentido à vida.

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Narrativas

Iniciativa envolve não só estudantes, mas toda a comunidade escolar

Os saberes e sabores da leitura

Por Maria de Fátima Mota de Moraes Lopes e Simone Leite da Silva Peixoto (Escola Municipal Professor Carlos Bello Moreno) A Escola Municipal Professor Carlos Bello Moreno, preocupada com a formação integral do aluno e por entender que a leitura literária é �io condutor para realização desse processo, resgata a importância do ato de ler como uma prática social que possibilita a formação do pensamento investigativo, crítico, re�lexivo, criativo e interativo, oportunizando um novo olhar perante as situações vivenciadas.

Concordamos integralmente com as palavras da professora Marly Amarilha, que escreveu: “Literatura é arte e comunicação, assim como arte é testemunho da inventividade humana, tendo por matéria prima a palavra, e como comunicação é discurso que se oferece ao diálogo promovendo a experiência da interlocução na busca pelo outro para se fazer entender e se completar.

Desta forma, �ica evidente que a leitura de literatura serve para que nos reconheçamos como humanos. Então, a ideia de que ler é redescobrir mundos, nos leva a ampliar o conceito de leitura despertando para “Os Saberes e Sabores da Leitura Literária”, provocando toda a comunidade escolar para o deleite e vivência de uma ação prazerosa no cotidiano. Através da construção de uma prática leitora, queremos ressigni�icar a relação escola e família, ressaltando a importância do ato de ler.

Por conseguinte, nossa escola tem realizado um projeto de leitura que abrange as turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I, turnos matutino e ves-

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pertino, e toda a comunidade escolar. Tal projeto foi contemplado no concurso Escola de Leitores, promovido pelo Instituto C&A na sua 3ª edição, possibilitando formação continuada, por meio do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), para os professores envolvidos no projeto, bem como uma viagem de intercâmbio para à Colômbia com o intuito de conhecer o Sistema de Bibliotecas Parques em Medellín e Bogotá.

Essa experiência permitiu um olhar ainda mais aprimorado sobre a importância da leitura nos diversos espaços da sociedade, principalmente nas bibliotecas.

Silvia Castrillón (2015) a�irma que a leitura nos possibilita uma melhor compreensão do mundo, sendo assim é improvável uma educação de qualidade que não seja fundamentada em políticas públicas e�icazes, que viabilizem o acesso da população aos bens culturais, entre eles um dos mais importantes, o livro.

Durante o Intercâmbio Escola de Leitores, percebemos que é possível criar bibliotecas com espaços lúdicos, aconchegantes e atrativos, investindo na formação cultural de todos os cidadãos. A oportunidade concedida, em conhecer iniciativas inspiradoras para o desenvolvimento da leitura na Colômbia e as visitas às bibliotecas, nos tornaram ainda mais exigentes e comprometidos com o principal objetivo do projeto, que é o de incentivar a prática da leitura literária, tornando-a fundamental no processo de transformação dos saberes.

Yolanda Reyes (2015) defende que quando lemos uma história para a criança estamos dando a oportunidade de ela contar sua própria história, ajudando-a a construir linguagem simbólica. Portanto dentre as atividades realizadas por nossa escola, destacamos as seguintes: visitas à biblioteca, com horário para todas as turmas e também o recreio literário; leitura no banco: enquanto os pais aguardam a saída de seus �ilhos, acontecem prazerosos momentos de leitura; formação de grupos mediadores: alunos que passam nas salas de aula realizando mediação de leitura; encontros com escritores na escola; visitas à livraria e feiras de livros.

Também podemos destacar a ciranda de leitura; a mediação de leitura em espaços públicos: Secretaria Municipal de Educação (SME), praia de Ponta Negra, mercadinhos próximo à escola; a participação de professores em seminários, congressos e até intercâmbio a nível internacional. Sem esquecer de ações como a Gincana Literária, o concurso de poemas, contos e logomarca do projeto e as o�icinas de arte e artesanato com mediação literária, entre outros.

O projeto tem se consolidado e percebemos mudanças signi�icativas dos sujeitos envolvidos no que diz respeito às práticas da leitura literária. Com os resultados, observaram-se o despertar da leitura na escola e comunidade, e que ela pode contribuir para estreitar as inter-relações entre o texto literário e o leitor.

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Projeto dá visibilidade ao papel da leitura na formação escolar

Na diversidade das leituras

Por Mércia Saronaya Praxedes da Silva e Laura Maria Fernandes Freire (Escola Municipal Monsenhor Joaquim Honório) O projeto “Na Diversidade das Leituras” tem por objetivo fomentar, em toda a comunidade escolar, o desejo pelo mundo da leitura, descobrindo o prazer de ler, reler, escrever e contar o que leu. Ler signi�ica re�letir, pensar, estar a favor ou contra, comentar, trocar opiniões, posicionar-se, en�im, exercer desde cedo a cidadania. Desta forma, este projeto vem dar visibilidade ao papel da leitura na formação escolar, assim como, atender a uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Escola Municipal Monsenhor Joaquim Honório, situado no bairro Alecrim, que é contribuir com a formação de alunos leitores.

Compreendendo que a aprendizagem do indivíduo é algo que deve ser construído socialmente no âmbito das relações humanas, esse projeto utiliza várias estratégias de leitura para o seu desenvolvimento. Dentre elas temos: Rodas de leituras; Produção de textos e reconto de histórias lidas, ouvidas e exibidas em DVD; Utilização do teatro de fantoche na contação de histórias; Momento da contação de histórias contadas pelos pais e avós, narrada pelos alunos; Produção e ilustração de livros; Realização do Sarau Literário; Dinamização da Sacola Literária; Premiação dos alunos leitores e a Hora do Conto.

Buscando formas de criar novos mecanismos na formação do aluno leitor, participamos da 3°edição do Concurso “Escola de Leitores”, entre 2014 e 2015, nas

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cidades do Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP e Natal/ RN, uma iniciativa do Instituto C&A e do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), parceiros que se dedicam a promover e quali�icar o processo de Educação de crianças e adolescentes no Brasil.

Fomos contemplados, dentre as escolas ganhadoras do Concurso “Escola de Leitores”, para receber um recurso �inanceiro, formação e acompanhamento técnico e uma viagem de Intercâmbio à Colômbia, país conhecido por suas políticas de promoção da leitura literária e, especialmente, por seu sistema de bibliotecas.

Segundo Silvia Castrillon, autora colombiana com longa prática em formação de leitores, a liberdade é um direito inalienável, e a leitura é indispensável para alimentar esta mesma liberdade. Em suas re�lexões nos faz perceber que cabe ao sujeito, diante do seu pensamento crítico e criativo, con�irmar-se como um ser de relações. Através da leitura construímos vínculos, nos achegamos, confrontamos nossa experiência com a do outro e este encontro das distinções nos abre em liberdade para vivê-las em plenitude.

A leitura e escrita são práticas culturais, sociais e educacionais. Ler e escrever estão relacionados intrinsecamente. A leitura não é um ato solitário, há uma busca da comunicação. Sempre estamos ouvindo, ou falando, nos comunicando, somos habitantes

da palavra. A gente lê para escrever e para dizer: eu estou, eu sou. Os livros e as leituras são fundamentais na vida de crianças e adultos.

Nessa perspectiva, a biblioteca, assim como todos os outros espaços pedagógicos de uma escola, precisa ser um lugar para estar e viajar; para conhecer e (re)descobrir; para desa�iar e confrontar novas aprendizagens; para despertar, confortar e embalar sonhos; para viver o real e o que é da fantasia; para ser racional,mas também viver a emoção. Assim, o regente da sala de leitura, para orquestrar uma sinfonia perfeita, necessita estar aberto ao novo e compreender todas as notas que compõem essa melodia, possibilitando, promovendo e fomentando o prazer e gosto pela leitura, possibilitando vivências, interações e aprendizagens signi�icativas e valorosas.

Dentro deste contexto a re�lexão política é fundamental no cotidiano dos pro�issionais que atuam nos espaços de leitura. Este pro�issional é o regente da sala de leitura. Ele é, não apenas um pro�issional que cuida e organiza o espaço para atender as crianças, mas, sobretudo, e, especialmente, um mediador, um docente, um sujeito colaborador, intelectual, comprometido com o conhecimento, leitor e escritor em crescimento.

Precisamos de políticas públicas. Um novo olhar se faz necessário para que haja uma valorização neste espaço tão vivo e fundamental em uma escola.

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Narrativas

Projeto permite que crianças tenham experiências de narrativas e de interação com a linguagem

Com leitura e com afeto

Por Ana Karla Gomes e Nayra Mateus (CMEI Amor de Mãe) Ouvir histórias é um acontecimento tão prazeroso que desperta o interesse das pessoas em todas as idades. A narrativa faz parte da vida da criança desde quando bebê, através da voz amada, dos acalantos e das canções de ninar, que mais tarde vão dando lugar às cantigas de roda, as narrativas curtas sobre crianças, animais ou natureza.

Aqui, crianças bem pequenas, já demonstram seu interesse pelas histórias, batendo palmas, sorrindo, sentindo medo ou imitando algum personagem. Neste sentido, é fundamental para a formação da criança que ela ouça muitas histórias desde a mais tenra idade.

O Centro Municipal de Educação Infantil Amor de Mãe, situado na Praia do Meio, preocupado em proporcionar desde muito cedo o acesso à leitura, veio através do projeto “Do Berçário à Família, com Leitura e com Afeto” focalizar seu trabalho na leitura prazer por meio do educar e cuidar desde o Berçário I (04 meses) até o Nível II (03 anos e 11 meses), por entender que a prática pedagógica deve possibilitar às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita. Dessa forma, o CMEI amplia o acesso através da formação continuada, do aumento do quantitativo do acervo, da instalação dos cantos de leitura nas salas de aula, da implementação do cantinho de empréstimo de livros para funcionários e famílias, ampliação da

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sala de leitura e implantação da sacola literária para todos os níveis de ensino, sendo esta levada todos os dias pelas crianças, e que para nossa alegria e satisfação, ao visitarmos a Escola Espantapajaros, da escritora Yolanda Reyes, na Colômbia, a sacola literária também é uma prática desenvolvida pela instituição.

O projeto vem contribuindo com os educadores, funcionários e comunidade escolar, mostrando a importância da leitura. Acreditamos que esse incentivo deve começar quando da barriga da mãe e se estender até essas crianças chegarem ao CMEI. Com isso, procuramos proporcionar espaços em que possam contribuir para a leitura prazer. O projeto vem sendo desenvolvido desde 2010 com ações de mediação de leitura literária em espaços como a sala de leitura e bebeteca, banho literário, piquenique e café literário e o�icinas literárias com as famílias.

Desde a sistematização do nosso projeto, os professores começaram a inserir atividades literárias em suas rotinas de trabalho, das quais podemos citar: o chá literário com as avós, a chuva literária, a mediação de leitura realizada pelos pais nas salas de aula e os encontros com as famílias.

Agradecemos e parabenizamos a todos os envolvidos que de alguma forma contribuíram para essa conquista, sejam eles, professores, funcionários, equipe gestora e principalmente às famílias.

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Narrativas

O empréstimo de livros como garantia do direito de ler Por Rosângela Maria de Moura Silva e Maria Edvânia de Morais A. Silva (Escola Municipal Professor José de Andrade Frazão) A leitura e a escrita são competências essenciais na vida do ser humano. O acesso a essas competências possibilita a ampliação do convívio do educando com múltiplas situações do cotidiano, onde o uso da leitura e da escrita se faz necessário, tendo como agentes culturais e sociais os educadores, os quais atuam como promotores da humanização através da palavra. A palavra pode aprisionar ou libertar, dependendo da forma como é usada. Assim, ler e escrever são práticas sociais e também potenciais que dão vida aos seres humanos como seres históricos e sociais, ou seja, ler e escrever permite dar sentido ao mundo.

O intercâmbio Brasil-Colômbia favoreceu a percepção de que a cidade do Natal-RN necessita de bibliotecas públicas e escolares que promovam a consolidação e a formação de leitores e escritores críticos e autônomos, que sejam capazes de descobrir nos atos de ler e escrever a possibilidade de se humanizar e contribuir para a humanização do outro. Bibliotecas organizadas com bons livros, boas enciclopédias, bons dicionários, espaço para periódicos (jornais, revistas), equipamentos midiáticos, espaços adequados para tudo que se refere à formação e informação, bons mediadores de leitura, bibliotecários e outros pro�issionais, que se �izerem necessário, um programa de gestão compartilhada onde a leitura e escrita possam circular em todas as linhas de trabalho, tornando-se o foco das atividades nelas desenvolvidas.

Um ponto especialmente observado, perceptível na fala dos promotores de leitura colombianos, é a preocupação do Estado, com a garantia de direitos e o fato de que as políticas de promoção da leitura e da escrita, através da rede de bibliotecas, fazem parte do programa nacional de democratização dessas competências como práticas sociais. Partindo do princípio que toda prática social tem uma carga política, ou seja, quem elabora os planos pretende uma ordem social: da leitura, da escrita, da palavra e da linguagem, com a inserção da sociedade civil organizada. Precisa-se de argumentos para responder as seguintes questões: o que queremos para a leitura e para a escrita? Qual a política que queremos para ler e escrever? Quais políticas entram

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Objetivo do projeto é fomentar acesso ao livro e favorecer a formação do leitores como pano de fundo para modificar ou perpetuar a miséria, pobreza, isto é, formar “massa de manobra” ou libertá-las através da palavra? Importantes eixos de reflexão para a ação político-pedagógica dos educadores e redes de ensino que desejam assegurar o direito de ler e escrever para todos.

O projeto: “A leitura literária e a formação do cidadão”, um dos vencedores da 3º edição do concurso Escola de Leitores, realiza na Escola Municipal Professor José de Andrade Frazão atividades de mediação de leitura, leitura livre, formação de alunos mediadores de leitura (protagonizadores dos atos literários realizados na escola), leitura “paralápracá” (promovida no intervalo pelos alunos), “Pulo Poético”, poesia no intervalo, dentre outras, todas com foco na promoção da leitura e da escrita. Motivados pela experiência colombiana, numa perspectiva de garantia do direito de ler e escrever, mesmo possuindo um acervo considerado pequeno, a sala de leitura iniciou a atividade de empréstimo de livros literários; cujo objetivo é fo-

mentar o acesso ao livro e favorecer a formação de leitores. Tendo em vista que o empréstimo possibilita o contato do aluno com a leitura literária, o desenvolvimento de atitudes e procedimentos pertencentes aos verdadeiros leitores (comportamentos leitores), o aluno tem liberdade para ler, considerando o seu próprio ritmo e competência e ainda permite a circulação do livro na casa do estudante, oportunizando a leitura por outras pessoas.

O acesso aos livros por meio do empréstimo rati�ica a promoção da leitura literária, tendo como base a tríade da leitura: formação humana, democratização e cidadania. Possibilita ainda a superação de uma das fragilidades apresentadas no Projeto desta instituição enviado ao Instituto C&A, através do Concurso “Escola de Leitores”. O caminho a ser percorrido é longo, mas acreditamos que veremos efetivada a democratização do espaço de leitura da escola, integrando-o com a comunidade, de forma que a leitura possa circular tanto na escola como também no seu entorno.

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Narrativas

Iniciativa utiliza obra do folclorista potiguar Câmara Cascudo

Uma banca que alia o prazer à aprendizagem Por Sayonara Christiane Gomes de Melo Macêdo e Jocélia Pereira de Araújo (Escola Municipal Ferreira Itajubá) A escola é o espaço onde se produz conhecimento, vivencia a arte e proporciona interação entre prazer e aprendizagem, através da literatura e das palavras. É assim que pensamos o Projeto “Banca Literária do Cordel e do Conto Potiguar”, na Escola Municipal Ferreira Itajubá, na zona oeste de Natal, no Rio Grande do Norte. O poder do encanto das palavras descrito nos contos do folclorista potiguar Câmara Cascudo, como também na literatura de cordel, motivou o desenvolvimento de ações leitoras que tiveram início em maio de 2014 e continuarão até novembro de 2015, na Biblioteca Maria José Sarmento.

Foi aí que pensamos em algo que pudesse atrair, além da comunidade escolar, toda a comunidade do entorno. Planejamos, então, para o primeiro momento em 2014, fazer uma trajetória narrativa dos contos de Câmara Cascuda de forma expressiva por meio da mediação e dramatização dos mesmos, contando com a participação da banda de música Severino Cordeiro da nossa escola, como parceira em nosso projeto.

O resultado disso foi o total envolvimento do leitor que, ao mergulhar em seu imaginário infantil, teve a oportunidade de revisitar o passado e reconstruir uma identidade onde foi possível trazer fatos relevantes para o contexto atual. Essa trajetória histórica e cultural constitui um dos principais objetivos do nos-

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so projeto, além de fazer com que toda a comunidade escolar e do entorno possa conhecer e apreciar a obra de Cascudo de maneira prazerosa.

A mesma importância é dada para a literatura de cordel, cujo trabalho vem sendo desenvolvido desde Maio. Voltado para o resgate das tradições nordestinas, da linguagem popular e dos costumes, esse gênero textual, marcado por elementos próprios e bastante signi�icativos, nos tem dado a possibilidade de reforçar o reconhecimento de variedades linguísticas por vezes pormenorizadas. Fazendo uma análise do atual cenário educacional, percebemos que a palavra muitas vezes tem se desvinculado de sua função social mais elementar: a humanização.

E é justamente essa institucionalização da palavra, de acordo com a palestra proferida pelo antropólogo colombiano Didier Alvarez, em Medellin, durante o intercâmbio Brasil e Colômbia, que compromete o ler e o escrever como práticas relacionais que vinculam ao pertencimento. Daí, entendemos que nosso trabalho, além de promover o resgate da linguagem e cultura regional, contribui, também, para o reconhecimento da identidade cultural dos nossos artistas e estudantes. Por �im, acreditamos que nosso projeto pode também ser um facilitador da promoção da leitura literária e escrita através de práxis que visam a totalidade e não a fragmentação do conhecimento.

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PENSAMOS EM ALGO QUE PUDESSE ATRAIR, ALÉM DA COMUNIDADE ESCOLAR, TODA A COMUNIDADE DO ENTORNO

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Narrativas

Professora Cláudia Santa Rosa representa Instituto em discussões na Câmara e no Senado

IDE: uma voz ouvida em Brasília O Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) participou, no �inal de junho, por meio da sua diretora executiva, a professora Cláudia Santa Rosa, da audiência pública promovida pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados que tratou da criação do Fundo Nacional Pró-Leitura (FNPL), em Brasília.

O Fundo Nacional Pró-Leitura (FNPL) é objeto de projeto de lei de número 1.321/ 2011, de autoria do então senador da República José Sarney, e tramita no Congresso Nacional desde 2011. A matéria está na Comissão de Educação e aguarda relatório do deputado federal Rafael Motta, parlamentar que requereu a realização da audiência sob o argumento de fazê-lo “a quatro mãos”.

O IDE foi convidado pela Comissão para colaborar com considerações e alterações ao projeto. Como parte da Mesa, a professora Cláudia Santa Rosa ponderou que a proposta deveria contemplar nos seus artigos e incisos o trabalho dos mediadores de leitura, como forma de garantir a efetividade da política pública em pauta. “Não é só destinar livros, é preciso torná-los capazes de transformar realidades”, argumentou Cláudia em sua fala.

Cláudia também pontuou que o atendimento à lei de número 12.244, sancionada no ano de 2010, deveria estar incluído nos objetivos da proposição. A lei em questão trata da existência de bibliotecas em todas as escolas públicas e privadas do país até o ano de 2020. Bibliotecas, aliás, que devem ser separadas, no corpo do texto, de livrarias e pontos de venda de livros, como sugeriu a professora, já que possuem �inalidades diferentes.

A audiência contou ainda com a presença de representantes dos ministérios da Educação e da Cultura, do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, do Plano Nacional do Livro e da Leitura, da Câmara Brasileira do Livro e do Movimento Brasil Literário. “Trouxemos a nossa colaboração e estamos otimistas quanto à celeridade que está sendo dada a proposta”, disse Cláudia.

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Matérias sobre o livro em pauta Também no final de junho, a professora Cláudia Santa Rosa participou, no Senado Federal, do Seminário Internacional sobre Políticas Públicas do Livro e Regulamentação de Preços, promovido pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte da Casa com o objetivo de permitir um intercâmbio de informações e experiências ao redor do mundo acerca da Lei do Preço Fixo.

O projeto de lei de número 49/ 2015, de autoria da senadora potiguar Fátima Bezerra (PT), determina um preço único para os livros serem comercializados no Brasil durante o primeiro ano após o seu lança-

mento ou importação, permitindo, nesse período, descontos de, no máximo, 10%. Após 12 meses, as promoções dos livros �icam totalmente liberadas, da forma como ocorre atualmente.

Para Cláudia, que participou do Seminário em nome do IDE, a proposta deve resgatar o livro como ferramenta de acesso ao conhecimento e ao livre pensamento, deixando de tratá-lo como simples mercadoria. “Esse é mais um importante caminho e alternativa para fomentar e incentivar a leitura no País, a partir de uma ação perene, assegurada em lei”, disse a professora durante a participação no evento.

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Narrativas

Tem IDE na Flip A edição 2015 da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), um dos maiores eventos de literatura da América Latina, reuniu autores e leitores na cidade �luminense na primeira semana de julho e contou com participações importantes de potiguares.

Pela quarta vez consecutiva, o Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) colaborou com com os debates literários. Desta vez, como mediador de mesa temática sobre políticas públicas de incentivo à leitura, discussão que também contou com a contribuição de parlamentares do Rio Grande do Norte.

A professora Cláudia Santa Rosa, diretora executiva do IDE, mediou a mesa temática “Promoção da leitura e sustentabilidade de suas ações”, que tomou lugar na Câmara Municipal de Paraty, durante o segundo dia do evento. A discussão de políticas públicas, aliás, leva o Instituto à Festa desde 2012.

“A mesa que mediei foi muito rica, porque reuniu representantes de entidades e projetos dos melhores que há no país. É um desa�io garantirmos a sustentabilidade dos projetos e das ações de leitura e o debate só reforça a necessidade de se garantir orçamento público para a área à altura das necessidades existentes”, avaliou Cláudia.

De acordo com a professora, durante a Flip, a cidade de Paraty se transforma na capital mundial da leitura, mas uma questão deve ser considerada: “são muito importantes as ações que têm sido feitas para fugir do caráter pontual do evento e já há um trabalho fantástico acontecendo o ano inteiro com bibliotecas do município e é isso que o IDE defende, que hajam atuações continuadas em favor da leitura”.

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Instituto colabora com debates sobre políticas públicas Outra veterana na Flip é a senadora Fátima Bezerra (PT). A parlamentar participou de mesa sobre o Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL), durante a qual pediu agilidade no envio do projeto de lei, que o coloca em prática, ao Congresso Nacional. Ainda no primeiro mandato na Câmara dos Deputados, o deputado federal Rafael Motta (PROS) também integrou mesa temática na Flip, para tratar do Fundo Nacional Pró-Leitura (FNPL), objeto de projeto de lei do qual é

relator na Casa.

Cláudia acompanhou as duas mesas e outras mais que trataram sobre políticas públicas de incentivo à leitura. “O Plano foi debatido e dialogado com a sociedade. Agora, precisamos mobilizar a sociedade para que vire uma política de estado.

O mesmo sentimento há em relação ao Fundo Pró-Leitura, ferramenta que vai assegurar a aplicabilidade do Plano”, considerou Cláudia.

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Carta da Colômbia pelo Direito à Leitura Ao governador do Estado do RN Robinson Faria e ao prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves Prezados Senhores:

Quando esta carta for publicada, é possível que um grupo formado por doze pessoas de Natal – dez professoras, representantes de cinco projetos de leitura vencedores do Concurso Escola de Leitores; a secretária de educação do município e a diretora executiva do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) – que participa do Intercâmbio Brasil-Colômbia do Concurso Escola de Leitores já tenha regressado ao Brasil.

De iniciativa do Instituto C&A, implementado nas redes municipais de ensino de três capitais – Natal, Rio de Janeiro e São Paulo – o Concurso Escola de Leitores encontra-se na terceira edição (2010, 2012 e 2014/2015). Notadamente, tem se con�igurado num privilégio para o Rio Grande do Norte ter participado de todas as edições, inclusive pelo fato da primeira delas ter bene�iciado escolas estaduais e as outras duas escolas municipais da capital.

Além da viagem de intercâmbio, a premiação do certame envolve a doação de recursos para o aprimoramento dos respectivos projetos de promoção da leitura e o acompanhamento pedagógico especializado por um período de quinze meses. É indiscutível, portanto, o conhecimento que as equipes desses projetos acumulam, o que poderia ser uma mais valia para a promoção de políticas públicas na área de livro, leitura, literatura e bibliotecas, desde que o Poder Executivo, seja estadual ou municipal, compreenda a importância de garantir o acesso à leitura enquanto direito do cidadão e enxergue o potencial agregador de tais experiências.

Alguns dirão que a Colômbia, mais precisamente as cidades de Medellín e Bogotá, construiu uma rede extraordinária de bibliotecas públicas – quase todas a partir do conceito de Biblioteca-Parque – que não é possível em Natal e no Rio Grande do Norte. Diremos que é possível, sim! A Colômbia conseguiu fazer porque houve vontade política, decisão, capacidade de organização, de convergir sonhos e projetos, de reunir talentos, esforços e energias em prol de uma causa. A Colômbia fez da sua Política de Leitura e Escritura, uma prioridade, tornou-a política de estado, aquilo que, quase sempre, no Brasil, é tomado como secundário. A Colômbia se esforça para alterar os seus indicadores. O tempo dirá se o esforço valeu a pena.

Senhor Governador, Senhor Prefeito, antes da viagem internacional, visitamos bibliotecas do Rio de Janeiro, que foram erguidas tomando por referência a experiência Colombiana. Indagamos: se é possível para a Colômbia e para o Rio de Janeiro, por que não seria possível para Natal e o RN? Por

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que não materializamos políticas estruturantes nas áreas da cultura e da educação com o mesmo vigor que nos dedicamos a produzir grandes eventos, de altos investimentos de recursos?

Atentemos: no Plano Plurianual 2014-2017 da capital potiguar, há recursos previstos para construir quatro bibliotecas públicas, uma em cada região administrativa do município de Natal. Não nutrimos a expectativa de que em tamanho elas sejam semelhantes às do Rio de Janeiro ou da Colômbia, já basta que nos inspiremos na concepção e no projeto arquitetônico e que elas sejam, verdadeiramente, centros de uma política pública, que sejam vivas e referência em suas comunidades. O que falta, Senhor Prefeito, para dedicar esforços à efetivação dessa importante ação? O que falta Governador para mobilizar os Prefeitos dos 167 municípios e a bancada federal do nosso Estado para garantir emendas, convênios, recursos, com o propósito de fortalecer a cultura do Estado, por meio de uma rede de bibliotecas públicas?

Tem sido desgastante o esforço de alguns para convencer gestores públicos da ocasião de que biblioteca é importante. A obra da Biblioteca Pública Estadual Câmara Cascudo é exemplar. Precisa ser concluída com a máxima urgência, assim como a única Biblioteca Pública do Município de Natal, a Esmeraldo Siqueira, precisa ser cuidada, acarinhada e torna-la visível à população. Onde estão as nossas bibliotecas comunitárias? O que fazer para apoiá-las e fortalecê-las? A política de editais de apoio a essas bibliotecas não seria o caminho?

O que dizermos das frágeis bibliotecas escolares?

Entendemos que elas não são mais e nem menos importantes do que as salas de aula para sofrerem com a ausência de pro�issionais quali�icados para a mediação do processo de formação de leitores. Ora, por favor, com todo respeito, até o �im diremos que tudo isso se trata da defesa do óbvio. A biblioteca ainda é a maneira mais democrática de fazer circular o livro, seja no formato impresso ou digital.

Senhores, não são poucos os gestores públicos que se apresentam como leitores, mas são muitos os que quando ocupam cargos públicos, em especial no executivo, recorrem às mais estranhas justi�icativas e subtraem o direito de todos terem acesso à leitura e à literatura. Às vezes, é bem verdade, não são pessoas mal intencionadas, só lhes falta a sensibilidade de querer para o outro o que desejam para os seus e de enxergarem os efeitos coletivos de realizar investimentos numa política pública de formação de leitores.

Bogotá, 2 de maio de 2015.

Esperamos, Senhores Gestores, que a) o estado do RN revise e amplie o Plano Estadual do Livro e Leitura lançado na gestão passada com texto questionável; b) Natal conclua o seu Plano Municipal do Livro, da Leitura, Literatura e das Bibliotecas que se arrasta desde o ano de 2013; c) Natal faça as gestões necessárias para construir as quatro bibliotecas públicas previstas no PPA 2014-2017; d) gradativamente se espalhe bibliotecas em número possível de atender a toda população do Estado, compondo o Sistema Estadual de Bibliotecas do RN e o Sistema Municipal de Bibliotecas de Natal; e) seja criado o cargo de bibliotecário nas estruturas administrativas estadual e municipal e que concursos públicos sejam realizados para as necessárias contratações; f) o trabalho de mediação de leitura, realizado por professores nas bibliotecas escolares, não tenha o seu valor diminuído, como tem ocorrido em Natal, gerando perdas de direitos, quando comparados com os que atuam em salas de aula convencionais; g) a docência na biblioteca da escola seja exercida independente de ser um professor readaptado de função, por problemas de saúde, a�inal o trabalho é realizado na biblioteca é docência, no mais alto grau de importãncia.

Não desejamos, Excelentíssimos Senhores, que as vossas gestões reforcem a histórica secundarização do papel das bibliotecas – públicas, escolares e comunitárias. Negligenciar uma política pública dessa importância, consiste em reforçar o mal do passado e prestar um desserviço à atual e às futuras gerações. O acesso à leitura é um direito de todos os cidadãos e cidadãs.

REPRESENTANTE DO INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (IDE): Cláudia Santa Rosa REPRESENTANTES DAS UNIDADES DE ENSINO VENCEDORAS DO CONCURSO ESCOLA DE LEITORES: Fátima Mota Moraes Lopes Simone Leite Peixoto Mércia Saronaya Praxedes da Silva Laura Maria Fernandes Freire Maria Edvânia de Morais Araújo Silva Ana Karla Gomes de Araújo Freitas Rosângela Maria de Moura Silva Sayonara Macêdo Jocèlia Pereira de Araújo Nayra Mateus do Nascimento Barbosa

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