Valores Próprios 2019-024

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PT díamos, tínhamos algumas iniciativas de caráter mais solidário. No início, eram atividades mais simples, mas que nos davam orgulho e prazer em fazer. Em 2010, resolvemos “oficializar” isto, através do programa de responsabilidade da empresa, que, mais tarde, em 2014, deu origem ao que hoje é o programa “Missão Aproximar”. Falemos então um pouco desse programa e de qual o principal foco. Quisemos dar-lhe um cunho pessoal, e daí o nome “Missão Aproximar” — aproximar extremos, mais ou menos distantes, que existem na sociedade. Começou desde logo com o apoio a várias entidades, como o Instituto Português de Oncologia( IPO) e algumas escolas nas proximidades do nosso escritório. No IPO tentamos conhecer quais as necessidades específicas deles e, dentro daquilo que é a nossa área de atuação, levar a tecnologia até lá. Começou aí formalmente o nosso programa, que fomos estendendo a várias atividades e a vários pilares da sociedade, e que tem vindo a crescer.

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Mas estamos a falar de ações que vão muito para além da doação de materiais, certo? Exato. Além de levar a tecnologia a quem precisa, apoiamos instituições com horas de explicações, vamos às escolas tentar demonstrar o valor das matérias ligadas à engenharia. O programa é vasto e as ações surgem de forma gradual e através de uma análise daquilo que percebemos que podemos fazer, das necessidades da nossa empresa e do país. Esta ideia das bolsas aos alunos do Técnico, por exemplo, surgiu numa reunião de gestão de empresa e foi acolhida de forma unânime. Presumimos que este apoio aos alunos do Técnico tenha uma correlação com o facto de as pessoas que estão à frente da empresa serem alumni do Técnico. Estou certa? Há várias justificações para este apoio específico a engenheiros informáticos do Técnico. Um deles é, claro, a fundação e a gestão de empresa serem feitas por profissionais formados em Engenharia Informática do Técnico. Mas o nosso principal objetivo é desenvolver esta ajuda a universidades nas regiões onde estamos mais envolvidos e, em particular, naquelas em que temos escritórios da empresa. O apoio a estudantes de Engenharia Informática insere-se no facto de a nossa atividade se focar nesta área.

VALORES PRÓPRIOS 24 — 2018

A recetividade do Técnico a esta vontade de ajudar foi imediata? Foi ótima! Quando apresentamos a nossa proposta, tivemos o cuidado de o fazer de uma forma muito clara: com números, iniciativas, e com todo o programa que estava por detrás da Missão. Fizemos sobretudo questão de explicar que não estamos à espera de ganhar nada com este programa. Obviamente que se criam movimentos em torno desta parceria, de reconhecimento e parti-

cipação em atividades com os alunos, mas o nosso principal objetivo é ajudar. Houve alguma exigência da vossa parte na definição dos critérios destas bolsas? Os moldes em que as bolsas iam ser atribuídas foram sendo definidos entre as partes. Do nosso lado, fazíamos questão de que existisse a criação de ligações entre quem ajuda e quem é ajudado, e não queríamos apoiar apenas finalistas. Queremos ajudar a suportar a formação destes alunos ao longo de todo o curso, e acho que isso demonstra bem a nossa posição nesta “relação”. Receberam, recentemente, um prémio atribuído pela Atlassian, por toda esta vossa vertente de responsabilidade social, certo? Fazemos parte do programa Pledge 1%, um programa global fundado por empresas de Tecnologias de Informação a nível mundial, entre elas a Atlassian, uma software house gigante a nível mundial, e da qual somos parceiros. Associamo-nos, sendo basicamente o nosso movimento oficial que se concretiza através da Missão Aproximar. Num Summit, em Barcelona, fomos chamados ao palco para receber o Atlassian Philantropy Award. Ficamos bastante contentes porque é um indicador de que temos feito um bom trabalho.

Na sua opinião, qual deveria ser o papel ideal das empresas neste tipo de apoio à formação de talento nacional? Acho que deve ser cada vez mais uma preocupação de todos. Considero que o alerta deve partir das universidades, criando momentos de divulgação como este que estamos aqui a fazer, para que haja uma sensibilização das empresas para este tipo de ações. Nenhum estudante deve estar preocupado com conseguir pagar as contas no final do mês, em vez de estar focado nos seus estudos. Quando nós apresentamos este programa ao Técnico, éramos a segunda empresa a fazê-lo. E hoje em dia percebemos que já são algumas a seguir o nosso caminho. Irão continuar a “aproximar-se” dos alunos do Técnico? Nós começamos com uma bolsa, este ano já vamos ter três. O objetivo é conseguirmos dar o mais possível. Sabe sempre bem ter a noção de que contribuímos para a formação e concretização do sonho de alguém. Estamos já a trabalhar para contribuir com este mesmo programa de apoio noutras universidades do país. •


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