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SALVADOR SÁBADO 20/6/2020
OPINIÃO
Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE. Participe desta página: e-mail: opiniao@grupoatarde.com.br Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
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Tempo Presente Covid suspende visitas ao DinoVale A interrupção provocada pela necessidade de distanciamento social não teve impacto apenas sobre os destinos turísticos mais procurados do estado, como Salvador, Porto Seguro, Morro de São Paulo e Lençóis, entre outros. Outros destinos menos procurados, mas com planos de disputar mercado, como o município de Santa Inês, a 216 quilômetros de Salvador, terá de aguardar para ampliar a visitação de seu DinoVale. Trata-se de uma área onde se podem apreciar réplicas de dinossauros, antes da provável colisão com um asteroide tê-los dizimado há 65 milhões de anos. Tão logo cesse o isolamento, será possível planejar a visita ao local turístico, por meio de caminhada ao ar livre, mas o prazo depende do fim do distanciamento. A ideia é utilizar bem a imaginação, sempre com base anterior na ciência – paleontologia – como ponto de partida para a reinvenção de espécimes, com destaque para 27 dinossauros brasileiros. A proposta, de acordo com divulgação da prefeitura de Santa Inês, voltada para o turismo, é também produzir conhecimento através das esculturas, servindo com aprendizado didático para alunos, visitantes, entre outros grupos sociais. Em cada um dos dinossauros há informações de como viviam, do que se alimentavam, entre outras definições. A ideia é produzir cenas similares às reais, da forma como os dinossauros habitavam, por isso as peças serão produzidas com movimento e ações. Além de tornar-se conhecida como a morada da pré-história, Santa Inês promove um festival de cultura, mas a data de janeiro próximo ainda não está confirmada, assim como a chegada de novos dinossauros para o DinoVale.
“Aviso à tigrada e aos gatos angorás (gov bem docinho). Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias). Não quero brigar! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem!” ABRAHAM WEINTRAUB, ex-ministro da Educação, em publicação em seu perfil no Twitter, que é investigado por ataques ao Supremo Tribunal Federal, avisando do plano de deixar o país o mais rápido possível
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Atendimento digital
Elogio à cobertura
Saindo da pista presencial para a digital, o Departamento de Trânsito (Detran-BA) tem comemorado a contribuição da tecnologia da informação com o objetivo de evitar as perigosas aglomerações. O uso da internet para a obtenção do documento do carro ou da moto tem favorecido o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, graças à oportunidade de tirar certificado de registro e licenciamento de veículo eletrônico (CRLV-e) pela internet. O Detran já passou de 160 mil documentos, por meio do portal (www.sacdigital.ba.gov.br) e aplicativo SAC Digital. A maior procura partiu do interior do estado, com 99.458, superando Salvador e região metropolitana, 60.243.
A propósito do lançamento do especial A TARDE Municípios – Todos contra o coronavírus, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, comentou sobre o papel da imprensa e a iniciativa de se ampliar o diálogo com o interior. Ele ressaltou a importância fundamental dos veículos de comunicação, que cresce neste momento de pandemia, no sentido de divulgar e orientar sobre os cuidados que se deve ter no dia a dia, além de veicular dados científicos e as ações de cada governo. – A imprensa tem o dever, a obrigação e a liberdade, acima de tudo, de mostrar as dificuldades e de levar ao conhecimento da população tudo que acontece em todos os sentidos. Fico muito feliz quando eu vejo a atuaçãoresponsável,independente,dagrande maioria da imprensa brasileira e parabenizo o jornal por essa iniciativa – afirmou.
Shirley Stolze / Ag. A TARDE
POUCAS & BOAS
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A Feira de Orgânicos do Vale voltou a funcionar ontem, na Orla 2 de Juazeiro, obedecendo à programação de reabertura gradual das atividades comerciais no município. Para garantir as medidas de prevenção, funcionários da Agência de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Pecuária (Adeap) distribuíram aos comerciantes máscaras de proteção e fizeram a demarcação dos espaços para manter o distanciamento social.
. LUZ | A todos aqueles já desprovidos de privilégios em tempos comuns, o peso
imposto pela pandemia do coronavírus pode nublar com mais força. Buscar a luz no fim do túnel agora é uma tarefa mais árdua, e ainda mais necessária.
Em Lençóis, o Conselho Municipal de Turismo (Contur) esteve reunido esta semana em encontros dos grupos de trabalho. O foco é a elaboração de um projeto para alinhar a reabertura da cidade para visitantes, com estratégias específicas para cada área envolvida na atividade turística. MIRIAM HERMES E REDAÇÃO
Corpo erotizado e relações raciais Luiz Mott Professor titular de antropologia da Ufba luizmott@oi.com.br
O
s portugueses e colonos brasileiros, muito mais que os holandeses, ingleses e norte-americanos, sempre alimentaram desbragada atração erótica por mulheres e homens não brancos, sejam indígenas, sejam africanos. Prova disso é que bem mais da metade dos brasileiros são pardos, fruto da miscigenação inter-racial. Atração revelada já na célebre carta de Caminha, ao comentar os corpos das índias nuas, “com suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha”. Descarado! Também os corpos negros despertavam
irresistível atração nos colonos mais fogosos: em 1703 o lavrador João Carvalho de Barros, pardo, 26 anos, morador em Matoim, rendeiro no engenho dos Rocha Pitta, confessa à Inquisição que, tentado pelo demônio, transou com diversos negros “e que estas tentações começaram quando estando uma noite em companhia de alguns escravos seus, e vendo-os nus, como eles costumam andar, se lhe excitou ao apetite e desejo de pecar com eles”. Outro descarado!
Nunca encontrei documento antigo com depoimento laudatório das belezas físicas do corpo negro. Nosso sátiro Gregório de Mattos cantou elogios à luxúria e sensualidade das negras e mulatas, em tempo que lastimava-se de ter sido desprezado por uma formosa branquela, Nice, “que macheava outras mulheres”. Raras eram as brancas que davam ousadia aos machos negros ou ameríndios, pois, sendo bens raros, eram reprimidas e disputadas pelos machos de sua própria raça. O padrão dominante era homem branco possuir mulheres de outras etnias. Há um relato no Maranhão antigo de um rico fazendeiro que enterrou sua filha viva com seu amante de cor para evitar a infâmia da mistura racial. Os documentos inquisitoriais revelam contudo que, entre os sodomitas/homoeróticos, as intimidades inter-raciais eram tão frequentes, ou até mais valorizadas,
do que as praticadas por heterossexuais, já que gays brancos e de cor transavam clandestinamente, sem o controle familiar, não correndo o risco de reproduzir comprometedores mestiços bastardos. Certamente devido a essa condição marginal, no meio do mato ou na calada da noite, que desenvolveu-se no imaginário nacional a imagem da indômita sensualidade e dos corpos mais erotizados seja da mulata quente e sedutora, seja do negão superdotado. A menor influência da moral católica junto aos negros e índios liberou tais segmentos da maior repressão sexual imposta pelo clero aos brancos donos do poder, daí o voluptuoso fascínio despertado por parceiros mais escuros. “Quem experimentou o delicioso cheiro acre de uma negra acha as brancas desenchavidas”, escreveu um viajante alemão. O pintor Di Cavalcanti e suas mulatas que o digam!
1989, 2016, 2020... Em Brava Travessia, dedicatória de João Carlos Teixeira Gomes para “o dinâmico Taurino Araújo, esta trajetória de combates jornalísticos e viagens de emoção, com o apreço do JC Pena de Aço”. Unidos por uma irrequieta admiração espiritual afora aquelas bissextas quadras de junho... Vai fazer muita falta... Muito recentemente pilheriava com o ateu que morava no Edifício Espírito Santo da Rua Espírito. Bem, que Deus continue com o querido Joca para sempre. Professor Nelson Cerqueira, dia 9 de março cumprimentei Joca somente na segunda tentativa. Pediu que ligasse mais tarde através de uma in-
terlocutora: no background, a “Sinfonia do Novo Mundo”, de Antonín Dvorák... Sincronicidades que se repetem em 1963 ou em 2020, março e junho... TAURINO ARAÚ-
maneira eficiente ao webjornalismo e conta com uma parceria estratégica com o UOL, integrante de um dos mais influentes grupos de comunicação do país. Parabéns à equipe de A TARDE, que está sempre acompanhando as mudanças tecnológicas e consegue se reinventar e acompanhar as evoluções dos novos tempos. E mantendo-se fiel ao bom jornalismo e ao seu conteúdo de notícias com credibilidade. ROBSON
A TARDE, reiterando a sua competência centenária e seu constante processo de inovação, surpreende a todos com o lançamento do novo Caderno Municípios
O Jornal A TARDE, reiterando a sua competência centenária e seu constante processo de inovação, surpreende a todos com o lançamento do novo Caderno Municípios, em suas edições impressa e digital. Excelente! As cidades baianas contam agora com um importante meio de comunicação e divulgação com um selo de qualidade. Mais um importante espaço para o mercado de trabalho jornalístico e o “mundo” da propaganda baiana explorar com o retorno garantido da credibilidade do Grupo A TARDE. Grupo este que se adaptou de
A menor influência da moral católica junto aos negros e índios os liberou da maior repressão sexual
ESPAÇO DO LEITOR
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Bahia perde um grande talento
É de lamentar-se, por todos os motivos, a morte do jornalista João Carlos Teixeira Gomes, ou Joca, como se notabilizou e como era chamado por seus inúmeros amigos. Titular da Academia de Letras da Bahia e multiplamente talentoso, ele foi notável em todos os ramos a que se dedicou, seja como contista, romancista, cronista, ensaísta e, principalmente, como homem de combate na trincheira do jornalismo. O codinome “Pena de Aço, dado por seus admiradores, bem se aplica a ele, que nunca fugiu da luta, embora também com a capacidade de nunca perder o humanismo, a alegria e a verve irônica e irreverente que sempre marcaram sua grande figura em todos os momentos de sua vida. Perde a Bahia, perde a cultura baiana e perdemos todos nós, que defendemos a liberdade e o pensamento livre, também outras marcas de Joca. E, por fim, mas não menos importante, também perde a massa tricolor, pois ele era um dos mais intensos e fervorosos torcedores do glorioso Esporte Clube Bahia. INALDO DA PAIXÃO SANTOS ARAÚJO, CONSELHEIRO-CORREGEDOR DO TCE-BA
Saudades de Joca
“A Brava Travessia” agora começa em outro plano... no mês de junho... sempre junho...
JO, ADVOGADO, ESCRITOR, PROFESSOR DOUTOR EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS, ACADEMICO@TAURINOARAUJO.COM
Voz ao interior
O caderno A TARDE Municípios dá ainda mais voz ao interior e amplifica a divulgação das notícias de interesse público da nossa gente nos quatro cantos do estado. Parabéns ao Grupo A TARDE! ROQUE SAN-
TOS, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO DA BAHIA – ASDAB
Competência e inovação
WAGNER, DIRETOR-EXECUTIVO DA W4 COMUNICAÇÃO
Queda de Weintraub
Pode-se enganar alguns durante muito tempo, muitos durante pouco tempo, mas não se engana a todos durante todo o tempo. Finalmente caiu o controvertido, extravagante e contraditório ministro da Educação, “a pedido”. Durante a sua “gestão”, prevaleceram as perseguições aos meios artísticos e culturais, com nomeações absurdas, demissões injustas e justificativas sem nenhum sentido. Weintraub conseguiu desagradar a gregos, troianos e judeus, além de uma herança maldita de palavrões, xingamentos e ameaças aos ministros do STF, além de envolvimento em fake news imprecionante (com c), como ele costumava escrever. JOSÉ CASTELLI, JCASTELLI384@GMAIL.COM