CAPA A TARDE 22 12 2021 CID TEIXEIRA OPINIÃO LEITOR TAURINO ARAÚJO "É hora da despedida a quem t

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Salvador, Quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

FUNDADOR: ERNESTO SIMÕES FILHO

ANO 110 / Nº 37.494

M 11/11/1924

CID TEIXEIRA

? 21/12/2021

DESPEDIDA Enciclopédia viva da Bahia, historiador Cid Teixeira morre aos 97 anos

BAHIA DÁ ADEUS AO GUARDIÃO DA MEMÓRIA no livro Bahia de Todos-os-Santos. Um dos mais conhecidos e queridos historiadores da terra, o professor Cid unia conhecimento teórico, baseado em pesquisa e documentos, à intimidade com a história oral da Bahia.

Testemunha ocular da histó-

“Sua contribuição é inesquecível.

Palmas de pé” FERNANDO GUERREIRO, pres. FGM

ria da cidade, nasceu na Ilha de Maré, estudou no Ginásio da Bahia, formou-se em Direito e lecionou na Universidade Federal da Bahia até se aposentar, em 1989. Também foi professor da Universidade Católica do Salvador, atuou no Instituto Geográfico e Histó-

rico da Bahia (IGHB) e foi diretordaFundaçãoGregóriode Mattos.Ohistoriadortambém teve larga atuação na imprensa, inclusive como colaborador de A TARDE. Conhecido pela característica voz grave, trabalhou,ainda,emcanaisde tv e rádio. A3 a A5

Xando Pereira / Ag. A TARDE / 28.6.2002

O historiador Cid Teixeira morreu ontem, aos 97 anos, enquanto dormia, em sua casa, na Pituba, em Salvador. Dono de memória prodigiosa, era conhecido como “Senhor História”, ou o historiador a serviço do povo – como o definiu o escritor Jorge Amado

UM JORNAL DE OPINIÃO Shirley Stolze / Ag A TARDE / 03.12.2021

TOSTÃO

“Espero que os clubes brasileiros e o país encontrem novos caminhos” B6 OPINIÃO \ LEITOR

“É hora da despedida a quem tão bem contou nossa terra e nossa gente” A2 TAURINO ARAÚJO

Performance, conforto e tecnologia são destaques

AVALIAÇÃO A TARDE testa atributos do novo Jeep Compass para entender boom de vendas entre SUVs médios no Brasil B8

VOTAÇÃO

FOLIA 2022

Congresso Nacional aprova Orçamento para 2022

Comitê do Rio vê Carnaval sem restrições

O Congresso Nacional finalizou a votação do Orçamento de 2022. A Câmara aprovou por 357 votos, 97 contra e duas abstenções o relatório final, enquanto o Senado o fez com 51 votos a favor e 20 contra. A peça prevê aumentos salariais para algumas carreiras do serviço público. A8

O Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19, que assessora cientificamente a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro, deliberou por não impor restrições à realização do Carnaval na cidade em 2022. E apoiou a vacinação contra a doença em crianças. B5

MÚSICA Nara Couto reafirma autoestima no álbum Retinta C1

BAHIA Diretoria anuncia mais dois reforços para 2021 B6

A2

SALVADOR QUARTA-FEIRA 22/12/2021

OPINIÃO

Os conteúdos assinados e publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE. Participe desta página: e-mail: opiniao@grupoatarde.com.br Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900

opiniao@grupoatarde.com.br

Tempo Presente Mineração baiana cresce 60% outra vez O setor de mineração da Bahia vai terminar o ano de 2021 tendo crescido mais de 60% pela segunda vez consecutiva, um desempenho considerado uma façanha devido às condições adversas proporcionadas pelos efeitos da pandemia.

Os números são da Agência Nacional de Mineração (ANM), com base no recolhimento da CFEM, contrapartida paga pelas mineradoras para os municípios, Estado e União, com base no seu faturamento bruto.

Os maiores destaques vão para o minério de ferro, cuja produção comercializada cresceu 3.243% em relação a 2020, níquel, com 159% e cobre, com 44%, mas há várias outras riquezas na classificação geral.

- A Bahia tem 231 municípios com produção mineral. Isto representa salários até três vezes maiores que o comércio local, mão de obra quase toda da região e dinheiro novo para o caixa dos prefeitos, que podem investir em saúde, educação, afirma Antonio Carlos Tramm, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).

Entre os municípios com maior arrecadação, devido à extração de minérios, estão Jacobina, na Chapada Diamantina, Itagibá, no Sul do Estado, Juazeiro, no Vale do São Francisco, além de Caetité e Jaguarari, no Sudoeste baiano.

Interessados em conhecer em detalhes toda a produção mineral da Bahia de 2016 a 2021 podem acessar o infográfico “Bahia, Terra de Minérios”, produzido pela CBPM, disponível no link bit.ly/cfembahia .

Por meio deste trabalho desenvolvido em ambiente virtual, é possível verificar como vai a extração de minérios em cada município baiano, assim como os números de desempenho das empresas responsáveis pela produção.

“Minha influência sobre o Bolsonaro é zero. Ele me usou como ‘poster boy’. Me usou para se promover, para se eleger. E, depois, não só esqueceu tudo o que dizia, como até os meus amigos que estavam no governo ele tirou” OLAVO DE CARVALHO, escritor, considerado o ‘guru’ do bolsonarismo, em transmissão ao vivo por vídeo ontem

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Revista da população de rua O trabalho desenvolvido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia, ao buscar proteger pessoas em situação de rua, terá reforço na área de comunicação com uma revista a ser publicada sobre o tema. Com edital aberto, sobre o tema “Situação de rua”, a revista ampliará debates acerca da prática da execução de políticas relacionadas à população excluída. As ações são coordenadas pela defensora Fabiana Miranda e pela assistente social Sandra Carvalho, integrantes do Núcleo Multidisciplinar de Atendimento à População em Situação de Rua, denominado informalmente “Núcleo Pop Rua”. Segundo Sandra Carvalho, o grupo problematizou, este ano, a temática das políticas antirracistas e boas práticas na implantação dos direitos sociais para esta população.

Rafael Martins / Ag. A TARDE

TRABALHO | É de espantar seguirmos nossos hábitos ignorando toda uma corrente de ações que trazem o alimento à nossa mesa. Do mar ao campo, alguns milhões de trabalhadores suam a vida inteira para se alimentar e alimentar o País.

Justiça tarda, mas nunca falha Em meados da década passada o Tribunal de Justiça da Bahia, através da hoje extinta Câmara Especializada, deu uma limpa nos prefeitos baianos que respondiam a ações penais. À época foram afastados prefeitos de Itajuípe, Dário Meira, Jaguarari, Ubaitaba, Pedro Alexandre, Itabuna, Ubatã, dentre outras dezenas de alcaides, todos acusados de malversação de dinheiro público.

Em um caso específico, teve até um gestor que de tanto falar demais, que de tanto praticar crime contra a honra, foi também alijado pelo colegiado do tribunal sob uma premissa que deveria se aplicar a todo servidor público, efetivo ou comissionado, agente político com ou sem mandato eletivo.

“A prisão do corpo não redime as mazelas da língua, mas o afastamento do cargo é necessário em razão do princípio da simetria constitucional” – foi a expressão contida em deliberação unânime e mantida até pelo Superior Tribunal de Justiça, digna, inclusive, de aplicação nos dias atuais, onde o País assiste ataques virulentos de verborragia praticados por autoridades do Executivo e também por parlamentares e ex-parlamentares, como no caso de Roberto Jefferson, que disparou sua metralhadora linguística contra a honra de ministros da Suprema Corte.

Assim deveria ocorrer em toda a Administração Pública, seja ela federal, estadual ou municipal. O problema surge maior quando o agressor tenta se utilizar do anonimato, da fofoca, da picuinha, da covardia, fazendo com que terceiros passem a ser verdadeiras arapongas. Na capital do estado, segundo crítica generalizada, existe um subsecretário que arrota ao estilo Bob Jefferson. Veemente para agredir desafetos sem perceber que está sendo gravado, porém doce como mel para desatar problemas de magníficos reitores e espólios de latifundiários.

O Cortiço: ainda atual Wanderley Ribeiro Mestre em Educação/UFBa, advogado/UCSal, pedagogo/FEBa, consultor, autor de obras nas áreas de Educação e Direito wanderleyribeiro@uol.com.br

P

ublicado em 1890, pelo grande Aluísio Azevedo, O Cortiço deixou inúmeras e fortes impressões n’alma daquele estudante secundarista.

A problemática tratada por Azevedo é de uma atualidade sem igual: relação de explorador/explorado, preconceitos, degradação que é submetida a classe que fica à margem da sociedade, sem gozar dos seus avanços tecnológicos, científicos e, até mesmo, das condições mínimas que tornam um habitante, cidadão.

Não há como esquecer as personagens d’O Cortiço: de João Romão, português dono do cortiço, onde se passa a trama à

sedutora mulata Rita Baiana, que assim será responsável pela separação do casal Jerônimo e Piedade, além de dar causa à morte do amante Firmo, encomendada e presenciada pelo ex-marido de Piedade. A prostituta Léonie e sua relação com a então, pura e angelical, Pombinha...

Pode-se dizer que nas grandes cidades brasileiras, fatos descritos n’O Cortiço não acontecem mais? Basta abrir as páginas policiais dos jornais que se observará: O Cortiço não deixou de existir e,

O Cortiço não deixou de existir e aquelas pessoas que ali estão são cidadãos de segunda categoria (?!)

aquelas pessoas que ali estão, sabem que são, no mínimo, cidadãos de segunda categoria (?!), pois quando precisam da prestação estatal via hospitais púbicos e..., quando buscam matricular seus filhos nas escolas públicas e..., sabem disso quando as polícias invadem suas casas, a pretexto de reprimir o tráfico de drogas e outros crimes, como se fossem bandidos, porque são pobres, miseráveis e, desse modo, têm até medo de precisar da segurança oferecida pelo Estado.

Além disso, não esqueceu Azevedo das relações familiares, dos preconceitos, da prostituição que hoje ganha ares de modernidades, via meios de comunicação de massa e modernas tecnologias.

Pode-se argumentar que O Cortiço traz parte do drama sentido pelo escritor: os preconceitos que sua família sofreu por abalar a sociedade maranhense; mas o quê não se pode deixar de fazer é re-

conhecer a atualidade desta Obra, afinal, o Brasil nesses exatos 131 anos atingiu um extraordinário crescimento econômico, mas não logrou a mesma sorte para todos os seus habitantes: aprofundou-se, aqui, a distinção entre os moradores do cortiço e da casa, do centro e da periferia, enfim, criou-se um país bem definido, onde poucos têm muito e muitos têm pouco. O “bolo” que o ministro tanto falava cresceu, mas a fatia de cada um não foi proporcional; parodiando George Orwell: “Todos os brasileiros são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros”…

Como esquecer a atualidade desta Obra, se a cada dia torna-se mais presente na sociedade brasileira? Melhor seria se a situação vivida n’O Cortiço não passasse da veia literária de Aluísio Azevedo, mas não é isso que as Ritas Baianas, Pombinhas, Piedades e Bertolezas sentem nos seus dia-a-dia.

ESPAÇO DO LEITOR

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Cid Teixeira e Sonia Maron

Um duplo adeus. Direito e História vivem em mútua influência, a ponto de Ortolan ter afirmado que todo historiador deveria ser jurista e todo jurista deveria ser historiador. É hora da despedida a quem tão bem contou nossa terra e nossa gente, detalhe por detalhe, cada esquina da velha Cidade da Bahia.

Alves Velho ensina que dia a dia, à medida que nossos conhecimentos avançam, vamos encontrar escondidas, na antiguidade, as sementesdetodasasnovasideias,queatéagora nos haviam passado despercebidas. A querida professora Sonia Maron, imortal da Academia de Letras de Itabuna, jurista do Direito Penal, ensinava e vivia tudo isso, exímia que era em Humanidades e na fluência elegante e simples das palavras. Vão-se duas referências da internacionalmente reconhecida dimensão historiográfica que obteve a minha Hermenêutica da Desigualdade. É uma apertada síntese cheia de gratidão, saudade e reconhecimento. Trata-se de um duplo adeus. TAURINO ARAÚJO, ACADEMICO@TAURINOARAUJO.COM

Perda irreparável

Com muita tristeza recebi a notícia sobre o falecimento do grande historiador baiano Cid Teixeira. Um homem sábio e conhecedor da Bahia, que muito enriqueceu nossa

cultura com seu talento. Deixo registrada toda minha solidariedade aos familiares e amigos deste gênio. Sem dúvidas, hoje é um dia de luto para todos nós e uma perda irreparável para a cultura baiana. ALEX LIMA, DEPUTADOALEXLIMA@GMAIL.COM

Sobrevivemos

Sobrevivemos. Um ano em que todos devem acender velas por estarem vivos. Mas a luta pela vida em 2022 não acabou. Temos um psicopata dirigindo a nação. Toda a máquina de Estado está sendo capturada pelo neofascismo bolsonarista preparando uma verdadeira guerra antieleitoral, antisoberania, antidemocracia. Do Chile e EUA vem duas lições. No Chile, a frente ampla formada para

Com muita tristeza recebi a notícia sobre o falecimento do grande historiador baiano Cid Teixeira. Um homem sábio e conhecedor da Bahia

derrotar e impedir a ultradireita de chegar ao poder. Nos EUA, um representante democrata e neoliberal rompe a maioria de Biden para impedir um programa social que salve seu império. A armadilha impede uma terceira força política nos EUA, com um dívida de US$ 29 trilhões e vai minar nos próximos anos seu domínio. No Brasil, Lula, define o mote união de todos contra a destruição bolsonarista. ANTONIO NEGRÃO DE SÁ, NEGRAOSA1@UOL.COM.BR

Cartão de Vacinação

Que perversidade do vereador Alexandre Aleluia ao propor a retirada da apresentação do cartão de vacinação e do PCR, teste para detectar a Covid-19, na entrada dos estabelecimentos privados. Tupiniquim, copiando o Estado da Flórida dos Estados Unidos, esquecendo que a quantidade de mortes nesse país, pela falta de vacinação, aumentou fantasticamente nas últimas semanas. Eleito para vereador para defender o povo que o elegeu, no entanto, defende os empresários, felizmente, com certeza não sairá de vereador. Contamos com a compreensão dos outros parlamentares em não aprovar esta proposta tão infantilizada deste cidadão soteropolitano. JÚLIO CÉSAR GONÇALVES ROCHA, JULIOGROCHA56@GMAIL.COM

Exemplo de democracia

O Espaço do Leitor do Jornal A TARDE tem dado lições de democracia: publica sem discriminação textos com registros de opinião diversificada, de fundo ideológico diverso, sem censura; respeita o leitor, torna público a todos, proporcionando reflexões e debates.

Faz parte da democracia esse saber conviver com as diferenças sem agredi-las, sem censurá-las. Pena que alguns leitores não aprendam a lição e se achem no direito de querer impor censuras a leitores que prezam a liberdadedeexpressãocomresponsabilidade.

Parece até que ignoram a Constituição do País. Alguns chegam a ferir os Poderes da República num acinte inqualificável. Agradeço a solidariedade do Sr. Hildejundes Freitas entre outras manifestações de apoio, mas que preferem não ter os nomes divulgados.

GRAÇA GOES, GRACAGOES527@GMAIL.COM

Poda de árvores

As centenárias árvores localizadas na longitudinal e transversais da Rua Nossa Senhora do Resgate – Cabula, precisam ser podadas, com urgência, pois estão colocando em risco moradores e transeuntes, principalmente com os fios de alta tensão, afinal todos pagamos impostos e a prefeitura possui órgãos para atuar nesse setor. MIGUEL ANTÔNIO DOS SANTOS, MIGUEL.ITAPARICA2@YAHOO.COM.BR