A cidade, o Arquiteto e a Obra: Gotemburgo, Erik Gunnar Asplund e a Extensão da Courthouse

TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO MODERNOS II DOCENTES: PAULO FUJIOKA | TOMÁS MOREIRA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 2022

GRUPO 05: GIOVANA ALVES FERREIRA JOYCE GABRIELLE GONÇALVES TALITA DAMASCENO VINÍCIUS RIBEIRO PEREIRA WILLIAM SAHM

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ÍNDICE

1. GOTEMBURGO…….pg. 6 1.1 Suécia: contexto e formação 1.2 Gotemburgo: contexto 1.3 Linha do tempo de Gotemburgo 1.4 Gotemburgo moderna

2. GUNNAR ASPLUND…….pg. 26 2.1 Quem foi 2.2 Linha do Tempo

3. PRODUÇÃO ACADÊMICA…….pg. 44 3.1. Principais trabalhos 3.2. A obra de Stuart Wrede 3.3. O legado de suas obras

4. COURTHOUSE…….pg. 72 4.1. A Courthouse Extension 4.2. O projeto de 1913 4.3. O projeto de 1916 4.4. O projeto de 1924-1925 4.5. O projeto de 1934-1936 4.6. A incerteza da Fachada 4.7. A Fachada 4.8. O pátio interno 4.9. O Interior 4.10. O Salão 4.11. As Salas 4.12. Arte Contemporânea

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SUÉCIA CONTEXTO E FORMAÇÃO Entender as transformações no plano urbano de uma cidade significa compreender uma série de influências e personalidades que moldaram o lugar. Desse modo, antes mesmo de abordar o recorte de Gotemburgo, se faz necessário apresentar o país a qual a cidade está inserida. A Suécia é um país europeu situado na porção mais norte do continente europeu, fazendo divisa com a Finlândia, Dinamarca e Noruega. Sua população compreende cerca de 10.183.175 habitantes, em um território de 450.295 m².

NORUEGA

O país como um todo apresentou um desenvolvimento político muito atrelado a geografia do Estado, com subdivisões através de setores de serviço como político, administrativo, abastecimento primário e comércio, tendo em vista a possibilidade de desenvolvimento econômico de cada região. Além disso, a organização do país também foi influenciada pela defesa do território sueco, que constantemente era ameaçado por vikings vindos de países vizinhos, como a Dinamarca e a Noruega.

Já um aspecto importante no plano político é de que apesar de ter uma monarquia no país, a Suécia também apresentou uma aristocracia muito forte durante sua formação moderna, a qual era responsável por contrabalancear as relações de poder do estado. Isso porque ao valorizar as leis do estado de direito a elite sueca moderava os poderes que a nobreza apresentava. Com efeito, a democracia do país se escorou nas leis das elites modernas, as quais atribuiram poderes à civis eleitos e deliberaram um senso de liberdade e justiça para a população.

DINAMARCA Em reflexo a isto, diversas courthouses foram criadas pelo território, a fim de evitar possíveis atos tirânicos. Essas casas de justiça, ou casas de corte em tradução livre, celebravam o poder cívico, e permitiam acesso às leis pela população. As courthouses funcionavam como um tribunal, onde pessoas eram julgadas, mas também podiam assumir atribuições administrativas e culturais. Desse modo, esses espaços podiam ser de certa forma a casa da justiça com julgamentos através de leis do estado e também podiam receber algumas apresentações artísticas em datas comemorativas. Dado o contexto, as courthouses tinham certa importância no plano urbano, com a implantação desses prédios em espaços privilegiados, com a associação coesa entre projeto e estilo arquitetônico e até mesmo a forma da fachada, como ela deveria ser trabalhada.

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FINLÂNDIA

SUÉCIA

Figura 1: mapa ilustrativo da Suécia e países vizinhos. Sem escala. Fonte: produzido pelo grupo com base em [[File:Sweden - Location Map (2013) - SWE UNOCHA-pt.svg|thumb|Mapa da Suécia|alt=Mapa da Suécia]]

Figura 2x: Courthouse de Gotemburgo.

Em destaque está a extensão projetada pelo Arquiteto Gunnar Asplund., para o edifício.

Fonte: Hidden Architecture

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GOTEMBURGO CONTEXTO

Gotemburgo é a segunda maior cidade da Suécia, perdendo apenas para a capital Estocolmo. A cidade contém cerca de 533000 habitantes, e se localiza às margens do Rio Gota, o qual, por sua vez, deságua no Mar do Norte e no Oceano Atlântico.

Ao contrário de Estocolmo, um pólo administrativo, Gotemburgo teve seu desenvolvimento vinculado ao comércio, uma vez que na cidade foi instalada a maior zona portuária dos países nórdicos. Se a capital se destacava como a cidade real, com saída ao mar Baltico, GotemburgO, por sua vez, representava o poder econômico da Suécia, com saída ao Atlântico.

Para além do porto, Gotemburgo também recebeu em sua formação um número significativo de uma elite inglesa, responsável por financiar a industrialização da região. Além de fomentar a economia, a população mais rica da cidade financiava também ações de promoção social, com a construção de hospitais para a cidade, centros culturais e escolas. “[...] This anglicized elite structured their society in ways that roughty corresponded to the models they knew from their homeland> Gentleman’s clubs, as in England, created the social environment for business. In contrast with those invested in the court and government of Stockholm, the Gothenburg elite developed a strong sense of self-reliance, of the power of their own charity, and a clear hierarchy of social values based on what one did with one’s wealth.”

(ADAM, 2014, p.20)

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Figura 3: Ilustração da cidade de Gotemburgo, realizada entre 1690-1710.

Fonte: National Library of Sweden

Figura x: Courthouse de Gotemburgo.

Em destaque está a extensão projetada pelo Arquiteto Gunnar Asplund., para o edifício.

Fonte: Hidden Architecture

ESTOCOLMO

GOTEMBURGO

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Figura 4: mapa ilustrativo da Suécia e países vizinhos.

Sem escala.

Fonte: produzido pelo grupo com base em [[File:Sweden Location Map (2013) - SWE UNOCHA-pt.svg|thumb|Ma pa da Suécia|alt=Mapa da Suécia]]

GOTEMBURGO CONTEXTO 1600-1700 Gotemburgo foi fundada em 1621 pelo rei Gustav Adolf II, que tinha o objetivo de estabelecer um lugar de comércio na Suécia. A localização da cidade é estratégica, uma vez que ao ser instalada às margens mar do Norte, Gotemburgo teria acesso oceano Atlântico e assim aos países ocidentais. Tal fato possibilitou que a Suécia alcançasse sua soberania portuária, antes vinculada à Dinamarca.

A fundação de Gotemburgo contou com um Plano Urbanístico, que foi feito em moldes holandeses, contando assim com deslocamentos através de redes fluviais. Nesse sentido, a cidade apresenta até os dias atuais uma série de canais para circulação. Esse plano foi feito de 1619-1621.

Gotemburgo também contou com uma barreira física para sua proteção e defesa. A barreira foi erguida de 1624 a 1643, mas contou com reformas futuras, no ano de 1684. Além de ser importante para tentar barrar os ataques vikings da Noruega e Dinamarca, a barreira também funcionava como um posto alfandegário.

As casas desse primeiro século eram basicamente de madeira, com raras exceções em pedra. Desse modo, poucas dessas casas estão preservadas ainda, dado os incêndios na cidade.

1700-1800 Nesse período datado entre 1700 a 1800 houve outra reforma da muralha, que previa sua extensão vertical, para cerca de sete metros de altura.

Também, em 1713, Gotemburgo contou com a instalação da Companhia das Índias Orientais, que proporcionou a ascensão econômica da cidade.

Novamente, dois grandes incêndios destruíram uma parte significativa de Gotemburgo, o que levou a prefeitura a exigir um número maior de construções em pedra. Para isso a prefeitura disponibilizou modelos base de habitação as quais contavam com 2-3 pavimentos, telhados em duas águas e íngremes e a fachada em tijolo amarelo.

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Figura 5: Planta de Gotemburgo de 1636.

Fonte: Göteborgs Stad

Figura 6: Planta da área afetada pelo incêndio de 1792.

Fonte: Göteborgs Stad

Figura x: Courthouse de Gotemburgo.

Em destaque está a extensão projetada pelo Arquiteto Gunnar Asplund., para o edifício.

Fonte: Hidden Architecture

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GOTEMBURGO CONTEXTO 1800-1840 Com a modernização e início da industrialização de algumas regiões da Europa, ocorreu um aumento no fluxo de pessoas e mercadorias pelo continente. Desse modo, não havia mais a necessidade de uma barreira física para defesa de Gotemburgo, tendo em vista o seu crescimento como centro comercial, e, consequentemente, sua atração populacional. Tendo em vista tal aspecto, a muralha foi demolida no ano 1806 com término em 1840.

Um fator importante desse período foi que outros incêndios ocorreram na cidade, o que fez a prefeitura proibir, a partir de 1813, construções de madeira na antiga região amuralhada. Além disso, o plano urbanístico passou a estabelecer regras sobre o gabarito dos edifícios e dimensão do lote.

As residências, por sua vez, se diferenciavam quanto às classes dos moradores, tendo ricos morando em ruas mais importantes com o estilo neoclássico em suas residências, e comerciantes mais simples morando em ruas secundárias com casas simples e sem decoração.

Nesse período ocorreu uma série de construções de obras públicas financiadas pela elite de Gotemburgo. Dentre elas estão hospitais, um quartel, escolas e igrejas.

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1840-1870 Por volta de 1840, quase toda área urbana de Gotemburgo já havia sido reconstruída dos incêndios dos períodos anteriores. Com isso, a industrialização da cidade foi possível, com a instalação de novas Figura x: empresas na região.

Courthouse de Gotemburgo.

Em destaque Nesse sentido, a margem do Rio em um primeiro momento foi está a extensão destinada a receber essas novas indústrias e fábricas, dado a facilidade projetada pelo de escoamento das mercadorias. Essa industrializaçãoArquiteto demandou, por Gunnar sua vez, a ampliação do porto de Gotemburgo, para que este pudesse Asplund., para cumprir com a demanda. o edifício.

Fonte: Hidden Architecture

Concomitante com o crescimento econômico da cidade, a expansão demográfica da cidade ocorreu através de um plano diretor, que delimitou zonas habitacionais para além da antiga região amuralhada.

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Figura 7: Plano de Gotemburgo de 1815..

Fonte: Göteborgs Stad

Figura 8: Proposta para o alargamento de Gotemburgo de 1864 Fonte: Göteborgs Stad

GOTEMBURGO CONTEXTO 1870-1950 Gotemburgo recebe um novo plano diretor, em 1886, que tem como objetivo planejar novas áreas residenciais. Além do aspecto da habitação, o projeto previa uma melhora da circulação da cidade com a Construção de linhas de bonde (1879), construção de novos canais (1903/1936) e pontes, como a de Hamngatan.

Nesse período, o capitalismo já atingia uma escala global, e em Gotemburgo isso se manifestava em concordância com outras potências da europa. Desse modo, houve um impulso, de 1870 a 1950, para a construção de bancos, dado o desenvolvimento econômico da região. Segundo os arquivos da cidade, foram cerca de 10 bancos entre os anos de 1880 a 1920.

Por fim, os antigos prédios do centro da cidade foram gradativamente tendo sua funcionalidade alterada, tendo em vista a especulação imobiliária do centro. Com isso, antigas habitações se transformaram em lojas de luxo e sede de empresas de grande capital. Neste período, o museu de Gotemburgo também se muda para o antigo prédio das Índias Orientais.

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1950-1990

lorem ipsum hendrerit nisl class cras Já nesta última faixa de tempo, seguindo uma corrente mundial, uma aliquam série de quam inceptos edifícios antigos da cidade foram destruídos a fim de receber grandes prédios de ligula torquent elit turpis serviço que têm como característica a arquitetura internacional. Em 1950 nostra, um novo varius primis luctus plano urbanístico é planejado pela prefeitura, com o melhoramento da praesent rede de condimentum comunicação e transporte da cidade. Este plano também realocou o porto em outra urna id libero, região. augue non tempus cursus lobortis “O novo plano de tráfego para o centro da cidade incluía uma estrada principal e viverra bibendum lectus malesuada.

uma circular. A partir deles, você pode entrar na cidade por meio de zonas de

estacionamento. O plano foi parcialmente implementado. O Götaleden, que fazia parte da rota principal, foi traçado ao longo do porto onde antes havia trilhos de trem. Um grande estacionamento foi construído nos arredores de Östra Nordstaden e na praça Perukmakaren, mas vários dos estacionamentos planejados nunca foram concluídos. Nas partes internas, foram propostas ruas de serviço e ruas de pedestres. As chamadas ruas de serviço teriam arcadas, ou seja, passarelas desenhadas no piso térreo das casas.” (JOE BRIG ART AB, 1999, pg. 36)

Figura 9: Planta de Gotemburgo de 1872.

Fonte: Göteborgs Stad Figura x: Courthouse de Gotemburgo.

Em destaque está a extensão projetada pelo Arquiteto Gunnar Asplund., para o edifício.

Fonte: Hidden Architecture

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GOTEMBURGO MODERNA EXPANSÃO URBANA Após a Segunda Guerra Mundial, Gotemburgo iniciou a criação de satélites, ou seja, unidades com moradia e serviços que mantinham uma relação de dependência para com a cidade-mãe (anteriormente a cidade se expandia circularmente, criando anéis externos). A topografia influenciou a forma urbana, com distribuição seguindo as rotas fluviais e também encostas e planaltos.

O final da década de 1940 representou um período de dificuldades na área da construção, visto que as partes centrais da cidade se tornavam escassas e fazia-se necessário construir em locais desafiadores, como montanhas e vales dos rios. Somado a isso, crescia a demanda por grandes áreas devido a necessidade de produção de novos grupos de habitações. Para tanto, locais agrícolas e fazendas foram transferidos buscando-se a existência de novas áreas de expansão. Já em meados da década de 1950 foram construídas áreas residenciais na forma de cidades-satélite afastadas do centro da cidade.

Também na década de 1950 foram construídas casas unifamiliares em Hisingen.

Na década de 1960 a cidade passou por um grande acréscimo em extensão territorial, aumentando de 14 para 36 mil hectares, o que ocorreu devido à incorporação de áreas de outros municípios e de uma freguesia (Angered, Stora Lundby, Bergum e Hisingen). Em 1974 houve a adição de 8 mil hectares ao território da cidade, também por causa da incorporação de municípios. Ainda na década de 1970 houve o ganho de espaço no mercado construtivo por parte de setores privados. Quando eram construídos novos distritos, cumpria-se a seguinte ordem: inicialmente eram feitas as habitações, depois os equipamentos, como escolas, centros de saúde, entre outros. Igrejas, locais de recreação, estradas e transporte público poderiam demorar até que fossem implantados.

Após a Segunda Guerra Mundial ocorreu um processo de renovação urbana em grande escala, os redesenvolvimentos, tanto no centro da cidade quanto em bairros da classe trabalhadora. As décadas de 1960 e 1970 viram o desaparecimento das habitações antigas, englobando áreas de distritos por completo, para que pudessem ser construídas novas habitações no local.

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Figura 10: expansão de Gotemb partes mais antigas desenvolvida até 1931; o verde, o que foi amp expandido até 1974. Fonte: Modern bebyggelse del III.

PLANO DE CENTRO

Após a Segunda Guerr cada vez mais ineficaz, e podiam se deslocar p C e D), os quais consta cada local levando em

A: centro regional, serv

B: centro distrital, aten fins comerciais tal como

C: centro principal dent

D: subcentro dentro da local com no mínimo 2

burgo, em que o vermelho indica as as; o verde claro, o que foi ampliado pliado até 1951; e o amarelo, que foi na Göteborg: Kulturhistoriskt värdefull

Figura 11: demolição em Landala no final dos anos 1960. Fonte: Stig Sjöstedt.

OS

ra Mundial, Gotemburgo iniciou a criação. Nas décadas de 1940 e 1950 o centro tornava-se , pois era pequeno e deixava de chamar a atenção dos moradores que possuíam automóveis para locais mais distantes. Para solucionar o impasse, foram planejados novos centros (A, B, aram no plano diretor de 1959. A variedade de tipos de centros foi criada e designada para conta o tamanho da população e a infraestrutura existente.

indo a uma região inteira;

dendo a um distrito ou uma área com no mínimo 50 mil habitantes, possuía instalações com o instalações de lazer e cultura;

tro de uma área residencial, atendendo a uma área com no mínimo 5 mil habitantes;

a área residencial, localizado geralmente em áreas residenciais maiores, atendendo a um mil habitantes, constituído basicamente por um grupo de lojas.

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GOTEMBURGO MODERNA EXPANSÃO INDUSTRIAL Algumas empresas conhecidas internacionalmente surgiram na cidade, como por exemplo: SKF, Svenska KullagerFabriken, fabricante de rolamentos fundada em 1907; Esab, multinacional criada em 1904, produtora de equipamentos de soldagem; Volvo, fabricante de veículos comerciais, principalmente caminhões, fundada em 1926.

No período de 1920 até 1945, Gotemburgo apresentou aumento populacional de 40%, além de possuir o principal porto de exportação da Suécia da época. De 1945 até 1974 (anos recorde) houve o aumento de 200 mil habitantes devido ao desenvolvimento da cidade no período. Na indústria, destacou-se o automobilismo, a construção naval, a engenharia, os estaleiros (entre eles, Götaverken, Eriksberg e Lindholmen eram os maiores), além do surgimento de setores especializados e amplamente produtivos.

Também as companhias marítimas transoceânicas e as casas de comércio internacional possuíam grandes nomes suecos em destaque.

No pós-guerra, continuou-se a expansão de áreas industriais de engenharia, mas com zonas industriais construídas do zero, afastadas das áreas residenciais.

Durante os anos recordes não houve grande aumento populacional, em contrapartida a disponibilidade de empregos crescia. Dessa forma, durante os anos 1960 houve escassez de mão de obra e em 1975 a cidade, assim como as outras grandes cidades da Suécia, iam em direção a uma sociedade de serviços (o setor de serviços, também chamado de setor terciário, é o ramo da economia que engloba as atividades de prestação de serviços e de comércio).

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A Volvo estava muito ligada à ideia de crescimento e desenvolvimento industrial expansivo, chegando a receber aval do governo para adquirir terras já pertencentes a outros proprietários por ser considerada “uma representação de interesse nacional”. Esse acontecimento demonstra o interesse pelo desenvolvimento industrial e produção em massa que ajudou a moldar a Gotemburgo nos dias atuais.

Figura 12: Volvo Torslanda em 1964.

Fonte: Museu Industrial de Wezäta.

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GOTEMBURGO MODERNA MOBILIDADE O desenvolvimento da cidade acompanhou, desde a década de 1960, a disseminação do automobilismo, fazendo com que fossem criadas novas vias, ato que teve apoio tal como pressão dos grandes empregadores. O tráfego de automóvel, que foi priorizado, contribuiu para a dissolução da cidade, ao mesmo tempo que os novos sistemas de tráfego em grande escala criavam barreiras no desenvolvimento urbano. No centro de Gotemburgo, um sistema expandido de ruas para pedestres foi planejado, o que beneficiaria a vida dos negócios.

AQUECIMENTO As principais mudanças no fornecimento de energia aos edifícios residenciais de Gotemburgo ocorreram durante o período de 1952 a 1975. O desenvolvimento da rede de aquecimento distrital na cidade afetou sua estrutura e empresas municipais foram formadas para organizar as instalações. Antes da introdução do aquecimento urbano, as casas eram aquecidas por caldeiras, e os centros de caldeiraria encontravam-se em destaque nas áreas residenciais da década de 1960. Muitos hoje estão abandonados e sem função, mas acabam caracterizando as comunidades em que estão inseridos.

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Figura 13: A boca do túnel Tingslad em Ringön em 1981. Fonte: Hamnbilder från Göteborg.

Figura 14: Casa da caldeira Tratten. Fonte: Ingmar Larsson.

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GOTEMBURGO MODERNA HABITAÇÃO Baseadas no Housing Social Inquiry, foram adotadas propostas habitacionais que vigoraram até os anos de 1990 e que tinham como objetivo promover condições adequadas de moradia por meio da construção de habitações ou renovação de áreas antigas da cidade, além de mitigar locais superlotados até o início dos anos 1960.

Buscava-se redesenvolver o espaço urbano, elevando o padrão nas cidades e criando áreas de lazer para a população. Também foi planejada a existência de instalações esportivas nos planos da cidade objetivando proporcionar bem estar aos moradores e promover a saúde através do esporte. Para tanto, uma nova legislação foi aprovada, propiciando aos municípios a desapropriação de imóveis com o objetivo de realizar demolições ou grandes reformas. Contudo, houve protestos contra a demolição e reconstrução de bairros antigos da cidade, fazendo com que fosse necessário planejar renovações cuidadosas dos edifícios residenciais.

Muitos dos prédios de apartamentos da década de 1950 e início dos anos 1960 passaram por alguma alteração. Os telhados planos foram inclinados, as janelas e portas de madeira originais foram substituídas por alumínio, as telhas das entradas foram substituídas por construções de madeira ou construções em vidro e aço, as varandas foram substituídas, equipadas com novas frentes ou envidraçadas.

A mudança mais comum de fachada foi a modificação do material dos painéis de madeira além da adição de material isolante. O apoio financeiro para melhorar os ambientes existiu em vários estágios desde meados da década de 1970 e, em grande medida, foi usado na melhoria das áreas de prédios de apartamentos construídos da década de 1950 até 1970. Em Gotemburgo, existem várias áreas residenciais construídas durante o período do pós-guerra que mudaram muito com a chamada remodelagem. Em alguns casos, por exemplo, moradias unifamiliares foram construídas no lugar de altos edifícios.

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Figura 15: Ponto de renovação em Gotemburgo.

Fonte: Moderna Göteborg: Kulturhistorisk t värdefull bebyggelse del III. Figura 16: Áreas de renovação definitivas em destaque.

Fonte: Moderna Göteborg: Kulturhistorisk t värdefull bebyggelse del III.

Figura 17: Área residencial renovada em Gårdsten, com fachadas revestidas, janelas substituídas e volumes das casas reduzidos.

Fonte: Sanja Peter.

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O ARQUITETO ASPLUND Nosso arquiteto de estudo foi Erik Gunnar Asplund, sueco nascido no século XIX. Durante sua formação acadêmica foi fortemente influenciado por seus professores, cujo estilo arquitetônico predominante era o Romântico Nacional. Sua tendência a este estilo se manteve até o final da década de 10 do século XX, quando Asplund começou a aproximar-se mais do Neoclássico, porém, diferentemente da expressões deste movimento em outros países, na Suécia ele ainda bebia da arquitetura vernacular nórdica, por isto, mesmo com traços neoclássicos, é notável a forte presença da madeira, por exemplo. O último estilo à qual Asplund aspirou foi o Modernismo, tendo como preliminar a Exposição de Paris em 1925 e seu estopim na Exposição de Estocolmo em 1930, liderada por ele; nesta última fase, Asplund recebe fortes influências estrangeiras mas ainda com raízes vernaculares suecas, de forma que esta vertente do modernismo é denominada Funcionalismo.

Embora seja possível indicar três fases durante a carreira do arquiteto, as mudanças não são drásticas, logo é possível observar tendências diversas em uma mesma obra ou em um mesmo projeto; além disso, em alguns projetos, Asplund leva anos para finalizá-los (seja por sua complexidade, seja por burocracias externas a ele) e nestes projetos é possível observar com mais clareza como a percepção e a expressão do arquiteto mudam ao longo dos anos

ASPLUND LINHA DO T

Erik Gunnar Asplu Asplund, cuja ocupação e estudos na área de arqu Escola Klara, uma escola Karl Bergsten, principais Classicismo Nórdico, que Em 1910, viaja à Al de concreto em fachadas “Algumas notas sobre um arquiteto, realiza o proje Karlshamn, que começa assistente de Arquitetura

Figura 18: fotografia de Erik Gunnar Asplund.

Fonte: Urbipedia

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Figura 19: fotografia de Erik Gunnar Asplund. Fonte: Urbipedia

TEMPO

nd nasceu em 22 de setembro de 1885 na cidade de Estocolmo, filho de Luisa e Franz-Otto era agente fiscal. Em 1905, inscreve-se no Real Instituto de Tecnologia (K.T.H.), onde começa seus itetura, gradua-se em 1909 e dedica os próximos 2 anos para complementar seus estudos na a independente onde teve como professores Ragnar Östberg, Karl Westman, Ivar Tengbom e responsáveis pelas inclinações de Asplund ao estilo Romântico Nacional e, posteriormente, ao ficou conhecido internacionalmente como “Swedish Grace”. lemanha com uma bolsa de estudos da K.T.H. para realizar uma pesquisa acerca da utilização s e, no ano seguinte, escreve um artigo sobre o tema para a revista Arkitektur, cujo título foi m moderno material alemão para fachadas”. Em 1912, começa a trabalhar efetivamente como eto da Vila Rosenberg e fica em primeiro lugar no concurso para a Escola Secundária em a ser construído neste ano e ficará pronta somente em 1918. Além disso, trabalhou como no K.T.H. neste ano e no seguinte.

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O ARQUITETO ASPLUND O ano de 1913 é um dos mais importantes na carreira do arquiteto, principalmente devido à sua vitória no concurso para a ampliação da Courthouse de Gotemburgo, que só foi finalizada em 1937, sendo um projeto que recebeu inúmeras alterações ao longo dos anos. Ademais, no mesmo ano, Asplund realiza o projeto de duas vilas, Selander na cidade de Örnsköldsvik e Sturegården na cidade de Nyköping.

No final do ano, Asplund parte em sua “grande viagem de estudos” com destino à Itália e Tunísia, além de passar em Paris e em Marselha; no geral, todas as viagens do arquiteto para o exterior são de extrema importância para seu amadurecimento e desenvolvimento, uma vez que traz tendências externas para o que estava sendo praticado na suécia e nos países nórdicos como um todo, de forma que nunca é uma dominância completa de uma parte ou de outra, e, sim, uma combinação do que estava sendo produzido na Suécia e no restante do mundo.

Em 1914, após voltar da grande viagem, realizou o projeto da Vila para o Dr. Ruth em Kuusankoski, na Finlândia. Anúncio do grande concurso internacional para a construção do Cemitério Sul de Estocolmo, cujos vencedores são Asplund em parceria com Lewerentz, que começaram a trabalhar juntos em 1915. Neste mesmo ano, Asplund desenha os objetos para a liturgia da comunhão para a Capela de Hofors; fica em segundo lugar no concurso para a Escola Carl Johann em Gotemburgo e, posteriormente, recebe o encargo para construí-la, sendo o término da obra em 1924. No ano seguinte, em 1916, realizou o projeto de blocos de habitação para a Fábrica Russa de Cabos, em Ekaterinoslav. Neste ano, também, escreve para a Associação de Arquitetos: “As casas de apartamentos.

Atual perigo arquitetônico para Estocolmo”.

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Figura 20: Escola Carl Johann (1915-1924). fonte: Urbipedia

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GOTEMBURGO MODERNA AMPLIAÇÃO DA COURTHOUSE Um dos projetos mais importantes na carreira do arquiteto e que sofreu diversas alterações desde a sua primeira versão, vencedora do concurso em 1913, e a versão final, concluída em 1937. Portanto, é um projeto que acompanhou Asplund durante toda sua carreira, logo é possível perceber as diversas fases do arquiteto ao longo de suas propostas, desde o projeto romântico naciolista vencedor de concurso, passando por sua fase neoclássica na década de 20, onde propôs uma independência maior entre o bloco já existente e a ampliação, e, por fim, sua versão final, já no estilo funcionalista, novamente conectado com o prédio antigo, mostrando um grande respeito pelo passado.

CEMITÉRIO DO BOSQUE O concurso para a construção do Cemitério do Bosque, realizado em 1915, foi ganho por Asplund e Lewerentz, de forma que trabalharam juntos na maior parte do tempo e, embora o cemitério tenha sido construído em 1915, sua última obra só foi finalizada em 1940.

Junto ao cemitério foi construído a Capela do Bosque, projetada por Asplund e inaugurada no ano de 1920, a Capela da Ressurreição, projetada por Lewerentz e inaugurada em 1925, e o Crematório do Bosque com suas capelas, projetadas por Asplund e inauguradas em 1940.

Em 1994, a UNESCO tombou o cemitério como sendo um Patrimônio da Humanidade.

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Figura 21: ampliação da Courthouse de Gotemburgo (1913, 1934-1937). fonte: Urbipedia

Figura 22: entrada do Cemitério do Bosque, Estocolmo (1915) fonte: Urbipedia

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O ARQUITETO ASPLUND Em 1917, Asplund começa a dirigir a revista Arkitektur, na qual ficará até 1920. No mesmo ano, realizou o projeto interior para a Exposição da Casa da Sociedade Sueca de Artes e Ofícios. Ainda neste ano, projetou a Vila Snellman, uma das vilas mais importantes da carreira do arquiteto, e projetou, também, o Tribunal de Lister em Solvesburgo. No ano seguinte, começou a trabalhar para a “Junta Nacional de Construção Pública”, ainda em 1918, começa a construção da Capela Woodland, no Cemitério Sul de Estocolmo. Neste ano, também, é convidado para o concurso de mapeamento e ordenação da Praça Gustavo Adolfo, localizada em Gotemburgo, em frente à Courthouse, da qual Asplund estava encarregado de projetar sua ampliação, fica em primeiro lugar na lista de premiados e, logo, encarregado do projeto da praça, bem como dos edifícios da Bolsa, cujas fachadas são voltadas para a praça.

Figura 23: Vila Snellman, Djursholm (1917-1918) fonte: Urbipedia

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A capela do bosque é de formato quadrado, com um cupula em seu interior, por onde entra a luz indireta.

O pórtico é sustentado por uma dúzia de colunas e a única decoração externa é um Anjo da Morte, de Carl Milles, que recebe os visitantes de braços abertos.

O interior é repleto de adornos projetados minuciosamente por Asplund; um exemplo é o buraco da fechadura, feito no formato do olho de uma caveira, representando a abertura da morte.

Figura 24: Capela do Bosque, Estocolmo (1918-1920) fonte: Urbipedia

Figura 25: Palácio de Justiça do Condado de Lister (1917-1921) fonte: Urbipedia

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O ARQUITETO ASPLUND Em 1919, começa as obras nos edifícios da Bolsa, localizados na praça Gustavo Adolfo, na qual Asplund tem como solução a divisão da fachada em 3 partes distintas, seguindo a subdivisão que já havia sido feita no interior do edifício. No ano seguinte, viaja aos Estados Unidos, onde realiza uma documentação sobre bibliotecas; quando volta à Suécia, realiza o projeto da Biblioteca Municipal de Estocolmo (1920-1928), sendo sua primeira obra considerada efetivamente neoclássica nórdica.

Em 1921, viajou novamente à Itália, adquirindo ainda mais influências do neoclássico e realizou o projeto do Panteão para a família do príncipe Oscar Bernadotte no Cemitério Norte de Estocolmo. No ano seguinte, realiza o projeto do Cinema Skandia, em Estocolmo, cuja obra terminou em 1923, mesmo ano em que Asplund projetou os escritórios para o Cemitério Sul de Estocolmo junto com Lewerentz.

O projeto do Cinema Skandia foi uma obra remodelação de um edifício já existente e que deveria reconfigurado para uma sala de cinema.

A disposição proposta por Asplund tem c finalidade o prolongamento da rua, como se direcionass pessoas para dentro do edifício, passando por difere espaços que criam progressivamente uma expectativo que se encontrará no final.

Figura 26: Cinema Skandia, Estocolmo (1922-1

fonte: Urbip

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Figura 27: Biblioteca Pública de Estocolmo (1918-1927) fonte: Pyrito

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Figura 28: escritórios do Cemitério do Bosque, Estocolmo (1922-1924)

1923) fonte: Urbipedia

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O ARQUITETO ASPLUND No ano de 1924, Asplund começa a se aproximar mais do Modernismo, estilo em grande ascensão na Europa e na América. É neste ano que aconteceu a Exposição de Arquitetura Sueca em Paris e o concurso para o Pavilhão Sueco na Exposição de Paris, realizada em 1925. Embora Asplund não vença o concurso, é convidado para a realização do interior do pavilhão. Ainda em 1924, projetou o panteão para a família do Almirante Ankarcrona no Cemitério Norte de Estocolmo e o Cemitério em Oxelosúndia.

Em 1926, acontece o concurso para o Cemitério Kviberg em Gotemburgo na qual são convidados Asplund e Lewerentz, Asplund ganhou o concurso e foi encarregado a ele o projeto; projetou o panteão para a família do Secretário de Estado Hjalmar Rettig no Cemitério Norte de Estocolmo. No ano seguinte, realizou mais uma viagem à Itália e projetou o parque junto à Biblioteca Municipal de Estocolmo. Além disso, é neste ano que o Conselho Sueco de Artes encarrega Asplund, Hugo Lagerström e Gregor Paulsson para esboçarem as primeiras diretrizes da Exposição de Estocolmo, que foi realizada em 1930.

Nos anos seguintes, Asplund dedicou pouco tempo para a realização de projetos e focou grande parte de seu tempo na idealização e concretização da Exposição de Estocolmo, tendo apenas finalizado a Biblioteca Municipal de Estocolmo em 1928 e projetado a ampliação da Escola Secundária em Karlshamn, que havia sido projetada por ele em 1912. E antes da Exposição realizou duas viagens, uma para a Alemanha em 1928 e outra para a Inglaterra em 1930.

A Exposição de 1930 foi um verdadeiro divisor de águas para Asplund, que rompe com o Swedish Grace e mergulhou de vez no movimento que estava em ampla crescente no resto da Europa: o modernismo. Porém não em sua versão pura, visto que Asplund carregava consigo uma ampla bagagem arquitetônica e projetual, sendo assim, a variação sueca do modernismo ficou conhecida como Funcionalismo, na qual a decoração dava um passo para trás e cedia seu lugar para a função do edifício.

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fonte: Urbipedia

A Exposição de Estocolmo (1930) foi realizada pela Prefeitura de Estocolmo junto com a sociedade artística Slöjdföreningen Svenska. Foi dirigida pelo historiador de arte e líder da sociedade Gregor Paulsson e teve como inspiração a Colônia Weissenhof em Stuttgart, a qual ele visitou em 1927.

Paulsson convidou Asplund e Lewerentz para dirigirem a Exposição, que foi completamente significativa na história da arquitetura da Suécia, estabelecendo o Funcionalismo como principal estilo arquitetônico.

Ao contrário de outras exposições modernas, que eram alocadas isoladamente em meio a ambientes verdes, o complexo de Asplund e Lewerentz foi disposto em meio a um ambiente urbano denso, na qual os pavilhões estavam ligados entre si por meio de elementos urbanos, como praças, becos, esplanadas, de forma que o espaço era tão importante quanto a forma.

Dentre as peças que compunham a exposição, atenta-se ao Paradiset Restaurant e ao Pavilhão de entrada, ambos de Asplund, que apresentavam uma leve estrutura em aço exposta combinada com grandes aberturas em vidro.

Além de Asplund e Lewerentz, outros arquitetos suecos que participaram da exposição foram Sven Markelius, Paul Hedqvist, Nils Ahrbom, Helge Zimdal e Uno Âhrén.

Restaurante Paradiset, Exposição de Estocolmo (1930)

Figura 30: Pavilhão de Entrada, Exposição de Estocolmo (1930) fonte: urbipedia

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O ARQUITETO ASPLUND Para o desenho dos laboratórios, Asplund optou por uma disposição assimétrica de três edifícios, que são unidos por um grande pátio coberto. O edifício principal possui uma grande área interna com pé-direito triplo com iluminação zenital, garantindo ao grande hall principal um caráter quase religioso.

As janelas do edifício estão dispostas de forma absolutamente regular e as aberturas podem fechar-se por meio do uso de persianas lisas.

Figura 31: Laboratórios Bacteriológicos do Estado, Estocolmo (1933-1937) fonte: Urbipedia

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Em 1931, Asplund começou a lecionar arquitetura no Real Instituto de Tecnologia, cargo que ocupou até sua morte. No mesmo ano, ele projetou a decoração interna do Museu Nacional de Estocolmo e adaptou e desenhou o mobiliário das instalações da Sociedade Sueca de Artes e Ofícios. No ano seguinte, divorciou-se de sua esposa Gerda, com quem teve 4 filhos. Em 1933, ganhou o concurso para o projeto do Laboratório Bacteriológico do Estado em Estocolmo (1933-1937) e projetou os Armazéns Bredenberg, também em Estocolmo. No ano seguinte, casou-se com Ingrid Hindmarsh e teve mais um filho; ainda neste ano, realizou uma viagem pela Europa, passando pela Dinamarca, Alemanha, Tchecoslováquia (atual República Checa e Eslováquia), Hungria, Áustria, França e Inglaterra. É neste ano, também, que o Comitê da Câmara Municipal aprovou o projeto definitivo para a Ampliação da Courthouse de Gotemburgo e iniciou-se as obras.

Figuras 32/33: Armazéns Bredenberg, Estocolmo (1935) fonte: Urbipedia

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O ARQUITETO ASPLUND

No ano de 1935, rompeu sua parceria com Lewerentz e finalizou os projetos para o Cemitério Sul sozinho, incluindo o projeto do Crematório. No ano seguinte, venceu o concurso para o Crematório do Cemitério Kviberg em Gotemburgo, porém Asplund faleceu antes da finalização do projeto. Em 1937, ocorreu a finalização do Laboratório Bacteriológico do Estado e Asplund recebeu o encargo para o Instituto Bacteriológico Veterinário do Estado, no entanto as obras só se iniciaram após sua morte. Ainda em 1937, Asplund projetou e construiu sua casa de férias em Stennäs, nos arredores de Estocolmo.

Em 1938, realizou sua segunda viagem aos Estados Unidos, onde realizou quatro conferências acerca dos problemas enfrentados pela arquitetura sueca após 1930; e ganhou o concurso para os Escritórios de Assistência Social em Estocolmo (1938-1939). No ano seguinte, em 1939, viajou para a Alemanha, Suíça, França e Grã-Bretanha e venceu o concurso para os Arquivos Municipais de Estocolmo (1939-1940), incompleto. E, por fim, no ano de 1940, o Crematório do Bosque no Cemitério Sul foi inaugurado em junho e Erik Gunnar Asplund morreu, em Estocolmo, no dia 20 de outubro.

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Figura 34: Crematório do Cemitério do Bosque, Estocolmo (1935-1940) fonte: Urbipedia

Figura 35: casa de veraneio própria, Stennäs em Sorunda (1937) fonte: Urbipedia

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PRINCIPAIS TRABALHOS Antes de 1980, são poucos os estudos sobre a arquitetura do século XX que reservam um lugar para o Erik Gunnar Asplund. A reputação do arquiteto havia decaído depois de sua morte, sendo os últimos trabalhos concisos realizados sobre ele o livro de Haakon Ahlberg e as posteriores monografias de Bruno Zevi e Eric de Maré.

Três anos após a morte de Asplund, em outubro de 1940, o Instituto de Arquitetos Suecos fez uma monografia sobre o arquiteto, homenageando seu talento e reconhecendo sua importância na arquitetura nacional.

O livro “Gunnar Asplund architect 1885-1940: Plans Sketches and Photographs”, escrito pelo arquiteto e autor sueco Haakon Ahlberg, foi considerado por muitos anos o trabalho de referência quando se tratava de Asplund, até a publicação da obra de Stuart Wrede em 1980. Foi impresso pela primeira vez em 1943 e editado pelos arquitetos Gustav Holmdahl, Sven Ivar Lind e Kjell Ödeen.

O arquiteto italiano Bruno Zevi foi um dos primeiros críticos não-escandinavos que se interessaram pela obra de Erik Gunnar, realizando uma monografia sobre ele em 1948.

Zevi foi um dos primeiros autores que reconheceram a importância do papel desempenhado pela arquitetura sueca na evolução da arquitetura contemporânea.

Posteriormente, em 1955, foi publicado o trabalho do Eric de Maré: “Gunnar Asplund: A Great Modern Architect”, considerado até os dias atuais uma pesquisa muito perspicaz e que permanece muito concisa. Os dois autores, tanto Bruno Zevi como Eric de Maré, identificaram uma continuidade bem afirmada em sua obra, que segundo eles, se dá graças e uma fidelidade do arquiteto a ele mesmo.

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Fonte: Arquitectura Viva.

Figura 36: O crítico, escritor, ensaísta, arquiteto e urbanista italiano Bruno Zevi (1918-2000) conhecido sobretudo como historiador e crítico da arquitetura modernista.

A obra de Stuart Wrede, “A arquitetura de Erik Gunnar Asplund”, publicada em 1980, é considerada por muitos críticos a análise crítica mais completa acerca de Asplund.

O trabalho mais recente, que trata exclusivamente da obra desse arquiteto, é Gunnar Asplund, do arquiteto e historiador britânico Peter Blundell Jones. O trabalho publicado em 2006 consiste em uma apresentação cronológica do desenvolvimento e evolução da arquitetura de Asplund com uma contextualização do meio de trabalho da Escandinávia, trazendo ainda uma análise da influência e legado do arquiteto no modernismo escandinavo. Blundell narra também como o desenvolvimento de Asplund espelha as direções contemporâneas da arquitetura escandinava do início do século XX.

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A OBRA DE STUART WREDE Dentre as obras citadas anteriormente, analisando a influência da obra e pensamento de Asplund no século XX, é importante dar um destaque para a obra de Stuart Wrede, “A arquitetura de Erik Gunnar Asplund”, que se consagrou como a obra de referência sobre o arquiteto.

Stuart Wrede é um arquiteto finlandes. É licenciado pela Faculdade de Yale e possui um mestrado em sua Escola de Arquitetura. Em 1978, foi curador de uma exposição sobre Erik Gunnar Asplund no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e escreveu o “The Architecture of Erik Gunnar Asplund” em 1980. Além disso, traduziu escritos e publicou vários artigos acadêmicos sobre Asplund e Alvar Aalto, grande amigo do arquiteto, e também sobre o classicismo nórdico em várias revistas de arquitetura.

Figura 37: O arquiteto e artista visual finlandês Stuart Wrede (1944-) Fonte: Chas Miller.

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Figura 38: A exposição “The Architecture of Gunnar Asplund”, em exibição no MoMA em 1978. Dirigida por Stuart Wrede e curada por Zigmund Waliszewsky.

Fonte: MoMA

Figura 39: A exposição “The Architecture of Gunnar Asplund”, em exibição no MoMA em 1978. Dirigida por Stuart Wrede e curada por Zigmund Waliszewsky.

Fonte: MoMA

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A OBRA DE STUART WREDE

A respeito da obra “A arquitetura de Erik Gunnar Asplund”, o livro se pauta em dois objetivos principais: primeiro, apresentar o trabalho de Asplund para os jovens arquitetos daquela época, com o objetivo de inspirá-los, já que os trabalhos sobre ele eram muito escassos e a maioria dos estudantes não conhecia sua obra. Em segundo, o autor queria propor uma interpretação pessoal acerca da obra de Erik Gunnar. Assim, ao longo do livro Wrede irá propor diferentes análises sobre variados aspectos das obras de Asplund. Esse movimento provocou uma renovação do interesse pelo trabalho do arquiteto, e fez com que muitas de suas obras anteriores a 1930 fossem redescobertas.

Na análise de Wrede, o arquiteto afirma que a contínua reconsideração do movimento moderno que aconteceu a partir de meados dos anos 60 proporcionou uma revalorização da obra de Asplund: “A apropriação por parte dos racionalistas europeus de um léxico de desenho que havia sido antecipado pelo Classicismo Nordico dos anos 20, de qual Asplund era luz orientadora, e leva a biblioteca de estocolmo como grande obra mestra, vai fazer seu redescobrimento superficial inevitável”.

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Figura 40: Capa do livro “The Architecture of Erik Gunnar Asplund” de Stuart Wrede.

Fonte: Amazon

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A OBRA DE STUART WREDE Assim, Asplund pode ser visto como um antecessor das preocupações arquitetônicas dos anos 70 e 80, cobrindo muitas lições que são importantes para o nosso tempo.

Dessas lições, destacam-se os aspectos: Primeiramente, do ponto de vista do historiador arquitetônico, é clara a posição central que a obra de Asplund ocupa no desenvolvimento da arquitetura escandinava do século XX. O arquiteto, nesses países, foi um veículo para o romantismo nacional e a sensibilidade clássica ao movimento moderno, dando-lhe um sabor muito peculiar. Através de Asplund, descobrimos as raízes do modernismo escandinavo no clássico e no vernáculo.

Em segundo lugar, destaca-se o seu esforço em revitalizar a arquitetura reinterpretando o classicismo em termos vernaculares através da fusão da liberdade vernacular com a ordem clássica, que caracteriza o classicismo nordico em geral, e na obra de Asplund em particular, se tornou um modelo exemplar, já que ocorre uma constante revisitação aos princípios fundamentais da arquitetura.

Em terceiro lugar, Wrede destaca a capacidade de Erik Gunnar em conceber o edifício e a paisagem como uma totalidade integrada, onde ambos recebem uma atenção igual. Esse aspecto também é uma importante realização de Asplund no contexto moderno, que subordina a paisagem à condição utilitária da construção.

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Figura 41: Representação de Adão e Eva concebido por Nils Sjögren que adornou as portas originais da Biblioteca Pública de Estocolmo.

Estes puxadores estão agora expostos numa vitrine na entrada de Odengatan.

Fonte: Biblioteket.

Por fim, o autor traz a preocupação de Asplund com o simbolismo: a significação e as ressonâncias emocionais nas suas construções mostram uma definição clara de uma tradição modernista alternativa, com raízes no passado e também na psique moderna, com a sua complexa série de necessidades emocionais. Alguns temas, por exemplo, aparecem com certa frequência, como Adão e Eva, que se encontram em contextos tão diferentes como em frente à cortina do Cinema Skandia, em uma maçaneta na entrada principal da Biblioteca de Estocolmo e pendurados sobre a pista de dança do restaurante Paradiset na exposição de 1930. Assim Wrede vê-se obrigado a admitir que Asplund não estava satisfeito em desenhar edifícios que desempenham apenas uma função utilitária.

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A OBRA DE STUART WREDE

Figura 42: Vista interior do salão de dança do Restaurante Paraíso na Exposição de Estocolmo de 1930, mostrando ornamentos de teto, mesas e cadeiras.

Fonte: CCA

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Wrede também identifica na arquitetura de Asplund um jogo complexo de ambiguidades e contradições presentes constantemente em seu trabalho, como por exemplo nas quebras sutis de simetria na Villa Snellman e também no seu projeto para o Pavilhão da Suécia na Exposição de Artes Decorativas de Paris em 1925. Esses aspectos irão enriquecer bastante a sua linguagem arquitetônica, tornando-a mais espiritual e mais humana. As constatações de Stuart Wrede irão demonstrar como o estudo de Eric de Maré, feito em 1955 e citado anteriormente, foi perspicaz e permanece muito conciso.

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O LEGADO DAS OBRAS DE ASPLUND Tratando-se do legado das obras de Erik Gunnar Asplund, considerando as principais fontes de referências de análise crítica de arquitetura, algumas de suas obras mais citadas são a Capela Woodland (1918-20) e o Crematório Woodland do Cemitério Sul de Estocolmo e a Biblioteca Pública de Estocolmo, de (1920-28), para além da Courthouse extension, obra central deste trabalho.

CAPELA WOODLAND (1918-20)

A proposta para a capela foi planejada em 1915, junto com o arquiteto sueco Sigurd Lewerentz. De acordo com a historiadora da arquitetura Caroline Constant, o projeto constitui "uma síntese de templo e cabana". A obra foi diretamente inspirada por uma casa vernacular na Dinamarca. A capela está situada em uma floresta de pinheiros, um caminho passa pela floresta até a sua entrada, onde a forma dominante é um telhado de telha de inclinação acentuada, uma forma maciça como uma pirâmide truncada sustentada por colunas. O pórtico profundo continua a escuridão da floresta, e somente quando as portas da capela estão abertas é que o visitante é apresentado com um interior cheio de luz.

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Figura 43: Capela Woodland, projetada por Erik Gunnar Asplund e Sigurd Lewerentz, inaugurada em 1920.

Fonte: Arch Eyes.

O arquiteto e historiador Kenneth Frampton em sua obra “História Crítica da Arquitetura Moderna” comenta sobre como a forma de expressão dessa obra alude à topografia e o “genius loci”, o chamado espírito do local, um aspecto que Asplund herdou de influência de seus mestres na época da Escola Klara.

“Na Suécia o revival do romântico clássico foi deformado por uma tendência à inflexão do plano e por uma obsessão pela alusão local. Esse impulso para a distorção estava profundamente arraigado em Asplund, que procurou esporadicamente, ao longo de sua carreira, transcender a “Guerra dos Estilos”, fundindo o vernáculo e o clássico em uma forma de expressão primitiva e mais autêntica. A primeira oportunidade de fazê-lo surgiu na capela Woodland (1918-20) no Cemitério Sul de Estocolmo. Basicamente clássica em seu projeto, essa pequena estrutura unicelular, com seu telhado de ardósia de perfil bem definido, colocado sobre um peristilo toscano, na verdade derivou de uma “cabana primitiva” que Asplund vira por acaso num jardim em Lisenlind” (FRAMPTON, 1997)

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CAPELA WOODLAND (1918-20)

Figura 44: Desenhos da Capela Woodland, projetada por Erik Gunnar Asplund e Sigurd Lewerentz.

Fonte: Arch Eyes

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Figura 45: Espaço Interior da principal elevação original da Capela Woodland.

Fonte: Arquiscopio.

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BIBLIOTECA PÚBLICA DE ESTOCOLMO (1920-28) A Biblioteca Pública de Estocolmo foi concebida por Gunnar Asplund e inaugurada na Primavera de 1928. A biblioteca foi o ponto culminante e final de uma era arquitetônica neoclássica, e baseia-se na forma geométrica de um cubo que engloba um cilindro. A rotunda de aproximadamente 24 metros de altura, o cilindro, no meio, é rodeado por quatro edifícios rectangulares inferiores, interligados, referidos como "filas" ou "asas".

Para Peter Blundell, este seria o trabalho culminante do período da “graciosidade sueca”, e apresenta importantes temas que emergiram na arquitetura de Asplund: primeiro, demonstra seu contínuo interesse na expressão direta dos materiais; segundo, um comprometimento com a natureza e seu potencial expressivo de resposta às condições do local e por último, as chamadas qualidades experimentais. Esses aspectos formariam uma fundação para o seu “design de investigação'', que iria atingir sua expressão máxima em seus trabalhos seguintes.

Para Frampton, as obras de Asplund até o início de seu breve período “funcionalista” em 1928 (até 1933) parecem ter estado sujeitas a influências tão diversas e afastadas no tempo quanto os neoclássicos franceses, Josef Hoffmann e sobretudo Bindesboll, cujo Museu Thorvaldsen de Copenhague (1848) deu a Asplund os motivos de extração egípcia e neoclássica que se repetem em sua obra ao longo de toda década de 1920, primeiro na Escola Carl Johan de Goteborg (1915), depois no cinema de Skandia de Estocolmo (1921) e, por último, na Biblioteca Pública de Estocolmo, concluída em 1928.

Figura 46: Detalhes da fachada principal da Biblioteca Pública de Estocolmo, reminiscentes da arquitetura do Antigo Egito.

Fonte: Biblioteket.

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Figura 47: Fachada da Biblioteca Pública de Estocolmo, concebida por Erik Gunnar Asplund e inaugurada em 1928.

Fonte: Biblioteket.

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BIBLIOTECA PÚBLICA DE ESTOCOLMO (1920-28)

Para o arquiteto e historiador William J. R. Curtis, em sua obra Arquitetura Moderna desde 1900, a solução dessa obra foi claramente modelada sobre um conjunto de temas derivados do neo-classicismo e da tradição do século XIX de concepção de bibliotecas. A sala de leitura foi montada sobre um plano redondo e expressa como um cilindro centralizado que se ergue através de um caixa.

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Figura 48: Interior da rotunda da Biblioteca de Estocolmo, uma sala redonda e central da construção, quase um edifício por direito próprio, submerso entre as quatro asas circundantes, e com as suas próprias paredes exteriores muito espessas. O andar e as duas galerias acima acomodam cerca de 40.000 livros de diferentes temas e idiomas Fonte: Biblioteket.

Figura 49: Interior da rotunda da Biblioteca de Estocolmo.

Fonte: Biblioteket.

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CREMATÓRIO WOODLAND (1935-40)

Em meados da década de 1930, o Comité do Cemitério de Estocolmo decidiu construir um crematório com três capelas. O pequeno Woodland Crematorium construído em 1935-40 - tem sido considerado como uma construção central na sua obra. As três capelas foram designadas Fé, Esperança e Santa Cruz. Completada em 1940, toda a instalação se comunica intimamente com a magnífica paisagem aberta da entrada do cemitério. Essa foi a obra final de Asplund.

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Figura 50: Vista do Crematório Woodland, projetado por Erik Gunnar Asplund e construído entre 1935 e 1940.

Fonte: Arch Eyes

Para William Curtis, Asplund dirigiu juntos o seu neo-classicismo anterior e as formas despojadas e ideias espaciais que tinha elaborado a partir do movimento Moderno Internacional. O pórtico principal era uma soberbamente disciplinada abstracção de carga e apoio, enquanto o plano era uma rica combinação de espaços abertos e fluidos e compartimentos fechados. Mais uma vez, é discutível que o desenho continha imagens herméticas ligadas, neste caso, a temas da vida e da morte. Nesse caso, abordando a preocupação de Erik Gunnar com o simbolismo, apontada também por Wrede.

Para Peter Blundell, o crematório, juntamente com o anexo da corte, são onde o trabalho de Asplund atinge uma nova síntese: “No crematório, Asplund manipulou a paisagem e os elementos arquitetônicos para formar uma das mais poderosas sequências experimentais na arquitetura moderna. Juntos esses dois trabalhos criticam a confiança do modernismo na abstração e na expressão de máquina, assim como o seu anti-historicismo”.

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CREMATÓRIO WOODLAND (1935-40)

Figura 51: Vista interior do Crematório Woodland (1935-40).

Fonte: Arch Eyes

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Figura 52: Vista interior do Crematório Woodland (1935-40).

Fonte: Arch Eyes

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CREMATÓRIO WOODLAND (1935-40)

Figura 53: Planta Baixa do Crematório Woodland (1935-40).

Figura 54: Elevação do Crematório Woodland (1935-40).

Fonte: Arch Eyes

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Figura 55: Vista interior do Crematório Woodland (1935-40).

Fonte: Arch Eyes

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Figura 56: Vista exterior do Crematório Woodland (1935-40).

Fonte: Arch Eyes

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COURTHOUSE EXTENSION

O projeto construído era modesto, com três andares e um sótão, consistindo em um único bloco. Possui três faces: fachada principal voltada para a Praça Gustaf Adolf, uma fachada secundária para a rua Köpmansgatan e a face oposta à praça, voltada para um terreno ao fundo da Courthouse.

O concurso teve 31 concorrentes, incluindo alguns nomes relevantes na arquitetura sueca como Osvald Almqvist, Carl Bergsten e Otar Hökerberg. O júri foi formado por Isak Gustaf Clason e Erik Lallerstedt. Tudo isso em meio a um contexto de Primeira Guerra Mundial, no qual a Suécia, um país neutro, possuía um orçamento limitado para a construção da Courthouse Extension, já que grande parte dos recursos do país era destinado para a proteção das fronteiras.

1.

A competição e suas consequências, 1913-1916: Período caracterizado pelo concurso iniciado em 1913 e os subsequentes pedidos do júri para alterações no projeto original.

2.

A extensão do tribunal e a praça, 1915–1926: Esta fase foi caracterizada pela influência de Camillo Sitte na arquitetura de Asplund com projetos que assumiram maiores preocupações urbanísticas e portanto a praça Gustaf Adolf assumiu um papel de liderança.

3.

Os projetos finais para a extensão do tribunal e construção do edifício, 1934–1936.

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rua Norra Hamngatan

Anexada ao antigo Tribunal de Tessin, projetado por Nicodemus Tessin, The Elder, em 1672, a Courthouse Extension foi construída após um período de 25 anos, com um concurso sendo realizado de 1913 a 1915, e tendo sua construção iniciada em 1934 e finalizada em 1936.

Figura 57.: Courthouse Extension, Projeto 1913.

entrada

GUNNAR ASPLUND O PROJETO DE 1913 O projeto inicial da primeira fase (1913-1916) tinha como proposta apagar a entrada da praça com fachada de pedra marrom-clara. A nova e única entrada ficou voltada para a rua Norra Hamngatan e uma passagem de norte-sul para compensar a perda da fachada da praça.

Kristine Church

Além disso, propôs cobrir o pátio interno com um telhado de vidro que serviria de ante-sala para os tribunais e uma escada levava a uma varanda e um corredor leste-oeste O projeto inicial era lúcido com espaços bem divididos, e rivalizavam com a monumentalidade do Tribunal de Estocolmo de Carl Westman e tinha inspirações dos prédios holandeses de Estocolmo: Palácio de Louis Geers e a Casa dos Nobres. No entanto, apesar de premiar o jovem Asplund, o júri não estava de acordo com a fachada que não remetia a um tribunal ou a um prédio do governo.

O PROJETO DE 1916 Asplund teve que apagar as referências à arquitetura holandesa.

Abriu uma nova entrada monumental voltada para o canal e dois portais modestos voltados para a praça, de cada lado do eixo central para dar a impressão de um único edifício.

Porém, o comitê foi contra a proposta pois não retinha elementos que remetiam o antigo tribunal o suficiente.

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COURTHOUSE EXTENSION Além das dificuldades ao lidar com o comitê, as limitações financeiras e com a própria evolução de Asplund como arquiteto, ele sofreu objeções dos jornais locais que caracterizavam o projeto como “Vandalismo no tribunal”.

Aqui temos um desenho dele do projeto da praça de 1920, e uma perspectiva feita de cima de uma ponte no rio que olha para onde ficaria a entrada principal.

O PROJETO DE 1924-1925 A partir dos anos de 1916 Asplund foi influenciado por Camillo Sitte, e em 1925 ele forneceu desenhos só da extensão que ecoava completamente ao Tribunal de Tessin original, o que ganhou a simpatia da imprensa e do comitê.

No interior ele eliminou toda a troca humana que existia no projeto anterior e deixou mais duro e lítico com influência do Hellerau Theatre de Heinrich Tessenow, em Dresden na Alemanha e também os edifícios Beaux-Arts.

Em meio a tudo isso, a praça não havia sido reformada e com isso o projeto da extensão foi pausado novamente.

O PROJETO FINAL 1934-1936 Em 1933 foi proposto um novo plano econômico para lidar com o desemprego, então, após abandonarem o programa de ajuda humanitária que estava em vigor desde 1914, foi liberado um orçamento para dar continuidade ao projeto com base nos planos de 1925.

Contudo, Asplund escreveu ao departamento financeiro dizendo que usaria os planos de 1925 como base e logo depois foi estabelecido um comitê para supervisionar a construção estabelecendo uma hierarquia: Asplund era subordinado do Comitê, que reportava ao Escritório Imobiliário, que reportava à Comissão de Construção de Gotemburgo.

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Figura 58: Courthouse extension Proposta Fachada Inicial, 1934.

Figura 59: Courthouse Extension, proposta fachada alterada 06/06/1934.

A INCERTEZA DA FACHADA Em 1934 Asplund escreveu ao comitê expressando sua incerteza quanto a fachada e os problemas para relacionar o antigo e o novo, sobre o edifício antigo e sua fachada centralizada e se deveria aludir a algo do edifício antigo.

Assim, ele optou por desenvolver o interior moder-

no e deixar a fachada tradicional. Porém entregou os desenhos para o Comitê sem os desenhos da fachada. Em 9 de março de 1935 o Comitê solicitou que Asplund entregasse os desenhos até 19 de março, porém, no final nenhuma das propostas que ele enviou foram aprovadas. No dia 27 de março o Comitê se reuniu novamente e descobriram que nenhum dos esboços tinha o necessário para a aprovação do comitê.

Não se sabe o que foi visto, pois não restaram nenhum desenho daqueles esboços em específico, mas provavelmente era um design tradicional. Um novo prazo foi estabelecido para maio, e o comitê se reuniu para aprovar a primeira proposta de fachada, contanto que aumentasse as janelas e o nível do sótão.

Asplund fez um estudo com as mudanças e os enviou ao Comitê que aprovou os desenhos, mas sujeito a mudanças. Contudo, em agosto de 1935 ele ofereceu novas mudanças. Trocou o travertino por gesso e propôs mudanças nas janelas e em dezembro o Comitê as aprovou. Em janeiro de 1936, um dos membros do comitê, Gerdt Stendhal fez algumas críticas a estética da fachada nas novas mudanças feitas nas janelas, porém dois dias depois, em 13 de janeiro, o Comitê aprovou as mudanças, pois de acordo com eles, não poderiam rejeitar a proposta baseados na estética. A mudança mais radical feita por Asplund, o deslocamento do eixo das janelas para a lateral, não é exatamente conhecida quando foi proposta e aprovada, já que no dese-

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COURTHOUSE EXTENSION nho não há data, embora em março de 1936 o Comitê tenha novamente aprovado desenhos da fachada.

A FACHADA Já inicialmente é perceptível que o edifício de Asplund é uma adição feita posteriormente. A fachada é recuada e separada da estrutura antiga, destacando o tribunal original. O edifício tem três andares e um sótão, possui um telhado de quadril baixo de cobre e pilastras que fragmentam verticalmente a fachada, sendo que essas pilastras correspondem ao esqueleto estrutural do edifício.

A correlação entre antigo e novo é estabelecido pelas pilastras, pelas bases e os capitéis modernizados, estabelecidos em uma regularidade tradicional e clássica que se porta de forma rítmica e alternada. As janelas não estão centralizadas nos eixos internos das pilastras, havendo um leve deslocamento para o lado esquerdo, porém em quatro das baías do segundo andar, as janelas ocupam todo o espaço e se abrem para uma varanda rasa. No sótão há pequenas janelas retangulares.

Tudo na fachada remete ao edifício ao lado, o Tribunal de Tessin original, que possui magnitude e imponência, o suficiente como para passar a impressão de possuir o próprio eixo gravitacional e puxar as janelas da extensão para a esquerda.

Nas demais fachadas, existe a mesma organização formal que há na fachada principal voltada para a praça. Na fachada voltada para a rua Köpmansgatan, a primeira e as duas últimas baías são deixadas cegas, assim como a zona do sótão. No segundo pavimento, as janelas de ambas as laterais se deslocam em direção ao eixo central do edifício.

Telhado de Quadril: um telhado de quatro águas

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Figura 60: Courthouse Extension. Vista da parede cortina da extensão.

Figura 61: Courthouse Extension. Vista do interior da área próxima a parede cortina.

Figura 62: Courthouse Fachada voltada para a Gustaf Adolf Square.

Desenho por Giovanni de Flego, março de 1938, Triste, Itália.

Figura 63: Primeiro Piso Courthouse, Desenho por Giovanni de Flego, Trieste, Itália.

O PÁTIO INTERNO

fachada de vidro

entrada sudeste

Na quarta face, há a entrada para o antigo pátio, onde há três faces internas.

A parede com dois andares de janelas é o que Asplund descreveu como a verdadeira fachada, já que o que ele chama de “verdadeira entrada” para a extensão está localizada no canto sudeste do prédio antigo, marge-

ando o rio Lejontrappan e oposta a parede de vidro.

Essa “verdadeira fachada” feita de vidro cria efeitos de luz, e logo atrás é possível ver os pilares e a escadaria que leva ao salão principal, como dito por Nicholas Adams em seu livro Gunnar Asplund's Gothenburg: The Transformation of Public Architecture in Interwar Europe:

“Grandes placas de vidro significavam luz, e luz significava higiene e limpeza, em vez de sujeira e doenças. Luz sugeriu o futuro, não o passado; bom, não mau.” (ADAMS, 2014) A modernização simbolizava luz, um recurso precioso para países ao extremo norte e o vidro era um material de excelência do modernismo. Vidro significa luz. Luz era limpeza e higiene, higiene é o contrário de sujeira e doenças. O que remete ao futuro, nega o passado, logo é algo.

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COURTHOUSE EXTENSION O INTERIOR No interior, a influência mais forte é a de Le Corbusier.

Logo na entrada há luzes que pendem dos pilares e tem formato de balanças judiciais, que de acordo com Corbusier, evocava a arquitetura naval. A escada monumental em azul claro, descia como a prancha de um navio. Logo após, um corredor central que se abre verticalmente em três andares e possui varandas curvas e acima uma claraboia industrial.

Além desses elementos, como Le Corbusier na Villa Savoye, há também diversos elementos verticais que destacam as paredes e dão uma perspectiva escultural, como o elevador de aço, a escada dogleg – em zigzag – azul clara.

Um relógio moderno que lembra o tipo de relógio de estações de trem ou em navios, que tanto para Asplund como para Le Corbusier remetiam ao vernáculo, já que o relógios autônomos eram muito comuns na Suécia, estando presentes em cemitérios, para chamar povo para o culto, e em propriedades rurais, para chamar e liberar os trabalhadores. O significado do relógio modernizado seria para remeter à chamar as pessoas à justiça, pois a lei é mecânica, inflexível, confiável e imparcial.

As divisões dos espaços internos são claras, no primeiro andar, ao norte, ficavam os escritórios, no segundo andar, as salas de tribunal nos lados norte, leste e oeste. No terceiro andar, escritórios cercam os quatro lados e no quarto andar há um café e um refeitório voltados para o pátio. No café e refeitório, as janelas de vidro possibilitam uma boa visão do pátio e do corredor, assim como quem está sentado nas mesas, embutidas aos corrimãos, podem ser vistos facilmente de baixo.

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Figura 64. Courthouse Extension. Vista da escada monumental que leva ao segundo piso.

Figura 65. Courthouse Extension. Vista do salão, mostrando o relógio e as escadas dogleg.

Figura 66. Courthouse Extension. Vista do segundo andar mostrando elevador.

O SALÃO A característica marcante do salão é que ele não é completamente simétrico, apesar de carregar uma aura tranquila proporcionada pela altura do pé direito e pela tonalidade cromática.

A parte norte é fechada pelos tribunais e escritórios, e o sul é aberto para o pátio. No telhado, metade norte é vidro, e metade sul é sólido, enquanto

a grade é sólida ao norte, e aberta ao sul. O relógio está pendurado em uma das colunas centrais, e se estende para o norte, o que o faz se equilibrar com as escadas.

Figura 67. Courthouse Extension. Vista do guarda corpo do segundo andar.

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COURTHOUSE EXTENSION AS SALAS Um dos desafios que Asplund encontrou foi como equilibrar entre temor, que teria a função de explicitar ao acusado a seriedade da situação, e a garantia de haver a possibilidade de inocência. Para isso, Asplund abaixou o pódio do juiz e conselheiros e redefiniu toda a relação ao utilizar uma mesa semicircular que possibilita olhar diretamente para o réu, os advogados e ainda permitia que se encarassem entre si. Na borda côncava frontal da mesa semicircular, está o pódio para o julgamento dos acusados e testemunhas: de frente para o juiz e cercado pelos conselheiros. Assim como no salão principal, para Asplund a luz do dia era muito importante, e isso era um desvio significativo dos tribunais tradicionais. Assim, as lâmpadas recebiam a função de proporcionar uma luz bem difusa.

ARTE CONTEMPORÂNEA Como proposta de modernização do tribunal, Asplund ofereceu a Arte Contemporânea.

Na fachada, acima de quatro das janelas do segundo andar, é possível ver esculturas retangulares em baixo relevo de Eric Grate, onde cada painel é dedicado a um dos Quatro Ventos.

No interior, ele contratou Elsa Gullberg, um dos principais tecelões da Suécia, para fornecer tecidos, tapetes e cortinas.

Uma das obras se chama “paragraph rug”, a que tem na courthouse é uma réplica, mas em geral a obra comemora a primeira impressão da lei sueca em 1734. Essa obra, à primeira vista parece um monte de pontos de interrogação, números e glifos, mas na realidade há uma sutil variação, tanto na sequência, quanto na forma. Uma arte que espelha a lei que deve ser interpretada de forma sutil e vital.

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Figura 68: Courthouse Extension. Vista da courtroom B. Figura 69: Courthouse Extension. Vista da Luminária e pódio de juramento.

Figura 70: Courthouse Extension.

O original “Paragraph rug”, de Elsa Gullberg.

Figura 71: Courthouse Extension.

Tapeçaria “Signature”, de Elsa Gullberg.

H

Outra obra imita a forma de colagem, e se refere aos que participaram na construção da extensão, com as iniciais dos trinta e cinco principais responsáveis, sendo eles arquitetos, clientes, fornecedores, etc. Também há as iniciais dos jornais GHT (Göteborgs handels- och sjöfartstidning) e GMP (Göteborgs morgonpost), bem acima das de Asplund, os dois jornais que mais criticaram o projeto. A seta tracejada que aponta para Asplund.

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ARQUITETURA PÚBLICA MODERNISMO E EDIFÍCIOS PÚBLICOS SUECOS A arquitetura pública na Europa é muito conhecida pela reprodução do passado, seja nos materiais, detalhes, cores e escalas, o que representa a vontade dos arquitetos de mostrar sua lealdade à história e à tradição. Neste âmbito, o projeto modernista da extensão do tribunal proposto por Asplund gerou grande choque, mas haviam outros arquitetos que percorriam caminho semelhante, como foi o caso de Erik Friberger, que iniciou em 1929 o projeto de uma prefeitura modernista em Kungsbacka, cidade mais ao sul de Gotemburgo, também localizada na Suécia. O edifício possui linhas retas e fachada branca sem ornamentações.

Outro exemplo é a prefeitura e tribunal localizada em Halmstad, Suécia, que seria construída ao lado de um hospital em enxaimel do século XVII e inaugurada em 1938. O projeto foi escolhido por meio de uma competição foi criado por Yngve Ahlbom e Nils Sterner e tinha como ponto essencial trazer a arte para o edifício, além de ter como material preponderante o tijolo. Com ele, trouxeram o caráter artístico sem se utilizar de ornamentos históricos e alcançaram harmonia com o entorno, ainda que com marcas modernistas, como o telhado plano e as janelas.

ARQUITETURA PÚBLICA APÓS ASPLUND O tribunal de Gotemburgo contribuiu para a arquitetura pública de três modos diferentes: primeiro, ofereceu um modelo para a tendência à reticência na arquitetura pública, ou seja, a tendência a um pensamento ou ideia que ficou por terminar, ou até a omissão de algo que poderia ser escrito. Além disso, a obra foi um edifício moderno que conseguiu envolver a história em sua forma e demonstrou a preocupação com a relação que seria criada entre o visitante e o edifício quando fosse utilizado.

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Figura x. Courthouse Extension, Projeto 1913.

Figura 72: Prefeitura em Kungsbacka.

Fonte: Gunnar Asplund’s Gothenburg The Transformation of Public Architecture in Interwar Europe.

Figura 73: Prefeitura e tribunal em Halmstad. Fonte: Gunnar Asplund’s Gothenburg The Transformation of Public Architecture in Interwar Europe.

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ICONOGRAFIA figura 1. mapa ilustrativo da Suécia e países vizinhos. Sem escala. Fonte: produzido pelo grupo com base em [[File:Sweden - Location Map (2013) - SWE - UNOCHA-pt.svg|thumb|Mapa da Suécia|alt=Mapa da Suécia]] figura 2. Courthouse de Gotemburgo. Disponível em: http://hiddenarchitecture.net/northern-lights-sweden-courthouse/ . Acesso em: 05/01/2022 figura 3. Ilustração de Gotemburgo. Disponível em: https://www.kb.se/hitta-och-bestall/fritt-digitaliserat-material.html . Acesso em: 05/01/2022 figura 4. mapa ilustrativo da Suécia e países vizinhos. Sem escala. Fonte: produzido pelo grupo com base em [[File:Sweden - Location Map (2013) - SWE - UNOCHA-pt.svg|thumb|Mapa da Suécia|alt=Mapa da Suécia]] figura 5. Planta de Gotemburgo 1636. Disponível em: <Mapas históricos - Cidade de Gotemburgo (goteborg.se)> Acesso em:30/11/2021 figura 6. Destruição pelo fogo 1792. Disponível em: <Mapas históricos - Cidade de Gotemburgo (goteborg.se)> Acesso em:30/11/2021 figura 7. Plano de Gotemburgo de 1815. Disponível em: <Mapas históricos - Cidade de Gotemburgo (goteborg.se)> Acesso em:30/11/2021 figura 8. Proposta para o alargamento de Gotemburgo de 1864. Disponível em: <Mapas históricos Cidade de Gotemburgo (goteborg.se)> Acesso em:30/11/2021 figura 9. Planta de Gotemburgo de 1872. Disponível em: <Mapas históricos - Cidade de Gotemburgo (goteborg.se)> Acesso em:30/11/2021 figura 10. Mapa da expansão de gotemburgo. Disponível em: https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Archit ecture-in-Interwar-Europe. Acesso em: 04/01/2022 figura 11. Demolição em Landala no final dos anos 1960. Autor: Stig Sjöstedt. Disponível em: https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Archit ecture-in-Interwar-Europe. Acesso em: 04/01/2022 figura 12. Volvo Torslanda 1964. Fonte: Museu Industrial de Wezäta. Disponível em: https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Archit ecture-in-Interwar-Europe. Acesso em: 04/01/2022 figura 13. A boca do túnel Tingstad em Ringön em 1981. Fonte: Hamnbilder från Göteborg. Disponível em: https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Archit ecture-in-Interwar-Europe. Acesso em: 04/01/2022 figura 14. Casa da caldeira Tratten em Frölunda em 1969. Autor: Ingmar Larsson. Disponível em: https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Archit ecture-in-Interwar-Europe. Acesso em: 04/01/2022 figura 15. Ponto de renovação em Gotemburgo. Disponível em: https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Archit ecture-in-Interwar-Europe. Acesso em: 04/01/2022 figura 16. Áreas de renovação definidas. Disponível em: https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Archit ecture-in-Interwar-Europe. Acesso em: 04/01/2022 figura 17. Área residencial renovada em Gårdsten. Autor: Sanja Peter. Disponível em: https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Archit ecture-in-Interwar-Europe. Acesso em: 04/01/2022 figura 18. Fotografia Erik Gunnar Asplund. Disponível em: <https://i.pinimg.com/originals/00/5f/db/005fdbb93ba0dd47c659a52a01078153.jpg> Acesso em: 06/01/2022 figura 19. Fotografia Erik Gunnar Asplund. Disponível em: <https://www.urbipedia.org/hoja/Erik_Gunnar_Asplund> Acesso em: 06/01/2022 figura 20. Escola Carl Johann. Disponível em: <https://www.urbipedia.org/hoja/Escuela_Karl_Johan> Acesso em: 06/01/2022 figura 21. Ampliação da Courthouse de Estocolmo. Disponível em: <https://www.urbipedia.org/hoja/Ampliaci%C3%B3n_del_Palacio_de_Justicia_de_Gotemburgo> Acesso em: 06/01/2022 figura 22. Entrada Cemitério do Bosque. Disponível em: <https://www.urbipedia.org/hoja/Cementerio_del_Bosque_(Estocolmo)> Acesso em: 06/01/2022

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Figura 37: O arquiteto e artista visual Stuart Wrede (1944-). Disponível em: <http://www.chasmiller.com/soanetravelssweden.html>. Acesso em: 05/01/2022.

Figura 38: A exposição “The Architecture of Gunnar Asplund”, em exibição no MoMA em 1978. Dirigida por Stuart Wrede e curada por Zigmund Waliszewsky. Disponível em: <https://www.moma.org/interactives/exhibitions/2016/spelunker/exhibitions/19/#img4>. Acesso em: 05/01/2022.

Figura 39: A exposição “The Architecture of Gunnar Asplund”, em exibição no MoMA em 1978. Dirigida por Stuart Wrede e curada por Zigmund Waliszewsky. Disponível em: <https://www.moma.org/interactives/exhibitions/2016/spelunker/exhibitions/19/#img5>. Acesso em: 05/01/2022.

Figura 40: Capa do livro “The Architecture of Erik Gunnar Asplund” de Stuart Wrede. Disponível em: <https://www.amazon.com.br/Architecture-Erik-Gunnar-Asplund/dp/0262730685>. Acesso em: 05/01/2022.

Figura 41: Representação de Adão e Eva concebido por Nils Sjögren que adornou as portas originais da Biblioteca Pública de Estocolmo. Estes puxadores estão agora expostos numa vitrine na entrada de Odengatan. Disponível em: <https://biblioteket.stockholm.se/artikel/stockholm-public-library-gunnar-asplund>. Acesso em: 05/01/2022.

Figura 42: Vista interior do salão de dança do Restaurante Paraíso na Exposição de Estocolmo de 1930, mostrando ornamentos de teto, mesas e cadeiras. Disponível em: <https://www.cca.qc.ca/en/search/details/collection/object/5340>. Acesso em: 05/01/2022.

Figura 43: Capela Woodland, projetada por Erik Gunnar Asplund e Sigurd Lewerentz, inaugurada em 1920. Disponível em: < https://archeyes.com/woodland-cemetery-in-stockholm-erik-gunnar-asplund-sigurd-lewerentz/>.Acesso em: 05/01/2022.

Figura 44: Desenhos da Capela Woodland, projetada por Erik Gunnar Asplund e Sigurd Lewerentz.

Disponível em: < https://archeyes.com/woodland-cemetery-in-stockholm-erik-gunnar-asplund-sigurd-lewerentz/>. Acesso em: 05/01/2022.

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Figura 45: Espaço Interior da principal elevação original da Capela Woodland. Disponível em: <https://arquiscopio.com/archivo/2012/08/29/la-capilla-en-el-bosque/?lang=pt>. Acesso em: 05/01/2022.

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Figura 47 Detalhes da fachada principal da Biblioteca Pública de Estocolmo, reminiscentes da arquitetura do Antigo Egito. Disponível em: < https://biblioteket.stockholm.se/artikel/stockholm-public-library-gunnar-asplund>. Acesso em: 05/01/2022.

Figura 48: Interior da rotunda da Biblioteca de Estocolmo. Disponível em: < https://biblioteket.stockholm.se/artikel/stockholm-public-library-gunnar-asplund>. Acesso em: 05/01/2022.

Figura 49: Interior da rotunda da Biblioteca de Estocolmo. Disponível em: < https://biblioteket.stockholm.se/artikel/stockholm-public-library-gunnar-asplund>. Acesso em: 05/01/2022.

Figura 50: Vista do Crematório Woodland, projetado por Erik Gunnar Asplund e construído entre 1935 e 1940. Disponível em: <https://archeyes.com/woodland-cemetery-in-stockholm-erik-gunnar-asplund-sigurd-lewerentz/>. Acesso em: 05/01/2022.

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Figura 56: Vista exterior do Crematório Woodland (1935-40). Disponível em: <https://archeyes.com/woodland-cemetery-in-stockholm-erik-gunnar-asplund-sigurd-lewerentz/>. Acesso em: 05/01/2022.

Figura 57: Courthouse Extension, Projeto 1913. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 58: Courthouse extension Proposta Fachada Inicial, 1934. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 59: Courthouse Extension, proposta fachada alterada 06/06/1934. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 60: Courthouse Extension. Vista da parede cortina da extensão. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 61: Courthouse Extension. Vista do interior da área próxima a parede cortina. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 62: Courthouse Fachada voltada para a Gustaf Adolf Square. Desenho por Giovanni de Flego, março de 1938, Triste, Itália. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 63: Primeiro Piso Courthouse, Desenho por Giovanni de Flego, Trieste, Itália. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 64: Courthouse Extension. Vista da escada monumental que leva ao segundo piso. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022

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Figura 65: Courthouse Extension. Vista do salão, mostrando o relógio e as escadas dogleg. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 66: Courthouse Extension. Vista do segundo andar mostrando elevador. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 67: Courthouse Extension. Vista do guarda corpo do segundo andar. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 68: Courthouse Extension. Vista da courtroom B. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 69: Courthouse Extension. Vista da Luminária e pódio de juramento. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 70: Courthouse Extension. O original “Paragraph rug”, de Elsa Gullberg. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 71: Courthouse Extension. Tapeçaria “Signature”, de Elsa Gullberg. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 72: Prefeitura em Kungsbacka. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022 Figura 73: Prefeitura e tribunal em Halmstad. Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/272862980/Gunnar-Asplund-s-Gothenburg-The-Transformation-of-Public-Arch itecture-in-Interwar-Europe> . Acesso em: 04/01/2022

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