TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
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CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
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ORIENTADOR Rafael Silva Brandão
ES C O L A
MOTIRÕ A R QU ITETUR A SENSÍVEL COM O FER R AM ENTA ED U C AC IO NAL UMA ESCOLA MULTISSENSORIAL INCLUSIVA EM AMERICANA | SP
Tainá Vilela Bastos
2021
RES U M O
PA L AV R A S - C H AV E S Ar q ui t e t u r a e s c o l a r; n e u ro ar qu ite tu r a; mu lti s s e n s o r ial
DESENVOLVIMENTO DA FORMA
c or es
ar omas
pavim ent os s em parad os
for mas
b iofilia
res ultad o
O atual sistema educacional foi desenhado, criado e estruturado para outros tempos. A arquitetura escolar mais difundida hoje, no Brasil e no mundo, foi modelada nos interesses do industrialismo e pela imagem dele. O ambiente de ensino tradicional não comporta adequadamente as dinâmicas e necessidades educacionais da sociedade pós-moderna. A arquitetura aliada ao projeto pedagógico pode criar ambientes que potencializam o desenvolvimento da criança. Por isso, ao debater-se os novos modelos de ensino e aprendizado, é preciso também pensar novas configurações para o espaço. Tomando as teorias pedagógicas alternativas como foco e a neuroarquitetura como ciência interdisciplinar que estuda o impacto do espaço construído no cérebro e no comportamento humano, o questionamento principal dessa pesquisa é: de que maneira o espaço físico da escola pode colaborar para o processo de ensinoaprendizagem inclusivo e que prime pelos sentidos e experiências? A pesquisa de caráter exploratório será estruturada a partir de levantamento documental, entrevistas, aplicações de questionários, estudos de obras análogas e revisão bibliográfica acerca das teorias pedagógicas, do desenvolvimento infantil e da neuroarquitetura, afim de identificar soluções espaciais que possibilitem a experiência multissensorial, biofílica e autoperceptiva. O objetivo, portanto, é propor um edifício escolar público, inclusivo e multissensorial incorporando os conceitos de alteridade e arquitetura sensível na cidade de Americana, interior de São Paulo. Com o cuidado de ser um espaço que perceba, reconheça e considere a diversidade do ser e que possa ser coabitado igualmente por qualquer indivíduo, independentemente de sua condição física, sensorial ou intelectual.
ilu minaç ão
p er sonalizaç ão
01
02
03
implantação racional, extrusão ortogonal, setorizando e locando o programa
trabalhando a curva e incorporando fluidez nos trajetos das crianças, subtração das áreas de terraço jardim, extrusão biblioteca
angulação das coberturas afim de permitir a utilização de zenitais e refinamento estético e formal
wayfinding
SONS
ÁREAS E USOS
C AV ESPAC E
CAMPFIRE
O P Ú B L I C O I N FANTI L As emoções, a cognição e a percepção de um indivíduo em crescimento são distintas de um adulto. Não apenas por sua estatura ser diferente e isso influenciar sua percepção visual do meio, mas também porque a criança está desenvolvendo seus sentidos, suas habilidades e criando seu banco de memórias naquele momento. Além disso, ao longo da infância o cérebro não se desenvolve de maneira uniforme. “O que a neurociência vem mostrando é que ele apresenta diversas “janelas de desenvolvimento”, ou “períodos sensíveis”, em que diferentes sistemas neuronais amadurecem” (PAIVA, 2020). Ou seja, crianças em diferentes idades, não serão afetadas da mesma maneira pelos estímulos do espaço. Ao relacionar a neuroarquitetura aos ambientes infantis deve-se ter em mente, antes de mais nada, que o desenvolvimento de determinadas áreas relacionadas ao processamento sensorial ocorre somente se forem recebidos os estímulos adequados. E a falta destes pode ser prejudicial ao desenvolvimento cerebral (COSENZA, R., GUERRA, L. B, 2011; PAIVA, 2020). Logo, o ambiente escolar não serve apenas para abrigar de forma segura o público infantil, ele também auxilia no processo de criação do senso de identidade do indivíduo e no desenvolvimento de habilidades e memórias que o acompanharão ao longo de toda a sua vida.
01|02
watering hole