TCC - ESCOLA DE ARTES | ARQ URB

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Escola de Artes

ULBRA TORRES UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CAMPUS TORRES CURSO ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINAS ATELIÊ IX TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I ORIENTADORAS ANALLU BARBOSA MARTA VOLKMER ACADÊMICA TAINÁ FERRARI SEMESTRE 2022/1

Agradecimentos

O desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão de Curso I contou com a ajuda de diversas pessoas, de maneiras diretas e indiretas, as quais agradeço:

Em primeiro lugar, agradeço aos meus pais por todo o apoio e suporte, que muito contribuíram para a realização deste trabalho. E a Nina, que me fez companhia ao longo do curso e durante todo o processo deste traba lho.

Aos meus amigos, que me ajudaram como puderam sempre que necessário.

As minhas orientadoras, Anallu Barbosa e Marta Volkmer, que durante estes meses me acompanharam dando todo o auxílio necessário. E a todos os demais professores pelos ensinamentos ao longo do curso.

E a todos aqueles que contribuíram, de alguma maneira, no desenvolvimento deste trabalho.

01. Tema 03. Repertório

1.1. Apresentação do tema 1.2. Justificativa 1.3. Aspectos históricos 1.4. Conceito e definições 1.5. Objetivos e relevância 1.6. Importância e abrangência 1.7. Potencialidade e viabilidade 1.8. Agentes envolvidos e público-alvo 1.9. Necessidades e benefícios

02. Área de intervenção

2.1. Município de Xangri-Lá 2.2. Localização, acessos e equipamentos 2.3. Sistema viário 2.4. Potenciais e limitações 2.5. Redes de infraestrutura 2.6. Aspectos qualitativos e quantitativos 2.7. Morfologia urbana do entorno 2.8. Microclima e condicionantes 2.9. Condições do solo 2.10. Topografia 2.11.

3.1. Parça das Artes 3.1.1. Justificativa 3.1.2. Análise do tema 3.1.3. Análise do sítio 3.1.4. Análise funcional 3.1.5. Análise compositiva 3.1.6. Análise de materialidade

3.2. Balé Nacional Britânico 3.2.1. Justificativa 3.2.2. Análise do tema 3.2.3. Análise do sítio 3.2.4. Análise funcional 3.2.5. Análise compositiva 3.2.6. Análise de materialidade

04. Estudo de caso

4.1. Centro Cultural Univates 4.2. Justificativa 4.3. Análise do tema 4.4. Análise funcional 4.5. Documentação fotográfica

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........................................................11 ....................................................17 ...................................................18 ............................................19
................................21 ...........................................22
Levantamento do terreno 2.12. Pré-existências edificadas 2.13. Levantamento fotográfico .................................................25 ..........................27 ................................................................28 ..................................................29 .................................................29 ............................30 .......................................31 .........................................33 .........................................................34 .....................................................................34 ..............................................35 ............................................37 ..............................................39
....................................................................10
..........................................20
..............................................................47 ....................................................................49 ............................................................50 ..............................................................51 ...........................................................53 ......................................................57 ...............................................59 ..................................................63 .....................................................................65 .............................................................66 ...............................................................67 ...........................................................69 ......................................................73 ...............................................75
...............................................81 ....................................................................83 ............................................................84 ...........................................................85 ............................................89
S U M Á R I o 08. Referências 07. Partido arquitetônico 05. Condicionantes 06. Programa 8.1. Referências bibliográficas...................................165 5.1. Plano Diretor 5.2. Código de Obras 5.3. ABNT NBR 8995 5.4. ABNT NBR 9050 5.5. ABNT NBR 9077 5.6. ABNT NBR 10151 5.7. ABNT NBR 10152 5.8. ABNT NBR 15215 5.9. ABNT NBR 15575 5.10. Manual do Arquiteto .......................................................103 ................................................107 .................................................109 .................................................111 .................................................117 ...............................................119 ..............................................120 ...............................................121 ...............................................123 ............................................125 6.1. Caracterização das atividades 6.2. Caracterização dos usuários 6.3. Organograma 6.3.1. Organograma por setor 6.4. Fluxograma geral 6.5. Programa de necessidades com pré-dimensionamento ............................129 ..............................130 ......................................................131 .......................................132 ................................................135 .........................................137 7.1. Mapa síntese da análise 7.2. Conceito e estratégias compositivas 7.3. Estratégia volumétrica 7.4. Zoneamento 7.5. Modulação estrutural 7.6. Partido arquitetônico 7.7. Perspectivas ......................................143 ...................145 .........................................147 .........................................................148 ...........................................149 ............................................151 ........................................................157
Tema 01

1.1. Apresentação do Tema

A cultura é um instrumento de relações sociais que todos deveriam ter acesso. Um centro cultural é de suma importância para o desenvolvimento da popu lação, é um local de liberdade onde ocorrem diversas manifestações culturais, tais como: aulas de teatro, danças, música, oficinas, exposições, entre outras coisas.

Tem como objetivo proporcionar novas experiências, levar a cultura para os habitantes do município oferecendo condições para que todos tenham acesso a atividades artísticas e culturais. O espaço de um centro cultural estimula novas experiências, incentiva o convívio entre pessoas que possuem interesse mútuo por arte e cultura. Um ambiente acessível e inclusivo que forma laços e constrói amizades.

Turino (2005, apud OLIVEIRA, 2006, p. 44) diz que um povo que não tem acervo de conhecimentos, arte e memória, não tem referências que lhe permitam projetar-se para o

futuro, estará condenado a ser um mero receptor, nunca um criador.

O projeto proposto para o trabalho leva o nome de Escola de Artes, mas seu programa de necessidades é similar ao de um centro cultural. A área de intervenção do estudo está loca lizada no bairro Guará, Xangri -Lá, município do estado do Rio Grande do Sul. O bairro faz a divisa dos municípios de Xangri -Lá e Capão da Canoa. A locali zação do terreno faz com que a Escola de Artes possa ser utili zada tanto por moradores do município, quanto por morado res do município vizinho.

A criação de uma escola de artes propõe novas experiên cias para os moradores, sendo um local público e de fácil acesso a arte e cultura, pode levar mais vitalidade ao bairro e aumentar a qualidade de vida dos habitantes. A necessidade de incentivo municipal a espa ços culturais é evidente no município.

Figura 01: Balé

Fonte: https://www.freepik.com/free-photo/seven-ballerinas-ballet-bar_9667209.htm

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1.2. Justificativa

A escolha do tema Escola de Artes ocorreu devido a necessidade de incentivo cultural e artístico no município, centros culturais são importantes para o desenvolvimento populacional. O objetivo da criação da Escola de Artes é trazer atividades artísticas e culturais de fácil acesso para toda a população, proporcionan do experiências novas e diferentes do que a população está habituada, contato direto com arte e cultura.

De acordo com Milanesi, 1997, um espaço cultural é um estabelecimento público que facilita a criação de obras de arte e a conexão com a cultura, contribui para o enriquecimento do patrimônio cultural da nação, da infor mação e formação do público, da difusão da informação artística e da comunicação social. É um conjunto cultural dedicado a todas as formas de arte, seja no campo das artes plásticas, artes cênicas, área musical, entre muitos outros.

Muitas pessoas não possuem acesso ou conhecimento de

que atividades artísticas e culturais também são uma forma de lazer. Grande parte da população brasileira, principalmente a população de baixa renda, enxerga espaços destinados a arte e cultura como elitistas e excludentes, veem exposições de artes como algo que é apenas para a classe alta.

Espaços para atividades artísticas e culturais são um meio de inclusão social para pessoas de diferentes idades, classes sociais, etnias e para pessoas com deficiência, é um lugar para todos. Um espaço cultural deve ser um lugar acessível e acolhedor, que promova liberdade e autonomia, incentivando o convívio entre pessoas diferentes, mas com interesses parecidos.

Atualmente no município de Xangri-Lá, o único espaço cultural público existente é a Biblioteca Municipal, não há outros espaços culturais públicos com atividades diferentes. A biblioteca é pouco conhecida pelos moradores, é mais utilizada

por professores do município. O espaço também é utilizado para pequenas palestras. Mesmo escolas privadas voltadas para arte, como danças e música, são difíceis de encontrar em Xangri-Lá. E quando ocorre de encontrar, geralmente é voltada apenas para o público infantil.

O espaço cultural com atividades artísticas mais próximo é a Casa de Cultura Érico Veríssimo, localizada em Capão da Canoa, município vizinho. Atual mente é um espaço precário e sem incentivo do município para melhorias, não há nem divulgação dos poucos cursos ainda existentes, um local utilizado apenas por quem conhece.

A Escola de Artes com o programa de um centro cultural só tem a agregar ao sistema público do município e a popula ção, moradora ou não, aumentando a qualidade de vida dos usuários, trazendo mais infraestrutura para a área de intervenção e oferecendo arte e cultura de fácil acesso a população.

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1.3. Aspectos Históricos

Antigamente as atividades artísticas eram feitas em espaços separados, destinados a apenas uma arte. As atividades artísticas ligadas ao tema do presente trabalho são pintura, dança, música e teatros. Elas surgiram muito antes da criação de centros culturais, algumas estão presentes desde o início da histó ria da humanidade.

A primeira arte registrada na história é a pintura, a qual vem desde a pré-história. A dança e a música também são artes anti gas, estudos apontam que a música sempre existiu como linguagem entre os homens, já a dança era representada até mesmo em pinturas em cavernas. E por fim os teatros, os quais foram criados para apresentações de atividades, também tiveram início no período a.C., na Grécia Antiga.

registrou sua evolução através de pinturas em cavernas.

As pinturas da Pré-História começaram a surgir no período Paleolítico Superior, eram feitas em rochas e paredes de cavernas. Ficaram conhecidas como pinturas rupestres, as quais são preservadas até os dias atuais.

Uma das civilizações da antiguidade que mais se desenvolveu foi a egípcia. As pirâmides de Gizé estão entre as obras arquitetônicas mais famo sas, consideradas uma das sete maravilhas da antiguidade, e foram construídas nesta época.

- Pintura:

A pintura surgiu na Pré-História, um dos períodos mais marcantes da história. O homem

A Arte Egípcia (Figura 02) era uma complementação das atitudes religiosas. A maior característica da pintura egípcia é a Lei da Frontalidade, a qual determinava que o tronco da pessoa fosse representado para frente, enquanto a cabeça, pernas e pés eram desenhados de perfil.

Já na Arte Grega, a pintura é encontrada em cerâmicas.

Figura 02: Tumba de Tutancâmon (Arte Egípcia)

Fonte: https://www.dionisioarte.com.br/2016/07/07/saiba-mais-sobre-a-arte-egipcia/

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A pintura grega apresenta cerâmicas com figuras pretas com fundo vermelho, sem profundidade ou perspectiva. Isto inverteu depois de um tempo, a cerâ mica passou a ser preta e a figura em vermelho. Foi nesta civilização que começaram os desenhos com profundidade e perspectiva.

A Arte Romana, ainda no período a.C., foi fundamental para os períodos posteriores. Escavações científicas realizadas na região de Pompéia, a qual foi soterrada pela erupção do vulcão, revelaram edificações inteiras com pinturas realistas em todas as paredes. As edificações desta região nesta época não possuíam janelas, sendo assim, os antigos romanos começaram a pintar as paredes criando a ilusão de uma janela aberta com vistas de paisagens.

Na Idade Média, período pós a queda do Império Romano, já em d.C., foram desenvolvidas alguns estilos de

artes, como a Arte Românica e Gótica. Após houve a Arte Renascentista, Barroca e Rococó.

No século XVIII, houve o estilo Neoclássico, o qual tinha o intuito de reviver o Classicismo. Já no século XIX houve o Romantismo, Realismo, entre outros. E no século XX, houve diversos estilos artísticos, desde a Art Nouveau, Expressionismo, até a Arte de Rua.

- Música:

O homem pré-histórico observava os sons que os animais faziam, e até mesmo os sons da natureza, e os reproduzia. Perceberam que podiam fazer estes sons com a própria voz e produzir sons batendo as mãos e pés. O instrumento musical artesanal mais antigo descoberto é uma flauta de osso entalhada a cerca de 35 mil anos.

Há registros que comprovam que no Egito Antigo havia instrumentos musicais, como

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tambor, harpa e flauta. Já na Mesopotâmia, escavações encontraram liras e harpas, harpas que possuíam entre três e vinte cordas. A forma como a música é compreendida atualmente se deve aos gregos da Grécia Antiga. Os grandes filósofos entendiam que a música ajudava as pessoas.

A Igreja Católica e o Cristianismo foram uma das principais influências que trouxeram a presença da voz na música, fazendo com que os sons dos instrumentos se tornassem secundários.

A música clássica é aquela que permanece, não é esquecida. Muito utilizada em danças, principalmente no balé. Beethoven é um bom exemplo de compositor de música clássica que ainda é ouvido nos tempos atuais. Nos séculos XX e XXI, o rádio possibilitou a disseminação da música para todos. Os artistas começaram a se popularizar, o que deu impulso a indústria musical.

- Dança:

A história da dança tem início junto com a da música, pesquisadores apontam que dançar era um instinto para os primeiros homens, dançavam para agradecer a natureza. Nas pinturas rupestres, havia desenhos que representavam pessoas dançando em roda.

Com o passar dos anos a dança foi evoluindo e assumindo o papel de representação artística. Durante o reinado do Rei Luís XIV, da França, come çaram os primeiros balés dramatizados, que narravam uma história do início ao fim.

No final do século XVIII surgiu a valsa, causando escândalo, pois era a primeira vez que casais dançavam abraçados. Dança que até hoje está presente em casamentos e bailes de debutantes.

No século XIX, o balé se consolidou como forma de expressão artística. Deixando os salões de palácios para se tornar um espetáculo em gran-

Figura 03: Teatro de Epidauro
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Fonte: https://lugaresdememoria.com.br/2019/01/teatro-de-epidauro-uma-aula-de-acustica.html

des teatros. Porém, foi na corte russa que o balé alcançou o auge da criação artística. Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893), autor do “O Lago dos Cisnes” e “Quebra-nozes”, marcou a criação dos balés românticos. Estes repertórios ainda são reproduzidos atualmente.

A dança moderna trouxe as artes cênicas para a dança. Neste período o balé começou a incluir movimentos que apenas bailarinos treinados conseguiam executar. Já a dança contempo rânea, criada a partir de 1960, mistura teatro e dança, acabando com a figura do solista, proporcionando mais igualdade entre homem e mulher no palco.

(Figura 03), construído no século IV a.C., chegava a acomodar 14 mil pessoas, se tornou famoso por possuir uma acústica perfeita.

O teatro grego teve influ ência sob o teatro romano. Entretanto, os romanos deram mais valor ao entretenimento, como lutas de gladiadores e animais, e menos assuntos religiosos. Na Idade Média, a Igreja Católica baniu as peças teatrais da Europa, pois era considerada uma atividade indecente e imoral. Apenas no século XII que a linguagem teatral começou a ressurgir.

- Teatro:

Na Grécia Antiga surgiram os primeiros teatros, os rituais voltados aos deuses mitológicos foram as primeiras expressões teatrais. As apresentações eram feitas ao ar livre, em construções semicirculares. O Teatro de Epidauro

No Renascimento, as artes se emanciparam dos dogmas religiosos e se ligaram a filosofia humanista, com o homem no centro de tudo, o antropocentrismo. No século XVIII, surgiu o teatro romântico. Já no fim do século XIX e início do século XX, houve uma reno vação total do teatro, com novas formas de interpretação e encenação.

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França

Centro Georges Pompidou

- Centro cultural

Os centros culturais começaram a ser disseminados pelo mundo após a construção do Centro George Pompidou em Paris, França, em 1977. Anteriormente existiam espaços culturais, mas não como são conhecidos hoje em dia. No Brasil existem diversos centros culturais distribuídos por todo o país, alguns de iniciativas privadas, como bancos.

Tanto o Banco do Brasil quanto a Caixa Econômica Fede ral criaram seus próprios centros culturais. A Caixa Cultural foi fundada em 1980, proporcionando acesso a manifestações artísticas e culturais nacionais, está presente em sete capitais do Brasil. Já o Centro Cultural Banco do Brasil foi idealizado em 1986 e inaugurado em 1989, possui espaços físicos em quatro capitais brasileiras e espaços digitais. O público pode ter acesso a manifestações artísticas e culturais nacionais e internacionais em diversas áreas e

linguagens. Ambos tem como objetivo a divulgação e incentivo à cultura. São iniciativas privadas, mas com acesso público e programação gratuita.

Na década de 70, em Porto Alegre, foi criado o Projeto Renascença. O setor público em conjunto com o Banco Nacional de Habitação, através do Plano CURA (Comunidade Urbana para Recuperação Acelerada), investiram em melhorias urbanas em áreas em decadência. Foi executado apenas entre 1975 e 1979.

Não é possível indicar quantos equipamentos foram registrados como centro cultural no Brasil. Devido as diferentes culturas e costumes do país, pode-se dizer que cada um possui características únicas. O Centro Cultural do Jabaquara foi um dos primeiros espaços culturais no Brasil, já o Centro Dragão do Mar de Artes e Cultura, inaugurado em 1999 e localizado em Fortaleza, Ceará, é um dos maiores do país.

Figura 04: Centro Georges Pompidou Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-41987/classicos-da-arquitetura-centro-georges-pompidou-renzo-piano-mais- richard-rogers

O Centro Georges Pompidou é um grande marco arquitetônico na história. O projeto foi escolhido para Paris mediante a um concurso, os ganhadores foram Renzo Piano e Richard Rogers. Os arquitetos projetaram uma edificação com sistema estrutural em aço, sendo esse o conceito do projeto, a estrutura toda externa e aparente. Foi inaugurado em janeiro de 1977 e contribuiu para a disseminação dos centros culturais pelo mundo. Atualmente abriga o Museu Nacional de Arte Moderna.

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Brasil

Centro Cultural do Jabaquara

ra-centro-cultural-jabaquara-shieh-arquitetos-associados

O projeto do Centro Cultural do Jabaquara (Jabaquara, SP), projetado por Shieh Arquitetos Associados, tinha como objetivo valorizar a Casa-Sede do Sítio da Ressaca, edificação do séc. XVIII tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado em 1972. O Centro Cultural abriga uma biblioteca pública e atividades de cunho didáti co e informativo, tais como exposições, música, artes cênicas, artesanato, culinária, artes plásticas e fotografia, palestras e outros cursos para a comunidade do bairro.

Rio Grande do Sul Centro de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues

06:

Fonte: https://prefeitura.poa.br/smc/noticias/natal-cultural-movimenta-o-centro-municipal-de-cultura

O Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues, localizado em Porto Alegre, RS, abriga a Biblioteca Municipal Josué Guimarães, Teatro Renascença, Atelier Livre, Sala Álvaro Moreyra, espaço para exposições, dança, artes cênicas e literatura. O governo implantou, no início dos anos 70, o Projeto Renascença. Foi idealizada uma Escola de Criatividade que passou a constituir o Centro Municipal de Cultura da cidade, em 1978 a criação foi oficializada e em 1986 o equipamento passou a homenagear Lupicínio Rodrigues.

Figura Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues
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1.4. Conceito e definições

A cultura é a maior carac terística de um povo, é com ela que são reunidos costumes e valores, é através dela que diferentes povos se conectam. As manifestações artísticas e cultu rais são como ferramentas de expressões, sejam elas sentimentais ou sobre a realidade. Por exemplo, no Brasil, já foram feitas diversas manifestações artísticas contra governos. Manifestações de arte e cultura juntas criam um espaço cultural, um local de aprendizagem que promove inclusão, liberdade, cria relações sociais e amizades. No Brasil, existem diversos centros culturais espalhados pelo país, é um número que está sempre aumentando, a criação de espaços culturais costumava ser estimulada pelo governo, mas geralmente apenas em capitais. Os espaços da Caixa Cultural e Centro Cultural Banco do Brasil estão presentes apenas em grandes capitais brasileiras. Falta acesso a arte e cultura no interior do país.

Atividades artísticas podem ser utilizadas por crianças e idosos para desenvolvimento social cognitivo, destreza, coor denação motora, sempre promovendo bem-estar e estimu lando o corpo e a mente através da arte. Atividades artísticas combinadas com atividades físicas melhoram o bem-estar e ajudam a tratar problemas psicológicos. Arte e cultura auxi liam no crescimento individual do usuário, manifestações artís ticas praticadas com outras pes soas auxiliam nas relações sociais.

Segundo Milanesi, 1997, os espaços que hoje são deno minados como espaços cultu rais sempre existiram como instituições separadas, cada uma cumprindo sua função, como teatros, cinemas, bibliote cas, museus, entre outros. A junção, em um local só, destes espaços e funções começou a aumentar a partir dos anos 70 possuindo nomes variados, entre eles os centros culturais.

Figura 07: Música

Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/close-das-maos-de-um-pianista-nas-teclas-do-piano-maos-femininas-tocando-piano_20249907.htm

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1.5. Objetivos e relevância

O objetivo da proposta tem como desafio criar uma edificação de qualidade que converse com o entorno, mas também se destaque. A própria análise inicial da morfologia urbana do entorno já traz as diretrizes iniciais para o partido arquitetônico, deste modo, logo no início dá para notar o que pode ficar bom, qual materialidade não usar, altu ras, entre outros. É importante criar uma relação entre a edificação, o entorno imediato e o espaço público.

Uma Escola de Artes é relevante para o município e para a população, pois não há centros culturais em Xangri-Lá. A implementação de um espaço cultural proporciona uma melhora na infraestrutura da área de inter venção, podendo aumentar a qualidade de vida da população oferecendo arte e cultura de fácil acesso, sendo em forma de aulas ou como forma de lazer.

tivo de crianças e idosos, no tratamento de problemas psicológicos. Arte e cultura auxiliam no crescimento individual do usuário.

É importante desenvolver um projeto arquitetônico funcional que qualifique a vida dos usuários, que os faça ter vontade de utilizar o edifício. A acessibilidade deve estar presente em todos os pontos do projeto. Um dos principais objetivos é ser um local totalmente inclusivo, para que todas as pessoas, sejam elas com ou sem deficiência ou restrição, possam participar das atividades propostas.

Segundo Hertzberger, 1999, a arquitetura deve ser capaz de acomodar todos os tipos de situações que afetam a maneira como um edifício é usado e entendido. O arquiteto e urbanista deve levar em conta todos os tipos de usos, o sentimento e o desejo dos usuários, cada um com seu padrão de expectativas, suas próprias possibilidades e restrições. https://br.freepik.com/fotos-gratis/close-das-maos-de-um-pianista-nas-teclas-do-piano-maos-femininas-tocando-piano_20249907.htm

Em pontos mais específicos, atividades artísticas ajudam no desenvolvimento social cogni-

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1.6. Importância e abrangência

Todos deveriam ter fácil acesso a espaços que promovem atividades artísticas e culturais. Um centro cultural é de suma importância para o desenvolvimento do município e da população, seja ela residente ou não. É um espaço de inclusão social, de liberdade e autonomia. Ele estimula novas experiências, incentiva o convívio e aumenta a qualidade de vida da população usuária.

A arte vai além de momentos de lazer e brincadeiras, ela está relacionada a estímulos, é importante para o desenvolvi mento social cognitivo, físico e afetivo das crianças. Atividades artísticas são importantes na infância, pois oferecem as crianças uma maneira de se expres sarem através da arte. Os movimentos necessários para pintar, seja em um papel ou em cavalete, ajudam com o desenvolvimento da coordenação e força. Já movimentos menores, com os dedos, desenvolvem a destreza e controle da coordenação

motora. No desenvolvimento físico, dança e teatro aprimoram a coordenação motora e auxiliam na noção de espaço. Quanto mais contato uma criança tiver com manifestações artísticas, melhor ela irá desenvolver características sociais cognitivas, como sensibilidade, criatividade e senso crítico.

Para idosos existe a arte terapia, atividades artísticas, como pintura e música, combinadas com um processo terapêutico. Pode promover bem-estar físico e mental para os idosos, diminuindo estresse e ansiedade, estimulando o corpo e a mente através da arte.

Atividades artísticas ajudam no desenvolvimento do usuário, indiferente da sua faixa etária. Atividades artísticas combinadas com atividades físicas, como dança, ajudam no bem-estar, diminuem e ajudam a tratar problemas psicológicos, como depressão e ansiedade. É também uma maneira de prevenir e tratar o estresse.

Figura 08: Pintura

Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/fechar-foto-de-mulher-misturando-tintas-a-oleo-na-paleta_7676728.htm

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1.7. Potencialidade e viabilidade

A área de intervenção está localizada no bairro Guará, Xangri-Lá, RS. O bairro faz a divisa dos municípios Xangri-Lá e Capão da Canoa. O município é ponto de turistas na alta tempora da por possuir praia, o número de habitantes aumenta drasticamente no verão. A cidade não tem muita coisa a oferecer além de praia e casas de festa, as pesso as costumam ir para o município vizinho para fazer suas coisas. A implementação de uma Escola de Artes gera novas opções de atividades para as pessoas, tanto turistas como moradores.

O bairro possui infraestrutura (saneamento básico, iluminação, vias pavimentadas) para receber uma edificação deste porte. O entorno imediato é com posto majoritariamente de residências unifamiliares térreas, mas há também algumas residências com dois pavimentos, próximo ao terreno há comércios, igre jas e equipamentos públicos, como o posto de saúde, escola. Junto a divisa do terreno, está o

ginásio municipal e a Escola M.E.F. Petronilha Maria Alves dos Santos.

O terreno escolhido para a implementação do projeto arquitetônico é de posse do poder público, anteriormente foi uma praça e depois um campo de futebol. Ele é regular e plano, o município possui uma topografia com curvas de níveis bem suaves, uma delas passava pelo terreno, mas foi movida pelo poder público para uma das extremidades, deixando um desnível entre a calçada e a via. O terreno é quase todo em grama, uma pequena parte é pavimentada. Existem algumas árvores plantadas na calçada, há também postes de energia elétrica em um lado do terreno.

Antigamente, o terreno era uma quadra inteira, mas com a construção do ginásio e a ampliação da Escola M.E.F. Petronilha M.A. dos Santos, entre 2009 e 2010, uma das ruas foi fechada formando apenas uma quadra.

https://br.freepik.com/fotos-gratis/fechar-foto-de-mulher-misturando-tintas-a-oleo-na-paleta_7676728.htm 20

1.8. Agentes Envolvidos e público-alvo

O intuito do projeto é levar acesso a arte e cultura para todos de forma gratuita. O poder público do município é o maior agente envolvido na implementação da Escola de Artes em Xangri-Lá, mas é necessária uma parceria público-privada, o envolvimento de iniciativas privadas para investir e financiar o projeto.

O município conta com oito escolas municipais, sendo três de ensino infantil e cinco de ensino fundamental, conta também com bolsa de estudos para uma escola infantil priva da e apenas uma escola estadual de ensino médio. O município promove para suas oito escolas um bom ensino público e uma boa infraestrutura para as crianças e jovens estudarem. A cidade também possui uma biblioteca municipal, mais utilizada por professores, às vezes são feitas pequenas palestras no espaço. É um bom município para a implementação de um centro cultural, pois há diversas escolas, sendo duas próximas ao terreno, e o poder público investe muito na educação.

O público-alvo é todas as pesso as que tiverem interesse em manifesta

ções artísticas e culturais, tais como: aulas de música, teatro, pintura, balé, outros tipos de danças, oficinas e expo sições. Sejam moradores do município ou não, pessoas de diferentes classes sociais, etnias, faixas etárias, pessoas com deficiências ou restrições, um lugar para todos que tiverem interesse em arte e cultura. Acesso a cultura é um direito de todos, atividades artísticas e culturais também são uma forma de lazer.

Além de manifestações cultu rais, o projeto arquitetônico contempla um auditório para ensaios e apresenta ções da Escola de Artes, mas também pode ser utilizado pelo município para o que for necessário, pois atualmente o poder público aluga lugares para fazer palestras, para iniciar o ano letivo com os professores do município, um gasto que não seria mais necessário.

Espaços culturais são um meio de inclusão social, é um lugar para todos. Um espaço de arte e cultura deve ser um lugar acessível e acolhe dor, deve estimular novas experiências, ser um ambiente que forma laços e constrói amizades entre diferentes tipos de pessoas.

Figura 09: Dança

Fonte: https://www.freepik.com/free-photo/group-modern-ballet-dancers_8364277.htm

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1.9. Necessidades e benefícios

Um equipamento como um centro cultural é importantíssimo para o desenvolvimento da população e do próprio município. É um local de liberdade, autonomia e inclusão social, centros culturais também são espaços de lazer.

Segundo Ramos, 2007, ações culturais podem ser consideradas um processo de intervenção que utilizada a arte, com seu caráter libertário e questionador, para criar laços sociais, promover a criatividade e práticas culturais. Estas ações se guiam pelo incentivo à criatividade, pesquisa, conhecimento, sem visar fins lucrati vos. É nesta esfera que devem se localizar os espaços culturais.

Não existem atrativos na cidade, nem na cidade vizinha, Capão da Canoa, além de bares, casas de festas, restaurantes e a própria praia. Sendo que a grande maioria destes bares e casas de festas funcionam apenas na alta temporada, deixando os moradores da cidade com ainda menos atrativos nas demais estações do ano.

A Escola de Artes no bairro Guará consegue atender os dois muni-

cípios, até outros da região, como Maquiné e Osório. O bairro é tranquilo, está na rota do transporte público que circula pelos dois municípios, tem boas condições de infraestrutura, tais quais: vias pavimentadas, quase todas, e sinalizadas, iluminação pública e saneamento básico.

A implementação do espaço cultural proporciona mais benefícios e desenvolvimento para o bairro, como pavimentação das demais vias, principalmente na rua sem saída que está ao lado do terreno, regularização das calçadas, pois a maioria ainda é em grama, e mais movimentação para os comércios locais. Também proporciona desenvolvimento para a população, tanto usuária quanto aos habitantes do bairro, tendo fácil acesso a atividades artísticas e culturais, contato com pessoas de diferentes crenças e culturas e sendo um espaço de lazer.

O equipamento disponibiliza novas experiências, contato com pes soas de diferentes cidades e culturas, diferentes atrativos para a população, sendo eles: exposições e aulas de diversas manifestações artísticas e culturais.

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Área de intervenção

02

2.1. Município de Xangri-Lá

A área de intervenção escolhida para a implantação do projeto da Escola de Artes está localizada no bairro Guará, no município de Xangri-Lá, Rio Grande do Sul (Figura 10).

Xangri-Lá está localizado no Litoral Norte Gaúcho, situado a 132km da capital do estado, Porto Alegre. O município faz divisa com Capão da Canoa ao norte, Osório ao sul e Maquiné a oeste. Compreende nove balneários, praticamente todos estão distribuídos ao longo da sua faixa litorânea, apenas um bairro está longe da praia. Xangri-Lá foi emancipado do município de Capão da Canoa em 26 de março de 1992, completando 30 anos agora em 2022.

O município de Xangri-Lá abriga os dois mais importantes sambaquis do Litoral Gaúcho, um próximo ao centro e o outro no bairro Guará, bairro onde está localizado o terreno de implantação do projeto da Escola de Artes. Os sítios arqueológicos são conhe-

Dados do município retirados do IBGE:

● Território: 60.756 km² (Fonte: IBGE 2021);

● Densidade demográfica: 204,88 hab/km² (Fonte: IBGE 2010);

● População estimada: 17.126 pessoas (Fonte: IBGE 2021);

● PIB per capita: R$ 33.779,00 (Fonte: IBGE 2019);

● Escolarização (6 a 14 anos): 97,3% (Fonte: IBGE 2010);

● Esgotamento sanitário: 12,6% (Fonte: IBGE 2010);

● Arborização de vias públicas: 29,6% (Fonte: IBGE 2010).

cidos como “Morro dos Índios” pelos moradores locais. Seus vestígios são de suma importância histórica e arqueológica.

Banhado pelo Oceano Atlântico a leste, como toda a faixa litorânea do país, na alta temporada, verão, recebe muitos turistas, o número de habitantes do município tem um aumento exorbi tante. Com a pandemia do Covid-19, os números só aumentaram, a população que visitava a cidade apenas no verão começou a passar os outros meses do ano também. Xangri-Lá é considerado a capital dos condomínios horizontais privados. Atualmente há aproximadamente trinta condomí nios no município, número que aumenta constantemente. A construção civil não parou durante a pandemia, pelo contrário, apenas aumentou, devido a procura por imóveis prontos, ou terrenos para construir, pela população que costumava ir para praia apenas para veranear.

Grande do Sul

Rio Xangri-Lá
25
10: Mapa do perímetro do município
acessos
Figura
com
| Fonte: Adaptado do Google Earth (2021) Rio Tramandaí Rio Tramandaí Oceano
Atlântico
Lagoa dos Quadros Capão da Canoa
Osório Legenda: RS-389 (Estrada do Mar) RS-407 Av. Paraguassu Acessos ao município Área de intervenção N 26
Maquiné

2.2. Localização, acessos e equipamentos

O terreno de implantação do projeto da Escola de Artes está localizado no bairro Guará (Figura 11), bairro que faz a divisa do município de Xangri-Lá com Capão da Canoa. Está a 4km de distância do centro do município e a 3,7km de distância do centro do município vizinho, Capão da Canoa. O bairro conta com equi pamentos como igrejas, comércios, ginásio municipal, Escola Municipal de Ensino Fundamental Petronilha M.A. dos Santos (Figura 53), Salão Paroquial municipal, posto de saúde, centro de tradições gaúchas (CTG) e Escola Municipal de Ensino Infantil Lobinho Guará. A área do terreno é composta por apenas uma quadra

denominada no mapa de zoneamento do bairro como praça. A quadra é formada pelas Ruas Protásio Marques da Rosa, Manoel Alves, Manoel Nazário e Pedro Manoel Machado. A Rua Pedro Manoel Machado é sem saída, pois a construção do ginásio e ampliação da escola fechou esta rua e ligou as duas quadras.

O principal acesso ao bairro acontece pela RS-407. Outro acesso existente é pela Rua São Pedro. Atualmente está sendo construída uma via secundária que ligará o bairro ao trevo do condomínio Capão da Canoa Ilhas Resort na RS-389.

O terreno está no coração do bairro, onde há a maior concentração de comércios e maior circulação de pessoas.

Capão da Canoa Bairro Atlântida Sambaqui N
RS-389
RS-407
27
Figura 11: Mapa do bairro Guará | Fonte: Adaptado do Google Earth (2021)
Legenda: Terreno
(Estrada do Mar)
Rua São Pedro Acessos ao bairro pela RS-407 Equipamentos

2.3. Sistema viário

O trânsito do bairro é calmo, todas as vias são de duplo sentido podendo estacionar em ambos os lados, mas elas não são largas o suficiente para quatro veículos ao mesmo tempo, no máximo três. As vias com maior movimento são as ruas Ceriaco Jerônimo de Souza, Olmiro Lima, Presalino Espíndola, Paulo Teixeira e Protásio Marques da Rosa. Todas estas são pavimentadas e contêm sinalização, sendo placas e pinturas nas vias, as

mento, a escola ao lado não possui estacionamento privado, sendo assim, os professores estacionam seus veículos no decorrer da Rua Protásio Marques da Rosa, ocupando a via até ao lado do terreno.

O bairro possui seis paradas de ônibus dispostas nas ruas Olmiro Lima, Presalino Espíndola e Paulo Teixeira, conforme mostra o percurso do transporte público dentro do bairro na figura 12, e uma parada para o ônibus escolar na frente de cada escola. O trajeto mais comum do ônibus público é entrar no bairro pela Rua Paulo Teixeira e sair pela Rua Ceriaco Jerônimo de Souza, a

R ManoelAlves R Manoel Alves R Manoel Alves Figura 12: Mapa do sistema viário do bairro | Fonte: Adaptado do Google Earth (2021) R Manoe l Nazário R Paulo Teixeira R iarMon d a liSav R Protásio Marq ues da Rosa R Manoel Silveira R Antônio Silveira Legenda:
N R Pedro ManoelMachado R. Presalino Espíndola R OlmiroLima R Aldina Norberta de Matos R Ceriaco Jerônimo de Souza R Alr i dn o Q u i n c h e s k i R J a r d e l i n o R i be i r o Bairro Atlântida 28
Terreno RS-407 Rua São Pedro Percurso do ônibus dentro do bairro

2.4. Potenciais e limitações

A área de intervenção está próxima à área comercial, quase todas as vias do entorno imediato são pavimentadas. O transporte público faz um percurso dentro do bairro, neste percurso há seis paradas de ônibus, sendo uma delas na quadra ao lado, há também o ônibus escolar que passa nas duas escolas. As escolas são grandes potenciais, principalmente a que está ao lado do terreno, fácil acesso para as pessoas a Escola de Artes.

O bairro é o único dos nove balneários de Xangri-Lá que não está na orla, o terreno está a 3,2km de distância da praia mais próxima, do bairro Atlântida. Sendo assim, está longe do maior ponto turístico da cidade.

2.5. Redes de infraestrutura

O bairro Guará possui uma boa infraestrutura, conta com iluminação pública em todas as vias, rede de telefonia e internet, abastecimento de água tratada, drenagem urbana das águas pluviais e sinalização em praticamente todas as vias. Todos os equipamentos públicos do bairro possuem uma boa infraestrutura e são reparados sempre que necessário.

Quase todas as vias são pavimentadas, algumas ainda são em paralelepípedo e outras, próximas a Rua São Pedro, são de chão batido. Grande parte do bairro não possui calçada regular, a maioria ainda é em grama, fazendo com que a população caminhe na via.

Checklist da área de intervenção

Próxima a praia

Iluminação pública

Escolas no entorno

Próxima a comércios

Transporte público

Próxima a pontos turísticos

Fácil acesso a arte

Acessibilidade

Bairro compacto

Próxima ao centro

Trânsito calmo

Vias pavimentadas

Equipamentos públicos

Vias sinalizadas

Calçadas regulares

Próxima a prefeitura Saneamento básico Praças públicas

Vias largas Baixa criminalidade Rede de telefonia e internet

29

2.6. Aspectos qualitativos e quantitativos

Levando em consideração a localização da área de intervenção, a qual está na divisa dos dois municípios, o objetivo é a Escola de Artes atender tanto o município de implementação, Xangri-Lá, como o município vizinho, Capão da Canoa. De acordo com o IBGE, a população estimada de Xangri-Lá, no censo de 2021, é de 17.126 pessoas. No último censo, em 2010, o município contava com 12.434 pessoas, na estimativa teve um aumento de quase cinco mil pessoas. De acordo com a figura 13, dados retirados do censo de 2010 levando em conside ração a população de 12.434, a maior parte dos habitantes está entre 10 e 29 anos, somando 35,2% da população.

A população estimada, censo de 2021, de Capão da Canoa é de 50.009 pessoas, de acordo com o IBGE. O município contava com 42.040 pessoas no último censo de 2010, de acordo com a estimativa, teve um aumento de quase oito mil pessoas. Conforme a figura 13, dados utilizados do censo de 2010 levando em consideração a população de 42.040, a maior parte dos habitantes também está entre 10 e 29 anos, somando 35,0% da população. O equipamento não tem uma população usuária específica, é um espaço para todos, independente da etnia, classe social, faixa etária, se possui alguma deficiência, é um local acessível para todos.

Pirâmide etária: residentes e usuários Xangri-Lá

População: 12.434 (IBGE, censo 2010)

4,3% 4,3%

Legenda: Mulheres Homens

85 a 89 75 a 79 80 a 84 4,6% 4,7% 4,6% 4,0% 4,2% 4,1% 4,2% 4,4% 4,8% 4,3% 4,2% 4,0% 5,0% 4,5%

35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59

30 a 34 25 a 29

Figura 13: Gráficos de pirâmides etárias dos municípios de Xangri-Lá e Capão da Canoa | Fonte: Adaptado do IBGE (2010)

95 a 99 100 ou mais 90 a 94 60 a 64 65 a 69 70 a 74 30

Pirâmide etária: usuários Capão da Canoa População: 42.040 (IBGE, censo 2010) 0 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24

2.7. Morfologia urbana do entorno

A análise da morfologia urbana do entorno é muito importante e deve ser feita logo no início do projeto. Por exemplo, a edificação será implantada no meio de uma quadra, é importante seguir os alinhamentos das edificações existentes, alturas simila res, não fazer algo totalmente fora do contexto. Sendo assim, a própria análise já traz as diretrizes iniciais para o partido arquitetônico. Em determinadas situações, o próprio projeto pode contribuir para a melhoria do local onde será construído. É importante criar uma relação entre a edificação, o entorno imediato e o espaço público.

O entorno do terreno é, em sua maioria, composto por resi-

dências unifamiliares com um pavimento, mas há algumas edificações com dois pavimentos no bairro, conforme mapa fundo figura (Figura 14), sendo elas residenciais unifamiliares, comerciais e públicas (Figura 15). Todos os três edifícios da Escola Petronilha, na divisa do terreno, tem dois pavimentos, já o ginásio municipal tem entre 7 e 8 metros de altura, também está colado na divisa do terreno (Figura 48) junto com a escola.

Algumas residências do entorno imediato são em madeira, o ginásio e um dos edifícios da escola são de tijolo a vista com estrutura aparente, mas a grande maioria das residências são de alvenaria, incluindo os outros dois edifícios da escola. A cobertura N

Terreno

Legenda:

Edificações térreas

8 metros de altura

Edificações
ou
com 2 pavimentos
31
Figura 14: Mapa fundo figura de alturas | Fonte: Autora (2022)

de praticamente todas as edificações é telhado a vista.

O trânsito no entorno do terreno é calmo, todas as vias são com sentido duplo e pode-se estacionar em ambos os lados, mas elas não são largas para isso, é possível passar apenas um carro se tiver um estacionado de cada lado. Todas possuem sinalização e quase todas são pavimentadas.

A única praça próxima ao terreno, também é a única do bairro, é a praça em frente à Igreja da Nossa Senhora do Loreto, ao lado da Escola Petronilha (Figura 49). É uma praça pequena e quase toda pavimentada, há apenas um pouco de grama em uma parte e um parquinho para as crianças brincarem, é mais um local

de passagem do que de permanência. Os professores costumavam levar as crianças do primeiro ano na praça antes da ampliação da escola, foi feita uma pracinha dentro o perímetro do terreno, e da construção do ginásio.

Levando em consideração toda a análise da morfologia do entorno, o edifício da Escola de Artes deve chamar atenção, mas ao mesmo tempo se mesclar com o entorno. Não ser algo deslocado que passe a sensação de que não se relaciona com o bairro, mas sim uma edificação que passe a ideia de que pertence a aquele terreno vazio, fazendo uma boa relação entre o espaço público e privado.

Bairro Atlântida Edificações residênciais Terreno Ginásio Escola Igreja Comércio Posto de saúde CTG Salão Paroquial
32
Legenda:
N Figura 15: Mapa fundo figura de usos | Fonte: Autora (2022)

2.8. Microclima e condicionantes

O estado do Rio Grande do Sul possui um clima subtropical, todas as estações do ano são bem definidas, o inverno é basno. Conforme figura 16, o entorno não faz sombra no terreno escolhido, sua localização faz com que pegue sol o dia todo

Por ser um bairro mais residencial do que comercial, os ruídos são em pontos específicos e não generalizados. As maio res fontes de ruído perto do terreno são a Escola M.E. Fundamental Petronilha e o ginásio municipal, fontes de ruído constantes durante a semana, e as Igrejas, os cultos geralmente acontecem a noite ou aos finais de semana. A RS-407 também pode ser uma fonte de ruído quando está na alta temporada, no verão, ou horá

R.
RS-407 R.OlmiroLima R. Pedro Manoel Machado R. Antônio S lveira R. Manoe S lveira R. P ro t á s io Mar ques d a Ro s a R. Man o e l Nazá rio R. P aul o T ei xe i ra Legenda: Ciruito solar Ruídos Ventos predominantes Terreno
N
R. Manoel Alves Nordeste Nascente Poente
Manoel R . trebroNanidlA a d e Mta so 33 Alves
R. Manoel Alves
Figura 16: Mapa de condicionantes do local | Fonte: Adaptado do Google Earth (2021) Sudoeste (Minuano)

2.9. Condições do Solo

A região tem curvas de níveis suaves, conforme figura 17, no bairro Guará todos os terrenos edificáveis são planos. Atualmente, quase todas as vias do bairro são asfaltadas, o que fez com que a prefeitura renovasse as bocas de lobo para as vias não ficarem empoçadas. Na quadra que está o terreno não há nenhu ma boca de lobo, apenas em uma das quadras ao lado, onde o bairro fica um pouco mais baixo.

O bairro todo tem uma boa drenagem, junto ao sambaqui há muita mata, a qual não pode ser desmatada, e grande parte dos pátios dos terrenos são em grama e não estão muito acima do nível da rua.

2.10. Topografia

De acordo com o mapa topográfico desenvolvido pela prefeitura de Xangri-Lá, o município todo apresenta curvas de níveis suaves, não possui relevo acidentado, nem falésias, como o município de Torres. Os pontos mais altos são os dois sambaquis, chegando a 11 e 13 metros, sendo um deles próximo a área de intervenção, no bairro Guará.

Inicialmente havia uma curva de nível no terreno do projeto, conforme figura 17, mas ela foi movida para uma das extremidades da quadra pela prefeitura para fazer uma praça, deixando o terreno totalmente plano e a calçada com um pequeno desnível para a Rua Manoel Nazário (Figura 41).

N

Legenda:

Terreno Figura 17: Mapa de curvas de nível do bairro | Fonte: Prefeitura de Xangri-Lá 34

Curvas de nível

8 8 8 8 8 7 7 6 6 4 5 5 3 3 2 2 3 2 7 7 1011 2 6
Correção curva de nível

2.11. Levantamento do Terreno

A área de intervenção está situada no bairro Guará, na zona SR5 (Setor Residencial 5), o bairro é predominantemente residencial, está localizado em uma das entradas de Xangri-Lá, fazendo a divisa do município com Capão da Canoa. É o único, dos nove balneários, que não está situado na orla.

O terreno é composto por apenas uma quadra, a qual é denominada no mapa de zoneamento do bairro, desenvolvido pela prefeitura do município, como praça. O terreno conta com um perímetro de 392,28 metros e uma área de 8884,27 m², conforme figura 18.

Existem duas pequenas edificações construídas no terreno

(Figura 20), acessadas pela Rua Pedro Manoel Machado, estas pré-existências não são utilizadas hoje em dia e não serão consideradas no projeto. Há vegetações na calçada do terreno (Figuras 33 e 39), são cinco árvores, três espécies diferentes, todas serão mantidas em seus lugares. Além das árvores, na calçada da Rua Manoel Nazário, há também postes de energia elétrica (Figuras 41, 44 e 52).

O terreno está no coração do bairro, onde há a maior concentração de comércios e maior circulação de pessoas, mesmo fora do horário de pico. As edificações do entorno não fazem sombra no terreno, sua localização privilegiada faz com que

Medidas do terreno:

● Medida A: 70,55 m ● Medida B: 104,81 m ● Medida C: 91,33 m Área total do terreno: 8884,27 m²

● Medida D: 71,70 m

● Medida E: 20,78 m

● Medida F: 33,11 m

Perímetro: 392,28 m

Figura
Mapa
| Fonte:
R. Manoel Alves Medida B Medida D Medida F R. Pedro Manoel Machado R. Protásio Marques da Rosa R. M a noel Nazário M edida C M edida A M edida E
18:
do terreno
Autora (2022)
N
35

pegue sol o dia todo durante todas as estações do ano.

A quadra é formada pelas Ruas Protásio Marques da Rosa, Manoel Alves, Manoel Nazário e Pedro Manoel Machado. Atual mente, a Rua Pedro Manoel Machado não tem saída, a constru ção do ginásio e a ampliação da Escola M.E.F. Petronilha fecha ram a rua, juntando as duas quadras, também é a única via do entorno imediato do terreno que não é pavimentada. O ginásio além de fechar a rua ocupa um pedaço do terreno, conforme figu ras 19 e 20.

A construção do ginásio foi concluída entre 2009 e 2010, a ampliação da escola foi finalizada no mesmo ano, foi uma obra

Figura 19: Mapa do terreno | Fonte: Autora (2022) R. Manoel Alves
R Pedro Manoel Machado 1 2
R. M a noel N azário 3 3 36

2.12. Pré-existências edificadas

Existem duas pequenas edificações antigas construídas no terreno, acessadas pela Rua Pedro Manoel Machado (Figuras 21 e 22). Uma delas costumava ser um pequeno salão público para churrascos (Figura 25), já a outra edificação, uma parte era um pequeno bar e a outra parte sanitários (Figura 26), para quem esti vesse utilizando o terreno, pois ele costumava ser um campo de futebol para os moradores.

Estas pré-existências não serão consideradas no projeto, elas não são utilizadas atualmente, estão em estado precário, acabaram ficando isoladas depois da construção do ginásio e ampliação da escola. Por um curto período, foi um local perigoso por ter ficado isolado, mas hoje em dia ambas as edificações

Figura 21: Mapa do terreno | Fonte: Autora (2022) R M
2 1 1 2 3 4 37
R Pedro Manoel Machado
R. M a noel N azário
Figura 25: Pré-existência 01 | Fonte: Autora (2022) Figura 26: Pré-existência 02 | Fonte: Autora (2022) Figura 23: Pré-existências | Fonte: Autora (2022)
1 2
38
Figura 24: Pré-existências | Fonte: Autora (2022)
3 4

2.13. Levantamento fotográfico

N
R. Manoel Alves
R.
R.
a
R Pedro Manoel Machado
Protás i o M a r que s da Ro s a
M
noel N a zário Figura 27: Mapa do terreno com visuais | Fonte: Autora (2022)
Figura 32: Entrada do terreno Fonte: Autora (2022)
6 4 1 7 3 2 8 5 1 5
Figura 28: Terreno com entorno Fonte: Autora (2022)
39
Ginásio Figura 33: Terreno Fonte: Autora (2022) Figura 34: Terreno com pré-existência Fonte: Autora (2022) Muro da escola e entrada carga e descarga Calçada com desnível para a via e vegetação existente Figura 35: Terreno Fonte: Autora (2022) Figura 29: Terreno Fonte: Autora (2022) Figura 30: Terreno Fonte: Autora (2022)
2
3
4
40
Figura 31: Terreno Fonte: Autora (2022)
6
7
8

Levantamento fotográfico

N
R.
R.
R. Manoel Alves R. Pedro Manoel Machado
Protás i o M a r que s da Ro s a
M a noel N azário
Calçada com desnível para a via e postes de rede elétrica
Figura 41: Terreno com entorno Fonte: Autora (2022)
Figura 37: Terreno com entorno Fonte: Autora (2022)
11 12 13 14 16 15 10 9 9 13
Figura 36: Mapa do terreno com visuais | Fonte: Autora (2022)
41
Ginásio Poste de rede elétrica situado na calçada do terreno Rua terminando no muro da escola Muro da escola com pichações Figura 42: Terreno Fonte: Autora (2022) Figura 43: Terreno com entorno Fonte: Autora (2022) Figura 44: Terreno com entorno Fonte: Autora (2022) Figura 38: Terreno com entorno Fonte: Autora (2022) Figura 39: Terreno com entorno Fonte: Autora (2022)
10
11
12
42
Figura 40: Entorno Fonte: Autora (2022)
14
15
16

Levantamento fotográfico

N
R.
R. Protás i o M
r
da Ro
R. M a noel N azário 17 21 22 19 18 24 20 23
R. Manoel Alves
Pedro Manoel Machado
a
que s
s a
Figura 50: Entorno Fonte: Autora (2022) Figura 46: Entorno Fonte: Autora (2022)
17 21 43
Figura 45: Mapa do terreno com visuais | Fonte: Autora (2022)
Calçada com desnível para a via e postes de rede elétrica Figura 51: Entorno Fonte: Autora (2022) Figura 52: Terreno com entorno Fonte: Autora (2022) Figura 53: Rua com comércios e a escola Fonte: Autora (2022) Figura 47: Entorno Fonte: Autora (2022) Figura 48: Relação ginásio e terreno Fonte: Autora (2022)
18
19
Figura 49: Praça do bairro com a igreja e a escola no fundo Fonte: Autora (2022)
22
23 20 24
Escola Entrada principal Escola Ginásio
44
Fim do ginásio e início do terreno

Repertório 03

3.1. Praça das Artes

A Praça das Artes foi projetada pelo escritório Brasil Arquitetura, está localizada em São Paulo capital, possui uma área de 28500 m² e é de 2012. É um espaço cultural com música, teatro, dança, exposições, um espaço de manifestações artísticas de modo geral. Faz parte do Complexo Theatro Municipal de São Paulo, nas edificações da Praça estão localizados os corpos artísticos e administrativos do Theatro.

O equipamento é muito utilizado para exposições artísti cas, incluindo exposições de itens do acervo do Theatro Municipal, mostras de arte contemporânea, tanto na sala própria para exposições como nas áreas de convivência e até mesmo na parte da praça.

O projeto restaurou a fachada do Cine Cairo e o edifício do antigo Conservatório Dra mático Musical de São Paulo, um importante marco histórico para a cidade, estava abandonado há décadas. Ele foi integrado a

Praça das artes, atualmente é a sede oficial do Quarteto de Cordas da cidade, também é utilizado para apresentações, pequenas orquestras e corais.

A Praça das Artes foi projetada para fazer a revitalização cultural do centro histórico da cidade de São Paulo. O complexo cultural é sede da Escola de Dança e Música, Sala do Conservatório, Centro de Documentação Artística, Corais Líricos Paulistanos, Orquestra Sinfônica, Quarteto de Cordas, entre algumas outras coisas. Conta com uma grande área externa, uma praça que serve como um amplo espaço de convivência, fazendo a integração do centro histórico da cidade com a edificação.

O projeto da Praça das Artes venceu, em 2012, o prêmio APCA, premiação da Associação Paulista de Críticos de Artes, como “Obra de arquitetura”. Já em 2013, venceu o Icon Awards, em Londres, na categoria “Edifício do ano”.

Figura 54: Praça das Artes Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura 47
Ficha técnica Brasil Arquitetura São Paulo, Brasil 28500 m² 2012 Nelson Kon 48

3.1.1. justificativa

Um dos objetivos da implan tação do projeto era atender a necessidade do Complexo Theatro Municipal de São Paulo de ter espa ços para ensaios no mesmo edifício. O complexo é sede de quase todas as manifestações artísticas da área, sendo assim, o objetivo foi concluí do, todos os ensaios acontecem no mesmo lugar.

Entretanto, para ensaios acontecerem ao mesmo tempo no mesmo local, as edificações neces sitaram de ambientes com bom isolamento acústico, esta foi uma das complexidades do projeto, mas que foi resolvida com êxito.

A escolha da Praça das Artes se deu devido ao seu grande progra ma de necessidades e todas as complexidades que o projeto teve para atender o programa de maneira satisfatória. Outro motivo foi a harmonia com o entorno, o comple xo da Praça das Artes chama aten ção pela sua grandiosidade, mas a materialidade faz se mesclar com o entorno. O projeto serve de referên cia formal e funcional para o projeto da Escola de Artes.

Figura 55: Praça das Artes

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

49

3.1.2. Análise do tema

A Praça das Artes é um espaço cultural com teatro, danças, música e exposições, foi projetada para revitalizar o centro histórico de São Paulo capital. O equipamento conta com a pré-existência do antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo, a qual foi restaurada para ser utilizada como sala de concertos, e conta com a fachada restaurada do Cine Cairo, utilizada pelas edificações dos corpos artísticos.

A implantação do projeto tinha como objetivo atender a carência histórica de espaços artísticos e culturais, atender a necessidade de mais espaços para o Complexo Theatro Municipal de São Paulo e desempenhar o papel de requalifica ção da área do centro histórico da cidade. Possuindo um rico programa de necessidades, o projeto conseguiu suprir todas as necessidades e alcançar todos os objetivos citados.

O complexo da Praça das Artes tem como programa de necessidades corpos artísticos e administrativos do Theatro Municipal, áreas de exposições, aulas de música, teatro e diversos estilos de dança, é

sede do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, dos Corais Líricos Paulistanos, Orquestra Sinfônica, Quarteto de Cordas, este acontece na pré-existência, entre outros. Além das manifestações artísticas e culturais, o programa conta também com restaurante, estacionamento e duas grandes praças, ambas sem cobertura, pavimentadas e com pouca vegetação, em uma das praças está localizado o acesso ao estacionamento subterrâneo (Figura 55).

O programa faz com que o projeto seja complexo, pois, por exemplo, em uma sala ensaiam trinta dançarinos, com música, saltos, conversas, já no outro pavimento, seja acima ou abaixo, acontecem aulas de música, sejam elas em conjunto ou solo. Não pode haver vazamento de ruídos de uma sala para a outra. O projeto supriu muito bem está necessidade, as salas possuem um bom tratamento acústico. Para absorver ruídos e vibrações foram utilizadas lajes flutuantes e lãs de vidro entre a laje estrutural e o piso, funcionando como amortecedor.

50

3.1.3. análise do sítio

O projeto está localizado na área cen tral da cidade de São Paulo, no centro históri co. Segundo o arquiteto Marcelo Ferraz (apud MELLO, 2014), sócio do escritório Brasil Arquitetura, trata-se de uma região com enormes problemas, mas com grande vitalidade e potencial de novos usos. A implantação da Praça das Artes, a partir do centro da quadra, se desenvolve em três direções, conforme figura 57, assim tendo fachada para três locais, sendo eles: Vale do Anhangabaú (Rua Formosa), espaço público onde ocorrem eventos, Avenida São João e Rua Conselheiro Crispiniano. A implantação do projeto foi se estendendo e ocupando mais espaços, o equipamento possui 28500 m². Na Avenida São João, há edifícios construídos entre os edifícios do complexo, conforme figuras 56 e 57, o que formaria “dentes” na volumetria, caso fosse um edifício inteiro, mas a Praça das Artes é um complexo formado por nove edificações de diferentes formas e alturas.

Francisco Fanutti (apud MELLO, 2014), arquiteto e sócio do escritório, diz que a intricada e original inserção no coração da metrópole surtirá um efeito mais que positivo na vida do cidadão que frequenta o centro. Ela poderá significar o reencontro do paulis tano com o núcleo original da sua cidade.

Figura 56: Praça das Artes Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

51
Av. São João R.ConselheiroCrispiniano R.Formosa ValedoAnhangabaú Figura 57: Implantação Praça das Artes Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura N 52

3.1.4. análise funcional

A Praça das Artes possui diversas manifestações artísticas e culturais, fazendo parte do Complexo do Theatro Municipal, é a sede de muitas atividades artísticas da cidade de São Paulo.

Conforme figuras 59, 60 e 61, respectivas plantas da Praça das Artes, o zoneamento é dividi do em acesso, educacional, administrativo e serviço. O equipamento conta com dois auditórios, um maior em um dos edifícios novos e a sala de concertos na pré-existência, utilizado para pequenas apresentações, pequenas orquestras e corais, também utilizado pelo Quarteto de Cordas do município.

O complexo possui diver sas edificações, praticamente todas possuem alturas diferentes e cada edificação tem seu uso, todas possuem sua própria circulação vertical. Conforme figura 62, os corpos artísticos estão na cor amarela, onde houve a restauração da fachada do Cine Cairo, o restaurante em azul

claro, na entrada de uma das praças, antes dos outros edifí cios, em vermelho o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, em azul escuro é a sala de concertos, a qual é a pré-existência sendo um auditó rio, em roxo administração, em verde são as escolas, onde acontecem as aulas artísticas e culturais, em laranja é uma ampliação do verde, escolas, conta também com salas de aulas e um auditório, e em cinza o estacionamento, o qual é acessado pela Rua Conselheiro Crispiniano.

As figuras 64, 65 e 66 são cortes esquemáticos do projeto, eles passam apenas na edificação das escolas, as quais estão em verde na figura 62, e no estacionamento. Nos cortes pode-se observar as diferentes alturas das edificações, o esta cionamento subterrâneo com dois pavimentos e o acesso a ele (Figura 65) e as conexões de um edifício com o outro.

58:
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura 53
Figura
Praça das Artes

Figura 59: Planta primeiro pavimento

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

Figura 60: Planta segundo pavimento

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

N N

Figura 61: Planta terceiro pavimento

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

Salas de aula

Auditório Área de convivência

Serviço

Legenda: Administrativo

Circulação vertical

N
54

Figura 62: Diagrama Praça das Artes

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

Figura 63: Praça das Artes

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

55

Figura 64: Corte

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

Figura 65: Corte

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

Figura 66: Corte

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

Salas de aula

Legenda: Área de convivência

https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura 56

3.1.5. análise compositiva

A Praça das Artes foi projetada para fazer uma revitali zação cultural no centro histórico de São Paulo, área central da cidade. O complexo conta com o edifício do antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo, foi restaurado para poder ser utilizado, e conta com a fachada restaurada do Cine Cairo. A implantação do projeto tinha como objetivo atender a carência histórica de espaços artísticos e culturais.

O complexo possui diver sas edificações de alturas e formatos diferentes, conforme figuras 67 e 68, o que os une e faz todos pertencerem ao mesmo projeto é a materialidade, o con creto aparente pigmentado em duas cores diferentes e janelas pequenas desalinhadas.

A Praça das Artes possui três fachadas, uma para o Vale do Anhangabaú (Rua Formosa), onde está a fachada restaurada do Cine Cairo, outra para a Ave nida São João, onde é o edifício do antigo Conservatório Dramáti

Figura 67: Praça das Artes

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

57

Antigo Conservatório Dramático Musical de SP

Edifício administrativo Único em cor diferente

Antigo Conservatório Dramático Musical de SP

Antigo Conservatório Dramático Musical de SP

Acesso estacionamento

Fachada Cine Cairo

Acesso estacionamento

Fachada Cine Cairo
Figura 68: Croquis Praça das Artes Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura 58

3.1.6. análise de materialidade

A Praça das Artes é formada por diversos edifícios de formas e alturas diferentes, mas a materialidade de todos, tirando as pré-existências, é a mesma, concreto aparente pigmentado. Em sua maioria pigmentado na cor ocre, apenas um edifício, o que contempla a área de apoio e administrativa do projeto, possui concreto aparente com outro pigmento, na cor vermelha alaranjada.

O concreto aparente foi escolhido principalmente por possibilitar a criação de grandes vãos, toda a Praça das Artes é em concreto aparente, é um material que exige pouca manutenção e traz personalidade a obra. Mesmo trazendo grande personalidade ao projeto, consegue se misturar com o entorno.

O interior do complexo mistura concreto aparente pigmentado na cor ocre, madeira e materiais coloridos, os quais remetem a personalidade artística do lugar. A madeira está presente no piso das salas de

aulas, no piso da sala de concertos, antigo Conservatório, e está nas paredes de algumas salas de música, em forma de brise. Nas salas de música há também materiais acústicos coloridos nas paredes, para controle dos sons e ruídos. O teto das salas são em gesso com iluminação e ar-condiciona do embutido. As paredes que fazem as divisões dos ambientes internos são rebocadas e pintadas de branco, as demais paredes continuam em concreto aparente. O espaço de convi vência é todo em concreto aparente, mas o teto é coberto de tecidos coloridos, remetendo a arte e a cultura do local.

A materialidade é o prin cipal elemento do complexo que estabelece a harmonia com o entorno e com as edificações remanescentes que foram reformadas e permaneceram para o projeto, sendo elas, a fachada do Cine Cairo e o edifício do Conservatório Dramático Musical de São Paulo.

Figura 69: Praça das Artes

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

Figura 70: Praça das Artes

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

59

Concreto aparente pigmentado na cor vermelha alaranjada

Janela maxim-ar com vidro convencional

Janela com vidro convencional fixo

Concreto aparente pigmentado na cor ocre

Gesso com iluminação embutida

Concreto aparente pigmentado na cor ocre

Brise em madeira

Revestimento acústico colorido

Parede com reboco e pintura na cor branca

Piso em madeira

60

Laje em concreto aparente pigmentado na cor ocre

Iluminação embutida na laje de concreto armado aparente

Parede em concreto aparente pigmentado na cor ocre

Figura 72: Praça das Artes

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

Janelas com vidro convencional fixo e maxim-ar

Figura 71: Praça das Artes

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

Concreto aparente pigmentado na cor vermelha alaranjada

Figura 73: Praça das Artes

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

61

https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

Figura 74: Praça das Artes

https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

aparente pigmentado na cor
aparente pigmentado
cor
Espelho
com vidro convencional fixo Janela com vidro convencional fixo
maxim-ar com vidro convencional Gesso
62
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura Piso em madeira Concreto
ocre Concreto
na
ocre
Janela
Janela
com iluminação e ar-condicionado embutido

3.2. Balé Nacional Britânico

O novo edifício do Balé Nacional Britânico (English National Ballet - ENB) foi projetado pelo escritório Glenn Howells Architects, está localizado em Londres, Reino Unido. O edifício é de 2019 e possui 9300 m². É composto por estúdios de ensaio, de figurinos, instalações médicas, espaços dedicados a aprendizagem e treinamento, auditório, escritórios para funcionários, área para exposições, entre outros ambientes. O novo edifício forneceu empregos, treinamentos e oportunidades para a comunidade local.

A companhia do Balé Nacional Britânico foi fundada em 1950 com o objetivo de levar o balé clássico de alta qualidade ao maior público possível. É uma das primeiras organizações de arte do Reino Unido. A companhia possui o apoio de um fundo público da prefeitura de Londres, do Programa do Conselho de Artes da Inglaterra, de institutos de caridade e doadores individuais.

O objetivo era projetar um edifício branco e brilhante (Figura 75) que chamasse atenção no local que seria implantado, com o intuito de virar refe rência na capital e no país. Para isso foi trabalhado com fachadas translúcidas, utilizando vidro translúcido branco em boa parte das fachadas. Esta ideia faz com que o edifício contraste com o entorno, permitindo que quem estiver passando na rua, ou quem estiver nos edifícios do entorno, possam ver as som bras dos dançarinos ensaiando, fazendo com que o edifício se conecte com a comunidade local.

O projeto do edifício do Balé Nacional Britânico possui três prêmios, todos de 2021, o RIBA London Award, RIBA London Building of the Year e o RIBA National Award. RIBA significa Royal Institute of British Architects, é uma iniciativa para celebrar a arquitetura independente da escala, programa e tipologia.

Figura 75: Balé Nacional Britânico

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

63
Ficha técnica Glenn Howells Architects Londres, Reino Unido 9300 m² 2019 Hufton + Crow 64

3.2.1. justificativa

A implantação da nova sede da companhia foi projetada no intuito de suprir todas as necessidades que eles tinham. Utilizando praticamente todo o espaço do terreno e trabalhan do com maneiras do edifício se conectar com o entorno sem utilizar diretrizes parecidas aos edifícios existentes. A pele de vidro em conjunto com a fachada translúcida e iluminada fez essa conexão do equipamento com a comunidade local.

A escolha do projeto do novo edifício do Balé Nacional Britânico se deu devido a sua linguagem arquite tônica, a materialidade interna e o jeito que foi trabalhada, é um projeto atual com um estilo de dança que está presente no programa de necessidades da Escola de Artes.

A escada é uma das principais referências, um elemento principal que não está centralizado, apenas contrastando com os materiais da volta. É um projeto grandioso, cheio de detalhes e informações sobre o que deve ter em uma companhia de balé. O projeto serve de referência formal e construtiva para o projeto da Escola de Artes.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Figura 76: Balé Nacional Britânico
65

3.2.2. Análise do tema

O novo edifício do Balé Nacional Britânico tinha como objetivo criar a nova sede da companhia, suprindo toda a necessidade de mais espaço que eles tinham. Outro objetivo era a estética, eles queriam que o edifício fosse branco e brilhasse externamente, para trazer esse efeito de iluminação foram usadas fachadas translúcidas.

A edificação faz a conexão com o entorno e com a comunidade local através das suas fachadas translúcidas e iluminadas. O térreo, na área do foyer, é todo envidraçado, passando a sensação de que a área interna e a externa são a mesma coisa.

O programa de necessidades contempla um setor educacional com salas de ensaio, área de exposição, auditório e o necessário para um bom auditório, um setor de serviços com vestiários e sanitários em todos os pavimentos e área de funcionários, setor administrativo com escritó rios para mais de 200 funcionários, ateliê de costura com figurinistas, sala de reuniões, o acesso contempla o foyer e algumas outras salas

que não se encaixam nesses setores, como a sala de lazer dos estudantes, salas para atendimento médico, pilates e academia.

É um projeto com programa completo, não tem a necessidade de ir em outro lugar para realizar alguma tarefa, como comprar figurinos, tratar alguma lesão, tudo pode ser resolvido dentro dos perímetros da edifica ção. Parecido com o de grandes companhias mundiais de balé.

A companhia tem muito apoio do setor público de Londres, o próprio prefeito discursou na inaugu ração da nova sede da companhia. O Programa do Conselho de Artes da Inglaterra ajudou a financiar o novo edifício na intenção do país desenvolver mais artistas internacionais nas próximas gerações.

Tamara Rojo (2019), na época diretora artística do Balé Nacional Britânico, disse que o objetivo é ser a companhia de balé mais criativa do Reino Unido e do mundo, realizando balé clássico com os mais altos padrões, valorizando e atualizando o repertório clássico, além de apresentar trabalhos inovadores.

66

3.2.3. análise do sítio

O novo edifício do Balé Nacional Britânico está localizado em uma ilha no meio da cidade de Londres, Reino Unido (Figura 77). É uma pequena ilha com poucos edifícios, banhada pelo Rio Tâmisa e pelo Rio Lea. A companhia foi implantada entre grandes edifícios, no centro da parte norte da ilha, por mais que tenha poucas edificações no entorno, todas são em altura (Figura 78).

Conforme figura 77, o edifício possui uma forma dife rente, não é um retângulo con vencional, e ocupa toda a área possível do terreno.

O edifício se destaca no meio urbano devido a sua materialidade, sendo diferente do entorno. O edifício possui grandes peles de vidro, em partes com vidros convencionais e em outras partes com vidros translúcidos na cor branca. Também chama a atenção pela diferença de altura dos edifícios do entorno, já que todos são grandes edifícios e a companhia possui

poucos pavimentos.

A área do acesso principal ao edifício, o foyer, funciona como uma área de exposições e de convivência. Esta parte é toda envidraçada com vidro convencional, diferente dos outros pavimentos que possuem vidro translúcido, sem perfis muito aparentes, passan do a sensação de que a área interna e a externa são a mesma coisa.

Há pouca vegetação no entorno do terreno, apenas algumas árvores e vasos com plantas. O entorno é praticamente todo pavimentado, passa a sensação de que o edifício foi implantado no meio de uma praça seca, pois toda a pavi mentação possui o mesmo material.

O objetivo desde o início era fazer uma edificação que chamasse a atenção e também remetesse a arte, sem a intenção de seguir as diretrizes e parâmetros dos outros edifícios para se misturar com o entorno.

Rio Lea

Rio Lea

Figura 77: Implantação Balé Nacional Britânico

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Figura 78: Balé Nacional Britânico

Fonte: https://www.ballet.org.uk/blog-detail/welcome-new-home-english-national-ballet/

N 67
Britânico https://www.ballet.org.uk/blog-detail/welcome-new-home-english-national-ballet/ 68

3.2.4. análise funcional

O edifício é a nova sede da companhia do Balé Nacional Britânico, uma companhia com mais de 70 anos. O novo edifício forneceu empregos para a comu nidade local, conta com espaços para mais de 200 funcionários, e um novo atrativo para os moradores.

De acordo com as plantas dos pavimentos do edifício, o zoneamento é dividido em acesso, educacional, administrativo e serviço. Conforme figuras 80 a 85, o equipamento conta com um auditório, área de carga e descarga com depósito, espaços de convivência para os alunos e para funcionários, foyer com espaço de convivência e área para exposições, estúdios para ensaios, área administrativa com escritórios, ateliê de costura para os figurinos e salas de atendimento médico, como fisioterapia. A circulação vertical é com posta por escadas e elevadores.

A escada principal (Figura 79), localizada no foyer, é o elemento mais chamativo do

projeto, mesmo não estando centralizada, a combinação de materiais chama a atenção de qualquer pessoa que esteja dentro ou fora da edificação. A escada também possui iluminação própria na parte de baixo, um faixo de luz branca quente centralizada em toda a parte inferior.

O foyer, área de acesso principal ao edifício, é todo envidraçado com vidro convencional, diferente dos outros pavimentos, sem perfis muito apa rentes, passando a sensação de que a área interna e a externa se completam.

Tamara Rojo (2019), ex-diretora artística da companhia, disse que o novo edifício é um espaço onde todos podem se sentir bem-vindos, onde pode-se aumentar o envolvimento com a comunidade local e onde pessoas de todas as idades, jovens ou idosos, de todas as origens, podem aproveitar a forma de arte da companhia.

79: Balé
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects 69
Figura
Nacional Britânico

Figura 80: Planta primeiro pavimento

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Figura 81: Planta segundo pavimento

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

N

Auditório Foyer

Serviço

Legenda: Carga e descaga Banheiros e vestiários Área para exposições Administrativo

Circulação vertical

N
70

Salas de ensaio

Sala lazer estudantes

Figura 82: Planta terceiro pavimento

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Serviço

Legenda: Banheiros e vestiários Administrativo

Circulação vertical Salas de atendimento médico

Figura 83: Planta quarto pavimento

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

N

N
71

Figura 84: Planta quinto pavimento

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Figura 85: Corte

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Figura 86: Elevação Oeste

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Foyer

Auditório Salas de ensaio

Legenda: Banheiros e vestiários

Sala lazer estudantes

Serviço

Área para exposições Administrativo

Circulação vertical Salas de atendimento médico

N 72

3.2.5. Análise compositiva

A nova sede do Balé Nacional Britânico foi projetada para suprir as necessidades de espaço da companhia. Possui apoio do poder público da cidade de Londres, a edificação toda foi financiada por programas de arte do país, fundações de arte e instituições de caridade.

O edifício se destaca no meio urbano em que está inserido devido a sua materialidade, sendo totalmente diferente dos edifícios do entorno. O entorno é composto por edifícios em altura com muitos pavimentos, todos com sistema construtivo convencional, já a companhia possui poucos pavimentos e, a parte externa, é praticamente toda em vidro. O foyer é todo envidraçado para fazer a conexão do espaço interno com o externo, passando a sensação de que são a mesma coisa.

A edificação possui uma linguagem arquitetônica totalmente contemporânea, possui concreto aparente na área interna, em alguns detalhes, pé-direi-

to alto e pele de vidro em todas as paredes externas (Figura 87). O vidro parece que é cober to por algum material, fazendo a funcionalidade de brise, mas, na verdade, é apenas vidro. Os arquitetos trabalharam com fachadas translúcidas para dar o efeito que o cliente queria, um edifício branco e brilhoso (Figu ra 88). As fachadas translúcidas possuem vidro translúcido branco em sua grande parte, em alguns momentos é utilizado vidro convencional para compor as fachadas e para fazer abertu ras para ventilação.

As fachadas iluminadas durante a noite (Figura 97) chamam a atenção de todos, o edifício funciona como uma lanterna no meio dos outros com sistema construtivo con vencional. Com esta iluminação nas fachadas dá para ver as sombras das pessoas que estão dentro do edifício. Fachadas translúcidas servem para conectar o edifício com o entor no e com a comunidade local.

87:
Fonte: Fonte: https://www.theotzia.co.uk/english-national-ballet 73
Figura
Balé Nacional Britânico

Figura 88: Balé Nacional Britânico Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

74

3.2.6. análise de materialidade

O edifício do Balé Nacional Britânico possui como sistema construtivo o concreto aparente para paredes, lajes e pilares, e estrutura metálica. A mate rialidade da edificação é composta por concreto aparente, madeira, vidro e metal.

O vidro é utilizado nas fachadas e é fixado com estrutu ra metálica na cor branca, com perfis pequenos (Figura 89). As fachadas translúcidas possuem vidro translúcido branco em sua grande parte, em alguns momen tos é utilizado vidro convencional para compor as fachadas e para fazer aberturas para ventilação. Promovem a entrada de uma grande quantidade de luz natural controlada durante o dia, já durante a noite, quando as luzes acendem, o edifício funciona como uma lanterna no meio dos outros edifícios (Figuras 93 e 97).

A escada é de estrutura metálica na cor preta com os degraus revestidos em madeira (Figuras 90 e 95). Os móveis da edificação combinam com a

escada, são em MDF amadeirado e preto (Figuras 91 e 96). A estrutura metálica na cor preta também é utilizada na treliça estrutural de um mezanino (Figura 96), a treliça é fechada em vidro.

O concreto aparente está presente no foyer, tanto nas paredes internas, como nos pilares e na laje, já nos outros ambientes, apenas as lajes são aparentes. As lajes possuem uma parte sem revestimento, onde foi fixada a iluminação, e uma parte revestida, onde passam as tubulações (Figuras 92, 94 e 98).

Há três tipos de piso no edifício, no foyer e na área de exposição do segundo pavimen to foi utilizado cimento queimado (Figura 94), o piso das salas de ensaio é coberto por linóleo (Figuras 92 e 98) e os demais ambientes possuem piso de madeira. A madeira também é utilizada para fazer painéis em brise nas salas de ensaio (Figura 98).

90:
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects
Figura
Balé Nacional Britânico
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects 75
Figura 89: Balé Nacional Britânico

Fachada translúcida com vidro branco

Fachada com vidro convencional

Parede com reboco e pintura na cor branca

Fachada translúcida com vidro branco

Concreto aparente

Piso da escada revestido em madeira

Piso em cimento queimado

Laje em concreto aparente

Iluminação com trilho eletrificado

Escada em entrutura metálica na cor preta

Móveis seguindo a cor da materialidade da escada

Figura 91: Balé Nacional Britânico

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Iluminação com trilho eletrificado

Parede em concreto aparente Concreto aparente

Fechamento do vão da laje para esconder tubulações e fins estéticos

Fachada translúcida com vidro branco

Piso revestido com linóleo

Figura 92: Balé Nacional Britânico

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

76

Iluminação central embaixo da escada

Fachada com vidro convencional

Escada em entrutura metálica na cor preta Perfil metálico na cor branca para fixação dos vidros

Figura 93: Balé Nacional Britânico

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Fachada translúcida com vidro branco

Piso da escada revestido em madeira

Figura 95: Balé Nacional Britânico

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Fechamento do vão da laje para esconder tubulações e fins estéticos

Iluminação com trilho eletrificado

Figura 94: Balé Nacional Britânico

Fonte: https://www.theotzia.co.uk/english-national-ballet

Concreto aparente

Guarda-corpo metálico com fechamento em vidro

Móveis seguindo a cor da materialidade da escada

Figura 96: Balé Nacional Britânico Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

77

https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Concreto aparente

Fachada translúcida com vidro branco e iluminação

https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

Perfil metálico na cor branca para fixação dos vidros

Corrimão em madeira

Fachada com vidro convencional

Laje aparente com iluminação fixada nos vãos abertos

Figura 97: Balé Nacional Britânico

Fonte: https://www.burohappold.com/projects/english-national-ballet/#

Fechamento do vão da laje para esconder tubulações e fins estéticos

Treliça metálica na cor preta com fechamento em vidro

Brise

em madeira

Espelho

Piso em madeira

Piso revestido com linóleo

Figura 98: Balé Nacional Britânico

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/939355/edificio-do-ballet-nacional-britanico-glenn-howells-architects

78

Estudo de caso

04

4.1. Centro Cultural Univates

O Centro Cultural Univates foi projetado por egressos que atuam no escritório Tartan Arquitetura e Urbanismo, está localizado em Lajeado, Rio Grande do Sul. Possui uma área de 9501 m², faz parte do campus da Univates (Universidade do Vale do Taquari), localizado entre os prédios 11 e 16 do campus. O complexo abriga a nova biblioteca da universidade e o teatro.

O projeto traz a ideia de que bibliotecas e teatros também são lugares culturais, lugares onde a memória, cultura e arte circulam entre os usuários. O ponto de partida para a elaboração foi a definição de que o Centro Cultural seria o caráter do campus, o edifício mais chamati vo, uma área com maior simbolismo.

O principal objetivo do projeto era acessibilidade, um complexo onde tudo fosse aces sível. Outro objetivo era que os espaços, tanto internos quanto externos, tivessem valor significativo para os moradores da

comunidade, não apenas para os estudantes. Além de ques tões formais e conceituais, também foi pensado nas solu ções para conceitos bioclimáti cos, sustentabilidade, viabilizan do o correto funcionamento na edificação. Para isso todas as fachadas, em sua grande parte, são protegidas por chapas metálicas, o que traz caráter para a edificação, mas também diminui a incidência solar, foram projetados espelhos d’água no espaço público para auxiliar na diminuição da produção de calor.

O Centro Cultural Univa tes já recebeu diversos artistas, nacionais e internacionais. Eles também propõe atividades culturais na área externa duran te os finais de semana para a comunidade, como o “Gramado Cultural”, onde há espaços de comida, chimarrão, feira com artistas e artesãos, palco aberto e muitas bergamotas, pois nos fundos do edifício há árvores frutíferas.

Fonte:
81
Figura 99: Centro Cultural Univates
https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo
Ficha técnica Tartan Arquitetura e Urbanismo Lajeado, RS,
9501
2014 82
Brasil

4.2. justificativa

A escolha do Centro Cultural Univates como estudo de caso se deu através da dimensão do projeto, todas as complexidades que envolveu e como os arquitetos lidaram com isso.

A acessibilidade é um dos pontos mais importantes para o projeto, pois a intenção é que a Escola de Artes seja um espaço para todos, e no estudo de caso a acessibilidade está presente em tudo, em todos os lugares, no piso e até mesmo nas sinalizações dos ambientes.

As fachadas ventiladas também foram outro motivo para escolha, a utilização de chapas metálicas para compor a fachada e para reduzir a produção de calor dentro da edificação. Os grandes vãos para não haver tantos pilares nos espaços abertos e áreas de convivência.

A integração que o Centro Cultural tem com a comunidade, trazendo artistas para se apresentarem no teatro, e com o espaço externo, propondo atividades culturais no espaço público.

Figura 100: Teatro do Centro Cultural Univates

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo

83

4.3. Análise do tema

O Centro Cultural é dividido em espaço público, biblioteca e teatro.

A biblioteca possui cinco pavimentos e espaço para 300 mil livros. Ela pode ser acessada tanto pelas entradas principais como pela escada rolante localizada no segun do pavimento na área externa, esta escada rolante chega na área de convivência da biblioteca no primeiro pavimento.

Já o teatro possui dois pavimentos e conta com espaços de lazer, salas técnicas, de apoio, e 1160 poltronas, sendo 16 espaços para cadeirantes, também há vários assentos para pessoas com mobilidade reduzida. As escadas do teatro, onde não há elevador ou há um desnível no próprio pavimento com uma escada pequena, contam com plataformas elevatórias acessíveis anexadas a escada.

Devido aos desníveis topográficos, há uma grande escadaria para acessar as entradas, tanto da biblioteca como do teatro, a qual foi projetada para servir também como uma arquibancada para atividades exter-

nas. Já foram realizadas atividades que projetaram coisas na fachada branca da edificação enquanto as pessoas ficaram sentadas na escadaria.

O principal objetivo do projeto era acessibilidade e para isso foram projetados elevadores, rampas, plataformas elevatórias junto as escadas e escada rolante em todos os pavimentos. Sanitários exclusivos para deficientes, piso tátil na área interna e externa, poltronas exclusivas na área do teatro, sinalizações em português, inglês e em braile.

O arquiteto Rodrigo Bergonsi, do escritório Tartan Arquitetura e Urbanismo, diz que a área externa da edificação funciona como um con vite ao pensamento livre, aos sonhos e devaneios. É uma grande área repleta de possibilidades e percursos, trajetos que possibilitam atravessar a praça de forma natural.

Ele vai flutuar e liberar a praça para a circulação, protegendo os que nele ingressam. E, finalmente, convidará para entrar e sentar. (BERGONSI, 2014)

84

4.4. análise funcional

Conforme as plantas da edificação (Figuras 102, 103 e 104), o complexo possui bibliote ca, teatro, toda a infraestrutura necessária de um teatro, cafete ria, área de convivência, setor de serviço e administrativo.

A biblioteca possui cinco pavimentos, conforme figura 107, no primeiro há uma grande área de convivência com pé-direito duplo, o segundo pavimento é apenas a continuação da escada e os últimos três pavimentos são o acervo da biblioteca com salas de estudo. Há apenas uma escada principal e dois elevado res. Na biblioteca há também a escada rolante que tem acesso pela rua, ela está no nível da rua e desce para o primeiro pavimen to. Devido aos desníveis topográ ficos, há uma grande escadaria para acessar as entradas no primeiro pavimento.

O teatro possui dois pavi mentos, ambos com foyer para acesso a plateia no primeiro nível e no mezanino (Figura 107). No foyer há duas escadas principais

Figura 101: Centro Cultural Univates Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo 85

Figura 102: Planta do primeiro pavimento

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo

Figura 103: Planta do segundo pavimento

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo

Figura 104: Planta do pavimento tipo

N

Foyer

Legenda: Administrativo

Teatro Área de convivência Biblioteca

Serviço

Cafeteria

N N 86

Escada rolante
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo

ria com chapas metálicas (Figura 108). Os vidros e as chapas são descolados da fachada, em torno de 20 cm, este espaço serve para a estrutura de fixa ção dos elementos. As fachadas são a imagem de maior impacto, uma caixa revestida de chapas metálicas que é vazada por baixo fazendo com que a barra pareça flutuar, por possuir poucos pilares e um grande vão.

A estrutura da edificação é mista, pilares e vigas são pré-moldados, laje nervurada moldada “in loco” e estrutura metálica na parte interna do teatro. Foi trabalhado com pré-moldado para uma obra mais limpa, laje nervurada para vencer grandes vãos sem a necessidade de muitos pilares, por exemplo, a área de acesso do teatro e da biblioteca, que possui um grande vão com apenas três pilares. E a estrutu ra metálica na parte interna do teatro, onde há o palco e a plateia, para vencer o grande vão que um teatro necessita. O

foyer do teatro e as demais salas possuem a estrutura con vencional de pré-moldados e laje nervurada.

O forro da edificação é em gesso, mas no teatro o gesso possui furos para ajudar na acústica. Todo a parte do teatro foi projetada pensando no isolamento acústico, para que a última fileira de poltronas ouça as coisas do mesmo jeito que a primeira fileira.

Entre o foyer e a área da plateia há a antecâmara, do foyer a pessoa acessa a antecâ mara e depois acessa a plateia. Ela possui piso de carpete, como a plateia, para absorção sonora, e é toda revestida em madeira. A parede que faz a divisa com a plateia possui revestimento em madeira, como se fosse um ripado, atrás dessa madeira tem outro painel de madeira com furos, igual o gesso, e ainda possui lã de vidro para o isolamento acústico. Muitas paredes do teatro são desta maneira.

87
Figura 105: Centro Cultural Univates Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo

Figura 106: Planta de cobertura

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo

Figura 107: Corte

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo

Figura 108: Fachada principal

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo

Teatro

Legenda: Área de convivência Biblioteca Espelhos d’água

N 1 3 2 1 1 2
3 2 1 3 4 88
3 4

4.5. Documentação Fotográfica

Figura 109: Centro Cultural Univates

Fonte: Autora (2022)

Figura 110: Centro Cultural Univates

Fonte: Autora (2022)

Figura 111: Centro Cultural Univates

Fonte: Autora (2022)

Figura 112: Centro Cultural Univates

Fonte: Autora (2022)

89

Figura 113: Centro Cultural Univates

Fonte: Autora (2022)

Figura 114: Espelho d’água no segundo pavimento

Fonte: Autora (2022)

Figura 115: Centro Cultural Univates

Fonte: Autora (2022)

Figura 116: Centro Cultural Univates

Fonte: Autora (2022)

Biblioteca Teatro
90
Escada rolante

Externa

Figura 117: Entrada do teatro Fonte: Autora (2022)

Figura 119: Laje nervurada e chapas metálicas das fachadas Fonte: Autora (2022)

Chapas metálicas Parte de fixação das chapas metálicas

Laje nervurada

Figura 118: Escadaria de acesso, também funciona como arquibancada Fonte: Autora (2022)

Figura 120: Laje nervurada e chapas metálicas das fachadas Fonte: Autora (2022)

91

Figura 121: Centro Cultural Univates Fonte: Autora (2022)

Figura 123: Revestimento das fachadas com chapas metálicas Fonte: Autora (2022)

Figura 122: Claraboia no segundo pavimento iluminando o térreo Fonte: Autora (2022)

Figura 124: Revestimento das fachadas com chapas metálicas Fonte: Autora (2022)

92

Biblioteca

Figura 125: Centro Cultural Univates - Biblioteca Fonte: Autora (2022)

Figura 127: Área de convivência Fonte: Autora (2022)

Figura 126: Sinalizações no acesso da biblioteca Fonte: Autora (2022)

Figura 128: Escada no segundo pavimento Fonte: Autora (2022)

parede imitando as fachadas 93
Detalhe na

Figura 129: Sinalização do que tem em cada pavimento, com o que a pessoa está em destaque Fonte: Autora (2022)

Figura 131: Biblioteca Fonte: Autora (2022)

Figura 130: Vista segundo pavimento da biblioteca Fonte: Autora (2022)

Figura 132: Sala de descanso na biblioteca Fonte: Autora (2022)

94

Figura 133: Sinalização se repete em todos os pavimentos Fonte: Autora (2022)

Figura 135: Sinalização acessível com diagrama da planta do quarto e quinto pavimento Fonte: Autora (2022)

Figura 134: Sinalização acessível com diagrama da planta do terceiro pavimento Fonte: Autora (2022)

Figura 136: Sinalização no piso Fonte: Autora (2022)

Figura 137: Sinalização no piso Fonte: Autora (2022)

95

Figura 138: Um dos acessos Fonte: Autora (2022)

Figura 141: Foyer do primeiro pavimento Fonte: Autora (2022)

Figura 139: Sinalização do teatro Fonte: Autora (2022)

Figura 140: Sinalização acessível Fonte: Autora (2022)

Figura 142: Foyer do primeiro pavimento Fonte: Autora (2022)

96

Figura 143: Antecâmara (do foyer entra neste ambiente e depois no teatro) Fonte: Autora (2022)

Figura 146: Revestimento de algumas paredes do teatro e da antecâmara Fonte: Autora (2022)

Figura 144: Entrada para o teatro Fonte: Autora (2022)

Figura 145: Portas com isolamento acústico Fonte: Autora (2022)

Figura 147: Lateral do palco com escada e porta de carga e descarga Fonte: Autora (2022)

Figura 148: Painéis acústicos Fonte: Autora (2022)

97

Figura 149: Teatro Fonte: Autora (2022)

Figura 151: Mezanino do teatro Fonte: Autora (2022)

Figura 150: Teatro Fonte: Autora (2022)

Figura 152: Sala técnica no mezanino Fonte: Autora (2022)

Mesmo revestimento da figura 146

Passarela metálica para ajustar a iluminação
98

Teatro

Figura 153: Foyer do segundo pavimento Fonte: Autora (2022)

Figura 155: Cafeteria Fonte: Autora (2022)

Figura 154: Forro em gesso com furos para acústica Fonte: Autora (2022)

Figura 156: Cafeteria Fonte: Autora (2022)

99

Figura 157: Corredor camarins Fonte: Autora (2022)

Figura 158: Corredor camarins Fonte: Autora (2022)

Figura 160: Camarim individual Fonte: Autora (2022)

Figura 159: Camarim coletivo Fonte: Autora (2022)

Figura 161: Banheiro camarim individual

Fonte: Autora (2022)

100

Condicionantes 05

5.1. Plano Diretor

Lei nº 1111, de 06 de junho de 2008, institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal e o Sistema de Planejamento e Gestão de Xangri-Lá.

O Plano Diretor é o instrumento global e estratégico da política de desenvolvimento, é nele, em conjunto com o Código de Obras, que são determinadas as diretrizes da construção civil no município. Nele consta todas as zonas em que o município foi dividido (Figura 165), se há área de preservação, o que será residencial, industrial ou comercial.

Conforme figura 164, o bairro Guará, bairro onde está localizado o terreno para intervenção, é dividido em área residencial e área industrial, em sua maior parte. Há quatro setores e a área do sambaqui, delimitada pelo IPHAN.

O Setor Residencial 5 (SR5) e o Setor Residencial 6 (SR6), localizados no centro do bairro e na divisa com o município vizinho, correspondem à área residencial de baixa densidade, residên cias unifamiliares e multifamiliares, edificações horizontais isoladas, agrupadas, geminadas ou em série. Por ter o uso residencial predominante, também pode

haver comércio, equipamentos locais comunitários, serviços compatíveis com habitação.

O Setor Industrial (SI), localizado nas bordas, nas vias de mais movimento, principalmente na RS-407, corres ponde a predominância de atividades industriais com baixo e médio potencial poluidor.

O Setor Especial de Interesse Social (SEIS), localizado entre a SR6 e o SI, é uma área de planos de renova ção e recuperação urbanística, como núcleos habitacionais carentes de estrutura de equipamentos urbanos ou decorrentes de parcelamento do solo clandestino ou irregular.

O mapa de zoneamento geral (Figura 165) é de 2015, mas o mapa de zoneamento do bairro (Figura 164) é de 2009, nele não consta as modificações que ocorreram nos últimos anos (Figu ras 162 e 163). Como a junção das duas quadras e o fechamento da Rua Pedro Manoel Machado, com a construção do ginásio e ampliação da escola. Não consta também que uma parte do giná sio foi construída em cima do terreno denominado de praça, o qual é o terreno escolhido para a intervenção.

18 24 N N
103

Este ano, 2022, o Plano Diretor de Xangri-Lá está sendo revisado e modificado, as alterações entrarão em vigor, possivelmente, no ano seguinte.

Por mais que o bairro possua uma grande área de Sl, não há muitas fábricas ou grandes comércios dentro do bairro, apenas na parte da RS-407, onde há maior movimento. Atualmente, o SR6 do bairro está em crescimento, apenas há alguns anos começaram a construir naquela área. O SR5 é o mais consolidado. A área de interesse social também está em crescimento, mas grande parte ainda é irregular.

Em todos os setores é permitido construir equipamentos comunitários, como equipamentos públicos de educação, saúde, lazer e cultura.

A cidade de Xangri-Lá é considerada a capital dos condomínios, no mapa da figura XX, a zona CE significa Condomínios Existentes, mas o mapa está desatualizado, atualmente existe em torno de trinta condomínios horizontais privados no município. Além do Plano Diretor e do Código de Obras, existe uma lei municipal apenas para o projeto de condomínios horizontais de lotes para fins residenciais.

Figura 164: Mapa de zoneamento do Bairro Guará Fonte: Prefeitura de Xangri-Lá (2009)
104

Figura 165: Mapa de zoneamento geral de Xangri-Lá Fonte: Prefeitura de Xangri-Lá (2015)

105
N 106
Bairro Guará - Área de intervenção

5.2. Código de Obras

Lei nº 1645, de 27 de novembro de 1978, institui o Código de Obras do município de Xangri-Lá.

O Código de Obras impõe as diretrizes de como devem ser os projetos, as obras, tudo relacionado a construção civil, como área mínima de ambientes, altura máxima da edificação, recuos, índice de aproveitamento, áreas permeáveis, entre outros.

Segundo o Código de Obras do município, todos os materiais utilizados na edificação devem estar de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Todos os coeficientes de segurança são fixados pelas Normas da ABNT.

Paredes de alvenaria com estrutura em concreto armado ou metálica devem possuir uma espessura mínima de 15 cm, já paredes que funcionam como divisões internas de sanitários podem ter a espessura mínima de 10 cm. Paredes que estiverem na divisa do lote devem possuir espessura mínima de 25 cm. É permitido utilizar tijolos de vidro nas divisas, desde que sejam translúcidos e não vazados.

O dimensionamento de portas deve obedecer a altura mínima de 2 m,

já as larguras mudam de acordo com o ambiente. Portas secundárias e de banheiro podem ter 60 cm, portas de serviço no mínimo 70 cm, portas principais com acesso a salas, gabinetes, dormitórios e cozinhas devem possuir no mínimo 80 cm. Já portas de entrada principal, as econômicas podem tem 90 cm, as demais dependem da quantidade de pavimentos.

Locais com capacidade inferior a duzentas pessoas devem possuir no mínimo duas saídas. Devem ser localizadas o mais separadas possível.

Escadas devem ter uma largura mínima de 1 m, e quando a subida for superior a 3,20 m é obrigatório um patamar. Escadas devem ser incombustíveis. A construção de parede em frente a porta do elevador deve ter uma distância mínima de 2 m.

Sanitários masculinos devem possuir as seguintes proporções mínimas: um vaso sanitário a cada cinquenta alunos; um mictório a cara vinte e cinco alunos. Já os sanitários femininos, a proporção é um vaso sanitário a cada 20 alunas. Ambos os sanitários devem possuir um lavatório a cada cinquenta alunos.

Figura 166: Planejamento de obra Fonte: https://www.mapadaobra.com.br/gestao/planejamento-de-obra/

107

Entrada de iluminação e ventilação natural é obrigatória em todos os ambientes, exceto teatros. Nestes pode ser adotada a instalação de ar-condicionado, iluminação artificial conveniente e devem possuir gerador elétrico próprio.

Auditórios devem possuir material incombustível, podendo ter madeira ou material combustível apenas em esquadrias e revestimento de piso. Con trapisos e entre pisos em concreto ou estrutura metálica com proteção adequada contra fogo. Sala de espera de fácil acesso a sala de espetáculo, com área mínima de 20 m² por pessoa. Insta lação de renovação de ar, instalação de emergência para fornecimento de luz e força e tratamento acústico adequado.

A parte dos auditórios destinada aos artistas deve ter acesso direto pelo exterior, independente da parte destina da ao público, podendo ser pelos corredores de escoamento.

As poltronas devem ser distribuídas em setores separados por corredores, o espaçamento mínimo entre as filas de poltronas deve ter: 90 cm para poltronas fixas e 85 cm para as móveis, quando situadas na plateia, já quando situadas nos balcões, devem ter 95 cm

para poltronas fixas e 88 cm para as móveis.

Corredores de auditórios são dimensionados de acordo com a lotação máxima, sendo assim, corredores de escoamento devem possuir a largura mínima de 1,50 m para até cento e cinquenta pessoas, a largura aumenta 1 mm por pessoa excedente. Quando o escoamento ocorre por dois lugares, este acréscimo é reduzido em 50%. Portas também devem ser dimensionadas em função da lotação máxima, devem possuir no mínimo a mesma largura do corredor e abrir no sentido do escoamento.

Já as escadas em auditórios, quando localizadas no escoamento, devem ter a largura mínima de 1,50 m para até cem pessoas, a largura deve ser aumentada em 1 mm por pessoa excedente, não podem ser em leque ou caracol. Quando a largura ultrapassar 2,60 m, devem ser subdivididas por corrimãos.

O projeto deve possuir reservató rio de acordo com as exigências da CORSAN e instalação preventiva contra incêndio de acordo com as Normas da ABNT.

108

5.3. ABNT NBR 8995

ABNT NBR ISO 8995 – Iluminação de ambientes de trabalho.

Norma brasileira que estabelece valores de iluminâncias para a iluminação artificial em interiores. Esta substitui e cancela a NBR 5413 de 1992 sobre iluminâncias de interiores.

Tabela - Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de ofuscamento e qualidade de cor

Tipo de ambiente, tarefa ou atividade

Áreas gerais da edificação

UGRL Em lux Ra Saguão de entrada

Observações

Uma boa iluminação é fundamental para um ambiente, permite que as pessoas desenvolvam taferas visuais de maneira eficiente e segura, sem causar fadga visual ou desconforto. A iluminação pode ser natural, artificial ou a combinação de ambas, o que é mais comum.

Esta Norma não trata apenas a iluminância, mas também o limite causado pelo desconforto por ofuscamento e o índice de reprodução de cor mínimo da fonte. Especifica os parâmetros para criar condições visuais confortáveis, requisitos de iluminação para locais de trabalho internos, para que as pessoas possam desempenhar tarefas de maneira eficiente durante todo o período de trabalho. Existem também parâmetros ergonômicos visuais que determinam a qualidade das habilidades visuais do usuário e os seus níveis de desempenho.

Sala de espera

Áreas de circulação e corredores

Escritórios Locais de entretenimento

Salas de reunião e conferência Teatros e salas de concerto Salas de ensaio, camarins Salas de arte e artesanato Salas de arte em escolas de arte Salas de ensino de música

Construções educacionais

200 100 150 150 200

100 500 200 300 500 750 300

22 19 22 22 19 19 19

22 28 25 25 25

60 80 80 80 80 90 80 109

Nas entradas e saídas, estabelecer zona de transição. Escadas Rampas de carregamento Vestiários, banheiros

80 40 40 40 80

Recomenda-se que a iluminação seja controlável. Iluminação do espelho isenta de ofuscamento.

Figura 167: Requisitos de iluminação recomendados para ambientes que se aplicam ao tema do trabalho Fonte: ABNT NBR 8995 (2013)

TCP > 5000 K.

A tabela da figura 167 mostra os requisitos de iluminação recomendados para diversos ambientes, tarefas e atividades referentes ao tema da Escola de Artes. A tabela é dividida em cinco colu nas, as quais são: coluna 1 – lista de ambientes, tarefas ou atividades; coluna 2 – iluminância mantida na superfície de referência; coluna 3 – índice limite do ofuscamento unificado; coluna 4 – índice de reprodução de cor mínimo; coluna 5 –observações e recomendações para as exceções e aplicações especiais.

É essencial que as tarefas sejam realizadas com conforto, a iluminação deve satisfazer os aspectos quantitati vos e qualitativos exigidos pelo ambiente. A distribuição da iluminação no campo de visão controla o nível de adaptação dos olhos, o qual pode afetar a visibilidade da tarefa. Outro cuidado que se deve ter é com a refletância e iluminância das superfícies do ambiente.

A iluminação do entorno imediato deve estar relacionada com a da área da tarefa, mudanças drásticas na iluminân cia ao redor pode gerar desconforto. A iluminância deve alterar gradualmente, a área da tarefa deve ser iluminada o mais uniformemente possível.

Figura 168: Tipos de iluminação zenitais

Fonte: https://www.elenaraleitao.com.br/2019/06/iluminacao-zenital-algumas-ideias.html

Clarabóia Clarabóia 110

5.4. abnt nbr 9050

ABNT NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços públicos e equipamentos urbanos.

Norma brasileira sobre acessibili dade universal, é considerada uma das mais importantes e deve estar presente em todos os projetos. Visa proporcionar a utilização de edificações, ambientes, mobiliários e equipamentos urbanos de maneira autônoma, independente e segura, a maior quantidade possível de pessoas, independente da faixa etária, altura ou limitação.

A acessibilidade tem como objeti vo proporcionar a todos o mesmo direito de ir e vir, tornar a sociedade mais igualitária. Um projeto arquitetônico ou urbanístico sem acessibilidade não é para todos, é um projeto excludente, pessoas com necessidades especiais, deficiência ou mobilidade reduzida acabam não conseguindo utilizar o local de maneira autônoma, não os possibilita de viver independentemente. Atualmente, ainda muitos projetos arquitetônicos são apro vados com a “falsa acessibilidade”, a qual consta no projeto apenas para seguir a lei, mas na obra não é executada, pois ainda falta uma fiscalização mais rígida nesta área.

0,75 0,90 0,90

a) Uma bengalab) Duas bengalas c) Andador com rodas 0,850,75

d) Andador rígido - Vistas frontal e lateral 0,95 1,20 1,20

e) Muletas - Vistas frontal e lateral 0,90 0,90

0,60 0,60

f) Muletas tipo canadenseg) Apoio de tripéh) Sem órtese

Figura 169: Dimensões referenciais para deslocamento de pessoa em pé

Fonte: ABNT NBR 9050 (2015)

Dimensões em metros

111

0,90

a) Uma pessoa em cadeira de rodas - Vistas frontal e superior

1,20 a 1,50

b) Um pedestre e uma pessoa em cadeira de rodas - Vistas frontal e superior 1,50 a 1,80

Na própria Constituição Brasileira há a Lei nº 13.146/2015 de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). A qual é desti nada a assegurar e promover o exercício dos direitos da pessoa com deficiência em condições de igualdade, visando a inclusão social e a sua cidadania. Na Norma brasileira de acessibilidade há definições e dimensões referenciais de diversos ambientes para diversos tipos de pessoas. Acessibilidade é inclusão social.

c) Duas pessoas em cadeira de rodas - Vistas frontal e superior

Figura 170: Largura para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeira de rodas

Fonte: ABNT NBR 9050 (2015)

Dimensões em metros

Nas figuras 169 e 170 são ilustra dos os parâmetros antropométricos, para estas dimensões de referência foram consideradas as medidas de 5% a 95% da população brasileira. Na figura 169, há oito diferentes tipos de pessoas em pé, são medidas referenciais para deslocamento em pé, seja com bengala, andador, muletas, apoio de tripé ou sem nada. Já na figura 170, há três tipos de deslocamento para cadeira de rodas, dimensões referenciais da largura que o ambiente deve ter para o deslocamento em linha reta de pessoas em cadeira de rodas (P.C.R.), estando sozinhas ou acompanhadas por um pedestre ou outra pessoa em cadeira de rodas.

112

Nas figuras 171, 172, 173 e 174 também são ilustrados os parâmetros antropométricos, estes voltados apenas para pessoas em cadeira de rodas. A figura 171 apresenta as dimensões refe renciais para cadeiras de rodas manuais, motorizadas ou esportivas. Uma pessoa em cadeira de rodas, seja motorizada ou não, ocupa as dimensões de 0,80 m por 1,20 m (Figura 172), estas são as medidas consideradas para a projeção do módulo de referência (M.R.) no piso.

A área de manobra de cadeira de rodas sem deslocamento depende do grau de rotação, se a pessoa precisa rotacionar 360º, a área de manobra deve ser um círculo com diâmetro de 1,50 m (Figura 173), para rotação de 180º é necessário ter 1,50 m por 1,20m para área de manobra e para rotacionar apenas 90º é necessário ter no mínimo o espaço de 1,20 m por 1,20 m. Corredores acessíveis devem ter no mínimo 1,50 m de largura livre, assim, se a pessoa em cadeira de rodas precisar dar a volta, rotacionar 360º, ela consegue sem a necessidade de ir a um ambiente mais largo. A figura 174 exemplifica as condições necessárias para o posiciona-

0,71 a 0,73

0,49 a 0,53 0,07 1,5 cm Largura da roda

0,40 a 0,46 0,30 a 0,40 0,42 a 0,45 0,93 0,60 a 0,70 0,33 0,95 a 1,15

Figura 171: Cadeira de rodas manual, motorizada e esportiva Fonte: ABNT NBR 9050 (2015)

1,20 0,80

Figura 172: Dimensões do módulo de referência (M.R.) Fonte: ABNT NBR 9050 (2015)

0,90 0,80 1,20 1,20 1,50

0,25

Ø 1,50

1,50

Rotação 360º

Figura 173: Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento Fonte: ABNT NBR 9050 (2015)

1,20 1,50 M.R. 113

1,00 d) Vista frontal - Cadeira cambada M.R. 0,80 0,80 1,20

Dimensões em metros

Figura 174: Espaços para cadeira de rodas em áreas confinadas Fonte: ABNT NBR 9050 (2015)

a) Vista frontal aberta b) Vista frontal fechadac) Vista lateral

mento de cadeiras de rodas em áreas confinadas.

Elementos para abertura de portas devem possuir um formato fácil de pegar, não exigindo força, precisão, firmeza ou a torção do pulso para a sua utilização. Maçanetas devem ser do tipo alavanca e possuir pelo menos 10 cm de comprimento. Já puxadores verticais e horizontais para portas devem ter diâmetro entre 2,5 cm e 4,5 cm com comprimento vertical mínimo de 30 cm. Todos devem ser instalados com uma altura que pode variar entre 80 cm e 1,10 m do piso acabado.

Os parâmetros visuais são impor tantes para o projeto de um auditório, deve-se levar em consideração o cone visual na altura de cada fileira de assentos. Na Norma há também as dimensões de assentos para pessoas obesas (P.O.), os quais devem possuir uma profundidade mínima de 47 cm e máxima de 51 cm, a largura mínima de 75 cm e a altura entre 41 cm e 45 cm.

A figura 175 ilustra os ângulos de alcance visual, parâmetros visuais, de uma pessoa em cadeira de rodas, sendo a altura da linha do horizonte (L.H.) entre 1,10 m e 1,20 m.

Dimensões em metros 38º 20º Conevisual Conevisual Linha do horizonte visual
LH Limite Limite 2,24 1,88 0,46 0,69 0,86 1,15 0,25 0,38 0,48 0,64 1,00 0,75 0,60 0,40 2,00
0,84 0,68 0,56 0,37 1,15 ± 0,05 114
Figura 175: Cones visuais da pessoa em cadeira de rodas Fonte: ABNT NBR 9050 (2015)
1,27
3,00 1,91

As figuras 176 e 177 também ilustram os ângulos de alcance visual, parâmetros visuais, mas de uma pessoa sentada (Figura 176), com a altura da linha do horizonte (L.H.) entre 1,05 m e 1,15 m, e de uma pessoa em pé (Figura 177), com a linha do horizonte (L.H.) variando entre 1,40 m e 1,50 m de altura.

A percepção do som, parâmetros auditivos, podem possuir inúmeras vari áveis que vão desde limitações da pessoa até o modo de transmissão. Um som é caracterizado por três variáveis, sendo elas a frequência, intensidade e duração. Sons acima de 120 dB podem causar desconforto e acima de 140 dB podem causar até a sensação de dor. O ouvido humano é capaz de perceber melhor os sons na frequência de 20 Hz e 20 000 Hz com intensidade entre 20 dB a 120 dB.

Informações e sinalizações são de suma importância para garantir uma adequada orientação dos usuários do local. Os sinais podem ser classificados em sinais de localização, advertência e instrução, podendo ser utilizados individualmente ou combinados. A sinalização deve ser autoexplicativa, perceptível e legível para todos, recomenda-se que Figura 176: Cones visuais da pessoa sentada Fonte: ABNT NBR 9050 (2015)

115
Dimensões em metros 1,10 ± 0,05 0,79 0,51 0,32 1,83 38º 20º LH Limite Limite 0,25 0,48 0,64 Conevisual Conevisual 1,15 0,86 0,46 Linha do horizonte visual 2,19 1,91 1,27 3,00 2,00 1,00 0,75 0,40

em metros

informações em textos sejam complementadas com símbolos. Símbolos como o internacional de acesso, de pessoas com deficiência visual, ou símbolos complementares padrão, como o de sanitários, de atendimento preferencial, entre outros.

As rotas de saída, em casos de incêndio, em geral devem seguir a NBR 9077. Quando rotas de saída incorpo ram escadas ou elevadores de emergência, deve ser previstas áreas de resgate com espaço reservado e demarcado, dimensionado de acordo com o M.R., para pessoas em cadeiras de rodas. Deve ser previsto um M.R. por pavimento ou a cada quinhentas pessoas de lotação, por pavimento.

Escadas devem possuir no mínimo um patamar a cada 3,20 m de desnível e sempre que houver mudança de direção. Os patamares previstos entre os lances de escada devem ter no mínimo 1,20 m de dimensão longitudinal. Mas patamares situados em mudança de direção devem possuir dimensões iguais à largura da escada.

A NBR 9050 prevê acessibilidade a praticamente todos os tipos de coisas, ambientes e locais.

116
Dimensões
Figura 177: Cones visuais da pessoa em pé Fonte: ABNT NBR 9050 (2015) 0,35 1,45 ± 0,05 0,87 1,02 0,87 0,30 2,09 30° 25° LH Limite Limite 0,29 0,54 0,73 Conevisual Conevisual 3,00 2,00 1,00 0,75 0,40 2,18 1,45 1,04 0,78 0,42 Linha do horizonte visual 2,90

5.5. abnt nbr 9077

ABNT NBR 9077 – Saídas de emergências em edifícios.

Norma brasileira sobre saídas de emergências que tem como objetivo definir as condições que as edificações devem possuir para que sua população possa abandonar a edificação completamente protegida em sua integridade física em caso de incêndio. E as condições necessárias para permitir o fácil acesso do auxílio externo, no caso, os bombeiros.

Saídas de emergência compreendem acessos ou rotas de saídas horizontais, ou seja, acessos a escadas e respectivas portas, ou ao espaço livre exterior, quando a edificação é térrea. Compreendem também escadas, rampas e descargas, quando necessário.

As saídas de emergência são dimensionadas de acordo com a popula ção do edifício. A largura das saídas é dimensionada em função do número de pessoas que transita por elas. Escadas, rampas e descargas são dimensionadas de acordo com o pavimento que possui a maior quantidade de pessoas. A largura mínima em qualquer caso é 1,10 m, correspondendo a duas unidades de

Figura 178: Medida da largura em corredores e passagens

Fonte: ABNT NBR 9077 (2001)

Figura 179: Abertura das portas no sentido do trânsito de saída Fonte: ABNT NBR 9077 (2001)

117

Figura 180: Segmentação das escadas no piso de descarga

Fonte: ABNT NBR 9077 (2001)

Figura 181: Altura e largura do degrau

Fonte: ABNT NBR 9077 (2001)

Figura 182: Dimensões de guardas e corrimãos

Fonte: ABNT NBR 9077 (2001)

Figura 183: Corrimãos

Fonte: ABNT NBR 9077 (2001)

passagem, e 55 cm para ocupações em geral. Deve ser medida em sua parte mais estreita, não podendo haver saliências de pilares ou outros (Figura 178), permitindo fácil escoamento.

As portas em rotas de saídas devem abrir no sentido do trânsito de saída. Podem ter 80 cm, para apenas uma passagem, 1 m, ainda só com uma folha e valendo por duas unidades de passagem, e 1,50 m, duas folhas, valen do por três unidades de passagem (Figura 179).

Escadas (Figura 180) devem possuir corrimãos e degraus com altura entre 16 e 18 cm e a largura dimensionada pela fórmula de Blondel (Figura 181). Quando forem enclausuradas devem ser de material incombustível, quando não enclausuradas, além de ser de material incombustível, devem oferecer nos elementos estruturais resistência ao fogo por no mínimo 2 horas. Os corrimãos (Figuras 182 e 183) devem ficar entre 80 e 92 cm acima do nível do piso, devem ser projetados para poderem ser segurados fácil e confortavelmente, permitindo deslocamento contínuo, sem qualquer obstrução ao longo de toda a sua extensão.

118

5.6. abnt nbr 10151

ABNT NBR 10151 – Acústica –

Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade –Procedimento.

Norma brasileira para medição de ruído. Nesta são aplicadas: definições de pressão sonora e ruídos, equipamentos de medição, incluindo medidor de pressão sonora e calibrador acústico, quais os procedimentos de medição para interior e exterior e a avaliação do ruído.

Para fazer o levantamento de níveis de ruídos, deve-se medir, externa mente, nos limites da propriedade que contém a fonte. Em casos de reclamações, as medidas devem ser feitas nas condições e locais indicados pelo reclamante. Não devem ser efetuadas medi ções quando há interferências audíveis resultantes de fenômenos da natureza.

A avaliação do ruído é uma comparação entre o nível de pressão sonora corrigido e o nível de avaliação NCA. Na figura 184 consta a tabela de nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos. A área mista predominantemente residencial é a que se aplica ao local escolhido para a implementação da Escola de Artes.

Tabela - Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos, em dB(A)

Tipos de áreas

Áreas de sítios e fazendas

Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas

Área mista, predominantemente residencial

Área mista, com vocação comercial e administrativa

Área mista, com vocação recreacional Área predominantemente industrial

Figura 184: Tabela com valores em dB(A) para ambientes externos Fonte: ABNT NBR 10151 (2000)

Diurno 40 35 50 45 55 50 60 55 65 55 70 60

Noturno

Figura 185: Ilustrações de ruído excessivo Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/neighbors-relations-cartoon-characters_6169724.htm

119

Hospitais

Escolas Hotéis

Tabela - Valores dB(A) e NC dB(A)

Locais NC

5.7. abnt nbr 10152

Laboratórios, áreas para uso do público 40 - 5035 - 45

Serviços 45 - 5540 - 50

ABNT NBR 10152 – Níveis de ruídos para conforto acústico.

Bibliotecas, salas de música, salas de desenho 35 - 4530 - 40

Salas de aula, laboratórios 40 - 5035 - 45

Circulação 45 - 5540 - 50

Restaurantes, salas de estar 40 - 5035 - 45 Apartamentos 35 - 4530 - 40

Portaria, recepção, circulação 45 - 5540 - 50

Residências

Dormitórios 35 - 4530 - 40

Salas de estar 40 - 5035 - 45

Auditórios

Salas de concertos, teatros 30 - 4025 - 30

Salas de conferências, cinemas, salas de uso múltiplo 35 - 4530 - 35

Restaurantes

Escritórios

40 - 5035 - 45

Salas de gerência, salas de projetos e de administração 35 - 4530 - 40 Salas de reunião 30 - 4035 - 35

Salas de computadores 45 - 6540 - 60

Salas de mecanografia 50 - 6045 - 55

Igrejas e Templos (Cultos meditativos)

Locais para esporte

40 - 5035 - 45

Norma brasileira sobre conforto acústico, esta fixa os níveis de ruídos compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos. A aplicação desta não exclui as recomendações referentes às demais condições de conforto, ela deve ser utilizada em conjunto com outras Normas de acústica.

Na Norma consta fórmulas para fazer as medições dos níveis de pressão sonora de cada ambiente ou local interno, também consta tabelas com valores de ruídos aceitáveis e a curva de avaliação de ruído (NC).

O método de avaliação recomendado, baseado nas medições do nível sonoro dB(A), é dado nesta Norma. A análise de frequências de um ruído é importante para objetivos de avaliação e adoção de medidas de correção ou redução do nível sonoro.

A figura 186 é uma tabela retirada desta Norma, nela consta valores em dB(A) e NC de locais e ambientes diversos. Algumas partes se aplicam ao tema da Escola de Artes, como o tópico de escolas, auditórios, restaurantes e uma parte do tópico de escritórios.

Pavilhões fechados para espeáculos e atividades esportivas45 - 6040 - 55

Figura 186: Tabela com valores dB(A) e NC aceitáveis para ambientes internos

Fonte: ABNT NBR 10152 (1987)

Apartamentos, enfermarias, berçários, centros cirúrgicos 35 - 4530 - 40 120

5.8. abnt nbr 15215

ABNT NBR 15215 – Iluminação natural.

A Norma de iluminação natural é dividida em quatro partes, sendo elas: Parte 1 – Conceitos básicos e defini ções; Parte 2: Procedimentos de cálculo para a estimativa da disponibilidade de luz natural; Parte 3 – Procedimento de cálculo para a determinação da iluminação natural em ambientes internos; Parte 4 – Verificação experimental das condições de iluminação interna de edificações – Método de medição.

Figura 187: Tipos de iluminação natural

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/788759/10-tipologias-para-iluminacao-natural-desde-padroes-expressivos-dinamicos-ate-luz-difusa

121

12:00

12:00

Verão

L O

Inverno

Figura 188: Posição do sol de acordo com as estações do ano

Fonte: Autora (2022)

maior sensação de bem-estar aos usuários.

A quantidade de luz durante o dia varia, o percurso do sol muda conforme as estações do ano, a figura 188 está ilustrando o percurso e a posição do sol no horário do meio-dia em duas estações do ano, verão e inverno, estas posições e percursos se aplicam ao hemisfério sul. A disponibilidade ou quantidade de luz natural é determinada em função das características geográficas e climáticas do local, o primeiro passo para desenvolver um bom projeto de iluminação natural é ter o conhecimento da disponibilidade de luz que a área de intervenção proporciona.

L O N S 122

N S

5.9. abnt nbr 15575

ABNT NBR 15575 – Edificações habitacionais – Desempenho.

A Norma de desempenho é dividida em seis partes: Parte 1 – Requisitos gerais; parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais; Parte 3 – Requisitos para os sistemas de piso; Parte 4 –Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas –SVVIE; Parte 5 – Requisitos para os sistemas de cobertura; Parte 6 – Requisitos para os sistemas hidrossanitários.

A NBR 15575 define as propriedades necessárias de diferentes elementos da construção civil, indepen dente do material, indicando como deve ser o seu desempenho nas situações que a Norma trata.

A manutenção periódica é imprescindível para uma edificação, é ela que faz com que os materiais tenham a durabilidade estimada, que cumpram as suas funções e mantenham o desempenho esperado (Figura 189).

Todas as seis partes da Norma são divididas em tópicos iguais, os quais são: definições de termos, requisitos do usuário, incumbências dos intervenientes, avaliação de desempenho, segurança contra incêndio, segurança no uso e

Gráfico de desempenho em relação ao tempo e com ações de manutenção

Desempenho

Desempenho requerido

Manutenção

Vida útil sem manutenção

Vida útil com manutenção

Figura 189: Recuperação do desempenho por ações de manutenção Fonte: https://cbic.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Guia_da_Norma_de_Desempenho_2013.pdf

Tempo

T
1 T 2 T 0
123

Piso flutuante

Revestimento de piso

Sem contato

Figura 190: Esquema de piso flutuante com dobra da membrana na parede

Fonte: https://cbic.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Guia_da_Norma_de_Desempenho_2013.pdf

Valores indicativos do índice de pressão sonora de impacto padronizado ponderado

Laje zero espessura 10cm, sem manta resiliente e sem contrapiso

Membrana flexível Dobra da membrana na parede 82

Tipo de produto utilizado no piso flutuante e resultados de lajes sem qualquer tratamento acústico Índice de pressão sonora de impacto (dB) 71

na operação, estanqueidade, desempenho térmico, desempenho acústico, desempenho lumínico, durabilidade e manutenibilidade, saúde, higiene e qualidade do ar, conforto tátil e antropodinâ mico e adequação ambiental.

A primeira parte da Norma trata dos requisitos gerais, como os diferentes elementos da construção e o seu desempenho, ela abrange todos os tópi cos citados acima de uma maneira geral. Já as demais partes da Norma, as quais são mais específicas, tratam de todos os mesmos tópicos, mas voltados para o seu próprio tema.

Manta espessura 10mm com borracha sintética e 88%, material reciclado, sem contrapiso

Manta de borracha reciclada espessura 5mm (800kg/m³) - sem contrapiso

Manta de borracha reciclada espessura 3mm (600hg/m³), mais contrapiso de 5cm

58 58 64

Laje zero espessura 15cm, sem manta resiliente e sem contrapiso 57

Manta de lã sintética + contrapiso 5cm 52

Manta de polietileno 10mm + contrapiso 5cm 60

Manta polietileno espessura 5mm + contrapiso 5cm

Figura 191: Tabela com índices de pressão sonora

Fonte: https://cbic.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Guia_da_Norma_de_Desempenho_2013.pdf

As figuras 190 e 191 tratam de conforto acústico, tópico que se aplica ao tema da Escola de Artes. A figura 191 é uma tabela com tipos diferentes de lajes de piso e contrapisos, com e sem tratamento acústico, e seus respectivos índices de pressão sonora de impacto. No piso flutuante (Figura 190) é introduzido um absorvedor acústico entre a laje de piso e o contrapiso, como um sistema massa – mola – massa, para melhor desempenho a manta utilizada deve envolver as bases de todas as paredes. É a opção que possui melhor resultado para redução de ruído.

124

5.10. Manual do arquiteto

O livro Manual do Arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto é o ponto de partida para iniciar qualquer projeto arquitetônico, trata de aspectos específicos do projeto, dados gerais e necessidades espaciais. Há um capítulo sobre cultura e lazer, nele há um tópico que abrange todas as neces sidades de um auditório.

- Auditórios

As proporções da área de plateia resultam das relações de percepção e dos ângulos de visibilidade dos espectadores, com o princípio de que todos os lugares devem ter a melhor visual. A melhor visibilidade é a que a pessoa não mexe a cabeça, apenas os olhos. A distância entre a boca do palco e a última fileira da plateia não deve ultrapassar 24 metros, em um auditório convencional. Já a largura da plateia resulta da necessidade de boa visibilidade do palco para as pessoas sentadas nas laterais.

Fileiras em forma circular proporcionam melhor visibilidade, também são melhores para a audibilidade, espaços retangulares muito compridos prejudi cam a boa audibilidade (Figura 192). Os

degraus dos corredores entre as fileiras da plateia não devem possuir largura inferior a 26 cm, já os espelhos devem ter entre 10 cm e 19 cm. O piso em cada fileira de cadeiras precisa coincidir com o piso do degrau do corredor.

O dimensionamento dos assentos dependem do número de espectadores, mas, para público sentado, é necessário >0,5 m² por espectador. Assentos para cadeirantes devem representar 1%, sendo acessíveis de acordo com as normas.

As proporções de palco, do espaço cênico, se desenvolver a partir da visibilidade da plateia. Existem dois tipos de palcos, o tradicional com cenário e o palco integral com área de apoio. O palco tradicional com cenário é um sistema de palco clássico, o qual inclui apenas um espaço cênico principal. Já o palco integral com área de apoio o palco é ampliado nas laterais, para a integração e mudança de cenários.

Depois de determinar o desnível do palco em relação a plateia, a altura da boca do palco, declividade da plateia, é o momento de resolver as exigências acústicas. A diferença do percurso dos sons diretos para o percur

Palco

Palco

1,618 Palco 1

Figura 192: Distâncias grandes entre o palco e a última fileira da plateia comprometem a boa audibilidade

Fonte: Disciplina de Conforto Ambiental - Prof. Arq. Graziella Radavelli (2020)

Pior Melhor
125

so dos sons refletidos, que chegam em cada pessoa da plateia, não deve ser superior a 17 metros (Figura 193).

M + N - L < 17 m

O + P + Q - L < 17 m

Figura 193: As diferenças de percursos entre sons diretos e refeltidos não devem ser superiores a 17 m.

Fonte: Disciplina de Conforto Ambiental - Prof. Arq. Graziella Radavelli (2020)

Corte

Planta

Painel removível/ajustável sobre o palco

Corte

Formato leque, mesmo volume, menos ecos e ondas estacionárias

Distância fonte - receptor

Cadeiras estofadas Mezanino aproxima fonte - receptor

Planta

Pior Melhor

Figura 194: Soluções para projetos acústicos, da pior a melhor

Fonte: Disciplina de Conforto Ambiental - Prof. Arq. Graziella Radavelli (2020)

A acústica do ambiente depende do seu tamanho, forma e da superfície dos materiais utilizados na construção (Figura 194). Caso necessário, as superfícies podem ser modificadas com medidas corretivas, se adaptando as exigências acústicas. Algumas interven ções para adaptação seriam: refletor acústico, o qual é instalado sobre o palco, pode ser regulável; cortinas absorventes sonoras, as quais podem influenciar no tempo de ressonância, comprimento e intensidade; e espaços de regulagem acústica, circulações podem ser utilizadas nesta intervenção, pois consiste em um volume adicional para obras de longo tempo de ressonância através do aumento da plateia.

Em projetos acústicos, é de grande importância a qualidade de reflexão de diferentes materiais. As cadeiras devem possuir assentos estofados, mas também ter uma parte externa rígida, resultando no equilíbrio do fator de ressonância. Superfícies duras são escolhidas quando o objetivo é ter maior tempo de ressonância.

126

Programa 06

6.1. Caracterização das atividades

A definição do programa para a Escola de Artes visa atender a população, levando atividades artísticas e culturais de fácil acesso para todos.

O programa foi dividido em quatro setores: acesso, administrativo, serviços e educacional. O setor de acesso é o primeiro que os usuários veem e usam, nele está localiza do o acesso principal, foyer, loja, áreas de convivência, cafeteria, praça seca externa, circulação vertical, área externa coberta, entre outros. A praça seca é o primeiro con tato da população com a edificação, é através dela que eles vão querer entrar e conhecer, nela pode acontecer diversas manifestações artísticas, as quais podem ser realizadas pela própria Escola, como acontece no estudo de caso do Capítulo 04.

O setor administrativo é onde as pessoas podem se matricular nas aulas, fazer reclamações, sugestões, entre outros. Ele possui uma secreta ria com sala de espera, sala de reuniões e sala da diretoria. Já o setor de serviço, o maior setor, engloba todos os sanitários e vestiários utilizados

pelo público, área de acesso de funcionários, doca de carga e des carga, sala, sanitário e vestiário para funcionários, ambulatório médico e toda a parte de serviço, como depósito de lixo, depósito de materiais de limpeza (DML), área de ar-condicionado, gerador de ener gia, entre outros.

O setor educacional é dividi do em auditório e aulas de música, dança e pintura. O auditório, com capacidade de aproximadamente 200 pessoas, possui a infraestrutura que um auditório necessita, como camarins individuais e coletivos, grande área de palco com coxias, salas técnicas, sala de figurinos, depósito, sua própria circulação vertical. As aulas de música são feitas em grupos, aulas de canto, de instrumentos e tudo voltado a música. As aulas de dança são divi didas em três: balé, dança de rua e contemporânea. As aulas de pintura são voltadas para pintura em tela.

As principais atividades da Escola de Artes se encontram no setor educacional e no setor de acesso.

Figura 195: Pincéis e tintas para pintura

Fonte: https://www.freepik.com/free-photo/dirty-coloured-palette-paint_9989269.htm

129

Caracterização dos usuários

A cultura é a maior característica de um povo, é com ela que são reunidos costumes e valores, é através dela que pessoas diferentes se conectam. As manifestações artísti cas e culturais são como ferramentas de expressões, sejam elas sentimentais ou sobre a realidade.

Grande parte da população brasileira não possui acesso a ativi dades artísticas e nem possui o conhecimento de que elas também são uma forma de lazer. Muitas pessoas veem espaços destinados a arte como elitistas e excludentes.

As principais atividades do equipamento são as aulas, o maior objetivo é proporcionar novas experiências aos usuários, levar a cultura para os habitantes do município oferecendo condições para que todos tenham acesso a atividades artísticas e culturais. O espaço de um centro cultural incentiva o convívio entre pessoas que possuem interesse mútuo por arte e cultura. Um ambiente acessível e inclusivo que forma laços e constrói amizades.

Atividades artísticas combinadas com atividades físicas, como

danças, melhoram o bem-estar e ajudam a tratar problemas psicológicos. A pintura pode ser utilizada por crianças e idosos para desenvolvimento social cognitivo, destreza, coordenação motora, sempre promovendo bem-estar e estimulando o corpo e a mente através da arte.

A Escola de Artes é voltada para todas as pessoas, independente da faixa etária, classe social, etnia, se a pessoa possui algum tipo de deficiência ou não, um equipamento com espaços totalmente acessíveis. A ideia é que todos se sintam acolhidos no espaço. Promover atividades ao ar livre, na praça seca, faz com que os moradores do município conheçam melhor o equipamento e tudo que ele propõem, assim tornando mais fácil o acesso e as inscrições para as aulas.

Arte e cultura auxiliam no crescimento individual do usuário, manifestações artísticas praticadas com outras pessoas auxiliam nas relações sociais. A Escola de Artes promove o desenvolvimento do município e da população.

6.2.
130

6.3. Organograma

Geral

Setor educacional Setor administrativo

Figura 196: Organograma geral Fonte: Autora (2022)

Setor de acesso Escola de Artes

Setor de serviços

131

6.3.1. Organograma por setor

Setor de acesso

Setor de acesso

Loja

Área
Área
Foyer
Figura 197: Organograma setor de acesso Fonte: Autora (2022) 132
externa coberta
de convivência Praça seca Estacionamento
Central de atendimento Cafeteria

Setor de serviços

Figura 198: Organograma setor de serviços Fonte: Autora (2022)

Setor de serviços Vestiários fem/masc/PNE Ambulatório médico DML Depósito de lixo Sanitários e vestiários func. Sanitários e vestiários func. Sala de funcionários Acesso funcionários Doca carga e descarga AVAC e reservatório 133

Setor administrativo Setor educacional

Sala de espera

Setor administrativo

Sala de reuniões

Figura 199: Organograma setor administrativo Fonte: Autora (2022)

Diretoria

Secretaria

Sala multiuso

Setor educacional

Auditório

Salas de pintura

Figura 200: Organograma setor educacional Fonte: Autora (2022)

Salas de dança

Salas de música

134

6.4. Fluxograma geral

AVAC 135

Reservatório

Praça Loja Área de convivência térreo Sanitários fem/masc/PNE

público Sala de funcionários Acesso funcionários Doca carga e descarga

Entrada dos funcionários Entrada do público Sala técnica DML Depósito de lixo

seca Estacionamento Sanitários e vestiários func.
Acesso auditório Depósito Acesso do
Figura 201: Fluxograma Fonte: Autora (2022) Foyer Central de atendimento

Diretoria

Ambulatório médico

Secretaria

Sala de reuniões

Sala multiuso

Auditório Camarins

Sala de espera Foyer auditório

Área externa 3º pav. Área de convivência 2º pav.

Vestiários fem/masc/PNE

Sanitários fem/masc/PNE

Salas de dança

Área de convivência 3º pav.

Salas de música

Cafeteria

Salas de pintura

Acesso restrito Acesso público

136
Ambiente Estacionamento Praça seca Foyer Central de atendimento Área de convivência Área externa Circulação vertical Cafeteria Loja -
e paisagismo
Área multiuso Escadas
elevadores
dos produtos Quantidade 10 vagas01 01 01 03 03 02 06100 10 15 20 100-
de acesso Descrição Área mín. para uma unidade (m²)
202:
programa de necessidades
setor de
137
Mobiliário urbano
Espaço de entrada Balcão para dúvidas Mobiliário confortável para descanço
e
Copa, balcão e mesas Caixa e área de exposição
Setor
6.5. Programa de necessidades com pré-dimensionamento Figura
Tabela com
do
acesso Fonte: Autora (2022)

Setor de serviço

Ambiente

Doca de carga e descarga

Acesso de funcionários

Sala de funcionários

Quantidade

Descrição

Área mín. para uma unidade (m²)

Sanitário e vestiário funcionários

Ambulatório médico Depósito de materiais de limpeza (DML)

Depósito de lixo AVAC

Reservatório

Sanitário para o público

Vestiário para o público

01 01 01 02 01 01 01 01 02 03

Espaço para caminhões de médio porte

Circulação

Copa e espaço para descanso

Sanitários e vestiários acessíveis feminino e masculino

Sala para atendimentos de baixa complexidade

Tanque/máquina de lavar e espaço para guardar materiais de limpeza

Lixeiras recicláveis

Instalação para ar-condicionados

Caixa d’água de 2000 litros

03

Sanitários feminino, masculino e PNE

Vestiários feminino, masculino e PNE

Figura 203: Tabela com programa de necessidades do setor de serviços Fonte: Autora (2022)

15015 10 10 10 5 1510

20

138

Programa de necessidades com pré-dimensionamento

Setor administrativo

Ambiente

Sala de espera Secretaria Sala de reuniões

Diretoria Depósito Sanitário

Quantidade 01 01 01 01 01 01

Figura 204: Tabela com programa de necessidades do setor administrativo Fonte: Autora (2022)

Cadeiras para espera

Descrição

Atendimento ao público

Mesa e cadeiras para 10 pessoas

Sala da direção com espaço para receber outras pessoas

Voltado para o setor administrativo

Sanitário acessível unisex

Área mín. para uma unidade (m²) 10 20 20 10 10 5

139

Setor educacional

Ambiente

Sala de pintura

Sala de dança

Sala de música Sala multiuso

Auditório

Quantidade

Descrição

Área mín. para uma unidade (m²)

Espaço com pias, cavaletes e cadeiras Espaço com espelho, barras e piso específico Espaço com instrumentos e cadeiras Espaço multiuso com armários

Auditório Foyer

Sanitário

Camarim coletivo

Camarim individual

Sala de figurinos

Depósito

Sala de espera p/ apresentação

02 03 03 01 01 01 04 04 02 02 01 01

Figura 205: Tabela com programa de necessidades do setor educacional Fonte: Autora (2022)

Espaço com plateia (200 pessoas) e palco Espaço de acesso ao auditório

Sanitários feminino, masculino e PNE Espaço coletivo para trocas de roupas, penteadeiras com iluminação individual Espaço individual para trocas de roupas, uma penteadeira

Araras para expor os figurinos

Depósito grande para cenários, instrumentos, etc.

Espaço com copa e cadeiras

60 60 60 100 400 100 15 40 20 20 20 40

140

Partido arquitetônico

07

7.1. Mapa síntese da análise

Conforme figura 206, o entorno não faz sombra na edificação, sua localização faz com que pegue sol o dia todo durante todas as estações do ano. A fachada principal do edifício está para o norte. Os ventos predominantes são o vento nordeste, vento quente, e o vento sudoeste, vento frio, popularmente conhecido como vento minuano.

Por estar localizada em um bairro residencial, os ruídos são em pontos específicos e não generalizados. As maiores fontes de ruído perto da edificação são a escola e o ginásio, fontes de ruído constante durante a semana, e as Igrejas, os cultos geralmente aconte cem a noite ou aos finais de semana. A RS-407 também pode ser uma fonte de ruído quando está na alta temporada ou em horários de pico.

A edificação está no coração do bairro, onde há a maior concentração de comércios e maior circulação de pessoas. Possui uma boa infraestrutura, conta com iluminação pública em todas as vias, abastecimento de água tratada, drenagem urbana das águas pluviais. O trânsito do bairro é calmo, todas as vias são de duplo sentido podendo estacionar em ambos os lados. Todas as vias

contém sinalização e quase todas são pavimentadas. No entorno imediato, apenas a Rua Pedro Manoel Machado possui pavimentação de paralelepípe do. A grande maioria das vias não pos suem calçada regular e pavimentada.

O entorno do terreno é, em sua maioria, composto por residências unifamiliares com um pavimento, mas há algumas edificações com dois pavi mentos no bairro, sendo elas residen ciais unifamiliares, comerciais e públi cas. Todos os três edifícios da escola na divisa do terreno, tem dois pavimentos, já o ginásio tem entre 7 e 8 metros de altura.

O ginásio praticamente faz parte do projeto, já que na sua construção utilizaram um pedaço do terreno, ele produz um eixo inicial para o partido (Figura 206). Um dos volumes da edifi cação segue os alinhamentos do giná sio, tendo a mesma largura.

Algumas residências do entorno imediato são em madeira, o ginásio e um dos edifícios da escola são de tijolo a vista com estrutura aparente, mas a grande maioria das residências são de alvenaria, incluindo os outros dois edifí cios da escola.

Poente

Figura 206: Mapa síntese da análise Fonte: Adaptado do Google Earth (2021) R. Antônio Si R. Manoel Silve R Pau l o Te ix ei r a
Legenda: Ciruito solar Ruídos Formato da edificação Eixos
Ventos predominantes 143 Terreno
R.
R. Manoel Alves R. Manoel Alves RS-407 R.OlmiroLima R. Pedro Manoel Machado Silveira veira R P r ot ási o M ar q ue s da Ro s a R. Manoe l Na z á rio N
Nordeste Nascente R . atrebroNanidlA d e Mtaso 144
Manoel Alves
Sudoeste (Minuano)

7.2. Conceito e Estratégias compositivas

O projeto partiu da ideia de uma edificação em pilotis, onde no térreo seria apenas o necessário e as atividades aconteceriam nos outros pavimentos, e da ideia de trabalhar com barras, não um edifício inteiro que ocupasse quase todo o terreno. Também do fato que deveria ser algo que remetesse as atividades artísticas que acontecem no local.

O resultado dessas ideias iniciais foi uma edificação com três pavimentos formada por 4 barras, três no sentido longitudinal e uma no sentido transversal (Figura 208), assim deixando uma grande área de praça para eventos com a comunidade. Uma das três barras longitudinais possui uma subtra ção, formando um vazio no meio da edificação, onde ocorre a circulação vertical principal. Essa subtração acabou sendo fechada com vidro para um maior conforto, mas na fachada ainda passa a ideia de que é algo aberto.

O ginásio era a principal edificação do entorno que deveria ser levada em consideração, já que uma parte foi construída na área de intervenção, foi ele quem deu o eixo inicial do projeto, a barra transversal segue a exata largura do ginásio, mas com um afastamento de 4 metros entre eles. O portão de acesso para a doca de carga e

descarga da escola municipal também definiu outra parte do projeto, pois o portão está na divisa com o terreno, não poderia ser feito algo que obstruísse a passagem, sendo assim, desde o início já foi pensado que o acesso da doca de carga e descarga da Escola de Artes iria atender a da Escola Petronilha também.

A barra transversal é a única que está em um sentido diferente e a que está sob pilotis, grandes pilares em “V”, por isso ela foi pensada em uma materialidade dife rente das demais. Ela é praticamente toda envidraçada e toda coberta por módulos hexagonais metálicos, alguns fechados com chapas metálicas e outros com vidro comum, para a entrada de iluminação natu ral. Nas outras barras foi trabalhado com chapas metálicas perfuradas que envelopam a edificação, na mesma cor dos hexágonos metálicos (Figura 207), assim unindo todas as barras da edificação e trazendo a ideia de um edifício artístico.

As barras longitudinais passam a sensação de que estão segurando a barra transversal (Figura 208), a qual traz leveza para a edificação e para a praça. Enquanto o resto da edificação passa a sensação de algo mais pesado, um bloco mais assentado ao terreno, mais integrado a praça.

Figura 207: Imagem da fachada principal Fonte: Autora (2022) Pilar em “V” em concreto aparente Eixo de acesso piso diferente
145
Guarda-corpo metálico com vidro

Módulo hexagonal metálico, com chapas metálicas ou vidro para vedação

Abertura do palco do auditório para a praça acesso com diferente

Eixo do auditório com piso diferente

Chapas metálicas perfuradas envelopando a edificação

146

7.3. Estratégia volumétrica

Volumetria final

Figura 208: Volumetria do partido Fonte: Autora (2022)

147

7.4. Zoneamento

Legenda

Calçada Estacionamento

Acesso func. e doca carga e descarga

Área de exposição externa Área para plateia externa do auditório Área verde

Acesso do público Eixo de acesso

Circulação vertical Área de convivência/exposição interna

Lojas

Cafeteria

Foyer auditório

Auditório Sanitários/vestiários

Setor educacional Setor administrativo Setor de serviço

Cobertura verde (sem acesso público)

Acesso

RuaProtásioMarquesdaRosa

Acesso

Rua ManoelAlves

Figura 209: Zoneamento volumétrico Fonte: Autora (2022)

Rua Pedro Manoel Machado

RuaManoelNazário

N
148

7.5. Modulação estrutural

Pilar em “V”

N

A estrutura escolhida foi concreto armado moldado “in loco”, com uma malha estrutural de 10 x 10 metros, com exceção do vão do auditório. Para obter esses grandes vãos foi utilizado:

● Laje nervurada;

● Pilares retangulares com dimensões de 0,20 x 0,40 metros;

● Pilares circulares, em áreas de convivência e foyer, com 0,50 metros de diâmetro;

● Pilares em “V” com 0,80 x 0,60 metros, na parte da praça, no térreo.

Conforme figuras 210 e 211.

Térreo

Segundo pavimento

Figura 210: Modulação estrutural em planta

Fonte: Autora (2022)

Terceiro pavimento

N 149

Sem escala
Pilar circular Vão do auditório

Figura 212: Pilar em “V”

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/918626/colegio-los-pilares-dovat-arquitectos

Figura 211: Modulação estrutural volumétrica Fonte: Autora (2022)

Figura 214: Pilar em “V”

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/918626/colegio-los-pilares-dovat-arquitectos

Figura 213: Laje nervurada

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/889035/tipos-de-lajes-de-concreto-vantagens-e-desvantagens

Figura 215: Pilar circular Fonte: http://comoprojetar.com.br/como-projetar-em-concreto/

150
7.6. Partido arquitetônico Figura 216: Planta térreo na escala 1/750 Fonte: Autora (2022) N Térreo Legenda Circulação Praça Estacionamento Elevador Loja Escada enclausurada Escada principal Sanitários Depósito de lixo Depósito DML Gerador de energia AVAC Sala de câmeras Sala func. com sanit. e vest. Área de convivência Foyer Área de lazer/exposição Doca de carga e descarga 19 Sala técnica 20 Reservatório 21 Camarim individual 22 Sala de espera 23 Palco24 Plateia interna 25 Plateia externa 26 01 03 09 10 08 07 11 18 17 16 14 15 13 12 06 05 04 02 01 02 03 04 05 06 11 11 11 12 13 14 15 16 17 18 19 19 26 24 23 22 22 17 25 10 10 10 Acesso func. Acesso func. Acesso auditório Acesso principal Rua Manoel Alves Rua Manoel Nazário Rua Protásio Marques da Rosa Rua Pedro Manoel Machado Acesso doca 09 09 09 08 07 09 20 21 151
Figura 217: Planta segundo pavimento na escala 1/750
Segundo Pavimento N Legenda Praça Estacionamento Ambulatório médico Sala multiuso Setor administrativo Área de convivência Circulação Sala de figurinos Camarim coletivo Plateia interna Foyer auditório Antecâmara Cafeteria Sanitários/vestiários Elevador Escada enclausurada Escada principal Doca de carga e descarga 01 03 09 10 08 07 11 18 DML19 Depósito 20 Fraldário 21 17 16 14 15 13 12 06 05 04 02 01 04 05 02 03 Acesso plateia 11 11 18 17 17 11 16 15 14 13 12 1221 19 20 12 12 12 12 12 1212 08 08 0808 08 09 11 10 06 06 07 0606 Acesso plateia Rua Manoel Alves Rua Manoel Nazário Rua Protásio Marques da Rosa Rua Pedro Manoel Machado 152
Fonte: Autora (2022)
Planta terceiro pavimento
N Legenda Praça Estacionamento Sanitários/vestiários Sala de pintura Área de convivência Elevador Sala de
Circulação Antecâmara Sala
Escada
Escada principal Área
Doca de
e
01 03 09 10 08 07 11 14 Camarim coletivo 15 Sala de figurinos 16 13 12 06 05 04 02 01 02 03 05 06 08 04 10 09 09 09 11 10 12 11 12 11 12 14 09 09 09 09 16 15 15 14 13 07 07 0707 Rua Manoel Alves Rua Manoel Nazário Rua Protásio Marques da Rosa Rua Pedro Manoel Machado Acesso alunos Acesso área externa 153
Figura 218:
na escala 1/750 Fonte: Autora (2022) Terceiro Pavimento
dança
de música
enclausurada
de lazer/exposição
carga
descarga

Cobertura

Figura 219: Planta cobertura na escala 1/750 Fonte: Autora (2022)
01
05
02 01 02 03 04 05 Rua Manoel Alves Rua Manoel Nazário Rua Protásio Marques da Rosa Rua Pedro Manoel Machado 154
N Legenda Praça Estacionamento Cobertura verde (sem acesso público) Área de lazer/exposição (terceiro pavimento Doca de carga e descarga
03
04

Cortes

Figura 220: Corte A na escala 1/750 Fonte: Autora (2022)

Figura 221: Corte B na escala 1/750 Fonte: Autora (2022)

Figura 222: Corte C na escala 1/750 Fonte: Autora (2022)

Figura 223: Corte D na escala 1/750 Fonte: Autora (2022)

155

Elevações

Figura 224: Elevação Norte na escala 1/750

Fonte: Autora (2022)

Figura 225: Elevação Leste na escala 1/750 Fonte: Autora (2022)

Figura 226: Elevação Oeste na escala 1/750

Fonte: Autora (2022)

Figura 227: Elevação Sul na escala 1/750

Fonte: Autora (2022)

156

7.7. Perspectivas

157
Figura 228: Fachada principal com iluminação Fonte: Autora (2022)
158
Figura 229: Fachada principal Fonte: Autora (2022)
159
Figura 230: Fachada principal Fonte: Autora (2022)
160
Figura 231: Fachada principal com iluminação a noite Fonte: Autora (2022)

Perspectivas

Figura 232: Eixo de acesso com paginação de piso diferente Fonte: Autora (2022)

Figura 234: Fachada principal Fonte: Autora (2022)

Figura 233: Área de exposição externa coberta Fonte: Autora (2022)

Figura 235: Pisos diferentes para demarcar eixos Fonte: Autora (2022)

161

Figura 236: Fachada de serviços Fonte: Autora (2022)

Figura 238: Doca de carga e descarga Fonte: Autora (2022)

Figura 237: Fachada de serviços Fonte: Autora (2022)

Figura 239: Doca de carga e descarga Fonte: Autora (2022)

162

Referências

08

8.1. Referências bibliográficas

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 8995: Iluminação de ambientes de trabalho. 2013.

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168

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