Jul2016 "O Vermelho e o Negro"

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14 Indicação do Mês

Entrevista: Luiz Ruffato Como foi seu primeiro contato com O Vermelho e o Negro? Na primeira vez em que me deparei com O Vermelho e o Negro eu era um leitor simplório. Li ainda na minha adolescência, não por indicação de alguém ou por ter visto referência em outros livros, mas por puro acaso. Frequentava a biblioteca da escola, peguei o livro, levei para casa e li. E foi um alumbramento. Fiquei tomado pela história, totalmente hipnotizado pelas peripécias de Julien Sorel. Depois, ao longo da minha vida, li mais duas vezes. A primeira, no começo dos anos 1990, quando me preparava para me tornar escritor, e portanto o enfrentei com olhares mais interessados, e finalmente há cerca de cinco anos, por puro prazer. Quais são, para você, as grandes qualidades desta obra? Para além da questão estilística, Stendhal economiza nas descrições do entorno para concentrar-se no estudo das variações psicológicas das personagens. E a história é monumental. A trajetória de um jovem como Julien, nascido pobre e que

FOTO: G.Garitan


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