13 DE JANEIRO DE 2010
ANO 50 GRELHADOS SOBRE CARVãO
BRAS IRO 8261 BOUL. ST-LAURENT Prop.: Elvis Soares
514-389-0606
Nº 02
A VOZ DE PORTUGAL Le plus ancien journal de langue portugaise au Canada
e cl ci e R
A década que mudou a vida das pessoas
O
terrorismo. Viajar tornou-se um pesadelo. A bordo de um avião estamos todos como prisioneiros. Prisioneiros de Osama Bin Laden e seus cúmplices. O homem que do fundo da sua gruta, nas montanhas da fronteira do Afeganistão com o Paquistão continua a ser uma ameaça para o Ocidente com a mais eficaz das armas: o medo. Por causa deste homem, não apenas viajar se tornou um pesadelo como muitos dos nossos direitos fundamentais, conquistados ao longo da história, vão caindo por terra. Hoje vivemos em sociedades policiadas, com cada pormenor das nossas vidas devassado a extremos impensáveis. E o que é ainda mais grave, habituámo-nos: habituámo-nos a caminhar nas ruas de cidades ocidentais, com câmaras a filma-nos constantemente e onde quer que esteja-mos, habituámo-nos a ter os nossos telefones escutados, a nossa correspondência controlada e lida, todos os nossos movimentos vigiados ao minuto e ao quilómetro, a nossa vida profissional, financeiro e pessoal totalmente exposta aos olhares de polícias e magistrados que ninguém controla. Toda essa privacidade que tínhamos e agora não temos deve-se a um único homem: Osama Bin Laden... O capitalismo selvagem. Uma geração de economistas ditos liberais quis acreditar que a livre concorrência era a solução única para o progresso das nações. Um dia, quando alguém escrever a história da crise financeira nascida nos Estados Unidos em 2008, será difícil acreditar como é que tão poucos conseguiram enganar tanta gente durante tanto tempo. E como foi possível isto ter acontecido, sabendo que se arriscavam a enviar milhões de pessoas para o desemprego, a arruinar milhares de empresas, a roubar biliões de poupanças de uma vida a trabaContinuação na página 2
r po
r vo fa
Asteróide em rota de colisão com a Terra
Ver Página 3
Decência de homem livre A
s minhas incursões durante mais de 30 anos nos meios políticos, permitiram-me conhecer funcionamentos e actores nos mais variados palcos e encenações diversas e diversificadas, que me fizeram perder ilusões e redimir-me do elogio fácil, misto de admiração e de esperança— que talvez candidamente— acalentava nas ideias avançadas por qualquer candidato a posto público. Dir-se-ia que a “classe” dos pretendentes a políticos aprende, em todo o mundo, pela mesma cartilha. Os níveis das discussões nas assembleias nacionais são idênticos e os jogos nos bastidores também. Igual para promessas nunca cumpridas. No Portugal doutras eras não havia liberdade, mas havia respeito. Hoje há liberdade mas não se respeita ninguém, nem mesmo as instituições. Idem para
as funções e questões de dignidade pessoal. O povo reagiu esperançado no período do 25 de Abril, — durante a imitação de revolução, — guardando a mesma esperança mesmo durante os negros, os catastróficos, governos provisórios. Depois, graças às benesses da Europa, à explosão do dinheiro fácil, adormeceu e encontra-se hoje num profundo estado de letargia. Aparte umas quantas refilices que não vão mais longe que a imperial ou a bica, acomodou-se aos constantes ataques às liberdades individuais e a uma quantidade de coisas hoje banalizadas, que há anos atrás o teria feito reagir, com veemente oposição. Essa indiferença é o resultado duma lenta mudança na forma de pensar e de viver, bem orquestrada pelo poder, que Mosti Mondiale 2000 calmamente, pouco a pouco, introduz 1 octobre 2008 A Voz de Portugal
na sociedade hábitos e costumes que o favorecem, levando o povo a adaptarse aos vírus da corrupção, do oportunismo, senão mesmo ao descalabro em que o país se afunda todos os dias. Há quem preveja bancarrota a curto prazo se este governo não introduzir medidas mais úteis, que leis sobre o casamento gay. É certo que em termos populistas, leis imbecis como esta, que acendeu pequenos fogos de contestação dentro dos partidos, são mais atempadas politicamente. E o governo bem necessita de recuperar ou ganhar apoios. De distrair a plateia. Felizmente no entanto, que de quando em quando, surge uma notícia que nos alegra. Que nos faz pensar que talvez nem tudo esteja perdido. Que talvez tenhamos direito a um pouco de esContinuação na página 2
Serviço de análise do seu vinho Vendem-se GRAPOLO barris novos, D’ORO importados de Portugal,
Mosti Mondiale 2000
35 VARIEDADES
DE MOSTO À SUA ESCOLHA
$
39
cada
20 LITROS
em carvalho e castanho, de 5 a 250 litros.
ATEnçãO: SE nãO TEM SELO DA MOSTi MOnDiALE É PORqUE nãO É MOSTi MOnDiALE
Para mais informações, contactar MARCO 5187 Jean-Talon E., St-Leonard - Tel.: 514.728.6831