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Jornal da Embrapa Informática Agropecuária - Ano IX, nº 46 - Campinas, SP, janeiro-fevereiro/2012

Embrapa publica livro sobre metodologia para zoneamento ambiental Nadir Rodrigues/Embrapa

Livro é ferramenta de planejamento para gestores ambientais, diz Vila

A Bacia Hidrográfica do Alto Rio Taquari ocupa uma área de 28.046 quilômetros quadrados na região do Pantanal, no Estado de Mato Grosso do Sul, com uma pequena parte no Estado de Mato Grosso. A população é de cerca de 125.800 pessoas, conforme dados do censo de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, distribuída em 14 municípios, cuja principal atividade econômica é a pecuária.

Um amplo estudo sobre a região, elaborado por pesquisadores da Embrapa e da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, permitiu traçar um retrato das principais características da bacia e apresentar uma proposta de zoneamento, buscando avaliar a aplicação da teoria ao planejamento ambiental.

O livro “Estratégia metodológica para zoneamento ambiental: a experiência aplicada na Bacia Hidrográfica do Alto Rio Taquari” representa uma importante ferramenta de análise para técnicos e planejadores ambientais, gestores e tomadores de decisão.

Os autores são o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP) João dos Santos Vila da Silva, doutor em planejamento e desenvolvimento rural sustentável, e a professora da Unicamp Rozely Ferreira dos Santos, doutora na área de ecologia vegetal e livre-docente em planejamento ambiental.

A publicação aborda conceitos sobre planejamento e zoneamento ambiental, identificação de diferentes tipos de zoneamentos, importância da caracterização ambiental e da elaboração do diagnóstico, além de análise integrada dessas informações na definição de zonas homogêneas e especificação de diretrizes.

São 329 páginas, distribuídas em 20 capítulos que contemplam a cartografia e os municípios da bacia, formação do relevo e evolução da paisagem, diversidade dos solos, aptidão agrícola das terras, pdf,noderpdfç,nodewrçow.cnptia.embar.pebmr rap.br vulnerabilidade ambiental, características e qualidade dos recursos hídricos, condições climáticas, cobertura vegetal e fauna atual. Também estão descritos os usos da terra e atividades humanas na região (pecuária, agricultura e indústria) e os aspectos da infraestrutura social e econômica, da dinâmica populacional e as condições de vida da população.

O diferencial dessa abordagem de zoneamento está no uso de geotecnologias, amparado em sistemas de informações geográficas e sensoriamento remoto, aliado à aplicação de estatística multivariada. Isso permite mostrar a associação entre variáveis de uma zona homogênea e também o quanto de heterogeneidade interna existe nesse espaço.

Vila explica que esse tipo de informação é extremamente relevante quando se toma decisões de planejamento ambiental, pois mesmo que a natureza pareça homogênea sob uma análise mais genérica, ao se observar os mapas obtidos por imageamento remoto, é possível verificar detalhes que mostram as diferenças e especificidades locais.

A primeira edição do livro, publicado em dezembro de 2011, possui tiragem de 500 exemplares. A Embrapa Informática Agropecuária está distribuindo gratuitamente a publicação para universidades públicas, institutos de pesquisa, secretarias de planejamento e de meio ambiente de governos estaduais.

“Além de trazer informações básicas sobre a bacia, o livro apresenta questões metodológicas importantes que podem contribuir para o avanço das pesquisas sobre zoneamento ambiental”, afirma Vila. O autor desenvolve estudos sobre geotecnologias aplicadas ao uso da terra, zoneamento e planejamento ambiental, com enfoque no Pantanal e possui cerca de 100 publicações científicas na área.

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Professores canadenses participam de reunião na unidade Nadir Rodrigues/Embrapa

Taylor e Sanchez-Azofeifa (à esq.) conhecem pesquisas da unidade

Os pesquisadores Gregory Taylor e Arturo SanchezAzofeifa, da Universidade de Alberta, Canadá, estiveram em Campinas (SP), em 9 de fevereiro. O objetivo foi conhecer programas de ensino e pesquisa da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp e projetos em desenvolvimento na Embrapa Informática Agropecuária, visando identificar possíveis parcerias.

Os visitantes foram recebidos pelos pesquisadores Stanley Oliveira, chefe de Administração, Luís Gustavo Barioni, responsável pela articulação internacional na unidade, além de Felipe Rodrigues da Silva e Júlio Esquerdo. O professor Taylor disse que já conhece a Embrapa há 20 anos e estava interessado em saber mais sobre as tecnologias que a empresa desenvolve.

Na Embrapa Informática Agropecuária, eles obtiveram informações sobre as principais linhas de atuação do centro e pesquisas relacionadas a bioinformática e sensoriamento remoto. Também visitaram os laboratórios de geotecnologias, bioinformática aplicada e o de redes, conectividade e alto desempenho. Os pesquisadores canadenses também participaram de reuniões na Unicamp, para discussão sobre intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação, além de atuação conjunta em pesquisas.

O reitor da Faculdade de Ciência, Gregory Taylor, é professor do Departamento de Ciências Biológicas e trabalha com fisiologia de plantas e genômica funcional.

Desenvolve pesquisas focadas na compreensão dos mecanismos de plantas usados para tolerar estresses abióticos no solo, tais como toxicidade de metais e deficiência de nutrientes.

Sanchez-Azofeifa é diretor do Centro de Ciências de Observação da Terra e estuda os impactos do uso e cobertura da terra sobre a perda de biodiversidade e fragmentação de habitats em florestas tropicais. Ele usa sensoriamento remoto e sistemas de informação geográfica para avaliar a eficácia de áreas protegidas, como parques nacionais e reservas biológicas, e o pagamento de serviços ambientais para controle do desflorestamento tropical na América Central.

Durante a visita, os professores apresentaram as pesquisas que a Universidade de Alberta realiza na área de geotecnologias e trabalhos relacionados ao uso de sensores sem fio, com o intuito de verificar temas de interesse comum para desenvolvimento de projetos colaborativos. A universidade já tem ações de parceria com a Embrapa Solos (Rio de Janeiro).

Estudantes da Esalq também visitam unidade Em 16 de fevereiro, a Embrapa Informática Agropecuária recebeu doze estudantes do grupo de pesquisa TopoGeo - Topografia e Geoprocessamento, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (USP).

Eles conheceram as principais pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Geotecnologias da unidade, relacionadas a métodos, sistemas de gerenciamento e monitoramento da atividade agrícola e dos seus impactos ambientais, sociais e econômicos.

A visita foi coordenada pelo pesquisador Júlio Esquerdo. Entre as tecnologias apresentadas estavam os projetos TerraClass, Intagro - Intensificação agropecuária e commodities agrícolas no Brasil: territorialidade, sustentabilidade e competitividade, Mapagri - Metodologia de mapeamento da atividade agrícola no Brasil, GeoMS - Sistema de Informação Georreferenciada, além do Sisla - Sistema Interativo de Suporte ao Licenciamento Ambiental, Banco Modis, Banco de Dados Geoespaciais e serviços web.

O AGRInforma é editado pelo Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da Embrapa Informática Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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Chefe-geral: Kleber Xavier Sampaio de Souza Chefe-adjunto de Administração: Stanley Robson de Medeiros Oliveira Chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento: Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá Chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia: João Camargo Neto Supervisora do NCO: Maria Giulia Croce Jornalista responsável: Nadir Rodrigues (MTb/SP 26.948) As matérias deste jornal poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Pesquisadoras da Holanda visitam Embrapa Informática Agropecuária

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Nadir Rodrigues/Embrapa

Doutorandas da Universidade de Utrecht estão em viagem de campo

Estudos realizados pela Embrapa na área de monitoramento e modelagem da dinâmica do uso da terra estão despertando interesse internacional. Em 16 de fevereiro, duas pesquisadoras holandesas estiveram na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), para conhecer melhor esses trabalhos.

As visitantes são doutorandas do Instituto Copérnico da Universidade de Utrecht. Judith Verstegen é da Faculdade de Geociências e Desirée Immerzeel atua no Departamento de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Faculdade de Ciência. O Instituto pesquisa processos e oportunidades para mudanças inovadoras rumo à sustentabilidade, buscando contribuir para o avanço do conhecimento e de técnicas, métodos e instrumentos no domínio do desenvolvimento sustentável.

Nessa viagem de campo, o foco das doutorandas foi conhecer e aperfeiçoar técnicas e modelos para a realização de pesquisas sobre a mudança do uso da terra e modelagem ambiental, além de estudos sobre os impactos da produção de energia e alimentos na biodiversidade, tanto em regiões produtoras de grãos na Amazônia como em áreas de ocupação de cana-deaçúcar no País.

O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Alexandre Coutinho apresentou o TerraClass, projeto realizado em conjunto com a Embrapa Amazônia Oriental (Belém) e com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe, que classificou e mapeou o uso e a cobertura da terra na Amazônia Legal. O objetivo do projeto foi realizar a qualificação, a partir de imagens orbitais, das áreas já desflorestadas na região. Esse estudo permitiu a elaboração de um mapa que descreve a situação do uso e da cobertura da terra em 2008.

Coutinho também abordou resultados dos projetos Intagro - Intensificação agropecuária e commodities agrícolas no Brasil: territorialidade, sustentabilidade e competitividade e Mapagri - Metodologia de mapeamento da atividade agrícola no Brasil.

Pesquisas relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e ao zoneamento agroecológico da cana foram demonstradas pelo pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Fábio Marin. Ele ainda conversou sobre o projeto Scaf - Simulação de cenários agrícolas futuros a partir de projeções de mudanças climáticas regionalizadas.

A pesquisa em rede faz parte da Plataforma de Mudanças Climáticas Globais da Embrapa e estuda a modelagem das principais culturas agrícolas brasileiras e o impacto das mudanças climáticas globais sobre elas.

A ideia é que a partir de cenários regionalizados se definirão os cenários agrícolas futuros com base em modelos matemáticos utilizados em simuladores eficientes, desenvolvidos no escopo do projeto.

Os resultados visam contribuir para a melhoria da prontidão do País para responder às alterações climáticas em seus diferentes cenários, reduzindo a vulnerabilidade do setor agrícola. Também devem servir de subsídio para a definição de políticas públicas que estimulem e financiem a adoção de medidas de mitigação e, principalmente, adaptação das culturas e sistemas de manejo aos novos cenários.

Segundo Marin, o encontro com as doutorandas serviu para uma aproximação entre a Embrapa e a Universidade de Utrecht. As visitantes manifestaram a intenção de voltar à unidade para discussão sobre outras pesquisas, ainda durante este período de trabalhos de campo.

A viagem ao Brasil incluiu reuniões técnicas no CTBE - Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, que integra o Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas.

Também estão previstas visitas ao Inpe, em São José dos Campos (SP), ao Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, em Brasília (DF) e a instituições do Estado do Mato Grosso.

Nadir Rodrigues/Embrapa

Marin (à dir.) demonstra pesquisas sobre zoneamento agroecológico

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Tecnologias são demonstradas em eventos agrícolas

O Sistema Interativo de Suporte ao Licenciamento Ambiental (Sisla), desenvolvido pela Embrapa Informática Agropecuária e pelo Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul), foi demonstrado no Showtec 2012.

O evento agropecuário que difunde tecnologias de diversas instituições brasileiras realizou-se de 25 a 27 de janeiro, em Maracaju (MS), com o tema “Produção de alimentos com consciência ambiental”.

Durante o Showtec, o pesquisador da unidade João Vila e o fiscal ambiental do Imasul Sérgio Bianchini mostraram como o Sisla funciona e as principais vantagens do sistema, que foi desenvolvido com o uso de ferramentas livres e imagens de satélite gratuitas.

O Sisla reúne um conjunto de informações espacializadas, disponíveis na internet e com acesso gratuito, para que consultores e empreendedores possam elaborar pedidos de licença ambiental no estado do Mato Grosso do Sul. Baseado na legislação nacional e estadual sobre ocupação e uso da terra, o programa gera mapas e relatórios sobre a situação de cada empreendimento cadastrado no sistema, de forma rápida e confiável, tornando mais eficiente o processo de licenciamento.

Gerado para o Mato Grosso do Sul, o software pode ser adaptado para qualquer estado ou região do Brasil.

No estande da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa, os produtores rurais também puderam conhecer outras tecnologias relacionadas a agricultura de precisão, fixação biológica de nitrogênio e reforma de pastagens.

Com o objetivo de disseminar o uso da tecnologia da informação no setor agrícola, a Embrapa Informática Agropecuária também participou do Show Rural Coopavel 2012.

Considerado um dos maiores eventos de difusão de tecnologias voltadas para o aumento da produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades, a feira ocorreu de 6 a 10 de fevereiro, em Cascavel (PR).

Nesta edição da Coopavel, o analista André Minitti apresentou tecnologias desenvolvidas pela unidade e instituições parcerias, que estão disponíveis na internet, para acesso gratuito pela sociedade, como a Agência de Informação Embrapa; o Sistema de Monitoramento Agrometeorológico Agritempo; o Sisla; o Invernada - um software para apoiar o planejamento da produção de bovinos de corte; o TerraClass, estudo que gerou um levantamento de informações de uso e cobertura da terra na Amazônia, e a Infoteca-e - Informação Tecnológica em Agricultura, coordenada pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília).

Embrapa Informática Agropecuária realiza curso internacional Cerca de 80 estudantes de graduação e pósgraduação das áreas de biologia computacional, bioquímica, biologia estrutural e ciências biomédicas participam, de 1º a 6 de abril, do curso internacional “Advanced Topics in Computational Biology Agrochemical & Drug Design”, que será realizado na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP).

O treinamento é financiado pela Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), um programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que oferece cursos de curta duração em temas avançados de ciência e tecnologia, com o objetivo de dar visibilidade à pesquisa e aos programas de doutorado mundiais e contribuir com o desenvolvimento acadêmico dos participantes.

A capacitação é destinada a estudantes brasileiros e estrangeiros, previamente selecionados, mediante análise do currículo técnico-científico, os quais têm todos os custos de participação arcados pela Fapesp.

Os professores são cientistas altamente qualificados e líderes em seus campos de atuação, provenientes de universidades renomadas dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Suíça e Espanha, além de instituições brasileiras de ensino e pesquisa.

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A iniciativa também serve como oportunidade para a troca de experiências e a divulgação de estágios de pósdoutorado em programas internacionais. O conteúdo do curso inclui as aplicações e limitações de dados na estrutura e desenho de drogas, algoritmos de acoplamento e funções de ranqueamento, combate à resistência aos medicamentos, análise da função da estrutura de proteínas, abordagens computacionais para prever solubilidade aquosa, entre outros temas.

Para o pesquisador Goran Neshich da Embrapa Informática Agropecuária, coordenador do comitê organizador, além de fornecer uma atualização sobre as pesquisas, o programa permite o conhecimento e o desenvolvimento de novas ferramentas aplicadas na biologia molecular e estrutural, incentivando a elaboração de projetos colaborativos de pesquisa entre cientistas brasileiros e estrangeiros.

O comitê científico do curso é integrado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Universidade de São Paulo – USP, Universidade Federal de São Paulo – Unifesp e da Embrapa Informática Agropecuária, organizadora do evento. Em 2011, a unidade foi co-organizadora de outro treinamento da ESPCA, que capacitou 60 estudantes.

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