Brasilidade Sueca | Edição 2019

BRASILIDADE SUECA

Índice UMA PARCERIA PARA O FUTURO Mensagem da Ministra do Comércio Exterior da Suécia

05

A Parceria Estratégica entre Brasil e Suécia

07

SUÉCIA NO BRASIL Era uma vez...

12

Indústria e Intercâmbio Econômico

14

Cooperação em Defesa

21

Cooperação Ciência, Tecnologia e Inovação

22

Cooperação em Bioeconomia

26

Cooperação em Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável

28

Cooperação em Educação

30

Team Sweden Brazil: quem somos nós?

34

SUÉCIA NO MUNDO Made in Sweden

39

Suécia Responsável

46

Suécia + Cooperação

54

45 minutos do segundo tempo

59

Links úteis

60

Brasilidade Sueca

01

02

Brasilidade Sueca

UMA PARCERIA PARA O FUTURO Brasilidade Sueca

03

Mensagem da Ministra do Comércio Exterior da Suécia As relações com o Brasil são de grande importância para a Suécia. Para minha satisfação, posso constatar que nossa cooperação é ampla e de longo prazo, e é com grande expectativa que esperamos continuar a desenvolvê-la tanto bilateral quanto multilateralmente. O acordo União EuropeiaMercosul, por exemplo, tem tudo para proporcionar um aumento do comércio e de investimentos e também para assegurar a implementação do Acordo de Paris.

As relações entre a Suécia e o Brasil remontam ao passado e desenvolveram-se com o tempo: se em 1822, quando o Brasil declarou sua independência, a Suécia já possuía um cônsul geral atuando no país, desde 2009 temos uma estreita parceria estratégica estabelecida.

Ann Linde Ministra do Comércio Exterior da Suécia

O Brasil também é de longe o mais importante parceiro comercial da Suécia na América Latina: mais de 200 empresas suecas, algumas delas centenárias inclusive, operam no Brasil empregando cerca de 70 mil pessoas. Além disso, São Paulo é considerada o segundo maior centro industrial da Suécia, depois de Gotemburgo.

Nos últimos anos, o projeto comum em torno do caça Gripen reforçou essa parceria e produziu amplos resultados além da área de equipamentos de defesa. Suécia e Brasil também firmaram uma parceria de inovação com diversas novas oportunidades de cooperação, e há boas perspectivas para aprofundar ainda mais a parceria estratégica, não apenas em termos de digitalização e automação, mas também nas áreas de desenvolvimento urbano, mineração e silvicultura sustentável.

Valorizamos nosso diálogo frequente sobre as relações bilaterais, tanto no campo político quanto no comercial, mas também temos a ambição de reforçar nossa cooperação em vários fóruns multilaterais baseados no respeito à democracia, aos direitos humanos, ao Estado de Direito e ao desenvolvimento sustentável. Temos muito a aprender um com o outro e vejo com entusiasmo o reforço dessa nossa parceria e o trabalho em prol do desenvolvimento sustentável, que é positivo tanto para nossos países quanto para seus cidadãos.

Brasilidade Sueca

05

A Parceria Estratégica entre Brasil e Suécia A Suécia mantém uma presença oficial no Brasil há quase 200 anos: os dois países estabeleceram relações diplomáticas em 1826.

Em 2009, como forma de levar a longa e estreita cooperação entre os dois países uns passos adiante no futuro, Brasil e Suécia firmaram uma parceria estratégica. Renovada em 2015, a cooperação está centrada em oito áreas prioritárias – Diálogo Político e Cooperação entre Organismos Multilaterais; Comércio e Investimento; Defesa;

Ciência, Tecnologia e Inovação; Energia Sustentável; Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável; Seguridade Social; e, Cultura e Educação – e desde seu início tem fornecido a base para um número crescente de projetos e acordos: ambos os países reconhecem o interesse comum em buscar soluções inovadoras em áreas para o futuro.

laços bilaterais para outro patamar, abrindo e intensificando colaborações de importância estratégica para ambos os países em muitas áreas diferentes (dentro e fora do setor de defesa).

Conheça, nas páginas e capítulos a seguir, um pouco mais sobre as áreas prioritárias da parceria estratégica entre Brasil e Suécia, e o papel de nosso país no mundo.

Em 2014, a decisão do governo brasileiro de adquirir os caças suecos Gripen NG elevou os Brasilidade Sueca

07

Diálogo Político e Cooperação entre Organismos Multilaterais Brasil e Suécia conduzem diálogos políticos regulares, focados em questões bilaterais, mas também regionais e multilaterais. Os países têm um interesse de longa data em apoiar a paz e a segurança internacionais, por exemplo, em contribuições para as operações de manutenção de paz da ONU, e em fazer o sistema multilateral funcionar de maneira mais suave. Como um membro recente e não permanente do Conselho de Segurança da ONU (Suécia 2017-2018) e próximo membro desse importante órgão (Brasil 2020-2021), ambos os países contribuem de forma importante para o sistema de cooperação internacional.

Comércio e Investimento

Saiba mais na página 14.

Brasil e Suécia têm uma longa tradição de cooperação na esfera industrial, baseada em um desejo comum de transformar economias em modelos de desenvolvimento

08

Brasilidade Sueca

que promovam inovações e sustentabilidade. Graças, entre outras coisas, ao projeto Caça Gripen NG, há também um grande potencial de transferência de conhecimento, tecnologias e know-how. Como parte da parceria estratégica, os dois países conduzem regularmente diálogos comerciais, industriais, científicos e educacionais de alto nível, bem como diálogos de negócios. As Semanas de Inovação organizadas em cada país visam, por exemplo, reunir e apresentar as soluções mais recentes e atualizadas em oferta.

Defesa

Saiba mais na página 21.

Brasil e Suécia têm desde o ano 2000 acordos na área de defesa. A cooperação é baseada em parcerias industriais, transferência de tecnologia, formação e aprendizagem de interesses comuns e é liderada por seus respectivos Ministérios de Defesa. Ambos os países têm experiências avançadas em Aeronáutica e trabalham para aumentar o intercâmbio entre suas Forças Aéreas. Em 2014, após a escolha brasileira pelo Gripen NG como seu futuro caça de defesa nacional, os

dois países assinaram um novo acordo bilateral na área de defesa, substituindo o Memorando de Entendimento do ano 2000, elevando a parceria a um novo patamar.

Em 2015, um Grupo de Alto Nível (HLG, na sigla em inglês) sobre Aeronáutica foi criado com base na ambição compartilhada de ampliar ainda mais a cooperação bilateral na área e abrangendo tanto projetos civis quanto militares.

Ciência, Tecnologia e Inovação Saiba mais na página 22.

A cooperação em ciência, tecnologia e inovação entre o Brasil e a Suécia ocorre com base no Protocolo Adicional sobre Cooperação em Alta Tecnologia Industrial e Inovadora, assinado em 2009.

Destacam-se nesse âmbito as atividades de cooperação entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Agência Sueca de Inovação (VINNOVA, na sigla em sueco), e o Centro BrasilSuécia de Pesquisa e Inovação (CISB), com sede em São Bernardo do Campo (SP) e inaugurado em 2011, e que tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento de

setores tecnológicos de ponta de ambos os países mediante a identificação, desenvolvimento e apoio de projetos de pesquisa de alta tecnologia em distintas áreas do conhecimento. Suas principais áreas de atuação são a aeroespacial, defesa e cidades sustentáveis, com destaque para segurança pública, saneamento urbano e tratamento de resíduos sólidos.

Em 2016, inspirados pelos resultados bem sucedidos alcançados pelo Grupo de Alto Nível sobre Aeronáutica, Brasil e Suécia decidiram criar um Grupo Diretor de Inovação por Grupo de Trabalho em Alta Tecnologia Industrial Inovadora (SGI, na sigla em inglês) para estimular áreas de inovação fora da aeronáutica.

Bioeconomia

Saiba mais na página 26.

A cooperação em energia sustentável entre Brasil e Suécia baseia-se em um Memorando de Entendimento, assinado em 2007, com o objetivo de aumentar globalmente a cota de energia renovável através do desenvolvimento de políticas e pesquisa. Um resultado importante foi a colaboração entre a Vale

Soluções em Energia (VSE) e a Scania para desenvolver geradores de energia através do etanol. Outros resultados de destaque foram as parcerias da Scania com Itaipu Binacional e a Prefeitura de Franca em projetos de utilização de biogás gerado a partir do esgoto para abastecimento de ônibus.

Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável Saiba mais na página 28.

Brasil e Suécia têm desempenhado papel de liderança na cooperação internacional em questões ambientais e climáticas: a primeira Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano foi realizada em Estocolmo, em 1972 e, 20 anos depois, o Rio de Janeiro foi o anfitrião da Cúpula do Rio, onde foi assinada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima.

Em 2012, durante a Conferência Rio +20, os ministros do Meio Ambiente da Suécia e do Brasil iniciaram uma cooperação mais estreita que levou à assinatura de um acordo de cooperação

bilateral sobre proteção ambiental, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Há uma série de projetos ativos de cooperação entre agências ambientais suecas e brasileiras, em áreas tão diversas como gerenciamento de resíduos sólidos, prevenção de desperdício alimentar e combate à poluição por plástico nos mares.

Educação

Saiba mais na página 30.

Há uma troca viva e muita cooperação no setor educacional. O número de estudantes brasileiros que frequentam universidades suecas aumentou muito nos últimos anos, com base em um acordo de cooperação assinado em 2012 entre o Conselho Sueco de Ensino Superior (UHR, na sigla em sueco) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Há também uma cooperação dinâmica entre pesquisadores, financiada pela CAPES e STINT – Fundação Sueca para Cooperação Internacional em Pesquisa e Educação Superior.

Brasilidade Sueca

09

10

Brasilidade Sueca

SUÉCIA NO BRASIL Brasilidade Sueca

11

Era uma vez...

Oficialmente, as relações diplomáticas entre Suécia e Brasil foram estabelecidas em 05 de Janeiro de 1826, mas a longa e bem-sucedida relação bilateral entre os dois países começou antes mesmo da Independência Brasileira em 07 de Setembro de 1822.

M. Ericsson, e a relação estabelecida resultou na instalação, 15 anos depois, em 1891, do primeiro equipamento de telefone sueco no Brasil. A residência de Dom Pedro II na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, foi a primeira do país a ter um Ericsson original.

Em 1768, o cientista Daniel Solander, discípulo de Carl von Linné, foi o primeiro sueco conhecido a chegar ao Brasil. Já em 1809, uma equipe técnica sueca liderada por Carl Gustav Hedberg foi contratada pela Coroa Portuguesa para construir a primeira usina siderúrgica do Brasil, a Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema, na região de Sorocaba, em São Paulo. A instalação contava, entre outras tecnologias, com uma represa, a primeira no Brasil construída com a finalidade de aproveitamento de energia elétrica.

No entanto, a influência sueca no Brasil não se restringiu ao comércio e às relações diplomáticas, ela também começava a escrever seus capítulos na história da ciência do país. Em 1874, integrando a expedição comandada pelo naturalista Hjalmar Monsén, o botânico sueco Alberto Löfgren chegou ao Brasil e daqui nunca mais saiu.

Nas décadas seguintes, o fortalecimento da amizade transformou o Brasil em um dos quatro maiores importadores da Suécia e promoveu a primeira visita oficial de um chefe de estado brasileiro à Suécia: Dom Pedro II, em 1876. No mesmo ano, em visita aos Estados Unidos, o imperador brasileiro conheceu o sueco Lars Magnus Ericsson, fundador da primeira fábrica de telefones da Suécia, a Telefonaktiebolaget L.

Um dos pioneiros do conservacionismo brasileiro e responsável pela criação de algumas das primeiras áreas protegidas do país, Löfgren destaca-se pelo seu trabalho como membro da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo – o embrião da pesquisa científica no Estado – a partir de 1886; defensor e fundador do Museu Paulista, em 1885; e fundador e primeiro diretor do Horto Botânico da Cantareira, em 1896. Ainda hoje o local, chamado oficialmente de Parque Estadual Alberto Löfgren, é um exemplo vivo da importância das áreas verdes em ambientes urbanos.

Quem foi Carl von Linné Nascido em 1707, em Råshult, Carl von Linné foi um botânico, zoólogo e médico sueco, criador da nomenclatura binomial e da classificação científica, sendo por isso considerado o “pai da taxonomia moderna’. Um dos botânicos mais reconhecidos da sua época, foi um dos fundadores da Academia Real das Ciências da Suécia. Também participou do desenvolvimento da escala Celsius (então chamada centígrada) de temperatura, invertendo a escala que Anders Celsius havia proposto, passando o valor de 0° para o ponto de fusão da água e 100° para o ponto de ebulição.

12

Brasilidade Sueca

Imigração Os primeiros emigrantes suecos chegaram ao Brasil em 1889: com a viagem paga pelo Governo Brasileiro, que tinha uma forte demanda de mão de obra após a abolição da escravatura, estima-se que em torno de 10 mil deles imigraram para o país entre 1889 a 1911 em busca de melhores condições de vida.

imigrantes não resistiram às doenças tropicais e ao desafio de tentar cultivar uma terra profundamente diferente da sueca e poucos vestígios dessa história restam na região hoje em dia, como por exemplo nos cemitérios suecos em Porto Lucena, à beira do Rio Uruguai, e em Nova Roma do Sul, à beira do Rio das Antas.

Suecos e suecas povoaram principalmente as colônias e cidades de Caxias do Sul (1890), Santo Antônio da Patrulha (1891), Barão do Triunfo (1891), Guarani de Missões e Porto Lucena (1891), Erechim (1910), e Porto Alegre (1889) – todas no Rio Grande do Sul – mas muitos também optaram por buscar atividades nas plantações de café e no setor de transportes no Estado de São Paulo.

Outros traços da imigração sueca no Brasil podem ser encontrados nos sobrenomes Persson, Hedlund, Nilsson, Hansson, Johansson, Hagelin, Ulson e Hammarstron (os dois últimos nomes sofreram alterações no registro no cartório brasileiro); no Museu Sueco em Farroupilha; nas Igrejas da Missão de Örebro em Guarani das Missões e Porto Alegre – na primeira cidade existia até uma escola sueca; e no Centro Cultural Sueco e grupo de dança “Svenska Danser”, ambos de Ijuí (RS).

Na atual cidade de Guarani das Missões, no Rio Grande do Sul, o plano era fundar uma cidade chamada Nova Suécia. No entanto, muitos

??

Você Sabia?

A

amizade entre Suécia e Brasil também tem raízes nos laços entre as Famílias Reais dos dois países: Dona Amélia de Leuchtenberg, segunda esposa de D. Pedro I, era irmã da Rainha Josefina, consorte do Rei Oscar I da Suécia. A Rainha Sílvia, consorte do atual Rei Carl Gustav, é filha de mãe brasileira e pai alemão, passou parte da sua infância em São Paulo e vem com frequência ao país para acompanhar as atividades da Childhood Foundation, entidade filantrópica criada por sua iniciativa para ajudar crianças em situação de risco.

Além disso, em Riddarholmen, em Estocolmo, onde estão sepultados os soberanos e nobres suecos há placas memoriais para os Imperadores D. Pedro I e D. Pedro II, e o Presidente Epitácio Pessoa, condecorado com a Ordem do Seraphim, a mais alta da Suécia.

Brasilidade Sueca

13

Indústria e Intercâmbio Econômico O Brasil é, de longe, o principal destino das exportações suecas na América Latina. Máquinas são o grupo dos produtos suecos exportados com a maior frequência para o país, e recursos primários, como minerais e produtos agrícolas, são o tipo dos produtos mais importantes do portfólio brasileiro para a Suécia.

Empresas suecas multinacionais conhecidas como Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, SKF, ABB, SAAB, Tetra Pak, Atlas Copco e Sandvik; assim como muitas companhias pioneiras globais de serviços inovadores, como o Spotify, marcam presença no mercado brasileiro: o Brasil possui mais de 200 empresas relacionadas com a Suécia. São Paulo, sede da maior parte delas, é considerada por isso a segunda cidade industrial mais importante da Suécia, atrás apenas de Gotemburgo, casa de gigantes como a Volvo e SKF. As principais atividades das multinacionais da Suécia no Brasil estão nos setores de engenharia e automotivo, mas também os mercados de ciências da vida, comunicações e tecnologia da informação, mineração e consultoria são estratégicos para os negócios.

Quão importante é o Brasil para os negócios da sua empresa?

100

25% 80

Muito Importante

Importante

Pouco Importante

60

48% 40

20

27% 0

Pesquisa realizada em 2018 com 72 empresas suecas no Brasil, para avaliar o cenário de investimento no país, mostrou otimismo para os próximos anos. 45% das empresas suecas presentes no Brasil afirmaram pretender expandir seus negócios para regiões que ainda não atuam e 57% escolheram atuar no Brasil pelo tamanho do mercado.

Fonte: Swedish Business Climate in 2018

14

Brasilidade Sueca

??

Você Sabia?

No geral, empresas suecas têm reputação de serem inovadoras e com hierarquias horizontais, e são reconhecidas pela Responsabilidade Social Corporativa em suas operações.

Em 2019, quatro empresas da Suécia receberam destaque em estudo sobre as 100 Empresas Globais Mais Sustentáveis do Mundo. São elas: Ericsson (22ª), Electrolux (36ª), Nordea Bank (47ª) e AAK AB (75ª). Além disso, a Suécia também continua a ser um dos países menos corruptos do mundo, tendo ocupado em 2018 a 3ª posição no Índice de Percepção de Corrupção da Transparência Internacional.

As empresas suecas têm uma longa história de trabalho de Responsabilidade Social Corporativa e a Suécia é vista como pioneira no campo. O país permaneceu na liderança do ranking de Sustentabilidade da RobecoSAM em 2015 (2015 RobecoSAM Country

Sustainability Ranking), que classifica 60 países com base em 17 indicadores ambientais, sociais e de governança, tem como objetivo incentivar os investidores a fazer escolhas mais sustentáveis em seus investimentos.

O termo RSC, também conhecido como prática empresarial sustentável, é usado para descrever o trabalho que as empresas fazem que geram um impacto positivo na sociedade, no meio ambiente ou na economia. A Comissão Europeia define RSC como a “responsabilidade das empresas pelos seus impactos na sociedade”, mas seu escopo foi ampliado ao longo dos anos. Investigar a corrupção nas cadeias de suprimentos, esforços para reduzir as emissões de dióxido de carbono, promover equidade de oportunidades de desenvolvimento profissional e o envolvimento com as comunidades locais são exemplos de iniciativas de RSC. Brasilidade Sueca

15

HISTÓRIAS SUECAS DE SUCESSO NO BRASIL Electrolux Talvez você não saiba, mas provavelmente tem tecnologia sueca na sua cozinha ou área de serviço possui. Afinal, a Electrolux, uma empresa constantemente dedicada a desenvolver produtos inovadores e sustentáveis, e que atendam às necessidades dos consumidores, nasceu em Estocolmo, na Suécia, em 1919, e chegou ao Brasil em 1926. Por aqui, a Electrolux atende milhares de pessoas por dia, todos os dias do ano, na busca por compreender profundamente suas necessidades, desejos e serviços e assim ter um impacto maior e melhor na vida das pessoas. O país posssui a terceira maior operação do Grupo Electrolux em todo o mundo, sendo responsável por 60% dos resultados da América Latina.

Scania Fundada em 1891 como Maskinfabriks AB Scania na cidade de Malmö, a Scania decidiu abrir sua primeira fábrica fora da Suécia no Brasil. Foi em 1957.

Construída oficialmente como Scania-Vabis do Brasil Motores Diesel, produziu seu primeiro caminhão em 1958 em São Paulo, e transferida em 1962 da capital paulista para São Bernardo do Campo, onde encontrase até hoje. Em 2018, 60 anos depois do início de sua operação no país, a Scania investiu mais de 340 milhões de reais na abertura de sua fábrica de solda a laser, para produzir 19 modelos de cabine para a nova geração de caminhões da montadora. A nova linha de montagem incorpora características da indústria 4.0 e segue um processo inovador de soldagem do teto e das laterais do habitáculo do caminhão, aumentando a qualidade da vedação e resistência estrutural da cabine, eliminando riscos de infiltração e garantindo menos resistência ao ar, responsável pela redução do consumo de combustível. A nova instalação, com 13 mil m² e 75 robôs, terá capacidade para produzir até 25 mil cabines por ano.

16

Brasilidade Sueca

Tetra Pak

Volvo

Talvez o consumidor nem perceba, mas a caixinha de leite que faz parte do dia a dia de tantos brasileiros é resultado de um constante foco em inovação feito pela Tetra Pak. Fundada em 1951 em Lund, na Suécia, e operando desde 1957 no Brasil, a Tetra Pak tem sua história confundida com a da indústria alimentícia do país. Com forte investimento em pesquisa e desenvolvimento, a Tetra Pak não só mudou o hábito de consumo dos brasileiros, mas também alterou o varejo e o mercado como um todo. O leite, primeiro produto a ser envasado em uma embalagem cartonada em substituição ao saquinho de plástico, hoje divide espaço nas gôndolas com extrato de tomate, sucos e uma infinidade de categorias e marcas diferentes. O Brasil também tem papel fundamental na evolução da empresa e de sua política de sustentabilidade. Segundo mercado mundial da Tetra Pak, foi por aqui que a empresa desenvolveu a tecnologia de reciclagem Plasma, que separa o plástico e o alumínio após a retirada das camadas de papel das caixas.

Desde o início, a história da Volvo no Brasil é marcada pela inovação e tecnologia. A montadora, que chegou ao país no final dos anos 1970, é responsável pela criação do cinto de segurança de três pontos, uma das maiores contribuições ao setor automobilístico, e a primeira marca a aplicar Airbags nos modelos com o objetivo de aumentar a segurança para os passageiros.

Com unidades em Curitiba, no Paraná (produção de caminhões, ônibus e motores), e Pederneiras, em São Paulo (produção de de equipamentos de construção), a marca é amplamente reconhecida por suas inovações. Em seus mais de 40 anos de história na região, a Volvo foi pioneira em tecnologias como os ônibus biarticulados, controlados eletronicamente e caminhões conectados. Em 2018, a Volvo introduziu o SSA (Sistema de Segurança Ativa), um conjunto de tecnologias, incluindo um radar e uma câmera para identificar veículos e obstáculos à frente dos ônibus, e o ESP (Programa Eletrônico de Estabilidade), um dos mais modernos dispositivos de segurança veicular ativa, que reduz a possibilidade de derrapagem e de capotagem.

Brasilidade Sueca

17

Linha do Tempo dos Marcos das Relações Econômicas entre Suécia e Brasil 1915 | AGA (inventora dos faróis automáticos, hoje Linde) e SKF (inventora e líder mundial em rolamentos de esferas) entram no mercado brasileiro.

1800 | Exportação de madeira e ferro para o Brasil. Importação de café e cana de açúcar para a Suécia.

1850 | Brasil firma-se como um dos quatro principais importadores da Suécia.

1924 | Sociedade Ericsson do Brasil Ltda é fundada no Rio de Janeiro.

1891 | Ericsson instala, na Residência do Imperador Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, o primeiro telefone sueco no Brasil.

1926 | Electrolux entra no mercado brasileiro.

1892 | Telefonaktiebolaget L. M. Ericsson começa suas operações no Brasil.

1953 | Câmara de Comércio Sueco-Brasileira é estabelecida em São Paulo.

1912 | ABB fornece os equipamentos elétricos para um dos cartões postais do Rio de Janeiro e do Brasil: o Bondinho do Pão de Açúcar.

1908 | A companhia de navegação sueca Axel Johnson abre a Nordstjernan, uma linha direta com o Brasil.

1908 | Cimento sueco da ASEA (atual ABB) é usado na construção do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

1908 | Herman Theodor Lundgren inaugura a primeira loja da rede Pernambucanas no Brasil.

18

Brasilidade Sueca

1955 | Atlas Copco entra no mercado brasileiro.

1970| Volvo inaugura sua primeira fábrica no Brasil, em Curitiba, no Paraná.

1970s| Sandvik entra no mercado brasileiro.

1984 | Acordo sobre Cooperação Econômica, Industrial e Tecnológica é assinado e Comissão Mista Bilateral é criada durante Visita de Estado do Rei Carl XVI Gustav e Rainha Silvia ao Brasil.

1957 | Scania constroi sua primeira fábrica na cidade de São Bernardo do Campo, São Paulo.

1957 | Tetra Pak entra no mercado brasileiro apenas seis anos depois de sua fundação na Suécia.

2012 | Rei Carl XVI da Suécia e Primeiro-Ministro Fredrik Reinfeldt participam da Conferência Rio+20, no Rio de Janeiro.

2012 | Ericsson inaugura centro de desenvolvimento de tecnologias da informação no Parque Tecnológico de São José dos Campos.

2013 | Brasil anuncia Gripen NG como seu caça da próxima geração.

2009 | Em nova visita oficial à Suécia, Presidente Lula assina Plano de Ação da Parceria Estratégica, mecanismo que orienta a cooperação em comércio e investimentos, bioenergia, defesa, meio ambiente, ciência, tecnologia e inovação, educação e cultura.

2007 | Luis Inácio Lula da Silva faz a primeira visita oficial de um Chefe de Estado brasileiro à Suécia.

2014 | Brasil assina com a SAAB contrato para aquisição e produção de 36 caças Gripen NG.

2019 | Conferência Nórdica SEB dos CEOs reúne em São Paulo a maior delegação nórdica de empresários na América Latina.

2019 | Brasil e Suécia firmam Protocolo de emenda à Convenção para Evitar a Dupla Tributação em Matéria de Impostos sobre a Renda.

2017 | Em visita oficial, Rei Carl XVI da Suécia participa em São Paulo do Fórum de Líderes Empresariais Brasil-Suécia.

2015 | Stefan Löfven, Primeiro Ministro da Suécia, acompanha no Brasil a posse da então Presidente Dilma Rousseff.

2015 | Em visita oficial, Presidente Dilma Rousseff renova Parceria Estratégica Suécia-Brasil e visita fábrica da SAAB em Linköping para conhecer mais sobre a fabricação dos caças Gripen NG. 2015 | Mikael Damberg, Ministro Sueco de Comércio, Indústria e Inovação visita o Brasil e propõe novas parcerias estratégicas nas áreas de tecnologia industrial, inovação, pesquisa e desenvolvimento.

Brasilidade Sueca

19

20

Brasilidade Sueca

Cooperação em Defesa Brasil e Suécia assinaram em 2000 o memorando de entendimento na área de defesa que estabeleceu as bases para a cooperação estreita e frutífera que os países e suas Forças Armadas vem mantendo ao longo dos anos. O acordo incluiu cooperação no nível do Ministérios de Defesa, bem como no nível de Exército, Marinha e Aeronáutica, em que ambos os países vislumbraram potencial para projetos conjuntos.

Renovado em 2014, o documento regula um amplo conjunto de atividades bilaterais, incluindo diálogos políticos, reuniões entre os Comandantes das Forças, treinamento e educação, exercícios, e também iniciativas na área de pesquisa e desenvolvimento.

Gripen NG – parceria Brasileiro-Sueca em Pesquisa, Inovação e Alta Tecnologia Em 18 de dezembro de 2013, o Brasil anunciou o Gripen NG como seu caça da próxima geração. O contrato, assinado em 27 de outubro de 2014, entre a Saab e a Força Aérea Brasileira inclui o desenvolvimento e a produção de 36 caças Gripen NG, bem como cooperação industrial e transferência substancial de tecnologia da Suécia para o Brasil durante um período de dez anos.

Desde que o negócio foi anunciado, a Embraer tem desempenhado um papel de liderança e atuado como parceiro estratégico no programa de reequipamento e modernização da frota de aeronaves militares supersônicas da Força Aérea Brasileira – o programa F-X2. Como parte do plano de transferência de tecnologia, a indústria brasileira tem atuado ativamente no desenvolvimento do modelo biposto para

o Gripen NG. No final do programa, o caça desenvolvido em estreita cooperação entre suecos e brasileiros terá sua montagem transferida gradualmente para o Brasil.

A cooperação no Gripen estabeleceu uma nova relação de longo prazo entre Suécia e Brasil, uma parceria que tem funcionado como um catalisador para outras iniciativas bilaterais e tem tido desdobramentos positivos em outras áreas de cooperação, além da aeronáutica, como, por exemplo, mineração, produção de biomassa, energia, infraestrutura, transporte e tecnologias limpas. O projeto também tem funcionado como uma plataforma sólida para iniciar joint ventures na América do Sul no setor de defesa, mas também em outras áreas.

Brasilidade Sueca

21

Cooperação Ciência, Tecnologia e Inovação Há apenas um século, a Suécia estava entre as nações mais pobres da Europa. Hoje, apesar de sermos um país relativamente pequeno, somos líderes mundiais em inovação.

Existem diferentes rankings de classificação de países inovadores, cada um com seus parâmetros bem definidos, mas em todos a Suécia aparece nas primeiras colocações. Um deles é o “European Innovation Scoreboard”, que analisa a performance de países europeus. Desde 2010, a Suécia se sobressai nos itens recursos humanos e ambiente inovador amigável. Outra classificação importante é o “Global Innovation Index” (GII), que detalha a performance de 126 países e 96.3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Desde 2013, a Suécia classificase no Top 10 especialmente graças ao seu respeito pelas leis, investimentos em educação, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, propriedade intelectual, entre outros.

22

Brasilidade Sueca

Escritório de Ciência e Inovação – Science & Innovation Office (OSI) Desde 1945, o Governo Sueco possui um instrumento diplomático para melhorar a cooperação internacional na área de Ciência, Inovação e Ensino Superior: são os Escritórios de Ciência e Inovação (OSI, na sigla em inglês). Presentes em seis países estratégicos - Brasil, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia e Japão - cada OSI tem como objetivo ajudar a aumentar a cooperação entre seus dois países de trabalho e servir como ponto de contato para facilitar a comunicação entre empresas, estudantes e pesquisadores.

Financiados por diferentes ministérios suecos como de Empresas e Inovação, do Meio Ambiente e Energia, e de Educação, os Escritórios de Ciência e Inovação tem como função identificar a demanda por financiamento e colaborações dentro projetos que promovam inovação; identificar parceiros adequados, atores chave e ambientes estrategicamente importantes, facilitar colaborações e atuar como matchmakers. Além disso, eles atuam como representantes

de órgãos públicos em trabalhos relacionados a Memorando de Entendimento e acordos bilaterais.

Presente no Brasil desde 2011, o Escritório de Ciência e Inovação é responsável por acompanhar a cooperação entre os dois países. Em 2015, o OSI acompanhou o início do Grupo de Alto Nível (HLG, na sigla em inglês) sobre Aeronáutica e em 2016 ficou encarregado por ajudar a conduzir os trabalhos do Grupo Diretor de Inovação por Grupo de Trabalho em Alta Tecnologia Industrial Inovadora (SGI, na sigla em inglês). Para fortalecer o SGI, o Escritório realizou eventos nas áreas de bioeconomia e saúde além de participar de reuniões com parceiros brasileiros chave como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre outros.

A agenda bilateral do SGI baseia-se em áreas onde Suécia e Brasil identificam necessidades de desenvolvimento e cooperação, como Bioeconomia, Ciências da Vida, Tecnologia de Informação e Comunicação para Cidades Inteligentes, Mineração, Transportes, Startups e Parques Científicos.

Um dos importantes passos para facilitar a cooperação foi a criação em 2019 do Grupo de Trabalho dos Financiadores Suécia-Brasil. Graças a ele, a VINNOVA - Agência Sueca de Inovação, também representando o Formas (Conselho Sueco de Pesquisa para o Desenvolvimento Sustentável) e o VR (Conselho Sueco de Pesquisa), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Embrapii, Finep, SENAI, Fundação de Apoio à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) se reúnem a cada três meses para promover trocas de conhecimentos e preparar o lançamento de diversos editais nas áreas de cooperação em inovação nos próximos anos.

Brasilidade Sueca

23

10 inovações que você não sabia que eram suecas A Suécia é conhecida há muito tempo como um país que gera inovação – desde o termômetro de Anders Celsius em 1700 até o Skype em 2003.

Confira aqui dez inovações suecas que são utilizadas em todo o mundo.

1. Sistemas de identificação automática O inventor sueco Håkan Lans levou a tecnologia GPS um passo adiante ao criar sistemas de identificação automática (AIS – Automatic identification systems), agora amplamente utilizados na indústria naval para rastreamento de navios e tráfego de embarcações.

2. Chave de boca ajustável Presença obrigatório em muitas caixas de ferramentas, a chave inglesa é muito utilizada em projetos do tipo “faça você mesmo”. Enquanto a primeira versão dessa chave foi originalmente inventada em 1842 pelo engenheiro britânico Richard Clyburn, a chave ajustável de hoje, a “Chave Sueca”, é atribuída a Johan Petter Johansson, um inventor sueco que aprimorou o conceito original de Clyburn e o patenteou em 1891.

3. Melhor Abrigo Better Shelter é uma solução de abrigo de emergência em uma embalagem plana.

Oferece aos refugiados uma casa de 17,5 metros

24

Brasilidade Sueca

quadrados, à prova de intempéries e segurança, com fechaduras de portas e painéis solares. Ele foi projetado para durar pelo menos três anos e tem melhor isolamento que as tendas tradicionais de refugiados. Projetado para fornecer um produto sustentável e econômico que pode ser facilmente transportado e montado, milhares de unidades Better Shelter foram distribuídas para diversos países. O produto foi desenvolvido em parceria com o ACNUR e a Fundação IKEA.

4. Rastreador de HIV Uma adição recente à lista de invenções suecas é o rastreador de HIV: um dispositivo sensível usado para mapear e detectar a disseminação do HIV e outros vírus. Concebido pelo Doutor em Biotecnologia Martin Hedström e sua equipe na Universidade de Lund, o dispositivo pode detectar concentrações extremamente baixas de venenos, vírus ou outras substâncias em líquidos - o que também o torna potencialmente inestimável para combater o bioterrorismo.

5. Hövding capacete de bicicleta Pensando em grande parte da população que não utiliza capacete ao andar de bicicleta, a empresa sueca Hövding desenvolveu o equivalente de um airbag de um ciclista: um capacete “invisível” que infla dentro de 0,1 segundo e protege a cabeça antes do impacto.

Este “capacete” é usado ao redor do pescoço como um colarinho que combina com roupas. Ele conta com sensores que detectam qualquer padrão errático nos movimentos do ciclista e aciona o airbag imediatamente quando sentem um acidente.

6. Marcapasso Em 1958, a Rune Elmqvist desenvolveu um marcapasso artificial acionado por bateria, que foi usado para a primeira operação de marcapasso feita pelo cirurgião Åke Senning no Hospital Universitário Karolinska, em Estocolmo. O marcapasso é colocado sob a pele do paciente cardíaco e os pulsos elétricos gerados

garantem que os músculos se expandam e contraiam normalmente, regulando o coração.

7. Embalagem longa-vida Graças ao revolucionário sistema de embalagem baseado em papel chamado TetraPak, agora podemos levar o leite para casa da mercearia em caixas de papelão, em vez de garrafas de vidro. Criado em 1946 por Erik Wallenberg e produzido por Ruben Rausing, a tecnologia da Tetra Pak é usada para armazenar e distribuir líquidos, semilíquidos e laticínios.

8. Cinto de segurança de três pontos Talvez uma das inovações mais importantes, o cinto de segurança de três pontos salva uma vida a cada 6 minutos no mundo.

Desenvolvido pelo inventor e engenheiro de segurança sueco Nils Bohlin em 1959 para a Volvo, foi projetado com uma forma em Y para espalhar energia em um corpo em movimento durante um acidente.

9. Ultrassom do coração A ultrassonografia é tão essencial aos cuidados de saúde hoje que lembrar uma época em que ela não existia é difícil. Juntamente com o pesquisador alemão Carl Hellmuth Hertz, o médico sueco Inge Edler inventou os eletrocardiogramas modernos - um ultrassom Doppler do coração - que são essenciais para monitorar a saúde cardiovascular.

Esta invenção rendeu tanto a Hertz quanto a Edler, o cobiçado Prêmio de Pesquisa Médica Clínica Albert Lasker em 1977.

10. Zíper O zíper moderno como o conhecemos foi aprimorado e desenvolvido pelo inventor sueco-americano Gideon Sundbäck a partir de um modelo anterior menos eficaz em 1913. A versão recém-redesenhada de Sundbäck, chamada de “fecho separável”, foi patenteada em 1917 e apresenta dentes entrelaçados e um controle deslizante à parte.

Brasilidade Sueca

25

Cooperação em Bioeconomia A bioeconomia pode ser definida como economia sustentável, que reúne todos os setores da economia que utilizam recursos biológicos (seres vivos). O setor destina-se a oferecer soluções coerentes, eficazes e concretas para os grandes desafios sociais, como a crise econômica, as mudanças climáticas, substituição de recursos fósseis, segurança alimentar e saúde da população.

A bioeconomia está presente, por exemplo, no manejo de florestas, culturas e microrganismos para produzir soluções inteligentes para o clima nas áreas de alimentos, materiais e energia, criando um ciclo sustentável.

Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), a bioeconomia movimenta no mercado mundial cerca de 2 trilhões de Euros e gera cerca de 22 milhões de empregos.

Na Suécia, o assunto não é novo: a floresta sempre foi uma importante origem de matéria-prima para a indústria. Já em 1870, o país tornou-se o maior exportador mundial de madeira serrada. Isto provocou um forte progresso no setor de papel e celulose, mas também permitiu um grande avanço no desenvolvimento de novos materiais. Hoje em dia, existe uma visão governamental de que a Suécia deveria ser uma bioeconomia em 2050.

Devido à sua importância, esta área é essencial para a cooperação bilateral em inovação: a bioeconomia é dependente de pesquisa em biociências, tecnologias de informação, robótica e materiais, visando transformar o conhecimento e novas tecnologias em inovação para indústria e sociedade.

26

Brasilidade Sueca

O biocombustível gerado a partir do esgoto Atuando no Brasil há mais de 50 anos, a montadora Scania tem contribuído de forma efetiva para a história do transporte brasileiro.

Além de ter se consolidado como uma das principais subsidiárias do Grupo em todo mundo, a Scania tem incentivado o maior uso de biocombustíveis no país, como o biogás.

Em 2014, a empresa colocou em circulação no Brasil o primeiro ônibus a biometano da história da indústria de veículos comerciais. A iniciativa foi resultado de uma parceria com Itaipu Binacional, o Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás (CIBiogás-ER), Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) e Granja Haacke, de Santa Helena, no Paraná, responsável pelo fornecimento de dejetos de aves poedeiras, a matéria-prima para produção do combustível.

Em 2018, como parte de uma iniciativa da Embaixada da Suécia e o Business Sweden para

fomentar as discussões sobre o potencial do mercado do biogás no Brasil, a cidade paulista de Franca também demonstrou o biometano produzido por uma estação de tratamento de esgoto para abastecer um ônibus urbano.

No mesmo ano, durante as Semanas de Inovação Suécia-Brasil, a cidade de Fortaleza, no Ceará, começou a discutir como implementar uma logística sustentável para seu transporte urbano. A experiência seria semelhante à de Franca, a partir da geração de biogás a partir de lixo, esgoto e resíduos da agricultura.

Tecnologia foi desenvolvida na Suécia e, segundo a Scania do Brasil, em comparação a um veículo similar abastecido a diesel, o ônibus apresentado emite 90% menos gases poluentes se abastecido com biometano e 70% menos se estiver com GNV (Gás Natural Veicular).

??

Você Sabia?

O biometano é utilizado desde 1989 para abastecer a frota de ônibus urbano da Suécia. O combustível é a purificação do biogás gerado a partir de dejetos e leva esse nome devido à alta concentração de metano. No entanto, pelo fato de sua matériaprima ser de origem orgânica e não fóssil tem mínima emissão de gases poluentes.

Brasilidade Sueca

27

Cooperação em Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável A Suécia é líder global em sistemas de gestão de resíduos: menos de 1% do lixo doméstico é classificado como resíduo para aterro. O restante é reutilizado, reciclado ou compostado. A situação era muito diferente há algumas décadas: em 1975, apenas 38% dos resíduos domésticos eram reciclados, o que significa que a Suécia passou por uma revolução de reciclagem nas últimas décadas.

No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada em 2010 para exigir dos setores públicos e privados a transparência no gerenciamento de seus resíduos, está em fase de implementação, e uma série de sistemas de logística reversa estão sendo formulados.

28

Brasilidade Sueca

Em busca de solução para o problema do lixo A Agência Sueca de Proteção Ambiental (SEPA, na sigla em inglês) tem várias iniciativas com o Brasil principalmente nas áreas de gerenciamento de resíduos e também de dados ambientais.

Desde 2013 a SEPA trabalha ativamente com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros parceiros privados, acadêmicos e municipais. Esta colaboração é baseada em um Memorando de Entendimento (MOU) assinado em 2013 entre os MMA do Brasil e da Suécia.

Estão sendo realizadas iniciativas em três grandes áreas: planejamento da gestão de

resíduos sólidos com treinamentos para gestores municipais, prevenção de desperdício alimentar e iniciativas para combater o lixo marinho por meio de projetos pilotos em Santos, São Paulo, e São Luís, Maranhão.

Outra Agência importante, o Instituto Meteorológico e Hidrológico Sueco (SMHI) colabora com o Estado do Paraná e diversas universidades em projeto que, desde 2015, tem como foco monitorar as partículas de carbono e a qualidade do ar. Além disto, em 2017 a Agência Sueca de Produtos Químicos desenvolveu um plano de cooperação com o Brasil. Para isso foram organizados workshops de gerenciamento de risco nas áreas de química e pesticida.

Brasilidade Sueca

29

Cooperação em Educação A primeira universidade na Suécia, a Uppsala universitet, foi fundada em 1477, enquanto o ensino fundamental universal e compulsório foi introduzido em 1842. Atualmente, a Suécia gasta mais de 1,5% de seu PIB em educação superior e 3,3% de seu PIB em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

O país possui mais de 30 instituições de ensino superior, desde universidades de pesquisa abrangentes até instituições especializadas e provedoras de cursos particulares, oferecendo cursos completos todos os anos, em inglês, nos níveis de graduação e mestrado, com mais de 1.000 programas em quase todas as áreas de conhecimento.

Com ênfase em estudos independentes, a Suécia está classificada entre os líderes mundiais de educação superior. O modelo de ensino aplicado em universidades e faculdades suecas baseiase no lema “liberdade com responsabilidade”.

Isso significa que os alunos passam mais tempo seguindo seus estudos por conta própria ou em grupos e menos tempo que o habitual sendo orientados por um professor ou professora. Esse ambiente informal e com mentalidade aberta, que estimula o pensamento crítico e a resolução criativa de problemas, tem ajudado a transformar as instituições de ensino superior da Suécia em hubs de inovação e centros de pesquisa de ponta em áreas como medicina, nanotecnologia, telecomunicações e tecnologia ambiental.

30

Brasilidade Sueca

??

Você Sabia?

As universidades suecas têm alta classificação internacional: duas das mais antigas do país, a de Uppsala e a de Lund, estão entre as 100 melhores do mundo.

Em 2019, 11 universidades suecas destacaram-se nas listas de classificação global do Times Higher Education, Ranking Mundial Acadêmico de Universidades e QS. Confira abaixo as instituições suecas que entraram para o Ranking 2019 das 200 Melhores do Mundo do Times Higher Education: 1 | Karolinska Institute (40ª) 2 | Uppsala University (87ª) 3 | Lund University (98ª) 4 | Stockholm University (153ª) 5 | KTH – Royal Institute of Technology (187ª)

Sweden Alumni Network Brazil: a rede de ex-alunos e ex-alunas de Universidades da Suécia no Brasil Universidades suecas e brasileiras têm tradição de parcerias de intercâmbio para estudantes e pesquisadores e oferecem várias oportunidades para brasileiros e brasileiras na Suécia. Os projetos variam de ciências da vida, engenharia e nanotecnologia, ao desenvolvimento sustentável, educação inclusiva, gênero e etnia.

Todos os anos, durante o Study in Sweden Roadshow, promovido pelo Instituto Sueco

em diversas cidades do Brasil, estudantes brasileiros também têm a chance de aprender mais sobre as universidades suecas, seus cursos e possíveis bolsas de estudos de graduação e pós-graduação.

O resultado desse forte vínculo acadêmico foi a criação da Sweden Alumni Network Brazil.

A rede de ex-alunos e ex-alunas fundada em 2018 reúne estudantes egressos de universidades suecas para trocar experiências, apresentar projetos, organizar eventos e seguir promovendo a excelência da educação superior da Suécia no Brasil.

Brasilidade Sueca

31

A experiência de quem já estudou na Suécia “A qualidade das instituições de ensino superior suecas é fantástica, mas a integração das universidades com os setores público e privado foi uma das principais razões que me levou para a Suécia. No Karolinska Institutet, onde estudei e onde fica o Comitê de Seleção do Prêmio Nobel de Medicina, essa integração me ajudou a aprender mais sobre como trabalhar com políticas governamentais e a como inovar e empreender no setor privado.

Gustavo Silveira Dantas Karolinska Institutet

Minha dica para quem quer estudar na Suécia é: pesquise cursos, conheça os pré-requisitos necessários e procure oportunidades de bolsas em diversas fontes, porque nãoeuropeus devem pagar taxas muito altas nas universidades, além de ter que se manter no país. A língua sueca não é obrigatória para estudar a maioria dos cursos ou para morar, o inglês é suficiente. Mas quando estiver lá aprender um pouco do idioma ajuda no dia a dia e é mais fácil do que parece.”

“Escolhi estudar na Suécia por dois simples motivos: pela excelência das universidades e pela cultura sueca. Uma das melhores coisas da minha experiência em Estocolmo foi poder usufruir da infraestrutura e do relacionamento próximo entre alunos e professores no Karolinska Institutet.

Também adorei o ambiente internacional do Instituto: conhecer outros estudantes estrangeiros e aprender mais sobre a cultura e o cotidiano de pessoas de outros países me ajudou muito a amadurecer e ter maior empatia com outras pessoas.

Giovana L. de Castro Karolinska Institutet

32

Brasilidade Sueca

Se eu pudesse dar uma dica para futuros estudantes seria: aprenda um pouco de sueco e não fique rodeado apenas de brasileiros. Isso vai te ajudar a não ficar acomodado, a correr riscos, a fazer networking, a usar seu inglês e a conhecer pessoas tão maravilhosamente diferentes de nossa cultura brasileira!“

Brasilidade Sueca

33

Team Sweden Brazil: quem somos nós?

Team Sweden é o nome dado ao conjunto das organizações suecas envolvidas na promoção da Suécia e do intercâmbio frutífero com outros países. O Brasil é um país importante para a Suécia e vários atores estão ativamente envolvidos na promoção de intercâmbio cultural, econômico ou acadêmico entre as duas nações. Todas as organizações têm diferentes funções a cumprir, mas geralmente organizam atividades conjuntas e mantêm contato próximo. As seguintes organizações Team Sweden estão permanentemente presentes no Brasil.

34

Brasilidade Sueca

Embaixada da Suécia A Embaixada representa a Suécia em todo tipo de assunto em um país. No Brasil, uma das principais prioridades da Missão Diplomática é promover os interesses econômicos da Suécia, impulsionar o acesso ao mercado e fortalecer nossas relações bilaterais nas áreas de comércio, investimentos, inovação e negócios sustentáveis. Entre muitas outras atividades, a Embaixada coordena as Semanas da Inovação, um grande projeto anual com dezenas de eventos para promover intercâmbio em inovação e áreas estratégicas, organizado conjuntamente pelo Team Sweden Brazil. A Embaixada também apoia processos bilaterais para fechar acordos nas áreas como dupla tributação, educação e seguros sociais.

Business Sweden A Suécia tem sido, há muito tempo, um país altamente dependente de exportações e, como parte da estratégia para sustentá-lo, foi criada em 2013, a partir da fusão do Conselho de Negócios Sueco e Invista Suécia, a Business Sweden, uma agência do Governo Sueco para auxiliar empresas suecas que desejam expandirse internacionalmente. Com escritórios em 60 países e equipes de consultores suecos e locais, a organização fornece conhecimentos sobre mercados, idiomas e culturas de negócios, bem como acesso à redes e relevantes experiências práticas em internacionalização. No Brasil, a Business Sweden tem um escritório em São Paulo que, além de produzir informações sobre negócios no Brasil, também oferece consultoria, principalmente para pequenas e médias empresas suecas que desejam se estabelecer no país.

Swedcham Brasil A Swedcham Brasil, ou Câmara de Comércio Sueco-Brasileira, representa os interesses comerciais sueco-brasileiros no Brasil e na Suécia, além de manter estreito relacionamento com departamentos do governo sueco em todos os níveis. A Swedcham Brasil também é associada à Câmara Europeia, que congrega todas as Câmaras de Comércio europeias estabelecidas em São Paulo. Fundada em 1953, é mantida exclusivamente por contribuições dos associados e fundos oriundos de uma série de atividades organizadas e realizadas pela Câmara. Oferece a seus associados e à indústria apoio valioso por meio de sua influência, convívio e particularidade de conhecimento das relações políticas e socioeconômicas Brasil-Suécia. Seus associados desfrutam de infraestrutura moderna e adequada, rede de contatos e negócios, bem como atividades desenvolvidas exclusivamente para aprimorar e apoiar os mercados brasileiro e sueco.

Consulados A Suécia possui dois Consulados Gerais (Rio de Janeiro e São Paulo) e cinco Consulados Honorários (Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus, Recife e Salvador) no Brasil. Os consulados apoiam os cidadãos suecos em situações de emergência e representam a Embaixada e, portanto, a Suécia regionalmente. As atividades dos consulados variam de região para região, mas, tipicamente, atividades importantes para os consulados incluem a promoção de relações culturais e econômicas bilaterais e o engajamento ativo para eliminar as barreiras comerciais.

CISB O CISB, Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro, é uma associação privada sem fins lucrativos, que atua, desde 2011, como um hub internacional para promover o diálogo e oferecer um ambiente propício de colaboração entre Suécia e Brasil. O principal objetivo do Centro é identificar e apoiar iniciativas de desenvolvimento de projetos que envolvam tecnologias avançadas para entregar soluções a uma série de setores da indústria, impactando positivamente a sociedade como um todo.

Brasilidade Sueca

35

36

Brasilidade Sueca

SUÉCIA NO MUNDO Brasilidade Sueca

37

38

Brasilidade Sueca

Made in Sweden Talvez você não saiba, mas tem muito mais da Suécia no seu dia do que você pode imaginar.

Do fósforo ao cinto se segurança de 3 pontos, passando pelo Skype, músicas à forma como você consome música, ideias, inovações e produtos Made in Sweden fazem parte do dia a dia de bilhões de pessoas. Nesta seção você vai conhecer um pouco mais sobre o que faz da Suécia uma das líderes em tendências mundiais.

CASA E MODA A Suécia é reconhecida internacionalmente por incorporar as melhores características do design escandinavo. Esse estilo – muitas vezes denominado minimalista – foi desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial, com linhas limpas, simples e forte ênfase na funcionalidade.

Os designers suecos estão se concentrando cada vez mais no desenvolvimento sustentável. Isso não só agrega valor aos seus produtos, mas também impulsiona sua competitividade internacional, já que boas soluções de design podem contribuir para o meio ambiente.

IKEA: a gigante sueca O mobiliário sueco é, para muitos, sinônimo de IKEA. A empresa, fundada em 1943 por Ingvar Kamprad revolucionou o mercado de móveis. Seu conceito-chave – de que qualquer pessoa deveria ser capaz de poder pagar por e montar móveis estilosos – segure mais forte do que nunca. Até agosto de 2018, a gigante sueca contabilizava 422 lojas IKEA em mais de 50 países.

H&M: uma conquistadora do mundo A Hennes & Mauritz, ou H&M, é frequentemente vista como o símbolo da moda sueca. Fundada por Erling Persson em 1947, é uma das maiores redes varejistas do mundo com uma cadeia de mais de 4 mil lojas em 71 países e mais de 177 mil funcionários (dados de 2018).

A empresa também se tornou algo como um terreno fértil para jovens estilistas: vários dos nomes suecos mais badalados da atualidade trabalharam para H&M em algum momento. Nas últimas décadas, a H&M trabalhou em colaboração com designers mundialmente famosos como Karl Lagerfeld (2004), Stella McCartney (2005), Jimmy Choo (2009), Versace (2011), Isabel Marant (2013), Alexander Wang (2014), Balmain (2015), Kenzo (2016), Erdem (2017) e Moschino (2018). A empresa também já lançou coleções em parceria com Beyoncé, Madonna e Kylie Minogue.

Brasilidade Sueca

39

Cinema e TV Ingmar Bergman é, sem dúvida, o diretor sueco mais importante de todos os tempos e o grande nome da sétima arte da Suécia no mundo. Entre seus filmes mais inesquecíveis estão “Fanny e Alexander”, “O Sétimo Selo” e “Morangos Silvestres”. No entanto, a dramaturgia sueca possui outros grandes artistas deixando sua marca por trás e na frente das câmeras e levando o nome da Suécia para o mundo. Confira!

Alicia Vikander: vencedora do Oscar 2016 de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme transgênero “A Garota Dinamarquesa”. No entanto, o sucesso chegou com força total para a atriz de Gotemburgo um pouco antes, com o aclamado thriller psicológico britânico “Ex Machina”.

Família Skarsgård: não é só o nome Bergman que carrega o cinema no sangue na Suécia.

A família Skarsgård também possui diversos representantes com sucesso internacional nas telonas e telinhas: Stellan Skarsgård (Os Vingadores, Piratas do Caribe, Mamma Mia!, Chernobyl), Alexander Skarsgård (True Blod, Big Little Lies, A Lenda do Tarzan), Gustaf Skarsgård (Vikings, Westworld) e Bill Skarsgård (It – A Coisa, Deadpool 2).

Lasse Hallström: iniciou sua carreira dirigindo vídeos musicais do ABBA. Depois disso, trilhou uma carreira internacional de sucesso como diretor em Hollywood, com filmes como “Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador”, “Chocolate”, “Querido John”, “ Minha Vida de Cachorro” e “Regras da Vida”, esses dois últimos que lhe valeram indicações ao Oscar na categoria de Melhor Diretor em 1988 e 2000, respectivamente.

Areia Movediça: em 2019 a plataforma de streaming Netflix adicionou ao seu catálogo sua primeira produção original da Suécia. A série, que retrata um drama policial baseado no bestseller de mesmo nome da escritora sueca Malin 40

Brasilidade Sueca

Persson Giolito, ganhou o público ao aproximar o telespectador de uma história que envolve suspense, crime e saúde mental e quebra preconceitos construídos ao longo da trama.

Chernobyl: também em 2019, Chernobyl, minissérie da HBO que arrancou aplausos da crítica e do público, contou com DNA sueco em sua produção e elenco. Entre os principais nomes destacaram-se Johan Renck na direção, Stellan Skarsgård como Boris Shcherbina, David Dencik como Mikhail Gorbatchov, Adam Lundgren como Vyacheslav Brazhnik e Fares Fares como Bacho.

Filmes Suecos Para Ver Antes de Morrer • O Sétimo Selo (Ingmar Bergman, 1957) • Morangos Silvestres (Ingmar Bergman, 1957) • Persona (Ingmar Bergman, 1966) • Sonata de Outono (Ingmar Bergman, 1978) • Fanny & Alexander (Ingmar Bergman, 1982) • Minha Vida de Cachorro (Lasse Hallström, 1985) • Canções do Segundo Andar (Roy Andersson, 2000) • O Centenário Que Fugiu Pela Janela e Desapareceu (Felix Herngren, 2013) • Um Pombo Pousou num Galho Refletindo sobre a Existência (Roy Andersson, 2014) • Trilogia Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres (Niels Arden Oplev, 2009) A Menina Que Brincava Com Fogo (Daniel Alfredson, 2009) A Rainha do Castelo de Ar (Daniel Alfredson, 2009)

Brasilidade Sueca

41

Literatura O sueco é um dos dez idiomas mais traduzidos no mundo no que diz respeito a obras de ficção. Entre 2006 e 2010, mais de 3.300 títulos foram traduzidos para outras línguas. Autores e autoras suecos têm uma longa tradição de serem bons contistas e escritores como August Strindberg, Willhelm Moberg, Selma Lagerlöf e Astrid Lindgren deixaram uma marca indelével no mundo.

Na Suécia, a lista de agentes literários que trabalham principalmente para vender direitos nos mercados estrangeiros tem crescido consideravelmente desde 1990.

Hoje, a literatura sueca é traduzida para cerca de 50 idiomas e a metade dos livros traduzidos pertence ao gênero “Noir Nórdico”, também conhecido como Literatura Policial Escandinava, baseada na avaliação crítica da sociedade contemporânea.

Uma das melhores ilustrações do fenômeno do gênero policial na Suécia é a trilogia Millenium. A série de Stieg Larsson foi sensação instantânea em todo o mundo e chegou ao topo das listas de best-sellers em 42

Brasilidade Sueca

muitos países. Além disso, foi filmada três vezes: uma pela Suécia e duas por Hollywood.

Contudo, antes mesmo do gênero policial assumir destaque, os romances suecos já eram populares internacionalmente. Autores amplamente traduzidos, como Kerstin Ekman, Marianne Fredriksson e P.O. Enquist, tiveram considerável sucesso nas décadas de 1980 e 1990. Em seu auge, o romance Anna, Hanna e Joana, de Frederiksson, foi o quarto livro mais vendido do mundo.

A Suécia também tem destaque na literatura infantil moderna. No país, ela surgiu em meados da década de 1940, quando a sociedade começou a entender que as crianças tinham necessidades especiais. A grande pioneira do gênero foi Astrid Lindgren. Seu primeiro livro, Píppi Meialonga, publicado em 1945, tornou a literatura infantil sueca famosa em todo o mundo. Seus livros, amados tanto por crianças como por adultos, seguem alguns do mais populares nas bibliotecas, mesmo mais de 70 anos após seu lançamento.

??

Você Sabia?

A Suécia possui uma sólida cultura de bibliotecas, com cerca de 1300 delas espalhadas por todo o país.

Impressionantes 98% da população já visitaram uma biblioteca em algum momento da sua vida. Em um dia normal, um cidadão ou cidadã sueca passa 21 minutos lendo um livro, 31 minutos lendo um jornal ou revista, e 68 minutos navegando na internet.

Livros Suecos Para Ler Antes de Morrer • A Bruxa de Abril (1997), de Majgull Axelsson • O Jogo Sério (1912), de Hjalmar Söderberg • A Saga de Gösta Berling (1891), Selma Lagerlöf • O Centenário Que Fugiu Pela Janela e Desapareceu (2009), de Jonas Jonasson • Gente de Hemsö (1887), de August Strindberg • Deixa Ela Entrar (2004), de Johan Ajvide Lindqvist • As Visões de Simão (1985), de Marianne Fredriksson • Agora Quero Te Cantar Canções Suaves (2006), de Linda Olsson • A Estrada (1948), de Harry Martinson • Música Popular de Vittula (2000), de Mikael Niemi Brasilidade Sueca

43

Música A Suécia pode ser um pequeno país em população, mas é o terceiro maior exportador de música do mundo, atrás apenas do Estados Unidos e do Reino Unido, e o maior, em termos de exportações per capita, com vendas internacionais que vêm crescendo sem parar desde o início dos anos 1990.

De ABBA à Zara Larsson, passando por Avicii, Roxette, Robyn e The Cardigans, há sempre pelo menos um artista ou banda sueca no topo das paradas de sucesso.

Uma das razões para o sucesso da indústria 44

Brasilidade Sueca

fonográfica sueca é o fato de que a maioria das crianças suecas é criada no universo das escolas de música municipais que - embora não obrigatórias - foram imensamente populares na Suécia durante os anos 1970 e 1980, e ainda o são. Nelas as crianças podem experimentar com diferentes instrumentos musicais e aprender teoria musical na escola, praticamente sem custos adicionais para seus pais.

Além disso, produtores musicais, compositores e artistas recebem todos os anos generosos incentivos para apoiar sua arte e o

milagre da música sueca.

Por falar em produção, os criadores por trás de muitas músicas populares que lideraram e lideram as paradas de sucesso são suecos. Compositores e produtores suecos como Max Martin, RedOne e Shellback são responsáveis por sucessos interpretados por artistas internacionais como Taylor Swift, Katy Perry, Nicki Minaj, Jennifer Lopez, Pink, Britney Spears, Usher, One Direction, Pitbull, Backstreet Boys e Lady Gaga, apenas para citar alguns.

Spotify® O Spotify nasceu na Suécia. Considerado o principal serviço de streaming de música do mundo, com 87 milhões de assinantes pagos ao redor do globo*, o aplicativo foi criado em 2008 por Daniel EK e Martin Lorentzon. Além de transformar a forma de consumir música, consolidando o streaming, estabeleceu um modelo de negócios com uma resposta plausível para a problema da pirataria. *marca alcançada em 2018.

Top 5 de Maiores Vendagens de Bandas e Músicos da Suécia*: ABBA | mais de 300 milhões Roxette | mais de 70 milhões Ace of Base | mais de 50 milhões Europe | mais de 20 milhões The Cardigans | mais de 15 milhões * vendas de álbums e singles combinados pelo mundo

Oscar® e Música Em 2019, o compositor Ludwig Göransson se tornou o primeiro sueco a ganhar um Oscar de Melhor Trilha Sonora (Pantera Negra, 2018).

Göransson, que é formado pelo Royal College of Music, em Estocolmo, começou a trabalhar em projetos de curtas e de programas televisão enquanto estudava na University of Southern California. Seu primeiro grande sucesso foi com a série Community (2009–2015), onde conheceu o ator e músico Donald Glover, também conhecido como Childish Gambino.

Em 2019, Göransson também ganhou três prêmios Grammy, um por Pantera Negra e dois por seu trabalho com Glover na faixa This is America.

Brasilidade Sueca

45

Suécia Responsável A Suécia e os direitos humanos têm uma longa história. Em 1766, o país tornou-se o primeiro a promover a liberdade de imprensa e em 1918 um dos primeiros a instituir o direito ao voto para as mulheres. Hoje, os direitos humanos são fundamentais para ambas a política interna e externa sueca, que trabalha para atingir a igualdade de oportunidades e uma vida digna para todos.

Nesta seção você vai conhecer um pouco mais sobre os fatos e conquistas que fazem da Suécia um dos países mais avançados e socialmente responsáveis do mundo.

Feminismo Desde 2014, o Governo da Suécia se declara feminista.

Ser um governo feminista significa tratar a questão da igualdade de gênero, uma das pedras angulares da sociedade sueca moderna, em todos os aspectos da política e das decisões que afetam a sociedade. O objetivo das políticas de igualdade de gênero da Suécia é garantir que todos tenham as mesmas oportunidades, direitos e obrigações em todas as áreas da vida, e possam viver sem medo de abuso ou violência.

A diplomacia sueca também usa todos os seus mecanismos para promover o feminismo em todo o planeta e desde 2015 desenvolve e promove uma política externa feminista. Seu objetivo é “combater a discriminação contra a mulher e contribuir para a paz e o desenvolvimento”. O fortalecimento da mulher é um passo na direção de uma sociedade mais sustentável, uma vez que a subordinação da mulher e a violência contra ela constituem ameaças à paz e à segurança no mundo.

Mais recentemente, o governo sueco anunciou sua intenção de também promover uma política de negócios feminista, para contribuir com o desenvolvimento econômico de mulheres e homens em igual medida.

A proposta também incluiria um foco na igualdade de gênero em questões de padronização e simplificação do comércio na União Europeia no setor dos serviços, que emprega mais mulheres que homens, a fim de criar mais empregos e oportunidades de exportação.

46

Brasilidade Sueca

Você Sabia?

A Suécia é um dos países com a maior representação feminina no Parlamento e no Governo. Depois de ter sido debatida durante as eleições de 1994, uma política denominada “varannan damernas” foi adotada, segundo a qual para cada candidato (homem) deveria haver uma candidata (mulher). Logo essa cota informal e voluntária foi seguida pelos ministros no Governo. Hoje, há uma representação quase igualitária entre homens e mulheres, ao contrário de 35 anos atrás, quando as mulheres representavam apenas 15% dos membros do Parlamento.

Estado de Direito = #DriveForDemocracy* Depois de uma das mais devastadoras guerras que afetaram a humanidade, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada em 10 de dezembro de 1948. Ela estabeleceu o valor igual de todas as pessoas e identificou três fundamentos de liberdade, justiça e paz no mundo: Direitos Humanos, Democracia e Estado de Direito.

Para o Governo da Suécia, o Estado de Direito é fundamental para a democracia, a boa governança, o desenvolvimento e a igualdade de gênero, e também para a salvaguarda dos direitos humanos, a não discriminação e o acesso à justiça. Ele também traz benefícios para a sociedade de várias maneiras, incluindo um amplo e ativo envolvimento político e uma discussão vital sobre desafios sociais comuns.

A democracia e o Estado de Direito são especialmente essenciais no combate à corrupção. Mas a corrupção, que desafia a segurança humana e é uma causa de crime transnacional, também se infiltra e prejudica o Estado de Direito, trazendo sérias consequências para a democracia. Por isso, a Suécia tem trabalhado em normas, instituições e métodos para combater a corrupção e fortalecer o Estado de Direito pelo mundo.

A Suécia também promove os princípios dos direitos humanos e do estado de direito através de organizações como a ONU, o Conselho da Europa, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa e em conversações com outros países. *#MotorDaDemocracia

Brasilidade Sueca

47

Direitos das Crianças Em 1979, a Suécia se tornou a primeira nação do mundo a proibir todo castigo físico a crianças, tanto em casa como na escola. O que foi amplamente visto como uma iniciativa radical na década de 1970, hoje é adotada por mais de 50 países, seja oficialmente ou não.

A Suécia também foi uma das primeiras nações a ratificar, em 1990, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança. Três anos depois, o país estabeleceu o Ombudsman de Justiça para Crianças (Barnombudsmannen), uma agência governamental encarregada exclusivamente de representar os direitos e interesses das crianças e adolescentes.

Em 1996, a Suécia organizou, junto com o UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância, a primeira Conferência Mundial Contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, em Estocolmo. Dela resultou a Declaração e Agenda de Ação de Estocolmo, na qual 122 países se comprometeram a tomar medidas para a proteção e prevenção contra a exploração Sexual e Comercial de Crianças. Desde então aconteceram mais duas edições, das quais a terceira, em 2008, foi sediada pelo Brasil. O III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes aconteceu no Rio de Janeiro e reuniu cerca de 3500 pessoas de mais 170 países.

48

Brasilidade Sueca

??

Você Sabia?

Entre as muitas conexões entre o Brasil e a Suécia encontra-se também o trabalho pela proteção da infância. Uma organização importante no avanço dessa agenda em ambos países é a Fundação Childhood, criada em 1999 pela Rainha Silvia da Suécia. Presente na Suécia, Brasil, Alemanha e Estados Unidos, a Childhood trabalha mundialmente para promover e defender os direitos das crianças e dos adolescentes, com foco na questão da violência sexual.

Em junho de 2014, o Brasil se tornou o 38º país do mundo e o quinto da América Latina a proibir o castigo físico de crianças, ao promulgar uma lei inspirada na lei sueca de 1979. A nova regra, conhecida como Lei da Palmada nº 13.010/2014 ou Lei Menino Bernardo,entrou em vigor graças ao trabalho desenvolvido pela Embaixada da Suécia no Brasil em parceria com várias entidades e organizações da sociedade civil.

Acessibilidade Os movimentos de base na Suécia trabalham desde a década de 1960 para promover o acesso a todos. Em 1968, a obrigatoriedade escolar foi estendida para as pessoas com necessidades especiais. Em 1977, o governo sueco mudou uma lei para responsabilizar todas as construtoras de novos edifícios pela garantia de acesso e em 1989 a cidadania política (o direito a votar) foi estendida a todos os cidadãos, independente de deficiências intelectuais. Em 1994, a Suécia introduziu a Lei de Apoio e Serviços para Pessoas com Deficiência, um conjunto de regras destinadas a garantir oportunidades de levar uma vida independente e a alcançar a plena participação na sociedade. Isto inclui o direito a viver numa moradia adequada às suas necessidades e ter acesso a serviços de assistência pessoal.

Igualdade de Gênero e Família Um sistema amplo de segurança social que promove um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida privada tem sido um fator importante para fazer da Suécia um país líder em matéria de igualdade de gênero. Em 1974, o país substituiu a licença maternidade por licença parental que, considerada ainda hoje uma das mais generosas do mundo, determina que pais e mães fiquem em casa com seus filhos por 480 dias, recebendo até 80% dos

seus salários pagos pelo Estado. Dentro desse sistema, 90 dias são reservados exclusivamente para o pai e 90 dias para a mãe, sendo que o restante pode ser usufruído livremente. No entanto, para estimular que os pais a tirassem uma maior parte da licença, o governo introduziu um bônus de igualdade: famílias que compartilham a licença igualmente recebem mais dinheiro.

Brasilidade Sueca

49

LGBTQI A Suécia é um dos países mais amigáveis do mundo à população LGBTQI. O combate à discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer e intersexo e a promoção dos seus direitos são prioridades no trabalho do governo sueco, tanto interna quanto internacionalmente.

A Suécia legalizou as relações homoafetivas em 1944 e, 35 anos mais tarde, em 1979 foi o primeiro país a reconhecer que a homossexualidade não é uma doença. Isso aconteceu, entre outros fatos, depois de uma ação política em que várias pessoas – para demonstrar o absurdo da classificação - pediram licença para tratamento de saúde por serem gays. Hoje em dia, as pessoas LGBTQI têm os mesmos direitos de se casar e adotar crianças que os heterossexuais.

Parada do Orgulho de Estocolmo A maioria dos ministros do Governo e dos líderes partidários participa anualmente da Parada do Orgulho Gay de Estocolmo, considerada a maior da Escandinávia. A Igreja Nacional da Suécia também é representada anualmente na parada, além de celebrar a Missa do Arco-Íris.

Embora a religião seja frequentemente citada 50

Brasilidade Sueca

como uma das razões pelas quais as pessoas condenam a homossexualidade e pessoas transgênero, a Igreja da Suécia assumiu uma posição clara em prol do amor em todas as suas formas: ela permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, embora ainda fique a critério de cada padre realizar ou não essas cerimônias.

Sustentabilidade, Tradição e Futuro A reputação da Suécia como pioneira ambiental começou com uma série de ações proativas nas décadas de 1960 e 1970. Reconhecendo a perda de recursos naturais limitados, a Suécia foi o primeiro país do mundo a estabelecer uma agência de proteção ambiental, em 1967.

Hoje, com tecnologia de ponta, riqueza em bens naturais e uma grande proporção de energia renovável, a Suécia está na linha de frente da guinada mundial rumo a sistemas de energia mais sustentável.

Compromissos internacionais Em 1972, a Suécia acolheu a primeira conferência da ONU sobre o meio ambiente, que levou à criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a principal autoridade ambiental global até hoje. A Suécia também foi uma das primeiras nações a assinar e ratificar o Protocolo de Quioto, em 1998 e 2002, respectivamente.

A Convenção de Estocolmo (2001), um tratado global destinado a eliminar gradualmente a produção e o uso de poluentes orgânicos persistentes, foi em grande parte uma iniciativa sueca.

Gestão de resíduos, prevenção de chuvas ácidas, planejamento urbano sustentável e reciclagem são outras áreas ambientais nas quais a Suécia fez avanços contínuos e desafiou o status quo.

Consciência pública Talvez o que diferencie a Suécia de outros países seja a combinação de participação cidadã, altos níveis de ambição e solidariedade internacional. Mesmo quando classificada como um dos países mais sustentáveis em vários índices internacionais, o foco não é o que foi realizado, mas sim o que resta a ser feito.

As mudanças climáticas causadas pela emissão de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa são hoje um dos principais problemas ambientais do mundo. Uma vez que a Suécia representa menos de 0,2% das emissões globais totais, o país poderia facilmente ter passado despercebido no debate sobre o clima. Em vez disso, a Suécia optou por fazer mais do que muitos outros países em questões relacionadas à energia e ao clima.

Reconhecendo que a pesquisa científica se tornou mais uniforme na mensagem sobre mudanças climáticas resultantes da atividade humana, o governo continua a estabelecer Brasilidade Sueca

51

metas internas claras para o futuro em relação à poluição, ao ar limpo, às emissões de gases de efeito estufa (GEE) e à eficiência energética. Além disso, ele segue usando parte do seu PIB na busca por soluções inovadoras e sustentáveis: as despesas com P&D (pesquisa e desenvolvimento) na Suécia estão entre as maiores dos países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Transporte Verde Um grande número de suecos e suecas faz uso do transporte público para ir ao trabalho e por isso mesmo a Suécia dedica-se a tornar seu sistema de transporte público cada vez mais sustentável. Em Gotemburgo, por exemplo, uma colaboração chamada ElectriCity está em andamento entre indústria, governo e academia. Graças a ela, ônibus elétricos da Volvo, que são alimentados inteiramente por energia eólica e hidrelétrica e são 80% mais eficientes que os ônibus convencionais abastecidos a diesel, operam na cidade.

52

Brasilidade Sueca

Outro meio de transporte popular, faça chuva, sol ou tempestade de neve, é a bicicleta.

Segundo ranking 2017 da Federação Europeia de Ciclistas, a Suécia é o terceiro país mais amigável às bicicletas da Europa. Já segundo índice da Copenhagenize, com mais de 510km de ciclovias, Malmö é a melhor cidade sueca e a 5ª melhor do mundo para andar de bicicleta - 40% dos residentes de Malmö utilizam a bike como meio de transporte para a escola ou trabalho!

SymbioCity: a Cidade Simbiótica Em um contexto global em que as áreas urbanas estão crescendo, a necessidade de um planejamento urbano e uma governança mais holística tem sido cada vez mais vital. A Suécia ganhou reconhecimento internacional quando o conceito de “Cidade Sustentável” foi lançado na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo, em 2002. No entanto, após tornar-se um chavão global, a Suécia diferenciou a expressão “original”, renomeando-a SymbioCity.

A Cidade Simbiótica é uma iniciativa do governo sueco implementada pela Business Sweden, em parceria com empresas suecas. O objetivo é promover o desenvolvimento urbano sustentável em todo o mundo a partir de uma perspectiva simbiótica, em que diferentes setores, tais como energia, comunicação,

transporte e gestão hídrica e de resíduos, são analisados de forma interligada e em diferentes escalas: região, cidade, distrito ou bloco.

Casas Passivas As casas passivas são construídas sem sistemas de aquecimento convencionais e são mantidas quentes pelo calor exalado por seus ocupantes e aparelhos elétricos. A primeira casa passiva da Suécia foi uma casa urbana concluída em 2001. Desde então, o conceito tornou-se mais ambicioso em escala. Não apenas mais prédios seguiram o exemplo, como também maiores. Em Växjö, cidade no sul da Suécia, existem torres passivas, e em Estocolmo o calor corporal dos passageiros que circulam na estação ferroviária central é usado para aquecer um edifício próximo.

Brasilidade Sueca

53

Suécia + Cooperação A Suécia possui uma longa história de cooperação regional e internacional, e é considerada um dos países que mais contribuem para o bem da humanidade.

Segundo o Índice de Bom País 2019, um ranking sobre o que as nações fazem pelo resto do mundo e não sobre o que acontece dentro de suas próprias fronteiras, a Suécia é o terceiro país mais bondoso do planeta.

A área em que a Suécia obteve a pontuação mais alta é “Saúde e Bem-estar”, que inclui parâmetros como exportação de produtos farmacêuticos, e ajuda humanitária e alimentar. Suecos também se destacaram em “Cultura”, em quesitos como liberdade de imprensa e de movimento; “Planeta e Clima”, nos critérios pegada ecológica e cumprimento de acordos ambientais; e “Ordem Mundial”, em indicadores assinatura de tratados da ONU e no baixíssimo número de refugiados suecos buscando abrigo no exterior.

Entre Vizinhos... mas no Brasil Em 2018, as Embaixadas da Dinamarca, Finlândia, Suécia e Noruega no Brasil se reuniram e lançaram o projeto Diálogos Nórdicos. A iniciativa tem como objetivo ampliar o debate sobre desafios atuais globais, promover o engajamento e servir de fonte de inspiração a brasileiras e brasileiros por meio do diálogo sobre perspectivas e experiências da região nórdica sobre três temas ao longo de três anos: Igualdade de Gênero, Transparência e Sustentabilidade.

Entre Vizinhos A cooperação Nórdica-Báltica ou o NB8 é um formato de cooperação regional que, desde 1992, reúne cinco países nórdicos e três países bálticos (Finlândia, Suécia, Noruega, Islândia, Dinamarca, Estônia, Letônia e Lituânia) para debater importantes questões regionais e internacionais. questões em uma atmosfera informal. Em 2000, por iniciativa do então Ministro dos Negócios Estrangeiros da Estônia, Toomas Hendrik Ilves, foi decidido que o formato de cooperação Nórdico-Báltico seria chamado Nórdico-Báltico-Oito (NB8).

Ao longo dos anos, várias reuniões regulares de especialistas e de alto nível foram desenvolvidas, abrangendo uma ampla variedade de setores. A nível político, as 54

Brasilidade Sueca

reuniões anuais dos primeiros-ministros e dos ministros das Relações Exteriores são o principal formato de cooperação (essas foram organizadas desde 1993). Os Ministérios das Relações Exteriores dos países NB8 estão cooperando muito de perto; além disso, outros ministros, membros do parlamento e funcionários do ministério também se reúnem regularmente.

Na União Europeia A Suécia é um país-membro da União Europeia desde 1995 e até 2018 era representada por 20 deputados e deputadas no Parlamento Europeu.

Ser membro da UE significa que a Suécia tem uma influência direta e é diretamente afetada por decisões da UE. O principal papel do governo no contexto da UE é representar a Suécia no Conselho Europeu e no Conselho da União Europeia.

O Conselho Europeu define as orientações e prioridades políticas gerais da EU e o Chefe de Governo, no caso da Suécia, seu primeiro-ministro ou primeira-ministra representa o país no órgão.

??

Você Sabia?

A Suécia também comunica com as instituições europeias através da sua representação permanente em Bruxelas. Enquanto ”embaixada da Suécia na UE”, a principal tarefa da representação permanente é assegurar a defesa dos interesses e a prossecução das políticas do país a nível da UE, de forma tão eficaz quanto.

Brasilidade Sueca

55

56

Brasilidade Sueca

Nas Nações Unidas A Organização das Nações Unidas foi fundada em 1945 e a Suécia tornou-se membro da organização no ano seguinte.

Desde então, o envolvimento ativo na ONU tem sido uma parte natural da política externa sueca. A Suécia é um dos maiores doadores para a ONU e um dos poucos países que atende à meta de assistência ao desenvolvimento da ONU de 0,7% do PIB. Há mais de 40 anos, a Suécia cumpre uma meta bilateral de usar 1% de seu PIB na cooperação para o desenvolvimento.

As Nações Unidas são uma arena central para a ação da Suécia para enfrentar os desafios globais. Através da ONU, a Suécia contribui para a prevenção de conflitos, esforços de paz, reconstrução de estados afetados por conflitos e desarmamento e não-proliferação de armas de destruição em massa. A ONU também é um canal importante para o trabalho humanitário da Suécia e nossos esforços para combater a pobreza, promover o desenvolvimento sustentável e combater as mudanças climáticas. Outras prioridades para a Suécia na ONU incluem o fortalecimento do direito internacional e a promoção de questões de direitos humanos e igualdade de gênero. Os três pilares da ONU - paz e segurança, desenvolvimento e direitos humanos - estão intrinsecamente ligados e se reforçam mutuamente. É impossível alcançar o sucesso em uma dessas áreas sem também fortalecer as outras.

Conselho de Segurança Entre 2017 e 2018, a Suécia ocupou um dos assentos rotativos do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Respeito ao direito internacional, aos direitos humanos, à igualdade de gênero e uma perspectiva humanitária permearam o trabalho do Governo Sueco no órgão. Ouvir ao outro, criatividade, diplomacia ativa e determinação para alcançar resultados também foram marcas da abordagem sueca no Conselho de Segurança.

Brasilidade Sueca

57

58

Brasilidade Sueca

45 minutos do segundo tempo Apostamos que você achou que já havíamos chegado ao final. Mas não poderíamos encerrar este livreto sem falar de um assunto que reúne características dos capítulos Suécia no Brasil e Suécia no Mundo, e que é uma paixão em nossos dois países: o futebol. Você sabia que os caminhos futebolísticos de Brasil e Suécia já se cruzaram diversas vezes na história do esporte?

O primeiro título de campeão do mundo da Seleção Brasileira Masculina de Futebol foi conquistado em 1958 na Copa da Suécia, com uma vitória de 5 a 2 sobre os donos da casa e com um gol da jovem revelação da competição, o jogador Pelé.

Em 1994, durante a campanha do tetracampeonato da Seleção Brasileira Masculina de Futebol, Brasil e Suécia se enfrentaram duas vezes na Copa dos EUA: na primeira fase e na semifinal. Como esquecer o gol de cabeça do baixinho Romário diante da zaga dos gigantes suecos?

Mais recentemente, os encontros entre Brasil e Suécia começaram a ocorrer no futebol feminino.

Marta, eleita seis vezes a melhor jogadora de futebol do mundo (um feito entre homens e mulheres que até 2019 só ela tinha), levou a magia brasileira para os estádios suecos e conquistou sete títulos do Damallsvenskan. A jogadora se adaptou tão bem ao país que, depois de 10 anos de residência e 11 temporadas, garantiu a cidadania sueca em 2017.

Fazendo o caminho inverso de Marta e trazendo um pouco de Suécia para o Brasil, Pia Sundhage foi anunciada em agosto de 2019 como a nova técnica da Seleção Brasileira Feminina de Futebol.

A treinadora sueca, mundialmente famosa pelas vitoriosas campanhas com as seleções da Suécia e dos Estados Unidos em Jogos Olímpicos e pelo trabalho em prol da equidade no esporte, veio com a promessa de transformar e colocar o futebol feminino do Brasil em outro patamar.

Brasilidade Sueca

59

Links úteis Embaixada da Suécia Brasília

CISB

www.suecia.org.br

www.cisb.org.br

www.facebook.com/swedeninbr

www.facebook.com/CISB.innovation

www.instagram.com/swedeninbrazil

www.linkedin.com/company/cisb---centro-de-pesquisa-einova-o-sueco-brasileiro

www.linkedin.com/company/swedeninbrazil www.twitter.com/swedeninbr Consulado da Suécia Recife www.instagram.com/swedeninrecife Consulado da Suécia Rio de Janeiro www.facebook.com/swedeninrio www.instagram.com/swedeninrio Consulado da Suécia São Paulo www.consuladosueciasp.org.br www.facebook.com/swedeninsp www.linkedin.com/company/swedeninsp www.twitter.com/swedeninsp Escritório de Ciência e Inovação https://sweden-science-innovation.blog/brazil www.twitter.com/SwedenOSI_Bra Swedcham Brasil www.swedcham.com.br www.facebook.com/SwedchamBrasil www.instagram.com/swedchambr www.linkedin.com/company/swedchambr Business Sweden Brazil www.business-sweden.se/en/ contact/offices-abroad/Brazil/

60

Brasilidade Sueca

Swedish Business Climate in 2018 Report www.swedcham.com.br/publico/pesquisa-opiniao/ Swedish-Business-Climate-Survey-2018.pdf Diálogos Nórdicos Brasil www.facebook.com/dialogosnordicos www.instagram.com/dialogosnordicos www.twitter.com/dnordicos Childhood Brasil www.childhood.org.br Swedish Institute www.si.se/en www.facebook.com/svenskainstitutet www.twitter.com/SweInstitute Study in Sweden www.studyinsweden.se www.facebook.com/studyinsweden www.instagram.com/studyinsweden Ministério das Relações Exteriores da Suécia www.swemfa.se www.twitter.com/swemfa Governo da Suécia www.government.se

Brasilidade Sueca Setembro, 2019

Coordenação: Jenny Lennung Malmqvist Glaucimara Silva Textos: Ana Carolina Bussacos Edimar Silva Faraz Davani Glaucimara Silva Giovana Lerda Jacob Silva Paulsen Jenny Lennung Malmqvist Leandro Rocha Nils Hedberg Grimlund Peter Johansson Robert Persson Edição: Glaucimara Silva Projeto Gráfico e Diagramação: Tito Barchieri Legendas: Página 13 | Museu Sueco, no distrito de Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Página 20 | Primeiro voo do primeiro caça Gripen E Brasileiro, realizado em 26 de agosto de 2019, em Linköping, na Suécia.

Página 21 | Embraer 145 da Força Aérea Brasileira equipado com o radar multimissão Ericsson PS-890 Erieye, fabricado na Suécia.

Página 27 | Ônibus Scania movido a biometano apresentado, em Fortaleza, no evento de abertura das Semanas de Inovação Suécia-Brasil 2018.

Página 46 | Plenário do Riskdag - Parlamento Sueco.

Página 47 | Mural sobre Declaração dos Direitos Humanos inaugurado em Brasília. Monumento, que teve apoio das Embaixadas da Suécia e da Bélgica e da Aliança Francesa, apresenta pinturas de alunos de escolas públicas do Distrito Federal, inspiradas na Declaração dos Direitos Humanos.

Página 56 | Stefan Löfven, Primeiro-Ministro Sueco, e Antônio Guterres, Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, no início do mandato temporário 2017-2018 da Suécia no Conselho de Segurança da ONU.

Imagens: Capa | Zerophoto/Adobe Página 02 | Johnstocker/Adobe Página 05 | Kristian Pohl/Regeringskansliet Página 07 | I Believe I Can Fly/Adobe Página 10 | Oleksii/Adobe Página 12 | Alexander Roslin/Nationalmuseum Página 13 | Ivane Fávero/Blog Viajante Maduro Página 14 | Per Pixel Petersson/imagebank.sweden.se Página 15 | Simon Paulin/imagebank.sweden.se Página 16 | Electrolux/Divulgação, Scania/Divulgação Página 17 | Tetra Pak/Divulgação, Volvo/Divulgação Página 20 | Linus Svensson/Saab AB Página 21 | Saab AB/Divulgação Página 22 | Photographee.eu/Adobe Página 23 | Science & Innovation Office/Divulgação Página 26 | Ivan Tsyrkunovich/Adobe Página 27 | Companhia de Gás do Ceará/Divulgação Página 28 | Studio-FI/Adobe Página 29 | aryfahmed/Adobe Página 30 | Ulf Lundin/imagebank.sweden.se Página 31 | Sweden Alunmi Network Brazil/Divulgação Página 32 | Arquivo Pessoal Página 33 | Simon Paulin/imagebank.sweden.se Página 36 | Anton Balazh/Adobe Página 38 | Simon Paulin/imagebank.sweden.se Página 39 | Simon Paulin/imagebank.sweden.se Página 41 | Sofia Sabel/imagebank.sweden.se Página 42 | Ann-Sofi Rosenkvist/imagebank.sweden.se Página 43 | Simon Paulin/imagebank.sweden.se Página 44 | Elliott Elliott/imagebank.sweden.se Página 46 | Melker Dahlstrand/imagebank.sweden.se Página 47 | Glaucimara Silva/Embaixada da Suécia Página 48 | Fundação Childhood/Divulgação Página 49 | Sofia Marcetic/imagebank.sweden.se Página 50 | Magnus Liam Karlsson/imagebank.sweden.se Página 51 | Cecilia Larsson Lantz/Imagebank.sweden.se Página 52 | Simon Paulin/imagebank.sweden.se Página 53 | Anders Bergön Página 55 | Hans-Olof Utsi/imagebank.sweden.se Página 56 | Rick Bajornas/UN Photo Página 58 e 59 | Lucas Figueiredo/CBF, reprodução You Tube, FIFA.com/Divulgação, Rosengård FC/Divulgação

Embaixada da SuĂŠcia BrasĂ­lia www.suecia.org.br www.facebook.com/swedeninbr www.instagram.com/swedeninbrazil www.linkedin.com/company/swedeninbrazil www.twitter.com/swedeninbr