FAUNA
de mais de 130 animais na área da BR-448
DNIT, com a Gestão Ambiental da Rodovia do Parque, em construção na região metropolitana de Porto Alegre. Ambiental poderia fazer o resgate. Naquela noite tive que me abrigar dentro de uma máquina para deixar o carcará na guarita”, lembra o jovem. Com fratura, a ave foi levada ao CETAS. “O animal chegou sem condições de voar e com a patinha no ar, sem conseguir se apoiar. Após a avaliação, constatamos uma fratura exposta do dedo médio e foi medicado”, conta a médica veterinária, Maria do Carmo Both. Em estágio de readaptação a ave passa bem. “Hoje a ave está em um viveiro grande e assim que cicatrizar o ferimento será solta”, completa. Outro relato de socorro também envolveu uma ave, desta vez um quero-quero encontrado por funcionários do Lote 02 (Consórcio Construcap-Ferreira Guedes), no dia 11 de julho. Era um dia de protestos em Canoas e sem poder trafegar na BR-116, a equipe de Gestão encaminhou o animalzinho ao Hospital Veterinário do Zoológico de Canoas. A avaliação clínica indicou uma fratura. “Foi uma fratura leve na asa direita, o animal foi imobilizado com tala para calcificar o osso, que no dia 29/07 foi retirada. Ele está bem, o que ofertamos de comida ele aceita. Hoje está na fase de readaptação”, informou a Bióloga do hospital, Liliana Castoldi. O manejo da fauna silvestre envolve diversos benefícios e permite a conservação da biodiversidade de espécies. “A construção de empreendimentos lineares, como a BR-448, altera os ambientes e, consequentemente, gera impactos na comunidade faunística local. Mas a partir da execução do Programa de Resgate é possível minimizar alguns desses impactos. Além disso, poderá ampliar
Boletim setembro 2013
o registro de espécies que habitam as imediações da rodovia e que poderiam não ser encontradas de outra forma, e assim fornecerá maiores subsídios para evitar impactos durante a fase de operação”, esclarece Suzielle. A eficácia do trabalho, segundo a bióloga, deve-se a interação entre a Gestão e os colaboradores das obras, “a grande parte dos resgates que ocorreram até o momento, foram a partir da comunicação e sensibilização dos trabalhadores que estão diariamente envolvidos nas atividades da rodovia, até mesmo em horários que não há qualquer movimentação, como o caso do carcará à noite. Assim como este, os demais animais feridos não sofreram incidentes em razão da obra, mas foram encontrados na faixa de domínio, e neste caso, é nossa responsabilidade fazer o resgate e os encaminhamentos. Então, esse apoio dos colaboradores dos lotes é de extrema importância”. Para a bióloga do Zoo de Canoas, mesmo sendo previsto pela legislação, a forma de condução do Programa é que faz a diferença. “É um trabalho obrigatório pela legislação, mas quando acompanhado de uma educação ambiental com as comunidades e os colaboradores, como na BR-448, é ótimo, sem dúvida”, observa Liliana.
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