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FILME DE HOLLYWOOD ACABOU BEM PARA OS LEÕES

CONTRA O CS MARÍTIMO, O SPORTING CP ESTEVE A PERDER, DEU A VOLTA NOS ÚLTIMOS MINUTOS E SOFREU O 2-2, MAS ESTE FOI ANULADO E OS TRÊS PONTOS

Ninguém esperava, antes do jogo ou mesmo à entrada para os dez minutos finais, que a recepção da equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal ao CS Marítimo do último sábado, a contar para a 32.ª jornada da Liga Portugal, fosse tão dramática. Os Leões venceram por 2-1 com uma reviravolta justa, mas que contou com muita confusão, expulsões, golos anulados e até Paulinho a guarda-redes. Uma longa-metragem de Hollywood com mais de 100 minutos que acabou da melhor forma, com os três pontos a ficarem com o conjunto de Rúben Amorim.

O treinador começou por fazer três alterações nos titulares em comparação com a deslocação a Paços de Ferreira, colocando Matheus Reis, Arthur Gomes e Paulinho nos lugares de Gonçalo

Inácio, Hidemasa Morita e Nuno Santos, que iniciaram no banco de suplentes. Com uma lombalgia, Youssef Chermiti ficou de fora.

Como esperado, foi o Sporting CP a assumir o controlo e o ritmo da partida, enfrentando um

CS Marítimo a lutar pela permanência no mais alto escalão e que se fechou no seu meio-campo. No entanto, e totalmente contra a corrente, foram os insulares a inaugurar o marcador aos dez minutos, quando a bola − depois de um erro Leonino − foi parar a Vítor Costa, que rematou cruzado para o 0-1.

Se o CS Marítimo já entrou em campo com o objectivo de defender e procurar explorar o erro Sportinguista, o golo visitante acentuou ainda mais essa estratégia, dificultando a tarefa aos da casa, que, ainda assim, procuraram logo chegar ao empate. Aos 14 minutos, Paulinho cabeceou ao lado e, pouco depois, Héctor Bellerín − depois de um bom trabalho com Marcus Edwards − tentou servir Paulinho ou Pedro Gonçalves na área, mas o guarda-redes Marcelo Carné adiantou-se.

Já depois das tentativas de Ousmane Diomande, por cima, de Paulinho, para defesa do guardião, e de Arthur Gomes, também a falhar o alvo, o Sporting CP ficou muito perto do golo em cima do intervalo: um cruzamento largo de Héctor Bellerín encontrou Héctor Bellerín na área, com o lateral-direito a dar para Pedro Gonçalves, que ficou muito perto de ficar na cara de Marcelo Carné, mas sem efeito. Apesar de terem muita posse de bola, os Leões podiam criar mais perigo e Rúben Amorim lançou três jogadores ao intervalo, colocando Hidemasa Morita, Nuno Santos e Gonçalo Inácio nos lugares de Matheus Reis, Héctor Bellerín e Arthur Gomes. Ainda assim, pouco mudou nos primeiros minutos do segundo tempo, o que levou à entrada de Fatawu (saiu Francisco Trincão) aos 57 minutos, primeiro, e de Ricardo Esgaio (saiu Ousmane Diomande) aos 64. Aos poucos, as chances começaram a surgir. Já depois de um lance que Pedro Gonçalves não aproveitou, Manuel Ugarte completou um contra-ataque com um remate muito perigoso que ficou a poucos centímetros do poste. Depois, Marcus Edwards também tentou o golo e, tal como o uruguaio, não ficou nada longe.

Mesmo contra todo o anti-jogo do CS Marítimo, o Sporting CP conseguiu, finalmente, o 1-1 aos 85 minutos. Depois de uma bela jogada individual, Pedro Gonçalves colocou a bola no coração da área e Matheus Costa acabou por desviar para a própria baliza.

O Estádio José Alvalade explodiu e entusiasmou-se, acabando por empurrar a equipa para o 2-1 já aos 90+3 minutos: cruzamento de Marcus Edwards para Paulinho, ao segundo poste, cabecear para o lado contrário, onde Sebastián Coates apareceu para o desvio habitual. Reviravolta completa e grande festa. Contudo, a tensão estava alta e rebentaram vários focos de confusão, tanto na zona dos bancos

Sporting Cp

Matheus Costa (85’, autogolo) Sebastián Coates (90+3’) de suplentes como dentro das quatro linhas. Para ‘ajudar’ ao clima quente, o CS Marítimo colocou mais uma bola dentro da baliza do Sporting CP, que viu os seus jogadores protestarem uma falta sobre Nuno Santos. Nesse processo, Antonio Adán foi expulso pelo árbitro Tiago Martins, que consultou depois o VAR e anulou o 2-2.

Alvalade festejou a decisão, mas o vermelho a Antonio Adán manteve-se, o que resultou noutra decisão insólita: Paulinho, porque o Clube verde e branco já não tinha mais substituições, vestiu a camisola do guarda-redes espanhol e foi para a baliza, tendo mesmo chegado a agarrar uma bola para grande ovação das bancadas.

Finalmente, o jogo terminou e os três pontos foram para o Sporting CP, que vai agora receber o SL Benfica para o dérbi eterno este domingo.

2 -1 (0-1 ao intervalo) Vítor Costa (10’)

Cs Mar Timo

Sporting CP: Antonio Adán [GR], Ousmane Diomande (Ricardo Esgaio, 64’), Sebastián Coates [C], Matheus Reis (Hidemasa Morita, 46’), Héctor Bellerín (Nuno Santos, 46’), Manuel Ugarte, Pedro Gonçalves, Arthur Gomes (Gonçalo Inácio, 46’), Marcus Edwards, Francisco Trincão (Fatawu, 57’) e Paulinho. Treinador: Rúben Amorim.

Disciplina: cartão amarelo para Manuel Ugarte (28’), Ousmane Diomande (52’), Fatawu (90+4’), Antonio Adán (90+4’ e 90+7’) e Pedro Gonçalves (90+4’). Cartão vermelho para Antonio Adán (90+7’).

RÚBEN AMORIM: “RESULTADO ACABOU POR SER JUSTO”

No final, Rúben Amorim marcou presença na conferência de imprensa no Auditório Artur Agostinho, no Estádio José Alvalade.

“A qualidade de jogo não foi muito boa, mas os golos trouxeram justiça a um jogo em que uma equipa quis ganhar. O CS Marítimo criou muita ansiedade nos jogadores do Sporting CP com o golo cedo e o resultado acabou por ser justo. Quisemos muito dar a volta, demos e tentámos tudo”, começou por dizer aos jornalistas. Sobre o facto de, devido à expulsão de Antonio Adán, Franco Israel defrontar o SL Benfica na baliza Leonina, o treinador verde e branco lembrou que o uruguaio “é um jogador que evoluiu muito” e que “já jogou UEFA Champions League”. Questionado sobre o que retira desta partida com os madeirenses, Rúben Amorim explicou que, como sempre, vai “olhar para o que aconteceu e perceber porque é que não jogámos tão bem”: “Realço o carácter dos jogadores. Não jogando bem, demos a volta com justiça. É isso que retiro de bom. De mau, a falta de criatividade, os passes falhados, os jogadores a sentirem o ambiente e os jogadores a terem receio com bola. Não tenho nenhuma preocupação para o dérbi. Nos jogos grandes costumamos ter outro rendimento e sair com a bola com outra qualidade. No entanto, e obviamente, há muita coisa a melhorar”. Outro dos temas abordados foi uma eventual guarda de honra ao SL Benfica caso estes tivessem conquistado a Liga antes da visita a Alvalade, o que acabou por não acontecer: “Não há tradição de haver guarda de honra e falou-se sobre isso há dois anos. Vamos retribuir o gesto de há dois anos, quando não houve. Vamos tratar da forma como fomos tratados, com todo o respeito”. Por fim, Rúben Amorim voltou a falar sobre o duelo com o CS Marítimo e sobre toda a confusão no final da partida: “Se não tivéssemos sofrido o golo, podíamos ter sido muito melhores. O golo sofrido criou muita ansiedade. Os jogadores que jogaram quiseram muito, mas notou-se muita pressa a fazer as coisas. (...) Nunca senti o CS Marítimo a jogar aberto connosco. Empurrámos sempre, sem grande qualidade. Não os consegui ajudar e ao intervalo tivemos de mudar para jogadores com mais minutos. (...) O fim do jogo foi uma confusão. Golo para uma equipa, golo anulado para outra e toda a gente quer ganhar. Vejo com normalidade”.

A LIGA DOS HORRORES!!!

próxima Gala da FPF! Ou − quando chegar a hora − o “Prémio Carreira”!

O “colinho” de Portimão − Em linha com esta estrondosa exibição de Tiago Martins esteve o espectáculo de Artur Soares Dias em Portimão!

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