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ALBERTO MATOS

Texto: Nuno Miguel Simas Fotografia: Museu Sporting – Centro de Documentação

ALBERTO MATOS AINDA HOJE PERDURA COMO UM DOS EXPOENTES MÁXIMOS DAS DISCIPLINAS DE BARREIRAS NO ATLETISMO E É FÁCIL PERCEBER PORQUÊ, SE

ESPECIFICARMOS TUDO QUANTO CONSEGUIU NAS VÁRIAS DISTÂNCIAS DESTA EXIGENTE TÉCNICA DE PROVAS DO ATLETISMO. FOI RECORDISTA NACIONAL NOS 110 METROS BARREIRAS E MELHOROU SEIS VEZES O REGISTO MAIS RÁPIDO DESTA DISTÂNCIA, ENTRE 1968 E 1973. O RECORDE DE 14 SEGUNDOS E 20 CENTÉSIMOS

DUROU NOVE ANOS.

Para se ter uma ideia ainda mais consubstanciada em dados sobre a enorme craveira deste atleta, nos 400 metros barreiras, superou seis vezes a melhor marca nacional, a última das quais em 1972, com o tempo de 51 segundos e 20 centésimos, mas chegou a tirar um segundo ao recorde que vigorava, quando em 1969, nos Campeonatos Regionais, percorreu a distância em 52 segundos e 50 centésimos. Em três anos, mais concretamente entre 1969 e 1972, desafiou os próprios limites e somou recordes atrás de recordes.

Na prova não olímpica de 200 metros barreiras, também deixou para trás toda a concorrência e entre 1968 e 1970 foi tricampeão de Portugal, com recordes nacionais melhorados cinco vezes, o último dos quais de 23 segundos e 80 centésimos, em 1972, tempo que vigorou durante seis anos como melhor marca nacional.

Por aqui se percebe a grande qualidade de Alberto Matos, um aleta com uma magnífica técnica coordenada entre saltar barreiras e manter /ou elevar a velocidade de corrida, num atleta longilíneo e de extrema elegância. Em 1972, Alberto Matos integrou a equipa do Sporting CP que foi campeã nacional na estafeta de 4x200 metros.

Nesse mesmo ano, um dos pontos mais altos e título individual na carreira de Alberto Matos. O atleta Sportinguista competiu nos Jogos Olímpicos de Munique, nos 110 metros barreiras. Ficou pelas eliminatórias, no entanto fica para a história e presença no mais importante evento desportivo da história, como para a história fica ter integrado a equipa nacional que conseguiria bater o recorde de Portugal da estafeta de 4x400 metros, ao lado de Fernando Mamede, José Carvalho e Fernando Silva, com o tempo de três minutos e 10 segundos, marca que perdurou praticamente dez anos como o tempo mais rápido registado em Portugal.

Alberto Matos deu também o contributo ao Sporting

Clube de Portugal na Taça dos Campeões Europeus de 1976, o percorrer os 110 metros barreiras e foi ainda um exemplo de longevidade, pois com 35 anos, em 1979, participou pela segunda vez, a representar Portugal, na Taça da Europa, sempre numa das disciplinas de eleição: os 110 metros barreiras. Alberto Matos não era apenas um excepcional atleta em provas ao ar livre. Também se destacou, largamente, nas provas em pista coberta. Aqui ficam mais dados eloquentes sobre a enorme valia deste antigo atleta: bateu ou igualou o recorde nacional dos 50 metros por oito vezes, o melhor dos quais com o tempo de seis segundos e 90 centésimos, que durou sete anos e em 1974, ao percorrer os 60 metros barreiras em oito segundos e um centésimo, tornou-se recordista nacional, em mais uma distinção para este atleta que pelo que conseguiu em pista, teve o reconhecimento do Sporting CP como Prémio Stromp na categoria de atleta amador em 1969, num ano em que melhorou os recordes nacionais de 110 metros barreiras e 400 metros barreiras. Uma exaustiva e extremamente meritória folha de serviços deste antigo atleta Leonino, feitos que o reconhecem como um nome merecedor do estatuto de Lenda do Sporting Clube de Portugal.

Sad Assembleia Geral

Ponto Nico Aprovado Na Ag Da Sad

“NÃO HOUVE QUALQUER PROBLEMA, MAS SIM UM DEBATE VIVO”, DISSE BERNARDO AYALA, PRESIDENTE DA MESA DA ASSEMBLEIA GERAL DA SOCIEDADE.

Momentos

O ponto único da Assembleia Geral Extraordinária da Sporting Clube de Portugal − Futebol, SAD, realizada na noite da última terça-feira no Auditório Artur Agostinho, no Estádio José Alvalade, foi aprovado por larga maioria.

O ponto único previa “apreciar e aprovar as alterações na remuneração fixa a introduzir na Política de Remuneração dos titulares dos órgãos sociais da Sociedade propostas pela Comissão de Accionistas, para vigorarem a partir do exercício de 2023/2024” e foi aprovado com cerca de 86% dos votos.

No final da reunião magna, Bernardo Ayala, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sporting Clube de Portugal − Futebol, SAD, falou aos jornalistas.

“A proposta apresentada no único ponto da ordem de trabalhos foi aprovada por larga maioria.

A proposta previa − agora prevê − alterações na política de remunerações da Sporting Clube de Portugal − Futebol, SAD que passam, essencialmente, pela elevação dos limites máximos das remunerações dos membros executivos do Conselho de Administração e pela criação de novas remunerações, também com limites, dos membros não-executivos e dos demais órgãos sociais da SAD”, começou por explicar o dirigente, respondendo depois a uma questão sobre eventuais problemas na discussão entre os accionistas.

“Não houve qualquer tipo de problema. O que houve, sim, foi um debate vivo. Estiveram presentes na sala vários accionistas que não apoiavam a proposta apresentada e fizeram ouvir a sua opinião com total liberdade, como sempre acontece. Não considero isso um problema, mas sim democracia. A proposta não foi consensual e isso gerou um debate muito aberto em que cada pessoa expôs o seu ponto de vista e foi ouvida sem limite de tempo”, referiu.

Bernardo Ayala falou também sobre a proposta, que “foi apresentada por uma Comissão de Accionistas e foi baseada em quatro factores distintos: competitividade externa, equidade interna, exposição e risco inerentes e, por fim, acumulação de pelouros”.

“Uma empresa fez um estudo que apenas se foca em temas de competitividade externa. O estudo, na minha perspectiva, está bem feito e faz um retrato muito fiel do mercado português naquilo que aqui poderia interessar.

Não é um estudo imaculado, tem pontos fracos e fortes, e a Comissão analisou com sentido crítico”, afirmou, continuando.

“O estudo faz uma análise às remunerações em várias outras Sociedades Anónimas Desportivas e em várias sociedades que não estão, sequer, no mundo desportivo. Depois, faz medianas e apresenta os dados de forma a conseguirmos ver como as remunerações da Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD, no que respeita sobretudo aos membros executivos do Conselho de Administração, se posicionavam relativamente ao mercado. A conclusão a que o estudo chega é que estavam, de modo relevante, abaixo da mediana do mercado. Quando isso se sucede, há uma luz amarela que se acende e é preciso olhar para o tema. A Comissão de Accionistas olhou para o tema, baseou-se no estudo, ponderou outros factores e entendeu que era o momento de propor uma revisão dos limites das remunerações”, frisou. Por fim, Bernardo Ayala contou que “a crítica ao timing” da apresentação desta proposta “foi, talvez, a mais recorrente”, mas explicou por que motivo considera que “o timing é aceitável”: “Nesta Assembleia Geral Extraordinária mexeu-se apenas na remuneração física, não na remuneração variável. Essa depende do cumprimento de objectivos desportivos e financeiros e não se mexeu. Na remuneração física não ponderamos o sucesso desportivo e financeiro, mas sim a comparação com o mercado, a equidade interna, o grau de exposição e de risco e a acumulação de pelouros. Na remuneração fixa, olhamos para a função presidencial do Sporting CP, de administrador executivo ou não-executivo, independentemente da pessoa que lá esteja, da sua competência ou da performance, que são relevantes para a remuneração variável. A remuneração fixa depende mais do que o cargo é e representa”.

A vida de um Sportinguista é feita de momentos. Como diz o nosso lema, muitos serão momentos de esforço, dedicação e devoção. São esses os ingredientes necessários para que possamos chegar à glória. Há ainda outras ocasiões que não sendo gloriosas, enaltecem o nosso Sportinguismo. Nos últimos dias, tivemos um par de jogos que talvez não perdurem na memória colectiva Leonina. Mas que demonstram, e bem, como a superação pelo desporto é a força motriz do Sportinguismo. No domingo, jogava-se o segundo jogo dos quartos-de-final do Campeonato Nacional de hóquei em patins. Defrontávamos o Sporting de Tomar, de má lembrança, dado que ainda recentemente perdemos com eles a final da Taça de Portugal Começámos mal e jogámos pior. A escassos seis minutos do intervalo, perdíamos por 4-0. Resultado que parecia atirar a eliminatória para um terceiro jogo. Mas eis que se deu Sporting Clube de Portugal. De rajada desferimos três stickadas que acabaram nas redes tomarenses. E fomos para o intervalo a perder 4-3. De seguida, com acerto no passe e foco na baliza adversária, foi só aumentar a contagem até fechar o jogo por 4-8. João Souto e Toni Pérez foram responsáveis por metade desta produção ofensiva, com dois golos cada. Para quem julgava que esta equipa ficaria pelo caminho, aqui ficou a resposta. Segue-se a meia-final, contra o OC Barcelos. Continuo a confiar nesta equipa e convencido de que estaremos na final a disputar o título. No dia anterior, jogo de futebol em casa contra o CS Marítimo. Não se pode dizer que tenha sido uma partida especialmente bem jogada. Mas que a ganhámos contra muita adversidade, ganhámos. Foi Paulinho a marcar indelevelmente o jogo ao assistir Coates para o 2-1 final que valeu os três pontos e ao ser guarda-redes em campo. O que acabou por prender a atenção dos Sportinguistas foi mesmo o descontrolo arbitral no final do jogo. O árbitro não conseguiu gerir o desafio e não invalidou de imediato um golo do CS Marítimo, como deveria ter feito. Seguiu-se a revolta devida pelos jogadores do Sporting CP acabando o golo maritimista por ser justamente anulado. Pelo meio, Adán expulso por protestos, ficando fora do dérbi, e Paulinho a fazer de guarda-redes. Quando poderíamos ser acometidos de temores e tremores, o que vimos foi um Paulinho absolutamente concentrado na nossa baliza e uma equipa unida para não sofrer mais injustiças. Dirão que é pouco. Não é. Os grupos vitoriosos fazem-se na adversidade. E fazem-se também assim.

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