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MÚSICA COLECAO

MUSICA COLECAO

acervo João Carlos Pecci

João Carlos Pecci

Outra arte que dá sentido à sua vida é a literatura. Seui primeiro livro, Minha Profissão é Andar, (Summus Editorial), de 1980, soma hoje 33 edições e foi o precursor, no Brasil, da literatura produzida por deficientes físicos ou pessoas a eles ligadas. Adotado em escolas e faculdades, ofereceu-lhe a oportunidade de falar para milhares de estudantes em palestras que, por sua transparência e objetividade, induziram muitos jovens a optar pelos cursos de Fisioterapia. Outros livros se seguiram: Existência (1984 – Summus Editorial), uma seqüência de crônicas e poesias. O Ramo de Hortências (1987), um romance que aborda os opostos inevitáveis: as limitações e as grandiosidades humanas. Em 1994, após quatro anos de pesquisas, condensou a vida do poeta Vinicius de Moraes no livro VINICIUS – Sem Ponto Final (Editora Saraiva). Um de seus grandes é ser irmão do violonista e compositor Toquinho, tendo lançado, em 2006, pela RCS Editora, o livro Toquinho – 40 Anos de Música. Para muitas pessoas, a paraplegia fecha as portas à vida. No caso de João Carlos, aconteceu o contrário: abriu portas que fizeram crescer seu lado humano e sensível. Persistente e determinado, sempre procurou ultrapassar os limites que a paraplegia impõe. Em 1985 casou-se com Márcia, uma relação conjugal consolidada ainda mais pelo nascimento de Marina, em 1996, fruto de uma gravidez conseguida por meio de uma auto-inseminação, fato inédito, até então, no Brasil, em sendo, o homem, um paraplégico. Toda essa trama de amor foi relatada num livro, Velejando a Vida (Editora Saraiva – 1998), no qual João Carlos conta com emoção sua trajetória em busca da paternidade. Para o ano de 2010 está sendo preparada também uma exposição de 14 quadros inéditos, todos em óleo sobre tela.

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JOÃO CARLOS PECCI

Então, a vida lhe ofereceu caminhos novos através de uma guinada aparentemente cruel: a paraplegia, causada por um acidente de automóvel na via Dutra, em 1968. A partir daí, a paralisia física lhe revelou valores muito mais sensíveis. Aprofundou-se, como autodidata, pelos caminhos da pintura. Expôs quadros na Praça da República, aprendeu a discernir em função da simplicidade e da humildade do homem da rua. Evoluiu, valorizou a própria arte, participou de Salões de Arte, ganhando alguns modestos prêmios. Com várias exposições individuais e coletivas, faz da pintura um trabalho, uma brincadeira vibrante e gostosa, uma necessidade cotidiana, um amor a mais em sua vida.

Toquinho acorde solto no ar

Nasceu em 17 de março de 1942, em São Paulo. Filho de uma família de classe média, aos 23 anos completou o curso de Ciências Econômicas da PUC e, com quase 26 chegava até o 5º ano de Direito da USP.

Toquinho acorde solto no ar JOÃO CARLOS PECCI

16/9/2010 20:19:13


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