SP-Arte/Foto/2016

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Patrocínio Master

Patrocínio

Apoio Cultural

Global Art Insurance Partnership

Apoio

Realização

Coprodução Talks

Parceria de Mídia

Online / Parceria Exclusiva


MinistĂŠrio da Cultura, SP-Arte, Credit Suisse Hedging-Griffo, Oi e JK Iguatemi apresentam

feira de fotografia de s ĂŁo pa u lo






sp-arte/foto/2016 24 a 28 de agosto quarta / preview para convidados quinta e sexta / 15h–21h sábado / 14h–21h domingo / 14h–20h

localização Shopping JK Iguatemi / 3º piso Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041

entrada gratuita

catálogo r$35

www.sp-arte.com/foto #spartefoto2016  #spartefoto10anos


X ap r esen tação fe r nanda fe itos a

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dez por dez

da s u pe r aç ão d e d o gma s à l ib e r da d e d o s foto l i v r o s 40 e d e r c h i o d e t to

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foto gr a f ia b r a s il e i r a n a tat e mo d e r n S h oa i r M av li a n

exp o si to r es

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pa r a l e l a s e d i ago n a i s 130 cu r a d o r ia d e is a b e l a ma d o e i atã ca n nabrava

A in v e n ç ão da foto gr a f ia mo d e r n a n o Bras i l : 140 u m b a l a n ço pr ov i s ó r io h e lo ui se c o sta

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tex to s em i n g l ês

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í n d i c e r em i ssi vo d e a r t is ta s

c r édi to s

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Denise Cathilina; série Überzeit, 2012

O Oi Futuro convidou a fotógrafa Denise Cathilina para realizar uma obra especialmente para o catálogo da SP-Arte/Foto, introduzindo uma camada inédita de significado ao formato da publicação. Denise Cathilina é proveniente da geração de artistas-fotógrafos experimentais do início dos anos 1990 da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Naquele momento, o Rio de Janeiro passava por um período de profunda experimentação, que abolia todos os aspectos convencionais da fotografia. Toda a obra de Denise reflete essa verve. Em setembro de 2016, a artista inaugura uma exposição individual no Oi Futuro Flamengo, apresentando suas mais recentes proposições no campo da fotografia e do vídeo. Essa iniciativa faz parte de uma série de ações pontuais que o Oi Futuro vem desenvolvendo no âmbito da arte contemporânea brasileira, que vai além da programação dos seus centros culturais e do apoio nacional a manifestações artísticas diversas.

www.oifuturo.org.br

Oi Futuro invited photographer Denise Cathilina to produce a special piece for the SP-Arte/Foto catalog, adding an unprecedented layer of meaning to the publication’s format. Denise Cathilina stems from the generation of experimental artists-photographers of the early 1990s from Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Back then, Rio de Janeiro was undergoing a period of profound experimentation, abolishing all conventional aspects of photography. Every piece of Denise’s work reflects this verve. In September 2016, the artist will inaugurate an individual exhibit at Oi Futuro Flamengo, presenting her latest propositions in the fields of photography and video. This initiative is part of a series of specific actions that Oi Futuro has been developing in Brazil’s contemporary art scene, which transcends the programming of its cultural centers and the nationwide support to different artistic manifestations.



S P - A R T E / F O T O ,

T E M

I G U AT E M I A

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J K I G U AT E M I . C O M . B R

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a p r e s e n ta ç ã o fernanda feitosa

No aniversário de dez anos da SP-Arte/Foto, é tempo de revisitarmos nossa própria trajetória, avaliarmos o passado com olhos no futuro, investigarmos nosso lugar no mundo (das artes). Até aqui, vale dizer, há muito para celebrar. Em uma década de Feira, recebemos renomados especialistas e artistas – Jean-Luc Monterosso (Maison Européenne de la Photographie), Mark Lubell (Magnum Photos), Sarah Meister (moma), Shoair Mavlian (Tate Modern), Maureen Bisilliat, Thomaz Farkas e Elliott Erwitt –, promovemos a internacionalização e a difusão da fotografia brasileira. Por meio de lançamentos editoriais, colaboramos ainda com a popularização dos fotolivros. Ao longo desses dez anos, esperamos ter contribuído para a consolidação de um mercado fotográfico mais e mais vigoroso. Pensando nesse tão positivo legado, demos vida à edição comemorativa da Feira, que combina clássico e contemporâneo, obras multimídia e destaques editoriais. Trazemos aos estandes da SP-Arte/Foto/2016 múltiplos tons e recortes visuais por meio das 32 galerias que marcam presença no evento. Consagrados integrantes do universo das artes também estarão conosco, como os curadores Jeff Rosenheim (Met) e Karolina Lewandowska (Centre Georges Pompidou), além de três importantes diretores internacionais: Brett Rogers (Photographers’ Gallery), Christopher Phillips (International Center of Photography) e Joerg Bader (Centre de la Photographie Genève). Como parte da programação cultural, temos as sempre estimulantes palestras do Talks, que pensam sobre o fazer fotográfico e o colecionismo em geral, realizadas em parceria com a revista ARTE!Brasileiros. Gratuitas, as conversas ocorrem no Lounge One do Shopping JK Iguatemi, com grandes nomes do cenário artístico.

Para deixar a conversa sobre a prática artística em constante movimento, publicamos aqui textos que nos guiam pelo tema. Já nas primeiras páginas, dez convidados citam a imagem icônica de suas vidas. Mais adiante, o curador Eder Chiodetto elabora um panorama da fotografia nacional contemporânea. Curadora da Tate Modern, Shoair Mavlian explica como a produção brasileira chegou e se integrou ao acervo do museu britânico. Consta neste espaço uma prévia da exposição Paralelas e diagonais, feita especialmente para o evento, com imagens de importantes fotoclubistas nacionais da década de 1950-60. Curadora do mac-usp, Helouise Costa navega pelo modernismo brasileiro; e, ao fim do catálogo, a fotógrafa Jéssica Mangaba apresenta um ensaio visual sobre trechos nada óbvios de São Paulo. Por fim, deixamos ecoar aqui nosso profundo agradecimento aos patrocinadores master Credit Suisse Hedging-Griffo, Oi e JK Iguatemi, que nos acompanham desde 2007; aos patrocinadores Minalba Premium, Perrier-Jouët, Stella Artois e Volvo; aos apoiadores Air France, ETEL e Illy, e ao Ministério da Cultura. Agradecemos imensamente aos expositores, que enriquecem nosso trabalho, permitem sua realização e nos acompanham nesta jornada, ano a ano.

fernanda feitosa é fundadora e diretora da SP-Arte.

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Fotografias expressam memória, afeto, testemunho, envolvimento, exercício estético. Assinalam passagens pessoais e, muitas vezes, se mesclam a elas. Pensando nesse espaço confessional, convidamos dez pessoas engajadas com a trajetória da SP-Arte/Foto para nos contar sobre a imagem que marcou suas próprias histórias. Colecionadores, fotógrafos, artistas e especialistas compõem o time que se encontra a seguir, com fotografias apresentadas cronologicamente. Nessa década de existência, a SP-Arte/Foto esteve atenta à produção nacional e estrangeira, variados estilos e cenários – multiplicidade vista também na seleção dos convidados para este exercício. Uma homenagem à criação fotográfica e ao olhar cuidadoso de quem integra esse universo.

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silvio frota colecionador e fundador do m u s e u d a foto g r a f i a d e fo r ta l e z a

Dorothea Lange, Migrant Mother, 1936

Por seu simbolismo e por retratar a realidade crua de uma época, é uma das fotos de que mais gosto. A mãe migrante de Dorothea Lange nos leva a ver que o fotojornalismo proporciona momentos de força e estética incríveis, a despeito dos temas via de regra espinhosos a que dá voz. Em 1936, em plena Grande Depressão, que acontece de ter sido nada menos do que a maior crise econômica do século xx, Florence Thompson viajava com o marido e os filhos em Nipomo, na Califórnia, quando o carro quebrou e ela se viu no campo, aguardando o marido que partira em busca de reparo. Foi aí que Dorothea, então funcionária de um órgão federal, a fotografou com os filhos. Ícone de sua época, essa imagem deu origem a um episódio polêmico ao ser publicada sem consentimento da fotografada, trazendo mais essa questão à tona. Do ponto de vista pessoal, foi a obra que me deu a dimensão do que a fotografia representava para mim, me levando a questionar se era justo ser o único a ter acesso à minha coleção. De onde surgiu a ideia de compartilhá-la com a sociedade, embrião do que virá a ser o Museu da Fotografia.


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german lorca fotógrafo

German Lorca, Malandragem, 1949

Malandragem, entre outras fotos de minha autoria, faz parte do acervo de fotografias do Museu de Arte Moderna de Nova York (moma).

Mais do que uma homenagem a um grande cantor popular brasileiro, essa foto é uma das primeiras memórias eternizadas do meu lar e rotina. Pela janela de casa, eu podia observar o bar da esquina, a 50 ou 60 metros de distância. A partir de um dia qualquer, passei a ouvir um vozeirão vindo do mesmo bar. Quem seria? Uma voz bonita, cantando canções do disco dele… era Nelson Gonçalves! Àquela época, quando vinha a São Paulo, Nelson visitava sua mãe, que morava na minha rua, e cortava o cabelo com meu vizinho, seu amigo de infância. Costumavam depois ir ao bar tomar uma cerveja, quando o amigo pedia que ele desse uma palhinha e Nelson soltava a voz. Alguns anos depois, eu havia entrado para o Foto Cine Clube Bandeirante e fazia muitas fotografias para os concursos que o clube promovia. Essa recordação foi, portanto, minha inspiração para realizar Malandragem, lembrança da Rua Almirante Barroso, onde vivi no início da minha vida de casado. Eu ainda era amador, mas acho que concebi com criatividade essa e outras imagens. São fotografias de vanguarda, no sentido puro da palavra.


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lenora de barros a r t i s ta

German Lorca, foto publicitária para cozinha Securit, década de 1960

Não sei exatamente a que ano pertence essa imagem. Pelos meus cálculos, ela seria de 1960, eu então com sete anos de idade. A foto é de autoria de German Lorca, grande amigo de meu pai, para uma publicidade da marca de cozinha Securit. Nela, uma menininha – eu – aparece se despedindo de sua mãe, que entrega a ela uma maçã para o lanche da escola. Tenho um carinho especial por essa imagem, para mim uma cena, da qual só me lembro como fotografia de uma imagem imaginária, imaginada. Ao vê-la, sempre penso quem seria e por onde andará essa minha “mãe faz-de-conta”, loura, com seu avental bordado, colarzinho de pérolas, seu diminuto relógio de pulso e um escarpin de salto baixo. Que fim levou a mala da escola que a minha mãe de mentira está prestes a me entregar? E onde estará o uniforme da minha versão menininha, com sapatinho de verniz, topete com Gumex e meia três-quartos? Será que a maçã foi comida? Às vezes imagino essa foto como a minha primeira performance... pelo que só posso dizer: obrigada pela imagem, Lorca!


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maureen bisilliat fotó g r a fa e d o c u m e n ta r i s ta

Claudia Andujar, Yanomami, Amazonas, 1974

Sintetizando toda uma população, ao vê-la, pergunto: ...é Davi à esquerda? Davi Yanomami? ...de onde está chegando e para onde vai toda essa gente? ...e esboçado no horizonte, é Carlo? Carlo Zaquini que, por mais de vinte anos, zela junto com esse povo por sua existência? Perguntas em aberto para Claudia responder, se e quando ela quiser. Pois nessa fotografia, extraordinária como tantas outras dela, vejo o fruto de sua vida, compartilhada e entregue para os yanomami, de corpo e alma.

Anto(lógico). Antropo(lógico). Icono(gráfico) Palavras bastante em voga, às vezes desnecessárias – que, no entanto, se impõem diante desta imagem de Claudia Andujar.


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cortesia: Vermelho

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claudia jaguaribe a r t i s ta

Joel Meyerowitz, série Cape Light, 1976

As fotos que recordo mais terem me marcado fazem parte de uma sequência de imagens que vi expostas no Museum of Fine Arts de Boston e integram o livro Cape Light, de Joel Meyerowitz, editado pela Aperture em 1979. Foi a primeira vez que me deparei com imagens ampliadas coloridas e em grande formato. Eu estava estudando nos Estados Unidos e, até então, as exposições que eu tinha visto eram em sua maioria em preto e branco e em formatos pequenos. Foram essas imagens que me fizeram mudar de rumo e me tornar fotógrafa. Foi um grande momento nos anos 1980, quando a fotografia enfim se firmou no circuito das artes visuais. Passei a entender a potência das imagens e como a fotografia tinha também uma dimensão plástica, não apenas documental. A gama de cores, a qualidade da cópia e o tratamento da luz daquelas reproduções abriram um enorme campo para mim, influenciando muito o meu trabalho.


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cortesia: Joel Meyerowitz Photography

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fernanda feitosa fundadora e diretora da sp-arte

Miguel Rio Branco, Diálogo com Amaú, 1983/2010

Feita no começo da década de 1980 por um artista cujo trabalho e trajetória artística admiro muito, essa obra integra a coleção que venho construindo com meu marido, Heitor Martins. Amaú é simplesmente o nome do índio caiapó surdo-mudo fotografado em sua aldeia ao sul do Pará. São vários os aspectos que me chamam atenção e me emocionam nesse trabalho. De início, o artista consegue captar tanto a doçura da ingenuidade como também a melancolia do menino. A alegria inocente do índio me comove, e conseguir captar isso num flash de segundos é, para mim, um dom. Para além disso, me instiga o ritmo que o artista imprime nas imagens. Elas parecem pensadas como stills de cinema, emanando o rigor do enquadramento perfeito, algo digno dos mestres que sabem exatamente o querem através de uma lente. Para arrematar, a luminosidade e o contraste com as cores da roupa do garoto parecem brotar da fotografia, conferindo ao trabalho um embate dramático que cativa os olhos e a alma. Na obra de Rio Branco, o que mais me empolga é que as imagens, realmente, dizem mais do que mil palavras.


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carlos jereissati filho p r e s i d e n t e d a i g u at e m i e m p r e s a d e s h o p p i n g c e n t e r s

João Luiz Musa, Guarujá, 1993

Sempre que observo essa obra de João Luiz Musa, que faz parte do meu acervo pessoal, me recordo com carinho da minha infância. Trago na memória as tardes de verão que passei junto à minha família na praia de Pernambuco, e essa imagem é uma bela ilustração dos bons momentos vividos por lá.


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cortesia: Luciana Brito Galeria

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cortesia: Studio Cao Guimarães

rodrigo moura curador

Cao Guimarães, da série Gambiarras, 2004

O realismo fotográfico de Cao Guimarães é cheio de humor e humanismo. Nessa imagem, somos colocados ao lado do fotógrafo, dentro de um apartamento como outro qualquer, cujo dono usou uma tábua de corte para deixar a janela basculante aberta. A solução dada por aquilo que temos à mão, de forma urgente e despretensiosa, é a tônica da série de fotos Gambiarras, que continua sendo feita até hoje e da qual essa imagem é um dos exemplos mais antigos, num arquivo de dezenas de fotografias. Enquadrando São Paulo, olhando a oeste para um pôr do sol coberto por prédios, a janela está prestes a fechar a qualquer momento. A princípio, a vista não seria prejudicada por esse golpe imaginário – mas poderíamos perder alguma vida, que parece entrar quase clandestinamente pela fresta.


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luciana brito diretora da luciana brito galeria

David Maljkovic, Memorial Areas, 2010

A fotografia Memorial Areas, de 2010, foi o marco inaugural de uma coleção dedicada a luas que comecei com minha filha Julia. Essa imagem sofisticada e nostálgica parecia se diferenciar do restante de sua produção sem, no entanto, criar uma ruptura. Conhecido principalmente por sua pesquisa com memoriais e monumentos esquecidos da antiga Iugoslávia, que são por ele deslocados para contextos futuristas, contemporâneos ou de natureza selvagem, Maljkovic mantém nessa lua o uso de uma estética modernista claramente datada, situando-a no mesmo universo de suas demais obras, mas de uma forma mais sutil. A lua como monumento ultrapassado, provavelmente da época da Guerra Fria e suas viagens espaciais, sumariza esse desejo humano que tudo devora e fagocita até mesmo um pedaço de rocha espacial para dentro do vórtice de sua vertigem histórica.

Há ainda alguma distância, uma dificuldade recíproca de acesso entre a arte criada na América Latina e na Europa Oriental. Salvo poucos grandes nomes, a – excelente – arte contemporânea produzida mais a leste da Europa Central nos é virtualmente desconhecida. O croata David Maljkovic é um artista já estabelecido que exemplifica não apenas o quanto vale a pena olhar para aquela região do mundo, mas também como podemos encontrar similaridades entre a linguagem desenvolvida por ele e outros artistas da mesma geração, mesmo que de nacionalidades e origens diversas.


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diógenes moura escritor, editor e curador de fotografia

Wagner Almeida, da série Livrai-nos de todo mal, 2014

Guardo essa imagem como uma bomba-relógio. Daqui a dez segundos, tudo o que você está vendo poderá voar pelos ares. É muito mais que uma fotografia: é manjedoura, cicatriz em cada um de nós. Deflagra nas ruas das grandes e pequenas cidades a prova mais perversa da violência urbana que ultrapassa todos os limites Brasil adentro. Estamos em coma. É a imagem de mais um e mais outro homem assassinado no meio da madrugada. Nada foi “produzido”. Não se trata de um evento com promoter e assessor de imprensa. Esse homem existe lá e aqui, bem perto das portas das nossas casas, nas esquinas mais adiante, embaixo dos viadutos, por dentro das células vivas que correm no corpo e no sangue dos becos que muitos de nós jamais poderemos imaginar que existem, mas que existem, sim, a poucos metros da nossa própria existência. Muitos deles tombaram porque gostariam de ter um Rolex no pulso direito igual ao do homem que, por trás do vidro fumê do carro blindado, não identifica o rosto de quem está do lado de cá da cidade, olhando sem nada enxergar: sedução, fuligem, a garganta das coisas. Outros tombaram porque, na vida real, os limites são visíveis. E todos os que tombam têm nome, endereço, desejo, repulsa, amor, sexo, solidão. Se não existisse uma fotografia tão real como essa, poderíamos até pintar os nossos dias como polaroides urbanas em um fluxo de ilusão necessário para podermos seguir em frente. Mas aqui está a fotografia diante da realidade. Um grito parado no ar. Como será que a arte vencerá o nosso abandono cósmico?


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amsterdamsauer.com


Photography by Warren & Nick

PERRIER-JOUËT, THE ALLURING CHAMPAGNE Desde sua fundação em 1811, a casa de champagne Perrier-Jouët produz artesanalmente vinhos elegantes e florais com a rara delicadeza das uvas Chardonnay. A elegância do champagne combinada à garrafa de Perrier-Jouët Belle Epoque decorada pelas anêmonas de estilo Art Noveau, oferece momentos de puro encantamento e beleza. www.perrier-jouet.com

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A

da superação de dogmas à liberdade dos fotolivros

eder chiodetto

O surgimento da fotografia digital, da internet e da telefonia celular há cerca de 20 anos mudou significativamente o comportamento e o modelo de comunicação da humanidade, impactando sobremaneira a forma de pensar e produzir fotografias no mundo todo. Na última década, período em que a SP-Arte/Foto surgiu e se solidificou no Brasil, pudemos perceber um grande amadurecimento em relação aos debates acalorados e por vezes apocalípticos que marcaram a década anterior, quando discursos dogmáticos tendiam a pressionar e questionar a legitimidade da prática fotográfica, criando polarizações entre os suportes analógicos e digitais, entre as noções de arte e documento, além de crises em torno do uso de softwares de tratamento de imagem e da substituição da película por um arquivo binário, entre outros itens. A entrada mais efetiva da fotografia no mercado de arte contemporânea, que obrigou a criar tiragens e seguir critérios até então pouco em voga entre os fotógrafos, foi outro fator que gerou intensa necessidade de discussão e revisão de valores. A partir de meados da primeira década deste século, tais dilemas foram se equalizando e hoje são questões bem assentadas no meio da fotografia. O período não apenas coincide com o surgimento da SP-Arte/Foto, como também nos leva a perceber que a Feira assumiu protagonismo nesses pontos, ajudando fortemente no amadurecimento do mercado de fotografia no país.


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a Sofia Borges; The Swamp (detalhe), 2016; cortesia: Mack Alexandre Furcolin Filho e Jazzie Moyssiadis; b BR Motels (detalhe), 2016; cortesia dos artistas

1 machado, Arlindo. “A fotografia sobre o impacto da eletrônica”, em: samain, Etienne (org.), O fotográfico. São Paulo: Hucitec e Senac, 1998, p. 316.

Com o arrefecimento dessas questões, a última década mostrou-se um laboratório de experimentações em que artistas e documentaristas que se utilizam da fotografia puderam expandir o território da linguagem livre de dogmas e com total liberdade estilística para investigar formatos que os guiaram, na busca de uma expressão mais genuína que desse conta de representar seus temas e conceitos. Nestes dez últimos anos, testemunhamos uma súbita ampliação de repertório das estratégias de que cada produtor de imagens lançou mão para construir narrativas e poéticas originais. Para o pesquisador Arlindo Machado, esse novo estatuto das imagens, cada vez mais solidificado, gerou um ambiente tão propício para a experimentação na fotografia que só encontra paralelo histórico com o período após a Primeira Guerra Mundial, quando surgiram movimentos como o dadaísmo e o surrealismo. Olhando retrospectivamente, confirmou-se com desenvoltura aquilo que Machado previu em um texto escrito no final dos anos 1990, com o aparecimento das câmeras digitais e de todo o aparato tecnológico que acompanhou essa (r)evolução: “não por acaso, essas características anamórficas – manipulações e interferências sobre o registro bruto realizado pela câmera – estão possibilitando à fotografia retomar o espírito demolidor e desconstrutivo das vanguardas históricas do começo do século xx”.1 Se, por um lado, os amadores começaram a gerar cada vez mais fotografias esteticamente rebuscadas graças aos aplicativos de uso extremamente facilitado, profissionais do ramo e artistas reagiram às mudanças e passaram a frequentar cursos acadêmicos ligados à fotografia, gerando pesquisas teóricas e ensaios mais bem estruturados. A distância entre produção e reflexão crítica estreitou o enorme fosso que existia até então. No Brasil, foram muitos os trabalhos dessa última década que ganharam reconhecimento no circuito de arte contemporânea, após serem gestados no meio universitário. Entre esses, podemos citar artistas como Jonathas de Andrade, Leo Caobelli, Flavya Mutran, Alexandre Sequeira, entre outros. Contribuiu para essa nova produção também o surgimento de coletivos e grupos de estudos informais. Fotógrafos passaram a ter mais contato com curadores nacionais e estrangeiros, foram integrados ao staff de galerias, e uma nova geração começou a expor mais frequentemente em importantes instituições no exterior e a conquistar prêmios e residências de destaque, como foi o caso de Caio Reisewitz, Rodrigo Braga, Sofia Borges, Pedro Motta e Marcia Xavier, para citar apenas alguns. Em virtude desse ambiente renovado, as editoras passaram a publicar com maior ênfase traduções de livros teóricos sobre fotografia, e a produção acadêmica brasileira também começou, ainda que timidamente, a ter maior visibilidade nas livrarias. Vimos surgir novos títulos de autores como Boris Kossoy, Arlindo Machado, Annateresa Fabris, Maurício Lissovsky, Etienne Samain, Rubens Fernandes Júnior, Antonio Fatorelli, Pedro Karp Vasquez e outros. Ao mesmo tempo, teses de doutorado e dissertações de mestrado disponibilizadas na internet pelas universidades democratizaram o acesso e ajudaram a ampliar o repertório de quem conjuga produção com pesquisa. Outro fator que despontou nos anos recentes e se tornou um viés forte da produção brasileira foi o uso que artistas plásticos de distintas áreas passaram

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c Ivan Padovani, em colaboração com Walter Costa; Campo cego (detalhe), 2014; cortesia do artista

a fazer da fotografia, seja pela facilidade técnica de acesso com as câmeras digitais, seja pela forma como a linguagem fotográfica se impôs dentro do circuito de arte contemporânea. Oxigenando o debate e ampliando o território da expressão fotográfica, acompanhamos o nascimento de ótimos trabalhos de natureza híbrida nos quais a fotografia imbrica-se com a pintura, a literatura, o cinema, a escultura e também como registro de performances que, por fim, ganha autonomia como obra de arte. Por se apropriarem do léxico fotográfico sem certos dogmas que cercam a produção de documentaristas, por exemplo, esses artistas têm ajudado a expandir os limites do espectro fotográfico. Alguns dos nomes que atuam nessa fronteira são Cinthia Marcelle, Bruno Faria, Giselle Beiguelman, Lia Chaia, Felipe Cama, Rodrigo Torres, Tony Camargo, Lucas Simões, os irmãos Matheus e Thiago Rocha Pitta, e a dupla Gisela Motta e Leandro Lima. Estreitar os limites entre linguagens, mas também desacomodar classificações generalizantes que tendem a estabelecer uma polarização entre arte e documento, parece ser mais uma das vertentes dessa geração que se fortificou na última década. Se, de um lado, artistas vindos de outras áreas se ocupam da fotografia dentro desse novo contexto tecnológico e social, por outro, fotógrafos que surgiram no mercado como repórteres de jornais e revistas passaram a praticar uma fotografia menos assertiva e entraram no campo da arte de forma sólida, matizando seus projetos com alta voltagem de subjetividade e dialética. Foi o caso dos coletivos Garapa, Trëma e da extinta Cia de Foto, além de autores que seguem firmes nessa toada, como Cris Bierrenbach, Bárbara Wagner, João Castilho, Pedro David e Tuca Vieira. Nesse meio tempo, um setor que se fragilizou muito foi o fotojornalismo, domínio em que o Brasil teve ótima produção desde o surgimento da revista Realidade, em 1966, mas que atualmente sofre em demasia por conta da crise financeira e de falta de rumos pela qual passa a mídia impressa. Há um crescente desemprego na área com o fechamento abrupto de muitas vagas nas redações. Os veículos de comunicação impressa utilizam cada vez mais imagens frias de bancos de imagens, e a fotografia de cunho crítico sobre a história dos nossos dias saiu de foco. Já as manifestações de rua que levaram milhões de pessoas a mostrar sua indignação com diversos setores da vida pública brasileira ao longo de 2013 trouxeram à pauta, entre muitas outras questões, um debate acalorado sobre o comprometimento dos meios de comunicação com o governo. E como se sabe, grande parte da mídia se mantém graças às verbas publicitárias de órgãos governamentais. A partir dessa crise, despontou um jovem e idealista grupo de jornalistas e repórteres fotográficos independentes que se autodenomina Mídia Ninja. Vídeos e fotografias das manifestações visavam ter um ponto de vista pluralista em contraponto a muitos veículos de comunicação que generalizavam ao chamar manifestantes de “baderneiros”. No final do processo, muitos desses ativistas acabaram se incorporando às estruturas do governo e também perderam um pouco do seu poder de fogo. Outros fotógrafos, ao detectarem a tensão existente na fotografia documental entre o desejo de comprovar a existência das coisas e sua natureza polissêmica que a faz escorregar para a ficção e a livre interpretação de quem vê, perceberam nessa


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d Rosângela Rennó; a01 [cod. 19.1.1.43] - a27 [s|cod.23] (detalhe), 2013; cortesia da artista

crise anunciada a possibilidade de retratar o mundo a partir da subjetividade e da dialética inerentes às ações do homem. Saiu de foco a ideia sempre tão fugaz e evidentemente inalcançável de uma verdade absoluta, ou de um ponto de vista irrefutável sobre determinado assunto, e o fotógrafo passou a ter uma relação mais orgânica e onírica com o referente fotográfico. No lugar de apontar respostas, ele lança indagações. Sua fotografia, carregada de dúvidas, incertezas e algumas intuições, é um convite ao debate mais dialético. Essa corrente, denominada anos atrás como documental imaginária, chega a 2016 perfeitamente incorporada à produção das novas gerações, sem precisar levantar mais uma bandeira em sua causa. Já nos anos recentes, o fator que veio excitar imensamente a produção fotográfica contemporânea no Brasil e no mundo foi a produção dos fotolivros. Se conseguir publicar um livro dentro dos cânones da indústria gráfica sempre foi um grande entrave por conta dos custos envolvidos, a facilidade advinda com gráficas digitais que possibilitam tiragens menores e bem-acabadas, entre outros fatores, fizeram explodir a produção e geraram um novo e entusiasmado mercado. Nomes de peso investiram em pesquisas que geraram fotolivros de grande qualidade, como o a01 [cod.19.1.1.43] — a27 [s | cod.23], de Rosângela Rennó, que conquistou o prêmio da categoria concedido pela Aperture em parceria com o Paris Photo 2013, e The Swamp, de Sofia Borges, que recentemente venceu o concurso da prestigiada editora inglesa Mack. Mas, sobretudo, novos nomes vieram à tona com trabalhos exemplares, como foi o caso de Ivan Padovani, com Campo Cego, e Alexandre Furcolin Filho e Jazzie Moyssiadis, com a obra BR Motels. No Brasil, vimos feiras como a Plana, a Tijuana e, mais recentemente, a Cavalete, catalisarem esse momento. Pequenas editoras surgem e, num desses eventos, podem rapidamente se transformar em case de sucesso. Livros de autor editados com criatividade e bom gosto pautaram o formato que possibilitou colocar no mundo ensaios fotográficos e projetos personalizados cujas tiragens limitadas passaram a ser disputadas por um contingente considerável de novos colecionadores. Neste momento estamos observando o surgimento de novos e talentosos autores que trazem consigo as conquistas das gerações anteriores e parecem transitar com muito mais liberdade entre as possibilidades expressivas da fotografia, libertos dos dogmas que marcaram o debate polarizado que havia vinte anos atrás. Assim, a fotografia segue seu curso como uma das plataformas mais pulsantes para nos fazer refletir acerca dos caminhos da humanidade no mundo contemporâneo. ◆

eder chiodetto é mestre em Comunicação pela eca-usp, jornalista, professor e curador independente, tendo realizado mais de 70 exposições no Brasil e no exterior. É curador do Clube de Colecionadores de Fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo (mam-sp) desde 2006 e autor dos livros Geração 00: a nova fotografia brasileira (Edições Sesc), Curadoria em fotografia: da pesquisa à exposição (Ateliê Fotô/Funarte) e O lugar do escritor (Cosac Naify), entre outros. Nos últimos anos, editou títulos de diversos fotógrafos e, atualmente, coordena o Ateliê Fotô, centro de estudos avançados em fotografia, em São Paulo.

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PARTINDO DE SÃO PAULO

PARIS

14 VOOS DIRETOS SEMANAIS

AIRFRANCE.COM.BR



fotografia brasileira na tat e modern

shoair mavlian

Há mais de uma década, a Tate vem se dedicando a pesquisar e colecionar arte da América Latina, formando uma coleção que abrange desde o século xx até a época contemporânea e abarcando toda a região. Ao longo dos anos, o Brasil se tornou um ponto de interesse particular para a Tate, e o museu construiu uma forte coleção de arte do país com trabalhos essenciais de artistas como Lygia Clark, Mira Schendel e Hélio Oiticica. Mais recentemente, a Tate passou a colecionar também fotografia da América Latina, o que se apresenta como um esforço dos mais empolgantes para uma curadora, posto que o Brasil tem uma história rica e vibrante nesse domínio, com material de sobra para pesquisa. Aqui, vou abordar brevemente alguns dos principais destaques da fotografia brasileira na coleção da Tate e como essas obras foram expostas no espaço do museu no passado recente. A


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Fotografia modernista

a Gaspar Gasparian; Tríplice, 1958; © Estate of Gaspar Gasparian; cortesia: Tate Modern Geraldo de Barros; Sem título, da série b Fotoformas, 1950; acervo: Geraldo de Barros / Instituto Moreira Salles

Geralmente referida como a fase de “amadurecimento” dessa mídia, a fotografia modernista foi um movimento fundamental dentro da história da fotografia, uma era que influenciou e transformou a linguagem visual em todo o mundo. Abrangendo, grosso modo, o intervalo que vai da década de 1920 à década de 1950, o período representou uma ruptura estimulante com o convencionalismo, liberando-se de abordagens tradicionais da fotografia com artistas que usaram esse meio como ferramenta através da qual podiam redefinir e transformar suas visões do mundo moderno. Recentemente, a Tate expôs exemplos fundamentais da fotografia modernista brasileira ao lado de artistas de várias partes do mundo. Em 2012, foi a vez de uma seleção de trabalhos intitulada Modernist Photography in Latin America [Fotografia modernista na América Latina], que incluía obras do fotógrafo alemão Werner Mantz junto com fotografias dos brasileiros Geraldo de Barros, André Carneiro, Osmar Peçanha e José Yalenti, e dos argentinos Sameer Makarius e Horacio Coppola. Ao reunir trabalhos modernistas da Europa e da América Latina, a mostra focava na maneira que fotógrafos captavam os detalhes e padrões arquitetônicos da paisagem


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c Geraldo de Barros; Abstrato, da série Fotoformas, 1949; acervo: Geraldo de Barros / Instituto Moreira Salles

construída na modernidade, observando especificamente a relação entre forma e abstração, luz e sombra. Produzidas muitas vezes fora do estúdio, no cenário urbano, a fotografia modernista do Brasil tem uma relação particular com elementos de luz e sombra devido à luz do sol que é uma marca forte do clima local. Essa presença intensa da luz natural cria uma vibração notável nas impressões, específica de trabalhos realizados em um país banhado pela brilhante luz solar. Ao usar o astro rei a seu favor, fotógrafos brasileiros refinaram o uso da luz, contrastando campos tonais para destacar a capacidade da fotografia de transformar temas cotidianos em pura forma e abstração. Em 2016, a Tate Modern abriu uma exposição chamada Composing for the Camera [Compondo para a câmera], novamente debruçando-se sobre o período da fotografia modernista, mas dessa vez olhando especificamente para trabalhos feitos em estúdio. Nela constavam obras de Willy Zielke, Aenne Biermann, Klara Langer, Iwao Yamawaki e Werner Bischof ao lado do fotógrafo brasileiro Gaspar Gasparian. O estúdio é um elemento essencial para a mídia fotográfica, um espaço onde os

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fotógrafos fazem experimentos e criam seus trabalhos. Nessa exposição, o olhar é dirigido para a maneira como os fotógrafos constroem, dispõem e iluminam objetos, fazendo composições com o propósito específico de serem registradas pela câmera. Muitos artistas usaram objetos “encontrados”, como papelão ou lâminas de vidro, para fazer construções abstratas esculturais em estúdio, que eles depois iluminavam e fotografavam. Ainda que se valesse de uma abordagem mais tradicional para natureza morta, Gasparian muitas vezes escolheu usar vidro ou cerâmica e objetos domésticos por sua qualidade tonal ou transparente que ele sobrepunha e organizava no estúdio para fazer suas experimentações de escala, distorção e perspectiva. Esses dois exemplos das exposições, que incluíam trabalhos brasileiros da época modernista, ilustram a amplitude, profundidade e experimentação com materiais vintage que marcaram o período.

d Gaspar Gasparian; Mediúnico, 1952; © Estate of Gaspar Gasparian; cortesia: Tate Modern


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Prática contemporânea

e Rosângela Rennó; Milan, Agfa Isolette, do projeto A última foto, 2006; © Rosângela Rennó; cortesia da artista / Tate Modern

A fotografia contemporânea no Brasil é parte central da cena artística, já que muitos artistas contemporâneos transitam entre diferentes mídias e se envolvem com a fotografia como parte de sua prática mais ampla. Rosângela Rennó faz isso com uma abordagem conceitual e é conhecida pela maneira como usa materiais encontrados, se apropriando e recontextualizando imagens vernaculares e de arquivo. Vários de seus trabalhos integram a coleção da Tate, como a instalação Experiência de cinema (2004-5), em que uma série de imagens encontradas e agrupadas sob os temas Amor, Guerra, Família e Crime são projetadas em uma cortina de fumaça, além de dois trabalhos do projeto A última foto (2006). Apesar de sua abordagem conceitual, a obra de Rennó é bastante centrada na materialidade do meio fotográfico e nas diferentes qualidades inerentes à tecnologia fotográfica analógica, se apoiando com frequência em temas de nostalgia, tempo e memória. Envolvida em uma abordagem direta com a mídia fotográfica, a prática de Mauro Restiffe oscila entre projetos de pegada conceitual e trabalhos documentais precisos, com uma sensibilidade aguda ao documentar seus arredores cotidianos, sejam eles espaços interiores, arquiteturas modernistas abandonadas, paisagens


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urbanas ou a própria cidade num sentido mais amplo, englobando como se dá a vida num espaço urbano em funcionamento. A Tate tem em sua coleção vários trabalhos da série Empossamento de Restiffe, que documenta a cerimônia de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro mandato, em 1º de janeiro de 2003. A história, a passagem do tempo e a memória têm forte presença nesse trabalho por causa do local icônico onde aconteceu o evento – os prédios oficiais de Brasília. Mais uma vez, a materialidade do meio fotográfico desempenha um papel importante: Restiffe usou filme de 35mm para depois ampliar as imagens e imprimi-las em grande formato, chamando atenção para a granulação do filme e a linguagem da fotografia analógica. Ainda que trabalhem de maneiras bastante distintas, tanto Rennó quanto Restiffe demonstram uma relação interessante com a fisicalidade dessa linguagem. Em tempos de tecnologia digital, ambos usam as qualidades do meio analógico, despertando sentimentos de nostalgia, além de destacar a fragilidade e a natureza efêmera da fotografia. f Mauro Restiffe; Empossamento #2, da série Empossamento, 2003; © Mauro Restiffe; cortesia do artista / Tate Modern


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Fotolivros

g Vista da exposição Latin American Photobooks; Tate Modern, 2016; cortesia: Tate Modern

Por fim, me parece adequado concluir com um comentário sobre o fotolivro como modo de exibir trabalhos fotográficos no contexto museológico. Os fotolivros são parte importante da abordagem da Tate Modern para com a fotografia, e normalmente são exibidos no museu junto com trabalhos fotográficos e obras em outras mídias, como pintura e escultura. Desde o início do século xx, quando o desenvolvimento das técnicas mecanizadas de impressão fez com que fotografias pudessem ser reproduzidas de maneira eficiente e rentável, fotógrafos adotaram os fotolivros como um meio importante para produzir e difundir seus trabalhos. Não é nenhuma surpresa que o Brasil tem um histórico na produção de fotolivros variados e interessantes e que o formato livro continua sendo parte importante da prática contemporânea, com dezenas de novos títulos publicados a cada ano. A beleza do fotolivro repousa sobre diversos elementos fundamentais que são inerentes ao formato. Um livro permite que imagens sejam ordenadas de acordo com uma sequência e dispostas na página de maneira semelhante ao que um fotógrafo faria com uma série de imagens em uma galeria. Ele possui também uma relação interessante com o texto e, talvez mais importante ainda, conta com a portabilidade,

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h Vista da exposição Latin American Photobooks; Tate Modern, 2016; cortesia: Tate Modern

podendo circular facilmente de uma pessoa a outra e ser distribuído no mundo todo. Em 2015, a Tate Modern abriu uma exposição de fotolivros intitulada Photobooks: Protests in Latin America [Fotolivros: protestos na América Latina], com títulos da coleção de Martin Parr e focada na maneira que essas publicações eram usadas como ferramenta de comunicação em massa para expor mensagens importantes, tanto local quanto internacionalmente. Reunindo trabalhos de toda a América Latina, a seleção incluía fotolivros como Documento: a greve do abc (1980), Chile o muerte (1975) e A la plaza com Fidel (1970), publicados entre 1955 e 1983. Destacando a diversidade no design e na produção dos livros, havia também raros exemplares de livros de artistas feitos com fotocopiadoras, como é o caso das Ediciones Economicas de Fotografia Chilena, Number 3, 5 October 1983, da fotógrafa chilena Paz Errázuriz, junto com livros produzidos em massa, alguns dos quais eram oficialmente encomendados por governos, como Cuba, 10 Years of Revolution (1969). Esse contraste entre diferentes modos de produção coloca em destaque a relação entre protesto e propaganda, demonstrando como o fotolivro é usado para transmitir tanto mensagens oficiais quanto não oficiais.


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• Desde 2009, quando a coleção e as exposições de fotografia se tornaram um foco específico do museu, a Tate adotou a abordagem de integrar trabalhos fotográficos junto com outras mídias no espaço de galeria, permitindo um diálogo entre fotografia, pintura, escultura e imagens em movimento. Ao mesmo tempo, estamos construindo uma coleção de trabalhos fotográficos de diferentes geografias, que datam desde o início do século xx até os dias atuais. Ao olhar em retrospecto para as exposições realizadas no museu nos últimos anos, é um prazer reconhecer e destacar como fotógrafos brasileiros desempenharam um papel tão notável em mostras da coleção da Tate Modern. ◆

i Vista da sala Composing for the Camera, da exposição In The Studio; Tate Modern, 2016; cortesia: Tate Modern

shoair mavlian é curadora da Tate Modern, em Londres, dedicada essencialmente à fotografia. Possui experiência na prática fotográfica artística e em história da fotografia, principalmente do século xx. Suas exposições recentes incluem: Conflict, Time, Photography (Tate Modern, Inglaterra, 2014), a exposição colaborativa Project Space: A Chronicle of Interventions (Tate Modern e teor/ética, Costa Rica, 2014), In Flux (Centro Cultural Kanellopoulos, Grécia, 2015), Don McCullin: Looking Beyond the Edge (Arles, França, 2016).


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Uma beleza natural de Campos do JordĂŁo.


600 anos deixando um legado.


exposito


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andrea rehder Arte 57

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arteedições babel

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bolsa de arte

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ma r ce lo gu a r n i e r i ma r i o co h e n mil l a n

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abact 1ª coleção de fotografia artistas selecionados Luiza Baldan, Anita Schwartz Galeria de Arte Cris Bierrenbach, Galeria Rabieh Julio Bittencourt, Galeria da Gávea Elisa Bracher, Mercedes Viegas Arte Contemporânea Rodrigo Braga, Vermelho Nino Cais, Casa Triângulo João Castilho, Celma Albuquerque Emídio Contente, Galeria Mezanino Rochelle Costi, Luciana Brito Galeria Pedro David, Blau Projects Alberto Ferreira, Galeria Lume Rogério Ghomes, Galeria Ybakatu Iris Helena, Portas Vilaseca Galeria Thales Leite, Galeria Eduardo Fernandes Lucia Loeb, Galeria Marilia Razuk Ding Musa, Galeria Raquel Arnaud Leopoldo Plentz, Bolsa de Arte de Porto Alegre Leticia Ramos, Mendes Wood DM Mauro Restiffe, Galeria Fortes Vilaça Alexandre Sequeira, Luciana Caravello Arte Contemporânea Marcelo Tinoco, Zipper Galeria Clarissa Tossin, Galeria Luisa Strina Bob Wolfenson, Galeria Millan

abact abact – ass oc iação br asi l ei r a d e ar te co n te m p o râ n e a São Paulo / diretores: Luciana Brito, Alexandre Roesler e Eliana Finkelstein / www.abact.com.br



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andrea rehder and rea rehder ar te co n tem p o r ân ea São Paulo / diretora: Andrea Rehder / www.andrearehder.com.br artistas: Marcos Amaro / Katia Canton / André Cypriano / Alex Flemming / Alessandra Rehder / Fabiano Rodrigues / Flavio Samelo / Paul Setubal Alex Flemming; da série Bodybuilder, 2003; acrílica sobre foto sobre pvc; foto de Henrique Luz



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arte 57 art e 5 7 – renato magal h ães go u v êa j r . São Paulo / diretor: Renato Magalhães Gouvêa Jr. / www.arte57.com.br artistas: Claudio Edinger / Rodrigo Frota / Carlos Garaicoa / Guilherme Ghisoni / Nan Goldin / Douglas Gordon / Alessandro Gruetzmacher / Gustavo Lacerda / Abelardo Morell / Vik Muniz / Eustaquio Neves / Marcelo Pallotta / Rosângela Rennó / Betina Samaia / Tunga / Massimo Vitali Claudio Edinger; Plate 01 sp Machina Mundi, 2016; impressão em pigmento mineral; 200 x 160 cm; tiragem de 5


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arteedições art e edições gal er i a São Paulo / diretora: Claudia Marchetti / www.arteedicoes.com.br artistas: Damien Hirst / Lucas Lenci / Juliana Lewkowicz / Mila Mayer / Julian Opie / André Paoliello / Catherine Yass a c

Damien Hirst; Victory Over Death, 2008; fotogravura; 119,5 x 108 cm; tiragem de 58 / b Juliana Lewkowicz; Atacama 11, 2014; impressão sobre papel; 67 x 100 cm; tiragem de 4

Mila Mayer; Kaleidos B, 2015; C-print sobre metacrilato; 100 x 150 cm; tiragem de 5 /


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babel gale ria de babel São Paulo / diretores: Jully Fernandes e Rodrigo Ferreira / www.galeriadebabel.com.br artistas: Araquém Alcântara / Bruno Barbey / Pablo Boneu / Luciano Candisani / JR Duran / Kevin Erskine / Elliott Erwitt / Kamil Firat / Andreas Heiniger / Thomas Hoepker / Michael Kenna / Julio Landmann / Dimitri Lee / Steve McCurry / William Miller / Mio Nakamura / Luis Gonzalez Palma / Zak Powers / Simon Roberts / Alfredo Nugent Setubal / Vee Speers / Alfredo De Stefano / Paolo Ventura / Cliff Watts / Zoe Zapot A JR Duran; Flor de bananeira; pigmento mineral sobre papel de algodão Canson Rag Photographique 310 g/m2; 139 x 112 x 4 cm; tiragem de 10 / b pigmento mineral sobre papel de algodão Canson Rag Photographique 310 g/m2; 139,5 x 113,1 x 5 cm; edição 1/10

JR Duran; Deborah São Paulo, 2000;


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baró ba ró gal eria São Paulo / diretora: Maria Baró / www.barogaleria.com artistas: AES+F Group / Almandrade / Ricardo Alcaide / Daniel Arsham / Norbert Bisky / Christian Boltanski / Toby Christian / Lourival Cuquinha / Elena Damiani / Jiri George Dokoupil / Felipe Ehrenberg / Roberto Jacoby / Zhanna Kadyrova / Raquel Kogan / Daniel Lannes / David Medalla / Felippe Moraes / Ivan Navarro / Túlio Pinto / Pablo Reinoso / Pablo Siquier / Mariana Sissia / Courtney Smith / Song Dong / Eduardo Stupía / Pedro Vaz / Massimo Vitali a AES+F Group; INVERSUS MUNDUS still #3-01, 2015; C-print sobre papel revestido de barita; 52 x 140 cm; edição 10/10 / b metacrilato; 90 x 110 cm; edição 1/20

Massimo Vitali; #1819, 2003; impressão fotográfica sobre


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biographica Bi ographica Arte Co n tem p o r ân ea São Paulo / diretora: Monica Vendramini Reis / www.biographica.com.br artistas: Marco Alves / Jorge Amaro / Calé Azad / Marlos Bakker / César Barreto / Renata Siqueira Bueno / Taís Cabral / Sol Casal / Pico Garcez / Pablo Di Giulio / Gabriela Greeb / Hirosuke Kitamura / Letícia Lampert / Kika Levy / Carlos Lopes / Carolina Mitsuka / Kitty Paranaguá / Bel Pedrosa / Paulo Pereira / Oscar Pintor / Mari Queiroz / Ana Quintella / Cris Rocha / Fifi Tong / Monica Vendramini / Lucila Wroblewski a Mari Queiroz; Ser longe, 2014; pigmento mineral sobre papel de algodão bordado; 30 x 30 cm; edição 1/3 / b Mari Queiroz; Ser longe (verso), 2014; pigmento mineral sobre papel de Renata Siqueira Bueno; Ar líquido #1, 2006; C-print; 100 x 150 cm; edição 5/5 algodão bordado; 30 x 30 cm; edição 1/3 / c


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blau blau proj ects São Paulo / diretora: Juliana Blau / www.blauprojects.com artistas: Renata Cruz e Laura Gorski / Pedro David / Bruno Drolshagen / Maria Lynch / Vítor Mizael / Marcone Moreira / Éder Oliveira / Laerte Ramos / Andrey Zignnatto a Pedro David; Sufocamento #14, 2012–2014; jato de tinta de pigmentos minerais sobre papel revestido de barita; 135 x 90 cm; edição 2/5 / b da série Dias úteis, 2016; jato de tinta sobre papel de algodão; 52 x 80 cm; edição 1/5

Renata Cruz e Laura Gorski; Sem título,


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bolsa de arte bolsa de arte de p o r to al egr e Porto Alegre e São Paulo / diretores: Egon Kroeff, Marga Pasquali e Luiz Kroeff / www.bolsadearte.com.br artistas: Nara Amelia / Thomas Baccaro / Vera Chaves Barcellos / José Bechara / Marina Camargo / Cristina Canale / Fabio Cardoso / Christiana Carvalho / Saint Clair Cemin / Marcos Chaves / Marilice Corona / Valdir Cruz / Clovis Dariano / Begoña Egurbide / Francisco Faria / Patricio Farías / Luiz Carlos Felizardo / Luiz Felkl / Leonardo Finotti / Hugo França / Denise Gadelha / Eduardo Haesbaert / Ananda Kuhn / Nelson Leirner / Shirley Paes Leme / André Lichtenberg / Zed Nesti / Carlos Pasquetti / Benjamin Patterson / Leopoldo Plentz / Teresa Poester / Gelson Radaelli / Luiz Roque / Regina Silveira / Elida Tessler / Maria Tomaselli / Carlos Vergara / Nelson Wilbert / Fabio Zimbres a

André Lichtenberg; Edifício Itália, São Paulo, 2016; 150 x 120 cm; tiragem de 8 + 2 p.a.  /  b

Patricio Farías; Apolinère Enameled, 2006; 110 x 155 cm; tiragem de 6 + 1 p.a.



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casa nova casa nova arte e cu ltu r a co n tem p o r ân ea São Paulo / diretor: Adriano Casanova / www.casanovaarte.com artistas: Guilherme Callegari / Carla Chaim / Ignacio Gatica / Marie Caroline Hominal / Claudia Jaguaribe / Lina Kim / Renata Padovan / Enrique Radigales / Martin La Roche / Yoann Saura / Gian Spina / Santiago Reyes Villaveces / Michael Wesely Claudia Jaguaribe; da série Aftershoot – Dia, 2016; papel de arroz e impressão sobre papel Hahnemühle; 40 x 40 cm; tiragem de 3


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casa triângulo casa triângu lo São Paulo / diretores: Ricardo Trevisan e Rodrigo Editore / www.casatriangulo.com artistas: Albano Afonso / Nino Cais / Tony Camargo / Rommulo Vieira Conceição / Ivan Grilo / Mariana Palma / Arthur Scovino / Marcia Xavier a Arthur Scovino; Nhanderudson – num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico iii, 2015; pigmento mineral sobre papel de algodão; 70 x 100 cm; tiragem de 3 / b Sem título, 2013; jato de tinta sobre papel de algodão; 140 x 90 cm; tiragem de 3

Nino Cais;


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dan dan gal eria / dan co n tem p o r ân ea São Paulo / diretores: Peter Cohn, Gláucia Cohn, Flávio Cohn e Ulisses Cohn / www.dangaleria.com.br artistas: José Manuel Ballester / Christian Cravo / José Spaniol a c

Christian Cravo; Desenraizar, 2015; 110 x 170 cm; tiragem de 5 / b José Spaniol; O descanso da sala, Maquete 2, 2006; 32,5 x 24,5 cm; edição 2/5

José Manuel Ballester; Casa de Vidro, 2007; fotografia sobre metacrilato; 153,4 x 300 cm; edição 1/5 /


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fa ss fass São Paulo / diretor: Pablo Di Giulio / www.fass.art.br artistas: Wagner Almeida / Rogério Assis / Luiz Carlos Barreto / Martín Chambi / Horacio Coppola / Francisco Moreira da Costa / Voltaire Fraga / Aracy Esteve Gomes / Annemarie Heinrich / Fernando Lemos / German Lorca / Jean Manzon / Juca Martins / Guadalupe Miles / Beth Moon / Monica Piloni / Rogério Reis / Guillermo Srodek-Hart / Lily Sverner / Evandro Teixeira / Valdir Zwetsch a Rogério Reis; da série de retratos Na lona, 1986/2002; gelatina e prata; 45 x 45 cm; tiragem de 20 / b German Lorca; Chegada no aeroporto de Congonhas, 1961; cópia de 1976 em Guillermo Srodek-Hart; Farmácia Trecu, da série Stories, 2013; pigmento sobre papel Hahnemühle Photo Rag Baryta; 99 x 125 cm; tiragem de 5 gelatina e prata; 48,5 x 57,8 cm / c


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fólio fóli o l ivraria São Paulo / diretores: Rogério Pires e Paulo Rosenbaum / www.foliorarebooks.com.br artistas: Gérard Aimé / Richard Avedon / Daniel Barraco / Gianfranco Baruchello / Izis Bidermanas / Édouard Boubat / Henri Cartier-Bresson / Lucien Clergue / Denise Colomb / Robert Doisneau / Marc Ferrez / André Kertész / Josef Koudelka / Annie Leibovitz / André Morain / Arnold Newman / Man Ray / Willy Ronis / Vezio Sabatini / Ferdinando Scianna / Josef Sudek / Pierre Verger / André Villers a Pierre Verger; Carnaval de Rio, 1941; gelatina e prata sobre papel; 28,5 x 38,5 cm; tiragem do fotógrafo, com carimbo de seu estúdio e dedicatória para Édouard Boubat  /  Édouard Boubat; Sem título, 1953; gelatina e prata sobre papel; 38,5 x 26 cm; com carimbo do fotógrafo  /  c Vezio Sabatini; Andy Warhol, década de 1970; gelatina e prata sobre papel; b 29,2 x 19,7 cm; com carimbo do fotógrafo



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fotospot fotospot São Paulo / diretores: Lucas Lenci, Cássio Vasconcellos, e Anna Candida de Souza / www.fotospot.com.br artistas: Araquém Alcântara / Lalo de Almeida / André Andrade / Lívia Aquino / Willy Biondani / Marcelo Brodsky / Iatã Cannabrava / Roberto Cecato / Claudio Edinger / Walter Firmo / Pablo Di Giulio / Claudia Jaguaribe / Sérgio Jorge / Guto Lacaz / Gustavo Lacerda / Letícia Lampert / Jair Lanes / Dimitri Lee / Lucas Lenci / Roberto Linsker / Cristiano Mascaro / Miriam Homem de Mello / Klaus Mitteldorf / Milton Montenegro / Marcelo Pallotta / Arnaldo Pappalardo / Leopoldo Plentz / Tuca Reinés / Tiago Santana / Peter Scheier / Vania Toledo / Cássio Vasconcellos / Tuca Vieira / Bob Wolfenson Cristiano Mascaro; Centro Cultural Banco do Brasil, 1987; 100 x 100 cm; tiragem de 6


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gávea Gale ria da gávea Rio de Janeiro / diretoras: Ana Stewart e Isabel Amado / www.galeriadagavea.com.br artistas: Ricardo Azoury / Julio Bittencourt / Luiz Braga / Pedro David / Ricardo Fasanello / Antonio Augusto Fontes / Bina Fonyat / Antonio Guerreiro / Cristina de Middel / Ivan Padovani / Rogério Reis / Alexandre Sant’Anna / Ana Stewart / Bruno Veiga a Julio Bittencourt; Capsule Hotel Polyptych, da série Plethora, 2015/2016; C-print; 2,40 x 2,75 cm; peça única / b Cristina de Middel; Sem título, da série Sharkification, 2014/2015; Bruno Veiga; Sem título, da série Deserto Vermelho, 2016; pigmento mineral sobre papel de algodão; 67 x 100 cm; edição 1/5 + 2 p.a. C-print; 37,5 x 50 cm; edição 1/4 + 2 p.a. / c


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leme gale ria l eme São Paulo / diretores: Eduardo Leme e Camila Siqueira / www.galerialeme.com artistas: Paulo Almeida / João Angelini / David Batchelor / Luiz Braga / Alexandre Brandão / Sebastiaan Bremer / Vivian Caccuri / Paulo Climachauska / Ana Elisa Egreja / Raphael Escobar / Luciano Figueiredo / Frederico Filippi / Richard Galpin / Sandra Gamarra / Gustavo Von Ha / Candida Höfer / Zilvinas Kempinas / Henry Krokatsis / Jaime Lauriano / Milton Marques / José Carlos Martinat / Mariana Mauricio / Jessica Mein / Marcia de Moraes / Mauro Piva / Frank Thiel / Gabriel Acevedo Velarde / Christian Vinck A Sebastiaan Bremer; No. 99 Roos Prinses Beatrix, 2015; acrílica e tinta sobre litografia antiga; 18 x 13 cm  /  b acrílica e tinta sobre litografia antiga; 18 x 13 cm

Sebastiaan Bremer; No. 36 Narcissus Incomparabilis Fortune, 2015;



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luciana brito luci ana b rito Gal er i a São Paulo / diretoras: Luciana Brito e Julia Brito / www.lucianabritogaleria.com.br artistas: Marina Abramović / Fabiana de Barros & Michel Favre / Geraldo de Barros / Rafael Carneiro / Waldemar Cordeiro / Rochelle Costi / Leandro Erlich / Thomaz Farkas / Paula Garcia / Gaspar Gasparian / Alex Katz / Pablo Lobato / Anthony McCall / Allan McCollum / João Luiz Musa / Liliana Porter / Tobias Putrih / Caio Reisewitz / Eder Santos / Regina Silveira / Bosco Sodi / Tiago Tebet / Héctor Zamora / Fernando Zarif / Raphaël Zarka Leandro Erlich; Bâtiment i, 2011; impressão Giclée sobre papel Ultra Smooth; 149 x 111 cm; edição 2/5


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luciana caravello luci ana caravel lo ar te co n tem p o r ân ea Rio de Janeiro / diretora: Luciana Caravello / www.lucianacaravello.com.br artistas: Güler Ates / Ivan Grilo / Alexandre Mazza / Alexandre Sequeira / Marina Perez Simão / Lucas Simões / Igor Vidor a Alexandre Sequeira; Vieille Lavande, da série Residência São Jerônimo, 2015; C-print,; 70 x 46 x 5 cm; tiragem de 15 / b Alexandre Mazza; Nunca tão perto, 2016; monitor de led, Güler Ates; Home Performance, 2014; impressão sobre papel Photolustre Hahnemühle; 94 x 66 x 5 cm; tiragem de 5 moldura de madeira, som e filme; 120 x 110 x 10 cm; tiragem de 5 + 2 p.a.  /  c



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lume Gale ria lu me São Paulo / diretores: Paulo Kassab Junior, Felipe Ross Hegg e Victoria Zuffo / www.galerialume.com artistas: Claudio Alvarez / Julio Bittencourt / Laurent Chéhère / Maxi Cohen / Akira Cravo / Claudio Edinger / Alberto Ferreira / Anaisa Franco / Guta Galli / Kilian Glasner / Luiz Hermano / Talita Hoffmann / Rodrigo Kassab / Denise Milan / Nazareno / Gal Oppido / Martin Parr / Penna Prearo / Betina Samaia / Gil Vicente / Znort Julio Bittencourt; Tokyo Subway, 2016; impressão sobre papel de algodão; 240 x 440 x 5 cm; tiragem de 3


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madalena Ed i to ra e Livraria M adal en a São Paulo / diretores: Iatã Cannabrava e Claudia Jaguaribe / www.estudiomadalena.com.br artistas: Ronald Ansbach / Julio Bittencourt / Celso Brandão / Iatã Cannabrava / José Diniz / Claudio Edinger / João Farkas / Pio Figueiroa / Claudia Jaguaribe / Gustavo Lacerda / Lucas Lenci / Gabriela Machado / Cristina de Middel / André Penteado / Penna Prearo / Christian Rodriguez / Betina Samaia / Misha Vallejo / Cássio Vasconcellos A Misha Vallejo; Al Otro Lado, 2016; 24 x 17 cm; tiragem de 1000 / b alumbramento do Apollo, 2016; 28 x 19 cm; tiragem de 1500

Celso Brandão; Caixa-preta, 2016; 21 x 26 cm; tiragem de 1500 / c

Penna Prearo; Jornada do


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marcelo guarnieri Gale ria marc elo g u ar n i er i São Paulo, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto / diretor: Marcelo Guarnieri / www.galeriamarceloguarnieri.com.br artistas: João Farkas / Marcel Gautherot / Pedro Hurpia / Mario Cravo Neto / Edu Simões / Arlete Soares / Pierre Verger / Masao Yamamoto A

João Farkas; da série Azul, 2015; jato de tinta por pigmento sobre papel; 60 x 40 cm  /  b

Masao Yamamoto; Nakazora #1368, 2006; gelatina e prata e técnica mista; 12 x 16 cm; tiragem de 40



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mario cohen Mari o Cohen Fine A r t P h oto gr ap h y São Paulo e Rio de Janeiro / diretores: Mario Cohen e Rosana Baracat / www.galeriamariocohen.com.br artistas: Araquém Alcântara / César Barreto / Geraldo de Barros / Robério Braga / Valdir Cruz / Claudio Edinger / Thomaz Farkas / Rogerio Fasano / José Oiticica Filho / Walter Firmo / Marcel Gautherot / Cristiano Mascaro / Silvia Mecozzi / Pedro de Moraes / Daido Moriyama / Mario Cravo Neto / Michael O’Neill / Martin Ogolter / Norman Parkinson / Sebastião Salgado / Otto Stupakoff / Paulo Vainer / Cássio Vasconcellos / Pierre Verger José Oiticica Filho; Incorpórea, 1955



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millan Gale ria mil l an SĂŁo Paulo / diretores: AndrĂŠ Millan e Socorro de Andrade Lima / www.galeriamillan.com.br artistas: Tatiana Blass / Lenora de Barros Lenora de Barros; Homenagem a George Segal, 1990/2013; jato de tinta sobre papel de algodĂŁo; 110 x 150 cm; tiragem de 3 + p.a.


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pinakotheke pi na kotheke São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza / diretor: Max Perlingeiro / www.pinakotheke.com.br artista: Carlos Vergara a Carlos Vergara; da série Carnaval, 1972–1976; pigmento mineral; 100 x 150 cm; tiragem de 6 / b Carlos Vergara; da série Carnaval, 1972–1976; pigmento mineral; 150 x 100 cm; Carlos Vergara; da série Carnaval, 1972–1976; pigmento mineral; 100 x 150 cm; tiragem de 6 tiragem de 6 / c


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p o r ta s v i l a s e c a portas vil as eca Gal er i a Rio de Janeiro / diretor: Jaime Portas Vilaseca / www.portasvilaseca.com.br artistas: Pedro Victor Brandão / Iris Helena / Ayrson Heráclito / Claudia Hersz / Ana Hupe / Lin Lima / Carolina Martinez / Ismael Monticelli / Daniel Murgel / Gabriel Secchin / Jorge Soledar / Laila Terra / Ramonn Vieitez / Alex Yudzon a Pedro Victor Brandão; Sem Título #1, da série Mitigação sem impacto (convite à pintura), 2013; jato de tinta sobre papel de algodão Hahnemühle; 30 x 37,5 cm; edição 1/5 /  Alex Yudzon; Basel, Switzerland, June 14, 2014, nº1, 2014; jato de tinta sobre papel misto Canson Baryta; 37 x 55 cm; edição 2/5 / c Carolina Martinez; Bleecker Street i, 2015; b colagem em folha de madeira sobre impressão jato de tinta sobre papel de algodão Hahnemühle; 61 x 61 cm; peça única


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raquel arnaud gale ria raqu el arn au d São Paulo / diretoras: Raquel Arnaud, Myra Arnaud Babenco e Yannick B. Carvalho / www.raquelarnaud.com artistas: Frida Baranek / Elisa Bracher / Waltercio Caldas / Sergio Camargo / Carla Chaim / Elias Crespin / Carlos Cruz-Diez / Sérvulo Esmeraldo / Célia Euvaldo / Carlos Fajardo / Daniel Feingold / Romulo Fialdini / Iole de Freitas / Marco Giannotti / Ester Grinspum / Elizabeth Jobim / Alberto Martins / Cassio Michalany / Jorge Molder / Ding Musa / Carlos Nunes / Maria-Carmen Perlingeiro / Arthur Luiz Piza / Tuneu / Wolfram Ullrich / Julio Villani / Carlos Zilio a Romulo Fialdini; Stairway to Heaven, 2000; impressão sobre papel Hahnemühle; 120 x 120 cm; edição 1/7 / b Photo Rag 308 g/m2; 74 x 110 cm; edição 1/3 + p.a.

Ding Musa; Strike #5, 2016; jato de tinta sobre papel de algodão


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room 8 gale ria room 8 São Paulo / diretoras: Adriana Veríssimo e Juliana Simão / www.room8.com.br artistas: Ines Antich / Fabiano Busdraghi / Marcelo Costa / Mia Delcasino / Bernhard Edmaier / Bruno Feder / Camila Gama / John Grant / Anna Guilhermina / Ova Hamer / Matthias Heiderich / Nicole Holz / Beatrice Hug / Magnum Photos / Fabiano Al Makul / Gray Malin / Carol Milano / Marcio Neves / Matt Nighswander / Marcelo Penna / Bill Phelps / Dorothee Piroelle / Joseph Romeo / Joao Rossi / Sonia Dias de Souza / Alfonso Zubiaga a

Marcelo Costa; Passageiro #1, 2012; 150 x 100 cm; tiragem de 10 /  b

Beatrice Hug; Red Ray, 2011; 135 x 90; tiragem de 30


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schoeler Schoel er Editions São Paulo / diretor: Christian Maldonado / www.schoelereditions.com artistas: Orlando Azevedo / Luciano Candisani / Michael Grecco / Marcelo Greco / Christian Maldonado / Cristiano Mascaro / Ana Regina Nogueira / Peter Scheier / Bob Wolfenson a Cristiano Mascaro; Cristiano Mascaro 30 – Portfolio, 2015; pigmento mineral sobre papel de algodão; 38 x 38 x 4 cm; peça única  /  b Christian Maldonado; Sem título, 2016; Marcelo Greco; Sem título, 2010; pigmento mineral sobre papel de algodão; 145 x 110 x 2 cm; tiragem de 10 pigmento mineral sobre papel de algodão; 110 x 145 x 2 cm; tiragem de 10 / c



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sim si m Gal eria Curitiba / diretores: Laura Simões de Assis e Guilherme Simões de Assis / www.simgaleria.com artistas: Isidro Blasco / Tony Camargo / Julia Kater / Marcelo Moscheta / André Nacli / Romy Pocztaruk / Juliana Stein / Rodrigo Torres / Delson Uchôa Julia Kater; Sem título, da série O que resta, 2016; recorte de fotografia impressa sobre papel de algodão; 74 x 220 cm; tiragem de 3



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vermelho v e r mel ho São Paulo / diretores: Eliana Finkelstein e Eduardo Brandão / www.galeriavermelho.com.br artistas: Claudia Andujar / Rodrigo Braga / Marcelo Moscheta Rodrigo Braga; Sem título, 2012; pigmento mineral sobre papel Canson Platine Fibre Rag 310 g/m2; 60 x 90 cm; edição 5/5



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zipper zi pper Gal eria São Paulo / diretores: Fábio Cimino e Lucas Cimino / www.zippergaleria.com.br artistas: Felipe Cama / João Castilho / Adriana Duque / Flávia Junqueira / Graciela Sacco / Ricardo van Steen / Marcelo Tinoco João Castilho; Nova era (detalhe à esquerda), 2016; 50 x 200 cm; tiragem de 5


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Ao pegar emprestado o nome Paralelas e diagonais da obra de José Yalenti, datada de 1950, a mostra de 30 fotografias modernistas abre a décima edição da SP-Arte/Foto e apresenta seu envolvimento com a história da fotografia brasileira. Se há espaço para uma feira de fotografia hoje no Brasil, é devido a paralelos e pensamentos transversais que souberam acompanhar e romper com o que acontecia no mundo e no Brasil ao mesmo tempo.

Sob a curadoria de Isabel Amado e Iatã Cannabrava essas fotografias trazem o relato de um movimento nascido no seio do fotoclubismo paulista que, de forma surpreendente e hoje em dia consolidada, transformou a fotografia do nosso país. As imagens presentes nessa compilação compõem importantes coleções de fotografia moderna pelo mundo – e foram cedidas pelos familiares e herdeiros dos autores.


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José Yalenti (São Paulo, 1895–1967); Paralelas e diagonais, circa 1950

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Paulo Pires (Franca, 1928 – São Carlos, 2015); Homens trabalhando, 1950


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Mario Fiori (São Paulo, 1908–1985); Três arcos, circa 1950

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Ademar Manarini (Valinhos, 1920 – Campinas, 1989); In extremis, 1950


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Gertrudes Altschul (Berlim, Alemanha, 1904 – São Paulo, 1962); Linhas e tons, circa 1950

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Eduardo Salvatore (São Paulo, 1915–2008); Formas, 1950


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Georges Radó (Budapeste, Hungria, 1907 – São Paulo, 1998); Composição “M”, circa 1960

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Marcel Giró (Badalona, Espanha, 1913 – Barcelona, Espanha, 2011); Luz e força, circa 1950


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A invenção da fotografia moderna NO BRASIL :

h e lo u i s e co s ta


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um balanço provisório Se possível fosse voltar a meados da década de 1980, seria espantoso constatar que o conhecimento sobre a vertente fotoclubista da fotografia moderna, que se desenvolveu no Brasil em meados do século xx, era praticamente nulo. Nomes como German Lorca, Thomaz Farkas, José Yalenti, Eduardo Salvatore, Marcel Giró, Gaspar Gasparian e Chico Albuquerque, entre tantos outros que hoje nos soam familiares, não faziam parte do repertório da fotografia brasileira. Até mesmo Geraldo de Barros, cuja produção concretista

era então reconhecida, não havia ainda sido revelado como o fotógrafo experimental que fora no passado. Na verdade, não se podia nem mesmo falar em uma história da fotografia naquele momento no país, considerando as poucas pesquisas e os raros livros existentes sobre o tema. Passados trinta anos, o cenário transformou-se radicalmente e me empenharei aqui em tentar reconstituir parte desse percurso, no qual estive diretamente envolvida, com a certeza de se tratar de um ponto de vista pessoal.

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Nos últimos anos, temos assistido às visitas frequentes de curadores estrangeiros ao país e lido as notícias das diversas aquisições de fotografias dos modernos brasileiros que passaram a integrar o acervo de grandes museus estrangeiros. Antes de tentarmos refletir sobre tal fenômeno, recuaremos ao ano de 1985, quando o Núcleo de Estudos e Pesquisas da Fundação Nacional de Arte (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura, abriu um concurso de bolsas de pesquisa com o tema Cultura brasileira: tradição e ruptura. Como estudante recém-egressa da graduação e interessada em fotografia, vi ali a oportunidade de obter apoio para realizar o primeiro estudo sistemático sobre a fotografia moderna no Brasil. Contemplado no concurso, o projeto, desenvolvido em coautoria com Renato Rodrigues da Silva, tinha inicialmente como objetivo investigar o momento de ruptura da fotografia brasileira com o pictorialismo. Os primeiros levantamentos nos permitiram identificar o Foto Cine Clube Bandeirante como o mais importante e bem estruturado polo produtor de fotografia no país entre as décadas de 1940 e 1960, além de pioneiro na discussão sobre a estética moderna. Munidos dos nomes levantados nas publicações de época, partimos para a tentativa de localização dos fotógrafos com o auxílio do catálogo telefônico da capital paulista. Como resultado, somente naquele ano conseguimos localizar e entrevistar Eduardo Salvatore, German Lorca, Thomaz Farkas e Ademar Manarini, além dos familiares de fotógrafos já falecidos, como

Gaspar Gasparian Filho e Ernesto Altschul. Lenora de Barros, por sua vez, encarregou-se de nos mostrar o acervo pessoal de seu pai, Geraldo de Barros, impossibilitado de nos receber na época. Essas visitas nos colocaram diante de acervos há muito guardados, cuja relevância não estava clara nem mesmo para os próprios fotógrafos, que se emocionavam ao rever suas antigas imagens e nos contar suas histórias. Outras vezes nossas demandas acabaram contribuindo para a localização de fotografias até então desconhecidas pelas próprias famílias. Já o acervo do Bandeirante nos ofereceu uma experiência singular pela possibilidade de uma visada abrangente sobre a produção de seus associados e pelo acesso a uma coleção completa do Boletim Foto Cine, publicação que registrou, ao longo de mais de três décadas, toda a atividade da agremiação. Hoje eu arriscaria dizer que a nossa falta de experiência em pesquisa e a pouca familiaridade que tínhamos, na época, com o universo da fotografia brasileira foram compensados por uma curiosidade viva e entusiasmada e, por isso mesmo, isenta de ideias preconcebidas sobre aquelas imagens que tanto nos impactaram. Considerada por muitos como tradicional e elitista, a produção bandeirante nos pareceu, ao contrário, potente e reveladora de uma cultura fotográfica, que muito tinha a nos ensinar sobre o conturbado processo de modernização do país. Em 1995, oito anos depois da finalização da pesquisa, tivemos


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a satisfação de vê-la publicada pela Funarte, sob o título de A fotografia moderna no Brasil. Após algumas iniciativas importantes, ainda que pontuais, na década de 1990, a fotografia moderna de viés fotoclubista passaria por um processo de ampla difusão e institucionalização ao longo dos anos 2000. Sem pretender traçar um panorama exaustivo do período, cabe-nos chamar atenção a algumas iniciativas, com destaque para a produção das primeiras dissertações de mestrado sobre fotografia moderna defendidas nas universidades públicas paulistas. Nesse período, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) ampliaria o número de fotógrafos modernistas que passaram a integrar a Coleção Pirelli-Masp na década anterior. Paralelamente, diversos outros museus passaram a incluir a fotografia moderna em seus acervos, como o Museu de Arte Moderna de São Paulo (mam-sp), o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (mam-rj) e a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Enquanto isso, crescia significativamente o número de exposições, entre as quais destaco as de caráter monográfico, realizadas em instituições museológicas. Eduardo Salvatore foi apresentado no mis-sp, em 2004; German Lorca no mac-usp e na Pinacoteca, em 2004 e 2007. Thomaz Farkas, em particular, teve seu trabalho exposto em inúmeras mostras no período: Senac-sp, em 2001; Centro Universitário Maria Antônia e ims-rj, em 2002; mis-sp, em 2004; Pinacoteca, em 2005, entre outras. Além dessas, é importante registrar a exposição coletiva montada no Centro Cultural São Paulo,

um evento comemorativo dos 70 anos do Foto Cine Clube Bandeirante, em 2009. A quantidade de catálogos e livros publicados sobre o tema também aumentou de modo significativo durante a década, seja em paralelo às exposições realizadas ou não. Diante desse quadro, a edição de 1995 do livro A fotografia moderna no Brasil ganharia um interesse renovado e, embora estivesse esgotada, passaria a circular de maneira informal, por meio de fotocópias, entre fotógrafos, alunos de faculdades de artes, frequentadores de cursos livres de fotografia e interessados em geral. Tal demanda resultou em nova edição do livro pela editora Cosac Naify, lançada em 2004 juntamente com a abertura de uma exposição de German Lorca no mac-usp. O crescente interesse por essa vertente da fotografia moderna não passaria ao largo das galerias, que a partir de meados da década de 2000 despertariam, de fato, para o potencial de um mercado ainda inexplorado. A exceção fica por conta da primeira aparição das Fotoformas de Geraldo de Barros no circuito comercial de São Paulo, já em 1995. De 2005 em diante, o próprio Geraldo de Barros, assim como Thomaz Farkas, German Lorca e Gaspar Gasparian, seriam alguns dos representantes da fotografia moderna com presença garantida nesse circuito. Dentre aquelas que vêm investindo nesse segmento estão as galerias Bergamin & Gomide (antiga Bergamin), fass e Luciana Brito, todas estas em São Paulo, além da Tempo, Mario Cohen (antiga Pequena Galeria 18) e Galeria da Gávea, no Rio de Janeiro.

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Essa situação não poderia deixar de repercutir na SP-Arte/Foto, onde vem crescendo a cada ano o número de expositores que apresentam em seus estandes a produção modernista. Nesse contexto, chama atenção o surgimento de nomes até recentemente desconhecidos. Entre eles estão sócios do Bandeirante que tiveram curta ligação com o Clube, fotógrafos vinculados a fotoclubes de outras cidades do Brasil ou mesmo fotógrafos modernos estrangeiros. Toda essa dinâmica incrementou também o colecionismo privado e institucional. Fotografias de membros do Bandeirante passaram a integrar, entre outras, as coleções de Joaquim Paiva, do Banco Santos, do futuro Museu da Fotografia a ser inaugurado em Fortaleza e do Instituto Itaú Cultural, sendo que este criou um núcleo específico para os modernistas. Já o Instituto Moreira Salles (ims) acolheu o comodato de Thomaz Farkas em 2007, passando a organizar exposições e publicações de revisão de sua obra, além de dar início à comercialização de seu trabalho. Os anos de 2010 mostram um aumento exponencial da visibilidade da fotografia moderna no Brasil que, surpreendentemente, em apenas cinco anos já é maior do que aquela verificada na década anterior. No âmbito da academia, cresce de maneira significativa o número de dissertações de mestrado sobre a fotografia moderna, além do surgimento das primeiras teses de doutorado. Observa-se ainda um fenômeno importante que é a descentralização das pesquisas, que passam

a contemplar experiências fotoclubistas desenvolvidas nos mais diversos estados do Brasil, tais como Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Nessa mesma direção, é possível perceber um deslocamento do interesse exclusivo pelas trajetórias individuais dos fotógrafos rumo a estudos mais abrangentes, que envolvem reflexões sobre a circulação das imagens e seu papel social para além de suas qualidades intrínsecas. Em relação às exposições realizadas nesta década, podemos elencar as mostras individuais de Gaspar Gasparian, apresentada na Pinacoteca, em 2010, e na Luciana Brito Galeria, em 2012; de German Lorca na Caixa Cultural Sé, em 2011, no mam-sp, em 2012, e na Galeria Millan, em 2015; de Marcel Giró na Galeria Bergamin, em 2013; de Geraldo de Barros no ims-rj e no Sesc-sp, em 2014; de Chico Albuquerque no ims-rj e mis-sp, em 2014; de Thomaz Farkas no mam da Bahia, em 2010, no ims-sp, em 2011, na Luciana Brito Galeria, em 2014, e no mis-sp, em 2015. Ainda em 2015, a produção de Gertrudes Altschul seria exposta na Casa da Imagem. Além dessas, cabe citar duas coletivas: a da coleção modernista do Itaú Cultural em São Paulo, em 2010, após longa itinerância no Brasil e no exterior, e a mostra comemorativa do comodato do Foto Cine Clube Bandeirante no Masp, em 2015. O comodato do Foto Cine Clube Bandeirante no Masp, efetivado em 2014, reveste-se de especial importância nesta nossa


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narrativa não só pela quantidade e qualidade das fotos incorporadas ao museu (ao todo, 275 vintages produzidas por 85 fotógrafos), mas principalmente por sua coesão enquanto conjunto representativo de uma experiência coletiva transformadora da fotografia brasileira. Dentre as iniciativas editoriais dos anos de 2010, várias se destacam, como a antologia da obra de Thomaz Farkas de 2011 e o catálogo de 2014; o catálogo e os dois livros sobre o trabalho de German Lorca de 2012, 2013 e 2014; os livros referentes às exposições de Geraldo de Barros e Chico Albuquerque de 2014, bem como do comodato do Masp de 2016. O diferencial desse conjunto de publicações é o de fazer avançar o conhecimento na área, e não apenas divulgar a produção dos fotógrafos. A intensa visibilidade alcançada pelos fotógrafos modernistas brasileiros nos últimos cinco anos não ficou restrita às fronteiras nacionais. A presença da fotografia moderna em mostras e feiras internacionais, como a Paris Photo e a Frieze, deve-se à iniciativa de galeristas, institutos e até mesmo de alguns herdeiros dos fotógrafos. As recentes levas de aquisições de obras para os acervos da Tate Modern e do Museu de Arte Moderna de Nova York (moma) são apenas os sinais mais evidentes de um fenômeno abrangente. Do ponto de vista histórico, a exposição Les Magiciens de la Terre, realizada em 1989 no Centre Georges Pompidou, em Paris, é considerada um marco na tentativa de subverter a narrativa universalizante da história da arte

ocidental. Mais recentemente, em 2013, o mesmo museu retomou essa questão, em outros termos, ao procurar rever o discurso unilateral sobre a arte moderna em sua polêmica mostra Modernités plurielles. Nos últimos anos, a fotografia moderna tem passado por uma revisão semelhante, como atestam as exposições The Modern Lens: International Photography and the Tate Collection, realizada no museu britânico, e Modern Photographs from the Thomas Walter Collection, apresentada no moma. Não por acaso, as produções fotográficas do leste europeu, da América Latina, da África e da Ásia têm sido mobilizadas para integrar esse debate, o que também aponta para o processo de globalização do mercado de arte e para a busca do novo. Se os benefícios do reconhecimento vindo dos grandes centros são numerosos, os riscos não devem ser ignorados. Como pontos positivos estão a valorização de diferentes culturas artísticas a partir da relação entre o local e o global, a possível relativização das hierarquias solidamente constituídas, a possibilidade de difusão ampla dessas culturas, além de uma maior produção e disseminação de conhecimentos a respeito delas. Já a dimensão do risco envolve o perigo de dispersão de importantes coleções sem que tenham sido minimamente documentadas, a valorização de artistas e obras de trajetória e qualidade questionáveis, e a possibilidade de se cristalizar vias de interpretação de mão única, avessas à alteridade inerente a essas produções.

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• O percurso traçado neste ensaio não pretendeu ser mais do que um primeiro balanço, tão provisório quanto necessário, do processo de legitimação da fotografia moderna fotoclubista produzida no Brasil. Não ignoro que a experiência modernista na fotografia brasileira não se restringe à produção fotoclubista e muito menos que o sistema de arte não se reduz ao que ocorre na capital paulista. As informações computadas precisariam, sem dúvida, ganhar amplitude geográfica, além de serem submetidas a um trabalho de sistematização. Fora isso, não haveria espaço aqui para citar todos os eventos, os títulos das mostras e o nome dos diversos curadores. Faltou, ainda, mapear as exposições realizadas no exterior, que se avolumaram nos últimos anos. De qualquer modo, o quadro que se delineou evidencia que a construção de uma consciência sobre o valor de uma determinada produção artística não ocorre de um dia para o outro nem depende da ação única e exclusiva de indivíduos. Trata-se de um processo social de longa duração que envolve desde as instituições museológicas e a implantação de políticas públicas específicas, passando pelo mercado e pelo engajamento dos diferentes

agentes do sistema de arte, tais como curadores, pesquisadores acadêmicos, professores, críticos, galeristas e marchands. Atuando de acordo com suas especialidades e competências, todos nessa rede contribuem para a constituição e consolidação dos valores artísticos. A “invenção” a que me refiro no título deste ensaio é o resultado dessa ação coletiva que, em última instância, tem sua maior razão de ser na força criadora da fotografia moderna que se produziu em nosso meio. ◆

helouise costa é docente e curadora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (mac-usp) e coautora do livro A fotografia moderna no Brasil (Cosac Naify, 2004).

Vista da exposição Foto Cine Clube Bandeirante: do arquivo à rede, Masp, 2016; foto: Edouard Fraipont; cortesia: Rosângela Rennó



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fragmento

jĂŠssica mangaba
















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E se olhássemos a cidade por meio de um exercício fotográfico? Esta série de Jéssica Mangaba convida a uma navegação outra por São Paulo – num ensaio que é, substancialmente, o exercício de ver e perceber a cidade como meio de pausa, silêncio, contemplação. Em campanha realizada para a SP-Arte/Foto, a fotógrafa acena com gestos de observação e fragmentação em meio à multiplicidade da vida que corre na maior metrópole brasileira.

jéssica mangaba é fotógrafa nascida em Itaquera, em 1988. Formada pelo Centro Universitário Senac e pós-graduada pela Fundação Armando Alvares Penteado, participou de diversas exposições, entre as quais se destacam: Projeções – Fotografia Brasileira Contemporânea (margs, Porto Alegre); uti – Unidade de Terapia Intensiva (Condomínio Cultural, São Paulo); 2014Frames – Projecting International Photography (cca, Glasgow, Escócia); Geração 00: A Nova Fotografia Brasileira (Sesc Belenzinho, São Paulo); Souvenir #Brasilien (Kunst im Kulturflur, Hildescheim, Alemanha); Projeções – Sala Hélio Oiticica (Santander Cultural, Porto Alegre). Vive e trabalha em São Paulo.

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s ão pa u lo p h oto fa i r for ewor d

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f er n a n da f ei to s a

On the tenth anniversary of SP-Arte/Foto, it’s time to revisit our own trajectory, assess the past with eyes in the future, and investigate our place in the world (of art). So far, it’s possible to say that there’s lots to celebrate. In the 10 years of this Fair, we have received renowned experts and artists – Jean-Luc Monterosso (Maison Européenne de la Photographie), Mark Lubell (Magnum Photos), Sarah Meister (moma), Shoair Mavlian (Tate Modern), Maureen Bisilliat, Thomaz Farkas and Elliott Erwitt – and promoted the internationalization and dissemination of Brazilian photography. Additionally, through editorial publications, we have contributed to the popularization of photobooks. During this decade, we hope to have helped consolidate an even more vigorous photographic market. It was in thinking about this very positive legacy that we gave life to the Fair’s commemorative edition, by combining classic with contemporary, multimedia works and editorial highlights. We bring to the booths of SP-Arte/Foto/2016 multiple tones and visual cutouts through the 32 galleries participating in the event. Renowned members from the art universe will also be with us, such as curators Jeff Rosenheim (The Met) and Karolina Lewandowska (Centre Georges Pompidou), as well as three important international directors: Brett Rogers (Photographers’ Gallery), Christopher Phillips (International Center of Photography) and Joerg Bader (Centre de la Photographie Genève). As part of the cultural programming, we have the always-exciting Talks, which focus on photography and collecting in general, conducted in partnership with ARTE!Brasileiros magazine. These conversations, which are free of charge, take place at Lounge One in Shopping JK Iguatemi mall, with big names from the artistic scenario. To keep the conversation about this artistic practice in constant movement, we have published a few texts that guide us through the theme. In the first pages, 10 guests describe

an iconic image of their lives. Further ahead, curator Eder Chiodetto provides an overview of Brazilian contemporary photography. Tate Modern curator, Shoair Mavlian explains how Brazilian production came and became part of the British museum’s collection. This space also offers a preview of the Parallels and Diagonals exhibit, produced especially for the event, with images from important photo club members of the 1950s and 1960s in Brazil. mac-usp curator, Helouise Costa navigates through Brazilian modernism; and, to complete the catalog, photographer Jéssica Mangaba presents a visual essay on non-obvious aspects about São Paulo. Lastly, we would like to leave our deepest thank you to master sponsors Credit Suisse Hedging-Griffo, Oi and JK Iguatemi, which have been with us since 2007; sponsors Minalba Premium, Perrier-Jouët, Stella Artois and Volvo; supporters Air France, ETEL and Illy, and the Ministry of Culture. We also thank immensely our exhibitors, who enrich our work, allow for this fair to be held and accompany us in our journey year after year. fernanda feitosa is founder and director of SP-Arte.

ten for ten

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Photographs express memory, affection, testimony, involvement, esthetic exercise. They portray personal passages and, many times, blend with them. Considering this confessional space, we invited 10 people engaged with SP­-Arte/Foto’s trajectory to tell us how a particular image marked their own history. Collectors, photographers, artists and specialists comprise the team that appears in the pages that follow, with photographs chronologically displayed. In these 10 years of existence, SP­-Arte/Foto has stayed tuned in domestic and foreign production, different styles and landscapes – which multiplicity is also seen in the selection of guests for this exercise. A tribute to photography creation and the careful view of those who make up this universe. silv io frota, collector and Found er of the Fortaleza Museum of Photog rap hy

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Dorothea Lange, Migrant Mother, 1936 Given its symbolism and for portraying the stark reality of an era, it is one of the photos I like the most. Dorothea Lange’s


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Migrant Mother makes us see that photojournalism provides moments of incredible strength and esthetics, even though the themes it reports are usually thorny. In 1936, in the midst of the Great Depression, which happened to be nothing less than the biggest economic crisis of the 20th century, Florence Thompson was traveling with her husband and children through Nipomo, California, when their car broke down and she was left in the field, waiting for her husband to return with repair help. It was then that Dorothea, a federal employee at the time, photographed the mother with her children. An icon of its time, this image gave rise to a controversial episode after having been published without the photographed mother’s consent, bringing this issue also into play. From a personal perspective, this piece gave me the dimension of what photography represented to me, leading me to question whether it was fair to be the only person to have access to my collection. This is where the idea of sharing it with society surfaced, the seed of what is to become the Museum of Photography. ger m an lo r ca , p h oto g ra p h e r

lenora d e b arros, artist

22

German Lorca, ad photo for a Securit kitchen, 1960s I don’t exactly know what year this photo was taken. According to my calculations, it would be from 1960, which year I would be seven years old. The photo was made by German Lorca, a big friend of my dad, for a Securit kitchen advertisement. In it, a young girl – me – appears saying goodbye to her mother, who hands her an apple for her school snack. I have special feelings for this image, for me a scene I can only remember as a photograph of an imagined, imaginary image. When looking at it, I always think who is and where is this “make-believe” mother of mine, with her blonde hair, hand-sewn apron, pearl necklace, miniature-sized wristwatch and low-heel pump shoes. Whatever happened to the school bag that my fake mother is about to hand over to me? And where is the uniform of that young girl version of me, with shiny shoes, hair knot with gel and knee-high socks? Was the apple ever eaten? I sometimes imagine this photo as my first performance... for which I can only say: thank you for the picture, Lorca!

20 maureen b isilliat, p hotog rap her a n d

German Lorca, Malandragem, 1949 More than a tribute to a hugely popular Brazilian singer, this photograph is one of the first eternalized memories of my home and routine. From the window of my house, I could observe the bar on the street corner, just 50 or 60 meters away. One day, I began hearing a booming voice coming from the same bar. Who could it be? A nice voice, singing songs from his record… it was Nelson Gonçalves! Back then, when he’d come to São Paulo, Nelson would visit his mother, who lived on my street, and cut his hair at my neighbor’s, who was his childhood friend. They would then go to the bar and have a beer, moment when his friend asked him to play a few songs and Nelson unleashed his voice. A few years later, I joined Foto Cine Clube Bandeirante and took lots of photographs for the contests promoted by the club. This memory, therefore, inspired me to produce Malandragem, a reminder of Almirante Barroso Street, where I lived my early years of marriage. I was still an amateur, but I believe that I managed to creatively conceive this and other images. They are vanguard photographs, in the pure sense of the word. Malandragem, among other photos of my authorship, is part of the Museum of Modern Art New York (moma) photo collection.

d oc umentarian

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Claudia Andujar, Yanomami, Amazonas, 1974 Antho(logical). Anthropo(logical). Icono(graphic) Words very much in vogue, at times unnecessary – but that stand out before this image by Claudia Andujar. Summarizing an entire population, when seeing it, I ask: ...is that Davi on the left? Davi Yanomami? ...where are they coming from and where are they all heading to? ...and depicted in the horizon, is that Carlo? Carlo Zaquini who, for more than 20 years, has watched over the existence of this people, along with them? Open questions for Claudia to answer, if and when she wishes to. Since in this photo, extraordinary as so many others of hers, I see the result of her life, shared and served to the yanomami, in body and soul. c laud ia jag uarib e, artist

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Joel Meyerowitz, Cape Light series, 1976 The photos I remember that marked me the most are part of a sequence of images that I saw exhibited at the Boston

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Museum of Fine Arts, part of Joel Meyerowitz’s book Cape Light, published by Aperture in 1979. It was the first time that I came across expanded images in color and large format. I was studying in the United States at the time and, until then, exhibitions I had seen were mostly black and white and in small format. It was these images that made me change direction and become a photographer. It was a great moment in the 1980s, when photography finally established itself in the fine arts circuit. I began to understand the power of images and how photography also had a plastic dimension, not only documental. The range of colors, the quality of copy and the treatment of light of those photos opened up a huge field for me, having significantly influenced my work. f e r n an da f ei to s a , fo u nd e r a nd d i re ctor 28

of s p-ar t e

Miguel Rio Branco, Diálogo com Amaú, 1983/2010 Produced in the early 1980s by an artist whose work and artistic trajectory I admire deeply, this work is part of the collection I have been building with my husband, Heitor Martins. Amaú is simply the name of the deaf-dumb Caiapó Indian photographed at his village in southern Pará state. Several aspects draw my attention and move me in this piece of work. For starters, the artist is able to capture both the sweetness of ingenuity as well as the boy’s melancholy. The innocent happiness of the Indian moves me, and to be able to capture this in a flash of seconds is, for me, a gift. Additionally, the rhythm that the artist gives to the images instigates me. They seem like stills from movies, emanating the perfect fit, worthy of masters who know exactly what they want through a lens. At last, the luminosity and contrast with the color of the boy’s clothes seem to blossom in the photograph, lending it a dramatic clash that captivates the eyes and soul. In Rio Branco’s work, what excites me the most is that the images truly say more than a thousand words. car lo s j er ei ss at i f i l h o , p re s i d e nt of ig u at em i em p re s a d e s h o p p i ng cen t er s

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João Luiz Musa, Guarujá, 1993 Whenever I look at this photo by João Luiz Musa, which is part of my personal collection, it brings back fond memories

of my childhood. It reminds me of the summer afternoons I spent with my family on Pernambuco Beach and this image is a good illustration of the good moments we lived there. rod rig o moura, c urator

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Cao Guimarães, from the series Gambiarras, 2004 Cao Guimarães’ photographic realism is full of humor and humanism. In this image we place ourselves next to the photographer, inside an apartment like any other, whose owner used a cutting board to keep the window open. The solution given by what we have available, in an urgent and unpretentious manner, is the focus of the Gambiarras photo series, a file with several images of ‘kludges’ that continues to be compiled to this day and from which this image is one of the oldest examples. Framing São Paulo, looking west for a sunset covered by buildings, the window is about to close any minute. Initially, the view is not hindered by this imaginary stroke – although we could lose some life, which seems to enter almost illegally through the window opening. luc iana b rito, d irector of luc iana b r ito galeria

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David Maljkovic, Memorial Areas, 2010 There is still some distance, a reciprocal access difficulty between the art created in Latin America and Eastern Europe. Notwithstanding a few big names, the – excellent – contemporary art produced east of central Europe is virtually unknown to us. Croatian David Maljkovic is an established artist who exemplifies not only how important it is worth looking at that region of the world, but also how we can find similarities between the language he has developed and that of other artists from the same generation, even if of different nationalities and origins. The photograph Memorial Areas, of 2010, was the inaugural milestone of a collection dedicated to moons that I started with my daughter Julia. The sophisticated and nostalgic image seems to differ from the rest of his production without, however, creating a rupture. Known especially for his research on forgotten memorials and monuments from former Yugoslavia, which he moves to futuristic, contemporary contexts or of a wild nature, Maljkovic maintains in this moon the use of a clearly dated modernist esthetic, situating it in the same universe of his other works, but in a more subtle manner.


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The moon as an outdated monument, probably from the Cold War era and its trips to space, summarizes this human desire that devours everything and even draws a piece of spatial rock to inside the vortex of his historical vertigo. di ó g en es m o u ra , P h oto g ra p h y c u rator, edi to r an d wri t e r

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Wagner Almeida, from the series Livrai-nos de todo mal, 2014 I keep this image as a time bomb. In ten seconds, everything you see might blow up. It’s much more than a photograph: it’s a trough, a scar in each one of us. It unveils from the streets of big and small towns the most perverse proof of urban violence that exceeds all limits in Brazil. We are in coma. It’s the image of one and another man assassinated in the middle of the night. Nothing was ‘produced.’ This is not an event with a promoter and a pr advisor. This man exists there and here, very close to the door of our homes, down by the corner, below overpasses, inside living cells that run through the body and blood of alleys that many of us would never imagine to exist, but they do, just a few meters away from our own existence. Many of them went down because they wanted to wear a Rolex on the right wrist just like the man who, behind the tinted window of his armored car, does not identify the face of who is on this side of the city, looking without seeing anything: seduction, soot, the throat of things. Others went down because, in real life, limits are visible. And all those who go down have a name, address, desire, repulsion, love, sex, solitude. If such a real photograph like this one did not exist, we could even paint our days like urban Polaroids, in the flow of illusion we require to move forward. But here is the photograph facing reality. A scream frozen in the air. How will art master our cosmic abandonment?

fr o m th e ov e rc o m i n g o f d o g m a s to th e fr eed om o f p h oto bo o k s

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eder ch i o det to

The emergence of digital photography, internet and mobile telephony roughly 20 years ago significantly changed mankind’s behavior and communication model,

particularly impacting the way of thinking and producing photographs worldwide. Over the last decade, period when SP-Arte/Foto surfaced and consolidated itself in Brazil, we were able to notice a great deal of maturing in relation to the heated and at times apocalyptic debates that marked the previous decade, when dogmatic speeches tended to pressure and question the legitimacy of photography, thus creating polarities between analog and digital supports, among concepts of art and document, as well as crises regarding the use of software for treating images and the substitution of film for binary files, among others. The more effective entry of photography into the market of contemporary art, which forced creating runs and following criteria until then not very much in fashion among photographers, was another factor that generated an intense need to discuss and review values. As of the middle of this century’s first decade, such dilemmas began to equalize and today are well rooted issues in the photography business. The period not only coincides with the surfacing of SP-Arte/Foto, but also leads us to see that the Fair assumed a leading role in these points, significantly helping the photography market to mature in the country. With the appeasing of these issues, the last decade became a laboratory of experiments where artists and documentarists who utilize photography were able to expand the territory of language, free of dogmas and with total stylistic freedom, in order to investigate formats that guided them in the pursuit of a more genuine expression capable of representing their themes and concepts. In these last 10 years, we witnessed a sudden expansion in the repertoire of strategies that each producer of image has used to build original narratives and poetics. For researcher Arlindo Machado, this new, increasingly more solidified statute of images produced such a favorable environment for experimentation in photography that it is only possible to find historical precedent in the period that followed World War i, when movements such as dadaism and surrealism surfaced. Looking retrospectively, what Machado predicted in a text written in the late 1990s was thoroughly proven upon the emergence of digital cameras and all the technological apparatus that accompanied this (r)evolution: ’not by chance, these anamorphic characteristics – manipulations

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and interferences over the record made by the camera – are enabling photography to resume the demolishing and deconstructive spirit of historic vanguards of the early 20th century.’1 If, on one hand, amateurs began to generate more and more esthetically-elaborate photographs thanks to apps extremely easy to use, professionals in the business and artists reacted to the changes and began to attend academic courses linked to photography, generating theoretical research and better structured essays. The distance between production and critical reflection narrowed the huge gap that existed until then. In Brazil, many works from this last decade gained notoriety in the contemporary art circuit, after having been conceived in the academic world. Examples of artists include Jonathas de Andrade, Leo Caobelli, Flavya Mutran, Alexandre Sequeira, among others. What also contributed to this new production was the emergence of informal study groups. Photographers began to have more contact with local and international curators, were integrated into the staff of galleries, and a new generation began to exhibit more frequently at important institutions abroad and win important awards and residencies, as was the case with Caio Reisewitz, Rodrigo Braga, Sofia Borges, Pedro Motta and Marcia Xavier, just to mention a few names. Given this renewed environment, publishers began to emphatically print translations of theoretical books on photography, and Brazil’s academic production also began, albeit timidly, to gain greater visibility in bookstores. We saw new titles be published by authors like Boris Kossoy, Arlindo Machado, Annateresa Fabris, Maurício Lissovsky, Etienne Samain, Rubens Fernandes Júnior, Antonio Fatorelli, Pedro Karp Vasquez and others. At the same time, PhD and master’s theses made available on the internet by universities democratized access and helped expand the repertoire of those who combined production and research.

Another factor that stood out in recent years and became a strong trait of Brazilian production was the use that artists from different areas gave to photography, be it due to the technical ease of access with digital cameras, or by the form how photographic language imposed itself in the contemporary art circuit. Expanding the debate and enlarging the territory of photographic expression, we witnessed the birth of excellent works of hybrid nature in which photography intertwines with painting, literature, cinema, sculpture, and also as a record of performances that, ultimately, gain autonomy as works of art. By incorporating the photographic lexicon without certain dogmas that surround the production of documentarians, for example, these artists have helped expand the limits of the photographic spectrum. Some names along this frontier include Cinthia Marcelle, Bruno Faria, Giselle Beiguelman, Lia Chaia, Felipe Cama, Rodrigo Torres, Tony Camargo, Lucas Simões, the Rocha Pitta brothers, and the Gisela Motta & Leandro Lima duet. To narrow limits between languages, but also dislodge generalizing classifications that tend to establish a polarity between art and document, seems to be another pillar of this generation that has solidified over the last decade. If, on one hand, artists coming from other areas occupy photography within this new technological and social context, on the other, photographers who surfaced in the market as newspaper and magazine reporters began to practice less assertive photography and entered the field of art in a solid manner, qualifying their projects with high voltage of subjectivity and dialectics. This was the case of groups like Garapa, Trëma and the extinct Cia de Foto, as well as authors who remain steady in this direction, like Cris Bierrenbach, Bárbara Wagner, João Castilho, Pedro David and Tuca Vieira. During this time, a sector that weakened significantly was photojournalism, a domain in which Brazil had excellent production since

1 machado, Arlindo. “A fotografia sobre o impacto da eletrônica”, in: samain, Etienne (org.), O fotográfico. São Paulo: Hucitec e Senac, 1998, p. 316.


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the introduction of Realidade magazine, in 1966, but today overly suffers on account of the financial crisis and the lack of direction that print media is undergoing. Unemployment in this area is on the rise with the abrupt closing down of many job positions in editorial staffs. Print communication vehicles are utilizing more and more crude images from stock photo providers, while the photography of a critical nature concerning the present history is no longer in focus. In turn, street manifestations that led millions of people to show their indignation with various sectors of Brazil’s public life throughout 2013 raised, among many other issues, a heated debate on the commitment of communication means with the government. And, as we know, a large part of the media is sustained by the advertising budget of government bodies. From this crisis surfaced a young and idealistic group of independent journalists and photo reporters who call themselves Mídia Ninja. Videos and photographs from manifestations aimed to have a pluralistic view to offset many communication vehicles that generalized things by calling demonstrators ‘hooligans.’ At the end of the process, many of these activists ended up joining government structures and also lost a bit of their firepower. Other photographers, upon identifying the existing tension in documentary photography between the desire of proving the existence of things and its polysemic nature that makes it slip towards fiction and the free interpretation of who sees it, noticed in this announced crisis the possibility of portraying the world based on the subjectivity and dialectics inherent to man’s actions. The always very ephemeral and clearly unachievable idea of an absolute truth, or an irrefutable point of view on a given subject, has gone out of focus, and photographers now have a more organic and oneiric relationship with the photographic referent. Instead of pointing out answers they cast questions. Their photography, loaded with doubts, uncertainties and a few intuitions, is an invitation to a more dialectic debate. This current, coined a few years ago as imaginary documentary, reaches 2016 perfectly incorporated into the production of new generations without needing to raise a flag for its cause. In recent years, a factor that has significantly stimulated contemporary photography production in Brazil and worldwide has been photobooks. If being able to publish a book within the canons of the print industry has always been a huge obstacle due to the costs involved, the ease stemming from digital printers that allow for smaller well-finished print

runs, among other factors, have made production explode and generated a new and enthusiastic market. Big names have invested in research that led to high-quality photobooks, such as a01 [cod.19.1.1.43] — a27 [s | cod], by Rosângela Rennó, which won the category award granted by Aperture in partnership with Paris Photo 2013, and The Swamp, by Sofia Borges, which recently won the prestigious contest promoted by British publisher Mack. But, most importantly, new names have surfaced with exemplary works, as is the case of Ivan Padovani, with Campo Cego, and Alexandre Furcolin Filho and Jazzie Moyssiadis, with br Motels. In Brazil, we saw fairs, such as Feira Plana, Tijuana and, more recently, Cavalete, catalyze this moment. Small publishers have surfaced and, in just one of these events, can rapidly become a success case. Authored books edited with creativity and good taste have been the format that has allowed photo essays and customized projects to be published with limited print runs and coveted by a considerable contingency of new collectors. At this moment, we are observing the emergence of new talented authors who bring along the achievements of previous generations and seem to transit with much greater freedom between the expressive possibilities of photography, free of the dogmas that marked the polarized debate 20 years ago. As such, photography is following its trajectory as one of the most pulsating platforms to make us reflect on the paths of humanity in today’s world. ◆ eder chiodetto holds a master’s degree in Communications from eca-usp, being a journalist, professor and independent curator with more than 70 exhibitions in Brazil and abroad. He is the curator of Photography Collectors Club of the Museum of Modern Art of São Paulo (mam-sp) since 2006 and author of Geração 00: a nova fotografia brasileira (Edições Sesc), Curadoria em fotografia: da pesquisa à exposição (Ateliê Fotô/ Funarte) and O lugar do escritor (Cosac Naify), among others. Over the last years, he has edited several titles for various photographers and currently coordinates the center of advanced photography studies Ateliê Fotô, in São Paulo.

b r azilian ph otogr aph y at tate mod er n

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shoair mav lian

For more than a decade Tate has been focusing on researching and collecting art from Latin America, building a collection that embodies the 20th century through to the contemporary from across the region. Over the years Brazil has been a particular focal point for Tate and the museum has built

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a strong collection of art from the region with key works from artists such as Lygia Clark, Mira Schendel and Hélio Oiticica. More recently Tate has been engaged in collecting photography from Latin America, which, for a curator, is an exciting endeavor, as Brazil has a rich and vibrant history in this field, with a wealth of material to research. Here I’ll talk briefly about a few key highlights of Brazilian photography from the Tate collection and how we have exhibited these works in the museum space over the past few years. Mod er n i st P h oto g ra p h y

Often referred to as the ‘coming of age’ of the medium, Modernist photography was a key movement within the history of photography, an era that influenced and transformed visual language right across the globe. Loosely spanning the interval from the 1920s to the 1950s, the modernist period was an exciting rupture of conventionalism, breaking free of traditional approaches to photography with artists using the medium as a tool through which they could redefine and transform visions of the modern world. In recent years, Tate has exhibited key examples of Brazilian modernist photography, along with artists from across the globe. In 2012, a display of works was exhibited under the title Modernist Photography in Latin America, which included works by German photographer Werner Mantz alongside photographs by Geraldo de Barros, André Carneiro, Osmar Peçanha and José Yalenti from Brazil, as well as Sameer Makarius and Horacio Coppola from Argentina. Bringing together modernist works from Europe and Latin America, the display focused on how photographers captured the architectural details and patterns of the modern built environment, looking specifically at the relationship between abstraction and form, light and shadow. Often made outside the studio in the urban landscape, modernist photography from Brazil has a particular relationship to light and shadow due to the strong sunlight present in the local climate. Such intense presence of natural light creates a notable vibrancy in the prints specific to works made in a country bathed in brilliant sunlight. Using the sun to their advantage, Brazilian photographers refined the use of light and contrasted tonal fields to highlight photography’s ability to transform everyday subject matter into pure form and abstraction. In 2016, Tate Modern opened a display titled Composing for the Camera, focusing again on the period of modernist

photography, but this time looking specifically at works made in the photographic studio. The display includes works by Willy Zielke, Aenne Biermann, Klara Langer, Iwao Yamawaki and Werner Bischof, right next to the Brazilian photographer Gaspar Gasparian. The studio is a key component of the photographic medium, a space where photographers experiment and create their works. The display regards how photographers construct, arrange and illuminate objects, making compositions specifically for the purpose of being recorded by the camera. Many artists used ‘found’ objects, such as cardboard or sheets of glass, to make abstract sculptural constructions in the studio, which they would then light and photograph. Despite a more traditional approach to the still life, Gasparian often chose to use glass or ceramics and household objects for their tonal or transparent quality, which he layered and arranged in the studio to experiment with scale, distortion and perspective. These two examples of the displays, which included Brazilian work from the modernist period, show the breadth, depth and experimentation of vintage material that distinguished the period. Contemp orary Practic e

Contemporary photography in Brazil is a central part of the art scene as many contemporary artists work across different mediums and engage with photography as part of their wider practice. Rosângela Rennó does so from a conceptual approach and is known for the way she uses found material, appropriating and re-contextualising archival and vernacular images. Several of her works are comprised in the Tate collection, such as Experiencing Cinema (2004-5), an installation where a collection of found images grouped in the thematics of Love, War, Family and Crime are projected onto a smoke screen, and two works from the project The Last Photo (2006). Although conceptual in her approach, Rennó’s work is very much centered around the materiality of the photographic medium and the different qualities inherent in analog photographic technology, often drawing on themes of nostalgia, time and memory. Engaging in a straight approach to the photographic medium, Mauro Restiffe’s practice shifts between conceptually-driven projects to straight documentary work, with an acute sensitivity to documenting his everyday surroundings, be it interior spaces, abandoned modernist architecture, urban landscape or the city, in a broader sense encapsulating what it is like to experience life in a functioning


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urban space. Tate has several works by Restiffe in the collection from the series Empossamento, which documents the inauguration ceremony of elected president Luiz Inácio Lula da Silva as he took office for the first time on January 1st, 2003. History, the passing of time and memory have a strong presence in the work due to the iconic setting in which the ceremony took place, the federal buildings of Brasília. Again, the materiality of the photographic medium plays an important role: Restiffe shoots on 35mm film and then magnifies the images, printing them in a large format, thus drawing attention to the grain of the film and the analogue language of photography. Although very different in their approach, both Rennó and Restiffe have an interesting relationship to the physicality of this language. In a time of digital technology, both are utilising the qualities of analog resources, provoking feelings of nostalgia, as well as highlighting the fragility and ephemeral nature of photography. Photo bo o ks

Finally, it seems fitting to conclude with a consideration of the photobook as a mode of displaying photographic work in a museum context. Photobooks are an important part of Tate Modern’s approach to photography and are often displayed in the museum alongside photographic works and pieces in other mediums, such as painting and sculpture. Since the beginning of the 20th century, when developments in mechanised printing techniques meant that photographs could be reproduced in an efficient and cost-effective way, photographers have embraced photobooks as an important means to produce and disseminate their work. Unsurprisingly Brazil has a strong history of producing diverse and interesting photobooks, and the book form is still an important part of contemporary practice, with dozens of new titles being published each year. The beauty of the photobook lies in several key elements that are inherent to the form. The book allows images to be ordered in a sequence and arranged on the page similar to the way in which a photographer would install a series of images in a gallery. It also has an interesting relationship to text and, perhaps most significantly, a key feature is its portability, which allows it to circulate easily, passing on from one person to another and being distributed around the globe. In 2015, Tate Modern opened a display of photobooks titled Photobooks: Protests in Latin America, displaying photobooks from the collection of Martin Parr, which

focused on how these publications were used as a tool of mass communication to expose important messages, both locally and internationally. With works from across Latin America, the display includes photobooks such as Documento: a greve do abc (1980), Chile o muerte (1975) and A la plaza con Fidel (1970), ranging from 1955 to 1983. Highlighting the diversity in the design and production of books, it comprised rare artists’ publications made on photocopy machines, such as Ediciones Economicas de Fotografia Chilena, Number 3, 5 October 1983 by Chilean photographer Paz Errázuriz’s, alongside mass produced books, some of which were official government commissions, such as Cuba, 10 Years of Revolution (1969). This contrast between different modes of production highlights the relationship between protest and propaganda, demonstrating how the photobook is used to deliver both official and unofficial messages. • Since 2009, when the collection and display of photography became a specific focus for the museum, Tate has taken the approach to integrate photographic work alongside other mediums in the gallery space, allowing for a dialogue between photography, painting, sculpture and moving image. At the same time, we have been building a collection of photographic work from different geographies, dating from the beginning of the 20th century right up until today. Looking back at past exhibitions and displays which we have staged at the museum in recent years, it is nice to recognise and highlight how Brazilian photographers have played such a prominent role in our collection displays at Tate Modern. ◆ shoair mavlian is a curator at Tate Modern, London, focusing primarily on photography. She has a background in fine art photography practice and the history of photography focusing on the twentieth century. Her recent exhibitions include: Conflict, Time, Photography (Tate Modern, England, 2014), the collaborative exhibition Project Space: A Chronicle of Interventions (Tate Modern and TEOR/éTica, Costa Rica, 2014), In Flux (Kanellopoulos Cultural Centre, Greece, 2015), and Don McCullin: Looking Beyond the Edge (Arles, France, 2016).

par allels an d d iagon als

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In borrowing the name Paralelas e diagonais [Parallels and Diagonals] from José Yalenti’s work dated 1950, the exhibit of 30 modernist photographs kicks off the 10th edition of SP-Arte/Foto, and presents its involvement with the history of Brazilian photography. If there is room today

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for a photography fair in Brazil, it’s thanks to parallels and transversal thoughts that were able to keep up with, and break away from, what occurred in the world and in Brazil at the same time. Under Isabel Amado and Iatã Cannabrava’s curatorship, these images portray the story of a movement born in the heart of São Paulo’s photoclubbing, which surprisingly, and in a now consolidated manner, transformed photography in our country. The pictures present in this compilation are part of important collections of modern photography from around the world – and were assigned by family members and heirs of the authors.

The i nv enti o n o f m o d e rn p h oto g ra p h y in Bra zi l : a p r ov i s i o n a l re p o rt

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h elo ui se co s ta

If it were possible to return to the mid-1980s, it would be astonishing to see that knowledge about the photography club branch of modern photography, which developed in Brazil in the mid-20th century, was practically inexistent. Names like German Lorca, Thomaz Farkas, José Yalenti, Eduardo Salvatore, Marcel Giró, Gaspar Gasparian and Chico Albuquerque, among so many others who are now familiar to us, were not part of the Brazilian photography repertoire. Even Geraldo de Barros, whose concretist production was then recognized, had not yet been revealed as the experimental photographer he was in the past. In fact, it wasn’t even possible to talk about the history of photography back then in Brazil, considering the little research and few existing books on the topic. Thirty years later, the scenario transformed radically and I have strived here to try and rebuild part of this trajectory in which I took part directly, knowing that this is a personal point of view. Over the last years, we have witnessed frequent visits of foreign curators to Brazil and read about various photography acquisitions of modern Brazilians who are now part of important collections of foreign museums. Before trying to reflect on such phenomenon, we need to go back to 1985, when the Center of Studies and Research of the National Art Foundation (Funarte), linked to the Ministry of Culture, created a research scholarship contest with the following

theme: Brazilian culture: tradition and rupture. As a student interested in photography and just out of college, I saw the opportunity to obtain support to conduct my first systemic study on modern photography in Brazil. Contemplated with the scholarship, the project developed together with Renato Rodrigues da Silva initially aimed to investigate the moment of rupture with Pictorialism in Brazilian photography. Initial research allowed us to identify the Foto Cine Clube Bandeirante as the most important and well-structured production hotbed of photography in the country between the 1940s and 1960s, as well as a pioneer in the discussion about modern esthetics. With the names gathered from publications from the period, we set out in an attempt to locate these photographers with help from the telephone book for São Paulo. As a result, that same year we were able to locate and interview Eduardo Salvatore, German Lorca, Thomaz Farkas and Ademar Manarini, as well as family members of photographers already deceased, such as Gaspar Gasparian Filho and Ernesto Altschul. In turn, Lenora de Barros showed us the personal collection of her father Geraldo de Barros, who was unable to receive us at the time. These visits put us before collections that had been put away for a very long time, the relevance of which was not clear even to the photographers themselves, who became quite emotional while revisiting old images and telling us their stories. Other times, our demands ended up helping find photographs until then unknown to the families. In turn, the Bandeirante collection offered us a singular experience, given the possibility of getting a comprehensive view about the production of its members and access to the complete collection of Boletim Foto Cine, which was the publication that registered all of the club’s activities for more than three decades. Today, I would risk to say that our lack of research experience and little familiarity we had at the time regarding the universe of Brazilian photography were offset by a live and enthusiastic curiosity and, on account of this, exempt of preconceived ideas about those images that impacted us so much. Considered by many as traditional and elitist, the Bandeirante’s production seemed to us the opposite, that is, something powerful and revealing of the photographic culture that had a lot to teach us about the country’s troubled modernization process. In 1995, eight years after concluding the research, we had the satisfaction of seeing it published by Funarte with the following title: A fotografia moderna no Brasil.


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After a few important although sporadic initiatives in the 1990s, modern photography from a photography club perspective would undergo a comprehensive process of dissemination and institutionalization in the 2000s. Without intending to depict an exhaustive overview of the period, it’s important to draw attention to a few initiatives, with emphasis on the production of the first master’s degree theses on modern photography defended at São Paulo public universities. During this period, the São Paulo Museum of Art (Masp) would expand the number of modernist photographers that became part of the Pirelli-Masp Collection in the previous decade. At the same time, several other museums began to include modern photography in their collections, such as the São Paulo Museum of Modern Art (mam-sp), the Rio de Janeiro Museum of Modern Art (mam-rj) and the Pinacoteca do Estado de São Paulo. In the meantime, the number of exhibitions grew significantly, among which it is important to emphasize those of a monographic nature, held at museums. Eduardo Salvatore was presented at mis-sp in 2004; German Lorca at mac-usp and Pinacoteca, in 2004 and 2007. Thomaz Farkas, in particular, had his work displayed at many exhibitions during the period: Senac-sp, in 2001; Centro Universitário Maria Antônia and ims-rj, in 2002; mis-sp, in 2004; Pinacoteca, in 2005, among others. In addition to these, it is important to register the collective exhibition set up at Centro Cultural São Paulo, a commemorative event of Foto Cine Clube Bandeirante’s 70th anniversary in 2009. The number of catalogs and books published on the subject also increased significantly during the decade, whether in conjunction with exhibits held or not. Given this scenario, the 1995 edition of A fotografia moderna no Brasil would gain renewed interest and, although sold out, circulated informally through photocopies among photographers, art school students, photography course participants and interested people in general. Such demand resulted in a new edition of the book by Cosac Naify, published in 2004 together with the opening of German Lorca’s exhibit at mac-usp. The growing interest for this side of modern photography did not pass unnoticed by galleries, which as of the middle of the 2000s would truly awaken to the potential of a still unexplored market. The only exception was the first appearance of Geraldo de Barros’ Fotoformas in São Paulo’s commercial circuit back in 1995. From 2005 onwards,

Geraldo de Barros himself, as well as Thomaz Farkas, German Lorca and Gaspar Gasparian, would be some of modern photography’s representatives with a guaranteed presence in the circuit. Some of galleries that have been investing in the segment include Bergamin & Gomide (formerly Bergamin), fass and Luciana Brito, all in São Paulo, as well as Tempo, Mario Cohen (formerly Pequena Galeria 18) and Galeria da Gávea, in Rio de Janeiro. Such situation, of course, impacted SP-Arte/Foto, where the number of exhibitors showing modernist production in their booths has been growing every year. Within this context, the emergence of names unknown until recently draws attention. Among them are members from Bandeirante who had a short connection with the Club, photographers associated to photography clubs in other cities throughout Brazil, and even foreign modern photographers. This entire dynamic also increased private and institutional collecting. Photographs of members from Bandeirante became part of the collections of Joaquim Paiva, Banco Santos, the future Museum of Photograph to be inaugurated in Fortaleza and Instituto Itaú Cultural, for which the latter created a specific nucleus for modernists. Instituto Moreira Salles (ims) became responsible for the Thomaz Farkas collection in 2007, organizing exhibitions and publications revisiting his works, in addition to having also started selling his some of them. The 2010s shows an exponential increase in visibility of modern photography in Brazil, which in just five years has surprisingly already become bigger than in the previous decade. In the academic arena, there has been a major increase in the number of master’s degree theses on modern photography, as well as the first doctorate dissertations. Another important observation is the decentralization of research, which now contemplates photography club experiences developed in all sorts of states in Brazil, such as Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul and Pernambuco. In this same direction, it is possible to notice a shift in the exclusive interest for individual trajectories of photographers towards more comprehensive studies that involve reflections on the circulation of images and their social role, going beyond their intrinsic qualities. In relation to exhibitions held this decade, it is possible to list the individual exhibits by: Gaspar Gasparian, presented at the Pinacoteca, in 2010, and at Luciana Brito Galeria, in 2012; German Lorca at Caixa Cultural Sé, in 2011, at mam-sp, in 2012, and at Galeria Millan, in 2015;

177


Marcel Giró at Bergamin & Gomide, in 2013; Geraldo de Barros at ims-rj and Sesc-sp, in 2014; Chico Albuquerque at ims-rj and mis-sp, in 2014; Thomaz Farkas at mam Bahia, in 2010, at ims-sp, in 2011, at Luciana Brito Galeria, in 2014, and at mis-sp, in 2015. Gertrudes Altschul’s production was also shown at Casa da Imagem in 2015. Besides these, it is important to mention two collective exhibitions: Itaú Cultural’s modernist collection in São Paulo, in 2010, after a long itinerant voyage in Brazil and abroad; and the Foto Cine Clube Bandeirante commemorative loan exhibition at Masp, in 2015. The Foto Cine Clube Bandeirante loan to Masp, established in 2014, carries special importance in this new narrative not only for the quantity and quality of photos incorporated by the museum (in all, 275 vintage photos produced by 85 photographers), but particularly for its cohesiveness representation of the transformational collective experience in Brazilian photography. Among editorial initiatives in the 2010s, several stand out, such as the anthology of Thomaz Farkas works in 2011 and the 2014 catalog; the catalog and two books on German Lorca’s work in 2012, 2013 and 2014; the Geraldo de Barros and Chico Albuquerque exhibition books in 2014, as well as the Masp loan in 2016. The difference among this series of publications is to advance knowledge in the area, not just bring out the photographer’s productions. The intense visibility achieved by Brazilian modernist photographers over the last five years was not restricted to national borders. The presence of modern photography in international exhibits and fairs like Paris Photo and Frieze, is due to the initiative of gallery owners, institutes, and even a few photographer heirs. The recent wave of acquisitions of works for the Tate Modern and the Museum of Modern Art New York (moma) collections are just the most evident signs of an extensive phenomenon. From a historical point of view, the 1989 Les Magiciens de la Terre art exhibit at the Centre Georges Pompidou, in Paris, is considered a milestone in the attempt to subvert the illusion of European superiority in the field of artistic representation. More recently, in 2013, this same museum addressed the issue again in other terms, by trying to revisit the unilateral discourse on modern art in its controversial exhibit Modernités plurielles. Over the last years, modern photography has undergone a similar review, as attested in exhibits such as The Modern Lens: International Photography and the Tate Collection, held

at the British museum, and Modern Photographs from the Thomas Walter Collection, presented at moma. Not by chance, photographic productions from Eastern Europe, Latin America, Africa and Asia have been mobilized to integrate this debate, which also points to the globalization process of the art market and the pursuit of new. If the benefits of recognition coming from large centers are numerous, the risks should not be ignored. Positive points include the valuing of different artistic cultures based on the relationship between local and global, a possible relativism of hierarchies solidly constituted, the possibility of widespread dissemination of these cultures, as well as greater production and dissemination of knowledge regarding them. Risk factors involve the danger of dispersing important collections without them having been minimally documented, the valorization of artists and works of questionable quality and trajectory, as well as the possibility of crystallizing one-way means of interpretations at odds with the alterity inherent to these productions. • The path outlined in this essay did not intend to be more than a first report, both provisional as well as necessary regarding the legitimization process of modern photography club production in Brazil. I don’t ignore that the modernist experience in Brazilian photography is not limited to the photography club production, much less that the art system is not limited to what occurs in the city of São Paulo. The information computed would, without a doubt, need to take on geographic amplitude, as well as be submitted to systematization. Additionally, there wouldn’t be enough space here to mention all the events, titles of exhibits and names of the various curators. We also did not map the exhibitions held abroad, which have increased in number over the last years. Nonetheless, the scenario depicted shows that the construction of awareness regarding the value of a given artistic production does not occur from one day to the other, nor does it depend on the single and exclusive action of individuals. This is a long-term social process that involves everything from museums and the implementation of specific public policies, to the market and engagement of different agents in the art system, such as curators, academic researchers, professors, critics, gallery owners and art dealers. Working within their specialties and competencies, everyone in this network contributes to the construction and


178

consolidation of artistic values. The ‘invention’ that I referred to in the title of this essay is the result of this collective action that, ultimately, has its greatest reason for existing in the creative strength of modern photography produced in our medium. ◆ helouise costa is a teacher and curator of the University of São Paulo’s Museum of Contemporary Art (mac-usp) and co-author of A fotografia moderna no Brasil (Cosac Naify, 2004).

fr ag m e ntati o n

150

jé ss i ca m an ga b a

And what if we were to look at the city through a photographic exercise? This series by Jéssica Mangaba is an invitation for a different perusal through São Paulo – a photo shoot that is, substantially, the exercising of seeing and perceiving the city as a means and form of pause, silence, contemplation. In a campaign conceived for SP-Arte/Foto, the photographer waves with gestures of observation and fragmentation amidst the multiplicity of life that occurs in Brazil’s biggest metropolis. jéssica mangaba is a photographer born in Itaquera, São Paulo, in 1988. She earned an undergraduate degree from Centro Universitário Senac and postgraduate degree from Fundação Armando Alvares Penteado, having participated in various exhibits, such as: Projeções – Fotografia Brasileira Contemporânea (margs, Porto Alegre); uti – Unidade de Terapia Intensiva (Condomínio Cultural, São Paulo); 2014Frames – Projecting International Photography (cca, Glasgow, Scotland); Geração 00: A Nova Fotografia Brasileira (Sesc Belenzinho, São Paulo); Souvenir #Brasilien (Kunst im Kulturflur, Hildescheim, Germany); Projeções – Sala Hélio Oiticica (Santander Cultural, Porto Alegre). She lives and works in São Paulo.

179


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182

índice remissivo d e a r t i s ta s a

Barreto, César

Abramović, Marina

Barreto, Luiz Carlos

Luciana brito 99

AES+F Group Baró 74, 75

Albuquerque, Chico 141, 144, 145, 176, 178

Alcaide, Ricardo Baró 75

Almandrade Baró 75

Almeida, Lalo de Fotospot 93

Almeida, Paulo Leme 97

Almeida, Wagner 36, 37, 171 fass 89

Altschul, Gertrudes 135, 144, 178

Alvarez, Claudio Lume 103

Amaro, Jorge Biographica 77

Amaro, Marcos Andrea rehder 67

Andrade, André Fotospot 93

Andrade, Jonathas de 43, 172 Andujar, Claudia 24, 25, 169 vermelho 125

Angelini, João Leme 97

Antich, Ines Room 8 119

Aquino, Lívia Fotospot 93

Arsham, Daniel Baró 75

Assis, Rogério Fass 89

Ates, Güler Luciana caravello 101

Avedon, Richard Fólio 91

Azad, Calé Biographica 77

b Baccaro, Thomas Bolsa de arte 81

Bakker, Marlos Biographica 77

Baldan, Luiza Abact 65

Ballester, José Manuel Dan 86-87

Baranek, Frida Raquel arnaud 117

Barbey, Bruno Babel 73

Barcellos, Vera Chaves Bolsa de arte 81

Barraco, Daniel Fólio 91

Biographica 77 Mario cohen 109 Fass 89

Barros, Geraldo de 52, 53, 141, 1 42, 143, 144, 145, 174, 176, 177, 178 Luciana brito 99 Mario cohen 109 Barros, Lenora de 22, 142, 169, 176 Millan 110, 111 Baruchello, Gianfranco Fólio 91

Batchelor, David Leme 97

Bechara, José Bolsa de arte 81

Beiguelman, Giselle 44, 172 Bidermanas, Izis Fólio 91

Biermann, Aenne 53, 174 Bierrenbach, Cris 44, 172 Abact 65

Biondani, Willy Fotospot 93

Bischof, Werner 53, 174 Bisilliat, Maureen 15, 24, 168, 169

Bisky, Norbert Baró 75

Bittencourt, Julio Abact 65 Gávea 94, 95 Lume 102-103 Madalena 105

Boltanski, Christian Baró 75

Boneu, Pablo Babel 73

Borges, Sofia 42, 43, 47, 172, 173 Boubat, Édouard Fólio 90, 91

Bracher, Elisa Abact 65 Raquel arnaud 117

Braga, Luiz Gávea 95 Leme 97

Braga, Robério Mario cohen 109

Braga, Rodrigo 43, 172 Abact 65 Vermelho 124-125 Branco, Miguel Rio 28, 29, 170

Brandão, Alexandre Leme 97

Brandão, Celso Madalena 104, 105

Brandão, Pedro Victor Portas vilaseca 114, 115

Bremer, Sebastiaan Leme 96, 97

Brodsky, Marcelo Fotospot 93

Bueno, Renata Siqueira Biographica 76-77

Busdraghi, Fabiano Room 8 119

c Cabral, Taís Biographica 77

Caccuri, Vivian Leme 97

Cais, Nino Abact 65 Casa triângulo 85

Caldas, Waltercio Raquel arnaud 117

Cama, Felipe 44, 172 zipper 127

Camargo, Marina Bolsa de arte 81

Cohen, Maxi Lume 103

Colomb, Denise Fólio 91

Conceição, Rommulo Vieira Casa triângulo 85

Contente, Emídio Abact 65

Coppola, Horacio 52, 174 Fass 89

Cordeiro, Waldemar Luciana brito 99

Corona, Marilice Bolsa de arte 81

Costa, Francisco Moreira da Fass 89

Camargo, Sergio

Costa, Marcelo

Raquel arnaud 117 Camargo, Tony 44, 172 Casa triângulo 85 Sim 123

Costi, Rochelle

Canale, Cristina Bolsa de arte 81

Candisani, Luciano Babel 73 Schoeler 121

Cannabrava, Iatã 130, 176 Fotospot 93 Madalena 105

Canton, Katia Andrea rehder 67 Caobelli, Leo 43, 172

Cardoso, Fabio

Bolsa de arte 81

Carneiro, André 52, 174 Carneiro, Rafael Luciana brito 99

Cartier-Bresson, Henri Fólio 91

Room 8 118, 119 Costa, Walter 44 Abact 65 Luciana brito 99

Cravo, Akira Lume 103

Cravo, Christian Dan 86, 87

Crespin, Elias Raquel arnaud 117

Cruz, Renata e Gorski, Laura blau 79

Cruz, Valdir Bolsa de arte 81 Mario cohen 109

Cruz-Diez, Carlos Raquel arnaud 117

Cuquinha, Lourival Baró 75

Cypriano, André Andrea rehder 67

Carvalho, Christiana Bolsa de arte 81

Casal, Sol Biographica 77 Castilho, João 44,172 Abact 65 Zipper 126, 127 Cathilina, Denise 11, 12

Cecato, Roberto Fotospot 93

Cemin, Saint Clair Bolsa de arte 81 Chaia, Lia 44, 172

Chaim, Carla

Casa nova 83 Raquel arnaud 117

Chambi, Martín Fass 89

Chaves, Marcos Bolsa de arte 81

Chéhère, Laurent Lume 103

Christian, Toby Baró 75

Cia de Foto 44, 172 Clark, Lygia 50, 174 Clergue, Lucien Fólio 91

Climachauska, Paulo Leme 97

e Edinger, Claudio Arte 57 68, 69 Fotospot 93 Lume 103 Madalena 105 Mario cohen 109

Edmaier, Bernhard Room 8 119

Egreja, Ana Elisa Leme 97

Egurbide, Begoña Bolsa de arte 81

Ehrenberg, Felipe Baró 75

Erlich, Leandro Luciana brito 98, 99

Errázuriz, Paz 58, 175 Erskine, Kevin Babel 73

Erwitt, Elliott 15, 168 Babel 73

Escobar, Raphael Leme 97

Esmeraldo, Sérvulo Raquel arnaud 117

Euvaldo, Célia Raquel arnaud 117

Damiani, Elena Baró 75

Dariano, Clovis Bolsa de arte 81 David, Pedro 44, 172 Abact 65 Blau 78, 79 Gávea 95

DelCasino, Mia Room 8 119

Diniz, José Madalena 105

Doisneau, Robert Fólio 91

Dokoupil, Jiri George Baró 75

Drolshagen, Bruno Blau 79

Duque, Adriana Zipper 127

Duran, JR Babel 72, 73

Leme 97

Figueiroa, Pio Madalena 105

Filho, Alexandre Furcolin 42, 43, 47, 173

Filho, José Oiticica Mario cohen 108, 109

Filippi, Frederico Leme 97

Finotti, Leonardo Bolsa de arte 81

Fiori, Mario 133 Firat, Kamil Babel 73

Firmo, Walter Fotospot 93 Mario cohen 109

Flemming, Alex Andrea rehder 66, 67

Fontes, Antonio Augusto Gávea 95

Fonyat, Bina Gávea 95

Fraga, Voltaire Fass 89

França, Hugo Bolsa de arte 81

Franco, Anaisa Lume 103

Freitas, Iole de Raquel arnaud 117

f Fajardo, Carlos Raquel arnaud 117

Faria, Bruno 44, 172 Faria, Francisco Bolsa de arte 81

d

Figueiredo, Luciano

Farías, Patricio Bolsa de arte 81

Farkas, João Madalena 105 Marcelo guarnieri 106, 107 Farkas, Thomaz 15, 141, 142, 143, 144, 145, 168, 176, 177, 178 Luciana brito 99 Mario cohen 109

Fasanello, Ricardo Gávea 95

Fasano, Rogerio Mario cohen 109

Feder, Bruno Room 8 119

Feingold, Daniel Raquel arnaud 117

Felizardo, Luiz Carlos Bolsa de arte 81

Felkl, Luiz Bolsa de arte 81

Ferreira, Alberto Abact 65 Lume 103

Ferrez, Marc Fólio 91

Fialdini, Romulo Raquel arnaud 116, 117

Frota, Rodrigo Arte 57 69

g Gadelha, Denise Bolsa de arte 81

Galli, Guta Lume 103

Galpin, Richard Leme 97

Gama, Camila Room 8 119

Gamarra, Sandra Leme 97

Garaicoa, Carlos Arte 57 69

Garapa 44, 172 Garcez, Pico Biographica 77

Garcia, Paula Luciana brito 99

Gasparian, Gaspar 51, 52, 53, 54, 141, 142, 143, 144, 174, 176, 177 Luciana brito 99

Gatica, Ignacio Casa nova 83

Gautherot, Marcel Marcelo guarnieri 107 Mario cohen 109

Ghisoni, Guilherme Arte 57 69

Ghomes, Rogério Abact 65

183


Giannotti, Marco

Holz, Nicole

Raquel arnaud 117 Giró, Marcel 138, 141, 144, 176, 178

Hominal, Marie Caroline

Giulio, Pablo Di

Hug, Beatrice

Biographica 77 Fotospot 93

Glasner, Kilian Lume 103

Goldin, Nan

Room 8 119 Casa nova 83 Room 8 119

Hupe, Ana Portas vilaseca 115

Hurpia, Pedro Marcelo guarnieri 107

Arte 57 69 Fass 89 Arte 57 69

Grant, John Room 8 119

Grecco, Michael Schoeler 121

Greco, Marcelo Schoeler 121

Greeb, Gabriela Biographica 77

Grilo, Ivan Casa triângulo 85 Luciana caravello 101

Grinspum, Ester Raquel arnaud 117

j Jacoby, Roberto Baró 75

Jaguaribe, Claudia 26, 169 Casa nova 82, 83 Fotospot 93 Madalena 105

Jobim, Elizabeth Raquel arnaud 117

Jorge, Sérgio Fotospot 93

Junqueira, Flávia Zipper 127

Gruetzmacher, Alessandro Gávea 95

Guilhermina, Anna Room 8 119

Guimarães, Cao 32, 33, 170

k Kadyrova, Zhanna Baró 75

Ha, Gustavo von Leme 97

Haesbaert, Eduardo Bolsa de arte 81

Hamer, Ova Room 8 119

Heiderich, Matthias Room 8 119

Heiniger, Andreas Babel 73

Heinrich, Annemarie Fass 89

Helena, Iris Abact 65 Portas vilaseca 115

Heráclito, Ayrson Portas vilaseca 115

Hermano, Luiz Lume 103

Hersz, Claudia

Lume 103

Kater, Julia Sim 122-123

Katz, Alex Luciana brito 99

Kempinas, Zilvinas Leme 97

Kenna, Michael Babel 73

Kertész, André Fólio 91

Kim, Lina Casa nova 83

Kitamura, Hirosuke Biographica 77

Kogan, Raquel Baró 75

Koudelka, Josef Fólio 91

arteedições 70, 71

Hoepker, Thomas Babel 73

Höfer, Candida Leme 97

Hoffmann, Talita Lume 103

Landmann, Julio Babel 73

Lanes, Jair Lange, Dorothea 18, 19, 168 Langer, Klara 53, 174 Lannes, Daniel Baró 75

Lauriano, Jaime Leme 97

Lee, Dimitri Babel 73 Fotospot 93

Leibovitz, Annie Fólio 91

Leirner, Nelson Bolsa de arte 81

Leite, Thales Abact 65

Leme, Shirley Paes Bolsa de arte 81

Lenci, Lucas Arteedições 71 Fotospot 93 Madalena 105

Levy, Kika Biographica 77

Lewkowicz, Juliana Arteedições 71

Lichtenberg, André Bolsa de arte 80, 81

Lima, Lin Portas vilaseca 115

Linsker, Roberto Fotospot 93

Lobato, Pablo Luciana brito 99

Loeb, Lucia Mindlin Abact 65

Lopes, Carlos

Bolsa de arte 81

l Lacaz, Guto Fotospot 93

Room 8 119

168, 179

Mantz, Werner 52, 174 Manzon, Jean Fass 89

Marcelle, Cinthia 44, 172 Marques, Milton Leme 97

Martinat, José Carlos Leme 97

Martinez, Carolina Portas vilaseca 115

Martins, Alberto Raquel arnaud 117

Martins, Juca Fass 89

Mascaro, Cristiano Fotospot 92, 93 Mario cohen 109 Schoeler 120, 121

Mauricio, Mariana Leme 97

Mayer, Mila Arteedições 71

Mazza, Alexandre Luciana caravello 100, 101

McCall, Anthony Luciana brito 99

McCollum, Allan Luciana brito 99

McCullin, Don 59, 175 McCurry, Steve Mario cohen 109

Medalla, David Baró 75

Mein, Jessica Leme 97

Mello, Miriam Homem de Fotospot 93

Meyerowitz, Joel 26, 27, 169, 170

Michalany, Cassio Raquel arnaud 117 Gávea 95 Madalena 105

Milan, Denise Lume 103 Room 8 119

Miles, Guadalupe Fass 89

Machado, Gabriela Madalena 105

Magnum Photos 15, 168 Room 8 119

Makarius, Sameer 52, 174 Maldonado, Christian Schoeler 120, 121

Baró 75

Moraes, Marcia de Leme 97

Moraes, Pedro de Mario cohen 109

Morain, André Fólio 91

Moreira, Marcone Blau 79

Morell, Abelardo

Miller, William Babel 73

Mitsuka, Carolina Biographica 77

Mitteldorf, Klaus Fotospot 93

Mizael, Vítor Blau 79

Molder, Jorge Raquel arnaud 117

Montenegro, Milton Fotospot 93

o O’Neill, Michael Mario cohen 109

Ogolter, Martin Mario cohen 109

Oiticica, Hélio 50, 165, 174, 179 Oliveira, Éder Blau 79

Opie, Julian Arteedições 71

Oppido, Gal Lume 103

Arte 57 69

Moriyama, Daido Mario cohen 109

Moscheta, Marcelo Sim 123 Vermelho 125

Motta, Gisela e Lima, Leandro 44, 172 Motta, Pedro 43, 172 Moyssiadis, Jazzie 42, 43, 47, 173

Muniz, Vik Arte 57 69

Murgel, Daniel Portas vilaseca 115

Musa, Ding Abact 65 Raquel arnaud 117 Musa, João Luiz 30, 31, 170 Luciana brito 99 Mutran, Flavya 43, 172

p Padovan, Renata Casa nova 83

Padovani, Ivan 44, 45, 47, 173 Gávea 95

Pallotta, Marcelo Arte 57 69 Fotospot 93

Palma, Luis Gonzalez Babel 73

Palma, Mariana Casa triângulo 85

Paoliello, André Arteedições 71

Pappalardo, Arnaldo Fotospot 93

Paranaguá, Kitty Biographica 77

Mecozzi, Silvia

Milano, Carol

m

Portas vilaseca 115

Babel 73

Lynch, Maria Blau 79

Monticelli, Ismael

Maljkovic, David 34, 35, 170 Moon, Beth Manarini, Ademar 134, 142, 176 Fass 89 Mangaba, Jéssica 15, 150-165, Moraes, Felippe

Middel, Cristina de

Leme 97

Kuhn, Ananda

Malin, Gray

Biographica 77 Lorca, German 20, 21, 22, 23, 141, 142, 143, 144, 145, 169, 176, 177, 178 Fass 88, 89

Krokatsis, Henry

Portas vilaseca 115

Hirst, Damien

Biographica 77 Fotospot 93

Fass 89

Kassab, Rodrigo

h

Lampert, Letícia

Lemos, Fernando

Arte 57 69

Guerreiro, Antonio

Arte 57 69 Fotospot 93 Madalena 105

Fotospot 93

Gomes, Aracy Esteve Gordon, Douglas

Lacerda, Gustavo

n Nacli, André Sim 123

Nakamura, Mio Babel 73

Navarro, Ivan Baró 75

Nazareno Lume 103

Nesti, Zed Bolsa de arte 81

Neto, Mario Cravo Mario cohen 109

Neves, Eustaquio Arte 57 69

Neves, Marcio Room 8 119

Newman, Arnold Fólio 91

Nighswander, Matt Room 8 119

Nogueira, Ana Regina Schoeler 121

Nunes, Carlos Raquel arnaud 117

Parkinson, Norman Mario cohen 109

Parr, Martin 58, 175 Lume 103

Pasquetti, Carlos Bolsa de arte 81

Patterson, Benjamin Bolsa de arte 81

Peçanha, Osmar 52, 174 Pedrosa, Bel Biographica 77

Penna, Marcelo Room 8 119

Penteado, André Madalena 105

Pereira, Paulo Biographica 77

Perlingeiro, Maria-Carmen Raquel arnaud 117

Phelps, Bill Room 8 119

Piloni, Monica Fass 89

Pinto, Túlio Baró 75

Pintor, Oscar Biographica 77

Pires, Paulo 132 Piroelle, Dorothee Room 8 119

Pitta, Matheus Rocha 44, 172 Pitta, Thiago Rocha 44, 172


184

Piva, Mauro Leme 97

Piza, Arthur Luiz Raquel arnaud 117

Plentz, Leopoldo Abact 65 Bolsa de arte 81 Fotospot 93

Pocztaruk, Romy Sim 123

Poester, Teresa Bolsa de arte 81

Rodrigues, Fabiano Andrea rehder 67

Rodriguez, Christian Madalena 105

Romeo, Joseph Room 8 119

Ronis, Willy Fólio 91

Roque, Luiz Bolsa de arte 81

Rossi, Joao Room 8 119

Porter, Liliana Babel 73

Prearo, Penna Lume 103 Madalena 105

Putrih, Tobias Luciana brito 99

s Sabatini, Vezio Fólio 91

Sacco, Graciela Salgado, Sebastião

Queiroz, Mari Biographica 76, 77

Quintella, Ana Biographica 77

Mario cohen 109

Salvatore, Eduardo 136, 141, 142, 143, 176, 177

Samaia, Betina Arte 57 69 Lume 103 Madalena 105

Samelo, Flavio Andrea rehder 67

Sant’Anna, Alexandre

r Radaelli, Gelson Bolsa de arte 81

Radigales, Enrique Casa nova 83

Radó, Georges 137 Ramos, Laerte Blau 79

Ramos, Leticia Abact 65

Ray, Man Fólio 91

Rehder, Alessandra Andrea rehder 67

Reinés, Tuca Fotospot 93

Reinoso, Pablo Baró 75

Reis, Rogério Fass 88, 89 Gávea 95

Reisewitz, Caio 43, 172 Luciana brito 99

Rennó, Rosângela 46, 47, 55, 56,

Gávea 95

Santana, Tiago Fotospot 93

Saura, Yoann Casa nova 83

Scheier, Peter Fotospot 93 Schoeler 121 Schendel, Mira 50, 174

Scianna, Ferdinando Fólio 91

Scovino, Arthur Casa triângulo 84, 85

Secchin, Gabriel Portas vilaseca 115

Sequeira, Alexandre 43, 172 Abact 65 Luciana caravello 100, 101

Setubal, Alfredo Nugent Babel 73

Setubal, Paul Andrea rehder 67

Silveira, Regina Bolsa de arte 81 Luciana brito 99

Roberts, Simon

Simões, Lucas 44, 172

Biographica 77

Roche, Martin La Casa nova 83

Luciana brito 99

Soledar, Jorge Portas vilaseca 115

Luciana caravello 101

Simões, Edu Marcelo Guarnieri 107 Luciana caravello 101

Siquier, Pablo Baró 75

Sissia, Mariana Baró 75

u Uchôa, Delson Sim 123

Ullrich, Wolfram

Baró 75

Souza, Sonia Dias de Room 8 119

Speers, Vee Babel 73

Spina, Gian Casa nova 83

Srodek-Hart, Guillermo Fass 89

Steen, Ricardo van Zipper 127

Stefano, Alfredo De Babel 73

Stein, Juliana Sim 123

Stewart, Ana Gávea 95

Stupakoff, Otto Mario cohen 109

Stupía, Eduardo Baró 75

Sudek, Josef Fólio 91

Sverner, Lily Fass 89

t Tebet, Tiago Luciana brito 99

Teixeira, Evandro Fass 89

Terra, Laila Portas vilaseca 115

Tessler, Elida Bolsa de arte 81

Thiel, Frank Leme 97

Tinoco, Marcelo Abact 65 Zipper 127

Toledo, Vania Fotospot 93

Tomaselli, Maria

v Vainer, Paulo

Biographica 77

Torres, Rodrigo 44, 172 Sim 123

Tossin, Clarissa Abact 65

Trëma 44, 172 Tuneu Raquel arnaud 117

Tunga Arte 57 69

Abact 65 Fotospot 93 Schoeler 121

Wroblewski, Lucila Biographica 77

x Xavier, Marcia 43, 172 Casa triângulo 85

Mario cohen 109

Vallejo, Misha Madalena 104, 105

Vasconcellos, Cássio Fotospot 93 Madalena 105 Mario cohen 109

Vaz, Pedro Baró 75

Veiga, Bruno Gávea 95

Velarde, Gabriel Acevedo Leme 97

Vendramini, Monica Biographica 77

y Yalenti, José 52, 130, 131, 141, 174, 175, 176

Yamamoto, Masao Marcelo guarnieri 107

Yamawaki, Iwao 53, 174 Yass, Catherine Arteedições 71

Yudzon, Alex Portas vilaseca 114, 155

Ventura, Paolo Babel 73

Vergara, Carlos Bolsa de arte 81 pinakotheke 112, 113

Verger, Pierre Fólio 90, 91 Marcelo guarnieri 107 Mario cohen 109

Vicente, Gil Lume 103

Vidor, Igor Luciana caravello 101 Vieira, Tuca 44, 172 Fotospot 93

Vieitez, Ramonn Portas vilaseca 115

Villani, Julio Raquel arnaud 117

Villaveces, Santiago Reyes Casa nova 83

Villers, André Fólio 91

Vinck, Christian Leme 97

Vitali, Massimo Arte 57 69 Baró 75

Bolsa de arte 81

Tong, Fifi

Wolfenson, Bob

Raquel arnaud 117

Song Dong

Luciana brito 99

Simão, Marina Perez

Rocha, Cris

Marcelo guarnieri 107

Sodi, Bosco

Santos, Eder

146, 173, 174, 175 Arte 57 69 Restiffe, Mauro 55, 56, 174, 175 Abact 65 Babel 73

Soares, Arlete

Dan 87

Zipper 127

q

Baró 75

Spaniol, José

Luciana brito 99

Powers, Zak

Smith, Courtney

w Wagner, Bárbara 44, 172 Watts, Cliff Babel 73

Wesely, Michael Casa nova 83

Wilbert, Nelson Bolsa de arte 81

z Zamora, Héctor Luciana brito 99

Zapot, Zoe Babel 73

Zarif, Fernando Luciana brito 99

Zarka, Raphaël Luciana brito 99

Zielke, Willy 53, 174 Zignnatto, Andrey Blau 79

Zilio, Carlos Raquel arnaud 117

Zimbres, Fabio Bolsa de arte 81

Znort Lume 103

Zubiaga, Alfonso Room 8 119

Zwetsch, Valdir Fass 89

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6 a 9 de abril Pavilhão da Bienal 13ª edição Festival Internacional de Arte de São Paulo Pavilhão da Bienal / Parque Ibirapuera www.sp-arte.com /feira.sparte

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s p- a r t e / foto / 2 0 1 6

direção Fernanda Feitosa

assessoria de imprensa A4 Comunicação (Brasil) Rhiannon Pickles PR (internacional)

direção de produção Felipe Feitosa arquitetura Pedro Borges design Cristina Gu Felipe Chodin João Schmitt

consultoria Denise Gadelha Talks ARTE!Brasileiros / catá lo g o

relações internacionais Natacha del Valle

projeto gráfico e editorial SP-Arte

comunicação Marina Goulart

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conteúdo e edição Bruna Wagner

tradução Andrew McDonnell

conteúdo e mídias sociais Felipe Tringoni

preparação e revisão Daniel Lühmann

planejamento e controle Leonardo Steil

impressão IPSIS Gráfica e Editora

assistente geral Erika Okada

As opiniões expressas nas matérias e nas imagens deste catálogo são de responsabilidade exclusiva dos autores e expositores da Feira. Foram feitos todos os esforços para identificar os proprietários dos direitos autorais. Em ocasião de erro ou omissão acidental, solicitamos a gentileza de nos comunicar para que possamos tomar as devidas providências. /

SP-Arte Eventos Culturais Ltda. Rua Tavares Cabral, 102 – cj 73 05423-030 São Paulo, sp www.sp-arte.com

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s732 SP-Arte/Foto/2016 (8 : 2016 : São Paulo, Brasil) SP-Arte/Foto/2016 : Feira de Fotografia de São Paulo / textos de Eder Chiodetto e Shoair Mavlian ; apresentação de Fernanda Feitosa. – São Paulo: SP-Arte, 2016. 188 p. : il. ; 21,6 x 27,9 cm. Feira realizada no Shopping JK Iguatemi, São Paulo, SP, de 25 a 28 de agosto de 2016. Edição em Português com textos traduzidos para Inglês. isbn 978-85-67856-06-3 1. Fotografia – Século xxi. 2. Feiras de Arte – Fotografia. 3. Exposição de Arte – Fotografia. 4. Galerias de Arte. i. Chiodetto, Eder. ii. Mavlian, Shoair. cdu 77(058)

Catalogação na fonte: Paula Pêgas de Lima crb 10/1229




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