O campeao voltou

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TRI

O CAMPEÃO VOLTOU! A HISTÓRIA DO TRICAMPEONATO DA COPA DO BRASIL 2013

Pablo de Mello





TRI

O CAMPEÃO VOLTOU! A HISTÓRIA DO TRICAMPEONATO DA COPA DO BRASIL 2013

Design e ilustrações Pablo de Mello 2014



E

m 2013, o sonho dos torcedores mais fanáticos se transforma em realidade. Pela primeira vez em muitos anos, o Brasil havia uma competição no formato de duelo contando com todos os

seus principais clubes. Estavam reunidos todos os campeões estaduais, os clubes mais bem colocados no ranking da CBF e também aqueles clubes eliminados da Libertadores. Ao todo, eram 86 times, a nata da nata, disputando a 25º edição da Copa do Brasil. E o Flamengo, ninguém menos que o maior pontuador da história da competição assim como o detentor do maior número de vitórias e gols pró entra como uma dúvida. Pouco cotado, vinha de uma pífia campanha no Brasileiro de 2012 e um modesto vice-campeonato carioca. Era um clube em transição após a comemorada vitória de uma nova diretoria que prometia uma reforma no clube nos

aspectos financeiros e administrativos e, também, um time modesto e barato. As vitórias nas etapas iniciais foram todas suadas, conquistadas com muito suor e pouco brilho. A campanha paralela do Campeonato Brasileiro apontava grave crise, com trocas de técnicos e derrotas vergonhosas. Tudo indicava que seria mais um ano sem vitória, lutando apenas para fugir do rebaixamento. Eis que, como é de praxe na história Rubro-Negra, assume um técnico com sangue flamengo nas veias, reorganiza e lidera brilhantemente o time rumo ao TriCampeonato, atropelando todos os clubes que estavam brigando pelo G4 no Brasileiro. Um após outro, o líder Cruzeiro, o eterno rival Botafogo, humilhantemente goleado, o endiabrado Goiás e, na final, o perigoso Atlético Paranaense, todos foram sucumbindo à medida em que o time crescia apoiado pela sua fanática torcida. Enfim, uma conquista digna de um grande campeão, a primeira do novo Maracanã. Sim, o Campeão voltou.


Amapá ORATÓRIO

Roraima SÃO RAIMUNDO

Amazonas NACIONAL E FAST CLUBE

Acre

RIO BRANCO E ATLÉTICO ACREANO

Rondônia JI-PARANÁ

Mato Grosso LUVERDENSE E MIXTO

Tocantins GURUPI

Goiás

GOIÁS, CRAC E ATLÉTICO GO

Mato Gr. Sul ÁGUIA NEGRA E NAVIRAIENSE

Paraná

CORITIBA, ATLÉTICO, ARAPONGAS, CIANORTE E PARANÁ

Copa do Brasil

St. Catarina

Participantes

Rio Grande

2013

AVAÍ, FIGUEIRENSE, JOINVILLE E CRICIÚMA

INTERNACIONAL, CAXIAS, VERANÓPOLIS, BRASIL E GRÊMIO


Pará

CAMETÁ, REMO, ÁGUIA DE MARABÁ E PAYSANDU

Maranhão SAMPAIO CORRÊA E MARANHÃO

Ceará

CEARÁ, FORTALEZA E GUARANI JUAZEIRO

Piauí

PARNAHYBA E FLAMENGO PI

Rio Gr. Norte AMÉRICA, ABC E SANTA CRUZ

Paraíba CAMPINENSE E SOUZA

Pernambuco SANTA CRUZ, SPORT, SALGUEIRO E NÁUTICO

Alagoas CRB, ASA E CSA

Sergipe ITABAIANA E CONFIANÇA

Bahia

BAHIA, VITÓRIA E VITÓRIA CONQUISTA

Espírito Santo ARACRUZ E DESPORTIVA

Brasília

CEILÂNDIA, LUZIANA E SOBRADINHO

Minas Gerais AMÉRICA, CRUZEIRO, TUPI, BOA ESPORTE, BETIM E ATLÉTICO

Rio de Janeiro

BOTAFOGO, RESENDE, FLAMENGO, VOLTA REDONDA, BANGU FLUMINENSE E VASCO DA GAMA

São Paulo

SANTOS, GUARANI, PONTE PRETA, SÃO BERNARDO, NOROESTE, BARUERI, SAN TO ANDRÉ, PORTUGUESA, BRAGANTINO, CORINTHIANS E PALMEIRAS



Primeira Fase

Flamengo x Remo


#1

Remo Flamengo

0 1

03.04.2013 Estádio Mangueirão Belém | PA

Flamengo Felipe; Léo Moura, Renato, Wallace, Renato Santos, João Paulo, Amaral, Elias, Gabriel, Rodolfo, Cleber Santana, Rafinha, Nixon e Hernane Técnico: Jorginho Remo Fabiano; Henrique, Zé Antônio e Carlinho Rech (Clébson); Walber, Nata e Jhonnatan, Thiago Galhardo e Alex Ruan; Val Barreto e Leandro Cearense (Fábio Paulista) Técnico: Flávio Araújo

Gol Rafinha (Fla) aos 9’ minutos do 2º tempo Cartões Amarelos Rodolfo e Renato Santos, Zé Antônio e Val Barreto (Remo) Árbitro Raphael Claus (SP) Auxiliares Lincoln Ribeira Taques (MT) e Sandro do Nascimento Medeiros (MA) Público 20.493


E

m sua estreia pela Copa do Brasil de 2013, o Flamengo venceu o Remo por 1 a 0 no Mangueirão e esfriou a crise que assola a Gávea pela má campanha no Carioca. O jogo em Belém foi de baixo nível técnico, mas o golaço de Rafinha no segundo tempo salvou o Rubro-negro de um empate na noite desta quarta-feira. O resultado positivo não elimina o jogo de volta no Rio de Janeiro, marcado para o dia 17 de abril. Para isso, seria necessária uma vitória do Flamengo por dois gols de diferença. Incendiado pela grande torcida presente ao Mangueirão, o jogo começou quente. As duas equipes tiveram chances logo nos minutos iniciais. O Flamengo aos 2min, quando Wallace e Hernane furaram em cruzamento de Rodolfo pela direita. Pouco depois, o Remo quase abriu o placar após falha de Felipe, mas Renato Santos cortou em cima da hora o chute de Diego Capela. Outra oportunidade surgiu apenas com chute cruzado de Gabriel direita, aos 33min. O quique da bola quase surpreendeu Fabiano, mas o goleiro conseguiu afastar o perigo. O gramado ruim diminuía a qualidade do jogo. Para evitar o campo, as duas equipes apostavam em lançamentos e levantamentos na área. Antes do intervalo, o Remo conseguiu dar um último susto no Flamengo. Aos 43min, Leandro Cearense ganhou fácil de Renato Santos, invadiu a área e chegou na cara do gol. A conclusão, no entanto, saiu por

cima da meta rubro-negra. O segundo tempo começou com a mesma empolgação, mas ainda sem um grande futebol por conta dos dois times. O Flamengo apostava no toque de bola para envolver o Remo, mas sem muito brilho e objetividade. Tanto que o gol saiu num belo lance individual de Rafinha. Aos 9min, o atacante passou por Zé Antônio, invadiu a área pela esquerda e colocou no cantinho direito de Fabiano. Um golaço, que Hernane ainda tentou “roubar” , mas sem conseguir tocar na bola antes de entrar na meta do Remo. Pressionado pelo gol dentro de casa, o Remo partiu com tudo para cima do Flamengo. O time atacava na base da vontade, mas encontrava uma defesa pouco organizada e até conseguia levar algum perigo. O time paraense, no entanto, não conseguia o gol. O Flamengo se armava para sair em busca de contra-ataques e tentar um segundo tento, que eliminaria o jogo de volta no Rio de Janeiro. Aos 17min, João Paulo cruzou rasteiro para Gabriel, que concluiu por cima da meta de Fabiano. Com o jogo relativamente sob controle. O Flamengo focou suas forças em segurar os últimos ímpetos ofensivos do Remo. O time da casa bem que tentou empatar o marcador, mas a zaga rubronegra levou a melhor no embate.

Um primeiro passo bem modesto, como os primeiros passos devem ser.


#2

Flamengo Remo

3 0

17.04.2013 Estádio da Cidadania Volta Redonda | RJ

Flamengo Felipe; Léo Moura, Renato Santos, Marcos González e Ramon (João Paulo); Amaral (Luiz Antônio), Elias, Renato Abreu (Rodolfo) e Gabriel; Rafinha e Hernane Técnico Jorginho Remo Fabiano; Henrique, Zé Antônio e Carlinho Rech (Clébson); Walber, Nata e Jhonnatan, Thiago Galhardo e Alex Ruan; Val Barreto e Leandro Cearense (Fábio Paulista) Técnico Flávio Araújo

Gols Hernane (Fla) aos 35’ minutos do 1º tempo, 4’ e 25’ minutos do 2º tempo Cartões Amarelos Carlinho Rech e Nata (Remo) Cartão Vermelho Nata (Remo) Árbitro Wagner Reway (MT) Auxiliares Paulo Cesar Silva Faria (MT) e Fabio Rodrigo Rubinho (MT) Público 3.614

D

efinitivamente, o Flamengo reencontrou o bom momento em Volta Redonda. Após vencer o Fla-Flu no último domingo pelo Campeonato Carioca, a equipe do técnico Jorginho repetiu pela primeira vez a escalação, a boa atuação, e venceu Remo por 3 a 0 na noite desta quarta-feira, pela Copa do Brasil, no Raulino de Oliveira. Estádio este onde a equipe tem 100% de aproveitamento em quatro jogos na temporada. Local que também trouxe a fase de goleador de volta a Hernane. O Brocador, que há quatro dias quebrou um jejum de cinco partidas sem marcar, fez todos os gols do triunfo e chegou a ouvir gritos de “melhor que Neymar” e “Hernane é Seleção”. Um jogador não balançava a rede três vezes num mesmo jogo com a camisa do Fla desde novembro de 2011 (ou 87 partidas). O último tinha sido Thiago Neves, na goleada por 5 a 1 sobre o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro. - Não poderia ser melhor. A gente se entristeceu muito por um lado, mas por outro vamos ter um tempo bom para trabalhar. A forma como a gente jogou contra o Fluminense e hoje contra o Remo... O time conseguiu virar completamente a página - disse o técnico Jorginho, referindo-se ao fato de o Fla estar eliminado no Campeonato Carioca, mas ter vencido os últimos dois jogos. No meio de 3.614 pessoas presentes ao estádio (2.578 pagantes), o presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, assistiu à vitória num camarote com seis sócios-torcedores. A renda da partida foi de R$ 52.605,00. E o placar eliminou os paraenses e classificou o Rubro-Negro,


que já havia vencido por 1 a 0 em Belém, para a segunda fase da Copa do Brasil. O adversário será o Campinense, da Paraíba, que eliminou o Sampaio Corrêa nos pênaltis, no Maranhão. O primeiro jogo está previsto para ser realizado no dia 1º ou 8 de maio. A volta, caso não elimine o adversário fora de casa, será em 15 ou 22 do mesmo mês. A previsão do técnico Jorginho, que esperava encontrar um adversário recuado, não se realizou. Pudera. O Remo precisava sair para o jogo pois só uma vitória o classificaria. E o Flamengo, que geralmente encontra dificuldades para furar retrancas, agradeceu. A equipe teve quatro contra-ataques no primeiro tempo, quase sempre perigosos. Muitos deles com Rafinha. Pela direita, o rápido atacante chegava na área, mas parava na boa atuação do goleiro Fabiano. O camisa 1 do Remo só não pôde fazer nada quando ficou só contra dois. Após vacilo na saída de bola,

Brocador marca três e desencanta

Rafinha avançou livre e deu passe açucarado para Hernane, na saída do arqueiro, abrir o placar aos 35 minutos. O Brocador estava inspirado, deu até caneta no meio de campo e arrancou aplausos da torcida. Mas exagerou ao tentar marcar de calcanhar, ao receber na área com a meta sem goleiro. A pontaria foi ruim e a bola foi para fora, fraquinha. A vantagem no placar só não foi maior porque Fabiano não deixou. Ele fez uma grande defesa na pancada de Amaral que tinha endereço no cantinho. Mesmo sem jogar recuado, o Remo só levava perigo ao gol do Fla nas bolas paradas de Zé Antônio. A exceção foi um raro contra-ataque já no fim da etapa, quando Val Barreto ganhou na velocidade da zaga rubro-negra e finalizou, mas Felipe evitou o empate. O prejuízo do Fla foi outro. Ramon levou uma pancada na coxa e deixou o campo para a entrada de João Paulo. No segundo tempo, foi a vez de Gabriel aparecer. Tímido na etapa inicial, o meia-atacante, que jogou com o número 208 em uma ação de marketing do patrocinador do clube, também virou garçom de Hernane. Logo aos quatro minutos, passou no meio de dois marcadores e rolou para o Brocador novamente só completar para a rede. No terceiro, o atacante mostrou oportunismo e bom posicionamento após chute de Luiz Antonio e rebote de

Fabiano. Que dia do camisa 9 rubronegro, que ainda teve chance de fazer mais. Apesar dos gols, a atuação segura do Flamengo na primeira etapa não se repetiu. Antes de levar o terceiro, o Remo esteve perto de diminuir com Val Barreto e Leandro Cearense, aproveitando buracos na zaga rubro-negra. Sorte do Fla que a pontaria paraense não estava calibrada. O técnico Flávio Araújo tentou jogar o Remo para frente ao tirar o zagueiro Carlinho Rech e colocar o meia Clébson. Aos 35, porém, Nata foi expulso e os azulinos ficaram com dez. Houve ainda mais espaço para o Flamengo e Rafinha. Com grande atuação, o atacante quase virou garçom de novo, dessa vez para Gabriel. Só que o goleiro Fabiano salvou o chute à queima-roupa do meia-atacante. Só não evitou a eliminação.



Segunda Fase

Flamengo x

Campinense


#3

Campinense

Flamengo

1 2

01.05.2013 Estádio Amigão Campina Grande | PB

Campinense Pantera; Alberto, Edvânio, Roberto Dias e Panda; Glaybson (Tiago Granja), Dedé, Rodrigo César e Bismarck (Danilo Portugal); Zé Paulo (Luiz Paulo) e Jeferson Maranhense. Técnico Oliveira Canindé Flamengo Felipe; Leonardo Moura, Renato Santos, Marcos Gonzalez e Ramon; Amaral (Luiz Antônio), Elias, Renato Abreu (Nixon) e Gabriel; Rafinha (Carlos Eduardo) e Hernane. Técnico Jorginho Gols Jéferson Maranhão (Cam) aos 7’ e Renato Abreu (Fla) aos 27’ minutos do 1º tempo, Renato Abreu (Fla) aos 13’ do 2º tempo Cartões Amarelos Bismarck, Edvânio e Rodrigo César (Campinense) Árbitro Dewson Freitas da Silva (PA) Auxiliares Lorival Candido das Flores (RN) e Lúcio da Silva de Mattos (PA) Público 16.580

D

e virada, o Flamengo venceu o jogo de ida da segunda fase da Copa do Brasil contra o campeão do Nordeste, o também rubronegro Campinense, na Paraíba. O resultado não eliminou o jogo de volta, mas deixou o Rubro-Negro com a vantagem de poder jogar pelo empate no jogo no Rio de Janeiro, na semana seguinte. O time do Campinense entrou em campo mais ligado que o do Flamengo, e logo aos 5 minutos do primeiro tempo contou com a sorte e numa bola que desviou na perna do zagueiro Renato Santos e matou o goleirão Felipe, abriu o placar do jogo. Depois do gol, o jogo foi só do Flamengo. Dominando o meio de campo e com muita movimentação dos atacantes, o time tomou conta da partida. Em falta perto da área, Renato Abreu, o artilheiro do século no Mengão, acertou o travessão, mostrando que estava calibrado. Com o domínio do Flamengo perto da área do Campinense, as faltas eram inevitáveis, e o time paraibano cometeu mais uma falta. Mas dessa vez Renato não desperdiçou, com uma bomba a 118 km/h o meia do Mengão deixou o goleiro adversário sem reação e fez o gol. No segundo tempo o domínio carioca continuou. Com incômodo muscular, Amaral foi substituído por Luiz Antônio, que deixou o time com ainda mais movimentação. Rondando a


área adversária o Flamengo recebeu mais uma falta, e lá estava novamente Renato para bater na bola. Inspirado o meia chutou no ângulo do goleiro paraibano que nada pode fazer, 2 x 1 mengão, com dois gols do Urubu Rei. O resultado ainda não eliminava o jogo de volta, e o Rubro-Negro continuou buscando o 3 x 1. Renato, muito aplaudido, foi substituído por Nixon, e Rafinha muito cansado deu lugar a Carlos Eduardo. O meia, que está longe do condicionamento físico ideal mostrou bastante mobilidade, correu bastante e ajudou o time. Mas não foi o suficiente. O Flamengo quase eliminou o jogo de volta com uma cabeçada do zagueiro Gonzales aos 47 da etapa final, mas a bola bateu no pé da trave e não entrou. Fim de jogo no estádio Amigão. O resultado abriu a possibilidade de o jogo de volta acontecer no Maracanã. Caberá aos órgãos responsáveis decidirem se a partida poderá acontecer no estádio no próximo dia 15, como uma das partidas chamadas de “eventos-teste” antes da reabertura oficial do estádio para a Copa das Confederações.

Vitória suada sobre o Campeão do Nordeste


#4

Flamengo Campinense

2 1

15.05.2013 Estádio Municipal Juiz de Fora | MG

Flamengo Felipe; Leonardo Moura, Renato Santos, Marcos Gonzalez e Ramon; Amaral (Luiz Antônio), Elias, Renato Abreu (Rodolfo) e Gabriel; Rafinha (Paulinho) e Hernane Técnico Jorginho Campinense Pantera; Alberto (Tiago Granja), Roberto Dias, Edvânio e Panda; Wellington, Danilo Portugal (Edimar), Dedé, Bismarck (Ricardo) e Zé Paulo, Jeferson Maranhense. Técnico Oliveira Canindé

Gols Roberto Dias (contra) aos 5’ e Bismarck (Cam) aos 6’ do 1º tempo, Elias (Fla) aos 32’ do 2º tempo Cartões Amarelos Renato Santos e Luiz Antônio (Fla) e Danilo Portugal, Alberto, Jéfferson Maranhense (Cam) Árbitro Cleisson Veloso Pereira (MG) Auxiliares Guilherme Dias e Pablo Almeida da Costa (MG) Público 19.286

E

m campo pela quarta vez com a mesma escalação, o Flamengo desta vez não repetiu as atuações dos últimos jogos. Mesmo assim, fez a festa da torcida em seu primeiro jogo no ano no Municipal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Na noite desta quarta-feira, o Rubro-Negro carioca suou para derrotar o Campinense e repetir o placar do jogo na Paraíba: 2 a 1. Com um gol contra de Roberto Dias e uma pintura concluída por Elias, após bela jogada coletiva, o Fla garantiu a classificação para a terceira fase da Copa do Brasil. Bismarck anotou para o campeão da Copa do Nordeste. Na próxima fase, o Flamengo vai enfrentar o o ASA de Arapiraca. O time alagoano eliminou o Ceará, nos pênaltis, na semana passada. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda vai divulgar as datas dos jogos. - No segundo tempo nós soubemos usar os lados, conseguimos fazer algumas jogadas, amarramos mais o jogo, e o resultado veio. Estamos fazendo nosso trabalho bem. Alguns podem pensar que o time do Campinense é fraco, mas não é bem assim - avaliou Renato Abreu após o apito final. O Flamengo começou ganhando mimos em Juiz de Fora. Recebeu o apoio da torcida local e um presente do adversário com cinco minutos de jogo. Wellington cortou mal o cruzamento de Léo Moura e cabeceou em cima do companheiro Roberto Dias, que desviou a bola contra o próprio patrimônio. Só que o time carioca sequer teve tempo de comemorar o gol contra. Um minuto depois, outro desvio matou os cariocas, dessa vez de Elias no chute de Jeferson Maranhense. A bola sobrou limpa para Bismarck, livre na área, empatar para o Campinense. A origem da jogada mostrou a tática armada pelo técnico Oliveira Canindé: explorar as costas de Léo Moura com as subidas


perigosas de Panda. No primeiro lance, Renato Santos teve que sair para marcar o lateral e deixou um atacante livre na área. Depois, Rafinha é quem voltou para marcar o camisa 6, lançado na ponta esquerda. Ele saiu na cara de Felipe e estufou a rede, mas o árbitro flagrou impedimento no momento do passe. Apesar de ter espaços no meio de campo, o Flamengo encontrava dificuldade para invadir a área adversária. Acabava abusando dos chuveirinhos, que só deram resultado no gol contra do Campinense. No único lance em que conseguiu chegar com perigo próximo da meta do goleiro Pantera, Roberto Dias se redimiu da falha. Após Léo Moura dar um bolão para Rafinha, o zagueiro se esticou todo e cortou o chute cruzado do atacante quase na pequena área, aos 25 minutos. Hernane não teve chance de gol e só apareceu ao dar uma caneta no meio de campo. Ao perceber o baixo poder de fogo do rival, o Campinense viu que não precisava ficar recuado. Saiu para o jogo e até terminou o primeiro tempo com mais posse de bola: 51% contra 49%. Jorginho não gostou do que viu e mexeu no time para a etapa final. Sacou Amaral para a entrada de Luiz Antonio e pediu paciência com a bola no pé. A orientação do treinador não mudou o fato de que o time não conseguia finalizar. A não ser na bola parada. Autor de dois gols de falta no jogo de ida, Renato Abreu só teve uma cobrança no jogo, mas de muito longe. E dessa vez Pantera apareceu bem. O goleiro até fez grande defesa numa pancada à queima-roupa de Hernane. Elias passou a ser a solução

para o desafogo: aos 17 minutos, recebeu de Rafinha na área, mas chutou para fora. Os contra-ataques do Campinense assustavam, mas o técnico do Fla colocou o time ainda mais para frente com Rodolfo e Paulinho, reforço vindo do XV de Piracicaba. O atacante, que treinou durante a semana na lateral direita para suprir a carência de reservas de Léo Moura, foi lançado em sua posição de origem. E mesmo com poucos minutos em campo, teve um papel decisivo no lance que resultou no gol da vitória, aos 32, em misto de sorte e técnica. Elias tentou a tabela com Hernane, mas o camisa 9 devolveu sem força. No meio do caminho, Paulinho conseguiu o toque por cima dos zagueiros e deixou o volante livre para marcar o gol do desafogo. O belo lance fez a torcida esquecer a atuação ruim, com direito a gritos de “olé” no fim.

Paulinho estreia com o pé direito



Terceira Fase

Flamengo x Asa Arapiraca


#5

ASA Flamengo

0 2

10.07.2013 Estádio Fumeirão Arapiraca | AL

ASA Gilson; Osmar, Edson Veneno, Tiago Garça e Chiquinho Baiano; Jorginho, Reinaldo, Rudiero (Thalysson) e Didira (Gilsinho); Wanderson (Valdivia) e Léo Gamalho Técnico Ricardo Silva Flamengo Felipe; Leonardo Moura (Diego Silva), Wallace, Marcos Gonzalez e João Paulo; Cáceres, Val (Nixon), Elias e Adryan (Carlos Eduardo); Paulinho e Marcelo Moreno Técnico Mano Menezes Gols Marcelo Moreno e Nixon (Fla) aos 18’ e 27’ do 2º tempo Cartões Amarelos Renato Santos e Luiz Antônio (Fla) e Danilo Portugal, Alberto, Jéfferson Maranhense (Cam) Árbitro Leandro Bizzio Marinho (SP) Auxiliares Marcelo Carvalho Van Gasse e Daniel Paulo Ziolli (SP) Público 19.286

P

ara os próximos jogos do Flamengo, Nixon colocou mais um ponto de interrogação na cabeça de Mano Menezes para a vaga de um barrado Carlos Eduardo. Se Adryan e Val foram as primeiras opções, o atacante de 21 anos também se credenciou ao posto. Na noite desta quarta-feira, no Estádio Coaracy da Mata, ele entrou no segundo tempo e foi o responsável pela vitória por 2 a 0 de um Flamengo pouco inspirado sobre um desfalcado ASA. A dez dias de seu aniversário, o jovem antecipou o presente, fez o dele e ainda deu passe para outro, marcado por Marcelo Moreno, deixando o time mais perto das oitavas de final da Copa do Brasil. O Flamengo com Val e Adryan (e sem Carlos Eduardo e Gabriel - vetado com febre) não conseguiu ser ofensivo. Mesmo contra um adversário sem seis jogadores, entre eles Lúcio Maranhão - que não pôde jogar por já ter defendido o Vitória no torneio -, só conseguiu ameaçar nas bolas paradas. Mano corrigiu a escalação no segundo tempo, deu nova chance a Carlos Eduardo, mas quem mudou a cara do jogo foi Nixon. Diferente das duas primeiras fases do torneio, o triunfo por dois gols de diferença fora de casa não elimina o jogo de volta. Assim, Flamengo e ASA se reencontram na próxima quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ). O Rubro-Negro poderá perder até por um gol que garantirá a vaga nas oitavas de final da competição. A dúvida de Mano Menezes, entre Adryan ou Val, foi solucionada com um imprevisto: uma febre tirou Gabriel do jogo e colocou os dois em campo - um no lugar do barrado Carlos Eduardo. Só que as modificações não deram o efeito esperado pelo treinador. O volante não conseguiu dar sequência nas jogadas,


e o meia perdeu as disputas corpo a corpo e cometeu faltas bobas no ataque, o que lhe rendeu até um cartão amarelo. Isso, somado às muitas paralisações para atendimento médico de ambos os lados, fez o Flamengo encontrar demasiada dificuldade contra um ASA que jogava no erro do adversário. E foi justamente no erro que a equipe alagoana quase abriu o placar. Sem sequer precisar finalizar. Chiquinho cruzou na área, e João Paulo desviou sem querer com o peito contra o próprio patrimônio. Sorte dele que Felipe se esticou todo no contrapé e conseguiu evitar a lambança. O Rubro-Negro só levou perigo na bola parada. Mas o goleiro Gilson, até então um mero espectador no primeiro tempo, mostrou elasticidade e foi buscar no ângulo um desvio de cabeça de González, após cobrança de falta de João Paulo. Com o mesmo panorama da primeira etapa, o primeiro a mexer foi o Flamengo. Mano Menezes esperou os protocolares 15 minutos para sacar suas apostas Val e Adryan. Nixon e Carlos Eduardo entraram e, logo de cara, o primeiro virou garçom. Na bobeira de Osmar, que falhou ao proteger a bola para a saída do goleiro, o camisa 29 roubou e serviu para Moreno só escorar para o gol vazio. Inspirado, o atacante também deixou o dele. Na inversão de papéis, Moreno é que deu o passe, e o jovem de 21 anos bateu no cantinho para fazer 2 a 0. As mexidas do técnico Ricardo Silva não surtiram o mesmo efeito. À base do chuveirinho, o time até deu trabalho à zaga rubro-negra, mas nem o atacante Tallyson e os meias Gilsinho e Valdívia conseguiram levar o desfalcado ASA à reação. A última alteração do Fla foi por necessidade: com dores, Léo Moura deixou o jogo de maca, ovacionado pela torcida. O volante Diego Silva entrou e só ajudou a administrar o resultado.

Nixon entra e muda o jogo: gol e assistência


#6

Flamengo ASA

2 1

17.07.2013 Estádio da Cidadania Volta Redonda | RJ

Flamengo Felipe, Digão, Wallace, Marcos González e João Paulo; Víctor Cáceres (Diego Silva), Elias e Val; Nixon (Bruninho), Marcelo Moreno e Paulinho (Adryan) Técnico Mano Menezes ASA Gilson, Osmar, Tiago Garça, Edson Veneno e Chiquinho Baiano; Fabiano, Jorginho, Reinaldo Silva e Didira (Wanderson); Gilsinho (Valdívia) e Léo Gamalho Técnico Ricardo Silva

Gols Elias (Fla) aos 42’ do 1º tempo, Osmar (ASA) aos 11’ e Moreno (Fla) aos 35’ do 2º tempo Cartões Amarelos Renato Santos e Luiz Antônio (Fla) e Danilo Portugal, Alberto, Jéfferson Maranhense (Cam) Árbitro Anderson Daronco (RS) Auxiliares Marrubson Freitas (DF) e José Filho (RS) Público 2.284 pagantes

N

ão foi suficiente para matar uma saudade que já durava 88 dias. Primeiro, pelo futebol apresentado em campo. Segundo, porque um jogo apenas é muito pouco. Mas ao menos o Flamengo retornou ao Rio de Janeiro, após quase três meses, com vitória. Em exibição morna e sem muita inspiração, o Rubro-Negro fez 2 a 1 no ASA de Arapiraca, nesta quarta-feira, em Volta Redonda, manteve os 100% de aproveitamento na Copa do Brasil, e avançou às oitavas de final. Elias, capitão na ausência de Léo Moura, e Marcelo Moreno fizeram os gols, enquanto Osmar anotou para os alagoanos, que chegaram a pressionar no segundo tempo depois do empate. A vitória foi a terceira consecutiva sob o comando de Mano Menezes, e o time agora está há seis partidas sem perder. O adversário na fase seguinte sairá de sorteio a ser realizado pela CBF por conta das entradas do Vasco e dos participantes da Libertadores na competição. No próximo domingo, o Flamengo encara o Internacional, no estádio Centenário, às 16h (de Brasília), em Caxias do Sul, pela oitava rodada do Brasileirão. Já o ASA tenta escapar da zona de rebaixamento da Série B em confronto com o Atlético-GO, sábado, às 21h, em Arapiraca. Com os desfalques de Léo Moura, Gabriele Carlos Eduardo, e um meio-campo com uma nova formação, o Flamengo demorou um pouco para se encontrar em campo. Ainda assim, não precisou fazer muito para controlar as ações. Mais avançado, Elias jogava próximo do trio Paulinho, Nixon e Moreno, mas ficou distante de Val e Paulinho. O buraco dificultou as triangulações comuns ao time na Era Mano e a solução por muitas vezes era arriscar de fora da área. Moreno e Paulinho optaram pela alternativa e não foram felizes.


Fla cria pouco, ASA empata e assusta mas classificação é garantida

Se não pressionava com volume de jogo no campo ofensivo, os oito escanteios em 25 minutos, além de três faltas da intermediária, mostravam a superioridade rubro-negra. De negativo, a dificuldade para concluir. Na melhor oportunidade, Gilson evitou o gol em um desvio de um companheiro contra a própria meta. Bem postado, o ASA bloqueava a entrada da área e mantinha Moreno longe da bola. Precisando inverter uma vantagem rubro-negra de dois gols, o time alagoano se aventurava timidamente no ataque pelas laterais. Entretanto, facilitava a missão da defesa ao fazer cruzamentos da intermediária. Quando foi ao fundo, com Gilsinho, levou perigo, e Wallace afastou. Apesar da posse de bola, o Flamengo criava pouco e coube a González subir ao ataque e cruzar na medida para que Moreno finalizasse pela primeira vez, em boa cabeçada para fora. Tudo indicava para um primeiro tempo morno, sem lances de maior emoção, quando Val encontrou João Paulo livre na linha de fundo. O lateral-esquerdo, que sofre com a sombra de André Santos, muito próximo de um retorno à Gávea, foi perfeito e cruzou rasteiro para Elias marcar de letra. Boa trama, belo gol, e único suspiro de bom futebol nos 45 minutos iniciais. Em ampla vantagem no confronto, o Flamengo voltou para o segundo tempo sonolento, já administrando o resultado, e foi punido. Sem ter muito o que perder, o ASA se jogou no ataque e conseguiu o empate. Aos 11, Valdivia, que entrou no intervalo, serviu bem Léo Gamalho na esquerda e correu para área. O cruzamento foi bom e encontrou Osmar no segundo pau. O lateral dominou, olhou para Felipe e encheu o pé: 1 a 1. Faltavam dois gols para os alagoanos pintarem a zebra em Volta Redonda. O time de Arapiraca acreditou que era possível e passou a pressionar os

rubro-negros. Uma série de cruzamentos na área deu trabalho aos zagueiros, e Felipe teve que entrar em ação para impedir gol de Didira em bom chute do bico da área. A empolgação do ASA deu espaços para o Flamengo contraatacar. Paulinho, muito veloz, aproveitou bem uma dessas oportunidades, arrancou e serviu Elias. Livre na área, o camisa 8 concluiu mal de primeira, para defesa de Gilson. A boa jogada não diminuiu a coragem do ASA, que continuou se mandando para o ataque. A dificuldade de criar jogadas, porém, tornou o ritmo do jogo mais lento, como se as duas equipes esperassem o apito final. Bruninho, porém, não queria saber de sossego. Em sua estreia pelo Flamengo, o meiaatacante entrou acelerado e praticamente garantiu a vitória dos cariocas. Em alta velocidade, aproveitou bobeada da zaga do ASA, roubou a bola de Jorginho e cruzou com capricho para Moreno fazer o gol de voleio. Sexta vitória rubro-negra em seis jogos na Copa do Brasil, bom cartão de visitas do baixinho que veio do Atlético Sorocaba, e fim de papo em Volta Redonda.



Oitavas de Final

Flamengo x Cruzeiro


O bicho vai pegar!


O

Cruzeiro dominou o Flamengo no Mineirão durante boa parte do jogo e venceu por 2 a 1, mas o gol sofrido no segundo tempo deixa uma pulga atrás da orelha do torcedor para a partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. Willian e Éverton Ribeiro - autor de um golaço com direito a lençol dentro da área - colocaram a Raposa em vantagem, mas uma bobeira de Dedé deu a oportunidade para o gol de Carlos Eduardo, e ao Rubro-Negro a chance de jogar por uma vitória por 1 a 0 na próxima quarta-feira, no Maracanã, para chegar às quartas de final. O bom público no Mineirão (33.645 pagantes para renda de R$ 1.660.580) viu um jogo muito disputado e a superioridade do Cruzeiro, líder inconteste do Campeonato Brasileiro, em sua grande parte. Mas o time da casa não soube matar a partida e agora terá que administrar uma vantagem bem menos confortável no Rio. A Raposa joga por qualquer empate ou até derrota por um gol, desde que seja a partir de 3 a 2. Outro 2 a 1, para o Flamengo, leva a disputa para os pênaltis. O vencedor desta série pega Botafogo ou Atlético-MG, que fazem a primeira partida nesta quinta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Maracanã. Logo depois do jogo, Éverton Ribeiro não escondia o sorriso com o golaço que acabara de marcar, com lençol em Luiz Antonio e uma bomba para o gol. - Esse eu lembro desde o começo. Puxei contra-ataque, toquei para o (Ricardo) Goulart. Vi que estava sozinho, dei o chapéu e soltei o pé. Autor do gol que deu esperança extra para o Flamengo em um jogo muito complicado, Carlos Eduardo comemorou muito. Até porque foi o primeiro desde sua chegada para ao clube, em janeiro. - Para mim (a importância) é muito grande, aumenta minha confiança. Estava precisando disso. Sei do meu potencial e que posso ajudar o Flamengo. O Cruzeiro volta a campo no próximo sábado, contra a Ponte Preta, às 18h30m (de Brasília), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. No mesmo dia e horário, o Rubro-Negro recebe o Grêmio no Mané Garrincha, em Brasília. Mano Menezes optou pela entrada do zagueiro Samir para atuar no lugar de João Paulo na lateral esquerda, aumentando o poder de marcação pelos lados, arma conhecida do Cruzeiro. Adiantou pouco no primeiro tempo. O lateraldireito Ceará abusou dos avanços no setor, e foi dele o cruzamento - justamente em cima de Samir - para Willian marcar o primeiro gol da Raposa em rebote de boa defesa de Felipe, totalmente livre na área, entre González e Chicão. Mas o gol, aos 27 minutos do primeiro tempo, foi a confirmação de uma superioridade que se estabeleceu desde o primeiro minuto.

#7

Cruzeiro Flamengo

21.08.2013 Estádio Mineirão Belo Horizonte | MG

2 1


Com a movimentação de Éverton Ribeiro e tabelas rápidas pelas pontas, o Cruzeiro cavava espaços na defesa rubro-negra. É verdade que Marcelo Moreno teve dois chutes perigosos. O primeiro na trave, quando a partida ainda estava 0 a 0, e outro defendido por Fábio já no fim da primeira etapa, quando o time de Mano Menezes cresceu um pouco. Mas foi basicamente isso. A entrada do jovem Fernando, escalado para atuar aberto na ponta, assim como Gabriel, mostrou-se pouco produtiva. O Cruzeiro poderia até ter saído com uma vantagem maior. Aos 22, William entrou sozinho, e a torcida ficou pedindo pênalti de González, um pouco depois que Borges perdeu uma chance clara, defendida por Felipe. GOLAÇO E SUSPIRO DO FLA Logo no início da segunda etapa, o duelo entre o Borges e Felipe voltou a acontecer, com nova vantagem para o camisa 1. Um toque com a ponta dos dedos evitou o gol certo. Na cobrança de escanteio, Bruno Rodrigo acertou a trave em cabeçada. O Cruzeiro voltou pressionando, mas o Flamengo também estava mais arrumado. Só que um contra-ataque entrou como um cruzado na ponta do queixo rubro-negro. Em três toques a bola chegou a Everton Ribeiro na área. O meia deu um lindo lençol em Luiz Antonio e fuzilou de primeira, indefensável: 2 a 0. O gol atordoou o time de Mano, e a Raposa ampliou o seu

Cruzeiro Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton, Souza, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart (Luan); Willian (Júlio Baptista) e Borges (Vinicius Araújo) Técnico Marcelo Oliveira Flamengo Felipe; Luiz Antônio, Chicão, Marcos González e Samir (Paulinho); Cáceres; Fernando (João Paulo), Elias, Gabriel (Carlos Eduardo) e André Santos; Marcelo Moreno Técnico Mano Menezes

Gols Willian (Cru) aos 27’ do 1º tempo, Everton Ribeiro (Cru) aos 12’ e Cadu (Fla) aos 23’ do 2º tempo Cartões Amarelos Cáceres e Elias (Flamengo) Árbitro Marcelo Aparecido de Souza (SP) Auxiliares Bruno Boschilia (PR) e Anderson José de Moraes Coelho (SP) Público 33.645 pagantes


Derrotas custam caro e o Flamengo terá 90 minutos no Rio para reverter a vantagem que cedeu

domínio. O resultado parecia definido, quando duas falhas individuais seguidas mudaram o rumo da partida. Niltou errou na saída de bola e gerou contra-ataque. Ainda assim, a bola enfiada por Elias parecia dominada na área, mas Dedé se enrolou, atrapalhou Fábio, e a bola bateu em Moreno. Ela foi na trave, mas Carlos Eduardo, que havia entrado minutos antes, estava lá para completar com suave toquinho, para delírio dos cerca de 2 mil torcedores rubronegros presentes. O Flamengo passou, então, a administrar o placar, de olho no regulamento, tocando a bola com calma. O Cruzeiro tentou melhorar sua situação, foi para cima, descoordenadamente, mas errou muito no ataque. O jogo de volta, no mítico e recémreinaugurado Maracanã na próxima semana, promete mais uma batalha inesquecível.

Finalistas Copa do Brasil

2003

Flamengo Vice-Campeão!



A

confirmação da escalação de Elias só aconteceu minutos antes da partida e foi comemorada na arquibancada como um gol. Mano Menezes resolveu apostar no volante, que sentia dores na coxa mas foi decisivo. Fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro aos 43 minutos do segundo tempo, resultado preciso que levou o Flamengo às quartas de final da Copa do Brasil para enfrentar o Botafogo, depois da derrota por 2 a 1 na partida de ida, em Belo Horizonte. O empurrão decisivo no segundo tempo foi dado pela torcida, que levou o time à frente no maior público em jogos de clubes do novo Maracanã: 47.103 pagantes, com renda de R$ 2.266.070. Depois do apito final, a festa passou da arquibancada para o campo, com os jogadores acompanhando os gritos de “que torcida é essa” e “o Maraca é nosso”. Pela primeira vez desde que estádio reabriu, a torcida rubro-negra parece ter mesmo voltado para casa. Os jogos contra o Botafogo estão previstos para as semanas de 23 e 30 de outubro, com a ordem dos confrontos ainda a ser sorteada pela CBF. Se forem realizados no mesmo estádio, não haverá vantagem do gol fora de casa, segundo o regulamento da Copa do Brasil. Elias, que chorou após marcar o gol, levou seu terceiro cartão amarelo na competição e está fora do primeiro jogo das quartas. Por isso, disse que o árbitro Jailson Macedo Freitas “acabou um pouquinho” com a sua noite. - É um gol muito importante, não tem como explicar. Chorei bastante e não sabia para onde correr. No Cruzeiro, o zagueiro Dedé foi sucinto e lamentou o lance que decidiu o jogo: - Elias veio por trás, como homem-surpresa. É a forma dele de jogar. Vamos para o Brasileiro. FÁBIO POUCO TRABALHA A dificuldade de criação do Flamengo, um problema crônico nas últimas partidas, ficou mais evidente com a necessidade de conseguir uma vitória para se classificar. Não que o Cruzeiro jogasse fechado. Os times de Marcelo Oliveira, por hábito, não são armados desta forma. Mas, ainda assim, Fábio pouco foi incomodado. Na

#8

Flamengo Cruzeiro

28.08.2013 Estádio Maracanã Rio de Janeiro | RJ

1 0


Flamengo Felipe, Luiz Antonio, Chicão, Wallace e João Paulo; Cáceres (Paulinho), Elias e André Santos (Hernane); Rafinha, Carlos Eduardo (Adryan) e Marcelo Moreno Técnico Mano Menezes Cruzeiro Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton, Souza, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart (Luan); Willian (Júlio Baptista) e Borges (Vinicius Araújo) Técnico Marcelo Oliveira

Gol Elias (Fla) aos 43’ do 2º tempo Cartões Amarelos Elias, André Santos (Fla) e Nilton, Éverton Ribeiro, Willian (Cru) Árbitro Jailson Macedo Freitas (BA) Auxiliares Carlos Berkenbrock (SC) e Marcelo Barison (RS) Público 47.103 pagantes / 53.538 presentes

verdade, não houve uma defesa sequer na etapa inicial. A Raposa, com vantagem do empate, jogava com segurança, procurando se expor pouco e sair em velocidade. Os contra-ataques não foram muitos, mas deram boas chances. A primeira com Willian, que concluiu de dentro da área, e Felipe espalmou de forma atabalhoada para escanteio. Na cobrança, Dedé cabeceou, e João Paulo salvou em cima da linha. Por necessidade, o Rubro-Negro ficou mais com a bola nos primeiros 45 minutos (55% a 45%), mas tirou pouco proveito disso. Elias, o principal nome na temporada, entrou no sacrifício. Só foi escalado após um teste no vestiário, mas era claro que não estava 100%. Carlos Eduardo, sumido do jogo, não colaborou, assim como Rafinha, que correu muito e pouco produziu. Bem postado, o Cruzeiro parecia deixar o Flamengo cansar, rodando de um lado para o outro da área. Procurava retomar a bola em sua intermediária e, rapidamente, saía com Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro e Willian. FLA CRESCE, E ELIAS DECRETA A CLASSIFICAÇÃO Como Cáceres sentiu um lesão em choque, Mano resolveu aproveitar a substituição forçada e arriscou um pouco mais, lançando o atacante Paulinho, que ocupou a lateral, passando Luiz Antonio para o meio-campo. O Flamengo ficou mais incisivo e, pela primeira vez no jogo, pressionou o Cruzeiro, que se defendia bem. A torcida se animou e começou a jogar junto. Marcelo Oliveira se impacientou no banco, pedindo para seus jogadores tentarem segurar a bola, sem sucesso. A


“ Tu és time

de tradição raça, amor e paixão, ó meu Mengão!


ALEALEGRIA A ALEGRIA ALEGRIA ALEGRIA


E ÊXTASE! Raposa cedia espaços, e o Flamengo quase marcou aos 16, em cabeçada de Elias que passou rente à trave. Pouco depois Carlos Eduardo marcou, mas o árbitro já havia assinalado falta de Marcelo Moreno em Fábio pelo alto. Marcelo Oliveira trocou Borges por Vinícius Araújo para tentar dar mais presença de ataque. Logo depois colocou Martinuccio na vaga de Éverton Ribeiro, e o argentino em seu primeiro lance fez o gol, mas a arbitragem acertou ao marcar impedimento. Vinícius Araújo teve a chance de garantir a classificação, entrou sozinho, mas errou no drible em Felipe e saiu com bola e tudo pela linha de fundo. A punição veio aos 43 minutos, em formato de festa para os rubronegros. Paulinho cruzou da direita, e Elias colocou o time nas quartas de final.

{

NELSON RODRIGUES NUNCA ESTEVE TÃO CERTO QUANDO DISSE:

“Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte: quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável.”



Quartas de Final

Flamengo x Botafogo


#9

Botafogo Flamengo

1 1

25.09.2013 Estádio Maracanã Rio de Janeiro | RJ

É

quase repetitivo falar que um jogo entre Botafogo e Flamengo terminou empatado. E o resultado recorrente nos últimos anos voltou a aparecer, desta vez no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. Nesta quarta-feira, André Santos e Edilson fizeram do 1 a 1 no Maracanã a 118ª igualdade na história do clássico. Apesar de ter dominado os 45 minutos inicias, os rubro-negros viram os alvinegros crescerem na segunda etapa e o empate deixar o confronto de volta, no dia 23 de outubro, no mesmo estádio, sem vantagem para nenhum dos lados. Esta foi a primeira vez que os rivais se enfrentaram na competição. Como trata-se de um clássico estadual, o duelo não tem critério de desempate com os gols como visitante. Portanto, quem vencer a próxima partida garante a vaga na semifinal. Novo empate leva a disputa para os pênaltis. – É clássico, e sabemos das dificuldades de jogar um jogo assim. A equipe está de parabéns, soube suportar a pressão. Conseguimos arrancar um grande empate hoje. Nos superamos mesmo com o cansaço – declarou André Santos. O alvinegro Edílson, que usava gaze para conter um sangramento no nariz quando empatou o jogo, comentou a situação. – Incomodar, incomoda (sangramento no nariz), mas com o calor do jogo você nem percebe direito. O importante é que conseguimos empatar


a partida. Fizemos um excelente segundo tempo, e infelizmente a vitória não veio, mas ficamos felizes com a exibição. ANDRÉ SANTOS FAZ O ‘S’ Falta alguma coisa no setor ofensivo do Botafogo. O baixo número de finalizações do primeiro tempo deve ter alguma explicação, e os três chutes que a equipe deu não ameaçaram. As chegadas de surpresa dos meias Lodeiro e Seedorf na área parecem escassas, e Rafael Marques sozinho não resolve. Acaba sobrando para a defesa. Dankler, há um ano sem jogar, mostrava segurança. Mas a jogada aérea, a mesma arma utilizada pelo Bahia para virar a partida no domingo, segue sem solução. O Flamengo de Jayme de Almeida, agora efetivado no cargo de técnico, entendeu a lição que os baianos deram no rival no Campeonato Brasileiro. O cruzamento que veio da esquerda parecia pouco efetivo, mas

“ Era o primeiro

duelo nacional desde a final do Brasileiro de 1992 Paulinho conseguiu acertar um voleio que terminou na cabeça de André Santos, que escorou para a rede e fez o “S” em homenagem a esposa Suellen. Dankler, responsável pela marcação do meia/lateral, olhou tanto para a bola que esqueceu o adversário. Mais seguro em campo, o Flamengo só bateu cabeça uma vez: quando Wallace se chocou com Samir, pelo alto. Os dois foram atendidos, e o árbitro exigiu a saída de campo. Ficar sem seus zagueiros por alguns segundos não causou transtornos. Até porque o único buraco visto no time rubro-negro foi quando o goleiro Felipe fez questão de juntar a grama para fechar um

Finalistas Brasileiro

1992

Flamengo Campeão!


Botafogo Jefferson; Edilson, Dória, Dankler (Lucas Zen) e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Gabriel, Seedorf, Lodeiro (Alex) e Hyuri (Octávio); Rafael Marques Técnico Oswaldo de Oliveira Flamengo Felipe; Leonardo Moura, Wallace, Samir e João Paulo; Amaral, Luiz Antônio, Carlos Eduardo (Rafinha) e André Santos (Cácares); Paulinho (Gabriel) e Hernane Técnico Jayme de Almeida

Gols André Santos (Fla) aos 12’ do 1º tempo e Edílson (Bota) aos 15’ do 2º tempo Cartões Amarelos Cáceres e Elias (Flamengo) Árbitro Wagner do Nascimento Magalhães (RJ) Auxiliares Rodrigo Pereira Joia (Fifa-RJ) e Dibert Pedrosa Moises (RJ) Público 27.364 pagantes

defeito do gramado. Carlos Eduardo, por sua vez, queria abrir mais buracos na defesa adversária, mas parou em Jefferson, que fez um milagre. Luiz Antonio teve outra chance de cabeça, desperdiçada. O SANGUE DE EDILSON A ducha no intervalo acordou o Botafogo, que voltou mais vibrante, com mais sangue e foi para cima do Flameungo. Sangue que corre na veia de Edilson. Não aquele que escorreu do seu nariz após agressão de André Santos em resposta ao puxão de camisa dentro da grande área. Mas o sangue de quem não tem dó da bola ao mandar com força um chute que, desviado em Samir, passou por Felipe e entrou. Ainda com gaze no nariz para estancar o sangramento, foi para a torcida comemorar. Rafael Marques seguiu o exemplo e quase virou dois minutos depois. Era um Flamengo diferente. Tinha Rafinha no lugar de Carlos Eduardo, e tinha discussão. Wallace e Luiz Antonio se desentenderam, falaram poucas e boas um para o outro. Como o domínio da posse de bola passou a ser do Botafogo, que pressionava com vigor, Jayme de Almeida resolveu mexer. Deixou a equipe com três volantes quando tirou André Santos para colocar Cáceres. Numa tacada só, trocou ainda Paulinho por Gabriel. Nada adiantou. A marcação cerrada esfriou o ímpeto alvinegro e os 74 passes errados explicam a queda de qualidade técnica do jogo. O empate, no fim das contas, acabou justo.


“ O mais

importante foi o Flamengo manter sua honra intacta



Tu és time de tradição, raça, amor e paixão, ó meu Mengão!


M

aracanã e Hernane têm uma relação muito íntima. É como uma atração incontrolável. A bola parece ter um ímã que a faz procurar a chuteira do atacante. E, mesmo que ela pare na perna que não é a boa, que o chute saia mascado, ou mesmo venha pelo alto, não tem jeito: a rede balança. Com o pé esquerdo e de cabeça, o Brocador fez três gols - ainda sofreu o pênalti convertido por Léo Moura - na vitória por 4 a 0 do Flamengo sobre o Botafogo na noite desta quarta-feira. Em uma das comemorações, o atacante fez um sinal como se jogasse o coração para a torcida. Os rubro-negros, que formaram a grande maioria no estádio, agradecem: o time está classificado para a semifinal da Copa do Brasil. Como a partida de ida terminou 1 a 1, qualquer vitória garantiria a vaga neste que foi o primeiro encontro dos rivais na competição nacional. O Flamengo foi superior e soube explorar bem as jogadas pelo lado esquerdo de seu ataque, principalmente com Paulinho. Contou com a sorte no primeiro gol, é verdade, mas taticamente foi melhor diante de 50.505 pagantes (59.848 presentes). O último gol coube a Léo Moura, aniversariante do dia (35 anos). - Eu conversei com o Léo. Os meninos pediram para eu bater, mas peguei a bola para dar de presente para ele. Para quem não acreditava no Hernane, graças a Deus estou dando alegria para essa torcida. Vou trabalhar para


#10

Flamengo Botafogo

4 0

23.10.2013 Estádio Maracanã Rio de Janeiro | RJ

Flamengo Felipe; Léo Moura(Rafinha), Wallace, Chicão e André Santos; Amaral, Luiz Antonio, Elias e Carlos Eduardo(Adryan); Paulinho(Bruninho) e Hernane Técnico Jayme de Almeida Botafogo Jéfferson; Gilberto, Dória, Bolívar e Julio Cesar; Marcelo Mattos(Sassá), Renato(Lucas Zen), Gegê, Seedorf(Dankler) e Lodeiro; Rafael Marques Técnico Oswaldo de Oliveira

Gols Hernane aos 19’ e aos 33’ do 1º tempo e aos 12’ minutos do segundo tempo; Léo Moura aos 26’ minutos do 2º tempo Cartões Amarelos Hernane e Elias (Flamengo) Cartão Vermelho Dória (Botafogo) Árbitro Paulo César de Oliveira (Fifa-SP) Auxiliares Emerson de Carvalho (Fifa-SP) e Fábio Pereira (Fifa-TO) Público 50.505 pagantes

ser sempre decisivo. Meu sentimento, não sei explicar. Sei que minha mãe está muito feliz, porque liguei para ela, e falou para ter calma, que eu seria decisivo. Passei minha meta, que era de 30 gols no ano - afirmou Hernane, autor de 31 gols em 2013, maior número do futebol brasileiro, empatado com Magno Alves, do Ceará. Os alvinegros, na saída de campo, tentavam explicar a derrota. - Ninguém esperava esse placar elástico, não fizemos um jogo para tomar de 4 a 0. Vínhamos jogando bem, mas depois do primeiro gol o time não se encontrou. Foi contra-ataque em cima de contra-ataque, e eles aproveitaram as oportunidades - disse Jefferson. O Fla fará em casa o jogo de volta da semifinal, contra o time que se classificar do confronto entre Vasco e Goiás (que será às 21h desta quintafeira, no Maracanã). O primeiro jogo foi 2 a 1 para os goianos. O CAMINHO É PELA ESQUERDA Quis Jayme de Almeida que Paulinho caísse mais pelo lado esquerdo. Quis também que Luiz Antonio atuasse mais por aquele lado para ajudar na marcação quando André Santos fosse ao ataque. Deu certo. E deu errado para Gilberto. Substituto do suspenso Edilson, o lateral-direito sofreu. Paulinho costumava voltar até o meio de campo para buscar a bola e quando atacava se garantia no drible ou na velocidade. Já havia ele próprio driblado dois adversários antes de chutar para a defesa de Jefferson. Mas o atacante recompensado com gol seria outro. No Maracanã parece que há um decreto: no estádio, gol do Flamengo é com o Hernane. É tão impressionante essa simbiose com o estádio, que, mesmo em uma jogada


que parece perdida, ela para nos pés do Brocador. Marcelo Mattos tentou afastar a bola, acertou Rafael Marques, e Hernane fez. Já no segundo gol a jogada foi toda de Paulinho, até o goleiro adversário espalmar para o meio. Aí não importa se o chute não é com o pé bom, se a bola toca na grama antes. Na sobra, Hernane marcou. O Botafogo, atordoado, encontrava dificuldade para criar chances. O 4-2-3-1 dessa vez não funcionou. Rafael Marques, único atacante, voltava. E, quanto voltava, geralmente um dos três meias (Seedorf, Gegê e Lodeiro) se posicionava na frente. A falta de uma referência pesou. ARTILHEIRO DO MARACANÃ QUER MAIS Oswaldo de Oliveira viu que havia um problema sério para segurar a bola no campo ofensivo. Trocou o volante Marcelo Mattos pelo atacante Sassá para dar mais volume na frente. Surtiu efeito. O time começou a ameaçar mais. Atrás, porém, nada parecia mudar. Gilberto não desgrudava de Paulinho. André Santos não estava nem aí para o embate. Avançou pela esquerda, cruzou, e a bola procurou: gol de cabeça de Hernane, o sexto na Copa do Brasil e o 14º no Maracanã - é o artilheiro da

“ Só mesmo o Foguinho pra se sujeitar a vexame de tal porte.

competição e do estádio desde a sua reabertura. O nervosismo tomou conta dos alvinegros. Na arquibancada alguns torcedores começaram a deixar o estádio. E os que ficaram ouviam um sonoro “olé” vindo do lado rubro-negro. Taticamente dava sinais de desorganização. Existia um buraco, bem aproveitado quando Carlos Eduardo tocou na frente para Hernane. Tinha tudo para ser o seu quarto gol, mas Dória o empurrou na área, cometeu o pênalti e foi expulso. De presente, o Brocador entregou a bola para Leonardo Moura cobrar e fazer o quarto. Os botafoguenses que antes acreditavam começaram a ir embora com 27 minutos. O som vindo do outro lado era cada vez mais provocador. Sem muito o que fazer, o time alvinegro passou a esperar o Flamengo para ter a posse no momento certo, pois a inferioridade numérica e ausência de um zagueiro (e com apenas um volante) pediam cautela. Enquanto isso, os rubro-negros pediam: “mais um, mais um”. O gol não saiu, mas a noite estava completa para eles. Teve até parabéns para Léo Moura quando o árbitro apitou o fim da partida.


“ Cadê você Cadê você Cadê você Cadê você



Semifinal

Flamengo x Goiรกs


#11

Goiás Flamengo

1 2

30.10.2013 Estádio Serra Dourada

Goiânia| Go

Goiás Renan, Vitor, Ernando, Rodrigo e William Matheus; Thiago Mendes, David, Hugo, Eduardo Sasha (Welinton Junior) e Roni (Renan Oliveira); Júnior Viçosa (Paulo) Técnico Enderson Moreira Flamengo Paulo Victor, Léo Moura, Wallace, Chicão e André Santos; Amaral, Luiz Antonio, Elias e Carlos Eduardo (Diego Silva); Paulinho (Gabriel) e Hernane (Nixon) Técnico Jayme de Almeida

Gols Paulinho (Fla) aos 25’, Vitor (Goi) aos 38’ e Chicão (Fla) aos 40’ do 1º tempo Cartões Amarelos Hugo (Goi) e Chicão (Fla) Árbitro Wilson Luiz Seneme (Fifa-SP) Auxiliares Altemir Hausmann (RS) e Bruno Boschilia (PR) Público 37.555 presentes / 35.112 pagantes

N

a arquibancada do Serra Dourada, em alguns pontos, era possível ver mensagens para Walter. A torcida do Goiás não esquece o seu ídolo. Mas, machucado, ele não pôde atuar. E fez falta. O Flamengo, que não teve o goleiro Felipe, viu Paulo Victor ajudar a segurar a pressão. E viu também Paulinho ter outra boa atuação, marcar um bonito gol e Chicão fazer de falta o seu segundo com a camisa rubro-negra (novamente no Serra Dourada). Vítor chegou a empatar, mas o placar de 2 a 1 para o Fla nesta partida de ida da semifinal da Copa do Brasil dá boa vantagem para os cariocas na volta, no Rio de Janeiro, na próxima quarta-feira - até uma derrota por 1 a 0 garante a vaga na final. O time de Jayme de Almeida, depois de construir a vantagem na primeira etapa, precisou se defender: o placar de finalizações, que era de 5 a 4 para os rubro-negros até o intervalo, terminou 14 a 5 para os esmeraldinos ao final do jogo. Isso mesmo: o segundo tempo teve dez finalizações do mandante e nenhuma dos visitantes. - A vantagem é importante, mas não tem nada decidido. A gente vai ter a vantagem diante do nosso torcedor e, quando a torcida apoia nossa equipe, é quase imbatível no Maracanã. Esse calendário não ajuda, né. Dava para tentar mais, mas o time cansou no segundo tempo - avaliou Elias, que foi desarmado na defesa no lance que originou o gol do adversário. Alguns jogadores do Goiás cercaram o árbitro Wilson Luiz Seneme, reclamando de um pênalti em Welinton Junior no segundo tempo. - O juiz chega para roubar, a gente vai reclamar, e ele fala que tem outro jogo. Então tem que dar um pênalti para a gente lá também - afirmou William Matheus. Antes de a bola rolar, o público de 37.555 presentes (35.112 pagantes) fez a festa. Eram balões nas cores do Goiás, rubronegros que, mesmo em minoria, gritavam alto... Parecia fazer falta apenas um personagem. Faixas pediam Walter na Seleção, e torcedores cantaram “ah, eu vou deitar e rolar”, em referência a um vídeo publicado durante a semana com uma declaração do atleta que gerou polêmica. A FALTA E O ESCORREGÃO Parecia o Flamengo em casa. A torcida incomodava. Bastava Paulinho dominar bem uma bola, e os rubro-negros vibravam. O Goiás, nervoso, chegou a 20 minutos de bola rolando com 12 passes errados contra três do adversário. Eduardo Sasha e Roni trocavam constantemente de lado, tentavam arrumar alguma coisa pelas pontas e nada. Júnior Viçosa, substituto de Walter, passou a maior parte do tempo fora da área. Faltava espaço para a criação de uma chance mais clara. Aí Paulinho deu um passo mais à frente para cair nas graças da torcida. Fez tabela bonita com André Santos, deu drible curto em Rodrigo e um toque por baixo de Renan: 1 a 0. Mas Elias foi


“ Jogo difícil. Mas

o peso da nossa camisa bonita demais e nosso intimidante calção preto fizeram toda a diferença.

Finalistas Copa do Brasil

1990

Flamengo Campeão!


{

Não vejo a hora de poder dizer

desarmado ao sair jogando aos 38 minutos, e Viçosa, agora muito útil fora da área, tocou para Vítor empatar.

O Flamengo, master na exploração de neuras, recalques e medinhos, se aproveitou muito bem dessa instabilidade psicológica dos verdinhos e venceu com relativa tranquilidade O Flamengo voltou a ficar em vantagem em lance polêmico. Hernane caiu junto com Rodrigo perto da área, e a falta - que era a favor do Goiás - foi marcada para o outro lado. Chicão marcou novamente um gol de falta no


Deixou Chegar, Fudeu! Serra Dourada, assim como na sua estreia, contra o mesmo adversário. O goleiro Renan escorregou, olhou para o gramado, fez cara de decepção, mas era tarde. Hugo ainda quase empatou de cabeça. E o jogo chegou a ficar paralisado por causa de um sinalizador aceso na parte destinada aos rubronegros. PRESSÃO, PRESSÃO, MAS NENHUM GOL O Goiás voltou mais calmo, disposto a mudar o placar. A saída pelas pontas passou a funcionar, e Paulo Victor, a trabalhar com mais intensidade. O Flamengo parecia apenas esperar o momento ideal para avançar em contraataque. Mas sua maior arma em lances de velocidade sentiu dores. Paulinho levou a mão à coxa esquerda, caiu no gramado e pediu substituição. Nenhum adversário jogou a bola pela lateral, e houve discussão. Hugo e Chicão levaram cartão amarelo, e o primeiro está suspenso para a partida de volta. Junior Viçosa, apagado, saiu para entrada de Paulo. Welinton Junior entrou na vaga de Eduardo Sasha. E deu trabalho. O Goiás apertou a marcação e foi para cima ciente de que se fosse em desvantagem para o jogo da volta, teria poucas chances. Welinton Junior, por duas vezes, teve a chance clara de empatar. A bola não entrou. Houve ainda pedido de pênalti, ignorado pelo árbitro. Ao Flamengo, coube cerrar os dentes e se sgurar lá atrás. No fim, os jogadores deixaram o campo reclamando muito do que consideraram erros da arbitragem. Missão cumprida. O jogo seguinte reservariam novas e fortes emoções.

}


CONTE COMIGO MENGÃO


ACIMA DE TUDO RUBRO-NEGRO



#12

Flamengo Goiás

2 1

06.11.2013 Estádio Maracanã Rio de Janeiro | RJ

Flamengo Paulo Victor; Leonardo Moura, Wallace, Chicão e André Santos; Amaral, Luiz Antônio, Elias e Carlos Eduardo (Diego Silva); Paulinho (Marcos González) e Hernane Técnico Jayme de Almeida Goiás Renan; Vítor, Ernando, Rodrigo e Mario Sérgio (Ramon); Amaral, David e Thiago Mendes; Eduardo Sasha (Júnior Viçosa), Renan Oliveira e Roni (Wellington Júnior) Técnico Enderson Moreira

Gols Eduardo Sasha (Go) aos 4’, Hernane aos 13’ e Elias (Fla) aos 23’ do 1º tempo Cartões Amarelos Carlos Eduardo e Leonardo Moura (Fla) Árbitro Leandro Pedro Vuaden (Fifa-RS) Auxiliares Carlos Berkenbrock (SC) e Carlos Augusto Nogueira Júnior (SP) Público 49.421 pagantes

U

m passe decisivo, para Hernane marcar, e um gol. Há algum tempo Elias, o melhor jogador do Flamengo na temporada, não tinha uma participação tão importante. Foi um grande presente para a torcida rubro-negra na vitória por 2 a 1 sobre o Goiás (repetindo o placar da partida de ida), conduzindo o time novamente à final da Copa do Brasil depois de sete anos, mas também uma chance de comemorar no Maracanã um alívio pessoal, com a recuperação do seu filho Davi de um problema de saúde. O adversário na decisão será o Atlético-PR, que empatou por 0 a 0 com o Grêmio em Porto Alegre depois de vencer por 1 a 0 o primeiro jogo. Após o apito final, os jogadores deitaram e rolaram no gramado do Maracanã, em resposta à provocação do atacante Walter antes do primeiro jogo, que usou a expressão para falar de sua possível participação na partida. O atacante acabou ficando fora dos dois confrontos por causa de uma lesão muscular. O Rubro-Negro chega à sexta final de Copa do Brasil, depois de ser campeão em 1990 (contra o próprio Goiás) e 2006 (sobre o Vasco). O time foi derrotado em 1997 (Grêmio), 2003 (Cruzeiro) e 2004 (Santo André). A torcida do Flamengo encheu o Maracanã (56.224 presentes, sendo 49.421 pagantes, com renda de R$ 3.375.410), com exceção dos mais de dez mil lugares destinados aos poucos goianos que foram ao jogo. A expectativa dos rubro-negros é


de que o esquema de divisão das arquibancadas seja revisto para a decisão, uma possibilidade cogitada pelo consórcio que administra o estádio e também pelo Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe). Elias conduziu a festa, em comunhão total com os rubronegros. Antes do apito inicial, ouviu da arquibancada os gritos de ‘Davi’, seu filho de um ano e oito meses que enfim voltou para casa depois de ficar internado em razão de um pneumonia, problema que o próprio jogador admitiu estar afetando seu rendimento. Quase foi às lágrimas. Pouco depois, energizado pelo apoio, deu passe para um gol, marcou o outro, homenageou o herdeiro na comemoração e recebeu mais uma vez o carinho dos torcedores. - Foi muito (emocionante). Não chorei porque tive que segurar para não perder a concentração. Esperava a homenagem da torcida, que é maravilhosa, me apoiou nesse momento difícil, me incentivou, então nada mais justo que eu me entregar em campo e consegui esse gol - disse, ainda no intervalo.

A partida em si foi diabólica para os nervos. ELIAS MARCA E FAZ HOMENAGEM AO FILHO Elias viveu fortes emoções antes do jogo e também quando a bola rolou. Nos primeiros minutos, no entanto, o Rubro-Negro levou um susto. O Goiás entrou com uma formação diferente para tentar surpreender o Flamengo devido à ausência de Walter. Enderson Moreira lançou o volante Thiago Mendes no lugar do atacante e adiantou Eduardo Sasha para se aproximar de Roni no ataque. O resultado foi rápido: no primeiro lance de perigo esmeraldino, David cobrou falta, e Sasha cabeceou para vencer Paulo Victor. A vantagem silenciou o Maracanã, mas apenas por alguns minutos. Logo em seguida, a torcida voltou a empurrar o Flamengo, que mesmo com a derrota ainda se classificaria com aquele placar, em razão dos dois gols marcados em Goiânia. Sem se desesperar, o Rubro-Negro construiu sua recuperação no jogo. Ocupou o campo adversário, girou a bola


em busca de espaço e o encontrou aos 13 minutos, em rápida tabela entre Elias e Hernane. O volante tentou a finalização, errou, mas ainda ficou com a bola e encontrou o companheiro na área. O camisa 9 mostrou frieza de artilheiro e tocou por cima de Renan para empatar a partida. Foi o 15º gol do Brocador em 14 partidas no novo Maracanã, artilheiro absoluto do estádio e também da Copa do Brasil, com sete. Nesse momento, o Flamengo era bem superior ao adversário, que sentia muito, não só a falta de Walter, como também do meia Hugo. Com índice de 90% de passes certos, não dava chances ao Goiás de ficar com a bola perto de sua área. O Esmeraldino só se aproximava em bolas paradas ou em tentativas de longa distância. Mais uma vez com a bola no chão, apesar da intensa chuva, o Rubro-Negro chegou, e foi a vez de Elias brilhar como protagonista. Ele recebeu de Amaral e finalizou de forma rápida, forte e certeira, um golaço no canto esquerdo de Renan: 2 a 1. Na comemoração, a mão no rosto simulando uma máscara hospitalar, em alusão à internação do filho Davi. O camisa 8 conseguia retribuir o carinho da torcida, que mais uma vez gritou o nome do garoto nas arquibancadas. GOL DE HERNANE MAL ANULADO Com a necessidade de fazer dois gols para conquistar a classificação, Enderson Moreira voltou ao esquema mais tradicional, com um atacante mais característico, ao promover a entrada de Welinton Junior no lugar de Roni. Mas foi o Flamengo que chegou ao gol, embora a arbitragem comandada por Leandro Vuaden tenha errado ao marcar impedimento de Hernane e anulado o lance. O Goiás lançou Junior Viçosa e ensaiou uma pressão. Renan Oliveira e Welinton Junior perderam chances claras, deixando ainda mais evidente a falta que Walter faz ao time. O Flamengo sentiu, e Jayme de Almeida colocou Diego Silva no lugar de Carlos Eduardo, que saiu sob misto de vaias e aplausos. A torcida, percebendo a importância do momento, passou a empurrar com mais intensidade. A partir dos 20 minutos, o Esmeraldino teve mais posse de bola e aumentou seu volume de jogo. O Rubro-Negro tentou compactar a marcação para matar o jogo no contra-ataque. Os erros no último passe, no entanto, impediam o sucesso da estratégia. E, quando a bola enfim chegou, Paulinho jogou quase na arquibancada, mesmo depois de receber sozinho na área o cruzamento de Hernane, de frente para Renan. A torcida, no entanto, parecia não se importar naquele momento. A vantagem era confortável, ambiente perfeito para os gritos começarem a ecoar com mais intensidade. A classificação estava garantida, e a festa no Maracanã também. Com direito a deitar e rolar no gramado.

{

N

a decisão da semifinal com o Goiás não faltaram nenhum dos ingredientes das grandes tragédias rubro-negras. O Maracanã repleto, a vantagem da derrota até por um gol, a ansiedade da torcida, a pressão descomunal por um resultado que pudesse redimir um ano de extremas dificuldades e um adversário inexpressivo. Não faltava mais nada para um Maracanazzo histórico.

}


Rumo a mais uma

Final Final Final 1990 2003 2006 1997 2004

2013




Finalíssima!

Flamengo x

Atlético PR


Em pé Felipe, Hernane, André Santos, Wallace, Elias e Chicão | Agachados Amaral, Luis Antonio, Léo Moura, Paulinho e Cadu

#13

Atlético PR

Flamengo

1 1

20.11.2013 Estádio Durival de Brito

Curitiba | PR

O

empate, por definição, propõe igualdade. Mas, pelo regulamento da Copa do Brasil, o 1 a 1 entre Atlético-PR e Flamengo, no Durival Britto, em Curitiba, nesta quarta-feira, deixou os cariocas em vantagem e mais perto do título. Com o resultado e o gol marcado fora de casa, um 0 a 0 no Maracanã, na próxima quarta, será suficiente para levantar a taça. A torcida visitante, em minoria, saiu do estádio gritando “seremos campeões”, mas os atleticanos sabem que nada está decidido. No duelo particular entre dois dos maiores artilheiros do país na temporada, Ederson e Hernane passaram em branco. Paulo Baier e Elias, os principais articuladores dos dois lados, também não chegaram a brilhar. Mas as redes balançaram em grande estilo. Foram chutes de longe, fortes e bem colocados. Pelo Atlético-PR, Marcelo marcou numa bomba de 126km/h. O gol do Flamengo foi do improvável Amaral, cão de guarda que anotou seu primeiro gol com a camisa do clube, numa finalização a 99km/h. - Venho trabalhando forte para isso, e se acontecer outras vezes vou ficar feliz. É um gol muito importante para mim e para minha família, é fruto de luta e determinação. Foi meu segundo gol na carreira, pelo que me lembro, e outro foi pelo Quissamã - afirmou Amaral. Os torcedores do Atlético-PR fizeram uma grande festa desde muito antes do apito inicial. Foram 15.494 pagantes (com renda de R$ 70.080). E chegaram cedo, fizeram vigília à espera da abertura dos portões, que acabou antecipada em 20 minutos. Na chegada do time, montou a rua de fogo, como é chamado o corredor de sinalizadores vermelhos para a entrada do ônibus no estádio. Dentro do Durival


“

Depois de quatro anos, o Flamengo voltava a decidir um tĂ­tulo nacional


Atlético Paranaense Weverton; Juninho, Manoel, Luiz Alberto e Pedro Botelho (Dellatorre); Deivid, Zezinho, Paulo Baier (Maranhão) e Éverton Silva; Marcelo e Ederson (Ciro) Técnico Vagner Mancini Flamengo Felipe; Léo Moura, Chicão (Samir), Wallace e André Santos (João Paulo); Amaral, Luiz Antonio, Elias e Carlos Eduardo (Diego Silva); Paulinho e Hernane Técnico Jayme de Almeida

Gols Marcelo (At Pr) aos 17’ e Amaral (Fla) aos 30’ do 1º tempo Cartões Amarelos Léo Moura, Éverton e Carlos Eduardo (Fla) e Botelho (At Pr) Árbitro Paulo Cesar de Oliveira (Fifa-SP) Auxiliares Altemir Hausmann (RS) e Alessandro Rocha de Matos (BA) Público 15.494 pagantes | 16.936 presentes

Britto, um mar de faixas, bandeiras e outros adereços para incentivar o Furacão. Para tentar escapar da pressão, o Flamengo colocou seus jogadores para passarem no meio da sua torcida na saída do ônibus. Na entrada para o aquecimento, mãos dadas e postura de união com os 1.700 torcedores que compareceram, e saíram confiantes na conquista do título. DUAS BOMBAS E DOIS GOLS Diante do caldeirão que era o Durival Britto, foi até surpreendente a postura dos times no início da partida. O Flamengo tomou a iniciativa de ficar com a bola, e o Atlético-PR recuou, esperando uma chance de dar o golpe mortal. Com Everton, Marcelo e Ederson em velocidade, a movimentação era constante. O Fla girava a bola, mas não encontrava espaços. Hernane, para buscar o jogo, passou a ir à intermediária, onde sua produtividade não é a mesma. Passou o primeiro tempo escondido. A torcida do Furacão chegou a se silenciar por uns instantes, mas explodiu novamente aos 17 minutos. Paulo Baier recebeu a cobrança de lateral na esquerda e acertou passe para Marcelo. O atacante cortou para o meio e soltou a bomba. A bola, apesar da grande velocidade, passou pelas mãos de Felipe, que não conseguiu espalmar. O goleiro voltou ao time quase um mês depois de torção no joelho esquerdo que o obrigou a passar por uma artroscopia. Após o golpe, o Furacão cresceu e adiantou suas peças. O Flamengo tentou se recuperar, e a tarefa foi facilitada quando o empate chegou de uma das formas mais improváveis. Amaral dominou a bola na intermediária, e ninguém foi marcálo. Escalado com prioridade para destruir, o volante avançou, armou, e atirou com precisão uma bomba ainda mais inapelável do que a do gol rival. Na comemoração, o pitbull rubro-negro - apelido dado pela torcida, que ele abraçou - caminhou em


A tensão rubronegra é absurda comparável apenas à nossa explosão de alegria pela conquista.

quatro patas, como se dominasse o terreno adversário. O jogo, então, caiu um pouco de ritmo e ficou embolado no meio-campo. O gramado, duro e desnivelado, não ajudava. O time carioca, que perdeu André Santos e Chicão por lesão na etapa inicial e precisou forçar duas substituições, ganhou tempo para respirar e se reorganizar no intervalo. BOAS CHANCES DOS DOIS LADOS No duelo de dois dos atacantes mais produtivos do Brasil nesta temporada, Ederson e Hernane tiveram poucas oportunidades. O atleticano só conseguiu sua melhor oportunidade no segundo tempo, uma cabeçada que foi para fora. No minuto seguinte Hernane rebateu, com um chute que obrigou Weverton a defesa. Em velocidade, Marcelo quase fez o segundo, mas Felipe salvou bem. E tudo isso em menos de 15 minutos. O Furacão precisava de mais um gol, e Vagner Mancini lançou o atacante Dellatorre no lugar do lateral Pedro Botelho. O volante Zezinho foi ocupar o setor na defesa. Normalmente o responsável pela saída de bola e chegada ao ataque, Elias esteve sumido na partida, e Luiz Antonio assumiu a função. Em uma dela, fez grande jogada, passou por três adversários, mas, em vez de cruzar para Hernane, sozinho na área, preferiu o chute. O Brocador foi ao desespero. O jogo ficou aberto, sem muita marcação, com ataques lá e cá, mas os erros, no passe final ou na finalização, prejudicaram a produção dos times. Léo Moura, livre, isolou. Ederson, na área, jogou de zagueiro e cortou a bola. Luiz Antonio cobrou falta com muito perigo. Paulo Baier, sumido no segundo tempo, acabou substituído por Maranhão. O Furacão apertou no fim em busca do gol, mas o Flamengo segurou o empate.



Oleleeeeeeee Olalaaaaaaaa O Brocador vem aĂ­ E o bicho vai pegar!


#14

Flamengo Atlético PR

27.11.2013 Estádio Maracanã Rio de Janeiro | RJ

2 0

D

iante do Atlético-PR, o Flamengo foi da profunda crise à redenção, em um ciclo que se fecha com capricho, com o título da Copa do Brasil. A vitória por 2 a 0 sobre o AtléticoPR nesta quarta-feira, no Maracanã, é o último capítulo de uma história que não parecia nada boa para o time carioca em setembro, quando perdeu para este mesmo time, neste mesmo estádio, e ficou também sem o técnico Mano Menezes. Em uma virada completa, a torcida que lotou o estádio (57.991 pagantes e 68.857 presentes, com renda de R$ 9.733.785) comandou a festa para comemorar a terceira conquista do clube na competição (1990 e 2006), que vale vaga na Taça Libertadores do próximo ano, e a primeira do novo Maracanã. Com o 1 a 1 na última quarta-feira, em Curitiba, o Rubro-Negro carioca jogava por um empate por 0 a 0 ou por qualquer vitória. E a vitória chegou nos minutos finais, primeiro com Elias e depois com Hernane, artilheiro da Copa do Brasil com oito gols - e do novo Maracanã, com 17. Foi sofrido, brigado, o que só aumentou o sabor da comemoração da torcida. E os jogadores foram junto, correndo em direção às arquibancadas em total comunhão. De lá, vieram os gritos de “fica, Elias”, pois o volante tem o contrato encerrado no fim do ano. - Não tem palavras, não consigo nem falar direito. Nosso time sofreu muito neste ano e batalhou para caramba para conquistar um título para essa torcida. Foi um ano inteiro de críticas, mas a gente nunca se abateu. A gente se fechou de tal jeito que ia ser duro perder aqui hoje. Eu já falei que se depender de mim eu vou ficar, mas é muita coisa envolvida. Não é só o Sporting, tem empresários também. Nem queria falar sobre isso antes dos jogos, focar só em vencer, mas agora, praticamente de férias, vamos pensar nisso com Walim, meu pai e o Sporting - disse o volante. Hernane ganhou um troféu por ser o artilheiro da competição, mas tinha mais outros motivos para comemorar. O ano foi de conquista de espaço


para ele, também goleador do time no Brasileiro (com 14), e na temporada, com 34 gols. O atacante valorizou a força da torcida - que, antes da partida, exibiu um mosaico com a frase “conte comigo, Mengão”, trecho de uma música frequentemente cantada na arquibancada. - Com 60 mil (torcedores), não poderia ser outro resultado a não ser o título. Mas para todos que estão aqui, queria dizer que a união faz a força, e a torcida empurrou o time. Não estou nem acreditando. Voltei do intervalo e falei que o gol do título eu faria, e Papai do Céu me abençoou. Agora é comemorar. A conquista do Flamengo tem a cara de Jayme de Almeida, que ganhou a missão de conduzir um time destroçado pelo pedido de demissão de Mano Menezes após a derrota para este mesmo Atlético-PR, só que pelo Brasileiro, por 4 a 2. Dali a poucos dias aconteceria a primeira partida das quartas de final contra o Botafogo. Eliminar o rival, um mês depois, com uma sonora goleada por 4 a 0, deu liga ao elenco na competição, já credenciado por ter deixado pelo caminho o campeão brasileiro Cruzeiro. O Rubro-Negro passou com certa facilidade pelo Goiás na semifinal, até chegar diante do Furacão, para fechar o ciclo, do quase apocalipse à redenção com a taça. No fim, o técnico foi cercado pelo jogadores, abraçado e consagrado como comandante do título. A torcida, no entanto, não esqueceu a atitude do antigo treinador e gritou palavras de ofensa a Mano após o apito final. - Se estamos aqui comemorando, temos que agradecer ao Atlético-PR, porque, se não perdêssemos aquele jogo, não teríamos dado a virada. Agora estamos aqui comemorando esse título - disse o goleiro Felipe.

A finalíssima da Copa do Brasil 2013 foi monumental, épica, inesquecível. Permanecerá durante muito tempo no imaginário coletivo como uma exemplar história de superação tipicamente flamenga.


Flamengo Felipe, Leonardo Moura (González), Samir, Wallace e André Santos; Amaral, Luiz Antonio, Elias (João Paulo) e Carlos Eduardo (Diego Silva); Paulinho e Hernane Técnico Jayme de Almeida Atlético Paranaense Weverton, Juninho (Cleberson), Manoel, Luiz Alberto e Pedro Botelho; Deivid, Zezinho, Paulo Baier e Felipe (Delatorre); Marcelo e Ederson (Ciro) Técnico Vagner Mancini

Gols Elias aos 42’ e Hernane (Fla) aos 49’ do 2º tempo Cartões Amarelos Samir (Fla) e Delatorre (At Pr) Cartões Vermelhos André Santos (Fla) e Ciro (At Pr) Árbitro Leandro Pedro Vuaden (Fifa-RS) Auxiliares Emerson Augusto de Carvalho (Fifa-SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa-SP) Público 68.857 pagantes

FLA VENCE A BATALHA NO MEIO-CAMPO O primeiro tempo começou nervoso, como é bem comum em uma decisão. A bola queimava nos pés e, com isso, as jogadas combinadas eram raras. O Flamengo, dono de uma pequena vantagem e atuando em casa, sentia-se mais confortável. A arma do Furacão, como aconteceu na partida de Curitiba, era a velocidade de Marcelo. No entanto, sem Everton, suspenso, o atacante virou presa mais fácil para a marcação. Vanger Mancini optou por Felipe para o lugar de Everton, e o time paranaense, além de não ganhar poder de criação, sofreu com um buraco na frente da sua área. Um espaço, que, aos poucos, o time de Jayme de Almeida começou a aproveitar. Entra em cena Luiz Antonio, que acabou eleito o melhor jogador da partida. O primeiro chute logo ali no início do jogo já mostrava que outra vez ele atuaria mais avançado, e Elias, mais contido. A medida, assim como já havia acontecido em Curitiba, confundiu a marcação do Furacão. Aos 11, em contra-ataque, o volante entrou sozinho pelo meio da área, mas Carlos Eduardo fez a opção errada pela esquerda e estragou uma jogada que parecia gol certo. A torcida, que apoiou o camisa 20 e gritou seu nome antes do apito inicial, contrariando um hábito frequente de vaias, foi ao desespero. Embora Hernane insistisse em sair da área, trazendo os zagueiros para perto dos armadores, Luiz Antonio conseguiu quatro finalizações das sete do Flamengo na primeira etapa. Na mais perigosa delas, em cobrança de falta, acertou a junção da trave com o travessão. O Atlético-PR pouco ameaçava, só chutou uma vez ao gol de Felipe. A torcida empurrava. O Rubro-Negro controlava as ações.


{

O Flamengo passou rodo em todo mundo que apareceu na sua frente

}


ELIAS E HERNANE DECIDEM Os times voltaram do intervalo sem alterações, e o panorama da partida também seguiu semelhante ao da primeira etapa nos primeiros minutos. Em uma escapada rápida, Hernane sairia na cara do gol, mas o impedimento foi incorretamente marcado. Insatisfeito, Mancini resolveu dar uma sacudida no time. Sacou Felipe e lançou Delatorre. O Furacão adiantou as suas peças, passou a ocupar mais o campo adversário, e Jayme de Almeida contra-atacou. Para reforçar o sistema de marcação, colocou Diego Silva no lugar de Carlos Eduardo, que dessa vez saiu aplaudido e com o nome gritado. Os esquemas de jogo mudaram, o tempo passou, mas Luiz Antonio seguiu sendo o jogador mais efetivo do meio-campo do Flamengo. O volante colocou a bola na cabeça de Hernane, que cabeceou mal, para fora. Com maior presença do rival no ataque, o rubro-negro carioca se desarticulou e começou a fazer faltas próximas de sua área, o que criou boas chances para os paranaenses. A torcida, que apoiava sem parar, ficou apreensiva. O Atlético-PR, com a necessidade de um gol, ganhou confiança e esboçou uma pressão, embora não tivesse quem carregasse com qualidade a bola até os atacantes. Paulo Baier, aparentemente cansado, não estava bem. Paulinho quase marcou em contra-ataque, e a torcida sentiu que era hora de voltar com sua força. O Flamengo recuou para segurar o empate, e os dez minutos finais foram de roer os dedos para os dois lados. O Brocador acertou voleio que Weverton salvou. Em seguida, perdeu outra chance, mas Paulinho pegou o rebote, fez jogada sensacional em cima de Deivid, e deixou Elias na cara do gol para fazer 1 a 0. O resultado já valia o título, mas faltava o gol de Hernane. E Luiz Antonio deixou o Brocador em condições de cumprir sua promessa e fazer um gol na decisão. Na comemoração, fez sinal com as mãos, indicando que a decisão acabara. E que as comemorações começavam.


{

OOOÓ MEU MENGÃO EU GOSTO DE VOCÊ!!

}




27 33

André André Santos Santos

Samir Samir

1 40 Felipe Felipe

14

Amaral Amaral

2 Wallace Wallace

Leo Leo Moura Moura


26 8

Paulinho Paulinho

9

Elias Elias

20

Hernane Hernane

Cadu Cadu

15

Luiz Luiz Antonio Antonio

Esquema Tรกtico

4-2-3-1



Flamengo Tri-Campeão Números Finais

Jogos

Vitórias

Empates

14 11 2

Derrotas

Gols Pró

Gols Contra

1 26 9

Artilheiro da Copa

Hernane

8

gols


Flamengo na Copa do Brasil FINAL

16 DE FINAL 1989

1990

1991

1992

NÃO DISPUTOU

OITAVAS

NÃO DISPUTOU

QUARTAS

NÃO DISPUTOU

SEMIFINAL

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

Números Jogos

Vitórias

Empates

Derrotas

Gols Pró

Gols Contra

146

88

37

21

282

141

Artilheiros

7

1995

Sávio

7

1998

Romário

8

1999

Romário

8

2013

Hernane


2003

2004

2005

2006

2008

2009

2010

NÃO DISPUTOU

2007

NÃO DISPUTOU

NÃO DISPUTOU

2002

NÃO DISPUTOU

NÃO DISPUTOU 2001

2011

2012

2013

Finais 1990

2004

Flamengo 1 x 0 Goiás

Santo André 0 x 0 Flamengo

Goiás 0 x 0 Flamengo

Flamengo 0 x 2 Santo André

1997

2006

Grêmio 0 x 0 Flamengo

Flamengo 2 x 0 Vasco

Flamengo 2 x 2 Grêmio

Vasco 0 x 1 Flamengo

2003

2013

Flamengo 1 x 1 Cruzeiro

Atlético Pr 1 x 1 Flamengo

Cruzeiro 3 x 1 Flamengo

Flamengo 2 x 0 Atlético Pr


OOOOOOOOOOOOOO

O CAMPEÃO VOLTOU!


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