Somos Fall 2016

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SOMOS L AT I N X L I T E R A RY M A G A Z I N E

Representing Latinxs and Latinx Culture Through Poetry, Non-Fiction, and Visual Art

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SOMOS

Letter from the Editors “A friend told me, ‘A revolution is successful if it stems from love’ This has stayed with me since” - Maryori Conde This semester’s edition of SOMOS was created through a labor of love and courage. Its content was fueled by necessity. It was put together during the most trying and divisive times our generation has ever seen. This semester, the majority of submissions we received were imbued with a sense of political awareness and served as an exploration of the injustices committed towards marginalized identities. We were fortunate to receive submissions that challenge systemic oppression, across various mediums and contexts. SOMOS is honored to provide a space where all marginalized identities in the Latinx community are welcome. We are honored to share in the struggle, to offer our support, and to uplift those voices that are so often silenced and glossed over. Through several contributions of individual viewpoints, we are able to form a multifaceted community and partake in the resistance. We, the Editors, are proud to present the Fall 2016 issue of SOMOS. Gracias por compartir nuestra misión. Thank you for sharing in our mission. Obrigado por compartilhar a nossa missão. Eliany Domínguez Daniel Duarte Perdomo Helen Gerstenfeld Abreu Ayleen Sánchez Neidín Hernández Jorge Sibaja Manuel Ávalos

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Staff

Natalie Mesa Anna Burgess Cameron Chaleff Edemir Castano Bárbara Pereira-Vega Helen Gerstenfeld Abreu Ayleen Sánchez Daniel Duarte Perdomo Eliany Domínguez Neidín Hernández Jorge Sibaja Manuel Ávalos

Editor in Chief Senior Layout Editor Layout Editor/Art Director Blogmaster Finance Officer/ Public Relations Chair Senior Spanish Editor Spanish Editor Spanish Editor Spanish Editor English Editor English Editor Senior Portuguese Editor


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Table of Contents El paisito ¡Cataplum! Otra anécdota de mi padre Desguarda Various Works Es duro cuando uno viene Photography The Horchata Man Revolutionary Love busco: bosque Quiéranse La anécdota del plátano Modern Cualtzin Hopeful reflection Tomorrow, November 1st Mi memoria El jardinero Comichão Elegía del joven rapero 2016: Political Novela Mango Tree Photo Collection Marco del espejo Back Cover

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Helen Gerstenfeld Abreu Angela Arenivar

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Renato Amado María Arbeláez Angela Arenivar Leslie Benavides Micaela Burgess Maryori Conde Maya Faulstich-Hon Cecilia Garza Angela Arenivar Alejandra González Alejandra González Neidín Hernández Daniel Jason Julien Kachinsky Gabriela Ripper Naigeborin Julio Ortega Anaisa Quintanilla Alexa Rojas-Carroll Manuel De Jesús Troncoso Andrea Vega Troncoso Anasofía Velázquez María Arbeláez

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El paisito

Helen Gerstenfeld Abreu

Yo vengo de un rincón escondido en el sur Donde el suavemente ondulado verde se encuentra con un cielo celeste casi azul Tango, fútbol y mucho campo « Barquillo, bombón helado » Tortas fritas y mate lavado Un pueblo que con el tiempo se volvió amargado Un pueblo hambriento y consternado El tiempo pasa más lento Tic, toc, el reloj en el club de bochas de los viejos Una nena se ríe, « Mirá, papá, como chapoteo » Un río hecho de plata que la envuelve Un sol que se asoma entre las líneas azules y blancas Una felicidad que todo lo aguanta Un hambre que todo se come Hasta la luz que una vez creó Ese celeste horizonte

¡Cataplum! Otra anécdota de mi padre Angela Arenivar

Las ruedas del tractor estaban viejas, así que Alberto me dijo que les pusiera 15 libras de aire. Como no sabía inglés, oí fifty en vez de fifteen. Cuando me subí al tractor, no caminé ni una milla cuando ¡cataplum! tronó una rueda y luego tronó la otra. Alberto se rió. ¿Cómo se dice? ¿Fifty o fifteen? Yo no escucho la diferencia.

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Desguarda Renato Amado

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há sempre um pouquinho de testículo no fundo de nossos mais sublimes sentimentos e de nossa mais pura ternura (Diderot)

- Não sou cristão e o Papai Noel é só um símbolo da Coca-cola. - Bota um pinheiro, pelo menos. - Pinheiro é planta de lugar frio. - Mas no prédio do Júlio não tem um há décadas? - Deve ser pinheiro mutante pra resistir a esse calor. - Já pensou você ter um super X-pinheiro!? - X-pinheiro? - Tipo X-men, só que pinheiro. - Isso foi uma tentativa de piada ou uma recaída da sua esquizofrenia catatônica? Acabei comprando numa viagem que fizemos a Teresópolis. E ela me presenteou com um bico de papagaio, uma planta natalina cujas folhas vermelhas se organizam de uma forma que parecem uma flor. - Pra fazer companhia pro pinheiro. Qual o nome dele? Companhia, nome... - Vai, o que custa dar um nome? - João - disse pra me ver livre. - Tá bem, então o bico de papagaio é Maria. São os nossos filhos. Não gosto de mensagens cifradas. Já tinha dito que não quero filho e se não está satisfeita que caia fora e arrume alguém disposto a ficar limpando merda da bunda dos outros. - Você precisa conversar com eles todo dia. Como posso estar com alguém tão diferente de mim? - Se não eles ficam tristes. Triste é ouvir esse tipo de coisa. Só não terminei na hora porque dá trabalho e o mercado da putaria está muito inflacionado. Desconfio que programas são tão caros nem tanto pela oferta e demanda, mas porque se fossem mais baratos a estrutura social desmoronaria. Ninguém aguentaria uma mulher se pudesse pagar trinta pratas pra dar umazinha. E as putas têm consciência disso, elas sabem que são um dos elos familiares, pois atendem à demanda biológica dos homens por diversidade, reduzindo a quantidade de casos extraconjugais, algo que, isso sim, desagrega a família. A puta não. A puta nem conta. Esquizofrenia não é contagiosa. Qual a probabilidade de dois esquizofrênicos namorarem? Essa doença atinge apenas 0,7% da população. As vozes deviam vir do vizinho. O estranho é que quando eu chegava na sala não ouvia mais nada. Cheguei a colar um P O RT U G U Ê S

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estetoscópio na parede, mas escutei apenas um ruído de fundo e alguns estalos. Quando voltava pro quarto, as vozes vinham novamente. - São as plantas conversando. Com uma mera parcela do rendimento das minhas economias daria pra pagar duas garotas de programa por mês. - Acho que não preciso dizer que plantas não falam. - Conversa com elas, diz que estão atrapalhando seu sono que isso vai parar, você vai ver. - Por que outras pessoas não têm que ir na sala pagar esporro em plantas que batem papo de madrugada? - Por algum motivo as suas são mais barulhentas. - E que língua as plantas falam? - Acho que não tem nome, mas a gente pode chamar de plantês. Duas velas vermelhas, folhas de pinheiro e de bico de papagaio sobre uma mandala, três pequenas porções de água no chão, uma espécie de espanador de pó ritualístico e a bruxa do 903. - O que é isso!?! - gritou Marcela. - O que é isso!?! - repeti. Ela deu um pulo pra trás assustada. - João e Maria, não é? - Como você sabe o nome dos nossos filhos? - Não são nossos filhos, são plantas! - Nossos filhos! Melhor enquadrar a bruxa primeiro. - Como você sabe o nome das crianças? - reforcei. - Tsssssssssssssss, eu escuto elas. Tsssssssssssssss. - Ai, elas falaram se gostam dos nomes?? - Não perguntei. Mas não gostam do pai. Tssssssssss. Dizem que é pouco atencioso. - Tá vendo, amor, falei que você precisa conversar com elas! - Peraí, tem uma louca fazendo magia na porta de casa e é comigo que você tá reclamando!? - Qual é o nome da senhora? - Megera. Tssssssssss. - Dona Megera, você pode nos ajudar a conversar com as crianças, pra gente saber do que elas precisam? Foi logo abrindo a porta e colocando a louca pra dentro. Era a bruxa ou eu naquele apartamento. No meu apartamento. Como era pela saúde das crianças, Marcela pediu que

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eu esperasse um pouco. Ela voltou meia hora depois. Excitadíssima. Graças à intérprete Megera, teve um esclarecedor diálogo com nossos filhos. Eles queriam de Natal um home theater. Quando eu saísse de casa, deveria deixar um filme passando porque isso os deixaria mais felizes, e felicidade é de absoluta importância pra uma planta em fase de crescimento. Ao menos prometeram não conversar mais de madrugada, mas precisavam de um mínimo de atenção do pai durante o dia, senão chegavam à noite com muita energia e não conseguiam dormir. Sugeri que Marcela levasse as plantas pra casa dela. - Mas elas já estão tão acostumadas com seu apartamento... Planta sente a mudança. Pode até ser fatal. Ameacei substituir o peru por pinhão na ceia natalina. Tapa na cara. - Como você pode ser tão canalha!? - Só decidi virar vegetariano. Não é saudável e politicamente correto? - Só pros ignorantes que não entendem a complexidade de uma planta! - O mundo se divide em dois tipos de ignorantes: os que não entendem a complexidade das plantas e os que não entendem a complexidade dos animais. São praticamente incompatíveis, não conseguem nem sair pra jantar. Eu sou do primeiro e você do segundo grupo. - O que você tá dizendo? - Não dá mais, Marcela. Não consigo conviver com alguém que não compreende os animais em toda sua profundidade. Seus olhos se encheram de água, ela deu as costas e foi embora. No dia seguinte me ligou, queria saber como estavam as crianças, perguntou se eu já as tinha regado. Respondi que sim, mas que gostaria mesmo que ela ficasse com as plantas. Ela repetiu a questão do impacto da mudança de ambiente, mas que ela teria o direito de visitá-las semanalmente. Neguei o pedido e disse que se ela não levasse as malditas plantas, as jogaria no lixo. É isso. Nada mais a declarar? Não, Excelência. Apenas peço que tenha a sensibilidade de perceber que sou um péssimo pai e que a guarda deve ficar com ela, sem direito a visita.

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Excerpt from “Migration is Beautiful” Series María Arbeláez

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Apartamento 402- I’m never going back there. Found Objects, Plaster, Chicken Wire María Arbeláez

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Untitled- Ink on paper María Arbeláez

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Solely- Pastels on Paper María Arbeláez

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Es duro cuando uno viene Angela Arenivar

Es duro cuando uno viene a los Estados Unidos. Una vez que estábamos trillando en el tiempo de harvest, como le dicen aquí, viviendo con ellos, duré diez días sin ver a mis hijos. Fue una de las cosas duras que me pasó. Me iba antes de las seis de la mañana y llegaba a las once de la noche cuando ya estaban acostados. Me echaba un taco y un baño. Se viene uno y deja todo allá. Cuando me vine yo, me vine en junio y el papá de Concha se murió a los dos meses. No pude ir al funeral en México. Me acuerdo que murió Eduardo Torres, y murió Edubijes, la esposa de Enrique mi hermano. Todo eso pasa cuando uno se viene para acá y deja todo allá. Ese día de noviembre que llegaron de sorpresa, Blanca tenía 2 años y medio. En México yo tenía una carreta y un caballo. Yo acostumbraba a traer pastura al otro lado del arroyo, y mi’ja Blanca se mantenía detrás de mí. Cuando ella llegó aquí, cuatro meses sin verme, Blanca estaba muy resentida conmigo. Nos sentábamos en la mesa y volteaba la mirada. No quería ni hablarme ni verme. Ya poco a pasito me fue otra vez agarrando confianza. Es duro cuando uno viene y pasan estas cosas inesperadas. A todos les han ido bien. No me quejo. Los tengo a ustedes. No tenemos nada, pero los tenemos a ustedes muy bien acomodados. Ha valido la pena. Ya si me muero, ya no me necesitan. Ya no están chiquitos. ¿Pa’ qué nos quejamos?

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Photographer: Leslie Benavides Model: Cesaria Zavala (aunt) Location: Agualeguas, Nuevo Leรณn Reason: Agualeguas was named after the tribe that resides there: the Gualegua tribe. We are now recognized to be extinct. We resist our erasure by existing and recognizing ourselves.

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The Horchata Man Micaela Burgess

My papa lived to bring happiness with his horchata. Everyday he made barrels of it to serve to his family and the people in our neighborhood. His job as the horchata man became even more important as the drug wars peaked, for spirits were low and humanity seemed almost lost. But it was his horchata that revitalized the people of our lowly barrio. We witnessed torture and executions too often. Unidentified bodies lay in our streets and blood ran like rivers into our sewer drains. Brutality was normalized; none of us were really fazed when two men were strung up on an overpass- dead- with the message “plata o plomo.” Unsupportive of both the violence and our acceptance of it, my papa decided to make even more horchata in an attempt to bring life back to the living, and for a short time, he succeeded. It was inevitable that papa would eventually be caught in the crossfire of the drug wars. Everybody knew that it would happen, but I guess we never thought that he’d actually be killed. He seemed immortal, my papa. Already an angel, he was incapable of death. But in reality he was just a man, kind and trusting of the people around him. Horchata had a different taste after he died. Instead of the usual sweet milk and cinnamon taste, there were hints of longing. I knew he was a good man- I knew that- but there wasn’t much else. The man was an enigma. He helped raise me and yet, I couldn’t seem to remember anything about him aside from the horchata. Papa’s wake was held on a hot, sunny day-- hardly ever the weather for mourning. The stained-glass windows of Jesus suffering on the cross allowed for a beautiful kaleidoscope light to shine into the church. I went up to take one last look at his face before everyone showed up to pay their respects. It was a miracle that the bullets pierced only his lower body, for his face remained untouched and almost heavenly. I noticed a faint smile on his lips. Even in death the man found a reason to be happy! His body laid empty, yet it almost looked as if he were still inside, taunting me. “Who am I, mi’ja?” “Oh pobrecita niña! She only knows me as the horchata man!” “How sad that she’ll never know who her own papa really was!” “Nada qué hacer ahora.” I couldn’t stand it, all the questions that emerged from his sly, unmoving mouth. And his final parting thought... “Nothing to do now.” As if he was content with just being the horchata man, as if I was content with all of his unanswered questions. I glared at him as he goaded me more and more and— “Yadira, why do you stare at your papa that way?” Father Ignacio looked at me with concern in his eyes. “We are about to start the mass. If you could please take your seat so I can begin.” My gaze moved from Father Ignacio to the pews behind him, packed with so many people I didn’t know or recognize. How could all of these people know my father?

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Revolutionary Love

Every time my mom cries because I’m far away, she tells her That I’ll be back “Ma, it’s just eight months and three more years But she’ll be back”

A friend told me, “A revolution is successful if it stems from love” This has stayed with me since

She’s so sure of it She calms my mom down

Maryori Conde

Think for a second about where your demands stem from – is it love or anger? When you close your eyes what does this revolution’s success look like for you? When you think of the system, does your heart break? When you graduate, who does this revolution benefit? My sister is 12 years old She speaks Spanglish as an official language Eats pupusas with her hands While listening to 1D in the background If you ask her where she comes from She says El Salvador Even though she was born in Downtown L.A She gets frustrated with herself when she mispronounces a word in English But even more when it’s in Spanish When our dad goes to El Salvador She always asks if she can join She dreams of being a Marine Biologist Because dolphins are “So cute!” When I left to college she said “You have to be strong okay, So no more crying”

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Does she know I’m forever attached to L.A. and El Salvador? Does she know that this is our inherent duty? To come back? To not forget? Does she know we don’t have the privilege to be individualistic, even if some of us act like we do? She’ll be back I hear her every time I write a demand Every time I clean up after my classmates for BuDS. Every time I am in M.E.Ch.A She’ll be back Am I going to be back mentally, spiritually, physically, emotionally, mentally? What am I doing here so I can go back? What do I have to fight here so I can go back to her to my mom to Los Angeles to El Salvador When I close my eyes and the revolution is won I see

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My sister speaking Spanglish proudly in the university learning about herself as a low-income first-generation Salvadoran Woman and being respected as a low-income first-generation Salvadoran Woman

1968 1975 1988 and 2015, that’ll trickle down to her heart and hands

I see her being proud of her Latinidad I see her finding classes that teach her about how to deal with the duality of being a U.S.born Latina with white privilege I see her finding classes that teach her how to support her communities no matter the concentration

She’ll sleep soundly because the lullabies of

She won’t have to decide between prosperity and her community

Claudia Jones will sing her to sleep

I see her going to sleep in her dorm Never questioning if she’s smart enough for Brown Or questioning if she belongs I see her sleeping soundly because one day she’ll be back She’ll sleep soundly because of our demands Because of our heartbreak and tears Because of our unpaid labor She’ll sleep soundly because we made it possible for her to stop being brainwashed by the system for her to always have her communities in her heart and mind

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She’ll sleep soundly because we made it possible for her to be a fearless student-activist She’ll sleep soundly because her dreams will echo the demands of

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Gloria Anzaldúa Audre Lorde Claribel Alegría Sandra Cisneros


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busco: bosque Maya Faulstich-Hon

todo lo que quiero es la humedad (humilde) de un bosque lluvioso. mis partes no reconocen estos vientos que secan, agotan, me sacan de mí la impaciencia y una sed por lianas que tumban de los altos, tierra caliente que huele a café, por criaturas que beben el aire dulce y desnudo. todo lo que quiero es un epífito (tibio, tentador) como hogar. basta con ladrillo. asfalto, fatal. me falta verde que permanece como verde, que te quiero verde, que te ruego verde, mójame la piel con dedos de lluvia, llévame a tus raíces donde pueda, finalmente, respirar.

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Quiéranse Cecilia Garza

She was no poet but she was a woman. A mother who composed not poetry as such but words of wisdom and power. Words passed down for years among the bright eyed young women whose strength can be traced back to her. Her words are preserved not in books but in sentiments. Citing her mother, Armandina, who spoke to her daughters about love, my mother informed us, my sister and I, as they worked alongside each other. She said: Déjense querer y quiéranse mucho You, my child, exist beyond perception Beyond simple and sweet affection. Demand to be seen not in light but in green. Green of life--of trees so tall the tops can hardly be seen.

La anécdota del plátano Angela Arenivar

El que no sabía inglés cuando empezó la escuela era Jorge. El segundo día que Jorge fue a la escuela me dijo, « ¡Ya sé cómo se dice plátano! » Entonces yo le pregunté, « ¿Cómo se dice platanito? » Nomás me veía.

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Modern Cualtzin

Alejandra Gonzรกlez

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Hopeful reflection Alejandra Gonzรกlez

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Tomorrow, November 1st Neidín Hernández

1. Sugar on a spoon melting over an open flame In thirty years, I will see the scars, raised and pink, trailing across your hand Pink, as if you were still a child, still burning still horrified, open-mouthed, and intoxicated all at once by the smell of caramelized sugar bubbling atop sun-browned skin 2. When you hear about Benjy, you will think about the sugar. And from then on loss will always taste sweet Su retrato colgará sobre la chimenea. A él siempre le llamaban ‘el guapito.’ Siempre tendrá dieciséis años. They will remind themselves it was an accident until the words are just sounds Crumbling through heavy teeth, tongue red, your mouth: salivating 3. You will spend your last year before moving to los Estados Unidos En Tepatitlán, Jalisco (where your father was born) making bricks, stealing plums, scaling walls, burning tires and rolling them down hills You will watch the flames rise and fall and devour (fluttering with the changes in the wind) plum juice dripping from your mouth, Smoke needs to go somewhere, and so it goes up. 4. One day, not long from now, you will end up working in a petrochemical plant, And every day you will think of Benjy Él tenía solo dieciséis años, just there to clean the barrels One day, I too will learn, all at once, how sweet it tastes. Tomorrow, encenderemos velas por todos que hemos perdido [all we have lost] Eyes glued to the flicker: You will think of Benjy, and I will think of you. ENGLISH

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Mi memoria Daniel Jason

Por la mañana, Luces destellan ante mis ojos Las guardias gritando órdenes Agua helada me despierta Por la tarde, El susto me hace saltar Huelo humo y pólvora Mis compañeros bailan de temor Por la noche, El suelo quiebra mi cuerpo Mi sangre calienta mis manos Tirito hasta que estoy agotado Por la mañana, Veo los volcanes rociados con nieve El bosque susurra con el río El amanecer recibe al día Por la tarde, Peces saltan de río Huele a humo y pan Los niños juegan en la calle Por la noche, El viento toca mis manos El fuego me calienta Duermo tranquilo y relajado Ésta es mi memoria 22

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El jardinero Julien Kachinsky

Él escribe un libro, pienso, en otra vida Que dice enseñar al lector cómo hablar con sus cultivos En la forma que hablan con sus deidades, Salvo que los cultivos responderán. Él escribe un libro, pienso, en otra vida, Y lo deja esperando en un archivo en su computadora, Protegido con contraseña, hasta el día de su muerte Y al punto donde se hace imposible encontrarlo. Él escribe un libro, pienso, con todos los secretos que le gustaría que supiera En la manera que él sabe la sensación de un hueso roto. Escribe un libro para conmemorar el futuro conocimiento Que no necesité leerlo. Él escribe un libro en otra lengua Y lo lee a las plantas de tomate cuando los demás de nosotros pensamos que él está cultivando. Y está cultivando, Si enseñar historia a niños y platicar de filosofía con profetas Es lo mismo que atender a las vides en el patio trasero. Y quizá sea.

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Comichão

Gabriela Ripper Naigeborin

1. De ângulo em ângulo, movimento-me E os momentos sobrepõem-se em transição. Se tudo passa e é contínuo, quebro-me toda; O vento varre uns pedaços e me imprime outros mais. Crescer dá angústia, parece que não caibo em mim: Os cantos parecem virar recantos, Os nós me apertam e então restei só eu. 2. O ameno é um desgosto precipitado Para aqueles que enchem os beiços com a pimenta do mais seleto mercado da cidade. A noite engole a todos nós E contempla nossas mãos que tremem, Nossos gestos perdidos, Nossos corpos deslocados Da coesão qualquer que o dia (lhes) confere. 3. Tenho uma cama boa e um teto sólido tão convencionalmente pesado que relevo minhas paredes tortas.

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Elegía del joven rapero Julio Ortega

Michael Brown, i.m.

I ¿Qué hacer con este exceso de evidencia? Siendo la historia de tu muerte –joven negro abaleado por policía blanco- la historia del hombre en este mundo feroz mundo. Porque aquel que dispara y aquel que cae son el futuro del mismo pasado. Un instante de horror perpetuado por el eco de un tiro repetido. Se vuelve a abrir la herida y nos queda un día menos, un mes menos, otro año de más. El costo de tanta deuda no se podrá saldar nunca, nos llevaría la vida, endeudados del alma. Irredimible, te devuelven tus cadenas, otra vez cazado, ciervo mal herido. Somos hijos de la violencia pero tú no conociste la paz. ¿Que puedo hacer con mi cuota de paz? No hay tribunal que nos absuelva de haberte cobrado la vida por habernos robado el alma. Cómplice y víctima, el testigo es parte del testimonio: no deja de caer E S PA Ñ O L

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tu cuerpo cada vez más vivo. Pero ya no eres otra víctima, ahora eres el héroe de los caídos que caerán. Tu muerte insiste en ganar sentido. El exceso de tu caída enciende al lenguaje y arde en mis manos. Como víctima eres repetido: tu historia ha sido contada mil veces. Como héroe no sabes a dónde irás: deambulas en el desierto preguntando por ti mismo, tapando con una mano tu herida, reclamando la mano que te sostenga.

II Nos tomas la palabra para demorar tu muerte. Somos el eco atenuado de tu sueño de rapero. Los disparos palpitan en tu cuerpo grande y suave. Y no cesas de morir, muriendo para no morir, como el testigo sin cargo que eres. Y en la elocuencia de lo vivo nos das de hablar . Que tú seas la voz del himno urbano que te renombra contra la evidencia de tu muerte pública, de la cólera y el luto. Que tú seas el destiempo de tu propia música, ese murmullo tentativo que te acompañó bajo tus grandes audífonos de rapero sentimental.

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No tengo, en español, otra vida para acogerte aún vivo y demorarte en una frase más extensa donde respires y discurras bien amado. No hablas con mis palabras, hablo yo con las tuyas, porque el habla te pertenece como el canto que no acabaste de cantar, y nos cruzamos en el camino sin vernos. Sigues de largo como si no hubieras llegado todavía. Eres el que no está. “Ha vuelto Michael?” –pregunta uno de tus raperos. “Has vuelto tú,” le dicen y le abrazan. Eres el que ya partió pero no acaba de irse. El muerto vivo, sólo no viviente, para siempre muriente. Ya vovlerás, ya tendrás otro nombre..

III Llaman a la puerta de tu casa. -¿Está Michael? - Sí, está. ¿De parte de quién? -De Michael.

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2016: Political Novela Anaisa Quintanilla

“We’ve got some bad hombres here.” Do not defile my language with your racist, misogynistic tongue. “Look at my African-American over here…Isn’t he the greatest?” We are not your props. “I laughed out loud when I saw he was winning.” Please, tell me more about your yt privilege. “But I’m still hopeful for the future of our country.”

LOL. Sure, if you’re yt.

“At least he’ll be fun to watch as a president.” Well damn, I’m glad the prospect of minorities’ and women’s lives being threatened and disrespected brings you amusement. “You’re being so dramatic!”

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KKK members are strolling around in North Carolina. In broad daylight. No biggie.


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Mango Tree Alexa Rojas-Carroll

A torn-up story book about a mango tree And all the things that remind me of it Missing a country, a part of me As my first language, the toughest barrier was broken down so easily All we have is a picture of my sister and I with pink balloons Back lit And a torn-up story book about a mango tree In that one square, the one with the statues I am chasing pigeons I am free I am an outsider in a family so tightly knit I am missing a country, a part of me He takes me to see the best of Botero He sees something I don’t see Something I want to see He tells stories of when I was younger, at a museum in Bogota When I threw a fit And he reads to me from a torn-up story book about a mango tree When he lost both reasons to return It hurt him And so it hurt me There was no reason to go back Now I am missing a country, a part of me I miss hotel Ambalå, arepas con queso, Colombiana We agree One day we will return, to enjoy it But for now I am missing a torn-up story book about a mango tree I am missing a country, a part of me ENGLISH

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Zedmara Alma (1963)

Manuel De Jesús Troncoso Boca Chica, República Dominicana

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Paola y Erica, hermanitas. (2016) Andrea Vega Troncoso Batey Lechería, Manoguayabo, República Dominicana

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(2016) Andrea Vega Troncoso Batey LecherĂ­a, Manoguayabo, RepĂşblica Dominicana

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scrapbook houses with fragile tin hearts refusing to fall apart. invisible scars: the foundation of a creole coated complexion. dark coffee irises glint in the hum and dust of the blazing sun.


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Marco del espejo Anasofía Velázquez

¿Insolente? Insolente. Una palabra, cuatro sílabas. Una llana, un adjetivo. Un machete roto, un espejo, Una muerte anunciada que nunca sucedió. Intentó, pero el espejo de cristal no se rompió. Al contrario, el marco exterior se desmembró al imponer su fuerza. Aunque lucía ser fuerte, con su plata adornada por diseños cubiertos de moho; Las mariposas negras que decoraban el silencio con sus alas de luz insinuaron su muerte. ¿Sorpresa? Ya estaba corroído. El espejo, en cambio, lucía ostentosamente frágil a simple vista; Parecía ser que bastaba con un brusco movimiento de un recién nacido para destruirlo. Un espejo joven, acabado de ser reemplazado, apoyado por un marco corroído. Como de costumbre, el inocente confiaba en su marco exterior sin vacilar. La ‘fortaleza’ exterior no recompensó la ‘debilidad’ interior.

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Lo corroído, por más máscara que tuviese, Por más destruido que estuviese, nunca tendría remedio. La máscara de mariposas mohosas se dejaron manipular por la ilusión del espejo. El espejo nuevo, con ambiciones de reflejar a mayor exactitud, Descubrió que el ser insolente lo salvó de su posible muerte. El ser lo contrario hubiese arrastrado las mariposas negras a toda ilusión que creaba. ¿La ‘insolencia’ del espejo? La insolencia del marco. Bastaba con un insolente para derrumbar la falsedad del marco; y con un corroído para revelar la máscara que ocultaba su capacidad. El marco se derrumbó a sí mismo al tratar de reflejar y al crearse una ilusión. Una imitación no demuestra lo real porque solo los espejos pueden crear ilusiones. ¿Insolente? Insolente. Una palabra, cuatro sílabas. Una llana, un adjetivo. Un machete roto, un espejo, Un suicidio anunciado que siempre sucedió E S PA Ñ O L

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