2 minute read

Série Diálogos #3

Next Article
Cultura FEC

Cultura FEC

SÉRIE DIÁLOGOS #3: A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA (CNV)

Viemos de uma cultura empresarial onde somos pagos para trabalhar e deixar os sentimentos da porta para fora da empresa. Ouvimos discursos de que para crescer na carreira é necessário foco total no que se faz, ser produtivo, competitivo, multitarefas, vidrado em metas, trabalhar o tempo todo, inclusive fora do horário de expediente e, consequentemente, dormir pouco. Imaginamos que, assim, alcançaremos o sucesso e a felicidade, mas nesse contexto não sobra tempo para cuidar de nós ou de nossos relacionamentos, tanto dentro quanto fora do trabalho. O cenário de muitas instituições acaba sendo esse: o sentimento de competitividade é incentivado por toda essa cultura e discurso, que prejudica os relacionamentos, tanto entre colegas quanto entre líderes e suas equipes. Quem nunca viu ou participou de uma fofoca no corredor criticando alguma atitude ou fala do chefe? Dentro desse cenário também é muito comum que, sempre que algo de errado acontece ou os objetivos não são alcançados, se busque um culpado. Assim, passamos a gastar muita energia preocupados em sermos multitarefas, competitivos e sem a permissão de errar ou assumir erros, pois aprendemos que errar é vergonhoso e nos deixa para trás na corrida pelo sucesso. Olá! Esse discurso de sobrecarga pode ter funcionado por um tempo. Porém, não é incomum encontrar relatos de workaholics - isto é, pessoas

Advertisement

SÉRIE DIÁLOGOS #3: A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA (CNV)

viciadas em trabalho - que chegam a um nível de estresse elevadíssimo e precisam parar suas funções bruscamente e dedicar 100% de sua atenção ao seu próprio bem-estar. Estudos comprovam que os relacionamentos são responsáveis pelo nosso bem-estar, e que pessoas com relacionamentos saudáveis vivem mais e melhor. Outra questão muito importante é o clima organizacional, que está totalmente vinculado ao relacionamento entre as pessoas, já que o bem-estar e a satisfação do colaborador dependem diretamente de seus relacionamentos.

O importante, portanto, é a busca pelo equilíbrio entre a vida profissional e a vida particular, com a construção de relacionamentos saudáveis em ambas esferas.

Entretanto, a falta de reconhecimento, necessidades ignoradas, a falta de comunicação aberta com os líderes e o pouco diálogo entre colegas, ainda são problemas muito comuns nas estruturas das organizações. Mas por quê? Marshall destaca em seu workshop de Introdução à Comunicação Não-Violenta que estamos inseridos em uma cultura que pune quando se erra e recompensa quando se acerta. E essa forma de viver nos impede de sentir empatia pelos outros e por nós mesmos, pois a culpa nos faz pensar que não merecemos a recompensa. Todos esses pontos citados podem ser melhorados com a aplicação da Comunicação Não-Violenta no dia a dia das empresas. Ao perceber que podemos tirar a máscara e mostrar nossa vulnerabilidade, nos identificamos com nossos colegas e líderes, aceitamos que todos somos humanos e cometemos erros, mas que não é necessário culpar, criticar ou se ofender.

Na próxima edição: Mas como aplicar a CNV no dia a dia? Como transformar o nosso jeito de falar e ouvir as coisas? Será que existe uma fórmula?

This article is from: